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JARDIM BOTÂNICO (POA) – Guia do Visitante

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<strong>Guia</strong> <strong>do</strong> <strong>Visitante</strong>Jardim Botânicode Porto Alegre


<strong>Guia</strong> <strong>do</strong> <strong>Visitante</strong>Jardim Botânicode Porto AlegrePorto Alegre - RS2005


ReferênciaFUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL. Jardim Botânico dePorto Alegre. <strong>Guia</strong> <strong>do</strong> Jardim Botânico de Porto Alegre. Porto Alegre: 2005.100p., il. (Publicações Avulsas FZB, 13)DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA FONTE (CIP)F981g Fundação Zoobotânica <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul. Jardim Botânico de PortoAlegre.<strong>Guia</strong> <strong>do</strong> Jardim Botânico de Porto Alegre.- Porto Alegre: 2005.100p. : il. (Publicações Avulsas FZB, n.13)1. Jardim Botânico de Porto Alegre - <strong>Guia</strong>. I. Titulo.ISSN 0100-5363 CDU 712.253:58(816.5)Bibliotecária: Elga Ratnieks Barbe<strong>do</strong>- CRB-10/436


" No mistério <strong>do</strong> Sem-Fimequilibra-se um planeta.E, no planeta, um jardim,e, no jardim, um canteiro:no canteiro, uma violeta,e, sobre ela, o dia inteiro,entre o planeta e o Sem-Fim,a asa de uma borboleta.”(Cecília Meireles)


No No ta ta d d a a Direção DireçãoOOguia <strong>do</strong> <strong>Visitante</strong> <strong>do</strong>Jardim Botânico é umaobra que busca facilitar ovisitante a descobrir, entender edesvendar o que existe dentro <strong>do</strong>Jardim Botânico. E não é umsimples Jardim Botânico, mas oJardim Botânico de Porto Alegre,que está entre os cinco principais<strong>do</strong> Brasil, consideran<strong>do</strong> umaclassificação que possui váriosquesitos de acor<strong>do</strong> com aResolução CONAMA nº 339.O <strong>Guia</strong>, que teve apenas umantecessor edita<strong>do</strong> em 1981,ocupará uma lacuna deixadadurante mais de 20 anos e que émuito sentida pelos visitantes <strong>do</strong>Jardim Botânico. Objetivamosatender a to<strong>do</strong>s, seja paradescanso, relaxamento e lazer,ou buscar informações técnicas ecientíficas a respeito da floranativa <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul.Temos nele deposita<strong>do</strong> otrabalho que envolveu a to<strong>do</strong>s os04


servi<strong>do</strong>res, sem exceção, que trabalham no Jardim Botânico.Podemos considerar que ao editar este guia estamos deixan<strong>do</strong>um marco histórico, quan<strong>do</strong> se aproxima os 50 anos <strong>do</strong> JardimBotânico de Porto Alegre (o cinqüentenário será em10/09/2008).Este <strong>Guia</strong> também atende uma meta proposta e aceita noProjeto “Jardim Botânico e a Comunidade – Conservan<strong>do</strong> aFlora Nativa”, que integra o Projeto “Investin<strong>do</strong> na Natureza– Brasil”, resulta<strong>do</strong> de um projeto desenvolvi<strong>do</strong> pelo BotanicGardens Conservation International – BGCI e o Earthwatcher e a World Wild Life Foundation – WWF epatrocina<strong>do</strong> pelo Banco HSBC.Sejam bem-vin<strong>do</strong>s a este templo mágico da natureza e boavisita.Helio de Almeida OliveiraDiretor Executivo <strong>do</strong>Jardim BotânicoCarlos Rubem SchreinerPresidente da FundaçãoZoobotânica <strong>do</strong> RS


Ap Ap r r es es e e nta nta ç ç ão ãoCOMO USAR O GUIAOOs jardins botânicos sãomuito mais que lugaresagradáveis de se visitar.Além da exposição deplantas, estas instituições desenvolvematividades depesquisa, educação e conservaçãoda biodiversidade vegetal.Outro fato importante, quepassa despercebi<strong>do</strong>, é que amaioria das plantas de um jardimbotânico são catalogadas e<strong>do</strong>cumentadas com uma sériede informações, forman<strong>do</strong> oque chamamos de coleçõescientíficas. Estas coleções sãoimportantes para salva-guardarespécies raras ou ameaçadas noseu ambiente natural, e tambémcomo fonte de recursos genéticoscom várias possibilidadesde uso pela sociedade.06


Quan<strong>do</strong> preparamos uma coleção precisamos definir algunscritérios de organização. Assim, no Jardim Botânico de PortoAlegre, as coleções de espécies arbóreas (Arboreto) estãoorganizadas segun<strong>do</strong> critérios: Taxonômicos: coleções formadas por plantaspertencentes a mesma familia ou ordem botânica como,por exemplo, gimnospermas, mirtáceas e arecáceas. Fitogeográficos: coleções de plantas agrupadas porformações vegetais que ocorrem no RS como, porexemplo, Mata Atlântica, Parque <strong>do</strong> Espinilho eFloresta com Araucária. Características Especiais: coleções formadas porplantas que tenham características em comum comoplantas medicinais, perfumadas ou suculentas.Este guia <strong>do</strong> visitante foi estrutura<strong>do</strong> com a descrição dealgumas coleções, identificadas por meio de placas parafacilitar sua localização no Parque. Além das informaçõesgerais há fotos e descrição de espécies vegetais representativasda respectiva coleção.Esperamos que o uso deste guia torne a visita ao JardimBotânico mais interessante, associan<strong>do</strong> lazer com informaçãoe educação e, dessa forma, conseguirmos alia<strong>do</strong>s em nossamissão de proteger e conservar a vegetação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> RioGrande <strong>do</strong> Sul.Bom passeio.07


O O rige rige m m <strong>do</strong>s <strong>do</strong>s J J ard ard ins insBotâ Botâ n n ic ic os osAcriação de jardins paramanter plantas pormotivos estéticos oureligiosos tem uma longahistória. Os jardins suspensos daBabilônia construí<strong>do</strong>s porNabuco<strong>do</strong>nosor para sua esposa,em 570 a.C. é um exemplo bemconheci<strong>do</strong>. As áreas cultivadaspelos Astecas ao re<strong>do</strong>r de suascidades surpreenderam osexplora<strong>do</strong>res espanhóis pela suabeleza e variedade de plantas. Osegípcios também criaram jardinsque mantinham muitas espéciesde plantas. Neste perío<strong>do</strong> nãotinham objetivos econômicos oucientíficos sen<strong>do</strong> cria<strong>do</strong>sprincipalmente para oferecerlazer e recreação para a nobreza.As primeiras coleções de plantascom potencial econômico eagrícola foram associa<strong>do</strong>s aescolas de medicina e08


concentravam seus esforços na coleta e estu<strong>do</strong> de ervasmedicinais. Este é o caso <strong>do</strong>s primeiros Jardins Botânicoseuropeus como os de Florença, Leiden, Leipizig, Montpellier,Pisa , Pádua e Heidelberg, to<strong>do</strong>s cria<strong>do</strong>s no século XVI. Noséculo seguinte o número de Jardins Botânicos cresceudevi<strong>do</strong> aos estu<strong>do</strong>s da taxonomia sen<strong>do</strong> importantíssima,nessa fase, a contribuição de Carl Linnaeus, que trabalhava epesquisava na Universidade de Medicina de Uppsala, naSuécia. O primeiroherbário foi cria<strong>do</strong> noséculo XVI por LucaGhini, um estudioso debotânica da Universidadede Bolonha,com o objetivo de <strong>do</strong>cumentaras plantas conhecidas.Durante o perío<strong>do</strong>colonial os JardinsBotânicos tiveram umimportante papel comocentros de introdução e distribuição de plantas exóticas,principalmente aquelas com potencial econômico. Muitasviagens de exploração ao Novo Mun<strong>do</strong> e Ásia, financiadaspor empresas comerciais e sociedades científicas, trouxeramum grande incremento aos acervos das coleções botânicas.09


Mais recentemente, com o aumento das ameaças aosambientes naturais em to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, os Jardins Botânicos têmassumi<strong>do</strong> a responsabilidade na conservação "ex situ" deplantas ameaçadas ou em vias de extinção. Este papel foireforça<strong>do</strong> em 1989, com a publicação das Estratégias deConservação para Jardins Botânicos. Também em 1989 foicria<strong>do</strong> o Botanic Gardens Conservation International (BGCI),com o objetivo de fornecer meios para a troca de informaçõessobre as atividades, programas e quaisquer novos avançosobti<strong>do</strong>s em Jardins Botânicos que beneficiem a conservação eeducação, além de apoiar a criação de redes regionais ounacionais.A educação ambiental tem si<strong>do</strong> uma linha de atuaçãoimportante <strong>do</strong>s Jardins Botânicos que recebem, anualmente,cerca de 150 milhões de pessoas, em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. Estasinstituições constituem-se num ambiente propício aodesenvolvimento de diversas atividades educativas,contribuin<strong>do</strong> para a conscientização pública sobre o processode extinção de plantas e a importância de sua conservaçãocomo sustentáculo da vida na Terra.Atualmente existem mais de 1.800 jardins e arboretos em umtotal de 148 países, e eles mantêm mais de quatro milhões deaquisições . Entre as coleções, estão representantes de mais de80.000 espécies, quase um terço das espécies conhecidas deplantas vasculares.10


