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Suplemento: Um novo modelo de desenvolvimento profissional ...

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<strong>Suplemento</strong> da Revista Número 26 | Junho 2007 | www.or<strong>de</strong>menfermeiros.pt | ISSN 1646-2629<strong>Um</strong> <strong>novo</strong> <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento <strong>profissional</strong>Certificação <strong>de</strong> Competências eIndividualização <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>sem Enfermagem<strong>Um</strong> projecto em marchaImplementação dos Padrões<strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>


egulação <strong>profissional</strong><strong>Suplemento</strong>Desenvolvimento Profissional – Certificação <strong>de</strong> CompetênciasFundamentos e linhas orientadoras para a construção do sistema1. Percurso e enquadramento da profissãonas ultimas décadasO percurso realizado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 70, permite‐nos assinalarque já no 1.º Congresso Nacional, em 1973, foram consi<strong>de</strong>radostrês pontos relevantes no programa, para o <strong>de</strong>senvolvimentoda profissão: uma carreira única <strong>profissional</strong>, a educação <strong>de</strong>Enfermagem integrar o sistema nacional <strong>de</strong> ensino e a criaçãoda Or<strong>de</strong>m dos Enfermeiros (OE).Na década <strong>de</strong> 90, um alargado <strong>de</strong>bate nacional em torno doexercício <strong>profissional</strong> e da regulamentação e do controlo <strong>de</strong>steculminou na publicação do Regulamento do Exercício Profissionaldos Enfermeiros (REPE), configurando o exercício <strong>de</strong> Enfermagem,clarificando conceitos, intervenções e áreas <strong>de</strong> actuação, assimcomo os direitos e <strong>de</strong>veres. No preâmbulo do REPE (1996),consi<strong>de</strong>ra‐se que: “a Enfermagem registou entre nós, no <strong>de</strong>cursodos últimos anos, uma evolução, quer ao nível da respectivaformação <strong>de</strong> base, quer no que diz respeito à complexificação edignificação do seu exercício <strong>profissional</strong>, que torna imperiosoreconhecer como <strong>de</strong> significativo valor o papel do enfermeirono âmbito da comunida<strong>de</strong> científica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e, bem assim, noque concerne à qualida<strong>de</strong> e eficácia da prestação <strong>de</strong> cuidados<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.” Menos <strong>de</strong> dois anos <strong>de</strong>pois foi criada a Or<strong>de</strong>m dos Enfermeiros(Decreto‐Lei n.º 104/98, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> Abril). O Estado reconheceuentão aos enfermeiros a capacida<strong>de</strong> da auto‐regulação como amelhor forma <strong>de</strong> garantir aos cidadãos a qualida<strong>de</strong> dos cuidados<strong>de</strong> Enfermagem. Deste modo, ao aprovar o Estatuto da OE e, comele, o Código Deontológico (artigos 78 a 92), o Estado eleva alei da República os parâmetros que <strong>de</strong>volvem aos enfermeirospo<strong>de</strong>res <strong>de</strong> regulação que são da sua esfera, porque se tratamda <strong>de</strong>fesa do bem comum.Também ao nível do ensino <strong>de</strong> Enfermagem, passou a existir, nadécada <strong>de</strong> 70, um único nível (1975) <strong>de</strong> educação em Enfermagem.Em 1988, faz‐se a integração do ensino <strong>de</strong> Enfermagem nosistema educativo nacional, a nível do ensino superior politécnico,Decreto‐Lei n.º 480/88, <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> Agosto. Criam‐se, nestediploma, o curso superior <strong>de</strong> Enfermagem (CSE) e os cursos <strong>de</strong>estudos superiores especializados em Enfermagem (CESEE). Po<strong>de</strong>mosver no quadro seguinte o objecto <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les.Preâmbulo do Decreto‐Lei n.º 161/96, <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> Setembro, n.º 1.Quadro 1 – Decreto‐Lei n.º 480/88 – Objecto dos CSE e CESEECSEObjectoArtigo 3.º1 – O curso superior <strong>de</strong> Enfermagem terá a duração <strong>de</strong> três anos.2 – A aprovação no curso a que se refere o número anterior comprova aformação científica e técnica a<strong>de</strong>quada para a prestação <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong>Enfermagem geral aos três níveis <strong>de</strong> prevenção, dirigidos ao indivíduo, à famíliae à comunida<strong>de</strong>, e, bem assim, a necessária capacida<strong>de</strong> para participar:a) na gestão dos serviços <strong>de</strong> Enfermagem;b) no ensino relacionado com a respectiva área <strong>de</strong> trabalho;c) em estudos <strong>de</strong> investigação em Enfermagem.3 – A conclusão com aprovação no curso superior <strong>de</strong> Enfermagem confere ograu académico <strong>de</strong> bacharelato, bem como o título <strong>profissional</strong> <strong>de</strong> enfermeiro.CESEEObjectoArtigo 5.º1 – A aprovação nos cursos <strong>de</strong> estudos superiores especializados emEnfermagem comprova a competência científica e técnica em <strong>de</strong>terminadodomínio especializado da profissão, ao nível <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong> Enfermagem maiscomplexos.2 – A aprovação nos cursos <strong>de</strong> estudos superiores especializados emEnfermagem confere capacida<strong>de</strong> para:a) a gestão dos serviços <strong>de</strong> Enfermagem;b) o ensino <strong>de</strong> Enfermagem;c) a prática da investigação no âmbito da Enfermagem.or<strong>de</strong>m dos enfermeiros


