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Português

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<strong>Português</strong><br />

1


PORTUGÊS<br />

3


Coordenação editorial: Estúdio Conejo, Zênite.<br />

Preparação de texto: Zênite, Jorge Teles.<br />

Coordenação de design e projetos visuais: Pedro Yañez.<br />

Revisão: Geisa Teixeira.<br />

Impressão: Gráfica Brasil.<br />

Organizador: Estúdio Conejo<br />

Obra coletiva concebida, desenvolvida<br />

e produzida pelo estúdio Conejo, Zênite.<br />

Editor Executivo:<br />

Pedro Yañez.<br />

Livro do professor:<br />

JORGE TELES<br />

4


Estudar é preciso, viver não é preciso; quem quer vencer o ENEM tem<br />

que estudar bem. Diria isso Fernando Pessoa caso estivesse na situação<br />

dos heroicos estudantes que terão o desafio gigantesco de superar os<br />

obstáculos das provas que virão. Um ano decisivo como este vai exigir<br />

muita concentração, esforço, atenção e dedicação. Encare-o como<br />

uma maratona, em que o corredor deve pôr em prática uma estratégia<br />

que lhe dê a possibilidade de alcançar êxito no final, procurando largar<br />

bem e se situar entre os melhores no início, administrar o cansaço nas<br />

subidas e descidas do trajeto, hidratar-se no momento certo e buscar fôlego<br />

para dar a arrancada final onde os concorrentes estejam implorando<br />

pelo fim da corrida. Todos temos habilidades e inteligência (como<br />

homo sapiens que somos), o que nos diferencia na obtenção da vitória<br />

é o quanto transpiramos. Diríamos que o seu sucesso será determinado<br />

por 5% de inspiração e 95% de transpiração. Por isso aproveite bem<br />

as dicas e informações do seu material que servirá de bússola para a<br />

navegação que começa agora, rumo à glória e à descoberta de um novo<br />

mundo de conquistas, do surgimento de uma nova vida. Sejam senhores<br />

do destino de vocês. Façam a hora acontecer agora. Sucesso.<br />

Bom estudo!<br />

;)<br />

5


SUMÁRIO<br />

Linguagem ..................................................................................<br />

Funções da linguagem ................................................................<br />

Figuras de Linguagem ................................................................<br />

Ortografia ...................................................................................<br />

Acentuação gráfica .....................................................................<br />

Formação de palavras ................................................................<br />

Classes de palavras .....................................................................<br />

Pronome .....................................................................................<br />

Verbo ..........................................................................................<br />

Sintaxe ........................................................................................<br />

Período Composto .....................................................................<br />

Pontuação ...................................................................................<br />

Regência Verbal ..........................................................................<br />

Regência Nominal ......................................................................<br />

Concordância Nominal ..............................................................<br />

Concordância Verbal .................................................................<br />

Função do “que” e do “se” ..........................................................<br />

9<br />

11<br />

34<br />

41<br />

57<br />

62<br />

72<br />

82<br />

83<br />

110<br />

131<br />

143<br />

147<br />

150<br />

155<br />

158<br />

172<br />

6


LINGUAGEM<br />

A Linguagem trata-se da manifestação interativa que<br />

estabelece um nível de comunicação. Todo contexto em<br />

que haja troca de informações estabelece determinado<br />

nível de Linguagem, que pode se estabelecer de várias<br />

formas entre os interlocutores. Ao proferimos uma<br />

palavra, ao fazer uso de uma expressão facial, ao fazermos<br />

um gesto, ao emitirmos um som, ao acendermos uma luz,<br />

ao visualizarmos uma placa ou letreiro, estamos nos<br />

inserindo num processo de Linguagem.<br />

DIFERENÇA ENTRE OS TIPOS DE LINGUAGEM<br />

Pode-se dizer, então, que a Linguagem se estabelece de<br />

duas formas: de maneira Verbal (por meio das palavras) e<br />

de maneira Não-Verbal (sem o uso das palavras). No<br />

âmbito dos estudos, interessa-nos investigar<br />

primordialmente a parte verbal da linguagem, embora, nos<br />

últimos tempos, a modalidade não-verbal da língua<br />

também tenha se mostrado muito presente nas provas de<br />

vestibulares e do ENEM, por meio de análises de tirinhas,<br />

charges ou textos publicitários. A partir disso, é<br />

interessante que o vestibulando também se atenha a todos<br />

os elementos envolvidos na análise de textos que mesclem<br />

as duas modalidades envolvidas no processo<br />

comunicativo, pois, muitas vezes, as bancas fazem uso<br />

dessa estratégia de elaboração de pôr em evidência a<br />

linguagem mista.<br />

socialmente. Tal autor bem como a matéria de que trata na<br />

sua obra têm sido muito cobrados nas provas do ENEM e<br />

dos vestibulares. Portanto fica a dica desta leitura para o<br />

vestibulando, a fim de ter uma visão mais precisa sobre<br />

um tema muito recorrente.<br />

VARIEDADE LINGUÍSTICA<br />

Num processo de comunicação, interessa aos<br />

interlocutores entenderem e se fazerem entendidos, não<br />

importando a forma como isso vai se estabelecer.<br />

Portanto, ao utilizarmos a fala para nos comunicarmos,<br />

não interessa saber ou dominar regras gramaticais e se<br />

expressar de forma muito rebuscada, mas sim transmitir e<br />

compreender o que se diz. Construções como “Isso é pra<br />

mim fazer”, “Eu vou convidar ela pra festa”, “A gente<br />

vamos agora para casa”, embora, gramaticalmente<br />

erradas, podem linguisticamente ser aceitas na<br />

comunicação oral, pois satisfazem o que o receptor da<br />

mensagem precisa entender da fala do emissor. Isso<br />

acontece por a língua falada ser um mecanismo aberto,<br />

espontâneo, informal, cotidiano, criativo, inventivo, de<br />

improviso, que faz com que a comunicação seja o<br />

principal objetivo a ser alcançado. Nessa perspectiva, não<br />

se deve entender como errada a forma como tal pessoa fala<br />

– embora se policiar gramaticalmente na fala influencie<br />

positivamente o falante a se expressar melhor no âmbito<br />

da escrita –, pois o importante, nessa visão, é o<br />

entendimento mútuo que deve se estabelecer.<br />

(Fonte: Google imagens – preconceito linguístico)<br />

O livro acima é de autoria do doutor linguista Marcos<br />

Bagno, que vem sendo o principal especialista a combater<br />

a ideia do Preconceito Linguístico (julgamento negativo<br />

que é feito dos falantes em função da variedade linguística<br />

que utilizam), em relação a variedades desprestigiadas<br />

Analisando-se a língua falada, percebe-se que muitos<br />

fatores como: faixa etária, situação econômica, origem<br />

geográfica, grau de escolaridade, profissão, influenciam<br />

na expressividade oral dos falantes. Disso é que se ocupa<br />

o ramo da Sociolinguística, (este nome tem aparecido<br />

com frequência nas provas do ENEM) que busca entender<br />

como essas características são postas em prática no<br />

cotidiano das pessoas, influenciando a cultura local e a<br />

expressividade individual de cada falante. Com isso<br />

aparecem as diferentes variedades linguísticas que são<br />

frequentemente exigidas nas provas de vestibulares, para<br />

saber até que ponto o vestibulando consegue discernir o<br />

grau pertencente à formalidade do idioma de que faz uso<br />

no dia a dia, ao mesmo tempo em que testa o<br />

reconhecimento por parte deste das diferentes formas de<br />

sua sociedade se valer da rica expressividade que possui.<br />

As variedades são as seguintes:<br />

A gíria ou jargão é uma forma de linguagem baseada em<br />

um vocabulário especialmente criado por um determinado<br />

grupo social com o objetivo de servir de emblema para os<br />

9


seus membros, distinguindo-os dos demais falantes da<br />

língua.<br />

Gíria costuma designar o jargão utilizado por grupos de<br />

jovens (skatistas, surfistas, clubbers, etc.).<br />

(Fonte: Google imagens – gírias)<br />

O termo jargão ou linguagem técnica, por sua vez, quase<br />

sempre identifica um uso específico da linguagem<br />

associado a um grupo profissional (economistas,<br />

profissionais da informática, etc.).<br />

(Fonte: (Fonte: Google imagens – jargão)<br />

(Fonte: Google imagens – dialeto)<br />

Dialeto: trata-se da manifestação própria de uma falante<br />

10<br />

pertencente a um espaço geográfico específico. Notam-se<br />

características marcantes disso principalmente na parte da<br />

prosódia (parte sonora da expressão oral), porém tal fator<br />

também se estende no que se refere ao vocabulário, com<br />

expressões específicas para designar uma coisa, atitude,<br />

ação, alimento, sentimento etc que, em outro lugar, não é<br />

conhecido ou se designa outra palavra para se dizer a<br />

mesma coisa. Por isso o dialeto é um fator de riqueza da<br />

cultura de um povo falante de uma língua. No Brasil,<br />

embora tenhamos uma referência comum – o <strong>Português</strong> –<br />

, cada região faz uso de uma forma diferente deste idioma.<br />

Criam-se, assim, o baianês, o gauchês, o carioquês,<br />

pernambuquês, o catarinês e todas os demais dialetos que<br />

agregam, de modo particular, a língua portuguesa falada<br />

no Brasil.<br />

(Fonte: Google imagens – dialeto)


A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM VERBAL<br />

Num âmbito social, faz-se importante analisarmos<br />

esse dualismo (Língua Falada x Língua escrita) dando<br />

maior ênfase à parte verbal da Linguagem. Se prestarmos<br />

bastante atenção na sociedade à nossa volta, perceberemos<br />

que todo o domínio de regimento legal em uma sociedade<br />

civilizada se estabelece por meio do conhecimento que<br />

indivíduos fazem da linguagem. A noção de cidadania se<br />

amplia e se revigora à medida que o indivíduo estreita sua<br />

relação com a palavra, e isso é percebido desde as ações<br />

mais simples até as mais refinadas no nosso cotidiano.<br />

Imaginemos um homem analfabeto de uma área<br />

rural (citada aqui apenas a tipo de exemplificação, e não<br />

de discriminação como muitos imaginariam), que não<br />

tenha tido contato com nenhum tipo de assistência<br />

educacional e que tenha de resolver, na zona urbana,<br />

questões documentais ou previdenciárias: como fará para<br />

saber o itinerário correto do ônibus em que deverá entrar,<br />

ou o ponto em que deverá dar sinal se baseando nos<br />

letreiros que deveriam lhe servir como ponto de<br />

referência? Ao adentrar no local, como saber a quem<br />

recorrer ou em que sala deve entrar? E para assinar os<br />

registros necessários? Terá de passar pelo<br />

constrangimento (na visão de uma sociedade letrada) da<br />

coleta da digital! A quem deverá entregar documentos ou<br />

fazer pagamentos? Em todos esses casos imaginados, essa<br />

pessoa dependeria provavelmente do auxílio de uma<br />

outra, para indicar-lhe todas as ações necessárias a fim de<br />

que sua empreitada obtivesse sucesso. Por outro lado,<br />

sendo pessimista, o mesmo homem do exemplo pode ser<br />

vítima de qualquer indivíduo aproveitador que faça uso de<br />

má fé para ludibriá-lo com fins de zombaria, de furto ou<br />

até de agressão, indicando-lhe falsos caminhos, abrindolhe<br />

portas erradas, apresentando-lhe impostores para<br />

roubar-lhe documentos ou dinheiro. Tudo isso graças à<br />

incapacidade da pessoa em não dominar propriamente a<br />

modalidade verbal da língua.<br />

Isso nos faz afirmar que a obtenção do conhecimento<br />

das letras é usado – como sempre foi ao longo da história<br />

– como instrumento de distinção social que deve ser<br />

interpretado não de forma discriminatória, mas<br />

desafiadora: se queremos nos destacar, alcançar prestígio,<br />

sermos respeitados, devemos nos esforçar o máximo para<br />

nos aperfeiçoarmos no campo educacional – que, por<br />

tabela, exige a leitura e o desenvolvimento da escrita.<br />

Vejamos:<br />

No mercado de trabalho, têm mais facilidade de<br />

adquirir uma vaga os candidatos que apresentem no<br />

curriculum maior capacidade educacional, que advém por<br />

intermédio da busca dos estudos e consequentemente da<br />

“palavra”. Nesse mesmo mercado, o indivíduo<br />

minimamente escolarizado ganha a vaga do analfabeto; o<br />

que tenha o ensino médio sobressai ao que saiba apenas<br />

ler e escrever; o graduado supera o do ensino médio; o que<br />

tenha especialização deixa para trás os anteriores; o que<br />

tenha doutorado ou mestrado sempre vai estar à frente de<br />

qualquer outro indivíduo. Conclusão: quanto mais<br />

próximo da palavra, mais oportunidades de vencer pelo<br />

próprio mérito o indivíduo terá, sem depender de nenhuma<br />

pessoa para abrir-lhe as portas ou indicar-lhe caminhos.<br />

Cria-se um cidadão com autonomia intelectual para galgar<br />

qualquer posição que desejar e com senso crítico mínimo<br />

para saber escolher satisfatoriamente o melhor para si e<br />

para a sociedade da qual faz parte.<br />

O cidadão comum, como foi mostrado, depara-se a<br />

todo momento com situações em que sua vida depende do<br />

bom uso da palavra. Nossos políticos aprovam uma lei e<br />

temos que agir como está escrito na Constituição; os<br />

magistrados “batem o martelo” na Justiça de acordo com<br />

o que está escrito na lei; obtemos a nossa salvação divina<br />

por confiarmos na escritura sagrada, pois a palavra tem<br />

poder. Um homem para ser homem tem que ter palavra!<br />

Em todas essas situações que norteiam nossas atitudes e<br />

nossa conduta em sociedade, dependemos desta para que<br />

não sejamos enganados e, assim, possamos reivindicar<br />

direitos.<br />

Está aí a importância de um ensino de qualidade que<br />

estreite nossas relações com “a palavra”, pois dependemos<br />

dela para nosso crescimento intelectual que vá nos servir<br />

para colaborar com a sociedade da qual fazemos parte –<br />

por meio da nossa contribuição enquanto trabalhadores ou<br />

como cidadãos conscientes que analisam a realidade de<br />

forma crítica, buscando, em relação a ela, evolução<br />

política e aprimoramento da nossa cidadania.<br />

Cobraremos dos nossos governantes, exigiremos<br />

justiça, não aceitaremos postulações equivocadas,<br />

arbitrárias e inescrupulosas das escrituras sagradas,<br />

estaremos em sintonia para melhorar o nosso meio e fazer<br />

dele um lugar mais digno para se viver.<br />

Portanto o domínio da palavra nos faz sabedores dos<br />

nossos direitos e investigadores do nosso saber e da nossa<br />

existência. A palavra realmente pode salvar o indivíduo e<br />

a sociedade, pois ela é uma manifestação clara de domínio<br />

político e autonomia intelectual que todos devem possuir<br />

para garantir direitos e pôr em prática os seus deveres.<br />

(Jorge Teles)<br />

11


FONÉTICA E ORTOGRAFIA<br />

(Fonte: Google imagens – preconceito linguístico)<br />

A charge acima ironiza um desserviço feito pelo<br />

Ministério da Educação que tentou, por meio de uma<br />

cartilha, influenciar os alunos das escolas públicas a<br />

utilizarem, na escrita, expressões próprias e aceitas na<br />

fala. Isso foi uma demonstração de falta de conhecimento<br />

sobre as fronteiras que separam as duas modalidades<br />

verbais da língua, o que, felizmente, não foi aceito pela<br />

sociedade. Portanto deve-se entender que o que vale para<br />

a fala nem sempre vale para a escrita.<br />

LINGUAGEM FALADA X LINGUAGEM<br />

ESCRITA<br />

Entre as características distintivas mais frequentemente apontadas<br />

entre as modalidades falada e escrita, estão as seguintes:<br />

FALA<br />

1. não-planejada<br />

2. fragmentária<br />

3. incompleta<br />

4. pouco elaborada<br />

5. predominância de<br />

frases curtas, simples ou<br />

coordenadas<br />

6. pouco uso de passivas<br />

ESCRITA<br />

1. planejada<br />

2. não-fragmentária<br />

3. completa<br />

4. elaborada<br />

5. predominância de<br />

frases complexas, com<br />

subordinação abundante<br />

6. emprego frequente de<br />

passivas<br />

KOCH, Ingedore G. Villaça. A inter-ação pela linguagem. 3. ed. São Paulo:<br />

Contexto, 1997. p. 68.(Coleção Repensando a língua portuguesa).<br />

(Fonte: Google imagens – preconceito linguístico)<br />

A placa acima é um exemplo claro da confusão<br />

que os falantes fazem em relação à escrita, tentando<br />

transcrever os sons (fonemas) de consoantes e vogais<br />

como se representassem as palavras convencionalmente<br />

criadas numa língua.<br />

Fonologia<br />

Língua falada<br />

Fonema<br />

A fonologia é a parte da gramática que se dedica<br />

ao estudo dos fonemas de uma língua e sua ocorrência em<br />

diferentes contextos.<br />

Fonema é a unidade de som que contribui para o<br />

estabelecimento de diferenças de significado entre as<br />

palavras de uma língua. Entre as palavras vaca e faca, por<br />

exemplo, a mudança de sentido é provocada pela<br />

substituição do fonema /f/ pelo fonema /v/.<br />

Ortografia<br />

Língua escrita<br />

Morfema (letra)<br />

O uso de um sistema alfabético da escrita<br />

costuma ser regulado por uma ortografia, que estabelece<br />

as normas para utilização das letras na representação dos<br />

fonemas das diversas palavras da língua.<br />

12


FUNÇÕES DA LINGUAGEM<br />

O processo da comunicação<br />

Em todo ato de comunicação estão envolvidos vários<br />

elementos:<br />

1. Emissor ou remetente: é aquele que codifica e envia<br />

a mensagem. Ocupa um dos polos do circuito da<br />

comunicação.<br />

2. Receptor ou destinatário: é aquele que recebe e<br />

decodifica a mensagem. Ocupa, em relação ao emissor, o<br />

polo do circuito da comunicação.<br />

3. Mensagem: é o conteúdo que se pretende transmitir.<br />

4. Canal ou veículo: é o meio pelo qual a mensagem é<br />

transmitida do emissor para o receptor. O canal é diferente<br />

para cada tipo de mensagem. Podem ser canais: sons,<br />

sinais visuais, odores, sabores, mãos, raios luminosos,<br />

ondas, etc...<br />

5. Código: é um sistema de signos convencionais que<br />

permite dar à informação emitida (pelo emissor) uma<br />

interpretação adequada (pelo receptor). A língua<br />

portuguesa, por exemplo, é um código; o sistema de sinais<br />

Morse é outro código. Mas, para que o processo<br />

comunicativo se realize a contento, o emissor e o receptor<br />

devem empregar um mesmo código; do contrário, não<br />

haverá comunicação.<br />

6. Contexto ou referente: é a situação circunstancial ou<br />

ambiental a que se refere a mensagem. A palavra<br />

“sereno”, por exemplo, pode ter sentidos diversos em<br />

contextos diferentes.<br />

EX:<br />

• O céu está sereno. (=tranquilo)<br />

• O sereno cai suavemente. (=orvalho)<br />

• Em Portugal, chamar uma moça de “rapariga” é um<br />

tratamento respeitoso, já no Brasil, pode ser ofensa.<br />

Em ambos os casos, é preponderante o contexto em<br />

que se produz a mensagem para se obter o sentido<br />

pretendido.<br />

Em síntese, as funções da linguagem podem ser<br />

resumidas assim:<br />

Funções<br />

predominantes<br />

A) Referencial<br />

ou denotativa<br />

B) Emotiva ou<br />

expressiva<br />

C) Apelativa ou<br />

conotativa<br />

D) Fática ou de<br />

contato<br />

E)<br />

Metalinguística<br />

Finalidade<br />

Transmitir<br />

informações<br />

Exprimir<br />

sentimentos e<br />

emoções<br />

Influenciar,<br />

persuadir o<br />

receptor<br />

Gerar,<br />

sustentar,<br />

favorecer e<br />

facilitar a<br />

comunicação<br />

Definir,<br />

explicar,<br />

analisar,<br />

criticar o<br />

código<br />

linguístico<br />

F) Poética Valoriza a<br />

elaboração da<br />

linguagem<br />

como meio de<br />

expressão<br />

Recursos<br />

Frase declarativa:<br />

Comunicação<br />

impessoal e<br />

objetiva.<br />

Frase exclamativa:<br />

Comunicação<br />

pessoal e subjetiva;<br />

uso de recursos<br />

como: interjeição,<br />

superlativos,<br />

aumentativos,<br />

diminutivos,<br />

hipérboles, figuras,<br />

entonação e etc...<br />

Frases imperativa:<br />

Comunicação<br />

indutora,<br />

convincente,<br />

decidida.<br />

Frases breve, exata,<br />

clara, de fácil<br />

compreensão.<br />

Explicações,<br />

definições,<br />

conceituações.<br />

Frases de valor<br />

artístico, com o<br />

predomínio da<br />

conotação, figuras<br />

de linguagem e<br />

musicalidade.<br />

Na comunicação oral ou escrita, normalmente, um dos<br />

elementos da comunicação pode ser mais enfatizado<br />

que outros, apresentando a preponderância de uma<br />

função da linguagem no contexto criado.<br />

13


EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO<br />

Leia o texto a seguir que serve de base de análise para a<br />

questão 1:<br />

mencionado anteriormente, sendo comumente<br />

considerado um “erro” grosseiro notado por aqueles que<br />

desconsideram a língua como um sistema amplo de<br />

opções e escolhas.<br />

a) É um absurdo falar “pet” quando naturalmente<br />

podemos utilizar “animal de estimação”.<br />

b) “Pra mim fazer” não existe, pois “mim” não faz nada.<br />

c) “Obedecer” só pode ser obedecer a, pois quem<br />

obedece, obedece a alguém.<br />

d) “Subir pra cima” é impossível, pois quem sobe só<br />

pode subir para cima.<br />

e) Ninguém consegue acender um fogão usando “fosfro”.<br />

Leia o poema a seguir para responder as questões 3 e 4<br />

Pequeno Concerto Que Virou Canção<br />

Não, não há por que mentir ou esconder<br />

A dor que foi maior do que é capaz meu coração<br />

Não, nem há por que seguir cantando só para explicar<br />

Não vai nunca entender de amor quem nunca soube amar<br />

Ah, eu vou voltar pra mim<br />

Seguir sozinho assim<br />

Até me consumir ou consumir toda essa dor<br />

Até sentir de novo o coração capaz de amor<br />

(VANDRÉ, Geraldo. Disponível em )<br />

QUESTÃO 1<br />

Através da função poética presente na música “Mais uma<br />

vez”, o principal objetivo do anúncio publicitário é:<br />

a) garantir ao receptor a qualidade dos serviços prestados<br />

pela empresa evidenciada no anúncio.<br />

b) persuadir o receptor a economizar através dos serviços<br />

da instituição em destaque.<br />

c) fazer o receptor refletir sobre a importância do<br />

pensamento otimista.<br />

d) convencer o leitor a continuar investindo na sua própria<br />

vida.<br />

e) convidar o receptor a acreditar num futuro próspero.<br />

QUESTÃO 2<br />

A variação linguística é uma característica inerente às<br />

línguas, expressando vários aspectos das potencialidades<br />

do idioma. Discutir o que é certo ou errado, sob a<br />

perspectiva das variantes, pode significar uma visão<br />

conservadora e limitada sobre os fatos linguísticos. Nesse<br />

sentido, afirmar que seja “errado” pronunciar “tauba”<br />

significa desconhecer as possibilidades de variação em<br />

uma língua como um sistema amplo de matizes.<br />

Aponte dentre os enunciados a seguir, aquele que<br />

apresenta um “problema” de mesma natureza ao<br />

QUESTÃO 3<br />

Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da<br />

função poética da linguagem, que é percebida na<br />

elaboração artística e criativa da mensagem, por meio de<br />

combinações sonoras e rítmicas. Pela análise do texto,<br />

entretanto, percebe-se, também, a presença marcante da<br />

função emotiva ou expressiva, por meio da qual o<br />

emissor...<br />

a) imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus<br />

sentimentos.<br />

b) transmite informações objetivas sobre o tema de que<br />

trata a canção.<br />

c) busca persuadir o receptor da canção a adotar um certo<br />

comportamento.<br />

d) procura explicar a própria linguagem que utiliza para<br />

construir a canção.<br />

e) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da<br />

mensagem veiculada.<br />

QUESTÃO 4<br />

É uma marca explícita de função emotiva ou expressiva<br />

da linguagem o verso:<br />

14


a) Não, não há por que mentir ou esconder<br />

b) Não, nem há por que seguir cantando só para explicar<br />

c) Não vai nunca entender de amor quem nunca soube<br />

amar<br />

d) Ah, eu vou voltar pra mim<br />

e) Seguir sozinho assim<br />

QUESTÃO 6<br />

I.<br />

QUESTÃO 5<br />

II.<br />

Os quadrinhos configuram um tipo de texto que, além do<br />

caráter humorístico, transmitem também uma crítica<br />

satírica sobre vários aspectos ligados à realidade e, às<br />

vezes, se utilizam da própria criação para passar suas<br />

mensagens por meio da metalinguagem.<br />

A partir disso, é correto afirmar que a composição da<br />

mensagem da tirinha acima se desenvolve a partir do<br />

momento em que...<br />

a) Os recursos verbais estão totalmente relacionados para<br />

formularem um discurso apelativo.<br />

b) A fala de um dos personagens contradiz<br />

completamente a dinâmica transmitida pelas imagens, o<br />

que caracteriza uma anulação entre discurso verbal e nãoverbal.<br />

c) A preocupação dos personagens diz respeito<br />

especificamente à manutenção do canal, o que caracteriza<br />

o texto como fático.<br />

d) A busca pelo arranjo especial da mensagem faz com<br />

que estejam ligadas as funções expressiva e poética no<br />

texto em análise.<br />

e) A imagem, em sincronia com a parte escrita, transmite<br />

uma autoexplicação por parte do próprio texto,<br />

caracterizando um sentido metalinguístico.<br />

(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Artes_marciais)<br />

Violência é um comportamento que causa<br />

intencionalmente dano ou intimidação moral a outra<br />

pessoa, ser vivo ou dano a quaisquer objetos. Tal<br />

comportamento pode invadir a autonomia, integridade<br />

física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso<br />

excessivo de força, além do necessário ou esperado.<br />

Artes marciais são disciplinas físicas e mentais<br />

codificadas em diferentes graus, que tem como objetivo<br />

um alto desenvolvimento de seus praticantes para que<br />

possam defender-se ou submeter o adversário mediante<br />

diversas técnicas.<br />

A partir da visualização dos textos acima que servem de<br />

referência para a análise em questão, é correto afirmar que<br />

as imagens se relacionam diretamente com um tipo de arte<br />

específica que tem por objetivo:<br />

a) Estimular atos violentos, uma vez que expressam ações<br />

nocivas praticadas por alguém contra outrem num<br />

contexto de agressão física.<br />

15


) Orientar sobre o bom uso corporal em favor de<br />

movimentos técnicos que objetivam o equilíbrio entre<br />

corpo e mente e a defesa pessoal.<br />

c) Demonstrar a diferença entre o caratê e outras formas<br />

de artes marciais que são consideradas piores, enquanto<br />

técnicas de defesa pessoal.<br />

d) Expor que não importa o tipo de arte marcial, todas elas<br />

devem ser rejeitadas pela sociedade, pois colocam em<br />

risco a integridade física de qualquer pessoa.<br />

e) Somente ajudar as pessoas a obterem um<br />

condicionamento físico ideal, sem colocarem em prática<br />

os movimentos aprendidos em quaisquer situações do<br />

cotidiano.<br />

QUESTÃO 7<br />

e) apela ao governo federal, para que dê apoio aos<br />

governos estaduais e municipais no combate ao mosquito<br />

da dengue.<br />

QUESTÃO 8<br />

A função da linguagem presente no cartum acima é:<br />

a) Referencial<br />

b) Emotiva<br />

c) Conativa<br />

d) Metalinguística<br />

e) Fática<br />

QUESTÃO 9<br />

Leia abaixo um anúncio publicitário criado no final de<br />

2008 por uma instituição financeira.<br />

Diante dos recursos argumentativos utilizados,<br />

depreende-se que o texto apresentado:<br />

a) se dirige aos líderes comunitários para tomarem a<br />

iniciativa de combater a dengue.<br />

b) conclama toda a população a participar das estratégias<br />

de combate ao mosquito da dengue.<br />

c) se dirige aos prefeitos, conclamando-os a organizarem<br />

iniciativas de combate à dengue.<br />

d) tem como objetivo ensinar os procedimentos técnicos<br />

necessários para o combate ao mosquito da dengue.<br />

A partir da leitura do texto acima, pode-se afirmar que o<br />

anúncio:<br />

a) Valoriza somente o signo verbal, para destacar as<br />

qualidades da empresa mencionada.<br />

b) É elaborado com o intuito de destacar apenas as<br />

necessidades do cliente para o período que se<br />

inicia.<br />

c) Tem por objetivo único impactar aqueles que esperam<br />

da empresa melhores rendimentos na suas<br />

transações financeiras<br />

16


d) Enfatiza, por meio do jogo de signos, um sentido<br />

múltiplo de valorização do slogan da empresa e de<br />

expectativas que se renovam.<br />

e) Concentra-se unicamente no caráter informativo,<br />

valorizando o conteúdo em detrimento à forma.<br />

QUESTÃO 10<br />

Sobre o cartum acima, é correto o que se diz em:<br />

a) Enaltece a capacidade de inteligência dos chimpanzés.<br />

b) Expõe o problema de maus tratos dos animais<br />

c) Questiona a racionalidade do homem.<br />

d) Estimula as visitas que todos devem fazer ao<br />

zoológico.<br />

e) Não demonstra caráter crítico frente ao que retrata.<br />

Texto para as questões de 11 a 16<br />

REQUERIMENTO<br />

Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro,<br />

funcionário público, certo de que a língua portuguesa é<br />

emprestada ao Brasil; certo também de que, por esse fato,<br />

o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das<br />

letras, se veem na humilhante contingência de sofrer<br />

continuamente censuras ásperas dos proprietários da<br />

língua; sabendo, além, que dentro do nosso país, os<br />

autores e os escritores, com especialidade os gramáticos,<br />

não se entendem no tocante à correção gramatical, vendose,<br />

diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais<br />

profundos estudiosos do nosso idioma – usando do direito<br />

que lhe confere a Constituição, vem pedir que o<br />

Congresso Nacional decrete o Tupi-Guarani como língua<br />

oficial e nacional do povo brasileiro. O suplicante,<br />

deixando de parte os argumentos históricos que militam<br />

em favor de sua ideia, pede vênia para lembrar que a<br />

língua é a mais alta manifestação da inteligência de um<br />

povo, é a sua criação mais viva e original; e, portanto, a<br />

emancipação política do País requer como complemento<br />

e consequência a sua emancipação idiomática. Demais,<br />

Senhores Congressistas, o Tupi-Guarani, língua<br />

originalíssima, aglutinante, é verdade, mas que o<br />

polissintetismo dá múltiplas feições de riquezas, é a única<br />

capaz de traduzir as nossas belezas, de pôr-nos em relação<br />

com a nossa natureza e adaptar-se perfeitamente aos<br />

nossos órgãos vocais e cerebrais, por ser criação de povos<br />

que aqui viveram e ainda vivem, portanto possuidores da<br />

organização fisiológica e psicológica para que tendemos,<br />

evitando-se dessa forma as estéreis controvérsias<br />

gramaticais, oriundas de uma difícil adaptação de uma<br />

língua de outra região à nossa organização cerebral e ao<br />

nosso aparelho vocal – controvérsias que tanto empecem<br />

o progresso da nossa cultura literária, científica e<br />

filosófica. Seguro de que a sabedoria dos legisladores<br />

saberá encontrar meios para realizar semelhante medida e<br />

cônscio de que a Câmara e o Senado pesarão o seu alcance<br />

e utilidade P. e E. Deferimento.<br />

(Lima Barreto; O triste fim de Policarpo Quaresma)<br />

QUESTÃO 11<br />

Apesar da rigidez gramatical, percebe-se que o autor da<br />

carta fez uso de uma forma coloquial comum do cotidiano<br />

em:<br />

a) “... certo de que a língua portuguesa é emprestada ao<br />

Brasil (...)”<br />

b) “... sobretudo no campo das letras, se veem na<br />

humilhante contingência de sofrer continuamente<br />

censuras ásperas (...)”<br />

c) “... com especialidade os gramáticos, não se entendem<br />

no tocante à correção gramatical (...)”<br />

d) “... usando do direito que lhe confere a Constituição<br />

(...)”<br />

e) “e, portanto, a emancipação política do País requer<br />

como complemento e consequência a sua emancipação<br />

idiomática.”<br />

QUESTÃO 12<br />

Pertence à evidência de Função Apelativa da linguagem o<br />

seguinte trecho:<br />

a) “Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário<br />

público (...)”<br />

b) “O suplicante, deixando de parte os argumentos<br />

históricos que militam em favor de sua ideia (...)”<br />

c) “... e, portanto, a emancipação política do País requer<br />

como complemento e consequência a sua emancipação<br />

idiomática.”<br />

17


d) “Demais, Senhores Congressistas, o Tupi-Guarani,<br />

língua originalíssima (...)”<br />

e) “... controvérsias que tanto empecem o progresso da<br />

nossa cultura literária, científica e filosófica.”<br />

QUESTÃO 13<br />

A linguagem empregada no requerimento é caracterizada<br />

por:<br />

a) Formalíssima e bem afinada com a tradição gramatical<br />

lusitana.<br />

b) Bastante formal, mas com pequenas influências da fala<br />

brasileira.<br />

c) Informal, já que o requerente condena a própria língua<br />

que emprega.<br />

d) Informal e descuidada no aspecto gramatical, ainda que<br />

com vocábulos cultos.<br />

e) Convencional e artificial, com concessões à fala<br />

popular.<br />

QUESTÃO 14<br />

A alternativa que apresenta um argumento que não está<br />

presente no requerimento é:<br />

a) A dependência linguística dos brasileiros em relação a<br />

Portugal.<br />

b) As divergências internas e externas no tocante às regras<br />

gramaticais.<br />

c) A significação política de uma língua original.<br />

d) A adaptação da língua ao meio ambiente.<br />

e) A necessidade de editarem-se obras com a fala<br />

brasileira.<br />

QUESTÃO 16<br />

O requerente se refere a si mesmo na terceira pessoa; a<br />

alternativa em que, no entanto, utiliza-se da primeira é:<br />

a) “Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário<br />

público, certo de que a língua portuguesa é emprestada ao<br />

Brasil (...)” – linhas 1-2<br />

b) “... sabendo, além, que dentro do nosso país, os autores<br />

e os escritores, com especialidade os gramáticos, não se<br />

entendem (...)” – linhas 5-6<br />

c) “O suplicante, deixando de parte os argumentos<br />

históricos que militam em favor de sua ideia, pede vênia<br />

para lembrar (...)” – linhas 10-11<br />

d) “... a emancipação política do País requer como<br />

complemento e consequência a sua emancipação<br />

idiomática.” – linhas 13-14<br />

e) “... por ser criação de povos que aqui viveram e ainda<br />

vivem (...)” – linhas 17-18<br />

QUESTÃO 17<br />

Leia o que segue:<br />

QUESTÃO 15<br />

A alternativa em que o adjetivo sublinhado expressa a<br />

opinião do requerente é:<br />

a) Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro (...) – linha 1<br />

b) ... certo de que a língua portuguesa é emprestada ao<br />

Brasil (...)<br />

– linhas 1-2<br />

c) ... se veem na humilhante contingência de sofrer<br />

continuamente censuras (...)<br />

– linhas 3-4<br />

d) ... não se entendem no tocante à correção gramatical<br />

(...) – linha 6<br />

e) ... possuidores da organização fisiológica e psicológica<br />

para que tendemos (...) – linhas 18-19<br />

Na parte superior do anúncio, há um comentário escrito à<br />

mão que aborda a questão das atividades linguísticas e sua<br />

relação com as modalidades oral e escrita da língua. Esse<br />

comentário deixa evidente uma posição crítica quanto a<br />

usos que se fazem da linguagem, enfatizando ser<br />

necessário:<br />

a) implementar a fala, tendo em vista maior desenvoltura,<br />

naturalidade e segurança no uso da língua.<br />

b) conhecer gêneros mais formais da modalidade oral para a<br />

obtenção de clareza na comunicação oral e escrita.<br />

c) dominar as diferentes variedades do registro oral da língua<br />

portuguesa para escrever com adequação, eficiência e correção.<br />

d) empregar vocabulário adequado e usar regras da norma padrão<br />

da língua em se tratando da modalidade escrita.<br />

e) utilizar recursos mais expressivos e menos desgastados da<br />

variedade padrão da língua para se expressar com alguma<br />

segurança e sucesso.<br />

18


QUESTÃO 18<br />

Texto I<br />

O professor deve ser um guia seguro, muito senhor de<br />

sua língua; se outra for a orientação, vamos cair na “língua<br />

brasileira”, refúgio nefasto e confissão nojenta de ignorância<br />

do idioma pátrio, recurso vergonhoso de homens de cultura<br />

falsa e de falso patriotismo. Como havemos de querer que<br />

respeitem a nossa nacionalidade se somos os primeiros a<br />

descuidar daquilo que exprime e representa o idioma pátrio?<br />

ALMEIDA, N. M. Gramática metódica da língua portuguesa. Prefácio. São Paulo:<br />

Saraiva, 1999 (adaptado).<br />

Texto II<br />

Alguns leitores poderão achar que a linguagem desta<br />

Gramática se afasta do padrão estrito usual neste tipo de livro.<br />

Assim, o autor escreve tenho que reformular, e não tenho de<br />

reformular; pode-se colocar dois constituintes, e não podemse<br />

colocar dois constituintes; e assim por diante. Isso foi feito<br />

de caso pensado, com a preocupação de aproximar a<br />

linguagem da gramática do padrão atual brasileiro presente<br />

nos textos técnicos e jornalísticos de nossa época.<br />

REIS, N. Nota do editor. PERINI, M. A. Gramática descritiva do português. São Paulo:<br />

Ática, 1996.<br />

Cliente – Sou Júlio César Fontoura, também sou<br />

funcionário do banco.<br />

Gerente – Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê ta<br />

em Brasília? Pensei que você inda tivesse na agência de<br />

Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma.<br />

BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004<br />

(adaptado).<br />

Na representação escrita da conversa telefônica entre a<br />

gerente do banco e o cliente, observa-se que a maneira de<br />

falar da gerente foi alterada de repente devido:<br />

a) à adequação de sua fala à conversa com um amigo,<br />

caracterizada pela informalidade.<br />

b) à iniciativa do cliente em se apresentar como<br />

funcionário do banco.<br />

c) ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia (Minas<br />

Gerais).<br />

d) à intimidade forçada pelo cliente ao fornecer seu nome<br />

completo.<br />

e) ao seu interesse profissional em financiar o veículo de Júlio.<br />

QUESTÃO 20<br />

Confrontando-se as opiniões defendidas nos dois textos,<br />

conclui-se que<br />

a) ambos os textos tratam da questão do uso da língua com o<br />

objetivo de criticar a linguagem do brasileiro.<br />

b) os dois textos defendem a ideia de que o estudo da gramática<br />

deve ter o objetivo de ensinar as regras prescritivas da língua.<br />

c) a questão do português falado no Brasil é abordada nos dois<br />

textos, que procuram justificar como é correto e aceitável o uso<br />

coloquial do idioma.<br />

d) o primeiro texto enaltece o padrão estrito da língua, ao passo<br />

que o segundo defende que a linguagem jornalística deve criar<br />

suas próprias regras gramaticais.<br />

e) o primeiro texto prega a rigidez gramatical no uso da língua,<br />

enquanto o segundo defende uma adequação da língua escrita ao<br />

padrão atual brasileiro.<br />

QUESTÃO 19<br />

Gerente – Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo?<br />

Cliente – Estou interessado em financiamento para<br />

compra de veículo.<br />

Gerente – Nós dispomos de várias modalidades de<br />

crédito.<br />

O senhor é nosso cliente?<br />

Os principais recursos utilizados para envolvimento e<br />

adesão do leitor à campanha institucional incluem:<br />

a) o emprego de enumeração de itens e apresentação de<br />

títulos expressivos.<br />

b) o uso de orações subordinadas condicionais e<br />

temporais.<br />

19


c) o emprego de pronomes como “você” e “sua” e o uso<br />

do imperativo.<br />

d) a construção de figuras metafóricas e o uso de<br />

repetição.<br />

e) o fornecimento de número de telefone gratuito para<br />

contato.<br />

QUESTÃO 23<br />

QUESTÃO 21<br />

O texto tem o objetivo de solucionar um problema social,<br />

a) descrevendo a situação do país em relação à gripe<br />

suína.<br />

b) alertando a população para o risco de morte pela<br />

Influenza A.<br />

c) informando a população sobre a iminência de uma<br />

pandemia de Influenza A.<br />

d) orientando a população sobre os sintomas da gripe<br />

suína e procedimentos para evitar a contaminação.<br />

e) convocando toda a população para se submeter a<br />

exames de detecção da gripe suína.<br />

QUESTÃO 22<br />

PREÇO É O MÍNIMO QUE A GENTE<br />

FAZ POR VOCÊ<br />

Sobre o anúncio publicitário em evidência, é correto dizer<br />

que:<br />

a) A expressão “a gente” demonstra o uso formal utilizado<br />

pelo anúncio.<br />

b) No contexto utilizado, a palavra “mínimo” serve para<br />

atenuar a virtude anunciada na publicidade.<br />

c) O pronome “que” exerce papel localizador de um<br />

vocábulo no discurso, possuindo função subjetiva.<br />

d) A propaganda é produzida, dando ênfase à imagem<br />

como fator de primeira importância para se projetar a<br />

marca anunciada na publicidade.<br />

e) Os vocábulos “preço” e “mínimo” enfatizam campos<br />

semânticos opostos que convergem para um objetivo<br />

específico ditado pelo contexto.<br />

QUESTÃO 24<br />

20<br />

A partir da leitura do texto da questão 10, é errôneo<br />

afirmar que:<br />

a) A palavra “Telefônica” designa a nomeação do produto<br />

anunciado.<br />

b) Não possui valor determinante, frente ao tipo de texto<br />

veiculado, a linguagem não-verbal do anúncio.<br />

c) Há característica de substantivação na expressão “Use<br />

o 15”.<br />

d) Há, no discurso, registro metafórico no uso do<br />

vocábulo “anjo”.<br />

e) O texto em evidência possui função apelativa, pois visa<br />

a convencer seu leitor a tomar determinada atitude.<br />

As diferentes esferas sociais de uso da língua obrigam o<br />

falante a adaptá-la às variadas situações de comunicação.<br />

Uma das marcas linguísticas que configuram a linguagem<br />

informal usada entre avô e neto neste texto é


a) a opção pelo emprego da forma verbal “era” em lugar<br />

de “foi”.<br />

b) a ausência de artigo antes da palavra “árvore”.<br />

c) o emprego da redução “tá” em lugar da forma verbal<br />

“está”.<br />

d) o uso da contração “desse” em lugar da expressão “de<br />

esse”.<br />

e) a utilização do pronome “que” em início de frase<br />

exclamativa.<br />

O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com<br />

relação ao uso de pronome pessoal reto, em vez de<br />

pronome oblíquo. De acordo com a norma padrão da<br />

língua, esse uso é inadequado, pois:<br />

a) contraria o uso previsto para o registro oral da língua.<br />

b) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito<br />

e objeto.<br />

c) gera inadequação na concordância com o verbo.<br />

d) gera ambiguidade na leitura do texto.<br />

e) apresenta dupla marcação de sujeito.<br />

QUESTÃO 25<br />

QUESTÃO 27<br />

O anúncio publicitário está intimamente ligado ao<br />

ideário de consumo quando sua função é vender um<br />

produto. No texto apresentado, utilizam-se elementos<br />

linguísticos e extralinguísticos para divulgar a atração<br />

“Noites do Terror”, de um parque de diversões. O<br />

entendimento da propaganda requer do leitor<br />

a) A identificação com o público-alvo a que se destina o<br />

anúncio.<br />

b) A avaliação da imagem como uma sátira às atrações<br />

de terror.<br />

c) A atenção para a imagem da parte do corpo humano<br />

selecionada aleatoriamente.<br />

d) O reconhecimento do intertexto entre a publicidade e<br />

o dito popular.<br />

e) A percepção do sentido literal da expressão “noites do<br />

terror” equivalentes à expressão “noites de terror”.<br />

QUESTÃO 26<br />

Os cartuns retratam, de forma crítica e sintética, algo que<br />

envolve o dia a dia da sociedade. O texto e a imagem desse<br />

cartum têm por finalidade induzir o leitor a uma mudança<br />

de comportamento em relação ao consumo de bebidas<br />

alcoólicas. Para isso,<br />

a) Recorre a uma situação cotidiana para inverter causa e<br />

consequências.<br />

b) Satiriza o comportamento ingênuo dos dois<br />

personagens na situação.<br />

c) Demonstra a inconsequência das ações dos<br />

protagonistas da cena.<br />

d) Aponta ao leitor atitudes cotidianas, por meio de<br />

recursos não verbais.<br />

e) Satiriza as causas do consumo de bebidas alcoólicas.<br />

21


QUESTÃO 28<br />

Do diálogo entre o menino Calvin e sua mãe, na tira<br />

abaixo, pode-se inferir uma das funções associadas aos<br />

textos literários.<br />

QUESTÃO 29<br />

O folheto autoriza inferir-se que, ao usar aparelho celular<br />

enquanto dirige, o condutor do veículo<br />

a) deve ter, além de coordenação motora, bastante<br />

controle emocional.<br />

b) causa acidentes mais por inexperiência que por falta de<br />

precaução.<br />

c) põe em risco tanto a segurança de motoristas quanto a<br />

de pedestres.<br />

d) precisa redobrar sua atenção, principalmente em<br />

perímetros urbanos.<br />

QUESTÃO 30<br />

Observe, no balão inserido no folheto, a fala do motorista.<br />

A relação semântica que, de modo implícito, o segundo<br />

período mantém com o primeiro é a mesma que se<br />

estabelece entre os períodos desta opção:<br />

Segundo Calvin, os textos literários têm a função de:<br />

a) Fazer sonhar, porque dão ao leitor a possibilidade de<br />

descansar dos problemas cotidianos.<br />

b) Provocar a reflexão do leitor, porque fazem com que<br />

ele reavalie sua própria vida.<br />

c) Divertir, porque proporcionam ao leitor momentos de<br />

descontração por meio da leitura.<br />

d) Denunciar a realidade, porque possibilitam ao leitor o<br />

desenvolvimento de uma consciência política e social.<br />

e) Construir a identidade, permitindo que o leitor<br />

compreenda o tempo em que vive.<br />

O texto a seguir serve de análise para as questões 29, 30,<br />

31 e 32 (UFRN 2010)<br />

a) Não esqueça o cinto de segurança. Não beba antes de<br />

dirigir.<br />

b) O motorista tinha experiência. Não conseguiu evitar o<br />

acidente.<br />

c) O motorista atropelou um pedestre. Prestou socorro à<br />

vítima.<br />

d) Não buzine defronte a um hospital. Isso perturba os<br />

pacientes.<br />

QUESTÃO 31<br />

No folheto, constata-se uma ambiguidade intencional<br />

quanto ao emprego da palavra:<br />

a) ligação, que pode ser interpretada como combinação<br />

ou telefonema.<br />

b) direção, que pode ser interpretada como volante ou<br />

orientação.<br />

c) perigosa, que pode ser interpretada como arriscada ou<br />

deliberada.<br />

d) celular, que pode ser interpretada como telefone ou<br />

tecnologia.<br />

QUESTÃO 32<br />

No slogan CELULAR: Não Fale no Trânsito, uma<br />

característica da função conativa da linguagem é:<br />

a) a objetividade da informação transmitida.<br />

b) a manutenção da sintonia entre a STTU e o públicoalvo.<br />

c) o esclarecimento da linguagem pela própria<br />

linguagem.<br />

d) o emprego do verbo no modo imperativo.<br />

22


QUESTÃO 33<br />

Constitui uma possibilidade de entendimento da fala do<br />

último quadrinho, em relação aos dois quadrinhos iniciais,<br />

o que se afirma em:<br />

a) Os mecanismos linguísticos utilizados nos dois<br />

primeiros quadrinhos acionam a personagem para uma<br />

atitude de alienação social.<br />

b) O discurso produzido pela personagem é revelador de<br />

pouca inteligência que permeia o seu pensamento sobre o<br />

mundo.<br />

c) As falas da personagem são reveladoras de uma<br />

consciência crítica da realidade e de um certo<br />

comportamento social.<br />

d) O uso da expressão “hoje” na fala da personagem<br />

instaura uma pressuposição de seu comportamento<br />

imprevisível.<br />

e) A personagem tem como seu objetivo diário fazer algo<br />

desvinculado da realidade do mundo factual.<br />

uma análise correta sobre a linguagem da placa e/ou do<br />

cordel é a<br />

a) Os dois textos constituem discursos preconceituosos<br />

contra pessoas com necessidades especiais.<br />

b) A placa apresenta uma linguagem sintética e precisa,<br />

enquanto o cordel constitui um discurso prolixo e sem<br />

clareza.<br />

c) Os textos são gramaticalmente corretos, pois estão<br />

redigidos na norma padrão da língua portuguesa.<br />

d) A linguagem do cordel refere-se, com humor, à<br />

ambiguidade da linguagem da placa.<br />

e) A leitura da placa feita pelo cordelista revela o seu<br />

preconceito contra a linguagem publicitária.<br />

QUESTÃO 35<br />

Analise a imagem<br />

QUESTÃO 34<br />

A fotografia retrata duas crianças na cidade do Rio de<br />

Janeiro, na última década do século XIX. A análise da<br />

imagem demonstra<br />

CAMARGO, José Eduardo; SOARES, L. O Brasil das placas: viagem por um<br />

país ao pé da letra, 3. imp., São Paulo: Panda Books, 2007. p. 14-15.<br />

Os textos apresentados fazem parte do livro “O Brasil das<br />

placas — viagem por um país ao pé da letra”, de José<br />

Eduardo Camargo e L. Soares. Cada placa está<br />

acompanhada de um cordel. A alternativa em que se faz<br />

a) a adoção das medidas de inclusão social por meio da<br />

inserção no trabalho criada pelo regime republicano.<br />

b) a ausência da preocupação em adotar vestimentas<br />

especificamente infantis entre crianças pobres cariocas.<br />

c) o baixo preço dos serviços fotográficos no Rio de<br />

Janeiro, permitindo que crianças pobres pudessem ser<br />

fotografadas.<br />

d) o pouco investimento público em educação básica, o<br />

que explica o alto número de crianças fora das escolas.<br />

23


QUESTÃO 36<br />

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES<br />

Caçadas a Pedrinho<br />

Talvez seja até um bom sinal, em país acostumado a<br />

dizer que "tudo termina em pizza", a circunstância de que<br />

tanta coisa, agora, alcance o Supremo Tribunal Federal.<br />

Constitui evidente exagero, todavia, que a polêmica<br />

sobre o livro "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato,<br />

necessite da intervenção do STF para ser dirimida.<br />

Parece faltar equilíbrio em muitas dessas<br />

manifestações. Em primeiro lugar, não se trata<br />

propriamente de "censura" ao clássico infantil. "Caçadas<br />

de Pedrinho" continua a circular livremente.<br />

Para alguns setores do movimento negro, o recurso a<br />

notas explicativas não é suficiente. Com parcela de razão,<br />

argumentam que nem sempre os professores da rede<br />

pública estão preparados para desenvolver<br />

esclarecimentos satisfatórios sobre o assunto.<br />

A lembrança não exclui, entretanto, a comichão<br />

censória que tantas vezes acompanha o espírito<br />

politicamente correto. Julga-se eliminar o racismo<br />

recalcando, e não dissecando, suas manifestações.<br />

Há algo de ridículo nessa insistência, e não há<br />

conciliação possível quando uma das partes está mais<br />

interessada em manter a discussão para além do que seu<br />

âmbito, restrito e pontual, permite.<br />

(Adaptado,http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/66111-cacadas-apedrinho.shtml)<br />

Na construção argumentativa, uma estratégia frequente é<br />

aquela na qual se reconhecem dados ou fatos contrários ao<br />

ponto de vista defendido, para, em seguida, negá-los ou<br />

reduzir sua importância. O fragmento em que o autor<br />

reconhece uma posição contrária ao que pretende defender<br />

é:<br />

a) “Constitui evidente exagero, todavia, que a polêmica<br />

sobre o livro ‘Caçadas de Pedrinho’...”.<br />

b) “Em primeiro lugar, não se trata propriamente de<br />

"censura" ao clássico infantil.”<br />

c) “Com parcela de razão, argumentam que nem sempre<br />

os professores da rede pública estão preparados...”<br />

d) “A lembrança não exclui, entretanto, a comichão<br />

censória...”<br />

e) “Há algo de ridículo nessa insistência, e não há<br />

conciliação possível...”<br />

Palavras, palavras, palavras<br />

Um amigo erudito, que ocasionalmente vem visitar<br />

meu enfisema, como não tem fundos para flores ou<br />

presentes, me traz o prazer de sua presença e um papo —<br />

monólogo ou preleção, a bem dizer — sobre seu assunto<br />

favorito: vida, paixão e morte das palavras.<br />

Sabe que eu tenho o mesmo gosto por elas que ele,<br />

embora indigno de beijar seus pés incalustres (obsoleto,<br />

português do Brasil: livre de calos). Sempre que posso<br />

tomo nota depois de pedir a devida vênia (outro termo<br />

nosso em vias de extinção) e fico por uns dias pesquisando<br />

e, que me resta?, meditando.<br />

Meu amigo, que ensina inglês para emigrantes lusos<br />

e brasileiros recém-chegados à Grã-Bretanha (pois é, nem<br />

todo mundo está indo embora), gosta de se dizer poliglota,<br />

embora mais de uma vez tenha me explicado, e eu sempre<br />

esquecendo, a contradição existente na confecção do<br />

termo formado por poli + glota. "Trata-se de um idiotismo<br />

lusitano seiscentista", já me explicou e, tamanha sua verve<br />

formal e presença avassaladora, que eu já me esqueci. Em<br />

matéria de idiotismos minha cota já se esgotou.<br />

(...) Mas eu tenho minha forma de apoquentá-lo.<br />

Como o dileto (Dileto não é seu verdadeiro nome) se<br />

encontra fora do país natal, que é o mesmo meu, gosto de<br />

atazaná-lo, ou melhor, espicaçar sua mente viva, com os<br />

neologismos que pesco aqui e ali nas águas bravias do<br />

mare nostrum cibernético.<br />

Já o pus frente a frente com brasileirismos atuais que<br />

o deixaram rubro de vergonha ou ódio, pois ele é difícil de<br />

distinguir quando se queima. Taquei-lhe brasileirismos<br />

atuais como bullying, point, fashion week, os irmãos<br />

Loxas e Lunda e vi-o deixar minha casa falando sozinho<br />

entredentes, como se tivesse sido assaltado pelo mundo.<br />

(... )De certa feita, fui contra as regras do jogo e<br />

deixei-o zonzo por desconhecer o significado de<br />

biringaço, que, após revelar-me sua total ignorância,<br />

danou-se quando eu expliquei tratar-se de lusitanismo<br />

obsoleto significando, nas altas camadas sociais do século<br />

17, uma espécie de guarda-costas alugado a preços de<br />

arrasar.<br />

Palavras. Há nelas, embutida, uma tremenda luta<br />

corporal. Urge dela participar, mesmo passando rasteira<br />

(regionalismo, Brasil).<br />

(http://www1.folha.uol.com.br/bbc/1093251-ivan-lessa-palavras-palavraspalavras.shtml)<br />

24


QUESTÃO 37<br />

Leia as seguintes definições dadas para “idiotismo”, de<br />

acordo com o dicionário Aulete:<br />

1. Qualidade ou estado de idiota; idiotice, idiotia.<br />

2. Ling. Construção ou locução particular a uma língua.<br />

Nas duas ocorrências de “idiotismo” no texto, o autor<br />

empregou o termo<br />

a) de forma ambígua em cada uma delas.<br />

b) com o sentido de “idiotice” na primeira e de<br />

“construção particular a uma língua” na segunda.<br />

c) de forma ambígua especificamente na primeira.<br />

d) exclusivamente como conceito linguístico apenas na<br />

primeira.<br />

e) para associar ao amigo a “qualidade de idiota”.<br />

QUESTÃO 38<br />

Considerando-se a temática central explorada no texto de<br />

Ivan Lessa, é possível identificar a predominância da<br />

função:<br />

a) apelativa, já que destaca o receptor.<br />

b) emotiva, já que destaca o emissor.<br />

c) referencial, já que destaca a informação.<br />

d) metalinguística, já que destaca o código.<br />

e) poética, já que destaca a mensagem.<br />

QUESTÃO 39<br />

INFANTIL<br />

O menino ia no mato<br />

e a onça comeu ele.<br />

Depois o caminhão passou por dentro do corpo do menino<br />

e ele foi contar para a mãe.<br />

A mãe disse: mas se a onça comeu você, como é que<br />

o caminhão passou por dentro do seu corpo?<br />

É que o caminhão só passou renteando meu corpo<br />

e eu desviei depressa.<br />

Olha, mãe, eu só queria inventar uma poesia.<br />

Eu não preciso de fazer razão.<br />

(Manoel de Barros)<br />

A fala do menino nos versos “É que o caminhão só passou<br />

renteando meu corpo e eu desviei depressa” está<br />

corretamente transformada em discurso indireto em:<br />

a) Era que o caminhão só passou renteando o corpo dele e<br />

ele desviara depressa – disse o menino.<br />

b) O menino disse: É que o caminhão teria passado<br />

renteando meu corpo e eu desviara depressa.<br />

c) É que, depressa, ele desviara seu corpo quando o<br />

caminhão passou rente ao seu corpo.<br />

d) O menino disse que o caminhão só passara renteando<br />

seu corpo e ele desviara depressa.<br />

e) Como o caminhão passou depressa! Disse o menino à<br />

mãe.<br />

QUESTÃO 40<br />

As variedades linguísticas brasileiras são diversas à<br />

medida da extensão territorial do País. Considere o texto<br />

seguinte, que apresenta uma dessas variedades.<br />

— Vancê já sabe, nha Lainha, que eu ‘tou na mente de lhe<br />

pedir; alguém já lhe havéra de ter contado.<br />

Ela avermelhou toda:<br />

— É: eu sube mesmo.<br />

— Agora vancê me diga, p’r o seu mesmo dizer, si d’aqui<br />

por diante eu fico no direito de falar p’r’o seu véio no<br />

negócio, e também si já não é tempo de ir comprando a<br />

roupinha, a louça, a trastaria dûa casa.<br />

— Isso ‘ta no seu querer.<br />

— Mas vancê casa antão comigo de tuda a sua vontade,<br />

não tem nem um no pensamento?<br />

— Não tenho, nho Vicente. Eu não incubro a ideia de<br />

casar c’o Réimundo, e ele também queria casar comigo.<br />

Agora, dêsque ele faltou c’a promessa, eu não tenho<br />

prisão por ninguém.<br />

(Silveira , Valdomiro. Constância. In: Os caboclos: conto. Rio de Janeiro; Brasília:<br />

Civilização Brasileira; INL, 1975. Adaptado.)<br />

Assinale a interpretação correta de acordo com o texto.<br />

a) “Agora vancê me diga, p’r o seu mesmo dizer” –<br />

Vicente queria que Lainha repetisse para si mesma algo.<br />

b) “Eu não incubro a ideia de casar c’o Réimundo” –<br />

Lainha não esconderia de Vicente a intenção de Réimundo<br />

em tomá-la como esposa.<br />

c) “não tem nem um no pensamento” – Lainha não<br />

pensava em ninguém melhor que Vicente para ser seu<br />

esposo.<br />

d) “Agora, dêsque ele faltou c’a promessa” – Réimundo<br />

não fez a promessa que deveria ter feito a Lainha.<br />

e) “eu não tenho prisão por ninguém.” – Lainha afirmou<br />

não ter compromisso com ninguém.<br />

25


QUESTÃO 41<br />

PREFÁCIO<br />

São os primeiros cantos de um pobre poeta.<br />

Desculpai-os. As primeiras vozes do sabiá não têm a<br />

doçura dos seus cânticos de amor.<br />

É uma lira, mas sem cordas; uma primavera, mas<br />

sem flores; uma coroa de folhas, mas sem viço.<br />

Cantos espontâneos do coração, vibrações doridas da<br />

lira interna que agitava um sonho, notas que o vento levou,<br />

– como isso dou a lume essas harmonias.<br />

São as páginas despedaçadas de um livro não lido...<br />

E agora que despi a minha musa saudosa dos véus do<br />

mistério do meu amor e da minha solidão, agora que ela<br />

vai seminua e tímida por entre vós, derramar em vossas<br />

almas os últimos perfumes de seu coração, ó meus amigos,<br />

recebei-a no peito, e amai-a como o consolo que foi de<br />

uma alma esperançosa, que depunha fé na poesia e no<br />

amor – esses dois raios luminosos do coração de Deus.<br />

AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos. In: Obra completa. Organização de<br />

Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. p. 120.<br />

No prefácio, a cena enunciativa coloca o autor e o leitor<br />

em um mesmo tempo e espaço. Quais elementos<br />

linguísticos contribuem para esse efeito no diálogo?<br />

a) As vozes em terceira pessoa e a palavra “primavera”.<br />

b) Os enunciados negativos e o termo “lira”.<br />

c) As orações adversativas e o substantivo “poeta”.<br />

d) Os argumentos explicativos e o adjetivo “pobre”.<br />

e) As frases imperativas e o advérbio “agora”.<br />

QUESTÃO 42<br />

DESABAFO<br />

Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha<br />

divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como<br />

disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A<br />

começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite.<br />

Seis recados para serem respondidos na secretária<br />

eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que<br />

venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.<br />

CARNEIRO, J.E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento)<br />

Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea<br />

de várias funções da linguagem, com predomínio,<br />

entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da<br />

crônica Desabafo, a função de linguagem predominante é<br />

a emotiva ou expressiva, pois:<br />

a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio<br />

código.<br />

b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está<br />

sendo dito.<br />

c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da<br />

mensagem.<br />

d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento<br />

dos demais.<br />

e) o enunciador tem como objetivo principal a<br />

manutenção da comunicação.<br />

QUESTÃO 43<br />

TEXTO I<br />

O texto na era digital<br />

Para além do internetês, a internet está mudando a<br />

maneira como lemos e escrevemos<br />

Com cada vez mais usuários – o acesso à rede no<br />

Brasil aumentou 35% entre 2008 e 2009 – a internet está<br />

criando novos hábitos de comunicação entre as pessoas,<br />

que acabam se adaptando às facilidades da nova<br />

tecnologia. (...)<br />

O que já havia sido deflagrado nos anos 90 pela<br />

comunicação via e-mail, mensageiros eletrônicos e pela<br />

cultura escrita dos blogs, as redes sociais elevaram à<br />

enésima potência ao garantir interatividade e visibilidade<br />

às pessoas em torno de interesses em comum. (...)<br />

Para além dos modismos que nascem e morrem na<br />

grande rede mundial de computadores, o advento do<br />

microblog Twitter extrapolou essa esfera para cair na boca<br />

de grandes homens de letras, muitas vezes avessos a<br />

novidades tecnológicas, como o escritor José Saramago,<br />

que chegou a declarar: "Os tais 140 caracteres reflectem<br />

algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo<br />

como forma de comunicação. De degrau em degrau,<br />

vamos descendo até o grunhido". (...)<br />

Embora não se possa afirmar categoricamente que a<br />

internet favoreceu o desenvolvimento de uma "cultura<br />

letrada", com ênfase em informações profundas e<br />

relevantes, ela reforçou o peso da palavra escrita no<br />

cotidiano das pessoas. Mais do que gírias e jargões, como<br />

o famigerado "internetês", as transformações pelas quais<br />

passam a escrita e a leitura estão por ser dimensionadas.<br />

Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br/textos/64/artigo249031-1.asp<br />

26


TEXTO II<br />

c) mostrar aos professores que a tv é importante para se<br />

ensinar atualidade.<br />

d) enfatizar as divergências entre informações da mídia e<br />

da escola.<br />

e) indicar aos estudantes que meio ambiente é um tema já<br />

desgastado.<br />

QUESTÃO 45<br />

Texto 1<br />

Os Textos I e II abordam a questão da linguagem nos<br />

meios digitais. A partir de sua leitura, infere-se que:<br />

a) Em ambos os textos, há evidências de que a navegação<br />

na internet limita a disseminação do saber.<br />

b) O Texto I defende que as inovações tecnológicas<br />

produziram uma torrente de informações tão grande que<br />

tornaram a escrita banal e empobrecedora.<br />

c) Tanto o Texto I quanto o Texto II revelam que o acesso<br />

à rede está interferindo na capacidade de leitura de<br />

crianças e adolescentes.<br />

d) O Texto II apresenta marcas específicas da linguagem<br />

do Twitter que limitam a compreensão da tira em leitores<br />

que não são usuários do microblog.<br />

e) O Texto I demonstra que o internetês produziu<br />

impactos na comunicação escrita, enquanto que o texto II<br />

nega esse fato.<br />

QUESTÃO 44<br />

Todo estudante sabe que atualidade também é questão de<br />

vestibular. Para garantir um bom desempenho, fique<br />

atento a temas que se repetem durante alguns dias em<br />

jornais, sites ou canais de TV. Quando estiver se<br />

informando, relacione os acontecimentos aos conteúdos<br />

aprendidos em sala de aula. E cuidado especial com meio<br />

ambiente, sempre em alta nas provas.<br />

(Veja, 18.05.2011.)<br />

A intenção explícita do texto, considerada a interlocução<br />

nele definida, é<br />

a) descrever que o próprio vestibular é um tema de<br />

atualidade.<br />

b) orientar os vestibulandos sobre como estudar<br />

atualidade.<br />

O livro de língua portuguesa ‘Por uma Vida Melhor’,<br />

adotado pelo Ministério da Educação (MEC), contém<br />

alguns erros gramaticais. “Nós pega o peixe” ou “os<br />

menino pega o peixe” são dois exemplos de erros. Na<br />

avaliação dos autores do livro, o uso da língua popular,<br />

ainda que contendo erros, é válido. Os escritores também<br />

ressaltam que, caso deixem a norma culta, os alunos<br />

podem sofrer “preconceito linguístico”. A autora Heloisa<br />

Ramos justifica o conteúdo da obra. “O importante é<br />

chamar a atenção para o fato de que a ideia de correto e<br />

incorreto no uso da língua deve ser substituída pela ideia<br />

de uso da língua adequado e inadequado, dependendo da<br />

situação comunicativa.”<br />

(www.opiniaoenoticia.com.br. Adaptado.)<br />

Texto 2<br />

Ninguém de bom-senso discorda de que a expressão<br />

popular tem validade como forma de comunicação. Só que<br />

é preciso que se reconheça que a língua culta reúne<br />

infinitamente mais qualidades e valores. Ela é a única que<br />

consegue produzir e traduzir os pensamentos que circulam<br />

no mundo da filosofia, da literatura, das artes e das<br />

ciências. A linguagem popular a que alguns colegas meus<br />

se referem, por sua vez, não apresenta vocabulário nem<br />

tampouco estatura gramatical que permitam desenvolver<br />

ideias de maior complexidade – tão caras a uma sociedade<br />

que almeja evoluir. Por isso, é óbvio que não cabe às<br />

escolas ensiná-la.<br />

(Evanildo Bechara. Veja, 01.06.2011. Adaptado.)<br />

Assinale a alternativa correta acerca da relação entre<br />

linguagem popular e norma culta.<br />

a) Os dois textos apresentam preocupação com a prática<br />

do preconceito linguístico sobre pessoas que se expressam<br />

fora dos padrões cultos da língua portuguesa.<br />

b) Os dois textos defendem ser possível expressar ideias<br />

filosóficas tanto em linguagem popular quanto seguindo<br />

os padrões da norma culta.<br />

27


c) Para Evanildo Bechara, não existem critérios que<br />

possam definir graus de superioridade ou inferioridade<br />

entre linguagem popular e norma culta.<br />

d) O texto 2 sugere que a norma culta é instrumento de<br />

dominação das elites burguesas sobre as classes<br />

populares.<br />

e) Para Evanildo Bechara, a norma culta é superior no que<br />

se refere à capacidade de expressão de ideias complexas<br />

no campo cultural.<br />

QUESTÃO 46<br />

ENTREVISTA COM MARCOS BAGNO<br />

Pode parecer inacreditável, mas muitas das<br />

prescrições da pedagogia tradicional da língua até hoje se<br />

baseiam nos usos que os escritores portugueses do século<br />

XIX faziam da língua. Se tantas pessoas condenam, por<br />

exemplo, o uso do verbo “ter” no lugar do verbo “haver”,<br />

como em “hoje tem feijoada”, é simplesmente porque os<br />

portugueses, em dado momento da história de sua língua,<br />

deixaram de fazer esse uso existencial do verbo “ter”.<br />

No entanto, temos registros escritos da época<br />

medieval em que aparecem centenas desses usos. Se nós,<br />

brasileiros, assim como os falantes africanos de português,<br />

usamos até hoje o verbo “ter” como existencial é porque<br />

recebemos esses usos de nossos ex-colonizadores. Não faz<br />

sentido imaginar que brasileiros, angolanos e<br />

moçambicanos decidiram se juntar para “errar” na mesma<br />

coisa. E assim acontece com muitas outras coisas:<br />

regências verbais, colocação pronominal, concordâncias<br />

nominais e verbais etc. Temos uma língua própria, mas<br />

ainda somos obrigados a seguir uma gramática normativa<br />

de outra língua diferente. Às vésperas de comemorarmos<br />

nosso bicentenário de independência, não faz sentido<br />

continuar rejeitando o que é nosso para só aceitar o que<br />

vem de fora.<br />

Não faz sentido rejeitar a língua de 190 milhões<br />

de brasileiros para só considerar certo o que é usado por<br />

menos de dez milhões de portugueses. Só na cidade de São<br />

Paulo temos mais falantes de português que em toda a<br />

Europa!<br />

Informativo Parábola Editorial, s/d.<br />

Na entrevista, o autor defende o uso de formas linguísticas<br />

coloquiais e faz uso da norma de padrão em toda a<br />

extensão do texto. Isso pode ser explicado pelo fato de que<br />

ele<br />

a) adapta o nível de linguagem à situação comunicativa,<br />

uma vez que o gênero entrevista requer o uso da norma<br />

padrão.<br />

b) apresenta argumentos carentes de comprovação<br />

científica e, por isso, defende um ponto de vista difícil de<br />

ser verificado na materialidade do texto.<br />

c) propõe que o padrão normativo deve ser usado por<br />

falantes escolarizados como ele, enquanto a norma<br />

coloquial deve ser usada por falantes não escolarizados.<br />

d) acredita que a língua genuinamente brasileira está em<br />

construção, o que o obriga a incorporar em seu cotidiano<br />

a gramática normativa do português europeu.<br />

e) defende que a quantidade de falantes português<br />

brasileiro ainda é insuficiente para acabar com a<br />

hegemonia do antigo colonizador.<br />

QUESTÃO 47<br />

O LÉXICO E A CULTURA<br />

Potencialmente, todas as línguas de todos os tempos<br />

podem candidatar-se a expressar qualquer conteúdo. A<br />

pesquisa linguística do século XX demonstrou que não há<br />

diferença qualitativa entre os idiomas do mundo – ou seja,<br />

não há idiomas gramaticalmente mais primitivos ou mais<br />

desenvolvidos.<br />

Entretanto, para que possa ser efetivamente utilizada, essa<br />

igualdade potencial precisa realizar-se na prática histórica<br />

do idioma, o que nem sempre acontece.<br />

Teoricamente uma língua com pouca tradição escrita<br />

(como as línguas indígenas brasileiras) ou uma língua já<br />

extinta (como o latim ou grego clássico) podem ser<br />

empregadas para falar sobre qualquer assunto, como,<br />

digamos, física quântica ou biologia molecular.<br />

Na prática, contudo, não é possível, de uma hora para<br />

outra, expressar tais conteúdos em camaiurá ou latim,<br />

simplesmente porque não haveria vocabulário próprio<br />

para esses conteúdos. É perfeitamente possível<br />

desenvolver esse vocabulário especifico , seja por meio de<br />

empréstimos de outras línguas , seja por meio de criação<br />

de novos termos na língua em questão, mas tal tarefa não<br />

se realizaria em pouco tempo nem com pouco esforço.<br />

BEARZOTI FILHO, P. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa. Manual do<br />

professor. Curitiba: Positivo, 2004 (fragmento)<br />

Estudos contemporâneos mostram que cada língua possui<br />

sua própria complexidade e dinâmica de funcionamento.<br />

O texto ressalta essa dinâmica, na medida em que enfatiza<br />

a) a inexistência de conteúdo comum a todas as línguas,<br />

pois o léxico contempla visão de mundo particular<br />

específica de uma cultura.<br />

b) a existência de língua limitadas por não permitirem ao<br />

falante nativo se comunicar perfeitamente a respeito de<br />

qualquer conteúdo.<br />

28


c) a tendência a serem mais restritos o vocabulário e a<br />

gramática de línguas indígenas, se comprados com outras<br />

línguas de origem europeia.<br />

d) a existência de diferenças vocabulares entre os<br />

idiomas, especificidades relacionadas à própria cultura<br />

dos falantes de uma comunidade.<br />

e) a atribuição de maior importância sociocultural às<br />

línguas contemporâneas, pois permitem que sejam<br />

abordadas quaisquer temáticas, sem dificuldades.<br />

QUESTÃO 48<br />

Observe a capa de um livro reproduzida abaixo:<br />

bicicleta... quando eu levava um tombo ou outro... eu era<br />

a::... a palhaça da turma... ((risos))... eu acho que foi uma<br />

das fases mais... assim... gostosas da minha vida... essa<br />

fase de quinze... dos meus treze aos dezessete anos...<br />

A.P.S., sexo feminino, 38 anos , nível de ensino fundamental. Projeto Fala Goiana,<br />

UFG, 2010 (inédito).<br />

Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o<br />

relato pessoal de A.P.S. como modalidade falada da língua<br />

é:<br />

a) predomínio de linguagem informal entrecortada por<br />

pausas.<br />

b) vocabulário regional desconhecido em outras<br />

variedades do português.<br />

c) realização do plural conforme as regras da tradição<br />

gramatical.<br />

d) ausência de elementos promotores de coesão entre os<br />

eventos narrados.<br />

e) presença de frases incompreensíveis a um leitor<br />

iniciante.<br />

QUESTÃO 50<br />

– Fio, fais um zoio de boi lá fora pra nois.<br />

O menino saiu do rancho com um baixeiro na cabeça, e no<br />

terreiro, debaixo da chuva miúda e continuada, enfincou o<br />

calcanhar na lama, rodou sobre ele o pé, riscando com o<br />

dedão uma circunferência no chão mole – outra e mais<br />

outra. 3 círculos entrelaçados, cujos centros formavam<br />

um triângulo equilátero. Isto era simpatia para fazer estiar.<br />

ÉLIS, Bernardo. Nhola dos Anjos e a cheia do Corumbá. In: TELES, Gilberto M.<br />

(Org.). Os melhores contos de Bernardo Elis. São Paulo: Global, 2003. p. 27.<br />

A linguagem utilizada no trecho exposto acima revela um<br />

a) registro formal, seguido de um informal.<br />

b) registro informal, seguido de um formal.<br />

c) registro diacrônico, seguido de um regional.<br />

d) registro regional, seguido de um diacrônico.<br />

O título desse livro ilustra um caso de intertextualidade<br />

estabelecida por meio de:<br />

a) um plágio explícito.<br />

b) uma transcrição literal.<br />

c) uma paráfrase direta.<br />

d) um procedimento paródico.<br />

QUESTÃO 49<br />

eu gostava muito de passeá... saí com as minhas colegas...<br />

brincá na porta di casa di vôlei... andá de patins...<br />

QUESTÃO 51<br />

Moradores de Higienópolis admitiram ao jornal<br />

Folha de S. Paulo que 6 a abertura de uma estação de metrô<br />

na avenida Angélica traria “gente diferenciada” ao bairro.<br />

Não é difícil imaginar que alguns vizinhos do Morumbi<br />

compartilhem esse medo e prefiram o isolamento<br />

garantido com a inexistência de transporte público de<br />

massa por ali.<br />

Mas 1 à parte o gosto exacerbado dos paulistanos por<br />

levantar muros, erguer fortalezas e se refugiar em<br />

ambientes distantes do Brasil real, o poder público não fez<br />

29


a sua parte em desmentir que a chegada do transporte de<br />

massas não degrade a paisagem urbana.<br />

Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, na<br />

Colômbia, e grande especialista em transporte coletivo,<br />

diz que não basta criar corredores de ônibus bem<br />

asfaltados e servidos por diversas linhas. Abrigos<br />

confortáveis, boa iluminação, calçamento, limpeza e<br />

paisagismo que circundam estações de metrô ou pontos de<br />

ônibus precisam mostrar o status que o transporte público<br />

tem em uma determinada cidade.<br />

Se no entorno do ponto de ônibus, a calçada está<br />

esburacada, há sujeira e 7 a escuridão afugenta pessoas à<br />

noite, é normal que moradores não queiram a chegada do<br />

transporte de massa.<br />

8<br />

A instalação de linhas de monotrilho ou de<br />

corredores de ônibus precisa vitaminar uma área, não<br />

destruí-la.<br />

9 Quando as grades da Nove de Julho foram retiradas,<br />

2 a avenida ficou menos tétrica, quase bonita. Quando o<br />

corredor da Rebouças fez pontos muito modestos, que<br />

acumulam diversos ônibus sem dar vazão a<br />

desembarques, 3 a imagem do engarrafamento e da<br />

bagunça vira um desastre de relações públicas.<br />

4 Em Istambul, monotrilhos foram instalados no nível<br />

da rua, como os “trams” das cidades alemãs e suíças.<br />

Mesmo em uma cidade de 16 milhões de habitantes na<br />

Turquia, país emergente como o Brasil, houve cuidado<br />

com os abrigos feitos de vidro, com os bancos caprichados<br />

– em formato de livro – e com a iluminação. Restou menos<br />

espaço para os carros porque a ideia ali era tentar<br />

convencer na marra os motoristas a deixarem mais seus<br />

carros em casa e usarem o transporte público.<br />

Se os monotrilhos do Morumbi, de fato, se<br />

parecerem com um Minhocão*, o Godzilla do centro de<br />

São Paulo, os moradores deveriam protestar, pedindo<br />

melhorias no projeto, detalhamento dos materiais,<br />

condições e impacto dos trilhos na paisagem urbana. 5 Se<br />

forem como os antigos bondes, ótimo.<br />

Mas se os moradores simplesmente recusarem<br />

qualquer ampliação do transporte público, que beneficiará<br />

diretamente os milhares de prestadores de serviço que<br />

precisam trabalhar na região do Morumbi, vai ser difícil<br />

acreditar que o problema deles não seja a gente<br />

diferenciada que precisa circular por São Paulo.<br />

(Raul Justes Lores. Folha de S. Paulo, 07/10/2010.<br />

Adaptado.)<br />

(*) Elevado Presidente Costa e Silva, ou Minhocão, é uma<br />

via expressa que liga o Centro à Zona Oeste da cidade de<br />

São Paulo.<br />

Considere as correlações entre o texto e a tirinha expostas<br />

abaixo.<br />

I. O personagem que fala tem uma postura semelhante à<br />

de parte de moradores de Higienópolis em relação às<br />

pessoas que representariam a “gente diferenciada”.<br />

II. Os personagens que se encontram fora do carro no<br />

segundo quadro corresponderiam à “gente diferenciada” a<br />

que se refere parte dos moradores de Higienópolis.<br />

III. No segundo quadro, o carro seria comparável aos<br />

muros e fortalezas que separam parte dos moradores de<br />

Higienópolis do “Brasil real”.<br />

Estão corretas:<br />

a) I e II, apenas.<br />

b) I e III, apenas.<br />

c) II, apenas.<br />

d) II e III, apenas.<br />

e) todas.<br />

30


SEMÂNTICA<br />

Em diversos textos, nem sempre a linguagem apresenta<br />

um único sentido. Em alguns contextos, as frases podem<br />

ganhar novos sentidos ou não.<br />

Para se entender qualquer tipo de texto, se faz necessário<br />

o estudo das linguagens denotativa (do dicionário) e<br />

conotativa (sentido figurado). É isto que iremos estudar<br />

agora.<br />

Denotação e Conotação<br />

Estes dois conceitos são muito fáceis de entender.<br />

Vamos começar entendendo as duas partes de um signo<br />

linguístico (a palavra):<br />

1. O Significante – Parte concreta da palavra, é<br />

constituída de sons e da forma escrita.<br />

Cobra – O significante é a própria palavra.<br />

2. O Significado – Parte que a gente entende, ou seja, o<br />

conceito.<br />

Cobra – O significado é aquilo que a palavra representa.<br />

O significado nos remete a uma idéia mental ou uma<br />

imagem.<br />

Exemplo 1:<br />

A cobra picou o homem! (cobra = tipo de réptil<br />

peçonhento)<br />

Exemplo 2:<br />

Este homem é uma cobra! (cobra = pessoa falsa)<br />

Perceba que Um mesmo significante (parte concreta)<br />

pode ter vários significados (conceitos)!<br />

Podemos concluir que:<br />

a) Um signo linguístico (palavra) apresenta duas partes:<br />

significante e significado!<br />

b) O significado varia de acordo com o contexto!<br />

c) Um significante pode ter vários significados!<br />

Vamos agora entender os significados!<br />

Os significados apresentam duas formas:<br />

a) A forma primitiva e original – A cobra picou o homem.<br />

b) Uma forma secundária, uma alegoria – Este homem é<br />

uma cobra.<br />

A partir destas noções, podemos entender o que são<br />

Denotação e Conotação.<br />

DENOTAÇÃO: Usamos o significado primitivo e<br />

original, com o sentido do dicionário; usado de modo<br />

automatizado; linguagem comum. Ex: O cão está latindo!<br />

CONTAÇÃO: Usamos o significado secundário, com o<br />

sentido amplo; usado de modo criativo, numa linguagem<br />

rica e expressiva. Ex: Esta menina é um cão!<br />

Vamos Revisar:<br />

Denotação – sentido comum! (Macete: “D” de<br />

Dicionário – sentido do dicionário)<br />

Conotação – sentido figurado!<br />

Observe o texto:<br />

A autônoma Michele M. F, 20 anos, foi presa na<br />

tarde de quinta-feira, sob suspeita de ter assassinado o<br />

marido com um tiro na cabeça na Vila Maria, zona oeste<br />

de São Paulo.<br />

A Secretaria da Segurança informou que<br />

Michele permaneceu no local do crime e disse aos<br />

policiais que matou Joaquim de Moraes Barros, 40anos,<br />

seu marido porque ele mantinha um relacionamento<br />

extra-conjugal com uma adolescente.<br />

O texto jornalístico traz as palavras com significados<br />

primitivos. O texto é denotativo.<br />

Veja agora:<br />

Michele descobriu que seu marido tinha uma amante,<br />

certamente uma franguinha bem mais nova que ela…<br />

Michele resolveu dar o troco e matou o marido de ciúmes,<br />

saindo toda noite com um antigo amigo de faculdade.<br />

O texto é pessoal, apresenta palavras com significado<br />

secundário, portanto, trata-se de um texto conotativo.<br />

EXERCÍCIOS<br />

1) Leia atentamente os textos abaixo e indique D quando<br />

prevalecer a denotação e C quando prevalecer a<br />

conotação:<br />

a) ( ) “O ano de 1948, em Pernambuco, foi marcado por<br />

um processo revolucionário, liderado por um Partido<br />

Liberal radical.”<br />

b) ( ) “Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois –<br />

Recife das revoluções libertárias – Mas o Recife sem<br />

história nem literatura – Recife sem mais nada – Recife da<br />

minha infância”.<br />

c) ( ) “Depois de analisar os prontuários de 964 pessoas<br />

operadas no Hospital das Clínicas da Universidade<br />

Federal de Pernambuco, no Recife, o médico Cláudio<br />

Moura Lacerda de Melo, 31 anos, concluiu que seus<br />

colegas exageraram na requisição de exames radiológicos<br />

e de laboratório, ao mesmo tempo em que dão pouca<br />

atenção ao exame direto do paciente e a uma conversa com<br />

ele sobre o seu histórico de saúde”.<br />

d) ( ) “Em todo triângulo, o quadrado de qualquer lado é<br />

igual a soma dos quadrados dos outros dois, menos o<br />

duplo produto destes dois lados pelo co- seno do ângulo<br />

que eles formam.<br />

31


e) ( ) “A ciência que se constituiu em torno dos fatos da<br />

língua passou por três fases sucessivas antes de<br />

reconhecer seu verdadeiro e único objeto’’.<br />

f) ( ) “Tantas palavras / Que eu conhecia / E já não falo<br />

mais, jamais/ Quantas palavras/ Que ela adorava/ Saíram<br />

de cartaz”<br />

g) ( ) “Abriu os olhos devagar. Os olhos vindos de sua<br />

própria escuridão nada viram na desmaiada luz da tarde.<br />

Ficou respirando. Aos poucos recomeçou a enxergar, após<br />

poucos as formas foram se solidificando, ela cansada,<br />

esmagada pela doçura de um cansaço”.<br />

h) ( ) “Na literatura brasileira de hoje, talvez seja o conto<br />

o gênero de maior destaque, em termos de vigor e<br />

criatividade”.<br />

2) Leia as frases ( Fuvest- SP)<br />

a) Uma andorinha só não faz verão.<br />

b) Nem tudo que reluz é ouro.<br />

c) Quem semeia ventos, colhe tempestades.<br />

d) Quem não tem cão caça com gato.<br />

b) As idéias centrais dos provérbios acima são, na ordem<br />

(marque um X na opção correta):<br />

c) solidariedade- aparência- vingança- dissimulação.<br />

d) cooperação – aparência- punição- adaptação.<br />

e) egoísmo- ambição- vingança- falsificação.<br />

f) cooperação – ambição – consequência- dissimulação<br />

g) solidão – prudência- punição – adaptação.<br />

Fonte: <br />

Em todos os momentos, ao produzirmos nossos textos,<br />

orais ou escritos, valemo-nos do uso de duas referências<br />

de linguagem, gramaticalmente conhecidas como<br />

Denotação e Conotação. Assim, a depender da situação e<br />

da intenção da produção do nosso discurso, podemos ser<br />

diretos no nível de expressividade, dando ao nosso<br />

interlocutor o entendimento do que o que queremos dizer<br />

é “preto no branco”; ou simplesmente podemos camuflar<br />

nossa intenção, por meio do sentido figurado, sendo<br />

suaves ou até mesmo poéticos na nossa forma de<br />

expressão.<br />

A partir dessa variedade de uso do sentido do que se<br />

afirma, é que se constrói a noção de Semântica. Sobre isso,<br />

é correto afirmar, sobre a elaboração da capa da revista<br />

Veja, que:<br />

a) A parte central da capa se baseia no sentido metafórico,<br />

amparado pela visualização da imagem que reforça a<br />

temática do título.<br />

b) O sentido denotativo prevalece no discurso de<br />

elaboração da fala principal da capa da revista.<br />

c) Há um distanciamento semântico entre a parte verbal e<br />

a parte não-verbal da capa da revista.<br />

d) É percebido exclusivamente o sentido conotativo sobre<br />

todos os elementos linguísticos que fazem parte da<br />

composição da capa da revista Veja.<br />

e) Neste tipo de texto, a imagem sempre possui um<br />

aspecto secundário em relação à parte escrita.<br />

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO<br />

3- Leia:<br />

Questão 01 (UFBA 2003 – 2ª FASE)<br />

UNIVERSIDADE SEM LUZ<br />

A metáfora não poderia ser mais perfeita: por falta de<br />

verbas, a universidade ficou sem luz. (...) Por atrasos nos<br />

pagamentos, a Light cortou o fornecimento de energia<br />

elétrica para diversos prédios da UFRJ, incluindo centros<br />

hospitalares.<br />

A associação mais clara entre universidade e luz<br />

remonta ao iluminismo (ou filosofia das luzes), o<br />

movimento que surgiu na França do século XVIII e que se<br />

caracterizava pela confiança no progresso e na razão, pelo<br />

desafio à tradição e à autoridade e pelo incentivo à<br />

liberdade de pensamento.(...)<br />

Essa matriz de pensamento lançou as bases do<br />

racionalismo ocidental contemporâneo, e alguns de seus<br />

princípios constituem o núcleo dos direitos políticos das<br />

democracias.<br />

32


Uma universidade sem luz simboliza, portanto, a<br />

negação de tudo o que uma universidade deve ser.<br />

FOLHA DE S. PAULO. São Paulo, 7. ago. 2002. Opinião, p. A 2 . Editoriais.<br />

GNERRE, Maurizio. Linguagem, escrita e poder. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes,<br />

1998. p.5 – 7<br />

A partir da associação de ordem subjetiva que constitui a<br />

metáfora, identifique os sentidos da palavra “luz” no<br />

contexto.<br />

Questão 2 (UFBA 2ª FASE)<br />

Campanha publicitária do COT Salvador<br />

Faça uma análise do anúncio, considerando:<br />

• A campanha publicitária em função da atividade do<br />

anunciante.<br />

• O aparente paradoxo da mensagem passada ao públicoalvo.<br />

• A responsabilidade social implícita no texto verbal.<br />

Identifique em que palavras se percebe o uso desse recurso<br />

na propaganda apresentada e explique como isso ocorre:<br />

Questão 4 (UESC)<br />

As análises da crise financeira falam de tudo, menos<br />

de moral e de política.<br />

Dão a impressão de que o problema se limita a<br />

aspectos técnicos, sem vinculação com valores<br />

independentes das relações de poder.<br />

Joseph Stiglitz foi o único a observar que a crise teria<br />

sobre o fundamentalismo do mercado efeito da queda do<br />

muro de Berlim sobre o comunismo. Poderia ter<br />

acrescentado que a ligação dos dois eventos não é só<br />

comparativa. O fim do socialismo foi um maremoto<br />

político. O vácuo ideológico e o desequilíbrio de forças<br />

consequentemente tornam possível aquilo que era antes<br />

inconcebível: a absoluta hegemonia dos mercados<br />

financeiros e excessos responsáveis pelo colapso social.<br />

Ricúpero, Rubens. Moral da Crise. Folha de São Paulo.<br />

SP Out. 2008.<br />

A polissemia da língua fica bem evidente no uso das<br />

palavras “fundamentalismo” e “maremoto”. Faça um<br />

breve comentário sobre os sentidos de cada termo a partir<br />

do contexto das frases em que se encontram.<br />

Questão 03 (UFBA 2ª FASE)<br />

VIVO: propaganda. Veja, São Paulo: Abril, ed. 2000, ano 40, n. 11, 21 mar.<br />

2007. Fragmento do encarte especial destacável.<br />

O texto publicitário faz uso da polissemia dos signos —<br />

ou seja, da multiplicidade de significados de uma palavra<br />

— como recurso de construção de sentidos<br />

33


FIGURAS DE LINGUAGEM<br />

1- Enumere corretamente os parênteses de acordo com a<br />

figura de figura de linguagem adequada:<br />

1) Aliteração.<br />

2) Assonância.<br />

3) Onomatopeia.<br />

a) ( )Princesinha parabólica/ Prenda minha parabólica/<br />

O pecado mora ao lado do paraíso/ Paira no ar.<br />

b) ( ) O rato roeu a roupa do rei de Roma.<br />

c) ( ) Essa moleca sapeca pega no pé.<br />

d) ( ) Sou um mulato nato no sentido lato mulato<br />

democrático do litoral.<br />

e) ( ) Zum-zum, trim, atchhhim...<br />

f) ( ) Do toque-toque na porta ao chuá da cachoeira...<br />

2- Continue enumerando os parênteses de acordo com a<br />

figura de linguagem adequada:<br />

1) anáfora<br />

2) inversão ou hipérbato<br />

3) pleonasmo<br />

4) elipse<br />

5) hipálage<br />

6) polissíndeto<br />

7) assíndeto<br />

8) silepse<br />

9) zeugma<br />

10) repetição ou reduplicação<br />

a) ( ) Aos troianos venceram os gregos.<br />

b) ( ) Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um<br />

povo heróico o brado retumbante.<br />

c) ( ) É pau... / É pedra... / É o fim do caminho.../ É um<br />

pedaço de toco... (Tom Jobim)<br />

d) ( ) Olha a voz que me resta / Olha a veia que me salta<br />

/ Olha a gota que falta...<br />

e) ( ) O aluno, ninguém o viu na escola.<br />

f) ( ) Vi tudo com meus próprios olhos a terrível cena.<br />

g) ( ) O voo negro dos urubus fazia... (G. Ramos)<br />

h) ( ) O movimento pesado dos elefantes.<br />

i) ( ) Gosto de legumes.<br />

j) ( ) Na terra, tanta guerra, tanto engano.<br />

k) ( ) Eu vendo revistas; minha irmã, frutas.<br />

l) ( ) Vossa majestade é muito bondoso.<br />

m) ( ) Sua santidade estava muito abatido.<br />

n) ( ) Coisa curiosa é aquela gente. Divertem-se com tão<br />

pouco.<br />

o) ( ) A banda Flor chegou ao sucesso depois de cinco<br />

anos. Já gravaram oito discos.<br />

p) ( ) Os brasileiros somos mais ricos que os americanos.<br />

q) ( ) “Cantei, cantei, cantei, / Como é cruel cantar<br />

assim”... (Chico Buarque)<br />

r) ( ) Entrei, peguei o livro, fui para a rede.<br />

s) ( ) Ela canta, e dança, e sapateia, e sorri.<br />

3- Continue enumerando os parênteses de acordo com a<br />

figura de linguagem adequada:<br />

1) antítese<br />

2) eufemismo<br />

3) hipérbole<br />

4) ironia<br />

5) paradoxo ou oxímoro<br />

6) prosopopeia<br />

7) gradação<br />

a) ( ) Com certeza ele vende produtos legítimos que vêm<br />

de Taiwan com escala em Assunção.<br />

b) ( ) Muito inteligente aquela loira que não sabe a<br />

capital do Brasil.<br />

c) ( ) Você não foi feliz com suas palavras.<br />

d) ( ) O moribundo finalmente descansou.<br />

e) ( ) Tenho milhares de coisas para fazer.<br />

f) ( ) Ela morreu de rir.<br />

g) ( ) As folhas sorriam para ela.<br />

h) ( ) As paredes ouviam a conversa.<br />

i) ( ) Era cedo para alguns e tarde para outros.<br />

j) ( ) Cabelos longos, ideias curtas!<br />

k) ( ) Uma exposição clara para uma ideia tão<br />

complicada.<br />

l) ( ) Todo mundo está relendo o que nunca foi lido.<br />

m) ( ) Um cantor disse em um show: “É um prazer estar<br />

aqui pela primeira vez novamente”.<br />

n) ( ) Amor é fogo que arde sem se vê / É ferida que dói<br />

e não se sente / É um contentamento descontente / É dor<br />

que desatina sem doer...<br />

o) ( ) A mulher foi-se encolhendo, agarrada aos braços<br />

da poltrona. Cravou o olhar esgazeado no retângulo negro<br />

do céu. Encolheu-se mais ainda, cruzando os braços.<br />

Limpou as mãos pegajosas na barra da saia. Susteve a<br />

respiração.<br />

34


4- Continue enumerando os parênteses de acordo com a<br />

figura de linguagem adequada:<br />

1) antonomásia<br />

2) catacrese<br />

3) comparação<br />

4) metáfora<br />

5) metonímia<br />

6) sinestesia<br />

a) ( ) Ela é delicada como um lírio.<br />

b) ( ) Ela é um lírio.<br />

c) ( ) A jovem estava branca tal qual uma vela.<br />

d) ( ) Minha vida era um palco iluminado.<br />

e) ( ) Ouviu um som colorido.<br />

f) ( ) Escuto a cor dos peixes/No ermo o silêncio encorpase.<br />

g) ( ) Sempre li Machado de Assis.<br />

h) ( ) Não tinha um teto onde morar.<br />

i) ( ) Comi dois pratos.<br />

j) ( ) O Ford quase nos atropelou.<br />

k) ( ) O rei do futebol esteve no Maracanã.<br />

l) ( ) A cidade luz continua belíssima.<br />

m) ( ) Ele embarcou no trem das dez.<br />

n) ( ) Não trouxe um dente de alho.<br />

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO – FIGURAS DE<br />

LINGUAGEM<br />

1- “Como pode ver, ganhar dinheiro no Brasil não é<br />

sopa”.<br />

Nessa frase, aparece uma figura sintática e uma figura de<br />

palavra. Assinale a alternativa que identifique essas<br />

figuras:<br />

a) hipérbato e metáfora<br />

b) silepse e metonímia<br />

c) elipse e metonímia<br />

d) elipse e metáfora<br />

e) anacoluto e catacrese<br />

2- Em cada uma das 3 frases a seguir, aparece uma figura<br />

de linguagem.<br />

Naquela terrível guerra, muitos adormeceram para<br />

sempre.<br />

Vários de nós ficamos surpresos.<br />

Quantos copos você bebeu?<br />

Essas figuras são respectivamente:<br />

a) eufemismo, silepse de pessoa e metonímia<br />

b) eufemismo, pleonasmo e metáfora<br />

c) antítese, anacoluto e sinédoque<br />

d) hipérbole, silepse de gênero e metonímia<br />

e) ironia, inversão e antonomásia<br />

3- Leia o texto com atenção:<br />

Na primeira semana de aula, todos já tinham apelido. A<br />

Cláudia, que todo dia vinha à escola com tranças no<br />

cabelo, foi apelidada de Trancinha. Mário, cujas orelhas<br />

eram imensas, passou a ser chamado de Orelha. Raul, que<br />

jogava futebol muito bem, ouvia orgulhoso o seu apelido:<br />

Pernas de Ouro. E o Rodolfo, que tinha o tique de piscar<br />

o olho, foi maldosamente apelidado de Pisca-pisca.<br />

Nesse trecho, os alunos, ao apelidarem seus colegas,<br />

utilizaram uma figura de linguagem. Assinale-a:<br />

a) metáfora<br />

b) ironia<br />

c) antonomásia<br />

d) metonímia<br />

e) sinédoque<br />

4- Leia os versos a seguir:<br />

Bomba atômica que aterra<br />

Pomba atônita da paz<br />

Pomba tonta, bomba atômica...<br />

Nesses versos, podemos notar a presença de uma figura de<br />

som (marcada pela repetição de determinados elementos<br />

fônicos) e de uma figura de pensamento (marcada pela<br />

oposição entre bomba e pomba). Os nomes dessas figuras<br />

são respectivamente:<br />

a) aliteração e ironia<br />

b) onomatopeia e hipérbole<br />

c) onomatopeia e antítese<br />

d) antonomásia e hipérbole<br />

e) aliteração e antítese<br />

5- Quando dizemos “boca do túnel”, “cabeça de<br />

alfinete” e “bico de pena”, recorremos a uma figura de<br />

linguagem denominada:<br />

a) metonímia<br />

b) personificação<br />

c) catacrese<br />

d) antítese<br />

e) onomatopeia<br />

6- Identifique as figuras de linguagem presentes na frase:<br />

35


“Nem tudo tinham os antigos. Nem tudo temos os<br />

modernos.”<br />

(Machado de Assis)<br />

a) apóstrofe, antítese e silepse<br />

b) anáfora, antítese e silepse<br />

c) pleonasmo, comparação e perífrase<br />

d) anáfora, antítese e zeugma<br />

e) pleonasmo, hipérbato e elipse<br />

7- Nos versos:<br />

“Tudo ama!<br />

As estrelas no azul, os insetos na lama,<br />

A luz, a treva, o céu, a terra, tudo<br />

Num tumultuoso amor, num amor quieto e mudo<br />

Tudo ama! Tudo ama!”<br />

(Menotti Del Picchia)<br />

Estão presentes as seguintes figuras de linguagem:<br />

a) antítese e onomatopeia<br />

b) pleonasmo e metáfora<br />

c) antítese e prosopopeia<br />

d) eufemismo e hipérbole<br />

e) gradação e antonomásia<br />

8- Observe a frase:<br />

“Eu comprei dois danones, um pacote de omo, uma<br />

caixa de giletes e dois litros de cândida”.<br />

Nessa frase, ocorre várias vezes uma figura de linguagem<br />

denominada:<br />

a) catacrese<br />

b) ironia<br />

c) metáfora<br />

d) sinestesia<br />

e) sinédoque<br />

9- Leia com atenção os dois trechos a seguir:<br />

“E o olhar estaria ansioso esperando<br />

E a cabeça ao sabor da mágoa balançando<br />

E o coração fugindo e o coração voltando<br />

E os minutos passando e os minutos passando”<br />

(Vinícius de Moraes)<br />

“Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem<br />

toca, nem muge”.<br />

(Rubem Braga)<br />

Esses trechos apresentam, quanto à construção, uma<br />

característica comum:<br />

a) há ausência de conectivos entre os termos coordenados,<br />

e esta figura de construção recebe o nome de assíndeto.<br />

b) há a repetição de termos com a mesma função sintática,<br />

e essa figura de construção chama-se Pleonasmo.<br />

c) há a omissão de termos que, no entanto, são facilmente<br />

subentendidos, e essa figura de construção chama-se<br />

elipse.<br />

d) há a repetição de conectivos entre os termos<br />

coordenados, e esse recurso é chamado de polissíndeto.<br />

e) em ambos os fragmentos predomina-se a metonímia.<br />

10- Leia:<br />

“Com seu colar de coral<br />

Carolina<br />

Corre por entre as colunas<br />

Da colina<br />

O colar de Carolina<br />

Colore o colo de cal,<br />

Torna corada a menina”<br />

(Cecília Meireles)<br />

Nesse poema, há a predominância de uma figura de som.<br />

Qual?<br />

a) onomatopeia<br />

b) anacoluto<br />

c) aliteração<br />

d) assíndeto<br />

e) paronomásia<br />

11- Nas duas frases seguintes, ocorre uma mesma figura<br />

de linguagem:<br />

“Dê um sapato novo pro seu velho pai”.<br />

“Finalmente um carro grande por dentro e pequeno por<br />

fora”.<br />

O nome dessa figura de linguagem é:<br />

a) hipérbole<br />

b) ironia<br />

c) apóstrofe<br />

d) antítese<br />

e) eufemismo<br />

12- Assinale a alternativa em que há prosopopeia ou<br />

personificação:<br />

a) “A beleza, é em nós que ela existe”. (Manuel Bandeira)<br />

b) As meninas choravam a morte do animalzinho querido.<br />

c) Os inimigos atacaram o coração da cidade.<br />

d) Ele era seguido por uma multidão que cantava e gritava<br />

o seu nome.<br />

e) Os ônibus reclamavam e gemiam ao subir a ladeira.<br />

36


13- Assinale a alternativa que não aparece uma silepse de<br />

gênero.<br />

a) Recife é grande e populosa.<br />

b) Era uma criança intragável: mimos e castigos podiam<br />

com ele.<br />

c) Alguém andava então bem tristonha.<br />

d) Vossa Excelência deve estar muito aborrecido.<br />

e) Milhões de brasileiros assistimos emocionados ao final<br />

do campeonato.<br />

14- Leia:<br />

“Folheada, a folha de um livro retoma<br />

O lânguido e vegetal da folha,<br />

E um livro se folheia ou se desfolha<br />

Como sob o vento a árvore que o doa”.<br />

(João Cabral de Melo Neto)<br />

A partir da leitura desses versos, considere as seguintes<br />

proposições:<br />

(I) Temos, em “a folha de um livro”, uma catacrese;<br />

(II) A repetição expressiva da consoante fricativa /f/<br />

constitui uma aliteração;<br />

(III) Nos dois últimos versos, há uma comparação<br />

metafórica entre o livro e a árvore.<br />

Agora assinale a alternativa correta:<br />

a) Nenhuma das proposições é correta.<br />

b) Todas as proposições são corretas.<br />

c) Apenas I e II são corretas.<br />

d) Apenas II e III são corretas.<br />

e) Apenas III é correta.<br />

15- Leia:<br />

“Senhora, partem tão tristes<br />

Meus olhos por vós, meu bem,<br />

Que nunca tão tristes vistes<br />

Outros nenhum por ninguém”.<br />

(Camões)<br />

Podemos afirmar que nesses versos ocorrem as seguintes<br />

figuras de linguagem:<br />

a) hipérbole e metáfora<br />

b) anáfora e sinestesia<br />

c) hipérbato e metonímia<br />

d) silepse e sinédoque<br />

e) hipérbato e catacrese<br />

16-<br />

“A casa tem muitas gavetas<br />

e papéis, escadas compridas.<br />

Quem sabe a malícia das coisas<br />

quando a matéria aborrece?”<br />

(Carlos Drummond de Andrade)<br />

Nesses versos, temos a seguinte figura de linguagem:<br />

a) antítese<br />

b) prosopopeia<br />

c) assíndeto<br />

d) antonomásia<br />

e) catacrese<br />

17- Assinale a alternativa em que há erro de classificação<br />

de figura:<br />

a) “Moça linda bem tratada, / três séculos de família, /<br />

burra como um porta: / um amor.” (Mário de Andrade) –<br />

Ironia<br />

b) “Teve uma contração nas asas do nariz, uma<br />

palpitação”. (Osman Lins) – Catacrese<br />

c) De onde teria vindo aquela gente? Pareciam estar<br />

morrendo de fome. – Silepse de número<br />

d) As flores exalavam aromas coloridos. – Sinestesia<br />

e) “Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo<br />

digere, tudo acaba”. (Vieira) – Perífrase<br />

18- (VUNESP) No trecho: "...dão um jeito de mudar o<br />

mínimo para continuar mandando o máximo", a figura<br />

de linguagem presente é chamada:<br />

a) metáfora<br />

b) hipérbole<br />

c) hipérbato<br />

d) anáfora<br />

e) antítese<br />

19- (PUC - SP) Nos trechos: "O pavão é um arco-íris de<br />

plumas" e "...de tudo que ele suscita e esplende e<br />

estremece e delira..." enquanto procedimento estilístico,<br />

temos, respectivamente:<br />

a) metáfora e polissíndeto;<br />

b) comparação e repetição;<br />

c) metonímia e aliteração;<br />

d) hipérbole e metáfora;<br />

e) anáfora e metáfora.<br />

37


20- (PUC - SP) Nos trechos: "...nem um dos autores<br />

nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava<br />

nas estantes do major" e "...o essencial é acharem-se<br />

as palavras que o violão pede e deseja" encontramos,<br />

respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:<br />

a) prosopopeia e hipérbole;<br />

b) hipérbole e metonímia;<br />

c) perífrase e hipérbole;<br />

d) metonímia e eufemismo;<br />

e) metonímia e prosopopeia.<br />

21- (VUNESP) Na frase: "O pessoal estão exagerando,<br />

me disse ontem um camelô", encontramos a figura de<br />

linguagem chamada:<br />

a) silepse de pessoa<br />

b) elipse<br />

c) anacoluto<br />

d) hipérbole<br />

e) silepse de número<br />

22- (ITA) Em qual das opções há erro de identificação das<br />

figuras?<br />

a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro<br />

sono." (eufemismo)<br />

b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece.<br />

(prosopopeia)<br />

c) Já não são tão frequentes os passeios noturnos na<br />

violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)<br />

d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..." (aliteração)<br />

e) "Oh sonora audição colorida do aroma." (sinestesia)<br />

23- (UM - SP) Indique a alternativa em que haja uma<br />

concordância realizada por silepse:<br />

a) Os irmãos de Teresa, os pais de Júlio e nós, habitantes<br />

desta pacata região, precisaremos de muita força para<br />

sobreviver.<br />

b) Poderão existir inúmeros problemas conosco devido às<br />

opiniões dadas neste relatório.<br />

c) Os adultos somos bem mais prudentes que os jovens no<br />

combate às dificuldades.<br />

d) Dar-lhe-emos novas oportunidades de trabalho para<br />

que você obtenha resultados mais satisfatórios.<br />

e) Haveremos de conseguir os medicamentos necessários<br />

para a cura desse vírus insubordinável a qualquer<br />

tratamento.<br />

24- (FEI) Assinalar a alternativa correta, correspondente<br />

às figuras de linguagem presentes nos fragmentos abaixo:<br />

I. "Não te esqueças daquele amor ardente que já nos<br />

olhos meus tão puro viste."<br />

II. "A moral legisla para o homem; o direito para o<br />

cidadão."<br />

III. "A maioria concordava nos pontos essenciais; nos<br />

pormenores porém, discordavam."<br />

IV. "Isaac a vinte passos, divisando o vulto de um, para,<br />

ergue a mão em viseira, firma os olhos."<br />

a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo;<br />

b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto;<br />

c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato;<br />

d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo;<br />

e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma.<br />

25- (FEBA - SP) Assinale a alternativa em que ocorre<br />

aliteração:<br />

a) "Água de fonte .......... água de oceano ............. água de<br />

pranto. (Manuel Bandeira)<br />

b) "A gente almoça e se coça e se roça e só se vicia."<br />

(Chico Buarque)<br />

c) "Ouço o tique-taque do relógio: apresso-me então."<br />

(Clarice Lispector)<br />

d) "Minha vida é uma colcha de retalhos, todos da mesma<br />

cor." (Mário Quintana)<br />

e) N.d.a.<br />

26- (CESGRANRIO) Na frase "O fio da ideia cresceu,<br />

engrossou e partiu-se" ocorre processo de gradação.<br />

Não há gradação em:<br />

a) O carro arrancou, ganhou velocidade e capotou.<br />

b) b) O avião decolou, ganhou altura e caiu.<br />

c) O balão inflou, começou a subir e apagou.<br />

d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e<br />

frustrou-se.<br />

e) Ao sair da festa, ficou em estado de coma emocional.<br />

27- (FATEC) "Seus óculos eram imperiosos." Assinale<br />

a alternativa em que aparece a mesma figura de linguagem<br />

que há na frase acima:<br />

a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes."<br />

b) "Nasci na sala do 3° ano."<br />

c) "O bonde passa cheio de pernas."<br />

d) "O meu amor, paralisado, pula."<br />

e) "Não serei o poeta de um mundo caduco."<br />

FONTE: http://www.coladaweb.com/questoes/portugues/figling.h<br />

38


28- (UESB 2011.1) Leia:<br />

30- Leia:<br />

(fonte: Google imagens – Charges sobre Zé Dirceu)<br />

Considere o sentido de “eufemismos” evidenciado no<br />

fragmento e indique a alternativa em que esse recurso<br />

expressivo está presente.<br />

a) O planejamento de carreira é apenas um aspecto de um<br />

processo maior do planejamento de vida.<br />

b) Dividir conhecimentos para multiplicar oportunidades<br />

é um lema das sociedades modernas.<br />

c) Milhões de brasileiros encontram soluções para os seus<br />

problemas em livros de autoajuda.<br />

d) Os homens que faltam com a verdade são perigosos<br />

para a sociedade.<br />

e) A liderança é uma das responsabilidades humanas mais<br />

universais e duradouras.<br />

29- Oxímoro, ou paradoxismo, é uma figura de retórica<br />

em que se combinam palavras de sentido oposto que<br />

parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto,<br />

reforçam a expressão (Dicionário Eletrônico Houaiss da<br />

Língua Portuguesa)<br />

Considerando a definição apresentada, o fragmento<br />

poético da obra Cantares, de Hilda Hilst, publicada em<br />

2004, em que pode ser encontrada a referida figura de<br />

retórica é:<br />

a) “Dos dois contemplo<br />

rigor e fixidez. Passado e sentimento<br />

me contemplam” (p. 91).<br />

b) “De sol e lua<br />

De fogo e vento<br />

Te enlaço” (p. 101).<br />

c) “Areia, vou sorvendo<br />

A água do teu rio” (p. 93).<br />

d) “Ritualiza a matança<br />

de quem só te deu vida.<br />

E me deixa viver<br />

nessa que morre” (p. 62).<br />

e) “O bisturi e o verso.<br />

Dois instrumentos<br />

entre as minhas mãos” (p. 95)<br />

A partir da leitura da tirinha acima, é correto dizer sobre<br />

sua intencionalidade crítica que:<br />

a) O fator cômico do texto é construído pela expressão<br />

“Exijo respeito”, já que se trata de um político condenado<br />

por desvio de ética.<br />

b) O segundo quadrinho retifica legitimamente a fala do<br />

primeiro, uma vez que representam significados<br />

discrepantes.<br />

c) A expressão “Ação Penal 470” no último quadrinho<br />

suaviza a ideia contida em “Chefe do Mensalão”, o que<br />

acentua o caráter irônico do texto.<br />

d) A fala do segundo quadrinho busca corrigir uma<br />

possível injustiça cometida por uma eventual fala anterior.<br />

e) A palavra não é um advérbio de negação que foi<br />

aplicado para modificar o verbo “exijo”.<br />

31- (ENEM 2009) Leia:<br />

Canção do vento e da minha vida<br />

O vento varria as folhas,<br />

o vento varria os frutos,<br />

o vento varria as flores...<br />

E a minha vida ficava<br />

cada vez mais cheia<br />

de frutos, de flores, de folhas.<br />

O vento varria os sonhos<br />

e varria as amizades...<br />

o vento varria as mulheres.<br />

E a minha vida ficava<br />

cada vez mais cheia<br />

de afetos e de mulheres.<br />

O vento varria os meses<br />

e varria os teus sorrisos...<br />

o vento varria tudo!<br />

E a minha vida ficava<br />

cada vez mais cheia<br />

de tudo.<br />

(BANDEIRA, Manoel. Estrela da Manhã, em Antologia Poética, org. Emmanuel<br />

de Moraes, José Olympio Editora, Rio, 1986.)<br />

39


Na estruturação do texto, destaca-se:<br />

a) A construção de oposições semânticas.<br />

b) A apresentação de ideias de forma objetiva.<br />

c) O emprego recorrente de figuras de linguagem, como<br />

o eufemismo.<br />

d) A repetição de sons e de construções sintáticas<br />

semelhantes.<br />

e) A inversão da ordem sintática das palavras.<br />

Anotações:<br />

32- (UESC 2008) Leia o poema a seguir e responda o<br />

que se pede:<br />

Escuto a cor dos peixes.<br />

Essa vegetação de ventos me inclementa.<br />

(Propendo para estúrdio?)<br />

O escuro enfraquece meu olho.<br />

Ó solidão, opulência da alma!<br />

No ermo o silêncio encorpa-se.<br />

A noite me diminui.<br />

Agora biguás prediletam bagres.<br />

Confesso meus bestamentos.<br />

Tenho vanglória de niquices.<br />

(Dou necedade às palavras?)<br />

BARROS, Manoel de. O livro das ignorãças. 4ed. São Paulo: Record. 1997. P. 51.<br />

Vocabulário:<br />

Propendo: tender a algo<br />

Estúrdio: extravagante, incomum, esquisito<br />

Niquices: pequenices; minúcias aborrecidas<br />

Necedade: ignorância, estupidez<br />

O texto apresenta<br />

a) Um indivíduo criador, que discute o seu domínio sobre<br />

as palavras para traduzir vivências.<br />

b) Um eu lírico que discute a necessidade de o ser humano<br />

adaptar-se a um novo ritmo de vida.<br />

c) Um sujeito poético que, através de imagens sensoriais,<br />

sugere o seu modo de ser incomum.<br />

d) Um indivíduo que teme o isolamento e, por isso, almeja<br />

a companhia de outros homens.<br />

e) O confronto do homem com a natureza criando um<br />

clima de tensão permanente.<br />

40


ORTOGRAFIA<br />

Parte da gramática que se preocupa com a correta<br />

representação escrita das palavras.<br />

Emprega-se a letra X<br />

- depois de ditongo<br />

eixo, encaixotar, feixe, enfaixar, frouxo<br />

Exceções: caucho, recauchutar, recauchutagem<br />

- depois da sílaba -me:<br />

mexicano, mexer, mexilhão, mexerico<br />

Exceção: mecha e derivados<br />

- depois da sílaba en-:<br />

enxada, enxame, enxaqueca, enxotar, enxurrada,<br />

enxoval<br />

Exceções: enchova, encher (cheio) e seus derivados:<br />

preencher, enchimento, preenchimento, enchente.<br />

Quando o prefixo en- junta-se a um radical iniciado por<br />

CH: encharcar (charco); enchapelado (chapéu);<br />

enchumaçar (chumaço), etc.<br />

Emprega-se CH<br />

- depois da sílaba in-:<br />

inchada, bochinche, inchação, inchaço<br />

Observação:<br />

brocha (pequeno prego); broxa (pincel); chá (planta); xá<br />

(título antigo de soberano do Irã); chácara (propriedade<br />

rural); xácara (narrativa popular em versos); cheque<br />

(ordem de pagamento); xeque (jogada do xadrez); cocho<br />

(vasilha para alimentar animais); coxo (capenga, de coxa);<br />

tacha (mancha, defeito; pequeno prego); taxa (imposto<br />

(tributo)<br />

Emprega-se a letra S<br />

- nos adjetivos terminados pelos sufixos -oso/-osa,<br />

indicadores de estado pleno, abundância:<br />

formoso, teimoso, dengosa, cheirosa<br />

- nos sufixos -ês/-esa, indicadores de origem, títulos de<br />

nobreza:<br />

holandês, camponesa, marquês, princesa<br />

- no sufixo -isa, indicador de ocupação feminina:<br />

poetisa, sacerdotisa, papisa<br />

- depois de ditongo:<br />

coisa, mausoléu, faisão, maisena<br />

- nas formas dos verbos pôr e querer:<br />

pus, pusera, puser, quis, quisermos, quisera<br />

- nas palavras derivadas cujo radical termina em S:<br />

casa - casinha, casebre, casarão<br />

atrás - atrasar, atrasado<br />

escreve-se a terminação -isar em derivados de palavras<br />

que tá têm S:<br />

análise – analisar<br />

aviso – avisar<br />

paralisia – paralisar<br />

pesquisa – pesquisar<br />

liso – alisar<br />

Exceções:<br />

catequese – catequizar<br />

síntese – sintetizar<br />

hipnose – hipnotizar<br />

correlação gráfica entre nd e ns na formação de<br />

substantivos a partir de verbos:<br />

ascender – ascensão<br />

distender – distensão<br />

compreender – compreensão<br />

repreender – repreensão<br />

apreender – apreensão<br />

pretender – pretensão<br />

verbos que apresentam rt no radical:<br />

divertir – diversão<br />

converter – conversão<br />

subverter – subversão<br />

reverter – reversão<br />

verter – versão<br />

verbos que apresentam rg:<br />

convergir – conversão<br />

aspergir – aspersão<br />

41


submergir – submersão<br />

Substantivos derivados dos verbos terminados em pelir:<br />

expelir – expulsão<br />

repelir – repulsão<br />

Escrevam-se com s (sinho) os diminutivos derivados de<br />

palavras que já têm o s:<br />

vaso – vasinho<br />

lápis – lapisinho<br />

pires – piresinho<br />

tênis – tenisinho<br />

mesa – mesinha<br />

Emprega-se a letra Z<br />

nos sufixos -ez/-eza, formadores de substantivos abstratos<br />

a partir de adjetivos:<br />

mesquinhez (mesquinho)<br />

magreza (magro)<br />

timidez (tímido)<br />

beleza (belo)<br />

nos sufixos -izar, formadores de verbos (a palavra<br />

primitiva não tem S, então emprega-se Z):<br />

canal – canalizar<br />

atual – atualizar<br />

moral – moralizar<br />

ameno – amenizar<br />

legal – legalizar<br />

- nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com Z:<br />

cicatriz – cicatrizar, cicatrizante<br />

deslize – deslizar, deslizamento, deslizante<br />

Escrevam-se com z (=zinho) os diminutivos derivados de<br />

palavras que não têm a letra S:<br />

pé – pezinho<br />

pó – pozinho<br />

café – cafezinho<br />

anel – anelzinho<br />

pai – paizinho<br />

Emprega-se a letra Ç<br />

em palavras cognatas, quando se encontra um t, a ele se<br />

corresponde um ç:<br />

exceto – exceção<br />

setor – seção<br />

quando os substantivos ou verbos primitivos apresentam t<br />

ou nt no radical; substantivos derivados dos verbos ter e<br />

torcer:<br />

cantar – canção<br />

conter – contenção<br />

deter – detenção<br />

reter – retenção<br />

abster – abstenção<br />

torcer – torção<br />

contorcer – contorção<br />

distorcer – distorção<br />

substantivos derivados de verbos terminados em ver:<br />

promover – promoção<br />

resolver – resolução<br />

remover – remoção<br />

descrever – descrição<br />

substantivos derivados de verbos terminados em gir:<br />

afligir – aflição<br />

infringir – infração<br />

interagir – interação<br />

agir – ação<br />

depois de ditongo:<br />

calabouço, afeição, beiço, louça<br />

Emprega-se a letra G<br />

nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -<br />

úgio:<br />

pedágio, régio, litígio, relógio, subterfúgio<br />

nos substantivos terminados em -gem:<br />

aragem, vertigem, coragem, margem, viagem<br />

(substantivo)<br />

exceções: pajem, lajem, lambujem<br />

formas dos verbos terminados em jar:<br />

arranjar – arranjem<br />

enferrujar – enferrujem<br />

viajar – viajem<br />

nas formas derivadas de outras que já apresentam g:<br />

ágio – agiota, agiotagem<br />

gesso – engessado, engessar<br />

em geral, depois de a inicial:<br />

42


ágil, agir, agitar, agenda<br />

Observação: Nas derivadas de uma palavra primitiva com<br />

j, mantém-se o j: ajeitar (jeito)<br />

Depois de r:<br />

virgem, vargem, sargento, aspergir<br />

Exceções: sarjeta, tarjeta, gorjeta<br />

Emprega-se a letra J<br />

nas palavras derivadas de primitivas que se escrevem com<br />

J:<br />

jeito – ajeitar, ajeitado, jeitoso<br />

nojo – nojento<br />

laranja – laranjinha<br />

sujo – sujeira, sujidade<br />

loja – lojista<br />

gorja – gorjeio, gorjear, gorjeta<br />

sarja – sarjeta<br />

rijo – rijeza, enrijecer<br />

cereja – cerejeira<br />

em palavras de origem tupi, árabe ou africana:<br />

jibóia, pajé, jenipapo, canjica, jerico, manjericão<br />

nas formas dos verbos terminados em jar:<br />

arranjar – arranje, arranjei, arranjemos<br />

despejar – despejei, despeje<br />

na terminação – aje:<br />

traje, ultraje<br />

Emprego do E<br />

verbos terminados em –uar e –oar são escritos com a letra<br />

e nas formas do presente do subjuntivo:<br />

efetue, efetues (efetuar)<br />

abençoe, abençoes (abençoar)<br />

possui (possuir)<br />

cai (cair)<br />

mói (moer)<br />

palavras como: pirulito, crânio, digladiar, lampião,<br />

disenteria, privilégio, meritíssimo<br />

Emprego do O<br />

palavras como: molambo, abolir, boteco, botequim,<br />

apóstolo, bússola, cortiça, êmbolo, focinho, lombriga,<br />

óbolo, poleiro, polenta, bocal (abertura)<br />

Emprego do U<br />

palavras como: bucal (relativo à boca), bueiro, bulir,<br />

cúpula, curtume, embutir, jabuti, jabuticaba, léu,<br />

míngua, tábua, tabuada<br />

Emprego do SS<br />

substantivos derivados de verbos terminados em mitir:<br />

demitir – demissão<br />

omitir – omissão<br />

permitir – permissão<br />

transmitir – transmissão<br />

substantivos derivados de verbos terminados em gredir:<br />

agredir – agressão<br />

progredir – progressão<br />

regredir – regressão<br />

transgredir – transgressão<br />

substantivos derivados de verbos terminados em ceder:<br />

conceder – concessão<br />

retroceder – retrocessão<br />

interceder – intercessão<br />

suceder – sucessão<br />

palavras como: cadeado, candeeiro, destilar, empecilho,<br />

paletó, irrequieto, mexerico, mimeógrafo, periquito<br />

Emprego do I<br />

verbos terminados em -uir, -air, -oer são escritos com a<br />

letra j nas formas do presente do indicativo:<br />

43


ATENÇÃO!<br />

01) Sairemos daqui a vinte minutos. (futuro)<br />

Saiu há vinte minutos. (passado)<br />

02) Ele está em via de perder o emprego. (emprega-se essa<br />

expressão sempre no singular)<br />

03) Não realizou a tarefa, tampouco apresentou qualquer<br />

justificativa. (= nem, também não)<br />

Tenho tão pouco entusiasmo pelo trabalho. (intensidade,<br />

contrário de muito)<br />

04) O cientista falou acerca dos explosivos. (= sobre, a<br />

respeito de)<br />

Moro a cerca de três quarteirões do cinema. (= a<br />

aproximadamente)<br />

Há cerca de trinta advogados na reunião. (= existem<br />

aproximadamente)<br />

Não o vejo há cerca de quatro meses. (= faz<br />

aproximadamente)<br />

05) Pedro é mau motorista. (contrário de bom)<br />

Pedro dirige mal. (contrário de bem)<br />

Mal cheguei, ele saiu. (= assim que, logo que)<br />

06) Agora não posso. Estou ao telefone.<br />

07) Comprei uma tevê em cores. (tevê em preto e branco;<br />

logo tevê em cores)<br />

08) Fazemos entrega em domicílio. (entrega-se algo em<br />

algum lugar)<br />

09) Não sei por que Pedro mente tanto. (= por que motivo)<br />

Por que Joana nunca consegue chegar cedo? (= por que<br />

motivo)<br />

Eis o caminho por que passo sempre. (= pelo qual)<br />

Pedro mente muito, por quê? (= por que motivo – final de<br />

frase)<br />

Joana não consegue chegar cedo, por quê? (= por que<br />

motivo – final de frase)<br />

Pedro mente muito porque não é um pessoa sincera. (=<br />

pois – justificativa)<br />

João não chegou cedo porque é desorganizado. (= pois –<br />

explicação, justificativa)<br />

infringir – violar, transgredir, cometer infração<br />

Não sei o porquê da sua mentira. (depois de um<br />

determinante: artigo, numeral, pronome)<br />

Acertei o emprego de dois porquês.<br />

Este porquê deveria ser acentuado.<br />

10) Sua classificação foi abaixo de todos os alunos da<br />

classe. (= embaixo, sob)<br />

Puseram o prédio a baixo. (= para baixo, até embaixo)<br />

11) As irmãs eram afins nas atitudes e nos pensamentos.<br />

(= semelhantes)<br />

ESSAS 2 LINHAS EMBAIXO DA 1 COLUNA<br />

Participei do jogo a fim de ganhar o primeiro prêmio.<br />

(=finalidade, propósito)<br />

PALAVRAS PARÔNIMAS<br />

Palavras parônimas são parecidas na forma e diferentes no<br />

significado:<br />

descriminar – inocentar<br />

discriminar – separar<br />

retificar – corrigir, emendar<br />

ratificar – confirmar<br />

descrição – ato de descrever<br />

discrição – qualidade de quem é discreto<br />

comprimento – extensão<br />

cumprimento – saudação ou ato de se cumprir algo<br />

tráfego – trânsito<br />

tráfico – comércio ilegal<br />

delatar – denunciar<br />

dilatar – ampliar<br />

eminente – excelente, elevado<br />

iminente – preste a se realizar<br />

arrear – pôr arreios<br />

arriar – abaixar<br />

mandado – ordem judicial<br />

mandato – período de missão política<br />

infligir – aplicar pena<br />

soar – produzir som<br />

44


suar – transpirar<br />

imergir – entrar, penetrar, mergulhar<br />

emergir – sair<br />

flagrante – momento<br />

fragrante – perfumado, aromático<br />

despensa – compartimento<br />

dispensa – desobrigação<br />

deferir – aprovar, atender, consentir<br />

diferir – divergir, adiar<br />

acender – pôr fogo<br />

ascender – subir, elevar-se<br />

destratar – insultar<br />

bucho – estômago de animais<br />

buxo – arbusto ornamental<br />

vês – forma do verbo ver<br />

vez – ocasião<br />

censual – relativo a censo<br />

sensual – relativo aos sentidos<br />

serrar – cortar<br />

cerrar- fechar<br />

assento – lugar onde se assenta<br />

acento – sinal gráfico<br />

sela – arreio de cavalgadura<br />

cela – cubículo, aposento para presos<br />

coser – costurar<br />

cozer – cozinhar<br />

cocho – lugar onde comem os animais<br />

taxa – tributo<br />

censo – recenseamento<br />

senso – juízo<br />

expiar – cumprir pena, sofrer consequências de<br />

espiar – olhar<br />

celeiro – depósito de cereais<br />

seleiro – pessoa que faz sela<br />

distratar – desfazer contrato<br />

precedente – antecedente<br />

procedente – proveniente, oriundo<br />

prescrição – ordem expressa<br />

proscrição – eliminação ou expulsão<br />

vultoso – volumoso, de grande importância<br />

vultuoso – vermelho, inchado<br />

PALAVRAS HOMÔNIMAS HOMÓFONAS<br />

Palavras homônimas homófonas são iguais na<br />

pronúncia, mas diferentes na grafia e no significado.<br />

coxo – manco<br />

estático – firme, imóvel<br />

extático – posto em êxtase, admirado<br />

incipiente – iniciante, o que está no início<br />

insipiente – não sapiente, sem sabedoria<br />

sessão – reunião<br />

seção – parte, divisão, departamento<br />

cessão – ato de ceder<br />

apressar – tornar rápido<br />

apreçar – ajustar o preço<br />

cassar – anular<br />

caçar – perseguir a caça<br />

ruço – pardacento<br />

russo – natural da Rússia<br />

tacha – prego<br />

esperto – ativo, inteligente, vivo<br />

experto – perito, entendido<br />

conserto – reparo, correção<br />

concerto – harmonia, sinfonia<br />

cerração – nevoeiro<br />

serração – ato de serrar<br />

calda – xarope<br />

cauda – rabo<br />

45


46<br />

HOMÔNIMAS HOMÓGRAFAS<br />

Apresentam a mesma grafia, mas sons e significados<br />

diferentes:<br />

almoço (substantivo) – almoço (primeira pessoa do<br />

singular do verbo almoçar)<br />

colher (substantivo) – colher (verbo)<br />

governo (substantivo) – governo (primeira pessoa do<br />

singular do verbo governar)<br />

HOMÔNIMAS PERFEITAS<br />

mesma grafia e mesma pronúncia;<br />

manga (substantivo, fruta) – manga (substantivo, parte da<br />

camisa) – manga (substantivo, pasto de animais)<br />

bala (substantivo = doce, caramelo) – bala (substantivo =<br />

munição de arma de fogo)<br />

EXERCÍCIOS ADICIONAIS DE<br />

ORTOGRAFIA<br />

1- Preencha as lacunas com: há, a ou à nas frases<br />

abaixo:<br />

a) Saí _____ pouco.<br />

b) Sairei daqui _____ pouco.<br />

c) Saí ______ tarde.<br />

d) ______ alunos estudiosos aqui.<br />

e) ______ dias que o vi.<br />

f) Daqui _____ pouco, rezaremos pelo sucesso da<br />

cirurgia.<br />

g) ______ alguns anos, os vestibulares se constituíam de<br />

questões dissertativas.<br />

h) Ela chorava de medo ______ muitas horas e sempre<br />

______ tardinha.<br />

i) O governador assumiu _______ poucos meses, mas as<br />

próximas eleições serão daqui ______ alguns anos.<br />

2- Preencha as lacunas com mau ou mal:<br />

a) Ele sentiu-se ______ e foi embora.<br />

b) Não fiquemos de _____ humor.<br />

c) A ambição é o ______ deste mundo.<br />

d) A empresa está _______ administrada.<br />

e) Sinto-me _______ quando como demais.<br />

f) Se você não é ______ por que faz o ______ ?<br />

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO<br />

1- Identifique se são:<br />

1) Homônimas homófonas<br />

2) Homônimas homógrafas<br />

3) Homônimas perfeitas<br />

4) Parônimas<br />

01. ( ) Eu como feijão como um verdadeiro brasileiro.<br />

02. ( ) Ônibus tem um acento e vários assentos.<br />

03. ( ) Sua licença foi cassada devido a uma caçada fora<br />

de temporada.<br />

04. ( ) Por espiar o que não devia, ele deverá expiar um<br />

castigo.<br />

05. ( ) Ele deu o seu apoio e eu apoio também.<br />

06. ( ) O ladrão entrou despercebido e tomou o banco que<br />

estava desapercebido.<br />

07. ( ) É iminente a vinda daquela eminente pessoa.<br />

08. ( ) A descrição da mulher foi feita com bastante<br />

discrição.<br />

09. ( ) Este Estado fica a este e não a oeste.<br />

10. ( ) Sujou a manga da camisa com o suco de manga.<br />

g) Cuecas ______ costuradas e de muito _______ gosto.<br />

h) _____ saí de casa, fui assaltado por dois vândalos.<br />

i) Porque ele é ______ pratica o ______.<br />

j) Ele não é ______, apenas raciocina _____.<br />

k) Ele vive _____-humorado por não conter o seu ______<br />

humor.<br />

l) Foi um _____-estar súbito.<br />

m) O bom aluno pesquisa além da matéria ensinada o<br />

______ sequer cumpre as tarefas normais.<br />

n) Quem recebe ______-tratos é maltratado.<br />

3- Complete com um dos porquês:<br />

a) - Juca, _____________ você faz aviõezinhos durante a<br />

aula?<br />

b) - Ora, faço ___________ me agrada.<br />

c) O Sr. vai me punir, __________?<br />

d) Depois da aula, o diretor dirá o ____________ da<br />

suspensão das atividades.<br />

e) Não vejo razões _______________ desconfiar dele.<br />

f) Você cometeu este equívoco ______________ não se<br />

concentrou bem.<br />

g) Se eu erro ____________ quero, qual o<br />

_____________ da pergunta?<br />

h) Você não gosta de mim e eu quero saber<br />

_____________.<br />

i) Ninguém sabia ___________ Flávia não comparecera à<br />

aula.


