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Ed. 105 - NewsLab

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Leia ainda na Roche News:Artigo CientíficoTORCH: auxílio no diagnóstico deinfecções perinatais e congênitas04 <strong>Ed</strong>itorial06 Índice10 Notícias32 Nossa Capa – Point of Care Siemens36 Panorama – DB inaugura laboratório de apoio no Paraná38 Entrevista – Peter Maag, presidente da Novartis Diagnósticos42 Informe de MercadoBiologia MolecularPainel Herpes Vírus: novo testepara detecção molecular de EBV,CMV, ZVZ e HSV1/272 Texto Jurídico – Litigância de Má-Fé, por Ivani Pereira Baptista dos Santos74 Analogias em Medicina – Abdome em tábua ou “tanquinho”, por José de Souza AndradeFilho76 Análise Citogenética na Investigação de Incidentes Radiológicos – Marcela Maria Pereirade Lemos Pinto, Ademir de Jesus Amaral90 Aspectos Imunológicos dos Transplantes Alogênicos de Células-Tronco Hematopoiéticas –Fernanda Baratieri Mota, Paola Rodolfo, Sara Tedesco Abrahão, Gustavo Muller Lara102 Pesquisa de Micro-organismos e Alterações Celulares em Mulheres submetidas àCitopatologia Ginecológica na Cidade de Canguçu, RS, no ano de 2008 – RicardoRibeiro Vargas, Vanusa Manfredini112 Infecção Durante a Gravidez (Hidropsia Fetal não Imune) Provocada pelo ParvovírusHumano B19 – Rosimeire Rodrigues Corrêa, Aracaty Silva Sobrinho120 Staphylococcus aureus Resistente à Oxacilina – Mateus Prieto de Souza134 Grau de Eosinofilia em Enteroparasitoses em um Laboratório de Paulo Afonso, BA – JoãoPaulo dos Santos, Manina de Brito Kowalski, Rúbia Maysa de Souza, Fernando Wagner daSilva Ramos, Luiz Arthur Calheiros Leite146 Relação da influência do Sistema ABO na porcentagem de gordura corpórearelacionada ao tipo sanguíneo A e O de indivíduos da Cidade do Rio de Janeiro – AilaMaronna158 Importância da vacina anti-HPV no controle da neoplasia anogenital – Gabriela VilelaCastanheira, Denyse do Amaral Krawczyk, Kátia Karina Verolli de Oliveira Moura166 Biblioteca <strong>NewsLab</strong>168 Agenda170 Classificados176 Endereços dos AnunciantesA sua opinião é muito importante para nós. Por isso, criamos vários canais decomunicação para o nosso leitor.Escolha o que for melhor para você.Mande sua carta para nossa redação, no seguinte endereço:Av. Paulista, 2073. <strong>Ed</strong>ifício Horsa I. Conjunto 2.315 - Cep: 01311-300. São Paulo. SPFones: (11) 3171-2190 / 3171-2191 / 3171-2192Envie sua mensagem pelo e-mail: redacao@newslab.com.br.Navegue também em nossa home page: www.newslab.com.br


Abbott e Anhembi Morumbi firmam parceriaUniversidade oferecerá infraestrutura para o treinamento de colaboradores da AbbottA Universidade Anhembi Morumbi e a Abbott (empresaglobal de cuidados com a saúde), firmaram umaparceria que prevê o treinamento de representantes ecolaboradores da empresa, uma das líderes globais emcuidados com a saúde.A assinatura contou com a presença do diretor Comercialda Abbott para a América Latina, Jaime Almeida;o gerente geral da Abbott Brasil, Gaetano Crupi e o vicepresidenteda divisão Farmacêutica da Abbott na AméricaLatina, Santiago Luque, além do CEO e vice-reitor daUniversidade Anhembi Morumbi, Ricardo Grau e diretoresda Escola de Ciências da Saúde da instituição.O acordo permitirá que a companhia farmacêuticautilize a infraestrutura dos campi da instituição para otreinamento de seus funcionários. Atualmente, a instituiçãopossui o maior e mais bem equipado Centro deTreinamento em Simulação da América Latina, voltadopara o ensino multidisciplinar da saúde. “Assim como aAbbott, a Anhembi Morumbi é uma instituição inovadorae internacional. Essa parceria promoverá o encontrode ideias e a colaboração para o desenvolvimento dasduas instituições na área da saúde, além de reforçarnosso posicionamento de fronteiras e mentes abertas”,afirmou Ricardo Grau.Mauro Figueiredo deixa a presidência do Fleurye vai para Conselho de AdministraçãoOmar Hauache será o novo Presidente da CompanhiaO Grupo Fleury anunciou que Mauro Figueiredo deixoua Presidência da Companhia para assumir o cargo de Presidentedo Conselho de Administração. Omar Magid Hauache,que vinha atuando como Diretor Executivo de MedicinaIntegrada e como Diretor de Aquisições, foi indicado comonovo Presidente do Grupo.Mauro Figueiredo ingressou na empresa em 1996, tendoocupado posições técnicas e administrativas, tornando-sePresidente em 2005. Durante sua gestão, a Receita Bruta doGrupo elevou-se mais de 2,5 vezes em seis anos, a partir dopatamar de R$ 366 milhões em 2004. No mesmo período,o lucro líquido aumentou mais de nove vezes.Esse expressivo resultado deve-se principalmente às transformaçõespelas quais o Grupo passou, consolidando-se comoempresa de abrangência nacional, atuando em seis estadose Distrito Federal, e com diversidade de linhas de negócio,apresentando crescimento orgânico em níveis acima da médiado setor, associado a 25 aquisições realizadas nos últimos dezanos, das quais 16 efetuadas nos últimos seis anos.“Nos últimos anos, foram conduzidos no Grupo projetosde grande envergadura, que deram à Companhia uma estaturaque nos permitirá avanços cada vez mais expressivosno setor”, destaca Mauro Figueiredo. Entre as iniciativasque estiveram sob o comando de Mauro Figueiredo emsua gestão destacam-se, entre outros, a ReestruturaçãoAdministrativa do Grupo a partir de 2006; a Abertura deCapital da empresa realizada em dezembro de 2009 e queresultou na captação primária de R$ 630 milhões; aquisiçãode empresas e a negociação para o Memorando de Entendimentospara aquisição do “Labs D´Or”, empresa baseadano Rio de Janeiro com um faturamento anual superior a R$400 milhões.Omar Magid Hauache ingressou na Companhia em 2000,tendo ocupado os cargos de Assessor Médico, Gerente deProdutos e Serviços de Análises Clínicas, Diretor de AnálisesClínicas e Diretor Executivo das Marcas Regionais deMedicina Diagnóstica, sendo o responsável pela recuperaçãodessas operações. Atualmente, é Diretor Executivode Medicina Integrada e Diretor de Aquisições, cargos quecontinuará a ocupar interinamente.Omar fez seu curso médico na Faculdade de CiênciasMédicas da Santa Casa de São Paulo e residência médica,mestrado e doutorado na Escola Paulista de Medicina. Realizouseu pós-doutorado no National Institutes of Health emBethesda, Maryland, EUA. Fez cursos de especialização emadministração em instituições nacionais e internacionais,com MBA pela Fundação Instituto de Administração – FIA.“Essa minha nova atribuição no Grupo vem acompanhadade um cenário promissor, uma vez que a Companhia está plenamentepreparada para aproveitar as oportunidades que seapresentam no mercado. Manteremos nossos compromissosde crescimento com os acionistas, em linha com o PlanejamentoEstratégico do Grupo, e reforçaremos nossa estratégiade diferenciação no mercado”, afirma o novo Presidente.12<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Brasil bate recorde em doação de órgãosÍndice é 14% maior que em 2009. Aumento de investimentos também permitiucrescimento sustentado da quantidade de transplantes realizados no paísDados do Ministério da Saúde apontam para novo recordede doações de órgãos no Brasil e crescimento sustentado detransplantes. O número de doadores efetivos cresceu 14%em apenas um ano. Em 2010, foram registrados 1.896 doadorescontra 1.658 no ano anterior. Com esse desempenho,o Brasil atingiu a marca histórica de 9,9 doadores por milhãode pessoas (pmp). Este aumento se deve ao fortalecimentodo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e ao aporte cadavez maior de recursos no setor.A média nacional de doações (9,9 pmp) apresentou aumentode 13,8% em relação a 2009, quando o índice era de8,7 pmp. Nos últimos sete anos, a média de crescimento anualtem sido de 7%. Alguns estados, como Santa Catariana e SãoPaulo, mantêm índices de doações próximos aos de paísesaltamente desenvolvidos no setor, como Espanha e Canadá,que mantêm médias acima de 20 doadores pmp. Os índices dedoações de Santa Catarina e São Paulo são, respectivamente,de 17 pmp e 21 pmp.O número de transplantes de órgãos sólidos (coração,fígado, pulmão, rim, pâncreas) cresceu 7% em apenas umano, seguindo a tendência de crescimento sustentado. Noúltimo ano, foram realizados no Brasil 6.422 transplantes dotipo, enquanto que em 2009 foram 5.999. Comparadas asquantidades de transplantes de órgãos sólidos realizadas em2003 e 2010, o crescimento foi de 53,12%. Em 2003, foramrealizados 4.194 procedimentos deste tipo.Já a totalidade de transplantes – considerando órgãos sólidos,tecidos (córneas) e células (medula) – saiu dos 20.253em 2009 para 21.040 no ano passado. A ampliação do númerode transplantes no Brasil se deve ao aperfeiçoamento dosprocessos de doação, como notificações por morte encefálicamais precoces, cuidado intensivo dos doadores, melhoriaslogísticas e ao grande aporte financeiro no Sistema Nacionalde Transplantes, que tem sido cada vez maior.O investimento do Ministério da Saúde mais do que triplicounos últimos oito anos. Em 2010, o valor chegou a R$ 1,198bilhão. Já em 2003, o investimento foi de R$ 327,85 milhões.O desempenho reforça a posição do Brasil entre os maioressistemas públicos de transplantes em todo o mundo. O SistemaÚnico de Saúde (SUS) responde por 95% dos transplantes deórgãos sólidos.Medula – o número de transplantes de medula ósseaapresentou um expressivo aumento, saindo de 1.531 cirurgiasem 2009 para 1.695 em 2010, um crescimento de 10,7% emum ano e de 74,38% desde 2003, quando foram registrados972 transplantes.A grande expansão do Registro Brasileiro de DoadoresVoluntários de Medula Óssea (Redome) é o principal motivodesse aumento no número de cirurgias do tipo. Atualmente,o Brasil possui dois milhões de doadores cadastrados, sendoo terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficandoatrás apenas dos Estados Unidos (5 milhões de doadores) eda Alemanha (3 milhões de doadores). Em 2003, o cadastrobrasileiro contava com apenas 49,5 mil voluntários.Engenharia clínica desponta como nova opção profissionalDemanda é um dos atrativos para formação de mão de obra especializadaExistem atualmente no Brasil cerca220 mil leitos distribuídos em mais deoito mil hospitais. Somente na Capitalpaulista estão concentrados cerca de25% dos estabelecimentos de saúde.Em comum todos eles apresentam amesma necessidade: adequação detecnologias e infraestrutura.Arquitetos, técnicos, engenheiros,médicos... Cada profissional respondepor uma demanda distinta dentro desteuniverso. Mas como compatibilizar asnecessidades e encontrar soluções efetivaspara suprir as carências do setor?O Engenheiro Clínico é o profissionalque reúne as competências necessáriaspara tal desafio. Novidade no campoprofissional, a ocupação já surge comouma grande demanda a ser atendida.“Ainda que a prioridade total no mercadode trabalho fosse formar engenheirosclínicos, seriam necessários cerca de20 anos para suprir a carência por mãode obra especializada”, enfatiza o EngenheiroClínico Rodolfo More, da Engebio.Para chegar ao resultado, o especialistaconsiderou a formação de 400engenheiros clínicos por ano. “O que naprática não acontece, pois a EngenhariaClínica é reconhecida apenas como umaespecialidade dentro da Engenharia Biomédica”,destaca o profissional.Atualmente existem no Brasil poucomais de 300 engenheiros de formaçãocom especialização em Engenharia Clínica.Além disso, apenas cerca de 6% doshospitais com mais de 120 leitos contamcom este tipo de serviço.Em uma avaliação simplificada, Moreaponta o potencial promissor da área:“Um hospital de média complexidade,com cerca de 250 leitos consome umaverba de cerca de R$ 70 milhões para serconstruído. Para equipá-lo são necessáriosmais cerca de R$ 35 milhões. Ou seja, épreciso contar com mão de obra preparadapara gerenciar as verbas obtendo melhorrelação custo X benefício”, salienta.Além disso, desde 2010 a (ANVISA)indica a necessidade de os estabelecimentosde saúde designarem profissionaishabilitados para exercer a funçãode responsável pela elaboração e implantaçãodo Plano de Gerenciamento decada tecnologia utilizada na prestação deserviço de saúde.“E o profissional que melhor seadequa por reunir todas as habilidadesexigidas para elaboração de um Planode Gerenciamento - quando falamosespecificamente no que se refere aEquipamentos de Saúde - é o engenheiroclínico”, enfatiza More.14<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Uso de células-tronco pretende acelerar regeneração ósseaDurante o estudo foram colhidas amostras provenientes de diversos tecidos humanosA equipe do Centro de Estudos doGenoma Humano (CEGH) do Institutode Biociências (IB) da USP, lideradapor Maria Rita-Passos Bueno e MayanaZatz, está testando diferentesfontes de células-tronco retiradas dopróprio organismo capazes de acelerara reconstrução de ossos. A técnicapretende aumentar a eficiência notratamento de doenças de difícil regeneração,como a osteosporose, quecausa a perda da massa óssea e, comRegeneração de tecido ósseo em ratos atravésdo uso de células-tronco.isso, aumenta a fragilidade dos ossos e o risco de fraturas.De acordo com a pesquisadora Mayana Zatz, “o intuito dapesquisa é utilizar células-tronco para acelerar a reconstrução deossos que sofreram alguma fratura ou má-formação, como ocorrecom bebês que nascem com alterações craniofaciais”, afirma.O estudo intitulado Perspectiva de um futuro tratamentopara osteoporose ou outras doenças ósseas com base emcélulas-tronco foi desenvolvido pelas pesquisadoras do Centrodo Genoma da USP Tatiana Jazedje da Costa Silva e DanielaFranco Bueno, e recebeu o Prêmio Saúde, da <strong>Ed</strong>itora Abril, nacategoria Saúde da Mulher, em 2010.Durante o desenvolvimento do estudo foram colhidasamostras de células-tronco provenientes de diversos tecidoshumanos. Num primeiro momento, foram coletadas célulastroncode tecidos extraídos do organismo, como polpa de dentede leite, tecido adiposo - descartado em cirurgias, principalmenteem procedimentos de lipoaspiração - e tecido musculardo lábio - descartado em cirurgias corretivas.Posteriormente, a equipe do CEGH testou o potencial decélulas-tronco das trompas de falópio e comprovou a altaDivulgaçãoconcentração deste tipo de célula noórgão feminino. “A vantagem destadescoberta é que como a osteosporoseatinge majoritariamente asmulheres idosas, devido às perdashormonais da menopausa, pode-seagora regenerar osso fraturado comos próprios recursos físicos do paciente”,relata Mayana.Procedimento - Após retirar ascélulas-tronco do organismo e mensurarseu potencial em regenerar osso,são realizados testes in vitro para determinar se estas célulaspodem ou não formar tecido ósseo.Após isso, para comprovar a eficiência do método, comparou-sea evolução na reconstrução óssea de dois gruposdistintos de ratos, um com o implante de células-tronco eoutro, sem implantes, em condições normais. Por meio desteteste in vivo, constatou-se que os ratos que possuíam amembrana com células-tronco tiveram uma regeneração muitomais acelerada do osso fraturado, do que os ratos que nãopossuíam as células-tronco.Nos experimentos, além das células-tronco, também foramutilizados moldes que servem como suporte para que ascélulas-tronco se fixem antes de serem aplicadas nos modelosanimais e que auxiliam no processo de ossificação. O próximopasso é submeter à aprovação dos órgãos de regulamentação,como o Conselho Nacional de ética em pesquisas (CONEP),para poder iniciar os testes em seres humanos.Para saber mais:www.usp.brOficina reúne países do Mercosul da área de sangue e hemoderivadosO objetivo foi compartilhar experiênciasO Ministério das Relações Exteriores e a Agência Nacionalde Vigilância Sanitária realizaram, no final de março, emCampinas (SP), uma oficina para promover o intercâmbiode experiências na área de sangue e hemoderivados entreos Estados do Mercosul.O encontro teve a duração de uma semana e contou coma presença de três representantes de cada país (Argentina,Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela), além de especialistasda Organização Mundial da Saúde.O objetivo foi fortalecer a capacidade regulatóriana área de sangue, hemocomponentes e hemoderivadosno âmbito do Mercosul, por meio da troca deinformações e conhecimentos técnico-científicos. Ospaíses pretendem, assim, estabelecer as bases dacooperação-técnica para promover, na região, a segurançae a qualidade dos serviços de hemoterapia, dosserviços fornecedores de plasma para fracionamento,e dos produtos hemoterápicos.Entre as questões abordadas na oficina, destacaramse:as Boas Práticas de Produção na área; os marcosregulatórios; e a harmonização de normas regulatóriasdo sangue entre os países do bloco.16<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Horiba inicia a construção da nova fábrica com investimento de € 6,4 milhõesNova unidade terá capacidade instalada para aumentar em 50%a produção de reagentes utilizados em equipamentos de diagnóstico in vitroA Horiba, multinacional japonesa especializada nodesenvolvimento de alta tecnologia aplicada em equipamentospara medição e análise dedicada a diversossegmentos, investe € 6,4 milhões na construção de umanova fábrica na cidade de Jundiaí (SP). A previsão é deque a construção do pátio fabril seja iniciada em maiode 2011 para que a Horiba passe a operar oficialmenteem sua sede própria a partir de dezembro de 2012.A empresa disponibilizou € 1,5 milhão para a comprado terreno na cidade e estima-se que ainda sejam gastosmais € 4,9 milhões na construção da nova fábrica. Acompanhia ainda vai investir mais € 600 mil na comprade equipamentos e € 100 mil para obras de arruamento.A nova sede abrigará as operações de duas, das cincoempresas que compõem a holding mundialmente: aHoriba Medical, presente no Brasil há mais de 10 anose líder no País no segmento de hematologia, e a HoribaScientific, dedicada à Pesquisa e Desenvolvimento eControle de Qualidade em todo tipo de indústria.Com a construção da nova fábrica, a companhiapoderá ampliar a capacidade de produção instalada dedois milhões de litros anuais de reagentes, utilizados nosprocessos de diagnósticos in vitro, para três milhões delitros, inicialmente, totalizando um aumento da produçãode reagentes em 50%. A fábrica estará preparada paradobrar o volume de produção do produto, chegando aseis milhões de litros por mês. Além disso, estuda-se apossibilidade de que os equipamentos comercializadosatualmente pela Horiba, hoje importados das unidadesfrancesa e japonesa, passem a ser produzidos no Brasil.“Escolhemos a cidade de Jundiaí pela localizaçãonuma região estratégica, junto às principais rodoviasque ligam o País. Por isso, temos uma grande expectativasobre este projeto que nos permitirá aumentara nossa capacidade de produção, ampliar o quadro defuncionários, além de melhorar a logística de entrega”,destaca Hamilton Ibanes, presidente da Horiba Brasil.Segundo o executivo, a escolha da cidade tambémfoi motivada pela proximidade com a capital paulista,o que permite a manutenção dos atuais colaboradoresno quadro de funcionários. A empresa espera, ainda,gerar mais 20 empregos diretos e outros 100 indiretoscom a mudança de endereço e ampliação da produção.O terreno adquirido conta com 10 mil m2, além dareserva de um espaço adjacente de mais 6.240 m², oque deverá suportar o crescimento da companhia pelospróximos 20 anos. A empresa estuda, ainda, produzirequipamentos para a Horiba Scientific, outro segmentoda empresa dedicado a avaliação de componentes emindústrias como a petrolífera, farmacêutica, entre outras.O mercado da indústria de diagnóstico vem crescendoa cada ano. De acordo com pesquisa da Websetorial,realizada no período entre janeiro e novembro de 2010,a produção industrial no segmento de materiais e equipamentospara medicina e diagnóstico cresceu 18% emrelação a 2009. Segundo dados do Ministério do Trabalho,o setor gerou, no mesmo período, 7.635 novos postos amais que o ano de 2009 – este nicho emprega um contingentede 108 mil pessoas em atividades de indústria ecomércio. Os índices de importação e exportação tambémcresceram com relação ao ano anterior. Favorecido pelabaixa do dólar, o país importou 21% e exportou 5% a maisque em 2009. Para o mercado de diagnóstico laboratorial,em 2011, as perspectivas são ainda mais animadoras queem 2010. O otimismo é explicado pela promessa de novasaquisições de grupos privados e o consequente aumentode unidades de medicina diagnóstica.18<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Novo método diminui para uma semana o tempo de detecção do vírus da pólioTambém identifica o sorotipo de poliovírus ou de outro enterovírusDivulgaçãoA nova técnica é combinada, utilizandouma etapa inicial de propagação viralem cultivos celulares seguida de PCR eanálise do material genético viral, pormeio do sequenciamento nucleotídicoFoco de grandes campanhas anuaisde vacinação, a poliomielite foi erradicadado país há 16 anos. O esforço de monitoramentosobre a possível reintroduçãodo vírus, no entanto, permanece comouma preocupação constante. Referêncianacional e internacional para o tema eresponsável pela vigilância epidemiológicada doença no Brasil e no Peru, o InstitutoOswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) acabade aperfeiçoar o método de detecção dovírus. Mesclando a técnica indicada comopadrão pela Organização Mundial daSaúde (OMS) com técnicas moleculares,o procedimento desenvolvido pelo IOCreduz de três para uma semana o tempopara o resultado final, além de identificaro sorotipo de poliovírus ou de outroenterovírus (gênero ao qual os poliovíruspertencem) presente na amostra.“Os poliovírus, conhecidos por causar apoliomielite, são os mais graves dentre osenterovírus. Porém, a doença é um eventomuito raro. De mil pessoas infectadas como vírus selvagem, somente uma ou duasirão desenvolver a doença paralítica. Asoutras terão sintomas como os de um resfriadocomum e também podem acontecercasos de meningite”, explica o pesquisador<strong>Ed</strong>son Elias, chefe do Laboratório de Enterovírusdo IOC. Um dos desafios para avigilância da doença é justamente a raramanifestação de sintomas mais graves,abrindo espaço para que possa ocorrer acirculação silenciosa do vírus.Situações em que a cobertura vacinalnão é adequada causam ainda mais preocupação.“Eventualmente, foi observadoa partir do ano 2000 que, em ambientescom baixa cobertura vacinal, os vírusatenuados utilizados na composição davacina podem sofrer mutações e readquiriro fenótipo neurovirulento, compotencial para causar doença como sefosse um vírus selvagem. No Brasil nãohá registro de casos deste tipo, já que acobertura vacinal é adequada”, esclarece.Segundo <strong>Ed</strong>son Elias, o uso da técnicamolecular PCR para realização dediagnóstico não é novidade, mas suaaplicação na detecção direta de vírus éinovadora. “A técnica que desenvolvemosé combinada, utilizando uma etapa inicialde propagação viral em cultivos celularesseguida de PCR e análise do material genéticoviral, por meio do sequenciamentonucleotídico”, descreve. Outras propostasde diagnóstico rápido baseiam-se apenasno uso de PCR em tempo real, mas,apesar de muito sensível, a técnica émais cara e restringe-se a identificar apresença do poliovírus. Já na metodologiadesenvolvida no IOC, é possível não sódetectar a presença do poliovírus, mastambém identificar seu sorotipo. E mais:o método identifica, ainda, se na amostraestá presente outro tipo de enterovírus.A técnica pode ser aplicada em amostrasde fezes ou líquido cefalorraquidiano.Ela já está sendo utilizada de forma experimentalno laboratório do IOC. “O víruscausador da poliomielite tem um grandepoder de disseminação. Por isso, quantomais rapidamente for detectado, maiseficientes serão as medidas tomadas paracontrole”, conclui o pesquisador. O novométodo de diagnóstico, publicado narevista Journal of Clinical Virology, constitui-senuma alternativa a ser adotadana vigilância laboratorial da poliomielite.Referência em controle e vigilância -Referência nacional e internacional parao tema, o Laboratório de Enterovírusdo IOC teve participação decisiva noprocesso de erradicação da poliomielite:detectou, em 1986, que um surto depoliomielite no Nordeste era causado pelosorotipo 3 do vírus, auxiliando no desenvolvimentode uma nova formulação paraa vacina, que foi adotada pela OMS.No Brasil, o último caso de poliomielitecausado por vírus selvagem ocorreu em1989. O país recebeu o Certificado deEliminação da Poliomielite em dezembrode 1994. No continente americano, o últimocaso de poliomielite foi registrado noPeru, em 1991. O diagnóstico foi feito peloLaboratório de Enterovírus do IOC, onde aamostra está armazenada. Três anos depois,o continente foi o primeiro a recebera certificação de erradicação da doença.O processo de erradicação global dapoliomielite está adiantado, porém adoença ainda é registrada na Índia, naNigéria, no Afeganistão e no Paquistão.Além disso, mesmo nos países onde apoliomielite já foi eliminada, por deficiênciasna cobertura vacinal, pode haver,eventualmente, a reintrodução de vírusoriundos de regiões em que a circulaçãoainda ocorre. Daí a importância da continuidadedas campanhas de vacinação.Campanhas nacionais de imunizaçãosão realizadas anualmente no Brasil. Em2009, de acordo com o balanço do Ministérioda Saúde, foi obtida uma coberturavacinal de cerca de 97%, com mais de 30milhões de doses aplicadas em criançasbrasileiras menores de 5 anos.Para saber mais:www.fiocruz.br22<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Hemonúcleo de Jaú recebe certificado de Elite da ABHHAssociação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia confereà instituição 100% de qualidade nos serviços prestados à populaçãoO Centro de Hematologia e Hemoterapia Dr. Ary FerreiraDias - Hemonúcleo Regional de Jaú - recebeu o certificado deelite da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia(ABHH), emitido pelo Programa de Controle de QualidadeExterno em Imunohematologia. Este, patrocinado pela ABHH,é extremamente rigoroso, de acordo Marcos Augusto Mauad,coordenador do Centro de Hematologia e Hemoterapia Dr.Ary Ferreira Dias.“Nas cinco últimas avaliações consecutivas, que são realizadasa cada três meses, o índice de acerto foi de 100%.Este fato conferiu a este serviço o título maior de qualidade,o Certificado de Elite”, diz o médico responsável.Introduzido com o objetivo de avaliar a qualidade do diagnósticoem Imunohematologia, as avaliações nas instituiçõesincluem testes de proficiência para determinação ABO e RhD,fenotipagem Rh e K, teste direto da antiglobulina humana, pesquisade anticorpos irregulares e identificação de anticorpos.“O ciclo de produção do sangue tem várias etapas, que contribuempara a qualidade do produto final a ser transfundido nopaciente. Dentre outras etapas, a imunohematologia, que tema função de definir a tipagem sanguínea e sua compatibilidadecom o doador, é fundamental para a segurança transfusional.O Laboratório de Imunohematologia do Hemonúcleo deJaú tem como objetivo a melhoria contínua e, para isso,Ana Candelaria/Assessoria de Imprensa HACparticipa do programa de avaliação externa de qualidade.“Este certificado nos coloca em igualdade de condições comos grandes serviços de hematologia e hemoterapia do paíse, sobretudo, determina maior segurança transfusional aosnossos pacientes. Esta conquista é fruto de uma proposta degestão pela qualidade que conta com colaboradores de altacompetência, imbuídos de promover um serviço de excelênciatransfusional”, enfatiza dr. Marcos.Nas últimas avaliações, o índice de acerto do Hemonúcleo de Jaúfoi de 100%Diretoria da Anvisa aprova propostas para fortalecer rede de laboratórios do paísUma consulta pública aberta no dia 28 de março discuteum regulamento para a Rede Brasileira de LaboratóriosAnalíticos em Saúde (Rede Reblas). A proposta foi aprovadana última reunião pública da diretoria colegiada da Anvisa.Instituída em 1999, a Reblas teve suas atividadessuspensas em 2009. A ideia é reestabelecer a Rede, comlaboratórios públicos e privados habilitados pela Anvisa eacreditados pelo Inmetro.“A Rede tem por finalidade oferecer análises com qualidade,confiabilidade e rastreabilidade”, explica a diretorada Anvisa, Maria Cecília Brito. Segundo ela, a diretoria dainstituição está empenhada em captar recursos e promovercapacitação para melhorar os serviços prestados por essesestabelecimentos.Pela proposta, os laboratórios que já eram habilitadosprecisarão apenas encaminhar à Anvisa sua acreditação,no prazo de 120 dias contados da publicação da normaresultante da consulta pública. Outra condição paraparticipar da Rede é a obtenção de licença da vigilânciasanitária local. A Rede será coordenada pela Gerência Geralde Laboratórios de Saúde Pública da Anvisa (GGLAS).Contribuições à Consulta Pública nº 15/2011 podem serenviadas até o dia 26 de maio, por escrito, em formuláriopróprio, para o endereço: Agência Nacional de VigilânciaSanitária/Gerência Geral de Laboratórios de Saúde Pública,SIA Trecho 5, Área Especial 57, Brasília- DF, CEP 71.205-050. A participação também pode ser feita por fax (61-3462-5469), ou por e-mail (cp15.2011@anvisa.gov.br).Ensaios - Outra proposta publicada vai discutir os requisitostécnicos e organizacionais para o funcionamento delaboratórios públicos e privados que realizam ensaios emprodutos e serviços sujeitos à vigilância sanitária. Esses laboratóriossão responsáveis por realizar verificações de qualidade,validação de metodologias e padrões, dentre outros.“Não há sistema de vigilância sanitária que seja capazde cuidar da saúde das pessoas sem uma rede de laboratóriosque possa dar retaguarda ao trabalho”, apontou odiretor-presidente substituto em exercício da Anvisa, DirceuBarbano, sugerindo ainda que a consulta pública ficasse emaberto por 60 dias e não pelos 30 propostos inicialmente.24<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Instituto Butantan começa a construir novo Prédio de ColeçõesAntigo edifício foi destruído em incêndio que consumiu maior acervo deherpetologia do mundo; instituto também inicia produção nacional inédita de vacinas antigripeMaquete eletrônica do novo prédioOs 110 anos do Instituto Butantan,órgão da Secretaria de Estado da Saúde,serão celebrados com a construção deum novo e moderno Prédio de Coleções.As obras foram iniciadas neste mês.O antigo local foi destruído em umincêndio em maio de 2010 e abrigava amaior coleção de herpetologia do mundo.O fogo consumiu parte do acervo de 85mil cobras e 450 mil aranhas e escorpiões,reunido em um século de pesquisas.No novo prédio haverá melhor distribuiçãoe organização dos espaços, alémde ferramentas modernas para controlede ambientes e prevenção de incêndios.A estrutura está orçada em R$ 3 milhões.O prédio terá dois andares, comuma área total de 1.600m². Este novoespaço separa escritórios, laboratóriose demais alas administrativas da áreaonde as coleções serão acomodadas.“O projeto procurou atender as demandasdos curadores, criando um espaçoexclusivamente para abrigar as coleções.Será uma obra extremamente eficiente ecom um alto nível de segurança”, explicaJorge Kalil, diretor do Instituto Butantan.“O Butantan vai ganhar um prédiode Coleções à altura de sua importânciacomo um dos maiores centros de pesquisasbiológicas e biomédicas do mundo. Oinstituto é motivo de orgulho para a saúdepública nacional”, diz o secretário deEstado da Saúde, Giovanni Guido Cerri.Vacina brasileira contra a gripe- Secretaria de Estado da Saúdede São Paulo irá entregar neste ano,ao Ministério da Saúde, as primeirasvacinas antigripe produzidas nacionalmenteem toda a história. Cercade três milhões de doses serão disponibilizadasem abril pelo InstitutoButantan, para a Campanha de Vacinaçãodo Idoso.Até o próximo ano, o país se tornaráautossuficiente na produção de vacinascontra influenza, graças à fábrica doButantan. Além de produzir vacinascontra gripe comum, a fábrica tem capacidadede produzir outros subtipos devírus de Influenza, como a H1N1, gripesuína, e H5N1, gripe aviária, em casode pandemia.Para saber mais:www.butantan.gov.brNovo teste detecta pacientes que precisam de tratamento para tuberculose resistenteRelatório de Médicos Sem Fronteiras diz que é urgente corrigir os problemas de preço e abastecimentoUm novo e promissor teste para diagnóstico de tuberculose(TB) irá ajudar a detectar mais pessoas com tuberculose resistente(DR-TB), aumentando a urgência em solucionar problemasrelativos ao preço e ao abastecimento de medicamentos contraa DR-TB, segundo informações de um novo relatório da organizaçãomédico-humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF).Apesar do aumento da incidência de DR-TB no mundo, menosde 7% dos 440 mil novos casos anuais recebem tratamentoe a DR-TB mata 150 mil pessoas anualmente, segundo a OMS.O tratamento de DR-TB é feito com antibióticos antigos,muitos dos quais apresentam sérios efeitos colaterais. Noentanto, esses são os únicos remédios existentes hoje queconseguem combater a DR-TB. O relatório de MSF mostra quehá problemas contínuos de preço e abastecimento envolvendoesses remédios, que precisam ser solucionados com urgência.“Os pacientes ficam presos em um círculo vicioso – muitaspessoas não são diagnosticadas e problemas com os preços eo fornecimento dos remédios são um obstáculo ao tratamentode mais pessoas”, disse Dr. Tido von Schoen-Angerer, DiretorExecutivo da Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciaisde MSF. “A baixa demanda por remédios de DR-TB fizeram comque o mercado se tornasse pouco atraente para os fabricantes,o que reforça os problemas de fornecimento e preço”.O relatório de MSF avaliou medicamentos usados para otratamento da DR-TB de acordo com o número de fornecedores,com a certeza de qualidade e com o preço, baseado eminformações obtidas pela Global Drug Facility e fabricantes deremédios. Pôde-se perceber que quatro dos remédios recomendadossão disponibilizados por apenas uma fonte cuja qualidadefoi atestada. Depender de apenas um fornecedor cuja produçãopode ser interrompida a qualquer momento apresenta o riscode uma interrupção perigosa no tratamento dos pacientes.O relatório de MSF divulgou também que vários remédioscontra a DR-TB são muito caros. Um regime de tratamento deDR-TB pode custar até 9 mil dólares por paciente – 470 vezesmais do que os 19 dólares por paciente que custa para tratarum caso de TB não resistente.“Agora que nós temos um novo teste que pode detectarDR-TB em menos de duas horas, ao invés de três meses, nósvamos ver um aumento do número de pessoas que precisam deum abastecimento de remédios confiável para serem curadas”,disse a Dra. Jennifer Hughes, de MSF em Khayelitsha, Áfricado Sul. MSF está utilizando o teste em 15 países este ano.“Nós desenvolvemos um modelo de controle de DR-TB dentrodas comunidades que pode ser expandido para permitir o maioracesso a tratamentos em ambientes de alta prevalência do HIV.Com diagnósticos mais rápidos e melhores opções de tratamentopara a DR-TB, precisamos ajustar as questões de fornecimentoe preço dos remédios contra a doença. Também precisamos dodesenvolvimento de novos remédios”, disse o Dr. Hughes.28<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Point of CareSiemensTecnologia cada vezmais acurada e versátil32<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