H H ii s s t t ó ó ric ric o o d d o o J J a a rd rd im imBotâ Botâ n n ico ico d d e e P P ort ort o o A A lleg eg re reAAidéia de organizar umJardim Botânico emPorto Alegre é bastanteantiga. A primeira pessoa a pensarsobre o assunto foi D. João VIque era um grande admira<strong>do</strong>r dasplantas. Graças a sua iniciativafoi cria<strong>do</strong> o Jardim Botânico <strong>do</strong>Rio de Janeiro, um <strong>do</strong>s maisantigos <strong>do</strong> País. Com o objetivode estimular a criação <strong>do</strong> JardimBotânico de Porto Alegre, D.João chegou a enviar algunsexemplares para o Rio Grande <strong>do</strong>Sul. Infelizmente essas mudasnão passaram <strong>do</strong> município deRio Grande, onde algumas foramplantadas. Lembrança viva desse12


fato é o eucalipto histórico que ainda existe na cidade.Anos depois o agrônomo Paulo Schoenwald <strong>do</strong>ou terras aoGoverno <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para que fosse cria<strong>do</strong> um JardimBotânico. Essa iniciativa não foi compreendida na época e oprojeto caiu no esquecimento.Na década de 30 o professor e agrônomo Gastão de AlmeidaSantos iniciou um Jardim Botânico no bairro da Azenha.Também esse projeto tornou-se inviável devi<strong>do</strong> à pressão daexpansão urbana naquela área.Em 1953 foi aprovada a Lei nº 2136 que alienava algumaschácaras situadas na capital, numa área total de 81ha. O 2ºparágrafo desta lei estabelecia que, da área total, seria reservadauma porção não inferior a 50ha para criação de um parquede recreio ou Jardim Botânico. Para dar cumprimento aesta lei, o então governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> Il<strong>do</strong> Meneghetti,13


através <strong>do</strong> secretário de obras públicas, Major EngenheiroEuclides Triches, criou uma comissão com o objetivo deestudar a melhor maneira de aproveitar a área e criar o JardimBotânico. Participaram dessa comissão o Dr. Say Marques,Deoclécio de Andrade Bastos, sena<strong>do</strong>r Mem de Sá, professorAlarich Schultz, professor padre Balduino Rambo, CurtMentz, professor Edwal<strong>do</strong> Pereira Paiva, professor F. C.Goelzer, <strong>do</strong>utor Gui<strong>do</strong> F. Correa, <strong>do</strong>utor Nelly PeixotoMartins, <strong>do</strong>utor Paulo Annes Gonçalves, <strong>do</strong>utor Ruy B. Kruge professor irmão Teo<strong>do</strong>ro Luis. Em 26 de outubro de 1956 acomissão apresentou o anteprojeto inicial <strong>do</strong> JardimBotânico. O irmão Teo<strong>do</strong>ro Luis foi indica<strong>do</strong> pelo Secretáriode Obras e nomea<strong>do</strong> pelo Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para dirigiros trabalhos de implantação <strong>do</strong> Jardim Botânico.Dois anos depois, em 10 de setembro de 1958, o JardimBotânico foi aberto ao publico. Nessa data, as coleções vivasde plantas <strong>do</strong> Jardim Botânico eram formadas peloPalmaretum, Coniferetum e uma seção de sucu-lentas comespécies de cactáceas, agaváceas e crassuláceas. Como boaparte da coleção de coníferas foi <strong>do</strong>ada por Kurt Mentz,membro da comissão, o irmão Teo<strong>do</strong>ro Luis sugeriu o nomede Mentz Arboretum a esta coleção.A primeira casa de vegetação foi inaugurada em 1º de maio de1962 pelo governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Leonel de Moura Brizola.Foi um projeto elabora<strong>do</strong> com o auxílio de CarlosZuckermann, Dalma Ely Metz Seger e Aloysio Pedro Segerpara abrigar parte da coleção de cactos.Nos anos de 1964 a 1974 o Jardim Botânico sofreu com adescontinuidade <strong>do</strong> seu projeto de instalação. Não foramfeitos investimentos e o acervo de plantas não teve novas14


aquisições. Além disso, a área original foi repartida edistribuída para diversas instituições. Nessa época começou aconstrução de um prédio para a TV Educativa da Secretaria deEducação e Cultura. Esse projeto não foi concluí<strong>do</strong> e o prédioconstruí<strong>do</strong> foi adapta<strong>do</strong>, anos mais tarde, para abrigar aFundação Zoobotânica <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul (FZB).Em 1972, através da Lei nº 6.497 foi instituída a FundaçãoZoobotânica <strong>do</strong> RS com o objetivo de administrar e manteráreas destinadas à proteção e conservação da flora e fauna regionais.Em 1974 o Jardim Botânico foi transferi<strong>do</strong> para aFZB para que fosse administra<strong>do</strong> de maneira integrada comoutras áreas de conservação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Nessa data a área <strong>do</strong>Jardim Botânico era de 43ha, sen<strong>do</strong> que uma parte ocupada15


pela Colônia Agrícola <strong>do</strong> Hospital Psiquiátrico São Pedro,conhecida como Casa de Passagem Juliano Moreira.A partir de 1974, sob a direção <strong>do</strong> Professor Doutor AlbanoBackes, o Jardim Botânico teve um salto qualitativo decrescimento. Um projeto global foi elabora<strong>do</strong> por MiltonMattos Arquitetos Associa<strong>do</strong>ssob orientação técnica dadireção. Foram recuperadas eincrementadas as coleçõesexistentes e organi-zadas novascoleções. Nesse perío<strong>do</strong>definiu-se a orientação <strong>do</strong>Jardim Botânico em trabalharcom a flora nativa <strong>do</strong> RS ehouve a retomada dasexpedições botânicas decoletas. Foram implantadascoleções de famílias botânicasimportantes no Esta<strong>do</strong> comomirtáceas, leguminosas,bignoniáceas, malváceas, bromeliáceas, orquidáceas,pteridófitas e outras coleções de grupos menores. Tambémforam criadas áreas no Arboreto, representan<strong>do</strong> formaçõesvegetais típicas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, como a Floresta de Araucária e aFloresta <strong>do</strong> Alto Uruguai.Aos poucos, a educação ambiental começou a tornar-se umaimportante estratégia para a conservação da natureza. Em1988, através de um projeto financia<strong>do</strong> pela Fundação deAmparo à Pesquisa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul(FAPERGS), foi inaugura<strong>do</strong> o Núcleo de Educação Irmão16


Teo<strong>do</strong>ro Luis, com o objetivo de qualificar o atendimento aosvisitantes e o desenvolvimento de atividades educativas.A partir de 1997 o Jardim Botânico teve outro salto decrescimento através <strong>do</strong> projeto Pró-Guaíba. Foram construídasinstalações para o Banco de Sementes e casas devegetação para abrigar coleções de cactáceas, bromeliáceas eorquidáceas. Além disso, foram construí<strong>do</strong>s prédios para osetor de apoio e para a administração da Instituição. Tambémhouve a compra de equipamentos e a contratação de técnicosaumentan<strong>do</strong> o quadro de pessoal. Estes profissionais trabalharampor quatro anos realizan<strong>do</strong> diversas pesquisas eexpedições de coleta na Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Guaíba. Oresulta<strong>do</strong> foi um aumento considerável no acervo de plantasnativas, publicações de resulta<strong>do</strong>s de pesquisas e a consolidação<strong>do</strong> Jardim Botânico, como importante órgão de conservaçãoda flora gaúcha.No dia 02 de junho de 2003, através da Lei Estadual nº 11.917,o Jardim Botânico foi declara<strong>do</strong> como integrante <strong>do</strong>Patrimônio Cultural <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul.Em 2004, foi publica<strong>do</strong> oficialmente o Plano Diretor,constituin<strong>do</strong> ferramenta de planificação de ações, visan<strong>do</strong>melhor atender aos objetivos defini<strong>do</strong>s por sua missãoinstitucional.Atualmente, é considera<strong>do</strong> como um <strong>do</strong>s cinco maioresJardins Botânicos brasileiros possuin<strong>do</strong> um acervosignificativo da flora regional. Além <strong>do</strong> manejo, manutençãoe ampliação das coleções vivas de plantas, realiza pesquisascom plantas ameaçadas de extinção e várias atividades educativase culturais, buscan<strong>do</strong> conscientizar a sociedade sobre arelação entre a conservação da flora e a qualidade de vida.17


Objetivos Objetivos <strong>do</strong> <strong>do</strong> Jardim JardimBotânico Botânico da da FZB FZBMISSÃO“Realizar a conservaçãointegrada da flora nativa e<strong>do</strong>s ecossistemas regionais,tornan<strong>do</strong>-se um centro dereferência para a pesquisa,a educação, a cultura e olazer, contribuin<strong>do</strong> para aqualidade de vida”.Conservar a diversidade biológica,trabalhan<strong>do</strong> de acor<strong>do</strong>com políticas internacionais enacionais, através de técnicasde conservação in situ e ex situ;integrar a conservação da diversidadedas plantas nos níveisde ecossistemas, espécies e populações;dar prioridade à conservação deespécies raras, endêmicas, ouem perigo de extinção;manter acessos diversos de18


cada espécie, buscan<strong>do</strong> conservar os recursos genéticos;empreender programas de conscientização pública, atravésde parcerias com instituições governamentais ou não governamentais;subsidiar definições de prioridades e políticas públicas paraproteção <strong>do</strong> meio ambiente e da biodiversidade;contribuir no desenvolvimento de tecnologias para usosustentável <strong>do</strong>s recursos da flora;desenvolver, implantar e participar de planos de ação pararecuperação de espécies e restauração de ecossistemas e desua diversidade, levan<strong>do</strong> em conta interações sociais, culturaise econômicas que causem impacto na biodiversidade;estimulare empreender pesquisas em biologia vegetal,utilizan<strong>do</strong> seus resulta<strong>do</strong>s como instrumentos na conservaçãoda biodiversidade.


Lembretes para uma boa visitaMantenha o JB limpo. Jogue o lixo nas lixeiras e participe dacoleta seletiva.Ajude a conservar as plantas. Não tire nada além de fotosnem suba nas árvores. Uma planta machucada vai deixar decrescer.Evite a entrada de material vegetal, pois ele pode conterorganismos que poderão contaminar as plantas <strong>do</strong> JB.Respeite o silêncio. Não use aparelhos sonoros em altovolume. Silenciosamente você poderá observar melhor asaves e outros animais.Bicicletas e motos devem ser estacionadas na portaria.Skates, patins e patinetes são proibi<strong>do</strong>s no local, bem como aprática de esportes.O ingresso de animais <strong>do</strong>mésticos é proibi<strong>do</strong>. É umamaneira de proteger a fauna nativa e visitantes.Evite incêndios. Aproveite o ar puro procuran<strong>do</strong> não fumardurante a visita.Observe a sinalização <strong>do</strong> Parque e transite apenas peloscaminhos.Bebidas alcoólicas são proibidas no JB.Estacione somente em local indica<strong>do</strong>.Não alimente e nem perturbe os animais.


P P ass ass e e an<strong>do</strong> an<strong>do</strong> p p e e lo lo J J ardim ardimBot Bot â â nic nic o oO que contém a placa de identificaçãoUUm Jardim Botânico é,principalmente, uma coleçãocientífica de plantasvivas. Devem ser corretamenteidentificadas por seunome científico e todas as informaçõessobre a planta mantidassob um número de registro.FamíliaMyrtaceaeAcca sellowiana(O. Berg) BurretNome CientíficoARAU0114Goiabeira-serranaAmérica meridionalNome PopularN° de registrona coleçãoDistribuiçãoGeográfica22


Classificação sistemáticaO homem, para melhor compreender, sempre procurouclassificar a natureza que o rodeava. Uma das primeirasclassificações das plantas foi de acor<strong>do</strong> com sua importânciaeconômica ou utilidade: alimentícias, medicinais, forrageirase ervas daninhas. Outra classificação foi de acor<strong>do</strong> com suamorfologia vegetativa: ervas, arbustos, árvores e lianas.Porém, para facilitar o estu<strong>do</strong> das espécies, os botânicos asseparam em grupos de plantas com características comuns - oque vem a ser a classificação sistemática . Mais recentemente,vêm se utilizan<strong>do</strong> não apenas das característicasmorfológicas, mas também da anatomia, citologia,embriologia, genética, citogenética, química e paleontologia,resultan<strong>do</strong> em uma classificação que cada vez mais se assemelhaà natural, ou seja, por parentesco evolutivo.NomenclaturaPor que dar nome científico às plantas, sen<strong>do</strong> que essesparecem tão complica<strong>do</strong>s e que podemos utilizar os nomespopulares, tão mais simples?Muitas vezes uma espécie tem vários nomes populares quevariam de local para local, por exemplo, Balfourodendronriedelianum é conheci<strong>do</strong> como guatambu, farinha-seca, guanixinga,guamuxinga, guaratais, marfim, pau-cetim, pau-liso,pau-marfim, pequiá-mamão e pequiá-mamona.De mo<strong>do</strong> oposto, o mesmo nome popular é utiliza<strong>do</strong> para de-23


nominar inúmeras espécies. Por exemplo, o nome “mariamole”é utiliza<strong>do</strong> para denominar popularmente, no mínimo,as seguintes espécies: Senecio brasiliensis, Guapiraopposita, Dendropanax cuneatum, Alchornea glandulosa,Phytolacca dioica, Philodendron bipinnatifidum.Muitas vezes uma espécie ocorre em vários países dediferentes línguas, portanto, em cada país, recebe váriosnomes populares.Devi<strong>do</strong> a essa variedade de nomes os cientistas resolveramcriar regras de nomenclatura, de mo<strong>do</strong> que uma espéciepudesse ser reconhecida em qualquer lugar <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> por umúnico nome e criaram, então, a nomenclatura científica.O nome científico de uma espécie é forma<strong>do</strong> por umacombinação de duas palavras (nomenclatura binária): umnome genérico e um epíteto específico, em latim oulatinizadas, segui<strong>do</strong> da abreviatura <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> autor daespécie.


