11.07.2015 Views

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>OS</strong> <strong>PENSADORES</strong>único e mesmo ato da indústria cultural. A situação erótica,conclui Adorno, une "à alusão e à excitação a advertênciaprecisa <strong>de</strong> que não se <strong>de</strong>ve, jamais, chegar a esse ponto". Taladvertência evi<strong>de</strong>ncia como a indústria cultural administrao mundo social.Criando "necessida<strong>de</strong>s" ao consumidor (que <strong>de</strong>ve contentar-secom o que lhe é oferecido), a indústria cultural organiza-separa que ele compreenda sua condição <strong>de</strong> meroconsumidor, ou seja, ele é apenas e tão-somente um objetodaquela indústria. Desse modo, instaura-se a dominação naturale i<strong>de</strong>ológica. Tal dominação, como diz Max Jiménez,comentador <strong>de</strong> Adorno, tem sua mola motora no <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong>posse constantemente renovado pelo progresso técnico ecientífico, e sabiamente controlado pela indústria cultural.Nesse sentido, o universo social, além <strong>de</strong> configurar-se comoum universo <strong>de</strong> "coisas", constituiria um espaço hermeticamentefechado. Nele, todas as tentativas <strong>de</strong> liberação estãocon<strong>de</strong>nadas ao fracasso.Contudo, Adorno não <strong>de</strong>semboca numa visão inteiramentepessimista, e procura mostrar que é possível encontrar-seuma via <strong>de</strong> salvação. Esse tema aparece <strong>de</strong>senvolvidoem sua última obra, intitulada Teoria Estética.A OBRA DE ARTE E A PRÁXISEm Teoria Estética — nas palavras do comentador Kothe— "Adorno oscila entre negar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzirarte <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Auschwitz e buscar nela refúgio ante um mundoque o chocava, mas que ele não podia <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> olhar e<strong>de</strong>nominar". Essa postura foi extremamente criticada pelosmovimentos <strong>de</strong> contestação radical, que o acusavam <strong>de</strong> buscarrefúgio na pura teoria ou na criação artística, esquivando-seassim da práxis política. A seus <strong>de</strong>tratores, Adorno respon<strong>de</strong>que, embora plausível para muitos, o argumento <strong>de</strong>que contra a totalida<strong>de</strong> bárbara não surtem efeito senão osmeios bárbaros, na verda<strong>de</strong>, não revela que, apesar disso,— 10 —

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!