Dissertação mestrado Maria Gabriela Simões dez 2010.pdf - INT

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7CAPITULO II – CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDOII.1 A AIDSII.1.1 MundialmenteA síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é a manifestação clínica da infecção pelovírus do HIV que leva, em média, oito anos para se manifestar, antes que surjam os primeirossintomas da doença. A epidemia da AIDS é uma crise de caráter excepcional: é ao mesmo tempoemergencial e uma questão de desenvolvimento em longo prazo. Requer respostas igualmenteexcepcionais, com flexibilidade, criatividade, firmeza e vigilância. Apesar do aumento dosfinanciamentos, do compromisso político, dos efetivos programas de prevenção e dos progressosrealizados na ampliação do acesso ao tratamento do HIV, a epidemia da AIDS segue adiantandoseà resposta mundial. Não há nenhuma região do mundo que esteja a salvo. A AIDS passou deuma epidemia para ser uma pandemia - uma epidemia que se alastrou pelo mundo. A pandemiamantém seu peculiar dinamismo, seu crescimento e seu caráter mutante, enquanto o vírusaproveita as novas possibilidades de transmissão (UNAIDS, 2006).A AIDS foi reconhecida em meados de 1981, nos EUA, a partir da identificação de umnúmero elevado de pacientes adultos de sexo masculino e homossexuais, que apresentavamsarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e comprometimento do sistemaimunológico. Estes fatores convergiram para a constatação de que se tratava de uma novadoença, ainda não classificada, de etiologia provavelmente infecciosa e transmissível.Em 1983, o agente etiológico foi identificado como um retrovírus humano, desde entãodenominado Human Immuno Deficiency Virus, HIV-1. Em 1986, foi identificado um segundoagente etiológico, também retrovírus, estreitamente relacionado ao anterior, designado HIV-2.Embora não se saiba ao certo qual a origem dos HIV-1 e 2, sabe-se que uma grande família deretrovírus relacionada a eles está presente em primatas não-humanos na África Subsahariana.Supõe-se, portanto, que o HIV tenha origem geográfica africana.Segundo a UNAIDS, as categorias de exposição são transmissões sexual e sangüínea. Acategoria sexual é subdividia em homossexual, bissexual e heterossexual, enquanto a categoriasanguínea é subdividida em outras três subcategorias: transmissão vertical ou perinatal, passadade mãe para filho; transmissão entre os usuários de drogas injetáveis e a transmissão através detransfusão sanguínea. A categoria sexual é a forma mais importante de contágio e tem-semostrado de difícil controle. Os principais fatores que favorecem a disseminação da epidemia sãoa migração populacional, a urbanização, as discrepantes diferenças sociais, a dificuldade deacesso a serviços de saúde, vicissitudes de natureza econômica, a situação social desfavorável

8das mulheres e a atual epidemia das DST. A AIDS, além de ser uma doença extremamente grave,com custo sócio-econômico sem precedentes, vem se alastrando de um modo rápido e alarmante,principalmente em relação aos países do terceiro mundo.O continente africano é a região de maior incidência do HIV. A África subsaariana é aregião da terra mais atingida pela Aids, sendo responsável por 67% de todas as pessoas vivendocom o vírus em todo o mundo, 71% das mortes relacionadas à Aids e 91% das novas infecçõesentre crianças. Em 2006, em sete países africanos aonde a prevalência é superior aos 20%, aexpectativa de vida de um indivíduo nascido entre 1999 e 2000 é de 49 anos, treze a menos doque na ausência da AIDS. No Zimbábue e na Zâmbia, prevê-se que a expectativa de vida nãochegue aos 35 anos por causa da falta de programas anti-retrovirais (UNAIDS, 2006).Porém, segundo relatório da ONU, as nações africanas que foram devastadas pela Aidstêm feito grandes avanços no combate ao vírus. Entre 2001 e 2009, as novas infecções pelo víruscaíram mais de 25% em 22 países da África subsaariana. O relato de progresso vai em direção auma tabela global acordada de Desenvolvimento do Milênio para deter e começar a reverter apropagação da Aids até 2015.A AIDS movimenta grandes somas de recursos financeiros. Segundo o Programa de HIV eAIDS das Nações Unidas, somente no período de 1996 a 2005, estes recursos forammultiplicados por 15, passando de US$ 300 milhões, em 1996, a cerca de US$ 8,3 bilhões, em2005. Entretanto, esta última cifra ainda está distante da necessidade estimada para 2007 (10bilhões), somente para as atividades de prevenção em países mais pobres.II.1.2No BrasilOs dois primeiros casos de AIDS no Brasil foram publicados em 1982, referente apacientes da Região Sudeste (AMATO apud BÓ, 2007). Nestes quase 25 anos, a epidemia doHIV/AIDS mostrou uma dinâmica multiepidêmica, complexa e multifatorial, cujos arranjos foramdeterminados, sobretudo, pelas condições de vida, questões de gênero, composições étnicas eetárias das populações atingidas, padrões de mobilidade populacional e de comportamentosexual.O Ministério da Saúde informa que a epidemia no Brasil apresenta três fases marcantes deevolução: (1) uma fase inicial caracterizada pelo alto nível de escolaridade dos pacientes e pelaincidência entre homossexuais de sexo masculino; (2) uma segunda fase, caracterizada peloaumento dos casos devido à transmissão por uso de drogas injetáveis, com a conseqüentediminuição da faixa etária e uma maior disseminação entre as pessoas que têm práticaheterossexual; e (3) a fase atual, com acentuada disseminação do HIV entre os heterossexuais –com um aumento significativo de casos entre as mulheres o que, conseqüentemente, resultou em

