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PISO CONCRETO PUBLIO.pdf - Impercia.com.br

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Pisos Industriais deconcreto armado1 – Análise do Terreno da Fundação1.1 – IntroduçãoA primeira consideração que deve ser feita quando do projeto de um pavimento, rígido ou não, refereseao nível de informações geotécnicas disponíveis. Estas, por sua vez, devem ser de tal magnitudeque propiciem ao projetista o nível de segurança necessário na elaboração de um projeto que atinjauma relação ótima entre custo e durabilidade.No Brasil, em particular, há uma grande dificuldade de se convencer os diversos segmentosenvolvidos na execução de uma o<strong>br</strong>a, de proprietários a firmas empreiteiras, da necessidade deensaiar-se o material de subleito em busca das informações que permitam a execução de um bomprojeto.Desta forma, entendemos que o projetista deve exigir uma série de ensaios antes de iniciar qualquerprocedimento de projeto. Tais ensaios, listados a seguir, são a garantia de um processo correto doponto de vista técnico que viabilizará a busca da melhor solução para os pavimentos.1.2 - Ensaio SPTO SPT (standard penetration test) deve ser executado de tal forma a possibilitar um reconhecimentoinicial do subsolo onde será implantado o pavimento. Com o SPT será possível obter informações arespeito da geomorfologia do solo e da sua heterogeneidade, além de fornecer uma medida daresistência <strong>com</strong> a qual nossos engenheiros geotécnicos estão bastante familiarizados.O ensaio SPT apresenta um dado fundamental para a execução de qualquer pavimento: a existênciade lençol freático e a sua profundidade, fator de influência direta no projeto da sub-base.1.3 - Ensaios de Caracterização do SoloO SPT fornece uma boa imagem do subsolo do ponto de vista de uma análise macroscópica.Entretanto, há necessidade de se saber o <strong>com</strong>portamento físico dos materiais constituintes dasprincipais camadas do solo, e tal conhecimento se obtém por meio dos Ensaios de Caracterização doSolo.Tais ensaios dividem-se em granulométricos e ensaio dos limites de consistência de Aterberg, quepermitem classificar os solos em diversos agrupamentos, de acordo <strong>com</strong> suas características físicas.Neste trabalho, utiliza-se a classificação AC (A. Casagrande), largamente empregada nos maisdiversos tipos de o<strong>br</strong>as de terra ou de fundação.Assim, primeiramente os solos são divididos, segundo sua granulometria, em três tipos (Vargas,1977):a- Solos Grossos: aqueles em que pelo menos 50% de seus grãos tenham diâmetros superiores a0,074 mm, ou seja, fiquem retidos na peneira Tyler nº 200.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>4


Pisos Industriais deconcreto armadob- Solos Finos: aqueles em que pelo menos 50% de seus grãos tenham diâmetros inferiores a0,074 mm, ou seja, passam pela peneira Tyler nº 200.c- Turfas: São solos fi<strong>br</strong>osos, facilmente reconhecíveis, <strong>com</strong>postos em sua grande maioria dematéria carbonosa, <strong>com</strong>bustíveis quando secos.Os solos grossos dividem-se em duas classes:Classe A: Pedregulhos, cujo símbolo é G, que possuem mais de 50% de material retido na peneiraTyler nº 4.Classe B: Areias, cujo símbolo é S, quando 50% do material passa pela peneira Tyler nº 4.Tanto os pedregulhos <strong>com</strong>o as areias dividem-se em outros quatro grupos, cada um correspondendoa um determinado tipo de distribuição granulométrica:Grupo 1: Bem graduados, <strong>com</strong> pouco ou sem finos. São solos grossos, que obedecem a umacurva granulométrica do tipo da de Talbot (*). Tais solos devem ainda ter no máximo 10% dematerial passando pela peneira nº 200. Os materiais desse grupo são designados por W.Grupo 2: Misturas mal graduadas de pedregulho ou areia sem finos. Nesse grupo estão osmateriais que não atendem à curva de Talbot, mas têm no máximo 10% de material passandopela peneira nº 200; estão nesse grupo as areias ou pedregulhos uniformes. São simbolizados porP.Grupo 3: Formado por materiais bem graduados e <strong>com</strong> bom ligante. São solos que exibem curvagranulométrica do tipo da de Talbot, mas <strong>com</strong> mais de 10% de material passando pela peneira nº200. A fração de material que passa pela peneira nº 40, designada por ligante, é considerada deboa qualidade quando seu IP (índice de plasticidade) é inferior a 8. A esse grupo é identificado porC.Grupo 4: Formado por misturas mal graduadas de pedregulho ou areia <strong>com</strong> silte ou argilas. Sãosolos que não obedecem a uma curva granulométrica do tipo da de Talbot e contêm mais de 10%de material passando na peneira nº 200 e <strong>com</strong> o ligante tendo IP superior a 8. São simbolizadospor F.Os solos finos dividem-se em duas classes:Pouco <strong>com</strong>pressíveis: materiais cujo ligante tem LL (limite de liquidez) inferior a 50, que são simbolizados por L;Muito <strong>com</strong>pressíveis: materiais cujo ligante tem LL superior a 50, simbolizados por H.Ambas as classes são classificadas em três grupos:Grupo 1: Solos siltosos, simbolizados por M;Grupo 2: Areias ou siltes orgânicos, simbolizados por O;Grupo 3: Argilas inorgânicas, simbolizadas por C;Casagrande (Vargas, 1977) observou que os valores de LL (limite de liquidez) e do IP (índice deplasticidade) variam conjuntamente, isto é, um solo é tanto mais plástico quanto maior for o seulimite de liquidez. Verificou-se ainda que, dispondo-se em um gráfico os valores de LL e IPdeterminados para um mesmo depósito de argila, o resultado é um gráfico linear, denominado gráficode plasticidade (figura 1.1). Com base nesse gráfico, observa-se que a linha A aparece <strong>com</strong>o umafronteira empírica entre as argilas inorgânicas, que se situam acima dessa linha, e os solos plásticos,Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>5


Pisos Industriais deconcreto armadoque contêm colóides orgânicos. Situam-se também abaixo da linha A os siltes e siltes argilosos,exceto quando o LL é inferior a 30, casos em que os siltes inorgânicos podem situar-se pouco acimada linha A.A tabela 1.1 apresenta um quadro resumo de algumas características dos solos <strong>com</strong> variações do LLe do IP, e a tabela 1.2 (pág. 12 e 13), um resumo da classificação adotada (Vargas, 1977).(*) a curva de Talbot tem granulometria que segue a seguinte proporção:(% dos grãos que passam em qualquer peneira) 2 = Abertura da peneira100 Grão maior Diam.Tal relação significa que os grãos menores cabem exatamente nos vazios formados pelos grãos maiores. Desta maneira,quando <strong>com</strong>pactados, podem atingir elevadas massas específicas aparentes e, portanto, têm elevada resistência.1.4 - Índice de Suporte CalifórniaCompletando o quadro de informações para a execução de um bom projeto, falta ainda um ensaioque permita obter uma medida da resistência do solo <strong>com</strong>o material de subleito. Tradicionalmente,utiliza-se o ensaio de suporte califórnia, que fornece o índice de suporte califórnia, indicado<strong>com</strong>umente pelas letras CBR (California Bearing Ratio).Nesse ensaio, toma-se um corpo de prova em um cilindro de 150 mm de diâmetro por 170 mm dealtura; submerge-se o corpo de prova durante quatro dias para se atingir a saturação. Uma vezatingida, inicia-se o ensaio medindo-se inicialmente, por intermédio de um deflectômetro, a expansãoque a amostra sofre ao saturar-se. A seguir, por meio de um macaco hidráulico, faz-se pressão contrao corpo de prova por meio de um cilindro de 50 mm de diâmetro. Um manômetro registra a pressãoaplicada e um deflectômetro mede as deformações <strong>com</strong> as quais se traça o gráfico apresentado nafigura 1.2 (pág. 11).Tabela 1.1 – Características de SolosCaracterísticasLL constante eIP aumentandoIP constante eLL aumentandoCompressibilidade aproximadamente igual aumentaPermeabilidade diminui aumentaVelocidade de variaçãodo volumediminuiDureza próxima ao LP aumenta diminuiResistência do solo seco aumenta diminuiDefine-se o CBR <strong>com</strong>o sendo:FCBR % = x 10070 x Sonde:Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>6


Pisos Industriais deconcreto armadoFigura 1.1 – Gráfico de PlasticidadeFigura 1.2 – Ensaio CalifornianoAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>10


Pisos Industriais deconcreto armadoAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>11


Pisos Industriais deconcreto armadoTabela 1.2 – Resumo da Classificação dos SolosDivisõesGerais1 2 3 4 5 6 7Grupos de solosEnsaios relativoseSímbolosSolo seco GeralResist. Caracterizaçãoao solo nodesignaçõesestado naturalgeraisPedregulhoseSolosgrossosAreiaseSolosarenososPedregulhos oupedregulhos <strong>com</strong>mist. de areiabem graduadas.Pequena ounenhumaproporção definos.Misturas bemgraduadas depedregulho-areia,<strong>com</strong> excelenteligante.Pedregulho oumisturas <strong>com</strong>areias malgraduadas.Pouca ounenhumaproporção definos.Pedr. <strong>com</strong> finosou muito siltosoou argiloso,misturas malgraduadaspedregulho-areiaargila.Areias e areiaspedregulhosasbem graduadas,pouca ounenhumaproporção definos.Misturas areiaargilabemgraduadas <strong>com</strong>excelente liganteAreias malgraduadas,pouca ounenhumaproporção definosAreia <strong>com</strong> finos,areias muitosiltosas, areiasargilosas,misturas areiaargilamalgraduadas.GWGCGPGFSWSCSPSFNulaMédiaNulaMuitopequenaa grandeNulaMédia egrandeNulaMuitopequenaa grandeGranulometriae formade grãosExame doLigante úmidoe secoDurabilidadedos grãosMassaespecíficado solo seco eÍndices de vazios.Grau de<strong>com</strong>pacidadeCimentaçãoEstratificaçãoCaracterísticasde drenagem.Condição daáguasubterrâneaExperiências detráfego. Provasdecarga em placasde grandetamanho.Ensaio CalifórniaEnsaiosprincipais decaracterizaçãoAnálisesGranulométricasAnal. Gran. LLe LP do LiganteAnálisesGranulométricasAnal. Gran. LLe LP do Ligante(se possível)AnálisesGranulométricasAnal. Gran. LLe LP do LiganteAnálisesGranulométricasAnal. Gran. LLe LP do Ligante(se possível)Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>12


Pisos Industriais deconcreto armadoSolos degraduaçãofinade baixa oumediana<strong>com</strong>pressibilidadeSolos deGraduaçãofina deelevada<strong>com</strong>pressibilidadeSiltes(inorgânicos) eareias finas, póde rocha, areiasmuito finas argil.,ou arg. siltosasde baixaplasticidade.Argilas deplasticidade baixae média, argilasarenosas, argilassiltosas e argilasmagras.Siltes orgânicos emisturas siltoargila<strong>com</strong>matéria orgânicade baixaplasticidade.Solos siltosos ede areia fina,micácios oudistomáceos,siltes elásticos.Argilasinorgânicas dealta plasticidade,argilas gordas.Argilas orgânicasde média e altaplasticidade.CLOLMHCHOHMuitopequenaa médiaMédia agrandePequenaa médiaMuitopequenaa médiaGrande amuitograndeMédia agrandeAmassamentomanual eplasticidadeExame do estadoplásticoExame do estadoplástico, cheiro,corAmassamentomanual eplasticidadeExame do estadoplásticoExame do estadoplástico, cheiro,corMassa específicado solo seco, teorde umidade eíndice de vazios.Gerência do soloindeformadoe amolgado.Estratificação,orifícios deraízes, fissuras.Drenagem econdições deáguasubterrânea.Experiências detráfego. Prova decarga em placadegrande tamanho.Ensaio Califórniaou <strong>com</strong>pressão.Anal. Gran. LLe LP do Ligante(se possível)LL e LPLL e LP no estadonatural e depoisseco em estufa.Anal. Gran. LLe LP do Ligante(se possível)LL e LPLL e LP no estado naturale depois seco em estufa.Solosorgânicosfi<strong>br</strong>osos dealtaqualidadeSolos turfosos eoutros solos depântanos,altamenteorgânicos.PtFacilmentecaracterizávelFacilmentecaracterizávelConsistência,textura e teor deumidadeConsistência, textura eteor de umidadeAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>13


Pisos Industriais deconcreto armado8 9 10 11 12 13 14 15Qualidade<strong>com</strong>oFundaçãoQual.(*)c/ FixadorCloretoCálcioQual.(*) c/Tratam.Asf.SuperficialRetraçãoe umedecimentoDurabilidadeCompactaçãono Campo:EquipamentoDens. Max(d) eumidadeótima (h)CBR Amostra<strong>com</strong>p.e inundadaGruposClas. BPRComparáveisExcelenteRegular aMáExcelenteExcelente Excelente ExcelenteExcelenteBoa aExcelenteMáMá a boaMá aRegularRegular aboaExcelente Má BoaQuasenenhumaMuitobaixaQuaseNenhumaQuasenenhumaa baixaQuasenenhumaExcelentePraticamenteImperm.ExcelenteReg. A pratic.Imperm.ExcelenteExcelente Tratorequipamento <strong>com</strong>pneumáticoExcelente Pé-de-Carneiro,equipamento <strong>com</strong>pneumático.Boa paraexcelente trator,equipamento <strong>com</strong>pneumático.Boa paraexcelente trator,equipamento <strong>com</strong>pneu, pé-decarneiroExcelente trator,equipamento <strong>com</strong>pneumáticosd > 2,00h < 10d > 2,00h < 10d > 1,84h < 12d>1,92h1,92h 50 A-3> 40 A-125 a 60 A-3>20 A-220 a 60 A-3Excelente Excelente ExcelenteBoa Má MáRegular aboaMá a boaMá a boaMuitobaixaQuaseNenhumaQuasenenhumaa baixaPraticamenteImperm.ExcelenteReg. A Pratic.Imperm.Excelente pé-decarneiro.Equipamento<strong>com</strong> pneumático.Boa paraexcelente trator,equipamento <strong>com</strong>pneumático.Boa paraexcelente trator,equipamento <strong>com</strong>pneu, pé-decarneirod>2,00h1,60h1,68h1,60h1,60h1,44h1,60h


Pisos Industriais deconcreto armadoMuito má Inútil Inútil ElevadaPraticamenteimperm.Má para muitomád>1,60h


Pisos Industriais deconcreto armado2 – Sub-BasesAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>16


Pisos Industriais deconcreto armado2.1 – IntroduçãoAs sub-bases são elementos estruturais que se situam intermediariamente entre as placas deconcreto e o subleito, formado pelo terreno natural ou por solo trocado, devidamente <strong>com</strong>pactado, esão de importância primordial ao desempenho do piso. No passado, muitas rodovias de concretoapresentaram sérios problemas pela ausência de sub-base, sendo o mais perceptível formado pelobombeamento, que é a perda de material fino da camada de suporte, expelido junto <strong>com</strong> água pelajunta. O mesmo fenômeno ocorre em pisos.Excetuando-se os casos em que ocorra a con<strong>com</strong>itância entre baixas solicitações de cargas, subleitohomogêneo, <strong>com</strong> boa capacidade de suporte, <strong>com</strong> ausência de material fino plástico e clima seco, éfundamental a presença da sub-base para se obter um produto final de ótima qualidade. Para tanto,são definidos neste capítulo os principais requisitos e tipos de sub-bases.2.2 - Funções da Sub-baseAs sub-bases possuem três funções fundamentais (Pitta, 1987):a- Eliminar a possibilidade da ocorrência do bombeamento de solos finos plásticos.O processo do bombeamento, ou pumping, é a expulsão dos finos plásticos de um solo atravésdas juntas, bordas ou trincas de um pavimento, diminuindo drasticamente a capacidade desuporte do subleito, uma vez que o fenômeno provoca profundas alterações no esqueleto sólidodo solo; a falta de suporte adequado induz a maiores deformações da placa, levando a níveiscríticos as tensões de tração na flexão do piso, redundando na sua ruptura. O bombeamento estáligado a:-existência de finos plásticos no subleito;-saturação do subleito;-juntas ou trincas no pavimento;-cargas intensas móveis.A fim de prevenir o bombeamento, não são necessárias grandes espessuras de sub-base. Háregistros (PCA, 1960) de pavimentos de concreto, <strong>com</strong> sub-base <strong>com</strong> apenas 50 mm deespessura, apoiados em subleitos extremamente favoráveis à ocorrência do bombeamento emque, mesmo após dez anos de trabalho sob condições severas de tráfego, o fenômeno não semanifestou.b- Evitar variações excessivas do material do subleito.Os materiais de subleito, quando formados por solos expansivos, podem, em presença de água,ou em sua ausência, sofrer fenômenos de expansão ou retração, que podem vir a induzir àdesuniformidade do suporte do piso, provocando deformações de tal ordem que, se não houvercolapso, o rolamento ficará bastante prejudicado.Nos casos em que o subleito é submetido ao processo de escarificação e <strong>com</strong>pactação, éfundamental a adoção de um rígido sistema de controle de umidade, que deve ser igual ouligeiramente superior à ótima, resultando em uma camada cuja espessura final <strong>com</strong>pactada sejade pelo menos 30 cm.A tabela 2.1 (pág. 16) (PCA, 1960) apresenta a correlação entre IP - Índice de Plasticidade,porcentagem de inchamento e grau de expansibilidade.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>17


