11.07.2015 Views

aula 1 - tectônica de placas e mega-estruturas da ... - Geologia Ufpr

aula 1 - tectônica de placas e mega-estruturas da ... - Geologia Ufpr

aula 1 - tectônica de placas e mega-estruturas da ... - Geologia Ufpr

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

NEOTECTÔNICA E MORFOTECTÔNICAAula 1TECTÔNICA DE PLACAS E MEGA‐ESTRUTURAS DA CROSTAProf. Eduardo SalamuniAula basea<strong>da</strong> no livroAula basea<strong>da</strong> no livroUn<strong>de</strong>rstanding Earth (3 a edição) <strong>de</strong> Peter Copeland e William Dupré(Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Houston)


ESTUDO DAS PAISAGENS ‐GEOMORFOLOGIA• Estudo sistemático <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> relevo, baseando‐senas características que lhes <strong>de</strong>terminaram a gênese e aevolução.• Usa como premissas a natureza <strong>da</strong>s rochas, suas<strong>estruturas</strong> (intrínsecas ou extrínsecas), o clima e asdiferentes forças endógenas (tectônicas) e exógenas,que entram como fatores construtores e <strong>de</strong>struidores dorelevo terrestre.


Paisagens, morfoestrutura emorfotectônicaUm método: refletir sobre aquilo que se vê para inferir aquilo quenão se vê.• Paisagem (landscape): tudo que se relaciona às característicassuperficiais <strong>de</strong> um terreno. É localiza<strong>da</strong> na interfácie <strong>da</strong> litosfera,atmosfera, hidrosfera e biosfera;• Morfoestrutura: consiste nas feições geomorfológicascorrelaciona<strong>da</strong>s exclusivamente às <strong>estruturas</strong> geológicas morfotectônica• Morfotectônica: “geomorfologia + tectônica”. São processos queagem <strong>de</strong> forma a criar <strong>estruturas</strong> morfológicas (morfo<strong>estruturas</strong>)em nível macrogeomorfológico.


Feições geomórficas nos An<strong>de</strong>s central (Chile)


Em geral há correspondência entre as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>relevo <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> d região e seu arcabouçogeológico (como exemplo o Brasil)


Estudos <strong>de</strong> macrogeomorfologia g /morfotectônica• A maior parte <strong>da</strong>s <strong>estruturas</strong> morfológicasespetaculares <strong>da</strong> crosta terrestre, são consequênciados eventos tectônicos em bor<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>placas</strong>(<strong>de</strong>struição ou criação <strong>de</strong> placa).


PLACAS TECTÔNICAS• É conceito fun<strong>da</strong>mental nas Geociências• Teoria integra<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong> vários ramos <strong>da</strong>sgeociências• Inicialmente sugeri<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> estratigrafia e <strong>da</strong>paleontologia, entre uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s geológicas semelhantesno Brasil e na África• Completa<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong> outras evidências(principalmente geológicas e geofísicas)


Peter W. Sloss, NOAA‐NESDIS‐NGDCMosaico <strong>da</strong>s Placas Tectônicas


Os movimentos em bor<strong>da</strong>s mais ativas marcam as áreas com maiorativi<strong>da</strong><strong>de</strong> tectônica atual ou neotectônica.


Características gerais <strong>da</strong>s Placas• Grupo <strong>de</strong> rochas <strong>de</strong> diferentes origens movimentando‐se na mesmadireção.• Po<strong>de</strong> ser composta por crosta oceânica e continental ou apenas porum tipo único <strong>de</strong> crosta.• A crosta oceânica é forma<strong>da</strong> por assembléia <strong>de</strong> rochas <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s <strong>de</strong>lavas basálticas (máficas e/ou ultramáficas –MORB middle oceanridge basalts).• A crosta continental é forma<strong>da</strong> por assembléia <strong>de</strong> rochas ígnease/ou metamórficas <strong>de</strong> composição genérica granítica ou granitói<strong>de</strong>s.Geralmente é recoberta por rochas <strong>de</strong> médio a baixo graumetamórfico e/ou sedimentos litificados ou não.


