10.07.2015 Views

O Brasil e as Operações de Manutenção da Paz das ... - Funag

O Brasil e as Operações de Manutenção da Paz das ... - Funag

O Brasil e as Operações de Manutenção da Paz das ... - Funag

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

RETROSPECTIVA HISTÓRICA 71em seus documentos constitutivos e <strong>de</strong>senvolvidos na prática” e <strong>de</strong>que “ à luz do direito internacional, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar a Organizaçãocomo possuidora <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res que, embora não expressamenteconstantes <strong>da</strong> carta, são-lhe atribuídos pela necessária implicação <strong>de</strong>que são essenciais ao <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> su<strong>as</strong> taref<strong>as</strong>” 44 .Do ponto <strong>de</strong> vista administrativo, <strong>as</strong> operações <strong>de</strong> manutenção<strong>da</strong> paz são órgãos subsidiários do CSNU, com b<strong>as</strong>e no artigo 29 <strong>da</strong>Carta, ou <strong>da</strong> AGNU, ao abrigo do artigo 22. Ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>l<strong>as</strong> está soba autori<strong>da</strong><strong>de</strong> política do órgão colegiado que a criou e sob a autori<strong>da</strong><strong>de</strong>administrativa do Secretário-Geral <strong>da</strong> Organização.Na medi<strong>da</strong> em que <strong>as</strong> operações <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong> paz não seenquadram estritamente no Capítulo VI (medid<strong>as</strong> que implicamconsentimento) e tampouco no Capítulo VII (medid<strong>as</strong> man<strong>da</strong>tóri<strong>as</strong>)<strong>da</strong> Carta, chegou-se a aventar a introdução na Carta <strong>de</strong> um novocapítulo intermediário – ou ao menos um novo artigo – que pu<strong>de</strong>sseregulamentar sua existência. O <strong>Br<strong>as</strong>il</strong> propôs, por exemplo, na XIXAssembléia Geral a inclusão <strong>de</strong> um novo capítulo <strong>da</strong> Carta, nos seguintestermos: “... mediante a inclusão <strong>de</strong> um novo capítulo, que se chamaria‘<strong>Operações</strong> <strong>de</strong> <strong>Manutenção</strong> <strong>da</strong> <strong>Paz</strong>’ e que encontraria seu lugar entreos atuais capítulos VI e VII. Haveria <strong>as</strong>sim, numa gra<strong>da</strong>ção crescente,‘Solução Pacífica <strong>de</strong> Controvérsi<strong>as</strong>’, ‘Operação <strong>de</strong> <strong>Manutenção</strong> <strong>da</strong><strong>Paz</strong>’ e ‘Ação Relativa a Ameaç<strong>as</strong> à <strong>Paz</strong>, Ruptura <strong>da</strong> <strong>Paz</strong> e Atos <strong>de</strong>Agressão’”. Dag Hammarskjöld, quando Secretário-Geral <strong>da</strong> ONU,preferiu situá-l<strong>as</strong> em um imaginário “Capítulo VI e meio”, uma ponteentre a adoção <strong>de</strong> medid<strong>as</strong> voltad<strong>as</strong> para a solução pacífica d<strong>as</strong>controvérsi<strong>as</strong> e a aplicação <strong>de</strong> medid<strong>as</strong> coercitiv<strong>as</strong>. Até hoje, porém, aCarta d<strong>as</strong> Nações Unid<strong>as</strong> não foi emen<strong>da</strong><strong>da</strong> para prever e regulamentar44Cançado Trin<strong>da</strong><strong>de</strong>, (1990), pp. 26-36 e pp. 74-82; White, (1993), pp. 88-89 e p. 138.Ambos os autores discorrem sobre a personali<strong>da</strong><strong>de</strong> jurídica e <strong>as</strong> competênci<strong>as</strong> d<strong>as</strong> NaçõesUnid<strong>as</strong>, comentando <strong>as</strong> du<strong>as</strong> correntes teóric<strong>as</strong> mais divulgad<strong>as</strong> sobre o <strong>as</strong>sunto: a <strong>da</strong>doutrina dos “po<strong>de</strong>res inerentes” <strong>da</strong> Organização, que tomou forma após o pareceremitido pela CIJ em 1962 no c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> Cert<strong>as</strong> Despes<strong>as</strong> <strong>da</strong> ONU, e a <strong>da</strong> doutrina dos“po<strong>de</strong>res implícitos”, que foi objeto <strong>de</strong> parecer <strong>da</strong> CIJ em 1949 no c<strong>as</strong>o d<strong>as</strong> Reparações<strong>de</strong> Danos.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!