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<strong>Português</strong><br />
1
PORTUGÊS<br />
3
Coordenação editorial: Estúdio Conejo, Zênite.<br />
Preparação de texto: Zênite, Jorge Teles.<br />
Coordenação de design e projetos visuais: Pedro Yañez.<br />
Revisão: Geisa Teixeira.<br />
Impressão: Gráfica Brasil.<br />
Organizador: Estúdio Conejo<br />
Obra coletiva concebida, desenvolvida<br />
e produzida pelo estúdio Conejo, Zênite.<br />
Editor Executivo:<br />
Pedro Yañez.<br />
Livro do professor:<br />
JORGE TELES<br />
4
Estudar é preciso, viver não é preciso; quem quer vencer o ENEM tem<br />
que estudar bem. Diria isso Fernando Pessoa caso estivesse na situação<br />
dos heroicos estudantes que terão o desafio gigantesco de superar os<br />
obstáculos das provas que virão. Um ano decisivo como este vai exigir<br />
muita concentração, esforço, atenção e dedicação. Encare-o como<br />
uma maratona, em que o corredor deve pôr em prática uma estratégia<br />
que lhe dê a possibilidade de alcançar êxito no final, procurando largar<br />
bem e se situar entre os melhores no início, administrar o cansaço nas<br />
subidas e descidas do trajeto, hidratar-se no momento certo e buscar fôlego<br />
para dar a arrancada final onde os concorrentes estejam implorando<br />
pelo fim da corrida. Todos temos habilidades e inteligência (como<br />
homo sapiens que somos), o que nos diferencia na obtenção da vitória<br />
é o quanto transpiramos. Diríamos que o seu sucesso será determinado<br />
por 5% de inspiração e 95% de transpiração. Por isso aproveite bem<br />
as dicas e informações do seu material que servirá de bússola para a<br />
navegação que começa agora, rumo à glória e à descoberta de um novo<br />
mundo de conquistas, do surgimento de uma nova vida. Sejam senhores<br />
do destino de vocês. Façam a hora acontecer agora. Sucesso.<br />
Bom estudo!<br />
;)<br />
5
SUMÁRIO<br />
Linguagem ..................................................................................<br />
Funções da linguagem ................................................................<br />
Figuras de Linguagem ................................................................<br />
Ortografia ...................................................................................<br />
Acentuação gráfica .....................................................................<br />
Formação de palavras ................................................................<br />
Classes de palavras .....................................................................<br />
Pronome .....................................................................................<br />
Verbo ..........................................................................................<br />
Sintaxe ........................................................................................<br />
Período Composto .....................................................................<br />
Pontuação ...................................................................................<br />
Regência Verbal ..........................................................................<br />
Regência Nominal ......................................................................<br />
Concordância Nominal ..............................................................<br />
Concordância Verbal .................................................................<br />
Função do “que” e do “se” ..........................................................<br />
9<br />
11<br />
34<br />
41<br />
57<br />
62<br />
72<br />
82<br />
83<br />
110<br />
131<br />
143<br />
147<br />
150<br />
155<br />
158<br />
172<br />
6
LINGUAGEM<br />
A Linguagem trata-se da manifestação interativa que<br />
estabelece um nível de comunicação. Todo contexto em<br />
que haja troca de informações estabelece determinado<br />
nível de Linguagem, que pode se estabelecer de várias<br />
formas entre os interlocutores. Ao proferimos uma<br />
palavra, ao fazer uso de uma expressão facial, ao fazermos<br />
um gesto, ao emitirmos um som, ao acendermos uma luz,<br />
ao visualizarmos uma placa ou letreiro, estamos nos<br />
inserindo num processo de Linguagem.<br />
DIFERENÇA ENTRE OS TIPOS DE LINGUAGEM<br />
Pode-se dizer, então, que a Linguagem se estabelece de<br />
duas formas: de maneira Verbal (por meio das palavras) e<br />
de maneira Não-Verbal (sem o uso das palavras). No<br />
âmbito dos estudos, interessa-nos investigar<br />
primordialmente a parte verbal da linguagem, embora, nos<br />
últimos tempos, a modalidade não-verbal da língua<br />
também tenha se mostrado muito presente nas provas de<br />
vestibulares e do ENEM, por meio de análises de tirinhas,<br />
charges ou textos publicitários. A partir disso, é<br />
interessante que o vestibulando também se atenha a todos<br />
os elementos envolvidos na análise de textos que mesclem<br />
as duas modalidades envolvidas no processo<br />
comunicativo, pois, muitas vezes, as bancas fazem uso<br />
dessa estratégia de elaboração de pôr em evidência a<br />
linguagem mista.<br />
socialmente. Tal autor bem como a matéria de que trata na<br />
sua obra têm sido muito cobrados nas provas do ENEM e<br />
dos vestibulares. Portanto fica a dica desta leitura para o<br />
vestibulando, a fim de ter uma visão mais precisa sobre<br />
um tema muito recorrente.<br />
VARIEDADE LINGUÍSTICA<br />
Num processo de comunicação, interessa aos<br />
interlocutores entenderem e se fazerem entendidos, não<br />
importando a forma como isso vai se estabelecer.<br />
Portanto, ao utilizarmos a fala para nos comunicarmos,<br />
não interessa saber ou dominar regras gramaticais e se<br />
expressar de forma muito rebuscada, mas sim transmitir e<br />
compreender o que se diz. Construções como “Isso é pra<br />
mim fazer”, “Eu vou convidar ela pra festa”, “A gente<br />
vamos agora para casa”, embora, gramaticalmente<br />
erradas, podem linguisticamente ser aceitas na<br />
comunicação oral, pois satisfazem o que o receptor da<br />
mensagem precisa entender da fala do emissor. Isso<br />
acontece por a língua falada ser um mecanismo aberto,<br />
espontâneo, informal, cotidiano, criativo, inventivo, de<br />
improviso, que faz com que a comunicação seja o<br />
principal objetivo a ser alcançado. Nessa perspectiva, não<br />
se deve entender como errada a forma como tal pessoa fala<br />
– embora se policiar gramaticalmente na fala influencie<br />
positivamente o falante a se expressar melhor no âmbito<br />
da escrita –, pois o importante, nessa visão, é o<br />
entendimento mútuo que deve se estabelecer.<br />
(Fonte: Google imagens – preconceito linguístico)<br />
O livro acima é de autoria do doutor linguista Marcos<br />
Bagno, que vem sendo o principal especialista a combater<br />
a ideia do Preconceito Linguístico (julgamento negativo<br />
que é feito dos falantes em função da variedade linguística<br />
que utilizam), em relação a variedades desprestigiadas<br />
Analisando-se a língua falada, percebe-se que muitos<br />
fatores como: faixa etária, situação econômica, origem<br />
geográfica, grau de escolaridade, profissão, influenciam<br />
na expressividade oral dos falantes. Disso é que se ocupa<br />
o ramo da Sociolinguística, (este nome tem aparecido<br />
com frequência nas provas do ENEM) que busca entender<br />
como essas características são postas em prática no<br />
cotidiano das pessoas, influenciando a cultura local e a<br />
expressividade individual de cada falante. Com isso<br />
aparecem as diferentes variedades linguísticas que são<br />
frequentemente exigidas nas provas de vestibulares, para<br />
saber até que ponto o vestibulando consegue discernir o<br />
grau pertencente à formalidade do idioma de que faz uso<br />
no dia a dia, ao mesmo tempo em que testa o<br />
reconhecimento por parte deste das diferentes formas de<br />
sua sociedade se valer da rica expressividade que possui.<br />
As variedades são as seguintes:<br />
A gíria ou jargão é uma forma de linguagem baseada em<br />
um vocabulário especialmente criado por um determinado<br />
grupo social com o objetivo de servir de emblema para os<br />
9
seus membros, distinguindo-os dos demais falantes da<br />
língua.<br />
Gíria costuma designar o jargão utilizado por grupos de<br />
jovens (skatistas, surfistas, clubbers, etc.).<br />
(Fonte: Google imagens – gírias)<br />
O termo jargão ou linguagem técnica, por sua vez, quase<br />
sempre identifica um uso específico da linguagem<br />
associado a um grupo profissional (economistas,<br />
profissionais da informática, etc.).<br />
(Fonte: (Fonte: Google imagens – jargão)<br />
(Fonte: Google imagens – dialeto)<br />
Dialeto: trata-se da manifestação própria de uma falante<br />
10<br />
pertencente a um espaço geográfico específico. Notam-se<br />
características marcantes disso principalmente na parte da<br />
prosódia (parte sonora da expressão oral), porém tal fator<br />
também se estende no que se refere ao vocabulário, com<br />
expressões específicas para designar uma coisa, atitude,<br />
ação, alimento, sentimento etc que, em outro lugar, não é<br />
conhecido ou se designa outra palavra para se dizer a<br />
mesma coisa. Por isso o dialeto é um fator de riqueza da<br />
cultura de um povo falante de uma língua. No Brasil,<br />
embora tenhamos uma referência comum – o <strong>Português</strong> –<br />
, cada região faz uso de uma forma diferente deste idioma.<br />
Criam-se, assim, o baianês, o gauchês, o carioquês,<br />
pernambuquês, o catarinês e todas os demais dialetos que<br />
agregam, de modo particular, a língua portuguesa falada<br />
no Brasil.<br />
(Fonte: Google imagens – dialeto)
A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM VERBAL<br />
Num âmbito social, faz-se importante analisarmos<br />
esse dualismo (Língua Falada x Língua escrita) dando<br />
maior ênfase à parte verbal da Linguagem. Se prestarmos<br />
bastante atenção na sociedade à nossa volta, perceberemos<br />
que todo o domínio de regimento legal em uma sociedade<br />
civilizada se estabelece por meio do conhecimento que<br />
indivíduos fazem da linguagem. A noção de cidadania se<br />
amplia e se revigora à medida que o indivíduo estreita sua<br />
relação com a palavra, e isso é percebido desde as ações<br />
mais simples até as mais refinadas no nosso cotidiano.<br />
Imaginemos um homem analfabeto de uma área<br />
rural (citada aqui apenas a tipo de exemplificação, e não<br />
de discriminação como muitos imaginariam), que não<br />
tenha tido contato com nenhum tipo de assistência<br />
educacional e que tenha de resolver, na zona urbana,<br />
questões documentais ou previdenciárias: como fará para<br />
saber o itinerário correto do ônibus em que deverá entrar,<br />
ou o ponto em que deverá dar sinal se baseando nos<br />
letreiros que deveriam lhe servir como ponto de<br />
referência? Ao adentrar no local, como saber a quem<br />
recorrer ou em que sala deve entrar? E para assinar os<br />
registros necessários? Terá de passar pelo<br />
constrangimento (na visão de uma sociedade letrada) da<br />
coleta da digital! A quem deverá entregar documentos ou<br />
fazer pagamentos? Em todos esses casos imaginados, essa<br />
pessoa dependeria provavelmente do auxílio de uma<br />
outra, para indicar-lhe todas as ações necessárias a fim de<br />
que sua empreitada obtivesse sucesso. Por outro lado,<br />
sendo pessimista, o mesmo homem do exemplo pode ser<br />
vítima de qualquer indivíduo aproveitador que faça uso de<br />
má fé para ludibriá-lo com fins de zombaria, de furto ou<br />
até de agressão, indicando-lhe falsos caminhos, abrindolhe<br />
portas erradas, apresentando-lhe impostores para<br />
roubar-lhe documentos ou dinheiro. Tudo isso graças à<br />
incapacidade da pessoa em não dominar propriamente a<br />
modalidade verbal da língua.<br />
Isso nos faz afirmar que a obtenção do conhecimento<br />
das letras é usado – como sempre foi ao longo da história<br />
– como instrumento de distinção social que deve ser<br />
interpretado não de forma discriminatória, mas<br />
desafiadora: se queremos nos destacar, alcançar prestígio,<br />
sermos respeitados, devemos nos esforçar o máximo para<br />
nos aperfeiçoarmos no campo educacional – que, por<br />
tabela, exige a leitura e o desenvolvimento da escrita.<br />
Vejamos:<br />
No mercado de trabalho, têm mais facilidade de<br />
adquirir uma vaga os candidatos que apresentem no<br />
curriculum maior capacidade educacional, que advém por<br />
intermédio da busca dos estudos e consequentemente da<br />
“palavra”. Nesse mesmo mercado, o indivíduo<br />
minimamente escolarizado ganha a vaga do analfabeto; o<br />
que tenha o ensino médio sobressai ao que saiba apenas<br />
ler e escrever; o graduado supera o do ensino médio; o que<br />
tenha especialização deixa para trás os anteriores; o que<br />
tenha doutorado ou mestrado sempre vai estar à frente de<br />
qualquer outro indivíduo. Conclusão: quanto mais<br />
próximo da palavra, mais oportunidades de vencer pelo<br />
próprio mérito o indivíduo terá, sem depender de nenhuma<br />
pessoa para abrir-lhe as portas ou indicar-lhe caminhos.<br />
Cria-se um cidadão com autonomia intelectual para galgar<br />
qualquer posição que desejar e com senso crítico mínimo<br />
para saber escolher satisfatoriamente o melhor para si e<br />
para a sociedade da qual faz parte.<br />
O cidadão comum, como foi mostrado, depara-se a<br />
todo momento com situações em que sua vida depende do<br />
bom uso da palavra. Nossos políticos aprovam uma lei e<br />
temos que agir como está escrito na Constituição; os<br />
magistrados “batem o martelo” na Justiça de acordo com<br />
o que está escrito na lei; obtemos a nossa salvação divina<br />
por confiarmos na escritura sagrada, pois a palavra tem<br />
poder. Um homem para ser homem tem que ter palavra!<br />
Em todas essas situações que norteiam nossas atitudes e<br />
nossa conduta em sociedade, dependemos desta para que<br />
não sejamos enganados e, assim, possamos reivindicar<br />
direitos.<br />
Está aí a importância de um ensino de qualidade que<br />
estreite nossas relações com “a palavra”, pois dependemos<br />
dela para nosso crescimento intelectual que vá nos servir<br />
para colaborar com a sociedade da qual fazemos parte –<br />
por meio da nossa contribuição enquanto trabalhadores ou<br />
como cidadãos conscientes que analisam a realidade de<br />
forma crítica, buscando, em relação a ela, evolução<br />
política e aprimoramento da nossa cidadania.<br />
Cobraremos dos nossos governantes, exigiremos<br />
justiça, não aceitaremos postulações equivocadas,<br />
arbitrárias e inescrupulosas das escrituras sagradas,<br />
estaremos em sintonia para melhorar o nosso meio e fazer<br />
dele um lugar mais digno para se viver.<br />
Portanto o domínio da palavra nos faz sabedores dos<br />
nossos direitos e investigadores do nosso saber e da nossa<br />
existência. A palavra realmente pode salvar o indivíduo e<br />
a sociedade, pois ela é uma manifestação clara de domínio<br />
político e autonomia intelectual que todos devem possuir<br />
para garantir direitos e pôr em prática os seus deveres.<br />
(Jorge Teles)<br />
11
FONÉTICA E ORTOGRAFIA<br />
(Fonte: Google imagens – preconceito linguístico)<br />
A charge acima ironiza um desserviço feito pelo<br />
Ministério da Educação que tentou, por meio de uma<br />
cartilha, influenciar os alunos das escolas públicas a<br />
utilizarem, na escrita, expressões próprias e aceitas na<br />
fala. Isso foi uma demonstração de falta de conhecimento<br />
sobre as fronteiras que separam as duas modalidades<br />
verbais da língua, o que, felizmente, não foi aceito pela<br />
sociedade. Portanto deve-se entender que o que vale para<br />
a fala nem sempre vale para a escrita.<br />
LINGUAGEM FALADA X LINGUAGEM<br />
ESCRITA<br />
Entre as características distintivas mais frequentemente apontadas<br />
entre as modalidades falada e escrita, estão as seguintes:<br />
FALA<br />
1. não-planejada<br />
2. fragmentária<br />
3. incompleta<br />
4. pouco elaborada<br />
5. predominância de<br />
frases curtas, simples ou<br />
coordenadas<br />
6. pouco uso de passivas<br />
ESCRITA<br />
1. planejada<br />
2. não-fragmentária<br />
3. completa<br />
4. elaborada<br />
5. predominância de<br />
frases complexas, com<br />
subordinação abundante<br />
6. emprego frequente de<br />
passivas<br />
KOCH, Ingedore G. Villaça. A inter-ação pela linguagem. 3. ed. São Paulo:<br />
Contexto, 1997. p. 68.(Coleção Repensando a língua portuguesa).<br />
(Fonte: Google imagens – preconceito linguístico)<br />
A placa acima é um exemplo claro da confusão<br />
que os falantes fazem em relação à escrita, tentando<br />
transcrever os sons (fonemas) de consoantes e vogais<br />
como se representassem as palavras convencionalmente<br />
criadas numa língua.<br />
Fonologia<br />
Língua falada<br />
Fonema<br />
A fonologia é a parte da gramática que se dedica<br />
ao estudo dos fonemas de uma língua e sua ocorrência em<br />
diferentes contextos.<br />
Fonema é a unidade de som que contribui para o<br />
estabelecimento de diferenças de significado entre as<br />
palavras de uma língua. Entre as palavras vaca e faca, por<br />
exemplo, a mudança de sentido é provocada pela<br />
substituição do fonema /f/ pelo fonema /v/.<br />
Ortografia<br />
Língua escrita<br />
Morfema (letra)<br />
O uso de um sistema alfabético da escrita<br />
costuma ser regulado por uma ortografia, que estabelece<br />
as normas para utilização das letras na representação dos<br />
fonemas das diversas palavras da língua.<br />
12
FUNÇÕES DA LINGUAGEM<br />
O processo da comunicação<br />
Em todo ato de comunicação estão envolvidos vários<br />
elementos:<br />
1. Emissor ou remetente: é aquele que codifica e envia<br />
a mensagem. Ocupa um dos polos do circuito da<br />
comunicação.<br />
2. Receptor ou destinatário: é aquele que recebe e<br />
decodifica a mensagem. Ocupa, em relação ao emissor, o<br />
polo do circuito da comunicação.<br />
3. Mensagem: é o conteúdo que se pretende transmitir.<br />
4. Canal ou veículo: é o meio pelo qual a mensagem é<br />
transmitida do emissor para o receptor. O canal é diferente<br />
para cada tipo de mensagem. Podem ser canais: sons,<br />
sinais visuais, odores, sabores, mãos, raios luminosos,<br />
ondas, etc...<br />
5. Código: é um sistema de signos convencionais que<br />
permite dar à informação emitida (pelo emissor) uma<br />
interpretação adequada (pelo receptor). A língua<br />
portuguesa, por exemplo, é um código; o sistema de sinais<br />
Morse é outro código. Mas, para que o processo<br />
comunicativo se realize a contento, o emissor e o receptor<br />
devem empregar um mesmo código; do contrário, não<br />
haverá comunicação.<br />
6. Contexto ou referente: é a situação circunstancial ou<br />
ambiental a que se refere a mensagem. A palavra<br />
“sereno”, por exemplo, pode ter sentidos diversos em<br />
contextos diferentes.<br />
EX:<br />
• O céu está sereno. (=tranquilo)<br />
• O sereno cai suavemente. (=orvalho)<br />
• Em Portugal, chamar uma moça de “rapariga” é um<br />
tratamento respeitoso, já no Brasil, pode ser ofensa.<br />
Em ambos os casos, é preponderante o contexto em<br />
que se produz a mensagem para se obter o sentido<br />
pretendido.<br />
Em síntese, as funções da linguagem podem ser<br />
resumidas assim:<br />
Funções<br />
predominantes<br />
A) Referencial<br />
ou denotativa<br />
B) Emotiva ou<br />
expressiva<br />
C) Apelativa ou<br />
conotativa<br />
D) Fática ou de<br />
contato<br />
E)<br />
Metalinguística<br />
Finalidade<br />
Transmitir<br />
informações<br />
Exprimir<br />
sentimentos e<br />
emoções<br />
Influenciar,<br />
persuadir o<br />
receptor<br />
Gerar,<br />
sustentar,<br />
favorecer e<br />
facilitar a<br />
comunicação<br />
Definir,<br />
explicar,<br />
analisar,<br />
criticar o<br />
código<br />
linguístico<br />
F) Poética Valoriza a<br />
elaboração da<br />
linguagem<br />
como meio de<br />
expressão<br />
Recursos<br />
Frase declarativa:<br />
Comunicação<br />
impessoal e<br />
objetiva.<br />
Frase exclamativa:<br />
Comunicação<br />
pessoal e subjetiva;<br />
uso de recursos<br />
como: interjeição,<br />
superlativos,<br />
aumentativos,<br />
diminutivos,<br />
hipérboles, figuras,<br />
entonação e etc...<br />
Frases imperativa:<br />
Comunicação<br />
indutora,<br />
convincente,<br />
decidida.<br />
Frases breve, exata,<br />
clara, de fácil<br />
compreensão.<br />
Explicações,<br />
definições,<br />
conceituações.<br />
Frases de valor<br />
artístico, com o<br />
predomínio da<br />
conotação, figuras<br />
de linguagem e<br />
musicalidade.<br />
Na comunicação oral ou escrita, normalmente, um dos<br />
elementos da comunicação pode ser mais enfatizado<br />
que outros, apresentando a preponderância de uma<br />
função da linguagem no contexto criado.<br />
13
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO<br />
Leia o texto a seguir que serve de base de análise para a<br />
questão 1:<br />
mencionado anteriormente, sendo comumente<br />
considerado um “erro” grosseiro notado por aqueles que<br />
desconsideram a língua como um sistema amplo de<br />
opções e escolhas.<br />
a) É um absurdo falar “pet” quando naturalmente<br />
podemos utilizar “animal de estimação”.<br />
b) “Pra mim fazer” não existe, pois “mim” não faz nada.<br />
c) “Obedecer” só pode ser obedecer a, pois quem<br />
obedece, obedece a alguém.<br />
d) “Subir pra cima” é impossível, pois quem sobe só<br />
pode subir para cima.<br />
e) Ninguém consegue acender um fogão usando “fosfro”.<br />
Leia o poema a seguir para responder as questões 3 e 4<br />
Pequeno Concerto Que Virou Canção<br />
Não, não há por que mentir ou esconder<br />
A dor que foi maior do que é capaz meu coração<br />
Não, nem há por que seguir cantando só para explicar<br />
Não vai nunca entender de amor quem nunca soube amar<br />
Ah, eu vou voltar pra mim<br />
Seguir sozinho assim<br />
Até me consumir ou consumir toda essa dor<br />
Até sentir de novo o coração capaz de amor<br />
(VANDRÉ, Geraldo. Disponível em )<br />
QUESTÃO 1<br />
Através da função poética presente na música “Mais uma<br />
vez”, o principal objetivo do anúncio publicitário é:<br />
a) garantir ao receptor a qualidade dos serviços prestados<br />
pela empresa evidenciada no anúncio.<br />
b) persuadir o receptor a economizar através dos serviços<br />
da instituição em destaque.<br />
c) fazer o receptor refletir sobre a importância do<br />
pensamento otimista.<br />
d) convencer o leitor a continuar investindo na sua própria<br />
vida.<br />
e) convidar o receptor a acreditar num futuro próspero.<br />
QUESTÃO 2<br />
A variação linguística é uma característica inerente às<br />
línguas, expressando vários aspectos das potencialidades<br />
do idioma. Discutir o que é certo ou errado, sob a<br />
perspectiva das variantes, pode significar uma visão<br />
conservadora e limitada sobre os fatos linguísticos. Nesse<br />
sentido, afirmar que seja “errado” pronunciar “tauba”<br />
significa desconhecer as possibilidades de variação em<br />
uma língua como um sistema amplo de matizes.<br />
Aponte dentre os enunciados a seguir, aquele que<br />
apresenta um “problema” de mesma natureza ao<br />
QUESTÃO 3<br />
Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da<br />
função poética da linguagem, que é percebida na<br />
elaboração artística e criativa da mensagem, por meio de<br />
combinações sonoras e rítmicas. Pela análise do texto,<br />
entretanto, percebe-se, também, a presença marcante da<br />
função emotiva ou expressiva, por meio da qual o<br />
emissor...<br />
a) imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus<br />
sentimentos.<br />
b) transmite informações objetivas sobre o tema de que<br />
trata a canção.<br />
c) busca persuadir o receptor da canção a adotar um certo<br />
comportamento.<br />
d) procura explicar a própria linguagem que utiliza para<br />
construir a canção.<br />
e) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da<br />
mensagem veiculada.<br />
QUESTÃO 4<br />
É uma marca explícita de função emotiva ou expressiva<br />
da linguagem o verso:<br />
14
a) Não, não há por que mentir ou esconder<br />
b) Não, nem há por que seguir cantando só para explicar<br />
c) Não vai nunca entender de amor quem nunca soube<br />
amar<br />
d) Ah, eu vou voltar pra mim<br />
e) Seguir sozinho assim<br />
QUESTÃO 6<br />
I.<br />
QUESTÃO 5<br />
II.<br />
Os quadrinhos configuram um tipo de texto que, além do<br />
caráter humorístico, transmitem também uma crítica<br />
satírica sobre vários aspectos ligados à realidade e, às<br />
vezes, se utilizam da própria criação para passar suas<br />
mensagens por meio da metalinguagem.<br />
A partir disso, é correto afirmar que a composição da<br />
mensagem da tirinha acima se desenvolve a partir do<br />
momento em que...<br />
a) Os recursos verbais estão totalmente relacionados para<br />
formularem um discurso apelativo.<br />
b) A fala de um dos personagens contradiz<br />
completamente a dinâmica transmitida pelas imagens, o<br />
que caracteriza uma anulação entre discurso verbal e nãoverbal.<br />
c) A preocupação dos personagens diz respeito<br />
especificamente à manutenção do canal, o que caracteriza<br />
o texto como fático.<br />
d) A busca pelo arranjo especial da mensagem faz com<br />
que estejam ligadas as funções expressiva e poética no<br />
texto em análise.<br />
e) A imagem, em sincronia com a parte escrita, transmite<br />
uma autoexplicação por parte do próprio texto,<br />
caracterizando um sentido metalinguístico.<br />
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Artes_marciais)<br />
Violência é um comportamento que causa<br />
intencionalmente dano ou intimidação moral a outra<br />
pessoa, ser vivo ou dano a quaisquer objetos. Tal<br />
comportamento pode invadir a autonomia, integridade<br />
física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso<br />
excessivo de força, além do necessário ou esperado.<br />
Artes marciais são disciplinas físicas e mentais<br />
codificadas em diferentes graus, que tem como objetivo<br />
um alto desenvolvimento de seus praticantes para que<br />
possam defender-se ou submeter o adversário mediante<br />
diversas técnicas.<br />
A partir da visualização dos textos acima que servem de<br />
referência para a análise em questão, é correto afirmar que<br />
as imagens se relacionam diretamente com um tipo de arte<br />
específica que tem por objetivo:<br />
a) Estimular atos violentos, uma vez que expressam ações<br />
nocivas praticadas por alguém contra outrem num<br />
contexto de agressão física.<br />
15
) Orientar sobre o bom uso corporal em favor de<br />
movimentos técnicos que objetivam o equilíbrio entre<br />
corpo e mente e a defesa pessoal.<br />
c) Demonstrar a diferença entre o caratê e outras formas<br />