4- Complete com o vocábulo adequado entre<br />

parênteses:<br />

a) Fizeram a __________ de cestas básicas aos<br />

funcionários que trabalhavam na __________ de limpeza<br />

da fábrica em Nova Friburgo, durante a __________ das<br />

telas do artista. (sessão, seção, cessão)<br />

b) __________ iremos amanhã? (onde, aonde)<br />

c) __________ nos encontraremos amanhã? (onde,<br />

aonde)<br />

d) Dormir _________? Ora, ____________ pudermos ir.<br />

(onde, aonde)<br />

e) __________ moro? Resido __________ você não<br />

conhece, _________ ninguém vai sem proteção policial.<br />

(onde, aonde)<br />

f) Havia ___________ no seu modo de vestir e não houve<br />

nenhuma ___________ de atitudes suspeitas. (descrição,<br />

discrição)<br />

g) O último ___________ revelou Curitiba com mais de<br />

um milhão de habitantes. (censo, senso)<br />

h) Tenhamos o _____________ de perceber que<br />

dissertação não é bilhete de amor. (censo, senso)<br />

i) Pelo __________ de sua ignorância não espere nenhum<br />

__________. (cumprimento, comprimento)<br />

j) A reitoria precisa _____________ a solicitação do<br />

colegiado para encaminhar os papéis necessários.<br />

(retificar, ratificar)<br />

k) O professor demonstrou humildade ao<br />

_______________ o erro cometido em sua fala. (retificar,<br />

ratificar)<br />

l) De sua _____________, o prisioneiro contemplava a<br />

_____________brilhante do vaqueiro. (cela, sela)<br />

m) Ao ____________ candidato a derrota nunca se<br />

apresenta ___________. (eminente, iminente)<br />

n) Com a chuva forte, o carro _____________ no buraco<br />

aberto na avenida. (emergiu, imergiu)<br />

o) O submarino teve de ____________ rapidamente<br />

depois do problema com o oxigênio interno. (emergir,<br />

imergir)<br />

p) Não fomos ao ______________ da orquestra, pois o<br />

nosso veículo estava no ______________. (conserto,<br />

concerto).<br />

5-Complete as frases a seguir com a expressão mais<br />

adequada gramaticalmente:<br />

a) As anotações ____________ referem-se ao que foi<br />

relatado na página cinco. (abaixo / a baixo)<br />

b) Li o processo de alto ____________. (abaixo / a baixo)<br />

c) Estamos _____________ dois andares da Diretoria. (a<br />

cerca de / acerca de / há cerca de)<br />

d) Explicou tudo _____________ daquele processo de<br />

demissão. (a cerca de / acerca de / há cerca de)<br />

e) Este processo entrou aqui _____________ de uma<br />

semana. (a cerca de / acerca de / há cerca de)<br />

f) _____________ consultar um advogado, consultou um<br />

charlatão. (ao invés de / em vez de)<br />

g) Redigiu ofício ______________ um memorando. (ao<br />

invés de / em vez de)<br />

h) Tudo será resolvido ____________ federal. (a nível /<br />

em nível)<br />

i) ___________, o processo trata de multas de trânsito. (A<br />

princípio / Em princípio)<br />

j) ___________, concordamos com a informação dela. (A<br />

princípio / Em princípio)<br />

k) Este parecer vem ______________ do meu. (ir ao<br />

encontro / ir de encontro)<br />

l) Este parecer vem ______________ ao meu. (ir ao<br />

encontro / ir de encontro)<br />

m) Faça logo o ofício ____________ o chefe não nos<br />

deixará sair. (senão / se não)<br />

n) Não era caso de demissão, ______________ de<br />

repreensão. (senão / se não)<br />

o) Naquele dia de ponto facultativo não havia ninguém,<br />

___________ os vigilantes. (senão / se não)<br />

p) O diretor não assinará o abaixo-assinado ___________<br />

houver consenso. (senão / se não)<br />

q) Deixou os processos ___________ a estante. (sob /<br />

sobre)<br />

r) As vítimas do desabamento ficaram __________ os<br />

escombros. (sob / sobre)<br />

s) Trabalhou _____________ que todos admiraram. (tão<br />

pouco / tampouco)<br />

t) Não trabalha ____________ deixa que os outros<br />

trabalhem. (tão pouco / tampouco)<br />

6- Complete as lacunas de acordo as orientações do<br />

professor:<br />

1. Um ___________ da presidente não a comunicou do<br />

grave problema no Ministério. Por isso toda a equipe de<br />

___________ foi demitida do Palácio do Planalto.<br />

2. O carro que comprei não veio com todos os<br />

__________ de fábrica.<br />

3. A cozinheira pôs sal em __________ na comida.<br />

47


4. O problema da Gramática são as __________ para as<br />

regras. Se fosse apenas uma __________ para cada caso,<br />

seria bem mais fácil.<br />

5. Temos um ___________ importante para transmitir.<br />

Por isso prestem atenção para que ninguém mais precise<br />

___________ depois.<br />

6. O _________________ na casa estava crítico.<br />

7. Muitas mulheres gostam de _______________ o<br />

cabelo no salão.<br />

8. A prefeitura tinha de __________________ o esgoto<br />

para um local de tratamento adequado.<br />

9. A ________________ foi uma das primeiras ações dos<br />

portugueses no Brasil, por isso os jesuítas tinham de<br />

___________________ os índios que aqui viviam.<br />

10. O candidato não cometeu nenhum __________ na<br />

prova do DETRAN. Mas ficou impedido de voltar para<br />

casa após a chuva, por causa de um ____________ na<br />

estrada.<br />

11. A vovó não pôs a ____________ no mingau.<br />

12. Havia um ______________ entre os funcionários que<br />

me causava ______________.<br />

13. A BR 116 foi privatizada, por isso há vários<br />

__________ ao longo da rodovia.<br />

14. O meia do Santos é muito _____________.<br />

15. A vítima foi alvejada por um _______________ que<br />

saiu de uma pistola.<br />

16. O problema da política são os ________________<br />

concedidos aos corruptos.<br />

17. O ________________ deu a sentença do réu há pouco.<br />

18. Quero que ele _____________ a trabalhar e se<br />

_____________ a uma vida sem regalias.<br />

19. Não coloque ________________ na realização do<br />

projeto!<br />

20. Havia sobre a ____________ do depósito<br />

___________, ____________ e _________.<br />

21. O casal tinha de _____________ o ______________<br />

rapidamente, depois das ____________.<br />

22. O _________ de lenha estava um pouco ___________<br />

na cabeça do andarilho.<br />

23. A frota tinha de ______________ todos os pneus já<br />

gastos.<br />

24. Todos de ___________ bem a tintura, aplicou-a nas<br />

______________.<br />

25. Muitos ____________ ficaram entupidos com a<br />

chuva.<br />

26. O aluno do terceiro ano estava _____________ por<br />

passar no vestibular.<br />

27. Os ___________ precisam votar com mais<br />

______________.<br />

28. Todos queriam o __________________ do país.<br />

29. O aluno queria a _________________ para sair da<br />

sala.<br />

30. A empresa confirmou a _________________ do<br />

estagiário.<br />

31. A ___________________ da rodovia será dada a uma<br />

empresa estrangeira.<br />

32. Gostaria da _________________ de todos neste<br />

momento difícil.<br />

33. A __________________ do quadro se deu<br />

subitamente.<br />

34. Aquele estagiário está em _______________ na<br />

carreira.<br />

35. Todos deveriam ter _________________ pelo<br />

preconceito.<br />

36. A _________________ dos conselheiros inviabilizou<br />

a eleição do clube.<br />

37. A __________________ do discurso do candidato<br />

levou à revolta dos eleitores.<br />

38. A dignidade de um homem é medida pela sua<br />

________________.<br />

39. Todos admiravam a __________________ do aluno.<br />

40. Na sociedade quem trabalha e ganha dinheiro<br />

honestamente é chamado de _________________.<br />

41. A __________________ saiu com o barão.<br />

42. A humildade é a demonstração de _______________<br />

que apresentamos no nosso cotidiano.<br />

43. Comprei um cão ______________.<br />

44. O ________________ deu a sentença do réu há pouco.<br />

45. Quero que ele _____________ a trabalhar e se<br />

_____________ a uma vida sem regalias.<br />

48


USO DO HÍFEN COM A REFORMA ORTOGRÁFICA<br />

Uso em palavras compostas<br />

ELEMENTOS<br />

OU<br />

PALAVRAS<br />

Compostas<br />

comuns<br />

REGRAS<br />

1. Usa-se hífen<br />

nas palavras<br />

compostas<br />

comuns, sem<br />

preposições,<br />

quando o<br />

primeiro<br />

elemento for<br />

substantivo,<br />

adjetivo,<br />

verbo ou<br />

numeral.<br />

PALAVAS COMPOSTAS<br />

EXEMPLOS<br />

Amor-perfeito,<br />

boa-fé,<br />

guarda-noturno,<br />

guarda-chuva,<br />

criado-mudo,<br />

decreto-lei.<br />

OBSERVAÇÕES;<br />

SAIBA MAIS<br />

A) Formas adjetivas como afro, luso, anglo, latino<br />

não se ligam por hífen:<br />

afrodescendente, eurocêntrico,<br />

lusofobia,<br />

eurocomunista.<br />

B) Mas com adjetivos pátrios (de identidade), usa-se o<br />

hífen:<br />

afro-americano,<br />

latino-americano,<br />

indo-europeu,<br />

ítalo-brasileira,<br />

anglo-saxão.<br />

C) Se a noção de composição desapareceu com o<br />

tempo, deve-se unir o composto sem hífen:<br />

pontapé,<br />

madressilva,<br />

girassol,<br />

paraquedas,<br />

paraquedismo (perdida a noção do verbo parar);<br />

mandachuva (perdida a noção do verbo mandar).<br />

D) Demais casos com para e manda usam hífen:<br />

para-brisa,<br />

para-choque (sem acento no para);<br />

manda-tudo,<br />

manda-lua.<br />

E) Compostos com elementos repetidos também levam<br />

hífen:<br />

tico-tico,<br />

tique-taque,<br />

pingue-pongue,<br />

blá-blá-blá.<br />

F) Compostos com apóstrofo também levam hífen:<br />

cobra-d'água,<br />

mãe-d'água,<br />

mestre-d'armas.<br />

49


Nomes<br />

geográficos<br />

antecedidos de<br />

grão, grã ou<br />

verbos<br />

Espécies<br />

vegetais/<br />

animais<br />

Mal<br />

Além, aquém,<br />

recém, bem,<br />

sem<br />

Locuções<br />

2. Usa-se o<br />

hífen em<br />

nomes<br />

geográficos<br />

compostos<br />

com grã e<br />

grão ou<br />

verbos de<br />

qualquer tipo.<br />

3. Usa-se o<br />

hífen nos<br />

compostos que<br />

designam<br />

espécies<br />

vegetais e<br />

animais.<br />

4. Usa-se hífen<br />

com mal antes<br />

de vogais ou h<br />

ou l.<br />

5. Usa-se hífen<br />

com além,<br />

aquém,<br />

recém, bem e<br />

sem.<br />

6. Não se usa<br />

hífen nas<br />

locuções dos<br />

vários tipos<br />

(substantivas,<br />

adjetivas etc).<br />

Grã-Bretanha,<br />

Grão-Pará,<br />

Passa-Quatro.<br />

bem-te-vi,<br />

bem-me-quer,<br />

erva-de-cheiro,<br />

couve-flor,<br />

erva-doce,<br />

feijão-verde,<br />

coco-da-baía,<br />

joão-de-barro,<br />

não-me-toques<br />

(planta).<br />

mal-afamado,<br />

mal-estar,<br />

mal-acabado,<br />

mal-humorada,<br />

mal-limpo.<br />

além-mar,<br />

aquém-oceano,<br />

recém-casado,<br />

recém-nascido,<br />

bem-estar,<br />

bem-vindo,<br />

sem-vergonha.<br />

à vontade,<br />

cão de guarda,<br />

café com leite,<br />

cor de vinho,<br />

fim de semana,<br />

fim de século,<br />

quem quer que seja,<br />

um disse me disse.<br />

Demais nomes geográficos compostos não usam hífen:<br />

América do Norte, Belo Horizonte, Cabo Verde.<br />

(O nome Guiné-Bissau é uma exceção).<br />

Se a palavra for usada em sentido figurado, não leva<br />

hífen: Ela está cheia de não me toques (melindres).<br />

A) Escreva, porém:<br />

malcriado,<br />

malnascido,<br />

malvisto,<br />

malquerer,<br />

malpassado.<br />

B) Escreva com hífen no feminino:<br />

má-língua,<br />

más-línguas.<br />

Quando o bem se aglutina com o segundo elemento,<br />

não se usa hífen: benfeitor, benfeitoria, benquerer,<br />

benquisto.<br />

A) Certas grafias consagradas agora são exceções à<br />

regra. Escreva:<br />

água-de-colônia, arco-da-velha, pé-de-meia,<br />

mais-que-perfeito, cor-de-rosa, à queima-roupa,<br />

ao deus-dará.<br />

B) Outras expressões/locuções que não usarão hífen:<br />

bumba meu boi, tomara que caia,<br />

arco e flecha, tão somente,<br />

ponto e vírgula.<br />

C) Escreva também sem hífen as locuções à toa<br />

(adjetivo ou advérbio), dia a dia (substantivo e<br />

advérbio) e arco e flecha.<br />

50


Encadeamentos<br />

de palavras<br />

Hífen no fim da<br />

linha<br />

7. Os<br />

encadeamentos<br />

vocabulares<br />

levam hífen (e<br />

não mais<br />

traço).<br />

8. Quando cai<br />

no fim da linha,<br />

o hífen deve<br />

ser repetido,<br />

por clareza, na<br />

linha abaixo.<br />

A relação<br />

professor-aluno.<br />

O trajeto<br />

Tóquio-São Paulo.<br />

A ponte<br />

Rio-Niterói.<br />

Um acordo<br />

Angola-Brasil.<br />

Áustria-Hungria.<br />

Alsácia-Lorena.<br />

Atravesso a ponte Rio-<br />

-Niterói.<br />

Couve-<br />

-flor.<br />

Este quadro está apoiado nas obras:<br />

BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008.<br />

INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Escrevendo pela Nova Ortografia. Rio de Janeiro/São Paulo, Houaiss/Publifolha, 2008.<br />

GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 2008.<br />

51


REFORMA ORTOGRÁFICA: Hífen - prefixação<br />

O caso dos prefixos e falsos prefixos<br />

PREFIXOS<br />

OU FALSOS<br />

PREFIXOS<br />

Vogais iguais<br />

Vogais diferentes<br />

Consoantes iguais<br />

Se o segundo<br />

elemento começa<br />

com s, r.<br />

Se o segundo<br />

elemento começa com<br />

m, n, com vogais e h,<br />

m, n.<br />

Ex, sota, soto, vice<br />

COM PREFIXOS OU FALSOS PREFIXOS<br />

REGRAS<br />

1. Usa-se o hífen<br />

quando o prefixo e<br />

o segundo elemento<br />

juntam-se com a<br />

mesma vogal.<br />

2. Não se usa o<br />

hífen quando os<br />

elementos se unem<br />

com vogais<br />

diferentes.<br />

3. Usa-se o hífen se<br />

a consoante do<br />

final do prefixo for<br />

igual à do início do<br />

segundo elemento.<br />

4. Não há hífen<br />

quando o segundo<br />

elemento começa<br />

com s ou r; nesse<br />

caso, duplicam-se<br />

as consoantes.<br />

5. Usa-se o hífen: se o<br />

primeiro elemento,<br />

terminado em m ou n,<br />

unir-se com as<br />

consoantes h, m ou n.<br />

6. Usa-se hífen com<br />

os prefixos: ex, sota,<br />

soto, vice.<br />

EXEMPLOS<br />

anti-ibérico,<br />

auto-organização,<br />

contra-almirante,<br />

infra-axilar,<br />

micro-ondas,<br />

neo-ortodoxo,<br />

sobre-elevação,<br />

anti-inflamatório.<br />

autoescola, autoajuda,<br />

autoafirmação,<br />

semiaberto,<br />

semiárido,<br />

semiobscuridade,<br />

contraordem,<br />

contraindicação,<br />

extraoficial,<br />

neoexpressionista,<br />

intraocular,<br />

semiaberto,<br />

semiárido.<br />

inter-racial,<br />

super-revista,<br />

hiper-raquítico,<br />

sub-brigadeiro.<br />

antirreligioso,<br />

minissaia,<br />

ultrassecreto,<br />

ultrassom.<br />

circum-murado,<br />

circum-navegação,<br />

pan-hispânico,<br />

pan-africano,<br />

pan-americano.<br />

ex-almirante,<br />

ex-presidente,<br />

sota-piloto,soto-pôr,<br />

vice-almirante,<br />

vice-rei.<br />

OBSERVAÇÕES;<br />

SAIBA MAIS<br />

Mas os prefixos co, pro, pre, re se juntam ao<br />

segundo elemento, ainda que este inicie pelas<br />

vogais o ou e: coocupar, coorganizar,<br />

coautor, coirmão, cooperar, preenchimento,<br />

preexistir, preestabelecer, proeminente,<br />

propor reeducação, reeleição, reescrita.<br />

Porém, coforme a regra anterior, com prefixos<br />

hiper, inter, super, deve-se manter o hífen:<br />

hiper-realista,<br />

inter-racial,<br />

super-racional,<br />

super-resistente.<br />

Escreva, porém, sobrepor.<br />

52


Pré, pós, pró<br />

O prefixo termina em<br />

vogal ou r e b e o<br />

segundo elemento se<br />

inicia com h.<br />

7. Usa-se hífen com<br />

os prefixos pré, pós,<br />

pró (tônicos e<br />

acentuados com<br />

autonomia).<br />

8. Usa-se o hífen<br />

quando o prefixo<br />

termina em r, b ou<br />

vogais e o segundo<br />

elemento começa com<br />

h.<br />

Sufixos de origem tupi 9. Usa-se o hífen com<br />

sufixo de origem tupi,<br />

quando a pronúncia<br />

exige distinção dos<br />

elementos.<br />

pré-escolar,<br />

pré-nupcial,<br />

pós-graduação,<br />

pós-tônico,<br />

pós-cirúrgico,<br />

pró-reitor,<br />

pró-ativo,<br />

pós-auricular.<br />

anti-herói,<br />

inter-hemisférico,<br />

sub-humano,<br />

anti-hemorrágico,<br />

bio-histórico,<br />

super-homem,<br />

giga-hertz,<br />

poli-hidratação,<br />

geo-história.<br />

Anajá-mirim,<br />

Ceará-mirim,<br />

capim-açu,<br />

andá-açu,<br />

amoré-guaçu.<br />

Se os prefixos não forem autônomos, não haverá<br />

hífen: predeterminado, pressupor, pospor,<br />

propor.<br />

A) Mas as grafias consagradas serão mantidas:<br />

reidratar, desumano, inábil, reabituar,<br />

reabilitar,<br />

reaver.<br />

B) Se houver perda do som da vogal final, preferese<br />

não usar hífen e eliminar o h: cloridrato<br />

(cloro+hidrato), clorídrico (cloro+hídrico).<br />

Este quadro está apoiado nas obras:<br />

BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008.<br />

INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Escrevendo pela Nova Ortografia. Rio de Janeiro/São Paulo, Houaiss/Publifolha, 2008.<br />

GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 2008.<br />

53


EXERCÍCIO EXPLICATIVO<br />

1- Dê o produto da soma dos elementos das palavras a<br />

seguir:<br />

1) para + quedas =<br />

2) ferro + velho =<br />

3) manda + chuva =<br />

4) bem + humorado =<br />

5) mal + estar =<br />

6) bem + feitor =<br />

7) anti + higiênico =<br />

8) semi + hospitalar =<br />

9) sub + humano =<br />

10) micro + ondas =<br />

11) auto + observação =<br />

12) auto + escola =<br />

13) extra + oficial =<br />

14) contra + indicado =<br />

15) agro + industrial =<br />

16) hiper + requintado =<br />

17) inter + resistente =<br />

18) super + revista =<br />

19) hiper + mercado =<br />

20) inter + municipal =<br />

21) super + proteção =<br />

22) sub + ração =<br />

23) sub + bibliotecário =<br />

24) anti + religioso =<br />

25) anti + semita =<br />

26) mini + saia =<br />

27) bio + ritmo =<br />

28) co + seno =<br />

29) amoré + guaçu =<br />

30) anajá + mirim =<br />

EXERCÍCIOS<br />

1- A _______ das _______ levou à ________ dos<br />

trabalhos do departamento.<br />

a) contenção, despezas, paralisação<br />

b) contensão, despezas, paralisação<br />

c) contenção, despesas, paralisação<br />

d) contensão, despesas, paralização<br />

e) contenção, despezas, paraliszação<br />

2- O guarda _______ em ________ o motorista que<br />

______ as normas de trânsito.<br />

a) atuou – fragrante – infringiu<br />

b) autuou – fragrante – infringiu<br />

c) atuou – fragrante – infligiu<br />

d) atuou – flagrante – infligiu<br />

e) autuou – flagrante – infringiu<br />

3- A _____ de gêneros alimentícios já começava a<br />

provocar ______ e ______.<br />

a) escassez, ansiedade, desassossego<br />

b) escassez, anciedade, desassocego<br />

c) escassês, anciedade, desassossego<br />

d) esacssês, ansiedade, deasssocego<br />

e) escassês, ansiedade, desassossego<br />

4- Não fez ____, embora seu projeto fosse bastante<br />

______. A direção não quer atender às nossas _______.<br />

a) conceções, pretensioso, reinvindicações<br />

b) conceções, pretencioso, reivindicações<br />

c) conceções, pretensioso, reinvindicações<br />

d) concessões, pretensioso, reivindicações<br />

e) concessões, pretencioso, reinvidicações<br />

5- Assinale a alternativa em que os termos estão grafados<br />

corretamente:<br />

a) limpeza, defeza, exceção<br />

b) acesso, hiato, torácico<br />

c) espontâneo, acessível, toráxico<br />

d) exceção, suspenção, acessível<br />

e) excessão, defesa, limpesa<br />

6- Assinale a alternativa em que NÃO há erro, de acordo<br />

com a norma culta.<br />

a) Afim de ser bem sucedido, estudou muito para as<br />

provas.<br />

b) Ele não saiu, tão pouco conseguiu dormir.<br />

c) O Governo tinha que saber que agente tinha<br />

representatividade no Congresso.<br />

d) A morte do paciente nada tem a ver com a paralisia das<br />

pernas.<br />

e) A assensão do candidato nas pesquizas surpreendeu a<br />

todos.<br />

7- Assinale a alternativa que preenche corretamente as<br />

lacunas da frase apresentada: “Estavam _______ de que<br />

os congressistas chegassem ______ para a ______”.<br />

a) receiosos, atrasados, sessão<br />

b) receosos, atrasados, sessão<br />

c) receiozos, atrazados, sessão<br />

d) receosos, atrazados, seção<br />

e) receiosos, atrasados, cessão<br />

8- Fui atendido com _______.<br />

a) previlégio, e cortezia<br />

54


) previlégio, e cortesia<br />

c) privilégio, e cortezia<br />

d) privilégio, e cortesia<br />

e) previlégiu, e cortesia<br />

9- Todas as palavras estão grafadas corretamente:<br />

a) sub-diretor, anti-ácido, para-militar<br />

b) para-quedismo, sanguessuga, suprarrenal<br />

c) extra-ordinário, mal-educado, bem-vindo<br />

d) anti-inflamatório, ultrassecreto, à toa<br />

e) prevestibular, ante-projeto, sub-raça<br />

10- Preencha os espaços vazios com a alternativa<br />

adequada.<br />

Estava ________ a ________ da guerra, pois os homens<br />

_______ nos erros do passado.<br />

a) eminente / defraglação / incidiram<br />

b) iminente / deflagração / reincidiram<br />

c) eminente / conflagração / incidiram<br />

d) preste / confraglação / incidiram<br />

e) prestes / flagração / reincidiram<br />

11- Aponte a alternativa em que todos os vocábulos<br />

estejam corretamente grafados.<br />

a) Os administradores atribuem o sucesso da tecnologia<br />

moderna à eliminação dos impecílios surgidos e a<br />

capacidade de improvisar concessões.<br />

b) Há meses, os seiscentos manuais de instrução causaram<br />

estranhesa a homens simples e crédulos.<br />

c) A incompatibilidade do fax e da secretária eletrônica<br />

prejudicou a compreensão do texto, bem como as<br />

transmissões de mensagens.<br />

d) Se os indivíduos com instrução pusessem explicações<br />

mais inteligíveis nos manuais, talvez os obcessivos por<br />

aparatos eletrônicos quisessem aumentar a compra.<br />

e) Nenhum dos deputados agiu com bom censo ao aprovar<br />

outro aumento de verba de gabinete, em plena crise,<br />

aumentado ainda mais os previlégios concedidos a eles<br />

próprios.<br />

12- Assinale a alternativa correta:<br />

a) Eis as causas por quê não venceremos.<br />

b) Você não ganhou porque demorou muito.<br />

c) Faltou à escola, por que?<br />

d) Ninguém atinava com o por quê daquela situação.<br />

e) Eles querem saber o por quê de tudo.<br />

13- Assinale a alternativa que completa corretamente<br />

as lacunas:<br />

________ você pensa que vai? Ele não vai seguir ______,<br />

ficará na cidade e irá à _____ das oito horas. Faça-me um<br />

favor, ______ com ele.<br />

a) onde, viagem sessão, viaje<br />

b) onde, viajem sessão, viaje<br />

c) onde, viajem cessão, viaje<br />

d) aonde, viajem sessão, viage<br />

e) aonde, viagem sessão, viaje<br />

14- Assinale o grupo de homônimos homógrafos:<br />

a) acento (intensidade) – assento (banco)<br />

b) cerrar (fechar) – serrar (cortar)<br />

c) sede (vontade de beber) – sede (residência)<br />

d) laço (laçada) – lasso (frouxo)<br />

e) cessão (ato de ceder) – seção (divisão)<br />

15- O ____ tempo sempre faz ____ à saúde das pessoas<br />

que se cuidam ____.<br />

a) mal – mau – mal<br />

b) mau – mau - mal<br />

c) mau – mal - mau<br />

d) mau – mal - mal<br />

e) mal – mal – mau<br />

16- Após a _____ de cinema fomos à _____ de<br />

reclamações e depois fizemos uma ______ de agasalhos<br />

aos desabrigados.<br />

a) sessão – seção - cessão<br />

b) seção – cessão - seção<br />

c) sessão – seção - sessão<br />

d) cessão – sessão - sessão<br />

e) sessão – seção – seção<br />

17- Assinale a alternativa em que o emprego do hífen está<br />

correto:<br />

a) auto-escola<br />

b) mini-saia<br />

c) neo-liberal<br />

d) auto-análise<br />

e) pré-operatório<br />

18- Encontram-se palavras escritas de maneira<br />

INCORRETA na frase:<br />

a) Altas tachas de reicindência, apesar de reconhecidas,<br />

não são levadas em consideração quando se avaliam os<br />

resultados negativos do sistema carcerário no Brasil.<br />

55


) É aconselhável entregar a um bandido tudo aquilo que<br />

ele está exigindo, sem discussão nem reação, ou tentativa<br />

de convencê-lo a mudar de ideia.<br />

c) Pesquisas recentes revelam a preocupação dos<br />

brasileiros com o aumento da criminalidade,<br />

especialmente nos grandes centros urbanos.<br />

d) Todos devem, ao entrar e sair de casa, agir com<br />

precaução para reduzir as possibilidades de serem vítimas<br />

acessíveis de assaltantes.<br />

e) A direção do presídio constatou, após a fuga, que as<br />

grades da cela onde estava a quadrilha estavam serradas.<br />

19- Todas as palavras estão corretamente grafadas na<br />

opção:<br />

a) azuleijo – aleijado – reivindicar<br />

b) prazeroso – cabeleireiro – irrequieto<br />

c) descarrilhar – marcineiro – previlégio<br />

d) suspenção – enxame – poleiro<br />

e) excesão – acessores – exato<br />

20- Aponte o grupo de palavras escritas corretamente:<br />

a) despejem, cafajeste, jeca, jequitibá, gerimum<br />

b) supetão, desajeitado, sargeta, jejum<br />

c) laranjeira, enrijecimento, manjericão, jenipapo,<br />

vertigem<br />

d) giló, linhagem, pajem, abranger, jerico<br />

e) bege, tijela, vagem, tangerina, gengibre<br />

21- Está correto dizer:<br />

a) Como machucava minhas orelhas, deixei meu óculos<br />

para consertar.<br />

b) Como machucavam minhas orelhas, deixei meus<br />

óculos para concertar.<br />

c) Como machucava minhas orelhas, deixei meu óculos<br />

para concertar.<br />

d) Como machucavam minhas orelhas, deixei meus<br />

óculos para consertar.<br />

e) Como machucava minhas orelhas, deixei meus óculos<br />

para concertar.<br />

volume de evidências, especialmente das adaptações<br />

ecológicas ao aquecimento.<br />

b) Com essa atitude política, as previsões se tornarão uma<br />

profescia auto-realizável, um resultado inevitável da<br />

emição dos políticos.<br />

c) O urso polar sobre bancos de gelo cada vez menores,<br />

fadado à estinção, transformou-se no íconi do<br />

aquecimento global.<br />

d) O animal não socumbiu apenas à seca, mas também ao<br />

impacto da aridez da região ecessivamente explorada.<br />

e) À medida que a água se torna mais cara, o ônos dos<br />

ajustes ao novo regime passará para os grupos subauterno,<br />

como os agricultores e os pobres das áreas urbanas.<br />

23- Assinale a alternativa correta quanto à ortografia:<br />

a) Os que pretendem fazer dos fascinorosos menores<br />

morais, incapazes de se decidir entre o bem e o mau, não<br />

se atrevem a pedir que lhes sejam caçado o direito de voto.<br />

b) O Ministério Público consagrou os princípios da<br />

unidade, da indivisibilidade e da independência funcional,<br />

tudo como estratégia para o desenvolvimento de uma<br />

atuação livre de injunções externas.<br />

c) O Direito Penal assume nova feição, devendo apontar<br />

suas baterias para os delitos que colocam em cheque os<br />

objetivos do Estado Social.<br />

d) No novo Código são previlegiadas as anotações sobre<br />

as novidades trazidas pelo sistema e os aspectos da<br />

jurisprudência nacional que remanecem do interesse para<br />

o novo sistema jurídico.<br />

e) A credebilidade do Ministério Público é alta e<br />

subistimável é enfraquecer a cidadania, a justiça e o povo<br />

brasileiro, cuja defesa á a própria razão de sua existência.<br />

22- Assinale a alternativa correta quanto à ortografia:<br />

a) O relatório sobre as condições climáticas representa um<br />

consenso avassalador que chega a ser sóbrio diante do<br />

56


ACENTUAÇÃO GRÁFICA COM A REFORMA ORTOGRÁFICA<br />

Tipo de palavra<br />

ou sílaba<br />

Quando<br />

acentuar<br />

Exemplos (como eram)<br />

Observações<br />

(como ficaram)<br />

Proparoxítonas sempre simpática, lúcido, sólido,<br />

cômodo<br />

Continua tudo igual ao que era antes da<br />

nova ortografia.<br />

Observe:<br />

Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de<br />

acordo com a pronúncia da região: acadêmico,<br />

fenômeno (Brasil) académico, fenómeno<br />

(Portugal).<br />

Paroxítonas<br />

Se terminadas<br />

em: R, X, N, L,<br />

I, IS, UM, UNS,<br />

US, PS, Ã, ÃS,<br />

ÃO, ÃOS;<br />

ditongo oral,<br />

seguido ou não<br />

de S<br />

fácil, táxi, tênis, hífen,<br />

próton, álbum(ns), vírus,<br />

caráter, látex, bíceps, ímã,<br />

órfãs, bênção, órfãos,<br />

cárie, árduos, pólen, éden.<br />

Continua tudo igual.<br />

Observe:<br />

1) Terminadas em ENS não levam acento:<br />

hifens, polens.<br />

2) Usa-se indiferentemente agudo ou<br />

circunflexo se houver variação de pronúncia:<br />

sêmen, fêmur (Brasil) ou sêmen, fémur<br />

(Portugal).<br />

3) Não ponha acento nos prefixo paroxítonos<br />

que terminam em N nem nos que terminam em<br />

I: inter-helênico, super-homem, anti-herói,<br />

semi-internato.<br />

Oxítonas<br />

Se terminadas<br />

em: A, AS, E,<br />

ES, O, OS, EM,<br />

ENS<br />

vatapá,<br />

igarapé, avô, avós, refém,<br />

parabéns<br />

Continua tudo igual.<br />

Observe:<br />

1. terminadas em I, IS, U, US não levam<br />

acento: tatu, Morumbi, abacaxi.<br />

2. Usa-se indiferentemente agudo ou<br />

circunflexo se houver variação de pronúncia:<br />

bebê, purê (Brasil); bebé, puré (Portugal).<br />

Monossílabos<br />

tônicos (são<br />

oxítonas<br />

também)<br />

terminados em<br />

A, AS, E,<br />

ES, O,OS<br />

vá, pás, pé, mês, pó, pôs<br />

Continua tudo igual.<br />

Atente para os acentos nos verbos com formas<br />

oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc.<br />

Í e Ú em<br />

palavras<br />

oxítonas e<br />

paroxítonas<br />

Í e Ú levam<br />

acento se<br />

estiverem<br />

sozinhos na<br />

sílaba (hiato)<br />

saída, saúde, miúdo, aí,<br />

Araújo, Esaú, Luís, Itaú,<br />

baús, Piauí<br />

1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se<br />

mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís.<br />

2. Não se acentuam i e u se depois vier 'nh':<br />

rainha, tainha, moinho.<br />

3. Esta regra é nova: nas paroxítonas, o i e u<br />

não serão mais acentuados se vierem depois de<br />

um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, maoista,<br />

saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio).<br />

4. Mas, se, nas oxítonas, mesmo com ditongo,<br />

o i e u estiverem no final, haverá acento:<br />

tuiuiú, Piauí, teiú.<br />

57


Ditongos<br />

abertos em<br />

palavras<br />

paroxítonas<br />

EI, OI, idéia, colméia, bóia Esta regra desapareceu (para palavras<br />

paroxítonas). Escreve-se agora: ideia,<br />

colmeia, celuloide, boia.<br />

Observe: há casos em que a palavra se<br />

enquadrará em outra regra de acentuação. Por<br />

exemplo: contêiner, Méier, destróier serão<br />

acentuados porque terminam em R.<br />

Ditongos<br />

abertos em<br />

palavras<br />

oxítonas<br />

ÉIS, ÉU(S),<br />

ÓI(S)<br />

papéis, herói, heróis,<br />

troféu, céu, mói (moer)<br />

Continua tudo igual (mas, cuidado: somente<br />

para palavras oxítonas com uma ou mais<br />

sílabas).<br />

Verbos arguir e<br />

redarguir<br />

(agora sem<br />

trema)<br />

arguir e<br />

redarguir<br />

usavam acento<br />

agudo em<br />

algumas pessoas<br />

do indicativo,<br />

do subjuntivo e<br />

do imperativo<br />

afirmativo.<br />

Esta regra desapareceu.<br />

Os verbos arguir e redarguir perderam o acento<br />

agudo em várias formas (rizotônicas):<br />

eu arguo (fale: ar-gú-o, mas não acentue); ele<br />

argui (fale: ar-gúi), mas não acentue.<br />

Verbos<br />

terminados em<br />

guar, quar e<br />

quir<br />

aguar<br />

enxaguar,<br />

averiguar,<br />

apaziguar,<br />

delinquir,<br />

obliquar usavam<br />

acento agudo<br />

em algumas<br />

pessoas do<br />

indicativo, do<br />

subjuntivo e do<br />

imperativo<br />

afirmativo.<br />

Esta regra sofreu alteração. Observe:.<br />

Quando o verbo admitir duas pronúncias<br />

diferentes, usando a ou i tônicos, aí<br />

acentuamos estas vogais: eu águo, eles águam<br />

e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo,<br />

eles delínquem (í tônico).<br />

tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas.<br />

Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele<br />

não será acentuado: Eu averiguo (diga averigú-o,<br />

mas não acentue) o caso; eu aguo a<br />

planta (diga a-gú-o, mas não acentue).<br />

ôo, ee<br />

vôo, zôo, enjôo,<br />

vêem<br />

Esta regra desapareceu.<br />

Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo,<br />

voo.<br />

Verbos ter e vir<br />

na terceira pessoa<br />

do plural do<br />

presente do<br />

indicativo<br />

eles têm,<br />

eles vêm<br />

Continua tudo igual.<br />

Ele vem aqui; eles vêm aqui.<br />

Eles têm sede; ela tem sede.<br />

Derivados de ter e<br />

vir (obter,<br />

manter, intervir)<br />

na terceira pessoa<br />

do singular leva<br />

acento agudo;<br />

na terceira pessoa<br />

do plural do<br />

presente levam<br />

circunflexo<br />

ele obtém, detém, mantém;<br />

eles obtêm, detêm, mantêm<br />

Continua tudo igual.<br />

58


Acento<br />

diferencial<br />

Esta regra desapareceu, exceto para os<br />

verbos:<br />

PODER (diferença entre passado e presente.<br />

Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje.<br />

PÔR (diferença com a preposição por):<br />

Vamos por um caminho novo, então vamos pôr<br />

casacos;<br />

TER e VIR e seus compostos (ver acima).<br />

Observe:<br />

1) Perdem o acento as palavras compostas com<br />

o verbo PARAR:<br />

Para-raios, para-choque.<br />

2) FÔRMA (de bolo): O acento será opcional;<br />

se possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma<br />

para pudim, cuja forma de pagamento é<br />

parcelada.<br />

Trema (O trema não é acento gráfico.)<br />

Desapareceu o trema sobre o U em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo,<br />

linguístico.<br />

Exceto as de língua estrangeira: Gunter, Gisele Bundchen, muleriano<br />

59


EXERCÍCIOS<br />

1- Assinale, em cada questão, a única palavra que NÃO deve receber acento gráfico:<br />

01. ( ) alcool ( ) arquetipo ( ) biotipo ( ) pantano ( ) pudico<br />

02. ( ) omega ( ) caracteres ( ) vermifugo ( ) exodo ( ) aerolito<br />

03. ( ) amavamos ( ) deviamos ( ) fossemos ( ) ponhamos ( ) iamos<br />

04. ( ) bilingue ( ) especie ( ) pancreas ( ) necropsia ( ) autopsia<br />

05. ( ) amendoa ( ) frequencia ( ) espontaneo ( ) peculio ( ) coroa<br />

06. ( ) delinquimos ( ) desagua ( ) aguo ( ) enxaguam ( ) arguo<br />

07. ( ) açucar ( ) ambar ( ) abajur ( ) cancer ( ) femur<br />

08. ( ) fluor ( ) impar ( ) sueter ( ) dolar ( ) impor<br />

09. ( ) abdomen ( ) eletron ( ) liquen ( ) polens ( ) ions<br />

10. ( ) climax ( ) durex ( ) latex ( ) cortex ( ) onix<br />

11. ( ) revel ( ) consul ( ) estencil ( ) dificil ( ) textil<br />

12. ( ) faceis ( ) jogueis ( ) estenceis ( ) repteis ( ) texteis<br />

13. ( ) fosseis ( ) vendeis ( ) vendieis ( ) falaveis ( ) usarieis<br />

14. ( ) biquini ( ) arco-iris ( ) cutis ( ) Parati ( ) juri<br />

15. ( ) venus ( ) lotus ( ) bauru ( ) onus ( ) orfão<br />

16. ( ) triceps ( ) álbuns ( ) fuzil ( ) orfãos ( ) fusivel<br />

17. ( ) ananas ( ) talvez ( ) portugues ( ) buque ( ) vende-lo<br />

18. ( ) complo ( ) propo-lo ( ) burgues ( ) inglesa ( ) inves<br />

19. ( ) hifens ( ) vaivens ( ) recem ( ) refens ( ) amem<br />

20. ( ) marques ( ) maciez ( ) o porque ( ) reves ( ) ama-la-iamos<br />

21. ( ) ele detem ( ) eles detem ( ) tu detens ( ) eles plantem ( ) eles tem<br />

22. ( ) ele vem ( ) eles intervem ( ) eles provem ( ) ele preve ( )ele cre<br />

23. ( ) ele rele ( ) eles retem ( ) ele prove ( ) que ele prove ( ) eles advem<br />

24. ( ) parabens ( ) abdomens ( ) proton ( ) eletrons ( ) hifen<br />

25. ( ) ve-lo ( ) da-lo ( ) ele de ( ) tres ( ) vez<br />

26. ( ) gratuito ( ) caido ( ) construido ( ) imbuido ( ) açai<br />

27. ( ) constroi ( ) destrois ( ) construiste ( ) decidi ( ) ele moi<br />

28. ( ) crueis ( ) reus ( ) carteis ( ) estreia ( ) povareu<br />

29. ( ) miudo ( ) politeismo ( ) cafeina ( ) ciume ( ) campainha<br />

30. ( ) reunir ( ) reuno ( ) reune ( ) reuna ( ) reunas<br />

31. ( ) egoista ( ) faisca ( ) feiura ( ) genuino ( ) babuino<br />

32. ( ) intuito ( ) jesuita ( ) grauna ( ) viuva ( ) gaucho<br />

33. ( ) o fluido ( ) fluido (v.) ( ) proibo ( ) prejuizo ( ) uisque<br />

34. ( ) eu cai ( ) cairam ( ) atrai-lo ( ) construi-la ( ) ele trai<br />

35. ( ) saudo ( ) saudam ( ) saudamos ( ) influiram ( ) eu trai<br />

2- Assinale a alternativa que completa corretamente as<br />

frases:<br />

I- Cada qual faz como melhor lhe ______.<br />

II- O que ______ este frasco?<br />

III- Neste momento, os teóricos _____ os conceitos.<br />

IV- Eles ____ a casa do necessário.<br />

a) convém, contém, reveem, proveem<br />

b) convém, contêm, revêem, provêm<br />

c) convêm, contém, revêm, provêem<br />

d) convêm, contêm, revêem, provêem<br />

e) convém, contém, revêem, provêem<br />

3- Assinale a alternativa cujas palavras são acentuadas<br />

segundo as regras que determinam a acentuação,<br />

respectivamente de emergência, caído, época.<br />

a) ciência, pastéis, marítimo<br />

b) circunstâncias, saúva, ninguém<br />

c) espécie, raízes, até<br />

d) veterinário, faísca, ótimo<br />

e) antagônico, uísque, construído<br />

4- O plural de tem, vem, dê e vê é, respectivamente:<br />

a) têm, vêem, dêem, vêm<br />

b) tem, vem, dêem, vêem<br />

c) têm, vêm, deem, veem<br />

d) têem, vêm, dêem, vêm<br />

e) tém, vém, deem, veem<br />

60


5- Comparando-se as palavras diarreia e semeia, podese<br />

afirmar que, quanto à tonicidade, o que as<br />

diferencia é:<br />

a) a tonicidade<br />

b) a separação silábica<br />

c) o timbre<br />

d) a função sintática<br />

e) a classificação morfológica<br />

Anotações:<br />

6- Assinale a alternativa em que o acento gráfico das<br />

palavras se justifica pela mesma regra de acentuação:<br />

a) mês, fôrma, mártir<br />

b) crânio, suíço, está<br />

c) ninguém, até, água<br />

d) constrói, cartéis, escarcéu<br />

e) lâmpada, laticínio, táxi<br />

7- Assinale a alternativa correta em ralação à<br />

acentuação gráfica, observando a numeração:<br />

I- saída, saúde, egoísta<br />

II- egoísmo , distribuia, heróico<br />

III- recém, refens, Nobél<br />

IV- heroína, saude, dsitribuía<br />

V- cérebro, epidemia, idéia<br />

a) Apenas a numeração I está correta<br />

b) Todas as numerações estão corretas<br />

c) Nenhuma das numerações está correta<br />

d) Somente os números I e V estão corretos<br />

e) Somente os números II e IV estão corretos<br />

61


MORFOLOGIA<br />

FORMAÇÃO DE PALAVRAS<br />

1- A estrutura das palavras<br />

Palavra é uma unidade linguística de som e significado<br />

que entra na composição dos enunciados da língua.<br />

Morfemas são unidades mínimas de significação.<br />

Afixos são os morfemas que, somados aos radicais,<br />

formam novas palavras. Quando acrescentados antes do<br />

radical são chamados de prefixos e, adicionados após o<br />

radical, de sufixos.<br />

Morfema<br />

Lexical gramatical<br />

(radical) (afixo) – [prefixo, sufixo]<br />

Os morfemas são classificados em lexicais e gramaticais.<br />

Os morfemas lexicais fazem referência a seres ou<br />

conceitos da realidade objetiva ou subjetiva (Paulo, dia,<br />

ar), ou seja, possuem referentes extralinguísticos.<br />

Os morfemas gramaticais têm uma significação interna<br />

ao sistema linguístico, porque atuam para estabelecer<br />

relações entre palavras ou para marcar categorias como<br />

gênero, número, modo, pessoa, etc.<br />

As desinências são os morfemas que indicam as flexões<br />

das palavras variáveis.<br />

A vogal temática é um morfema vocálico que se<br />

acrescenta a determinados radicais antes das desinências.<br />

O conjunto formado por radical + vogal temática recebe<br />

o nome de tema. Os temas podem ser nominais e verbais.<br />

Mudança de sentido básico: papel, papelada; folha,<br />

folhagem; pedra, pedraria; rocha, rochedo; laranja,<br />

laranjal; ferro, ferrugem.<br />

Mudança de classe gramatical: lembrar (verbo),<br />

lembrança (substantivo); trair (verbo), traição<br />

(substantivo); úmido (adjetivo), umidade (substantivo);<br />

livre (adjetivo), livremente (advérbio).<br />

2- Formação de palavras I<br />

Palavras primitivas: radicais<br />

Palavras derivadas: radicais + prefixos e/ou sufixos<br />

Palavras primitivas são aquelas que não foram formadas<br />

a partir de alguma outra já existente na língua. Os radicais<br />

das palavras primitivas permitem a formação de novas<br />

palavras. Exemplos: flor, pedra, fogo, casa.<br />

Palavras derivadas são aquelas que se formam a partir de<br />

outras palavras da língua, por meio do acréscimo de<br />

morfemas derivacionais (prefixos e/ou sufixos).<br />

Exemplos: florescer, empedrar, fogaréu, caseiro.<br />

Derivação:<br />

• Prefixal<br />

• Sufixal<br />

• Parassintética<br />

• Regressiva<br />

• Imprópria<br />

Derivação é o processo de formação de palavras que se<br />

faz a partir do acréscimo, a um radical, de prefixos ou<br />

sufixos derivacionais<br />

inútil: radical útil + prefixo in-;<br />

floreira: radical flor + sufixo -eira.<br />

A derivação pode ser prefixal, sufixal, parassintética,<br />

regressiva e imprópria.<br />

Derivação prefixal: acrescenta-se um prefixo à palavra<br />

primitiva. Essa operação sempre produz alguma alteração<br />

no sentido do radical. Ex.:<br />

fazer (radical) – des- (prefixo) + fazer = desfazer.<br />

Derivação sufixal: acrescenta-se um sufixo à palavra<br />

primitiva. Como na derivação prefixal, o acréscimo de um<br />

sufixo sempre produz alguma alteração no sentido do<br />

radical. Ex.:<br />

belo (radical) + -eza (sufixo) = beleza;<br />

céu (radical) + -este (sufixo) = celeste;<br />

beber (radical) + -icar (sufixo) = bebericar;<br />

tranquilo (radical) + -mente (sufixo) = tranquilamente.<br />

Temos respectivamente, nos exemplos apresentados,<br />

sufixos nominais (que derivam substantivos e adjetivos),<br />

sufixo verbal (para derivar verbos) e o sufixo adverbial<br />

(para derivar advérbios).<br />

Derivação parassintética: ocorre o processo de derivação<br />

parassintética sempre que a um determinado radical<br />

agregam-se, simultaneamente, um prefixo e um sufixo:<br />

en- (prefixo) + raiva (radical) + -ecer (sufixo) =<br />

enraivecer;<br />

des- (prefixo) + alma (radical) + -do (sufixo) =<br />

desalmado.<br />

62


Derivação regressiva: é definida pela redução na forma<br />

fonológica da palavra derivada em relação à forma da<br />

palavra primitiva:<br />

abalo (de abalar),<br />

busca (de buscar),<br />

choro (de chorar),<br />

alcance (de alcançar),<br />

perda (de perder), etc.<br />

Derivação imprópria: acontece quando uma palavra muda<br />

de classe gramatical sem que sua forma original seja<br />

alterada. Transformar palavras de outras classes<br />

gramaticais em substantivos é um exemplo de derivação<br />

imprópria. Essa transformação é muitas vezes feita pela<br />

anteposição de um artigo ou pronome adjetivo ao termo<br />

que será substantivado.<br />

Exemplos:<br />

- O esperto conseguiu se aproveitar da situação.<br />

- Não aceito um não como resposta.<br />

- O azul do céu é lindo.<br />

3- Formação de palavras II<br />

Quando uma palavra resulta da combinação de dois<br />

radicais, dizemos que ela é formada pelo processo de<br />

composição.<br />

A composição por justaposição se define pela<br />

combinação de dois (ou mais) radicais que não sofrem<br />

alteração na sua forma fonológica (não há mudanças nos<br />

fonemas originais e cada radical mantém o seu acento<br />

tônico).<br />

Composição por justaposição: combinação de radicais<br />

sem mudança fonológicaComposição por aglutinação:<br />

combinação de radicais com mudança fonológica.<br />

A composição por aglutinação é definida pela<br />

combinação de dois (ou mais) radicais que sofrem<br />

alteração na sua forma fonológica (há mudança nos<br />

fonemas originais e no acento tônico dos radicais<br />

envolvidos no processo).<br />

Ex:<br />

outrora (outra + hora), ir embora (em boa hora), pernalta<br />

(perna + alta), planalto (plano + alto), aguardente (água<br />

+ ardente)...<br />

(Fonte: Google imagens contratação de Pato - locopositivo)<br />

Em cada anúncio em evidência, tem-se a criação de um<br />

neologismo que, primariamente, seria entendido como<br />

composição por justaposição, em que se tem louco +<br />

pirose; louco + positivo. O que chama a atenção, talvez<br />

por uma tentativa de aglutinação, é a perda da semivogal<br />

“-u” no 1º elemento, provavelmente, para acentuar a<br />

jogada de marketing de criar uma identidade entre o atleta<br />

contratado e a torcida do Corinthians que é conhecida<br />

como “um bando de locos”.<br />

A redução (ou abreviação) é o processo pelo qual se<br />

forma uma nova palavra por eliminação de parte de uma<br />

palavra já existente.<br />

Ex:<br />

refri (refrigerante), pneu (pneumático), play<br />

(Playstation), motô (motorista), facu (faculdade), moto<br />

(motocileta)...<br />

Os empréstimos lexicais são palavras de outras línguas<br />

que vão entrando na língua portuguesa através dos<br />

tempos. Esses empréstimos têm origem no contato entre<br />

as culturas e na influência que uma cultura exerce sobre a<br />

outra em vários aspectos do comportamento e da vida<br />

social. Ex:<br />

lanche, estresse, sanduíche, menu, abajur, garçom,<br />

macarrão, estoque, clube, futebol, basquete, trailer, chip,<br />

download, link...<br />

A palavra neologismo é formada pelos radicais gregos<br />

néos, que significa “novo, ou moderno”, e lógos, “palavra,<br />

tratado”. Significa, portanto, palavra nova.<br />

Ex:<br />

piriguéti, valerioduto, mensalão, trairagem, petralhas.<br />

63


PREFIXOS GREGOS<br />

Prefixo Sentido Exemplificação<br />

an- (a-) privação, negação anarquia, ateu<br />

aná- ação ou movimento repetição anagrama, anáfora<br />

anfi- de um e outro lado, em torno anfíbio, anfiteatro<br />

anti- oposição, ação contrária antiaéreo, antípoda<br />

apó- afastamento, separação apogeu, apóstata<br />

arqui- (arcarque-,<br />

arce-)<br />

superioridade<br />

arquiduque, arcanjo arquétipo, arcebispo<br />

catá<br />

movimento de cima para baixo,<br />

oposição<br />

catadupa, catacrese<br />

diá- (di-)<br />

movimento através de,<br />

afastamento<br />

diagnóstico, diocese<br />

dis- dificuldade, mau estado dispnéia, disenteria<br />

ec- (ex-) movimento para fora eclipse, êxodo<br />

en- (em-, e-) posição interior encéfalo, emplastro, elipse<br />

endo- (-end)<br />

posição interior, movimento para<br />

dentro<br />

endotérmico, endosmose<br />

epi-<br />

posição superior, movimento para,<br />

posterioridade<br />

epiderme, epílogo<br />

eu- (ev.) bem, bom eufonia, evangelho<br />

hiper- posição superior, excesso hipérbole, hipertensão<br />

hipó posição inferior, escassez hipodérmico, hipotensão<br />

metá- (met-) posterioridade, mudança metacarpo, metátese<br />

pará- (par-) proximidade, ao lado de paralogismo, paramnésia<br />

peri- posição ou movimento em torno perímetro, perífrase<br />

pró- posição em frente, anterior prólogo, prognóstico<br />

sin- (sim-, si-) simultaneidade, companhia sinfonia, simpatia, sílaba<br />

Fonte: Nova Gramática do <strong>Português</strong> Contemporâneo, Celso Cunha e Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição.<br />

64


PREFIXOS LATINOS<br />

Prefixo Sentido Exemplificação<br />

ababsa-<br />

afastamento, separação<br />

ada-<br />

(ar-, as-) aproximação, direção<br />

abdicar, abjurar<br />

abster, abstrair<br />

amovível, aversão<br />

adjunto, adventício<br />

abeirar, arribar, assentir<br />

ante- anterioridade antebraço, antepor<br />

Circum-<br />

(circun-) movimento em torno circum-adjacente, circunvagar<br />

cis- posição aquém cisalpino, cisplatino<br />

com- (com-)<br />

co- (cor.)<br />

contiguidade, companhia<br />

compor, conter<br />

cooperar, corroborar<br />

contra- oposição, ação conjunta contradizer, contra-selar<br />

de- movimento de cima para baixo decair, decrescer<br />

des- separação, ação contrária desviar, desfazer<br />

disdi-<br />

(dir-)<br />

separação, movimento para<br />

diversos lados, negação<br />

dissidente, distender<br />

dilacerar, dirimir<br />

entre- posição intermediária entreabrir, entrelinha<br />

exese-<br />

movimento para fora, estado<br />

anterior<br />

exportar, extrair<br />

escorrer, estender<br />

emigrar; evadir<br />

extra- posição exterior (fora de) extra-oficial, extraviar<br />

in- (im-)<br />

i- (ir-)<br />

em- (em-)<br />

movimento para dentro<br />

ingerir, impedir<br />

imigrar, irromper<br />

embarcar, enterrar<br />

in- (im-)<br />

i- (ir-) negação, privação inativo, impermeável ilegal, irrestrito<br />

intra- posição interior intradorso, intravenoso<br />

65


intro- movimento para dentro introversão, intrometer<br />

justa- posição ao lado justapor, justalinear<br />

obo-<br />

posição em frente, oposição<br />

objeto, obstáculo<br />

ocorrer, opor<br />

per- movimento através percorrer, perfurar<br />

pos- posterioridade pospor, postônico<br />

pre- anterioridade prefácio, pretônico<br />

pro- movimento para a frente progresso, prosseguir<br />

re- movimento para trás, repetição refluir, refazer<br />

retro- movimento mais para trás retroceder, retrospectivo<br />

sotosota-<br />

sobsosubsussu-<br />

posição inferior<br />

movimento de baixo para cima,<br />

inferioridade<br />

soto-mestre, sotopor<br />

sota-vento, sota-voga<br />

sobestar, sobpor<br />

soerguer, soterrar<br />

subir, subalterno<br />

suspender, suster<br />

suceder, supor<br />

sobresuper-<br />

posição em cima, excesso<br />

sobrepor, sobrecarga<br />

superpor, superpovoado<br />

supra- posição acima, excesso supradito, supra-sumo<br />

trans-<br />

trástresultra-<br />

movimento para além de, posição<br />

além de<br />

posição além do limite<br />

transpor, transalpino<br />

trasladar, traspassar<br />

tresvariar, tresmalhar<br />

ultrapassar, ultra-som<br />

vicevis-<br />

(vizo-)<br />

substituição, em lugar de<br />

vice-reitor, vice-cônsul<br />

visconde,<br />

vizo-rei<br />

Fonte: Nova Gramática do <strong>Português</strong> Contemporâneo, Celso Cunha e Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição.<br />

66


SUFIXOS<br />

Os sufixos são capazes de modificar o significado e, principalmente, a categoria gramatical dos radicais aos quais são<br />

agregados. Os sufixos, em língua portuguesa, são de origem variada, mas a maioria é de origem latina. Podem ser nominais<br />

(formam substantivos e adjetivos), verbais (formam verbos) e adverbiais (formam advérbios).<br />

Veja alguns sufixos no quadro a seguir:<br />

Sufixos que indicam<br />

aumentativo<br />

Sufixos que indicam<br />

diminutivo<br />

Sufixos que indicam<br />

profissão<br />

Sufixos que indicam<br />

lugar<br />

Sufixos<br />

-aça, -aço, uça<br />

-alha, -alhão<br />

-anzil<br />

-ão, -eirão, -(z)arrão<br />

-áreu<br />

-arra, -orra<br />

-ázio<br />

-acho, -icha, -ucha<br />

-ebre<br />

-ejo<br />

-acho, -icha, -ucha<br />

-ebre<br />

-ejo<br />

-eto, -eta<br />

-ico, -eco, -eca<br />

-inha, -inho, -zinho, - zinha<br />

-isco<br />

-ote<br />

-ulo, -culo, -cula<br />

-ão<br />

-ário<br />

-dor<br />

-eiro<br />

-ista<br />

-tor<br />

-aria<br />

-ato<br />

-ia<br />

-mento<br />

barcaça, ricaço, dentuça<br />

Exemplos<br />

Fornalha, grandalhão, brincalhão<br />

corpanzil<br />

casarão, latão, caldeirão, vozeirão, boqueirão,<br />

homenzarrão<br />

povaréu, fogaréu, mundaréu<br />

bocarra, cabeçorra, naviarra<br />

copázio<br />

riacho, barbicha, papelucho, gorducho<br />

casebre<br />

vilarejo, lugarejo<br />

riacho, barbicha, papelucho, gorducho<br />

casebre<br />

vilarejo, lugarejo<br />

poemeto, saleta<br />

burrico, livreco, soneca, padreco<br />

casinha, lapisinho, papelzinho, mãozinha<br />

chuvisco<br />

filhote<br />

glóbulo, grânulo, versículo, partícula<br />

escrivão<br />

bibliotecário<br />

vendedor<br />

jornaleiro<br />

dentista<br />

tradutor<br />

padaria, confeitaria<br />

orfanato<br />

academia<br />

acampamento<br />

67


Sufixos que indicam<br />

nacionalidade<br />

Sufixos que indicam<br />

coleção<br />

Sufixos utilizados na<br />

formação de verbos<br />

Sufixo utilizado na<br />

formação de<br />

advérbio<br />

-tério<br />

-tório<br />

-ano<br />

-ão<br />

-eiro<br />

-ense<br />

-ês<br />

-eu<br />

-ada<br />

-al<br />

-ama, -eme<br />

-edo<br />

-eiro<br />

-ear<br />

-ejar<br />

-entar<br />

-icar<br />

-iscar<br />

-ecer, -escer<br />

-izar<br />

-itar<br />

-mente (é o único sufixo<br />

adverbial)<br />

batistério<br />

dormitório<br />

pernambucano<br />

alemão<br />

mineiro<br />

paranaense<br />

francês, chinês<br />

europeu<br />

boiada<br />

milharal, cafezal<br />

dinheirama, enxame<br />

arvoredo<br />

formigueiro<br />

espernear, folhear<br />

festejar, gotejar<br />

amamentar<br />

bebericar<br />

rabiscar<br />

entardecer, florescer<br />

utilizar, conscientizar<br />

saltitar<br />

vagarosamente, rapidamente, felizmente, propriamente<br />

Fonte: Nova Gramática do <strong>Português</strong> Contemporâneo, Celso Cunha e Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição.<br />

68


EXERCÍCIO EXPLICATIVO<br />

1- Aponte a palavra primitiva (quando possível) dos<br />

vocábulos abaixo e explique seu processo de formação:<br />

a) amigas<br />

b) cantássemos<br />

c) felizmente<br />

d) indecente<br />

e) desrespeitoso<br />

f) entardecer<br />

g) perfumar<br />

h) plantação<br />

i) canto<br />

j) fuga<br />

2- Forme substantivos a partir das palavras abaixo:<br />

1) global ________________<br />

2) consciente ________________<br />

3) arrepender ________________<br />

4) perder ________________<br />

5) lavar ________________<br />

6) cruel ________________<br />

7) escuro ________________<br />

8) orar ________________<br />

9) deter ________________<br />

10) altivo ________________<br />

11) áspero ________________<br />

12) calvo ________________<br />

13) quieto ________________<br />

14) processar _____________<br />

15) viajar _____________<br />

16) romântico _____________<br />

17) obedecer _____________<br />

18) crer _____________<br />

19) branco _____________<br />

3- Forme adjetivos a partir das palavras abaixo:<br />

1) ambição ________________<br />

2) cantar ________________<br />

3) atrair ________________<br />

4) injetar ________________<br />

5) prometer _______________<br />

6) comprometer________________<br />

7) angústia ________________<br />

8) requinte ________________<br />

9) burgo ________________<br />

10) campo ________________<br />

11) escola ________________<br />

12) áudio ________________<br />

13) ouro ________________<br />

14) água ________________<br />

4- Forme parassintéticos verbais que tenham por base<br />

os nomes seguintes:<br />

1) terra ________________<br />

2) sócio ________________<br />

3) pedra ________________<br />

4) tímido________________<br />

5) pálido________________<br />

6) papel ________________<br />

7) caixa ________________<br />

8) pedaço ________________<br />

9) pobre ________________<br />

10) grande________________<br />

11) velho ________________<br />

12) parede________________<br />

EXERCÍCIOS<br />

1- Assinale a alternativa errada com relação à análise<br />

mórfica da palavra desonrosa:<br />

a) O radical é onr<br />

b) O sufixo é rosa<br />

c) O prefixo é des<br />

d) O a final é desinência de gênero<br />

e) A palavra possui prefixo e sufixo<br />

2- Indique a alternativa que contenha palavras<br />

formadas exclusivamente por derivação sufixal:<br />

a) irreal, magreza, incerto, desgraçado<br />

b) deslealdade, dentada, indignidade, transpor<br />

c) altura, copázio, realismo, acidez<br />

d) artista, anoitecer, temido, incapaz<br />

e) anormal, romantismo, conquistense, endividado<br />

3- Indique a alternativa que contenha palavras<br />

formadas exclusivamente de composição por<br />

aglutinação:<br />

a) cata-vento, rodapé, petróleo<br />

b) pernalta, lobisomem, vinagre<br />

c) girassol, cabisbaixo, pernilongo<br />

d) Santana, fidalgo, obra-prima<br />

e) embora, guarda-roupa, outrora<br />

69


4- Indique a incorreta quanto à análise mórfica:<br />

a) arrozal – derivação sufixal<br />

b) bambuzal – derivação sufixal<br />

c) gasômetro – vogal de ligação<br />

d) flor – radical<br />

e) irreal – derivação prefixal<br />

5- Indique a correta quanto à análise mórfica:<br />

a) bolas – as (vogal temática)<br />

b) sofá – á (vogal temática)<br />

c) incapaz – radical<br />

d) garotas – a (desinência de gênero), s (desinência de<br />

número)<br />

e) paulada – pau (radical), lada (sufixo)<br />

6- Onde não há elemento de ligação?<br />

a) cafeteira<br />

b) capinzal<br />

c) pezinho<br />

d) lapisinho<br />

e) gasômetro<br />

7- Sociologia, homem-mosca e foto formam-se,<br />

respectivamente, pelo processo de:<br />

a) hibridismo – derivação imprópria – redução<br />

b) hibridismo – derivação regressiva – sigla<br />

c) derivação regressiva – hibridismo – redução<br />

d) onomatopeia – derivação imprópria – redução<br />

e) derivação imprópria – hibridismo – redução<br />

8- Dentre as alternativas, assinale aquela em que<br />

ocorre prefixo que dá ideia de negação:<br />

a) impune<br />

b) pressupor<br />

c) importar<br />

d) refazer<br />

e) extração<br />

9- Assinale a opção em que ocorre prefixo que dá ideia<br />

de movimento para fora:<br />

a) decair<br />

b) irregular<br />

c) exportar<br />

d) prever<br />

e) reavaliar<br />

10- As palavras passatempo e embora são formadas,<br />

respectivamente, por:<br />

a) justaposição e aglutinação<br />

b) hibridismo e redução<br />

c) derivação regressiva e composição<br />

d) composição e derivação regressiva<br />

e) justaposição e derivação sufixal<br />

11- Assinale a alternativa em que o elemento mórfico<br />

em destaque está corretamente analisado:<br />

a) partiremos (-mos) desinência de futuro do indicativo<br />

b) falassem (-sse-) desinência de segunda pessoa do<br />

plural<br />

c) menina (-a) desinência nominal de gênero<br />

d) louvaste (-a-) vogal de ligação<br />

e) vender (-e-) desinência modo-temporal<br />

12- Nos vocábulos: infeliz, cozinheiro, milharal e<br />

amanhecer, temos, respectivamente:<br />

a) prefixo, sufixo, prefixo, prefixo + sufixo<br />

b) prefixo, sufixo, sufixo, prefixo + sufixo<br />

c) sufixo, prefixo, prefixo, sufixo<br />

d) prefixo + sufixo, prefixo, sufixo, sufixo<br />

e) sufixo, sufixo, prefixo + sufixo, prefixo<br />

13- Ao processo de composição em que são unidas duas<br />

ou mais palavras (ou radicais) sem lhes alterar a<br />

estrutura, dá-se o nome de:<br />

a) Aglutinação<br />

b) Redução<br />

c) Justaposição<br />

d) Parassíntese<br />

e) Prefixação e sufixação<br />

14- Assinale a alternativa em que uma das palavras<br />

não é formada por prefixação:<br />

a) readquirir, predestinado, propor<br />

b) irregular, amoral, demover<br />

c) remeter, conter, antegozar<br />

d) cotizar, deter, antever<br />

e) prever, indiferença, anteposto<br />

15- O embarque dos passageiros será feito no aterro. Os<br />

dois termos destacados representam, respectivamente,<br />

casos de:<br />

a) formação regressiva e formação regressiva<br />

b) conversão e formação regressiva<br />

c) formação regressiva e conversão<br />

d) derivação prefixal e palavra primitiva<br />

e) justaposição e aglutinação<br />

70


Texto para as questões de 1 a 3<br />

Impostômetro alcança R$ 1 trilhão quarta-feira<br />

27/08/2012 às 11h43<br />

O Impostômetro da Associação Comercial de São<br />

Paulo (ACSP) alcançará R$ 1 trilhão em impostos<br />

federais, estaduais e municipais pagos por todos os<br />

brasileiros desde 1º de janeiro deste ano, quarta-feira (29),<br />

às 16h30. A marca será atingida 15 dias antes na<br />

comparação com 2011.<br />

Para marcar a chegada precoce de mais um R$ 1<br />

trilhão, um caminhão com o Impostômetro - que percorreu<br />

10 cidades do Estado desde o dia 9 de agosto – rodará na<br />

véspera da virada pelas principais ruas e avenidas da<br />

capital, para que a população veja o quanto todos os<br />

brasileiros juntos e também exclusivamente os<br />

paulistanos pagaram de impostos este ano.<br />

O presidente da Associação Comercial de São<br />

Paulo (ACSP) e da Federação das Associações<br />

Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Rogério<br />

Amato, aposta na ação como uma alavanca para a<br />

conscientização das pessoas em relação ao excesso de<br />

impostos pagos no Brasil. “O momento é de<br />

conscientizar e mobilizar a população. O Impostômetro<br />

alcançará R$ 1 trilhão com 15 dias de antecedência em<br />

relação ao ano passado, o que mostra que a arrecadação<br />

não para de crescer. Somos pagadores de impostos e<br />

temos que saber para onde vai o nosso dinheiro. É preciso<br />

exigir o bom uso do dinheiro público”, disse.<br />

http://www.jb.com.br/economia/noticias/2012/08/27/impostometroalcanca-r-1-trilhao-quarta-feira/<br />

2- Sobre o título do texto é correto afirmar:<br />

a) Apresenta o uso de um neologismo que tem o sufixo<br />

como marca indicadora de sua função.<br />

b) A parte “–metro” da palavra impostômetro identifica o<br />

sentido principal dessa palavra, uma vez que aponta sua<br />

raiz semântica.<br />

c) A palavra impostômetro exemplifica, no <strong>Português</strong>, a<br />

falta de capacidade dos morfemas se combinarem a fim de<br />

formarem novos vocábulos.<br />

d) A inovação transmitida pelo vocábulo eleva o valor de<br />

neologismo a partir do uso do seu prefixo.<br />

3- “O momento é de conscientizar e mobilizar a<br />

população. O Impostômetro alcançará R$ 1 trilhão com<br />

15 dias de antecedência em relação ao ano passado, o que<br />

mostra que a arrecadação não para de crescer. Somos<br />

pagadores de impostos e temos que saber para onde vai o<br />

nosso dinheiro. É preciso exigir o bom uso do dinheiro<br />

público”. A partir da leitura do fragmento em evidência,<br />

percebe-se um tom de:<br />

a) Indignação frente aos problemas do país.<br />

b) Ufanismo em relação à marca alcançada.<br />

c) Indiferença por parte da população sobre o problema.<br />

d) Desaprovação da forma como o dinheiro é investido no<br />

país.<br />

e) Desconfiança do destino dado à arrecadação.<br />

1- Sobre o texto é incorreto afirmar:<br />

a) O elemento principal noticiado é visto como ferramenta<br />

capaz de mudar o senso crítico da sociedade.<br />

b) O texto noticia um fato de ocorrência única na história<br />

do país, o que faz com que a temática em evidência se<br />

eleve mais.<br />

c) A marca alcançada pelo índice em evidência indica que<br />

a arrecadação anunciada já ultrapassa o mesmo período do<br />

ano anterior.<br />

d) As palavras “Estado” e “capital” – no segundo<br />

parágrafo – referenciam-se a um lugar específico que é<br />

facilmente identificável pelo contexto de leitura.<br />

e) O fato noticiado aponta um entrave ao contexto<br />

econômico da população.<br />

71


MORFOLOGIA<br />

CLASSES DE PALAVRAS<br />

c) Numeral<br />

O numeral dá ao substantivo uma idéia de quantidade.<br />

Essa idéia deve ser tão exata que seja possível representála<br />

através de um algarismo.<br />

Trouxe para Larissa doze rosas.<br />

Fui o primeiro colocado do concurso anual.<br />

Preciso ainda de meio ponto para passar de ano direto.<br />

Trouxe uma dúzia de rosas.<br />

Fui o primeiro do concurso anual.<br />

Preciso de poucos pontos para passar de ano direto.<br />

Grupo ou sintagma nominal<br />

É formado por cinco tipos - ou classes - de palavras:<br />

substantivo, artigo, adjetivo, numeral e pronome.<br />

a) Substantivo e artigo<br />

Substantivo é a palavra que dá nome a todas as coisas,<br />

seres, ações ou elementos. Pode ser facilmente<br />

reconhecido pelo fato de sempre aceitar diante de si um<br />

artigo.<br />

Artigo, por sua vez, é a palavra que determina ou<br />

indetermina o substantivo.<br />

O livro que o professor indicou já pode ser encontrado<br />

em todas as livrarias.<br />

Política é um assunto geralmente abordado em debates de<br />

Redação.<br />

Jamais aceite um não como resposta.<br />

Henrique sempre foi considerado o bonitão da sala.<br />

b) Adjetivo – Termos caracterizadores<br />

O adjetivo é a palavra que caracteriza, especifica ou<br />

singulariza o substantivo.<br />

Ganhei uma calça nova.<br />

Ganhei uma calça marrom.<br />

Ganhei uma calça de pregas.<br />

Ganhei uma calça que está na moda.<br />

Um grupo de palavras, que desempenha o mesmo papel<br />

do adjetivo, recebe o nome de LOCUÇÃO ADJETIVA<br />

(de pregas, por exemplo). Além disso, se neste grupo<br />

houver um verbo, teremos uma oração adjetiva (que está<br />

na moda, por exemplo).<br />

d) Pronomes – Explicações iniciais<br />

O pronome, por definição, é a palavra que acompanha o<br />

substantivo (pronome adjetivo) ou o substitui (pronome<br />

substantivo).<br />

Ele não sabia onde havia deixado seus discos novos.<br />

O grupo ou sintagma verbal<br />

É tomado basicamente por dois tipos – ou classes – de<br />

palavras: o verbo e o advérbio.<br />

O orador começou o discurso apressadamente.<br />

O orador começou o discurso às pressas.<br />

O orador começou o discurso assim que a platéia<br />

acomodou-se.<br />

A febre da criança mostrou-se muito alta.<br />

A criança estava muito mal.<br />

Grupo ou sintagma verbal<br />

Verbo é a palavra que exprime ação, estado ou fenômeno<br />

da natureza e admite variação de tempo, modo número,<br />

pessoa e voz. Ex:<br />

andar, ando, andei, andarás, andavam...<br />

O verbo, como núcleo do Grupo verbal é modificado pelo<br />

Advérbio, para imprimir-lhe determinada(s)<br />

circunstância(s). Ex:<br />

Os turistas chegaram aqui (lugar) ontem (tempo)<br />

tranquilamente (modo).<br />

Além do verbo, um advérbio pode modificar ainda um<br />

adjetivo ou um próprio advérbio, como mostram<br />

respectivamente os exemplos abaixo:<br />

João está bastante entusiasmado com o projeto.<br />

Maria canta muito mal.<br />

72


Existem ainda, fazendo parte do sintagma verbal, as<br />

locuções adverbiais, que são nada mais do que<br />

expressões compostas (duas ou mais palavras) com a<br />

mesma natureza morfológica de um advérbio. Ex;<br />

Os turistas chegaram à cidade (lugar) de manhã (tempo)<br />

com muita tranquilidade (modo).<br />

Outras classes de palavras<br />

Preposição é a palavra que liga duas outras numa oração<br />

ou expressão.<br />

1) Preposições simples ou essenciais: a, ante, após, até,<br />

com, contra, de, desde, em, entre, perante, por, sem, sob,<br />

sobre, trás.<br />

Ex: Vim de casa; Fui a São Paulo, Redação sem erros...<br />

2) Preposições acidentais: palavras de outras classes,<br />

funcionando, em certas circunstâncias, como preposição.<br />

Ex: Tenho que sair.<br />

Outras: conforme, segundo, como, salvo, fora, mediante,<br />

durante etc.<br />

3) Locuções prepositivas: grupo de palavras que<br />

funcionam como preposição. Terminam sempre por uma<br />

preposição simples, tais como:<br />

à frente de, à espera de, a fim de, à beira de, graças a, de<br />

acordo com, à procura de etc.<br />

Conjunção é a palavra que liga duas orações, que podem<br />

ser:<br />

1) Coordenativas: ligam orações coordenadas.<br />

2) Subordinativas: ligam uma oração subordinada à sua<br />

principal.<br />

Ex:<br />

Entrei e fechei a porta. (conjunção coordenativa)<br />

Sei que ela voltará. (conjunção subordinativa)<br />

A conjunção, em certos casos, liga duas palavras.<br />

Ex: Paulo e Antônio estudam muito.<br />

Obs: Veremos com mais detalhes as conjunções, quando<br />

estudarmos classificação das orações.<br />

Interjeição é a palavra exclamativa com que traduzimos<br />

espontaneamente nossas emoções. Ex: Ui! Puxa! Epa!<br />

Bis!<br />

PALAVRAS DENOTATIVAS<br />

Cabe fazer aqui um breve comentário a respeito das<br />

palavras denotativas. Estas não podem ser confundidas<br />

com os advérbios e são indicadoras de exclusão, inclusão,<br />

realce, designação, retificação e limite. Confira:<br />

Inclusão: até, inclusive, mesmo, também etc.:<br />

Todos podem falhar, até você.<br />

A família sente, os amigos sentem também, saudades de<br />

suas traquinagens.<br />

Exclusão: apenas, salvo, senão, só, exceto etc.:<br />

Todos podem falar, exceto você.<br />

Salvo Larissa, todos sentem saudades de suas<br />

traquinagens.<br />

Designação: eis:<br />

Eis a mulher da história de Jorge Amado.<br />

Realce: cá, lá, é que, só etc.:<br />

Eu cá tenho minhas razões para desconfiar dele.<br />

Os contos da década de 30 é que eram de pôr suspensório<br />

em cobra.<br />

Retificação: aliás, ou antes, isto é, ou melhor etc.:<br />

Escute um pouco, aliás: ouça.<br />

Sinto que ela não me ama mais, ou melhor: que nunca me<br />

amou.<br />

Limite: apenas, somente, só, até etc.:<br />

Só um homem retornou da festa lúcido.<br />

Caminharemos até a Avenida Manoel Dias.<br />

EXERCÍCIOS<br />

1- Relacione corretamente as colunas de acordo com a<br />

classificação das palavras em destaque das frases a<br />

seguir:<br />

(1) Dá nome a um ser ou coisa<br />

(2) Dá nome a um sentimento, sensação ou ação<br />

(3) Qualifica algo<br />

(4) Acompanha o nome<br />

(5) Substitui ou representa o nome<br />

(6) Especifica o nome<br />

73


74<br />

(7) Generaliza o nome, dando-lhe caráter impreciso<br />

(8) Indica quantidade exata<br />

(9) Indica quantidade indeterminada<br />

1) ( ) Todos o achavam insipiente para o cargo.<br />

2) ( ) Indignava-se contra o setor burocrático da<br />

repartição.<br />

3) ( ) Demonstrava uma aversão por tudo que o<br />

desequilibrava.<br />

4) ( ) A caminhada ou a corrida matutina ajuda na<br />

prevenção do diabetes.<br />

5) ( ) O político tinha medo da cela.<br />

6) ( ) Os juízes condenaram os réus.<br />

7) ( ) Jéssica estava muito alegre na festa.<br />

8) ( ) Ela se divertiu muito com os convidados.<br />

9) ( ) Seus convidados se divertiram muito, Jéssica.<br />

10) ( ) ( ) Muitos políticos roubam do país, outros,<br />

porém, mostram-se honestos.<br />

11) ( ) Romário falou que, quando nasceu, Papai do<br />

céu apontou o dedo e disse: “Esse é o cara”.<br />

12) ( ) ( ) Ao chegarem à sala um e outro discutiam<br />

sobre o trabalho da professora.<br />

13) ( ) Dos dez amigos que tinha na infância, um se<br />

fez solidário à situação ruim em que se encontrava.<br />

14) ( ) Os alunos precisavam de uma professora que<br />

desse aula de Física.<br />

15) ( ) Dos vários manifestantes na passeata, apenas<br />

um atirou objetos na polícia.<br />

16) ( ) Havia bastantes problemas para resolver.<br />

17) ( ) Poucos estudantes foram reprovados.<br />

2- Continue relacionando corretamente as colunas:<br />

(1) Expressa ação ou estado.<br />

(2)Expressa circunstância na frase.<br />

(3) Indica qualidade de um nome<br />

(4) Acompanha o nome.<br />

(5) Elemento de ligação entre ideias.<br />

(6) Elemento de ligação entre palavras.<br />

(7) Expressa sentimento ou sensação<br />

1) ( ) A empresa depositou o dinheiro na conta dos<br />

trabalhadores.<br />

2) ( ) Tudo é só alegria.<br />

3) ( ) ( ) Clara estudou muito para a prova.<br />

4) ( ) ( ) Daniel se mostrou bastante esforçado no<br />

vestibular<br />

5) ( ) ( ) Daniel se saiu espantosamente bem.<br />

6) ( ) Muito esbravejou e pouco foi ouvido.<br />

7) ( ) Bastantes atletas se preparam para as próximas<br />

olimpíadas.<br />

8) ( ) A camisa do Barcelona é cara.<br />

9) ( ) A camisa do Barcelona é muito cara.<br />

10) ( ) O estagiário digitava muitíssimo mal na<br />

empresa.<br />

11) ( ) Nossa! Que ótima promoção, gente!<br />

12) ( ) Os desabrigados precisavam de ajuda<br />

governamental.<br />

13) ( ) Oh! Que coisa extraordinária!<br />

14) ( ) Os brasileiros não têm confiado nos políticos.<br />

15) ( ) Não fomos ao shopping, pois chovia bastante.<br />

16) ( ) Jerônimo trabalhava, e não prosperava.<br />

3- Coloque (1) para locução adjetiva e (2) para locução<br />

adverbial:<br />

1) ( ) Os alunos já saíam de casa.<br />

2) ( ) Todos fomos ao shopping ontem.<br />

3) ( ) O eclipse do sol era magnífico.<br />

4) ( ) Aquele cidadão é louco de pedra.<br />

5) ( ) A bailarina era linda de morrer.<br />

6) ( ) O policial era duro de matar.<br />

7) ( ) Raios de prata amorteciam com suavidade o<br />

verde das águas.<br />

8) ( ) Os moradores do bairro reivindicaram<br />

melhorias.<br />

9) ( ) A capital da Bahia quer inaugurar o metrô.<br />

10) ( ) ( ) O centro da cidade estava lotado de<br />

turistas que vinham dos lugares mais longínquos.<br />

4- Coloque (1) para oração substantiva, (2) para<br />

oração adjetiva e (3) para oração adverbial.<br />

1) ( ) Esperamos que tudo saia bem.<br />

2) ( ) A escola precisava que todos se fizessem<br />

presentes.<br />

3) ( ) O funcionário que fez greve foi demitido.<br />

4) ( ) Os países que emergiram nos últimos anos<br />

possuem maior visibilidade internacional.<br />

5) ( ) Os operários entravam na fábrica assim que<br />

amanhecia.<br />

6) ( ) Os baderneiros sumiram quando a sirene<br />

tocou.<br />

7) ( ) Queremos que vocês passem na prova.<br />

8) ( ) Os alunos que demonstraram esforço passaram<br />

no concurso da prefeitura.<br />

9) ( ) O funcionário não chegou no horário porque o<br />

carro dele quebrou na avenida.<br />

10) ( ) São mais confiáveis os produtos que têm longa<br />

durabilidade.<br />

11) ( ) Dos alunos da sala, só chamei os que eram<br />

mais disciplinados.<br />

12) ( ) Luísa demonstrava ser inteligente tal qual o<br />

pai.<br />

13) ( ) Aquele aluno se esforçou tanto que passou no<br />

concurso em primeiro lugar.


