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Bancos Europeus no Brasil - Instituto de Economia da UFRJ

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<strong>Bancos</strong> <strong>Europeus</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>: razões e resultados <strong>da</strong> on<strong>da</strong> recente *Luiz Fernando Rodrigues <strong>de</strong> Paula **O texto a seguir é um resumo elaborado pelo próprio autor do artigo “Determinantes eimpactos <strong>da</strong> recente entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> bancos europeus <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>”, premiado com a primeiracolocação na categoria artigo do X Prêmio <strong>Brasil</strong> <strong>de</strong> Eco<strong>no</strong>mia, promovido pelo ConselhoFe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Eco<strong>no</strong>mia.Neste artigo iremos analisar os principais <strong>de</strong>terminantes e alguns impactos <strong>da</strong>recente on<strong>da</strong> <strong>de</strong> bancos europeus <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. Sua hipótese principal é que esta on<strong>da</strong> <strong>de</strong>bancos europeus só po<strong>de</strong> ser entendi<strong>da</strong> se for consi<strong>de</strong>rado ambos os fatores exter<strong>no</strong>s einter<strong>no</strong>s. Os <strong>de</strong>terminantes exter<strong>no</strong>s estão relacionados ao processo <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>çãobancária <strong>no</strong> sistema financeiro europeu <strong>no</strong> contexto <strong>da</strong> União Monetária Européia, que temestimulado alguns conglomerados bancários a se expandirem para o exterior. Os<strong>de</strong>terminantes inter<strong>no</strong>s, por sua vez, estão relacionados principalmente à flexibilização <strong>da</strong>srestrições legais quanto a presença dos bancos estrangeiro <strong>no</strong> setor bancário brasileiro.Reestruturação do setor bancário europeuO Programa <strong>de</strong> Mercado Único e a União Monetária Européia (UME) po<strong>de</strong>m servistos como redutores <strong>de</strong> barreiras <strong>de</strong> eficiência para consoli<strong>da</strong>ção bancária <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>sfronteiras <strong>da</strong> União Européia, e <strong>de</strong>ntro do subconjunto <strong>de</strong> nações participantes <strong>da</strong> uniãomonetária, respectivamente. De fato, essas políticas po<strong>de</strong>m reduzir ou eliminar asdiferenças entre moe<strong>da</strong>s, estruturas regulatórias e as regras explícitas contra competidoresestrangeiros por parte dos países <strong>da</strong> União Européia (UE), o que torna em tese mais fácil eme<strong>no</strong>s custoso para as instituições financeiras operarem através <strong>da</strong>s fronteiras entre países<strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> região. Portanto, a Lei do Mercado Único criou, teoricamente, as mesmasoportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fusões e aquisições (F&As) que ocorreu recentemente<strong>no</strong>s EUA.As evidências empíricas, contudo, mostram que as F&As bancárias, especialmente<strong>no</strong> mercado varejista, permanecem em boa medi<strong>da</strong> confina<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ntro dos fronteirasnacionais, contrastando com o peque<strong>no</strong> volume <strong>de</strong> negócios envolvendo outros países <strong>da</strong>*Uma versão completa em inglês do mesmo po<strong>de</strong> ser obti<strong>da</strong> <strong>no</strong> site: www.brazil.ox.ac.uk**Professor <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Econômicas <strong>da</strong> UERJ. E-mail: lfpaula@alternex.com.br


