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escola de engenharia de lorena, ingresso na usp ainda ... - Adusp

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Outubro 2012Revista Ad<strong>usp</strong>Es c o l a <strong>de</strong> En g e n h a r i a<strong>de</strong> Lo r e n a, <strong>ingresso</strong> n aUSP a i n da i n c o m p l e t oRe<strong>na</strong>to BrandãoJor<strong>na</strong>listaManuel PereiraCampus I da EEL16


Outubro 2012EEL conta com 1.100 alunos, número que será ampliado com os novos cursosSem po<strong>de</strong>r ingressar no quadrofuncio<strong>na</strong>l da Universida<strong>de</strong>, pois paraisso teriam <strong>de</strong> ser aprovados emconcurso público, os servidores daEEL não só se viram privados dosdireitos usufruídos por seus colegasda USP — como quinquêniose sexta-parte — como também per<strong>de</strong>ramalguns dos que mantinham<strong>na</strong> então Faenquil.Criou-se um estranho paradoxo,diz o professor Domingos SávioGiordani, chefe do Departamento<strong>de</strong> Química da EEL: professores<strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> da USPque não ape<strong>na</strong>s aten<strong>de</strong> a todas asexigências pedagógicas e institucio<strong>na</strong>is,mas é igualmente capaz<strong>de</strong> oferecer cursos <strong>de</strong> graduação epós-graduação integralmente reconhecidospela estrutura central,permanecem à margem do quadrodocente da Universida<strong>de</strong>.Os servidores ficaram <strong>de</strong>cepcio<strong>na</strong>doscom a não-incorporação:“Havia a consciência <strong>de</strong> que nãoera possível integrar o quadro <strong>de</strong>docentes estatutários, mas esperávamosser incorporados como celetistas”.Com o passar do tempo,a<strong>na</strong>lisa Giordani, foi inevitável o<strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> um corpo docente queserve a “dois patrões”. “O serviçoque prestamos à USP é pior do quecinco anos atrás. Digo pela falta<strong>de</strong> recursos humanos, da perda <strong>de</strong>quadros, <strong>de</strong> professores que morreramou se <strong>de</strong>mitiram por não aceitara situação”.Em agosto <strong>de</strong> 2011, a anunciadarenovação do convênio provisórionos mesmos termos origi<strong>na</strong>is foio estopim <strong>de</strong> uma greve geral <strong>de</strong>docentes e funcionários técnicoadministrativosda EEL — a terceira<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a incorporação à USP. Areivindicação principal era <strong>de</strong> queo “quadro especial em extinção”saísse da alçada da SDECT, passandoao âmbito da Reitoria. Contudo,um parecer da Procuradoria Geraldo Estado interpretou como inconstitucio<strong>na</strong>lessa transferência.Por meio da incorporação,1.100 alunos, 240 vagas emcursos <strong>de</strong> graduação e todoo patrimônio da Faenquilforam transferidos para aUSP. Mas os funcionáriose docentes não foramincorporados ao quadrofuncio<strong>na</strong>l da Universida<strong>de</strong>,e vencimentos e vantagensperdiam <strong>na</strong> comparaçãoRevista Ad<strong>usp</strong>Manuel PereiraDepois <strong>de</strong> 30 dias, e contandocom amplo apoio dos estudantes, agreve foi parcialmente vitoriosa, aocontrário das mobilizações anteriores.A Reitoria fi<strong>na</strong>lmente dispôs-sea pagar gratificações salariais quereduzirão, <strong>na</strong> maioria dos casos, asdiferenças salariais existentes entreo quadro da EEL e o quadroda USP (Informativo Ad<strong>usp</strong> 333).Mais importante <strong>ainda</strong>, a Reitoriaassumiu o compromisso <strong>de</strong> abrir“concursos públicos e processos seletivos”(sic, USP Destaques 39, <strong>de</strong>9/9/2011) para permitir que os componentesdo quadro em extinção secandidatem ao <strong>ingresso</strong> <strong>na</strong> corpodocente da USP.Em seguida, a Assembleia Legislativaaprovou a criação <strong>de</strong> 142cargos <strong>de</strong> docentes (130 professoresdoutores e 12 professores titulares)para a EEL. Dessas vagas, 88 jápara 2012, sendo 22 <strong>de</strong>las para osnovos cursos da <strong>escola</strong>. Em julho<strong>de</strong> 2012 foram abertos 28 concursospara professor doutor em regi-18