de artes marciais que são consideradas piores, enquanto<br />
técnicas de defesa pessoal.<br />
d) Expor que não importa o tipo de arte marcial, todas elas<br />
devem ser rejeitadas pela sociedade, pois colocam em<br />
risco a integridade física de qualquer pessoa.<br />
e) Somente ajudar as pessoas a obterem um<br />
condicionamento físico ideal, sem colocarem em prática<br />
os movimentos aprendidos em quaisquer situações do<br />
cotidiano.<br />
QUESTÃO 7<br />
e) apela ao governo federal, para que dê apoio aos<br />
governos estaduais e municipais no combate ao mosquito<br />
da dengue.<br />
QUESTÃO 8<br />
A função da linguagem presente no cartum acima é:<br />
a) Referencial<br />
b) Emotiva<br />
c) Conativa<br />
d) Metalinguística<br />
e) Fática<br />
QUESTÃO 9<br />
Leia abaixo um anúncio publicitário criado no final de<br />
2008 por uma instituição financeira.<br />
Diante dos recursos argumentativos utilizados,<br />
depreende-se que o texto apresentado:<br />
a) se dirige aos líderes comunitários para tomarem a<br />
iniciativa de combater a dengue.<br />
b) conclama toda a população a participar das estratégias<br />
de combate ao mosquito da dengue.<br />
c) se dirige aos prefeitos, conclamando-os a organizarem<br />
iniciativas de combate à dengue.<br />
d) tem como objetivo ensinar os procedimentos técnicos<br />
necessários para o combate ao mosquito da dengue.<br />
A partir da leitura do texto acima, pode-se afirmar que o<br />
anúncio:<br />
a) Valoriza somente o signo verbal, para destacar as<br />
qualidades da empresa mencionada.<br />
b) É elaborado com o intuito de destacar apenas as<br />
necessidades do cliente para o período que se<br />
inicia.<br />
c) Tem por objetivo único impactar aqueles que esperam<br />
da empresa melhores rendimentos na suas<br />
transações financeiras<br />
16
d) Enfatiza, por meio do jogo de signos, um sentido<br />
múltiplo de valorização do slogan da empresa e de<br />
expectativas que se renovam.<br />
e) Concentra-se unicamente no caráter informativo,<br />
valorizando o conteúdo em detrimento à forma.<br />
QUESTÃO 10<br />
Sobre o cartum acima, é correto o que se diz em:<br />
a) Enaltece a capacidade de inteligência dos chimpanzés.<br />
b) Expõe o problema de maus tratos dos animais<br />
c) Questiona a racionalidade do homem.<br />
d) Estimula as visitas que todos devem fazer ao<br />
zoológico.<br />
e) Não demonstra caráter crítico frente ao que retrata.<br />
Texto para as questões de 11 a 16<br />
REQUERIMENTO<br />
Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro,<br />
funcionário público, certo de que a língua portuguesa é<br />
emprestada ao Brasil; certo também de que, por esse fato,<br />
o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das<br />
letras, se veem na humilhante contingência de sofrer<br />
continuamente censuras ásperas dos proprietários da<br />
língua; sabendo, além, que dentro do nosso país, os<br />
autores e os escritores, com especialidade os gramáticos,<br />
não se entendem no tocante à correção gramatical, vendose,<br />
diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais<br />
profundos estudiosos do nosso idioma – usando do direito<br />
que lhe confere a Constituição, vem pedir que o<br />
Congresso Nacional decrete o Tupi-Guarani como língua<br />
oficial e nacional do povo brasileiro. O suplicante,<br />
deixando de parte os argumentos históricos que militam<br />
em favor de sua ideia, pede vênia para lembrar que a<br />
língua é a mais alta manifestação da inteligência de um<br />
povo, é a sua criação mais viva e original; e, portanto, a<br />
emancipação política do País requer como complemento<br />
e consequência a sua emancipação idiomática. Demais,<br />
Senhores Congressistas, o Tupi-Guarani, língua<br />
originalíssima, aglutinante, é verdade, mas que o<br />
polissintetismo dá múltiplas feições de riquezas, é a única<br />
capaz de traduzir as nossas belezas, de pôr-nos em relação<br />
com a nossa natureza e adaptar-se perfeitamente aos<br />
nossos órgãos vocais e cerebrais, por ser criação de povos<br />
que aqui viveram e ainda vivem, portanto possuidores da<br />
organização fisiológica e psicológica para que tendemos,<br />
evitando-se dessa forma as estéreis controvérsias<br />
gramaticais, oriundas de uma difícil adaptação de uma<br />
língua de outra região à nossa organização cerebral e ao<br />
nosso aparelho vocal – controvérsias que tanto empecem<br />
o progresso da nossa cultura literária, científica e<br />
filosófica. Seguro de que a sabedoria dos legisladores<br />
saberá encontrar meios para realizar semelhante medida e<br />
cônscio de que a Câmara e o Senado pesarão o seu alcance<br />
e utilidade P. e E. Deferimento.<br />
(Lima Barreto; O triste fim de Policarpo Quaresma)<br />
QUESTÃO 11<br />
Apesar da rigidez gramatical, percebe-se que o autor da<br />
carta fez uso de uma forma coloquial comum do cotidiano<br />
em:<br />
a) “... certo de que a língua portuguesa é emprestada ao<br />
Brasil (...)”<br />
b) “... sobretudo no campo das letras, se veem na<br />
humilhante contingência de sofrer continuamente<br />
censuras ásperas (...)”<br />
c) “... com especialidade os gramáticos, não se entendem<br />
no tocante à correção gramatical (...)”<br />
d) “... usando do direito que lhe confere a Constituição<br />
(...)”<br />
e) “e, portanto, a emancipação política do País requer<br />
como complemento e consequência a sua emancipação<br />
idiomática.”<br />
QUESTÃO 12<br />
Pertence à evidência de Função Apelativa da linguagem o<br />
seguinte trecho:<br />
a) “Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário<br />
público (...)”<br />
b) “O suplicante, deixando de parte os argumentos<br />
históricos que militam em favor de sua ideia (...)”<br />
c) “... e, portanto, a emancipação política do País requer<br />
como complemento e consequência a sua emancipação<br />
idiomática.”<br />
17
d) “Demais, Senhores Congressistas, o Tupi-Guarani,<br />
língua originalíssima (...)”<br />
e) “... controvérsias que tanto empecem o progresso da<br />
nossa cultura literária, científica e filosófica.”<br />
QUESTÃO 13<br />
A linguagem empregada no requerimento é caracterizada<br />
por:<br />
a) Formalíssima e bem afinada com a tradição gramatical<br />
lusitana.<br />
b) Bastante formal, mas com pequenas influências da fala<br />
brasileira.<br />
c) Informal, já que o requerente condena a própria língua<br />
que emprega.<br />
d) Informal e descuidada no aspecto gramatical, ainda que<br />
com vocábulos cultos.<br />
e) Convencional e artificial, com concessões à fala<br />
popular.<br />
QUESTÃO 14<br />
A alternativa que apresenta um argumento que não está<br />
presente no requerimento é:<br />
a) A dependência linguística dos brasileiros em relação a<br />
Portugal.<br />
b) As divergências internas e externas no tocante às regras<br />
gramaticais.<br />
c) A significação política de uma língua original.<br />
d) A adaptação da língua ao meio ambiente.<br />
e) A necessidade de editarem-se obras com a fala<br />
brasileira.<br />
QUESTÃO 16<br />
O requerente se refere a si mesmo na terceira pessoa; a<br />
alternativa em que, no entanto, utiliza-se da primeira é:<br />
a) “Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário<br />
público, certo de que a língua portuguesa é emprestada ao<br />
Brasil (...)” – linhas 1-2<br />
b) “... sabendo, além, que dentro do nosso país, os autores<br />
e os escritores, com especialidade os gramáticos, não se<br />
entendem (...)” – linhas 5-6<br />
c) “O suplicante, deixando de parte os argumentos<br />
históricos que militam em favor de sua ideia, pede vênia<br />
para lembrar (...)” – linhas 10-11<br />
d) “... a emancipação política do País requer como<br />
complemento e consequência a sua emancipação<br />
idiomática.” – linhas 13-14<br />
e) “... por ser criação de povos que aqui viveram e ainda<br />
vivem (...)” – linhas 17-18<br />
QUESTÃO 17<br />
Leia o que segue:<br />
QUESTÃO 15<br />
A alternativa em que o adjetivo sublinhado expressa a<br />
opinião do requerente é:<br />
a) Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro (...) – linha 1<br />
b) ... certo de que a língua portuguesa é emprestada ao<br />
Brasil (...)<br />
– linhas 1-2<br />
c) ... se veem na humilhante contingência de sofrer<br />
continuamente censuras (...)<br />
– linhas 3-4<br />
d) ... não se entendem no tocante à correção gramatical<br />
(...) – linha 6<br />
e) ... possuidores da organização fisiológica e psicológica<br />
para que tendemos (...) – linhas 18-19<br />
Na parte superior do anúncio, há um comentário escrito à<br />
mão que aborda a questão das atividades linguísticas e sua<br />
relação com as modalidades oral e escrita da língua. Esse<br />
comentário deixa evidente uma posição crítica quanto a<br />
usos que se fazem da linguagem, enfatizando ser<br />
necessário:<br />
a) implementar a fala, tendo em vista maior desenvoltura,<br />
naturalidade e segurança no uso da língua.<br />
b) conhecer gêneros mais formais da modalidade oral para a<br />
obtenção de clareza na comunicação oral e escrita.<br />
c) dominar as diferentes variedades do registro oral da língua<br />
portuguesa para escrever com adequação, eficiência e correção.<br />
d) empregar vocabulário adequado e usar regras da norma padrão<br />
da língua em se tratando da modalidade escrita.<br />
e) utilizar recursos mais expressivos e menos desgastados da<br />
variedade padrão da língua para se expressar com alguma<br />
segurança e sucesso.<br />
18
QUESTÃO 18<br />
Texto I<br />
O professor deve ser um guia seguro, muito senhor de<br />
sua língua; se outra for a orientação, vamos cair na “língua<br />
brasileira”, refúgio nefasto e confissão nojenta de ignorância<br />
do idioma pátrio, recurso vergonhoso de homens de cultura<br />
falsa e de falso patriotismo. Como havemos de querer que<br />
respeitem a nossa nacionalidade se somos os primeiros a<br />
descuidar daquilo que exprime e representa o idioma pátrio?<br />
ALMEIDA, N. M. Gramática metódica da língua portuguesa. Prefácio. São Paulo:<br />
Saraiva, 1999 (adaptado).<br />
Texto II<br />
Alguns leitores poderão achar que a linguagem desta<br />
Gramática se afasta do padrão estrito usual neste tipo de livro.<br />
Assim, o autor escreve tenho que reformular, e não tenho de<br />
reformular; pode-se colocar dois constituintes, e não podemse<br />
colocar dois constituintes; e assim por diante. Isso foi feito<br />
de caso pensado, com a preocupação de aproximar a<br />
linguagem da gramática do padrão atual brasileiro presente<br />
nos textos técnicos e jornalísticos de nossa época.<br />
REIS, N. Nota do editor. PERINI, M. A. Gramática descritiva do português. São Paulo:<br />
Ática, 1996.<br />
Cliente – Sou Júlio César Fontoura, também sou<br />
funcionário do banco.<br />
Gerente – Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê ta<br />
em Brasília? Pensei que você inda tivesse na agência de<br />
Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma.<br />
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004<br />
(adaptado).<br />
Na representação escrita da conversa telefônica entre a<br />
gerente do banco e o cliente, observa-se que a maneira de<br />
falar da gerente foi alterada de repente devido:<br />
a) à adequação de sua fala à conversa com um amigo,<br />
caracterizada pela informalidade.<br />
b) à iniciativa do cliente em se apresentar como<br />
funcionário do banco.<br />
c) ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia (Minas<br />
Gerais).<br />
d) à intimidade forçada pelo cliente ao fornecer seu nome<br />
completo.<br />
e) ao seu interesse profissional em financiar o veículo de Júlio.<br />
QUESTÃO 20<br />
Confrontando-se as opiniões defendidas nos dois textos,<br />
conclui-se que<br />
a) ambos os textos tratam da questão do uso da língua com o<br />
objetivo de criticar a linguagem do brasileiro.<br />
b) os dois textos defendem a ideia de que o estudo da gramática<br />
deve ter o objetivo de ensinar as regras prescritivas da língua.<br />
c) a questão do português falado no Brasil é abordada nos dois<br />
textos, que procuram justificar como é correto e aceitável o uso<br />
coloquial do idioma.<br />
d) o primeiro texto enaltece o padrão estrito da língua, ao passo<br />
que o segundo defende que a linguagem jornalística deve criar<br />
suas próprias regras gramaticais.<br />
e) o primeiro texto prega a rigidez gramatical no uso da língua,<br />
enquanto o segundo defende uma adequação da língua escrita ao<br />
padrão atual brasileiro.<br />
QUESTÃO 19<br />
Gerente – Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo?<br />
Cliente – Estou interessado em financiamento para<br />
compra de veículo.<br />
Gerente – Nós dispomos de várias modalidades de<br />
crédito.<br />
O senhor é nosso cliente?<br />
Os principais recursos utilizados para envolvimento e<br />
adesão do leitor à campanha institucional incluem:<br />
a) o emprego de enumeração de itens e apresentação de<br />
títulos expressivos.<br />
b) o uso de orações subordinadas condicionais e<br />
temporais.<br />
19
c) o emprego de pronomes como “você” e “sua” e o uso<br />
do imperativo.<br />
d) a construção de figuras metafóricas e o uso de<br />
repetição.<br />
e) o fornecimento de número de telefone gratuito para<br />
contato.<br />
QUESTÃO 23<br />
QUESTÃO 21<br />
O texto tem o objetivo de solucionar um problema social,<br />
a) descrevendo a situação do país em relação à gripe<br />
suína.<br />
b) alertando a população para o risco de morte pela<br />
Influenza A.<br />
c) informando a população sobre a iminência de uma<br />
pandemia de Influenza A.<br />
d) orientando a população sobre os sintomas da gripe<br />
suína e procedimentos para evitar a contaminação.<br />
e) convocando toda a população para se submeter a<br />
exames de detecção da gripe suína.<br />
QUESTÃO 22<br />
PREÇO É O MÍNIMO QUE A GENTE<br />
FAZ POR VOCÊ<br />
Sobre o anúncio publicitário em evidência, é correto dizer<br />
que:<br />
a) A expressão “a gente” demonstra o uso formal utilizado<br />
pelo anúncio.<br />
b) No contexto utilizado, a palavra “mínimo” serve para<br />
atenuar a virtude anunciada na publicidade.<br />
c) O pronome “que” exerce papel localizador de um<br />
vocábulo no discurso, possuindo função subjetiva.<br />
d) A propaganda é produzida, dando ênfase à imagem<br />
como fator de primeira importância para se projetar a<br />
marca anunciada na publicidade.<br />
e) Os vocábulos “preço” e “mínimo” enfatizam campos<br />
semânticos opostos que convergem para um objetivo<br />
específico ditado pelo contexto.<br />
QUESTÃO 24<br />
20<br />
A partir da leitura do texto da questão 10, é errôneo<br />
afirmar que:<br />
a) A palavra “Telefônica” designa a nomeação do produto<br />
anunciado.<br />
b) Não possui valor determinante, frente ao tipo de texto<br />
veiculado, a linguagem não-verbal do anúncio.<br />
c) Há característica de substantivação na expressão “Use<br />
o 15”.<br />
d) Há, no discurso, registro metafórico no uso do<br />
vocábulo “anjo”.<br />
e) O texto em evidência possui função apelativa, pois visa<br />
a convencer seu leitor a tomar determinada atitude.<br />
As diferentes esferas sociais de uso da língua obrigam o<br />
falante a adaptá-la às variadas situações de comunicação.<br />
Uma das marcas linguísticas que configuram a linguagem<br />
informal usada entre avô e neto neste texto é
a) a opção pelo emprego da forma verbal “era” em lugar<br />
de “foi”.<br />
b) a ausência de artigo antes da palavra “árvore”.<br />
c) o emprego da redução “tá” em lugar da forma verbal<br />
“está”.<br />
d) o uso da contração “desse” em lugar da expressão “de<br />
esse”.<br />
e) a utilização do pronome “que” em início de frase<br />
exclamativa.<br />
O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com<br />
relação ao uso de pronome pessoal reto, em vez de<br />
pronome oblíquo. De acordo com a norma padrão da<br />
língua, esse uso é inadequado, pois:<br />
a) contraria o uso previsto para o registro oral da língua.<br />
b) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito<br />
e objeto.<br />
c) gera inadequação na concordância com o verbo.<br />
d) gera ambiguidade na leitura do texto.<br />
e) apresenta dupla marcação de sujeito.<br />
QUESTÃO 25<br />
QUESTÃO 27<br />
O anúncio publicitário está intimamente ligado ao<br />
ideário de consumo quando sua função é vender um<br />
produto. No texto apresentado, utilizam-se elementos<br />
linguísticos e extralinguísticos para divulgar a atração<br />
“Noites do Terror”, de um parque de diversões. O<br />
entendimento da propaganda requer do leitor<br />
a) A identificação com o público-alvo a que se destina o<br />
anúncio.<br />
b) A avaliação da imagem como uma sátira às atrações<br />
de terror.<br />
c) A atenção para a imagem da parte do corpo humano<br />
selecionada aleatoriamente.<br />
d) O reconhecimento do intertexto entre a publicidade e<br />
o dito popular.<br />
e) A percepção do sentido literal da expressão “noites do<br />
terror” equivalentes à expressão “noites de terror”.<br />
QUESTÃO 26<br />
Os cartuns retratam, de forma crítica e sintética, algo que<br />
envolve o dia a dia da sociedade. O texto e a imagem desse<br />
cartum têm por finalidade induzir o leitor a uma mudança<br />
de comportamento em relação ao consumo de bebidas<br />
alcoólicas. Para isso,<br />
a) Recorre a uma situação cotidiana para inverter causa e<br />
consequências.<br />
b) Satiriza o comportamento ingênuo dos dois<br />
personagens na situação.<br />
c) Demonstra a inconsequência das ações dos<br />
protagonistas da cena.<br />
d) Aponta ao leitor atitudes cotidianas, por meio de<br />
recursos não verbais.<br />
e) Satiriza as causas do consumo de bebidas alcoólicas.<br />
21
QUESTÃO 28<br />
Do diálogo entre o menino Calvin e sua mãe, na tira<br />
abaixo, pode-se inferir uma das funções associadas aos<br />
textos literários.<br />
QUESTÃO 29<br />
O folheto autoriza inferir-se que, ao usar aparelho celular<br />
enquanto dirige, o condutor do veículo<br />
a) deve ter, além de coordenação motora, bastante<br />
controle emocional.<br />
b) causa acidentes mais por inexperiência que por falta de<br />
precaução.<br />
c) põe em risco tanto a segurança de motoristas quanto a<br />
de pedestres.<br />
d) precisa redobrar sua atenção, principalmente em<br />
perímetros urbanos.<br />
QUESTÃO 30<br />
Observe, no balão inserido no folheto, a fala do motorista.<br />
A relação semântica que, de modo implícito, o segundo<br />
período mantém com o primeiro é a mesma que se<br />
estabelece entre os períodos desta opção:<br />
Segundo Calvin, os textos literários têm a função de:<br />
a) Fazer sonhar, porque dão ao leitor a possibilidade de<br />
descansar dos problemas cotidianos.<br />
b) Provocar a reflexão do leitor, porque fazem com que<br />
ele reavalie sua própria vida.<br />
c) Divertir, porque proporcionam ao leitor momentos de<br />
descontração por meio da leitura.<br />
d) Denunciar a realidade, porque possibilitam ao leitor o<br />
desenvolvimento de uma consciência política e social.<br />
e) Construir a identidade, permitindo que o leitor<br />
compreenda o tempo em que vive.<br />
O texto a seguir serve de análise para as questões 29, 30,<br />
31 e 32 (UFRN 2010)<br />
a) Não esqueça o cinto de segurança. Não beba antes de<br />
dirigir.<br />
b) O motorista tinha experiência. Não conseguiu evitar o<br />
acidente.<br />
c) O motorista atropelou um pedestre. Prestou socorro à<br />
vítima.<br />
d) Não buzine defronte a um hospital. Isso perturba os<br />
pacientes.<br />
QUESTÃO 31<br />
No folheto, constata-se uma ambiguidade intencional<br />
quanto ao emprego da palavra:<br />
a) ligação, que pode ser interpretada como combinação<br />
ou telefonema.<br />
b) direção, que pode ser interpretada como volante ou<br />
orientação.<br />
c) perigosa, que pode ser interpretada como arriscada ou<br />
deliberada.<br />
d) celular, que pode ser interpretada como telefone ou<br />
tecnologia.<br />
QUESTÃO 32<br />
No slogan CELULAR: Não Fale no Trânsito, uma<br />
característica da função conativa da linguagem é:<br />
a) a objetividade da informação transmitida.<br />
b) a manutenção da sintonia entre a STTU e o públicoalvo.<br />
c) o esclarecimento da linguagem pela própria<br />
linguagem.<br />
d) o emprego do verbo no modo imperativo.<br />
22
QUESTÃO 33<br />
Constitui uma possibilidade de entendimento da fala do<br />
último quadrinho, em relação aos dois quadrinhos iniciais,<br />
o que se afirma em:<br />
a) Os mecanismos linguísticos utilizados nos dois<br />
primeiros quadrinhos acionam a personagem para uma<br />
atitude de alienação social.<br />
b) O discurso produzido pela personagem é revelador de<br />
pouca inteligência que permeia o seu pensamento sobre o<br />
mundo.<br />
c) As falas da personagem são reveladoras de uma<br />
consciência crítica da realidade e de um certo<br />
comportamento social.<br />
d) O uso da expressão “hoje” na fala da personagem<br />
instaura uma pressuposição de seu comportamento<br />
imprevisível.<br />
e) A personagem tem como seu objetivo diário fazer algo<br />
desvinculado da realidade do mundo factual.<br />
uma análise correta sobre a linguagem da placa e/ou do<br />
cordel é a<br />
a) Os dois textos constituem discursos preconceituosos<br />
contra pessoas com necessidades especiais.<br />
b) A placa apresenta uma linguagem sintética e precisa,<br />
enquanto o cordel constitui um discurso prolixo e sem<br />
clareza.<br />
c) Os textos são gramaticalmente corretos, pois estão<br />
redigidos na norma padrão da língua portuguesa.<br />
d) A linguagem do cordel refere-se, com humor, à<br />
ambiguidade da linguagem da placa.<br />
e) A leitura da placa feita pelo cordelista revela o seu<br />
preconceito contra a linguagem publicitária.<br />
QUESTÃO 35<br />
Analise a imagem<br />
QUESTÃO 34<br />
A fotografia retrata duas crianças na cidade do Rio de<br />
Janeiro, na última década do século XIX. A análise da<br />
imagem demonstra<br />
CAMARGO, José Eduardo; SOARES, L. O Brasil das placas: viagem por um<br />
país ao pé da letra, 3. imp., São Paulo: Panda Books, 2007. p. 14-15.<br />
Os textos apresentados fazem parte do livro “O Brasil das<br />
placas — viagem por um país ao pé da letra”, de José<br />
Eduardo Camargo e L. Soares. Cada placa está<br />
acompanhada de um cordel. A alternativa em que se faz<br />
a) a adoção das medidas de inclusão social por meio da<br />
inserção no trabalho criada pelo regime republicano.<br />
b) a ausência da preocupação em adotar vestimentas<br />
especificamente infantis entre crianças pobres cariocas.<br />
c) o baixo preço dos serviços fotográficos no Rio de<br />
Janeiro, permitindo que crianças pobres pudessem ser<br />
fotografadas.<br />
d) o pouco investimento público em educação básica, o<br />
que explica o alto número de crianças fora das escolas.<br />
23
QUESTÃO 36<br />
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES<br />
Caçadas a Pedrinho<br />
Talvez seja até um bom sinal, em país acostumado a<br />
dizer que "tudo termina em pizza", a circunstância de que<br />
tanta coisa, agora, alcance o Supremo Tribunal Federal.<br />
Constitui evidente exagero, todavia, que a polêmica<br />
sobre o livro "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato,<br />
necessite da intervenção do STF para ser dirimida.<br />
Parece faltar equilíbrio em muitas dessas<br />
manifestações. Em primeiro lugar, não se trata<br />
propriamente de "censura" ao clássico infantil. "Caçadas<br />
de Pedrinho" continua a circular livremente.<br />
Para alguns setores do movimento negro, o recurso a<br />
notas explicativas não é suficiente. Com parcela de razão,<br />
argumentam que nem sempre os professores da rede<br />
pública estão preparados para desenvolver<br />
esclarecimentos satisfatórios sobre o assunto.<br />
A lembrança não exclui, entretanto, a comichão<br />
censória que tantas vezes acompanha o espírito<br />
politicamente correto. Julga-se eliminar o racismo<br />
recalcando, e não dissecando, suas manifestações.<br />
Há algo de ridículo nessa insistência, e não há<br />
conciliação possível quando uma das partes está mais<br />
interessada em manter a discussão para além do que seu<br />
âmbito, restrito e pontual, permite.<br />
(Adaptado,http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/66111-cacadas-apedrinho.shtml)<br />
Na construção argumentativa, uma estratégia frequente é<br />
aquela na qual se reconhecem dados ou fatos contrários ao<br />
ponto de vista defendido, para, em seguida, negá-los ou<br />
reduzir sua importância. O fragmento em que o autor<br />
reconhece uma posição contrária ao que pretende defender<br />
é:<br />
a) “Constitui evidente exagero, todavia, que a polêmica<br />
sobre o livro ‘Caçadas de Pedrinho’...”.<br />
b) “Em primeiro lugar, não se trata propriamente de<br />
"censura" ao clássico infantil.”<br />
c) “Com parcela de razão, argumentam que nem sempre<br />
os professores da rede pública estão preparados...”<br />
d) “A lembrança não exclui, entretanto, a comichão<br />
censória...”<br />
e) “Há algo de ridículo nessa insistência, e não há<br />
conciliação possível...”<br />
Palavras, palavras, palavras<br />
Um amigo erudito, que ocasionalmente vem visitar<br />
meu enfisema, como não tem fundos para flores ou<br />
presentes, me traz o prazer de sua presença e um papo —<br />
monólogo ou preleção, a bem dizer — sobre seu assunto<br />
favorito: vida, paixão e morte das palavras.<br />
Sabe que eu tenho o mesmo gosto por elas que ele,<br />
embora indigno de beijar seus pés incalustres (obsoleto,<br />
português do Brasil: livre de calos). Sempre que posso<br />
tomo nota depois de pedir a devida vênia (outro termo<br />
nosso em vias de extinção) e fico por uns dias pesquisando<br />
e, que me resta?, meditando.<br />
Meu amigo, que ensina inglês para emigrantes lusos<br />
e brasileiros recém-chegados à Grã-Bretanha (pois é, nem<br />
todo mundo está indo embora), gosta de se dizer poliglota,<br />
embora mais de uma vez tenha me explicado, e eu sempre<br />
esquecendo, a contradição existente na confecção do<br />
termo formado por poli + glota. "Trata-se de um idiotismo<br />
lusitano seiscentista", já me explicou e, tamanha sua verve<br />
formal e presença avassaladora, que eu já me esqueci. Em<br />
matéria de idiotismos minha cota já se esgotou.<br />
(...) Mas eu tenho minha forma de apoquentá-lo.<br />
Como o dileto (Dileto não é seu verdadeiro nome) se<br />
encontra fora do país natal, que é o mesmo meu, gosto de<br />
atazaná-lo, ou melhor, espicaçar sua mente viva, com os<br />
neologismos que pesco aqui e ali nas águas bravias do<br />
mare nostrum cibernético.<br />
Já o pus frente a frente com brasileirismos atuais que<br />
o deixaram rubro de vergonha ou ódio, pois ele é difícil de<br />
distinguir quando se queima. Taquei-lhe brasileirismos<br />