UME. De fato, como assinala um relatório do Banco Central Europeu, “parece que emmuitos países, os grupos bancários têm procurado primeiro consoli<strong>da</strong>r sua posição <strong>de</strong>ntro<strong>da</strong>s fronteiras nacionais antes <strong>de</strong> fazerem um movimento estratégico como resposta àcriação do mercado único e <strong>da</strong> introdução <strong>da</strong> moe<strong>da</strong> única”.Portanto, parece haver alguns impedimentos para fusões e aquisições <strong>de</strong>ntro dospaíses <strong>da</strong> UE, e um incentivo para tal ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> fora <strong>da</strong> região. Um <strong>de</strong>stes incentivos é aausência <strong>de</strong> uma agência regulatória única na UE, que tem limitado os benefícios para osbancos se expandirem para áreas <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s financeiras entre países e, ao mesmo tempo,tem impedido os bancos europeus <strong>de</strong> se engajarem na diversificação <strong>de</strong> ganhos e na reduçãodos níveis <strong>de</strong> capital tal como tem sido praticado <strong>no</strong>s EUA. Assim, a <strong>de</strong>speito <strong>da</strong>uniformi<strong>da</strong><strong>de</strong> que <strong>de</strong>veria ter sido cria<strong>da</strong> <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> Lei do Mercado Único e <strong>da</strong> introdução<strong>da</strong> moe<strong>da</strong> comum, dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s como diferentes regulamentações pru<strong>de</strong>nciais nacionais têmtornado as operações entre países mais difíceis. Existem ain<strong>da</strong> múltiplas agências <strong>de</strong>supervisão <strong>de</strong>ntro dos diferentes países e nenhuma agência <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação ou uma agênciaregulatória única dos bancos para a zona do euro. Adiciona-se que vários gover<strong>no</strong>s dospaíses membros <strong>da</strong> UE têm freqüentemente recusado a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> (outros) países<strong>da</strong> UE. Assim, alguns bancos que têm tentado entrar em outros países <strong>da</strong> UE têm se<strong>de</strong>frontado com forte oposição dos países hospe<strong>de</strong>iros, com o objetivo não explícito <strong>de</strong> secriar alguns poucos “campeões nacionais” em ca<strong>da</strong> país para competir <strong>no</strong> mercado europeue global.A expansão dos bancos europeus na América Latina e <strong>Brasil</strong>A recente on<strong>da</strong> <strong>de</strong> bancos estrangeiros <strong>no</strong> América Latina e <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> foi uma on<strong>da</strong>predominantemente européia. Isto significa que o correto entendimento <strong>de</strong>sta on<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>velevar em consi<strong>de</strong>ração tanto o processo <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>ção bancária na Europa, esta última <strong>no</strong>contexto <strong>da</strong> União Monetária Européia (UME) quanto <strong>no</strong>s EUA. De fato, a tími<strong>da</strong> presençados bancos america<strong>no</strong>s <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> F&As na América Latina po<strong>de</strong> ser explicado emparte pelo fato <strong>de</strong> que, além <strong>de</strong> já terem uma antiga presença <strong>no</strong> mercado lati<strong>no</strong>-america<strong>no</strong>,eles estavam absorvidos pelo processo <strong>de</strong> fusões e incorporações <strong>no</strong> próprio mercadodoméstico america<strong>no</strong>, que passou por um importante movimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>sregulamentação <strong>no</strong>sa<strong>no</strong>s 1990.2


Em reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, esta recente on<strong>da</strong> <strong>de</strong> bancos europeus foi <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> por umconjunto <strong>de</strong> diferentes fatores, que inclui, entre outros, (i) o processo <strong>de</strong> reestruturação dosetor bancário <strong>no</strong> contexto <strong>da</strong> UME, que tem feito com que a expansão para o exterior paraalguns bancos europeus têm sido não somente uma fonte <strong>de</strong> diversificação <strong>de</strong> ganhos mastambém uma forma que eles encontraram para fortalecer sua posição <strong>no</strong> mercado bancárioeuropeu; (ii) a