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X SEMANA DA PESQUISA DA FUNDACENTRODesafios e Perspectivas da SST no Século XXILuiz Antonio de MeloOrientador: Bertrand Sampaio de AlencarColaboração: Gilson Lúcio Rodrigues, JoséHélio Lopes e Maria da Conceição OliveiraOutubro/2013

RELEVÂNCIA DO ESTUDO• A indústrias de fabricação de móveis e marcenaria apresentamriscos à Saúde do Trabalhador e ao Meio Ambiente;• Em geral falta conhecimento em SST e Gestão Ambiental pelosempresários das micro empresas do setor moveleiro;• O National Health Interview Survey (NHIS) – avaliou em 2001 aasma ocupacional em 100.000 trabalhadores e identificou que aindústria de móveis é uma das principais causadoras desse tipode adoecimento;• As moveleiras no Brasil geraram em 2009 um total de 650.000empregos (ABIMÓVEL, 2010);• Há uma estimativa de 16.000 pequenas empresas irregularesgerando trabalhos informais, (RAIS, 2004), publicado pela(ABIMÓVEL, 2007).

OBJETIVOS ESPECIFICOS• Identificar os tipos de resíduos gerados;• Verificar a interferência dos resíduos gerados para o meioambiente e para o ambiente do trabalho;• Realizar avaliação quantitativa da poeira de madeira;• Diagnosticar os perfis socioambientais das micro epequenas empresas;• Propor medidas corretivas e/ou preventivas paraminimizar os impactos detectados.

A INDÚSTRIA MOVELEIRA NO MUNDO E NO BRASIL• Predominância das micro e pequenas empresas;• Atualmente os Estados Unidos é o maior produtor e aChina o maior exportador de móveis;• A partir da década de 80 os países em desenvolvimentopassaram a ser também exportadores;• O Brasil é o 10º produtor mundial;• Nas regiões Sul e Sudeste - 81,7% das empresas;• Na região Nordeste – 10% das empresas

OS RESÍDUOS SÓLIDOS DO SETOR MOVELEIROSegundo Britto, 1995, p. 36• A lenha – 71%;• Serragem - 22% do total;• Cepilhos ou maravalhas - 7%.

A MICRO E PEQUENA EMPRESA - MPEImportância econômica e social no Brasil e no mundo• As micro, pequenas e médias empresas têm importânciacrescente na economia;• A Organização Mundial do Comércio (OMC), observa que, nospaíses mais abertos e mais avançados, às micro e pequenasempresas ocupam posição relevante;• O desempenho das MPE’s no Brasil funciona como instrumentode desenvolvimento que atinge praticamente todo o territórionacional;• Segundo o SEBRAE (2005), o segmento representa nada menosque 99,2% do total de empreendimentos do país e contribui com20% do Produto Interno Bruto (PIB).

ARRANJO PRODUTIVO LOCAL - APLPara Costa, 2006.• O Arranjo Produtivo Local (APL) pode serdefinido como um conjunto de fatoreseconômicos, políticos e sociais, que selocalizam em um mesmo território,desenvolvendo atividades em uma mesmacadeia produtiva e que estão vinculadas pelosprocessos de produção, interação, cooperação eaprendizagem.

DELINEAMENTO DO ESTUDO• O presente estudo foi realizado nos municípios deArapiraca e Palmeiras do Indios que fazem parte doArranjo Produtivo Local (APL) de Móveis do AgresteAlagoano;• Arapiraca possui uma área de 351 km², que corresponde a1,26% da área total do Estado e se encontra a umadistância de 123 km de Maceió e a 44 km de Palmeira dosÍndios;• Palmeira dos ìndios possui uma área de 461 km2, quecorresponde a 1,66% da área total do Estado e seencontra a uma distância de 136 km de Maceió.

Mapa do estado de Alagoas situando as cidades deArapiraca e Palmeira dos Índios e a capital Maceió.Fonte: ITEP (2011)

METODOLOGIA• Realizadas pesquisas de campo de natureza quantitativase qualitativas em 14 empresas;• Elaborados e aplicados questionários para diagnóstico dascondições ambientais;• Visitas técnicas às empresas onde foram analisados osfluxos dos processos de fabricação de móveis, layout,equipamentos, instalações e procedimentos dasoperações;• Avaliações qualitativas e quantitativas dos agentesambientais nos setores de trabalho;• Avaliações quantitativas da poeira de madeira nosambientes de trabalho em 3 empresas.

PERFIL DA INDÚSTRIA MOVELEIRA DO AGRESTE ALAGOANO• O APL de Móveis do Agreste Alagoano é composto por 268micro e pequenas empresas, apenas 30% formalizadas;• Emprega diretamente 2500 pessoas;• O destino das vendas do APL, em sua totalidade são diversosmunicípios do Estado de Alagoas, Pernambuco e Sergipe;• 86% das empresas são micro empresas e 14 % pequenasempresas;• 46% das empresas têm mais de dez anos de existência, 22%das empresas têm de 5 a 10 anos de existência;• A maioria das empresas se localizam na área urbana e têm seuspontos de vendas, junto à área produtiva.

