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Catálogo Smartphone & Tablet - Cabral Moncada Leilões

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JOÃO GONÇALO DO AMARAL CABRALIn memoriamA partir do próximo mês de Outubro, e a título permanente, vai a Fundação da Casa de Bragança dar-nos o privilégiode poder admirar, pela primeira vez, no Palácio de Vila Viçosa, duas das mais notáveis obras da pintura portuguesa do século XVI,da autoria de Diogo de Contreiras act. 1521-1560, provavelmente o principal pintor português de meados desse século:os retábulos representando “S. Vicente” e “São Sebastião”.Ambas as obras, por força da sua beleza, excepcional qualidade e importância artística e cultural, foram a orgulhosa capados nossos catálogos, respectivamente em Dezembro de 2011 e Março de 2012.Duas peças de alta colecção, com o maior significado para a Fundação da Casa de Bragança, que não poderiam passar despercebidas,nem escapar, à visão e à determinação dos seus dirigentes, em particular do seu saudoso Presidente, Dr. João Gonçalo do Amaral <strong>Cabral</strong>.Quis o destino que a primeira tivesse sido adquirida ainda em sua vida; e a segunda já depois de nos ter deixado, em Fevereiro deste ano.Ensejo para uma breve homenagem, devida, sentida e inadiável, que gostaria de prestar à memória de João Gonçalo do Amaral<strong>Cabral</strong>, que presidiu aos destinos da Fundação da Casa de Bragança ao longo dos últimos 30 anos – e, literalmente, com a maiorabnegação, até ao último dia da sua vida.Num País em que foram sempre poucas as instituições dignas desse nome, e é inestimável o verdadeiro serviço públicode qualidade, em que, ao longo do tempo, frequentemente se desrespeitou o património cultural, material e imaterial,e se ignorou a memória, o exemplo e a vontade dos nossos maiores, a obra levada a cabo pelo Dr. Amaral <strong>Cabral</strong>, com discrição,discernimento, firmeza e determinação, na Fundação da Casa de Bragança, constitui a mais honrosa das excepções, que mereceriaamplo destaque e público reconhecimento – que lamentavelmente não se verificou até hoje, passados mais de seis mesesda sua morte, o que me leva a dedicar-lhe estas linhas.Quereria sobretudo agradecer-lhe publicamente, em meu nome e em nome de quantos partilham idêntico sentimento,o que tive felizmente a oportunidade de lhe agradecer em privado, mais de uma vez.Ter sabido, no mais escrupuloso cumprimento da vontade testamentária do Rei D. Manuel II, erguer e consolidar uma verdadeirainstituição nacional, privada mas de relevantíssimo serviço público, prestigiada e tão respeitada quanto autónoma, isto é,sustentável e sem recurso a qualquer financiamento público: um verdadeiro exemplo.Ter conseguido devolver ao seu antigo esplendor o Palácio de Vila Viçosa e todo o complexo arquitectónico envolvente– que restaurou com desvelo, e enriqueceu com persistência, adquirindo obras de arte do mais alto nível, tornando-o,com a Biblioteca e o Arquivo Histórico, indiscutivelmente, no mais importante polo cultural e museológico do Alentejo– que os Portugueses em grande medida ainda não descobriram e ganhavam em conhecer; e cuja divulgação pela comunicaçãosocial seria certamente justificada.Ter, finalmente, feito mais do que ninguém pela respeitosa memória dos últimos reis de Portugal e pelo que representam.A admiração que lhe mereceram sempre o Rei D. Manuel II, instituidor da Fundação, e o Rei D. Carlos, que considerava,com justiça, um dos maiores Reis de Portugal, assentou em grande medida na ideia de que a melhor e mais simples formade os homenagear era dar a conhecer as suas Pessoas, a sua obra e os serviços que prestaram a Portugal, preservando, enriquecendoe divulgando o património da sua Casa – dessa forma continuando a prestar público serviço, no estrito cumprimento da sua vontade.Fê-lo exemplarmente até ao fim, com grande discernimento, a maior independência e total isenção – e também com entusiamoe com humor - qualidades que tive o privilégio de testemunhar ao longo de mais de vinte anos de contacto, de colaboraçãoe de amizade.A Fundação da Casa de Bragança perdeu um grande Presidente, a Cultura um grande vulto e Portugal um patriota; eu, infelizmente,um Amigo – cujo exemplo de serviço e de desapego não deixará, estou certo, de ser seguido.À Fundação da Casa de Bragança e ao seu novo Presidente, que assumiu a responsabilidade de dar continuidade a este legadocom verdadeiro espírito de missão, quero reiterar a minha inteira disponibilidade pessoal e a da <strong>Cabral</strong> <strong>Moncada</strong> Leilões,e dos seus sócios, que aqui represento, para continuar a colaborar com a Fundação em quanto esteja ao nosso alcance.Lisboa, 6 de Setembro de 2012Pedro Maria de Saldanha e Sousa Mello e Alvim

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