5- Dê a classificação morfológica e o possível sentido<br />

das palavras em destaque nas frases a seguir:<br />

1) Tal fato não preocupa a Diretoria.<br />

2) Não acreditamos em proposta tal.<br />

3) A imprensa noticiou que certos ministros estão sob<br />

investigação Federal.<br />

4) A presidente Dilma espera nomear a pessoa certa para<br />

a vaga de Ministro.<br />

5) Todos ficaram surpresos, pois semelhante caso nunca<br />

houve na história.<br />

6) Pelo bom desempenho na Câmara, todos os colegas<br />

admitiram que nunca existiu deputado semelhante na<br />

política brasileira.<br />

7) Bastantes pessoas estiveram na posse do prefeito.<br />

8) A empresa contratou pessoas bastantes para os cargos<br />

desejados.<br />

9) Todos ficaram bastante decepcionados com o<br />

resultado do jogo.<br />

10) Onde estão as chaves da casa?<br />

11) Moro num bairro onde não passa ônibus.<br />

12) Os estagiários se saíram mal no primeiro teste da<br />

empresa.<br />

13) Mal começou o ano, já existem muitos trabalhos a<br />

serem feitos no colégio.<br />

14) Ela ficou só na festa.<br />

15) Só ela veio, ninguém mais.<br />

16) O todo sem a parte não é todo.<br />

17) Todo homem é igual perante a lei.<br />

18) Estudou a tarde toda.<br />

19) A presidente ficou todo irritada com as declarações<br />

infelizes do seu ministro.<br />

20) Ela é toda boa, ai, ai, ela é toda boa.<br />

21) A Comunidade Internacional está meio desconfiada<br />

das intenções iranianas com o enriquecimento do urânio.<br />

22) Só tomei meia garrafa de vinho.<br />

23) O meio da sala era o lugar mais disputado pelos<br />

colegas.<br />

24) Ainda que doa, diga somente a verdade.<br />

25) Com toda desconfiança, ele foi ainda mais longe do<br />

que se esperava.<br />

26) Ainda não se resolveu o impasse da construção do<br />

prédio.<br />

27) Especializamo-nos na área de tecnologia. Podemos,<br />

então, candidatarmo-nos ao status de nação<br />

desenvolvida.<br />

28) A janela estava aberta e tudo estava em silêncio.<br />

Surgiu então o invasor.<br />

6- Marque corretamente a Loteca abaixo:<br />

Jogo I<br />

1. Falou novamente em tom mais alto.<br />

2. Alto não falei por estar afônico.<br />

3. Mais sorte tem o defunto.<br />

4. Muito tempo se passou.<br />

5. Como são belos os dias da juventude!.<br />

6. Como segurava a boca do saco, Fabiano não pôde<br />

reagir.<br />

7. Ele será o mais rico, ou melhor, o mais estabilizado dos<br />

herdeiros.<br />

8. Essa é que é a verdade, meu povo.<br />

9. Todos faltaram, inclusive Tiago.<br />

10. O bem que menos custa; custa a saudade que deixa.<br />

11. 11.Embora não fosse professor, deu aulas<br />

maravilhosas..<br />

12. Amo tudo quanto me rodeia.<br />

13. Musa, chora e chora tanto, que o pavilhão se lave no<br />

teu pranto.<br />

1 advérbio conjunção adjetivo<br />

2 advérbio outra adjetivo<br />

3 pronome advérbio numeral<br />

4 advérbio pronome outra<br />

5 interjeição advérbio adjetivo<br />

6 pronome advérbio conjunção<br />

7 conjunção advérbio expressão<br />

denotativa<br />

8 adjetivo Expressão advérbio<br />

de realce<br />

9 Palavra pronome advérbio<br />

denotativa<br />

10 substantivo adjetivo advérbio<br />

11 conjunção advérbio adjetivo<br />

12 Locução<br />

pronominal<br />

advérbio Locução<br />

adjetiva<br />

13 adjetivo conjunção advérbio<br />

7- Coloque (1) para as frases corretamente elaboradas<br />

e (2) para as que apresentarem algum problema:<br />

1) ( ) Bastantes alunos fizeram a atividade.<br />

2) ( ) Pessoas várias frequentavam o festival.<br />

75


3) ( ) A empresa contratou pessoas bastantes para as<br />

funções.<br />

4) ( ) As alunas estavam menas apreensivas.<br />

5) ( ) Depois de limpar meia casa a diarista ficou meia<br />

cansada.<br />

6) ( ) A presidente ficou todo irritada com as<br />

declarações infelizes do seu ministro.<br />

7) ( ) Os guardas permaneciam alertas durante a noite.<br />

8) ( ) Só coloque duzentas gramas de mortadela.<br />

9) ( ) As motos custaram caras para a empresa.<br />

10) ( ) As casas foram baratas naquele feirão.<br />

11) ( ) É proibido entrada de pessoas não autorizadas.<br />

12) ( ) Sopa é boa.<br />

13) ( ) Duzentos gramas de queijo ralado é suficiente.<br />

(UNIFENAS 2011)<br />

EXERCÍCIOS ADICIONAIS<br />

“Quanto me custa, senhora,<br />

tamanha dor suportar,<br />

quando me ponho a lembrar<br />

o que penei desde a hora<br />

em que, formosa, vos vi;<br />

e todo este mal sofri<br />

só por vos amar, senhora.<br />

Desde o momento, senhora,<br />

em que vos ouvi falar,<br />

não tive senão pesar;<br />

cada dia e cada hora<br />

mais tristezas conheci;<br />

e todo este mal sofri<br />

só por vos amar, senhora.<br />

Devíeis ter dó, senhora,<br />

do meu profundo pesar,<br />

de minha mágoa sem par,<br />

porque já sabeis agora<br />

o que muito padeci;<br />

e todo este mal sofri<br />

só por vos amar, senhora..”<br />

cantiga de amor atribuída a D. Dinis (1261-1325), rei de<br />

Portugal e fundador da Universidade de Lisboa<br />

(transferida depois para Coimbra).<br />

1- Assinale a alternativa que encerra informação<br />

incorreta sobre os aspectos destacados da cantiga de D.<br />

Dinis.<br />

a) Nos versos “mais tristezas conheci” e “o que muito<br />

padeci”, destacaram-se elementos com a mesma<br />

classificação morfológica.<br />

b) Em “...o / que penei desde a hora / em que, formosa,<br />

vos vi; / e todo este mal sofri...”, todos os termos<br />

destacados exercem a mesma função sintática.<br />

c) “Tende dó, senhora...” Esse é o resultado correto caso<br />

o autor houvesse usado o imperativo, mantendo o mesmo<br />

tratamento.<br />

d) O acento gráfico do vocábulo destacado em “de minha<br />

mágoa sem par” também se repete, pela mesma razão, em<br />

todos os da seguinte série: bilíngue, calvície, amêndoa,<br />

côdea, pônei, idôneo, eficácia, delírio.<br />

e) A palavra destacada em “todo este mal sofri”<br />

preencherá, sem nenhuma alteração gráfica, todas as<br />

lacunas do seguinte período: “___chegou à sala, sentiu-se<br />

___. Na verdade, estava apenas ___-humorado porque<br />

haviam falado ___dele.”<br />

2- Numere os parênteses de acordo com o seguinte esquema:<br />

(1) Masculino<br />

(2) Feminino<br />

(3) Comum de dois<br />

(4) Sobrecomum<br />

(5) Epiceno<br />

1) ( ) testemunha, vítima<br />

2) ( ) colegial, selvagem<br />

3) ( ) infante, pulôver<br />

4) ( ) espírita, personagem<br />

5) ( ) cônjuge, criatura<br />

6) ( ) análise, aguardente<br />

7) ( ) tartaruga, formiga<br />

8) ( ) ajudante, pianista<br />

9) ( ) zangão, elefante<br />

10) ( ) onça, sabiá<br />

3- Complete com o artigo O ou A de acordo com o<br />

gênero:<br />

01. _____ telefonema _____ suéter<br />

02. _____ dinamite _____ cal<br />

03. _____ eclipse _____ clã<br />

04. _____ elipse _____ derme<br />

05. _____ omoplata _____ faringe<br />

06. _____ formicida _____ lança-perfume<br />

07. _____ saca-rolha _____ tapa<br />

08. _____ trema _____ hematoma<br />

09. _____ sósia _____ milhar<br />

10. _____ epígrafe _____ libido<br />

76


4- Complete as frases abaixo com o artigo definido<br />

conveniente:<br />

01. N___ capital, as grandes empresas aumentam ____<br />

capital mais rapidamente.<br />

02. Foi _____ cabeça do movimento, embora tenha sido<br />

ferido n____ cabeça.<br />

03. _____ cura desta igreja contribuiu para _____ cura<br />

de muitos fiéis.<br />

04. _____ moral da história aumentou _____ moral da<br />

turma.<br />

05. Lá contratei _____ língua indicado, que falava muito<br />

bem _____ língua alemã.<br />

06. _____ guarda foi expulso d____ guarda do<br />

presidente.<br />

07. Quebrou-se _____ lente dos óculos d_____ lente de<br />

<strong>Português</strong>.<br />

08. _____ caixa estava nervoso atrás d_____ caixaregistradora.<br />

09. N_____ rádio da sala somente se ouvia ______ rádio<br />

Nacional.<br />

10. _____ lotação estava com _____ lotação esgotada.<br />

5- Assinale, em cada questão, a única palavra<br />

terminada em ÃO cujo plural é destoante das demais:<br />

01.<br />

a) cidadão<br />

b) bênção<br />

c) pagão<br />

d) pagão<br />

e) zangão<br />

02.<br />

a) escrivão<br />

b) tabelião<br />

c) peão<br />

d) capitão<br />

e) alemão<br />

03.<br />

a) grão<br />

b) formão<br />

c) coração<br />

d) melão<br />

e) balão<br />

04.<br />

a) vulcão<br />

b) irmão<br />

c) questão<br />

d) razão<br />

e) botão<br />

05.<br />

a) órgão<br />

b) órfão<br />

c) sótão<br />

d) mamão<br />

e) concidadão<br />

6- Coloque no plural os compostos abaixo:<br />

01. terça-feira<br />

02. feira-livre<br />

03. primeiro-ministro<br />

04. homem-macaco<br />

05. operário-padrão<br />

06. banana-maçã<br />

07. peixe-espada<br />

08. salário-família<br />

09. cirurgião-dentista<br />

10. pé-de-moleque<br />

11. joão-de-barro<br />

12. guarda-noturno<br />

13. guarda-roupa<br />

14. beija-flor<br />

15. perde-ganha<br />

16. alto-falante<br />

17. grã-duquesa<br />

18. ex-reitor<br />

19. toque-toque<br />

20. tique-taque<br />

21. o campus da universidade<br />

22. pacto luso-franco-brasileiro<br />

23. torcedor rubro-negro<br />

24. azulejo azul-piscina<br />

25. pessoa surda-muda<br />

26. camisa azul-celeste<br />

7- Complete as frases abaixo com os adjetivos entre<br />

parênteses no grau comparativo de superioridade.<br />

01. Sua casa é _________________________ do que a<br />

minha (GRANDE)<br />

02. Sua casa é ___________________________ do que<br />

moderna. (GRANDE)<br />

77


03. Este cãozinho é ___________________________<br />

que um leão. (MAU)<br />

04. Este cãozinho é ___________________________ do<br />

que fedorento. (MAU)<br />

05. Estes problemas são _______________________ do<br />

que desagradáveis. (PEQUENO)<br />

2. Incrível Valores eram mais respeitados – tinham mais<br />

respeito<br />

3. Provável Eles eram bem mais comunicativos – tinham mais<br />

comunicação<br />

4. O ato der matar não era reprovado – não tinha reprovação<br />

5. A violência era mais intensa – acontecia mais intensamente<br />

8- Dê o superlativo absoluto sintético dos adjetivos:<br />

01. Inimigo<br />

02. Incrível<br />

03. Provável<br />

04. Geral<br />

05. Negro<br />

06. Frio<br />

07. Magro<br />

08. Livre<br />

09. Pessoal<br />

10. Audaz<br />

9- Escreva, no espaço em branco, o adjetivo<br />

correspondente às expressões destacadas:<br />

1. Carta do bispo<br />

2. Bênção do papa<br />

3. Problemas da cidade<br />

4. Poderio de guerra<br />

5. Golpe de morte<br />

6. Funcionário sem aptidão<br />

7. Água com enxofre<br />

8. Águas dos rios<br />

9. Índices de chuva<br />

10. Soldado de chumbo<br />

11. Atitudes de criança<br />

12. Testemunha de vista<br />

13. Taças de prata<br />

14. Clima de inverno<br />

15. Chuvas de verão<br />

16. Visão do sonho<br />

17. Lesão do pulmão<br />

18. Transplante dos rins<br />

19. Medicamento na veia<br />

20. Indenização de caráter obrigatório<br />

21. Linguagem que não se escreve<br />

10- O segmento “estamos tão envolvidos” equivale a<br />

“temos tanto envolvimento”; o item em que essa<br />

equivalência é dada de forma incorreta é:<br />

1. Inimigo xc A vida era mais segura – tinha mais segurança<br />

11- O adjetivo Vingativo corresponde ao substantivo<br />

vingança, assim como:<br />

a) Matar corresponde à morte<br />

b) Violento corresponde à violência<br />

c) Tempestade corresponde a tempo<br />

d) Religiosidade corresponde à religião<br />

e) Parentela corresponde a parente<br />

12- Marque a alternativa que apresenta erroneamente<br />

a flexão de gênero do substantivo entre parênteses:<br />

a) A amazona lutava muito bem no combate. (cavaleiro)<br />

b) A viscondessa esteve presente no baile. (visconde)<br />

c) A freira rezava todas as manhãs. (frei)<br />

d) Ninguém conseguiu prender a ladra do assalto.<br />

(ladrão)<br />

e) A nora discutia com a sogra. (genro)<br />

13- Marque a alternativa que apresenta erro no plural do<br />

substantivo composto:<br />

a) guarda-louças, quintas-feiras, frutas-pão, abaixoassinados<br />

b) os arco-íris, pés-de-moleque, troca-tintas, mangas-rosa<br />

c) altos-falantes, amas-de-leite, boias-fria, primeirosministros<br />

d) bem-te-vis, guardas-civis, toque-toques, grã-duquesas<br />

e) taxis-aéreos, más-línguas, criados-mudos, grão-mestres<br />

14- Marque a alternativa que apresenta, pela ordem, o<br />

grau erudito dos substantivos beiço, boca e corpo<br />

a) beiçola, bocarra, corpanzil<br />

b) beição, bocão, corpão<br />

c) beiçalha, bocona, corpão<br />

d) beiçola, boqueirão, corpão<br />

e) beiçola, bocão, corpanzil<br />

15- Leia:<br />

I- Na transmissão de um jogo do Real Madrid, o<br />

comentarista disse: “Esse Cristiano Ronaldo é um<br />

belo jogador”.<br />

II- Durante um programa de auditório, uma<br />

apresentadora disse: “Cristiano Ronaldo é um<br />

jogador muito belo”.<br />

78


De posse da interpretação das duas frases, é correto<br />

afirmar:<br />

a) O que faz com que a interpretação das falas seja<br />

diferente é a colocação do substantivo Cristiano Ronaldo.<br />

b) Embora façam uso da mesma palavra como qualidade<br />

atribuída a Cristiano Ronaldo, o sentido das frases é<br />

diferente, graças ao posicionamento do adjetivo em cada<br />

uma delas.<br />

c) Pode-se dizer que, em ambas as frases, o sentido será o<br />

mesmo, embora haja uma sutil mudança no<br />

posicionamento das palavras em cada fragmento.<br />

d) O elemento que faz com que haja semelhança de<br />

sentido entre as falas é a palavra belo, que, em ambas,<br />

corresponde ao substantivo beleza.<br />

e) O que faz com que exista diferença de sentido entre as<br />

falas é o contexto em que foram utilizadas: programa de<br />

auditório e programa esportivo; independentemente das<br />

palavras usadas.<br />

b) Na história que li, havia duas mulas-sem-cabeças que<br />

vestiam camisas amarelas- ouros.<br />

c) Vários primeiro-ministros da Europa não concordaram<br />

os abaixos-assinados propostos.<br />

d) Os guardas-federais vestiam fardas azul-marinhos.<br />

e) Os alunos vestiam roupas com coletes amarelo-ouros e<br />

chapéus cor de rosas.<br />

Anotações:<br />

16- A frase que não apresenta qualquer flexão de grau é:<br />

a) Aquela rua é muito perigosa.<br />

b) Tomei um café amaríssimo.<br />

c) Por conta da crise, o banco emitiu juros mais altos do<br />

que os do ano passado.<br />

d) O indivíduo, por estar alcoolizado, atropelou muitos<br />

pedestres no centro.<br />

e) As rodovias do país estão pouco conservadas.<br />

17- Marque a alternativa que apresenta uma frase<br />

corretamente escrita:<br />

a) João é mais grande que o irmão.<br />

b) Joaquim é maior que inteligente.<br />

c) Esta casa está mais bem arejada que reformada.<br />

d) Aquele apartamento está mais pequeno do que este.<br />

e) O clima daqui mais ruim do que o de Jequié.<br />

18- As expressões destacadas em: “carta do bispo”;<br />

“chuvas de verão”; “voz de prata”; “navegação dos<br />

lagos” correspondem, pela ordem a:<br />

a) episcopal, veraneias, prateada, lagosta<br />

b) episcopal, estivais, argêntea, lacustre<br />

c) bispal, estivais, prateada, lacustre<br />

d) bispal, veraneias, argêntea, lacustre<br />

e) episcopal, torrenciais, argentinas, lacustre<br />

19- Assinale a alternativa que se apresenta<br />

corretamente:<br />

a) Vários guardas-civis fizeram a segurança das pessoas<br />

surdas-mudas no Congresso.<br />

79


PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO<br />

1- Correlacione as colunas conforme o valor<br />

circunstancial que a preposição expressa:<br />

01. O gás chegava ao fogão pela tubulação.<br />

02. Lutamos por este amor.<br />

03. Conversava com os colegas.<br />

04. Feriu-se com o garfo.<br />

05. Ficou vermelho de vergonha.<br />

06. Chegaram cedo do cinema.<br />

07. Saiu de manhã bem cedo.<br />

08. Ganhou um cordão de prata.<br />

09. Não sabe nada de Física.<br />

10. Ninguém pode viver de ilusões.<br />

11. Só conseguiu falar a altos brados.<br />

12. Estuda muito para ser aprovado.<br />

( ) Finalidade ou causa<br />

( ) Instrumento<br />

( ) Causa<br />

( ) Através de<br />

( ) Companhia<br />

( ) Tempo<br />

( ) Lugar<br />

( ) matéria<br />

( ) Meio<br />

( ) Modo<br />

( ) Finalidade<br />

( ) Assunto<br />

2- Assinale a opção em que a preposição POR exprime a<br />

mesma ideia que possui em – “Resolveu a questão POR<br />

esta regra”.<br />

a) Faça por mim.<br />

b) Esforcemo-nos por esta Pátria.<br />

c) Este erro valeu por dez.<br />

d) Nós o temos por gênio.<br />

e) Deu-me a resposta por este bilhete.<br />

3- Assinale a opção em que a preposição COM exprime a<br />

mesma ideia que possui em – “Reuniu-se COM os sócios<br />

para decidir o futuro da empresa”.<br />

a) Caminhava com o neto todas as tardes.<br />

b) Escreveu tudo com caneta hidrocor.<br />

c) Confundiu-se com a minha decisão.<br />

d) Empobreceu com a inflação.<br />

e) Retirou-se com um repentino mal-estar.<br />

4- Assinale a opção em que a preposição DE exprime a<br />

mesma ideia que possui em – “Ele cantava de alegria”.<br />

a) Foi de automóvel até o clube.<br />

b) Só ia ao cinema de tarde.<br />

c) A casa tinha um portão de ferro.<br />

d) Todos os candidatos pulavam de satisfação.<br />

e) De longe eu não distingo nada.<br />

5- Assinale a opção em que a preposição A exprime a<br />

mesma ideia que possui em – “A redação deve ser feita<br />

a lápis”.<br />

a) Iremos a Paris no próximo ano.<br />

b) Corria a toda velocidade.<br />

c) Fugiu a cavalo pela estrada velha.<br />

d) Estará em casa daqui a dias.<br />

e) Ele saiu a seus pais.<br />

6- Classifique a conjunção COORDENATIVA segundo<br />

o esquema a seguir:<br />

01. Aditiva<br />

02. Adversativa<br />

03. Alternativa<br />

04. Conclusiva<br />

05. Explicativa<br />

01. ( ) Ele correu bastante e não se cansou.<br />

02. ( ) Ele não só estuda muito mas também é muito<br />

inteligente.<br />

03. ( ) Não se canse muito que o jogo só está no início.<br />

04. ( ) O jogo só começou, por conseguinte não convém<br />

maior esforço.<br />

05. ( ) Fale agora ou se cale para sempre.<br />

06. ( ) Ele ora se calava ora reclamava em altos berros.<br />

07. ( ) Não compareceu tampouco se preocupou em<br />

justificar sua ausência.<br />

08. ( ) Comprava todas as apostilas, no entanto não as<br />

abria sequer.<br />

09. ( ) Eu acho que ele não virá mais uma vez que a<br />

chuva engrossou muito.<br />

10. ( ) O time treinou bastante, tenhamos, pois,<br />

confiança nos atletas.<br />

7- Classifique a conjunção subordinada adverbial dos<br />

períodos abaixo conforme o esquema a seguir:<br />

01. Causal<br />

02. Comparativa<br />

03. Concessiva<br />

04. Condicional<br />

05. Conformativa<br />

06. Consecutiva<br />

80


07. Final<br />

08. Proporcional<br />

09. Temporal<br />

10. Integrante<br />

Anotações:<br />

01. ( ) Mesmo que se esforce muito, dificilmente<br />

vencerá.<br />

02. ( ) Não a convencerá sem que mude seu<br />

comportamento.<br />

03. ( ) Fez a experiência segundo o livro orientara.<br />

04. ( ) Eles ficaram nervosos visto que o jogo se<br />

aproximava do final.<br />

05. ( ) Eles ficavam nervosos ao passo que o jogo se<br />

aproximava do final.<br />

06. ( ) Mal ele recebeu o cheque, foi assaltado.<br />

07. ( ) O atacante contundiu-se assim que disputou a<br />

primeira jogada.<br />

08. ( ) Ele se estudou para que passasse de ano.<br />

09. ( ) Ele se esforçou tanto como nós.<br />

10. ( ) Ela se esforçou tanto que nós a aceitamos no<br />

grupo.<br />

81


PRONOME I<br />

Pronome é a palavra variável que identifica, na língua, os<br />

participantes da interlocução (1ª e 2ª pessoas discursivas)<br />

e os seres, eventos ou situações aos quais o discurso faz<br />

referência (3ª pessoa discursiva).<br />

Em termos da sua ocorrência, o pronome pode ocupar o<br />

lugar dos substantivos. Pode, também, acompanhá-los,<br />

antecedendo-os ou seguindo-os, de forma a explicitar a<br />

relação dos seres referidos pelos substantivos com as<br />

pessoas do discurso.<br />

Os pronomes podem desempenhar, portanto, funções<br />

equivalentes às exercidas pelos substantivos e adjetivos.<br />

Observe:<br />

Muitos políticos, com uma postura agressiva, fazem<br />

oposição ferrenha ao presidente. Outros, porém,<br />

preferem criticar o governo de forma mais moderada.<br />

O pronome muitos, no primeiro caso, acompanha o<br />

substantivo políticos, desempenhando, portanto, uma<br />

função adjetiva. Quando isso ocorre, ele é considerado um<br />

pronome adjetivo.<br />

No segundo caso, o pronome outros está no lugar do<br />

substantivo políticos e é classificado como um pronome<br />

substantivo.<br />

Pronomes pessoais<br />

Os pronomes pessoais fazem referência explícita e direta<br />

às pessoas do discurso, ou seja, as pessoas que participam<br />

da interlocução. Sua classificação é feita de acordo com a<br />

posição que a pessoa por eles identificada ocupa na<br />

interlocução.<br />

1ª pessoa - eu (singular); nós (plural<br />

2ª pessoa - tu (singular); vós (plural)<br />

- pronomes de tratamento que, embora<br />

empregados com a forma verbal de 3ª<br />

pessoa, referem-se à 2ª pessoa do<br />

discurso:<br />

- você (singular); vocês (plural)<br />

- o senhor, a senhora (singular);<br />

os senhores, as senhoras (plural)<br />

- vossa excelência (singular);<br />

vossas excelências (plural)<br />

3ª pessoa - ele, ela (singular); eles, elas (plural)<br />

Em uma interlocução, a 1ª pessoa é quem “fala”, o<br />

enunciador do discurso. A 2ª pessoa identifica sempre o<br />

interlocutor, a pessoa a quem o enunciador se dirige. A<br />

3ª pessoa refere-se ao assunto (pode ser um ser humano<br />

ou não) dessa conversa, aquilo sobre o que falam os dois<br />

interlocutores.<br />

Pronomes pessoais do caso reto<br />

Quando desempenham a função de sujeito ou predicativo<br />

do sujeito da oração, os pronomes pessoais assumem suas<br />

formas chamadas retas, ou do caso reto.<br />

Pronomes pessoais do caso oblíquo<br />

Quando desempenham a função de objeto direto, objeto<br />

indireto, complemento nominal, adjunto adverbial ou<br />

agente da passiva, os pronomes pessoais assumem suas<br />

formas chamadas oblíquas, ou do caso oblíquo.<br />

Pessoas<br />

do<br />

discurso<br />

Singular:<br />

1ª pessoa<br />

2ª pessoa<br />

3ª pessoa<br />

Plural: 1ª<br />

pessoa<br />

2ª pessoa<br />

3ª pessoa<br />

Pronomes<br />

pessoais<br />

retos<br />

Eu<br />

Tu<br />

Ele, ela<br />

Nós<br />

Vós<br />

Eles, elas<br />

Pronomes pessoais<br />

oblíquos<br />

Átonos<br />

Me<br />

Te<br />

O, a,<br />

lhe<br />

se<br />

Nos<br />

Vos<br />

Os, as,<br />

lhes<br />

se<br />

tônicos<br />

Mim, comigo<br />

Ti, contigo<br />

Si, consigo<br />

conosco<br />

convosco<br />

Si, consigo<br />

82


Os pronomes oblíquos e a ação reflexiva<br />

Os pronomes se, si, consigo são formas especiais de 3ª<br />

pessoa para indicar ação reflexiva, isto é, são usados para<br />

indicar que o objeto direto ou indireto do verbo, ou seu<br />

adjunto adverbial de companhia, tem por referente o<br />

mesmo ser referido pelo sujeito da oração.<br />

Observe os exemplos:<br />

O trabalhador feriu-se com o canivete.<br />

Os vaidosos estão sempre a falar de si.<br />

Os pais trouxeram consigo os filhos.<br />

Com relação à 1ª e à 2ª pessoa do discurso, a ação<br />

reflexiva vem expressa pelas mesmas formas oblíquas<br />

átonas me, te, nos, vos. Observe.<br />

Eu me cortei com a faca de cozinha.<br />

Tu te penteias sempre depois que acordas?<br />

Nós nos vestimos às pressas porque estávamos<br />

atrasadíssimos.<br />

Ação reflexiva<br />

1ª pessoa: me, nos<br />

2ª pessoa: te, vos<br />

3ª pessoa: se, si consigo<br />

Os pronomes oblíquos e a ação recíproca<br />

As formas reflexivas do plural podem ser utilizadas<br />

também para indicar ação recíproca, ou seja, para indicar<br />

que a ação afeta simultaneamente dois ou mais indivíduos.<br />

Veja.<br />

Paulo e o pai abraçaram-se emocionadamente, depois do<br />

longo período de separação.<br />

Pedro e José se machucaram com o canivete.<br />

No último exemplo, o pronome tanto pode indicar ação<br />

reflexiva (Pedro e José machucaram-se, cada um com um<br />

instrumento cortante diferente) como ação recíproca (em<br />

uma briga, Pedro machucou José e José machucou Pedro).<br />

No primeiro caso, diz-se que o pronome é reflexivo; no<br />

segundo, diz-se que é recíproco.<br />

Emprego dos pronomes pessoais<br />

Nunca devem ser usadas as formas eu e tu depois de<br />

preposições, a menos que essas formas pronominais<br />

desempenhem a função de sujeitos de verbos no infinitivo:<br />

Por favor, leia esse trecho do jornal para mim.<br />

Por favor, passe o jornal para eu ler.<br />

Este segredo deve ficar entre mim e você.<br />

As formas conosco e convosco devem ser substituídas por<br />

com nós e com vós toda vez que vierem acompanhadas de<br />

alguma palavra que reforça seu sentido, como próprios,<br />

mesmos, outros, todos e ambos, ou por algum numeral.<br />

Veja:<br />

Eles vão ter de habituar-se a conviver conosco nesta casa.<br />

Eles vão ter de habituar-se a conviver com nós todos nesta<br />

casa.<br />

Pronomes de tratamento<br />

Os pronomes de tratamento são palavras e locuções<br />

utilizadas para designar o interlocutor. Por isso funcionam<br />

como pronomes pessoais.<br />

Abreviatura Tratamento Usado para<br />

V. A. Vossa alteza Príncipes,<br />

duques,<br />

arquiduques<br />

V. Em.ª Vossa eminência Cardeais<br />

V. Ex.ª Vossa excelência Altas<br />

autoridades do<br />

governo e<br />

oficiais das<br />

forças armadas<br />

V. Mag.ª Vossa<br />

Reitores das<br />

magnificência universidades<br />

V. M. Vossa majestade Reis,<br />

imperadores<br />

V. Ex.ª Rev.ª Vossa excelência Bispos e<br />

reverendíssima arcebispos<br />

V. P. Vossa paternidade Abades,<br />

superiores dos<br />

conventos<br />

V. Rev.ª Vossa reverência Sacerdotes em<br />

ou vossa geral<br />

reverendíssima<br />

V. S. Vossa santidade Papa<br />

V. S.ª Vossa senhoria Funcionários<br />

públicos<br />

graduados,<br />

oficiais até<br />

coronel; na<br />

linguagem<br />

escrita, pessoas<br />

de cerimônia<br />

83


EXERCÍCIOS<br />

01.<br />

a) Ele fez isso por (EU ou MIM).<br />

b) Ele saiu antes de (EU ou MIM) conversar com ele.<br />

c) O livro é para (TI ou TU) estudares para a prova.<br />

d) A discussão ocorreu entre (EU ou MIM) e os diretores.<br />

e) Estas palavras são para (EU ou MIM) discursar no<br />

palanque.<br />

f) Para (EU ou MIM) sair da empresa, só se aparecer uma<br />

proposta melhor.<br />

g) Para (EU ou MIM), deixar a empresa não seria algo<br />

vantajoso hoje.<br />

h) Não há nada entre ela e (EU ou MIM).<br />

Emprego dos pronomes de tratamento<br />

São usadas sempre com a forma verbal de 3ª pessoa,<br />

embora estejamos nos dirigindo diretamente à(s)<br />

pessoa(s) que requere(m) esse tratamento respeitoso:<br />

“Vossa Excelência consideraria a hipótese de votar a<br />

favor da emenda proposta pelo nosso partido?”<br />

São usadas com os possessivos sua, suas, em vez de<br />

vossa, vossas, quando, em conversa com o interlocutor,<br />

fazemos referência a essa(s) pessoa(s) (ou seja, quando<br />

elas ocupam o lugar de 3ª pessoa do discurso): “Imagine<br />

que Sua Excelência demonstrou enorme dificuldade em<br />

entender a argumentação do líder da oposição”.<br />

São usadas com outros pronomes, quando for o caso,<br />

também na 3ª pessoa gramatical: “Vossa Excelência<br />

poderia explicar melhor esse seu projeto de lei?”<br />

Também são considerados pronomes de tratamento o<br />

senhor, a senhora, você e vocês, empregados<br />

frequentemente na linguagem cotidiana.<br />

As formas você e vocês (usadas em muitas variedades do<br />

português do Brasil, em substituição a tu e a vós, para<br />

assinalar a 2ª pessoa do discurso) originam-se das formas<br />

arcaicas de tratamento respeitoso Vossa(s) Mercê(s), das<br />

quais resultaram a partir de uma série de reduções<br />

fonológicas.<br />

02.<br />

a) A diretora se explicou (CONOSCO ou COM NÓS) .<br />

b) A diretora averiguou o fato (CONOSCO ou COM<br />

NÓS) dois.<br />

c) Ele se explicou (CONOSCO ou COM NÓS) que fomos<br />

à reunião.<br />

d) (CONOSCO ou COM NÓS) ambos, falará a<br />

coordenadora.<br />

e) (CONOSCO ou COM NÓS), ele conversou ontem à<br />

noite.<br />

03.<br />

a) O excelentíssimo ministro gostaria de conversar<br />

(CONTIGO, CONSIGO ou COM VOCÊ), para<br />

perguntar-lhe sobre as propostas de emprego.<br />

b) O assessor do ministro disse que gostaria de falar<br />

(CONTIGO, CONSIGO ou COM VOCÊ), já que não te<br />

passou os detalhes da reunião.<br />

c) O assessor carregava todo o dinheiro (CONTIGO,<br />

CONSIGO ou COM VOCÊ), durante aquela solitária<br />

viagem.<br />

04.<br />

a) Eu não (O ou LHE) encontrei durante o Congresso.<br />

b) Já (OS ou LHES) apresentei o novo diretor.<br />

c) Ele não (OS ou LHES) incumbiu de resolver o<br />

problema.<br />

d) Vimos cientificar (LOS ou LHES) as nossas decisões.<br />

e) Proibiram (NO ou LHE) de comparecer à reunião.<br />

f) Gostaria de informar (LO ou LHE) as nossas datas.<br />

05.<br />

a) Nós trabalhamos aqui, (NESTA ou NESSA) empresa.<br />

b) Estou trabalhando (NESTE ou NESSE) projeto há<br />

vários dias.<br />

84


c) É necessário que vocês leiam (ESTES ou ESSES)<br />

relatórios que receberam.<br />

d) Não me façam mais (ISTO ou ISSO)!<br />

e) Quem fez (ISTO ou ISSO) aí?<br />

f) Tudo deve ser resolvido durante (ESTA ou ESSA)<br />

semana.<br />

g) Tudo será resolvido (NESTA ou NESSA) semana do<br />

próximo mês.<br />

h) O homem necessita de ciência e fé: (ESTA ou<br />

AQUELA) para atingir a Deus pela sensibilidade e (ESTA<br />

ou AQUELA) para atingi-lo pela razão.<br />

i) “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Jesus disse<br />

(ISTO ou ISSO)<br />

j) Jesus disse (ISTO ou ISSO): “Eu sou o caminho, a<br />

verdade e a vida”.<br />

k) O Brasil teve um grande desafio ao sediar a Copa 2014,<br />

em meio a tantas prioridades básicas que até hoje não<br />

foram resolvidas. Estima-se que (ESTA ou ESSA) tenha<br />

deixado um bom legado no que diz respeito a obras de<br />

infraestrutura no país.<br />

Pronomes possessivos<br />

Pronomes possessivos são aqueles que fazem referência<br />

às pessoas do discurso indicando uma relação de posse.<br />

Formas dos pronomes possessivos<br />

Um possuidor<br />

Um objeto Vários<br />

objetos<br />

1ª pessoa: Meus<br />

meu Minhas<br />

Minha<br />

2ª pessoa:<br />

teu<br />

Tua<br />

3ª pessoa:<br />

seu<br />

sua<br />

Teus<br />

Tuas<br />

Seus<br />

suas<br />

Vários possuidores<br />

Um objeto Vários<br />

objetos<br />

Nosso Nossos<br />

Nossa Nossas<br />

Vosso<br />

Vossa<br />

Seu<br />

sua<br />

Emprego dos pronomes possessivos<br />

Vossos<br />

Vossas<br />

Seus<br />

suas<br />

Os pronomes possessivos ocorrem, na maioria das vezes,<br />

antes do substantivo que determinam. Existem casos,<br />

porém, em que a posposição produz efeitos de sentido<br />

interessantes. Observe:<br />

Meu filho não anda de moto.<br />

Filho meu não anda de moto.<br />

Os pronomes oblíquos me, lhe e te podem ser usados com<br />

valor de possessivo em construções como:<br />

Ele beijou-me as mãos muito respeitosamente. (Ele beijou<br />

as minhas mãos.).<br />

Comprei-te o carro porque estavas muito precisado de<br />

dinheiro. (Comprei o teu carro.).<br />

Amarrei-lhe as tranças com uma fita vermelha. (Amarrei<br />

as tranças dela...).<br />

EXERCÍCIO EXPLICATIVO<br />

1- Relacione:<br />

(1) palavra que representa um nome no discurso<br />

(2) palavra que situa seres ou coisas no tempo e no espaço<br />

(3) palavra indicadora de posse<br />

(4) artigo definido<br />

a) Sua excelência tem pedido vossa compreensão ( ).<br />

b) Vossa excelência ( ) não pode ser leviano de fazer<br />

afirmações sem provas.<br />

c) Seu amigo se saiu bem no teste e por isso vou<br />

contratá-lo ( ) para o cargo.<br />

d) O estagiário estava desviando recursos da empresa e<br />

por isso os patrões demitiram-no ( ).<br />

e) O ( ) bom se esforça, enquanto que o ( ) mau<br />

reclama.<br />

f) Todos esqueceram o ( ) que realmente deveriam ter<br />

feito no momento oportuno.<br />

g) Neste ( ) ano acontecerá a Copa das Confederações.<br />

Tal ( ) evento antecederá a Copa de 2014.<br />

h) Sua rotina é a ( ) que qualquer um pediu a Deus:<br />

trabalho e praia. Por isso a ( ) considero uma sortuda, a<br />

( ) esperta que se deu bem na vida.<br />

i) Disseram-te ( ) a verdade no trabalho. Porém, logo<br />

depois, reduziram-te ( )o salário.<br />

j) Os meninos se perderam na mata depois da<br />

tempestade, porém encontram-nos ( ), nesta manhã,<br />

nos ( ) arredores da montanha, sãos e salvos, o ( )<br />

que deixou todos admirados.<br />

k) Drummond e Rosa foram grandes escritores. Este ( )<br />

na prosa, aquele ( ), na poesia.<br />

l) O próprio ( ) advogado da família armou tudo contra<br />

a vítima. Isso ( ) deixou todos na cidade perplexos.<br />

85


m) Um gari, depois de encontrar uma quantia alta em<br />

dinheiro, devolveu-a ( ) ao dono. Semelhante ( ) caso<br />

de honestidade nunca houve neste país.<br />

n) Tu ( ) passaste no vestibular para Medicina. Por isso os<br />

colegas rasparam-te ( ) a cabeça.<br />

o) Por ter batido o carro, o pai de José lhe cortou ( ) a<br />

mesada.<br />

p) Bateram-me ( ) a carteira!<br />

q) Todos estão muito quietos na reunião. Tal ( ) fato me<br />

preocupa.<br />

r) Onde está sua ( ) colega? A ( ) que fez cirurgia<br />

plástica...<br />

s) Não me saí bem na ( ) terceira questão. Não a ( )<br />

fiz corretamente porque não estudei.<br />

Pronome II<br />

Pronomes demonstrativos são aqueles que fazem<br />

referência às pessoas do discurso, estabelecendo, entre<br />

elas e os seres por eles designados, uma relação de<br />

proximidade ou distanciamento, no tempo e no espaço.<br />

Esse tipo de pronome também mantém um vínculo<br />

estreito com os pronomes pessoais, pois indica, com<br />

relação às pessoas do discurso, o que delas está próximo<br />

ou distante, no espaço e no tempo. Assim:<br />

Eu comprei este livro (este: pronome demonstrativo que<br />

indica aproximação no espaço entre o objeto por ele<br />

designado [livro] e a 1ª pessoa do discurso).<br />

Tu compraste esse livro (esse: pronome demonstrativo<br />

que indica aproximação no espaço entre o objeto por ele<br />

designado [livro] e a 2ª pessoa do discurso).<br />

Ele comprou aquele livro (aquele: pronome<br />

demonstrativo que indica aproximação no espaço entre o<br />

objeto por ele designado [livro] e a 3ª pessoa do discurso).<br />

Formas dos pronomes demonstrativos<br />

VARIÁVEIS<br />

Masculino Feminino INVARIÁVEIS<br />

Este estes Esta estas Isto<br />

Esse esses Essa essas Isso<br />

Aquele aqueles Aquela<br />

aquelas<br />

aquilo<br />

Também são pronomes demonstrativos o, a, os, as quando<br />

seu sentido for equivalente a isto, isso, aquilo, aquele,<br />

aquela, aqueles, aquelas.<br />

O (aquele) que chegar primeiro ganhará um prêmio.<br />

Não podemos ignorar tudo o (aquilo) que os nossos<br />

antecessores fizeram.<br />

São loucos os (aqueles) que agem desta forma.<br />

São pronomes demonstrativos as palavras mesmo(a)(s),<br />

próprio(a)(s), semelhante(s) e tal, tais quando<br />

determinam substantivos. Observe:<br />

Encontrei-me, depois de tantos anos, com a mesma<br />

senhora que vendia balas de coco!<br />

Este é o próprio autor do livro?<br />

Ele já sabia que tais boatos iriam circular, após a sua<br />

demissão.<br />

Os demonstrativos podem ocorrer combinados com as<br />

preposições de e em. Nesse caso, as formas resultantes<br />

serão: deste(e flexões), neste(e flexões), nesse(e flexões),<br />

disto, disso, nisto, nisso; daquele(e flexões), naquele(e<br />

flexões), daquilo, naquilo.<br />

Emprego dos pronomes demonstrativos<br />

Este (e suas flexões), esse (e suas flexões), isto, isso<br />

Este (e suas flexões de gênero e número) e isto indicam<br />

proximidade espacial com relação à 1ª pessoa do discurso.<br />

Este indica tempo presente, também com relação à 1ª<br />

pessoa. Veja:<br />

Isto está com cheiro de mofo.<br />

Nesta tarde, às cinco horas, haverá um show beneficente.<br />

Esse (e suas flexões) e isso indicam proximidade espacial<br />

com relação à 2ª pessoa do discurso.<br />

Garoto, pegue esse embrulho à sua direita.<br />

Esse indica ainda tempo passado ou tempo futuro pouco<br />

distante com relação à época em que se dá a interlocução.<br />

Veja.<br />

O resultado sairá nessa segunda.<br />

Aquele (e suas flexões) e aquilo indicam distanciamento<br />

espacial com relação à 1ª e à 2ª pessoas do discurso.<br />

Aquele indica passado vago ou muito remoto.<br />

Aquelas árvores no alto daquela colina são pinheiros.<br />

Você sabe o que é aquilo brilhando lá no céu?<br />

Naquele tempo, acreditava-se mais na palavra das<br />

pessoas.<br />

86


Pronomes indefinidos<br />

Os pronomes indefinidos, como o próprio nome indica,<br />

fazem referência à 3ª pessoa do discurso de uma maneira<br />

mais indefinida, vaga, imprecisa, ou genérica.<br />

Existem vários pronomes indefinidos na língua<br />

portuguesa, alguns dos quais são variáveis, porque podem<br />

receber flexão de número e/ou de gênero.<br />

Pronomes indefinidos variáveis<br />

Os seguintes pronomes indefinidos podem variar quanto<br />

ao gênero e ao número: algum, (alguma, alguns,<br />

algumas); nenhum; um; muito; todo; pouco; outro; vário;<br />

certo; tanto; quanto.<br />

Variam apenas quanto ao número: qualquer, quaisquer;<br />

qual, quais; bastante, bastantes.<br />

Pronomes indefinidos invariáveis<br />

São invariáveis para gênero e número os pronomes:<br />

alguém, ninguém, quem, que, outrem, algo, tudo, nada,<br />

cada, mais, menos, demais.<br />

Pronomes interrogativos<br />

Os pronomes interrogativos, como seu próprio nome<br />

indica, são usados nas perguntas diretas ou indiretas. São<br />

eles: que, quem, qual, quanto. Veja.<br />

Que são metáforas? (pergunta direta)<br />

O professor perguntou aos alunos que são metáforas.<br />

(pergunta indireta)<br />

Qual é o local escolhido para o acampamento? (pergunta<br />

direta)<br />

Os soldados querem saber qual é o local escolhido para<br />

o acampamento. (pergunta indireta)<br />

Emprego dos pronomes interrogativos<br />

O pronome quem faz referência a seres humanos, o<br />

pronome que se refere a não humanos.<br />

Pronomes relativos<br />

Os pronomes relativos são definidos a partir de um<br />

critério formal: são chamados de relativos os pronomes<br />

que fazem referência a algum elemento anteriormente<br />

mencionado no texto, considerando seu antecedente.<br />

Observe:<br />

O carro que comprei é excelente!<br />

O pronome que retoma o antecedente carro, estabelecendo<br />

com ele uma relação de natureza anafórica.<br />

Anáfora (do grego ana-, ‘para trás’ + phorá, ‘ação de<br />

levar, transportar’) processo linguístico por meio do qual<br />

um termo recupera outro termo que o antecedeu em um<br />

texto.<br />

Os pronomes relativos sempre introduzem orações<br />

subordinadas adjetivas, tomando como antecedente<br />

algum elemento anterior e qualificando-o. Por essa razão,<br />

desempenham um importante papel sintático na<br />

estruturação dessa classe específica de orações<br />

subordinadas.<br />

1. Comprei aquele livro de Machado de Assis.<br />

2. Aquele livro de Machado de Assis tem alguns contos<br />

muito interessantes.<br />

3. Comprei um livro de Machado de Assis que tem alguns<br />

contos muito interessantes. (Período composto criado<br />

pela subordinação das orações 1 e 2.)<br />

Formas dos pronomes relativos<br />

São pronomes relativos variáveis: o qual, a qual, os<br />

quais, as quais; cujo, cuja, cujos, cujas; quanto, quanta,<br />

quantos, quantas.<br />

São pronomes relativos invariáveis: que, quem, onde,<br />

quando, como.<br />

Emprego dos pronomes relativos<br />

Que – de todos os pronomes relativos, que é o mais<br />

frequentemente usado, sobretudo na linguagem coloquial.<br />

Pode tomar como antecedentes tanto seres humanos como<br />

quaisquer outros seres ou objetos, no singular ou no plural.<br />

Veja.<br />

Esta é a menina que chegou do Rio de Janeiro.<br />

Estes são os livros de que lhe falei.<br />

Por vezes, o uso do pronome relativo que pode resultar em<br />

ambiguidade com relação ao seu referente. Isso acontece<br />

porque esse pronome é invariável, não admitindo flexão<br />

de gênero e número. Observe.<br />

Esta é Josefina, uma das namoradas de Ricardão, que<br />

também tem um caso com Pedro.<br />

87


O enunciado é ambíguo, porque o antecedente do relativo<br />

que tanto pode ser Josefina (é ela que tem um caso com<br />

Pedro) como Ricardão (é ele que tem um caso com<br />

Pedro). Em casos como esse, deve-se optar pelo uso de o<br />

qual e suas flexões, para evitar a ambiguidade.<br />

Esta é Josefina, uma das namoradas de Ricardão, a<br />

qual...<br />

Esta é Josefina, uma das namoradas de Ricardão, o<br />

qual...<br />

Quem – o pronome quem faz referência a seres humanos.<br />

Este é o meu pai, a quem devo as orientações que me<br />

ajudaram a definir o rumo da minha vida.<br />

Cujo (e suas flexões) – cujo e suas flexões são pronomes<br />

relativos que assinalam uma relação de posse entre o<br />

antecedente e o termo que especificam. Seu sentido<br />

equivale ao de de quem, do qual, de que. Observe.<br />

Evite remédios cujos efeitos colaterais incluam “morte”.<br />

Na tira, o pronome cujos equivale a “efeitos colaterais dos<br />

remédios”.<br />

Onde – onde é pronome relativo quando, indicando lugar,<br />

pode ser substituído por em que.<br />

Quero comprar uma casa com um quintal onde (em que)<br />

eu possa construir uma piscina.<br />

Os pronomes quem e onde podem ocorrer sem que seu<br />

antecedente esteja explícito, como em:<br />

Quem procura, acha! (Aquele que procura, acha!)<br />

Em sua expedição por terra, a equipe de resgate chegou<br />

onde o avião havia caído. (... a equipe de resgate chegou<br />

ao lugar em que o avião havia caído.)<br />

Quando e como – as palavras quando e como são<br />

pronomes relativos quando, depois de um substantivo,<br />

introduzem uma oração subordinada adjetiva que<br />

especifique tempo (quando) e modo (como). Observe.<br />

Esta é a estação do ano quando (durante a qual) florescem<br />

os ipês.<br />

Não consigo entender o modo como (através do qual) as<br />

peças deste aparelho devem ser montadas.<br />

Quanto, quantos, quantas – quanto, quantos e quantas<br />

são pronomes relativos quando introduzem orações<br />

subordinadas adjetivas após os pronomes indefinidos<br />

tudo, todos, todas.<br />

Façam de conta que tudo quanto (aquilo que) eu disse é<br />

bobagem.<br />

EXERCÍCIO EXPLICATIVO<br />

1- Continue enumerando corretamente de acordo com o<br />

código a seguir: (1) expressa indefinição ou<br />

indeterminação, (2) modifica verbo ou adjetivo, (3)<br />

palavra interpeladora:<br />

a) O estado depositou bastante ( ) dinheiro na conta<br />

do parlamentar.<br />

b) O vestibulando estudava bastante ( ) para o<br />

ENEM.<br />

c) Pouco ( ) candidato se preocupa muito ( ) com<br />

os discursos nos palanques.<br />

d) A Europa está todo ( ) preocupada com os vários ( )<br />

rumores de mais crise na sua economia.<br />

e) Quantos ( ) quilômetros separam Conquista de<br />

Salvador?<br />

f) Não sabia quanta ( ) mentira havia contado.<br />

g) Alguns ( ) brasileiros se importam com a política,<br />

embora ninguém ( ) se mobilize partidariamente.<br />

h) Nenhum ( ) dos diretores se manifestou sobre o<br />

caso e tudo ( ) permaneceu como antes.<br />

i) Não sabia nada sobre o time de coração, quais ( )<br />

atacantes comporiam o elenco.<br />

j) Qual ( ) atacante é o novo contratado pelo time?<br />

k) Ele não tinha ideia de quão ( ) competente era o<br />

colega.<br />

l) O pai se perguntava por que seu filho estudava tanto ( ).<br />

m) Tanta ( ) corrupção não surpreende mais o<br />

brasileiro.<br />

n) Quem ( ) quisesse podia entrar na festa.<br />

o) Quem ( ) te disse tamanha asneira?<br />

2- Siga o modelo:<br />

O homem trabalha. / O homem vence.<br />

O homem que trabalha vence.<br />

a) O aluno estuda. / O aluno passa.<br />

b) O diretor acreditou na notícia. / A notícia era<br />

verdadeira.<br />

c) Assisti ao filme. / Um aluno me indicara o filme.<br />

d) Moro em um bairro. / No bairro, há violência.<br />

e) Todos gostaram da forma diferente de explicação do<br />

professor. / O professor explicou de uma forma diferente<br />

o assunto.<br />

f) O ministro deixou o governo num momento. / A<br />

imprensa o denunciou de corrupção num momento.<br />

88


g) A diretoria não conhecia o motivo / O atleta se<br />

ausentava tanto dos treinos por um motivo.<br />

h) Moro em um bairro. / A infraestrutura do bairro é<br />

precária.<br />

i) Conheci Pedro. / O pai de Pedro é professor da<br />

faculdade.<br />

3- Siga o modelo:<br />

‣ Este é o filme que o aluno viu.<br />

‣ Este é o filme a que o aluno assistiu.<br />

a) Acreditar:<br />

______________________________________<br />

b) Gostar:<br />

_____________________________________<br />

c) Opor-se:<br />

______________________________________<br />

d) Simpatizar:<br />

______________________________________<br />

4- Siga o modelo:<br />

‣ Este é o autor cuja obra conheço.<br />

a) Gostar:<br />

______________________________________<br />

b) Referir-se:<br />

______________________________________<br />

c) Acreditar:<br />

______________________________________<br />

d) Simpatizar:<br />

______________________________________<br />

e) Duvidar:<br />

______________________________________<br />

Pronome – Colocação Pronominal<br />

5- Assinale as frases com erro de colocação do pronome átono:<br />

01. ( ) Não quero te ouvir.<br />

02. ( ) Ele, envolvendo-se com os fatos, prejudica-se<br />

politicamente.<br />

03. ( ) Em fazendo-se dia, partirei.<br />

04. ( ) Quero que nunca nos esconda a verdade.<br />

05. ( ) Não deves oferecer-lhe tantas vantagens.<br />

06. ( ) Eles o estão construindo há cinco anos.<br />

07. ( ) Tenho obedecido-lhe todas as ordens.<br />

08. ( ) Deveria-se atender melhor a todos.<br />

09. ( ) Eu recebê-lo? Impossível!<br />

10. ( ) Se disser-lhe a verdade, ela morrerá.<br />

11. ( ) Ninguém pode-me ver aqui de cima.<br />

12. ( ) Quem veio trazer-lhe as mercadorias?<br />

13. ( ) Eu estava-as vendendo muito barato.<br />

14. ( ) Eles devem nos encontrar no cinema.<br />

15. ( ) Não foram à festa por pouparem-lhe situações<br />

incômodas<br />

16. ( ) Ideias deixaram-no louco.<br />

17. ( )Nós encontramo-la logo.<br />

EXERCÍCIOS ADICIONAIS - PRONOME<br />

1- Assinale a opção em que houve erro no emprego do<br />

pronome pessoal em relação ao uso culto da língua.<br />

a) Ele entregou um texto para mim corrigir.<br />

b) Para mim, a leitura está fácil<br />

c) Isto é para eu fazer agora?<br />

d) Não saia sem mim.<br />

e) Entre mim e ele há uma grande diferença.<br />

2- O uso do pronome está correto, exceto em:<br />

a) Meus pais querem conversar com nós todos.<br />

b) Ele jamais viverá sem mim.<br />

c) Meu professor fez tudo para eu acertar as questões.<br />

d) Entre eu e meu noivo há muito respeito.<br />

e) Entregue os documentos para mim.<br />

3- Indique o pronome demonstrativo inadequado:<br />

a) Não se esqueça disto: sempre a amarei.<br />

b) Esta blusa que estou usando não é de linho.<br />

c) Ana e Paula são muito elegantes. Essas mulheres me<br />

deixam louco.<br />

d) Isto que está na sua cabeça é uma barata?<br />

e) 1989 muito importante para a história do Brasil.<br />

Naquele ano foi proclamada a República.<br />

4- Aponte a incorreta:<br />

a) Vamos prender ele = Vamos prendê-lo.<br />

b) Mantenham ela aqui = Mantenham-la aqui.<br />

c) Diga a eles que preciso dormir cedo = Diga-lhes que<br />

preciso dormir cedo.<br />

d) Põe ela dentro do carro = Põe-na dentro do carro.<br />

e) Fiz o exercício = Fi-lo.<br />

89


5- Numa das frases, está empregado indevidamente o<br />

pronome de tratamento:<br />

a) Os reitores das universidades recebem o título de Vossa<br />

Magnificência.<br />

b) Sua excelência, o senhor Ministro, não compareceu à<br />

reunião.<br />

c) Senhor deputado, peço a Vossa Excelência que conclua<br />

a sua oração.<br />

d) Sua eminência, o Papa Paulo VI, assistiu à solenidade.<br />

e) Procurei o chefe da repartição, mas Sua Senhoria se<br />

recusou a ouvir as minhas explicações.<br />

6- Nos trechos:<br />

“... aquelas cores todas não existem na pena do pavão...”<br />

“... este é o luxo do grande artista...”<br />

“Ele me cobre d glórias...”<br />

Sob o ponto de vista morfológico, as palavras em destaque<br />

são respectivamente:<br />

a) pronome demonstrativo, pronome demonstrativo,<br />

pronome pessoal<br />

b) pronome indefinido, pronome indefinido, pronome<br />

pessoal<br />

c) pronome demonstrativo, pronome demonstrativo,<br />

pronome relativo<br />

d) pronome indefinido, pronome demonstrativo, pronome<br />

relativo<br />

e) pronome relativo, pronome demonstrativo, pronome<br />

possessivo<br />

7- Ninguém atinge a perfeição alicerçado na busca de<br />

valores materiais, nem mesmo os que consideram tal<br />

atitude um privilégio dado pela existência.<br />

Os pronomes destacados no período acima classificam-se,<br />

respectivamente, como:<br />

a) indefinido, demonstrativo, relativo, demonstrativo<br />

b) indefinido, pessoal oblíquo, relativo, indefinido<br />

c) de tratamento, demonstrativo, indefinido,<br />

demonstrativo<br />

d) de tratamento, pessoal oblíquo, indefinido,<br />

demonstrativo<br />

e) demonstrativo, demonstrativo, relativo, demonstrativo<br />

8- Em “O casal de índios levou-os à sua aldeia, que estava<br />

deserta, onde ofereceu frutas aos convidados”, temos:<br />

a) dois pronomes possessivos e dois pronomes pessoais<br />

b) um pronome pessoal, um pronome possessivo e dois<br />

pronomes relativos<br />

c) dois pronomes pessoais e dois pronomes relativos<br />

d) um pronome pessoal, um pronome possessivo, um<br />

pronome relativo e um pronome interrogativo<br />

e) dois pronomes possessivos e dois relativos<br />

9- Assinale a alternativa em que há erro quanto ao<br />

emprego dos pronomes se, si e consigo:<br />

a) Feriu-se quando brincava com o revólver e o virou para<br />

si.<br />

b) Os homens carregam consigo as suas pernas.<br />

c) Ele só cuida de si.<br />

d) Espere um pouco, pois tenho de falar consigo.<br />

e) Ele lembrar-se-á do ocorrido assim que acordar do<br />

acidente.<br />

10- Assinale a alternativa em que o pronome foi<br />

empregado adequadamente:<br />

a) O diretor jantará com nós nesta noite.<br />

b) Iremos consigo ao teatro.<br />

c) Trouxe os documentos para eu assinar.<br />

d) Dei-o três dias de prazo.<br />

e) Convidei-lhe para o aniversário.<br />

11- Estamos certos de que Vossa Excelência ______<br />

merecedor da consideração que ______ dispensam<br />

_______ funcionários.<br />

a) é, lhe, vossos<br />

b) é, lhe, seus<br />

c) é, vós, vossos<br />

d) sois, lhe, seus<br />

e) sois, vos, vossos<br />

12- Marque a opção em que há erro no emprego do<br />

pronome pessoal:<br />

a) A seca sempre traz consigo muito sofrimento.<br />

b) Quanto aos riachos, represem-os de cem em cem<br />

metros.<br />

c) Padre Cícero reservou a si a tarefa de orientar o povo.<br />

d) Foi importante, para eu sentir o drama da seca, ter lido<br />

Graciliano Ramos.<br />

e) Para mim, conhecer regiões assoladas pela seca foi<br />

inesquecível experiência.<br />

13- Identifique o pronome demonstrativo inadequado:<br />

a) A placa cotinha estes dizeres: “Não ultrapasse”.<br />

b) O jardim está abandonado. Isso não pode acontecer.<br />

c) Lembre-se disto: “Quem estuda com afinco passa no<br />

concurso”.<br />

d) Essa meia não quer sair do meu pé.<br />

e) Aquele casaco do João está fora de moda.<br />

90


14- Nem tudo que reluz é ouro. A palavra sublinhada é:<br />

a) pronome adjetivo demonstrativo<br />

b) pronome substantivo demonstrativo<br />

c) pronome adjetivo indefinido<br />

d) pronome substantivo indefinido<br />

e) pronome e advérbio de intensidade<br />

Anotações:<br />

15- Segundo a norma culta, é apropriada somente uma<br />

construção com referência ao emprego do pronome.<br />

Indique-a.<br />

a) Entre João e eu, há grande distância.<br />

b) Entre eu e João, há grande distância<br />

c) Entre João e tu, há grande distância.<br />

d) Entre João e mim, há grande distância.<br />

e) Entre tu e eu, há grande distância.<br />

16- Indique a frase em que o pronome relativo foi<br />

empregado de forma incorreta.<br />

a) Naquela rua estreita, há uma casa onde nasci.<br />

b) Tenho uma caneta cuja a pena é de ouro.<br />

c) Quero viver numa fazenda em que possa trabalhar.<br />

d) Aqui está o técnico em eletricidade de cuja opinião não<br />

podes prescindir.<br />

e) Conheci o professor cuja sabedoria é grande.<br />

17- Assinale a frase em que há incorreção quanto ao uso<br />

do pronome:<br />

a) Egoísta é aquele que só pensa em si.<br />

b) Foi bom encontrá-la. Precisava mesmo falar consigo.<br />

c) Os alunos trouxeram os trabalhos para eu avaliar.<br />

d) Para mim, todos os homens são iguais.<br />

e) Não irás àquela festa.<br />

18- Os pronomes de tratamento Vossa Alteza, Vossa<br />

Excelência, Vossa Magnificência, Vossa Majestade e<br />

Vossa Reverendíssima, respectivamente, são usados para:<br />

a) príncipes, altas autoridades, reitores de universidades,<br />

reis e sacerdotes<br />

b) duques, papas, príncipes, reis e imperadores<br />

c) príncipes, altas autoridades, sacerdotes, reis e papas<br />

d) imperadores, reis, altas autoridades, papas e cardeais<br />

e) reis, altas autoridades, reitores de universidades,<br />

príncipes, papa.<br />

91


VERBO<br />

É a palavra variável que exprime um acontecimento<br />

representado no tempo, seja ação, estado ou fenômeno da<br />

natureza.<br />

Os verbos apresentam três conjugações. Em função da<br />

vogal temática, podem-se criar três paradigmas verbais.<br />

De acordo com a relação dos verbos com esses<br />

paradigmas, obtém-se a seguinte classificação:<br />

regulares: seguem o paradigma verbal de sua<br />

conjugação;<br />

irregulares: não seguem o paradigma verbal da<br />

conjugação a que pertencem. As irregularidades podem<br />

aparecer no radical ou nas desinências (ouvir - ouço/ouve,<br />

estar - estou/estão);<br />

Entre os verbos irregulares, destacam-se os anômalos que<br />

apresentam profundas irregularidades. São classificados<br />

como anômalos em todas as gramáticas os verbos ser e ir.<br />

defectivos: não são conjugados em determinadas<br />

pessoas, tempo ou modo (falir - no presente do indicativo<br />

só apresenta a 1ª e a 2ª pessoa do plural). Os defectivos<br />

distribuem-se em três grupos: impessoais, unipessoais<br />

(vozes ou ruídos de animais, só conjugados nas 3ª<br />

pessoas) por eufonia ou possibilidade de confusão com<br />

outros verbos;<br />

abundantes - apresentam mais de uma forma para uma<br />

mesma flexão. Mais frequente no particípio, devendo-se<br />

usar o particípio regular com ter e haver; já o irregular com<br />

ser e estar (aceito/aceitado, acendido/aceso - tenho/hei<br />

aceitado ≠ é/está aceito);<br />

auxiliares: juntam-se ao verbo principal ampliando sua<br />

significação. Presentes nos tempos compostos e locuções<br />

verbais;<br />

certos verbos possuem pronomes pessoais átonos que se<br />

tornam partes integrantes deles. Nesses casos, o pronome<br />

não tem função sintática (suicidar-se, apiedar-se, queixarse<br />

etc.);<br />

formas rizotônicas (tonicidade no radical - eu canto) e<br />

formas arrizotônicas (tonicidade fora do radical - nós<br />

cantaríamos).<br />

• Quanto à flexão verbal, temos:<br />

número: singular ou plural;<br />

pessoa gramatical: 1ª, 2ª ou 3ª;<br />

tempo: referência ao momento em que se fala (pretérito,<br />

presente ou futuro). O modo imperativo só tem um tempo,<br />

o presente;<br />

voz: ativa, passiva e reflexiva;<br />

modo: indicativo (certeza de um fato ou estado),<br />

subjuntivo (possibilidade ou desejo de realização de um<br />

fato ou incerteza do estado) e imperativo (expressa ordem,<br />

advertência ou pedido).<br />

As três formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio e<br />

particípio) não possuem função exclusivamente verbal.<br />

Infinitivo é antes substantivo, o particípio tem valor e<br />

forma de adjetivo, enquanto o gerúndio equipara-se ao<br />

adjetivo ou advérbio pelas circunstâncias que exprime.<br />

Quanto ao tempo verbal, eles apresentam os seguintes<br />

valores:<br />

presente do indicativo: indica um fato real situado no<br />

momento ou época em que se fala;<br />

presente do subjuntivo: indica um fato provável,<br />

duvidoso ou hipotético situado no momento ou época em<br />

que se fala;<br />

pretérito perfeito do indicativo: indica um fato real<br />

cuja ação foi iniciada e concluída no passado;<br />

pretérito imperfeito do indicativo: indica um fato real<br />

cuja ação foi iniciada no passado, mas não foi concluída<br />

ou era uma ação costumeira no passado;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: indica um fato<br />

provável, duvidoso ou hipotético cuja ação foi iniciada<br />

mas não concluída no passado;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: indica um<br />

fato real cuja ação é anterior a outra ação já passada;<br />

futuro do presente do indicativo: indica um fato real<br />

situado em momento ou época vindoura;<br />

futuro do pretérito do indicativo: indica um fato<br />

possível, hipotético, situado num momento futuro, mas<br />

ligado a um momento passado;<br />

futuro do subjuntivo: indica um fato provável,<br />

duvidoso, hipotético, situado num momento ou época<br />

futura;<br />

92


Quanto à formação dos tempos, os chamados tempos<br />

simples podem ser primitivos (presente e pretérito perfeito<br />

do indicativo e o infinitivo impessoal) e derivados:<br />

São derivados do presente do indicativo:<br />

pretérito imperfeito do indicativo: TEMA do presente<br />

+ VA (1ª conj.) ou IA (2ª e 3ª conj.) + Desinência número<br />

pessoal (DNP);<br />

presente do subjuntivo: RAD da 1ª pessoa singular do<br />

presente + E (1ª conj.) ou A (2ª e 3ª conj.) + DNP;<br />

Os verbos em -ear têm duplo "e" em vez de "ei" na 1ª<br />

pessoa do plural (passeio, mas passeemos).<br />

imperativo negativo (todo derivado do presente do<br />

subjuntivo) e imperativo afirmativo (as 2ª pessoas vêm do<br />

presente do indicativo sem S, as demais também vêm do<br />

presente do subjuntivo).<br />

São derivados do pretérito perfeito do indicativo:<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: TEMA do<br />

perfeito + RA + DNP;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: TEMA do perfeito +<br />

SSE + DNP;<br />

futuro do subjuntivo: TEMA do perfeito + R + DNP.<br />

São derivados do infinitivo impessoal:<br />

futuro do presente do indicativo: TEMA do infinitivo<br />

+ RA + DNP;<br />

futuro do pretérito: TEMA do infinitivo + RIA + DNP;<br />

infinitivo pessoal: infinitivo impessoal + DNP (-ES - 2ª<br />

pessoa, -MOS, -DES, -EM)<br />

gerúndio: TEMA do infinitivo + -NDO;<br />

particípio regular: infinitivo impessoal sem vogal<br />

temática (VT) e R + ADO (1ª conjugação) ou IDO (2ª e 3ª<br />

conjugação).<br />

Quanto à formação, os tempos compostos da voz ativa<br />

constituem-se dos verbos auxiliares TER ou HAVER +<br />

particípio do verbo que se quer conjugar, dito principal.<br />

No modo Indicativo, os tempos compostos são<br />

formados da seguinte maneira:<br />

pretérito perfeito: presente do indicativo do auxiliar +<br />

particípio do verbo principal (VP) [Tenho falado];<br />

pretérito mais-que-perfeito: pretérito imperfeito do<br />

indicativo do auxiliar + particípio do VP (Tinha falado);<br />

futuro do presente: futuro do presente do indicativo do<br />

auxiliar + particípio do VP (Terei falado);<br />

futuro do pretérito: futuro do pretérito indicativo do<br />

auxiliar + particípio do VP (Teria falado).<br />

No modo Subjuntivo a formação se dá da seguinte<br />

maneira:<br />

pretérito perfeito: presente do subjuntivo do auxiliar +<br />

particípio do VP (Tenha falado);<br />

pretérito mais-que-perfeito: imperfeito do subjuntivo<br />

do auxiliar + particípio do VP (Tivesse falado);<br />

futuro composto: futuro do subjuntivo do auxiliar +<br />

particípio do VP (Tiver falado).<br />

Quanto às formas nominais, elas são formadas da<br />

seguinte maneira:<br />

infinitivo composto: infinitivo pessoal ou impessoal do<br />

auxiliar + particípio do VP (Ter falado / Teres falado);<br />

gerúndio composto: gerúndio do auxiliar + particípio<br />

do VP (Tendo falado).<br />

O modo subjuntivo apresenta três pretéritos, sendo o<br />

imperfeito na forma simples e o perfeito e o mais-queperfeito<br />

nas formas compostas. Não há presente composto<br />

nem pretérito imperfeito composto<br />

Quanto às vozes, os verbos apresentam a voz:<br />

ativa: sujeito é agente da ação verbal;<br />

passiva: sujeito é paciente da ação verbal;<br />

A voz passiva pode ser analítica ou sintética:<br />

analítica: - verbo auxiliar + particípio do verbo<br />

principal;<br />

sintética: na 3ª pessoa do singular ou plural + SE<br />

(partícula apassivadora);<br />

93


eflexiva: sujeito é agente e paciente da ação verbal.<br />

Também pode ser recíproca ao mesmo tempo (acréscimo<br />

de SE = pronome reflexivo, variável em função da pessoa<br />

do verbo);<br />

Na transformação da voz ativa na passiva, a variação<br />

temporal é indicada pelo auxiliar (ser na maioria das<br />

vezes), como notamos nos exemplos a seguir: Ele fez o<br />

trabalho - O trabalho foi feito por ele (mantido o pretérito<br />

perfeito do indicativo) / O vento ia levando as folhas - As<br />

folhas iam sendo levadas pelas folhas (mantido o gerúndio<br />

do verbo principal).<br />

Alguns verbos da língua portuguesa apresentam<br />

problemas de conjugação. A seguir temos uma lista,<br />

seguida de comentários sobre essas dificuldades de<br />

conjugação.<br />

Abolir (defectivo) - não possui a 1ª pessoa do singular<br />

do presente do indicativo, por isso não possui presente do<br />

subjuntivo e o imperativo negativo. (= banir, carpir,<br />

colorir, delinquir, demolir, descomedir-se, emergir,<br />

exaurir, fremir, fulgir, haurir, retorquir, urgir).<br />

Acudir (alternância vocálica o/u) - presente do<br />

indicativo - acudo, acodes... e pretérito perfeito do<br />

indicativo - com u (= bulir, consumir, cuspir, engolir,<br />

fugir) / Adequar (defectivo) - só possui a 1ª e a 2ª pessoa<br />

do plural no presente do indicativo.<br />

Aderir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo<br />

- adiro, adere... (= advertir, cerzir, despir, diferir, digerir,<br />

divergir, ferir, sugerir).<br />

Agir (acomodação gráfica g/j) - presente do indicativo -<br />

ajo, ages... (= afligir, coagir, erigir, espargir, refulgir,<br />

restringir, transigir, urgir).<br />

Agredir (alternância vocálica e/i) - presente do<br />

indicativo - agrido, agrides, agride, agredimos, agredis,<br />

agridem (= prevenir, progredir, regredir, transgredir) /<br />

Aguar (regular) - presente do indicativo - águo, águas..., -<br />

pretérito perfeito do indicativo - aguei, aguaste, aguou,<br />

aguamos, aguastes, aguaram (= desaguar, enxaguar,<br />

minguar).<br />

Aprazer (irregular) - presente do indicativo - aprazo,<br />

aprazes, apraz... / pretérito perfeito do indicativo -<br />

aprouve, aprouveste, aprouve, aprouvemos, aprouvestes,<br />

aprouveram.<br />

Arguir (irregular com alternância vocálica o/u) -<br />

presente do indicativo - arguo (ú), argúis, argúi, arguimos,<br />

arguis, argúem - pretérito perfeito - argui, arguiste... (com<br />

trema).<br />

Atrair (irregular) - presente do indicativo - atraio,<br />

atrais... / pretérito perfeito - atraí, atraíste... (= abstrair,<br />

cair, distrair, sair, subtrair).<br />

Atribuir (irregular) - presente do indicativo - atribuo,<br />

atribuis, atribui, atribuímos, atribuís, atribuem - pretérito<br />

perfeito - atribuí, atribuíste, atribuiu... (= afluir, concluir,<br />

destituir, excluir, instruir, possuir, usufruir).<br />

Averiguar (alternância vocálica o/u) - presente do<br />

indicativo - averiguo (ú), averiguas (ú), averigua (ú),<br />

averiguamos, averiguais, averiguam (ú) - pretérito<br />

perfeito - averiguei, averiguaste... - presente do subjuntivo<br />

- averigúe, averigúes, averigúe... (= apaziguar).<br />

Cear (irregular) - presente do indicativo - ceio, ceias,<br />

ceia, ceamos, ceais, ceiam - pretérito perfeito indicativo -<br />

ceei, ceaste, ceou, ceamos, ceastes, cearam (= verbos<br />

terminados em -ear: falsear, passear... - alguns apresentam<br />

pronúncia aberta: estréio, estréia...).<br />

Coar (irregular) - presente do indicativo - côo, côas,<br />

côa, coamos, coais, coam - pretérito perfeito - coei, coaste,<br />

coou... (= abençoar, magoar, perdoar) / Comerciar<br />

(regular) - presente do indicativo - comercio, comercias...<br />

- pretérito perfeito - comerciei... (= verbos em -iar , exceto<br />

os seguintes verbos: mediar, ansiar, remediar, incendiar,<br />

odiar).<br />

Compelir (alternância vocálica e/i) - presente do<br />

indicativo - compilo, compeles... - pretérito perfeito<br />

indicativo - compeli, compeliste...<br />

Compilar (regular) - presente do indicativo - compilo,<br />

compilas, compila... - pretérito perfeito indicativo -<br />

compilei, compilaste...<br />

Construir (irregular e abundante) - presente do<br />

indicativo - construo, constróis (ou construis), constrói (ou<br />

construi), construímos, construís, constroem (ou<br />

construem) - pretérito perfeito indicativo - construí,<br />

construíste...<br />

Crer (irregular) - presente do indicativo - creio, crês,<br />

crê, cremos, credes, crêem - pretérito perfeito indicativo -<br />

cri, creste, creu, cremos, crestes, creram - imperfeito<br />

indicativo - cria, crias, cria, críamos, críeis, criam.<br />

94


Falir (defectivo) - presente do indicativo - falimos, falis<br />

- pretérito perfeito indicativo - fali, faliste... (= aguerrir,<br />

combalir, foragir-se, remir, renhir).<br />

Frigir (acomodação gráfica g/j e alternância vocálica<br />

e/i) - presente do indicativo - frijo, freges, frege, frigimos,<br />

frigis, fregem - pretérito perfeito indicativo - frigi,<br />

frigiste...<br />

Ir (irregular) - presente do indicativo - vou, vais, vai,<br />

vamos, ides, vão - pretérito perfeito indicativo - fui,<br />

foste... - presente subjuntivo - vá, vás, vá, vamos, vades,<br />

vão.<br />

Jazer (irregular) - presente do indicativo - jazo, jazes...<br />

- pretérito perfeito indicativo - jazi, jazeste, jazeu...<br />

Mobiliar (irregular) - presente do indicativo - mobílio,<br />

mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobíliam -<br />

pretérito perfeito indicativo - mobiliei, mobiliaste... /<br />

Obstar (regular) - presente do indicativo - obsto, obstas...<br />

- pretérito perfeito indicativo - obstei, obstaste...<br />

Pedir (irregular) - presente do indicativo - peço, pedes,<br />

pede, pedimos, pedis, pedem - pretérito perfeito indicativo<br />

- pedi, pediste... (= despedir, expedir, medir) / Polir<br />

(alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - pulo,<br />

pules, pule, polimos, polis, pulem - pretérito perfeito<br />

indicativo - poli, poliste...<br />

Precaver-se (defectivo e pronominal) - presente do<br />

indicativo - precavemo-nos, precaveis-vos - pretérito<br />

perfeito indicativo - precavi-me, precaveste-te... / Prover<br />

(irregular) - presente do indicativo - provejo, provês,<br />

provê, provemos, provedes, provêem - pretérito perfeito<br />

indicativo - provi, proveste, proveu... / Reaver (defectivo)<br />

- presente do indicativo - reavemos, reaveis - pretérito<br />

perfeito indicativo - reouve, reouveste, reouve... (verbo<br />

derivado do haver, mas só é conjugado nas formas verbais<br />

com a letra v).<br />

Remir (defectivo) - presente do indicativo - remimos,<br />

remis - pretérito perfeito indicativo - remi, remiste...<br />

Requerer (irregular) - presente do indicativo - requeiro,<br />

requeres... - pretérito perfeito indicativo - requeri,<br />

requereste, requereu... (derivado do querer, diferindo dele<br />

na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e no<br />

pretérito perfeito do indicativo e derivados, sendo<br />

regular).<br />

Rir (irregular) - presente do indicativo - rio, rir, ri,<br />

rimos, rides, riem - pretérito perfeito indicativo - ri, riste...<br />

(= sorrir).<br />

Saudar (alternância vocálica) - presente do indicativo -<br />

saúdo, saúdas... - pretérito perfeito indicativo - saudei,<br />

saudaste...<br />

Suar (regular) - presente do indicativo - suo, suas, sua...<br />

- pretérito perfeito indicativo - suei, suaste, sou... (= atuar,<br />

continuar, habituar, individuar, recuar, situar).<br />

Valer (irregular) - presente do indicativo - valho, vales,<br />

vale... - pretérito perfeito indicativo - vali, valeste, valeu...<br />

Também merecem atenção os seguintes verbos<br />

irregulares:<br />

Pronominais: Apiedar-se, dignar-se, persignar-se,<br />

precaver-se.<br />

Caber<br />

presente do indicativo: caibo, cabes, cabe, cabemos,<br />

cabeis, cabem;<br />

presente do subjuntivo: caiba, caibas, caiba, caibamos,<br />

caibais, caibam;<br />

pretérito perfeito do indicativo: coube, coubeste,<br />

coube, coubemos, coubestes, couberam;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: coubera,<br />

couberas, coubera, coubéramos, coubéreis, couberam;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: coubesse,<br />

coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis,<br />

coubessem;<br />

futuro do subjuntivo: couber, couberes, couber,<br />

coubermos, couberdes, couberem.<br />

Dar<br />

presente do indicativo: dou, dás, dá, damos, dais, dão;<br />

presente do subjuntivo: dê, dês, dê, demos, deis, dêem;<br />

pretérito perfeito do indicativo: dei, deste, deu,<br />

demos, destes, deram;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: dera, deras,<br />

dera, déramos, déreis, deram;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: desse, desses,<br />

desse, déssemos, désseis, dessem;<br />

futuro do subjuntivo: der, deres, der, dermos, derdes,<br />

derem.<br />

95


Dizer<br />

presente do indicativo: digo, dizes, diz, dizemos,<br />

dizeis, dizem;<br />

presente do subjuntivo: diga, digas, diga, digamos,<br />

digais, digam;<br />

pretérito perfeito do indicativo: disse, disseste, disse,<br />

dissemos, dissestes, disseram;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: dissera,<br />

disseras, dissera, disséramos, disséreis, disseram;<br />

futuro do presente: direi, dirás, dirá, etc.;<br />

futuro do pretérito: diria, dirias, diria, etc.;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: dissesse,<br />

dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, dissessem;<br />

futuro do subjuntivo: disser, disseres, disser,<br />

dissermos, disserdes, disserem;<br />

Seguem esse modelo os derivados bendizer, condizer,<br />

contradizer, desdizer, maldizer, predizer.<br />

Os particípios desse verbo e seus derivados são<br />

irregulares: dito, bendito, contradito, etc.<br />

Estar<br />

presente do indicativo: estou, estás, está, estamos,<br />

estais, estão;<br />

presente do subjuntivo: esteja, estejas, esteja,<br />

estejamos, estejais, estejam;<br />

pretérito perfeito do indicativo: estive, estiveste,<br />

esteve, estivemos, estivestes, estiveram;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: estivera,<br />

estiveras, estivera, estivéramos, estivéreis, estiveram;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: estivesse,<br />

estivesses, estivesse, estivéssemos, estivésseis,<br />

estivessem;<br />

futuro do subjuntivo: estiver, estiveres, estiver,<br />

estivermos, estiverdes, estiverem;<br />

Fazer<br />

presente do indicativo: faço, fazes, faz, fazemos,<br />

fazeis, fazem;<br />

presente do subjuntivo: faça, faças, faça, façamos,<br />

façais, façam;<br />

pretérito perfeito do indicativo: fiz, fizeste, fez,<br />

fizemos, fizestes, fizeram;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fizera,<br />

fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: fizesse, fizesses,<br />

fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem;<br />

futuro do subjuntivo: fizer, fizeres, fizer, fizermos,<br />

fizerdes, fizerem.<br />

Seguem esse modelo desfazer, liquefazer e satisfazer.<br />

Os particípios desse verbo e seus derivados são<br />

irregulares: feito, desfeito, liquefeito, satisfeito, etc.<br />

Haver<br />

presente do indicativo: hei, hás, há, havemos, haveis,<br />

hão;<br />

presente do subjuntivo: haja, hajas, haja, hajamos,<br />

hajais, hajam;<br />

pretérito perfeito do indicativo: houve, houveste,<br />

houve, houvemos, houvestes, houveram;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: houvera,<br />

houveras, houvera, houvéramos, houvéreis, houveram;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: houvesse,<br />

houvesses, houvesse, houvéssemos, houvésseis,<br />

houvessem;<br />

futuro do subjuntivo: houver, houveres, houver,<br />

houvermos, houverdes, houverem.<br />

Ir<br />

presente do indicativo: vou, vais, vai, vamos, ides, vão;<br />

presente do subjuntivo: vá, vás, vá, vamos, vades, vão;<br />

pretérito imperfeito do indicativo: ia, ias, ia, íamos,<br />

íeis, iam;<br />

pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos,<br />

fostes, foram;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora, foras,<br />

fora, fôramos, fôreis, foram;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses,<br />

fosse, fôssemos, fôsseis, fossem;<br />

futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes,<br />

forem.<br />

Poder<br />

presente do indicativo: posso, podes, pode, podemos,<br />

podeis, podem;<br />

presente do subjuntivo: possa, possas, possa,<br />

possamos, possais, possam;<br />

pretérito perfeito do indicativo: pude, pudeste, pôde,<br />

pudemos, pudestes, puderam;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: pudera,<br />

puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: pudesse,<br />

pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, pudessem;<br />

futuro do subjuntivo: puder, puderes, puder,<br />

pudermos, puderdes, puderem.<br />

96


Pôr<br />

presente do indicativo: ponho, pões, põe, pomos,<br />

pondes, põem;<br />

presente do subjuntivo: ponha, ponhas, ponha,<br />

ponhamos, ponhais, ponham;<br />

pretérito imperfeito do indicativo: punha, punhas,<br />

punha, púnhamos, púnheis, punham;<br />

pretérito perfeito do indicativo: pus, puseste, pôs,<br />

pusemos, pusestes, puseram;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: pusera,<br />

puseras, pusera, puséramos, puséreis, puseram;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: pusesse, pusesses,<br />

pusesse, puséssemos, pusésseis, pusessem;<br />

futuro do subjuntivo: puser, puseres, puser, pusermos,<br />

puserdes, puserem.<br />

Todos os derivados do verbo pôr seguem exatamente esse<br />

modelo: antepor, compor, contrapor, decompor, depor,<br />

descompor, dispor, expor, impor, indispor, interpor, opor,<br />

pospor, predispor, pressupor, propor, recompor, repor,<br />

sobrepor, supor, transpor são alguns deles.<br />

Querer<br />

presente do indicativo: quero, queres, quer, queremos,<br />

quereis, querem;<br />

presente do subjuntivo: queira, queiras, queira,<br />

queiramos, queirais, queiram;<br />

pretérito perfeito do indicativo: quis, quiseste, quis,<br />

quisemos, quisestes, quiseram;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: quisera,<br />

quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: quisesse,<br />

quisesses, quisesse, quiséssemos, quisésseis, quisessem;<br />

futuro do subjuntivo: quiser, quiseres, quiser,<br />

quisermos, quiserdes, quiserem;<br />

Saber<br />

presente do indicativo: sei, sabes, sabe, sabemos,<br />

sabeis, sabem;<br />

presente do subjuntivo: saiba, saibas, saiba, saibamos,<br />

saibais, saibam;<br />

pretérito perfeito do indicativo: soube, soubeste,<br />

soube, soubemos, soubestes, souberam;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: soubera,<br />

souberas, soubera, soubéramos, soubéreis, souberam;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: soubesse,<br />

soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis,<br />

soubessem;<br />

futuro do subjuntivo: souber, souberes, souber,<br />

soubermos, souberdes, souberem.<br />

Ser<br />

presente do indicativo: sou, és, é, somos, sois, são;<br />

presente do subjuntivo: seja, sejas, seja, sejamos,<br />

sejais, sejam;<br />

pretérito imperfeito do indicativo: era, eras, era,<br />

éramos, éreis, eram;<br />

pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos,<br />

fostes, foram;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora, foras,<br />

fora, fôramos, fôreis, foram;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses,<br />

fosse, fôssemos, fôsseis, fossem;<br />

futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes,<br />

forem.<br />

As segundas pessoas do imperativo afirmativo são: sê (tu)<br />

e sede (vós).<br />

Ter<br />

presente do indicativo: tenho, tens, tem, temos, tendes,<br />

têm;<br />

presente do subjuntivo: tenha, tenhas, tenha,<br />

tenhamos, tenhais, tenham;<br />

pretérito imperfeito do indicativo: tinha, tinhas, tinha,<br />

tínhamos, tínheis, tinham;<br />

pretérito perfeito do indicativo: tive, tiveste, teve,<br />

tivemos, tivestes, tiveram;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: tivera,<br />

tiveras, tivera, tivéramos, tivéreis, tiveram;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: tivesse, tivesses,<br />

tivesse, tivéssemos, tivésseis, tivessem;<br />

futuro do subjuntivo: tiver, tiveres, tiver, tivermos,<br />

tiverdes, tiverem.<br />

Seguem esse modelo os verbos ater, conter, deter, entreter,<br />

manter, reter.<br />

Trazer<br />

presente do indicativo: trago, trazes, traz, trazemos,<br />

trazeis, trazem;<br />

presente do subjuntivo: traga, tragas, traga, tragamos,<br />

tragais, tragam;<br />

pretérito perfeito do indicativo: trouxe, trouxeste,<br />

trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: trouxera,<br />

trouxeras, trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram;<br />

futuro do presente: trarei, trarás, trará, etc.;<br />

futuro do pretérito: traria, trarias, traria, etc.;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: trouxesse,<br />

trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis,<br />

trouxessem;<br />

97


futuro do subjuntivo: trouxer, trouxeres, trouxer,<br />

trouxermos, trouxerdes, trouxerem.<br />

Ver<br />

presente do indicativo: vejo, vês, vê, vemos, vedes,<br />

veem;<br />

presente do subjuntivo: veja, vejas, veja, vejamos,<br />

vejais, vejam;<br />

pretérito perfeito do indicativo: vi, viste, viu, vimos,<br />

vistes, viram;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: vira, viras,<br />

vira, víramos, víreis, viram;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: visse, visses,<br />

visse, víssemos, vísseis, vissem;<br />

futuro do subjuntivo: vir, vires, vir, virmos, virdes,<br />

virem.<br />

Seguem esse modelo os derivados antever, entrever,<br />

prever, rever. Prover segue o modelo acima apenas no<br />

presente do indicativo e seus tempos derivados; nos<br />

demais tempos, comporta-se como um verbo regular da<br />

segunda conjugação.<br />

Vir<br />

presente do indicativo: venho, vens, vem, vimos,<br />

vindes, vêm;<br />

presente do subjuntivo: venha, venhas, venha,<br />

venhamos, venhais, venham;<br />

pretérito imperfeito do indicativo: vinha, vinhas,<br />

vinha, vínhamos, vínheis, vinham;<br />

pretérito perfeito do indicativo: vim, vieste, veio,<br />

viemos, viestes, vieram;<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: viera,<br />

vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram;<br />

pretérito imperfeito do subjuntivo: viesse, viesses,<br />

viesse, viéssemos, viésseis, viessem;<br />

futuro do subjuntivo: vier, vieres, vier, viermos,<br />

vierdes, vierem;<br />

particípio e gerúndio: vindo.<br />

Seguem esse modelo os verbos advir, convir, desavir-se,<br />

intervir, provir, sobrevir.<br />

O emprego do infinitivo não obedece a regras bem<br />

definidas.<br />

O impessoal é usado em sentido genérico ou indefinido,<br />

não relacionado a nenhuma pessoa, o pessoal refere-se às<br />

pessoas do discurso, dependendo do contexto.<br />

Recomenda-se sempre o uso da forma pessoal se for<br />

necessário dar à frase maior clareza e ênfase.<br />

Usa-se o impessoal:<br />

sem referência a nenhum sujeito: É proibido fumar na<br />

sala;<br />

nas locuções verbais: Devemos avaliar a sua situação;<br />

quando o infinitivo exerce função de complemento de<br />

adjetivos: É um problema fácil de solucionar;<br />

quando o infinitivo possui valor de imperativo - Ele<br />

respondeu: "Marchar!"<br />

Usa-se o pessoal:<br />

quando o sujeito do infinitivo é diferente do sujeito da<br />

oração principal: Eu não te culpo por saíres daqui;<br />

quando, por meio de flexão, se quer realçar ou<br />

identificar a pessoa do sujeito: Foi um erro responderes<br />

dessa maneira;<br />

quando queremos determinar o sujeito (usa-se a 3ª<br />

pessoa do plural): - Escutei baterem à porta.<br />

Fonte: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/verbo<br />

EXERCÍCIOS<br />

1- Relacione corretamente os parênteses de acordo com<br />

ideia que se passa nos verbos destacados das frases<br />

abaixo:<br />

(1) fato habitual no presente<br />

(2) fato que se processa no exato momento da fala<br />

(3) fato concluído no passado<br />

(4) fato interrompido no passado<br />

(5) fato habitual no passado<br />

(6) ação que ocorre anteriormente a outra no passado<br />

(7) indica um passado remoto<br />

a) Ontem, eu estudei ( ) para a prova do professor Jorge.<br />

b) Terminei ( ) os trabalhos de casa pela manhã.<br />

c) Neste exato momento, estou ( ) no colégio, tendo aula<br />

de português.<br />

d) Todos os dias leio ( ) a bíblia.<br />

e) Faço ( ) minhas caminhadas todas as manhãs.<br />

f) Eu tomava ( ) meu café, quando você me ligou.<br />

g) Eu estudava ( ) para a prova quando meu colega<br />

chegou.<br />

h) Antigamente eu soltava ( ) pipa e jogava ( ) bola<br />

descalço na rua.<br />

i) Quando garoto, tu sempre acordavas ( ) cedo para ir<br />

à escola.<br />

j) O Brasil fora ( ) descoberto em 1500.<br />

k) O Brasil conquistara ( ) sua independência em 1822.<br />

l) Hoje de manhã, nós fomos ao Hiper, mas, antes,<br />

passáramos ( ) no escritório do doutor Gouveia.<br />

m) Antes que eu percebesse, tu mudaras ( ) as peças do<br />

xadrez.<br />

98


2- Continue fazendo a correspondência adequada entre os<br />

verbos e as ideias contidas nos parênteses:<br />

(1) ação correta no futuro<br />

(2) fato futuro provável que gerará uma outra ação futura<br />

(3) fato futuro em relação a um passado hipotético<br />

(4) fato presente expresso com polidez<br />

(5) passado hipotético que geraria uma ação posterior.<br />

(6) fato provável ou hipotético no presente<br />

a) Todos querem que eu estude ( ) e passe ( ) em<br />

Medicina.<br />

b) Passarás ( ) no vestibular, com fé em Deus!.<br />

c) Faremos ( ) a prova de <strong>Português</strong> semana que vem.<br />

d) Ontem sonhei com os números da mega sena; se eu<br />

apostasse ( ), ganharia ( ) sozinho a bolada.<br />

e) Quando vós estudardes ( ) passareis ( ) no<br />

vestibular.<br />

f) João quer que toquemos ( ) no festival de Música.<br />

g) Eu gostaria ( ) de falar com Marisa, se possível.<br />

h) Você me emprestaria ( ) sua caneta?<br />

i) Quando tu depositares ( ) o dinheiro na conta,<br />

pagarás ( ) os juros.<br />

j) Vós estudareis ( ) para o vestibular ano que vem.<br />

l) Acertaríamos ( ) a questão se escutássemos ( ) a<br />

dica do professor.<br />

3- Faça a conjugação verbal adequada dos seguintes<br />

verbos entre parênteses:<br />

1) O técnico __________ muito bem o jogo da<br />

arquibancada. (ver – presente do Ind.)<br />

2) Os torcedores ________ muito bem o jogo da<br />

arquibancada. (ver – presente do Ind.)<br />

3) Eles _______ para o almoço hoje. (vir – presente do<br />

Ind.)<br />

4) ________, por meio deste, reivindicar nossos direitos.<br />

(vir – presente do Ind.)<br />

5) Nós não _________ o professor na sala. (ver – pretérito<br />

perfeito do Ind.)<br />

6) Ninguém _______ culpa disso. (ter – presente do Ind.)<br />

7) Os estudantes ________ muita força de vontade. (ter –<br />

presente do Ind.)<br />

8) Ninguém _______ na melhora dessa situação. (crer –<br />

presente do Ind.)<br />

9) Mariazinha _______ muito bem. (ler – presente do<br />

Ind.)<br />

10) José e João _______ muito mal. (ler – presente do<br />

Ind.)<br />

11) Todos _______ que a crise financeira acabará. (crer –<br />

presente do Ind.)<br />

12) Ele _______ os documentos na gaveta. (pôr – pretérito<br />

perfeito do Ind.)<br />

13) Quando ele ________ o dinheiro na conta, avise-me.<br />

(pôr – futuro do Subj.)<br />

14) Os candidatos ___________ as provas ontem. (fazer<br />

– pretérito do Ind.)<br />

15) Tu __________ um bom trabalho. (fazer – pretérito<br />

perfeito do Ind.)<br />

16) Quero que vocês _________ o máximo de si no<br />

vestibular. (dar – presente do Subj.)<br />

17) Eu ___________ falar com o prefeito, se possível.<br />

(querer – futuro do pretérito do Ind.)<br />

18) Os economistas ____________ a crise econômica.<br />

(antever – pretérito perfeito do Ind.)<br />

19) Ninguém ___________ que isso aconteceria. (prever<br />

– pretérito perfeito do Ind.)<br />

20) Ninguém ___________ na situação. (intervir –<br />

pretérito perfeito do Ind.)<br />

21) Os policiais ___________ no tumulto generalizado.<br />

(intervir – pretérito perfeito do Ind.)<br />

22) Ele __________ a prova várias vezes. (reler –<br />

pretérito perfeito do Ind.)<br />

23) Até o presente momento, o réu ___________ a calma<br />

em juízo. (manter – presente do Ind.)<br />

24) As testemunhas ____________ a calma até o presente<br />

momento no tribunal. (manter – presente do Ind.)<br />

25) O fiscal _____________ as mercadorias dos feirantes.<br />

(reter - pretérito perfeito do Ind.)<br />

26) Os trabalhadores _____________ os dias de greve<br />

neste mês. (repor – pretérito perfeito do Ind.)<br />

4- Idem:<br />

1) Eu não ___________ nessa roupa. (caber – presente do<br />

Ind.)<br />

2) Você não _________ nada, mas eu __________. (valer<br />

– presente do Ind.)<br />

3) Quero que você, meu filho, __________ alguma coisa<br />

nessa vida. (valer – presente do Subj.)<br />

4) Os investidores não se ________________ com o<br />

investimento do governo na economia. (satisfazer –<br />

pretérito perfeito do Ind.)<br />

5) Quando você o ________, ligue-me imediatamente.<br />

(ver – futuro do Subj.)<br />

6) Quando você ________, traga-me seu caderno. (vir –<br />

futuro do Subj.)<br />

7) Assim que nós _____________ esse filme,<br />

devolveremos o DVD. (rever – futuro do Subj.)<br />

99


8) O preso foi posto em liberdade antes que o advogado<br />

_____________ recurso junto ao Tribunal (interpor –<br />

pretérito imperfeito do Subj.)<br />

9) No comício ontem realizado em São Paulo, a polícia<br />

_____________ para restabelecer a ordem. (intervir –<br />

pretérito perfeito)<br />

10) Quando ele ______________ a canção, todos ficarão<br />

boquiabertos. (compor – futuro do subjuntivo)<br />

11) Quer o médico que você ____________ de carne.<br />

(abster-se – presente do Subj.)<br />

12) Varela sempre ____________ os debates da tevê<br />

Itapoan. (mediar – presente do Ind.)<br />

13) Pode deixar, que eu _____________ nessa situação<br />

por você. (intermediar – presente do Ind.)<br />

14) Tu _____________ agora um completo imbecil para<br />

o cargo. (nomear – presente do Ind.)<br />

15) Nós ______________ com nossos filhos no parque.<br />

(passear – presente do Ind.)<br />

16) A Lua e as estrelas ________________ a noite.<br />

(clarear – presente do Ind.)<br />

17) O padeiro quer que o forno ______________<br />

rapidamente. (incendiar – presente do Subj.)<br />

18) As respostas ______________ conforme as<br />

perguntas. (variar – presente do Ind.)<br />

19) É preciso que ele _________________ agora.<br />

(remediar – presente do Subj.)<br />

20) Foram convidados para que _________________ os<br />

vencedores. (premiar – presente do Subj.)<br />

21) É bom que tu ______________ tudo até o fim.<br />

(saborear – presente do Subj.)<br />

22) ___________ (pegar – Imperativo Afirmativo) tuas<br />

coisas e não ____________ (voltar – Imperativo<br />

Negativo) mais aqui.<br />

23) ____________ para Caixa você também. (vir –<br />

Imperativo Afirmativo)<br />

24) Não ___________ com a boca cheia, meu filho! (falar<br />

– Imperativo Negativo)<br />

25) ___________ o que eu te digo sem reclamares. (fazer<br />

– Imperativo Afirmativo)<br />

26) ___________ o que queres agora! (dizer – Imperativo<br />

Afirmativo)<br />

1- Observe:<br />

EXERCÍCIOS COMPLENTARES<br />

I. Eu venho pensando em exercer atividades no campo da<br />

fiscalização.<br />

II. Vi quando você apreendeu a mercadoria.<br />

III. Não vá dizer que não foi orientado no tocante às<br />

formas tributárias.<br />

Os verbos em negrito têm, no plural, as seguintes formas:<br />

a) Vimos, vimos, ide<br />

b) Viemos, vimos, vades<br />

c) Viemos, vimos ides<br />

d) Vimos, vimos, vão<br />

e) Vimos, viemos, vão<br />

2- Assinale a frase em que aparece o pretérito perfeito do<br />

verbo ser:<br />

a) Carla e eu fomos ao baile de vestido vermelho.<br />

b) Fui muito feliz.<br />

c) Seria interessante se ficasses calado.<br />

d) Fui ao hospital visitar o meu amigo.<br />

3- Se você _______, e o seu amigo ________, talvez você<br />

______ esses bens.<br />

a) Requisesse, intervisse, reavesse<br />

b) Requeresse, intervisse, reavesse<br />

c) Requeresse, interviesse, reouvesse<br />

d) Requeresse, interviesse, reavesse<br />

e) Requisesse, interviesse, reouvesse<br />

4- Aponte a opção que preenche corretamente os espaços:<br />

Ela _______ tal acidente.<br />

Ele _______ na discussão.<br />

Nós _______ de carro. (presente)<br />

Se você _______ distância daquele sujeito, todos o<br />

aplaudirão.<br />

a) Preveu, interviu, viemos, manter<br />

b) Preveu, interveio, vimos, manter<br />

c) Previu, interviu, viemos, mantiver<br />

d) Previu, interveio, vimos, mantiver<br />

5- Sem que ninguém ________, o próprio menino se<br />

_______ contra as más companhias.<br />

a) Intevisse – precaviu<br />

b) Intervisse – precaveu<br />

c) Interviesse – precaveu<br />

d) Interviesse – precaviu<br />

e) Intervisse – precouve<br />

6- Assinale a alternativa em que há erro na forma verbal:<br />

a) Se a testemunha depor favoravelmente, o réu será<br />

absolvido.<br />

b) Eu esperava que ele reouvesse os bens.<br />

c) Se você se mantiver calmo, poderemos conversar.<br />

100


d) Praz-me muito a sua presença.<br />

e) Quando virem isso, descobrirão tudo.<br />

7- Indique a série que contém as formas do futuro do<br />

subjuntivo, na mesma pessoa gramatical, relativas às<br />

formas assinaladas no segmento: “Venho de longe e vou<br />

para longe: e não vi nada, porque as ervas cresceram e as<br />

serpentes andaram”.<br />

a) Vier – for – vir<br />

b) Vir – ir – ver<br />

c) Vir – vier – vir<br />

d) Vier – ir – vir<br />

e) Vir – for – ver<br />

8- Dos verbos seguintes, assinale o único que não<br />

apresenta duplo particípio:<br />

a) Abrir<br />

b) Imprimir<br />

c) Eleger<br />

d) Morrer<br />

e) Enxugar<br />

9- Assinale a alternativa que preenche corretamente as<br />

lacunas:<br />

10-<br />

I. O intruso já tinha sido __________.<br />

II. Não sabia se já haviam sido __________.<br />

III. Mais de uma vez lhe haviam __________ a vida.<br />

IV. A capela ainda não tinha sido __________.<br />

a) Expulsado, coberto, salvo, benzida<br />

b) Expulso, cobrido, salvo, benzida<br />

c) Expulsado, cobrido, salvado, benta<br />

d) Expulso, coberto, salvado, benta<br />

e) Expulsado, cobrido, salvo, benzida<br />

11- Assinale a alternativa em que o verbo está na voz<br />

passiva:<br />

a) Roberto foi ferido por Joaquim.<br />

b) Não vejo nuvens no céu.<br />

c) Roberto feriu-se.<br />

d) Dei-me pressa em voltar.<br />

12- Transpondo para a voz passiva a frase: “A assembleia<br />

aplaudiu com vigor as palavras do candidato”, obtém-se a<br />

forma verbal:<br />

a) Foi aplaudido<br />

b) Aplaudiu-se<br />

c) Foram aplaudidas<br />

d) Estavam aplaudindo<br />

e) Tinha aplaudido<br />

13- Numere a segunda coluna de acordo com a primeira:<br />

(1) Voz passiva sintética<br />

(2) Voz passiva analítica<br />

(3) Voz ativa<br />

(4) Voz reflexiva<br />

( ) Ele está cercado de anjos.<br />

( ) Ele se puniu pelos seus pecados.<br />

( ) Apresentei-o a todos.<br />

( ) Pregam-se botões.<br />

14- Transpondo para a voz passiva a oração: “Esse<br />

engenheiro construirá novas salas”, obtém-se a forma<br />

verbal:<br />

a) São construídas<br />

b) Seriam construídas<br />

c) Fossem construídas<br />

d) Será construída<br />

e) Serão construídas<br />

15- Ele ( ) que lhe ( ) muitas dificuldades, mas, enfim,<br />

( ) a verba para a pesquisa.<br />

a) Receara, opusessem, obtera<br />

b) Receara, opusessem, obtivera<br />

c) Receiara, opusessem, obtivera<br />

d) Receiara, opossem, obtera<br />

e) Receara, opossem, obtera<br />

16- Não te ( ) com essas mentiras que ( ) da ignorância.<br />

a) Aborreça, provém<br />

b) Aborreças, provêm<br />

c) Aborreça, provêem<br />

d) Aborreças, provém<br />

17- “Não fales! Não bebas! Não fujas!” Passando para a<br />

forma afirmativa, teremos:<br />

a) Fala! Bebe! Foge!<br />

b) Fala! Bebe! Fuja!<br />

c) Fala! Beba! Fuja!<br />

d) Fale! Beba! Fuja!<br />

18- Observe a frase: “Se tu _____ que os eleitores chegam<br />

para votar, _____ a porta e _____ - os entrar”.<br />

a) Veres, abre, deixa<br />

b) Veres, abra, deixe<br />

c) Vires, abra, deixa<br />

d) Vires, abre, deixa<br />

e) Virdes, abri, deixai<br />

101


19- Leia a seguinte passagem na voz passiva: “Esses<br />

jogadores foram descobertos pelos técnicos”. Se<br />

passarmos para voz ativa, teremos:<br />

a) Os técnicos descobriam esses jogadores.<br />

b) Os técnicos descobrirão esses jogadores.<br />

c) Os técnicos descobriram esses jogadores.<br />

d) Os técnicos descobririam esses jogadores.<br />

20- “Comprando uma casa maior, você poderá hospedar<br />

os parentes vindos do interior”. As formas verbais<br />

grifadas, no período acima, poderão ser substituídas,<br />

conservando-se o mesmo sentido, por:<br />

a) “Se comprasse” e “que viessem”<br />

b) “Se comprar” e “que vierem”<br />

c) “Embora comprasse” e “que vieram”<br />

d) “Mesmo comprando” e “quando vieram”<br />

21- Assinale a alternativa que preenche corretamente a<br />

lacuna da frase: “O responsável pelo trabalho _____ eu”.<br />

a) É<br />

b) Sou<br />

c) Foi<br />

d) Será<br />

22- Assinale a alternativa que preenche corretamente a<br />

lacuna da frase: “Quer o médico que você se _______ de<br />

carne”.<br />

a) Abstenha<br />

b) Abstêm<br />

c) Abstenhas<br />

d) Absténs<br />

23- Assinale a alternativa que preenche corretamente a<br />

lacuna da frase: “Foste enérgico e _______ tua opinião”.<br />

a) Imposte<br />

b) Impuseste<br />

c) Impusestes<br />

d) Impostes<br />

24- Indique, nas alternativas abaixo, o verbo defectivo:<br />

a) Ser<br />

b) Passear<br />

c) Fazer<br />

d) Abolir<br />

e) Pôr<br />

25- Não _______ (você) as esperanças.<br />

a) Perde<br />

b) Perdes<br />

c) Perca<br />

d) Percas<br />

e) Perda<br />

26- A primeira pessoa do singular do presente do<br />

subjuntivo do verbo trazer é:<br />

a) Trague<br />

b) Trago<br />

c) Não pode ser conjugado<br />

d) Trouxesse<br />

e) Traga<br />

27- É importante que você _________ preparado.<br />

a) Esteja<br />

b) Esteje<br />

c) Estejes<br />

d) Estejas<br />

e) Estege<br />

28- Assinale a alternativa que preenche corretamente as<br />

lacunas da frase: “Quando você o ________, __________<br />

que já concluímos o trabalho.<br />

a) Ver, diga-lhe<br />

b) Ver, diz-lhe<br />

c) Vir, dize-lhe<br />

d) Vir, diga-lhe<br />

29- Transpondo para a voz passiva a oração: “O menino<br />

ia assinalando as respostas”, obtém-se a forma verbal:<br />

a) Foram assinaladas<br />

b) Tinham sido assinaladas<br />

c) Iam sendo assinaladas<br />

d) Eram assinaladas<br />

e) Estavam assinaladas<br />

30- Assinale a opção em que a forma verbal não tem valor<br />

imperativo.<br />

a) “Lança teu grito ao vento da procela”.<br />

b) “Bandeira – talvez rasgue-te a metralha”.<br />

c) “Ergue-te, ó luz! – estrela para o povo”.<br />

d) “Traze a bênção de Deus ao cativeiro”.<br />

e) “Levanta a Deus do cativeiro o grito”.<br />

31- Assinale a alternativa incorreta quanto à<br />

correspondência entre a voz passiva analítica e a voz<br />

passiva sintética.<br />

a) Seriam uniformizados os padrões de gosto. /<br />

Uniformizar-se-iam os padrões de gosto.<br />

b) Fora conhecida a formação dos habitantes de todas as<br />

regiões do país. / Conhecera-se a formação dos habitantes<br />

de todas as regiões do país.<br />

102


c) O domínio televisivo era provocado pela sobreposição<br />

de imagens visuais. / Provocar-se-á o domínio televisivo<br />

pela sobreposição de imagens visuais.<br />

d) Infelizmente, não serão aceitas as manifestações<br />

culturais. / Infelizmente, não se aceitarão as manifestações<br />

culturais.<br />

31- Dê os tempos, respectivamente, em que se encontram<br />

as seguintes formas verbais compostas:<br />

I- houvéssemos feito<br />

II- tenhamos explicado<br />

III- tens lembrado<br />

IV- haviam trazido<br />

a) Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo – pretérito<br />

perfeito do subjuntivo – pretérito perfeito do indicativo –<br />

pretérito mais-que-perfeito do indicativo<br />

b) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo – pretérito<br />

perfeito do indicativo – pretérito perfeito do subjuntivo –<br />

pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo<br />

c) Pretérito imperfeito do subjuntivo – presente do<br />

subjuntivo – presente do indicativo – pretérito imperfeito<br />

do indicativo<br />

d) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo – presente do<br />

indicativo – presente do subjuntivo – pretérito mais-queperfeito<br />

do subjuntivo<br />

e) Pretérito perfeito do indicativo – pretérito mais-queperfeito<br />

do indicativo – pretérito mais-que-perfeito do<br />

subjuntivo – pretérito perfeito do subjuntivo<br />

32- Em “Basta que ele tenha existido”, a forma verbal está<br />

no:<br />

a) Pretérito perfeito composto do indicativo<br />

b) Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo<br />

c) Presente composto do subjuntivo<br />

d) Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo<br />

e) Pretérito perfeito composto do subjuntivo<br />

33- “Já nessa altura eu tinha pegado a segunda de uma<br />

figueira...” A forma verbal sublinhada pode ser<br />

substituída, sem alteração de sentido, por:<br />

a) Pegaria<br />

b) Pegara<br />

c) Pegava<br />

d) Havia de pegar<br />

e) Tive que pegar<br />

b) Ter sabido<br />

c) Tiver sabido<br />

d) Tenha sabido<br />

e) Souber<br />

35- Marque a opção em que a forma verbal do tempo<br />

composto corresponde à forma verbal do tempo simples,<br />

modificando o modo, na frase a seguir: “Quando eu<br />

cheguei, ela já saíra”.<br />

a) Tinha saído<br />

b) Tenha saído<br />

c) Tem saído<br />

d) Tivesse saído<br />

e) Teria saído<br />

36- “Os infantes não chegariam lá, ou, se chegassem,<br />

seria a duras penas...” As formas verbais compostas<br />

correspondentes às formas simples destacadas são,<br />

respectivamente:<br />

a) Tinha chegado – tivessem chegado<br />

b) Não há – tinha chegado<br />

c) Teriam chegado – têm chegado<br />

d) Terão chegado – tivessem chegado<br />

e) Teriam chegado – não há<br />

37- (UFRJ) A forma verbal “expôs” corresponde à terceira<br />

pessoa do singular do pretérito perfeito simples do<br />

indicativo. Como seria a forma dessa mesma pessoa no<br />

pretérito perfeito composto do indicativo?<br />

a) Havia exposto<br />

b) Tinha exposto<br />

c) Tem exposto<br />

d) Teve exposto<br />

e) Foi exposto<br />

38- (NCE) “... que roubou, ameaçando cortar a garganta<br />

do garoto”. O bom uso do gerúndio requer que sua ação<br />

seja simultânea à do verbo principal, como ocorre nesse<br />

segmento do texto. Assim, é exemplo de mau uso do<br />

gerúndio a frase:<br />

a) O assaltante gritou, abrindo a porta.<br />

b) O motorista acovardou-se, abaixando o vidro.<br />

c) O assaltante entrou, sentando-se no banco traseiro.<br />

d) O marginal ameaçou-o, mostrando a arma.<br />

e) O motorista obedeceu, acelerando o carro.<br />

34- (Fuvest) Passando-se o verbo do trecho: “aquilo que o<br />

auditório já sabe” para o futuro composto do subjuntivo,<br />

obtém-se a forma verbal:<br />

a) Terá sabido<br />

103


104<br />

ADVÉRBIO – EXERCÍCIO<br />

1- Localize e classifique os advérbios e locuções<br />

adverbiais das frases abaixo:<br />

a) Sino que assim badalas, não falas à toa!<br />

b) É o que se murmura por aí, à boca pequena.<br />

c) O Brasil então medrava a olhos vistos.<br />

d) Realmente, há pessoas que são como vitrais de igrejas:<br />

feias por fora, bonitas por dentro.<br />

e) De vez em quando, falavam baixo, trocando segredos à<br />

socapa.<br />

f) Fugiram em carreira pelo vale afora.<br />

g) Onde se demorava mais era na agência do correio, com<br />

certeza, para vigiar a abertura das malas.<br />

h) A linha reta nem sempre é o caminho mais curto entre<br />

dois pontos.<br />

i) Num átimo, cessou de todo o ruído das vozes e ele<br />

entrou a falar à vontade, calma e decididamente.<br />

j) À noite, as águas arrombam a represa: a jusante, o povo<br />

foge em massa, mal agasalhado.<br />

2- Substitua as locuções destacadas pelos advérbios<br />

correspondentes:<br />

a) A máquina trabalha sem interrupção.<br />

b) A patroa repreendeu com aspereza a empregada.<br />

c) Agistes sem flexão e com precipitação.<br />

d) O crime foi praticado com frieza e premeditação.<br />

e) Depois que liquidou as dívidas, foi consolidando<br />

pouco a pouco sua situação econômica.<br />

f) O artista toca e dança ao mesmo tempo.<br />

g) Percebia-se, no olhar vago e distante do proscrito, que<br />

sua alma estava em outro lugar.<br />

h) Não sei onde, mas já sucedeu em algum lugar um<br />

caso assim.<br />

i) É preciso que o homem e a natureza convivam em paz.<br />

j) Joel abriu com displicência o livro e leu um trecho.<br />

EXERCÍCIOS ADICIONAIS MORFOLOGIA<br />

RAÍZES<br />

Diante da minha janela havia uma pedra. Não, não<br />

vou fazer imitação de poesia. Nada tem de poética a<br />

história que vou contar. A pedra de que falo é na verdade<br />

uma imensa pedreira, de topo liso, coberto em alguns<br />

pontos pela vegetação rasteira, uma espécie de enclave<br />

rural em pleno Leblon, onde às vezes cabras pastavam e<br />

onde um galo alucinado insistia em cantar na hora errada,<br />

no início da madrugada. Era o lugar ideal para, nas tardes<br />

de domingo, uma menina se deitar, sentindo nas costas o<br />

calor do sol retido pela pedra, enquanto olhava as pipas<br />

agitando-se no ar. Eu ia com meus irmãos e seus amigos,<br />

quando eles subiam lá para soltar pipa. São só lembranças.<br />

Essa pedra não existe mais. Ou pelo menos não existe<br />

assim, como a descrevo agora, a pedra da minha infância.<br />

Hoje, é uma pedra nua - morta.<br />

Sua base ainda está lá e servirá, pelo que sei, de<br />

fundação para um shopping. Mas a superfície foi toda<br />

raspada, a vegetação desapareceu, a pedreira foi<br />

rebaixada em quatro ou cinco metros, retalhada durante<br />

dois anos por uma orquestra de britadeiras, e nela foram<br />

erguidos os primeiros andares do que seria um<br />

estacionamento.<br />

Assim que começaram a destruir a pedreira, pensei<br />

com alarme numa pequena árvore, uma muda de<br />

amendoeira cujo crescimento árduo eu vinha<br />

acompanhando havia anos. A árvore crescera numa das<br />

laterais da pedra e seu tronco se encorpava, equilibrandose<br />

de forma improvável no paredão íngreme. Eu<br />

admirava sua bravura, tirando seiva de um lugar onde não<br />

havia terra, fazendo um esforço enorme para crescer na<br />

ranhura mínima que encontrara. E caminhei um dia até o<br />

local onde ela crescia, para ver se, com as obras que<br />

tinham começado, a pequena árvore sobreviveria. Mas<br />

cheguei tarde demais. Só encontrei o tronco, decepado.<br />

Em torno, as raízes, que por anos se haviam agarrado à<br />

pedra com tanto esforço, agora condenadas a secar,<br />

inúteis.<br />

O tempo passou. E eu não pensei mais no assunto.<br />

Até que, outro dia, assistindo a um documentário sobre os<br />

talibãs, vi uma inglesa de origem afegã mostrando a foto<br />

de um jardim onde brincava na infância e que fora<br />

destruído pela guerra civil. O documentário, feito antes da<br />

guerra com os Estados Unidos, fora gravado em solo<br />

afegão, e a moça conseguira chegar ao local do tal jardim.<br />

Mas não encontrou nada. A comparação com a foto que<br />

trazia nas mãos era chocante. Todo o verde havia<br />

desaparecido. No meio de um descampado<br />

monocromático, restara apenas o círculo de pedra de uma<br />

velha fonte, seca. E a única coisa que não mudara na<br />

paisagem eram as montanhas, ao fundo, testemunhas da<br />

devastação que - hoje sabemos - estava apenas no<br />

princípio.<br />

Aquela mulher e seu jardim desaparecido me<br />

fizeram pensar na pequena amendoeira que crescera na<br />

pedra e que também fora decepada. E, com isso em mente,<br />

voltei ao ponto do paredão onde ela um dia se agarrara.<br />

Com surpresa, descobri que das raízes deixadas na pedra<br />

surgiam brotos, com folhas de um verde limpo.<br />

A amendoeira teimava em renascer - como talvez<br />

fizesse o jardim afegão -, apesar da fúria dos homens.<br />

(Heloísa Seixas, Domingo, n° 1336)


1- Entre o episódio do jardim da mulher e o da amendoeira<br />

da autora há um(a):<br />

a) Oposição ideológica<br />

b) Contiguidade temporal<br />

c) Paralelismo espacial<br />

d) Semelhança afetiva<br />

e) Diferença de opiniões<br />

2- O título dado ao texto, raízes, se refere:<br />

a) exclusivamente às raízes da amendoeira, que voltaram<br />

a brotar.<br />

b) metaforicamente, a tudo o que nos prende ao passado.<br />

c) às nossas origens raciais e espaciais.<br />

d) às recordações da infância que desaparecem na idade<br />

adulta.<br />

e) a tudo o que amamos e que o tempo levou.<br />

3- “Nada tem de poética a história que vou contar.”; esse<br />

segmento do texto traz implícita a ideia de que só é<br />

poético (a):<br />

a) o tema ligado à vida real<br />

b) a realidade pertencente à vida passada<br />

c) a temática das coisas, seres e fatos harmoniosos<br />

d) a discussão política de fatos atuais<br />

e) a análise dos pensamentos do homem universal<br />

4- “Nada tem de poética a história que vou contar.” A<br />

história contada pela autora tem como ponto de partida<br />

cronológico:<br />

a) a existência de uma pedra diante da janela da autora.<br />

b) a foto de um jardim onde uma afegã brincara na<br />

infância<br />

c) o crescimento de uma pequena amendoeira na pedra<br />

d) a fato de a amendoeira ter sido decepada<br />

e) as lembranças da infância da autora.<br />

5- Sobre o texto é correto afirmar que:<br />

a) A autora, ao se referir ao acontecimento afegão,<br />

retifica fatos da sua história.<br />

b) A infância da autora é recobrada por um fato atual,<br />

referenciado pela existência de um poema.<br />

c) As recordações da infância se materializam de modo<br />

igual no presente, enfatizando somente momentos<br />

positivos.<br />

d) A realidade a que autora se refere mostra-se como<br />

algo deturpado e não condizente com a<br />

contemporaneidade dos fatos.<br />

e) A conclusão a que se chega, após a leitura, é que os<br />

fatos são movidos por ações inevitáveis que tendem a<br />

prejudicar a natureza humana.<br />

6- Sobre os elementos de coesão do texto, é incorreto o<br />

que se diz em:<br />

a) Possuem diferente funcionalidade os vocábulos onde<br />

(1º parágrafo) e onde (4º parágrafo)<br />

b) O título do texto “Raízes” associa-se diretamente à<br />

destruição do jardim afegão e do tronco da amendoeira.<br />

c) Essa (final do 1º parágrafo) e sua (início do 2º) são<br />

elementos modificadores de uma mesma referência<br />

nominal.<br />

d) O pronome cujo (3º parágrafo) pode ser substituído<br />

por da qual com os devidos ajustes no texto.<br />

e) “... e a única coisa que não mudara na paisagem eram<br />

as montanhas” (4º parágrafo) o vocábulo “que”, embora<br />

tenha função substantiva, inicia uma oração adjetiva.<br />

7- “O desenvolvimento das telecomunicações entra em<br />

nova fase, que alguns técnicos denominam como a da<br />

regulação”. Observe a informação divulgada por um dos<br />

editoriais da Folha de São Paulo de 9 de julho de 2000.<br />

O termo “a”, que aparece destacado, possui o mesmo valor<br />

morfológico do fragmento:<br />

a) Os gastos públicos com tecnologias relacionadas à<br />

internet chegam anualmente a nada menos que US$ 500<br />

milhões.<br />

b) Um dos instrumentos é a criação de fundos, a partir de<br />

contribuições das operadoras de telecomunicações.<br />

c) É pouco perto do desafio monumental que se abre com<br />

a atual revolução da informação digitalizada.<br />

d) No Brasil, já há uma proposta de legislação prevendo a<br />

criação de um fundo dessa natureza.<br />

e) A questão mais premente é a de evitar que aumente a<br />

exclusão social.<br />

8- (UFMG) As expressões destacadas correspondem a um<br />

adjetivo, exceto em:<br />

a) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.<br />

b) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.<br />

c) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.<br />

d) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da<br />

caatinga sem fim.<br />

e) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.<br />

9- (UFOP) Em que trecho a seguir a palavra ou segmento<br />

destacados não corresponde a um adjetivo, mas a um<br />

advérbio?<br />

a) ... você vai receber o produto que comprou.<br />

b) ... e sua festa seja completa.<br />

c) Você acertou no produto que escolheu...<br />

d) Quanto mais rápido você enviar...<br />

e) ... construiu a sua história de tradição<br />

105


10- Assinale o item em que a classe da palavra destacada<br />

está correta:<br />

a) Contratei pessoas bastantes para o cargo de que<br />

precisava. – adjetivo<br />

b) Tais palavras não me ofendem. – numeral<br />

c) Iracema tinha os cabelos mais negros que a asa da<br />

graúna. – advérbio de intensidade<br />

d) Moro num bairro onde não passa ônibus. – advérbio de<br />

lugar<br />

e) Só vocês fizeram as provas. – advérbio de modo<br />

estancada. Essa alteração expressa uma nova noção a<br />

partir do seguinte recurso gramatical:<br />

a) Flexão de gênero<br />

b) Emprego de estrutura passiva<br />

c) Complemento do nome “palavra”<br />

d) Correção da concordância nominal<br />

e) Indicação de uma circunstância de modo<br />

13- Leia:<br />

Texto para a questão 11<br />

106<br />

11- Sobre a tirinha acima, leia as afirmações a seguir:<br />

I- O verbo “vir”, no 1º quadrinho, indica uma hipótese<br />

futura.<br />

II- O verbo “baterei” é uma ação futura que toma o<br />

passado como referência de realização.<br />

III- Todos os verbos do 2º quadrinho se encontram no<br />

modo Subjuntivo.<br />

IV- A conjugação de “não deixa”, no 2º quadrinho,<br />

apresenta-se como inadequada, inexistindo tal<br />

forma no Imperativo negativo.<br />

De acordo com a Gramática, estão corretas as afirmações<br />

contidas em<br />

a) I e II<br />

b) II e III<br />

c) III e IV<br />

d) I e IV<br />

e) I, III e IV<br />

12- Leia:<br />

Rios sem discurso<br />

Em situação de poço, a água equivale<br />

A uma palavra em situação dicionária:<br />

Isolada, estanque no poço dela mesma,<br />

E porque assim estanque, estancada;<br />

(João Cabral de Melo Neto. Antologia Poética)<br />

Na qualificação progressiva da palavra água, feita pela<br />

primeira estrofe, dá-se a alteração de estanque para<br />

Não se infere da leitura do texto que este<br />

a) Relaciona conteúdo escolar ao contexto educacional<br />

desfavorável.<br />

b) Demonstra caráter crítico social, não isentando de<br />

responsabilidade a figura do estudante.<br />

c) Apesar de não referenciar no discurso a quem se refere<br />

a ideia do “eles”, fica evidente a quem se destina a crítica.<br />

d) Os tempos verbais evidenciados no texto expõem desde<br />

a origem às previsões futuras desfavoráveis em relação a<br />

todas as pessoas do discurso citadas.<br />

e) Apesar da crítica próxima de fatos do cotidiano, o texto<br />

apresenta marcas linguísticas próprias da formalidade, o<br />

que se nota na exatidão das conjugações verbais como<br />

esperado.<br />

TEXTO II (para as questões 14 a 21)<br />

O MEDO SOCIAL<br />

No Rio de Janeiro, uma senhora dirigia seu<br />

automóvel com o filho ao lado. De repente foi assaltada<br />

por um adolescente, que a roubou, ameaçando cortar a<br />

garganta do garoto. Dias depois, a mesma senhora<br />

reconhece o assaltante na rua. Acelera o carro, atropela-o<br />

e mata-o, com a aprovação dos que presenciaram a cena.


Verídica ou não, a história é exemplar. Ilustra o que é a<br />

cultura da violência, a sua nova feição no Brasil.<br />

Ela segue regras próprias. Ao expor as pessoas a<br />

constantes ataques à sua integridade física e moral, a<br />

violência começa a gerar expectativas, a fornecer padrões<br />

de respostas. Episódios truculentos e situações-limite<br />

passam a ser imaginados e repetidos com o fim de<br />

caucionar a ideia de que só a força resolve conflitos. A<br />

violência torna-se um item obrigatório na visão de mundo<br />

que nos é transmitida. Cria a convicção tácita de que o<br />

crime e a brutalidade são inevitáveis. O problema, então,<br />

é entender como chegamos a esse ponto. Como e por que<br />

estamos nos familiarizando com a violência, tornando-a<br />

nosso cotidiano.<br />

Em primeiro lugar, é preciso que a violência se<br />

torne corriqueira para que a lei deixe de ser concebida<br />

como o instrumento de escolha na aplicação da justiça.<br />

Sua proliferação indiscriminada mostra que as leis<br />

perderam o poder normativo e os meios legais de coerção,<br />

a força que deveriam ter. Nesse vácuo, indivíduos e<br />

grupos passam a arbitrar o que é justo ou injusto, segundo<br />

decisões privadas, dissociadas de princípios éticos válidos<br />

para todos. O crime é, assim, relativizado em seu valor de<br />

infração. Os criminosos agem com consciências felizes.<br />

Não se julgam fora da lei ou da moral, pois conduzemse<br />

de acordo com o que estipulam ser o preceito<br />

correto. A imoralidade da cultura da violência consiste<br />

justamente na disseminação de sistemas morais<br />

particularizados e irredutíveis a ideais comuns, condição<br />

prévia para que qualquer atitude criminosa possa ser<br />

justificada e legítima.<br />

(Jurandir Freire Costa)<br />

Vocabulário:<br />

caucionar: dar em garantia, assegurar-se com caução<br />

(cautela, garantia)<br />

tácita: silencioso, o que não se expressa por palavras,<br />

subentendido<br />

coerção: ato de coagir, repressão<br />

vácuo: vazio, que não contém nada<br />

14- É correto o que se afirme sobre o texto em:<br />

a) Os indivíduos da sociedade agem de forma violenta<br />

quando não conhecem as leis que servem de coerção para<br />

suas ações.<br />

b) As pessoas têm posto em prática, no seu cotidiano,<br />

ações de brutalidade com o intuito de saciar um senso de<br />

justiça que julgam pertinente.<br />

c) A sociedade tem ficado à mercê de ações violentas que<br />

são reflexo da desigualdade social no país.<br />

d) Desenvolvem tendências a atos violentos indivíduos<br />

que são perturbados por traumas de infância.<br />

e) O exemplo citado no primeiro parágrafo é uma exceção<br />

apresentada pelo autor para o problema de que trata.<br />

15- “No Rio de Janeiro, uma senhora dirigia seu<br />

automóvel com o filho ao lado. De repente foi assaltada<br />

por um adolescente,...” a passagem do pretérito<br />

imperfeito para o pretérito perfeito marca a mudança de:<br />

a) Um texto descritivo para um texto narrativo<br />

b) A fala do narrador para a fala do personagem<br />

c) Um tempo passado para um tempo presente<br />

d) Um tempo presente para um tempo passado<br />

e) A mudança de narrador<br />

16- A narrativa contida no primeiro parágrafo tem a<br />

função textual de:<br />

a) Exemplificar algo que vai ser explicado depois.<br />

b) Justificar a reação social contra na violência.<br />

c) Despertar a atenção do leitor para o problema da<br />

violência.<br />

d) Mostrar a violência nas grandes cidades.<br />

e) Relatar algo que vai justificar uma reação social.<br />

17- Uma ideia não contida no texto é:<br />

a) A violência cria regras próprias.<br />

b) Os criminosos agem segundo regras particulares.<br />

c) A violência aparece socialmente justificada.<br />

d) A violência aparece como algo inevitável.<br />

e) A violência requer uma ação governamental eficiente.<br />

18- Segundo o texto, para que a lei deixe de ser o remédio<br />

contra a violência, é necessário:<br />

a) Que as leis se tornem obsoletas. (não utilizáveis)<br />

b) Que os governos cuidem dos problemas.<br />

c) Que a violência se banalize.<br />

d) Que os marginais se tornem audaciosos.<br />

e) Que a violência crie regras próprias.<br />

19- “Nesse vácuo, indivíduos e grupos passam a arbitrar o<br />

que é justo ou injusto...”; o comentário correto sobre esse<br />

segmento do texto é:<br />

a) O vácuo referido é o espaço vago deixado pela ação<br />

governamental.<br />

b) Indivíduos e grupos passam a tomar a lei em suas mãos.<br />

c) A justiça acaba sendo determinada pelos marginais.<br />

d) A injustiça acaba por elaborar as leis.<br />

e) Passa a vigorar a lei do mais esperto.<br />

107


20- “Episódios truculentos e situações-limite passam a ser<br />

imaginados e repetidos com o fim de...”; a reescrita do<br />

trecho anterior, mantendo seu sentido inicial e de voz<br />

passiva é:<br />

a) Passam a se imaginar e a se repetir episódios<br />

truculentos e situações-limite...<br />

b) Imagina-se e repete-se episódios truculentos e<br />

situações-limite...<br />

c) Imaginam episódios truculentos e situações-limite...<br />

d) Imaginaram episódios truculentos e situações-limite...<br />

e) Deve-se imaginar episódios truculentos e situaçõeslimite...<br />

21- “Não se julgam fora da lei ou da moral, pois<br />

conduzem-se de acordo com o que estipulam ser o<br />

preceito correto.” Sobre o trecho em destaque, é correto<br />

o que se diz em: (o trecho se encontra destacado no texto)<br />

a) As ações verbais presentes no fragmento acima “se<br />

julgam” e “conduzem-se” se referem no texto a um sujeito<br />

mencionado no período anterior.<br />

b) Os verbos no fragmento transmitem a ideia de voz<br />

passiva na frase.<br />

c) O fragmento se encontra na voz ativa, sendo o sujeito<br />

indeterminado.<br />

d) O trecho acima equivale a “julgaram os criminosos e<br />

os conduziram como foras da lei”.<br />

e) O fragmento se apresenta de forma errada, pois os<br />

verbos deveriam estar no singular para concordar com o<br />

sujeito “O medo social”.<br />

Texto III (para análise da questão 22)<br />

O GLOBO (13/07/01)<br />

A imprensa brasileira vem noticiando uma<br />

proposta milionária do Lázio da Itália, que pretende<br />

adquirir o passe do zagueiro Juan por 10 milhões de<br />

dólares. Este é o time cuja torcida já agrediu o jogador<br />

brasileiro Antônio Carlos, do Roma, e perdeu o mando de<br />

campo por incitamento racista em pleno estádio.<br />

Aqui fica uma sugestão a este jovem negro, atleta<br />

brasileiro de 22 anos, com um brilhante futuro<br />

profissional: recuse o convite e não troque o Brasil pela<br />

Itália, pois moedas não resgatam a dignidade. Diga não<br />

aos xenófobos e racistas.<br />

22- “A imprensa brasileira vem noticiando...”. Com a<br />

utilização do tempo verbal destacado, o autor do texto<br />

quer referir-se a uma ação que:<br />

a) acaba de terminar<br />

b) acaba de começar<br />

c) se iniciou antes de outra ação passada<br />

d) se iniciou há pouco tempo e permanece no presente<br />

e) se repete no passado e no presente<br />

23- (UFMG) As expressões destacadas correspondem a<br />

um adjetivo, exceto em:<br />

a) Encontrei o comboio de operários que fizeram greve<br />

ontem.<br />

b) Respondia as questões com consciência, à medida<br />

que o tempo passava.<br />

c) O morador da cidade conserva hábitos diferentes do<br />

campesino.<br />

d) Deparei-me com questões que não podiam ser lidas<br />

na prova.<br />

e) Os moradores de Conquista temem a falta de água.<br />

24- Marque a alternativa cujo elemento destacado seja<br />

um determinante do nome.<br />

a) Estudamos muito para a prova de <strong>Português</strong>.<br />

b) Muitos candidatos estão pouco preparados para o<br />

cargo.<br />

c) Não sabia quão inteligente era seu irmão.<br />

d) Com a Lei da Ficha Limpa, vários parlamentares estão<br />

menos seguros da cassação.<br />

e) No comício havia bastantes pessoas.<br />

25- Assinale a alternativa cujo pronome apresente caráter<br />

possessivo.<br />

a) Ao passear pelas Pedrinhas, roubaram-me a carteira.<br />

b) O trabalho, deram-mo para que o fizesse.<br />

c) O casaco, pu-lo no cabide.<br />

d) Houve grande polêmica naquele caso, por isso deramno<br />

por encerrado.<br />

e) Conheci sua prima, a que fez Medicina na USP.<br />

26- Assinale a alternativa que apresenta incorreção<br />

gramatical:<br />

a) Entrego a ti todos os comprovantes de inscrição.<br />

b) Vi-o assim que apareceu no portão.<br />

c) Para eu passar no Vestibular, precisarei “devorar<br />

livros”.<br />

d) Entre eu e tu, há muitos ressentimentos.<br />

e) Esforçar-me-ei para passar em Medicina.<br />

27- Leia:<br />

I- Conheci a cidade cuja cachoeira é famosa.<br />

II- Visitei a cidade onde há muitas cachoeiras.<br />

III- Os que estiverem sem ingresso não poderão entrar.<br />

Sobre as frases anteriores, é incorreto o que se afirma<br />

em:<br />

108


a) Na frase I, a palavra “cuja” pode ser substituída por<br />

“da qual” com os devidos ajustes na frase.<br />

b) A palavra “cuja”, na frase I, estabelece ideia de posse.<br />

c) Na frase II, a palavra “onde” possui natureza<br />

adverbial.<br />

d) Na frase II, “onde” é um pronome relativo para indicar<br />

ideia de lugar ao antecedente.<br />

e) Na frase III, a expressão “Os que” é formada por um<br />

pronome demonstrativo e outro relativo.<br />

Anotações:<br />

28- Marque a alternativa que apresenta erro no uso do<br />

pronome demonstrativo.<br />

a) Neste ano, acontecerão as Olimpíadas de Londres.<br />

b) Nessa semana anterior ao evento realizado, foi que<br />

entregaram a encomenda esperada.<br />

c) Isso aí é trabalho bem feito?<br />

d) Em 1929, aconteceu a Semana de Arte Moderna.<br />

Naquele ano, a história da arte brasileira mudaria<br />

para sempre.<br />

e) Isso que está na minha rua é um trio elétrico.<br />

29- Sobre o uso dos pronomes pessoais oblíquos, é<br />

incorreta a frase:<br />

a) Convidei-lhe para o aniversário e depois o enviei o<br />

convite.<br />

b) Encontrei-o na rua com os colegas.<br />

c) Não lhe havíamos confiado o pagamento das<br />

duplicatas.<br />

d) Desculpamo-nos pelos equívocos do nosso grupo.<br />

e) Vamos massacrá-los na final do campeonato do<br />

colégio.<br />

30- Assinale a alternativa que represente um termo de<br />

Função Adjetiva:<br />

a) Ele partiu assim que amanhecera.<br />

b) Saíra atrasado do trabalho.<br />

c) Respondeu a questão com calma.<br />

d) Em junho, os pobres morrem de frio.<br />

e) ... que corou em manhã de chuva.<br />

109


INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SINTAXE<br />

Enunciado é tudo aquilo que é dito ou escrito. É uma<br />

sequência de palavras de uma língua que costuma ser<br />

delimitada por marcas formais: na fala, pela entonação; na<br />

escrita, pela pontuação. O enunciado está sempre<br />

associado ao contexto em que é produzido.<br />

Sintaxe é o conjunto das regras que determinam as<br />

diferentes possibilidades de associação das palavras da<br />

língua para a formação de enunciados. É função da sintaxe<br />

organizar a estrutura das unidades linguísticas<br />

(sintagmas) que se combinarão em sentenças.<br />

Relações e funções sintáticas<br />

Os enunciados da língua constituem unidades linguísticas<br />

que possuem uma estrutura sintática, ou seja, que<br />

refletem uma organização específica prevista pela língua.<br />

Não são, portanto, o resultado de combinações aleatórias<br />

de palavras. As associações de palavras são sempre<br />

reguladas pela sintaxe, que define as sequências possíveis<br />

no interior dessas estruturas. Para que fique claro o que é<br />

estrutura sintática, é importante compreender as noções de<br />

relação sintática e de função sintática. Observe:<br />

Relações sintáticas<br />

Cláudia comprou um cd dos Titãs.<br />

- Cláudia: agente da ação expressa pelo verbo comprar.<br />

- um cd dos titãs: completa o sentido de comprar.<br />

- dos Titãs: especifica o cd comprado.<br />

São as relações sintáticas estabelecidas entre as palavras<br />

que definem as estruturas possíveis na sintaxe das línguas.<br />

As noções de estrutura e de relação estão, portanto,<br />

intimamente relacionadas.<br />

Só é possível dizer que entre os elementos dos enunciados<br />

já comentados acima se estabelece alguma relação<br />

sintática porque esses elementos desempenham uma<br />

função sintática específica nas estruturas das quais fazem<br />

parte, e no interior das quais entram em relação. Veja:<br />

Funções sintáticas<br />

Cláudia comprou um cd dos Titãs.<br />

- Cláudia: sujeito do verbo comprar.<br />

- comprou um cd dos Titãs: predicado verbal do sujeito<br />

Cláudia.<br />

- um cd dos Titãs: objeto direto de comprar.<br />

- um e dos Titãs: adjuntos adnominais do objeto direto.<br />

No estudo dos enunciados da língua, identificam-se três<br />

unidades que apresentam características estruturais<br />

próprias: a frase, a oração e o período.<br />

Frase é um enunciado linguístico que, independentemente<br />

de sua estrutura ou extensão, traduz um sentido completo<br />

em uma situação de comunicação. O início e o fim da frase<br />

são marcados, na fala, por uma entonação característica e,<br />

na escrita, por uma pontuação específica.<br />

Tipos de frase:<br />

Alguns gramáticos optam por criar uma tipologia de frases<br />

associada à entonação com que elas são enunciadas.<br />

Falam, portanto, em:<br />

- Frases interrogativas: Quando eles vêm nos visitar?<br />

- Frases exclamativas: Que horror!<br />

- Frases declarativas: Hoje está um dia quente.<br />

- Frases imperativas: Façam silêncio!<br />

Oração é um enunciado linguístico que apresenta uma<br />

estrutura caracterizada sintaticamente pela presença<br />

obrigatória de um predicado. O predicado é introduzido,<br />

na língua, por um verbo. Por esse motivo se diz que toda<br />

oração precisa ter um verbo. A oração apresenta, na<br />

maioria dos casos, um sujeito e vários outros termos<br />

(essenciais, integrantes ou acessórios).<br />

Observe:<br />

- Nós compramos livros muito interessantes na Bienal.<br />

- Esses exercícios parecem muito difíceis.<br />

- Chove muito em Manaus.<br />

Período é um enunciado de sentido completo constituído<br />

por uma ou mais orações. O início e o fim do período são<br />

marcados, na fala, pelo uso de uma entonação<br />

característica e, na escrita, pelo uso de uma pontuação<br />

específica, que delimitam sua extensão. O período pode<br />

ser simples (oração absoluta) ou composto (mais de uma<br />

oração).<br />

Observe:<br />

- Os dias de inverno são muito curtos.<br />

- Paulo disse que não viria, mas mudou de idéia, porque<br />

precisa pegar os documentos de sua irmã.<br />

110


Sintaxe do período simples<br />

Período simples:<br />

- Termos essenciais: sujeito e predicado.<br />

- Termos integrantes: objeto direto, objeto indireto,<br />

complemento nominal, agente da passiva.<br />

- Termos acessórios: adjunto adnominal, adjunto<br />

adverbial, aposto.<br />

Os termos essenciais são o sujeito e o predicado,<br />

responsáveis pela estrutura básica da oração. A maioria<br />

das orações apresenta um sujeito e um predicado. Podem<br />

ocorrer orações sem sujeito, mas não sem predicado.<br />

Os termos integrantes têm a função de complementar o<br />

sentido de determinados verbos e nomes. São eles: o<br />

objeto direto e o objeto indireto (complementos<br />

verbais), o complemento nominal e o agente da passiva.<br />

Os termos acessórios modificam ou especificam outros<br />

termos, não sendo fundamentais para a estrutura sintática<br />

das orações. São eles: o adjunto adnominal, o adjunto<br />

adverbial e o aposto. Sua ocorrência nas orações se<br />

justifica por razões de ordem semântica e discursiva.<br />

EXERCÍCIO INICIAL DE SINTAXE<br />

1- Diga em que voz verbal se encontra cada oração a<br />

seguir, apontando, quando possível, o sujeito da frase:<br />

a) Os alunos produziram o trabalho na escola.<br />

b) O trabalho foi produzido pelos alunos na escola.<br />

c) Identificou-se uma falha na segurança do prédio.<br />

d) Alugam-se apartamentos em Copacabana.<br />

e) Precisa-se de engenheiros com experiência.<br />

f) Vive-se bem nesta cidade.<br />

g) O soldado feriu-se com a granada.<br />

h) João e Maria se abraçaram no reencontro.<br />

Sujeito é o termo com o qual o verbo da oração concorda<br />

em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª e 3ª).<br />

TIPOS DE SUJEITO<br />

Os sujeitos das orações podem ser simples ou compostos,<br />

determinados ou indeterminados. Existem também<br />

orações sem sujeito.<br />

Uma noção importante para a análise dos diferentes tipos<br />

de sujeito é a de núcleo de um sintagma.<br />

Núcleo é o termo central de um sintagma (nominal ou<br />

verbal). Outros termos podem ser a eles anexados e<br />

subordinados.<br />

Exemplo:<br />

Os grandes tuiuiús brancos do Pantanal são aves que<br />

devem ser protegidas.<br />

- Os grandes tuiuiús brancos do Pantanal: sujeito da<br />

oração.<br />

- tuiuiús: núcleo do sintagma nominal sujeito.<br />

- Os, grandes, brancos, do Pantanal: termos que<br />

modificam o núcleo do sintagma sujeito, especificando<br />

seu sentido.<br />

Sujeito simples ou composto<br />

Com base na identificação da quantidade de núcleos<br />

apresentados por um sujeito, estabelece-se a diferença<br />

entre o sujeito simples e o sujeito composto. Observe:<br />

- Antônio foi ao cinema.<br />

- Os alunos do segundo ano foram ao cinema.<br />

- Eduardo e Mônica foram ao cinema.<br />

O sujeito simples apresenta um único núcleo, enquanto o<br />

sujeito composto apresenta mais de um núcleo. Com base<br />

na definição, dizemos, portanto, que as duas primeiras<br />

orações apresentam sujeito simples e a terceira, sujeito<br />

composto.<br />

Sujeito oculto ou elíptico<br />

O sujeito, seja ele simples ou composto, pode ser omitido<br />

das orações, quando sua identificação é possível a partir<br />

do contexto ou da flexão de número-pessoa do verbo.<br />

Observe o fragmento:<br />

Através das janelas<br />

Janelas são molduras dos acontecimentos. Testemunham<br />

o tempo e a vida que corre por fora e por dentro. Mostram<br />

e escondem. Quando abertas, fazem a conexão da casa<br />

com a vida lá fora. Fechadas, preservam o lar do frio e<br />

dos olhares externos. (...)<br />

No texto, o sujeito dos verbos destacados é janelas. Esse<br />

termo é explicitado apenas na primeira oração. Nas<br />

orações seguintes, o contexto e a flexão do verbo na 3ª<br />

pessoa do plural permitem identificar o termo janelas (ou<br />

o pronome pessoal equivalente, elas) como o sujeito com<br />

111


112<br />

o qual esses verbos concordam. Nesse caso, diz-se que<br />

ocorreu o sujeito oculto ou elíptico.<br />

Sujeito determinado ou indeterminado<br />

“Disseram que alguns cheques meus voltaram”.<br />

Nas orações acima, só conseguimos identificar o sujeito<br />

(alguns cheques meus) que determina a flexão do<br />

segundo verbo, voltaram. No primeiro caso, observamos<br />

que o verbo disseram está flexionado na 3ª pessoa do<br />

plural, mas não podemos atribuir tal flexão a nenhum<br />

termo presente nas orações.<br />

Esse exemplo ilustra a diferença entre o sujeito<br />

determinado e o sujeito indeterminado.<br />

Sujeito determinado é aquele que vem expresso na<br />

oração ou pode ser identificado pela flexão de númeropessoa<br />

do verbo ou ainda pelo contexto do enunciado<br />

(sujeito presente em outra oração do mesmo período ou do<br />

período antecedente).<br />

Sujeito indeterminado ocorre quando não é possível<br />

identificar um referente explícito na oração (ou no<br />

contexto do enunciado) para a flexão verbal.<br />

Sujeitos constituídos por pronomes indefinidos<br />

apresentam uma indefinição semântica (não se consegue<br />

identificar o referente específico do pronome), mas<br />

sintaticamente estão explícitos na oração e devem ser<br />

considerados determinados. Veja os exemplos:<br />

- Alguém quebrou o vidro da escola.<br />

- Ninguém sabe quando os resultados serão divulgados.<br />

Somente os casos de indeterminação sintática<br />

(impossibilidade de identificar o termo a que se refere o<br />

verbo) é que definem sujeitos indeterminados.<br />

A estrutura sintática dos sujeitos indeterminados<br />

Os sujeitos indeterminados podem ser caracterizados, no<br />

português, por duas estruturas sintáticas.<br />

Verbo transitivo direto flexionado na 3ª pessoa do<br />

plural.<br />

- Incendiaram vários ônibus.<br />

Verbo transitivo indireto, verbo intransitivo ou<br />

verbo de ligação flexionado na 3ª pessoa do singular +<br />

pronome se (índice de indeterminação do sujeito).<br />

- Precisa-se de vendedores.<br />

(verbo transitivo indireto)<br />

- Come-se bem na Itália.<br />

(verbo intransitivo)<br />

- Aqui se está feliz.<br />

(verbo de ligação)<br />

As orações sem sujeito<br />

Há orações que apresentam verbos impessoais, ou seja,<br />

que não se referem a uma pessoa do discurso e que,<br />

portanto, não admitem sujeito.<br />

Oração sem sujeito é aquela que apresenta um verbo<br />

impessoal. Também se diz, nesses casos, que o sujeito é<br />

inexistente.<br />

Tipos de oração sem sujeito<br />

Alguns contextos semânticos específicos criam condições<br />

para que determinados verbos sejam utilizados de modo<br />

impessoal. Observe:<br />

Não há um chamado dos céus. Não há trombetas.<br />

Nem sombra de um anjo anunciador<br />

aparecendo diante de um cenário azul-turquesa. [...]<br />

(SARMATZ, Leandro, Você é artista)<br />

No trecho, os verbos destacados são impessoais, porque<br />

não têm sua flexão de número-pessoa determinada por um<br />

termo específico da oração. A forma gramatical utilizada<br />

para marcar a impessoalidade verbal é a 3ª pessoa do<br />

singular.<br />

Os principais contextos para a inexistência de sujeito em<br />

orações são os seguintes:<br />

Verbos que indicam fenômenos da natureza. Exemplos:<br />

chover, nevar, trovejar, anoitecer, amanhecer, etc.<br />

- Chove muito na região Amazônica.<br />

- No inverno, anoitece mais cedo.<br />

Verbos ser, estar, fazer, haver relacionados a<br />

fenômenos da natureza ou a expressões temporais.<br />

- É ainda muito cedo.<br />

- Está muito tarde.<br />

- Faz dois anos que não vejo meus pais.<br />

- Há séculos que esperamos uma solução para o problema<br />

da fome.