C C o o lleçõe eçõe s s Ta Ta x x o o n n ômicas ômicasÁrea 02Família MYRTACEAEFamília das pitangueiras,goiabeiras e jaboticabeirasNo Rio Grande <strong>do</strong> Sul temosmais de 100 espécies nativasdessa família, que se caracterizapor apresentar folhas simples,opostas e com bor<strong>do</strong>s lisos; troncoscom casca descamante (sete-26


capotes) ou lisos e mancha<strong>do</strong>s (cerejeira e goiabeira). Seusfrutos são geralmente comestíveis (pitanga, goiaba, cereja<strong>do</strong>-mato, jaboticaba, guabiju, guabiroba, etc.).As primeiras mirtáceas foram plantadas no Jardim Botânicoem 1975.Sete-capotesNome científico: Campomanesia guazumifolia (Cambess.)O. Berg.Árvore com até 15 metros dealtura, recebeu seu nome populardevi<strong>do</strong> às várias camadas de cascaque se desprendem de seu tronco.As nervuras de suas folhas sãobastante salientes na face inferiore possuem pequenos pêlos naface superior. Suas floresbrancas aparecem entre outubroe dezembro e seus frutosde setembro a janeiro. Os frutos, comcasca pilosa e levemente amarela<strong>do</strong>squan<strong>do</strong> maduros, são bastanteaprecia<strong>do</strong>s pela fauna. Esta espécieapresenta também usos na medicinapopular. Ocorre desde o Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, Minas Gerais eRio de Janeiro, até as Florestas Subtropicais <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong>Sul (Estacional Decidual e Estacional Semidecidual).27


JaboticabaNome científico: Plinia trunciflora (O. Berg) KauselÁrvore de porte médio, atingin<strong>do</strong>15 metros de altura e casca lisa.Apresenta flores brancas empequenos cachos presos diretamentenos ramos e tronco (caulifloria).A época de floração ocorrenos meses de agosto e setembro.É uma frutífera muito apreciada.Suamadeira é utilizada emmarcenaria, e os frutos são comercializa<strong>do</strong>se usa<strong>do</strong>s no fabrico de<strong>do</strong>ces e bebidas.Ocorre naturalmente na Argentina,Paraguai e Brasil (desde o Mato Grosso <strong>do</strong> Sul até o RioGrande <strong>do</strong> Sul).


Área 04Família ARECACEAEFamília das palmeirasÉ a segunda coleçãoarbórea mais antiga <strong>do</strong>Jardim Botânico, osprimeiros plantios datamde 1957. As palmeiraspodem ser facilmentereconhecidas por suasfolhas, geralmente naforma de pena ou leque epelo tronco, chama<strong>do</strong> estipe,que, diferentementedas árvores de outras famílias, não possui casca e cujocrescimento pode ser observa<strong>do</strong> pelas cicatrizes na forma deanéis salientes. Seus frutos são freqüentemente colori<strong>do</strong>s edispostos em cachos.A relação <strong>do</strong>s seres humanos com as palmeiras é bastanteampla: na alimentação pelo consumo <strong>do</strong>s frutos (coco, butiá,açaí), <strong>do</strong> estipe de algumas espécies (palmito) e de óleos(dendê); no artesanato são utilizadas fibras extraídas dasdiversas partes das palmeiras; na decoração são utilizadas emtelha<strong>do</strong>s, cestarias e outros objetos (piaçaba, ratan); na confecçãode filtros e mascarás de gás (babaçu) e no vestuário.No Rio Grande <strong>do</strong> Sul o cultivo de certas espécies é restritopelo clima, pois a maioria das palmeiras é originária deregiões tropicais, não sobreviven<strong>do</strong> ao frio.29


ButiáNome científico: Butia capitata (Mart.) Becc.É a espécie símbolo <strong>do</strong> JardimBotânico de Porto Alegre, característicada vegetação original daregião da cidade e das restingas daplanície litorânea. Está ameaçadade extinção, pois seu hábitat estásen<strong>do</strong> destruí<strong>do</strong> e novas mudasnão sobrevivem sob o pastejo<strong>do</strong> ga<strong>do</strong>.É uma pequena palmeira comaté seis ou oito metros de altura.Tem várias potencialidadeseconômicas como industrial, frutífera e ornamental.No Brasil, ocorre da Bahia ao Rio Grande <strong>do</strong> Sul em áreasabertas, também na Argentina, Uruguai e Paraguai.


BuritiNome científico: Trithrinax brasiliensis Mart.Palmeira de até 15 metros dealtura. Chama a atenção pelarede de espinhos que cobreto<strong>do</strong> o estipe e pelas folhas emleque. Floresce a partir denovembro e apresenta frutosentre março e maio. Estes, nosestágios iniciais, se apresentamverde-amarela<strong>do</strong>s,tornan<strong>do</strong>-se quase negrosquan<strong>do</strong> maduros.De suas folhas, emesta<strong>do</strong> natural, podemser feitos leques evassouras. Quan<strong>do</strong>preparadas, suas fibrasse prestam para aconfecção de chapéus eoutros artigos. De seus frutos pode ser extraí<strong>do</strong> óleo para finsculinários.Espécie característica da região <strong>do</strong> planalto nos três esta<strong>do</strong>s<strong>do</strong> Sul, habitan<strong>do</strong> preferencialmente locais com formaçãovegetal aberta (campos e vassourais), raramente ocorren<strong>do</strong> nointerior <strong>do</strong>s bosques de Araucária e em outras regiões.31


Área 05Divisão GYMNOSPERMAE (MENTZ ARBORETUM)Divisão <strong>do</strong>s pinheiros,ciprestes e palmas-de-ramosAs Gimnospermas sãoplantas geralmente lenhosas,arbóreas e caracterizam-sepor apresentar sementesnuas. As plantaspertencentes a essa divisãosão muito antigas, surgiramno perío<strong>do</strong> Carbonífero(aproximadamente345 milhões de anos atrás)e atingiram seu apogeu dedesenvolvimento na mesmaépoca que a terra era <strong>do</strong>minada pelos répteis na eraMesozóica, compreendida entre 245 e 65 milhões de anosatrás.Ginkgo biloba (ginko) e Cycas revoluta (palma-de-ramos)são espécies chamadas de fósseis vivos, por se tratarem deformas primitivas.Na região central <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, município de Mata, encontramsetroncos petrifica<strong>do</strong>s (por incrustação de sílica) de exemplaresdessa Divisão.Várias de suas espécies mais conhecidas pertencem à ordemdas coníferas, que são árvores com tronco geralmente retilíneoe folhas dispostas em forma de espiral, denominadas ací-32


culas, no gênero Pinus.A área 05 é a mais antiga <strong>do</strong> JB, sen<strong>do</strong> que o plantio dasprimei-ras árvores foi feito no ano de 1957. Como boa parte<strong>do</strong> acervo foi <strong>do</strong>ada por Kurt Mentz, integrante da comissãode planeja-mento <strong>do</strong> Jardim Botânico, esta área recebeu onome de mentz arboretumEfedraNome científico: Ephedra tweediana Fisch. & C.A. Mey.Família: EphedraceaeArbusto trepa<strong>do</strong>r lenhoso, de aparêncialeve, que pode atingir até 6metros de altura.Suas folhas caem no inverno. Suassementes permanecem envoltas peloaparelho reprodutivo feminino,que é carnoso e vermelho. Essaplanta possui um valor estético aindanão explora<strong>do</strong>.Espécie nativa no Uruguai, norte da Argentina e Rio Grande<strong>do</strong> Sul. No Rio Grande <strong>do</strong> Sul ocorre em algumas áreas naSerra <strong>do</strong> Sudeste, Restinga Litorânea, margens da Laguna <strong>do</strong>sPatos e <strong>do</strong> Guaíba. Sua presença nas matas da Praia <strong>do</strong> Lami,em Porto Alegre, justificou a criação de uma unidade deconservação, a Reserva Biológica <strong>do</strong> Lami.É utilizada na medicina popular para o tratamento de váriasmoléstias. Contém alcalóides (efedrina).33


Araucária AustralianaNome Científico: Araucaria bidwillii Hook.Família: AraucariaceaeÁrvore nativa da Austrália. Ocorrenas florestas pluviais, em solos deorigem basáltico, sen<strong>do</strong> encontradaem associação com Araucariacunninghamii Aiton ex D. Don.Ornamental, alta, com mais de 40metros de altura, é a espécie dearaucária que mais se parece com anossa Araucaria angustifolia, opinheiro-<strong>do</strong>-paraná, porém tem acopa piramidal e mantém por muitomais tempo os ramos inferiores.Possui sementes comestíveis. É espécie muito importantepara os povos nativos da sua região de origem, os quais aconsideram sagrada. Sua madeira também pode ser utilizadaem carpintaria e marcenaria.


Área 08Ordem FABALESOrdem <strong>do</strong> pau-brasil, ingá e cabreúvaNessa ordem encontramseas plantas da família Fabaceae(pata-de-vaca),família Caesalpiniaceae(pau-brasil) e famíliaMimosaceae (ingá). Essasplantas são mais conhecidascomo leguminosas,assim como o feijão e asoja.As plantas dessa ordemsão bastante utilizadas narecuperação de áreas degradadaspor melhorar as características físico-químicas ebiológicas <strong>do</strong> solo, pois possuem associações com bactériasfixa<strong>do</strong>ras de nitrogênio.Em geral as Fabales apresentam belas e vistosas florações,sen<strong>do</strong> bastante utilizadas como ornamentais (pau-ferro,caliandras, chuva-de-ouro e outras).