egulação <strong>profissional</strong><strong>Suplemento</strong>Desenvolvimento Profissional – Individualizaçãodas especialida<strong>de</strong>s em EnfermagemFundamentos e Proposta <strong>de</strong> SistemaNota introdutóriaO reconhecimento da individualização das especialida<strong>de</strong>s emEnfermagem constitui uma das competências estatutárias doConselho <strong>de</strong> Enfermagem (CE). Ao dar continuida<strong>de</strong> ao trabalho<strong>de</strong>senvolvido sobre este eixo estruturante da profissão, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>logo se percebeu da extrema sensibilida<strong>de</strong> e da enorme complexida<strong>de</strong>que qualquer <strong>de</strong>cisão neste domínio comporta. Na posse<strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> manancial <strong>de</strong> informação, <strong>de</strong>senvolveu‐se trabalho<strong>de</strong> análise, reflexão e orientação <strong>de</strong> um caminho que nos conduziuà elaboração <strong>de</strong>sta proposta. Foi necessário encontrar consensospara a <strong>de</strong>finição das linhas orientadoras para o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>profissional</strong> e para a individualização <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s, bem comopara <strong>de</strong>finir o sistema para essa individualização.O documento que ora se apresenta tem por finalida<strong>de</strong> explicitar osfundamentos e as premissas que justificam a individualização dasespecialida<strong>de</strong>s em Enfermagem e explicitar a proposta <strong>de</strong> sistema<strong>de</strong> individualização, enunciando os pressupostos, o conceito <strong>de</strong>enfermeiro especialista, o <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> operativo e os critérios para aindividualização, a orientação para a <strong>de</strong>finição das competênciasclínicas especializadas, a perspectiva <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do programaformativo. Finalmente perspectivam‐se áreas <strong>de</strong> especializaçãotendo em conta o <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> <strong>de</strong> individualização proposto eas necessida<strong>de</strong>s emergentes em cuidados <strong>de</strong> Enfermagem.Concluímos com um compromisso <strong>de</strong> trabalho a concretizar atéao final <strong>de</strong>ste mandato.1. Fundamentos e premissasDo programa <strong>de</strong> acção para o mandato (2004/2007) emergecomo área prioritária e estruturante a promoção do <strong>de</strong>senvolvimento<strong>profissional</strong>. Visando a implementação <strong>de</strong>sta premissa,evoluímos na nossa reflexão e abordagem, enten<strong>de</strong>ndo‐se quese preten<strong>de</strong> a criação <strong>de</strong> um <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>profissional</strong>assente em dois sistemas: o sistema <strong>de</strong> certificação <strong>de</strong>competências e o sistema <strong>de</strong> individualização das especialida<strong>de</strong>s.Neste capítulo evi<strong>de</strong>nciam‐se os fundamentos e premissas paraa individualização das especialida<strong>de</strong>s.1.1. Dos instrumentos reguladores da profissão à auto‐‐regulação <strong>profissional</strong>O Decreto‐Lei n.º 161/96, <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> Setembro consagra o Regulamentodo Exercício Profissional dos Enfermeiros (REPE)tornando‐se <strong>de</strong>sse modo o diploma enquadrador e <strong>de</strong> suporteao <strong>de</strong>senvolvimento da regulação <strong>profissional</strong>.Com a criação da Or<strong>de</strong>m dos Enfermeiros (OE), consagrada noDecreto‐Lei n.º 104/98, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> Abril, o Estado reconheceu aosenfermeiros a capacida<strong>de</strong> da auto‐regulação como a melhorforma <strong>de</strong> garantir aos cidadãos a qualida<strong>de</strong> dos cuidados <strong>de</strong>Enfermagem.Deste modo, ao aprovar o Estatuto da OE e com ele o CódigoDeontológico (artigos 78º a 92º), o Estado eleva a lei da Repúblicaos parâmetros que <strong>de</strong>volvem aos enfermeiros po<strong>de</strong>res <strong>de</strong>regulação que são da sua esfera, porque se trata da <strong>de</strong>fesa dobem comum. Estes po<strong>de</strong>res estão expressos essencialmente noartigo 3º, nomeadamente no ponto 1, ao afirmar: “A Or<strong>de</strong>m temcomo <strong>de</strong>sígnio fundamental promover a <strong>de</strong>fesa da qualida<strong>de</strong> doscuidados <strong>de</strong> Enfermagem prestados à população, bem como o<strong>de</strong>senvolvimento, a regulamentação e o controlo do exercício daprofissão <strong>de</strong> enfermeiro, assegurando a observância das regras <strong>de</strong>ética e <strong>de</strong>ontologia <strong>profissional</strong>.”or<strong>de</strong>m dos enfermeiros