I<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> crosta continentalFig.21.2Áreas azuis marcam a crostacontinental submersa


CICLO DE WILSONPlacas Tectônicas aparecem e <strong>de</strong>saparecem em um ciclo (comonum ciclo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> humano, por exemplo).Há seis estágios, que po<strong>de</strong>m se repetir ou serem abortados emuma fase qualquer:q1) Estágio embrionário: inicia o rifteamento com uma junção tríplice(a partir <strong>de</strong> um hot‐spot) (Ex. Leste africano)2) Estágio juvenil: inicia a abertura <strong>de</strong> um novo oceano, com<strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> lavas básicas tipo MORB (ou mantélicas) (Ex.Mar Vermelho)3) Estágio <strong>de</strong> maturi<strong>da</strong><strong>de</strong>: ocorre o alargamento <strong>da</strong> placa oceânica3) Estágio <strong>de</strong> maturi<strong>da</strong><strong>de</strong>: ocorre o alargamento <strong>da</strong> placa oceânicacom afinamento <strong>da</strong> crosta oceânica (Ex. Oceano Atlântico)


Rochas vulcânicas e sedimentos não‐marinhos são<strong>de</strong>positados em rift‐valleysResfriamento e subsidência <strong>de</strong> margem riftea<strong>da</strong> permitem<strong>de</strong>pósitos sedimentares


Desenvolvem‐se plataformas carbonáticas (ou rochascarbonata<strong>da</strong>s)Fig. 20.17cMargem continental continua a crescer supri<strong>da</strong> pela erosão docontinente


No Aptiano (entre 125 e 112 ma atrás) avança a fragmentação doGondwana, iniciando a formação do Atlântico Sul (é <strong>de</strong>ste períodoa formação <strong>da</strong>s bacias marginais brasileiras e o pré‐sal)


4) Estágio <strong>de</strong> senili<strong>da</strong><strong>de</strong>: o alargamento do oceano é máximo e jácomeça a subducção (do tipo B ‐ zona <strong>de</strong> Benioff) e a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong>placa oceânica (Ex. Oceano Pacífico)5) Estágio terminal: há aproximação <strong>de</strong> duas massas continentais (emregiões opostas <strong>de</strong> uma placa oceânica. A crosta oceânica está emprocesso <strong>de</strong> subducção total e o edifício orogenético começa aficar mais alto e mais largo (Ex. Mar Mediterrâneo)6) Estágio <strong>de</strong> geosutura: a crosta oceânica <strong>de</strong>saparece e as massascontinentais coli<strong>de</strong>m. O edifício orogenético se amplia e chega emsua largura máxima. O movimento é travado e há acresçãocontinental, com agregação <strong>de</strong> faixas <strong>de</strong> terrenos exóticos aoterreno original (Ex. Ca<strong>de</strong>ia Himalaiana / Índia). Há espessamento<strong>da</strong> crosta.


Regiões <strong>de</strong> bor<strong>da</strong> convergenteRegiões <strong>de</strong> bor<strong>da</strong> convergentedo tipo oceano‐continenteRegiões <strong>de</strong> bor<strong>da</strong>convergente do tipooceano ‐ oceano


Continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>subducçãoFig. 20.20aColisão continente– continente


Aproximação <strong>de</strong> um arcoou microcontinenteColisãoAcresção <strong>de</strong> umamicroplaca (e/ou terrenoexótico)


Mecanismo (motor) <strong>de</strong> movimento <strong>da</strong>s PlacasTectônicas• Convecção do manto• Fricção na base <strong>da</strong> litosferatransfere energia <strong>da</strong>astenosfera à litosfera• Células <strong>de</strong> convecção po<strong>de</strong>mgirar na astenosfera entre 4 e6 vezes• Empuxo <strong>da</strong> trincheira• Empurrão <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia


TIPOS DE BORDAS DE PLACAS‣ Divergentes (ou <strong>de</strong> criação): ca<strong>de</strong>ias meso‐oceânicas‣ Convergentes (ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição): zonas <strong>de</strong> colisão; zonas <strong>de</strong> arcosvulcânicos‣ Transformantes (ou conservativas): Falha <strong>de</strong> Santo AndréNova crosta é cria<strong>da</strong> nas ca<strong>de</strong>ias oceânica e crostas antigas são<strong>de</strong>struí<strong>da</strong>s (recicla<strong>da</strong>s) nas zonas <strong>de</strong> subducção (i.e., a Terra nãoestá em expansão)‣ Densi<strong>da</strong><strong>de</strong>s importantes:t 28 • Crosta continental ≈ 2.8 g/cm 3• Crosta oceânica ≈ 3.2 g/cm 3• Astenosfera ≈ 3.3 g/cm 3


O‐CO‐OC‐C O‐Oconvergente divergente divergente divergenteO‐OOconvergenteO‐OdivergenteO‐CconvergenteFig. 20.8a,b


Estruturas em bor<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>placas</strong>• Para a boa caracterização morfoestrutural emorfotectônica <strong>de</strong> uma região qualquer é <strong>de</strong> sumaimportância o entendimento inicial <strong>da</strong>s <strong>estruturas</strong>geológicas.• As <strong>estruturas</strong> em geral controlam as feiçõesgeomorfológicas, as quais posteriormente serãosubmeti<strong>da</strong>s a processos <strong>de</strong> “esculturação” pelos fatoresclimáticos.


Estruturas em bor<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>placas</strong> divergentesJunção Trípliceinicia <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> umcontinente, gerandoum rifte (dois braçosse abrem ao mesmotempo enquanto umterceiro é abortado)que se alarga atétornar‐se uma baciaoceânica


Leste <strong>da</strong> África, Rifte<strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>• Início <strong>da</strong> formação<strong>de</strong> um oceano(po<strong>de</strong> não secompletar)• Tipos <strong>de</strong> rochas:basaltos esedimentosarenososPeter W. Sloss, NOAA‐NESDIS‐NGDC


Formação <strong>de</strong> um rifte no interior <strong>de</strong> um continente


Delta do NiloGolfo <strong>de</strong>‘AqabaGolfo <strong>de</strong>SuezEarth Satellite Corp.


Serra do Mar, uma típica expressãogeomórfica <strong>de</strong> rifte em bor<strong>da</strong>divergente (já evoluí<strong>da</strong>).Foto: E. Salamuni


Ca<strong>de</strong>ias meso‐oceânicas• Rifte‐valey Central(amplitu<strong>de</strong> éinversamenteproporcional à taxa<strong>de</strong> abertura /alargamento)• Sismos com focosrasos• QuaseexclusivamentebasálticaPeter W. Sloss, NOAA‐NESDIS‐NGDC


Rifteamento e crescimento do assoalho oceânico


Estruturas em bor<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>placas</strong> transformantes• Gran<strong>de</strong>s falhas que seccionam apenas a crostaoceânica.• O movimento é do tipo strike‐slip slip (direcional). Quandoos continentes, após colisão continental transformam‐se em falhas transcorrentes.• Sismos fracos e geralmente rasos.• Há muito pouca ou nenhuma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> magmática.• São chama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> bor<strong>da</strong>s conservativas


Centros <strong>de</strong> crescimento são <strong>de</strong>slocados pela bor<strong>da</strong>transformante


Falha transcorrenteFalhatransformante/transcorrente do rioJordãoFalhatransformante/transcorrentet <strong>de</strong>Santo André


Estruturas em bor<strong>da</strong> <strong>de</strong> placa convergenteHá pelo menos três tipos <strong>de</strong> bor<strong>da</strong>s convergentes:oceano–oceanoFilipinasoceano–continenteAn<strong>de</strong>scontinente–continenteHimalaia


Zona <strong>de</strong> subducção Oceano ‐ OceanoArcos <strong>de</strong> Ilhas:• Cinturão Tectônico <strong>de</strong> intensos sismos.• Alto fluxo <strong>de</strong> calor, arco com vulcões ativos(an<strong>de</strong>sítico).• Bor<strong>de</strong>jado por uma trincheira submarina.


Zona <strong>de</strong> subducção Oceano-Continente (Placa<strong>de</strong> Nazca – Placa Sulamericana)• Arcos Continentais:Vulcões ativos (an<strong>de</strong>sito e riolito)Geralmente acompanhado por compressão <strong>da</strong> crosta superiorNos limites <strong>da</strong> convergência, a colisão é responsável pelasubducção (± cavalgamento).