Pau-BrasilNome científico: Caesalpinia echinata Lam.Árvore com até 12 metros de altura,com espinhos, folhas compostas e floresem cachos amarelos. Quase foi extinta,pois sua madeira era muito utilizada naconstrução civil e naval, porém seuprincipal uso era como matéria primapara a extração de um corante vermelhochama<strong>do</strong> “brasileína”, muito utiliza<strong>do</strong>no passa<strong>do</strong> para a confecção de tintas ecorantes. Atualmente é empregada apenas na confecção dearcos de violino. Foi tão importante para a geração deriquezas, no perío<strong>do</strong> de sua intensa exploração, querepresentou um ciclo econômico e originou o nome <strong>do</strong> nossopaís, sen<strong>do</strong> considerada a árvore símbolo <strong>do</strong> Brasil. Ocorrenaturalmente na Mata Atlântica, <strong>do</strong> Ceará ao Rio de Janeiro.AlecrimNome científico: Holocalyx balansae MicheliÁrvore de grande porte atingin<strong>do</strong> até 25metros de altura. Possui copa densaformada por folhagem verde escura comfolhas compostas, alternas e inflorescênciasem cachos axilares. É indicada paraadensamentos florestais pois cresce nointerior de florestas adultas. É extremamenteornamental, apesar de pouco utilizadapara essa finalidade. Ocorre na Argentina, Paraguai eBrasil (Mato Grosso <strong>do</strong> Sul ao Rio Grande <strong>do</strong> Sul).36


Área 10Ordem ZINGIBERALESOrdem das bananeiras e <strong>do</strong> gengibreA ordem das Zingiberalesagrupa cinco famíliasdistribuídas pelasregiões tropicais <strong>do</strong>globo, habitan<strong>do</strong> emterra firme ou banha<strong>do</strong>s.As plantas dessa ordemapresentam comumenteporte herbáceo ouarbustivo, sen<strong>do</strong> poucasas espécies comporte arbóreo. Além <strong>do</strong> gengibre, <strong>do</strong> açafrão, <strong>do</strong> cardamomoe da bananeira, com valor medicinal e alimentício,as demais espécies desta ordem destacam-se pela beleza desuas folhagens e flores, e são muito procuradas parapaisagismo e decoração de interiores.


Árvore- <strong>do</strong>- ViajanteNome científico: Ravenala madagascariensis Sonn.Família: StrelitziaceaeA árvore-<strong>do</strong>-viajante é originária da ilha deMadagascar e tem si<strong>do</strong> muito utilizada empaisagismo. Esta espécie destaca-se pelabeleza de sua folhagem e flores. Pode atingiraté oito metros de altura, apresentan<strong>do</strong>secomo uma árvore rizomatosa, entouceiradae semilenhosa. Conta-se que tem essenome pelo fato de guardar água no interiorda bainha das folhas, contribuin<strong>do</strong> para saciara sede <strong>do</strong>s viajantes.BananeirinhaNome científico: Heliconia velloziana L. EmygdioFamília: HeliconiaceaeConhecidas também como caeté, as helicôniasdestacam-se pela beleza de suasflores e folhagem. As helicônias são nativasdas regiões tropicais das Américas,com muitas espécies exclusivas <strong>do</strong>Brasil.As flores das helicônias são muito procuradaspelos beija-flores.Heliconia velloziana é nativa <strong>do</strong> Brasil. Produz inflorescênciasde cor vermelha, principalmente no verão.38


Área 11Família BIGNONIACEAEFamília <strong>do</strong>s IpêsA perda das folhas no inverno,seguida por umagrande floração na primavera,marca de mo<strong>do</strong> característicoas bignoniáceasarbóreas.Conheci<strong>do</strong>s por seu valorornamental e madeireiro,os ipês (principalmente ogênero Tabebuia) podemser encontra<strong>do</strong>s em diversasformações vegetais emtodas regiões brasileiras. No Rio Grande <strong>do</strong> Sul ocorremalgumas espécies de ipês, tanto amarelos como roxos.Além das espécies arbóreas, a famílias das bignoniáceas érepresentada por um grande número de cipós, como o cipóde-são-joão.


Ipê-amarelo-da-serraNome científico: Tabebuia alba (Cham.) SandwithÁrvore que pode atingiraté 30 metros de altura.No Brasil o ipê-amareloda-serrapode serencontra<strong>do</strong> desde MinasGerais até o nossoEsta<strong>do</strong>. Ocorren<strong>do</strong> tambémno Paraguai e norteda Argentina. É umaespécie freqüente naregião <strong>do</strong> Planalto,aparecen<strong>do</strong>, também,mas com menor freqüência,nas florestas <strong>do</strong>Alto Uruguai e da Bacia<strong>do</strong> Jacuí.O ipê-amarelo-da-serra pode ser diferencia<strong>do</strong> <strong>do</strong>s demaisipês, principalmente pela coloração de suas folhas, sen<strong>do</strong>cada folíolo verde na parte superior e coberto de pelosesbranquiça<strong>do</strong>s na face inferior. Esta característica pode serapreciada nos dias de vento, quan<strong>do</strong> o balanço da copa daárvore deixa entrever o contraste <strong>do</strong> verde com o branco.Como os demais ipês, perde as folhas no inverno e, ainda semas folhas novas, floresce na primavera.40


CarobaNome científico: Jacaranda puberula Cham.Árvore de pequeno porte, atingin<strong>do</strong>normalmente quatro a sete metros dealtura. Perde as folhas no outonoinverno,florescen<strong>do</strong> a partir deagosto até setembro, perío<strong>do</strong> em quetambém ocorre a brotação de folhasnovas. Os frutos amadurecem nosmeses de fevereiro e março,liberan<strong>do</strong> uma grande quantidade dese-mentes, que são facilmente disseminadas pelo vento.É uma espécie bastante ornamental, recomendada para a arborizaçãourbana. Sua madeira é empregada em caixotaria,para obras internas, portas, rodapés, etc.Ocorre na mata pluvial da Encosta Atlântica, desde o Rio deJaneiro até o Rio Grande <strong>do</strong> Sul. É uma espécie que ocorretanto no interior das formações florestais primárias, quantonas formações secundárias, desenvolven<strong>do</strong>-se bem em locaisensolara<strong>do</strong>s.


Área 16Famílias RUTACEAE, MYRSINACEAE EANNONACEAEFamília <strong>do</strong>s araticuns, mamicas e capororocasA família Rutaceae é compostaprincipalmente deárvores e arbustos, raramenteervas. Árvorescomo a laranjeira, limoeiroe demais frutas aparentadaspertencem a estafamília.As Rutáceas ocorrem preferencialmentenas regiõestropicais e subtropicais <strong>do</strong>planeta. Muitas espéciessão nativas <strong>do</strong> Brasil.As características que mais contribuem para a identificaçãodas Rutáceas são, primeiramente, as glândulas translúcidascarregadas de essências aromáticas nas folhas e pétalas e,secundariamente, os espinhos e acúleos, presentes em muitasespécies.Com cerca de trinta e três gêneros e mil espécies, a famíliaMyrsinaceae tem sua distribuição pelas regiões tropicais esubtropicais <strong>do</strong> globo. São principalmente arbustos e árvorespequenas, dificilmente atingin<strong>do</strong> porte eleva<strong>do</strong>. O gêneroMyrsine é o único da família na flora sul-brasileira, são as42


conhecidas capororocas.Na área 16 podemos observar exemplares de capororocão(Myrsine umbellata) e da capororoquinha (Myrsinecoriacea).Fruta-<strong>do</strong>-conde ou araticum são nomes para frutíferas nativasda família Annonaceae. Esta família é encontrada principalmentenas regiões tropicais e subtropicais da América,África e Ásia. Existem espécies de anonáceas arbóreas, arbustivase lianas. Em nosso Esta<strong>do</strong> destacam-se principalmenteos gêneros Rollinia e Annona. Deste último destacamos aespécie Annona glabra, considerada ameaçada de extinção.JaborandiNome científico: Pilocarpus pennatifolius Lem.Família: RutaceaeÉ um arbusto ou pequena árvore de até10 metros com folhas compostas,inflorescências terminais, tronco umpouco tortuoso e copa alongada,floresce praticamente to<strong>do</strong> o ano.Ocorre no Brasil, desde São Paulo atéo Rio Grande <strong>do</strong> Sul, no Paraguai e naArgentina. No Rio Grande <strong>do</strong> Sul, aespécie tem distribuição descontínua, ocorren<strong>do</strong> em solosúmi<strong>do</strong>s ou rochosos nas matas <strong>do</strong> Rio Uruguai, bem como nasmatas da bacia <strong>do</strong> Rio Jacuí. Sua ocorrência é rara na EncostaAtlântica.43


CapororoquinhaNome científico: Myrsine coriacea (Sw.) R. Br. ex Roem. &Schult.Família MyrsinaceaeÁrvore de rápi<strong>do</strong> crescimento comum nosestágios iniciais de quase to<strong>do</strong>s os tiposflorestais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Em alguns tiposflorestais, como encostas de mataatlântica, pode aparecer em comunidadesquase homogêneas.Sua aparência é esguia, com copa piramidal,poden<strong>do</strong> ser utilizada na arborização urbana.Produz anualmente grande quantidade de frutos, sen<strong>do</strong> estesmuito aprecia<strong>do</strong>s pela avifauna, que realiza a dispersão destaespécie. Essa característica também faz da capororoquinhaespécie própria para recuperar áreas degradadas.AraticumNome científico: Annona cacans Warm.Família AnnonaceaeTambém conhecida como quaresmeira ouaraticum-cagão, é encontrada de MinasGerais até o Rio Grande <strong>do</strong> Sul, porém,limitada pela altitude, ocorre apenas nasmatas pluviais atlânticas em altitudessuperiores a 300 metros.Os seus frutos são grandes e bastante44


aprecia<strong>do</strong>s, porém énecessária moderação aoconsumí-los, pois sãolaxantes. A produção <strong>do</strong>smesmos não é regular,haven<strong>do</strong> intervalo maiorque um ano entre asfrutificações.Como apresenta troncocilíndrico e reto e copaglobosa, poderia serutilizada na ornamentaçãopública, porém tem porinconveniente a queda <strong>do</strong>sgrandes frutos, o quepoderia provocar acidentes.


