11.07.2015 Views

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>OS</strong> <strong>PENSADORES</strong>o positivismo, mas também inversamente: o sujeito inci<strong>de</strong>como momento na objetivida<strong>de</strong> a ser por ele conhecida, oprocesso social. Neste, em relação direta à expansão científica,o conhecimento é força produtiva. A dialética quer encontraro cientificismo em seu próprio campo, ao preten<strong>de</strong>r conhecermelhor a realida<strong>de</strong> social contemporânea. Procura traspassaro véu que a ciência ajuda a tecer. Sua tendência harmonizadorapermitindo, graças a seu metódico tratamento mecânico,o <strong>de</strong>saparecimento dos antagonismos da realida<strong>de</strong> efetiva,repousa no método classificatório, sem nenhuma intencionalida<strong>de</strong>dos que <strong>de</strong>le se utilizam. Reduz a um mesmo conceitocoisas essencialmente irredutíveis e contraditórias, pormeio da escolha do aparato conceituai e a serviço <strong>de</strong> suaunanimida<strong>de</strong>. Constitui exemplo recente para esta tendênciaa mui conhecida tentativa <strong>de</strong> Talcott Parsons <strong>de</strong> fundar umaciência unificada do homem, cujo sistema <strong>de</strong> categorias compreen<strong>de</strong>igualmente indivíduo e socieda<strong>de</strong>, psicologia e sociologiaou, pelo menos, as apresenta em um contínuo. 1 Oi<strong>de</strong>al <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> vigente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Descartes e sobretudoa partir <strong>de</strong> Leibniz não se tornou duvidoso apenas <strong>de</strong>vidoao <strong>de</strong>senvolvimento mais recente das ciências naturais. Noplano social, é enganoso a respeito do abismo existente entreo universal e o particular, no qual o permanente antagonismose expressa; a unificação da ciência <strong>de</strong>sloca a contraditorieda<strong>de</strong><strong>de</strong> seu objeto. A satisfação indubitavelmente contagiosaque proce<strong>de</strong> da ciência unificada tem um preço: o momentoda divergência entre indivíduo e socieda<strong>de</strong>, socialmente posto,bem como as ciências <strong>de</strong>dicadas a ambos, lhe escapam.0 esquema totalizador <strong>de</strong> tão pedante organização, queabrange <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o indivíduo e suas regularida<strong>de</strong>s até as formaçõessociais mais complexas, tem lugar para tudo, menos paraa separação histórica <strong>de</strong> indivíduo e socieda<strong>de</strong>, embora nãosejam estes radicalmente distintos. Sua relação é contraditória1 Vi<strong>de</strong> Theodor W. Adorno, "Acerca da relação entre sociologia e psicologia", em Sociokjgica:Contribuição da Escola <strong>de</strong> Frankfurt à Sociologia, I, pp. 12 ss.— 128 —

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!