egulação <strong>profissional</strong>14<strong>Suplemento</strong>b. Promover o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>profissional</strong> no sentido daespecialização <strong>de</strong> todos os enfermeiros, <strong>de</strong> modo a que ocidadão seja atendido por profissionais reconhecidos peloelevado nível <strong>de</strong> cuidados prestados às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>cada pessoa/família;c. Promover a autonomia dos percursos <strong>de</strong> <strong>profissional</strong>ização,entendidos como percursos <strong>de</strong> formação face aos percursosacadémicos, po<strong>de</strong>ndo ser complementares entre si;d. Tornar relevante tanto para o cidadão individualmente,como para as organizações prestadoras, a clarificação <strong>de</strong>percursos profissionais orientados que fortaleçam e façamemergir competências clínicas acrescidas, on<strong>de</strong> a certificaçãoseja entendida como um atestado <strong>de</strong> garantia doscuidados que os enfermeiros po<strong>de</strong>m oferecer;e. Tornar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> percursos profissionais orientados,com o incremento <strong>de</strong> uma prática clínica baseadana evidência, um importante contributo para as dinâmicasorganizacionais <strong>de</strong> maior exigência e consequentemente <strong>de</strong>melhoria contínua da qualida<strong>de</strong> dos cuidados. Também seconstituirá como contributo importante para a criação <strong>de</strong>espaços qualificantes pelo permanente retorno do conhecimentoem Enfermagem, gerador <strong>de</strong> <strong>novo</strong> conhecimento;f. Tornar relevante o contributo do sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<strong>profissional</strong> e certificação <strong>de</strong> competências para aqualida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>sempenho organizacional, com os consequentesbenefícios que daí <strong>de</strong>correm para os cidadãos;g. Melhorar a relação entre os contextos da prática clínica comas organizações formadoras, tanto ao nível da formaçãopré‐graduada como da formação pós‐graduada, enquantorecurso fundamental <strong>de</strong> legitimação do conhecimento;h. Promover um <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> sistémico <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>profissional</strong>pelo envolvimento das instituições <strong>de</strong> ensino, dasinstituições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e da própria profissão.1.5. Enquadramento internacionalAnalisadas as políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e recomendações estratégicasinternacionais verificamos que:1. Na Europa e no mundo, não existe um padrão <strong>de</strong>finidor econsensualmente aceite do que se enten<strong>de</strong> por “Enfermeiro”e “Enfermeiro Especialista”. Existem cenários variados, querpelo percurso formativo, quer pela diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas clínicas,conferindo ao enfermeiro competências gerais e especializadas,mas <strong>de</strong> um modo geral, sem atribuição <strong>de</strong> título eregulação efectiva do exercício <strong>profissional</strong>.Neste contexto, o acesso a uma área clínica especializada <strong>de</strong>Enfermagem po<strong>de</strong> ser feito directamente, pela via da formaçãoinicial (branch nurse) ou por um percurso formativo pós‐básico,sendo o enfermeiro especialista aquele que aplica níveis superiores<strong>de</strong> julgamento e discernimento na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão,assume o papel <strong>de</strong> prestador <strong>de</strong> cuidados diferenciados mastambém <strong>de</strong> supervisor e consultor para os colegas e outroselementos da equipa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. 232. O Conselho Internacional <strong>de</strong> Enfermeiros (ICN) evi<strong>de</strong>ncia oelevado interesse internacional pela i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas<strong>de</strong> especialização. Não i<strong>de</strong>ntifica, porém, um padrão que permitaestruturar, <strong>de</strong> forma universal, as várias especialida<strong>de</strong>sexistentes, pelo que recomenda às Associações Nacionais <strong>de</strong>Enfermeiros <strong>de</strong> cada país e espera que, no quadro das suasresponsabilida<strong>de</strong>s, as mesmas <strong>de</strong>senvolvam e regulamentemo exercício <strong>de</strong> Enfermagem especializado em congruência comos seus referentes profissionais 24 .3. A Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) salienta a função dosenfermeiros na ajuda às pessoas, famílias e grupos a <strong>de</strong>terminare a realizar o seu potencial físico, mental e social, nos contextosem que vivem e trabalham. Acentua ainda a importânciados enfermeiros possuírem competências para <strong>de</strong>senvolver erealizar intervenções que favoreçam e mantenham a saú<strong>de</strong> eprevinam as doenças, i<strong>de</strong>ntificando necessida<strong>de</strong>s, planeando,executando e avaliando os cuidados no <strong>de</strong>curso da doença enos processos adaptativos, tendo em conta os aspectos físicos,mentais e sociais da vida que influenciam a saú<strong>de</strong>, a doença,a invali<strong>de</strong>z e a morte 25 .23European Commission – Study of Specialist Nurses in Europe. Bruxelas: EC, 2000.24International Council of Nurses – Gui<strong>de</strong>lines on specialisation in nursing. Geneve:ICN, 1992.25Organisation Mondiale <strong>de</strong> la Santé – Les Infirmières et les Sage‐femme au Service<strong>de</strong>la Santé. Europa: OMS, 2000.or<strong>de</strong>m dos enfermeiros


