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Tese de Doutorado - Biblioteca do Instituto de Química - Unicamp

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iUniversida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Química<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong>“Desenvolvimento <strong>de</strong> fases estacionárias <strong>de</strong> polarida<strong>de</strong>intermediária para cromatografia líquida <strong>de</strong> alta eficiênciaem fase reversa”Autor: Daniel Rodrigues MagalhãesOrienta<strong>do</strong>ra: Profa. Dra. Carol H. Collins19/12/2005


vDedico este trabalho a uma pessoa <strong>do</strong>na <strong>de</strong> uma enorme força, paciência, humanida<strong>de</strong> econhecimentos extraordinários, pessoa esta que me ensinou e continua ensinan<strong>do</strong> Prof. DraCarol Hollingworth Collins.


viAGRADECIMENTOSÀ minha orienta<strong>do</strong>ra Profa. Dra. Carol H. Collins, pelos ensinamentos, apoio e amiza<strong>de</strong>,sempre provocan<strong>do</strong> iniciativas, mas não per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> o objetivo <strong>do</strong> trabalho. Posso dizer que éum privilégio ser seu aluno, meu profun<strong>do</strong> agra<strong>de</strong>cimento.Á Universida<strong>de</strong> E$stadual <strong>de</strong> Campinas, em especial o <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Química, pelamaravilhosa oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar este trabalho.Á Fundação <strong>de</strong> Amparo a Pesquisa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo (FAPESP) pela concessão dabolsa <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s.Ao meu amigo Anízio. Sua força foi indispensável, fica aqui o meu eterno obriga<strong>do</strong>.Aos colegas <strong>de</strong> trabalho, em especial aos mais achega<strong>do</strong>s, Lais, Louise, Camila, César,Cíntia, Lika, Dione, Josimara, Roberta (Robs), Vanessa, Alessandra, profa. Dra. Carla.Lika, Neto.A professora Dra. Isabel Cristina Sales Fontes Jardim pela sincerida<strong>de</strong> e ajuda em to<strong>do</strong>tempo e em horas não tão confortáveis.Ao assessor da FAPESP pelas sugestões e correções <strong>do</strong>s relatórios.Ao Laboratório Nacional <strong>de</strong> Luz Sincroton (LNLS) pela oportunidae <strong>de</strong> realizar análises<strong>de</strong> XAS e Força atômica.Ao <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Física da UNICAMP e em especial ao professor Richard Lan<strong>de</strong>rs pelaanalises <strong>de</strong> XPS.Aos amigos que embora distantes, se fizeram presentes nas minhas horas <strong>de</strong> angústias etristezas.Aos funcionários <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> meu muito obriga<strong>do</strong>.


viiiRESUMOEste trabalho visa o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> fases estacionárias reversas para utilizaçãoem Cromatografia Líquida <strong>de</strong> Alta Eficiência (CLAE), a partir <strong>de</strong> sílica Kromasilzirconizada (suporte) e <strong>do</strong>s polímeros polietilenoglicol 1000, poli(metil)<strong>de</strong>cil (2-5%)difenilsiloxano e polidimetilsiloxano aminopropil (fase líquida). O suporte zirconiza<strong>do</strong> foisintetiza<strong>do</strong> reagin<strong>do</strong>-se sílica porosa 5 µm com butóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio. O material foicaracteriza<strong>do</strong> por diversas técnicas espectroscópicas sen<strong>do</strong> que sua área superficialespecífica foi <strong>de</strong>terminda pelo méto<strong>do</strong> BET. O polímero foi sorvi<strong>do</strong> ao suporte sintetiza<strong>do</strong> eimobiliza<strong>do</strong> posteriormente com tratamento térmico, para a obtenção <strong>do</strong>s materiais com osquais foram recheadas as colunas cromatográficas. Estes materiais foram caracteriza<strong>do</strong>s portestes químicos, físicos e cromatográficos. O <strong>de</strong>senvolvimento e a avaliação cromatográficadas fases estacionárias, utilizan<strong>do</strong> uma mistura sintética <strong>de</strong> cinco compostos neutros <strong>de</strong>polarida<strong>de</strong> variada, englobou as etapas <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição da composição da fase móvel i<strong>de</strong>al(MeOH:H 2 O 60:40 v/v), da vazão ótima <strong>de</strong> trabalho (0,3 mL.min ), otimização <strong>do</strong>carregamento <strong>de</strong> polymeros (30 a 40 % m/m), da concentração das suspensões <strong>de</strong>enchimento (10 % m/v) e a pressão <strong>de</strong> enchimento das colunas (38 MPa). A avaliação daresistência química das fases preparadas, nas condições <strong>de</strong> trabalho, foi realizada através <strong>de</strong>testes <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>, com a passagem pelas colunas <strong>de</strong> fases móveis neutra e alcalinas emquantida<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>nte a 8000 vezes o volume da coluna. Foi testada ainda umaamostra constituída por <strong>do</strong>is compostos <strong>de</strong> caráter básico, para se avaliar o <strong>de</strong>sempenho dasfases estacionárias preparadas na separação <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> substância. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>spermitiram concluir que a modificação da superfície da sílica com zircônio e posteriorrecobrimento com os polímeros acima menciona<strong>do</strong>, segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> imobilização por tratamentotérmico, produz fases estacionárias para uso em CLAE com alta eficiência (80000pratos/metro), excelentes fatores <strong>de</strong> assimetria <strong>de</strong> picos (em torno <strong>de</strong> 1,0) e resolução até alinha <strong>de</strong> base.


xABSTRACTThe purpose of this work is the <strong>de</strong>velopment of stationary phases for ReversedPhase High Performance Liquid Chromatography (RP-HPLC) applications, usingzirconized silica as support and the polymers polyethylene glycol, poly(methyl)<strong>de</strong>cyl (2-5%) diphenylsiloxane e polydimethylsiloxane aminopropyldimethyl as liquid phases . Thezirconized silica was synthetized by reaction of 5 µm porous silica with zirconiumbutoxi<strong>de</strong>. The support was characterized by several spectroscopic methods and the surfacearea was <strong>de</strong>termined by the BET method. The polymer was sorbed on the support andimmobilized by thermal treatment to obtain column packing materials. The stationaryphases were characterized by chemical, physical and chromatographic tests. Thechromatographic evaluation of the sorbed and thermally treated stationary phases, using asynthetic mixture of five neutral compounds with variable polarities, inclu<strong>de</strong>d <strong>de</strong>finition ofthe mobile phase composition (MeOH:H 2 0 60:40 v/v) and flow rate (0.3 mL.min) an<strong>do</strong>ptimization of the polymer loadings (30 to 40 % w/w), slurry packing concentration (10 %w/v) and column packing pressure (38 MPa). The chemical stability of the stationaryphases un<strong>de</strong>r working conditions, was studied by passing neutral and alkaline mobilephases through the columns for 8000 column volumes. A mixture of basic compounds wasalso studied to evaluate the performance of the statiomary phases stability for this kind ofseparation. The results permit concluding that the surface modification of silica withzirconium, followed by sorption of the above mentioned polymers and their thermalimmobilization, gives stationary phases for HPLC applications with high efficiencies(80000 plates/m); excellent assymetry factors (1.0) and base line peak resolutions.


xiiCURRICULUM VITAE1. FORMAÇÃO ACADÊMICA1.1. Bacharel em Química – Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, USP, São Carlos, SP, 2000.1.2. Mestra<strong>do</strong> em Ciências, área <strong>de</strong> concentração Química Analítica, Universida<strong>de</strong><strong>de</strong> São Paulo, USP, São Carlos, SP, 2002.Título da dissertação“Estu<strong>do</strong> Analítico da Composição Química <strong>do</strong> Óleo Essencial da Espécie ShinusMolles, L”.Orienta<strong>do</strong>r- Dr. Gilberto Orival<strong>do</strong> Chierice2. ATIVIDADE CIENTÍFICA2.1. Iniciação científica no programa RHAE/CNPq no Departamento <strong>de</strong> QuímicaAnalítica, Laboratório <strong>de</strong> Química e Tecnologia <strong>de</strong> Polímeros 1997 a 1999.3. ATIVIDADE DIDÁDICA3.1. Monitor da Disciplina Química Analítica QuantitativaDepartamento <strong>de</strong> Química Analítica da USP/São Carlos, SP, 2000, 2ºSemestre.Superviona<strong>do</strong> pelo Prof. Dr. Gilberto O. Chierice.3.2. Monitor da Disciplina Química Analítica QualitativaDepartamento <strong>de</strong> Química Analítica da USP/São Carlos, SP, 2001, 1ºSemestre.Superviona<strong>do</strong> pelo Prof. Dr. Gilberto O. Chierice.3.3. Monitor da Disciplina Química Analítica QuantitativaDepartamento <strong>de</strong> Química Analítica da USP/São Carlos, SP, 2001, 2ºSemestre.Superviona<strong>do</strong> pela Profa. Dra. Eny Maria Vieira.4. MINI-CURSOS4.1.Eletroforese Capilar4.2.Cromatografia Líquida Acoplada à Espectrometria <strong>de</strong> Massas4.3.Troubleshooting HPLC5. RESUMOS PUBLICADOS EM CONGRESSOS5.1. Nacionais: 185.2. Internacionais: 2


xiii6. ARTIGOSFaria. A.M, Magalhães. D.R, Collins, C.H, Collins, K.E “Characterization ofTitanized-silica Chromatographic Supports for High Performance Liquid Chromatography(HPLC)” Materia, 9, (2004) n. 4, 344.Faria. A.M, Magalhães. D.R, Collins. C.H, Collins. K.E., “Preparation andCharacterization of Zirconized Silica Supports for HPLC” Anal. Chim. Acta, 550 (2005)137


xivSUMÁRIOÍNDICE GERALXIVÍNDICEDE FIGURASXIXÍNDICE DE TABELASXVCapítulo 1Capítulo I Introdução a Cromatografia...................................................................................2І.1 Cromatografia................................................................................................................2І.1.1 Os Suportes Cromatográficos ................................................................................3І.1.2 A Sílica...................................................................................................................4І.1.3 Suportes Alternativos.............................................................................................5І.1.4 O Material Sílica-Zircônia .....................................................................................6І.1.5 Polímeros sobre o Suporte Cromatográfico <strong>de</strong> Sílica ............................................7І.1.6 Avaliação Cromatográfica....................................................................................11І.1.7 Cromatografia <strong>de</strong> exclusão...................................................................................18Capítulo II Méto<strong>do</strong>s físicos <strong>de</strong> caracterização <strong>de</strong> Suportes Cromatográficos e FasesEstacionárias.........................................................................................................................21II.1. Tamanho <strong>de</strong> Partícula, Área Superficial, Volume <strong>de</strong> Poro.......................................21II.1.1 Medidas <strong>de</strong> Área Superficial e Volume e Estrutura <strong>de</strong> Poro ..............................22II.2 Méto<strong>do</strong>s espectroscópicos .............................................................................................27II.2.1 Espectroscopia <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> raios-X (XAS)...................................................28II.2.3 Espectroscopia <strong>de</strong> Ultravioleta <strong>de</strong> Reflectância Difusa......................................36II.2.4 Microscopia <strong>de</strong> Varredura por Sonda Mecânica.................................................45Capítulo III Objetivos...........................................................................................................53Capítulo IV Parte Experimental ...........................................................................................55IV.1 Reagentes .................................................................................................................55IV.2 Equipamentos...........................................................................................................55IV.3 Caracterização Física da Sílica e <strong>do</strong> Suporte............................................................57IV.3.1-Espectroscopia na Região <strong>do</strong> Infravermelho da Sílica e <strong>do</strong> Suporte ................57IV.3.2 -Ressonância Magnética Nuclear <strong>de</strong> Silício......................................................57IV.3.3 Espectroscopia <strong>de</strong> Absorção <strong>de</strong> Raios-X Duros com Luz Síncrotron...............57IV.3.4 Análise <strong>de</strong> Área Superficial pelos Méto<strong>do</strong>s BET e BJH...................................59


xvIV.3.5 Volume e Diâmetro <strong>de</strong> Poro..............................................................................59IV.3.6 Microscopia Eletrônica <strong>de</strong> Varredura................................................................59IV.3.7 Microscopia por Sonda Mecânica .....................................................................60IV.3.8 Espectroscopia <strong>de</strong> Fotoelétrons.........................................................................60IV.3.9 Médidas UV-Vis <strong>de</strong> Refletância Difusa............................................................60IV.4 Caracterização <strong>do</strong> Material Polimérico ....................................................................60IV.4.1 Análise Termogravimétrica...............................................................................60IV.4.2 Cromatografia por Exclusão..............................................................................61IV.4.3 Análise Elementar .............................................................................................61IV.5 Procedimentos ..........................................................................................................61IV.5.1 Preparação das Colunas Cromatográficas .........................................................61IV.5.2 Síntese da Sílica Zirconizada. ...........................................................................63IV.5.3 Preparação da Fase Estacionária .......................................................................64IV.5.4 Determinação da Carga i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> Material Polimérico.......................................65IV.5.5 Imobilização das Fases Estacionárias................................................................65IV.5.6 Preparação da Suspensão e Enchimento da Coluna ..........................................65IV.5.7 Enchimento das Colunas ...................................................................................65IV.6.8 Caracterização Cromatográfica das Colunas.....................................................66IV.5.9 Testes <strong>de</strong> Estabilida<strong>de</strong> da FE.............................................................................67Capítulo V Caracterização da Sílica e Suporte cromatográfico ...........................................70V.1 Caracterização da Sílica.............................................................................................70V.1.1-Micrografia Eletrônica da Sílica Kromasil.........................................................70V.1.2 Micrografia <strong>de</strong> Força Atômica da Sílica Kromasil.............................................71V.1.3 Espectroscopia na região <strong>do</strong> infravermelho para a sílica Kromasil....................71V.1.4 NMR <strong>de</strong> 29 Si da Sílica Kromasil........................................................................72V.2 Preparação da Sílica Zirconizada..............................................................................73V.2.1 Reação entre a Sílica e o Tetrabutóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> Zircônio..........................................73V.2.1 Determinação <strong>de</strong> Zircônio na Sílica por Fluorescência <strong>de</strong> Raios-X...................76V.2.2 Descrição <strong>do</strong> Planejamento fatorial para a preparação <strong>do</strong> suporte Sílica-Zircônio(Si-Zr) ...........................................................................................................................76V.3 Avaliação <strong>do</strong> material (Si-Zr) por NMR 29 Si ............................................................83


xviV.3.1- NMR 29 Si para a sílica zirconizada e sílica nua ................................................83V.3.2 Medidas <strong>de</strong> Infravermelho e Ultravioleta..........................................................84V.3.3 Medidas <strong>de</strong> XANES e EXAFS <strong>de</strong> Si-Zr.............................................................87V.3.4 Medidas <strong>de</strong> XPS .................................................................................................89V.3.5 Proprieda<strong>de</strong>s Texturais <strong>de</strong> Si-Zr .........................................................................92V.3.6 Microscpia Eletrônica <strong>de</strong> Varredura...................................................................93V.3.7 Microscopia <strong>de</strong> força atômica Si-Zr ...................................................................94Capítulo VI Caracterização <strong>do</strong>s Polímeros e das Fases Estacionárias .................................97VI.1 Caracterização <strong>do</strong>s Polímeros ..................................................................................97VI.1.1 Cromatografia <strong>de</strong> Exclusão ...............................................................................97VI.1.2 Estu<strong>do</strong> da Estabilida<strong>de</strong> Térmica <strong>do</strong>s Polímeros por TGA.................................99VI.1.3 Espectrometria <strong>de</strong> Infravermelho ....................................................................100VI.1.4- NMR <strong>de</strong> 29 Si <strong>do</strong> DMFS..................................................................................101VI.2. Caracterização Físico-Química das Fases Estacionárias.......................................101VI.2.1 Fase Estacionárias <strong>de</strong> Si-Zr e 30% <strong>de</strong> DMFS .................................................101VI.2.2 Fase Estacionária <strong>de</strong> Si-Zr com mistura <strong>de</strong> DMFS e CW...............................103Capítulo VII Resulta<strong>do</strong>s Cromatográficos .........................................................................107VII.1 Determinação da Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Polímero a ser Adiciona<strong>do</strong> Sobre o Suporte.....107VII.2 Fases estacionárias Sorvidas <strong>de</strong> Sílica com Carbowax........................................107VII.3 Fases Estacionárias Sorvidas <strong>de</strong> Sílica e Sílica Zirconizada com DMFS.............110VII.4. Fases Estacionárias <strong>de</strong> Si-Zr com CW e DMFS .................................................112VII.4.I Fases Estacionárias Sorvoidas <strong>de</strong> Si-Zr com CW e DMFS...........................112VII.5 Fases Estacionárias Si-Zr com MS-NH 2 /CW .......................................................118VII.5.1 Fases Estacionárias <strong>de</strong> Si-Zr com MS-NH 2 + CW, Submetidas ao TratamentoTérmico.......................................................................................................................121VII.6 Testes <strong>de</strong> Estabilida<strong>de</strong>...........................................................................................122VII.6.1 Avaliação da Estabilida<strong>de</strong> das Fases Estacionárias Preparadas com DMFSAutoimobiliza<strong>do</strong>s sobre Sílica Nua e Zirconizada. ....................................................122VII. 6.2 Avaliação da Estabilida<strong>de</strong> das Fases Estacionárias Preparadas com DMFS +CW Imobiliza<strong>do</strong>s Termicamente Sobre Sílica Zirconizada. ......................................123


xviiVII.6.3 Avaliação da Estabilida<strong>de</strong> das Fases Estacionárias preparadas comDMFS+MS-NH 2, Imobilizada por Tratamento Térmico sobre Sílica Zirconizada....124VII.7 Mistura mais Complexa. .......................................................................................127Capítulo VIII Conclusões ...................................................................................................131Referências BibliográficasCapítulo IX Referências Bibliográficas ...................................132Capítulo IX Referências Bibliográficas..............................................................................133


xviiiLISTA DE FIGURASFigura 1. Representação <strong>do</strong>s grupos siloxanos (3) e <strong>do</strong>s diferentes tipos <strong>de</strong> grupos silanóis(1 e 2) da superfície da sílica [13,14] .............................................................................4Figura 2 Cromatograma típico para os cálculos cromatográficos [56]. ...............................12Figura 3- Determinação da assimetria e fator <strong>de</strong> alargamento <strong>do</strong> pico[60]..........................15Figura 4-Determinação da velocida<strong>de</strong> ótima por van Deemter [62] ....................................16Figura 5. Representação esquemática <strong>de</strong> um cromatograma por exclusão [65]...................18Figura 6. Mecanismo <strong>de</strong> uma separação hipotética por exclusão [65]................................18Figura 7. Uma alusão as diferentes velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> separação e o cromatograma obti<strong>do</strong> [65].......................................................................................................................................19Figura 8 Isotermas padrão segun<strong>do</strong> a IUPAC [75]...............................................................23Figura 9- Espectro <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> raios-X da borda K <strong>do</strong> selênio. Representação dastransições eletrônicas que correspon<strong>de</strong>m as características básicas <strong>do</strong> espectro, a prébordae as regiões <strong>de</strong> XANES e EXAFS[81]. ..............................................................29Figura 10 Esquema da montagem experimental utilizada para a obtenção <strong>do</strong>s espectros <strong>de</strong>absorção XAS [81] .......................................................................................................31Figura 11- Linha <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> raios-X (XAS) <strong>do</strong> LNLS – Campinas -SP. a) pare<strong>de</strong> <strong>de</strong>proteção; b) fendas pré espelho; c) espelho; d) fendas pré monocroma<strong>do</strong>r; e) janela <strong>de</strong>berílio; f) monocroma<strong>do</strong>r; g) fendas pós monocroma<strong>do</strong>r; h) janela <strong>de</strong> Kapton e i)bancada experimental [81]. ..........................................................................................32Figura 12 Representação esquemática <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> um fotoelétron [89]......34Figura 13: Visão <strong>de</strong> um espectrofotômetro com a esfera <strong>de</strong> integração [93].......................38Figura 14:Aproximação <strong>de</strong> Schuster-Kubelka-Munk na espectroscopia <strong>de</strong> refletânciadifusa. Os fluxos <strong>de</strong> luz, inci<strong>de</strong>nte e re-emiti<strong>do</strong>, são aproxima<strong>do</strong>s a <strong>do</strong>is opostos,perpendiculares à superfície <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> amostra infinitamente fina [93]........38Figura 15 Des<strong>do</strong>bramento <strong>de</strong> energia <strong>do</strong> orbital d em um campo octaédrico [94]..............42Figura 16: Des<strong>do</strong>bramento <strong>de</strong> energia <strong>do</strong> orbital d em um campo tetraédrico.....................43Figura 17: Componentes básicos <strong>do</strong> AFM. ..........................................................................47


xixFigura 18-Seção transversal (plano xz) <strong>do</strong> conjunto ponta – amostra - scanner durante aaquisição <strong>de</strong> uma imagem <strong>de</strong> AFM, para três posições relativa diferentes entre a pontae a superfície.................................................................................................................48Figura 19: Força <strong>de</strong> van <strong>de</strong>r Waals entre a ponta e a superfície da amostra em função <strong>de</strong> suadistância relativa...........................................................................................................49Figura 20 Variação das amplitu<strong>de</strong>s RMS da oscilação da sonda em função da distânciaponta-superfície. ...........................................................................................................50Figura 21-Pastilha <strong>de</strong> sílica zirconizada (A) e a pastilha no suporte usa<strong>do</strong> para a análise <strong>de</strong>XAS ..............................................................................................................................58Figura 22. Amostra <strong>de</strong> sílica zirconiada no porta amostra <strong>do</strong> equipamento para medidas <strong>de</strong>XAS (A) e estação <strong>de</strong> trabalho (B)...............................................................................59Figura 23. Polimento <strong>do</strong> tubo para confecção da coluna cromatográfica ............................62Figura 24 Coluna cromatográfica (a) e conexões (b) ...........................................................63Figura 25. Micrografias por SEM da sílica Kromasil ..........................................................70Figura 26. Micrografia por força atômica da sílica Kromasil 5µm......................................71Figura 27-Espectro na região <strong>do</strong> infravermelho <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> sílica Kromasil utilizadaneste trabalho................................................................................................................72Figura 28. NMR 29Si para a amostra <strong>de</strong> sílica utilizada neste trabalho...............................73Figura 29- Tipos <strong>de</strong> silanóis <strong>de</strong>tectáveis pelo NMR <strong>de</strong> 29 Si referentes ao suportecromatogáfico.................................................................................................................iFigura 30 Possível forma <strong>de</strong> ligação <strong>do</strong> metal <strong>de</strong> transição, (M= Zr, Ti), à superfície dasílica..............................................................................................................................74Figura 31. Reação esquemática para a modificação da superfície da sílica. (RO = butóxi<strong>do</strong>)......................................................................................................................................75Figura 32 Gráfico <strong>do</strong>s resíduos versus respostas preditas. ...................................................80Figura 33. Planejamento estrela............................................................................................80Figura 34- Gráfico <strong>do</strong>s resíduos <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo quadrático .......................................................82Figura 35- Representação da região <strong>de</strong> máximo ..................................................................83Figura 36- NMR <strong>de</strong> 29 Si para a sílica nua e sílica zirconizada avaliadas sobre as mesmascondições. .....................................................................................................................84Figura 37- Infravermelho para sílica pura e três diferentes amostras <strong>de</strong> Si-Zr preparadas ..85


xxFigura 38- Espectro <strong>de</strong> infravermelho <strong>de</strong> refletância difusa para amostras <strong>de</strong> sílica gel,oxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio e amostra Si-Zr ................................................................................86Figura 39-Espectro <strong>de</strong> UV-Vis<strong>de</strong> reflectância difusa (RD) para amostra <strong>de</strong> uma misturamecânica <strong>de</strong> Si-Zr, Si-Zr <strong>do</strong> experimento 8 e <strong>do</strong> ZrO 2 puro. .......................................87Figura 40- Espectros <strong>de</strong> XAS para amostra <strong>de</strong> ZrO 2 puro e amostras <strong>de</strong> Si-Zr ...................88Figura 41-Espectros <strong>de</strong> XPS para as linhas 3d da mistura mecânica e Si/Zr13%................90Figura 42- Espectros <strong>de</strong> XPS para as linhas 2p da mistura mecânica e Si-Zr13%...............91Figura 43- Espectros O 1s para mistura mecânica e Si/Zr 13% ...........................................91Figura 44- Isotermas <strong>de</strong> adsorção e <strong>de</strong>ssorção para as amostras <strong>de</strong> Si/Zr............................93Figura 45-Fotos da sílica Kromasil (A) e Si-Zr 13% e (B) ..................................................94Figura 46- Imagem da superfície da sílica pura 2 µm 2 (A) e 150 nm 2 (B)(imagembidimensional) ..............................................................................................................95Figura 47- Foto tri<strong>de</strong>mensional da sílica Kromasil ..............................................................95Figura 48. Estrutura <strong>do</strong> Carbowax (A) Poli<strong>de</strong>cilmetil (2-5%) difenilsiloxano, sen<strong>do</strong> m = 98-95% e n = 2-5% (B), e <strong>do</strong> Polidimetilsiloxano Aminopropil termina<strong>do</strong>(C). ...............97Figura 49 -Cromatogramas da <strong>de</strong>terminação da massa molar <strong>do</strong> CW (A) e <strong>do</strong> DMFS (B). Acoluna utilizada foi Polymer cuja faixa <strong>de</strong> trabalho é 400- 18000 daltons. ...........Foraminjeta<strong>do</strong>s 250 µL <strong>de</strong> amostra dissolvida em tetraidrofurano, que também foi usa<strong>do</strong>como fase móvel com uma vazão <strong>de</strong> 1,0 mL min -1 , à uma temperatura <strong>de</strong> 40º C, tantona coluna quanto no <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> índice <strong>de</strong> refração....................................................98Figura 50-TGA para CW (A), DMFS (B), MS-NH 2 (C).....................................................99Figura 51 Infravermelho para DMFS (A) Carbowax (CW), (B) e Aminopropil siloxano(MS-NH 2 ) (C).............................................................................................................100Figura 52- NMR <strong>de</strong> 29 Si DMFS .......................................................................................101Figura 53- Micrografia por força atômica <strong>de</strong> um grão <strong>de</strong> fase estacionária composta porsílica zircônio e DMFS 12 meses após o preparo......................................................101Figura 54 NMR <strong>de</strong> 29 Si da fase estacionária à base <strong>de</strong> Si-Zr e DMFS...............................102Figura 55 Representação da ligação sílica polímero DMFS ..............................................103Figura 56- NMR 29 Si para a fase cromatográfica à base <strong>de</strong> sílica modificada e DMFSsubmeti<strong>do</strong> ao tratamento térmico ...............................................................................104


xxiFigura 57 Cromatograma para a coluna recheadas com FE sorvida preparada com 20 %CW sobre sílica nua Mistura teste 1: Acetona; benzonitrila; benzeno, tolueno enaftaleno. Condições cromatográficas: fase móvel MeOH:H 2 O (70:30 v/v) vazão: 0,3mL/min; volume <strong>de</strong> injeção: 5µL. Coluna 60x40 mm; <strong>de</strong>tecção UV a 254 nm. .......108Figura 58 Curva <strong>de</strong> van Deenter para a fase à base <strong>de</strong> sílica zirconizada e DMFS ...........111Figura 59-Cromatogramas obti<strong>do</strong>s na otimização da carga inicial <strong>de</strong> DMFS sobre Si-Zr:Detecção: UV, 254 nm; Condições cromatográficas: vazão 0,2 mL min -1 ; FM:MeOH:H 2 O (60:40), v/v; volume <strong>de</strong> injeção 5,0 µL; A = carga <strong>de</strong> 10%. B = cargainicial <strong>de</strong> 20%; Mistura teste 1: acetona, benzonitrila, benzeno, tolueno, naftaleno(sen<strong>do</strong> esta a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> eluição)..................................................................................111Figura 60. Curva <strong>de</strong> van Deemter obtidas com coluna recheada com fase estacionáriaCW/DMFS sorvida sobre a sílica zirconizada para <strong>de</strong>terminação da melhor velocida<strong>de</strong><strong>de</strong> fluxo para a avaliação das colunas cromatográficas..............................................112Figura 61 Cromatogramas obti<strong>do</strong>s na otimização da carga <strong>de</strong> DMFS e CW em (A) aquantida<strong>de</strong> relativa <strong>de</strong> cada poolímero foi <strong>de</strong> 20:5 <strong>de</strong> DMFS+CW em (B) 20:10 <strong>de</strong>DMFS+CW e em (C) 20:15 <strong>de</strong> DMFS+CW); Mistura teste 1: (1) acetona, (2)benzonitrila, (3) benzeno, (4) tolueno, (5) naftaleno (sen<strong>do</strong> esta a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> eluiçãopara to<strong>do</strong>s os cromatogramas) Condições cromatográficas i<strong>de</strong>m Fig 59 ...................113Figura 62 Cromatogramas obti<strong>do</strong>s na otimização da carga inicial <strong>de</strong> CW+DMFS: A)10+10%; B) 20+20. Mistura teste 1:Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> eluição (1) acetona, (2) benzonitrila,(3) benzeno, (4) tolueno, (5) naftaleno. Sen<strong>do</strong> esta a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> eluição. Condiçõescromatográficas i<strong>de</strong>m Fig 59 ......................................................................................115Figura 63 Cromatogramas Si-Zr/DMFS + CW (4:1) imobiliza<strong>do</strong> termicamente a 100 ºC por6 h. A Mistura teste 1 (1 acetona, 2 benzonitrila, 3 benzeno, 4 tolueno, 5 naftaleno);BMistura teste 2 (1 Fenol, 2 N,N-dimetilanilina, 3 naftaleno e 4 acenafteno) Ascondições cromatográficas foram;, fase móvel: MeOH:H 2 O (60:40), (v/v): vazão, 0,3mL/min, volume <strong>de</strong> injeção: 5 µL, <strong>de</strong>tecção: UV a 254 nm ......................................117Figura 64- Cromatogramas para Si-Zr/ DMFS + CW (4:1) imobiliza<strong>do</strong> termicamente à 100ºC por 12 h A:Mistura 1 (1 acetona, 2 benzonitrila, 3 benzeno, 4 tolueno, 5 naftaleno);B:Mistura 2 (1 Fenol, 2 NN-dimetilanilina, 3 naftaleno e 4 acenafteno. Condiçõescromatográficas i<strong>de</strong>m da figura 63. ............................................................................118


xxiiFigura 65 Determinação da melhor velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fase móvel para as colunas MS-NH 2 /CWsorvidas.......................................................................................................................119Figura 66- Avaliação Cromatogramas para fases preparadas <strong>de</strong> Si- Zr com MS-NH 2 e CW.A) Mistura 1 acetona, 2 benzonitrila, 3 benzeno, 4 tolueno, 5 naftaleno; B) Mistura 3(1 acetona, 2 benzonitrila , 3 benzeno, 4 tolueno, 5 naftaleno, 6 etilbenzeno).Condições cromatográficas i<strong>de</strong>m fig 62 .....................................................................119Figura 67- Cromatograma para Si- Zr com carga 10% (inicial) <strong>de</strong> NS – NH 2 mistura 2 (1Fenol, 2 N,N-dimetilanilina, 3 naftaleno e 4 acenafteno. Condições cromatográficasi<strong>de</strong>m a Figura 66, diferin<strong>do</strong> somente na composição da FM: MeOH:H 2 O + 50:50 v/v....................................................................................................................................120Figura 68- Cromatogramas para a Si-Zr com MS-NH 2 + CW (5:1) submetidas aotratamento térmico <strong>de</strong> 100°C por 6 horas. (A) Mistura teste 1: 1 acetona, 2benzonitrila, 3 benzeno, 4 tolueno, 5 naftaleno; (B)Mistura 2 1 Fenol, 2 NNdimetilanilina,3 naftaleno e 4 acenafteno. Condições cromatográficas i<strong>de</strong>m Figura 67.....................................................................................................................................121Figura 69. Testes <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> com fase móvel alcalina para uma fase estacionária <strong>de</strong>DMFS autoimobiliza<strong>do</strong>s sobre sílica nua e sílica zirconizada. Fase móvel: MeH: 0,05mol L-v NaHCO 3 (pH 9,0) (60:40v/v) a 0,3 mL min -1 e a uma temperatura <strong>de</strong> 40 °C.Os parâmetros cromatográficos foram calcula<strong>do</strong>s para o composto mais reti<strong>do</strong>. ......122Figura 70. Teste <strong>de</strong> Estabilida<strong>de</strong> com Fase Móvel Alcalina, para a Fase Estacionária Si-Zrcom DMFS + CW, Imobilizada Termicamente. Fase móvel MeOH: 0,05 mol L-vNaHCO 3 (pH 9,0) (60:40v/v) a 0,3 mL min -1 e a uma temperatura <strong>de</strong> 40 °C. Osparâmetros cromatográfico foram calcula<strong>do</strong>s para o composto mais reti<strong>do</strong>. .............124Figura 71 Teste <strong>de</strong> Estabilida<strong>de</strong> com Fase Móvel Acalina para a Fase Estacionária Si-Zr com DMFS + MS-NH 2 Imobiliza<strong>do</strong> Termicamente. Fase móvel MeOH: 0,05mol L -1 <strong>de</strong> NaHCO 3 (pH 9,0) (60:40) a 0,3 mL min -1 e a uma temperatura <strong>de</strong> 40°C. Os parâmetros cromatográfico foram calcula<strong>do</strong>s para o composto maisreti<strong>do</strong>..........................................................................................................................126Figura 72 Cromatograma da mistura teste 1 com a FE <strong>de</strong> Si-Zr com DMFS. Compostos (1)uracil, (2) benzonitrila, (3) benzeno, (4) tolueno e (5) naftaleno. Fase móvel metanol:


xxiiiMeOHH 2 O (50:55) Vazão 0,3 mL/min. Volume <strong>de</strong> injeção 5 µl. Detecção UV-vis a254 nm. .......................................................................................................................128Figura 73 Cromatograma <strong>de</strong> uma mistura <strong>de</strong> compostas condições cromatográficas: 5.0×4,0mm di.Fase móvel metanol:água (45:55, v/v); vazão: 0.3 mL min −1 <strong>de</strong>tecção: UV 254nm volume <strong>de</strong> injeção: 5 µl. Mistura teste composta por uracil (1), etilbenzeno (2)butilbenzeno (3), pentilbenzeno (4), o-terphenil (5) atrifenileno (6) .........................129


xxivLISTA DE TABELASTabela 1: Planejamento fatorial2 − com as funções I = 1235 e I = 125............................775 2IIITabela 2 Percentagem <strong>de</strong> zircônio sobre a sílica..................................................................78Tabela 3- Efeitos principais para cada fator estuda<strong>do</strong>..........................................................78Tabela 4. Matriz <strong>de</strong> planejamento 22 com triplicata no ponto central e suas respectivasrespostas. ......................................................................................................................78Tabela 5- ANOVA para mo<strong>de</strong>lo linear.................................................................................79Tabela 6 Matriz <strong>do</strong> planejamento estrela e percentagem <strong>de</strong> zircônio em cada experimento.......................................................................................................................................81Tabela 7 ANOVA para o mo<strong>de</strong>lo quadrático. ......................................................................81Tabela 8- valores <strong>de</strong> energias <strong>de</strong> ligação para mistura mecânica e Si/Zr 13%.....................90Tabela 9- Proprieda<strong>de</strong>s texturais <strong>do</strong> material Si/Zr..............................................................93Tabela 10. Massas molares para CW...................................................................................98Tabela 11-Massas molares para DMFS................................................................................98Tabela 12-Porcentagem <strong>de</strong> polímero sobre o suporte antes, <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> enchimento e <strong>de</strong>poisda utilização................................................................................................................109Tabela 13- Parâmetros cromatográficos e porcentagem <strong>de</strong> DMFS <strong>de</strong> fases estacionáriasauto-imobilizadas preparadas com sílica nua e sílica zirconizada .............................110Tabela 14 Parâmetros cromatográficos e porcentagem <strong>de</strong> DMFS <strong>de</strong> fases estacionáriasauto-imobilizadas preparadas com sílica zirconizada. ..............................................111Tabela 15- Resumo <strong>do</strong>s parâmetros cromatográficos e cargas <strong>de</strong> material polimérico .....115Tabela 17- Avaliação <strong>do</strong>s parâmetros cromatográficos em função das condições <strong>de</strong> preparoda fase estacionária.....................................................................................................116Tabela 18 Parâmetros cromatográficos obti<strong>do</strong>s para a coluna preparada com 40% DMFS esílica modificada.........................................................................................................128