Fo Fo rma rma ç ç õ õ e e s s V V e e ge ge t t a a ii s s d d o oRo Ro i i Gra Gra nn d d ee d d oo SS uullÁrea 06FLORESTA OMBRÓFILAMISTA (Floresta comAraucária)Esse ecossistema, no Rio Grande<strong>do</strong> Sul, que é característico daregião serrana (Mapa 1), temseus maiores remanescentes nosParques Nacionais de Apara<strong>do</strong>sda Serra e da Serra Geral, onde oclima é úmi<strong>do</strong> e apresenta umperío<strong>do</strong> de frio intenso no ano.46


O nome Floresta Ombrófila Mista deve-se às chuvasabundantes, distribuídas uniformemente ao longo <strong>do</strong> ano (<strong>do</strong>grego ombros = chuva) e é mista, pois é caracterizada pelapresença da araucária (Araucaria angustifolia) e <strong>do</strong> pinheirobravo(Po<strong>do</strong>carpus lambertii), ambas gimnospermaspossui<strong>do</strong>ras de folhas estreitas (aciculares), além das espéciesde folhas largas (angiospermas ou magnoliofitas)características de outras formações florestais no Rio Grande<strong>do</strong> Sul.O elemento principal dessa formação é a araucária pois elacaracteriza fisionomicamente a floresta. Tem também grandeimportância fitogeográfica e comercial.Nessa formação podemos encontrar a flor e a árvore símbolos<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, respectivamente, o brinco-de-princesa e a ervamate.Erva-mateNome científico: Ilex paraguariensis A.St. Hil.Família: AquifoliaceaeÁrvore que varia entre quatro equinze metros de altura, com troncocurto e copa densa e perenifólia. Éutilizada desde épocas précolombianaspara o preparo de umabebida estimulante, o mate (quente)ou tererê (frio), muito aprecia<strong>do</strong> noBrasil e outros países da América<strong>do</strong> Sul.47


Ocorre principalmente em matas de altitude, no Brasil, <strong>do</strong>Mato Grosso ao Rio Grande <strong>do</strong> sul, e também em váriosoutros países da América <strong>do</strong> Sul: Equa<strong>do</strong>r, Colômbia, Bolívia,Peru, Paraguai, Argentina e Uruguai.Através <strong>do</strong> Decreto Estadual nº 7.439 foi declarada árvoresímbolo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, em dezembro de1980.AraucáriaNome científico: Araucaria angustifolia (Bertol.) KuntzeFamília: AraucariaceaeÉ uma árvore de grande porte, deaté 50 metros de altura com copa emforma de umbela e folhas aciculares.Tem importância econômicapois seus pinhões são consumi<strong>do</strong>sna alimentação, sen<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong>s ecomercializa<strong>do</strong>s. A madeira é boapara marcenaria e carpintaria e foimuito extraída para estes fins até adecáda de 70, quan<strong>do</strong> seu corte foiproibi<strong>do</strong>.Ocorre, no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, no planaltobasáltico localiza<strong>do</strong> no noroeste <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.


Pinheiro-bravoNome científico: Po<strong>do</strong>carpus lambertii Klotzsch ex Endl.Família: Po<strong>do</strong>carpaceaeÁrvore com até 15 metros de alturacom inflorescências femininas emasculinas ocorren<strong>do</strong> entre agostoe dezembro. Ocorre na Floresta deAraucárias, no Planalto, e no Escu<strong>do</strong>Rio-grandense onde, juntamentecom a coronilha, contribui nafitofisionomia da vegetação arbóreaaberta <strong>do</strong> tipo parque.Possui madeira semelhante à Araucariaangustifolia utilizada para fabricação de molduras,brinque<strong>do</strong>s, caixotaria, aglomera<strong>do</strong>s, papel e celulose. Ébastante utilizada como espécie ornamental e emreflorestamento das margens de reservatórios de água, poratrair pássaros que contribuem para sua dispersão.


Sangue-de-dragãoNome científico: Croton celtidifolius Baill.Família: EuphorbiaceaeÁrvore com até 15 metros de altura.Apresenta tronco quase cilíndrico ereto, coberto por uma casca acinzentada.A copa é bastante aberta e suasfolhas, verde-claras, em forma decoração, ficam avermelhadas quan<strong>do</strong>envelhecem. Isso faz com que estaplanta seja facilmente identificada namata.Ocorre na região da Floresta com Araucária (FlorestaOmbrófila Mista) e da Mata Atlântica (Floresta OmbrófilaDensa), preferencialmente em capoeiras e capoeirões.


Brinco-de-princesaNome científico: Fuchsia regia (Vell.) MunzFamília: OnagraceaeÉ a flor símbolo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> RioGrande <strong>do</strong> Sul. São arbustos a-poiantes (trepadeiras) que vivem nacosta oeste da América, desde oMéxico até o extremo sul argentino,ocorren<strong>do</strong> também quatro espécies naNova Zelândia.Possui belas flores pendentes e inúmerasvariedades híbridas foramdesenvolvidas para o cultivo ornamental.No Rio Grande <strong>do</strong> Sul ocorre nas regiões mais altas, nonoroeste <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. A indicação da Fuchsia regia como florsímbolo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> RS (Decreto Estadual n° 38.400, de16.04.98), foi fruto <strong>do</strong> seu aspecto de grande beleza plástica,fácil cultivo e seu potencial paisagístico.


Mapa 1Distribuição da Floresta Ombrófila Mista noEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, RADAN, 1986.Origem IBGE/RADAN. Edição Laboratóriode Geoprocessamento FZB/RS52


Área 14FLORESTA OMBRÓFILA DENSA (Mata Atlântica)O nome dessa formaçãovegetal deve-se ao regimede chuvas regularmentedistribuídas ao longo <strong>do</strong>ano (ombrófila) e por apresentarárvores com copasque formam uma densa efechada cobertura (densa).A Mata Atlântica é umaformação exclusiva dacosta brasileira. Sen<strong>do</strong> umcentro de biodiversidadereconheci<strong>do</strong> pelaUNESCO como patrimônio mundial da humanidade. Suaárea de ocorrência original é a extensa faixa litorânea desde oRio Grande <strong>do</strong> Norte até o Rio Grande <strong>do</strong> Sul (Mapa 2), comlargura varian<strong>do</strong> de uns poucos a centenas de quilômetros emdireção ao interior <strong>do</strong> país.Desde o início da colonização <strong>do</strong> nosso território esteecossistema tem sofri<strong>do</strong> com a exploração direta de seusrecursos e a pressão resultante da ocupação humana. A maiorparte da população brasileira encontra-se em áreasoriginalmente ocupadas pela Mata Atlântica.Característica marcante da Mata Atlântica é o seu alto grau deendemismo, isto é, o grande número de espécies exclusivasem seus ambientes.53


ImbiruçuNome científico: Pseu<strong>do</strong>bombax grandiflorum (Cav.) A.RobynsFamília: BombacaceaeDa família da Paineira, esta espéciese destaca <strong>do</strong> ambiente principalmentequan<strong>do</strong> seus frutos amadurecem,mostran<strong>do</strong> a cor <strong>do</strong>urada desuas painas. Também de grandebeleza são suas flores brancas e comlongos e numerosos estames. Aimbiruçu pode ser encontradaprincipalmente nos fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>svales da Mata Atlântica, junto aos corpos d'água e emcapoeirais, desde Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso atéo Rio Grande <strong>do</strong> Sul.Pode atingir até 25 metros de altura, e é uma árvore comgrande potencial ornamental, pelas suas folhas palmadas,pela arquitetura de seus ramos e pelas flores e frutos.No perío<strong>do</strong> de floração, de junho a setembro, esta espécieperde totalmente as folhas.


PalmiteiroNome científico: Euterpe edulis Mart.Família: ArecaceaeO palmito é um <strong>do</strong>s mais conheci<strong>do</strong>sprodutos florestais consumi<strong>do</strong>sna culinária.Trata-se de uma palmeira esguia,de tronco liso e folhagensdelicadas, que se desenvolve tantono interior das formações florestaisprimárias, quanto nasclareiras e bordas das matas, commelhor expressão nas florestas.Pode atingir até 20 metros dealtura. Suas flores aparecem nosmeses de outubro e novembro, eseus frutos maduros podem ser encontra<strong>do</strong>s nos meses deinverno.No Brasil, o palmiteiro é encontra<strong>do</strong> da Bahia até o RioGrande <strong>do</strong> Sul. Em nosso Esta<strong>do</strong> o palmiteiro é encontra<strong>do</strong>,ainda, com uma certa freqüência nos municípios de Osório,Maquiné, Três Forquilhas, Torres e outros no litoral norte,sempre na floresta pluvial da encosta da serra.O palmiteiro é uma espécie ameaçada de extinção, tanto peladestruição de seus habitats, quanto pela extraçãodescontrolada para o consumo. Embora haja a proibição <strong>do</strong>corte, esta espécie sofre com a extração ilegal.55


Mapa 2Distribuição da Floresta Ombrófila Densa noEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, RADAN, 1986.Origem IBGE/RADAN. Edição Laboratóriode Geoprocessamento FZB/RS56


Área 15FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL E SEMI-DECIDUAL (Floresta Subtropical)Esta formação florestal é ade maior extensão noEsta<strong>do</strong> (Mapa 3), sen<strong>do</strong>dividida entre decidual esemidecidual, ou seja, nadecidual mais de 50% desuas espécies arbóreasperdem as folhas (sãocaducifólias) no inverno(estacional), já na semidecidualesse percentualvaria entre 20 e 50%.Entre as espécies característicasdessa formação florestal, podemos citar o açoitacavalo,canjerana, branquilho, tarumã, camboatá-vermelho,chal-chal, canela-guaicá, alecrim, canela-preta, angicos e ocedro.No Jardim Botânico as primeiras espécies desta área foramplantadas em 1977.


CabreúvaNome científico: Myrocarpus fron<strong>do</strong>sus AllemãoFamília: FabaceaeÁrvore alta, com até 30 metros dealtura e porte elegante, troncoretilíneo com casca rugosa, cujatextura parece uma malha tricotada,exsuda um líqui<strong>do</strong> aromático comusos na medicina popular e comoincenso.Suas flores brancas e pequenas, emcachos, são muito procuradas pelasabelhas.Sua madeira serve para o entalhe e para a construção civil enaval.


GuajuviraNome científico: Patagonula americana L.Família: BoraginaceaeÁrvore de até 25 metros de altura,possui o tronco curto e a copapiramidal longa. Sua casca é cinzentae levemente fissurada, sen<strong>do</strong>seu cerne escuro, quase preto.Esta árvore é bastante comum naspropriedades rurais, matas alteradasou capoeiras. Tem sua madeirautilizada para construções, cabosde ferramentas, remos, tacos debilhar e golfe, também como ornamental e medicinal.Suas folhas se agrupam sobre as extremidades <strong>do</strong>s ramosforman<strong>do</strong> pequenos buquês. Seu fruto em forma de piãopossui cinco sépalas que o fazem girar quan<strong>do</strong> caem da árvore.


Mapa 3Distribuição da Floresta Estacional Decidual e Semi-decidual noEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, RADAN, 1986.Origem IBGE/RADAN. Edição Laboratóriode Geoprocessamento FZB/RS60


Área 17ESTEPE-PARQUE (Parque <strong>do</strong> Espinilho)No município de Barra <strong>do</strong>Quaraí, no extremo oestede nosso Esta<strong>do</strong>, fronteiracom a Argentina e Uruguai(Mapa 4), ocorre umaformação vegetal única noBrasil, de grande belezaconhecida por Espinilho.Essa formação ocupa pequenaárea no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>Rio Grande <strong>do</strong> Sul e, ainda,ocorre nas provínciasde Corrientes e Entre Rios, na Argentina.Essa característicade raridade fez com que se implantasse na região umaUnidade de Conservação: o Parque Estadual <strong>do</strong> Espinilho.É uma formação gramíneo-lenhosa resultante da associação<strong>do</strong> campo com espécies árboreas, principalmente Prosopisaffinis, P. nigra, Acacia caven e Parkinsonia aculeata.A área 17 <strong>do</strong> Jardim Botânico procura reproduzir o aspectotípico desta formação vegetal, contan<strong>do</strong> em sua coleção comgrande parte das espécies de sua flora arbórea.


