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O Homem - Unama

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www.nead.unama.brsenão pelo seu amante. Este compreendeu o gesto e disse-lhe sorrindo e tocandolhecom os dedos no alvo cetim da espádua:— Não tenhas medo... Aqui não há mais ninguém além de nós! Podemosficar à nossa plena vontade, fazer o que bem quisermos; rolar nus e abraçados porestes tabuleiros de relva; entregar-nos a todos os delírios do amor; enlouquecer degozo! Só Deus nos espreita, e Deus foi quem te fez para mim, para que eu te goze ete fecunde, minha flor! Ele observa-nos satisfeito, lá de muito alto, espiando pelasestrelas e sorrindo a cada beijo que damos! Quando nascer o fruto do teu ventre, eledescerá logo num raio de luz, e virá abrir na boca de nosso filhinho o seu primeiroriso e beber-lhe dos olhos a primeira lágrima. É com esta lágrima e com esse risodas criancinhas que o bom velho fabrica todos os dias o mel e o perfume das flores,o canto dos pássaros e o azul dos céus.E Luiz continuou a despi-la.Magda cruzou os braços sobre os peitos — ele acabava de lhe arrancar afinala camisa — e fechou os olhos, toda vexada e retraída. Mas depois, sentindo nascarnes o olhar ardente que a queimava, porque o moço permanecia a contemplá-la,embevecido e mudo, torceu-se logo sobre o quadril esquerdo, repuxando paraesconder a sua mimosa nudez as largas parras de um tinhorão que havia junto.Vergonhosa!... Balbuciou o amante, ajoelhando-se aos pés dela.E acrescentou em voz alterada, procurando alcançar. com os lábios o rostoque Magda se empenhava em esconder: — Não deves ter desses escrúpuloscomigo esposa de minha alma!... Acaso não sou todo teu! não és toda minha?...Porque escondes o semblante! Porque abaixas os olhos? Fita-os antes em mim edeixa-me beber o mel dos teus lábios! Deixa-me abraçar-te bem! assim! Toda inteira,toda nua, que eu sinta na minha carne, a carne do teu corpo! Cinge-me nos teuspeitos! Aperta-me! Mais! mais ainda Magda — um beijo... Dá-me um bei... Ah!— Tu me matas de amor! Soluçou ela.E, por entre o suspirado resfolegar dos dois, estalejava o seco farfalhar dasfolhas caídas.Seguiram depois para o rio. Ele levou-a de colo, porque Magda não podiaandar descalça; só a largou à margem d'água.— Mas eu não sei nadar... Considerou ela, assustada.— Sabes sim; todos sabem nadar. A questão é não ter medo.— Ah! Eu tenho medo!...— Irás comigo. Espera.Luiz entrou no rio e disse à companheira que lhe passasse os braços emvolta do pescoço. Magda obedeceu.— Ah! Não me soltes, hein?...— Não tens confiança em mim?...— Ui, ui, ui, meu Deus!— Então!— Ai, minha Nossa Senhora! É agora!— Medrosa! Não vês como vamos tão bem ...64

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