atuais como bullying, point, fashion week, os irmãos<br />
Loxas e Lunda e vi-o deixar minha casa falando sozinho<br />
entredentes, como se tivesse sido assaltado pelo mundo.<br />
(... )De certa feita, fui contra as regras do jogo e<br />
deixei-o zonzo por desconhecer o significado de<br />
biringaço, que, após revelar-me sua total ignorância,<br />
danou-se quando eu expliquei tratar-se de lusitanismo<br />
obsoleto significando, nas altas camadas sociais do século<br />
17, uma espécie de guarda-costas alugado a preços de<br />
arrasar.<br />
Palavras. Há nelas, embutida, uma tremenda luta<br />
corporal. Urge dela participar, mesmo passando rasteira<br />
(regionalismo, Brasil).<br />
(http://www1.folha.uol.com.br/bbc/1093251-ivan-lessa-palavras-palavraspalavras.shtml)<br />
24
QUESTÃO 37<br />
Leia as seguintes definições dadas para “idiotismo”, de<br />
acordo com o dicionário Aulete:<br />
1. Qualidade ou estado de idiota; idiotice, idiotia.<br />
2. Ling. Construção ou locução particular a uma língua.<br />
Nas duas ocorrências de “idiotismo” no texto, o autor<br />
empregou o termo<br />
a) de forma ambígua em cada uma delas.<br />
b) com o sentido de “idiotice” na primeira e de<br />
“construção particular a uma língua” na segunda.<br />
c) de forma ambígua especificamente na primeira.<br />
d) exclusivamente como conceito linguístico apenas na<br />
primeira.<br />
e) para associar ao amigo a “qualidade de idiota”.<br />
QUESTÃO 38<br />
Considerando-se a temática central explorada no texto de<br />
Ivan Lessa, é possível identificar a predominância da<br />
função:<br />
a) apelativa, já que destaca o receptor.<br />
b) emotiva, já que destaca o emissor.<br />
c) referencial, já que destaca a informação.<br />
d) metalinguística, já que destaca o código.<br />
e) poética, já que destaca a mensagem.<br />
QUESTÃO 39<br />
INFANTIL<br />
O menino ia no mato<br />
e a onça comeu ele.<br />
Depois o caminhão passou por dentro do corpo do menino<br />
e ele foi contar para a mãe.<br />
A mãe disse: mas se a onça comeu você, como é que<br />
o caminhão passou por dentro do seu corpo?<br />
É que o caminhão só passou renteando meu corpo<br />
e eu desviei depressa.<br />
Olha, mãe, eu só queria inventar uma poesia.<br />
Eu não preciso de fazer razão.<br />
(Manoel de Barros)<br />
A fala do menino nos versos “É que o caminhão só passou<br />
renteando meu corpo e eu desviei depressa” está<br />
corretamente transformada em discurso indireto em:<br />
a) Era que o caminhão só passou renteando o corpo dele e<br />
ele desviara depressa – disse o menino.<br />
b) O menino disse: É que o caminhão teria passado<br />
renteando meu corpo e eu desviara depressa.<br />
c) É que, depressa, ele desviara seu corpo quando o<br />
caminhão passou rente ao seu corpo.<br />
d) O menino disse que o caminhão só passara renteando<br />
seu corpo e ele desviara depressa.<br />
e) Como o caminhão passou depressa! Disse o menino à<br />
mãe.<br />
QUESTÃO 40<br />
As variedades linguísticas brasileiras são diversas à<br />
medida da extensão territorial do País. Considere o texto<br />
seguinte, que apresenta uma dessas variedades.<br />
— Vancê já sabe, nha Lainha, que eu ‘tou na mente de lhe<br />
pedir; alguém já lhe havéra de ter contado.<br />
Ela avermelhou toda:<br />
— É: eu sube mesmo.<br />
— Agora vancê me diga, p’r o seu mesmo dizer, si d’aqui<br />
por diante eu fico no direito de falar p’r’o seu véio no<br />
negócio, e também si já não é tempo de ir comprando a<br />
roupinha, a louça, a trastaria dûa casa.<br />
— Isso ‘ta no seu querer.<br />
— Mas vancê casa antão comigo de tuda a sua vontade,<br />
não tem nem um no pensamento?<br />
— Não tenho, nho Vicente. Eu não incubro a ideia de<br />
casar c’o Réimundo, e ele também queria casar comigo.<br />
Agora, dêsque ele faltou c’a promessa, eu não tenho<br />
prisão por ninguém.<br />
(Silveira , Valdomiro. Constância. In: Os caboclos: conto. Rio de Janeiro; Brasília:<br />
Civilização Brasileira; INL, 1975. Adaptado.)<br />
Assinale a interpretação correta de acordo com o texto.<br />
a) “Agora vancê me diga, p’r o seu mesmo dizer” –<br />
Vicente queria que Lainha repetisse para si mesma algo.<br />
b) “Eu não incubro a ideia de casar c’o Réimundo” –<br />
Lainha não esconderia de Vicente a intenção de Réimundo<br />
em tomá-la como esposa.<br />
c) “não tem nem um no pensamento” – Lainha não<br />
pensava em ninguém melhor que Vicente para ser seu<br />
esposo.<br />
d) “Agora, dêsque ele faltou c’a promessa” – Réimundo<br />
não fez a promessa que deveria ter feito a Lainha.<br />
e) “eu não tenho prisão por ninguém.” – Lainha afirmou<br />
não ter compromisso com ninguém.<br />
25
QUESTÃO 41<br />
PREFÁCIO<br />
São os primeiros cantos de um pobre poeta.<br />
Desculpai-os. As primeiras vozes do sabiá não têm a<br />
doçura dos seus cânticos de amor.<br />
É uma lira, mas sem cordas; uma primavera, mas<br />
sem flores; uma coroa de folhas, mas sem viço.<br />
Cantos espontâneos do coração, vibrações doridas da<br />
lira interna que agitava um sonho, notas que o vento levou,<br />
– como isso dou a lume essas harmonias.<br />
São as páginas despedaçadas de um livro não lido...<br />
E agora que despi a minha musa saudosa dos véus do<br />
mistério do meu amor e da minha solidão, agora que ela<br />
vai seminua e tímida por entre vós, derramar em vossas<br />
almas os últimos perfumes de seu coração, ó meus amigos,<br />
recebei-a no peito, e amai-a como o consolo que foi de<br />
uma alma esperançosa, que depunha fé na poesia e no<br />
amor – esses dois raios luminosos do coração de Deus.<br />
AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos. In: Obra completa. Organização de<br />
Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. p. 120.<br />
No prefácio, a cena enunciativa coloca o autor e o leitor<br />
em um mesmo tempo e espaço. Quais elementos<br />
linguísticos contribuem para esse efeito no diálogo?<br />
a) As vozes em terceira pessoa e a palavra “primavera”.<br />
b) Os enunciados negativos e o termo “lira”.<br />
c) As orações adversativas e o substantivo “poeta”.<br />
d) Os argumentos explicativos e o adjetivo “pobre”.<br />
e) As frases imperativas e o advérbio “agora”.<br />
QUESTÃO 42<br />
DESABAFO<br />
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha<br />
divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como<br />
disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A<br />
começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite.<br />
Seis recados para serem respondidos na secretária<br />
eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que<br />
venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.<br />
CARNEIRO, J.E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento)<br />
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea<br />
de várias funções da linguagem, com predomínio,<br />
entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da<br />
crônica Desabafo, a função de linguagem predominante é<br />
a emotiva ou expressiva, pois:<br />
a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio<br />
código.<br />
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está<br />
sendo dito.<br />
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da<br />
mensagem.<br />
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento<br />
dos demais.<br />
e) o enunciador tem como objetivo principal a<br />
manutenção da comunicação.<br />
QUESTÃO 43<br />
TEXTO I<br />
O texto na era digital<br />
Para além do internetês, a internet está mudando a<br />
maneira como lemos e escrevemos<br />
Com cada vez mais usuários – o acesso à rede no<br />
Brasil aumentou 35% entre 2008 e 2009 – a internet está<br />
criando novos hábitos de comunicação entre as pessoas,<br />
que acabam se adaptando às facilidades da nova<br />
tecnologia. (...)<br />
O que já havia sido deflagrado nos anos 90 pela<br />
comunicação via e-mail, mensageiros eletrônicos e pela<br />
cultura escrita dos blogs, as redes sociais elevaram à<br />
enésima potência ao garantir interatividade e visibilidade<br />
às pessoas em torno de interesses em comum. (...)<br />
Para além dos modismos que nascem e morrem na<br />
grande rede mundial de computadores, o advento do<br />
microblog Twitter extrapolou essa esfera para cair na boca<br />
de grandes homens de letras, muitas vezes avessos a<br />
novidades tecnológicas, como o escritor José Saramago,<br />
que chegou a declarar: "Os tais 140 caracteres reflectem<br />
algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo<br />
como forma de comunicação. De degrau em degrau,<br />
vamos descendo até o grunhido". (...)<br />
Embora não se possa afirmar categoricamente que a<br />
internet favoreceu o desenvolvimento de uma "cultura<br />
letrada", com ênfase em informações profundas e<br />
relevantes, ela reforçou o peso da palavra escrita no<br />
cotidiano das pessoas. Mais do que gírias e jargões, como<br />
o famigerado "internetês", as transformações pelas quais<br />
passam a escrita e a leitura estão por ser dimensionadas.<br />
Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br/textos/64/artigo249031-1.asp<br />
26
TEXTO II<br />
c) mostrar aos professores que a tv é importante para se<br />
ensinar atualidade.<br />
d) enfatizar as divergências entre informações da mídia e<br />
da escola.<br />
e) indicar aos estudantes que meio ambiente é um tema já<br />
desgastado.<br />
QUESTÃO 45<br />
Texto 1<br />
Os Textos I e II abordam a questão da linguagem nos<br />
meios digitais. A partir de sua leitura, infere-se que:<br />
a) Em ambos os textos, há evidências de que a navegação<br />
na internet limita a disseminação do saber.<br />
b) O Texto I defende que as inovações tecnológicas<br />
produziram uma torrente de informações tão grande que<br />
tornaram a escrita banal e empobrecedora.<br />
c) Tanto o Texto I quanto o Texto II revelam que o acesso<br />
à rede está interferindo na capacidade de leitura de<br />
crianças e adolescentes.<br />
d) O Texto II apresenta marcas específicas da linguagem<br />
do Twitter que limitam a compreensão da tira em leitores<br />
que não são usuários do microblog.<br />
e) O Texto I demonstra que o internetês produziu<br />
impactos na comunicação escrita, enquanto que o texto II<br />
nega esse fato.<br />
QUESTÃO 44<br />
Todo estudante sabe que atualidade também é questão de<br />
vestibular. Para garantir um bom desempenho, fique<br />
atento a temas que se repetem durante alguns dias em<br />
jornais, sites ou canais de TV. Quando estiver se<br />
informando, relacione os acontecimentos aos conteúdos<br />
aprendidos em sala de aula. E cuidado especial com meio<br />
ambiente, sempre em alta nas provas.<br />
(Veja, 18.05.2011.)<br />
A intenção explícita do texto, considerada a interlocução<br />
nele definida, é<br />
a) descrever que o próprio vestibular é um tema de<br />
atualidade.<br />
b) orientar os vestibulandos sobre como estudar<br />
atualidade.<br />
O livro de língua portuguesa ‘Por uma Vida Melhor’,<br />
adotado pelo Ministério da Educação (MEC), contém<br />
alguns erros gramaticais. “Nós pega o peixe” ou “os<br />
menino pega o peixe” são dois exemplos de erros. Na<br />
avaliação dos autores do livro, o uso da língua popular,<br />
ainda que contendo erros, é válido. Os escritores também<br />
ressaltam que, caso deixem a norma culta, os alunos<br />
podem sofrer “preconceito linguístico”. A autora Heloisa<br />
Ramos justifica o conteúdo da obra. “O importante é<br />
chamar a atenção para o fato de que a ideia de correto e<br />
incorreto no uso da língua deve ser substituída pela ideia<br />
de uso da língua adequado e inadequado, dependendo da<br />
situação comunicativa.”<br />
(www.opiniaoenoticia.com.br. Adaptado.)<br />
Texto 2<br />
Ninguém de bom-senso discorda de que a expressão<br />
popular tem validade como forma de comunicação. Só que<br />
é preciso que se reconheça que a língua culta reúne<br />
infinitamente mais qualidades e valores. Ela é a única que<br />
consegue produzir e traduzir os pensamentos que circulam<br />
no mundo da filosofia, da literatura, das artes e das<br />
ciências. A linguagem popular a que alguns colegas meus<br />
se referem, por sua vez, não apresenta vocabulário nem<br />
tampouco estatura gramatical que permitam desenvolver<br />
ideias de maior complexidade – tão caras a uma sociedade<br />
que almeja evoluir. Por isso, é óbvio que não cabe às<br />
escolas ensiná-la.<br />
(Evanildo Bechara. Veja, 01.06.2011. Adaptado.)<br />
Assinale a alternativa correta acerca da relação entre<br />
linguagem popular e norma culta.<br />
a) Os dois textos apresentam preocupação com a prática<br />
do preconceito linguístico sobre pessoas que se expressam<br />
fora dos padrões cultos da língua portuguesa.<br />
b) Os dois textos defendem ser possível expressar ideias<br />
filosóficas tanto em linguagem popular quanto seguindo<br />
os padrões da norma culta.<br />
27
c) Para Evanildo Bechara, não existem critérios que<br />
possam definir graus de superioridade ou inferioridade<br />
entre linguagem popular e norma culta.<br />
d) O texto 2 sugere que a norma culta é instrumento de<br />
dominação das elites burguesas sobre as classes<br />
populares.<br />
e) Para Evanildo Bechara, a norma culta é superior no que<br />
se refere à capacidade de expressão de ideias complexas<br />
no campo cultural.<br />
QUESTÃO 46<br />
ENTREVISTA COM MARCOS BAGNO<br />
Pode parecer inacreditável, mas muitas das<br />
prescrições da pedagogia tradicional da língua até hoje se<br />
baseiam nos usos que os escritores portugueses do século<br />
XIX faziam da língua. Se tantas pessoas condenam, por<br />
exemplo, o uso do verbo “ter” no lugar do verbo “haver”,<br />
como em “hoje tem feijoada”, é simplesmente porque os<br />
portugueses, em dado momento da história de sua língua,<br />
deixaram de fazer esse uso existencial do verbo “ter”.<br />
No entanto, temos registros escritos da época<br />
medieval em que aparecem centenas desses usos. Se nós,<br />
brasileiros, assim como os falantes africanos de português,<br />
usamos até hoje o verbo “ter” como existencial é porque<br />
recebemos esses usos de nossos ex-colonizadores. Não faz<br />
sentido imaginar que brasileiros, angolanos e<br />
moçambicanos decidiram se juntar para “errar” na mesma<br />
coisa. E assim acontece com muitas outras coisas:<br />
regências verbais, colocação pronominal, concordâncias<br />
nominais e verbais etc. Temos uma língua própria, mas<br />
ainda somos obrigados a seguir uma gramática normativa<br />
de outra língua diferente. Às vésperas de comemorarmos<br />
nosso bicentenário de independência, não faz sentido<br />
continuar rejeitando o que é nosso para só aceitar o que<br />
vem de fora.<br />
Não faz sentido rejeitar a língua de 190 milhões<br />
de brasileiros para só considerar certo o que é usado por<br />
menos de dez milhões de portugueses. Só na cidade de São<br />
Paulo temos mais falantes de português que em toda a<br />
Europa!<br />
Informativo Parábola Editorial, s/d.<br />
Na entrevista, o autor defende o uso de formas linguísticas<br />
coloquiais e faz uso da norma de padrão em toda a<br />
extensão do texto. Isso pode ser explicado pelo fato de que<br />
ele<br />
a) adapta o nível de linguagem à situação comunicativa,<br />
uma vez que o gênero entrevista requer o uso da norma<br />
padrão.<br />
b) apresenta argumentos carentes de comprovação<br />
científica e, por isso, defende um ponto de vista difícil de<br />
ser verificado na materialidade do texto.<br />
c) propõe que o padrão normativo deve ser usado por<br />
falantes escolarizados como ele, enquanto a norma<br />
coloquial deve ser usada por falantes não escolarizados.<br />
d) acredita que a língua genuinamente brasileira está em<br />
construção, o que o obriga a incorporar em seu cotidiano<br />
a gramática normativa do português europeu.<br />
e) defende que a quantidade de falantes português<br />
brasileiro ainda é insuficiente para acabar com a<br />
hegemonia do antigo colonizador.<br />
QUESTÃO 47<br />
O LÉXICO E A CULTURA<br />
Potencialmente, todas as línguas de todos os tempos<br />
podem candidatar-se a expressar qualquer conteúdo. A<br />
pesquisa linguística do século XX demonstrou que não há<br />
diferença qualitativa entre os idiomas do mundo – ou seja,<br />
não há idiomas gramaticalmente mais primitivos ou mais<br />
desenvolvidos.<br />
Entretanto, para que possa ser efetivamente utilizada, essa<br />
igualdade potencial precisa realizar-se na prática histórica<br />
do idioma, o que nem sempre acontece.<br />
Teoricamente uma língua com pouca tradição escrita<br />
(como as línguas indígenas brasileiras) ou uma língua já<br />
extinta (como o latim ou grego clássico) podem ser<br />
empregadas para falar sobre qualquer assunto, como,<br />
digamos, física quântica ou biologia molecular.<br />
Na prática, contudo, não é possível, de uma hora para<br />
outra, expressar tais conteúdos em camaiurá ou latim,<br />
simplesmente porque não haveria vocabulário próprio<br />
para esses conteúdos. É perfeitamente possível<br />
desenvolver esse vocabulário especifico , seja por meio de<br />
empréstimos de outras línguas , seja por meio de criação<br />
de novos termos na língua em questão, mas tal tarefa não<br />
se realizaria em pouco tempo nem com pouco esforço.<br />
BEARZOTI FILHO, P. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa. Manual do<br />
professor. Curitiba: Positivo, 2004 (fragmento)<br />
Estudos contemporâneos mostram que cada língua possui<br />
sua própria complexidade e dinâmica de funcionamento.<br />
O texto ressalta essa dinâmica, na medida em que enfatiza<br />
a) a inexistência de conteúdo comum a todas as línguas,<br />
pois o léxico contempla visão de mundo particular<br />
específica de uma cultura.<br />
b) a existência de língua limitadas por não permitirem ao<br />
falante nativo se comunicar perfeitamente a respeito de<br />
qualquer conteúdo.<br />
28
c) a tendência a serem mais restritos o vocabulário e a<br />
gramática de línguas indígenas, se comprados com outras<br />
línguas de origem europeia.<br />
d) a existência de diferenças vocabulares entre os<br />
idiomas, especificidades relacionadas à própria cultura<br />
dos falantes de uma comunidade.<br />
e) a atribuição de maior importância sociocultural às<br />
línguas contemporâneas, pois permitem que sejam<br />
abordadas quaisquer temáticas, sem dificuldades.<br />
QUESTÃO 48<br />
Observe a capa de um livro reproduzida abaixo:<br />
bicicleta... quando eu levava um tombo ou outro... eu era<br />
a::... a palhaça da turma... ((risos))... eu acho que foi uma<br />
das fases mais... assim... gostosas da minha vida... essa<br />
fase de quinze... dos meus treze aos dezessete anos...<br />
A.P.S., sexo feminino, 38 anos , nível de ensino fundamental. Projeto Fala Goiana,<br />
UFG, 2010 (inédito).<br />
Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o<br />
relato pessoal de A.P.S. como modalidade falada da língua<br />
é:<br />
a) predomínio de linguagem informal entrecortada por<br />
pausas.<br />
b) vocabulário regional desconhecido em outras<br />
variedades do português.<br />
c) realização do plural conforme as regras da tradição<br />
gramatical.<br />
d) ausência de elementos promotores de coesão entre os<br />
eventos narrados.<br />
e) presença de frases incompreensíveis a um leitor<br />
iniciante.<br />
QUESTÃO 50<br />
– Fio, fais um zoio de boi lá fora pra nois.<br />
O menino saiu do rancho com um baixeiro na cabeça, e no<br />
terreiro, debaixo da chuva miúda e continuada, enfincou o<br />
calcanhar na lama, rodou sobre ele o pé, riscando com o<br />
dedão uma circunferência no chão mole – outra e mais<br />
outra. 3 círculos entrelaçados, cujos centros formavam<br />
um triângulo equilátero. Isto era simpatia para fazer estiar.<br />
ÉLIS, Bernardo. Nhola dos Anjos e a cheia do Corumbá. In: TELES, Gilberto M.<br />
(Org.). Os melhores contos de Bernardo Elis. São Paulo: Global, 2003. p. 27.<br />
A linguagem utilizada no trecho exposto acima revela um<br />
a) registro formal, seguido de um informal.<br />
b) registro informal, seguido de um formal.<br />
c) registro diacrônico, seguido de um regional.<br />
d) registro regional, seguido de um diacrônico.<br />
O título desse livro ilustra um caso de intertextualidade<br />
estabelecida por meio de:<br />
a) um plágio explícito.<br />
b) uma transcrição literal.<br />
c) uma paráfrase direta.<br />
d) um procedimento paródico.<br />
QUESTÃO 49<br />
eu gostava muito de passeá... saí com as minhas colegas...<br />
brincá na porta di casa di vôlei... andá de patins...<br />
QUESTÃO 51<br />
Moradores de Higienópolis admitiram ao jornal<br />
Folha de S. Paulo que 6 a abertura de uma estação de metrô<br />
na avenida Angélica traria “gente diferenciada” ao bairro.<br />
Não é difícil imaginar que alguns vizinhos do Morumbi<br />
compartilhem esse medo e prefiram o isolamento<br />
garantido com a inexistência de transporte público de<br />
massa por ali.<br />
Mas 1 à parte o gosto exacerbado dos paulistanos por<br />
levantar muros, erguer fortalezas e se refugiar em<br />
ambientes distantes do Brasil real, o poder público não fez<br />
29
a sua parte em desmentir que a chegada do transporte de<br />
massas não degrade a paisagem urbana.<br />
Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, na<br />
Colômbia, e grande especialista em transporte coletivo,<br />
diz que não basta criar corredores de ônibus bem<br />
asfaltados e servidos por diversas linhas. Abrigos<br />
confortáveis, boa iluminação, calçamento, limpeza e<br />
paisagismo que circundam estações de metrô ou pontos de<br />
ônibus precisam mostrar o status que o transporte público<br />
tem em uma determinada cidade.<br />
Se no entorno do ponto de ônibus, a calçada está<br />
esburacada, há sujeira e 7 a escuridão afugenta pessoas à<br />
noite, é normal que moradores não queiram a chegada do<br />
transporte de massa.<br />
8<br />
A instalação de linhas de monotrilho ou de<br />
corredores de ônibus precisa vitaminar uma área, não<br />
destruí-la.<br />
9 Quando as grades da Nove de Julho foram retiradas,<br />
2 a avenida ficou menos tétrica, quase bonita. Quando o<br />
corredor da Rebouças fez pontos muito modestos, que<br />
acumulam diversos ônibus sem dar vazão a<br />
desembarques, 3 a imagem do engarrafamento e da<br />
bagunça vira um desastre de relações públicas.<br />
4 Em Istambul, monotrilhos foram instalados no nível<br />
da rua, como os “trams” das cidades alemãs e suíças.<br />
Mesmo em uma cidade de 16 milhões de habitantes na<br />
Turquia, país emergente como o Brasil, houve cuidado<br />
com os abrigos feitos de vidro, com os bancos caprichados<br />
– em formato de livro – e com a iluminação. Restou menos<br />
espaço para os carros porque a ideia ali era tentar<br />
convencer na marra os motoristas a deixarem mais seus<br />
carros em casa e usarem o transporte público.<br />
Se os monotrilhos do Morumbi, de fato, se<br />
parecerem com um Minhocão*, o Godzilla do centro de<br />
São Paulo, os moradores deveriam protestar, pedindo<br />
melhorias no projeto, detalhamento dos materiais,<br />
condições e impacto dos trilhos na paisagem urbana. 5 Se<br />
forem como os antigos bondes, ótimo.<br />
Mas se os moradores simplesmente recusarem<br />
qualquer ampliação do transporte público, que beneficiará<br />
diretamente os milhares de prestadores de serviço que<br />
precisam trabalhar na região do Morumbi, vai ser difícil<br />
acreditar que o problema deles não seja a gente<br />
diferenciada que precisa circular por São Paulo.<br />
(Raul Justes Lores. Folha de S. Paulo, 07/10/2010.<br />
Adaptado.)<br />
(*) Elevado Presidente Costa e Silva, ou Minhocão, é uma<br />
via expressa que liga o Centro à Zona Oeste da cidade de<br />
São Paulo.<br />
Considere as correlações entre o texto e a tirinha expostas<br />
abaixo.<br />
I. O personagem que fala tem uma postura semelhante à<br />
de parte de moradores de Higienópolis em relação às<br />
pessoas que representariam a “gente diferenciada”.<br />
II. Os personagens que se encontram fora do carro no<br />
segundo quadro corresponderiam à “gente diferenciada” a<br />
que se refere parte dos moradores de Higienópolis.<br />
III. No segundo quadro, o carro seria comparável aos<br />
muros e fortalezas que separam parte dos moradores de<br />
Higienópolis do “Brasil real”.<br />
Estão corretas:<br />
a) I e II, apenas.<br />
b) I e III, apenas.<br />
c) II, apenas.<br />
d) II e III, apenas.<br />
e) todas.<br />
30
SEMÂNTICA<br />
Em diversos textos, nem sempre a linguagem apresenta<br />
um único sentido. Em alguns contextos, as frases podem<br />
ganhar novos sentidos ou não.<br />
Para se entender qualquer tipo de texto, se faz necessário<br />
o estudo das linguagens denotativa (do dicionário) e<br />
conotativa (sentido figurado). É isto que iremos estudar<br />
agora.<br />
Denotação e Conotação<br />
Estes dois conceitos são muito fáceis de entender.<br />
Vamos começar entendendo as duas partes de um signo<br />
linguístico (a palavra):<br />
1. O Significante – Parte concreta da palavra, é<br />
constituída de sons e da forma escrita.<br />
Cobra – O significante é a própria palavra.<br />
2. O Significado – Parte que a gente entende, ou seja, o<br />
conceito.<br />
Cobra – O significado é aquilo que a palavra representa.<br />
O significado nos remete a uma idéia mental ou uma<br />
imagem.<br />
Exemplo 1:<br />
A cobra picou o homem! (cobra = tipo de réptil<br />
peçonhento)<br />
Exemplo 2:<br />
Este homem é uma cobra! (cobra = pessoa falsa)<br />
Perceba que Um mesmo significante (parte concreta)<br />
pode ter vários significados (conceitos)!<br />
Podemos concluir que:<br />
a) Um signo linguístico (palavra) apresenta duas partes:<br />
significante e significado!<br />
b) O significado varia de acordo com o contexto!<br />
c) Um significante pode ter vários significados!<br />
Vamos agora entender os significados!<br />
Os significados apresentam duas formas:<br />
a) A forma primitiva e original – A cobra picou o homem.<br />
b) Uma forma secundária, uma alegoria – Este homem é<br />
uma cobra.<br />
A partir destas noções, podemos entender o que são<br />
Denotação e Conotação.<br />
DENOTAÇÃO: Usamos o significado primitivo e<br />
original, com o sentido do dicionário; usado de modo<br />
automatizado; linguagem comum. Ex: O cão está latindo!<br />
CONTAÇÃO: Usamos o significado secundário, com o<br />
sentido amplo; usado de modo criativo, numa linguagem<br />
rica e expressiva. Ex: Esta menina é um cão!<br />
Vamos Revisar:<br />
Denotação – sentido comum! (Macete: “D” de<br />
Dicionário – sentido do dicionário)<br />
Conotação – sentido figurado!<br />
Observe o texto:<br />
A autônoma Michele M. F, 20 anos, foi presa na<br />
tarde de quinta-feira, sob suspeita de ter assassinado o<br />
marido com um tiro na cabeça na Vila Maria, zona oeste<br />
de São Paulo.<br />