AlgarroboNome científico: Prosopis nigra (Griseb.) Hieron.Família: MimosaceaeÉ uma árvore de porte médio, de quatroa oito metros de altura, com copaumbeliforme, pouco espinhosa, folhascompostas por <strong>do</strong>is a três pares depinas e flores amarelas.Ocorre na região centro-norte daArgentina, noroeste <strong>do</strong> Uruguai esu<strong>do</strong>este <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, onde serestringe ao Parque <strong>do</strong> Espinilho.Sua madeira é dura porém não muitodurável, pode ser usada na construçãocivil, mobiliário, fabricação de tonéis e parquês. Da cascapode-se extrair corante para tingir lã, algodão ou seda. Osfrutos servem de alimento para o ga<strong>do</strong> e a fauna silvestre.


Cina-cinaNome científico: Parkinsonia aculeata L.Família: CaesalpiniaceaeÉ uma pequena árvore comum naregião oeste <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, e bastanteutilizada como ornamental na arborizaçãode praças em várias cidades.Possui características peculiares, éde pequeno porte e seus ramos, pendentes,atingem o solo. Sua copa é“transparente” e a floração amarelaé extremamente ornamental.Possui casca fina e esverdeada,ramos com três espinhos em cada nó, folhas compostaspinadas, com folíolos caducos e raques persistentes.Ocorre na Argentina, Paraguai, (chaco) e Brasil, (su<strong>do</strong>este <strong>do</strong>Rio Grande <strong>do</strong> Sul e caatinga nordestina).


EspinilhoNome científico: Acacia caven (Molina) MolinaFamília: MimosaceaeÁrvore pequena, alcança em média<strong>do</strong>is a cinco metros de altura. Suacopa é achatada, a casca bastantegrossa e fendilhada, as folhas sãocompostas por pequeninos folíolosacompanhadas por espinhos de atécinco centímetros. Suas flores arranjam-seem capítulos amareloalaranja<strong>do</strong>s,que surgem no final <strong>do</strong>inverno ou início da primavera eexalam uma fragrância forte e a<strong>do</strong>cicada.É originária da América <strong>do</strong> Sul extratropical: Chile central,Argentina, Uruguai e Rio Grande <strong>do</strong> Sul. Devi<strong>do</strong> a sua grandeplasticidade ecológica é favorecida pelo pastoreio e açãoantrópica.Árvore ornamental é muitas vezes considerada invasora.A madeira é dura e presta-se à produção de lenha e carvão.


Mapa 4Localização da Formação Estepe ParqueParque Estadual <strong>do</strong> Espinilho noEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul , RADAN, 1986.Origem IBGE/RADAN. Edição Laboratóriode Geoprocessamento FZB/RS65


Co Co leçõe leçõe s s T T e e m m át át ii c c a a s s de deP P ll ant ant as asÁrea 07PLANTAS PERFUMADASO perfume das flores é algo quesempre encanta e, logo na entrada,o Jardim Botânico recebe ovisitante com uma área destinadaàs plantas perfumadas. Nessa coleçãoencontram-se espécies dediversas partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.Algumas dessas plantas são66


astante conhecidas como as camélias e os jasmins, já outrasnão são tão comuns como, por exemplo, o pau-de-incenso(Pittosporum undulatum).Em quase todas as estações, esta área reserva agradáveisaromas aos visitantes, muitas vezes escondi<strong>do</strong>s em floresdiminutas ocultas sob a folhagem verde. É quase impossívelpassar por esta área e não sentir no ar a presença de um leveperfume.Magnólia-tutti-fruttiNome científico: Michelia fuscata (Andrews) BlumeFamília: MagnoliaceaeArbusto de grande porte originárioda China. Seus ramos jovens são decor castanha pois apresentam pêlosque desaparecem com o passar <strong>do</strong>tempo. Suas flores, purpúreo-marrons,são pequenas e permanecemfechadas, porém seu aroma de“tutti-frutti” se espalha no ar. Esteperfume pode ser senti<strong>do</strong> no JardimBotânico nos meses de agosto e setembro.


Área 23<strong>JARDIM</strong> ROCHOSOEsta área, juntamente coma área das Arecáceas eGimnospermas, é das maisantigas <strong>do</strong> Jardim Botânico,ten<strong>do</strong> como data inicialde seu plantio o ano de1957.O Jardim Rochoso abrigaespécies de várias famíliase de diversas regiões <strong>do</strong>mun<strong>do</strong>. O que estas espéciestêm em comum é o fatode todas possuírem adaptações para viverem em ambientesonde há pouca disponibilidade de água.Essas plantas desenvolveram mecanismos fisiológicos emorfológicos para sobreviverem estocan<strong>do</strong> a água em seusteci<strong>do</strong>s (aéreos ou subterrâneos) ou evitan<strong>do</strong> sua perdaatravés da transpiração.Conforme a natureza <strong>do</strong> órgão responsável pelo armazenamentode água essas plantas, chamadas suculentas, podem serdivididas nos seguintes grupos: plantas com folhas suculentas (crassuláceas,aizoáceas, asclepiadáceas); plantas com caules suculentos (cactus, aizoáceas,68


asclepiadáceas); plantas com raízes suculentas (davaliaceae -Nephrolepis, liliáceas- Asparagus).Uma das adaptações para diminuir a perda de água através datranspiração é a redução da área foliar da planta. Algumasespécies chegam a perder totalmente as folhas. Transpiram erealizam a fotossíntese pelos ramos, como por exemplo, amaioria <strong>do</strong>s cactos; algumas asclepiadáceas <strong>do</strong> gêneroStapelia; algumas espécies de Euphorbia; uma poligonácea,Homalocladium platycladum, entre outras.Nem to<strong>do</strong>s os exemplos de adaptações à pouca disponibilidadede água existentes no reino vegetal estão presentesno Jardim Rochoso.RuscusNome científico: Ruscus hypoglossum L.Família: LiliaceaeEsta planta, originária da Hungria,Itália e Ásia Menor, é bastantecuriosa, pois suas flores e frutosnascem sobre estruturas queparecem folhas. Estas estruturas sãona realidade ramos modifica<strong>do</strong>s quese chamam filocládios, comaparência e forma de folha.69


Coleções Coleções de de Pl Pl a a nt nt a a s sÚteis ÚteisÁrea 19PLANTAS MEDICINAISDentre as inúmeras relações queos seres humanos mantêm comas plantas, o reconhecimento <strong>do</strong>potencial medicinal de muitasespécies merece destaque.Plantas medicinais são largamenteutilizadas pelo povo.Porém, a importância das plantasmedicinais não se reduz ao seu70


uso popular. Aproximadamente 25% <strong>do</strong>s fármacosemprega<strong>do</strong>s, atualmente, nos países industrializa<strong>do</strong>s,derivam de produtos naturais, principalmente de plantassuperiores. A partir <strong>do</strong> conhecimento popular são realiza<strong>do</strong>sestu<strong>do</strong>s fitoquímicos e, então, produtos sintéticos sãodesenvolvi<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong>s produtos vegetais. Por exemplo, oáci<strong>do</strong> acetil salicílico, o analgésico mais vendi<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong>,deriva da espécie Salix alba, planta utilizada durante milharesde anos na Europa para combater a febre e a <strong>do</strong>r.Contribuir com o conhecimento da flora medicinal, nativa ouexótica é também uma função <strong>do</strong> Jardim Botânico. No Hortodas Plantas Medicinais o visitante pode conhecer váriasespécies vegetais usadas na fitoterapia.


AlecrimNome Científico: Rosmarinus officinalis L.Família: LamiaceaeÉ um arbusto perene de portesubarbustivo, folhas lineares coriáceasmuito aromáticas, flores azula<strong>do</strong>-clarasde forma tubular de aromaforte e agradável.O alecrim é uma planta oriunda daregião mediterrânea da Europa,usada na culinária, medicina,cosmética e magia. Seu nome emlatim, “rosmarinus”, significa “o orvalho que vem <strong>do</strong> mar”,em alusão ao aroma das praias mediterrâneas onde o alecrimcrescia e espraiava-se.Na culinária é utilizada no preparo de carnes, principalmenteas a<strong>do</strong>cicadas, como as de coelho, frango, peixes, mariscos etambém pratos com ovos, queijos e batatas.É utiliza<strong>do</strong> na medicina popular para má digestão, gases, <strong>do</strong>rde cabeça e memória fraca.CapuchinhaNome científico: Tropaeolum majus L.Família: TropaeolaceaePlanta herbácea quase carnosa,prostrada ou escandente, com floresgrandes que vão <strong>do</strong> amarelo ao vermelhoescuro, muito vistosas.72


É originária da América tropical e naturalizada e cultivada emto<strong>do</strong> o Brasil com propósito ornamental, alimentício emedicinal.Toda a planta é comestível, de sabor picante semelhante aoagrião e com alto valor nutritivo. As folhas e flores são ricasem vitamina C e consumidas como salada. Na medicinapopular é utilizada para combater o escorbuto, comoexpectorante e contra queda de cabelo.MaracujáNome científico: Passiflora alata CurtisFamília: PassifloraceaeÉ uma trepadeira de caule firme,com folhas simples e grandes,flores vistosas e perfumadas. Éespécie natural da Mata Atlântica,porém ocorre no Rio Grande<strong>do</strong> Sul apenas cultivada.Os frutos são comestíveis, desabor <strong>do</strong>ce. As folhas utilizadasna medicina popular comosedativo, as raízes, folhas e sementescomo anti-helmínticas.É bastante cultivada como ornamentalprestan<strong>do</strong>-se a formaçãode caramanchões.73


Co Co ll eções eções de de Pl Pl a a nt nt as asExó Exó ti ti cas casÁrea 13PLANTAS DE CLIMATROPICALAs regiões tropicais abrigam amaior diversidade de espécies,tanto animal quanto vegetal.Nos mapas e globos, podemosver bem marcadas as linhas quedelimitam as regiões tropicais,no Hemisfério Norte o Trópico74


de Câncer e no Hemisfério Sul o Trópico de Capricórnio.Nas regiões tropicais encontramos formações florestais,savanas, campos, campos cerra<strong>do</strong>s, manguezais, e vegetaçõesde semi-ári<strong>do</strong>, como a caatinga.Na coleção <strong>do</strong> Jardim Botânico podem ser apreciadas algumasespécies vegetais de diversas regiões tropicais <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.JaqueiraNome científico: Artocarpus heterophyllus Lam.Família: MoraceaeEspécie de origem in<strong>do</strong>-malaia, ajaqueira é cultivada em todas asregiões tropicais <strong>do</strong> globo emfunção de seus frutos, que emalguns casos chegam a pesar 12quilos. No Jardim Botânico as jacaspodem ser observadas nos meses dedezembro a abril.Em condições ambientais propícias,esta espécie pode atingir mais de vinte metros dealtura.