Um caso particular de concordância verbal ocorre com o<br />

uso do verbo ser na indicação de uma hora precisa.<br />

Mesmo impessoal, ele deve concordar em número com a<br />

expressão temporal que o acompanha. Observe:<br />

- É uma hora da tarde.<br />

- São duas horas da madrugada.<br />

Essas orações não têm sujeito, mas a concordância verbal<br />

precisa ser realizada.<br />

Verbo haver no sentido de “existir”.<br />

- Há muitos políticos que só pensam em enriquecer.<br />

- Houve sérios casos de dengue hemorrágica em alguns<br />

estados, recentemente.<br />

- Havia momentos em que o professor não sabia o que<br />

fazer para manter a atenção dos alunos.<br />

É importante lembrar que o verbo existir é pessoal.<br />

Quando ele for utilizado, portanto, deve ser feita a<br />

concordância com o sujeito a que se refere. Observe a<br />

diferença entre o uso do verbo haver (impessoal) e o do<br />

verbo existir (pessoal) em um mesmo contexto sintático.<br />

- Há muitos alunos nessa escola.<br />

- Existem muitos alunos nessa escola.<br />

EXERCÍCIO EXPLICATIVO – SUJEITO<br />

1- Correlacione:<br />

(1) sujeito simples<br />

(2) sujeito composto<br />

(3) sujeito desinencial ou oculto<br />

(4) sujeito indeterminado<br />

(5) sujeito inexistente<br />

a) ( ) Falhamos ao negligenciarmos atendimento aos<br />

mais pobres.<br />

b) ( ) Admitiu-se o erro.<br />

c) ( ) Chegou-se a uma triste conclusão<br />

d) ( ) Faz três meses da volta de Manoel.<br />

e) ( ) Choveram pedras nesta briga terrível.<br />

f) ( ) Ventava todos os dias em Granada.<br />

g) ( ) Desmantelaram mais uma quadrilha na favela do<br />

Vidigal.<br />

h) ( ) O cantor e sua banda não compareceram a outro<br />

espetáculo.<br />

i) ( ) Não se pedem favores nesta firma.<br />

j) ( ) Não se acreditou em nenhuma de suas palavras.<br />

k) ( ) Não voltarão mais para o Brasil meu irmão e sua<br />

esposa.<br />

l) ( ) Juca e Escopeta fugiram da cadeia. Logo depois,<br />

assaltaram ( ) uma lotérica.<br />

2- Nas seguintes orações:<br />

“Pede-se silêncio”; “A caverna anoitecia aos poucos”;<br />

“Fazia um calor tremendo naquela tarde”; o sujeito se<br />

classifica, respectivamente, como:<br />

a) Indeterminado, inexistente, simples;<br />

b) Oculto, simples, inexistente;<br />

c) Inexistente, inexistente, inexistente;<br />

d) Oculto, inexistente, simples;<br />

e) Simples, simples, inexistente.<br />

3- Considerando os verbos HAVER e FAZER assinale a<br />

frase correta:<br />

a) Sempre haverão vozes discordantes.<br />

b) Vão fazer três anos, a contar do momento em que<br />

comecei o projeto.<br />

c) Houveram muitas falhas na operação.<br />

d) Fazem dois anos que não o vejo.<br />

e) Hão de trazer o que me prometeram! Ora, se hão!<br />

4- Entre as frases abaixo, somente uma apresenta sujeito<br />

indeterminado. Assinale-a:<br />

a) Há a marca da vida nas pessoas.<br />

b) Não se necessita de lavadeira.<br />

c) Vai um sujeito pela rua.<br />

d) Não se engomou seu paletó.<br />

e) Pede-se um pouco de paciência.<br />

5- Considerando:<br />

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas<br />

De um povo heroico o brado retumbante...<br />

O sujeito da afirmação com que se inicia o Hino Nacional<br />

é:<br />

a) indeterminado<br />

b) um povo heroico<br />

c) as margens plácidas do Ipiranga<br />

d) do Ipiranga<br />

e) o brado retumbante<br />

113


6- Na oração: “Sabe-se que isso é uma calúnia”; o sujeito<br />

é:<br />

a) Agente<br />

b) Indeterminado<br />

c) Paciente<br />

d) Inexistente<br />

e) Oculto<br />

7- Há crianças sem carinho / Disseram-me a verdade /<br />

Construíram-se represas. Os sujeitos das orações acima<br />

são respectivamente:<br />

a) Inexistente, indeterminado, simples<br />

b) Indeterminado, implícito, indeterminado<br />

c) Simples, indeterminado, indeterminado<br />

d) Inexistente, inexistente, simples<br />

e) Indeterminado, simples, inexistente<br />

11- O segmento do texto que apresenta um sujeito<br />

posposto ao verbo é:<br />

a) Anestesiada e derrotada, a sociedade nem está<br />

percebendo a enorme inversão de valores em curso.<br />

b) Parece aceitar como normal que um grupo de<br />

criminosos estenda faixas pela cidade e nelas fale de paz.<br />

c) Há um coro, embora surdo, que tenta retratar<br />

criminosos como coitadinhos.<br />

d) Coitadinhos e vítimas de um sistema ineficiente, aqui,<br />

são os parentes dos abatidos pela violência.<br />

e) Mas não merecem um micrograma que seja de<br />

privilégios.<br />

Anotações:<br />

8- Qual a alternativa em que há sujeito indeterminado?<br />

a) Comecei a estudar muito tarde para o exame.<br />

b) Em rico estojo de veludo, jazia uma flauta de prata.<br />

c) Soube-se que o proprietário estava doente.<br />

d) Houve muitos feridos no desastre.<br />

e) Julgaram-no incapaz de exercer o cargo.<br />

9- O sujeito é simples e determinado em:<br />

a) Há somente um candidato ao novo cargo, doutor?<br />

b) Vive-se bem ao ar livre.<br />

c) Na reunião de alunos, só havia pais.<br />

d) Que calor, filho!<br />

e) Viam-se eleitores indecisos durante a pesquisa.<br />

10- “O Brasil não conseguirá resolver os problemas da<br />

miséria e da infância abandonada em 1994...”<br />

Se transformarmos esta oração do texto numa oração de<br />

sujeito indeterminado, qual seria uma de suas possíveis<br />

formas?<br />

a) Não conseguiremos resolver os problemas da miséria e<br />

da infância abandonada em 1994.<br />

b) Não se conseguirá resolver os problemas da miséria e<br />

da infância abandonada em 1994.<br />

c) Não se conseguirão resolver os problemas da miséria e<br />

da infância abandonada em 1994.<br />

d) Os problemas da miséria e da infância abandonada não<br />

conseguirão ser resolvidos em 1994.<br />

e) Não conseguirão resolver os problemas da miséria e da<br />

infância em 1994.<br />

114


PREDICADO<br />

É tudo que se declara do sujeito.<br />

Ex: O leão é um animal feroz.<br />

O predicado se classifica em:<br />

1) Nominal: formado por um verbo de ligação e um<br />

predicativo do sujeito, que é seu núcleo. Ex:<br />

Isabel está nervosa.<br />

Está: verbo de ligação<br />

Nervosa: predicativo do sujeito<br />

2) Verbal: formado por um verbo transitivo ou<br />

intransitivo. O verbo é o núcleo do predicado. Ex:<br />

Joana fez os doces.<br />

Fez: verbo transitivo direto.<br />

3) Verbo-nominal: formado por um verbo transitivo ou<br />

intransitivo e um predicativo (do sujeito ou do objeto). Ex:<br />

Joana fez os doces nervosas.<br />

Fez: verbo transitivo direto<br />

Nervosa: predicativo do sujeito.<br />

Observe bem: Joana fez os doces e estava nervosa.<br />

PREDICATIVO<br />

É o termo que atribui ao sujeito uma qualidade, estado,<br />

característica etc. Pode ser:<br />

1) Do sujeito.<br />

Ex: Rodrigo é estudioso. Ela voltou cansada.<br />

2) Do objeto.<br />

Ex: Eu o considero inteligente. (predicativo de o, que é<br />

objeto)<br />

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO<br />

Objeto Direto é o complemento verbal não introduzido<br />

por preposição necessária. Ex:<br />

Comprei um novo aparelho.<br />

Coloquei-o ali.<br />

Ela pegou da agulha. (objeto direto preposicionado)<br />

Observe que, no último exemplo, o verbo não exige a<br />

preposição de por necessidade semântica, sendo, então,<br />

transitivo direto.<br />

O objeto direto pode ainda ser:<br />

1) Pleonástico: repetição do objeto direto.<br />

Ex: Sua irmã, ninguém a viu.<br />

2) Interno ou Cognato: do mesmo campo semântico<br />

linguístico do verbo que, em condições normais, é<br />

intransitivo.<br />

Ex: Tu vives uma vida tranquila.<br />

Objeto Indireto é o complemento verbal iniciado por<br />

uma preposição necessária por uma necessidade<br />

semântica. Ex:<br />

Todos precisam de afeto.<br />

Refiro-me a ela.<br />

O objeto indireto também pode ser pleonástico.<br />

Ex: Ao colega, não lhe diga isso.<br />

Complemento Nominal é o termo preposicionado que<br />

completa o sentido de um substantivo, adjetivo ou<br />

advérbio. Ex:<br />

Tenho medo dos exames. (medo é substantivo)<br />

Estava certo da vitória. (certo é adjetivo)<br />

Agiu contrariamente a meus interesses. (contrariamente é<br />

advérbio)<br />

Obs: Não se confunda o complemento nominal com o<br />

objeto indireto, que também tem preposição. O objeto<br />

completa o sentido de um verbo; o complemento nominal,<br />

de um nome. Ex:<br />

Necessitamos de leis. (objeto indireto)<br />

Temos necessidade de leis. (complemento nominal)<br />

Agente da passiva é o termo que pratica a ação na voz<br />

passiva.<br />

Corresponde ao sujeito da voz ativa. Vem introduzido<br />

pelas preposições por (pelo[s], pela[s]) ou de. Ex:<br />

A história foi contada por vovó. (o sujeito é passivo: a<br />

história)<br />

Mudando a voz do verbo, temos: Vovó contou a história.<br />

O agente da passiva (por vovó) transformou-se no sujeito<br />

da voz ativa (Vovó).<br />

EXERCÍCIO EXPLICATIVO<br />

1- Coloque (1) para quando o verbo indicar ação e (2) para<br />

quando o verbo indicar estado:<br />

a) ( ) Os alunos são estudiosos.<br />

b) ( ) A criança encontra-se triste.<br />

c) ( ) Ele veio para a reunião dos pais.<br />

d) ( ) Os ladrões obedecem às leis.<br />

e) ( ) As pessoas do bairro parecem doentes.<br />

115


f) ( ) O trem chegou atrasado.<br />

g) ( ) As pessoas saíram apressadas do metrô.<br />

h) ( ) Aqui, as coisas continuam horríveis.<br />

i) ( ) O técnico do time anda angustiado com a equipe.<br />

j) ( ) O técnico do time andou pelo gramado do<br />

estádio hoje.<br />

k) ( ) A secretária ficou confusa com os telefonemas.<br />

l) ( ) A secretária ficou no ponto esperando pelo<br />

ônibus.<br />

m) ( ) O aluno está doente.<br />

n) ( ) O aluno está em casa.<br />

Anotações:<br />

2- Dê a classificação dos predicados das orações acima no<br />

caderno:<br />

116


VERBOS SIGNIFICATIVOS E VERBOS DE<br />

LIGAÇÃO<br />

1. Significativos:<br />

1.1 Intransitivo – quando a oração não necessita de um<br />

complemento verbal para que tenha um sentido frasal<br />

pleno.<br />

1.2 Transitivo – quando a oração precisa de um<br />

complemento verbal para completar-lhe o sentido. Os<br />

verbos transitivos podem ser:<br />

a) direto: sem o auxílio de preposição; seu complemento<br />

verbal tem o nome de objeto direto.<br />

b) indireto: com o auxílio da preposição; seu<br />

complemento verbal tem o nome de objeto indireto.<br />

c) direto e indireto: quando se exigem os dois<br />

complementos: um objeto direto e um objeto indireto.<br />

2. De ligação: são aqueles que ligam o sujeito ao seu<br />

predicativo, expressando uma ideia de estado ou<br />

qualidade. A depender do contexto, são verbos de ligação:<br />

ser, estar, parecer, continuar, ficar, andar, permanecer...<br />

Obs: Os verbos que indicam ação (significativos) podem<br />

ser “transitivos ou intransitivos” na oração. Porém, os<br />

verbos que indicam estado serão sempre “verbos de<br />

ligação”.<br />

EXERCÍCIO ADICIONAL DE PREDICADO<br />

1- Coloque (1) para predicativo do sujeito e (2) para<br />

predicativo do objeto:<br />

a) ( ) Nós somos jovens.<br />

b) ( ) Os contribuintes estão desesperados.<br />

c) ( ) Os países ricos consideraram caótica a situação<br />

dos haitianos.<br />

d) ( ) O prefeito anda atordoado com a política.<br />

e) ( ) Os funcionários ficaram presos no elevador.<br />

f) ( ) O cliente qualificou como salgada a comida do<br />

restaurante.<br />

g) ( ) Eles nomearam meu primo diretor.<br />

h) ( ) O povo elegeu-o deputado.<br />

i) ( ) Ronaldinho fez uma partida excepcional.<br />

j) ( ) Teu pai virou juiz de direito.<br />

2- Assinale a passagem onde se indica erroneamente a<br />

predicação do verbo em destaque:<br />

a) Também não cantarei o mundo futuro. (transitivo<br />

direto)<br />

b) Estou preso à vida. (de ligação)<br />

c) Vamos de mãos dadas. (transitivo indireto)<br />

d) Não direi os suspiros ao anoitecer. (transitivo direto)<br />

e) Não fugirei para as ilhas. (intransitivo)<br />

3- Numa oração do tipo: “As meninas assistiram alegres<br />

ao espetáculo”, temos:<br />

a) Predicado verbal<br />

b) Predicado verbo-nominal<br />

c) Predicado nominal<br />

4- Em relação à predicação verbal, marque a opção em que<br />

a classificação apresentada corresponde ao verbo do<br />

respectivo exemplo:<br />

a) Verbo transitivo direto – “...entrava a polícia”.<br />

b) Verbo transitivo direto – “Quer entregar-ma?”<br />

c) Verbo de ligação – “Onde está ela?”<br />

d) Verbo intransitivo – “Ia atrás, pálido, com as mãos<br />

cruzadas nas costas”.<br />

e) Verbo transitivo direto e indireto – “...parava à porta<br />

da rua uma carruagem”.<br />

5- Correlacione corretamente a 1ª coluna de acordo com a<br />

2ª e assinale a opção que corresponde à sequência correta:<br />

( ) Ela anda com muita desenvoltura.<br />

( ) Ele andou ontem pela cidade inteira.<br />

( ) Ele anda extremamente desgastado porque está<br />

trabalhando muito.<br />

( ) O prefeito andou ontem pela cidade muito<br />

preocupado com os engarrafamentos.<br />

1. Predicado nominal<br />

2. Predicado verbal<br />

3. Predicado verbo-nominal<br />

a) 2 – 2 – 1 – 3<br />

b) 1 – 2 – 1 – 3<br />

c) 1 – 2 – 3 – 2<br />

d) 2 – 2 – 3 – 2<br />

e) 3 – 2 – 1 – 2<br />

6- “Mas hoje ele fez um negócio que me deixou<br />

preocupado”... No trecho, a oração sublinhada contém um<br />

predicado:<br />

a) Verbal com Adjunto adverbial de modo.<br />

b) Nominal com predicativo do sujeito.<br />

c) Verbo-nominal com predicativo do objeto indireto.<br />

d) Verbal com adjunto adnominal do objeto direto.<br />

e) Verbo-nominal com predicativo do objeto direto.<br />

117


7- Na oração: “A inspiração é fugaz, violenta”, podemos<br />

afirmar que o predicado é:<br />

a) Verbo-nominal, porque o verbo é de ligação e vem<br />

seguido de dois predicativos.<br />

b) Nominal, porque o verbo é de ligação.<br />

c) Verbal, porque o verbo é de ligação e são atribuídas<br />

duas caracterizações ao sujeito.<br />

d) Verbo-nominal, porque o verbo é de ligação e vem<br />

seguido de dois advérbios de modo.<br />

e) Nominal, porque o verbo tem sua significação<br />

completada por dois nomes que funcionam como adjuntos<br />

adnominais.<br />

8- Observe as duas orações abaixo:<br />

I- Os fiscais ficaram preocupados com o alto índice de<br />

sonegação fiscal.<br />

II- Houve uma sensível queda na arrecadação do ICM em<br />

alguns Estados.<br />

Quanto ao predicado, elas classificam-se,<br />

respectivamente, como:<br />

a) Nominal e verbal<br />

b) Verbo-nominal e verbal<br />

c) Nominal e verbal<br />

d) Verbal e verbo-nominal<br />

e) Verbal e nominal<br />

9- Leia:<br />

I- Pedro está adoentado.<br />

II- Pedro está no hospital.<br />

a) O predicado é verbal em I e II.<br />

b) O predicado é nominal em I e II.<br />

c) O predicado é verbo nominal em I e II.<br />

d) O predicado é verbal em I e nominal em II.<br />

e) O predicado é nominal em I e verbal em II.<br />

EXERCÍCIOS – PREDICATIVO DO SUJEITO E<br />

DO OBJETO<br />

1- Correlacione:<br />

1. Predicativo do sujeito<br />

2. Predicativo do objeto<br />

3. Predicativo preposicionado do sujeito<br />

4. Predicativo preposicionado do objeto<br />

5. Adjunto adnominal<br />

a) ( ) Li um livro bastante interessante.<br />

b) ( ) As crianças especiais da APAE fizeram um lindo<br />

trabalho de arte.<br />

c) ( ) Ele sempre foi muito mal-humorado.<br />

d) ( ) Chamei-os de diferentes.<br />

e) ( ) Eles eram chamados de diferentes por todos.<br />

f) ( ) Encontrei-os mortos.<br />

g) ( ) Bebi uma cerveja geladíssima.<br />

2- Em qual das frases abaixo há um predicativo do objeto?<br />

a) “A viagem era curta”.<br />

b) “... tanto bastou para que ele interrompesse a leitura”.<br />

c) “... e acabou acunhando-me Dom Casmurro”.<br />

d) “... que não gostam dos meus hábitos reclusos e<br />

calados”.<br />

e) “... não cuide que o dispenso do teatro amanhã”.<br />

3- Aponte a opção em que o termo destacado tem a mesma<br />

função sintática que “A lua era magnífica”.<br />

a) “Vede o que não seria com este exército amigo.”<br />

b) “Mas os seus olhos, não; estão aqui, ao pé de mim<br />

(...)”<br />

c) “Rubião parecia totalmente outro”.<br />

d) “..., tendia antes a cercá-las, que a inspirar-lhe novas”.<br />

e) “..., e tudo isso, sem que ele se zangasse, sem que se<br />

fosse embora”.<br />

4- Indique a opção em que o termo destacado não é<br />

predicativo.<br />

a) “As palavras, porém, são mais difíceis”.<br />

b) “... e vêm carregadas de uma vida”.<br />

c) “... vi-me cercada de pessoas”.<br />

d) “... selecionando animadamente e com grande<br />

competência”.<br />

e) “Pareciam pequenas abelhas alegres”.<br />

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO<br />

1- Enumere corretamente de acordo com o código entre<br />

parênteses:<br />

(1) complemento do verbo<br />

(2) complemento do verbo preposicionado<br />

(3) qualidade predicativa do sujeito<br />

(4) circunstância adverbial<br />

a) Os pobres precisam de ajuda ( ).<br />

b) O patrão não confia em pessoas desonestas ( ).<br />

c) O assaltante ficou nervoso na fuga. ( ).<br />

d) O diretor comprou um carro novo ( ).<br />

e) A secretária pegou a bolsa ( ).<br />

f) O jogador pagou a pensão ( ) à ex-mulher ( ).<br />

118


g) Maria ainda está no prédio ( ).<br />

h) Eduardo viajou ontem pela manhã ( ).<br />

i) Você é de vidro ( ) ?<br />

j) Ele arrematou, de imediato ( ), uma arma ( ) para<br />

executar o assalto.<br />

k) Joaquim vendeu o carro ( ).<br />

l) As coisas ficaram confusas ( ).<br />

m) Entregaram os papéis ( ) à Secretaria de Educação<br />

( ).<br />

n) Ninguém assistiu ao jogo ( ).<br />

o) Convidei-o ( ) para a festa.<br />

p) José surpreendeu Joana. Segurou-a ( ) pelo braço e<br />

beijou-a ( ) demoradamente.<br />

q) Ninguém lhe ( ) pedia sequer um favor ( ).<br />

r) A louça era de porcelana ( ).<br />

s) Marcela ficou no ponto de ônibus ( ).<br />

2- Dê a função sintática dos termos em destaque e, logo a<br />

seguir, justifique-a:<br />

a) Preciso usar da linguagem dos homens.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

b) Amo a meus familiares acima de tudo.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

c) Os convidados comeram do bolo. / Desta água não<br />

beberei.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

d) Venceram aos troianos os gregos.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

e) O dinheiro, entregue–o amanhã ao João.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

f) Sua primas, convidei-as para minha festa.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

g) Ao amigo, dar-lhe-ei a camisa.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

COMPLEMENTO NOMINAL<br />

1- Acrescente a cada oração abaixo um complemento<br />

nominal:<br />

a) Devemos obediência<br />

b) É preciso que sejas útil<br />

c) Você seria capaz ?<br />

d) Sou favorável<br />

e) Todos estavam concordantes<br />

f) Os favelados sentem necessidade<br />

2- Os termos destacados exercem a função de<br />

complemento nominal. Ligue-os com uma flecha à<br />

palavra a que se referem. A seguir, assinale a classe<br />

gramatical dessa palavra, baseando-se no código:<br />

(1) substantivo<br />

(2) adjetivo<br />

(3) advérbio<br />

a. ( ) A sala estava cheia de convidados.<br />

b. ( ) Temos confiança no futuro.<br />

c. ( ) Morava perto do estádio.<br />

d. ( ) A torcida ficou satisfeita com o resultado.<br />

e. ( ) O rico deve ser igual ao pobre perante a lei.<br />

f. ( ) A rodovia foi construída paralelamente à ferrovia.<br />

g. ( ) Não podemos adiar a publicação do nosso<br />

jornalzinho.<br />

3- Coloque (1) para objeto indireto e (2) para<br />

complemento nominal:<br />

a) ( ) Os moradores do bairro têm dúvidas do ocorrido.<br />

b) ( ) Os moradores duvidaram do ocorrido.<br />

c) ( ) Os desabrigados necessitam de ajuda.<br />

d) ( ) Os desabrigados possuem necessidade de ajuda.<br />

e) ( ) Os escravos tinham anseio de liberdade.<br />

f) ( ) Os escravos ansiavam pela liberdade.<br />

ADJUNTO ADNOMINAL X COMPLEMENTO<br />

NOMINAL<br />

1- Coloque (1) para Adjunto Adnominal e (2) para<br />

Complemento Nominal:<br />

a) Nada faremos relativamente ( ) a este caso.<br />

b) Ninguém tinha dúvida ( ) da fraude da prova.<br />

c) Ela estava consciente ( ) de tudo.<br />

119


d) Ele parece ter medo ( ) de altura.<br />

e) A porta ( ) da sala estava com problemas.<br />

f) Os moradores ( ) de Conquista esperam as obras da<br />

prefeitura.<br />

g) A criação ( ) do projeto depende da aprovação ( )<br />

do diretor.<br />

h) A explicação ( ) do professor facilitou o<br />

entendimento ( ) do assunto.<br />

i) O crescimento ( ) do jornalismo aumentou a procura<br />

( ) de bons profissionais.<br />

j) A apresentação ( ) de suas ideias exige uma aceitação<br />

( ) do público.<br />

k) A divisão e a organização ( ) das tarefas deixam o<br />

trabalho dos operadores ( ) mais dinâmico.<br />

l) O orgulho ( ) dos brasileiros está em alta com as<br />

Olimpíadas do Rio.<br />

m) Não há fórmulas capazes ( ) de preencher as<br />

necessidades ( ) das pessoas.<br />

n) Indiferente ( ) à discussão, buscava o aprendizado ( ) da<br />

língua.<br />

o) Os meios ( ) de comunicação formam a opinião ( ) do<br />

público.<br />

Anotações:<br />

5- Observe o período abaixo e indique as duas<br />

possibilidades de interpretação possíveis, apontando a<br />

mudança da função sintática do termo que causaria tal<br />

transtorno:<br />

A matança dos marginais deixou a população revoltada.<br />

6- “Foi a descoberta de novas terras...” O item abaixo que<br />

repete a mesma função sublinhada neste segmento é:<br />

a) “As lendas da Grécia...”<br />

b) “Estudos do fundo do oceano...”<br />

c) “... numa de suas extremidades...”<br />

d) “... tendo submergido de um dia para o outro.”<br />

e) “... a oeste do estreito de Gibraltar...”<br />

7- O caso em que o segmento em destaque tem valor<br />

agente e não de paciente do termo anterior é:<br />

a) Cometeu-se um erro fatal.<br />

b) O técnico indicou o caminho da vitória.<br />

c) Deixe-me ver este material.<br />

d) A venda do prédio foi vantajosa para o corretor.<br />

e) Parabenizei-o pelo bom trabalho.<br />

120


TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO<br />

Adjunto Adnominal é o termo que determina, modifica<br />

um substantivo. Ex:<br />

O rapaz trouxe para a escola uma bela composição.<br />

Note bem: O rapaz (sujeito), rapaz (núcleo), o (adjunto<br />

adnominal). E assim por diante.<br />

O adjunto adnominal pode ser representado:<br />

1) Por um artigo.<br />

Ex: O cão latiu.<br />

2) Por um pronome adjetivo.<br />

Ex: Minha tia é francesa.<br />

3) Por um numeral adjetivo.<br />

Ex: Tenho três canetas.<br />

4) Por uma adjetivo.<br />

Ex: Ele sempre tira boas notas.<br />

5) Por uma locução adjetiva.<br />

Ex: Achei um anel de ouro.<br />

Cuidado para não confundir este último caso com o<br />

complemento nominal. Vejamos algumas diferenças:<br />

a) O adjunto adnominal dá uma qualidade, indica posse<br />

ou restrição.<br />

Ex: Comprei copos de vidro. (qualidade ou matéria)<br />

Não encontrei o brinquedo do garoto. (posse)<br />

Observe também que copos e brinquedos são substantivos<br />

concretos. Assim, não poderiam ter complementos<br />

nominais.<br />

b) O complemento nominal completa o sentido da palavra.<br />

Sem ele, seria possível uma pergunta do tipo: de quê?<br />

Ex: Tenho certeza da vitória. (certeza de quê?)<br />

c) Se a palavra precedida de preposição se liga a adjetivo<br />

ou advérbio, só pode ser complemento nominal.<br />

Ex: Estava pronto para tudo. (pronto é um adjetivo)<br />

Atuou favoravelmente a nós. (favoravelmente é um<br />

advérbio)<br />

d) Se a palavra que está sendo modificada é proveniente<br />

de um verbo, o termo preposicionado será complemento<br />

nominal se se tratar de termo passivo, correspondendo a<br />

um objeto ou a um adjunto adverbial; sendo ativo, trata-se<br />

de um adjunto adnominal.<br />

Ex: A invenção do telégrafo beneficiou a humanidade.<br />

Pode-se dizer: Inventaram o telégrafo. Logo, o telégrafo<br />

é um termo que sofre a ação. Do telégrafo é complemento<br />

nominal.<br />

A invenção do sábio beneficiou a humanidade.<br />

Não se pode transformar invenção no verbo inventar,<br />

porque o sábio praticou a ação de inventar. Logo, do<br />

sábio é adjunto adnominal.<br />

O adjunto adnominal representado por adjetivo pode<br />

confundir-se com o predicativo. Vejamos as diferenças:<br />

a) Junto a verbo, será predicativo.<br />

Ex: Maria é inteligente. Mauro voltou animado.<br />

b) Unindo-se diretamente ao núcleo de uma função<br />

(sujeito, objeto direto etc), é adjunto adnominal.<br />

Ex: A bela criança sorriu. (está dentro do sujeito)<br />

c) Vindo depois de um substantivo, pode haver confusão.<br />

Nesse caso, inverta-se a frase, pondo o adjetivo antes do<br />

substantivo. Se continuar ligado a ele, será adjunto<br />

adnominal; ficando afastado, será predicativo.<br />

Ex: Comprei uma casa bonita. (Comprei uma bonita casa)<br />

Adj. Adnominal<br />

Considero o aluno inteligente. (Considero inteligente o<br />

aluno)<br />

Predicativo<br />

Neste último caso, em que temos um predicativo, a<br />

palavra o ficou entre o substantivo e o adjetivo.<br />

Adjunto adverbial é o termo que modifica um verbo,<br />

adjetivo ou advérbio, indicando a circunstância em que se<br />

desenvolve o processo verbal. É representado geralmente<br />

por advérbio ou expressão adverbial.<br />

Ex: Ontem fomos à praia.<br />

tempo lugar<br />

Principais adjuntos adverbiais:<br />

1) Afirmação: Certamente ele voltará.<br />

2) Negação: Não o quero aqui.<br />

3) Dúvida: Irei provavelmente à tarde.<br />

4) Lugar: Deixamos o carro naquela esquina.<br />

5) Tempo: Nós discutimos uma vez ou outra.<br />

6) Modo: Márcia saiu apressadamente.<br />

7) Intensidade: Estava muito nervosa.<br />

8) Causa: Ele tremia de frio.<br />

121


9) Instrumento: Cortou-se com a lâmina.<br />

10) Meio: Só viajavam de trem. (meio de transporte)<br />

11) Companhia: Passeava com o pai.<br />

12) Finalidade ou fim: Vivia para o estudo.<br />

13) Concessão; Foi à praia apesar da chuva.<br />

14) Assunto: Falavam de política.<br />

15) Conformidade: Agimos conforme as ordens.<br />

16) Condição: Sem estudo, não passarás.<br />

Aposto é o termo que se une a um substantivo ou pronome<br />

substantivo, esclarecendo-lhe o sentido. Geralmente, é<br />

separado por vírgula ou dois pontos.<br />

Ex: O cão, melhor amigo do homem, é sempre fiel.<br />

(explicativo)<br />

Só queria uma coisa: compreensão (explicativo)<br />

Glória, poder, dinheiro, tudo passa. (resumitivo ou<br />

recapitulativo)<br />

O rio Amazonas é muito extenso. (apelativo ou<br />

especificativo)<br />

Obs: O aposto apelativo ou especificativo é o nome de<br />

alguém ou alguma coisa.<br />

Estudou o dia todo, o que deixou a mãe feliz. (aposto<br />

referente a toda uma oração). Nesse caso, o aposto é<br />

representado por palavras como: o, fato, coisa etc.<br />

Agora atente bem para a seguinte comparação:<br />

Gosto de Petrópolis. (objeto indireto: complemento do<br />

verbo)<br />

Vim de Petrópolis. (ad. adv. De lugar: vim é intransitivo)<br />

Tive medo de Petrópolis. (complemento nominal: medo<br />

de quê?)<br />

O clima de Petrópolis é bom. (adj. adn.: vale por<br />

petropolitano)<br />

A cidade de Petrópolis é linda. (aposto: é o nome da<br />

cidade)<br />

Vocativo: termo com valor exclamativo que serve para<br />

interpelar alguém ou algo.<br />

Não pertence nem ao sujeito, nem ao predicado. Sempre<br />

com vírgula.<br />

Ex: Luís, empreste-me o martelo. (Ó Luís!)<br />

Veja, meu filho, que linda lagoa! (ó meu filho!)<br />

Não faça isso, garoto! (ó garoto!)<br />

EXERCÍCIO EXPLICATIVO – TERMOS<br />

ACESSÓRIOS<br />

1- Continue enumerando corretamente de acordo com o<br />

código a seguir:<br />

(1) vocativo<br />

(2) aposto<br />

(3) adjunto adnominal<br />

(4) agente da passiva<br />

(5) adjunto adverbial<br />

a) ( ) Pedro II, imperador do Brasil, morreu no exílio.<br />

b) ( ) Pelé, o rei do futebol, esteve na Vila Belmiro.<br />

c) ( ) Meninos, entrem agora.<br />

d) ( ) O feirante gritava: João, tem freguês!!!<br />

e) ( ) A pergunta fora feita pelo aluno.<br />

f) ( ) Maria é conhecida de todos.<br />

g) ( ) Os torcedores pulavam de alegria.<br />

h) ( ) Aloísio Mercadante, ministro da educação, fez um<br />

balanço sobre o último ENEM.<br />

i) ( ) Aquela aluna simpática da Bahia venceu a<br />

Olimpíada de Matemática.<br />

j) ( ) Jornal, televisão, rádio, cinema, tudo influencia o<br />

comportamento.<br />

k) ( ) Drummond e Rosa são grandes escritores, aquele<br />

na poesia; este na prosa.<br />

l) ( ) A presidente Dilma viajou para a Argentina nesta<br />

manhã.<br />

m) ( ) O rio Tietê está cada vez mais poluído.<br />

n) ( ) O time do São Paulo<br />

o) ( ) A camisa do São Paulo está em promoção.<br />

p) ( ) O presidente veio de São Paulo.<br />

q) ( ) O clima de Petrópolis é ameno.<br />

r) ( ) A cidade de Petrópolis é tranquila.<br />

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES<br />

CONTEXTUALIZADOS<br />

1- “O desinteresse histórico da elite brasileira em formar<br />

um mercado consumidor amplo e a preferência pela<br />

imigração da mão-de-obra europeia no período final da<br />

escravidão ainda se refletem, atualmente, na atitude de<br />

empresários, publicitários e produtores de TV, na escolha<br />

dos modelos publicitários, na estética da propaganda e nas<br />

dificuldades de apoio financeiro e de incentivo cultural<br />

aos programas de TV voltados para a população afrobrasileira”.<br />

Marque a alternativa que apresenta análise<br />

incorreta para o termo destacado no fragmento acima:<br />

122


a) da elite brasileira é complemento nominal de<br />

desinteresse histórico.<br />

b) um mercado consumidor é objeto direto do vocábulo<br />

formar.<br />

c) pela imigração da mão-de-obra europeia é um termo<br />

integrante da oração.<br />

d) no período final da escravidão exerce ideia de tempo<br />

sobre o que se afirma.<br />

e) A expressão “se refletem” atribui valor paciente aos<br />

sujeitos a que se referem.<br />

2- Assinale a alternativa correspondente ao período onde<br />

há agente da passiva.<br />

a) O rapaz foi preso por um investigador, compadre do<br />

Bertolão.<br />

b) O coração não resistiu à prova.<br />

c) Não o sabíamos doente.<br />

d) Tão grande e forte, não era resistente à bebida.<br />

e) Seu apartamento fora interditado poucas horas depois<br />

do crime.<br />

3- Leia os períodos abaixo:<br />

I- A filha deixou a mãe magoada.<br />

II- Magoada, a filha se queixava da ausência da mãe.<br />

Em cada um dos períodos acima, aparece o adjetivo<br />

magoada, responsável por atribuir um caráter<br />

qualificativo a outro vocábulo. A partir da leitura feita,<br />

pode-se afirmar que tal palavra se refere ao mesmo termo?<br />

Justifique sua resposta, apresentando – se igual ou<br />

diferente – a função sintática desta palavra em cada uma<br />

das sentenças acima:<br />

4- Durante um treino no Centro de Treinamento do Santos<br />

Futebol Clube, um grupo de torcedores resolveu fazer um<br />

protesto contra o desempenho ruim do time e de alguns<br />

jogadores no campeonato de 99 e levou uma faixa com o<br />

seguinte dizer:<br />

*VIOLA JOGA BOLA!<br />

*Atacante do Santos na época do protesto<br />

A partir da leitura da frase e das discussões em sala, aponte<br />

a incoerência de sentido que se tem entre a<br />

intencionalidade de protesto dos torcedores e o real<br />

sentido que a frase expressa da maneira como foi escrita.<br />

A seguir, indique a correção da faixa, enfatizando a função<br />

sintática de uma determinada palavra na frase:<br />

5- Leia:<br />

I- A corrupção derrotará o Brasil.<br />

II- O Brasil será derrotado pela corrupção<br />

A partir da leitura das frases, é correto afirmar que:<br />

a) No exemplo 1, o Brasil é objeto direto de uma frase na<br />

voz ativa, repetindo-se essa mesma relação no exemplo 2.<br />

b) Em ambas as frases corrupção é agente da ação verbal,<br />

estando as frases na voz ativa.<br />

c) O exemplo 1 apresenta Brasil como termo agente da<br />

oração.<br />

d) Há diferença de voz verbal entre os exemplos, sendo<br />

que a corrupção na frase 1 é sujeito da frase na voz ativa;<br />

e pela corrupção, na frase 2, é agente da passiva.<br />

e) Nos dois exemplos não há sujeito, uma vez que os<br />

verbos são impessoais.<br />

6- Qual frase não apresenta complemento nominal?<br />

a) Estava pronto para o passeio.<br />

b) Anseio por tua presença.<br />

c) A gaveta está cheia de formigas.<br />

d) Terminou a construção da casa.<br />

e) O amor à pátria era sua maior característica.<br />

7- O seu filho, encontrei-o na Olívia em má companhia.<br />

O termo destacado é um:<br />

a) Objeto direto preposicionado<br />

b) Predicativo do sujeito<br />

c) Objeto direto pleonástico<br />

d) Adjunto adnominal<br />

e) Predicativo do objeto<br />

8- Marque a alternativa que apresenta função sintática<br />

correta para a palavra destacada na oração.<br />

a) Todos sentiam a falta de uma educação de qualidade.<br />

– Adjunto Adnominal<br />

b) A opinião do público consagrou o espetáculo. –<br />

Complemento Nominal<br />

c) Precisava de dinheiro. – Adjunto Adverbial<br />

d) Maria, venha cá! – Sujeito<br />

e) A presidente Dilma fez um pronunciamento de apoio<br />

ao ministro. – Aposto<br />

Texto II (UNEB 2008)<br />

Vive o Centro Histórico de Salvador, representado<br />

pelo Pelourinho e áreas adjacentes, um processo de<br />

degradação que, a prosseguir, lhe comprometerá a<br />

123


124<br />

grandeza de mais belo e uniforme conjunto de arquitetura<br />

colonial da América Latina, considerado pela UNESCO<br />

patrimônio da humanidade.<br />

A decadência não é apenas física. Manifesta-se<br />

também na inadimplência de comerciantes e moradores<br />

com que o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural<br />

(IPAC), órgão do Estado, firmou contratos de concessão<br />

de uso, comodato e aluguel. Chega-se a uma situação em<br />

que o Pelourinho, à falta de resultados comerciais<br />

favoráveis, tende ao abandono e à negligência ruinosos.<br />

[...]<br />

O Pelourinho abriga prédios e casarões do século<br />

18 e início do século 19. A restauração devolveu-lhes o<br />

esplendor original. Mas o modelo de manutenção revelouse<br />

desastroso no decorrer dos anos. Faltou lógica<br />

econômica ao processo de atividades traçado para soprar<br />

no Centro Histórico um permanente hálito vital.<br />

O paternalismo influenciou certos contratos.<br />

Atividades comerciais e artísticas se mostram incapazes<br />

de gerar retorno: praças de diversão fechadas, como se<br />

viu esta semana, falta de eventos culturais diversos.<br />

Resultado: desânimo e decadência. Até as Terças da<br />

Bênção, do Grupo Olodum, que atraíam multidões, são<br />

hoje pálida imagem de ontem.<br />

SEM VIDA. A TARDE, Salvador, 16 set. 2007. Opinião, p. 3. Editorial<br />

9- Com relação aos fatos focalizados no texto, é correto o<br />

que se afirma em:<br />

a) A deterioração do complexo arquitetônico e cultural do<br />

Pelourinho e adjacências é resultante do mau<br />

gerenciamento público e privado.<br />

b) A degradação do espaço histórico de Salvador vem<br />

acentuando a expansão da ocupação informal na<br />

cidade.<br />

c) O projeto de revitalização urbana do Pelourinho como<br />

novo espaço de consumo descaracterizou e desgastou<br />

o seu valor histórico.<br />

d) O quadro atual da ilegalidade da ocupação da área do<br />

Pelourinho é ignorado pelo poder.<br />

e) A transformação do Centro Histórico de Salvador em<br />

área de turismo, comércio e serviços tem incitado uma<br />

depredação do patrimônio colonial da cidade.<br />

10- “A decadência não é apenas física. Manifesta-se<br />

também na inadimplência de comerciantes e moradores<br />

com que o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural<br />

(IPAC), órgão do Estado, firmou contratos de concessão<br />

de uso, comodato e aluguel. Chega-se a uma situação em<br />

que o Pelourinho, à falta de resultados comerciais<br />

favoráveis, tende ao abandono e à negligência ruinosos”.<br />

Os termos em destaque no fragmento acima possuem<br />

respectivamente a função sintática de:<br />

a) Adjunto adnominal, complemento nominal, objeto<br />

indireto, objeto indireto<br />

b) Complemento nominal, sujeito paciente, objeto direto,<br />

objeto direto<br />

c) Adjunto adnominal, objeto indireto, complemento<br />

nominal, objeto indireto<br />

d) Complemento nominal, adjunto adnominal, objeto<br />

direto, objeto indireto<br />

e) Sujeito, predicativo, complemento nominal, objeto<br />

indireto<br />

11- Considerando os dois últimos parágrafos do texto, é<br />

correto afirmar:<br />

a) O enunciado final do texto explicita que o Grupo<br />

Olodum é irrelevante, hoje, para o Pelourinho.<br />

b) A declaração “Atividades comerciais e artísticas se<br />

mostram incapazes de gerar retorno” constitui um<br />

pressuposto no contexto.<br />

c) A expressão “certos contratos” vai ser explicitada e<br />

justificada na sequência textual.<br />

d) O último período do penúltimo parágrafo exemplifica<br />

tão somente o uso da linguagem referencial no<br />

contexto do editorial.<br />

e) O termo lhes é um elemento de coesão textual,<br />

retomando termos anteriormente expressos.<br />

QUESTÕES 12 e 13<br />

Quem tem amor em seu coração por seu<br />

semelhante tem ética. Não adianta buscar um conceito<br />

cerebral para a Ética, pois ela só é possível quando não<br />

pensamos apenas em nós mesmos. A senda da Ética é<br />

repleta de desafios. Não basta ter boas intenções, é preciso<br />

boa vontade e obstinação para segui-la. Faz-se mister<br />

estar imbuído do sentimento certo ou todo esforço será<br />

vão. Pode-se falar muito sobre Ética. Mas uma Ética só<br />

de palavras nada significa.<br />

A ética é uma afirmação das ações e não das<br />

palavras. Ela é uma possibilidade humana: a de<br />

reconhecer o outro como alguém importante e de, ao<br />

mesmo tempo, reconhecer-se nele. Reconhecer o outro<br />

como importante quer dizer imputar-lhe valor. Isso se dá<br />

quando percebemos que as outras pessoas, assim como<br />

nós mesmos, temos medos, angústias, necessidades,<br />

aspirações e esperanças; quando identificamos, em outras<br />

palavras, sentimentos semelhantes aos nossos no outro.<br />

Nesse instante, descobrimos o outro como semelhante.<br />

Tomamos consciência de que ele está próximo de nós,


pois tem limitações e potencialidades parecidas com as<br />

nossas. Quando vemos isso com clareza, passamos a nos<br />

reconhecer no outro.<br />

Contudo, ter Ética é muito mais do que se dizer<br />

ético. Para sintetizar o que significa possuir um<br />

comportamento rigorosamente ético, é preciso recorrer a<br />

uma pequena frase: ter Ética é amar. Ninguém se tornará<br />

ético por seguir um código, um manual ou uma receita.<br />

Pois esses até podem ser reflexos da Ética, mas nunca a<br />

causa, pois a causa é o amor. O amor desinteressado, puro,<br />

penitente, generoso, leal, bondoso. Simplesmente o amor.<br />

AGUIAR, Emerson BARROS DE. Ter Ética é amar. Filosofia. Ciência & Vida,<br />

São Paulo: Escala, ano II, n. 14, p. 70. 2007.<br />

12- De acordo com o texto, o ser ético<br />

a) Nega o vínculo que o liga à sua comunidade e<br />

preocupa-se com seu vínculo político partidário.<br />

b) Cultiva um discurso de conteúdo político hostil à<br />

liberdade pessoal, mas favorável ao amor livre.<br />

c) Constitui um indivíduo singular, com desejos e<br />

necessidades pessoais, sem, contudo, abandonar o seu<br />

envolvimento com a comunidade.<br />

d) Renuncia às suas características, como forma de<br />

autopreservação e de afirmação pessoal no grupo social.<br />

e) Insere-se na diversidade concreta da condição humana,<br />

buscando destaque para a sua ação individual.<br />

13- Constitui uma afirmação correta sobre o texto a<br />

indicada em: (os trechos desta questão estão destacados<br />

no texto).<br />

a) O fragmento “quando não pensamos apenas em nós<br />

mesmos” é um argumento que revela egoísmo do<br />

enunciador do discurso.<br />

b) As frases “Pode-se falar muito sobre Ética. Mas uma<br />

Ética só de palavras nada significa” estabelecem entre si<br />

uma relação sintático-semântica de acréscimo.<br />

c) Na declaração “Faz-se mister estar imbuído do<br />

sentimento certo...”, a palavra certo, se viesse antes do<br />

nome ao qual se refere, mudaria seu aspecto semântico.<br />

d) As expressões “quando identificamos” e “Nesse<br />

instante” referem-se a diferentes circunstâncias temporais.<br />

e) Os termos “por” e “ou”, em “Ninguém se tornará ético<br />

por seguir um código, um manual ou uma receita”,<br />

denotam, respectivamente, direção e oposição.<br />

14- “A construção do prédio depende da aprovação dos<br />

engenheiros”. Pode-se dizer que os termos em destaque<br />

possuem a mesma classificação sintática? Justifique,<br />

expondo o sentido que tais termos exercem no contexto<br />

sobre as palavras que modificam.<br />

Leia a capa da veja abaixo para responder as questões<br />

15 e 16:<br />

15- Diga se a frase central da capa da Veja está escrita<br />

corretamente. Para isso, justifique sua resposta<br />

enfatizando a função sintática de um determinado termo e<br />

o que a gramática normativa diz sobre isso, no contexto<br />

em que fora empregado:<br />

16- No trecho “O fenômeno planetário que engolfou o<br />

locutor da Globo na Copa mostra... A FÚRIA DO<br />

TWITER”, é correto afirmar sintaticamente que:<br />

a) As reticências depois da palavra “mostra” indica a<br />

expectativa de que se anuncie um complemento do verbo<br />

necessário ao entendimento oracional.<br />

b) A declaração feita sobre engolfou diz respeito ao termo<br />

“A FÚRIA DO TWITER”.<br />

c) Em “locutor da globo”, há a presença de um aposto<br />

denominativo.<br />

d) Em “O fenômeno planetário”, pode-se dizer que os<br />

vocábulos “o” e “planetário” são modificados por<br />

fenômeno.<br />

17- Dê a função sintática dos termos destacados a seguir:<br />

a) João Romão, pessoa distinta do cortiço, queria se livrar<br />

de Bertoleza.<br />

_____________________________________________<br />

b) Viola, joga bola! ____________________________<br />

125


126<br />

c) Tonho era apelidado de todos na escola.<br />

____________________________________________<br />

d) A revista Veja é líder de tiragens na América Latina.<br />

____________________________________________<br />

e) Todos os alunos queriam ouvir a explicação do<br />

professor.<br />

___________________________________________<br />

18- Marque a alternativa em que se apresenta um Aposto<br />

destacado:<br />

a) Joaquim é querido de todos.<br />

b) Na manhã deste domingo, fomos às ruas da cidade.<br />

c) Todos os alunos tiveram de ler o romance Iracema.<br />

d) Todos os alunos tiveram de ler o romance de José de<br />

Alencar.<br />

e) Corrigiu-se o exercício em sala.<br />

19- Marque a alternativa que apresenta um Complemento<br />

Nominal destacado:<br />

a) Não sabíamos se o diagnóstico do médico era<br />

positivo, ou não.<br />

b) Todos queriam fazer a análise da questão.<br />

c) Ninguém se importa com a opinião do povo.<br />

d) Sabe-se que a obra da ponte foi superfaturada.<br />

e) Os moradores das Pedrinhas sentem medo da<br />

violência.<br />

A TEORIA NA PRÁTICA – SINTAXE<br />

1. “Fiquei em casa”. “Necessita-se de ajuda.”<br />

Respectivamente, temos sujeito:<br />

a. Indeterminado, indeterminado<br />

b. Desinencial, simples<br />

c. Desinencial, indeterminado<br />

d. Simples, inexistente<br />

e. Indeterminado, inexistente<br />

2. Aponte a oração de sujeito simples.<br />

a. Você e ele também são importantes.<br />

b. Fala-se muito.<br />

c. Há muitas vagas.<br />

d. Chegou ele e o irmão.<br />

e. Apareceu no bairro um novo circo.<br />

3. Assinale a oração sem sujeito:<br />

a. Iremos à feira.<br />

b. Chove muito nesta cidade<br />

c. Regressaram os trabalhadores.<br />

d. Perdeu-se uma boa oportunidade.<br />

e. Estou aqui<br />

4. Em “Construiu-se a ponte”, o sujeito é:<br />

a. Indeterminado<br />

b. Simples: se<br />

c. Inexistente<br />

d. Composto<br />

e. Simples: a ponte<br />

5. Assinale a única oração que não possui sujeito:<br />

a. Choveu tomate sobre ele<br />

b. Queixou-se da prova<br />

c. Havia saído o aluno<br />

d. Não existe essa possibilidade<br />

e. Neva muito na Europa<br />

6. Assinale a oração em que o sujeito não está<br />

indeterminado.<br />

a. Pede-se silêncio<br />

b. Estuda-se muito<br />

c. Fica-se nervoso lá<br />

d. Cumpriu-se com o dever<br />

e. Naquela casa se lê o dia todo<br />

7. Aponte a oração de predicado verbo-nominal:<br />

a. O menino é pacato<br />

b. Poucos leram o relatório<br />

c. Marcos trabalha zangado<br />

d. Os pombos voaram para longe<br />

e. Cheguei alegremente<br />

8. Aponte a frase de sujeito simples e predicado verbonominal.<br />

a. A jovem passeava tranquilamente<br />

b. Mariana fez o concurso esperançosa<br />

c. Existem grandes possibilidades<br />

d. Paulo e Marcelo estudam animados<br />

e. Os cientistas retornaram da gruta às pressas<br />

9. O garoto derrubou a mesa.<br />

a. Complemento nominal<br />

b. Objeto direto<br />

c. Agente da passiva<br />

d. Sujeito<br />

e. Predicativo


10. O leite será bebido pelo neném.<br />

a. Sujeito<br />

b. Objeto indireto<br />

c. Complemento nominal<br />

d. Agente da passiva<br />

e. Adjunto adverbial<br />

11. Qual a função sintática do termo em negrito em<br />

“Tinha confiança no amigo?”<br />

a. Objeto indireto<br />

b. Predicativo<br />

c. Agente da passiva<br />

d. Adjunto adverbial<br />

e. Complemento nominal<br />

12. Aponte a frase em que se destacou um predicativo<br />

do sujeito.<br />

a. O trem partiu carregado<br />

b. Isto não depende de mim<br />

c. O urso afugentou os visitantes<br />

d. A vida é um dom divino<br />

e. Carlos deixou-a magoada<br />

13. Jamais concordei com aquele projeto.<br />

a. Objeto direto preposicionado<br />

b. Complemento nominal<br />

c. Objeto indireto<br />

d. Agente da passiva<br />

e. Adjunto adverbial<br />

14. Qual frase não apresenta complemento nominal?<br />

f) Estava pronto para o passeio.<br />

g) Anseio por tua presença.<br />

h) A gaveta está cheia de formigas.<br />

i) Terminou a construção da casa.<br />

j) O amor à pátria era sua maior característica.<br />

15. Aponte a frase com agente da passiva.<br />

a. O motorista está cansado.<br />

b. Lutemos por dias melhores.<br />

c. Eles vieram de Belo Horizonte.<br />

d. Tudo foi feito por Manuel.<br />

e. Tenho dor de cabeça.<br />

16. Foi-lhe oferecida uma participação nos lucros.<br />

a. Predicativo<br />

b. Complemento nominal<br />

c. Objeto indireto<br />

d. Objeto direto<br />

e. Adjunto adverbial<br />

17. Aponte a frase em que se destacou um objeto direto<br />

preposicionado.<br />

a. Muitos carecem de vergonha.<br />

b. Ela pegou da agulha.<br />

c. Obedeça a seus pais.<br />

d. Ele jamais se furtou à responsabilidade.<br />

e. Ele não desistirá daquilo.<br />

18. Assinale a oração com predicativo do objeto.<br />

a. Elegeram-no presidente.<br />

b. Marília é esforçada.<br />

c. Nós o admiramos muito<br />

d. Trabalharemos com entusiasmo.<br />

e. Ninguém saiu satisfeito.<br />

19. Ela voltou com os primos.<br />

a. Adjunto adverbial<br />

b. Objeto indireto<br />

c. Predicativo<br />

d. Agente da passiva<br />

e. Aposto<br />

20. O lar, instituição sublime, deve ser preservado.<br />

a. Vocativo<br />

b. Predicativo<br />

c. Aposto<br />

d. Adjunto adnominal<br />

e. Sujeito<br />

21. Aponte o adjunto adverbial de causa.<br />

a. Carlos chorou de raiva.<br />

b. Recebemos cadeiras de aço.<br />

c. Não tenho queixas de ninguém.<br />

d. Precisava de incentivos.<br />

e. Viajou de trem.<br />

22. Assinale a frase em que se destacou um vocativo.<br />

a. Fala alto aquele homem.<br />

b. O diamante, pedra muito dura, corta vidro.<br />

c. Não quero, José, que você se desespere.<br />

d. Voltará, depois de ano, a clinicar aqui.<br />

e. O livro de Mauro sumiu.<br />

23. O que fiz estava certo.<br />

a. Objeto direto<br />

b. Adjunto adnominal<br />

c. Objeto indireto<br />

d. Aposto<br />

e. Sujeito<br />

127


24. Ele trouxe aquela pasta.<br />

a. Objeto direto<br />

b. Complemento nominal<br />

c. Adjunto adnominal<br />

d. Núcleo do objeto direto<br />

e. Sujeito<br />

25. Isto lhe será útil.<br />

a. Complemento nominal<br />

b. Objeto indireto<br />

c. Adjunto adnominal<br />

d. Sujeito<br />

e. Predicativo<br />

26. Deixei-o sair.<br />

a. Objeto direto<br />

b. Adjunto adnominal<br />

c. Aposto<br />

d. Objeto indireto<br />

e. Sujeito<br />

27. Apesar do frio, não pôs o agasalho. Adjunto<br />

adverbial de:<br />

a. Causa<br />

b. Condição<br />

c. Instrumento<br />

d. Concessão<br />

e. Fim<br />

28. Classifique os adjuntos adverbiais destacados em<br />

“Atrás da árvore, encontrava-se uma pessoa lendo<br />

calmamente o jornal.”<br />

a. Tempo, modo<br />

b. Lugar, tempo<br />

c. Lugar, concessão<br />

d. Lugar, modo<br />

e. Lugar, lugar<br />

29. Aponte o aposto, entre os termos destacados<br />

abaixo.<br />

a. Mostrem-me, amigos, uma boa razão.<br />

b. O livro Iracema foi escrito por Alencar.<br />

c. A mesa do professor caiu.<br />

d. O lápis quebrou.<br />

e. Aqui, ontem, faltou luz.<br />

30. Ele tem um coração de pedra.<br />

a. Complemento nominal<br />

b. Agente da passiva<br />

c. Adjunto adverbial<br />

d. Predicativo do objeto<br />

e. Adjunto adnominal<br />

31. Em qual frase se destacou um adjunto adnominal?<br />

a. Esse resultado me interessa.<br />

b. Alguém apareceu ali.<br />

c. Mônica ficou preocupada.<br />

d. Minha história é triste.<br />

e. Falei a verdade.<br />

32. Só não foi colocado em negrito um adjunto<br />

adnominal em:<br />

a. Nada foi resolvido<br />

b. Aceitamos a oferta<br />

c. Dez pessoas se intoxicaram.<br />

d. Ele era ótimo colega.<br />

e. Cada um fez sua parte.<br />

33. Só não foi colocado em negrito um adjunto<br />

adverbial em:<br />

a. Talvez você consiga.<br />

b. Ela fala demais.<br />

c. Estarei no aeroporto ainda hoje.<br />

d. Combinei com ele essa estratégia.<br />

e. Irei mesmo.<br />

34. Só não há complemento nominal em:<br />

a. Estava apto para o trabalho.<br />

b. O candidato está ciente de tudo.<br />

c. É preciso abster-se de vícios.<br />

d. A realização da prova foi normal.<br />

e. Não duvido de você, pois seu gosto pelo estudo é<br />

enorme.<br />

35. Em qual frase o termo em negrito é adjunto<br />

adnominal, e não complemento nominal?<br />

a. Foi importante a invenção da imprensa.<br />

b. Foi necessária a destruição da ponte.<br />

c. Demorou muito a colocação do cartaz.<br />

d. A admiração pela professora tornou-se um grande<br />

amor.<br />

e. A explicação do garoto não agradou à mãe.<br />

36. Trabalhava muito, o que deixava o pai<br />

preocupado.<br />

a. Aposto<br />

b. Adjunto adnominal<br />

c. Objeto direto<br />

d. Sujeito<br />

e. Adjunto adverbial<br />

128


37. (CÂM. DEP.) “... entender como sendo uma tomada<br />

de posição pessoal o que não passa de uma adaptação<br />

passiva...”.<br />

O “o” exerce função sintática de:<br />

a. Sujeito<br />

b. Objeto direto<br />

c. Complemento nominal<br />

d. Adjunto adnominal<br />

e. Predicativo do objeto<br />

38. (T.JUST. - RJ) “Em silêncio, o povo do Rio de<br />

janeiro demonstra o seu inconformismo diante da<br />

violência.” (1.1,3)<br />

Que termo destacado a seguir apresenta classificação<br />

inadequada?<br />

a. O povo do Rio de Janeiro – sujeito<br />

b. O seu inconformismo – objeto direto<br />

c. Do Rio de janeiro – adj. Adv. De lugar<br />

d. Em silêncio – adj. Adv. De modo<br />

e. Seu- adjunto adnominal<br />

39. (TALCRIM) ... certo de que a língua portuguesa é<br />

emprestada ao Brasil:...<br />

a. Complemento nominal<br />

b. Adjunto adnominal<br />

c. Aposto<br />

d. Adjunto adverbial<br />

e. Objeto indireto<br />

40. (CÂM. DEP.) “Ele foi CRIANÇA e voltou<br />

ADULTO”. Os termos destacados, na ordem apresentada,<br />

são:<br />

a. Adjunto adverbial e adjunto adverbial<br />

b. Adjunto adverbial e adjunto adnominal<br />

c. Complemento nominal e complemento restritivo<br />

d. Predicativo do sujeito e predicativo do objeto<br />

e. Predicativo do sujeito e predicativo do sujeito<br />

41. (UM. METODISTA-PIRACICABA) “Três seres<br />

esquivos que compões em torno à mesa a instituição<br />

tradicional da família, célula da sociedade.”<br />

O TRECHO DESTACADO É:<br />

a. Complemento nominal<br />

b. Vocativo<br />

c. Agente da passiva<br />

d. Objeto direto<br />

e. Aposto<br />

42. (FUVEST-SP) Assinale a alternativa que tem oração<br />

sem sujeito.<br />

a. Existe um povo que a bandeira empresta.<br />

b. Embora com atraso, haviam chegado.<br />

c. Existem flores que devoram insetos.<br />

d. Alguns de nós ainda tinham esperança de encontrá-lo.<br />

e. Há de haver recurso desta sentença.<br />

43. (UFGO) Em uma das alternativas abaixo, o<br />

predicativo inicia o período. Assinale-a.<br />

a. A dificílima viagem será realizada pelo homem.<br />

b. Em suas próprias inexploradas entranhas descobrirá a<br />

alegria de conviver.<br />

c. Humanizado tornou-se o sol com a presença humana.<br />

d. Depois Da dificílima viagem, o homem ficará<br />

satisfeito?<br />

e. O homem procura a si mesmo nas viagens a outros<br />

mundos.<br />

44. (FUVEST-SP) Assinalar a oração que começa com<br />

um adjunto adverbial de tempo.<br />

a. Com certeza havia um erro no papel do branco.<br />

b. No dia seguinte Fabiano voltou à cidade.<br />

c. Na porta, (...) enganchou as rosetas das esporas.<br />

d. Não deviam tratá-lo assim.<br />

e. O que havia era safadeza.<br />

45. (UFV-MG) Assinale a alternativa que, em sequência,<br />

numera CORRETAMENTE as frases abaixo, indicando,<br />

assim, a função sintática do QUE.<br />

1. Sujeito<br />

2. Objeto direto<br />

3. Objeto indireto<br />

4. Predicativo<br />

5. Complemento nominal<br />

( ) Perdeu o único aliado a que se unira.<br />

( ) O artilheiro que o julgaram ser não se revelou na nossa<br />

equipe.<br />

( ) À janela, que dava para o mar, assomavam todos.<br />

( ) A prova de que tenho mais receio é a de Matemática.<br />

( ) Os exames que terá pela frente não o assustam.<br />

a. 3, 2, 1, 4,1<br />

b. 5, 4, 4, 3,2<br />

c. 3, 1, 2, 5,4<br />

d. 5, 2, 2, 3,1<br />

e. 3, 4, 1, 5,2<br />

129


46. (FMU-SP) Observe a estrofe:<br />

“ Lembra-me que, em certo dia,<br />

Na rua, ao sol de verão,<br />

Envenenado morria<br />

Um pobre cão.”<br />

Aparece aí a inversão do:<br />

a. Objeto direto: um pobre cão<br />

b. Sujeito: um pobre cão<br />

c. Sujeito: certo dia<br />

d. Predicado: lembra-me<br />

e. Predicativo do sujeito: me<br />

c. Agente da passiva<br />

d. Complemento nominal<br />

e. Objeto indireto<br />

GABARITO<br />

1C 2E 3B 4E 5E 6ª 7C 8B 9B 10D 11E 12A<br />

13C 14B 15B 16B 17B 18A 19A 20C 21A 22C<br />

23E 24C 25A 26E 27D 28D 29B 30E 31A 32<br />

A 33D 34C 35E 36A 37B 38C 39A 40E 41E<br />

42E 43C 44B 45E 46B 47C 48D<br />

47. (FMU-SP) “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas<br />

De um povo heróico o brado retumbante...”<br />

O sujeito da afirmação com que se inicia o Hino<br />

Nacional é:<br />

a. Indeterminado<br />

b. Um povo heróico<br />

c. As margens plácidas do Ipiranga<br />

d. Do Ipiranga<br />

e. O brado retumbante<br />

48. (COR. GERAL – RJ) Em “... convivência com<br />

desenhos populares...” o termo destacado exerce a função<br />

sintática de:<br />

a. Adjunto adnominal<br />

b. Adjunto adverbial<br />

130


ANÁLISE SINTÁTICA DO PERÍODO<br />

COMPOSTO<br />

A análise sintática do período procura estabelecer as<br />

relações sintáticas entre as orações que o formam. Existem<br />

dois tipos de período:<br />

1) PERÍODO SIMPLES: Formado por apenas uma<br />

oração, chamada de absoluta.<br />

Ex: Os trabalhadores fizeram a reunião no galpão da<br />

esco0la.<br />

(oração absoluta / período simples)<br />

Obs: período = frase<br />

Nasceu o filho de Luzia.<br />

Os policiais perseguiram os ladrões.<br />

(período simples / oração absoluta)<br />

(período simples / oração absoluta)<br />

2) PERÍODO COMPOSTO: Formado por duas ou mais<br />

orações.<br />

Ex: André almoçou, vestiu o casaco e saiu apressado.<br />

1ª oração + 2ª oração + 3ª oração<br />

No período composto, aparecem três tipos de orações:<br />

• Oração principal<br />

• Oração coordenada<br />

• Oração subordinada<br />

a) Oração principal: é a oração que detém a idéia<br />

principal do período, não desempenhando nenhuma<br />

função sintática em relação às outras orações.<br />

b) Oração coordenada: coloca-se ao lado da oração<br />

principal, mas não desempenha nenhuma função sintática<br />

em relação a ela.<br />

c) Oração subordinada: tem função sintática (de sujeito,<br />

objeto direto, objeto indireto, complemento nominal,<br />

predicativo, aposto, adjunto adnominal, adjunto<br />

adverbial) em relação à oração principal.<br />

Assim, de acordo com a natureza das orações que o<br />

compõem, o período pode ser:<br />

Composto por coordenação;<br />

Composto por subordinação.<br />

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO<br />

O período composto por coordenação é formado por<br />

orações independentes umas das outras que simplesmente<br />

se justapõem, ou que se ligam umas às outras (através de<br />

uma conjunção coordenativa), sem função sintática. (São<br />

orações autônomas, cada uma com seu sentido próprio).<br />

Ex: Maria assistiu ao filme, sofreu e chorou.<br />

1ª oração + 2ª oração + 3ª oração<br />

O período acima possui três orações coordenadas.<br />

As orações coordenadas podem ser:<br />

1) Orações coordenadas assindéticas: orações que não<br />

são introduzidas por uma conjunção coordenativa (são<br />

justapostas). No lugar do conectivo oracional pode<br />

aparecer vírgula, ponto-e-vírgula ou dois pontos.<br />

Ex: O tempo passa, a vida continua a mesma.<br />

Oração coordenada assindética + oração coordenada<br />

assindética<br />

Obs: Nesse caso, não há oração principal.<br />

Sérgio gritou, chorou, sofreu à toa.<br />

Obs: No período acima, há três orações coordenadas<br />

assindéticas.<br />

2) Orações coordenadas sindéticas: orações<br />

introduzidas por conjunção coordenativa (conectivos<br />

oracionais).<br />

Ex: O tempo passa, mas a vida continua a mesma.<br />

Or. Coord. Assindética Or. Coord. Sindética<br />

adversativa<br />

Sérgio gritou e chorou, mas sofreu à toa.<br />

O. C. Assindética O. C. Sind. Aditiva O. C. Sind.<br />

Adversativa<br />

De acordo com a conjunção que a inicia, a oração<br />

coordenada sindética pode ser:<br />

a) Aditiva: expressa a ideia de soma, adição.<br />

Edgar tomou o remédio e depois se deitou.<br />

Tomás não fez a tarefa e nem procurou fazê-la.<br />

Principais conjunções e locuções conjuntivas:<br />

E<br />

131


Nem (= e não)<br />

Também<br />

Não só... mas também<br />

Tanto... quanto<br />

Assim... como<br />

b) Adversativa: expressa a ideia de contrariedade,<br />

adversidade.<br />

João esforçou-se muito, mas não foi compreendido.<br />

Fugi, ainda assim não me libertei.<br />

Principais conjunções e locuções conjuntivas:<br />

Mas<br />

Porém<br />

Todavia<br />

Entretanto<br />

Contudo<br />

No entanto<br />

Senão<br />

Ainda assim<br />

c) Alternativa: expressa ideias alternadas.<br />

Eles irão viajar, quer queira, quer não queira<br />

Umas vezes sente-se feliz, outras vezes sente-se triste.<br />

Principais conjunções e locuções conjuntivas:<br />

Umas... outras<br />

Já... já<br />

Quando... quando<br />

Ou... (ou)<br />

Quer... quer<br />

d) Conclusiva: a segunda oração coordenada expressa<br />

uma conclusão (lógica) da primeira.<br />

Eles estão famintos, então devem alimentar-se.<br />

O mico-leão está em extinção; devemos, pois, protegê-lo.<br />

Principais conjunções e locuções conjuntivas:<br />

Portanto<br />

Por isso<br />

Pois (após o verbo)<br />

Logo<br />

De acordo com a função sintática desempenhada, a oração<br />

subordinada pode ser:<br />

• Substantiva;<br />

• Adjetiva<br />

• Adverbial<br />

Consequentemente<br />

De modo que<br />

Em vista disso<br />

Por conseguinte<br />

e) Explicativa: a segunda oração coordenada exprime<br />

uma explicação sobre a primeira.<br />

Choveu, pois as ruas estão molhadas.<br />

Eles ainda não almoçaram porque a comida não está<br />

pronta.<br />

Principais conjunções e locuções conjuntivas:<br />

Pois (antes do verbo)<br />

Porque<br />

Que<br />

Isto é<br />

Porquanto<br />

Demais<br />

Ademais<br />

Pois bem<br />

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO<br />

O período composto por subordinação é formado por uma<br />

oração principal (que contém a principal informação e não<br />

possui função sintática) e uma oração a ela ligada e que<br />

completa seu sentido (oração subordinada).<br />

Obs: Num período composto formado por mais de duas<br />

orações, estabelecem-se relações sintáticas entre as<br />

próprias orações subordinadas (uma desempenha<br />

determinada função sintática em relação à outra).<br />

Ex:<br />

Mariana nos disse que se emocionou quando<br />

visitou o avô.<br />

op Or. Sub. Subst. Objetiva direta Or.<br />

Sub. Adv. temporal<br />

No exemplo acima:<br />

‣ A 2ª oração é subordinada em relação à 1ª;<br />

‣ A 3ª oração é subordinada em relação à 2ª.<br />

As orações subordinadas podem exercer (em relação a<br />

uma outra oração) a função sintática de substantivo,<br />

adjetivo ou advérbio.<br />

Obs: OP = Oração principal<br />

1) Orações Subordinadas Substantivas<br />

Exercem a função de um substantivo, que pode ser:<br />

sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento<br />

nominal, predicativo, aposto ou agente da passiva.<br />

132


que precisa comprar um Renault Fluence. (= Oração<br />

Sub. Substantiva Objetiva Direta, pois completa o sentido<br />

do verbo da O. Principal).<br />

Tipos de orações substantivas:<br />

a) Subjetiva: possui a função sintática de sujeito da<br />

oração principal.<br />

No anúncio acima, o primeiro período é claramente<br />

composto por subordinação. Tem-se, assim, a seguinte<br />

análise:<br />

Você já sabe (= Oração Principal)<br />

c) direto do verbo da OP.<br />

Ex: Todos os seus amigos desejam que você os admire.<br />

= Parece certo o namoro deles.<br />

OP<br />

Or. Sub. Subst. Objetiva<br />

direta<br />

Objeto direto<br />

d) Objetiva indireta: possui a função sintática de objeto<br />

indireto do verbo da OP.<br />

Ex: O pai não se opunha a que eles saíssem. = O<br />

pai não se opunha à saída deles.<br />

OP Or. Sub. Subst. Objetiva indireta<br />

Objeto indireto<br />

e) Completiva nominal: possui a função sintática de<br />

complemento nominal de um dos termos da OP.<br />

Ex: Muitas pessoas tinham medo de que o avião caísse.<br />

= Muitas pessoas tinham medo da queda do avião.<br />

OP<br />

Or. Sub. Subst. Completiva<br />

nominal<br />

Complemento Nominal<br />

f) Predicativa: possui a função sintática de predicativo do<br />

sujeito da OP.<br />

Ex: Meu desejo era que ela fosse feliz. = Meu desejo<br />

era a sua felicidade.<br />

OP<br />

Or. Sub. Subst. Predicativa<br />

Predicativo<br />

g) Apositiva: possui a função sintática de aposto de um<br />

dos termos da Oração Principal.<br />

Ex: Parece certo que eles namorem. = Parece<br />

certo o namoro deles.<br />

OP<br />

or. Sub. Substantiva subjetiva<br />

Sujeito<br />

b) Objetiva direta: possui a função sintática de objeto<br />

Ex: Joaquim tinha uma grande vontade: que os pais se<br />

reconciliassem. = a reconciliação dos pais.<br />

OP<br />

Or. Sub.<br />

Subst. Apositiva<br />

aposto<br />

h) Agente da passiva: possui a função sintática de agente<br />

da passiva da OP.<br />

Ex: Ele é admirado de quantos o cercam.<br />

OP Or. Sub. Subst. Agente da passiva<br />

OBSERVAÇÃO:<br />

As orações subordinadas podem se encontrar na forma<br />

reduzida: orações que se apresentam com o verbo no<br />

infinitivo (terminação -ar, -er, -ir) particípio (terminação<br />

-do) ou gerúndio (terminação -ndo). Não se iniciam nem<br />

por conjunções subordinativas nem por pronomes<br />

relativos.<br />

‣ Quando reduzidas, as orações subordinadas<br />

substantivas só podem se encontrar no infinitivo.<br />

Foi necessário<br />

OP<br />

infinitivo<br />

arrecadar mais dinheiro.<br />

Or. Sob. Subst. Subjetiva reduzida de<br />

Quero descobrir os caminhos da felicidade.<br />

OP Or. Sub. Subst. Objetiva direta reduzida de<br />

infinitivo<br />

Meu desejo era ser feliz.<br />

133


134<br />

OP<br />

infinitivo<br />

Or. Sub. Subst. Predicativa reduzida de<br />

Tinha receio de pedir aumento ao chefe.<br />

OP Or. Sub. Subst. Completiva nominal<br />

reduzida de infinitivo<br />

2) Orações subordinadas adjetivas<br />

Funcionam como um adjetivo de um termo antecedente<br />

que aparece na oração principal à qual se liga.<br />

Sintaticamente tem a função de adjunto adnominal. Pode<br />

ser restritiva ou explicativa. Quando desenvolvidas, vêm<br />

sempre introduzidas por pronome relativo (que, o qual, a<br />

qual, cujo, cuja, onde, quanto, como, quem).<br />

Tipos de Orações adjetivas:<br />

A) RESTRITIVAS – quando restringem ou especificam<br />

o sentido antecedente, ao qual se ligam sem marcação de<br />

pausa. Ex.:<br />

Este é o autor que foi premiado.<br />

Corria um vento que lhe esfriava os pés.<br />

B) EXPLICATIVAS – quando apenas acrescentam uma<br />

qualidade ao antecedente, esclarecendo um pouco mais<br />

seu significado, mas sem restringi-lo, determiná-lo.<br />

Separam-se do antecedente por uma pausa, representada<br />

pela vírgula. Ex.:<br />

Causais<br />

Comparativas<br />

Concessivas<br />

Condicionais<br />

Conformativas<br />

A) causais: indicam a causa da ação expressa na oração<br />

principal.<br />

As conjunções causais são: porque, visto que, como, uma<br />

vez que, posto que...<br />

Ex: A cidade foi alagada porque o rio transbordou.<br />

B) consecutivas: indicam uma consequência do fato<br />

referido na oração principal. As conjunções consecutivas<br />

são: que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho), de sorte<br />

que, de modo que...<br />

Ex: A casa custava tão cara que ela desistiu da compra.<br />

C) condicionais: expressam uma circunstância de<br />

condição com relação ao predicado da oração principal.<br />

As conjunções condicionais são: se, caso, desde que,<br />

contanto que, sem que...<br />

Seus pais, que são italianos, ficaram entusiasmados<br />

com tudo.<br />

O homem, que ama, é feliz.<br />

Observação:<br />

(sem a vírgula) Os homens que são honestos merecem<br />

atenção. (restritiva) (=apenas os homens honestos)<br />

(com a vírgula) Os homens, que são mortais, temem a<br />

doença. (explicativa) (=todos os homens)<br />

(FONTE:)<br />

‣ As orações subordinadas adjetivas podem ser<br />

reduzidas de infinitivo ou gerúndio.<br />

Ex: Vi policiais a cavalgar pela avenida.<br />

= Vi policiais que cavalgavam pela avenida<br />

Ex: Contemplei flores brotando no jardim.<br />

= Contemplei flores que brotavam no jardim.<br />

3) Orações subordinadas adverbiais<br />

Uma oração é considerada subordinada adverbial quando<br />

exerce sobre a oração principal a função sintática de<br />

Adjunto Adverbial. São introduzidas pelas conjunções<br />

subordinativas e classificadas de acordo com as<br />

circunstâncias que exprimem. Podem ser:<br />

Consecutivas<br />

Finais<br />

Proporcionais<br />

Temporais<br />

Ex: Deixe um recado se você não me encontrar em casa.<br />

D) concessivas: indicam um fato contrário ao referido na<br />

oração principal. As conjunções concessivas são: embora,<br />

a menos que, se bem que, ainda que, conquanto que...<br />

Ex: Embora tudo tenha sido cuidadosamente planejado,<br />

ocorreram vários imprevistos.<br />

E) conformativas: indicam conformidade em relação à<br />

ação expressa pelo verbo da oração principal. As<br />

conjunções conformativas são: conforme, consoante,<br />

como, segundo...<br />

Ex: Tudo ocorreu como estava previsto.<br />

F) comparativas: são aquelas que expressam uma<br />

comparação com um dos termos da oração principal. As<br />

conjunções comparativas são: como, que, do que...


Ex: Ele tem estudado como um obstinado (estuda).<br />

G) finais: exprimem a intenção, o objetivo do que se<br />

declara na oração principal. As conjunções finais são:<br />

para que, a fim de que, que, porque...<br />

Ex: Sentei-me na primeira fila, a fim de que pudesse ouvir<br />

melhor.<br />

H) temporais: demarca em que tempo ocorreu o processo<br />

expresso pelo verbo da oração principal. As<br />

conjunções temporais são: quando, enquanto, logo que,<br />

assim que, depois que, antes que, desde que, ...<br />

Ex: Eu me sinto segura assim que fecho a porta da minha<br />

casa.<br />

I) proporcionais: expressam uma idéia de<br />

proporcionalidade relativamente ao fato referido na<br />

oração principal. As conjunções proporcionais são: à<br />

medida que, à proporção que, quanto mais...tanto mais,<br />

quanto mais...tanto menos...<br />

Ex: Quanto menos trabalho, menos vontade tenho de<br />

trabalhar.<br />

EXERCÍCIOS<br />

1- Coloque:<br />

(1) Oração coordenada sindética aditiva<br />

(2) Oração coordenada sindética adversativa<br />

(3) Oração coordenada sindética alternativa<br />

(4) Oração coordenada sindética conclusiva<br />

(5) Oração coordenada sindética explicativa<br />

a) ( ) Ele já chegou ao trabalho e ainda não registrou o<br />

ponto.<br />

b) ( ) Ele não só estuda muito mas também é muito<br />

inteligente.<br />

c) ( ) Não se canse muito que o jogo só está no início.<br />

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO<br />

1- Só queria que ele estudasse mais. Oração subordinada<br />

substantiva:<br />

d) ( ) O jogo só está no início, por conseguinte não<br />

convém maior esforço.<br />

e) ( ) Fale agora ou se cale para sempre.<br />

f) ( ) Ele ora se calava ora reclamava em altos berros.<br />

g) ( ) Não compareceu tampouco se preocupou em<br />

justificar sua ausência.<br />

h) ( ) Comprava todas as apostilas, no entanto não as<br />

abria sequer.<br />

i) ( ) Eu acho que ele não mais virá uma vez que a chuva<br />

engrossou muito.<br />

j) ( ) O time treinou bastante, tenhamos, pois, confiança<br />

nos atletas.<br />

2- Coloque:<br />

(1) Oração subordinada substantiva subjetiva<br />

(2) Oração subordinada substantiva objetiva direta<br />

(3) Oração subordinada substantiva objetiva indireta<br />

(4) Oração subordinada substantiva completiva nominal<br />

(5) Oração subordinada substantiva predicativa<br />

(6) Oração subordinada substantiva apositiva<br />

a) ( ) Nós queremos que vocês se casem.<br />

b) ( ) Não sei se viajarei amanhã.<br />

c) ( ) Não sabia quanto gastara na viagem.<br />

d) ( ) A comissão precisa de que todos contribuam<br />

financeiramente.<br />

e) ( ) É provável que ele chegue hoje.<br />

f) ( ) Convém que você diga a verdade.<br />

g) ( ) Falou-se que haveria reunião esta tarde.<br />

h) ( ) Parece que ninguém estudou para a prova.<br />

i) ( ) Meu desejo era que todos fossem felizes.<br />

j) ( ) A esperança é que o acordo seja cumprido.<br />

k) ( ) Sou favorável a que o condenem.<br />

l) ( ) Esperamos isto: que todo mundo tenha uma vida<br />

digna.<br />

m) ( ) É preciso contratar mais pessoal para os cargos.<br />

n) ( ) Desejo ficar nesta cidade por mais um ano.<br />

o) ( ) Dedicar-se mais aos estudos, é esse o objetivo<br />

para o ano.<br />

a) Subjetiva<br />

b) Objetiva direta<br />

c) Predicativa<br />

d) Completiva nominal<br />

e) Apositiva<br />

135


2- É importante que meditemos. Oração subordinada<br />

substantiva:<br />

a) Objetiva direta<br />

b) Predicativa<br />

c) Completiva nominal<br />

d) Subjetiva<br />

e) Apositiva<br />

3- Tinha esperança de que chegaria a tempo. Oração<br />

subordinada substantiva:<br />

a) Completiva nominal<br />

b) Objetiva indireta<br />

c) Predicativa<br />

d) Subjetiva<br />

e) Apositiva<br />

4- Assinale o exemplo de oração substantiva objetiva<br />

indireta:<br />

a) Esperamos que a prova seja anulada.<br />

b) Estava convencido de que era importante.<br />

c) Hélio se queixava de que não tinha amigo.<br />

d) O certo é que muitos o apoiariam.<br />

e) Tenho receio de que não haja vagas.<br />

5- Só não há oração objetiva direta em:<br />

a) Suponho que Maria está doente.<br />

b) Veja para onde ele vai.<br />

c) Sinto que vou desmaiar.<br />

d) Helena prefere que não a procurem em casa.<br />

e) Sua resposta foi que se esforçasse mais.<br />

6- Só não há oração subjetiva em:<br />

a) Percebemos de imediato que alguma coisa não ia bem.<br />

b) É necessário que continuemos.<br />

c) Basta que me sigam.<br />

d) Urge que nos apressemos.<br />

e) Quem estuda passa no vestibular.<br />

7- Não há dúvida de que estarei lá. A oração substantiva é:<br />

a) Subjetiva<br />

b) Completiva nominal<br />

c) Objetiva indireta<br />

d) Predicativa<br />

e) Apositiva<br />

8- Só me faltava isto: que ele perdesse as cópias. Oração<br />

substantiva:<br />

b) Predicativa<br />

c) Completiva nominal<br />

d) Subjetiva<br />

e) Apositiva<br />

9- Certifiquei-me de que não haveria reunião. Oração<br />

substantiva:<br />

a) Predicativa<br />

b) Subjetiva<br />

c) Apositiva<br />

d) Completiva nominal<br />

e) Objetiva indireta<br />

10- Ignoro a quem ele mandou o livro. Oração substantiva:<br />

a) Objetiva indireta<br />

b) Completiva nominal<br />

c) Objetiva direta<br />

d) Apositiva<br />

e) Predicativa<br />

11- Todas orações subordinadas substantivas que aparecem a<br />

seguir são subjetivas, exceto em:<br />

a) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço.<br />

b) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita sobre sua<br />

vida.<br />

c) Ignoras quanto custou meu relógio?<br />

d) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos.<br />

e) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião.<br />

PERÍODO COMPOSTO – ORAÇÕES ADJETIVAS<br />

1- Leia:<br />

I- Os professores que se especializam lecionam com<br />

mais desenvoltura.<br />

II- Os professores, que se especializam, lecionam com<br />

mais desenvoltura.<br />

A partir das explicações dadas em sala, dê a classificação<br />

das orações adjetivas em destaque, explicando a<br />

diferença semântica entre elas.<br />

3- Desenvolva e classifique as orações reduzidas dos<br />

períodos abaixo:<br />

a) Vi flores brotando no jardim.<br />

b) Testemunhei guardas batendo em presos.<br />

c) Havia soldados a cavalgar pela avenida.<br />

d) Está marcada a festa a realizar-se na próxima semana.<br />

a) Objetiva direta<br />

136


Período Composto Orações Adverbiais<br />

1-Classifique as orações em destaque abaixo em:<br />

(1) Oração subordinada adverbial causal<br />

(2) Oração subordinada adverbial condicional<br />

(3) Oração subordinada adverbial consecutiva<br />

(4) Oração subordinada adverbial concessiva<br />

(5) Oração subordinada adverbial comparativa<br />

(6) Oração subordinada adverbial conformativa<br />

(7) Oração subordinada adverbial final<br />

(8) Oração subordinada adverbial proporcional<br />

(9) Oração subordinada adverbial temporal<br />

a) ( ) Joaquim chegou atrasado porque pegou um<br />

engarrafamento.<br />

b) ( ) Já que está chovendo, não vou trabalhar.<br />

c) ( ) Susan cantou tão bem que logo se tornou um<br />

fenômeno.<br />

d) ( ) Ele estudou tanto que foi aprovado no vestibular.<br />

e) ( ) Eu teria uma mágoa profunda se você faltasse à<br />

minha festa.<br />

f) ( ) Caso você melhore, volte logo para casa.<br />

g) ( ) Embora estivesse cansado, corria o campo todo.<br />

h) ( ) Mesmo que ele venha, não resolverá o problema.<br />

i) ( ) Os meninos venderam rifas para ajudar na<br />

campanha.<br />

j) ( ) Ele chegou, assim que você saiu.<br />

k) ( ) Apenas ele limpou a casa, as moscas sumiram.<br />

l) ( ) À medida que o salário mínimo cresce, aumenta<br />

o poder de compra do brasileiro.<br />

m) ( ) Agi como me fora orientado.<br />

n) ( ) Estudei para prova ,segundo o professor me<br />

orientara.<br />

o) ( ) Os políticos roubam como raposas.<br />

2- Desenvolva e classifique as orações adverbiais abaixo:<br />

a) Chegando o inverno, comprarei um casaco.<br />

b) Não sendo professor, deu aulas maravilhosas.<br />

c) Fazendo os exercícios, poderão sair.<br />

d) Desaparecida a causa, cessará o efeito.<br />

e) Feitos os trabalhos, puderam sair.<br />

f) Ela veio aqui para me ver.<br />

h) Por estudar bastante, passou no vestibular.<br />

3- (FUVEST) “Sei que esperavas desde o início que eu te<br />

dissesse hoje o meu canto solene. Sei que a única alma<br />

que possuo é mais numerosa que os cardumes do mar”.<br />

(Jorge de Lima)<br />

As orações grifadas são orações subordinadas,<br />

respectivamente:<br />

a) substantiva subjetiva – adjetiva – adverbial consecutiva<br />

b) adjetiva – substantiva objetiva direta – adverbial<br />

consecutiva<br />

c) substantiva objetiva direta – adjetiva – adverbial<br />

comparativa<br />

d) adjetiva – substantiva subjetiva – adverbial<br />

comparativa<br />

e) substantiva predicativa – adjetiva – adverbial<br />

consecutiva<br />

4- Na frase “Como anoitecesse, recolhi-me pouco depois<br />

e deitei-me... (Monteiro Lobato), a oração destacada é:<br />

a) coordenada sindética explicativa<br />

b) subordinada adverbial causal<br />

c) subordinada adverbial conformativa<br />

d) subordinada adjetiva explicativa<br />

e) subordinada adverbial final<br />

Os brasileiros são mais ricos que os americanos<br />

Um amigo acaba de me mandar o resultado de uma<br />

comparação entre nós e os americanos. Uma discussão em<br />

que um ianque prova, pela ciência exata da Matemática,<br />

que os brasileiros são mais ricos que os americanos.<br />

Ele começa argumentando que pagamos o dobro que<br />

os americanos pela água consumida. Embora tenhamos<br />

mais água doce.<br />

Depois, demonstra que nós pagamos 60% a mais nas<br />

tarifas de telefone e eletricidade. Além disso, os<br />

brasileiros pagam o dobro pela porcaria de gasolina<br />

consumida por seus carros. Por falar em carro, argumenta<br />

o americano, nós pagamos US$ 40 mil por um carro que<br />

nos Estados Unidos custa 20 mil, porque damos de<br />

presente US$ 20 mil para o nosso governo gastar não se<br />

sabe onde, já que os serviços públicos no Brasil são um<br />

lixo perto dos serviços prestados pelo setor público nos<br />

Estados Unidos.<br />

O americano diz não entender como somos tão ricos a<br />

ponto de não nos importarmos em pagar, além disso, PIS,<br />

Cofins, CPMF, ISS, INSS, IPTU, IPVA, IR, e dezenas de<br />

impostos, taxas e contribuições, em geral com efeito<br />

cascata, de imposto sobre imposto, e ainda fazemos festa<br />

nos estádios e nas grandes passarelas de carnaval. Sinal de<br />

que nem nos incomodamos com esse confisco de mais de<br />

três em cada dez dias de nosso trabalho.<br />

137


O americano lembra que em relação ao Brasil eles são<br />

pobres, tanto que são isentos do imposto de renda se<br />

ganham menos de US$ 3 mil por mês (equivalente a R$<br />

7.500,00 mensais).<br />

Voltando aos serviços públicos, os brasileiros são tão<br />

ricos que pagam sua própria segurança; nos Estados<br />

Unidos, os pobres cidadãos dependem da segurança<br />

pública. No Brasil, os pais pagam a escola e os livros dos<br />

seus filhos, porque, afinal, devem nadar em dinheiro. Nos<br />

Estados Unidos, os pais americanos não têm toda essa<br />

fortuna e mandam seus filhos para as escolas públicas,<br />

onde os livros são emprestados aos alunos.<br />

Os ricaços brasileiros, quando tomam no banco um<br />

empréstimo pessoal, pagam por mês o que os pobres<br />

americanos pagam de juro por ano. Eu contei ao<br />

americano que acabei de pagar R$ 2.500,00 pelo seguro<br />

de meu carro e ele confirmou sua tese: Vocês são ricos.<br />

Nós não podemos pagar tudo isso. Por meu carro grande,<br />

eu pago US$ 345 por ano. E acrescentou: e US$ 15 de<br />

licenciamento anual. Meu IPVA é de R$ 1.700,00.<br />

O ianque pergunta: Afinal quem é rico e quem é<br />

pobre?<br />

Aí no Brasil, 20% da população economicamente ativa<br />

não trabalha. Aqui, não podemos nos dar ao luxo de<br />

sustentar além dos 4% que estão desempregados. Não é<br />

mais rico quem sustenta mais gente que não trabalha?<br />

Cada vez mais, vamos nos convencendo de que não é<br />

preciso ser, basta parecer. E, afinal, gastando muito, a<br />

gente aparenta ser rico. E somos infelizes sem saber.<br />

Lembre-se disso na hora de votar!!!<br />

(Crônica de Alexandre Garcia)<br />

Interpretação<br />

1- O texto aborda principalmente:<br />

a) A falta de planejamento tarifário do Estado, que cobra<br />

altos impostos dos brasileiros.<br />

b) O fato de que os brasileiros pagam muitos impostos e<br />

não são ressarcidos socialmente como deveriam.<br />

c) O problema do péssimo atendimento prestado pelo<br />

Estado aos brasileiros.<br />

d) O fato de os americanos pagarem menos impostos que<br />

os brasileiros.<br />

e) O problema instaurado na saúde, que, segundo o texto,<br />

é oferecida aos brasileiros como um serviço<br />

ineficiente.<br />

2- Marque a alternativa que representa o que é mais<br />

criticado pelo autor:<br />

a) Os impostos, parcialmente, utilizados no serviço<br />

público.<br />

b) Os brasileiros, que não cobram do Estado as<br />

benfeitorias necessárias.<br />

c) Os americanos, que não conhecem a real condição<br />

social dos brasileiros.<br />

d) O Estado, que arrecada muito e gasta mal.<br />

e) Os serviços públicos de péssima qualidade.<br />

3- Marque a alternativa cujo fragmento do texto não<br />

expressa ironia:<br />

a) “Sinal de que nem nos incomodamos com esse<br />

confisco...”. (l. 27)<br />

b) “os brasileiros são tão ricos que pagam sua própria<br />

segurança.” (l. 37)<br />

c) “damos de presente R$ 20 mil para o nosso<br />

governo.”(l.15)<br />

d) “os pobres americanos...” (l. 48)<br />

e) “pagamos o dobro que os americanos...” (l. 6)<br />

4- Sobre o texto é incorreto dizer:<br />

a) O autor, para corroborar sua tese, prescinde de<br />

estatísticas e dados relacionados à economia dos dois<br />

países comparados.<br />

b) A base argumentativa de produção do texto é a forma<br />

irônica com que o autor camufla sua crítica em relação ao<br />

Poder Executivo.<br />

c) Dentre as várias considerações, o autor não se exime de<br />

condenar a indiferença do povo brasileiro em relação ao<br />

problema apontado.<br />

d) Em “além disso, PIS, Cofins, CPMF, ISS, INSS, IPTU,<br />

IPVA, IR, e dezenas de impostos, taxas e contribuições...”<br />

o autor utiliza siglas que representam o alvo de sua crítica<br />

no referido trecho.<br />

e) Pode-se dizer que o entendimento contrário das<br />

afirmações norteia o real significado do estado de espírito<br />

do autor frente ao tema abordado.<br />

5- Marque a alternativa incorreta sobre o texto:<br />

a) O texto aborda um fato real dos brasileiros sob uma<br />

perspectiva inversa em comparação com os<br />

americanos.<br />

b) Transmite, ironicamente, sua indignação com os abusos<br />

na cobrança de impostos no Brasil.<br />

c) Transmite em suas considerações angústia moderada<br />

frente à realidade com que se deparam os brasileiros.<br />

d) Critica o Estado que gerencia mal os serviços públicos<br />

do país.<br />

138


e) Aborda, com sarcasmo, um problema enfrentado pelos<br />

brasileiros.<br />

6- Comparando os impostos e os serviços públicos entre o<br />

Brasil e os Estados Unidos mencionados no texto, é<br />

correto afirmar que:<br />

a) Os americanos pagam menos e recebem menos do seu<br />

Estado.<br />

b) Brasileiros e americanos desfrutam do mesmo tipo de<br />

serviço oferecido pelos seus respectivos Estados.<br />

c) Não há compensação entre os tributos pagos e os<br />

serviços prestados pelo governo brasileiro.<br />

d) Há equivalência de tributação entre os dois países que<br />

os faz pertencerem ao padrão de desenvolvidos.<br />

e) Brasileiros e americanos se igualam em graus de<br />

riqueza e pobreza.<br />

7- Analise o fragmento em destaque: “Ele começa<br />

argumentando que pagamos o dobro que os americanos<br />

pela água consumida. Embora tenhamos mais água (II)<br />

doce”. Sobre o fragmento em destaque, é errôneo o que se<br />

diz em:<br />

a) O pronome pessoal Ele funciona como um termo<br />

localizador de um outro vocábulo já mencionado no<br />

texto.<br />

b) O sujeito da oração expressa pelo verbo pagamos é<br />

perfeitamente passível de identificação pelo contexto.<br />

c) No trecho (...) pagamos o dobro que os americanos<br />

pela água consumida... existe a elipse de um verbo<br />

perceptível pelo contexto.<br />

d) O substantivo água (II) exerce função subjetiva na<br />

oração à qual pertence.<br />

e) Possuem a mesma classificação os sujeitos das orações<br />

dos verbos pagamos e tenhamos.<br />

8-Leia: “E, afinal, gastando muito, a gente aparenta ser<br />

rico. E somos infelizes sem saber. Lembre-se disso na<br />

hora de votar!!!” Percebe-se nesse fragmento o nível de<br />

linguagem:<br />

a) Metalinguístico<br />

b) Fático<br />

c) Conativo<br />

d) Poético<br />

e) Emotivo<br />

9- Dos fragmentos abaixo, marque o único que apresenta<br />

aspecto substantivo com relação à palavra em destaque:<br />

a) Damos de presente US$ 20 mil para o nosso governo...<br />

b) (...) já que os serviços públicos no Brasil são um lixo...<br />

c) No Brasil, os pais pagam a escola e os livros dos seus<br />

filhos .<br />

d) (...) e ainda fazemos festa nos estádios e nas grandes<br />

passarelas de carnaval.<br />

e) Um amigo acaba de me mandar o resultado de uma<br />

comparação entre nós e os americanos.<br />

10- Sobre as afirmações abaixo, marque a alternativa<br />

correta:<br />

a) Ele começa argumentando que pagamos o dobro que<br />

os americanos pela água consumida. / os termos em<br />

destaque exercem a mesma função sintática e semântica.<br />

b) ... nós pagamos US$ 40 mil por um carro que nos<br />

Estados Unidos custa 20 mil,(...) / o conectivo em<br />

destaque é uma conjunção integrante.<br />

c) O americano lembra que em relação ao Brasil eles são<br />

pobres, tanto que são isentos do imposto de renda se<br />

ganham menos de US$ 3 mil por mês (...) / o enunciado<br />

possui uma ideia de causa e efeito.<br />

d) Voltando aos serviços públicos, os brasileiros são tão<br />

ricos que pagam sua própria segurança; / o período<br />

anterior é composto, sendo destituído de forma reduzida<br />

em qualquer oração.<br />

e) Nos Estados Unidos, os pais americanos (...) mandam<br />

seus filhos para as escolas públicas, onde os livros são<br />

emprestados aos alunos. / O conectivo em destaque no<br />

período anterior inicia uma oração de valor adverbial.<br />

11- (UFV) No seguinte período: “Choveu durante a noite,<br />

porque as ruas estão molhadas”; a oração destacada é:<br />

a) subordinada adverbial consecutiva<br />

b) coordenada sindética explicativa<br />

c) subordinada adverbial causal<br />

d) coordenada sindética conclusiva<br />

e) subordinada adverbial concessiva<br />

12- Nos períodos abaixo, que oração destacada tem sua<br />

classificação indicada corretamente?<br />

a) “Era a grande tosse dos pobres, sintoma e denúncia da<br />

silicose que os roia.” – Oração subordinada adverbial<br />

modal.<br />

b) “Contou-me um amigo uma história exemplar, que<br />

teria ocorrido na cidade mineira de Nova Lima, por volta<br />

dos anos 30” – Oração subordinada adjetiva explicativa.<br />

139


c) “É claro que a criminalidade, enquanto sintoma, tem<br />

de ser adequadamente combatida por medidas policiais<br />

enérgicas.” – oração subordinada substantiva objetiva<br />

direta.<br />

d) “Os ingleses, dessa forma, uniram o útil ao<br />

agradável.” – oração coordenada assindética<br />

e) “A criminalidade está para a patologia social assim<br />

como a tosse convulsiva para a silicose”. – oração<br />

subordinada adverbial proporcional.<br />

e) Quanto mais fala, mais fica rouco. (subordinada<br />

adverbial proporcional)<br />

18- Só não há oração objetiva direta em:<br />

a) Suponho que Maria está doente.<br />

b) Veja para onde ele vai.<br />

c) Sinto que vou desmaiar.<br />

d) Helena prefere que não a procurem em casa.<br />

e) Sua resposta foi que se esforçasse mais.<br />

13- Desça daí para que possamos conversar. A oração<br />

adverbial é:<br />

a) temporal<br />

b) conformativa<br />

c) consecutiva<br />

d) final<br />

e) causal<br />

14- Assinale a oração sindética explicativa:<br />

a) Depois que saíram, tudo serenou.<br />

b) Gritou, mas ninguém ouviu.<br />

c) A máquina parou porque faltou luz.<br />

d) Trabalhou demais, estava, pois, esgotado.<br />

e) João já deve ter chegado porque o casaco dele está<br />

sobre o sofá.<br />

19- Só não há oração subjetiva em:<br />

a) Percebemos de imediato que alguma coisa não ia bem.<br />

b) É necessário que continuemos.<br />

c) Basta que me sigam.<br />

d) Urge que nos apressemos.<br />

e) Parecia que tudo estava bem.<br />

20- Assinale o exemplo de oração substantiva objetiva<br />

indireta:<br />

a) Esperamos que a prova seja anulada.<br />

b) Estava convencido de que era importante.<br />

c) Hélio se queixava de que não tinha amigo.<br />

d) O certo é que muitos o apoiariam.<br />

e) Tenho receio de que não haja vagas.<br />

140<br />

15- Aponte a oração adverbial consecutiva:<br />

a) Era tranquilo como o pai.<br />

b) Falou alto para que todos escutassem.<br />

c) Era tal sua preocupação, que ficou em casa.<br />

d) Já que pediram, lerei novamente.<br />

e) Agiu como lhe fora ordenado.<br />

16- Assinale o erro na análise da oração destacada:<br />

a) Vi um garoto chorando. (adverbial condicional)<br />

b) É importante estudar. (substantiva subjetiva)<br />

c) Trouxe o anel, entregando-o à mãe. (coordenada<br />

aditiva)<br />

d) Estava ansioso por voltar. (substantiva completiva<br />

nominal)<br />

e) Meu desejo é encontrá-la. (substantiva predicativa)<br />

17- Assinale o erro na análise da oração destacada:<br />

a) Há sentimentos que aproximam o homem de Deus.<br />

(subordinada adjetiva restritiva)<br />

b) Vim, vi, venci. (coordenada assindética)<br />

c) Ficou doente, por não se alimentar direito.<br />

(subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo)<br />

d) Fiquem calmos, porque tudo se resolverá. (coordenada<br />

sindética explicativa)<br />

21- Só não há oração objetiva direta em:<br />

a) Convém que todos estudem para as provas finais.<br />

b) A diretoria confirmou que as notas fiscais serão<br />

entregues hoje.<br />

c) A polícia constatou que o réu era culpado.<br />

d) Imaginamos que haverá adiamento da prova do<br />

concurso.<br />

e) Desejamos que todos passem nas provas.<br />

22- Só não há oração subjetiva em:<br />

a) Confirmou-se que houve fraude na prova.<br />

b) É importante que todos se preparem para o vestibular.<br />

c) Afirmo que houve fraude nas provas do ENEM.<br />

d) Urge que nos apressemos.<br />

e) Parecia que tudo estava bem.<br />

23- Aponte a alternativa que faz uma análise correta do<br />

SE nas frases abaixo:<br />

a) Necessita-se de vendedores com experiência. –<br />

pronome reflexivo com função de objeto indireto<br />

b) Ele se vai rapidamente ao destino esperado. – índice de<br />

indeterminação do sujeito


c) Nega-se tudo diante do tribunal. – partícula<br />

apassivadora<br />

d) O técnico irritou-se com a apatia do time. – pronome<br />

reflexivo com função de sujeito.<br />

e) Deixou-se ficar na rede durante o feriado. – parte<br />

integrante do verbo<br />

TEXTO II (para análise da questão 24 a 27)<br />

DROGAS: A MÍDIA ESTÁ DENTRO<br />

Há poucos dias, assistindo a um desses debates<br />

universitários que a gente pensa que não vão dar em nada,<br />

ouvi um raciocínio que não me saiu mais da cabeça. Ouvio<br />

de um professor – um brilhante professor, é bom que se<br />

diga. Ele se saía muito bem, tecendo considerações<br />

críticas sobre o provão. Aliás, o debate era sobre o provão,<br />

mas isso não vem ao caso. O que me interessou foi um<br />

comentário marginal que ele fez – e o exemplo que<br />

escolheu para ilustrar seu comentário. Primeiro, ele disse<br />

que a publicidade não pode tudo, ou melhor, que nem<br />

todas as atitudes humanas são ditadas pela propaganda.<br />

Sim, a tese é óbvia, ninguém discorda disso, mas o mais<br />

interessante veio depois. Para corroborar sua constatação,<br />

o professor lembrou que muita gente cheira cocaína e, no<br />

entanto, não há propaganda de cocaína na TV. Qual a<br />

conclusão lógica? Isso mesmo: nem todo hábito de<br />

consumo é ditado pela publicidade.<br />

A favor da mesma tese, poderíamos dizer que, muitas<br />

vezes, a publicidade tenta e não consegue mudar os<br />

hábitos do público. Inúmeros esforços publicitários não<br />

resultam em nada. Continuemos no campo das substâncias<br />

ilícitas. Existem insistentes campanhas antidrogas nos<br />

meios de comunicação, algumas um tanto soporíferas,<br />

outras mais terroristas, e todas fracassam. Moral da<br />

história? Nem que seja para consumir produtos químicos<br />

ilegais, ainda somos minimamente livres diante do poder<br />

da mídia. Temos alguma autonomia para formar nossas<br />

decisões.<br />

Tudo certo? Creio que não. Concordo que a mídia não<br />

pode tudo, concordo que as pessoas conseguem guardar<br />

alguma independência em sua relação com a publicidade,<br />

mas acho que o professor cometeu duas impropriedades:<br />

anunciou uma tese fácil demais e, para demonstrá-la,<br />

escolheu um exemplo ingênuo demais. Embora não<br />

vejamos um comercial promovendo explicitamente o<br />

consumo de cocaína, ou de maconha, ou de heroína, ou de<br />

crack, a verdade é que os meios de comunicação nos<br />

bombardeiam, durante 24 horas por dia, com a<br />

propaganda não de drogas, mas do efeito das drogas. A<br />

publicidade, nesse sentido, não refreia, mas reforça o<br />

desejo pelo efeito das drogas. Por favor, não se pode<br />

culpar os publicitários por isso – eles, assim como todo<br />

mundo, não sabem o que fazem.<br />

(Eugênio Bucci)<br />

24- Sobre alguns elementos de coesão do texto, é errôneo<br />

o que se diz em (estes se encontram destacados nos<br />

referidos parágrafos):<br />

a) “Aliás” e “ou melhor” (ambos no 1º parágrafo)<br />

expressam ideia de retificação no discurso.<br />

b) O vocábulo “corroborar” (1º parágrafo) pode ser<br />

substituído, no contexto por “ratificar”.<br />

c) A conjunção “e” (2º parágrafo) expressa ideia de<br />

adição.<br />

d) “Nem que” (2º parágrafo) expressa contextualmente<br />

valor concessivo.<br />

e) “impropriedades” (3º parágrafo) denota “equívocos”.<br />

25- “Ele se saía muito bem, tecendo considerações críticas<br />

sobre o provão,...”; o gerúndio tecendo mostra uma ação:<br />

a) Que antecede a do verbo da oração anterior.<br />

b) Posterior à do verbo da oração anterior.<br />

c) Que é a consequência da ação da oração anterior.<br />

d) Simultânea à do verbo da oração anterior.<br />

e) Que mostra oposição à ação da oração anterior.<br />

26- A expressão destacada que tem seu significado<br />

corretamente expresso é:<br />

a) “... que a gente pensa que não vão dar em nada”. – que<br />

não vão chegar a ser publicados.<br />

b) “... ouvi um raciocínio que não me saiu mais da<br />

cabeça”. – que me deixou com dor de cabeça.<br />

c) “... o debate era sobre o provão; mas isso não vem ao<br />

caso”. – é ridículo dar importância a isso.<br />

d) “Ele se saía muito bem...” – ele desviava do assunto<br />

principal.<br />

e) “... um professor brilhante, é bom que se diga”. – é<br />

importante destacar isso.<br />

27- “Sim, a tese é óbvia... Para corroborar sua<br />

constatação, o professor lembrou que muita gente cheira<br />

cocaína e, no entanto, não há propaganda de cocaína na<br />

TV.”; em termos argumentativos, podemos dizer, com<br />

base nestes dois segmentos, que:<br />

a) A tese é acompanhada de argumento que a defende.<br />

141


) A tese leva a uma conclusão explícita.<br />

c) A tese parte de uma premissa falsa.<br />

d) A tese não é acompanhada de dados que a comprovem.<br />

e) A tese é falaciosa e não pode ser provada.<br />

28- Assinale a opção em que a conjunção E está<br />

empregada com valor adversativo:<br />

a) Deixou viúva e órfãos.<br />

b) Para diminuir a mortalidade infantil e aumentar a<br />

produção, proibi a aguardente.<br />

c) Tenho visto criaturas que trabalham demais e não<br />

progridem.<br />

d) Iniciei a avicultura e a apicultura.<br />

e) Perdi dois caboclos e levei um tiro de emboscada.<br />

29- “Na verdade, a palavra escrita não apenas<br />

permanece...” O segmento sublinhado indica que, na<br />

progressão do texto, vai aparecer um segmento com valor<br />

de:<br />

a) Comparação<br />

b) Retificação<br />

c) Condição<br />

d) Adição<br />

e) Alternância<br />

30- “É preciso ter sonho sempre”. Assinale a<br />

classificação correta da oração subordinada reduzida<br />

destacada nesse período:<br />

a) Adverbial consecutiva<br />

b) Adverbial final<br />

c) Substantiva predicativa<br />

d) Substantiva subjetiva<br />

e) Substantiva apositiva<br />

31- Assinale a alternativa que não apresenta a oração<br />

subordinada com função de sujeito:<br />

a) Tínhamos esperança de que houvesse aula.<br />

b) É importante que estudemos para as provas da unidade.<br />

c) Ficou provado que o réu era culpado.<br />

d) Diz-se que haveria obras de saneamento básico no<br />

bairro.<br />

e) Era necessário dedicar-se mais aos estudos.<br />

32- “Espia se ele está na esquina”. Qual das orações<br />

abaixo não analisa corretamente esse período?<br />

a) Período composto por subordinação.<br />

b) Conjunção integrante indicando a 2ª oração.<br />

c) Verbo da 1ª oração: transitivo direto<br />

d) A oração subordinada é adverbial reduzida.<br />

e) Frase em discurso direto.<br />

33- Se suprimirmos o pronome indefinido “Ninguém” e<br />

acrescentarmos “se” à forma verbal “informou”, na frase<br />

“Ninguém informou que haverá aula”, o sujeito da oração<br />

principal é:<br />

a) que haverá aula<br />

b) aula<br />

c) indeterminado<br />

d) ninguém<br />

e) inexistente<br />

Leia os períodos a seguir para responder as questões<br />

34 e 35:<br />

I- Esperamos que os juros no país baixem.<br />

II- A taxa de juros, que é muito elevada no país, deve ser<br />

revista pelo governo.<br />

III- Estudou tanto que foi aprovado em Medicina.<br />

34- A classificação dada ao conectivo QUE em cada uma<br />

das orações acima é respectivamente:<br />

a) Pronome relativo, conjunção adverbial, conjunção<br />

integrante.<br />

b) Pronome relativo, conjunção integrante, conjunção<br />

adverbial.<br />

c) Conjunção adverbial, pronome relativo, conjunção<br />

integrante.<br />

d) Conjunção integrante, conjunção adverbial, pronome<br />

relativo.<br />

e) Conjunção integrante, pronome relativo, conjunção<br />

adverbial.<br />

35- Assinale a alternativa que faz uma análise errônea<br />

sobre um dos períodos acima:<br />

a) No primeiro período, há uma oração subordinada que<br />

pode ser representada pelo pronome “isso”<br />

b) No segundo período, a oração subordinada expressa<br />

um valor explicativo.<br />

c) Preserva-se o fator semântico e gramatical a retirada<br />

das vírgulas no segundo período.<br />

d) O terceiro período é formado por uma relação de causa<br />

e efeito.<br />

e) A oração subordinada do terceiro período é adverbial<br />

consecutiva.<br />

36- Leia:<br />

Quando o enterro passou<br />

Os homens que se achavam no café<br />

Tiraram o chapéu maquinalmente.<br />

(Manuel Bandeira)<br />

Sobre os versos do poeta Bandeira acima, é correto o que<br />

se diz em:<br />

142


a) A conjunção quando inicia uma oração principal.<br />

b) A oração “que se achavam no café” restringe a ideia<br />

que é dita em relação ao termo “Os homens”.<br />

c) O verbo da 1ª oração pede um complemento verbal.<br />

d) Em “Tiraram o chapéu maquinalmente”, tem-se uma<br />

oração reduzida de gerúndio.<br />

e) Poder-se-ia colocar uma vírgula antes do pronome<br />

“que” na segunda linha, preservando a ideia inicial.<br />

37- Na frase “Como anoitecesse, recolhi-me pouco<br />

depois e deitei-me” (Monteiro Lobato), a oração<br />

destacada expressa ideia de:<br />

a) comparação<br />

b) conformidade<br />

c) causa<br />

d) consequência<br />

e) modo<br />

38- Leia:<br />

I- Mário estudou muito e foi reprovado.<br />

II- Mário estudou muito e foi aprovado.<br />

Em I e II, a conjunção E tem, respectivamente, valor:<br />

a) Aditivo e conclusivo<br />

b) Adversativo e aditivo<br />

c) Aditivo e aditivo<br />

d) Adversativo e conclusivo<br />

e) Concessivo e causal<br />

39- “Apesar de não ser formado, era um exímio técnico<br />

de informática”. A oração subordinada no período<br />

anterior poder-se-ia apresentar da seguinte forma:<br />

a) Embora não fosse formado...<br />

b) Para que esteja formado...<br />

c) Porque era formado...<br />

d) À medida que se formava...<br />

e) Caso se formasse...<br />

40- Leia:<br />

I- Estudaram a fim de passarem na prova.<br />

II- O poder de compra do brasileiro aumenta à medida<br />

que o salário mínimo cresce.<br />

III- Todos os funcionários atuavam no balcão segundo o<br />

patrão os orientara.<br />

Pela ordem, pode-se dizer que as orações destacadas<br />

acima classificam-se como subordinada adverbial:<br />

a) Consecutiva, causal, temporal<br />

b) Concessiva, condicional, consecutiva<br />

c) Final, temporal, consecutiva<br />

d) Final, proporcional, conformativa<br />

e) Consecutiva, proporcional, conformativa<br />

41- Leia:<br />

I- Abandonou o posto desde que anoitecera.<br />

II- Desde que cumpra o combinado, receberá a<br />

recompensa.<br />

III- Saíram segundo lhes ordenei.<br />

IV- Perseguiram o sonho com o intuito de serem felizes.<br />

As ideias transmitidas em cada oração subordinada<br />

destacada são respectivamente de:<br />

a) Causa, condição, proporcionalidade, tempo<br />

b) Consequência, causa, finalidade, concessão<br />

c) Tempo, condição, conformidade, finalidade<br />

d) Tempo, consequência, causa, finalidade<br />

e) Finalidade, tempo, condição, causa<br />

PONTUAÇÃO<br />

1- Justifique o uso da pontuação nos períodos abaixo:<br />

a) Manoel, venha cá!<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

b) Vendi a televisão, o fogão, a geladeira e a máquina de<br />

lavar.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

____________________________________________<br />

c) O diretor e os professores se reuniram ontem à tarde.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

____________________________________________<br />

d) Márcia lava, e Joana Passa.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

143


e) Maria lava e passa.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

f) Minha mãe chora, e ri, e canta, e dança.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

g) Ele sempre se dedicou à empresa, porém nunca foi<br />

promovido.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

h) Ele sempre se dedicou à empresa, será, portanto,<br />

promovido.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

____________________________________________<br />

i) O brasileiro, que paga seus impostos, não obtém<br />

retorno do Estado.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

j) A verdade, meu povo, deve sempre ser dita.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

k) Eu vendo jornais; minha noiva, revistas.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

l) Assim que entrei, todos me fitaram.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

m) Todos me fitaram assim que entrei.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

n) Que João não virá, nós já sabemos.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

o) Com você, eu caso. / De chocolate, eu gosto.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

p) Desanimada, Ana entrou na sala de aula.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

q) Guido Mantega, ministro da Fazenda, implantou<br />

medidas de combate à inflação.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

r) A diretoria, convém lembrar, não se reúne há cinco<br />

meses.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

s) A vida é triste, ou melhor, muito triste. / Tu não<br />

trabalhas mais aqui, ou seja, estás demitido.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

____________________________________________<br />

t) A introdução dos computadores pode acarretar duas<br />

consequências: uma, de natureza econômica, é a redução<br />

de custos; a outra, de implicações sociais, é a demissão de<br />

funcionários.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

_____________________________________________<br />

u) O Brasil produz café, milho, arroz; ouro, níquel, ferro.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

