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Criançae Adolescente - Folha Ribeirão Pires

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08 de Junho de 2011Parte integrante da Edição 1544O EstadoA CidadaniaAs DrogasEspecialCriança e<strong>Adolescente</strong>Os PreconceitosAs DoençasA ViolênciaO Abuso Sexual


2 Quarta-feira, 08 de Junho de 2011Educação“O maior trabalho com o menor nãoé o tratamento; é o restabelecimento”Diz a secretária ao falar sobre direitos humanos com relação a crianças e adolescentes da Fundação CasaASecretáriada Justiça eda Defesa da Cidadaniado Estado de SãoPaulo, Eloisa de Sousa Arruda,participou no dia 02 de junho, daabertura do ciclo de palestras“Versos Diversos 2011”, promovidopela Coordenação Estadualde Políticas para a DiversidadeSexual em parceria com aSecretaria da Promoção Social edo Grupo de Apoio à Diversidadede <strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong> (GAD).Durante entrevista coletiva sobreo evento, o <strong>Folha</strong> Saber bateuum papo com a chefe da pastasobre como a secretaria trata otema Direitos Humanos.Confira a entrevista:<strong>Folha</strong> Saber: Como aSecretaria da Justiça trabalhacom os Direitos Humanos daCriança e <strong>Adolescente</strong>?Eloisa de Sousa Arruda: Nóstemos um conselho, essas questõessão objeto de discussão doCondeca, e que hoje veio parasecretaria da Justiça. Então todasas questões das políticas relativasas crianças e adolescência sãocuidadas por esse conselho. Éclaro que nós não podemos desconsiderarque a secretaria tem oA Fundação Casa e sua filosofia de atuaçãoA Fundação Centro deAtendimento Socioeducativo ao<strong>Adolescente</strong> (CASA), instituiçãovinculada à Secretaria de Estado daJustiça e da Defesa da Cidadania,tem a missão primordial de aplicarmedidas socioeducativas de acordocom as diretrizes e normas previstasno Estatuto da Criança e do<strong>Adolescente</strong> (ECA) e no SistemaNacional de AtendimentoSocioeducativo (SINASE).A Fundação CASA presta assistênciaa jovens de 12 a 21 anosincompletos em todo o Estado deSão Paulo. Eles estão inseridos nasmedidas socioeducativas de privaçãode liberdade (internação) esemiliberdade. As medidas —determinadas pelo Poder Judiciário— são aplicadas de acordo com oato infracional e a idade dos adolescentes.A fim de aprimorar a qualidadedo atendimento, o Governo doEstado de São Paulo apostou numprograma de descentralização doatendimento. Em síntese, o objetivoé fazer com que os adolescentessejam atendidos próximos de suafamília e dentro de sua comunidade,o que facilita a reinserçãosocial.Para os jovens em medidassocioeducativas em meio aberto(liberdade assistida e prestação deserviços à comunidade), o programateve como resultado a municipalizaçãodo atendimento, hojesupervisionado pela Secretaria deEstado da Assistência eDesenvolvimento Social.Para os jovens que precisamficar privados de liberdade, aCASA iniciou um programa queprevê a construção de 57 unidadesno Interior – destas, 54 já estão funcionando.A maioria tem capacidadepara 40 jovens em internação e16 em internação provisória e égerida em parceria com entidadesindicadas pelos municípios.Em quatro anos de funcionamento,o novo modelo apresentouuma série de avanços. Dentre eles,a queda expressiva nas taxas dereincidência e na ocorrência derebeliões.Para conhecer mais acesse:www.fundacaocasa.sp.gov.brseu âmbito a Fundação Casa queé uma grande preocupação, oobjetivo da Fundação é que osadolescentes possam sair melhoresdo que entraram.Saber: Qual a situação hoje?Eloísa: Eu digo que muitomelhor que há 5 anos atrás. Oespaço de tempo para transformaçãoé muito pequeno, nós partimosde situação de rebelião queenvolviam mil adolescentes, fogonos colchões, cabeça de adolescentesendo bola de futebol, issoforam imagens que o mundointeiro viu, e hoje nós partimospara unidade de 50 adolescentes,no máximo, cinquenta e dois,onde eles possuem atendimentopsicológico, estudam e tem todasas refeições de uma forma muitoequilibrada. Claro que nós encontramosproblemas sérios com disciplina,problemas sociais, maseu digo: O modelo certo é esse, senós temos foco de rebelião, nóstemos como contê-los de umaforma muito mais tranquila, namaioria das vezes sem a intervençãoda Polícia Militar, por quesão só 50, então esse é o modelocerto. A partir daí só temos queevoluir.Saber: O que falta fazer,ainda?Eloísa: É um trabalho constante,é um trabalho de educaçãoe descoberta, eu acho que o maiortrabalho hoje não é o tratamentodado ao menor adolescente internadodentro da fundação casa, é orestabelecimento dos seus vínculos,então é o apoio à família, umincentivo à família. Quanto denós já não vimos na televisão?