Pisos Industriais deconcreto armadoTabela 2.2: Tipos Mais Comuns de Sub-basespara pavimentos de concretoTabela 2.1: Relação entre IP, Porcentagem deInchamento e Grau de ExpansibilidadeÍndice deplasticidade(%)PorcentagemdeinchamentoGrau deExpansibilidadeInferior a 10 Inferior a 2 não expansivo10 < IP < 20 2 < i < 4moderadamenteexpansivoSuperior aaltamenteSuperior a 420expansivoSub-base GranularSub-base tratada<strong>com</strong> cimentoGranulometria FechadaGranulometria AbertaSolo-cimentoBrita graduada <strong>com</strong> cimentoConcreto Roladoc- Uniformizar o <strong>com</strong>portamento mecânico da fundação ao longo do pisoA presença da sub-base introduz dois novos aspectos ao <strong>com</strong>portamento mecânico do conjuntopavimento&fundação: primeiro, uniformizando o <strong>com</strong>portamento da fundação e, segundo,aumentando a resistência. Ao contrário do que se poderia imaginar, a uniformidade é o aspectomais importante, sendo a melhoria da resistência apenas uma vantagem acessória. Tal fatoorigina-se a partir do seguinte princípio: a função do conjunto pavimento & terreno de fundação(Silveira) é absorver as tensões de cisalhamento oriundas do tráfego de veículos ou decarregamentos estáticos.A capacidade de absorção desses esforços e a conseqüente transmissão à camada inferior éfunção direta do módulo de elasticidade de cada material; o pavimento de concreto apresentamódulo de elasticidade elevadíssimo em <strong>com</strong>paração aos materiais normalmente empregados<strong>com</strong>o sub-base e ao subleito, absorvendo a maior parte das tensões. Por exemplo, uma carga de54,5 kN aplicada em uma placa circular de 730 cm 2 , so<strong>br</strong>e uma placa de concreto de 20 cm deespessura, transmite cerca de 0,022 MPa à fundação (carga no interior da placa), para 0,75 MPade carga atuante, ou seja, a placa de concreto absorveu em torno de 97% das tensões(Childs&Kapernick). Fica claro, portanto, que o pavimento dispensa fundações <strong>com</strong> altacapacidade de suporte.Todavia, a literatura (PCA, 1960) descreve vários pavimentos construídos sem controle de<strong>com</strong>pactação do subleito e sem sub-base, cujo <strong>com</strong>portamento, mesmo após 30 anos de serviço,apresentava-se excelente onde o subleito apresentava um único horizonte de solo, sendonaturalmente uniforme. Quando surgiam defeitos, estes limitavam-se aos trechos de transiçãoentre corte e aterro ou onde havia mudanças repentinas no tipo do solo, isto é, quando o solo nãoapresentava <strong>com</strong>portamento mecânico uniforme.2.3 - Tipos de Sub-basesPode-se dividir as sub-bases para pavimentos rígidos em dois grupos (Pitta, 1989): sub-basesgranuladas e sub-bases estabilizadas. A tabela 2.2 (pág. 16) apresenta os tipos mais <strong>com</strong>uns desub-bases para pavimentos de concreto.Há ainda outros tipos de sub-bases estabilizadas, <strong>com</strong>o as que utilizam a cal ou outras substânciasquímicas, que, todavia, não serão objeto de análise neste trabalho, por não representarem parcelasignificativa de utilização.2.3.1 - Sub-bases GranularesAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>18


Pisos Industriais deconcreto armadoNa utilização de materiais granulares <strong>com</strong>o sub-bases de pavimentos rígidos, existem algunsaspectos que devem ser levados em consideração na fase de projeto para se obter um produto finalde boa qualidade.O primeiro aspecto que deve ser considerado diz respeito à estabilidade do material. Entende-se pormaterial estabilizado todo aquele cuja granulometria obedece a uma curva do tipo da de Talbot.Adicionalmente, é necessário que o ligante, que é o material que passa pela peneira nº 40, não sejamuito ativo. A dosagem das diversas frações de pedregulho, areia, silte e argila na <strong>com</strong>posição de umsolo estabilizado pode ser feita por processos analíticos <strong>com</strong>umente utilizados no proporcionamentode qualquer mistura granular, a partir de suas curvas granulométricas.Um método bastante utilizado no cálculo da mistura é o de Rothfuchs (Rothfuchs, 1952), no qual sepesquisam jazidas de material grosso - pedregulho ou pedra <strong>br</strong>itada, médio - areia e fino - silte eargila. Para ser econômica, a mistura deve <strong>com</strong>por-se de no máximo três materiais, sendo que o idealseria obter a granulometria desejada <strong>com</strong> apenas dois materiais. O exemplo a seguir ilustra <strong>com</strong>bastante clareza o processo (Vargas, 1977): supõe-se que estejam disponíveis três materiais:a- Material de bica-corrida de <strong>br</strong>itados, <strong>com</strong> 100% das dimensões inferiores a 25,4 mm, 18%passando pela peneira de 12,5 mm e 5% passando pela peneira nº 40;b- Areia de rio, <strong>com</strong> todos os grãos inferiores à peneira de 2,4 mm e superiores à peneira nº 200;c- Silte argiloso, <strong>com</strong> 100% dos grãos passando pela peneira nº 200.Procedimento:1) Escolher <strong>com</strong>o curva padrão a de Talbot, correspondente à menor abertura de peneira por ondepassam 100% dos grãos do agregado grosso. Neste exemplo, trata-se da curva A da figura 2.1(pág. 21). Traça-se essa curva em um gráfico <strong>com</strong> ordenadas em escala aritmética e aberturas depeneiras em abcissas, em uma escala tal que torne a curva uma reta. Para tanto, traça-se primeiroa reta e depois marcam-se as aberturas das peneiras em abcissas, conforme gráfico da figura 2.2(pág. 22).2) Traçam-se no gráfico assim organizado as curvas granulométricas dos três agregados, que nãonecessariamente redundarão em retas. Substituem-se essas curvas granulométricas pelas retasG, S e M, correspondentes aos agregados de bica corrida, areia e silte+argila, de tal forma que asretas substituam as curvas granulométricas correspondentes; por exemplo, de modo que as áreas<strong>com</strong>preendidas entre a curva e a reta se <strong>com</strong>pensem.3) Ligam-se os extremos opostos das retas G, S e M e, nos pontos onde interceptar a reta A,obter-se-á a mistura estabilizada, em termos de agregados envolvidos. No exemplo será:-60% de bica corrida-30% de areia-10% de silte+argilaEvidentemente, é importante após isso verificar se o ligante tem índice de plasticidade e limite deliquidez inferior aos exigidos. O segundo aspecto a ser considerado diz respeito aos critérios deprojeto que impeçam o fenômeno de bombeamento. Conforme sugestão do Bureau of Public Roads,materiais que obedecem às especificações da AASHTO (AASHTO, 1974) atendem satisfatoriamenteàs condições de impedimento do bombeamento. Tal especificação re<strong>com</strong>enda:a- Tamanho máximo do agregado inferior a 1/3 da espessura da sub-base;b- Quantidade de material passando na peneira nº 200 inferior a 35%;Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>19


Pisos Industriais deconcreto armadoc- Índice de plasticidade inferior a 6%;d- Limite de liquidez inferior a 25%.Além disso, são re<strong>com</strong>endáveis as seguintes faixas granulométricas <strong>com</strong>o admissíveis no uso desub-bases para pavimentos rígidos apresentadas na tabela 2.3 (pág. 18) (AASHTO, 1974).Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>20


Tabela 2.3: Faixas Granulométricas AdmissíveisPisos Industriais deconcreto armado% PassandoPeneira, mmA B C D E F50 100 10025 75 a 95 100 100 100 1009,5 30 a 60 50 a 85 50 a 85 60 a 1004,8 25 a 55 35 a 65 35 a 65 50 a 85 55 a 100 70 a 1002 15 a 40 25 a 50 25 a 50 40 a 70 40 a 100 55 a 1000,425 8 a 20 15 a 30 15 a 30 25 a 45 20 a 50 30 a 700,075 2 a 8 5 a 15 5 a 15 5 a 20 6 a 20 8 a 25Deve ser considerada ainda a necessidade de a sub-base funcionar ou não <strong>com</strong>o camada drenante.Em caso afirmativo, deve-se adotar uma sub-base que funcione simultaneamente <strong>com</strong>o dreno e filtro.Para tanto, o critério sugerido é (Corps of Engenners, 1953):a) Pelo critério do dreno:D 15 da sub-baseD 15 do subleito> 5onde:D 15é a abertura da peneira em que 15% do material fica retidob) Pelo critério do filtro:D 15 da sub-baseD 85 do subleito< 5D 50 da sub-baseD 50 do subleito< 25D 60 da sub-baseD 10 do subleito< 20c) Na presença de tubos perfurados:D 85 da sub-base< 1D furosAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>21


Pisos Industriais deconcreto armadoA espessura da sub-base a ser adotada é função direta do terreno de fundação e do carregamento dopiso.As espessuras podem variar de no mínimo 10 cm, para tráfegos leves, a até 40 cm (Pitta, 1987),<strong>com</strong>o é o caso de hangares de aeroportos ou pisos submetidos a veículos especiais. A figura 2.3(pág. 23) apresenta o incremento de k em função da presença de sub-base granular.2.3.2 - Sub-bases Tratadas <strong>com</strong> CimentoAs sub-bases tratadas <strong>com</strong> cimento incorporam um ganho de qualidade ao pavimento <strong>com</strong>o um todo,posto que, quando <strong>com</strong>paradas às sub-bases de material granular, diminuem intensamente astensões transmitidas ao subleito e, por conseqüência, as deformações do terreno de fundação. Atabela 2.4 (Pitta, 1987) apresenta uma <strong>com</strong>paração entre os recalques totais ocorridos empavimentos de concreto quando apoiados em sub-bases granulares e nas tratadas <strong>com</strong> cimento. Afigura 2.4 (pág. 24) apresenta o incremento de k em função da presença de sub-base tratada <strong>com</strong>cimento.Solo CimentoTabela 2.4: Medidas de recalques em pavimentos de concreto (e sub-base = 150 mm)MaterialTeor Cimento em Massa(%)Recalque total(mm) <strong>com</strong> cimentoRecalque Total (mm)sem cimentoAreia 4,00 0,13 3,56Pedregulhograduação abertaPedregulhograduação fechada5,30 0,25 5,604,00 0,13 3,30Calcário 5,30 1,02 4,32Em princípio, qualquer solo inorgânico pode ser estabilizado <strong>com</strong> cimento. Entretanto, é convenienteque o material a ser tratado atenda às seguintes características:a- Material passante na peneira 50,8 mm superior a 80%;b- Material passando na peneira 4,8 mm superior a 50%;c- Material passando na peneira nº 40 superior a 15%;d- Material passando na peneira nº 200 inferior a 50%;e- Limite de liquidez do ligante menor que 45;f- Matéria orgânica inferior a 2%;Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>22


Pisos Industriais deconcreto armadog- Teor de SO 3inferior a 0,2%.O teor de cimento necessário para estabilizar um solo é função de suas características físicoquímicas.A experiência tem demonstrado que:a- Todo solo <strong>com</strong>posto por pedregulho e areia pode ser estabilizado <strong>com</strong> um teor mínimo de 7%de cimento;b- As areias silto-argilosas <strong>com</strong> pedregulhos, desde que contenham menos que 50% de silte maisargila, também deverão ser estabilizadas <strong>com</strong> teor mínimo de 7%;c- Todo solo contendo menos de 20% de argila e menos de 50% de silte + argila, mas que nãocontenha pedregulho, poderá ser estabilizado <strong>com</strong> teor de cimento variando de 5 a 12%.Regra geral para optar-se por essa solução é que os solos arenosos são mais eficientes <strong>com</strong>o solocimento,graças à facilidade <strong>com</strong> que a mistura pode ser executada. No outro extremo, as argilasplásticas são extremamente difíceis de se misturar ao cimento, exigindo grande experiência por partedo profissional que irá executar essa mistura. A figura 2.5 (pág. 25) apresenta o incremento de k emfunção da presença de sub-base estabilizada <strong>com</strong> cimento.Brita graduada tratada <strong>com</strong> cimentoA <strong>br</strong>ita graduada tratada <strong>com</strong> cimento (BGTC) tem bom desempenho e aceitação <strong>com</strong>o sub-base depavimentos rígidos, caso dos pisos industriais, tratando-se de um caso particular do solo-cimento,<strong>com</strong>o pode ser visto na figura 2.4 (pág. 24), estando portanto sujeito às mesmas considerações.As espessuras usuais situam-se entre 10 e 20 cm e a resistência à <strong>com</strong>pressão simples aos 7 diasdeve estar entre 3,5 e 5,0 MPa. Deve-se atentar para o limite superior da resistência, que, se formuito elevado, indicará que o módulo de elasticidade deve ser alto, podendo ser in<strong>com</strong>patível <strong>com</strong> afunção da sub-base.Concreto po<strong>br</strong>e roladoO concreto po<strong>br</strong>e rolado, ou concreto <strong>com</strong>pactado a rolo, é talvez o mais recente material para aconfecção de sub-bases, e seu surgimento decorre do sucesso que o material vem apresentando naconfecção de barragens, <strong>com</strong> sistema executivo similar às barragens de terra.Pode ser definido <strong>com</strong>o sendo um concreto de consistência seca, que no estado fresco permite sermisturado, transportado, lançado e adensado <strong>com</strong> equipamentos usualmente empregados emserviços de terraplanagem (Andriolo, 1989).O consumo de cimento é <strong>com</strong>parativamente baixo ao do concreto convencional, sendo geralmenteinferior a 150 kg por metro cúbico, e os agregados devem ser empregados em uma granulometriacontínua, similar à de Talbot.Embora seja um material excelente, a sua utilização <strong>com</strong>o sub-base de pisos industriais acaba sendolimitada, pela necessidade do emprego de equipamentos pesados em locais onde há grandesquantidades de interferências.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>23


Pisos Industriais deconcreto armadoAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>24


Pisos Industriais deconcreto armadoFigura 2.1 - Curvas granulométricas limites de solos estabilizadosFigura 2.2 - Gráfico para proporcionamento de misturas estabilizadasAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>25


Pisos Industriais deconcreto armadoFigura 2.3 - Aumento de k devido à presença de sub-base granularAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>26


Pisos Industriais deconcreto armadoFigura 2.4 - Aumento de k devido à presença de sub-base tratada <strong>com</strong> cimento ou <strong>br</strong>ita graduadatratada <strong>com</strong> cimentoAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>27


Pisos Industriais deconcreto armadoFigura 2.5 - Aumento de k devido à presença de sub-base de solo-cimento3 – Concreto para pisos3.1 - IntroduçãoA observação mais atenciosa de defeitos em pisos de concreto leva à conclusão de que boa partedos problemas encontrados, se não a grande maioria, está relacionada à escolha inadequada do tipodo concreto empregado e da sua execução. Cabe portanto, neste capítulo, analisar <strong>com</strong> pouco maisde profundidade as características que devem ser levadas em consideração na escolha do concreto.Normalmente, o piso é objeto de pouca ou nenhuma atenção na fase de projeto e quase sempre seespecifica um concreto de baixo desempenho para a sua execução, <strong>com</strong>o aqueles <strong>com</strong> fck 15 MPaou 18 MPa. De saída, pode-se identificar um grave problema: as baixas resistências mecânicas doconcreto irão levar a uma tendência de desgaste superficial excessivo, fazendo <strong>com</strong> que o piso soltepartículas, tendo um aspecto empoeirado.O exposto evidencia a importância da escolha do concreto; quando não é possível contar <strong>com</strong> aassessoria de especialista, deve-se analisar principalmente os seguintes parâmetros: resistência àtração na flexão (módulo de ruptura), resistência ao desgaste, exsudação e retração hidráulica.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>28


Pisos Industriais deconcreto armado3.2 - Resistência do ConcretoEmbora não seja o único parâmetro de medida, a resistência do concreto é largamente empregadapara avaliar ou definir o seu desempenho, empregando-se freqüentemente a resistência à<strong>com</strong>pressão, que é mais fácil e menos dispendiosa de se medir. A maioria dos outros parâmetros doconcreto podem ser avaliados pela resistência.No concreto para pisos, a resistência irá determinar a espessura, qualidade superficial, e tambéminfluenciar a retração hidráulica, empenamento e deformações da placa. A resistência do concretoestá intimamente relacionada à resistência da pasta de cimento, do agregado e da interface pastaagregado.O primeiro fator a ser analisado é a relação água/cimento, a/c, que representa seguramente oprincipal parâmetro da resistência do concreto (Neville, 1971) e é universalmente conhecida por Leide A<strong>br</strong>ams. Trabalhos experimentais indicam que a relação a/c explica, em média, 95% dasvariações da resistência à <strong>com</strong>pressão; quando se trata do módulo de ruptura, tem-se observado quea Lei de A<strong>br</strong>ams, quando considerada isoladamente, é insuficiente para explicar as parcelas maisexpressivas dessa resistência (Bucher e Rodrigues, 1993), devendo-se lançar mão de outrosfatores, principalmente da aderência pasta-agregado.Os agregados afetam notadamente o módulo de ruptura, devido principalmente à naturezamineralógica, forma geométrica e textura das partículas. Ensaios <strong>com</strong>parativos <strong>com</strong> seixo rolado, quepossui superfície lisa, e calcário <strong>br</strong>itado indicaram que neste a resistência à tração na flexão pode seraté 25% maior para a mesma relação a/c (Kaplan, 1963). O mesmo estudo indica que, quanto maiorfor o volume do agregado graúdo <strong>com</strong> relação ao total, menor será o módulo de ruptura, devido aoaumento da dimensão média do agregado total.Quanto à forma, agregados <strong>com</strong> partículas que se afastam da forma esférica conferem ao concretomaior módulo de ruptura, pelo simples fato de apresentarem maior área de contato <strong>com</strong> a argamassae um melhor engaste. Esse afastamento deve ocorrer dentro de certos limites, sendo que a formaideal é a cúbica. Concretos <strong>com</strong> agregados disciformes (forma de disco) ou aciculares (forma deagulha) apresentam baixa resistência à flexão, além de facilitarem a formação de bolsões, pordificultarem a saída da água exsudada, diminuindo a aderência matriz-agregado (Bucher eRodrigues, 1983).No dimensionamento de pisos, emprega-se o módulo de ruptura, que é o parâmetro maisrepresentativo das solicitações a que este será submetido. A sua determinação é feita em corpos deprova prismáticos <strong>com</strong> secção quadrada e <strong>com</strong>primento ligeiramente maior que três vezes a altura,sendo geralmente empregados nas dimensões 150 mm x 150 mm x 500 mm. Quando <strong>com</strong>parado<strong>com</strong> o corpo de prova cilíndrico, empregado na determinação da resistência à <strong>com</strong>pressão, nota-seque a sua utilização em o<strong>br</strong>a é um tanto dificultada, pelo custo das fôrmas, do ensaio e pelasdificuldades de manuseio.A correlação estatística entre a resistência à <strong>com</strong>pressão e o módulo de ruptura é possívelteoricamente, tendo sido perseguida por diversos pesquisadores, no intuito de facilitar o controle deo<strong>br</strong>as onde o requisito é o módulo de ruptura. A prática tem demonstrado que o emprego dessascorrelações deve ser tomado <strong>com</strong>o referência para efeitos de dosagem.Como exemplo de correlações entre as resistências, que podem perfeitamente ser empregadas paraos estudos de dosagem, pode-se citar duas, que apresentam resultados bastante similares:Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>29