_____________________________________________<br />

v) É como o jornalista disse: “eles criam a dificuldade<br />

para vender a facilidade”.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

144


w) Num estado de fúria, bradou fortemente:<br />

- Ouçam, miseráveis, vocês hão de me pagar<br />

amargamente!<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

x) “A empresa – afirmou o presidente – deve investir<br />

em seus funcionários”.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

y) O fato – convém lembrar – é inaceitável numa<br />

empresa como esta.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

____________________________________________<br />

z) Acredito que, devendo desta maneira exagerada, “sua<br />

empresa logo alcançará um desenvolvimento invejável”.<br />

______________________________________________<br />

______________________________________________<br />

_____________________________________________<br />

EXERCÍCIOS ADICIONAIS<br />

2- Os períodos seguintes apresentam diferença do<br />

emprego da pontuação. Assinale a letra que corresponde<br />

ao período de pontuação correta.<br />

a) O sinal, estava fechado; os carros, porém, não paravam.<br />

b) O sinal, estava fechado: os carros porém, não paravam.<br />

c) O sinal estava fechado; os carros porém, não paravam.<br />

d) O sinal estava fechado: os carros porém, não paravam.<br />

e) O sinal estava fechado; os carros, porém, não paravam.<br />

3- Assinale a alternativa em que a pontuação não pode<br />

ser aceita.<br />

a) Os homens fazem as leis; as mulheres, os costumes.<br />

b) Cada livro dele, de parte o estilo, traz uma novidade.<br />

c) Às vezes, lá em casa, um simples telefonema podia<br />

suscitar a ocorrência de um cataclismo.<br />

d) Cipião general africano dizia: “Ingrata Pátria não terás<br />

meus ossos”.<br />

e) Comigo, meu bem, é que você não pode, por enquanto,<br />

contar.<br />

4- Assinale a alternativa em que a pontuação do período<br />

é incorreta.<br />

a) Só te peço isto: que não demores.<br />

b) A raposa, que é matreira, enganou o corvo.<br />

c) Mal ele entrou, todos se retiraram.<br />

d) A cartomante fez uma só previsão; que ele ainda seria<br />

feliz.<br />

e) Pensei que não mais virias.<br />

5- Qual o período com pontuação correta?<br />

a) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a<br />

reunião ficou mais animada.<br />

b) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a<br />

reunião ficou mais animada.<br />

c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a<br />

reunião ficou mais animada.<br />

d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a<br />

reunião, ficou mais animada.<br />

e) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a<br />

reunião ficou, mais animada.<br />

6- Assinale a alternativa em que o período está<br />

corretamente pontuado:<br />

a) Repetindo a recomendação o diretor deu um voto, de<br />

confiança aos funcionários, mas poucos se sensibilizaram,<br />

com isso.<br />

b) Repetindo a recomendação, o diretor deu um voto de<br />

confiança aos funcionários mas, poucos se sensibilizaram<br />

com isso.<br />

c) Repetindo, a recomendação o diretor deu um voto de<br />

confiança aos funcionários, mas poucos, se sensibilizaram<br />

com isso.<br />

d) Repetindo a recomendação, o diretor deu um voto de<br />

confiança aos funcionários, mas poucos se sensibilizaram<br />

com isso.<br />

e) Repetindo a recomendação o diretor, deu um voto de<br />

confiança, aos funcionários mas poucos se sensibilizaram,<br />

com isso.<br />

7- Assinale a letra que corresponde ao período de<br />

pontuação correta.<br />

a) Tu meu amigo, se não me engano, estás atrasado.<br />

b) Tu meu amigo se não me engano, estás atrasado.<br />

c) Tu, meu amigo, se não me engano estás atrasado.<br />

d) Tu, meu amigo se não me engano estás atrasado.<br />

e) Tu, meu amigo, se não me engano, estás atrasado.<br />

145


8- Assinale a letra que corresponde ao período de<br />

pontuação correta.<br />

a) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio<br />

gordo, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias,<br />

trazem impresso constante sorriso.<br />

b) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio<br />

gordo, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias<br />

trazem, impresso constante sorriso.<br />

c) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio<br />

gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias,<br />

trazem impresso, constante sorriso.<br />

d) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio<br />

gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias<br />

trazem impresso constante sorriso.<br />

e) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio<br />

gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias,<br />

trazem impresso constante sorriso.<br />

9- Assinale a opção em que está corretamente indicada a<br />

ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as<br />

lacunas da frase: “Quando se trata de trabalho científico _<br />

duas coisas devem ser consideradas __ uma é a<br />

contribuição que o trabalho oferece __ a outra é o valor<br />

prático que possa ter.”<br />

a) dois pontos, ponto-e-vírgula, ponto-e-vírgula<br />

b) vírgula, vírgula, ponto-e-vírgula<br />

c) vírgula, dois pontos, ponto-e-vírgula<br />

d) ponto-e-vírgula, dois pontos, ponto-e-vírgula<br />

e) ponto-e-vírgula, vírgula, vírgula<br />

10- Assinale a alternativa que contém os sinais de<br />

pontuação adequados para a seguinte frase: “Carlos __<br />

todo domingo __ segue a mesma rotina __ praia __ futebol<br />

__ jantar em restaurante __”<br />

a) Vírgula, vírgula, ponto-e-vírgula, vírgula, vírgula,<br />

ponto<br />

b) Vírgula, vírgula, dois pontos, vírgula, vírgula, ponto<br />

c) Vírgula, ponto-e-vírgula, vírgula, ponto-e-vírgula,<br />

ponto-e-vírgula, ponto<br />

d) Vírgula, vírgula, vírgula, vírgula, vírgula, ponto<br />

11- Assinale a alternativa que apresenta correto emprego<br />

das vírgulas:<br />

a) Mário, de acordo com as ordens recebidas, partiu.<br />

b) Mário de acordo, com as ordens, recebidas partiu.<br />

c) Mário, de acordo com as ordens, recebidas, partiu.<br />

d) Mário de acordo com, as ordens, recebidas, partiu.<br />

b) Comenta-se que a Universidade brasileira tem um<br />

ótimo nível.<br />

c) Deseja-se que a seleção dos melhores candidatos à<br />

Universidade seja bem organizada.<br />

d) Afirma-se que a boa formação universitária propicia<br />

melhores oportunidades aos jovens.<br />

e) Acredita-se que apesar dos inúmeros obstáculos a<br />

vencer a reforma será feita em breve.<br />

13- Assinale a alternativa corretamente pontuada:<br />

a) No inverno através dos vidros ele vê a trama dos finos<br />

galhos negros.<br />

b) No inverno através dos vidros, ele vê, a trama dos finos<br />

galhos negros.<br />

c) No inverno através dos vidros ele vê: a trama dos finos<br />

galhos negros.<br />

d) No inverno, através dos vidros, ele vê, a trama, dos<br />

finos galhos negros.<br />

e) No inverno, através dos vidros, ele vê a trama dos finos<br />

galhos negros.<br />

14- Assinale a alternativa em que o texto esteja<br />

corretamente pontuado:<br />

a) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão,<br />

entrou na loja um sujeito baixo sem chapéu trazendo pela<br />

mão, uma menina de quatro anos.<br />

b) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão,<br />

entrou na loja, um sujeito, baixo, sem chapéu, trazendo<br />

pela mão, uma menina de quatro anos.<br />

c) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão,<br />

entrou na loja um sujeito baixo, sem chapéu, trazendo pela<br />

mão uma menina de quatro anos.<br />

d) Enquanto eu, fazia comigo mesmo, aquela reflexão,<br />

entrou na loja um sujeito baixo sem chapéu, trazendo pela<br />

mão uma menina de quatro anos.<br />

e) Enquanto eu fazia comigo mesmo, aquela reflexão,<br />

entrou na loja, um sujeito baixo, sem chapéu trazendo,<br />

pela mão, uma menina, de quatro anos.<br />

Anotações:<br />

12- A frase em que devem ser utilizadas duas vírgulas é:<br />

a) Espera-se que a reforma da casa seja realizada com<br />

êxito.<br />

146


REGÊNCIA VERBAL<br />

Dá-se quando o termo regente é um verbo e este se liga a<br />

seu complemento por uma preposição ou não. Aqui é<br />

fundamental o conhecimento da transitividade verbal.<br />

A preposição, quando exigida, nem sempre aparece depois<br />

do verbo. Às vezes, ela pode ser empregada antes do<br />

verbo, bastando para isso inverter a ordem dos elementos<br />

da frase (Na rua dos Bobos, residia um grande poeta).<br />

Outras vezes, ela deve ser empregada antes do verbo, o<br />

que acontece nas orações iniciadas pelos pronomes<br />

relativos (O ideal a que aspira é nobre).<br />

Alguns verbos e seu comportamento:<br />

ACONSELHAR (TD e I)<br />

Aconselho-o a tomar o ônibus cedo.<br />

Aconselho-lhe tomar o ônibus cedo.<br />

AGRADAR<br />

* no sentido de acariciar ou contentar (pede objeto<br />

direto - não tem preposição).<br />

Agrado minhas filhas o dia inteiro.<br />

Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia.<br />

* no sentido de ser agradável, satisfazer (pede objeto<br />

indireto - tem preposição "a").<br />

As medidas econômicas do Presidente nunca agradam ao<br />

povo.<br />

AGRADECER<br />

* TD e I, com a preposição A. O objeto direto sempre<br />

será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.<br />

Agradecer-lhe-ei os presentes.<br />

Agradeceu o presente ao seu namorado.<br />

AGUARDAR (TD ou TI)<br />

Eles aguardavam o espetáculo.<br />

Eles aguardavam pelo espetáculo.<br />

ASPIRAR<br />

* No sentido sorver, absorver (pede objeto direto - não<br />

tem preposição).<br />

Aspiro o ar fresco de Rio de Contas.<br />

* No sentido de almejar, objetivar (pede objeto<br />

indireto - tem preposição "a").<br />

Ele aspira à carreira de jogador de futebol.<br />

Não admite a utilização do complemento lhe. No lugar,<br />

coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se<br />

a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido<br />

de substantivo feminino (que exija o artigo)<br />

ASSISTIR<br />

* No sentido de ver ou ter direito (TI - preposição A).<br />

Assistimos a um bom filme.<br />

Assiste ao trabalhador o descanso semanal remunerado.<br />

* No sentido de prestar auxílio, ajudar (TD ou TI - com<br />

a preposição A)<br />

Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos.<br />

Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhinhos.<br />

* No sentido de morar é intransitivo, mas exige<br />

preposição EM.<br />

Aspirando a um cargo público, ele vai assistir em Brasília.<br />

Não admite a utilização do complemento lhe, quando<br />

significa ver. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a<br />

elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de<br />

crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que<br />

exija o artigo)<br />

ATENDER<br />

* Atender pode ser TD ou TI, com a preposição a.<br />

Atenderam o meu pedido prontamente.<br />

Atenderam ao meu pedido prontamente.<br />

* No sentido de deferir ou receber (em algum lugar)<br />

pede objeto direto<br />

* No sentido de tomar em consideração, prestar<br />

atenção pede objeto indireto com a preposição a.<br />

Se o complemento for um pronomes pessoal referente a<br />

pessoa, só se emprega a forma objetiva direta (O diretor<br />

atendeu os interessados ou aos interessados / O diretor<br />

atendeu-os)<br />

CERTIFICAR (TD e I)<br />

Admite duas construções: Quem certifica, certifica<br />

algo a alguém ou Quem certifica, certifica alguém de<br />

algo.<br />

Certifico-o de sua posse.<br />

Certifico-lhe que seria empossado.<br />

Certificamo-nos de seu êxito no concurso.<br />

Certificou o escrivão do desaparecimento dos autos.<br />

CHAMAR<br />

* TD, quando significar convocar.<br />

Chamei todos os sócios, para participarem da reunião.<br />

* TI, com a preposição POR, quando significar<br />

invocar.<br />

Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu.<br />

147


* TD e I, com a preposição A, quando significar<br />

repreender.<br />

Chamei o menino à atenção, pois estava conversando<br />

durante a aula.<br />

Chamei-o à atenção.<br />

A expressão "chamar a atenção de alguém" não<br />

significa repreender, e sim fazer se notado (O cartaz<br />

chamava a atenção de todos que por ali passavam)<br />

* Pode ser TD ou TI, com a preposição A, quando<br />

significar dar qualidade. A qualidade (predicativo do<br />

objeto) pode vir precedida da preposição DE, ou não.<br />

Chamaram-no irresponsável.<br />

Chamaram-no de irresponsável.<br />

Chamaram-lhe irresponsável.<br />

Chamaram-lhe de irresponsável.<br />

CHEGAR, IR (Intransitivo)<br />

Aparentemente eles têm complemento, pois quem vai, vai<br />

a algum lugar e quem chega, chega de. Porém a indicação<br />

de lugar é circunstância (adjunto adverbial de lugar), e não<br />

complementação.<br />

Esses verbos exigem a preposição A, na indicação de<br />

destino, e DE, na indicação de procedência.<br />

Quando houver a necessidade da preposição A, seguida de<br />

um substantivo feminino (que exija o artigo a), ocorrerá<br />

crase (Vou à Bahia)<br />

* no emprego mais frequente, usa-se a preposição A, e<br />

não EM.<br />

Cheguei tarde à escola.<br />

Foi ao escritório de mau humor.<br />

* se houver idéia de permanência, o verbo ir segue-se<br />

da preposição PARA.<br />

Se for eleito, ele irá para Brasília.<br />

* quando indicam meio de transporte no qual se chega<br />

ou se vai, então exigem EM.<br />

Cheguei no ônibus da empresa.<br />

A delegação irá no vôo 300.<br />

COGITAR<br />

* Pode ser TD ou TI, com a preposição EM, ou com a<br />

preposição DE.<br />

Começou a cogitar uma viagem pelo litoral.<br />

Hei de cogitar no caso.<br />

O diretor cogitou de demitir-se.<br />

COMPARECER (Intransitivo)<br />

Compareceram na sessão de cinema.<br />

Compareceram à sessão de cinema.<br />

COMUNICAR (TD e I)<br />

* Admite duas construções alternando algo e alguém<br />

entre OD e OI.<br />

Comunico-lhe meu sucesso.<br />

Comunico meu sucesso a todos.<br />

CUSTAR<br />

* No sentido de ser difícil será TI, com a preposição A.<br />

Nesse caso, terá como sujeito aquilo que é difícil, nunca<br />

a pessoa, que será objeto indireto.<br />

Custou-me acreditar em Hipocárpio.<br />

Custa a algumas pessoas permanecer em silêncio.<br />

* no sentido de causar transtorno, dar trabalho, será<br />

TD e I, com a preposição A.<br />

Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família.<br />

* no sentido de ter preç,o será intransitivo.<br />

Estes sapatos custaram R$ 50,00.<br />

DESFRUTAR E USUFRUIR (TD)<br />

Desfrutei os bens de meu pai.<br />

Pagam o preço do progresso aqueles que menos o<br />

desfrutam.<br />

ENSINAR - TD e I<br />

Ensinei-o a falar português.<br />

Ensinei-lhe o idioma inglês.<br />

ESQUECER, LEMBRAR<br />

* quando acompanhados de pronomes, são TI e<br />

constroem-se com DE.<br />

Ela se lembrou do namorado distante. Você se esqueceu<br />

da caneta no bolso do paletó.<br />

* constroem-se sem preposição (TD), se<br />

desacompanhados de pronome.<br />

Você esqueceu a caneta no bolso do paletó. Ela lembrou o<br />

namorado distante.<br />

FALTAR, RESTAR E BASTAR<br />

* Podem ser intransitivos ou TI, com a preposição A.<br />

Muitos alunos faltaram hoje.<br />

Três homens faltaram ao trabalho hoje.<br />

Resta aos vestibulandos estudar bastante.<br />

IMPLICAR<br />

* TD e I com a preposição EM, quando significar<br />

envolver alguém.<br />

Implicaram o advogado em negócios ilícitos.<br />

* TD, quando significar fazer supor, dar a entender;<br />

produzir como consequência, acarretar.<br />

Os precedentes daquele juiz implicam grande<br />

honestidade.<br />

Suas palavras implicam denúncia contra o deputado.<br />

148


* TI com a preposição COM, quando significar<br />

antipatizar.<br />

Não sei por que o professor implica comigo.<br />

Emprega-se preferentemente sem a preposição EM<br />

(Magistério implica sacrifícios)<br />

INFORMAR (TD e I)<br />

Admite duas construções: Quem informa, informa<br />

algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de<br />

algo.<br />

Informei-o de que suas férias terminou.<br />

Informei-lhe que suas férias terminou.<br />

MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE (Intransitivo)<br />

* Seguidos da preposição EM e não com a preposição<br />

A, como muitas vezes acontece.<br />

Moro em Londrina.<br />

Resido no Jardim Petrópolis.<br />

Minha casa situa-se na rua Cassiano.<br />

NAMORAR (TD)<br />

Ela namorava o filho do delegado.<br />

O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa.<br />

OBEDECER, DESOBEDECER (TI)<br />

Devemos obedecer às normas. / Por que não obedeces aos<br />

teus pais?<br />

Verbos TI que admitem formação de voz passiva:<br />

PAGAR, PERDOAR<br />

São TD e I, com a preposição A. O objeto direto<br />

sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.<br />

Paguei a conta ao Banco.<br />

Perdôo os erros ao amigo.<br />

As construções de voz passiva com esses verbos são<br />

comuns na fala, mas agramaticais<br />

PEDIR (TD e I)<br />

* Quem pede, pede algo a alguém. Portanto é errado<br />

dizer Pedir para que alguém faça algo.<br />

Pediram-lhe perdão.<br />

Pediu perdão a Deus.<br />

PRECISAR<br />

* No sentido de tornar preciso (pede objeto direto).<br />

O mecânico precisou o motor do carro.<br />

* No sentido de ter necessidade (pede a preposição de).<br />

Preciso de bom digitador.<br />

PREFERIR (TD e I)<br />

* Não se deve usar mais, muito mais, antes, mil vezes,<br />

nem que ou do que.<br />

Preferia um bom vinho a uma cerveja.<br />

PROCEDER<br />

* TI, com a preposição A, quando significar dar início<br />

ou realizar.<br />

Os fiscais procederam à prova com atraso.<br />

Procedemos à feitura das provas.<br />

* TI, com a preposição DE, quando significar derivarse,<br />

originar-se ou provir.<br />

O mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu.<br />

Esta madeira procede do Paraná.<br />

* Intransitivo, quando significar conduzir-se ou ter<br />

fundamento.<br />

Suas palavras não procedem!<br />

Aquele funcionário procedeu honestamente.<br />

QUERER<br />

* No sentido de desejar, ter a intenção ou vontade de,<br />

tencionar (TD).<br />

Quero meu livro de volta.<br />

Sempre quis seu bem.<br />

* No sentido de querer bem, estimar (TI - preposição<br />

A).<br />

Maria quer demais a seu namorado.<br />

Queria-lhe mais do que à própria vida.<br />

RENUNCIAR<br />

* Pode ser TD ou TI, com a preposição A.<br />

Ele renunciou o encargo.<br />

Ele renunciou ao encargo.<br />

RESPONDER<br />

* TI, com a preposição A, quando possuir apenas um<br />

complemento.<br />

Respondi ao bilhete imediatamente.<br />

Respondeu ao professor com desdém.<br />

Nesse caso, não aceita construção de voz passiva.<br />

* TD com OD para expressar a resposta (respondeu o<br />

quê?)<br />

Ele apenas respondeu isso e saiu.<br />

REVIDAR (TI)<br />

Ele revidou ao ataque instintivamente.<br />

149


SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR (TI) *<br />

Com a preposição COM. Não são pronominais,<br />

portanto não existe simpatizar-se, nem antipatizar-se.<br />

Sempre simpatizei com Eleonora, mas antipatizo com o<br />

irmão dela.<br />

SOBRESSAIR (TI)<br />

* Com a preposição EM. Não é pronominal, portanto<br />

não existe sobressair-se.<br />

Quando estava no colegial, sobressaía em todas as<br />

matérias.<br />

VISAR<br />

* no sentido de ter em vista, objetivar (TI - preposição<br />

A)<br />

Não visamos a qualquer lucro.<br />

A educação visa ao progresso do povo.<br />

* No sentido de apontar arma ou dar visto (TD)<br />

Ele visava a cabeça da cobra com cuidado.<br />

Ele visava os contratos um a um.<br />

Se TI não admite a utilização do complemento lhe. No<br />

lugar, coloca-se a ele (a/s)<br />

São estes os principais verbos que, quando TI, não aceitam<br />

LHE/LHES como complemento, estando em seu lugar a<br />

ele (a/s) - aspirar, visar, assistir (ver), aludir, referir-se,<br />

anuir.<br />

Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar,<br />

informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir são TD e I,<br />

admitindo duas construções: Quem informa, informa algo<br />

a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.<br />

Os verbos transitivos indiretos na 3ª pessoa do singular,<br />

acompanhados do pronome se, não admitem plural. É que,<br />

neste caso, o se indica sujeito indeterminado, obrigando o<br />

verbo a ficar na terceira pessoa do singular. (Precisa-se de<br />

novas esperanças / Aqui, obedece-se às leis de ecologia)<br />

* Verbos que podem ser usados como TD ou TI, sem<br />

alteração de sentido: abdicar (de), acreditar (em), almejar<br />

(por), ansiar (por), anteceder (a), atender (a), atentar (em,<br />

para), cogitar (de, em), consentir (em), deparar (com),<br />

desdenhar (de), gozar (de), necessitar (de), preceder (a),<br />

precisar (de), presidir (a), renunciar (a), satisfazer (a),<br />

versar (sobre) - lista de Pasquale e Ulisses.<br />

As variáveis na conjugação de alguns verbos:<br />

Existem algumas variáveis na conjugação de alguns<br />

verbos. Os linguistas chamam os desvios de variáveis,<br />

enquanto os gramáticos tratam-nos como erros.<br />

verbo ver e derivados.<br />

Forma popular: se eu ver, se eu rever, se eu revesse.<br />

Forma padrão: se eu vir, se eu revir, se eu revisse.<br />

verbo vir e derivados.<br />

Forma popular: se eu vir, seu eu intervir, eu intervi, ele<br />

interviu, eles proviram.<br />

Forma padrão: seu eu vier, se eu intervier, eu intervim,<br />

ele interveio, eles provieram.<br />

ter e seus derivados.<br />

Forma popular: quando eu obter, se eu mantesse, ele<br />

deteu.<br />

Forma padrão: quando eu obtiver, se eu mantivesse, ele<br />

deteve.<br />

pôr e seus derivados.<br />

Forma popular: quando eu compor, se eu disposse, eles<br />

disporam.<br />

Forma padrão: quando eu compuser, se eu dispusesse,<br />

eles dispuseram.<br />

reaver.<br />

Forma popular: eu reavi, eles reaveram, ela reavê.<br />

Forma padrão: eu reouve, eles reouveram, ela reouve.<br />

(Fonte: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/regencia-verbal)<br />

REGÊNCIA NOMINAL<br />

Substantivos, adjetivos e advérbios podem, por regência<br />

nominal, exigir complementação para seu sentido<br />

precedida de preposição.<br />

Segue uma lista de palavras e as preposições exigidas.<br />

Merecem atenção especial as palavras que exigirem<br />

preposição A, por serem passíveis de emprego de crase.<br />

acostumado a, com;<br />

afável com, para;<br />

afeiçoado a, por;<br />

aflito com, por;<br />

alheio a, de;<br />

ambicioso de;<br />

amizade a, por, com;<br />

amor a, por;<br />

ansioso de, para, por;<br />

apaixonado de, por;<br />

apto a, para;<br />

atencioso com, para;<br />

aversão a, por;<br />

ávido de, por;<br />

conforme a;<br />

constante de, em;<br />

constituído com, de, por;<br />

contemporâneo a, de;<br />

contente com, de, em, por;<br />

150


cruel com, para;<br />

curioso de;<br />

desgostoso com, de;<br />

desprezo a, de, por;<br />

devoção a, por, para, com;<br />

devoto a, de;<br />

dúvida em, sobre, acerca de;<br />

empenho de, em, por;<br />

falta a, com, para;<br />

imbuído de, em;<br />

imune a, de;<br />

inclinação a, para, por;<br />

incompatível com;<br />

junto a, de;<br />

preferível a;<br />

propenso a, para;<br />

próximo a, de;<br />

respeito a, com, de, por, para;<br />

situado a, em, entre;<br />

último a, de, em;<br />

único a, em, entre, sobre.<br />

(http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/regencia-nominal)<br />

EXERCÍCIO EXPLICATIVO<br />

1- Corrija as frases incorretas quanto à regência:<br />

a) Os alunos chegaram cedo no colégio.<br />

b) Os amigos foram no cinema.<br />

c) A conversa constante implicou na perda do ano. Ele<br />

situa-se à rua S. Campos.<br />

d) Aristides namora com Marta.<br />

e) Prefiro mais cinema que teatro.<br />

f) Prefiro antes estudar do que trabalhar.<br />

g) Lá em casa, somos em quatro.<br />

h) Fazemos entrega à domicílio.<br />

i) Quem assistiu o filme da Globo?<br />

2- Acrescente preposições às lacunas somente quando a<br />

correção da frase o exija:<br />

a) São ações incompatíveis _____ suas ideias.<br />

b) Ele não fez alusões ______ estes projetos.<br />

c) Ele não tem confiança _______ seus técnicos.<br />

d) Ele tem desconfiança _____ seus técnicos.<br />

e) São ávidos ______ promoção.<br />

f) Prefiro que você não faça o trabalho _____ que o faça<br />

de má vontade.<br />

g) Nós devemos aspirar _____ melhores resultados.<br />

h) Eu quero bem ____ meus subordinados.<br />

i) Eu quero ____ meus subordinados aqui.<br />

j) Os convidados assistiram _____ um grande espetáculo.<br />

k) Os mestres assistiam _____ seus alunos em suas<br />

dificuldades.<br />

l) Sua resposta não agradou _____ o presidente.<br />

m) Ele agradou _____ o chefe com este presente.<br />

n) Ele não precisava _____ a quantia que lhe foi<br />

emprestada.<br />

o) Ele não precisava _____ a quantia necessária.<br />

p) O diretor chamou _____ este engenheiro de gênio.<br />

q) O diretor chamou _____ este engenheiro à sua sala.<br />

r) Nós não lembramos _____ o fato.<br />

s) Nós não nos lembramos _____ o fato.<br />

t) Nós lembramos _____ o fato _____ os presentes à<br />

reunião.<br />

u) Ele perdoou _____ todos os nossos erros.<br />

v) O chefe perdoou ______ seus funcionários.<br />

w) O diretor encarregou ______ engenheiro ______ esta<br />

tarefa.<br />

3- Coloque o acento da crase onde for necessário:<br />

a) Ele fez referência a tarefa feita por nós.<br />

b) Traçou uma reta oblíqua a do centro.<br />

c) Não conheço as que saíram.<br />

d) Ela se referia as que saíram.<br />

e) Apresentou-lhe a esposa.<br />

f) Apresentou-o a esposa.<br />

g) Era uma camisa semelhante a que o diretor usava.<br />

h) Ele não obedecia aquele regulamento.<br />

i) Ele desconhecia aquele regulamento.<br />

j) Não me refiro aquilo.<br />

k) Não vi aquilo.<br />

l) Esta é a lei a qual fiz alusão.<br />

m) Esta é lei a qual desconhecia.<br />

n) Esta é a mulher a quem fiz referência.<br />

o) Esta é a mulher a qual fiz referência.<br />

p) Ele se dedica a empresa e obedece as leis.<br />

q) Não compareceu as reuniões que eram úteis as<br />

pesquisas.<br />

r) O juiz, indiferente as súplicas, condenou o réu a forca.<br />

s) Nas próximas férias, iremos a Bélgica, a Suécia e a<br />

Portugal.<br />

t) Viajaremos a Londres e a Roma do Coliseu.<br />

u) Já fomos a Paraíba, a Pernambuco e a Goiás.<br />

151


v) Também fomos a Santa Catarina e a progressista<br />

Florianópolis.<br />

w) As vezes, o pessoal saía as escondidas.<br />

x) A reunião vai das cinco as seis horas.<br />

y) A reunião vai durar de cinco a seis horas.<br />

z) Devemos obediência a pessoas mais velhas.<br />

4- Em cada questão, assinale a única frase onde se<br />

emprega o acento da crase.<br />

1)<br />

a) Refiro-me a alunas estudiosas.<br />

b) Refiro-me a esta aluna aqui.<br />

c) Refiro-me a todas as alunas.<br />

d) Refiro-me a uma aluna em especial.<br />

e) Refiro-me aquela aluna.<br />

2)<br />

a) Dirigi a palavra a você.<br />

b) Dirigi a palavra a Vossa Majestade.<br />

c) Dirigi a palavra a senhora.<br />

d) Dirigi a palavra a minhas tias.<br />

e) Dirigi a palavra a quem reclamava.<br />

3)<br />

a) Faço alusão a meu pai.<br />

b) Faço alusão a várias cidades.<br />

c) Faço alusão a primeira aluna da turma.<br />

d) Faço alusão a alguma aluna.<br />

e) Faço alusão a essa cidade aí.<br />

4)<br />

a) No verão, vamos a casa de meus tios.<br />

b) No verão, vamos a Minas Gerais ou a Goiás.<br />

c) No verão, vamos a Fortaleza e a Manaus.<br />

d) No verão, vamos a terra.<br />

e) No verão, vamos para a Bolívia e para a Venezuela.<br />

5)<br />

a) Saiu a andar a pé.<br />

b) Levam as moças a uma fuga.<br />

c) Ficou a discorrer a respeito dos estudos.<br />

d) A professora não chegou a tempo.<br />

e) Só as primeiras horas da noite pôde assistir a cerimônia.<br />

6)<br />

a) Ele doou a sua coleção a mim.<br />

b) Perdoamos a quem falou.<br />

c) Ele escreveu uma carta a V. Sª.<br />

d) Leve-o aquele salão e não a este.<br />

e) Ela aspirava a uma carreira rendosa.<br />

7)<br />

a) Entreguei os convites a essa senhora.<br />

b) Não me refiro a tua casa, mas a de tua irmã.<br />

c) Estavam ali, frente a frente.<br />

d) Os marinheiros desceram a terra.<br />

e) Os filhos retornaram a casa.<br />

5- Em cada questão, assinale a única frase onde não se<br />

emprega o acento da crase:<br />

1)<br />

a) Uns vendem a prazo, outros a vista.<br />

b) Ele sempre viveu a custa do pai.<br />

c) Ele está aqui desde as sete horas.<br />

d) Ela só sairá as nove horas.<br />

e) As vezes, ele sai a uma hora da tarde.<br />

2)<br />

a) Ele está sujeito a ela, aquela moça ali.<br />

b) Não saia a estas horas. Saia a tardinha.<br />

c) Renunciou a vida pública e a seus direitos.<br />

d) Refiro-me a que saiu, porque desobedeceu a ordem<br />

recebida.<br />

e) Enfrentou o ladrão cara a cara.<br />

3)<br />

a) Dedicava-se as suas músicas e visava a glória artística.<br />

b) Ele tinha um estilo a José de Alencar.<br />

c) Ele chegou a Roma hoje, e amanhã vai a Londres.<br />

d) Ele chegou a Roma dos Césares.<br />

e) Ele irá a Londres do Big Ben.<br />

4)<br />

a) Ela fugia as escondidas com o pai sentado a porta.<br />

b) Voava a mercê dos ventos.<br />

c) Fugia as pressas, a medida que eu me aproximava dela.<br />

d) Sua maneira de escrever é igual a de meu irmão.<br />

e) Comuniquei a elas a informação recebida.<br />

5)<br />

a) Respondi as que me perguntaram.<br />

b) Respondi a quem me perguntou.<br />

c) Traçou duas linhas paralelas a do centro.<br />

d) Ele escrevia poesias a 1922.<br />

e) Antes de entrar, bata a porta.<br />

6)<br />

a) Ao sair, bata a porta!<br />

b) Ele prefere Roma a Atenas dos filósofos gregos.<br />

c) Ele não foi a Curitiba, mas retornou a progressista<br />

Florianópolis.<br />

d) Aqui está a atriz a qual fizeste referência.<br />

e) Ele só chegará a uma hora.<br />

152


7)<br />

a) Estará em casa daqui a cinco horas.<br />

b) Ele talvez volte as nove horas.<br />

c) A certa hora, eles ficaram lado a lado e falaram as<br />

claras.<br />

d) Chegou a casa a hora certa.<br />

e) Retornaremos a terra natal.<br />

6- Assinale, em cada questão, a única frase que apresenta<br />

erro quanto ao emprego da crase.<br />

1) Dirijo-me...<br />

a) àquela casa da esquina.<br />

b) aquele lugar escuro.<br />

c) àquele teatro moderno.<br />

d) a este cinema aqui.<br />

e) a toda turma.<br />

2) Chegamos...<br />

a) a terra.<br />

b) à Terra.<br />

c) a casa.<br />

d) à casa da paria.<br />

e) a casa Sloper.<br />

3) Faria referência...<br />

a) aquilo.<br />

b) a quem ficasse.<br />

c) às que saíssem.<br />

d) àqueles que fugissem.<br />

e) a esta que aqui está.<br />

4) Este ano, iremos...<br />

a) à fazenda de meus avós.<br />

b) a cidades estrangeiras.<br />

c) as cidades históricas.<br />

d) à Minas de Tiradentes.<br />

e) a Belo Horizonte.<br />

5) O professor respondeu...<br />

a) a suas alunas.<br />

b) às críticas dos alunos<br />

c) à minha irmã.<br />

d) à primeira da turma.<br />

e) as suas alunas.<br />

6) Ele saiu...<br />

a) à toa e às pressas.<br />

b) à uma hora ou às duas horas.<br />

c) dali a uma ou duas horas.<br />

d) a noitinha hoje.<br />

e) às vezes, à hora combinada.<br />

7) Ela sempre escreveu...<br />

a) a nós.<br />

b) a V. Exa.<br />

c) a todos.<br />

d) à certa mulher.<br />

e) à Maria Clara.<br />

8) O diretor fazia alusão...<br />

a) à aluna.<br />

b) às alunas.<br />

c) a alunas.<br />

d) a alunos.<br />

e) à algumas alunas.<br />

9) Paguei...<br />

a) a conta.<br />

b) aquela dívida.<br />

c) a você.<br />

d) àquela senhora.<br />

e) à esta mulher.<br />

10) Perdoamos...<br />

a) as faltas.<br />

b) às faltosas.<br />

c) as que falharam.<br />

d) àquela que falhou.<br />

e) a uma aluna.<br />

11) Todos desobedeceram...<br />

a) às leis.<br />

b) a estas leis.<br />

c) as professoras.<br />

d) a Vossa Majestade.<br />

e) a minha mãe.<br />

12) Nós assistimos...<br />

a) à aula.<br />

b) às festas.<br />

c) àquela peça.<br />

d) ao jogo à noite.<br />

e) à coisas estranhas.<br />

153


154<br />

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO<br />

1- Marque onde há erro na regência do verbo:<br />

a) Ele chegou na cidade ontem à noite.<br />

b) Eu o vi ontem no cinema.<br />

c) Obedeça às minhas ordens.<br />

d) Informei os amigos sobre a carta.<br />

e) Paga o que deves aos teus funcionários.<br />

2- Assinale a alternativa que preenche corretamente as<br />

lacunas do período:<br />

“Não nos interessa _____ eles vêm, _____ moram, nem<br />

_____ pretendem ir”.<br />

a) Donde – onde – aonde<br />

b) Aonde – onde – aonde<br />

c) Donde – aonde – aonde<br />

d) De onde – aonde – onde<br />

e) Donde – aonde – onde<br />

3- Às vezes, ele faz coisas __ gosta pensando em agradar<br />

as pessoas __ convive.<br />

a) Que – das quais<br />

b) Que – pelas quais<br />

c) Que – cujas quais<br />

d) De que – com as quais<br />

e) De que – cujas as quais<br />

4- Assinale a frase em que a regência do verbo assistir está<br />

errada.<br />

a) Assistimos um belo espetáculo de dança semana<br />

passada.<br />

b) Não assisti à missa.<br />

c) Os médicos assistiram os doentes durante a epidemia.<br />

d) O técnico assiste aos jogos.<br />

e) Este comportamento não assiste aos nossos alunos.<br />

5- Assinale a alternativa gramaticalmente correta:<br />

a) Obedeço aos superiores.<br />

b) Vimos por esta informar-lhe de que já enviamos as<br />

mercadorias solicitadas.<br />

c) Prefiro mais estudar do que seguir as más companhias.<br />

d) Que cidades vocês chegaram, quando foram na Bahia,<br />

naquela excursão?<br />

e) Eu lembrei da prova!<br />

6- Assinale a alternativa que completa corretamente as<br />

lacunas abaixo:<br />

I.Certifiquei _____ de que o prazo esgotara.<br />

II.Recebi ___ em meu escritório.<br />

III. Informo ___ que as notas fiscais estão rasuradas.<br />

IV. Avise ____ de que tudo fora resolvido.<br />

a) o – o lhe – o<br />

b) o – o – o – o<br />

c) lhe – lhe – lhe – o<br />

d) o – lhe –lhe – o<br />

e) lhe – lhe – o – o<br />

7- “Visando __ o objetivo, visou __ o cheque e retirouse”.<br />

De acordo com a regência do verbo visar, o<br />

preenchimento adequado das lacunas seria:<br />

a) o – ao<br />

b) a – ao<br />

c) ao – o<br />

d) ao – ao<br />

e) o – o<br />

8- Que frase apresenta erro na regência nominal?<br />

a) Ninguém está imune a influências.<br />

b) Ela já está apta para dirigir.<br />

c) Tinha muita consideração por seus pais.<br />

d) Ele revela muita inclinação com as artes.<br />

e) Era suspeito de ter assaltado a loja.<br />

9- Aponte a alternativa incorreta quanto à regência<br />

nominal:<br />

a) Este caso é análogo ao que foi discutido ontem.<br />

b) É preferível remodelar o antigo projeto a contratar um<br />

novo.<br />

c) Foi reintegrado no ministério que ocupava.<br />

d) Pretendemos estar presentes na reunião.<br />

e) Sua intenção profissional é caracterizada pelo interesse<br />

de projetar-se a qualquer custo.<br />

10- “Um dos candidatos ___ prefeito daquela cidade<br />

informou ____ assessores ___ não receberá os<br />

estudantes”.<br />

a) à – os – de que<br />

b) a – aos – que<br />

c) a – aos – de que<br />

d) à – os – que<br />

e) à – aos – que<br />

11- Assinale a alternativa que preenche corretamente os<br />

espaços na frase. “Eu não ___ vi na festa do clube ontem.<br />

Os diretores não ___ convidaram? Não ___ disseram que<br />

era ontem? Eu ___ avisei de que não podia confiar neles.”<br />

a) o, o, o, o<br />

b) o, lhe, lhe, o<br />

c) o, o, lhe, o<br />

d) lhe, lhe, o, o<br />

e) lhe, lhe, o, lhe


12- Assinale a alternativa em que a regência verbal está<br />

correta.<br />

a) Simpatizei com ela.<br />

b) Assisti o jogo.<br />

c) Fazem três anos que trabalho aqui.<br />

d) Haviam muitas pessoas na sala.<br />

e) Prefiro sorvete do que limonada.<br />

13- Assinale a questão em que a palavra “onde” ou<br />

“aonde” foi utilizada de forma correta.<br />

a) Onde você vai Clementina?<br />

b) Aonde colocaste meu livro?<br />

c) Aonde está meu vestido?<br />

d) Onde eles querem chegar?<br />

e) Aonde irão esses malucos?<br />

14- “Ele ____ encontrou, depois ___ convidou para uma<br />

entrevista, mas não ___ viu mais”.<br />

a) o – o – o<br />

b) lhe – o – lhe<br />

c) lhe – lhe – lhe<br />

d) o – o – lhe<br />

e) o – lhe – o<br />

15- Assinale a alternativa gramaticalmente correta quanto<br />

à regência verbal.<br />

a) Este é o livro que eu gosto e o qual me referi.<br />

b) Este é o livro o qual eu gosto e que me referi.<br />

c) Este é o livro do qual eu gosto e do qual me referi.<br />

d) Este é o livro de que eu gosto e ao qual me referi.<br />

e) Este é o livro cujo o qual eu gosto e me referi.<br />

16- Que frase não apresenta erro de regência verbal.<br />

a) Avisei-lhe da hora da reunião.<br />

b) Quando iremos na empresa.<br />

c) Reclamava muito, mas ninguém o ajudava.<br />

d) Proíbo-lhe de sair sem autorização.<br />

e) Lembrei de suas palavras.<br />

17- Assinale a alternativa que reescreve a frase de acordo<br />

com a norma culta.<br />

a) Os graduados apenas ocasionalmente exercem a<br />

profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente se<br />

dedicam a profissão.<br />

b) Os advogados devem demonstrar nessa prova um<br />

mínimo de conhecimento. / Os advogados devem primar<br />

nessa prova por um mínimo de conhecimento.<br />

c) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não procedeu o<br />

exame da OAB.<br />

d) As corporações deviam promover o interesse da<br />

sociedade. / As corporações deviam almejar do interesse<br />

da sociedade.<br />

e) Essa é uma forma de limitar a concorrência. / Essa é<br />

uma forma de restringir à concorrência.<br />

CONCORDÂNCIA NOMINAL<br />

Na concordância nominal, os determinantes do<br />

substantivo (adjetivos, numerais, pronomes adjetivos e<br />

artigos) alteram sua terminação (gênero e número) para se<br />

adequarem a ele, ou ao pronome substantivo ou numeral<br />

substantivo a que se referem na frase.<br />

O problema da concordância nominal ocorre quando o<br />

adjetivo se relaciona a mais de um substantivo, e surgem<br />

palavras ou expressões que deixam em dúvida.<br />

Observe estas frases:<br />

Aquele beijo foi dado num inoportuno lugar e hora.<br />

Aquele beijo foi dado num lugar e hora inoportuna.<br />

Aquele beijo foi dado num lugar e hora inoportunos. (aqui<br />

fica mais claro que o adjetivo refere-se aos dois<br />

substantivos)<br />

regra geral - a partir desses exemplos, pode-se formular<br />

o princípio de que o adjetivo anteposto concorda com o<br />

substantivo mais próximo. Mas, se o adjetivo estiver<br />

depois do substantivo, além da possibilidade de concordar<br />

com o mais próximo, ele pode concordar com os dois<br />

termos, ficando no plural, indo para o masculino se um<br />

dos substantivos for masculino.<br />

Um adjetivo anteposto em referência a nomes de<br />

pessoas deve estar sempre no plural:<br />

As simpáticas Joana e Marta agradaram a todos.<br />

Quando o adjetivo tiver função de predicativo,<br />

concorda com todos os núcleos a que se relaciona.<br />

São calamitosos a pobreza e o desamparo<br />

Julguei insensatas sua atitude e suas palavras.<br />

Quando um substantivo determinado por artigo é<br />

modificado por dois ou mais adjetivos, podem ser<br />

usadas as seguintes construções:<br />

a) Estudo a cultura brasileira e a portuguesa;<br />

b) Estudo as culturas brasileira e portuguesa;<br />

c) Os dedos indicador e médio estavam feridos;<br />

d) O dedo indicador e o médio estavam feridos.<br />

155


156<br />

A construção: Estudo a cultura brasileira e portuguesa,<br />

embora provoque incerteza, é aceita por alguns<br />

gramáticos.<br />

No caso de numerais ordinais que se referem a um<br />

único substantivo composto, podem ser usadas as<br />

seguintes construções:<br />

a) Falei com os moradores do primeiro e segundo andar./<br />

(...) do primeiro e segundo andares.<br />

Adjetivos regidos pela preposição de, que se referem<br />

a pronomes indefinidos, ficam normalmente no<br />

masculino singular, podendo surgir concordância<br />

atrativa.<br />

a) Sua vida não tem nada de sedutor;<br />

b) Os edifícios da cidade nada têm de elegantes.<br />

Anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio - são<br />

adjetivos ou pronomes adjetivos, devendo concordar<br />

com o substantivo a que se referem.<br />

a) O livro segue anexo;<br />

b) A fotografia vai inclusa;<br />

c) As duplicatas seguem anexas;<br />

d) Elas mesmas resolveram a questão.<br />

Mesmo = até, inclusive é invariável (mesmo eles ficaram<br />

chateados) / expressão "em anexo" é invariável.<br />

Meio, bastante, menos - meio e bastante, quando se<br />

referem a um substantivo, devem concordar com esse<br />

substantivo. Quando funcionarem como advérbios,<br />

permanecerão invariáveis. "Menos" é sempre<br />

invariável.<br />

a) Tomou meia garrafa de vinho;<br />

b) Ela estava meio aborrecida;<br />

c) Bastantes alunos foram à reunião;<br />

d) Eles falaram bastante;<br />

e) Eram alunas bastante simpáticas;<br />

f) Havia menos pessoas vindo de casa.<br />

Muito, pouco, longe, caro, barato - podem ser<br />

palavras adjetivas ou advérbios, mantendo<br />

concordância se fizerem referência a substantivos.<br />

a) Compraram livros caros;<br />

b) Os livros custaram caro;<br />

c) Poucas pessoas tinham muitos livros;<br />

d) Leram pouco as moças muito vivas;<br />

e) Andavam por longes terras;<br />

f) Eles moram longe da cidade;<br />

g) Eram mercadorias baratas;<br />

h) Pagaram barato aqueles livros.<br />

É bom, é proibido, é necessário - expressões<br />

formadas do verbo ser + adjetivo NÃO variam se o<br />

sujeito não vier determinado. Caso contrário, a<br />

concordância será obrigatória.<br />

a) Água é bom;<br />

b) A água é boa;<br />

c) Bebida é proibido para menores;<br />

d) As bebidas são proibidas para menores;<br />

e) Chuva é necessário;<br />

f) Aquela chuva foi necessária.<br />

Só = sozinho (adjetivo. - variável) / só = somente,<br />

apenas (não flexiona).<br />

a) Só elas não vieram;<br />

b) Vieram só os rapazes.<br />

Só forma a expressão "a sós" (sozinhos).<br />

A locução adverbial "a olhos vistos" (= visivelmente)<br />

- invariável (ela crescia a olhos vistos).<br />

Conforme = conformado (adjetivo - var.) / conforme<br />

= como (não flexiona).<br />

a) Eles ficaram conformes com a decisão;<br />

b) Dançam conforme a música.<br />

O (a) mais possível (invariável) / as, os mais possíveis<br />

(é uma moça a mais bela possível / são moças as mais<br />

belas possíveis).<br />

Os particípios concordam como adjetivos.<br />

a) A refém foi resgatada do bote;<br />

b) Os materiais foram comprados a prazo;<br />

Haja vista - não se flexiona, exceto por concordância<br />

atrativa antes de substantivo no plural sem preposição.<br />

a) Haja vista (hajam vistas) os comentários feitos;<br />

b) Haja vista dos recados do chefe.<br />

Pseudo, salvo (= exceto) e alerta não se flexionam<br />

a) Eles eram uns pseudo-sábios;<br />

b) Salvo nós dois, todos fugiram;<br />

c) Eles ficaram alerta.


Os adjetivos adverbializados são invariáveis (vamos<br />

falar sério / ele e a esposa raro vão ao cinema)<br />

Silepse com expressões de tratamento - usa-se<br />

adjetivo masculino em concordância ideológica com<br />

um homem ao qual se relaciona a forma de tratamento<br />

que é feminina.<br />

a) Vossa Majestade, o rei, mostrou-se generoso;<br />

b) Vossa Excelência é injusto.<br />

EXERCÍCIOS<br />

1- Assinale a alternativa que completa corretamente as<br />

lacunas:<br />

Por ser ______ a entrada fora do horário, Maria ficou ____<br />

irritada e passou a dizer _____ desaforos.<br />

a) Proibida – meio – bastante<br />

b) Proibida – meia – bastantes<br />

c) Proibido – meio – bastantes<br />

d) Proibida – meio – bastantes<br />

e) Proibido – meia – bastante<br />

2- Assinale a frase de concordância incorreta:<br />

a) Anexo, seguem as procurações que me pediste.<br />

b) Pagaram o aluguel e ficaram quites com a imobiliária.<br />

c) Não me diga que eles mesmos gritaram por socorro!<br />

d) Todas elas estavam meio distraídas.<br />

e) A ministra estava todo irritada com a situação.<br />

3- Dadas as afirmativas:<br />

I. Era meio-dia e meia quando ela chegou meio agitada.<br />

Haja vista o alvoroço que causou.<br />

II. Lêem bastante os bibliotecários, pois têm bastantes<br />

livros à mão.<br />

III. Ele está quite com suas obrigações, nós, porém, não<br />

estamos quites com as nossas.<br />

IV. Os agentes de plantão permanecem alerta toda a noite.<br />

V. Ele está de mau humor ou é mal-educado?<br />

Pode-se afirmar que:<br />

a) Somente duas estão corretas.<br />

b) Somente três estão corretas.<br />

c) Somente quatro estão corretas.<br />

d) Todas estão corretas.<br />

e) Todas estão incorretas.<br />

4- Analise:<br />

I. Vão ____ à carta várias fotografias.<br />

II. Paisagens as mais belas _____ .<br />

III. Ela estava _____ narcotizada.<br />

a) Anexas – possíveis – meio<br />

b) Anexas – possível – meio<br />

c) Anexo – possíveis – meia<br />

d) Anexo – possível – meio<br />

e) Anexo – possível – meia<br />

5- Aponte a alternativa em que a concordância nominal<br />

não é adequada:<br />

a) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução<br />

forçada.<br />

b) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução<br />

forçados.<br />

c) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução<br />

forçadas.<br />

d) Obrigava sua corpulência a forçado exercício e<br />

evolução.<br />

e) Obrigava sua corpulência a forçada evolução e<br />

exercício.<br />

6- “Ainda ____ furiosa, mas com ____ violência, proferia<br />

injúrias ____ para escandalizar os mais arrojados”.<br />

a) Meia – menas – bastantes<br />

b) Meia – menos – bastante<br />

c) Meio – menos – bastante<br />

d) Meio – menas – bastantes<br />

e) Meio – menos – bastantes<br />

7- Tendo em vista as normas de concordância, assinale a<br />

opção em que a lacuna só pode ser preenchida por um dos<br />

termos colocados entre parênteses:<br />

a) Cabelo e pupila _____ (negros / negra)<br />

b) Cabelo e corpo ______ (monstruoso / monstruosos)<br />

c) Calma e serenidade _____ (invejável / invejáveis)<br />

d) Dentes e garras _____ (afiados / afiadas)<br />

e) Tronco e galhos ______ (seco / secos)<br />

8- Assinale a alternativa que completa corretamente a<br />

seguinte frase, segundo os padrões da norma culta: “A<br />

apostila e o texto ______ sofreram ____ modificações.<br />

Isso foi feito porque é _____ a adaptação do material às<br />

atuais características do curso”.<br />

a) Antiga – bastantes – necessária<br />

b) Antigas – bastante – necessária<br />

c) Antigos – bastantes – necessária<br />

157


d) Antigos – bastantes – necessário<br />

e) Antigo – bastantes – necessário<br />

9- “Não foi ____ a suspensão que lhe deram, porque você<br />

foi o que ____ falhas cometeu; poderiam ter pensado em<br />

outras penalidades mais _____”.<br />

a) Justo – menas – adequada<br />

b) Justa – menos – adequadas<br />

c) Justa – menos – adequada<br />

d) Justo – menas – adequadas<br />

e) Justo – menos – adequada<br />

10- Aponte a frase correta:<br />

a) Fui à padaria e comprei duzentas gramas de mortadela.<br />

b) Fui à padaria e comprei duzentas gramas de<br />

mortandela.<br />

c) Fui à padaria e comprei duzentos gramas de<br />

mortandela.<br />

d) Fui à padaria e comprei duzentos gramas de mortadela.<br />

11- Levando em consideração as regras de concordância,<br />

escreva (1) para as frases corretas e (2) para as frases<br />

incorretas.<br />

( ) Quando a senhora terminou de abrir as malas, já era<br />

meio-dia e meia.<br />

( ) A própria sogra presenciou a abertura das malas;<br />

sim, ela mesmo.<br />

( ) Anexo àquela carta destinada ao pai da moça, foram<br />

remetidas as joias.<br />

( ) Ao final da tarde, a senhora mostrava-se meio<br />

apreensiva.<br />

( ) Naquelas bagagens, havia joias muito preciosas.<br />

A sequência correta é:<br />

a) 1,1,2,2,1<br />

b) 2,1,1,2,2<br />

c) 1,2,1,2,1<br />

d) 1,2,2,1,1<br />

CONCORDÂNCIA VERBAL<br />

REGRA BÁSICA: O núcleo do sujeito de uma oração<br />

concorda em número com o verbo do predicado.<br />

Casos gerais:<br />

* sujeito simples - verbo concorda com o sujeito simples<br />

em pessoa e número.<br />

a) Uma boa Constituição é desejada por todos os<br />

brasileiros;<br />

b) De paz necessitam as pessoas.<br />

* sujeito coletivo (singular na forma com ideia de plural)<br />

- verbo fica no singular, concordando com a palavra<br />

escrita, e não com a ideia.<br />

a) O pessoal já saiu.<br />

b) A gente ficou preocupado.<br />

Quando o verbo se distanciar do sujeito coletivo, o verbo<br />

poderá ir para o plural concordando com a ideia de<br />

quantidade (silepse de número).<br />

a) A turma concordava nos pontos essenciais,<br />

discordavam apenas nos pormenores.<br />

* o sujeito é um pronome de tratamento - verbo fica na<br />

3ª pessoa.<br />

a) Vossa Senhoria não é justo;<br />

b) Vossas Senhorias estão de acordo comigo.<br />

* expressão mais de + numeral - verbo concorda com o<br />

numeral.<br />

a) Mais de um candidato prometeu melhorar o país;<br />

b) Mais de duas pessoas vieram à festa.<br />

* mais de um + se (ideia de reciprocidade) - verbo no<br />

plural.<br />

a) Mais de um sócio se insultaram.<br />

* mais de um + mais de um - verbo no plural.<br />

b) Mais de um candidato, mais de um representante<br />

faltaram à reunião.<br />

* expressões perto de, cerca de, mais de, menos de +<br />

sujeito no plural - verbo no plural.<br />

a) Perto de quinhentos presos fugiram.<br />

b) Cerca de trezentas pessoas ganharam o prêmio.<br />

c) Mais de mil vozes pediam justiça.<br />

d) Menos de duas pessoas fizeram isto.<br />

* nomes só usados no plural - a concordância depende<br />

da presença ou não de artigo.<br />

sem artigo - verbo no singular .<br />

a) Minas Gerais produz muito leite.<br />

b) Férias faz bem.<br />

precedidos de artigo plural - verbo no plural.<br />

a) "Os Lusíadas" exaltam a grandeza do povo português.<br />

b) As Minas Gerais produzem muito leite.<br />

158


‣ Para nomes de obras literárias, admite-se também<br />

a concordância ideológica (silepse) com a palavra<br />

“obra” implícita na frase ("Os Lusíadas" exalta a<br />

grandeza do povo português).<br />

* expressões a maior parte, grande parte, a maioria de<br />

(= sujeito coletivo partitivo) + adjunto adnominal no<br />

plural - verbo concorda com o núcleo do sujeito ou com<br />

o especificador (AA).<br />

a) A maior parte dos constituintes se retirou (retiraram).<br />

b) Grande parte dos torcedores aplaudiu (aplaudiram) a<br />

jogada.<br />

c) A maioria dos constituintes votou (votaram).<br />

Quando a ação só pode ser atribuída à totalidade, e não<br />

separadamente aos indivíduos, usa-se o singular.<br />

d) Um bando de soldados enchia o pavimento inferior.<br />

* quem (pronome relativo sujeito) - verbo na 3ª pessoa<br />

do singular concordando com o pronome quem ou<br />

concordando com o antecedente.<br />

a) Fui eu quem falou (falei).<br />

b) Fomos nós quem falou (falamos).<br />

* que ( pronome relativo sujeito) - verbo concorda<br />

sempre com o antecedente.<br />

a) Fomos nós que falamos.<br />

* sujeito é pronome interrogativo ou indefinido<br />

(núcleo) + de nós ou de vós - depende do pronome<br />

núcleo.<br />

pronome-núcleo no singular - verbo no singular.<br />

a) Qual de nós votou conscientemente?<br />

b) Nenhum de vós irá ao cinema.<br />

pronome-núcleo no plural - verbo na 3ª pessoa do plural<br />

ou concordando com o pronome pessoal.<br />

a) Quais de nós votaram (votamos) conscientemente?<br />

b) Muitos de vós foram (fostes) insultados.<br />

* sujeito composto anteposto ao verbo - verbo no plural.<br />

a) O anel e os brincos sumiram da gaveta.<br />

com núcleos sinônimos - verbos no singular ou plural.<br />

a) O rancor e o ódio cegou o amante.<br />

b) O desalento e a tristeza abalaram-me.<br />

com núcleos em gradação - verbo singular ou plural.<br />

a) Um minuto, uma hora, um dia passa/passam rápido.<br />

dois infinitivos como núcleos - verbo no singular.<br />

a) Estudar e trabalhar é importante.<br />

dois infinitivos exprimindo idéias opostas - verbo no<br />

plural.<br />

a) Rir e chorar se alternam.<br />

* sujeito composto posposto - concordância normal ou<br />

atrativa (com o núcleo mais próximo).<br />

a) Discutiram / Discutiu muito o chefe e o funcionário.<br />

Se houver ideia de reciprocidade, verbo vai para o<br />

plural.<br />

a) Estimam-se o chefe e o funcionário.<br />

Quando o verbo ser está acompanhado de substantivo<br />

plural, o verbo também se pluraliza.<br />

a) Foram vencedores Pedro e Paulo.<br />

* sujeito composto de diferentes pessoas gramaticais -<br />

depende da pessoa prevalente.<br />

eu + outros pronomes - verbo na 1ª pessoa plural.<br />

a) Eu, tu e ele (= nós) sairemos.<br />

tu + eles - verbo na 2ª pessoa do plural (preferência) ou<br />

3ª pessoa do plural.<br />

a) Tu e teu colega estudastes/estudaram?<br />

Se o sujeito estiver posposto, também vale a<br />

concordância atrativa.<br />

a) Saímos/saí eu e tu.<br />

* sujeito composto resumido por um pronome-síntese<br />

(aposto) - concordância com o pronome.<br />

a) Risos, gracejos, piadas, nada a alegrava.<br />

* expressão um e outro - verbo no singular ou no plural.<br />

a) Um e outro falava/ falavam a verdade.<br />

Com ideia de reciprocidade - verbo no plural.<br />

a) Um e outro se agrediram.<br />

159


* expressão um ou outro - verbo no singular.<br />

a) Um ou outro rapaz virava a cabeça para nos olhar.<br />

* sujeito composto ligado por nem - verbo no plural.<br />

a) Nem o conforto, nem a glória lhe trouxeram a<br />

felicidade.<br />

Aparecendo pronomes pessoais misturados, leva-se em<br />

conta a prioridade gramatical.<br />

a) Nem eu, nem ela fomos ao cinema.<br />

* expressão nem um nem outro - verbo no singular.<br />

a) Nem um nem outro comentou o fato.<br />

* sujeito composto ligado por ou - faz-se em função da<br />

ideia transmitida pelo ou.<br />

ideia de exclusão - verbo no singular.<br />

a) José ou Pedro será eleito para o cargo.<br />

b) Um ou outro conhece seus direitos.<br />

ideia de inclusão ou antinomia - verbo no plural.<br />

a) Matemática ou física exigem raciocínio lógico.<br />

b) Riso ou lágrimas fazem parte da vida.<br />

ideia explicativa ou alternativa - concordância com<br />

sujeito mais próximo.<br />

a) Ou eu ou ele irá.<br />

b) Ou ele ou eu irei.<br />

* expressão um dos que - verbo no singular (um) ou<br />

plural (dos que).<br />

a) Ele foi um dos que mais falou/falaram.<br />

Se a expressão significar apenas um, verbo no singular.<br />

a) É uma das peças de Nelson Rodrigues que será<br />

apresentada.<br />

* sujeito é número percentual - observar a posição do<br />

número percentual em relação ao verbo.<br />

verbo concorda com termo posposto ao número.<br />

a) 80% da população tinha mais de 18 anos.<br />

b) Dez por cento dos sócios saíram da empresa.<br />

o verbo concorda com o número quando estiver<br />

anteposto a ele.<br />

verbo no plural, se o número vier determinado por artigo<br />

ou pronome no plural.<br />

a) Os 87% da produção perderam-se.<br />

b) Aqueles 30% do lucro obtido desapareceram.<br />

* sujeito é número fracionário - verbo concorda com o<br />

numerador.<br />

a) 1/4 da turma faltou ontem.<br />

b) 3/5 dos candidatos foram reprovados.<br />

* sujeito composto antecedido de cada ou nenhum -<br />

verbo na 3ª pessoa do singular.<br />

a) Cada criança, cada adolescente, cada adulto ajudava<br />

como podia.<br />

b) Nenhum político, nenhuma cidade, nenhum ser<br />

humano faria isso.<br />

* sujeito composto ligado por como, assim como, bem<br />

como (formas correlativas) - deve-se preferir o plural,<br />

sendo mais raro o singular.<br />

a) Rio de Janeiro como Florianópolis são belas cidades.<br />

b) Tanto uma, como a outra, suplicava-lhe o perdão.<br />

* sujeito composto ligado por com - observar presença<br />

ou não de vírgulas.<br />

verbo no plural sem vírgulas.<br />

a) Eu com outros amigos limpamos o quintal.<br />

verbo no singular com vírgulas, ideia de companhia.<br />

a) O presidente, com os ministros, desembarcou em<br />

Brasília.)<br />

* sujeito indeterminado + SE - verbo no singular.<br />

a) Assistiu-se à apresentação da peça.<br />

* sujeito paciente ao lado de um verbo na voz passiva<br />

sintética - verbo concorda com o sujeito.<br />

a) Discutiu-se o plano.<br />

b) Discutiram-se os planos.<br />

* locução verbal constituída de: parecer + infinitivo -<br />

verbo parecer varia ou o infinitivo.<br />

a) As pessoas pareciam acreditar em tudo.<br />

b) As pessoas parecia acreditarem em tudo.<br />

a) Perderam-se 40% da lavoura.<br />

160


Com o infinitivo pronominal, flexiona-se apenas o<br />

infinitivo.<br />

a) Elas parece zangarem-se com a moça.<br />

* verbos dar, bater e soar + horas - verbos têm como<br />

sujeito o número que indica as horas.<br />

a) Deram dez horas naquele momento.<br />

b) Meio-dia soou no velho relógio da igreja.<br />

* verbos indicadores de fenômenos da natureza - verbo<br />

na 3ª pessoa singular por serem impessoais, extensivo aos<br />

auxiliares se estiverem em locuções verbais.<br />

a) Geia muito no Sul.<br />

b) Choveu por muitas noites no verão.<br />

Em sentido figurado deixam de ser impessoais.<br />

a) Choveram vaias para o candidato.<br />

* haver = existir ou acontecer, fazer (tempo decorrido)<br />

é impessoal.<br />

a) Havia vários alunos na sala (= existiam).<br />

b) Houve bastantes acidentes naquele mês<br />

(= aconteceram).<br />

c) Não a vejo há uns meses (= faz).<br />

d) Deve haver muitas pessoas na fila (devem existir).<br />

Considera-se errado o emprego do verbo ter por<br />

haver, quando tiver sentido de existir ou acontecer.<br />

a) Há um lugar ali. / Tem um lugar ali.<br />

Os verbos existir e acontecer são pessoais e concordam<br />

com seu sujeito (Existiam sérios compromissos.<br />

a) Aconteceram bastantes problemas naquele dia.<br />

* verbo fazer indicando tempo decorrido ou fenômeno<br />

da natureza (impessoal).<br />

a) Fazia anos que não vínhamos ao Rio.<br />

b) Faz verões maravilhosos nos trópicos.<br />

* verbo ser - impessoal quando indica data, hora e<br />

distância, concordando com a expressão numérica ou a<br />

palavra a que se refere.<br />

a) Eram seis horas.<br />

b) Hoje é dia doze.<br />

c) Hoje é ou são doze.<br />

d) Daqui ao centro são treze quilômetros.<br />

* se estiver entre dois núcleos das classes a seguir, em<br />

ordem, concordará, preferencialmente, com a classe<br />

que tiver prioridade, independente de função sintática.<br />

* pronome pessoal → pessoa → substantivo concreto<br />

→ substantivo abstrato → pronome indefinido,<br />

demonstrativo ou interrogativo.<br />

a) Tu és Maria.<br />

b) Maria és tu.<br />

c) Tu és minhas alegrias.<br />

d) Minhas alegrias és tu.<br />

e) Maria é minhas alegrias.<br />

f) Minhas alegrias é Maria.<br />

g) As terras são a riqueza.<br />

h) A riqueza são as terras.<br />

i) Tudo são flores.<br />

j) Emoções são tudo.<br />

* se o sujeito é palavra coletiva, o verbo concorda com<br />

o predicativo.<br />

a) A maioria eram adolescentes.<br />

b) A maior parte eram problemas.<br />

* sujeito indica peso, medida, quantidade + é pouco, é<br />

muito, é bastante, é suficiente, é tanto, verbo ser no<br />

singular.<br />

a) Três mil reais é pouco pelo serviço.<br />

b) Dez quilômetros já é bastante para um dia.<br />

* silepse de pessoa - verbo concorda com um elemento<br />

implícito.<br />

a) A formosura de Páris e Helena foram a causa da<br />

destruição de Tróia.<br />

b) Os brasileiros somos improvisadores (ideia de inclusão<br />

de quem fala entre os brasileiros).<br />

EXERCÍCIO EXPLICATIVO<br />

1- Complete as lacunas a seguir de acordo com a flexão<br />

solicitada dos verbos entre parênteses.<br />

1. Uma boa Constituição ____ desejada por todos os<br />

brasileiros. (ser – Pres. do Ind.)<br />

2. De paz ___________ as pessoas.<br />

(necessitar – Pres. do Ind.)<br />

161


3. O pessoal já ________. (sair – Pret. Perf.)<br />

4. A gente _________ preocupado.<br />

(ficar – Pret. Perf.)<br />

5. A turma concordava nos pontos essenciais,<br />

____________ apenas nos pormenores. (discordar – Pret.<br />

Perf.)<br />

6. Perto de quinhentos presos _________.<br />

(fugir – Pret. Perf.)<br />

7. Cerca de trezentas pessoas __________ o prêmio.<br />

(ganhar – Pret. Perf.)<br />

8. Mais de mil vozes ___________ justiça. (pedir - Pret.<br />

Imp.)<br />

9. Menos de duas pessoas __________ isto. (fazer - Pret.<br />

Perf.)<br />

10. Minas Gerais __________ muito leite. (produzir –<br />

Pres. Do Ind.)<br />

11. Férias __________ bem.<br />

(fazer – Pres. Do Ind.)<br />

12. "Os Lusíadas" ____________ a grandeza do povo<br />

português. (exaltar – Pres. Do Ind.)<br />

13. As Minas Gerais _____________ muito leite.<br />

(produzir – Pres. Do Ind.)<br />

14. A maior parte dos constituintes _____________<br />

(retirar-se – Pret. Perf.).<br />

15. Grande parte dos torcedores _____________<br />

(aplaudir – Pret. Perf.) a jogada.<br />

16. A maioria dos constituintes ___________ (votar –<br />

Pret. Perf.).<br />

17. Fui eu quem __________<br />

(falar – Pret. Perf.).<br />

18. Fomos nós quem ___________<br />

(falar – Pret. Perf.).<br />

19. Fomos nós que ___________.<br />

(falar – Pret. Perf.)<br />

20. O anel e os brincos __________ da gaveta. (sumir –<br />

Pret. Perf.)<br />

21. O rancor e o ódio __________ o amante. (cegar –<br />

Pret. Perf.)<br />

22. O desalento e a tristeza _____________ o<br />

relacionamento. (abalar – Pret. Perf.)<br />

23. _____________ muito o chefe e o funcionário.<br />

(discutir - Pret. Perf.)<br />

24. _____________-se o chefe e o funcionário. (estimar<br />

– Pres. Do Ind.)<br />

25. Eu, tu e ele ____________.<br />

(sair - Fut. do Pres.)<br />

26. Tu e teu colega ______________?<br />

(estudar – Pret. Perf.)<br />

27. ___________ eu e tu. (sair – Pret. Perf.)<br />

28. Um ou outro rapaz __________ a cabeça para nos<br />

olhar. (virar - Pret. Imp.)<br />

29. Nem um nem outro ____________ o fato (comentar<br />

– Pret. Perf.)<br />

30. Nem o conforto, nem a glória lhe ___________ a<br />

felicidade. (trazer – Pret. Perf.)<br />

31. José ou Pedro __________ eleito para o cargo. (ser –<br />

Fut. Do Pres.)<br />

32. Um ou outro ____________ seus direitos. (conhecer<br />

- Pres. Do Ind.)<br />

33. Matemática ou física __________ raciocínio lógico.<br />

(exigir – Pres. Do Ind.)<br />

34. Riso ou lágrimas ___________ parte da vida. (fazer<br />

– Pres. Do Ind.)<br />

35. Rio de Janeiro como Florianópolis ________ belas<br />

cidades. (ser – Pres. Do Ind.)<br />

36. Tanto uma, como a outra, ___________-lhe o<br />

perdão. (suplicar – Pret. Imp.)<br />

37. Eu com outros amigos ___________ o quintal.<br />

(limpar – Pret. Perf.)<br />

38. O presidente, com os ministros, ____________ em<br />

Brasília.<br />

(desembarcar – Pret. Perf.)<br />

39. _____________-se à apresentação da peça. (assistir –<br />

Pret. Perf.)<br />

40. _____________-se o plano.<br />

(discutir – Pret. Perf.)<br />

41. ______________-se os planos.<br />

(discutir – Pret. Perf.)<br />

42. ____________ por muitas noites no verão. (chover –<br />

Pret. Perf.)<br />

43. _____________ vaias para o candidato. (chover –<br />

Pret. Perf.)<br />

44. _____________ vários alunos na sala<br />

(haver – Pret. Imp.)<br />

45. ______________ bastantes acidentes naquele mês.<br />

(haver – Pret. Perf.)<br />

46. Não a vejo ________ uns meses.<br />

(haver – Pres. Do Ind.)<br />

47. _________ haver muitas pessoas na fila (dever –<br />

Pres. Do Ind.)<br />

48. ________ seis horas. (ser – Pres. Do Ind.)<br />

49. Hoje _____ dia doze. (ser – Pres. Do Ind.)<br />

50. Hoje _____ doze. (ser – Pres. Do Ind.)<br />

51. Tu _______ Maria. (ser – Pres. Do Ind.)<br />

52. Maria _______ tu. (ser – Pres. Do Ind.)<br />

53. Tu ________ minhas alegrias.<br />

(ser – Pres. Do Ind.)<br />

54. Minhas alegrias ________ tu.<br />

(ser – Pres. Do Ind.)<br />

55. Maria ________ minhas alegrias.<br />

(ser – Pres. Do Ind.)<br />

162


56. Minhas alegrias ________ Maria.<br />

(ser – Pres. Do Ind.)<br />

57. As terras ________ a riqueza.<br />

(ser – Pres. Do Ind.)<br />

58. A riqueza _______ as terras.<br />

(ser – Pres. Do Ind.)<br />

59. Tudo _______ flores. (ser – Pres. Do Ind.)<br />

60. Emoções _______ tudo.<br />

(ser – Pres. Do Ind.)<br />

EXERCÍCIOS ADICIONAIS<br />

1- Dadas as sentenças:<br />

I. Eram duas horas da tarde.<br />

II. Fui eu que resolvi o problema.<br />

III. Hoje são sete de março.<br />

Deduzimos que:<br />

a) Apenas a sentença número 1 está correta.<br />

b) Apenas a sentença número 2 está correta.<br />

c) Apenas a sentença número 3 está correta.<br />

d) Todas estão corretas.<br />

e) N.d.a.<br />

2- Assinale a alternativa correta quanto à concordância<br />

verbal:<br />

a) Houveram muitos distúrbios na cidade ontem.<br />

b) Os Estados Unidos da América é dos países que mais<br />

luta pela liberdade.<br />

c) Deve fazer três semanas que não vejo meu amigo João.<br />

d) Fazem quinze anos que saí da escola.<br />

e) Haviam muitas pessoas na prefeitura.<br />

3- Observe a frase: “Para armazenar água da chuva ____<br />

muitas cisternas”. Quanto à concordância, a forma verbal<br />

que preenche corretamente a lacuna acima é:<br />

a) Construiu-se<br />

b) Existia<br />

c) Havia<br />

d) Devia existir<br />

e) Deviam haver<br />

4- Concordância verbal incorreta:<br />

a) Vossa Excelência é generoso.<br />

b) Mais de um jornal comentou o jogo.<br />

c) Elaborou-se ótimos planos.<br />

d) Minha família e eu fomos ao mercado.<br />

e) Os Estados Unidos situam-se na América do Norte.<br />

5- Não chove ___ meses; mas a esperança e o vigor que<br />

sempre ____ no sertanejo não o _____.<br />

a) Faz – existiu – abandonou<br />

b) Faz – existiram – abandonaram<br />

c) Fazem – existiu – abandonou<br />

d) Fazem – existiram – abandonaram<br />

e) Fazem – existiu – abandonaram<br />

6- Selecione, entre as alternativas abaixo, a que completa<br />

corretamente o seguinte período: “___ nove horas que<br />

começara o engarrafamento, e não ____ caminhões livres<br />

para se chegar à cidade, pois já ___ muitos pontos de<br />

retenção”.<br />

a) Faziam – haviam – existia<br />

b) Faziam – havia – existia<br />

c) Faziam – havia – existiam<br />

d) Fazia – haviam – existiam<br />

e) Fazia – havia – existiam<br />

7- “Já ____ uns doze anos que ele não voltava à terra natal,<br />

por isso não sabia que lá ____ ocorrido mudanças”.<br />

a) deviam fazerem – havia<br />

b) devia fazer – haviam<br />

c) devia fazer – havia<br />

d) deviam fazer – haviam<br />

e) deviam fazer – havia<br />

8- O verbo deve ir para o plural:<br />

a) Organizou-se em grupos de quatro.<br />

b) Atendeu-se a todos os clientes.<br />

c) Faltava um banco e uma cadeira.<br />

d) Pintou-se as paredes de verde.<br />

e) Já faz mais de dez anos que o vi.<br />

9- Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores. Hoje, só<br />

__ ervas daninhas.<br />

a) fazem – haviam – existe<br />

b) fazem – havia – existe<br />

c) fazem – haviam – existem<br />

d) faz – havia – existem<br />

e) faz – havia – existe<br />

10- ____ fazer cinco meses que não a vemos; ____ existir<br />

motivos imperiosos para a sua ausência, pois, se não ___,<br />

ela já nos teria procurado.<br />

a) Vai – deve – houvessem<br />

163


) Vai – devem – houvesse<br />

c) Vão – deve – houvesse<br />

d) Vão – devem – houvesse<br />

e) Vão – devem – houvessem<br />

11- Talvez ___ dúvidas quanto ao funcionamento do<br />

veículo, mas não ____ existir defeitos mecânicos, pois o<br />

caminhão está rodando sem problemas ____ cinco dias.<br />

a) Haja – devem – faz<br />

b) Hajam – deve – fazem<br />

c) Haja – deve – fazem<br />

d) Haja – deve – faz<br />

e) Hajam – devem – faz<br />

12- A mãe, a doce mulher, a criatura amorosa _____ a<br />

casa; não ____ jamais; ____ sempre por perto.<br />

a) guardam – se descuidam – está<br />

b) guardam – se descuida – estão<br />

c) guarda – se descuida – está<br />

d) guarda – se descuidam – está<br />

e) guarda – se descuidam – estão<br />

13- Assinale a alternativa que preenche corretamente os<br />

espaços na frase. “Hoje, quem ___, porque, ontem _____<br />

tu que ______”.<br />

a) paga sou eu – fostes – pagastes<br />

b) paga sou eu – foi – pagou<br />

c) paga sou eu – foste – pagaste<br />

d) paga é eu – foi – pagaste<br />

14- Assinale a alternativa que preenche corretamente os<br />

espaços na frase. “Não ___ razões para acreditarmos nele,<br />

pois ___ provas suficientes e ____ anotações memoráveis<br />

a seu favor.”<br />

a) faltava – haviam – existiam<br />

b) faltavam – haviam – existiam<br />

c) faltava – havia – existia<br />

d) faltavam – havia – existiam<br />

e) faltavam – haviam – existia<br />

15- Assinale a oração em que o verbo fazer foi utilizado<br />

corretamente.<br />

a) Iam fazer dois meses que ele estava aqui.<br />

b) Vão fazer dois séculos de independência daquele país.<br />

c) Faz dez anos que ele se foi.<br />

d) Irão fazer três anos que não o vejo.<br />

e) Fazem cinco anos que ele morreu.<br />

16. Assinale a alternativa que completa, correta e<br />

respectivamente, de acordo com a norma culta, as frases:<br />

I.O monopólio só é bom para aqueles que ____.<br />

II. Nos dias de hoje, nem 20% advogam, e apenas 1%<br />

____.<br />

III. Em sua maioria, os advogados sempre ______.<br />

a) o retêem – obtem sucesso – se apropriaram os postos<br />

de destaque na política e no mundo dos negócios.<br />

b) o retém – obtém sucesso – se apropriaram aos postos<br />

de destaque na política e no mundo dos negócios.<br />

c) o retém – obtêem sucesso – se apropriaram os postos de<br />

destaque na polícia e no mundo dos negócios.<br />

d) o retêm – obtém sucesso – se apropriaram de postos de<br />

destaque na política e no mundo dos negócios.<br />

e) o retem – obtêem sucesso – se apropriaram de postos<br />

de destaque na polícia e no mundo dos negócios.<br />

17- Assinale a alternativa em que se admite a<br />

concordância verbal tanto no singular como no plural<br />

como em: “A maioria dos advogados ocupam postos de<br />

destaque na política e no mundo dos negócios”.<br />

a) Como o direito, a medicina é uma carreira estritamente<br />

profissional.<br />

b) Os Estados Unidos e a Alemanha não oferecem cursos<br />

de administração em nível de bacharelado.<br />

c) Metade dos cursos superiores carecem de boa<br />

qualificação.<br />

d) As melhores universidades do país abastecem o<br />

mercado de trabalho com bons profissionais.<br />

e) A abertura de novos cursos tem de ser controlada por<br />

órgãos oficiais.<br />

18- Concordância verbal incorreta.<br />

a) Poderá haver problemas.<br />

b) V. Senhoria já se decidiu?<br />

c) Eu e tu iremos hoje.<br />

d) Você e ele ficarão de guarda.<br />

e) Quando chegares, telefone-me.<br />

19- Assinale a alternativa que preenche corretamente as<br />

lacunas dos períodos abaixo.<br />

Pedrinho _________ as esperanças dos pais.<br />

________ fazer horas que eles saíram.<br />

Dez quilos _________ suficiente para a viagem.<br />

Joaquim ou Manoel ________ com Maria.<br />

a) são – Devem – são – casarão<br />

b) são – Devem – é – casarão<br />

c) é – Deve – são – casarão<br />

d) são – Deve – são – casará<br />

e) é – Deve – é – casará<br />

20- A única concordância verbal correta está na<br />

afirmativa:<br />

a) O que fizeram Capitu e eu?<br />

164


) No relógio deu duas horas.<br />

c) Fazem, hoje, dois meses de sua morte.<br />

d) Houveram muitas discussões naquela reunião.<br />

e) Os Estados Unidos são o país mais poderoso do mundo.<br />

21- Há erro de concordância em relação ao verbo<br />

sublinhado em:<br />

a) Grande parte dos jovens desaprovou o orador.<br />

b) Fui eu que joguei o jornal para que ele o pegasse.<br />

c) Choviam reclamações de todos os lados do salão.<br />

d) Ficaremos os alunos e eu à espera do sinal combinado.<br />

e) Embora ninguém notasse, haviam vários erros na<br />

tradução.<br />

22- Assinale a opção em que a concordância do verbo<br />

destacado está incorreta.<br />

a) Informa o funcionário que hoje é dia 24 de novembro.<br />

b) Só à tarde é que se definiram os objetivos da reunião.<br />

c) Devem fazer poucos dias que ele abandonou o curso.<br />

d) Luta-se bravamente contra os desmandos dos<br />

ditadores.<br />

e) Haviam discutido os pontos mais importantes do<br />

programa.<br />

23- Assinale o período que apresenta erro de concordância<br />

verbal.<br />

a) As relações dos ecologistas com uma grande empresa<br />

que desrespeitava as normas de prevenção ambiental,<br />

começa a melhorar, para o benefício da humanidade.<br />

b) Até 1995, 50% de recursos energéticos e de matériaprima<br />

serão economizados por uma empresa que pretende<br />

investir 160 milhões de dólares no projeto.<br />

c) Hoje não só o grupo dos ecologistas carrega a bandeira<br />

ambientalista, mas também aqueles empresários que<br />

centram seus objetivos no uso racional dos recursos<br />

naturais.<br />

d) Os Estados Unidos são o país mais rico e poluidor do<br />

mundo, entretanto não defendem a tese do<br />

“desenvolvimento sustentável”, a exemplo de muitas<br />

nações ricas.<br />

e) É preciso ver que águas contaminadas, ar carregado de<br />

poluentes e florestas devastadas exigem o manejo correto<br />

da natureza, num país povoado de miseráveis.<br />

24- Marque o trecho que contém erro quanto à sintaxe de<br />

concordância.<br />

a) O projeto de integração que vêm realizando as frágeis<br />

democracias uruguaia, argentina e brasileira é um esforço<br />

inegavelmente significativo para o cone sul.<br />

b) Há registros de um sistema de exames competitivos<br />

elaborado por chineses, há mais de 2000 anos antes de<br />

Cristo, para selecionar crianças superdotadas.<br />

c) Grande número de programas têm sido direcionados,<br />

nos EUA, para áreas consideradas prioritárias pelo Estado,<br />

como Matemática e Ciências.<br />

d) Ignorância, preconceito e tradição mantêm vivas uma<br />

série de ideias que dificultam a implementação de<br />

programas direcionados às crianças superdotadas.<br />

e) São extremamente importantes, para se criar um<br />

ambiente favorável ao desenvolvimento dos<br />

superdotados, a criação de uma variedade de experiências<br />

de aprendizagem enriquecedoras e estimulantes.<br />

25- As normas de concordância verbal estão inteiramente<br />

respeitadas somente na frase:<br />

a) Quando se fatigam os corpos, as almas restam mais<br />

sossegadas e limpas.<br />

b) O que aflige o autor é os compromissos e os ofícios<br />

vãos, com os quais se envolvem permanentemente.<br />

c) Não dura senão um rápido instante os vislumbres de<br />

uma vida mais simples.<br />

d) Todas as coisas que se sonha nascem de carências reais.<br />

e) Se houvessem mais coisas simples em nossa vida, não<br />

sonharíamos tanto com elas.<br />

26- Para preencher de modo correto a lacuna da frase, o<br />

verbo indicado entre parênteses deverá adotar uma forma<br />

do plural em:<br />

a) As normas que num código legal se ________<br />

(estipular) devem acompanhar a prática das ações sociais.<br />

b) As recentes alterações que ________ (haver) no código<br />

civil brasileiro são elogiáveis em muitos aspectos.<br />

c) Não nos ________ (dizer) respeito definir o que é ou<br />

não é legítimo, se não distinguimos entre o que é e o que<br />

não é um fato social.<br />

d) Se dos postulados dos códigos ________ (nascer) todo<br />

direito, a justiça humana seria uma simples convenção.<br />

e) Ao longo das lutas feministas tanta coisa se ________<br />

(conquistar) que muitos dispositivos legais se tornaram<br />

imediatamente obsoletos.<br />

165


27- Para preencher corretamente a lacuna, o verbo<br />

indicado entre parênteses deverá ser flexionado numa<br />

forma do plural na seguinte frase:<br />

a) A menos que se _________ (perder) no tempo, essas<br />

imagens “higienizadas” testemunharão para sempre a<br />

insensibilidade de nossa época.<br />

b) Uma das marcas dessas transmissões jornalísticas<br />

________ (estar) nas semelhanças que guardam com as<br />

imagens de um jogo eletrônico.<br />

c) Mesmo que não ________ (criar) outros efeitos, esse<br />

tipo de transmissão já seria nocivo por implicar a<br />

banalização da violência.<br />

d) Se tudo o que as câmeras captassem _________<br />

(chegar) até nós, sem uma edição maliciosa, nossas<br />

reações seriam bem outras.<br />

e) As pessoas a quem se __________ (dirigir) esse tipo<br />

de jornalismo são vistas mais como consumidores de<br />

entretenimento do que como cidadãos.<br />

28- Na reconstrução de uma frase do texto, desrespeitouse<br />

a concordância verbal em:<br />

a) Às economias nacionais não se permite,<br />

modernamente, que se desenvolvam de modo autônomo e<br />

competente.<br />

b) Ainda não se encontraram, para essas duas tendências<br />

contraditórias, quaisquer possibilidades de harmonização.<br />

c) Quando não se está ligado ao processo da vida<br />

moderna, como ocorre com boa parte dos brasileiros,<br />

paga-se com as consequências do atraso.<br />

d) Devem-se às oscilações dos líderes da economia<br />

mundial boa parcela do desequilíbrio da nossa própria<br />

economia.<br />

e) Devido à dificuldade de se ajustarem ao ritmo variável<br />

da economia mundial, há medidas que, mesmo<br />

necessárias, deixamos de tomar.<br />

29- Para se atender às normas de concordância, é preciso<br />

corrigir a forma verbal sublinhada na frase:<br />

a) Não nos parece que sejam irrelevantes quaisquer<br />

medidas que visem à preservação de línguas utilizadas<br />

pelas minorias.<br />

b) Que não se meça esforços para se preservar ou resgatar<br />

um fato cultural que ajude a compreender o nosso passado<br />

histórico.<br />

c) Tem havido muitas pressões para garantir os direitos<br />

das minorias, tais como a utilização e a veiculação de<br />

línguas que resistem ao desaparecimento.<br />

d) As populações a quem interessa preservar seus direitos<br />

devem unir-se e mobilizar-se contra medidas autoritárias.<br />

e) Caso politicamente não convenha às autoridades do<br />

Ministério das Comunicações proibir o programa<br />

“Nheengatu”, este será mantido em sua forma original.<br />

30- As normas de concordância verbal estão inteiramente<br />

respeitadas na frase:<br />

a) O pessoal que não quiserem malhar tem agora mais<br />

razões para ficar acomodado num sofá.<br />

b) Comprovaram-se que os efeitos dos exercícios físicos<br />

e das drogas têm algo em comum.<br />

c) A privação de endorfina e dopamina podem levar a<br />

estados depressivos.<br />

d) Existem, além das complicações físicas, a<br />

possibilidade de alterações no plano social.<br />

e) Sempre haverá atletas compulsivos, pois sempre<br />

existirão pessoas ansiosas.<br />

31- O verbo indicado entre parênteses adotará<br />

obrigatoriamente uma forma do plural para preencher de<br />

modo correto a lacuna da frase:<br />

a) Foi nos anos 80 que _______ (ocorrer) a pesquisa dos<br />

estudiosos americanos.<br />

b) ________ (resultar) do excesso de exercícios algumas<br />

complicações para a nossa vida.<br />

c) Mesmo quando _________ (prejudicar-se) com os<br />

excessos, o atleta compulsivo os comete.<br />

d) __________ (acarretar) uma série de malefícios essa<br />

ginástica feita de modo compulsivo.<br />

e) Quando _______ (praticar) tantos exercícios, o atleta<br />

compulsivo não avalia os efeitos.<br />

32-A concordância está feita corretamente em:<br />

a) Os poucos anos de escolaridade do trabalhador são<br />

insuficientes para um bom uso das inovações<br />

tecnológicas.<br />

b) O número de postos de trabalho geralmente aumentam<br />

quando as empresas elevam a produtividade.<br />

c) Os trabalhadores que perdem o emprego pode ser<br />

admitido em novos postos, dependendo do nível de<br />

escolaridade.<br />

d) Existe vários efeitos que é resultante da aplicação da<br />

tecnologia, capazes de gerar novos empregos.<br />

e) A recuperação de novos postos de trabalho nas<br />

empresas são possíveis para candidatos com formação<br />

adequada a eles.<br />

166


33- As formas verbais sublinhadas respeitam as normas de<br />

concordância na frase:<br />

a) Não caberiam aos caboclos ter consciência de todas as<br />

coisas que o progresso lhes trariam.<br />

b) Entre os diversos fatores que determinam o estresse,<br />

um dos mais importantes está nos hábitos alimentares.<br />

c) Toda a comunidade de Aracampinas acabaram por se<br />

envolver em tanta melhoria que passaram a ficar ao seu<br />

alcance.<br />

d) Tão logo surgiu, as primeiras manifestações de<br />

estresse deixou bem claro que se deviam às novidades do<br />

cotidiano.<br />

e) Fogão a gás, televisão, luz elétrica, tudo fascinavam os<br />

caboclos, a quem ninguém advertiram da outra face da<br />

moeda.<br />

34- O verbo indicado entre parênteses deverá se flexionar<br />

numa forma do plural para completar corretamente a<br />

lacuna da frase.<br />

a) Por mais que se __________ (haver) beneficiado com<br />

o progresso, os caboclos não deixaram de sofrer algumas<br />

de suas vantagens.<br />

b) Em todas as vezes que se _________ (falar) dos<br />

benefícios do progresso, costuma-se omitir o quanto ele<br />

pode ser prejudicial.<br />

c) Até mesmo às fraldas descartáveis _________ (ter)<br />

acesso, agora, a mulher que vive em Aracampinas.<br />

d) Entre as novidades com que se ________ (entusiasmar)<br />

o morador de Aracampinas estão a televisão e o telefone.<br />

e) Pouca gente ________ (poder) censurar a atração que<br />

têm os moradores pelas novidades que chegariam a<br />

Aracampinas.<br />

35- As normas de concordância estão inteiramente<br />

respeitadas na frase:<br />

a) Muitos julgam imprescindíveis que se consulte os<br />

especialistas para que se avalie com precisão os livros de<br />

uma velha biblioteca.<br />

b) Qualquer um dos que entram desprevenidos numa<br />

velha biblioteca podem se defrontar com surpresas de que<br />

jamais se esquecerá.<br />

c) Mesmo que hajam passado cem anos, as fotos revelam<br />

instantâneos de um presente perdido, no qual se contava<br />

com os efeitos do tempo.<br />

d) Nada do que se lê nos grandes livros, mesmo quando<br />

extinta a época em que foram escritos, parecem<br />

envelhecidos para quem os compreende.<br />

e) Lá estão, como se fosse hoje, a imagem dos jovens e<br />

sorridentes senhorinhas daqueles tempos, inteiramente<br />

alheias ao passar do tempo.<br />

36- O verbo indicado entre parênteses adotará,<br />

obrigatoriamente, uma forma no plural, ao se flexionar na<br />

seguinte frase:<br />

a) À grande maioria dos livros de uma biblioteca _______<br />

(caber) um destino dos mais melancólicos.<br />

b) É comum que livros antigos, na perspectiva de um<br />

herdeiro pouco afeito às letras _________, (representar)<br />

mais de um incômodo do que uma dádiva.<br />

c) _________ (costumar) haver muitas surpresas para<br />

quem se propõe a vasculhar uma antiga biblioteca.<br />

d) Pouca gente, tendo o compromisso de avaliar uma<br />

biblioteca, __________ (saber) separar com rigor os livros<br />

valiosos dos que não o são.<br />

e) __________ (ocorrer) a muitos imaginar que uma velha<br />

biblioteca valerá mais pela quantidade do que pela<br />

qualidade dos livros.<br />

37- O verbo indicado entre parênteses deverá ser<br />

flexionado numa forma do singular para preencher<br />

corretamente a lacuna da seguinte frase:<br />

I- Ninguém, entre nós, ________ (habilitar-se) a tempo de<br />

inscrever no próximo concurso.<br />

II- A quitação de todas as prestações restantes só se<br />

_______ (dar) se ganharmos a causa.<br />

III- Por mais que nos _________ (ameaçar) de recorrer à<br />

justiça, nossos fiadores sabem que não nos é possível<br />

quitar essa dívida.<br />

Atende ao enunciado da questão somente o que está em:<br />

a) I e II<br />

b) I e III<br />

c) II e III<br />

d) II<br />

e) III<br />

167


FUNÇÃO MORFOSSINTÁTICA DO “QUE” E DO<br />

“SE”<br />

1- Dê a classificação morfológica do “que” nas frases<br />

abaixo;<br />

a) O pássaro que pousou naquele galho está ferido.<br />

b) Que desejas aqui?<br />

c) Que fruta você trouxe?<br />

d) Que nota baixa!<br />

e) Que bela estava a lua!<br />

f) Estava tão triste que chorou.<br />

g) Espero que ela volte.<br />

h) Não vou à praia que o tempo está feio.<br />

i) Ela é mais alta que o irmão.<br />

j) Errados que estejam, devem ser compreendidos.<br />

k) Faço votos que alcancem seus objetivos.<br />

l) Não saia agora, que vai chover.<br />

m) Ela chorou, que eu vi.<br />

n) Diga isso a ele, que não a mim.<br />

o) Quê! Você não viu aquilo?!<br />

p) Há dois dias que não saio.<br />

q) Nós é que não iremos.<br />

r) Ela tem um quê especial.<br />

s) O quê é a 16ª letra do nosso alfabeto.<br />

2- Dê a função sintática do que nas orações abaixo:<br />

a) Vi uma gaivota que sumiu no horizonte.<br />

b) As maçãs que colhi estavam maduras.<br />

c) Aquele que pareces ser não és.<br />

d) O cargo a que aspiras está vago.<br />

e) Observava-se atentamente a obra que se construía.<br />

f) Não encontrei o poema a que fizeste referência.<br />

g) Admirávamos a clareza com que expunha suas ideias.<br />

h) Era imensa a euforia do que estávamos possuídos.<br />

i) A carta por que estava ansioso acaba de chegar.<br />

j) Devemos agradecer a atenção com que ele se<br />

manifestou.<br />

k) Perdeu o único aliado a que se unira.<br />

l) Estavam assustados com a enxurrada que inundara a<br />

cidade.<br />

m) Tratamos do assunto de que falamos.<br />

3- Faça a análise morfossintática do “se” nas frases a<br />

seguir:<br />

a) Se gritares, mordo-te!<br />

b) Se você permitir, eu me escreverei.<br />

c) Veja se ele chegou.<br />

d) Cortam-se as árvores.<br />

e) Evitem-se as más companhias.<br />

f) Assista-se às boas aulas.<br />

g) Falava-se em guerras.<br />

h) Ele se ocultou entre as folhagens.<br />

i) Ele sempre se pergunta isso.<br />

j) Ele se comoveu com o acidente.<br />

k) À saída da capela, ajoelhou-se mais uma vez.<br />

l) Ela não se lembrava do ocorrido.<br />

m) Meus sonhos adolescentes foram-se embora.<br />

n) Enquanto se é jovem, as responsabilidades são poucas.<br />

o) Ele sempre se pergunta isso.<br />

p) No Zênite se aprende <strong>Português</strong>.<br />

q) Vocês se lavaram antes do jantar?<br />

r) Ama-se a paz.<br />

s) Ama-se à paz.<br />

t) Foi-se a última esperança.<br />

u) Foi-se a uma festa.<br />

ANÁLISE DO QUE<br />

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO<br />

1- Em “Os poucos que chegaram foram premiados”; a<br />

palavra que é:<br />

a) Conjunção integrante<br />

b) Substantivo<br />

c) Pronome relativo – sujeito<br />

d) Pronome relativo – objeto direto<br />

e) Pronome indefinido<br />

2- Em “Pediram-me que lesse a ata anterior”, a palavra<br />

que é:<br />

a) Pronome interrogativo<br />

b) Pronome relativo<br />

c) Conjunção integrante<br />

d) Advérbio de intensidade<br />

e) Conjunção causal<br />

3- Em “Chorou tanto que os olhos incharam”, a palavra<br />

que é:<br />

a) Pronome relativo – objeto direto<br />

b) Conjunção causal<br />

c) Conjunção integrante<br />

d) Conjunção consecutiva<br />

e) Pronome relativo – sujeito<br />

4- Só não há pronome relativo na opção:<br />

a) Era tal seu medo que desmaiou.<br />

b) Tudo que fiz foi por você.<br />

c) A história que me contou é dolorosa.<br />

d) Todos que aqui estão são bem-vindos.<br />

e) Ali está a fotografia a que me referi.<br />

168


5- Aponte a frase em que a palavra que é conjunção<br />

coordenativa explicativa.<br />

a) Peço que me compreendam.<br />

b) Que nota baixa!<br />

c) Pegue as tintas que estão no armário.<br />

d) Eu é que não irei.<br />

e) Procurem abrigo, que vem aí uma tempestade.<br />

6- Em “Não me disseram que desejavam ali”, a palavra<br />

que é:<br />

a) Conjunção integrante<br />

b) Pronome interrogativo<br />

c) Pronome relativo<br />

d) Conjunção explicativa<br />

e) Preposição acidental<br />

7- Assinale o erro na análise da palavra que:<br />

a) Que lindos são aqueles olhos! – advérbio de<br />

intensidade<br />

b) Não me agradou o que vi. – pronome relativo<br />

c) Há dias que não o vejo. – partícula expletiva<br />

d) Estávamos certos de que seríamos chamados. –<br />

conjunção integrante<br />

e) Ele fala que deixa a gente com sono. – conjunção<br />

causal.<br />

8- Temos que fazer algo que resolva o problema.<br />

Respectivamente, temos:<br />

a) Conjunção integrante – pronome relativo<br />

b) Preposição acidental – pronome relativo<br />

c) Preposição acidental – conjunção integrante<br />

d) Preposição acidental – conjunção consecutiva<br />

e) Conjunção integrante – conjunção consecutiva<br />

9- Assinale a opção em que a palavra que é conjunção<br />

coordenativa:<br />

a) Ninguém me avisou que era tarde.<br />

b) Diga isso a outro, que não a ele.<br />

c) Ela percebeu que fora inoportuna.<br />

d) Olhem que cristalinas são as águas da lagoa.<br />

e) Pedi apenas o que achei necessário.<br />

10- Em “Que coisa feia, menino!” a palavra que é:<br />

a) Advérbio de intensidade<br />

b) Pronome indefinido<br />

c) Interjeição<br />

d) Preposição acidental<br />

e) Partícula expletiva<br />

11- Em “Não trabalhamos ontem, que estávamos muito<br />

cansados”, a palavra que é:<br />

a) Conjunção coordenativa explicativa<br />

b) Conjunção subordinativa integrante<br />

c) Pronome relativo<br />

d) Conjunção subordinativa causal<br />

e) Partícula de realce<br />

12- Em “Triste que ficasse, não deixaria de colaborar”, a<br />

palavra que é:<br />

a) Pronome relativo<br />

b) Preposição acidental<br />

c) Conjunção concessiva<br />

d) Conjunção integrante<br />

e) Advérbio de intensidade<br />

13- Assinale a oração em que a palavra que é conjunção<br />

final.<br />

a) Faço sinceros votos que sejam muito felizes.<br />

b) É normal que ajam assim.<br />

c) Disseram coisas que me aborreceram.<br />

d) Estude, garoto, que a prova é amanhã.<br />

e) Eis aí uma coisa em que não acredito.<br />

14- Ela tem um quê de diferente.<br />

a) Conjunção integrante<br />

b) Pronome relativo – sujeito<br />

c) Substantivo – sujeito<br />

d) Pronome relativo – adjunto adnominal<br />

e) Substantivo – núcleo do objeto direto<br />

15- Assinale a frase em que a palavra que é pronome<br />

relativo na função de complemento nominal.<br />

a) É novo o apartamento em que moramos.<br />

b) A prova de que se queixou foi difícil.<br />

c) O idealista que fui não morreu.<br />

d) Escreve poemas que a todos agradam.<br />

e) Tiram-nos aquilo de que mais tínhamos necessidade.<br />

16- Só não há conjunção integrante em:<br />

a) É certo que desejo seu bem.<br />

b) Solicitaram que viessem todos.<br />

c) O garoto respondeu que estava bem.<br />

d) Seria conveniente que o jogo fosse adiado.<br />

e) Realmente não sabemos que trabalho ela quer fazer.<br />

169


17- (UFSC) No período “Avistou o pai, que caminhava<br />

para a lavoura”, a palavra que classifica-se<br />

morfologicamente como:<br />

a) Conjunção subordinativa integrante<br />

b) Pronome relativo<br />

c) Conjunção subordinativa final<br />

d) Partícula expletiva<br />

e) Conjunção subordinativa causal<br />

18- Na oração “João retirou-se, tinha que sair à rua”, a<br />

palavra grifada tem o valor de:<br />

a) Um pronome relativo<br />

b) Uma preposição<br />

c) Uma conjunção integrante<br />

d) Uma conjunção explicativa<br />

e) Uma partícula explicativa<br />

19- O que é pronome interrogativo na frase:<br />

a) Os que chegaram atrasados farão a prova?<br />

b) Se não precisas de nós, que vieste fazer aqui?<br />

c) Quem pode afiançar que seja ele o criminoso?<br />

d) Teria sido o livro que me prometeste?<br />

e) Conseguirás tudo que desejas?<br />

20- “Que pena!” Classifica-se a palavra sublinhada<br />

como:<br />

a) Conjunção subordinativa integrante<br />

b) Interjeição<br />

c) Preposição<br />

d) Adjetivo<br />

e) Pronome adjetivo indefinido<br />

ANÁLISE DO SE<br />

21- Assinale a alternativa em que o se é partícula<br />

apassivadora.<br />

a) Eles se abraçaram.<br />

b) Fala-se muito.<br />

c) Via-se bem dali.<br />

d) Percebe-se tudo.<br />

e) Veja se a luz voltou.<br />

22- Em “Já não se lê mais como antigamente”, a palavra<br />

se é:<br />

a) Pronome apassivador<br />

b) Partícula de realce<br />

c) Pronome reflexivo<br />

d) Símbolo de indeterminação do sujeito<br />

e) Parte integrante do verbo<br />

23- Só não há símbolo de indeterminação do sujeito em:<br />

a) Caminhou-se até aqui.<br />

b) Anseia-se por notícias.<br />

c) Discutir-se-ia a noite toda.<br />

d) Anda-se agitado.<br />

e) Quer-se compreensão.<br />

24- Se Deus quiser, eu irei.<br />

a) Conjunção integrante<br />

b) Pronome reflexivo<br />

c) Conjunção condicional<br />

d) Partícula apassivadora<br />

e) Símbolo de indeterminação do sujeito<br />

25- Assinale a frase em que o se é pronome reflexivo<br />

funcionando como objeto indireto.<br />

a) Ela se cortou com o vidro.<br />

b) Deixou-se levar pela mão.<br />

c) Queixou-se dos serviços.<br />

d) Ninguém se dá muita importância.<br />

e) Ficou-se só.<br />

26- “Se fui aprovado ninguém sabe”.<br />

a) Conjunção condicional<br />

b) Pronome reflexivo<br />

c) Partícula de realce<br />

d) Parte integrante do verbo<br />

e) Conjunção integrante<br />

27- “Vai-se embora sempre que chegamos”.<br />

a) Pronome reflexivo<br />

b) Partícula de realce<br />

c) Conjunção integrante<br />

d) Índice de indeterminação do sujeito<br />

e) Pronome apassivador<br />

28- Só não há partícula apassivadora em:<br />

a) Solicita-se calma.<br />

b) Aqui se observam com nitidez as montanhas.<br />

c) Não se obedeceu ao regulamento.<br />

d) Podem-se ver algumas manchas.<br />

e) Não se comentou a sua saída.<br />

29- (UN. URBELÂNDIA) Classifique o “se” na frase<br />

“Ele queixou-se dos maus tratos recebidos”.<br />

a) Partícula integrante do verbo<br />

b) Conjunção condicional<br />

c) Pronome apassivador<br />

d) Conjunção integrante<br />

e) Símbolo de indeterminação do sujeito<br />

170


30- O se é símbolo de indeterminação do sujeito na frase:<br />

a) Não se ouvia o sino.<br />

b) Assiste-se a espetáculos degradantes.<br />

c) Alguém se arrogava o direito de gritar.<br />

d) Perdeu-se um cão de estimação.<br />

e) Não mais se falsificará tua assinatura.<br />

31- O se é pronome apassivador em:<br />

a) Precisa-se de uma secretária.<br />

b) Proibiram-se as saídas.<br />

c) Assim se vai ao fim do mundo.<br />

d) Nada conseguiria, se não fosse esforçado.<br />

e) Eles se propuseram um acordo.<br />

32- (PUC – SP) Nos trechos:<br />

I- Se eu convencesse Madalena... Se lhe explicasse...<br />

II- Ouviam-se as pancadas do pêndulo, ouviam-se<br />

muito bem.<br />

A partícula se é, respectivamente:<br />

a) Conjunção, pronome apassivador<br />

b) Pronome recíproco, conjunção<br />

c) Conjunção, índice de indeterminação do sujeito<br />

d) Pronome reflexivo, conjunção<br />

e) Conjunção, pronome reflexivo<br />

33- Na frase “O médico vê-se estendido no chão; a<br />

paciente aproximou-se da mesa”, o se é<br />

respectivamente:<br />

a) Pronome apassivador e pronome reflexivo<br />

b) Expletivo e expletivo<br />

c) Pronome apassivador e pronome apassivador<br />

d) Pronome reflexivo e pronome apassivador<br />

e) Pronome reflexivo e pronome reflexivo<br />

ANEXO DE PROVAS<br />

171


172


173


174


INSTITUIÇÃO: EBMSP – CURSO DE MEDICINA<br />

DATA: 25/11/2011/ - BAHIANA<br />

Questões de 01 a 04.<br />

Qualidade de vida na vida real.<br />

É bom ter em mente, antes de tentarmos definir o que<br />

é qualidade de vida, que não apenas as escolhas sobre com<br />

quem faremos o que decidimos fazer, na escola, no<br />

trabalho, e no lazer influenciam quem somos e definem<br />

nossa saúde, nossa qualidade de vida e o nosso bem-estar.<br />

Existe, no momento, mais de uma centena de<br />

diferentes definições para qualidade de vida, nenhuma<br />

delas completamente satisfatória. A principal dificuldade<br />

que os cientistas encontram para definir o conceito é a<br />

natureza multifacetada e instável do fenômeno, cuja<br />

compreensão vem sendo, pouco, aumentada pelo uso de<br />

métodos e pesquisa qualitativa, aplicados em cenários de<br />

vida específicos.<br />

Assim a qualidade de vida das pessoas depende dos<br />

“cenários de vida” em que vivem, quero dizer, depende<br />

daqueles lugares onde nos encontramos com outras<br />

pessoas, geralmente com um propósito definido como, por<br />

exemplo, ganhar a vida trabalhando.<br />

O “cenário” assume grande importância porque é<br />

dentro de suas fronteiras que vamos analisar o que<br />

acontece com as pessoas. Por exemplo, um dos cenários<br />

de vida que mais influência exerce sobre nossa saúde e<br />

nossa qualidade de vida é o emprego, o cenário de<br />

trabalho. O termo cenário não indica somente o local<br />

físico de trabalho. Os locais onde a fábrica, o escritório, a<br />

loja, a escola estão são os “palcos” nos quais se<br />

desenrolam as tramas de vida, os jogos de poder, as<br />

seduções, as agressões e violências que interferem<br />

profundamente em nossa saúde, qualidade de vida e<br />

percepção de bem-estar.<br />

NICOLETTI, Sérgio J. Qualidade de vida na vida real.<br />

Questão 01.<br />

Com relação às ideias focalizadas no texto, é correto<br />

afirmar:<br />

a) A coexistência da saúde física com a mental, por si só,<br />

é suficiente para que alguém possa dizer que tem uma boa<br />

qualidade de vida.<br />

b) Os indicadores de qualidade de vida de um indivíduo<br />

estão invariavelmente relacionados com os seus valores<br />

pessoais, independendo, portanto, dos socioculturais.<br />

c) A importância dada ao ambiente de trabalho deve-se ao<br />

fato de ser ele que rege grande parte da vida do indivíduo,<br />

sendo dele que depende a sua posição social, o que acaba<br />

se constituindo o fator determinante da sua qualidade de<br />

vida.<br />

d) A concepção de qualidade de vida está ligada<br />

diretamente à de bem-estar e a algumas de suas dimensões<br />

- a psíquica, a material, a da saúde, a da segurança, a da<br />

privacidade, dentre outras – atreladas à realidade<br />

circundante de cada pessoa.<br />

e) Os métodos usados por cientistas para obter uma<br />

melhor definição de qualidade de vida estão associados às<br />

relações interpessoais, porque elas sinalizam o padrão de<br />

vida das pessoas e, consequentemente, se elas possuem ou<br />

não qualidade de vida.<br />

Questão 02.<br />

Da leitura do texto, pode-se inferir:<br />

a) A aceitação dos limites da vida sem questionamentos e<br />

sem maiores desgastes resulta, incondicionalmente, em<br />

paz interior, saúde e sensação de bem-estar.<br />

b) Os eventos que impactam a vida de uma pessoa podem<br />

ser evitados, se a pessoa souber gerenciar sua vida, sem se<br />

deixar levar por situações passageiras.<br />

c) As sensações de ansiedade fazem parte normalmente da<br />

experiência humana e, por isso mesmo, as pessoas têm<br />

certa facilidade para afastar de si esses e outros<br />

sentimentos que afetam seu bem-estar.<br />

d) O ser humano, mesmo sendo o maior responsável por<br />

tudo de bom ou ruim que ocorre em sua vida, se for capaz<br />

de equacionar e superar as conhecidas e esperadas<br />

dificuldades do dia a dia, será possível manter a qualidade<br />

de vida.<br />

e) Uma pessoa, ao transformar, por exemplo, seu tempo<br />

em uma mercadoria no ambiente de trabalho, está, de<br />

alguma forma, buscando sua satisfação pessoal e seu bemestar,<br />

e, portanto, lutando por uma melhor qualidade de<br />

vida.<br />

Questão 03.<br />

A organização estrutural do texto permite considerar<br />

como verdadeira a afirmativa explicitada na alternativa:<br />

a) A ideia básica do texto é introduzida e definida no<br />

primeiro parágrafo, sendo resignificativa no segundo.<br />

b) As dificuldades dos cientistas sobre a conceituação de<br />

qualidade de vida, citadas no segundo parágrafo, são<br />

relativizadas, a seguir pela voz enunciadora do discurso.<br />

c) Os ‘cenários de vida” e seu papel como sinalizador dos<br />

indicadores da qualidade de vida de um indivíduo,<br />

referência feita no segundo parágrafo, constituem o eixo<br />

sobre o qual gira o desenvolvimento temático.<br />

d) O propósito de “ganhar a vida trabalhando” alusão feita<br />

no terceiro parágrafo, leva ao pressuposto de que o mundo<br />

175


do trabalho é, contraditoriamente, o céu e o inferno de<br />

qualquer trabalhador da atualidade.<br />

e) O último parágrafo retoma as ideias do primeiro para<br />

que o enunciado questione os efeitos dos dramas vividos<br />

por uma pessoa nas diferentes comunidades de que faz<br />

parte, comente-os e tire conclusões.<br />

Questão 04.<br />

De acordo com a forma de trabalhar a linguagem e suas<br />

funções sócio-comunicativas, o discurso pode ser<br />

caracterizado como informativo ou persuasivo.<br />

Por suas características, pode-se classificar o texto em<br />

análise como predominantemente:<br />

a) informativo instrucional por definir, em primeiro lugar,<br />

o que se deseja alcançar para, em seguida, dizer como se<br />

deve proceder a fim de atingir os objetivos pleiteados.<br />

b) informativo-jornalismo, por tratar de fatos que<br />

interessam sobretudo ao público adulto, esclarecendo-o<br />

sobre como ele deve proceder para a obtenção de uma<br />

melhor qualidade de vida.<br />

c) persuasivo de fundo lúdico, pela quase inexistência de<br />

outras possibilidades de leituras pelo receptor da<br />

mensagem em face de a maior preocupação do emissor ser<br />

com as verdades humanas.<br />

d) persuasivo de cunho polêmico, pela impossibilidade –<br />

diante da força dos argumentos usados – de o leitor<br />

discordar das informações transmitidas pelo emissor sobre<br />

qualidade de vida e sua multidimensionalidade.<br />

e) informativo de caráter técnico-científico, por sua<br />

temática estar voltada para um assunto relacionado com<br />

os indicadores em que se baseia a medição das condições<br />

de vida do ser humano, divulgando, desse modo,<br />

conhecimentos acerca do saber científico.<br />

Medicina paliativa e qualidade de vida<br />

O grande desenvolvimento da Medicina nas últimas<br />

décadas do século XX, junto com as melhoras das<br />

condições de vida, tem feito com que a expectativa de<br />

sobrevivência do ser humano venha aumentando<br />

continuadamente.<br />

Desafortunadamente, todos os esforços da ciência<br />

para aumentar a qualidade da vida humana podem ser<br />

inutilizados, em boa parte, se a Medicina não minimizar<br />

o significativo prejuízo que as doenças crônicas e<br />

degenerativas podem produzir na qualidade da vida.<br />

Evitando pessoas de adoecerem, a Medicina já<br />

estaria cumprindo seu papel na melhoria da qualidade e da<br />

quantidade de vida. Porém a pergunta intrigante é: o que<br />

a Medicina tem feito para aqueles que adoeceram e,<br />

principalmente, para aqueles que não têm cura? É nesse<br />

ponto que aparece a Medicina Paliativa. Ao médico<br />

cumpre curar sempre, em não curando, aliviar sempre e,<br />

em não aliviando, consolar. Por incrível que possa<br />

parecer, tornou-se mais comum curar que aliviar.<br />

Consolar, então, nem se fala, embora não faltem recursos<br />

para ambos.<br />

Existem infelizmente, muitas doenças e situações<br />

médicas cuja cura ainda não foi possível, mas nem por<br />

isso, a Medicina deve se acomodar e negligenciar o muito<br />

que tem para ser feito. O paciente tem direito de pleitear<br />

sempre um alívio da dor, uma melhor qualidade de vida e<br />

não obstante, uma melhor qualidade de morte.<br />

Segundo a Organização Mundial de Saúde,<br />

Cuidados Paliativos são aqueles que consistem na<br />

assistência ativa e integral a pacientes cuja doença não<br />

responde mais ao tratamento curativo, sendo o principal<br />

objetivo a garantia da melhor qualidade de vida, tanto para<br />

o paciente como para seus respectivos familiares.<br />

A Medicina Paliativa nasceu da necessidade de<br />

melhorar a qualidade de vida dos pacientes para os quais<br />

a cura não é mais possível e a qualidade de vida está ou<br />

estará em breve deteriorada. O objetivo concreto dessa<br />

área da saúde é aliviar os sintomas decorrentes de<br />

doenças degenerativas, crônicas e refratárias, favorecer o<br />

lhor possível as atividades do paciente, oferecer adequada<br />

atenção emocional e social, tanto ao paciente quanto à<br />

própria família.<br />

MEDICINA paliativa e qualidade de vida.<br />

Questão 05.<br />

É impossível comprovar no texto o que sobre ele se afirma<br />

em:<br />

a) A manutenção da saúde da pessoa, uma das mais<br />

importantes dimensões da qualidade de vida, sempre foi o<br />

foco principal da atividade médica, o que não isenta o<br />

profissional de Medicina de adequar-se ao próprio ser<br />

humano, mostrando-se sensível às angústias, a seu<br />

sofrimento.<br />

b) A busca do melhor para o paciente que não responde<br />

mais ao tratamento curativo deve ser constante e efetiva,<br />

176


a fim de que sua qualidade de vida seja mantida no nível<br />

mais alto possível e seus familiares se sintam confortados,<br />

recebendo também especial atenção do médico.<br />

c) O médico, com o avanço da Medicina, chega ao<br />

diagnóstico da doença do seu paciente, pressupõe-se por<br />

meio do suporte técnico e do científico, mas nem sempre<br />

atenta para a individualidade do doente, o que também é<br />

significativo para sua cura.<br />

d) A função do médico em relação ao paciente com<br />

doenças que limitam sua qualidade de vida não deve<br />

restringir-se simplesmente ao aspecto farmacológico, mas<br />

abranger inclusive, o psicológico, o social, o ético, o<br />

religioso, o familiar, dentre outros.<br />

e) A fase paliativa de um doente terminal, por ser aquela<br />

em que o pessimismo assume o lugar da esperança, é a que<br />

prescinde de maior atenção à qualidade de vida do<br />

paciente, por ele já se encontrar em estado precário e<br />

irreversível.<br />

Questão 06.<br />

Identifique com V as alternativas verdadeiras sobre o<br />

texto e com F as falsas. (as expressões em análise das<br />

afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />

parágrafos indicados)<br />

( ) O termo “ do ser humano” (1º par.) complementa o<br />

sentido de “sobrevivência”<br />

(1º par.) que sugere a ideia de luta.<br />

( ) A expressão “em boa parte” (2º par.) relativiza o<br />

sentido do que foi anunciado anteriormente, na frase.<br />

( ) O conector “se” (2º par.) prediz a condição para que<br />

os fatos possam ocorrer, conforme o presumido.<br />

( ) A oração “Evitando pessoas de adoecerem” (3º par.)<br />

admite sem prejuízo do sentido original a releitura Desde<br />

que fosse evitado o adoecimento de pessoas.<br />

( ) A substituição de “Existem” (4º par.)por Há nada<br />

altera a estrutura frasal, sendo conservada também as<br />

funções antes exercidas por todos os elementos<br />

oracionais.<br />

A alternativa que contém a sequência correta de cima para<br />

baixo é a:<br />

a) V, F, F, F, V<br />

b) F, V, V, V, F<br />

c) F, F, V, V, V<br />

d) V, V, F, F, F<br />

e) V, V, V, V, V<br />

Questão 07.<br />

Sobre os recursos linguísticos usados no texto, está sem<br />

respaldo gramatical o que se afirma em: (as expressões em<br />

análise das afirmativas encontram-se destacadas nos<br />

referentes parágrafos indicados)<br />

a) “Desafortunadamente” (2º par) e “infelizmente” (4º<br />

par.) traduzem opiniões do emissor evidenciando sua<br />

interferência na transmissão das informações.<br />

b) “Porém” (3º par.) é um elemento coesivo que<br />

estabelece uma ideia de ressalva entre o que foi afirmado<br />

antes e o questionamento prestes a ser feito.<br />

c) ”cuja” (4º par.), se substituído por que a, mantém a<br />

correção gramatical e a mesma relação significativa entre<br />

“muitas doenças e situações médicas” (4º par.) e “cura”<br />

(4º par.).<br />

d) “não obstante” (4º par.) expressa uma concessão diante<br />

do que foi declarado e o que vai ser anunciado.<br />

e) “dessa área da saúde” (6º par.) retoma, num processo<br />

de coesão textual, o termo “Medicina Paliativa” para<br />

estabelecer suas reais funções no cenário hospitalar e até<br />

fora dele.<br />

Questão 08.<br />

Quanto às situações retratadas nas duas charges.<br />

Identifique com V as afirmativas verdadeiras e com F, as<br />

falsas.<br />

( ) Tanto uma quanto a outra trabalham com a mesma<br />

temática, embora enfoquem diferentes vieses.<br />

( ) Ambas mostram que nem sempre é possível obter a<br />

qualidade de vida que se defende junto à clientela.<br />

( ) A I revela uma dicotomia entre a preocupação do<br />

paciente, não revelada, e a do médico, explicitada na sua<br />

fala.<br />

( ) A II dialoga com as ideias de Sérgio J, Nicoletti,<br />

veiculadas em seu texto “ Qualidade de vida na vida real”,<br />

no que se refere à influência que o cenário de trabalho<br />

exerce na qualidade de vida das pessoas.<br />

( ) A II assume um caráter humorístico ao tentar mostrar<br />

a exaustão de um profissional da Medicina quando tem de<br />

suprir a ausência de outros.<br />

177


A alternativa que contém a sequência correta de cima para<br />

baixo, é a:<br />

a) V,V,V,V,V<br />

b) V,F,F,F,V<br />

c) F,F,V,V,V<br />

d) V,V,F,F,F<br />

e) F,V,V,V,F<br />

INSTITUIÇÃO: EBMSP – CURSO DE MEDICINA<br />

DATA: 09/06/2011/ - BAHIANA<br />

TEXTO I<br />

Relação médico-paciente<br />

A comunicação entre médico e paciente é um fator<br />

importante para estabelecer uma boa ou má relação entre<br />

ambos.<br />

Os comportamentos positivos (éticos) dos médicos<br />

fortalecem a relação médico-paciente e diminuem a<br />

possibilidade de insatisfação por parte das pessoas que os<br />

procuram. Um sentimento de conforto e de confiança<br />

mútua entre médico e paciente é um componente bem<br />

aceito e desejável em qualquer consulta médica.<br />

A partir de informações de que os pacientes desejam<br />

conhecer mais detalhes de suas doenças e principalmente,<br />

porque eles querem ser ouvidos, a comunicação entre<br />

médicos e pacientes deve esmerar-se cada vez mais.<br />

Os médicos devem adaptar seus estilos de<br />

comunicação às variações intelectuais individuais e às<br />

necessidades emocionais de seus pacientes. Quando os<br />

médicos providenciam cuidado tecnicamente adequado,<br />

os pacientes esperam respostas aos seus questionamentos<br />

e querem participar das decisões. O mais salutar nessa<br />

relação é providenciar um cuidado médico que seja<br />

padrão de boa qualidade.<br />

A comunicação entre os médicos, paciente e seus<br />

familiares é identificada na literatura médica, como a<br />

causa mais importante de insatisfação dos pacientes<br />

contra médicos.<br />

(RODRIGUES,2011).<br />

Questão 01.<br />

A leitura do texto permite que se chegue a algumas<br />

conclusões, dentre as quais, fica sem suporte textual a<br />

indicada em:<br />

As palavras, como um instrumento de trabalho podem<br />

promover tanto o bem quanto o mal para quem as escuta.<br />

a) As variantes intelectuais devem ser previstas pelos<br />

médicos, aos quais cabe o ajuste de seu discurso na busca<br />

de uma melhor relação com os seus pacientes.<br />

b) O paciente, fragilizado pelo mal que o acomete,<br />

necessita ser ouvido, ter respostas inteligentes para seus<br />

questionamentos, enfim, participar das decisões relativas<br />

aos cuidados médicos de que precisa.<br />

c) A prioridade médica deve ser a promoção da saúde do<br />

paciente, antes de qualquer outra coisa, razão por que suas<br />

insatisfações com o local de trabalho ou com qualquer<br />

outro evento devem ser sumariamente postas de lado.<br />

d) O distanciamento do médico, em uma consulta, é<br />

causadora da insatisfação do paciente, que passa a não<br />

credibilizar os serviços por ele prestados como de<br />

qualidade desejável para a cura de enfermidade de que é<br />

portador.<br />

Questão 02.<br />

Quanto aos elementos da língua que compõem o texto,<br />

está correto afirmar em: (as expressões em análise das<br />

afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />

parágrafos indicados)<br />

a) As palavras “boa” (1º par.) e “má” (1º par.) são<br />

antônimas e, por isso, estão exercendo diferentes funções<br />

sintáticas no período de que fazem parte.<br />

b) As locuções “dos médicos” (2º par.) e “dos pacientes”<br />

(5º par.) se opõem do ponto de vista semântico, mas<br />

quanto à sintaxe, possuem o mesmo valor, ou seja,<br />

restringem o sentido do nome que modificam.<br />

c) O termo “cada vez mais” (3º par.) expressa, no contexto<br />

em que se insere, a necessidade de intensificar a<br />

frequência de uma ação.<br />

d) Os pronomes “seus” (4º par.) e “seus” (4º par.) indicam<br />

posse de sujeitos distintos no contexto frasal.<br />

e) Os verbos “participar” (4º par.) e “providenciar” (4º<br />

par.) exigem, já que possuem sentido incompleto, o<br />

mesmo tipo de complemento.<br />

178


TEXTO II<br />

A reconstrução do relacionamento médico-paciente: a<br />

importância da comunicação<br />

Atualmente, a relação médico-paciente tem<br />

despertado grande interesse em pesquisadores de<br />

várias áreas do conhecimento, seja na produção<br />

científica, na formação ou na prática médica. A interface<br />

entre comunicação e saúde é um exemplo desse interesse<br />

e destaca a preocupação interdisciplinar, propagando em<br />

várias vertentes, inclusive, a que nos dedicamos: as<br />

técnicas comunicacionais utilizadas ou aplicadas para<br />

proporcionar a melhoria da relação e,<br />

consequentemente, do serviço.<br />

Ao saírem dos bancos escolares e atuar<br />

profissionalmente, os médicos têm a base de suas<br />

atividades constituída pelos relacionamentos, visto não<br />

terem tido nenhum preparo acadêmico nesse sentido,<br />

quando a comunicação pode oferecer amplas<br />

possibilidades de melhora do relacionamento interpessoal,<br />

conforme assinala Epstein (s. d 1): “A boa comunicação<br />

pode aumentar a eficácia dos serviços de saúde. Em nível<br />

de comunicação interpessoal, isso começa a ser<br />

reconhecido oficialmente. Os problemas da adequação da<br />

comunicação médico-paciente que sempre existiram<br />

como questões periféricas começam a ser reconhecidos<br />

oficialmente, inclusive como temas dos círculos de nossas<br />

escolas de medicina”.<br />

Oliveira (2002: 64) reconhece que uma das principais<br />

atribuições do médico é “traduzir o discurso, os sinais e os<br />

sintomas do paciente para chegar ao diagnóstico da<br />

doença”. Quando uma pessoa procura um serviço de<br />

saúde, então, estabelece-se uma relação que “pressupõe<br />

uma comunicação com duas vias de fluxo, permitindo,<br />

no momento em que o indivíduo busca atendimento de<br />

saúde, o encontro de duas visões de mundo diferentes<br />

[...]”. É justamente aí que a formação dada ao médico<br />

tem falhado, quando não o prepara para se comunicar<br />

com o doente, mas para olhar a doença, na medida em<br />

que enfatiza o distanciamento, a utilização dos recursos<br />

tecnológicos, em substituição à escuta, ao diálogo, à<br />

própria relação, que não chega a se instaurar, pois somente<br />

o médico tem voz.<br />

Cabe, então, considerar a necessidade de ampliar a<br />

formação do médico para além do reducionismo<br />

técnico a que está sujeito, tendo em conta que a educação<br />

médica integradora deve abordar a ideia do homem para<br />

além do corpo ou do psíquico, tampouco deve ser<br />

considerada como a soma dessas duas dimensões. É<br />

necessário considerá-la em sua complexidade, que implica<br />

a utilização de linguagens comuns a outras áreas do<br />

conhecimento.<br />

(NASSAR, 2011)<br />

Questão 03.<br />

O texto objetiva destacar:<br />

a) O médico como o eixo centralizador das decisões a<br />

serem tomadas em função do resgate da saúde de quem o<br />

procurou para curar-se e sua preocupação centrada no<br />

olhar a doença.<br />

b) As repercussões negativas que os atendimentos<br />

médicos têm causado no âmbito social, em virtude do uso<br />

dos recursos, por exemplo, em lugar do diálogo.<br />

c) Os serviços médicos como de capital importância para<br />

as sociedades, razão da necessidade cada vez maior de que<br />

os médicos estejam atualizados em face dos avanços<br />

acelerados da tecnologia e da ciência.<br />

d) A base da estrutura fundamental da prática médica, ou<br />

seja os conhecimentos e as habilidades que ele possui para<br />

pesquisar sobre as queixas do paciente e fazer o<br />

diagnóstico preciso da enfermidade que o acometeu.<br />

e) A preocupação atual com a melhoria da relação<br />

médico-paciente, através de uma comunicação capaz de<br />

aproximar dois seres com visões de mundo diferentes, o<br />

que contribuirá até para a otimização dos serviços de<br />

saúde.<br />

Questão 04.<br />

Uma leitura mais atenta do texto leva ao pressuposto de<br />

que:<br />

a) A capacidade de escuta por parte do médico, dadas as<br />

circunstâncias atuais de atendimento nas instituições de<br />

saúde, passou a ser irrelevante para a relação terapêutica<br />

médico-paciente.<br />

b) As situações clínicas atuais dispensam certas atitudes<br />

de cortesia e desvelo do médico, porque há meios para o<br />

paciente e seus familiares se manterem informados sobre<br />

a enfermidade que precisa ser trabalhada.<br />

c) A consulta médica embora de relevância<br />

inquestionável, deixou de ser vista como condição básica<br />

para o tratamento de uma enfermidade, diante do conceito<br />

democrático que rege a maioria das sociedades atuais.<br />

d) A tradução do discurso dos pacientes, por ser uma<br />

tarefa nem sempre fácil, dificulta a investigação médica<br />

sobre a doença daqueles que o procuram, o que gera<br />

inquietação e desconfiança dessas pessoas quanto à<br />

exatidão do diagnóstico de sua enfermidade.<br />

e) O médico do novo milênio deve estar preparado para<br />

trabalhar com uma visão holística do paciente, voltando-<br />

179


se desse modo, para o entendimento dos mais diversos<br />

valores inseridos em complexos contextos históricos,<br />

culturais e sociais, sendo em outras palavras, mais<br />

humano.<br />

Questão 05.<br />

Sobre os aspectos linguísticos do texto e seus efeitos de<br />

sentido, é correto afirmar: (as expressões em análise das<br />

afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />

parágrafos indicados).<br />

( ) A declaração “ Atualmente a relação médico-paciente<br />

tem despertado grande interesse em pesquisadores de<br />

várias áreas do conhecimento” (1º par.) evidencia a<br />

importância dos serviços médicos para as diversas<br />

camadas sociais.<br />

( ) Os dois pontos presentes em “a que nos dedicamos: as<br />

técnicas comunicacionais utilizadas ou aplicadas para<br />

proporcionar a melhoria da relação e, consequentemente,<br />

do serviço” (1º par.) esclarecerem a afirmativa anterior,<br />

ressaltando o valor da comunicação nas relações<br />

interpessoais.<br />

( ) A oração “que pressupõe uma comunicação com duas<br />

vias de fluxo” (3º par.) modifica o termo “relação” (3º<br />

par.), restringindo-lhe o sentido.<br />

( ) O fragmento “É justamente aí que a formação dada ao<br />

médico tem falhado” (3º par.) procura justificar, de forma<br />

indireta, os deslizes na comunicação médico-paciente, o<br />

que tem comprometido, em parte, a qualidade dos serviços<br />

de saúde.<br />

( ) A locução “na medida em que” (3º par.) introduz, no<br />

período, uma ideia de proporcionalidade, podendo ser<br />

permutada por à medida que.<br />

A alternativa que contém a sequência correta, de cima<br />

para baixo é a:<br />

a) F V V V F<br />

b) F V F F V<br />

c) V V F F F<br />

d) V F V F V<br />

e) V V V V V<br />

Questão 06.<br />

O termo em negrito, nos fragmentos “Quando uma pessoa<br />

procura um serviço de saúde, então estabelece uma<br />

relação” (3º par.) e “Cabe, então, considerar a necessidade<br />

de ampliar a formação do médico para além do<br />

reducionismo técnico a que está sujeito” (4º par.)<br />

a) possui o mesmo valor semântico.<br />

b) pertence à mesma classe de palavras.<br />

c) pode ser substituído, respectivamente, por porque e tão<br />

logo.<br />

d) denota consequência na primeira ocorrência e<br />

conclusão, na segunda.<br />

e) pode ser retirado do contexto em que está inserido, pelo<br />

seu caráter, sem prejudicá-los<br />

Questão 07.<br />

Confrontando os dois textos – o primeiro da autoria de<br />

Silvio Rodrigues e o segundo, de Maria Rosana Ferrari<br />

Nassar – marque com V ou com F, conforme sejam<br />

verdadeiras ou falsas as afirmativas.<br />

( ) Em ambos, nota-se a impessoalidade do discurso,<br />

marcado pela ausência de opiniões do locutor.<br />

( ) Tanto no primeiro quanto no segundo, existe a<br />

sinalização de que a relação médico-paciente precisa ser<br />

melhorada.<br />

( ) Nos dois, por seu caráter argumentativo, há diálogos<br />

com outros enunciadores para reforçar o ponto de vista<br />

defendido.<br />

( ) No primeiro, o enunciador faz constatações, mostrando<br />

a necessidade de atitudes mais humanas por parte do<br />

médico, enquanto, no segundo, além disso, há indicação<br />

da causa maior para a concorrência de certos fatos.<br />

( ) No segundo ao contrário do primeiro fica claro que a<br />

reconstrução da relação médico-paciente é algo previsto<br />

para as novas gerações ou para os que voltarem à escola,<br />

objetivando mestrado, doutorado, dentre outros cursos.<br />

A alternativa que contém a sequência correta de cima para<br />

baixo, é a:<br />

a) F V F V V<br />

b) F V F V F<br />

c) V F V F V<br />

d) V V F F F<br />

e) V V V V V<br />

180


I<br />

e) Na I, a pressa que se tornou marca registrada dos novos<br />

tempos, também se faz presente no cotidiano da prática<br />

médica, num flagrante desrespeito aos direitos do<br />

paciente, enquanto na II a problemática das carências dos<br />

hospitais públicos serve de contraponto para o desabafo<br />

do médico, o que não deixa de se configurar falta ética na<br />

conduta do profissional de saúde.<br />

II<br />

Questão 08<br />

Sobre as charges, que retratam situações envolvendo a<br />

relação médico-paciente é correto afirmar:<br />

a) Em ambas, a perspectiva democrática é negada, mas,<br />

na II, a qualidade do relacionamento entre o médico e o<br />

paciente não chega a se constituir um fator de descrédito<br />

da prática médica, nem de distanciamento do paciente,<br />

como é o caso da I.<br />

b) Na I e na II, o olhar do médico está tão somente voltado<br />

para o doente embora a segunda mostre uma prática<br />

médica mais humanizada, pois o profissional de saúde<br />

quer ter as condições indispensáveis para realizar um<br />

atendimento de qualidade, uma vez que compreende o<br />

paciente como sujeito cultural e integral.<br />

c) Na I, a insatisfação do paciente se faz sentir logo no<br />

questionamento feito de início, enquanto, na II a queixa<br />

do paciente é levada a sério, pois o médico alega a<br />

situação hospitalar como uma espécie de justificativa por<br />

não poder atende-lo melhor.<br />

d) Na I, fica subentendido que a pressa do médico é uma<br />

forma encontrada para atender a todos que por ele esperam<br />

e dele precisam, enquanto na II, o médico tenta explicar<br />

ao paciente como é difícil trabalhar sem o mínimo de que<br />

precisa para atender bem à clientela.<br />

Questão 09.<br />

Os conhecimentos sobre as questões sociais no Brasil<br />

permitem afirmar que as charges fazem uma crítica:<br />

a) às deficiências dos serviços públicos, consequência<br />

direta do predomínio da população oriunda do campo nos<br />

centros urbanos.<br />

b) ao processo de metropolização, que é sem sombra de<br />

dúvida, o principal fator responsável pela falta de médicos<br />

e de medicamentos básicos para o atendimento da<br />

população.<br />

c) à precariedade da infraestrutura, que dificulta a relação<br />

médico x paciente, que é agravada pelo descaso das<br />

autoridades constituídas.<br />

d) à escassez de médicos no país, decorrente do número<br />

insuficiente de cursos de medicina, fato que reflete na<br />

dispensa de um bom atendimento de saúde para a<br />

população.<br />

e) ao péssimo atendimento dos serviços de saúde pública,<br />

que tem como solução de medidas como a mecanização<br />

do campo e o estímulo ao êxodo rural, para que toda a<br />

população tenha acesso a um bom atendimento de saúde<br />

nas áreas urbanas.<br />

INSTITUIÇÃO: EBMSP – CURSO DE MEDICINA<br />

DATA:: 01/12/2010/ BAHIANA<br />

Questões de 01 a 03.<br />

“O mundo [...] não é uma hospedagem, mas um<br />

hospital”, disse sir Thomas Browne mais de três séculos<br />

e meio atrás, em 1643. Essa é uma interpretação do mundo<br />

nada encorajadora, senão completamente surpreendente,<br />

por parte do prestigioso autor de Religio Medici e<br />

Pseudoxia Epidemica. Mas Brownw podia não estar<br />

totalmente enganado: mesmo hoje (e não apenas na<br />

Inglaterra do século XVII), a doença, de uma forma ou de<br />

outra, tem sido uma presença importante na vida de um<br />

número grande de pessoas. Na verdade, Browne pode ter<br />

sido um tanto otimista por evocar um hospital: grande<br />

parte das pessoas que estão mais doentes no mundo de<br />

181


hoje não têm tratamento para seus males, nem acesso a<br />

meios eficazes de prevenção.<br />

Em qualquer discussão de equidade * e justiça social,<br />

doença e saúde devem figurar como uma preocupação da<br />

maior importância. Coloco meu ponto de partida – a<br />

ubiquidade ** da saúde como uma consideração social – e<br />

começo ressaltando que a equidade na saúde não pode ser<br />

outra coisa senão um aspecto central da justiça dos<br />

mecanismos sociais em geral. O alcance da equidade na<br />

saúde é imenso. Mas há um aspecto recíproco dessa<br />

conexão ao qual também devemos prestar atenção.<br />

Equidade na saúde não pode se preocupar somente com a<br />

saúde, isoladamente. Em vez disso, ela tem de estar em<br />

sintonia com a questão mais ampla da justiça social,<br />

incluindo a distribuição econômica, dando a devida<br />

atenção ao papel da saúde na vida e na liberdade humana.<br />

Equidade na saúde com certeza não se refere apenas ao<br />

acesso à saúde, muito menos ao enfoque ainda mais<br />

restrito do acesso aos serviços de saúde. Na verdade,<br />

equidade na saúde como conceito tem um alcance e uma<br />

relevância extremamente amplos.<br />

SEM, Amartya; KLIKSBERG, Bernardo. Por que equidade na saúde? As pessoas<br />

em primeiro lugar, a ética do desenvolvimento e os problemas do mundo<br />

globalizado. Tradução Bernardo Azemberg e Carlos Eduardo Luis da Silva. São<br />