MognoNome científico: Swietenia macrophylla KingFamília: MeliaceaeO mogno é uma espécie exclusiva dasformações florestais de terra firme daAmazônia, ocorren<strong>do</strong> com maiorfreqüência no sul <strong>do</strong> Pará. Atinge até30 metros de altura, apresentafolhagem vistosa e seus frutos abremseainda presos na planta quan<strong>do</strong>maduros, liberan<strong>do</strong> sementes aladas,que se dispersam com o vento. Suamadeira é muito resistente ao ataque de cupins, mas não toleraa exposição ao sol e a umidade excessiva, razão pela qual éutilizada na indústria de móveis.O mogno é considera<strong>do</strong> ameaça<strong>do</strong> de extinção, e tem suaextração controlada. O que não significa que esteja livre dapirataria e da exportação ilegal.


Área 21PLANTAS DE CLIMA TEMPERADOAs regiões de climatempera<strong>do</strong> caracterizamsepor apresentar as quatroestações bem definidasao longo <strong>do</strong> ano,apresentan<strong>do</strong> invernosrigorosos e verões secos.Geograficamente localizam-seentre os trópicos(Câncer e Capricórnio)e os círculos polares(Ártico e Antártico). As florestas dessas regiões possuem diversidadede espécies menor <strong>do</strong> que as de clima tropical, àsvezes apresentan<strong>do</strong>-se bastante homogêneas. É característicaa mudança de tonalidade de suas folhas nos perío<strong>do</strong>s queantecedem à queda das mesmas. Para termos noção exatadesse fenômeno, basta observar o plátano ou o ácer, cujasfolhas ficam amarelas, depois vermelhas e finalmente caem,deixan<strong>do</strong> o chão forra<strong>do</strong> de folhas secas.


Coleç Coleç õ õ es es Esp Esp e e ci ci a a i i s sRe Rego go ii nas nas iiÁrea 24LIANAS DO RIO GRANDEDO SULCipós, trepadeiras, plantas escandentesou lianas, são diferentesnomes que se dá a um mesmocomportamento adaptativo dasplantas.Este grupo de plantas apoia-sesobre outras espécies vegetais ou78


ochas, buscan<strong>do</strong> melhores condições de luminosidade.Algumas lianas desenvolveram estruturas especiais defixação, como as gavinhas enroladas <strong>do</strong>s maracujás e emforma de garras <strong>do</strong> cipó-unha-de-gato; outras espéciesapresentam raízes aéreas ou espinhos como estruturas defixação. E há também aquelas lianas que, para se desenvolver,enrolam-se simplesmente sobre seu apoio.Cipó-de-São-JoãoNome científico: Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) MiersFamília : BignoniaceaeTrepadeira lenhosa, muito comumem áreas perturbadas com solopobre. Muito ornamental pelabeleza e profusão de flores amareloavermelhadas,as quais, acumulamsenas extremidades <strong>do</strong>s ramosfazen<strong>do</strong>-os pender na época deflorescimento, que vai <strong>do</strong> outono aofim <strong>do</strong> inverno, quan<strong>do</strong> poucasplantas ainda apresentam floração. Prende-se em cercas ouramos de plantas vizinhas por meio de gavinhas. Também éutiliza<strong>do</strong> na medicina popular.


CarajuruNome científico: Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B.Verl.Família : BignoniaceaePlanta escandente, folhas com <strong>do</strong>isou três folíolos, flores cor de rosacom <strong>do</strong>is a três centímetros decomprimento. Ocorre em toda aAmérica tropical e nos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>sul <strong>do</strong> Brasil. As folhas submetidasà fermentação fornecem matériacorante vermelho-escura. Osbichos-de-seda alimenta<strong>do</strong>s comsuas folhas produzem seda vermelha. É planta melífera eornamental, cultivada na Europa há mais de 90 anos. Tambémutilizada na medicina popular.


Área 26CACTOS DO RIO GRANDE DO SULA família Cactaceae está representadana flora nativa <strong>do</strong>Rio Grande <strong>do</strong> Sul poraproximadamente 80 espécies,sen<strong>do</strong> que cerca de 39são endêmicas, distribuídaspor todas as regiões fisiográficas<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Os cactos sãoencontra<strong>do</strong>s tanto nas formaçõescampestres, preferencialmenterochosas e arenosas,quanto em florestas, aíocorren<strong>do</strong>, principalmente,espécies epifíticas.A área 26 abriga cactáceas nativas <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul,distribuídas em agrupamentos de acor<strong>do</strong> com a região deocorrência natural. Vale a pena atentar para a arumbeva, comseus longos espinhos e frutos comestíveis e tomar muito cuida<strong>do</strong>para não pisar nos cactos de “bola”, normalmente escondi<strong>do</strong>s nomeio das rochas e capinzais.


Área 30RARAS ENDÊMICAS OU AMEAÇADAS DE EXTINÇÃODO RIO GRANDE DO SULO processo natural deextinção faz parte dahistória da evolução davida na terra. Com amodificação lenta <strong>do</strong>ambiente, na maioria dasvezes milhões ou milharesde anos, novas espéciestomam lugar das antesexistentes.Atualmente as modificaçõesno meio ambientetêm si<strong>do</strong> rápidas, ocorren<strong>do</strong> em centenas de anos ou até mesmomenos tempo. Algumas espécies adaptam-se às novascondições, porém a maioria tem suas populações reduzidas etornam-se mais vulneráveis à extinção sem que haja tempopara que surjam novas espécies para substituí-las.Como o principal papel <strong>do</strong>s Jardins Botânicos é aconservação, objetivamos manter um banco de germoplasmade espécies raras ou ameaçadas para futura reintrodução nohabitat. Os Jardins Botânicos, como armazena<strong>do</strong>res de da<strong>do</strong>s,técnicas e coleções, são bem prepara<strong>do</strong>s para desenvolvertécnicas de conservação ex situ, ou seja, prover custódiaprotetora, justificável como parte de uma estratégia para83


garantir que as espécies sobrevivam no seu habitat . Em 2002foi inaugura<strong>do</strong> no Jardim Botânico uma coleção de ”Espéciesraras, endêmicas ou ameaçadas de extinção <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong>Sul”, onde estão plantadas, principalmente, espéciesarbóreas, incluin<strong>do</strong> Callisthene inundata, espécie rara eendêmica <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Rio das Antas no Rio Grande <strong>do</strong> Sul.Entre as herbáceas temos o bolão-de-ouro (Schlechtendalialuzulaefolia) com distribuição no Esta<strong>do</strong>, restrita entre osmunicípios de Porto Alegre a Pelotas (aproximadamente 300km) e a efedra (Ephedra tweediana), Gymnospermaeherbácea, endêmica - no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul - daregião da Lagoa <strong>do</strong>s Patos .Essas espécies mantidas sob cultivo constituem-se em valiosomaterial que pode ser utiliza<strong>do</strong> para a pesquisa, atividadeseducacionais e como banco de germoplasma, e servirá decontribuição para a conservação da biodiversidade nativa.Sarandi-brancoNome científico: Callisthene inundata Bueno, Nilson etMagalhãesFamília: VochysiaceaeÉ uma espécie arbórea com cerca de setea dez metros de altura, de mata ripáriaencontrada em solos rasos e inundáveiscom afloramentos basálticos. Éendêmica da sub-bacia <strong>do</strong>s rios Taquarie Antas nas regiões fisiográficas da84


Encosta Superior e Inferior <strong>do</strong> Nordeste no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> RioGrande <strong>do</strong> Sul. A condição de endemismo restrito a umapequena área e a construção de duas hidrelétricas na suaregião de ocorrência a torna ameaçada.Espécie considerada ameaçada de extinção na categoria"criticamente ameaçada", sen<strong>do</strong> portanto uma espécieprotegida no Esta<strong>do</strong>.Bolão-de-ouroNome científico: Schlechtendalia luzulifolia Less.Família: AsteraceaeÉ uma erva de aproximadamente50 centímetros de altura,cespitosa, ou seja, cresce emtufos, quan<strong>do</strong> não está florescidatem aspecto de gramínea. Quan<strong>do</strong> floresce, noverão, apresenta flores muitovistosas em forma de globoamarelo-ouro.Sua distribuição é restrita aoUruguai, nordeste da Argentina e, no Brasil, apenas no RioGrande <strong>do</strong> Sul, em solos arenosos ou rochosos. Ocorrenaturalmente na área <strong>do</strong> Jardim Botânico.Espécie considerada ameaçada de extinção na categoria "emperigo", sen<strong>do</strong> portanto uma espécie protegida no Esta<strong>do</strong>.85


Coleç Coleç õe õe s s de de Pl Pl an an t t as asEE xx óó ti ticc aassÁrea 25<strong>JARDIM</strong> AUSTRALIANO ENEOZELANDÊSAs floras australianas e neozelandesaschamam a atençãopelo seu alto grau de endemismos,isto é, um grande númerodas espécies destes locais éexclusivo destas áreas.86


Na coleção <strong>do</strong> Jardim Botânico encontram-se espéciesexclusivas da Austrália, como a Araucaria cunninghamii e aAraucaria bidwilli e espécies exclusivas da Nova Zelândia,como o Pittosporum eugeniodes.


Área 27<strong>JARDIM</strong> ORIENTALImplanta<strong>do</strong> em mea<strong>do</strong>s dadécada de 1980, o JardimOriental conta com exemplaresde espécies nativas<strong>do</strong>s países asiáticos, principalmenteChina e Japão.Observe a beleza das folhasespinhosas e brilhantesda espécie chinesa Ilexcornuta e, nos meses daprimavera, as flores daNandina <strong>do</strong>mestica.


