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Uso da macho-esterilidade no melhoramento de híbridos ...

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<strong>Uso</strong> <strong>da</strong> <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong> <strong>melhoramento</strong> <strong>de</strong> <strong>híbridos</strong> comerciais em arrozUse of male sterility in the breeding of commercial rice hybridsJefferson Luís Meirelles Coimbra 1 , Julia<strong>no</strong> Garcia Bertoldo 2 , Naine Martins do Vale 2Recebido em 17/07/2007; aprovado em 11/07/2008.RESUMOCom o rápido crescimento populacional, há anecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um incremento dos atuais níveis <strong>de</strong>produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do arroz para satisfazer a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong>s 8,9 bilhões <strong>de</strong> pessoas <strong>no</strong> planeta estima<strong>da</strong>s para2010 . Nos últimos 30 a<strong>no</strong>s, a população dos paísesasiáticos, on<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 90% <strong>da</strong> produção mundial<strong>de</strong> arroz é efetiva<strong>da</strong> e consumi<strong>da</strong>, aumentou cerca <strong>de</strong>30%. Felizmente, a produção <strong>de</strong> arroz nestes paísesdobrou <strong>de</strong>vido à utilização <strong>de</strong> cultivares do tipomo<strong>de</strong>r<strong>no</strong> e <strong>de</strong> cultivares <strong>de</strong> arroz híbrido com altopotencial produtivo. Esta revisão bibliográficaobjetivou reunir temas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância para lograrêxito tanto em programas <strong>de</strong> <strong>melhoramento</strong> quanto<strong>no</strong> sistema <strong>de</strong> cultivo <strong>de</strong> arroz híbrido <strong>no</strong> Brasil. Sãodiscutidos temas como o <strong>melhoramento</strong> para o sistematrês linhas e duas linhas, <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> genéticacitoplasmática, <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> causa<strong>da</strong> peloambiente, genes restauradores e as vantagens e<strong>de</strong>svantagens particulares <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> método <strong>de</strong> modoprático e aplicado.PALAVRAS-CHAVE: Oryza sativa L., rendimento,heterose.SUMMARYWith the fast increase in plant population, there is aneed to enhance current rice productivity levels to feedthe 8.9 billion people estimated to live on earth by2010. During the last 30 years, the population of Asiancountries that grow and consume more than 90% ofrice world production increased nearly 30%.Fortunately, rice production on these countriesdoubled in the same period due to the use of mo<strong>de</strong>rncultivars and hybrids with high grain yield potential.This review aimed to discuss important issues to thefuture of breeding programs and the <strong>de</strong>velopment ofrice hybrids. It discusses subjects such as breedingfor the three lines and two-line systems, geneticcitoplasmatic male sterility, male sterility caused bythe environment, restoring genes and the advantagesand disadvantages inerent to each method.KEY WORDS: Oryza sativa L., yield, heterosis.INTRODUÇÃOO arroz está entre os cereais mais cultivadosdo mundo. De acordo com <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> FAO (2007),divulgados em 2006, entre os continentes, a Ásia é omaior produtor mundial (90,5%), seguido <strong>da</strong>sAméricas (5,9%), África (3,0%), Europa (0,5%) eOceania (0,1%). O Brasil é o <strong>no</strong><strong>no</strong> produtor mundial<strong>de</strong> arroz e o primeiro fora do continente asiático. Sóna China, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2006 foram produzi<strong>da</strong>s cerca <strong>de</strong>6.300 kgha -1 (FAO, 2007).Nos últimos 30 a<strong>no</strong>s a população <strong>da</strong> Ásia,entre os países que cultivam arroz, on<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 90%<strong>da</strong> produção mundial <strong>de</strong> arroz é produzido econsumido, tem aumentado perto <strong>de</strong> 60%; felizmente,a produção <strong>de</strong> arroz nestes países dobrou <strong>de</strong>vido aoscultivares do tipo mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong> e, principalmente <strong>de</strong>vidoaos cultivares <strong>de</strong> arroz híbrido <strong>de</strong> alto potencialprodutivo (LI e YUAN, 2000). O cultivo comercial<strong>de</strong> <strong>híbridos</strong> <strong>de</strong> arroz é uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> na China <strong>de</strong>s<strong>de</strong>1976, a<strong>no</strong> em que foram plantados os primeiros1Departamento <strong>de</strong> Agro<strong>no</strong>mia, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> Santa Catarina (UDESC). Aveni<strong>da</strong> Luiz <strong>de</strong> Camões, 2090. BairroConta Dinheiro. Lages, SC. CEP 88520-000. E-mail: coimbrajefferson@cav.u<strong>de</strong>sc.br.2Acadêmicos do curso <strong>de</strong> Agro<strong>no</strong>mia, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> Santa Catarina.Revista <strong>de</strong> Ciências Agroveterinárias. Lages, v.7, n.1, p. 61-74, 2008 ISSN 1676-9732 61


Coimbra et al.150.000 ha (YUAN e VIRMANI, 1988). SegundoCoimbra et al. (2006), a produção comercial <strong>de</strong> arrozhíbrido na China representa uma <strong>da</strong>s maioresrealizações para o <strong>melhoramento</strong> <strong>de</strong> plantas do últimoséculo. Ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> acordo com Alcochete (2005), <strong>no</strong>súltimos 25 a<strong>no</strong>s a tec<strong>no</strong>logia <strong>de</strong> <strong>híbridos</strong> em arroztem contribuído significativamente para a segurançaalimentar, proteção ambiental, e redução <strong>de</strong><strong>de</strong>semprego em países como a China.O arroz é uma planta autógama, que exige autilização efetiva do sistema <strong>de</strong> <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>para <strong>de</strong>senvolver e produzir <strong>híbridos</strong> F 1em escalacomercial. O método mais popular é o sistema <strong>de</strong>três linhas (A, B e R) utilizado <strong>no</strong> <strong>melhoramento</strong> <strong>de</strong>arroz híbrido em qualquer parte do mundo; apesardo sistema <strong>de</strong> <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> causado peloambiente (sistema <strong>de</strong> duas linhas) estar aumentando,em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> comprovação <strong>de</strong> sua utili<strong>da</strong><strong>de</strong> para aprodução <strong>de</strong> <strong>híbridos</strong> <strong>de</strong> arroz. O sistema <strong>de</strong> duaslinhas vem crescendo em razão <strong>da</strong> sua eficácia paraincrementar o nível <strong>de</strong> heterose, por exemplo, permitea utilização <strong>de</strong> genitores indica-japonica para formaro híbrido comercial sem a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> possuirgenes restauradores <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>, comparativamenteao sistema <strong>de</strong> três linhas on<strong>de</strong> os genes restauradores(Rf s) são fun<strong>da</strong>mentais. Finalmente, o sistema <strong>de</strong> umalinha (apomixia), é a última ferramenta utiliza<strong>da</strong> pelosmelhoristas <strong>de</strong> <strong>híbridos</strong> com uma heterosepermanentemente fixa. Segundo Dall’Ag<strong>no</strong>l eSchifi<strong>no</strong>-Wittmann (2005), com o progresso sobre oconhecimento <strong>da</strong> genética do fenôme<strong>no</strong>, a apomixiapassou a ser o centro <strong>de</strong> atenção para os biologistasreprodutivos assim como para a indústria <strong>de</strong> sementes.Ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> acordo com os autores, a partir <strong>da</strong>i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> alguns indivíduos <strong>de</strong> reproduçãosexual, os quais po<strong>de</strong>m ser uma gran<strong>de</strong> fonte <strong>de</strong>variabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, os apomíticos passaram a serconsi<strong>de</strong>rados como potencialmente importantes nahistória evolutiva <strong>da</strong>s plantas e muito importantes parao <strong>melhoramento</strong>, já que a manipulação <strong>da</strong> apomixiapo<strong>de</strong> ser uma ferramenta importantíssima para omelhorista.Desta forma, <strong>de</strong>vido a importância econômicae para o <strong>melhoramento</strong> <strong>de</strong> plantas, esta revisão tempor objetivo discutir a utilização <strong>da</strong> <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>genética citoplasmática, <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> genéticacausa<strong>da</strong> pela sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a diferentes ambientes efinalmente a apomixia aplica<strong>da</strong>s <strong>no</strong> <strong>melhoramento</strong> <strong>de</strong>arroz híbrido, apresentando suas vantagens e<strong>de</strong>svantagens e abor<strong>da</strong>ndo as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>manipulação <strong>de</strong>sta tec<strong>no</strong>logia <strong>no</strong> <strong>melhoramento</strong>genético <strong>de</strong> arroz híbrido.SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE HÍBRIDOSEM ARROZA. Sistemas <strong>de</strong> produção: três linhas, duas e umalinha: (1) sistema três-linhas: Atualmente, a gran<strong>de</strong>maioria dos <strong>híbridos</strong> <strong>de</strong> arroz comercial aplica osistema <strong>de</strong> três linhas, com a utilização <strong>da</strong> heteroseintercultivares. De acordo com Srivastava (2000), osistema <strong>macho</strong>-estéril mais utilizado em programas <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>híbridos</strong> <strong>de</strong> arroz é o sistema <strong>de</strong>três linhagens que utiliza linhagens <strong>macho</strong>-esteréiscitoplasmático. Os melhoristas estão tentandotransferir gene (s) <strong>de</strong> ampla compatibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para aslinhas genitoras A, B e R. Alguns programas <strong>de</strong> arrozhíbrido inter-subespecífico e intra-subespecíficoutilizam o sistema <strong>de</strong> três linhas com gran<strong>de</strong> êxito naChina. Segundo Alcochete (2005) comercialmente aheterose tem sido explora<strong>da</strong> na produção <strong>de</strong> <strong>híbridos</strong><strong>de</strong> arroz resultantes <strong>de</strong> cruzamentos intrasubespecíficos,tais como indica × indica e japonica× japonica, e muito raramente interespecíficos. Bons<strong>híbridos</strong> têm um potencial <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 15-20% maior do que a melhor varie<strong>da</strong><strong>de</strong> autofecun<strong>da</strong><strong>da</strong>cultiva<strong>da</strong> sob condições similares (SRIVASTAVA,2000).Assim, o <strong>melhoramento</strong> e a produção <strong>de</strong>sementes híbri<strong>da</strong>s são bastante complicados,trabalhosos e onerosos. Provavelmente o sistema <strong>de</strong>três linhas po<strong>de</strong> ser substituído por um sistema me<strong>no</strong>scomplicado (LI e YUAN, 2000); (2) sistema duaslinhas:há duas técnicas que são utiliza<strong>da</strong>s:emasculação química e o sistema T(P)GMS. Aemasculação química <strong>de</strong> plantas foi <strong>no</strong>ticia<strong>da</strong> próximoao a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1950 na China, começando sua utilizaçãopara produção <strong>de</strong> arroz híbrido <strong>no</strong> a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1970.Alguns <strong>híbridos</strong> com alto potencial <strong>de</strong> rendimento <strong>de</strong>grãos foram lançados com sucesso com base nestatécnica, por exemplo, o ‘Gan-Hua 2’. O sistemaT(P)GMS (thermo-sensitive genic male sterility)refere-se a <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> genética causa<strong>da</strong> peloambiente. O Sistema Gênico <strong>de</strong> Macho-Esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>Termo-sensível (TGMS) <strong>de</strong> arroz é o sistema em que62 Revista <strong>de</strong> Ciências Agroveterinárias, Lages, v.7, n.1, 2008


Coimbra et al.a fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> do pólen nas plantas é influencia<strong>da</strong> pelasflutuações <strong>de</strong> temperatura que ocorrem <strong>no</strong> ambiente<strong>de</strong> cultivo <strong>da</strong> espécie (ALCOCHETE, 2005). Aslinhas T(P)GMS po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s paramultiplicação e produção <strong>de</strong> sementes F 1sobdiferentes temperaturas e/ou comprimento do dia.Segundo Zhang et al. (1992), o conhecimento <strong>da</strong><strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> genética causa<strong>da</strong> pelo ambientetem contribuído para obtenção <strong>de</strong> linhas <strong>macho</strong>estéreissob baixas temperaturas, abrindo <strong>no</strong>vasperspectivas para a exploração <strong>de</strong> <strong>híbridos</strong> <strong>de</strong> arroz.O arroz TGMS é usado na produção <strong>de</strong> <strong>híbridos</strong> doarroz na China e em alguns países asiáticos do Sul(DONG et al., 2000). O sistema T(P)GMS tem sidoexplorado comercialmente só em arroz <strong>de</strong>vido aotrabalho pioneiro dos chineses (VIRMANI et al.,2003). Este sistema é controlado essencialmente porgenes nucleares e assim não, tem nenhum efeitonegativo do citoplasma e nenhum risco <strong>de</strong> quebraunilateral do mesmo. Destarte, há mais oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>spara <strong>de</strong>senvolver <strong>híbridos</strong> <strong>de</strong> arroz com alto potencialprodutivo utilizando o sistema T(P)GMS,comparativamente ao sistema <strong>de</strong> três linhas. A omissão<strong>da</strong> linha B, emprega<strong>da</strong> para manter a <strong>macho</strong>esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>para o sistema <strong>de</strong> três linhas, reduzdrasticamente o custo <strong>da</strong> semente. Também, é maisfácil combinar gene(s) T(P)GMS com gene(s) <strong>de</strong>ampla compatibili<strong>da</strong><strong>de</strong>; (3) uma-linha ou sistemaapomítico: apomixia é reprodução assexua<strong>da</strong> viasemente. Resulta em nenhuma per<strong>da</strong> <strong>de</strong> heterose a<strong>no</strong>após a<strong>no</strong> com a produção <strong>de</strong> semente, porque nãoocorre segregação genética. A idéia para fixação <strong>da</strong>heterose pela apomixia foi proposta <strong>no</strong> a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1930,mas somente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> passados 50 a<strong>no</strong>s foi <strong>da</strong>doum exemplo proeminente (BASHAW, 1980). Nestesistema, não há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sementehíbri<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> a<strong>no</strong> (ZHAO, 1977). Diplói<strong>de</strong>sapomíticos são formados apenas por parte<strong>no</strong>gênese,mas não por hibri<strong>da</strong>ção (DALL’AGNOL eSCHIFINO-WITTMANN, 2005).Em arroz a utilização <strong>da</strong> apomixia foi propostaem 1987 por Yuan. Atualmente, as tentativas <strong>de</strong>introduzir, através <strong>de</strong> cruzamentos, o gene <strong>da</strong>apomixia <strong>de</strong> espécies poliplói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Tripsacum parao milho (Zea), e <strong>de</strong> espécies silvestres <strong>de</strong> Pennisetumpara milheto (P. americanum) não têm sido bemsucedi<strong>da</strong>s até o momento, pois as plantas apomíticasobti<strong>da</strong>s têm cromossomos a mais e alto grau <strong>de</strong>aborto <strong>de</strong> sementes (SAVIDAN, 2001).B. Esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> masculina condiciona<strong>da</strong> porgenes nucleares: É controlado pela interação entregenes do núcleo e do citoplasma; este sistema temsido propalado por muitos pesquisadores (RUTGERe SHINJYO, 1980). O primeiro <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>uma linha com citoplasma <strong>macho</strong>-estéril foi realizadopor Shinjyo e Omura (1966) <strong>no</strong> Japão, utilizando ocitoplasma ‘Chinsurah Boro II’. A primeira linha<strong>macho</strong>-estéril a ser produzi<strong>da</strong> em escala comercialna China, próximo <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 foi ‘Er-Jiu-Nam1A’ (LI e YUAN, 2000). Em alguns casos aplica-seo termo esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> masculina genéticocitoplasmática,como por exemplo, em situações emque cruzamentos entre plantas <strong>macho</strong>-estéreis e outras<strong>no</strong>rmais resultam em