egulação <strong>profissional</strong><strong>Suplemento</strong> 17Fruto do seu conhecimento e experiência clínica, o enfermeiroespecialista ajuda a encontrar soluções para problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>complexos, a todos os níveis – ao nível do alvo <strong>de</strong> cuidados eseus conviventes significativos, ao nível intra e inter‐<strong>profissional</strong>e ao nível do suporte à <strong>de</strong>cisão dos responsáveis organizacionaise políticos.Neste sentido, propomos que seja adoptado o seguinte conceito<strong>de</strong> enfermeiro especialista:O Enfermeiro com um conhecimento aprofundado num domínioespecífico <strong>de</strong> Enfermagem, tendo em conta as respostas humanasaos processos <strong>de</strong> vida e aos problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>monstra níveiselevados <strong>de</strong> julgamento clínico e tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, traduzidosnum conjunto <strong>de</strong> competências clínicas especializadas relativas aum campo <strong>de</strong> intervenção especializado.2.3. Mo<strong>de</strong>lo operativo para individualizaçãodas especialida<strong>de</strong>sO Mo<strong>de</strong>lo operativo para a individualização das especialida<strong>de</strong>stem por finalida<strong>de</strong> a i<strong>de</strong>ntificação do CAMPO DE INTERVENÇÃOESPECIALIZADO, ou seja, a <strong>de</strong>limitação do espaço <strong>de</strong> actuação<strong>profissional</strong> do enfermeiro especialista.São componentes <strong>de</strong>ste <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong>:• O ALVO DE INTERVENÇÃOEntida<strong>de</strong> beneficiária dos Cuidados <strong>de</strong> Enfermagem – pessoa/grupos – relativamente à qual se i<strong>de</strong>ntificam os fenómenos <strong>de</strong>Enfermagem, entendida como um todo na sua relação comos conviventes significativos e a comunida<strong>de</strong> em que estáinserido.• PROCESSOS DE SAÚDE/DOENÇAProcessos dinâmicos e contínuos ao longo dos quais cadapessoa vivencia o seu projecto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> na procura <strong>de</strong> umestado <strong>de</strong> equilíbrio e relativamente ao qual o enfermeirodirige as suas intervenções, com vista à promoção da saú<strong>de</strong>,prevenção e tratamento da doença, readaptação funcional ereinserção social.• O AMBIENTEO ambiente no qual as pessoas vivem e se <strong>de</strong>senvolvem é constituídopor elementos humanos, físicos, políticos, económicos,culturais e organizacionais, que condicionam e influenciam osestilos <strong>de</strong> vida e que se repercutem no conceito <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Naprática dos cuidados, os enfermeiros necessitam focalizar a suaintervenção na complexa inter<strong>de</strong>pendência pessoa/ambiente.Este <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> assume como eixo estruturante o ALVO DE IN‐TERVENÇÃO, pon<strong>de</strong>rando os processos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>/doença e oambiente, como eixos organizadores.2.4. Critérios para o reconhecimento <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>sO reconhecimento <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s pelo Conselho <strong>de</strong> Enfermagemimplica a verificação <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong> pertinênciae coerência relativos aos referenciais da profissão em Portugale ao Sistema <strong>de</strong> Especialização em Enfermagem. Será pon<strong>de</strong>radoum conjunto <strong>de</strong> factores políticos, organizacionais e económicosnacionais e internacionais 33 , a emergência <strong>de</strong> novas necessida<strong>de</strong>sda população em cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e estudos <strong>de</strong> investigação queevi<strong>de</strong>nciem áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e inovação.Para o reconhecimento <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>corrente do trabalhorealizado, o Conselho <strong>de</strong> Enfermagem, <strong>de</strong>fine <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, oconjunto <strong>de</strong> critérios que a seguir enuncia:• Respeita os referenciais da profissão promovendo um exercício<strong>profissional</strong> congruente com a conjuntura actual do conhecimentona Disciplina <strong>de</strong> Enfermagem, numa perspectiva <strong>de</strong>contínua expansão e aperfeiçoamento;• Circunscreve um domínio específico <strong>de</strong> Enfermagem;• Respon<strong>de</strong> a fenómenos <strong>de</strong> Enfermagem comuns e/ou recorrentes<strong>de</strong> um grupo‐alvo no sentido <strong>de</strong> obter ganhos em saú<strong>de</strong>;• Configura uma estratégia para a promoção da qualida<strong>de</strong> doscuidados <strong>de</strong> Enfermagem;• O alvo <strong>de</strong> intervenção está <strong>de</strong>finido <strong>de</strong> acordo com o Mo<strong>de</strong>lo<strong>de</strong> individualização aprovado e o campo <strong>de</strong> intervenção nãocoloca em risco <strong>de</strong> fragmentação da profissão e/ou limita o<strong>de</strong>senvolvimento da mesma;33International Council of Nurses – Gui<strong>de</strong>lines on specialisation in nursing. Geneve:ICN, 1992.or<strong>de</strong>m dos enfermeiros


