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Violência e fanatismo: a dissolução do sujeito no grupo

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12identificação com os outros indivíduos aquilo que talvez tenha torna<strong>do</strong> possível elesterem a mesma relação com o objeto, <strong>no</strong> caso, mais uma vez, o líder.Com isso, <strong>no</strong>s deparamos com a expressão tão nebulosa ideal <strong>do</strong> eu. Asvariações <strong>do</strong> seu conceito remetem ao fato que ele está acompanha<strong>do</strong> da elaboraçãoprogressiva da <strong>no</strong>ção de supereu. De acor<strong>do</strong> com Laplanche e Pontalis (2004), é na obrafreudiana “Sobre o Narcisismo: uma introdução” (1914) que surge a expressão “ideal <strong>do</strong>eu” para designar uma “formação intrapsíquica relativamente autô<strong>no</strong>ma que serve dereferência ao ego para apreciar as suas relações efetivas. Sua origem é principalmentenarcísica” (pp. 222). Na infância, o ideal da criança é ela mesma, e ela aban<strong>do</strong>na esteesta<strong>do</strong> narcísico a partir das críticas <strong>do</strong>s seus pais. Sen<strong>do</strong> assim, o que o homem projetadiante de si como seu ideal é o substituto <strong>do</strong> narcisismo perdi<strong>do</strong> na infância. Já em“Psicologia de Grupo...”, o ideal <strong>do</strong> eu é diferencia<strong>do</strong> <strong>do</strong> eu, e a ele são atribuídas asfunções de auto-observação, consciência moral, censura <strong>do</strong>s sonhos, e a principalinfluência <strong>no</strong> recalque. Ainda complementa que ele é herdeiro da época em que o euinfantil desfrutava de auto-suficiência, e de forma gradual reúne a partir das influências<strong>do</strong> meio ambiente, “as exigências que este impõe ao ego, das quais este não pode estarsempre a altura; de maneira que um homem, quan<strong>do</strong> não pode estar satisfeito com seupróprio ego, tem, <strong>no</strong> entanto, possibilidade de encontrar satisfação <strong>no</strong> ideal <strong>do</strong> ego quese diferenciou <strong>do</strong> ego” (pp. 222). Isso permitiria compreender a fascinação amorosa, adependência para com o hip<strong>no</strong>tiza<strong>do</strong>r, e a submissão ao líder, to<strong>do</strong>s esses ilustrações decasos onde uma pessoa “estranha” é colocada pelo <strong>sujeito</strong> <strong>no</strong> seu lugar de ideal <strong>do</strong> eu.Através desta exposição, pode-se reparar como a violência perpassa sobre otema <strong>do</strong> <strong>fanatismo</strong>. Os fanáticos, através de uma religião própria embasada em suascrenças e ideais rígi<strong>do</strong>s, submetem os outros aos seus desejos próprios. E, centran<strong>do</strong> aviolência <strong>no</strong> meio fanático, deparamo-<strong>no</strong>s com a questão da formação de <strong>grupo</strong> (e,

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