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10.07.2015 Views

Cirilo, PDRDISCUSSÃO159significativo nos LU comparados ao miométrio adjacente, contudo, este mecanismo não foiassociado com o tamanho do tumor. Outro achado destes autores foi que LU múltiplosapresentaram diferentes taxas de encurtamento telomérico, confirmando a origem clonale independente destes tumores. Portanto, a perda da função do gene POT1 poderia estarassociada com mecanismos de encurtamento de telômeros em Leiomiomas Uterinos. Nopresente estudo, este gene não foi classificado como significante nos estudos de expressãogênica. Embora estas regiões genômicas tenham sido previamente descritas comoalteradas em LU, os potenciais genes candidatos ainda não foram descritos.Entre os ganhos genômicos ainda não relatados em literatura, foi verificado ganhosenvolvendo 8p12-p11.23 (1Mb; 21 genes; 11 CNVs) em 13/80 casos. O gene STAR estámapeado nesta região e codifica uma proteína que desempenha um importante papel naregulação da síntese dos hormônios esteróides, permitindo a conversão do colesterol empregnenolona. Polimorfismos do gene STAR foram associados com tumores estrógenodependentes,como o carcinoma de endométrio (Terry et al., 2010). Outro gene candidatoimportante mapeado nesta região é o FGFR1. A proteína codificada por este gene (FGFR1)é uma tirosina-quinase que interage com o fator de crescimento de fibroblastos,desencadeando uma cascata de sinais e influenciando a divisão e a diferenciação celular(Acevedo et al., 2009). No útero, a expressão de FGFR1 é suprimida na primeira fase lútea(proliferativa) de mulheres normais, mas não em mulheres com sangramento relacionadoà Leiomiomas Uterinos. Estes resultados reforçam o papel do sistema receptor-ligantebFGF na patogênese da hemorragia associada aos LU e podem ter implicações nafertilidade e contracepção (Anania et al., 1997). Recentemente, Bhide et al. (2010)relataram que o brivanib alaninato é um inibidor seletivo do VEGFR2 e do FGFR1 tendouma atividade anti-tumoral em um grande espectro de modelos em xenoenxertos(carcinomas de células não pequenas de pulmão, carcinoma de mama e cólon). Os autoresdemonstraram que o brivanib é um agente anti-tumoral efetivo em modelos pré-clínicosem uma variedade de doses e a eficácia é acompanhada por alterações nas atividades

Cirilo, PDRDISCUSSÃO160celulares e vasculares. Shiang et al. (2010) utilizaram CGH array e microarrays deexpressão, para investigar o número de cópias e a expressão do transcrito FGFR1 e aexpressão da sua proteína em 21 linhagens de câncer de mama. Os autores demonstraramque em células de carcinoma mamário com amplificação do FGFR1, o brivanib diminui aauto-fosforilação do receptor, inibindo a atividade tirosina-quinase induzida pelo bFGF, eredução da fosforilação do ERK e AKT. As linhagens de câncer de mama com amplificaçãode FGFR1 e expressão aumentada de sua proteína foram mais sensíveis a inibição docrescimento pelo brivanib do que as células sem amplificação deste gene. Os autoressugeriram que a amplificação do gene ou expressão aumentada da proteína FGFR1 emtumores de mama pode ser um indicador para o tratamento com brivanib, o qual teria umefeito anti-proliferativo em adição ao seu efeito anti-angiogênico. Na análise de expressãogênica global, este gene apresentou aumento de expressão. Assim, ganhos do gene FGFR1poderiam ter importantes implicações para o desenvolvimento de alvos terapêuticos quepoderiam contribuir para um dos sintomas clínicos relevantes associados aos LeiomiomasUterinos.Outra região do cromossomo 8 envolvida em ganhos foi 8q24.3 (2Mb; 80 genes;173 CNVs), observada em 12/80 casos (15%). O gene CYP11B2, mapeado nesta região,codifica uma enzima que cataliza reações envolvidas com o metabolismo de drogas,síntese de colesterol, esteróides e outros lipídeos. Alterações neste gene podem levar aoaumento da produção de hormônios esteróides associados com câncer de mama e depróstata, hipertensão arterial e fibrose cardíaca (Hakki et al., 2006). Este gene não foidetectado como significativo na análise de expressão gênica global. Entretanto, outrosgenes mapeados nesta região encontravam-se com diminuição da expressão (C8orf51,PYCRL, FAM83H, CYC1, BOP1, NFKBIL2, MFSD3, RECQL4, LRRC14). Esta é outra região queapresenta grande instabilidade genômica por estar localizada em proximidade a telômeros(Huppi et al., 2008), o que explicaria em partes, as discrepâncias entre os achados.

Cirilo, PDRDISCUSSÃO160celulares e vasculares. Shiang et al. (2010) utilizaram CGH array e microarrays <strong>de</strong>expressão, para investigar o número <strong>de</strong> cópias e a expressão do transcrito FGFR1 e aexpressão da sua proteína em 21 linhagens <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> mama. Os autores <strong>de</strong>monstraramque em células <strong>de</strong> carcinoma mamário com amplificação do FGFR1, o brivanib diminui aauto-fosforilação do receptor, inibindo a ativida<strong>de</strong> tirosina-quinase induzida pelo bFGF, eredução da fosforilação do ERK e AKT. As linhagens <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> mama com amplificação<strong>de</strong> FGFR1 e expressão aumentada <strong>de</strong> sua proteína foram mais sensíveis a inibição docrescimento pelo brivanib do que as células sem amplificação <strong>de</strong>ste gene. Os autoressugeriram que a amplificação do gene ou expressão aumentada da proteína FGFR1 emtumores <strong>de</strong> mama po<strong>de</strong> ser um indicador para o tratamento com brivanib, o qual teria umefeito anti-proliferativo em adição ao seu efeito anti-angiogênico. Na análise <strong>de</strong> expressãogênica global, este gene apresentou aumento <strong>de</strong> expressão. Assim, ganhos do gene FGFR1po<strong>de</strong>riam ter importantes implicações para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> alvos terapêuticos quepo<strong>de</strong>riam contribuir para um dos sintomas clínicos relevantes associados aos LeiomiomasUterinos.Outra região do cromossomo 8 envolvida em ganhos foi 8q24.3 (2Mb; 80 genes;173 CNVs), observada em 12/80 casos (15%). O gene CYP11B2, mapeado nesta região,codifica uma enzima que cataliza reações envolvidas com o metabolismo <strong>de</strong> drogas,síntese <strong>de</strong> colesterol, esterói<strong>de</strong>s e outros lipí<strong>de</strong>os. Alterações neste gene po<strong>de</strong>m levar aoaumento da produção <strong>de</strong> hormônios esterói<strong>de</strong>s associados com câncer <strong>de</strong> mama e <strong>de</strong>próstata, hipertensão arterial e fibrose cardíaca (Hakki et al., 2006). Este gene não foi<strong>de</strong>tectado como significativo na análise <strong>de</strong> expressão gênica global. Entretanto, outrosgenes mapeados nesta região encontravam-se com diminuição da expressão (C8orf51,PYCRL, FAM83H, CYC1, BOP1, NFKBIL2, MFSD3, RECQL4, LRRC14). Esta é outra região queapresenta gran<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> genômica por estar localizada em proximida<strong>de</strong> a telômeros(Huppi et al., 2008), o que explicaria em partes, as discrepâncias entre os achados.

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