ASiemens Healthcare Diagnosticsoferece uma variedadede soluções orientadaspara o melhor desempenho,que proporcionam formas maiseficientes de auxiliar o diagnóstico,a monitoração e a gestãodos pacientes. Seus produtos eserviços combinam ciência, tecnologiae praticidade, permitindo oacesso dos profissionais de saúdea informações vitais, necessáriaspara cuidados melhores e maispersonalizados a pacientes detodo o mundo.A Unidade de Negócios Point ofCare da Siemens possui o maiorportfólio de gasometria do mercado,com equipamentos que executamdesde gasometria, eletrólitose metabólitos, até gasometriapura. A linha é composta por equipamentosque oferecem menuscompletos ou restritos e que seadaptam a todas as necessidades:de laboratórios centrais ou satélitesaté o Point of Care (POC).De acordo com Débora Cabrini,gerente de Unidade de Negócios, aSiemens tem trabalhado forte comseus canais de distribuição paraa linha POC. “Nós conseguimosoferecer, por meio de nossa redede distribuidores, um atendimentolocal, focado, sempre com o apoioda nossa matriz. Os equipamentosda linha POC não podem parar.Um hospital não pode ficar semgasometria, por esta razão é fundamentalproporcionar um serviçode atendimento rápido quandosurge a necessidade de assistênciatécnica”, esclarece a gerente.Os analisadores de gasometriasanguínea, que também são chamadosde “beira de leito”, desempenhamuma função estratégicadentro de um hospital, pois realizamtestes críticos com rapidez eacurácia, graças à alta tecnologiaagregada. A mobilidade e a versatilidadedesses aparelhos compactospermitem que os resultadosdos exames sejam conhecidos empoucos minutos e as decisões sobreo tratamento adequado sejamtomadas de imediato.O avanço da tecnologia empregadanos sistemas POC eo uso cada vez mais amplo desuas funções justificam o crescimentodesse mercado. “Alémda própria gasometria, outrasaplicações vêm sendo incorporadasà linha, por exemplo, testesde uroanálise e de marcadorescardíacos. A Siemens vem estudandoviabilizar também paraos laboratórios brasileiros essatecnologia”, explica Débora.Menu de gasometriaO abrangente portfólio desistemas de análise de gases nosangue da Siemens HealthcareDiagnostics oferece analisadoresespecíficos para todas as necessidadesde análise e racionaliza atransferência dos resultados dasanálises de cuidados intensivospara todo o hospital.O RAPIDLab 1265, por exemplo,é um analisador de gases nosangue de alto rendimento cujomenu engloba eletrólitos e metabólitos,incluindo bilirrubina totalem recém-nascidos, hemoglobinatotal e derivados da hemoglobinaem amostras de sangue total arterial,venoso e capilar. Trabalhacom amostra de sangue totalheparinizado, em tubo capilar ouseringa, liberando o resultado emapenas 60 segundos.RAPIDComm: solução em TIJá os analisadores RAPIDPoint400/405 são os primeiros sistemasde análise de gases sanguíneosbaseados em cartuchos paraPOC que integram perfeitamentea co-oximetria completa a partirde uma única amostra. Alémdisso, possui um cartucho decontrole de qualidade automáticointegrado que não exige qualquerintervenção do operador durantea sua vida útil de 28 dias.Para dar suporte a esse portfóliofísico, a Siemens criou umasolução em TI, o Rapidcomm,opcional para toda a linha de gasometria.Como um teste feito àbeira do leito tem o controle dequalidade diferente daquele queé feito em laboratório, esse sistemaé adequado para minimizarqualquer impacto referente à qualidadee traz uma maior segurançapara o profissional do laboratório.O software de gestão de dadosRapidcomm permite que de qualquerlugar dentro de um hospitalconsiga-se visualizar o que estáacontecendo com o equipamento,como por exemplo, se as calibraçõesestão em dia, se o controlede qualidade foi passado, se oseletrodos estão aptos e habilitadosa realizar os exames etc.“A nossa solução de TI elimina o‘mito’ de que não existe precisão<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 201133


Sistema para análise daHbA1c DCA 2000e controle de qualidade em gasometria”,explica Walter Tavares,especialista de vendas POC.Consultório médicoA Unidade de Negócios Pointof Care da Siemens tambémtraz soluções voltadas para oconsultório médico. A linha deanalisadores DCA faz hemoglobinaglicada e microalbuminúria,teste por teste.O DCA 2000 é um sistema dediabetes para análise da HbA1crazão A:C com resultados clinicamentecomprovados que aumentarama adesão de pacientesaos tratamentos para controleglicêmico. É simples o bastantepara ser utilizado no consultóriomédico e consistente o suficientepara oferecer performance dequalidade laboratorial em ambientespoint of care.O menu de teste quantitativodo aparelho faz HbA1c em sanguetotal em seis minutos e microalbuminúriana urina em sete.Sem necessidade de preparaçãode amostra ou reagente, basta omédico carregar o cartucho comamostra no equipamento e aguardaros resultados serem geradosautomaticamente.Com os resultados instantaneamentena mão, o médico podeentão tomar uma direção terapêuticae encaminhar o pacienteao laboratório para os examescomplementares.A eficiência desses sistemasresultou em uma parceria com aMerck, Sharp & Dohme, que adquiriualgumas unidades do DCAe está fazendo um trabalho depoint of care junto aos consultóriosmédicos.“A correlação dos exames POCestá cada vez mais próxima dogold standard dos laboratórios. ODCA, por exemplo, é um aparelhoonde a A1c tem uma correlação de99% com o HPLC, que é o métodopadrão. A qualidade hoje é indiscutível”,comenta Débora Cabrini.Analisador de gases no sangue RAPIDLab 1200Novidades no mercadoOs dois grandes lançamentosda Siemens em 2011 são os analisadoresRapidPoint 340 e 350,que também trabalham comtecnologia de cartucho e têmuma série de peculiaridades emrelação aos concorrentes. Elesse adaptam tanto ao laboratórioquanto à beira do leito e o leitorde código de barras confere maisautonomia à unidade hospitalar.Com o registro concluído,as primeiras unidades já estãosendo instaladas no Brasil. Deacordo com Valter Tavares, o diferencialdessas máquinas é quepor elas trabalharem com tecnologiade cartucho, elimina-se acalibração gasosa e, portanto,o laboratório não precisa maismanejar os cilindros de gás.Além desses analisadoresterem eletrodos livres de manutenção,as calibrações são automáticase o volume de amostraé pequeno: 90µl.A rapidez é outro fator crucial.A máquina necessita deapenas um minuto para liberaro resultado e de mais um minutopara realizar o ciclo de lavagem,34<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Detalhe do RAPIDPoint 340RAPIDPoint 350: novidade da Siemens, com tecnologia de cartuchoportanto, o sistema realiza 30amostras por hora.O RapidPoint 340 faz a gasometriabruta (pO 2, pCO 2e pH),além dos parâmetros calculadose mede e calcula alguns outros.O RapidPoint 350 mede alémdesses três parâmetros, pH,pCO 2, pO 2, Na + , K + , Ca ++ , Cl - , Hcte mais os parâmetros calculados.O conceito POC está cadavez mais sendo incorporadoaos equipamentos. Em breve,versões do sistema estarão disponíveistambém com bateria,o que irá conferir maior mobilidadepara os profissionais. Alémdisso, será possível analisar osgases sanguíneos não apenas apartir do sangue arterial, mas deoutros líquidos, como o de diálise,por exemplo. Também serãolançadas seringas coletoras paragasometria, que já estão emprocesso de registro.A Siemens HealthCare é,hoje, a empresa que oferece omaior portfólio do mercado diagnóstico,aliando o diagnósticopor imagem e o diagnóstico invitro. Atuando em praticamentetodos os setores do diagnóstico,a Siemens acredita na força dadiversidade da oferta que oferecea seus clientes.“Como líder de mercado daárea de diagnósticos, a Siemensbusca trazer o mesmo conceitode atendimento aos clientes dePOC, aumentando os investimentosna área em nível local eglobal”, comenta Cleber Gusmão,Diretor da Divisão de Diagnósticos,e complementa: “Nossa empresaestá muito comprometidacom a gestão de suprimentose informações em laboratórioshospitalares. Nossos produtos esoluções, como os analisadoresde gases e o RAPIDComm, sãoexemplos de iniciativas de nossoportfólio para este segmento,que contará com várias novidadesno futuro próximo”.A Siemens ouvindo o clientePreocupada em conhecer asexpectativas dos clientes do setorde testes à beira do leito, aSiemens Healthcare realizou emabril o Customer ConnectionsWeek, em Boston, EUA, um encontroentre líderes de opiniãode vários países e representantesda Siemens para debater asperspectivas futuras no setor dePoint of Care.Convidado para representar oBrasil neste encontro, Dr. CarlosBallarati, presidente da SociedadeBrasileira de Patologia Clínica eMedicina Laboratorial SBPC/ML,comentou: “O evento foi extremamentepositivo também paraconhecer este mercado em outrospaíses, que possuem suas particularidadese são diferentes do mercadobrasileiro. Claramente existeuma tendência de crescimento dosetor de Point of Care em todo omundo visando especialmente osetor hospitalar”.<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 201135


DB inaugura laboratório de apoio no ParanáLaboratório exclusivo de apoio é inaugurado emSão José dos Pinhais, região metropolitana de CuritibaAempresa DB – Diagnósticosdo Brasil – inaugurou o seuprimeiro laboratório de apoioem São José dos Pinhais, próximoa Curitiba no Paraná. A unidade vaiatender exclusivamente toda a demandade exames e diagnósticos emanálises clínicas de laboratórios dasregiões sul e sudeste, com previsãode expansão a todo o mercado nacionalaté o final deste ano.Com uma infraestrutura modernae equipamentos de alta tecnologia, oDB está instalado em uma área técnicade mais de 2 mil metros quadradose possui capacidade para realizar 2milhões de exames por mês. Alémdisso, o laboratório dispõe de umasoroteca capaz de armazenar, poraté 30 dias, 2,5 milhões de materiaisbiológicos na fase pós-analítica e, porum período de três anos, amostras deHIV positivo.Para atender com qualidade, segurançae agilidade, o DB conta comuma equipe multidisciplinar, voltadapara pesquisa e conhecimento, formadapor doutores, pesquisadores,médicos e bioquímicos. “Queremossuperar as expectativas dos nossosclientes com um trabalho altamentequalificado e humanizado que garantaa segurança dos nossos serviços.Nascemos para ser um laboratórioexclusivamente de apoio. Jamais vamosestabelecer concorrência comos nossos clientes porque conhecemosbem as necessidades dessemercado”, afirma o hematologistaAntônio Fabron Júnior, diretor-geraldo DB. Fabron é formado em Medicinapela Faculdade de Medicina deMarilia, com doutorado pela USP epós-doutorado pela Universidadede Toronto, no Canadá, ambos emHematologia.Área técnica do laboratórioEntre os diferenciais do laboratório,está um sistema de logística, comfrota própria de veículos equipadoscom refrigeradores para acondicionamentodas amostras biológicas, deacordo com as normas da Anvisa, edoze centrais regionais de preparo etriagem do material de análise.Os veículos são monitorados desdeo ponto de origem, onde o examefoi coletado, até a chegada ao laboratório.As amostras coletadas sãocondicionadas em caixas térmicase as que necessitam de condiçõesde congelamento são acondicionadasem compartimento específico,ambas na temperatura correta, queé monitorada por um sistema especial.A localização geográfica é outrodiferencial – o DB está próximo àsrodovias federais e a um quilômetrodo Aeroporto Internacional de Curitiba.“Investimos em equipamentosde última geração para garantir excelênciaem qualidade nos diagnósticose montamos uma logística quegarantirá resultados em 24 horas dasaída do material dos nossos clientes.Mas o nosso principal diferencial éque somos um laboratório de apoio enão um laboratório para aumentar aconcorrência no mercado de análisesclínicas”, sentenciou Dr. Fabron.Na área de Tecnologia, o DB implantouuma rede de Tecnologia deInformação, com os conceitos maisinovadores, para que todos os processossejam integrados e os sistemassejam ágeis. Exemplo disso é o serviçoDB Fácil, uma ferramenta que permiteao cliente manter autonomia dasinformações enviadas ao laboratórioe verificar exames, prazos, materiaisnecessários e instruções de coleta.O aparelho é instalado diretamenteno laboratório e, além da agilidade,possibilitará ao cliente personalizaros laudos com a sua marca.“O DB está preparado para atenderos seus clientes com soluções customizadase processos integrados”,ressalta Fabron. O Diagnósticos doBrasil inicia as operações com todosos pré-requisitos definidos e preenchidospara a obtenção das principaisAcreditações e Certificações. Issosignifica que todos os processos sãopadronizados e controlados, garantindoeficiência e qualidade em todosos setores.Com atuação nos estados do Paraná,Santa Catarina, Rio Grande doSul, São Paulo, Minas Gerais e Rio deJaneiro, o DB atende exclusivamentelaboratórios de análises clínicas.Para saber mais:www.diagnosticosdobrasil.com.brFachada da empresa, no Paraná36<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2010


Peter Maag, presidente da Novartis DiagnósticosFala sobre segurança transfusionalEm recente visita ao Brasil, o presidente da NovartisDiagnósticos, Peter Maag, recebeu a reportagem darevista <strong>NewsLab</strong> para um bate-papo sobre a situaçãoda segurança do sangue no mundo.Formado em Ciências Farmacêuticas, Peter Maag comanda umadivisão da Novartis que é líder mundial em triagem sanguínea. Amais recente tecnologia desenvolvida pela empresa agora já estádisponível também para o mercado brasileiro: o Procleix Ultrio Assay,um teste NAT (Teste de Ácido Nucleico) que identifica, de uma sóvez, a presença dos vírus HIV I e Hepatite B e C em sangue doado.Essas e outras novidades você confere a seguir.<strong>NewsLab</strong> – Qual é o volume mundialde doações de sangue e quala participação dos testes NAT natriagem dessas bolsas?Peter Maag – Atualmente sãorealizados 89 milhões de doaçõesao redor do mundo. E, desse total,60% das bolsas já são testadascom a tecnologia NAT.<strong>NewsLab</strong> – Qual a participaçãoda Novartis no fornecimento dessametodologia?Peter Maag – A Novartis é líder demercado em tecnologia NAT e issoé possível graças às parcerias comórgãos governamentais ou grandesinstituições. Por exemplo, somosresponsáveis por mais de 80% datriagem de sangue nos EUA e, como governo francês, com quem temosparceira, nós testamos 100%das doações.<strong>NewsLab</strong> – E o mercado brasileiro,qual o tamanho dele e a importânciapara a Novartis?Peter Maag – A Divisão AméricaLatina e Brasil é muito forte para aNovartis. No Brasil são feitos, anualmente,3,5 milhões de doações,mas esse número poderia ser muitomaior. Segundo dados da PolíticaNacional de Sangue e Derivadosdo Ministério da Saúde, 8% dessemontante, ou 280 mil bolsas, sãodescartadas por ano devido a algumainfecção. O maior descarte debolsas no país acontece por contado anticorpo da Hepatite B.<strong>NewsLab</strong> – Qual a importânciado NAT em relação à segurança dosangue?Peter Maag – Como o NAT é aplicadoem retrovírus, nos casos deHepatite C, B e HIV é extremamenteimportante que seja analisado nãosomente a imunorresposta, mas ovírus no sangue. Com a tecnologiamolecular que nós propomos, nósconseguimos reduzir sensivelmentea janela imunológica: quatro acinco dias após a infecção de HIVnós já podemos detectá-la.<strong>NewsLab</strong> – Em termos gerais, dequanto tempo é essa janela imunológicae em que isso impacta nasegurança transfusional?Peter Maag – Isso depende muitode cada fabricante. Mas, no geral,para Hepatite B, a janela gira emtorno de quatro semanas. No casodo HIV, como já disse, a sensibilidadeé a maior, quatro a cincodias. Isso é importantíssimo para omercado brasileiro, já que sabemosque muitos doadores só procuramo banco de sangue para ter o teste38<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


de HIV gratuito. Então esbarramoscom a equação da qualidade dodoador e a qualidade do teste. E nomercado como o Brasil, a qualidadedo teste é superimportante.<strong>NewsLab</strong> – Já está comprovadoque o NAT aumenta sensivelmentea segurança do sangue. Mundialmentefalando, como está a adesãodo teste em rotina e a prioridadede seu uso, se compararmos como Brasil?Peter Maag – Muitos países já estãoadotando a tecnologia NAT. Porexemplo, na China, o Ministério daSaúde está conduzindo um estudopiloto para validar o NAT, assimcomo a Indonésia e a África do Suljá estão usando o NAT. Eu acreditoque o Brasil é um seguidor em relaçãoa outros países, mas se vocême perguntar em que estágio estáo Brasil em relação à prioridade dasaúde pública, eu diria que poderiaser mais alta.<strong>NewsLab</strong> – Com a liberação doteste NAT para o mercado brasileiro,quais serão as estratégias daNovartis para a sua introdução nosbancos de sangue?Peter Maag – A estratégia é duplaem relação aos bancos de sangue.Gostaríamos de fazer uma parceriacom o governo para que ele possaentender nossa experiência e deque forma podemos disponibilizara tecnologia NAT para uma grandepopulação. Nós acompanhamos oesforço do Brasil em desenvolverum teste público, mas por outrolado, acreditamos que já temosuma opção adicional comercialviável, que pode contribuir comessa questão de segurança transfusional.A outra parte de nossaestratégia será um trabalho quefaremos junto aos bancos de sangueprivados, de forma mais personalizada,estilo cliente a cliente.<strong>NewsLab</strong> – Como será feita adistribuição do produto no Brasil?Peter Maag – Nós trabalhamoscom distribuidores da nossa linhade produtos Procleix para triagemsanguínea, que também oferecemserviços e treinamento de altíssimonível. No Brasil, nossa parceria éforte com a REM, que tem umapresença significativa no campo desegurança transfusional. Isso vaiexatamente ao encontro do perfilde nossa empresa, que oferecesolução diagnóstica completa paraa segurança do sangue.<strong>NewsLab</strong> – Qual seria essa soluçãocompleta?Peter Maag – A Novartis oferecevárias soluções para segurançado sangue. Por exemplo, nossosistema totalmente automatizadoProcleix Tigris de alto rendimentoe automação para triagem. Desenvolvemostambém uma soluçãomais manual chamada eSAS parahospitais e laboratórios menores.Nós também estamos desenvolvendouma nova plataforma de triagemsanguínea, totalmente automatizada,que será lançada globalmentecomo um instrumento intermediárioque está entre os sistemas degrande e menor automação. Temosainda a próxima geração de ensaioscom maior sensibilidade em testesde HIV e Hepatite.<strong>NewsLab</strong> – Que outras atividadesa Novartis Diagnósticos mantémno Brasil?Peter Maag – A unidade de Vacinas& Diagnósticos da Novartisestabeleceu uma parceria com ogoverno para a produção de vacinas.Por isso estamos construindona cidade de Goiana, em Pernambuco,uma planta de vacinas parao público brasileiro. Esse acordode transferência de tecnologia foifirmado com a Fundação EzequielDias (Funed).<strong>NewsLab</strong> – O que as pesquisasque estão sendo conduzidas nessaárea apontam para o futuro?Peter Maag – Existe uma forteindicação de que novas tecnologiassurgirão. Os testes, por exemplo, jáestão muito mais sensíveis. Pesquisasna área de biologia moleculartambém podem trazer grandes novidadespara o futuro. Uma delas,por exemplo, é a testagem do vírusda dengue, que pode ser capturadocom uma outra forma de tecnologiaNAT. Há documentos de Porto Ricoe do Sul da Flórida que fazem arelação da transmissão do vírus dadengue pela transfusão sanguínea.E como se trata do mesmo mosquito,certamente pode se aplicartambém ao Brasil. Há outros testesque associam o vírus XMRV com asíndrome de fadiga crônica, e issoainda está sendo estudado. Este éum vírus muito comum na correntesanguínea e que pode ser transmitidoem transfusões - mas ainda éum ponto de interrogação entrea comunidade científica. O fato éque nesse negócio sempre haveránovos patógenos e precisamosaprender cada vez mais sobre isso.<strong>NewsLab</strong> – Como a Novartis vemacompanhando essas mudanças?Peter Maag – Nós temos umaparceria forte com a Gen-Probe,que ajuda a desenvolver nossosprodutos. Também nossa parceriacom os bancos de sangue permiteentender as necessidades dessesegmento. Mas devo confessar queàs vezes não é uma tarefa fácilporque bancos de sangue são umacomunidade pequena e um ambientealtamente regulamentado.<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 201139