Pisos Industriais deconcreto armadoBucher&Rodrigues, 1983:f ct,M= 0,56 x (f cj) 0,6 , em MPa em Tabela 3.1 – Valores em MpaPackard, 1976:Res. CompressãoMódulo Ruptura20,0 3,425,0 3,930,0 4,335,0 4,740,0 5,1f ct,M= 0,76 x (f cj) 0,5, em MpaEmpregando-se a primeira correlação (Bucher&Rodrigues, 1983), tem-se (tabela 3.1):No emprego de correlações, é necessário conhecer o tipo dos agregados empregados, poisconcretos produzidos, por exemplo, <strong>com</strong> seixo rolado apresentam fortes distorções, para menos, nascorrelações entre as resistentes. A primeira equação (Bucher& Rodrigues, 1883) foi obtida <strong>com</strong>agregados graúdos <strong>br</strong>itados (granito) e areia de quartzo.Resistência ao DesgasteA resistência ao desgaste é um dos principais parâmetros a serem considerados no dimensionamentodo piso, pois dela depende em grande parte o seu desempenho. Embora seja tão importante, a suaobtenção depende de uma série de fatores de dosagem e executivos que muitas vezes passamdesapercebidos pelo engenheiro e que podem limitar tanto a funcionalidade <strong>com</strong>o a vida útil dopavimento.Em primeiro lugar, a resistência ao desgaste está diretamente relacionada à resistência à<strong>com</strong>pressão e, mais intensamente, à tração do concreto. Re<strong>com</strong>enda-se que a resistência à<strong>com</strong>pressão mínima para assegurar um bom desempenho <strong>com</strong> relação ao desgaste seja de 30 MPa(PCA, 1983; Deacon, 1982).A exsudação, fenômeno de separação de parte da água do concreto, que por ser mais leve aflora nasuperfície de acabamento, pode influir bastante na redução da resistência ao desgaste. O que ocorrena realidade é que a ascensão da água provoca um aumento da relação a/c na região da superfícieda placa, reduzindo a resistência mecânica do concreto. As causas da exsudação estão intimamenteligadas aos teores de finos, inclusive o cimento, e ao teor de água do concreto, havendo aditivos,<strong>com</strong>o os plastificantes, que podem incrementá-la.Outros fatores que aumentam a exsudação são as operações de vi<strong>br</strong>ação e acabamento excessivasdo concreto, que estão relacionadas <strong>com</strong> a sua trabalhabilidade. Na dosagem experimental doconcreto, deve-se analisar cuidadosamente a exsudação a fim de minimizá-la e reduzir seus efeitosnocivos no concreto.3.3 - Retração e Expansão do ConcretoO concreto no estado fresco, isto é, imediatamente após a mistura dos seus <strong>com</strong>ponentes, constituiseem uma série de partículas, incluindo o cimento, que estão temporariamente separadas por umafina camada de água; o efeito lu<strong>br</strong>ificante dessa camada, associado <strong>com</strong> certas forçasinterparticulares, torna a mistura trabalhável (ACI, 1988).Analisando-se a mistura em nível macroscópico, pode-se dividi-la em sólidos, que são os agregados,embebidos em uma pasta, formada pelo cimento, ar e água. À medida que se aumenta a quantidadeAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>30


Pisos Industriais deconcreto armadode pasta, afastando-se as partículas sólidas, ou se diminui a sua viscosidade, aumenta-se a fluidezda mistura. Portanto, a água tem um considerável papel no concreto fresco.Entretanto, nem toda água que é adicionada ao concreto é empregada na hidratação do cimento. Atítulo ilustrativo, pode-se considerar que para 100 quilogramas de cimento são necessários 24quilogramas de água quimicamente <strong>com</strong>binada (Malisch, 1992) ,sendo que cerca de 12 a 18quilogramas permanecem adsorvido aos silicatos de cálcio hidratados. Toda a água excedente iráevaporar-se, provocando uma redução no volume do concreto, denominada retração hidráulica.O fenômeno é inevitável e bastante pronunciado em placas de concreto, sendo a primeira causa dasfissuras, podendo ser reduzido <strong>com</strong> cuidados na dosagem. Diversos fatores podem afetar a retração,<strong>com</strong>o tipo de cimento, a natureza dos agregados e dos aditivos, mas a principal causa é aquantidade de água na mistura (Soroka, 1979). As fissuras induzidas pela retração devem ser<strong>com</strong>batidas <strong>com</strong> armaduras adequadamente posicionadas e pelas juntas de trabalho do piso.Sendo o concreto um material higroscópico, após a cura e a secagem pode absorver ou perder água,em função de variações na umidade relativa do ar, apresentando uma expansão ou contração; porexemplo, a mudança do estado saturado ao seco, <strong>com</strong> 50% de umidade relativa, causa uma retraçãode aproximadamente 0,6%, ou seja, uma placa de 10 metros de <strong>com</strong>primento contrai nadamenos do que 6 mm, que é a mesma variação quando há mudança de temperatura da ordem de40°C (ACI, 1988).Essa variação, associada à de natureza térmica, provoca uma expressiva movimentação nas juntasou nas eventuais fissuras que, se não estiverem adequadamente seladas, propiciarão a entrada dematerial in<strong>com</strong>pressível, que causarão tensões localizadas, levando ao esborcinamento da região,aumentando a abertura gradualmente. Essa é uma das principais causas da redução da vida útil eaumento nos custos de manutenção dos pisos.3.4 - Re<strong>com</strong>endações para Escolha do ConcretoConforme já citado anteriormente, a escolha não deve basear-se exclusivamente na sua resistênciamecânica, mas também deve-se atentar a outros pontos importantes, <strong>com</strong>o a trabalhabilidade - queirá depender dos métodos de mistura, lançamento, adensamento e, principalmente, de acabamentodo concreto - e a durabilidade, que será fortemente influenciada pela retração hidráulica, exsudação eresistência ao desgaste.a- Consumo de CimentoO cimento não é só importante <strong>com</strong>o agente gerador de resistência mecânica no concreto, mastambém tem uma função primordial na trabalhabilidade; suas partículas ultrafinas atuam <strong>com</strong>overdadeiros rolamentos, reduzindo o atrito entre as outras maiores, <strong>com</strong>o as da areia (Rodrigues,1990), além de aumentar a coesão da mistura fresca, reduzindo a exsudação. Essa função não écumprida apenas pelo cimento, mas também pelo ar naturalmente ou artificialmente incorporadodurante a mistura, e também por outras partículas, supostamente inertes, inferiores a 0,15 mm(Neville, 1982), ou mesmo pozolanas ou escória básica de alto forno. Re<strong>com</strong>enda-se (PCA,1983) <strong>com</strong>o teor mínimo de finos os valores da tabela 3.2. Para condições específicas, sãosugeridos teores de cimento na tabela 3.3, de acordo <strong>com</strong> o uso do piso (Deacon, 1982).Tabela 3.2 - Teor mínimo de finosAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>31


Pisos Industriais deconcreto armadoDimensão Máximado AgregadoTeor dos Finos32 28015 30019 32012,5 350Tabela 3.3 - Teores de cimentoTipoUsoResistênciaMínima(MPa)Teor deCimento(Kg/m 3 )Tipos de acabamento1Pedestres e carrinhos:escritórios e lojas20 280 Revestimento leve, <strong>com</strong>o carpete2345Uso industrial em geral:veículos <strong>com</strong> pneumáticos;condições moderadas deataque químicoIdem tipo 2, mas <strong>com</strong>condições de a<strong>br</strong>asão(veículos <strong>com</strong> pneusmaciços) ou ataque químicointensoUso industrial pesado;condições moderadas deataque químicoUso industrial pesado,a<strong>br</strong>asão severa e impacto;ataque químico intenso30 33025 30040 40030 300Placa estrutural <strong>com</strong>acabamento final; o teor cimentoé necessário para garantir resist.ao desgaste.Revestimento de acordo <strong>com</strong> asnecessidadesPlaca estrutural <strong>com</strong>acabamento final; nível deresistência de acordo <strong>com</strong> odesgaste impostoRevestimento de acordo <strong>com</strong> asnecessidadesb- Dimensão Máxima CaracterísticaQuanto maior for a dimensão máxima característica do agregado, menor será o consumo decimento, mas, por outro lado, <strong>com</strong>o já mencionado, o módulo de ruptura tende a diminuir <strong>com</strong> oincremento, e o acabamento é facilitado pela redução da dimensão máxima. Esses fatoresinduzem que a dimensão máxima não deve ser superior a 32 mm, devendo ser preferencialmente25 mm ou 19 mm, não podendo ser maior do que 1/3 da espessura da placa. O agregado graúdodeve ser preferencialmente <strong>com</strong>posto por duas faixas granulométricas <strong>com</strong>erciais, <strong>com</strong>o 50% de<strong>br</strong>ita 1 e 50% de <strong>br</strong>ita 2, ou 70% de <strong>br</strong>ita 0 e 30% de <strong>br</strong>ita 1, de modo a reduzir o volume de vaziosdo agregado <strong>com</strong>posto, permitindo a diminuição do teor de argamassa (Rodrigues, 1990).c- Abatimento ( Slump)O surgimento dos pisos de alto desempenho, caracterizados por elevados índices de planicidadee nivelamento, força o emprego de concretos mais plásticos, situados entre 70 mm e 100 mm. Issoocorre pela necessidade de se retrabalhar o concreto durante o período de dormência, queAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>32


Pisos Industriais deconcreto armadoantecede a pega. O emprego de aditivos, nesses casos, são de grande importância para sechegar a resusltados desejados. O abatimento do concreto deve ser preferencialmenteempregado próximo dos 50 mm, não devendo exceder a 100 mm.d- ResistênciaA resistência à tração na flexão necessária é obviamente um critério de projeto, imposto pelocalculista. É interessante observar que a sua influência na espessura da placa pode não ser tãogrande <strong>com</strong>o se imagina. Por exemplo, um incremento em torno de 70% na resistência à<strong>com</strong>pressão, passando de 21 MPa para 36 MPa, leva à redução de apenas 12% na espessura daplaca (Ringo, 1992). O fato de se usar resistências mais elevadas reside na questão da durabilidadesuperficial. Caso esteja previsto um acabamento que a garanta, os valores empregados para aresistência podem ser inferiores àquele mencionado na tabela 3.1 (pág. 27), <strong>com</strong>o sugere a C&CA(Deacon, 1982):4 - Dimensionamento4.1 - IntroduçãoNeste capítulo será abordado, de maneira eminentemente prática, o modo de dimensionamento dospisos de concreto <strong>com</strong> armadura distribuída e o estruturalmente armado, para os tipos decarregamento mais <strong>com</strong>uns em o<strong>br</strong>as industriais:a- Cargas móveis de empilhadeiras;b- Cargas uniformemente distribuídas;c- Cargas produzidas por montantes de prateleiras.A metodologia de cálculo que será adotada preferencialmente neste trabalho é a preconizada pelaPCA Portland Cement Association (Packard, 1976), embora existam outras metodologias, quepodem ser consultadas nas referências citadas (Ringo&Anderson, 1992).O trabalho da PCA foi escolhido em função da sua facilidade de emprego, simplicidade das tabelas egráficos e da sua eficácia, largamente <strong>com</strong>provada por diversos autores.O dimensionamento é feito considerando-se que as cargas atuam no interior da placa de concreto,isto é, não são consideradas bordas livres nas placas. Na prática, isso significa que é o<strong>br</strong>igatório oemprego de mecanismos de transferência nas juntas, tanto nas de construção <strong>com</strong>o nas serradas(ver capítulo 6).4.2- Pisos <strong>com</strong> Armadura DistribuídaAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>33


Pisos Industriais deconcreto armado4.2.1 - Cargas MóveisO tipo mais <strong>com</strong>um de veículo a trafegar em um piso industrial é a empilhadeira, que, pela suafreqüência de solicitação e cargas de eixo, acaba por superar as solicitações de eventual trânsito decaminhões.A empilhadeira é um veículo dotado de dois eixos, podendo ter ou não rodagem dupla, sendo que oeixo traseiro é considerado, para efeitos de dimensionamento, apenas <strong>com</strong>o direcional, já que nomomento de solicitação máxima de carga ela praticamente toda vai concentrar-se no eixo dianteiro.Outro fator que agrega esforço ao pavimento é, em geral, a pequena distância entre as rodas do eixomais carregado, podendo haver so<strong>br</strong>eposição das cargas individuais dos pontos de apoio.Neste item, serão considerados apenas veículos dotados de pneus, isto é, que não possuem rodarígida. No caso do emprego destes, considera-se uma boa aproximação o emprego de pressão deenchimento elevada, <strong>com</strong>o de 1,75 MPa (250 psi).O dimensionamento do piso <strong>com</strong> armadura não estrutural é conduzido por meio de ábacos, que, paraserem empregados, requerem o conhecimento dos seguintes parâmetros:- Carga do eixo mais carregado, formada pela carga útil somada ao peso próprio do veículo, emnewtons (N); nos casos gerais, considera-se na situação mais crítica, que somente o eixo dianteiroreceberá todos os esforços.- Freqüência das cargas- Tipo de rodagem, simples ou dupla;- Distância entre rodas, s e sd, em m;- Pressão de enchimento dos pneus, q, em MPa;- Resistência à tração na flexão (módulo de ruptura) do concreto, f ctM,k , em MPa;- Coeficiente de recalque da fundação, k, em MPa/m;- Coeficiente de segurança, FSO coeficiente de segurança FS irá depender da freqüência dos carregamentos e da capacidade daempilhadeira. Em projetos industriais, re<strong>com</strong>enda-se adotar entre 1,7 e 2,0; este valor deve serAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>34


Pisos Industriais deconcreto armadoempregado quando se tem grande freqüência de utilização ou no caso de cargas elevadas (Packard,1976).Quando for possível a definição da freqüência dos carregamentos móveis ao longo da vida útil dopavimento, o fator de segurança pode ser avaliado em função da fadiga do concreto pela tabela 4.Tabela 4.1: Fadiga do Concreto x Fator de SegurançaNº Repetições FS Nº Repetições FSilimitadas 2,00 130.000 1,81400.000 1,96 100.000 1,78300.000 1,92 75.000 1,75240.000 1,89 57.000 1,72180.000 1,85 42.000 1,70Em função da grande variedade de equipamentos, a PCA adota os ábacos apresentados nas figuras4.1 (página 9) e 4.2 (pág. 50). O primeiro deve ser empregado quando as empilhadeiras são derodagem simples, em função da tensão de trabalho Q.Q =admP, em Pa/Nonde:adm =F ctM,kFS, em kPaP é a carga, em kN, do eixo mais carregadoQuando a empilhadeira é de rodagem dupla, deve-se lançar mão da figura 4.2 (pág. 50), que permitedeterminar o fator de redução de carga, FR, que irá minorar a carga do eixo ( P ) que será utilizado nadeterminação de Q; neste caso, deve-se arbitrar inicialmente uma espessura.Quando a área de contato da roda é pequena, as tensões obtidas são superestimadas, havendo anecessidade de corrigi-las. A figura 4.3 (pág. 51) permite efetuar a correção da área de contato A,caso <strong>com</strong>um nos equipamentos <strong>com</strong> rodas rígidas.O dimensionamento é feito de acordo <strong>com</strong> a seguinte sistemática:a- determina-se a área de contato efetiva dos pneus, que é função do carregamento e da pressãode enchimento dos pneus:P rA = 10 x , em cm 2qNota: Quando A < 600 cm², verificar se há necessidade do emprego da correção da área decontato efetiva, A’, calculada a partir da figura 4.3 (pág. 51).Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>35


Pisos Industriais deconcreto armadoonde:Prqé a carga atuante no pneu, em N, obtido pela divisão da carga do eixo pelo número de rodasé a pressão de enchimento do pneu, em kPa.Nota: Quando a pressão de enchimento for desconhecida, adotar 0,70 MPa. No caso deempilhadeiras de rodas rígidas, pode-se empregar pressões de enchimento de 1,75 MPa, oumaiores.b - determina-se a tensão de trabalho:admQ =P, em Pa/Nonde:adm= f ctM,kadm =FS, em kPaPé a carga no eixo mais solicitado, kNc - Com A e Q, mais a largura do eixo mais carregado (S) e coeficiente de recalque (k), determinasea espessura do piso <strong>com</strong> o emprego da figura 4.1 (pág. 49); no caso de rodagem dupla,determinar inicialmente o fator de redução FR por meio da figura 4.2 (pág. 50); o fator de reduçãopermite corrigir a carga P do eixo mais carregado, de acordo <strong>com</strong> a expressão:P cor = FR x P, em kNd- Calcular a armadura distribuída:f x L x h x WA s = 2 , em cm 2 x f /mydonde:A s é a área da armadura, em cm²/mf é o coeficiente de atrito entre a placa e a sub-base, geralmente tomado entre 1,5 e 2,0LhWé o <strong>com</strong>primento da placa, em mé a espessura da placa, em cmé o peso específico do concreto, adotado <strong>com</strong>o 24.000 N/m³Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>36


Pisos Industriais deconcreto armadof yd é a tensão de cálculo da armadura, igual a 2/3 da tensão de escoamento do aço, em MPa.Para o aço CA 60, f yd = 400 MPa e para o aço CA 50, f yd =333 MPa.Conhecendo-se as tensões de escoamento da armadura, a expressão para o cálculo da armaduradistribuída pode ser simplificada por:aço CA 60A s =f x L x h, em cm 2 /m333Lem<strong>br</strong>ando que a largura ( L ) é em metros e a espessura ( h ), em centímetros.Nos exemplos a seguir, ilustram-se emprego dos ábacos mencionados e a rotina de cálculo.Exemplo 1Dimensionar a espessura de um piso industrial que deverá suportar o tráfego de empilhadeiras(rodagem simples) <strong>com</strong> pneumáticos, <strong>com</strong> as seguintes características:largura do eixo mais carregadocarga no eixo mais carregadopressão de enchimentoS = 1,00 mP = 115 kNq = 0,77 MPa = 770 kPaPara o piso, considerar os seguintes parâmetros:coeficiente de suporte da sub-basemódulo de rupturak = 28 MPa/mf ctM,k= 4,5 MPa = 4.500 kNfator de segurança das cargas FS = 2,0Resoluçãoa- Cálculo da área de contato:P115Pr = P = = 57,5 kN = 57.500NNum. Rodas 2Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>37


Pisos Industriais deconcreto armado2P rA = 10 x = 1057.500x = 747 cm 2q770Nota: <strong>com</strong>o A>650 cm 2 , não é necessária a sua correção pela figura 4.3 (página 51).b- Cálculo de Q:f ctM,kadm = =4,5 MPa= 2,25 MPa = 2250 kPaFS 2admQ = =2.250 kPa= 19,56 Pa/NP 115 kNc- Cálculo da espessura da placa figura 4.1 (página 49)Da figura 4.1, h = 20 cmd- Cálculo da armadura distribuída (Tela CA-60)Adotando o <strong>com</strong>primento de placa igual a 15 m:A s =1,5 x 15 x 20333A s = 1,35 cm²/mSe a placa for quadrada, devemos empregar a tela Q 138, que possui, nos dois sentidos, 1,38 cm 2 /m.Caso a placa seja retangular, por exemplo 5 x 15 m, podemos empregar a mesma expressão paracalcular a armadura transversal que, para 5m, seria A st= 0,46 cm 2 /m; a tela L 138 seria a maisadequada. Para placa de 10 x 15 m, teremos A st= 0,92 cm 2 /m; poderíamos então empregar a tela R138.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>38