A Secretaria da Segurança informou que<br />
Michele permaneceu no local do crime e disse aos<br />
policiais que matou Joaquim de Moraes Barros, 40anos,<br />
seu marido porque ele mantinha um relacionamento<br />
extra-conjugal com uma adolescente.<br />
O texto jornalístico traz as palavras com significados<br />
primitivos. O texto é denotativo.<br />
Veja agora:<br />
Michele descobriu que seu marido tinha uma amante,<br />
certamente uma franguinha bem mais nova que ela…<br />
Michele resolveu dar o troco e matou o marido de ciúmes,<br />
saindo toda noite com um antigo amigo de faculdade.<br />
O texto é pessoal, apresenta palavras com significado<br />
secundário, portanto, trata-se de um texto conotativo.<br />
EXERCÍCIOS<br />
1) Leia atentamente os textos abaixo e indique D quando<br />
prevalecer a denotação e C quando prevalecer a<br />
conotação:<br />
a) ( ) “O ano de 1948, em Pernambuco, foi marcado por<br />
um processo revolucionário, liderado por um Partido<br />
Liberal radical.”<br />
b) ( ) “Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois –<br />
Recife das revoluções libertárias – Mas o Recife sem<br />
história nem literatura – Recife sem mais nada – Recife da<br />
minha infância”.<br />
c) ( ) “Depois de analisar os prontuários de 964 pessoas<br />
operadas no Hospital das Clínicas da Universidade<br />
Federal de Pernambuco, no Recife, o médico Cláudio<br />
Moura Lacerda de Melo, 31 anos, concluiu que seus<br />
colegas exageraram na requisição de exames radiológicos<br />
e de laboratório, ao mesmo tempo em que dão pouca<br />
atenção ao exame direto do paciente e a uma conversa com<br />
ele sobre o seu histórico de saúde”.<br />
d) ( ) “Em todo triângulo, o quadrado de qualquer lado é<br />
igual a soma dos quadrados dos outros dois, menos o<br />
duplo produto destes dois lados pelo co- seno do ângulo<br />
que eles formam.<br />
31
e) ( ) “A ciência que se constituiu em torno dos fatos da<br />
língua passou por três fases sucessivas antes de<br />
reconhecer seu verdadeiro e único objeto’’.<br />
f) ( ) “Tantas palavras / Que eu conhecia / E já não falo<br />
mais, jamais/ Quantas palavras/ Que ela adorava/ Saíram<br />
de cartaz”<br />
g) ( ) “Abriu os olhos devagar. Os olhos vindos de sua<br />
própria escuridão nada viram na desmaiada luz da tarde.<br />
Ficou respirando. Aos poucos recomeçou a enxergar, após<br />
poucos as formas foram se solidificando, ela cansada,<br />
esmagada pela doçura de um cansaço”.<br />
h) ( ) “Na literatura brasileira de hoje, talvez seja o conto<br />
o gênero de maior destaque, em termos de vigor e<br />
criatividade”.<br />
2) Leia as frases ( Fuvest- SP)<br />
a) Uma andorinha só não faz verão.<br />
b) Nem tudo que reluz é ouro.<br />
c) Quem semeia ventos, colhe tempestades.<br />
d) Quem não tem cão caça com gato.<br />
b) As idéias centrais dos provérbios acima são, na ordem<br />
(marque um X na opção correta):<br />
c) solidariedade- aparência- vingança- dissimulação.<br />
d) cooperação – aparência- punição- adaptação.<br />
e) egoísmo- ambição- vingança- falsificação.<br />
f) cooperação – ambição – consequência- dissimulação<br />
g) solidão – prudência- punição – adaptação.<br />
Fonte: <br />
Em todos os momentos, ao produzirmos nossos textos,<br />
orais ou escritos, valemo-nos do uso de duas referências<br />
de linguagem, gramaticalmente conhecidas como<br />
Denotação e Conotação. Assim, a depender da situação e<br />
da intenção da produção do nosso discurso, podemos ser<br />
diretos no nível de expressividade, dando ao nosso<br />
interlocutor o entendimento do que o que queremos dizer<br />
é “preto no branco”; ou simplesmente podemos camuflar<br />
nossa intenção, por meio do sentido figurado, sendo<br />
suaves ou até mesmo poéticos na nossa forma de<br />
expressão.<br />
A partir dessa variedade de uso do sentido do que se<br />
afirma, é que se constrói a noção de Semântica. Sobre isso,<br />
é correto afirmar, sobre a elaboração da capa da revista<br />
Veja, que:<br />
a) A parte central da capa se baseia no sentido metafórico,<br />
amparado pela visualização da imagem que reforça a<br />
temática do título.<br />
b) O sentido denotativo prevalece no discurso de<br />
elaboração da fala principal da capa da revista.<br />
c) Há um distanciamento semântico entre a parte verbal e<br />
a parte não-verbal da capa da revista.<br />
d) É percebido exclusivamente o sentido conotativo sobre<br />
todos os elementos linguísticos que fazem parte da<br />
composição da capa da revista Veja.<br />
e) Neste tipo de texto, a imagem sempre possui um<br />
aspecto secundário em relação à parte escrita.<br />
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO<br />
3- Leia:<br />
Questão 01 (UFBA 2003 – 2ª FASE)<br />
UNIVERSIDADE SEM LUZ<br />
A metáfora não poderia ser mais perfeita: por falta de<br />
verbas, a universidade ficou sem luz. (...) Por atrasos nos<br />
pagamentos, a Light cortou o fornecimento de energia<br />
elétrica para diversos prédios da UFRJ, incluindo centros<br />
hospitalares.<br />
A associação mais clara entre universidade e luz<br />
remonta ao iluminismo (ou filosofia das luzes), o<br />
movimento que surgiu na França do século XVIII e que se<br />
caracterizava pela confiança no progresso e na razão, pelo<br />
desafio à tradição e à autoridade e pelo incentivo à<br />
liberdade de pensamento.(...)<br />
Essa matriz de pensamento lançou as bases do<br />
racionalismo ocidental contemporâneo, e alguns de seus<br />
princípios constituem o núcleo dos direitos políticos das<br />
democracias.<br />
32
Uma universidade sem luz simboliza, portanto, a<br />
negação de tudo o que uma universidade deve ser.<br />
FOLHA DE S. PAULO. São Paulo, 7. ago. 2002. Opinião, p. A 2 . Editoriais.<br />
GNERRE, Maurizio. Linguagem, escrita e poder. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes,<br />
1998. p.5 – 7<br />
A partir da associação de ordem subjetiva que constitui a<br />
metáfora, identifique os sentidos da palavra “luz” no<br />
contexto.<br />
Questão 2 (UFBA 2ª FASE)<br />
Campanha publicitária do COT Salvador<br />
Faça uma análise do anúncio, considerando:<br />
• A campanha publicitária em função da atividade do<br />
anunciante.<br />
• O aparente paradoxo da mensagem passada ao públicoalvo.<br />
• A responsabilidade social implícita no texto verbal.<br />
Identifique em que palavras se percebe o uso desse recurso<br />
na propaganda apresentada e explique como isso ocorre:<br />
Questão 4 (UESC)<br />
As análises da crise financeira falam de tudo, menos<br />
de moral e de política.<br />
Dão a impressão de que o problema se limita a<br />
aspectos técnicos, sem vinculação com valores<br />
independentes das relações de poder.<br />
Joseph Stiglitz foi o único a observar que a crise teria<br />
sobre o fundamentalismo do mercado efeito da queda do<br />
muro de Berlim sobre o comunismo. Poderia ter<br />
acrescentado que a ligação dos dois eventos não é só<br />
comparativa. O fim do socialismo foi um maremoto<br />
político. O vácuo ideológico e o desequilíbrio de forças<br />
consequentemente tornam possível aquilo que era antes<br />
inconcebível: a absoluta hegemonia dos mercados<br />
financeiros e excessos responsáveis pelo colapso social.<br />
Ricúpero, Rubens. Moral da Crise. Folha de São Paulo.<br />
SP Out. 2008.<br />
A polissemia da língua fica bem evidente no uso das<br />
palavras “fundamentalismo” e “maremoto”. Faça um<br />
breve comentário sobre os sentidos de cada termo a partir<br />
do contexto das frases em que se encontram.<br />
Questão 03 (UFBA 2ª FASE)<br />
VIVO: propaganda. Veja, São Paulo: Abril, ed. 2000, ano 40, n. 11, 21 mar.<br />
2007. Fragmento do encarte especial destacável.<br />
O texto publicitário faz uso da polissemia dos signos —<br />
ou seja, da multiplicidade de significados de uma palavra<br />
— como recurso de construção de sentidos<br />
33
FIGURAS DE LINGUAGEM<br />
1- Enumere corretamente os parênteses de acordo com a<br />
figura de figura de linguagem adequada:<br />
1) Aliteração.<br />
2) Assonância.<br />
3) Onomatopeia.<br />
a) ( )Princesinha parabólica/ Prenda minha parabólica/<br />
O pecado mora ao lado do paraíso/ Paira no ar.<br />
b) ( ) O rato roeu a roupa do rei de Roma.<br />
c) ( ) Essa moleca sapeca pega no pé.<br />
d) ( ) Sou um mulato nato no sentido lato mulato<br />
democrático do litoral.<br />
e) ( ) Zum-zum, trim, atchhhim...<br />
f) ( ) Do toque-toque na porta ao chuá da cachoeira...<br />
2- Continue enumerando os parênteses de acordo com a<br />
figura de linguagem adequada:<br />
1) anáfora<br />
2) inversão ou hipérbato<br />
3) pleonasmo<br />
4) elipse<br />
5) hipálage<br />
6) polissíndeto<br />
7) assíndeto<br />
8) silepse<br />
9) zeugma<br />
10) repetição ou reduplicação<br />
a) ( ) Aos troianos venceram os gregos.<br />
b) ( ) Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um<br />
povo heróico o brado retumbante.<br />
c) ( ) É pau... / É pedra... / É o fim do caminho.../ É um<br />
pedaço de toco... (Tom Jobim)<br />
d) ( ) Olha a voz que me resta / Olha a veia que me salta<br />
/ Olha a gota que falta...<br />
e) ( ) O aluno, ninguém o viu na escola.<br />
f) ( ) Vi tudo com meus próprios olhos a terrível cena.<br />
g) ( ) O voo negro dos urubus fazia... (G. Ramos)<br />
h) ( ) O movimento pesado dos elefantes.<br />
i) ( ) Gosto de legumes.<br />
j) ( ) Na terra, tanta guerra, tanto engano.<br />
k) ( ) Eu vendo revistas; minha irmã, frutas.<br />
l) ( ) Vossa majestade é muito bondoso.<br />
m) ( ) Sua santidade estava muito abatido.<br />
n) ( ) Coisa curiosa é aquela gente. Divertem-se com tão<br />
pouco.<br />
o) ( ) A banda Flor chegou ao sucesso depois de cinco<br />
anos. Já gravaram oito discos.<br />
p) ( ) Os brasileiros somos mais ricos que os americanos.<br />
q) ( ) “Cantei, cantei, cantei, / Como é cruel cantar<br />
assim”... (Chico Buarque)<br />
r) ( ) Entrei, peguei o livro, fui para a rede.<br />
s) ( ) Ela canta, e dança, e sapateia, e sorri.<br />
3- Continue enumerando os parênteses de acordo com a<br />
figura de linguagem adequada:<br />
1) antítese<br />
2) eufemismo<br />
3) hipérbole<br />
4) ironia<br />
5) paradoxo ou oxímoro<br />
6) prosopopeia<br />
7) gradação<br />
a) ( ) Com certeza ele vende produtos legítimos que vêm<br />
de Taiwan com escala em Assunção.<br />
b) ( ) Muito inteligente aquela loira que não sabe a<br />
capital do Brasil.<br />
c) ( ) Você não foi feliz com suas palavras.<br />
d) ( ) O moribundo finalmente descansou.<br />
e) ( ) Tenho milhares de coisas para fazer.<br />
f) ( ) Ela morreu de rir.<br />
g) ( ) As folhas sorriam para ela.<br />
h) ( ) As paredes ouviam a conversa.<br />
i) ( ) Era cedo para alguns e tarde para outros.<br />
j) ( ) Cabelos longos, ideias curtas!<br />
k) ( ) Uma exposição clara para uma ideia tão<br />
complicada.<br />
l) ( ) Todo mundo está relendo o que nunca foi lido.<br />
m) ( ) Um cantor disse em um show: “É um prazer estar<br />
aqui pela primeira vez novamente”.<br />
n) ( ) Amor é fogo que arde sem se vê / É ferida que dói<br />
e não se sente / É um contentamento descontente / É dor<br />
que desatina sem doer...<br />
o) ( ) A mulher foi-se encolhendo, agarrada aos braços<br />
da poltrona. Cravou o olhar esgazeado no retângulo negro<br />
do céu. Encolheu-se mais ainda, cruzando os braços.<br />
Limpou as mãos pegajosas na barra da saia. Susteve a<br />
respiração.<br />
34
4- Continue enumerando os parênteses de acordo com a<br />
figura de linguagem adequada:<br />
1) antonomásia<br />
2) catacrese<br />
3) comparação<br />
4) metáfora<br />
5) metonímia<br />
6) sinestesia<br />
a) ( ) Ela é delicada como um lírio.<br />
b) ( ) Ela é um lírio.<br />
c) ( ) A jovem estava branca tal qual uma vela.<br />
d) ( ) Minha vida era um palco iluminado.<br />
e) ( ) Ouviu um som colorido.<br />
f) ( ) Escuto a cor dos peixes/No ermo o silêncio encorpase.<br />
g) ( ) Sempre li Machado de Assis.<br />
h) ( ) Não tinha um teto onde morar.<br />
i) ( ) Comi dois pratos.<br />
j) ( ) O Ford quase nos atropelou.<br />
k) ( ) O rei do futebol esteve no Maracanã.<br />
l) ( ) A cidade luz continua belíssima.<br />
m) ( ) Ele embarcou no trem das dez.<br />
n) ( ) Não trouxe um dente de alho.<br />
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO – FIGURAS DE<br />
LINGUAGEM<br />
1- “Como pode ver, ganhar dinheiro no Brasil não é<br />
sopa”.<br />
Nessa frase, aparece uma figura sintática e uma figura de<br />
palavra. Assinale a alternativa que identifique essas<br />
figuras:<br />
a) hipérbato e metáfora<br />
b) silepse e metonímia<br />
c) elipse e metonímia<br />
d) elipse e metáfora<br />
e) anacoluto e catacrese<br />
2- Em cada uma das 3 frases a seguir, aparece uma figura<br />
de linguagem.<br />
Naquela terrível guerra, muitos adormeceram para<br />
sempre.<br />
Vários de nós ficamos surpresos.<br />
Quantos copos você bebeu?<br />
Essas figuras são respectivamente:<br />
a) eufemismo, silepse de pessoa e metonímia<br />
b) eufemismo, pleonasmo e metáfora<br />
c) antítese, anacoluto e sinédoque<br />
d) hipérbole, silepse de gênero e metonímia<br />
e) ironia, inversão e antonomásia<br />
3- Leia o texto com atenção:<br />
Na primeira semana de aula, todos já tinham apelido. A<br />
Cláudia, que todo dia vinha à escola com tranças no<br />
cabelo, foi apelidada de Trancinha. Mário, cujas orelhas<br />
eram imensas, passou a ser chamado de Orelha. Raul, que<br />
jogava futebol muito bem, ouvia orgulhoso o seu apelido:<br />
Pernas de Ouro. E o Rodolfo, que tinha o tique de piscar<br />
o olho, foi maldosamente apelidado de Pisca-pisca.<br />
Nesse trecho, os alunos, ao apelidarem seus colegas,<br />
utilizaram uma figura de linguagem. Assinale-a:<br />
a) metáfora<br />
b) ironia<br />
c) antonomásia<br />
d) metonímia<br />
e) sinédoque<br />
4- Leia os versos a seguir:<br />
Bomba atômica que aterra<br />
Pomba atônita da paz<br />
Pomba tonta, bomba atômica...<br />
Nesses versos, podemos notar a presença de uma figura de<br />
som (marcada pela repetição de determinados elementos<br />
fônicos) e de uma figura de pensamento (marcada pela<br />
oposição entre bomba e pomba). Os nomes dessas figuras<br />
são respectivamente:<br />
a) aliteração e ironia<br />
b) onomatopeia e hipérbole<br />
c) onomatopeia e antítese<br />
d) antonomásia e hipérbole<br />
e) aliteração e antítese<br />
5- Quando dizemos “boca do túnel”, “cabeça de<br />
alfinete” e “bico de pena”, recorremos a uma figura de<br />
linguagem denominada:<br />
a) metonímia<br />
b) personificação<br />
c) catacrese<br />
d) antítese<br />
e) onomatopeia<br />
6- Identifique as figuras de linguagem presentes na frase:<br />
35
“Nem tudo tinham os antigos. Nem tudo temos os<br />
modernos.”<br />
(Machado de Assis)<br />
a) apóstrofe, antítese e silepse<br />
b) anáfora, antítese e silepse<br />
c) pleonasmo, comparação e perífrase<br />
d) anáfora, antítese e zeugma<br />
e) pleonasmo, hipérbato e elipse<br />
7- Nos versos:<br />
“Tudo ama!<br />
As estrelas no azul, os insetos na lama,<br />
A luz, a treva, o céu, a terra, tudo<br />
Num tumultuoso amor, num amor quieto e mudo<br />
Tudo ama! Tudo ama!”<br />
(Menotti Del Picchia)<br />
Estão presentes as seguintes figuras de linguagem:<br />
a) antítese e onomatopeia<br />
b) pleonasmo e metáfora<br />
c) antítese e prosopopeia<br />
d) eufemismo e hipérbole<br />
e) gradação e antonomásia<br />
8- Observe a frase:<br />
“Eu comprei dois danones, um pacote de omo, uma<br />
caixa de giletes e dois litros de cândida”.<br />
Nessa frase, ocorre várias vezes uma figura de linguagem<br />
denominada:<br />
a) catacrese<br />
b) ironia<br />
c) metáfora<br />
d) sinestesia<br />
e) sinédoque<br />
9- Leia com atenção os dois trechos a seguir:<br />
“E o olhar estaria ansioso esperando<br />
E a cabeça ao sabor da mágoa balançando<br />
E o coração fugindo e o coração voltando<br />
E os minutos passando e os minutos passando”<br />
(Vinícius de Moraes)<br />
“Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem<br />
toca, nem muge”.<br />
(Rubem Braga)<br />
Esses trechos apresentam, quanto à construção, uma<br />
característica comum:<br />
a) há ausência de conectivos entre os termos coordenados,<br />
e esta figura de construção recebe o nome de assíndeto.<br />
b) há a repetição de termos com a mesma função sintática,<br />
e essa figura de construção chama-se Pleonasmo.<br />
c) há a omissão de termos que, no entanto, são facilmente<br />
subentendidos, e essa figura de construção chama-se<br />
elipse.<br />
d) há a repetição de conectivos entre os termos<br />
coordenados, e esse recurso é chamado de polissíndeto.<br />
e) em ambos os fragmentos predomina-se a metonímia.<br />
10- Leia:<br />
“Com seu colar de coral<br />
Carolina<br />
Corre por entre as colunas<br />
Da colina<br />
O colar de Carolina<br />
Colore o colo de cal,<br />
Torna corada a menina”<br />
(Cecília Meireles)<br />
Nesse poema, há a predominância de uma figura de som.<br />
Qual?<br />
a) onomatopeia<br />
b) anacoluto<br />
c) aliteração<br />
d) assíndeto<br />
e) paronomásia<br />
11- Nas duas frases seguintes, ocorre uma mesma figura<br />
de linguagem:<br />
“Dê um sapato novo pro seu velho pai”.<br />
“Finalmente um carro grande por dentro e pequeno por<br />
fora”.<br />
O nome dessa figura de linguagem é:<br />
a) hipérbole<br />
b) ironia<br />
c) apóstrofe<br />
d) antítese<br />
e) eufemismo<br />
12- Assinale a alternativa em que há prosopopeia ou<br />
personificação:<br />
a) “A beleza, é em nós que ela existe”. (Manuel Bandeira)<br />
b) As meninas choravam a morte do animalzinho querido.<br />
c) Os inimigos atacaram o coração da cidade.<br />
d) Ele era seguido por uma multidão que cantava e gritava<br />
o seu nome.<br />
e) Os ônibus reclamavam e gemiam ao subir a ladeira.<br />
36
13- Assinale a alternativa que não aparece uma silepse de<br />
gênero.<br />
a) Recife é grande e populosa.<br />
b) Era uma criança intragável: mimos e castigos podiam<br />
com ele.<br />
c) Alguém andava então bem tristonha.<br />
d) Vossa Excelência deve estar muito aborrecido.<br />
e) Milhões de brasileiros assistimos emocionados ao final<br />
do campeonato.<br />
14- Leia:<br />
“Folheada, a folha de um livro retoma<br />
O lânguido e vegetal da folha,<br />
E um livro se folheia ou se desfolha<br />
Como sob o vento a árvore que o doa”.<br />
(João Cabral de Melo Neto)<br />
A partir da leitura desses versos, considere as seguintes<br />
proposições:<br />
(I) Temos, em “a folha de um livro”, uma catacrese;<br />
(II) A repetição expressiva da consoante fricativa /f/<br />
constitui uma aliteração;<br />
(III) Nos dois últimos versos, há uma comparação<br />
metafórica entre o livro e a árvore.<br />
Agora assinale a alternativa correta:<br />
a) Nenhuma das proposições é correta.<br />
b) Todas as proposições são corretas.<br />
c) Apenas I e II são corretas.<br />
d) Apenas II e III são corretas.<br />
e) Apenas III é correta.<br />
15- Leia:<br />
“Senhora, partem tão tristes<br />
Meus olhos por vós, meu bem,<br />
Que nunca tão tristes vistes<br />
Outros nenhum por ninguém”.<br />
(Camões)<br />
Podemos afirmar que nesses versos ocorrem as seguintes<br />
figuras de linguagem:<br />
a) hipérbole e metáfora<br />
b) anáfora e sinestesia<br />
c) hipérbato e metonímia<br />
d) silepse e sinédoque<br />
e) hipérbato e catacrese<br />
16-<br />
“A casa tem muitas gavetas<br />
e papéis, escadas compridas.<br />
Quem sabe a malícia das coisas<br />
quando a matéria aborrece?”<br />
(Carlos Drummond de Andrade)<br />
Nesses versos, temos a seguinte figura de linguagem:<br />
a) antítese<br />
b) prosopopeia<br />
c) assíndeto<br />
d) antonomásia<br />
e) catacrese<br />
17- Assinale a alternativa em que há erro de classificação<br />
de figura:<br />
a) “Moça linda bem tratada, / três séculos de família, /<br />
burra como um porta: / um amor.” (Mário de Andrade) –<br />
Ironia<br />
b) “Teve uma contração nas asas do nariz, uma<br />
palpitação”. (Osman Lins) – Catacrese<br />
c) De onde teria vindo aquela gente? Pareciam estar<br />
morrendo de fome. – Silepse de número<br />
d) As flores exalavam aromas coloridos. – Sinestesia<br />
e) “Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo<br />
digere, tudo acaba”. (Vieira) – Perífrase<br />
18- (VUNESP) No trecho: "...dão um jeito de mudar o<br />
mínimo para continuar mandando o máximo", a figura<br />
de linguagem presente é chamada:<br />
a) metáfora<br />
b) hipérbole<br />
c) hipérbato<br />
d) anáfora<br />
e) antítese<br />
19- (PUC - SP) Nos trechos: "O pavão é um arco-íris de<br />
plumas" e "...de tudo que ele suscita e esplende e<br />
estremece e delira..." enquanto procedimento estilístico,<br />
temos, respectivamente:<br />
a) metáfora e polissíndeto;<br />
b) comparação e repetição;<br />
c) metonímia e aliteração;<br />
d) hipérbole e metáfora;<br />
e) anáfora e metáfora.<br />
37
20- (PUC - SP) Nos trechos: "...nem um dos autores<br />
nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava<br />
nas estantes do major" e "...o essencial é acharem-se<br />
as palavras que o violão pede e deseja" encontramos,<br />
respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:<br />
a) prosopopeia e hipérbole;<br />
b) hipérbole e metonímia;<br />
c) perífrase e hipérbole;<br />
d) metonímia e eufemismo;<br />
e) metonímia e prosopopeia.<br />
21- (VUNESP) Na frase: "O pessoal estão exagerando,<br />
me disse ontem um camelô", encontramos a figura de<br />
linguagem chamada:<br />
a) silepse de pessoa<br />
b) elipse<br />
c) anacoluto<br />
d) hipérbole<br />
e) silepse de número<br />
22- (ITA) Em qual das opções há erro de identificação das<br />
figuras?<br />
a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro<br />
sono." (eufemismo)<br />
b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece.<br />
(prosopopeia)<br />
c) Já não são tão frequentes os passeios noturnos na<br />
violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)<br />
d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..." (aliteração)<br />
e) "Oh sonora audição colorida do aroma." (sinestesia)<br />
23- (UM - SP) Indique a alternativa em que haja uma<br />
concordância realizada por silepse:<br />
a) Os irmãos de Teresa, os pais de Júlio e nós, habitantes<br />
desta pacata região, precisaremos de muita força para<br />
sobreviver.<br />
b) Poderão existir inúmeros problemas conosco devido às<br />
opiniões dadas neste relatório.<br />
c) Os adultos somos bem mais prudentes que os jovens no<br />
combate às dificuldades.<br />
d) Dar-lhe-emos novas oportunidades de trabalho para<br />
que você obtenha resultados mais satisfatórios.<br />
e) Haveremos de conseguir os medicamentos necessários<br />
para a cura desse vírus insubordinável a qualquer<br />
tratamento.<br />
24- (FEI) Assinalar a alternativa correta, correspondente<br />
às figuras de linguagem presentes nos fragmentos abaixo:<br />
I. "Não te esqueças daquele amor ardente que já nos<br />
olhos meus tão puro viste."<br />
II. "A moral legisla para o homem; o direito para o<br />
cidadão."<br />
III. "A maioria concordava nos pontos essenciais; nos<br />
pormenores porém, discordavam."<br />
IV. "Isaac a vinte passos, divisando o vulto de um, para,<br />
ergue a mão em viseira, firma os olhos."<br />
a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo;<br />
b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto;<br />
c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato;<br />
d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo;<br />
e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma.<br />
25- (FEBA - SP) Assinale a alternativa em que ocorre<br />
aliteração:<br />
a) "Água de fonte .......... água de oceano ............. água de<br />
pranto. (Manuel Bandeira)<br />
b) "A gente almoça e se coça e se roça e só se vicia."<br />
(Chico Buarque)<br />
c) "Ouço o tique-taque do relógio: apresso-me então."<br />
(Clarice Lispector)<br />
d) "Minha vida é uma colcha de retalhos, todos da mesma<br />
cor." (Mário Quintana)<br />
e) N.d.a.<br />
26- (CESGRANRIO) Na frase "O fio da ideia cresceu,<br />
engrossou e partiu-se" ocorre processo de gradação.<br />
Não há gradação em:<br />
a) O carro arrancou, ganhou velocidade e capotou.<br />
b) b) O avião decolou, ganhou altura e caiu.<br />
c) O balão inflou, começou a subir e apagou.<br />
d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e<br />
frustrou-se.<br />
e) Ao sair da festa, ficou em estado de coma emocional.<br />
27- (FATEC) "Seus óculos eram imperiosos." Assinale<br />
a alternativa em que aparece a mesma figura de linguagem<br />
que há na frase acima:<br />
a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes."<br />
b) "Nasci na sala do 3° ano."<br />
c) "O bonde passa cheio de pernas."<br />
d) "O meu amor, paralisado, pula."<br />
e) "Não serei o poeta de um mundo caduco."<br />
FONTE: http://www.coladaweb.com/questoes/portugues/figling.h<br />
38
28- (UESB 2011.1) Leia:<br />
30- Leia:<br />
(fonte: Google imagens – Charges sobre Zé Dirceu)<br />
Considere o sentido de “eufemismos” evidenciado no<br />
fragmento e indique a alternativa em que esse recurso<br />
expressivo está presente.<br />
a) O planejamento de carreira é apenas um aspecto de um<br />
processo maior do planejamento de vida.<br />
b) Dividir conhecimentos para multiplicar oportunidades<br />
é um lema das sociedades modernas.<br />
c) Milhões de brasileiros encontram soluções para os seus<br />
problemas em livros de autoajuda.<br />
d) Os homens que faltam com a verdade são perigosos<br />
para a sociedade.<br />
e) A liderança é uma das responsabilidades humanas mais<br />
universais e duradouras.<br />
29- Oxímoro, ou paradoxismo, é uma figura de retórica<br />
em que se combinam palavras de sentido oposto que<br />
parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto,<br />
reforçam a expressão (Dicionário Eletrônico Houaiss da<br />
Língua Portuguesa)<br />
Considerando a definição apresentada, o fragmento<br />
poético da obra Cantares, de Hilda Hilst, publicada em<br />
2004, em que pode ser encontrada a referida figura de<br />
retórica é:<br />
a) “Dos dois contemplo<br />
rigor e fixidez. Passado e sentimento<br />
me contemplam” (p. 91).<br />
b) “De sol e lua<br />
De fogo e vento<br />
Te enlaço” (p. 101).<br />
c) “Areia, vou sorvendo<br />
A água do teu rio” (p. 93).<br />
d) “Ritualiza a matança<br />
de quem só te deu vida.<br />
E me deixa viver<br />
nessa que morre” (p. 62).<br />
e) “O bisturi e o verso.<br />
Dois instrumentos<br />
entre as minhas mãos” (p. 95)<br />
A partir da leitura da tirinha acima, é correto dizer sobre<br />
sua intencionalidade crítica que:<br />
a) O fator cômico do texto é construído pela expressão<br />
“Exijo respeito”, já que se trata de um político condenado<br />
por desvio de ética.<br />
b) O segundo quadrinho retifica legitimamente a fala do<br />
primeiro, uma vez que representam significados<br />
discrepantes.<br />