Revista Ad<strong>usp</strong>Outubro 2012Fotos: Manuel PereiraAlunos pesquisam <strong>na</strong> biblioteca, on<strong>de</strong> antes funcio<strong>na</strong>va a usi<strong>na</strong>Cotel é uma das melhores <strong>escola</strong>s do paísLaboratórios ocupam galpões, que foram adaptadosCanti<strong>na</strong> é solução precária para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentaçãoConjunto esportivo no Campus Iequipamentos <strong>na</strong> unida<strong>de</strong> sem similares em território<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e procurados por pesquisadores<strong>de</strong> diversas partes do país. A unida<strong>de</strong> oferecegraduação e pós-graduação em Engenharia <strong>de</strong>Materiais. Além <strong>de</strong> contar com laboratórios e biblioteca,possui salas <strong>de</strong> aula mais estruturadas,que passaram por reformas e receberam aparelhos<strong>de</strong> ar-condicio<strong>na</strong>do, projetores multimídia,tela para projeção e quadro branco novos.À parte um campo <strong>de</strong> futebol society, quaseinexistem espaços <strong>de</strong> lazer no Campus II. Segundoo professor Rodrigues, nos próximos anos aunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ganhar um conjunto <strong>de</strong> vivênciacom restaurante universitário, anfiteatro, ginásiopoliesportivo e pisci<strong>na</strong>, além <strong>de</strong> novos edifícioscom salas <strong>de</strong> aula e laboratórios didáticos e <strong>de</strong>pesquisa.Para Carlos Maia, embora a antiga Faenquiltivesse seus próprios méritos, “a vinda da USPtrouxe um pouco <strong>de</strong> di<strong>na</strong>mismo para a faculda<strong>de</strong>,fora o nome em si”. Seu ponto <strong>de</strong> vista é compartilhadopelo professor Giordani: “Pelo lado didático,acadêmico, foi uma melhora enorme para afaculda<strong>de</strong>. A <strong>escola</strong> melhorou materialmente”.O professor Prado Alves, do Colégio Técnico,guarda certa esperança <strong>de</strong> mudanças. “Nossagran<strong>de</strong> expectativa é se a Universida<strong>de</strong> vai ou nãoabraçar a gente, mostrar que fazemos parte domesmo conjunto da USP”. Contam alguns funcionáriose estudantes que a USP ganhou fama <strong>na</strong>EEL <strong>de</strong> ser “um paqui<strong>de</strong>rme”. “Ela se mobilizamuito <strong>de</strong>vagar, mas acaba andando”.23


