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Indicadores e Metas Gerais - Ministério da Cultura

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oriundo tanto <strong>da</strong> história <strong>da</strong>s idéias e <strong>da</strong>s representações sociais quanto de uma história do<br />

Estado". 9<br />

De acordo com a mesma lógica, Urfalino situa também o esgotamento desta coerência<br />

na França, ou seja, o fim <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de desta compreensão de política cultural no início dos<br />

anos 1990. Este final seria conseqüência do esgotamento de um dos pilares fun<strong>da</strong>dores desta<br />

política, aquele relativo à idéia central de oposição entre, por um lado, a política cultural como<br />

um projeto social, estético e reformador e, por outro lado, a idéia de instituição.<br />

Num texto mais recente, Dubois e Urfalino 10 sublinham, além disso, que uma diferença<br />

importante que sucede ao “fim” <strong>da</strong> política cultural na França tem a ver com um certo vazio,<br />

que substituiu os desafios que anteriormente a socie<strong>da</strong>de exigia <strong>da</strong> ação do Estado frente a<br />

arte.<br />

No Brasil a formatação institucional federal <strong>da</strong> área cultural teve seus grandes<br />

momentos vinculados a governos totalitários e, no seu conteúdo, esteve muito atrela<strong>da</strong> à<br />

visão do Brasil enquanto país em fase de desenvolvimento, de frágil identi<strong>da</strong>de nacional e,<br />

conseqüentemente, num estado de coisas onde a política cultural encontrava sua maior<br />

legitimação enquanto asseguradora do patrimônio legitimamente brasileiro em detrimento <strong>da</strong><br />

produção mais especificamente artística, temi<strong>da</strong> pelo seu potencial contestador.<br />

No Brasil <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1950, déca<strong>da</strong> que viu a criação do <strong>Ministério</strong> dos Assuntos<br />

<strong>Cultura</strong>is na França, alguns direcionamentos influiriam no perfil específico <strong>da</strong> política cultural<br />

brasileira. Assim Botelho cita que:<br />

No Iseb – Instituto de Estudos Brasileiros – (1955) formulou-se a ideologia do nacional-<br />

desenvolvimentismo, proposta nacionalista que vê como saí<strong>da</strong> para os impasses do<br />

desenvolvimento nacional a participação do Estado na economia. A industrialização<br />

seria a possibili<strong>da</strong>de de superação do subdesenvolvimento. Nesses casos, geralmente,<br />

a política para o setor cultural é defini<strong>da</strong> a partir de um conceito antropológico de<br />

cultura, diretamente liga<strong>da</strong> à noção de desenvolvimento global do país, diferente de<br />

uma “política para as artes”, tal como se vê nos Estados Unidos ou na Grã-Bretanha,<br />

por exemplo. 11<br />

Em 1982, Mário Machado, então dirigente cultural do MEC – <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Educação e<br />

<strong>da</strong> <strong>Cultura</strong> –, expõe os limites do emprego <strong>da</strong> expressão “política cultural” segundo os<br />

9<br />

URFALINO, P. Op.Cit, p.14.<br />

10<br />

Vincent DUBOIS et Philippe URFALINO. L’Epopée culturelle en sédiments. In: Culture Publique. Opus1.<br />

l’imagination au pouvoir. Paris: Skite-Sens&Tonka, 2004. p. 67-84.<br />

11<br />

BOTELHO, Isaura. Romance de formação: FUNARTE e Política cultural, 1976-1990. Rio de Janeiro: Edições Casa de<br />

Rui Barbosa, 2000. nota 15, p.55.

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