c) A expressão “Ação Penal 470” no último quadrinho<br />
suaviza a ideia contida em “Chefe do Mensalão”, o que<br />
acentua o caráter irônico do texto.<br />
d) A fala do segundo quadrinho busca corrigir uma<br />
possível injustiça cometida por uma eventual fala anterior.<br />
e) A palavra não é um advérbio de negação que foi<br />
aplicado para modificar o verbo “exijo”.<br />
31- (ENEM 2009) Leia:<br />
Canção do vento e da minha vida<br />
O vento varria as folhas,<br />
o vento varria os frutos,<br />
o vento varria as flores...<br />
E a minha vida ficava<br />
cada vez mais cheia<br />
de frutos, de flores, de folhas.<br />
O vento varria os sonhos<br />
e varria as amizades...<br />
o vento varria as mulheres.<br />
E a minha vida ficava<br />
cada vez mais cheia<br />
de afetos e de mulheres.<br />
O vento varria os meses<br />
e varria os teus sorrisos...<br />
o vento varria tudo!<br />
E a minha vida ficava<br />
cada vez mais cheia<br />
de tudo.<br />
(BANDEIRA, Manoel. Estrela da Manhã, em Antologia Poética, org. Emmanuel<br />
de Moraes, José Olympio Editora, Rio, 1986.)<br />
39
Na estruturação do texto, destaca-se:<br />
a) A construção de oposições semânticas.<br />
b) A apresentação de ideias de forma objetiva.<br />
c) O emprego recorrente de figuras de linguagem, como<br />
o eufemismo.<br />
d) A repetição de sons e de construções sintáticas<br />
semelhantes.<br />
e) A inversão da ordem sintática das palavras.<br />
Anotações:<br />
32- (UESC 2008) Leia o poema a seguir e responda o<br />
que se pede:<br />
Escuto a cor dos peixes.<br />
Essa vegetação de ventos me inclementa.<br />
(Propendo para estúrdio?)<br />
O escuro enfraquece meu olho.<br />
Ó solidão, opulência da alma!<br />
No ermo o silêncio encorpa-se.<br />
A noite me diminui.<br />
Agora biguás prediletam bagres.<br />
Confesso meus bestamentos.<br />
Tenho vanglória de niquices.<br />
(Dou necedade às palavras?)<br />
BARROS, Manoel de. O livro das ignorãças. 4ed. São Paulo: Record. 1997. P. 51.<br />
Vocabulário:<br />
Propendo: tender a algo<br />
Estúrdio: extravagante, incomum, esquisito<br />
Niquices: pequenices; minúcias aborrecidas<br />
Necedade: ignorância, estupidez<br />
O texto apresenta<br />
a) Um indivíduo criador, que discute o seu domínio sobre<br />
as palavras para traduzir vivências.<br />
b) Um eu lírico que discute a necessidade de o ser humano<br />
adaptar-se a um novo ritmo de vida.<br />
c) Um sujeito poético que, através de imagens sensoriais,<br />
sugere o seu modo de ser incomum.<br />
d) Um indivíduo que teme o isolamento e, por isso, almeja<br />
a companhia de outros homens.<br />
e) O confronto do homem com a natureza criando um<br />
clima de tensão permanente.<br />
40
ORTOGRAFIA<br />
Parte da gramática que se preocupa com a correta<br />
representação escrita das palavras.<br />
Emprega-se a letra X<br />
- depois de ditongo<br />
eixo, encaixotar, feixe, enfaixar, frouxo<br />
Exceções: caucho, recauchutar, recauchutagem<br />
- depois da sílaba -me:<br />
mexicano, mexer, mexilhão, mexerico<br />
Exceção: mecha e derivados<br />
- depois da sílaba en-:<br />
enxada, enxame, enxaqueca, enxotar, enxurrada,<br />
enxoval<br />
Exceções: enchova, encher (cheio) e seus derivados:<br />
preencher, enchimento, preenchimento, enchente.<br />
Quando o prefixo en- junta-se a um radical iniciado por<br />
CH: encharcar (charco); enchapelado (chapéu);<br />
enchumaçar (chumaço), etc.<br />
Emprega-se CH<br />
- depois da sílaba in-:<br />
inchada, bochinche, inchação, inchaço<br />
Observação:<br />
brocha (pequeno prego); broxa (pincel); chá (planta); xá<br />
(título antigo de soberano do Irã); chácara (propriedade<br />
rural); xácara (narrativa popular em versos); cheque<br />
(ordem de pagamento); xeque (jogada do xadrez); cocho<br />
(vasilha para alimentar animais); coxo (capenga, de coxa);<br />
tacha (mancha, defeito; pequeno prego); taxa (imposto<br />
(tributo)<br />
Emprega-se a letra S<br />
- nos adjetivos terminados pelos sufixos -oso/-osa,<br />
indicadores de estado pleno, abundância:<br />
formoso, teimoso, dengosa, cheirosa<br />
- nos sufixos -ês/-esa, indicadores de origem, títulos de<br />
nobreza:<br />
holandês, camponesa, marquês, princesa<br />
- no sufixo -isa, indicador de ocupação feminina:<br />
poetisa, sacerdotisa, papisa<br />
- depois de ditongo:<br />
coisa, mausoléu, faisão, maisena<br />
- nas formas dos verbos pôr e querer:<br />
pus, pusera, puser, quis, quisermos, quisera<br />
- nas palavras derivadas cujo radical termina em S:<br />
casa - casinha, casebre, casarão<br />
atrás - atrasar, atrasado<br />
escreve-se a terminação -isar em derivados de palavras<br />
que tá têm S:<br />
análise – analisar<br />
aviso – avisar<br />
paralisia – paralisar<br />
pesquisa – pesquisar<br />
liso – alisar<br />
Exceções:<br />
catequese – catequizar<br />
síntese – sintetizar<br />
hipnose – hipnotizar<br />
correlação gráfica entre nd e ns na formação de<br />
substantivos a partir de verbos:<br />
ascender – ascensão<br />
distender – distensão<br />
compreender – compreensão<br />
repreender – repreensão<br />
apreender – apreensão<br />
pretender – pretensão<br />
verbos que apresentam rt no radical:<br />
divertir – diversão<br />
converter – conversão<br />
subverter – subversão<br />
reverter – reversão<br />
verter – versão<br />
verbos que apresentam rg:<br />
convergir – conversão<br />
aspergir – aspersão<br />
41
submergir – submersão<br />
Substantivos derivados dos verbos terminados em pelir:<br />
expelir – expulsão<br />
repelir – repulsão<br />
Escrevam-se com s (sinho) os diminutivos derivados de<br />
palavras que já têm o s:<br />
vaso – vasinho<br />
lápis – lapisinho<br />
pires – piresinho<br />
tênis – tenisinho<br />
mesa – mesinha<br />
Emprega-se a letra Z<br />
nos sufixos -ez/-eza, formadores de substantivos abstratos<br />
a partir de adjetivos:<br />
mesquinhez (mesquinho)<br />
magreza (magro)<br />
timidez (tímido)<br />
beleza (belo)<br />
nos sufixos -izar, formadores de verbos (a palavra<br />
primitiva não tem S, então emprega-se Z):<br />
canal – canalizar<br />
atual – atualizar<br />
moral – moralizar<br />
ameno – amenizar<br />
legal – legalizar<br />
- nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com Z:<br />
cicatriz – cicatrizar, cicatrizante<br />
deslize – deslizar, deslizamento, deslizante<br />
Escrevam-se com z (=zinho) os diminutivos derivados de<br />
palavras que não têm a letra S:<br />
pé – pezinho<br />
pó – pozinho<br />
café – cafezinho<br />
anel – anelzinho<br />
pai – paizinho<br />
Emprega-se a letra Ç<br />
em palavras cognatas, quando se encontra um t, a ele se<br />
corresponde um ç:<br />
exceto – exceção<br />
setor – seção<br />
quando os substantivos ou verbos primitivos apresentam t<br />
ou nt no radical; substantivos derivados dos verbos ter e<br />
torcer:<br />
cantar – canção<br />
conter – contenção<br />
deter – detenção<br />
reter – retenção<br />
abster – abstenção<br />
torcer – torção<br />
contorcer – contorção<br />
distorcer – distorção<br />
substantivos derivados de verbos terminados em ver:<br />
promover – promoção<br />
resolver – resolução<br />
remover – remoção<br />
descrever – descrição<br />
substantivos derivados de verbos terminados em gir:<br />
afligir – aflição<br />
infringir – infração<br />
interagir – interação<br />
agir – ação<br />
depois de ditongo:<br />
calabouço, afeição, beiço, louça<br />
Emprega-se a letra G<br />
nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -<br />
úgio:<br />
pedágio, régio, litígio, relógio, subterfúgio<br />
nos substantivos terminados em -gem:<br />
aragem, vertigem, coragem, margem, viagem<br />
(substantivo)<br />
exceções: pajem, lajem, lambujem<br />
formas dos verbos terminados em jar:<br />
arranjar – arranjem<br />
enferrujar – enferrujem<br />
viajar – viajem<br />
nas formas derivadas de outras que já apresentam g:<br />
ágio – agiota, agiotagem<br />
gesso – engessado, engessar<br />
em geral, depois de a inicial:<br />
42
ágil, agir, agitar, agenda<br />
Observação: Nas derivadas de uma palavra primitiva com<br />
j, mantém-se o j: ajeitar (jeito)<br />
Depois de r:<br />
virgem, vargem, sargento, aspergir<br />
Exceções: sarjeta, tarjeta, gorjeta<br />
Emprega-se a letra J<br />
nas palavras derivadas de primitivas que se escrevem com<br />
J:<br />
jeito – ajeitar, ajeitado, jeitoso<br />
nojo – nojento<br />
laranja – laranjinha<br />
sujo – sujeira, sujidade<br />
loja – lojista<br />
gorja – gorjeio, gorjear, gorjeta<br />
sarja – sarjeta<br />
rijo – rijeza, enrijecer<br />
cereja – cerejeira<br />
em palavras de origem tupi, árabe ou africana:<br />
jibóia, pajé, jenipapo, canjica, jerico, manjericão<br />
nas formas dos verbos terminados em jar:<br />
arranjar – arranje, arranjei, arranjemos<br />
despejar – despejei, despeje<br />
na terminação – aje:<br />
traje, ultraje<br />
Emprego do E<br />
verbos terminados em –uar e –oar são escritos com a letra<br />
e nas formas do presente do subjuntivo:<br />
efetue, efetues (efetuar)<br />
abençoe, abençoes (abençoar)<br />
possui (possuir)<br />
cai (cair)<br />
mói (moer)<br />
palavras como: pirulito, crânio, digladiar, lampião,<br />
disenteria, privilégio, meritíssimo<br />
Emprego do O<br />
palavras como: molambo, abolir, boteco, botequim,<br />
apóstolo, bússola, cortiça, êmbolo, focinho, lombriga,<br />
óbolo, poleiro, polenta, bocal (abertura)<br />
Emprego do U<br />
palavras como: bucal (relativo à boca), bueiro, bulir,<br />
cúpula, curtume, embutir, jabuti, jabuticaba, léu,<br />
míngua, tábua, tabuada<br />
Emprego do SS<br />
substantivos derivados de verbos terminados em mitir:<br />
demitir – demissão<br />
omitir – omissão<br />
permitir – permissão<br />
transmitir – transmissão<br />
substantivos derivados de verbos terminados em gredir:<br />
agredir – agressão<br />
progredir – progressão<br />
regredir – regressão<br />
transgredir – transgressão<br />
substantivos derivados de verbos terminados em ceder:<br />
conceder – concessão<br />
retroceder – retrocessão<br />
interceder – intercessão<br />
suceder – sucessão<br />
palavras como: cadeado, candeeiro, destilar, empecilho,<br />
paletó, irrequieto, mexerico, mimeógrafo, periquito<br />
Emprego do I<br />
verbos terminados em -uir, -air, -oer são escritos com a<br />
letra j nas formas do presente do indicativo:<br />
43
ATENÇÃO!<br />
01) Sairemos daqui a vinte minutos. (futuro)<br />
Saiu há vinte minutos. (passado)<br />
02) Ele está em via de perder o emprego. (emprega-se essa<br />
expressão sempre no singular)<br />
03) Não realizou a tarefa, tampouco apresentou qualquer<br />
justificativa. (= nem, também não)<br />
Tenho tão pouco entusiasmo pelo trabalho. (intensidade,<br />
contrário de muito)<br />
04) O cientista falou acerca dos explosivos. (= sobre, a<br />
respeito de)<br />
Moro a cerca de três quarteirões do cinema. (= a<br />
aproximadamente)<br />
Há cerca de trinta advogados na reunião. (= existem<br />
aproximadamente)<br />
Não o vejo há cerca de quatro meses. (= faz<br />
aproximadamente)<br />
05) Pedro é mau motorista. (contrário de bom)<br />
Pedro dirige mal. (contrário de bem)<br />
Mal cheguei, ele saiu. (= assim que, logo que)<br />
06) Agora não posso. Estou ao telefone.<br />
07) Comprei uma tevê em cores. (tevê em preto e branco;<br />
logo tevê em cores)<br />
08) Fazemos entrega em domicílio. (entrega-se algo em<br />
algum lugar)<br />
09) Não sei por que Pedro mente tanto. (= por que motivo)<br />
Por que Joana nunca consegue chegar cedo? (= por que<br />
motivo)<br />
Eis o caminho por que passo sempre. (= pelo qual)<br />
Pedro mente muito, por quê? (= por que motivo – final de<br />
frase)<br />
Joana não consegue chegar cedo, por quê? (= por que<br />
motivo – final de frase)<br />
Pedro mente muito porque não é um pessoa sincera. (=<br />
pois – justificativa)<br />
João não chegou cedo porque é desorganizado. (= pois –<br />
explicação, justificativa)<br />
infringir – violar, transgredir, cometer infração<br />
Não sei o porquê da sua mentira. (depois de um<br />
determinante: artigo, numeral, pronome)<br />
Acertei o emprego de dois porquês.<br />
Este porquê deveria ser acentuado.<br />
10) Sua classificação foi abaixo de todos os alunos da<br />
classe. (= embaixo, sob)<br />
Puseram o prédio a baixo. (= para baixo, até embaixo)<br />
11) As irmãs eram afins nas atitudes e nos pensamentos.<br />
(= semelhantes)<br />
ESSAS 2 LINHAS EMBAIXO DA 1 COLUNA<br />
Participei do jogo a fim de ganhar o primeiro prêmio.<br />
(=finalidade, propósito)<br />
PALAVRAS PARÔNIMAS<br />
Palavras parônimas são parecidas na forma e diferentes no<br />
significado:<br />
descriminar – inocentar<br />
discriminar – separar<br />
retificar – corrigir, emendar<br />
ratificar – confirmar<br />
descrição – ato de descrever<br />
discrição – qualidade de quem é discreto<br />
comprimento – extensão<br />
cumprimento – saudação ou ato de se cumprir algo<br />
tráfego – trânsito<br />
tráfico – comércio ilegal<br />
delatar – denunciar<br />
dilatar – ampliar<br />
eminente – excelente, elevado<br />
iminente – preste a se realizar<br />
arrear – pôr arreios<br />
arriar – abaixar<br />
mandado – ordem judicial<br />
mandato – período de missão política<br />
infligir – aplicar pena<br />
soar – produzir som<br />
44
suar – transpirar<br />
imergir – entrar, penetrar, mergulhar<br />
emergir – sair<br />
flagrante – momento<br />
fragrante – perfumado, aromático<br />
despensa – compartimento<br />
dispensa – desobrigação<br />
deferir – aprovar, atender, consentir<br />
diferir – divergir, adiar<br />
acender – pôr fogo<br />
ascender – subir, elevar-se<br />
destratar – insultar<br />
bucho – estômago de animais<br />
buxo – arbusto ornamental<br />
vês – forma do verbo ver<br />
vez – ocasião<br />
censual – relativo a censo<br />
sensual – relativo aos sentidos<br />
serrar – cortar<br />
cerrar- fechar<br />
assento – lugar onde se assenta<br />
acento – sinal gráfico<br />
sela – arreio de cavalgadura<br />
cela – cubículo, aposento para presos<br />
coser – costurar<br />
cozer – cozinhar<br />
cocho – lugar onde comem os animais<br />
taxa – tributo<br />
censo – recenseamento<br />
senso – juízo<br />
expiar – cumprir pena, sofrer consequências de<br />
espiar – olhar<br />
celeiro – depósito de cereais<br />
seleiro – pessoa que faz sela<br />
distratar – desfazer contrato<br />
precedente – antecedente<br />
procedente – proveniente, oriundo<br />
prescrição – ordem expressa<br />
proscrição – eliminação ou expulsão<br />
vultoso – volumoso, de grande importância<br />
vultuoso – vermelho, inchado<br />
PALAVRAS HOMÔNIMAS HOMÓFONAS<br />
Palavras homônimas homófonas são iguais na<br />
pronúncia, mas diferentes na grafia e no significado.<br />
coxo – manco<br />
estático – firme, imóvel<br />
extático – posto em êxtase, admirado<br />
incipiente – iniciante, o que está no início<br />
insipiente – não sapiente, sem sabedoria<br />
sessão – reunião<br />
seção – parte, divisão, departamento<br />
cessão – ato de ceder<br />
apressar – tornar rápido<br />
apreçar – ajustar o preço<br />
cassar – anular<br />
caçar – perseguir a caça<br />
ruço – pardacento<br />
russo – natural da Rússia<br />
tacha – prego<br />
esperto – ativo, inteligente, vivo<br />
experto – perito, entendido<br />
conserto – reparo, correção<br />
concerto – harmonia, sinfonia<br />
cerração – nevoeiro<br />
serração – ato de serrar<br />
calda – xarope<br />
cauda – rabo<br />
45
46<br />
HOMÔNIMAS HOMÓGRAFAS<br />
Apresentam a mesma grafia, mas sons e significados<br />
diferentes:<br />
almoço (substantivo) – almoço (primeira pessoa do<br />
singular do verbo almoçar)<br />
colher (substantivo) – colher (verbo)<br />
governo (substantivo) – governo (primeira pessoa do<br />
singular do verbo governar)<br />
HOMÔNIMAS PERFEITAS<br />
mesma grafia e mesma pronúncia;<br />
manga (substantivo, fruta) – manga (substantivo, parte da<br />
camisa) – manga (substantivo, pasto de animais)<br />
bala (substantivo = doce, caramelo) – bala (substantivo =<br />
munição de arma de fogo)<br />
EXERCÍCIOS ADICIONAIS DE<br />
ORTOGRAFIA<br />
1- Preencha as lacunas com: há, a ou à nas frases<br />
abaixo:<br />
a) Saí _____ pouco.<br />
b) Sairei daqui _____ pouco.<br />
c) Saí ______ tarde.<br />
d) ______ alunos estudiosos aqui.<br />
e) ______ dias que o vi.<br />
f) Daqui _____ pouco, rezaremos pelo sucesso da<br />
cirurgia.<br />
g) ______ alguns anos, os vestibulares se constituíam de<br />
questões dissertativas.<br />
h) Ela chorava de medo ______ muitas horas e sempre<br />
______ tardinha.<br />
i) O governador assumiu _______ poucos meses, mas as<br />
próximas eleições serão daqui ______ alguns anos.<br />
2- Preencha as lacunas com mau ou mal:<br />
a) Ele sentiu-se ______ e foi embora.<br />
b) Não fiquemos de _____ humor.<br />
c) A ambição é o ______ deste mundo.<br />
d) A empresa está _______ administrada.<br />
e) Sinto-me _______ quando como demais.<br />
f) Se você não é ______ por que faz o ______ ?<br />
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO<br />
1- Identifique se são:<br />
1) Homônimas homófonas<br />
2) Homônimas homógrafas<br />
3) Homônimas perfeitas<br />
4) Parônimas<br />
01. ( ) Eu como feijão como um verdadeiro brasileiro.<br />
02. ( ) Ônibus tem um acento e vários assentos.<br />
03. ( ) Sua licença foi cassada devido a uma caçada fora<br />
de temporada.<br />
04. ( ) Por espiar o que não devia, ele deverá expiar um<br />
castigo.<br />
05. ( ) Ele deu o seu apoio e eu apoio também.<br />
06. ( ) O ladrão entrou despercebido e tomou o banco que<br />
estava desapercebido.<br />
07. ( ) É iminente a vinda daquela eminente pessoa.<br />
08. ( ) A descrição da mulher foi feita com bastante<br />
discrição.<br />
09. ( ) Este Estado fica a este e não a oeste.<br />
10. ( ) Sujou a manga da camisa com o suco de manga.<br />
g) Cuecas ______ costuradas e de muito _______ gosto.<br />
h) _____ saí de casa, fui assaltado por dois vândalos.<br />
i) Porque ele é ______ pratica o ______.<br />
j) Ele não é ______, apenas raciocina _____.<br />
k) Ele vive _____-humorado por não conter o seu ______<br />
humor.<br />
l) Foi um _____-estar súbito.<br />
m) O bom aluno pesquisa além da matéria ensinada o<br />
______ sequer cumpre as tarefas normais.<br />
n) Quem recebe ______-tratos é maltratado.<br />
3- Complete com um dos porquês:<br />
a) - Juca, _____________ você faz aviõezinhos durante a<br />
aula?<br />
b) - Ora, faço ___________ me agrada.<br />
c) O Sr. vai me punir, __________?<br />
d) Depois da aula, o diretor dirá o ____________ da<br />
suspensão das atividades.<br />
e) Não vejo razões _______________ desconfiar dele.<br />
f) Você cometeu este equívoco ______________ não se<br />
concentrou bem.<br />
g) Se eu erro ____________ quero, qual o<br />
_____________ da pergunta?<br />
h) Você não gosta de mim e eu quero saber<br />
_____________.<br />
i) Ninguém sabia ___________ Flávia não comparecera à<br />
aula.
4- Complete com o vocábulo adequado entre<br />
parênteses:<br />
a) Fizeram a __________ de cestas básicas aos<br />
funcionários que trabalhavam na __________ de limpeza<br />
da fábrica em Nova Friburgo, durante a __________ das<br />
telas do artista. (sessão, seção, cessão)<br />
b) __________ iremos amanhã? (onde, aonde)<br />
c) __________ nos encontraremos amanhã? (onde,<br />
aonde)<br />
d) Dormir _________? Ora, ____________ pudermos ir.<br />
(onde, aonde)<br />
e) __________ moro? Resido __________ você não<br />
conhece, _________ ninguém vai sem proteção policial.<br />
(onde, aonde)<br />
f) Havia ___________ no seu modo de vestir e não houve<br />
nenhuma ___________ de atitudes suspeitas. (descrição,<br />
discrição)<br />
g) O último ___________ revelou Curitiba com mais de<br />
um milhão de habitantes. (censo, senso)<br />
h) Tenhamos o _____________ de perceber que<br />
dissertação não é bilhete de amor. (censo, senso)<br />
i) Pelo __________ de sua ignorância não espere nenhum<br />
__________. (cumprimento, comprimento)<br />
j) A reitoria precisa _____________ a solicitação do<br />
colegiado para encaminhar os papéis necessários.<br />
(retificar, ratificar)<br />
k) O professor demonstrou humildade ao<br />
_______________ o erro cometido em sua fala. (retificar,<br />
ratificar)<br />
l) De sua _____________, o prisioneiro contemplava a<br />
_____________brilhante do vaqueiro. (cela, sela)<br />
m) Ao ____________ candidato a derrota nunca se<br />
apresenta ___________. (eminente, iminente)<br />
n) Com a chuva forte, o carro _____________ no buraco<br />
aberto na avenida. (emergiu, imergiu)<br />
o) O submarino teve de ____________ rapidamente<br />
depois do problema com o oxigênio interno. (emergir,<br />
imergir)<br />
p) Não fomos ao ______________ da orquestra, pois o<br />
nosso veículo estava no ______________. (conserto,<br />
concerto).<br />
5-Complete as frases a seguir com a expressão mais<br />
adequada gramaticalmente:<br />
a) As anotações ____________ referem-se ao que foi<br />
relatado na página cinco. (abaixo / a baixo)<br />
b) Li o processo de alto ____________. (abaixo / a baixo)<br />
c) Estamos _____________ dois andares da Diretoria. (a<br />
cerca de / acerca de / há cerca de)<br />
d) Explicou tudo _____________ daquele processo de<br />
demissão. (a cerca de / acerca de / há cerca de)<br />
e) Este processo entrou aqui _____________ de uma<br />
semana. (a cerca de / acerca de / há cerca de)<br />
f) _____________ consultar um advogado, consultou um<br />
charlatão. (ao invés de / em vez de)<br />
g) Redigiu ofício ______________ um memorando. (ao<br />
invés de / em vez de)<br />
h) Tudo será resolvido ____________ federal. (a nível /<br />
em nível)<br />
i) ___________, o processo trata de multas de trânsito. (A<br />
princípio / Em princípio)<br />
j) ___________, concordamos com a informação dela. (A<br />
princípio / Em princípio)<br />
k) Este parecer vem ______________ do meu. (ir ao<br />
encontro / ir de encontro)<br />
l) Este parecer vem ______________ ao meu. (ir ao<br />
encontro / ir de encontro)<br />
m) Faça logo o ofício ____________ o chefe não nos<br />
deixará sair. (senão / se não)<br />
n) Não era caso de demissão, ______________ de<br />
repreensão. (senão / se não)<br />
o) Naquele dia de ponto facultativo não havia ninguém,<br />
___________ os vigilantes. (senão / se não)<br />
p) O diretor não assinará o abaixo-assinado ___________<br />
houver consenso. (senão / se não)<br />
q) Deixou os processos ___________ a estante. (sob /<br />
sobre)<br />
r) As vítimas do desabamento ficaram __________ os<br />
escombros. (sob / sobre)<br />
s) Trabalhou _____________ que todos admiraram. (tão<br />
pouco / tampouco)<br />
t) Não trabalha ____________ deixa que os outros<br />
trabalhem. (tão pouco / tampouco)<br />
6- Complete as lacunas de acordo as orientações do<br />
professor:<br />
1. Um ___________ da presidente não a comunicou do<br />
grave problema no Ministério. Por isso toda a equipe de<br />
___________ foi demitida do Palácio do Planalto.<br />
2. O carro que comprei não veio com todos os<br />
__________ de fábrica.<br />
3. A cozinheira pôs sal em __________ na comida.<br />
47
4. O problema da Gramática são as __________ para as<br />
regras. Se fosse apenas uma __________ para cada caso,<br />
seria bem mais fácil.<br />
5. Temos um ___________ importante para transmitir.<br />
Por isso prestem atenção para que ninguém mais precise<br />
___________ depois.<br />
6. O _________________ na casa estava crítico.<br />
7. Muitas mulheres gostam de _______________ o<br />
cabelo no salão.<br />
8. A prefeitura tinha de __________________ o esgoto<br />
para um local de tratamento adequado.<br />
9. A ________________ foi uma das primeiras ações dos<br />
portugueses no Brasil, por isso os jesuítas tinham de<br />
___________________ os índios que aqui viviam.<br />
10. O candidato não cometeu nenhum __________ na<br />
prova do DETRAN. Mas ficou impedido de voltar para<br />
casa após a chuva, por causa de um ____________ na<br />
estrada.<br />
11. A vovó não pôs a ____________ no mingau.<br />
12. Havia um ______________ entre os funcionários que<br />
me causava ______________.<br />
13. A BR 116 foi privatizada, por isso há vários<br />
__________ ao longo da rodovia.<br />
14. O meia do Santos é muito _____________.<br />
15. A vítima foi alvejada por um _______________ que<br />
saiu de uma pistola.<br />
16. O problema da política são os ________________<br />
concedidos aos corruptos.<br />
17. O ________________ deu a sentença do réu há pouco.<br />
18. Quero que ele _____________ a trabalhar e se<br />
_____________ a uma vida sem regalias.<br />
19. Não coloque ________________ na realização do<br />
projeto!<br />
20. Havia sobre a ____________ do depósito<br />
___________, ____________ e _________.<br />
21. O casal tinha de _____________ o ______________<br />
rapidamente, depois das ____________.<br />
22. O _________ de lenha estava um pouco ___________<br />
na cabeça do andarilho.<br />
23. A frota tinha de ______________ todos os pneus já<br />
gastos.<br />
24. Todos de ___________ bem a tintura, aplicou-a nas<br />
______________.<br />
25. Muitos ____________ ficaram entupidos com a<br />
chuva.<br />
26. O aluno do terceiro ano estava _____________ por<br />
passar no vestibular.<br />
27. Os ___________ precisam votar com mais<br />
______________.<br />
28. Todos queriam o __________________ do país.<br />
29. O aluno queria a _________________ para sair da<br />
sala.<br />
30. A empresa confirmou a _________________ do<br />
estagiário.<br />
31. A ___________________ da rodovia será dada a uma<br />
empresa estrangeira.<br />
32. Gostaria da _________________ de todos neste<br />
momento difícil.<br />
33. A __________________ do quadro se deu<br />
subitamente.<br />
34. Aquele estagiário está em _______________ na<br />
carreira.<br />
35. Todos deveriam ter _________________ pelo<br />
preconceito.<br />
36. A _________________ dos conselheiros inviabilizou<br />
a eleição do clube.<br />
37. A __________________ do discurso do candidato<br />
levou à revolta dos eleitores.<br />
38. A dignidade de um homem é medida pela sua<br />
________________.<br />
39. Todos admiravam a __________________ do aluno.<br />
40. Na sociedade quem trabalha e ganha dinheiro<br />
honestamente é chamado de _________________.<br />
41. A __________________ saiu com o barão.<br />
42. A humildade é a demonstração de _______________<br />
que apresentamos no nosso cotidiano.<br />
43. Comprei um cão ______________.<br />
44. O ________________ deu a sentença do réu há pouco.<br />
45. Quero que ele _____________ a trabalhar e se<br />
_____________ a uma vida sem regalias.<br />
48
USO DO HÍFEN COM A REFORMA ORTOGRÁFICA<br />
Uso em palavras compostas<br />
ELEMENTOS<br />
OU<br />
PALAVRAS<br />
Compostas<br />
comuns<br />
REGRAS<br />
1. Usa-se hífen<br />
nas palavras<br />
compostas<br />