‘Não, eu desisti, eu entreguei, euchamei a Polícia, porque eu nãoquero mais, eu já cansei!’ Então,o restabelecimento dos vínculos éa porta de saída, capacita essemenor para que ele possa arrumaro primeiro emprego, então ocolocamos nos programassociais, pra gente, por vezes, tentarentender a tragédia de umavida. Porque eles já nasceramabandonados, já ficaram nas ruasa vida inteira. Lá ele começou aspráticas dos crimes e foi paraFundação Casa. Nós temos umpedacinho de tempo muitopequeno, no máximo 3 anos paratirar todo esse atraso, porquedepois ele vai sair para as ruas.Acho que esse é ainda o grandetrabalho à ser enfrentado.O CondecaO Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do <strong>Adolescente</strong>(Condeca) é constituído por 40 conselheiros, sendo que 20 são representantesda sociedade civil e outros 20 são representantes do poderpúblico estadual. O Condeca-SP vem ao longo de sua existência auxiliandoos conselhos municipais de todo o estado em suas ações juntoaos conselhos tutelares e outras organizações governamentais e dasociedade civil. Foi criado no dia 21 de outubro de 1992 pela LeiEstadual nº 8074/92 e regulamentado pelos Decretos Estaduais nº39.059/94 e 39.104/94. Logo surgiram também os ConselhosMunicipais de Direitos, os CMDCAs, que hoje totalizam 640 por todoestado de São Paulo.


Quarta-feira, 08 de Junho de 2011 Educação <strong>Folha</strong>Como os novos brasileiros podemexercer sua cidadania3Grêmio escolar pode ser um dos canais para que os jovens participem de projetos e programas sociais34.157.626. Esse é o númerode brasileiros entre 10 e 19 anos,segundo o Censo 2010, divulgadopelo IBGE recentemente.Essa fatia da população, a cadadia mais, mostra sua representatividadedentro de uma sociedadeflexível e interativa. A formacomo são educadas, e comoentendem seu papel no mundode hoje é fundamental para o seupróprio desenvolvimento pleno.E parte desse aprendizado deveser direcionado para formaçãode cidadãos, no seu contextomais completo.Para garantir esses direitos edeveres, é fundamental não só ateoria, mas também a prática daquestão.Para Roberto Landim, o BetoTeoria, que trabalha naSecretaria de Políticas Públicasde <strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong>, falar de juventudehoje em dia tem a ver commuitos pontos.“Falar do jovem nos dias dehoje faz com que você trate devários outros temas que acercamesta juventude, como emprego,saúde e sexualidade, qualificaçãoprofissional, família, entreoutros. Porem muitas vezes asociedade de uma forma geralnão trata a questão com estaamplitude, em alguns setorestem avançado, mas ainda faltamuito para que de fato estascrianças tenham acesso a suacidadania plena, ou seja, seusdireitos e deveres”, afirmou BetoTeoria.Para Beto, que age diretamentena formação de grêmios estudantisna cidade, há sérios problemasna forma como a juventudeentende cidadania.Definição do dicionárioAurélio - Membro de umEstado, considerado do pontode vista de seus deveres paracom a pátria e de seus direitospolíticos.“É fato que o jovem muitasvezes é carente de informaçãoprincipalmente os jovens deperiferias, mas todos eles sabemque devemos honrar nossoscompromissos para fazer valernossos direitos e benefícios, masé necessário ainda que isso sejamais próximo da realidade delese mais presente no seu dia a dia.Muitas vezes a omissão doEstado em alguns temas faz comque o direito seja para poucos eisso prejudica o entendimentoreal de cidadania e ainda acabapor colaborar com a desigualdadesocial e as mazelas da sociedade”,analisa Beto Teoria.