plantas férteis, uma vez quecertas plantas possuem alelos <strong>de</strong> genes que modificama ação do citoplasma.Morfologia, Citologia e histologia <strong>de</strong> linhas<strong>macho</strong>-estéreis e classificação <strong>da</strong> <strong>macho</strong>esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>.1. Características morfológicas – as linhascom citoplasma <strong>macho</strong>-estéreis (S), com genesnucleares recessivos (ff) mostram uma gran<strong>de</strong>semelhança morfológica antes do florescimento ple<strong>no</strong>,comparativamente a linha mantenedora B que possuicitoplasma <strong>no</strong>rmal com genes do núcleo recessivo (ff).Depois do florescimento, a esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> sercomprova<strong>da</strong> através <strong>de</strong> análises <strong>de</strong> caracteresmorfológicos envolvendo as anteras e comportamento<strong>no</strong> florescimento. Muitos dos caracteres morfológicos<strong>da</strong>s linhas T(P)GMS ou linhas <strong>macho</strong>-estéreisgametofíticas são aproxima<strong>da</strong>mente os mesmos queaquelas encontrados nas linhas <strong>macho</strong>-estéreisesporofíticas.2. Características citológicas – Laser eLerstern (1972) sintetizaram alguns estudos citológicosconduzidos entre 1925 e 1972 analisando osresultados sobre <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> através do grão<strong>de</strong> pólen. As linhas <strong>macho</strong>-estéreis são classifica<strong>da</strong>spelo estágio em que se encontra o grão <strong>de</strong> pólenabortivo: pólen livre abortivo, estágio abortivouninucleado, estágio abortivo binucleado e estágioabortivo trinucleado.3. Características histológicas – EstudosRevista <strong>de</strong> Ciências Agroveterinárias, Lages, v.7, n.1, 2008 63


Coimbra et al.citológicos e histológicos revelaram a<strong>no</strong>rmali<strong>da</strong><strong>de</strong>s nasanteras (GOVINDA e VIRMANI, 1988). Asa<strong>no</strong>rmali<strong>da</strong><strong>de</strong>s histológicas seguintes foramencontra<strong>da</strong>s <strong>no</strong>s estames <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> arroz <strong>macho</strong>estéril:a<strong>no</strong>rmali<strong>da</strong><strong>de</strong>s nas pare<strong>de</strong>s <strong>da</strong>s anteras,a<strong>no</strong>rmali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s pare<strong>de</strong>s intercelulares,a<strong>no</strong>rmali<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos filamentos vasculares (LI e YUAN,2000).4. Classificação <strong>da</strong> <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> – Mais<strong>de</strong> 600 linhas <strong>macho</strong>-estéreis têm sido <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>sna China (LI e YUAN, 2000). O sistema <strong>de</strong>classificação foi proposto entre 1970 a 1980 (ZHU,1979). Este sistema é baseado em cinco passostaxionômicos fun<strong>da</strong>mentais, são eles: (1) a herança<strong>da</strong> <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> (<strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>esporofítica ou <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> gametofítica); (2)o estágio em que o pólen é abortado (uninucleado,binucleado ou trinucleado); (3) a relação entrerestaurado-mantenedor; (4) tipo <strong>de</strong> núcleo substituído,selvagem-cultivar; e cultivar-selvagem; e (5)diferenciação do cultivar baseado na fonte docitoplasma.C. Restauração <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>: para organizar osistema <strong>de</strong> <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> genéticocitoplasmático<strong>no</strong> intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver um híbridocomercial, é essencial ter um programa <strong>de</strong><strong>melhoramento</strong> genético para a linha restauradora <strong>da</strong>fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> (R) conduzido paralelamente. Felizmente,várias linhas restauradoras <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> têm sidoi<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s facilmente em arroz. Shinjyo (1969)encontrou apenas um gene dominante (Rf) responsávelpela restauração <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> nas linhas <strong>macho</strong>estéreis.No entanto, alguns pesquisadoresencontraram dois genes (RfRf) que controlavam arestauração (YUAN e VIRMANI, 1988). Shinjyo(1972) relatou que este gene (Rf) se encontra emgenótipos tropicais, principalmente do tipo indica.Alguns cultivares <strong>de</strong> arroz oriundos do Japão e <strong>de</strong>outros países <strong>de</strong> clima temperado têm sidoclassificados como não restauradores para o sistema<strong>de</strong> três linhas (VIRMANI, 1996). No entanto, Yuane Virmani (1988) encontraram mais <strong>de</strong> uma centena<strong>de</strong> linhas restauradoras, <strong>de</strong><strong>no</strong>mina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> elite, para osistema <strong>de</strong> três linhas. A freqüência <strong>de</strong> linhasrestauradoras é maior para varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> arroz<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s em baixas latitu<strong>de</strong>s compara<strong>da</strong>s àquelaslinhas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s em alta latitu<strong>de</strong>; este mesmo fatotambém foi observado para o grupo indica em relaçãoao japonico (VIRMANI, 1996). Yuan e Virmani(1985) encontraram na China uma alta correlaçãoentre genótipos <strong>de</strong> ciclo tardio comparado aosgenótipos <strong>de</strong> ciclo precoce em uma alta freqüência<strong>de</strong> linhas restauradoras.A genética <strong>da</strong> restauração <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> emarroz vem sendo <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> para vários tipos <strong>de</strong>citoplasma (ZHOU, 1994) como, por exemplo, paraos citoplasmas HL e DT e citoplasma <strong>macho</strong>-estéril-WA. O efeito dos genes restauradores para oscitoplasmas HL (indica x indica) e DT (indica xjaponica) diferem fun<strong>da</strong>mentalmente <strong>no</strong> tipo <strong>de</strong>herança <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação ao citoplasma WA(selvagem x cultivar), sendo gametofítica (fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>do pólen parcial) e esporofítica (fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> do pólen<strong>no</strong>rmal), respectivamente.Outros tipos <strong>de</strong> citoplasma têm sido<strong>de</strong>senvolvidos e testados, porém sem muito sucesso(pequena heterose, instabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do citoplasma, baixataxa <strong>de</strong> alogamia, etc). Para Shu et al. (1996) mais<strong>de</strong> 95% <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as linhas A utiliza<strong>da</strong>s comercialmentena constituição do sistema três linhas possuem omesmo tipo <strong>de</strong> citoplasma (wild abortive – Tipo WA-CMS). Este citoplasma estéril po<strong>de</strong> tornar-sevulnerável ao ataque <strong>de</strong> pragas e doenças, porexemplo.Govin<strong>da</strong> e Virmani (1988) encontraram doisgenes restauradores <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> para o citoplasmaWA com interação genética, predominantemente, dotipo dominante, on<strong>de</strong> poucos cruzamentos mostraramum efeito epistático dominante, recessivo ou com umadominância parcial. Muitos estudos têm mostrado queum dos dois genes responsáveis pela restauração <strong>da</strong>fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> para citoplasma do tipo WA exerce umaforte ação sobre o outro. Teng e Shen (1994) tambémrelataram a existência <strong>de</strong> dois genes (um genedominante e outro dominante parcial) restauradorespara o citoplasma WA (wild abortive). Govin<strong>da</strong> eVirmani (1988) conduziram vários testes alélicos parapossíveis genes restauradores <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> para ocitoplasma WA presentes em seis cultivaresrestauradoras (IR 26, IR 36, IR 54, IR 9761-19-1,IR 2797-105-2-2-3 e IR 42) e i<strong>de</strong>ntificados paraquatro grupos <strong>de</strong> possíveis restauradores; a hipótese<strong>da</strong> existência <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> genes R foi64 Revista <strong>de</strong> Ciências Agroveterinárias, Lages, v.7, n.1, 2008