1Capítulo ІIntrodução à Cromatografia Líquida


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 2Capítulo I Introdução a CromatografiaA fim <strong>de</strong> facilitar o entendimento <strong>do</strong> presente trabalho, será feita nos primeiroscapítulos uma breve explanação em relação à cromatografia e o <strong>de</strong>sempenhocromatográfico das colunas, bem como as técnicas utilizadas para caracterizações físicas equímicas <strong>do</strong>s materiais <strong>de</strong> recheio.І.1 CromatografiaDenomina-se cromatografia como sen<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> separação <strong>do</strong>s componentes<strong>de</strong> uma mistura que se distribui, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a diferentes interações e com diferentesvelocida<strong>de</strong>s, entre duas fases: uma móvel (FM) e outra estacionária (FE). Durante aseparação, os analitos (componentes) presentes na FM se distribuem nas duas fases <strong>de</strong>forma diferenciada, obten<strong>do</strong>, por conseguinte, o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> que o analito menos reti<strong>do</strong> naFE é o primeiro a ser separa<strong>do</strong>. O processo <strong>de</strong> eluição caracteriza-se por ser dinâmico,findan<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> momento em que o componente mais reti<strong>do</strong> sair <strong>do</strong> leito estacionário[1].Dentre as muitas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cromatografia, <strong>de</strong>staca-se a cromatografia líquida(CL). Nesta, a fase móvel é um líqui<strong>do</strong>, enquanto a fase estacionária po<strong>de</strong> ser um sóli<strong>do</strong> ouum líqui<strong>do</strong>, sorvi<strong>do</strong> ou imobiliza<strong>do</strong> na superfície <strong>de</strong> um suporte sóli<strong>do</strong>. A cromatografialíquida <strong>de</strong> alta eficiência (CLAE) faz parte <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> técnicas cromatográficas querequer pressões elevadas a fim <strong>de</strong> forçar a passagem da FM pela FE [2].A cromatografia líquida <strong>de</strong> alta eficiência em fase reversa (CLAE-FR) constitui amodalida<strong>de</strong> cromatográfica na qual a fase estacionária é mais apolar <strong>do</strong> que a fase móvel.Salienta-se ainda que tal processo é o mais utiliza<strong>do</strong> nos laboratórios <strong>de</strong> pesquisasindustriais e acadêmicas, além <strong>do</strong> seu amplo emprego em análises <strong>de</strong> rotina [3]. A gran<strong>de</strong>utilização <strong>de</strong>sta modalida<strong>de</strong> cromatográfica dá-se à existência <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>fases estacionárias disponíveis comercialmente, que permitem ao usuário alcançar aseletivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada [4,5]. Ressalta-se ainda que a FM é em gran<strong>de</strong> parte composta porágua, um solvente não tóxico e barato.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 3A fase estacionária <strong>de</strong>sempenha um papel fundamental no processo <strong>de</strong> separação,daí justifica-se a necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> conhecimento das proprieda<strong>de</strong>s físicas e químicas, a fim <strong>de</strong>se compreen<strong>de</strong>r e possivelmente prever o seu comportamento.Na CLAE-FR, a fase estacionária quase sempre é composta por um suporte e umcomposto orgânico sobre o mesmo. E aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> às inúmeras exigências, as quais serãomencionadas no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> trabalho, a sílica é o material mais utiliza<strong>do</strong> como suporte paraa produção da fase estacionária.І.1.1 Os Suportes CromatográficosO material <strong>de</strong> recheio para a coluna em CLAE geralmente inclui <strong>do</strong>is aspectosprincipais: o suporte e a fase estacionária ou quase estacionária. Um suporte para CLAEi<strong>de</strong>al <strong>de</strong>veria ter boa estabilida<strong>de</strong> mecânica, partículas, preferencialmente, esféricas, <strong>de</strong>tamanho reduzi<strong>do</strong>, estreita distribuição <strong>de</strong> tamanho, poros uniformes para uma rápidatransferência <strong>de</strong> massa e equilíbrio e <strong>de</strong>veria apresentar uma superfície homogênea parapermitir uma boa adsorção física ou química das moléculas <strong>de</strong> interesse. A fase estacionáriaresultante <strong>de</strong>ve apresentar resistência física e química frente a ambos os componentes dafase móvel e ainda possibilitar que haja uma separação seletiva [6].As matrizes <strong>do</strong>s principais suportes são inorgânicas ou polímeros orgânicos. Cadatipo <strong>de</strong> material tem seus pros e contras e a escolha <strong>do</strong> material apropria<strong>do</strong> é governadapelas necessida<strong>de</strong>s da separação <strong>de</strong>sejada [6].Com o avanço da tecnologia <strong>de</strong> polimerização em suspensão, é possível prepararpolímeros semi-rígi<strong>do</strong>s macroporosos, principalmente <strong>de</strong> polimetacrilato ou poliestirenomistura<strong>do</strong> com divinilbenzeno, com consi<strong>de</strong>rável resistência mecânica e boa estabilida<strong>de</strong>química quan<strong>do</strong> comparada aos outros suportes orgânicos, como os géis <strong>de</strong> polissacarí<strong>de</strong>os.Contu<strong>do</strong>, tais polímeros orgânicos apresentam baixas eficiências e ainda incham ouencolhem quan<strong>do</strong> postos em contato com FM <strong>de</strong> baixa ou alta força iônica [7], o que resultaem uma limitada resistência às pressões elevadas. Além disso, sua superfície específica evolume <strong>de</strong> poro ten<strong>de</strong>m a diminuir mais <strong>do</strong> que os <strong>de</strong> sílica gel. Os inconvenientes acimareferentes aos polímeros orgânicos são as razões pelas quais, na maioria das separações emCL, se utilizam como suporte matriz inorgânicas, como carbono, hidroxiapatita e alumina,outros óxi<strong>do</strong>s inorgânicos, principalmente, s sílica.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 4І.1.2 A SílicaSeguramente, o material mais utiliza<strong>do</strong> como suporte cromatográfico das fasesestacionárias é a sílica. Tal ocorrência <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> que a mesma apresentacaracterísticas favoráveis à sua ampla aplicação [8]. Estas características incluem, <strong>de</strong>ntreoutras: alta resistência mecânica, flexibilida<strong>de</strong> frente a modificação química da suasuperfície e gran<strong>de</strong> área superficial, além <strong>de</strong> ser disponível comercialmente em váriosformatos, tamanhos e distribuição <strong>de</strong> partículas e tamanho <strong>de</strong> poros. Quanto a sua estrutura,a mesma já passou por exaustivos estu<strong>do</strong>s, daí o fato <strong>de</strong> estabelecer-se no texto apresenta<strong>do</strong>consi<strong>de</strong>rações sucintas, conforme explica-se no corpus textual a seguir [9-12].De forma resumida, a sílica é um sóli<strong>do</strong> inorgânico forma<strong>do</strong> por unida<strong>de</strong>stetraédricas, SiO 4 , presentes em sua estrutura interna [12], os quais são chama<strong>do</strong>s siloxanos(≡Si-O-Si≡). Na superfície, o átomo <strong>de</strong> silício ten<strong>de</strong> a manter seu número <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação(IV) e se liga a grupos hidroxilas, dan<strong>do</strong> origem então aos diferentes grupos silanóis (≡Si-OH) [13]. Ressalta-se aqui que os grupos siloxanos igualmente estão presentes nasuperfície embora, em menor concentração, conforme se observa na Figura 1.Figura 1. Representação <strong>do</strong>s grupos siloxanos (3) e <strong>do</strong>s diferentes tipos <strong>de</strong> grupos silanóis (1 e 2) dasuperfície da sílica [13,14]As fases estacionárias com base em sílica possuem alguns inconvenientes quepo<strong>de</strong>m limitar seu uso em separações cromatográficas [13]. Tais situações incluem <strong>do</strong>isaspectos: o primeiro <strong>de</strong>ve-se à heterogeneida<strong>de</strong> da superfície da sílica, isto é, a presença <strong>do</strong>sdiferentes silanóis, além <strong>de</strong> possíveis impurezas metálicas [15,16], as quais afetam <strong>de</strong>maneira in<strong>de</strong>sejável, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a interação silanofílica, o mecanismo <strong>de</strong> retenção [17]. Estes


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 5grupos, <strong>de</strong> caráter polar, po<strong>de</strong>m interagir fortemente com vários tipos <strong>de</strong> moléculas bioorgânicasou solutos básicos, e adsorvê-los <strong>de</strong> maneira irreversível, resultan<strong>do</strong> em restrição<strong>do</strong> transporte <strong>de</strong> massa, bloqueio <strong>do</strong>s sítios <strong>de</strong> interação normais e criação <strong>de</strong> novos sítiosnão específicos, diminuin<strong>do</strong> a eficiência cromatográfica po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ainda <strong>de</strong>teriorar o leito dacoluna [18].Outro aspecto <strong>de</strong>sfavorável quanto ao uso da sílica como suporte cromatográfico,está na instabilida<strong>de</strong> química da sua superfície, especialmente a altas temperaturas, e frentea fases móveis alcalinas (pH > 8). Neste caso, as fases alcalinas reagem lentamente com asuperfície da sílica dissolven<strong>do</strong>-a, causan<strong>do</strong> perda da fase cromatográfica e, em casosextremos, colapso <strong>do</strong> leito da coluna [19], e conseqüentemente, levar a alteração no fator <strong>de</strong>retenção, seletivida<strong>de</strong> e formato <strong>de</strong> pico, além <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r contaminar os componentes jásepara<strong>do</strong>s em cromatografia preparativa. A literatura recomenda que para fasesquimicamente ligadas baseadas em sílica, <strong>de</strong>vem ser utilizadas FM com o pH entre 2 e 8[19, 20].І.1.3 Suportes AlternativosOs suportes alternativos visam superar as <strong>de</strong>svantagens apresentadas pela sílica equase sempre se baseiam na substituição <strong>do</strong> suporte, ou modificação da própria superfícieda sílica.No primeiro caso (substituição <strong>do</strong> suporte), têm-se utiliza<strong>do</strong> fases estacionáriasbaseadas em polímeros semi-rígi<strong>do</strong>s, como o poliestireno-divinilbenzeno e outras resinasbaseadas em poliacrilatos, polímeros <strong>de</strong> poliéteres hidroxila<strong>do</strong>s ou polivinilálcool que,embora possuam estabilida<strong>de</strong> química sob larga faixa <strong>de</strong> pH, têm menor estabilida<strong>de</strong>mecânica que a sílica [21]. Outros suportes utiliza<strong>do</strong>s são os óxi<strong>do</strong>s inorgânicos <strong>de</strong> alumina(Al 2 O 3 ), zircônia (ZrO 2 ) e titânia (TiO 2 ), que apresentam estabilida<strong>de</strong> química em umafaixa mais ampla <strong>de</strong> pH <strong>do</strong> que a sílica nua [20, 22-27].Modificações da própria superfície da sílica têm gera<strong>do</strong> materiais mais estáveis eestes são prepara<strong>do</strong>s por redução drástica <strong>de</strong> impurezas inorgânicas por meio <strong>de</strong> tratamentoáci<strong>do</strong> [27, 28] ou modifican<strong>do</strong>-se a superfície <strong>do</strong> suporte, por reação química, adicionan<strong>do</strong>sena sua superfície átomos <strong>de</strong> um metal <strong>de</strong> transição, como zircônio ou titânio (Ti ou Zr).


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 6Ambos a zircônia e a titânia são óxi<strong>do</strong>s anfóteros e, portanto, insolúveis em meio alcalino.Além disso, são estáveis em meio áci<strong>do</strong>, pH< 1 [23].І.1.4 O Material Sílica-ZircôniaDurante os últimos anos, materiais conten<strong>do</strong> zircônio vêm receben<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>rávelatenção. O gran<strong>de</strong> interesse neste material dá-se <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> seu uso emcatálise, seja para processo catalítico <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação, seja para reações <strong>de</strong> troca <strong>de</strong>hidrogênio. Infelizmente, a zircônia possui baixa área superficial, < 50m 2 /g, alem <strong>de</strong> sermais caro que os <strong>de</strong>mais óxi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> metais <strong>de</strong> transição clássicos [29].A proposta <strong>de</strong> se utilizar sílica com zircônio como material <strong>de</strong> suporte na preparação<strong>de</strong> fase estacionária origina-se da tentativa <strong>de</strong> superar as <strong>de</strong>svantagens apresentadas pelasílica, e aliar as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sejáveis <strong>do</strong> zircônio com as da sílica.Alguns grupos <strong>de</strong> pesquisa <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Química da <strong>Unicamp</strong> e <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> entreeles, o LabCrom (Laboratório <strong>de</strong> Pesquisas em Cromatografia Líquida), vêm realizan<strong>do</strong>experimentos, assim como <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> meto<strong>do</strong>logias a fim <strong>de</strong> uma modificação dasuperfície da sílica com óxi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> metais <strong>de</strong> transição para várias finalida<strong>de</strong>s incluin<strong>do</strong> asua utilização como suporte cromatográfico. Dentre estes, está a sílica modificada com ozircônio [30-42].Em um trabalho realiza<strong>do</strong> no LabCrom, o PMOS foi imobiliza<strong>do</strong> por radiação gamasobre suporte <strong>de</strong> sílica titanizada, resultan<strong>do</strong> numa fase altamente resistente a passagem <strong>de</strong>5000 volumes <strong>de</strong> colunas <strong>de</strong> fases móveis neutras (MeOH:H 2 O, 70:30 (v/v)) e alcalinas(tampão NH4 + (0,03 mol L -1 )/NH 3 (0,17 mol L -1 ), pH 10: MeOH: H 2 O (70:30 (v/v))) [39].As fases baseadas em sílica zirconizada apresentaram <strong>de</strong>sempenho satisfatório também naseparação <strong>de</strong> compostos básicos [38].O óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio (lV) é um material anfótero [42] e tal proprieda<strong>de</strong> tem si<strong>do</strong>utilizada para a pré-concentração <strong>de</strong> cromo, como relata<strong>do</strong> por Peixoto [43].O material sílica zirconizada foi utiliza<strong>do</strong> por Otha [44] em 2001, a fim <strong>de</strong><strong>de</strong>monstrar a aplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste suporte como fase estacionária para separar vários áci<strong>do</strong>sbenzenocarboxilicos e fenol.Uma avaliação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polímero adsorvi<strong>do</strong> na superfície <strong>de</strong> sílicamodificada com óxi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> alumínio, zircônio, magnésio e titânio foi realiza<strong>do</strong> por Chicz et


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 7al. colabora<strong>do</strong>res [45]. Foi relata<strong>do</strong> que a química <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> átomo incorpora<strong>do</strong>na superfície da sílica influencia a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polímero adsorvi<strong>do</strong>. Observou-se tambémque os óxi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> titânia, alumina e zircônia conferem uma maior estabilida<strong>de</strong> química à FE.Estes trabalhos abriram caminhos para pesquisas sobre o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> fasesestacionárias utilizan<strong>do</strong> como suporte a sílica titanizada e zirconizada recobertos comoutros polímeros, como o polibutadieno, bem como a abordagem da variação da técnica <strong>de</strong>imobilização <strong>do</strong>s polímeros sobre o suporte. Os principais méto<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s para aimobilização <strong>de</strong> fases líquidas são o tratamento térmico e a irradiação por raios gama. NoLabCrom a radiação microondas, muito utilizada em química analítica [36], foi introduzidacomo um méto<strong>do</strong> alternativo <strong>de</strong> imobilização <strong>de</strong> fases [38].І.1.5 Polímeros sobre o Suporte Cromatográfico <strong>de</strong> SílicaPor mais <strong>de</strong> 30 anos, a sílica tem si<strong>do</strong> o material preferi<strong>do</strong> para preparação <strong>de</strong>recheios cromatográficos. Isto, conforme já menciona<strong>do</strong>, ocorre porque tal substância estádisponível em ampla faixa <strong>de</strong> tamanhos <strong>de</strong> partículas e com diferentes tamanhos edistribuição <strong>de</strong> poros, além <strong>de</strong> apresentar excelente estabilida<strong>de</strong> e resistência mecânica.Desta forma, é estável às altas pressões requeridas na CLAE. Além disso, po<strong>de</strong> serfacilmente modificada para produzir diferentes proprieda<strong>de</strong>s cromatográficas. Qualida<strong>de</strong>sassim explicam o amplo uso da sílica em CLAE. Entretanto, como já menciona<strong>do</strong>, a sílicatambém apresenta alguns sérios inconvenientes quan<strong>do</strong> usada no processo <strong>de</strong> separações. Aestabilida<strong>de</strong> química <strong>do</strong> esqueleto da sílica, frente a fases móveis agressivas, alcalinas, érestrita efases estacionárias baseadas em sílica não <strong>de</strong>vem ser utilizadas a pH maiores que8, nem em pH menores que 2, uma vez que as ligações Si-C produzi<strong>do</strong> na sua modificaçãopo<strong>de</strong>m ser facilmente hidrolisadas [20]. Fases quimicamente ligadas, por exemplo, a sílicamodificada com grupos alquila aumentam apenas um pouco a resistência da sílica frente aestas fases móveis agressivas, visto que nem to<strong>do</strong>s os silanóis são modifica<strong>do</strong>s, e estesficam disponíveis para interagirem <strong>de</strong> maneira in<strong>de</strong>sejada com os solutos a serem separa<strong>do</strong>se a FM [6].A excelente estabilida<strong>de</strong> mecânica da sílica po<strong>de</strong> ser combinada com a nãoreativida<strong>de</strong> química, e seletivida<strong>de</strong> única das resinas orgânicas por imobilização <strong>de</strong> umpolímero na matriz sílica, forman<strong>do</strong> um material compósito polímero-sílica. A seletivida<strong>de</strong>


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 8<strong>do</strong> material produzi<strong>do</strong> po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as funcionalida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s polímerosagrega<strong>do</strong>s na nova fase estacionária, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, assim, serem usa<strong>do</strong>s em CLAE a fim <strong>de</strong>separar uma ampla faixa <strong>de</strong> diferentes solutos. Apresentam ainda uma melhor blindagem<strong>do</strong>s silanóis, quan<strong>do</strong> comparadas com as sílicas modificadas, ou enxertadas com metais <strong>de</strong>transição. Protegem o esqueleto da sílica contra ataques <strong>de</strong> FM agressivas, além <strong>do</strong> fato <strong>de</strong>que a resistência mecânica <strong>do</strong> material compósito é semelhante àquelas da sílica pura, ouseja, não modificada.І.1.5.1 Efeito da Sílica na Preparação e Proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Material Polímero-SílicaO mo<strong>do</strong> pelo qual ocorre a incorporação <strong>do</strong> polímero sobre o suporte sóli<strong>do</strong> é peloprocesso <strong>de</strong> adsorção.Conceitua-se adsorção como sen<strong>do</strong> a incorporação <strong>de</strong> uma substância à superfície<strong>de</strong> outra. Trata-se <strong>de</strong> um resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> interações favoráveis entre o sóli<strong>do</strong> adsorvente e asespécies <strong>de</strong> soluto (adsorbato). Interações <strong>do</strong>s tipos atração eletrostática ligação covalente eligação <strong>de</strong> hidrogênio, entre outras, po<strong>de</strong>m contribuir para a adsorção ou <strong>de</strong>ssorção [46].Quan<strong>do</strong> há uma mudança na concentração <strong>do</strong> adsorbato, e moléculas <strong>de</strong>ste se acumulam nasuperfície <strong>do</strong> adsorvente, é dito que ocorreu adsorção. O processo inverso é chama<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>ssorção [46, 47].A adsorção <strong>de</strong> polímero em superfície sólida é muito utilizada em aplicações taiscomo: dispersão <strong>de</strong> partículas, processos <strong>de</strong> floculação e estabilizações <strong>de</strong> processoscoloidais, modifican<strong>do</strong> as interações entre as superfícies. Polímeros po<strong>de</strong>m também, serutiliza<strong>do</strong> como mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> promover a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> partículas sobre um sóli<strong>do</strong>, pré-tratan<strong>do</strong>,<strong>de</strong>ssa forma, a superfície macroscópica <strong>do</strong> sóli<strong>do</strong> [48].A imobilização <strong>de</strong> polímeros sobre sílicas constitui-se um processo complexo,influencia<strong>do</strong> pelas contribuições <strong>do</strong>s diferentes tipos <strong>de</strong> interações <strong>de</strong> adsorção, das ligaçõesdas macromoléculas na superfície da sílica, ou da insolubilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> polímero imobiliza<strong>do</strong>nos eluentes utiliza<strong>do</strong>s. Não apenas as proprieda<strong>de</strong>s cromatográficas <strong>do</strong> material polímerosílica,mas também os processos <strong>de</strong> imobilização por si só são influencia<strong>do</strong>s pelasproprieda<strong>de</strong>s da matriz sílica. Assim, a escolha <strong>do</strong> suporte <strong>de</strong> sílica apropria<strong>do</strong> é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>importância para a preparação <strong>de</strong> uma fase estacionária [6].


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 9Proprieda<strong>de</strong>s químicas e proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sorção (física) da sílica não modificada<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m principalmente da concentração <strong>do</strong>s grupos silanóis da superfície, os quais sãoconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s os responsáveis pela forte adsorção. Uma quantida<strong>de</strong> apreciável <strong>de</strong> grupossilanóis permanece sem reagir durante a modificação química da sílica (modificação), eassim sílicas modificadas com ligantes <strong>de</strong> baixa massa molar freqüentemente apresentaminterações silanofílicas. A explicação para esta ocorrência <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> que ligantes<strong>de</strong> baixa massa molar não bloqueiam <strong>de</strong> maneira efetiva os grupos silanóis. Uma proteçãomais efetiva po<strong>de</strong> ser alcançada através da imobilização <strong>de</strong> macromoléculas.Evi<strong>de</strong>ntemente, a camada <strong>de</strong> polímero <strong>de</strong>ve ser homogênea e, se possível, impermeável aossolutos. Uma outra maneira <strong>de</strong> se alcançar tal situação está em suprimir as interaçõesin<strong>de</strong>sejáveis pela modificação (silanização) antes da imobilização, ou por imobilização <strong>de</strong>polímeros que possuem grupos carrega<strong>do</strong>s positivamente para que compensem os efeitos <strong>de</strong>troca catiônica exercida pelos grupos silanóis.A química da superfície da sílica também influencia <strong>de</strong> maneira significativa oprocesso <strong>de</strong> imobilização. Os grupos silanóis po<strong>de</strong>m atuar como âncora para ligaçõescovalentes <strong>do</strong>s polímeros <strong>de</strong> baixa massa molar, ou substâncias que possuam umgrupamento funcional apropria<strong>do</strong>. Os polímeros po<strong>de</strong>m estar liga<strong>do</strong>s diretamente àsuperfície da sílica via ligação com os grupos silanóis.Quan<strong>do</strong> um polímero não reage com os grupos silanóis, ou mesmo quan<strong>do</strong> aestabilida<strong>de</strong> química da ligação criada é insuficiente, grupos reativos apropria<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem serintroduzi<strong>do</strong>s na sílica para promover a ligação da camada <strong>de</strong> polímero.Muitas proprieda<strong>de</strong>s cromatográficas <strong>do</strong>s materiais <strong>de</strong> recheio para CLAE tais comoeficiência e proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fluxo, são influenciadas pela geometria das partículas <strong>do</strong>suporte. O tamanho das partículas <strong>de</strong> adsorvente, seu formato e distribuição <strong>de</strong> tamanho <strong>de</strong>partículas permanecem praticamente imutáveis durante o processo <strong>de</strong> modificação compolímeros orgânicos. A estrutura <strong>de</strong> poro da sílica <strong>de</strong>termina <strong>de</strong> maneira prepon<strong>de</strong>rante apossibilida<strong>de</strong> da imobilização e as proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> compósito resultante. Sílicas nãoporosas são utilizadas para preparação <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> material pelicular, que possui apenasuma fina camada <strong>de</strong> polímero semipermeável na superfície externa <strong>de</strong> um núcelo sóli<strong>do</strong> <strong>de</strong>sílica. Entretanto, sílica porosa ainda é o material preferi<strong>do</strong>. Suportes macroporosos são


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 10utiliza<strong>do</strong>s para a imobilização <strong>de</strong> moléculas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> massa molar. Estes suportesconseguem evitar o bloqueio <strong>do</strong>s poros, os quais po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>teriorar a eficiência da coluna.Contu<strong>do</strong>, se a sílica for apropriadamente modificada pelo polímero a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, a taxa<strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> massa não será diminuída substancialmente, resultan<strong>do</strong> em uma faseestacionária que apresentará uma alta eficiência. Os polímeros também po<strong>de</strong>m sersintetiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s poros da sílica, utilizan<strong>do</strong>-se monômeros apropria<strong>do</strong>s. Em certostipos <strong>de</strong> imobilização <strong>de</strong> polímeros ou por alguma aplicação específica, tais comocromatografia por permeação em gel, um gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> poro faz-se necessário e adistribuição <strong>do</strong> mesmo constituí-se em um parâmetro que <strong>de</strong>ve ser otimiza<strong>do</strong>, salientan<strong>do</strong>seainda que, para o processo <strong>de</strong> imobilização o formato <strong>do</strong> poro também ocupa um lugar<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque. Por exemplo, nos poros com formato <strong>de</strong> “garrafa”, o espaço interno seráocupa<strong>do</strong> por moléculas. Muitas dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> imobilização <strong>de</strong> polímeros po<strong>de</strong>m dar-se<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao formato <strong>do</strong>s poros. A superfície específica <strong>do</strong> material compósito geralmente émenor <strong>do</strong> que aquela <strong>do</strong> material <strong>de</strong> partida, provavelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao entupimento <strong>do</strong>sporos menores pelas moléculas <strong>de</strong> polímeros. A diferença na área específica <strong>do</strong> material <strong>de</strong>partida e <strong>do</strong> material compósito po<strong>de</strong> ser pequena, se escolhi<strong>do</strong>s os polímeros e o material<strong>de</strong> partida apropria<strong>do</strong> (massa molar <strong>do</strong>s polímeros e diâmetro e volume <strong>de</strong> poro).І.1.5.2 Polímeros <strong>de</strong> polarida<strong>de</strong>s intermediáriasA busca por fases estacionárias capazes <strong>de</strong> realizar separações cromatográficas <strong>de</strong>compostos <strong>de</strong> caráter básico como fármacos, por exemplo, é uma constante nos laboratórios<strong>de</strong> pesquisas. O reflexo disso po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhos publica<strong>do</strong>s emrevistas especializadas [49-52]. Para <strong>de</strong>mais publicações consultar a base Web of Science,pesquisan<strong>do</strong> com palavras chaves HPLC and basic compound.Os escopos <strong>de</strong>stes trabalhos concentram-se na introdução <strong>de</strong> grupos polares nasfases apolares, comumente utilizadas para CLAE-FR, ou na mistura <strong>de</strong> polímeros compolarida<strong>de</strong>s diferentes, na tentativa <strong>de</strong> se conseguir polarida<strong>de</strong>s intermediárias, ou aindarealizar o processo <strong>de</strong> capeamento utilizan<strong>do</strong> ca<strong>de</strong>ias curtas <strong>de</strong> alquilsilanos.Segun<strong>do</strong> John e colabora<strong>do</strong>res [53] uma maneira alternativa <strong>de</strong> conseguir aseparações cromatográficas <strong>de</strong> compostos básicos é a utilização <strong>de</strong> sílicas altamente puras