“O Grêmio deve atuar deforma ampla para que o alunoseja protagonista em diversasações da escola, seja na partesocial, cultura ou esportiva. OGrêmio Estudantil é uma ferramentaimportante para organizaçãodos alunos para que a escolaseja um ambiente mais agradávele atrativo. O Grêmio tambémserve como porta voz destes alunose um elo entre os gestores daunidade escolar e os estudantes”,completa Beto, sobre a questão.Mas, além da formação dessesgrupos escolares que fazem aintermediação entre os docentese alunos, jovens devem procuraroutros meios para exercer seusdireitos e deveres.Para Beto, é importante queos adolescentes façam parte dopoder de decisão, tudo nos diasde hoje tem a ver com a vida dojovem, mas para que ele faz usodeste direito de decidir ele devese organizar, e esta organizaçãopode ser na escola, nas Igrejas,ONGs, hip hop, teatro, entidadesesportivas e outros fóruns quetragam para ele o debate políticosocial, e somente assim seráprotagonista e irá exercer suacidadania.Beto Teoria foiinstrutor daantiga FebemSaiba mais...<strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong>:Secretaria de PoliticasPúblicas - Rua: FelipeSabbag, 200, 3º Andar,sala 8, Centro.Telefone: 4828-9111***Rio Grande da Serra:Secretaria deCidadania e AçãoSocial - Rua doProgresso, 700,Centro. Telefone:4820-8200***Mauá:Não possui secretariaespecífica para o discutiro tema.Como se monta um Grêmioestudantil?A existência do GrêmioEstudantil é um dever da escola,e um direito do aluno,garantido pela Lei Federal7.398 de 04/11/85.Para constituir o Grêmio adireção escolar reuni os alunosinteressados, orienta a formaçãode chapas para o processoeleitoral e acompanha tudo atéa decisão final registrando tudoem Ata.É importante que a UMES(União Municipal deO GrêmioEstudantes Secundaristas)acompanhe e auxilie a escola eos estudantes, não somente noprocesso de formação mas tambémde compreensão do que é,e para que serve, o Grêmio.A UMES é a entidade máximade representação dos estudantesde ensino fundamental,médio, técnico e de cursos prévestibularesdas redes pública eprivada.Atualmente 12 escolas estaduaispossuem grêmios formadose outras tantas estão emfase de discussão e elaboraçãode chapas.


4 <strong>Folha</strong>FolhinhaQuarta-feira, 08 de Junho de 2011Crianças e adolescentes cada vezmais envolvida com drogasEspecialista conta como é o primeiro contato com as drogas e o tratamento em crianças e adolescentesComeça pela diversão, oupara esquecer problemasde origem diversificada.Mas, com o tempo, o consumo passaa ser necessário, e dá início a umasérie de outros problemas.Basicamente, essa é a linha de fatosquando alguém se envolve com drogas.Mas, e quando o dependente éapenas uma criança ou adolescente?Para quem vive drama parecido, aSaúde Pública tem como obrigaçãocuidar e tratar desses dependentes,independente de sua idade ou estágio.Implantado na região, osCentros de Atenção Psicossocial sãoas armas nessa guerra.O <strong>Folha</strong> Saber entrevistouRita Montesso, Psicóloga do CapsÁlcool e Drogas de <strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong>sobre o assunto. Confira:<strong>Folha</strong> Saber: Qual é a situaçãohoje?Rita Montesso: O problemadas drogas não é somente um problemafamiliar, uma vez que elaatinge famílias bem estruturadas,com afeto e boa educação. O usode drogas são os meios que osindivíduos usam para buscar maisprazer do que a sociedade oferecee para aliviarem suas frustrações einsatisfações com uma sociedadeque perdeu seus valores, que setornou relativista e fragmentária.Os ritmos de mudança na sociedadecontemporânea são muito rápidos,deixando os indivíduos desorientadose pressionados pelas exigênciasdo dia-a-dia. Vivemosuma época onde a família comoformadora da individualidade sefragmentou, onde não há maisvalores pré-estabelecidos, onde aética individualista do lucro tornou-sea moral social, onde aracionalidade do capital transformouo consumo em necessidadeorgânica e onde Deus se tornoumercadoria barata.Saber: Como acontece o primeirocontato de uma criança ouadolescente com as drogas?Rita: O primeiro contato ocorrena maioria das vezes a partirdos sete anos de idade. Este fenômenoantigo na história da humanidade,o uso de drogas constituium grave problema de saúdepública, com consequências pessoaise sociais. Até aqui sem muitanovidade. Mas a maior preocupaçãodos pais e dos profissionaiscomprometidos é o crescimentodo índice de crianças que fazem oprimeiro contato com o álcool ououtras drogas ilícitas antes mesmodos 12 anos.Saber: Elas buscam a droga, ouas drogas buscam elas?Rita: Algumas razões importanteslevam o jovem ao uso dasdrogas. Nos dias de hoje, o