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Helena Kolody: a poesia da inquietação. - Portugues.seed.pr.gov.br

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Antonio Donizeti <strong>da</strong> CruzBatido de apelos,o poeta oscila, imantado,entre o espelho perturbadoe a tempestade do mundo.Já no poema “Retrato” (IP, p. 51), com epígrafe de Jorge de Lima, o poetaé definido como "o feiticeiro inventor", capaz de alçar vôos "entre o céu e osabismos":RETRATO(“O poeta é um pantomimo”)Jorge de LimaUm sagaz ilusionista,cria <strong>pr</strong>odígios do na<strong>da</strong>.Malabarista de imagens,trapezista e <strong>da</strong>nçador,faz destras acrobaciasem barras de alegorias.Voa entre o céu e os abismoso feiticeiro inventor.O sujeito poético afirma que o poeta é capaz de "criar do na<strong>da</strong>", por serum "sagaz ilusionista,/ cria <strong>pr</strong>odígios do na<strong>da</strong>". O poeta é definido por meio detrês substantivos: "malabarista", "trapezista" e "<strong>da</strong>nçador". As "imagens" e"alegorias" são os recursos de linguagem de que se vale a poeta para criar seutexto. Também ele é a<strong>pr</strong>esentado como "porta-voz" do plano transcendente, poisele é capaz de voar "entre o céu e os abismos" (p. 51).“Criação” (TE) é um poema dístico, que a<strong>pr</strong>esenta o fazer poético comoum ato inventivo. O sujeito poético, em dois versos, sintetiza todo umpensamento reflexivo, no que se refere à construção poética:CRIAÇÃOMartírio transpassado de alegria,inefável agonia de criar!Os versos marcam uma sonori<strong>da</strong>de perfeita. À estrutura sonora, somamseassonâncias e aliterações, trazendo uma sonori<strong>da</strong>de independente do84

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