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O Aprendizado na Leitura nos Dias Atuais - Intranet.fia.edu.br

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aprendizagem ( softwares <strong>edu</strong>cacio<strong>na</strong>is).Quando a criança é bem peque<strong>na</strong> é importante que seus pais façam a leitura emvoz alta, pois a criança vai desejar através do prazer que lhe dá ouvir historias,tor<strong>na</strong>r-se capaz de ler sozinha.Outra maneira de incentivar as crianças a lerem é ir com elas a uma biblioteca, ircomprar um livro no shopping center, ou seja, fazer desta visita à biblioteca e da idaao shopping para comprar um livro, uma festa.Ter a necessidade de possuir livros é uma característica do ser leitor. Quandolermos um livro, o grifamos ou o marcamos, os grifados e marcados o tor<strong>na</strong>m de fato<strong>nos</strong>so, pois as <strong>nos</strong>sas impressões estão registradas nele. Assim devemos permitirque as criancas também tenham o prazer de desco<strong>br</strong>ir isso. Mas para tal, énecessário que aprenda a ter cuidados com o livro e não sujá-lo; a perceber queeles custam caro e que devem ser respeitados para que possam ser lidos e relidospor varias pessoas. Se um livro não for meu, se for de uma biblioteca devemos termais respeito, considerando que seu conteúdo poderá ser vivenciado por infinitosleitores.Para crianças peque<strong>na</strong>s o ideal é oferecer livros que tenham formatos, desenhose espessuras diferentes para prender a sua atenção. É bom que a criança sempretenha acesso às motivações de seus pais, suas escolhas morais e ideológicas, masque não fiquem somente presa a elas, e sim tenha o direito de ter acesso a novostemas e autores.Outro fator que é de grande importância ao incentivo da leitura são asassi<strong>na</strong>turas de revistas e gibis infantis, realizados e escritos por profissio<strong>na</strong>is queestão preocupados em proporcio<strong>na</strong>r matérias ricos em informações para ascrianças.Com todo esse respaldo a criança crescerá com o hábito e o gosto de ler. Écomo di Smith (1998, pág.45) “uma criança só pode ser bem sucedida, se estivercerta de ser capaz disso”.Já Bruno Bettelhein, em “La Lecture et l’enfant” (pág 98) “para ensi<strong>na</strong>r ascrianças a ler não é absolutamente necessário descrevê-las como individuo decabeça vazia obcecados pela busco do prazer, nem o<strong>br</strong>igá-las a ler historias quenão levam em conta suas realidades e a de seus pais, nem repetir para elasincansavelmente as mesmas palavras. Mas é inteiramente possível habituá-las


desde o inicio `idéia de que o essencial é o sentido do texto e de que a leitura está<strong>na</strong> origem de toda informação e de um prazer estético autentico.”Cabe ao professor oferecer aos alu<strong>nos</strong> as competências que lhes faltam, semfazer julgamento do aluno.Não devemos nunca dizer que uma criança não sabe ler até que nãoexploremos suas competências em todos os tipos de situação.Quando realizamos um leitura do tipo exterior, em que a leitura atravessa emtexto ligando-se a um projeto exterior a ele, podemos encontrar situações funcio<strong>na</strong>is( onde a leitura serve para agir, aprender, colher informações) e situações de estudo( onde a leitura serve para construir conhecimentos).Ao mesmo tempo, quando realizamos uma leitura para nós, podemos encontrarsituações farnientes ( distração pura), situações de <strong>nos</strong>talgia ( dicionários, livrosescolares) e situações de leitura para o puro prazer ( leitura degustação).Assim não haverá aprendizagem de leitura se não levar em conta todas essassituações de aprendizagem, pois <strong>na</strong> verdade, não é a situação que faz aprender aler, e ainda me<strong>nos</strong> a vigilância do professor, mas sim todo um trabalho em tornodessas situações.Quando uma criança tem em casa pais que lêem, essa criança terá uma maiorfacilidade em ter contatos com textos, visto que bem antes de chegar à escola, osucesso escolar praticamente está construído pela maneira de viver em casa.Não é necessário gastar fortu<strong>na</strong>s comprando livros somente para agradar ascrianças, pois o que realmente irá fazer com que a criança tenha um ambiente vivo erico em leitura é a sua utilização, o caráter vivo da escrita. De <strong>na</strong>da adianta estantesforradas de livros e nenhum deles ser lido, é preferível a criança ter poucos livros,mas ter lido a todos eles.Uma criança que vê seus pais lendo e escrevendo terá muito mais vontade deaprender a ler e a escrever do que uma que não tem essa oportunidade. Muitas sãoas formas dos pais incentivarem seus filhos a leitura: livros de receita, instruções deutilização de produtos de limpeza ou alimentos, indicações de rua, manuaiseletrônicos. É necessário lem<strong>br</strong>ar, no entanto, que para as crianças das classesdesfavorecidas (a maioria das crianças que freqüentam as escolas publicas), arealidade é bastante desfavorável em relação à pratica de leituras, que porque nãoconviva com atos de leitura e escrita por serem seus familiares a<strong>na</strong>lfabetos, querporque não possuam livros.