dinâmica <strong>de</strong> internacionalização dos bancos espanhóis, uma vez que eles têmsido os principais protagonistas na recente on<strong>da</strong> <strong>de</strong> bancos estrangeiros na América Latina:esses bancos – em particular o BSCH e BBVA – perseguiram estratégias <strong>de</strong> crescimentobasea<strong>da</strong>s em F&As em seu mercado doméstico antes <strong>de</strong> se lançarem em uma estratégia <strong>de</strong>expansão internacional; (iii) o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sregulamentação <strong>de</strong> mercado ocorrido naregião <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início dos a<strong>no</strong>s 90, <strong>no</strong> contexto <strong>da</strong>s reformas liberalizantes, que permitiu aentra<strong>da</strong> <strong>de</strong> empresas estrangeiras em setores chaves, como telecomunicações, energiaelétrica e setor bancário; (iv) as melhores perspectivas <strong>da</strong> região para maiores retor<strong>no</strong>s parainstituições financeiras comparado com os países <strong>de</strong>senvolvidos, assim como os potenciaisganhos <strong>de</strong> eficiência que po<strong>de</strong>riam ser obtidos na América Latina pelos bancos estrangeiros.No caso do <strong>Brasil</strong>, a “crise bancária” <strong>de</strong> 1995 foi um marco neste processo, já queresultou na abertura <strong>de</strong> uma porta para a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> bancos estrangeiros <strong>no</strong> país, uma vezque <strong>de</strong>svalorizou os bancos existentes e colocou um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong>les sob o controle doBanco Central. Neste contexto, mu<strong>da</strong>nças na estrutura regulatória referente a bancosestrangeiros – através <strong>de</strong> uma flexibilização nas restrições legais relativas à presença <strong>de</strong>ssesbancos <strong>no</strong> setor bancário brasileiro -, o programa <strong>de</strong> privatização <strong>de</strong> bancos estaduais, aestabilização <strong>de</strong> preços a partir <strong>de</strong> 1994, o crescente potencial do mercado bancáriovarejista brasileiro, o <strong>de</strong>senvolvimento – ain<strong>da</strong> infante – dos fundos <strong>de</strong> pensão e mercado <strong>de</strong>títulos <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, a crescente integração <strong>da</strong> eco<strong>no</strong>mia brasileira <strong>no</strong> fluxo comercial efinanceiro, todos esses fatores juntos contribuíram para atrair o capital estrangeiro para osetor bancário brasileiro.Uma breve avaliação <strong>da</strong> recente on<strong>da</strong> <strong>de</strong> F&As bancárias <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> mostra que: (i)os bancos europeus coman<strong>da</strong>ram as aquisições bancárias feitas por bancos estrangeiros,<strong>de</strong>stacando-se a compra do Bamerindus pelo HSBC (britânico), Excel-Econômico peloBBVA (espanhol), América do Sul pelo Su<strong>da</strong>meris (italo-francês), Real pelo ABN Amro(holandês) e Banespa pelo BSCH (espanhol); (ii) os dois gran<strong>de</strong>s bancos america<strong>no</strong>s <strong>no</strong>3


<strong>Brasil</strong> – Citibank e BankBoston – não participaram <strong>da</strong> on<strong>da</strong> <strong>de</strong> aquisições <strong>no</strong> país, eoptaram por buscar um crescimento orgânico; (iii) os três gran<strong>de</strong>s privados nacionais –Bra<strong>de</strong>sco, Itaú e Unibanco – reagiram à penetração dos bancos estrangeiros, participandoativamente do processo <strong>de</strong> F&As bancárias, realizando várias operações importantes, comoa compra dos bancos Nacional e Ban<strong>de</strong>irantes pelo Unibanco, do BCN/Credireal eMercantil <strong>de</strong> São Paulo pelo Bra<strong>de</strong>sco, e Banerj e BBA pelo Itaú.Tabela 1Participação percentual <strong>da</strong>s instituições <strong>no</strong>s ativos do setor bancário <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001Bcs com controle estrangeiro 8,35 7,16 8,39 9,79 12,82 18,38 23,19 27,41 29,86Bcs privados nacionais 40,67 41,21 