adolescenterecebe um bombardeio deinformações através dos meios decomunicação, que os deixaminteirados de tudo o que se passaao seu redor. Mas, nem sempre ainformação é suficiente e competentepara prevenir o uso. Na verdade,podemos considerar umafaca de dois gumes quando oassunto são drogas. Mas, nossaexperiência tem mostrado que aoferta tem sido expressiva alémdas transformações naturais que aprópria adolescência propõe.Consideramos a entrada na adolescênciacomo um novo parto,um novo nascimento e portantonovos experimentos, e sem prevençãoa exposição aos riscosaumentam.Saber: Como elas lidam com ovício?Rita: Na adolescência o individuoacredita que tudo é possível, enada ocorre contra a sua vida, nãohá riscos e a morte não é uma possibilidade.Em função disso, drogastornam-se ainda mais atrativasṠaber: O que reflete no futurodessas crianças e adolescentes?Rita: Diante de algumas pesquisas,o futuro das crianças acabamnão despertando nenhumentusiasmo. É imprescindível umagrande mobilização para o trabalhode prevenção.Saber: Como é o tratamento?Rita: É necessário que o tratamentoaos dependentes químicosseja realizado por profissionaisdevidamente especializados. Aadesão é muito difícil devido aspróprias características da adolescência.Além da própria dificuldadedos pais que muitas vezes acreditamser uma “fase”, ou mesmonão acreditam na possibilidade dofilho estar envolvido, e ignora apossibilidade de ajuda imediata. Otratamento do dependente desubstâncias psicoativas é bastantecomplexo e os estudos sobre a efetividadedos tratamentos para essapopulação adolescente devem serreplicados, pois os resultadosainda são pouco animadores. Emmuitos casos, pessoas envolvidascom drogas são responsáveis porcrimes tais como narcotráfico ehomicídios ligados a drogas. E porcausa do abuso de drogas muitosse tornam vítimas da violência,são feridos ou se envolvem emarriscado sexo casual.RitaMontessoOnde procurar ajuda<strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong>:Caps Infância e Adolescência,Av. Fortuna, 320, Centro.Telefone: 4828-1511Mauá:Caps Infantil. Rua Vitorino, 37,É função dos CAPS:- prestar atendimento clínicoem regime de atenção diária,evitando as internações emhospitais psiquiátricos;- acolher e atender as pessoascom transtornos mentais gravese persistentes, procurandopreservar e fortalecer oslaços sociais do usuário emseu território;- promover a inserção socialdas pessoas com transtornosmentais por meio de açõesintersetoriais;- regular a porta de entradada rede de assistência emsaúde mental na sua área deatuação;- dar suporte a atenção àsaúde mental na rede básica;- organizar a rede de atençãoàs pessoas com transtornosmentais nos municípios;- articular estrategicamente arede e a política de saúdemental num determinado território- promover a reinserçãosocial do indivíduo atravésdo acesso ao trabalho, lazer,exercício dos direitos civis efortalecimento dos laçosfamiliares e comunitários.Disque SaúdeFunciona todos os dias dasemana, das 8h às 18h.Oferece informações sobredoenças e recebe denúnciasde mau atendimento noSistema Único de Saúde(SUS): 0800 61 1997Centro. Telefone: 4516-3600Rio Grande da Serra:Ambulatório de Saúde Mental.Rua Prefeito Carlos JoséCarlson, 222, Centro. Telefone:4821-2136


6 <strong>Folha</strong>EducaçãoQuarta-feira, 08 de Junho de 2011Para colorirFigurasDiretasEscreva onome de cadadesenho nosquadrinhosacima


Quarta-feira, 08 de Junho de 2011 Educação <strong>Folha</strong>Encontre ocaminho certo, eleve o meninoferido até ohospital.Ligue ospontos7O que é o que é1-Que parte e reparte e fica sempre do mesmo tamanho?2-Que tem escama mas não é peixe, tem coroa mas não é rei?3-Que nasce grande e morre pequeno ?4-Que se compra para comer mas, não se come ? prato5-Que está sempre na sua frente e você não vê?1-amor de mãe 2-abacaxi 3- lapis 4-prato 5-o nariz


