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Cirilo, PDRDISCUSSÃO1551 em LU foi descrito por Nilbert et al. (1988). Os autores avaliaram duas amostras de LUpor bandamento G e identificaram, entre outras anormalidades, alterações estruturaissecundárias como r(1) nas duas amostras. Outros estudos utilizando citogenética clássicarelataram em um limitado número de casos, a presença de r(1) (Pandis et al., 1990; Politoet al., 1999). Os autores identificaram estas alterações após cultura das células tumorais epor essa razão associaram este achado como alterações secundárias nos LeiomiomasUterinos. Outros achados envolvendo deleções do braço curto do cromossomo 1 foramidentificados em três amostras, incluindo os rearranjos del(1)(p36.33-p11.2) (amostra046T_A), del(1)(p36.31-32.3) (amostra 629T_B) e del(1)(p36.12-p33) (amostra 1015T).Em 2006, Christacos et al. revisaram 800 LU cariotipados e identificaram um grupo denove casos (1,1%) apresentando cariótipos com perda do braço curto do cromossomo 1.Utilizando CGH array, nós demonstramos que essa alteração foi observada em 6,3% doscasos, demonstrando o potencial desta metodologia em identificar rearranjos que não sãodetectados por métodos citogenéticos convencionais. Christacos et al (2006) tambémrelataram que entre os casos com alterações envolvendo o cromossomo 1, quatro foramdiagnosticados como LU com hipercelularidade e atipia nuclear. O perfil transcricionaldestes tumores foi similar ao relatado em LMS, sugerindo um possível mecanismopatogenético em comum entre estas duas entidades. Antes da realização dosexperimentos, todos os prontuários das pacientes foram revistos e os casos quedesenvolveram LMS foram excluídas do estudo.Outro alteração genômica identificada foram ganhos envolvendo o braço curto docromossomo 19, com região mínima comum em +(19)(p13.3–p12). Esta anormalidade foiobservada em dez amostras (300T_A, 301T_B, 301T_C, 304T, 317T_C, 629T_A, 631T_B,643T_A, 733T_A, 733T_B). Levy et al (2000) já haviam descrito esta anormalidade em3/12 amostras de Leiomiomas Uterinos. Ganhos em 19p parecem ser uma anormalidadecomum entre os tumores benignos, já observadas em angiofibroma nasofaríngeo juvenil(Heinrich et al, 2007) e adenomas metanéfricos (Pan e Epstein, 2010). Contudo, foram

Cirilo, PDRDISCUSSÃO156descritos ganhos nesta região também em tumores malignos, como carcinoma ovariano(Micci et al., 2004) e câncer de mama (Yu et al., 2009). O cromossomo 19 é rico em famíliasgênicas duplicadas e agrupadas que pode torná-lo mais propenso a variações no númerode cópias (Grimwood et al., 2004). Entretanto, segundo os autores, o cromossomo 19apresenta pelo menos 97 genes com traços mendelianos, sendo que a maioria deles estáenvolvida em doenças genéticas raras, que foram identificadas em regiões específicas docromossomo por mapeamento genético realizado em famílias.Em relação à presença de alterações genômicas significativas, no qual sãoaplicados critérios estatísticos (picos significativos com P10% dos casos; exclusão de CNVs presentes em >5% da população referência), foramidentificadas 45 CNVs com uma média de 6,76±6,0 alterações por caso. Estes dadosindicam que em relação a esta categorização, 10-25% das amostras deste estudoapresentaram alterações genômicas consistentes, com regiões mínimas comuns em pelomenos oito amostras. Este dado é concordante com a maioria dos estudos citogenéticosque mostra a presença de alterações consistentes entre 5 a 25% entre amostras avaliadas(Rein et al., 1991; Hodge et al., 2007). Entre as 45 alterações genômicas, 16 delas foramdescritas previamente em estudos que utilizaram CGH cromossômica e CGH array(Packenham et al., 1997; Levy et al., 2000; Canevari e Rogatto et al., 2007; Vanharanta etal., 2007; Hodge et al., 2009). Portanto, neste estudo foi possível descrever 29 novasregiões associadas aos Leiomiomas Uterinos. Entretanto, nenhuma delas mostrouassociação significativa com os dados clínicos. Provavelmente, estas alterações estejammais diretamente associadas à biologia tumoral do que com fatores de risco associados aestes tumores.Alguns genes que exercem importantes funções relacionadas às características dosLU foram selecionados para discussão. Primeiramente serão apresentados os achadosidentificados neste estudo e que também foram previamente reportados em literatura.Logo após a citação de cada alteração será apresentado em parênteses, o tamanho da

