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Helena Kolody: a poesia da inquietação. - Portugues.seed.pr.gov.br

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<strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>: a <strong>poesia</strong> <strong>da</strong> <strong>inquietação</strong>consciência ou como sujeito de um ato de linguagem. Ocentramento no Eu, em vista disso, é esperável e nãosignifica necessariamente que <strong>pr</strong>ofesse a transcendência elamente sua per<strong>da</strong>, mas sim que se afasta do Outro poralguma razão (BORDINI, 1987, p. 12).No que diz respeito ao afastamento do Eu lírico em relação ao Outro, poralgum motivo, conforme constata Bordini, pode-se dizer que, no momento emque ele se afasta, acaba por "<strong>pr</strong>ocurar", por buscar esse Outro. Pois, a <strong>poesia</strong>sem<strong>pr</strong>e foi uma tentativa de resolver a discórdia entre "o eu do diálogo no tu domonólogo". A <strong>poesia</strong> "não diz: eu sou tu; diz: meu eu és tu". Ou seja, a <strong>poesia</strong> é a"<strong>pr</strong>ocura dos outros, descoberta <strong>da</strong> outri<strong>da</strong>de" (PAZ, 1982, p. 318-319).Em relação à <strong>poesia</strong>, <strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong> assinala sua posição, reforçando oque já se registrou:A <strong>poesia</strong> é uma ex<strong>pr</strong>essão transfigura<strong>da</strong> de nossa vivência,num certo tempo, num determinado lugar. Embora nãopareça, as circunstâncias de nossa vi<strong>da</strong> im<strong>pr</strong>egnam,sutilmente, nossa arte (BASSETI, 1990, p. 5).Ain<strong>da</strong>, em o Jornal do livro, de Curitiba, <strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong> define a <strong>poesia</strong><strong>da</strong> seguinte forma:A <strong>poesia</strong>, para mim, é como um jogo. Mas um jogo difícil,ain<strong>da</strong> que tenha elementos lúdicos de <strong>pr</strong>azer. É como umjogo que você não consegue armar, não consegue vencer.Às vezes não era aquela a palavra que você queria. Então,você mu<strong>da</strong>, tira um verso, corta. O meu normal é cortarmuito. Poesia é um jogo no qual a gente perde sem<strong>pr</strong>e(1985, p. 5).<strong>Helena</strong> <strong>Kolody</strong>, em entrevista a Hamilton Faria, em O Estado doParaná, a 11 de outu<strong>br</strong>o de 1992, afirma que a <strong>poesia</strong> é intrinsecamenteliga<strong>da</strong> à beleza. No Universo, tudo é <strong>poesia</strong> de Deus: é a som<strong>br</strong>a de Deus nomundo. O poema é como "um jogo de palavras que gera <strong>pr</strong>azer" e, uma <strong>da</strong>scaracterísticas do poeta, é a "paixão pela palavra e pela leitura". O poeta "é umaantena sensível, captando seus <strong>pr</strong>ó<strong>pr</strong>ios sentimentos, bem como osacontecimentos do mundo que lhe ferem a sensibili<strong>da</strong>de".Neste capítulo, buscou-se configurar a <strong>inquietação</strong> e a <strong>poesia</strong>, a partir de<strong>pr</strong>essupostos e do estudo referencial e teórico de autores como Paz, Esteban,Lavigne, entre outros, para que sirva de embasamento à análise <strong>da</strong> o<strong>br</strong>akolodyana.67

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