39,16 39,00 36,76 35,29 33,11 35,23 37,21Bcs públicos (+ Caixa Estadual) 13,41 18,17 21,90 21,92 19,06 11,37 10,23 5,62 4,3Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral 14,51 14,98 16,40 16,47 16,57 17,02 17,06 15,35 10,97Banco do <strong>Brasil</strong> 22,93 18,28 13,91 12,52 14,42 17,44 15,75 15,63 16,76Cooperativas <strong>de</strong> Crédito 0,13 0,20 0,24 0,30 0,37 0,50 0,66 0,76 0,9Área bancária 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00Fonte: Banco Central do <strong>Brasil</strong>A Tabela 1 mostra que os bancos controlados por grupos estrangeiros têm elevadosua participação <strong>de</strong> 7,2% em 1994, 12,8% em 1997 para 29,9% em 2001 <strong>no</strong> total dos ativosdo setor bancário em somente sete a<strong>no</strong>s, enquanto que <strong>de</strong>clina a participação dos outrossegmentos, em especial nas instituições públicas. Embora exista uma tendência <strong>de</strong>clinantena participação relativa dos bancos públicos, incluindo os dois “gigantes” fe<strong>de</strong>rais, CaixaEconômica Fe<strong>de</strong>ral e Banco do <strong>Brasil</strong>, sua participação relativa é ain<strong>da</strong> importante <strong>no</strong> setorbancário com 31,6% do total <strong>de</strong> ativos <strong>no</strong> final <strong>de</strong> 2001, enquanto que os bancos privadosnacionais tinham uma participação predominante, <strong>de</strong> 37,2%. Em particular, os maioresbancos privados domésticos <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> – Bra<strong>de</strong>sco, Itaú e Unibanco - têm aumentado suafatia <strong>de</strong> mercado <strong>no</strong> setor bancário via fusões e aquisições <strong>de</strong> bancos estaduais e privados, e,em me<strong>no</strong>r grau, através <strong>de</strong> crescimento orgânico. Quando se compara a participaçãopercentual dos bancos estrangeiros <strong>no</strong>s maiores países <strong>da</strong> América Latina, po<strong>de</strong>-se observarque <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> esta participação é muito mais baixa do que na Argentina (48,6% em 1999) e<strong>no</strong> México (80,0% em 2001).Ao analisar-se as estratégias <strong>de</strong> expansão dos maiores bancos estrangeiros naAmérica Latina uma <strong>da</strong>s características comuns <strong>de</strong>ste bancos é que todos eles são gran<strong>de</strong>sbancos universais que escolheram se expandir para outros países como estratégia <strong>de</strong>4


crescimento <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. De acordo com a literatura internacional, bancos queoperam em países on<strong>de</strong> o setor bancário é gran<strong>de</strong> e mais lucrativo <strong>de</strong>vem ser capazes <strong>de</strong>exportar uma habili<strong>da</strong><strong>de</strong> superior e são, assim, mais prováveis <strong>de</strong> expandirem suasativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s para o exterior. De fato, todos os maiores bancos europeus na América Latina –BSCH, BBVA, HSBC e ABN Amro – aumentaram recentemente seu market share <strong>no</strong>s seusmercados domésticos via fusões e aquisições, alcançando uma posição <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança nessesmercados. A expansão para o exterior não foi somente uma fonte <strong>de</strong> diversificação <strong>de</strong>receitas para esses bancos mas também uma forma <strong>de</strong>les fortalecerem sua posição <strong>no</strong>mercado bancário europeu <strong>no</strong> contexto <strong>da</strong>s pressões resultantes <strong>da</strong> união econômica emonetária.A reação dos bancos privados nacionaisDe acordo com a literatura internacional, os dois principais impactos <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> <strong>de</strong>bancos estrangeiros em mercados domésticos são: (i) os bancos estrangeiros são me<strong>no</strong>seficientes do que os bancos domésticos <strong>no</strong>s países <strong>de</strong>senvolvidos, mas são mais eficientesdo que os bancos domésticos nas eco<strong>no</strong>mias emergentes; (ii) a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> bancosestrangeiros