Paulo: Companhia das letras, 2004p. 73-74<br />

*Equidade: reconhecimento de que os direitos são iguais<br />

para todos.<br />

**Ubiquidade: onipresença.<br />

Questão 01.<br />

O autor do texto:<br />

a) relativiza a colocação de Thomas Browne a respeito do<br />

mundo.<br />

b) desvincula, até certo ponto, a saúde do papel que a<br />

sociedade exerce na vida de cada um.<br />

c) conceitua doença e saúde, do ponto de vista da<br />

equidade e da justiça social, do mesmo modo.<br />

d) vê a equidade na saúde como uma oportunidade de o<br />

indivíduo ganhar melhor e ser mais livre.<br />

e) afirma a existência de justiça social em boa parte do<br />

mundo, por ser ela a promotora da saúde humana.<br />

Questão 02.<br />

Está correta a afirmação que se faz sobre o termo<br />

transcrito em: (as expressões em análise das afirmativas<br />

encontram-se destacadas nos referentes parágrafos<br />

indicados)<br />

a) “mais” (1º par.) indica como “mais’ (1º par.),<br />

quantidade.<br />

b) “senão” (1º par.) exprime uma ideia diferente da<br />

expressa por “senão” (2º par.).<br />

c) “mesmo” (1º par.) apresenta-se com valor concessivo.<br />

d) “grande” (1º par.), se transposto para antes de<br />

“número” (1º par.) sofre alteração de sentido.<br />

e) “que” (1º par.) e “seus” (1º par.) retomam referentes<br />

que se opõem no mesmo contexto frasal.<br />

Questão 03.<br />

A frase “O mundo [...] não é uma hospedagem, mas um<br />

hospital”.<br />

a) forma um período simples, já que só contém um verbo.<br />

b) usa “hospital” e “hospedagem” com a mesma acepção.<br />

c) foi estruturada, predominantemente, em sentido literal.<br />

d) apresenta termos pertencentes à oralidade da língua.<br />

e) constitui um exemplo de linguagem metafórica.<br />

TEXTO I:<br />

O mundo acompanhou recentemente a batalha<br />

travada pelo governo norte-americano para promover<br />

uma profunda reforma de seu sistema de saúde, que irá<br />

atender mais de 46 milhões de americanos, atualmente<br />

sem cobertura médica garantida. A ideia é estender o<br />

direito de assistência médica a esses cidadãos, como<br />

aquele garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a<br />

todos os brasileiros.<br />

No Brasil, a assistência médica é um direito universal<br />

há mais de duas décadas. De um sistema centralizado na<br />

atenção hospitalar e restrito aos que contribuem com a<br />

previdência social, o país passou a partir da Constituição<br />

Federal de 1988, a ter um modelo de saúde<br />

descentralizado, com forte participação social, foco na<br />

atenção primária, promoção da saúde e acesso universal e<br />

gratuito a todos os brasileiros. Uma revolução social<br />

apaixonante.<br />

Os resultados alcançados pelo trabalho solidário<br />

realizado por União, estados e municípios em prol da<br />

universalidade e da integralidade no atendimento em<br />

saúde são de domínio público.<br />

Passadas duas décadas, está mais do que na hora de<br />

promover novo salto, qualitativo e quantitativo, na<br />

assistência em saúde oferecida pelo SUS aos<br />

182


asileiros. E, para isso, algumas medidas são<br />

imperativas e urgentes.<br />

Faz dez anos que a Emenda Constitucional 29, que<br />

determina o quanto cada governo deve destinar de seu<br />

orçamento para saúde, vigora sem ser regulamentada,<br />

o que seria essencial para estabelecer o que pode ser ou<br />

não considerado gasto com saúde, assegurando que os<br />

recursos sejam, de fato aplicados na área. Do mesmo<br />

modo, faz-se necessário o reajuste substancial dos valores<br />

pagos pelo SUS aos hospitais públicos e privados que<br />

prestam serviços ao sistema, dentre outras.<br />

BARATA. Luiz Alberto Barradas. Paixão pelo SUS Folha de S.Paulo.<br />

São Paulo, 2 fev 2010. Opinião P.4. Tendências/Debates. Adaptado.<br />

TEXTO II.<br />

Nada impede a regulamentação da já aprovada<br />

Emenda Constitucional 29 – que disciplinará os gastos a<br />

serem computados como investimentos em saúde. O<br />

aporte de recursos é fundamental diante de uma rede à<br />

beira do caos.<br />

Sem a regulamentação, muitos bilhões de reais<br />

deixaram de ser investidos na rede de saúde pública nos<br />

últimos anos, pela União, estados e municípios desde a<br />

aprovação da Emenda 29.<br />

O SUS completou 21 anos em 2009. A saúde é uma<br />

área extremamente dinâmica, envolvendo inovações<br />

tecnológicas, evolução do conhecimento, avanços da<br />

indústria de medicamentos, modificações constantes no<br />

perfil das patologias mais prevalentes, etc. O sistema<br />

público necessita, portanto, acompanhar tais<br />

transformações. Paralelamente, as atuais distorções<br />

existentes precisam ser corrigidas, algumas com a máxima<br />

urgência.<br />

Esse é o caso específico do financiamento do SUS, do<br />

qual dependem exclusivamente cerca de 80% dos<br />

cidadãos brasileiros. E para que o sistema receba um<br />

volume de recursos condizente com as suas necessidades<br />

de ampliação e modernização dos serviços, é fundamental<br />

regulamentar a Emenda 29.<br />

ABRAHÃO, Marco Antônio. Saúde pública a muleta uma eterna desculpa.<br />

NewsLab: a revista do laboratório moderno, São Paulo: Estado, ano XVII,n 100<br />

p.96. jun/jul 2010. Opinião Adaptado.<br />

Questão 04.<br />

Os dois textos, embora escritos por diferentes pessoas,<br />

apresentam em comum.<br />

a) um enfoque crítico da situação vivenciada pelo SUS,<br />

após seus vinte e um anos de funcionamento.<br />

b) o reconhecimento dos serviços que o SUS, não obstante<br />

os entraves enfrentados em seu dia a dia, vem prestando à<br />

população do Brasil.<br />

c) a lentidão com que se processam os atendimentos pelo<br />

Sistema Único de Saúde em virtude parcos valores pagos<br />

a seus prestadores de serviço.<br />

d) a defesa do Sistema Único de Saúde em face do que<br />

outros países, como os Estados Unidos, vêm sofrendo por<br />

não dispor de uma cobertura médica garantida para toda a<br />

sua população.<br />

e) a sinalização de falta de vontade política em investir na<br />

saúde da população brasileira, o que inviabiliza a correção<br />

de distorções existentes no sistema e, consequentemente,<br />

a melhoria do atendimento ao público.<br />

Questão 05.<br />

O que se afirma sobre o fragmento transcrito do Texto I<br />

está correto em: (as expressões em análise das afirmativas<br />

encontram-se destacadas nos referentes parágrafos<br />

indicados)<br />

a) “O mundo acompanhou recentemente a batalha travada<br />

pelo governo norte-americano para promover uma<br />

profunda reforma de seu sistema de saúde” (1º par.) revela<br />

em outras palavras que parte da população norteamericana<br />

era contra a referida reforma.<br />

b) “como aquele garantido pelo Sistema Único de Saúde<br />

(SUS) a todos os brasileiros ” (1º par.) aponta o caso do<br />

SUS como o parâmetro tomado pelos Estados Unidos para<br />

fazer a reforma de seu sistema de saúde.<br />

c) “Uma revolução social apaixonante” (2º par.) faz<br />

referência à conquista expressiva da população brasileira<br />

no que se refere à garantia de assistência médica extensiva<br />

a todos, via Constituição Federal de 1988.<br />

d) “Passadas duas décadas está mais do que na hora de<br />

promover novo salto qualitativo e quantitativo, na<br />

assistência em saúde oferecida pelo SUS aos brasileiros”.<br />

(4º par.) relativiza de alguma forma, os resultados<br />

alcançados anteriormente.<br />

e) “Faz dez anos que a Emenda Constitucional 29, que<br />

determina o quanto cada governo deve destinar de seu<br />

orçamento para saúde, vigora sem ser regulamentada” (5º<br />

par.) se refere ao descumprimento da lei por parte das<br />

autoridades estaduais e municipais.<br />

183


Questão 06.<br />

Em “A saúde é uma área extremamente dinâmica”(texto<br />

II / 3º par.), o termo “extremamente”<br />

a) é um qualificador de “dinâmica”.<br />

b) trata-se de uma palavra variável.<br />

c) possui valor semântico superlativo.<br />

d) está modificando a forma verbal “é”.<br />

e) é formada por derivação prefixal e sufixal.<br />

c) A substituição da forma verbal “deixaram” (2º par.) por<br />

deixam altera o sentido do contexto frasal,<br />

comprometendo, pois a coerência da argumentação.<br />

d) O conector “portanto” (3º par.) expressa, nesse caso<br />

uma ressalva e aparece entre vírgulas que são<br />

perfeitamente dispensáveis.<br />

e) A oração “regulamentar a Emenda 29” (4º par.)<br />

constitui uma reduzida de infinitivo com valor subjetivo.<br />

Questão 07.<br />

“Faz dez anos que a Emenda Constitucional 29, que<br />

determina o quanto cada governo deve destinar de seu<br />

orçamento para saúde, vigora sem ser regulamentada, o<br />

que seria essencial para estabelecer o que pode ser ou não<br />

considerado gasto com saúde, assegurando que os<br />

recursos sejam de fato aplicados na área.” (texto I / 5º<br />

par.)<br />

Quanto ao fragmento em destaque, é correto afirmar:<br />

a) “Faz” está usado no singular, porque o sujeito da<br />

oração está posposto.<br />

b) “o” na primeira ocorrência, é uma partícula expletiva,<br />

embora, nas outras duas exerça uma função no contexto.<br />

c) “deve destinar” não forma uma locução verbal, já que<br />

o infinitivo “destinar” pode ser desdobrado em oração<br />

com a presença de um conectivo.<br />

d) “para” em “para saúde”, e “para” em “ para<br />

estabelecer” pertencem à mesma classe de palavras.<br />

e) “com saúde” complementa o sentido de “gasto” e “de<br />

fato” modifica “recursos”.<br />

Questão 08.<br />

Sobre os elementos linguísticos que compõem o Texto II,<br />

a única informação sem respaldo nas normas gramaticais<br />

é a referente à alternativa.<br />

a) A coerência da argumentação e a correção gramatical<br />

do texto ficam preservadas ao se substituir “a serem<br />

computados” (1º par.) por que serão computados.<br />

b) O emprego do sinal indicativo de crase em “ à beira do<br />

caos” (1º par.), deve-se ao fato de ser uma locução<br />

prepositiva, cujo núcleo é um termo feminino.<br />

INSTITUIÇÃO: ESCOLA BAHIANA DE<br />

MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA<br />

CURSO DE MEDICINA DATA: 10/06/2010/ -<br />

BAHIANA<br />

Questões de 01 a 04<br />

O envelhecimento da população mundial e suas<br />

implicações.<br />

Apesar de os índices de esperança de vida dos países<br />

subdesenvolvidos serem mais baixos do que os dos<br />

desenvolvidos, eles estão aumentando expressivamente<br />

nesses países mais pobres. Isso vem acontecendo pela<br />

melhoria generalizada da qualidade de vida de suas<br />

populações, como resultado especialmente do<br />

crescimento urbano-industrial que ocorreu nas últimas<br />

décadas nesses países.<br />

Assim, o ser humano está vivendo cada vez mais,<br />

tanto nos países desenvolvidos como nos<br />

subdesenvolvidos. Por outro lado, a natalidade nos dois<br />

grupos de países caiu bastante nos últimos anos, o que<br />

significa dizer que a população mundial está<br />

envelhecendo consideravelmente.<br />

Para se ter uma ideia do que vem ocorrendo, em 1960<br />

o percentual de idosos na população mundial (população<br />

situada na faixa etária acima dos 65 anos) era da ordem<br />

de 4,5%, enquanto as previsões da Organização das<br />

Nações Unidas (ONU) para os primeiros anos do século<br />

XXI estão indicando que ele será de 6,5%.<br />

A presença de um elevado número de idosos nos<br />

países desenvolvidos, tanto em termos absolutos como<br />

relativos, não implica que vivam mal, pois o sistema<br />

previdenciário desses países funciona muito bem e<br />

remunera satisfatoriamente seus aposentados.<br />

184


O mesmo não acontece nos países<br />

subdesenvolvidos, onde, apesar da pequena ocorrência de<br />

idosos, os sistemas previdenciários são muito falhos. No<br />

Brasil, por exemplo, com exceção de uma parcela de<br />

privilegiados, a aposentadoria que recebem não lhes<br />

permite viver com dignidade, o que acaba colocando-os<br />

depois de trabalharem cerca de 35 anos, na vexatória<br />

situação de dependência crônica de seus familiares.<br />

(MÊDICI; ALMEIDA, 2000, P. 38-41).<br />

Questão 01.<br />

A leitura do texto possibilita algumas inferências, dentre<br />

as quais se excetua a que afirma que o envelhecimento da<br />

população mundial<br />

a) está vinculado a aspectos socioeconômicos, culturais e<br />

de saúde.<br />

b) pressupõe algumas mudanças na oferta de serviços e de<br />

produtos.<br />

c) reflete a saúde da população de um país, mantendo<br />

relação, inclusive, com a significativa queda na taxa de<br />

natalidade que ele registra.<br />

d) sugere a mesma idade média máxima de vida para<br />

todas as nações, tendo em vista a equalização dos padrões<br />

tradicionais de envelhecimento.<br />

e) oportuniza ao idoso com boa remuneração desfrutar<br />

mais e melhor da sua velhice, já que, a essa altura da vida<br />

não tem mais obrigações financeiras com filhos, enfim,<br />

com a família constituída.<br />

Questão 02.<br />

As informações contidas no texto permitem que se chegue<br />

à seguinte conclusão:<br />

a) Uma nação com alto índice de idosos pode refletir<br />

unicamente uma tendência genética para a longevidade da<br />

população local.<br />

b) A correlação entre longevidade populacional e<br />

qualidade de vida do idoso é diretamente proporcional ao<br />

desenvolvimento do país.<br />

c) A melhoria do poder aquisitivo e cultural de uma<br />

sociedade não significa, necessariamente, mais chances de<br />

envelhecimento de sua população.<br />

d) As implicações que o envelhecimento da população<br />

mundial acarreta são, de um modo geral, irrelevantes e<br />

perfeitamente contornáveis do ponto de vista familiar e<br />

socioeconômico.<br />

e) A queda da natalidade, em todos os países está<br />

associada à longevidade, porque cada Estado continua<br />

crescendo e disponibilizando mais recursos para manter a<br />

saúde de sua população idosa.<br />

Questão 03.<br />

Considerando-se o contexto em que se insere, descarta-se<br />

como outra possibilidade de leitura para o termo transcrito<br />

a referente a: (as expressões em análise das afirmativas<br />

encontram-se destacadas nos referentes parágrafos<br />

indicados)<br />

a) “Apesar de” (1º par.) – A despeito de.<br />

b) “Por outro lado” (2º par.) – Por sua vez.<br />

c) “acima dos” (3º par.) – além dos.<br />

d) “da ordem de” (3º par.) – por determinação de.<br />

e) “com exceção de” (5º par.) – com ressalva a.<br />

Questão 04.<br />

Quanto aos recursos linguísticos no texto, é verdadeiro o<br />

que se afirma em: (as expressões em análise das<br />

afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />

parágrafos indicados)<br />

a) A forma verbal “estão aumentando” (1º par.) indica<br />

uma ação que se repete, estando muito próxima do<br />

presente.<br />

b) O conector “enquanto” (3º par.) expressa<br />

simultaneidade entre duas ações com o mesmo agente.<br />

c) A palavra “mesmo” (5º par.), devidamente<br />

contextualizada, dá ideia de reforço.<br />

d) A expressão ‘por exemplo” (5º par.) denota retificação.<br />

e) Os referentes “lhes” (5º par.) e “os” (5º par.) resgatam<br />

diferentes termos.<br />

Você está no comando<br />

Se você chegou aos 50 anos com uma rotina pouco<br />

saudável, mas livre de doenças graves, saiba que tem 80%<br />

de chance de chegar à velhice, e em boa forma (os 20%<br />

continuam a caber à genética). Ou seja, quanto e como<br />

viver daqui para a frente está em suas mãos. Basta achar<br />

que não é tarde para mudar. “Modificar os maus hábitos<br />

aos 50 é quase tão bom quanto nunca tê-los tido”, diz o<br />

médico Wilson Jacob Filho, diretor do Serviço de<br />

Geriatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. E a chave<br />

para o envelhecimento proveitoso é não fumar, praticar<br />

185


exercícios físicos, dormir bem, alimentar-se de forma<br />

adequada, evitar o stress e blá-blá-blá... A ladainha dos<br />

hábitos saudáveis sempre foi muito marcante,<br />

convenhamos.<br />

O poder de cada um sobre o destino de sua própria<br />

saúde paradoxalmente, aumenta com o passar do tempo.<br />

Doutor Michael Roizem, médico da Cleveland Clinic,<br />

criador, na década de 90 do século passado, do conceito<br />

da idade real, sustenta que as pessoas não têm<br />

necessariamente a idade indicada em seus documentos.<br />

Do ponto de vista biológico, podem ser mais jovens ou<br />

mais velhas, dependendo do modo como cuidam de si<br />

mesmas ao longo da existência. Conforme os anos<br />

avançam, enquanto os genes vão perdendo a capacidade<br />

de causar maiores danos por si só, o estilo de vida ganha<br />

mais relevância. Em geral, as doenças genéticas se<br />

manifestam nos primeiros vinte anos de vida. Depois<br />

dessa fase, são os hábitos que ativam ou não os genes<br />

associados à maioria das doenças crônico-degenerativas.<br />

Para se ter uma ideia de tal equação, basta lembrar que<br />

a genética controla cerca de 75% do desenvolvimento de<br />

um feto. Se o embrião carrega mutações genéticas graves,<br />

ainda que a mãe siga todos os preceitos da boa gestante,<br />

ele não vinga. É um dos mecanismos biológicos mais<br />

importantes para a proteção e a perpetuação da espécie.<br />

Se o feto, no entanto, possuir uma genética favorável,<br />

mesmo que ele seja exposto a comportamentos<br />

inadequados da mãe, como fumar ou beber, ainda são boas<br />

as chances de ele nascer com saúde.<br />

(LOPES:MAGALHÃES, 2009, p. 130-131)<br />

Questão 05.<br />

Em sua composição, o texto apresenta:<br />

a) citação de exemplos comprobatórios das afirmações<br />

feitas.<br />

b) parágrafos longos, construídos com o predomínio da<br />

linguagem coloquial.<br />

c) presença de recursos metafóricos e pleonásticos no<br />

desenvolvimento temático.<br />

d) ausência de posicionamento das enunciadoras do<br />

discurso sobre o assunto enfocado.<br />

e) longevidade com saúde como uma conquista muito<br />

mais pessoal que propriamente genética.<br />

Questão 06.<br />

Pode ser considerada uma negação da ideia básica do texto<br />

a expressa pelo provérbio.<br />

a) “Velhice é segunda meninice”<br />

b) “A boi velho não busques abrigo”.<br />

c) “Papagaio velho não aprende a falar”.<br />

d) “Macaco velho não mete a mão em cumbuca”.<br />

e) “Se queres ser velho moço, faze-te velho cedo”.<br />

Questão 07.<br />

A única afirmativa sem suporte de natureza gramatical é a<br />

referente ao termo transcrito na alternativa: (as expressões<br />

em análise das afirmativas encontram-se destacadas nos<br />

referentes parágrafos indicados)<br />

a) “mas” (1º par.) introduz uma ressalva ao que foi<br />

declarado anteriormente na frase.<br />

b) “daqui para a frente” (1º par.) pode ser reescrito, sem<br />

prejuízo semântico por a partir daí.<br />

c) “chave” (1º par.) está empregada como “ladainha” (1º<br />

par.), em sentido figurado.<br />

d) “Para” (2º par.), do ponto de vista morfológico, recebe<br />

a mesma classificação de “para” (2º par.).<br />

e) “da espécie” (2º par.) funciona como paciente da ação<br />

nominal presente no contexto em que está inserido.<br />

Os sem-idade<br />

Nas últimas três décadas, a expectativa de vida<br />

aumentou mais do que em qualquer outro momento na<br />

história, na maioria dos países. No Brasil, ela pulou de 62<br />

anos, em 1980, para 73, hoje. Essa evolução fez com<br />

que o próprio conceito de velhice fosse reformulado. Já<br />

não se espera dos sessentões que se aposentem e passem<br />

os dias de pijama numa cadeira de balanço. Cada vez mais<br />

aposentados voltam ao mercado de trabalho por<br />

motivos diversos, como manter-se atualizado ou<br />

complementar o orçamento. O aumento da longevidade<br />

propiciou o surgimento de outro fenômeno, desta vez<br />

no terreno do comportamento – o de pessoas maduras que<br />

cruzam as fronteiras entre as gerações e não apenas<br />

agem, mas também se sentem como se fossem mais<br />

jovens.<br />

São homens e mulheres que já passaram dos<br />

quarenta ou cinquenta anos, gozam de boa saúde,<br />

disposição e acreditam que hábitos de vida e a forma de se<br />

expressar não devem se atrelar à idade, mas à<br />

186


personalidade de cada um. Os americanos, sempre rápidos<br />

em dar nome aos fenômenos culturais, os chamam de<br />

ageless (sem idade, em português) “No mundo de hoje,<br />

em que vivemos mais e melhor, a idade cronológica<br />

deixou de ser relevante para determinar o modo de vida de<br />

uma pessoa. O que mais importa é a sua capacidade no<br />

terreno funcional, social e emocional”, diz o<br />

gerontologista carioca Alexandre Kalache, conselheiro da<br />

Academia de Medicina e ex-diretor do Programa de<br />

Envelhecimento da organização Mundial de Saúde.<br />

Com essa espécie de democratização da juventude,<br />

produtos e serviços antes direcionados exclusivamente ao<br />

público adolescente ou jovem começam a ganhar adeptos<br />

entre os mais velhos. “Os ageless rompem com o padrão<br />

convencional em que o comportamento é ditado pela<br />

faixa etária”, disse a inglesa Ruth Marshall. A ascensão<br />

dos sem-idade, desse modo, pode ser notada na<br />

publicidade.<br />

Independentemente do comportamento que se adote,<br />

todo mundo quer passar os anos a mais ganhos no<br />

calendário com boa qualidade de vida, livres de doenças<br />

associadas à velhice.<br />

(ROMANMI, 2009, p. 63-64).<br />

Questão 08.<br />

d) “propiciou o surgimento de outro fenômeno” (1º par.).<br />

e) “cruzam as fronteiras entre as gerações”<br />

(1º par.).<br />

Questão 10.<br />

Uma análise do primeiro parágrafo do texto permite<br />

afirmar:<br />

a) O vocábulo “Essa”, em “Essa evolução fez com que o<br />

próprio conceito de velhice fosse reformulado” anuncia<br />

algo a ser declarado.<br />

b) A oração “Já não se espera dos sessentões” pode ser<br />

reescrita, sem nenhum problema de ordem semântica ou<br />

gramatical, como Não se espera mais dos sessentões.<br />

c) O conector “como” em “como manter-se atualizado ou<br />

complementar o orçamento” estabelece com o que se<br />

afirma antes no período em que se insere, uma relação de<br />

conformidade.<br />

d) O termo “o” em “o de pessoas maduras que cruzam as<br />

fronteiras entre as gerações” resgata a palavra<br />

“comportamento”.<br />

e) A palavra “mais”, em “mais jovens” modifica “jovens”,<br />

exprimindo a ideia de quantidade.<br />

O texto evidencia:<br />

a) a padronização da conduta dos mais velhos na<br />

modernidade.<br />

b) um balanço do processo de envelhecimento nas últimas<br />

três décadas.<br />

c) uma transformação na estrutura social proveniente de<br />

surgimento dos sem-idade.<br />

d) uma reviravolta no mercado publicitário devido ao<br />

crescimento do público com mais de 50 anos.<br />

e) uma mudança comportamental dos idosos como reflexo<br />

de uma nova concepção de envelhecimento.<br />

Questão 09.<br />

Está desvinculada da ideia em “rompem com o padrão<br />

convencional” (3º par.) a expressa no fragmento. (as<br />

expressões em análise das afirmativas encontram-se<br />

destacadas nos referentes parágrafos indicados)<br />

a) “pulou de 62anos em 1980, para 73 hoje” (1º par.).<br />

b) “fez com que o próprio conceito de velhice fosse<br />

reformulado” (1º par.).<br />

c) “voltam ao mercado de trabalho por motivos diversos”<br />

(1º par.).<br />

INSTITUIÇÃO: FBMSP – CURSO DE MEDICINA.<br />

Data: 28/06/2009/ BAHIANA<br />

Questões de 01 a 03.<br />

Além de pavimentar o caminho para uma revolução<br />

na medicina, o sequenciamento do genoma humano<br />

permitiu que cientistas identificassem uma série de genes<br />

relacionados ao comportamento. Não se passa um mês<br />

sem que um novo estudo associe determinado gene à<br />

tendência a adquirir certo traço de personalidade, ou a<br />

desenvolver um hábito ou vício – desde que o gene seja<br />

“ligado” pelo ambiente em que a pessoa vive. A mais<br />

recente dessas pesquisas, conduzida pela Universidade da<br />

Essex, na Inglaterra, debruça-se sobre o gene responsável<br />

pelo transporte da serotonina, neurotransmissor associado<br />

a sensações, como o bem-estar e a felicidade. Uma<br />

variação nesse gene estaria associada à maneira como<br />

cada um processa as informações positivas ou negativas –<br />

ou seja à tendência a ser otimista ou pessimista. O gene<br />

187


do otimismo como foi batizado pela comunidade<br />

cientifica, já havia sido rastreado pela equipe da<br />

geneticista Mayana Zatz, da Universidade de São Paulo<br />

em parceria com o geneticista João Ricardo de Oliveira,<br />

da Universidade Federal de Pernambuco, durante uma<br />

pesquisa, para tentar descobrir a influência genética das<br />

doenças psíquicas. [...].<br />

Tanto a pesquisa da Universidade Essex quanto a da<br />

universidade de São Paulo realizaram testes com grupos<br />

de voluntários para aferir quantos deles tinham o gene do<br />

otimismo. No caso dos ingleses, 16% o possuíram. Entre<br />

os brasileiros, a marca bateu em 40%. Antes que se<br />

conclua que o Carnaval tem origem genética, é bom<br />

esclarecer que esses estudos precisam ser confirmados<br />

em outras populações. De qualquer maneira, parece<br />

claro que o brasileiro é mais propenso a olhar o mundo<br />

com otimismo. O pensador de genética evolutiva Ricardo<br />

Kanitz da Pontifícia Universidade Católica do Rio grande<br />

do Sul, diz que o índice favorável aos brasileiros pode ter<br />

origem na mistura de etnias e nacionalidades promovida<br />

pela colonização e pelas ondas migratórias do inicio do<br />

século XX.<br />

(BEGUOOL, 2009,p. 132-134).<br />

Questão 01.<br />

Identifique com V as afirmativas verdadeiras e com F, as<br />

falsas. O texto.<br />

( ) deixa subentendido que pesquisas envolvendo o<br />

genoma humano constituem uma verdadeira revolução na<br />

medicina.<br />

( ) confirma a propalada inclinação do povo brasileiro a<br />

enxergar o lado positivo das diferentes situações<br />

vivenciadas pelo ser humano.<br />

( ) mostra o resultado do primeiro estudo associado ao<br />

gene do otimismo, realizado recentemente pala<br />

Universidade Essex, na Inglaterra.<br />

( ) anuncia descobertas da associação existente entre os<br />

genes e a inclinação das pessoas para determinados<br />

hábitos e estilos de vida.<br />

( ) evidencia mais um avanço no ramo da genética que<br />

busca explicações para traços da personalidade na<br />

interação entre o ambiente e o genoma.<br />

b) F V F V V<br />

c) V F V F V<br />

d) F V V F F<br />

e) V V V V V<br />

Questão 02.<br />

Uma análise do primeiro parágrafo do texto permite<br />

afirmar que inexiste correlação entre o termo transcrito e<br />

o que dele se afirma em: (as expressões em análise das<br />

afirmativas encontram-se destacadas no referente<br />

parágrafo indicado)<br />

a) “Além de” introduz no contexto a ideia de acréscimo.<br />

b) “desde que” estabelece uma condição para que o<br />

enunciado antes se concretize.<br />

c) “em que” pode ser substituído por onde, sem prejuízo<br />

semântico.<br />

d) “como” expressa a mesma ideia de “como”.<br />

e) “ou seja” denota explicação.<br />

Questão 03.<br />

Sobre o segundo parágrafo, é correto afirmar.<br />

a) A primeira frase apresenta um pensamento que se apoia<br />

numa correlação de ideias, estabelecendo entre elas uma<br />

proporcionalidade.<br />

b) A declaração “Entre os brasileiros, a marca bateu em<br />

40%” está estruturada em uma linguagem<br />

predominantemente referencial.<br />

c) A construção do período “Antes que se conclua que o<br />

Carnaval tem origem genética, é bom esclarecer que esses<br />

estudos precisam ser confirmados em outras populações”<br />

atende a um processo de subordinação de ideias.<br />

d) O uso da expressão “De qualquer maneira” caracteriza<br />

um registro de oralidade da língua.<br />

e) O pronunciamento do pensador de genética evolutiva<br />

da Universidade Católica do Rio Grande do Sul acerca do<br />

otimismo brasileiro está embasado na apresentação de<br />

dados concretos.<br />

A alternativa que contém a sequência correta de cima para<br />

baixo, é a:<br />

a) V V F V F<br />

188


UNIMONTES 2014.1 – GRUPO 1<br />

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder as<br />

questões de 01 a 12, que a ele se referem ou que o<br />

tomam como ponto de partida.<br />

Não éramos cordiais?<br />

Clovis Rossi<br />

O nível impressionante de violência no cotidiano está<br />

cada vez mais próximo de uma barbárie intolerável<br />

A morte do cinegrafista Santiago Andrade não<br />

configura um atentado à liberdade de imprensa, ao<br />

contrário do que tantos apregoam. É muito pior que isso:<br />

é um atentado ao convívio civilizado entre brasileiros, um<br />

degrau a mais na escalada impressionante de violência<br />

que está empurrando o país para um teor ainda mais<br />

exacerbado de barbárie. O incidente com o cinegrafista é<br />

parte de uma coreografia de violência crescente que se<br />

dá por onde quer que se olhe.<br />

Nunca se matou com tanta facilidade em assaltos.<br />

Nunca se apertou o gatilho com tanta facilidade. É até<br />

curioso que as estatísticas policiais no Estado de São<br />

Paulo apontem uma redução no número de homicídios<br />

dolosos, como se fosse um avanço, quando aumenta o<br />

número de vítimas de latrocínio, que não passa de<br />

homicídio precedido de roubo.<br />

De fato, em 2013, o número de latrocínios (379) foi<br />

o mais alto em nove anos, com aumento de 10% em<br />

relação aos 344 casos do ano anterior. Mas a violência não<br />

é um fenômeno restrito à criminalidade. A polícia age<br />

muitas vezes com uma violência desproporcional. A<br />

vida nas cidades e, cada vez mais, no interior é de uma<br />

violência inacreditável. O trânsito é uma violência<br />

contra a mente humana. O transporte público violenta<br />

dia após dia. Não é um atentado aos direitos humanos<br />

perder às vezes três horas entre ir e voltar do trabalho?<br />

A saúde é uma violência contra o usuário. A<br />

educação violenta, pela sua baixa qualidade, o natural<br />

anseio de ascensão social. A existência de moradias em<br />

zonas de risco é outra violência. A contaminação do ar<br />

mata ou fere de maneira invisível os habitantes das<br />

cidades em que o nível de poluição supera o mínimo<br />

tolerável.<br />

Não adianta, agora, culpar o governo do PT ou a<br />

suposta herança maldita legada pelo PSDB, ou os crimes<br />

praticados pela ditadura militar ou a turbulência que<br />

precedeu o golpe de 1964. O país foi sendo construído<br />

de maneira torta, irresponsável, sem o mais leve sinal de<br />

planejamento, de preparação para o futuro.<br />

Acumularam-se violências em todas as áreas de vida.<br />

A explosão no consumo de drogas exacerbou, por sua<br />

vez, a violência da criminalidade comum. Não há<br />

“coitadinhos” nessa história. Há delinquentes e vítimas e<br />

há a incompetência do poder público.<br />

É como escreveu, para Carta Capital, esse impecável<br />

humanista chamado Luiz Gonzaga Belluzzo: “O<br />

descumprimento do dever de punir pelo ente público<br />

termina por solapar a solidariedade que cimenta a vida<br />

civilizada, lançando a sociedade no desamparo e na<br />

violência sem quartel.”<br />

Antes que o desamparo e a violência sem quartel se<br />

tornem completamente descontrolados, seria desejável o<br />

surgimento de lideranças capazes de pensar na coisa<br />

pública em vez de se dedicarem a seus interesses pessoais,<br />

mesmo os legítimos. Alguém precisa aparecer com um<br />

projeto de país, em vez de projetos de poder. Não é por<br />

acaso que 60% dos brasileiros querem mudanças, ainda<br />

que não as definam claramente. A encruzilhada agora é<br />

entre ideias e rojões.<br />

(Folha de S. Paulo, A18 mundo, quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014.)<br />

QUESTÃO 01<br />

O primeiro enunciado do texto expressa uma negativa de<br />

tom polêmico porque<br />

A) trata de um tema que causou grande impacto na<br />

sociedade.<br />

B) manifesta uma opinião contrária à daqueles que<br />

querem a liberdade de imprensa.<br />

C) endossa uma ideia de senso comum, no Brasil.<br />

D) se opõe, conflituosamente, a uma voz anterior a do<br />

locutor do texto.<br />

QUESTÃO 02<br />

Constituem argumentos a apoiar teses expressas no texto,<br />

EXCETO (as expressões em análise das afirmativas<br />

encontram-se destacadas nos referentes parágrafos<br />

indicados)<br />

A) “[...] aumenta o número de vítimas de latrocínio.” (2º<br />

par.)<br />

B) “Nunca se matou com tanta facilidade em assaltos.” (2º<br />

par.)<br />

C) “A polícia age muitas vezes com uma violência<br />

desproporcional.” (3º par.)<br />

D) “O trânsito é uma violência contra a mente humana.”<br />

(3º par.)<br />

189


QUESTÃO 03<br />

O conceito de violência que o locutor nos fornece<br />

A) abrange, de forma mais ampla, as condições gerais de<br />

vida dos cidadãos.<br />

B) é manipulado para que entendamos que as situações de<br />

barbárie que vivemos são de responsabilidade da polícia.<br />

C) é redutor, pois só contempla os modos de vida nas<br />

grandes cidades.<br />

D) é baseado em estudos e pesquisas acadêmicas<br />

realizados por ele.<br />

QUESTÃO 04<br />

Qual das alternativas a seguir NÃO pode ser comprovada<br />

pelas ideias veiculadas no texto?<br />

A) Seu título evoca um traço tido como do povo brasileiro,<br />

que é vindo de uma crença do senso comum.<br />

B) A morte de um trabalhador da imprensa constitui-se<br />

num fato desencadeador da argumentação utilizada no<br />

texto.<br />

C) As formas de violência praticadas no Brasil são<br />

múltiplas e várias delas não costumam ser tratadas como<br />

violência.<br />

D) A explosão no consumo de drogas é responsável por<br />

toda sorte de violências que temos vivido.<br />

QUESTÃO 05<br />

Entre outros aspectos, o uso do vocabulário do texto<br />

contribui para gerar efeitos de persuasão no leitor. O uso<br />

figurado das palavras ocorre nos seguintes enunciados,<br />

EXCETO (as expressões em análise das afirmativas<br />

encontram-se destacadas nos referentes parágrafos<br />

indicados)<br />

A) “[...] escalada [...] de violência que está empurrando o<br />

país [...].” (1º par.)<br />

B) “O país foi sendo construído de maneira torta [...].” (5º<br />

par.)<br />

C) “[...] redução no número de homicídios dolosos [...].”<br />

(2º par.)<br />

D) “[...] é parte de uma coreografia de violência crescente<br />

[...].” (1º par.)<br />

QUESTÃO 06<br />

Primordialmente, a força de persuasão desse texto<br />

A) está fundada em argumentos cuja verdade é<br />

comprovável pelo leitor comum.<br />

B) ocorre devido ao fato de que todas as mazelas<br />

apresentadas pelo locutor não superam em crueldade a<br />

morte do cinegrafista.<br />

C) reside na defesa do ponto de vista de que, apesar de<br />

toda a violência, os brasileiros ainda praticam a<br />

cordialidade.<br />

D) encontra-se na esperança expressa pelo locutor de que,<br />

cedo ou tarde, surjam lideranças capazes de reverter o<br />

quadro de violência instalado no País.<br />

QUESTÃO 07<br />

Os trechos “A explosão no consumo de drogas” (6º par.)<br />

e “a violência da criminalidade comum” (6º par.) estão<br />

organizados numa relação de<br />

A) contraste ou oposição.<br />

B) finalidade.<br />

C) causa e efeito.<br />

D) conclusibilidade.<br />

QUESTÃO 08<br />

No 7º par., acerca da substituição de “esse” (em “esse<br />

impecável humanista”) por “este”, é CORRETO afirmar<br />

que<br />

A) não causaria prejuízo à coerência textual.<br />

B) causaria prejuízo à coerência textual.<br />

C) propiciaria a não relação de “este” com “Luiz Gonzaga<br />

Belluzzo”.<br />

D) impediria que se estabelecesse uma relação entre<br />

“impecável humanista” e “Luiz Gonzaga Belluzzo”.<br />

QUESTÃO 09<br />

Em se tratando da eliminação da vírgula após “o número<br />

de vítimas de latrocínio” (2º par.), é CORRETO afirmar:<br />

A) Não prejudicaria a correção gramatical do período, mas<br />

criaria alteração de sentido.<br />

B) Não provocaria alteração semântica nem prejudicaria a<br />

correção gramatical.<br />

C) Anularia o risco de haver um problema sintático.<br />

D) Prejudicaria a correção gramatical e criaria alteração<br />

do sentido.<br />

190


QUESTÃO 10<br />

Em “O nível impressionante de violência no cotidiano está<br />

cada vez mais próximo de uma barbárie intolerável” (no<br />

subtítulo), sob o ponto de vista da modalidade padrão da<br />

língua portuguesa, é CORRETO afirmar:<br />

A) “Próximo” faz concordância com o vocábulo<br />

“cotidiano”.<br />

B) “Próximo” faz concordância com o núcleo do sujeito,<br />

“nível”.<br />

C) A concordância poderia ser feita, também, entre<br />

“violência” e “próxima”, substituindo-se exclusivamente<br />

essa última palavra.<br />

D) A concordância poderia ser feita, também, entre<br />

“próxima” e “uma barbárie intolerável”, substituindo-se<br />

exclusivamente “próxima”.<br />

Anotações:<br />

QUESTÃO 11<br />

No 2º parágrafo, pode-se identificar, primordialmente, a<br />

presença da seguinte função de linguagem:<br />

A) Metalinguística – o autor do texto informa o leitor<br />

sobre o significado de uma palavra.<br />

B) Conativa – o autor do texto tenta persuadir o leitor<br />

acerca dos argumentos que defende, em tom imperativo.<br />

C) Fática – o autor do texto dialoga com o leitor,<br />

intercalando frases específicas para manter esse contato<br />

por meio do parágrafo, intentando mais manter a conversa<br />

do que informar.<br />

D) Expressiva – o autor expressa, no texto, a subjetividade<br />

com que se posiciona sobre os fatos tratados, com um teor<br />

intimista em que não pode ser constatada a objetividade<br />

na argumentação.<br />

QUESTÃO 12<br />

O uso da locução adverbial “De fato”, no inicio do 3º<br />

parágrafo, deixa entrever, nesse contexto, que<br />

A) essa locução introduz um aspecto novo, não<br />

mencionado no texto até aquele momento.<br />

B) o autor passou a refutar a ideia anteriormente<br />

defendida.<br />

C) o autor reforça os aspectos imediatamente anteriores<br />

ao comentário introduzido por essa locução.<br />

D) essa locução introduz um aspecto a ser explorado<br />

apenas nos parágrafos ulteriores.<br />

191


UNIMONTES 2014.1 – GRUPO 2<br />

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder as<br />

questões de 01 a 12, que a ele se referem ou que o<br />

tomam como ponto de partida.<br />

O significado de Mandela para o futuro ameaçado da<br />

humanidade<br />

Leonardo Boff<br />

Nelson Mandela, com sua morte, mergulhou no<br />

inconsciente coletivo da humanidade para nunca mais sair<br />

de lá porque se transformou num arquétipo universal do<br />

injustiçado que não guardou rancor, que soube perdoar,<br />

reconciliar polos antagônicos e nos transmitir uma<br />

inarredável esperança de que o ser humano ainda pode ter<br />

jeito. Depois de passar 27 anos de reclusão e eleito<br />

presidente da África do Sul em 1994, se propôs e realizou<br />

o grande desafio de transformar uma sociedade<br />

estruturada na suprema injustiça do apartheid, que<br />

desumanizava as grandes maiorias negras do país,<br />

condenando-as a não pessoas, numa sociedade única,<br />

unida, sem discriminações, democrática e livre.<br />

E o conseguiu ao escolher o caminho da virtude, do<br />

perdão e da reconciliação. Perdoar não é esquecer. As<br />

chagas estão aí, muitas delas ainda abertas. Perdoar é<br />

não permitir que a amargura e o espírito de vingança<br />

tenham a última palavra e determinem o rumo da vida.<br />

Perdoar é libertar as pessoas das amarras do passado, é<br />

virar a página e começar a escrever outra a quatro mãos,<br />

de negros e de brancos. A reconciliação só é possível e<br />

real quando há a admissão completa dos crimes por parte<br />

de seus autores e o pleno conhecimento dos atos por parte<br />

das vítimas. A pena dos criminosos é a condenação moral<br />

diante de toda a sociedade. Uma solução dessas,<br />

seguramente originalíssima, pressupõe um conceito<br />

alheio à nossa cultura individualista: o ubuntu, que quer<br />

dizer: “eu só posso ser eu através de você e com você”.<br />

Portanto, sem um laço permanente que liga todos com<br />

todos, a sociedade estará, como na nossa, sob risco de<br />

dilaceração e de conflitos sem fim.<br />

Deverá figurar nos manuais escolares de todo o<br />

mundo esta afirmação humaníssima de Mandela: “Eu lutei<br />

contra a dominação dos brancos e lutei contra a<br />

dominação dos negros. Eu cultivei a esperança do ideal de<br />

uma sociedade democrática e livre, na qual todas as<br />

pessoas vivem juntas e em harmonia e têm oportunidades<br />

iguais. É um ideal pelo qual eu espero viver e alcançar.<br />

Mas, se preciso for, é um ideal pelo qual estou disposto a<br />

morrer”.<br />

Por que a vida e a saga de Mandela fundam uma<br />

esperança no futuro da humanidade e de nossa<br />

civilização? Porque chegamos ao núcleo central de uma<br />

conjunção de crises que pode ameaçar o nosso futuro<br />

como espécie humana. [...] Isso quer dizer que a crença<br />

persistente no mundo inteiro, também no Brasil, de que o<br />

crescimento econômico material nos deveria trazer<br />

desenvolvimento social, cultural e espiritual é uma<br />

ilusão. Estamos vivendo tempos de barbárie e sem<br />

esperança. [...]<br />

Acrescento a opinião do conhecido filósofo e<br />

cientista político, Norberto Bobbio, que, como<br />

Mandela, acreditava nos direitos humanos e na<br />

democracia como valores para equacionar o problema da<br />

violência entre os estados e para uma convivência<br />

pacífica. Em sua última entrevista declarou: “Não saberia<br />

dizer como será o Terceiro Milênio. Minhas certezas<br />

caem, e somente um enorme ponto de interrogação agita a<br />

minha cabeça: será o milênio da guerra de extermínio ou<br />

o da concórdia entre os seres humanos? Não tenho<br />

condições de responder a esta indagação”.<br />

Em face destes cenários sombrios, Mandela<br />

responderia seguramente, fundado em sua experiência<br />

política: Sim, é possível que o ser humano se reconcilie<br />

consigo mesmo, que sobreponha sua dimensão de<br />

sapiens àquela de demens e inaugure uma nova forma<br />

de estar juntos, na mesma casa.<br />

Talvez valham as palavras de seu grande amigo,<br />

o arcebispo Desmond Tutu, que coordenou o processo<br />

de Verdade e Reconciliação: “Tendo encarado a besta do<br />

passado olho no olho, tendo pedido e recebido perdão e<br />

tendo feito correções, viremos agora a página — não<br />

para esquecer esse passado, mas para não deixar que nos<br />

aprisione para sempre. Avancemos em direção a um<br />

futuro glorioso de uma nova sociedade em que as pessoas<br />

valham não em razão de irrelevâncias biológicas ou de<br />

outros estranhos atributos, mas porque são pessoas de<br />

valor infinito [...]”.<br />

Essa lição de esperança nos deixa Mandela: nós<br />

ainda viveremos se, sem discriminações, pusermos em<br />

prática de fato o ubuntu.<br />

(Disponivel em: ,<br />

acesso em: 10 mar. 2014.<br />

Adaptado.)<br />

192


QUESTÃO 01<br />

O locutor do texto diz que Mandela se transformou num<br />

“arquétipo universal”. Isso quer dizer que ele<br />

A) foi o tipo de cidadão que todos aspiram a ser, no que<br />

se refere ao perdão.<br />

B) se tornou um mártir por causa das injustiças sofridas<br />

em seu país.<br />

C) se transformou num modelo, num padrão desejável de<br />

cidadão, de homem que soube perdoar.<br />

D) conseguiu, com a prisão, o distanciamento necessário<br />

da sua comunidade, a qual lhe fazia mal.<br />

QUESTÃO 02<br />

Tendo como base o tema do texto de que trata o locutor,<br />

assinale a alternativa CORRETA.<br />

A) Nelson Mandela tinha como princípio que, apesar de<br />

sabermos que o caos é inevitável, sempre há como tentar<br />

instaurar a paz.<br />

B) O conceito de perdão defendido pressupõe um<br />

conjunto de ações de ambas as partes, criminosos e<br />

vítimas, voltadas para o futuro.<br />

C) O preconceito, a discriminação são desencadeadores<br />

de um choque de civilizações.<br />

D) Nelson Mandela, assim como o locutor do texto, não<br />

acredita que apenas uma condenação moral seja suficiente<br />

para crimes como o racismo.<br />

QUESTÃO 03<br />

Quanto à sua estruturação, são características desse texto,<br />

EXCETO<br />

A) Uso abundante da adjetivação, traço revelador de<br />

subjetividade.<br />

B) Utilização de vozes e opiniões alheias para sustentar<br />

suas teses.<br />

C) Presença de um tom intimista em suas reflexões.<br />

D) Utilização reiterada de linguagem figurada.<br />

QUESTÃO 04<br />

No trecho “Sim, é possível que o ser humano se reconcilie<br />

consigo mesmo, que sobreponha sua dimensão de sapiens<br />

àquela de demens e inaugure uma nova forma de estar<br />

juntos, na mesma casa.” (6º par.),<br />

A) a fala é do locutor do texto.<br />

B) a fala é de Mandela.<br />

C) não podemos distinguir com clareza se a fala é de<br />

Mandela ou do locutor do texto.<br />

D) a fala pertence tanto a Mandela quanto ao locutor do<br />

texto.<br />

QUESTÃO 05<br />

O trecho “[...] sem um laço permanente que liga todos com<br />

todos, a sociedade estará, como na nossa, sob risco de<br />

dilaceração e de conflitos sem fim.” (2º par.) pressupõe<br />

A) a virtude social.<br />

B) o desprendimento por parte dos brancos.<br />

C) a fraternidade social.<br />

D) o perdão por parte dos negros.<br />

QUESTÃO 06<br />

Entre os enunciados retirados do texto, assinale aquele que<br />

apresenta o recurso da metalinguagem. (as expressões em<br />

análise das afirmativas encontram-se destacadas nos<br />

referentes parágrafos indicados)<br />

A) “[...] sem um laço permanente que liga todos com<br />

todos, a sociedade estará [...] sob risco [...]”. (2º par.)<br />

B) “Perdoar é não permitir que a amargura e o espírito de<br />

vingança tenham a última palavra [...]”. (2º par.)<br />

C) “Uma solução dessas [...] pressupõe um conceito<br />

alheio à nossa cultura [...]”. (2º par.)<br />

D) “[...] Norbeto Bobbio, que, como Mandela, acreditava<br />

nos direitos humanos [...]”. (5º par.)<br />

QUESTÃO 07<br />

Em qual das alternativas que se seguem a palavra ou<br />

expressão em destaque NÃO remete a um trecho<br />

anteriormente expresso no texto?<br />

A) “Não tenho condições de responder a esta indagação.”<br />

(5º par.)<br />

B) “Uma solução dessas, seguramente originalíssima,<br />

pressupõe um conceito alheio à nossa cultura<br />

individualista: o ubuntu [...]”. (2º par.)<br />

C) “[...] o ser humano [...] sobreponha sua dimensão de<br />

sapiens àquela de demens e inaugure uma nova forma de<br />

estar juntos, na mesma casa.” (6º par.)<br />

D) “[...] uma sociedade estruturada na suprema injustiça<br />

do apartheid, que desumanizava as grandes maiorias<br />

negras do país, condenando-as a não pessoas [...]”. (1º<br />

par.)<br />

QUESTÃO 08<br />

“[...] não para esquecer esse passado, mas para não deixar<br />

que nos aprisione para sempre.” (7º par.)<br />

Acerca desse enunciado, é INCORRETO afirmar que<br />

A) o verbo em destaque concorda com “esse passado”.<br />

193


B) há a elipse do pronome “ele”, que poderia localizar-se<br />

depois do “que”, em “que nos aprisione”.<br />

C) é uma estrutura legítima na língua portuguesa, sem<br />

prejuízo ao entendimento e passível de explicação<br />

gramatical.<br />

D) o verbo em destaque poderia ser substituído por seu<br />

plural: aprisionem.<br />

QUESTÃO 09<br />

Mantém o mesmo sentido deste trecho: “[...] Norberto<br />

Bobbio [...], como Mandela, acreditava nos direitos<br />

humanos e na democracia como valores para equacionar<br />

o problema da violência [...]” (5º par.) o que se apresenta<br />

na alternativa<br />

A) Os direitos humanos e a democracia eram tidos como<br />

valores para equacionar o problema da violência.<br />

B) Os direitos humanos e a democracia deixaram de ser<br />

vistos como valores para equacionar o problema da<br />

violência.<br />

C) Os direitos humanos e a democracia equacionam o<br />

problema da violência.<br />

D) Os direitos humanos e a democracia continuam se<br />

sustentando como valores para equacionar o problema da<br />

violência.<br />

QUESTÃO 10<br />

“Avancemos em direção a um futuro glorioso de uma<br />

nova sociedade [...]”. (7º par.)<br />

A alternativa que apresenta forma verbal com o mesmo<br />

conceito semântico do termo destacado acima, de acordo<br />

com o seu contexto, é... (as expressões em análise das<br />

afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />

parágrafos indicados)<br />

A) “[...] a crença [...] de que o crescimento econômico<br />

material nos deveria trazer desenvolvimento social,<br />

cultural e espiritual é uma ilusão.” (4º par.)<br />

B) “[...] viremos agora a página [...]”. (7º par.)<br />

C) “[...] nós ainda viveremos se, sem discriminações,<br />

pusermos em prática de fato o ubuntu.”(8º par.)<br />

D) “Talvez valham as palavras de seu grande amigo, o<br />

arcebispo Desmond Tutu [...]”. (7º par.)<br />

QUESTÃO 11<br />

“Uma solução dessas, seguramente originalíssima,<br />

pressupõe um conceito alheio à nossa cultura<br />

individualista [...]”. (2º par.)<br />

No trecho acima, a modalidade padrão da língua<br />

portuguesa possibilita que o uso do acento grave seja<br />

facultativo.<br />

Nas alternativas que se seguem, será obrigatório o uso do<br />

acento grave, indicativo de crase, se se substituir a<br />

expressão em destaque acima por<br />

A) a uma cultura individualista.<br />

B) a toda cultura individualista.<br />

C) a cultura individualista.<br />

D) a qualquer cultura individualista.<br />

QUESTÃO 12<br />

NÃO pode assumir sentido conotativo, figurado,<br />

considerando o contexto em que se insere, o vocábulo que<br />

se encontra na alternativa... (as expressões em análise das<br />

afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />

parágrafos indicados)<br />

A) “manuais” (3º par.).<br />

B) “chagas” (2º par.).<br />

C) “mergulhou” (1º par.).<br />

D) “laço” (2º par.).<br />

UNIMONTES 2013.2 – GRUPO 1<br />

INSTRUÇÃO: As questões de 01 a 12 referem-se ao texto<br />

a seguir ou tomam-no como ponto de partida.<br />

Leia-o.<br />

Esculhambação<br />

Ferreira Gullar<br />

1- A tragédia de Santa Maria impactou o país pela<br />

quantidade de mortes que ocasionou, mas também pelo<br />

que significa no quadro da realidade brasileira: a denúncia<br />

da irresponsabilidade que tomou conta do país.<br />

2- Que, no Brasil de hoje, as leis, as normas sociais<br />

estão aí apenas para constar, a gente já sabia. Mas foi<br />

preciso, desgraçadamente, que o incêndio da boate<br />

Kiss resultasse na morte de quase 240 pessoas – na sua<br />

maioria jovens universitários – para que as<br />

194


autoridades se mancassem e se sentissem obrigadas a<br />

fazer o que mais as desagrada: cumprir as leis e, pior<br />

ainda, punir quem as desrespeita. Na verdade, querem<br />

ser todos bonzinhos, especialmente consigo mesmos.<br />

3- A tragédia de Santa Maria tornou de repente<br />

inviável essa cômoda atitude. A postura usual dos<br />

governantes e das autoridades é a de não admitir os<br />

seus próprios erros, atribuindo-os a injúrias ou<br />

mentiras inventadas pela imprensa.<br />

4- Mas, desta vez, diante de centenas de cadáveres<br />

amontoados na rua e dos parentes soluçando em<br />

desespero, o que fazer? Dizer que se tratava de uma<br />

invenção da mídia não podiam. Tiveram, eles próprios,<br />

que mentir.<br />

5- O prefeito de Santa Maria não sabia nada do que se<br />

passava naquela boate.<br />

6- Já o comandante do Corpo de Bombeiros da cidade<br />

afirmou, com firmeza, que, legalmente, bastava uma<br />

única porta numa casa de shows onde se divertiam<br />

mais de mil pessoas, embora a lotação legal fosse de<br />

apenas 650 frequentadores. Os extintores de incêndio<br />

não funcionavam, como ficou provado pela perícia,<br />

mas ele alegou que estavam em perfeito estado e, se não<br />

funcionaram, teria sido pela imperícia de quem tentou<br />

manejá-los.<br />

7- Noutras palavras, embora o Corpo de Bombeiros<br />

tenha permitido que a boate funcionasse sem obedecer<br />

a quaisquer exigências legais, nenhuma culpa tem pelo<br />

que ali ocorreu.<br />

8- Indignei-me ao ouvi-lo, mas tampouco esperava que<br />

ele dissesse outra coisa, uma vez que, se tanta gente<br />

morreu naquele incêndio, a razão disso não é outra<br />

senão a desobediência a toda e qualquer norma de<br />

segurança. E por que isso ocorre? Por negligência? Por<br />

receberem propina? Por obedecerem a recomendações<br />

superiores? Ninguém sabe ao certo. O que se sabe é que<br />

este nosso Brasil é hoje uma pura e simples<br />

esculhambação.<br />

9- Veja se exagero. Como a boate pegou fogo mesmo e<br />

239 pessoas morreram mesmo; como a boate só tinha uma<br />

porta e os extintores de incêndio não funcionavam,<br />

ninguém pode, desta vez, alegar que se trata de uma<br />

calúnia. É inegável que o desastre ocorreu porque as<br />

autoridades responsáveis foram omissas. Mas, em<br />

seguida, diante da tragédia e da omissão comprovada,<br />

todas elas, imediatamente, passaram a agir com a presteza<br />

e o rigor que nunca tiveram antes.<br />

10- O resultado não poderia ser outro: em todos os Estados<br />

e cidades, onde a fiscalização foi acionada, centenas de<br />

casas noturnas ou não apresentavam as condições de<br />

segurança exigidas ou estavam com a licença de<br />

funcionamento vencida. Isso significa que os proprietários<br />

e responsáveis por esses espaços vêm durante anos pondo<br />

em risco a vida dos frequentadores, como se isso se<br />

tratasse da coisa mais normal do mundo. Até uma<br />

borracharia funcionava como boate.<br />

11- É que, do governador ao comandante do Corpo de<br />

Bombeiros, do chefe da fiscalização ao fiscal menos<br />

categorizado, todos usam o poder que detêm para tirar<br />

vantagens, sejam elas políticas, sejam pessoais. O<br />

interesse público é sua moeda de troca.<br />

12- Pois bem, a pergunta a fazer é por que isso acontece e<br />

de maneira tão generalizada? Não tenho a resposta<br />

pronta. Mas não há dúvida de que a máquina do Estado<br />

foi apropriada por partidos e líderes políticos, que a usam<br />

em benefício próprio, seja pessoal, seja partidário. As leis,<br />

portanto, não têm valia ou só valem quando servem a<br />

esses interesses.<br />

13- É que, para eles, a opinião pública não merece<br />

nenhum respeito. Que outro sentido tem a recente<br />

eleição de Renan Calheiros para presidir o Senado<br />

Federal, embora denunciado pelo procurador-geral da<br />

República por peculato, uso de documentos falsos e<br />

corrupção? Há cinco anos, ele renunciou a essa mesma<br />

presidência e ao seu mandato parlamentar para<br />

escapar de ser cassado. E volta, agora, sob os aplausos<br />

efusivos de seus companheiros de farsa. É ou não é uma<br />

esculhambação?<br />

(Folha de S. Paulo, E10 ilustrada, domingo, 17 de fevereiro de 2013.)<br />

QUESTÃO 1<br />

Leia o trecho: “Mas foi preciso [...] que o incêndio<br />

resultasse na morte de quase 240 pessoas [...] para que as<br />

autoridades se mancassem e se sentissem obrigadas a<br />

fazer o que mais as desagrada: cumprir as leis e, pior<br />

ainda, punir quem as desrespeita.”(2º par.)<br />

No trecho acima há ironia, pois<br />

A) o locutor do texto se utiliza do termo giriático “se<br />

mancassem”, quando não deveria tê-lo utilizado.<br />

B) seria contraditório dizer, seriamente, que as<br />

autoridades se sentem obrigadas a cumprir leis e punir<br />

quem não as cumpre, já que esse é o papel delas.<br />

C) constitui um juízo apressado dizer que as autoridades<br />

são obrigadas a cumprir as leis.<br />

D) não desagrada às autoridades punir quem desrespeita<br />

as leis.<br />

195


QUESTÃO 2<br />

Para argumentar contra a postura e atitudes das<br />

autoridades e dos governantes, o locutor do texto utilizase<br />

de<br />

A) declarações feitas pelas vítimas.<br />

B) demonstração de incredulidade diante das declarações<br />

feitas pelas autoridades.<br />

C) conivência em relação ao que afirmavam as<br />

autoridades.<br />

D) fatos ou eventos ocorridos.<br />

QUESTÃO 3<br />

Leia os trechos a seguir:<br />

“Relatório sobre a tragédia de Santa Maria mostra que<br />

luzes de emergência não funcionaram...” (revista Veja,<br />

13-2-2013)<br />

“Somos todos culpados porque o ‘jeitinho’, infelizmente,<br />

já faz parte de nossa cultura e o aceitamos quando nos<br />

convém.” (revista Veja,13-2-2013)<br />

Os trechos acima, pela ordem dos enunciados, apresentam<br />

A) fato e opinião.<br />

B) dois fatos.<br />

C) opinião e fato.<br />

D) duas opiniões.<br />

QUESTÃO 4<br />

Na seguinte passagem expressa: “... o comandante do<br />

Corpo de Bombeiros da cidade afirmou [...] que [...]<br />

bastava uma única porta ...” (linha 26), há<br />

A) uma única fala, a do locutor responsável pelo texto.<br />

B) três falas, uma manifestada em discurso indireto livre.<br />

C) duas falas, sendo uma delas citada em discurso<br />

indireto.<br />

D) uma fala preponderante, a da justiça, responsável por<br />

permitir a permanência de mais de mil pessoas na boate.<br />

QUESTÃO 5<br />

O locutor do texto cita o episódio ocorrido com o senador<br />

Renan Calheiros porque, segundo ele, os episódios do<br />

incêndio e da eleição do senador assemelham-se no<br />

seguinte aspecto:<br />

A) No Brasil, as autoridades e políticos beneficiam-se do<br />

poder para tirar vantagens partidárias ou pessoais.<br />

B) Todos os dois episódios foram descobertos pela<br />

imprensa e tais autoridades alegaram tratar-se de calúnias.<br />

C) Nos dois casos, seria possível evitar que as duas<br />

situações tivessem o desfecho que tiveram se a população<br />

tivesse descoberto a tempo e se revoltado contra esses<br />

episódios.<br />

D) Em ambos os episódios, as autoridades responsáveis<br />

por fazer cumprir as leis não tiveram conhecimento das<br />

consequências negativas que o incêndio e a eleição<br />

proporcionariam.<br />

QUESTÃO 6<br />

O locutor finaliza seu texto com um enunciado<br />

interrogativo. O objetivo desse recurso é<br />

A) deixar o leitor responder a uma questão para a qual não<br />

sabe a resposta.<br />

B) demonstrar a sua postura de resignação diante da<br />

tragédia ocorrida na boate.<br />

C) explicar como, no Brasil, a classe política se utiliza do<br />

poder para se beneficiar.<br />

D) fazer o leitor refletir e tirar conclusões com base na<br />

argumentação desenvolvida no texto.<br />

QUESTÃO 7<br />

Considerando tanto as relações de significado que um<br />

termo possa assumir num dado contexto (que se relaciona<br />

à Semântica) quanto os recursos expressivos da língua em<br />

um segmento de texto (que se relaciona à Estilística),<br />

analise as alternativas a seguir e assinale, nesses termos, a<br />

alternativa INCORRETA. (as expressões em análise das<br />

afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />

parágrafos indicados)<br />

A) Em “O interesse público é sua moeda de troca.” (par.<br />

11), temos uma expressão metafórica.<br />

B) Em “parentes soluçando” (par. 4), tem-se a ideia de um<br />

choro perpassado pela dor e incredulidade.<br />

C) Em “Que, no Brasil de hoje, as leis, as normas sociais<br />

estão aí apenas para constar, a gente já sabia.” (par. 2), a<br />

expressão “a gente” engloba as autoridades e o cidadão<br />

comum e delata que este tem sua parcela de<br />

responsabilidade equivalente à dos demais segmentos<br />

sociais.<br />

D) Em “Ninguém sabe ao certo.” (par. 8) e “Não tenho a<br />

resposta pronta.” (paragrafo 12), embora com diferentes<br />

interlocutores, têm-se sentidos afins entre esses dois<br />

enunciados.<br />

196


QUESTÃO 8<br />

“[...] foi preciso, desgraçadamente, que o incêndio da<br />

boate Kiss resultasse na morte de quase 240 pessoas [...]<br />

para que as autoridades se mancassem e se sentissem<br />

obrigadas a fazer [...] cumprir as leis [...]” (par. 2)<br />

Acerca da subordinação presente nesse período, assinale a<br />

alternativa em que a análise feita NÃO é procedente.<br />

A) Esse trecho encerra uma ideia de finalidade.<br />

B) Há, no trecho do enunciado, uma oração na forma<br />

desenvolvida, amparada pela conjunção “para que”, com<br />

verbos no subjuntivo.<br />

C) Entre esse trecho expresso no enunciado e o seguinte<br />

trecho: “[...] ele renunciou a essa mesma presidência [...]<br />

para escapar de ser cassado.” (par. 13), há o<br />

estabelecimento de mesma ideia, explicitada por<br />

conjunção com mesmo valor ou função, com esta oração<br />

na forma reduzida.<br />

D) Está expressa, no trecho, uma ideia de condição.<br />

QUESTÃO 9<br />

Nas alternativas a seguir, escolha aquela em que a<br />

explicação para as regras gramaticais de concordância<br />

verbal está EM DESACORDO com a forma e o contexto<br />

priorizados no período correspondente. (as expressões em<br />

análise das afirmativas encontram-se destacadas nos<br />

referentes parágrafos indicados)<br />

A) “[...] embora o Corpo de Bombeiros tenha permitido<br />

que a boate funcionasse sem obedecer a quaisquer<br />

exigências legais, nenhuma culpa tem pelo que ali<br />

ocorreu.” (par. 7) → O verbo “ter”, em “nenhuma culpa<br />

tem”, é neutro, impessoal, ou seja, não tem sujeito com<br />

que concordar, por isso permanece no singular.<br />

B) “A postura usual dos governantes e das autoridades é a<br />

de não admitir os seus próprios erros, atribuindo-os a<br />

injúrias ou mentiras inventadas pela imprensa.” (par. 3) →<br />

Quando o núcleo do sujeito está no singular e seus<br />

especificadores estão no plural, a concordância do verbo<br />

é feita com o núcleo desse sujeito, nesse caso, no singular.<br />

C) “É inegável que o desastre ocorreu porque as<br />

autoridades responsáveis foram omissas. Mas, em<br />

seguida, diante da tragédia e da omissão comprovada,<br />

todas elas, imediatamente, passaram a agir com a presteza<br />

e o rigor que nunca tiveram antes.” (par. 9) → “tiveram”<br />

é pluralizado por concordar com o sujeito “as autoridades<br />

responsáveis”, retomado, nesse período, por “todas elas”.<br />

D) “Dizer que se tratava de uma invenção da mídia não<br />

podiam.” (par. 4) → O verbo “poder” encontrasse na<br />

forma pluralizada por haver uma elipse do sujeito, o qual<br />

está explícito em predicação anterior, e não pelo fato de<br />

ele denotar indeterminação do sujeito.<br />

QUESTÃO 10<br />

“Há cinco anos, ele renunciou a essa mesma presidência<br />

...” (final do texto)<br />

Sobre esse trecho, pode-se fazer a seguinte afirmação,<br />

considerando a língua portuguesa padrão:<br />

A) O verbo “haver” poderia ser substituído pelo verbo<br />

“existir”, desde que este fosse pluralizado.<br />

B) O verbo “haver” poderia ser substituído pelo verbo<br />

“fazer”, desde que este fosse pluralizado.<br />

C) O verbo “haver” poderia ser substituído pelo verbo<br />

“fazer”, com este permanecendo no singular.<br />

D) Nesse enunciado não seria deturpado o sentido se, em<br />

vez do verbo “haver” no singular, fosse usada a forma<br />

plural desse verbo.<br />

QUESTÃO 11<br />

De acordo com a NGB – Nomenclatura Gramatical<br />

Brasileira –, há palavras que não se enquadram entre as<br />

classes de palavras (substantivo, artigo, adjetivo, numeral,<br />

pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e<br />

interjeição) por não expressarem uma função<br />

verdadeiramente sintática na oração.<br />

(CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 46.<br />

ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005, p. 263).<br />

Nesse sentido, em qual das alternativas a palavra em<br />

destaque NÃO pertence a nenhuma dessas classes,<br />

segundo o contexto em que se apresenta? (as expressões<br />

em análise das afirmativas encontram-se destacadas nos<br />

referentes parágrafos indicados)<br />

A) “Que, no Brasil de hoje, as leis, as normas sociais estão<br />

aí apenas para constar [...]” (par. 2)<br />

B) “Até uma borracharia funcionava como boate.” (par.<br />

10)<br />

C) “[...] bastava uma única porta numa casa de shows<br />

onde se divertiam mais de mil pessoas [...]” (par. 6)<br />

D) “A tragédia de Santa Maria tornou de repente inviável<br />

essa cômoda atitude.” (par. 3)<br />

QUESTÃO 12<br />

De acordo com Cegalla (p. 429): “Não há uniformidade<br />

entre os escritores quanto ao emprego dos sinais de<br />

pontuação.” Por essa razão, o autor reconhece não ser<br />

“possível traçar normas rigorosas sobre a matéria”,<br />

197


endossando “apenas as que o uso geral vem sancionando,<br />

na atual língua escrita”.<br />

(CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da lín.gua portuguesa. 46.<br />

ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005, p. 429)<br />

Dessa forma, pode-se verificar que o emprego da vírgula,<br />

considerando essa relação norma-uso, acataria como<br />

facultativo, não ocasionando prejuízo ao sentido, o uso de<br />

vírgula(s) no seguinte trecho:<br />

A) “E volta, agora, sob os aplausos efusivos de seus<br />

companheiros de farsa.” (par. 13)<br />

B) “Indignei-me ao ouvi-lo, mas tampouco esperava que<br />

ele dissesse outra coisa, uma vez que, se tanta gente<br />

morreu naquele incêndio, a razão disso não é outra senão<br />

a desobediência a toda e qualquer norma de segurança.”<br />

(par. 8)<br />

C) “Os extintores de incêndio não funcionavam, como<br />

ficou provado pela perícia, mas ele alegou que estavam<br />

em perfeito estado [...]” (par. 6)<br />

D) “Que outro sentido tem a recente eleição de Renan<br />

Calheiros para presidir o Senado Federal, embora<br />

denunciado pelo procurador-geral da República por<br />

peculato, uso de documentos falsos e corrupção?” (par.<br />

13)<br />

UNIMONTES 2013.2 – GRUPO 2<br />

VIRAMOS ESCRAVOS DA TECNOLOGIA?<br />

(Por Caroline Mariano e Nina Neres/São Paulo; Lucas<br />

Rossi/Estados Unidos)<br />

Nas mudanças comportamentais e sociais que<br />

smartphones, softwares, tablets, aplicativos e redes sociais<br />

estão provocando, o trabalho tem um papel central. Talvez<br />

o escritório seja o lugar em que as marcas da tecnologia<br />

sejam as mais profundas – tanto as boas quanto as ruins.<br />

Uma pesquisa feita em 2012 pelas consultorias McKinsey<br />

e IDC aponta que, nos últimos quatro anos, ferramentas<br />

colaborativas aprimoraram a eficiência de processos<br />

corporativos. Das mais de 2000 companhias consultadas<br />

pela pesquisa, 74% afirmam que o acesso ao<br />

conhecimento aumentou, 58% declaram ter reduzido<br />

custos de comunicação, 40% conseguiram um aumento na<br />

satisfação dos funcionários.<br />

Mas a tecnologia criou novos problemas<br />

profissionais. Um deles, aparentemente simples de<br />

resolver, é a distração. Estamos disponíveis para receber<br />

mensagens e estímulos eletrônicos o tempo inteiro. Um<br />

estudo da Universidade da Califórnia, campus de Irvine,<br />

mostra que profissionais que trabalham em frente de um<br />

computador são interrompidos (ou interrompem-se<br />

espontaneamente) a cada três minutos. Toda vez que isso<br />

ocorre, leva-se até 23 minutos para retomar a tarefa. “Em<br />

uma semana, um profissional distraído perdeu muitas<br />

horas de trabalho”, diz o psiquiatra Frederico Porto,<br />

consultor da LHH/DBM, empresa de recolocação de<br />

executivos, de Belo Horizonte. “Além disso, o desgaste<br />

mental de mudar de uma atividade para outra faz a pessoa<br />

ficar muito mais cansada”, diz Frederico.<br />

A tecnologia também tem efeitos sérios sobre a<br />

ansiedade. De acordo com Kelly McGonigal, PhD em<br />

psicologia e professora da escola de negócios da<br />

Universidade Stanford, em São Francisco, o sistema de<br />

recompensa do cérebro, o mesmo que nos faz ingerir<br />

alimentos para não morrer de fome, se adaptou à era<br />

digital e hoje é carente também da informação. A<br />

consequência é sentir necessidade de consumir notícias<br />

como se sente vontade de jantar. Essa avidez por<br />

atualização se reflete no trabalho de algumas maneiras.<br />

Em primeiro lugar, ela causa um aumento da insegurança:<br />

os profissionais sentem-se na obrigação de estar<br />

disponíveis 24 horas por dia, já que o trabalho não fica<br />

mais restrito ao escritório. Além disso, as pessoas passam<br />

mais tempo observando os outros nas redes sociais e<br />

fazendo comparações. Com isso, elas deixam de se medir<br />

com o colega para se comparar, no limite, com todos os<br />

usuários do LinkedIn, o que pode ser terrível para a<br />

autoestima. O mesmo hábito faz a pessoa conviver com a<br />

sensação de ter ficado para trás. A ansiedade digital levou<br />

a Associação de Psiquiatria Americana a incluir a partir<br />

deste ano a desordem de uso da internet no Manual de<br />

Transtornos Mentais, espécie de lista das doenças<br />

psiquiátricas existentes. “Trata-se de um vício, na linha<br />

das dependências comportamentais, como comprar ou<br />

jogar”, diz Cristiano Nabuco, coordenador do programa<br />

de dependência de internet do Instituto de Psiquiatria do<br />

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da<br />

Universidade de São Paulo.<br />

Uma pesquisa da consultoria de gestão do tempo<br />

Triad PS, de São Paulo, com 4100 profissionais, mostra<br />

que 62% das pessoas que admitem adiar atividades o<br />

fazem porque se perdem navegando na internet. O estudo<br />

constatou que 25% dos entrevistados gastam até uma hora<br />

no trabalho com assuntos pessoais na web. “Essas pessoas<br />

198


vão ter de cumprir o serviço alguma hora, o problema é<br />

que elas estão sacrificando também os momentos de<br />

praticar atividade física, ler e cuidar da saúde”, diz<br />

Christian Barbosa, diretor da Triad PS e especialista em<br />

gestão do tempo, de São Paulo.<br />

Obviamente, um telefone celular ou um software não<br />

podem levar a culpa por esse tipo de comportamento. O<br />

centro do problema está no uso que se faz de aparelhos e<br />

aplicativos. “As pessoas estão se afastando umas das<br />

outras, mas isso não é culpa da tecnologia”, diz Rich<br />

Fernandez, diretor de RH do Google para os Estados<br />

Unidos, que compara a tecnologia a um bisturi: pode<br />

salvar vidas ou machucar, depende da capacidade do<br />

usuário. “Seríamos ingênuos se achássemos que a<br />

tecnologia não tem nenhuma consequência, mas um<br />

aparelho não é viciante. A maneira como você o utiliza é<br />

que o torna viciante”, diz Rich.<br />

Entre os benefícios da tecnologia, há os que se dizem<br />

satisfeitos de poder fazer tudo ao mesmo tempo (a dita<br />

multitarefa). No entanto, do ponto de vista cerebral, isso<br />

pode ser estressante e comprometer a qualidade do<br />

trabalho. Estudos da Universidade Stanford mostram que,<br />

quanto mais a pessoa se julga eficiente fazendo várias<br />

coisas ao mesmo tempo, pior ela as executa. E, quando for<br />

necessário se concentrar numa única atividade por longo<br />

tempo, a pessoa terá de fazer um esforço maior. “Para<br />

nosso cérebro, não há multitarefas”, afirma o psiquiatra<br />

Cristiano Nabuco, da Universidade de São Paulo. De<br />

acordo com ele, quando tentamos fazer mais de uma coisa<br />

ao mesmo tempo, nosso cérebro acaba destinando pouca<br />

energia e atenção a cada tarefa. “Ser multitarefa é um<br />

desejo, mas não é possível. Fazemos muito bem somente<br />

uma coisa por vez. Quando somos multitarefas nos<br />

tornamos ineficientes”, diz Rich Fernandez, diretor de RH<br />

do Google nos Estados Unidos.<br />

O trabalho moderno é conectado. Não dá para escapar.<br />

Melhor é ver o lado positivo e cortar o negativo. No ano passado,<br />

o Facebook contratou Dacher Keltner, psicólogo da<br />

Universidade da Califórnia no campus de Berkeley e estudioso<br />

de relações humanas, para entender como poderia tornar menos<br />

frias as interações entre os usuários da rede social. A intenção da<br />

empresa é incluir, por exemplo, sons nos posts e comentários.<br />

“A tecnologia pode fazer as relações ficarem mais próximas e os<br />

laços mais fortes”, afirma Dacher. “Mas sabemos que não há<br />

substituto para abraços ou para o olho no olho”.<br />

(Adaptado da revista Você S/A. Março de 2013, p. 29-37.)<br />

QUESTÃO 01<br />

Como seres humanos, devemos equilibrar o uso da<br />

tecnologia. Constitui um exemplo desse equilíbrio, de<br />

acordo com o texto,<br />

A) a distração no trabalho.<br />

B) a obrigação de estar sempre disponível.<br />

C) a ansiedade.<br />

D) o aumento do acesso ao conhecimento.<br />

QUESTÃO 02<br />

No 3º parágrafo do texto, há uma informação relativa ao<br />

sistema de recompensa do cérebro. Está INCORRETA a<br />

seguinte afirmação sobre o parágrafo:<br />

A) O sistema de recompensa estimula o consumo de<br />

notícias para encontrar satisfação.<br />

B) A avidez pelo consumo de notícias é um gatilho que<br />

dispara a ansiedade.<br />

C) O trabalho não se restringe mais ao escritório, por isso<br />

nos tornamos mais produtivos.<br />

D) A sensação de “ficar para trás” gera a diminuição da<br />

autoestima.<br />

QUESTÃO 03<br />

Do ponto de vista cerebral, é INCORRETO dizer que ser<br />

multitarefa<br />

A) gera uma baixa capacidade de concentração.<br />

B) é um benefício da tecnologia.<br />

C) pode comprometer a qualidade do trabalho.<br />

D) é ilusório, porque julgamos estar sendo eficientes,<br />

quando na verdade não estamos.<br />

QUESTÃO 04<br />

Assinale a única alternativa que apresenta uma ideia que<br />

NÃO pode ser comprovada pelo texto.<br />

A) Aumentar o cuidado nas interações pessoais é a forma<br />

mais fácil para que as relações via internet se tornem mais<br />

próximas.<br />

B) Há ganhos significativos no uso da tecnologia.<br />

C) Entre os caminhos que a tecnologia proporcionou para<br />

a vida das pessoas, um deles se tornou um problema de<br />

saúde pública.<br />

D) Assumir o controle da nossa vida digital permite que<br />

não sejamos dominados pelos aparelhos tecnológicos,<br />

mas que os dominemos.<br />

QUESTÃO 05<br />

Observe o enunciado que fecha o texto: “Mas sabemos<br />

que não há substituto para abraços ou para o olho no<br />

olho”.<br />

Nesse enunciado, a palavra e a expressão destacadas<br />

sugerem de forma implícita, respectivamente,<br />

A) manifestação de indiferença e insinceridade nas<br />

relações entre as pessoas.<br />

B) manifestação de hipocrisia e espírito vingativo nas<br />

relações entre as pessoas.<br />

199


C) manifestação de calor humano e sinceridade nas<br />

relações entre as pessoas.<br />

D) manifestação de desconfiança e estreitamento de laços<br />

nas relações entre as pessoas.<br />

QUESTÃO 06<br />

Tendo como base a temática do texto, todas as ações a<br />

seguir constituem maneiras que podem ajudar a organizar<br />

o uso da tecnologia, EXCETO<br />

A) controle do tempo de permanência em uso de aparelhos<br />

tecnológicos.<br />

B) execução de atividades além das que exijam que<br />

estejamos em frente à tela de aparelhos tecnológicos.<br />

C) iniciativa de fechar o computador quando conversamos<br />

pessoalmente com os outros.<br />

D) aproveitamento do tempo no trabalho para discutir<br />

questões pessoais via internet.<br />

QUESTÃO 07<br />

Leia os dois trechos a seguir e observe o uso dos termos<br />

neles em destaque, considerando o contexto ao qual cada<br />

um deles se integra:<br />

Trecho 1 → “[...] o problema é que elas estão sacrificando<br />

também os momentos de praticar atividade física, ler e<br />

cuidar da saúde...” (4º par.)<br />

Trecho 2 → “A maneira como você o utiliza é que o torna<br />

viciante [...]” (5º par.)<br />

Ao se observar o uso de “é que”, percebe-se que ele<br />

assume diferentes interpretações de um trecho para outro.<br />

Sobre essas construções em que se dá a ocorrência das<br />

formas “é que”, em qual das alternativas está apresentada<br />

uma explicação que NÃO condiz com a realidade que essa<br />

forma assume em um desses contextos?<br />

A) No trecho 2, “é que” pode ser suprimido do texto sem<br />

qualquer prejuízo ao sentido, ao contexto.<br />

B) No trecho 1, tanto o “é” como o “que” poderiam ser<br />

suprimidos, pois essa expressão forma uma locução que<br />

tem função exclusiva de dar ênfase nesse contexto.<br />

C) No trecho 1, “é que” deve ser mantido na oração, pelo<br />

fato de essas duas palavras serem fundamentais para a<br />

construção do sentido que se pretende dar ao texto.<br />

D) No trecho 2, “é que” tem um valor tão somente<br />

expressivo, não interferindo ou modificando o sentido<br />

final que se pretenda obter com essa construção.<br />

QUESTÃO 08<br />

Nas orações abaixo, de acordo com as características<br />

individualizantes, de explicação, de esclarecimento,<br />

resumitivas, especificadoras, de referência a um sentido<br />

global anterior, etc., alusivas ao aposto, pode-se afirmar<br />

que NÃO se constitui como aposto o termo sublinhado na<br />

alternativa<br />

A) “Com isso, elas deixam de se medir com o colega para<br />

se comparar, no limite, com todos os usuários do<br />

LinkedIn, o que pode ser terrível para a autoestima”. (3º<br />

par.)<br />

B) “Trata-se de um vício, na linha das dependências<br />

comportamentais, como comprar ou jogar [...]” (3º par.)<br />

C) “[...] diz o psiquiatra Frederico Porto, consultor da<br />

LHH/DBM, empresa de recolocação de executivos, de<br />

Belo Horizonte”. (2º par.)<br />

D) “Uma pesquisa feita em 2012 pelas consultorias<br />

McKinsey e IDC aponta que [...] ferramentas<br />

colaborativas aprimoraram a eficiência de processos<br />

corporativos”. (1º par.)<br />

QUESTÃO 09<br />

“Toda vez que isso ocorre, leva-se até 23 minutos para<br />

retomar a tarefa.” (2º par.)<br />

A palavra sublinhada nesse trecho, considerando sua<br />

inserção no parágrafo, refere-se ao que está apresentado<br />

na alternativa:<br />

A) Interrupção do trabalho, voluntariamente ou não.<br />

B) Os estudos recentes da Universidade da Califórnia.<br />

C) O fato de profissionais trabalharem em frente ao<br />

computador.<br />

D) A perda de muitas horas de trabalho.<br />

QUESTÃO 10<br />

Observe a construção dos períodos a seguir:<br />

“No ano passado, o Facebook contratou Dacher Keltner,<br />

psicólogo da Universidade da Califórnia no campus de<br />

Berkeley e estudioso de relações humanas, para entender<br />

como poderia tornar menos frias as interações entre os<br />

usuários da rede social. A intenção da empresa é incluir,<br />

por exemplo, sons nos posts e comentários”. (7º par.)<br />

Acerca da estrutura dessa construção, aliada a seu<br />

contexto, NÃO se pode afirmar:<br />

A) “Entender” é um verbo que deve retomar “Dacher<br />

Keltner”, a quem é necessária a compreensão das relações<br />

humanas virtuais.<br />

200


B) “Poderia tornar” está integrado a “Facebook”, empresa<br />

que tem a preocupação de estreitar as relações entre seus<br />

usuários.<br />

C) Em “para entender”, o termo “para” pode ser<br />

substituído por “a fim de”, por explicitar a ideia do<br />

objetivo do Facebook.<br />

D) A flexão do tempo do verbo poder (“poderia”) indica<br />

que as soluções acerca dos mecanismos de maior<br />

interação nas redes sociais são dependentes de certa<br />

condição: o conhecimento desses mecanismos para que<br />

eles sejam inclusos.<br />

QUESTÃO 11<br />

Em qual das alternativas a seguir o(s) termo(s)<br />

sublinhado(s) NÃO poderia(m) ser substituído(s), em<br />

termos de função sintática, pelo pronome apresentado à<br />

direita?<br />

A) “Estamos disponíveis para receber mensagens e<br />

estímulos eletrônicos o tempo inteiro”. (2º par.) →<br />

Estamos disponíveis para recebê-los o tempo inteiro.<br />

B) “O centro do problema está no uso que se faz de<br />

aparelhos e aplicativos”. (5º par.) → O centro do<br />

problema está no uso que se faz deles.<br />

C) “[...] o desgaste mental de mudar de uma atividade para<br />

outra faz a pessoa ficar muito mais cansada [...]” (2º par.)<br />

→ o desgaste mental de mudar de uma atividade para<br />

outra faz-lhe ficar muito mais cansada.<br />

D) “[...] nos últimos quatro anos, ferramentas<br />

colaborativas aprimoraram a eficiência [...]” (1º par.) →<br />

nos últimos quatro anos, ferramentas colaborativas<br />

aprimoraram-na.<br />

QUESTÃO 12<br />

Considere o trecho a seguir:<br />

“Talvez o escritório seja o lugar em que as marcas da<br />

tecnologia sejam as mais profundas – tanto as boas quanto<br />

as ruins”. (1º par.)<br />

O uso de modos verbais distintos em um texto representa<br />

uma ação do autor no sentido de revelar o processo verbal,<br />

o qual pode ser visto como algo real, eventual ou<br />

necessário na construção das ideias que alinhavam um<br />

contexto, de acordo com a significação contida no verbo.<br />

No trecho acima apresentado, o verbo “ser” configura-se<br />

como:<br />

A) um desejo, diante da fragilidade do termo “talvez”, o<br />

qual aponta a perspectiva de a tecnologia ser boa ou ruim.<br />

B) uma opinião que, apoiada no termo “talvez”, faz com<br />

que o autor não refute nem endosse o fato de haver<br />

tecnologia boa ou ruim.<br />

C) uma condição, a qual expressa que, se o escritório<br />

utiliza a tecnologia, ela pode ser boa ou ruim.<br />

D) uma hipótese, que se relaciona ao termo “talvez”, de<br />

que o escritório detenha o lugar de primazia em se tratando<br />

do uso da tecnologia.<br />

UNIMONTES 2013.1 – GRUPO 1<br />

O instinto animal<br />

Alguns traduzem por "instinto animal" o que o<br />

economista inglês John Maynard Keynes na década de 30<br />

descreveu como "animal spirit", isto é, espírito animal. A<br />

tradução do termo original não importa muito,<br />

importa o que significa, e significa várias coisas: o<br />

gosto ou a capacidade pelo risco ao investir, por<br />

exemplo, quando se fala em empresários e economia.<br />

Neste artigo tomo a expressão como nossa capacidade<br />

geral de sentir, pressentir algo, e agir conforme. Isso se<br />

refere não só a indivíduos, mas a grupos, instituições,<br />

estados, governos. Sendo intuição e audácia, ele melhora<br />

se misturado com alguma prudência e sabedoria, para que<br />

o bolo não desande.<br />

Não me parece muito apurado o espírito animal que,<br />

nas palavras de uma autoridade, declara que empregar<br />

7% do PIB em educação (e 10% em mais alguns anos)<br />

vai "quebrar o país". Educação não quebra nada: só<br />

constrói. Sendo bom esse instinto ou espírito, o fator<br />

educação terá de ser visto como o mais importante de<br />

todos. Aquele, sólido e ótimo, sem o qual não há<br />

crescimento, não há economia saudável, não há felicidade.<br />

Uso sem medo o termo "felicidade", pois não me refiro<br />

a uma cômoda alienação e ignorância dos problemas,<br />

mas ao mínimo de harmonia interna pessoal, e com o<br />

mundo que nos rodeia. Não precisar ter angústias<br />

extremas com relação ao essencial para a nossa<br />

dignidade: moradia, alimentação, saúde, trabalho. Como<br />

base para tudo isso, educação. Educação que pode<br />

consumir bem mais do que 7% do PIB sem quebrar coisa<br />

alguma, exceto a nossa miséria nascida da ignorância;<br />

nossas escolhas erradas nascidas da desinformação; nossa<br />

má qualidade de vida; e a falta de visão quanto àquilo que<br />

temos direito de receber ou de conquistar, com a plena<br />

consciência que nasce da educação.<br />

A verdadeira democracia só floresce no terreno da<br />

boa educação e ótima informação de seu povo. Pois não<br />

será governo de todos o comando dos poucos que<br />

estudaram bem, os informados, levando pela argola do<br />

nariz de bicho domesticado milhões e milhões de seres<br />

humanos cegos, aflitos ou alienados, que não sabem; e<br />

que, se quiserem boa educação desde as bases na infância,<br />

correm o risco de ser acusados de querer quebrar o país.<br />

201


Precisamos medir nossas palavras: cuidar do que<br />

dizemos, do que escrevemos, e também do que<br />

pensamos e não dizemos. Podem acusar quanto<br />

quiserem os empresários, os louros de olhos azuis, as<br />

elites, os ricos, os intelectuais, não importa: mas não<br />

acusem de querer o mal da nação aqueles que batalham<br />

pela mera sobrevivência ou por uma vida melhor, num<br />

orçamento que tenha a educação como prioridade. Pois<br />

não é certo que da treva sempre nasce a luz: dela brotam<br />

como flores fatídicas o sofrimento, a miséria, a<br />

subserviência. Na treva da ignorância nasce o atraso, de<br />

suas raízes se alimenta a pobreza em todos os sentidos,<br />

financeira, moral, intelectual. Uma educação bem cuidada<br />

e fomentada, com professores bem pagos, boas escolas<br />

desde a creche até a universidade, com orientação sadia e<br />

não ideológica, mas realmente cultural, aberta ao mundo<br />

e não isolacionista, grande e não rasa, promove<br />

crescimento, nos insere no chamado concerto das nações,<br />

e nos torna respeitados — nos faz incluídos, consultados,<br />

procurados. Dirão que continuo repetitiva com esse tema:<br />

sou, e serei, porque acredito nisso. Precisamos ter<br />

cuidados pelos que nos governam: se nas relações<br />

pessoais amar é cuidar, na vida do país cuidar é nutrir<br />

não só o corpo e fortalecer condições materiais de vida,<br />

mas iluminar a mente. Para que a gente possa ter<br />

esperanças fundamentadas, emprego digno, salário<br />

compensador, morando e trabalhando num ambiente<br />

saudável, aprendendo a administrar nossos ganhos,<br />

poucos ou abundantes. Para não estarmos entre os<br />

últimos nas listas de povos mais ou menos educados e<br />

saudáveis, mas plenamente inseridos no mundo<br />

civilizado.<br />

Parece utopia, aceito isso. Mas batalharei, com<br />

muitos outros, para que ela se transforme na nossa mais<br />

fundamental realidade: simples assim.<br />

(LUFT, Lya. O instinto animal. Revista Veja, São Paulo, p. 2, julho de 2012.)<br />

