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O Brasil e as Operações de Manutenção da Paz das ... - Funag

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192 PAULO ROBERTO CAMPOS TARRISSE DA FONTOURA<strong>de</strong> se engajarem em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção e mesmo <strong>de</strong> imposição<strong>da</strong> paz. No c<strong>as</strong>o <strong>da</strong> primeira, o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>cisório está mais diluído, enquanton<strong>as</strong> du<strong>as</strong> últim<strong>as</strong>, ten<strong>de</strong>rão sempre a prevalecer os interesses <strong>de</strong> seusmaiores patrocinadores: Rússia e Nigéria, respectivamente. O futuro <strong>da</strong>SADC nessa área é ain<strong>da</strong> uma incôgnita. Depen<strong>de</strong>rá, em última instância,<strong>da</strong> disposições <strong>da</strong> África do Sul em <strong>as</strong>sumir crescentes responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>sno campo <strong>da</strong> paz e <strong>da</strong> segurança regionais. Já a UEO tem <strong>de</strong>monstradopouca agili<strong>da</strong><strong>de</strong> na execução d<strong>as</strong> operações, embora tenha contribuídopara monitorar, nos anos 90, o regime <strong>de</strong> sanções aplicado pela ONUcontra os países <strong>da</strong> antiga Iugoslávia e aju<strong>da</strong>do nos trabalhos <strong>de</strong> remoção<strong>de</strong> min<strong>as</strong> no estreito <strong>de</strong> Shatt al Arab, após a guerra do Golfo, em açãoque se enquadraria mais no contexto <strong>de</strong> medid<strong>as</strong> <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>paz do que <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong> paz . Por sua vez, a vocação <strong>da</strong> OSCE,em linha com a Carta <strong>de</strong> Paris <strong>de</strong> 1990 e com <strong>as</strong> subseqüentesDeclarações sobre Direitos Humanos emitid<strong>as</strong> a respeito do <strong>as</strong>sunto,situa-se na área chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> segurança bran<strong>da</strong> (soft security) volta<strong>da</strong>para a prevenção <strong>de</strong> conflitos, estabelecimento <strong>de</strong> estrutur<strong>as</strong> <strong>de</strong>mocrátic<strong>as</strong>e <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> direitos humanos. Finalmente, o potencial <strong>da</strong> OEA nocampo <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> paz e <strong>da</strong> segurança regionais ain<strong>da</strong> não temsido suficientemente explorado, talvez em razão dos sérios problem<strong>as</strong>financeiros que a Organização tem enfrentado.Em linh<strong>as</strong> gerais, convém ao <strong>Br<strong>as</strong>il</strong> ficar atento para a utilização<strong>da</strong> OTAN e <strong>de</strong> outros organismos e arranjos regionais <strong>de</strong> segurançacomo instrumentos coercitivos d<strong>as</strong> Nações Unid<strong>as</strong>, diante dos riscos <strong>de</strong>su<strong>as</strong> agend<strong>as</strong> própri<strong>as</strong> prevalecerem sobre os interesses <strong>de</strong> paz e <strong>de</strong>segurança internacionais <strong>da</strong> Organização. Diante d<strong>as</strong> ações realizad<strong>as</strong>pela OTAN na República Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Iugoslávia em 1999, sem o respaldodo CSNU, parece muito váli<strong>da</strong> a posição apresenta<strong>da</strong> pelo EmbaixadorCelso Amorim, então Representante do <strong>Br<strong>as</strong>il</strong> junto às Nações Unid<strong>as</strong>,em seu discurso sobre o item 11 <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> (“Relatório d<strong>as</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sdo CSNU”) <strong>da</strong> 53ª AGNU, pronunciado no dia 11/10/98: “... it isunsettling to witness our commonly accepted b<strong>as</strong>is for legitimate

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