Bancos de sangue: eficácia e precisão na triagemOs avanços na biologia molecularapresentam soluções inquestionáveis paraa ciência, de forma geral, impactandodiretamente na otimização do diagnósticode doenças graves e facilitando, porconsequência, a indicação terapêutica. Umdos exemplos dessa modernização são osexames de amplificação de ácidos nucleicos,ou teste NAT como é conhecido na sigla eminglês. Sem dúvidas, uma grande revoluçãono que diz respeito à triagem de bolsas desangue.O teste reduz consideravelmente ajanela imunológica de várias doenças,pois detecta fragmentos dos vírus ao invésde procurar pelos anticorpos criados peloorganismo humano, como seria feito porum exame de sorologia. Para os bancosde sangue, a sensibilidade de um sistemacomo esse é fundamental, pois os riscosde infecções são reduzidos a praticamentezero. No Brasil, por exemplo, o número deinfecções em transfusões sanguíneas seriareduzido em 20 vezes caso o teste fosseaplicado nos bancos de sangue.Pensando nesta problemática, a Rochelançou no Brasil, com registro desde 2008, oteste TaqScreen MPX , que utiliza a mesmatecnologia de ponta encontrada em paísesde primeiro mundo, como os Estados Unidos,Inglaterra, Japão e Holanda.Um dos aspectos importantes para asegurança das transfusões é a triagem completapara uma segurança total, detectandotodas as variações virais que podem estarpresentes no sangue. O teste TaqScreenMPX, utilizado na plataforma cobas s201, éa solução mais completa e segura em métodosmoleculares para bancos de sangue,por conta da larga especificidade e sensibilidadeno diagnóstico direto dos agentesque causam as enfermidades.Pioneiro no Brasil, o teste já é utilizadoem diversos pontos no país, além de outros175 bancos de sangue no mundo todo garantindo,em um único teste, a melhor sensibilidadedo mercado para a detecção doHIV-1 Grupo O e M, o HCV, o HBV e o HIV-2,cuja presença foi recentemente detectadano Brasil, como mostraram pesquisadoresda Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Assim,o teste TaqScreen é a solução mais completapara testes NAT, cobrindo todos os alvos esubtipos exigidos pela RDC brasileira quenormatiza a sorologia viral na triagem desangue para HIV, HBV e HCV.Com o cobas s 201, os processos sãocompletamente automatizados, desde aformação do pool, a extração do ácidonucleico, a amplificação e detecção, até aobtenção do relatório de resultados finais.O principal objetivo desse sistema é facilitara triagem, evitando trocas de amostras eum melhor gerenciamento dos resultados.Nesse processo, a segurança é peça fundamental,por isso há vantagem de os tubosde reação serem fechados, reduzindo o riscode contaminação das amostras e influenciandodiretamente a precisão dos testes.O controle é ainda maior com a enzima AmpEraseda Roche, que evita a contaminaçãocruzada, além da transferência e a detecçãode produtos anteriormente amplificados.O teste TaqScreen é baseado na tecnologiaPCR em tempo real, padrão ouropara testes de biologia molecular e amplamenteutilizada no Brasil, como na rede deHIV, HBV e HCV. Os testes TaqScreen sãoprontos para uso, eliminando o erro devidoa pipetagens. Também não exigem locaisespecíficos ou equipamentos especiais paraa preparação de reagentes.Para implantação dessa tecnologia,não são necessárias grandes mudançasestruturais no laboratório, tampouco uso deoutros materiais, como águas especiais ouprodutos clorados. A flexibilidade do cobass 201 e o teste TaqScreen permite a criaçãode um sistema totalmente adaptável àsnecessidades da rotina laboratorial. Essa éuma das razões para a utilização do sistemaem larga escala, desde bancos de sangueaté fábricas de plasma de todo o mundo.Lançamento Abbott Laboratórios: 25 - OH Vitamina DA Abbott Laboratórios amplia o menude ensaios no instrumento Architect,atendendo todos os laboratórios deacordo com a demanda de suas rotinas.O ensaio Architect 25 – OH Vitamina Dé um imunoensaio quimioluminescentepor micropartículas (CMIA) para a determinaçãoquantitativa de 25 HidróxiVitamina D em soro humano e plasma,realizando pré-tratamento automatizadoda amostra. Este parâmetro Architect25-OH Vitamina D é para ser usado comoajuda na avaliação de insuficiência de VitaminaD em várias situações como:• Pacientes com alto risco de osteoporose• Mulheres grávidas• Perda óssea• Diabetes• Pacientes transplantados, obesos, hospitalizados,com dores ósseas ou musculares,hipertensos• Pacientes com doenças autoimunes• Pacientes com câncer em tratamentoNa sociedade atual, as dificuldades depossuir Vitamina D são devido a:• Exposição à luz solar limitada• Dieta produzindo pouca Vitamina D• Envelhecimento da populaçãoConclui-se que doses suplementaresde Vitamina D têm sido usadas para reduzirrisco de fraturas e como prevençãopara outras doenças crônicas.ARCHITECT ® i1000SR*: brazil_add_marketing@abbott.comARCHITECT ® i2000SRARCHITECT ® ci820042<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Resultados de genotipagem microbiana nomesmo dia: agora é possível com o DiversiLabDiferentes métodos são empregados para o controle de infecçõesem hospitais e instituições. O controle de infecções segue duasvertentes - prevenção e identificação de HAIs (Healthcare AcquiredInfections). Os métodos utilizados para prevenir a transmissão deHAIs incluem a implementação de programas de higiene das mãos,uso de barreiras físicas como luvas descartáveis, assim como osprocedimentos de isolamento de pacientes. Por outro lado, procedimentosde vigilância ativa e testes de tipagem molecular sãousados para detectar a colonização por um agente potencialmenteinfeccioso ou para identificar os organismos envolvidos em situaçõesde surto e assim controlar a sua propagação.Um estudo realizado no Northwestern Memorial Hospital analisouo impacto da implementação de uma metodologia de tipagemmolecular na rotina do Hospital e seu efeito na redução de HAIs.Os resultados deste estudo indicam que o hospital diminuiu a taxade HAI em 23%, assim como demonstrou uma economia de cincodólares por cada dólar gasto no programa de controle de infecções 1 .Além disso, a SHEA (Society of Healthcare Epidemiology ofAmerica) recomenda a implementação de métodos de tipagemmolecular para investigação de surtos de infecção2.Diante de comprovada diminuição de HAIs e a economia com osgastos associados, por que ainda não existe um grande número dehospitais e instituições usufruindo das vantagens de metodologiasmoleculares de tipagem microbiológica?Até recentemente, os infectologistase profissionais envolvidos com a CCIHnão eram capazes de perceber o impactoda tipagem molecular na sua rotinadevido à falta de reprodutibilidade dosmétodos tradicionais e o longo tempode espera dos resultados. O método detipagem molecular conhecido como eletroforesede campo pulsado (PFGE) podelevar de 3 a 5 dias para ser concluído,quando realizado na própria instituição,enquanto o envio de PFGE para umlaboratório externo pode levar de 2 a3 semanas ou até meses. Este longotempo de espera faz com o teste de PFGE não seja capaz de dar umaresposta em tempo hábil para a identificação rápida de novos surtos.Através de resultados de tipagem molecular no mesmo dia, osistema DiversiLab permite a investigação epidemiológica de infecçõesem tempo real. O sistema não só permite a drástica reduçãono tempo de resposta como também permite o armazenamento dospadrões de impressão digital das cepas, altamente reprodutíveis,facilitando o rastreamento histórico, o que pode levar à descobertade reservatórios ocultos de resistência dentro das instituições.O uso do Sistema DiversiLab como parte de um plano abrangentede controle de HAIs ajuda no controle e rastreamento daorigem, propagação e contaminação microbiana de forma rápida,precisa, e custo-efetiva. O resultado: melhoria na assistência aopaciente e uma redução dos custos gerais relacionados com asinfecções associadas aos cuidados da saúde.Referências:1. Peterson LR and GA Noskin. 2001. New technology for detecting multidrugresistantpathogens in the clinical microbiology laboratory. Emerg. Infect.Dis.7: 306-311.2. Tenover FC et al. The Molecular Typing Working Group of the Society forHealthcare Epidemiology of America. How to select and interpret molecularstrain typing methods for epidemiological studies of bacterial infections: areview for healthcare epidemiologists. SHEA Position Paper, Infect ControlHosp Epidemio 1997; 18:426-43.: catherine.azzariti@biomerieux.com: www.biomerieux.com.brHerpes: diagnóstico diferencial HSV-1 e HSV-2Kits para diagnóstico diferencial da infecção dos vírusHerpes simplex Tipo 1 (HSV-1) e Herpes simplex Tipo 2(HSV-2). Essa é umas das novidades que a Medivax traz parao Brasil em 2011. Os kits são considerados “padrão ouro” eproduzidos pela Focus - empresa do grupo Quest Diagnostics- mundialmente reconhecido.Com alta sensibilidade e especificidade – HSV-1 (95%sensibilidade e 96% especificidade) e HSV-2 (100% sensibilidadee 100% especificidade) – o produto fornece resultadosprecisos, o que possibilita um tratamento mais eficaz e aoportunidade de reduzir a disseminação da doença. A granderelevância da diferenciação entre os vírus HSV-1 e HSV-2,reside no imenso número de pessoas infectadas. Estima-seque uma em cada cinco pessoas estejam infectadas pelo HSV-2 e estudos revelaram que a disseminação da infecção peloHSV-2 aumentou o risco de infecção pelo HIV-1.Os mecanismos de transmissão das infecções pelos vírusHSV-1 e HSV-2 são distintos. Enquanto o HSV-1 é transmitidovia oral, pela saliva, podendo causar tanto herpes oral quantogenital, o HSV-2 é transmitido via contato sexual, mesmo naausência de lesão ativa. Após a primeira infecção os indivíduosinfectados podem apresentar recorrências da doença,com ou sem o surgimento de sintomas clínicos que variamem intensidade e tempo.: (21) 2622-4646: medivax@medivax.com.br: www.medivax.com.br44<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Nova pack para analisadores de eletrólitos da MedMaxA MedMax apresenta a nova linha de pacote de reagentesMaxline para uso em analisadores de eletrólitos de fabricaçãoda empresa Mission/Diamond dos Estados Unidos e para osanalisadores de eletrólitos série 9100 fabricados pela Roche/AVL modelos 9180 e 9181.Os novos pacotes de reagentes Maxline possuem a exata formafísica para acoplamento nos equipamentos da linha Mission/Diamond, bem como nos analisadores série 9100. Fabricadossegundo as normas das Boas Práticas de Fabricação e Controleda Anvisa com ótimo preço e desempenho, são a nova opçãoem preço e qualidade para o mercado.Além dos pacotes de reagentes, a Medmax possui uma linhacompleta de produtos, tais como soluções, calibradores, controlesexternos, limpadores enzimáticos, tubulações, papéis térmicos,entre outros. Todos produtos específicos para analisadoresde gases sanguíneos e eletrólitos de várias marcas e modelos.Com equipe de mais de 15 anos de experiência no mercadode gasometria e eletrólitos, a Medmax tem os melhores produtospara estes equipamentos.: (11) 4191-0170 / : (11) 4191-0257: vendas@medmaxnet.com.br: www.medmaxnet.com.br / : www.gasometria.com.br: medmax_vendas / medmax_comercialCursos do PNCQ Gestor ganham plus de conteúdo em 2011Resultado de uma consulta aos participantes dos cursos realizadosem 2010, a direção do PNCQ uniu dois temas relacionadosem um único programa a ser oferecido em 2011. Agora os treinamentosdo software PNCQ Gestor ganharão um plus de conteúdo eserão oferecidos com o curso de Formação de Auditores Internos.A carga horária aumentou, mas o valor do investimento não sofreualterações: R$ 1.200,00 (para laboratórios participantes do PNCQe com direito à inscrição de dois funcionários), R$ 1.500,00 (paralaboratório não-participante do PNCQ) e R$ 250,00 (para cadafuncionário inscrito extra).A agenda de cursos de Gestão da Qualidade - PNCQ Gestor +Formação de Auditores Internos já está definida para os próximosmeses. As inscrições estão abertas para as seguintes turmas: dias8 e 9 de abril em Governador Valadares (MG); 11 e 12 de abrilem Brasília (DF); dia 16 de abril (somente curso de Formação deAuditores Internos) em Aracaju (SE); 26 e 27 de abril em Belém(PA); 29 e 30 de abril em João Pessoa (PB); 2 e 3 de maio emMaceió (AL); 24 e 25 de maio em Maringá (PR) e 10 e 11 de junhoem Itabuna (BA).Treinamento ‘dois em um’- No programa, o primeiro dia édedicado ao software PNCQ Gestor, das 8h às 18h, com uma horade intervalo de almoço. No segundo, das 8h às 12h finaliza-se oconteúdo do PNCQ Gestor e das 13h às 18h aborda-se o conteúdodo curso de Formação de Auditores Internos.O treinamento “dois em um” será ministrado por um Consultor doPNCQ e Auditor do DICQ – Sistema Nacional de Acreditação, que é aAcreditadora patrocinada pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas(SBAC). O PNCQ pede que os inscritos levem um notebook com drive deCD, necessário para instalação do software, e disponibiliza para leituraprévia, através do www.dicq.org.br. A lista de requisitos do DICQ paraDra. Andrea Piazza, consultora de qualidade do PNCQ, conduz treinamento sobre osoftwareAcreditação do Sistema de Gestão da Qualidade de Laboratórios Clínicosserá discutida durante o curso. Todos os laboratórios participantesreceberão também um Manual do PNCQ Gestor.Vale lembrar que os laboratórios inscritos no curso terão direito,após as aulas, a atendimento gratuito via e-mail, por um períodode 90 dias, dos consultores e assessores científicos do Programapara tirar dúvidas sobre a implantação da norma DICQ. O PNCQdisponibiliza também o serviço de consultoria presencial, que éindividualizado e executado in loco, mediante o pagamento deum valor previamente acordado entre a Diretoria do Programa eo laboratório solicitante.: (21) 2569-6867: pncq@pncq.org.br46<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Dosagem de Hemoglobina Glicosilada nomonitoramento de diabetes mellitusHemoglobina glicosilada, glicohemoglobina ou hemoglobina glicada, é omarcador mais importante para o monitoramento do controle da glicose a longoprazo em indivíduos com diabetes mellitus. É abreviada como HbA1c, uma formade hemoglobina presente naturalmente nos eritrócitos humanos. Este tipo dehemoglobina é formada a partir de reações não enzimáticas entre a hemoglobinae a glicose. Quanto maior a exposição da hemoglobina a concentraçõeselevadas de glicose no sangue, maior é a formação dessa hemoglobina glicada.A hemoglobinahumana do adulto éhabitualmente constituídade HbA (97% dototal), HbA 2(2,5% dototal) e Hb F (0,5% dototal). A análise cromatográficada HbAidentifica uma gamade hemoglobinas demenor importância,HbA 1a, hemoglobinasrápidas (porque migrammais rapidamentedo que a HbAnum campo elétrico),glicohemoglobinas ouhemoglobinas glicadas. A HbA é constituída de quatro cadeias peptídicas: duas αe duas β. A HbA 1cé formada pela condensação da glicose com a valina N-terminalde cada cadeia β de HbA, formando uma base de Schiff instável (aldimina,pré-HbA 1c), que sofre um arranjo formando uma cetoamina estável, HbA 1c.A formação da hemoglobina glicada é irreversível e seu nível sanguíneodepende da vida média da hemácia (cerca de 120 dias) e da concentraçãode glicose no sangue. A quantidade de HbA 1(ou HbA 1c) representa, portanto,valores integrados para a glicose durante as seis a oito semanas precedentes, efornece um critério adicional para a avaliação do controle glicêmico. Os valoresestão livres das flutuações diárias de glicose e não são afetados pelo exercícioou por ingestão alimentar recente. A interpretação da hemoglobina glicadadepende de as hemácias terem uma vida média normal.Os pacientes com doença hemolítica ou outras condições que encurtem asobrevivência das hemácias, apresentam uma redução significativa da HbA 1c.Os níveis de hemoglobina glicada podem ainda ser utilizados para monitorar ascondições do paciente, mas os valores têm que ser comparados com valoresprévios do mesmo paciente, e não com os intervalos de referência publicados.Altos níveis de HbA 1cforam relatados na anemia ferropriva, provavelmentedevido à alta proporção de hemácias senescentes.Existem métodos certificados pelo (NGSP) National Glycohemoglobin Standardization,que utilizam diferentes princípios analíticos para determinaçãodas hemoglobinas glicosiladas. Estes baseiam na separação de diferenças decargas (cromatografia de troca iônica, cromatografia líquida de alto desempenho,eletroforese e focalização isoelétrica), na análise química (colorimetria eespectrofotometria), turbimétrico e diferenças estruturais (cromatografia deafinidade e imunoensaio).A Biotécnica possui em sua linha de turbidimetria o reagente de HemoglobinaGlicosilada, para determinação direta da HbA 1cno sangue total, métodorastreável por NGSP, e é o único kit do mercado que contém controle incluso.: (35) 3214-4646: www.biotecnica.ind.brDengue Combo Test BioconO vírus da Dengue é transmitido pelos mosquitosAedes aegypti e Aedes albopictus mosquitões.São largamente distribuídos por toda área tropicale subtropical do mundo. Existem quatro sorotiposdistintos conhecidos (vírus da Dengue 1, 2, 3 e 4).Em crianças, frequentemente a infecção é subclínicaou causa uma doença de febre autolimitada.Porém, se o paciente for infectado uma segundavez com um sorotipo diferente, uma doença maissevera, febre Dengue hemorrágica ou síndromedo choque de Dengue, é mais provável de ocorrer.A Dengue é considerada a mais importantedoença artrópode devido a sua mortalidade emorbidade. Testes rápidos e confiáveis para infecçõesprimárias e secundárias de Dengue sãoessenciais para o manejo do paciente. A infecçãode Dengue primária é associada com febrebaixa e alta, dor de cabeça, dor muscular e rushcutâneo. A resposta imune inclui produção deanticorpos IgM após o terceiro ao quinto dia deaparecimento dos sintomas e persiste durante30 a 60 dias. Os anticorpos IgGs aparecem emtorno do 14º dia e persistem pelo resto da vida.Infecção secundária geralmente resulta em febrealta e em vários casos com eventos hemorrágicose problemas circulatórios. Infecções secundáriasmostram que IgGs aumentam em torno de 1~2dias depois do começo dos sintomas e induz aresposta de IgM depois de 20 dias de infecção.O Dengue Combo Test Biocon detecta ediferencia simultaneamente anticorpos IgG eIgM para o vírus da Dengue em amostras desoro humano, plasma ou sangue total, podendodetectar todos os quatro sorotipos da DengueDEN1, DEN2, DEN3, DEN4.Características do kit: detecção diferenciadaentre infecção primária e secundária, boa correlaçãocom o teste de Inibição por Aglutinação(HI), armazenagem à temperatura ambiente,resultado em 20 minutos.A sensibilidade é de 94,6% e, a especificidade,de 94,1%. Apresentação: cassete-kitcom/30 testes.Registro Anvisa: 80638720005: (31) 2552-8384: comercial@biocondiagnosticos.com.br: www.biocondiagnosticos.com.br48<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Microscopia, modernidade e inovaçãoA microscopia é uma técnica importante e amplamenteutilizada, porém, foram necessários muitos anos para queo microscópio deixasse de ser um instrumento exótico epouco acessível para ser usado em grande escala. A partirdo século 19, microscopistas e pesquisadores puderamobservar detalhes dos objetos de estudo, comprovar tesesem diversas áreas e afirmar o conceito de célula comoverdade científica.O microscópio é um instrumento que permite observaros objetos não perceptíveis a olho nu, devido a um sistemaótico composto por lentes que ampliam a imagem de umafina amostra submetida à travessia de um feixe de luz.O aparecimento de novos equipamentos de trabalhoou o aperfeiçoamento de um aparelho já existente levasempre a novas descobertas e elucidações. Os avançostecnológicos permitiram o aparecimento de microscópiosde vários modelos e para diversas aplicações.Os mais utilizados são os microscópios óticos, que fornecemdiferente qualidade de imagem conforme as lentesde suas objetivas, das quais se destacam as acromáticas,as planacromáticas e as de correção infinita.Ao longo dos anos e a necessidade crescente domercado, os microscópios sofreram inovações e desenvolveramalta tecnologia e eficiência para um perfeitodesenvolvimento dos trabalhos laboratoriais.Para melhor resoluçãoe qualidade dotrabalho e imagem pesquisada,a Bioval contacom uma linha de microscópiospara diversasáreas, da qual sedestaca o MicroscópioÓptica Infinita L2000i.De formato ergonômico edesign moderno, possuiobjetivas de alta qualidadee correção infinita,que proporciona visualização excepcional, assegurandoimagens brilhantes e sem distorção, fornecendo melhorresolução na observação do material analisado.A marca Bioval alia inovação, conforto e confiabilidadeproporcionando imagens de qualidade para trabalhoslaboratoriais, de pesquisa e estudo.: contato@bioval.com.br: www.bioval.com.brREM apresenta o novo design dosanalisadores de eletrólitos EasylyteFabricados pela americana Medica Corp e distribuídoscom exclusividade em todo o Brasil pela REM, os analisadoresde eletrólitos EasyLyte mantêm a tradição de qualidade,precisão e facilidade de uso que é responsável pelo sucessoda linha. Agora com novo design, os EasyLyte tornam-seainda mais eficientes.Dentre as inovações daLinha EasyLyte, destacamsea impressora mais rápida,silenciosa e durável; displaymaior e com melhor resolução;alimentação bivolt automática,entre outras novidades.Os analisadores da LinhaEasyLyte apresentam baixo custo,mínima manutenção preventivaque, por sua simplicidade,pode ser efetuada pelo própriousuário, sistema de pack únicocontendo todas as soluções necessárias à execução do exame,além de compartimento de descarte totalmente lacrado.A linha apresenta cinco modelos de analisadores. Todoscom acessórios modulares e de encaixe simples, permitindoque a substituição seja fácil e rápida, memória para armazenarresultados, estatística dos dados de controle de Qualidadecom média, desvio padrão e coeficiente de variação, impressãodos resultados em papel termossensível e visualizaçãodos mesmos na tela. Eletrodos duráveis, descartáveis e semmanutenção, sistema de percurso de fluidos simplificadoconsistindo apenas de um tubo peristáltico e de um tubode passagem das amostras também são características dosanalisadores EasyLyte.Alguns modelos ainda apresentam possibilidade de acoplarcarrossel para amostragem automática, com capacidadepara 21 amostras e amostra de emergência.Os EasyLYte são passíveis de interfaceamento para proporcionarainda mais eficiência e qualidade nos resultados.Com equipe altamente qualificada e treinada para a prestaçãode serviço imediata, a REM oferece atendimento especializadoem todo o país. A garantia para os equipamentos eseus consumíveis (eletrodos, válvula, pacote de reagentes eoutros) também é um diferencial da empresa.Modelos disponíveis de analisadoresEasyLyte Na+/K+EasyLyte Plus Na+/K+/Cl-EasyLyte Lithium Na+/K+/Li+EasyLyte Na+/K+/Cl-/Li+EasyLyte Calcium Na+/K+/Ca++/pH: (11) 3377-9922: labo.comercial@rem.ind.br: www.rem.ind.br50<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Formato Clínico realiza melhoria emlaboratório Unimed de SaltoSempre engajada na sua missão de desenvolver e gerenciarprojetos técnicos e de gestão em medicina diagnóstico, aFormato Clínico vem ampliando o leque de cases de sucesso.Um dos trabalhos mais recentes e que reflete essa realidadefoi o projeto de melhorias no laboratório de microbiologia daUnimed de Salto (Unilab de Salto), que atende ao hospitalda Unimed da cidade.Como parte de seu programa de educação continuada,a Formato Clínico aplicou na Unilab de Salto um programade curso prático e teórico denominado “Imersão em ProcedimentosBásicos emMicrobiologia”. Duranteuma semana, foramabordadas todas asrotinas realizadas nolaboratório – desdea coleta até a liberaçãodos resultados,com objetivo de melhoriade processos eatualização dos profissionais.Com esseprocesso, foi possívelconcretizar melhoriasimportantes.Na parte teórica,ocorreram aulas paraatualizações de conceitos, o que permitiu aos colaboradoresaperfeiçoarem o seu conhecimento nas diferentes rotinas demicrobiologia. “Já estamos sentindo os benefícios do treinamentona prática, com entregas mais rápidas de laudos emais agilidade nos serviços. A contaminação em uroculturas,por exemplo, caiu drasticamente”, avalia Dra Ana Chiarini,responsável pelo laboratório.O balanço final foi extremamente positivo. O resultadofoi medido por meio de avaliações repetidas aplicadas antese depois da realização do programa. “Foi interessante porobservar a mudança nas respostas após esses dias, o querealmente mostrou a eficácia do treinamento”, comenta CarmenOplustil, sócia da consultoria Formato Clínico.Este é apenas um exemplo dos inúmeros avanços quepodem ser implementados no amplo mercado de medicinadiagnóstica. Segundo estimativa da Formato Clínico, há cercade 17 mil empresas de medicina diagnóstica no Brasil quesomam um faturamento de R$ 12 bilhões ao ano. A FormatoClínico espera seguir contribuindo para o desenvolvimentodo segmento no País.: (11) 3512-6910: formatoclinico@formatoclinico.com.br: www.formatoclinico.com.brImuno-Látex PCR da Wama DiagnósticaA Proteína C-reativa (PCR) é uma proteína produzidapelo fígado e está presente em pequenas quantidades noplasma de pessoas hígidas. No entanto, sua concentraçãocirculante pode aumentar drasticamente em uma respostamediada por processos inflamatórios e infecciosos.Esta proteína é considerada um bom marcador de faseaguda por apresentar características como: o tempo demeia-vida curto, entre 8 a 12 horas; resistência à quebraentre a coleta da amostra e o exame laboratorial; evalores normais menores que 5 mg/L, que, em respostaa estímulos inflamatórios podem atingir até 100 vezes onormal em menos de 24 horas e normalizar-se em até 4dias pela ausência do estímulo crônico.Durante muitos anos, a PCR foi utilizada apenas nocontexto de avaliação de processos inflamatórios, porém,muitos estudos estabeleceram relações importantes entreos níveis desta proteína e acidentes cardiovasculares.Níveis elevados de Proteína C-reativa estão associados aataques cardíacos e a derrames cerebrais. Nestes casos,o aumento da concentração de PCR no sangue é causadopor inflamações nos vasos sanguíneos devido à formaçãode placas de gordura nas paredes das artérias.Embora não seja um exame específico, a Proteína C-reativa é utilizada no diagnóstico, controle terapêutico eacompanhamento de diversas doenças. Desta maneira, arealização deste exame possibilita avaliar tais processose acompanhar sua evolução.A dosagem da Proteína C-reativa pode ser realizadapelo método quantitativo conhecido como Turbidimetriae Nefelometria e mais comumente pelo método qualitativo,que indica a presença ou ausência de PCR através datécnica de aglutinação em látex.A tecnologia de aglutinação em látex é muito popular emlaboratório clínico e pode ser executada manualmente coma aglutinação detectada pela observação visual da formaçãode grumos. Esta tecnologia vem sendo aplicada em umagrande variedade de diagnóstico de infecções microbianas,marcadores imunológicos, dosagem de hormônios e drogas.A Wama Diagnóstica possui uma completa linha de produtosque consiste na técnica de aglutinação em látex. Oprincípio desta técnica envolve a utilização de partículas delátex poliestireno sensibilizadas com antígenos ou anticorpos.Dentro desta linha, a Wama Diagnóstica comercializao kit Imuno-Látex PCR, muito utilizado nos laboratóriospela facilidade de manuseio e interpretação do resultado,pois os casos positivos, detectados pela aglutinação dasreferidas partículas, podem ser submetidos ao métodosemiquantitativo pela diluição seriada do soro e o títuloresultante do teste é transformado em mg/L.A estabilidade coloidal das partículas sensibilizadas éuma característica fundamental da Linha Imuno-Látex,uma vez que, estas podem tornar-se instáveis e ocasionaraglutinação inespecífica. Neste sentido, a Wama Diagnósticapromove aos produtos tratamentos específicos quegarantem a alta eficiência e qualidade dos mesmos.: www.wamadiagnostica.com.br52<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Kit de ferritina da Bio Advance: inovação nocontrole de qualidadeA ferritina é a molécula de armazenamentoe detoxificação do ferro intracelular com pesomolecular de aproximadamente 460.000 Daltons.A ferritina intracelular é sintetizada peloretículo endoplasmático liso da célula, enquantoa plasmática normal é sintetizada pelo retículoendoplasmático rugoso, sendo na sua maiorparte (70%) glicosilada antes de ser secretadapela célula, aparentemente por meio do aparato de Golgi.Essa ferritina plasmática difere da intracelular por conter uma quantidadebem menor de ferro. Existe, porém, uma relação entre o ferroarmazenado, intracelular, e o secretado, de forma que a concentraçãode ferritina plasmática reflete a quantidade de ferritina existente dentroda célula. Estima-se que 1 μg/l de ferritina sérica seja equivalente aaproximadamente 10 mg de ferro depositado.A determinação dos níveis plasmáticos de ferritina é um meio convenientede avaliação do balanço de ferro. Os hepatócitos, o sistemaretículo-endotelial e, presumivelmente, todas as outras células quesintetizam ferritina secretam uma quantidade representativa no plasma.A determinação da ferritina plasmática possibilita uma avaliaçãomais geral dos depósitos de ferro do que a aspiração de medula paraaferição de hemossiderina, e tem sido bastante usada para estimar osdepósitos férricos corporais, particularmente na detecção de falta ousobrecarga daquele metal.Pode estar aumentada em etilistas ativos e em indivíduos comoutras doenças hepáticas, como hepatite autoimune e hepatite C. Napresença de doença hepática, em estados inflamatórios como artritereumatoide, doenças malignas ou terapia com ferro, a deficiência doferro pode não ser refletida pela ferritina sérica. Encontra-se aumentadaem desordens infecciosas e inflamatórias.O kit de Ferritina Elisa da marca Pishtaz Teb - PT Zaman nova efornece dois soros controles (baixo e alto) que permitem um acompanhamentomais preciso para avaliação dos resultados e um maiorcontrole de qualidade no procedimento técnico. Em apenas 75 minutosé possível obter os resultados.Reg. Anvisa: 80524900015Ferritina PT ZamanValores de referência (ng/ml)Masculino adulto 20 – 300Mulher Pré-menopausa 10 – 100Mulher Pós-menopausa 20 – 200Crianças: 6 meses a 15 anos 7 – 140Lactentes: 2 – 5 meses 50 – 200Lactentes: 1 mês 150 – 500Recém-nascidos 25 - 200:(11) 3445-5418:contato@bioadvancediag.com.br / : www.bioadvancediag.com.brQualidade nas culturas de fungos ebactérias – placas de petri estéreis EsypathA cultura de bactérias e fungos é atualmente umprocedimento comum, porém de extrema importânciana contribuição para o diagnóstico de diversas doençase é cada vez mais necessário a utilização de materiais deconsumo de qualidade para este tipo de procedimento.Já se sabe da importância de trabalhar com produtosque não tragam “dor de cabeça”, ainda mais quando estãosob responsabilidade amostras biológicas, nas quais sehouver qualquer deslize na técnica desempenhada, suarepetição se tornará inevitável e ainda será necessária aconvocação do paciente para uma nova coleta, obtendocomo consequência, a perda de tempo e dinheiro para olaboratório, além da insatisfação do cliente, o que podeabalar a imagem construída com muito trabalho.Pensando em garantir a qualidade e segurança doexame, a EasyPath desenvolveu e agora disponibiliza paraos laboratórios as placas de Petri estéreis, desenhadas econfeccionadas de modo a atender às mais variadas técnicas,possuindo as seguintes características e diferenciais:• Confeccionadas em poliestireno de alta transparênciae resistência.• Esterilizadas por radiação gama, evitando possíveiscontaminações proporcionadas por outros tipos deesterilizações.• Ambiente com maior grau de esterilidade quandocomparado com materiais produzidos em sala limpa.• Superfície lisa, livre de estrias ou outras deformações,proporcionando economia e praticidade na distribuiçãodo meio, além de contribuir com o usuário na identificaçãodos organismos.• Design perfeito, compatível com procedimentos emautomação.• Embalagem com sistemade dupla selagem,garantindo a esterilidadedo material.• Disponíveis em diversostamanhos emodelos.• Cinco placas por embalagem.Amostras podem sersolicitadas.: www.erviegas.com.br56<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Sebia Brasil anuncia instalação dos primeiros Capillarys de nova geraçãoA Sebia Brasil, líder mundial em eletroforese,anuncia a instalação dos primeirosCapillarys 2 Flex Piercing no Brasil, osprimeiros de toda a América Latina, noLaboratório do Hospital Conceição (HNSC),em Porto Alegre, que atende à demandade todo o hospital e do banco de sangue.Referência no atendimento do SistemaÚnico de Saúde (SUS), o Grupo HospitalarConceição (GHC) está vinculado ao Ministérioda Saúde. Trata-se de uma estrutura reconhecidanacionalmente que forma a maiorrede pública de hospitais do sul do país, comatendimento 100% SUS. Com uma oferta de1.535 leitos, é responsável pela internaçãode 59,8 mil pacientes por ano.No banco de sangue são coletados750 litros de sangue, realizados 10.500<strong>Ed</strong>son Ferraz, Gerente de Produtos da Sebia Brasil,Dra. Lilia Razzolini e Dr. Antonio do Amaral Batistatestes sorológicos e 2.800 testes imunohematológicos.O laboratório de análises clínicas doHNSC, acreditado pelo PALC/SBPC, é umdos pioneiros na identificação de todas ashemoglobinas variantes dos doadores desangue, em resposta a RDC 153 da Anvisa,onde são realizados 1.300 testes de eletroforesede hemoglobinas por mês.Com a instalação do Capillarys2 FlexPiercing, o Dr. Antonio do Amaral Batista,especialista em bioquímica clínica, esperamelhorar o fluxo de trabalho do laboratório,pois o equipamento fornece completa automaçãopara a pesquisa de hemoglobinopatias,com agitação automática de tubos efazendo ainda a perfuração automática dastampas dos tubos (Cap Piercing), além deusar a moderna técnica de eletroforese dehemoglobinas por capilaridade.Segundo a Dra. Lilia Razzolini, farmacêutica-bioquímica,responsável pelaliberação dos testes, os maiores ganhosdo laboratório na instalação destes equipamentossão: a qualidade dos testes e aautomação, já que o operador tem apenasque posicionar os tubos de sangue totalno suporte e inserir na máquina. Todas asetapas de agitação dos tubos, hemólise,pipetagem, etc., são automáticas e emCapillarys 2 Flex Piercingpouco tempo os testes estão prontos praserem analisados, qualificando o sangue aser transfundido no banco de sangue destainstituição.A empresa Especialista Produtos paraLaboratórios Ltda., distribuidora dos produtosda Sebia na região sul e estados do MT eMS, foi a responsável pelo trabalho realizadojunto ao laboratório do HNSC.: (11) 3849-0148: sebia@sebia.com.brDistribuidoresCenaclin: (21) 2580-3357Especialista: (51) 3314-1600Imunotech: (61) 3878 5000Medlab: (11) 2131-5100Lançamento MedMax: analisadores de eletrólitos e pH Max IONA Medmax está lançando a família de analisadores de íonsseletivos Max Ion, disponíveis para venda, locação e comodato.Os equipamentos estarão disponíveis em três configurações: pH,Na, K, Ca e Cl ou Na, K e Cl ou ainda Na, K, Cl e Li.Opcionalmente, poderão vir com o sistema de amostradorautomático para agilizar e automatizar a rotina de realizaçãodos exames, reduzindo custos de mão de obra e melhorandoa qualidade e o tempo de realização dos exames. Com designmoderno, menu com ícones de fácil identificação e eletrodos semtroca de membrana e de baixo custo, os analisadores Max Ionpossuem uma excelente relação custo-benefício, com leituradireta de até cinco parâmetros com baixo volume de amostras.A MedMax é importadora direta e exclusiva da linha de reagentesMaxLine e dos equipamentos de gasometria e eletrólitosda linha Max BGE, dos coagulômetros da linha Max Clot e agorao mais novo lançamento, a família de analisadores Max Ion.Com a importação direta dos equipamentos, todos comregistro na Anvisa e adquiridos de fabricantes com ISO 13.485,padrão de qualidade internacionalmente reconhecido, a empresaconsegue preços competitivos, baixo custo por exames nalocação e no comodato ou na aquisição dos equipamentos. Aempresa pode ser consultada também sobre peças e acessóriospara gasometrias e analisadores de íons seletivos nacionais eimportados de várias marcas e modelos.: (11) 4191-0170: (21) 3010-4887: medmax@medmaxnet.com.br: vendas3@medmaxnet.com.br: www.medmaxnet.com.brMSN: vendas3@medmaxnet.com.brSKYPE: medmax_comercial60<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Acesso a sistema fora do laboratório torna trabalho mais ágil e econômicoSe trabalhar em casa é algo que já foivisto com certo preconceito, agora se mostracomo uma alternativa eficaz contra a perda detempo e dinheiro que fatores como trânsito ealimentação fora de casa consomem. Sempreem busca de ferramentas inovadoras, a Shift,empresa de desenvolvimento de soluçõestecnológicas para laboratórios clínicos, criousistemas que possibilitam o trabalho remoto.É o que faz Dirce Maria dos Santos, diretorado departamento de relacionamentoe marketing do laboratório DLE, que possuiunidades no Rio de Janeiro (RJ) e em SãoPaulo (SP). Segundo ela, o mais importantedo sistema é a integração e facilidade emacessar vários relatórios, mesmo em casa:“Prefiro fazer relatórios aos fins de semanaou à noite, períodos em que o laboratórioestá fechado. Com o trabalho remoto, consigoter acesso a relatórios financeiros, aestatísticas, tudo aqui de casa. É como seestivesse dentro do DLE”, afirma Dirce, quemora em Barra do Piraí, cidade localizada a120 quilômetros do Rio de Janeiro.Dirce acrescenta que o sistema possuiuma interface amigável, o que facilitou suaadaptação. “Acostumar com o novo sistemafoi rápido. Entendo praticamente tudo dele.Quando não entendo algo, abro uma chamadae a Shift me dá suporte rapidamente”.Além disso, há a opção de trabalhardurante viagens, algo que é frequente naagenda dos médicos. Por meio do trabalhoremoto, eles têm acesso a informaçõesimportantes a distância, podendo resolverproblemas ou dar andamento a tarefas cotidianasrapidamente. É o que foi comprovadopelo laboratório CML, que tem unidades emValinhos, Vinhedo e Campinas, todas no interiorde São Paulo. Na empresa, três funcionáriosusam o sistema e se sentem satisfeitospela agilidade que ele proporciona. “É umaferramenta muito importante. Independentementedo responsável estar presente nolaboratório, ele consegue analisar e liberar osresultados de exames por meio da assinaturadigital. Agiliza bastante”, pontua o responsáveltécnico, Guilherme Augusto Bufalo. Nosprincipais congressos de medicina, os clientesda Shift podem ainda contar com computadoresque a empresa deixa à disposição em seuestande para que eles acessem os sistemaslaboratoriais desejados, destaca o analistade Marketing, Comunicação e Estratégia daShift, Rodrigo Figueira.E se a preocupação é com a segurança dedados e o acesso às informações, não há problemas.“A conexão é segura e criptografadacom usuário e senha; além disso, é hierarquizada,assim cada usuário tem acesso apenasàs informações que lhe são convenientes”,garante o analista de suporte e implantaçãoHeverton Alexandre Francischi.: (17) 2136-1555: www.shift.com.brSiemens recebe prêmio de Fornecedor com melhor desempenho do Grupo FleuryO Programa de Excelência em Relacionamento com aCadeia de Fornecimento (PERC) do Grupo Fleury escolheu aSiemens como “Fornecedor de Melhor Desempenho”. A categoriacontemplou o maior número de pessoas envolvidasentre a empresa e o Grupo Fleury, e quantidade de ideiasimplantadas. A Siemens venceu por apresentar sete ideiase todas elas serem implementadas com sucesso.O PERC avaliou os fornecedores durante todo o ano de2010 considerando aspectos de qualidade, pontualidade,termos e condições, sustentabilidade, criatividade e inovação.Márcio Kenji, Lucimara Prazeres, Fábio Medici, Martin Hittmair, MarceloBacoccini, Afranio Haag, Reinor Vieira, Antenor Veiga, Gian Barbera, CalilFerreira, Silvio Braga, Marcia Bueno“Os resultados apresentaram uma grande evolução da Siemens,demonstrando que a empresa está no caminho certo rumoà excelência no relacionamento com seus clientes, cumprindocom seu compromisso com as pessoas e com seus valores –inovadora, responsável e excelente”, reforça Cleber Gusmão,diretor da Divisão Diagnostics de Healthcare da Siemens.Alinhado com a visão da Siemens, o desejo do Fleury parao futuro é conseguir inovação tecnológica em gestão integradade diagnósticos In Vitro e In Vivo. O setor Healthcareda Siemens é um dos maiores fornecedores do mundo parao setor da saúde e referência em diagnóstico por imagem,diagnósticos laboratoriais, tecnologia de informações médicase aparelhos auditivos.A Siemens é a única empresa a oferecer aos clientes produtose soluções para todo o leque de cuidados com o pacientea partir de um único parceiro – desde prevenção e detecçãoprecoce até o diagnóstico e o tratamento e cuidados posteriores.Ao otimizar os fluxos de trabalhos clínicos para grandeparte das doenças mais comuns, a Siemens também tornaos cuidados de saúde mais rápidos, melhores e econômicos.A Siemens Healthcare emprega cerca de 48.000 funcionáriose possui operações em todo o mundo. No exercício fiscalde 2010 (até 30 de setembro), o setor apresentou um faturamentode €12,4 bilhões e lucros de cerca de €750 milhões.: www.siemens.com/healthcare62<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


J. Moraes participa daIntermodal South AmericaA J. Moraes Solução em Logística Internacionalparticipou da 17ª Intermodal SouthAmerica, no início de abril, no TransamericaExpo Center (SP), com um estande duas vezesmaior que em 2010, o que demonstra ocrescimento relevante que registra ano a ano.A convite do diretor presidente daempresa, João Moraes, compareceram àcerimônia de abertura dois representantesoficiais da cidade de Guarulhos, o deputadoestadual Alencar Santana e o vereador WagnerFreitas que, igualmente, prestigiaramseu interlocutor principal.Eleito como o segundo evento de distribuiçãode produtos e serviços relacionadosao comércio internacional e à logística maisimportante do mundo (o primeiro é a TranspoLogistics, em Munique), a edição deste anoconseguiu reunir empresas exportadoras eimportadoras de todas as partes do globo.Para se ter ideia, um dos grandes destaquesdesta edição foi a presença de mais de 50portos de expressão mundial, sendo 20 nacionaise mais de 30 internacionais.João Moraes teve a oportunidade deencontrar-se com o ministro dos Portos,Leônidas Cristino, que visitava o estande daVale. Além disso, fez uma parada obrigatóriano espaço do Sindicato dos DespachantesAduaneiros – SINDASP, onde se encontroucom amigos e colegas de profissão.“Entendo que a J. Moraes firma-se acada dia neste cenário, cresce sua visibilidade.Dessa forma, participar de eventoscomo este é fundamental”, avaliou o diretor.João Moraes recebeu, ainda, o secretáriode Desenvolvimento Econômico deGuarulhos, Antonio Carlos de Almeida, querepresentou o prefeito Sebastião Almeida.“A feira me surpreendeu pelo seu gigantismo.Vejo a importância de uma empresade Guarulhos estar representada nesteevento de proporções internacionais, e commuito dinamismo”, consagrou o secretário.A J. Moraes participará, de 24 a 27 demaio, da Hospitalar, no Expo Center Norte.Sysmex apoia Jogo das Estrelas, em prol das vítimas dosdesastres naturais no Paraná e JapãoA Sysmex apoiou a Japancham -Câmara do Comércio e Indústria BrasilJapão do Paraná na realização de umapartida de futebol beneficente que arrecadourecursos para as vítimas das forteschuvas no Paraná e também do tsunamino Japão. Estiveram presentes diversosjogadores e ex-jogadores consagradoscomo Zico (ex-treinador da seleção Japonesa),Careca, Dunga, Gilmar Rinaldi,Raí, Djalminha, Romário, Paulo Rink, entreoutros. O jogo aconteceu no dia 07 deabril no estádio do Atlético Paranaense(Arena da Baixada), em Curitiba.A Sysmex do Brasil teve a oportunidadede contribuir mais uma vez paraajudar as vítimas dos terríveis desastresZico durante a partida em Curitibano Japão e no Brasil. Alguns dos colaboradoresda empresa prestigiaram o jogo.Além de apoiar a causa, eles tiveram aoportunidade de ver de perto grandesnomes do futebol.Segundo Yuki Hyogu, gerente deBusiness Plan da Sysmex, participarde uma ação como essa o deixou muitoorgulhoso. “Tanto Japão quanto olitoral do Paraná estão precisando deapoio para reconstrução. São açõescomo essas que trazem um pouco maisde esperança para a população nessemomento tão difícil”.: (11) 3145-4306: www.sysmex.com.brNewprov lança o Lact UpSysmex marca presença no jogo das estrelasCerca de 25% da população brasileira apresenta deficiência na produçãode lactase, a enzima encarregada de converter lactose em glicose e galactose.A lactose é o carboidrato encontrado no leite, alimento considerado uma dasprincipais fontes nutricionais dos brasileiros.A intolerância à lactose não convertida em glicose promove um acúmulo deágua na luz intestinal e, consequentemente, um quadro de diarreia severo. Oquadro clínico inclui, além da diarreia, flatulência, distensão abdominal e dor,sempre condicionado em intensidade à quantidade de leite ingerida.Uma vez diagnosticada a intolerância, é possível instituir um tratamento clínicoque visa substituir os produtos lácteos por outros isentos de lactose. Pensandonisso, a Newprov lançou em março deste ano o Lact Up, solução de lactosearomatizada, com lactose P.A. para o diagnóstico laboratorial da intolerância àlactose, produzido e analisado perante um rigoroso controle de qualidade.O Lact Up encontra-se disponível nas apresentações: líquida 50g/300mL nossabores limão, laranja e abacaxi e pó em frascos de 600g e sachê com 50g nossabores limão, laranja e abacaxi.: www.jmoraes.com.br: www.newprov.com.br64<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Horiba Brasil amplia atendimento do segmento Medical para América LatinaA Horiba, multinacional japonesa especializada em mediçãoe análise - líder na área de hematologia no Brasil - acaba deampliar o atendimento do segmento Medical para 22 paísesna América Latina. A equipe do Customer Care passa a serresponsável pelo suporte técnico, científico e treinamento aestes distribuidores.De acordo com o gerente de Customer Care, Ronaldo Borba,os distribuidores Horiba na América Latina passam a contar commais este suporte do Brasil. “Estamos ampliando nossas atividadesna América Latina oferecendo um serviço de qualidadecom a vantagem da maior proximidade aos parceiros latinos”,explica o executivo.México, Equador, Venezuela e Panamá já puderam contarcom o suporte brasileiro. “Neste primeiro trimestre de 2011,além de recebermos assessores técnicos e científicos destesdistribuidores em nosso Centro de Treinamentos Brasil, integrantesda equipe participaram de implantações de sistemas,demonstrações de produtos e apresentações em Congressos eWorkshops”, ressalta Borba.Testes de Intolerância Alimentar: novidade BiosysA Biosys e seu parceiro internacional Omega Diagnostics GroupPLC apresentam uma nova solução para pesquisa in vitro paraIntolerância Alimentar.Muitas pessoas exibem reações inflamatórias crônicas de sensibilidadea antígenos de alimentos específicos. Diferente dos efeitosimediatos da alergia, mediada por IgE, as reações de sensibilidade aalimentos mediadas por IgM podem levar vários dias para aparecer.Os sintomas associados à intolerância alimentar são inúmeros,incluindo problemas gastrointestinais, enxaquecas, insônias,ansiedade, depressão, fadiga crônica, problemas de pele e outrosde igual importância.A identificação e a remoção controlada dos alimentos quecausam problema na dieta diária irão, em muitos casos, melhorarrapidamente a condição e a qualidade de vida do paciente.Portanto, o conhecimento dos alimentos que podem causarreações imediatas por IgG é de grande ajuda ao profissional desaúde. Dentro deste contexto e na busca constante de produtose soluções, a Biosys apresenta a linha para pesquisa da IntolerânciaAlimentar.FoodDetectiveTeste rápido para análise de IgG para 59 alimentosResultados em 40 minutosTodos reagentes e materiais inclusos no kitTeste individual que necessita de apenas uma gota de sanguePreciso e fácil de executar em consultórios e clínicas109 Food IgG Mediterranean (MS 10350840182)Teste baseado no método ELISA para detecção de anticorpo IgGpara 109 alimentosReagentes prontos para uso e curto período de incubaçãoTeste individual ideal para pequenas e médias rotinasGenarrayt 200 + Food IgG Kit (MS 10350840181)Teste Elisa pela metodologia Microarray para detecção de anticorposIgG para 221 alimentosNovo padrão ouro para teste de IgG alimentarKits com apresentação para 4, 16 e 64 pacientesResultados em menos de 2 horasSoftware dedicado para cada microarrayFoodDetective: (21) 3907-2534: sac@biosys.com.br: www.biosys.com.br66<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


NOTA DE ESCLARECIMENTO DA ROCHE DIAGNÓSTICA“Sobre anúncio publicado na última edição da <strong>NewsLab</strong>,referente à utilização de reagentes da marca Medmax nosequipamentos AVL9180 e 9181 da Roche, a empresa declaraque não questiona a qualidade dos reagentes Maxline, porém énecessário esclarecer que tais produtos não atendem às especificaçõesdos equipamentos mencionados.Desta forma, compete informar que a Roche DiagnósticaBrasil Ltda. não garante o resultado dos testes e não oferecegarantia para equipamentos que estejam utilizando reagentesque não atendem às especificações do fabricante. Deste modo,quaisquer despesas ou danos decorrentes do uso incorreto doequipamento serão suportadas pelo cliente.A Roche Diagnóstica está à disposição, desde já, para esclarecereventuais dúvidas sobre a questão.”Roche DiagnósticaNovo Labplus: mais tecnologia e melhores serviçosO lançamento do Labplus 8.0 inauguranova fase na solução de informatizaçãopara laboratórios clínicos que a Hotsoftvem aperfeiçoando ao longo de duas décadas.Incorpora a tecnologia do Labmastere inova em funcionalidades e serviços.A Hotsoft investiu durante anos nodesenvolvimento de uma nova plataformade software para atender os requisitosdos laboratórios de maior porte. Volumede dados, segurança, rapidez, flexibilidade,funcionalidades. Tudo isso foi abordadoe obtido com o Labmaster, entregueao mercado em 2008. Aperfeiçoado emseus detalhes pelo uso em dezenas delaboratórios, tornou-se a plataformaideal para o Novo Labplus. Assim é que,desde setembro de 2010, todos os novosclientes Labplus já se beneficiam da novatecnologia e contam com uma equipe desuporte ainda mais experiente e comprometidacom os resultados.As operações mais rotineiras do sistema(recepção e emissão de laudos) agora são realizadasatravés de Wizards. É uma forma detrabalho que conduz o processo, tornando-omais rápido e seguro, reduzindo o tempo detreinamento de recepcionistas e técnicos.A tecnologia de filtros foi aplicada atodos os módulos do sistema. Encontrardados, editar as informações e imprimirlistagens e relatórios de acordo com asreais necessidades dos usuários ficoumais fácil e rápido.A configuração dos exames ficou maissofisticada, permitindo diferentes versõespara o mesmo exame. O novo recursominimiza a necessidade de se criar ummnemônico diferente para o mesmo examerealizado por diferentes metodologiasou laboratórios de apoio, contemplandoautomaticamente os valores de referênciade cada situação e tratando todos osimpactos em faturas e estatísticas.A gestão de laudos foi ampliada,automatizando o processo de entregaou envio dos resultados para pacientes,médicos e convênios.Por fim, os serviços de informação esuporte ficaram facilitados com a integraçãode canais de comunicação na telado sistema. Além do canal Labnews, comnotícias gerais da área laboratorial, osclientes contam com o canal Hotnews, comdicas de como melhor aproveitar o sistemae informar das novas funcionalidades.Segundo Euclides Gomes Junior, DiretorTécnico da empresa, “o maior diferencialdos nossos softwares está em como as funcionalidadessão implementadas. Trabalhamosmuito para deixar as operações maiscompletas, mais seguras e mais rápidas”.: (44) 3302-4455: negocios@labplus.com.br: www.hotsoft.com.brWizard agiliza a recepção ao paciente no Novo Labplus68<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Litigância de Má-FéOpaciente XYZ impetraação de indenização peranteo Juizado EspecialCível contra um laboratório, alegandodanos morais decorrentesdo atendimento inadequado.Na verdade o paciente realizacoleta de secreção uretralpara realização de exame decultura e antibiograma desecreção uretral, espermoculturae antibiograma,sendo necessário realizarduas coletas, tendoem vista a quantidade dematerial insuficiente.O paciente foi informado danecessidade da realização denovas coletas, porém em Juízoocultou, alegando que só tomouconhecimento da necessidade denova coleta do material quandofoi pegar os resultados.Face à prova documental etestemunhal que o laboratóriohavia entrado em contato coma esposa do paciente para convocarpara nova coleta, o Juizentendeu que inexiste demonstraçãode que o laboratóriotenha agido com culpa ou tenhanegligenciado no atendimentodo paciente. Assim, não há quese falar em ato ilícito ensejadorde compensação financeira emfavor do paciente.Julga improcedente a ação epor perceber com clareza que oautor distorceu a realidade dosfatos, o que caracteriza a hipótesedescrita no artigo 17, inciso II, doCódigo de Processo Civil e impõea aplicação da sanção descrita noartigo 18 do mesmo diploma legalc.c. artigo 55 da Lei 9.099/95.Desta forma, condena o pacientea indenizar o laboratóriono valor de R$ 400,00 e aindacondena o autor no pagamentode honorários advocatícios emfavor da patrona do laboratóriono valor de R$ 300,00, por forçada litigância de má-fé.Prevê o Código de ProcessoCivil:“Art.17. Reputa-se litigante demá-fé aquele que:Inciso II - alterar a verdadedos fatos.Art.18. O juiz ou tribunal deofício ou a requerimento, condenaráo litigante de má-fé apagar multa não excedente aum por cento (1%) sobre ovalor da causa e a indenizar aparte contrária dos prejuízosque esta sofreu, mais oshonorários advocatícios etodas as despesas que efetuou.”Ressalta-se que a litigância demá-fé só pode ser aplicada tendoem vista as provas apresentadasnos autos, que neste caso constoude relatório do setor técnicodo laboratório, com anotação dodia, hora, telefone e com quemconversou o funcionário do laboratórioque efetuou a convocaçãodo paciente.A adoção de relatório comtodos esses dados, bem comodemais ocorrências no setor técnicodo laboratório, é pratica desuma importância, para eventuaisprovas judiciais. Desta forma estaferramenta deve ser utilizada comgrande frequência.Ivani Pereira Baptista dos SantosAdvogadaivanipbsantos@hotmail.com72<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