Coimbra et al.explica<strong>da</strong> pela alta freqüência <strong>de</strong> linhas R sobre osgenótipos indica para o citoplasma WA. Bharaj et al.(1995) i<strong>de</strong>ntificou os genes restauradores <strong>da</strong>fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> do citoplasma WA. O gene restaurador <strong>de</strong>ação mais pronuncia<strong>da</strong> (Rf-WA-1) está localizadosobre o cromossomo 7 e genes <strong>de</strong> ação mais fraca(Rf-WA-2) foram encontrados sobre o cromossomo10.De modo geral po<strong>de</strong> ser concluído que arestauração <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> para o citoplasma do tipoWA não é um ponto <strong>de</strong> impedimento para <strong>de</strong>senvolver<strong>híbridos</strong> <strong>de</strong> arroz em escala comercial, pelo me<strong>no</strong>spara arroz do tipo indica. Para Virmani (1996) oproblema existe em arroz do tipo japonica que sãoprincipalmente não restauradores, então exigem aincorporação <strong>de</strong> genes restauradores do tipo indica,porém este processo é bastante longo e complicadogeneticamente (indica x japonica). A diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>genética, conseqüentemente entre restauradores dotipo japonica é bem me<strong>no</strong>r do que a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>genética entre restauradores do grupo indica, fato quecomprova claramente que o grau <strong>de</strong> heterose <strong>no</strong> grupojaponica é me<strong>no</strong>r, comparativamente ao grupoindica.D. Macho-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> genética causa<strong>da</strong> peloambiente – apesar do sistema <strong>de</strong> <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>citoplasmática ser um sistema efetivo para<strong>de</strong>senvolvimento e produção <strong>de</strong> <strong>híbridos</strong> em escalacomercial, é um sistema bastante complicado eoneroso, principalmente por estar trabalhando complantas <strong>macho</strong>-estéreis, que geralmente são poucoprodutivas, gerando pouco quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sementes.Segundo Virmani (1996), este sistema <strong>de</strong> <strong>macho</strong>esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>citoplasmática também é restrito àquelesgermoplasmas em que o número <strong>de</strong> mantenedores,principalmente, e <strong>de</strong> restauradores são abun<strong>da</strong>ntes.Outro fato relevante, em relação à dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stesistema, é <strong>de</strong>vido ao sistema três linhas (A, B e R) serutilizado na gran<strong>de</strong> maioria dos <strong>híbridos</strong> comerciaisatualmente, sendo que este fato chama atenção paraa vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> genética <strong>de</strong>vido a um estressebiológico <strong>de</strong> ambiente e/ou biológico x ambiente. Shie Deng (1986) informaram um mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong> e eficientesistema <strong>de</strong> <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> genética em arroz quefoi relatado como um sistema capaz <strong>de</strong> reverter afertili<strong>da</strong><strong>de</strong> sob <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> temperaturae/ou fotoperíodo; ele foi <strong>de</strong><strong>no</strong>minado <strong>macho</strong>esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>genética em virtu<strong>de</strong> do ambiente(photoperiod-sensitive genic male sterility –PGMS). Subseqüentemente foi <strong>de</strong>scoberto o sistema<strong>de</strong> <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> genético induzido pelatemperatura (temperature-sensitive genic malesterility – TGMS) por Zhou et al. (1988), e Virmanie Voc (1991), sendo que esta reverte parcialmenteou totalmente a fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> sob <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>scondições <strong>de</strong> temperatura. Temperaturas eleva<strong>da</strong>s nafloração inibem a intumescência dos grãos <strong>de</strong> pólen(MATSUI et al., 2000), que é a força motora <strong>da</strong><strong>de</strong>iscência <strong>da</strong>s anteras (MATSUI et al., 1999). Assim,as anteras não abririam durante a floração e o pólennão é liberado para polinizar o estigma, ocorrendo a<strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Tal tec<strong>no</strong>logia foi <strong>de</strong><strong>no</strong>mina<strong>da</strong>sistema <strong>de</strong> duas linhas, pois não envolve a linhamantenedora (B) utiliza<strong>da</strong> <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong> três linhas. Agran<strong>de</strong> vantagem <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> sistema é que qualquerlinha fértil po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong> como pai do híbrido F 1;tal fato sugere a gran<strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ganhos emtermos <strong>de</strong> heterose, pois este sistema <strong>de</strong> duas linhasnão precisa possuir uma linha com genes <strong>de</strong>restauração.Várias linhas T(P)GMS têm sido<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s na China, Japão, U.S.A e <strong>no</strong> IRRI nasFilipinas como por exemplo: Nongken 58 S(japonica) <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> por mutação espontâneapela China, on<strong>de</strong> o comprimento <strong>de</strong> dia me<strong>no</strong>r doque 13,75 h induz as condições <strong>de</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>; NorinPL 12 (japonica) <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> por irradiação peloJapão on<strong>de</strong> temperatura abaixo <strong>de</strong> 28ºC induz afertili<strong>da</strong><strong>de</strong>; IVA (indica) <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> porcruzamentos dirigidos pela China on<strong>de</strong> temperaturaabaixo <strong>de</strong> 28ºC induz a fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> e IR 32364-20-1-3-2B (indica) <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> por mutação <strong>no</strong> IRRI,Filipinas on<strong>de</strong> temperatura abaixo <strong>de</strong> 29ºC induz afertili<strong>da</strong><strong>de</strong> (LU et al., 1992). A cultivar M 201(japonica) foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> por mutação espontâneaatravés do mutagênico EMS (ethil meta<strong>no</strong> sulfonate)on<strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> dia <strong>de</strong> 12 h induz a fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>(OARD e HU, 1995). Virmani (1996) relatou que aslinhas PGMS Nongken 58S e X-88 apresentam aesterili<strong>da</strong><strong>de</strong> completa sob dias longos (acima <strong>de</strong> 13,75h) e mostram reversão <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> sob dia curto(abaixo <strong>de</strong> 13,5 h). Similarmente, as linhas TGMSmostram completa esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> do pólen quando oRevista <strong>de</strong> Ciências Agroveterinárias, Lages, v.7, n.1, 2008 65