egulação <strong>profissional</strong>20<strong>Suplemento</strong>Quadro 1 – Áreas <strong>de</strong> especialização em EnfermagemEIXO ESTRUTURANTEAlvo <strong>de</strong> intervençãoEIXOS ORGANIZADORESProcessos saú<strong>de</strong>/doença; Ambiente.ÁREA DEESPECIALIZAÇÃODirigida aos projectos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da mulher a vivenciar processos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>/ doença ao longodo ciclo reprodutivo, incluindo o produto <strong>de</strong> concepção durante o período <strong>de</strong> gestação eneonatal em todos os contextos <strong>de</strong> vida.Saú<strong>de</strong> Materna, Obstétricae GinecológicaNuma etapa dociclo <strong>de</strong> vidaDirigida aos dos projectos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da criança e do jovem a vivenciar processos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>/doença com vista à promoção saú<strong>de</strong>, prevenção e tratamento da doença, readaptaçãofuncional e reinserção social em todos os contextos <strong>de</strong> vida.Dirigida aos dos projectos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do Adulto a vivenciar processos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>/ doença comvista à promoção da saú<strong>de</strong>, prevenção e tratamento da doença, readaptação funcional ereinserção social em todos os contextos <strong>de</strong> vida.Saú<strong>de</strong> da Criança e doJovemSaú<strong>de</strong> do AdultoPESSOADirigida aos dos projectos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do Idoso a vivenciar processos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>/ doença comvista à promoção da saú<strong>de</strong>, prevenção e tratamento da doença, readaptação funcional ereinserção social em todos os contextos <strong>de</strong> vida.Saú<strong>de</strong> do IdosoDirigida aos projectos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da pessoa a vivenciar processos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>/ doença mentalcom vista à promoção da saú<strong>de</strong>, prevenção e tratamento da doença, readaptação funcional ereinserção social em todos os contextos <strong>de</strong> vida.Saú<strong>de</strong> MentalAo longo do ciclo<strong>de</strong> vidaDirigida à pessoa a vivenciar processos saú<strong>de</strong>/doença critica e falência orgânica passível<strong>de</strong> risco <strong>de</strong> vida, com vista à promoção da saú<strong>de</strong>, prevenção e tratamento da doença,readaptação funcional e reinserção social em todos os contextos <strong>de</strong> vida.Pessoa em SituaçãoCríticaDirigida aos projectos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da pessoa a vivenciar processos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>/ doençaincapacitante e/ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência física com vista à promoção da saú<strong>de</strong>, prevenção etratamento da doença, readaptação funcional e reinserção social em todos os contextos <strong>de</strong>vida.ReabilitaçãoGRUPOSFamíliaComunida<strong>de</strong>Dirigida aos projectos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família a vivenciar processos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>/doença com vista àpromoção da saú<strong>de</strong>, prevenção e tratamento da doença, readaptação funcional e reinserçãosocial em todos os contextos <strong>de</strong> vida.Dirigida aos projectos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dos grupos a vivenciar processos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>/doença, processoscomunitários e ambientais, com vista à promoção da saú<strong>de</strong>, prevenção e tratamento dadoença, readaptação funcional e reinserção social em todos os contextos <strong>de</strong> vida.Saú<strong>de</strong> FamiliarSaú<strong>de</strong> Pública3. Notas conclusivasO sistema <strong>de</strong> individualização das especialida<strong>de</strong>s apresentadopermite:• Assegurar a individualização das especialida<strong>de</strong>s;• I<strong>de</strong>ntificar o domínio específico <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong> cada especialida<strong>de</strong>;• Explicitar a área <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong> para atribuição do Título <strong>de</strong>Enfermeiro Especialista;• Evi<strong>de</strong>nciar o contributo dos cuidados especializados para osganhos em saú<strong>de</strong> dos cidadãos;• Promover o reconhecimento social e a empregabilida<strong>de</strong>.No <strong>de</strong>curso <strong>de</strong>ste mandato o Conselho <strong>de</strong> Enfermagem preten<strong>de</strong>elaborar a matriz <strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>finiras competências comuns e <strong>de</strong>finir das competências específicaspara cada área <strong>de</strong> especialização aqui perspectivada. oeor<strong>de</strong>m dos enfermeiros


egulação <strong>profissional</strong><strong>Suplemento</strong> 21Projecto Padrões <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> dos Cuidados <strong>de</strong> Enfermagem1. Relatório <strong>de</strong> avaliação global do projectoNo âmbito dos Padrões <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> dos Cuidados <strong>de</strong> Enfermagem,<strong>de</strong>u‐se início, em Março <strong>de</strong> 2005, a uma nova etapa. A Or<strong>de</strong>mdos Enfermeiros preten<strong>de</strong>, nesta fase, que os Padrões <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>se constituam num instrumento que contribua para a busca dasmelhores respostas em cuidados <strong>de</strong> Enfermagem e para que seatinja o objectivo da excelência do serviço que as instituiçõesprestadoras <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> prestam aos cidadãos. Esta novaetapa é consubstanciada pelo presente projecto <strong>de</strong> intervençãocuja finalida<strong>de</strong> é: contribuir para a implementação e para o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> melhoria contínua da qualida<strong>de</strong>do exercício <strong>profissional</strong> dos