Cirilo, PDRDISCUSSÃO1551 em LU foi <strong>de</strong>scrito por Nilbert et al. (1988). Os autores avaliaram duas amostras <strong>de</strong> LUpor bandamento G e i<strong>de</strong>ntificaram, entre outras anormalida<strong>de</strong>s, alterações estruturaissecundárias como r(1) nas duas amostras. Outros estudos utilizando citogenética clássicarelataram em um limitado número <strong>de</strong> casos, a presença <strong>de</strong> r(1) (Pandis et al., 1990; Politoet al., 1999). Os autores i<strong>de</strong>ntificaram estas alterações após cultura das células tumorais epor essa razão associaram este achado como alterações secundárias nos LeiomiomasUterinos. Outros achados envolvendo <strong>de</strong>leções do braço curto do cromossomo 1 forami<strong>de</strong>ntificados em três amostras, incluindo os rearranjos <strong>de</strong>l(1)(p36.33-p11.2) (amostra046T_A), <strong>de</strong>l(1)(p36.31-32.3) (amostra 629T_B) e <strong>de</strong>l(1)(p36.12-p33) (amostra 1015T).Em 2006, Christacos et al. revisaram 800 LU cariotipados e i<strong>de</strong>ntificaram um grupo <strong>de</strong>nove casos (1,1%) apresentando cariótipos com perda do braço curto do cromossomo 1.Utilizando CGH array, nós <strong>de</strong>monstramos que essa alteração foi observada em 6,3% doscasos, <strong>de</strong>monstrando o potencial <strong>de</strong>sta metodologia em i<strong>de</strong>ntificar rearranjos que não são<strong>de</strong>tectados por métodos citogenéticos convencionais. Christacos et al (2006) tambémrelataram que entre os casos com alterações envolvendo o cromossomo 1, quatro foramdiagnosticados como LU com hipercelularida<strong>de</strong> e atipia nuclear. O perfil transcricional<strong>de</strong>stes tumores foi similar ao relatado em LMS, sugerindo um possível mecanismopatogenético em comum entre estas duas entida<strong>de</strong>s. Antes da realização dosexperimentos, todos os prontuários das pacientes foram revistos e os casos que<strong>de</strong>senvolveram LMS foram excluídas do estudo.Outro alteração genômica i<strong>de</strong>ntificada foram ganhos envolvendo o braço curto docromossomo 19, com região mínima comum em +(19)(p13.3–p12). Esta anormalida<strong>de</strong> foiobservada em <strong>de</strong>z amostras (300T_A, 301T_B, 301T_C, 304T, 317T_C, 629T_A, 631T_B,643T_A, 733T_A, 733T_B). Levy et al (2000) já haviam <strong>de</strong>scrito esta anormalida<strong>de</strong> em3/12 amostras <strong>de</strong> Leiomiomas Uterinos. Ganhos em 19p parecem ser uma anormalida<strong>de</strong>comum entre os tumores benignos, já observadas em angiofibroma nasofaríngeo juvenil(Heinrich et al, 2007) e a<strong>de</strong>nomas metanéfricos (Pan e Epstein, 2010). Contudo, foram

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