Pisos Industriais deconcreto armadoExemplo 2Dimensionar o piso para empilhadeiras de rodagem dupla, <strong>com</strong> as seguintes características:Pr =P = 230 kNS = 1,00 mSd = 0,45 mq = 0,875 MPa = 875 kPaNúmero de rodas por eixo: 4k = 28 MPa/ma) Área de contato2304= 57,5 kN10 X 57.500A = = 657 cm 2875Nota: <strong>com</strong>o A > 600 cm 2 , não há necessidade de correção pela figura 4.3 (pág 51).b- Cálculo do fator de redução FRO fator de redução é, de acordo <strong>com</strong> a figura 4.2 (pág. 50), função da espessura do piso. Como estanão é conhecida, torna-se necessário arbitrá-la inicialmente; o valor a ser adotado pode ser estimado,por exemplo, <strong>com</strong>o se o equipamento fosse de rodagem simples, reduzindo-o um pouco. De qualquerforma, mesmo que se adote um valor muito distante do real, <strong>com</strong> dois ou três cálculos sucessivos,rapidamente converge-se para o valor correto.h = 25 cm (adotado)Sd = 45 cmda figura 4.2 (pág. 50), FR = 0,775portanto, temos queP cor = 0,775 x P = 0,775 x 230 = 180 kNc- Cálculo de QP cor = 180 kNAv. Perimetral 4,5 Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GO2Televendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>39


Pisos Industriais deconcreto armadoadm == 2,25 MPa = 2.250 kPaQ =2.250180= 12,5 Pa/Nda figura 4.1 (pág 49),h = 26 cmComo o valor adotado (25 cm) é bastante próximo do valor obtido, não há necessidade de serepetir os cálculos, adotando nova espessura.4.2.2 - Dimensionamento <strong>com</strong> Cargas Uniformemente DistribuídasEsse tipo de carregamento é bastante <strong>com</strong>um em indústrias, sendo constituído por cargasuniformemente distribuídas ao longo de um corredor de circulação figura 4.4 (pág. 52).Como parâmetros de dimensionamento, além da carga, expressa em kN/m 2 , tem-se a largura ( l ) docorredor (em metros). Como hipótese, admite-se que a largura do carregamento é pelo menos odo<strong>br</strong>o da largura do corredor; isto assumido, o cálculo consiste na verificação da capacidade de cargada placa para resistir ao momento que ocorre na face superior desta, ao longo do eixo de simetria docorredor.O dimensionamento passa a ser uma operação extremamente simples, mediante o emprego dastabelas da PCA (Ringo&Anderson, 1992) ou mesmo de expressões analíticas.A largura do corredor é um parâmetro importante no dimensionamento; portanto, quando ela éconhecida, isto é, quando o lay out da indústria é definido já na fase de projeto, torna mais favorável oseu dimensionamento. Como essa situação é bastante rara, é preferível adotar-se a largura decorredor que produza o máximo momento fletor.Para o dimensionamento, são necessários os seguintes dados:a) Carga uniformemente distribuída, C, em kN/m²;b) Módulo de ruptura do concreto, f ctM,k, em MPa;c) Coeficiente de recalque da fundação, k, em MPa/m;d) Coeficiente de segurança, FS, que pode variar de 1,5 a 2,0.De posse desses elementos, o dimensionamento da carga máxima admissível pode ser efetuadoempregando-se a expressão (Packard, 1976):C adm = 1,03 x adm x hxkonde:C admé a carga máxima admitida, em kN/m2adm =f ctM,kFS, em MPaAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>40


Pisos Industriais deconcreto armadoh é a espessura do piso em cmk é o coeficiente de recalque, em MPa/mUma vez determinada a espessura da placa, basta apenas dimensionar a armadura distribuída,que será função do espaçamento das juntas, de acordo <strong>com</strong> a expressão apresentada em itensanteriores.Exemplo 3Dimensionar um piso industrial de concreto simples, onde se prevê a adoção de concreto <strong>com</strong>resistência característica f ctM,k= 4,5 MPa, que deverá ser submetido a uma carga uniformementedistribuída de 50 kN por metro quadrado, apoiado em uma sub-base de coeficiente de recalque k =38 MPa/m.Os dados para a solução do problema são:Carga Máxima (C) = 50 kN/m 2Resistência do concretof ctM,k= 4,5 MPaFator de segurança FS = 2k = 38 MPa/mResolução:C adm = 1,03 x adm x hxk50 = 1,03 x4,5x hx 382Adota-seh = 12,5 cmExemplo 4Dimensionar um piso industrial armado submetido a uma carga uniformemente distribuída de 70kN/m 2 , <strong>com</strong> as seguintes características:k = 56 MPa/mf ctM,k= 4,2 MPaFS = 2Resolução:Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>41


Pisos Industriais deconcreto armado4,270 = 1,03 x x hx 562h = 18,7 cmAdota-seh = 19,0 cm4.2.3 - Dimensionamento para Cargas de MontantesAs cargas oriundas de montantes de prateleiras geram cargas pontuais a serem suportadas pelo pisoe que, por estarem muito próximas, influenciam-se entre si. Como resultado tem-se a geração demomentos positivos (parte inferior da placa). Estas cargas formam um padrão, conforme apresentadona figura 4.5 (pág. 52).Para o dimensionamento do piso são necessários os seguintes dados:• Espaçamento entre os montantes x, em metros, que é a menor distância entre eles;• Espaçamento entre montantes y, em metros, que é a maior distância entre eles;• Distância z, em metros, entre duas prateleiras adjacentes;• Área de contato A ou efetiva A’, em cm² , da placa de apoio dos montantes.Nota1: a área de contato efetiva pode ser determinada a partir da área de contato A, empregandosea figura 4.3 (pág. 51). Como pode ser observado na referida figura, a correção é significantequando a espessura da placa é elevada ou para pequenas áreas de contato.Nota 2: a área de contato A deve ser suficientemente grande para que a tensão de contato nãosupere 4,2 vezes o módulo de ruptura, para cargas no interior da placa, e 2,1 vezes para cargasnas bordas ou cantos. A tensão de cisalhamento, devido aos esforços de puncionamento, nãodeve ser superior a 0,27 vezes o valor do módulo de ruptura do concreto (Packard, 1976)• Carga do montante, P, em N ;• Módulo de ruptura do concreto f ctM,K, em MPa;• Coeficiente de recalque do subleito ou sub-base, em MPa/m;• Coeficiente de segurança.Nota: o fator de segurança para cargas de montantes pode variar substancialmente, desde valoresbaixos, <strong>com</strong>o 2, até 5; os motivos de FS superiores aos empregados para cargas móveis estão nofato de que, para carregamentos similares, as tensões produzidas pelo carregamento estático sãosuperiores e a deformação lenta do concreto reduz a sua resistência mecânica. Para cargaselevadas, é prudente o emprego de fatores de segurança altos, principalmente quando não éconhecido o layout de utilização das áreas de estocagem, o que impede o projeto de juntas<strong>com</strong>patível <strong>com</strong> os pontos de apoio; cargas na borda da placa, admitindo-se que a transferência decargas é de 25%, geram tensões que excedem de 13% a 50% aquelas produzidas em seu interior(Packard, 1976).De posse destes elementos, o dimensionamento pode ser feito empregando-se os ábacos da PCA,ilustrados nas figuras 4.6 (pág. 53), 4.7 (pág. 54) e 4.8 (pág. 55) (Carvalho&Pitta, 1989). A partir doAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GO 42Televendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>


Pisos Industriais deconcreto armadovalor da espessura obtida, pode-se determinar a armadura distribuída para <strong>com</strong>bate das fissuras deretração.O emprego dos ábacos é bastante similar aos utilizados para cargas móveis, sendo função da áreade contato, A ou A’, e da tensão de trabalho Q:Q =admPF ctM,k, em Pa/N onde: adm =FS, em kPaP é a carga do montante em kNExemplo 5Dimensionar um piso industrial <strong>com</strong> armadura distribuída, submetido a um carregamento deprateleiras, <strong>com</strong> as seguintes características:- espaçamento entre os montantes:x = 1,20 my = 2,40 m- placas de apoio dos montantes A = 18 cm × 18 cm = 324 cm²Nota: supondo que a espessura do piso se situe entre 20 cm e 25 cm, a correção da área efetivapela figura 4.3 (pág. 51) não é significativa.- carga do montante P = 73 kN- módulo de ruptura do concreto f ctM,k= 4,5 MPa- CBR = 3%- Coeficiente de segurança = 2Resoluçãoadm =4,52= 2,25 MPa = 2.250 kPaQ =2.250 kPa73 kN= 30,8 Pa/NPara CBR = 3% (figura 4.7 pág. 54):Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>43


Pisos Industriais deconcreto armadoh 2= 24 cmCaso o valor do CBR ou do coeficiente de recalque k não seja o mesmo dos ábacos, deve-seinicialmente determinar <strong>com</strong> os parâmetros de projeto as espessuras em todos os ábacos. De possedos três valores, é possível traçar uma curva h x CBR (ou k ), de onde é possível extrair-se aespessura para o CBR ou k desejado.4.3 - Pisos <strong>com</strong> Armadura EstruturalOs pisos estruturalmente armados, isto é, que possuem armadura posicionada na parte inferior daplaca, para o caso das cargas móveis ou de montante, vêm se tornando cada vez mais <strong>com</strong>petitivosem termos de custo, sendo uma alternativa que deve ser sempre estudada, principalmente quando háespessuras elevadas.O dimensionamento do piso <strong>com</strong> armadura estrutural é feito de maneira similar ao de concretosimples, empregando-se os mesmos ábacos utilizados nos itens 4.2.1 (pág. 31) e 4.2.3 (pág. 38),que são usados na determinação dos momentos fletores atuantes.Um ponto muito importante, que não pode ser esquecido, é que carregamentos uniformementedistribuídos geram momentos negativos, isto é, tracionando a parte superior do piso.Como normalmente as cargas predominantes são de montantes e empilhadeiras, um erro fácil de<strong>com</strong>eter é reduzir a espessura da placa pela introdução da armadura estrutural, esquecendo-se dascargas uniformemente distribuídas.No cálculo dos pisos estruturalmente armados, a diferença é que, em vez de se obter a espessura,determina-se a tensão atuante no concreto para uma dada espessura adotada para a placa. Com ela,e de posse dos outros parâmetros de projeto, <strong>com</strong>o o coeficiente de recalque ( k ), módulo de rupturado concreto (f ctM,k), é possível determinar o momento atuante M k:Quando:10M k = at x h 2 ad , em kgf x cm/cm6at é a tensão atuante em MPah adé a espessura adotada, em cmCom este dado, a determinação da armadura é imediata (Ringo&Anderson, 1992):M dA s = 11,1 x , em cm 2 /mf yd x donde:M d= M k x FS , em cm 2 /mAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>44


Pisos Industriais deconcreto armadoFS é o fator de segurança, variando de 1,4 a 2,0f ydé a tensão de escoamento de cálculo do aço f yd = ,em MPa1,15d = h - 3 cmf ykExemplo 6Dimensionar a espessura de um piso industrial estruturalmente armado que deverá suportar o tráfegode empilhadeiras (rodagem simples) <strong>com</strong> pneumáticos, <strong>com</strong> as seguintes características:largura do eixo mais carregado S = 1,00 mcarga no eixo mais carregado P= 115 kNpressão de enchimento q = 0,77 MPa = 770 kPaAdicionalmente, haverá no piso uma carga uniformemente distribuída de 3 tf/m 2 .Para o piso, considerar os seguintes parâmetros:coeficiente de suporte da sub-basek = 28 MPa/mmódulo de ruptura f ctM,k= 4,5 MPa = 4.500 kNfator de segurança das cargas FS = 2,0ResoluçãoO exemplo é similar ao exemplo 1, onde se obteve a espessura de 20 cm, não seconsiderando a armadura estrutural. Para o caso estruturalmente armado, deve-se inicialmentearbitrar uma espessura:h ad = 12,5 cmcalcula-se então a área efetiva de contato:P115Pr = = = 57,5 kN = 57.500 NNum. Rodas 2P rA = 10 x = 1057.500x = 747 cm 3q770Nota: <strong>com</strong>o A > 650 cm 2 , não é necessária a sua correção pela figura 4.3 (pág. 51).<strong>com</strong> A e h ad, obtém-se, da figura 4.1 (pág. 49):Q = 34 Pa/NAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>45


Pisos Industriais deconcreto armado<strong>com</strong>o:Q =admP= 34 kPa/kNtemos que:at = P x Q = 115 x 34 = 3.910 kPa = 3,91 MPaportanto:M k =10x at x h 2 ad =10x 3,91 x 12,5 2 = 1.018 kgf.cm/cm66A s = 11,1Mx d1018 x 1,4= 11,1 x = 3,20 cm 2 /mF yd x d520 x (12,5-3,0)Portanto, deve-se empregar armadura inferior Q 335. Resta, entretanto, verificar a condição da cargauniformemente distribuída.C adm = 1,03 x adm hxk = 1,03 x 2,25 x 12,5x 28 = 43,4 kN = 4,3 tfPortanto, a nova espessura do concreto é suficiente para suportar o carregamento uniformementedistribuído; a armadura superior será função apenas das dimensões da placa.Adotando-se o <strong>com</strong>primento da placa de 15 metros, temos que, para a espessura de 12,5 cm earmadura CA 60 :f x L x h 1,5 x 15 x 12,5A s = = = 0,84 cm 2 /m333333ou tela Q 92Finalizando, nos pisos estruturalmente armados PEA, as armaduras devem ser sempre do tipo Q,isto é, devem possuir a mesma taxa de armadura nas duas direções. Tanto a armadura superior<strong>com</strong>o a inferior, devem ter co<strong>br</strong>imento de 3 cm.Método do Corps of EngineersConforme se viu no item anterior, pode-se promover a redução acentuada da espessura da placa deconcreto, pelo emprego de armaduras positivas.O Corps of Engineers, dos Estados Unidos, desenvolveu, no princípio da década de sessenta, ummétodo alternativo de dimensionamento de pavimentos armados, empregando armadura simples,Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>46


Pisos Industriais deconcreto armadobaseado em ensaios experimentais simulando as condições de carregamento usuais, que permitem aredução da espessura da placa pela inclusão de quantidades variáveis de armadura.Embora tenha sido desenvolvido inicialmente para pavimentos de aeroportos, o método encontra boaresposta para os pisos industriais, em função da similaridade do tipo de carregamento, isto é, cargasatuantes no interior da placa.O método baseia-se no princípio de que, embora a fissura possa ocorrer pela ação do carregamento,a sua abertura, em função do emprego da armadura, será suficientemente pequena para garantir atransferência de carga pela entrosagem dos agregados, evitando o esborcinamento na região.Ao contrário dos métodos clássicos de dimensionamento, as reduções de espessura não são tãoacentuadas, sendo que os melhores resultados são encontrados para reduções da ordem de 20%,isto é, quando a relação H arm/ H sé próxima a 0,8, onde H armé a espessura do pavimento armado eH sé a espessura do pavimento simples.A utilização deste método é particularmente útil quando em um mesmo piso há diferentes solicitaçõesde carregamento e, ao mesmo tempo, é necessário manter-se a espessura do piso uniforme, <strong>com</strong>o éo caso dos overlays, empregados na recuperação da capacidade estrutural de pavimentos.Muito embora não seja previsto pelo Corps of Engineers, é re<strong>com</strong>endável seu emprego quando assolicitações predominantes são oriundas de cargas móveis, notadamente de empilhadeiras, que é ocaso mais corriqueiro dos pisos industriais em nosso meio, não devendo em hipótese alguma serempregado para cargas de montante.No caso das cargas uniformemente distribuídas, <strong>com</strong>o o momento fletor máximo traciona as fi<strong>br</strong>assuperiores, a inclusão de armaduras nessa região acaba por incrementar a capacidade estrutural dopiso.O seu emprego para empilhadeiras é particularmente interessante, devido às peculiaridades desseveículo, que, para um bom desempenho em rapidez e segurança, raramente trafega em condições decarregamento máximo, que impõe algumas limitações, <strong>com</strong>o a distância do centro de gravidade dacarga ao eixo dianteiro, altura de carregamento etc.Entretanto, o calculista precisa efetuar o dimensionamento em função da carga nominal, já que estapode ocorrer, embora, em uso normal, a empilhadeira vá trabalhar quase sempre abaixo desta. Nestecaso, o método do Corps of Engineers passa a ser uma boa alternativa, pois a placa reduzida écapaz de suportar as solicitações normais e, nos casos de carregamento extremo, a armaduracontribui na capacidade estrutural do piso.O método de dimensionamento é bastante simples, <strong>com</strong> o emprego do ábaco apresentado na figura4.9 (pág. 56), de acordo <strong>com</strong> a seguinte rotina:a- Dimensiona-se o piso de concreto não armado pelos processos anteriormente explanados,obtendo-se a espessura H s;b- Determina-se, em função da redução de espessura H arm= 0,8 x H s, a taxa da armadura S ou,por meiodesta, a espessura reduzida, simplesmente unindo por uma reta um dos parâmetros <strong>com</strong> H s.Como foi exposto no início desta seção, o método do Corps of Engineers é experimental e, portanto,sujeito a algumas limitações de ordem prática, que podem ser sumarizadas em:Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>47


Pisos Industriais deconcreto armadoa- Não devem ser admitidas reduções de espessura quando a taxa de armadura for inferior a0,05%;b- Não devem ser admitidas reduções de espessura adicionais àquelas permitidas para taxa dearmadura de 0,5%, não importando as quantidades maiores de aço empregadas;c- O <strong>com</strong>primento ou largura máximos das placas não devem ser superiores a 30 metros;d- A armadura deve ser posicionada próxima ao centro da placa, devendo estar a ( 0,25 x H ar+ 25mm) da face superior;e- A espessura mínima do pavimento armado deve ser de 12 cm;f- A máxima redução admitida na espessura é de 20%;g- A armadura deverá ser a mesma nas duas direções - tela tipo Q.Exemplo 7Dimensionar um piso industrial de 90 x 120 m, que será submetido a uma carga uniformementedistribuída de 6,5 tf/m² (65 kN/m²) e no tráfego de duas empilhadeiras, conforme abaixo:- Empilhadeira 1:Rodagem simples, eixo mais carregado <strong>com</strong> 10 tf/eixo (100 kN/eixo) e distância entre rodas de2,00 m- Empilhadeira 2:Rodagem dupla, eixo mais carregado <strong>com</strong> 10 tf/eixo (100 kN/eixo) e distância entre rodas de 1,00m e distância entre rodas do mesmo lado (S d) de 0,45 mOutros dados:- Solo: CBR = 8%- Tráfego <strong>com</strong> repetições ilimitadas- Pressão de enchimento dos pneus = 0,70 MPa- f ctM,k= 4,0 MPa- Carga uniformemente distribuída = 65 kN/m 2Solução:1 - K solo= 8%K solo= 50 MPa/m (utilizando gráfico da página 14 fig. 1.3)Adotada sub-base de 10 cm de BGTCK topo= 90 MPa/m (utilizando gráfico da página 24 fig. 2.4)2 - Fator de SegurançaAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>48


