10.07.2015 Views

Helena Kolody: a poesia da inquietação. - Portugues.seed.pr.gov.br

Helena Kolody: a poesia da inquietação. - Portugues.seed.pr.gov.br

Helena Kolody: a poesia da inquietação. - Portugues.seed.pr.gov.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Antonio Donizeti <strong>da</strong> Cruzpoema é “um ideograma que gira em torno de si mesmo e em redor de um sol queain<strong>da</strong> não está nascendo” (Paz, 1982, p. 345).Em “Invenção” (AO, p. 33), poema dístico, verifica-se que o poeta, “serfragilizado", é capaz de qualquer ato inventivo. Em dois versos altamentemetafóricos, o Eu lírico salienta que o fazer poético é antes de tudo engenhocriativo, ao dizer:INVENÇÃO1989Invento uma lua cheia.Clareia a noite em mim.O poeta é o inventor, o criador <strong>da</strong> linguagem. Só na medi<strong>da</strong> em que aspalavras nascem, morrem e renascem em seu interior o poeta é, por sua vez,criador (PAZ, 1990, p. 116). O poeta, ser inquieto, é capaz de inventar uma luacheia, e em sua invenção sentir-se iluminado pela magia <strong>da</strong>s palavras.No poema intitulado “Presença” (PM, p. 29), verifica-se a temática <strong>da</strong>solidão e do fazer poético. O título do poema contrasta, já no <strong>pr</strong>imeiro verso, coma ausência do poeta. O Eu poético afirma:PRESENÇAO poeta ausentou-se.Deixou seu rosto de palavrasinteiromultiplicadono espelho que<strong>br</strong>ado.Nos versos do poema, percebe-se o jogo com as palavras e uma agu<strong>da</strong>consciência por parte <strong>da</strong> poeta ao trabalhar a linguagem. São versos que sefragmentam <strong>pr</strong>oposita<strong>da</strong>mente. Mesmo “ausente” o poeta deixa "seu rosto depalavras" (metáfora de poema), inteiro que se multiplica, nos fragmentos doespelho. O espelho é símbolo <strong>da</strong> sabedoria, do conhecimento e <strong>da</strong> manifestaçãoque reflete a inteligência criativa (CHEVALIER; GHEERBRANT, 1991, p.394).A in<strong>da</strong>gação e a <strong>inquietação</strong> são as balizas que norteiam o poema“Onde?” (PM, p. 12). O sujeito poético in<strong>da</strong>ga-se em relação ao seu fazer92

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!