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Violência e fanatismo: a dissolução do sujeito no grupo

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8hostilidade se desvanecem, nem que temporariamente. Num <strong>grupo</strong>, seus componentesse comportam de maneira uniforme e toleram-se mutuamente. Constata-se aí umalimitação <strong>do</strong> narcisismo, produzida por um laço libidinal com outras pessoas <strong>do</strong> <strong>grupo</strong>,mas que, <strong>no</strong> entanto, não atua fora dele. Seus sentimentos hostis são dirigi<strong>do</strong>s para fora,ou seja, para um outro <strong>grupo</strong> rival, por exemplo, pois uma vez que o laço afetivo entreos membros e o líder de um <strong>grupo</strong> é abala<strong>do</strong>, o equilíbrio existente nele é desfeito,propician<strong>do</strong> um investimento narcísico <strong>no</strong> eu – que outrora fora limita<strong>do</strong> – e quesentimentos hostis e aversivos se voltem para os componentes e o líder <strong>do</strong> <strong>grupo</strong>, o queresultaria <strong>no</strong> desmembramento <strong>do</strong> mesmo.Constata-se, então, que as restrições impostas ao homem quanto a sua sexualidadee agressividade são sacrifícios aos quais o homem tem que se submeter para que oprocesso civilizatório evolua. Ao mesmo tempo, a evolução da civilização não garantesua felicidade, muito pelo contrário, vai de encontro a ela, uma vez que estas restriçõesatravancam o principio <strong>do</strong> prazer, que é a principal fonte de felicidade para o homem.É inevitável ao falar em civilização, formação de <strong>grupo</strong>s e <strong>fanatismo</strong> nãointroduzir o conceito de pulsão freudiana. Implícita anteriormente em algumas partesdeste texto, ela se mostra bastante útil para compreender-se sobre a natureza humana eseu conflito perante a civilização. Freud inicia a obra intitulada “Pulsões e seusdesti<strong>no</strong>s” dizen<strong>do</strong> que “uma pulsão <strong>no</strong>s aparecerá como sen<strong>do</strong> um conceito situa<strong>do</strong> nafronteira entre o mental e o somático, como representante psíquico <strong>do</strong>s estímulos que seoriginam dentro <strong>do</strong> organismo e alcançam a mente (…)” (apud GARCIA-ROZA, 1994).Como resumiram Laplanche e Pontalis <strong>no</strong> Vocabulário de Psicanálise (2004), aspulsões de vida “tendem a constituir unidades cada vez maiores, e a mantê-las” (pp.414), e abrangeriam as pulsões sexuais e de autoconservação. As de morte, por sua vez,se contrapõem às pulsões de vida, e tendem “a uma redução completa das tensões” (pp.

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