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revista observatorio do redd_CS5.indd - Observatório do REDD

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Movimentos sociais e ONG´sdiscutem entraves <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> AmazôniaPor: Adriana Ramos, Secretária Executiva <strong>do</strong> Instituto Socioambiental (ISA)Em outubro de 2010, quan<strong>do</strong> o Fun<strong>do</strong> Amazôniacompletava pouco mais de <strong>do</strong>is anos de funcionamento,realizamos a oficina sobre o Fun<strong>do</strong> Amazônia. O eventoconsoli<strong>do</strong>u entre as organizações da sociedade civil e movimentossociais a convicção de que a criação <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> éuma vitória da sociedade brasileira e que devemos assegurarque ele cumpra sua finalidade de “captar <strong>do</strong>açõespara investimentos não-reembolsáveis em ações de prevenção,monitoramento e combate ao desmatamento, ede promoção da conservação e <strong>do</strong> uso sustentável dasflorestas no bioma amazônico”, ten<strong>do</strong> como público-alvoprioritário as comunidades tradicionais, povos indígenas,assentamentos e agricultores familiares.No entanto, é consenso entre as organizações que algumasadequações tornam-se necessárias para atender aessa prioridade. Para as lideranças presentes ao encontro,é fundamental que o acesso direto aos recursos por meiode suas próprias organizações seja assegura<strong>do</strong>. Participaram<strong>do</strong> evento, representantes <strong>do</strong> Grupo de TrabalhoAmazônico – GTA, Conselho Nacional das PopulaçõesExtrativistas – CNS, Coordenação das Organizações Indígenasda Amazônia Brasileira – COIAB e ConfederaçãoNacional <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res na Agricultura – CONTAG.Alguns <strong>do</strong>s aspectos críticos <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> debati<strong>do</strong>s naoficina foram: os custos envolvi<strong>do</strong>s no processo de negociação<strong>do</strong>s projetos, que envolvem viagens e emissão de<strong>do</strong>cumentos, além <strong>do</strong>s recursos humanos, que a maiorparte das organizações não tem como justificar para suasfontes de recursos.As limitações apresentadas pelo BNDES para a inclusãonos projetos de custos relativos ao funcionamento dasorganizações (aluguel, salários e outros custos indiretos)também contribuem para que o Fun<strong>do</strong> acabe privilegian<strong>do</strong>organizações maiores, que contam com outras fontesde apoio, utilizadas como contrapartida ou que possuemcapital excedente para fazer esses investimentos.O relato das experiências de negociação também evidencioua inadequação <strong>do</strong> formulário de apresentaçãode projetos, uma vez que o volume de informações complementaressolicita<strong>do</strong> aos proponentes pode chegar amais de 50 pedi<strong>do</strong>s. Algumas pequenas adequações jáforam feitas, mas ainda assim não foram suficientes paragarantir que o preenchimento contemple a maior partedas informações necessárias à compreensão <strong>do</strong> projeto.Questões relativas a prazos, valores e custos administrativos<strong>do</strong>s projetos não têm parâmetros previamentedefini<strong>do</strong>s, fican<strong>do</strong> a cargo da equipe de negociação o estabelecimentodas regras aplicáveis a cada caso. Reduziressa assimetria e criar parâmetros mais claros é uma dasquestões fundamentais para dar ao Fun<strong>do</strong> maior transparência.Para muitas organizações, a análise <strong>do</strong>s projetos<strong>do</strong> BNDES dá prioridade aos aspectos administrativos eburocráticos, deixan<strong>do</strong> as questões relativas à qualidadee à eficácia das propostas em segun<strong>do</strong> plano. Monitoraras iniciativas já aprovadas para analisar de mo<strong>do</strong> consistentea eficiência das estratégias planejadas é uma dasformas de dar mais elementos à própria equipe <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong>para a análise técnica de novas propostas.Os participantes da oficina discutiram ainda propostaspara o apoio a pequenos projetos de produção sustentável,tema em discussão no âmbito <strong>do</strong> Conselho Orienta<strong>do</strong>r(COFA), e os fun<strong>do</strong>s de pequenos projetos. Analisaramtambém a possibilidade de definição pelo COFAde apoio via demanda induzida que permita fomentarprojetos nas linhas temáticas e públicos-alvo considera<strong>do</strong>sprioritários.As recomendações ao Fun<strong>do</strong> Amazônia serão levadaspela representação da sociedade civil e movimentos sociaisao COFA, para que sejam consideradas pelos demaismembros <strong>do</strong> colegia<strong>do</strong> e pelo BNDES.O Fun<strong>do</strong> Amazônia tem hoje 13 projetos aprova<strong>do</strong>s,sen<strong>do</strong> sete iniciativas de órgãos de governo e seis de organizações<strong>do</strong> terceiro setor. O total de recursos aprova<strong>do</strong>schega a quase R$ 190 milhões.O desafio de garantir o acesso de organizações locaisaos recursos <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> será a prioridade da sociedade civile movimentos sociais em 2011.12

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