MATÉRIA PRIMA UTILIZADA NO PROCESSO PRODUTIVO• No processo de acabamento e revestimentos alguns produtosquímicos são utilizados, destacando-se as tintas, as colas,vernizes solventes, seladores, catalisadores, massas plásticas eoutros.FOTO: FUNDACENTRO, 2010

MAQUINÁRIO UTILIZADO NA PRODUÇÃOFOTO: FUNDACENTRO, 2010

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVAAUSÊNCIAFOTOS: FUNDACENTRO, 2010

PRODUTOS FABRICADOS• sofás, poltronas, camas, mesas, cadeiras, móveis escolares,portas, racks, bancos de igrejas, armários de cozinha, guardaroupas,cozinhas, móveis de escritórios, quartos, móveis debanheiro, entre outros.FOTOS: FUNDACENTRO, 2010

RESÍDUOS SÓLIDOS DE MADEIRAFOTOS: FUNDACENTRO, 2010

ESTIMATIVA DOS RESIDUOS PRODUZIDOS• Lenha = 207,8 t/mês – 71%;• Serragem = 63,2 t/mês – 21,6%;• Cepilho = 21,7 t/mês – 7,4%.

DESTINO DOS RESÍDUOS PRODUZIDOS• Sistema público de coleta - 54%;• Catadores - 24%;• Doados ou vendidos para padarias - 8%;• Empresas que mantém os resíduos na área daempresa - 4%;• Queima dos resíduos - 2%;• Outros destinos - 8%.

DESTINO DOS RESÍDUOS PRODUZIDOSFOTOS: FUNDACENTRO, 2010

DESTINO DOS RESÍDUOS PRODUZIDOSFOTOS: FUNDACENTRO, 2010

IMPACTOS OCUPACIONAIS• Risco físico – ruído;• Riscos químicos pela utilização de produtos como (solventes,tintas, vernizes e colas). Um outro fator de risco químico quese destaca é a presença da poeira de madeira, consideradoagente carcinogênico;• Os riscos mecânicos/acidentes mais comuns são ocasionadospelas partes móveis das máquinas provocando cortes,perfurações e amputações nos dedos e mãos;• Dentre os riscos ergonômicos destaca-se movimentorepetitivo, ritmo acelerado e postos de trabalho inadequados,etc.

IMPACTOS OCUPACIONAISFOTOS: FUNDACENTRO, 2010

AVALIAÇÃO DA POEIRA DE MADEIRA• Foram coletadas 31 amostras de poeira total,• 29 foram analisadas,• resultados: 23 amostras ficaram acima do limite deexposição;• 4 ficaram entre o nível de ação e o Limite de ExposiçãoOcupacional (LEO) e;• 2 amostras ficaram abaixo do nível de ação.

AVALIAÇÃO DA POEIRA DE MADEIRAFOTO: FUNDACENTRO, 2010

AVALIAÇÃO DA POEIRA DE MADEIRAFONTE: BOM, 2010

CONCLUSÕES• Os resíduos gerados pela empresas do APL sãodescartados de forma aleatória descumprindo a Lei 12.305de 2 de agosto de 2010 (Lei dos Resíduos Sólidos);• Não existe nenhuma política que contemple a segurança ea saúde do trabalhador;• Os gestores das empresas são carentes de informaçãosobre as questões ambientais e de segurança e saúde paraos trabalhadores;• Não são cumpridas as Legislações ambientais e desegurança e saúde do trabalhador;• Não existem Equipamentos de Proteção Coletiva(exaustores, filtros e outros)

POLO DE MADEIRA E MÓVEIS DEARAPIRACAInfraestrutura:• pavimentação;• rede de abastecimento de água;•sistema elétrico;• pórtico e guarita;• auditório;• ciclovia;•rede de esgoto;• área de lazer (campo de futebol, quadra poliesportivae salão de confraternização);• showroom – espaço para exposição dos móveisproduzidos no local.

POLO DE MADEIRA E MÓVEIS DE ARAPIRACAPROJETOIMPLATAÇÃOFOTOS: FUNDACENTRO, 2010

RECOMENDAÇÕES• Buscar o cumprimento da Leis vigentes;• Implantar um sistema de gestão integrado;• Contratação de consultorias especializadas de forma conjunta;• Criação de uma central de reciclagem;• Incentivar a compra de madeira certificada;• Incentivar a prática do eco-design;• Implantar um sistema de controle de resíduos;• Criar uma sistemática de intercâmbio com outros pólosmoveleiros;• Incentivar a implantação de certificações.

OBRIGADO!LUIZ ANTONIO DE MELO