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 11recobertas com polímeros e posteriormente sujeitan<strong>do</strong> a ao capeamento com ca<strong>de</strong>ias curtas<strong>de</strong> alquilsilanos, e, soman<strong>do</strong> a isto, a introdução <strong>de</strong> grupo polar na superfície <strong>do</strong> suporte.Estes pesquisa<strong>do</strong>res <strong>de</strong>senvolveram uma fase octilcarbamato com proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>separação interessantes. A este grupo polar foi atribuí<strong>do</strong> o motivo pelo qual houve umaredução na interação silanofílica entre os silanóis e os analitos e, conseqüentemente, umaredução no tempo <strong>de</strong> retenção <strong>do</strong>s compostos básicos [53,54].Layane [55] caracterizou e comparou o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> fases estacionáriasconvencionais e embuti<strong>do</strong>s com grupos polares e ainda fases capeadas com grupamentospolares, todas usadas em CLAE-FR, para separação <strong>de</strong> compostos oriun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> indústriasfarmacêuticas, biomédicas e <strong>de</strong> biotecnologia. A fim <strong>de</strong> realizar o trabalho foi seleciona<strong>do</strong>um conjunto <strong>de</strong> analitos semelhantes àqueles provenientes das indústrias. Como conclusão,as fases capeadas com grupos polares apresentam hidrofobicida<strong>de</strong> e retenção similar àsfases estacionárias C18, contu<strong>do</strong>, expressam alta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ligação <strong>de</strong> hidrogênio eativida<strong>de</strong> silanofílica. Quanto às fases com grupos polares embuti<strong>do</strong>s, apresentam umcomportamento oposto, quan<strong>do</strong> comparadas com as fases C18 recobertas com grupospolares. Um outro aspecto interessante apresenta<strong>do</strong> pelas fases embuti<strong>do</strong>s com grupospolares é a significante interação iônica e dipolar responsável pela retenção <strong>do</strong>s analitos <strong>de</strong>caráter básico e áci<strong>do</strong> [55].І.1.6 Avaliação CromatográficaAs colunas novas necessitam <strong>de</strong> um controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para assegurar que asmesmas apresentem um padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejável. Os testes <strong>de</strong> rotina são simples erequerem apenas um cromatograma com eluição isocrático, como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong>através da Figura 2, <strong>do</strong> qual são obti<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> uma mistura padrão <strong>de</strong>compostos com polarida<strong>de</strong>, basicida<strong>de</strong> e aci<strong>de</strong>z variada. São calcula<strong>do</strong>s os parâmetros <strong>de</strong>fator <strong>de</strong> retenção (k), eficiência (N), altura <strong>do</strong> prato reduzida (h), fator <strong>de</strong> assimetria (As)fator <strong>de</strong> separação (α) e resolução (Rs). Todas as medidas na Figura 2 estão em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>tempo enquanto L (comprimento da coluna) e dp (diâmetro da partícula) estão ambos emcm ou mm.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 16a FE. Este está subdividi<strong>do</strong> em C M e CS, em que C M é a transferência <strong>de</strong> massa na FM e C Sa transferência <strong>de</strong> massa na FE. Para minimizar o termo C, o i<strong>de</strong>al é que a espessura da faseestacionária que recobre o suporte seja a menor possível.O gráfico <strong>de</strong> H vs µ fornece uma curva como a Figura 4, que é conhecida comocurva <strong>de</strong> van Deemter. Esta curva <strong>de</strong>monstra a existência <strong>de</strong> uma vazão ótima que estádiretamente relacionada com a velocida<strong>de</strong> linear ótima (µótima), na qual H terá um valormínimo, e correspon<strong>de</strong> ao valor máximo <strong>de</strong> eficiência da coluna. Na prática, esta é amaneira <strong>de</strong> selecionar a vazão ótima para uma corrida cromatográfica.Figura 4-Determinação da velocida<strong>de</strong> ótima por van Deemter [62]A completa avaliação <strong>de</strong> uma coluna cromatográfica passa pela análise <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s osparâmetros cita<strong>do</strong>s, com cuida<strong>do</strong> para que haja coerência entre os parâmetros calcula<strong>do</strong>s e ocomposto em questão. Deve-se ainda, escolher compostos, que caracterizem asproprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resolução, retenção, <strong>de</strong> seletivida<strong>de</strong>, hidrofobicida<strong>de</strong> e interaçãosilanofilica, <strong>de</strong>ntre outras. Para que to<strong>do</strong>s os parâmetros cita<strong>do</strong>s sejam consegui<strong>do</strong>s, faz seentão uma seleção <strong>de</strong> solutos que atuarão como analitos testes, os quais farão parte <strong>de</strong> umamistura <strong>de</strong>nominada mistura teste.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 17І.1.6.2 Mistura TesteOs parâmetros acima <strong>de</strong>scritos são obti<strong>do</strong>s por meio <strong>de</strong> testes que são realiza<strong>do</strong>sutilizan<strong>do</strong> um grupo <strong>de</strong> solutos a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s. Estas medidas são comumente realizadas pormeio <strong>de</strong> misturas teste.Não existe um único teste capaz <strong>de</strong> avaliar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os tipos <strong>de</strong>recheios cromatográficos, e sim um conjunto <strong>de</strong>les. A natureza química <strong>do</strong> recheio rege otipo <strong>de</strong> analitos (mistura teste) e a fase móvel para a execução <strong>do</strong>s testes.De maneira geral, os solutos testes <strong>de</strong>vem possuir baixa massa molar, a fim <strong>de</strong>proporcionar uma rápida difusão pelo leito estacionário <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ssa forma, possibilitarum estu<strong>do</strong> cinético e termodinâmico da coluna. Esta mistura <strong>de</strong>ve ainda possibilitar a<strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> volume morto e ao menos <strong>do</strong>is componentes da mistura necessitam ter ovalor <strong>de</strong> k entre 2 e 10. Todas as medidas <strong>de</strong>vem ser executadas com uma fase móvel <strong>de</strong>composição simples, <strong>de</strong> baixa viscosida<strong>de</strong> e sobre condições isocráticas, e por fim, éconveniente utilizar misturas <strong>de</strong> compostos que absorvam no mesmo comprimento <strong>de</strong> onda.Embora existam ainda muitas controvérsias a respeito <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logiaanalítica a se utilizar para avaliação das proprieda<strong>de</strong>s relevantes <strong>do</strong>s recheioscromatográficos e, conseqüentemente, da qualida<strong>de</strong> da coluna [5, 63, 64] existem algumasdiretrizes que foram seguidas por laboratórios <strong>de</strong> pesquisa acadêmica que foram a<strong>do</strong>tadaspara este trabalho. Trata-se da seleção <strong>de</strong> compostos que possibilitem a avaliação <strong>de</strong> <strong>do</strong>isparâmetros importantes para <strong>de</strong>terminação da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> recheio cromatográfico: ahidrofobicida<strong>de</strong> e a ativida<strong>de</strong> silanofílica [64].Foi realizada uma avaliação quantitativa da ativida<strong>de</strong> silanofílica e hidrofobicida<strong>de</strong>,pois os grupos silanóis remanescentes na superfície, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à incompleta modificação,<strong>de</strong>sempenham uma importante função no mecanismo <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> compostos <strong>de</strong> caráterbásico, os quais exibem uma forte interação silanofílica e hidrofílica. A meto<strong>do</strong>logia a serutilizada é a <strong>de</strong>senvolvidano LABCROM [64], com alguma modificação, na qual foiutilizada uma mistura <strong>de</strong> compostos básicos, neutros e áci<strong>do</strong>s para medir a hidrofobicida<strong>de</strong>e ativida<strong>de</strong> silanofílica, <strong>de</strong>ntre outras.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 18І.1.7 Cromatografia <strong>de</strong> exclusãoA cromatografia <strong>de</strong> exclusão (CE) é a modalida<strong>de</strong> cromatográfica na qual o perfil<strong>de</strong> eluição é uma distribuição da massa molar <strong>do</strong>s analitos a serem separa<strong>do</strong>s [65], isto é, osanalitos <strong>de</strong> maior massa molar são os primeiros a serem eluí<strong>do</strong>s, conforme Figura 5.Figura 5. Representação esquemática <strong>de</strong> um cromatograma por exclusão [65]Po<strong>de</strong>-se afirmar que a separação ocorre <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos diferentes tamanhos <strong>de</strong> poros da faseestacionária e <strong>do</strong>s tamanhos das moléculas a serem separadas. De maneira bemsimplificada, po<strong>de</strong>-se dizer que as moléculas gran<strong>de</strong>s não entram nos poros menores e sãoeluídas rapidamente da coluna. Já as moléculas pequenas, penetram em quase to<strong>do</strong>s poros e<strong>de</strong>moram algum tempo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>les, assim sua eluição é mais <strong>de</strong>morada (Figura 6).Figura 6. Mecanismo <strong>de</strong> uma separação hipotética por exclusão [65].


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 19A Figura 7constitui uma alusão as diferentes velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> separação e ocromatograma resultante.TempoFigura 7. Uma alusão as diferentes velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> separação e o cromatograma obti<strong>do</strong> [65].


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 20Capítulo IIMéto<strong>do</strong>s Físicos <strong>de</strong> Caracterização <strong>de</strong> SuportesCromatográficos e Fases Estacionárias


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 21Capítulo II Méto<strong>do</strong>s físicos <strong>de</strong> caracterização <strong>de</strong> SuportesCromatográficos e Fases EstacionáriasII.1. Tamanho <strong>de</strong> Partícula, Área Superficial, Volume <strong>de</strong> Poro.Há uma gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se medir o tamanho, área superficial, volume daspartículas <strong>de</strong> dimensões reduzidas. Uma complicação maior surge ao se avaliar a estrutura<strong>de</strong> poro. Se todas as partículas possuíssem formas regulares, a medida <strong>de</strong> suas dimensõesnão seria tão trabalhosa. Infelizmente, a maior parte <strong>de</strong>las são irregulares, e até a <strong>de</strong>finição“tamanho” trata-se <strong>de</strong> uma convenção arbitrária e simplista. Além disso, cada conjunto <strong>de</strong>partículas contém espécies <strong>de</strong> diferentes tamanhos. Assim, na <strong>de</strong>finição prática <strong>de</strong> tamanho<strong>de</strong> partícula, esta <strong>de</strong>ve permitir que um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> partículas seja medi<strong>do</strong> em umtempo relativamente curto [66].Partículas <strong>de</strong> várias procedências possuem, ou po<strong>de</strong>m adquirir <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> certotempo, fraturas, cavida<strong>de</strong>s e buracos ao longo <strong>do</strong> grão, os quais são chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> poros.Estes possuem ainda a tendência <strong>de</strong> se juntarem forman<strong>do</strong> agrega<strong>do</strong>s, originan<strong>do</strong> estruturassecundárias maiores, apresentan<strong>do</strong> assim uma nova estrutura <strong>de</strong> poro. Estes poros po<strong>de</strong>mexibir interconectivida<strong>de</strong> e uma gran<strong>de</strong> tortuosida<strong>de</strong> [66].Existe uma relação inversa entre o tamanho <strong>de</strong> partícula e a área superficial. Comoexemplo, tome um cubo <strong>de</strong> 1,0 cm <strong>de</strong> aresta, ten<strong>do</strong> como área <strong>de</strong> superfície 6 cm 2 . Caso sedivida a aresta <strong>de</strong>ste cubo <strong>de</strong> tal forma que sua borda tenha 0.1 cm, sua área agora será 60cm2. Porém, as partículas são fragmentadas em outras menores com uma faixa muitogran<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> formas e tamanhos. Na verda<strong>de</strong>, em escala micro, estasapresentam não só regiões planares, mas também po<strong>de</strong>m encontrar distorções nos vérticesalém <strong>de</strong> fraturas. Isto implica que a relação <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> já está aquém <strong>do</strong> valorreal da área <strong>de</strong> superfície das partículas, assumin<strong>do</strong> as mesmas qualquer forma geométrica[66].As proprieda<strong>de</strong>s cromatográficas das fases estacionárias são influenciadas pela áreasuperficial, volume e estrutura <strong>de</strong> poro das partículas constituintes <strong>do</strong> leito cromatográfico.Por exemplo, a taxa <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> massa das moléculas <strong>do</strong> soluto entre a FE e a FM écontrolada principalmente pela sua difusão na FE na superfície <strong>do</strong>s poros das partículas.Desta forma, um estu<strong>do</strong> das proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> superfície e das estruturas <strong>de</strong> poros daspartículas é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância na compreensão <strong>do</strong>s fatores envolvi<strong>do</strong>s na separação


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 22cromatográfica [67]. Um mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> avaliar as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> superfície e <strong>de</strong> poros é pelasorção <strong>de</strong> nitrogênio a 77 K.II.1.1 Medidas <strong>de</strong> Área Superficial e Volume e Estrutura <strong>de</strong> PoroOs átomos estão presentes na superfície <strong>do</strong>s materiais e, em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> materiais<strong>de</strong> dimensões reduzidas e porosas, como, por exemplo, sílica, estes faz com que o materialapresente proprieda<strong>de</strong>s distintas daquelas <strong>do</strong> material estan<strong>do</strong> este em escala macroscópica.A adsorção <strong>de</strong> gases nas superfícies e nos poros <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s <strong>de</strong> dimensões reduzidas éutilizada para se obter valores <strong>de</strong> área superficial e volume e estrutura <strong>de</strong> poro, embora sejaum fenômeno complexo, o qual envolve variações <strong>de</strong> massa, energia e até mudanças <strong>de</strong>fases [66, 67]. Há uma quantida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> teorias para explicar e quantificar osfenômenos <strong>de</strong> superfície, <strong>de</strong>ntre elas, a adsorção <strong>de</strong> gases em interface sólidas [67].Sabe-se que tal efeito aumenta com a diminuição da temperatura, isto é, o processoé exotérmico. A cinética e a termodinâmica <strong>do</strong> processo já foi extensivamente estudada.Assim, quan<strong>do</strong> a área superficial e a estrutura <strong>de</strong> poro são os objetos <strong>de</strong> interesse,primeiramente se estabelece o que é conheci<strong>do</strong> como isotermas <strong>de</strong> adsorção ou <strong>de</strong>ssorção.De maneira bastante simplista, trata-se da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás n adsorvi<strong>do</strong> ou libera<strong>do</strong> àtemperatura constante T por uma superfície, estan<strong>do</strong> esta inicialmente isenta <strong>de</strong> qualquergás ou vapor, como função da pressão P. Por convenção a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás adsorvi<strong>do</strong> éexpressa como seu volume nas condições padrão <strong>de</strong> temperatura e pressão ((273,15 K e101,3 kPa), sen<strong>do</strong> a última expressa como pressão relativa a qual é a pressão P total <strong>do</strong> gásdividi<strong>do</strong> pela pressão <strong>de</strong> vapor <strong>do</strong> gás adsorvi<strong>do</strong> na temperatura <strong>do</strong> experimento, P 0 .Segun<strong>do</strong> a IUPAC, as isotermas (Figura 8) po<strong>de</strong>m ser classificadas em seis tiposdiferentes [72].


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 23Figura 8 Isotermas padrão segun<strong>do</strong> a IUPAC [75]A isoterma <strong>do</strong> tipo 1 é característica <strong>de</strong> materiais com volumes <strong>de</strong> porosextremamente reduzi<strong>do</strong>s, quanto aos <strong>do</strong>s tipos 2 e 4, são produzidas por materiais ou nãoporosos, ou com poros relativamente gran<strong>de</strong>s. Quanto aos <strong>do</strong> tipo 3 e 5, estes surgemquan<strong>do</strong> as moléculas <strong>do</strong> gás adsorptivo possuem maior afinida<strong>de</strong> entre si <strong>do</strong> que pelomaterial adsorvente, e por fim, a isoterma <strong>do</strong> tipo 6 é característica <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s não porosos,possuin<strong>do</strong> uma superfície completamente uniforme. Como é <strong>de</strong> interesse prático para estetrabalho, as isotermas, 2 e 4 serão aqui discutidas em maiores <strong>de</strong>talhes.Em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> material não poroso ou com poros gran<strong>de</strong>s, a isoterma <strong>do</strong> tipo 2,Figura 8 é representativa para este material. A mesma possui um perfil que aumentarapidamente a baixas pressões relativas e, em seguida, há um aumento suave e gradual <strong>do</strong>volume (V a ). Tal inclinação aumenta <strong>de</strong> súbito, a partir da situação em que a pressãorelativa se aproxima <strong>de</strong> 1. O aumento inicial <strong>de</strong> V a dá-se <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a uma interação dasmoléculas <strong>do</strong> gás adsorptivo com as regiões <strong>de</strong> maior energia no sóli<strong>do</strong> e, em seguida comas <strong>de</strong> menor energia. Conforme estas regiões vão sen<strong>do</strong> preenchidas, a inclinação da curvadiminui. Do meio da curva em diante, as moléculas começam <strong>de</strong>positar-se sobre aquelas


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 24que já estão a<strong>de</strong>ridas à superfície, forman<strong>do</strong> uma segunda camada. O aumento súbito nofinal da curva ocorre <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à con<strong>de</strong>nsação <strong>do</strong> gás. A informação <strong>do</strong> tamanho da área daspartículas resi<strong>de</strong> na parte inicial da curva, isto é, on<strong>de</strong> ocorre a formação da primeiracamada <strong>de</strong> gás adsorvi<strong>do</strong>.A isoterma <strong>do</strong> tipo 4 (Figura 8) possui, em geral, a mesma forma daquela <strong>do</strong> tipo 2,sen<strong>do</strong> diferenciada em <strong>do</strong>is aspectos. O primeiro é que nesta há um aumento maior nainclinação da curva a pressões relativas baixas. Quanto ao segun<strong>do</strong>, este resi<strong>de</strong> no fato <strong>de</strong>ocorrer um “hysteresis loop” no início da <strong>de</strong>sorção. Tal comportamento é típico <strong>de</strong>materiais macroporosos e mesoporosos, isto é, aqueles que possuem poros com aberturasmaiores que 50 nm e 20 nm respectivamente. Usualmente, tais poros possuem aberturaslargas e po<strong>de</strong>m estar interconecta<strong>do</strong>s uns aos outros [66, 68].As moléculas <strong>do</strong> gás experimentam uma força atrativa maior exercida pelas pare<strong>de</strong>s<strong>do</strong>s mesoporos. A ação <strong>de</strong>stas forças provoca a con<strong>de</strong>nsação <strong>do</strong> gás nos mesoporos mesmosob baixas pressões relativas. Quanto mais aberto for o “esteresis loop”, maior será adiferença entre o processo <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação e o processo <strong>de</strong> evaporação. É importanteobservar que, se o “hysteresis loop”, estiver mais próxima da saturação, isto indica que aforma <strong>do</strong> poro se assemelha a uma garrafa, isto é, mais largo na base e estreito no topo.A isoterma <strong>de</strong> adsorção tipo 1 (Figura 8) para matérias microporos é completamentediferente daquelas até então discutida, isto se dá <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao fato <strong>de</strong> que há umaextraordinária capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adsorção revelada pela isoterma uma vez que, há um aumentobrusco e acentua<strong>do</strong> <strong>do</strong> volume Va no início da curva, chegan<strong>do</strong> a parecer que esta é verticalsob baixas pressões parciais. O perfil seguinte apresenta uma diminuição significativa dataxa <strong>de</strong> adsorção e, posteriormente, a con<strong>de</strong>nsação <strong>do</strong> gás.A <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>s volumes <strong>de</strong> poro po<strong>de</strong> ser conseguida em função <strong>do</strong> diâmetro<strong>de</strong> poro a partir da pressão relativa nas quais os poros são preenchi<strong>do</strong>s com líqui<strong>do</strong>proveniente da con<strong>de</strong>nsação <strong>do</strong> gás <strong>de</strong> análise. O processo inverso, ou seja, a evaporação <strong>do</strong>líqui<strong>do</strong> conti<strong>do</strong> no poro, também po<strong>de</strong> ser utilizada.Sóli<strong>do</strong>s mesoporosos dão origem a isotermas <strong>do</strong> tipo 4 (Figura 8), on<strong>de</strong> a estereseestá relacionada com diferenças entre os processos <strong>de</strong> adsorção e <strong>de</strong>sorção, como já ditoanteriormente. Esse comportamento está associa<strong>do</strong> ao fenômeno <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação capilar,que justifica o aumento da adsorção em sóli<strong>do</strong>s mesoporosos quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s a sóli<strong>do</strong>s


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 27II.2 Méto<strong>do</strong>s espectroscópicosNesta secção serão abordadas <strong>de</strong> maneira sucinta as técnicas físicas e químicasutilizadas para a <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong>s suportes cromatográficos e das fases estacionárias. Osprimeiros parágrafos <strong>de</strong>screvem os méto<strong>do</strong>s mais usuais segui<strong>do</strong> das técnicasespectroscópicas, não tão usuais, que foram utilizadas para a caracterização <strong>do</strong> suportecromatográfico bem como a fase estacionária.Existem diversas técnicas para caracterização <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s inorgânicos com o objetivo<strong>de</strong> obter informações estruturais, morfológicas e texturais <strong>de</strong> materiais inorgânicos. Entre asmais comuns, citam-se as <strong>de</strong>terminações <strong>do</strong> tamanho da partícula, a área superficial, o seuvolume <strong>de</strong> poro e até informações sobre a estrutura <strong>de</strong> poro. Para o estu<strong>do</strong> envolven<strong>do</strong> ointerior ou “bulk” das amostras po<strong>de</strong>m ser citadas as espectroscopias no infravermelho eRaman [73,74], empregadas na investigação estrutural <strong>de</strong>sses materiais e a espectroscopia<strong>de</strong> ressonância paramagnética eletrônica (Electron Paramagnetic Resonance, EPR)utilizada para obter informações eletrônicas e estruturais <strong>de</strong> espécies paramagnéticas [75],sen<strong>do</strong> por isso uma técnica bastante seletiva.Dentre as outras técnicas, cita-se a espectroscopia <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> raios-X (X-RayAbsorption Spectroscopy, XAS), composta por XANES, X-Ray Absorption Near EdgeStructure, que permite obter informações sobre o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> oxidação <strong>do</strong> átomofotoabsorve<strong>do</strong>r o arranjo espacial <strong>do</strong>s átomos da sua vizinhança e a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esta<strong>do</strong>s<strong>de</strong>socupa<strong>do</strong>s referente ao átomo fotoabsorve<strong>do</strong>r estuda<strong>do</strong> [76], e da EXAFS (Exten<strong>de</strong>d X-Ray Absorption Fine Structure), que fornece informações estruturais <strong>de</strong> curto alcance,como o número <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação e as distâncias interatômicas ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> átomo estuda<strong>do</strong>,permitin<strong>do</strong> uma estimativa da <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m local <strong>do</strong> sistema.Além da técnica <strong>de</strong> XAS tem-se a XPS, X-ray Photoelectron spectroscopy, que setornou mais popular nas últimas décadas, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos recentes avanços tecnológicos, taiscomo o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> instrumentação e <strong>de</strong> “softwares” necessários para a obtenção eprocessamento mais rápi<strong>do</strong> e preciso <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s [77], assim como à ampliação <strong>do</strong>conhecimento <strong>do</strong>s princípios físicos envolvi<strong>do</strong>s e da matemática envolvida, que levaram auma análise e interpretação mais precisa <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s experimentais [78, 79].


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 29absorção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da energia <strong>de</strong> ligação <strong>do</strong>s elétrons ao átomo e, portanto, é umacaracterística <strong>de</strong> cada elemento químico. Ou seja, quan<strong>do</strong> ocorre a absorção <strong>de</strong> energiamaior que a energia <strong>de</strong> ligação, ocorre transição para o esta<strong>do</strong> contínuo, não localiza<strong>do</strong> noátomo absorve<strong>do</strong>r, e o excesso <strong>de</strong> energia é carrega<strong>do</strong> pelo fotoelétron na forma <strong>de</strong> energiacinética. Quan<strong>do</strong> os elétrons liga<strong>do</strong>s ao cerne <strong>do</strong> átomo fotoabsorve<strong>do</strong>r pertencem à camada1s, a borda é chamada <strong>de</strong> borda-K, e para o caso da camada 2p a correspon<strong>de</strong>nte borda échamada <strong>de</strong> borda-L [79,81].No caso <strong>de</strong> átomos isola<strong>do</strong>s (no esta<strong>do</strong> gasoso), ou <strong>de</strong> não haver nenhum vizinhosuficientemente próximo após a borda <strong>de</strong> absorção, verifica-se uma queda suave naabsorção até a próxima borda <strong>de</strong> absorção. Quanto a sistemas con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>s (esta<strong>do</strong> sóli<strong>do</strong>ou líqui<strong>do</strong>), após a borda <strong>de</strong> absorção são observadas oscilações no coeficiente <strong>de</strong> absorçãoµ(E), que se superpõem ao <strong>de</strong>caimento monotônico <strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> absorção, conformeesquematiza<strong>do</strong> na Figura 9. Essas oscilações são explicadas como sen<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> dainterferência entre a função <strong>de</strong> onda <strong>do</strong> fotoelétron e o retro-espalhamento <strong>de</strong>ssa função <strong>de</strong>onda pelos átomos vizinhos ao átomo fotoabsorve<strong>do</strong>r [81].Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> absorçãoFigura 9- Espectro <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> raios-X da borda K <strong>do</strong> selênio. Representação das transiçõeseletrônicas que correspon<strong>de</strong>m as características básicas <strong>do</strong> espectro, a pré-borda e as regiões <strong>de</strong>XANES e EXAFS[81].


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 30II.2.1.2 Espectros XANES e EXAFSApós a borda <strong>de</strong> absorção (Figura 9), o espectro é dividi<strong>do</strong> em duas regiões:XANES e EXAFS.A Região <strong>de</strong> XANES [83, 84] é compreendida até a faixa <strong>de</strong> 50 eV acima da borda<strong>de</strong> absorção, a qual apresenta variações estreitas e intensas bandas da absorção. A análiseteórica <strong>do</strong> espectro XANES envolve a solução da equação <strong>de</strong> Schrödinger para umintervalo <strong>de</strong> baixa energia, no qual a interação elétron núcleo é muito forte. Maisespecificamente, o elétron é ejeta<strong>do</strong> para um esta<strong>do</strong> a apenas algumas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> eV acimada energia <strong>de</strong> Fermi, com energia cinética baixa e livre caminho médio gran<strong>de</strong>, favorecen<strong>do</strong>processos <strong>de</strong> espalhamentos múltiplos (EM) inelásticos <strong>do</strong> fotoelétron. Portanto, a interação<strong>de</strong> muitos corpos, espalhamentos múltiplos, distorção da função <strong>de</strong> onda <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> excita<strong>do</strong>pelo campo <strong>de</strong> Coulomb, etc. são efeitos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância nas características <strong>do</strong>espectro XANES.Devi<strong>do</strong> a estes efeitos e, principalmente, ao espalhamento inelástico <strong>do</strong> elétronexcita<strong>do</strong> e ao tempo <strong>de</strong> vida finito <strong>do</strong> buraco <strong>do</strong> caroço, somente um grupo (cluster) <strong>de</strong>tamanho finito é relevante para <strong>de</strong>terminar o esta<strong>do</strong> final da onda <strong>do</strong> fotoelétron. Asmudanças ao re<strong>do</strong>r da distribuição <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> um da<strong>do</strong> átomo em ambientes químicosdiferentes po<strong>de</strong>m alterar as energias <strong>do</strong>s níveis <strong>do</strong> caroço, produzin<strong>do</strong> mudanças na borda<strong>de</strong> absorção que se <strong>de</strong>stacam nesta região <strong>do</strong> espectro. Assim, o espectro forneceinformações sobre o arranjo espacial <strong>do</strong>s átomos da vizinhança <strong>do</strong> átomo absorve<strong>do</strong>r, seuesta<strong>do</strong> <strong>de</strong> oxidação e a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>socupa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> átomo absorve<strong>do</strong>r, entreoutras informações.A teoria <strong>de</strong> XANES ainda não é completamente quantitativa <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a consi<strong>de</strong>ração<strong>do</strong> espalhamento múltiplo <strong>do</strong> fotoelétron, embora o espectro XANES seja objeto <strong>de</strong> muitasinvestigações, não existe ainda um completo entendimento [81].A região <strong>de</strong> EXAFS compreen<strong>de</strong> a absorção <strong>de</strong> energia que ocorre na faixa <strong>de</strong> 50 a1000 eV acima da borda <strong>de</strong> absorção, apresentan<strong>do</strong> oscilações mais suaves na absorção. Noespectro EXAFS, consi<strong>de</strong>ra-se o envolvimento <strong>de</strong> apenas <strong>do</strong>is átomos, um absorve<strong>do</strong>r eoutro retroespalha<strong>do</strong>r. No limite <strong>de</strong> EXAFS, <strong>de</strong> alta energia, a interação entre os elétrons eos átomos vizinhos torna-se menos intensa. Em altas energias, o espalhamento <strong>do</strong>s elétrons


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 31excita<strong>do</strong>s é bastante fraco. Uma contribuição significativa para a função <strong>de</strong> onda <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>final nas proximida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> átomo absorve<strong>do</strong>r se dá <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à trajetória na qual o elétron éespalha<strong>do</strong> somente uma única vez antes <strong>de</strong> retornar ao átomo absorve<strong>do</strong>r (espalhamentosimples). Uma vez que o regime EXAFS é <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> pelo espalhamento simples, ainformação que o mesmo contém é puramente geométrica e mais facilmente extraída <strong>do</strong>que as contidas nos espectros XANES.II.2.1.3 Obtenção <strong>do</strong>s Espectros XASA Figura 10 mostra uma montagem experimental utilizada para obter os espectros<strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> uma fonte síncroton.Figura 10 Esquema da montagem experimental utilizada para a obtenção <strong>do</strong>s espectros <strong>de</strong> absorçãoXAS [81]Utiliza-se um monocroma<strong>do</strong>r para a seleção da energia <strong>do</strong> feixe <strong>de</strong> raios-X basea<strong>do</strong>na difração em cristais perfeitos, on<strong>de</strong> a seleção da energia é feita varian<strong>do</strong>-se o ângulo <strong>de</strong>incidência <strong>do</strong> feixe sobre o cristal. A utilização da dupla reflexão <strong>do</strong> feixe <strong>de</strong> raios-X é amaneira mais comum para se obter uma melhor resolução em energia e manutenção daposição <strong>do</strong> feixe sobre a amostra. Um conjunto <strong>de</strong> fendas <strong>de</strong>limita o perfil <strong>do</strong> feixeproveniente da fonte síncroton sobre o primeiro cristal <strong>do</strong> monocroma<strong>do</strong>r. Um segun<strong>do</strong>conjunto <strong>de</strong> fendas serve como fendas <strong>de</strong> guarda, evitan<strong>do</strong> que o feixe espalha<strong>do</strong> alcance aamostra.A forma mais comum <strong>de</strong> se obter um espectro <strong>de</strong> absorção é através da configuraçãochamada <strong>de</strong> transmissão, em que se monitora o feixe inci<strong>de</strong>nte na amostra assim como ofeixe transmiti<strong>do</strong> com o auxílio <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectores antes e após a amostra. Para tanto, a amostra


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 32<strong>de</strong>ve ser suficientemente fina para proporcionar uma boa relação sinal/ruí<strong>do</strong> na medida daintensida<strong>de</strong> <strong>do</strong> feixe transmiti<strong>do</strong>. Espessuras típicas para materiais metálicos puros nãopassam <strong>de</strong> alguns centésimos <strong>de</strong> milímetro.No caso da espessura da amostra ultrapassar esse limite, ou nos casos em que aamostra é sustentada em um substrato (caso <strong>de</strong> filmes finos), outros méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção dafluorescência da amostra ou <strong>do</strong>s elétrons secundários gera<strong>do</strong>s no processo <strong>de</strong> absorção sãoutiliza<strong>do</strong>s. Estes últimos méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção também são utiliza<strong>do</strong>s nos casos em que oelemento químico a ser analisa<strong>do</strong> está em pequena concentração na amostra [85].A Figura 11 exibe a linha <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> raios-X <strong>do</strong> Laboratório Nacional <strong>de</strong> LuzSíncrotron (LNLS, Campinas – SP) [81,86].Figura 11- Linha <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> raios-X (XAS) <strong>do</strong> LNLS – Campinas -SP. a) pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção; b)fendas pré espelho; c) espelho; d) fendas pré monocroma<strong>do</strong>r; e) janela <strong>de</strong> berílio; f) monocroma<strong>do</strong>r; g)fendas pós monocroma<strong>do</strong>r; h) janela <strong>de</strong> Kapton e i) bancada experimental [81].A fonte <strong>de</strong> luz <strong>do</strong> LNLS é um síncrotron <strong>de</strong> terceira geração, constituí<strong>do</strong> por umanel <strong>de</strong> armazenamento <strong>de</strong> elétrons <strong>de</strong> 29,7 m <strong>de</strong> diâmetro, com uma energia <strong>de</strong> operação<strong>de</strong> 1,37 GeV; operan<strong>do</strong> atualmente com uma corrente <strong>de</strong> elétrons (máximo) <strong>de</strong> 175 mA etempo <strong>de</strong> vida <strong>do</strong> feixe <strong>de</strong> elétrons da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 15 horas. A radiação provém <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s<strong>do</strong>ze dipolos <strong>do</strong> anel <strong>de</strong> armazenamento. Antes da pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção radiológica existe osistema <strong>de</strong> front-end, que protege o anel <strong>de</strong> armazenamento contra possíveis falhas na linha<strong>de</strong> luz. Após a pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção radiológica existe um conjunto <strong>de</strong> máscaras e fendas que<strong>de</strong>limitam o perfil <strong>do</strong> feixe que, em seguida, passa por um espelho, cuja função é focalizarverticalmente, e reduzir a intensida<strong>de</strong> da região <strong>de</strong> mais alta energia <strong>do</strong> espectro contínuoproveniente <strong>do</strong> dipolo. Antes <strong>de</strong> alcançar o monocroma<strong>do</strong>r o feixe é novamente <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>por um conjunto <strong>de</strong> fendas. O feixe atravessa a seguir um conjunto <strong>de</strong> fendas <strong>de</strong> guarda,que têm como objetivo impedir a passagem <strong>do</strong> feixe espalha<strong>do</strong>. To<strong>do</strong> esse sistema opera