A b d o m e e m t á b u a o u“tanquinho”: Em condições normais,a resistência da parede abdominal é ade um músculo descontraído. Quandose encontra a musculatura contraída, aprimeira preocupação do examinadorserá diferenciar a contratura voluntáriada contratura involuntária. Do ponto devista semiológico, interessa reconhecercom segurança a contratura involuntária,habitualmente denominada defesada parede abdominal.A perfuração de uma víscera oca permiteque seu conteúdo escape para dentro da cavidadeperitonial, produzindo um quadro de abdome agudo eperitonite. A perfuração pode resultar de um traumatismoaberto ou fechado do abdome ou de doença localizada naprópria víscera, como úlcera gástrica e duodenal perfurada.Na úlcera péptica perfurada há aparecimento súbito dedor em punhalada/facada, excruciante, na região epigástrica,que se irradia para os ombros e se acentua aomenor movimento, imobilizando o paciente em decúbitodorsal ou com o tronco fletido. Depois de algum tempoa dor se generaliza a todo o abdome ou se estende àfossa ilíaca direita, para onde escoam os sucos digestivosextravasados. Ao exame físico, encontra-se intensacontratura dos músculos abdominais, principalmente naregião epigástrica.A dor abdominal é também o sintoma mais comum nasdoenças do cólon, reto e ânus. Há necessidade de localizaçãoda dor, que pode ser abdominal ou perineal. Aindaa dor pode comprometer o quadrante superior direito,inferior direito e esquerdo ou também todo o abdome:dor abdominal difusa. Esta é tipicamente observada emcasos de peritonite. Sua localização inicial depende dalesão que originou o comprometimento do peritônio.Assim, quando ocorre perfuração do sigmoide, comocomplicação de uma diverticulite, a dor inicia-se noquadrante inferior esquerdo, mas, horas após, à medidaque o quadro se agrava, torna-se difusa. Mesmo quandonão predomina na sua localização inicial, manobraspalpatórias adequadas permitem definir com algumaprecisão o órgão onde teve início o processo de flogose.Em consequência da peritonite, além da sensaçãodolorosa, a parede abdominal torna-se endurecida. Omesmo quadro ocorre em perfuraçõesdo apêndice vermiforme, da vesículabiliar, da bexiga, do útero e dastubas uterinas.A contratura de defesa da paredeabdominal é fenômeno reflexo vísceromotore a excitação viria de uma vísceracomprometida ou, mais corretamente,um reflexo peritônio-parieto-motor.Em todas as situações nosológicasacima referidas, a palpação abdominaldemonstra hiperestesia cutânea,acompanhada de contratura muscular econsequente endurecimento/rigidez extensa da parede. Estequadro clínico-patológico, por comparação, foi denominadoabdome em tábua. Constitui o sinal mais importantede abdome agudo, quase sempre indicativo de tratamentocirúrgico. A tábua, como se sabe, é peça de madeira serrada,em geral plana, de pouca espessura, relativamentelarga e de consistência dura (Dicionário Houaiss da línguaportuguesa).O mestre Vieira Romeiro, Semiologia Médica, vol II,1954-<strong>Ed</strong>itora Científica-RJ, página 17, refere-se à contraturade defesa como sinal de ataque ao peritônio, podendoculminar com o muro abdominal ou ventre de madeira,enfatizando a rigidez avançada da parede em casosperitonite aguda.Segundo sugestão da minha esposa Zaíra, este quadro anatômico,com as devidas limitações por não ser patológico,lembra o popular abdome em tanquinho, visto em ginastas devárias categorias. Através da malhação e, principalmente, demuitas flexões abdominais, ocorre hipertrofia da musculaturada parede abdominal, sobretudo, do músculo reto do abdome.Este, ao contrair-se, configura vários gomos ou massas salientese de consistência firme, separadas pelas interseções tendíneas.(Texto baseado em várias fontes e em Pena, GP, Andrade-Filho, JS. Analogies in medicine: valuable for learning, reasoning,remembering and naming. Adv in Health Sci <strong>Ed</strong>uc(2010) 15:609-619 DOI: 10.1007/s10459-008-9126-2).José de Souza Andrade Filho - Patologista, membro da AcademiaMineira de Medicina e professor de anatomia patológicada Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.74<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


ArtigoAnálise Citogenética na Investigaçãode Incidentes RadiológicosMarcela Maria Pereira de Lemos Pinto, Ademir de Jesus AmaralLaboratório de Modelagem e Biodosimetria Aplicada, Recife, PEUniversidade Federal de Pernambuco - UFPEResumoSummaryAnálise citogenética na investigação de incidentesradiológicosEm 2005, a NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho de Serviçode Saúde – regulamentou a análise de marcadores citogenéticosmodificados pela ação das radiações ionizantes, como método demonitoração do nível exposição individual. Todavia, a carência deinformações acerca do tema tem gerado a subutilização dessa técnica,sobretudo, em termos de investigação de exposições excessivasàs radiações ionizantes. Nesse contexto, o objetivo deste artigo foidiscutir questões de interesse acerca da dosimetria citogenética, taiscomo relação dose-efeito, critérios de análise para contagem dasalterações cromossômicas, métodos de coloração, custos operacionaisassociados aos ensaios biodosimétricos e suas aplicações.Cytogenetic analyses in the investigation of radiologicalincidentsIn 2005, the NR-32 Regulatory Standard – Safety and healthat work in health service – regulated the use of cytogeneticbiomarkers related to ionizing radiation, as method to accessradiation levels for individual monitoring. However, the lack ofinformation about this subject has been responsible to underutilizationof this technique, particularly in terms of investigationof radiation individual overexposures. In this context, the aimof this work was to present issues of interest related to cytogeneticdosimetry, such as dose-effect relationship, set up forchromosomal aberrations scoring, staining methods, evaluationof costs and applications.Palavras-chave: NR 32, dosimetria citogenética, dicêntricos,translocações e micronúcleosKeywords: NR-32, cytogenetic dosimetry, dicentrics, translocationsand micronucleiIntroduçãoOMinistério do Trabalho eEmprego aprovou em 2005a Norma Regulamentadora32 (NR 32) – Segurança e saúde notrabalho de serviço de saúde – queestabelece procedimentos a seremseguidos no sentido de garantir a integridadefísica e mental do trabalhadorda área de saúde.Dentre os vários aspectos abordados,esta norma inclui a dosimetriacitogenética como ferramenta demonitoração individual em caso desuspeita ou ocorrência de exposiçãoindividual acidental às radiações ionizantes,a critério médico (1).Entretanto, tem-se verificado queo tema é ainda pouco difundido entreos profissionais de saúde, sendo estaa principal razão para que a dosimetriacitogenética não seja, por exemplo,prescrita por médicos do trabalhoem casos de suspeita de exposiçãoacidental. Em paralelo, raros são oslaboratórios que dispõem de infraestruturae mão-de-obra capacitadapara a realização de análises citogenéticaspara fins de investigação deacidentes radiológicos.Nesse contexto, o objetivo desteartigo é abordar os principais aspectosrelacionados à dosimetria citogenética,suas metodologias de análise eimportância médico-legal, no auxíliode avaliações de exposição individualàs radiações ionizantes.Efeitos biológicos das radiaçõesionizantesAs radiações ionizantes (RIs) sãoum fator de risco real à saúde, capazesde induzir uma série de modificaçõesorgânicas por meio da quebra de ligaçõesfísico-químicas dos componentesprimários da célula, como resultadode ionizações dos átomos intracelulares(2).Na célula, o sítio-alvo de ação dasRIs é a molécula do DNA, cuja interaçãopromove uma série de modificaçõesestruturais em sua cadeia polipeptídica.Dentre estas, a formação76<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


de quebras duplas ou DSBs (“DoubleStrand Breaks”) é considerada o tipode dano mais severo, responsável pelaprodução de grande parte dos efeitosbiológicos radioinduzidos (3).Falhas no reparo das DSBs podemlevar ao aparecimento de modificaçõesna estrutura da cromatina e, consequentemente,de anomalias ao nívelcromossômico, como por exemplo,cromossomos dicêntricos, fragmentosacêntricos e translocações (4).O estudo das alterações cromossômicas(ACs) e de seus subprodutostem sido extensivamente utilizado evalidado na dosimetria citogenéticapara detecção de exposições excessivasàs RIs e estimativa da doseabsorvida em células linfocitárias (5).A dose absorvida é a grandezafísica básica utilizada nos programasde radioproteção na avaliação e gerenciamentodos riscos relacionadosà interação das RIs com a matériaviva, sendo definida como a energiamédia depositada num certo volumeirradiado. No Sistema Internacional(SI), a unidade da dose absorvida éo gray (1 Gy = 1 J/kg) (6).Alterações cromossômicas e micronúcleosem células linfocitáriasA escolha dos linfócitos como modelobiológico do nível de exposiçãoindividual baseia-se no fato de quesão células de fácil obtenção (punçãovenosa), sensíveis à radiação, queretêm as lesões produzidas pela açãodas RIs em seu DNA, por estarem predominantementena fase quiescentedo ciclo celular (G0) (7, 8).Ao nível cromossômico, o acessoaos danos radioinduzidos é obtidoatravés do cultivo in vitro das célulaslinfocitárias, cujas alterações são classificadasem instáveis e estáveis, deacordo com o tempo médio de vida e aviabilidade da célula portadora (9, 10).Os tipos mais comuns de alteraçõescromossômicas instáveis (ACIs) absorvida (14).informação e subestimação da dosesão dicêntricos (~60 %), cromossomosem anel (10 %) e fragmentos alterações cromossômicas estáveisEm contrapartida, a presença deacêntricos (Figura 1). Destas, os (ACEs) não é necessariamente letalcromossomos dicêntricos são consideradosa assinatura biológica das RIs resultantes de eventos de inserção eà célula, de modo que os elementosdevido à sua elevada radioespecificidadee baixa incidência na população cos são continuamente transmitidosde rearranjos recíprocos e não recípro-(1-2 dicêntricos/1.000 células). às células-filhas, a partir das célulastroncohematopoiéticas (15, 16).As ACIs exibem um caráter transitórioem virtude do grau de rearranjos Dentre as ACEs, as translocaçõese do tipo de deleção ocorrido na conformaçãooriginal dos cromossomos maior nos linfócitos irradiados, aorecíprocas persistem por um tempo(11, 12).longo do processo de renovação celular,o que as torna biomarcadores deEm geral, cerca de 50% das célulasportadoras são naturalmente eliminadasa cada ciclo mitótico (M1, M2, dicêntricos em investigações retros-exposição mais apropriados que osM3 etc.), por meio de um processo pectivas (17).denominado de apoptose ou morte A hibridização in situ fluorescentecelular programada (13).(FISH) é comumente utilizada naA apoptose é acionada pela reduçãodo número diploide das célulasdos,através do emprego de sondasdetecção de segmentos translocafilhasao final da mitose, resultado da cromossômicas específicas (18, 19).dispersão de fragmentos acêntricos A Figura 2 é um exemplo de aplicaçãodo FISH em uma metáfaseno meio extracelular e da ruptura depontes nucleoplásmicas, geralmente linfocitária normal, onde a estruturaformadas por problemas na segregaçãodos cromossomos dicêntricos ao está preservada.dos pares cromossômicos marcadosfinal da telófase (citocinese).Na figura anterior, caso fosse observadapermuta entre os segmentosDessa forma, o intervalo de tempoentre a irradiação e o início dos dos pares marcados, os cromossomosensaios biodosimétricos não deve investigados teriam suas estruturasexceder um período superior a três alteradas, caracterizando o fenômenomeses, para que não haja perda de de translocação recíproca.Figura 1. Cromossomo dicêntrico (a) e em anel (b) em metáfases linfocitárias irradiadas. Osfragmentos acêntricos aparecem em destaque<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 201177


Figura 2. Metáfase linfocitária hibridizadacom sondas para os pares 2 (verde) e 3(vermelho)MicronúcleosOs micronúcleos (MN) são umsubproduto da perda ou fragmentaçãocromossômica, formados por falhas nomecanismo de reparo do DNA e pelanão disjunção das cromátides-irmãs(defeitos nas fibras do fuso mitóticoe cinetócoros danificados), respectivamente(20).Ao final da divisão celular, o materialgenético perdido ou fragmentadovolta a descondensar-se e adquiremorfologia ovoide semelhante à donúcleo principal da célula, que podeser visualizada através da adição dacitocalasina-B ao meio de cultura (21).A citocalasina-B atua no bloqueioda citocinese, impedindo aseparação das células-filhas e assimgerando unidades bi, tri ou polinucleadas(Figura 3).Assim como os dicêntricos, os MNssão eliminados ao longo das divisõescelulares e por isso sua aplicação érestrita a exposições recentes. Contudo,é importante destacar que osMNs podem ser gerados tanto pelaação de agentes genotóxicos clastogênicos(e.g. radiações ionizantes)quanto aneugênicos (e.g. agrotóxicose pesticidas) e, portanto, não são tãoradioespecíficos (22).Estabelecimento darelação dose-efeitoA correlação existente entre onúmero de aberrações produzida invivo e a frequência obtida in vitro emamostras de sangue uniformementeirradiadas foi inicialmente observadaem estudos experimentais, realizadosem indivíduos acidentalmente expostosàs RIs (11, 23).A partir daí, curvas dose-efeitoforam construídas em função dascaracterísticas físicas da radiação incidente(alcance e poder de ionização),das condições de exposição (agudaou crônica) e do tipo de irradiação(parcial ou de corpo inteiro).Isto porque, para uma mesmadose, radiações com diferentes LET(transferência linear de energia) apresentamdistintas eficiências biológicasna produção de quebras cromossômicase na distribuição dessas alteraçõesFigura 3. Células linfocitárias bi (a) e polinucleadas (b) geradas após a adição decitocalasina-B em meio de cultivo. A presença de micronúcleo está indicada pela seta nacélula binucleada (a)nas células afetadas (Figura 4).Para radiações de baixo LET (e.g.radiação gama e raios-X), que possuemalto poder de penetração e cujaionização se dá de forma espaçada, acurva dose-efeito descreve uma equaçãopolinomial do 2º grau denominadalinear-quadrática:Y = A+ αD + βD 2Onde: “Y” é a frequência do biomarcador(dicêntricos, translocaçõesou MNs) nas células analisadas“A” é a frequência de aberraçõesdevido à radiação natural“α” e “β” são os coeficientes lineare quadrático, respectivamente“D” é a dose de radiaçãoPara radiações de alto LET (e.g.nêutrons, partículas alfa e elementosde fissão), que possuem alto poder deionização e cuja deposição de energiaocorre de forma densa ou localizada,o componente quadrático desaparecee a curva passa a apresentar umaresposta linear (Y = A+ αD).Além do LET, o intervalo de tempoentre cada exposição precisa ser consideradona obtenção da relação doseefeito,visto que altas taxas de dose(dose/unidade de tempo) implicam emmaior probabilidade de ocorrência dedanos biológicos, como resultado deuma menor eficiência do sistema dereparo (24).Na prática, observa-se que para asradiações de baixo LET a diminuiçãoda taxa de dose ou fracionamentoda dose total acarreta na gradativaredução do número de ACs e MNspor célula, de tal forma que a curvadose-efeito passa a ser linear. Esteraciocínio não é, todavia, aplicável àsradiações de alto LET, que naturalmentejá exibem esse tipo de resposta.Preferencialmente, cada laboratóriodeve proceder com as etapasnecessárias ao processo de construção78<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


da curva de calibração, através dacontagem de um número suficientede células, a fim de que a estimativada dose de radiação absorvida alcanceum limite de confiança de 95%.Como regra geral, tem sido propostaa contagem de até 1.000 célulaslinfocitárias na investigação deincidentes radiológicos que envolvambaixas doses (£ 1 Gy). Esse número,entretanto, pode ser significativamentereduzido caso a dose de radiaçãorecebida seja superior a 1 Gy (25).É importante lembrar que na execuçãodos ensaios biodosimétricosdevem ser seguidas as boas práticaslaboratoriais, além de que, é fundamentalque sejam realizadas periódicasintercomparações dos resultadosobtidos, com base nos critérios decontagem adotados por cada laboratório(26, 27).Técnicas citogenéticas clássicas emoleculares utilizadas na dosimetriacitogenéticaNa dosimetria citogenética, ométodo de rotina empregado naanálise das ACIs e MN é a coloraçãoconvencional com Giemsa, que corauniformemente toda a extensão doscromossomos e o interior dos núcleosinterfásicos.Embora a coloração Giemsa sejasimples, de rápida execução e debaixo custo associado, a identificaçãode dicêntricos é por vezes laboriosa,principalmente quando há sobreposiçãodas cromátides-irmãs doscromossomos metafásicos. Por outrolado, este tipo de coloração não permitea distinção dos MNs quanto à suaorigem de formação (aneugênica ouclastogênica) (28).Com a utilização do BandeamentoC e da Hibridização in situ fluorescente(FISH), a identificação da região centroméricados dicêntricos, bem comoa exclusão dos MNs aneugênicos, pôdeser realizada de forma mais rápida eprecisa, contribuindo assim para umamaior precisão das análises dosimétricas(29, 30).Adicionalmente, a técnica de FPG(Fluorescence plus Giemsa) tem permitidorestringir a contagem de célulassomente para aquelas que estão noprimeiro ciclo de divisão (M1), atravésda adição da 5-Bromo-2-desoxiuridinaou BrdU ao cultivo celular (31).Na análise das ACEs, a técnicade bandeamento G foi inicialmenteintroduzida no intuito de se avaliar asmodificações estruturais sofridas noDNA das células irradiadas, com baseno padrão de bandas longitudinais decada par cromossômico (32). Essametodologia, entretanto, revelou-sedemasiadamente subjetiva e laboriosa,o que inviabilizou sua aplicaçãona triagem de grandes populações(33, 34).Atualmente, as ACEs são analisadaspor FISH, um procedimento maissimples e direto, que utiliza sondasespecíficas para os cromossomos dogrupo A (pares 1, 2 e 3) e B (4 e 5). Oscromossomos-alvo são escolhidos combase na hipótese de que a frequênciade translocações está diretamenterelacionada ao conteúdo de DNA decada cromossomo (35).Considerando que ainda não háconsenso a respeito dessa teoria, oemprego do FISH multicolor ou SKY(Spectral Karyotyping) tem ganhadoforça no campo dosimétrico, poispossibilita a marcação de todos ospares cromossômicos, a detecção derearranjos múltiplos, envolvendo doisou mais cromossomos, e de alteraçõesmínimas, produzidas normalmenteapós altas doses de radiação (36, 37).A Tabela 1, adaptada de Léonard etal. (2005) e Fernandes et al. (2008),resume as vantagens e limitações decada técnica com relação ao tempo,custo e precisão apresentados nosensaios biodosimétricos.Uso da dosimetria citogenética emincidentes radiológicosFigura 4. Curva dose-efeito com relação à qualidade da radiação (24)Exposições acidentaisAcidentes que envolvem exposiçãoaguda de grande parte do corpo(>50 %), a alto níveis de radiação,estão comumente associados a umasérie de manifestações clínicas adversas,tais como febre, náuseas, vômitose diarreia. Por essa razão, os indivíduosafetados precisam ser rapidamentediagnosticados e tratados conforme adose de radiação absorvida (38).Quando a coleta de sangue ocorreaté três meses após o incidente, o80<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Tabela 1. Relação custo-benefício relativa às técnicas citogenéticas avaliadas (11, 29)Método Biomarcador Tempo de execução Tempo de análise Custos PrecisãoColoraçãoconvencionalBandeamento CDicêntricosMicronúcleosDicêntricosMicronúcleos+ +++ + ++++ + ++ +++FPG Dicêntricos ++ ++ ++ +++Bandeamento G Translocações + ++++ ++ ++FISHDicêntricosMicronúcleosTranslocações++++ ++ +++ ++++SKY Translocações ++++ + ++++ +++++ Baixo; ++ Médio; +++ Alto; ++++ ElevadoTabela 2. Características dos ensaios biodosimétricos (40, 41, 42)BiomarcadorNível basalCultivocelularContagem decélulasTempo deanáliseLimite de detecçãode doseTécnicas de análisecitogenéticaDicêntricos1-2 em 1.000céls48-51 h500 – 1.000céls.4-5 dias 0,1-5 GyColoração convencionalBandeamento CFishMicronúcleos~ 8 em 1.000céls48 h 1.000 céls. 4 dias 0,3-5 GyColoração convencionalBandeamento CFishTranslocações2-0 em 1.000céls72 h 100 - 500 céls. 2-3 dias 0,25-2 GyBandeamento CFishSkymétodo de referência, amplamentevalidado como biomarcador do nívelde exposição individual, é a contagemdo número de dicêntricos (13, 14).No entanto, se o incidente tiverenvolvido centenas ou milhares depessoas, a frequência de micronúcleospode ser utilizada primeiramentecomo um método de triagem, vistoque é um biomarcador de análise maissimples e rápida que os dicêntricos(28, 39).Após períodos prolongados (>3meses), o uso de translocações na dosimetriaretrospectiva representa maisfidedignamente a dose absorvida (32).Esta metodologia, entretanto, não érecomendada para indivíduos comidade avançada, pois a produção detranslocações também é afetada porfatores como senescência, tabagismoe pela ação de agentes químicos,como por exemplo, agrotóxicos (42).Exposições ocupacionaisA maior parte dos incidentes ocupacionaisestá associada a exposiçõescrônicas não uniformes com baixasdoses de radiação, que resultam nadiminuição do número de ACs nascélulas analisadas em relação à frequênciaesperada após uma exposiçãoaguda, para a mesma dose (11). Nessescasos, para que a dose absorvidanão seja subestimada, extrapolaçõesmatemáticas são necessárias.Em geral, os métodos propostospor Dolphin (Qdr) e por Lea e Catcheside(Função G[x]) são utilizadospara corrigir a heterogeneidade dairradiação e a influência da taxa dedose, respectivamente (24).Por outro lado, se as radiaçõesionizantes atingirem apenas umapequena fração do corpo (< 10 %), adosimetria citogenética será ineficazna avaliação dosimétrica, uma vezque o número de células irradiadas édesprezível.Na Tabela 2, são apresentadasas particularidades de cada ensaiobiodosimétrico, incluindo o limite dedetecção de dose para radiações debaixo LET.Como discutido, o emprego dadosimetria citogenética como ferramentade investigação em saúde82<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


ocupacional é particularmente importanteem questões médico-legais(perícias trabalhistas) e no controle dequalidade da dosimetria física, ondea monitoração individual é realizadacom auxílio de dispositivos sensíveisà radiação, genericamente denominadosde dosímetros (43).Isto porque, enquanto os dosímetrosfísicos medem grandezasoperacionais que são utilizadas parao estabelecimento de níveis de referência,a fim de limitar a probabilidadede ocorrência de efeitos biológicos; osdosímetros biológicos são o produtoda interação das RIs e por isso refletemcom maior precisão os efeitos resultantesda exposição a esse agentegenotóxico (44).Laboratórios de dosimetriacitogenéticaNo Brasil, o Instituto de Radioproteçãoe Dosimetria (IRD) é o institutode referência nacional em termos deaplicação da dosimetria citogenéticapara fins de proteção do trabalhador.Em contrapartida, o Laboratório deModelagem e Biodosimetria Aplicada(LAMBDA), situado no Departamentode Energia Nuclear da UniversidadeFederal de Pernambuco, desenvolveatividades de pesquisa e inovação emdosimetria citogenética, objetivandoa otimização do monitoramento deindivíduos expostos às RIs, em condiçõesnormais – como em aplicaçõesmédicas e exposições ocupacionais –ou em situações acidentais.Nesse sentido, resultados promissoresvêm sendo obtidos em complementaridadeàs técnicas biodosimétricasconvencionais através de técnicasmoleculares, tais como citometria defluxo e PCR - Polymerase Chain Reaction(45, 46, 47, 48).ConclusãoA dosimetria citogenéticaé uma importante ferramenta naavaliação de exposição individual àsradiações ionizantes, tendo se tornadouma exigência normativa conformeestabelece a NR 32 – Segurança esaúde no trabalho de serviço desaúde na monitoração individual. Todavia,o pouco conhecimento de seusaspectos metodológicos e aplicaçõestem resultado na subutilização dosbiomarcadores citogenéticos na investigaçãode incidentes radiológicos.Atividades de difusão de conhecimentoe de pesquisas associadosà dosimetria citogenética em muitoauxiliarão os profissionais de Segurançae Saúde Ocupacional, em umadas etapas-chave do gerenciamentodas práticas que envolvem exposiçãoindividual às radiações ionizantes: ocontrole de exposições a níveis consideradosseguros e a tomada de decisãoem casos de acidentes radiológicos.AgradecimentosOs autores gostariam de agradecerà Coordenação de Aperfeiçoamento dePessoal de Nível superior (CAPES) peloapoio financeiro.Correspondências para:Marcela Maria P. L. PintoReferências Bibliográficas1. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria GM nº 485. Norma Regulamentadora Nº 32. Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentosde Saúde. Diário Oficial da União. Brasília: 11 de novembro de 2005.2. Hande MP, Azizova TV, Burak IE, Khokhryakov VF, Geard CR, Brenner DJ. Complex chromosome aberrations persist in individuals manyyears after occupational exposure to densely ionizing radiation: an mFISH study. Genes, Chromosomes & Cancer, 44:1-9, 2005.3. Prise KM, Pinto M, Newman HC, Michael BD. A review of studies of ionizing radiation-induced double-strand break clustering. RadiationResearch, 156: 572-576, 2001.4. Bonner WM. Low-dose radiation: thresholds, bystander, effects, and adaptive responses. National Academic Sciences, 100 (10): 4973-4975, 2003.5. Bonassi S, Au WW. Biomarkers in molecular epidemiology studies for health risk prediction. Mutation Research, 511: 73-86, 2002.6. International Commission on Radiological Protection – ICRP Recommendations of the International Commission on Radiological Protection,ICRP-60, Pergamon Press, Oxford, UK, 1991.7. Stankeová S, Crompton NE, Blattmann H, Theiler P, Emery GC, Roos M, Kaser-Hotz B. Apoptotic response of irradiated T-lymphocytes.Strahlentherapie und Onkologie, 11: 779-786, 2003.8. Yusuf I, Fruman DA. Regulation of quiescence in lymphocytes. Trends in Immunology, 24 (7): 380-386, 2003.<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 201183


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submetidos a TMO em longo prazo eé letal em percentual que varia de 20a 40% dos pacientes afetados, apesardos tratamentos instituídos (16).A reconstituição do sistema imunedo receptor exige a formação de novoslinfócitos T antígeno-específicos,derivados das células progenitoras hematopoiéticasdo doador. A formaçãodestes novos linfócitos é dependenteda função tímica do receptor, a qualvai diminuindo em função da idade.Os linfócitos T virgens, capazes dese diferenciarem em células-T antígeno-específicas,respondem pela manutençãoda imunidade celular e humoralnos receptores de células progenitorashematopoiéticas transplantadas. Destaforma, em pacientes adultos, estadeficiência é mais grave (13).Linfócitos T maduros e muitos subtiposde linfócitos levam no mínimo seismeses e algumas vezes até dois anospara se recuperar, dependendo da ocorrênciaou não de problemas infecciososrelacionados, os quais podem atrasarainda mais esta recuperação (12).Reconstituição da resposta humoralA recuperação quantitativa dascélulas-B circulantes ocorre seguindoalgumas etapas distintas. Inicialmente,a contagem das células-B permanecepouco detectável num período detrês a seis meses após o transplante.Esta contagem, no entanto, aumentarapidamente, conduzindo a um nívelsupranormal entre seis a 24 mesesdepois do transplante, seguida de umasubsequente normalização, provavelmentedurante os anos seguintes (12).No início do período pós-transplante,todos os estágios programados doslinfócitos B (ativação, proliferação ediferenciação em células produtorasde imunoglobulinas) falham. Os rearranjosdos genes das imunoglobulinasapós o transplante são mais consistentescom uma ativação policlonal doslinfócitos B (13).Quando não há desenvolvimentode DECH crônica, a ativação, proliferaçãoe secreção de IgM gradualmenteretorna ao normal (13). Aproximadamentequatro a seis meses após otransplante, os linfócitos B começama produzir IgM. Já a síntese de IgGe IgA ocorre mais tarde e dependeda ajuda de CD4, de tal forma queos níveis séricos de IgG podem permaneceranormais até um ano apóso transplante. Mesmo quando os níveisnormais de IgG são alcançados,um padrão oligoclonal pode estarpresente por vários meses após otransplante (11).A presença da DECH aguda oucrônica está correlacionada com aredução de linfócitos B, pelo menosum ano após o transplante, reduzindotambém a disponibilidade de CD4 mediadapelos linfócitos T (11). A DECHclínica ou subclínica deve resultar embaixa produção de citocinas Th2 (IL-4,IL-5, IL-6), impedindo a troca de classesde IgM para IgA ou para IgG (13).A principal estratégia desenvolvidacontra o desenvolvimento da DECHno TMO é a profilaxia da forma agudautilizando agentes imunossupressoresem diferentes combinações. Nospacientes com a doença já instalada,o tratamento com intensa imunossupressãoe modulação imunológicapode contribuir para uma melhorqualidade de sobrevida (10).O nível de imunoglobulinas dosoro decresce, chegando perto oupermanecendo abaixo do nível normaldurante as três primeiras semanaspós-transplante. Elas retornam aosníveis normais nos meses e anosseguintes ao transplante. O nível deIgM normaliza-se dentro de semanas,IgG1 e IgG3 dentro de meses, enquantoos níveis de IgG2, IgG4 e IgAnormalizam-se dentro de anos apóso transplante (13-15-17). Assim, arecuperação do sistema imunológicodemora vários meses após o transplantee quando há DECH o períodode carência de células-B, muitas vezesestende-se a 1-2 anos (11).A reconstituição da imunidade dascélulas-T ocorre por duas vias: (a) avia dependente do timo e (b) via daexpansão homeostática periférica.A primeira é a mais eficiente parareconstituir o repertório de linfócitosT, após o TMO alogênico. Esta viarepresenta uma retomada da ontogeniada célula-T e envolve rearranjosdos genes de receptores da célula-T.Células-T geradas por esta via mantêmuma diversidade de repertório eimunocompetência a vários antígenos.Já a segunda, envolve a proliferaçãode células-T maduras que sobreviveramao regime preparativo e/oucontêm ou não infusão de linfócitosdo doador (11). Devido à destruiçãoda hematopoiese do hospedeiro pelaradiação, a reconstituição aceleradadas células-T do hospedeiro certamenteresulta das células-T madurasradiorresistentes (13-15).Em contraste com a produção decélulas-T pelo timo, a expansão homeostáticaperiférica gera um pool decélulas com deficiências quantitativase qualitativas, resultando em imunidadefuncional diminuída (11). Um fatorque contribui para a eficácia limitadada expansão homeostática periféricaé a perda de células-T devido a umaalta taxa de apoptose.O repertório de células-T que égerado durante a expansão homeostáricaperiférica é limitado pelasespecificidades contidas nos receptoresde células-T. Assim, enquanto arecuperação da função tímica forneceo caminho ideal para a reconstituição92<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


imunológica das células-T, a restauraçãoda função substancial da respostaimune pode ocorrer sozinha por meioda expansão homeostática periférica(11). A recuperação do timo não ocorrepor muitos meses após o transplantealogênico (11-15-18).Complicações pós-transplante demedula ósseaApós a infusão, a medula ósseade um transplantado fica em aplasiapor um período aproximado de duasa três semanas. As complicaçõesdecorrentes do período de aplasiasão as infecções, os sangramentose a anemia (4). Infecções são asmaiores causas de morbidade emortalidade em pacientes após otransplante de medula óssea alogênico(19-20). Os pacientes são hospitalizadosem isolamento e cuidadospor uma equipe multidisciplinaraltamente treinada, com o objetivode reduzir o risco de infecções e dasoutras complicações (7-21).A consequência da imunodeficiênciaé que os receptores de TMO setornam suscetíveis a infecções virais,especialmente por citomegalovírus (4,22) e reativação do vírus herpes simplex(19), além de apresentarem umelevado risco de infecção pelo Vírusda Varicela Zoster (VVZ) (4, 23). Ospacientes também ficam suscetíveis alinfomas de células B provocados pelovírus Epstein-Barr (24).São considerados fatores de riscopara a rejeição: as alterações metabólicasno pós-transplante (diabetes,dislipidemia), a hipertensão arterial,os episódios de rejeição aguda e o usode imunossupressores (24). Os receptoresde medula óssea geralmenterecebem antibióticos profiláticos eterapia anticitomegalovírus e, com frequência,são ativamente imunizadoscontra bactérias encapsuladas, taiscomo pneumococo, antes do transplante(9, 19, 25).Usualmente, as contagens deleucócitos caem abaixo de 100 células/mm³por volta do dia 4 após otransplante, dependendo do tipo decondicionamento utilizado e da doençade base. Considera-se que a medulapegou quando as contagens mantêmseacima de 500 células/mm³ por trêsdias consecutivos, o que ocorre emmédia entre os dias 15 a 19 após umTMO alogênico relacionado.As contagens de plaquetas tambémcostumam cair abaixo de 10.000células/mm³; considera-se a sua recuperaçãoquando contagens acimade 20.000 células/mm³ são atingidassem a necessidade de transfusões pormais de sete dias. Isso ocorre em tornodos dias 19 a 25 pós-transplante.A recuperação da função medular éinfluenciada por outros fatores como otipo de transplante, número de célulasinfundido e infecções (4).Hemoderivados e terapêuticaantimicrobiana são utilizados até arecuperação hematológica. As CTHsão infundidas através deste acessoonde as células se fixam ao estromada medula e começam a proliferar ea se diferenciar para reconstituir ossistemas hematopoético e imune, conhecidocomo fenômeno homing (7).Radiação e quimioterapia induzema efeitos citotóxicos extramedularesdo regime de condicionamento, como,a doença enxerto contra hospedeiro(DECH), doença veno-oclusiva hepática,rejeição do enxerto, além deinduzirem danos para a pele, aumentoda entrada de patógenos na mucosarespiratória e digestiva em pacientespós-transplantados (9-21-26).Os receptores de TMO desenvolvemuma imunodeficiência que variana gravidade e duração, devido afatores individuais que acometem oreceptor. Entre os fatores que contribuempara o imunocomprometimentopós-transplante estão: deficiência nareconstituição da ontogenia linfoide,uma falta de manutenção da imunidadeespecífica do doador, o efeito daDECH e sua terapia e uma redução dafunção tímica do receptor (13).A sobrevida pós-TMO depende dediversos fatores como a doença debase, o tratamento prévio, o tempode evolução, a faixa etária e o númerode recidivas. Portadores de neoplasiastransplantados em remissão têm melhorprognóstico. A qualidade de vidapós-transplante é relacionada principalmenteàs complicações crônicas eestrutura familiar do paciente e tendea melhorar com o passar do tempo.Pacientes que permanecem em remissãodois anos após o transplante têmuma chance de sobrevida nos cincoanos posteriores de 89%. A mortalidadenesta população se deve a fatorescomo segunda neoplasia, impacto dotratamento em órgãos como coração,pulmão e rins, recidiva da doença eDECH crônico (4).Reimunização após transplante demedula ósseaA transferência de imunidade dodoador para o receptor contribui paraa recuperação da imunocompetênciado paciente. A imunização com antígenosproteicos, após o transplante,resulta no aumento de anticorpos demeia vida-curta. Contudo, a produçãosustentada de anticorpos só ocorreráquando houver recuperação adequadado número e função dos linfócitos T eB (10).Pacientes submetidos ao transplantede CTH alogênico têm recuperaçãomais lenta, especialmentese apresentam DECH. Portanto, asrecomendações serão guiadas pelotipo de transplante, pela presença de94<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