Pisos Industriais deconcreto armadoRepetições ilimitadas FS = 23 - Determinação da Tensão AdmissívelF ctM,k4,0 Mpaadm = = = 2,0 MPa = 2.000 kPaFS 24 - Determinação da Carga por RodaP r1 =P r2 =100 kN/eixo2100 kN/eixo4= 50 kN/roda= 25 kN/roda5 - Determinação da Área de Contato EfetivaA 1 = 10 x500,70= 714 cm 2 > 600 cm 2A 2 = 10 x250,70= 357 cm 2 < 600 cm 2Por meio do Gráfico de Área de Contato Efetiva (figura 4.3 pág. 51), adotando-se espessura = 20cm, temosA 2= 365 cm 26 - Determinação da Tensão Q6.1 - Rodagem SimplesQ 1 =2.000100= 20 kPa/kN6.2 - Rodagem DuplaS d}= 0,45 mA s = 365 cm 2 FR = 0,73 (gráfico da página 50 fig 4.2)h adotado = 20 cmAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>49


Pisos Industriais deconcreto armadoP cor = 0,73 x 100 = 73 kN/eixoQ 2 = 2.000 = 27,4 kN/eixo737 - Determinação da Espessura não ArmadaQ 1 = 20 kPa/kNA 1}= 714 cm 2 h s1 = 16,0 cm (gráfico da página 49 fig. 4.1)S 1 = 2,00 cmK topo = 90 MPa/mQ 2}= 27,4 kPa/kNA 2 = 365 cm 2 h s2 = 15,0 cm (gráfico da página 49 fig. 4.1)S 2 = 1,00 cmK topo = 90 MPa/m8 - Espessura Armada (Redução de 20%)h a = 0,80 x 16,0 = 13 cm9 - Verificação para Carga Uniformemente DistribuídaC máx = 1,03 x 2 x 90x 13C máx = 70,5 kN/cm 2 > 65 kN/m 2 (atende)10 - Armadura e Comprimento Máximoh s = 16 cmh a = 13 cm}Tela Q196 = <strong>com</strong>primento máximo = 21 m (figura 4.9 pág.56)Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>50


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Pisos Industriais deconcreto armadoFigura 4.1 – Utilização para empilhadeiras de rodagem simplesAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>53


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Pisos Industriais deconcreto armadoFigura 4.2 – Utilização para empilhadeiras de rodagem duplaAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>55


Pisos Industriais deconcreto armadoFigura 4.3 – Área de contato da carga concentradaAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>56


Pisos Industriais deconcreto armadoFigura 4.4 – Cargas Uniformemente DistribuídasFigura 4.5 – Cargas de MontantesAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>57


Pisos Industriais deconcreto armadoFigura 4.6 – Ábaco para determinação da espessura de placas de concreto submetidas a cargas domontanteAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>58


Pisos Industriais deconcreto armadoFigura 4.7 – Ábaco para determinação da espessura de placas de concreto submetidas a cargas domontanteAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>59


Pisos Industriais deconcreto armadoFigura 4.8 – Ábaco para determinação da espessura de placas de concreto submetidas a cargas domontanteAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>60


Pisos Industriais deconcreto armadoFigura 4.9Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>61


Pisos Industriais deconcreto armado5 – Projeto de Juntas5.1 - IntroduçãoOs pisos de concreto são basicamente formados por placas retangulares ou quadradas, <strong>com</strong>dimensões limitadas, separadas pelas juntas. A função básica das juntas é permitir asmovimentações de contração e expansão do concreto, sem que ocorram danos ao piso sob o pontode vista estrutural e de durabilidade, permitindo a adequada transferência de carga entre as placascontíguas.As juntas representam, porém, pontos susceptíveis no piso, pois, se não forem adequadamenteprojetadas e executadas, podem provocar deficiência estrutural caso não transfiram os esforços entreas placas contíguas ou, se houver deficiência na selagem, a entrada de materiais in<strong>com</strong>preensíveisirá conduzir a esforços localizados na região, provocando o esborcinamento das placas.No entanto, são de importância vital ao piso tanto na fase executiva, permitindo a concretagem emetapas discretas, formando faixas <strong>com</strong> dimensões <strong>com</strong>patíveis aos equipamentos disponíveis, quantoposteriormente, criando os pontos enfraquecidos, que permitem a movimentação do concreto. Paracontornar os problemas citados no parágrafo anterior, deve-se procurar usá-las em menor númeropossível, objetivando a maior durabilidade do piso.Os pisos armados levam, sob esse aspecto, enorme vantagem so<strong>br</strong>e os pisos de concreto simples, jáque permitem considerável redução no número de juntas necessárias. Além do aspecto dadurabilidade e custos de manutenção, já que os selantes necessitam ser periodicamentesubstituídos, o menor número de juntas permite: maiores velocidades de execução, menoresquantidades de cortes e de selantes e menor probabilidade de ocorrência de falhas na programaçãodo corte.A junta é por princípio a descontinuidade do concreto e armadura, sem que ocorra a descontinuidadeestrutural, podendo ser de diversos tipos em função da sua localização e do seu emprego:transversais, longitudinais, construtivas e de expansão.5.2 - Projeto Geométrico do PisoUm fato que se observa <strong>com</strong> bastante freqüência é que o projetista do piso quase sempre sepreocupa somente <strong>com</strong> a determinação da espessura da placa, relegando o projeto geométrico,erroneamente, a um plano secundário.Denomina-se projeto geométrico o adequado posicionamento e dimensionamento das juntas. Esseprojeto deve ser executado tendo-se sempre em mente o processo executivo e os tipos deequipamentos e suas limitações que serão empregados na construção. As principais re<strong>com</strong>endaçõesa serem feitas para permitir um projeto adequado são:a) O piso deve trabalhar isolado da estrutura. Portanto, no encontro de pilares, paredes, bases demáquinas etc., deverão ser previstas juntas de encontro, permitindo que o piso trabalhe livremente enão seja solicitado pela estrutura;b) As juntas deverão ser sempre contínuas, podendo apenas ser interrompidas pelas juntas deencontro;Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>62


Pisos Industriais deconcreto armadoc) No encontro de duas juntas, o ângulo formado não deve ser inferior a 90 graus;5.3 - Classificação das JuntasAs juntas podem ser classificadas de acordo <strong>com</strong> o método executivo e função, em:- Junta longitudinal de construção (Junta de Construção - JC), <strong>com</strong> dispositivos de transferênciade carga ou barras de transferência ou tipo macho-fêmea (Junta Construção - JC) , (figuras 5.1 e5.2).- Junta longitudinal serrada, <strong>com</strong> barras de transferência (figura 5.3).- Junta transversal de retração serrada (Junta Serrada - figura 5.3), eventualmente de construção (junta serrada figura 5.1), <strong>com</strong> barras de transferência (figura 5.1).- Junta de expansão (Junta de Encontro - JE), situada nos encontros do piso <strong>com</strong> peças estruturaisou outros elementos que impeçam a livre movimentação do piso (figura 5.4).5.4 - Espaçamento das JuntasO espaçamento entre as juntas em um pavimento rígido irá depender do seu tipo - simples, <strong>com</strong>armadura distribuída ou estruturalmente armado - da espessura da placa, do coeficiente de atrito daplaca <strong>com</strong> a sub-base e condições de cura.Em pavimentos não armados, deve-se tomar extremo cuidado <strong>com</strong> o espaçamento entre as juntas,que precisa ser cuidadosamente adotado. Durante a execução do piso, é necessário ummonitoramento intenso para verificar se não estão ocorrendo fissuras causadas pela retração doconcreto.Essas fissuras ocorrem quando o espaçamento das juntas foi subestimado e as tensões de traçãooriginadas pela restrição ao movimento da placa, devido ao atrito <strong>com</strong> a sub-base, excedem à tensãode ruptura do concreto, ou quando as condições de cura estão inadequadas e o concreto retrai maisrapidamente do que aconteceria em condições normais, fazendo <strong>com</strong> que as tensões induzidas pelomovimento ocorram em um período em que a resistência do concreto não está plenamentedesenvolvida e portanto incapaz de suportá-las.No piso não armado, a ocorrência dessas fissuras leva a sérios problemas, já que passam a trabalhar<strong>com</strong>o verdadeiras juntas, e, por não estarem seladas, deterioram-se rapidamente, havendo anecessidade de sua recuperação. Esta muitas vezes consiste em cortar uma faixa no local e criaruma junta na reconcretagem.Re<strong>com</strong>enda-se em pisos não armados a acurada observação na região central das placas, pois,quando ocorrem, essas fissuras são de pequena luz, quase imperceptíveis. O espaçamentore<strong>com</strong>endado para esse tipo de piso varia de pouco mais que 3 m, para espessuras de placa de 125mm, até em torno de 8 m, quando esta for de 250 mm (PCA, 1983). Em nosso meio, são <strong>com</strong>uns ospisos <strong>com</strong> espessura em torno de 150 mm; nessas condições, tomando-se cuidados extremos <strong>com</strong>os parâmetros de dosagem e cura, dificilmente pode-se adotar placas maiores do que 5 m.É por esses motivos que, para pisos industriais nos quais as juntas quase sempre representam umalimitação ao seu desempenho, se re<strong>com</strong>endam pisos armados, geralmente <strong>com</strong> a finalidade única de<strong>com</strong>bater a fissuração. Na realidade, a fissura pode até ocorrer, mas permanece fechada,imperceptível <strong>com</strong>o no concreto armado, impedindo a entrada de materiais in<strong>com</strong>preensíveis quelevariam à sua deterioração. Esse mecanismo permite a adoção de placas razoavelmente maislongas do que nos pisos não armados, havendo possibilidade de uso de <strong>com</strong>primentos superiores aAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>63


Pisos Industriais deconcreto armado30m, onde este é muito mais função da abertura da junta e do tipo e reservatório do selante do quepropriamente das fissuras que poderiam ocorrer (WRI, 1975).O espaçamento entre juntas passa a ser, portanto, estabelecido pela adequação do projetogeométrico à arquitetura e interferências <strong>com</strong> a estrutura do edifício, dando maior liberdade aoprojetista e maior funcionalidade e racionalização ao piso. Uma vez adotado o <strong>com</strong>primento da placa,basta determinar a armadura necessária em função dos parâmetros intervenientes:para emprego de tela CA-60A Sca 60 =f x L x h , em cm 2 /m333Figura 5.1 – Junta de Construção <strong>com</strong> Barras de TransferênciaFigura 5.2 – Junta de Construção Tipo Macho e FêmeaAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>64


Pisos Industriais deconcreto armadoFigura 5.3 – Junta SerradaFigura 5.4 – Junta de ExpansãoFigura 5.5 – Junta de Encontro <strong>com</strong> Pilar (Diamante)Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>65


Pisos Industriais deconcreto armadoonde:f é o coeficiente de atrito da placa <strong>com</strong> a sub-base (geralmente 1,5),L o <strong>com</strong>primento da placa em m, eh a sua espessura, em cm.5.5 - Juntas TransversaisAs juntas transversais são ortogonais à maior direção da placa, sendo portanto sujeitas às maioresmovimentações e conseqüentemente responsáveis pelo maior número de problemas relativos àsjuntas.Para que funcione adequadamente, é necessário que haja um sistema eficiente de transferência decarga entre as placas contíguas, já que as hipóteses de cálculo levam em consideração apenas astensões que ocorrem no interior das placas (Yoder & Witczak, 1975) e não as de borda ou canto,que são mais elevadas.Os mecanismos de transferência podem ocorrer pelo próprio intertravamento dos agregados naregião enfraquecida da junta, mas essa solução deve ser evitada mesmo em placas curtas, dando-sepreferência ao emprego de mecanismos mais eficazes e confiáveis.As juntas transversais podem ser basicamente de dois tipos: serrada ou de construção. O primeirocaso é o mais <strong>com</strong>um, pela própria tecnologia executiva aplicada hoje em dia, enquanto as deconstrução são empregadas sempre que há necessidade de interrupção dos trabalhos.Juntas serradas (JS)A moderna tecnologia construtiva para pisos impõe a concretagem em faixas, limitadas pelas juntaslongitudinais. Após o período de cura inicial, para permitir que o concreto alcance resistênciasuficiente para suportar o corte por meio da cortadora de junta, são feitos cortes no sentidotransversal da faixa, que definirão as juntas transversais serradas. A profundidade do corte deveráser:a) Pelo menos de 40 mm;b) Maior que 1/6 da espessura da placa; ec) Menor que 1/4 da espessura da placa.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>66


Pisos Industriais deconcreto armadoO principal e mais eficiente mecanismo de transferência de cargas empregado nas juntas transversaisé formado por barras de aço de seção circular, maciças e de superfície lisa, <strong>com</strong>o o aço paraconcreto armado CA 25.Para permitir o seu deslizamento quando da retração do concreto, as barras de transferência devemestar <strong>com</strong> pelo menos metade do seu <strong>com</strong>primento, lu<strong>br</strong>ificadas, para impedir a aderência doconcreto. Como nesse trecho em que não há aderência, não ocorre a passivação da armadura, éconveniente a sua pintura para protegê-la da corrosão.As barras permitem a transferência de carga por mecanismos de cisalhamento nas juntas; devemestar rigorosamente alinhadas <strong>com</strong> o eixo da placa. As dimensões e espaçamento das barras devemser de acordo <strong>com</strong> a tabela 5.1.Junta de Transversal de ConstruçãoAs juntas de construção são empregadas sempre que há necessidade de se interromper os trabalhosde concretagem, que devem ser programados previamente. O mecanismo de transferência é feitosimilarmente às juntas serradas, sendo válidas as mesmas re<strong>com</strong>endações.Tabela 5.1 – Barras de transferência (adaptado ACI, 1989)Espessura da placa(mm)Diâmetro da Barra(mm)Comprimento daBarra (mm)125 16 400 300150 20 400 300200 25 460 300225 25 460 300250 32 460 300275 32 460 300300 32 460 300Espaçamento(mm)Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>67


Pisos Industriais deconcreto armado5.6 - Juntas LongitudinaisAs juntas longitudinais são geralmente construtivas. O seu espaçamento quase sempre é limitado, nocaso dos pisos <strong>com</strong> armadura distribuída, pelos equipamentos e métodos executivos.Juntas de Construção (JC)Os tipos de juntas longitudinais, em função da metodologia executiva, podem ser do tipo machofêmeaou <strong>com</strong> barras de transferência, similares às empregadas nas juntas transversais.As do tipo macho-fêmea, não são re<strong>com</strong>endadas para pisos <strong>com</strong> espessura inferior a 15 cm, ouquando as cargas previstas forem muito elevadas (ACI, 1989); além disso, as dificuldades executivase a ocorrência de fissuras próximo à borda longitudinal, causadas pela baixa capacidade detransferência de carga, vêm fazendo <strong>com</strong> que o seu emprego seja cada vez menor.Juntas serradas (JS)As juntas longitudinais serradas são pouco usadas em nosso meio por serem empregadas somente<strong>com</strong> equipamentos de concretagem que possuam mecanismos de nível sofisticado na execução.Podem seguir a mesma sistemática de execução das juntas transversais serradas.5.7 - Juntas de Encontro - JE (Juntas de Expansão)As juntas de expansão são empregadas sempre que houver o encontro do piso <strong>com</strong> a estrutura doedifício, <strong>com</strong> bases de máquinas ou quando ocorrer necessidade de se isolar duas ou mais partes dopiso.O emprego de juntas de expansão entre placas para prevenir o aumento de <strong>com</strong>primento em funçãode mudanças de temperatura é desnecessário, visto que cada junta de retração funciona <strong>com</strong>o umapequena junta de expansão; isso ocorre porque a retração hidráulica do concreto será sempresuperior à dilatação que ele pode apresentar em condições usuais de temperatura.O mecanismo de transferência de carga deve ser analisado criteriosamente para que não ocorramproblemas <strong>com</strong> a estrutura do piso. Quando a junta de expansão ocorre entre dois pisos, é <strong>com</strong>um oemprego das barras de transferência similares às empregadas nas juntas transversais, mas <strong>com</strong> umdispositivo (capuz) que permite à barra movimentar-se livremente no sentido de deslocamento dopiso.Esse dispositivo é fundamental para o correto funcionamento da junta e pode ser executadocolocando-se uma luva plástica tamponada na extremidade da barra, de modo que haja uma folga depelo menos 20 mm para movimentação.Nos encontros dos pilares, paredes, vigas baldrames e bases de máquinas é <strong>com</strong>um a adoção dejuntas sem mecanismos de transferência de carga. Nesses casos deve-se ter consciência de que aregião próxima à borda da placa não poderá ser carregada. Cuidados adicionais devem ser tomadosem encontros de vigas baldrames sob passagens, onde o piso será solicitado por cargas móveis.Nesta situação, re<strong>com</strong>enda-se que sejam criados dispositivos de transferência entre a viga e o pisoou, quando isso não for possível, deve-se aumentar a espessura da placa em 25%, reduzindo-agradativamente até que atinja a espessura normal a pelo menos 1m da borda. Esse problema podeser resolvido <strong>com</strong> maior facilidade pelo emprego de armadura estrutural nessa região.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GO 68Televendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>