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 33sob alto vácuo (~ 10-8 Pa), sen<strong>do</strong> isola<strong>do</strong> <strong>do</strong> ultra alto vácuo (~ 10-11 Pa) <strong>do</strong> anel por umajanela <strong>de</strong> berílio e da pressão atmosférica na bancada experimental por uma janela <strong>de</strong>Kapton, após a qual o feixe está pronto para ser utiliza<strong>do</strong> [87].II.2.2 A Espectroscopia <strong>de</strong> FotoelétronsII.2.2.1 Aspectos geraisA espectroscopia <strong>de</strong> fotoelétrons <strong>de</strong> raios X (XPS) tem por base os efeitosfotoelétricos observa<strong>do</strong> por Hertz em 1887. Durante muitas décadas, este fenômeno foiapenas alvo <strong>de</strong> um interesse limita<strong>do</strong> e só no início <strong>do</strong>s anos 50, quan<strong>do</strong> foi traçada pelaprimeira vez uma linha discreta <strong>de</strong> raios X, se <strong>de</strong>lineou as bases da técnica <strong>de</strong>espectroscopia foto-eletrônica. Os primeiros espectrômetros comerciais surgiram em 1965,data após a qual o interesse crescente pela espectroscopia foto-eletrônica tornou-a uma dastécnicas mais populares no estu<strong>do</strong> e caracterização das superfícies sólidas. A técnica éaplicável a qualquer tipo <strong>de</strong> material, seja ele biológico, orgânico, polimérico, metálico oucerâmico [88].A Figura 12 representa <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> esquemático os princípios básicos daespectroscopia <strong>de</strong> fotoelétrons <strong>de</strong> raios X. Quan<strong>do</strong> um feixe <strong>de</strong> fótons, acelera<strong>do</strong> a umadada energia, inci<strong>de</strong> na superfície <strong>de</strong> um material, os átomos aí presentes são ioniza<strong>do</strong>satravés da libertação <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s elétrons (geralmente chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> fotoelétron) <strong>de</strong> um <strong>do</strong>sníveis <strong>de</strong> energia mais elevada. Da<strong>do</strong> que nesta situação o átomo é muito instável, dá-se atransferência <strong>de</strong> um elétron <strong>de</strong> um nível <strong>de</strong> energia inferior para a lacuna inicialmente<strong>de</strong>ixada pelo fotoelétron liberta<strong>do</strong>. Para completar o balanço energético <strong>do</strong> processo ocorrea libertação <strong>de</strong> um fóton <strong>de</strong> energia hν ou, em alternativa, <strong>de</strong> um elétron Auger. Osfotoelétrons que <strong>de</strong>ixam o átomo possuem uma energia cinética (Ec) que é dada porEquação 12:Ec = hν - Eb + φEquação 12em que hν é a energia <strong>do</strong>s fótons constituintes <strong>do</strong> feixe inci<strong>de</strong>nte, Eb é a energia <strong>de</strong> ligação<strong>do</strong> elétron ao átomo e φ é a função <strong>de</strong> trabalho <strong>do</strong> espectrômetro.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 34Figura 12 Representação esquemática <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> um fotoelétron [89]Sen<strong>do</strong> conhecida a energia <strong>do</strong> feixe <strong>de</strong> fótons inci<strong>de</strong>nte, bem como a função <strong>de</strong>trabalho <strong>do</strong> espectrômetro é possível relacionar a energia cinética <strong>do</strong>s elétrons liberta<strong>do</strong>scom a energia <strong>de</strong> sua ligação ao átomo. Da<strong>do</strong> que esta é característica para cada um <strong>do</strong>sátomos da tabela periódica, torna se assim possível i<strong>de</strong>ntificar qual o elemento presente nasuperfície [89].Ao contrário <strong>do</strong> que acontece na espectroscopia <strong>de</strong> elétrons Auger, em que sãonecessários três elétrons para que ocorra a transição [90], em XPS o processo <strong>de</strong> relaxaçãoenvolve apenas <strong>do</strong>is elétrons [89], por isso esta consegue <strong>de</strong>tectar o hélio (Z = 2), emboracontinue não ser possível a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> hidrogênio. O processo <strong>de</strong> relaxação <strong>do</strong> átomopor emissão <strong>de</strong> fotoelétron ocorre com maior probabilida<strong>de</strong> para elementos <strong>de</strong> númeroatômico eleva<strong>do</strong>, uma vez que os elementos leves ten<strong>de</strong>m a relaxar preferencialmente poremissão <strong>de</strong> elétrons Auger [90]. Tome-se como exemplo o berílio, para o qual aprobabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relaxação por emissão <strong>de</strong> elétrons Auger 2s é superior a 99,9%. Paraelementos <strong>de</strong> mais eleva<strong>do</strong> número atômico (Z > 40) a situação ten<strong>de</strong> a inverter-se, com osprocessos <strong>de</strong> relaxação por emissão <strong>de</strong> fotoelétrons ocorren<strong>do</strong> com probabilida<strong>de</strong>ssuperiores aos <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> elétrons Auger.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 35II.2.2.2 Efeitos químicos em XPSA maior potencialida<strong>de</strong> da espectroscopia <strong>de</strong> fotoelétrons consiste na possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> se conseguirem relacionar os <strong>de</strong>svios químicos às energias <strong>de</strong> ligação características.Estes <strong>de</strong>svios são normalmente resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> diferentes esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> oxidação, <strong>de</strong> diferentestipos <strong>de</strong> ligação e da estrutura cristalina da superfície [91]. Ao contrário <strong>do</strong> que aconteceem Espectroscopia <strong>de</strong> Eletron Auger (Auger Electron Spectroscopy AES), em que os<strong>de</strong>svios químicos po<strong>de</strong>m ser camufla<strong>do</strong>s pela largura <strong>do</strong>s picos (que po<strong>de</strong>m atingir 5 - 10eV) ou pela proximida<strong>de</strong> das diferentes transições [89], em XPS estes <strong>de</strong>svios sãofacilmente observáveis, da<strong>do</strong> que os picos possuem largura inferior (< 5 eV). A largura <strong>do</strong>spicos <strong>de</strong> XPS <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, sobretu<strong>do</strong>, da resolução energética <strong>do</strong> espectro, que é condicionadapor fatores <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m instrumental e experimental. Dentre os primeiros, <strong>de</strong>stacam-se alargura intrínseca das linhas <strong>do</strong>s espectros <strong>de</strong> emissão <strong>do</strong>s âno<strong>do</strong>s <strong>de</strong> XPS (normalmentealumínio ou magnésio), os quais impe<strong>de</strong>m que a resolução seja inferior a 0,7 eV (âno<strong>do</strong>s <strong>de</strong>Mg ).No entanto, a recente introdução <strong>de</strong> fontes anódicas equipadas commonocroma<strong>do</strong>res permite o traça<strong>do</strong> <strong>de</strong> espectros com uma resolução inferior a 0,4 eV, oque resulta numa melhor <strong>de</strong>tecção e i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s <strong>de</strong>svios químicos. A resolução <strong>do</strong>analisa<strong>do</strong>r é também fundamental para a resolução energética <strong>do</strong> espectro final. Dentre osfatores <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m experimental salientam-se a natureza condutora (ou isolante) da amostra.Se esta possuir características isolantes, a superfície, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à emissão <strong>de</strong> elétrons, po<strong>de</strong>ficar carregada positivamente.Contu<strong>do</strong>, se a distribuição <strong>de</strong> cargas não for uniforme, os elétrons emiti<strong>do</strong>s <strong>de</strong>diferentes pontos da amostra po<strong>de</strong>m apresentar energias cinéticas diferentes. Comoresulta<strong>do</strong>, observa-se um alargamento <strong>do</strong> pico que, em algumas situações, po<strong>de</strong> ser daor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> alguns eV relativos à situação normal.O mo<strong>de</strong>lo mais simples, a fim <strong>de</strong> interpretar os <strong>de</strong>svios químicos em XPS, resulta<strong>do</strong> fato <strong>de</strong> que as alterações provocadas nas camadas <strong>de</strong> valência por ganho ou perda <strong>de</strong>elétrons afetarem as forças exercidas pelo núcleo sobre os elétrons <strong>do</strong> cerne. Assim, caso oesta<strong>do</strong> <strong>de</strong> oxidação <strong>do</strong> átomo venha aumentar, as forças atrativas <strong>do</strong> núcleo sobre ascamadas atômicas conseqüentemente irão sofrer aumento tornan<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sse mo<strong>do</strong>, a remoção<strong>do</strong>s elétrons mais difícil, assistin<strong>do</strong>-se a um aumento da energia <strong>de</strong> ligação. Caso contrário,


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 36quan<strong>do</strong> o átomo recebe elétrons a remoção torna-se mais fácil, observan<strong>do</strong>-se em talsituação uma diminuição da energia <strong>de</strong> ligação [89].Muitas vezes os <strong>de</strong>svios químicos observa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> alguns eV.Todavia, po<strong>de</strong> acontecer que sejam tão pequenos que torne difícil a sua i<strong>de</strong>ntificação. Nocaso <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> transição, em que po<strong>de</strong>m ocorrer vários esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> oxidação, os picoscorrespon<strong>de</strong>ntes a cada uma das espécies aparecem por vezes sobrepostos, conduzin<strong>do</strong> nofinal a um pico bastante largo e assimétrico. Ainda outro fenômeno que aparece muitasvezes associa<strong>do</strong> ao processo <strong>de</strong> libertação <strong>de</strong> um fotoelétron é o aparecimento <strong>de</strong> picossatélite, que se encontram <strong>de</strong>svia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> alguns eV <strong>do</strong> pico principal. A presença <strong>de</strong> taispicos está associada a um processo competitivo, que ocorre durante o processo <strong>de</strong> relaxação<strong>do</strong> átomo, e está relaciona<strong>do</strong> ao fato <strong>do</strong>s elétrons <strong>de</strong> valência, fracamente liga<strong>do</strong> ao núcleo,po<strong>de</strong>rem libertar-se e transitar para o espaço vazio, <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> pelo fotoelétron, entran<strong>do</strong> emcompetição com os elétrons que iriam normalmente ocupar tal posição. Esta situaçãocaracteriza-se pela presença <strong>de</strong> pequenos picos mais ou menos afasta<strong>do</strong>s da transiçãocorrespon<strong>de</strong>nte, mas sempre a energias <strong>de</strong> ligação mais altas. O fenômeno é mais comumnos elementos <strong>de</strong> transição paramagnéticos (“spins <strong>de</strong>semparelha<strong>do</strong>s”) <strong>do</strong> que nosdiamagnéticos (“spins emparelha<strong>do</strong>s”). Os próprios âno<strong>do</strong>s <strong>de</strong> raios X po<strong>de</strong>m originarsatélites, resultantes <strong>de</strong> transições menos prováveis que a transição principal (linha Kα <strong>do</strong>Mg = 1253,6 eV e linha Kα <strong>do</strong> Al = 1486,6 eV) e que po<strong>de</strong>m aparecer bastante <strong>de</strong>svia<strong>do</strong>s<strong>do</strong> pico principal. Por exemplo, as transições Kβ <strong>do</strong> Mg e <strong>do</strong> Al originam picos queaparecem <strong>de</strong>svia<strong>do</strong>s, respectivamente, <strong>de</strong> 48 eV e 70 eV em relação à transição principal.II.2.3 Espectroscopia <strong>de</strong> Ultravioleta <strong>de</strong> Reflectância DifusaII.2.3.1 Aspectos GeraisA lei <strong>de</strong> Beer-Lambert pressupõe que, em uma medida, a intensida<strong>de</strong> da luz não éperdida por processos <strong>de</strong> espalhamentos e reflexão. Em sistemas dispersos molecularmente,a perda por espalhamento é tão pequena que ela está abaixo <strong>do</strong> limite <strong>de</strong> precisãofotométrica enquanto perdas por reflexão, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às bordas <strong>de</strong> cada partícula, po<strong>de</strong>m serpraticamente eliminadas por medidas versus um cuvette <strong>de</strong> referência.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 37Entretanto, a situação é bem diferente no caso <strong>de</strong> amostra que espalha a luzfortemente ou é opaca a luz. Nesta situação, a luz inci<strong>de</strong>nte é difusamente refletida. Naespectroscopia <strong>de</strong> reflectância difusa (DRS), a intensida<strong>de</strong> da luz espalhada por umacamada <strong>de</strong> amostra “infinitamente fina”, fortemente compactada, é comparada àquela daluz espalhada por uma camada infinita <strong>de</strong> uma referência não-absorve<strong>do</strong>ra (branca). Arazão entre a luz espalhada pela amostra e a da referência, registrada em função <strong>do</strong>comprimento <strong>de</strong> onda, constitui o espectro <strong>de</strong> refletância difusa.O mo<strong>do</strong> mais comum da amostra ser iluminada é por iluminação direta, que consistena incidência <strong>de</strong> luz que atinge tanto a amostra quanto a referência, perpendicularmente. Aprimeira camada <strong>de</strong> partículas espalha<strong>do</strong>ras, aleatoriamente orientadas, espalha a luz emtodas as direções, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> ângulo <strong>de</strong> incidência, asseguran<strong>do</strong> a iluminaçãodifusa das outras partículas. A luz espalhada pela amostra e a da referência é coletada poruma esfera <strong>de</strong> integração, e <strong>de</strong>tectada por um <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> PbS (NIR) ou por umafotomultiplica<strong>do</strong>ra (visível e UV), situada acima da esfera. Esta situação éesquematicamente ilustrada na Figura 13. Da<strong>do</strong> a esfera ter que espalhar toda a luz e nãoabsorver nenhuma, ela é perfeitamente revestida com um pigmento branco. O espectroexperimental contém uma parte <strong>de</strong> absorção e uma parte <strong>de</strong> espalhamento [92, 93].


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 38Figura 13: Visão <strong>de</strong> um espectrofotômetro com a esfera <strong>de</strong> integração [93].A equação básica para <strong>de</strong>scrição fenomenológica da reflexão difusa é a equação <strong>de</strong>transferência <strong>de</strong> radiação:-dI/κρdS = I – j/kEquação 13on<strong>de</strong> I é a intensida<strong>de</strong> da luz inci<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong> um da<strong>do</strong> comprimento <strong>de</strong> onda; dI/dS é avariação da intensida<strong>de</strong> com caminho óptico; ρ é a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>do</strong> meio; κ é um coeficiente<strong>de</strong> atenuação, relaciona<strong>do</strong> com a perda total <strong>de</strong> radiação <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a absorção e oespalhamento e j é a função <strong>de</strong> espalhamento. A Equação 13 po<strong>de</strong> ser resolvida pelaintrodução <strong>de</strong> simplificações, as quais estão relacionadas às condições experimentaisfacilmente obtidas. As idéias <strong>de</strong> simplificação foram primeiramente sugeridas por Schustere posteriormente <strong>de</strong>senvolvidas por Kubelka e Munk, sen<strong>do</strong> conhecidas como teoriaSchuster-Kubelka-Munk (S-K-M) [93]. Em tal teoria, o fluxo <strong>de</strong> luz inci<strong>de</strong>nte e espalhadasão aproxima<strong>do</strong>s a <strong>do</strong>is fluxos I e J, perpendiculares à superfície da amostra, na forma <strong>de</strong>pó, porém, em direções opostas (Figura 14). I é o fluxo da iluminação monocromática,enquanto J é o fluxo da luz difusivamente espalhada.Figura 14:Aproximação <strong>de</strong> Schuster-Kubelka-Munk na espectroscopia <strong>de</strong> refletância difusa. Os fluxos<strong>de</strong> luz, inci<strong>de</strong>nte e re-emiti<strong>do</strong>, são aproxima<strong>do</strong>s a <strong>do</strong>is opostos, perpendiculares à superfície <strong>de</strong> umacamada <strong>de</strong> amostra infinitamente fina [93].Se a amostra é infinitamente fina, a reflexão difusa da amostra (R∞) estárelacionada a uma absorção aparente (K) e a um coeficiente aparente <strong>de</strong> espalhamento (S),através da função Schuster-Kubelka-Munk (S-K-M) ou Kubelka-Munk (K-M):


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 40Equação 16Quan<strong>do</strong> em um da<strong>do</strong> comprimento <strong>de</strong> onda λ, S é constante, a equação 15 é umarelação linear entre F(R∞) e a concentração TMI, CTMI. Os coeficientes α e k sãoconstantes <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong>. A técnica <strong>de</strong> DRS é a<strong>de</strong>quada para o estu<strong>do</strong> da especiação<strong>de</strong> íons <strong>de</strong> metais <strong>de</strong> transição suporta<strong>do</strong>s, uma vez que me<strong>de</strong> não só as bandas dastransições d-d, como também as <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> carga (TC).II.2.3.2 A Região UV-VisA região <strong>do</strong> espectro eletromagnético <strong>de</strong> comprimentos <strong>de</strong> onda abaixo <strong>de</strong> 190nanômetros (nm) é <strong>de</strong>nominada ultravioleta <strong>de</strong> vácuo pelo fato <strong>de</strong>, nesta região, oxigênioatmosférico, vapor <strong>de</strong> água e outras substâncias po<strong>de</strong>r absorver a radiação econseqüentemente, as absorções <strong>de</strong> interesse nesta região ficam comprometidas. Sen<strong>do</strong>assim, experimentos nesta região espectral têm que ser realiza<strong>do</strong>s sob vácuo. A região <strong>de</strong>comprimentos <strong>de</strong> onda entre 200-400 nm é conhecida como ultravioleta. A região <strong>do</strong>visível, compreendida entre 400-700 nm, é responsável pela cor das substâncias e objetos.Assim, por exemplo, um pigmento azul figura-se nos como azul, quan<strong>do</strong> a porção vermelha<strong>do</strong> espectro é absorvida, fazen<strong>do</strong> com que a luz azul seja transmitida. Tal situação ilustra oimportante conceito <strong>de</strong> cor complementar. A absorção da radiação ultravioleta ou visívelexcita os elétrons da molécula, dan<strong>do</strong> origem às chamadas transições eletrônicas. Nestastransições, os elétrons <strong>de</strong> valência são promovi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> seu esta<strong>do</strong> normal (esta<strong>do</strong>fundamental) para esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> mais alta energia (esta<strong>do</strong> excita<strong>do</strong>). De maneira geral, otempo no esta<strong>do</strong> excita<strong>do</strong> é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 -8 segun<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> que, em seguida, o excesso<strong>de</strong> energia é emiti<strong>do</strong> na forma radiativa (luminescência, fosforescência) ou na forma nãoradiativa(<strong>de</strong>caimento térmico). Quan<strong>do</strong> se fala <strong>de</strong> espectroscopia <strong>de</strong> absorção (transmissão)UV-Vis, está-se referin<strong>do</strong> a este último tipo <strong>de</strong> relaxação, isto é, sem reemissão <strong>de</strong> luz [93].


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 41II.2.3.2.1 Origem das AbsorçõesOs elétrons <strong>de</strong> valência <strong>de</strong> moléculas po<strong>de</strong>m, geralmente, ser encontra<strong>do</strong>s em um<strong>do</strong>s seguintes tipos <strong>de</strong> orbitais. orbitais ligantes simples, σ; orbitais ligantes π, (duplas etriplas ligações) e orbitais não ligantes, (elétrons livres) [94].Orbitais σ ligantes ten<strong>de</strong>m a ter uma energia menor que os orbitais π ligantes, osquais, por sua vez, têm energia menor que os orbitais não-ligantes. Quan<strong>do</strong> a radiaçãoeletromagnética <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> onda apropriada é absorvida, uma transição ocorre<strong>de</strong>stes orbitais para um orbital vazio, usualmente um orbital anti-ligante σ* ou π*.A exata diferença <strong>de</strong> energia entre os orbitais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> átomo presente, eda natureza <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> ligações. Gran<strong>de</strong> parte das transições envolven<strong>do</strong> orbitaisligantes tem altas energias, ou seja, pequenos valores <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> onda, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong>que as únicas absorções observadas correspon<strong>de</strong>m as transições σ → σ*, π → π* n → σ* en → π*.Além das transições anteriormente <strong>de</strong>scritas, associadas a sistemas moleculares,po<strong>de</strong>-se observar na região <strong>do</strong> UV-Vis, transições relacionadas com os metais <strong>de</strong> transiçãocom elétrons d., discuti<strong>do</strong> na próxima seção.II.2.3.4 Sistemas <strong>de</strong> transição dNão será feito um tratamento <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> a respeito <strong>do</strong>s orbitais <strong>do</strong>s metais <strong>do</strong> grupod, uma vez que vários livros-texto tratam em diferentes níveis <strong>do</strong> assunto [93,94].Entretanto, é importante ter em mente alguns aspectos úteis para a compreensão das suastransições e que, conseqüentemente, nos auxiliarão na obtenção <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> seusespectros.Se tiver um metal <strong>de</strong> transição que começa a ser ro<strong>de</strong>a<strong>do</strong> por seis cargas negativasou seis grupos dipolares (ligantes), os mesmos po<strong>de</strong>m ocupar os vértices <strong>de</strong> um octaedroimaginário. Uma escolha a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> eixos permite a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> cinco orbitais<strong>de</strong>genera<strong>do</strong>s para o íon livre: dxy, dxz, dyz, dz 2 e dx2y2. Com a aproximação <strong>do</strong>s ligantesocorre a quebra <strong>de</strong> <strong>de</strong>generescência, dan<strong>do</strong>-se o <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramento <strong>de</strong> <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> conjuntos<strong>de</strong> orbitais: o primeiro, triplamente <strong>de</strong>genera<strong>do</strong>, constituí<strong>do</strong> pelos orbitais dxy, dxz, e dyz(t2g) e, o segun<strong>do</strong>, duplamente <strong>de</strong>genera<strong>do</strong>, forma<strong>do</strong> pelos orbitais dz2 e dx2y2 (eg). Da<strong>do</strong>


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 42o fato <strong>do</strong>s orbitais t2g possuírem energia mais baixa que os orbitais eg, estes têmpreferência quanto ao preenchimento <strong>do</strong>s orbitais com os n elétrons d. Na Figura 15, émostrada o esquema <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramento <strong>do</strong>s orbitais d para um campo octaédrico [94].Figura 15 Des<strong>do</strong>bramento <strong>de</strong> energia <strong>do</strong> orbital d em um campo octaédrico [94].Em outra situação, na qual quatro cargas negativas ou quatro grupos dipolaresaproximam-se <strong>de</strong> um íon <strong>de</strong> metal <strong>de</strong> transição, ocupan<strong>do</strong> os vértices <strong>de</strong> um tetraedroimaginário, ocorre o mesmo tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramento <strong>de</strong>scrito para a geometria octaédrica.Todavia, neste caso, a energia <strong>do</strong> conjunto duplamente <strong>de</strong>genera<strong>do</strong> dz 2 e dx 2 y 2 (e) possuimenor energia que o conjunto triplamente <strong>de</strong>genera<strong>do</strong> dxy, dxz, e dyz (t 2 ), <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com odiagrama mostra<strong>do</strong> na Figura 16. Tanto para situações <strong>de</strong> geometria octaédrica, quanto paraaquelas <strong>de</strong> geometria tetraédrica po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidas, respectivamente as gran<strong>de</strong>zas ∆0 e∆Τ (alguns autores <strong>de</strong>nominam este valor <strong>de</strong> 10Dq ou parâmetro <strong>de</strong> campo cristalino), quecorrespon<strong>de</strong>m, numa aproximação bastante simples, à energia necessária para fazer atransição eletrônica entre estes diferentes conjuntos <strong>de</strong> orbitais. Em termos relativos, tem-seque ∆T = 4/9Dq. É importante mencionar que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da geometria <strong>do</strong>s ligantes aore<strong>do</strong>r <strong>do</strong> íon metálico, diferentes formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramento <strong>do</strong>s orbitais po<strong>de</strong>m ocorrer.Sem qualquer dúvida, as situações aqui <strong>de</strong>scritas, geometria octaédrica e geometriatetraédrica constituem-se em casos mais simples.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 43Figura 16: Des<strong>do</strong>bramento <strong>de</strong> energia <strong>do</strong> orbital d em um campo tetraédrico.Em se tratan<strong>do</strong> da Figura 15, para a situação <strong>de</strong> um elétron, a única transiçãoesperada seria t2g → eg. Quanto a sistemas conten<strong>do</strong> mais que um elétron, não se po<strong>de</strong>ráesperar um quadro tão simples. O diagrama <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> energia, mostra<strong>do</strong> na Figura 15,certamente seria mais complica<strong>do</strong>. De mo<strong>do</strong> geral, existem diversos possíveis esta<strong>do</strong>seletrônicos que correspon<strong>de</strong>m a distribuições particulares <strong>de</strong> <strong>do</strong>is ou mais elétrons nosorbitais d. Tais esta<strong>do</strong>s são origina<strong>do</strong>s em <strong>de</strong>corrência das interações <strong>do</strong>s elétrons entre si.Os esta<strong>do</strong>s têm diferentes energias, fato que acarreta, em alguns casos, em espectrosrelativamente complica<strong>do</strong>s.Em outras palavras, para cada configuração dn (n>1), po<strong>de</strong>m ser geradas váriasconfigurações (t2g)(eg), que dão origem a diferentes esta<strong>do</strong>s, esta<strong>do</strong>s estes que se<strong>de</strong>s<strong>do</strong>bram em função <strong>do</strong> campo aplica<strong>do</strong> (campos fortes e fracos), com suasmultiplicida<strong>de</strong>s. Esta<strong>do</strong>s que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>duzi<strong>do</strong>s pela aplicação das regras <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong>micro-esta<strong>do</strong>s (term symbols). Os diagramas <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> energia assim gera<strong>do</strong>s recebem onome <strong>de</strong> Diagramas <strong>de</strong> Tanabe-Sugano. Nestes diagramas po<strong>de</strong> ser obti<strong>do</strong>, para todas asconfigurações dn, o esta<strong>do</strong> fundamental e, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> uma das regras <strong>de</strong> seleção básicasda espectroscopia, uma transição envolven<strong>do</strong> mudança <strong>de</strong> multiplicida<strong>de</strong> é proibida, po<strong>de</strong>se<strong>de</strong>terminar os esta<strong>do</strong>s excita<strong>do</strong>s para as transições permitidas [94].


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 44Consi<strong>de</strong>ra-se ainda como importante uma outra regra <strong>de</strong> seleção. A mesmaestabelece que sejam também proibidas todas as transições que envolvem a redistribuição<strong>do</strong>s elétrons numa única camada quântica, ou seja, não são observadas as transições entrediferentes esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma configuração dn. Esta regra <strong>de</strong> seleção recebe o nome <strong>de</strong> Regra<strong>de</strong> Seleção <strong>de</strong> Laporte. Por conseguinte, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se a regra <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> Laporte,rigorosamente nenhuma transição envolven<strong>do</strong> transições internas <strong>de</strong> elétrons d, comconseqüente absorção nos espectros na região <strong>do</strong> UV-Vis, po<strong>de</strong>ria ser observada. Naverda<strong>de</strong> esta regra <strong>de</strong> seleção po<strong>de</strong> ser “quebrada”, originan<strong>do</strong> bandas <strong>de</strong> fraca intensida<strong>de</strong>quan<strong>do</strong> os íons <strong>de</strong> metais <strong>de</strong> transição fazem parte <strong>de</strong> compostos (óxi<strong>do</strong>s, por exemplo) oucomplexos. Duas situações tipificam esta “quebra”: quan<strong>do</strong> o íon <strong>de</strong> metal <strong>de</strong> transição estánum ambiente não centro-simétrico (ausência <strong>do</strong> elemento <strong>de</strong> simetria centro <strong>de</strong> inversão)po<strong>de</strong> ocorrer mistura <strong>do</strong>s orbitais d <strong>do</strong> metal com p <strong>do</strong> átomo liga<strong>do</strong>. Da mistura observa-seuma “diluição” <strong>do</strong> caráter d, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ocorrer transições. Quanto maior a mistura, mais épermitida a transição quan<strong>do</strong> o íon <strong>de</strong> metal <strong>de</strong> transição está num ambiente centrosimétrico,isto é, no centro <strong>de</strong> simetria <strong>do</strong> arranjo. Neste caso, ao ser executada umavibração molecular, o íon metálico po<strong>de</strong> permanecer fora <strong>do</strong> centro <strong>de</strong> simetria, acarretan<strong>do</strong>com isto diferenças nas misturas <strong>do</strong>s orbitais d e p, crian<strong>do</strong>, assim, as condições para atransição. Este mecanismo é menos eficiente que aquele <strong>de</strong>scrito acima.Em função <strong>de</strong>stas consi<strong>de</strong>rações, po<strong>de</strong>-se inferir a seguinte or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>para as transições: proibidas por spin < proíbidas por Laporte < transições em ambientetetraédrico


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 45II.2.4 Microscopia <strong>de</strong> Varredura por Sonda MecânicaII.2.4.1 Aspectos geraisSerá fornecida aqui uma breve <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong>s componentes básicos <strong>de</strong> ummicroscópico <strong>de</strong> força atômica (AFM) bem como os principais aspectos conceituais eoperacionais. Vários livros e manuais po<strong>de</strong>m ser consulta<strong>do</strong>s para uma visão mais<strong>de</strong>talhada <strong>do</strong>s AFM [95].Os Microscópios <strong>de</strong> Varredura por Sonda Mecânica (Scanning Probe Microscopes-SPM) constituem uma família <strong>de</strong> microscópios utiliza<strong>do</strong>s para observar localmente diversasproprieda<strong>de</strong>s da superfície <strong>de</strong> uma amostra. Dessa, os mais utiliza<strong>do</strong>s são o Microscópio <strong>de</strong>Força Atômica (Atomic Force Microscope-AFM), e o Microscópio <strong>de</strong> Tunelamento(Scanning Tunneling Microscope-STM). O princípio básico <strong>de</strong> funcionamento <strong>do</strong>s AFM é a<strong>de</strong>tecção da interação entre uma ponta <strong>de</strong> prova e a superfície <strong>de</strong> uma amostra. Com eles,po<strong>de</strong>m-se caracterizar as superfícies estudadas com resolução que varia da escalamicrométrica à atômica [96, 97].A idéia <strong>do</strong>s AFM surgiu como conseqüência da observação <strong>do</strong> tunelamento <strong>de</strong>elétrons entre uma ponta <strong>de</strong> tungstênio, atomicamente afilada, e a superfície <strong>de</strong> umaamostra <strong>de</strong> platina, feita por Binnig e Rohrer em 1981 no laboratório <strong>de</strong> pesquisas da IBM<strong>de</strong> Zürich [98]. Motiva<strong>do</strong>s por essa observação, Binnig e Rohrer, <strong>de</strong>senvolveram umequipamento com a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, simultaneamente, varrer a superfície <strong>de</strong> uma amostrasob uma ponta <strong>de</strong> prova condutora, atomicamente afilada, e medir a corrente <strong>de</strong>tunelamento entre a ponta e a superfície. Surgia assim, o Microscópio <strong>de</strong> Tunelamento [98].Pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> STM, Binnig e Rohrer receberam em 1986 o Prêmio Nobel <strong>de</strong>Física [99], e tornaram as vidas <strong>de</strong> muitos pesquisa<strong>do</strong>res mais interessantes, trazen<strong>do</strong>-lhesuma visão fabulosa <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> atômico. Des<strong>de</strong> a proposta <strong>do</strong> STM, foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>sinúmeros SPM. Um recente artigo <strong>de</strong> revisão [100] cita 20 tipos diferentes <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s<strong>de</strong> 1981 a 1991. Assim, pelo menos 20 tipos diferentes <strong>de</strong> interações entre a ponta <strong>de</strong> provae a superfície da amostra po<strong>de</strong>m ser monitoradas. Essa versatilida<strong>de</strong> permite que os SPMsejam utiliza<strong>do</strong>s nas mais diversas áreas <strong>do</strong> conhecimento como, por exemplo, ciência <strong>de</strong>materiais, biologia, física, química, metrologia etc. Um ponto adicional notável é que taismicroscópios po<strong>de</strong>m ser opera<strong>do</strong>s nos mais diversos ambientes: no vácuo, em atmosfera


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 46ambiente, em líqui<strong>do</strong>s como, por exemplo, em análises biológicas, ou em estu<strong>do</strong>s in-situ <strong>de</strong>reações eletroquímicas, etc. Ao contrário <strong>do</strong>s microscópios eletrônicos, capazes <strong>de</strong> realizarsomente medidas no plano da superfície da amostra, os SPM são capazes também <strong>de</strong>realizar medidas na direção perpendicular ao plano da superfície (relevo da superfície). Aresolução das imagens, adquiridas com SPM varia tipicamente <strong>de</strong> 0,1 a 10 nm no plano dasuperfície, e po<strong>de</strong> ser melhor que 0,1 nm na direção perpendicular a esse plano. A situação,sob certo aspecto limita<strong>do</strong> <strong>do</strong> STM, em que somente superfícies condutoras esemicondutoras po<strong>de</strong>m ser analisadas, levou Binnig, Quate e Gerber a <strong>de</strong>senvolver, em1986, o Microscópio <strong>de</strong> Força Atômica. Durante a operação <strong>do</strong> AFM, monitora-se a força<strong>de</strong> interação entre a ponta <strong>de</strong> prova e a superfície da amostra. Essa força, <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong>semelhante à das forças interatômicas em sóli<strong>do</strong>s, é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 -9 N. Com os AFM ouSTM, amostras tanto condutora quanto isolantes, po<strong>de</strong>m ser estudadas [97].II.2.4.2 Microscopia <strong>de</strong> Força atômicaNa microscopia <strong>de</strong> força atômica (AFM), o sistema <strong>de</strong> realimentação po<strong>de</strong> manter aintensida<strong>de</strong> da força entre a ponta e a superfície da amostra constante ou a posição verticalda amostra constante (a posição z <strong>do</strong> scanner é fixa). Em geral, o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> operação, noqual a posição vertical da amostra é mantida constante é utiliza<strong>do</strong> somente para a aquisição<strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> superfícies atomicamente lisas. No presente trabalho, operou-se omicroscópio <strong>de</strong> tal mo<strong>do</strong> que o sistema <strong>de</strong> realimentação atuava no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> manter aintensida<strong>de</strong> da força ponta-superfície constante durante as aquisições das imagens. A Figura17 mostra os componentes básicos <strong>de</strong> um AFM. O sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção da intensida<strong>de</strong> daforça <strong>de</strong> interação ponta-superfície é simples, estável e <strong>de</strong> baixo ruí<strong>do</strong>. O mesmo é também<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>de</strong> optical lever, sen<strong>do</strong> composto por um laser, um espelho e um foto<strong>de</strong>tector.O feixe <strong>do</strong> laser que inci<strong>de</strong> na superfície superior <strong>do</strong> cantilever (que é espelhada), érefleti<strong>do</strong> até o espelho e <strong>do</strong> espelho até o foto<strong>de</strong>tector .