DECH e se o paciente está recebendoalguma droga imunossupressora. Nestafase os pacientes devem recebervacinas (27). Receber mais de umadose da vacina está constantementeassociado com uma melhor respostaimune, suportando a teoria de que aimunidade proveniente da célula Bderiva do doador das células-troncoao invés das células de memória(28). Após a vacinação os pacientesjá começam a produzir IgG (29). Hápoucas evidências que especificam adose de vacina em datas específicasapós o transplante (28).O repovoamento do sistema imunedepende de adequado assentamento,proliferação, maturação e diferenciaçãodas células do doador (30).Como a transferência de imunidadedo doador é de curta duração, é recomendadaa reimunização do receptor,iniciando-se um ano após o TMO, emgeral, com a utilização de vacinasde vírus inativados, recombinantesou com antígenos específicos, istoé, evitando-se o uso de vacinas commicro-organismos vivos.Em pacientes portadores de DECHcrônica ou usando imunossupressorespor qualquer motivo, a imunizaçãodeve ser adiada por um ou dois anos,até haver evidência de algum grau deimunocompetência (10).Os beneficiários perdem a memóriaimunológica de exposição a agentesinfecciosos e vacinas acumulado aolongo da vida. Esta perda de proteçãoimunológica a agentes como tétano,poliomielite e sarampo, tem sidoconstantemente demonstrada empacientes submetidos a transplantesalogênicos (30).DiscussãoO TMO possui o objetivo de restabelecera função medular e possuipropriedades mielo e imunoablativas.É utilizado no tratamento doenças hematológicascomo a anemia aplásticagrave, mielodisplasias e em algunstipos de leucemias, além de ser indicadoem casos de mieloma múltiploe linfomas.Após o TMO podem ocorrer complicaçõesdecorrentes do período deaplasia como infecções, sangramentose anemia. É importante que os pacientessejam cuidados por uma equipemultidisciplinar altamente treinada,com o objetivo de reduzir o risco deinfecções e outras complicações, porisso hemoderivados e terapêuticaantimicrobiana são utilizados até arecuperação hematológica.As consequências práticas dosconhecimentos sobre imunorreconstituiçãopós-transplante de CTH para otratamento de pacientes transplantadossão muitas e importantes, como aprevisão dos vários tipos de complicaçõesem transplantes de medula ósseaalogênicos, a determinação da épocaoportuna de suspender precauções deisolamento e de empreender medidasimunoterapêuticas, desde vacinaçõescomuns até infusão de imunoglobulinasou linfócitos especificamente reativoscontra determinados patógenos.Finalmente, como a transmissãode imunidade anti-infecciosa do doadorpara o receptor costuma sertransitória, recomenda-se reimunizarpacientes no período pós-transplante.Monitorização dos títulos de anticorposespecíficos pré e pós-vacinação podemajudar a individualizar o esquema devacinação, especialmente em pacientescom DECH crônico e/ou em uso dedrogas imunossupressoras.Avaliações fenotípicas e funcionaisdo sistema imune não são realizadasrotineiramente após transplante deCTH, mesmo em centros avançados,tornando a imunorreconstituição, naopinião de muitos pesquisadores, oaspecto dos transplantes de CTH maisnegligenciado atualmente, com profundoimpacto na sua evolução.Correspondências para:Fernanda Motaf_bmota@hotmail.comReferências Bibliográficas1. Pusic I, Dipersio JF. The Use of Growth Factors in Hematopoietic Stem Cell Transplantation. Current Pharmaceutical Design, (14):1950-1961, 2008.2. Raaphorst FM. Reconstitution of the B cell repertoire after bone marrow transplantation does not recapitulate human fetal development.Bone Marrow Transplantation, (24): 1267-1272, 1999.3. Gratwohl A, Passweg J, Baldomero H, Urbano-Ispizua A. Hematopoietic stem cell transplantation activity in Europe 1999. BoneMarrow Transplantation, (27): 899-916, 2001.4. Castro CV, Gregianin LJ, Brunetto AL. Transplante de medula óssea e transplante de sangue de cordão umbilical em pediatria. Jornalde Pediatria, 77(5), 2001.5. Sobrinho RM, Coracin FL, Santos MMMC, Santos PSS. Mucosite oral em pacientes submetidos a transplante de medula óssea.Prática hospitalar, (63): 64-67, 2009.96<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


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ArtigoPesquisa de Micro-organismos e Alterações Celulares emMulheres submetidas à Citopatologia Ginecológica naCidade de Canguçu, RS, no ano de 2008Ricardo Ribeiro Vargas 1 , Vanusa Manfredini 21 - Farmacêutico-Bioquímico, aluno do curso de Especialização em Citologia Clínica pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC)2 - Farmacêutica-Bioquímica, Professora Doutora do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Regional Integrada do AltoUruguai e das Missões – URI – Campus de Erechim/RS, professora orientadora do Curso de Especialização em Citologia Clínica pela SociedadeBrasileira de Análises Clínicas (SBAC)ResumoSummaryPesquisa de micro-organismos e alterações celularesem mulheres submetidas à citopatologia ginecológicana cidade de Canguçu, RS, no ano de 2008A triagem citológica é uma importante ferramenta diagnósticautilizada para detectar a ocorrência de infecções ginecológicas,o que nos últimos anos, os índices incidentes vêm aumentandoconsideravelmente. Os diferentes tipos de micro-organismos podemocasionar sérios problemas à cérvice da mulher, inclusive riscode vida; portanto, o diagnóstico rápido e preciso é de grandeimportância para assegurar o bem-estar da paciente. O diagnósticolaboratorial considerado neste artigo para detectar as infecções foio exame citopatológico, conhecido como Papanicolaou. Este, alémde permitir a visualização de micro-organismos como Candida sp.,Gardnerella vaginalis e Trichomonas vaginalis, também permite aidentificação de alterações celulares relacionadas à infecção peloPapilomavírus Humano (HPV). Assim, o objetivo desse trabalho foiverificar a incidência de micro-organismos encontrados na cérvicede mulheres de diferentes faixas etárias submetidas à citopatologiaginecológica, no ano de 2008. Foram analisadas lâminas commaterial ginecológico de 909 mulheres sexualmente ativas atendidasno Centro de Saúde na cidade de Canguçu, RS. Os resultadosobtidos mostram alta frequência da Gardnerella vaginalis em todasas faixas etárias estudadas, bem como a presença da Cândidasp e HPV em mulheres com idade avançada. Esses dados nospermitem sugerir que a frequência de esfregaços com alteraçõescelulares decorrentes da presença de micro-organismos e/ou HPVvem aumentando gradativamente em mulheres idosas.Palavras-chave: Micro-organismos, citopatologia ginecológica,infecçãoStudy of microorganisms and cell changes in womenundergoing gynecologic cytopathology in the City ofCanguçu, RS, in the year 2008The cytological screening is an important diagnostic tool usedto detect the incidence of gynecological infections that in the lastyears has been increasing considerably. The different types ofmicroorganisms can cause serious problems to the woman cervix,including their life threatening; therefore, a fast and correctdiagnosis is very important to ensure the patient welfare. Theconventional laboratorial diagnosis used to detect this kind ofinfection is the cytopathology exam, also known as Pap. Besidesthe fact this exam allows the visualization of microorganisms likeCândida sp., Gardnerella vaginalis, and Trichomonas vaginalis,it also allows the identification of cells alterations related to theinfection of Herpes Virus and Human Papiloma Virus (HPV). Slidescontaining gynecological material of 909 sexually active womenserved in the Health Center of Canguçu City – RS were analyzed.Therefore, this work’s objective was to verify the existence of microorganismsfound in the women cervix from different age rangesubmitted to gynecological cytopathology, in 2008. The resultsobtained show the high frequency of Gardnerella vaginalis inall age ranges studied, as well the presence of Cândida sp andHPV in elderly women. This data allows us to suggest that thefrequency of the smears with cell alterations are because of thepresence of microorganisms and/or HPV is increasing graduallyin elderly women.Key-words: Microorganisms, gynecological cytopathology,infection102<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


cérvice de mulheres de diferentes faixasetárias submetidas à citopatologiaginecológica na Cidade de Canguçu,RS, no ano de 2008.Material e MétodosTrata-se de um estudo de cortetransversal e retrospectivo. Foi aprovadopelo Comitê de Ética e Pesquisada Universidade Regional Integrada doAlto Uruguai e das Missões – Campusde Erechim.Este trabalho foi realizado nomunicípio de Canguçu, que está localizadona região sul do estado do RioGrande do Sul e que possui uma áreade 3.525 km 2 , sendo a população totalde 53.547 habitantes.A coleta do material para realizaçãodo exame citopatológico foi feita nasdependências do pronto-atendimentoda Secretaria Municipal de Saúde domunicípio, que é uma unidade básica desaúde (UBS), no período de 1 de janeiroa 31 de dezembro do ano de 2008. Osesfregaços cervicovaginais das mulheresque frequentaram a UBS durante o períodoforam enviados para um laboratóriode patologia na Cidade de Pelotas, RS.Os materiais utilizados para arealização da colpocitologia foram:espéculo vaginal, espátula de Ayre,escova para coleta da secreção endocervical,lâminas de vidro para usocitopatológico, luvas descartáveis eálcool absoluto.Durante o período estudado, 909exames citopatológicos descritos nasfichas das mulheres foram analisadose classificados quanto à presença demicro-organismos e/ou alterações celularesno epitélio vaginal de acordo com afaixa etária. O esfregaço foi consideradonormal quando não foram observadasquaisquer alterações celulares e ausênciade micro-organismos patogênicos.Os micro-organismos Gardnerellavaginalis, Cândida sp. e Trichomonasvaginalis foram identificados nosesfregaços vaginais. Já para o diagnósticode HPV e herpes genital, asalterações celulares clássicas foramobservadas.Não foram utilizados os dados daspacientes que apresentaram resultadodo exame citopatológico com presençade células epiteliais anormais,ou seja, resultados sugestivos deASCUS (células escamosas atípicasde significado indeterminado), AGUS(células glandulares atípicas de significadoindeterminado), neoplasiaintraepitelial cervical grau 2 (NIC 2) oulesão intraepitelial escamosa de altograu (HSIL), neoplasia intraepitelialcervical grau 3 (NIC 3) ou carcinomain situ ou HSIL, carcinoma invasivo eo adenocarcinoma.Apenas a neoplasia intraepitelialcervical grau 1 (NIC 1) ou lesão intraepitelialescamosa de baixo grau(LSIL) foram consideradas porque apresença do coilócito que é característicado LSIL também vai identificaro Papilomavírus.Os achados citológicos foram plotadosem Excel 2003 e expressos emfrequência (%).ResultadosDurante o período de janeiro adezembro de 2008 foram registrados909 exames citopatológicos de mulheresem diferentes faixas etáriasda UBS da cidade de Canguçu, sendoque frequência dos micro-organismose alterações celulares encontrados nacérvice das mulheres participantesestão descritos na Tabela 1.Tabela 1. Frequência (%) de micro-organismos e alterações celulares encontrados na cérvice das mulheres submetidas à citopatologiaginecológica no ano de 2008Faixa etária(anos)Normal VB HPV Candida Trichomonas HerpesTotalpositivos F. E.Totalgeral20 a 2980%(241)15%(45)2%(6)2%(6)1%(3)_60 30130 a 3986%(221)11%(28)1%(2)1%(2)0,5%(1)0,5%(1) 34 25540 a 4981%(185)13%(30)3%(7)2%(5)0,5%(1)0,5%(1) 44 22950 a 5982%(84)15%(15)2%(2)1%(1)__18 102> 6082%(18)9%(2)4,5%(1)4,5%(1)__04 22Total 749 120 18 15 5 2 160 909<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011<strong>105</strong>


A tabela representa índices percentuaisdo total de 909 exames realizadosem mulheres na faixa etáriade 20 a 59 anos e acima de 60 anos.Observamos que 749 pacientes,ou seja, 82% das lâminas analisadasobtiveram resultados citológicos negativos(normais), e para 160 pacientesou 18% dos casos foram diagnosticadoscomo positivos para microorganismose/ou lesões celulares.Sobre o total de resultados fora danormalidade, tivemos 13% de Gardnerellavaginalis, 2% com alteraçõescelulares que indicavam a presençade HPV, 1,6% de Cândida sp., 0,5%de Trichomonas vaginalis e 0,2% dealterações celulares que indicavam apresença do vírus da herpes genital.Das 160 mulheres que apresentaramresultados citológicos alterados,distribuídas em diagnósticospara micro-organismos e alteraçõescelulares, obtivemos os percentuaisdistribuídos na Figura 1.Constatamos nesse estudo que aprevalência do diagnóstico de microorganismopara Gardnerella é o maisincidente em todas as faixas etárias eFigura 1. Percentual (%) dos achadoscitológicos encontrados nas 160 mulheres queapresentaram resultados alteradosque diminui progressivamente com oavançar da idade.Os achados demonstraram queherpes Trichomonas não diferem significativamentequando avaliada emfunção da variação da faixa etária. Aatual pesquisa indica índices maioresem mulheres mais jovens entre 20 a49 anos, embora não tenha apresentadovalores maiores que 1% paraesses micro-organismos.Podemos observar que o HPV estevepresente em todas as faixas etáriasconsideradas no artigo e teve a suaporcentagem mais alta em mulherescom mais de 60 anos.A presença de Candida foi em valoresaproximados ao HPV e tambémesteve presente em todas as faixas etáriasconsideradas no estudo. A Candidatambém teve uma porcentagem elevadaem pacientes com mais de 60 anos.DiscussãoAlguns autores relatam a importânciada prevenção para o tratamentoe a cura das enfermidadesprovocadas pelos micro-organismos.A presença de HPV em mulheres detodas as faixas etárias vem reforçara importância da prevenção, poisrealizando o exame citopatológicoelas conseguiram diagnosticar a doençae dar andamento ao tratamentoevitando a possibilidade de evoluçãodas lesões que poderiam chegar atéo câncer de colo do útero (16).A partir dos resultados obtidos verificamosque a infecção por Gardnerellavaginalis foi a mais prevalente entreas pacientes de todas as faixas etáriasestudadas, entretanto a infecção diminuiprogressivamente com o avançoda idade das mulheres. O presentetrabalho obteve percentuais de 13%para G. vaginalis. Este valor condizcom o trabalho realizado no municípiode Presidente Dutra, estado do Maranhão,onde foi encontrado o percentualde 13,75% para G. vaginalis (27) etambém concorda com os achados dotrabalho realizado no Parque Indígenado Xingu/Brasil que encontrou umpercentual de 14% (28).Podemos observar que a frequênciade esfregaços com alteraçõescelulares causadas pelo HPV e apresença de micro-organismos comoa Candida sp. tiveram uma porcentagemde 4,5% em mulheres com maisde 60 anos, isto talvez se deva a umamenor prevenção na atividade sexualdas pacientes desta faixa etária.Quanto à incidência encontradano trabalho, obtivemos 1,6% deCandida, concordando com os valoresdo rastreamento do ParqueIndígena do Xingu/Brasil, onde aincidência foi de 1% (28). Discordados valores obtidos no estado doPiauí, onde relataram 10,27% (16)e de trabalho realizado no Maranhão,que relatou 7,74% para Candida sp.(27). Quanto à presença de HPV, observamosuma porcentagem de 2%,que fica bem próximo ao estudo feitoem Vitória (ES) onde a prevalênciada infecção genital por HPV foi de3,3% (12).Constatamos na pesquisa umabaixa incidência de herpes vaginal(0,2%) e Trichomonas vaginalis(0,5%). Ambos obtiveram uma variaçãoparecida nas faixas etáriase só atingiram mulheres até os 49anos. Quanto à prevalência de T.vaginalis, os resultados da pesquisaficaram bem abaixo de valoresencontrados em pesquisas feitasno RS e no Brasil. Por exemplo, emtrabalho realizado com mulheres daVila dos Papeleiros, em Porto Alegre,o percentual foi de 20% (24).Em outro estudo, com 500 mulheresprocedentes de clínicasprivadas, ambulatórios, centros desaúde e de hospitais de Porto Alegre,RS, encontrou-se uma prevalênciaigual a 29,4% (29). Em trabalho nomunicípio de Presidente Dutra, estadodo Maranhão, foi encontrado opercentual para Trichomonas sp. de5,31% (27); rastreando o câncer decolo uterino em índias do Parque Indígenado Xingu/Brasil, encontrarampara Trichomonas sp. o equivalente106<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


a 13% (28). A incidência de herpesvaginal ficou bem abaixo dos valoresencontrados em outras regiões doBrasil, como por exemplo em umestudo na região amazônica queencontrou 28% de incidência paraherpes vaginal (31).A partir da análise dos resultadosobtidos que apresentam diagnósticospara micro-organismos e alteraçõescelulares, podemos afirmar que arealização do exame citopatológicoé de grande importância desde o inícioda atividade sexual da mulher edeve continuar sendo realizado até aterceira idade, pois verificamos a presençade alguns patógenos em todasas faixas etárias, principalmente oHPV que tem associação comprovadacom o câncer do colo do útero.Correspondências para:Prof. Dra. Vanusa Manfredinivanusa@uri.com.brReferências Bibliográficas1. Bethesda 2001. Disponível em http:/www.bethesda2001.cancer.gov.br. Acesso 10 outubro 2009.2. Manual de Procedimentos Técnicos e Administrativos. Coleta do Papanicolaou e ensino do autoexame da mama. 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ArtigoInfecção Durante a Gravidez (Hidropsia Fetal não Imune)Provocada pelo Parvovírus Humano B19Rosimeire Rodrigues Corrêa 1 , Aracaty Silva Sobrinho 21 - Biomédica, Supervisora do Weller Works Laboratories2 - Diretor Científico do Weller Works LaboratoriesResumoSummaryInfecção durante a gravidez (hidropsia fetal nãoimune) provocada pelo parvovírus humano B19A infecção por parvovírus humano B19 é um dos responsáveispela hidropsia fetal. A infecção materna causada pelo vírus podeser sintomática ou assintomática. A hidropsia fetal não imune,apesar de rara, impõe um conhecimento aprofundado para possibilitaruma avaliação mais cuidadosa dos fetos hidrópicos, paraque dependendo da causa da hidropsia, a intervenção precocepossa diminuir a mortalidade perinatal.Palavras-chave: Parvovírus humano B19, hidropsia fetal,diagnóstico pré-natal, ultrassomInfection during pregnancy (non-immune fetalhydrops) caused by human parvovirus B19Infection with human parvovirus B19 is the one responsiblefor fetal hydrops. The maternal infection caused by the virus maybe symptomatic or asymptomatic. Hydrops fetalis, although rare,requires a deeper knowledge to enable a more careful evaluationof hydropic fetuses, so that depending on the cause of hydrops,early intervention can reduce perinatal mortality.Keywords: Human parvovirus B19, fetal hydrops, prenataldiagnosis, ultrasoundIntroduçãoOPB19 foi descoberto na Inglaterraem 1975, pela virologistaaustraliana YvonneCossart, que na época examinavaamostras no soro de doadores desangue com a finalidade de detectaro antígeno de superfície do vírus dahepatite B, pela técnica de contraimunoeletroforese,quando observouque o teste apresentava reaçõesfalsas-positivas.E por microscopia eletrônica foramidentificadas partículas típicas comaparência de parvovírus conhecida atéentão em animal, que por acidenterecebeu o nome de parvovírus B19,pois o soro do doador era da fileira19 do painel B, código do banco desangue (2, 5, 13).O PB19 e doença em humanosforam associados pela primeira vezem dois pacientes com doença febril,sendo posteriormente consideradoo agente etiológico de importantesmanifestações clínicas, como porexemplo, eritema infeccioso e hidropsiafetal (2, 10).A transmissão pelo B19 podeocorrer naturalmente, pelas vias respiratóriasdisseminadas no ambientepor indivíduos na fase de viremia, everticalmente, por gestantes infectadas.E também por sangue e derivadosatravés de fatores de coagulação econcentrado de hemácias, onde existea possibilidade de que o B19 sejatransmitido através de componentesde sangue não tratado ou resistindoao tratamento térmico geralmenteutilizado (12, 13, 25, 30).A infecção é mais comum emcrianças, entre quatro e 15 anos deidade, sendo caracterizada por eritemainfeccioso, que foi descobertono final do século 17 e é conhecidocomo “quinta doença” em decorrênciade uma lista comum de doençasexantemáticas (23, 28).Com relação à possibilidade decomplicações pelo B19, as gestantesnão imunes são consideradas grupode risco, já que a infecção pode causaraborto espontâneo e hidropsiafetal (22).Propriedades do PB19O B19 é um DNA vírus de filamentoúnico da família Parvoviridae,sendo considerado o menor vírus DNAcom 18 a 26 nm de diâmetro. Possuiestrutura icosaédrica sem envoltório112<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


vidos na Inglaterra e Estados Unidos,estima-se que o risco de infecção etransmissão viral entre as mulheresinfectadas com o B19 durante a gestaçãoé da ordem de 33%, proporçãoque aumenta após a 20ª semanagestacional, estimando-se que cercade 5% a 9% dos casos de transmissãofetal resultem em perda fetal (12, 28).Os efeitos fetais provocados sãomais graves, quando a infecção ocorreentre a 10ª e 20ª semana de gravidez,levando em consideração quea resposta imunológica fetal aindanão é capaz de debelar a infecção,coincidindo com a intensa atividademetabólica dos precursores eritroides,ocorrência em que o B19 destrói omaior número de células, colaborandocom o aumento da frequência dosabortos (1, 11, 28).O mecanismo subjacente dasinfecções fetais desencadeadas peloB19, ocorrido na segunda metadeda gravidez, demonstra queda naconcentração de hemoglobina fetalresultando em anemia severa, o quedesencadeia elevada produção cardiogênicacom insuficiência cardíaca(que contribui para um certo grau demiocardite) e anasarca num quadrode hidropsia fetal não imune (14, 26).A falência cardíaca é em decorrênciado tropismo que o vírus apresentapelas células miocárdicas, o queresulta em miocardite evidenciadaatravés de alterações inflamatóriasnos músculos cardíacos, caracterizadapor fibroelastose subendocárdica (20).Ainda devido ao tropismo do B19, ahepatite fetal crônica está associadaà ocorrência de hemossiderose devidoà grande destruição das célulasvermelhas, assim como pela infecçãodos hepatócitos pelo vírus, que normalmenteocorre entre a 8ª e 20ªsemana de gestação (1, 3, 14, 28).Histologicamente comum a todosos casos, é a presença de efeito citopáticodemonstrado pela inclusãointranuclear nas células precursorasdo sistema eritropoético e evidênciade vasculite nos vilos placentários,mostrando ainda que estas característicashistopatológicas independemda idade gestacional (18).O feto infectado pelo B19 podemostrar sinais de hidropsia fetal, quepela ultrassonografia são demonstradosatravés de formas típicas deascite, cardiomegalia e derrame pericárdico.Em casos mais avançados,edemas generalizados e placentahidrópica, sendo que estes quadrossão responsáveis por pré-eclampsiamaterna, com pernas inchadas,hipertensão, proteinúria e anemia,caracterizando a “síndrome refletida”(espelho), assim definida porque ossinais maternos aparentemente refletemos sinais do feto (14).O monitoramento das pacientes infectadascom o parvovírus B19 durantea gravidez pode ser seguido através doprotocolo de avaliação do diagnósticoda infecção em gestantes expostas aovírus, conforme mostra a Figura (2).A sorologia para o B19 em mulheresgrávidas expostas ao víruscompreende na determinação de an-Figura 2. Protocolo de diagnósticos para a avaliação de possível exposição do parvovírusB19 na gravidez Fonte: Beigi et al. (2008)114<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


ticorpos específicos IgG e IgM o maisrápido possível, podendo mostrar asseguintes situações:1. Resultados positivos para IgG enegativos para IgM indicam infecçãopassada (sem risco para o feto).2. Resultados positivos para IgG eIgM indicam infecção nos últimos setea 12 dias (eventual risco para o feto).3. Resultado negativo para IgGe positivo para IgM indicam infecçãoaguda (maior risco para o feto).4. Resultado negativo para IgGe IgM indicam que a mãe não estáimune e que não existe evidência deinfecção aguda. Neste caso, repetiro teste sorológico em três semanas.Resultado positivo para IgM, indicauma infecção aguda (6).Ao ser verificada a presença deexantema em gestantes, é esclarecedoro diagnóstico laboratorial. Ogrande problema está nos casos de infecçãoassintomática, o que não excluia transmissão para o feto e por essemotivo a importância da realizaçãodo diagnóstico IgG pré-natal e que osprofissionais de saúde se mantenhamem alerta para essa infecção nas mãesIgG negativas.Quando comprovada a infecçãoem gestantes, deve-se fazer acompanhamentopor ultrassonografiaperiodicamente e, caso sejam observadasalterações, fazer transfusãosanguínea no feto, o que podeamenizar o quadro (30).A ultrassonografia é o examemais apropriado para identificarhidropsia fetal, no entanto, a confirmaçãoda infecção fetal pelo parvovírusB19 só é possível atravésda biologia molecular (PCR – Reaçãoem cadeia da polimerase) nosespécimes clínicos como: líquidoamniótico, sangue do cordão umbilicale, em casos de hidropsia grave,derrame pleural (7, 11, 22).EpidemiologiaA distribuição do parvovírus B19é frequente em todo o mundo, sendoo eritema infeccioso em crianças amanifestação mais comum (4).O período de incubação varia dequatro a 14 dias, sendo a infecçãoem crianças caracterizada por eritemainfeccioso, enquanto que no adultopode ser assintomático em até 50%dos casos (2).A viremia ocorre de seis a oitodias após a exposição, persistindopor quatro a sete dias. O exantemacutâneo, devido à deposição de complexosimunes, aparece 16 dias apósa exposição e oito dias após a viremia,acometendo de preferência a “faceesbofeteada”, podendo atingir o troncoe membros (13).A transmissão do B19 é mediadaatravés das vias respiratórias disseminadasno ambiente por indivíduosem fase de viremia, havendo algunscasos de transmissão transplacentáriaou sanguínea (13).A disseminação entre pessoas éelevada, ocorrendo em grupos familiares,escolas, profissionais de áreasem que, em geral, as mulheres comcontato direto com crianças e emcasos de surtos e epidemias entrepopulação da comunidade (26).A transmissão do B19 via transmissãodoméstica apresenta uma taxade 50% dos casos e a transmissãoatravés da exposição em escolas ecreches tem sido relatada em tornode 10% a 60% dos casos (21).Uma sazonalidade é observada,onde surtos de eritema infecciosocomeçam a surgir no final doinverno e início da primavera,prolongando-se até o verão e novasepidemias podem ocorrer a cadatrês ou cinco anos (8).Com relação à parvovirose congênita,em 1990 o laboratório de SaúdePública da Inglaterra determinouque a transmissão do vírus pela viaplacentária foi estimada em 33%,proporção que aumenta após a 20ªsemana, estimando ainda que 9%dos casos de transmissão fetal resultemem acometimento do feto (12).Quando a infecção pelo B19 ocorreno último trimestre, a morte fetalatinge a cifra de 7,5%. Diante dessasevidências, visando avaliar a prevalênciadessa infecção em grávidas nacidade de Ribeirão Preto, mostrou-seuma prevalência da infecção pelo vírusaté a 16ª semana de gravidez na faixade 62,9% (11).Em trabalhos realizados na Dinamarca,observou-se que 65% dasgrávidas apresentaram evidênciassorológicas de infecção prévia porB19 (26).Na Holanda, a hidropsia fetalapresenta uma estimativa de 3,9%,sendo que 7,1% das infecções ocorreramentre a 13ª e 20ª semana deidade gestacional. Em casos de infecçãomaterna, a transmissão verticalocorre em 33% a 51% dos casos eo risco de resultado fatal é de 10%,correspondendo a dados de literaturaanterior (14).Com o objetivo de se determinara prevalência de anticorpos IgGcontra o B19 em gestantes com até24 semanas de idade gestacional edetectar a ocorrência de casos dehidropsia fetal não-imune atribuídasa esse vírus, foram estudadas 249amostras de soro em uma maternidadena cidade do Rio de Janeiro,onde a positividade para o vírus foivista em 71,6% das gestantes e 17casos de hidropsia fetal (25).É importante frisar que a prevalênciade anticorpos IgG em gestantesmostra uma variação muitoalta, de 35% a 81%, dependendoda população estudada, sendo que116<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


o número de hidropsia fetal atribuídaao B19 pode apresentar umafrequência ainda maior em anosepidêmicos de eritema infeccioso,provocando infecção de até 13,5%das gestantes suscetíveis não imunes(15,25).Na Alemanha, onde o rastreiopara o B19 é recomendado para mulheresgrávidas com alto risco de exposiçãoao vírus (como professoresprimários ou trabalhadores em creches),chegou-se a dados indicandoque mais de 95% das complicaçõesfetais ocorrem dentro da 12ª semanade idade gestacional (9).Correspondências para:Rosimeire Rodrigues Corrêarosimeire_correa@hotmail.comReferências Bibliográficas1. Al-Khan A, Caligiuri A, Apuzzio J. Parvovírus B19 infection during pregnancy. Infec. Dist. Osbtet. Gynecol. 11(3): 175-179, 2003.2. Anderson MJ et al. An outbreak of erythema infectiosum associated with human parvovirus infection. J. Hyj. Camb. 93: 85-93, 1984.3. Beigi RH et al. High rate of severe fetal outcomes associated with maternal parvovírus B19 infection in pregnancy. Infec. Dis. Obstet.Gynecol. 2008:1-4, 2008.4. Broliden K, Tolfvenstam T, Norbeck O. Clinical aspects of parvovírus B19 infection, J. Internal. Med. 260: 285-304, 2006.5. Cossart YE et al. Parvovírus-like particles in human sera. Lancet, 11:72-73, 1975.6. Cunningham D. Parvovirus B19 infection. Emedicine. Disponível em: . Acesso em: 05abr. 2008.7. Durigon EL et al. Multiple primer pairs for polymerase chain reaction (PCR) amplification of human parvovírus B19 DNA. J. Virol. Met.44(4): 155-165, 1993.8. Durigon EL. Epidemiologia e caracterização molecular de parvovírus humano B19. 1998. 54f. Tese (Livre-Docência em Virologia) - Institutode Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.9. Enders M et al. Human parvovirus B19 infection during pregnancy – value of modern of molecular and serological diagnostics. J. Clin.Virol. 35: 400-406, 2006.10. Florea AV, Lonescu DN, Melhem MF. Parvovírus B19 infection in the immunocompromised host. Arch. Pathol. Lab. Med. 131: 799-804,2007.11. Gonçalves CV et al. Avaliação longitudinal da Infecção por parvovírus B19 entre grávidas em Ribeirão Preto, SP, Brasil. Rev. Bras. Ginec.Obst. 25(5): 317-321, 2003.12. Gradia DF, Zonforlin FSM, Gallop TR. Parvovirose congênita: relato de caso. Rev. Bras. Ginec. Obst. 20(1): 47-49, 1998.13. Heegaard ED, Brown KE. Human Parvovírus B19. Clin. Microbiol. Rev. 15(3): 485-505, 2002.14. Jong EP et al. Parvovirus B19 infection in pregnancy. J. Clin. Virol. 36:1-7, 2006.15. Levy M, Read SE. Erythema infectiosum and pregnancy-related complications. Can. Med. Assoc. J. 143(9): 849-858, 1990.16. Lisboa CP. Parvovírus B19 e sua Importância em Bancos de Sangue. <strong>NewsLab</strong>, 20: 72-77, 1997.17. Lupescu A et al. Phospholipase A2 activity-dependent stimulation of Ca 2+ entry by human parvovirus B19 capsid protein VP1. J. Virology,80(22): 11370-11380, 2006.18. Morey AL et al. Clinical and histopathological features of parvovírus B19 infeccion in the human fetus. J. Obst. Gynecol. 99(7): 566-574,1992.19. Peterlana D et al. Serologic and molecular detection of human parvovírus B19 infection. Clin. Chimica Acta, 372:14 -23, 2006.20. Porter HJ. B19 parvovírus infections of myocardial cells [letter]. Lancet, 8584(1): 535-536, 1988.21. Sabella C, Goldfarb J. Parvovírus B19 Infections. Am. Fam. Physician., 60:1455-1460, 1999.118<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


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ArtigoStaphylococcus aureus Resistente à OxacilinaMateus Prieto de SouzaFundação Valeparaibana de Ensino, Universidade do Vale do Paraíba, Colégio Técnico Antonio Teixeira FernandesTrabalho de Final de Curso. Orientadora e Coordenadora do curso: Simone Del Rio Martiniano FerreiraResumoSummaryStaphylococcus aureus resistente à oxacilinaOs Staphylococcus aureus são cocos Gram positivos, encontradoscolonizando a flora natural, principalmente da pele. Podetornar-se patogênico em condições como a quebra da barreiracutânea ou diminuição da imunidade. Devido à sua virulência, oStaphylococcus aureus pode comprometer o organismo humanoem infecções sistêmicas, ocasionando septicemia, endocardite,choque tóxico e outras complicações, independente da faixa etáriae do ambiente em que foi adquirida a infecção. A oxacilina é umantibiótico pertencente ao grupo das penincilinas resistentes àpenicilinase estafilicócica. A resistência à oxacilina nos Staphylococcusaureus é determinada, na grande maioria das vezes, pelapresença de um gene localizado no cromossomo, o gene mecA.Este gene é responsável pela síntese da penicillin-binding protein(proteína ligadora de penicilina) 2a, ou 2’ (PBP2a ou PBP2’), quesubstitui as outras proteínas ligadoras de penicilina na membrana etêm baixa afinidade não só para a oxacilina como para os outrosantimicrobianos betalactâmicos. Este trabalho teve por objetivopesquisar a resistência do Staphylococcus aureus à oxacilina pelogene mecA, através de testes de difusão de discos conforme osprocedimentos preconizados pelo National Committee for ClinicalLaboratory Standards (NCCLS), usando oxacilina e a cefoxetina.Das 15 amostras analisadas, encontramos nove resistentes à oxacilinae cefoxetina, quatro intermediárias em ambos antibióticos e umasensível à oxacilina e cefoxetina. Nessa situação, o uso correto deantimicrobianos pode garantir, além de sucesso terapêutico, menorpressão seletiva sobre essas bactérias. Por sua vez, para possibilitaro uso correto de antimicrobianos e de medidas apropriadas deprevenção e controle da infecção, é condição essencial à realizaçãode um diagnóstico de suscetibilidade confiável em laboratório.Oxacillin Resistant Staphylococcus aureusStaphylococcus aureus, Gram-positive cocci are found colonizingthe natural flora, especially the skin. It can become pathogenicunder conditions such as the breaking of the skin barrier ordecreased immunity. Because its virulence, Staphylococcus aureuscan compromise the human body in systemic infections, causingsepticemia, endocarditis, toxic shock and other complications,regardless of age and the environment in which the infection wasacquired. Oxacillin is an antibiotic that belongs to the group ofpenicillin resistant to staphylococic penicillinase. The oxacillin resistancein Staphylococcus aureus is determined, in most cases, by thepresence of a gene located on chromosome, the mecA gene. Thisgene is responsible for the synthesis of penicillin-binding protein 2aor 2’ (PBP2a or PBP2’), which replaces the other penicillin bindingprotein in the membrane and low affinity not only to oxacillin and toother betalactamic antimicrobial. This study aimed to investigate theresistance of Staphylococcus aureus to oxacillin by the mecA gene,by testing for the dissemination of discs according to proceduresrecommended by the National Committee for Clinical LaboratoryStandards (NCCLS) using oxacillin and cefoxetina. From the 15samples analyzed, 9 were resistant to oxacillin and cefoxetina,4 intermediate in both antibiotics and 1 sensitive to oxacillin andcefoxetina. In this situation, the correct use of antimicrobials canguarantee, in addition to therapeutic success, less selective pressureon these bacteria. Otherwise to enable the correct use of antibioticsand appropriate measures of prevention and infection control isessential a reliable susceptibility diagnosis in the laboratory.Keywords: Staphylococcus aureus, resistance to oxacillin,laboratory diagnosisPalavras-chave: Staphylococcus aureus, resistência à oxacilina,diagnóstico laboratorial120<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Revisão LiteráriaAntes da introdução dosantimicrobianos na práticaclínica, a letalidade da bacteriemiapor Staphylococcus aureusultrapassava 80% e mais de 70%dos pacientes desenvolviam infecçõesmetastáticas (6). No início da décadade 1940, com a introdução da penicilina,o prognóstico desses pacientesmelhorou bastante (6, 7). No entanto,já em 1942 foram relatadas cepas deStaphylococcus aureus resistentesà penicilina (7). A resistência à penicilinafoi reconhecida e aumentouinicialmente em cepas hospitalarese, depois, na comunidade. Contudo,no final dos anos 1960, as taxas deresistência tanto hospitalares comocomunitárias chegavam a 90% e70%, respectivamente, em algumasregiões da Europa (3). Atualmente,a maioria dos Staphylococcus aureusque causam infecção ou simplesmentecolonizam adultos saudáveis é resistenteà penicilina (5).Esse padrão de evolução da resistência,primeiro nos hospitais eposteriormente na comunidade, hojeé um padrão conhecido que recorre acada introdução e uso de antimicrobianona prática clínica. E a evolução daresistência à oxacilina guarda grandesimilaridade com esse padrão (4).Em 1959, o isolamento do ácido6-aminopenicilânico (6-APA) tornoupossível a produção de penicilinassemissintéticas. Modificações nacadeia desse precursor da penicilinaresultaram em proteção do anel betalactâmicocontra a ação hidrolítica dasbetalactamases. Os primeiros dessesagentes antimicrobianos disponíveispara uso clínico foram a oxacilina e ameticilina, que solucionaram temporariamenteo problema causado pelaresistência do Staphylococcus aureusà penicilina. Porém, o uso dessesagentes foi rapidamente seguido pelosurgimento de cepas resistentes em1961 (6). Desde então, as taxas deresistência do Staphylococcus aureusà oxacilina aumentaram vertiginosamente(1, 4, 6, 7).No início, os Staphylococcus aureusmeticilino-resistentes (MRSA)estavam restritos a centros médicosde referência e hospitais terciários,mas logo se alastraram para serviçose centros de saúde menores. Estudosde vigilância recentes feitos em váriaspartes do mundo mostram prevalênciavariável de MRSA, dependendo dopaís e, principalmente, do hospital ousetor do hospital estudado. Em algunslocais, já foram relatadas taxas acimade 80% (2, 8).No entanto, o MRSA não podemais ser considerado um patógenorelacionado exclusivamente às infecçõesrelacionadas aos serviçosde saúde. A partir dos anos 1990começaram os relatos de infecçõespor MRSA associadas à comunidade(CA-MRSA: community-associatedmethicillin resistant Staphylococcusaureus) em pacientes sem fatores derisco identificáveis para aquisição deMRSA, ou seja, não tinham contatofrequente, direto ou indireto, comserviço de saúde que pudesse explicara infecção por MRSA associadaaos cuidados de saúde (health-careassociated methicillin-resistant Staphylococcusaureus [HCA-MRSA])(4, 7, 9, 10).Os CA-MRSA já foram descritosem várias regiões do globo, entreelas o Brasil (11). Além de infectaremindivíduos sem fatores de riscoaparentes, essas cepas têm perfil deresistência e virulência peculiares.Quanto à resistência, são menosresistentes a outras classes de antimicrobianosnão-betalactâmicosdo que os HCA-MRSA (8, 9, 11). Emrelação à virulência, nessas cepasexiste alta prevalência dos genes quecodificam a produção da leucocidinade Panton-Valentine (PVL), uma exotoxinaassociada a infecções de pelee partes moles graves, bem como apneumonia necrotizante (14, 20),embora seu exato papel na patogeniadessas infecções não tenha sidototalmente esclarecido (9, 11).Apesar de diversos estudos publicadossobre possíveis diferençasquanto à virulência entre os Staphylococcusaureus sensíveis à oxacilina eos resistentes, não há, até o momento,evidências conclusivas para essaquestão (9).Para os HCA-MRSA, nas últimasdécadas, uma das poucas opçõestêm sido os glicopeptídeos, principalmentea vancomicina. Mas, em 1996,foi identificado no Japão o primeiroisolado de Staphylococcus aureuscom suscetibilidade reduzida à vancomicina(vancomycin-intermediateStaphylococcus aureus [VISA]) (12).Desde então, diversos relatos de isoladosde VISA ocorreram no mundo,inclusive no Brasil (8, 13).Em junho de 2002, o primeiroStaphylococcus aureus com resistênciaplena à vancomicina (vancomycin-resistantStaphylococcus aureus[VRSA]) foi identificado em Michigan(EUA) (6). Apenas dois meses depois,um segundo VRSA foi isolado naPensilvânia (EUA) (8) e uma terceiracepa de VRSA foi descrita em NovaIorque (EUA) após mais de um anoe meio (9). O quarto, quinto e sextoisolados de VRSA também foramisolados em Michigan, o último emjaneiro de 2006 (8).Nesse panorama, o diagnóstico corretoda resistência à oxacilina é, maisdo que nunca, vital, tanto por razõesclínicas quanto epidemiológicas.122<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