A criança tem que desco<strong>br</strong>ir que a leitura pode ser uma distração, um prazer,uma forma de descontração, e uma forma de aquisição de conhecimentos.Segundo Freinet ( pág, 99, 1961) “se o escrito for um objeto positivo em casa,sua aprendizagem será desejada pela criança, e se a aprendizagem é objeto dedesejo, ela será facilitada e possivelmente será de fato mais fácil”.Mager (2000), afirma que “quando não sabemos onde vamos, corremos o riscode chegar a outro lugar” (pág.22), isso ocorre muitas vezes resultando no fracassoescolar: os alu<strong>nos</strong> não sabem como ler e porque lêem.Muitas são as razoes que <strong>nos</strong> levam a ler, mais duas são essenciais: paraacharmos respostas as <strong>nos</strong>sas duvidas e perguntas e para <strong>nos</strong> distrairmos e termosmomentos agradáveis. Assim ler não é ape<strong>na</strong>s uma atividade que tem umafi<strong>na</strong>lidade própria, uma atividade em si. Ler é também, uma atividade- meio.Contudo, o que <strong>nos</strong> permite dizer se uma leitura ganha significados é a realizaçãodo projeto que a provocou. Assim não haverá leitura se a compreensão não ocorrer.Compreender algo é construir sentido a partir do que foi lido, é um trabalho dainteligência e do domínio da linguagem.Aprender a ler é mergulhar em um universo novo, assim para que todas ascrianças aprendam a ler, é necessário que elas se sintam em casa no universo deler, por isto é que se diz que exemplo vem de casa, dos pais, dos familiares.A leitura tem varias funções: ler para se distrair, aprender, compreender, passaro tempo, informar. De um lado temos as leituras voltados para o exterior ( leituras aserviço do social), do outro as leituras voltadas para o próprio leitor ( para o seuprazer, descanso).Essas duas formas de ler, não requerem as mesmas capacidades, pois a leiturapara o próprio leitor exige um imaginário maior do que a leitura exterior, visto queesta exige um maior rigor de raciocínio.Segundo Charmeux (1998): “os julgamentos so<strong>br</strong>e o saber ler dos alu<strong>nos</strong>freqüentemente devem ser nuançados e relativizados: se uma criança não temvontade de ler romances, e se, por outro lado, ela for muito boa em matemática ouem ciências, é evidente que ela sabe ler! Simplesmente, ela talvez não tenhaimagi<strong>na</strong>ção concreta suficiente para encontrar prazer <strong>na</strong> leitura de o<strong>br</strong>as de ficção.”(pág. 67).Frank Smith (1999), em seu prefacio do Understanding Reading diz que “ ascrianças aprendem a ler não por causa dos programas prontos de ensino, mas