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 47Figura 17: Componentes básicos <strong>do</strong> AFM.O foto<strong>de</strong>tector é dividi<strong>do</strong> em quatro quadrantes, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s A, B, C e D. Épossível monitorar a intensida<strong>de</strong> <strong>do</strong> feixe <strong>do</strong> laser que atinge o foto<strong>de</strong>tector na sua partesuperior (A+B), inferior (C+D), esquerda (A+C) e direita (B+D). À medida que a amostra évarrida sob a ponta, a intensida<strong>de</strong> da força <strong>de</strong> interação ponta-superfície varia <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>com a morfologia da superfície da amostra. A <strong>de</strong>flexão <strong>do</strong> cantilever e, conseqüentemente,a região <strong>do</strong> foto<strong>de</strong>tector atingida pelo feixe <strong>do</strong> laser <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da intensida<strong>de</strong> da força <strong>de</strong>interação ponta-superfície. A diferença entre as intensida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s sinais que atingem a partesuperior e inferior <strong>do</strong> foto<strong>de</strong>tector é utilizada pelo sistema <strong>de</strong> realimentação para <strong>de</strong>finir o<strong>de</strong>slocamento vertical a que a amostra será sujeitada, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a manter a intensida<strong>de</strong> daforça <strong>de</strong> interação ponta-superfície constante, com o valor <strong>de</strong> referência. Foto<strong>de</strong>tectores, <strong>do</strong>tipo utiliza<strong>do</strong> em AFM, são capazes <strong>de</strong> medir <strong>de</strong>slocamentos <strong>do</strong> feixe <strong>do</strong> laser tão pequenosquanto 1 nm [100]Desse mo<strong>do</strong>, o arranjo óptico <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção permite obter imagens comresolução lateral da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> nanômetros e resolução vertical melhor que 0,1 nm. Namicroscopia <strong>de</strong> força atômica, a imagem da superfície da amostra é formada <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> comas <strong>de</strong>formações <strong>do</strong> scanner nas direções x, y e z. Cada valor <strong>do</strong> par (x, y) <strong>de</strong>fine um pixelda imagem <strong>de</strong> AFM, ao qual será associa<strong>do</strong> um tom <strong>de</strong> cinza <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> pelo valor <strong>de</strong> z.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 48A Figura 18 ilustra o conjunto ponta-amostra-scanner em um plano xz, em trêsinstantes <strong>de</strong> tempo subseqüentes t=1, t=2 e t=3. No instante <strong>de</strong> tempo t, a intensida<strong>de</strong> daforça <strong>de</strong> interação ponta-superfície possui um certo valor <strong>de</strong> referência.Figura 18-Seção transversal (plano xz) <strong>do</strong> conjunto ponta – amostra - scanner durante a aquisição <strong>de</strong>uma imagem <strong>de</strong> AFM, para três posições relativa diferentes entre a ponta e a superfície.Em t=2, a intensida<strong>de</strong> da força ponta-superfície é maior que a <strong>de</strong> referência, visto que adistância ponta superfície é menor <strong>do</strong> que em t = 1. Como resulta<strong>do</strong>, o sistema <strong>de</strong>realimentação leva à contração <strong>do</strong> scanner, afastan<strong>do</strong> a superfície da ponta até que aintensida<strong>de</strong> da força ponta superfície coincida com a <strong>de</strong> referência. Com a continuida<strong>de</strong> davarredura, a amostra chega à posição ilustrada para o instante <strong>de</strong> tempo t = 3. Nesta etapa, aintensida<strong>de</strong> da força ponta-superfície é menor <strong>do</strong> que a <strong>de</strong> referência e o sistema <strong>de</strong>realimentação dilata o scanner, aproximan<strong>do</strong> a superfície da ponta, até que a intensida<strong>de</strong> daforça ponta superfície atinja o valor <strong>de</strong> referência. A variação da voltagem aplicada aoscanner pela eletrônica controla<strong>do</strong>ra para dilatá-lo ou encolhê-lo até que a intensida<strong>de</strong> daforça ponta-superfície seja a <strong>de</strong> referência é convertida em um tom <strong>de</strong> cinza, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong>assim a escala z. Por convenção, regiões mais altas na superfície são representadas em tons<strong>de</strong> cinza claros (instante <strong>de</strong> tempo t = 2) e vales são representa<strong>do</strong>s por tons <strong>de</strong> cinza maisescuros (instante <strong>de</strong> tempo t = 3). Cada varredura completa da amostra na direção x


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 49(varredura rápida) correspon<strong>de</strong> uma linha da imagem <strong>de</strong> AFM. Completada uma varredurana direção x, o scanner <strong>de</strong>sloca a amostra na direção y (varredura lenta) e uma nova linhada imagem é gerada. Vários tipos <strong>de</strong> forças <strong>de</strong> interação ponta-superfície atuam durante aaquisição <strong>de</strong> uma imagem <strong>de</strong> AFM: forças <strong>de</strong> van <strong>de</strong>r Waals, forças eletrostáticas, forças <strong>de</strong>tensão superficial, forças coulombianas, etc. As magnitu<strong>de</strong>s relativas <strong>de</strong>ssas forças<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da natureza da amostra e da ponta, da distância ponta-superfície, <strong>do</strong> meioambiente on<strong>de</strong> a imagem está sen<strong>do</strong> adquirida e <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> operação <strong>do</strong> AFM. Em geral,as forças <strong>de</strong> van <strong>de</strong>r Waals são <strong>do</strong>minantes e, assim, nos ateremos a elas para a explicaçãobásica da técnica. Figura 19 mostra o comportamento da força <strong>de</strong> van <strong>de</strong>r Waals em funçãoda distância ponta superfície.Figura 19: Força <strong>de</strong> van <strong>de</strong>r Waals entre a ponta e a superfície da amostra em função <strong>de</strong> sua distânciarelativa.Quan<strong>do</strong> a distância ponta-superfície é gran<strong>de</strong>, a força <strong>de</strong> interação é praticamentenula. À medida que a ponta e a amostra se aproximam, forças <strong>de</strong> longo alcance passam aatuar e a força <strong>de</strong> interação torna-se atrativa (força < 0). Forças atrativas resultam quan<strong>do</strong> adistância ponta-superfície se encontra, aproximadamente, no intervalo <strong>de</strong> 1 nm a 10 nm. Sediminuir ainda mais a distância ponta superfície, a força <strong>de</strong> interação se torna repulsiva(força > 0). Essa força repulsiva resulta das interações entre orbitais eletrônicos <strong>do</strong>s átomosda superfície da ponta e da amostra e cresce rapidamente à medida que a distância ponta-


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 50superfície ten<strong>de</strong> a zero. Forças repulsivas atuam quan<strong>do</strong> à distância ponta superfície é daor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> poucos décimos <strong>de</strong> nanômtros.Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> das características <strong>de</strong> superfície da amostra e da proprieda<strong>de</strong> que seestá interessa<strong>do</strong> em analisar, po<strong>de</strong>-se operar o AFM em três mo<strong>do</strong>s diferentes: (i) mo<strong>do</strong>contato (região <strong>de</strong> forças repulsivas), (ii) mo<strong>do</strong> contato intermitente (região <strong>de</strong> forçasatrativas e repulsivas) e (iii) mo<strong>do</strong> não-contato (região <strong>de</strong> forças atrativas). Nas secçõesseguintes será <strong>de</strong>scrito o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> operação utiliza<strong>do</strong> neste trabalho.II.2.4.3 AFM no mo<strong>do</strong> Contato IntermitenteNo Mo<strong>do</strong> Contato Intermitente <strong>de</strong> operação <strong>do</strong> AFM, o sistema <strong>de</strong> realimentaçãomantém a distância ponta-superfície em um intervalo tal, que a força <strong>de</strong> interação é oraatrativa, ora repulsiva. Durante a varredura a ponta oscila sobre a superfície chegan<strong>do</strong> atocá-la sutilmente, sem, no entanto, sofrer a ação significativa <strong>de</strong> forças capilares eminimizan<strong>do</strong> a interferência das camadas <strong>de</strong> contaminação adsorvidas na superfície dasamostras. A oscilação da ponta tem freqüência próxima à freqüência <strong>de</strong> ressonância dasonda (100 kHz a 400 kHz). Neste mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> operação, utilizam-se sondas com constanteselásticas altas (20 N/m a 100 N/m) e, geralmente, <strong>de</strong> Si. A amplitu<strong>de</strong> RMS (Root MeanSquare) da oscilação da sonda é monitorada pelo foto<strong>de</strong>tector. Uma amplitu<strong>de</strong> RMS, pré<strong>de</strong>finidacomo sen<strong>do</strong> a <strong>de</strong> referência, é mantida constante pelo sistema <strong>de</strong> realimentação.Figura 20 Variação das amplitu<strong>de</strong>s RMS da oscilação da sonda em função da distância pontasuperfície.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 51Quan<strong>do</strong> a ponta oscila livre da interação com a superfície (Figura 20) ela o faz comuma amplitu<strong>de</strong> RMS tipicamente maior que 20 nm. À medida que a ponta se aproxima dasuperfície, a força <strong>de</strong> interação ponta-superfície leva à redução da amplitu<strong>de</strong> RMS daoscilação. Enquanto a amostra é varrida sob a ponta, a amplitu<strong>de</strong> RMS da oscilação varia<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as características morfológicas da superfície da amostra. Todavia, se a força<strong>de</strong> interação ponta-superfície aumenta, a amplitu<strong>de</strong> da oscilação diminui e vice-versa. Paracada ponto (x, y), a amplitu<strong>de</strong> RMS <strong>de</strong> oscilação da sonda é informada ao sistema <strong>de</strong>realimentação, que encolhe ou dilata o scanner <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a restituir a amplitu<strong>de</strong> RMS <strong>de</strong>referência para a oscilação e geran<strong>do</strong> os tons <strong>de</strong> cinza mais claros ou mais escuros daimagem. O Mo<strong>do</strong> Contato Intermitente fornece, em geral, imagens mais realistas e <strong>de</strong>melhor resolução que o Mo<strong>do</strong> Contato pelo fato <strong>de</strong> forças capilares, eletrostáticas, etc.darem uma contribuição substancialmente menor na interação ponta-superfície durante avarredura da amostra.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 52Capítulo IIIObjetivos


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 53Capítulo III ObjetivosDiante <strong>do</strong> que foi exposto nos capítulos anteriores o objetivo fundamental <strong>de</strong>stetrabalho é o <strong>de</strong> preparar fases estacionárias, <strong>de</strong> caráter mais polar, para cromatografialiquida <strong>de</strong> alta eficiência em fase reversa. Para atingir este objetivo este trabalho ébasicamente dividi<strong>do</strong> em quatro etapas, o primeiro correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a modificação <strong>do</strong>suporte (sílica) pela adição <strong>de</strong> metal <strong>de</strong> transição (zircônio) e posterior caracterização. Asegunda parte correspon<strong>de</strong> a introdução <strong>de</strong> polímeros ou misturas <strong>de</strong> polímeros, com maiorpolarida<strong>de</strong> <strong>do</strong> que aqueles utiliza<strong>do</strong>s até agora poli(metiloctilsiloxano),poli(metilocta<strong>de</strong>cilsiloxano) (PMODS), sobre a superfície da sílica modificada (suportecromatográfico), a fim <strong>de</strong> preparar novas fases estaconáriascromatográficas. A terceiraparte consistirá <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>stas fases cromatográficas frente a compostos <strong>de</strong> diversaspolarida<strong>de</strong>s, aci<strong>de</strong>z e basicida<strong>de</strong>. O trabalho foi finaliza<strong>do</strong> com a avaliação da estabilida<strong>de</strong>química das melhores fases estacionárias produzidas e algumas avaliações com misturastestes mais complexas.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 54Capítulo IVParte Experimental


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 55Capítulo IV Parte ExperimentalIV.1 Reagentes• Acenafteno, Aldrich.• Acetona (PA) Merck.• Áci<strong>do</strong> Nítrico, p.a., Synth e Nuclear.• Água Deionizada, Sistema Milli-Q Plus.• Benzeno, p.a., Synth.• Benzonitrila, p.a., Rie<strong>de</strong>l-<strong>de</strong> Haën.• Carbowax 1000 (CW), Pertrach.• Clorofórmio, p.a., Merck.• Diclorometano, p.a., Merck, e grau HPLC, EM Science.• Fenol, 99%, Aldrich.• Metanol, grau HPLC, Mallinckrodt.• N, N-Dimetilanilina, 98% Fluka.• Naftaleno, p.a., Carlo Erba.• Óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio (Alfa Aesar com 99,7% <strong>de</strong> pureza).• Peneira molecular <strong>de</strong> 3Å, Alfa Inorganics Ventron.• Poli(metil)<strong>de</strong>cil (2-5%)difenilsiloxano (DMFS), Alltech.• Polidimetilsiloxano aminopropil (MS-NH 2 ), Alltech.• Sílica, Kromasil (Akzo Nobel), esférica, tamanho médio <strong>de</strong> partícula 5 µm,volume específico <strong>de</strong> poro 0,89 mL g -1 e área superficial específica 330 m 2g -1 (da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> fabricante).• Tetrabutóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> Zircônio, Aldrich.• Tolueno, planta piloto, IQ/<strong>Unicamp</strong>.• Uracil, 98%, Aldrich.IV.2 Equipamentos• Agita<strong>do</strong>r magnético (Corning PC-351)• Agita<strong>do</strong>r mecânico (Tecnal TE-039)


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 56• Agita<strong>do</strong>r Vórtex (Phoenix AP-56)• Analisa<strong>do</strong>r Termogravimétrico, TA Instruments mo<strong>de</strong>lo TGA-2050• Banho termostatiza<strong>do</strong>, Marconi MA120• Bomba <strong>de</strong> enchimento <strong>de</strong> colunas, com faixa <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> 6,9 a 207,0 MPa(1000 – 30000 psi), Haskel mo<strong>de</strong>lo no 51769.• Bomba <strong>de</strong> enchimento <strong>de</strong> colunas, com faixa <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> 6,9 a 60 MPa(1000 – 10000 psi), mo<strong>de</strong>lo Alltech 1666 Slurry Packer.Cromatógrafo a Líqui<strong>do</strong>, Shimadzu, compostos por: Bomba <strong>de</strong> alta pressão tiporecíproca <strong>de</strong> pistão duplo, LC-10 AD; Detector espectrofotométrico UV/Vis <strong>de</strong>comprimento <strong>de</strong> onda variável entre 190 e 900 nm, cela <strong>de</strong> 8 µL, mo<strong>de</strong>lo SPD-AV; Injetor, Rheodyne, 8125, com alça <strong>de</strong> amostragem 5 µL; Sistema <strong>de</strong>aquisição <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s: Microcomputa<strong>do</strong>r com software <strong>de</strong> aquisição e tratamento<strong>de</strong> da<strong>do</strong>s Crom Perfect e Report Write Plus.• Cromatógrafo a Líqui<strong>do</strong>, Waters, composto por: Bomba <strong>de</strong> alta pressãorecíproca, <strong>do</strong> tipo pistão com dupla cabeça, mo<strong>de</strong>lo 515; Detector por índice<strong>de</strong> refração, mo<strong>de</strong>lo 410, injetor U6K. Forno para coluna; Sistema <strong>de</strong>aquisição <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s (microcomputa<strong>do</strong>r e software Millenium).• Espectrofotômetro Infravermelho, Bomem Hartman & Braun, mo<strong>de</strong>lo MB.• Espectrofotômetro Infravermelho, Perkin Elmer, mo<strong>de</strong>lo FT-IR 1600.• Espectrômetro <strong>de</strong> Absorção <strong>de</strong> Raios – X duro com Luz Síncrotron (DB-04),faixa <strong>de</strong> energia 2,5 – 24 keV, <strong>do</strong> Laboratório Nacional <strong>de</strong> Luz Síncrotron(LNLS)• Espectrômetro <strong>de</strong> Fluorescência <strong>de</strong> Raios-X <strong>de</strong> Energia Dispersiva, fonte <strong>de</strong>ródio Shimadzu, mo<strong>de</strong>lo EDX700.• Estufa à vácuo, Yamato ADP-21• Purifica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> água, Milli-Q (Millipore S.A.)• Sistema <strong>de</strong> ultra-som Thornton, mo<strong>de</strong>los T14 e T50


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 57IV.3 Caracterização Física da Sílica e <strong>do</strong> SuporteIV.3.1-Espectroscopia na Região <strong>do</strong> Infravermelho da Sílica e <strong>do</strong> SuporteForam obti<strong>do</strong>s espectros <strong>de</strong> absorção no infravermelho em um espectrômetroBomem MB-Series da sílica pura da sílica zirconizada e <strong>do</strong>s polímeros polidimetilsiloxano,aminopropillsiloxano (MS-NH 2 ), Poli<strong>de</strong>cilmetil (2-5%) difenilsiloxano (DMFS) e oCarbowax 1000 (CW) bem como algumas fases estacionárias sorvidas. No caso <strong>do</strong>spolímeros, os espectros foram obti<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> um filme da amostra em cela <strong>de</strong> NaCl ouKBr. Para os suportes e as fases estacionárias sólidas, os espectros foram obti<strong>do</strong>s nointervalo <strong>de</strong> 400 a 4000 cm -1 após a prensagem da amostra, sob a forma <strong>de</strong> pastilhas, combrometo <strong>de</strong> potássio na razão 1:10 amostra/KBr.IV.3.2 Fluorescência <strong>de</strong> Raios-XO teor <strong>de</strong> zircônio incorpora<strong>do</strong> à superfície da sílica foi <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> atravésinterpolação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s através da fluorescência <strong>de</strong> raios-X (XRF), sen<strong>do</strong> que acurva analítica foi construída a partir <strong>de</strong> amostras conten<strong>do</strong> <strong>de</strong> 0 % a 18% (m/m) <strong>de</strong>zircônio em sílica. O aparelho utiliza<strong>do</strong> foi o Tracor X-Ray mo<strong>de</strong>lo, Spectrace 5000, <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>com uma fonte <strong>de</strong> raios-X <strong>de</strong> Rh.IV.3.2 -Ressonância Magnética Nuclear <strong>de</strong> SilícioOs espectros <strong>de</strong> ressonância magnética nuclear (NMR) <strong>de</strong> 29 Si com polarizaçãocruzada e ângulo mágico (CP/MAS) foram obti<strong>do</strong>s em um espectrômetro Bruker ASX 300,usan<strong>do</strong> um rotor <strong>de</strong> zircônia, em velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> 3500 Hz, conten<strong>do</strong> amostras <strong>de</strong>200-250 mg. Os espectros foram obti<strong>do</strong>s com um tempo <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> polarização cruzada<strong>de</strong> 5 ms, ten<strong>do</strong> como tempo <strong>de</strong> contato e intervalo <strong>de</strong> pulso <strong>de</strong> 1.5 s. Foram acumula<strong>do</strong>s1500 FID (Free induction <strong>de</strong>cays) com tempo <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> 30 ms. O alargamento <strong>de</strong>banda usada foi <strong>de</strong> 30 Hz e largura espectral para to<strong>do</strong>s os espectros foi <strong>de</strong>aproximadamente 25 kHZ.IV.3.3 Espectroscopia <strong>de</strong> Absorção <strong>de</strong> Raios-X Duros com Luz SíncrotronEsta análise foi realizada no Laboratório Nacional <strong>de</strong> Luz Síncrotron (LNLS),localiza<strong>do</strong> em Campinas/SP.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 58Dentre os procedimentos, utilizou-se um cadinho no qual foi mistura<strong>do</strong> oequivalente a 40% <strong>de</strong> material sílica-zircônio, junto com o equivalente a 60% <strong>de</strong> nitreto <strong>de</strong>boro, pila<strong>do</strong>s e homogeneiza<strong>do</strong>s. A seguir, o material foi submeti<strong>do</strong> ao processo <strong>de</strong>empastilhamento semelhante ao processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> pastilhas <strong>de</strong> KBr para análise <strong>de</strong>infravermelho. Dan<strong>do</strong> continuida<strong>de</strong> aos procedimentos, a pastilha porosa conten<strong>do</strong> aamostra foi colocada em suporte próprio, Figura 21, e analisada no espectrômetro <strong>de</strong>absorção <strong>de</strong> raios – X duros (XAS) com luz síncrotron, estação (DB-04).ABFigura 21-Pastilha <strong>de</strong> sílica zirconizada (A) e a pastilha no suporte usa<strong>do</strong> para a análise <strong>de</strong> XASO equipamento foi previamente calibra<strong>do</strong> com um filtro <strong>de</strong> zircônio, utlizan<strong>do</strong>-se oprograma gerencia<strong>do</strong>r 3-Win DCM e um monocroma<strong>do</strong>r Si(220), o qual é usa<strong>do</strong> paraelementos que apresentem valores <strong>de</strong> borda <strong>de</strong> absorção acima <strong>de</strong> 8000 eV. Os espectrosobti<strong>do</strong>s são dividi<strong>do</strong>s em duas regiões, XANES e EXAFS, que fornecem informações comogeometria e número <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> zircônio e valores <strong>de</strong> distância da ligação Zr-O. Osda<strong>do</strong>s <strong>do</strong> EXAFS foram extraí<strong>do</strong>s e trata<strong>do</strong>s com o programa WINXAS, versão 2.33. AFigura 22A, mostra a amostra no equipamento em que a análise <strong>de</strong> XAS foi realizada e afigura 23B mostra a estação <strong>de</strong> trabalho para tratamento <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 59ABFigura 22. Amostra <strong>de</strong> sílica zirconiada no porta amostra <strong>do</strong> equipamento para medidas <strong>de</strong> XAS (A) eestação <strong>de</strong> trabalho (B).IV.3.4 Análise <strong>de</strong> Área Superficial pelos Méto<strong>do</strong>s BET e BJHPara esta medida empregou-se o méto<strong>do</strong> BET, que se baseia na <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>volume <strong>de</strong> nitrogênio adsorvi<strong>do</strong> a diferentes pressões na temperatura <strong>do</strong> nitrogênio líqui<strong>do</strong>.Seu resulta<strong>do</strong> é expresso em m 2 g -1 . Medida esta que foi realizada para a sílica nua, sílicazirconizada e algumas fases estacionárias. O méto<strong>do</strong> BJH foi utiliza<strong>do</strong> para se obter adistribuição <strong>de</strong> tamanhos <strong>de</strong> poros <strong>do</strong> material sílica, sílica zirconizada e algumas fasesestacionárias. As análises foram realizadas em um aparelho Micromeritrics ASAP 2010.IV.3.5 Volume e Diâmetro <strong>de</strong> PoroO volume <strong>de</strong> poro total foi avalia<strong>do</strong> pela conversão <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> nitrogênioadsorvi<strong>do</strong> para o volume <strong>do</strong> adsorbato líqui<strong>do</strong>. O diâmetro <strong>de</strong> poro foi <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> a partir<strong>do</strong> volume total <strong>de</strong> poro e da área <strong>de</strong> superfície BET. Esta medida foi aplicada para a sílicanua e para as melhores fases estacionárias preparadas. As análises foram realizadas em umaparelho Micromeritrics ASAP 2010.IV.3.6 Microscopia Eletrônica <strong>de</strong> VarreduraA análise morfológica da sílica, suporte <strong>de</strong> sílica zirconizada e algumas fasesestacionárias foi realizada por meio da avaliação das micrografias <strong>de</strong>ssas partículas. Aampliação da imagem foi <strong>de</strong> 1.500 a 20.000 vezes. O equipamento utiliza<strong>do</strong> foi omicroscópico <strong>de</strong> varredura JEOL JSM-6360LV a 20 kV, equipa<strong>do</strong> com microssonda <strong>de</strong>energia dispersiva (EDS) da Noran Instruments, Mo<strong>de</strong>l Series 2.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 60IV.3.7 Microscopia por Sonda MecânicaAs medidas <strong>de</strong> microscopia por sonda mecânica foram realizadas no LaboratórioNacional <strong>de</strong> Luz Síncrotron, Campinas, utilizan<strong>do</strong> um equipamento Atomic ForceMicroscope DI Nanoscope mo<strong>de</strong>lo III a.IV.3.8 Espectroscopia <strong>de</strong> FotoelétronsAs medidas espectroscópicas <strong>de</strong> fotoelétrons (XPS) foram realizadas utilizan<strong>do</strong>-seum ano<strong>do</strong> <strong>de</strong> alumínio (Al) na freqüência característica <strong>do</strong> potássio (K) para excitar aamostra em um analisa<strong>do</strong>r semi-esférico <strong>de</strong> raio 100 mm. As medidas foram realizadasmediante a passagem constante <strong>de</strong> 44 eV <strong>de</strong> energia, o que resulta em 1,6 eV <strong>de</strong> FWH paraa linha 4f <strong>do</strong> ouro (Au). Uma pequena quantida<strong>de</strong> da amostra foi utilizada para se fazeruma pastilha, a qual foi presa no porta amostra <strong>do</strong> equipamento. Durante as medidas apressão interna <strong>do</strong> equipamento foi <strong>de</strong> 5 x 10 -10 mBar e os efeitos <strong>de</strong> carga foram corrigi<strong>do</strong>sutilizan<strong>do</strong> a linha <strong>de</strong> absorção para o elétrons 1s <strong>do</strong> carbono cujo valor é 284,6 eV. Para acoleta <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s foi utiliza<strong>do</strong> o programa Shirley background <strong>do</strong> Origin 5 peak fittingmodule.IV.3.9 Médidas UV-Vis <strong>de</strong> Refletância DifusaAs medidas <strong>de</strong> UV-Vis foram realizadas em um espectrofotômetro UV-Vis-NEARda Varian mo<strong>de</strong>lo CARY 5G, com acessórios <strong>de</strong> refletância difusa, para evi<strong>de</strong>nciar bandascaracterísticas referentes às ligações químicas entre o zircônio e a sílica.IV.4 Caracterização <strong>do</strong> Material PoliméricoIV.4.1 Análise TermogravimétricaOs termogramas (TGA) foram obti<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> 10 mg <strong>de</strong> amostra e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>aquecimento <strong>de</strong> 10 ºC min-1 no intervalo <strong>de</strong> 25 ºC a 1000 ºC em atmosfera oxidante ou ematmosfera inerte. Os termogramas foram impressos em porcentagens <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> massa e acurva foi <strong>de</strong>rivada em função da temperatura.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 61IV.4.2 Cromatografia por ExclusãoO equipamento utiliza<strong>do</strong> para a <strong>de</strong>terminação da massa molar média <strong>do</strong>s polímerosconsiste em um cromatógrafo da Waters equipa<strong>do</strong> com Injetor U6K, bombas <strong>do</strong> tipo pistão<strong>de</strong> cabeça dupla, operan<strong>do</strong> a uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> 1 mL/min, forno da Watersoperan<strong>do</strong> a 40 ºC, e <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> índice <strong>de</strong> refração, mo<strong>de</strong>lo 410, também a 40 ºC. Ospadrões utiliza<strong>do</strong>s para a confecção da curva analítica foram padrões <strong>de</strong> poliestireno cujasmassas molares eram <strong>de</strong> 400 até 18000. O solvente utiliza<strong>do</strong> foi o tetraidrofurano (THF)filtra<strong>do</strong> e <strong>de</strong>gaseifica<strong>do</strong>. O software para tratamento <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s foi o Millenium.IV.4.3 Análise ElementarAs melhores fases estacionárias confeccionadas para este trabalho foram submetidasà uma análise elementar, i.e, <strong>de</strong>terminação da porcentagem <strong>de</strong> carbono (C), hidrogênio (H)e nitrogênio (N), em um equipamento mo<strong>de</strong>lo 2400 da Perkin Elmer.IV.5 ProcedimentosIV.5.1 Preparação das Colunas CromatográficasDentre as muitas variáveis que po<strong>de</strong>m, em princípio, afetar <strong>de</strong> maneira negativa aqualida<strong>de</strong> da separação cromatográfica, a rugosida<strong>de</strong> da superfície interna das colunascromatográficas é uma das mais importantes. Desta forma, uma superfície interna bempolida é extremamente importante, pois, assim, a resistência ao fluxo da fase móvel éminimizada e a eficiência é maximizada.Embora alguns pesquisa<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rem a importância <strong>de</strong> uma superfícieinterna bem polida [101], os trabalhos <strong>de</strong> Collins et al.[102] mostra que a eficiência dacoluna cromatográfica é drasticamente afetada por uma superfície não polida.O LabCrom <strong>de</strong>senvolveu um méto<strong>do</strong> para polimento das colunas. Em talprocedimento, a coluna é polida com um aparelho mostra<strong>do</strong> na Figura 23.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 62MandrilAste metálica duraGarraColunaFigura 23. Polimento <strong>do</strong> tubo para confecção da coluna cromatográficaA superfície interna da coluna é polida, fazen<strong>do</strong>-se a haste metálica com palha <strong>de</strong>aço e pasta abrasiva girarem a uma velocida<strong>de</strong> constante <strong>de</strong> 1000 rpm. Durante opolimento, é necessário fazer leves movimentos manuais para cima e para baixo, com agarra presa à coluna, a fim <strong>de</strong> garantir que a superfície interna fique mais uniforme quantopossível.Tubos <strong>de</strong> aço inox 316 L 60 x 3,9 mm sem costura foram poli<strong>do</strong>s internamente,seguin<strong>do</strong> o procedimento <strong>de</strong> Collins et al.[102] (Figura 23). Após o polimento, estes tubosforam lava<strong>do</strong>s com áci<strong>do</strong> nítrico 50%, água, etanol e acetona. O procedimento foiexecuta<strong>do</strong> até que se obtivesse uma superfície interna altamente polida e livre <strong>de</strong>imperfeições quan<strong>do</strong> avaliadas a olho nu contra a luz. A partir <strong>de</strong>stes tubos, as colunascromatográficas <strong>de</strong> 50 mm <strong>de</strong> comprimento e 4,0 mm <strong>de</strong> diâmetro interno e suas peçasacessórias foram confeccionadas na oficina mecânica da <strong>Unicamp</strong>. A mudança no diâmetrofoi <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao polimento e a <strong>do</strong> comprimento foi <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a um corte no tamanho <strong>do</strong> tubo. AFigura 24 mostra uma coluna cromatográfica e suas conexões.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 63Figura 24 Coluna cromatográfica (a) e conexões (b)IV.5.2 Síntese da Sílica Zirconizada.A síntese da sílica zirconizada po<strong>de</strong> ser dividida em duas etapas [103]. A primeiraetapa consistiu na ligação <strong>do</strong> reagente tetrabutóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zirconia à sílica e a segunda numareação <strong>de</strong> hidrólise para retirar os grupos butóxi<strong>do</strong>s que não reagiram com a sílica.Em um tubo <strong>de</strong> ensaio com rosca <strong>de</strong> vedação foram coloca<strong>do</strong>s 5 g <strong>de</strong> sílica e 16,8mmol <strong>de</strong> uma solução <strong>de</strong> tetrabutóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio em 15 mL <strong>de</strong> tolueno previamente secosobre peneira molecular <strong>de</strong> 3Å. Essa mistura foi agitada em agita<strong>do</strong>r vórtex até a suahomogeneida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pois foi transferida para um banho ultra-sônico por 10 minutos, com oobjetivo <strong>de</strong> eliminar bolhas <strong>de</strong> ar. A seguir, o tubo conten<strong>do</strong> a mistura foi <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> em umbanho termostatiza<strong>do</strong> a uma temperatura <strong>de</strong> 40 o C por 6 horas. Durante este tempo <strong>de</strong>reação o tubo foi retira<strong>do</strong> por três vezes para agitação no vórtex e no banho ultra-sônico por10 minutos.Após o perío<strong>do</strong> no banho termostátiza<strong>do</strong>, a sílica já zirconizada, mas nãohidrolisada, foi centrifugada e o sobrenadante foi <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>. Adicionaram-se então 15 mL<strong>de</strong> tolueno, a mistura foi agitada no vórtex até a sua homogeneida<strong>de</strong>, foi <strong>de</strong>ixada no ultrasompor 3 minutos, e então centrifugada até <strong>de</strong>posição completa <strong>do</strong> material. Estaseqüência <strong>de</strong> etapas foi repetida por quatro vezes, com o objetivo <strong>de</strong> eliminar to<strong>do</strong> oreagente tetrabutóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio que não reagiu durante as 6 horas <strong>de</strong> reação.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 64A segunda etapa da preparação da sílica zirconizada consistiu na hidrólise <strong>do</strong>material para eliminação <strong>do</strong>s íons tetrabutóxi<strong>do</strong> da superfície.O tolueno foi evapora<strong>do</strong> com auxílio <strong>de</strong> um fluxo <strong>de</strong> nitrogênio e, em seguida,foram adiciona<strong>do</strong>s 20 mL <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> nítrico 10 -3 mol L -1 , que logo após estiveramsubmeti<strong>do</strong>s à agitação no vórtex e ultra-som por 3 min. A mistura com áci<strong>do</strong> ficou emrepouso por 15 minutos. Decorri<strong>do</strong> esse tempo, a amostra foi centrifugada e o sobrenadanteremovi<strong>do</strong>.O próximo passo constitui-se da lavagem <strong>do</strong> material com água, agitação no vórtexe centrifugação.A sílica zirconizada foi então <strong>de</strong>ixada em repouso por 12 horas para eliminação <strong>do</strong>excesso <strong>de</strong> água por evaporação, e <strong>de</strong>pois seca na estufa por uma hora na temperatura <strong>de</strong>110 o C, este material será i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> como Si-Zr.IV.5.3 Preparação da Fase EstacionáriaForam utiliza<strong>do</strong>s três tipos <strong>de</strong> material polimérico, a saber, Carbowax 1000(CW), opolímero polidimetilsiloxano aminoproprildimetil (MS-NH 2 ), e Poli<strong>de</strong>cilmetil (2-5%)difenilsiloxano (DMFS). Nesta secção, estes materiais serão chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> materialpolimérico com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> simplificar o texto.Para o preparo da fase estacionária, a<strong>do</strong>tou-se o procedimento <strong>de</strong>scrito por Bassoem 1989 [104] e aperfeiçoa<strong>do</strong> por Bottoli [105]. Neste méto<strong>do</strong>, uma quantida<strong>de</strong><strong>de</strong>terminada <strong>de</strong> material polimérico é dissolvida em um volume conheci<strong>do</strong> <strong>de</strong> solvente emque o polímero se dissolva prontamente. A sílica, modificada ou não, previamente ativadapor aquecimento a 120 ºC por 8 horas, também em quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada, é adicionadalentamente à solução <strong>de</strong> material polimérico a qual está sob agitação. Após a adição, estematerial permanece nesta condição por mais 3 h, permitin<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sta forma, que haja tempopara que to<strong>do</strong> o suporte cromatográfico entre em contato com o material poliméricodissolvi<strong>do</strong> no solvente. Prosseguin<strong>do</strong>, o béquer é tampa<strong>do</strong> com papel alumínio perfura<strong>do</strong>,para permitir a evaporação <strong>do</strong> solvente, e <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> em repouso durante um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>.Faz parte <strong>do</strong> procedimento <strong>de</strong> preparo da fase estacionária o uso <strong>do</strong> ultra-som. Estaetapa é necessária para possibilitar a expulsão <strong>de</strong> bolhas <strong>de</strong> gás <strong>do</strong> solvente e <strong>do</strong> suporte e