IntroduçãoOs Staphylococcus foram primeiramenteobservados e cultivados porPasteur e por Koch, mas os estudosdetalhados iniciais em Staphylococcusforam feitos por Ogston em 1881 e porRosenbach em 1884 (3).A bactéria Staphylococcus recebeuseu nome por Ogston em 1881que observou como cachos de uva,o conjunto das bactérias no pus dosabscessos humanos. Três anos maistarde, Rosenbach podia isolar e fazercrescer estes micro-organismos nacultura pura. Deu a estas bactériaso nome Staphylococcus específico doepithet aureus por causa da aparênciapigmentada amarelo-alaranjada desuas colônias (1).Rosenbach mostrou que o Staphylococcusaureus era responsávelpor infecções e furunculose de feridase que era uma colônia normal e naturalda pele.Sempre que Rosenbach descreviao crescimento destes cocos “dourados”,os cirurgiões passavam a temercada vez mais infecções estafilocócicasna ferida após a cirurgia (1).Consequentemente, na era do préantibiótico,Staphylococcus aureusficou conhecido como um patógenode difícil tratamento. As infecçõesestafilocócicas são caracterizadas pelainflamação intensa de tecidos locaiscom uma tendência para que a áreainfectada torne-se encapsulada, conduzindoà formação dos abscessos (1).A infecção estafilocócica maiscomum é o furúnculo, que é uma infecçãosuperficial dolorosa localizadana pele, que se forma em um folículoou em uma glândula pilosa.O organismo infectado é geralmenteidêntico àquele em que estavainstalada a bactéria. A infecção estafilocócicapode se espalhar de umfurúnculo aos tecidos subcutâneosmais profundos, tendo por resultado odesenvolvimento de um ou mais abscessos.Pode também se espalhar pelacorrente sanguínea do paciente gerandoinfecções em outros sistemas.A característica mais extraordináriado Staphylococcus aureus é asua elevada capacidade de adquirirresistência aos antibióticos. Nenhumaoutra espécie bacteriana, comsemelhante nível de virulência parao organismo humano, apresentatamanho grau de flexibilidade parasuportar e sobreviver à terapia antimicrobiana(12).Estrutura do Staphylococcus aureusOs componentes citoplasmáticosFigura 1. Staphylococcus aureus observados em microscópioFonte: www.clfs.umd.edu/.../asmith/Staphylococcus.jppdos estafilococos não variam doscomponentes gerais de uma célulabacteriana, sendo os principais:• O nucleotídeo, onde se encontra ocromossomo bacteriano• Os ribossomos, responsáveis pelasíntese proteica• Os plasmídios, moléculas de ADNcirculares capazes de autoduplicaçãoindependente da replicação cromossômica(2)• Outra estrutura que pode estar presentesão os flagelos, responsáveispela movimentação das bactériasA parede celular dos estafilococosé constituída por:• Cápsula: camada frouxa de polissacarídeosque protege as bactériasao inibir quimiotaxia e a fagocitose.Também facilita a aderência a materiaissintéticos• Peptideoglicano: componente estruturalcomposta de cadeias de glicanode ligação cruzada com peptídeos econfere maior rigidez à parede• Proteína A: reveste a superfície dosestafilococos e se liga a camada depeptideoglicano. Eficaz na prevençãoda eliminação do micro-organismopelo sistema imune• Ácidos teicoicos: polímeros quecontém fosfatos ligados à camadade peptideoglicano ou à membranaplasmática. Mediam a fixação dosestafilococos às superfícies mucosas• Fator de aglutinação: proteína queprovoca aglutinação ou agregaçãodos estafilococosOs Staphylococcus são bactériasGram positivas em forma de cocos,que crescem seguindo um padrãoque se assemelha a um cacho de uvas(2), como observados na Figura 1.124<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Principais sintomas causadospelo Staphylococcus aureusO Staphylococcus aureus, um cocoGram positivo, encontrado colonizandoa flora natural, principalmente da pele,pode tornar-se patogênico em condiçõescomo a quebra da barreira cutâneaou diminuição da imunidade (5).Os traumas que comprometema integridade da barreira cutâneaconstituem-se na principal causa demudança de comportamento deste micro-organismo,para agente etiológicomais comum das infecções cutâneasDevido a sua virulência, o Staphylococcusaureus pode comprometero organismo humano em infecçõessistêmicas, ocasionando septicemia,endocardite, choque tóxico e outrascomplicações, independente da faixaetária e do ambiente em que foi adquiridaa infecção. O potencial patogênicodeste micro-organismo está associadoà diferenciada capacidade de mutaçãopara formas resistentes, exigindo reavaliaçõesperiódicas de seu perfil desusceptibilidade (3).PenicilinaA penicilina é um antibiótico naturalderivado de um fungo, o bolor dopão Penicillium chrysogenum (Penicilliumnotatum). Ela foi descoberta em 15 desetembro de 1928, pelo médico e bacteriologistaescocês Alexander Fleminge está disponível como fármaco desde1941, sendo o primeiro antibiótico aser utilizado com sucesso. O nomepenicilina é usado também para outrosantibióticos relacionados (12, 26).Todos os antibióticos beta-lactâmicos(penicilinas e cefalosporinas) interferemna parede celular bacteriana.A penicilina acopla num receptor dessaparede e interfere com a transpeptidaçãoque ancora o peptidoglicanoestrutural de forma rígida em voltada bactéria. Como o interior desta éhiperosmótico, sem uma parede rígidahá afluxo de água do exterior e abactéria lisa (12).O principal mecanismo de resistênciade bactérias à penicilina baseia-sena produção por elas de enzimas, aspenicilinases, que degradam a penicilinaantes de poder ter efeito (26).Staphylococcus aureus resistenteà penicilinaNo início dos anos 1940, os Staphylococcusaureus, isolados de diferentesprocessos infecciosos, apresentavamuma boa resposta clínica dianteda penicilina (30).Em 1942, a resistência à penicilinacomeçou a ser descrita em algumasdessas cepas, decorrente da produçãode penicilinases.De 1944 a 1945, cepas com produçãode beta-lactamases (penicilinases)passaram a ser isoladas em diferenteshospitais e regiões, levando auma resistência expressiva que limitouo uso da penicilina e seus derivadosno decorrer dos anos subsequentes.Na década de 1950, a produçãode penicilinases pelo Staphylococcusaureus passou a predominar nas cepasisoladas de pacientes hospitalizados. Aresistência bacteriana era, na época,considerada um problema novo e começoua tomar crescentes proporçõesà medida que foram descobertas eintroduzidas novas classes de antibióticosna prática clínica (34).OxacilinaA oxacilina é um antibiótico pertencenteao grupo das penincilinas resistentesà penicilinase estafilicócica. Asua principal indicação são as infecçõesprovocadas por estes germes emvárias localizações, nomeadamenteabcessos, septicemias, pneumonias.A oxacilina é indicada para detectara resistencia de Staphylococcus aureus,in vitro, por ser mais resistenteà degradação e a mais sensível paradetecção de heterorresintência (váriostipos de resistência do Staphylococcusaureus a antimicrobianos).Mecanismos de resistência doStaphylococcus aureus à oxacilinaA resistência à oxacilina no Staphylococcusaureus é determinada,na grande maioria das vezes, pelapresença de um gene localizado nocromossomo, o gene mecA (3,4).Este gene é responsável pelasíntese da penicillin-binding protein(proteína ligadora de penicilina) 2a,ou 2’ (PBP2a ou PBP2’), que substituias outras proteínas ligadoras depenicilina na membrana e têm baixafinidade não só para a oxacilina comopara os outros antimicrobianos betalactâmicos(12).Staphylococcus aureus possuicinco PBPs. As PBPs são enzimas quecatalisam a etapa terminal da sínteseda parede bacteriana e se localizamna membrana celular da bactéria. AsPBP 1, 2 e 3 são essenciais e têm altaafinidade (sítios-alvo) com os antibióticosbeta-lactâmicos, unindo-se aesses por ligações covalentes. A resistênciaà meticilina em estafilococosé devida à produção de uma PBPadicional, anômala, denominada PBP2a, que apresenta baixa afinidadecom os antibióticos beta-lactâmicos.Esta proteína alterada é codificadapor um gene cromossômico denominadomecA, que é responsável pelaresistência intrínseca dos estafilococosmeticilina a todos os antibióticosbeta-lactâmicos (30).O gene mecA faz parte de umailha genômica de resistência chamadastaphylococcal cassette chromosomemec (SCCmec), podendo essas ilhasconter também outros genes de resistênciaa antimicrobianos (9).126<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


A resistência fenotípica à oxacilinaé extremamente variável e dependeda expressão do gene mecA.Essa variabilidade é reconhecidacomo heterorresistência fenotípica,e se caracteriza pelo fato de que detoda população bacteriana heterogeneamenteresistente, assim comotodas as células, carregam o genemecA, marcador genotípico da resistência,porém nem todas expressamfenotipicamente sua resistência damesma forma (10).Cada cepa de Staphylococcus aureusresistente à meticilina (MRSA)apresenta um perfil característico daproporção de células que crescem napresença de concentrações específicade oxacilina e de diferentes condiçõesambientais (9, 10).Outros mecanismos de resistênciaà oxacilina, mais raros, que podemocorrer incluem a superprodução debetalactamases e a produção de PBPshabituais (não a PBP2a), porém comgraus variados de afinidade pelosbetalactâmicos (10, 12, 15). Essesisolados que elevam muito a produçãode betalactamases e/ou com PBPsmodificadas, em geral, apresentamresistência fenotípica limítrofe ou debaixo grau (10).MateriaisMeios de cultura· Infuso cérebro coração (BHI) (Oxoid)· Ágar Muller- Hinton (Yetec)· Sangue de carneiro disfibrinado(CECON)Vidrarias· Tubo de ensaio· Placa de Petri· Bastão de vidro· Erlenmeyer· BeckerEquipamentos· Agitador e aquecedor (n° MP. 5901,modelo 258, Fanem)· Balança analítica (n° 09/19 modeloB1600: Micronal)· Autoclave (n°09.1982, modelo 103,Falbbe Primar)· Estufa microbiológica (modelo 02CB, Fanem)CepasForam utilizadas 15 cepas clínicasisoladas com Staphylococcus aureusde diversos materiais clínicos comohemocultura, secreções da nasofaringe,axilar entre outras.sendo utilizada por várias décadas,com estudos mostrando acuráciasvariadas (3, 12-14, 17, 19), provavelmentedevido à ocorrência dofenômeno da heterorresistência.Teste de sensibilidade por discodifusãoUm inóculo padronizado da bactéria(escala 0.5 de MacFarland) écolocado sobre a superfície do ágarMueller Hinton usando a técnica deesgotamento, como podemos observarna Figura 2.Após o inóculo, o disco do antimicrobianoé colocado sobre o ágar;incubado a 35°C durante 24 horas elogo após comparado com a tabelade NCCLS.A leitura do TSA é feita através damedida do diâmetro e comparado coma tabela do NCCLS, em milímetros.Nessa leitura o micro-organismo poderáser caracterizado como sensível,intermediário ou resistente.A interpretação dos halos de inibiçãopara oxacilina está descrita naTabela 1.ObjetivosEstudar a resistência in vitro doSaphylococcus aureus a oxacilina.Estudar através de cepas clínicas,de Staphylococcus aureus, aresistência desse micro-organismoà oxacilina.Conhecer o motivo da resistênciaStaphylococcus aureus à oxacilina,através de levantamento bibliográfico.Utilizar o teste de sensibilidade aantimicrobianos (TSA), aplicando atécnica de difusão de discos.MétodosPara detecção rotineira da resistênciaà oxacilina os testes de discodifusão são os mais largamenteutilizados. Entre todas as penicilinaspenicilinase-estáveis, a oxacilinaé a preferida para testes in vitroutilizando disco-difusão (11) e vemTabela 1. Valor de referência - tabela do NCCLS (janeiro de 2008)Staphylococcus aureusSensível(halos de inibição em mm)Figura 2. Agar sangue com Staphylococcusaureus já semeadoIntermediário(halos de inibição em mm)Resistente(halos de inibição em mm)Oxacilina 1mcg Maior ou igual a 13 11 a 12 Menor ou igual a 10<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011127


Disco de oxacilina 1mcgSe o resultado se caracterizarcomo intermediário, será realizadoo teste com o disco de Cefoxitina30mcg.Disco de cefoxitina 30 mcgNos últimos anos, diversos autorestêm demonstrado a boa acuráciado teste de disco-difusão comcefoxitina para o diagnóstico daresistência à oxacilina em estafilococos(14, 17-20, 22, 25, 26). Paraos Staphylococcus aureus, os testescom disco de cefoxitina seriam, nomínimo, comparáveis em acuráciaaos testes com disco de oxacilina,porém em geral o primeiro teria leituramais fácil, devido ao maior haloe à possibilidade de ser lido usandoluz refletida, e não transmitida, comono caso do disco de oxacilina.Assim, segundo o Clinical and LaboratoryStandards Institute (CLSI),que introduziu os pontos de corte decefoxitina para os estafilococos em2005, para o Staphylococcus aureuso disco com cefoxitina deveria serpreferido ao de oxacilina (11). Nessecaso, cabe lembrar que o teste comdisco de cefoxitina tem a finalidade dedetectar resistência à oxacilina e nãoà própria cefoxitina (16, 26).Skov et al. (16) também sugeriramalterações nos pontos de cortepara aumentar a sensibilidade dessemétodo. Finalmente, em 2007,o CLSI (11) mudou os pontos decorte para o teste de disco-difusãocom cefoxitina, com o objetivo deaumentar a sua acurácia (pontos decorte anteriores: R quando < 19 mme S quando > 20 mm (12); pontosde corte atuais: R quando < 21 mme S quando > 22 mm [11]).O resultado do teste do disco decefoxitina 30mcg fornece pontos decorte alternativos para detecção deFigura 3. Resistência do Staphylococcusaureus resistente à oxacilina comprovadopela cefoxitinaresistência ao grupo PPR (oxacilina,meticilina) em Staphylococcus aureusque funciona como um marcador.Os Staphylococcus aureus queapresentam resultados com zonasde diâmetro de cefoxitina menor ouigual a 19 mm devem ser consideradoscomo resistentes à oxacilina.Staphylococcus aureus com zonas dediâmetro de cefoxitina maior ou iguala 20 mm devem ser consideradossensíveis à oxacilina. Os pontos decorte fornecidos funcionam como testede screening para a verificação daresistência mediada pelo gene mecA.ResultadosNas 15 amostras analisadas,encontraram-se nove amostras deStaphylococcus aureus resistentes àoxacilina e cefoxitina, quatro intermediáriasa ambos os antibióticos e umasensível à oxacilina e cefoxitina. Dadospercentuais são dados na Tabela 2.Tabela 2. Resultados das amostras analisadasFigura 4. Sensibilidade do Staphylococcusaureus sensível à oxacilina comprovado pelacefoxitinaDiscussãoAs infecções por MRSA se tornaramnos últimos anos um problema cadavez mais complicado, com as novas epreocupantes questões dos Staphylococcusaureus resistentes à oxacilinaassociados à comunidade (14,28), edos recentes relatos de resistênciaintermediária (25) e até mesmo plenaà vancomicina (6). Nessa situação, ouso correto de antimicrobianos podegarantir, além de sucesso terapêutico,menor pressão seletiva sobre essasbactérias. Por sua vez, para possibilitaro uso correto de antimicrobianos ede medidas apropriadas de prevençãoe controle da infecção, é condiçãoessencial a realização de um diagnósticode suscetibilidade confiável emlaboratório.Têm sido relatadas resistênciasdos Staphylococcus aureus à oxacilinaem várias partes do mundo. Kemoto ecols (32), no Japão, encontraram 67%de resistência nas infecções respira-Staphylococcus aureus Sensível Intermediário Resistente1 amostra(7%)4 amostras(29%)9 amostras(64%)128<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


tórias inferiores. Na Europa, Voss ecols (33), examinando 43 laboratóriosem dez países, encontraram valoresque variaram de menos de 1% naEscandinávia até acima de 30% naEspanha. A história do tratamento doStaphylococcus aureus inicia com apenicilina em 1942 (38,39).A penicilina G se mantinha como aprimeira indicação para o tratamentodas cepas meticilino-sensíveis, aspenicilinas penicilinases resistentespara as cepas meticilino sensíveis e avancomicina para as cepas meticilinoresistentes (34).Autores como Sorrell e cols (35),em 1982, propuseram que a vancomicinafosse empregada somenteno tratamento de infecções sérias,sendo seu uso particularmente útilno tratamento das infecções causadaspor Staphylococcus aureus meticilinoresistentes,incluindo a pneumonia, aendocardite, a osteomielite e os abscessosde tecidos moles (37).Em 1996, a penicilina G deixoude ser indicada para o tratamento doStaphylococcus aureus (36).Em pouco mais de 20 anos a indicaçãode Sorrell e cols. (35), parao uso da vancomicina somente eminfecções oxacilino-resistentes, tendea se tornar sem efeito, pela resistênciaelevada à oxacilina alcançada peloStaphylococcus aureus, especialmentenos casos iniciais do tratamento dasinfecções, quando o diagnóstico microbiológicoe o teste antimicrobianoin vitro ainda não podem ser estabelecidos(37-43).No caso de o Staphylococcus aureusse tornar resistente também àvancomicina, já existe a perspectivada indústria farmacêutica de produzirnovos antibióticos para este fim. Emalguns países encontra-se em faseIII de estudo clínico o quinopristandalfopristin(Synercid), droga quetem sido usada para o combate aoEnterococcus faecium, ao Streptococcuspneumoniae e ao Staphylococcusaureus, todos eles resistentes à vancomicina(44-49).No entanto, antes mesmo de serempregada amplamente na clínica,já há relatos de resistência a estadroga. O processo parece se repetir:novas drogas surgem e bactérias antessensíveis já se tornam resistentesa elas, até que um dia a populaçãode bactérias resistentes se torna tãogrande que não deixa mais lugar paratais antibióticos atuarem (50). Parecenão ser possível impedir o aumento daprevalência de cepas resistentes aosantibióticos, porém é possível prolongaro tempo para que este fenômenoocorra se quantidades menores deantibióticos forem empregados. Paraisto, seria necessário que apenas ospacientes que realmente possuemuma infecção fossem tratados comantibióticos. Portanto, a melhor capacidadede diagnóstico do agenteetiológico deve ser o fator diferencial.ConclusãoA resistência do Staphylococcusaureus à oxacilina nas amostras estudadasfoi de 64%. A penicilina nãotem mais lugar como droga terapêuticapara o germe. Para os casos graves deinfecção, nos quais há a suspeita de oStaphylococcus aureus ser o agenteetiológico, é mais seguro usar a vancomicinacomo antibiótico de escolha,devido ao alto índice de resistência domicro-organismo à oxacilina; porém,sempre que o diagnóstico do microorganismofor obtido e confirmado queele não é resistente, é aconselhávelusar a oxacilina ou outro antibióticosensível e com boa penetração no sítioda infecção. Sugere-se que uma formade retardar o surgimento de resistênciaà vancomicina (glicopeptídeos).Correspondências para:Mateus Prieto de Souzamateusprieto2@gmail.comReferências Bibliográficas1. Vertoni PC. Produção de enterotoxinas por linhagens de staphylococcus aureus rosenbach, 1984, isoladas de fossas nasais e de algumas amostras clinicas. Pág.172. 1991.2. Trabulsi LR et al. Morfologia e estrutura da célula bacteriana. In: Microbiologia. V. 1, 2ª ed., c.1, p. 3-11. Livraria Atheneu <strong>Ed</strong>itora, São Paulo – Rio de Janeiro, 1991.3. Oliveira GA, Levy CE & Mamizuka E.M. Estudo do perfil de resistência de 626 cepas de Staphylococcus aureus isoladas de 25 hospitais brasileiros entre setembrode 1995 e junho de 1997. J. Bras. Pat., 36: 147-56, 2000.4. Chambers HF. Methicillin resistance in Staphylococci: molecular and biochemical basis and clinical implications. Clin Microbiol Rev, 10: 781-91, 1997.5. Lowy FD. Antimicrobial resistance: the example of Staphylococcus aureus. J Clin Invest, 111: 126573, 2003.6. Lowy FD. Antimicrobial resistance: the example of Staphylococcus aureus. J Clin Invest, 111:126573, 20037. Maranan MC et al. Antimicrobial resistance in Staphylococci: epidemiology, molecular mechanisms and clinical relevance. Infect Dis Clin N Am, 11: 813-49, 1997.8. Oliveira DC, Tomasz A, De Lencastre H. Secrets of success of a human pathogen: molecular evolution of pandemic clones of methicillin-resistance Staphylococcusaureus. Lancet Infect Dis, 2: 180-9, 2002.9. Gorak EJ, Yamada SM, Brown JD. Community-acquired methicillin-resistant Staphylococcus aureus in hospitalized adults and children without known risk factors.Clin Infect Dis, 29: 797-800, 1999.130<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


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ArtigoGrau de Eosinofilia em Enteroparasitoses em umLaboratório de Paulo Afonso – BAJoão Paulo dos Santos¹, Manina de Brito Kowalski², Rúbia Maysa de Souza 3 ,Fernando Wagner da Silva Ramos 4 , Luiz Arthur Calheiros Leite 51 - Biomédico Graduado pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió – CESMAC2 - Farmacêutica-Bioquímica Graduada pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió – CESMAC3 - Acadêmica do curso de Biomedicina do Centro de Estudos Superiores de Maceió – CESMAC4 - Mestre em Ciências da Saúde, UFAL, Biomédico Professor da Disciplina de Hematologia da graduação e da pós-graduação lato sensuem Hematologia, CESMAC5 - Mestre em Ciências, UNIFESP, Biomédico Professor da Disciplina de Hematologia e coordenador da pós-graduação lato sensu emHematologia, CESMACFaculdade de Ciências Biológicas e da Saúde – FCBS; Centro de Estudos Superiores de Maceió – CESMACResumoSummaryGrau de eosinofilia em enteroparasitoses em umlaboratório de Paulo Afonso – BAEosinofilia é o aumento no número de eosinófilos no sangueperiférico, relacionada principalmente às parasitoses e alergias.O objetivo deste estudo foi avaliar o grau de eosinofilia relativae absoluta em pacientes portadores de enteroparasitoses. Paraisso, foi realizada uma busca retrospectiva, através do bancode dados do Laboclinpa, em Paulo Afonso - BA, no período demarço a setembro de 2008. A amostra consistiu de 538 pacientesusuários do Sistema Único de Saúde. Considerou-se eosinofilialeve valores entre 500 e 1.200/mm³; eosinofilia moderada, entre1.200 e 3.000/mm³; e eosinofilia acentuada, acima de 3.000/mm³. As amostras de fezes foram analisadas pelos métodos deHPJ e Baermann-Moraes. A relação entre parasitose e eosinofiliafoi avaliada por correlação não paramétrica, através do teste deSpaerman. Observou-se positividade em 47,65% das amostras,com maior prevalência de protozoários (76,95%). O complexoEntamoeba histolytica/dispar foi mais prevalente entre os enteropatógenos(27,32%), seguido pela Giardia lamblia (20,63%) eAscaris lumbricoides (17,84%). O comensal mais prevalente foiE. coli (50,92%). Em relação à contagem relativa de eosinófilos,35,08% dos pacientes apresentaram eosinofilia leve e 3,93%eosinofilia moderada. A contagem absoluta apontou 32,72% dospacientes com eosinofilia leve e 2,88% com eosinofilia moderada.Não foram identificados casos de eosinofilia acentuada. Eosinofilialeve e moderada foram observadas com maior frequência emGiardia lamblia (47,75%). Crianças menores de 10 anos foramThe degree of eosinophilia in enteroparasitosis, locatedin the laboratory of Paulo Afonso – BAEosinophilia is the increased number of eosinophils in theperipheral blood, which correlates to parasites and allergies. Theobjective of this study was to evaluate the degree of relative andabsolute eosinophilia in the carrying patients of enteroparasitosis.This retrospective search was carried through using the data baseof the Laboclinpa, in Paulo Alfonso - BA, during the period ofMarch and September of 2008. The sample came from 538 usingpatients of The Unique System of Health, without definition of sexand age. Light Eosinophilia is considered to have values between500 to 1200/mm³; moderate eosinophilia has values between1200 and 3000/mm³; and high eosinophilia has values above3000/mm³. The feces samples were analyzed by the HPJ andBaermann-Moraes methods. The relation between parasitism andeosinophilia was evaluated by not-parametric correlation, throughthe Spaerman test. 47.65% of the samples observed returned positive,with larger prevalence of protozoon’s (76.95%). The complexof Entamoeba histolytica/dispar presented greater prevalencebetween the enteropathogens (27.32%), followed by Giardialamblia (20.63%) and Ascaris lumbricoides (17.84%). The mostprevalent was E. coli (50.92%). In regards to the relative countingof eosinophils; 35.08% of the patients presented light eosinophiliaand 3.93% presented moderate eosinophilia. The absolute countingidentified 32.72% of the patients with light eosinophilia and 2.88%with moderate eosinophilia. Cases of high eosinophilia have notbeen identified. Light and moderate eosinophilia has been observed134<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


os mais acometidos por parasitoses, além de apresentarem maiorrelação com eosinofilia. Portadores exclusivamente de espéciesnão patogênicas apresentaram contagem normal de eosinófilos em94,87% das amostras. Dessa maneira, pode-se concluir que a regiãoestudada apresenta alta prevalência de parasitoses intestinais,geralmente associadas ao aumento no número de eosinófilos. Alémdos helmintos, a presença de Giardia lamblia também se mostroucapaz de causar eosinofilia, o que pode ser decisivo na suspeitade infecção por este parasita em áreas endêmicas.Palavras-Chave: Eosinofilia, parasitoses intestinais, protozoáriosmore frequently in Giardia lamblia (47.75%). Children less than 10years old, were the most injured with parasitism, presenting greaterrelation with eosinophilia. Carriers of not pathogenic species hadexclusively presented normal counting of eosinophils in 94.87% ofthe samples. Because of this, we conclude that the studied regionpresents a high prevalence of intestinal parasitism, associated tothe increase in the number of eosinophils. Besides the helminthes,the presence of Giardia lamblia also revealed that it is capable ofcausing eosinophilia, which can be decisive in the identification ofthe infection for this parasite in endemic areas.Keywords: Eosinophilia, intestinal parasites, protozoanIntroduçãoOs eosinófilos são granulócitosque se encontram noorganismo em quantidadeestreitamente regulada, mantendo-seno sangue periférico em média de 1 a6%. Após sua liberação pela medulaóssea, permanecem de 6 a 12 horasna corrente sanguínea e migram paradiversos tecidos, como pele, tratogastrointestinal e trato respiratório.Diversas doenças e complicaçõesclínicas acompanham-se de acúmulode eosinófilos no sangue e nos tecidosacometidos (12, 14).Em infecções parasitárias, a eosinofiliacostuma ser constante eproporcional à infestação, em especialna ancilostomose, esquistossomose,ascaridíase, filariose e toxocaríase. Oaumento de eosinófilos em infecçõespor helmintos é bastante conhecido,porém esta condição parece ocorrertambém na presença de protozoários.Há graus diferentes de eosinofilia,dependendo do agente etiológico,do nível de infestação e da fase emque se encontra a patologia. Se ocorrerinvasão tecidual, normalmentea eosinofilia é mais pronunciada,reduzindo-se nas situações em que oparasita está habitando à luz viscerale desaparecendo se houver encistamento(2, 10, 13).As enteroparasitoses constituemgrave problema de saúde pública,acarretando em alta morbi-mortalidade,especialmente em países com menordesenvolvimento, o que decorre daíntima relação destas infecções com ascondições de saneamento básico, graude escolaridade, hábitos de higiene,idade e estado nutricional da população.As infecções por parasitas acometemcom maior frequência as criançase adultos jovens, o que pode provocarredução do estado nutricional, retardono crescimento e baixo aproveitamentoescolar, dentre outros agravos (4,5, 13, 16).Estima-se que cerca de 10% dapopulação mundial seja acometidapela amebíase, o que representa até110.000 mortes ao ano. Dentre as parasitosesintestinais mais frequentes,além da amebíase, estão a ascaridíasee as infecções causadas por helmintoscom ganchos (1,3 bilhão de casos/ano), a tricuríase (900 milhões/ano),giardíase (200 milhões/ano) e esquistossomose(150 milhões/ano) (10).O presente estudo teve comoobjetivo avaliar o grau de eosinofiliarelativa e absoluta em hemogramasde pacientes portadores de enteroparasitoses,comprovadas pelo exameparasitológico das fezes, em um laboratóriode Paulo Afonso-BA.Material e MétodoFoi realizado um estudo retrospectivoatravés da coleta de informaçõesprovenientes de um Banco de Dadosdo laboratório Laboclinpa situado nacidade de Paulo Afonso-BA, durante operíodo de março a setembro de 2008.A amostra consistiu de informaçõespresentes nos resultados dos examesde 538 pacientes, vindos do SUS, queprocuraram o referido laboratório paraa realização do hemograma completoe de parasitológico de fezes.Foi analisada a incidência de parasitosesintestinais na populaçãoestudada, identificando a faixa etáriamais acometida e os parasitas maisprevalentes. Os resultados dos parasitológicosforam correlacionadoscom os valores hematológicos obtidos(dosagem de hemoglobina, númerototal de leucócitos e contagens relativae absoluta de eosinófilos), buscandooutras variáveis que pudessem estarassociadas às enteroparasitoses.Todas as análises foram realizadasno Laboclinpa, com usuários do136<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


SUS, possibilitando a obtenção deum perfil epidemiológico estimado dapopulação de baixa renda da cidade.As amostras sanguíneas foramobtidas por punção venosa, utilizandosolução comercial de anticoagulanteEDTA (etilenodiamino tetraacético)e analisadas em aparelhosemiautomatizado Pentra 60 ABX.As lâminas para contagem diferencialforam confeccionadas sem EDTA, nomomento da coleta, e observadaspelo examinador ao microscópioEclipse E-200, realizando contagensde 100 ou 200 células.Para análise estatística foi definidocomo critério para eosinofilia, quandoos eosinófilos sanguíneos excederam500/mm 3 na contagem absoluta. Nãohá consenso na literatura com relaçãoao estabelecimento de valores pré-determinadospara o grau de eosinofilia,em especial porque esta classificaçãodeve ser ajustada para as diferentesfaixas etárias, condições ambientais eagentes etiológicos (1, 12).Arellano et al. (1) definiram3 graus de eosinofilia. Correlacionandoos valores por eles determinadosa outros encontradosna literatura, considerou-se comoeosinofilia leve quando se obtiveramvalores absolutos entre 500e 1.200 células/mm 3 ; eosinofiliamoderada, entre 1.200 e 3.000 células/mm3 ; e eosinofilia acentuada,os valores que excederam 3.000células/mm 3 (1, 3, 5, 7, 9, 12).Foram analisadas amostrasde fezes recentes, coletadas semconservantes, empregando os métodosde HPJ (Hoffmann, Pons eJaner, 1934) para identificação deovos e larvas de helmintos e cistosde protozoários, e o de Baerman-Moraes, a fim de otimizar a identificaçãode larvas de helmintos. Paraisso, foram analisadas no mínimotrês lâminas de cada amostra, examinadasao microscópio, utilizandolugol como corante.Análise estatísticaNa análise estatística, a relaçãoentre presença do parasita ea eosinofilia sanguínea foi avaliadautilizando análise de correlação nãoparamétrica, através dos testes deKruskal Wallis e qui-quadrado, devidoà distribuição não normal dasvariáveis, identificada através doteste de Kolmigirov-Smirnov.Em todas as análises, foramconsiderados estatisticamente significativosquando p