Coimbra et al.máximo <strong>da</strong> temperatura do dia é superior a 27-29ºCe fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> parcial quando a temperatura máxima dodia está abaixo <strong>de</strong> 27 – 29ºC; esta temperatura críticatem variado bastante em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> origem genética<strong>de</strong>stes genes TGMS (LU et al. 1992). Por exemplo,a linha TGMS IVA, <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> na China, mostraesterili<strong>da</strong><strong>de</strong> com temperatura abaixo <strong>de</strong> 24ºC efertili<strong>da</strong><strong>de</strong> do pólen com temperatura acima <strong>de</strong> 27ºC.Zhang et al (1992) observaram que a alteração <strong>da</strong>fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> em algumas linhas PGMAs são regula<strong>da</strong>stanto pelo comprimento do dia quanto pelatemperatura. O estágio termosensível crítico paraalteração <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> nas linhas TGMS foi <strong>de</strong> 22 a26 dias antes <strong>da</strong> maturação (MARUYAMA et al.1991) e 6-15 dias <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> iniciação <strong>da</strong> formação<strong>da</strong> panícula (BORKAKATI e VIRMANI, 1993). Atémesmo 1 hora <strong>de</strong> alta temperatura durante o estágiocrítico po<strong>de</strong> influenciar a fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> do pólen e assimafetar a fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> semente (pureza <strong>da</strong> semente).Para ambos, PGMS (WANG et al., 1991) e TGMS(BORKAKATI e VIRMANI, 1993), um único generecessivo controla a expressão dos caracteres. GenesTGMS foram <strong>de</strong>signados por Sun et al. (1989) eMaruyama et al. (1991) como tms 1e tms 2,respectivamente.Os melhoristas chineses <strong>de</strong>scobriram umpadrão para ser utilizado <strong>no</strong> <strong>melhoramento</strong> <strong>de</strong> arrozhíbrido <strong>de</strong> duas linhas (T(P)GMS). Além <strong>da</strong> altahabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> combinação, alto potencial <strong>de</strong>fecun<strong>da</strong>ção cruza<strong>da</strong> uma alta resistência a insetos epragas, há um sistema <strong>de</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> baseado nascondições <strong>de</strong> temperatura e fotoperíodo listado aseguir: (1) pelo me<strong>no</strong>s 1000 plantas <strong>de</strong>vem sertesta<strong>da</strong>s e a proporção <strong>da</strong> esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser 100%;(2) esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> do pólen ou <strong>da</strong>s plantas <strong>de</strong>ve ser <strong>no</strong>mínimo não me<strong>no</strong>r que 99,5%; (3) percentagem <strong>de</strong>pega (seed set) <strong>de</strong>ve ser maior do que 30% durantea indução <strong>de</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>; (4) a temperatura crítica parainduzir a esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser 23ºC, ou abaixo paraPGMS, e 23,5ºC para TGMS; (5) as linhas <strong>de</strong>vemter claramente <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s as condições <strong>de</strong> alterações<strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>no</strong> período contínuo para induçãocompleta <strong>da</strong> esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve durar pelo me<strong>no</strong>s 30dias por a<strong>no</strong> (LU et al, 1992). Várias linhas T(P)GMSestão sendo melhora<strong>da</strong>s na China, Japão e pelo IRRIpara <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> arroz híbrido <strong>no</strong> sistema duaslinhas. Este sistema tem <strong>da</strong>do um alto efeito heterótico<strong>no</strong>s <strong>híbridos</strong> comparado com o sistema <strong>de</strong> três linhas,principalmente porque há uma me<strong>no</strong>r restrição <strong>da</strong>escolha dos pais (LI e YUAN, 2000); por exemplo.Virmani (1996) comenta que foram testados em doisa<strong>no</strong>s agrícolas (1993 e 1994) 209 e 246 cruzamentostotais para os sistemas <strong>de</strong> três-linhas e duas-linhas,respectivamente; sendo que o sistema <strong>de</strong> duas linhassuperou, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do a<strong>no</strong>, o sistema <strong>de</strong> trêslinhas em número <strong>de</strong> cruzamentos heteróticos.Esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> masculina funcional – caso especial,on<strong>de</strong> as plantas produzem quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>no</strong>rmais <strong>de</strong>pólen, viável, <strong>no</strong> entanto, ocorre uma <strong>de</strong>ficiência <strong>no</strong>mecanismo <strong>de</strong> abertura <strong>da</strong>s anteras, não havendo aliberação do pólen. Tal sistema po<strong>de</strong>, assim como a<strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> genética causa<strong>da</strong> pelo ambiente,ser aplicado à produção <strong>de</strong> <strong>híbridos</strong>, apesar <strong>de</strong> havercertas limitações, como por exemplo, a aplicação aum número restrito <strong>de</strong> plantas, a não <strong>de</strong>iscênciasensível a variações ambientais (em tomate,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong>s condições ambientais <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong>,mais <strong>de</strong> 50% <strong>da</strong> autofertilização po<strong>de</strong> ocorrer naslinhas masculinas), estigma oculto (impedindo apolinização cruza<strong>da</strong>), entre outras.CONSEQUÊNCIAS PARA OMELHORAMENTOO <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>híbridos</strong> <strong>de</strong> arroz<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> esterilização do pólen quenão altere a fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> do gameta femini<strong>no</strong> (célulaovo).A <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> genética e a <strong>macho</strong>esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>citoplasmática são mecanismos estu<strong>da</strong>dose usados para a produção <strong>de</strong> sementes híbri<strong>da</strong>s,porém a utilização <strong>de</strong> emasculação e polinizaçãomanual em larga escala na produção <strong>de</strong> <strong>híbridos</strong> ain<strong>da</strong>predomina (SHIFRISS, 1995). Para Coimbra et al.(2006), a produção comercial <strong>de</strong> semente híbri<strong>da</strong> (F1)pela emasculação manual é impraticável em arroz.Ain<strong>da</strong>, segundo os autores, o <strong>de</strong>scobrimento, autilização <strong>da</strong>s linhas que expressam a <strong>macho</strong>esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>citoplasmática, genética ou Men<strong>de</strong>liana e<strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> não herdável (resultante <strong>de</strong> agentesquímicos ou físicos <strong>de</strong><strong>no</strong>minados <strong>de</strong> gametici<strong>da</strong>s) éfun<strong>da</strong>mental para a exploração <strong>da</strong> heterose <strong>da</strong> cultura<strong>de</strong> arroz em nível comercial.Nos a<strong>no</strong>s 60, foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> uma planta <strong>de</strong>arroz Oryza sativa L.f. spontanea com o citoplasma<strong>macho</strong>-estéril, <strong>de</strong><strong>no</strong>minado <strong>de</strong> wild abortive66 Revista <strong>de</strong> Ciências Agroveterinárias, Lages, v.7, n.1, 2008


Coimbra et al.cytoplasm–wa. A estratégia emprega<strong>da</strong> peloInternational Rice Research Institute - IRRI, nasFilipinas, basea-se <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong> três linhas: linha<strong>macho</strong>-estéril (A), com o citoplasma estéril; linhamantenedora (B), quase isogênica a linha A, porémcom o citoplasma fértil, usa<strong>da</strong> para multiplicar a linhaA; e finalmente, a linha restauradora (R), utiliza<strong>da</strong> parapolinizar as linhas A, produzindo assim, o híbrido F 1comercial fértil.De acordo com Bragantini et al. (2001) aprodução <strong>de</strong> <strong>híbridos</strong> em arroz requer a participação<strong>de</strong> um sistema genético-citoplasmático <strong>de</strong> <strong>macho</strong>esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>composto por três linhagens: uma, <strong>macho</strong>estéril(linhagem A); uma, <strong>macho</strong>-fértil e comcapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong> esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> linhagemA, e que <strong>de</strong>ve ser o mais semelhante possível àlinhagem A, que é conheci<strong>da</strong> como linhagem B; eoutra, também <strong>macho</strong>-fértil, mas com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>restauração <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> linhagem A (linhagem R).A combinação <strong>da</strong>s duas primeiras linhagens (A e B)produz sementes que originam plantas <strong>macho</strong>-estéreis(sementes <strong>da</strong> linhagem A), e o cruzamento entre aslinhagens A e R produz as sementes híbri<strong>da</strong>s, queoriginam plantas férteis.Apesar <strong>da</strong> ampla utilização <strong>de</strong>sta tec<strong>no</strong>logia<strong>de</strong> <strong>híbridos</strong> <strong>de</strong> arroz em outros países, <strong>no</strong> Brasil estatécnica tem sido usa<strong>da</strong> apenas recentemente, há cerca<strong>de</strong> apenas 15 a<strong>no</strong>s. Alguns testes em arroz <strong>híbridos</strong>têm mostrado rendimento <strong>de</strong> grãos acima <strong>de</strong> 9.000kg