porque os professores conseguem fazer com que elas encontrem um sentido para oensino que recebem. É <strong>na</strong> sabedoria e <strong>na</strong> intuição do professor que devemoscon<strong>fia</strong>r, desde que estes disponham das bases necessárias para tor<strong>na</strong>r, em suaclasse, decisões que só cabem e eles tomar”. (pág. 56).Um professor não pode se acomodar com as praticas de ensino que já estãogastas, ele deve sempre procurar inovar, buscar no interesse do aluno o que elerealmente quer aprender, deve ter força de vontade em buscar novosconhecimentos, pois viver é questio<strong>na</strong>r as evidencias, é crescer, evoluir, fazer emostrar a diferença.Portanto de acordo com estas ultimas citações percebemos que ao mesmotempo que ler é algo complexo, também é algo muito acessível a todos, inclusive àscrianças.A alfabetização, a leitura e a produção textual têm sido alvo de interesse porparte dos estudiosos da <strong>edu</strong>cação, já que há muitos a<strong>nos</strong> se observam entre osalu<strong>nos</strong> dificuldades de aprendizagem e altos índices de reprovação e evasãoescolar.Dentre as dificuldades mais focalizadas, destaca-se o ensino da língua mater<strong>na</strong>.A dificuldade, após a<strong>nos</strong> de escola, de o aluno escrever um texto coeso e coerenteculmi<strong>na</strong>ndo <strong>na</strong> insegurança lingüística demonstra o fracasso das práticas lingüísticasdas aulas.A voz do professor raras vezes é ouvida no coro daqueles que denunciam asituação. Não é de surpreender, pois faz parte do processo de desvalorização doprofessor deixá-lo sem acesso à palavra escrita, seja, como leitor, seja comoprodutor de textos, porque não detém recursos fi<strong>na</strong>nceiros suficientes para adquirir oque é instrumentos para o seu trabalho, uma vez que não é um representante socialda elite formadora de opiniões, embora tenha que representá-la em sala de aula.A função primordial da escola seria, para grande parte dos <strong>edu</strong>cadores, propiciaraos alu<strong>nos</strong> caminhos para que eles aprendam, de forma consciente e consistente,os mecanismos de apropriação de conhecimentos, dos quais a leitura e a escrita sãodos mais importantes de forma a de possibilitar que os alu<strong>nos</strong> atuem, criticamenteem seu espaço social.A linguagem tem como objetivo principal a comunicação sendo esta socialmenteconstruída e transmitida culturalmente. Portanto, o sentido da palavra instaura-se nocontexto, aparece no diálogo e altera-se historicamente produzindo formas


lingüísticas e atos sociais. A transmissão racio<strong>na</strong>l e intencio<strong>na</strong>l de experiência epensamento a outros requer um sistema mediador, cujo protótipo é a fala huma<strong>na</strong>,oriunda da necessidade de intercâmbio durante o trabalho.(Vygotski,1998,07).Mas, freqüentemente o aprendizado fora dos limites da instituição escolar émuito motivador, pois a linguagem da escola nem sempre é a do aluno. Dessamaneira percebemos a escola que exclui, r<strong>edu</strong>z, limita e expulsa sua clientela: sejapelo aspecto físico, seja pelas condições de trabalho dos professores, seja pelosaltos índices de repetência e evasão escolar ou pela i<strong>na</strong>daptabilidade dos alu<strong>nos</strong>,pois, a norma culta padrão é a única variante aceita, e os mecanismos de<strong>na</strong>turalização dessa ordem da linguagem são apagados. (Soares, 1995,36).A análise das questões so<strong>br</strong>e a leitura e a escrita está fundamentalmente ligadaà concepção que se tem so<strong>br</strong>e o que é a linguagem e o que é ensi<strong>na</strong>r e aprender. Eessas concepções passam, o<strong>br</strong>igatoriamente, pelos objetivos que se atribuem àescola e à escolarização.Muitas das abordagens escolares derivam de concepções de ensino eaprendizagem da palavra escrita que r<strong>edu</strong>zem o processo da alfabetização e deleitura a simples decodificação dos símbolos lingüísticos. A escola transmite umaconcepção de que a escrita é a transcrição da oralidade.(Cagliari, 1989, 26) Parte-sedo princípio de que o aprendiz deve unicamente conhecer a estrutura da escrita, suaorganização em unidades e seus princípios fundamentais, que incluiriambasicamente algumas das noções so<strong>br</strong>e a relação entre escrita e oralidade, paraque possua os pré-requisitos, aprenda e desenvolva as atividades de leitura e deprodução da escrita.Mas a escrita ultrapassa sua estruturação e a relação entre o que se escreve ecomo se escreve demonstra a perspectiva de onde se enuncia e a intencio<strong>na</strong>lidadedas formas escolhidas.(Guimarães, 1995,08) A leitura ultrapassa a meradecodificação porque é um processo de (re)atribuição de sentidos.Os que se baseiam em uma visão tradicio<strong>na</strong>l da leitura e da escrita continuam aver o aprendizado dessas práticas como o acesso às primeiras letras, que seriaacrescido linearmente do reconhecimento das sílabas, palavras e frases, que , emconjunto, formariam os textos, e, após o conhecimento dessas unidades, o alunoestaria apto a ler e a escrever.(Cagliari,1989,48) Essa seria uma concepção deleitura e de escrita como decifração de sig<strong>nos</strong> lingüísticos transparentes, e de ensinoe aprendizagem como um processo cumulativo.