Apenas 33 pacientes apresentaramdosagens de hemoglobina abaixode 11 g/dL (6,13%). Dentre estes,E. histolytica, em associação com E.coli, foi identificada em nove pacientes(27,27%), Giardia lamblia, emseis pacientes (18,18%) e Ascarislumbricoides, em cinco (15,15%).Com relação ao aumento do númerorelativo de eosinófilos circulantes,considerando apenas os casosem que foram observadas espéciespatogênicas, foram identificadosvalores normais (até 5% dos leucócitostotais) em 60,99%. Valorescaracterísticos de eosinofilia leve (6a 12% dos leucócitos totais) foramobservados em 35,08%; e eosinofiliamoderada (13 a 30% dos leucócitostotais), em 3,93% dos pacientes. Osdados referentes à eosinofilia relativaestão apresentados na Tabela 2. Nãoforam observados casos com eosinofiliarelativa acentuada.Os maiores percentuais de eosinofilialeve, considerando apenasas espécies mais prevalentes, foramdetectados em pacientes portadoresde Giardia lamblia (48,65%) e osde eosinofilia moderada, em parasitadospor Ascaris lumbricoides(5,21%). Os maiores valores de eosinofiliarelativa foram encontradosem pacientes portadores de Ascarislumbricoides (19%), seguido deGiardia lamblia (18%).Na contagem absoluta de eosinófilos,conforme dados apresentadosna Tabela 3, 64,4% dos pacientesportadores de espécies patogênicasapresentaram número de eosinófilosmenor que 500/mm 3 ; 32,72%apresentaram eosinofilia leve, comnúmero entre 500 e 1.200/mm 3 ; e2,88% apresentaram eosinofilia moderada,com contagem de eosinófilosentre 1.200 e 3.000/mm 3 . Não foramencontrados valores acima de 3.000células/mm 3 , considerado como índicede eosinofilia acentuada.Eosinofilia leve foi observada commaior frequência em Giardia lamblia(47,75%). Ascaris lumbricoidesapresentou o maior valor percentualpara eosinofilia moderada (4,17%).Os valores máximos obtidos nacontagem absoluta de eosinófilosforam observados no parasitismo porEntamoeba histolytica (1.602/mm 3 ),Ascaris lumbricoides (1.392/mm 3 ) eGiardia lamblia (1.416/mm 3 ).Os valores observados em portadoresde espécies menos prevalentesnão foram considerados nestasanálises, em virtude das baixasfrequências destes parasitas. AFigura 4 traz os valores médios deeosinofilia relativa e absoluta, considerandoapenas as espécies demaior ocorrência.Com relação à faixa etária, criançasmenores que 10 anos apresentarammaior eosinofilia em todasas enteroparasitoses. Na giardíase,52% dos pacientes com eosinofiliatinham menos de 10 anos, frente a60% na ascaridíase.Correlacionando os percentuaisde eosinofilia apresentadospor Ascaris lumbricoides, Giardialamblia e Entamoeba histolytica(Figura 2), foram observadasdiferenças estatisticamente significantesna comparação entreos valores relativos de eosinófilosapenas em relação a E. histolyticae A. lumbricoides (p < 0.05*).Os números absolutos apresentaramsignificância quandocomparamos A. lumbricoides e E.histolytica (p < 0.05) e G. lamblia eE. histolytica (p < 0.001***). Nãofoi observada significância entreA. lumbricoides e G. lamblia (p>0.05), em relação às contagensrelativa e absoluta de eosinófilos.3530252015<strong>105</strong>030%27,3%20,6%17,84%2,97%1PROTOZOÁRIOS HELMINTOS POLI76, 95% 20, 82% 2, 23%ProtozoáriosNão patogênicosEntamoeba histolytica/disparGiardia lambliaHelmintosAscaris lumbricoidesStrongyloides stercoralisSchistosoma mansoniAncilostomídeosPoliparasitismoFigura 1. Prevalência de protozoários e helmintos nas amostras analisadas, em percentuais, considerando as espécies identificadas140<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Tabela 1. Associações observadas, considerando a presença de mais de uma espécie patogênicaParasitas identificados N %Ancilostomídeo / E. coli / E. histolytica 2 0,37Ascaris / E. coli / E. histolytica/dispar 2 0,37Ascaris / Giardia lamblia 3 0,56E. coli / E. histolytica/dispar / Giardia lamblia 5 0,93Total 12 2,23Tabela 2. Graus de eosinofilia relativa, nas enteroparasitosesParasitaNormalAté 5%Leve6 - 12%Moderada13 - 30%TotalValormáximo3N % N % N % NAncilostomídeos 2 50,0 2 50,0 0 0 4 11%A. lumbricoides* 51 53,1 40 41,7 5 5,2 96 19%Giardia lamblia* 53 47,7 54 48,6 4 3,6 111 18%S. mansoni 2 40,0 1 20,0 2 40,0 5 13%S. stercoralis 3 42,9 3 42,9 1 14,3 7 13%E. histolytica* 113 76,9 32 21,8 2 1,4 147 15%Associações 9 75,0 2 16,7 1 8,3 12 18%Total 233 61,0 134 35,1 15 3,9 382* Espécies de maior prevalência entre os parasitasTabela 3. Graus de eosinofilia absoluta, observados por parasitaParasitaNormalLeveModeradaAté 500/mm 3 500-1200/mm 3 1200-3000/mm 3 Total Valor máximo/mmN % N % N % NAncilostomídeos 2 50,00 2 50,00 0 0 4 946A. lumbricoides* 59 61,46 33 34,37 4 4,17 96 1.392Giardia lamblia* 55 49,55 53 47,75 3 2,70 111 1.416S. mansoni 3 60,00 1 20,00 1 20,00 5 1.248S. stercoralis 3 42,86 4 57,14 0 0 7 1.001E. histolytica* 115 78,23 30 20,41 2 1,36 147 1.602Associações 9 75,00 2 16,67 1 8,33 12 1.386Total 246 64,4 125 32,72 11 2,88 382* Espécies de maior prevalência entre os parasitasMédias76543210Eosinofilia relativa550500450400350300250200150100500Eosinofilia absolutaAscaris Giardia E. hystolitica Ascaris Giardia E. hystoliticaMédiasFigura 2. Eosinofilias relativa e absoluta, por enteropatógeno. Valores expressos em média + erro padrão (p-valor < 0.05)<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011141


DiscussãoNo presente estudo, o alto índicede positividade no exame parasitológicodas fezes, com maior prevalênciade protozoários em comparaçãoaos helmintos, está dentro das perspectivas,em virtude da localizaçãogeográfica da cidade estudada e dainterferência do Rio São Francisco ea barragem da CHESF, que fazem dacidade uma ilha artificial, na saúdeda população. Sabe-se que o meio deproliferação destes organismos estáassociado basicamente à veiculaçãopor meio da água e à contaminaçãooral-fecal, em especial nas regiõesde clima tropical.A frequência encontrada no presenteestudo corresponde aos resultadosobtidos pela maioria dostrabalhos realizados no Nordeste.Souza et al. (16), em estudo realizadoem Pernambuco, encontrarampositividade em 37% dos pacientese Silva et al. chegaram a identificar94,1% de amostras com parasitas.O maior índice de ocorrência deprotozoários está em concordânciacom diversos estudos disponíveis naliteratura, no entanto era esperadopercentual de poliparasitismo acimado obtido. É preciso considerar,contudo, que nesta análise foramconsideradas apenas as associaçõesentre espécies patogênicas.Pezzi e Tavares (13) encontraramprotozoários em 80,21% e 32,61%de poliparasitismo. No entanto,Souza et al. (16) observaram maiorprevalência de monoparasitoses,embora tenham identificado maiorocorrência de helmintos do que deprotozoários.Castro (4), em estudo no EspíritoSanto, bem como Pezzi e Tavares(13), no Rio Grande do Sul,apresentaram resultados que corroboramcom os observados nesteestudo, exceto pela prevalência deE. histolytica. Souza et al. (16), entretanto,em investigação no Piauí,encontraram este parasita em 13,3%das amostras e Silva et al. (15), naParaíba, o identificaram em 89,9%das amostras e relacionaram sua altaprevalência às condições de pobreza,como dejetos domésticos de destinoincerto; acúmulo de lixo; falta dehigiene doméstica; galerias fluviaisconstruídas de forma inadequadaou obstruídas; esgotos sanitários “acéu aberto” e convivência contínuacom insetos.Chama a atenção o fato de não terhavido positividade para E. vermiculares,bem como a baixa prevalênciade Strongyloides stercoralis nasamostras analisadas, o que pode serexplicado pela escolha do método deestudo aplicado.Em nosso estudo, foi observadaeosinofilia leve a moderada em pacientesportadores de helmintíasespor A. lumbricoides, S. stercoralis, S.mansoni e ancilostomídeos, emboraapenas o primeiro tenha apresentadoprevalência significativamenterelevante. O grau de eosinofiliaencontrado na ascaridíase, contudo,apresentou-se abaixo do valorencontrado por Espinoza, Soto eAlger (5), em que 50% dos casos deeosinofilia severa estavam associadosa este parasita. Figuera, Kalalee Marchàn (7) também identificaramalto grau de eosinofilia associada àascaridíase, em estudo realizado naVenezuela.A discordância talvez possa serexplicada pelo fato de se desconhecer,neste estudo, a fase do ciclo devida do parasita e a intensidade dainfestação. Segundo Failace (6), noparasitismo por Ascaris lumbricoides,ancilostomídeos e Strongyloidesstercoralis, há indução de eosinofiliaconstante e intensa, no período emque realizam o ciclo pulmonar, comSíndrome de Loeffler.Após o término deste processo,todavia, a eosinofilia se torna proporcionalà magnitude da infestaçãointestinal. Na esquistossomose, háeosinofilia na fase inicial, de dermatite,e na síndrome febril aguda,sendo inconstante, entretanto, nalocalização tecidual.A eosinofilia causada por helmintosé bastante conhecida, havendorelação entre este achado e a invasãotecidual realizada por estes parasitas,o que normalmente não pareceocorrer em infecções por protozoários(1, 2, 5, 13).Failace (6) afirma que, entre asprotozoonoses intestinais, somenteDientamoeba fragilis e Isospora belliacompanham-se de eosinofilia. Aespécie Giardia lamblia, um protozoário,apresentou elevadas taxasde eosinofilia, tanto absoluta quantorelativa, em discordância com osachados que se encontravam na literaturacientífica, com determinaçãode aumento no número de eosinófilosapenas em presença de helmintos.Estudos mais recentes, realizadosapenas em crianças, estão emconcordância com nossos achados.Reis et al. (14), em investigaçãoapenas com crianças, identificarama presença de eosinofilia em 59,4%dos pacientes portadores de Giardialamblia. Pezzi e Tavares (13), emestudo com crianças no Rio Grandedo Sul, identificaram, em 41,67%dos casos, a presença de eosinofiliapositiva. Fontanele et al. (8) identificaramesta relação em 52,6%dos pacientes, inclusive com maiorprodução de IL-5, como desencadeadoradeste processo, e maioresconcentrações de IgE.142<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


ConclusãoApesar de constituírem um problemade saúde pública, poucos estudosforam realizados acerca da prevalênciade protoparasitoses na cidade dePaulo Afonso, bem como sua relaçãocom o grau de eosinofilia e os demaisachados hematológicos encontradosem parasitoses intestinais, comunsaos indivíduos da região.Os dados apresentados sugeremum perfil epidemiológico quepode auxiliar o governo municipal aidentificar as principais parasitosesencontradas e tomar medidas educativas,preventivas e profiláticas.Observou-se correlação significanteentre enteroparasitoses e eosinofiliasanguínea, em especial na infecçãopor Giardia lamblia, o que pode significarum achado laboratorial sugestivoda presença de parasitose intestinalnão diagnosticada, particularmenteem áreas endêmicas.A eosinofilia por E. histolytica podeestar subestimada, em virtude da nãodiferenciação, em métodos convencionais,entre este patógeno e a E.dispar, comensal.É de suma importância que novosestudos com esse caráter sejamrealizados e divulgados à populaçãomédica, aos órgãos de Saúde Públicae à comunidade em geral, a fimde alertar sobre os meios de evitara proliferação destes organismos eas formas de diagnóstico utilizadas.Todavia, já é possível concluir que apresença de eosinofilia, frente a informaçõesclínicas e epidemiológicasda região, pode ser determinante naidentificação de enteroparasitoses eem seu tratamento correto.Correspondência para:Luiz Arthur Calheiros Leitelahemato@hotmail.comReferências Bibliográficas1. Arellano JLP et al. Manejo práctico de uno eosinofilia. Anales de Medicina Interna, Madrid: Aran <strong>Ed</strong>iciones, S. L. 21(5), 2004.2. Bain. Células Sanguíneas: Um Guia Prático. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.3. Brandino BA, Piazza FJD, Cruz LK. Avaliação de Incidência de Parasitoses Intestinais Co-Relacionadas ao Eosinófilo em Crianças eAdultos em 2005 na Cidade de Limeira. <strong>NewsLab</strong>. 14(77), 2006.4. Castro AZ et. al. Levantamento das Parasitoses Intestinais em Escolares da Rede Pública na Cidade de Cachoeiro de Itapemirim – ES.<strong>NewsLab</strong>, 12(64), 2004.5. Espinoza LM, Soto RJ, Alger J. Eosinofilia associada a helmintíases em niños atendidos en el Hospital Escoela, Honduras. In : RevistaMexicana de Patologia Clínica, 46(2).1999.6. Failace R. Hemograma: Manual de Interpretação. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.7. Figueira L, Heidi K, Marchàn E. Relación entre la helmintiasis intestinal y el estado nutricional-hematológico em niños de una escuelarural en el estado Sucre, Venezuela. Kasmera, 34(1), 2006.8. Fontanele et al. Avaliação da dosagem de Interleucina – 5 e imunoglobulina E em pacientes com giardíase, com ou sem eosinofilia.Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 38(3), 2006.9. Gonçalves et al. A eosinofilia na paracoccidioidomicose infantil. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte:<strong>Ed</strong>. Universidade Federal de Minas Gerais.Vol. 73, 1999.10. Henry. Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos Laboratoriais. 20 ed. São Paulo: <strong>Ed</strong>. Manole, 2008.11. Lorenzi TF. Manual de Hematologica: Propedêutica e Clínica. 3. ed. Rio de Janeiro: <strong>Ed</strong>itora Medsi, 2003.12. Nascimento ML. Os eosinófilos e sua relação com os linfócitos atípicos. <strong>NewsLab</strong>, Vol. 88. 2008.13. Pezzi NC, Tavares RG. Relação de aspectos sócio-econômicos e ambientais com parasitoses intestinais e eosinofilia em crianças daENCA, Caxias do Sul- RS. Estudos, 34(11). 2007.14. Reis PRM et al . Correlação entre eosinofilia e protoparasitoses por Giardia lamblia em crianças. Revista Brasileira de Análises Clínicas,39(2). 2007.15. Silva MT et al. Prevalência de Parasitas Intestinais em Crianças, com Baixos Indicadores Sócio-econômicos, de Campina Grande (Paraíba).Revista Baiana de Saúde Pública. 29(1). 2005.16. Souza AI et al. Enteroparasitoses, Anemia e Estado Nutricional em Grávidas Atendidas em Serviço Público de Saúde. Revista Brasileirade Ginecologia e Obstetrícia, 4(24) 2002.144<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


ArtigoRelação da influência do Sistema ABO na porcentagem degordura corpórea relacionada ao tipo sanguíneo A e O deindivíduos da Cidade do Rio de JaneiroResumoAila MaronnaUniversidade Estácio de SáMonografia apresentada à Universidade Estácio de Sá como requisito parcial para obtençãodo grau de Bacharel em Ciências Biológicas. Orientador: Alexandre de Aguiar PereiraSummaryRelação da influência do Sistema ABO na porcentagemde gordura corpórea relacionada ao tipo sanguíneoA e O de indivíduos da cidade do Rio de JaneiroEsta pesquisa analisa a correlação do sistema ABO com a porcentagemde gordura corpórea com o objetivo de avaliar a interaçãodo sistema ABO na porcentagem de gordura e peso dos indivíduos.Para a obtenção dos dados, foram realizados testes antropométricoscomo: IMC (índice de massa corpórea), porcentagem de gorduracorpórea através de métodos das três dobras cutâneas do método dePollock, além da tipagem sanguínea, realizada pelo método de tipagemdireta. Os indivíduos foram divididos em grupos, primeiramentede acordo com o tipo sanguíneo e em seguida de acordo com o sexo.Os resultados da pesquisa indicaram que os dois grupos sanguíneosanalisados não apresentam valores de correlações significativos coma porcentagem de gordura corpórea. Ambos os grupos, A e O, e osexo, não influenciaram na taxa da porcentagem de gordura, assimcomo também a idade não influenciou, referindo-se que então a altataxa e a baixa taxa de porcentagem de gordura estão diretamenteligadas com a alimentação e com o tipo de vida que cada indivíduoleva, seja ela saudável ou não, praticando exercícios ou sendosedentários. Uma maior investigação deve ser realizada sobre ainfluência do grupo sanguíneo na porcentagem de gordura, assimcomo em outras moléstias e doenças como arteriosclerose, infartodo miocárdio, relação com o colesterol, entre outras, a partir dessesestudos, poderemos evidenciar a principal importância dos grupossanguíneos e sua relação com algumas doenças.Palavras-chave: Sistema ABO, porcentagem de gorduracorpórea, IMCRelationship of the ABO system with the percentageof body fat related to blood type A and O individualsin Rio de JaneiroThis research examines the relationship of the ABO systemwith the percentage of body fat in order to evaluate theinteraction of the ABO system in fat percentage and weightof individuals. To obtain the data, anthropometric tests wereperformed: BMI (body mass index), percentage of body fat by3 methods of skin fold method of Pollock, in addition to bloodtyping, carried out by directly typing method. The subjects weredivided into groups, primarily according to blood type andfollowed according to sex. The survey results indicated that thetwo groups analyzed did not show blood values of significantcorrelations with percentage of body fat. In both groups ABOand sex did not influence the rate of fat percentage, as well asage did not influence, referring to the then high rate and lowpercentage of fat is directly linked to food and the type of lifethat each individual takes, whether healthy or not, practicingor being sedentary. A further research should be conducted onthe influence of blood group in the percentage of fat, as well asother disorders and diseases such as atherosclerosis, myocardialinfarction, compared with cholesterol, among others, from thesestudies, we highlight the critical importance of blood groupsand their relation to some diseases.Keywords: System ABO, percentage of body fat, BMI.IntroduçãoOsistema ABO de grupo sanguíneofoi descoberto pelocientista austríaco Karl Landsteinerno começo do século 20, entre1900 e 1901 (3, 4, 6, 9, 18, 19). Suadescoberta foi fundamental para osestudos do sangue, que lhe rendeu oPrêmio Nobel de Fisiologia e Medicinaem 1930 (4).Landsteiner, ao examinar o sanguede seus colegas de laboratório, concluiuque havia dois diferentes antígenos (antígenoA e antígeno B), dando início aosestudos sobre o sistema ABO (4). Essesantígenos descritos por Landsteiner sãoproteínas de superfície das membranasdos eritrócitos (hemácias) capazes dereagir com anticorpos e iniciar uma respostaimune (9, 10). Sendo conhecidomais de 250 tipos diferentes (13), entreeles estão os antígenos de hidratos decarbono expresso na membrana doseritrócitos: A e B (14).Através das amostras de sangue,Landsteiner isolou as hemácias (glóbu-146<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


los vermelhos) e pôde então observaras reações de aglutinação das hemáciaspela fixação de anticorpos aos antígenosespecíficos do soro sanguíneo,em algumas das amostras e a ausênciaem outras, podendo classificar os sereshumanos em três grupos sanguíneos(A, B e O) inicialmente. Outro grupo,menos frequente (AB), seria descritopor seus colaboradores, Kühn e Sturlem 1902 (4, 9). A partir dessas observações,Landsteiner propôs um modelopara explicar a origem dos quatro grupossanguíneos, comprovando a existênciados dois antígenos (A e B) (4).O modelo proposto por Landsteinerse baseia nos dois antígenos, A e B,que são responsáveis pelos quatrogrupos sanguíneos, ou seja, indivíduosque possuem em suas hemáciasapenas o antígeno A, pertencem aogrupo sanguíneo A, os indivíduos quepossuem em suas hemácias apenaso antígeno B, pertencem ao grupo B,aqueles indivíduos que possuem emsuas hemácias os dois antígenos, A eB, pertencem ao grupo AB, e aquelesque não possuem nem o antígeno A enem o B, são do grupo O (4, 13).Esses antígenos do sistema ABO nãoestão restritos apenas à membrana dosseus eritrócitos, eles podem ser encontradosem uma grande variedade decélulas, como por exemplo plaquetas,linfócitos, células cancerígenas, mucosagástrica, medula óssea, como tambémem secreções do corpo (9, 14).Ainda em suas pesquisas, Landsteinerpercebeu que o soro sanguíneodos indivíduos do tipo A possuíam umanticorpo natural anti-B. Os indivíduostipo B possuíam um anticorpo naturalanti-A, já nos indivíduos de tipo ABnão existia nenhum anticorpo natural,enquanto que aqueles indivíduos tipo Opossuíam os dois anticorpos naturais:anti-A e anti-B. Essas relações do sistemaABO e anticorpos são a base daclassificação dos indivíduos em quatrogrupos sanguíneos (4, 10).Os anticorpos anti-A e anti-B sãoanticorpos naturais, ou seja, sãoimunoglobulinas existentes no sorosanguíneo dos indivíduos em consequênciade uma imunização por microorganismose alimentos, são anticorposque possuem afinidade com o antígenocorrespondente (anti-A produzido porindivíduos do tipo B, anti-B produzidospor indivíduos do tipo A, anti-A,B produzidopor indivíduos do tipo O) semque tenha havido um contanto aparenteanterior. Esses anticorpos aparecemlogo após o nascimento, a partir dostrês meses de idade (4, 13, 14).O sistema ABO independe do gruporacial. Possui duas características exclusivas:a presença dos antígenos ABHnas suas células e tecidos, e a presençade aglutininas no soro daqueles quesão desprovidos de antígenos. Essascaracterísticas fazem com que essesistema ofereça facilidades para a determinaçãode seus grupos fenotípicose ainda seja uma excelente fonte deantissoros (4, 10).A determinação fenotípica dos gruposABO tem uma grande aplicação epode ser realizada através de provassorológicas que identificam a presençaou ausência das imunoglobulinas noseritrócitos, através do uso de reagentesimuno-hematológicos em provas deaglutinação (3, 4).As técnicas das provas de aglutinaçãoutilizadas para a determinaçãodo grupo sanguíneo são relativamentefáceis e chamadas de provas diretas(4, 9), que consistem na procura dosantígenos. Essas provas podem serrealizadas em lâminas de microscopia,mas nos serviços brasileiros de hemoterapiasão usadas microplacas. Nasprovas diretas são usados antissorosanti-A, anti-B; o emprego do anti-A,Bé necessário para a confirmação dosresultados (4).O sistema ABO é de grande importânciapara a medicina, principalmentena área de transplantes e transfusões(9, 18), além da sua associação erelação com algumas doenças e commicro-organismos, o que mostra aimportância da existência biológica dogrupo ABO (11).Junto com a sua importância médica,o sistema ABO foi de grandeimportância para a genética, sendo oprimeiro sistema genético humano aser utilizado em estudos populacionais,que revelou as frequências dos alelosA, B e O nas populações (6, 18).A teoria usada para explicar atransmissão hereditária dos grupossanguíneos foi descrita por Epstein eOttenberg em 1910, e posteriormentepor Bernstein em 1924 (9). Essa teoriaé chamada de teoria de Felix Bernstein(4). Segundo a teoria, existem trêsalelos autossômicos que dão origemaos grupos A, B e O. Os alelos A e Bpossuem uma relação de codominância,ou seja, se expressam igualmente seherdados, enquanto que o alelo O sofreuma relação de dominância em relaçãoaos alelos A e B. Além disso, o gene Adetermina a produção de antígeno A eo gene B determina a produção de antígenoB. Porém, o alelo O é responsávelpela ausência de antígeno A e B, quandoem homozigose, por isso é consideradoum gene silencioso, pois sua enzimaproduzida é não funcional (4, 9).Os genes do sistema ABO se localizamno braço inferior do cromossomo9 (9q34.1) (4, 9, 13) e estão sobreo controle de apenas um lócus comalelos múltiplos, como descrito porFelix Bernstein (11, 19). Os alelos Ae B do gene ABO codificam enzimasdenominadas transferases (A e B) eessas adicionam a N-acetil galactosaminaou D-galactose à porção terminaldo antígeno H, transformandoem antígeno A ou B específicos dogrupo sanguíneo (3, 6, 11, 13, 18). Oalelo O é um alelo recessivo que nãopossui as transferases A e B, pois nãoconsegue codificá-las (11, 18), porémpossui na superfície de seus eritrócitos(hemácias) o antígeno H em grandequantidade (3, 9, 13).Estudos realizados pelo Dr. D’Adamo(14) dizem que o grupo sanguíneomais antigo, o que teria dado origemaos demais, seria o tipo O, entretanto,alguns estudos filogenéticos realizadosem primatas e seres humanos apresentamo gene A como o mais antigodos genes ABO. Saber que o tipo O éo mais comum na população mundialnão é prova para supor que o gene O<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011147


seja o ancestral mais antigo de todosos genes do grupo ABO (14).Para a medicina clínica transfusional,o grupo ABO é o mais importante(3, 10), pois dependendo dos antígenosexistentes nos eritrócitos dodoador e do indivíduo que irá recebera transfusão, pode causar uma reaçãohemolítica (antígeno/anticorpo) violentaque produzirá anticorpos imunes,seguida de reações bioquímicas. Issopode ocorrer quando o receptor recebeuma transfusão de sangue diferentedo seu, que não é compatível com oseu tipo sanguíneo. Os anticorpos doseritrócitos do receptor irão coagular ashemácias do doador (9, 13).Para evitar essas reações antígeno/anticorpo foram criados os conceitosde doadores universais e receptoresuniversais. Esse conceito se baseianos antígenos do sistema ABO. O gruposanguíneo AB é frequentementechamado de receptor universal, poisapresenta os antígenos do sistema ABO(A e B) nos seus eritrócitos, podendoentão receber transfusões sanguíneasdos demais grupos ABO. O grupo O échamado de doador universal porqueas hemácias dos indivíduos dessegrupo não possuem os antígenos dosistema ABO, sendo assim doadoresde sangue, se tiver compatibilidade,pelo fato de não causarem uma imunização(4).Tanto os tipos de grupos sanguíneosquanto os genes ABO mostram avariação polimórfica do sistema ABO,que fornecem informações clínicasimportantes, sendo considerados assimcomo marcadores genéticos (1), o qualé muito importante para entendermose analisarmos a relação do grupo sanguíneocom as transfusões e transplantes,assim como a relação do mesmocom algumas doenças não-infecciosas,e algumas doenças infecciosas causadaspor helmintos, protozoários ebactérias (1, 6). Alguns estudos mostrama associação do sistema ABO comalgumas doenças, além de mostrar apredisposição de alguns grupos ABO aessas moléstias (4). Pesquisas feitascom tipo O constataram uma sensívelassociação do mesmo com umabactéria gram-negativa Helicobacterpylori, causadora de gastrites, úlcerase câncer gástrico (6, 9, 19, 21), pois adisponibilidade de receptores para H.pylori seria reduzida nos indivíduos A eB. Por este motivo, ela não conseguiriase ligar aos carboidratos do tipo A eB, já no tipo O, a bactéria teria umarelação de ligação com o carboidrato.Outra explicação para este fato se dápela elevada concentração de anticorposnaturais A e B no tipo O, o que estimulariaconstantemente as bactériasna flora do intestino (19, 21).Algumas outras infecções que atingemos seres humanos também estãorelacionadas com o sistema ABO. Apeste bubônica, causada pela bactériaYersinia pestis, causa um númeromaior de infecções em indivíduos dogrupo O, pois essa bactéria pareceexpressar um antígeno H-LIKE em suamembrana, e como esses indivíduosnão formam anti-H, seriam mais sensíveisa essa infecção. Assim como osindivíduos do grupo B e AB são maissuscetíveis a infecções do trato urináriopor E. coli (9).Embora esses estudos sejam escassos,existem outros estudos ligadosà associação do sistema ABOque observam uma alta incidência decâncer em indivíduos tipo A, devido aum antígeno A-LIKE expressado pelascélulas tumorais (9). Algumas doençascardiovasculares também confirmam asuscetibilidade dos indivíduos do grupoA, sendo mais afetados do que os indivíduosdo tipo O por essas doenças.As doenças observadas nesses estudosforam: doença isquêmica cardíaca,enfarte do miocárdio, doença coronariana,arteriosclerose, entre outras. Nessestrabalhos, os autores puderam detectaruma associação do grupo sanguíneocom os níveis de colesterol (7). Essasdoenças cardíacas coronárias, como porexemplo ateroscleroses, mostram umasuscetibilidade hereditária associada àconcentração da taxa de colesterol epercentual de gordura com os grupossanguíneos e a sensibilidade a essasdoenças é maior no grupo sanguíneoA, enquanto que nos demais grupos amesma possui uma baixa incidência (2,5, 21). Análises realizadas por esses estudosindicaram que a concentração dataxa de colesterol é relativamente maiornos indivíduos de tipo A, sugerindoentão uma relação do grupo sanguíneoA com doenças coronárias, infartos domiocárdio, doença vascular periféricaaterosclerótica oclusiva e outras (5, 21).Esta variação de hipercolesterolemiateria uma correlação positivae significante com o percentual degordura corpórea e peso corporaldos demais indivíduos. Segundo osresultados e conclusões dos estudosrealizados por Banerjee e Saha (1969)em Interelation of serum cholesterols,ABO-Rh blood groups and body fat, epor Wong em Longitudinal study of theassociation between ABO phenotypeand total serum cholesterol level ina Japanese Cohort, que se baseiamem medidas antropométricas, o nívelda concentração de colesterol total esérico aumentou juntamente com oaumento da gordura corporal e do pesocorporal, servindo como parâmetropara a determinação a predisposiçãode patologias (2).As medidas antropométricas utilizadasnos demais estudos são medidasusadas para avaliar a determinaçãodos aspectos referentes ao desenvolvimentodo corpo (12). Essas medidas,como por exemplo circunferências,dobras cutâneas e diâmetros, avaliama composição corporal dos indivíduosatravés de índices antropométricosde grande importância, como o índicede massa corporal (IMC) que é usadopara calcular obesidade, porcentagemde gordura corpórea e a densidadecorporal através de uma média feitasobre a soma dessas dobras cutâneas.As alterações da densidade corporal eporcentagem de gordura estão relacionadascom o tecido adiposo subcutâneo,suas dobras cutâneas e a idadedesses indivíduos (12, 17).Existe diferença significativa daporcentagem de gordura corpóreaentre os grupos A e O? O sistema ABOpoderia influenciar nas taxas de IMC e148<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


porcentagem de gordura corpórea nosindivíduos do grupo A?O estudo se torna relevante namedida em que busca mostrar umaassociação do sistema ABO com aporcentagem de gordura corpóreaaumentada nos indivíduos tipo A,sugerindo uma maior suscetibilidadedesse grupo para doenças coronárias,como arteriosclerose e infartos domiocárdio (21).Observando os demais estudospercebe-se que ainda existem autoresque não conseguem observar associaçõessignificativas do sistema ABO comas taxas de porcentagem de gordurados indivíduos. Então se pretende como presente estudo analisar essa associaçãoatravés dos resultados obtidospara então fazer uma correlação entreo sistema ABO e a porcentagem degordura, impedindo assim um possívelrisco de suscetibilidade a doenças coronárias,podendo contribuir para umavida mais saudável e diminuindo a incidênciade doenças coronárias (7, 21).De acordo com toda essa investigaçãofeita pelos demais estudos anteriores,o presente estudo tem comoobjetivo a comparação dos índices depeso e porcentagem de gordura corporalde indivíduos que possuam o gruposanguíneo A e O para a associaçãoe relação dessas taxas com o gruposanguíneo ABO. Através dessa comparaçãopoderá se criar uma conclusão ediscussão em relação ao sistema ABO.MetodologiaAs regras de formatação do devidoestudo seguiram as normas escritasde Pattaco, descritas em Metodologiapara trabalhos acadêmicos e normasde apresentação gráfica.PacientesO presente estudo foi realizadoem indivíduos da Cidade do Rio deJaneiro. Todos os indivíduos foramanalisados antropologicamente atravésde medidas e avaliações físicas doseu percentual de gordura (soma dasdobras cutâneas) e índice de massacorpórea (IMC), através do Protocolode Pollock, de acordo com as normasda ISAK (International Society forAdvancement in Kinanthropometry),além disso, foram realizadas provasde tipagem sanguínea pelo métodode tipagem direta para a detecção dogrupo sanguíneo ABO.Os indivíduos foram divididos emdois grupos quanto ao seu tipo sanguíneo:Grupo tipo A e Grupo tipo O,e após essa divisão foram divididosconforme o sexo.Os indivíduos foram informadossobre as medições realizadas e forampreenchidos formulários de consentimentocomo parte do protocolo preliminardas etapas experimentais.Durante toda a marcação e medição,os indivíduos permaneceram empé em uma posição confortável comos braços ao seu lado e os pés ligeiramenteafastados. Algumas mediçõesrealizadas requeriam que o indivíduomantivesse os pés juntos.Para a realização mais rápida emais efetiva da avaliação, os indivíduosforam orientados a estar com o menosroupa possível para facilitar o acesso atodos os sítios de medição. Para isso,os indivíduos estavam vestidos comtrajes esportivos (para as mulheres:top e bermuda, homens: blusa demalha e bermuda).Coleta de dadosPara a realização das coletas dedados, foi utilizado um assistente paraajudar o avaliador a anotar os dados.O assistente é ideal para minimizar oerro nas avaliações antropométricas.A coleta de dados foi realizadaatravés de ficha preenchida peloassistente, com os seguintes itens:nome, idade, peso altura, IMC, gruposanguíneo, dobras cutâneas (para homens:axilar, abdominal, coxa; paramulheres: tríceps, suprailíaca, coxa).Equipamento antropométricoFita Métrica - instrumento utilizadopara medir a altura e a estatura dosindivíduos na posição em pé. Geralmenteé fixado a uma parede, de modoque os indivíduos possam ser alinhadosverticalmente no caminho certo.Balança - foi utilizada uma balançamóvel, cujo uso está cada vez maisdifundido, e algumas dessas balançaspossuem uma precisão igual ou superiorao das balanças de peso. Admitindoentão que a calibragem permanecea mesma em ambas as máquinas, ouso desse tipo de balança é essencial,pois o seu transporte foi feito de maneirarápida e fácil. A precisão destesinstrumentos foi de 50 graus. Pesosde calibragem, certificada por um departamentogovernamental de pesos emedidas, totalizando pelo menos 120kg, são exigidos como equipamentostandard.Calibre para a medição de dobrascutâneas - o ISAK foi utilizadocomo critério de referência. O instrumentoutilizado foi o AdipômetroCientífico Sanny. Este adipômetro foide grande importância pra estimar aquantidade de gordura corporal dosindivíduos.Equipamento para tipagemsanguíneaNa realização das provas de tipagemsanguínea direta foram utilizadaslâminas para microscopia (marcaExacta) de tamanho 26x76mm, desengorduradase não riscadas para arealização das provas; os materiaisutilizados para o procedimento de tipagemsanguínea foram: os reagentespara a prova de aglutinação Anti-A eAnti-B Soroclone (marca BSA) e asamostras de sangue dos indivíduos.Para homogeneizar a suspensão foiusado um bastão de madeira.Índice de Massa Corpórea (IMC)O índice de massa corpórea (IMC) éexpressado pela relação entre a massacorporal em Kg e estatura em metro,através de um cálculo: IMC= Kg/m².É uma medida internacional utilizadapela OMS (Organização Mundial daSaúde) que foi utilizada pra medir aobesidade dos indivíduos.150<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Peso corporalO peso dos indivíduos foi medidocom o mínimo de roupas em seu corpo.Após observar que a balança se encontravazerada, foi aconselhado queentão o indivíduo subisse na balança nocentro da mesma, sem apoio e com opeso distribuído uniformemente entreambos os pés. Sua cabeça foi postaelevada para frente. Então pôde-serecolher o valor do peso corporal decada indivíduo.EstaturaA técnica usada para registrar aaltura na extensão máxima solicitouque os indivíduos ficassem com os pése calcanhares juntos, as costas das nádegase parte superior das costas contrao estadiômetro. Quando a cabeçafoi posicionada no plano horizontal, foipedido para os indivíduos respiraremfundo e manterem a respiração, entãoas medições foram realizadas no finalde uma respiração profunda.Após a coleta dos dados depeso e estatura, o índice de massacorpórea foi medido através de umcalculo: kg/m², ouIMC = MassaAltura 2obtendo o valor e comparando coma tabela que indica o grau de obesidadedestrita pela OMS.Porcentagem de gordura corpóreaNa avaliação dos indivíduos foi utilizadaa soma das medidas das dobrascutâneas dos mesmos e foi relacionadocom o fator idade para estimar o valorda porcentagem de gordura corpórea.As dobras cutâneas foram estipuladasconforme o sexo dos indivíduos,obedecendo o protocolo de Pollock dométodo das três dobras cutâneas. Asdobras estipuladas foram: para homensas dobras do tórax, abdominal ecoxa, enquanto que para as mulheresforam as dobras do tríceps, suprailíacae coxa.Ao medir as dobras cutâneas, estasforam seguradas com firmeza entre opolegar e o indicador do avaliador, ocompasso foi colocado de uma formaque ficasse perpendicularmente àprega, estando a 1 cm de distância dopolegar. Enquanto se manteve a pregacutânea segura, foi liberada a pressãomáxima do compasso, de modo quea tensão máxima fosse liberada emcima da prega. Cada dobra cutânea foimedida em cada local pelo menos trêsvezes. Foi utilizada no final uma médiacomo valor final da dobra cutânea dolocal. As dobras foram aferidas do ladodireito do corpo dos indivíduos.Após o recolhimento dos valoresdas dobras cutâneas foi utilizada umaequação para prever a densidade corporalnos indivíduos.MulheresD = 1,0994921 – 0,0009929 (somadas dobras suprailíaca + tricipital +coxa) + 0,0000023 (soma das dobrassuprailíaca + tricipital + coxa)² -0,0001392 (idade em anos)HomensD = 1,1093800 – 0,0008267 (somadas dobras torácica + abdominal +coxa) + 0,0000016 (soma das dobrastorácica + abdominal + coxa) ² -0,0002574 (idade em anos)Onde D: densidade corporalO percentual de gordura corpóreafoi medido através da formula de Siride acordo com o protocolo de Pollock:Porcentagem de Gordura Corpórea:[(4,95/D) – 4,5] x 100Onde D: densidade corporalApós aferida porcentagem de gorduracorpórea, foram realizados ostestes de correlação e comparaçãodos dados.Dobras cutâneasTórax - uma dobra diagonal que foimedida a meia distância entre a linhaaxilar anterior e o mamilo.Tríceps - uma dobra vertical que foimedida sobre a linha média posteriordo braço (sobre o músculo tríceps),a meio caminho entre o acrômio e oolecrânio; o cotovelo foi mantido emposição de extensão e relaxado.Abdominal - um dobra vertical quefoi medida a uma distância de 2 cm aolado do umbigo.Suprailíaca - uma dobra diagonalque foi medida acima da crista ilíaca,no ponto de interseção imaginária como prolongamento da linha axilar média.Coxa - uma dobra vertical que foimedida sobre a superfície da coxa, ameio caminho entre a prega inguinale a borda proximal da rótula. Parafacilitar a localização da prega inguinal,foi pedido para que os indivíduosflexionassem o quadril. O ponto dereferência proximal foi localizado sobrea prega inguinal, na altura da porçãomédia do eixo longitudinal da coxa.Tipagem sanguíneaA identificação do grupo ABO foirealizada através da classificação dosangue pela prova direta descrita porStanley S. Raphael, em Lynch: Técnicasde Laboratório.O grupo sanguíneo de um indivíduofoi determinado pelo teste das hemáciascom Anti-A e Anti-B (prova direta),através de aglutinações. A aglutinaçãodas hemácias indicou a presença doantígeno correspondente, enquantoque a não aglutinação indicou a suaausência.Os reagentes usados na técnica sãoproduzidos a partir de sobrenadantes deculturas celulares contendo anticorposmonoclonais. Foram armazenados entre2º a 8ºC quando não estavam sendousados, quando em uso para a classificaçãodo grupo ABO foram mantidos emtemperatura ambiente de 37ºC.O sangue coletado como amostrafoi coletado através da técnica assépticaque utilizou uma lanceta para acoleta do sangue dos indivíduos. Nãofoi necessário nenhum preparo especialpara a coleta da amostra de sangue.Após a coleta do sangue, foi adicionadaem uma lâmina limpa umagota do reagente anti-A e outra gotado reagente anti-B, nas extremidadesda lâmina, de forma que não houvessecontato entre os reagentes. Uma gotade sangue coletado então foi adicio-<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011151


