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O Brasil e as Operações de Manutenção da Paz das ... - Funag

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OPERAÇÕES DE MANUTENÇÃO DA PAZ MULTIDISCIPLINARES 123O PAPEL DOS PAÍSES QUE CONTRIBUEM COM PESSOALNão há fórmula acor<strong>da</strong><strong>da</strong> para cl<strong>as</strong>sificar os países quecontribuem com pessoal. Segundo o critério temporal, os contribuintesclássicos são aqueles Estados que vêm aportando meios às missões<strong>de</strong> observação e forç<strong>as</strong> <strong>de</strong> paz <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 50 e 60, como Austrália,<strong>Br<strong>as</strong>il</strong>, Canadá, Índia, Itália, Irlan<strong>da</strong>, Nova Zelândia e os paísesescandinavos. Os novos contribuintes englobam uma v<strong>as</strong>ta gama <strong>de</strong>países: industrializados, em <strong>de</strong>senvolvimento (PEDs) e <strong>de</strong> menor<strong>de</strong>senvolvimento relativo (LDCs).Conquanto a ONU esteja alcançando uma maioruniversali<strong>da</strong><strong>de</strong> na composição <strong>de</strong> su<strong>as</strong> operações <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong>paz, estão aumentando os problem<strong>as</strong> <strong>de</strong> comando, <strong>de</strong>vido àsdiferenç<strong>as</strong> <strong>de</strong> cultura (religião, idioma, nível educacional, entre outros),às <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> treinamento e <strong>de</strong> equipamentos dos contingentescedidos, apesar <strong>de</strong> todos os esforços no sentido <strong>de</strong> padronizarmaterial e a<strong>de</strong>stramento por meio <strong>de</strong> manuais. Além disso, a maioriados PEDs e dos LDCs costumam oferecer sobretudo pessoal, muit<strong>as</strong>vezes <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> armamentos nem um mínimo <strong>de</strong> apoio logístico.Isso po<strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>r a prática <strong>de</strong> os países pobres se especializaremna mera cessão <strong>de</strong> trop<strong>as</strong>, enquanto países ricos se limitariam afornecer equipamentos, sem arriscar a vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> seus nacionais 81 . Entreoutros exemplos, em 1993, o Kuaite equipou um batalhão <strong>de</strong>Bangla<strong>de</strong>sh para atuar na fronteira Kuaite-Iraque (UNIKOM) e, em1994, a Alemanha forneceu material para um batalhão paquistanêsservir na antiga Iugoslávia (UNPROFOR). A<strong>de</strong>mais, os países ricosestão vendo su<strong>as</strong> indústri<strong>as</strong> beneficiarem-se com <strong>as</strong> compr<strong>as</strong> <strong>de</strong>material pel<strong>as</strong> Nações Unid<strong>as</strong>.81Cardoso, (1994). pp. 75-76. O autor observa que essa prática po<strong>de</strong> envolver <strong>de</strong>s<strong>de</strong> acriação <strong>de</strong> “sócios-atlet<strong>as</strong>” (acesso às operações <strong>de</strong> paz através <strong>da</strong> cessão <strong>de</strong> trop<strong>as</strong>) atéa “ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> proteção” (c<strong>as</strong>o do Kuaite) em transação bilateral ain<strong>da</strong> que intermedia<strong>da</strong>pel<strong>as</strong> Nações Unid<strong>as</strong>.

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