Universidade Federal de Minas Gerais - ICB - Universidade Federal ...
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Eugênia Kelly Luciano Batista______________________________________________________________________seja, quanto mais rápidos fossem os movimentos das dunas, menos espécies seriamcapazes <strong>de</strong> sobreviver. (Cowles 1911). Se por um lado, as dunas <strong>de</strong> areia <strong>de</strong>finiam avegetação resi<strong>de</strong>nte, por outro lado, seu <strong>de</strong>senvolvimento também era moldado pelaprópria vegetação. Sendo assim, a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plantas naquele hábitat, <strong>de</strong>finia atécerta forma, a comunida<strong>de</strong> que se estabeleceria posteriormente (Miles 1987). Nessecontexto, os trabalhos <strong>de</strong> Cowles representaram mudanças no foco dos estudos sobre avegetação, pois <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> enfatizar as formações vegetais como elas são ecomeçaram a chamar a atenção para a dinâmica <strong>de</strong>stas formações em processo <strong>de</strong>mudanças (Cooper, 1926). Cowles acreditava que as socieda<strong>de</strong>s vegetais passavam poruma série <strong>de</strong> sucessivos tipos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua condição original até a floresta mesofítica,consi<strong>de</strong>rada como um clímax ou tipo culminante, que nunca atinge uma condição <strong>de</strong>equilíbrio (Cooper, 1926).Em 1898, na mesma época em que Cowles publicou seus trabalhos, Clementsestudou as pradarias em Nebraska, sugerindo que as formações vegetais raramenteestariam em equilíbrio estável. Seis anos <strong>de</strong>pois, em 1904, Clements publicou umtrabalho discutindo as causas da sucessão, no qual distinguia entre a sucessão primáriaem superfícies expostas, on<strong>de</strong> nenhum tipo <strong>de</strong> vegetação chegou a se <strong>de</strong>senvolver e asucessão secundária, on<strong>de</strong> a vegetação foi <strong>de</strong>struída ou alterada. Mais tar<strong>de</strong>, em 1916,Clements publicou “Plant Succession”, importante obra científica on<strong>de</strong> foi discutido oconceito <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong> climax. Para Clements, o clima funciona como um genoma e avegetação, como um organismo cujas características o genoma <strong>de</strong>termina (Clements,1936). Ou seja, cada área, com sua própria característica climática, <strong>de</strong>senvolve, aolongo do tempo, o seu próprio tipo <strong>de</strong> associação, composta por populações <strong>de</strong> plantas e<strong>de</strong> animais. Caso uma associação sofra distúrbios, como o fogo, a pastagem, o cultivoou as inundações, o processo <strong>de</strong> sucessão levará à mesma composição <strong>de</strong> espécies queexistia antes do distúrbio, porque apenas essa comunida<strong>de</strong> está em balanço com o clima.Clements chamou essa comunida<strong>de</strong> final da sucessão <strong>de</strong> clímax (Eliot 2007). Emsíntese, para Clements, qualquer região climática tem uma única comunida<strong>de</strong> clímaxpossível, teoria hoje conhecida como “monoclimax”. O autor fez uma analogia entre asucessão e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um indivíduo, on<strong>de</strong> o climax seria como uma entida<strong>de</strong>orgânica, cuja estrutura e função estariam conectadas ao clima local e correspon<strong>de</strong>riamà estrutura e função <strong>de</strong> um organismo individual (Miles 1987; Cooper 1926; Clements1936). O clímax, assim como um organismo, nasce, cresce, se reproduz e morre. Cada2