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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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ADORNOà sua contrainte por si mesmos e até mesmo por sua constituiçãomonadológica, e inclusive, por causa <strong>de</strong>sta, representama totalida<strong>de</strong>. Neste sentido, ela constitui a mais efetivarealida<strong>de</strong>. Na medida em que é a síntese da relação socialdos indivíduos entre si, a obscurecer-se em face do singular,ela, contudo, simultaneamente é também aparência, i<strong>de</strong>ologia.Uma humanida<strong>de</strong> liberada não persiste como totalida<strong>de</strong>;0 ser-em-si <strong>de</strong>sta também é a ausência <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> daquela,tal como a simula a respeito <strong>de</strong> si mesma como sendo overda<strong>de</strong>iro substrato social. E certo que <strong>de</strong>ste modo não selogrou o <strong>de</strong>si<strong>de</strong>rato <strong>de</strong> uma análise lógica do conceito <strong>de</strong>totalida<strong>de</strong> 1 como <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> contradição objetiva da totalida<strong>de</strong>.Mas a análise livraria o recurso da totalida<strong>de</strong> dacrítica <strong>de</strong> arbitrarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisória. 2 Habermas, assim comoqualquer outro dialético, não nega a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> umaexplicação da totalida<strong>de</strong>, mas sim somente a sua verificabilida<strong>de</strong>conforme o critério dos fatos, que é transcendido pelomovimento à categoria <strong>de</strong> totalida<strong>de</strong>. Da mesma maneira elanão é khorís dos fatos, mas, como sua mediação, lhes é imanente.A totalida<strong>de</strong>, numa formulação provocativa, é aSCHcieda<strong>de</strong> como coisa em si, provida <strong>de</strong> toda carga <strong>de</strong> coisificação.Porém, precisamente porque esta coisa em si aindanão é sujeito social global, ainda não é liberda<strong>de</strong>, mas prosseguecomo natureza heterônoma, cabe-lhe objetivamente ummomento <strong>de</strong> irredutibilida<strong>de</strong>, tal como Durkheim, com suficienteparcialida<strong>de</strong>, a explicava para a essência do social.Nesta medida, ela também é "fática". O conceito <strong>de</strong> faticida<strong>de</strong>,custodiado pela concepção positivista como seu substrato último,é função da mesma socieda<strong>de</strong> a cujo respeito cala asociologia cientificista, insistindo na imperscrutabilida<strong>de</strong> dosubstrato. A separação absoluta entre fato e socieda<strong>de</strong> constituium produto artificial da reflexão a ser <strong>de</strong>duzido e refutadopor meio <strong>de</strong> uma segunda reflexão.1 Albert, "O mito da razão total", em A Disputa do Positivismo..., pp. 197 s.2 í<strong>de</strong>m, ibid., p. 199.— 123 —

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