Já <strong>na</strong> visão contemporânea a construção dos sentidos, seja pela fala, pelaescrita ou pela leitura, está diretamente relacio<strong>na</strong>da às atividades discursivas e àspráticas sociais as quais os sujeitos têm acesso ao longo de seu processo históricode socialização. As atividades discursivas podem ser compreendidas como as açõesde enunciado que representam o assunto que é objeto da interlocução e orientam ainteração. A construção das atividades discursivas dá-se no espaço das práticasdiscursivas. (Matencio,1994,17).A leitura e a escrita são atividades dialógicas que ocorrem no meio social atravésdo processo histórico da humanização.Adotar esse ponto de vista requer mudança de postura pois a diferençalingüística não é mais vista como deficiência (Ceccon,1992,62). O trabalho com aleitura e a escrita adquire o caráter sócio-histórico do diálogo e a linguagempreenche a representação social: a palavra está sempre carregada de um conteúdoou de um sentido ideológico ou vivencial. (Baktin, 1992,95).Nessa perspectiva, aevolução histórica da linguagem , a própria estrutura do significado e a sua <strong>na</strong>turezapsicológica mudam de acordo com o contexto vivido. A partir das generalizaçõesprimitivas, o pensamento verbal eleva-se ao nível dos conceitos mais abstratos(Vigotski,1997,30). Não é simplesmente o conteúdo de uma palavra que se altera,mas o modo pelo qual a realidade é generalizada em uma palavra. “O significadodicio<strong>na</strong>rizado de uma palavra <strong>na</strong>da mais é do que uma pedra no edifício do sentido;não passa de uma potencialidade que re realiza de formas diversas <strong>na</strong> fala.”(Vigotski,1998,156).Assim percebemos que a infância é o melhor momento para o indivíduo iniciarsua emancipação mediante a função liberatória da palavra. É entre os oito e trezea<strong>nos</strong> de idade que as crianças revelam maior interesse pela leitura. Segundo oestudioso Richard Bamberger (1994) "Se conseguirmos fazer com que a criançatenha sistematicamente uma experiência positiva com a linguagem, estaremospromovendo o seu desenvolvimento como ser humano." (pág. 34).Igual a eleinúmeros pesquisadores têm-se empenhado em mostrar aos pais e professores aimportância de se incluir o livro no dia-a-dia da criança. Bamberger afirma que,comparada ao cinema, ao rádio e à televisão, a leitura tem vantagens únicas. Emvez de precisar escolher entre uma variedade limitada, posta à sua disposição porcortesia do patroci<strong>na</strong>dor comercial, ou entre os filmes disponíveis no momento, oleitor pode escolher entre os melhores escritos do presente e do passado.