enfermeiros e da qualida<strong>de</strong>dos cuidados, através da apropriação, pelos enfermeiros, dospadrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e do envolvimento das organizaçõesprestadoras <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> on<strong>de</strong> os enfermeiros <strong>de</strong>senvolvema sua activida<strong>de</strong> <strong>profissional</strong>. Este projecto – que <strong>de</strong>verátornar‐se num programa no sentido <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ser um instrumentopermanente <strong>de</strong> que a Or<strong>de</strong>m possa dispor para a concretizaçãodo seu <strong>de</strong>sígnio fundamental na promoção contínua da qualida<strong>de</strong>dos cuidados <strong>de</strong> Enfermagem – é, como os colegas o afirmam, umimportante suporte ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>profissional</strong>.2. Do já realizado...A<strong>de</strong>riram ao projecto 70 Instituições: 62 instituições prestadoras<strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (43 hospitais e centros hospitalares; sete Sub‐‐regiões; nove centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, um Centro Regional <strong>de</strong> Alcoologiae um Instituto da Droga e Toxico<strong>de</strong>pendência) e oito Instituições<strong>de</strong> Ensino (Escolas Superiores <strong>de</strong> Enfermagem / Saú<strong>de</strong> – ESE /Saú<strong>de</strong>). Observa‐se, por Secção Regional da Or<strong>de</strong>m, a seguintedistribuição: SRNorte: 14 hospitais e centros hospitalares; duas Sub‐‐regiões; um Centro Regional <strong>de</strong> Alcoologia; SRCentro: 11 hospitaise centros hospitalares; duas Sub‐regiões; duas ESE / Saú<strong>de</strong>; SRSul:15 hospitais e centros hospitalares; três Sub‐regiões; quatro ESE /Saú<strong>de</strong>; SRRAAçores: três hospitais; nove centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; duas ESE.Após a formalização das parcerias, através da assinatura <strong>de</strong> protocolosentre a Or<strong>de</strong>m e as Instituições, <strong>de</strong>u‐se início à formaçãodos enfermeiros dinamizadores para a qualida<strong>de</strong>, responsáveis peladivulgação e implementação dos padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> nas suaspróprias Instituições.Integraram o grupo <strong>de</strong> dinamizadores um total <strong>de</strong> 178 enfermeiros,pertencendo 167 a Instituições prestadoras <strong>de</strong> cuidados<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (55 SRNorte; 36 SRCentro; 69 SRSul; 18 SRRAAçores) e11 a Escolas Superiores <strong>de</strong> Enfermagem / Saú<strong>de</strong> (duas SRCentro;cinco SRSul; quatro SRRAAçores). A formação <strong>de</strong>stes enfermeiros,da responsabilida<strong>de</strong> da Or<strong>de</strong>m, <strong>de</strong>correu <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2005a Junho <strong>de</strong> 2006, num total <strong>de</strong> 2646 horas.Estes enfermeiros dinamizadores estão a <strong>de</strong>senvolver o projectonas respectivas Instituições, promovendo a disseminaçãoe apropriação do enquadramento conceptual dos cuidados <strong>de</strong>Enfermagem e dos enunciados <strong>de</strong>scritivos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> junto dosenfermeiros, colaborando na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> indicadores e no <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> programas <strong>de</strong> melhoria contínua da qualida<strong>de</strong> doscuidados <strong>de</strong> Enfermagem.O projecto prevê reuniões <strong>de</strong> acompanhamento institucionaispromovidas pela Or<strong>de</strong>m, tendo sido realizadas, pelos enfermeirosdas Secções Regionais que integram o projecto, 57 reuniões <strong>de</strong>acompanhamento institucional. Destaca‐se o trabalho <strong>de</strong> acompanhamento<strong>de</strong>senvolvido por estes enfermeiros, membros dosÓrgãos Sociais das Secções Regionais que, com esforço e <strong>de</strong>dicação,permitiram o <strong>de</strong>senvolvimento do projecto.3. Resultados globais do projectoEstabeleceu‐se que as Instituições parceiras elaborariam, semestralmente,um relatório <strong>de</strong> progresso, tendo sido previamentedisponibilizado um ficheiro em suporte informático que seriaremetido, após preenchimento, às respectivas Secções Regionais.Elaboraram‐se dois <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong>s <strong>de</strong> avaliação, um para as Instituições<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e outro para as Instituições <strong>de</strong> Ensino.A partir dos relatórios <strong>de</strong> progresso enviados pelas instituiçõessintetizámos os resultados. Os dados foram tratados consi<strong>de</strong>randocada Secção Regional e o todo nacional.or<strong>de</strong>m dos enfermeiros