QUESTÃO 01<br />

A autora relaciona o significado de “espírito animal” com,<br />

EXCETO<br />

A) intuição.<br />

B) audácia.<br />

C) medo.<br />

D) ação.<br />

QUESTÃO 02<br />

No segundo parágrafo do texto, a autora contra-argumenta<br />

em relação à seguinte ideia (as expressões em análise das<br />

afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />

parágrafos indicados):<br />

A) “Sendo bom esse instinto ou espírito, o fator educação<br />

terá de ser visto como o mais importante de todos.”<br />

B) “... empregar 7% do PIB em educação (e 10% em mais<br />

alguns anos) vai ‘quebrar o país’.”<br />

C) “Não precisar ter angústias extremas com relação ao<br />

essencial para a nossa dignidade...”<br />

D) “... não me refiro a uma cômoda alienação e ignorância<br />

dos problemas, mas ao mínimo de harmonia interna<br />

pessoal...”<br />

QUESTÃO 03<br />

Observe o trecho: “A verdadeira democracia só floresce<br />

no terreno da boa educação...” (3º par.)<br />

Em que alternativa a autora apresenta a definição da<br />

palavra em destaque? (as expressões em análise das<br />

afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />

parágrafos indicados)<br />

A) “Precisamos medir nossas palavras: cuidar do que<br />

dizemos, do que escrevemos, e também do que pensamos<br />

e não dizemos.” (4º par.)<br />

B) “Precisamos ter cuidados pelos que nos governam: se<br />

nas relações pessoais amar é cuidar, na vida do país cuidar<br />

é nutrir não só o corpo e fortalecer condições materiais de<br />

vida, mas iluminar a mente.” (4º par.)<br />

C) “... não será governo de todos o comando dos poucos<br />

que estudaram bem, os informados, levando pela argola<br />

do nariz de bicho domesticado milhões e milhões de seres<br />

humanos cegos, aflitos ou alienados...” (3º par.)<br />

D) “Podem acusar quanto quiserem os empresários, os<br />

louros de olhos azuis, as elites, os ricos, os intelectuais,<br />

não importa: mas não acusem de querer o mal da nação<br />

aqueles que batalham pela mera sobrevivência ou por uma<br />

vida melhor, num orçamento que tenha a educação como<br />

prioridade.” (4º par.)<br />

QUESTÃO 04<br />

Segundo a autora, a falta de uma educação de qualidade<br />

gera, EXCETO<br />

A) má qualidade de vida.<br />

B) alienação.<br />

C) subserviência.<br />

D) inclusão social.<br />

202


QUESTÃO 05<br />

Considere a afirmativa: “Parece utopia, aceito isso. Mas<br />

batalharei, com muitos outros, para que ela se transforme<br />

na nossa mais fundamental realidade: simples assim.” (5º<br />

par.)<br />

Todos os aspectos relacionados abaixo são aceitos pela<br />

autora como, ainda, utópicos, EXCETO<br />

A) “... angústias extremas com relação ao essencial para a<br />

nossa dignidade: moradia, alimentação, saúde, trabalho.”<br />

(2º par.)<br />

B) “... educação bem cuidada e fomentada, com<br />

professores bem pagos, boas escolas desde a creche até a<br />

universidade...” (4º par.)<br />

C) “... orientação sadia e não ideológica, mas realmente<br />

cultural, aberta ao mundo e não isolacionista...” (4º par.)<br />

D) “... esperanças fundamentadas, emprego digno, salário<br />

compensador, morando e trabalhando num ambiente<br />

saudável, aprendendo a administrar nossos ganhos,<br />

poucos ou abundantes.” (4º par.)<br />

QUESTÃO 06<br />

Considere o trecho: “Uma educação bem cuidada e<br />

fomentada, com professores bem pagos, boas escolas<br />

desde a creche até a universidade, com orientação sadia<br />

e não ideológica, mas realmente cultural, aberta ao<br />

mundo e não isolacionista, grande e não rasa, promove<br />

crescimento, nos insere no chamado concerto das<br />

nações...” (4º par.)<br />

Em relação à palavra destacada, é CORRETO afirmar<br />

que, nesse contexto, foi usada com valor semântico de:<br />

A) correção, reparo.<br />

B) sessão, apresentação musical.<br />

C) harmonia, conformidade.<br />

D) emenda, acomodação.<br />

QUESTÃO 07<br />

Assinale o contexto em que a autora faz uso da linguagem<br />

figurada, metafórica, como recurso de expressão. (as<br />

expressões em análise das afirmativas encontram-se<br />

destacadas nos referentes parágrafos indicados)<br />

A) “Pois não será governo de todos o comando dos poucos<br />

que estudaram bem, os informados, levando pela argola<br />

do nariz de bicho domesticado milhões e milhões de seres<br />

humanos cegos, aflitos ou alienados...” (3º par.)<br />

B) “A tradução do termo original não importa muito,<br />

importa o que significa, e significa varias coisas: o gosto<br />

ou a capacidade pelo risco ao investir, por exemplo,<br />

quando se fala em empresários e economia.” (1º par.)<br />

C) “Para não estarmos entre os últimos nas listas de povos<br />

mais ou menos educados e saudáveis, mas plenamente<br />

inseridos no mundo civilizado.” (4º par.)<br />

D) “Uso sem medo o termo ‘felicidade’, pois não me<br />

refiro a uma cômoda alienação e ignorância dos<br />

problemas, mas ao mínimo de harmonia interna pessoal, e<br />

com o mundo que nos rodeia.” (2º par.)<br />

QUESTÃO 08<br />

Considere o contexto: “Podem acusar quanto quiserem os<br />

empresários, os louros de olhos azuis, as elites, os ricos,<br />

os intelectuais, não importa: mas não acusem de querer o<br />

mal da nação aqueles que batalham pela mera<br />

sobrevivência ou por uma vida melhor, num orçamento<br />

que tenha a educação como prioridade. Pois não é certo<br />

que da treva sempre nasce a luz: dela brotam como flores<br />

fatídicas o sofrimento, a miséria, a subserviência.” (4º<br />

par.)<br />

A palavra em destaque foi usada como elemento coesivo<br />

e anafórico, uma vez que retoma o termo:<br />

A) luz.<br />

B) educação.<br />

C) vida.<br />

D) treva.<br />

QUESTÃO 09<br />

Considere o trecho: “Uma educação bem cuidada e<br />

fomentada, com professores bem pagos, boas escolas<br />

desde a creche até a universidade, com orientação sadia e<br />

não ideológica, mas realmente cultural, aberta ao mundo<br />

e não isolacionista, grande e não rasa, promove<br />

crescimento, nos insere no chamado concerto das nações,<br />

e nos torna respeitados — nos faz incluídos, consultados,<br />

procurados.” (4º par.)<br />

Em relação aos verbos em destaque, é CORRETO<br />

afirmar:<br />

A) Encontram-se na terceira pessoa do singular, uma vez<br />

que o sujeito das orações das quais fazem parte são<br />

indeterminados.<br />

B) Tem como sujeito “Uma educação bem cuidada e<br />

fomentada”, por isso encontram-se na terceira pessoa do<br />

singular, seguindo a regra geral de concordância verbal.<br />

C) Todos são classificados como verbos transitivos<br />

diretos e tem como complemento o pronome pessoal<br />

oblíquo átono “nos”.<br />

D) Foram conjugados no tempo presente do modo<br />

subjuntivo, uma vez que estão expressando fatos<br />

hipotéticos, condicionados.<br />

203


QUESTÃO 10<br />

Em todos os contextos, há verbos que foram flexionados<br />

na terceira pessoa do plural para indeterminar o sujeito,<br />

EXCETO<br />

A) “Podem acusar quanto quiserem os empresários, os<br />

louros de olhos azuis, as elites, os ricos, os intelectuais,<br />

não importa...” (4º par.)<br />

B) “Alguns traduzem por ‘instinto animal’ o que o<br />

economista inglês John Maynard Keynes na década de 30<br />

descreveu como ‘animal spirit’...” (1º par.)<br />

C) “Dirão que continuo repetitiva com esse tema: sou, e<br />

serei, porque acredito nisso.” (4º par.)<br />

D) “... não acusem de querer o mal da nação aqueles que<br />

batalham pela mera sobrevivência ou por uma vida<br />

melhor...” (4º par.)<br />

QUESTÃO 11<br />

Assinale o contexto em que a palavra ‘se’ foi usada com<br />

valor semântico de condição, introduzindo, pois, uma<br />

oração subordinada adverbial condicional.<br />

A) “Sendo intuição e audácia, ele melhora se misturado<br />

com alguma prudência e sabedoria, para que o bolo não<br />

desande.” (1º par.)<br />

B) “Na treva da ignorância nasce o atraso, de suas raízes<br />

se alimenta a pobreza em todos os sentidos...” (4º par.)<br />

C) “Precisamos ter cuidados pelos que nos governam: se<br />

nas relações pessoais amar é cuidar, na vida do país cuidar<br />

é nutrir não só o corpo e fortalecer condições materiais de<br />

vida, mas iluminar a mente.” (4º par.)<br />

D) “Parece utopia, aceito isso. Mas batalharei, com muitos<br />

outros, para que ela se transforme na nossa mais<br />

fundamental realidade: simples assim.” (5º par.)<br />

QUESTÃO 12<br />

Considere o trecho: “Educação que pode consumir bem<br />

mais do que 7% do PIB sem quebrar coisa alguma, exceto<br />

a nossa miséria nascida da ignorância; nossas escolhas<br />

erradas nascidas da desinformação; nossa má qualidade<br />

de vida; e a falta de visão quanto àquilo que temos direito<br />

de receber ou de conquistar, com a plena consciência que<br />

nasce da educação.” (2º par.)<br />

Em relação à ocorrência do sinal indicativo de crase no<br />

termo em destaque, pode-se afirmar:<br />

A) O termo antecedente é regido pela preposição ‘a’, e<br />

houve contração dessa preposição com o artigo feminino<br />

‘a’.<br />

B) Ocorre crase nas locuções conjuntivas formadas por<br />

substantivo feminino expresso ou elíptico.<br />

C) Ocorre crase nas locuções prepositivas formadas por<br />

substantivo feminino expresso ou elíptico.<br />

D) O termo antecedente é regido pela preposição ‘a’, e<br />

houve a contração dessa preposição com a vogal ‘a’ do<br />

pronome demonstrativo ‘aquilo’.<br />

UNIMONTES 2013.1 – GRUPO 2<br />

O caminho da sustentabilidade<br />

Nenhum cidadão responsável pode deixar de estar<br />

preocupado com os estragos que sofre o meio ambiente.<br />

Por isso, seja no governo, seja fora dele, muitos tomam<br />

iniciativas para mitigar os desastres. Os governantes<br />

passam leis com fé ingênua nos seus efeitos. Almas<br />

generosas e bem-intencionadas pregam a defesa do<br />

meio ambiente. Economistas só pensam em prêmios e<br />

punições financeiras. Olhando os resultados, é um no<br />

cravo e outro na ferradura. O pobre caboclo, perdido na<br />

Floresta Amazônica, está longe da lei que impediria suas<br />

aventuras com a motosserra. E, se estivesse ao alcance de<br />

pregações, não veria razões para segui-las. O maleducado<br />

que joga lixo na rua sabe que não será punido,<br />

pois, se alguém viu, não vai denunciar. Não há altruísmo<br />

que convença os prefeitos a não jogar esgotos in natura<br />

nos rios, pois o tratamento é caro, não dá votos e os<br />

malefícios só prejudicam o município rio abaixo. Não<br />

funcionam as leis que carecem de poder para obrigar<br />

o seu cumprimento. Quem confia na impunidade não<br />

presta atenção. Em muitos casos, a lei proíbe fazer, mas é<br />

frágil para obrigar a fazer. Pouco serve para mandar<br />

fazer o bem ou ajudar o próximo. Pregar a conservação<br />

do meio ambiente, quando pesa no bolso fazê-lo? Ou dá<br />

trabalho? Sermões entram por um ouvido e saem pelo<br />

outro.<br />

Temos três ferramentas: a lei, os incentivos<br />

econômicos e os valores. Individualmente, funcionam em<br />

alguns casos e falham em outros. No fundo, a boa receita<br />

requer invenção e inteligência, para combinar o seu uso.<br />

Em conjunto, seu poder de fogo é amplamente maior. E a<br />

tal da sinergia. Proibir bolsinhas plásticas em Belo<br />

Horizonte teria sido mais uma lei que não cola. Mas colou,<br />

porque foi precedida de um movimento popular que<br />

mostrou os seus inconvenientes ecológicos. Para o<br />

204


prefeito, é mais conveniente empurrar com a barriga a<br />

construção da planta de tratamento de esgotos. Mas, se a<br />

sociedade começasse a entender os danos à saúde e se<br />

houvesse uma lei (estadual ou federal) cobrando pelo<br />

volume de efluentes prejudiciais lançados nos rios,<br />

rapidinho, a construção seria feita. Vem dando certo a<br />

prática de oferecer ao caboclo uma mesada para manter as<br />

árvores em pé. O manejo também pode proteger as<br />

florestas, ao gerar madeiras certificadas, que são mais<br />

caras. Se aparece um extrativismo lucrativo e que não<br />

prejudica o meio ambiente, criam-se boas razões para<br />

deixar guardada a motosserra. É ingênuo querer que as<br />

pessoas comprem um carro elétrico, mais caro e menos<br />

prático. É esperar demais do fervor ecológico. Mas, se<br />

há menos impostos para ligar o carro na tomada e não na<br />

bomba de gasolina, aí é diferente. De fato, foi o que<br />

aconteceu com o etanol.<br />

Do dia para a noite, a geração fotovoltaica em<br />

residências e pequenas empresas tornou-se viável. Bastou<br />

uma lei que obrigasse as companhias elétricas a comprar<br />

o excesso de produção. De dia, vende-se para a rede. De<br />

noite, compra-se dela. Como os impostos sobre<br />

eletricidade são muito altos, igualam-se os preços da rede<br />

aos da geração local com células fotovoltaicas, ainda<br />

caras. Apelos para que se use menos água tem pouco<br />

impacto, seja em nossas chuveiradas, seja na agricultura<br />

irrigada. Mas, se combinados com leis que estabeleçam<br />

preços para a água, bem como cotas de uso, podem ter<br />

um impacto fulminante. Não encontramos receitas para<br />

coibir as queimadas. Mas é porque temos memória curta.<br />

No século XVII, as Ordenações Filipinas prescreviam<br />

que onde a mata foi queimada não se podia caçar,<br />

retirar carvão nem manter gado. Vejam a genialidade:<br />

não é possível impedir os incêndios, pois basta um fósforo<br />

quando ninguém olha. Mas os benefícios desfrutáveis da<br />

mata queimada podem ser fiscalizados. Ou seja, como não<br />

se pode impedir o ato, retiram-se as motivações. A receita<br />

inteligente está no tripé virtuoso: o convencimento, as<br />

ações que mexem no bolso e as boas leis. Em muitos<br />

casos, as que criam incentivos tendem a ser mais eficazes<br />

do que as proibições, mais difíceis de fiscalizar. O que<br />

cada um desses instrumentos isolados não pode fazer<br />

torna-se possível com uma combinação imaginativa e<br />

robusta dos três.<br />

CASTRO, Claudio de Moura. O Caminho da Sustentabilidade. Revista Veja,<br />

p.24. 19 de setembro de 2012.<br />

QUESTÃO 01<br />

Segundo o autor do texto, iniciativas empreendidas em<br />

prol de um meio ambiente saudável contêm um grave erro.<br />

Indique-o.<br />

A) Não partem da ação educativa por meio dos<br />

discursos.<br />

B) Recebem pouco ou nenhum apoio governamental.<br />

C) Carecem, fundamentalmente, do engajamento e de<br />

ações concretas dos responsáveis pela energia elétrica no<br />

Brasil.<br />

D) Funcionam mal, por meio de ações isoladas.<br />

QUESTÃO 02<br />

É correto afirmar que são indicadores de responsabilidade<br />

das autoridades, em relação ao meio ambiente, EXCETO<br />

A) acreditar que a mudança de mentalidade é capaz de<br />

solucionar o problema dos incêndios.<br />

B) fazer campanhas educativas em prol da sua defesa.<br />

C) criar leis que o protejam.<br />

D) punir aqueles que infrinjam as leis ambientais.<br />

QUESTÃO 03<br />

Em todos os enunciados a seguir, os trechos destacados<br />

são responsáveis por veicular uma postura crítica do autor<br />

em face do que enuncia, EXCETO (as expressões em<br />

análise das afirmativas encontram-se destacadas nos<br />

referentes parágrafos indicados)<br />

A) “Os governantes passam leis com fé ingênua nos seus<br />

efeitos.” (1º par.)<br />

B) “Almas generosas e bem-intencionadas pregam a<br />

defesa do meio ambiente.”(1º par.)<br />

C) “... seja no governo, seja fora dele, muitos tomam<br />

iniciativas para mitigar os desastres. (1º par.)<br />

D) “Economistas só pensam em prêmios e punições<br />

financeiras.” (1º par.)<br />

QUESTÃO 04<br />

Qual dos enunciados a seguir indica que há conivência,<br />

por parte dos cidadãos, com aqueles que agridem o meio<br />

ambiente? (as expressões em análise das afirmativas<br />

encontram-se destacadas nos referentes parágrafos<br />

indicados)<br />

A) “Não funcionam as leis que carecem de poder para<br />

obrigar o seu cumprimento.” (1º par.)<br />

B) “O mal educado que joga lixo na rua sabe que não será<br />

punido, pois, se alguém viu, não vai denunciar.” (1º par.)<br />

C) “Pouco serve [a lei] para mandar fazer o bem ou ajudar<br />

o próximo.” (1º par.)<br />

D) “Sermões entram por um ouvido e saem pelo outro.”<br />

(1º par.)<br />

205


QUESTÃO 05<br />

Levando em conta dados do texto, assinale a alternativa<br />

CORRETA, no que se refere à falta de ações efetivas dos<br />

prefeitos em relação ao meio ambiente.<br />

A) Certos cuidados com o meio ambiente não<br />

caracterizam ações eleitoreiras, que resultam em votos.<br />

B) Certos prefeitos, confiantes na impunidade, não<br />

cumprem as leis.<br />

C) Sem incentivos econômicos, os prefeitos não<br />

acreditam nos malefícios de se jogar esgotos in natura nos<br />

rios.<br />

D) Ingenuamente, os prefeitos tomam medidas erradas<br />

porque desconhecem as leis ambientais.<br />

QUESTÃO 06<br />

Antes de apresentar, no 2º parágrafo, os procedimentos<br />

que, no seu entender, convergiriam em resultados<br />

positivos para o meio ambiente, o autor apresenta, no fim<br />

do parágrafo anterior, ações que, a seu ver:<br />

A) são boas opções que só não funcionam por causa da<br />

falta de cidadania dos indivíduos.<br />

B) são efetivamente estéreis no Brasil.<br />

C) são fruto do excesso de idealismo de alguns indivíduos.<br />

D) pecam pela falta de competência de quem as pratica.<br />

QUESTÃO 07<br />

Segundo o texto, constituem exemplos da “receita<br />

inteligente”, EXCETO (as expressões em análise das<br />

afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />

parágrafos indicados)<br />

A) “É ingênuo querer que as pessoas comprem um carro<br />

elétrico, mais caro e menos prático. É esperar demais do<br />

fervor ecológico.” → Convencimento (2º par.)<br />

B) “Proibir bolsinhas plásticas (...) colou porque foi<br />

precedida de um movimento popular que mostrou os seus<br />

inconvenientes...” → Convencimento (2º par.)<br />

C) “Apelos para que se use menos água têm pouco<br />

impacto. (...) se combinados com leis que estabeleçam<br />

preços para a água (...) podem ter um impacto<br />

fulminante.” → Ações que mexem no bolso (3º par.)<br />

D) “No século XVII, as Ordenações Filipinas prescreviam<br />

que onde a mata foi queimada não se podia caçar, retirar<br />

carvão nem manter gado.” Boas leis → (3º par.)<br />

QUESTÃO 08<br />

No texto, a utilização de expressões coloquiais, como “lei<br />

que não cola” (linha 17), “empurrar com a barriga” (2º<br />

par.)<br />

A) não prejudicaram a argumentação utilizada no texto,<br />

pois tinham um propósito bem definido.<br />

B) prejudicaram a argumentação utilizada no texto, que<br />

deveria ter primado apenas pelo uso do português culto.<br />

C) trouxeram obscuridade as ideias explicitadas no trecho<br />

em que foram usadas.<br />

D) seu uso não surtiu o efeito esperado, apesar de tentar<br />

chamar a atenção do leitor com dois enunciados de<br />

impacto.<br />

QUESTÃO 09<br />

Assinale a única alternativa em que o elemento assinalado<br />

NÃO opera uma coesão por retomada de termo anterior.<br />

A) “O pobre caboclo, perdido na Floresta Amazônica, está<br />

longe da lei que impediria suas aventuras com a<br />

motosserra.” (1º par.)<br />

B) “Bastou uma lei que obrigasse as companhias elétricas<br />

a comprar o excesso de produção.” (3º par.)<br />

C) “Pregar a conservação do meio ambiente, quando pesa<br />

no bolso fazê-lo” (1º par.)<br />

D) “A receita inteligente está no tripé virtuoso: o<br />

convencimento, as ações que mexem no bolso e as boas<br />

leis (...) O que cada um desses instrumentos não pode<br />

fazer torna-se possível com uma combinação imaginativa<br />

e robusta dos três.” (3º par.)<br />

QUESTÃO 10<br />

Quanto à semântica de alguns verbos utilizados no texto,<br />

eles se apresentam em sentido figurado em todas as<br />

passagens do texto, EXCETO<br />

A) “Para o prefeito, é mais conveniente empurrar com a<br />

barriga.” (2º par.)<br />

B) “Proibir bolsinhas plásticas (...) teria sido mais uma lei<br />

que não cola.” (2º par.)<br />

C) “Almas generosas e bem-intencionadas pregam a<br />

defesa do meio ambiente”. (1º par.)<br />

D) “... as ações que mexem no bolso...” (3º par.)<br />

QUESTÃO 11<br />

Assinale a única alternativa em que o pronome relativo<br />

NÃO se refere ao nome destacado.<br />

A) “Nenhum cidadão responsável pode deixar de estar<br />

preocupado com os estragos que sofre o meio ambiente”.<br />

(1º par.)<br />

B) “O pobre caboclo (...) está longe da lei que impediria<br />

suas aventuras com a motosserra.” (1º par.)<br />

C) “Se aparece um extrativismo lucrativo e que não<br />

prejudica o meio ambiente...” (2º par.)<br />

206


D) “Não há altruísmo que convença os prefeitos a não<br />

jogar esgotos in natura nos rios...” (1º par.)<br />

QUESTÃO 12<br />

Assinale a alternativa em que o valor semântico da<br />

conjunção foi identificado incorretamente.<br />

A) “Apelos para que se use menos água têm pouco<br />

impacto...” (3º par.). Finalidade.<br />

B) “Mas colou, porque foi precedida de um movimento<br />

popular...” (2º par.). Explicação.<br />

C) “E, se estivesse ao alcance de pregações, não veria<br />

razões para segui-las.” (1º par.). Condicionalidade.<br />

D) ”... como não se pode impedir o ato, retiram-se as<br />

motivações.” (3º par.). Comparação.<br />

FUVEST 2013<br />

1. São Paulo gigante, torrão adorado<br />

Estou abraçado com meu violão<br />

Feito de pinheiro da mata selvagem<br />

Que enfeita a paisagem lá do meu sertão<br />

Tonico e Tinoco, São Paulo Gigante.<br />

Nos versos da canção dos paulistas Tonico e Tinoco, o<br />

termo “sertão” deve ser compreendido como<br />

a) descritivo da paisagem e da vegetação típicas do sertão<br />

existente na região Nordeste do país.<br />

b) contraposição ao litoral, na concepção dada pelos<br />

caiçaras, que identificam o sertão com a presença dos<br />

pinheiros.<br />

c) analogia à paisagem predominante no Centro-Oeste<br />

brasileiro, tal como foi encontrada pelos bandeirantes no<br />

século XVII.<br />

d) metáfora da cidade-metrópole, referindo-se à aridez do<br />

concreto e das construções.<br />

e) generalização do ambiente rural, independentemente<br />

das características de sua vegetação.<br />

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:<br />

Vivendo e...<br />

Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se<br />

hoje pegasse uma bola de gude conseguisse equilibrá-la<br />

na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar,<br />

quanto mais jogá-la com a 1 precisão que tinha quando era<br />

garoto. (...)<br />

Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com<br />

os polegares para dentro, e assoprando pelo buraquinho,<br />

tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom<br />

conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei mais<br />

que jeito é esse. Eu sabia a 2 fórmula de fazer cola caseira.<br />

Algo envolvendo farinha e água e 3 muita confusão na<br />

cozinha, de onde éramos expulsos sob ameaças. Hoje não<br />

sei mais. A gente começava a contar depois de ver um<br />

relâmpago e 11 o número a que chegasse quando ouvia a<br />

trovoada, multiplicado por outro número, dava a<br />

4 distância exata do relâmpago. Não me lembro mais dos<br />

números. (...)<br />

12<br />

Lembro o orgulho com que consegui, pela primeira vez,<br />

cuspir corretamente pelo espaço adequado entre os dentes<br />

de cima e a ponta da língua de modo que o cuspe ganhasse<br />

distância e pudesse ser mirado. Com prática, conseguia-se<br />

controlar a 5 trajetória elíptica da cusparada com uma<br />

6 mínima margem de erro. Era 7 puro instinto. Hoje o<br />

mesmo feito requereria 8 complicados cálculos de<br />

balística, e eu provavelmente só acertaria a frente da<br />

minha camisa. Outra 9 habilidade perdida.<br />

Na verdade, deve-se revisar aquela antiga frase. É vivendo<br />

e .................... . Não falo daquelas 13 coisas que deixamos<br />

de fazer porque não temos mais as condições físicas e a<br />

coragem de antigamente, como subir em bonde andando –<br />

mesmo porque 14 não há mais bondes andando. Falo da<br />

sabedoria desperdiçada, das 10 artes que nos abandonaram.<br />

Algumas até úteis. Quem nunca desejou ainda ter o cuspe<br />

certeiro de garoto para acertar em algum alvo<br />

contemporâneo, bem no olho, e depois sair correndo? Eu<br />

já.<br />

Luís F. Veríssimo, Comédias para se ler na escola.<br />

2. A palavra que o cronista omite no título, substituindo-a<br />

por reticências, ele a emprega no último parágrafo, na<br />

posição marcada com pontilhado. Tendo em vista o<br />

contexto, conclui-se que se trata da palavra<br />

a) desanimando.<br />

b) crescendo.<br />

c) inventando.<br />

d) brincando.<br />

e) desaprendendo.<br />

3. Considere as seguintes substituições propostas para<br />

diferentes trechos do texto:<br />

I. “o número a que chegasse” (ref. 11) = o número a que<br />

alcançasse.<br />

207


II. “Lembro o orgulho” (ref. 12) = Recordo-me do<br />

orgulho.<br />

III. “coisas que deixamos de fazer” (ref. 13) = coisas que<br />

nos descartamos.<br />

IV. “não há mais bondes” (ref. 14) = não existe mais<br />

bondes.<br />

A correção gramatical está preservada apenas no que foi<br />

proposto em<br />

a) I.<br />

b) II.<br />

c) III.<br />

d) II e IV.<br />

e) I, III e IV.<br />

4. Um dos contrastes entre passado e presente que<br />

caracterizam o desenvolvimento do texto manifesta-se na<br />

oposição entre as seguintes expressões:<br />

a) “precisão” (ref. 1) / “fórmula” (ref. 2).<br />

b) “muita confusão” (ref. 3) / “distância exata” (ref. 4).<br />

c) “trajetória elíptica” (ref. 5) / “mínima margem de erro”<br />

(ref. 6).<br />

d) “puro instinto” (ref. 7) / “complicados cálculos” (ref.<br />

8).<br />

e) “habilidade perdida” (ref. 9) / “artes que nos<br />

abandonaram” (ref. 10).<br />

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:<br />

A essência da teoria democrática é a supressão de<br />

qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou na<br />

crença de que os conflitos e problemas humanos —<br />

econômicos, políticos, ou sociais — são solucionáveis<br />

pela educação, isto é, pela cooperação voluntária,<br />

mobilizada pela opinião pública esclarecida. Está claro<br />

que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos<br />

melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa<br />

científica nos campos das ciências naturais e das<br />

chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a<br />

mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses<br />

conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em<br />

termos que os tornem acessíveis a todos.<br />

Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.<br />

5. De acordo com o texto, a sociedade será democrática<br />

quando<br />

a) sua base for a educação sólida do povo, realizada por<br />

meio da ampla difusão do conhecimento.<br />

b) a parcela do público que detém acesso ao conhecimento<br />

científico e político passar a controlar a opinião pública.<br />

c) a opinião pública se formar com base tanto no respeito<br />

às crenças religiosas de todos quanto no conhecimento<br />

científico.<br />

d) a desigualdade econômica for eliminada, criando-se,<br />

assim, a condição necessária para que o povo seja<br />

livremente educado.<br />

e) a propriedade dos meios de comunicação e difusão do<br />

conhecimento se tornar pública.<br />

6. Dos seguintes comentários linguísticos sobre diferentes<br />

trechos do texto, o único correto é:<br />

a) Os prefixos das palavras “imposição” e “imparcial” têm<br />

o mesmo sentido.<br />

b) As palavras “postulado” e “crença” foram usadas no<br />

texto como sinônimas.<br />

c) A norma-padrão condena o uso de “essa”, no trecho<br />

“essa opinião”, pois, nesse caso, o correto seria usar<br />

“esta”.<br />

d) A vírgula empregada no trecho “e a difusão desses<br />

conhecimentos, a mais completa” indica que, aí, ocorre a<br />

elipse de um verbo.<br />

e) O pronome sublinhado em “que os tornem” tem como<br />

referente o substantivo “termos”.<br />

7. No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do<br />

termo “chamadas” indica que o autor<br />

a) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma<br />

análise crítica da sociedade.<br />

b) considera utópicos os objetivos dessas ciências.<br />

c) prefere a denominação “teoria social” à denominação<br />

“ciências sociais”.<br />

d) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências.<br />

e) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.<br />

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:<br />

V – O samba<br />

À direita do terreiro, adumbra-se* na escuridão um<br />

maciço de construções, ao qual às vezes recortam no azul<br />

do céu os trêmulos vislumbres das labaredas fustigadas<br />

pelo vento.<br />

(...)<br />

É aí o quartel ou quadrado da fazenda, nome que tem um<br />

grande pátio cercado de senzalas, às vezes com alpendrada<br />

corrida em volta, e um ou dois portões que o fecham como<br />

praça d’armas.<br />

208


Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão, que ela<br />

cobriu de brasido e cinzas, dançam os pretos o samba com<br />

um frenesi que toca o delírio. Não se descreve, nem se<br />

imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo<br />

estremece, pula, sacode, gira, bamboleia, como se<br />

quisesse desgrudar-se.<br />

Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam no cangote<br />

das mães, ou se enrolam nas saias das raparigas. Os mais<br />

taludos viram cambalhotas e pincham à guisa de sapos em<br />

roda do terreiro. Um desses corta jaca no espinhaço do pai,<br />

negro fornido, que não sabendo mais como desconjuntarse,<br />

atirou consigo ao chão e começou de rabanar como um<br />

peixe em seco. (...)<br />

José de Alencar, Til.<br />

(*) “adumbra-se” = delineia-se, esboça-se.<br />

8. Na composição do texto, foram usados, reiteradamente,<br />

I. sujeitos pospostos;<br />

II. termos que intensificam a ideia de movimento;<br />

III. verbos no presente histórico.<br />

Está correto o que se indica em<br />

a) I, apenas.<br />

b) II, apenas.<br />

c) III, apenas.<br />

d) I e II, apenas.<br />

e) I, II e III.<br />

9. Para adequar a linguagem ao assunto, o autor lança mão<br />

também de um léxico popular, como atestam todas as<br />

palavras listadas na alternativa<br />

a) saracoteio, brasido, rabanar, senzalas.<br />

b) esperneiam, senzalas, pincham, delírio.<br />

c) saracoteio, rabanar, cangote, pincham.<br />

d) fazenda, rabanar, cinzas, esperneiam.<br />

e) delírio, cambalhotas, cangote, fazenda.<br />

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:<br />

Ata<br />

Acredito que o mau tempo haja concorrido para que os<br />

sabadoyleanos* hoje não estivessem na casa de José<br />

Mindlin, em São Paulo, gozando das delícias do cuscuz<br />

paulista aqui amavelmente prometido. Depois do almoço,<br />

visita aos livros dialogantes, na expressão de Drummond,<br />

não sabemos se no rigoroso sistema de vigilância de Plínio<br />

Doyle, mas de qualquer forma com as gentilezas das<br />

reuniões cariocas. Para o amigo de São Paulo as saudações<br />

afetuosas dos ausentespresentes, que neste instante todos<br />

nos voltamos para o seu palácio, aquele que se iria<br />

desvestir dos ares aristocráticos para receber<br />

camaradescamente os descamisados da Rua Barão de<br />

Jaguaribe.<br />

Guarde, amigo Mindlin, para breve o cuscuz da tradição<br />

bandeirante, que hoje nos conformamos com os biscoitos<br />

à la Plínio Doyle.<br />

Rio, 20-11-1976.<br />

Signatários: Carlos Drummond de Andrade, Gilberto de<br />

Mendonça Teles, Plínio Doyle e outros.<br />

Cartas da biblioteca Guita e José Mindlin. Adaptado.<br />

* “sabadoyleanos”: frequentadores do sabadoyle, nome<br />

dado ao encontro de intelectuais, especialmente<br />

escritores, realizado habitualmente aos sábados, na casa<br />

do bibliófilo Plínio Doyle, situada no Rio de Janeiro.<br />

10. As expressões “ares aristocráticos” e “descamisados”<br />

relacionam-se, respectivamente,<br />

a) aos “sabadoyleanos” e a Plínio Doyle.<br />

b) a José Mindlin e a seus amigos cariocas.<br />

c) a “gentilezas” e a “camaradescamente”.<br />

d) aos signatários do documento e aos amigos de São<br />

Paulo.<br />

e) a “reuniões cariocas” e a “tradição bandeirante”.<br />

11. Da leitura do texto, depreende-se que<br />

a) o anfitrião carioca, embora gentil, é cioso de sua<br />

biblioteca.<br />

b) o anfitrião paulista recebeu com honrarias os amigos<br />

cariocas, que visitaram a sua biblioteca.<br />

c) os cariocas não se sentiram à vontade na casa do<br />

paulista, a qual, na verdade, era uma mansão.<br />

d) os cariocas preferiram ficar no Rio de Janeiro, embora<br />

a recepção em São Paulo fosse convidativa.<br />

e) o fracasso da visita dos cariocas a São Paulo abalou a<br />

amizade dos bibliófilos.<br />

FUVEST 2014<br />

1. Leia o seguinte texto, que faz parte de um anúncio de<br />

um produto alimentício:<br />

EM RESPEITO A SUA NATUREZA, SÓ<br />

TRABALHAMOS COM O MELHOR DA<br />

NATUREZA<br />

Selecionamos só o que a natureza tem de melhor para<br />

levar até a sua casa. Porque faz parte da natureza dos<br />

209


nossos consumidores querer produtos saborosos,<br />

nutritivos e, acima de tudo, confiáveis.<br />

www.destakjornal.com.br, 13/05/2013. Adaptado.<br />

Procurando dar maior expressividade ao texto, seu autor<br />

a) serve-se do procedimento textual da sinonímia.<br />

b) recorre à reiteração de vocábulos homônimos.<br />

c) explora o caráter polissêmico das palavras.<br />

d) mescla as linguagens científica e jornalística.<br />

e) emprega vocábulos iguais na forma, mas de sentidos<br />

contrários.<br />

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:<br />

Leia o texto:<br />

A civilização 2 “pós-moderna” culminou em um progresso<br />

inegável, que não foi percebido antecipadamente, em sua<br />

inteireza. Ao mesmo tempo, sob o 3 “mau uso” da ciência,<br />

da tecnologia e da capacidade de invenção nos precipitou<br />

na miséria moral 1 inexorável. Os que condenam a ciência,<br />

a tecnologia e a invenção criativa por essa miséria<br />

ignoram os desafios que explodiram com o capitalismo<br />

monopolista de sua terceira fase.<br />

Em páginas secas premonitórias, E. Mandel*<br />

apontara tais riscos. O 4 “livre jogo do mercado” (que não<br />

é e nunca foi 5 “livre”) rasgou o ventre das vítimas: milhões<br />

de seres humanos nos países ricos e uma carrada maior de<br />

milhões nos países pobres. O centro acabou fabricando a<br />

sua periferia intrínseca e apossou-se, como não sucedeu<br />

nem sob o regime colonial direto, das outras periferias<br />

externas, que abrangem quase todo o 6 “resto do mundo”.<br />

Florestan Fernandes, Folha de S. Paulo, 27/12/1993.<br />

(*) Ernest Ezra Mandel (1923-1995): economista e<br />

militante político belga.<br />

2. O emprego de aspas em uma dada expressão pode<br />

servir, inclusive, para indicar que ela<br />

I. foi utilizada pelo autor com algum tipo de restrição;<br />

II. pertence ao jargão de uma determinada área do<br />

conhecimento;<br />

III. contém sentido pejorativo, não assumido pelo autor.<br />

Considere as seguintes ocorrências de emprego de aspas<br />

presentes no texto:<br />

A. “pós-moderna” (ref. 2);<br />

B. “mau uso” (ref. 3);<br />

C. “livre jogo do mercado” (ref. 4);<br />

D. “livre” (ref. 5);<br />

E. “resto do mundo” (ref. 6).<br />

As modalidades I, II e III de uso de aspas, elencadas<br />

acima, verificam-se, respectivamente, em<br />

a) A, C e E.<br />

b) B, C e D.<br />

c) C, D e E.<br />

d) A, B e E.<br />

e) B, D e A.<br />

3. No trecho “nos precipitou na miséria moral inexorável”<br />

(ref. 1), a palavra sublinhada pode ser substituída, sem<br />

prejuízo para o sentido do texto, por<br />

a) inelutável.<br />

b) inexequível.<br />

c) inolvidável.<br />

d) inominável.<br />

e) impensável.<br />

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:<br />

Leia o texto:<br />

Ora nesse tempo Jacinto concebera uma ideia...<br />

Este Príncipe concebera a ideia de que o “homem só é<br />

superiormente feliz quando é superiormente civilizado”. E<br />

por homem civilizado o meu camarada entendia aquele<br />

que, robustecendo a sua força pensante com todas as<br />

noções adquiridas desde Aristóteles, e multiplicando a<br />

potência corporal dos seus órgãos com todos os<br />

mecanismos inventados desde Teramenes, criador da<br />

roda, se torna um magnífico Adão, quase onipotente,<br />

quase onisciente, e apto portanto a recolher [...] todos os<br />

gozos e todos os proveitos que resultam de Saber e<br />

Poder... [...]<br />

Este conceito de Jacinto impressionara os nossos<br />

camaradas de cenáculo, que [...] estavam largamente<br />

preparados a acreditar que a felicidade dos indivíduos,<br />

como a das nações, se realiza pelo ilimitado<br />

desenvolvimento da Mecânica e da erudição. Um desses<br />

moços [...] reduzira a teoria de Jacinto [...] a uma forma<br />

algébrica:<br />

Suma ciência <br />

<br />

Suma felicidade<br />

Suma potência<br />

<br />

E durante dias, do Odeon à Sorbona, foi louvada<br />

pela mocidade positiva a Equação Metafísica de Jacinto.<br />

Eça de Queirós, A cidade e as serras.<br />

210


4. O texto refere-se ao período em que, morando em Paris,<br />

Jacinto entusiasmava-se com o progresso técnico e a<br />

acumulação de conhecimentos. Considerada do ponto de<br />

vista dos valores que se consolidam na parte final do<br />

romance, a “forma algébrica” mencionada no texto<br />

passaria a ter, como termo conclusivo, não mais “Suma<br />

felicidade”, mas, sim, Suma<br />

a) simplicidade.<br />

b) abnegação.<br />

c) virtude.<br />

d) despreocupação.<br />

e) servidão.<br />

5. Sobre o elemento estrutural “oni”, que forma as<br />

palavras do texto “onipotente” e “onisciente”, só NÃO é<br />

correto afirmar:<br />

a) Equivale, quanto ao sentido, ao pronome “todos(as)”,<br />

usado de forma reiterada no texto.<br />

b) Possui sentido contraditório em relação ao advérbio<br />

“quase”, antecedente.<br />

c) Trata-se do prefixo “oni”, que tem o mesmo sentido em<br />

ambas as palavras.<br />

d) Entra na formação de outras palavras da língua<br />

portuguesa, como “onipresente” e “onívoro”.<br />

e) Deve ser entendido em sentido próprio, em<br />

“onipotente”, e, em sentido figurado, em “onisciente”.<br />

6. No contexto, a locução “Heis de cair”, na última linha<br />

do texto, exprime:<br />

a) resignação ante um fato presente.<br />

b) suposição de que um fato pode vir a ocorrer.<br />

c) certeza de que uma dada ação irá se realizar.<br />

d) ação intermitente e duradoura.<br />

e) desejo de que algo venha a acontecer.<br />

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:<br />

Leia o texto<br />

Revelação do subúrbio<br />

Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a<br />

[vidraça do carro*,<br />

vendo o subúrbio passar.<br />

O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,<br />

com medo de não repararmos suficientemente<br />

em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.<br />

A noite come o subúrbio e logo o devolve,<br />

ele reage, luta, se esforça,<br />

até que vem o campo onde pela manhã repontam laranjais<br />

e à noite só existe a tristeza do Brasil.<br />

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:<br />

Leia o texto:<br />

CAPÍTULO LXXI<br />

O senão do livro<br />

Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele<br />

me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir<br />

alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa<br />

que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é<br />

enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração<br />

cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior<br />

defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de<br />

envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração<br />

direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o<br />

meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à<br />

esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham,<br />

ameaçam o céu, escorregam e caem...<br />

E caem! — Folhas misérrimas do meu cipreste,<br />

heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se<br />

eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta<br />

é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para<br />

rir, também não deixa olhos para chorar... Heis de cair.<br />

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.<br />

Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.<br />

(*) carro: vagão ferroviário para passageiros.<br />

7. Para a caracterização do subúrbio, o poeta lança mão,<br />

principalmente, da(o)<br />

a) personificação.<br />

b) paradoxo.<br />

c) eufemismo.<br />

d) sinestesia.<br />

e) silepse.<br />

8. Em consonância com uma das linhas temáticas<br />

principais de Sentimento do mundo, o vivo interesse que,<br />

no poema, o eu lírico manifesta pela paisagem<br />

contemplada prende-se, sobretudo, ao fato de o subúrbio<br />

ser<br />

a) bucólico.<br />

b) popular.<br />

c) interiorano.<br />

d) saudosista.<br />

e) familiar.<br />

211


9. Considerados no contexto, dentre os mais de dez verbos<br />

no presente, empregados no poema, exprimem ideia,<br />

respectivamente, de habitualidade e continuidade<br />

a) “gosto” e “repontam”.<br />

b) “condensa” e “esforça”.<br />

c) “vou” e “existe”.<br />

d) “têm” e “devolve”.<br />

QUESTÃO 01<br />

Entre 1808, com a abertura dos portos, e 1850, no auge<br />

da centralização imperial, modificara-se a pacata,<br />

fechada e obsoleta sociedade. O país europeizava-se,<br />

para escândalo de muitos, iniciando um período de<br />

progresso rápido, progresso conscientemente provocado,<br />

sob moldes ingleses. O vestuário, a alimentação, a<br />

mobília mostram, no ingênuo deslumbramento, a<br />

subversão dos hábitos lusos, vagarosamente rompidos<br />

com os valores culturais que a presença europeia<br />

infiltrava, justamente com as mercadorias importadas. O<br />

contato litorâneo das duas culturas, uma dominante já no<br />

período final da segregação colonial, articula-se no<br />

ajustamento das economias. Ao Estado, a realidade mais<br />

ativa da estrutura social, coube o papel de intermediar o<br />

impacto estrangeiro, reduzindo-o à temperatura e à<br />

velocidade nativas.<br />

Raymundo Faoro, Os donos do poder.<br />

e) para designar a convergência de hábitos e costumes<br />

locais em relação à cultura portuguesa.<br />

f) A expressão “para escândalo de muitos” foi utilizada<br />

contextualmente para designar uma ideia que demonstra<br />

um consenso social já aguardado entre os indivíduos,<br />

graças ao progresso rápido do país.<br />

e) “reage” e “luta”.<br />

Simulado de outubr<br />

SIMULADOS DE 2014<br />

A partir das ideias expostas no texto para o leitor, percebese<br />

um raciocínio que, levando-se em consideração a<br />

macroestrutura, desenvolve-se semanticamente por expor<br />

a) Uma contradição quanto ao uso das expressões<br />

“europeizava-se” e “presença europeia” pois a sociedade<br />

brasileira já havia recebido anteriormente a influência da<br />

cultura do colonizador português, obviamente, também<br />

europeu.<br />

b) As palavras “litorâneo” e “temperatura” foram usadas<br />

exclusivamente no sentido denotativo, haja vista o caráter<br />

de investigação social e geográfica que o texto emprega<br />

para explicar fatos da origem econômica brasileira.<br />

c) A enumeração dos vocábulos “pacata”, “fechada” e<br />

“obsoleta” – modificadores do substantivo “sociedade” –<br />

são empregados com o intuito de associar seus sentidos ao<br />

raciocínio de progresso rápido na sequência do texto.<br />

d) As palavras “vestuário”, “alimentação” e “mobília”<br />

foram empregadas contextualmente<br />

nem se arrebenta mais, de tão forte.<br />

Um elástico assim como é a vida<br />

que nunca volta ao ponto de partida.<br />

GILBERTO MENDONÇA TELES<br />

Hora aberta: poemas reunidos. Rio de Janeiro: José Olympio; Brasília: INL,<br />

1986.<br />

QUESTÃO 02<br />

Língua<br />

Ao expor uma mensagem concernente à evolução<br />

linguística, é válido afirmar que.<br />

Esta língua é como um elástico<br />

que espicharam pelo mundo.<br />

No início era tensa,<br />

de tão clássica.<br />

Com o tempo, se foi amaciando,<br />

foi-se tornando romântica,<br />

incorporando os termos nativos<br />

e amolecendo nas folhas de bananeira<br />

as expressões mais sisudas.<br />

Um elástico que já não se pode<br />

mais trocar, de tão usado;<br />

a) Assim como o uso de certos objetos tende a causar<br />

desgaste, a língua também se encontra no mesmo nível.<br />

b) O uso da língua confirma a ideia do senso comum de<br />

substituição de tudo aquilo que se torna obsoleto e<br />

desgastado.<br />

c) O idioma aludido passou por transformações que o<br />

distanciam do seu estágio inicial, comparado ao que<br />

ocorre com a vida.<br />

d) Uma língua que se desgasta com o decorrer do tempo<br />

tende a desaparecer por não se adequar a dinâmica<br />

expressiva de seus falantes.<br />

e) Assim como os objetos tendem a evoluir sua<br />

funcionalidade ao longo do tempo a língua alcança<br />

também um estágio pleno de evolução.<br />

212


QUESTÃO 03<br />

Os infográficos apresentam informações de forma<br />

sintética, utilizando imagens, cores, organização gráfica,<br />

etc. A partir da leitura dos elementos verbais e não verbais<br />

presentes no texto em destaque, é válido afirmar que<br />

ocorre uma inferência legítima de que:<br />

a) Muitas nações não têm cumprido as metas necessárias<br />

de consumo adequado de água.<br />

b) O consumo de água no mundo, além de desigual, pode<br />

superar muito a média apontada como ideal.<br />

c) Países muito desenvolvidos não têm colaborado<br />

economicamente com os que não têm acesso à água.<br />

d) Há uma ameaça iminente de que água no mundo possa<br />

acabar, prejudicando, principalmente, as nações mais<br />

pobres do globo.<br />

e) Os países do globo têm se conscientizado cada vez mais<br />

quanto ao acesso igualitário que todos devem em relação<br />

à água.<br />

QUESTÃO 04<br />

“Dos púlpitos dessa igreja, o padre Antônio Vieira<br />

pronunciara com sua voz de fogo os sermões mais<br />

célebres de sua carreira”, escreveu Jorge Amado,<br />

protestando [contra o projeto de demolição da igreja da<br />

Sé]. Conta Jorge que correu na época [decênio de 1930] a<br />

notícia de que o arcebispo embolsou gorjeta grande para<br />

permitir que a Companhia Linha Circular de Carris da<br />

Bahia abatesse o templo. Não há provas do suborno, é<br />

certo, mas o fato é que o arcebispo, em documento<br />

assinado por ele mesmo, deu a sua “inteira aquiescência”<br />

à obra destrutiva. A irritação anticlerical de Jorge Amado<br />

subiu então ao ponto de ele fazer o elogio dos “índios<br />

patriotas” que, nos primeiros dias coloniais, haviam<br />

realizado uma “experiência culinária” com o bispo<br />

Sardinha. Acrescentando ainda que, naquela década de<br />

1930, baiano já não gostava de bispo nem como alimento.<br />

Antonio Risério, Uma história da cidade da Bahia. Adaptado.<br />

O relato em evidência no texto expõe uma situação<br />

intrigante envolvendo Jorge Amado e uma autoridade<br />

clerical de nome não mencionado. Quanto à questão<br />

exposta no texto, percebe-se como válida a ideia de que o<br />

autor.<br />

a) Utiliza os vocábulos “aquiescência” e “anticlerical”<br />

como forma de demonstrar um uso linguístico condizente<br />

com o registro informal.<br />

b) Valeu-se de um fato histórico ao mencionar o caso do<br />

“bispo Sardinha” como forma de corroborar sua ira quanto<br />

ao arcebispo.<br />

c) Busca expor a reverência legítima de Jorge Amado e de<br />

todos os baianos quanto às autoridades clericais ao longo<br />

da história.<br />

d) Expõe Jorge Amado como defensor dos valores<br />

culturais e do patrimônio histórico do povo baiano assim<br />

como a imagem do arcebispo.<br />

e) Expõe a opinião de Jorge Amado no último período do<br />

texto como forma de relativizar a opinião de todo povo<br />

baiano quanto a bispos.<br />

213


QUESTÃO 05<br />

De acordo com a intencionalidade autoral de marcar um<br />

efeito de humor, foram usados propositadamente os<br />

advérbios de tempo fora do contexto lógico que a situação<br />

de diálogo exigiria. Percebe-se, quanto a isso, que as<br />

respostas dos dois interlocutores foram elaboradas com o<br />

intuito de.<br />

a) Satirizar o personagem que faz o pedido por este ser<br />

inconveniente.<br />

b) Ignorar o pedido feito com o intuito de retardar o<br />

diálogo.<br />

c) Ironizar a figura do personagem que faz as perguntas,<br />

já que não há disponibilidade de tempo evidente para que<br />

o diálogo ocorra.<br />

d) Ridicularizar a situação de diálogo pretendida, uma vez<br />

que inexiste motivo para que este ocorra.<br />

e) Não garantir a interação comunicativa imediata<br />

pretendida por um dos interlocutores.<br />

QUESTÃO 06<br />

TEXTO 1<br />

“O navio<br />

negreiro”<br />

Negras mulheres,<br />

suspendendo às<br />

tetas<br />

Magras crianças,<br />

cujas bocas pretas<br />

Rega o sangue das<br />

mães:<br />

Outras, moças...<br />

mas nuas,<br />

espantadas,<br />

No turbilhão de<br />

espectros<br />

arrastadas,<br />

Em ânsia e mágoa<br />

vãs.<br />

(Castro Alves)<br />

TEXTO 2<br />

“7”<br />

Eu não sou eu<br />

nem sou o outro,<br />

Sou qualquer<br />

coisa de<br />

intermédio:<br />

Pilar da ponte de<br />

tédio<br />

Que vai de mim<br />

para o Outro.<br />

(Mário de Sá-<br />

Carneiro)<br />

TEXTO 3<br />

“Os arredores<br />

florem”<br />

Os arredores<br />

florem:<br />

figos, nervos,<br />

libélulas<br />

a criarem nas<br />

águas<br />

os brevíssimos<br />

movimentos.<br />

(Paulo Roberto Sodré)<br />

É muito comum, na dinâmica de expressividade dos<br />

textos literários – principalmente os poéticos – o uso<br />

recorrente linguagem metafórica que auxilie na<br />

construção de imagens e conceitos esperados. Nesse<br />

sentido, faz-se como legítimo apontar como válido o que<br />

se refere sobre um dos fragmentos acima em.<br />

a) No texto I, “O navio negreiro”, impacta pela narração<br />

imparcial da cena, em que se mostram crianças magras<br />

que mamam sangue das suas mães e também pelo quadro<br />

seguinte no qual outras mulheres se arrastam,<br />

melancólicas, em meio a “fantasmas”.<br />

b) Em II, sobressai a metáfora acerca da constituição da<br />

subjetividade, que envolve o “eu” e o “outro” (o “Outro),<br />

mostrando-se o eu-lírico um intermédio em relação a este,<br />

daí a figura da “ponte”.<br />

c) No fragmento III, Em “Os arredores florem”, destacase<br />

uma imagem paradoxal em relação aos elementos da<br />

natureza apresentados a seguir, servindo estes para<br />

atenuarem a intencionalidade pretendida.<br />

d) No fragmento I, a evocação feita aos “espectros” revela<br />

a visão objetiva da cena construída pelo eu-lírico, a fim de<br />

descrever o contexto acentuado de terror em que se<br />

encontram as mulheres retratadas.<br />

e) No texto II, O sujeito determina uma conceituação<br />

exata para todos os pronomes utilizados, embora ele se<br />

refira distintamente aos pronomes indefinidos “outro” e<br />

“Outros” indicando, portanto, sentidos diferentes.<br />

QUESTÃO 07<br />

Gênesis<br />

Quando ele nasceu foi no sufoco<br />

Tinha uma vaca, um burro e um louco<br />

Que recebeu Seu Sete<br />

Quando ele nasceu foi de teimoso<br />

Com a manha e a baba do tinhoso<br />

Chovia canivete<br />

214


Quando ele nasceu nasceu de birra<br />

Barro ao invés de incenso e mirra<br />

Cordão cortado com gilete<br />

Quando ele nasceu sacaram o berro*<br />

Meteram faca, ergueram ferro<br />

Exu falou: ninguém se mete!<br />

Quando ele nasceu tomaram cana<br />

Um partideiro puxou samba<br />

Oxum falou: esse promete!<br />

ALDIR BLANC<br />

In: FERRAZ, Eucanaã (org.). Veneno antimonotonia.<br />

Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.<br />

* berro – revólver<br />

Uma característica marcante do poema “Gênesis” é a<br />

simetria, que consiste na harmonia de certas combinações<br />

e proporções. Sobre um dos recursos postos em prática<br />

para o fim mencionado, é correto apontar:<br />

a) Recurso rítmico e sonoro próprio do estilo Clássico.<br />

b) O uso de versos livres, dando caráter de modernidade à<br />

elaboração.<br />

c) O uso de metáforas obscuras para retratar as figuras<br />

mencionadas.<br />

d) Repetição de mesma estrutura sintática no início de<br />

cada estrofe.<br />

e) Oposição semântica entre o título e as ideias expostas<br />

ao longo do poema.<br />

QUESTÃO 08<br />

Na elaboração do tipo de texto em evidência, é comum a presença do caráter crítico, fazendo com que os leitores (re)pensem<br />

atitudes, hábitos, pensamentos e convicções. Pode-se dizer que a mensagem do texto acima objetiva expor uma situação em<br />

que.<br />

a) Os homens vão perdendo paulatinamente seu lado<br />

humano.<br />

b) As pessoas demonstram resistência intelectual contra<br />

hábitos de consumo alienantes.<br />

c) Os indivíduos têm se colocado na condição de<br />

produto, num contexto em que deixam de ser apenas<br />

agentes do processo.<br />

d) Conduta e valores humanos são corrompidos por um<br />

sistema capitalista que relega muitos à miséria.<br />

e) Aparece em forma de contraste a riqueza do sistema<br />

capitalista e a pobreza de espírito das pessoas que são<br />

condicionadas pelas normas de consumo.<br />

215


QUESTÃO 09<br />

O parágrafo reproduzido abaixo introduz a crônica intitulada Tragédia concretista, de Luís Martins.<br />

poeta concretista acordou inspirado. Sonhara a noite toda com a namorada. E pensou: lábio, lábia. O lábio em que pensou era<br />

o da namorada, a lábia era a própria. Em todo o caso, na pior das hipóteses, já tinha um bom começo de poema. Todavia,<br />

cada vez mais obcecado pela lembrança daqueles lábios, achou que podia aproveitar a sua lábia e, provisoriamente<br />

desinteressado da poesia pura, resolveu telefonar à criatura amada, na esperança de maiores intimidades e vantagens. Até os<br />

poetas concretistas podem ser homens práticos.<br />

(Luís Martins, Tragédia concretista, em As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007, p. 132.)<br />

O poeta concretista acordou inspirado. Sonhara a noite toda com a namorada. E pensou: lábio, lábia. O lábio em que pensou<br />

era o da namorada, a lábia era a própria. Em todo o caso, na pior das hipóteses, já tinha um bom começo de poema. Todavia,<br />

cada vez mais obcecado pela lembrança daqueles lábios, achou que podia aproveitar a sua lábia e, provisoriamente<br />

desinteressado da poesia pura, resolveu telefonar à criatura amada, na esperança de maiores intimidades e vantagens.<br />

Até os poetas concretistas podem ser homens práticos.<br />

(Luís Martins, Tragédia concretista, em As cem melhores crônicas brasileiras. Rio<br />

de Janeiro: Objetiva, 2007, p. 132.)<br />

A partir da leitura do texto, tendo o uso vocabular como<br />

referência, é correto afirmar que<br />

a) Expressões do tipo “lábia” e “lábio” designam a<br />

modalidade formal do idioma, já que são empregados com<br />

a intenção de legitimar o discurso literário.<br />

b) A expressão “na pior das hipóteses” designa um<br />

contexto de consequência favorável ao eu-lírico em<br />

relação ao fato de a “namorada” certamente satisfazer o<br />

seu desejo amoroso.<br />

c) A expressão “cada vez mais” denota um sentido<br />

temporal específico, na medida em que estipula um limite<br />

da dinamicidade das ações que lhe dizem respeito.<br />

d) O uso do vocábulo “todavia” visa a justificar a ideia de<br />

resignação quanto ao fato de o poeta concretista possuir,<br />

pelo menos, um bom início de poema.<br />

e) O termo “lábio” designa cada parte externa do contorno<br />

da boca, e o seu feminino, “lábia”, está associado, na<br />

linguagem informal, à arte de iludir alguém com<br />

palavreado astucioso.<br />

QUESTÃO 10<br />

A propaganda a seguir explora a expressão idiomática<br />

‘não leve gato por lebre’ para construir a imagem de seu<br />

produto:<br />

NÃO LEVE GATO POR LEBRE<br />

SÓ BOM BRIL É BOM BRIL<br />

Percebe-se que o mercado publicitário se vale de várias<br />

estratégias apara promover o que anuncia. Tendo como<br />

referência, no cotidiano, o reconhecimento de alguns<br />

utensílios domésticos e sua funcionalidade, percebe-se no<br />

texto acima:<br />

a) Substituição entre nomes a fim de facilitar a<br />

assimilação direta sobre o que se anuncia.<br />

b) Inadequação linguística por omitir fatos na leitura que<br />

ajudem na associação do produto mostrado.<br />

c) A falta de relação, por parte do autor, no anúncio,<br />

envolvendo os vocábulos “Bom Bril” e “lebre”.<br />

d) A valorização da imagem do vocábulo “gato” em<br />

detrimento da imagem a que se associa a palavra “lebre”.<br />

e) Antítese envolvendo “Bom Bril e “lebre” e “Bom Bril”<br />

e “gato”, o que valida a estratégia do anúncio.<br />

216


QUESTÃO 11<br />

No gênero textual da tirinha, percebe-se o uso de recursos<br />

linguísticos verbais que, combinados à dinâmica das ações<br />

retratadas pelas imagens, leva o leitor a um entendimento<br />

pretendido pelo produtor. Quanto a isso, é válido dizer<br />

que, na tirinha em destaque, nota-se.<br />

a) Sentido objetivo na expressão “esse tal”.<br />

b) Uso de ironia no uso do vocábulo “belo”.<br />

c) Presença de sujeito elíptico na forma verbal “Dizem”.<br />

d) Uso da variedade padrão em “ter batido as botas”.<br />

e) Conjugação de um verbo regular em “tá”.<br />

QUESTÃO 12<br />

Um músico ambulante toca sua sanfoninha no viaduto<br />

do Chá, em São Paulo.<br />

Chega o “rapa”* e o interrompe:<br />

— Você tem licença?<br />

— Não, senhor.<br />

— Então me acompanhe.<br />

— Sim, senhor. E que música o senhor vai cantar?<br />

*rapa: carro de prefeitura municipal que conduz fiscais e<br />

policiais para apreender mercadorias de vendedores<br />

ambulantes não licenciados. Por extensão, o fiscal ou o<br />

policial do rapa.<br />

Sobre os elementos constitutivos do texto de ordem<br />

sintática e semântica, que fazem com que o texto<br />

produza um efeito de sentido, é pertinente afirmar que:<br />

a) A polissemia do verbo “acompanhar” instaura o<br />

humor da anedota.<br />

b) Há, no texto, a predominância do discurso indireto.<br />

c) O vocábulo “então” poderia ser substituído<br />

devidamente pela conjunção “todavia”.<br />

d) A fala do oficial do rapa é permeada de ironia.<br />

e) Percebe-se, claramente, a presença da metonímia na<br />

parte final do texto.<br />

QUESTÃO 13<br />

217


A tira trata de modo bem-humorado aspectos relativos à<br />

adolescência. Observando a parte verbal e a não verbal no<br />

texto acima, percebe-se, contextualmente, a intenção de se<br />

transmitir uma mensagem que legitime a criação do que<br />

se chama “kit básico de frases para sobreviver”...<br />

a) Por causa das dificuldades que o adolescente tem com<br />

imprevistos e frustrações como em situações que exijam<br />

que ele assuma seus erros, administre as perdas e as<br />

emoções.<br />

b) Para garantir que o jovem possa usufruir de sua fase<br />

com traquinagem, porém com respeito aos valores<br />

estabelecidos que assegurarão que este se torne uma<br />

QUESTÃO 14<br />

“Os turistas que visitam as favelas do Rio se dizem<br />

transformados, capazes de dar valor ao que realmente<br />

importa”, observa a socióloga Bianca Freire-Medeiros,<br />

autora da pesquisa “Para ver os pobres: a construção da<br />

favela carioca como destino turístico”. “Ao mesmo tempo,<br />

as vantagens, os confortos e os benefícios do lar são<br />

reforçados por meio da exposição à diferença e à escassez.<br />

Em um interessante paradoxo, o contato em primeira mão<br />

com aqueles a quem vários bens de consumo ainda são<br />

inacessíveis garante aos turistas seu aperfeiçoamento<br />

como consumidores.”<br />

No geral, o turista é visto como rude, grosseiro, invasivo,<br />

pouco interessado na vida da comunidade, preferindo<br />

visitar o espaço como se visita um zoológico e decidido a<br />

gastar o mínimo e levar o máximo. Conforme relata um<br />

guia, “O turismo na favela é um pouco invasivo, sabe?<br />

Porque você anda naquelas ruelas apertadas e as pessoas<br />

deixam as janelas abertas. E tem turista que não tem<br />

‘desconfiômetro’: mete o carão dentro da casa das<br />

pessoas! Isso é realmente desagradável. Já aconteceu<br />

com outro guia. A moradora estava cozinhando e o fogão<br />

dela era do lado da janelinha; o turista passou, meteu a<br />

mão pela janela e abriu a tampa da panela. Ela ficou uma<br />

fera. Aí bateu na mão dele.”<br />

pessoa de bem.<br />

c) No momento em que as ações dos adolescentes deixam<br />

de possuir a inocência da infância e começam a ser<br />

permeadas de malícia, podendo levá-los a atitudes<br />

desvirtuadas.<br />

d) Com o objetivo de “blindar” todas as atitudes<br />

antissociais dos adolescentes, o que fará com que estes<br />

possam não sofrer punição alguma em situações em que<br />

deveriam ser advertidos.<br />

e) A fim de que as atitudes dos adolescentes possam ter<br />

amparo sócio-educativo, o que fará com que este cresça<br />

orientado pelas regras que o direcionam para o pleno<br />

desenvolvimento cognitivo.<br />

(Adaptado de Carlos Haag, Laje cheia de turista. Como funcionam os tours pelas<br />

favelas cariocas. Pesquisa FAPESP no. 165, 2009, p.90-93.)<br />

Percebe-se, de acordo com o texto, a tentativa de<br />

exposição de um perfil do turista que visita a favela. Sobre<br />

os hábitos e costumes deste turista, a partir do relato e do<br />

testemunho de alguns moradores, é correto dizer que:<br />

a) O que faz com que o turista vá até a favela visitá-la é<br />

uma curiosidade em conhecer o exótico e desfazer todos<br />

os estereótipos que possui sobre o lugar e seus moradores.<br />

b) Ao afirmar que “os turistas se dizem transformados” a<br />

matéria deixa a entender quão negativa é a experiência de<br />

se visitar um lugar que não oferece o conforto esperado.<br />

c) Apesar do contato com indivíduos de classe social<br />

inferior, a experiência não faz com que o turista repense<br />

seus hábitos de consumo, o que é visto como paradoxo.<br />

d) A atitude do turista chamada de “invasiva” demonstra<br />

o respeito mútuo que há entre os visitantes e os moradores<br />

da favela, o que ajuda a entender a transformação positiva<br />

daquele ao ter o contato com a comunidade.<br />

e) O fragmento que diz “preferindo visitar o espaço como<br />

se visita um zoológico” demonstra uma tentativa do turista<br />

em desconstruir um estereótipo que carrega consigo<br />

quanto aos moradores da favela.<br />

QUESTÃO 15<br />

218


Em toda mensagem há a predominância de algum tipo de<br />

finalidade comunicativa. No texto acima, tal fato é posto<br />

em prática com o intuito de promover um(a):<br />

a) Denúncia quanto aos maus tratos que pessoas com<br />

síndrome de Down estejam sofrendo na sociedade.<br />

b) Crítica legítima contra o preconceito e seus efeitos<br />

maléficos na sociedade.<br />

c) Pedido para que as pessoas possam tratar melhor os<br />

indivíduos que se enquadrem no perfil de minorias<br />

d) Trabalho científico que aponte as causa do preconceito<br />

contra portadores da síndrome de Down.<br />

e) Aceitação da diversidade com o pedido de que o<br />

receptor da mensagem possa aderir à campanha.<br />

QUESTÃO 16<br />

A correção da língua é um artificialismo, continuei<br />

episcopalmente. O natural é a incorreção.<br />

Note que a gramática só se atreve a meter o bico quando<br />

escrevemos. Quando falamos, afasta-se para longe, de<br />

orelhas murchas.<br />

Monteiro Lobato, Prefácios e entrevistas.<br />

No texto em destaque, Monteiro Lobato parte da hipótese<br />

de que, se a linguagem coloquial é desprovida de regras e<br />

a linguagem escrita é subordinada às regras da gramática<br />

normativa, “a correção da língua é um artificialismo”.<br />

Este raciocínio demonstra um embate de ordem linguística<br />

na medida em que expõe que...<br />

a) As variedades linguísticas deveriam coexistir.<br />

b) A norma culta possui uma importância superior em<br />

relação às outras normas.<br />

c) A expressividade dos falantes deve ser orientada<br />

unicamente pela fala.<br />

d) Há uma fronteira que separa a funcionalidade da língua<br />

formal e o registro oral.<br />

e) Afirmar que “a correção da língua é um artificialismo”<br />

significa, no contexto, atribuir-lhe valor.<br />

QUESTÃO 17<br />

Nessa propaganda do dicionário Aurélio, a expressão<br />

“bom pra burro” é polissêmica, e remete a uma<br />

representação de dicionário, popularmente conhecido<br />

como “pai dos burros”. Essa representação, fugindo do<br />

contexto em que se encontra, é inadequada, pois as<br />

pessoas que buscam o dicionário para obter conhecimento<br />

sobre as palavras não são falhas de inteligência, ao<br />

contrário, revelam o bom senso e a inteligência de quem<br />

quer analisar as diversas interpretações a que a língua está<br />

sujeita.<br />

Porém, como se trata de uma construção de efeito,<br />

percebe-se que o seu autor buscou elaborar esta produção<br />

com o objetivo de mostrar que<br />

a) Por se valer de uma expressão esdrúxula, o texto em<br />

análise perde legitimidade social, passível de ser<br />

recriminado pelo equívoco.<br />

b) Existe ambiguidade na expressão “pra burro”, pois<br />

pode ser lida com o sentido de intensidade ou para<br />

estabelecer o complemento nominal de “bom”.<br />

c) A parte verbal poderia ser preterida no anúncio, haja<br />

vista a importância maior em se expor o produto a ser<br />

anunciado.<br />

d) Destaca-se na elaboração do anúncio o caráter<br />

referencial e informativo texto, acompanhado do uso da<br />

norma padrão na parte verbal.<br />

e) Percebe-se evidentemente uma tentativa de se legitimar<br />

a metalinguagem na produção do anúncio, em decorrência<br />

do objeto apresentado.<br />

QUESTÃO 18<br />

Leia estas duas estrofes da conhecida canção “Asa-<br />

Branca”, de Luís Gonzaga e Humberto Teixeira.<br />

Quando olhei a terra ardendo<br />

Qual fogueira de São João,<br />

Eu perguntei a Deus do céu, ai<br />

Por que tamanha judiação.<br />

Quando o verde dos teus olhos<br />

se espalhar na plantação,<br />

eu te asseguro, não chores não, viu,<br />

eu voltarei, viu, meu coração.<br />

Observando-se o papel que alguns elementos possuem no<br />

contexto de produção da letra da música em destaque, é<br />

correto afirmar que.<br />

a) A palavra “qual” é um pronome substantivo com o<br />

papel de interrogar algo no contexto em que se insere.<br />

b) Percebe-se, na elaboração da letra, o uso de versos<br />

livres, recurso comum às obras modernistas do período.<br />

c) Por transmitir sentimentos de forma original e concisa,<br />

a letra da música em destaque se aproxima da modalidade<br />

padrão do idioma.<br />

d) O termo “viu” é utilizado com a finalidade de chamar<br />

a atenção do receptor para se certificar que existe contato<br />

entre ambos.<br />

e) A representatividade cultural nordestina presente na<br />

letra da música faz com que haja nesta somente a metáfora<br />

enquanto figura de linguagem.<br />

219


QUESTÃO 19<br />

ser que, alguma vez, as paixões políticas dominassem nele<br />

a ponto de poupar nos uma ou outra correção. (...)<br />

Estendi-lhe a mão direita, depois a esquerda, e<br />

fui recebendo os bolos uns por cima dos outros, até<br />

completar doze, que me deixaram as palmas vermelhas e<br />

inchadas. Acabou, pregou-nos outro sermão. Chamou-nos<br />

sem vergonhas, desaforados, e jurou que, se repetíssemos<br />

o negócio, apanharíamos tal castigo que nos havíamos de<br />

lembrar para todo o sempre.<br />

Machado de Assis. Contos de escola. São Paulo: Cosac & Naify, 2002, p. 13 e<br />

24.<br />

Considerando o texto, extraído de Contos de Escola, e os<br />

diversos temas por ele suscitados, julgue os itens a seguir.<br />

A partir da composição do anúncio, assinale a alternativa<br />

que faz a devida relação de sentido existente entre a<br />

imagem e o trecho “quem é e o que pensa”, que faz parte<br />

da mensagem verbal.<br />

a) Importância cultural do estado de São Paulo para a<br />

construção da identidade do povo brasileiro.<br />

b) Influência da cultura paulista no contexto cosmopolita<br />

em que se encontram seus moradores<br />

c) Singularidade de pensamento e personalidade de cada<br />

morador de São Paulo o qual, provavelmente, expressará<br />

as características positivas da cidade ao ser inquirido<br />

sobre o assunto.<br />

d) Deturpação dos valores locais, que faz com que<br />

apresentem os moradores de São Paulo como seres<br />

estereotipados.<br />

e) Reconhecimento dos hábitos urbanos que distingam o<br />

paulistano dos demais indivíduos do país.<br />

QUESTÃO 20<br />

Na verdade, o mestre fitava-nos. Como era mais<br />

severo para o filho, buscava-o muitas vezes com os olhos,<br />

para trazê-lo mais aperreado. Mas nós também éramos<br />

finos, metemos o nariz no livro, e continuamos a ler.<br />

Afinal, cansou e tomou as folhas do dia, três ou quatro,<br />

que ele lia devagar, mastigando as ideias e as paixões. Não<br />

esqueçam que estávamos então no fim da Regência, e que<br />

era grande a agitação pública. Policarpo tinha, decerto,<br />

algum partido, mas nunca pude averiguar esse ponto. O<br />

pior que ele podia ter, para nós, era a palmatória. E essa lá<br />

estava, pendurada no portal da janela, à direita, com os<br />

seus cinco olhos do diabo.<br />

Era só levantar a mão, despendurá-la e brandi-la,<br />

com a força do costume, que não era pouca. E daí, pode<br />

a) No trecho “Não esqueçam que estávamos então no fim<br />

da Regência”, o narrador dirige-se aos leitores, utilizando<br />

a linguagem em sua função fática, como evidencia o<br />

emprego do modo imperativo no início do período.<br />

b) O narrador menciona a imparcialidade política do<br />

mestre Policarpo ao se manter distante de qualquer<br />

partido.<br />

c) A relação entre a política e o castigo empregado pelo<br />

“mestre” é sublinhada com fina ironia pelo narrador, como<br />

se pode perceber no final do primeiro parágrafo.<br />

d) A palmatória é mostrada como instrumento necessário<br />

para a manutenção da ordem a ser estabelecida no<br />

ambiente de sala.<br />

e) Os contos machadianos são conhecidos pela fuga ao<br />

contexto histórico, como se a ação dos narradores fosse o<br />

único elemento da narrativa deveras significante.<br />

GABARITO<br />

1- A<br />

2- C<br />

3- B<br />

4- B<br />

5- E<br />

6- B<br />

7- D<br />

8- C<br />

9- E<br />

10- A<br />

11- B<br />

12- A<br />

13- A<br />

14- C<br />

15- E<br />

16- D<br />

17- B<br />

18- D<br />

19- C<br />

20- C<br />

220


SIMULADO DE SETEMBRO<br />

Questão 01<br />

Não passa de asneira a recorrente ideia de que a corrupção<br />

é monopólio do governo, e a sociedade, sua vítima. A<br />

corrupção é, em larga medida, resultado de uma sociedade<br />

que não fiscaliza e, pior, em que alguns setores de elite são<br />

coniventes com as mais diferentes modalidades de<br />

mazelas, que vão de sonegar impostos até subornar o<br />

guarda. Estamos inventando até mesmo a fraude com<br />

doutorado.<br />

A Folha divulgou detalhes do mercado da venda de<br />

dissertações de mestrado e de doutorado, por valores altos.<br />

Podem-se encontrar os vendedores abertamente na<br />

internet, todos eles, claro, titulados. Mas a verdade é que,<br />

junto com seus clientes, eles participam de uma fraude.<br />

(Gilberto Dimenstein. Folha Online, 08/11/2005. Adaptado).<br />

A partir da leitura do texto, percebe-se que o autor introduz<br />

sua abordagem crítica expondo uma ideia consensual na<br />

sociedade brasileira que:<br />

a) A ideia de que a responsabilidade pela corrupção deve<br />

ser imputada apenas aos governantes.<br />

b) A responsabilidade pela corrupção é exclusiva dos<br />

órgãos governamentais e todo cidadão comum é apenas<br />

uma vítima passiva.<br />

c) A sociedade como um todo é a principal culpada pela<br />

degeneração de ordem ética que aflige suas ações.<br />

d) Todas as instituições de ensino superior colaboram com<br />

a corrupção ao tolerarem o comércio ilegal de trabalhos<br />

acadêmicos.<br />

e) A falta de fiscalização popular e midiática causam os<br />

transtornos de ordem ética que o país enfrenta.<br />

Questão 02<br />

novo texto de Jaguar AVANTE SELEÇÃO, é válido<br />

afirmar:<br />

a) Há uma tentativa de legitimar a propaganda<br />

governamental quanto à necessidade de alinhar o sucesso<br />

do futebol com o da economia local.<br />

b) Ocorre uma abordagem de ordem literária, para<br />

relacionar arte e conjuntura política.<br />

c) As imagens divergem por completo da mensagem<br />

poética de Drummond, já que se apresenta uma dicotomia<br />

envolvendo alegria e frustração.<br />

d) O texto discute a contradição entre a euforia pela vitória<br />

da seleção de futebol e a realidade política do país em 1970.<br />

e) As feições de pobreza dos personagens, a posição da<br />

bandeira brasileira e as condições sociais dos retratados<br />

buscam questionar o tom otimista dos versos do poeta.<br />

QUESTÃO 03<br />

A resposta de qualquer pai ou mãe, questionado sobre o<br />

que deseja para os filhos, está sempre na ponta da língua:<br />

“Só quero que sejam felizes”. A frase não deixa dúvidas de<br />

que, numa sociedade moderna, livre de muitas das<br />

restrições morais e culturais do passado, a felicidade é vista<br />

como a maior realização de um indivíduo. Até governos<br />

nacionais se viram na obrigação de fazer algo a respeito.<br />

Neste ano, a China e o Reino Unido anunciaram a intenção<br />

de medir o grau de felicidade de seus habitantes. Os<br />

governantes, espera-se, querem o melhor para seu país,<br />

assim como os pais querem o melhor para seus filhos. Mas<br />

a ambição de sempre colocar um sorriso no rosto pode ter<br />

um efeito contrário. A pressão por ser feliz, condição nada<br />

fácil de ser definida, pode acabar reduzindo as chances de<br />

as pessoas viverem bem.<br />

“Quero que meus filhos sejam felizes, mas também<br />

que encontrem um propósito e conquistem seus objetivos”,<br />

diz o americano Martin Seligman, considerado o mestre da<br />

psicologia positiva. Depois de estudar a busca da felicidade<br />

por mais de 20 anos, ele afirma ser tolice elegê-la como a<br />

única ambição na vida. Ex-presidente da Associação<br />

Americana de Psicologia, professor da Universidade da<br />

Pensilvânia, pai de sete filhos e avô pela quarta vez,<br />

Seligman reviu suas teorias e concluiu que é preciso<br />

relativizar a importância das emoções positivas. “Perseguir<br />

apenas a felicidade é enganoso”, diz Seligman a ÉPOCA.<br />

Segundo ele, a felicidade pode tornar a vida um pouco mais<br />

agradável. E só. Em seu lugar, o ser humano deveria buscar<br />

um objetivo mais simples e fácil de ser contemplado: o<br />

bem-estar.<br />

(Letícia Sorg e Juliana Elias, revistaepoca.globo.com, 27.05.2011).<br />

O texto expõe para o leitor, de maneira informativa,<br />

considerações a respeito do grau de felicidade que se<br />

espera das pessoas. Sobre isso, constata-se como legítimo<br />

no texto a ideia de que:<br />

Estabelecendo uma relação entre a linguagem não-verbal e<br />

o fragmento do poema "E agora, José?" de Carlos<br />

Drummond de Andrade, na construção de sentido desse<br />

a) Por poder se concretizar de diferentes maneiras, a busca<br />

pela felicidade pode ser algo ilusório, comprometendo a<br />

qualidade de vida das pessoas.<br />

221


) A preocupação anunciada inicialmente no texto mostrase<br />

legítima, ao longo da leitura, à medida que são<br />

apresentadas as teses dos especialistas citados.<br />

c) É mais fácil de se alcançar a felicidade numa sociedade<br />

moderna, por esta não possuir restrições morais que se<br />

refiram ao seu passado cultural.<br />

d) As bases ideológicas para se alcançar a felicidade se<br />

encontram mais evidentes na sociedade ocidental, haja<br />

vista maior preocupação desta em possuí-la.<br />

e) Encontrar um propósito de vida e alcançar objetivos –<br />

como defende um especialista citado – só se mostram como<br />

verdade válida, se o indivíduo perseguir arduamente a<br />

felicidade.<br />

Questão 04<br />

Cada um dos grupos de manchetes acima reproduzidos, por<br />

ter sido escrito em épocas diferentes, caracteriza-se pelo<br />

uso reiterado de determinados recursos linguísticos.<br />

A partir da análise dos fragmentos em evidência, pode-se<br />

considerar válido afirmar, estilisticamente, que:<br />

a) As manchetes jornalísticas do grupo I costumavam<br />

suprimir vírgulas, enquanto que, na segunda, prioriza-se a<br />

estrutura de voz passiva.<br />

b) Há, em ambos os grupos, uma tentativa de expor<br />

expressões explicativas internas, a fim de referenciarem<br />

contextualmente vocábulos já citados.<br />

c) Enquanto que as mensagens do Grupo I apresentam<br />

inversão de oração, dando destaque à ação, as do Grupo II,<br />

apresentando-se na ordem direta, enfatizam o agente e não<br />

a ação em si.<br />

d) Na última frase de cada grupo, acontece um respeito<br />

gramatical, principalmente, no que tange à regra que se<br />

ocupa do Adjunto Adverbial deslocado.<br />

e) Percebe-se evidentemente que os títulos das matérias de<br />

ambos os grupos se destacam pelo caráter precário de suas<br />

verdades.<br />

QUESTÃO 05<br />

A Linguística moderna tem buscado explicar e<br />

compreender os vários fatos da língua, a fim de demonstrar<br />

a existência de diferentes tipos de variações existentes no<br />

idioma.<br />

Tendo como referências a língua formal e a língua<br />

coloquial, é possível notar:<br />

a) Emprego linguístico convergente com a língua formal.<br />

b) Utilização escorreita dos recursos linguísticos.<br />

c) Falta de adequação à modalidade formal do idioma.<br />

d) Diferentes formas de elaboração linguística.<br />

e) Demonstração de uso de variedades urbanas.<br />

QUESTÃO 06<br />

A crise da Europa é hoje o maior risco para a economia<br />

mundial, disse o secretário do Tesouro dos Estados Unidos<br />

da América, referindo-se à tensão entre os bancos e os<br />

governos endividados. Disse, ainda, que a China e outros<br />

1países emergentes com superávit nas contas têm espaço<br />

5bastante para 2estimular o consumo interno, 3aumentar as<br />

importações e 4compensar a fraca demanda nas economias<br />

desenvolvidas. Para isso, os governos desses países<br />

deveriam deixar suas moedas valorizar-se. Em outras<br />

palavras, o câmbio subvalorizado da China resulta em<br />

valorização real das moedas de outros países emergentes,<br />

torna seus produtos mais caros e diminui seu poder de<br />

competição no comércio internacional.<br />

(Rolf Kuntz. O Estado de São Paulo, 25/9/2011).<br />

Com referência às ideias do texto acima, aos temas a ele<br />

associados e às estruturas nele empregadas, é correto julgar<br />

como verdadeira a seguinte assertiva.<br />

a) Há, no texto, a defesa da ideia de que, somente com o<br />

apoio global, é possível superar momentos adversos na<br />

Economia de um país.<br />

b) No seguinte fragmento “Disse, ainda, que...”, há uma<br />

exemplificação de estrutura coordenada entre as orações.<br />

c) Qualquer esforço governamental na economia é capaz<br />

de alavancar os resultados esperados pelo setor industrial.<br />

d) Os verbos do último período: “resulta”, “torna” e<br />

“diminui” foram gramaticalmente mal empregados, pois<br />

não se respeitou a regra de concordância e regência verbal.<br />

e) No segundo período do texto, as estruturas oracionais<br />

com as formas infinitivas “estimular” (ref. 2), “aumentar”<br />

(ref. 3) e “compensar” (ref. 4) são demonstrações de<br />

emprego de paralelismo sintático.<br />

222


QUESTÃO 07<br />

Observe o texto:<br />

O texto em destaque faz uso de marcas verbais que<br />

legitimam a função conativa ou apelativa da linguagem – a<br />

que busca convencer o receptor a agir de determinada<br />

forma. Levando-se em consideração a intencionalidade<br />

autoral bem como a função social empregada pelo veículo<br />

de comunicação em que foi exposta a matéria, é válido<br />

afirmar, sobre sua elaboração, que:<br />

a) As afirmações existentes apontam uma preocupação<br />

essencial do produtor em noticiar fatos, o que faz com que<br />

prevaleça o caráter informativo.<br />

b) Os subtítulos que introduzem os tópicos tematizados<br />

utilizam o modo imperativo, concedendo ao texto o sentido<br />

de sugestão, conselho e ordem.<br />

c) Ocorre o caráter subjetivo de elaboração, que parte do<br />

princípio de que uma mensagem é, fundamentalmente, o<br />

resultado de seu produtor.<br />

d) As ideias apresentadas obedecem a um princípio de<br />

elaboração centrada na preocupação exclusiva com o<br />

entendimento de sua mensagem por parte do receptor.<br />

e) As informações passadas se baseiam em aspectos<br />

meramente objetivos de elaboração, com o intuito de<br />

demonstrar isenção de juízo de valor, demostrando, assim,<br />

imparcialidade.<br />

QUESTÃO 08<br />

Ceará tenta tirar de Pernambuco o título de “pai” do<br />

forró<br />

Pernambuco e Ceará sempre dividiram o título de<br />

precursor do ritmo que ficou conhecido popularmente<br />

como forró. O pernambucano de Exu, Luiz Gonzaga, e o<br />

cearense de Iguatu, Humberto Teixeira, foram autores de<br />

músicas que descreviam tanto a seca e a fome da região<br />

quanto as belezas do sertão nordestino. O clássico “Asa<br />

branca”, de autoria dos dois, representa bem isso. Agora,<br />

músicos cearenses atribuem esse pioneirismo a outro<br />

artista.<br />

O primeiro registro fonográfico de um forró teria sido<br />

feito por um violeiro. Em outubro de 1937, Xerêm gravou<br />

“Forró na roça”. Apesar de ser cearense, essa foi a única<br />

canção do estilo gravada pelo cantor. Xerêm partiu<br />

adolescente para Minas Gerais, formou dupla caipira e<br />

virou cantor de moda de viola.<br />

O diretor do Memorial Luiz Gonzaga de Recife,<br />

Mauro Alencar, ouviu pela primeira vez a música “Forró<br />

na roça” a pedido da reportagem do iG. Para ele, a canção<br />

só tem “forró” no título. “Isso não é forró nem baião. É<br />

música mineira, lembra o calango, ritmo mineiro dos<br />

‘bão’”, ironiza.<br />

O estilo musical que se convencionou chamar forró<br />

sequer é considerado um gênero por muitos músicos.<br />

Segundo Mauro Alencar, a palavra seria uma corruptela de<br />

uma expressão lusitana: ‘forrobodó’, que quer dizer ‘baile<br />

popular’. O pesquisador explica que o ritmo a que atribuem<br />

o nome de forró é o baião, criado por Luiz Gonzaga e<br />

Humberto Teixeira.<br />

(Daniel Aderaldo, www.ig.com.br. Adaptado).<br />

Os diferentes estilos musicais que existem na MPB<br />

apontam uma diversidade de criação e expressão próprias<br />

do país. Assim a investigação a que se propõe o texto em<br />

destaque abrange a origem de um dos ritmos mais<br />

conhecidos dos brasileiros: o Forró. A partir disso,<br />

percebe-se que, na tentativa de levantar uma polêmica a<br />

respeito da origem de tal estilo, o texto...<br />

a) tece considerações de ordem histórico-cultural<br />

b) expressa a insolubilidade em para a questão apresentada<br />

c) expõe a preocupação dos indivíduos em solucionar a<br />

polêmica levantada<br />

d) cria um contexto de embate social envolvendo dois<br />

estados da federação<br />

e) afasta-se da preocupação elementar de questionar a<br />

qualidade da produção musical<br />

QUESTÃO 09<br />

A charge em evidência – como modalidade textual que<br />

mescla o fator humorístico com a reflexão crítica – é capaz<br />

de demonstrar uma mensagem bem ampla quanto a uma<br />

questão de ordem discriminatória e de denúncia sobre o<br />

papel executado por uma instituição. De acordo com essa<br />

223


ótica e analisando o discurso dos personagens amparado<br />

pela imagem, é válido o que se diz em:<br />

a) Há um exagero nas falas dos personagens, o que as<br />

caracteriza como sensacionalistas.<br />

b) O policial acaba se tornando uma vítima do contexto,<br />

tanto quanto os personagens por ele reprimidos.<br />

c) O contexto das ações demonstra que a justiça é<br />

executada de forma equânime entre as diferentes classes.<br />

d) Os personagens são vítimas de preconceitos de ordem<br />

racial e social e os expressam em suas falas.<br />

e) A ação policial é condicionada por fatores externos que<br />

a direciona para uma exclusão social em que ele se torna o<br />

principal opressor.<br />

QUESTÃO 10<br />

Preste atenção por favor<br />

na história que vou contar<br />

ela explica o que é cordel<br />

grande manifestação popular.<br />

(Paulo Araújo. Internet:


conflito entre dois mundos: o do torturador e o de sua<br />

vítima.<br />

O poder absoluto que o torturador tem de infligir<br />

sofrimento à sua vítima transforma-se em elemento de<br />

controle sobre o seu corpo. No meio da selva amazônica,<br />

espancando um caboclo analfabeto que pedia ajuda divina<br />

para sustar os padecimentos, um torturador resumiria sua<br />

onipotência embutida: “Que Deus que nada, porque Deus<br />

aqui é nós mesmo”. A mente insubmissa torna-se vítima de<br />

sua carcaça, que é, a um só tempo, repasto do sofrimento e<br />

presa do inimigo. A dor destrói o mundo do torturado, ao<br />

mesmo tempo que lhe mostra outro, o do torturador, no<br />

qual não há sofrimento, mas o poder de criá-lo. Quando a<br />

vítima se submete, conclui-se um processo em que a<br />

confissão é um aspecto irrelevante. O preso, na sala de<br />

suplícios, troca seu mundo pelo do torturador.<br />

(Elio Gaspari. A ditadura escancarada. SP: Companhia das Letras, 02)<br />

A abordagem temática do texto contempla uma análise<br />

social e psicológica do ato de tortura. Sobre as<br />

considerações expostas no texto, bem como o<br />

entendimento das ideias apontadas, é válido inferir que:<br />

a) No período “O preso não quer falar, apanha e fala”, não<br />

se estabelece relação de causa e efeito no nível sintático,<br />

nem se depreende tal relação no nível semântico.<br />

b) O texto utiliza exclusivamente expressões linguísticas<br />

que mantêm relação estreita com a modalidade formal do<br />

idioma, já que, por apresentar uma abordagem científica,<br />

vale-se também do registro técnico para isso.<br />

c) No contexto em destaque, envolvendo a imagem do<br />

torturador e do torturado, percebe-se papel equivalente de<br />

ambas as partes, no que se refere ao ato de colher a<br />

confissão espontânea do último.<br />

d) O mundo do torturado pode se encontrar num âmbito<br />

superior ao do torturador, na medida em que obscurece<br />

informações desejáveis que este busca colher diante da dor<br />

infligida àquele.<br />

e) O termo “tortura” designa qualquer ato pelo qual dores<br />

ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais são infligidos<br />

intencionalmente a uma pessoa a fim de que ela ou uma<br />

terceira pessoa forneça informações ou faça confissões.<br />

QUESTÃO 13<br />

O orgulho é a consciência (certa ou errada) do nosso<br />

próprio mérito; a vaidade, a consciência (certa ou errada)<br />

da evidência do nosso próprio mérito para os outros. Um<br />

homem pode ser orgulhoso sem ser vaidoso, pode ser<br />

ambas as coisas, vaidoso e orgulhoso, pode ser — pois tal<br />

é a natureza humana — vaidoso sem ser orgulhoso. É<br />

difícil à primeira vista compreender como podemos ter<br />

consciência da evidência do nosso mérito para os outros,<br />

sem a consciência do nosso próprio mérito. Se a natureza<br />

humana fosse racional, não haveria explicação alguma.<br />

Contudo, o homem vive a princípio uma vida exterior, e<br />

mais tarde uma interior; a noção de efeito precede, na<br />

evolução da mente, a noção de causa interior desse mesmo<br />

efeito. O homem prefere ser exaltado por aquilo que não é,<br />

a ser tido em menor conta por aquilo que é. É a vaidade em<br />

ação.<br />

(Fernando Pessoa, Da literatura europeia)<br />

Sobre as considerações feitas por Fernando Pessoa,<br />

percebe-se, em sua abordagem que:<br />

a) Faz parte da natureza humana esperar um lisonjeio que<br />

agrade mais o aspecto externo, em detrimento da<br />

consciência maior do estado interno.<br />

b) Orgulho e vaidade se encontram no mesmo patamar no<br />

que tange à análise do espírito humano.<br />

c) A consciência como ser falível e imperfeito causa no<br />

espírito humano a caraterística necessária para que este se<br />

afaste dos vícios da vaidade.<br />

d) Essência e aparência encontram-se tematizados no texto<br />

a fim de se expor a impossibilidade de diferenciá-las, já que<br />

o espírito humano mostra-se demasiadamente complexo.<br />

e) A vida interior sobressai a exterior, pois a noção de causa<br />

precede a de efeito, num contexto em que se busca<br />

valorizar mais a essência do que a aparência.<br />

QUESTÃO 14<br />

O "POBREMA" É NOSSO<br />

Segundo Eliana Marquez Fonseca Fernandes,<br />

professora de Língua Portuguesa da Faculdade de Letras da<br />

Universidade Federal de Goiás, em se tratando de<br />

linguagem, não se pode falar em erro ou acerto, mas<br />

desvios à norma padrão. "O importante é estabelecer a<br />

comunicação. Para isso, usamos a língua em vários níveis,<br />

desde o supercuidado ou formal até o não-cuidado ou nãoformal."<br />

"A gramática tradicional diz que, quando se fala<br />

'nóis vai, nóis foi', isso não é português. Mas é sim. Em<br />

outro nível. Estudos mais recentes na área dizem que tais<br />

formas de expressão são corretas. Censurar ou debochar de<br />

quem faz uso delas é discriminação linguística."<br />

Para a professora, o domínio da norma culta não<br />

deve ser<br />

exigido da população de modo geral, principalmente de<br />

pessoas que têm baixo grau de escolaridade. "Quem tem<br />

obrigação de saber o português formal, falar e escrever de<br />

acordo com as regras são os professores, os jornalistas, os<br />

acadêmicos", diz.<br />

(Diário da Manhã, Goiânia, 05.05.04. Adaptado.)<br />

O texto em destaque faz referência, em termos de<br />

abordagem, a uma questão pertencente ao ramo da<br />

sociolinguística – Ciência que estuda a relação entre a<br />

língua e a sociedade. É o estudo descritivo do efeito de<br />

qualquer e todos os aspectos da sociedade, incluindo as<br />

normas culturais, expectativas e contexto, na maneira<br />

como a linguagem é usada, e os efeitos do uso da<br />

linguagem na sociedade.<br />

Sobre a polêmica levantada quanto a esta temática,<br />

percebe-se por parte do autor:<br />

225


a) Indiferença quanto à obrigatoriedade de se pôr em<br />

prática, no âmbito social, o uso da modalidade formal do<br />

idioma.<br />

b) Defesa das variedades ditas informais expressas por<br />

falantes que são alvo de preconceito linguístico.<br />

c) Entendimento que a modalidade formal do idioma deve<br />

estar sempre num patamar acima das demais a fim de se<br />

promover uma revolução educacional.<br />

d) Crítica social quanto à falta de atitude em se promover<br />

como legítima e necessária a modalidade informal do<br />

idioma.<br />

e) Indignação extrema quanto ao fato de não se incentivar<br />

o uso legítimo de variedades incultas no âmbito social.<br />

QUESTÃO 15<br />

Toda charge possui um aspecto de questionamento social,<br />

a fim, de maneira humorística, impactar o leitor,<br />

apresentando-lhe um caráter crítico, capaz de desequilibrálo<br />

intelectualmente a respeito de diferentes tipos de temas.<br />

A partir da visualização da charge acima, constata-se como<br />

mensagem crítica o que se diz em:<br />

a) O texto, ao opor dois modelos de favelas, marca, de<br />

maneira idêntica, a dinâmica de vida dos moradores de um<br />

e outro.<br />

b) As unidades de polícia pacificadora, graças à imposição<br />

do estado pela força, mostra-se como modelo mais<br />

eficiente de segurança.<br />

c) A unidade de pacificação definitiva mostra-se, para o<br />

autor, como modelo utópico de desenvolvimento e paz<br />

social.<br />

d) Só haverá pacificação em favelas e áreas de risco, se as<br />

polícias civil e militar permanecerem nas comunidades.<br />

e) O trabalho policial não é única forma de se combater<br />

efetivamente as causas dos atos de violência na sociedade.<br />

SIMULADO DE AGOSTO<br />

TEXTO I<br />

Um escritor que é lido nunca morre<br />

Estou aqui escrevinhando, e acabo de receber a<br />

tristíssima notícia de que o grande Ariano Suassuna<br />

faleceu no Recife.<br />

Na última sexta-feira, acordei com a notícia da morte<br />

de João Ubaldo Ribeiro. Ele foi um dos autores que me<br />

ensinou a sonhar, e o tanto que ri e me emocionei nos seus<br />

livros… Bem, fica difícil descrever. Aquele tijolo<br />

amarelo, Viva o povo brasileiro, me acompanha para onde<br />

vou, caso eu tenha de ficar mais do que uns meses num<br />

lugar. E, quando uma das minhas grandes amigas foi viver<br />

nos EUA, o que eu dei pra ela levar, como amuleto e<br />

lembrança, foi esse romance do Ubaldo. Gosto de folheálo<br />

a esmo, e sempre saio desses passeios com uma alegria<br />

na alma…. Ainda lembro de ver o Ubaldo, certa manhã,<br />

no seu boteco preferido, jogando conversa fora, de<br />

bermuda e chinelos, e que vontade tive eu de ir lá e darlhe<br />

um abraço ─ mas a timidez me fez atravessar a rua ─<br />

e me mandar logo dali, afastando a mundana tentação de<br />

ficar mirando de longe um dos meus escritores preferidos<br />

tomar uma cerveja com seus amigos.<br />

No sábado, foi a vez de Rubem Alves. Que<br />

delicadeza tão azul eu levava de cada um dos seus poemas<br />

e textos ─ Rubem Alves fará muita falta neste mundo de<br />

agudezas e virulências. Foi duro de aguentar aquela<br />

notícia, ainda mais uma em cima da outra. Então eis que<br />

Ariano Suassuna não deixou por menos e teve um<br />

AVC. Assim não vale, Ariano! Ainda me lembro de<br />

antigas tardes sob o sol invernal, lendo as fabulosas<br />

histórias do Suassuna, sentada no terraço da velha casa<br />

dos meus pais, e pensando na magia que ele tinha no dom<br />

de criar ─ era um lorde, um gênio das palavras, o grande<br />

contador do Brasil.<br />

E tudo isso ─ todas essas tristezas em série ─ me<br />

lembram uma história: muito anos atrás, comprei numa<br />

lojinha no Rio três miniaturas de escritores que eu<br />

admirava: Vinicius de Moraes, Jorge Amado e João<br />

Ubaldo. A miniatura do Vinicius foi a primeira a sumir,<br />

inexplicavelmente. A do Jorge Amado, numa tarde, anos<br />

depois, espatifou-se em mil pedaços no chão por causa de<br />

226


um vento encanado. No dia seguinte a esse acidente veio<br />

a notícia de que Amado tinha morrido. Nunca me esqueci<br />

da estranha coincidência e guardei o boneco do João<br />

Ubaldo com redobrado zelo, bem longe dos meus meninos<br />

sapecas e dos ventos inesperados que costumam varrer<br />

este meu apartamento ─ e o boneco ainda está ali no seu<br />

honroso lugar. Mas João Ubaldo já se foi (e muito bem<br />

acompanhado). Ficarão todos para sempre, eternizados<br />

naquilo que tinham de mais grandioso ─ a palavra.<br />

LETICIA WIERZCHOWSKI é autora de Sal, primeiro<br />

romance nacional publicado pela Intrínseca, e assina uma<br />

coluna aqui no Blog.<br />

Fonte: http://www.intrinseca.com.br/blog/2014/07/um-escritor-que-elido-nunca-morre/<br />

1- Sobre o texto é correto afirmar que:<br />

a) Há uma sensação de pesar perpétuo da articulista, haja<br />

vista a qualidade insubstituível da obra dos autores que<br />

se foram.<br />

b) A perda de alguns dos cânones da literatura brasileira<br />

empobrece o espírito criativo dos demais autores na<br />

medida em que desaparece a referência de produção.<br />

c) A Literatura Brasileira fica mais triste com a perda de<br />

seus grandes autores, pois sua qualidade tende sempre ao<br />

empobrecimento de criação.<br />

d) A infeliz coincidência da perda de grandes nomes da<br />

literatura sobreleva o sentimento da articulista permeado<br />

de saudosismo.<br />

e) Obras de grande valor literário tendem a cair no<br />

ostracismo do gosto popular com a morte de seus autores<br />

ao longo dos anos.<br />

2- Sobre o título e os parágrafos do texto, é correto o que<br />

se diz em:<br />

a) O título do texto demonstra o perecimento absoluto de<br />

grandes autores no que se refere ao imaginário popular.<br />

b) O primeiro parágrafo expressa de maneira clara que,<br />

embora tenha morrido fisicamente, Ariano Suassuna<br />

perpetuar-se-á no gosto literário local por muitos anos.<br />

c) No segundo parágrafo, a menção feita a João Ubaldo<br />

atenua o aspecto argumentativo de pesar sobre a morte<br />

de autores da literatura local.<br />

d) No terceiro parágrafo, a expressão “Assim não vale,<br />

Ariano!” apresenta, indiretamente, maior pesar pela<br />

perda deste do que a de Rubem Alves.<br />

e) No quarto parágrafo, ocorre uma metáfora que se<br />

revela frustrante na tentativa de conservar a existência<br />

dos autores de maneira indeterminada.<br />

3- Um fragmento do texto que é capaz de justificar a<br />

ideia da articulista expressa no título é:<br />

a) “E, quando uma das minhas grandes amigas foi viver<br />

nos EUA, o que eu dei pra ela levar, como amuleto e<br />

lembrança, foi esse romance do Ubaldo.” – 2º parágrafo<br />

b) “Que delicadeza tão azul eu levava de cada um dos<br />

seus poemas e textos...” – 3º parágrafo<br />

c) “Ainda me lembro de antigas tardes sob o sol invernal,<br />

lendo as fabulosas histórias do Suassuna...” – 3º<br />

parágrafo<br />

d) “... muito anos atrás, comprei numa lojinha no Rio<br />

três miniaturas de escritores que eu admirava: Vinicius<br />

de Moraes, Jorge Amado e João Ubaldo.” – 4º parágrafo<br />

e) “Ficarão todos para sempre, eternizados naquilo que<br />

tinham de mais grandioso ─ a palavra.” – 4º parágrafo<br />

4- Marque a alternativa que não apresenta em destaque<br />

no texto um termo de valor apositivo (as alternativas em<br />

análise a seguir encontram-se devidamente destacadas no<br />

texto I).<br />

a) Aquele tijolo amarelo, Viva o povo brasileiro, me<br />

acompanha para onde vou... – 2º parágrafo<br />

b) Então eis que Ariano Suassuna não deixou por menos<br />

e teve um AVC. Assim não vale, Ariano! – 3º parágrafo<br />

c) ...me lembram uma história: muito anos atrás,<br />

comprei numa lojinha no Rio três miniaturas de<br />

escritores que eu admirava – 4º parágrafo<br />

d) muito anos atrás, comprei numa lojinha no Rio três<br />

miniaturas de escritores que eu admirava: Vinicius de<br />

Moraes, Jorge Amado e João Ubaldo. – 4º parágrafo<br />

e) Ficarão todos para sempre, eternizados naquilo que<br />

tinham de mais grandioso ─ a palavra.<br />

TEXTO II<br />

O texto de Carlos Drummond de Andrade a seguir (escrito<br />

no caderno de Esportes do "Jornal do Brasil" em 7 de<br />

julho de 1982) foi providencialmente adaptado (em itálico<br />

e negrito) pela blogueira Kika Castro na sua página da<br />

internet: www.otempo.com.br em 13/07/2014 às 11:30<br />

"Perder, Ganhar, Viver<br />

Vi gente chorando na rua, quando o juiz apitou o<br />

final do jogo perdido; vi homens e mulheres pisando com<br />

ódio os plásticos verde-amarelos que até minutos antes<br />

227


eram sagrados; vi bêbados inconsoláveis que já não<br />

sabiam por que não achavam consolo na bebida; vi<br />

rapazes e moças festejando a derrota para não deixarem de<br />

festejar qualquer coisa, pois seus corações estavam<br />

programados para a alegria; vi o técnico incansável e<br />

teimoso da Seleção xingado de bandido e queimado vivo<br />

sob a aparência de um boneco, enquanto o jogador que<br />

errara muitas vezes ao chutar em gol era declarado o<br />

último dos traidores da pátria; vi a notícia da suicida<br />

do Nepal e dos mortos do coração por motivo do fracasso<br />

esportivo; vi a dor dissolvida em uísque escocês da classe<br />

média alta e o surdo clamor de desespero dos pequeninos,<br />

pela mesma causa; vi o garotão mudar o gênero das<br />

palavras, acusando a mina de pé-fria; vi a decepção<br />

controlada da presidente, que se preparava, como<br />

torcedora número um do país, para viver o seu grande<br />

momento de euforia pessoal e nacional, depois de curtir<br />

tantas desilusões de governo; vi os candidatos do partido<br />

da situação aturdidos por um malogro que lhes roubava<br />

um trunfo poderoso para a campanha eleitoral; vi as<br />

oposições divididas, unificadas na mesma perplexidade<br />

diante da catástrofe que levará talvez o povo a se<br />

desencantar de tudo, inclusive das eleições; vi a aflição<br />

dos produtores e vendedores de bandeirinhas, flâmulas e<br />

símbolos diversos do esperado e exigido título de<br />

campeões do mundo pela sexta vez, e já agora destinados<br />

à ironia do lixo; vi a tristeza dos varredores da limpeza<br />

pública e dos faxineiros de edifícios, removendo os<br />

destroços da esperança; vi tanta coisa, senti tanta coisa nas<br />

almas…<br />

Chego à conclusão de que a derrota, para a qual<br />

nunca estamos preparados, de tanto não a desejarmos nem<br />

a admitirmos previamente, é afinal instrumento de<br />

renovação da vida. Tanto quanto a vitória estabelece o<br />

jogo dialético que constitui o próprio modo de estar no<br />

mundo. Se uma sucessão de derrotas é arrasadora, também<br />

a sucessão constante de vitórias traz consigo o germe de<br />

apodrecimento das vontades, a languidez dos estados pósvoluptuosos,<br />

que inutiliza o indivíduo e a comunidade<br />

atuantes. Perder implica remoção de detritos: começar de<br />

novo.<br />

Certamente, fizemos tudo para ganhar esta<br />

caprichosa Copa do Mundo. Mas será suficiente fazer<br />

tudo, e exigir da sorte um resultado infalível? Não é mais<br />

sensato atribuir ao acaso, ao imponderável, até mesmo ao<br />

absurdo, um poder de transformação das coisas, capaz de<br />

anular os cálculos mais científicos? Se a Seleção jogasse<br />

dentro do Brasil, apenas para pegar o caneco, como<br />

propriedade exclusiva e inalienável do país, que mérito<br />

haveria nisso? Na realidade, nós jogamos aqui pelo gosto<br />

do incerto, do difícil, da fantasia e do risco, e não para<br />

recolher um objeto roubado. A verdade é que<br />

não estamos de mãos vazias porque não ganhamos a<br />

taça. Ganhamos alguma coisa boa e palpável,<br />

conquista da necessidade de renovação. Suplantamos<br />

quatro seleções igualmente ambiciosas e perdemos para a<br />

quinta. A Alemanha não tinha obrigação de perder para o<br />

nosso time, nas condições em que ele está. [Frase<br />

cortada] Paciência, não vamos transformar em desastre<br />

nacional o que foi apenas uma experiência, como tantas<br />

outras, da volubilidade das coisas.<br />

Perdendo, após o emocionalismo das lágrimas,<br />

readquirimos ou adquirimos, na maioria das cabeças, o<br />

senso da moderação, do real contraditório, mas rico de<br />

possibilidades, a verdadeira dimensão da vida. Não somos<br />

invencíveis. Também não somos uns pobres diabos que<br />

jamais atingirão a grandeza, este valor tão relativo, com<br />

tendência a evaporar-se. Eu gostaria de passar a mão na<br />

cabeça de Felipão e de seus jogadores, reservas e reservas<br />

de reservas, como São Victor, o craque não utilizado, e<br />

dizer-lhes, com esse gesto, o que em palavras seria<br />

enfático e meio bobo. Mas o gesto vale por tudo, e bem o<br />

compreendemos em sua doçura solidária. Ora, o Felipão!<br />

Ora, os atletas! Ora, a sorte! A Copa do Mundo<br />

de 2014 acabou para nós, mas o mundo não acabou. Nem<br />

o Brasil, com suas dores e bens. E há um lindo sol lá fora,<br />

o sol de nós todos.<br />

E agora, amigos torcedores, que tal a gente começar<br />

a trabalhar, que o ano já está na segunda metade?"<br />

Fonte: http://kikacastro.com.br/2014/07/13/o-fim-da-copa-do-mundo-a-vida-emcirculos-e-a-cronica-de-drummond/<br />

5- A informação fornecida antes da leitura do texto II faz<br />

com que, em relação às ideias apresentadas, o texto de<br />

Drummond tenha sofrido um aspecto de:<br />

a) Plágio literário, com apropriação distorcida das ideias<br />

de Drummond.<br />

b) Quebra da crítica autoral, com alterações profundas no<br />

aspecto formal.<br />

c) Tom paródico com adaptação contextual e preservação<br />

do caráter crítico.<br />

d) Paráfrase das ideias do autor com mudança<br />

significativa na sua elaboração.<br />

e) Abrandamento do caráter crítico do original em relação<br />

ao texto alterado.<br />

6- Sobre as ideias apresentadas no texto, apesar das<br />

mudanças feitas pela blogueira Kika Castro, percebe-se<br />

como correto o que se afirma em:<br />

a) O texto aponta para o leitor que as desilusões<br />

futebolísticas não merecem ser dimensionadas a ponto de<br />

prejudicar-lhe a vivência cotidiana.<br />

b) Ocorre uma alteração radical das ideias de Drummond<br />

a ponto de sua análise inicial sobre a realidade se tornar<br />

irreconhecível.<br />

c) A reescrita em evidência buscou a preservação da<br />

estrutura textual, porém com uma ruptura das ideias<br />

defendidas por Drummond quando tematiza a respeito do<br />

futebol.<br />

228


d) Tematicamente, há um grande distanciamento entre as<br />

derrotas relacionadas na reescrita do texto, já que cada<br />

uma delas se insere num recorte espaço-temporal<br />

diferente.<br />

e) Há no texto a defesa do ponto de vista que o imaginário<br />

popular pode ser profundamente abalado pelas derrotas<br />

que acontecem durante a copa do mundo.<br />

TEXTO III<br />

Tirei a carteira, escolhi uma nota de cinco mil-réis, – a<br />

menos limpa, – e dei-lha [a Quincas Borba]. Ele recebeuma<br />

com os olhos cintilantes de cobiça. Levantou a nota ao<br />

ar, e agitou-a entusiasmado.<br />

— In hoc signo vinces!* bradou.<br />

E depois beijou-a, com muitos ademanes de ternura, e tão<br />

ruidosa expansão, que me produziu um sentimento misto<br />

de nojo e lástima. Ele, que era arguto, entendeu-me; ficou<br />

sério, grotescamente sério, e pediu-me desculpa da<br />

alegria, dizendo que era alegria de pobre que não via,<br />

desde muitos anos, uma nota de cinco mil-réis.<br />

— Pois está em suas mãos ver outras muitas, disse eu.<br />

— Sim? acudiu ele, dando um bote para mim.<br />

— Trabalhando, concluí eu.<br />

* “In hoc signo vinces!”: citação em latim que significa<br />

“Com este sinal vencerás” (frase que teria aparecido no<br />

céu, junto de uma cruz, ao imperador Constantino, antes<br />

de uma batalha).<br />

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.<br />

7- Tendo em vista a autobiografia de Brás Cubas e as<br />

considerações que, ao longo de suas Memórias<br />

póstumas, ele tece a respeito do tema do trabalho, é<br />

pertinente afirmar que:<br />

a) O conselho de Brás Cubas demonstra preocupação<br />

verídica quanto à situação do seu interlocutor, já que se<br />

constitui como personagem idealizado na trama.<br />

b) A ação demonstra a coerência das ações do<br />

personagem que é destituído de qualquer interesse social.<br />

c) Faz-se uma análise idealizada do trabalho como forma<br />

honrosa de se livrar da degradação moral que o estado de<br />

pobreza transmite no ser humano.<br />

d) A atitude executada por Brás Cubas demonstra o típico<br />

herói da literatura, por demonstrar benevolência e<br />

compaixão quanto à situação de terceiros.<br />

e) Utiliza o conselho dado a Quincas Borba como<br />

conveniência para se livrar deste na situação, já que o<br />

próprio protagonista nunca recorreu a tal prática de<br />

sobrevivência.<br />

Leia estes trechos, a fim de responder à questão 8 que<br />

segue:<br />

TRECHO 1<br />

Ouvimos o ferrolho da porta que dava para o corredor<br />

interno; era a mãe que abria Eu, uma vez que digo tudo,<br />

digo aqui que não tive tempo de soltar as mãos da minha<br />

amiga...<br />

MACHADO DE ASSIS, J. M. Dom Casmurro. São<br />

Paulo: Globo. 1997. p. 67.<br />

TRECHO 2<br />

Fomos jantar com a minha velha. Já lhe podia chamar<br />

assim, posto que os seus cabelos brancos não o fossem<br />

todos nem totalmente; e o rosto estivesse<br />

comparativamente fresco...<br />

MACHADO DE ASSIS. J. M. Dom Casmurro, São Paulo: Globo, 1997. p.165.<br />

8- Pode-se dizer que os elementos de coesão em destaque<br />

nos dois fragmentos expressam respectivamente ideias<br />

de:<br />

a) Explicação e Causa<br />

b) Causa e Concessão<br />

c) Causa e Explicação<br />

d) Conformidade e Condição<br />

e) Explicação e Proporção<br />

Leia o trecho a seguir, a fim de responder à questão 9<br />

que segue:<br />

O emplasto<br />

Um dia de manhã, estando a passear na chácara,<br />

3 pendurou-se-me uma ideia no trapézio que eu tinha no<br />

cérebro.<br />

Uma vez pendurada, entrou a bracejar, a pernear, a<br />

fazer as mais 1 arrojadas cambalhotas. Eu deixei-me estar<br />

a contemplá-la. Súbito, deu um grande salto, estendeu os<br />

braços e as pernas, 4 até tomar a forma de um X: deciframe<br />

ou devoro-te.<br />

Essa ideia era nada menos que a invenção de um<br />

medicamento sublime, um emplasto anti-hipocondríaco,<br />

destinado a aliviar a nossa melancólica humanidade.<br />

6 Na petição de privilégio que então redigi, chamei a<br />

atenção do governo para esse resultado, verdadeiramente<br />

cristão. Todavia, não neguei aos amigos as vantagens<br />

pecuniárias que deviam resultar da distribuição de um<br />

produto de tamanhos e tão profundos efeitos. Agora,<br />

porém, que estou cá do outro lado da vida, posso<br />

confessar 7 tudo: o que me influiu principalmente foi o<br />

gosto de 9<br />

ver impressas nos jornais, mostradores,<br />

folhetos, esquinas e, enfim, nas caixinhas do remédio,<br />

8<br />

estas três palavras: Emplasto Brás Cubas. Para que<br />

negá-lo? Eu tinha a paixão do arruído, do cartaz, do<br />

foguete de lágrimas. Talvez os 11 modestos me arguam esse<br />

defeito; fio, porém, que esse talento me 10 hão de<br />

reconhecer os 12 hábeis. Assim, 5 a minha ideia trazia duas<br />

faces, como as medalhas, uma virada para o público,<br />

outra para mim. De um lado, filantropia e lucro; de outro,<br />

2 sede de nomeada. Digamos: — amor da glória.<br />

Um tio meu, cônego de prebenda inteira, costumava<br />

dizer que o amor da glória temporal era a perdição das<br />

almas, que só devem cobiçar a glória eterna. 13 Ao que<br />

229


etorquia outro tio, oficial de um dos antigos terços de<br />

infantaria, que o amor da glória era a coisa mais<br />

verdadeiramente humana que há no homem e,<br />

consequentemente, a sua mais genuína feição.<br />

Decida o leitor entre o militar e o cônego; eu volto<br />

ao emplasto.<br />

Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Obra completa, v. I. Rio<br />

de Janeiro: Nova Aguilar, 1992, p. 514-5 (com adaptações).<br />

9- Com relação ao texto acima, à obra Memórias<br />

Póstumas de Brás Cubas e a aspectos por eles suscitados,<br />

julgue os itens subsequentes.<br />

a) O compromisso do narrador com a verdade dos fatos,<br />

honestidade decorrente da vida além-túmulo, e o seu<br />

interesse pela ciência e pela filosofia aproximam a<br />

narrativa de Memórias Póstumas de Brás Cubas da forma<br />

de narrar do Naturalismo, ou seja, da descrição objetiva da<br />

realidade.<br />

b) O termo “tudo” (ref. 7) especifica e resume as ideias<br />

evocadas na estrutura após o sinal de dois-pontos.<br />

c) O termo “estas três palavras” (ref. 8) é complemento<br />

direto de “ver” (ref. 9) e sintetiza o termo coordenado que<br />

antecede essa expressão.<br />

d) As “arrojadas cambalhotas” (ref. 1) da ideia inventiva<br />

de Brás Cubas relacionam-se à forma como Machado de<br />

Assis compôs esse romance, no qual o narrador intercala<br />

a narrativa de suas memórias com divagações acerca de<br />

temas diversos, o que produz constante vaivém na<br />

condução do enredo.<br />

e) Em “hão de reconhecer” (ref. 10), o verbo auxiliar<br />

denota tempo futuro e de obrigatoriedade de ação, o que<br />

ratifica, no nível estrutural, a oposição postulada pelo<br />

autor entre “modestos” (ref. 11) e “hábeis” (ref. 12).<br />

a) O texto em destaque é desprovido de qualquer caráter<br />

crítico em relação à realidade a que se refere.<br />

b) A tirinha em destaque se preocupa fundamentalmente<br />

com o caráter ideológico e social do papel da mídia<br />

televisiva.<br />

c) Causa o humor no texto a troca de sentido feita pela<br />

personagem Mafalda quanto à polissemia concernente ao<br />

vocábulo “veículo”.<br />

d) O uso do vocábulo “cultura” é convergente com a ideia<br />

transmitida pelas onomatopeias “BANG” e “AUGH” do<br />

segundo quadrinho.<br />

e) O texto em evidência é uma clara demonstração de<br />

defesa dos valores televisivos no que se refere a seu papel<br />

como instituição social.<br />

GABARITO<br />

1- D<br />

2- E<br />

3- E<br />

4- B<br />

5- C<br />

6- A<br />

7- E<br />

8- B<br />

9- D<br />

10- C<br />

10- Examine a tirinha a seguir e assinale a alternativa<br />

pertinente quanto à sua interpretação.<br />

230


QUESTÃO 1<br />

Nelson Rodrigues<br />

SIMIULADO DE JULHO<br />

Complexo de vira-latas<br />

Eis a verdade, amigos: — desde 50 que o nosso futebol<br />

tem pudor de acreditar em si mesmo. A derrota frente aos<br />

uruguaios, na última batalha, ainda faz sofrer, na cara e<br />

na alma, qualquer brasileiro. Foi uma humilhação<br />

nacional que nada, absolutamente nada, pode curar.<br />

Dizem que tudo passa, mas eu vos digo: menos a dor-decotovelo<br />

que nos ficou dos 2 x 1. E custa crer que um<br />

escore tão pequeno possa causar uma dor tão grande. O<br />

tempo passou em vão sobre a derrota. Dir-se-ia que foi<br />

ontem, e não há oito anos, que, aos berros, Obdulio<br />

arrancou, de nós, o título. Eu disse “arrancou” como<br />

poderia dizer: “extraiu” de nós o título como se fosse um<br />

dente.<br />

(...)<br />

A pura, a santa verdade é a seguinte: — qualquer jogador<br />

brasileiro, quando se desamarra de suas inibições e se<br />

põe em estado de graça, é algo de único em matéria de<br />

fantasia, de improvisação, de invenção. Em suma:<br />

— temos dons em excesso. E só uma coisa nos atrapalha<br />

e, por vezes, invalida as nossas qualidades. Quero aludir<br />

ao que eu poderia chamar de “com plexo de vira-latas”.<br />

Estou a imaginar o espanto do leitor: — “O que vem a<br />

ser isso?” Eu explico.<br />

Por “complexo de vira-latas” entendo eu a inferioridade<br />

em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face<br />

do resto do mundo. Isto em todos os setores e, sobretudo,<br />

no futebol. Dizer que nós nos julgamos “os maiores” é<br />

uma cínica inverdade. Em Wembley, por que perdemos?<br />

Por que, diante do quadro inglês, louro e sardento, a<br />

equipe brasileira ganiu de humildade. Jamais foi tão<br />

evidente e, eu diria mesmo, espetacular o nosso viralatismo.<br />

Na já citada vergonha de 50, éramos superiores<br />

aos adversários. Além disso, levávamos a vantagem do<br />

empate. Pois bem: — e perdemos da maneira mais<br />

abjeta. Por um motivo muito simples: — porque Obdulio<br />

nos tratou a pontapés, como se vira-latas fôssemos.<br />

Eu vos digo: — o problema do escrete não é mais de<br />

futebol, nem de técnica, nem de tática. Absolutamente. É<br />

um problema de fé em si mesmo.<br />

O brasileiro precisa se convencer de que não é um viralatas<br />

e que tem futebol para dar e vender, lá na Suécia.<br />

(Texto editado na revista Manchete esportiva, a 31 de<br />

maio de 1958, e republicado em À sombra das chuteiras<br />

imortais - crônicas de futebol – organização de Ruy<br />

Castro para a Cia. das Letras, São Paulo, 1993 – . Tratase<br />

da última crônica antes da estreia do Brasil na Copa de<br />

1958, que, como se sabe, foi a primeira vencida pela<br />

Seleção brasileira.)<br />

Nelson Falcão Rodrigues foi um jornalista e escritor<br />

brasileiro, tido como o mais influente dramaturgo do<br />

Brasil. Nascido no Recife, Pernambuco, mudou-se em<br />

1916 para a cidade do Rio de Janeiro. Em 1962, começou<br />

a escrever crônicas esportivas, deixando transparecer toda<br />

a sua paixão por futebol.<br />

Sobre o trecho da crônica em destaque acima, é correto<br />

dizer.<br />

a) Demonstra principalmente seu ufanismo ao abordar as<br />

qualidades dos brasileiros.<br />

b) Aponta a derrota na copa de 1950 como fator<br />

psicológico insuperável, o que prejudica as ações do povo<br />

brasileiro em todos os setores.<br />

c) Considera as derrotas no futebol como causas de todos<br />

os fracassos brasileiros nas demais áreas, especialmente<br />

na política.<br />

d) Toma uma desilusão no futebol como referência<br />

argumentativa para se queixar do pessimismo que afeta a<br />

autoestima do brasileiro, sobretudo no futebol.<br />

e) Vê os estrangeiros como grandes culpados por<br />

estigmatizarem o povo brasileiro como “vira-lata”, em<br />

contraposição às incontestáveis vitórias do Brasil no<br />

futebol.<br />

QUESTÃO 2<br />

PRA FRENTE BRASIL<br />

Miguel Gustavo<br />

Noventa milhões em ação<br />

Pra frente Brasil, no meu coração<br />

Todos juntos, vamos pra frente Brasil<br />

Salve a seleção!!!<br />

De repente é aquela corrente pra frente, parece que todo<br />

o Brasil deu a mão!<br />

Todos ligados na mesma emoção, tudo é um só coração!<br />

Todos juntos vamos pra frente Brasil!<br />

Salve a seleção!<br />

Todos juntos vamos pra frente Brasil!<br />

Salve a seleção!<br />

Somos milhões em ação<br />

Pra frente Brasil, no meu coração<br />

Todos juntos, vamos pra frente Brasil<br />

Salve a seleção!!!<br />

De repente é aquela corrente pra frente, parece que todo<br />

o Brasil deu a mão!<br />

Todos ligados na mesma emoção, tudo é um só coração!<br />

Todos juntos vamos pra frente Brasil, Brasil!<br />

Salve a seleção!<br />

Todos juntos vamos pra frente Brasil, Brasil!<br />

231


Salve a seleção!<br />

Salve a seleção!<br />

Link: http://www.vagalume.com.br/os-incriveis/pra-frentebrasil.html#ixzz33Kv0Foae<br />

“Pra frente Brasil” foi uma canção composta por Miguel<br />

Gustavo para inspirar a seleção brasileira na Copa do<br />

Mundo de 1970. Foi cantada pelo país na<br />

euforia ufanista gerada pela primeira transmissão ao vivo<br />

de uma Copa, e tornou-se hino desta edição para os<br />

brasileiros.<br />

A partir da leitura da letra acima e do reconhecimento<br />

desta como “testemunha” de um fato histórico brasileiro,<br />

é legítimo afirmar sobre sua importância que...<br />

a) Busca fundamentalmente engrandecer a figura da<br />

seleção brasileira, a fim de motivar os atletas e os<br />

torcedores para a copa do mundo.<br />

b) Engrandece a imagem da seleção brasileira como único<br />

elemento capaz de proporcionar alegria e satisfação ao<br />

povo.<br />

c) Serve como elemento de elevação da autoestima do<br />

povo brasileiro, afetado por diversas crises econômicas e<br />

instabilidade política.<br />

d) Representa mais um episódio de frustração quanto ao<br />

desempenho do país, tanto no campo esportivo como<br />

político.<br />

e) Extrapola o aspecto esportivo, servindo também de<br />

motivação política por parte dos setores dirigentes<br />

brasileiros da época, que se apropriaram da imagem<br />

vitoriosa da seleção brasileira.<br />

QUESTÃO 3<br />

Sobre os recursos verbais e não-verbais utilizados na<br />

charge acima para construir seu aspecto crítico, é correto<br />

dizer que há<br />

b) Uso de polissemia quanto à imagem do “dinheiro” e do<br />

vocábulo “laranjas” em relação aos personagens.<br />

c) Uma demonstração didática e positiva quanto à<br />

administração pública.<br />

d) Ausência de “camaradagem” entre os colegas, graças<br />

ao sentido obscuro por parte do uso das palavras.<br />

e) Discurso desprovido de interpretação que indigne o<br />

leitor, graças à certeza de impunidade que motiva os<br />

personagens.<br />

QUESTÃO 4<br />

Alexandre Garcia: 'Brasil vence um triste campeonato: o do<br />

crime'<br />

Edição do dia 26/06/2014<br />

São 150 carros roubados por dia em São Paulo. É um número<br />

assustador, um carro a cada 10 minutos. Não bastasse o<br />

trânsito complicado, o motorista tem que ficar alerta com para<br />

não ser a próxima vítima.<br />

Isso é insegurança, não é sensação. A sensação é o Brasil estar<br />

vencendo um triste campeonato mundial: o do crime. Porque<br />

também temos por dia, em média, mais de 150 homicídios. E,<br />

como vimos, às vezes há roubo de carro com homicídio, e por<br />

motivo fútil, apenas porque voltou e olhou para o bandido. A<br />

vida e a propriedade carecem da proteção, que é um dever<br />

do Estado. A Constituição diz que segurança pública é um<br />

dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. E a gente<br />

sente que esses são direitos humanos absolutos desrespeitados<br />

no Brasil: vida e propriedade.<br />

Nós ouvimos o secretário de Segurança tentar justificar que<br />

não é só São Paulo; que o Brasil é assim. Outras autoridades<br />

vão além: alegam que o mundo é assim. Pois não é. Basta<br />

comparar números da ONU. E o que fazer, já que a<br />

responsabilidade também é de todos?<br />

Como a gente pode se defender se as autoridades nos ensinam<br />

a não nos defendermos? E, com isso, encorajam os bandidos,<br />

que vão confiantes de não enfrentar reação.<br />

Os brasileiros estão indo, cada vez mais, para os Estados<br />

Unidos. E descobrem que por lá a polícia aparece de repente,<br />

parece que estava invisível e se materializa por mágica<br />

quando acontece alguma coisa. É a presença na rua. Aqui, em<br />

acontecimentos internacionais, somos capazes de dar<br />

segurança aos eventos. Por que não segurança todos os dias e<br />

noites a todos os cidadãos que pagam impostos e têm o poder<br />

do voto?<br />

Fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/06/alexandre-garcia-brasil-venceum-triste-campeonato-o-do-crime.html<br />

a) Sentido literal em relação às marcas linguísticas<br />

utilizadas.<br />

232


A partir da leitura feita, assinale a alternativa em que se<br />

apresenta como incorreta a afirmação a respeito de um<br />

dos vocábulos que se encontram em destaque ao longo do<br />

texto.<br />

a) O vocábulo “sensação” apresenta no contexto sentido<br />

equivalente ao do vocábulo “insegurança”.<br />

b) O uso da palavra “campeonato” alude indiretamente à<br />

copa do mundo, representada no final do texto como<br />

“acontecimentos internacionais”, a fim de realçar a crítica<br />

num âmbito em que também o Brasil se destaca.<br />

c) Ao fazer uso da palavra “propriedade”, o autor se<br />

refere aos pertences e bens dos contribuintes sujeitos a<br />

furtos e assaltos.<br />

d) O sentido da palavra “todos” abrange um aspecto geral<br />

de cidadania que inclui, neste contexto, a responsabilidade<br />

do leitor.<br />

e) A utilização da palavra “presença” se refere<br />

contextualmente a um exemplo de bom trabalho da<br />

instituição policial que o autor espera ver no país.<br />

QUESTÃO 5<br />

TENHO PENA DOS ASTRÔNOMOS.<br />

Eles podem ver os objetos de sua afeição –<br />

estrelas, galáxias, quasares – apenas remotamente: na<br />

forma de imagens e telas de computador ou como ondas<br />

luminosas projetadas de espectrógrafos antipáticos.<br />

Mas, muitos de nós, que estudam planetas e<br />

asteroides, podem acariciar blocos de nossos amados<br />

corpos celestes e induzi-los a revelar seus mais íntimos<br />

segredos. Quando eu era aluno de graduação em<br />

astronomia, passei muitas noites geladas observando por<br />

telescópios aglomerados de estrelas e nebulosas e posso<br />

garantir que tocar um fragmento de asteroide é mais<br />

gratificante emocionalmente: eles oferecem uma conexão<br />

tangível com o que, de outra forma, pareceria distante e<br />

abstrato.<br />

Os fragmentos de asteroides que mais me<br />

fascinam são os condritos. Esses meteoritos, que<br />

compõem mais de 80% dos que se precipitam do espaço,<br />

derivam seu nome dos côndrulos que praticamente todos<br />

contêm - minúsculas esferas de material fundido, muitas<br />

vezes menores do que um grão de arroz. (...) Quando<br />

examinamos finas fatias de condritos sob um microscópio,<br />

ficamos sensibilizados da mesma maneira como quando<br />

contemplamos pinturas de Wassily Kandinsky e outros<br />

artistas abstratos.<br />

(Alan E. Rubin*, Segredos dos meteoritos primitivos.<br />

Scientific American Brasil. março 2013, p. 49.)<br />

* Alan E. Rubin é geofísico e leciona na Universidade da<br />

Califórnia.<br />

Esse trecho, que introduz um artigo científico sobre<br />

meteoritos primitivos, apresenta um estilo pouco usual<br />

nessa espécie de texto em algumas partes. Partindo desta<br />

observação, assinale a alternativa que apresente um<br />

fragmento que foge do uso da modalidade formal da<br />

língua.<br />

a) Eles podem ver os objetos de sua afeição – estrelas,<br />

galáxias, quasares – apenas remotamente...<br />

b) ...na forma de imagens e telas de computador ou como<br />

ondas luminosas...<br />

c) Mas, muitos de nós (...) podem acariciar blocos de<br />

nossos amados corpos celestes...<br />

d) ...eles oferecem uma conexão tangível com o que, de<br />

outra forma, pareceria distante e abstrato.<br />

e) Esses meteoritos, que compõem mais de 80% dos que<br />

se precipitam do espaço, derivam seu nome dos<br />

côndrulos...<br />

QUESTÃO 6<br />

Na mídia em geral, nos discursos, em mensagens<br />

publicitárias, na fala de diferentes atores sociais, enfim,<br />

nos diversos contextos em que a comunicação se faz<br />

presente, deparamo-nos repetidas vezes com a palavra<br />

cidadania. Esse largo uso, porém, não torna seu<br />

significado evidente. Ao contrário, o fato de admitir vários<br />

empregos deprecia seu valor conceitual, isto é, sua<br />

capacidade de nos fazer compreender certa ordem de<br />

eventos. Assim, pode-se dizer que, contemporaneamente,<br />

a palavra cidadania atende bastante bem a um dos usos<br />

possíveis da linguagem, a comunicação, mas caminha em<br />

sentido inverso quando se trata da cognição, do uso<br />

cognitivo da linguagem. Por que, então, a palavra<br />

cidadania é constantemente evocada, se o seu significado<br />

é tão pouco esclarecido?<br />

Maria Alice Rezende de Carvalho, Cidadania e direitos.<br />

Uma estratégia argumentativa por parte de alguns<br />

produtores é fazer uso de um tipo de questionamento que<br />

não pode ser respondido ou que o leitor é condicionado a<br />

respondê-lo mecânica e evidentemente. Trata-se,<br />

portanto, da “pergunta retórica”.<br />

Pode-se afirmar que a autora do texto acima fez uso de tal<br />

modalidade de produção presente no último período.<br />

Sobre isso, é correto inferir que a justificativa mais<br />

plausível para o recurso adotado, pelas ideias apresentadas<br />

ao longo do texto, é:<br />

a) A palavra cidadania é constantemente evocada por se<br />

tratar de assunto amplamente discutido, mas, muitas<br />

vezes, de forma banal, sem a preocupação com o seu<br />

verdadeiro significado.<br />

b) A mídia tem se tornado um instrumento de deturpação<br />

da verdade, o que degenera o real significado da palavra.<br />

c) Não há por parte dos debatedores embasamento<br />

intelectual suficiente para se chegar ao sentido fidedigno<br />

da palavra.<br />

d) A ordem dos eventos não pode ser compreendida<br />

graças ao fato de existir um conceito único sobre a<br />

palavra.<br />

e) Pelo fato de que, nos diversos contextos em que a<br />

comunicação se faz presente, deparamo-nos repetidas<br />

vezes com a palavra cidadania.<br />

233


QUESTÃO 7<br />

Define-se geometricamente a razão áurea do seguinte<br />

modo: O ponto C da figura abaixo divide o segmento AB<br />

na razão áurea quando os valores AC/AB e CB/AC são<br />

iguais. Esse valor comum é chamado “razão áurea”.<br />

A razão áurea, também denominada proporção áurea,<br />

número de ouro ou divina proporção, conquistou a<br />

imaginação popular e é tema de vários livros e artigos. Em<br />

geral, suas propriedades matemáticas estão corretamente<br />

enunciadas, mas muitas afirmações feitas sobre ela na<br />

arte, na arquitetura, na literatura e na estética são falsas ou<br />

equivocadas. Infelizmente, essas afirmações sobre a razão<br />

áurea foram amplamente divulgadas e adquiriram status<br />

de senso comum. Mesmo livros de geometria utilizados<br />

no ensino médio trazem conceitos incorretos sobre ela.<br />

Trecho traduzido e adaptado do artigo de G. Markowsky, Misconceptions about<br />

the golden ratio,<br />

The College Mathematics Journal, 23, 1, january, 1992, pp. 2-19.<br />

Sobre o trecho acima, assinale a alternativa que, para um<br />

fragmento do texto, apresenta uma tentativa de reescrita<br />

equivocada por apresentar alteração no seu aspecto<br />

semântico.<br />

a) A razão áurea, também denominada proporção áurea,<br />

número de ouro ou divina proporção, conquistou a<br />

imaginação popular... / A imaginação popular foi<br />

conquistada pela razão áurea, também conhecida como<br />

proporção áurea, número de ouro ou divina proporção.<br />

b) (...) mas muitas afirmações feitas sobre ela na arte na<br />

arquitetura, na literatura e na estética são falsas ou<br />

equivocadas. / (...) embora muitas afirmações feitas sobre<br />

ela na arte, na arquitetura, na literatura e na estética<br />

sejam falsas e equivocadas.<br />

c) Define-se geometricamente a razão áurea do seguinte<br />

modo... / A razão áurea é geometricamente definida do<br />

seguinte modo...<br />

d) Mesmo livros de geometria utilizados no ensino médio<br />

trazem conceitos incorretos sobre ela. / Inclusive livros de<br />

geometria utilizados no ensino médio apresentam<br />

definições incorretas sobre ela.<br />

e) Infelizmente, essas afirmações sobre a razão áurea<br />

foram amplamente divulgadas... / Infelizmente,<br />

divulgaram-se amplamente essas afirmações sobre a<br />

razão áurea...<br />

QUESTÃO 8<br />

Ditadura / Democracia<br />

A diferença entre uma democracia e um país totalitário é<br />

que numa democracia todo mundo reclama, ninguém vive<br />

satisfeito. Mas se você perguntar a qualquer cidadão de<br />

uma ditadura o que acha do seu país, ele responde sem<br />

hesitação: “Não posso me queixar”.<br />

Millôr Fernandes, Millôr definitivo: a bíblia do caos.<br />

A comparação intencionada pelo autor do texto cria um<br />

efeito humorístico e irônico ao se estruturar por meio de<br />

uma estratégia que fora elaborada, tendo como base:<br />

a) Uma crítica que se refere à generalização feita com a<br />

expressão “todo mundo”.<br />

b) A maneira direta e explícita como as falas e opiniões<br />

são colocadas.<br />

c) As diferenças e igualdades que são expostas<br />

envolvendo países totalitários e democráticos.<br />

d) A oposição criada entre os dois lados mencionados,<br />

especialmente pela utilização de expressões indefinidas<br />

como “todo mundo” e “qualquer cidadão”.<br />

e) O uso do último período do texto que transmite, de<br />

forma ambígua, uma mensagem que deixa em aberto a<br />

opinião de um dos ouvidos.<br />

QUESTÃO 9<br />

De um lado, a loucura existe em relação à razão ou, pelo menos,<br />

em relação aos “outros” que, em sua generalidade anônima,<br />

encarregam-se de representá-la e atribuir-lhe valor de exigência;<br />

por outro lado, ela existe para a razão, na medida em que surge<br />

ao olhar de uma consciência ideal que a percebe como diferença<br />

em relação aos outros. A loucura tem uma dupla maneira de<br />

postar-se diante da razão: ela está ao mesmo tempo do outro lado<br />

e sob seu olhar. Do outro lado: a loucura é diferença imediata,<br />

negatividade pura, aquilo que se denuncia como não-ser, numa<br />

evidência irrecusável; é uma ausência total de razão, que logo se<br />

percebe como tal, sobre o fundo das estruturas do razoável. Sob<br />

o olhar da razão: 1 a loucura é individualidade singular cujas<br />

características próprias, a conduta, a linguagem, os gestos,<br />

distinguem-se uma a uma daquilo que se pode encontrar no nãolouco;<br />

em sua particularidade ela se desdobra para uma razão<br />

que não é termo de referência mas princípio de julgamento; a<br />

loucura é então considerada em suas estruturas do racional.<br />

FOUCAULT, Michel. História da Loucura na Idade Clássica. Tradução: José<br />

Teixeira Coelho Netto. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1972. p.203.<br />