Outubro 2012Revista Ad<strong>usp</strong>In f lu ê n c i a do Exército,Pró-Ál c o o l e Pr o j e t o Nióbiomarc aram déc adas <strong>de</strong> 1970 e 1980Hoje com 82 mil habitantes, o município <strong>de</strong>Lore<strong>na</strong> foi o núcleo <strong>de</strong> dois gran<strong>de</strong>s projetos dogoverno fe<strong>de</strong>ral durante o regime militar: o famosoPrograma Nacio<strong>na</strong>l do Álcool (Pró-Álcool) e o<strong>de</strong>sconhecido Projeto Nióbio, ambos trabalhadospor engenheiros e pesquisadores <strong>de</strong> dois centros<strong>de</strong> pesquisa vinculados à antiga instituição pública<strong>de</strong> ensino superior da cida<strong>de</strong>, a Faculda<strong>de</strong> Municipal<strong>de</strong> Engenharia Química (Famenquil).Fundada por <strong>de</strong>creto da Prefeitura em abril <strong>de</strong>1969, a Famenquil per<strong>de</strong>u o vínculo com o municípiopoucos anos <strong>de</strong>pois, quando passou a ser controladapor uma fundação e contar com aporte dogoverno militar. A fase seguinte seria fortementecondicio<strong>na</strong>da pela presença do Exército.A agora Faenquil foi implementada por um grupo<strong>de</strong> engenheiros militares da Indústria <strong>de</strong> MaterialBélico do Brasil (Imbel), uma empresa do Exército.Localizada em Piquete, cida<strong>de</strong> vizinha a Lore<strong>na</strong>, aImbel fabricava armas portáteis, munições, explosivose equipamentos <strong>de</strong> comunicações, além <strong>de</strong> constituirseno principal <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> capacitação dos engenheirosformados pelo Instituto Militar <strong>de</strong> Engenharia.I<strong>de</strong>alizador da Faenquil, o tenente-coronel LuizSylvio Teixeira Leite foi o primeiro diretor da faculda<strong>de</strong>,em um período no qual eram <strong>de</strong>senvolvidosali projetos para a fabricação <strong>de</strong> ácido acetilsalicílico(principal matéria-prima da aspiri<strong>na</strong>), anili<strong>na</strong>(composto muito utilizado <strong>na</strong> indústria <strong>de</strong> corantes)e oxigênio. Entretanto, por pressão <strong>de</strong> trans<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>isdo ramo, os projetos foram s<strong>usp</strong>ensos.O coronel <strong>de</strong>ixou a direção da Faenquil em 1976,ano anterior à abertura do seu primeiro curso <strong>de</strong> graduaçãoem <strong>engenharia</strong> industrial química. Mantida àépoca pela Fundação <strong>de</strong> Tecnologia Industrial (FTI),vinculada ao Ministério da Indústria e Comércio,tornou-se campo <strong>de</strong> pesquisas em biotecnologia, químicafi<strong>na</strong> e novos materiais. Conquistou reputaçãocomo gestora do Pró-Álcool e do Projeto Nióbio.Extinto o regime militar, o governo Sarney cortouos incentivos da FTI. A fundação passou a terdificulda<strong>de</strong>s para sustentar a Faenquil e seus doiscentros <strong>de</strong> pesquisa, Cebiq e Cemar. Porém, mesmosob ameaça <strong>de</strong> ter <strong>de</strong> encerrar as ativida<strong>de</strong>s, a faculda<strong>de</strong>implantou, no fi<strong>na</strong>l da década <strong>de</strong> 1980, se<strong>usp</strong>rimeiros cursos <strong>de</strong> pós-graduação: em <strong>engenharia</strong><strong>de</strong> materiais e <strong>engenharia</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.Em 1990, o Tribu<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Contas da União <strong>de</strong>terminouque os convênios entre a FTI e a Faenquil<strong>de</strong>ixassem <strong>de</strong> ser renovados, o que abriu caminhopara que o então gover<strong>na</strong>dor Orestes Quércia encaminhasseum projeto <strong>de</strong> estadualização da faculda<strong>de</strong>e dos centros <strong>de</strong> pesquisa. No ano seguinte,já no governo <strong>de</strong> Luiz Antônio Fleury Filho, aFaenquil passou a integrar o Sistema Estadual <strong>de</strong>Ensino Superior, sob forma <strong>de</strong> autarquia <strong>de</strong> regimeespecial, administrada pela então Secretaria <strong>de</strong>Ciência e Tecnologia do Estado.A Faenquil ganhou sobrevida ao tor<strong>na</strong>r-se uma faculda<strong>de</strong>estadual, mas os problemas fi<strong>na</strong>nceiros persistiram.Os repasses eram inferiores às verbas recebidasnos anos dourados da faculda<strong>de</strong>. O resultado da situaçãofoi a constante perda salarial e a <strong>de</strong>fasagem noplano <strong>de</strong> carreira para professores e funcionários.Na virada do século, avançaram as negociaçõespara que a Faenquil fosse incorporada por uma dasuniversida<strong>de</strong>s estaduais paulistas. Em 2003, a Universida<strong>de</strong><strong>de</strong> São Paulo apresentou um projeto com essafi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>. A incorporação foi celebrada em 2005 eimplantada <strong>de</strong> fato em 2006, quando a USP recebeupatrimônio, cursos e alunos da Faenquil, agora <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>daEscola <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Lore<strong>na</strong> (EEL).24

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