egulação <strong>profissional</strong>22<strong>Suplemento</strong>Da análise dos resultados globais nacionais, salientamos oseguinte:a) Das 62 instituições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que a<strong>de</strong>riram ao projecto, recebemos50 relatórios <strong>de</strong> progresso, o que correspon<strong>de</strong> a 80,6%das Instituições.b) Utilizou‐se, na maioria das Instituições (36, 72,0%), ametodologia proposta pela Or<strong>de</strong>m dos Enfermeiros para aimplementação do projecto. Utilizou‐se em apenas 14 instituiçõesoutras formas <strong>de</strong> disseminação do EnquadramentoConceptual e Enunciados Descritivos, nomeadamente, replicaçãoda formação à totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enfermeiros, formaçãodos enfermeiros‐chefes e responsáveis pela formação emserviço que, por sua vez, se responsabilizaram pela replicação.c) Em 44 instituições (88,0%) esteve envolvida a estrutura <strong>de</strong>formação da Instituição, dando apoio no planeamento, naorganização, na divulgação e na certificação da formação.d) Realizaram‐se sessões formativas em 48 instituições (96,0%),totalizando 352 sessões.e) Em quase todas as Instituições (96,0%) estão envolvidas noprojecto unida<strong>de</strong>s / serviços, tendo‐se apurado o envolvimento<strong>de</strong> 569 unida<strong>de</strong>s, o que correspon<strong>de</strong> a 76,4% do total<strong>de</strong> serviços das Instituições a<strong>de</strong>rentes.f) Nestes serviços / nestas unida<strong>de</strong>s realizaram‐se, em média,3,7 reuniões <strong>de</strong> discussão / reflexão, variando o número <strong>de</strong>reuniões entre uma e 16.g) Estão envolvidos no projecto 7058 enfermeiros, o que correspon<strong>de</strong>a 59,6% do total <strong>de</strong> enfermeiros que exercemfunções nestas Instituições. Realça‐se o envolvimento <strong>de</strong>500 enfermeiros‐chefes e 43 enfermeiros‐supervisores, o quecorrespon<strong>de</strong> a, respectivamente, 76,0% e 81,1% do total <strong>de</strong>enfermeiros <strong>de</strong>stas categorias profissionais. Na maioria dasinstituições (78,0%), estão ainda envolvidos enfermeiros responsáveispela formação em serviço, totalizando 409, o quecorrespon<strong>de</strong> a 79,7% do total <strong>de</strong> enfermeiros responsáveispela formação em serviço nestas Instituições.h) O envolvimento <strong>de</strong> docentes no projecto foi referido apenaspor oito instituições (16,0%), estando envolvidos 26docentes das seguintes Instituições <strong>de</strong> Ensino: ESE BissayaBarreto, Coimbra; ESE Dr. José Timóteo Montalvão Machado;ESE Santarém; ESS Instituto Politécnico <strong>de</strong> Setúbal; ESE PontaDelgada; ESE Portalegre; ESE S. João, Porto.i) Na maioria das Instituições (66,0%) são realizadas reuniões <strong>de</strong>acompanhamento <strong>de</strong> enfermeiros dinamizadores institucionaise enfermeiros responsáveis pelo <strong>de</strong>senvolvimento do projectonas unida<strong>de</strong>s / nos serviços. Estão registadas um total <strong>de</strong> 141reuniões <strong>de</strong> acompanhamento.j) Em mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> das Instituições (32), os enfermeiros jái<strong>de</strong>ntificam ganhos <strong>de</strong>correntes da reflexão sobre os Padrões<strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>, quer em relação aos conhecimentos, quer naprática, na relação interpessoal com utentes e família, na comunicaçãocom a equipa e na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. I<strong>de</strong>ntificaram‐‐se ainda outros ganhos em visibilida<strong>de</strong>, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>profissional</strong>e representação social, análise <strong>de</strong> aspectos que interferem nasatisfação dos profissionais, entre outros.k) Em 21 Instituições estão já <strong>de</strong>finidos indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,constatando‐se uma gran<strong>de</strong> ênfase na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> indicadoresda categoria <strong>de</strong> enunciados <strong>de</strong>scritivos “prevenção <strong>de</strong> complicações”.Referem‐se alguns exemplos <strong>de</strong> áreas on<strong>de</strong> foram<strong>de</strong>finidos indicadores: úlcera <strong>de</strong> pressão, dor, quedas, erros <strong>de</strong> terapêutica,infecções, referenciação / continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidados,cobertura vacinal, a<strong>de</strong>são ao regímen terapêutico, envolvimentodo convivente significativo, acolhimento, alta, satisfação dosutentes, reclamações <strong>de</strong> utentes e familiares, registos.l) Em 19 Instituições, referiu‐se a elaboração <strong>de</strong> programas <strong>de</strong>melhoria contínua, num total <strong>de</strong> 71 programas.m) Em nove Instituições, referiu‐se a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> ganhos <strong>de</strong>cada programa.n) Em 16 das instituições a<strong>de</strong>rentes, referiu‐se que o projectoproduziu transformações no sistema <strong>de</strong> informação em Enfermagemnas unida<strong>de</strong>s / serviços.o) Os resultados do projecto foram já divulgados em 13 instituições,através <strong>de</strong> reuniões, distribuição da documentação,publicações, entre outros.Descreveram‐se dificulda<strong>de</strong>s na implementação do projecto. Entreestas, salientamos as que foram comuns à maioria das instituições:dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos humanos / carência <strong>de</strong> enfermeiros, consequentesobrecarga <strong>de</strong> trabalho, dificulda<strong>de</strong> em conciliar os horárioscom a realização das sessões, envolvimento noutros projectos, co‐or<strong>de</strong>m dos enfermeiros


