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Suplemento-Especia-Final-1

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2Escolha, leitura:um duplo desafioNúmero especial organizado por Fabrício Marques“Contemporâneo é aquele que mantém fixo o olhar no seu tempo, paranele perceber não as luzes, mas o escuro”.Giorgio AgambenPara compor esta edição especial, o <strong>Suplemento</strong>Literário de Minas Gerais convidou dezenas de poetasbrasileiros contemporâneos para que cada umindicasse não um livro, mas um único poema produzidopor autor nascido a partir de 1960. O recortebiográfico tem o objetivo de tentar oferecerao leitor um painel representativo do que foi produzido sobretudo nasduas últimas décadas pelas novas gerações. O desafio era duplo: escolherum poema memorável e escrever um comentário a respeito do quemotivou a escolha.Responderam ao convite 54 poetas, que escolheram 52 poemas de40 autores. Essa salada de números é justificada porque um mesmopoema poderia ser escolhido mais de uma vez (isso só aconteceu emduas ocasiões, com poemas de Maurício Arruda Mendonça e de DouglasDiegues), bem como o mesmo poeta poderia ser indicado diversas vezes.Por esse motivo, apresentamos cinco poemas de Carlito Azevedo e trêstanto de Claudia Roquette-Pinto quanto de Ronald Polito. Da mesmaforma, foram selecionados dois poemas de cada um dos seguintes autores:Ana Martins Marques, Fabio Weintraub, Heitor Ferraz, FernandoFiorese.Um texto imprescindível para entender a produção poética contemporâneaé “A cisma da poesia brasileira”, um dos ensaios que MarcosSiscar reuniu em Poesia e crise (Editora Unicamp, 2010). Nele, Siscarconstata que a poesia brasileira publicada a partir dos anos 1980 apresenta,antes de mais nada, algumas marcas da ausência de linhas deforça mestras. Contudo, não é que a poesia brasileira tenha perdidoalguma coisa. Na avaliação de Siscar, “é mais pertinente dizer que apoesia se tornou outra coisa, tomando sentido específico em um novomomento histórico. Ao que me consta, seria possível dizer que assistimoshoje a um deslocamento dos critérios pelos quais um poeta podeser reconhecido como fazendo parte de uma série literária, de sua ‘tradição’.São talvez os próprios valores do Modernismo brasileiro que seabalam, que não são suficientes mais para suportar o sentido do mundoque se abre”.Quais os valores que estão em jogo, nesta segunda década do século21? Para Siscar, se valores tais como “nacionalidade”, “subjetividade”,“experimentação”, “novo” etc. não são mais totalmente adequados aosentido dos projetos dos jovens poetas, estes também não estão em condiçõesde oferecer respostas gerais. “No entanto”, diz o autor, “como sesabe, as situações instáveis (historicamente, poeticamente) são lugaresonde a poesia costuma manifestar-se e onde, de todo modo, melhor semanifesta o sentido de sua ligação com o contemporâneo”.Os comentários e os poemas que os motivaram, publicados em conjunto,sugerem que está viva a poesia produzida nos últimos anos. Paradialogar com essa amostragem poética, convidamos a artista plásticamineira Solange Pessoa, nascida em Ferros. Formada pela EscolaGuignard da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), onde lecionadesde 1993, foi premiada no 20º e no 22º Salão Nacional de Artede Belo Horizonte. Ganhou bolsa da Fundação Kresner Pollock, 1996-1997. Realizou diversas exposições individuais e participou de mostrascoletivas no Brasil e no exterior. Sua exposição mais recente foiMetaflor-Metaflora, no Museu Mineiro.

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