Formação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s edifícios orogenéticos (orógenos =montanhas): gran<strong>de</strong>s expressões geomórficas em zonas <strong>de</strong>subducção.Orogenia: soma <strong>da</strong>s forças tectônicas (i.e., <strong>de</strong>formação, magmatismo,metamorfismo, erosão) que produzem ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> montanhas.


Bor<strong>da</strong>s convergentes oceano–continentecontinente(Placa Africana –PlacaEuro‐Asiana)Fig. 20.8c


Bor<strong>da</strong>s convergentes Continente–ContinenteNos limites continente–continente a convergência is acomo<strong>da</strong><strong>da</strong>por:• Dobras (encurtamento e espessamento <strong>da</strong> crosta)• Falhas transcorrentes • Subducção intracontinentalFig. 20.d


Sistema Himalaiano: formação <strong>de</strong> falhas <strong>de</strong> cavalgamento(empurrões) e transcorrentes


Himalaia e o Platô do Tibet• Produto <strong>da</strong> colisão entre a India e a Ásia.• Colisão inicial começa há 45 Ma, e continua até opresente.• Antes <strong>da</strong> colisão, o su<strong>de</strong>ste <strong>da</strong> Ásia a região erasemelhante aos An<strong>de</strong>s <strong>de</strong> hoje.• Formação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s cavalgamentos e empurrões


Falhas inversas ou<strong>de</strong> cavalgamentoDobras falhas


Sistemas <strong>de</strong> dobras emorógenosterrenos Alpinosterrenos Apalachianos


BACIAS SEDIMENTARES• Depressão <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> subsidência do terreno, que passa areceber sedimentos provenientes <strong>da</strong>s áreas altas que acircun<strong>da</strong>m.• Nem sempre apresentam forma <strong>de</strong> “prato” ou “bacia”, po<strong>de</strong>ndoassumir formas bastantes varia<strong>da</strong>s em superfície e subsuperfície.• Geralmente apresentam espesso pacote sedimentar no seuinterior, que ten<strong>de</strong> a diminuir <strong>de</strong> espessura ao se aproximar <strong>da</strong>sbor<strong>da</strong>s. O mergulho <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s se faz <strong>da</strong> periferia para ocentro.• As bacias sedimentares preservam registros <strong>de</strong>talhados do• As bacias sedimentares preservam registros <strong>de</strong>talhados doambiente e dos processos tectônicos que lhe <strong>de</strong>ram origem eforma.


• Em geral as bacias sedimentares inverti<strong>da</strong>s (estão emersas ejá não funcionam como bacias propriamente ditas),apresentam‐se como planícies e planaltos, com relevotabuliforme, sulca<strong>da</strong>s por linhas <strong>de</strong> drenagem que estão asdissecando.• As gran<strong>de</strong>s bacias são importantes <strong>mega</strong><strong>estruturas</strong> <strong>da</strong> crosta,que propiciaram inclusive mu<strong>da</strong>nças nas suas condições. Porexemplo, as subsidências bastante profun<strong>da</strong>s, soma<strong>da</strong>s àszonas <strong>de</strong> falha, possibilitam manifestações magmáticasimportantes.


Mecanismos <strong>de</strong> formação


Classificação <strong>de</strong> Bacias


Principais bacias brasileiras


Perfis fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong>s bacias brasileiras emo<strong>de</strong>los tectônicos(1) Perfis <strong>da</strong>s bacias intracratônicas: Amazonas, Parnaíba Paraná e(2) perfil médio <strong>da</strong>s bacias marginais


Bacia <strong>de</strong> Curitiba e sua possível evolução final (por ser muitorasa não admite vulcanismo)


Morfologia/relevo em bacias sedimentares• Paisagem <strong>da</strong> Bacia doParaná em Pitanga(relevo relativamentedissecado)• Paisagem <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> Diamantina(relevo bastante dissecado)


Morfologia superficial <strong>da</strong> bacia do Oceano Atlântico norte

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!