egulação <strong>profissional</strong><strong>Suplemento</strong> 23nhecimentos insuficientes sobre programas <strong>de</strong> melhoria contínuae indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>smotivação dos enfermeiros.Várias foram as estratégias encontradas para ultrapassar as dificulda<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que são exemplo: elaboração <strong>de</strong> cronograma comexigência <strong>de</strong> prazos; reuniões <strong>de</strong> reflexão; discussão em grupo;colaboração do gabinete <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>; envolvimento das chefiasna programação <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s; divisão da equipa para a realizaçãodas sessões / sessões em pequenos grupos; estabelecimento <strong>de</strong>priorida<strong>de</strong>s; utilização <strong>de</strong> reuniões informais e <strong>de</strong> passagem <strong>de</strong>turno; reuniões mensais <strong>de</strong> acompanhamento; contratualizaçãoda formação sobre CIPE; progressiva informatização; motivaçãodos enfermeiros para a mudança.Apraz‐nos registar algumas <strong>de</strong>scrições constantes nos relatóriosque muito nos gratificam pela forma e pelo conteúdo e que importapartilhar: “os enfermeiros estão a assumir o projecto comresponsabilida<strong>de</strong> e abertura à mudança”, “projecto oportuno, dávisibilida<strong>de</strong> à Enfermagem”, “ a parceria entre a Or<strong>de</strong>m e a Instituiçãotem sido <strong>de</strong> extrema importância pela partilha <strong>de</strong> experiênciasentre organizações”.No que se refere às Instituições <strong>de</strong> Ensino, da análise dos resultadossalientamos o <strong>de</strong> seguida apresentado.a) Foram recebidos relatórios <strong>de</strong> progresso das oito instituições<strong>de</strong> ensino que a<strong>de</strong>riram ao projecto.b) Na maioria das Instituições (seis) foi efectuada a divulgaçãodos Padrões <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> dos Cuidados <strong>de</strong> Enfermagem juntodos docentes, tendo sido envolvidos um total <strong>de</strong> 82 docentese realizadas 12 sessões <strong>de</strong> divulgação. Em todas as Instituiçõesfoi efectuada divulgação junto dos estudantes, tendo sidoenvolvidos 1779 estudantes, o que correspon<strong>de</strong> a 83,2% dototal <strong>de</strong>stas instituições.c) Em todas as instituições os Padrões <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> estão integradosno plano <strong>de</strong> estudos do Curso <strong>de</strong> Licenciatura emEnfermagem e apenas em quatro nos planos dos CPLEE, pornão leccionarem estes cursos nessas Instituições.d) Foi referido por três Instituições que estão envolvidas nosprojectos <strong>de</strong> implementação dos Padrões <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> emInstituições <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, registando‐se a participação <strong>de</strong> 11 docentesem 36 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cuidados, tendo estes participadoem 26 reuniões <strong>de</strong> trabalho.e) Seis das Instituições i<strong>de</strong>ntificam ganhos <strong>de</strong>correntes da reflexãosobre os Padrões <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> e cinco referem ter produzidotransformações no sistema <strong>de</strong> informação <strong>de</strong> Enfermagem.f) Foram divulgados os resultados do projecto em cinco Instituiçõese é elaborado relatório <strong>de</strong> progresso em três.A dificulda<strong>de</strong> mais relevante na implementação do projecto estárelacionada com a linguagem. Foram referidas, entre outras, asseguintes estratégias utilizadas para ultrapassar dificulda<strong>de</strong>s: discussõesindividuais e <strong>de</strong> grupo, trabalho em equipa com pessoasque já tinham trabalhado a CIPE “no terreno”, partilha <strong>de</strong> informaçãoe pesquisa bibliográfica.Nas observações consi<strong>de</strong>radas pertinentes no âmbito do projectorealçam‐se duas referências: a falta <strong>de</strong> clarificação do papel daEscola e o facto <strong>de</strong> esta ter contribuído para a discussão da excelência<strong>de</strong> cuidados.4. Da continuida<strong>de</strong> – expansão/novas candidaturasNa sequência da manifestação do interesse em a<strong>de</strong>rir ao projecto,por vários responsáveis Institucionais, <strong>de</strong>cidiu‐se pela reaberturadas candidaturas em 2007, <strong>de</strong> forma a promover a apropriação, pelomaior número possível <strong>de</strong> enfermeiros, dos padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> epossibilitar o envolvimento das organizações interessadas.Candidataram‐se, até 15 <strong>de</strong> Março último, mais 44 Instituições(14 SRNorte; 11 SRCentro; 18 SRSul; uma SRRAAçores), tendo sidoformalizadas em Maio as parcerias / assinaturas dos protocolos.Actualmente estão em curso as acções <strong>de</strong> formação dos <strong>novo</strong>senfermeiros dinamizadores, num total <strong>de</strong> 105.Perspectiva‐se que esta área da qualida<strong>de</strong> se constitua, no futuro,num programa da Or<strong>de</strong>m, <strong>de</strong> forma a ter um contributo efectivona melhoria da qualida<strong>de</strong> dos cuidados <strong>de</strong> Enfermagem.Terminamos aproveitando esta oportunida<strong>de</strong> para felicitar todosos responsáveis Institucionais pela a<strong>de</strong>são a este projecto, naprimeira e segunda candidaturas, os enfermeiros dinamizadoresque se dispuseram a participar e todos os enfermeiros intervenientes,porque, estamos convictos, o trabalho em parceria quetodos <strong>de</strong>senvolveremos contribuirá, certamente, para a excelênciado exercício <strong>profissional</strong> dos enfermeiros e para a qualida<strong>de</strong> doscuidados a que os cidadãos têm direito. oeor<strong>de</strong>m dos enfermeiros


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