comuns, sem<br />
preposições,<br />
quando o<br />
primeiro<br />
elemento for<br />
substantivo,<br />
adjetivo,<br />
verbo ou<br />
numeral.<br />
PALAVAS COMPOSTAS<br />
EXEMPLOS<br />
Amor-perfeito,<br />
boa-fé,<br />
guarda-noturno,<br />
guarda-chuva,<br />
criado-mudo,<br />
decreto-lei.<br />
OBSERVAÇÕES;<br />
SAIBA MAIS<br />
A) Formas adjetivas como afro, luso, anglo, latino<br />
não se ligam por hífen:<br />
afrodescendente, eurocêntrico,<br />
lusofobia,<br />
eurocomunista.<br />
B) Mas com adjetivos pátrios (de identidade), usa-se o<br />
hífen:<br />
afro-americano,<br />
latino-americano,<br />
indo-europeu,<br />
ítalo-brasileira,<br />
anglo-saxão.<br />
C) Se a noção de composição desapareceu com o<br />
tempo, deve-se unir o composto sem hífen:<br />
pontapé,<br />
madressilva,<br />
girassol,<br />
paraquedas,<br />
paraquedismo (perdida a noção do verbo parar);<br />
mandachuva (perdida a noção do verbo mandar).<br />
D) Demais casos com para e manda usam hífen:<br />
para-brisa,<br />
para-choque (sem acento no para);<br />
manda-tudo,<br />
manda-lua.<br />
E) Compostos com elementos repetidos também levam<br />
hífen:<br />
tico-tico,<br />
tique-taque,<br />
pingue-pongue,<br />
blá-blá-blá.<br />
F) Compostos com apóstrofo também levam hífen:<br />
cobra-d'água,<br />
mãe-d'água,<br />
mestre-d'armas.<br />
49
Nomes<br />
geográficos<br />
antecedidos de<br />
grão, grã ou<br />
verbos<br />
Espécies<br />
vegetais/<br />
animais<br />
Mal<br />
Além, aquém,<br />
recém, bem,<br />
sem<br />
Locuções<br />
2. Usa-se o<br />
hífen em<br />
nomes<br />
geográficos<br />
compostos<br />
com grã e<br />
grão ou<br />
verbos de<br />
qualquer tipo.<br />
3. Usa-se o<br />
hífen nos<br />
compostos que<br />
designam<br />
espécies<br />
vegetais e<br />
animais.<br />
4. Usa-se hífen<br />
com mal antes<br />
de vogais ou h<br />
ou l.<br />
5. Usa-se hífen<br />
com além,<br />
aquém,<br />
recém, bem e<br />
sem.<br />
6. Não se usa<br />
hífen nas<br />
locuções dos<br />
vários tipos<br />
(substantivas,<br />
adjetivas etc).<br />
Grã-Bretanha,<br />
Grão-Pará,<br />
Passa-Quatro.<br />
bem-te-vi,<br />
bem-me-quer,<br />
erva-de-cheiro,<br />
couve-flor,<br />
erva-doce,<br />
feijão-verde,<br />
coco-da-baía,<br />
joão-de-barro,<br />
não-me-toques<br />
(planta).<br />
mal-afamado,<br />
mal-estar,<br />
mal-acabado,<br />
mal-humorada,<br />
mal-limpo.<br />
além-mar,<br />
aquém-oceano,<br />
recém-casado,<br />
recém-nascido,<br />
bem-estar,<br />
bem-vindo,<br />
sem-vergonha.<br />
à vontade,<br />
cão de guarda,<br />
café com leite,<br />
cor de vinho,<br />
fim de semana,<br />
fim de século,<br />
quem quer que seja,<br />
um disse me disse.<br />
Demais nomes geográficos compostos não usam hífen:<br />
América do Norte, Belo Horizonte, Cabo Verde.<br />
(O nome Guiné-Bissau é uma exceção).<br />
Se a palavra for usada em sentido figurado, não leva<br />
hífen: Ela está cheia de não me toques (melindres).<br />
A) Escreva, porém:<br />
malcriado,<br />
malnascido,<br />
malvisto,<br />
malquerer,<br />
malpassado.<br />
B) Escreva com hífen no feminino:<br />
má-língua,<br />
más-línguas.<br />
Quando o bem se aglutina com o segundo elemento,<br />
não se usa hífen: benfeitor, benfeitoria, benquerer,<br />
benquisto.<br />
A) Certas grafias consagradas agora são exceções à<br />
regra. Escreva:<br />
água-de-colônia, arco-da-velha, pé-de-meia,<br />
mais-que-perfeito, cor-de-rosa, à queima-roupa,<br />
ao deus-dará.<br />
B) Outras expressões/locuções que não usarão hífen:<br />
bumba meu boi, tomara que caia,<br />
arco e flecha, tão somente,<br />
ponto e vírgula.<br />
C) Escreva também sem hífen as locuções à toa<br />
(adjetivo ou advérbio), dia a dia (substantivo e<br />
advérbio) e arco e flecha.<br />
50
Encadeamentos<br />
de palavras<br />
Hífen no fim da<br />
linha<br />
7. Os<br />
encadeamentos<br />
vocabulares<br />
levam hífen (e<br />
não mais<br />
traço).<br />
8. Quando cai<br />
no fim da linha,<br />
o hífen deve<br />
ser repetido,<br />
por clareza, na<br />
linha abaixo.<br />
A relação<br />
professor-aluno.<br />
O trajeto<br />
Tóquio-São Paulo.<br />
A ponte<br />
Rio-Niterói.<br />
Um acordo<br />
Angola-Brasil.<br />
Áustria-Hungria.<br />
Alsácia-Lorena.<br />
Atravesso a ponte Rio-<br />
-Niterói.<br />
Couve-<br />
-flor.<br />
Este quadro está apoiado nas obras:<br />
BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008.<br />
INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Escrevendo pela Nova Ortografia. Rio de Janeiro/São Paulo, Houaiss/Publifolha, 2008.<br />
GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 2008.<br />
51
REFORMA ORTOGRÁFICA: Hífen - prefixação<br />
O caso dos prefixos e falsos prefixos<br />
PREFIXOS<br />
OU FALSOS<br />
PREFIXOS<br />
Vogais iguais<br />
Vogais diferentes<br />
Consoantes iguais<br />
Se o segundo<br />
elemento começa<br />
com s, r.<br />
Se o segundo<br />
elemento começa com<br />
m, n, com vogais e h,<br />
m, n.<br />
Ex, sota, soto, vice<br />
COM PREFIXOS OU FALSOS PREFIXOS<br />
REGRAS<br />
1. Usa-se o hífen<br />
quando o prefixo e<br />
o segundo elemento<br />
juntam-se com a<br />
mesma vogal.<br />
2. Não se usa o<br />
hífen quando os<br />
elementos se unem<br />
com vogais<br />
diferentes.<br />
3. Usa-se o hífen se<br />
a consoante do<br />
final do prefixo for<br />
igual à do início do<br />
segundo elemento.<br />
4. Não há hífen<br />
quando o segundo<br />
elemento começa<br />
com s ou r; nesse<br />
caso, duplicam-se<br />
as consoantes.<br />
5. Usa-se o hífen: se o<br />
primeiro elemento,<br />
terminado em m ou n,<br />
unir-se com as<br />
consoantes h, m ou n.<br />
6. Usa-se hífen com<br />
os prefixos: ex, sota,<br />
soto, vice.<br />
EXEMPLOS<br />
anti-ibérico,<br />
auto-organização,<br />
contra-almirante,<br />
infra-axilar,<br />
micro-ondas,<br />
neo-ortodoxo,<br />
sobre-elevação,<br />
anti-inflamatório.<br />
autoescola, autoajuda,<br />
autoafirmação,<br />
semiaberto,<br />
semiárido,<br />
semiobscuridade,<br />
contraordem,<br />
contraindicação,<br />
extraoficial,<br />
neoexpressionista,<br />
intraocular,<br />
semiaberto,<br />
semiárido.<br />
inter-racial,<br />
super-revista,<br />
hiper-raquítico,<br />
sub-brigadeiro.<br />
antirreligioso,<br />
minissaia,<br />
ultrassecreto,<br />
ultrassom.<br />
circum-murado,<br />
circum-navegação,<br />
pan-hispânico,<br />
pan-africano,<br />
pan-americano.<br />
ex-almirante,<br />
ex-presidente,<br />
sota-piloto,soto-pôr,<br />
vice-almirante,<br />
vice-rei.<br />
OBSERVAÇÕES;<br />
SAIBA MAIS<br />
Mas os prefixos co, pro, pre, re se juntam ao<br />
segundo elemento, ainda que este inicie pelas<br />
vogais o ou e: coocupar, coorganizar,<br />
coautor, coirmão, cooperar, preenchimento,<br />
preexistir, preestabelecer, proeminente,<br />
propor reeducação, reeleição, reescrita.<br />
Porém, coforme a regra anterior, com prefixos<br />
hiper, inter, super, deve-se manter o hífen:<br />
hiper-realista,<br />
inter-racial,<br />
super-racional,<br />
super-resistente.<br />
Escreva, porém, sobrepor.<br />
52
Pré, pós, pró<br />
O prefixo termina em<br />
vogal ou r e b e o<br />
segundo elemento se<br />
inicia com h.<br />
7. Usa-se hífen com<br />
os prefixos pré, pós,<br />
pró (tônicos e<br />
acentuados com<br />
autonomia).<br />
8. Usa-se o hífen<br />
quando o prefixo<br />
termina em r, b ou<br />
vogais e o segundo<br />
elemento começa com<br />
h.<br />
Sufixos de origem tupi 9. Usa-se o hífen com<br />
sufixo de origem tupi,<br />
quando a pronúncia<br />
exige distinção dos<br />
elementos.<br />
pré-escolar,<br />
pré-nupcial,<br />
pós-graduação,<br />
pós-tônico,<br />
pós-cirúrgico,<br />
pró-reitor,<br />
pró-ativo,<br />
pós-auricular.<br />
anti-herói,<br />
inter-hemisférico,<br />
sub-humano,<br />
anti-hemorrágico,<br />
bio-histórico,<br />
super-homem,<br />
giga-hertz,<br />
poli-hidratação,<br />
geo-história.<br />
Anajá-mirim,<br />
Ceará-mirim,<br />
capim-açu,<br />
andá-açu,<br />
amoré-guaçu.<br />
Se os prefixos não forem autônomos, não haverá<br />
hífen: predeterminado, pressupor, pospor,<br />
propor.<br />
A) Mas as grafias consagradas serão mantidas:<br />
reidratar, desumano, inábil, reabituar,<br />
reabilitar,<br />
reaver.<br />
B) Se houver perda do som da vogal final, preferese<br />
não usar hífen e eliminar o h: cloridrato<br />
(cloro+hidrato), clorídrico (cloro+hídrico).<br />
Este quadro está apoiado nas obras:<br />
BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008.<br />
INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Escrevendo pela Nova Ortografia. Rio de Janeiro/São Paulo, Houaiss/Publifolha, 2008.<br />
GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 2008.<br />
53
EXERCÍCIO EXPLICATIVO<br />
1- Dê o produto da soma dos elementos das palavras a<br />
seguir:<br />
1) para + quedas =<br />
2) ferro + velho =<br />
3) manda + chuva =<br />
4) bem + humorado =<br />
5) mal + estar =<br />
6) bem + feitor =<br />
7) anti + higiênico =<br />
8) semi + hospitalar =<br />
9) sub + humano =<br />
10) micro + ondas =<br />
11) auto + observação =<br />
12) auto + escola =<br />
13) extra + oficial =<br />
14) contra + indicado =<br />
15) agro + industrial =<br />
16) hiper + requintado =<br />
17) inter + resistente =<br />
18) super + revista =<br />
19) hiper + mercado =<br />
20) inter + municipal =<br />
21) super + proteção =<br />
22) sub + ração =<br />
23) sub + bibliotecário =<br />
24) anti + religioso =<br />
25) anti + semita =<br />
26) mini + saia =<br />
27) bio + ritmo =<br />
28) co + seno =<br />
29) amoré + guaçu =<br />
30) anajá + mirim =<br />
EXERCÍCIOS<br />
1- A _______ das _______ levou à ________ dos<br />
trabalhos do departamento.<br />
a) contenção, despezas, paralisação<br />
b) contensão, despezas, paralisação<br />
c) contenção, despesas, paralisação<br />
d) contensão, despesas, paralização<br />
e) contenção, despezas, paraliszação<br />
2- O guarda _______ em ________ o motorista que<br />
______ as normas de trânsito.<br />
a) atuou – fragrante – infringiu<br />
b) autuou – fragrante – infringiu<br />
c) atuou – fragrante – infligiu<br />
d) atuou – flagrante – infligiu<br />
e) autuou – flagrante – infringiu<br />
3- A _____ de gêneros alimentícios já começava a<br />
provocar ______ e ______.<br />
a) escassez, ansiedade, desassossego<br />
b) escassez, anciedade, desassocego<br />
c) escassês, anciedade, desassossego<br />
d) esacssês, ansiedade, deasssocego<br />
e) escassês, ansiedade, desassossego<br />
4- Não fez ____, embora seu projeto fosse bastante<br />
______. A direção não quer atender às nossas _______.<br />
a) conceções, pretensioso, reinvindicações<br />
b) conceções, pretencioso, reivindicações<br />
c) conceções, pretensioso, reinvindicações<br />
d) concessões, pretensioso, reivindicações<br />
e) concessões, pretencioso, reinvidicações<br />
5- Assinale a alternativa em que os termos estão grafados<br />
corretamente:<br />
a) limpeza, defeza, exceção<br />
b) acesso, hiato, torácico<br />
c) espontâneo, acessível, toráxico<br />
d) exceção, suspenção, acessível<br />
e) excessão, defesa, limpesa<br />
6- Assinale a alternativa em que NÃO há erro, de acordo<br />
com a norma culta.<br />
a) Afim de ser bem sucedido, estudou muito para as<br />
provas.<br />
b) Ele não saiu, tão pouco conseguiu dormir.<br />
c) O Governo tinha que saber que agente tinha<br />
representatividade no Congresso.<br />
d) A morte do paciente nada tem a ver com a paralisia das<br />
pernas.<br />
e) A assensão do candidato nas pesquizas surpreendeu a<br />
todos.<br />
7- Assinale a alternativa que preenche corretamente as<br />
lacunas da frase apresentada: “Estavam _______ de que<br />
os congressistas chegassem ______ para a ______”.<br />
a) receiosos, atrasados, sessão<br />
b) receosos, atrasados, sessão<br />
c) receiozos, atrazados, sessão<br />
d) receosos, atrazados, seção<br />
e) receiosos, atrasados, cessão<br />
8- Fui atendido com _______.<br />
a) previlégio, e cortezia<br />
54
) previlégio, e cortesia<br />
c) privilégio, e cortezia<br />
d) privilégio, e cortesia<br />
e) previlégiu, e cortesia<br />
9- Todas as palavras estão grafadas corretamente:<br />
a) sub-diretor, anti-ácido, para-militar<br />
b) para-quedismo, sanguessuga, suprarrenal<br />
c) extra-ordinário, mal-educado, bem-vindo<br />
d) anti-inflamatório, ultrassecreto, à toa<br />
e) prevestibular, ante-projeto, sub-raça<br />
10- Preencha os espaços vazios com a alternativa<br />
adequada.<br />
Estava ________ a ________ da guerra, pois os homens<br />
_______ nos erros do passado.<br />
a) eminente / defraglação / incidiram<br />
b) iminente / deflagração / reincidiram<br />
c) eminente / conflagração / incidiram<br />
d) preste / confraglação / incidiram<br />
e) prestes / flagração / reincidiram<br />
11- Aponte a alternativa em que todos os vocábulos<br />
estejam corretamente grafados.<br />
a) Os administradores atribuem o sucesso da tecnologia<br />
moderna à eliminação dos impecílios surgidos e a<br />
capacidade de improvisar concessões.<br />
b) Há meses, os seiscentos manuais de instrução causaram<br />
estranhesa a homens simples e crédulos.<br />
c) A incompatibilidade do fax e da secretária eletrônica<br />
prejudicou a compreensão do texto, bem como as<br />
transmissões de mensagens.<br />
d) Se os indivíduos com instrução pusessem explicações<br />
mais inteligíveis nos manuais, talvez os obcessivos por<br />
aparatos eletrônicos quisessem aumentar a compra.<br />
e) Nenhum dos deputados agiu com bom censo ao aprovar<br />
outro aumento de verba de gabinete, em plena crise,<br />
aumentado ainda mais os previlégios concedidos a eles<br />
próprios.<br />
12- Assinale a alternativa correta:<br />
a) Eis as causas por quê não venceremos.<br />
b) Você não ganhou porque demorou muito.<br />
c) Faltou à escola, por que?<br />
d) Ninguém atinava com o por quê daquela situação.<br />
e) Eles querem saber o por quê de tudo.<br />
13- Assinale a alternativa que completa corretamente<br />
as lacunas:<br />
________ você pensa que vai? Ele não vai seguir ______,<br />
ficará na cidade e irá à _____ das oito horas. Faça-me um<br />
favor, ______ com ele.<br />
a) onde, viagem sessão, viaje<br />
b) onde, viajem sessão, viaje<br />
c) onde, viajem cessão, viaje<br />
d) aonde, viajem sessão, viage<br />
e) aonde, viagem sessão, viaje<br />
14- Assinale o grupo de homônimos homógrafos:<br />
a) acento (intensidade) – assento (banco)<br />
b) cerrar (fechar) – serrar (cortar)<br />
c) sede (vontade de beber) – sede (residência)<br />
d) laço (laçada) – lasso (frouxo)<br />
e) cessão (ato de ceder) – seção (divisão)<br />
15- O ____ tempo sempre faz ____ à saúde das pessoas<br />
que se cuidam ____.<br />
a) mal – mau – mal<br />
b) mau – mau - mal<br />
c) mau – mal - mau<br />
d) mau – mal - mal<br />
e) mal – mal – mau<br />
16- Após a _____ de cinema fomos à _____ de<br />
reclamações e depois fizemos uma ______ de agasalhos<br />
aos desabrigados.<br />
a) sessão – seção - cessão<br />
b) seção – cessão - seção<br />
c) sessão – seção - sessão<br />
d) cessão – sessão - sessão<br />
e) sessão – seção – seção<br />
17- Assinale a alternativa em que o emprego do hífen está<br />
correto:<br />
a) auto-escola<br />
b) mini-saia<br />
c) neo-liberal<br />
d) auto-análise<br />
e) pré-operatório<br />
18- Encontram-se palavras escritas de maneira<br />
INCORRETA na frase:<br />
a) Altas tachas de reicindência, apesar de reconhecidas,<br />
não são levadas em consideração quando se avaliam os<br />
resultados negativos do sistema carcerário no Brasil.<br />
55
) É aconselhável entregar a um bandido tudo aquilo que<br />
ele está exigindo, sem discussão nem reação, ou tentativa<br />
de convencê-lo a mudar de ideia.<br />
c) Pesquisas recentes revelam a preocupação dos<br />
brasileiros com o aumento da criminalidade,<br />
especialmente nos grandes centros urbanos.<br />
d) Todos devem, ao entrar e sair de casa, agir com<br />
precaução para reduzir as possibilidades de serem vítimas<br />
acessíveis de assaltantes.<br />
e) A direção do presídio constatou, após a fuga, que as<br />
grades da cela onde estava a quadrilha estavam serradas.<br />
19- Todas as palavras estão corretamente grafadas na<br />
opção:<br />
a) azuleijo – aleijado – reivindicar<br />
b) prazeroso – cabeleireiro – irrequieto<br />
c) descarrilhar – marcineiro – previlégio<br />
d) suspenção – enxame – poleiro<br />
e) excesão – acessores – exato<br />
20- Aponte o grupo de palavras escritas corretamente:<br />
a) despejem, cafajeste, jeca, jequitibá, gerimum<br />
b) supetão, desajeitado, sargeta, jejum<br />
c) laranjeira, enrijecimento, manjericão, jenipapo,<br />
vertigem<br />
d) giló, linhagem, pajem, abranger, jerico<br />
e) bege, tijela, vagem, tangerina, gengibre<br />
21- Está correto dizer:<br />
a) Como machucava minhas orelhas, deixei meu óculos<br />
para consertar.<br />
b) Como machucavam minhas orelhas, deixei meus<br />
óculos para concertar.<br />
c) Como machucava minhas orelhas, deixei meu óculos<br />
para concertar.<br />
d) Como machucavam minhas orelhas, deixei meus<br />
óculos para consertar.<br />
e) Como machucava minhas orelhas, deixei meus óculos<br />
para concertar.<br />
volume de evidências, especialmente das adaptações<br />
ecológicas ao aquecimento.<br />
b) Com essa atitude política, as previsões se tornarão uma<br />
profescia auto-realizável, um resultado inevitável da<br />
emição dos políticos.<br />
c) O urso polar sobre bancos de gelo cada vez menores,<br />
fadado à estinção, transformou-se no íconi do<br />
aquecimento global.<br />
d) O animal não socumbiu apenas à seca, mas também ao<br />
impacto da aridez da região ecessivamente explorada.<br />
e) À medida que a água se torna mais cara, o ônos dos<br />
ajustes ao novo regime passará para os grupos subauterno,<br />
como os agricultores e os pobres das áreas urbanas.<br />
23- Assinale a alternativa correta quanto à ortografia:<br />
a) Os que pretendem fazer dos fascinorosos menores<br />
morais, incapazes de se decidir entre o bem e o mau, não<br />
se atrevem a pedir que lhes sejam caçado o direito de voto.<br />
b) O Ministério Público consagrou os princípios da<br />
unidade, da indivisibilidade e da independência funcional,<br />
tudo como estratégia para o desenvolvimento de uma<br />
atuação livre de injunções externas.<br />
c) O Direito Penal assume nova feição, devendo apontar<br />
suas baterias para os delitos que colocam em cheque os<br />
objetivos do Estado Social.<br />
d) No novo Código são previlegiadas as anotações sobre<br />
as novidades trazidas pelo sistema e os aspectos da<br />
jurisprudência nacional que remanecem do interesse para<br />
o novo sistema jurídico.<br />
e) A credebilidade do Ministério Público é alta e<br />
subistimável é enfraquecer a cidadania, a justiça e o povo<br />
brasileiro, cuja defesa á a própria razão de sua existência.<br />
22- Assinale a alternativa correta quanto à ortografia:<br />
a) O relatório sobre as condições climáticas representa um<br />
consenso avassalador que chega a ser sóbrio diante do<br />
56
ACENTUAÇÃO GRÁFICA COM A REFORMA ORTOGRÁFICA<br />
Tipo de palavra<br />
ou sílaba<br />
Quando<br />
acentuar<br />
Exemplos (como eram)<br />
Observações<br />
(como ficaram)<br />
Proparoxítonas sempre simpática, lúcido, sólido,<br />
cômodo<br />
Continua tudo igual ao que era antes da<br />
nova ortografia.<br />
Observe:<br />
Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de<br />
acordo com a pronúncia da região: acadêmico,<br />
fenômeno (Brasil) académico, fenómeno<br />
(Portugal).<br />
Paroxítonas<br />
Se terminadas<br />
em: R, X, N, L,<br />
I, IS, UM, UNS,<br />
US, PS, Ã, ÃS,<br />
ÃO, ÃOS;<br />
ditongo oral,<br />
seguido ou não<br />
de S<br />
fácil, táxi, tênis, hífen,<br />
próton, álbum(ns), vírus,<br />
caráter, látex, bíceps, ímã,<br />
órfãs, bênção, órfãos,<br />
cárie, árduos, pólen, éden.<br />
Continua tudo igual.<br />
Observe:<br />
1) Terminadas em ENS não levam acento:<br />
hifens, polens.<br />
2) Usa-se indiferentemente agudo ou<br />
circunflexo se houver variação de pronúncia:<br />
sêmen, fêmur (Brasil) ou sêmen, fémur<br />
(Portugal).<br />
3) Não ponha acento nos prefixo paroxítonos<br />
que terminam em N nem nos que terminam em<br />
I: inter-helênico, super-homem, anti-herói,<br />
semi-internato.<br />
Oxítonas<br />
Se terminadas<br />
em: A, AS, E,<br />
ES, O, OS, EM,<br />
ENS<br />
vatapá,<br />
igarapé, avô, avós, refém,<br />
parabéns<br />
Continua tudo igual.<br />
Observe:<br />
1. terminadas em I, IS, U, US não levam<br />
acento: tatu, Morumbi, abacaxi.<br />
2. Usa-se indiferentemente agudo ou<br />
circunflexo se houver variação de pronúncia:<br />
bebê, purê (Brasil); bebé, puré (Portugal).<br />
Monossílabos<br />
tônicos (são<br />
oxítonas<br />
também)<br />
terminados em<br />
A, AS, E,<br />
ES, O,OS<br />
vá, pás, pé, mês, pó, pôs<br />
Continua tudo igual.<br />
Atente para os acentos nos verbos com formas<br />
oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc.<br />
Í e Ú em<br />
palavras<br />
oxítonas e<br />
paroxítonas<br />
Í e Ú levam<br />
acento se<br />
estiverem<br />
sozinhos na<br />
sílaba (hiato)<br />
saída, saúde, miúdo, aí,<br />
Araújo, Esaú, Luís, Itaú,<br />
baús, Piauí<br />
1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se<br />
mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís.<br />
2. Não se acentuam i e u se depois vier 'nh':<br />
rainha, tainha, moinho.<br />
3. Esta regra é nova: nas paroxítonas, o i e u<br />
não serão mais acentuados se vierem depois de<br />
um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, maoista,<br />
saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio).<br />
4. Mas, se, nas oxítonas, mesmo com ditongo,<br />
o i e u estiverem no final, haverá acento:<br />
tuiuiú, Piauí, teiú.<br />
57
Ditongos<br />
abertos em<br />
palavras<br />
paroxítonas<br />
EI, OI, idéia, colméia, bóia Esta regra desapareceu (para palavras<br />
paroxítonas). Escreve-se agora: ideia,<br />
colmeia, celuloide, boia.<br />
Observe: há casos em que a palavra se<br />
enquadrará em outra regra de acentuação. Por<br />
exemplo: contêiner, Méier, destróier serão<br />
acentuados porque terminam em R.<br />
Ditongos<br />
abertos em<br />
palavras<br />
oxítonas<br />
ÉIS, ÉU(S),<br />
ÓI(S)<br />
papéis, herói, heróis,<br />
troféu, céu, mói (moer)<br />
Continua tudo igual (mas, cuidado: somente<br />
para palavras oxítonas com uma ou mais<br />
sílabas).<br />
Verbos arguir e<br />
redarguir<br />
(agora sem<br />
trema)<br />
arguir e<br />
redarguir<br />
usavam acento<br />
agudo em<br />
algumas pessoas<br />
do indicativo,<br />
do subjuntivo e<br />
do imperativo<br />
afirmativo.<br />
Esta regra desapareceu.<br />
Os verbos arguir e redarguir perderam o acento<br />
agudo em várias formas (rizotônicas):<br />
eu arguo (fale: ar-gú-o, mas não acentue); ele<br />
argui (fale: ar-gúi), mas não acentue.<br />
Verbos<br />
terminados em<br />
guar, quar e<br />
quir<br />
aguar<br />
enxaguar,<br />
averiguar,<br />
apaziguar,<br />
delinquir,<br />
obliquar usavam<br />
acento agudo<br />
em algumas<br />
pessoas do<br />
indicativo, do<br />
subjuntivo e do<br />
imperativo<br />
afirmativo.<br />
Esta regra sofreu alteração. Observe:.<br />
Quando o verbo admitir duas pronúncias<br />
diferentes, usando a ou i tônicos, aí<br />
acentuamos estas vogais: eu águo, eles águam<br />
e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo,<br />
eles delínquem (í tônico).<br />
tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas.<br />
Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele<br />
não será acentuado: Eu averiguo (diga averigú-o,<br />
mas não acentue) o caso; eu aguo a<br />
planta (diga a-gú-o, mas não acentue).<br />
ôo, ee<br />
vôo, zôo, enjôo,<br />
vêem<br />
Esta regra desapareceu.<br />
Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo,<br />
voo.<br />
Verbos ter e vir<br />
na terceira pessoa<br />
do plural do<br />
presente do<br />
indicativo<br />
eles têm,<br />
eles vêm<br />
Continua tudo igual.<br />
Ele vem aqui; eles vêm aqui.<br />
Eles têm sede; ela tem sede.<br />
Derivados de ter e<br />
vir (obter,<br />
manter, intervir)<br />
na terceira pessoa<br />
do singular leva<br />
acento agudo;<br />
na terceira pessoa<br />
do plural do<br />
presente levam<br />
circunflexo<br />
ele obtém, detém, mantém;<br />
eles obtêm, detêm, mantêm<br />
Continua tudo igual.<br />
58
Acento<br />
diferencial<br />
Esta regra desapareceu, exceto para os<br />
verbos:<br />
PODER (diferença entre passado e presente.<br />
Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje.<br />
PÔR (diferença com a preposição por):<br />
Vamos por um caminho novo, então vamos pôr<br />
casacos;<br />
TER e VIR e seus compostos (ver acima).<br />
Observe:<br />
1) Perdem o acento as palavras compostas com<br />
o verbo PARAR:<br />
Para-raios, para-choque.<br />
2) FÔRMA (de bolo): O acento será opcional;<br />
se possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma<br />
para pudim, cuja forma de pagamento é<br />
parcelada.<br />
Trema (O trema não é acento gráfico.)<br />
Desapareceu o trema sobre o U em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo,<br />
linguístico.<br />
Exceto as de língua estrangeira: Gunter, Gisele Bundchen, muleriano<br />
59
EXERCÍCIOS<br />
1- Assinale, em cada questão, a única palavra que NÃO deve receber acento gráfico:<br />
01. ( ) alcool ( ) arquetipo ( ) biotipo ( ) pantano ( ) pudico<br />
02. ( ) omega ( ) caracteres ( ) vermifugo ( ) exodo ( ) aerolito<br />
03. ( ) amavamos ( ) deviamos ( ) fossemos ( ) ponhamos ( ) iamos<br />
04. ( ) bilingue ( ) especie ( ) pancreas ( ) necropsia ( ) autopsia<br />
05. ( ) amendoa ( ) frequencia ( ) espontaneo ( ) peculio ( ) coroa<br />
06. ( ) delinquimos ( ) desagua ( ) aguo ( ) enxaguam ( ) arguo<br />
07. ( ) açucar ( ) ambar ( ) abajur ( ) cancer ( ) femur<br />
08. ( ) fluor ( ) impar ( ) sueter ( ) dolar ( ) impor<br />
09. ( ) abdomen ( ) eletron ( ) liquen ( ) polens ( ) ions<br />
10. ( ) climax ( ) durex ( ) latex ( ) cortex ( ) onix<br />
11. ( ) revel ( ) consul ( ) estencil ( ) dificil ( ) textil<br />
12. ( ) faceis ( ) jogueis ( ) estenceis ( ) repteis ( ) texteis<br />
13. ( ) fosseis ( ) vendeis ( ) vendieis ( ) falaveis ( ) usarieis<br />
14. ( ) biquini ( ) arco-iris ( ) cutis ( ) Parati ( ) juri<br />
15. ( ) venus ( ) lotus ( ) bauru ( ) onus ( ) orfão<br />
16. ( ) triceps ( ) álbuns ( ) fuzil ( ) orfãos ( ) fusivel<br />
17. ( ) ananas ( ) talvez ( ) portugues ( ) buque ( ) vende-lo<br />
18. ( ) complo ( ) propo-lo ( ) burgues ( ) inglesa ( ) inves<br />
19. ( ) hifens ( ) vaivens ( ) recem ( ) refens ( ) amem<br />
20. ( ) marques ( ) maciez ( ) o porque ( ) reves ( ) ama-la-iamos<br />
21. ( ) ele detem ( ) eles detem ( ) tu detens ( ) eles plantem ( ) eles tem<br />
