10.07.2015 Views

O Homem - Unama

O Homem - Unama

O Homem - Unama

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

www.nead.unama.brFoi nessa ocasião que o criado o interrompeu com o chamado de Magda. OConselheiro, quando chegou junto dela, sentiu-se ainda mais comovido: "Não seriatudo aquilo um crime maior do que os seus passados amores com a mãe deFernando?... Sim; estes ao menos não se baseavam em preconceitos e vaidades,baseavam-se nos instintos e na ternura". E o mísero, atordoado com estas idéias,tomou as mãos da filha, falhou-lhe com humildade perguntou-lhe com muito carinhoo que ela sentia.— Quase nada! Um simples abalo... Já não tinha coisa alguma...E tremia toda.— Queres que mande buscar o Dr. Lobão? Estou te achando o corpoesquentado.— Não, não vale a pena; isto não é nada. Eu chamei-o papai, para lhe pedirum obséquio...— Um obséquio? Fala, minha filha.— Pedir um obséquio e fazer-lhe uma declaração...E, brincando com os botões da sobrecasaca do Conselheiro: — Sabe?Estou resolvida a casar com o Martinho de Azevedo; desejava que meu pai lhemandasse comunicar imediatamente esta minha deliberação...— Temos tolice!...— E queria que o casamento se realizasse antes da partida do Fernando...— Estás louca?— Se estiver, tanto pior para mim. Afianço-lhe que hei de fazer o que estoudizendo!— Não sejas vingativa, minha filha; Fernando contou-me o que se passouentre vocês dois, disse0me tudo, e eu juro pela memória de tua mãe que oprocedimento dele não podia ser outro... Foi correto, fez o seu dever!— O seu dever? Tem graça!— Mais tarde verás que digo a verdade; o que desde já posso afirmar é queo pobre rapaz não tem absolutamente a menor culpa em tudo isto. Não o deves vercom maus lhos, nem lhe deves retirar a tua confiança e a tua estima...— Mas fale por uma vez! Não vê que as suas meias palavras me põemdoida?...— Não posso; é bastante que acredites em mim; eu juro-te que Fernando,negando-se a casar contigo, cumpre o seu dever. Vou chamá-lo e quero que...— Não, não! Atalhou a filha, segurando-lhe os braços. — Ele que não meapareça! Que não me fale! Detesto-o!— Não acreditas em teu pai!...— Não sei; acredito é que entre o senhor e ele há uma conspiração contramim! Querem engodar-me com mistérios que não existem, como se eu fosse algumacriança! Ah! Mas eu mostrarei que não sou o que pensam!— Então, minha filha, então!— Creio que já disse bem claro qual é a minha resolução a respeito decasamento, e agora só me convém saber se meu pai está ou não disposto a tratardisso!— Não digo que não, mas para que fazer as coisas tão precipitadamente?...11

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!