8 <strong>Folha</strong>EducaçãoQuarta-feira, 08 de Junho de 2011DST/AIDS na juventude: Além dovírus, o preconceito da sociedadeBuscar orientação e acompanhamento médico é a melhor forma de evitar complicações das doençasA tualmenteencaradacomoumapandemia, as doençassexualmente transmissíveis(DST) assustam o sistema de saúde pelonúmerodeinfectadosacadaestudo realizadoe pelo poder mortal que algumasdelas apresentam. O contágio é rápido esimples,eissofoifundamentalparaoagravamentoda questão. Porém, um dadopreocupaquemtrabalhanosetorde infectologia:apresençadecriançase adolescentesnasfilasdetratamento.O contágio de vírus transmitidosatravés do sexo era um problemaaté pouco tempo atrás para os adultos.A sociedade não tinha, ou nãopercebia, o crescimento da vidasexual de adolescentes, que desinformados,acabavam não só contraindo,mas disseminando os vírusentre eles.“A transmissão dasDSTs/AIDS/Hepatites virais se dápor via sexual, também por materialperfuro-cortante, ou seja, agulhase seringas, material odontológico,cirúrgico e de uso pessoal,Doença Inflamatória Pélvica(DIP)A doença inflamatória pélvica(DIP) pode ser causada porvárias bactérias que atingem osórgãos sexuais internos damulher, como útero, trompas eovários, causando inflamações.AidsA aids é o estágio mais avançadoda doença que ataca o sistemaimunológico. A Síndrome daImunodeficiência Adquirida,como também é chamada, é causadapelo HIV. Como esse vírusataca as células de defesa donosso corpo, o organismo ficamais vulnerável a diversas doenças,de um simples resfriado ainfecções mais graves comotuberculose ou câncer. O própriotratamento dessas doenças ficaprejudicado.como instrumentos de manicure epedicure, de higiene pessoal (barbeador,laminas de barbear, de depilar,escovas de dentes), por transfusãode sangue e pode haver transmissãode mãe para filho na gestação”,explica Nanci Garrido, daCoordenação do ProgramaMunicipal DST/AIDS de <strong>Ribeirão</strong><strong>Pires</strong>.Para a coordenadora, além dosproblemas enfrentados por quemcontrai o vírus, há também as dificuldadesimpostas pela sociedadeatual.“O preconceito existente nanossa cultura. Ainda estas doenças,a AIDS, principalmente estão ligadasa comportamentos chamados“desviantes” ou “fora das normas”.Assim, as pessoas tem medo deassumir sua condição por medo darejeição. O preconceito é pior queconviver com o vírus. Além dissotambém existe a dificuldade deconvencer algumas pessoas aenfrentar o preconceito e realizar oAs DSTsHerpesÉ uma doença causada por umvírus que, apesar de não ter cura,tem tratamento. Seus sintomassão geralmente pequenas bolhasagrupadas que se rompem e setransformam em feridas. Depoisque a pessoa teve contato com ovírus, os sintomas podem reaparecerdependendo de fatorescomo estresse, cansaço, esforçoexagerado, febre, exposição aosol, traumatismo, uso prolongadode antibióticos e menstruação.Em homens e mulheres, os sintomasgeralmente aparecem naregião genital (pênis, ânus, vagina,colo do útero).Cancro moleO cancro mole pode ser chamadode cancro venéreo, mas seunome mais popular é “cavalo”.Provocado pela bactériaHaemophilus ducreyi, é mais frequentenas regiões tropicais,como o Brasil.SífilisÉ uma doença infecciosacausada pela bactériaTreponema pallidum. Podem semanifestar em três estágios. Osmaiores sintomas ocorrem nasduas primeiras fases, períodoem que a doença é mais contagiosa.O terceiro estágio podenão apresentar sintoma e, porisso, dá a falsa impressão decura da doença.Todas as pessoas sexualmenteativas devem realizar o testepara diagnosticar a sífilis, principalmenteas gestantes, pois atratamento, apesar deste ser difícil”,diz Nanci.A coordenadora também falasobre como é a reação de quem descobrique está infectado.“As pessoas descobrem que sãoportadoras dos vírus, não necessariamentejá estão doentes. As doençaslevam anos para se manifestar.Por isso a necessidade de realizar atestagem precocemente paraHIV/Sífilis/Hepatites B e C. Paraevitar complicações das doenças”diz a coordenadora.Sobre o tratamento, NanciGarrido acaba com histórias que atésão contadas aos jovens.“Algumas DSTs e Hepatitespossuem cura. Para AIDS aindanão. Mas todas possuem tratamento.Os Mitos são principalmenteque não existe mais Sífilis e a AIDSse pega na convivência diária e quequem “pegou” é sem vergonha,drogado ou promiscuo para usarpalavras populares” finaliza a coordenadora.www.aids.gov.brCondiloma acuminado (HPV)O condiloma acuminado, conhecidotambém como verruga genital,crista de galo, figueira oucavalo de crista, é uma DST causadapelo Papilomavírus humano(HPV). Atualmente, existem maisde 100 tipos de HPV - algunsdeles podendo causar câncer,principalmente no colo do útero edo ânus. Entretanto, a infecçãopelo HPV é muito comum e nemsempre