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 65ainda dificultar a a<strong>de</strong>rência <strong>do</strong> material polimérico nas pare<strong>de</strong>s <strong>do</strong> béquer o qual está sepreparan<strong>do</strong> a fase estacionária.Foram feitas soluções <strong>do</strong> material polimérico e uma suspensão <strong>de</strong> sílica zirconizada,ambas em diclorometano, na proporção <strong>de</strong> 12 mL <strong>de</strong> diclorometano para cada 1 g <strong>de</strong>material suporte [106].IV.5.4 Determinação da Carga i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> Material PoliméricoPara esta avaliação, foram preparadas FE com carga <strong>de</strong> 5, 10, 20, 30, 40 e 50%(m/m). As melhores cargas obtidas foram fixadas ten<strong>do</strong> como principais parâmetros,rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> análise, assimetria <strong>de</strong> pico e resolução aceitáveis.IV.5.5 Imobilização das Fases EstacionáriasA imobilização da fase estacionária foi realizada em duas etapas, sen<strong>do</strong> que aprimeira constitui-se em evaporar o solvente utiliza<strong>do</strong> para solubilizar o materialpolimérico, estan<strong>do</strong> contato com o suporte cromatográfico, em capela com fluxo <strong>de</strong> ar por 6dias [105]. A segunda etapa constituiu-se <strong>de</strong> tratamento térmico em forno tubular atemperaturas varian<strong>do</strong> entre 100 á 120 ºC, sob fluxo constante <strong>de</strong> nitrogênio.IV.5.6 Preparação da Suspensão e Enchimento da ColunaNesta etapa um solvente que impeça a aglomeração, segregação e ainda asedimentação das partículas é seleciona<strong>do</strong>. No LabCrom, <strong>de</strong>terminou-se que o melhorsolvente é o clorofórmio [107]Depois <strong>de</strong> transcorri<strong>do</strong> o tempo necessário para a preparação da fase estacionária,foi prepara<strong>do</strong> suspensões com o solvente clorofórmio. A concentração foi <strong>de</strong> 10% massavolume (m/v). As suspensões foram mantidas sob agitação por 12 h, até o momento <strong>do</strong>enchimento das colunas.IV.5.7 Enchimento das ColunasQuanto ao enchimento da coluna utilizou-se uma bomba <strong>do</strong> tipo Haskel (HighPressure Packing Pump), ten<strong>do</strong> a pressão <strong>de</strong> enchimento <strong>de</strong> 38 Mpa e o solvente <strong>de</strong>propulsão foi o metanol grau HPLC previamente filtra<strong>do</strong>.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 66As colunas foram recheadas, segun<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> suspensão à alta pressão nomo<strong>do</strong> <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte. A suspensão da fase estacionária foi composta <strong>de</strong> clorofórmio e faseestacionária com concentração <strong>de</strong> 10% (m/v).O sistema para o enchimento consistiu <strong>de</strong> reservatório para suspensão <strong>de</strong> 32 mL,reservatório <strong>de</strong> solvente <strong>de</strong> propulsão, bomba <strong>de</strong> enchimento pressuriza<strong>do</strong> com e fluxo <strong>de</strong>nitrogênio.Antes <strong>de</strong> iniciar o enchimento, verifica-se há vazamentos no sistema e para istoconecta-se a coluna no sistema (no reservatório <strong>de</strong> suspensão) sen<strong>do</strong> que entre a coluna e oreservatório há um filtro e uma luva redutora. A parte inferior da coluna é composta por umfiltro e este é preso à coluna por meio <strong>de</strong> um parafuso também <strong>de</strong> aço inoxidável.Para que ocorra o enchimento, acopla-se a coluna ao reservatório <strong>de</strong> suspensão e aseguir adiciona-se a suspensão <strong>de</strong> fase estacionária no reservatório. Prosseguin<strong>do</strong> com oenchimento, abre se a válvula <strong>de</strong> nitrogênio para que ocorra a pressurização <strong>de</strong>sejada nosistema. A seguir abre-se a válvula <strong>do</strong> solvente <strong>de</strong> propulsão e este passará e levará para<strong>de</strong>ntro da coluna a fase estacionária <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a pressão <strong>do</strong> nitrogênio. Após a passagem <strong>de</strong> 80mL <strong>de</strong> solvente fecha-se a válvula <strong>do</strong> solvente <strong>de</strong> propulsão e a válvula <strong>do</strong> fluxo <strong>de</strong>nitrogênio. Desconecta-se a coluna <strong>do</strong> sistema, colocam-se as conexões na ponta da colunae agora esta e colocada para o condicionamento para posteriores teste <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.IV.6.8 Caracterização Cromatográfica das ColunasAs colunas foram avaliadas através das medidas realizadas nos cromatogramasobti<strong>do</strong>s com as fases estacionárias preparadas. Os parâmetros utiliza<strong>do</strong>s nessa avaliaçãoforam pratos por metro (N/m), fator <strong>de</strong> assimetria (As 10 ), fator <strong>de</strong> retenção (k) e resolução(R S ). Os cálculos <strong>de</strong>stes parâmetros foram feitos pelo software “Report Write Plus” queproduz relatórios <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s pelo sistema <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s cromatográficos “ChromPerfect”. As colunas foram avaliadas em triplicata.Para a avaliação das colunas, foram utilizadas duas misturas testes dissolvidas emfase móvel, com as seguintes composições:• Mistura 1 (M1): acetona, benzonitrila, benzeno, tolueno e naftaleno.• Mistura 2(M2): fenol, N,N-dimetilanilina, naftaleno e acenafteno.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 67O composto acetona foi utiliza<strong>do</strong> como composto não reti<strong>do</strong> para a obtenção <strong>do</strong>valor <strong>de</strong> t M , necessário para os cálculos <strong>do</strong> parâmetro cromatográfico fator <strong>de</strong> retenção.Quan<strong>do</strong> este composto não era separa<strong>do</strong>, o mesmo era injeta<strong>do</strong> separadamente para aobtenção <strong>do</strong> t M .A mistura 1 foi utilizada a fim <strong>de</strong> avaliar o comportamento da fase estacionária comcompostos neutros <strong>de</strong> polarida<strong>de</strong>s diferentes: polares (acetona e benzonitrila) e apolares(benzeno, tolueno e naftaleno).A mistura 2 foi utilizada para avaliar o comportamento da fase com compostos <strong>de</strong>caráter áci<strong>do</strong> (fenol), básico (N,N-dimetilanilina), neutros e hidrofóbicos (naftaleno eacenafteno).As misturas não foram preparadas quantitativamente, e sim <strong>de</strong> forma que oscompostos tivessem uma concentração suficiente para que os seus picos noscromatogramas possuíssem uma altura razoável e semelhante entre si, mistura essa que foiarmazenada sob refrigeração.Os parâmetros cromatográficos foram calcula<strong>do</strong>s para to<strong>do</strong>s os compostos damistura teste, porém, os resulta<strong>do</strong>s são apresenta<strong>do</strong>s apenas para alguns <strong>de</strong>les, ou seja:- t R , N/m, As 10 e k: calcula<strong>do</strong>s para composto mais reti<strong>do</strong>, e para a N,N-Dimetilanilina.- R S : calcula<strong>do</strong> para o par acetona-benzonitrila, compostos <strong>de</strong> resoluçãocromatográfica mais difícil para este tipo <strong>de</strong> FE, e para o par naftaleno-N,Ndimetilanilina.IV.5.9 Testes <strong>de</strong> Estabilida<strong>de</strong> da FECom objetivo <strong>de</strong> verificar a estabilida<strong>de</strong> química da FE sorvida e imobilizada portratamento térmico (forno sob fluxo <strong>de</strong> N 2 ), as colunas recheadas com as FE queapresentaram melhor <strong>de</strong>sempenho cromatográfico foram submetidas ao teste <strong>de</strong>estabilida<strong>de</strong> o qual consiste na passagem <strong>de</strong> FM neutra ou alcalina através da coluna atéverificar-se que a eficiência da coluna <strong>de</strong>caiu a 50% <strong>do</strong> valor inicial. Neste teste a FMneutra foi MeOH:H 2 O 60:40 (v/v), utilizada para as FE sorvida. Para a FM alcalina ascondições foram: pH 9 (0,05 mol L -1 <strong>de</strong> bicarbonato <strong>de</strong> sódio), e temperatura 40ºC. A vazão


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 68da FM variou. Nas primeiras etapas, condicionamento e análise, 0,3 mL/min. Para alavagem <strong>do</strong> sistema vazão foi 0,6 mL/min.O equipamento utiliza<strong>do</strong> foi o cromatógrafo Cromatógrafo a Líqui<strong>do</strong>, Shimadzu,compostos por: Bomba <strong>de</strong> alta pressão tipo recíproca <strong>de</strong> pistão duplo, LC-10 AD; Detectorespectrofotométrico UV/Vis <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> onda variável entre 190 e 900 nm, cela <strong>de</strong>8 µL, mo<strong>de</strong>lo SPD-AV; Injetor, Rheodyne, 8125, com alça <strong>de</strong> amostragem 5 µL; Sistema<strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s: Microcomputa<strong>do</strong>r com software <strong>de</strong> aquisição e tratamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>sCrom Perfect e Report Write Plus


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 69Capítulo VCaracterização da sílica e <strong>do</strong> Suporte


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 70Capítulo V Caracterização da Sílica e Suporte cromatográficoV.1 Caracterização da SílicaV.1.1-Micrografia Eletrônica da Sílica KromasilNa Figura 25 está apresentada à foto <strong>de</strong> microscopia eletrônica <strong>de</strong> varredura dasílica Kromasil 5 µm, esférica. As amostras foram fotografadas com um aumento <strong>de</strong> até7000 vezes.Observan<strong>do</strong>-se a Figura 25, nota-se que a sílica é <strong>de</strong> forma regular e que a suadistribuição <strong>de</strong> tamanho é uniforme.Figura 25. Micrografias por SEM da sílica KromasilSegun<strong>do</strong> Meyer [7], a obtenção <strong>de</strong> um a boa coluna cromatográfica está relacionadacom o recheio, o qual <strong>de</strong>ve ser composto por partículas com uma estreita faixa <strong>de</strong>distribuição <strong>de</strong> tamanho. A razão entre o diâmetro da maior partícula e da menor partículanão <strong>de</strong>ve exce<strong>de</strong>r a 2, sen<strong>do</strong> melhor 1,5. Portanto, segun<strong>do</strong> este conceito, é <strong>de</strong> se esperarque as colunas à base sílica Kromasil utilizada neste trabalho apresentem uma eficiênciaa<strong>de</strong>quada, visto que as partículas <strong>de</strong> sílica estão <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s padrões espera<strong>do</strong>s..


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 71V.1.2 Micrografia <strong>de</strong> Força Atômica da Sílica KromasilObserva-se na Figura 26 que a faixa <strong>de</strong> tamanho das partículas apresentadas,confere com aquelas das especificações fornecidas pelo fabricante, ou seja, 5 µm.. Outraobservação é que a sílica é <strong>de</strong> fato esférica como visualizada na figura 23B. Outraobservação que po<strong>de</strong> ser prontamente verificada e a porosida<strong>de</strong> ou rugosida<strong>de</strong> da superfícieda sílica.AFigura 26. Micrografia por força atômica da sílica Kromasil 5µm.BV.1.3 Espectroscopia na região <strong>do</strong> infravermelho para a sílica KromasilO infravermelho é provavelmente a ferramenta mais importante para a investigaçãoda química da superfície da sílica; mesmo consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> uma sobreposição <strong>de</strong> bandasreferentes aos diferentes tipos <strong>de</strong> silanóis, isto é, isola<strong>do</strong>s, geminais e vivinais, e ainda osgrupos hidroxilas provenientes da água fisicamente adsorvida. Os silanóis originam bandaspor volta <strong>de</strong> 3000 a 3800 cm-1. Conseqüentemente, torna-se necessário que a sílica usadapara esta <strong>de</strong>terminação esteja anidra, o que é muito difícil <strong>de</strong> se conseguir, uma vez que asílica adsorve água <strong>do</strong> ambiente com muita facilida<strong>de</strong>. A Figura 27 representa oinfravermelho da sílica previamente seca. Se <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rarmos a presença <strong>de</strong> água, o que épouco provável, a banda larga <strong>de</strong> forte intensida<strong>de</strong> em 3464 cm -1 é referente ao estiramento<strong>do</strong> grupo hidroxila presente na superfície da sílica.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 72Figura 27-Espectro na região <strong>do</strong> infravermelho <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> sílica Kromasil utilizada nestetrabalho.A banda observada por volta <strong>de</strong> 1050 correspon<strong>de</strong> ao estiramento das ligaçõessiloxanos (ν- Si-O-Si) que formam o esqueleto da sílica. A banda próxima a 1000, maisprecisamente a banda 951, é atribuída como sen<strong>do</strong> <strong>do</strong> estiramento silanóis (≡Si-OH).V.1.4 NMR <strong>de</strong> 29 Si da Sílica KromasilA Figura 28 retrata o NMR 29 Si <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> sílica Kromasil utilizada nestetrabalhoO pico observa<strong>do</strong> em -109 ppm é atribuí<strong>do</strong>s ao átomo <strong>de</strong> silício, liga<strong>do</strong> a quatrooutros grupos siloxanos (≡Si-(O-Si≡) 4 . O pico em -99 indica a presença <strong>de</strong> silício liga<strong>do</strong> aogrupo OH e a outros três grupos siloxanos Si-OH(-O-Si≡) 3 , atribuí<strong>do</strong>s ao silanol isola<strong>do</strong> ouliga<strong>do</strong>. Um pequeno ombro em 92 indica a presença <strong>do</strong>s silanóis <strong>do</strong> tipo geminal [108]. AFigura 29 é uma represrentação <strong>do</strong>s grupos que são <strong>de</strong>tectáveis pelo NMR <strong>de</strong> 29 Si para asílica.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 73Figura 28. NMR 29Si para a amostra <strong>de</strong> sílica utilizada neste trabalhoOOHSiSi OH ou Si OHOSiOOHOOSiOHGrupos silanóis geminais(Q 2 )Grupos silanóis livres ou vicinais(Q 3 )Grupos siloxanos(Q 4 )Figura 29- Tipos <strong>de</strong> silanóis <strong>de</strong>tectáveis pelo NMR <strong>de</strong> 29 Si referentes ao suporte cromatogáfico.V.2 Preparação da Sílica ZirconizadaV.2.1 Reação entre a Sílica e o Tetrabutóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> ZircônioA preparação <strong>do</strong> suporte <strong>de</strong> sílica zirconizada, po<strong>de</strong> ser representada <strong>de</strong> maneirasimplificada, pelas equações químicas (Equação 17 e Equação 18) [111].n≡ SiOH + Zr(OBu) 4 → (≡SiO)nZr(OBu) 4-n + n BuOH Equação 17


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 74(≡SiO)nZr(OBu) 4-n + (4-n) H 2 O → (≡SiO) n Zr(OH) 4-n + (4-n) BuOH Equação 18.Na Equação 17, observa-se a promoção da ligação <strong>do</strong> tetrabutóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio nosgrupos silanóis, por meio <strong>de</strong> um ataque nucleofílico <strong>do</strong>s grupos OH sobre o metal que está<strong>de</strong>ficiente em elétrons <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à ação eletronegativa <strong>do</strong>s átomos <strong>de</strong> oxigênio liga<strong>do</strong>sdiretamente a ele [112]. A seguir, é feita a hidrólise para retirada <strong>do</strong>s grupos butóxi<strong>do</strong>s dasuperfície (Equação 18). Trata-se <strong>de</strong> uma forma i<strong>de</strong>alizada para representar a ligação <strong>do</strong>óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio à sílica. O processo <strong>de</strong> incorporação (reações) parece ser maiscomplica<strong>do</strong>. Conforme relata<strong>do</strong> na literatura, há a possibilida<strong>de</strong> que ocorram diversasreações laterais [113]. Entretanto, sabe-se que alcóxi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> titânio, zircônio e alumínioreagem prontamente com os grupos silanóis (Si-OH) <strong>do</strong>s poros superficiais da sílica,forman<strong>do</strong> ligações ≡Si-O-M [114] Assim há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que haja realmente algumtipo <strong>de</strong> reação.Em média <strong>do</strong>is grupos silanóis reagem por molécula <strong>de</strong> alcóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> titânio ouzircônio [112], enquanto aparentemente apenas um silanol reage por molécula <strong>de</strong> alcóxi<strong>do</strong><strong>de</strong> alumínio [115]. A Figura 30 constitui uma representação hipotética da forma como ozircônio se liga à superfície da sílica.Figura 30 Possível forma <strong>de</strong> ligação <strong>do</strong> metal <strong>de</strong> transição, (M= Zr, Ti), à superfície da sílica.O procedimento para incorporação <strong>do</strong> titânio ou zircônio [111], utiliza<strong>do</strong> emtrabalhos anteriores <strong>do</strong> LabCrom, apresentava etapas longas e trabalhosas, como ativaçãoda sílica por 4 horas, adição <strong>do</strong> tetrabutóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> titânio sob atmosfera <strong>de</strong> argônio, refluxopor 12 horas e secagem por 48 horas. Por esse motivo, Collins e colabora<strong>do</strong>res [103]<strong>de</strong>senvolveram no LabCrom um novo procedimento para a modificação da sílica comtitânia e zircônia, o qual foi aprimora<strong>do</strong> neste trabalho. Em relação ao procedimentoemprega<strong>do</strong> nos trabalhos anteriores, o atual apresenta algumas vantagens: não necessitar <strong>de</strong>uma etapa <strong>de</strong> ativação da sílica para eliminação da água fisicamente adsorvida; não requer a


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 76V.2.1 Determinação <strong>de</strong> Zircônio na Sílica por Fluorescência <strong>de</strong> Raios-XPara esta análise, foi prepara<strong>do</strong> um lote <strong>de</strong> padrões com sílica Kromasil, com 0, 3, 6,9, 12, 15 e 18% <strong>de</strong> Zr, misturan<strong>do</strong>-se o óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio e sílica. O cálculo para aconfecção <strong>do</strong>s padrões foi feito consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que cada mol <strong>de</strong> óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio contém91,42 gramas <strong>de</strong> zircônio, ou seja, 74% <strong>de</strong> zircônio. Para o padrão 3% <strong>de</strong> zircônio em sílica(m/m) sen<strong>do</strong> a massa final composta por 2,0 g <strong>de</strong> SiO 2 /ZrO 2 , por exemplo, basta pesar umaquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> zircônio <strong>de</strong> 0,081g <strong>de</strong> óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio, que equivalerá a 0,06 g <strong>de</strong> zircônio.V.2.2 Descrição <strong>do</strong> Planejamento fatorial para a preparação <strong>do</strong> suporte Sílica-Zircônio (Si-Zr)Foi realiza<strong>do</strong> um planejamento experimental 25 -2 para otimizar o processo <strong>de</strong>incorporação <strong>de</strong> metal sobre a sílica, e <strong>de</strong>sta forma obter a máxima quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metalsobre a sílica, como mostra<strong>do</strong> na Tabela 1.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 775 2Tabela 1: Planejamento fatorial 2 − com as funções I = 1235 e I = 125IIIFatoresaExperimento Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> execução 1 2 3 4 51 6 - - - - +2 3 + - - + -3 2 - + - + -4 8 + + - - +5 7 - - + + +6 4 + - + - -7 1 - + + - -8 5 + + + + +aFatores( - ) ( + )1 Ativação da sílica Não Sim2 Solvente Butanol Tolueno3 Tempo <strong>de</strong> reação 4 h 6 h4 Temperatura <strong>de</strong> reação 30 °C 50 °C5 Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reagente 6.0 g 7.6 gA montagem <strong>do</strong>s experimentos, como po<strong>de</strong> ser visto na, foram realiza<strong>do</strong>s sem umaor<strong>de</strong>m pré-estabelecida, garantin<strong>do</strong> a aleatorieda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s experimentos.O preparo <strong>do</strong> suporte for realiza<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> uma adaptação <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Fonsecaet al. [103] e consiste nas seguintes etapas: Secou-se ou não <strong>de</strong> 2,5 g sílica á 150 ºC em estufa. Adicionou-se <strong>de</strong> 3,0 g <strong>de</strong> tetrabutóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio dissolvi<strong>do</strong> em tolueno oubutanol anidro. Colocar mistura em banho termostatiza<strong>do</strong> à 30ºC ou 50ºC por 4 horas ou 6 horas. Centrifugou-se da mistura por 15 min e <strong>de</strong>scartou-se o sobrenadante, Lavou-se <strong>do</strong> sóli<strong>do</strong> com 15 mL <strong>de</strong> tolueno ou butanol anidro (4 vezes) Colocou-se o material para hidrolisar com HNO 3 10 -3 mol L -1 Centrifugou-se novamente a mistura Lavou-se o material com 15 mL <strong>de</strong> água <strong>de</strong>ionizada (4 vezes) e, após, centrifugousenovamente o material por 10 minutos (4 vezes)To<strong>do</strong>s passos acima foram repeti<strong>do</strong>s mais uma vez, com o intuito <strong>de</strong> se obter uma


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 78segunda camada <strong>de</strong> metal.Na Tabela 2 estão mostradas as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> zircônio sobre a superfície da sílica.Tabela 2 Percentagem <strong>de</strong> zircônio sobre a sílica.FatoresExperimentos 1 2 3 4 5 Y a 2S biencontra<strong>do</strong>1 - - - - + 11,073 0,6052 + - - + - 11,113 0,0483 - + - + - 14,576 2,5494 + + - - + 13,408 1,2855 - - + + + 10,518 0,0586 + - + - - 8,044 0,1237 - + + - - 17,120 1,1698 + + + + + 7,412 0,028a Y : media das respostas (n=2), representan<strong>do</strong> a percentagem <strong>de</strong> zircôniob 2Si: variância individual <strong>do</strong>s experimentos.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> estes resulta<strong>do</strong>s, quatro fatores afetam o resulta<strong>do</strong> (Tabela 3), ou seja,influenciam na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> zircônio incorpora<strong>do</strong> sobre a sílica. Entretanto <strong>do</strong>is <strong>de</strong>stesfatores são <strong>de</strong> natureza qualitativa (fatores 1 e o 2). Assim, foi escolhi<strong>do</strong> o nível queinfluencia as respostas no nível positivo. Desta forma, <strong>de</strong>cidiu-se utilizar sílica não ativadae o solvente tolueno nos experimentos subseqüentes. Além disso, a temperatura não teveinfluência significativa nos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s níveis estuda<strong>do</strong>s.Tabela 3- Efeitos principais para cada fator estuda<strong>do</strong>.EfeitosL1 -3,323*L2 2,938*L3 -1,774*L4 -1,502L5 -2,115** Fatores estatisticamente significantes, num intervalo <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> 95% pelo teste-T.Assim os fatores 3 e 5 foram então submeti<strong>do</strong>s a mais uma etapa <strong>do</strong> planejamento, ofatorial 2 2 ( Tabela 4) com triplicata no ponto central e usan<strong>do</strong> a temperatura ambiente.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 79Tabela 4. Matriz <strong>de</strong> planejamento 2 2 com triplicata no ponto central e suas respectivasrespostas.a FatoresExperimentos 3 5 % Zr1 (1) b - - 13,4502 (3) + - 16,3023 (4) - + 17,4114 (7) + + 19,4985 (2) 0 0 20,5486 (5) 0 0 19,4267 (6) 0 0 21,677Níveisa Fatores - 0 +3 Tempo <strong>de</strong> reação (h) 4 5 65 Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reagente (g) 6,0 6,8 7,6b Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> execução <strong>do</strong>s experimentosOs experimentos, 5, 6 e 7 (Tabela 4) foram realiza<strong>do</strong>s como controle, para verificarse havia uma relação linear entre as variáveis e as respostas. Como a média das respostasno ponto central é maior <strong>do</strong> que as respostas individuais, isto implica que no intervalo <strong>de</strong>confiança estuda<strong>do</strong> (95% calcula<strong>do</strong> pelo teste F-test, F 4,3,95%) a região estudada apresentaum máximo, indican<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta maneira que os parâmetros avalia<strong>do</strong>s estão próximos <strong>de</strong> umaregião ótima. Entretanto, o mo<strong>de</strong>lo linear não é váli<strong>do</strong> para explicar as respostas contidas nae precisa ser confirma<strong>do</strong> pela análise <strong>de</strong> variância, ANOVA, para mo<strong>de</strong>lo linearTabela 5- ANOVA para mo<strong>de</strong>lo linearFonte <strong>de</strong> VariânciaSoma <strong>do</strong>squadra<strong>do</strong>s (SS)Graus <strong>de</strong>Liberda<strong>de</strong>Média <strong>do</strong>squadra<strong>do</strong>s (MS)Teste -FRegressão 18,50 2 9,25 1,40Resíduos 26,36 4 6,59Falta <strong>de</strong> fit 24,36 2 12,18 12,18Erro experimental puro 2,00 2 1,00Total 44,86 6% Variação explicada 41,24% Variação predita 95,54


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 80Apesar <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo linear não apresentar falta <strong>de</strong> ajuste, já que a razão entre a média<strong>do</strong>s quadra<strong>do</strong>s da falta <strong>de</strong> ajuste e o erro experimental puro, 12,18, foi menor <strong>do</strong> que o valor<strong>de</strong> F, F 2,2,95% = 19.00, a regressão não foi significativa. A média da razão entre a regressão eos resíduos, 1,40 foi menor <strong>do</strong> que 41,24% e o gráfico <strong>do</strong>s resíduos não apresenta umcomportamento aleatório (Figura 32)2.50Resíduos1.250.00-1.2514-2.5016 18 20 22Respostas preditasFigura 32 Gráfico <strong>do</strong>s resíduos versus respostas preditas.Desta forma, termos quadráticos <strong>de</strong>vem ser introduzi<strong>do</strong>s ao mo<strong>de</strong>lo. Isto implica narealização <strong>de</strong> novos experimentos. Foi realiza<strong>do</strong> então um planejamento estrela (Figura 33).+ αX 2+ 10-1- αX 1- α-10+ 1+ α(Figura 33. Planejamento estrelaPara o planejamento estrela (Figura 33), foram realiza<strong>do</strong>s mais quatro experimentosponto central.Tabela 6). Os experimentos estão situa<strong>do</strong>s axialmente e a uma distância <strong>de</strong> ± α <strong>do</strong>


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 81Tabela 6 Matriz <strong>do</strong> planejamento estrela e percentagem <strong>de</strong> zircônio em cada experimento.FatoresExperimentos 3 5 % Zr14 -1,4 a 0 12,79215 +1,4 0 15,67816 0 -1,4 13,83417 0 +1,4 16,788a Valores correspon<strong>de</strong>ntes para α.Os valores α são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como. Estes valores são normaliza<strong>do</strong>s ecorrespon<strong>de</strong>m a 5.7 g (α = - 2 ) e 7.9 g (α = + 2 ) para a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reagente e 3 h40 min (α = - 2 ) e 6 h 30 min (α = + 2 ) para o tempo <strong>de</strong> reação. Os valores para aquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> zircônio incorpora<strong>do</strong> estão mostra<strong>do</strong>s naTabela 6.A ANOVA mostra<strong>do</strong> na Tabela 7 indica, pelo teste F em um intervalo <strong>de</strong> 95 %confiança, a regressão é significante (o valor da razão da regressão e <strong>do</strong>s resíduos, 5,57, ésuperior ao F, F 5,5,95% = 5,05). Estes resulta<strong>do</strong>s indicam que o mo<strong>de</strong>lo não apresenta falta<strong>de</strong> ajustes. Assim o mo<strong>de</strong>lo quadrático é váli<strong>do</strong>. A equação que representa estes resulta<strong>do</strong>sé mostrada na Equação 19:Equação 19On<strong>de</strong> o valor <strong>de</strong> Y correspon<strong>de</strong> ao valor <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio, X 1 é o temponormaliza<strong>do</strong> e X 2 a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reagente, também normaliza<strong>do</strong>. Os valores <strong>de</strong> mais oumenos correspon<strong>de</strong>m aos erros <strong>de</strong> cada parâmetro. Para maiores <strong>de</strong>talhes as referencias[109,110] <strong>de</strong>vem ser consultadas.Tabela 7 ANOVA para o mo<strong>de</strong>lo quadrático.Fonte <strong>de</strong> variação Soma <strong>do</strong>squadra<strong>do</strong>s (SS)Graus <strong>de</strong>liberda<strong>de</strong>Média <strong>do</strong>squadra<strong>do</strong>s (MS)Regressão 75,75 5 15,15 5,57Resíduos 13,61 5 2,72Sem Fit 11,07 3 3,69 2,91Erro experimental puro 2,53 2 1,27Teste- F


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 8325,020,017,415,012,810,0% <strong>de</strong> Zr5,00,0-5,01,41,0Fator 50,0-1,0-1,4-1,4 -1,0 0,01,0 1,4Fator 3Figura 35- Representação da região <strong>de</strong> máximoAssim os valores para que a <strong>de</strong>rivada seja zero são X 1 (Fator 3) igual a 0,27 e X 2igual a 0,21 respectivamente. Estes valores correspon<strong>de</strong>m a 5horas e meia (5:30 h para otempo <strong>de</strong> reação) e 7,0 g tetrabutóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio.V.3 Avaliação <strong>do</strong> material (Si-Zr) por NMR 29 SiV.3.1- NMR 29 Si para a sílica zirconizada e sílica nua.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 84Figura 36- NMR <strong>de</strong> 29 Si para a sílica nua e sílica zirconizada avaliadas sobre as mesmas condições.O espectro <strong>de</strong> 29 Si da sílica apresenta picos em –91, -101 e –111 ppm relativos àsespécies Q 2 , Q 3 e Q 4 . Observa-se que na amostra <strong>do</strong> suporte Si-Zr o sinal relativo a Q 2 ébem menor, sugerin<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta forma que alguns <strong>do</strong>s silanóis da sílica nua foram utiliza<strong>do</strong>spara criar a ligação Si-Zr.Um ponto importante a ser mencionda<strong>do</strong> é que i sinal Q 3 se reduz muito. Estaobservação po<strong>de</strong> ser melhor visualizada através da razão Q 3 /Q 4 .V.3.2 Medidas <strong>de</strong> Infravermelho e UltravioletaA Figura 37 mostra os espectros <strong>de</strong> infravermelho para a sílica e amostras <strong>de</strong> SI-Zr.É possível observar que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> zircônio sobre a superfície da sílica é apreciável seconsi<strong>de</strong>rarmos que apenas 4 µmol m2 <strong>de</strong> silanóis isola<strong>do</strong>s reagem com o tetrabutóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong>zircônio [117]. Contu<strong>do</strong> é possível que algum zircônio esteja apenas <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> nos porosda sílica.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 85Sílica Zirconizada 3S ílica Krom asil 5µ4000 3600 3200 2800 2400 2000 1600 1200 800 400cm -1Figura 37- Infravermelho para sílica pura e três diferentes amostras <strong>de</strong> Si-Zr preparadasAs bandas em 3464 a 3365 e 1635 a 1628 cm -1 são <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às vibrações <strong>de</strong> água nasamostras. A água é facilmente adsorvida nos poros, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a natureza mesoporosa daamostra. Um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> bandas está presente em regiões <strong>de</strong> baixo comprimento <strong>de</strong>onda. Isto é atribuída a estrutura da sílica. A gran<strong>de</strong> absorção em 1090-1017 cm -1 com umombro em 1200 cm -1 po<strong>de</strong> ser atribuída as vibrações <strong>de</strong> estiramento assimétrico dasligações (Si-O-SI) [120,121] enquanto que a banda em 980 cm -1 é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> as vibrações Si-OH <strong>do</strong> grupo silanol. As bandas em 800 e 454-439 cm -1 po<strong>de</strong> ser atribuída a vibrações <strong>de</strong>estruturas <strong>de</strong> anéis forma<strong>do</strong>s pelas ligações Si-O da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sílica [120,121]. Po<strong>de</strong> seobservar que, nas amostras que contém zircônio a banda em 1090 e 980 cm -1 po<strong>de</strong> serutilizada para medir o grau <strong>de</strong> incorporação <strong>de</strong>ste material [122]. Devi<strong>do</strong> a hidrólise amaior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> grupos Si-OH (980 cm -1 ) <strong>de</strong>vem estar localiza<strong>do</strong>s na superfícieenquanto na estrutura interna <strong>de</strong>ve ser composta por ligações <strong>do</strong> tipo Si-O-Si. Deve sermenciona<strong>do</strong> que, no trabalho <strong>de</strong> Cardy et al. [123], as medidas <strong>de</strong> infravermelho foramfeitas com amostras calcinadas, o que irá garantir uma diminuição na banda atribuída aossilanóis isola<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à <strong>de</strong>sidroxilação. Em nossos experimentos nossas amostras nãoforam pré-tratadas, em outras palavras, não foi realizada a remoção <strong>de</strong> água antes dasmedidas <strong>de</strong> infravermelho. Quan<strong>do</strong> átomos <strong>de</strong> zircônio são introduzi<strong>do</strong>s na sílica, isto é,mais ligações <strong>do</strong> tipo Zr-O-Si são formadas a não homogeneida<strong>de</strong> da superfície da sílicadiminui, o que correspon<strong>de</strong> a uma diminuição da banda em 980 cm -1.Deve ser menciona<strong>do</strong> que, embora o infravermelho não forneça resulta<strong>do</strong>s


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 86quantitativos como NMR 29 Si e 17 O, a modificação da matriz sílica po<strong>de</strong> ser assegurada aomenos <strong>de</strong> forma relativa, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a explanação acima.As amostras também foram analisadas por infravermelho <strong>de</strong> refletância difusa(Figura 38). Entre 2500 e 1500 cm -1 , em cada caso, bandas fracas aparecem em 1633, 1873e 1990 cm -1 . Ao menos duas <strong>de</strong>las são atribuídas a combinações <strong>do</strong>s mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> “overtones”<strong>de</strong> estrutura interna. Já foi prova<strong>do</strong> que a banda em 1663 cm- 1 é o resulta<strong>do</strong> dasobreposição <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> vibração da água adsorvida no interior da sílica e aquelaabsorvida na superfície da sílica.Pure SilicaEX Sílica 3 zirconizadaZirconium oxi<strong>de</strong>500 1000 1500 2000 2500Cm -1Figura 38- Espectro <strong>de</strong> infravermelho <strong>de</strong> refletância difusa para amostras <strong>de</strong> sílica gel, oxi<strong>do</strong> <strong>de</strong>zircônio e amostra Si-ZrO espectro para o oxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio apresenta a mesma banda por volta <strong>de</strong> 1663cm -1 , o que <strong>de</strong>ve ser o resulta<strong>do</strong> da sobreposição <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> vibração da água adsorvidana superfície <strong>do</strong> óxi<strong>do</strong>. As bandas ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> 500 cm -1 são atribuídas a zircônio cristalina[124].Abaixo da faixa <strong>de</strong> 1500 cm -1 o espectro para sílica pura é quase idêntico a to<strong>do</strong>s osoutros espectros, uma banda larga ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> 1110 cm -1 , característica das vibraçõesassimétricas <strong>de</strong> Si-O-Si, e uma banda menos intensa em 806 cm -1 atribuída as vibraçõessimétricas da espécie Si-O-Si [125].


