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10.07.2015 Views

Cirilo, PDRINTRODUÇÃO13Segundo a mais recente atualização do Mitelman Database até o momento, já foramcariotipados 468 casos de Leiomiomas Uterinos(http://cgap.nci.nih.gov/Chromosomes/Mitelman). Estas análises citogenéticas revelaramachados consistentes entre os tumores. Estima-se que aproximadamente 40% dos LUpossuem anormalidades cromossômicas que variam entre as pacientes e os diferentestumores analisados (Ligon e Morton, 2000). Alguns estudos têm mostrado que a presença derearranjos citogenéticos correlaciona-se, por exemplo, com LU gigantes e a localizaçãoanatômica do tumor (Rein et al., 1998; Brosens et al., 1998). Segundo Hennig et al. (1999),tumores com rearranjos envolvendo o cromossomo 12 são geralmente maiores que aquelesque apresentam deleções no cromossomo 7 mas são equivalentes em tamanho aos tumorescariotipicamente normais. Aparentemente, a presença de algumas características histológicaspeculiares podem estar associadas a subtipos específicos de LU com alto índice mitótico.Deleções do braço curto do cromossomo 1 [del(1)(p11-12-pter)] foram observadas em 9casos entre mais 800 amostras de LU. Estes tumores apresentavam característicashistológicas atípicas, incluindo hipercelularidade e/ou atipia celular (Christacos et al., 2006).Entre LU plexiformes, foram descritos cariótipos complexos, evento que geralmente não éobservado em LU típicos. A análise do perfil de expressão gênica global revelou a presença deum agrupamento independente dos LU plexiformes quando avaliados LU e LMS (Hodge et al.,2008).Os tipos de rearranjos cromossômicos, como translocações, trissomias e deleções,encontradas entre os LU sugerem múltiplos mecanismos genéticos associados com ocrescimento do tumor. As translocações cromossômicas podem levar a alterações da regiãopromotora de genes direcionadores ou gerar novos genes quiméricos (a partir de fusõesgênicas) que contribuem para o desenvolvimento e ou manutenção dos tumores (pararevisão MacConaill e Garraway, 2010). As trissomias geralmente aumentam os níveis dostranscritos pelo aumento da dose do gene e as deleções cromossômicas mais freqüentementeresultam na perda da função do gene (para revisão Gross e Morton, 2001). Baseados nos

Cirilo, PDRINTRODUÇÃO14estudos citogenéticos, vários genes candidatos têm sido propostos como envolvidos aodesenvolvimento dos Leiomiomas Uterinos.A primeira anormalidade citogenética associada especificamente com LU e que estápresente em aproximadamente 20% desses tumores é a translocação envolvendo o braçolongo dos cromossomos 12 e 14: t(12;14)(q14-q15; q23-q24) (Heim et al., 1988). O geneHMGA2, membro do grupo de genes que codifica proteínas de alta mobilidade (HMG), temsido o alvo molecular central deste rearranjo. Os pontos de quebra envolvem o intron 3 dogene HMGA2 (>140 kb) e resulta em fusão gênica levando a alteração de sua expressão. Comoresultado deste rearranjo os transcritos codificados são quiméricos contendo os primeirostrês exons do gene HMGA2 em conjunto com a sequência ectópica de outros genes(Kazmierczak et al., 1995; Kools e Van de Ven., 1996). O gene RAD51L1 mapeado em 14q23(membro da família RAD51 associada a reparo a danos no DNA) está preferencialmenteenvolvido na fusão com o gene HMGA2 em Leiomiomas Uterinos (Takahashi et al., 2001).Além disso, estudos moleculares detectaram expressão aumentada do HMGA2 em LUcomparados com miométrio normal adjacente (Arslan et al., 2005; Ingraham et al., 2006).Outro gene mapeado no cromossomo 14 e que pode fusionar-se ao HMGA2 é o ESR2 (14q22).O gene ESR2 não é expresso constitutivamente em quantidades significativas no útero,porém, este tipo de translocação pode levar a ativação deste gene em LU (Nilbert and Heim,1990; Ligon and Morton, 2001). Outros tumores associados ao tecido mesenquimal tambémapresentam rearranjos cromossômicos envolvendo a região 12q13-15, como lipomas,hamartomas condróides pulmonares, fibroadenomas de mama, pólipos endometriais,adenomas pleomórficos de glândula salivar e angiomixoma de vulva (para revisão Fusco eFedele, 2007).Deleções intersticiais do braço longo do cromossomo 7 estão presentes emaproximadamente 17% dos LU com cariótipos anormais e provavelmente, é uma dasanormalidades cromossômicas mais investigadas nestes tumores (Pandis et al., 1990; Hodgeet al., 2009). Os pontos de quebra envolvem 7q21-7q36 com região mínima comum em 7q22

Cirilo, PDRINTRODUÇÃO13Segundo a mais recente atualização do Mitelman Database até o momento, já foramcariotipados 468 casos <strong>de</strong> Leiomiomas Uterinos(http://cgap.nci.nih.gov/Chromosomes/Mitelman). Estas análises citogenéticas revelaramachados consistentes entre os tumores. Estima-se que aproximadamente 40% dos LUpossuem anormalida<strong>de</strong>s cromossômicas que variam entre as pacientes e os diferentestumores analisados (Ligon e Morton, 2000). Alguns estudos têm mostrado que a presença <strong>de</strong>rearranjos citogenéticos correlaciona-se, por exemplo, com LU gigantes e a localizaçãoanatômica do tumor (Rein et al., 1998; Brosens et al., 1998). Segundo Hennig et al. (1999),tumores com rearranjos envolvendo o cromossomo 12 são geralmente maiores que aquelesque apresentam <strong>de</strong>leções no cromossomo 7 mas são equivalentes em tamanho aos tumorescariotipicamente normais. Aparentemente, a presença <strong>de</strong> algumas características histológicaspeculiares po<strong>de</strong>m estar associadas a subtipos específicos <strong>de</strong> LU com alto índice mitótico.Deleções do braço curto do cromossomo 1 [<strong>de</strong>l(1)(p11-12-pter)] foram observadas em 9casos entre mais 800 amostras <strong>de</strong> LU. Estes tumores apresentavam característicashistológicas atípicas, incluindo hipercelularida<strong>de</strong> e/ou atipia celular (Christacos et al., 2006).Entre LU plexiformes, foram <strong>de</strong>scritos cariótipos complexos, evento que geralmente não éobservado em LU típicos. A análise do perfil <strong>de</strong> expressão gênica global revelou a presença <strong>de</strong>um agrupamento in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos LU plexiformes quando avaliados LU e LMS (Hodge et al.,2008).Os tipos <strong>de</strong> rearranjos cromossômicos, como translocações, trissomias e <strong>de</strong>leções,encontradas entre os LU sugerem múltiplos mecanismos genéticos associados com ocrescimento do tumor. As translocações cromossômicas po<strong>de</strong>m levar a alterações da regiãopromotora <strong>de</strong> genes direcionadores ou gerar novos genes quiméricos (a partir <strong>de</strong> fusõesgênicas) que contribuem para o <strong>de</strong>senvolvimento e ou manutenção dos tumores (pararevisão MacConaill e Garraway, 2010). As trissomias geralmente aumentam os níveis dostranscritos pelo aumento da dose do gene e as <strong>de</strong>leções cromossômicas mais freqüentementeresultam na perda da função do gene (para revisão Gross e Morton, 2001). Baseados nos

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