resulta em câncer. Oexame de prevenção do câncerginecológico, o Papanicolau,pode detectar alterações precocesno colo do útero e deve ser feitade rotina por todas as mulheres.Não se conhece o tempo em que oHPV pode permanecer sem sintomase quais são os fatores responsáveispelo desenvolvimento delesões. Por esse motivo, é recomendávelprocurar serviços desaúde para consultas periodicamente.sífilis congênita pode causaraborto, má formação do fetoe/ou morte ao nascer.O cuidado também deve serespecial durante o parto paraevitar sequelas no bebê, comocegueira, surdez e deficiênciamental.As dúvidas mais comunsÉ possível estar com umaDST e não apresentar sintomas?Sim. Muitas pessoas podemse infectar com alguma DST enão ter reações do organismodurante semanas, até anos.Dessa forma, a única maneirade se prevenir efetivamente éusar a camisinha em todas asrelações sexuais e procurarregularmente o serviço desaúde para realizar os examesde rotina. Caso haja algumaexposição de risco (por exemplo,relação sem camisinha), épreciso procurar um profissionalde saúde para receber oatendimento adequado.Sífilis tem cura?Sim. A sífilis é uma doençade tratamento simples que deveser indicado por um profissionalde saúde.Onde procurar ajuda<strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong>:Ambulatório de Infectologia -Avenida Francisco Monteiro, 205,Centro. Telefone: 0800-7731-661Rio Grande da Serra:Faz seus trabalhos através deToda ferida ou corrimentogenital é uma DST?Não necessariamente. Alémdas doenças sexualmente transmissíveis,existem outras causaspara úlceras ou corrimentosgenitais. Entretanto, a únicaforma de saber o diagnósticocorreto é procurar um serviçode saúde.As chances de se contrairuma DST através do sexo oralsão menores do que sexo compenetração?O fato é que nenhuma dasrelações sexuais sem proteção éisenta de risco - algumas DSTtêm maior risco que outras. Atransmissão da doença dependeda integridade das mucosas dascavidades oral ou vaginal.Independente da forma praticada,o sexo deve ser feito semprecom camisinha.<strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong>.Mauá:Centro de Referência emDST/Aids/Hepatites Virais – Ruasanta Helena, 130/140, Centro.Telefone: 4514 4466


9 <strong>Folha</strong>EducaçãoQuarta-feira, 08 de Junho de 2011Violência infantil ainda acontece epode trazer sérias consequênciasEspecialista aponta problemas na vida social e psicológica de vítimas desse mal que pode levar à homicídiosElaViolência dentro de casaQuestionamento feito pelaOrganização Pan-Americana deSaúde entre familiares envolvidoscom violência infantil,diagnosticou que:23% pela mãe;5,5% pelo pai;58% acreditam que os conflitosdo casal contribuírampara desencadear a violência;51% acreditam que foram ascaracterísticas próprias dacriança ou adolescente;49% atribuem ao históricode vida dos pais;40% associam a violência aofato de ter dificuldades emcolocar limites para seus filhos;32% afirmam que o alcoolismofoi um dos fatores desencadeantes;25% fatores socioculturais;25% falta ou excesso de trabalho;21% outros fatores;9% outros tipos de drogas.Para quem necessita de ajudaquanto à violência infantilDisque-100 – Ligação gratuita e anônima que recebe denúncias contraqualquer tipo de violência contra criançasConselho Tutelar<strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong> – Rua Capitão José Gallo, 318, Centro. Telefone:4824-8273Rio Grande da Serra – Rua José Maria de Figueiredo. 225, Centro.Telefone: 4820 1973Mauá – Avenida Portugal, 590, Jardim Pilar. Telefone: 4546 1444é manchete dos jornais,alvo de campanhase motivo paradiversos trabalhos do governo,mas ainda assim persiste emacontecer diariamente no Brasil.A violência contra crianças eadolescentes preocupa especialistas,que alertam para consequênciasfuturas desse ato, que éconsiderado crime.Segundo a OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS), só em2002 cerca de 53.000 criançasentre os 0 e17 anos de idadeforam vítimas de homicídio. Eesses dados são apenas umamostra de um pesadelo vivido napele por crianças e adolescentesbrasileiras. Ainda através dolevantamento, é possível afirmarque as marcas físicas, emocionaise psicológicas da violênciapodem ter sérias implicações nodesenvolvimento da criança, nasua saúde e capacidade de aprendizagem.Alguns estudos mostraramque o fato de ter sofridoatos de violência na infância estárelacionado com comportamentosde risco no futuro, tais comoo consumo de tabaco, o abuso deálcool e drogas, inatividade físicae obesidade.