ha -1 , com heterose <strong>de</strong> até 40% acima <strong>da</strong> médiados pais alia<strong>da</strong>s a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong> <strong>de</strong> semeaduraé outro fator relevante; enquanto as varie<strong>da</strong><strong>de</strong>sconvencionais são semea<strong>da</strong>s com 150 kg ha -1 emmédia para os <strong>híbridos</strong> são utilizados apenas 40 kgha -1 . Porém, como em to<strong>da</strong> introdução <strong>de</strong> plantas,existem problemas como, por exemplo: ciclo tardio(genitores provindos <strong>da</strong> China não a<strong>da</strong>ptados àscondições <strong>de</strong> cultivo local), alto índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>bulha,pericarpo vermelho, alto grau <strong>de</strong> esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>, aroma,baixa teor <strong>de</strong> amilose <strong>no</strong> grão e, principalmente asquali<strong>da</strong><strong>de</strong>s agronômicas <strong>da</strong> linha A (<strong>macho</strong>-estéril),por exemplo, baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> grão, <strong>de</strong> modo geral,baixa teor <strong>de</strong> amilose, baixa produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, colmosfracos (acamamento), a<strong>da</strong>ptabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e estabili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> produção, o que não somente onera a produção<strong>de</strong> sementes híbri<strong>da</strong>s, mas inibe também sua adoçãopelos agricultores.Uma maneira prática para começar acontornar estas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s seria primeiramentecaracterizar (em linhas restauradoras oumantenedoras) algumas varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s convencionais ea<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s à <strong>no</strong>ssa região, a fim <strong>de</strong> conseguiri<strong>de</strong>ntificar uma linha B a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> e com boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> grão, o que possibilitaria, através <strong>de</strong> poucosretrocruzamentos, obter uma linha A com quali<strong>da</strong><strong>de</strong>sagronômicas realmente superiores para as <strong>no</strong>ssascondições.A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> associar o método <strong>de</strong>retrocruzamento com a utilização <strong>de</strong> marcadoresmoleculares torna essa possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ain<strong>da</strong> maisplausível. Alguns trabalhos têm estu<strong>da</strong>do talpossibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Alcochete (2005) selecio<strong>no</strong>umarcadores microssatélites, para mapear as regiõesgenômicas associa<strong>da</strong>s ao controle genético <strong>de</strong> <strong>macho</strong>esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>termossensível (TGMS) em arroz. Emseus estudos, uma população F2, <strong>de</strong>riva<strong>da</strong> docruzamento entre linhagens indica fértil e TGMS, foiusa<strong>da</strong> para construir um mapa genético <strong>de</strong> arroz,baseado em marcadores microssatélites. Em suasconclusões, os <strong>da</strong>dos fe<strong>no</strong>típicos e ge<strong>no</strong>típicospermitiram a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> três <strong>no</strong>vos locoscontroladores <strong>de</strong> caracteres quantitativos (QTL) paraa <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> gênica termossensível em arrozindica. De acordo com os mesmos autores, acompreensão do controle genético <strong>de</strong> <strong>macho</strong>esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>termossensível (TGMS) em arroz, éimportante para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sementeshíbri<strong>da</strong>s sustentáveis para a indústria.Contudo, <strong>no</strong> Brasil o conhecimento é limitadosobre a tec<strong>no</strong>logia <strong>de</strong> exploração <strong>da</strong> heterose emplantas <strong>de</strong> arroz (autógama). Esta tec<strong>no</strong>logia i<strong>no</strong>vadora<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> arroz híbrido comercial (F 1) estácomeçando a ser explora<strong>da</strong> comedi<strong>da</strong>mente <strong>no</strong> Brasil,apesar do seu gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoe ampla utilização em outros países.CONSEQUÊNCIAS PARA O SISTEMA DEPRODUÇÃOa) Melhoramento para o sistema <strong>de</strong> três linhas:o <strong>melhoramento</strong> genético para o sistema <strong>de</strong> três-linhaspo<strong>de</strong> ser dividido em duas fases: <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>linha R e avaliação <strong>da</strong> heterose.Este procedimento <strong>de</strong> <strong>melhoramento</strong> éRevista <strong>de</strong> Ciências Agroveterinárias, Lages, v.7, n.1, 2008 67


Coimbra et al.flexível, e alguns passos rotineiros po<strong>de</strong>m ser omitidosou repetidos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do <strong>de</strong>sempenho <strong>da</strong>s linhasgenitoras ou dos <strong>híbridos</strong> F 1(LI e YUAN, 2000). Deacordo com os mesmos autores, o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>da</strong>s linhas genitoras envolve alguns passos: (1) bloco<strong>de</strong> cruzamento - este bloco <strong>de</strong> cruzamento po<strong>de</strong> serutilizado como uma fonte <strong>de</strong> “genes úteis” para osistema <strong>de</strong> três linhas. Todo germoplasma, exceto A,B e R, po<strong>de</strong>m ser cultivados na quantia <strong>de</strong> 10 a 20plantas por parcela. As linhas A e B <strong>de</strong>vem sercultiva<strong>da</strong>s isola<strong>da</strong>mente com o intuito <strong>de</strong> evitarcontaminação por pólen estranho; (2) testcross – estepasso é realizado fun<strong>da</strong>mentalmente para <strong>de</strong>terminara fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> do híbrido F 1e para fazer umaclassificação <strong>da</strong>s linhas testa<strong>da</strong>s em R e B, po<strong>de</strong>ndoser utiliza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 10 a 20 plantas em uma fileira paraca<strong>da</strong> testcross, com a cultivar padrão intercala<strong>da</strong>scom os <strong>híbridos</strong>. Se o híbrido F 1testado for <strong>macho</strong>estéril,ele po<strong>de</strong> ser utilizado para o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> uma linha A por sucessivos retrocruzamentos.Quando o F 1mostrar fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong>rmal e bom<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> modo geral sobre os principaiscaracteres <strong>de</strong> importância agronômica, o genitorutilizado como genitor masculi<strong>no</strong> po<strong>de</strong> ser utilizadopara <strong>de</strong>senvolver uma <strong>no</strong>va linha R re-testcross. Oscruzamentos testados que revelarem baixa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> restauração ou baixa habili<strong>da</strong><strong>de</strong> em manter aesterili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ter sua respectiva linha R elimina<strong>da</strong>;(3) re-testcross – este passo é realizado paraconfirmar a habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> restauração e avaliarpreliminarmente à heterose. Mais <strong>de</strong> 100 plantas<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s e compara<strong>da</strong>s com o híbridoou com o cultivar principal <strong>da</strong> região; (4)retrocruzamentos – o objetivo principal é <strong>de</strong>senvolver<strong>no</strong>vas linhas A incorporando o citoplasma <strong>macho</strong>estéril,por exemplo, WA e também <strong>de</strong>senvolver <strong>no</strong>vaslinhas B. Ain<strong>da</strong>, tem como objetivo alcançar uma<strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> estável e uma alta uniformi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> caracteres agronômicos numa população <strong>de</strong> 1000plantas, quando isto é alcançado, a linha <strong>macho</strong>-estérile a sua linha B correspon<strong>de</strong>nte estão prontas paraavaliação comercial.O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>no</strong>vas linhas A e B éimportante para o êxito do sistema <strong>de</strong> três linhas, vistoque além do rendimento <strong>de</strong> grãos e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dohíbrido F 1, estas linhas afetam diretamente orendimento <strong>de</strong> grãos do híbrido comercial. A linha Bé uma linha isogênica <strong>da</strong> linha A, porém com umadiferença fun<strong>da</strong>mental, isto é, o citoplasma é fértil paralinha B e estéril para linha A. Caracteres com altacapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> combinação, características comofreqüência <strong>de</strong> alogamia e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> grão tambémsão metas do <strong>melhoramento</strong> para <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> linhas B superiores (YUAN e VIRMANI, 1988).A <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> em arroz po<strong>de</strong> serobserva<strong>da</strong> através <strong>da</strong> esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> do pólen,in<strong>de</strong>iscência <strong>da</strong>s anteras, antera abortiva entre outras(RUTGER e SHINJYO, 1980). Constantesobservações que expressam o nível <strong>de</strong> <strong>macho</strong>esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>são fun<strong>da</strong>mentais tanto para o<strong>melhoramento</strong> <strong>de</strong> arroz híbrido, quanto para aprodução <strong>de</strong> sementes híbri<strong>da</strong>s. A <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>somente po<strong>de</strong> ser observa<strong>da</strong> <strong>de</strong>pois do florescimentopor três métodos <strong>de</strong>scritos por (YUAN et al. 1985);(1) inspeção visual – para as linhas <strong>macho</strong>-estéreisdo tipo esporofítica, uma observação lógica, porémbastante eficiente, a panícula principal ficaaproxima<strong>da</strong>mente 1/3 <strong>de</strong>ntro do cartucho, formadopela folha ban<strong>de</strong>ira. Durante a antese, a cor <strong>da</strong>s anteraspo<strong>de</strong> ser visualiza<strong>da</strong> para <strong>de</strong>terminar a perfeita <strong>macho</strong>esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>.Anteras amarela<strong>da</strong>s e bem forma<strong>da</strong>sindicam fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>; (2) ensacando a panícula – a maisprecisa estimativa <strong>da</strong> <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>: ensaca-sea panícula antes do florescimento, masfun<strong>da</strong>mentalmente antes <strong>de</strong> qualquer <strong>de</strong>iscência <strong>da</strong>santeras; (3) observação microscópica – anteras <strong>de</strong>vemser amostra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> diferentes partes <strong>da</strong> panícula,utilizando uma solução <strong>de</strong> io<strong>de</strong>to <strong>de</strong> potássio (I-KI)po<strong>de</strong>ndo-se <strong>de</strong>tectar a <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> sob a luzdo microscópio. A <strong>macho</strong>-fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> do pólen (bemmanchado, cor escura) não po<strong>de</strong> exce<strong>de</strong>r 1% paraas linhas <strong>macho</strong>-estéreis do tipo esporofítica.Melhoramento para as linhas A e B – existem váriosmétodos <strong>de</strong> <strong>melhoramento</strong> para as linhas A e B, porémaqui serão discutidos alguns métodos mais relevantes.(1) substituição nuclear – tem sido realiza<strong>da</strong> combastante sucesso <strong>no</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> linhas <strong>macho</strong>estéreisestáveis <strong>de</strong> uma planta ancestral <strong>macho</strong>-estéril,embora seja difícil em alguns casos a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>linhas mantenedoras com um valor agronômicocomprovado. Para a maioria dos cruzamentosselvagem-cultivar, indica-japonica, indica-indica ejaponica-japonica, as linhas do genitor utilizadocomo pai são periodicamente retrocruza<strong>da</strong>s por várias68 Revista <strong>de</strong> Ciências Agroveterinárias, Lages, v.7, n.1, 2008


Coimbra et al.gerações até não haver segregação para a <strong>macho</strong>esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>,e alguns caracteres in<strong>de</strong>sejáveis nãoaparecerem na progênie. Macho-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> serdifícil <strong>de</strong> ser estabiliza<strong>da</strong> para alguns casos em algumaslinhas genitoras masculinas; quando isto ocorrer, po<strong>de</strong>ser selecionado um cultivar <strong>no</strong>vo <strong>de</strong> arroz como alinha parental recorrente; (2) cruzamentosinterespecíficos – uma linha <strong>macho</strong>-estéril estável po<strong>de</strong>ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> por cruzamentos e porretrocruzamentos, como por exemplo, Oryzaglaberrima utiliza<strong>da</strong> como fêmea e Oryza sativa L.como <strong>macho</strong>. Sa<strong>no</strong> (1985) relatou que caso fosserealizado o cruzamento <strong>de</strong> O. sativa (citoplasma) xO. glaberrima (núcleo), a progênie <strong>de</strong>ste cruzamentonão fixa a semente, embora o teste com a solução <strong>de</strong>I-KI mancha o grão <strong>de</strong> pólen <strong>no</strong>rmalmente; (3)cruzamentos entre espécies selvagens e cultivares <strong>de</strong>arroz – Li e Yuan (2000) comentam que po<strong>de</strong> sermais fácil <strong>de</strong>senvolver linha <strong>macho</strong>-estéril através docruzamento entre espécies selvagens e cultivares; aprimeira e mais importante linha com citoplasma dotipo WA ’Er-Jiu-Nam 1 A’ foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> através<strong>de</strong> quatro retrocruzamentos; (4) <strong>melhoramento</strong> ei<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> <strong>no</strong>vas linhas mantenedoras – muitoscultivares <strong>de</strong> arroz com quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s agronômicascomprova<strong>da</strong>s não mostram capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para mantera esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Este processo é fun<strong>da</strong>mental tanto parao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>no</strong>vas linhas B quanto para asustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do sistema <strong>de</strong> três linhas. Para criaruma <strong>no</strong>va linha mantenedora Li et al. (1982) comentamque <strong>de</strong>vem ser respeitados alguns passos fun<strong>da</strong>mentais(Figura 1).b) Melhoramento para o sistema <strong>de</strong> duas-linhas:por simplificar o processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sementeshíbri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> arroz, o sistema <strong>de</strong> duas-linhas vemganhando ca<strong>da</strong> vez mais espaço, mas o fato quepreocupa bastante os pesquisadores é quanto a umapossível quebra do citoplasma em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> algumtipo <strong>de</strong> estresse tanto abiótico quanto biótico, sendoque 95% <strong>de</strong> todos os <strong>híbridos</strong> <strong>de</strong> arroz utilizadosatualmente possuem o citoplasma do tipo WA.Consi<strong>de</strong>rações gerais:Vantagens: Li e Yuan (2000) citam algumas vantagense <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> sistema para produzirsemente <strong>de</strong> arroz híbrido: (1) simplici<strong>da</strong><strong>de</strong> eefetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> – não há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> linha B paramultiplicação <strong>de</strong> sementes híbri<strong>da</strong>s (AxB), sendo queesta linha é fun<strong>da</strong>mental para o sistema <strong>de</strong> três linhas.Deste modo, a multiplicação <strong>da</strong>s linhas T(P)GMS sãomais simples, pois não requer o sincronismo entre aslinhas A e B, tornando-se assim um processo me<strong>no</strong>soneroso e mais rápido. Na China, o rendimento médio<strong>da</strong>s linhas T(P)GMS é <strong>de</strong> 3 a 5 t ha -1 , compara<strong>da</strong>scom o sistema <strong>de</strong> três-linhas que é <strong>de</strong> 2 t ha -1 para amultiplicação <strong>da</strong> linha A. Além disso, os genesnucleares <strong>da</strong> <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> do sistemaT(P)GMS são mais facilmente transferidos do quegenes <strong>da</strong> <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> genética citoplasmática,pois aqueles