nada para cada reagente e misturadahomogeneamente com o auxílio deum bastão. Depois de 2 minutos, osque tiveram aglutinação indicaram apresença do antígeno, e aqueles quenão tiveram aglutinação indicaram aausência dos demais antígenos. A interpretaçãodo teste foi feita de formamacroscopicamente.ResultadosAs informações obtidas durante oestudo serão apresentadas em formasde tabelas e gráficos para melhor elucidaras implicações dos resultados.Os resultados partiram de um grupoque totalizou 40 indivíduos, sendoestes divididos pelo grupo sanguíneoe depois divididos pelo sexo, conformemostra a tabela 1.Tipo sanguíneo AOs dados referentes sobre a porcentagemde gordura corpórea, IMCe idade, avaliados em homens e mulheresdo Grupo A estão mostrados naTabela 2.Tipo sanguíneo OOs dados obtidos de indivíduos dosexo feminino e masculino do grupo O,referentes à porcentagem de gorduracorpórea, IMC e idade, estão expostosna Tabela 3.Após a obtenção desses resultadosdos demais grupos sanguíneos, foramfeitas algumas comparações, correlaçõese alguns testes para relacionar osgrupos sanguíneos com a porcentagemde gordura corpórea, idade.Correlação entre porcentagem degordura e idadeDentre a população investigada,como faixa etária entre 20- 38 anos(Gráfico 1), a variação da porcentagemde gordura de acordo com a idadeacontece ao acaso, ou seja, a idade nãointerfere na porcentagem de gordura,pois a variação teve um valor baixo.O gráfico mostra uma variaçãobaixa entre esses dois itens, ou seja,os valores não se mantêm de formaTabela 1. Divisão do grupo total de indivíduosHomens10Total de indivíduos: 40Tipo sanguíneo AMulheres10Grupo sanguíneoTabela 2. Resultados de homens e mulheres do grupo ATipo Sanguíneo AHomensMulheresPorcentagem degordura corpóreaHomens10IMC (Índice de MassaCorpórea)Tipo sanguíneo OMulheres10Idade14,28041466 21,85728 276,512735184 19,59632 2111,71872514 22,58783 3911,22208082 19,72104 2014,70383951 24,89706 2327,55694601 30,89791 3211,75489435 24,57787 249,518442459 21,77755 2117,54249182 21,53491 2412,12985849 22,49135 2226,84741642 21,22449 2135,65615622 25,5102 3029,3452583 21,75547 3328,66028591 20,44914 2125,0679188 18,06617 2138,08533556 25,88757 4025,85897804 16,34527 2536,62207111 25,07619 4333,34089916 22,30815 2125,32054266 18,25311 20Tabela 3. Resultados de homens e mulheres do grupo OPorcentagem de gorduraTipo Sanguíneo OcorpóreaHomensMulheresIMC (Índice de MassaCorpórea)Idade17,65618937 23,09541 255,392364746 22,78331 2514,92853575 22,85714 2513,66977141 22,84355 2613,49309902 21,62965 2614,61357787 24,41928 2417,14790564 24,68533 2213,43684751 23,38869 308,819809782 27,28175 2527,05385418 25,97868 3832,09028504 25,76571 2926,11723795 20,81165 3626,81667386 19,39619 2130,14414009 25,23634 2025,00446065 18,81892 2025,66802019 23,14726 2216,03152689 17,03923 2124,90683431 23,4375 2730,36001965 19,73598 2228,64522075 20,51913 24152<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


linear, significando que não existeuma relação entre idade e percentualde gordura.Porcentagem de gordura entre ossexosEntre os grupos pesquisados, queforam divididos pelo sexo, o grupofeminino teve uma maior média daporcentagem de gordura corpórea emrelação ao grupo masculino. Comomostrado no Gráfico 2, a média femininafoi de 21,34 enquanto que a médiado grupo masculino foi de 14,16, mostrandoassim um significante aumentoda média da porcentagem de gorduracorpórea nas mulheres.Porcentagens de gordura no gruposanguíneo OLevando em consideração os sexosmasculino e feminino no grupo sanguíneoO, podemos observar através dográfico 3 que a média da porcentagemde gordura mais alta ocorre nas mulheresdeste grupo, se estabelecendoentre 25 e 30%, enquanto que a porcentagemdos homens se encontraentre 10 e 15% de gordura corpórea.Porcentagens de gordura no gruposanguíneo AObservamos no Gráfico 4 quea porcentagem de gordura entre ossexos masculino e femino do gruposanguíneo A constitui-se alta tambémnas mulheres como no grupo sanguíneoO. O grupo masculino possui umamédia entre 10 e 15% enquanto que ogrupo feminino possui uma média maisalta de 20 a 25% de gordura corporal.Porcentagens de gordura no gruposanguíneo A e ODe acordo com a população estudada,os homens do grupo sanguíneoA possuem uma média da porcentagemde gordura inferior à porcentagem dogrupo sanguíneo O. O Gráfico 5 mostraque a média da porcentagem dos homensdo grupo A se situa entre 13,6e 13,8%, e a porcentagem de gorduranos homens do grupo O está entre 14 e14,2% de gordura corpórea. Indicandoum aumento no grupo O.O mesmo acontece com as mulheresdos grupos A e O. O gráfico 6exibiu um aumento da porcentagem degordura no grupo O que se situa entre25 e 30%. No grupo A essa média daporcentagem é mais baixa, estando entre20 e 25% da porcentagem de gorduracorpórea. Estabelecendo assim,nos dois grupos: homens e mulheresum média significantemente maior nogrupo sanguíneo O.DiscussõesComo já citado anteriormente,os grupos sanguíneos ABO estãorelacionados e desempenham funçõesimportantes na resistência e nasuscetibilidade de algumas doençase moléstias. Essa ligação pode ser esclarecidapela alta taxa de carboidratosABO expressos em secreções e tecidosdo corpo, como por exemplo mucosasrespiratórias e gastrointestinais (1).Porém, algumas dessas associaçõesocorrem com uma frequência maiorem indivíduos que já passaram daidade reprodutiva, sugerindo então queessas associações não possuem efeitoseletivo na população (4). Indicandoassim que inúmeros fatores podeminfluenciar no andamento de uma doençaque pode se manifestar de váriasformas nos indivíduos. Como no casode trabalhos que relatam associaçõesdo grupo sanguíneo O com a bactériaHelicobacter pylori, causadora de gastrites,úlcera e câncer gástrico (5, 6,9, 19, 21) e outros, porém, relacionamo grupo A com algumas doenças cardiovascularescomo: doença isquêmicacardíaca, enfarte do miocárdio, doençacoronariana, arteriosclerose, entreoutras (7). Diversos trabalhos tambémevidenciam uma falta de associação doGráfico 1. Porcentagem de gordura x idadeGráfico 2. Porcentagem de gordura nos sexosGráfico 3. Porcentagem de gordura no grupo OGráfico 4. Porcentagem de gordura no grupo AGráfico 5. Porcentagem de gordura nos gruposA e O: homensGráfico 6. Porcentagem de gordura nos gruposA e O: mulheres154<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


grupo sanguíneo com algumas moléstiascomo a micose causada por Lacazialoboi, que possui maior presença nosindivíduos do grupo B, mas não existeuma associação de fato (1).Algumas doenças cardíacas coronárias,segundo alguns estudos realizados,mostram uma suscetibilidadehereditária associada à concentraçãoda taxa de colesterol e percentual degordura com os grupos sanguíneos eessa sensibilidade seria maior no gruposanguíneo A (2, 5, 21). Segundo osresultados alcançados nas avaliaçõesantropométricas realizadas neste estudo,a porcentagem de gordura corpóreanão está relacionada com o grupo sanguíneoA como se acreditava, a mesmaestá relacionada com o grupo O.Analisando os gráficos obtidos nesteestudo, percebemos que a idade dosindivíduos não está associada com opercentual de gordura, ou seja, a porcentagemde gordura não aumentadaconforme a idade, essa porcentagemacontece de maneira aleatória nosindivíduos, podendo então ter umarelação com o hábito de vida que cadaindivíduo leva particularmente.No item sobre a porcentagem degordura em relação com os sexos femininoe masculino, observamos queo grupo feminino possui uma médiarelativamente maior do que a do grupoReferências Bibliográficasmasculino. As médias foram: mulheres21,34; homens 14.16. Isso se deve aovalor da massa muscular que é maiornos homens, assim como a força, ogasto energético também são maioresnos mesmos, ajudando na diminuiçãoda porcentagem de gordura corpórea(8). Esse valor aumentado também foivisto não só no total de mulheres, masnos grupos sanguíneos separadamente.No grupo O, a média das mulheresfoi de 25 a 30% e, no grupo A, a médiadas mulheres ficou entre 20 e 25%, enquantoque as dos homens foram beminferiores: no grupo O e A, a média doshomens se deu entre 10 e 15%.Outro ponto de fundamental importânciaé o fato da porcentagem degordura estar correlacionada com otipo sanguíneo. Isso acontece no tipoO, que possui uma média relativamentealta em comparação com a médiado tipo sanguíneo A.De acordo com os dados obtidos, osdois grupos apresentam um aumentoda média da porcentagem de gorduranas mulheres, mas comparando asmédias de homens e mulheres de grupossanguíneos diferentes, percebe-seum aumento nos dois sexos no gruposanguíneo O, que teve em média umaporcentagem de gordura entre 14 e14,2% para os homens, e para asmulheres uma média de 25 e 30%. Amédia dos homens do grupo A, teveum valor inferior que se estabeleceuentre 13,6 e 13,8%, e das mulheres seestabeleceu entre 20 e 25%. Estabelecendouma relação da porcentagemde gordura com o grupo sanguíneo O.ConclusõesO presente estudo mostrou atravésdas observações dos dados analisados,uma relação da porcentagem de gorduracorpórea tanto com o grupo femininototal, e com o grupo sanguíneo O.Porém, não foi capaz de analisar aporcentagem de gordura com o gruposanguíneo A, como era esperado. Logoverificamos que o grupo sanguíneo Anão possui uma correlação significativacom a porcentagem de gordura corpórea.Contudo, recomendam-se outrasanálises e estudos sobre o mesmoassunto, com outras populações, paraum melhor resultado.O conhecimento sobre o assuntopode ajudar a entendermos melhor aassociação do grupo sanguíneo comalgumas doenças, assim como a suaimportância biológica e sua evolução.Correspondências para:Aila Maronnaailamaronna@hotmail.com1. Albuquerque MC. Toxoplasmose ocular: Correlação com Grupos Sanguíneos ABO. Newslab, 16(95): 96-101, 2009.2. Baberjee B, Saha N. Interrelation of Serum Cholesterols, ABO-RH Blood groups and Body Fat. The Medical Journal of Malaya, 24(1): 41-44, 1969.3. Batissoco AC, Novaretti MCZ. Aspectos Moleculares do Sistema Sanguíneo ABO. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, São José do Rio Preto, SP, 25(1), 2003.4. Beiguelman B. Os Sistemas Sanguíneos Eritrocitários. <strong>Ed</strong>. 3ª: Ribeirão Preto, SP: Funpec, 2003.5. 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ArtigoImportância da vacina anti-HPV nocontrole da neoplasia anogenitalGabriela Vilela Castanheira, Denyse do Amaral Krawczyk, Kátia Karina Verolli de Oliveira MouraDepartamento de Biomedicina, Pontifícia Universidade Católica de GoiásResumoSummaryImportância da vacina anti-HPV no controle da neoplasiaanogenitalO câncer do colo do útero é o segundo tipo de câncer mais frequenteem mulheres, com cerca de 500 mil casos novos por ano. Sãoconhecidos mais de 200 tipos de HPV, sendo que aproximadamente45 são responsáveis por infecções na área anogenital. Os HPVs 6 e11 são os mais encontrados em verrugas genitais e os 16 e 18 são osprincipais responsáveis pelas neoplasias do trato anogenital. O HPVpode ser transmitido por contato direto dos órgãos genitais durantea prática sexual, por relações anais e, ocasionalmente, pelo sexooral. O rastreamento das neoplasias do colo uterino é feito atravésde exame citopatológico seguido por colposcopia e biópsia em casode citologia positiva. Duas vacinas profiláticas foram desenvolvidas.A primeira, Cervarix, é uma vacina bivalente que protege contra ostipos mais frequentes de HPV oncogênico (16 e 18) produzida pelaGlaxoSmithKline, e a segunda, Gardasil é uma vacina quadrivalenteque protege contra os HPVs mais oncogênicos e contra os principaisresponsáveis pelas verrugas genitais (6, 11, 16 e 18). A vacina quadrivalentejá foi aprovada em mais de 109 países, com 40 milhõesde doses administradas, sendo mais de 100 mil doses no Brasil.Palavras-chave: HPV, vacina anti HPV, Câncer do colo doútero, verrugas genitais, Gardasil, CervarixImportance of anti-HPV vaccine in the control ofanogenital neoplasiaThe cervical cancer is the type of more frequent cancer inwomen, with about 500 a thousand new cases per year. 200 typesof HPV are known and about 45 are responsible for infections inthe anogenital area. HPVs 6 and 11 are found in genital wartsand 16 and 18 are the main responsible ones for the neoplasiasof the anogenital treat. The HPV can be transmitted by directcontact of the genital area during intercourse, by anal relationsand, occasionally, the oral sex. The screening of neoplasias ofthe cervical cancer is made through colpocytology examinationfollowed by colposcopy and biopsy methods in case of positivecytology. Two prophylactic vaccines had been developed. First,the Cervarix, is a bivalent vaccine that protects against themost frequent types of HPV oncogenic (16 and 18) produced byGlaxoSmithKline, and the second, Gardasil is a quadrivalentvaccine that protects against the oncogenic HPVs and against themain responsible ones for genital warts (6, 11, 16 and 18). Thequadrivalent vaccine was already approved in 109 countries, and40 million doses were given; more than 100.000 doses in Brazil.Keywords: HPV, HPV vaccine, cervical cancer, genital wart,Gardasil, CervarixHPV e câncerO câncer do colo do útero é o segundotipo de câncer mais frequenteentre as mulheres, com aproximadamente500 mil casos novos por anono mundo, sendo responsável peloóbito de, aproximadamente, 230 milmulheres por ano (6). O número decasos novos de câncer do colo doútero esperado para o Brasil no anode 2010 é de 18.430, com um riscoestimado de 18 casos a cada 100 milmulheres (1).Dunn & Ogilvie (1968) observarampela microscopia eletrônica partículasvirais no interior dos núcleos das célulasde verrugas genitais e concluíramque as verrugas genitais eram causadaspor vírus idênticos ou fortementerelacionados com o vírus do papilomahumano (HPV) (2).O HPV pertence a uma famíliagrande de vírus (Papilomaviridae),sendo identificados mais de 200 tiposdiferentes, divididos principalmenteem dois grandes grupos, o de baixoe o de alto risco oncogênico (3). Cercade 45 tipos diferentes infectam aárea anogenital, entretanto, os HPV6, 11, 16 e 18 são os responsáveispela maioria das lesões HPV induzidasnesta região (4).Estudos do genoma de vários tiposde HPV revelam que todos eles contêmuma dupla hélice circular de DNA comcerca de 8.000 pares de bases e codificamduas classes gerais de proteínas:proteínas precoces (E – early) cujasfunções são regular a replicação viral(E1 e E2), transcrição de RNA (E2) etransformação celular (E5, E6 e E7);e proteínas tardias (L- late): L1 e L2158<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


Humberto Façanha da Costa FilhoRosa Mayr Prestes da CostaÉ uma grande honra apresentar a segundaedição do livro do Dr. HumbertoFaçanha! Quantos laboratórios jáse beneficiaram com a ajuda fantásticaque este brilhante profissional lhes proporcionou?Dezenas! E posso afirmarque estão todos muito felizes. Por quê?Porque eles sabem que com o negóciode laboratório de análises clínicaspode-se obter lucratividade, desde quehaja uma gestão financeira profissional.O meu respeito pelo Dr. Humbertocontinua crescendo pela forma comoele se coloca sempre disponível e dara seu profissionalismo a uma humanidademarcada e tratar seu interlocutorcom profundo respeito.Na Assembléia Francesa uma vez medeparei com esta frase: “Os homensprocuram a luz em um jardim frágil,onde fervilham as cores”.Desejo que Dr. Humberto traga a luzpara que alguns possam encontrar suaprópria luz...Sylvain Kernbaum<strong>Ed</strong>itora EskalabBIBLIOTECA NEWSLABA revista <strong>NewsLab</strong>, em parceria com as melhores editoras médicas do país,coloca à sua disposição os seguintes livros a preços promocionais:www.newslab.com.brAbordagem Interdisciplinarem AnálisesClínicas - 2ª <strong>Ed</strong>içãoAutores: <strong>Ed</strong>na Maria VissociReiche, Leda Mezzaroba,José Wander Breganó, MarsileniPelisson e Egídio Tesser428 páginasPreço: R$ 50,00Microbiologia – 5°ediçãoAutores: FlávioAlterthum & Luiz RachidTrabulsi780 páginasPreço: R$ 197,00Técnicas Básicas deLaboratório Clínico –5ª ediçãoAutoras: Barbara H. 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Os livros serão enviados pelos Correios, com aviso de recebimento.Os preços estão sujeitos à alteração. Para encomendas feitas na cidade de São Paulo e grande São Paulo, não cobramos frete. Para outras localidades, o frete é de R$ 12,00 por livro.Eskalab - Av. Paulista, 2073. <strong>Ed</strong>. Horsa 1. Conjunto 2315. CEP.: 01311-940. São Paulo. SP - Fone/Fax: (11) 3171-2190 / 3171-2191/ E-mail: assinatura@newslab.com.br


AGENDA 2 0 1 1ISLH 2001Congresso da SociedadeInternacional deHematologia LaboratorialData: 6 a 8 de maioLocal: Marriot New Orleans, EUAInformações: www.islh.orgIFCC-WorldLab Berlin 201121 st International Congressof Clinical Chemistry andLaboratory MedicineData: 15 a 19 de maioLocal: Berlim. AlemanhaInformações: www.berlin2011.orgHospitalar 201118ª Feira Internacional deProdutos, Equipamentos, Serviçose Tecnologia para Hospitais,Laboratórios, Farmácias, Clínicase ConsultóriosData: 24 a 27 de maioLocal: Pavilhões do Expo CenterNorte, São Paulo. SPInformações: www.hospitalar.com38° Congresso Brasileirode Análises Clínicas e11° Congresso Brasileirode Citologia ClínicaData: 26 a 29 de junhoLocal: Expo Unimed, Curitiba. PRInformações: www.sbac.org.brAACC Annual Meeting andClinical Lab ExpoData: 24 a 28 de julhoLocal: Atlanta. EUAInformações: www.aacc.org45º Congresso Brasileiro dePatologia Clínica/MedicinaLaboratorialData: 16 a 19 de agostoLocal: Florianópolis. SCInformações: www.sbpc.org.brXXII Congresso Brasileirade ParasitologiaData: 24 a 27 de agostoLocal: Centro de ConvençõesRebouças, São PauloInfo.: www.qeeventos.com.br57º Congresso Brasileirode GenéticaData: 30 de agosto a2 de setembroLocal: Centro de Convenções doHotel Monte Real Resort.Águas de Lindóia. SPInformações: www.sbg.org.brANALITICA LATIN AMERICAData: 20 a 22 de setembroLocal: Transamérica Expo Center,São Paulo. SPInfor.: www.analiticanet.com.brXXXVI Brazilian Congress ofImmunologyData: 15 a 19 de outubroLocal: Foz do Iguaçu. PRInformações: www.sbicongressos.comCURSOS2.º A.C.Camargo GlobalMeeting of TranslationalScienceData: 19 a 24 de junhoLocal: Anfiteatro José Ermírio deMoraes. Rua Professor AntônioPrudente, 211 - Liberdade -São Paulo, SPwww.accamargo.org.br/schoolscience2011/Cursos de Pós-GraduaçãoAcademia de Ciência eTecnologiaAnálises Clínicas: início em junhoHormônios: início em agostoBanco de Sangue eHematologia: início em setembroBiomolecular e Imunologia: inícioem setembro de 2011www.ciencianews.com.brCursos de ExtensãoUniversitária a DistânciaUniversidade Federal do RioGrande do Sul/Hospital deClínicas de Porto Alegre- Identificação humana peloDNA: Genética forense eSistema HLA- Imunologia Básica e Aplicadawww.dnareference.com.br168<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


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SPFone/Fax: (11) 3277-85660800 136006ampltda@ampltda.com.brwww.ampltda.com.brwww.bloodstop.com.brPágina: 7Análise Produtos e Serviçospara Laboratórios LtdaAv. Santo Amaro, 320004556-200. São Paulo. SPFone: (11) 5542-4699Fax: (11) 5542-7054analise@analiselaboratorios.com.brwww.analiselaboratorios.com.brPágina: 137Axigenwww.axygen.com.brcontato@axygen.com.brPágina: 139Beckman Coulterdo Brazil Ltda.Calçada Aldebarã, 39Centro de Apoio 2 - Alphaville06541-055. Santana doParnaíba. SPFone: (11) 4154-8818Fax: (11) 4154-8825coultersp@beckmancoulter.com.brwww.beckmancoulter.com.brPágina: 88, 89Becton Dickinson IndústriasCirúrgicas Ltda.Rua Alexandre Dumas, 197604717-004. São Paulo. SPFone: 0800 555-5654Fax: (11) 5185-9966crc@bd.com.brwww.bd.com/brasilPágina: 13, 149BioAdvance DiagnósticosAv. São Miguel, 536003870-100. São Paulo. SPFone: (11) 3445-5418 /2621-7171contato@bioadvancediag.com.brwww.bioadvancediag.com.brPágina: 115Bioclin DiagnósticaR. Teles de Menezes, 9231565-130. Belo Horizonte. MGFone: (31) 3427-5454Fax: (31) 3427-2999bioclin@bioclin.com.brwww.bioclin.com.brPágina: 20, 21, 23, 25Biocon DiagnósticosAv. Barão Homem deMello, 2028 – 3º andar30421-484. Belo Horizonte. MGFone/Fax: (31) 2552-8384biocon@biocondiagnosticos.com.brwww.biocondiagnosticos.com.brPágina: 107Biodina RioRepresentações Ltda.Estrada do Mapuá, 742 – Parte- Taquara22710-265. Jacarepaguá. RJFone/Fax:(21) 2435-9800vendas@biodina.com.brPáginas: 178, 3a CapaBioeasyAv. Barão Homem deMelo, 567 – 1º30431-285. Belo Horizonte. MGFone/Fax: (31) 3048-0008www.bioeasy.com.brbiomolecular@bioeasy.com.brPágina: 70, 71BioMérieux Brasil S/AEstrada do Mapuá, 49122710-261. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 2444-1400Fax: (21) 2445-6025contato@sa.biomerieux.comwww.biomerieux.com.brPágina: 99BiometrixEstrada da Graciosa, 108182840-360. Curitiba. PRFone: (41) 2108-5250Fax: (41) 2108-5252mkt1@biometrix.com.brwww.biometrix.com.brPágina: 95Bio-OxfordR. Pires de Oliveira, 82704716-010. São Paulo. SPFone: (11) 5183-9969Fone/Fax: (11) 5183-5374bio-oxford@uol.com.brwww.bio-oxford.comPágina: 93Bioplus Prod. paraLab. LtdaEstrada Dr. Cícero Borges deMoraes, 170106407-000. Barueri. SPFone: (11) 4198-2498Fax: (11) 4198-6522bioplus@bioplus.com.brwww.bioplus.com.brPágina: 153Bio-Rad LaboratóriosBrasil Ltda.MatrizRua Alfredo Albano da Costa,100 - salas 1, 2 e 3 - DistritoIndustrial33400-000. Lagoa Santa. MGFone: (31) 3689-6600atendimento@bio-rad.comwww.bio-rad.comFilial RJRua General Canabarro, 22420271-203. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 3237-9400Filial SPAv. Rebouças, 226705401-300. São Paulo. SPFone: (11) 5044-5699Página: 135BioSys Ltda.R. Coronel Gomes Machado, 35824020-112. Niterói. RJFone: (21) 3907-2534Fax: (21) 3907-2509biosys@biosys.com.brwww.biosys.com.brPágina: 81Biotécnica Ind Com Ltda.R. Ignácio Alvarenga, 9637026-470. Varginha. MGFone:/Fax: (35) 3214-4646biotecnica@biotecnicaltda.com.brwww.biotecnica.ind.brPágina: 109Centerlab – Centralde Artigos paraLaboratórios Ltda.Av. Nossa Senhora deFátima, 2.34330710-020.Belo Horizonte. MGFone: (31) 2128-6000Fax: (31) 0800 2835200centerlab@centerlab.com.brwww.centerlab.comFilial Centerlab ESAv. Fernando Ferrari, 3.35729075-053. Vitória. ESFone: (27) 3327-4266Fax: (27) 0800 7274266es@centerlab.com.brwww.centerlab.comPágina: 63Conceito DiagnósticaR. Aquidaban, 38530720-420. Belo Horizonte. MGFone/Fax: (31) 3411-2484vendas@conceitodiagnostica.com.brPágina: 87Congresso Brasileiro deParasitologia - XXIIQualidade EventosEspeciais Ltda.Rua 3, Quadra C-6 – Lt 73/75,880, Salas 805/808Setor Oeste. <strong>Ed</strong>. Office Tower74115-050. Goiânia. GOFone/Fax: (62) 3214-1005contato@qeeventos.com.brwww.qeeventos.com.brPágina: 167Delta Laboratório de ApoioR. Marques de Caravelas, 18740140-240. Salvador. BAFone: (71) 2107-0070Fax: (71) 2107-0002deltaapoio@deltaapoio.com.brwww.deltaapoio.com.brPágina: 163Diagnósticos do BrasilBR 376, 10.50083010-500. São José dosPinhais. PRFone/Fax: (41) 3299-3400www.diagnosticosdobrasil.com.brPágina: 4ª CapaDiagnostika PatologiaCirúrgica e CitologiaR. Frei Caneca, 111901307-003. São Paulo. SPFone: (11) 3549-2222info@diagnostika.med.brwww.diagnostika.med.brPágina: 40, 41Diamed-Latino América S/AR. Alfredo Albano da Costa,100 DIDistrito Industrial de Lagoa Santa33400-000. Lagoa Santa. MGSAC: (31) 3689-6636Fone: (31) 3689-6600Fax: (31) 3689-6611diamed@diamed.com.brwww.diamed.com.brDiamed SPR. Carlos Gomes, 17209715-130. S.B.Campo. SPFone: (11) 4338-8666Página: 29DME – DiagnósticosMicrobiológicosEspecializadosAv. Antonio Cavasana, 9716013-385. Araçatuba. SPTeleFax: (18) 3621-8670Em São Paulo (11) 8346-4263com Pachecobacdme@uol.com.brPágina: 103Erviegas Ltda.R. Lacedemônia, 26804634-020. São Paulo. SPFone: (11) 5034-2227Fax: (11) 5034-2228erviegas@erviegas.com.brwww.erviegas.com.brPágina: 145Formato ClínicoAv. das Nações Unidas, 12399 –12º andar – cj 12504578-000. São Paulo. SPFone: (11) 3512-6910formatoclinico@formatoclinico.com.brwww.formatoclinico.com.brPágina: 119Genolab Biologia MolecularR. Floriano Peixoto, 42589010-500. Blumenau. SCFone: (47) 3326-1177Fax: (47) 3322-4978atendimento@laboratoriogenolab.com.brwww.laboratoriogenolab.com.brPágina: 125Greiner Bio-One BrasilProdutos MedicosHospitalares Ltda.Av. Affonso Pansan, 196713473-620. Americana. SPFone: (19) 3468-9600Fax: (19) 3468-9601info@br.gbo.comwww.gbo.comPágina: 17, 159176 <strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011


HamiltonR. Columbus, 282 – 6º andar05304-010. São Paulo. SPFones: (11) 3377-9767 /9677-4093Joseluis.avanzo@hamiltoncompany.comwww.hamiltonrobotics.com.brPágina: 61HORIBA MedicalAv. das Nações Unidas, 21.73504795-100. São Paulo. SPFone: (11) 5545-1500Fax: (11) 5545-1570HelpLine 0800-113999mktbrasil@br.abx.frwww.horiba-abx.comPáginas: 2a Capa, 3, 75HospitalarFone: (11) 3897-6199visitantes@hospitalar.com.brwww.hospitalar.comPágina: 171Hospitec – Espírito SantoR. Mário Batalha, 236Nossa Senhora de Fátima -Serra. ESFone: (27) 3421-4800vendas@hospitec.netPágina: 59Hotsoft Informática Ltda.Av. Tiradentes, 57 - sobreloja87013-260. Maringá. PRFone: (44) 3226-4453Fax: (44) 3222-5091vendas@hotsoft.com.brwww.hotsoft.com.brPágina: 69IFT Transportes Aéreos&Rodoviários Ltda.R. José de Alencar, 6404671-030. São Paulo. SPFone: (11) 2856-5900Fax: (11) 2856-5903comercial@iftcargas.com.brwww.iftcargas.com.brPágina: 47Interteck Internacional Imp.E Exp. Ltda.R. Sabarabussu, 14904755-080. São Paulo. SPFone: (11) 3429-2555Fax: (11) 3429-2566comercial@interteck.com.brPágina: 97J. Moraes – Solução emLogística InternacionalAv. Mariana Ubaldina do EspíritoSanto, 623/689 – 5º andar – sl 5107197-600. Guarulhos. SPFone: (11) 2447-9290Fax: (11) 2447-9299jmoraes@jmoraes.com.brwww.jmoraes.com.brPágina: 65Johnson & Johnson do BrasilDivisão Ortho Clinical DiagnosticsGerência de ProdutosR. Gerivatiba, 207 – 13º and05501-900. São Paulo. SPFone: (11) 3030-1015Fax: (11) 3030-1110SAC: 0800 5564 11 / 3814-2066fbarros1@its.jnj.comwww.jmjgateway.comPágina: 100, 101Laboratório H. Pardini Ltda.Av. das Nações, 244833200-000. Vespasiano. MGFone: (31) 3228-6200Fax: (31) 2121-6200atendimento@labhpardini.com.brwww.hermespardini.com.brPágina: 43Laboratório Médico Dr.MaricondiR. Major José Inácio, 239213560-161. São Carlos. SPFone: (16) 2107-0123Fax: (16) 3307-4240apoiolabmaricondi@labmaricondi.com.brwww.labmaricondi.com.brPágina: 51Laborclin Produtos paraLaboratórios Ltda.Rua Cassemiro de Abreu, 52183321-210. Pinhais. PRSAC: 0800 410 027Fone:/Fax: (41) 3661-9000SAC:@laborclin.com.brcomercial@laborclin.com.brwww.laborclin.com.brPágina: 5Labtest Diagnóstica S.aAv. Paulo Ferreira da Costa, 60033400-000. Lagoa Santa. MGFone: (31) 3689-6900Fax: (31) 3689-6901sac@labtest.com.brwww.labtest.com.brPágina: 67Lobov CientíficaAv. Angélica, 688 – cj 20701228-000. São Paulo. SPFone: (11) 3829-8040vendas@lobov.com.brwww.lobov.com.brPágina: 27, 131Medic Ware Sistemas deInformática Ltda.R. Agnelo de Brito, 90 – 3º andar,<strong>Ed</strong>. Garibaldi Memorial40170-100. Salvador. BAFone: (71) 3617-1176Fax: (71) 3617-1150atendimento@medicware.com.brwww.medicware.com.brPágina: 129Medivax Ind. e Com. Ltda.Av. Venezuela, 3 – sala 30320081-310. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 2283-2833Fax: (21) 2263-9117medivax@medivax.com.brwww.medivax.com.brPágina: 45Medmax Com. DeEquipamentos Médicos eSimilares Ltda.Calçada dos Ipês, 33 – sala 1106453-025. Barueri. SPFone: (11) 4191-0170vendas2@medmaxnet.com.brwww.medmaxnet.com.brPágina: 110, 111NewProv Produtos paraLaboratórios Ltda.R. 1º de Maio, 59083323-020. Pinhais. PRFone/Fax: (41) 3888-1300vendas@newprov.com.brwww.newprov.com.brPágina: 30, 31pH7 Comércio eRepresentação de Produtospara Diagnósticos Ltda.R. Carlos Gomes, 166/17209715-130. São Bernardo doCampo. SPFone/Fax: (11) 4338-8666sac@ph7id.com.brPágina: 37PNCQ – Programa Nacionalde Controle de QualidadeR. Vicente Licínio, 191 A20270-902. Rio de Janeiro. RJFone/Fax: (21) 2569-6867pncq@pncq.org.brwww.pncq.org.brPágina: 53Qiagen Biotecnologia BrasilLtda.Av. Jabaquara, 1909 – 14º andar04045-003. São Paulo. SPFone: (11) 5079-4000Fax: (11) 5079-4001vendas.brasil@qiagen.comwww.qiagen.comPágina: 155Randox Brasil Ltda.R. Fernandes Moreira, 41504716-000. São Paulo. SPFone: (11) 5181-2024Fax: (11) 5181-0817brasil.mail@randox.comwww.randox.comPágina: 85REM Ind. e Com. Ltda.R. Columbus, 28205304-010.São Paulo.SPFone: (11) 3377-9922Fax: (11) 3377-9900E.mail: labo.comercial@rem.ind.brwww.rem.ind.brPágina: 157Roche Diagnostica BrasilLtda.(RPD) – Roche ProfessionalDiagnostics eRoche Molecular DiagnosticsAv. Engenheiro Billings, 1729 –Prédio 3805321-900. São Paulo. SPFone: (11) 3719-4645Fax: (11) 3719.9492brasil.diagnostica@roche.comwww.roche-diagnostica.com.brPáginas: 8, 9, Encarte Rochein NewsSebia BrasilR. Barão do Triunfo, 73 – cj 5104602-000. São Paulo. SPFone: (11) 3849-0148Fax: (11) 3841-9816sebia@sebia.com.brPágina: 123Shift Consultoria e SistemasR. Independência, 328115010-110. São José do RioPreto. SPFone: (17) 2136-1555Fax: (17) 2136-1590comercial@shift.com.brwww.shift.com.brPágina: 133ShuttleAv. Tamboré, 118006460-000. Barueri. SPFone: (11) 3883-0200www.shuttle.com.brPágina: 169Siemens Medical SolutionsDiagnosticsR. Werner Siemens, 111 - Prédio1 – 2.º andar05069-900. São Paulo. SPFone : (11) 3817-3000Página: 1ª Capa, 19, 161Sociedade Brasileira deAnálises ClínicasR. Vicente Licínio, 9520270-340. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 2187-0800Fax: (21) 2234-4881E-mail: congresso@sbac.org.brwww.cbac.org.brPágina: 164, 165Sociedade Brasileira dePatologia Clínica MedicinaLaboratorialR. Dois de Dezembro, 78 – salas909/91022220-040. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 2558-1024Fax: (21) 2205-3386sbpc@sbpc.org.brPágina: 172, 173, 174, 175Sysmex do Brasil Indústria eComércio Ltda.R. do Paraíso, 148 – cj 3104103-000. São Paulo. SPFone: (11) 3145-4300Fax: (11) 3145-4309marketing@sysmex.com.brwww.sysmex.com.brPágina: 15Thread SistemasAv. Tiradentes, 1194 – salas 03 e04, zona 0187013-260. Maringá. PRFone: (44) 3031-2552vendas@jalis.com.brwww.jalis.com.brPágina: 117Vida Central de DiagnósticosQE 01 AEF – Guará 1 – salas01 e 0271020-061. Brasília. DFFone/Fax: (61) 3383-4113www.vida.bio.brPágina: 121Wama Produtos paraLaboratórios Ltda.R. Aldo Germano Klein, 10013560-971. São Carlos. SPFone: (16) 3377-9977Fax: (16) 3377-9970a.cientifica@wamadiagnostica.com.brwww.wamadiagnostica.com.brPágina: 143Werfen GroupEstrada dos Romeiros – km 38,506504-160. Santana do Parnaíba.SPFones: (11) 4154-3337vendas@werfengroup.comwww.werfengroup.comPágina: 54, 55<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>105</strong> - 2011177

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