“A violência tem consequênciasduradouras não apenas paraas crianças e seus familiares, mastambém para as comunidades epaíses”, afirmou a DiretoraExecutiva da Unicef, Ann M.Veneman.Já para o Conselho Tutelar de<strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong>, órgão responsávelde receber denúncias e cuidardos menores após o crime, a origemdessa violência vem de muitosfatores.“É um crime que ocorre emtodo o mundo, e está ligado afatores culturais, sociais e econômicos.Em nosso País atingemilhares de meninos e meninascotidianamente, vítimas destasagressões de forma silenciosa, ena maioria dos casos as agressõesacontecem dentro de casa,ou seja, o agressor (a) é pessoapróxima ao adolescente e acriança: pai, mãe, tios, avós,padrastos, madrastas, irmãos ouirmãs mais velhos”, afirmouMaria Helena, Assistente SocialConselheiras Tutelares de <strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong> atendem 24h por diaem <strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong>.Já sobre o outro lado da corda,quem pratica a agressão, paraMaria Helena, é difícil se traçarum perfil.“Não existe um perfil estabelecidopara agressor. Os estranhossão responsáveis por umpequeno número de casos registrados.Os crimes contra criançase adolescentes são praticados emtodos níveis sócio-econômicos,religiosos e étnicos. Na maioriadas vezes, o agressor(a) são pessoasaparentemente normais, equeridas pelas crianças e adolescentes.Não há uma característicaprópria que identifique umagressor. O uso de álcool ououtro tipo de drogas não é umfator de que podemos utilizarpara identificar ou suspeitar deum agressor”, analisa aAssistente Social.Para saber mais sobre oEstatuto da Criança e do<strong>Adolescente</strong>, o ECA, acesse:www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm


10 <strong>Folha</strong>EducaçãoQuarta-feira, 08 de Junho de 2011Abuso sexual: Como acontece, dequem é a culpa e existe uma saída?Casos de abusos sexuais contra menores de idade ainda acontecem no Brasil e exige atenção da sociedade“AA Assistente Social, Maria Helena,diz que a questão é muito amplapara se direcionar a apenas um responsável.“É dever e responsabilidade doadulto estabelecer fronteira entresexo e afeto, respeitando o desenvolvimentosexual sadio da criançae do adolescente. A sociedade tambémtem sua responsabilidade,acredito que a educação sexual é amelhor forma de prevenção, comcampanhas que enfoquem a saúdesexual, e pode ser realizada dentroExiste saída?Onde procurar ajudade casa, na Escola”. Continua: “OConselho Tutelar é um órgão dedefesa dos Direitos da Criança e do<strong>Adolescente</strong>. É o local onde as pessoassão atendidas por profissionaiscapacitados para ouvi-las, sem preconceitoou crítica, e que contandocom apoio da AdministraçãoMunicipal, do Conselho de Defesados Direitos da Criança e do<strong>Adolescente</strong> e respaldo doMinistério Publico e do PoderJudiciário vão defender e proteger acriança e o adolescente”.Disque-100 – Ligação gratuita e anônima que recebe denúncias contraqualquer tipo de violência contra crianças.Conselho Tutelar<strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong> – R. Cap. José Gallo, 318, Centro. Telefone: 4824-8273Rio Grande da Serra – Rua José Maria de Figueiredo. 225, Centro.Telefone: 4820 1973Mauá – Avenida Portugal, 590, Jardim Pilar. Telefone: 4546 1444Para saber mais sobre o Estatuto da Criança e do <strong>Adolescente</strong>, acesse:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htmviolência contracriança e adolescente,principalmente asexual, é uma violênciasilenciosa, e as consequênciassão terríveis, comprometea qualidade de vida eo desenvolvimento físico,emocional e intelectual dasvítimas, porém não sãoirreversíveis”, assim defineMaria Helena,Assistente Social de<strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong>, sobre umgrave problema que afligemilhares de crianças e adolescentesnão só no Brasil,mas no Mundo.O abuso sexual contra criançase adolescentes já foi umproblema mais grave. Antes doEstatuto da Criança e do<strong>Adolescente</strong> (ECA), o