O entendimento textual é atingido pela concatenação de<br />

alguns vocábulos em relação a outros, sendo que o sentido<br />

é alcançado pela harmonia que as palavras, assim,<br />

estabelecem num papel de referência ou recorrência,<br />

conhecida como Coesão. Sobre os elementos coesivos em<br />

destaque que ajudam a compor o texto acima, é correto o<br />

que se afirma em:<br />

a) O pronome oblíquo “lhe”, por representar o vocábulo<br />

“loucura”, poderia ser substituído por “la”, mantendo a<br />

correção gramatical.<br />

234


) O pronome “ela”, por recorrência textual, diz respeito<br />

à palavra “exigência”.<br />

c) A palavra “que” é uma conjunção integrante que inicia<br />

uma oração substantiva.<br />

d) O pronome relativo “cujas” está inserido num contexto<br />

com o propósito de substituir os vocábulos “loucura” e<br />

“individualidades”.<br />

e) O referente do pronome “se” é loucura e o do pronome<br />

seu, “razão”.<br />

QUESTÃO 10<br />

A intervenção urbana acima reproduzida foi criada pelo<br />

Coletivo Transverso, um grupo envolvido com arte urbana<br />

e poesia, que afixou cartazes como esses em muros de uma<br />

grande cidade.<br />

Sobre o cartaz em destaque, na imagem, pode-se afirmar<br />

como equivocado o que se diz em:<br />

a) O cartaz produzido pelo “Coletivo Transverso” toma<br />

como referência um conhecido provérbio popular a fim de<br />

se criar o efeito pretendido.<br />

b) Uma conclusão crítica do que se lê é que muita<br />

segurança, muitas vezes, leva a vida a uma rotina que pode<br />

ser tediosa e, consequentemente, pouco criativa.<br />

c) Sabendo da intertextualidade com o conhecido dito<br />

popular, pode-se acrescentar mais agilidade à<br />

compreensão da mensagem.<br />

d) A mensagem do cartaz prescinde de um caráter crítico<br />

em relação ao meio em que se encontra.<br />

e) O cartaz do grupo “Coletivo Transverso” critica a<br />

segurança, comparando-a com o comodismo, com a falta<br />

de imaginação e o tédio.<br />

XVII, passou-se a criticar, condenar e massacrar<br />

qualquer coisa que fosse considerada irracional.” em:<br />

a) O Iluminismo endossou a fé na razão. Durante a<br />

segunda metade do século XVII, criaram-se críticas,<br />

porém não condenaram massacres a qualquer coisa que<br />

fosse considerada irracional.<br />

b) O Iluminismo endossou a fé na razão. Durante a<br />

segunda metade do século XVII, começou-se a criticar<br />

condenações e massacres a qualquer coisa que fosse<br />

considerada irracional.<br />

c) O Iluminismo endossou a fé na razão. Durante a<br />

segunda metade do século XVII, efetuaram-se críticas,<br />

condenações e massacres a qualquer coisa que fosse<br />

considerada irracional.<br />

d) O Iluminismo endossou a fé na razão. Durante a<br />

segunda metade do século XVII, iniciou-se um processo<br />

de críticas, além de condenar e massacrar qualquer coisa<br />

que fosse considerada irracional.<br />

e) O Iluminismo endossou a fé na razão. Durante a<br />

segunda metade do século XVII, existiram críticas que<br />

começaram a condenar massacres a qualquer coisa que<br />

fosse considerada irracional.<br />

QUESTÃO 12<br />

TEXTO I<br />

Entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de pessoas saíram da<br />

condição de pobreza absoluta (rendimento médio<br />

domiciliar per capita até meio salário mínimo mensal),<br />

permitindo que a taxa nacional dessa categoria de pobreza<br />

caísse 33,6%, passando de 43,4% para 28,8%.<br />

No caso da taxa de pobreza extrema (rendimento médio<br />

domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo<br />

mensal), observa-se um contingente de 13,1 milhões de<br />

brasileiros a superar essa condição, o que possibilitou<br />

reduzir em 49,8% a taxa nacional dessa categoria de<br />

pobreza, de 20,9%, em 1995, para 10,5%, em 2008.<br />

(Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil,<br />

Comunicados do IPEA, 13/07/2010, p. 3.)<br />

TEXTO II<br />

QUESTÃO 11<br />

Leia os seguintes conceitos:<br />

1- PARALELISMO: consiste em uma sequência de<br />

expressões com estrutura idêntica.<br />

2- PARALELISMO SINTÁTICO: ocorre paralelismo<br />

sintático quando a estrutura de termos coordenados entre<br />

si é idêntica.<br />

Partindo das duas definições empregadas acima, pode-se<br />

dizer que houve reescrita que tenha respeitado o sentido<br />

original do seguinte fragmento “O Iluminismo endossou<br />

a fé na razão. Durante a segunda metade do século<br />

235


Percebe-se que, entre os dois textos acima, tomando os<br />

termos “miséria” e “pobreza” e a situação social da<br />

camada mais carente da população brasileira como<br />

temática, ocorre uma relação de explicação seguida de<br />

uma exemplificação de caráter crítico. Assim, o ambiente<br />

degradante em que vivem os dois personagens da tirinha<br />

sugere que as diferenças entre o pobre e o miserável...<br />

a) são tão insignificantes que se tornam imperceptíveis no<br />

cotidiano dessas pessoas.<br />

b) são visivelmente ultrapassadas haja vista o ambiente<br />

favorável em que os personagens se encontram<br />

c) podem ser superadas pelo empenho do poder do Estado,<br />

com obras de saneamento aludidas no texto II.<br />

d) seriam combatidas se as pessoas que padecem delas<br />

estivessem mais empenhadas em transformar o meio em<br />

que se encontram.<br />

e) são reflexo de uma economia incapaz de prover as<br />

melhorias sociais para as camadas mais carentes.<br />

QUESTÃO 13<br />

Se alguma dúvida paira ainda, depois dos últimos<br />

acontecimentos, sobre o caráter e a natureza do Mercosul,<br />

a Copa Libertadores da América está aí para ajudar a<br />

dissipá-la. Mercosul e Copa Libertadores são duas<br />

instituições da América Latina. Atuam em ambientes<br />

diversos, cada qual com os próprios personagens e os<br />

próprios instrumentos, mas se unem na essência. Uma<br />

espelha e explica a outra.<br />

Os locutores chamam de "espírito da<br />

Libertadores" o conjunto de eventos que caracterizam o<br />

torneio. Eles dividem os times entre os que têm e os que<br />

não têm "espírito da Libertadores". Classificam as<br />

partidas mais tomadas pelo afã sanguinário dos<br />

contendores como "típicas da Libertadores". E se animam<br />

com isso. Os jogadores se estraçalham em campo, a<br />

plateia ulula, e os locutores entoam: “É o es-pí-ri-to da Liber-tado-<br />

res!!!". O Mercosul é uma instituição de livrecomércio<br />

que permite a seus membros impedir o livre<br />

comércio entre si por meio de medidas protecionistas.<br />

Quando as medidas protecionistas não bastam, inventamse<br />

papéis necessários à circulação das mercadorias e<br />

bloqueia-se a passagem dos caminhões nas fronteiras. "É<br />

o es-pí-ri-to do Mer-co-sul!!!", comemoraria o locutor, se<br />

locutor houvesse como há no futebol.<br />

Roberto P. de Toledo, Veja, 11/07/2012.<br />

No texto anterior, percebe-se que o autor faz uma<br />

comparação entre o espírito que norteia os participantes<br />

da Copa Libertadores e os da instituição de livre-comércio<br />

Mercosul: O primeiro expressa as emoções da competição<br />

“como se tratasse de uma luta entre guerreiros em campo<br />

de batalha” e o segundo, a defesa de interesses de<br />

circulação de mercadorias que beneficiam apenas um dos<br />

parceiros do grupo. Assim, em ambos os casos, pode-se<br />

dizer que o autor buscou criar um contexto de:<br />

a) ratificação do pensamento que defende sobre o modo<br />

como se estabelece a disputa futebolística e os negócios<br />

no mercado financeiro.<br />

b) oposição entre os exemplos como forma de estabelecer<br />

quão distantes se encontram no âmbito de disputa em que<br />

cada um se insere.<br />

c) contradição sobre o espírito da conjunção de interesses<br />

mútuos que deveria ser a base de entendimento dos grupos<br />

ou partes envolvidas.<br />

d) diferenciação entre os exemplos, a fim de demonstrar<br />

que a rivalidade esportiva não compromete os negócios no<br />

campo econômico.<br />

e) exclusão, já que o princípio que norteia o primeiro não<br />

é posto em prática no segundo, pois, caso assim o fosse,<br />

prejudicaria o contexto harmonioso entre os países.<br />

QUESTÃO 14<br />

Tempo: cada vez mais acelerado<br />

Pressa. Ansiedade. E a sensação de que nunca é possível<br />

fazer tudo — além da certeza de que sua vida está<br />

passando rápido demais. Essas são as principais<br />

consequências de vivermos num mundo em que para tudo<br />

vale a regra do “quanto mais rápido, melhor”. “Para nós,<br />

ocidentais, o tempo é linear e nunca volta. Por isso<br />

queremos ter a sensação de que estamos tirando o máximo<br />

dele. E a única solução que encontramos é acelerá-lo”,<br />

afirma Carl Honoré. “É um equívoco. A resposta a esse<br />

dilema é qualidade, não quantidade.”<br />

Para James Gleick, Carl está lutando uma batalha<br />

invencível. “A aceleração é uma escolha que fizemos.<br />

Somos como crianças descendo uma ladeira de skate.<br />

Gostamos da brincadeira, queremos mais velocidade”,<br />

diz. O problema é que nem tudo ao nosso redor consegue<br />

atender à demanda. Os carros podem estar mais rápidos,<br />

mas as viagens demoram cada vez mais por culpa dos<br />

congestionamentos. Semáforos vermelhos continuam<br />

testando nossa paciência, obrigando-nos a frear a cada<br />

quarteirão. Mais sorte têm os pedestres, que podem<br />

apertar o botão que aciona o sinal verde — uma ótima<br />

opção para despejar a ansiedade, mas com efeito muitas<br />

vezes nulo. Em Nova York, esses sistemas estão<br />

desligados desde a década de 1980. Mesmo assim,<br />

milhares de pessoas o utilizam diariamente.<br />

É um exemplo do que especialistas chamam de “botões de<br />

aceleração”. Na teoria, deixam as coisas mais rápidas. Na<br />

prática, servem para ser apertados e só. Confesse: que<br />

raios fazemos com os dois segundos, no máximo, que<br />

economizamos ao acionar aquelas teclas que fecham a<br />

porta do elevador? E quem disse que apertá-las, duas,<br />

quatro, dez vezes, vai melhorar a eficiência?<br />

Elevadores, aliás, são ícones da pressa em tempos velozes.<br />

Os primeiros modelos se moviam a vinte centímetros por<br />

236


segundo. Hoje, o mais veloz sobe doze metros por<br />

segundo. E, mesmo acelerando, estão entre os maiores<br />

focos de impaciência. Engenheiros são obrigados a<br />

desenvolver sistemas para conter nossa irritação, como<br />

luzes ou alarmes cuja única função é aplacar a ansiedade<br />

da espera. Até onde isso vai?<br />

SÉRGIO GWERCMAN<br />

Adaptado de .<br />

O artigo de opinião em destaque transmite uma crítica<br />

quanto a um problema de ordem social, causador de<br />

impaciência, inquietude e irritação. Dentro dessa linha, a<br />

mensagem que o autor quer expressar para o leitor é a de<br />

que...<br />

a) Os avanços tecnológicos, especialmente a sofisticação<br />

dos meios de transporte, têm conseguido conter a<br />

impaciência das pessoas.<br />

b) As pessoas não estão conseguindo conter sua ansiedade<br />

em acelerar o tempo, o que tem gerado efeitos maléficos<br />

em sua rotina.<br />

c) Os únicos indivíduos que conseguem ter qualidade de<br />

vida por estrem imunes à pressa são os pedestres que<br />

“podem apertar o botão que aciona o sinal verde”.<br />

d) Se não fossem pelo que é chamado “botões de<br />

aceleração”, a vida das pessoas seria cada vez mais<br />

corrida, gerando impaciência e irritação.<br />

e) Impaciência e irritação são consequências maléficas<br />

que a sociedade tem encontrado ao não ser capaz de<br />

aprimorar os objetos que podem abreviar seu esforço e<br />

trabalho, como elevadores, carros e semáforos.<br />

QUESTÃO 15<br />

Reproduzimos abaixo a chamada de capa e a notícia<br />

publicadas em um jornal brasileiro que apresenta um<br />

estilo mais informal.<br />

Governo quer fazer a galera pendurar a chuteira mais<br />

tarde<br />

Duro de parar Como a vovozada vive até mais tarde, a<br />

intenção, agora, é criar regra para aumentar a idade<br />

mínima exigida para a aposentadoria; objetivo é impedir<br />

que o INSS quebre de vez Página 12<br />

Descanso mais longe<br />

O brasileiro tá vivendo cada vez mais – o que é<br />

bom. Só que quanto mais ele vive, mais a situação do<br />

INSS se complica, e mais o governo trata de dificultar a<br />

aposentadoria do pessoal pelo teto (o valor integral que a<br />

pessoa teria direito de receber quando pendura as<br />

chuteiras) – o que não é tão bom.<br />

A última novidade que já tá em discussão lá em<br />

Brasília é botar pra funcionar a regra 85/95, que diz que<br />

só se aposenta ganhando o teto quem somar 85 anos entre<br />

idade e tempo de contribuição (se for mulher) e 95 anos<br />

(se for homem).<br />

Ou seja, uma mulher de 60 anos só levaria a<br />

grana toda se tivesse trampado registrada por 25 anos<br />

(60+25=85) e um homem da mesma idade, se tivesse<br />

contribuído por 35 (60+35=95).<br />

Quem quiser se aposentar antes, pode – só que<br />

vai receber menos do que teria direito com a conta<br />

fechada.<br />

(notícia JÁ, Campinas, 30/06/2012, p.1 e 12.)<br />

A linguagem coloquial, informal ou popular é uma<br />

linguagem utilizada no cotidiano em que não se exige a<br />

atenção total da gramática, de modo que haja mais fluidez<br />

na comunicação oral. Usam-se muitas gírias e palavras<br />

que, na linguagem formal, não estão registradas ou têm<br />

outro significado. Apesar disso, alguns tipos de textos<br />

jornalísticos fazem uso desse tipo de modalidade, como<br />

ocorre com o que está acima. Foge ao registro coloquial<br />

no texto o que se diz em:<br />

a) O brasileiro tá vivendo cada vez mais – o que é bom.<br />

b) (...) e mais o governo trata de dificultar a aposentadoria<br />

do pessoal pelo teto...<br />

c) A última novidade que já tá em discussão lá em<br />

Brasília...<br />

d) Ou seja, uma mulher de 60 anos só levaria a grana toda<br />

se tivesse trampado registrada por 25 anos (60+25=85)<br />

e) Quem quiser se aposentar antes, pode – só que vai<br />

receber menos do que teria direito com a conta fechada.<br />

237


QUESTÃO 16<br />

Ao focalizar as lutas dos excluídos ao longo da História,<br />

os quadrinhos contrapõem, com ironia, a realidade dessas<br />

lutas do presente com as bandeiras levantadas em épocas<br />

em:<br />

a) Os slogans de antes exigiam direitos civis e cidadania<br />

para todos, propunham uma organização social mais justa<br />

e igualitária em que os direitos básicos dos cidadãos<br />

fossem respeitados.<br />

passadas. Comparando os slogans antigos e os atuais e<br />

analisando os valores a eles implícitos, considera-se como<br />

equivocada a afirmação feita<br />

b) As exigências das reivindicações pretéritas tinham<br />

caráter social e coletivo e desejavam o bem-estar de todas<br />

as pessoas.<br />

c) Os slogans do século XX são propagados pela mídia e<br />

seus apelos que conclamam as pessoas a se voltarem para<br />

o consumo de bens materiais.<br />

238


d) Embora os avanços históricos estejam sempre em<br />

constante mudança, o caráter das reivindicações é sempre<br />

algo legítimo, independentemente do contexto social.<br />

e) O texto expressa crítica aos valores mercantilistas da<br />

sociedade contemporânea, contraste entre os valores e<br />

ideais do passado e os do presente e predomínio de<br />

interesses individuais em detrimento dos coletivos.<br />

QUESTÃO 17<br />

Este texto foi extraído de um conto de Monteiro Lobato,<br />

cujo personagem principal enlouquece, quando vê seu<br />

cafezal inteiramente destruído pela geada.<br />

E a geada veio! Não geadinha mansa de todos os<br />

anos, mas calamitosa, geada cíclica, trazida em ondas do<br />

Sul.<br />

O sol da tarde, mortiço, dera uma luz sem<br />

luminosidade, e raios sem calor nenhum. Sol boreal,<br />

tiritante. E a noite caíra sem preâmbulos.<br />

Deitei-me cedo, batendo o queixo, e na cama,<br />

apesar de enleado em dois cobertores, permaneci<br />

entanguido uma boa hora antes que ferrasse no sono.<br />

Acordou-me o sino da fazenda, pela madrugada.<br />

Sentindo-me enregelado, com os pés a doerem, ergui-me<br />

para um exercício violento. Fui para o terreiro.<br />

O relento estava de cortar as carnes – mas que<br />

maravilhoso espetáculo! Brancuras por toda a parte. Chão,<br />

d) subjetiva amparada pelo uso de comparações ou<br />

expressões metafóricas como “vestir-se dum<br />

esplendoroso véu de noiva”.<br />

e) De todos os fatores de composição que constroem o<br />

entendimento textual, destaca-se o caráter argumentativo<br />

como o narrador-personagem aborda o problema.<br />

f) O que prevalece no texto como fator de elaboração são<br />

as antíteses criadas pelo autor como em “Não geadinha<br />

mansa de todos os anos, mas calamitosa”.<br />

árvores, gramados e pastos eram, de ponta a ponta, um só<br />

atoalhado branco. As árvores imóveis, inteiriçadas de frio,<br />

pareciam emersas dum banho de cal. Rebrilhos de gelo<br />

pelo chão. Águas envidradas. As roupas dos varais, tesas,<br />

como endurecidas em goma forte. As palhas do terreiro,<br />

os sabugos de ao pé do cocho, a telha dos muros, o topo<br />

dos moirões, a vara das cercas, o rebordo das tábuas – tudo<br />

polvilhado de brancuras, lactescente, como chovido por<br />

um suco de farinha. Maravilhoso quadro! Invariável que é<br />

a nossa paisagem, sempre nos mansos tons do ano inteiro,<br />

encantava sobremodo vê-la súbito mudar, vestir-se dum<br />

esplendoroso véu de noiva – noiva da morte, ai!...<br />

Monteiro Lobato, O drama da geada, in Negrinha. São Paulo: Brasiliense, 1951.<br />

Levando em consideração as diferentes formas de<br />

elaboração textual, percebe-se que o autor do trecho acima<br />

se valeu de um tipo específico de texto, a fim de produzir<br />

um efeito literário que aguçasse a imaginação do leitor e<br />

o transportasse para o cenário da leitura. Sobre isso, é<br />

correto dizer que:<br />

a) É apresentado um trecho predominantemente narrativo,<br />

em que se fazem presentes várias figuras de linguagem<br />

como a metonímia, a sinestesia e a metáfora.<br />

b) Prevalece a estrutura narrativa acompanhada de alguns<br />

fragmentos descritivos que fazem uso predominante da<br />

linguagem figurada.<br />

c) Predomina a descrição<br />

239


QUESTÃO 18<br />

O texto publicitário em evidência transmite sua mensagem<br />

escrita amparada pelo aspecto não-verbal. Ou seja, o<br />

entendimento do que é dito<br />

pelas palavras é ampliado com a análise oferecida pelo<br />

desenho, estratégia comum ao tipo de texto em evidência.<br />

Sobre esse aspecto constitutivo, é correto dizer que:<br />

QUESTÃO 19<br />

TEXTO I<br />

Alguns anos vivi em Itabira.<br />

Principalmente nasci em Itabira.<br />

Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.<br />

Noventa por cento de ferro nas calçadas.<br />

Oitenta por cento de ferro nas almas.<br />

E esse alheamento do que na vida é porosidade e<br />

comunicação.<br />

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,<br />

vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e<br />

sem horizontes.<br />

E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,<br />

é doce herança itabirana.<br />

De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:<br />

este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;<br />

esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;<br />

este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;<br />

este orgulho, esta cabeça baixa...<br />

Tive ouro, tive gado, tive fazendas.<br />

Hoje sou funcionário público<br />

Itabira é apenas uma fotografia na parede.<br />

Mas como dói!<br />

ANDRADE, Carlos Drummond de. Confidência do Itabirano. In: MORICONI,<br />

Italo (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro:<br />

Objetiva, 2001. p. 97-98.<br />

a) A principal relação entre as palavras e a parte nãoverbal<br />

diz respeito ao uso do vocábulo Amazônia e à<br />

imagem de uma folha de árvore.<br />

b) As nervuras da folha assemelham-se a desenhos de<br />

rotas e caminhos traçados em mapas relacionando-se,<br />

desta forma, com a expressão “mapeamento logístico”,<br />

c) O que atrai a atenção do leitor é a aparente oposição<br />

existente entre a imagem e sua negação por meio da<br />

escrita.<br />

d) O objetivo da mensagem é a negação irônica do trecho<br />

verbal, já que esta não pode se conciliar com nenhuma<br />

atitude de preservação.<br />

e) O que fundamenta a elaboração argumentativa do<br />

anúncio publicitário é a temática da preservação ambiental<br />

e sua relação com a tentativa de fomentar o<br />

desenvolvimento na região da Amazônia.<br />

TEXTO II<br />

Meu caminho pelo mundo<br />

Eu mesmo traço<br />

A Bahia já me deu<br />

Régua e compasso<br />

Quem sabe de mim sou eu<br />

Aquele abraço!<br />

Pra você que me esqueceu<br />

Ruuummm!<br />

Aquele abraço!<br />

Alô Rio de Janeiro<br />

Aquele abraço!<br />

Todo o povo brasileiro<br />

Aquele abraço!<br />

GIL, Gilberto. Aquele abraço. Disponível em: . Acesso em: 23 ago. 2011. Fragmento.<br />

Lendo o poema de Carlos Drummond de Andrade e o<br />

fragmento da canção “Aquele abraço”, de Gilberto Gil, é<br />

possível identificar a presença da terra natal na<br />

configuração da vida de cada sujeito lírico. A ideia que,<br />

nesse contexto, aparece como análise comum aos dois<br />

textos é:<br />

a) Ambos os sujeitos líricos demonstram sentimento de<br />

orgulho pela origem, sendo que, no segundo isso ocorre<br />

sem especificações.<br />

b) Ambos os textos demonstram a mesma intensidade de<br />

saudosismo pelos locais de origem.<br />

c) Enquanto que no texto I a saudade por Itabira é<br />

relativizada, no segundo, mostra-se como superada.<br />

240


d) A expressão “Mas como dói!” do texto I possui o<br />

mesmo grau de importância no texto II quando o eu-lírico<br />

afirma “Pra você que me esqueceu”.<br />

e) Os dois textos apontam como superadas todas<br />

reminiscências que os ligam à terra natal.<br />

QUESTÃO 20<br />

Ocorre na tirinha a análise de um personagem construída<br />

por meio de um pressuposto: o de que o acordo ortográfico<br />

promoveria a unidade da língua em todos os países<br />

lusófonos. A partir dos fatos comprovados na história,<br />

percebe-se que tal expectativa, ao final do texto, é<br />

quebrada, pois...<br />

a) ... se mostra que é impossível que tal iniciativa possa<br />

dar certo.<br />

b) ... há diferenças linguísticas que não são aceitas de<br />

forma alguma por ambos os lados.<br />

c) ... existem diferenças profundas na gramática da língua<br />

portuguesa no Brasil em relação à gramática em Portugal.<br />

d) ... se comprova que, embora se possa unificar a<br />

ortografia nos dois países, as variantes sempre existirão.<br />

e) ... os falantes do Brasil, diferentemente dos<br />

portugueses, não estão preparados para lidar com as<br />

diferenças de ordem de vocabulário.<br />

GABARITO<br />

1- D<br />

2- E<br />

3- B<br />

4- A<br />

5- C<br />

6- A<br />

7- B<br />

8- E<br />

9- E<br />

10- D<br />

11- C<br />

12- A<br />

13- C<br />

14- B<br />

15- E<br />

16- D<br />

17- C<br />

18- B<br />

19- A<br />

20- D<br />

241


SIMULADO DE MAIO<br />

QUESTÃO I<br />

Texto I<br />

“No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de<br />

nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite.<br />

Houve um momento em que o silêncio foi tão grande<br />

escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia<br />

tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que<br />

chamaram de Macunaíma. Já na meninice fez coisas de<br />

sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não<br />

falando. Si o incitavam a falar exclamava:<br />

— Ai! Que preguiça!...”<br />

ANDRADE, Mário; Macunaíma.<br />

Fonte: http://www.cpv.com.br/cpv_vestibulandos/livros/litobr4901.pdf<br />

Texto II<br />

“Além, muito além daquela serra, que ainda azula no<br />

horizonte, nasceu Iracema.<br />

Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos<br />

mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu<br />

talhe de palmeira.<br />

O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a<br />

baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.<br />

Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria<br />

o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira<br />

tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal<br />

roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra<br />

com as primeiras águas”.<br />

ALENCAR, José; Iracema<br />

Fonte: ttp://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/iracema.pdf<br />

Os romances citados acima configuram-se como registros<br />

em prosa a respeito da colaboração indígena no que se<br />

refere à formação do povo brasileiro. Sobre pontos de<br />

vista concordantes ou discordantes em relação à temática<br />

desenvolvida por cada fragmento, ao tentarem descrever a<br />

figura de cada personagem, é correto dizer que ambos os<br />

textos:<br />

a) Idealizam personagens capazes de transmitir as<br />

virtudes da nação brasileira.<br />

b) Apresentam uma abordagem um pouco limitada, na<br />

medida em que se restringem a focar apenas um dos<br />

elementos da cultura local.<br />

c) Expõem uma visão mais realista ao caracterizar o índio<br />

como falso herói.<br />

d) Representam visões e abordagens literárias díspares em<br />

relação a um elemento formador da cultura nacional.<br />

e) Demonstram uma preocupação literária em retratar a<br />

figura indígena e sua importância indiscutível,<br />

independente de qualquer época.<br />

QUESTÃO 2<br />

IMAGEM I<br />

IMAGEM II<br />

As imagens fotográficas são reveladoras de um momento<br />

particular e intrigante quanto à ocorrência de<br />

manifestações e protestos. Sobre o contexto de crítica<br />

apresentado pelos anúncios de posse das pessoas<br />

retratadas, está correto interpretá-los como:<br />

a) Atitude revolucionária ao expor questionamentos de<br />

ordem política.<br />

b) Forma bem humorada de explorar o tema.<br />

c) Um momento de reflexão desvinculado de crítica<br />

social.<br />

d) Uma alusão desprovida de mobilização popular.<br />

e) Um conflito de pensamentos contrastantes de caráter<br />

social.<br />

242


QUESTÃO 3<br />

Textos de campanha publicitária visam, quase sempre, a<br />

interferir na conduta e na forma de pensar de seus leitores.<br />

A partir das marcas verbais e não-verbais presentes no<br />

cartaz acima, é correto pensar que sua intencionalidade<br />

foi:<br />

a) Expor as dificuldades de se ter um trânsito tão<br />

complexo.<br />

b) Culpar unicamente o uso do carro como vilão maior da<br />

problemática abordada.<br />

Seja eu!<br />

Seja eu!<br />

Deixa que eu seja eu<br />

E aceita<br />

O que seja seu<br />

Então deita e aceita eu...<br />

Molha eu!<br />

Seca eu!<br />

Deixa que eu seja o céu<br />

E receba<br />

O que seja seu<br />

Anoiteça e amanheça eu...<br />

Beija Eu<br />

Marisa Monte<br />

(Fonte: http://letras.mus.br/marisa-monte/63)<br />

Muitos artistas se valem de um recurso conhecido como<br />

“Licença Poética” para driblar possíveis desvios de<br />

natureza gramatical na composição de suas canções. Ao<br />

desconsiderarmos tal recurso na música em evidência,<br />

percebemos que o eu-lírico:<br />

a) Utiliza a modalidade formal erudita nos versos de sua<br />

canção.<br />

c) Fazer uso de marcas linguísticas indicadoras de<br />

impessoalidade, já que a mensagem se direciona um tipo<br />

de leitor específico.<br />

d) Apontar a cidade mencionada como vítima de uma<br />

problemática exclusiva.<br />

e) Conscientizar seus pares por meio de questionamentos<br />

de preocupação ambiental e social.<br />

QUESTÃO 4<br />

Beija eu!<br />

Beija eu!<br />

Beija eu, me beija<br />

Deixa<br />

O que seja ser...<br />

Então beba e receba<br />

Meu corpo no seu<br />

Corpo eu, no meu corpo<br />

Deixa!<br />

Eu me deixo<br />

Anoiteça e amanheça...<br />

b) Emprega maior expressividade aos versos, na medida<br />

em que escolhe a ordem indireta para elaborar as frases.<br />

c) Faz uso pronominal inadequado, ao marcar o<br />

complemento de alguns verbos com um pronome próprio<br />

da condição de Sujeito.<br />

d) Utiliza corretamente os verbos no modo imperativo,<br />

priorizando a terceira pessoa do discurso.<br />

e) Como forma de conferir maior expressividade aos<br />

versos, faz uso inadequado de todos os pronomes nas<br />

frases.<br />

243


QUESTÃO 5<br />

Ao longo da história da arte musical brasileira, pode-se<br />

dizer que muitos estilos foram criados, conferindo<br />

diferentes nuances ao que se chama MPB. Isso se deve por<br />

diferentes ritmos, arranjos, temáticas, melodias, letras, de<br />

a) “Por isso chame, chame, chame gente / Que a gente se<br />

completa, enchendo de alegria / A praça e o poeta...”<br />

(Chame Gente - Moraes Moreira)<br />

b) “Era um garoto que como eu / Amava os Beatles e os<br />

Rolling Stones / Girava o mundo sempre a cantar / As<br />

coisa lindas da América...” (Era um garoto... -<br />

Engenheiros do Hawaii)<br />

vários gênios e épocas, que, de forma multifacetada,<br />

buscaram traduzir uma expressividade própria, formando<br />

um verdadeiro caldeirão de cultura e criação.<br />

A partir disso, pode-se dizer que o fragmento de uma<br />

música a seguir que não representa, em sua origem, uma<br />

criação genuinamente brasileira está exposto em:<br />

c) “Olhe que coisa mais linda, mais cheia de graça / É ela<br />

menina que vem e que passa / Num doce balanço a<br />

caminho do mar...” (Garota de Ipanema – Tom Jobim)<br />

d) “Quando olhei a terra ardendo / Qual fogueira de São<br />

João / Eu perguntei a Deus do céu, ai / Por que tamanha<br />

judiação...” (Asa Branca – Luiz Gonzaga)<br />

e) “E o que me resta é só um gemido / Minha vida, meus<br />

mortos, meus caminhos tortos / Meu sangue latino, minha<br />

alma cativa...” (Sangue Latino – Secos e Molhados)<br />

QUESTÃO 6<br />

A charge acima apresenta uma crítica referente a uma das<br />

ações humanas num dado contexto. A partir de sua análise<br />

reflexiva, é possível explorar como raciocínio de<br />

consequência a seguinte ideia:<br />

a) Direcionamento humano relacionado a seu poder de<br />

decisão.<br />

b) Condicionamento do ser humano à felicidade.<br />

c) Controle da ascensão social dos indivíduos.<br />

d) Impossibilidade de expor a opinião contida.<br />

e) Impedimento do livre-arbítrio em direcionar suas<br />

ações.<br />

QUESTÃO 7<br />

Alexandre Garcia sobre caos em trem: 'Um ano de dignidade<br />

pisoteada'<br />

Edição do dia 27/01/2014<br />

27/01/2014 09h32 - Atualizado em 27/01/2014 09h32<br />

244


Nos noticiários de agora e do fim-de-semana, a gente vê aí:<br />

ônibus queimados – isso acontece quase todos os dias –,<br />

aviões que não conseguem desembarcar os passageiros, metrô<br />

com enguiço, trem que para no meio do trajeto. E mais do que<br />

as calculadas em dinheiro, as perdas mais importantes são em<br />

qualidade de vida e em tempo de vida, o que é impagável.<br />

Quem gasta a média otimista de 1 hora e 22 minutos por dia,<br />

em 20 anos, um ano inteiro terá sido perdido em trânsito, que<br />

é lugar nenhum: não se está nem casa nem no lugar de<br />

trabalho. Um ano de vida com a dignidade “pisoteada”.<br />

Nem todos tem a mesma sorte de só perder 1 hora e 22<br />

minutos. Tem gente que sai de casa às quatro da manhã para<br />

estar no trabalho às 7h30 ou 8h. E volta para casa na mesma<br />

escuridão com que saiu.<br />

Uma marchinha de Carnaval, refletindo um argumento usado<br />

na época na eleição presidencial, tinha a seguinte letra:<br />

"Quatro horas da manhã sai de casa o Zé Marmita, pendurado<br />

na porta do trem, Zé Marmita vai e vem”.<br />

A marchinha é de 1953 – mais de 60 anos atrás – quando o<br />

problema já era grave a ponto de merecer a crítica<br />

carnavalesca. Sessenta carnavais depois, o país e seus<br />

dirigentes não tiveram a capacidade de resolver o problema.<br />

Será que um dia vai ser resolvido?<br />

A partir da crítica feita pelo cronista, constata-se como<br />

correto o que se diz em:<br />

a) As marchinhas de carnaval configuram um importante<br />

e indispensável modo de protesto contra as mazelas<br />

sociais.<br />

b) O tempo gasto no trajeto para o trabalho é compensador<br />

para o usuário quando se estima um futuro próximo.<br />

c) O discurso do cronista é desvinculado de exemplos<br />

reais que possam embasar sua crítica, o que empobrece o<br />

argumento e o torna obsoleto.<br />

d) O péssimo serviço de transporte público que agride a<br />

dignidade dos usuários é um problema ignorado pelos<br />

nossos políticos há muito tempo.<br />

e) O tempo gasto no trajeto e na volta para o trabalho<br />

apontam qualidade de vida, na medida em que<br />

demonstram uma rotina controlada e saudável.<br />

QUESTÃO 9<br />

Deus chamou Lula, Barack Obama e Fidel Castro para<br />

uma<br />

conversa.<br />

- Chamei vocês aqui porque o mundo vai acabar e quero<br />

que digam isso ao seu povo, informou o Todo-Poderoso.<br />

Obama voltou para a casa e fez um pronunciamento em<br />

cadeia<br />

nacional:<br />

- People, tenho duas notícias: uma boa e outra ruim. A boa<br />

é que Deus existe, eu falei com ele pessoalmente. A má<br />

notícia é que o mundo vai acabar.<br />

Enquanto isso, em Cuba, Fidel reunia o povo em praça<br />

pública para as novas.<br />

- Mi pueblo querido, tenho duas más notícias. Uma é que<br />

Deus existe, eu falei com ele pessoalmente. A outra má<br />

notícia é que o mundo vai acabar, e vai junto com ele<br />

QUESTÃO 8<br />

O quadro acima “Os Retirantes” de autoria de Cândido<br />

Portinari foi produzido em 1944 e, enquanto manifestação<br />

artística, aponta uma situação concernente ao cenário<br />

social do nordeste brasileiro, no qual se percebe um<br />

quadro de:<br />

a) Desolação pela miséria enfrentada e busca por<br />

melhores condições de vida.<br />

b) Valorização da cultura do povo nordestino ao preservar<br />

seus costumes rurais.<br />

c) Perseverança quanto às possibilidades de colheita<br />

proporcionadas pela terra local.<br />

d) Orgulho por pertencer a um lugar rico de possibilidades<br />

agrárias.<br />

e) Frustração quanto à falta de oportunidade que os<br />

grandes centros não proporcionam ao povo nordestino.<br />

nuestro sueño socialista!<br />

Aí veio o Lula e reuniu a imprensa para uma coletiva:<br />

- Companheiros, tenho duas ótimas notícias. Uma é que<br />

Deus existe, falei com ele pessoalmente. A outra é que em<br />

breve vai acabar toda a pobreza, a fome, os juros altos e<br />

todos os impostos!<br />

Fonte: Leia mais<br />

em: http://www.clickgratis.com.br/piadas/profissoes/politicos/noticias-doplanalto.html#ixzz315HmRrFF<br />

Percebe-se como conclusão crítica do texto acima que:<br />

a) As ideologias políticas são capazes de promover o<br />

bem-estar social nos mais diferentes lugares.<br />

b) Ocorre uma transparência sadia e necessária<br />

envolvendo poder político e sociedade.<br />

245


c) O discurso político é capaz de manipular ou deturpar os<br />

fatos em favor da legitimação de um ponto de vista<br />

peculiar.<br />

d) O benefício social pode ser promovido a depender da<br />

visão que se tenha da sociedade.<br />

e) A visão do papel político dos governantes é similar no<br />

que tange aos esforços de promover o bem-estar social.<br />

QUESTÃO 10<br />

A essência da teoria democrática é a supressão de<br />

qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou na<br />

crença de que os conflitos e problemas humanos —<br />

econômicos, políticos, ou sociais — são solucionáveis<br />

pela educação, isto é, pela cooperação voluntária,<br />

mobilizada pela opinião pública esclarecida. Está claro<br />

que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos<br />

melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa<br />

científica nos campos das ciências naturais e das<br />

chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a<br />

mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses<br />

conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em<br />

termos que os tornem acessíveis a todos.<br />

Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.<br />

Uma conclusão correta para as ideias apontadas pelo<br />

produtor do texto acima está explicitada em:<br />

a) Um país democrático deve primar pela imposição da<br />

educação a fim de legitimar uma ideologia específica.<br />

b) A educação é vista como ferramenta capaz de<br />

transformar positivamente a sociedade.<br />

c) Existem diferentes tipos de conhecimento e, por isso,<br />

deve-se priorizar mais a área da educação conhecida como<br />

ciências sociais.<br />

d) Um país que se deseja democrático deve primar por<br />

uma qualidade educacional que nem sempre pode ser<br />

acessível a todos.<br />

e) A pesquisa científica é algo que prescinde das ciências<br />

naturais e sociais, pois estas não se fazem completamente<br />

necessárias ao desenvolvimento humano.<br />

QUESTÃO 11<br />

Sobre os fatos que acontecem na história acima e o seu entendimento, pode-se dizer que<br />

a) É um exemplo de que o pensamento lógico ajuda as pessoas a não serem ludibriadas.<br />

b) A racionalidade é sempre algo suscetível a ser frustrada.<br />

c) Não existe pensamento que possa beneficiar o indivíduo pelo raciocínio lógico.<br />

d) A lógica, graças a seu aspecto puramente abstrato, não é capaz de proporcionar resultados positivos ao homem.<br />

e) O raciocínio lógico desenvolvido inicialmente foi quebrado por uma ação instintiva do personagem.<br />

246


QUESTÃO 12<br />

Um anjo dorme aqui; na aurora apenas,<br />

disse adeus ao brilhar das açucenas<br />

sem ter da vida alevantado o véu.<br />

- Rosa tocada do cruel granizo –<br />

Cedo finou-se e no infantil sorriso<br />

passou do berço para brincar no<br />

céu!<br />

(Casemiro de Abreu)<br />

12- Marque a alternativa correta sobre o poema em<br />

análise:<br />

a) Trata de uma expressividade subjetiva que parte da<br />

visão de mundo do seu produtor sobre um fato,<br />

combinando as frases de modo especial.<br />

b) Baseia-se no registro jornalístico para expressar uma<br />

informação de forma objetiva para o leitor.<br />

c) Explica um acontecimento para comover o receptor,<br />

fazendo com que este aja de uma determinada forma.<br />

d) Privilegia o conteúdo em detrimento à forma, causando<br />

o efeito intencionado.<br />

e) Tem por finalidade a preocupação com o fator do canal,<br />

preocupando-se em manter o contato com o receptor.<br />

QUESTÃO 13<br />

Os anúncios de campanha comunitária visam, muitas<br />

vezes, à conscientização dos moradores, chamando-lhes a<br />

atenção para assuntos de importância geral. A partir disso,<br />

num determinado bairro de São Paulo, foi entregue aos<br />

moradores o texto a seguir contendo o seguinte dizer:<br />

II- Houve uma inadequação quanto à regência do verbo<br />

combater.<br />

III- O texto respeita integralmente as regras gramaticais,<br />

pois preza pela clareza.<br />

A partir das afirmações feitas sobre o anúncio acima, é<br />

correto o que se afirma em:<br />

a) I<br />

b) II<br />

c) III<br />

d) I e II<br />

e) II e III<br />

QUESTÃO 14<br />

Assinale a alternativa que faz análise correta do trecho a<br />

seguir que se refere a uma faixa de torcedores de futebol:<br />

NEYMAR VAI PRA CIMA DELES!<br />

a) Dever-se-ia colocar uma vírgula depois da palavra<br />

NEYMAR para se isolar um aposto explicativo.<br />

b) Da forma como foi elaborada, a frase expressa um<br />

pedido que é feito a NEYMAR.<br />

c) A colocação de uma vírgula depois da palavra<br />

NEYMAR alteraria a função sintática desta palavra e o<br />

sentido expresso na frase.<br />

d) A expressão PRA CIMA deveria vir isolada por<br />

vírgulas, por se tratar de um vocativo.<br />

e) O que faz com que a frase tenha um tom de imperativo<br />

é a colocação de uma exclamação ao final desta.<br />

Sobre isso, pode-se dizer que:<br />

I- O anúncio está escrito corretamente, segundo a norma<br />

culta.<br />

a) explicação<br />

b) ressalva<br />

c) conclusão<br />

d) constatação<br />

e) ironia<br />

QUESTÃO 16<br />

Um dia o menino mais velho ouviu de Sinhá Terta,<br />

durante uma reza para curar uma espinhela do pai, a<br />

palavra “inferno”. Daí surgiu na cabeça da curiosa<br />

criança a dúvida: o que é “inferno”.<br />

Perguntou à sua mãe. Distraída, disse que era “um lugar<br />

ruim demais”. O menino insistiu, querendo mais, e foi<br />

desprezado.<br />

QUESTÃO 15<br />

Sem escolaridade básica e sem experiência, afirmo que<br />

este candidato é “a melhor escolha para assumir o posto<br />

de prefeito da nossa cidade”.<br />

A partir da frase em evidência, percebe-se que a colocação<br />

das aspas se justifica por expressar ideia de:<br />

Perguntou ao pai, nem obteve resposta.<br />

Voltou à mãe e ela disse que havia lá espetos quentes e<br />

fogueiras. O garoto, inocente, perguntou se ela já havia<br />

visto. A mãe zangou-se e deu-lhe um cocorote.<br />

Indignado, o garoto saiu e pôs-se a chorar. A cachorra<br />

Baleia apareceu para consolá-lo, pulando e agitando o<br />

rabo. Ele não acreditava que um nome tão bonito como<br />

“inferno” poderia significar algo ruim. Aliás, não existia<br />

para ele lugar ruim, o chiqueiro, o barreiro, o pátio, o<br />

bebedouro, tudo que conhecia era bom. Mas lembrou-se<br />

de quando sua mãe carregava o baú e seu irmão sob o<br />

sol, e quando ele desmaiou de tanto calor, e quando<br />

precisaram parar sob um juazeiro para aguentarem a<br />

viagem. Talvez aquilo fosse “inferno”.<br />

(Vidas Secas, Graciliano Ramos, Capítulo 6)<br />

247


Sobre a passagem da obra de Graciliano Ramos acima,<br />

tendo o personagem “o menino mais velho” como<br />

referência, é correto dizer que:<br />

a) A falta de curiosidade do personagem é capaz de<br />

caracterizá-lo como um ser resignado.<br />

b) O questionamento do menino mais velho foi totalmente<br />

respondido, graças ao pleno conhecimento dos demais<br />

personagens.<br />

c) A presença de baleia no fragmento a caracteriza como<br />

ser inferior que é, pois suas ações não se igualam em<br />

termos de importância se comparadas aos personagens<br />

humanos.<br />

d) O contexto de vida do personagem é o único elemento<br />

capaz de auxiliá-lo a resolver o conflito de ordem<br />

intelectual em que se encontra.<br />

e) Em “tudo que conhecia era bom”, há um exemplo<br />

evidente do pensamento otimista do personagem, mesmo<br />

tendo a consciência dos fatores desfavoráveis que lhe<br />

dizem respeito.<br />

QUESTÃO 17<br />

Entrevistado por Clarice Lispector, para a pergunta<br />

“Como você encara o problema da maturidade?”, Tom<br />

Jobim deu a seguinte resposta: “Tem um verso do<br />

Drummond que diz: ‘A madureza, esta horrível<br />

prenda...’ Não sei, Clarice, a gente fica mais capaz, mas<br />

também mais exigente”.<br />

Nota: O verso citado por Tom Jobim é o início do poema<br />

“A ingaia ciência”, de Carlos Drummond de Andrade, e<br />

sua versão correta é: “A madureza, essa terrível<br />

prenda”.<br />

Sobre a resposta de Tom Jobim na entrevista dada à<br />

Clarice Lispector, é correto dizer:<br />

a) Ampara-se no sentido metafórico e literal ao mesmo<br />

tempo.<br />

b) Faz uso de um recurso linguístico e semântico próprio<br />

dos textos formais em prosa.<br />

c) Estrutura-se com um paradoxo para caracterizar<br />

ironicamente a “maturidade”.<br />

d) Caracteriza-se pela falta de clareza marcada pela<br />

sintaxe mal elaborada propositalmente.<br />

e) Retira do estilo da entrevistadora a inspiração para<br />

caracterizar a maturidade.<br />

QUESTÃO 18<br />

A sobrevivência dos meios de comunicação tradicionais demanda foco absoluto na qualidade de seu conteúdo. A internet é<br />

um fenômeno de desintermediação. E que futuro aguardam os meios de comunicação, assim como os partidos políticos e os<br />

sindicatos, num mundo desintermediado? Só nos resta uma saída: produzir informação de alta qualidade técnica e ética. Ou<br />

fazemos jornalismo de verdade, fiel à verdade dos fatos, verdadeiramente fiscalizador dos poderes públicos e com excelência<br />

na prestação de serviços, ou seremos descartados por um consumidor cada vez mais fascinado pelo aparente autocontrole<br />

da informação na plataforma virtual.<br />

(Carlos Alberto di Franco, Democracia demanda jornalismo independente. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14/10/2013, p. A2.)<br />

“Só nos resta uma saída: produzir informação de alta qualidade técnica e ética”.<br />

Sobre o desabafo do autor, tendo o assunto e seu contexto como referências de análise, é válido afirmar que<br />

a) A fala em destaque anuncia explicitamente o problema para o autor.<br />

b) Indiretamente, constrói-se uma crítica ao jornalismo atual e sua postura.<br />

c) Há uma defesa do modelo tradicional de se fazer jornalismo.<br />

d) O autor aponta que não há como fazer frente ao fenômeno do jornalismo instantâneo da internet.<br />

e) Há uma defesa da ética atual aplicada no jornalismo como forma de legitimar o trabalho mencionado.<br />

248


QUESTÃO 19<br />

Tendo como referência seus elementos verbais e nãoverbais,<br />

é correto afirmar que a mensagem do texto.<br />

a) É marcada pela ideia de oposição, no que diz respeito a<br />

seus elementos constitutivos.<br />

b) Estrutura-se por um discurso utópico.<br />

c) Tem na imagem da “Tartaruga” uma crítica ao modelo<br />

de interpretação da realidade.<br />

d) Apresenta o entendimento do tempo como algo de<br />

pouca relevância para o modelo de vida das pessoas.<br />

e) Faz uma comparação entre o passado e o futuro para<br />

legitimar um modelo de vida ideal.<br />

QUESTÃO 20<br />

Na mensagem do texto acima, pode-se constatar:<br />

a) A presença do aspecto visual como elemento capaz de<br />

anular uma visão crítica sobre o tema.<br />

b) A ambiguidade gerada pela presença da passagem<br />

“lavar as mãos” como forma de expressar um pensamento<br />

crítico e reflexivo.<br />

GABARITO<br />

1- D<br />

2- A<br />

3- E<br />

4- C<br />

5- B<br />

6- E<br />

7- D<br />

8- A<br />

9- C<br />

10- B<br />

c) Ausência de matéria concreta e objetiva para o que se<br />

propõe a debater.<br />

d) A responsabilidade do poder público como alvo da<br />

crítica para o problema mencionado.<br />

e) A importância da água para o uso diário das pessoas,<br />

que não têm o direito de ficarem privadas deste bem.<br />

11- E<br />

12- A<br />

13- B<br />

14- C<br />

15- E<br />

16- D<br />

17- C<br />

18- B<br />

19- A<br />

20- B<br />

249


SIMNULADO DE ABRIL<br />

LÍNGUA PORTUGUESA – SIMULADO<br />

UNIMONTES<br />

A recente crise entre o governo e o PMDB tem a<br />

ver, em última análise, com espaço de poder e cobiça por<br />

empregos públicos. Não desvalorizo a política partidária,<br />

mas creio que a demanda por melhor tratamento na<br />

indicação de ministros reflete o interesse do PMDB por<br />

nomeações para cargos que carreiam votos e<br />

financiamento de campanhas. Na área federal, mais de 20<br />

mil deles são preenchidos por indicação política.<br />

O primeiro serviço público profissional surgiu na<br />

China. A dinastia Qin (221-207 a.C.) selecionava<br />

funcionários à base de rigorosos concursos públicos, que<br />

depois serviam também para promoções. A dinastia Song<br />

(960-1279) proibiu altos funcionários de se relacionarem<br />

com parentes; membros da família real não podiam<br />

assumir cargos públicos. A dinastia Ming (1368-1644)<br />

estabeleceu a rotatividade de cargos a cada três anos. A<br />

ascensão da China muito deveu a esse profissionalismo,<br />

que viria a ser abolido em 1905, na dinastia Qing, em um<br />

dos momentos finais do longo declínio do país.<br />

No Ocidente, as ideias de profissionalização<br />

apareceram na Revolução Francesa (1789), mas o<br />

paradigma do serviço público moderno nasceu na<br />

Inglaterra vitoriana. Escândalos de incompetência,<br />

fisiologismo e corrupção deram origem à comissão<br />

Northcote-Trevelyan (1853), cujo relatório foi a base das<br />

mudanças. Entre as distorções identificadas estava a<br />

presença de analfabetos em empregos públicos. A<br />

comissão recomendou a criação do serviço público<br />

profissional, politicamente neutro e escolhido por mérito.<br />

Outras propostas foram adotadas ao longo do tempo,<br />

incluindo o estabelecimento, em 1855, de um órgão<br />

independente, ainda existente, para supervisionar a<br />

seleção de funcionários. Os servidores ficaram impedidos<br />

de concorrer a cargos eletivos. Dirigentes passaram a ser<br />

nomeados com o auxílio de consultorias independentes<br />

(headhunters). Hoje, pouco mais de 100 cargos<br />

dependem de indicação política, incluídos os ministros.<br />

A recente designação do novo presidente do Banco da<br />

Inglaterra (o banco central) foi precedida da publicação<br />

de edital para atrair candidatos. O escolhido foi um<br />

canadense.<br />

Nossas origens são outras. Herdamos tradições de<br />

Portugal patrimonialista, cujo serviço público era<br />

composto de fidalgos. Como disse Raymundo Faoro<br />

(1925-2003), comerciantes buscavam ser funcionários<br />

para se tornar nobres e obter benefícios pessoais. Aqui não<br />

foi diferente, segundo João Francisco Lisboa (1812-<br />

1863), para quem “indivíduos há que abrem mão de suas<br />

profissões, deixam ao amparo suas fazendas, desleixam o<br />

seu comércio, e se plantam na capital anos inteiros à<br />

espera de um emprego público”. Para Joaquim Nabuco<br />

(1849-1910), “o funcionalismo será a profissão nobre e<br />

a vocação de todos. Tomem-se, ao acaso, vinte ou trinta<br />

brasileiros em qualquer lugar onde se reúna a nossa<br />

sociedade mais culta: todos eles ou foram ou são, ou hão<br />

de ser, empregados públicos; se não eles, seus filhos”.<br />

No livro “Caráter e Liderança” (Mameluco, 2013),<br />

Luiz Felipe D’Ávila informa que dom Pedro II (1825-<br />

1891) defendia “a institucionalização da meritocracia<br />

no serviço público”, mas o primeiro esforço de<br />

modernização esperou até 1938, quando se criou o<br />

Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp)<br />

com a função de melhorar a máquina pública, assessorar<br />

o presidente da República e elaborar a proposta<br />

orçamentária. Muito se evoluiu desde então, mas o vasto<br />

número de cargos preenchidos por indicação política só<br />

aumentou.<br />

Já é hora de profissionalizar o serviço público,<br />

elegendo o mérito como critério único da escolha dos<br />

funcionários. Dirigentes de órgãos e entidades públicos,<br />

inclusive empresas estatais, deveriam ser nomeados com<br />

base em métodos competitivos. A melhoria da eficiência<br />

dos serviços públicos, a redução do potencial de corrupção<br />

e a moralização dos costumes seriam as consequências<br />

mais relevantes dessa verdadeira revolução, que<br />

equivaleria a uma ampla reforma política.<br />

Tudo isso contribuiria para a eficácia das políticas<br />

de governo, e estas reforçariam a estabilidade e a<br />

legitimidade da democracia brasileira. Espera-se surgir<br />

um candidato presidencial que empunhe essa bandeira.<br />

(Fonte: Maílson da Nóbrega, Veja, 2 de abril de 2014.)<br />

1- Sobre o texto, é incorreto dizer que:<br />

a) O profissionalismo no serviço público é considerado<br />

algo vantajoso para o país alcançar melhores resultados<br />

políticos.<br />

b) Critica-se a postura da política brasileira no que se<br />

refere ao modo de escolha dos representantes que devem<br />

gerir a máquina estatal.<br />

c) A nomeação de pessoas para cargos de confiança<br />

unicamente por indicação partidária é vista como algo<br />

propício a maus resultados na administração pública.<br />

d) Profissionalizar o serviço público é algo prescindível<br />

para que o país promova uma administração estatal<br />

eficiente.<br />

e) O interesse do PMDB em barganhar cargos públicos<br />

está inserido na crítica do articulista como fator que se<br />

opõe à meritocracia.<br />

250


2- Todas as afirmações a seguir são válidas de acordo com<br />

o texto, EXCETO:<br />

a) Na China, duas dinastias comprovam que contratar<br />

para o serviço público os que demonstram melhor<br />

competência é uma iniciativa válida quando se buscam<br />

resultados positivos.<br />

b) Na Inglaterra, o profissionalismo no serviço público foi<br />

capaz de combater os escândalos de incompetência,<br />

fisiologismo e corrupção a partir da comissão Northcote-<br />

Trevelyan em 1853.<br />

c) A herança patrimonialista portuguesa fez com que o<br />

serviço público no Brasil pudesse ser otimizado na<br />

atualidade.<br />

d) O pensamento de composição do quadro do<br />

funcionalismo público se baseia numa forma de<br />

pensamento, segundo o articulista, atrasada e nociva à<br />

eficiência dos serviços.<br />

e) A escolha de um canadense para assumir o Banco da<br />

Inglaterra é um exemplo de que, na meritocracia, critérios<br />

pessoais não devem influenciar na contratação do<br />

indivíduo para um cargo público, e sim sua competência.<br />

3- Marque a alternativa que faz uma análise correta sobre<br />

os fragmentos (encontram-se em negrito nos parágrafos<br />

indicados) do texto:<br />

a) “Na área federal, mais de 20 mil deles são preenchidos<br />

por indicação política”. (1º parágrafo) e “Hoje, pouco<br />

mais de 100 cargos dependem de indicação política,<br />

incluídos os ministros” (3º parágrafo) representam uma<br />

ideia de paradoxo entre duas formas de se pensar o serviço<br />

público.<br />

b) “A recente crise entre o governo e o PMDB tem a ver,<br />

em última análise, com espaço de poder e cobiça por<br />

empregos públicos” (1º parágrafo) exemplifica que a<br />

demonstração maior de meritocracia tem promovido o<br />

fato noticiado.<br />

c) “A ascensão da China muito deveu a esse<br />

profissionalismo, que viria a ser abolido em 1905, na<br />

dinastia Qing” (2º parágrafo), a dinastia Qing representou<br />

durante muito tempo um exemplo de profissionalismo e<br />

prosperidade no país mencionado.<br />

d) “Para Joaquim Nabuco (1849-1910), ‘o funcionalismo<br />

será a profissão nobre e a vocação de todos’....” (4º<br />

parágrafo) tal fala representa justamente a visão defendida<br />

pelo articulista, ou seja, as pessoas devem ser movidas<br />

pelo mérito para assumirem um cargo público.<br />

e) “No livro “Caráter e Liderança” (Mameluco, 2013),<br />

Luiz Felipe D’Ávila informa que dom Pedro II (1825-<br />

1891) defendia “a institucionalização da meritocracia no<br />

serviço público...” (5º parágrafo) esta afirmação<br />

comprova que o atraso da mentalidade de se pensar o<br />

quadro de servidores se originara desde o Segundo<br />

Reinado.<br />

4- Sobre o quinto e sexto parágrafos, de acordo com as<br />

ideias defendidas pelo articulista, é correto pensar que<br />

NÃO colabora com um serviço público eficiente o<br />

seguinte fato:<br />

a) melhorar a máquina pública<br />

b) assessorar o presidente da República<br />

c) elaborar a proposta orçamentária<br />

d) o vasto número de cargos preenchidos por indicação<br />

política<br />

e) eleger o mérito como critério único da escolha dos<br />

funcionários<br />

5- A partir das ideias expostas, é correto dizer que o autor<br />

espera que haja:<br />

a) Política partidária<br />

b) Reforma política<br />

c) Tradição patrimonialista<br />

d) Candidato presidencial<br />

e) Mais nomeações de cargos públicos<br />

6- Leia:<br />

“A melhoria da eficiência dos serviços públicos, a redução<br />

do potencial de corrupção e a moralização dos costumes<br />

seriam as consequências mais relevantes dessa verdadeira<br />

revolução, que equivaleria a uma ampla reforma política”.<br />

(6º parágrafo)<br />

A partir da leitura do fragmento acima e sua relação com<br />

as demais ideias expostas no texto, podem-se afirmar as<br />

seguintes ideias, EXCETO:<br />

a) Há uma preocupação com os resultados referentes ao<br />

serviço público.<br />

b) O uso da expressão “verdadeira revolução” leva à<br />

conclusão de que aquilo que o articulista propõe como<br />

saída para combater a ineficiência dos serviços públicos é<br />

algo que exigiria muito embate e discussão, a fim de se<br />

mudar a cultura política do país.<br />

c) “Corrupção” e “moralização” estabelecem um<br />

raciocínio de exclusão uma em relação à outra neste<br />

contexto.<br />

d) A reforma política pretendida pelo autor se torna uma<br />

consequência natural da eficiência dos serviços públicos.<br />

e) Pensar numa reforma política é imaginar algo hostil<br />

para as instituições do país.<br />

7- “Dirigentes de órgãos e entidades públicos, inclusive<br />

empresas estatais, deveriam ser nomeados com base em<br />

métodos competitivos”. (6º parágrafo)<br />

A partir do argumento desenvolvido no texto, é correto<br />

pensar que ratifica a ideia exposta acima o seguinte<br />

fragmento:<br />

a) A recente crise entre o governo e o PMDB tem a ver,<br />

em última análise, com espaço de poder e cobiça por<br />

empregos públicos. (1º parágrafo)<br />

251


) A dinastia Song (960-1279) proibiu altos funcionários<br />

de se relacionarem com parentes; membros da família real<br />

não podiam assumir cargos públicos. (2º parágrafo)<br />

c) Outras propostas foram adotadas ao longo do tempo,<br />

incluindo o estabelecimento, em 1855, de um órgão<br />

independente, ainda existente, para supervisionar a<br />

seleção de funcionários. (3º parágrafo)<br />

d) A recente designação do novo presidente do Banco da<br />

Inglaterra (o banco central) foi precedida da publicação de<br />

edital para atrair candidatos. O escolhido foi um<br />

canadense. (3º parágrafo)<br />

e) ... comerciantes buscavam ser funcionários para se<br />

tornar nobres e obter benefícios pessoais. (4º parágrafo)<br />

8- É INCORRETO o que se afirma sobre algum elemento<br />

do texto em (encontram-se destacados em negrito nos<br />

parágrafos indicados):<br />

a) Os termos “à base” (2º parágrafo) e “a base” (3º<br />

parágrafo) possuem equivalência morfossintática e só se<br />

diferenciam porque o uso da crase na 1ª ocorrência é<br />

facultativo.<br />

b) Os termos “funcionários” (2º parágrafo) e “cargos<br />

públicos” (2º parágrafo) possuem equivalência sintática<br />

ao complementarem o sentido dos respectivos vocábulos<br />

“selecionava” e “assumir”.<br />

c) Após a expressão “Entre as distorções identificadas”<br />

(3º parágrafo), há a necessidade de se colocar um sinal de<br />

vírgula, por se tratar de um termo deslocado.<br />

d) O vocábulo “Dirigentes” (3º parágrafo) exerce função<br />

paciente em relação à frase a que pertence.<br />

e) Os termos “do novo presidente do banco da Inglaterra”<br />

(3º parágrafo) e “de edital” (3º parágrafo) possuem<br />

equivalência sintática e semântica.<br />

9- Assinale a alternativa que faz uma análise legítima<br />

sobre o que expõe.<br />

a) O termo “por melhor tratamento” (1º parágrafo) exerce<br />

dependência gramatical em relação ao termo “política<br />

partidária” (1º parágrafo).<br />

b) O termo “por indicação política” (1º parágrafo)<br />

complementa o sentido da palavra “preenchidos”.<br />

c) O pronome “Outras” (3º parágrafo) em “Outras<br />

propostas” exerce função adjetiva, enquanto que “outras”<br />

(4º parágrafo) em “Nossas origens são outras” exerce<br />

papel substantivo.<br />

d) O termo “do serviço público” (3º parágrafo) exerce<br />

valor agente em relação à palavra “criação” (3º<br />

parágrafo).<br />

e) A oração “que dom Pedro II (1825-1891) defendia ‘a<br />

institucionalização da meritocracia no serviço<br />

público’...” (5º parágrafo) exerce função adjetiva e é<br />

iniciada por um pronome de natureza anafórica.<br />

10- “Outras propostas foram adotadas ao longo do tempo,<br />

incluindo o estabelecimento, em 1855, de um órgão<br />

independente, ainda existente, para supervisionar a<br />

seleção de funcionários”.<br />

Pode-se dizer que estabelece a mesma ideia que a<br />

destacada acima a seguinte oração:<br />

a) Alguns representantes, como dom Pedro II, tanto<br />

insistiram na meritocracia, que foi criado em 1938 o<br />

Departamento Administrativo do Serviço Público<br />

(Dasp).<br />

b) O serviço público não é eficiente no Brasil, pois<br />

heranças culturais históricas fizeram com que<br />

preferíssemos as nomeações por interesse.<br />

c) Métodos competitivos ajudam as instituições a<br />

alcançarem excelência no seu trabalho à medida que<br />

exigem o melhor desempenho funcional de seus<br />

candidatos.<br />

d) O serviço público não se tornou ainda eficiente porque<br />

a forma de se pensar a contratação de servidores não é<br />

vista como fator de meritocracia.<br />

e) É necessário que haja reforma política, a fim de<br />

melhorar o desempenho do serviço público.<br />

GABARITO<br />

1- D<br />

2- C<br />

3- A<br />

4- D<br />

5- B<br />

6- E<br />

7- D<br />

8- A<br />

9- C<br />

10- E<br />

252


QUESTÃO 01<br />

SIMULADO DE MARÇO<br />

d) A deficiência do ser retratado em não possuir mão-deobra<br />

qualificada e ser obrigado a se submeter a trabalho<br />

braçal de baixa remuneração.<br />

e) A valorização da imagem do retratado referente à força<br />

do trabalho nas lavouras e à riqueza proporcionada pela<br />

miscigenação local.<br />

QUESTÃO 02<br />

Briga de galo<br />

Em visita a uma pequena cidade do interior, um<br />

sujeito é convidado para assistir a uma rinha de galos.<br />

Vendo que todos estão apostando, ele também resolve<br />

jogar. Vira-se para um caipira, que fuma um cigarrinho de<br />

palha enquanto observa com muita atenção a luta dos<br />

bichos e pergunta:<br />

- Qual é o galo bom na próxima briga?<br />

- Óia, diz o caipira dando uma cusparada de lado,<br />

tem o galo branco e o galo preto. O bom é o branco.<br />

Confiante, o sujeito aposta toda a grana que tem no<br />

bolso no galo branco. Mas o bicho leva uma tremenda<br />

surra do galo preto.<br />

Indignado, ele pede explicações para o caipira:<br />

- Pô, você não me disse que o galo branco era o<br />

bom?<br />

- Uai, responde o caipira, o branco era o bom<br />

mesmo. Mas o marvado é o preto.<br />

(Fonte: http://taislc.blogspot.com.br/2009/01/cndido-portinari.html)<br />

A obra acima O Mestiço / 1934 de Cândido Portinari<br />

descreve um ser que possui os traços fortes e bem<br />

definidos, de aparência forte e de estatura alta. Sua<br />

expressão demonstra seriedade e dureza e seus braços<br />

cruzados traduzem imponência. A partir do entendimento<br />

do que a obra em destaque oferece quanto ao aspecto de<br />

riqueza cultural e histórica, é possível notar que sua<br />

expressão artística revela:<br />

a) A submissão do negro nas lavouras de café marcada<br />

por um cenário desolador de injustiça.<br />

b) A desigualdade social que relega os indivíduos de cor<br />

a possuírem funções subalternas e pouco valorizadas.<br />

c) A resistência que os escravos da época colocavam em<br />

prática ao comandarem comunidades quilombolas.<br />

(Fonte:http://humortadela.bol.uol.com.br/piadas)<br />

No texto acima, o uso de alguns vocábulos é capaz de<br />

interferir no fator semântico, provocando o humor do<br />

texto. Isso acontece na medida em que as variedades<br />

linguísticas presentes em relação às escolhas dessas<br />

palavras são capazes de:<br />

a) Expor quão confusos podem ser os dialetos existentes<br />

no país, o que acaba provocando o fator cômico do texto.<br />

b) Ridicularizar a figura do caipira que não consegue<br />

estabelecer contato satisfatório com o seu interlocutor.<br />

c) Influenciar na omissão de informações que ajudam a<br />

beneficiar um dos personagens, graças, no contexto, ao<br />

sentido ambíguo dos vocábulos “bom” e “marvado”.<br />

d) Demonstrar a ingenuidade de indivíduos da zona<br />

urbana ao não dominarem o estilo próprio que os<br />

habitantes da zona rural põem em prática com o seu<br />

dialeto específico.<br />

e) Associar o caráter de bondade e maldade à escolha da<br />

cor dos galos, a fim de representar o vencedor e o perdedor<br />

da briga.<br />

253


QUESTÃO 03<br />

Um A Zero<br />

Compositor: Pixinguinha, Benedito Lacerda E Nelson<br />

Ângelo<br />

Vai começar o futebol, pois é,<br />

Com muita garra e emoção<br />

São onze de cá, onze de lá<br />

E o bate-bola do meu coração<br />

É a bola, é a bola, é a bola,<br />

É a bola e o gol!<br />

Numa jogada emocionante<br />

O nosso time venceu por um a zero<br />

E a torcida vibrou<br />

Habilidade, tiro cruzado,<br />

Mete a cabeça, toca de lado,<br />

Não vale é pegar com a mão<br />

Aos quarenta do segundo tempo<br />

O jogo ainda é zero a zero<br />

Todo time quer ser campeão<br />

Tá lá um corpo estendido no chão<br />

São os minutos finais<br />

Vai ter desconto<br />

Mas, numa jogada genial<br />

Aproveitando o lateral<br />

Um cruzamento que veio de trás<br />

Foi quando alguém chegou<br />

Meteu a bola na gaveta<br />

E comemorou<br />

(Fonte: http://letras.mus.br/pixinguinha/697308/ adaptado)<br />

O choro “Um a zero”, de dois dos maiores mestres da<br />

música brasileira - Pixinguinha e Benedito Lacerda - foi<br />

composto em 1919. Muito tempo depois, ganharia letra<br />

feita pelo compositor Nelson Ângelo, um velho<br />

conhecido do Clube da Esquina. Sobre a composição da<br />

letra da música acima e a imagem provocada no<br />

imaginário do leitor-ouvinte, percebe-se que:<br />

a) Os versos dão dinamicidade similar aos movimentos<br />

produzidos numa partida de futebol, com todos os<br />

elementos que o caracterizam.<br />

b) Há a marca do futebol moderno que preza pela<br />

estratégia e competitividade em detrimento do seu caráter<br />

plástico e emocionante.<br />

c) Os elementos focados deturpam a originalidade do<br />

esporte, além de não se prezar pela rima fixa nas estrofes.<br />

Meio-de-campo organizou<br />

E vem a zaga rebater<br />

Bate, rebate, é de primeira<br />

Ninguém quer tomar um gol<br />

É coisa séria, é brincadeira<br />

Bola vai e volta<br />

Vem brilhando no ar<br />

E se o juiz apita errado<br />

É que a coisa fica feia<br />

Coitada da sua mãe<br />

Mesmo sendo uma santa<br />

Cai na boca do povão<br />

Pode ter até bolacha<br />

Pontapé, empurrão<br />

Só depois de uma ducha fria<br />

É que se aperta a mão<br />

Ou não!<br />

d) O entendimento acerca do futebol extrapola seu<br />

contexto de realidade, haja vista a falta de caracterização<br />

emotiva do eu-lírico.<br />

e) A cultura do futebol está acima de qualquer coisa, no<br />

que se refere ao fato de caracterizar o povo brasileiro.<br />

QUESTÃO 04<br />

Brasil teve mais de 7 milhões de matrículas no ano<br />

passado<br />

Censo da Educação Superior - 17 de Setembro de<br />

2013<br />

O total de alunos matriculados na educação superior<br />

brasileira ultrapassou a marca de 7 milhões em 2012. É o<br />

que apontam os dados do Censo da Educação Superior<br />

divulgados pelo Ministério da Educação nesta terça-feira,<br />

17, em Brasília. Esse número representa aumento de 4,4%<br />

no período 2011–2012. Enquanto o número de matrículas<br />

nas instituições públicas cresceu 7%, o aumento na rede<br />

particular, responsável por 73% do total, foi de 3,5%.<br />

"Estamos em um sistema em forte expansão, com mais<br />

ingressantes que concluintes", observou o ministro da<br />

Educação, Aloizio Mercadante, ao apresentar os dados<br />

gerais do Censo da Educação Superior, durante entrevista<br />

coletiva concedida no MEC. "Não é tarefa fácil assegurar<br />

qualidade da expansão de acordo com a demanda por<br />

vagas. Temos um compromisso no MEC de assegurar a<br />

qualidade do ensino superior."<br />

"Temos 7,2 milhões de estudantes do ensino superior e 7,1<br />

milhões de inscritos no Enem [Exame Nacional do Ensino<br />

254


Médio]", lembrou Mercadante. "Temos um volume<br />

equivalente de estudantes no Enem querendo entrar na<br />

universidade."<br />

Os 7.037.688 alunos matriculados em cursos de graduação<br />

no Brasil estão distribuídos em 31.866 cursos, oferecidos<br />

por 2.416 instituições — 304 públicas e 2.112<br />

particulares. O total de estudantes que ingressaram no<br />

ensino superior em 2012 chegou a 2.747.089. O número<br />

de concluintes, a 1.050.413. No período 2011-2012, o<br />

número de ingressantes nas instituições de educação<br />

superior cresceu 17,1%.<br />

Fonte: http://portal.inep.gov.br/visualizar/-/asset_publisher/6AhJ/content /<br />

adaptado<br />

Num texto que se valha de estatísticas, os dados que são<br />

apresentados costumam ter efeito determinante no<br />

entendimento pretendido pelo autor. Percebe-se que a<br />

d) O setor de ensino superior passa por um momento<br />

delicado, já que o número da demanda é<br />

e) Graças ao enorme número de alunos concluindo o<br />

ensino superior, a tendência é que o mercado de trabalho<br />

fique cada vez mais exigente quanto ao currículo dos<br />

notícia acima apresenta números que, no contexto, ajudam<br />

o receptor a formular um entendimento de consequência<br />

sobre o que é apresentado. Essa afirmação se faz presente<br />

em:<br />

a) Apesar de representar o maior número de estudantes no<br />

ensino superior, o setor público obteve menor crescimento<br />

do que o privado entre 2011-2012.<br />

b) Embora tenha elevado o número de alunos que<br />

ingressaram no ensino superior, garantir qualidade a essas<br />

instituições ainda representa um grande desafio para o<br />

país.<br />

c) O ministro da Educação afirmou que não há vagas nas<br />

instituições públicas de ensino superior para todos os<br />

alunos, já que o número de estudantes nessas instituições<br />

e os que fizeram o ENEM se equivale.<br />

desproporcionalmente superior ao que instituições<br />

públicas e privadas podem oferecer.<br />

alunos, o que pode provocar discriminação no mercado de<br />

trabalho.<br />

QUESTÃO 05<br />

Sobre o entendimento da tirinha acima construído pelos elementos linguísticos presentes, é correto afirmar que:<br />

a) O vocábulo “péssimo” no primeiro quadrinho é um elemento que aponta uma circunstância do desempenho do personagem<br />

que fala.<br />

b) A repetição da palavra “péssimo” no primeiro quadrinho atenua o sentimento de indignação expresso pelo personagem<br />

detentor da fala.<br />

c) A expressão “pra” no terceiro quadrinho representa a modalidade formal da língua, para indicar uma ideia de finalidade.<br />

d) O pronome “isto” no último quadrinho é um elemento indicativo de algo próximo do emissor da mensagem.<br />

e) A expressão “se eu viesse” no terceiro quadrinho preza pelo caráter de certeza em relação ao passado atribuído ao contexto<br />

de queixa do personagem.<br />

255


QUESTÃO 06<br />

Governo pode adiar obrigação de airbag e ABS nos automóveis fabricados no Brasil<br />

11/12/2013 - Daniel Lima<br />

Repórter da Agência Brasil<br />

Brasília - A melhoria na segurança dos carros brasileiros deve ficar para depois. O ministro da Fazenda, Guido Mantega,<br />

informou hoje (11) que, na semana que vem, deverá se reunir com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos<br />

Automotores (Anfavea) para discutir a postergação da medida, prevista para entrar em vigor em 2014.<br />

O ministro esteve reunido com o setor, segunda-feira, em São Paulo. “Estamos discutindo as questões de segurança que<br />

seriam acrescentadas a partir de 2014, e estamos preocupados com o impacto sobre o preço do carro, pois elevaria o preço<br />

de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil”, disse.<br />

Mantega também disse que o assunto ainda está em estudo, mas é possível que o governo adie a entrada em vigor das<br />

exigências. “Hoje, 60% dos veículos já têm os equipamentos e passaria para 100%. Então, nós vamos diferir em um a dois<br />

anos. Fecharemos [a decisão] na semana que vem”, disse.<br />

A mudança, imposta pelas resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) 311/2009 e 380/2011prevê,<br />

respectivamente, a instalação de airbag duplo (motorista e passageiro da frente) e freios ABS em 100% dos automóveis<br />

fabricados no país.<br />

Edição: Davi Oliveira<br />

Fonte: http://www.ebc.com.br/noticias/economia/2013/12/governo-pode-adiar-obrigacao-de-airbag-e-abs-nos-automoveis-fabricados-no<br />

Toda notícia visa a uma transmissão de informação referente ao cotidiano. É importante atentar-se a todos os elementos que<br />

a compõem com o objetivo de abstrair a intencionalidade do produtor. A partir da leitura do texto acima e do seu entendimento<br />

macroestrutural, é correto o que se afirma em:<br />

a) Entende-se que o ministro da Fazenda e o governo encontram-se numa situação desconfortável no que se refere ao não<br />

cumprimento das promessas de promover maior segurança aos proprietários de veículos.<br />

b) O ministro teve de impor as mudanças ao setor automotivo, já que este não colaborou com as alterações sugeridas no<br />

que se refere aos itens de segurança.<br />

c) Infere-se que o impacto financeiro sobre o custo de produção pode fazer com que o governo dilate o prazo de exigência<br />

das mudanças necessárias à segurança no que se refere à fabricação de veículos.<br />

d) Compreende-se que o governo está mais preocupado com a segurança dos consumidores do que com os impactos<br />

econômicos que podem ser gerados com o aumento no custo de fabricação de veículos.<br />

e) Aumentar o custo de produção pode fazer com que os veículos fiquem muito mais caros, criando um impacto profundo<br />

na economia do Brasil, já que não há consumidores dispostos a arcar com os custos de tamanha mudança.<br />

256


QUESTÃO 07<br />

O bicho<br />

Vi ontem um bicho<br />

Na imundice do pátio<br />

Catando comida entre os detritos.<br />

Quando achava alguma coisa,<br />

Não examinava nem cheirava:<br />

Engolia com voracidade.<br />

O bicho não era um cão,<br />

Não era um gato,<br />

Não era um rato.<br />

O bicho, meu Deus, era um homem!<br />

(Manuel Bandeira)<br />

Um dos papéis do poeta é expor a realidade de uma<br />

forma reveladora, que procure humanizar o universo<br />

circundante por meio de suas provocações “evidentes”;<br />

fazer a sociedade refletir sobre um óbvio não mais<br />

perceptível sob os olhos dos que só enxergam desejando<br />

não ver. Levando em consideração um contexto de “nãoestranhamento”<br />

por parte dessa sociedade sobre as<br />

discrepâncias sociais que lhe dizem respeito, é correto<br />

pensar que o poema de Bandeira em destaque:<br />

a) Denuncia o estado humano de comodismo frente às<br />

mazelas sociais.<br />

b) Expõe quão degradante é a condição do homem no<br />

que se refere à sua pobreza de espírito.<br />

c) Ao mesmo tempo em que demonstra um sentimento<br />

estarrecedor, desvela quão contraditória é uma condição<br />

humana particular.<br />

d) Questiona o caráter de racionalidade do homem,<br />

incapaz de solucionar seus problemas mais elementares.<br />

e) Indica a “desumanização” do indivíduo no que se<br />

refere à agressividade que este coloca em prática contra<br />

seus pares.<br />

QUESTÃO 08<br />

Texto I<br />

Pela vida – contra o aborto!<br />

Abimael Borges<br />

Não é preciso ser cristão para perceber que o aborto é uma<br />

maldição, mas, como cristão e como ser humano, sou<br />

totalmente contra essa prática. Falar de dignidade humana<br />

não exclui o ser humano integral. Penso que não há o que<br />

se discutir quanto ao início da vida, que preexiste ao<br />

nascimento na forma de mãe e pai. Discutir o momento da<br />

fecundidade como o momento do início de uma vida é<br />

desprezar a vida humana em sua essência. É preciso ter a<br />

sensibilidade que a morte não gera a vida, sendo esta,<br />

portanto, uma continuidade ininterrupta da existência<br />

natural. Somente a vida é capaz de dar origem a outra vida,<br />

sendo esta uma continuidade daquela, um ciclo glorioso<br />

que ninguém tem o direito de quebrar, legalizar ou facultar<br />

sua quebra.<br />

Quando uma mulher decide, por sua livre escolha, estar<br />

com um homem, ela não pode ser inocentada de sua<br />

responsabilidade enquanto genitora, para penalizar um<br />

feto. Podemos até planejar o momento em que queremos<br />

um bebê, mas jamais tirá-lo à força, por nossa liberalidade<br />

e luxúria, o fruto de nossa atitude procriadora.<br />

Eu considero que as pessoas têm o livre-arbítrio para<br />

pensar o sexo como diversão ou procriação, isso é uma<br />

decisão pessoal que não interfere na vida dos outros.<br />

Particularmente, vejo no sexo promíscuo forte degradação<br />

moral, irresponsável e capaz de despojar o ser humano de<br />

sua dignidade e amor próprio. Sexo é para ser feito com<br />

amor e amor é reponsabilidade para consigo e para com o<br />

outro, menos que isso é insanidade.<br />

(Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/redacoes/2527505)<br />

Texto II<br />

A QUESTÃO DO ABORTO<br />

Drauzio Varella<br />

Desde que a pessoa tenha dinheiro para pagar, o aborto é<br />

permitido no Brasil. Se a mulher for pobre, porém, precisa<br />

provar que foi estuprada ou estar à beira da morte para ter<br />

acesso a ele. Como consequência, milhões de adolescentes<br />

e mães de família que engravidaram sem querer recorrem<br />

ao abortamento clandestino, anualmente.<br />

Para se ter ideia, embora os números sejam difíceis de<br />

estimar, se contarmos apenas os casos de adolescentes<br />

atendidas pelo SUS para tratamento das complicações de<br />

abortamentos no período de 1993 a 1998, o número<br />

ultrapassou 50 mil. Entre elas, 3.000 meninas de dez a<br />

quatorze anos. É lógico que o ideal seria instruir as<br />

mulheres para jamais engravidarem sem desejá-lo, mas a<br />

natureza humana é mais complexa: até médicas<br />

ginecologistas ficam grávidas sem querer.<br />

Não há princípios morais ou filosóficos que justifiquem o<br />

sofrimento e morte de tantas meninas e mães de famílias<br />

de baixa renda no Brasil. É fácil proibir o abortamento,<br />

enquanto esperamos o consenso de todos os brasileiros a<br />

respeito do instante em que a alma se instala num<br />

agrupamento de células embrionárias, quando quem está<br />

morrendo são as filhas dos outros. Os legisladores<br />

precisam abandonar a imobilidade e encarar o aborto<br />

como um problema grave de saúde pública, que exige<br />

solução urgente.<br />

(Fonte: http://drauziovarella.com.br/mulher-2/gravidez/a-questao-do-aborto /<br />

adaptado)<br />

257


Um artigo de opinião busca expressar a defesa do ponto<br />

de vista pela ótica do seu produtor, que expõe suas ideias<br />

de forma particular. Sendo assim, o poder de<br />

argumentação neste tipo de texto responde pelo caráter de<br />

subjetividade aliado ao de argumentar. A partir disso,<br />

percebe-se que os dois textos acima apresentam idêntico<br />

papel, porém divergem no que se refere a apontar validade<br />

ou não da matéria. Sobre a concordância ou discordância<br />

do raciocínio quanto ao tema, está correto afirmar que:<br />

a) O primeiro duvida da existência do aborto no que se<br />

refere aos casos de estupro, já o segundo defende que o<br />

Estado promova cirurgias que garantam a segurança das<br />

mulheres.<br />

b) Ambos apelam para o caráter de direito e de defesa à<br />

vida, a fim de legitimarem seus pontos de vista, sendo<br />

que o primeiro pela visão do embrião e o segundo pela<br />

condição materna.<br />

c) O primeiro texto trafega por uma visão religiosa sobre<br />

o tema, sendo que o segundo condena tal tipo de<br />

pensamento para a abertura do debate.<br />

d) O primeiro condena somente as mulheres pelos atos<br />

de promiscuidade, enquanto que o segundo aponta a<br />

autonomia das mais pobres no que se refere à decisão de<br />

abortar ou não.<br />

e) O primeiro aponta o livre-arbítrio como problema da<br />

expansão do aborto, enquanto que o segundo ataca o<br />

pensamento do início da vida no momento da<br />

fecundação.<br />

QUESTÃO 09<br />

Antônio "Tom" Carlos Brasileiro de Almeida Jobim<br />

(Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927 – Nova Iorque, 08<br />

de dezembro de 1994) mais conhecido como Tom Jobim,<br />

foi um compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e<br />

violinista brasileiro. É considerado o maior expoente de<br />

todos os tempos da música brasileira pela revista Rolling<br />

Stone, e um dos criadores e uma das principais forças do<br />

movimento da Bossa Nova. Nascido no bairro da Tijuca,<br />

no Rio de Janeiro (na época Distrito Federal), Tom<br />

mudou-se com a família no ano seguinte para Ipanema,<br />

onde foi criado. A ausência do pai, Jorge de Oliveira<br />

Jobim, durante a infância e adolescência lhe impôs um<br />

contido ressentimento, desenvolvendo no maestro uma<br />

profunda relação com a tristeza e o romantismo melódico,<br />

transferido peculiarmente para as construções harmônicas<br />

e melódicas. Aprendeu a tocar violão e piano em aulas,<br />

entre outros, com o professor alemão Hans-Joachim<br />

Koellreutter, introdutor da técnica dodecafônica no Brasil.<br />

Pensou em trabalhar como arquiteto, chegando a cursar o<br />

primeiro ano da faculdade e até a se empregar em um<br />

escritório, mas logo desistiu e decidiu ser pianista. Tocava<br />

em bares e boates em Copacabana, como no Beco das<br />

Garrafas no início dos anos 1950, até que em 1952 foi<br />

contratado como arranjador pela gravadora Continental,<br />

onde trabalhou com Sávio Silveira. Além dos arranjos,<br />

também tinha a função de transcrever para a pauta<br />

as melodias de compositores que não dominavam a escrita<br />

musical. Datam dessa época as primeiras composições,<br />

sendo a primeira gravada "Incerteza", uma parceria<br />

com Newton Mendonça, na voz de Mauricy Moura.<br />

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Carlos_Jobim<br />

Os diferentes tipos de texto que existem permitem que se<br />

tenha ao alcance uma mensagem adequada para cada<br />

ocasião que se deseja transmitir algo. Sobre a<br />

personalidade acima e a forma como as informações são<br />

passadas, é correto dizer que o presente texto:<br />

a) Aponta informações referentes à existência de um dos<br />

maiores gênios da música brasileira, apresentando fatos<br />

sobre sua trajetória de vida pessoal e profissional.<br />

b) Narra fatos marcantes que dizem respeito à vida<br />

profissional do maior gênio da música brasileira, contada<br />

em capítulos.<br />

c) Descreve o intelecto do maior gênio da música popular,<br />

apontando suas angústias e inspirações a respeito do seu<br />

gênio incompreendido.<br />

d) Comenta aspectos de vida do grande gênio da música<br />

brasileira, apresentando uma análise laudatória sobre sua<br />

forma de criação.<br />

e) Apresenta uma linha informativa a respeito de um<br />

grande músico brasileiro, por meio de injunções que<br />

moldam o ponto de vista e o pensamento do leitor.<br />

258


QUESTÃO 10<br />

(Fonte: http://www.fas.curitiba.pr.gov.br/conteudo.aspx?idf=224)<br />

Falar sobre gêneros textuais se concebe como uma recorrência linguística, haja vista que várias são as circunstâncias sóciocomunicativas<br />

que compartilhamos cotidianamente. Uma delas é a de tentar entender o contexto de persuasão que um texto<br />

pode propor em<br />

relação a seus leitores. Sobre o entendimento do texto acima e seu papel social, é correto dizer que:<br />

a) O objetivo principal é esclarecer a população sobre determinado assunto, valendo-se de um caráter de efeito produzido<br />

pela expressão “Só pode ser brincadeira”.<br />

b) O texto visa a esclarecer a população sobre os malefícios de se tolerar o problema mencionado, fato este provocado<br />

principalmente pela imagem.<br />

c) Há uma crítica quanto ao problema mencionado, já que o texto satiriza o poder público com o uso da palavra “brincadeira”.<br />

d) Ao referir-se a um problema social, o texto em destaque expõe a marca do anunciante, com o objetivo principal de<br />

promovê-lo diante da sociedade.<br />

e) O texto produz a mensagem de forma objetiva, levando em consideração unicamente o caráter semântico primário da parte<br />

verbal.<br />

259


QUESTÃO 11<br />

CÁLICE<br />

(Chico Buarque e Gilberto Gil)<br />

Pai, afasta de mim esse cálice<br />

Pai, afasta de mim esse cálice<br />

Pai, afasta de mim esse cálice<br />

De vinho tinto de sangue<br />

Como beber dessa bebida amarga<br />

Tragar a dor, engolir a labuta<br />

Mesmo calada a boca, resta o peito<br />

Silêncio na cidade não se escuta<br />

Pai, afasta de mim esse cálice<br />

Pai, afasta de mim esse cálice<br />

Pai, afasta de mim esse cálice<br />

De vinho tinto de sangue<br />

Como é difícil acordar calado<br />

Se na calada da noite eu me dano<br />

Quero lançar um grito desumano<br />

Que é uma maneira de ser escutado<br />

Esse silêncio todo me atordoa<br />

Atordoado eu permaneço atento<br />

Na arquibancada pra a qualquer momento<br />

Ver emergir o monstro da lagoa<br />

De muito gorda a porca já não anda<br />

De muito usada a faca já não corta<br />

Como é difícil, pai, abrir a porta<br />

Essa palavra presa na garganta<br />

Esse pileque homérico no mundo<br />

De que adianta ter boa vontade<br />

Mesmo calado o peito, resta a cuca<br />

Dos bêbados do centro da cidade<br />

(Fonte: http://letras.mus.br/chico-buarque/45121/ adaptado)<br />

O texto em destaque acima corresponde a fragmentos de uma canção de autoria de Chico Buarque e Gilberto Gil produzida<br />

no ano de 1973. Esta música teve sua execução proibida durante anos no Brasil. Só foi lançada em disco em novembro de<br />

1978 no álbum Chico Buarque, tendo Milton Nascimento nos versos de Gil, e também em dezembro no<br />

álbum Álibi de Maria Bethânia.<br />

Tendo como base o conhecimento sobre a forma de composição artística de muitos autores no período citado, percebe-se que<br />

a criação da música em destaque:<br />

a) Faz uma exclusivista alusão ao trecho bíblico como forma de reforçar o caráter religioso da cultura local.<br />

b) Teve de ser censurada por evidente desrespeito aos valores pregados pelos militares que dirigiam o país na época.<br />

c) Só foi concluída com a ajuda de outros grandes artistas, por causa do exílio que os dois autores iniciais foram obrigados a<br />

sofrer.<br />

d) Estrutura-se por meio de um elaborado jogo de palavras para despistar a censura da ditadura militar.<br />

e) Possui baixa relevância artística, pois estrutura-se por meio de um caráter de criação simplista, fortemente reprimida pelo<br />

governo da época.<br />

260


QUESTÃO 12<br />

A partir da visualização da parte verbal e não verbal da mensagem acima, é pertinente afirmar que uma conclusão que se tem<br />

do anúncio é que:<br />

a) O cidadão comum depende exclusivamente do transporte público para combater o problema abordado.<br />

b) O uso de veículos particulares não colabora com a solução do problema.<br />

c) O transporte público e os veículos particulares não representam uma mobilidade sustentável.<br />

d) A saída mais viável para o problema de mobilidade é a construção de ciclo-faixas no perímetro urbano.<br />

e) O homem é o grande responsável pelos problemas que dizem respeito à falta de mobilidade urbana e ao desrespeito ao<br />

meio ambiente.<br />

QUESTÃO 13<br />

SÃO JOÃO CHEGOU! AS GRANDES FESTAS DAS CAPITAIS DO FORRÓ.<br />

Na viagem com Camila: 18/06/2012<br />

Estamos em pleno ciclo junino e a economia se movimenta, é feriado, as cidades mudam. Quem não é daqui nem tem noção<br />

da dimensão que o São João tem para nós. Não são só as festas de Caruaru e Campina Grande que concorrem pelo<br />

melhor/maior São João do mundo. Entram em cena também a gastronomia, a moda (sim, essa é uma das épocas que os<br />

nordestinos mais compram roupas e não são necessariamente roupas de matuto), as bandas de forró pé-de-serra e de forró<br />

estilizado. É realmente um período bem marcante para nós, nordestinos.<br />

Caruaru e Campina Grandre<br />

São as festas mais comerciais. Ambas as cidades disputam o título do melhor/maior São João. Apesar de serem festas<br />

grandes, com patrocinadores grandes também, cada uma investe em pontos diferentes. As duas cidades têm festas imensas,<br />

vou tentar aqui mostrar, em linhas gerais, o que cada cidade tem a oferecer.<br />

261


Caruaru tem o Pátio do Forró que é o ponto de encontro das pessoas, com shows todas as noites com artistas famosos. Há<br />

cidade cenográfica dentro do Pátio, mas lá costuma aglomerar muita gente, é festa de rua mesmo. Se você não é tão<br />

jovenzinho assim e prima pelo conforto pode não encontrar um lugar bacana no Pátio em si, mas na área da estação ferroviária,<br />

onde ficam restaurantes com uma infraestrutura maior. Há ainda o Alto do Moura, onde Vitalino vivia e produzia seus<br />

bonecos de barro. É possível visitar a casa de Vitalino que virou uma espécie de museu. Lá a galera jovem costuma ir passar<br />

o dia para, à noite, se encontrar no Pátio. Há festas fechadas também e as famosas Drilhas. Elas são quadrilhas estilizadas e<br />

temáticas e saem com trios elétricos no período da tarde.<br />

Campina Grande tem o Pátio do Povo. A ideia é semelhante à do Pátio do Forró com a diferença que há o que eles chamam<br />

de palhoças que tocam forró pé de serra (também há algo parecido em Caruaru, mas em Campina creio que elas funcionam<br />

melhor). Ainda nesta área ficam os restaurantes, as barraquinhas com brincadeiras, etc…<br />

(Fonte: http://naviagemcomcamila.wordpress.com/2012/06/18/sao-joao-chegou-as-grandes-festas-das-capitais-do-forro/adaptado)<br />

Um texto, para apresentar seu sentido maior (macroestrutura), depende de elementos menores (microestrutura) que ajudem a<br />

montá-lo na base do entendimento de cada frase. Trata-se da relação existente entre Coerência e Coesão a base fundamental<br />

para se estruturar um texto com a clareza necessária, a fim de que o leitor abstraia satisfatoriamente sua mensagem. A partir<br />

disso, pode-se afirmar como correta a firmação que é feita sobre um desses elementos que se encontram destacados no texto<br />

acima:<br />

a) A palavra “nordestinos” é utilizada com o propósito de indicar a circunstância de lugar onde se passam os festejos<br />

mencionados.<br />

b) A expressão “apesar de” marca um tom explicativo no contexto em que foi empregada.<br />

c) A conjunção “mas” foi usada exclusivamente como aditiva no contexto em que se encontra.<br />

d) A palavra “onde” retoma um termo anterior com a finalidade de projetá-lo na oração seguinte, indicando-lhe noção de<br />

lugar.<br />

e) O uso do pronome “eles” possui referência exata no contexto em que foi empregado, retomando um substantivo.<br />

QUESTÃO 14<br />

RESTOS DO CARNAVAL<br />

Não, não deste último carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as quartas-feiras de<br />

cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Como se as ruas e praças do Recife enfim<br />

explicassem para que tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta<br />

em mim. Carnaval era meu, meu. No entanto, na realidade, eu dele pouco participava.<br />

Mas houve um carnaval diferente dos outros. Tão milagroso que eu não conseguia acreditar que tanto me fosse dado, eu, que<br />

já aprendera a pedir pouco! É que a mãe de uma amiga minha resolvera fantasiar a filha e o nome da fantasia era no figurino<br />

Rosa. Para isso comprara folhas e folhas de papel crepom cor-de-rosa, com os quais, suponho, pretendia imitar as pétalas de<br />

uma flor. Boquiaberta, eu assistia pouco a pouco à fantasia tomando forma e se criando. Embora de pétalas o papel crepom<br />

nem de longe lembrasse, eu pensava seriamente que era uma das fantasias mais belas que jamais vira.<br />

Foi quando aconteceu, por simples acaso, o inesperado: sobrou papel crepom, e muito. E a mãe de minha amiga - talvez<br />

atendendo a meu mudo apelo, ao meu mudo desespero de inveja, ou talvez por pura bondade, já que sobrara papel - resolveu<br />

fazer para mim também uma fantasia de rosa com o que restara de material. Naquele carnaval, pois, pela primeira vez na vida<br />

eu teria o que sempre quisera: ia ser outra que não eu mesma.<br />

Muitas coisas que me aconteceram tão piores que estas, eu já perdoei. No entanto essa não posso sequer entender agora: o<br />

jogo de dados de um destino é irracional? É impiedoso. Quando eu estava vestida de papel crepom todo armado, ainda com<br />

os cabelos enrolados e ainda sem batom e ruge - minha mãe de súbito piorou muito de saúde, um alvoroço repentino se criou<br />

em casa e mandaram-me comprar depressa um remédio na farmácia. Fui correndo vestida de rosa - mas o rosto ainda nu não<br />

tinha a máscara de moça que cobriria minha tão exposta vida infantil - fui correndo, correndo, perplexa, atônita, entre<br />

serpentinas, confetes e gritos de carnaval. A alegria dos outros me espantava.<br />

Quando horas depois a atmosfera em casa acalmou-se, minha irmã me penteou e pintou-me. Mas alguma coisa tinha morrido<br />

em mim. E, como nas histórias que eu havia lido, sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu fora desencantada;<br />

não era mais uma rosa, era de novo uma simples menina. Desci até a rua e ali de pé eu não era uma flor, era um palhaço<br />

262


pensativo de lábios encarnados. Na minha fome de sentir êxtase, às vezes começava a ficar alegre, mas com remorso<br />

lembrava-me do estado grave de minha mãe e de novo eu morria.<br />

Só horas depois é que veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar. Um menino de uns<br />

12 anos, o que para mim significava um rapaz, esse menino muito bonito parou diante de mim e, numa mistura de carinho,<br />

grossura, brincadeira e sensualidade, cobriu meus cabelos já lisos de confete: por um instante ficamos nos defrontando,<br />

sorrindo, sem falar. E eu então, mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que enfim alguém me havia reconhecido:<br />

eu era, sim, uma rosa.<br />

Clarice Lispector – Felicidade Clandestina<br />

(Fonte: http://claricelispector.blogspot.com.br/2007/12/restos-do-carnaval.html)<br />

Uma das características das histórias de Clarice Lispector se refere à montagem do fator psicológico que molda a<br />

personalidade e interfere no estado de espírito de muitos de seus personagens. A partir do universo criado em relação à festa<br />

de Carnaval, no enredo, é correto afirmar que:<br />

a) Participar do carnaval todo ano sempre encantou o narrador-personagem, servindo-lhe de fuga do seu universo conflituoso.<br />

b) O momento de carnaval sempre proporcionou ao narrador-personagem euforia e felicidade por poder forjar aquilo que ela<br />

não era.<br />

c) O sentimento de alegria é uma consequência normal e comum no decorrer dos acontecimentos do enredo, não frustrando<br />

o narrador-personagem.<br />

d) Por possuir um pessimismo elevado, frente aos fatos que lhe dizem respeito, o carnaval é capaz de proporcionar algo hostil<br />

ao narrador-personagem, prejudicando-lhe mais ainda o estado de espírito.<br />

e) Ter a possibilidade de brincar o carnaval representaria uma fuga para os conflitos de ordem existencial e psicológica que<br />

dizem respeito à realidade do narrador-personagem.<br />

QUESTÃO 15<br />

Tendo por base o caráter reflexivo que as charges buscam agregar a suas ilustrações, percebe-se que, a partir da visualização<br />

da imagem acima, é correto inferir que o indivíduo de cor escura em relação a seus pares representa:<br />

a) Um ser acomodado que não evolui além do que se espera.<br />

b) Um ser alienado que reproduz o que os outros apontam.<br />

c) Um ser limitado que não consegue acompanhar o raciocínio do demais.<br />

d) Um ser diferenciado que detém mais conteúdo intelectual.<br />

e) Um ser revolucionário que contesta a ordem pré-estabelecida.<br />

263


QUESTÃO 16<br />

Suécia vê conta salgada e desiste de sediar Olimpíadas de 2022<br />

Correio do Brasil 18/01/2014<br />

Redação, com BBC - de Estocolmo<br />

A candidatura de Estocolmo para sediar as Olimpíadas de<br />

Inverno de 2022 foi enterrada praticamente em bloco<br />

pelos partidos políticos suecos, com apoio do próprio<br />

prefeito da capital sueca e também do primeiro-ministro<br />

da Suécia, Fredrik Reinfeldt. Três argumentos centrais<br />

orientaram a decisão, confirmada neste sábado: para os<br />

políticos da Suécia, um dos países mais ricos do mundo, a<br />

cidade tem prioridades mais importantes, a conta dos<br />

gastos para realizar o evento na cidade seria alta demais,<br />

e um eventual prejuízo com a organização dos Jogos teria<br />

que ser coberto com o dinheiro dos contribuintes.<br />

– Não posso recomendar à Assembleia Municipal que dê<br />

prioridade à realização de um evento olímpico.<br />

Precisamos priorizar outras necessidades, como a<br />

construção de mais moradia na cidade – disse o prefeito<br />

de Estocolmo, Sten Nordin, em declarações publicadas<br />

neste sábado pelo jornal Dagens Nyheter.<br />

Nos últimos dias, diversos partidos políticos vieram a<br />

público defender a rejeição à candidatura da cidade. Na<br />

avaliação dos partidos, o plano apresentado pelo Comitê<br />

Olímpico sueco apresentou cálculos pouco realistas e<br />

projeções exageradamente otimistas sobre a receita da<br />

venda de bilhetes para o evento. O orçamento previsto<br />

pelo Comitê para a realização dos Jogos era de<br />

aproximadamente 10 bilhões de coroas suecas, o<br />

equivalente a cerca de R$ 3,6 bilhões.<br />

– Quando se trata de custos deste calibre, os cidadãos que<br />

pagam impostos exigem de seus políticos mais do que<br />

previsões otimistas e boas intuições. Não é possível<br />

conciliar um projeto de sediar os Jogos Olímpicos com as<br />

prioridades de Estocolmo em termos de habitação,<br />

desenvolvimento e providência social – disse o secretário<br />

municipal de Meio Ambiente da capital sueca, Per<br />

Ankersjö, em artigo publicado quinta-feira no jornal<br />

Dagens Nyheter.<br />

A candidatura preliminar da Suécia aos Jogos foi<br />

apresentada pelo Comitê Olímpico sueco ao Comitê<br />

Olímpico Internacional (COI) em novembro passado. O<br />

plano do Comitê sueco foi então submetido à avaliação<br />

dos partidos que compõem o Conselho Municipal da<br />

capital sueca, dando início ao debate. “Apresentar uma<br />

candidatura aos Jogos Olímpicos seria especular demais<br />

com o dinheiro dos contribuintes. Os riscos financeiros<br />

são grandes demais”, disse o Partido Democrata Cristão<br />

(Kristdemokraterna, um dos quatro partidos da aliança<br />

governista) em comunicado à imprensa no sábado<br />

passado.<br />

Em editorial publicado recentemente no jornal Svenska<br />

Dagbladet, um comentarista destacou que a experiência de<br />

cidades que já sediaram eventos olímpicos – como<br />

Londres, Vancouver e Atenas – demonstra que um fato é<br />

recorrente: “Os cálculos iniciais da organização do evento<br />

são sempre mais otimistas do que a conta apresentada no<br />

final dos Jogos”, diz o texto, afirmando que “após os<br />

Jogos os contribuintes são forçados a pagar pelos<br />

prejuízos”.<br />

“E nenhum cientista se atreve a afirmar que a realização<br />

dos Jogos beneficia de fato o mercado de trabalho e a<br />

economia local das cidades-sede”, acrescentou o editorial.<br />

Fonte: http://correiodobrasil.com.br/destaque-do-dia/suecia-ve-conta-salgadadesiste-sediar-olimpiadas-2022/678486/<br />

Para o bom entendimento dos fatos apresentados no texto,<br />

é essencial que se saibam as causas que originam os<br />

acontecimentos. Pode-se entender que um raciocínio<br />

válido sobre o que se noticia no texto está expresso em:<br />

a) A oposição, por meio de uma revolução popular,<br />

conseguiu convencer o governo a não sediar as<br />

olimpíadas.<br />

b) O bom uso do dinheiro dos contribuintes direciona os<br />

investimentos a serem feitos no país citado.<br />

c) Os exemplos de países que não obtiveram retorno<br />

esperado constituíram o fator determinante para a<br />

desistência da Suécia em ser sede das Olimpíadas.<br />

d) Os recentes atentados que ocorreram na Rússia<br />

intimidaram o governo sueco a não realizar as olimpíadas<br />

de 2022.<br />

e) O principal motivo para a Suécia não sediar as<br />

Olimpíadas de 2022 foram os altos gastos com segurança.<br />

264


QUESTÃO 17<br />

Limeira<br />

Eu sou Zé Limeira, caboclo do mato<br />

Capando carneiro no cerco do bode<br />

Não gosto de feme que vai no pagode<br />

O gato fareja no rastro do rato<br />

Carcaça de besta, suvaco de pato<br />

Jumento, raposa, cancão e preá<br />

Sertão, Pernambuco, Sergipe e Pará<br />

Pará, Pernambuco, Sergipe e Sertão<br />

Dom Pedro Segundo de sela e gibão<br />

Cantando galope na beira do mar.<br />

(Fonte: http://mundodasartescsta.blogspot.com.br/2011/07/exemplos-decordeis.html)<br />

Literatura de cordel, também conhecida no Brasil<br />

como folheto, é um gênero literário popular escrito<br />

frequentemente na forma rimada, originado em relatos<br />

orais e depois impresso em folhetos. Remonta ao século<br />

XVI, quando o Renascimento popularizou a impressão de<br />

relatos orais, e mantém-se uma forma literária popular<br />

no Brasil. Sobre as características do cordel acima, é<br />

correto afirmar que se faz presente a seguinte<br />

característica:<br />

a) Uso de linguagem coloquial para estabelecer as rimas.<br />

b) Valorização exacerbada da forma em relação ao<br />

conteúdo.<br />

c) Adaptação ao contexto cultural de um local específico,<br />

legitimando vocabulário e folclore.<br />

d) Exemplificação rural como modelo de vida atrasado.<br />

e) Vocabulário amparado no registro da época do<br />

Segundo Reinado.<br />

QUESTÃO 18<br />

IMPASSE COM A RÚSSIA MOTIVOU REVOLTA<br />

NA UCRÂNIA<br />

As manifestações começaram em novembro, depois que o<br />

então presidente Viktor Yanukovich anunciou sua decisão<br />

de não assinar um acordo de cooperação com a União<br />

Europeia.<br />

Uma ex-república soviética, a Ucrânia está no meio de<br />

uma disputa de forças entre grupos que querem mais<br />

proximidade com a União Europeia e outros que têm mais<br />

afinidade com a Rússia.<br />

Em fevereiro, Yanukovich foi deposto, um governo<br />

interino foi empossado e novas eleições foram<br />

convocadas. As atenções agora se viraram para a Crimeia,<br />

região autônoma da Ucrânia de maioria alinhada à Rússia<br />

e que convocou um referendo sobre sua soberania.<br />

Tropas russas já assumiram controle sobre a região, apesar<br />

dos protestos da comunidade internacional, e há temores<br />

de que possam tentar avançar sobre outras partes da<br />

Ucrânia.<br />

Putin afirmou que o novo governo ucraniano chegou ao<br />

poder "pelas armas", como resultado de um "golpe"<br />

inconstitucional. Segundo o presidente russo, Viktor<br />

Yanukovich, destituído da presidência, "é o legítimo líder<br />

da Ucrânia". "Yanukovich é certamente impotente na<br />

Ucrânia, mas legalmente falando, ele é o presidente<br />

legítimo do país", disse Putin.<br />

Putin falou ainda que a Rússia não reconheceria os<br />

resultados de eleições na Ucrânia que tenham sido<br />

realizadas sob as atuais condições de "terror".<br />

Acrescentou que a Rússia não pretende anexar a Crimeia<br />

ao seu território. No último fim de semana, tropas russas<br />

ocuparam a península da Crimeia, região autônoma no sul<br />

da Ucrânia cuja maioria da população é alinhada à Rússia.<br />

Putin citou ações de ativistas radicais na Ucrânia como<br />

justificativa para que a Rússia "se preocupe com as vidas<br />

e o bem-estar das pessoas no leste e no sul da Ucrânia".<br />

"Incidentes como esses são a razão pela qual a Rússia se<br />

reserva a opção de envio de tropas à região da Crimeia".<br />

"A Rússia não está planejando fazer<br />

guerra contra o povo ucraniano. Mas nossas tropas vão<br />

impedir qualquer tentativa de atingir os civis ucranianos”,<br />

disse.<br />

Fonte: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2014/03/04/usoda-forca-militar-sera-ultima-coisa-que-faremos-diz-putin-sobre-ucrania.htm<br />

A notícia acima expõe um conflito de ordem internacional<br />

que está ancorado em trajetórias históricas. O argumento<br />

de que, segundo a versão oficial dada pelo presidente<br />

Putin, a Rússia se preocupa com a região da Crimeia, a<br />

ponto de que esta possa sofrer algum tipo de intervenção<br />

militar, se respalda na seguinte afirmativa:<br />

a) O fato do então ex-presidente Viktor Yanukovich não<br />

ter assinado um acordo de cooperação com a União<br />

Europeia.<br />

b) Haver protestos da comunidade internacional sobre a<br />

ocupação de tropas russas.<br />

c) O ex-presidente Viktor Yanukovich ter sofrido um<br />

golpe de estado, sendo destituído da presidência.<br />

d) O terrorismo instalado durante as eleições na Ucrânia,<br />

não garantindo a lisura do processo.<br />

e) O não reconhecimento do novo governo e o fato de a<br />

parte da população simpatizante da Rússia na Crimeia<br />

estar sujeita a ataques de ativistas radicais ucranianos.<br />

265


QUESTÃO 19<br />

Samba do Approach<br />

Venha provar meu brunch<br />

Saiba que eu tenho approach<br />

Na hora do lunch<br />

Eu ando de ferryboat...<br />

Eu tenho savoir-faire<br />

Meu temperamento é light<br />

Minha casa é hi-tech<br />

Toda hora rola um insight<br />

Já fui fã do Jethro Tull<br />

Hoje me amarro no Slash<br />

Minha vida agora é cool<br />

Meu passado é que foi trash...<br />

Fica ligado no link<br />

Que eu vou confessar my love<br />

Depois do décimo drink<br />

Só um bom e velho engov<br />

Eu tirei o meu green card<br />

E fui prá Miami Beach<br />

Posso não ser pop-star<br />

Mas já sou um noveau-riche...<br />

Eu tenho sex-appeal<br />

Saca só meu background<br />

Veloz como Damon Hill<br />

Tenaz como Fittipaldi<br />

Não dispenso um happy end<br />

Quero jogar no dream team<br />

De dia um macho man<br />

E de noite, drag queen...<br />

(Fonte: http://letras.mus.br/zeca-baleiro/43674/adaptado)<br />

A partir da leitura da música acima, percebe-se que seu<br />

autor preocupou-se, fundamentalmente, em<br />

a) Ser irreverente no seu modo de criar arte.<br />

b) Apelar para um jeito incomum de criar seus versos.<br />

c) Galgar originalidade por meio de expressões fortes.<br />

d) Apontar uma crítica de ordem linguística.<br />

e) Marcar sua expressividade pela recorrência de<br />

anglicismos.<br />

QUESTÃO 20<br />

O objetivo da charge é ironizar um aspecto da realidade a<br />

fim de expor uma crítica sobre o que é tematizado de<br />

maneira irreverente. Pode-se dizer que um pensamento<br />

válido sobre a charge acima em relação à sociedade<br />

brasileira como um todo é apontar um(a):<br />

a) Círculo vicioso, expondo a responsabilidade do eleitor<br />

como a origem do problema.<br />

b) Crítica em relação aos políticos como os principais<br />

responsáveis pelo problema.<br />

c) Alusão ao crime organizado que se encontra ramificado<br />

em vários setores da sociedade.<br />

d) Facilidade que corruptos encontram em sair impunes<br />

dos crimes cometidos.<br />

e) Improbabilidade de serem resolvidos os problemas de<br />

ordem política e de segurança pública.<br />

GABARITO<br />

1- E<br />

2- C<br />

3- A<br />

4- B<br />

5- D<br />

6- C<br />

7- C<br />

8- B<br />

9- A<br />

10- A<br />

11- D<br />

12- B<br />

13- D<br />

14- E<br />

15- D<br />

16- B<br />

17- C<br />

18- E<br />

19- E<br />

20- A<br />

266


TONS DO ENEM<br />

QUESTÃO 01<br />

Na edição 2177, de 11/08/2010, a revista Veja publicou a reportagem Falar e escrever bem: rumo à vitória, com dicas para<br />

não “tropeçar” no idioma durante uma entrevista de emprego. Linguisticamente, tal iniciativa pode ser interpretada como<br />

forma de expor a vantagem que uma variedade – a normativa – obtém sobre todas as outras que existem e são utilizadas pelos<br />

falantes na sociedade. Sobre esta relação, pode-se afirmar como conclusão das dicas apresentadas na referida matéria que...<br />

a) Ao enumerar os erros apresentados, o veículo de comunicação se exime de preocupação social quanto ao desempenho do<br />

seu leitor.<br />

b) O domínio da língua formal é usado para preterir candidatos que não a utilizam, no contexto de disputa por uma vaga no<br />

mercado de trabalho.<br />

c) Há um evidente exemplo de discriminação na matéria, uma vez que expõe diretamente os usuários de outras variedades<br />

como incultos.<br />

d) Os erros descritos não podem ser determinantes para a obtenção ou não de um emprego, haja vista a falta de investigação<br />

dos fatos linguísticos que os caracterizem como falhos.<br />

e) A expressão linguística é um exemplo de força de discriminação na sociedade, relegando milhões de usuários de<br />

“variedades incultas” ao desemprego e à miséria.<br />

267


QUESTÃO 02<br />

TEXTO I<br />

TEXTO II<br />

Sofisma:<br />

s.m. Raciocínio vicioso, aparentemente correto e concebido com a intenção de induzir em erro; paralogismo.<br />

Lógica. Premissa ou argumentação cujo propósito se estabelece na intenção de produzir uma ilusão da verdade,<br />

apresentando uma estrutura lógica, mas, além disso, relações incorretas e propositalmente falsas.<br />

Fonte: http://www.dicio.com.br/sofisma/<br />

A partir da visualização da charge e do sentido apresentado anteriormente, pode-se afirmar que ambos os textos possuem um<br />

ponto de convergência argumentativa quando:<br />

a) um dos personagens se baseia no registro referencial da linguagem, para, diretamente, fazer uma proposta vantajosa a seu<br />

interlocutor.<br />

b) há na história um exemplo de embate argumentativo entre os falantes, na medida em que o personagem de terno é obrigado<br />

por seu interlocutor a explicar a vantagem apresentada.<br />

c) expressam que o poder de convencimento pela palavra pode ser algo amplamente volúvel ao não evidenciar quem pode<br />

estar com a razão num diálogo.<br />

d) a linguagem é democratizada entre os falantes, de forma que haja igualdade de elaboração dos argumentos entre os<br />

interlocutores, sem a intenção de um ludibriar o outro.<br />

e) o argumento do senhor de terno preto não se sustenta ao explicar a razão pela qual o morador da favela se deve regozijar<br />

com o fato de quererem derrubar seu barraco.<br />

268


QUESTÃO 03<br />

TEXTO I<br />

Galicismo ou francesismo é a palavra, expressão ou construção de origem francesa ou o ato de utilizá-la em nossa língua. O<br />

galicismo é considerado barbarismo em sentido restrito se se trata de uso desnecessário por já haver forma vernácula<br />

equivalente. Se, porém, tal importação vem preencher lacuna da língua, é bem-vinda e é então considerada simples<br />

estrangeirismo.<br />

Diz-se “galicismo” em referência a “Gália”, nome da província romana que corresponde à atual França. Ainda que os<br />

galicismos (e outros barbarismos em sentido restrito) devam ser evitados, não os podemos considerar erro. Quem assim age<br />

demonstra desinformação.<br />

Exemplos de galicismos são as palavras abajur (de “abat-jour”), buquê (de “bouquet”), carnê (de “carnet”), crochê (de<br />

“crochet”),filé (de “filet”); as expressões cair das nuvens, guardar o leito, golpe de Estado, perder a cabeça, ter lugar; o<br />

verbo “acontecer” com o sentido de “ocorrer”: “A comemoração acontecerá em 10 de setembro” (em vez de “ocorrerá”). É<br />

também considerado galicismo o emprego indiscriminado da preposição “a”, especialmente quando pode ser substituída por<br />

“com”, “de” ou “em”, como em “chocolate ao leite” (com leite), “entrega a domicílio” (em domicílio), “equação a duas<br />

incógnitas” (de duas incógnitas), “falar ao telefone” (no telefone) e “situado à avenida 7” (na avenida).<br />

A importação para a nossa língua de palavras e expressões francesas tem origem muito antiga. O recebimento de galicismos<br />

data da Idade Média, dada a influência que a literatura daquela região, notadamente a provençal, exerceu nas letras<br />

portuguesas. Muito tempo depois, no século XIX, tal influência foi proeminente no Brasil. Por essa época, era chique (outro<br />

galicismo) falar francês e usar roupas e consumir produtos vindos de Paris.<br />

Não há, portanto, razão que se sustente para reprovarmos por aqui os galicismos mais do que os demais barbarismos. Além<br />

disso, muitos deles estão de tal forma arraigados em nossos usos linguísticos que nem os percebemos como estrangeiros.<br />

Fonte: http://www.paulohernandes.pro.br/vocesabia/001/vcsabia115.html<br />

TEXTO II<br />

Sobre a temática abordada nos textos acima, percebe-se respectivamente<br />

uma explicação e uma exemplificação de influências de outras línguas<br />

no uso do <strong>Português</strong> falado no Brasil. A partir da defesa das ideias do<br />

texto I e da situação retratada como uso comum dos falantes exposta no<br />

texto II, é válido afirmar que:<br />

a) A contaminação do idioma por parte dos estrangeirismos prejudica a<br />

autoafirmação do idioma pátrio entre os falantes.<br />

b) Com a influência cada vez maior de outras línguas no idioma local, a<br />

tendência é que ocorra uma degeneração semântica dos vocábulos<br />

incorporados e das palavras existentes no <strong>Português</strong>.<br />

c) A influência de estrangeirismos manifesta-se inconscientemente no<br />

cotidiano linguístico dos falantes, oferecendo-lhes maiores<br />

possiblidades de expressão.<br />

d) A Língua Portuguesa torna-se cada vez mais pobre no cotidiano, já<br />

que os falantes no Brasil têm preferido utilizar anglicismos e galicismos<br />

como demonstração de status.<br />

e) A tendência é que o <strong>Português</strong> deixe de ser falado no Brasil, sendo substituído, a longo prazo, por um outro idioma formado<br />

pela influência do inglês e do francês.<br />

GABARITO<br />

01 B<br />

02 E<br />

03 C<br />

269


270


271


272<br />

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