8das mulheres e a atual epidemia das DST. A AIDS, além de ser uma doença extremamente grave,com custo sócio-econômico sem precedentes, vem se alastrando de um modo rápido e alarmante,principalmente em relação aos países do terceiro mundo.O continente africano é a região de maior incidência do HIV. A África subsaariana é aregião da terra mais atingida pela Aids, sendo responsável por 67% de todas as pessoas vivendocom o vírus em todo o mundo, 71% das mortes relacionadas à Aids e 91% das novas infecçõesentre crianças. Em 2006, em sete países africanos aonde a prevalência é superior aos 20%, aexpectativa de vida de um indivíduo nascido entre 1999 e 2000 é de 49 anos, treze a menos doque na ausência da AIDS. No Zimbábue e na Zâmbia, prevê-se que a expectativa de vida nãochegue aos 35 anos por causa da falta de programas anti-retrovirais (UNAIDS, 2006).Porém, segundo relatório da ONU, as nações africanas que foram devastadas pela Aidstêm feito grandes avanços no combate ao vírus. Entre 2001 e 2009, as novas infecções pelo víruscaíram mais de 25% em 22 países da África subsaariana. O relato de progresso vai em direção auma tabela global acordada de Desenvolvimento do Milênio para deter e começar a reverter apropagação da Aids até 2015.A AIDS movimenta grandes somas de recursos financeiros. Segundo o Programa de HIV eAIDS das Nações Unidas, somente no período de 1996 a 2005, estes recursos forammultiplicados por 15, passando de US$ 300 milhões, em 1996, a cerca de US$ 8,3 bilhões, em2005. Entretanto, esta última cifra ainda está distante da necessidade estimada para 2007 (10bilhões), somente para as atividades de prevenção em países mais pobres.II.1.2No BrasilOs dois primeiros casos de AIDS no Brasil foram publicados em 1982, referente apacientes da Região Sudeste (AMATO apud BÓ, 2007). Nestes quase 25 anos, a epidemia doHIV/AIDS mostrou uma dinâmica multiepidêmica, complexa e multifatorial, cujos arranjos foramdeterminados, sobretudo, pelas condições de vida, questões de gênero, composições étnicas eetárias das populações atingidas, padrões de mobilidade populacional e de comportamentosexual.O Ministério da Saúde informa que a epidemia no Brasil apresenta três fases marcantes deevolução: (1) uma fase inicial caracterizada pelo alto nível de escolaridade dos pacientes e pelaincidência entre homossexuais de sexo masculino; (2) uma segunda fase, caracterizada peloaumento dos casos devido à transmissão por uso de drogas injetáveis, com a conseqüentediminuição da faixa etária e uma maior disseminação entre as pessoas que têm práticaheterossexual; e (3) a fase atual, com acentuada disseminação do HIV entre os heterossexuais –com um aumento significativo de casos entre as mulheres o que, conseqüentemente, resultou em

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