22. ( ) ele vem ( ) eles intervem ( ) eles provem ( ) ele preve ( )ele cre<br />
23. ( ) ele rele ( ) eles retem ( ) ele prove ( ) que ele prove ( ) eles advem<br />
24. ( ) parabens ( ) abdomens ( ) proton ( ) eletrons ( ) hifen<br />
25. ( ) ve-lo ( ) da-lo ( ) ele de ( ) tres ( ) vez<br />
26. ( ) gratuito ( ) caido ( ) construido ( ) imbuido ( ) açai<br />
27. ( ) constroi ( ) destrois ( ) construiste ( ) decidi ( ) ele moi<br />
28. ( ) crueis ( ) reus ( ) carteis ( ) estreia ( ) povareu<br />
29. ( ) miudo ( ) politeismo ( ) cafeina ( ) ciume ( ) campainha<br />
30. ( ) reunir ( ) reuno ( ) reune ( ) reuna ( ) reunas<br />
31. ( ) egoista ( ) faisca ( ) feiura ( ) genuino ( ) babuino<br />
32. ( ) intuito ( ) jesuita ( ) grauna ( ) viuva ( ) gaucho<br />
33. ( ) o fluido ( ) fluido (v.) ( ) proibo ( ) prejuizo ( ) uisque<br />
34. ( ) eu cai ( ) cairam ( ) atrai-lo ( ) construi-la ( ) ele trai<br />
35. ( ) saudo ( ) saudam ( ) saudamos ( ) influiram ( ) eu trai<br />
2- Assinale a alternativa que completa corretamente as<br />
frases:<br />
I- Cada qual faz como melhor lhe ______.<br />
II- O que ______ este frasco?<br />
III- Neste momento, os teóricos _____ os conceitos.<br />
IV- Eles ____ a casa do necessário.<br />
a) convém, contém, reveem, proveem<br />
b) convém, contêm, revêem, provêm<br />
c) convêm, contém, revêm, provêem<br />
d) convêm, contêm, revêem, provêem<br />
e) convém, contém, revêem, provêem<br />
3- Assinale a alternativa cujas palavras são acentuadas<br />
segundo as regras que determinam a acentuação,<br />
respectivamente de emergência, caído, época.<br />
a) ciência, pastéis, marítimo<br />
b) circunstâncias, saúva, ninguém<br />
c) espécie, raízes, até<br />
d) veterinário, faísca, ótimo<br />
e) antagônico, uísque, construído<br />
4- O plural de tem, vem, dê e vê é, respectivamente:<br />
a) têm, vêem, dêem, vêm<br />
b) tem, vem, dêem, vêem<br />
c) têm, vêm, deem, veem<br />
d) têem, vêm, dêem, vêm<br />
e) tém, vém, deem, veem<br />
60
5- Comparando-se as palavras diarreia e semeia, podese<br />
afirmar que, quanto à tonicidade, o que as<br />
diferencia é:<br />
a) a tonicidade<br />
b) a separação silábica<br />
c) o timbre<br />
d) a função sintática<br />
e) a classificação morfológica<br />
Anotações:<br />
6- Assinale a alternativa em que o acento gráfico das<br />
palavras se justifica pela mesma regra de acentuação:<br />
a) mês, fôrma, mártir<br />
b) crânio, suíço, está<br />
c) ninguém, até, água<br />
d) constrói, cartéis, escarcéu<br />
e) lâmpada, laticínio, táxi<br />
7- Assinale a alternativa correta em ralação à<br />
acentuação gráfica, observando a numeração:<br />
I- saída, saúde, egoísta<br />
II- egoísmo , distribuia, heróico<br />
III- recém, refens, Nobél<br />
IV- heroína, saude, dsitribuía<br />
V- cérebro, epidemia, idéia<br />
a) Apenas a numeração I está correta<br />
b) Todas as numerações estão corretas<br />
c) Nenhuma das numerações está correta<br />
d) Somente os números I e V estão corretos<br />
e) Somente os números II e IV estão corretos<br />
61
MORFOLOGIA<br />
FORMAÇÃO DE PALAVRAS<br />
1- A estrutura das palavras<br />
Palavra é uma unidade linguística de som e significado<br />
que entra na composição dos enunciados da língua.<br />
Morfemas são unidades mínimas de significação.<br />
Afixos são os morfemas que, somados aos radicais,<br />
formam novas palavras. Quando acrescentados antes do<br />
radical são chamados de prefixos e, adicionados após o<br />
radical, de sufixos.<br />
Morfema<br />
Lexical gramatical<br />
(radical) (afixo) – [prefixo, sufixo]<br />
Os morfemas são classificados em lexicais e gramaticais.<br />
Os morfemas lexicais fazem referência a seres ou<br />
conceitos da realidade objetiva ou subjetiva (Paulo, dia,<br />
ar), ou seja, possuem referentes extralinguísticos.<br />
Os morfemas gramaticais têm uma significação interna<br />
ao sistema linguístico, porque atuam para estabelecer<br />
relações entre palavras ou para marcar categorias como<br />
gênero, número, modo, pessoa, etc.<br />
As desinências são os morfemas que indicam as flexões<br />
das palavras variáveis.<br />
A vogal temática é um morfema vocálico que se<br />
acrescenta a determinados radicais antes das desinências.<br />
O conjunto formado por radical + vogal temática recebe<br />
o nome de tema. Os temas podem ser nominais e verbais.<br />
Mudança de sentido básico: papel, papelada; folha,<br />
folhagem; pedra, pedraria; rocha, rochedo; laranja,<br />
laranjal; ferro, ferrugem.<br />
Mudança de classe gramatical: lembrar (verbo),<br />
lembrança (substantivo); trair (verbo), traição<br />
(substantivo); úmido (adjetivo), umidade (substantivo);<br />
livre (adjetivo), livremente (advérbio).<br />
2- Formação de palavras I<br />
Palavras primitivas: radicais<br />
Palavras derivadas: radicais + prefixos e/ou sufixos<br />
Palavras primitivas são aquelas que não foram formadas<br />
a partir de alguma outra já existente na língua. Os radicais<br />
das palavras primitivas permitem a formação de novas<br />
palavras. Exemplos: flor, pedra, fogo, casa.<br />
Palavras derivadas são aquelas que se formam a partir de<br />
outras palavras da língua, por meio do acréscimo de<br />
morfemas derivacionais (prefixos e/ou sufixos).<br />
Exemplos: florescer, empedrar, fogaréu, caseiro.<br />
Derivação:<br />
• Prefixal<br />
• Sufixal<br />
• Parassintética<br />
• Regressiva<br />
• Imprópria<br />
Derivação é o processo de formação de palavras que se<br />
faz a partir do acréscimo, a um radical, de prefixos ou<br />
sufixos derivacionais<br />
inútil: radical útil + prefixo in-;<br />
floreira: radical flor + sufixo -eira.<br />
A derivação pode ser prefixal, sufixal, parassintética,<br />
regressiva e imprópria.<br />
Derivação prefixal: acrescenta-se um prefixo à palavra<br />
primitiva. Essa operação sempre produz alguma alteração<br />
no sentido do radical. Ex.:<br />
fazer (radical) – des- (prefixo) + fazer = desfazer.<br />
Derivação sufixal: acrescenta-se um sufixo à palavra<br />
primitiva. Como na derivação prefixal, o acréscimo de um<br />
sufixo sempre produz alguma alteração no sentido do<br />
radical. Ex.:<br />
belo (radical) + -eza (sufixo) = beleza;<br />
céu (radical) + -este (sufixo) = celeste;<br />
beber (radical) + -icar (sufixo) = bebericar;<br />
tranquilo (radical) + -mente (sufixo) = tranquilamente.<br />
Temos respectivamente, nos exemplos apresentados,<br />
sufixos nominais (que derivam substantivos e adjetivos),<br />
sufixo verbal (para derivar verbos) e o sufixo adverbial<br />
(para derivar advérbios).<br />
Derivação parassintética: ocorre o processo de derivação<br />
parassintética sempre que a um determinado radical<br />
agregam-se, simultaneamente, um prefixo e um sufixo:<br />
en- (prefixo) + raiva (radical) + -ecer (sufixo) =<br />
enraivecer;<br />
des- (prefixo) + alma (radical) + -do (sufixo) =<br />
desalmado.<br />
62
Derivação regressiva: é definida pela redução na forma<br />
fonológica da palavra derivada em relação à forma da<br />
palavra primitiva:<br />
abalo (de abalar),<br />
busca (de buscar),<br />
choro (de chorar),<br />
alcance (de alcançar),<br />
perda (de perder), etc.<br />
Derivação imprópria: acontece quando uma palavra muda<br />
de classe gramatical sem que sua forma original seja<br />
alterada. Transformar palavras de outras classes<br />
gramaticais em substantivos é um exemplo de derivação<br />
imprópria. Essa transformação é muitas vezes feita pela<br />
anteposição de um artigo ou pronome adjetivo ao termo<br />
que será substantivado.<br />
Exemplos:<br />
- O esperto conseguiu se aproveitar da situação.<br />
- Não aceito um não como resposta.<br />
- O azul do céu é lindo.<br />
3- Formação de palavras II<br />
Quando uma palavra resulta da combinação de dois<br />
radicais, dizemos que ela é formada pelo processo de<br />
composição.<br />
A composição por justaposição se define pela<br />
combinação de dois (ou mais) radicais que não sofrem<br />
alteração na sua forma fonológica (não há mudanças nos<br />
fonemas originais e cada radical mantém o seu acento<br />
tônico).<br />
Composição por justaposição: combinação de radicais<br />
sem mudança fonológicaComposição por aglutinação:<br />
combinação de radicais com mudança fonológica.<br />
A composição por aglutinação é definida pela<br />
combinação de dois (ou mais) radicais que sofrem<br />
alteração na sua forma fonológica (há mudança nos<br />
fonemas originais e no acento tônico dos radicais<br />
envolvidos no processo).<br />
Ex:<br />
outrora (outra + hora), ir embora (em boa hora), pernalta<br />
(perna + alta), planalto (plano + alto), aguardente (água<br />
+ ardente)...<br />
(Fonte: Google imagens contratação de Pato - locopositivo)<br />
Em cada anúncio em evidência, tem-se a criação de um<br />
neologismo que, primariamente, seria entendido como<br />
composição por justaposição, em que se tem louco +<br />
pirose; louco + positivo. O que chama a atenção, talvez<br />
por uma tentativa de aglutinação, é a perda da semivogal<br />
“-u” no 1º elemento, provavelmente, para acentuar a<br />
jogada de marketing de criar uma identidade entre o atleta<br />
contratado e a torcida do Corinthians que é conhecida<br />
como “um bando de locos”.<br />
A redução (ou abreviação) é o processo pelo qual se<br />
forma uma nova palavra por eliminação de parte de uma<br />
palavra já existente.<br />
Ex:<br />
refri (refrigerante), pneu (pneumático), play<br />
(Playstation), motô (motorista), facu (faculdade), moto<br />
(motocileta)...<br />
Os empréstimos lexicais são palavras de outras línguas<br />
que vão entrando na língua portuguesa através dos<br />
tempos. Esses empréstimos têm origem no contato entre<br />
as culturas e na influência que uma cultura exerce sobre a<br />
outra em vários aspectos do comportamento e da vida<br />
social. Ex:<br />
lanche, estresse, sanduíche, menu, abajur, garçom,<br />
macarrão, estoque, clube, futebol, basquete, trailer, chip,<br />
download, link...<br />
A palavra neologismo é formada pelos radicais gregos<br />
néos, que significa “novo, ou moderno”, e lógos, “palavra,<br />
tratado”. Significa, portanto, palavra nova.<br />
Ex:<br />
piriguéti, valerioduto, mensalão, trairagem, petralhas.<br />
63
PREFIXOS GREGOS<br />
Prefixo Sentido Exemplificação<br />
an- (a-) privação, negação anarquia, ateu<br />
aná- ação ou movimento repetição anagrama, anáfora<br />
anfi- de um e outro lado, em torno anfíbio, anfiteatro<br />
anti- oposição, ação contrária antiaéreo, antípoda<br />
apó- afastamento, separação apogeu, apóstata<br />
arqui- (arcarque-,<br />
arce-)<br />
superioridade<br />
arquiduque, arcanjo arquétipo, arcebispo<br />
catá<br />
movimento de cima para baixo,<br />
oposição<br />
catadupa, catacrese<br />
diá- (di-)<br />
movimento através de,<br />
afastamento<br />
diagnóstico, diocese<br />
dis- dificuldade, mau estado dispnéia, disenteria<br />
ec- (ex-) movimento para fora eclipse, êxodo<br />
en- (em-, e-) posição interior encéfalo, emplastro, elipse<br />
endo- (-end)<br />
posição interior, movimento para<br />
dentro<br />
endotérmico, endosmose<br />
epi-<br />
posição superior, movimento para,<br />
posterioridade<br />
epiderme, epílogo<br />
eu- (ev.) bem, bom eufonia, evangelho<br />
hiper- posição superior, excesso hipérbole, hipertensão<br />
hipó posição inferior, escassez hipodérmico, hipotensão<br />
metá- (met-) posterioridade, mudança metacarpo, metátese<br />
pará- (par-) proximidade, ao lado de paralogismo, paramnésia<br />
peri- posição ou movimento em torno perímetro, perífrase<br />
pró- posição em frente, anterior prólogo, prognóstico<br />
sin- (sim-, si-) simultaneidade, companhia sinfonia, simpatia, sílaba<br />
Fonte: Nova Gramática do <strong>Português</strong> Contemporâneo, Celso Cunha e Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição.<br />
64
PREFIXOS LATINOS<br />
Prefixo Sentido Exemplificação<br />
ababsa-<br />
afastamento, separação<br />
ada-<br />
(ar-, as-) aproximação, direção<br />
abdicar, abjurar<br />
abster, abstrair<br />
amovível, aversão<br />
adjunto, adventício<br />
abeirar, arribar, assentir<br />
ante- anterioridade antebraço, antepor<br />
Circum-<br />
(circun-) movimento em torno circum-adjacente, circunvagar<br />
cis- posição aquém cisalpino, cisplatino<br />
com- (com-)<br />
co- (cor.)<br />
contiguidade, companhia<br />
compor, conter<br />
cooperar, corroborar<br />
contra- oposição, ação conjunta contradizer, contra-selar<br />
de- movimento de cima para baixo decair, decrescer<br />
des- separação, ação contrária desviar, desfazer<br />
disdi-<br />
(dir-)<br />
separação, movimento para<br />
diversos lados, negação<br />
dissidente, distender<br />
dilacerar, dirimir<br />
entre- posição intermediária entreabrir, entrelinha<br />
exese-<br />
movimento para fora, estado<br />
anterior<br />
exportar, extrair<br />
escorrer, estender<br />
emigrar; evadir<br />
extra- posição exterior (fora de) extra-oficial, extraviar<br />
in- (im-)<br />
i- (ir-)<br />
em- (em-)<br />
movimento para dentro<br />
ingerir, impedir<br />
imigrar, irromper<br />
embarcar, enterrar<br />
in- (im-)<br />
i- (ir-) negação, privação inativo, impermeável ilegal, irrestrito<br />
intra- posição interior intradorso, intravenoso<br />
65
intro- movimento para dentro introversão, intrometer<br />
justa- posição ao lado justapor, justalinear<br />
obo-<br />
posição em frente, oposição<br />
objeto, obstáculo<br />
ocorrer, opor<br />
per- movimento através percorrer, perfurar<br />
pos- posterioridade pospor, postônico<br />
pre- anterioridade prefácio, pretônico<br />
pro- movimento para a frente progresso, prosseguir<br />
re- movimento para trás, repetição refluir, refazer<br />
retro- movimento mais para trás retroceder, retrospectivo<br />
sotosota-<br />
sobsosubsussu-<br />
posição inferior<br />
movimento de baixo para cima,<br />
inferioridade<br />
soto-mestre, sotopor<br />
sota-vento, sota-voga<br />
sobestar, sobpor<br />
soerguer, soterrar<br />
subir, subalterno<br />
suspender, suster<br />
suceder, supor<br />
sobresuper-<br />
posição em cima, excesso<br />
sobrepor, sobrecarga<br />
superpor, superpovoado<br />
supra- posição acima, excesso supradito, supra-sumo<br />
trans-<br />
trástresultra-<br />
movimento para além de, posição<br />
além de<br />
posição além do limite<br />
transpor, transalpino<br />
trasladar, traspassar<br />
tresvariar, tresmalhar<br />
ultrapassar, ultra-som<br />
vicevis-<br />
(vizo-)<br />
substituição, em lugar de<br />
vice-reitor, vice-cônsul<br />
visconde,<br />
vizo-rei<br />
Fonte: Nova Gramática do <strong>Português</strong> Contemporâneo, Celso Cunha e Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição.<br />
66
SUFIXOS<br />
Os sufixos são capazes de modificar o significado e, principalmente, a categoria gramatical dos radicais aos quais são<br />
agregados. Os sufixos, em língua portuguesa, são de origem variada, mas a maioria é de origem latina. Podem ser nominais<br />
(formam substantivos e adjetivos), verbais (formam verbos) e adverbiais (formam advérbios).<br />
Veja alguns sufixos no quadro a seguir:<br />
Sufixos que indicam<br />
aumentativo<br />
Sufixos que indicam<br />
diminutivo<br />
Sufixos que indicam<br />
profissão<br />
Sufixos que indicam<br />
lugar<br />
Sufixos<br />
-aça, -aço, uça<br />
-alha, -alhão<br />
-anzil<br />
-ão, -eirão, -(z)arrão<br />
-áreu<br />
-arra, -orra<br />
-ázio<br />
-acho, -icha, -ucha<br />
-ebre<br />
-ejo<br />
-acho, -icha, -ucha<br />
-ebre<br />
-ejo<br />
-eto, -eta<br />
-ico, -eco, -eca<br />
-inha, -inho, -zinho, - zinha<br />
-isco<br />
-ote<br />
-ulo, -culo, -cula<br />
-ão<br />
-ário<br />
-dor<br />
-eiro<br />
-ista<br />
-tor<br />
-aria<br />
-ato<br />
-ia<br />
-mento<br />
barcaça, ricaço, dentuça<br />
Exemplos<br />
Fornalha, grandalhão, brincalhão<br />
corpanzil<br />
casarão, latão, caldeirão, vozeirão, boqueirão,<br />
homenzarrão<br />
povaréu, fogaréu, mundaréu<br />
bocarra, cabeçorra, naviarra<br />
copázio<br />
riacho, barbicha, papelucho, gorducho<br />
casebre<br />
vilarejo, lugarejo<br />
riacho, barbicha, papelucho, gorducho<br />
casebre<br />
vilarejo, lugarejo<br />
poemeto, saleta<br />
burrico, livreco, soneca, padreco<br />
casinha, lapisinho, papelzinho, mãozinha<br />
chuvisco<br />
filhote<br />
glóbulo, grânulo, versículo, partícula<br />
escrivão<br />
bibliotecário<br />
vendedor<br />
jornaleiro<br />
dentista<br />
tradutor<br />
padaria, confeitaria<br />
orfanato<br />
academia<br />
acampamento<br />
67
Sufixos que indicam<br />
nacionalidade<br />
Sufixos que indicam<br />
coleção<br />
Sufixos utilizados na<br />
formação de verbos<br />
Sufixo utilizado na<br />
formação de<br />
advérbio<br />
-tério<br />
-tório<br />
-ano<br />
-ão<br />
-eiro<br />
-ense<br />
-ês<br />
-eu<br />
-ada<br />
-al<br />
-ama, -eme<br />
-edo<br />
-eiro<br />
-ear<br />
-ejar<br />
-entar<br />
-icar<br />
-iscar<br />
-ecer, -escer<br />
-izar<br />
-itar<br />
-mente (é o único sufixo<br />
adverbial)<br />
batistério<br />
dormitório<br />
pernambucano<br />
alemão<br />
mineiro<br />
paranaense<br />
francês, chinês<br />
europeu<br />
boiada<br />
milharal, cafezal<br />
dinheirama, enxame<br />
arvoredo<br />
formigueiro<br />
espernear, folhear<br />
festejar, gotejar<br />
amamentar<br />
bebericar<br />
rabiscar<br />
entardecer, florescer<br />
utilizar, conscientizar<br />
saltitar<br />
vagarosamente, rapidamente, felizmente, propriamente<br />
Fonte: Nova Gramática do <strong>Português</strong> Contemporâneo, Celso Cunha e Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição.<br />
68
EXERCÍCIO EXPLICATIVO<br />
1- Aponte a palavra primitiva (quando possível) dos<br />
vocábulos abaixo e explique seu processo de formação:<br />
a) amigas<br />
b) cantássemos<br />
c) felizmente<br />
d) indecente<br />
e) desrespeitoso<br />
f) entardecer<br />
g) perfumar<br />
h) plantação<br />
i) canto<br />
j) fuga<br />
2- Forme substantivos a partir das palavras abaixo:<br />
1) global ________________<br />
2) consciente ________________<br />
3) arrepender ________________<br />
4) perder ________________<br />
5) lavar ________________<br />
6) cruel ________________<br />
7) escuro ________________<br />
8) orar ________________<br />
9) deter ________________<br />
10) altivo ________________<br />
11) áspero ________________<br />
12) calvo ________________<br />
13) quieto ________________<br />
14) processar _____________<br />
15) viajar _____________<br />
16) romântico _____________<br />
17) obedecer _____________<br />
18) crer _____________<br />
19) branco _____________<br />
3- Forme adjetivos a partir das palavras abaixo:<br />
1) ambição ________________<br />
2) cantar ________________<br />
3) atrair ________________<br />
4) injetar ________________<br />
5) prometer _______________<br />
6) comprometer________________<br />
7) angústia ________________<br />
8) requinte ________________<br />
9) burgo ________________<br />
10) campo ________________<br />
11) escola ________________<br />
12) áudio ________________<br />
13) ouro ________________<br />
14) água ________________<br />
4- Forme parassintéticos verbais que tenham por base<br />
os nomes seguintes:<br />
1) terra ________________<br />
2) sócio ________________<br />
3) pedra ________________<br />
4) tímido________________<br />
5) pálido________________<br />
6) papel ________________<br />
7) caixa ________________<br />
8) pedaço ________________<br />
9) pobre ________________<br />
10) grande________________<br />
11) velho ________________<br />
12) parede________________<br />
EXERCÍCIOS<br />
1- Assinale a alternativa errada com relação à análise<br />
mórfica da palavra desonrosa:<br />
a) O radical é onr<br />
b) O sufixo é rosa<br />
c) O prefixo é des<br />
d) O a final é desinência de gênero<br />
e) A palavra possui prefixo e sufixo<br />
2- Indique a alternativa que contenha palavras<br />
formadas exclusivamente por derivação sufixal:<br />
a) irreal, magreza, incerto, desgraçado<br />
b) deslealdade, dentada, indignidade, transpor<br />
c) altura, copázio, realismo, acidez<br />
d) artista, anoitecer, temido, incapaz<br />
e) anormal, romantismo, conquistense, endividado<br />
3- Indique a alternativa que contenha palavras<br />
formadas exclusivamente de composição por<br />
aglutinação:<br />
a) cata-vento, rodapé, petróleo<br />
b) pernalta, lobisomem, vinagre<br />
c) girassol, cabisbaixo, pernilongo<br />
d) Santana, fidalgo, obra-prima<br />
e) embora, guarda-roupa, outrora<br />
69
4- Indique a incorreta quanto à análise mórfica:<br />
a) arrozal – derivação sufixal<br />
b) bambuzal – derivação sufixal<br />
c) gasômetro – vogal de ligação<br />
d) flor – radical<br />
e) irreal – derivação prefixal<br />
5- Indique a correta quanto à análise mórfica:<br />
a) bolas – as (vogal temática)<br />
b) sofá – á (vogal temática)<br />
c) incapaz – radical<br />
d) garotas – a (desinência de gênero), s (desinência de<br />
número)<br />
e) paulada – pau (radical), lada (sufixo)<br />
6- Onde não há elemento de ligação?<br />
a) cafeteira<br />
b) capinzal<br />
c) pezinho<br />
d) lapisinho<br />
e) gasômetro<br />
7- Sociologia, homem-mosca e foto formam-se,<br />
respectivamente, pelo processo de:<br />
a) hibridismo – derivação imprópria – redução<br />
b) hibridismo – derivação regressiva – sigla<br />
c) derivação regressiva – hibridismo – redução<br />
d) onomatopeia – derivação imprópria – redução<br />
e) derivação imprópria – hibridismo – redução<br />
8- Dentre as alternativas, assinale aquela em que<br />
ocorre prefixo que dá ideia de negação:<br />
a) impune<br />
b) pressupor<br />
c) importar<br />
d) refazer<br />
e) extração<br />
9- Assinale a opção em que ocorre prefixo que dá ideia<br />
de movimento para fora:<br />
a) decair<br />
b) irregular<br />
c) exportar<br />
d) prever<br />
e) reavaliar<br />
10- As palavras passatempo e embora são formadas,<br />
respectivamente, por:<br />
a) justaposição e aglutinação<br />
b) hibridismo e redução<br />
c) derivação regressiva e composição<br />
d) composição e derivação regressiva<br />
e) justaposição e derivação sufixal<br />
11- Assinale a alternativa em que o elemento mórfico<br />
em destaque está corretamente analisado:<br />
a) partiremos (-mos) desinência de futuro do indicativo<br />
b) falassem (-sse-) desinência de segunda pessoa do<br />
plural<br />
c) menina (-a) desinência nominal de gênero<br />
d) louvaste (-a-) vogal de ligação<br />
e) vender (-e-) desinência modo-temporal<br />
12- Nos vocábulos: infeliz, cozinheiro, milharal e<br />
amanhecer, temos, respectivamente:<br />
a) prefixo, sufixo, prefixo, prefixo + sufixo<br />
b) prefixo, sufixo, sufixo, prefixo + sufixo<br />
c) sufixo, prefixo, prefixo, sufixo<br />
d) prefixo + sufixo, prefixo, sufixo, sufixo<br />
e) sufixo, sufixo, prefixo + sufixo, prefixo<br />
13- Ao processo de composição em que são unidas duas<br />
ou mais palavras (ou radicais) sem lhes alterar a<br />
estrutura, dá-se o nome de:<br />
a) Aglutinação<br />
b) Redução<br />
c) Justaposição<br />
d) Parassíntese<br />
e) Prefixação e sufixação<br />
14- Assinale a alternativa em que uma das palavras<br />
não é formada por prefixação:<br />
a) readquirir, predestinado, propor<br />
b) irregular, amoral, demover<br />
c) remeter, conter, antegozar<br />
d) cotizar, deter, antever<br />
e) prever, indiferença, anteposto<br />
15- O embarque dos passageiros será feito no aterro. Os<br />
dois termos destacados representam, respectivamente,<br />
casos de:<br />
a) formação regressiva e formação regressiva<br />
b) conversão e formação regressiva<br />
c) formação regressiva e conversão<br />
d) derivação prefixal e palavra primitiva<br />
e) justaposição e aglutinação<br />
70
Texto para as questões de 1 a 3<br />
Impostômetro alcança R$ 1 trilhão quarta-feira<br />
27/08/2012 às 11h43<br />
O Impostômetro da Associação Comercial de São<br />
Paulo (ACSP) alcançará R$ 1 trilhão em impostos<br />
federais, estaduais e municipais pagos por todos os<br />
brasileiros desde 1º de janeiro deste ano, quarta-feira (29),<br />
às 16h30. A marca será atingida 15 dias antes na<br />
comparação com 2011.<br />
Para marcar a chegada precoce de mais um R$ 1<br />
trilhão, um caminhão com o Impostômetro - que percorreu<br />
10 cidades do Estado desde o dia 9 de agosto – rodará na<br />
véspera da virada pelas principais ruas e avenidas da<br />
capital, para que a população veja o quanto todos os<br />
brasileiros juntos e também exclusivamente os<br />
paulistanos pagaram de impostos este ano.<br />
O presidente da Associação Comercial de São<br />
Paulo (ACSP) e da Federação das Associações<br />
Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Rogério<br />
Amato, aposta na ação como uma alavanca para a<br />
conscientização das pessoas em relação ao excesso de<br />
impostos pagos no Brasil. “O momento é de<br />
conscientizar e mobilizar a população. O Impostômetro<br />
alcançará R$ 1 trilhão com 15 dias de antecedência em<br />
relação ao ano passado, o que mostra que a arrecadação<br />
não para de crescer. Somos pagadores de impostos e<br />
temos que saber para onde vai o nosso dinheiro. É preciso<br />
exigir o bom uso do dinheiro público”, disse.<br />
http://www.jb.com.br/economia/noticias/2012/08/27/impostometroalcanca-r-1-trilhao-quarta-feira/<br />
2- Sobre o título do texto é correto afirmar:<br />
a) Apresenta o uso de um neologismo que tem o sufixo<br />
como marca indicadora de sua função.<br />
b) A parte “–metro” da palavra impostômetro identifica o<br />
sentido principal dessa palavra, uma vez que aponta sua<br />
raiz semântica.<br />
c) A palavra impostômetro exemplifica, no <strong>Português</strong>, a<br />
falta de capacidade dos morfemas se combinarem a fim de<br />
formarem novos vocábulos.<br />
d) A inovação transmitida pelo vocábulo eleva o valor de<br />
neologismo a partir do uso do seu prefixo.<br />
3- “O momento é de conscientizar e mobilizar a<br />
população. O Impostômetro alcançará R$ 1 trilhão com<br />
15 dias de antecedência em relação ao ano passado, o que<br />
mostra que a arrecadação não para de crescer. Somos<br />
pagadores de impostos e temos que saber para onde vai o<br />
nosso dinheiro. É preciso exigir o bom uso do dinheiro<br />
público”. A partir da leitura do fragmento em evidência,<br />
percebe-se um tom de:<br />
a) Indignação frente aos problemas do país.<br />
b) Ufanismo em relação à marca alcançada.<br />
c) Indiferença por parte da população sobre o problema.<br />
d) Desaprovação da forma como o dinheiro é investido no<br />
país.<br />
e) Desconfiança do destino dado à arrecadação.<br />
1- Sobre o texto é incorreto afirmar:<br />
a) O elemento principal noticiado é visto como ferramenta<br />
capaz de mudar o senso crítico da sociedade.<br />
b) O texto noticia um fato de ocorrência única na história<br />
do país, o que faz com que a temática em evidência se<br />