Coleções oleções Especiai Especiai s sSão coleções que não estãoplantadas no Arboreto esim em vasos e abrigadasem estruturas especiais (casas devegetação ou sob estruturas desombreamento).Dez grupos taxonômicos sãorepresenta<strong>do</strong>s nas coleções especiais:as famílias: Araceae, Begoniaceae,Bromeliaceae, Cactaceae,Gesneriaceae, Iridaceae,Liliaceae, Orchidaceae, Piperaceaee a Divisão Pteri<strong>do</strong>phyta.O fato de algumas plantas, comomuitas bromélias, orquídeas esamambaias, viverem sobre asoutras, é uma estratégia ecológicadenominada epifitismo,apesar de muitas pessoas acreditaremque são parasitas. Essarelação não prejudica a plantahospedeira, pois esta só é usadacomo apoio para que a planta fiquemelhor situada em relação aluz.89


V i v ei ro de M udasHorário de atendimentoterças a <strong>do</strong>mingo das 8h às 12h13h às 16h30min


M a pa <strong>do</strong> Jardi m Bot â ni coServiços e Estruturas1- Pórtico de Acesso2 - Centro de <strong>Visitante</strong>s3 - Fundação Zoobotânica <strong>do</strong> RS -Administração4 - Jardim Botânico - Administração5 - Museu de Ciências Naturais -Sala de Exposição6 - Viveiro - Venda de Mudas7 - Laboratórios8 - Exposições9 - Orquidário10 - Bromélias, Suculentas e CactosSugestão de RoteiroA - Plantas PerfumadasB - PinheirosC - Floresta de AraucáriaD - Floresta <strong>do</strong> Alto UruguaiE - LeguminosasF - Trepadeiras de RSG - Plantas MedicinaisH - Savana95


Gl os sárioAcícula folha em forma de agulha, comprida, muito fina e pontiaguda (como empinheiros).Acúleo formação epidérmica em forma de espinho (como em roseira).Bráctea órgão foliáceo na axila <strong>do</strong> qual nasce uma flor ou inflorescência.Descamante que desprende epiderme em forma de escamas.Epifítica planta que vive sobre outra (como certas orquídeas) utilizan<strong>do</strong>-a apenascomo suporte sem parasitá-la.Escandente caule trepa<strong>do</strong>r.Estipe caule cilíndrico sem ramificações (como palmeiras).Folíolo cada segmento de uma folha composta.Inflorescência sistema ramifica<strong>do</strong> de flores (ex. cacho).Labelo em orquídeas a pétala maior e mais vistosa.Liana trepadeira com caule lenhoso (mesmo que cipó).Paina conjunto de fibras se<strong>do</strong>sas que envolvem as sementes de algumas plantas.Perenifólia plantas que não perdem as folhas em uma determinada estação,permanecem verdes to<strong>do</strong> o ano.Pina: o mesmo que folíolo, cada uma das partes laminares de uma folha composta.Pinada folha composta subdividida em folíolos.Raque eixo principal de uma inflorescência ou folha composta.Sépala segmentos <strong>do</strong> cálice.96


Bi b liogr a fia C onsultadaBACKES, Paulo R. Algumas plantas trepadeiras nativas <strong>do</strong> RGS com potencial de uso paisagístico ênfase nafamília Bignoniaceae. 1996. 66f., il. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em Botânica) Departamento de Botânica, UFRGS,Porto Alegre, 1996BACKES, Paulo; IRGANG, Bruno. Árvores <strong>do</strong> Sul: guia de identificação & interesse ecológico. Santa Cruz <strong>do</strong>Sul: Instituto Souza Cruz, 2002. 324p., il.BOTANIC Gardens and Agricultural Genebanks: partners for conservation. In: GENEFLOW; a publication aboutthe earth's plant genetic resource. Roma: IPGRI, 1999. p.12-23.CRONQUIST, Arthur. An integrated system of classification of flowering plants. New York: Columbia UniversityPress, 1981. 1262p., il.FERRI, Mário G.; MENEZES, Nanuza L. de; SCANAVACCA, Walkyria R. M. Glossário ilustra<strong>do</strong> de Botânica.São Paulo: IBRATEC-EDUSP, 1978. 197p.FONT QUER, P. Diccionário de Botánica. Barcelona: Labor, 1993. 1244p.FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Folha SH. 22 Porto Alegre e partedas folhas SH. 21 Uruguaiana e ST. 22 Lagoa Mirim: geologia, geomorfologia, pe<strong>do</strong>logia, vegetação, usopotencial da terra. Rio de Janeiro: 1986. 796p., 6 mapas, il. (Levantamento de Recursos Naturais, 33)LAROCCA, João . Cactáceas em paredões rochosos da Serra Geral <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul: uma abordagemfitogeográfica. 1998. 94f. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em Botânica) UFRGS, Porto Alegre, 1998.LONGHI, Rubens Alberto. Livro das árvores: árvores e arvoretas <strong>do</strong> Sul. Porto Alegre: L&PM, 1995. 176p., il.LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas <strong>do</strong> Brasil.Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. 2v., il.LORENZI, Harri et al. Palmeiras brasileiras e exóticas cultivadas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2004. 416p.,il.LORENZI, Harri; SOUZA, H. Moreira de. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras.Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2001. 1088p., il.MARCHIORI, José Newton Car<strong>do</strong>so. Dendrologia das angiospermas: das bixáceas às rosáceas. Santa Maria: Ed.da UFSM, 2000. 240p., il.MARCHIORI, José Newton Car<strong>do</strong>so. Dendrologia das Angiospermas: Leguminosas. Santa Maria: Ed. da UFSM,1997. 200p., il.------. Dendrologia das Angiospermas: das Magnoliáceas às Flacurtiáceas. Santa Maria: Ed. da UFSM, 1997.271p., il.------. Dendrologia das Angiospermas: Myrtales. Santa Maria: Ed. da UFSM, 1997. 304p., il.NORMAS Internacionais de Conservação para Jardins Botânicos. 2.ed. Rio de Janeiro: EMC Edições, 2004. 112p.REITZ, R.; KLEIN, Roberto M.; REIS, Ademir. Projeto Madeira <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul. Porto Alegre: SUDESUL,1988. 525p., il.RIZZINI, Carlos Tole<strong>do</strong>. Trata<strong>do</strong> de Fitogeografia <strong>do</strong> Brasil; aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos. SãoPaulo: HUCITEC, 1997. 747p., il.WALTER, Heirich. Vegetação e zonas climáticas: trata<strong>do</strong> de Ecologia global. São Paulo: EPU, 1986. 325p., il.WILLISON, Julia. Educação Ambiental em jardins botânicos: diretrizes para desenvolvimento de estratégiasindividuais. Rio de Janeiro: Rede Brasileira de Jardins Botânicos, 2003. 84p., il.YUNES, Rosen<strong>do</strong> A.; CALIXTO, João Batista (Ed.) Plantas medicinais sob a ótica da química medicinalmoderna. Chapecó: Ed. Argos, 2001. 523p.97


Í n di ceNota da Direção ..............................................................Apresentação ..................................................................Origem <strong>do</strong>s Jardins Botânicos ........................................Histórico <strong>do</strong> Jardim Botânico de Porto Alegre ...............Objetivos <strong>do</strong> Jardim Botânico da FZB ...........................Lembretes para uma boa visita .......................................Passean<strong>do</strong> pelo Jardim Botânico ....................................Coleções TaxonômicasFamília Myrtaceae .........................................................Sete-capotes ..................................................................Jaboticaba .....................................................................Família Arecaceae ..........................................................Butiá .............................................................................Buriti ............................................................................Divisão Gymnospermae (mentzarboretum) ...................Efedra ...........................................................................Araucária Australiana ...................................................Ordem Fabales ...............................................................Pau-brasil ......................................................................Alecrim .........................................................................Ordem Zingiberales ........................................................Árvore-<strong>do</strong>-Viajante ......................................................Bananeirinha ................................................................Família Bignoniaceae ....................................................Ipê-amarelo-da-serra ...................................................Caroba ..........................................................................Família Rutaceae, Myrsinaceae E Annonaceae ............Jaborandi ......................................................................Capororoquinha ............................................................Araticum .......................................................................Formações Vegetais <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> SulFloresta Ombrófila Mista................................................Erva-mate .....................................................................Araucária .....................................................................Pinheiro-bravo ..............................................................Sangue-de-dragão .........................................................Brinco-de-princesa .......................................................Mapa 1...........................................................................04060812182022262728293031323334353636373838394041424344444647484950515298


Floresta Ombrófila Densa .............................................. 53Imbiruçu ....................................................................... 54Palmiteiro ..................................................................... 55Mapa 2 .......................................................................... 56Floresta Estacional Decidual e Semi-decidual .............. 57Cabreúva ....................................................................... 58Guajuvira ...................................................................... 59Mapa 3 .......................................................................... 60Estepe-parque (Parque <strong>do</strong> Espinilho)............................. 61Algarrobo ...................................................................... 62Cina-cina ...................................................................... 63Espinilho ....................................................................... 64Mapa 4 .......................................................................... 65Coleções Temáticas de PlantasPlantas Perfumadas ....................................................... 66Magnólia-tutti-frutti ..................................................... 67Jardim Rochoso .............................................................. 68Ruscus .......................................................................... 69Coleções de Plantas ÚteisPlantas Medicinais ......................................................... 70Alecrim ......................................................................... 72Capuchinha ................................................................... 72Maracujá........................................................................ 73Coleções de Plantas ExóticasPlantas de Clima Tropical .............................................. 74Jaqueira .........................................................................Mogno ..........................................................................Plantas de Clima Tempera<strong>do</strong> .........................................Coleções Especiais RegionaisLianas <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul .........................................Cipó-de-são-joão ..........................................................Carajuru.........................................................................Cactos <strong>do</strong> Rio Grande Do Sul ........................................Raras Endêmicas ou Ameaçadas de Extinção <strong>do</strong> RS...Sarandi-branco .............................................................Bolão-de-ouro ..............................................................Coleções de Plantas Exóticas75767778798081838485Jardim Australiano e Neozelandês ................................. 86Jardim Oriental .............................................................. 88Coleções Especiais ......................................................... 89Glossário ......................................................................... 96Bibliografia Consultada .................................................. 9799


GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SULGermano RigottoSECRETÁRIO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTEMauro SpartaFUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SULPresidenteCarlos Rubem SchreinerDiretor Administrativo-FinanceiroArtur LemosDiretor Executivo <strong>do</strong> Jardim BotânicoHélio de Almeida OliveiraDiretor Executivo <strong>do</strong> Museu de Ciências NaturaisNey GastalDiretor Executivo <strong>do</strong> Parque ZoológicoJoão Carlos Correa JardimGUIA DO <strong>JARDIM</strong> BOTÂNICO DE PORTO ALEGRECoordenação Editorial: Jorn. Elisabete Monlleo Martins da Silva - Reg. Prof. Nº1427Coordenação Técnica: Andréia Maranhão CarneiroTexto: Albano Backes, Andréia Maranhão Carneiro, Clarice Glufke,José Fernan<strong>do</strong> Vargas e Maurício SouzaComissão Editorial: Andréia Maranhão Carneiro, Cristina Leonhardt e Márcia Menna Barreto NevesFotografias: Alexandro Rafael Amaro , Andréia Maranhão Carneiro, Ari Delmo Nilson,Brunislau Glovachi, Claudia Rodrigues, Claudimar Fior, Cristina Leonhardt, José Fernan<strong>do</strong> Vargas,Hélio Oliveira, Patricia Tierling, Ricar<strong>do</strong> Ramos e Valdely Ferreira KinuppEditoração Gráfica: Alexandre Susin e Kelly Rhein GereviniEndereço: Rua Dr. Salva<strong>do</strong>r França, 1427Jardim Botânico Cep: 90.690-000Porto Alegre - RSFone: 0xx 51. 3320.2024Email jbotanico@fzb.rs.gov.br


J A R D I MBOTANICOPORTO ALEGRE. RS - BRASIL

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