10.07.2015 Views

O Homem - Unama

O Homem - Unama

O Homem - Unama

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

www.nead.unama.br— Sim, sim, mas vai tratando de deixar a cama, que não havemos de ficaraqui metidos o dia inteiro. Hoje quero levar-te ao vale, onde passa o rio que nossepara da ilha do Segredo.— Ilha do Segredo? Que vem a ser isso?— Tu verás... É encantadora.— Muito longe daqui?— Não, e se fosse? Não estou eu a teu lado para te carregar?— É que me sinto tão fraca, tão pobre de coragem... tão magra!...— Lá encontrarás novas forças. Vamos!Ela ergueu-se pela mão do companheiro, e saíram da gruta.Repontava o dia. Tudo se enchia de vida: as abelhas saíram para as suasobrigações; borboletas peralteavam já pelo ar, em troça, mexendo com as flores; apequenada dos ninhos reclamava o almoço, e os pais andavam por fora, a tratar davida, aflitos, preocupados, mariscando na umidade da terra o pão-nosso da família.O sol erguia-se como um patrão madrugador e ativo, acordando toda a sua gente echicoteando a golpes de luz a mata inteira, folha por folha, para não deixar nenhumpreguiçoso dormindo acoitado pela sombra. Uma dourada nuvem de lavandeirasdoudejava sobre os lagos, picando a água com a cauda, de instante a instante, numcrepitar frenético de asas.— Então perguntou Luiz, de braço passado na cintura de Magda. — Não émelhor estarmos aqui no que metidos lã na gruta?— Certamente, meu amigo.— Ampara-te pois ao meu corpo e deixa o passeio por minha conta.Puseram-se a andar por entre a chilreada dos caminhos. De vez em quandoparavam para colher um fruto, que dividiam entre si com a boca.Andaram muito. Quando a moça chegou ao vale estava prostrada decansaço. O sol ia já bem alto no horizonte.— Descansemos aqui à sombra deste tamarindeiro, para irmos depois atéao rio, propôs Luiz. E, enquanto Magda repousava no chão, ele foi apanhar um cocoe trouxe-lho já em estado de se lhe sorver o saboroso leite refrigerante. Quando aviu de todo acalmada, principiou a descalçar-lhe os sapatinhos de cetim.— Que fazes!Vou despir-te.E tirou-lhe as meias.— Despir-me, para que? — perguntou a filha do Conselheiro com umretraimento de pudor.— Para atravessarmos o rio.E foi logo lhe desabotoando o colo. Magda não se animou a dizer que não,mas fez-se vermelha e abaixou os olhos. Luiz, todo vergado sobre ela, ajudou-lhe adesenfiar as mangas do corpinho e sacou-o fora. Desacolchetou-lhe depois as saiasna cintura e arrepanhou-as para debaixo das pernas dela.À moça levou as mãos às roupas, assustada, olhando com receio para oslados, como se quisesse, antes de despi-las, certificar-se bem de que não era vista63

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!