Pisos Industriais deconcreto armadoNos encontros de pilares é re<strong>com</strong>endável o emprego de juntas do tipo diamante, <strong>com</strong>o pode ser vistona figura 5.5 (pág. 60). Esse tipo de junta evita a ocorrência de fissuras a 45°, <strong>com</strong>uns nessassituações.6 – Materiais6.1 – IntroduçãoMuito embora os materiais que são empregados na execução dos pisos industriais sejam similaresaos empregados na construção convencional, existem algumas peculiaridades que devem serressaltadas para se obter o máximo desempenho do sistema.6.2 - CimentoA princípio não há nenhuma restrição <strong>com</strong> relação ao tipo de cimento que será empregado naconfecção do concreto, embora alguns autores façam restrição ao cimento de alta resistência inicial(Tipo V), em função de uma possível maior retração hidráulica, causada por teores mais elevados deC 3 A (aluminato tricálcico) e maiores finuras.Quanto à finura, na realidade esse problema inexiste, primeiramente porque a demanda de água doconcreto está muito mais associada a outros fatores, <strong>com</strong>o o fator de forma e textura dos agregados,que influenciam muito mais do que a finura do cimento. Em segundo lugar, a finura encontrada hojeem dia no cimento tipo V é até menor do que nos cimentos <strong>com</strong> adições, <strong>com</strong>o os de escória de altoforno, os de pozolanas, que têm a cinética de hidratação fortemente influenciada pela finura(Rodrigues, 1989).Existem diversos exemplos de pisos executados <strong>com</strong> cimento de alta resistência inicial, coroados desucesso. Esses cimentos têm geralmente tempo de início de pega curto, facilitando as operações deacabamento do concreto e reduzindo o período em que ocorre a exsudação.Como ponto positivo a destacar, os cimentos <strong>com</strong> adições apresentam melhor desempenho em facedos ataques químicos (Geoffrey, 1986), notadamente os concretos <strong>com</strong> adição de Sílica Ativa, quetambém apresentam tendência a terem maior resistência à tração na flexão para um mesmo nível deresistência à <strong>com</strong>pressão.6.3 - AgregadosOs agregados, para efeito de exposição, podem ser subdivididos em miúdos e graúdos. Para osagregados miúdos pode-se empregar areia natural de origem quartzosa, de granulometria médiagrossa à grossa, ou areia artificial, oriunda da <strong>br</strong>itagem de rochas.Deve-se atentar para o fato de que o agregado miúdo irá afetar basicamente a trabalhabilidade doconcreto, sendo que, se ouver emprego de material muito fino, isso irá facilitar as operações deacabamento, mas <strong>com</strong> aumento da demanda de água; no outro extremo, a adoção de areias grossasdificultará o acabamento, tornando a mistura áspera, e favorecerá a exsudação do concreto, muitoembora possa ocorrer redução do volume de água.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>69


Pisos Industriais deconcreto armadoOs agregados graúdos irão afetar mais as propriedades do concreto endurecido, visto que o fator deforma, textura superficial e mesmo a presença de materiais pulverulentos irão atuar de maneiramarcante na resistência à tração na flexão. Os agregados naturais, <strong>com</strong>o os seixos rolados, sãoparticularmente prejudiciais neste aspecto. As principais re<strong>com</strong>endações para a escolha do agregadograúdo são (Pitta&Carvalho e Rodrigues, 1981):a) Dimensão máxima característica entre 1/4 e 1/5 da espessura do pavimento;b) Fator de forma inferior a 3, preferencialmente o mais próximo à forma cúbica;c) Agregado lavado, sem a presença de materiais pulverulentos;d) O agregado deverá ser preferencialmente <strong>br</strong>itado.6.4 - AditivosHoje em dia, o uso de aditivos está bastante disseminado entre os tecnologistas de concreto,principalmente quando se trata de concreto usinado ou pré-misturado.Seu uso, de maneira correta e planejada, melhoram as características do concreto, melhorandotrabalhabilidade e proporcionando ganhos de resistências mecânicas.6.6 - SelantesOs selantes são materiais de natureza plástica, empregados na vedação das juntas do pavimento.Sua importância é fundamental, visto que impedirá a entrada de partículas in<strong>com</strong>pressíveis na junta,que são extremamente danosas ao desempenho do pavimento. Podem ser divididos em duascategorias principais: os pré-moldados e os moldados no local.Selantes Pré-MoldadosOs selantes pré-moldados são aqueles que têm sua forma previamente definida no processoindustrial e são posteriormente fixados às juntas por meio de adesivos; <strong>com</strong>o custo mais elevado doque o dos outros tipos, geralmente são empregados em casos específicos, <strong>com</strong>o em juntas dedilatação <strong>com</strong> grande solicitação de tráfego.Esses selantes são normalmente produzidos em borracha sintética, <strong>com</strong> forma geométrica apropriadapara cada uso, sendo freqüentes aqueles <strong>com</strong> a seção vazada, similar a uma mangueira. Existe emnosso mercado uma peça plástica de PVC ou poliuretano de alta densidade, rígida, que é<strong>com</strong>ercializada <strong>com</strong>o junta de piso; sua fixação é feita <strong>com</strong> o emprego de argamassa modificada <strong>com</strong>polímeros. O uso desse <strong>com</strong>ponente é altamente condenável.O que ocorre é que a junta se torna rígida e, quando a placa se movimenta, existe tendência deexpulsá-la, ocorrendo <strong>com</strong> freqüência a sua que<strong>br</strong>a e fazendo <strong>com</strong> que a junta fique desprotegida.Deve-se empregar juntas pré-moldadas quando efetivamente se pode <strong>com</strong>provar o seufuncionamento, absorvendo tanto as solicitações de tração <strong>com</strong>o de <strong>com</strong>pressão.Selantes Moldados no LocalA outra família é aquela que é vazada no local, onde as paredes da junta serão a própria fôrma doselante. Podem ser de dois tipos: os vazados a quente e os moldados a frio.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>70


Pisos Industriais deconcreto armadoOs selantes vazados a quente são produzidos normalmente à base de asfalto alcatrão ou misturas deborracha moída e asfalto. São de baixo custo, sendo largamente empregados em estradas; parapisos, o seu uso é mais restrito, por causa da sua aparência e baixa resistência química.Os selantes moldados a frio são modernamente produzidos à base de epóxi, poliuretano, silicone ououtro polímero apropriado, que, após a cura, formam um elastômero estável e de resistênciamecânica e química adequada ao piso. Os de epóxi, denominados semiflexíveis, são os maisindicados quando há tráfego de empilhadeiras. Alguns tipos, <strong>com</strong>o os de silicone, podem ser obtidosem diversas cores, sendo bastante úteis no caso de pisos decorativos.7 – Execução da Fundação7.1 - IntroduçãoA execução da fundação, ou seja, o preparo do subleito e sub-base, é revestida de especialinteresse, muito embora, <strong>com</strong>o foi observado em capítulos precedentes, a sua presença emcondições normais de utilização não acarrete uma redução expressiva da espessura final da placa.Todavia, é preciso que as premissas assumidas sejam de fato encontradas no sistema, notadamente<strong>com</strong> relação à homogeneidade.Outro aspecto importante a ser levado em consideração é a questão econômica, já que uma subbasebem executada e <strong>com</strong> estreita tolerância de nivelamento proporciona a execução da placa naespessura correta, <strong>com</strong> considerável economia de material.7.2 - Preparo do SubleitoNo preparo do subleito para o recebimento da sub-base, deve-se ter em conta, fundamentalmente, oCBR de projeto, que deve ser necessariamente confirmado em campo por meio dos ensaiosespecíficos, atentando sempre para a sua homogeneidade.Caso o subleito esteja de acordo <strong>com</strong> os parâmetros de projeto, deve-se procurar uma regularizaçãoe uma conformação dos níveis, de modo a, já nessa etapa dos serviços, aproximá-la das declividadesdo piso acabado, a fim de gerar economia de material nas camadas superiores, mais no<strong>br</strong>es eportanto mais caras.Quando o subleito não atende às especificações de <strong>com</strong>pactação, deve-se proceder a umaescarificação a uma profundidade de pelo menos 0,50 m, re<strong>com</strong>pactando-a na umidade ótima, emAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>71


Pisos Industriais deconcreto armadocamadas <strong>com</strong>patíveis <strong>com</strong> os equipamentos empregados, que podem ser adotados <strong>com</strong> base nacoluna 13 da tabela 1.2 pág 13 do Cap. 1.No caso de solos moles, deve-se verificar a possibilidade de recalques ao longo do tempo; casosejam <strong>com</strong>patíveis <strong>com</strong> a utilização do piso, deve-se proceder à estabilização do subleito <strong>com</strong> rachão,em profundidade que deverá ser necessariamente confirmada no campo.7.3 - Preparo da Sub-baseAs Sub-bases apresentam-se <strong>com</strong> três funções principais: primeiramente, funcionam <strong>com</strong>o camadadrenante; em segundo lugar, têm função estrutural, conferindo maiores capacidades de suporte; e,homogeneidade e finalmente, no aspecto geométrico, sua conformação reduzirá eventuais desviosque seriam feitos nas camadas de concreto.Os equipamentos mais adequados para a <strong>com</strong>pactação de materiais granulares são os rolos<strong>com</strong>pactadores vi<strong>br</strong>atórios lisos e, quando não for possível sua utilização, placas vi<strong>br</strong>atórias.Isolamento da Placa &Sub-baseNa hipótese de lançamento do concreto diretamente so<strong>br</strong>e a sub-base, há uma série deinconvenientes, entre os quais os mais importantes são:- Perda de material fino e água do concreto para a sub-base, gerando fissuras de retração plásticana face inferior da placa;- Colmatação da sub-base, diminuindo sua eficiência <strong>com</strong>o dreno;- Acréscimo no coeficiente de atrito entre a placa e a sub-base, reduzindo a mobilidade da primeirae fazendo <strong>com</strong> que haja um incremento nas tensões devido à restrição dos movimentos.Para evitar esses inconvenientes, torna-se necessário o emprego de um sistema de isolamento entreos dois elementos, <strong>com</strong>o, por exemplo, um filme plástico, <strong>com</strong>o as lonas pretas, ou mesmo umaimprimação asfáltica, sendo a primeira mais indicada pela sua praticidade e eficiência.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>72


Pisos Industriais deconcreto armado8 – Posicionamento da Armadura8.1 - IntroduçãoO posicionamento correto das armaduras reveste-se de especial importância no desempenho edurabilidade do piso, notadamente quando elas têm função única de <strong>com</strong>bater as fissuras causadaspela retração do concreto, que deve ficar a no máximo 50 mm da superfície do concreto ou a umterço da espessura da placa.São freqüentes algumas práticas condenáveis para o posicionamento da armadura, <strong>com</strong>o lançar oconcreto até uma determinada altura, colocando-se então a tela so<strong>br</strong>e o concreto já <strong>com</strong>pactado,para então concretar o restante da placa; o problema é que não se tem nenhum controle da posiçãofinal da armadura, que, <strong>com</strong> a vi<strong>br</strong>ação da camada final, pode descer abaixo dos valores permitidos.Outras práticas igualmente condenáveis consistem em colocar a tela após a concretagem, fazendo-adescer por ação da vi<strong>br</strong>ação, ou posicioná-la na base da placa, içando-a posteriormente, tambémapós a concretagem. Nesses procedimentos, a altura da armadura fica sujeita, única eexclusivamente, à perícia, destreza e até mesmo à boa vontade do operário, sem que hajaprocedimentos simples e eficazes para verificar o serviço.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>73


Pisos Industriais deconcreto armado8.2 - Posicionamento da Armadura PrincipalA armadura principal, denominada simplesmente tela, deve ser posicionada adequadamente <strong>com</strong> oauxílio de espaçadores apropriados, <strong>com</strong>umente denominados caranguejos, que consistem em umsegmento de aço de construção, de bitola geralmente de 8,0 ou 10 mm, do<strong>br</strong>ado em cinco partes, demodo a que três formem um u cuja altura seja coincidente <strong>com</strong> a que se deseja da tela no piso e asoutras duas sejam ortogonais ao seu plano, dando sustentação vertical.Deve-se evitar o emprego de pedaços de concreto, tijolos ou madeira, que, por seu tamanhoexagerado, acabam por reduzir a seção da placa. Uma boa alternativa é o emprego de espaçadoressoldados, em forma de treliça, que têm apresentado bons resultados práticos e econômicos.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>74


Pisos Industriais deconcreto armadoAs treliças soldadas, que normalmente são empregadas na fa<strong>br</strong>icação de lajes, podem ser facilmenteencontradas nas alturas de 8, 12, 16, 20 e 25 cm, havendo ainda a possibilidade de produção emoutras alturas. São geralmente posicionadas em linhas paralelas distanciadas de aproximadamente1,20 m.Os caranguejos devem ser utilizados abundantemente, à razão de 5 unidades por metro quadrado depiso, e fortes o suficiente para suportar o peso dos operários, no caso de não se dispor de métodosde lançamento que permitam o trabalho pelos lados externos da faixa em execução.Nas bordas da placa, a tela pode ser fixada <strong>com</strong> auxílio das barras de transferência ou de ligação, oumesmo de dispositivos na fôrma especialmente desenvolvidos para esse fim.EmendasA armadura distribuída deve ter suas emendas feitas pela superposição de pelo menos uma malha,por atuarem na absorção dos esforços oriundos da retração do concreto.No caso dos pisos estruturalmente armados, a emenda deve ser feita pela transposição de pelomenos duas malhas, quando o diâmetro do fio principal for inferior a 8 mm. Para fios maiores,re<strong>com</strong>enda-se que ela seja superior a:1,5 x l d> 25 cmonde:l d = 3,219 x A w x f ySw x f yl d é o <strong>com</strong>primento de ancoragem (cm)A w é a área do fio a ser emendado (cm 2 )f y é a tensão de escoamento do aço em (MPa)S w é o espaçamento do fio a ser emendado (cm)f’ c é a resistência à <strong>com</strong>pressão do concreto (MPa)8.3 - Barras de TransferênciaAs barras de transferência precisam ser milimetricamente posicionadas, para garantir o mecanismoda transferência de cargas. Conforme mencionado anteriormente, as barras de transferênciatrabalham <strong>com</strong> pelo menos uma extremidade não aderida, para permitir que nos movimentoscontrativos da placa ela deslize no concreto, sem gerar tensões prejudiciais.Portanto, a primeira premissa para que isso ocorra é que pelo menos metade da barra esteja <strong>com</strong>graxa ou outro desmoldante, para impedir a aderência ao concreto; a prática de enrolar papel deAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GO 75Televendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>


Pisos Industriais deconcreto armadoembalagens de cimento, lona plástica ou mesmo a colocação de mangueira na barra pode serprejudicial aos mecanismos de transferência de carga, pois acabam formando vazios entre o aço e oconcreto, devendo ser evitada. Em segundo lugar, o conjunto de barras deve estar paralela entre si,tanto no plano vertical <strong>com</strong>o horizontal, e con<strong>com</strong>itantemente ao eixo da placa.Nas juntas serradas, as barras de transferência deverão ser posicionadas exclusivamente <strong>com</strong> oauxílio de espaçadores, que deverão possuir dispositivos de fixação que garantam o paralelismocitado.Nesses casos, re<strong>com</strong>enda-se que toda a barra esteja lu<strong>br</strong>ificada, permitindo que, mesmo que ocorraum desvio no posicionamento do corte, a junta trabalhe adequadamente.Nas juntas de construção ou de expansão, as barras devem ser fixadas também às formas, mas nãose pode preterir os espaçadores. É bastante <strong>com</strong>um encontrar em o<strong>br</strong>as barras de transferência quenão foram fixadas <strong>com</strong> dispositivos auxiliares, mas apenas apoiadas na forma. Com a concretagem,fogem <strong>com</strong>pletamente do paralelismo necessário.9 – Concretagem do piso9.1 - IntroduçãoConforme já mencionado anteriormente, a concretagem do piso reveste-se de especial interesse,devido fundamentalmente à sua influência acentuada no desempenho final deste, pois nela é quediversas manifestações, <strong>com</strong>umente designadas de patologias ou, mais adequadamente, defeitos,ocorrem.Dentre eles, pode-se chamar a atenção para os pisos <strong>com</strong> baixas resistências ao desgaste, fissurasde natureza plástica, escamamento, rugosidade excessiva, absorção elevada e outros mais.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>76


Pisos Industriais deconcreto armadoEssas assertivas indicam que a concretagem deve ser objeto de intenso controle executivo, precedidode treinamento dos operários que irão executá-la. É re<strong>com</strong>endável que se execute preliminarmenteum pequeno trecho, preferencialmente fora da área definitiva, que poderá ser usado <strong>com</strong>o padrão dequalidade.Esse procedimento, embora extremamente simples, permite que se estabeleça de maneira clara einequívoca uma referência executiva inquestionável, principalmente no que se refere à texturasuperficial.Neste trabalho, para efeitos didáticos, a fase concretagem está a<strong>br</strong>angendo mistura, transporte,lançamento, adensamento e acabamento do concreto.9.2 - Aspectos Tecnológicos do Concreto FrescoO concreto empregado em pisos difere em diversos aspectos do normalmente empregado emestruturas, muito embora a maioria dos construtores desconheça essas diferenças e apliqueindiscriminadamente qualquer concreto. Destas, as principais são:- nos pisos, a relação área/volume é muito maior, indicando que o concreto estará muito maissujeito aos fenômenos de superfície, <strong>com</strong>o a exsudação e a retração plástica;- a placa de concreto é muitas vezes empregada sem revestimento, exercendo dupla função,estrutural e de acabamento;- para a grande maioria das situações, o concreto irá trabalhar sem armadura estrutural e qualquerprocedimento inadequado de concretagem ou adequação do material poderá vir a prejudicar a suaresistência à tração na flexão.O conhecimento por parte do executor dos principais aspectos tecnológicos que afetam o concretofresco é importante para permitir que ele saiba quando algo está errado <strong>com</strong> o material e queprovidências deve tomar para retornar às condições iniciais.Concreto frescoQuando se adiciona água ao cimento, obtém-se uma pasta de consistência plástica que pode sermoldada <strong>com</strong> maior ou menor dificuldade, função da sua viscosidade, que é diretamente proporcionalà quantidade de água.Essa característica permanece praticamente inalterada por um determinado período, denominadoestágio de dormência, no qual aparentemente não há reações químicas em curso.Após um certo tempo, a pasta <strong>com</strong>eça a enrijecer, até um determinado ponto em que, embora estejamole, se torna não trabalhável, atingindo então o início de pega (Soroka, 1979); para os cimentosnacionais, este não deve ser superior a uma hora. A partir daí, a pasta torna-se cada vez mais rígidaaté que, embora não tenha resistência, torna-se dura, sendo por exemplo indeformável à pressão dopolegar, dando-se então o fim de pega.No concreto, o mecanismo é similar, embora os tempos de início e fim de pega sejam superiores,principalmente o primeiro. Isso ocorre porque na realidade o período de dormência não é deinatividade química, havendo o crescimento dos cristais de etringita, que são em forma de agulhas.Quando os cristais se entrelaçam, ocorre a pega do cimento. Como no concreto as partículas desteestão mais afastadas devido à presença dos agregados, os tempos são maiores, notadamente o doinício de pega.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>77