ato nãoera considerado então comouma forma de violação aos seusdireitos. Mas, atualmente,mesmo com toda essa legislaçãoa favor, a situação continuaruim.Segundo levantamento daUnicef promovido em 2008, sóna América Latina pelo menosdois milhões de criançassofrem abuso sexual a cadaano, sendo entre 70% e 80%das vítimas meninas, e metadedelas moram com seus agressores,a grande maioria parentesdiretos, relata a Assistente.Assim como a violência física,entendo essa como agressãoou bullying, grande parte doscasos de abuso sexual partemde pessoas próximas. Isso sedeve a vários fatores, incluindoa proximidade física e a confiançaque a vítima sente peloentão agressor.“O agressor, em 95% doscasos, é uma pessoa de confiançada criança, alguém por quema criança nutre sentimento deafeto, “respeito”. Infelizmentesão pais, avós, tios, vizinhos.Ambos os casos prevalece umacultura de dominação, discriminaçãode gênero”, diz MariaHelena, que trabalha diariamentecom casos de criançasviolentadas.“O abuso sexual ocorre, comfrequência, dentro ou perto dacasa da criança. Assim, é muitodifícil estabelecer perfil de vítima,qualquer criança ou adolescentepode ser vítima de violênciafísica ou abuso sexual. Osabusados e os autores são namaioria dos casos do mesmogrupo étnico e de nível sócioeconômico.Por isso, poucoscasos são denunciados, quandoenvolve familiar é pouca a probabilidadeda vítima realizar adenúncia: medo do abusador,medo de perder os pais, e medode não ser acreditada, de sercausador de discórdia familiar”analisa Maria Helena.Para Maria Helena, um dosmaiores problemas no diagnósticodos casos é o silêncio queacontece por parte das vítimas.Segundo ela, quanto maiscedo a vítima receber não sócuidados físicos, mas tambémpsicológicos, maiores a oportunidadedesta vítima convivercom o sofrimento causado pelaviolência, e superá-lo.MariaHelenaConsequências do assédio sexual sãodiferentes em meninos em relação a meninasUma pesquisa realizada noNúcleo Forense do Instituto dePsiquiatria (IPq) do Hospital dasClínicas (HC) da Faculdade deMedicina da USP (FMUSP) mostrouque as consequências do assédiosexual são diferentes em meninosem relação a meninas. Asjovens do sexo feminino podemdesenvolver sequelas graves comodistúrbios alimentares e hipersexualidade(o que pode levar à prostituição),mas mesmo assim semantêm seguras quanto à suaopção sexual e à sua feminilidade.Já nos adolescentes do sexo masculino,o assédio sexual na infânciaé capaz de conduzir ao déficitde memória e à distorção da realidade.Esse tipo de sequela tambémpode leva-los à prática de abusosexual e estupro.Os adolescentes analisadossofreram assédio entre 4 e 9 anosde idade.“O déficit de memória e a distorçãoda realidade estão ligados”,explica a psicóloga Mery PurezaCandido de Oliveira. Em seu estudo,ela descreve que a sensação deameaça que o jovem sentia quandocriança diante da iminência doassédio sexual provocava atividadeconstante da amígdala cerebral.Essa amígdala, por consequência,acelera as atividades do eixo HHS(sigla para hipófise, hipotálamo esuprarrenal — regiões responsáveispela produção hormonal nocorpo), o que leva o organismo aum estado de estresse inesperado,fazendo com que a captação e oarquivamento de informações nocérebro sejam prejudicados.A pesquisadora analisou umgrupo de 26 jovens de 16 a 18anos, sendo 20 da Fundação Casa,e outros 6 que buscaram tratamentovoluntariamente no HC, comparando-oscom o grupo controle.Mery conta que a procura voluntáriafoi muito baixa.“Também estávamos procurando20 jovens que aparecessem porvontade própria, mas muitos têmmedo de vir por temer seremdenunciados ou presos.” Entre osjovens da Fundação Casa, o abusosexual ocorreu quando os adolescentestinham em média 7 a 9anos. Já entre os voluntários doNúcleo Forense do IPq, a violênciaocorreu entre os 4 e 6 anos.Para a realização do trabalho,Mery avaliou memória, estresse,impulsividade e quatro fatores depersonalidade de cada adolescente:vulnerabilidade, depressão,ansiedade e desajustamento psicossocial.A pesquisadora tambémcomplementou o trabalho com umquestionário sobre desenvolvimentoda vida sexual, que foi respondidopor cada um dos jovens.Fonte: Agência USP


12 <strong>Folha</strong>EducaçãoQuarta-feira, 08 de Junho de 2011

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