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 88zro2sizr4Absorção(u.a.)sizr9sizr117,8 18,0 18,2 18,4 18,6 18,8Energia (KeV)Figura 40- Espectros <strong>de</strong> XAS para amostra <strong>de</strong> ZrO 2 puro e amostras <strong>de</strong> Si-ZrA região <strong>de</strong> pré-borda mostra as transições eletrônicas <strong>do</strong>s elétrons <strong>do</strong> orbital 1spara o orbital d vazio, o qual está intimamente relaciona<strong>do</strong> a geometria <strong>do</strong> átomo central(Zr). Freqüentemente um pico intenso po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> em compostos tetraédricos comcentros não-simétricos indican<strong>do</strong> que o orbital d está “mistura<strong>do</strong>” com outros orbitais <strong>de</strong>diferentes números quânticos angular (l) tais como orbitais p ou s. Contu<strong>do</strong>, picos <strong>de</strong> baixaintensida<strong>de</strong> também são observa<strong>do</strong>s em compostos com centro simétrico octaédrico, o qualgeralmente é atribuí<strong>do</strong> a transições quadrupolares. Em nossas amostras é possível observarum pico intenso em 1800 eV o qual po<strong>de</strong> ser relaciona<strong>do</strong> a distorção local. A posição <strong>do</strong>spicos na região <strong>de</strong> pré-borda o topo da borda é invariante para todas as amostras, indican<strong>do</strong>que a Valencia <strong>do</strong> zircônio é +4. Recentemente, foi observa<strong>do</strong> que misturas <strong>de</strong> SiO 2 /ZrO 2[130] apresentava simetria octaédrica com <strong>do</strong>is distintos comprimentos <strong>de</strong> ligação <strong>de</strong> (Zr–O) o qual foi atribuí<strong>do</strong> ao comprimento da ligação Zr-O-Zr e Zr-O-Si, sen<strong>do</strong> esta segundacom comprimento <strong>de</strong> ~0,34 nm . Isto, <strong>de</strong>sta forma, confirma que o átomo <strong>de</strong> zircônio estáestabiliza<strong>do</strong> em um campo octaédrico muito provavelmente distorci<strong>do</strong>. O resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ultravioleta <strong>de</strong> refletância difusa indica que o átomo <strong>de</strong> zircônio está num ambienteoctaédrico e este fato é corrobora<strong>do</strong> pela diminuição <strong>do</strong> comprimento da ligação (Zr-O)[130].A região EXAFS <strong>do</strong> espectro para as amostras Si-Zr também po<strong>de</strong> ser vista naFigura 40. O primeiro e o segun<strong>do</strong> pico apresentam valores <strong>de</strong> 0,22 nm e são atribuí<strong>do</strong>s aoretro espalhamento <strong>do</strong>s oxigênios vizinhos, e um terceiro ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> 0,29 nm po<strong>de</strong> seratribuí<strong>do</strong> a vizinhança <strong>do</strong> tipo Zr–(Si ou Zr). Dos resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s fittings, o número <strong>de</strong>


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 89coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> átomo <strong>de</strong> zircônio é em torno <strong>de</strong> 6. Para o terceiro pico o fitting indica queé atribuí<strong>do</strong> ao espalhamento <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a átomos <strong>de</strong> silício (Si) com número <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>naçãoem torno <strong>de</strong> <strong>do</strong>is. O comprimento <strong>de</strong> ligação Zr-O está numa faixa compreendida entre0,212 e 0,236 nm para Zr-O 1 (0,72 nm ), e Zr-O 2 (0,140 nm ), respectivamente, o qual équase consistente com a soma <strong>do</strong>s raios iônicos <strong>de</strong> Zr + coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s octaédricamente comosugeri<strong>do</strong> por Shannon [131]. Este valor é o encontra<strong>do</strong> para nossas amostras.Conseqüentemente a configuração octaédrica para nossas amostras parece ser uma hipótesepossível, realçan<strong>do</strong> que a configuração octaédrica distorcida parece ser mais provável.Estes resulta<strong>do</strong>s sugerem também que o átomo <strong>de</strong> zircônio está localiza<strong>do</strong> na superfície,uma vez que se este estivesse imobiliza<strong>do</strong> no interior o número <strong>de</strong> átomos <strong>de</strong> silício vizinho<strong>de</strong>veria ser 6 e não 2, como indican<strong>do</strong> na referencia [132].[126,127]. Para a amostra <strong>de</strong> ZrO 2 e da mistura mecânica (ZrO 2 /SiO 2 ) há uma clarainflexão em 230 nm, isto sugere que o zircônio está em um ambiente octaédrico [127], parao espectro da amostra 8 <strong>de</strong> Si/Zr, estas bandas não estão presentes indican<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sta forma,que o zircônio incorpora<strong>do</strong> não se encontra nesta forma cristalina. É sabi<strong>do</strong> que o zircôniotetragonal e monoclínico apresenta borda <strong>de</strong> absorção próximo <strong>de</strong> 220 nn [128,129]. Istosugere que em nosso caso, o zircônio esteja em uma <strong>de</strong>stas duas formas. Embora estasbandas estejam alargadas, que po<strong>de</strong> ser atribuí<strong>do</strong> ao efeito <strong>de</strong> diluição da amostra [123].V.3.4 Medidas <strong>de</strong> XPSUma vez que começamos a reação utilizan<strong>do</strong> tetrabutóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio e, neste, oátomo <strong>de</strong> zircônio está com número <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação quatro [133] e o óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio(ZrO 2 ) tem número <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação 7 quan<strong>do</strong> na fase monoclínica e 8 na tetragonal [134].os níveis eletrônicos internos <strong>do</strong> átomo são sensíveis ao XPS. Isto implica que po<strong>de</strong>mosobter informação a respeito <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> oxidação e energias <strong>de</strong> ligação <strong>do</strong>s orbitaismoleculares.Dois espectros representativos <strong>de</strong> XPS estão mostra<strong>do</strong>s na Figura 41, que indica aintensida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s picos relaciona<strong>do</strong>s às transições 3d 3/2 e 3d 5/2 das amostras <strong>de</strong> Si-Zr e amistura mecânica (Figura 41 A e B). Os sinais da Figura 41B são menos intensos, isto é, asbandas referentes ao sinal são menores, mas a energia <strong>de</strong> ligação é maior e quase igualaquela <strong>do</strong> óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio puro (Zr3d 5/2 ) 182,1 eV [135], sen<strong>do</strong> igual á 182,6 eV. A


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 90priori isto po<strong>de</strong> ser atribuída a dispersão <strong>do</strong> zircônio sobre a sílica [135]. Po<strong>de</strong> serobserva<strong>do</strong> pela simples verificação <strong>do</strong>s valores na Tabela 8 <strong>de</strong> energias <strong>de</strong> ligação 3d 5/2que a mistura mecânica e as amostras que contem 13% <strong>de</strong> zircônio apresentam valores <strong>de</strong>energia diferente da mistura mecânica. Isto po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a uma mudança <strong>do</strong> numero <strong>de</strong>coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> átomo <strong>de</strong> zircônio pela formação <strong>de</strong> ligação <strong>do</strong> tipo Si-O-Zr.Tabela 8 valores <strong>de</strong> energias <strong>de</strong> ligação para mistura mecânica e Si-Zr 13%AmostrasMisturamecânica (1)O1sZr 3dO1 O25/2 Si2 p530,5 532,8 183,1 102,1 103,8Si-Zr 13% 530,3 532,2 182,6 102,1 103,5Parece haver uma leve estabilização conferida ao átomo <strong>de</strong> zircônio pela formaçãoda ligação Si-O-Zr, pois há uma diminuição da energia <strong>de</strong> ligação <strong>de</strong> 183,1 eV para 182,6eV, uma diferença <strong>de</strong> 0,5 eV [136].AFigura 41-Espectros <strong>de</strong> XPS para as linhas 3d da mistura mecânica e Si/Zr13%BUma tendência similar po<strong>de</strong> ser observada para o espectro Si 2p (Figura 42). Aenergia para<strong>de</strong> ligação 2p para a mistura mecânica é 102,1 eV para o oxigênio próximo <strong>do</strong>átomo <strong>de</strong> silício, o que é quase igual ao valor encontra<strong>do</strong> para a linha 2p <strong>de</strong> sílica pura[137], e 103.8 eV para o oxigênio próximo ao átomo <strong>de</strong> zircônio. Estas energias nãomudaram, permaneceram quase que imutável. Esta observação também foi observada por


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 91Bosman et al. [138] o que sugere que esta linha <strong>de</strong> energia não é apropriada pra medirdiferenças na estrutura <strong>do</strong> material Si-Zr.AFigura 42- Espectros <strong>de</strong> XPS para as linhas 2p da mistura mecânica e Si-Zr13%BAs energias para a linha 1s <strong>do</strong> oxigênio em sílica pura é 532,8 eV enquanto que parao oxigênio que pertencente ao oxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio é 530.5 eV [139]. A Figura 43 mostratambém que houve uma tendência similar aquela das linhas 3d. Há um claro aumento nosinal para a amostra Si-Zr 13%. A banda correspon<strong>de</strong>nte a linha 1s <strong>do</strong> oxigênio próximo aozircônio também se apresenta mais intensa. De maneira geral o que po<strong>de</strong> se inferir é que hauma modificação das ligações Si-OH ou Si-O-Si na direção da formação <strong>de</strong> Si-O-Zr. Esteresulta<strong>do</strong> está corrobora<strong>do</strong> pelos experimentos <strong>de</strong> FTIR, DRUV e XAS.AFigura 43- Espectros O 1s para mistura mecânica e Si/Zr 13%BEm to<strong>do</strong>s os espectros que foram <strong>de</strong>convoluí<strong>do</strong>s há a presença <strong>de</strong> <strong>do</strong>is picos <strong>de</strong>absorção, sen<strong>do</strong> que um <strong>de</strong>les (aquele <strong>de</strong> menor intensida<strong>de</strong>) correspon<strong>de</strong> ao oxigênio


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 92pertencente ao óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio. O que mais se <strong>de</strong>staca nestas figuras 41 a 43 é que,quan<strong>do</strong> a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxi<strong>do</strong> sobre a sílica é 13%, esta banda aumenta sugerin<strong>do</strong> <strong>de</strong>staforma, que zircônio tem si<strong>do</strong> introduzi<strong>do</strong> na matriz sílica.Uma conclusão bastante simples po<strong>de</strong> ser tirada se compararmos os valores <strong>de</strong>energias obtidas por a Navio. A Tabela 9 sumariza os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por Navio e osobti<strong>do</strong>s para a amostra reacional. Po<strong>de</strong> se observar que os valores <strong>de</strong> energias obtidas para aamostra reacional é muito similar a aquelas obtidas para a amostra <strong>de</strong> Navio.Tabela 9-Energias <strong>de</strong> ligação obtidas por XPS e o tipo <strong>de</strong> informação obtidaAmostraO 1sSi 2pZr3d 52Tipo <strong>de</strong>informaçãoMistura Mecânica (MIME)533.0103,5183,1Si-O-SiAmostra (14% <strong>de</strong> Zr)*531,2102,2182,7Si-O-ZrAmostra reacional (13%)530,3102,1182,7Si-O-ZrV.3.5 Proprieda<strong>de</strong>s Texturais <strong>de</strong> Si-ZrOs principais parâmetros texturais estão apresta<strong>do</strong>s na Tabela 10. Po<strong>de</strong>-se observarque todas as amostras conservaram as proprieda<strong>de</strong>s, se comparadas com aquelas da sílicapura, com exceção da amostra 6. Este comportamento diferente po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a um errona medida. As áreas (S BET ) estão entre 322 e 344 m 2 g -1 . As amostras 03 e 07 apresentammaior área embora não tão significativa. O que po<strong>de</strong> indicar uma boa dispersão <strong>do</strong> zircôniosobre a matriz sílica. A área S BET 344 m2g -1 , observada aqui, possibilita-nos a dizer que,conforme a quantida<strong>de</strong> <strong>do</strong> óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio é incorporada na sílica, a área total aumenta,ainda que discretamente, o que é muito <strong>de</strong>sejável em cromatografia.a J.A. Navio.; M. Macías.; G. Colón.; P.J. Sánchez-Soto.; V. Augugliaro.; l. Palmisano., Applied SurfaceScience. 81 (1994) 325


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 93Tabela 10- Proprieda<strong>de</strong>s texturais <strong>do</strong> material Si/ZrExperimento Area Superficial /m 2 g -1 Volume <strong>de</strong> Poro/ cm 3 g -1 Diâmetro <strong>de</strong> Poro/ nm03 343 0,676 7,0204 329 0,686 8,2005 335 0,686 8,1806 234 0,502 8,5707 344 0,679 7,8808 322 0,687 8,30Algumas isotermas <strong>de</strong> adsorção <strong>de</strong> nitrogênio são mostradas na Figura 44, no quaisas amostras apresentam uma distribuição semelhante. As isotermas correspon<strong>de</strong>m aquelas<strong>do</strong> grupo IV [66], <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a classificação da IUPAC. Essas isotermas são típicas <strong>de</strong>material mesoporoso, apresentan<strong>do</strong> diâmetro <strong>de</strong> poro com distribuição entre 2,0 e 50,0 nn.Po<strong>de</strong>-se notar também uma importante histerese (“loop”) o qual está associa<strong>do</strong> acon<strong>de</strong>nsação capilar que ocorre nos mesoporos. Durante a <strong>de</strong>ssorção, a fase líquida sevaporiza e o processo que ocorre é diferente daquele da adsorção, conseqüentemente ospontos registra<strong>do</strong>s pelo aparelho apresentam-se <strong>de</strong>sloca<strong>do</strong>s daquele da adsorção. Esteshistereses foram classificadas como aquela <strong>do</strong> tipo H1, a qual também é característicos <strong>de</strong>poros cilíndricos [140]. Uma observação também muito importante é que estas isotermasapresentam, no início, uma ramificação quase vertical e quase paralela ao eixo dasabscissas no final o que indica a presença <strong>de</strong> poros no formato “garrafa” ou ainda poroscom cavida<strong>de</strong>s que se comunicam entre si [140].500400V ads/cm -3 g -1300200ex61000 100 200 300 400 500 600 700 800p/p 0Figura 44- Isotermas <strong>de</strong> adsorção e <strong>de</strong>ssorção para as amostras <strong>de</strong> Si/ZrV.3.6 Microscpia Eletrônica <strong>de</strong> VarreduraPela microscopia eletrônica <strong>de</strong> Varredura (SEM) po<strong>de</strong>-se observar é que o méto<strong>do</strong><strong>de</strong> preparar o suporte é não <strong>de</strong>strutivo, uma vez que, pelas fotos, observa-se que a matriz


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 94mantém suas características originais <strong>de</strong> tamanho aparente e <strong>de</strong> formato esférico (Figura45). Outra observação muito importante é que a distribuição <strong>de</strong> tamanhos da sílica écontinua bastante regular, apresentan<strong>do</strong> uma estreita distribuição <strong>de</strong> tamanho.ABFigura 45-Fotos da sílica Kromasil (A) e Si-Zr 13% e (B)V.3.7 Microscopia <strong>de</strong> força atômica Si-ZrA Figura 46 mostra a imagem da sílica pura obtida por microscopia <strong>de</strong> forçaatômica (AFM). Na figura po<strong>de</strong> se observar que a superfície da sílica apresenta-seextremamente porosa, proprieda<strong>de</strong> esta <strong>de</strong>sejável em cromatografia. Uma outra observaçãoé que, para se obter uma monocamada <strong>de</strong> metal <strong>de</strong> transição sobre a sílica é extremamentedifícil <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a impedimentos estéricos, visto que a superfície da sílica, e aqui estamosfalan<strong>do</strong> da área superficial interna aos poros, é <strong>de</strong> difícil acesso tanto para o butóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong>zircônio como também para os polímeros na etapa <strong>de</strong> preparação da FE.A imagem na Figura 46 B mostra a superfície da sílica com maior zoom. Po<strong>de</strong> seobservar os poros ou espaços livres (regiões mais escuras) na superfície da sílica.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 95AFigura 46- Imagem da superfície da sílica pura 2 µm 2 (A) e 150 nm 2 (B)(imagem bidimensional)BFigura 47- Foto tri<strong>de</strong>mensional da sílica KromasilA Figura 47 apresenta a superfície da sílica em espaço três D. Po<strong>de</strong>-se observar quehá inúmeras invaginações e fendas. Esta morfologia dificulta o acesso <strong>do</strong> material a serincorpora<strong>do</strong> aos poros menores e mais profun<strong>do</strong>s da sílica.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 96Capítulo VICaracterização <strong>do</strong>s Polímeros e das FasesEstacionárias


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 97Capítulo VI Caracterização <strong>do</strong>s Polímeros e das FasesEstacionárias.VI.1 Caracterização <strong>do</strong>s PolímerosA Figura 48, apresenta as estruturas <strong>do</strong>s polímeros Carbowax 1000 (CW) (B)poli<strong>de</strong>cilmetil (2-5%) difenilsiloxano (DMFS) e polidimetilsiloxano aminopropiltermina<strong>do</strong> (MS-NH 2 ).(A)(B)(C)Figura 48. Estrutura <strong>do</strong> Carbowax (A) Poli<strong>de</strong>cilmetil (2-5%) difenilsiloxano, sen<strong>do</strong> m = 98-95% e n = 2-5% (B), e <strong>do</strong> Polidimetilsiloxano Aminopropil termina<strong>do</strong>(C).No polímero DMFS, a quantida<strong>de</strong> da unida<strong>de</strong> fenilada, representa apenas <strong>de</strong> 2-5%da massa total <strong>do</strong> polímero. Nos <strong>de</strong>mais, as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada parte da macromolécula écomo estão representa<strong>do</strong>s, ou seja, <strong>de</strong> 1/1.VI.1.1 Cromatografia <strong>de</strong> ExclusãoA <strong>de</strong>terminação da massa molar <strong>do</strong>s polímeros é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância, uma vezque o tamanho e peso <strong>do</strong> polímero influenciam <strong>de</strong> maneira significativa os processos <strong>de</strong>adsorção <strong>do</strong> material polimérico sobre a superfície da sílica. Isto se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> que aadsorção em superfícies não porosa é restringida somente pela extensão da superfície. Temseobserva<strong>do</strong> que a adsorção aumenta com o aumento <strong>do</strong> comprimento da ca<strong>de</strong>ia <strong>do</strong>material polimérico. Contu<strong>do</strong>, no caso <strong>de</strong> materiais porosos, a adsorção diminui com oaumento da massa molar <strong>do</strong> material polimérico. A explicação para esta ocorrência está no


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 98fato <strong>de</strong> que o material poroso po<strong>de</strong> oferecer poros com diversos tamanhos, entretantosomente os compatíveis com os tamanhos das moléculas poliméricas é que serãopreenchi<strong>do</strong>s, isto é, somente moléculas com massas molares relativamente menoresentraram nos poros <strong>de</strong> menores diâmetros e volumes.Os cromatogramas para os polímeros obti<strong>do</strong>s por cromatografia por exclusão,modalida<strong>de</strong> cromatográfica por permeação em gel (GPC), utilizan<strong>do</strong> o tetraidrofuranocomo fase móvel estão mostra<strong>do</strong>s na Figura 49. Nas tabelas 10 e 11 constam os valores damassa molar <strong>do</strong> polímero CW e para o polímero DMFS.600AGPC poliímero Carbowax 100080BGPC copolímero5006040040mV300200mV2001000-20-100-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20Tempo(min)-400 5 10 15 20Tempo (min)Figura 49 -Cromatogramas da <strong>de</strong>terminação da massa molar <strong>do</strong> CW (A) e <strong>do</strong> DMFS (B). A colunautilizada foi Polymer cuja faixa <strong>de</strong> trabalho é 400- 18000 daltons. Foram injeta<strong>do</strong>s 250 µL <strong>de</strong> amostradissolvida em tetraidrofurano, que também foi usa<strong>do</strong> como fase móvel com uma vazão <strong>de</strong> 1,0 mLmin -1 , à uma temperatura <strong>de</strong> 40º C, tanto na coluna quanto no <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> índice <strong>de</strong> refraçãoTabela 11. Massas molares para CWCWMn daltons MP Mw Mz Mz+1 Polidispersivida<strong>de</strong>1088 1432 1365 1712 2107 1,254Tabela 12-Massas molares para DMFSDMFSMn daltons MP Mw Mz Mz+1 Polidispersivida<strong>de</strong>1581 1697 2324 3306 4332 1,407Tais valores <strong>de</strong> massas molares (MW) (1356 e 2324) são obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong> relatórioforneci<strong>do</strong> pelo software <strong>do</strong> equipamento <strong>do</strong> GPC. Po<strong>de</strong>-se, <strong>de</strong>sta forma, inferir que omaterial polimérico utiliza<strong>do</strong> possui uma massa molar baixa em relação às massas <strong>do</strong>s


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 99polissiloxanos já utiliza<strong>do</strong>s pelo LabCrom. Desta forma, é <strong>de</strong> se esperar um comportamentoadsorptivo diferencia<strong>do</strong> <strong>do</strong>s observa<strong>do</strong>s com polissiloxanos.Quanto ao polímero MS-NH 2 as massas molares foi obtidas da referencia [141]sen<strong>do</strong> sua massa molar (Mw) igual a ~27000 e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> igual a 0,98 g mL -1 .VI.1.2 Estu<strong>do</strong> da Estabilida<strong>de</strong> Térmica <strong>do</strong>s Polímeros por TGA.A Figura 50 mostra o TGA para os polímeros. Observan<strong>do</strong> as figuras,, po<strong>de</strong>-se notarque estes materiais são bem estáveis. Por exemplo, o Carbowax é estável atéaproximadamente 300 ºC, temperatura esta muito superior àquelas em que as colunascromatográficas para CLAE operam. O mesmo é observa<strong>do</strong> para os outros polímeros.Figura 50-TGA para CW (A), DMFS (B), MS-NH 2 (C)Vale ressaltar que estas medidas foram realizadas em atmosfera oxidante (O 2 ) e,com isso, po<strong>de</strong>-se inferir que estes materiais apresentaram comportamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 100quan<strong>do</strong> da sua utilização para produção das fases estacionárias as quais serão submetidas aotratamento térmico.VI.1.3 Espectrometria <strong>de</strong> InfravermelhoOs espectros no infravermelho <strong>do</strong>s polímeros estão na Figura 51. Po<strong>de</strong>-se observarna Figura 51(A) que o DMFS não apresenta banda por volta <strong>de</strong> 3400 cm -1 , que é uma bandacaracterística <strong>de</strong> água ou, melhor, OH. As principais bandas observadas são um triplete porvolta <strong>de</strong> ν-2900 cm -1 (ν-2957, 2924 e ν-2854 cm -1 ) <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao estiramento <strong>do</strong>s gruposmetilas, um dublete largo por volta <strong>de</strong> 2100 cm -1 (ν-1032 e ν-1086 cm -1 ) relativo aoestiramento <strong>do</strong>s grupos siloxanos e, por fim, uma banda em 798 referentes ao estiramentoassimétricos <strong>do</strong>s grupos metilas. EmFigura 51(B) po<strong>de</strong>-se observar a banda intensa <strong>do</strong> OH em ν-3407 cm -1 além da bandacaracterística <strong>de</strong> estiramento CH 3 em 287 cm -1 para o CW.CNúmero <strong>de</strong> Onda cm-1Figura 51 Infravermelho para DMFS (A) Carbowax (CW), (B) e Aminopropil siloxano (MS-NH 2 ) (C)


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 101Já para o MS-NH 2 (C) as bandas características são as das regiões 2965 cm -1referentes aos grupos metila, 1260 cm -1 referente a ligação C-N, um dublete em 1090 e1020 cm -1 referente aos grupos siloxano e em 800 cm -1 referentes às metilas [141].VI.1.4- NMR <strong>de</strong> 29 Si <strong>do</strong> DMFSA Figura 52 mostra um espectro <strong>de</strong> NMR <strong>de</strong> 29 Si para o polímero, DMDS puro.Figura 52- NMR <strong>de</strong> 29 Si DMFSVI.2. Caracterização Físico-Química das Fases EstacionáriasVI.2.1 Fase Estacionárias <strong>de</strong> Si-Zr e 30% <strong>de</strong> DMFSA Figura 53 mostra a imagem por microscopia <strong>de</strong> força atômica <strong>de</strong> um grão <strong>de</strong>sílica modificada com zircônio e polímero DMFS 12 meses após <strong>de</strong> preparo. Observa-seque está apresenta-se porosa, ou seja, conservan<strong>do</strong> as características da sílica original.Figura 53- Micrografia por força atômica <strong>de</strong> um grão <strong>de</strong> fase estacionária composta por sílica zircônioe DMFS 12 meses após o preparo.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 102A imagem também possibilita a observação <strong>de</strong> que o material polimérico sobre asílica não está segrega<strong>do</strong>, ou seja, forman<strong>do</strong> “ilhas”, sugerin<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sta forma, que o polímeroeste está <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> sobre a sílica zirconizada <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a formar uma fina camadaadsorvida sobre a sílica. Segun<strong>do</strong> Madsen [142] a formação <strong>de</strong> “ilhas” sobre o suporte <strong>de</strong>sílica se <strong>de</strong>ve à baixa concentração <strong>do</strong> material polimérico adiciona<strong>do</strong> ou ainda que esteapresente ca<strong>de</strong>ias ou blocos <strong>de</strong> baixa massa molar. Com base neste argumento po<strong>de</strong>-seafirmar que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material polimérico é suficiente para cobrir to<strong>do</strong> o material,isto é, o suporte cromatográfico se encontra totalmente encoberto pelo material polimérico.A Figura 55 mostra a NMR <strong>de</strong> 29 Si para a fase estacionaria à base <strong>de</strong> Si-Zr com 30%<strong>de</strong> DMFS.D DQ 2 Q 3 Q 4Figura 54 NMR <strong>de</strong> 29 Si da fase estacionária à base <strong>de</strong> Si-Zr e DMFSO aparecimento <strong>de</strong> picos na região <strong>de</strong> -30 a -5 ppm da espécie D 2 ” são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>snovos sinais que po<strong>de</strong>m ser atribuí<strong>do</strong>s a uma combinação <strong>de</strong> diferentes grupos adsorvi<strong>do</strong>s


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 103(D 2 ’’) e liga<strong>do</strong>s quimicamente (D 2 ’). A estrutura <strong>de</strong>stas espécies está representada naFigura 55.Figura 55 Representação da ligação sílica polímero DMFSObserva-se que há bandas em torno <strong>de</strong> -25 a -5 ppm referentes ao sinal <strong>do</strong> silício <strong>do</strong>polímero. Entretanto este sinal não está tão níti<strong>do</strong> na Figura 54, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> , a baixaintensida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sinal em relação aos sinais <strong>do</strong>s grupos Q 2 , Q 3 e Q 4 .Observa-se sinais que po<strong>de</strong>m estar relaciona<strong>do</strong>s a formação <strong>de</strong> “loops” das ca<strong>de</strong>ias<strong>do</strong> polímero. Conforme Bachmann et al. [143] ainda há possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que alguns <strong>de</strong>stessinais sejam referentes a estruturas fisicamente e quimicamente ligadas ao suportecromatográfico.VI.2.2 Fase Estacionária <strong>de</strong> Si-Zr com mistura <strong>de</strong> DMFS e CWA fase cromatográfica preparada com Si-Zr e os polímeros DMFS e CW (5/1) ouseja cinco partes <strong>de</strong> DMFS e uma parte <strong>de</strong> CW. e ainda submetida ao tratamento térmico(100 ºC ou 6 horas) foi submetida ao NMR <strong>de</strong> 29 Si. Um espectro está mostra<strong>do</strong> na Figura56. Nesta figura observa-se os mesmos sinais mostra<strong>do</strong>s na Figura 54, exceto que nesta háuma melhor divisão <strong>do</strong>s picos que aparecem por volta <strong>de</strong> -25 a -5 ppm, o qual <strong>de</strong>ve estarrelaciona<strong>do</strong> a formação <strong>de</strong> ligação entre o polímero e suporte cromatográfico [143].Po<strong>de</strong>-se observar também que os picos relaciona<strong>do</strong>s aos sinais Q 2 , Q 3 e Q 4 ,relaciona<strong>do</strong> aos diversos tipos <strong>de</strong> silanóis, apresentam-se nas mesmas proporções, ou seja, amodificação da sílica pelo tetrabutóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio provoca apenas uma leve diminuição<strong>do</strong>s sinais relaciona<strong>do</strong>s ao silanol isola<strong>do</strong>, como po<strong>de</strong> ser visto pela <strong>de</strong>convolução <strong>de</strong>stessinais, como já menciona<strong>do</strong> na Figura 36.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 104As fases á base <strong>de</strong> Si-Zr e e misturas <strong>de</strong> polímeros MS-NH 2 /CW e MS-NH 2 /DMFS,não foram submetidas ao NMR <strong>de</strong> 29 Si.DQ 2 Q 3 Q 4Figura 56- NMR 29 Si para a fase cromatográfica à base <strong>de</strong> sílica modificada e DMFS submeti<strong>do</strong> aotratamento térmico


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 105Capítulo VIIResulta<strong>do</strong>s Cromatográficos


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 107Capítulo VII Resulta<strong>do</strong>s CromatográficosVII.1 Determinação da Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Polímero a ser Adiciona<strong>do</strong> Sobre oSuporteA <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> utilizar <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> material polimérico foi apartir da consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> que se to<strong>do</strong>s os poros da sílica estiverem preenchi<strong>do</strong>s com omaterial polimérico, então a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material será dada pela Equação 20:Xg= Vp x dp Equação 20em que: Xg = massa <strong>de</strong> polímero a ser utiliza<strong>do</strong> por grama <strong>de</strong> sílica.Vp = Volume <strong>de</strong> poro da sílica modificadaDp = <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>do</strong> polímeroPor meio <strong>de</strong>ste cálculo, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> DMFS necessário para encher completamente osporos da sílica será.Xg = 0,68 mL/g x 0,89 g/mLXg = 0,80 gEste valor implica que para preencher to<strong>do</strong>s os poros da sílica com esse materialpolimérico é necessário 0,8 g/mL <strong>de</strong> material polimérico com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,89 g mL -1por grama <strong>de</strong> Si-Zr. Entretanto, com base nos trabalhos <strong>do</strong> grupo [144] em que as fasesestacionárias preparadas com os poros da sílica cheios mais um excesso <strong>de</strong> 10%,submetidas a uma etapa <strong>de</strong> extração <strong>do</strong> excesso <strong>de</strong> polímero que não foi adsorvi<strong>do</strong> sobre osuporte sílica, neste trabalho optou-se por preparar fases com uma carga <strong>de</strong> polímeromenor, ten<strong>do</strong> como finalida<strong>de</strong> a preparação <strong>de</strong> fases com espessuras <strong>de</strong> camada mais fina eporos da sílica não completamente cheios.VII.2 Fases estacionárias Sorvidas <strong>de</strong> Sílica com CarbowaxO procedimento a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> para a preparação da FE com Carbowax 1000 sobre osuporte sílica zirconizada foi o utiliza<strong>do</strong> por Basso [104]. Nesta etapa <strong>do</strong> trabalhopreten<strong>de</strong>u-se avaliar a influencia <strong>do</strong> tipo e composição <strong>do</strong> material polimérico e da carga <strong>de</strong>material polimérico sobre os suportes sílica e sílica zirconizada.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 108Foram preparadas fases estacionárias com carga <strong>de</strong> 10, 20, 30, 40 e 50 % <strong>de</strong> CWautoimobilizadas por 6 dias antes <strong>de</strong> rechear as colunas. Utilizou-se fase móvel MeOH:H 2 O70:30 (v/v) na vazão <strong>de</strong> 0,3 mL min -1 .As fases estacionárias preparadas com a sílica e a sílica zirconizada com CW nãoforam capazes <strong>de</strong> separar os componentes da mistura teste 1, que contém componentes <strong>de</strong>diversas polarida<strong>de</strong>s. Um cromatograma representativo está mostra<strong>do</strong> na Figura 57.2 4 6 8 10Tempo (min)Figura 57 Cromatograma para a coluna recheadas com FE sorvida preparada com 20 % CW sobresílica nua Mistura teste 1: Acetona; benzonitrila; benzeno, tolueno e naftaleno. Condiçõescromatográficas: fase móvel MeOH:H 2 O (70:30 v/v) vazão: 0,3 mL/min; volume <strong>de</strong> injeção: 5µL.Coluna 60x40 mm; <strong>de</strong>tecção UV a 254 nm.Para esta FE não foi realiza<strong>do</strong> nenhum tipo <strong>de</strong> extração <strong>do</strong> possível excesso <strong>de</strong>material polímérico sobre a sílica uma vez que não se observou nenhum resíduo <strong>do</strong> materialpolimérico após o enchimento da coluna. Assim, executou-se uma análise <strong>de</strong> CHN da FEcom carga inicial <strong>de</strong> 20% <strong>de</strong> carga para a verificação <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> carbono da FE. A análiseelementar mostrou que após o enchimento da coluna ainda restava certa porcentagem <strong>de</strong>carbono (1,1 % ) sobre a sílica. Para transformar este valor em porcentagem <strong>de</strong> CW<strong>de</strong>vemos fazer a seguinte consi<strong>de</strong>ração. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carbono no polímero CWrepresenta 23,6% da massa molar total <strong>do</strong> polímero CW. Foi preparada uma faseestacionária com 20% <strong>de</strong>, ou seja, 0,2 g <strong>de</strong> CW para cada 1 g <strong>de</strong> sílica. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>carbono será <strong>de</strong> 0,0472 g em cada 0,2 g <strong>de</strong> CW, visto que, 23,6% é <strong>de</strong> carbono. Então 1,1%