Pisos Industriais deconcreto armadoPara fins práticos, denomina-se concreto fresco o período em que ele é trabalhável, <strong>com</strong>preendidobasicamente pelo de dormência. Nos pisos, a fase de acabamento pode ultrapassar o início de pega,sendo tecnicamente correto dizer-se que ele ainda se encontra no estado fresco.A principal característica do concreto fresco é a sua trabalhabilidade.Trabalhabilidade do concretoEmbora seja constantemente confundida, a trabalhabilidade (Scandiuzzi&Andriolo, 1986) “pode serentendida <strong>com</strong>o sendo a facilidade <strong>com</strong> que um concreto pode ser misturado, manuseado,transportado, lançado e <strong>com</strong>pactado <strong>com</strong> a menor perda de homogeneidade. Termos <strong>com</strong>oconsistência, plasticidade, coesão e fluidez expressam elementos de trabalhabilidade.”Muitas vezes a trabalhabilidade é confundida <strong>com</strong> a plasticidade do concreto, provavelmente devidoao fato de o tipo estrutural ser predominante, e neste a consistência, medida pelo ensaio do tronco decone (slump), é a que melhor espelha a trabalhabilidade. Há, entretanto, outras, <strong>com</strong>o a coesão e aaspereza que são bastante importantes à mistura fresca.Concretos trabalháveis em determinadas circunstâncias não o são para outras. Por exemplo, veja-seo caso de uma sub-base de concreto <strong>com</strong>pactado <strong>com</strong> rolo, que é adensado por rolos vi<strong>br</strong>atórios, quedifere substancialmente de um concreto <strong>com</strong> a mesma finalidade, adensado por vi<strong>br</strong>adores deimersão. Ambos são trabalháveis para suas condições específicas.A trabalhabilidade do concreto irá depender fundamentalmente das características particulares eproporcionamento relativo dos seus diversos constituintes, cimento, agregados e água:- areias grossas tendem a produzir misturas pouco coesas e ásperas, sendo o mesmo efeitoobservado em misturas <strong>com</strong> baixos teores de finos;- agregados graúdos <strong>com</strong> dimensão característica baixa requerem maior quantidade de argamassapara uma mesma trabalhabilidade;- agregados graúdos lisos e arredondados necessitam de menores teores de argamassa, enquanto,se as partículas forem lamelares, a necessidade se inverte;- quantidades excessivas de agregado graúdo dão <strong>com</strong>o resultado misturas <strong>com</strong> pouca coesão emobilidade;- a plasticidade aumenta quando a relação água/cimento cresce, podendo a coesão diminuir;- o aumento da quantidade de cimento e outros materiais finos favorece a plasticidade e aumenta acoesão, reduzindo a segregação.ExsudaçãoA exsudação é a segregação da água do concreto, que aflora à superfície após o adensamento eperdurando por praticamente todo o período de dormência do concreto.A perda de água reduz a relação água/cimento, o que tenderia a elevar a resistência do concreto;entretanto, a sua saída acaba criando vazios na estrutura do concreto, anulando o primeiro efeito.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>78


Pisos Industriais deconcreto armadoAlém disso, a exsudação provoca aumento substancial no teor de água das camadas superficiais,reduzindo a sua resistência mecânica, fazendo-se notar principalmente pela maior facilidade aodesgaste, empoeiramento e escamamento do piso.Embora seja um fenômeno inerente ao concreto fresco, pode ser trazido a níveis perfeitamentetoleráveis, <strong>com</strong> a adoção de algumas medidas simples, <strong>com</strong>o:- aumentar a coesão da mistura, incrementando-se o teor de finos ou <strong>com</strong> o emprego de aditivos paraesse fim;- evitar supervi<strong>br</strong>ação do concreto, que favorece a segregação; e- adotar procedimentos de cura inicial eficazes, <strong>com</strong>o os produtos de cura, mas principalmente nãopermitir a incidência de vento e sol so<strong>br</strong>e o concreto, pois a quantidade de água exsudada édiretamente proporcional à evaporada.A exsudação, na maioria das vezes desconsiderada nas estruturas, é particularmente importante nospisos em virtude da elevada área superficial e das propriedades nela requeridas, já que, além deafetar a resistência ao desgaste pode prejudicar as operações de acabamento.Retração plásticaA evaporação da água do concreto inicia-se já nas fases de mistura, transporte, lançamento eadensamento. Todavia não sendo exagerada, não é prejudicial. Após o adensamento e antes doinício de pega, as taxas de evaporação são as mais elevadas observadas no período de cura, devidoà alta permeabilidade e à exsudação, (Rodrigues, 1989) trazendo conseqüências negativas aoconcreto.Denominam-se retração plástica as variações de volume ocorridas nesse período. Na verdade, tratasede um caso particular da retração hidráulica, sendo por esse motivo chamadas também deretração hidráulica inicial.A ocorrência da retração plástica traz um tipo bem característico de fissuras, facilmente distinguíveispela sua ocorrência em grupos <strong>com</strong> fissuras paralelas entre si, <strong>com</strong> abertura elevada e baixaprofundidade, da ordem de milímetros, sendo bastante evidentes em pisos não submetidos aodesempenho após o início de pega e <strong>com</strong> deficiências no sistema de cura inicial.Basicamente, os mesmos fatores que afetam a exsudação também podem ser consideradosresponsáveis pela retração inicial. A retração pode ocorrer também na face inferior da placa, quandoa sub-base é capaz de absorver água; para evitá-la, basta o emprego de filme plástico so<strong>br</strong>e a subbase.É bastante <strong>com</strong>um observarem-se fissuras que espelham a armadura do concreto quando esta seencontra próxima à superfície. Isso se deve ao assentamento do concreto em conseqüência daperda de água, que não é a<strong>com</strong>panhado pela armadura, constituindo-se um caso particular da fissuraplástica, denominada fissura de assentamento.Um caso particular e bastante peculiar aos pisos é o das fissuras do tipo craqueladas, tambémdenominadas pé-de-galinha, ou crazy cracking. Embora não sejam de origem plástica, é importanteabordá-las neste item, já que a causa dessas fissuras reside também na exsudação.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>79


Pisos Industriais deconcreto armadoAs fissuras craqueladas são uma manifestação da retração hidráulica que ocorre somente nasuperfície do concreto, formando uma malha de fissuras interligadas em rede, similares àsobservadas em poças de lama seca, <strong>com</strong> pequena luz e baixa profundidade.Estão quase sempre associadas à exsudação elevada, desempenho do concreto fresco exageradoou supervi<strong>br</strong>ação. Podem também ser conseqüência da condenável técnica de espargir cimento seco(salgamento) so<strong>br</strong>e a água exsudada, a fim de “secá-la”, prática muito <strong>com</strong>um por facilitar ouantecipar os trabalhos de acabamento.9.3 - FôrmasÉ bastante <strong>com</strong>um deparar-se <strong>com</strong> orçamentos de pisos que não consideram as fôrmas no seu custo,ou reservam para esse item um valor pequeno, insuficiente para co<strong>br</strong>ir as necessidades primárias.No momento da execução, o construtor acaba lançando mão de soluções improvisadas, sendofreqüente, por exemplo, o emprego de sarrafos ou tábuas, presos simplesmente à sub-base ousubleito por meio de pontas de ferro de construção. Quando da concretagem, as formas cedem àpressão do concreto, formando uma junta sinuosa, que dificilmente podem ser seguida pela serra,quando da formação do reservatório do selante.As conseqüências são previsíveis e desagradáveis, pois nos lugares em que a serra não a<strong>com</strong>panhao traçado inicial formar-se-ão duas juntas, <strong>com</strong> probabilidade quase certa de destaque do concreto,formando verdadeiros buracos nas placas. Esses problemas podem ser perfeitamente contornadospela simples adoção de fôrmas apropriadas que cumpram os requisitos:- tenham linearidade superior a 3 mm em 5 m;- sejam rígidas o suficiente para suportar as pressões laterais produzidas pelo concreto;- sejam estruturadas para suportar os equipamentos de adensamento do tipo réguas vi<strong>br</strong>atóriasquando estas são empregadas;- devem ser leves para permitir o manuseio sem o emprego de equipamentos pesados e práticaspara que a montagem seja rápida e simples.Experiências coroadas de sucesso têm sido feitas <strong>com</strong> o emprego de perfis do<strong>br</strong>ados tipo U, quealiam rigidez <strong>com</strong> leveza, apresentando custos <strong>com</strong>patíveis <strong>com</strong> o serviço. Nas juntas longitudinais, odispositivo macho-fêmea pode ser feito <strong>com</strong> uma peça em madeira, aparafusada ao perfil, permitindoque na desforma ela seja desconectada, facilitando a remoção da fôrma.O sistema de fixação é feito <strong>com</strong> o emprego de pontas de ferro <strong>com</strong> diâmetro de pelo menos 16 mm e cunhas demadeira, por meio de furos nas abas do perfil, distanciados de 50 cm. Na alma são deixados os furospara a passagem das barras de ligação ou de transferência, quando for o caso.A maior limitação dessa fôrma está no fato de que, se não for adequadamente transportada earmazenada, pode sofrer empenamentos que trarão <strong>com</strong>o conseqüência mais grave a perda deprodutividade, causada pela maior dificuldade em seu alinhamento.Outro tipo de fôrma (Concrete Construction Magazine, 1984) que pode ser empregada <strong>com</strong>bastante sucesso, principalmente em pisos que exijam alta precisão, são as de perfis pré-fa<strong>br</strong>icadosde concreto, similares a trilhos ou <strong>com</strong> outra seção simétrica, que ficam incorporadas ao piso.Esses perfis devem ser produzidos <strong>com</strong> concreto de resistência superior à do piso e <strong>com</strong> baixapermeabilidade. Na sua confecção, devem ser levados em consideração os meios de adensamentoque serão empregados na execução do piso. Caso seja previsto o uso de réguas vi<strong>br</strong>atórias, éAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>80


Pisos Industriais deconcreto armadoconveniente o emprego de concretos modificados <strong>com</strong> polímeros, que possuem melhor<strong>com</strong>portamento à vi<strong>br</strong>ação, graças aos menores módulos de elasticidade e maior resistência à tração.São de colocação mais simples do que outros tipos de fôrmas, permitindo sensível economia de mãode-o<strong>br</strong>a,graças à enorme rigidez que apresentam, resistindo aos esforços laterais na concretagem. Oassentamento pode ser feito empregando-se simplesmente porções de concreto ou argamassadiretamente so<strong>br</strong>e a sub-base, bastando manter-se o prumo e nível dos segmentos.Em um dos lados do elemento pré-fa<strong>br</strong>icado deve ser aplicado desmoldante, <strong>com</strong>o vaselina sólida oucera, para permitir posterior serragem e criação da junta longitudinal.O mesmo sistema pode ser empregado em juntas transversais de construção ou em juntas deexpansão, onde o elemento elástico pode ser previamente aplicado entre dois perfis, facilitandoconsideravelmente a selagem do local.As fôrmas de madeira, <strong>com</strong>postas por vigas de perobas ou outra madeira similar, são facilmentemanuseadas e trabalhadas e retificáveis. Por essas características, são as indicadas para pisos <strong>com</strong>elevado grau de qualidade superficial.9.4 - Forma Executiva da ConcretagemA concretagem do piso pode ser executada de duas maneiras distintas: em xadrez ou em faixas(figura 9.1). O primeiro procedimento é mais antigo e seu nome vem do esquema executivo, ondecada placa é feita isoladamente das vizinhas, que só são concretadas 24 horas após.Figura 9.1 – Plano de ConcretagemConcretagem em FaixasConcretagem em XadrezQuando foi concebido, imaginava-se que parte da retração poderia ocorrer antes que houvesse aconcretagem seguinte, fazendo <strong>com</strong> que as juntas apresentassem menos movimentação. A premissanão é válida, visto que a retração do concreto só irá ocorrer de modo significativo quando cessaremos procedimentos de cura, que devem perdurar por cerca de 7 dias.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>81


Pisos Industriais deconcreto armadoMesmo assim, <strong>com</strong>o o concreto já atingiu grande parte da sua hidratação, a retração irá processar-selentamente, e, para tirar partido do pressuposto inicial, seria preciso esperar um longo período para<strong>com</strong>pletar a concretagem das “casas” <strong>com</strong>plementares do tabuleiro.Hoje em dia, a concretagem em xadrez deve ser evitada a todo custo, podendo ser empregadaapenas em trabalhos muito simples e sem importância. Em pisos industriais, jamais.O grande problema do sistema é que existe uma série de fatores que prejudicam o desempenho dopiso, <strong>com</strong>o o número exagerado de juntas construtivas, que irão prejudicar ou mesmo impedir aadoção dos mecanismos de transferência de cargas, ocorrendo <strong>com</strong> freqüência assustadora falhasnos cantos das placas, caracterizadas por fissuras a 45 graus unindo juntas transversais elongitudinais.Outra limitante do sistema refere-se à execução, já que em determinado estágio os equipamentosterão o tráfego dificultado pelo sobe-e-desce em placas prontas, e os que são empregados emacabamento têm que ficar mudando de local a todo instante, prejudicando a produtividade.O modo melhor e mais seguro para a execução dos pisos é o que é feito por faixas, onde um longopano é, concretado e posteriormente, as placas são cortadas (PCA, 1985), fazendo <strong>com</strong> que hajacontinuidade nas juntas longitudinais e que os mecanismos de transferência de carga nas juntastambém possam ocorrer por intertravamento dos agregados.Além do mais, a concretagem pode ser executada <strong>com</strong> muito mais facilidade, visto que haverásempre uma faixa livre contígua, pronta ou não, permitindo o trânsito dos equipamentos, e oacabamento pode ser feito continuamente, sem necessidade de mudar os equipamentos de local.9.5 - Mistura do ConcretoO uso do concreto pré-misturado ou usinado em nosso país está bastante disseminado,principalmente quando se trata de o<strong>br</strong>as de porte relativo, <strong>com</strong>o geralmente o são as o<strong>br</strong>asindustriais. Não obstante, freqüentemente, no momento de executar o piso, o construtor depara-se<strong>com</strong> um dilema: produzir na própria o<strong>br</strong>a ou <strong>com</strong>prar o concreto.Ocorre que o volume de concreto empregado no piso é da mesma ordem de grandeza do empregadona estrutura; a título ilustrativo, no caso das industrializadas em concreto armado, a espessura média(volume de concreto da estrutura dividido pela área da o<strong>br</strong>a) gira entre 10 a 12 cm. Portanto, emgrande parte das vezes, a quantidade do piso suplanta a do concreto da estrutura.Outro fato que colabora <strong>com</strong> a decisão da auto-produção é o de o lançamento do concreto ser maisuniforme, já que os misturadores de o<strong>br</strong>a produzem entre 0,5 a 0,75 m 3 de cada vez, enquanto ousinado se processa em bateladas, de 5 a 8 m 3 . A diferença básica é que o tempo de pega dospequenos lotes no primeiro caso se dá gradativamente, facilitando e dando continuidade àsoperações de acabamento.Como fator inibidor da solução, as operações de controle da produção do concreto, embora simples,se não conduzidas a contento, podem gerar sérios prejuízos ao desempenho final do piso. Esseponto deve ser cuidadosamente analisado na escolha da alternativa.A mistura do concreto na o<strong>br</strong>a é geralmente executada <strong>com</strong> misturadores do tipo eixo móvel ou eixohorizontal, sendo o último mais adequado. Os misturadores <strong>com</strong> eixo vertical raramente sãoempregados para esse fim, pois são pesados, de instalação <strong>com</strong>plexa, e necessitam elevadosfornecimentos de energia. A mistura manual não é em hipótese alguma admitida.As principais re<strong>com</strong>endações para produzir concretos de qualidade aceitável em o<strong>br</strong>a podem sersumarizadas em:Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>82


Pisos Industriais deconcreto armado- os constituintes devem ser preferencialmente dosados em central gravimétrica; quando ovolume a ser produzido não <strong>com</strong>porta uma instalação esse tipo, o cimento deve ser medido emnúmero inteiro de sacos e os agregados dosados em volume;- na dosagem volumétrica dos agregados, deve-se usar recipientes previamente aferidos; ovolume medido do agregado não deve ser superior ao do recipiente que o contém, isto é, não sãoconvenientes medidas <strong>com</strong> o material coroado. A prática mostra que a correção do volume emconseqüência do inchamento da areia é <strong>com</strong>plexa e ineficaz, sendo mais interessante procurarmantê-la sempre <strong>com</strong> a mesma umidade, ou seja, co<strong>br</strong>indo-a nos períodos de chuva e molhando-aquando muito seca;- a descarga dos materiais secos - cimento e agregados - no misturador deve ser simultânea;- a prática tem demonstrado que a colocação do cimento antes ou após os agregados torna amistura mais difícil, e o ideal é que ele seja introduzido quando aproximadamente 10% do agregadofoi lançado (ACI, 1987);- a água deve ser preferencialmente colocada junto <strong>com</strong> os materiais secos e a sua descarga deveser efetuada em tempo inferior a 25% do total da mistura;- os aditivos líquidos devem ser colocados juntamente <strong>com</strong> a água de amassamento (ACI, 1987)para facilitar sua mistura <strong>com</strong> o concreto;- o tempo de mistura é função do tipo e capacidade do misturador; quando não se dispõe deensaios específicos, deve-se empregar para os de eixo móvel (de até 300 litros) e eixo horizontal(até 1.200 litros) no mínimo 2,5 minutos de mistura;- a qualidade da mistura deve ser aferida pelo menos pelo ensaio de abatimento a cada metrocúbico produzido e moldagem de corpos de prova para serem rompidos <strong>com</strong> 1 dia de idade paracontrole de produção, e a idade j dias para determinação da resistência característica.Deve-se ter sempre em mente que o misturador sofre acentuado desgaste de suas pás, aletas eoutros <strong>com</strong>ponentes, perdendo eficiência se essas partes não forem substituídas de acordo <strong>com</strong> afreqüência especificada pelo fa<strong>br</strong>icante.9.6 – LançamentoO lançamento do concreto em pisos é em geral uma operação relativamente simples, já que osequipamentos podem quase sempre atingir diretamente o local de aplicação. Por exemplo,caminhões betoneiras podem também ser empregados no lançamento.Os pequenos dumpers são equipamentos bastante versáteis e indicados nesse tipo de o<strong>br</strong>a,conferindo grande agilidade aos trabalhos. As bombas também podem ser empregadas, mas seu usoacaba ficando limitado à capacidade de acabamento.Embora simples, as operações de lançamento podem alterar substancialmente o desempenho dopiso, visto que freqüentemente são observados defeitos advindos da alteração da posição original daarmação.Deve-se, portanto, tomar cuidado nessa fase, não permitindo o trânsito de operários por so<strong>br</strong>e a teladurante os trabalhos, municiando-os <strong>com</strong> ferramentas adequadas para que possam espalhar oconcreto externamente à região.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>83


