Indicadores e Metas Gerais - Ministério da Cultura
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De antemão desenha-se aí uma análise complexa se pensarmos que ao Estado cabe<br />
ação de mediador num campo que aqui é <strong>da</strong> produção simbólica e <strong>da</strong> fruição basea<strong>da</strong> em<br />
critérios subjetivos e movediços.<br />
Em termos <strong>da</strong> vocação <strong>da</strong> política cultural no Brasil também cabe circunscrever alguns<br />
parâmetros. Desde a Constituição de 1988 o poder público está mais comprometido com o<br />
direito à democracia cultural, ao mesmo passo que li<strong>da</strong> com o desafio de orquestrar seus<br />
orçamentos e ações sobre uma base territorial diferencia<strong>da</strong> historicamente com fortes<br />
assimetrias. Decorrem <strong>da</strong>í diferentes forças em diferentes CIRCUITOS CULTURAIS, definidos<br />
como base de um Desenvolvimento <strong>Cultura</strong>l.<br />
Macro-circuitos culturais são expressos na Constituição Federal e devem ser<br />
transformados em políticas educacionais, comunicação de massa, industriais e de Mercado,<br />
livro, imprensa, indústria fonográfica, televisão, cinema, serviços audiovisuais, além <strong>da</strong> ARTE.<br />
Fica claro, ao contemplarmos a questão educacional no rol dos elos do CIRCUITO, que<br />
o Mercado não é a única força no jogo! Poder público e socie<strong>da</strong>de também hierarquizam e<br />
refazem sistemas de valores, criando consensos ou novas legitimações e novos públicos. Estes<br />
mecanismos convivem e nem sempre atuam complementarmente! Crucial aqui é destacar esta<br />
tríade, ain<strong>da</strong> que simplifica<strong>da</strong>mente, como forças <strong>da</strong> política cultural e atuantes no campo <strong>da</strong><br />
ARTe: Estado, mercados e “comuni<strong>da</strong>des” (onde se alternam especialistas, leigos, produtores<br />
artísticos, dealers, diretores de instituições, etc.).<br />
Em segundo lugar e em relação ao parágrafo anterior, priorizaremos outro aspecto<br />
contemporâneo <strong>da</strong> política cultural que é a Transversali<strong>da</strong>de com outras políticas e nesta<br />
direção <strong>da</strong>remos destaque a potencial sinergia entre Política <strong>Cultura</strong>l e Política Urbana.<br />
Uma equação específica, portanto, é necessária para intermediar dois esquemas:<br />
modelo triangular (museu, galeria e artista) e o esquema específico de política cultural:<br />
agentes, mercado e socie<strong>da</strong>de.<br />
Cabe hierarquizar as cama<strong>da</strong>s de Mercado e simultaneamente relativizar a meta de<br />
“internacionalização” como prioritária. Recolocar as questões simbólicas que estão<br />
“naturaliza<strong>da</strong>s” e por isto acabam por induzir uma necessi<strong>da</strong>de que extrapola o campo <strong>da</strong><br />
Política <strong>Cultura</strong>l e adentra prerrogativas de programas de comércio exterior.<br />
Em contraste com exemplos díspares como França com fundos públicos já estáveis ou<br />
China, com uma tardia, mas forte valorização nacional <strong>da</strong> Arte contemporânea, estamos<br />
falando de um “setor” que tem se desenvolvido no Brasil à margem <strong>da</strong>s ações públicas e à<br />
margem de grandes platéias.