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A imagem do tropeiro na poesia gauchesca através de obras dos ...

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História, <strong>imagem</strong> e <strong>na</strong>rrativasN o 8, abril/2009 – ISSN 1808-9895 - http://www.historia<strong>imagem</strong>.com.brDe acor<strong>do</strong> com o conteú<strong>do</strong> exami<strong>na</strong><strong>do</strong>, concluiu-se nesta reflexão que entre osautores existem três formas distintas <strong>de</strong> construções imagéticas relativas ao <strong>tropeiro</strong>.No que se refere a Aureliano <strong>de</strong> Figueire<strong>do</strong> Pinto ele <strong>de</strong>screveu o <strong>tropeiro</strong> como peão<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um espaço local, provavelmente através <strong>de</strong> estórias populares, ele otransformou, <strong>de</strong>u-lhe a roupagem <strong>do</strong> cotidiano, da vivência <strong>de</strong> uma roti<strong>na</strong> diária, assimcriava a impressão <strong>do</strong> real à medida em que se utilizava-se da língua comoi<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> vida. Enquanto Florisbela Carneiro Zimmermannenten<strong>de</strong>u o <strong>tropeiro</strong> como um <strong>de</strong>sbrava<strong>do</strong>r inseri<strong>do</strong> num espaço amplo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l eregio<strong>na</strong>l pontua<strong>do</strong> por certas peculiarida<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>ras (influência tanto da pesquisaquanto <strong>do</strong> meio) e transforma-o, reforçan<strong>do</strong> a i<strong>de</strong>alização mitológica <strong>do</strong> homem<strong>de</strong>stemi<strong>do</strong> e invencível no cumprimento <strong>de</strong> uma tarefa sobre<strong>na</strong>tural através <strong>de</strong>metáforas poéticas.Por fim, Guilherme Collares: percebe o <strong>tropeiro</strong> como peão <strong>de</strong> lida e canta<strong>do</strong>r,solitário. Este homem mantem suas raízes assentadas no passa<strong>do</strong> e se insere nocontexto atual relega<strong>do</strong> ao esquecimento <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um espaço in<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> e sem pátria.Alie<strong>na</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro da socieda<strong>de</strong> urba<strong>na</strong> transforma-se em <strong>de</strong>sprovi<strong>do</strong> <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> compõe acamada social <strong>do</strong>s excluí<strong>do</strong>s. Pontua ainda, que, através da análise das formas <strong>de</strong>representações <strong>do</strong> <strong>tropeiro</strong> <strong>na</strong> <strong>poesia</strong>, é possível ao historia<strong>do</strong>r aquilatar a importânciadas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sempenhada por esses homens, inseri<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um meio adversoconstituíram uma forma <strong>de</strong> viver diferenciada no Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> sul que está emcontínua transformação bem como à novos olhares interpretativos.11


História, <strong>imagem</strong> e <strong>na</strong>rrativasN o 8, abril/2009 – ISSN 1808-9895 - http://www.historia<strong>imagem</strong>.com.brREFERÊNCIAS- BIBLIOGRÁFICABARROSO, Vera Lucia Maciel, (Org) Bom Jesus e o Tropeirismo no Cone Sul. PortoAlegre: EST, 2000.--------------------------Bom Jesus e o Tropeirismo no Cone Sul . In: STEYER, FábioAugusto. O <strong>tropeiro</strong> como temática nos festivais <strong>de</strong> música no RS. Porto Alegre: EST.2000. p. 363-366BARROSO, Vera Lucia Maciel, (Org) Bom Jesus <strong>na</strong> rota <strong>do</strong> Tropeirismo no Cone Sul.Porto Alegre: EST, 2004.________________ Bom Jesus <strong>na</strong> rota <strong>do</strong> Tropeirismo no Cone Sul. In: MIRANDA,Juan José Garcia. Arrieros, Troperos y Llameros. Porto Alegre: EST. 2004. p. 74 -107BACZKO, Bronislaw. Imagi<strong>na</strong>ção social. Ei<strong>na</strong>udi, Anthoropos-Homem, n.5, 1996.CESAR, Guilhermino . História <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul. Porto Alegre: Globo, 1970. p.34-39 e 88-97CHARTIER, Roger. A história Cultural entre práticas e representações. Rio <strong>de</strong> Janeiro:DIFEL, 1988.________________ A história Hoje . Estu<strong>do</strong>s Históricos, Rio <strong>de</strong> Janeiro, vol. 7, nº 13,1994, p. 97-113_______________ Cultura Popular (Estu<strong>do</strong>s Históricos, Rio <strong>de</strong> Janeiro, vol. 8, nº 16,1995. p.179-192.CHAVES, Flavio Loureiro: BATISTI, Elisa, Cultura Regio<strong>na</strong>l 2: língua, história ,literatura. In: ARENT, João Cláudio e PAVANI, Cí<strong>na</strong>ra Ferreira. Imaginário Social erepresentação literária: apontamentos sobre a <strong>poesia</strong> <strong>de</strong> Augusto Meyer. Caxias <strong>do</strong>Sul: EDUCS, 2006.ENCARTE. 1º Seival da Poesia Gaúcha. São Lourenço <strong>do</strong> Sul/RS, PrefeituraMunicipal, 2000FLORES, Agnes Hübner Flores, Dicionário <strong>de</strong> Mulheres. Porto Alegre: NovaDimensão, 1999.FLORES, Moacyr. Dicionário <strong>do</strong> tropeirismo. Porto Alegre: Est ,2006.________________. Tropeirismo no Brasil. Porto Alegre: Nova Dimensão, 1998.12


História, <strong>imagem</strong> e <strong>na</strong>rrativasN o 8, abril/2009 – ISSN 1808-9895 - http://www.historia<strong>imagem</strong>.com.brGOFF Jaques Le. A Nova História. Lisboa: Edições 70, 1977NUNES, Zeno Car<strong>do</strong>so Nunes e NUNES, Rui Car<strong>do</strong>so. Dicionário <strong>de</strong> Regio<strong>na</strong>lismo <strong>do</strong>Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul.. Porto Alegre: Martins Livreiro, 1986ORNELLAS, Manoelito. Gaúchos e Beduínos São Paulo: Ollympio, 1948PINTO, Aureliano <strong>de</strong> Figueire<strong>do</strong>. Memórias <strong>do</strong> Coronel Falcão. Porto Alegre:Movimento, 1986.__________________Romances <strong>de</strong> Estância e Querência Marcas <strong>do</strong> tempo. PortoAlegre: Martins Livreiro, 1981.POZZEBON, Maria Catari<strong>na</strong> Lima. O Caminho das Tropas e a formação <strong>de</strong> Cruz Alta.Porto Alegre, 2002. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> em História. PUCRSZIMMERMANN, Florisbela Carneiro, NETO. Zimmerann A<strong>do</strong>lfo. BIRIBAS AContribuição <strong>do</strong> <strong>tropeiro</strong> à formação histórico-cultural <strong>do</strong> Pla<strong>na</strong>lto Médio sul-riogran<strong>de</strong>nse.Sorocaba/SP : Fundação Albino <strong>do</strong> Amaral, 1991ELETRÔNICAPESAVENTO, Sandra Jatahy, « História & literatura: uma velha-nova história »,Nuevo Mun<strong>do</strong> Mun<strong>do</strong>s Nuevos, Debates, 2006, [En línea], Puesto en línea el 28 janvier2006. URL : hwww.fcsh.unl.pt Capturada em: 14 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2008 às 19h22min.portalsantiago.blogspot.com, figura capturada em 14 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2008 às 19h40:min.13

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