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O Brasil e as Operações de Manutenção da Paz das ... - Funag

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RETROSPECTIVA HISTÓRICA 63o prece<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção coercitiva não imagina<strong>da</strong>pelos fun<strong>da</strong>dores <strong>da</strong> Carta, b<strong>as</strong>ea<strong>da</strong> na mobilização <strong>de</strong> “coalizõesad hoc” autorizad<strong>as</strong> pelo CSNU, como levou à adoção <strong>de</strong>procedimento que acabou por conferir maior importância àcompetência residual <strong>da</strong> AGNU no campo <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> paz e<strong>da</strong> segurança internacionais.Esse procedimento consta <strong>da</strong> parte A <strong>da</strong> Resolução 377(V),<strong>de</strong> 3/11/50, que reforçou a <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> competência residual <strong>da</strong>AGNU em questões <strong>de</strong> paz e segurança 37 . Por ela se afirma que,quando o Conselho se achar impedido, pelo veto, <strong>de</strong> incumbir-se<strong>de</strong> su<strong>as</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s em relação à manutenção <strong>da</strong> paz e d<strong>as</strong>egurança internacionais, a AGNU <strong>as</strong>sumirá ess<strong>as</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s,po<strong>de</strong>ndo ser convoca<strong>da</strong> em Sessão Especial <strong>de</strong>Emergência, na qual estará habilita<strong>da</strong> a fazer recomen<strong>da</strong>ções aosEstados membros em relação à adoção <strong>de</strong> medid<strong>as</strong> coletiv<strong>as</strong>, atémesmo no tocante ao uso <strong>da</strong> força nos c<strong>as</strong>os <strong>de</strong> “ruptura <strong>da</strong> paz” e“ato <strong>de</strong> agressão”, <strong>de</strong>ixando-se <strong>de</strong> lado <strong>as</strong> situações <strong>de</strong> “ameaça àpaz”. Embora haja controvérsia jurídica sobre a legali<strong>da</strong><strong>de</strong> domecanismo 38 , vale a pena reproduzir a opinião do Embaixador CarlosCalero Rodrigues sobre o <strong>as</strong>sunto: “... a Carta atribui ao Conselhoresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s principais, m<strong>as</strong> não exclusiv<strong>as</strong> na manutenção<strong>da</strong> paz e <strong>da</strong> segurança internacionais, (...) a AGNU po<strong>de</strong> fazerrecomen<strong>da</strong>ções sobre quaisquer <strong>as</strong>suntos incluídos n<strong>as</strong> finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>da</strong> Carta (art. 10). No entanto, não há como consi<strong>de</strong>rar obrigatóri<strong>as</strong>,do ponto <strong>de</strong> vista legal, <strong>as</strong> <strong>de</strong>cisões que a AGNU tome,substituindo-se ao CSNU. A eficácia <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> <strong>de</strong>cisões resi<strong>de</strong>, em37Os arts. 10 e 11 <strong>da</strong> Carta atribuem à AGNU amplos po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> discussão, consi<strong>de</strong>raçãoe recomen<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> qualquer <strong>as</strong>sunto situado <strong>de</strong>ntro dos propósitos <strong>da</strong> Carta ou que serelacione com a conservação <strong>da</strong> paz e segurança internacionais. O art. 14, por sua vez,faculta à AGNU recomen<strong>da</strong>r medid<strong>as</strong> para a solução <strong>de</strong> situações que lhe pareça prejudicialao bem-estar geral ou às relações amistos<strong>as</strong> entre <strong>as</strong> nações. Esses três artigos são a b<strong>as</strong>edo po<strong>de</strong>r residual <strong>da</strong> AGNU nesse campo.38Cançado Trin<strong>da</strong><strong>de</strong>, (1990), pp. 27-28; e White, (1993), pp. 152-154.

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