po<strong>de</strong> tornar os mercados domésticos mais competitivos, e assim forçar osbancos domésticos a operarem <strong>de</strong> forma mais eficiente e, ao mesmo tempo, a expandiremsuas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Ao analisar-se o recente comportamento dos maiores bancos privadosnacionais – Bra<strong>de</strong>sco, Itaú e Unibanco – a partir <strong>de</strong> alguns indicadores <strong>de</strong> eficiência e<strong>de</strong>sempenho, os <strong>da</strong>dos mostram alguma evidência <strong>de</strong> que, ao me<strong>no</strong>s <strong>no</strong> período recente, osbancos privados brasileiros estão obtendo um bom <strong>de</strong>sempenho e os seus custos, emboranão tenham <strong>de</strong>clinado, têm estado sob controle. A Tabela 2 mostra que, embora asevidências não permitam extrair conclusões <strong>de</strong>finitivas, existe alguma evidência que os trêsgran<strong>de</strong>s privados domésticos têm apresentado em geral melhores resultados – em termos <strong>de</strong>indicadores <strong>de</strong> eficiência e <strong>de</strong>sempenho - do que os bancos estrangeiros <strong>no</strong> período recente,ain<strong>da</strong> que o subconjunto <strong>de</strong> bancos america<strong>no</strong>s (Citibank e BankBoston) apresente ummelhor <strong>de</strong>sempenho do que o subconjunto dos bancos europeus.Observa-se, portanto, que os bancos estrangeiros não têm se mostradonecessariamente mais eficientes que os bancos brasileiros, ao mesmo tempo existeevidências que os gran<strong>de</strong>s bancos privados nacionais têm reagido positivamente à entra<strong>da</strong>5


<strong>de</strong> bancos estrangeiros, uma vez que a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong>sses bancos tem afetado o mercadobancário doméstico forçando os bancos nacionais a operarem <strong>de</strong> forma mais eficiente etambém a expandir suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, organicamente ou por fusões e aquisições. Diferençasculturais, o alto nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e sofisticação do setor bancário <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, queresultou <strong>de</strong> sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se a<strong>da</strong>ptar ao período <strong>de</strong> alta inflação, e a forma como foiadministra<strong>da</strong> as crises externas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>no</strong> período 1997/2002, po<strong>de</strong>m explicar estecomportamento.TABELA 2Indicadores selecionados <strong>de</strong> alguns <strong>da</strong> maiores bancos <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, 1999-2000EficiênciaDesempenhoIndicador <strong>de</strong> Emprega- Receita liq./ Retor<strong>no</strong> sobre Retor<strong>no</strong> sobre Margem líqui<strong>da</strong>eficiência* dos/agênciasEmpregados Patrimônio ativos <strong>de</strong> juros1999 2000 1999 2000 1999 2000 1999 2000 1999 2000 1999 2000Bra<strong>de</strong>sco 70,41% 65,62% 7 7 20,6 32,0 16,32% 21,50% 1,38% 1,83% 7,19% 7,12%Itaú 66,12% 66,54% 15 16 49,6 50,9 31,65% 27,71% 3,60% 2,65% 7,56% 7,09%Unibanco 69,44% 70,10% 13 18 31,6 36,0 14,76% 13,43% 1,64% 1,44% 7,31% 6,04%Safra 61,40% 54,16% n.d. 40 n.d. 88,5 19,33% 22,11% 1,10% 1,32% 4,91% 4,01%ABN-Amro Real 69,95% 72,92% n.d. 15 9,2 13,3 10,32% 5,47% 1,04% 0,93% 6,34% 13,17%HSBC 79,27% 94,20% n.d. 13 n.d. 9,7 25,76% 21,48% 1,84% 1,21% 10,39% 8,02%Su<strong>da</strong>meris 130,5% 105,5% n.d. 18 -15,1 -46,1 -14,85% -38,28% -0,73% -1,83% 3,36% 4,31%BBVA 78,40% 87,42% n.d. 12 n.d. 13,8 28,49% 9,25% 2,12% 0,67% 6,49% 5,29%Bank Boston 49,41% 52,78% n.d. 20 n.d. 131,0 22,23% 20,57% 1,19% 1,16% 8,27% 5,83%Citibank 38,25% 76,30% n.d. 24 n.d. 92,8 48,45% 19,37% 4,02% 1,43% 11,79% 3,95%Fonte: Elaboração própria com <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> Guimarães et al (2001)Nota: (*)Índice <strong>de</strong> eficiência = (salários + overhead + tarifas)/receita líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> juros6

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