Pisos Industriais deconcreto armadoO espalhamento deve ser uniforme e em quantidade tal que, após o adensamento, so<strong>br</strong>e pou<strong>com</strong>aterial para ser removido, facilitando os trabalhos <strong>com</strong> a régua vi<strong>br</strong>atória.9.7 – AdensamentoAs grandes áreas dos pisos aliadas a suas baixas espessuras sugerem que o adensamento doconcreto deva ser feito <strong>com</strong> o emprego exclusivo de réguas vi<strong>br</strong>atórias.Essa operação é facilitada pela própria natureza do piso, que é desprovida de elementos<strong>com</strong>plicadores, <strong>com</strong>o taxas elevadas de armação ou locais pouco acessíveis. Como conseqüência, háraros exemplos de falhas devido ao adensamento, que passa a ser mais importante <strong>com</strong>o elemento preliminar aostrabalhos de acabamento.Os vi<strong>br</strong>adores de imersão podem ser empregados em pisos, consorciados <strong>com</strong> as réguas, se bemque haja restrições de ordem mecânica, já que, devido às pequenas espessuras, a agulha acabatrabalhando praticamente na horizontal, reduzindo a sua vida útil. Outro aspecto negativo é que arefrigeração do equipamento é feita pelo próprio concreto, e, se o vi<strong>br</strong>ador não trabalha imerso,poderá sofrer as conseqüências do aquecimento.As réguas vi<strong>br</strong>atórias são, <strong>com</strong>o já mencionado, bastante adequadas aos serviços, dispondo-se deboa diversidade desses equipamentos importados. As mais adequadas são as produzidas <strong>com</strong> ligasleves, o que torna fácil o manuseio do equipamento.Em pisos não muito espessos, que empreguem concretos plásticos <strong>com</strong> abatimento em torno de 80 a100 mm, o adensamento pode ser feito preliminarmente na fase de espalhamento, utilizando-se umaferramenta similar ao ancinho de jardinagem, que é cravado no concreto, aplicando-se entãomovimentos vi<strong>br</strong>atórios. Posteriormente, emprega-se a régua vi<strong>br</strong>atória. Após a passagem desta, onivelamento final da superfície pode ser feito <strong>com</strong> réguas simples, <strong>com</strong> ligeiros movimentos devaivém.9.8 - Acabamento SuperficialA superfície do piso é a principal fonte de medida do seu desempenho, pois é ela que estará emcontato <strong>com</strong> todas as ações solicitantes. Pode-se dividir os pisos de concreto em dois grandesgrupos: os de camada única, onde o próprio concreto da laje funciona <strong>com</strong>o revestimento, e os <strong>com</strong>revestimento, muitas vezes impropriamente chamados de revestimentos de alta resistência, quepodem ser executados por dois procedimentos distintos, denominados úmido-so<strong>br</strong>e-úmido e úmidoso<strong>br</strong>e-seco.O fato de o piso ser executado em camada única não significa necessariamente que vá possuirmenor resistência ao desgaste que o outro tipo. Na realidade, são largamente empregados nosEstados Unidos e, dependendo do tipo do concreto e do tratamento a que foram submetidos, podemdar origem a pisos <strong>com</strong> alta resistência ao desgaste, <strong>com</strong> uma série de vantagens adicionais so<strong>br</strong>e osistema de dupla camada.Da mesma forma, os pisos <strong>com</strong> revestimento não possuem necessariamente alta resistência, masforam e ainda são bastante empregados nos países europeus, podendo ser úteis quando asolicitação preponderante é a<strong>br</strong>asiva e as cargas baixas. No sistema úmido-so<strong>br</strong>e-úmido, ousimplesmente úmido, a camada de acabamento é lançada quando o concreto ainda se encontra noestado fresco, enquanto no úmido-so<strong>br</strong>e-seco, ou simplesmente seco, o concreto se encontra emfase de endurecimento adiantada (Rodrigues&Ligório, 1985).Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>84


Pisos Industriais deconcreto armadoNa opção pelo sistema duplo, re<strong>com</strong>enda-se a adoção do úmido, uma vez que é mais garantida aaderência das duas camadas: concreto e revestimento. No sistema seco, é necessária a adoção deuma camada de ligação, confeccionada <strong>com</strong> argamassa de consistência seca, fonte freqüente deproblemas, <strong>com</strong>o o descolamento entre as camadas.Sob o ponto de vista executivo do acabamento, tanto o sistema simples <strong>com</strong>o o duplo usam osmesmos equipamentos básicos. Neste trabalho será tratado apenas o primeiro caso. Entretanto <strong>com</strong>poucas modificações, pode ser empregado no sistema duplo.Primeira etapa: regularizar o concretoA regularização da superfície do concreto é fundamental para a obtenção de um piso <strong>com</strong> bomdesempenho em termos de planicidade. Essa operação, embora aparentemente simples, precisa serexecutada <strong>com</strong> esmero e habilidade.A ferramenta empregada é o chamado “rodo de corte”, constituído por uma régua de alumínio oumagnésio, de três metros de <strong>com</strong>primento, fixada a um cabo <strong>com</strong> dispositivo que permita a suamudança de ângulo, fazendo <strong>com</strong> que o “rodo” possa cortar o concreto quando vai e volta, ou apenasalisá-lo, quando a régua está plana.Deve ser aplicado no sentido transversal da concretagem , algum tempo após a concretagem, quandoo material está um pouco mais rígido. Seu uso irá reduzir consideravelmente as ondas que a réguavi<strong>br</strong>atória e o sarrafeamento deixaram.Desempenho mecânico do concretoO desempeno mecânico do concreto (floating) é executado <strong>com</strong> a finalidade de embeber as partículasdos agregados na pasta de cimento, remover protuberâncias e vales e promover o adensamentosuperficial do concreto (Peterson, 1986).Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GO 85Televendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>


Pisos Industriais deconcreto armadoPara a sua execução, a superfície deverá estar suficientemente rígida e livre da água superficial deexsudação. A operação mecânica pode ser executada quando o concreto suportar o peso de umapessoa, deixando uma marca entre 2 a 4 mm de profundidade.Os equipamentos empregados são geralmente as acabadoras de superfície, simples ou duplas, <strong>com</strong>diâmetro entre 90 e 120 cm, <strong>com</strong> quatro pás cada uma, <strong>com</strong> largura próxima a 250 mm, acionadospor motor elétrico ou a explosão; no Brasil esses equipamentos são popularmente chamados dehelicóptero ou bambolê.O desempenho deve ser executado <strong>com</strong> planejamento, de modo a garantir a qualidade da tarefa. Eledeve ser sempre ortogonal à direção da régua vi<strong>br</strong>atória ou do sarrafeamento e deve obedecersempre à mesma direção. Cada passada deve so<strong>br</strong>epor-se em 50% à anterior (Peterson, 1986).Alisamento superficialO alisamento superficial ou desempeno fino (troweling) é executado após o desempeno, paraproduzir uma superfície densa, lisa e dura. Normalmente, são necessárias duas ou mais operaçõespara garantir o resultado final, dando tempo para que o concreto possa gradativamente enrijecer-se.O equipamento é o mesmo empregado no desempeno mecânico, <strong>com</strong> a diferença de que as lâminassão mais finas, <strong>com</strong> cerca de 150 mm de largura. O alisamento deve iniciar-se na mesma direção dodesempeno, mas a segunda passada deve ser transversal a esta, alternando-se nas operaçõesseguintes.Na primeira passada, a lâmina deve estar absolutamente plana e de preferência já usada, que possuios bordos arredondados; nas seguintes, deve-se aumentar gradativamente o ângulo de inclinação, demodo que aumente a pressão de contato à medida que o concreto vai ganhando resistência(Peterson, 1986).9.9 - Cura do ConcretoDenominam-se cura do concreto todas as medidas tomadas para manter as condições de hidrataçãodo cimento, isto é, umidade e temperatura. Como regra geral, no Brasil são raros os períodos deAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GO 86Televendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>


Pisos Industriais deconcreto armadobaixas temperaturas, e os procedimentos de cura acabam limitando-se apenas à manutenção daumidade.A cura do concreto, além de relacionar-se <strong>com</strong> a resistência, está intimamente relacionada tambémaos problemas de superfície, podendo invalidar todos os meios empregados na dosagem, mistura,lançamento, adensamento e acabamento para reduzir os defeitos tão prejudiciais ao desempenho dopiso. Ela pode ser dividida em duas etapas no período de hidratação do cimento: a cura inicial e a<strong>com</strong>plementar.Cura inicialA cura inicial é a que é executada imediatamente às operações de acabamento do concreto, podendoaté mesmo iniciar-se de modo indireto após o adensamento. É no seu período que há maiorinfluência dos fenômenos de superfície e, diferentemente das estruturas, assume papel fundamentalnos pisos.Como manter a umidade ou, mais propriamente, evitar a evaporação da água de amassamento, semprejudicar ou danificar a superfície do piso é freqüentemente um exercício de criatividade e dedicaçãodo construtor, pois os procedimentos muitas vezes têm que principiar já após o adensamento,evitando a ação do vento e da insolação.Após o acabamento final, quando a superfície já não é tão frágil, isto é, já se encontra a meiocaminho do fim de pega, pode-se empregar meios diretos, <strong>com</strong>o a aplicação de mem<strong>br</strong>anas de cura,filmes plásticos e outros meios (Yeager, 1986).As mem<strong>br</strong>anas de cura são bastante empregadas, principalmente em áreas externas, devidofundamentalmente à facilidade de aplicação, aliada às baixas probabilidades de danos à superfície.São emulsões à base de polímeros, notadamente o PVA, aliadas ou não a um corante, que, <strong>com</strong> asecagem da água, formam na superfície um filme impermeável.Os filmes plásticos, transparentes ou opacos, que são popularmente conhecidos por lona preta, sãoinstrumentos eficientes de cura, mas que exigem maior cuidado <strong>com</strong> a superfície, visto que podemdanificá-la na sua colocação; além disso, por não ficarem firmemente aderidos ao concreto, formamuma câmara de vapor que, condensando, pode provocar manchas no concreto, principalmente se elefor colorido.As mem<strong>br</strong>anas de cura são menos eficientes do que os filmes plásticos, mas em <strong>com</strong>pensaçãopodem ser aplicadas mais precocemente. Como intermediários, há os papeis impermeáveis, hoje emdia pouco empregados em virtude do desenvolvimento dos polímeros que dão origem a filmesplásticos leves e baratos.Cura <strong>com</strong>plementarA cura <strong>com</strong>plementar deve iniciar-se após o fim de pega do concreto, independentemente de teremou não sido aplicadas mem<strong>br</strong>anas de cura. Nesta fase, a cura do concreto não se restringe apenasao impedimento da evaporação, mas sim pela saturação <strong>com</strong> água da superfície concretada.A sua execução é feita simplesmente <strong>com</strong> a colocação de materiais absorventes na superfície, que jádeve ter resistência suficiente para permitir o caminhar de pessoas. Periodicamente, procede-se àsua saturação.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>87


Pisos Industriais deconcreto armadoOs materiais mais empregados são as sacarias de aniagem, camadas de areia ou qualquer outromaterial inerte, <strong>com</strong> boa capacidade de retenção de água e que não cause manchas de nenhumaespécie.A cura <strong>com</strong>plementar deve prolongar-se até que o concreto tenha alcançado pelo menos 75% da suaresistência final, quando então a sua baixa permeabilidade garantirá por si própria a manutenção daumidade para a <strong>com</strong>pleta hidratação do cimento.Da mesma forma que a cura inicial, a cura <strong>com</strong>plementar está condicionada às condiçõesatmosféricas, <strong>com</strong>o o calor, ventos e principalmente a umidade relativa do ar. Vale observar que emdias frios a evaporação da água pode dar-se <strong>com</strong> mais facilidade por causa de ventos fortes e baixosvalores de umidade relativa; por esse motivo, os três parâmetros devem ser sempre analisadosconjuntamente.10- Controle de Qualidade de Pisos10.1 - IntroduçãoComo em toda atividade produtiva, os pisos industriais devem ser submetidos a controles deexecução, incluindo materiais e processos. Materiais <strong>com</strong>o cimento e agregados podem serinspecionados individualmente, no caso do concreto produzido na própria o<strong>br</strong>a, ou, nos casos mais<strong>com</strong>uns, verificando-se apenas as propriedades do concreto, quando este é fornecido já misturado.Basicamente, há três pontos importantes que devem ser considerados na execução de pisosindustriais (Ringo&Anderson, 1992):- Planicidade e rugosidade da sub-base ou subleito- Espessura da placa de concretoAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>88


Pisos Industriais deconcreto armado- Tolerâncias superficiaisAdicionalmente, deve-se também adotar critérios de aceitação para o alinhamento das juntas,principalmente as construtivas, e posicionamento das barras de transferência.10.2 - Tolerâncias da Sub-baseNão existem critérios perfeitamente estabelecidos para a aceitação da sub-base, exceto aqueles quese referem à sua <strong>com</strong>pactação, geralmente considerada satisfatória quando é de 95% do ProctorNormal, exceto quando especificado de forma diferente em projeto, valendo o mesmo critério para apreparação do subleito.A espessura da sub-base pode variar de 5% a 10% do valor de projeto e a sua planicidade éaceitável se o perfil do topo variar entre -5 mm e +10 mm <strong>com</strong> relação ao nível de projeto(Ringo&Anderson, 1992).Entretanto, as variações excessivas de planicidade podem acarretar alterações na espessura doconcreto, trazendo conseqüências em termos de custos, já que o topo deste possui tolerânciassuperficiais bem mais rigorosas.10.3 - Espessura da Placa de ConcretoAs tolerâncias executivas da espessura da placa de concreto são ditadas pelo ACI 117 (ACI 117,1990), sendo que:- Placas <strong>com</strong> até 300 mm de espessura: +10 mm e -7 mm- Placas <strong>com</strong> mais de 300 mm de espessura: +7 mm e -10 mm10.4 - JuntasAs juntas dos pisos industriais devem obedecer a pelo menos os seguintes requisitos, em relação aoprojeto:- As barras de transferência devem ser posicionadas de modo que a variação do espaçamentoentre elas difira no máximo 25 mm;- A tolerância no posicionamento das barras de transferência em relação ao plano médio da placade concreto, poderá ser de + ou - 7 mm.- O alinhamento das juntas construtivas não deve variar mais do que 10 mm ao longo de 3 m;- Nas juntas serradas, a profundidade do corte não deve variar mais do que 5 mm <strong>com</strong> relação àprofundidade.10.5 - Tolerâncias SuperficiaisA superfície do piso é o local onde há maior rigor no controle da qualidade, pois é ela que vai refletiros cuidados tomados durante a execução e, principalmente, definir o nível de desempenho,juntamente <strong>com</strong> a capacidade estrutural, do produto final.Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>89


Pisos Industriais deconcreto armadoA principal característica superficial é a planicidade, que define a quantidade de ondulações e outrasimperfeições superficiais. O seu valor está fortemente relacionado às operações de acabamento.A planicidade era medida pela máxima luz (ou abertura) entre o piso e uma régua de 3 m, livrementeapoiada so<strong>br</strong>e ele. De acordo <strong>com</strong> isso, classificava-se a planicidade <strong>com</strong>o sendo:PlanicidadeConvencional- desempenada- sarrafeadamm1208Plana 05Muito Plana 03Embora esse procedimento tenha sido empregado por mais de 50 anos, apresentava uma série dedeficiências, entre as quais se pode citar (ACI, 1990):- Dificuldade em ensaiar grandes áreas;- Dificuldade na amostragem aleatória do piso;- Não reprodutibilidade dos resultados;- Fracasso do método na determinação da planicidade de superfícies rugosas;- O método não permite determinar o nivelamento da superfície.Para contornar essas dificuldades, a American Society for Testing and Materials desenvolveu umprocedimento de medida das características da superfície (ASTM, 1987), que introduz o conceito doF-Number System, formado por dois valores distintos para medir o perfil do piso (ACI, 1989):O F F, índice Face de planicidade (flatness), que define a máxima curvatura permitida no piso em600mm, calculada <strong>com</strong> base em duas medidas sucessivas de elevações diferenciais, tomadas a cada300mm.O F L, índice Face de nivelamento (levelness), que define a conformidade relativa da superfície<strong>com</strong> um plano horizontal, medido a cada 3m.O par de valores F-Number, é geralmente apresentado na forma F /F F, de modo que umaLespecificação indicada <strong>com</strong>o 25/20 significa que o F Fé 25 e o F Lé 20.Teoricamente, os valores do F Fpodem variar de zero a infinito; na prática, situam-se entre 10 e 50,nos casos mais <strong>com</strong>uns, ou próximos a 100, em casos especiais. A variação do F Fé linear, isto é, umpiso <strong>com</strong> F F= 30 é duas vezes mais plano do que outro <strong>com</strong> F F= 15.Em pisos elevados, onde o F Lnão tem significado por causa da deformação da laje, indica-se, porexemplo, um piso cujo F Fé 35 <strong>com</strong>o F35. O mesmo critério deve ser usado em pisos inclinados,<strong>com</strong>o as rampas de acesso, onde o F Ltambém não tem significado.De acordo <strong>com</strong> o F /F F, o piso pode ser classificado conforme a tabela 10.1 (ACI, 1996). Os valoresLdo F Fe F Lmínimos locais são os menores valores admitidos para cada linha de medida, tomada deacordo <strong>com</strong> a norma ASTM E 1155-87 (ASTM, 1987).Av. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>90


Pisos Industriais deconcreto armadoTabela 10.1: Índices F-Number (Adaptado ACI, 1996)Uso TípicoUso não industrial,Pátio de estacionamento,Casa de máquinasF Fe F L(valores globais)20 15F Fe F L(valores mínimos)15 10Edifícios industriais,Comerciais25 2017 10Depósito (trânsito deEmpilhadeiras)Depósitos especiais,Pistas de patinaçãoEstúdio de televisão35 25 20 1545 35 30 20> 50 > 50Os dados da tabela 10.1 devem ser empregados somente quando o tráfego no piso for aleatório.Quando são empregados veículos <strong>com</strong> tráfego definido, em corredores estreitos, o conceito demedida é diferente do apresentado na norma ASTM, devendo-se empregar o índice F min, que nãodeve ser confundido <strong>com</strong> os valores mínimos locais.O F miné empregado em pisos <strong>com</strong> altos índices de planicidade,denominados superflat, nos quais o par F / F Fé geralmente superior aL100 e a sua determinação não é ainda normalizada.11 - Referências BibliográficasAv. Perimetral Norte Nº 7387 – Jd. Diamantina CEP 74573-260 - Goiânia – GOTelevendas: (0**62) 210-2392Site: www.impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> / e-mail: impercia@impercia.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>91


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