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O Brasil e as Operações de Manutenção da Paz das ... - Funag

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180 PAULO ROBERTO CAMPOS TARRISSE DA FONTOURAatritos ficou evi<strong>de</strong>nte em fevereiro <strong>de</strong> 1995, quando o então Secretário-Geral <strong>da</strong> OTAN, Willy Claes, comentou que a OTAN era mais do queum agente executor d<strong>as</strong> Nações Unid<strong>as</strong>, <strong>de</strong>vendo, por isso, conservarto<strong>da</strong> a sua in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e <strong>de</strong> ação. Claes já imagina quepo<strong>de</strong>riam ocorrer situações no futuro n<strong>as</strong> quais a OTAN seria obriga<strong>da</strong>a agir por sua própria iniciativa, sem man<strong>da</strong>to d<strong>as</strong> Nações Unid<strong>as</strong>.Está implícita nessa afirmação uma tensão entre <strong>as</strong> ambições <strong>da</strong>Organização na era pós-Guerra Fria e <strong>as</strong> prerrogativ<strong>as</strong> do CSNU comoúnico órgão autorizado pela Carta d<strong>as</strong> Nações Unid<strong>as</strong> a permitir oemprego, por parte <strong>de</strong> acordo ou enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s regionais, do uso <strong>da</strong> forçan<strong>as</strong> relações internacionais, exceto nos c<strong>as</strong>os <strong>de</strong> auto<strong>de</strong>fesa previstosno seu artigo 51. Essa tensão fica níti<strong>da</strong> à luz do artigo 7º do Tratadodo Atlântico Norte, pelo qual <strong>as</strong> ações <strong>da</strong> OTAN <strong>de</strong>vem coadunar-secom a Carta d<strong>as</strong> Nações Unid<strong>as</strong> 138 .O ativismo <strong>da</strong> OTAN foi reforçado pel<strong>as</strong> <strong>de</strong>cisões adotad<strong>as</strong>pela Reunião <strong>de</strong> Cúpula <strong>de</strong> Madri, em julho <strong>de</strong> 1997, na qual se<strong>de</strong>terminou que fosse feita revisão do conceito estratégico <strong>de</strong> 1991“conforme necessário”, <strong>de</strong> modo a moldá-lo às reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s do pós-Guerra Fria e às su<strong>as</strong> nov<strong>as</strong> atribuições <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong> paz e controle<strong>de</strong> crises. Entre outros <strong>de</strong>sdobramentos, foi aprofun<strong>da</strong>do o conceito,endossado na Reunião <strong>de</strong> Cúpula <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1994, <strong>de</strong> “Força TarefaConjunta Combina<strong>da</strong>” (Combined Joint T<strong>as</strong>k Force), que implica o<strong>de</strong>sdobramento <strong>de</strong> uma força multinacional, <strong>da</strong> qual também po<strong>de</strong>riamparticipar países que não integram a OTAN, em operações <strong>de</strong> duraçãolimita<strong>da</strong> — cuj<strong>as</strong> taref<strong>as</strong> po<strong>de</strong>riam incluir <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aju<strong>da</strong> humanitária atéações <strong>de</strong> imposição <strong>da</strong> paz — <strong>de</strong>ntro ou fora <strong>da</strong> região <strong>da</strong> AliançaAtlântica 139 . Ao mesmo tempo, levou adiante a idéia <strong>de</strong> admitir oingresso <strong>da</strong> Polônia, <strong>da</strong> República Tcheca e <strong>da</strong> Hungria na Organização,138O art. 7 reza: “Le présent Traité n’affecte p<strong>as</strong> et ne sera p<strong>as</strong> interprété commeaffectant en aucune façon les droits et obligations découlant <strong>de</strong> la Charte pour les partiesqui sont membres <strong>de</strong>s Nations Unies ou la responsabilité primordiale du Conseil <strong>de</strong>Sécurité <strong>da</strong>ns le maintien <strong>de</strong> la paix et <strong>de</strong> la sécurité internationales.”139Para mais informações, ver Cragg (1996), pp. 7-10.

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