não são afetados pelos genes docitoplasma; (2) a não restrição <strong>de</strong> genes restauradores– <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong> três- linhas, o híbrido F 1entre a linhasA e R freqüentemente mostram vários níveis <strong>de</strong>restauração (fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>) ou <strong>macho</strong>- esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> entre30-50% <strong>de</strong> “pega”. Somente uma pequenapercentagem <strong>de</strong> cultivares <strong>de</strong> arroz são completamenterestauradores. Portanto, o potencial <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>híbridos</strong> <strong>de</strong> arroz superiores <strong>no</strong>sistema <strong>de</strong> três linhas é limitado. Pelo contrário, a<strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s linhas T(P)GMS éessencialmente controla<strong>da</strong> por genes nuclearesrecessivos, assim o F 1entre linhas T(P)GMS ecultivares <strong>de</strong> mesma subespécie mostram fertili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>no</strong>rmal. A <strong>macho</strong> esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ‘W6154’ e ‘An-Nong s-1’ po<strong>de</strong> ser restaura<strong>da</strong> <strong>no</strong>rmalmente por97,6% a 99,3% dos cultivares indica,respectivamente, e a cultivar ‘Nong-Ken 58s’ po<strong>de</strong>ser restaura<strong>da</strong> por mais <strong>de</strong> 96,6% dos cultivaresjaponicas (VIRMANI, 1996). Sendo assim, opotencial para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> arroz <strong>híbridos</strong> nestesistema é significativo; (3) fácil utilização <strong>da</strong> heteroseem diferentes grupos indica-japonica – este sistemafavorece a incorporação <strong>de</strong> genes <strong>de</strong> amplacompatibili<strong>da</strong><strong>de</strong> nas linhas T(P)GMS,comparativamente, a linha A; (4) efeitos negativos <strong>da</strong><strong>macho</strong>- esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> genética citoplasmática – o platôdo rendimento <strong>de</strong> grãos po<strong>de</strong> ser rompido em virtu<strong>de</strong><strong>da</strong> ausência do efeito negativo do <strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>citoplasmática do sistema <strong>de</strong> três linhas (WANG eTANG, 1990; YOUNG e VIRMANI, 1990).Desvantagens – a <strong>de</strong>pendência <strong>da</strong> <strong>macho</strong>esterili<strong>da</strong><strong>de</strong>sob <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s temperaturasespecíficas é atualmente motivo <strong>de</strong> preocupação paraRevista <strong>de</strong> Ciências Agroveterinárias, Lages, v.7, n.1, 2008 69


Coimbra et al.C ru zam en toLi nh a B (N ff) x No va lin ha (S FF o u N FF )R et roc ru zam en toF 1 (N Ff) x N L (SFF o u N FF)A ut ofecu n <strong>da</strong>çãoRC 1F1 (N FF, N Ff)T est -c rossSff x NFF Sff x N Ff Sff x N ffSFf - f érti l Sff – es t éri l SFf – férti l Sff – es téri lse gre ga çã oR etrocr uzamentoN ff x S FF (N FF)R etrocr uzamentoN Ff x SFF (N FF )N FF, N F fA ut ofecu n <strong>da</strong>çãoTe st-crossSff x NFF S ff x N Ff Sff x N ffSF f – férti lSff - es téri lSF f – fért ilSff – es téri ls egreg açãoA l in ha m ant ened ora <strong>da</strong> n ov a l in haFigura 1 -Procedimento alternativo para o <strong>melhoramento</strong> <strong>de</strong> uma linha mantenedora em arroz (LI et al.1982). On<strong>de</strong>: (S) citoplasma estéril; (N) citoplasma fértil; (f) genes nucleares que não restauram afertili<strong>da</strong><strong>de</strong>; (F) genes do núcleo que restauram a fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>.70 Revista <strong>de</strong> Ciências Agroveterinárias, Lages, v.7, n.1, 2008


Coimbra et al.CONCLUSÕESA perspectiva atual é o crescimento nautilização <strong>de</strong> citoplasmas <strong>macho</strong>-estéreis <strong>no</strong><strong>melhoramento</strong> genético <strong>de</strong> plantas como umaalternativa para o incremento do vigor híbrido. Novastec<strong>no</strong>logias vêm sendo amplamente pesquisa<strong>da</strong>s ediscuti<strong>da</strong>s, como a introdução <strong>de</strong> genes através <strong>de</strong>técnicas biotec<strong>no</strong>lógicas. O sistema duas linhas não épromissor em relação ao antecessor três linhas,exclusivamente para o Brasil, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> que oBrasil não possui nenhuma região on<strong>de</strong> a temperaturae o comprimento do dia seja tão constante que nãooscile, quesito fun<strong>da</strong>mental para o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong>sta tec<strong>no</strong>logia.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAHOKAS, H.; HOCKETT, E. A. Male sterilemutants of barley. IV. Different fertility levels of msggci(ev Vantage) an ecoclinal response. Barley Genet,Newsl, v.7, p.10-11, 1977.ALCOCHETE, A.A.N. Diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> genética emapeamento <strong>de</strong> QTLs do sistema gênico <strong>de</strong><strong>macho</strong>-esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> termossensível (TGMs) doge<strong>no</strong>ma <strong>de</strong> arroz (Oryza sativa L.). 2005. 157p.(Doutorado em Biologia Molecular) – curso <strong>de</strong> Pósgraduaçãoem Ciências Biológicas, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>Brasília, Brasília.BARABÁS, Z. Observation of sex-differentiation insorghum bu use of induced male sterile mutants.Nature, v.195, p. 257-259, 1962.BASHAW, E.C. Apomixis and its applications in cropimprovement. In: FEHR, W. R.; HADLEY, H.H (ed.)Hybridization of crop plants. Wisconsin : AmericanSociety of Agro<strong>no</strong>my, 1980. p. 45-63.BHARAJ, T.S. et al. Chromosomal location of fertilityrestoring genes for ‘Wild abortive’ cytoplasmic malesterility using primary trisomics in rice. Euphytica,Netherlands, v. 83, p. 169-173, 1995.BORKAKATI, R.; VIRMANI, S.S. Inheritance of athermo-sensitive genic male sterile mutant of indicarice. Rice Genetics Newsletter, Manila, v. 10, p.92-94, 1993.BRAGANTINI, C.; GUIMARÃES, E.P.; CUTRIM,V.A. Produção <strong>de</strong> sementes <strong>macho</strong>-estéreis em arroz.Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 36,n. 2, p. 273-277, 2001.COIMBRA, J.L.M. et al. Heterose em arroz híbrido.Revista Brasileira <strong>de</strong> Agrociência, v.12, n.3,p.257-264, 2006.DALL’AGNOL, M.; SCHIFINO-WITTMANN,M. Apomixia, genética e <strong>melhoramento</strong> <strong>de</strong> plantas.Revista Brasileira <strong>de</strong> Agrociência, v.11, n.2,p.127-133, 2005.DONG, N.V. et al. Molecular mapping of a rice geneconditioning thermosensitive genic male sterility usingAFLP, RFLP and SSR techniques. TheoreticalApplied Genetics , v.100, p.727-734, 2000.FAO – Food and Agriculture Foun<strong>da</strong>tion. DatabaseStatistics. Disponível em: .Acesso em :18 set. 2007.GOVINDA, R.K.; VIRMANI, S.S. Genetics offertility restoration of wa type cytoplasmic male sterilityin rice. Crop Science, Madison, v. 28, p. 787-792,1988.KAUL, M. L. H. Male sterility in higher plants.Springer-Verlag, Berlin and Hei<strong>de</strong>lberg, 1988.KU, S.J. et al. Cytological observation of twoenvironmental genic male-sterile lines of rice.Molecular cells, v.12, n.3, p.403-406, 2001.KUMARI, S. L.; MAHADEVAPPA, M.;KULKARNI, R.S. Fertílity restoration studies in fourWA CMS lines of rice. International RiceResearch Institute, Manilla, v. 1, p. 9, 1998.LASER, K. D.; LERSTERN, N.R. Anatomy andcytology of microsporogenesis in cytoplasmatic malesterile angiosperms. Botonical Reviews, v.38, p.425-454, 1972.LI, J.; YUAN, L. Hybrid rice: breeding, and seedproduction. Plant Breeding Reviews, Cana<strong>da</strong>, v.17, p. 15-158, 2000.LI, Z. B. et al. Study and practice of hybrid rice.Shanghai Science Tech<strong>no</strong>logy Press, China, 1982.LIN, S.C.; YUAN, L.P. Hybrid rice breeding in China.In: In<strong>no</strong>vative Approaches to rice breeding. , Manilla: International Rice Research Intitute, 1980. p.35-51.LU, X. G. et al. Current status of two-line method ofhybrid rice breeding. In: HYBRID Rice Tech<strong>no</strong>logy:new <strong>de</strong>velopments and future prospects. Manila :IRRI, 1992. p.37-50.MARTIN, J. A.; CRAWFORD, J.H. Several typesof sterility in Capsicum frutesceus. Proc. Am. Soe.72 Revista <strong>de</strong> Ciências Agroveterinárias, Lages, v.7, n.1, 2008


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