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 110VII.3 Fases Estacionárias Sorvidas <strong>de</strong> Sílica e Sílica Zirconizada comDMFSAs fases preparadas á base <strong>de</strong> sílica nua teve como finalida<strong>de</strong> estabelecer um ponto<strong>de</strong> partida, isto é, um valor <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> material polimérico e verificar se as colunaspreparadas com sílica pura seriam, <strong>de</strong> fato, melhores, piores ou similares <strong>do</strong> que aquelaspreparadas com sílica zirconizada. Na Tabela 14 está apresentada as melhores colunasobtidas para sílica pura. Encontram-se também os parâmetros cromatográficos eporcentagem <strong>de</strong> polímero <strong>de</strong>pois da análise cromatográfica. Estas porcentagens foramcalculadas a partir <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> porcentagem <strong>de</strong> carbono obti<strong>do</strong>s por análise elementar<strong>de</strong>ssas fases estacionárias. Po<strong>de</strong> se observar que o polímero não possui uma boa a<strong>de</strong>rênciano suporte, uma vez que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material polimérico arrasta<strong>do</strong> pelo solventeoriun<strong>do</strong> <strong>do</strong> procedimento <strong>de</strong> enchimento ou pelo arraste provoca<strong>do</strong> pela fase móvel éconsi<strong>de</strong>rável. Esta observação está evi<strong>de</strong>nciada pela diferença entre a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>material polimérico inicial e final, mostra<strong>do</strong> pela análise <strong>de</strong> carbono.Tabela 14- Parâmetros cromatográficos e porcentagem <strong>de</strong> DMFS <strong>de</strong> fases estacionárias autoimobilizadaspreparadas com sílica nua.Coluna t R a (min) k a N/m a (m -1 ) As a R Sb(%)DMFSinicialA SiO 2 (DMFS) 2,9 0,0 31800±1000 1,7 1,0 10 2,59B SiO 2 (DMFS) 7.2 3,4 32000±2900 0,9 3,4 20 8,68a Calcula<strong>do</strong> para o naftaleno, b Calcula<strong>do</strong> para o par acetona-benzonitrila,OBS: uma linha correspon<strong>de</strong> à média <strong>de</strong> três injeções.(%)DMFSfinalUtilizan<strong>do</strong> as melhores porcentagens (10 e 20% <strong>de</strong> DMFS), FE foram preparadascom a Si-Zr. Os resulta<strong>do</strong>s das análises cromatográficas estão sumariza<strong>do</strong>s na Tabela 14.Novamente observa-se que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polímero após o enchimento e uso é pequena.Entretanto algumas colunas apresentaram um <strong>de</strong>sempenho a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, com eficiências <strong>de</strong>56400±700 pratos por metro, sugerin<strong>do</strong> a viabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s experimentos.A avaliação para a <strong>de</strong>terminação da melhor velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo da fase móvel estámostrada na Figura 58 e os cromatogramas são apresentadas na Figura 59, em que épossível observar que ambas as cargas são suficientes para separar os componentes damistura 1, sen<strong>do</strong> que a carga <strong>de</strong> 20% apresentou tempos <strong>de</strong> retenção maiores.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 111Figura 58 Curva <strong>de</strong> van Deenter para a fase à base <strong>de</strong> sílica zirconizada e DMFSABResposta <strong>do</strong> <strong>de</strong>tector em mV0 2 4 6 8Tempo (min)Resposta <strong>do</strong> <strong>de</strong>tector em mV0 2 4 6 8 10Tempo (min)Figura 59-Cromatogramas obti<strong>do</strong>s na otimização da carga inicial <strong>de</strong> DMFS sobre Si-Zr: Detecção: UV,254 nm; Condições cromatográficas: vazão 0,2 mL min -1 ; FM: MeOH:H 2 O (60:40), v/v; volume <strong>de</strong>injeção 5,0 µL; A = carga <strong>de</strong> 10%. B = carga inicial <strong>de</strong> 20%; Mistura teste 1: acetona, benzonitrila,benzeno, tolueno, naftaleno (sen<strong>do</strong> esta a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> eluição)Tabela 15 Parâmetros cromatográficos e porcentagem <strong>de</strong> DMFS <strong>de</strong> fases estacionárias autoimobilizadaspreparadas com sílica zirconizada.Colunaat R(min)k a N/m a (m -)bR S % DMFSInicial%DMFSfinalfinalA Si-Zr (DMFS) 3,3 3,5 32500±800 1,36 10 1,0B Si-Zr (DMFS) 7,3 3,4 56400±700 1,01 20 3,4a Calcula<strong>do</strong> para o naftaleno, b Calcula<strong>do</strong> para o par acetona-benzonitrila,OBS: cada linha correspon<strong>de</strong> à média <strong>de</strong> três injeções.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 112VII.4. Fases Estacionárias <strong>de</strong> Si-Zr com CW e DMFSA Figura 60 correspon<strong>de</strong> ao gráfico <strong>de</strong> Van Deemter para a coluna conten<strong>do</strong> sílicazirconizada com CW/DMFS, sen<strong>do</strong> uma carga 30% <strong>de</strong> material polimérico (20 partes <strong>de</strong>DMFS e 10 partes <strong>de</strong> CW). Após a <strong>de</strong>terminação da melhor velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo da fasemóvel foi a vazão <strong>de</strong> 0,3 mL/min para as <strong>de</strong>mais colunas cromatográficas preparadas comeste material.O perfil <strong>de</strong>sta curva é semelhante aquele encontra<strong>do</strong> para as fases preparadas apenascom o DMFS. A curva é típica para colunas construídas a partir <strong>de</strong> partículas uniformes e<strong>de</strong> tamanho reduzi<strong>do</strong>. Isto é evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> pelo ponto mínimo da curva segui<strong>do</strong> por umafaixa gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo da fase móvel perto ao horizonta,l implican<strong>do</strong> que aanálise cromatográfica com esta coluna po<strong>de</strong> ser realizada com maiores velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>fluxo sem per<strong>de</strong>r eficiência da separação.4,50E-054,00E-053,50E-05Altura <strong>de</strong> Prato H (m)3,00E-052,50E-052,00E-051,50E-051,00E-055,00E-060,00E+000,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8Vazão (mL/min)Figura 60. Curva <strong>de</strong> van Deemter obtidas com coluna recheada com fase estacionária CW/DMFSsorvida sobre a sílica zirconizada para <strong>de</strong>terminação da melhor velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo para a avaliaçãodas colunas cromatográficas.VII.4.I Fases Estacionárias Sorvoidas <strong>de</strong> Si-Zr com CW e DMFSAs fases sorvidas preparadas com CW e DMFS continham em sua composição 20partes <strong>de</strong> DMFS e diferentes partes <strong>de</strong> CW. Este procedimento foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> com o intuito <strong>de</strong>modular a polarida<strong>de</strong> da fase estacionária, mais especificamente, aumentar a polarida<strong>de</strong> daFE comparada com a sílica zirconizada com DMFS, mas com polarida<strong>de</strong> menor <strong>do</strong> que CWpuro.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 113A Figura 61mostra os cromatogramas obti<strong>do</strong>s com três diferentes cargas <strong>de</strong> FE sobre Si-Zrsen<strong>do</strong> que em (A) a quantida<strong>de</strong> relativa <strong>de</strong> cada poolímero foi <strong>de</strong> 20:5 <strong>de</strong> DMFS+CW em(B) 20:10 <strong>de</strong> DMFS+CW e em (C) 20:15 <strong>de</strong> DMFS+CW. A partir <strong>de</strong>stes resulta<strong>do</strong>s, novasFE foram preparadas a partir <strong>de</strong> sílica zirconizada e DMFS/CW sen<strong>do</strong> que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>DMFS foi mantida em 20 partes enquanto que a <strong>de</strong> CW foi 10 (A) ou 5 (B) partes, paracada 100 partes <strong>de</strong> sílica zirconizada. Os cromatogramas estão na Figura 62.Figura 61 Cromatogramas obti<strong>do</strong>s na otimização da carga <strong>de</strong> DMFS e CW em (A) a quantida<strong>de</strong>relativa <strong>de</strong> cada poolímero foi <strong>de</strong> 20:5 <strong>de</strong> DMFS+CW em (B) 20:10 <strong>de</strong> DMFS+CW e em (C) 20:15 <strong>de</strong>DMFS+CW); Mistura teste 1: (1) acetona, (2) benzonitrila, (3) benzeno, (4) tolueno, (5) naftaleno(sen<strong>do</strong> esta a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> eluição para to<strong>do</strong>s os cromatogramas) Condições cromatográficas i<strong>de</strong>m Fig 59a Tabela 16 mostra os parâmetros cromatográficos e porcentagem <strong>de</strong> carbono antes e<strong>de</strong>pois da análise e também a espessura da camada <strong>de</strong> material polimérico sobre o suportecromatográfico. Estas fases foram preparadas e aoutoimobilizadas por seis dias antes <strong>do</strong>recheio e utilização.Uma observação importante refere-se ao tempo total <strong>de</strong> análise cromatográficatoma<strong>do</strong> pelas fases confeccionadas com polímero e/ou polímeros. Observa-se uma


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 115Tabela 16 Parâmetros cromatográficos e cargas <strong>de</strong> material poliméricoColuna t R a (min) k a N/m a (m -1 ) As a R Sb(%)DMFS+CW inicial(%)DMFS+CWapós uso(A)3,1 1,2 35000±600 1.2 2.7 10 2,6 0,06SiZr(DMFS+CW)(B)7,3 1,8 61000±1000 1,0 3,6 20 4,0 0.15SiZr(DMFS+CW)aCalcula<strong>do</strong> para o naftaleno, b Calcula<strong>do</strong> para o par acetona-benzonitrila,OBS:Cada linha correspon<strong>de</strong> à média <strong>de</strong> três injeções.Espessurada camadaτ (nm)O cromatograma (A) mostra uma análise <strong>de</strong> apenas 3 minutos. Isto é <strong>de</strong>sejável, poismenor tempo <strong>de</strong> análise implica em menor consumo <strong>de</strong> solvente e menor tempo <strong>do</strong> analistao que resulta em uma análise mais limpa e mais econômica.AB354345110 4 6 8Tempo(min)0 2 4 6 8Tempo(min)Figura 62 Cromatogramas obti<strong>do</strong>s na otimização da carga inicial <strong>de</strong> CW+DMFS: A) 10+10%; B)20+20. Mistura teste 1:Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> eluição (1) acetona, (2) benzonitrila, (3) benzeno, (4) tolueno, (5)naftaleno. Sen<strong>do</strong> esta a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> eluição. Condições cromatográficas i<strong>de</strong>m Fig 59VII.1.4.2 Fases Estacionárias Submetidas ao Tratamento TérmicoDiversas fases já foram preparadas utilizan<strong>do</strong> o tratamento térmico para imobilizarpolímero sobre a superfície da sílica e os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s foram promissores [144]. Nestetrabalho foi espera<strong>do</strong> que, com a introdução <strong>do</strong> óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio na superfície da sílica,este proporcione uma melhor a<strong>de</strong>são <strong>do</strong> polímero sobre a superfície da sílica, visto que oprocesso <strong>de</strong> adsorção se dá por interações eletrostáticas, forças <strong>de</strong> van <strong>de</strong>r Waals e aindaligações <strong>de</strong> hidrogênio [147]. Com a introdução <strong>do</strong> zircônio haverá um aumento da aci<strong>de</strong>zda sílica concomitante com a diminuição da basicida<strong>de</strong> da zircônia <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à ligação <strong>do</strong>zircônio com o átomo <strong>de</strong> oxigênio <strong>do</strong> óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> silício (silanol) [148,149].


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 116Nesta etapa <strong>do</strong> trabalho as fases preparadas foram submetidas a um tratamentotérmico, objetivan<strong>do</strong> distribuir <strong>de</strong> maneira mais homogenia a camada <strong>de</strong> polímero sobre asílica e ainda promover um melhor ancoramento da mistura polimérica (DMFS+CW) sobretoda a superfície da sílica, incluin<strong>do</strong> a superfície externa aos poros da sílica. Para esteestu<strong>do</strong> foi utiliza<strong>do</strong> um forno com fluxo <strong>de</strong> N 2 . As fases sorvidas foram aquecidas atemperatura <strong>de</strong> 100 ou 120 ºC por 6 ou 12 horas. Os resulta<strong>do</strong>s estão apresenta<strong>do</strong>s naTabela 17.Tabela 17- Avaliação <strong>do</strong>s parâmetros cromatográficos em função das condições <strong>de</strong> preparo da faseestacionáriaestacionária Si-Zr DMFS/CW e carga <strong>de</strong> DMFS permaneceu em 20%.Teste Tempo <strong>de</strong> Temperatura Carga <strong>de</strong> CW Eficiência Assimetriatratamento <strong>do</strong> % (m/m) para o para otérmico tratamentonaftaleno naftaleno (As)(horas) térmico ºCN/m01 6 100 5 80500 0,902 12 100 5 48500 1,903 6 120 5 76100 0,7304 12 120 5 70000 0,905 6 100 10 75600 0,806 12 100 10 78300 0,807 6 120 10 66800 0,808 12 120 10 74000 1,02To<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s cromatográficos apresenta<strong>do</strong>s constituem uma média <strong>de</strong> trêsinjeções e a coluna foi sempre um <strong>de</strong>ntre três disponíveis. A <strong>de</strong>terminação da melhor vazãoda fase móvel foi pela curva <strong>de</strong> van Deemter. Como indicou no início <strong>de</strong>ste capítulo, asquantida<strong>de</strong>s totais <strong>do</strong>s polímeros sempre foram menores <strong>do</strong> que a quantida<strong>de</strong> necessáriapara ter poros cheios. O resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta atitu<strong>de</strong> foi benéfico, uma vez que foi eliminada aetapa <strong>de</strong> extração <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> preparo da fase estacionária e a camada <strong>de</strong> polímero é finao suficiente para promover uma rápida transferência <strong>de</strong> massa entre as fases móveis <strong>de</strong>estacionárias, como po<strong>de</strong>rá ser comprova<strong>do</strong> nas subseções seguintes.A Figura 63 apresenta <strong>do</strong>is cromatogramas para as fases preparadas com 20%DMFS e 5% <strong>de</strong> CW, imobiliza<strong>do</strong>s sobre a sílica zirconizada através <strong>do</strong> tratamento térmicoà 100 ºC por 6 h. A eficiência para esta coluna foi <strong>de</strong> 85500 pratos por metros e a assimetriacalculada a partir <strong>do</strong> pico <strong>do</strong> naftaleno foi 1,01. Já para a mistura teste 2, utilizan<strong>do</strong> osmesmos parâmetros, a eficiência foi <strong>de</strong> 84700 pratos por metro e assimetria 1,02,


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 117calcula<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong> pico <strong>do</strong> naftaleno. Foi calcula<strong>do</strong> também a eficiência e assimetriapara o composto básico N,N-dimetilanilina. A eficiência foi <strong>de</strong> 30000 pratos por metro eassimetria <strong>de</strong> pico <strong>de</strong> 1,8. Quan<strong>do</strong> comparamos os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> assimetria e or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>eluição obti<strong>do</strong>s para o composto básico po<strong>de</strong>mos inferir que foi reduzi<strong>do</strong> a interaçãoin<strong>de</strong>sejável <strong>do</strong>s silanóis residuais uma vez que o valor <strong>de</strong> assimetria não foi alta e que ocomposto básico este elui antes <strong>do</strong> naftaleno [150]. Se consi<strong>de</strong>rarmos ainda que os silanóissejam mais áci<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à presença <strong>do</strong> zircônio no suporte [151], po<strong>de</strong>mos inferir que estáhaven<strong>do</strong> recobrimento <strong>do</strong> suporte pela mistura <strong>de</strong> material polimérico (DMFS+CW).Figura 63 Cromatogramas Si-Zr/DMFS + CW (4:1) imobiliza<strong>do</strong> termicamente a 100 ºC por 6 h. AMistura teste 1 (1 acetona, 2 benzonitrila, 3 benzeno, 4 tolueno, 5 naftaleno);B Mistura teste 2 (1 Fenol,2 N,N-dimetilanilina, 3 naftaleno e 4 acenafteno) As condições cromatográficas foram;, fase móvel:MeOH:H 2 O (60:40), (v/v): vazão, 0,3 mL/min, volume <strong>de</strong> injeção: 5 µL, <strong>de</strong>tecção: UV a 254 nmNa tentativa <strong>de</strong> melhorar ainda mais os parâmetros cromatográficos e verificar oefeito <strong>de</strong> um maior tempo <strong>de</strong> tratamento térmico foi preparada outra fase estacionária,aumentan<strong>do</strong> para 12 horas o tempo <strong>de</strong> tratamento térmico à 100º C. os cromatogramasestão na Figura 64.O ponto mais marcante <strong>de</strong>sta nova fase é que o tempo <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s oscompostos diminuiu. Análises rápidas são muito <strong>de</strong>sejáveis em cromatografia, visto que seeconomiza tempo e reagentes. Este é um aspecto positivo. Entretanto as eficiências eassimetrias foram bastante modificadas, visto que para a M1 a eficiência foi <strong>de</strong> 48,500 eassimetria 0,9 para o naftaleno, sugerin<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sta forma, que a mistura polimérica não cobriu<strong>de</strong> maneira eficiente o suporte cromatográfico. Mas se fizermos a mesma consi<strong>de</strong>raçãoanterior, a respeito da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> eluição, ainda po<strong>de</strong>mos inferir que a fase preparadaapresenta-se promissora para análises <strong>de</strong> compostos básicos saben<strong>do</strong> que a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 122Tabela 18 Parametros cromatográficos para a fase MS-NH 2 /CW sorvida e submetida ao tratamentotérmicoColuna Si-Zr /MS-NH 2Eficiênica(N/m)Assimetria(As)Fator <strong>de</strong> Retenção(k)Resolução(Rs)M1 80000 a 0,9 a 5,7 a 2,5 bM2 71000 c 1,1 c 7,5 c 3,4 da pico <strong>do</strong> naftaleno, b par tolueno-naftaleno, a acenafteno, d par N,N-dimetil anilina-naftaleno.VII.6 Testes <strong>de</strong> Estabilida<strong>de</strong>VII.6.1 Avaliação da Estabilida<strong>de</strong> das Fases Estacionárias Preparadas comDMFS Autoimobiliza<strong>do</strong>s sobre Sílica Nua e Zirconizada.As colunas foram avaliadas cromatograficamente, utilizan<strong>do</strong> uma mistura testeconten<strong>do</strong> uracil, benzonitrila, benzeno, tolueno e naftaleno. Foram calcula<strong>do</strong>s os valores <strong>de</strong>eficiência (N m -1 ) e fator <strong>de</strong> assimetria (As).A estabilida<strong>de</strong> química das FE foi avaliada em condições agressivas, usan<strong>do</strong> umafase móvel MeOH:0,05 mol L-v NaHCO 3 (pH 9,0) (60:40 v/v) a 0,3 mL min -1 e umatemperatura <strong>de</strong> 40 °C. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>stas duas avaliações estão mostradas na Figura 69._._ Si-DMFS_._ SiZr-DMFS_._ Si-DMFS_._ SiZr-DMFSNúmero <strong>de</strong> volumes <strong>de</strong> coluna vaziaNúmero <strong>de</strong> volumes <strong>de</strong> coluna vaziaFigura 69. Testes <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> com fase móvel alcalina para uma fase estacionária <strong>de</strong> DMFSautoimobiliza<strong>do</strong>s sobre sílica nua e sílica zirconizada. Fase móvel: MeH: 0,05 mol L-v NaHCO 3 (pH9,0) (60:40v/v) a 0,3 mL min -1 e a uma temperatura <strong>de</strong> 40 °C. Os parâmetros cromatográficos foramcalcula<strong>do</strong>s para o composto mais reti<strong>do</strong>.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 123Quan<strong>do</strong> se comparou o volume da FM percorri<strong>do</strong> nas duas colunas, foi possívelverificar que a fase <strong>de</strong> maior estabilida<strong>de</strong> foi aquela com a sílica zirconizada, ou seja, comos silanóis da superfície da sílica protegi<strong>do</strong>s pelo zircônio e polímeros. Estes resulta<strong>do</strong>smostraram que modifican<strong>do</strong> a sílica com zircônio confere à fase estacionária uma maiorestabilida<strong>de</strong> em soluções básicas à 40ºC, dificultan<strong>do</strong> a sua solubilização e, <strong>de</strong>ssa forma,aumentan<strong>do</strong> seu tempo <strong>de</strong> vida útil. Este valor <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> coluna é consi<strong>de</strong>rável quan<strong>do</strong>compara<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s consegui<strong>do</strong>s por Fonseca [144] em que o seu valor <strong>de</strong>volumes <strong>de</strong> coluna foi somente 100 com sílica titanizada e o polímero PMOS. Deve seressaltar aqui que estas condições cromatográficas para a FM são extremamenteprejudiciais para fases estacionárias à base <strong>de</strong> sílica.VII. 6.2 Avaliação da Estabilida<strong>de</strong> das Fases Estacionárias Preparadas comDMFS + CW Imobiliza<strong>do</strong>s Termicamente Sobre Sílica Zirconizada.Na Figura 70 observa-se resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s no teste <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> em condiçõesdrásticas idênticas aquelas <strong>de</strong>scritas na Figura 69 para uma coluna recheada com a faseestacionária líquida DMFS/CW (4:1) imobilizada termicamente por 6 h, à 100 °C.Observa-se que, não houve perda consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> eficiência até 600 volumes <strong>de</strong> coluna. Acoluna recheada com a fase imobilizada houve uma perda somente <strong>de</strong> 10 % <strong>de</strong> eficiência.Após a passagem <strong>de</strong> 600 volumes <strong>de</strong> coluna. Não houve, em nenhum <strong>do</strong>s testes, diminuiçãosignificativa <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> retenção, o que po<strong>de</strong>ria indicar perda <strong>do</strong> polímero. No caso <strong>do</strong>fator <strong>de</strong> assimetria, nota-se que na coluna recheada com a fase estacionária autoimobilizadahouve um aumento <strong>de</strong> 1,1 até valores muito próximos a 1,3; que ainda estariam <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>sparâmetros cromatográficos aceitáveis. Já na coluna recheada com a fase imobilizadatermicamente, o fator <strong>de</strong> assimetria variou <strong>de</strong> 0,9 a 1,0, estan<strong>do</strong> assim <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>sparâmetros aceitáveis até o colapso <strong>do</strong> leito da coluna.O colapso <strong>do</strong> leito cromatográfico ocorreu acima <strong>de</strong> 600 volumes <strong>de</strong> coluna. Comoobserva<strong>do</strong> em outros testes no laboratório, há uma queda brusca da eficiência e um gran<strong>de</strong>aumento <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> assimetria, segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma ligeira recuperação. O fator <strong>de</strong> retençãodiminui progressivamente, sugerin<strong>do</strong> uma possível perda lenta <strong>de</strong> fase estacionária.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 124100A6,0B905,0Eficiência (%)80706050400 200 400 600 800 1000Volumes <strong>de</strong> colunak4,03,02,01,00,00 200 400 600 800 1000Volumes <strong>de</strong> coluna1,8C1,51,3As1,00,80,50,30,00 200 400 600 800 1000Volumes <strong>de</strong> colunaFigura 70. Teste <strong>de</strong> Estabilida<strong>de</strong> com Fase Móvel Alcalina, para a Fase Estacionária Si-Zr com DMFS+ CW, Imobilizada Termicamente. Fase móvel MeOH: 0,05 mol L-v NaHCO 3 (pH 9,0) (60:40v/v) a 0,3mL min -1 e a uma temperatura <strong>de</strong> 40 °C. Os parâmetros cromatográfico foram calcula<strong>do</strong>s para ocomposto mais reti<strong>do</strong>.VII.6.3 Avaliação da Estabilida<strong>de</strong> das Fases Estacionárias preparadas comDMFS+MS-NH 2, Imobilizada por Tratamento Térmico sobre SílicaZirconizadaUma fase estacionária preparada com Si-Zr e a mistura <strong>de</strong> polímeros DMFS + MS-NH 2 (5.1) imobilizada por tratamento a 100 ºC por 6 horas em atmosfera <strong>de</strong> N 2 , foi testadacom a FM alcalina (MeOH/0,05 mol- L-1 <strong>de</strong> NaHCO 3 (pH 9,0), 60:40 v/v) com umatemperatura <strong>de</strong> 40 ºC. Como mostra<strong>do</strong> na Figura 71, esta fase estacionária suporta até 800volumes <strong>de</strong> coluna até que os parâmetros cromatográficos reduzissem à 50% <strong>do</strong> valorinicial. Um parâmetro que merece <strong>de</strong>staque aqui é assimetria para o composto N,Ndimetilanilinanesta avaliação observa-se que ficou muito próxima <strong>do</strong>s valores aceitos paraassimetria <strong>de</strong> compostos básicos, 0,9, à 1,5 (silanofilicida<strong>de</strong>) até acima <strong>de</strong> 600 volumes <strong>de</strong>coluna [157]. Isto indica que a meto<strong>do</strong>logia utilizada conseguiu recobrir a superfície <strong>de</strong>sílica com os polímeros <strong>de</strong> maneira satisfatória, ou seja, o acesso <strong>do</strong> composto básico para


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 125interagir com os silanóis livre <strong>do</strong> suporte é restrito. Além disto a seletivida<strong>de</strong> hidrofóbica,observada pelo fator <strong>de</strong> separação entre os compostos neutros das FE preparadas, mostraque a meto<strong>do</strong>logia proposta apresenta uniformida<strong>de</strong> quanto ao recobrimento <strong>do</strong> suporte,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente das características da sílica. O composto fenol apresenta tambémvalores <strong>de</strong> simetria a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s em parte porque o par acetona/fenol apresenta uma boaresolução.AEficiência (%)Eficiência1201008060402000 200 400 600 800 1000Volumes <strong>de</strong> coluna (ml)BTempo <strong>de</strong> Retenção6Tempo <strong>de</strong> Retenção5,85,65,45,254,80 200 400 600 800 1000Volumes <strong>de</strong> coluna


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 126CFator <strong>de</strong> AssimetriaAssimetria1,461,451,441,431,421,411,41,391,380 200 400 600 800 1000Volumes <strong>de</strong> colunaDResolução32,5Resolução21,510,500 200 400 600 800 1000Volumes <strong>de</strong> colunaFigura 71 Teste <strong>de</strong> Estabilida<strong>de</strong> com Fase Móvel Acalina para a Fase Estacionária Si-Zr com DMFS +MS-NH 2 Imobiliza<strong>do</strong> Termicamente. Fase móvel MeOH: 0,05 mol L -1 <strong>de</strong> NaHCO 3 (pH 9,0) (60:40) a 0,3mL min -1 e a uma temperatura <strong>de</strong> 40 °C. Os parâmetros cromatográfico foram calcula<strong>do</strong>s para ocomposto mais reti<strong>do</strong>.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 127VII.7 Mistura mais Complexa.A coluna cromatográfica preparada com sílica zirconizada e DMFS (40%)autoimobilizada foi avaliada para a separação <strong>de</strong> hidrocarbonetos aromáticos.Antes a coluna foi avaliada com a mistura teste 1 para averiguar os seus parâmetroscromatográficos. Os resulta<strong>do</strong>s estão mostra<strong>do</strong>s na figura 72 e Tabela 19. Po<strong>de</strong>-se verificarpela figura 72 que a separação entre qualquer um par <strong>de</strong> compostos é a<strong>de</strong>quada, ou seja,boa resolução <strong>do</strong>s picos cromatográficos. Outra observação é quanto ao curto tempo <strong>de</strong>análise. Os valores <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> retenção, e <strong>de</strong>mais parâmetros estão mostra<strong>do</strong>s na Tabela19. As colunas para esta análise foram recheadas e analisadas por quatro vezes, para seeliminar qualquer possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erro <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao processo <strong>de</strong> enchimento.Os cromatogramas da Figura 73 correspon<strong>de</strong> à separação <strong>de</strong> hidrocarbonetosaromáticos. Esta separação cromatográfica apresenta-se satisfatória. A or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> eluição<strong>do</strong>s compostos mostra que as interações π–π que ocorre em colunas com fases estacionáriasconten<strong>do</strong> grupos fenilas e solutos aromáticos foram aqueles muito bem sumariza<strong>do</strong>s em[158]. Neste trabalho as comparações da retenção <strong>de</strong> diferentes solutos em colunas fenilasversus colunas com grupos C 8 mostrou-se que a retenção <strong>de</strong> compostos alifáticos, benzenossubstituí<strong>do</strong>s, hidrocarbonetos aromáticos e composto aromático nitro-substituí<strong>do</strong> emcolunas fenilas aumentam conforme as interações π possíveis entre a FE fenilada e estessolutos. Entretanto, é <strong>de</strong> se esperar que a parte hidrofóbica (parte alquila) <strong>do</strong> soluto tambémexerça um papel fundamental no processo <strong>de</strong> separação. E na coluna em questão, aseletivida<strong>de</strong> da fase estacionária apresentou-se a<strong>de</strong>quada para a separação <strong>do</strong>shidrocarbonetos aromáticos, bem com outros compostos apolares e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>radapolarida<strong>de</strong>, já mostradas com as misturas 1 e 2.A avaliação cromatográfica foi realizada por meio da mistura teste 1, constituída <strong>de</strong>uracil, acetona, benzeno, benzonitrila, tolueno e naftaleno. A vazão ótima foi <strong>de</strong> 0.3 mLmin −1 , calcula<strong>do</strong> pela curva <strong>de</strong> van Deemter, sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> o parâmetro <strong>de</strong> altura <strong>de</strong> prato,H, para o naftaleno, fase móvel metanol:água (50:50, v/v). A Figura 72 mostra ocromatograma obti<strong>do</strong>. Po<strong>de</strong> se observar que a coluna separa to<strong>do</strong>s os componentes damistura teste.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 130Capítulo VIIIConclusões


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 131Capítulo VIII ConclusõesO processo <strong>de</strong> preparo <strong>do</strong> suporte foi otimiza<strong>do</strong> avalian<strong>do</strong> fatores tais como tempo<strong>de</strong> reação, temperatura e concentração <strong>do</strong> reagente tetrabutoxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> zircônio.A caracterização físico-químico <strong>do</strong> suporte cromatográfico e da fase estacionária foirealizada sen<strong>do</strong> que os resulta<strong>do</strong>s são suficientes para o entendimento sobre o materialutiliza<strong>do</strong> sen<strong>do</strong> que os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com as medidas <strong>de</strong> absorção raios-X (XAS) efluorescência <strong>de</strong> raios-X realmente comprovam a existência <strong>de</strong> átomos <strong>de</strong> zircônio sobre asílica. O NMR <strong>de</strong> 29 Si para a sílica zirconizada mostra uma diminuição significativa <strong>do</strong>sinal (Q 2 ) referente aos silanóis isola<strong>do</strong>s e vicinais. As fases estacionárias preparadas com opolímero polime<strong>de</strong>cil (2-5%) difenilsiloxano (DMFS) e com misturas <strong>de</strong> DMFS comCarbowax 1000 (CW) e <strong>de</strong> polidimetilsiloxano aminopropil (MS-NH 2 ) com CW,submetidas a imobilização por tratamento térmico, mostrou-se promissoras frente a analisesdas misturas teste 1 e 2.Os testes <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> realiza<strong>do</strong>s mostram que as fases estacionárias apresentamseestáveis até a passagem <strong>de</strong> aproximadamente FM <strong>de</strong> 800 volumes <strong>de</strong> coluna da fasemóvel alcalina (pH9) a 40°C o que sugere que o esqueleto da sílica se encontra bemprotegi<strong>do</strong>, seja por um recobrimento satisfatório <strong>do</strong> suporte pelos polímeros ou ainda poruma proteção extra da<strong>do</strong> pelo átomo <strong>de</strong> zircônio.A fase à base <strong>de</strong> Si-Zr <strong>de</strong> DMFS mostrou-se promissora para a separação <strong>de</strong> umamistura <strong>de</strong> vários hidrocarbonetos aromáticos.Dentre as fases cromatográficas preparadas, as fases preparadas com a mistura <strong>do</strong>spolímeros DMFS e MS-NH 2 apresntaram melhores resulta<strong>do</strong>s.Po<strong>de</strong>-se ainda concluir que este trabalho apresenta uma <strong>de</strong>scrição bastante clara <strong>do</strong>preparo <strong>do</strong> suporte cromatográfico e a sua caracterização estan<strong>do</strong> nestes tópicos os maioresméritos, mas, está longe <strong>de</strong> ser finaliza<strong>do</strong>, uma vez que as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se misturardiversos tipos <strong>de</strong> polímeros é muito gran<strong>de</strong> mas po<strong>de</strong> se concluir que esta direção é viável,visto que os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s são promissores.


<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>Doutora<strong>do</strong></strong> 132Capítulo IXReferências Bibliográficas


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