Lê onde e quando mais lhe convém, no ritmo que mais lhe agrada, podendoretardar ou apressar a leitura; interrompê-Ia, reler ou parar para refletir, a seu belprazer.Lê o que, quando, onde e como bem entender. Essa flexibilidade garante ointeresse continuo pela leitura, tanto em relação à <strong>edu</strong>cação quanto aoentretenimento.Na leitura existe um contato sensorial com o objeto livro, que, acaba por revelar"um prazer único" <strong>na</strong> criança, no adolescente e <strong>nos</strong> adultos. Quando uma criançarealiza a leitura, por meio dos sentidos, a criança é atraída pela curiosidade, peloformato, pelo manuseio fácil e pelas possibilidades emotivas que o livro pode conter.Para as <strong>nos</strong>sas crianças <strong>br</strong>asileiras, o acesso ao livro é dificultado por umaconjunção de fatores sociais, econômicos e políticos. São raras as bibliotecasescolares. As bibliotecas existentes não dispõem de um acervo adequado, além dofato de profissio<strong>na</strong>is aptos a orientar o público infantil no sentido de um contatoagradável e propício com os livros. Pior ainda são as bibliotecas domésticas. Ospais, quando se interessam em comprar livros, muitas vezes os escolhem pela capapor falta de uma orientação direcio<strong>na</strong>da às preferências das crianças.Segundo a professora Regi<strong>na</strong> Zilberman, estudiosa em literatura infanto-juvenil eleitura, a forma de motivarmos as crianças e os jovens ao hábito de ler: é favorecidaquando se aborda as relações entre a literatura e ensino legitimando a função daleitura, sugerindo livros, assim como atividades didáticas, a fim de alcançar o uso dao<strong>br</strong>a literária em sala de aula e <strong>na</strong>s casas dos alu<strong>nos</strong> com objetivos cognitivos, enão ape<strong>na</strong>s pedagógicos; quando se considera o confronto entre a criação paracrianças e o livro didático, tor<strong>na</strong>ndo o último passível de uma visão crítica e oprimeiro o ponto de partida para a consideração dos interesses do leitor e daimportância da leitura como desencadeadora de uma postura reflexiva perante arealidade.Estratégias para o uso de textos infantis no aprendizado da leitura, interpretaçãoe produção de textos devem ser exploradas com o intuito fi<strong>na</strong>l de promover umensino de qualidade, prazeroso e direcio<strong>na</strong>do à criança. Somente desta forma,contribuiremos para o Brasil num país de leitores, onde todas as <strong>nos</strong>sas criançasterão oportunidades escolares iguais e quem sabe formando cidadãos-leitores aptosa dizer a sua própria palavra, contribuiremos para tor<strong>na</strong>rmos o Brasil em um mundode paz, de ordem e de grandeza.Mesmo as crianças tendo conseguido aumentar suas taxas de escolarização <strong>nos</strong>


últimos a<strong>nos</strong>, alfabetizar os alu<strong>nos</strong> ainda configura-se como um grande desafio. OCenso Escolar do ano de 2000 revelou que o fracasso escolar no 1º ano do 1º ciclodo Ensino Fundamental, no estado de Per<strong>na</strong>mbuco, representou cerca de 25%, umvalor muito alto para a <strong>nos</strong>sa população. Esse fracasso também teria relação diretacom as praticas de leituras realizadas <strong>na</strong>s <strong>nos</strong>sas escolas, pois somente a partir dofi<strong>na</strong>l dos a<strong>nos</strong> 80 e inicio da década de 90 que houve um deslocamento do eixo dadiscussão de como se ensi<strong>na</strong> para como se aprende.Com o desuso das cartilhas, dos livros e de todo o material de apoioparadidático, notamos que <strong>nos</strong> últimos a<strong>nos</strong> um processo de reformulação dos livrosdidáticos com vistas a contemplar as novas perspectivas teóricas de alfabetização.Com toda essa dificuldade e a imensa necessidade de medidas para a resoluçãode tal problema, o MEC passou a desenvolver, desde 1995, o PNLD, que <strong>na</strong>da maisé do que uma a<strong>na</strong>lise e avaliação pedagógica dos livros didáticos das diferentesáreas de ensino, seguindo, como parâmetros, critérios cuidadosamenteestabelecidos e de acordo com as novas perspectivas <strong>edu</strong>cacio<strong>na</strong>is.Como disse Chartier ( 1998), “os professores privilegiam as informações queutilizam diretamente, o como fazer mais do que o porque fazer e seu trabalhopedagógico se alimenta, freqüentemente da troca de receitas coletadas emencontros ou, ate mesmo, por acaso, e elas estão validadas pelos colegas com osquais se pode discutir sem embaraço e que são relativamente flexíveis paraautorizar as variações pessoais”.Ainda de Chartier( 1996, pág.267) a afirmação : “a liberdade do leitor é aceitaentre os funcionários autorizados, já os alu<strong>nos</strong> resta r<strong>edu</strong>zir-se à escudeira dosentido recebido por seus mestres : cujas invenções são consideradas desprezíveis,e assim r<strong>edu</strong>zidas ao silêncio. Porém, há possibilidade de transgressão.” Com estaidéia Chartier afirma que toda leitura modifica seu objeto, uma vez que o leitorinventa <strong>nos</strong> textos outra coisa que não aquilo que era a intenção do autor. Ainda quea prática religiosa condene determi<strong>na</strong>dos tipos de textos, o menino familiariza-se emeles, não se r<strong>edu</strong>zindo a passividade cristã e deixando indícios de que mantém suadecisão viva em relação aos seus modos de operar com o objeto que está em jogo.


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