eleve mais.<br />
c) A marca alcançada pelo índice em evidência indica que<br />
a arrecadação anunciada já ultrapassa o mesmo período do<br />
ano anterior.<br />
d) As palavras “Estado” e “capital” – no segundo<br />
parágrafo – referenciam-se a um lugar específico que é<br />
facilmente identificável pelo contexto de leitura.<br />
e) O fato noticiado aponta um entrave ao contexto<br />
econômico da população.<br />
71
MORFOLOGIA<br />
CLASSES DE PALAVRAS<br />
c) Numeral<br />
O numeral dá ao substantivo uma idéia de quantidade.<br />
Essa idéia deve ser tão exata que seja possível representála<br />
através de um algarismo.<br />
Trouxe para Larissa doze rosas.<br />
Fui o primeiro colocado do concurso anual.<br />
Preciso ainda de meio ponto para passar de ano direto.<br />
Trouxe uma dúzia de rosas.<br />
Fui o primeiro do concurso anual.<br />
Preciso de poucos pontos para passar de ano direto.<br />
Grupo ou sintagma nominal<br />
É formado por cinco tipos - ou classes - de palavras:<br />
substantivo, artigo, adjetivo, numeral e pronome.<br />
a) Substantivo e artigo<br />
Substantivo é a palavra que dá nome a todas as coisas,<br />
seres, ações ou elementos. Pode ser facilmente<br />
reconhecido pelo fato de sempre aceitar diante de si um<br />
artigo.<br />
Artigo, por sua vez, é a palavra que determina ou<br />
indetermina o substantivo.<br />
O livro que o professor indicou já pode ser encontrado<br />
em todas as livrarias.<br />
Política é um assunto geralmente abordado em debates de<br />
Redação.<br />
Jamais aceite um não como resposta.<br />
Henrique sempre foi considerado o bonitão da sala.<br />
b) Adjetivo – Termos caracterizadores<br />
O adjetivo é a palavra que caracteriza, especifica ou<br />
singulariza o substantivo.<br />
Ganhei uma calça nova.<br />
Ganhei uma calça marrom.<br />
Ganhei uma calça de pregas.<br />
Ganhei uma calça que está na moda.<br />
Um grupo de palavras, que desempenha o mesmo papel<br />
do adjetivo, recebe o nome de LOCUÇÃO ADJETIVA<br />
(de pregas, por exemplo). Além disso, se neste grupo<br />
houver um verbo, teremos uma oração adjetiva (que está<br />
na moda, por exemplo).<br />
d) Pronomes – Explicações iniciais<br />
O pronome, por definição, é a palavra que acompanha o<br />
substantivo (pronome adjetivo) ou o substitui (pronome<br />
substantivo).<br />
Ele não sabia onde havia deixado seus discos novos.<br />
O grupo ou sintagma verbal<br />
É tomado basicamente por dois tipos – ou classes – de<br />
palavras: o verbo e o advérbio.<br />
O orador começou o discurso apressadamente.<br />
O orador começou o discurso às pressas.<br />
O orador começou o discurso assim que a platéia<br />
acomodou-se.<br />
A febre da criança mostrou-se muito alta.<br />
A criança estava muito mal.<br />
Grupo ou sintagma verbal<br />
Verbo é a palavra que exprime ação, estado ou fenômeno<br />
da natureza e admite variação de tempo, modo número,<br />
pessoa e voz. Ex:<br />
andar, ando, andei, andarás, andavam...<br />
O verbo, como núcleo do Grupo verbal é modificado pelo<br />
Advérbio, para imprimir-lhe determinada(s)<br />
circunstância(s). Ex:<br />
Os turistas chegaram aqui (lugar) ontem (tempo)<br />
tranquilamente (modo).<br />
Além do verbo, um advérbio pode modificar ainda um<br />
adjetivo ou um próprio advérbio, como mostram<br />
respectivamente os exemplos abaixo:<br />
João está bastante entusiasmado com o projeto.<br />
Maria canta muito mal.<br />
72
Existem ainda, fazendo parte do sintagma verbal, as<br />
locuções adverbiais, que são nada mais do que<br />
expressões compostas (duas ou mais palavras) com a<br />
mesma natureza morfológica de um advérbio. Ex;<br />
Os turistas chegaram à cidade (lugar) de manhã (tempo)<br />
com muita tranquilidade (modo).<br />
Outras classes de palavras<br />
Preposição é a palavra que liga duas outras numa oração<br />
ou expressão.<br />
1) Preposições simples ou essenciais: a, ante, após, até,<br />
com, contra, de, desde, em, entre, perante, por, sem, sob,<br />
sobre, trás.<br />
Ex: Vim de casa; Fui a São Paulo, Redação sem erros...<br />
2) Preposições acidentais: palavras de outras classes,<br />
funcionando, em certas circunstâncias, como preposição.<br />
Ex: Tenho que sair.<br />
Outras: conforme, segundo, como, salvo, fora, mediante,<br />
durante etc.<br />
3) Locuções prepositivas: grupo de palavras que<br />
funcionam como preposição. Terminam sempre por uma<br />
preposição simples, tais como:<br />
à frente de, à espera de, a fim de, à beira de, graças a, de<br />
acordo com, à procura de etc.<br />
Conjunção é a palavra que liga duas orações, que podem<br />
ser:<br />
1) Coordenativas: ligam orações coordenadas.<br />
2) Subordinativas: ligam uma oração subordinada à sua<br />
principal.<br />
Ex:<br />
Entrei e fechei a porta. (conjunção coordenativa)<br />
Sei que ela voltará. (conjunção subordinativa)<br />
A conjunção, em certos casos, liga duas palavras.<br />
Ex: Paulo e Antônio estudam muito.<br />
Obs: Veremos com mais detalhes as conjunções, quando<br />
estudarmos classificação das orações.<br />
Interjeição é a palavra exclamativa com que traduzimos<br />
espontaneamente nossas emoções. Ex: Ui! Puxa! Epa!<br />
Bis!<br />
PALAVRAS DENOTATIVAS<br />
Cabe fazer aqui um breve comentário a respeito das<br />
palavras denotativas. Estas não podem ser confundidas<br />
com os advérbios e são indicadoras de exclusão, inclusão,<br />
realce, designação, retificação e limite. Confira:<br />
Inclusão: até, inclusive, mesmo, também etc.:<br />
Todos podem falhar, até você.<br />
A família sente, os amigos sentem também, saudades de<br />
suas traquinagens.<br />
Exclusão: apenas, salvo, senão, só, exceto etc.:<br />
Todos podem falar, exceto você.<br />
Salvo Larissa, todos sentem saudades de suas<br />
traquinagens.<br />
Designação: eis:<br />
Eis a mulher da história de Jorge Amado.<br />
Realce: cá, lá, é que, só etc.:<br />
Eu cá tenho minhas razões para desconfiar dele.<br />
Os contos da década de 30 é que eram de pôr suspensório<br />
em cobra.<br />
Retificação: aliás, ou antes, isto é, ou melhor etc.:<br />
Escute um pouco, aliás: ouça.<br />
Sinto que ela não me ama mais, ou melhor: que nunca me<br />
amou.<br />
Limite: apenas, somente, só, até etc.:<br />
Só um homem retornou da festa lúcido.<br />
Caminharemos até a Avenida Manoel Dias.<br />
EXERCÍCIOS<br />
1- Relacione corretamente as colunas de acordo com a<br />
classificação das palavras em destaque das frases a<br />
seguir:<br />
(1) Dá nome a um ser ou coisa<br />
(2) Dá nome a um sentimento, sensação ou ação<br />
(3) Qualifica algo<br />
(4) Acompanha o nome<br />
(5) Substitui ou representa o nome<br />
(6) Especifica o nome<br />
73
74<br />
(7) Generaliza o nome, dando-lhe caráter impreciso<br />
(8) Indica quantidade exata<br />
(9) Indica quantidade indeterminada<br />
1) ( ) Todos o achavam insipiente para o cargo.<br />
2) ( ) Indignava-se contra o setor burocrático da<br />
repartição.<br />
3) ( ) Demonstrava uma aversão por tudo que o<br />
desequilibrava.<br />
4) ( ) A caminhada ou a corrida matutina ajuda na<br />
prevenção do diabetes.<br />
5) ( ) O político tinha medo da cela.<br />
6) ( ) Os juízes condenaram os réus.<br />
7) ( ) Jéssica estava muito alegre na festa.<br />
8) ( ) Ela se divertiu muito com os convidados.<br />
9) ( ) Seus convidados se divertiram muito, Jéssica.<br />
10) ( ) ( ) Muitos políticos roubam do país, outros,<br />
porém, mostram-se honestos.<br />
11) ( ) Romário falou que, quando nasceu, Papai do<br />
céu apontou o dedo e disse: “Esse é o cara”.<br />
12) ( ) ( ) Ao chegarem à sala um e outro discutiam<br />
sobre o trabalho da professora.<br />
13) ( ) Dos dez amigos que tinha na infância, um se<br />
fez solidário à situação ruim em que se encontrava.<br />
14) ( ) Os alunos precisavam de uma professora que<br />
desse aula de Física.<br />
15) ( ) Dos vários manifestantes na passeata, apenas<br />
um atirou objetos na polícia.<br />
16) ( ) Havia bastantes problemas para resolver.<br />
17) ( ) Poucos estudantes foram reprovados.<br />
2- Continue relacionando corretamente as colunas:<br />
(1) Expressa ação ou estado.<br />
(2)Expressa circunstância na frase.<br />
(3) Indica qualidade de um nome<br />
(4) Acompanha o nome.<br />
(5) Elemento de ligação entre ideias.<br />
(6) Elemento de ligação entre palavras.<br />
(7) Expressa sentimento ou sensação<br />
1) ( ) A empresa depositou o dinheiro na conta dos<br />
trabalhadores.<br />
2) ( ) Tudo é só alegria.<br />
3) ( ) ( ) Clara estudou muito para a prova.<br />
4) ( ) ( ) Daniel se mostrou bastante esforçado no<br />
vestibular<br />
5) ( ) ( ) Daniel se saiu espantosamente bem.<br />
6) ( ) Muito esbravejou e pouco foi ouvido.<br />
7) ( ) Bastantes atletas se preparam para as próximas<br />
olimpíadas.<br />
8) ( ) A camisa do Barcelona é cara.<br />
9) ( ) A camisa do Barcelona é muito cara.<br />
10) ( ) O estagiário digitava muitíssimo mal na<br />
empresa.<br />
11) ( ) Nossa! Que ótima promoção, gente!<br />
12) ( ) Os desabrigados precisavam de ajuda<br />
governamental.<br />
13) ( ) Oh! Que coisa extraordinária!<br />
14) ( ) Os brasileiros não têm confiado nos políticos.<br />
15) ( ) Não fomos ao shopping, pois chovia bastante.<br />
16) ( ) Jerônimo trabalhava, e não prosperava.<br />
3- Coloque (1) para locução adjetiva e (2) para locução<br />
adverbial:<br />
1) ( ) Os alunos já saíam de casa.<br />
2) ( ) Todos fomos ao shopping ontem.<br />
3) ( ) O eclipse do sol era magnífico.<br />
4) ( ) Aquele cidadão é louco de pedra.<br />
5) ( ) A bailarina era linda de morrer.<br />
6) ( ) O policial era duro de matar.<br />
7) ( ) Raios de prata amorteciam com suavidade o<br />
verde das águas.<br />
8) ( ) Os moradores do bairro reivindicaram<br />
melhorias.<br />
9) ( ) A capital da Bahia quer inaugurar o metrô.<br />
10) ( ) ( ) O centro da cidade estava lotado de<br />
turistas que vinham dos lugares mais longínquos.<br />
4- Coloque (1) para oração substantiva, (2) para<br />
oração adjetiva e (3) para oração adverbial.<br />
1) ( ) Esperamos que tudo saia bem.<br />
2) ( ) A escola precisava que todos se fizessem<br />
presentes.<br />
3) ( ) O funcionário que fez greve foi demitido.<br />
4) ( ) Os países que emergiram nos últimos anos<br />
possuem maior visibilidade internacional.<br />
5) ( ) Os operários entravam na fábrica assim que<br />
amanhecia.<br />
6) ( ) Os baderneiros sumiram quando a sirene<br />
tocou.<br />
7) ( ) Queremos que vocês passem na prova.<br />
8) ( ) Os alunos que demonstraram esforço passaram<br />
no concurso da prefeitura.<br />
9) ( ) O funcionário não chegou no horário porque o<br />
carro dele quebrou na avenida.<br />
10) ( ) São mais confiáveis os produtos que têm longa<br />
durabilidade.<br />
11) ( ) Dos alunos da sala, só chamei os que eram<br />
mais disciplinados.<br />
12) ( ) Luísa demonstrava ser inteligente tal qual o<br />
pai.<br />
13) ( ) Aquele aluno se esforçou tanto que passou no<br />
concurso em primeiro lugar.
5- Dê a classificação morfológica e o possível sentido<br />
das palavras em destaque nas frases a seguir:<br />
1) Tal fato não preocupa a Diretoria.<br />
2) Não acreditamos em proposta tal.<br />
3) A imprensa noticiou que certos ministros estão sob<br />
investigação Federal.<br />
4) A presidente Dilma espera nomear a pessoa certa para<br />
a vaga de Ministro.<br />
5) Todos ficaram surpresos, pois semelhante caso nunca<br />
houve na história.<br />
6) Pelo bom desempenho na Câmara, todos os colegas<br />
admitiram que nunca existiu deputado semelhante na<br />
política brasileira.<br />
7) Bastantes pessoas estiveram na posse do prefeito.<br />
8) A empresa contratou pessoas bastantes para os cargos<br />
desejados.<br />
9) Todos ficaram bastante decepcionados com o<br />
resultado do jogo.<br />
10) Onde estão as chaves da casa?<br />
11) Moro num bairro onde não passa ônibus.<br />
12) Os estagiários se saíram mal no primeiro teste da<br />
empresa.<br />
13) Mal começou o ano, já existem muitos trabalhos a<br />
serem feitos no colégio.<br />
14) Ela ficou só na festa.<br />
15) Só ela veio, ninguém mais.<br />
16) O todo sem a parte não é todo.<br />
17) Todo homem é igual perante a lei.<br />
18) Estudou a tarde toda.<br />
19) A presidente ficou todo irritada com as declarações<br />
infelizes do seu ministro.<br />
20) Ela é toda boa, ai, ai, ela é toda boa.<br />
21) A Comunidade Internacional está meio desconfiada<br />
das intenções iranianas com o enriquecimento do urânio.<br />
22) Só tomei meia garrafa de vinho.<br />
23) O meio da sala era o lugar mais disputado pelos<br />
colegas.<br />
24) Ainda que doa, diga somente a verdade.<br />
25) Com toda desconfiança, ele foi ainda mais longe do<br />
que se esperava.<br />
26) Ainda não se resolveu o impasse da construção do<br />
prédio.<br />
27) Especializamo-nos na área de tecnologia. Podemos,<br />
então, candidatarmo-nos ao status de nação<br />
desenvolvida.<br />
28) A janela estava aberta e tudo estava em silêncio.<br />
Surgiu então o invasor.<br />
6- Marque corretamente a Loteca abaixo:<br />
Jogo I<br />
1. Falou novamente em tom mais alto.<br />
2. Alto não falei por estar afônico.<br />
3. Mais sorte tem o defunto.<br />
4. Muito tempo se passou.<br />
5. Como são belos os dias da juventude!.<br />
6. Como segurava a boca do saco, Fabiano não pôde<br />
reagir.<br />
7. Ele será o mais rico, ou melhor, o mais estabilizado dos<br />
herdeiros.<br />
8. Essa é que é a verdade, meu povo.<br />
9. Todos faltaram, inclusive Tiago.<br />
10. O bem que menos custa; custa a saudade que deixa.<br />
11. 11.Embora não fosse professor, deu aulas<br />
maravilhosas..<br />
12. Amo tudo quanto me rodeia.<br />
13. Musa, chora e chora tanto, que o pavilhão se lave no<br />
teu pranto.<br />
1 advérbio conjunção adjetivo<br />
2 advérbio outra adjetivo<br />
3 pronome advérbio numeral<br />
4 advérbio pronome outra<br />
5 interjeição advérbio adjetivo<br />
6 pronome advérbio conjunção<br />
7 conjunção advérbio expressão<br />
denotativa<br />
8 adjetivo Expressão advérbio<br />
de realce<br />
9 Palavra pronome advérbio<br />
denotativa<br />
10 substantivo adjetivo advérbio<br />
11 conjunção advérbio adjetivo<br />
12 Locução<br />
pronominal<br />
advérbio Locução<br />
adjetiva<br />
13 adjetivo conjunção advérbio<br />
7- Coloque (1) para as frases corretamente elaboradas<br />
e (2) para as que apresentarem algum problema:<br />
1) ( ) Bastantes alunos fizeram a atividade.<br />
2) ( ) Pessoas várias frequentavam o festival.<br />
75
3) ( ) A empresa contratou pessoas bastantes para as<br />
funções.<br />
4) ( ) As alunas estavam menas apreensivas.<br />
5) ( ) Depois de limpar meia casa a diarista ficou meia<br />
cansada.<br />
6) ( ) A presidente ficou todo irritada com as<br />
declarações infelizes do seu ministro.<br />
7) ( ) Os guardas permaneciam alertas durante a noite.<br />
8) ( ) Só coloque duzentas gramas de mortadela.<br />
9) ( ) As motos custaram caras para a empresa.<br />
10) ( ) As casas foram baratas naquele feirão.<br />
11) ( ) É proibido entrada de pessoas não autorizadas.<br />
12) ( ) Sopa é boa.<br />
13) ( ) Duzentos gramas de queijo ralado é suficiente.<br />
(UNIFENAS 2011)<br />
EXERCÍCIOS ADICIONAIS<br />
“Quanto me custa, senhora,<br />
tamanha dor suportar,<br />
quando me ponho a lembrar<br />
o que penei desde a hora<br />
em que, formosa, vos vi;<br />
e todo este mal sofri<br />
só por vos amar, senhora.<br />
Desde o momento, senhora,<br />
em que vos ouvi falar,<br />
não tive senão pesar;<br />
cada dia e cada hora<br />
mais tristezas conheci;<br />
e todo este mal sofri<br />
só por vos amar, senhora.<br />
Devíeis ter dó, senhora,<br />
do meu profundo pesar,<br />
de minha mágoa sem par,<br />
porque já sabeis agora<br />
o que muito padeci;<br />
e todo este mal sofri<br />
só por vos amar, senhora..”<br />
cantiga de amor atribuída a D. Dinis (1261-1325), rei de<br />
Portugal e fundador da Universidade de Lisboa<br />
(transferida depois para Coimbra).<br />
1- Assinale a alternativa que encerra informação<br />
incorreta sobre os aspectos destacados da cantiga de D.<br />
Dinis.<br />
a) Nos versos “mais tristezas conheci” e “o que muito<br />
padeci”, destacaram-se elementos com a mesma<br />
classificação morfológica.<br />
b) Em “...o / que penei desde a hora / em que, formosa,<br />
vos vi; / e todo este mal sofri...”, todos os termos<br />
destacados exercem a mesma função sintática.<br />
c) “Tende dó, senhora...” Esse é o resultado correto caso<br />
o autor houvesse usado o imperativo, mantendo o mesmo<br />
tratamento.<br />
d) O acento gráfico do vocábulo destacado em “de minha<br />
mágoa sem par” também se repete, pela mesma razão, em<br />
todos os da seguinte série: bilíngue, calvície, amêndoa,<br />
côdea, pônei, idôneo, eficácia, delírio.<br />
e) A palavra destacada em “todo este mal sofri”<br />
preencherá, sem nenhuma alteração gráfica, todas as<br />
lacunas do seguinte período: “___chegou à sala, sentiu-se<br />
___. Na verdade, estava apenas ___-humorado porque<br />
haviam falado ___dele.”<br />
2- Numere os parênteses de acordo com o seguinte esquema:<br />
(1) Masculino<br />
(2) Feminino<br />
(3) Comum de dois<br />
(4) Sobrecomum<br />
(5) Epiceno<br />
1) ( ) testemunha, vítima<br />
2) ( ) colegial, selvagem<br />
3) ( ) infante, pulôver<br />
4) ( ) espírita, personagem<br />
5) ( ) cônjuge, criatura<br />
6) ( ) análise, aguardente<br />
7) ( ) tartaruga, formiga<br />
8) ( ) ajudante, pianista<br />
9) ( ) zangão, elefante<br />
10) ( ) onça, sabiá<br />
3- Complete com o artigo O ou A de acordo com o<br />
gênero:<br />
01. _____ telefonema _____ suéter<br />
02. _____ dinamite _____ cal<br />
03. _____ eclipse _____ clã<br />
04. _____ elipse _____ derme<br />
05. _____ omoplata _____ faringe<br />
06. _____ formicida _____ lança-perfume<br />
07. _____ saca-rolha _____ tapa<br />
08. _____ trema _____ hematoma<br />
09. _____ sósia _____ milhar<br />
10. _____ epígrafe _____ libido<br />
76
4- Complete as frases abaixo com o artigo definido<br />
conveniente:<br />
01. N___ capital, as grandes empresas aumentam ____<br />
capital mais rapidamente.<br />
02. Foi _____ cabeça do movimento, embora tenha sido<br />
ferido n____ cabeça.<br />
03. _____ cura desta igreja contribuiu para _____ cura<br />
de muitos fiéis.<br />
04. _____ moral da história aumentou _____ moral da<br />
turma.<br />
05. Lá contratei _____ língua indicado, que falava muito<br />
bem _____ língua alemã.<br />
06. _____ guarda foi expulso d____ guarda do<br />
presidente.<br />
07. Quebrou-se _____ lente dos óculos d_____ lente de<br />
<strong>Português</strong>.<br />
08. _____ caixa estava nervoso atrás d_____ caixaregistradora.<br />
09. N_____ rádio da sala somente se ouvia ______ rádio<br />
Nacional.<br />
10. _____ lotação estava com _____ lotação esgotada.<br />
5- Assinale, em cada questão, a única palavra<br />
terminada em ÃO cujo plural é destoante das demais:<br />
01.<br />
a) cidadão<br />
b) bênção<br />
c) pagão<br />
d) pagão<br />
e) zangão<br />
02.<br />
a) escrivão<br />
b) tabelião<br />
c) peão<br />
d) capitão<br />
e) alemão<br />
03.<br />
a) grão<br />
b) formão<br />
c) coração<br />
d) melão<br />
e) balão<br />
04.<br />
a) vulcão<br />
b) irmão<br />
c) questão<br />
d) razão<br />
e) botão<br />
05.<br />
a) órgão<br />
b) órfão<br />
c) sótão<br />
d) mamão<br />
e) concidadão<br />
6- Coloque no plural os compostos abaixo:<br />
01. terça-feira<br />
02. feira-livre<br />
03. primeiro-ministro<br />
04. homem-macaco<br />
05. operário-padrão<br />
06. banana-maçã<br />
07. peixe-espada<br />
08. salário-família<br />
09. cirurgião-dentista<br />
10. pé-de-moleque<br />
11. joão-de-barro<br />
12. guarda-noturno<br />
13. guarda-roupa<br />
14. beija-flor<br />
15. perde-ganha<br />
16. alto-falante<br />
17. grã-duquesa<br />
18. ex-reitor<br />
19. toque-toque<br />
20. tique-taque<br />
21. o campus da universidade<br />
22. pacto luso-franco-brasileiro<br />
23. torcedor rubro-negro<br />
24. azulejo azul-piscina<br />
25. pessoa surda-muda<br />
26. camisa azul-celeste<br />
7- Complete as frases abaixo com os adjetivos entre<br />
parênteses no grau comparativo de superioridade.<br />
01. Sua casa é _________________________ do que a<br />
minha (GRANDE)<br />
02. Sua casa é ___________________________ do que<br />
moderna. (GRANDE)<br />
77
03. Este cãozinho é ___________________________<br />
que um leão. (MAU)<br />
04. Este cãozinho é ___________________________ do<br />
que fedorento. (MAU)<br />
05. Estes problemas são _______________________ do<br />
que desagradáveis. (PEQUENO)<br />
2. Incrível Valores eram mais respeitados – tinham mais<br />
respeito<br />
3. Provável Eles eram bem mais comunicativos – tinham mais<br />
comunicação<br />
4. O ato der matar não era reprovado – não tinha reprovação<br />
5. A violência era mais intensa – acontecia mais intensamente<br />
8- Dê o superlativo absoluto sintético dos adjetivos:<br />
01. Inimigo<br />
02. Incrível<br />
03. Provável<br />
04. Geral<br />
05. Negro<br />
06. Frio<br />
07. Magro<br />
08. Livre<br />
09. Pessoal<br />
10. Audaz<br />
9- Escreva, no espaço em branco, o adjetivo<br />
correspondente às expressões destacadas:<br />
1. Carta do bispo<br />
2. Bênção do papa<br />
3. Problemas da cidade<br />
4. Poderio de guerra<br />
5. Golpe de morte<br />
6. Funcionário sem aptidão<br />
7. Água com enxofre<br />
8. Águas dos rios<br />
9. Índices de chuva<br />
10. Soldado de chumbo<br />
11. Atitudes de criança<br />
12. Testemunha de vista<br />
13. Taças de prata<br />
14. Clima de inverno<br />
15. Chuvas de verão<br />
16. Visão do sonho<br />
17. Lesão do pulmão<br />
18. Transplante dos rins<br />
19. Medicamento na veia<br />
20. Indenização de caráter obrigatório<br />
21. Linguagem que não se escreve<br />
10- O segmento “estamos tão envolvidos” equivale a<br />
“temos tanto envolvimento”; o item em que essa<br />
equivalência é dada de forma incorreta é:<br />
1. Inimigo xc A vida era mais segura – tinha mais segurança<br />
11- O adjetivo Vingativo corresponde ao substantivo<br />
vingança, assim como:<br />
a) Matar corresponde à morte<br />
b) Violento corresponde à violência<br />
c) Tempestade corresponde a tempo<br />
d) Religiosidade corresponde à religião<br />
e) Parentela corresponde a parente<br />
12- Marque a alternativa que apresenta erroneamente<br />
a flexão de gênero do substantivo entre parênteses:<br />
a) A amazona lutava muito bem no combate. (cavaleiro)<br />
b) A viscondessa esteve presente no baile. (visconde)<br />
c) A freira rezava todas as manhãs. (frei)<br />
d) Ninguém conseguiu prender a ladra do assalto.<br />
(ladrão)<br />
e) A nora discutia com a sogra. (genro)<br />
13- Marque a alternativa que apresenta erro no plural do<br />
substantivo composto:<br />
a) guarda-louças, quintas-feiras, frutas-pão, abaixoassinados<br />
b) os arco-íris, pés-de-moleque, troca-tintas, mangas-rosa<br />
c) altos-falantes, amas-de-leite, boias-fria, primeirosministros<br />
d) bem-te-vis, guardas-civis, toque-toques, grã-duquesas<br />
e) taxis-aéreos, más-línguas, criados-mudos, grão-mestres<br />
14- Marque a alternativa que apresenta, pela ordem, o<br />
grau erudito dos substantivos beiço, boca e corpo<br />
a) beiçola, bocarra, corpanzil<br />
b) beição, bocão, corpão<br />
c) beiçalha, bocona, corpão<br />
d) beiçola, boqueirão, corpão<br />
e) beiçola, bocão, corpanzil<br />
15- Leia:<br />
I- Na transmissão de um jogo do Real Madrid, o<br />
comentarista disse: “Esse Cristiano Ronaldo é um<br />
belo jogador”.<br />
II- Durante um programa de auditório, uma<br />
apresentadora disse: “Cristiano Ronaldo é um<br />
jogador muito belo”.<br />
78
De posse da interpretação das duas frases, é correto<br />
afirmar:<br />
a) O que faz com que a interpretação das falas seja<br />
diferente é a colocação do substantivo Cristiano Ronaldo.<br />
b) Embora façam uso da mesma palavra como qualidade<br />
atribuída a Cristiano Ronaldo, o sentido das frases é<br />
diferente, graças ao posicionamento do adjetivo em cada<br />
uma delas.<br />
c) Pode-se dizer que, em ambas as frases, o sentido será o<br />
mesmo, embora haja uma sutil mudança no<br />
posicionamento das palavras em cada fragmento.<br />
d) O elemento que faz com que haja semelhança de<br />
sentido entre as falas é a palavra belo, que, em ambas,<br />
corresponde ao substantivo beleza.<br />
e) O que faz com que exista diferença de sentido entre as<br />
falas é o contexto em que foram utilizadas: programa de<br />
auditório e programa esportivo; independentemente das<br />
palavras usadas.<br />
b) Na história que li, havia duas mulas-sem-cabeças que<br />
vestiam camisas amarelas- ouros.<br />
c) Vários primeiro-ministros da Europa não concordaram<br />
os abaixos-assinados propostos.<br />
d) Os guardas-federais vestiam fardas azul-marinhos.<br />
e) Os alunos vestiam roupas com coletes amarelo-ouros e<br />
chapéus cor de rosas.<br />
Anotações:<br />
16- A frase que não apresenta qualquer flexão de grau é:<br />
a) Aquela rua é muito perigosa.<br />
b) Tomei um café amaríssimo.<br />
c) Por conta da crise, o banco emitiu juros mais altos do<br />
que os do ano passado.<br />
d) O indivíduo, por estar alcoolizado, atropelou muitos<br />
pedestres no centro.<br />
e) As rodovias do país estão pouco conservadas.<br />
17- Marque a alternativa que apresenta uma frase<br />
corretamente escrita:<br />
a) João é mais grande que o irmão.<br />
b) Joaquim é maior que inteligente.<br />
c) Esta casa está mais bem arejada que reformada.<br />
d) Aquele apartamento está mais pequeno do que este.<br />
e) O clima daqui mais ruim do que o de Jequié.<br />
18- As expressões destacadas em: “carta do bispo”;<br />
“chuvas de verão”; “voz de prata”; “navegação dos<br />
lagos” correspondem, pela ordem a:<br />
a) episcopal, veraneias, prateada, lagosta<br />
b) episcopal, estivais, argêntea, lacustre<br />
c) bispal, estivais, prateada, lacustre<br />
d) bispal, veraneias, argêntea, lacustre<br />
e) episcopal, torrenciais, argentinas, lacustre<br />
19- Assinale a alternativa que se apresenta<br />
corretamente:<br />
a) Vários guardas-civis fizeram a segurança das pessoas<br />
surdas-mudas no Congresso.<br />
79
PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO<br />
1- Correlacione as colunas conforme o valor<br />
circunstancial que a preposição expressa:<br />
01. O gás chegava ao fogão pela tubulação.<br />
02. Lutamos por este amor.<br />
03. Conversava com os colegas.<br />
04. Feriu-se com o garfo.<br />
05. Ficou vermelho de vergonha.<br />
06. Chegaram cedo do cinema.<br />
07. Saiu de manhã bem cedo.<br />
08. Ganhou um cordão de prata.<br />
09. Não sabe nada de Física.<br />
10. Ninguém pode viver de ilusões.<br />
11. Só conseguiu falar a altos brados.<br />
12. Estuda muito para ser aprovado.<br />
( ) Finalidade ou causa<br />
( ) Instrumento<br />
( ) Causa<br />
( ) Através de<br />
( ) Companhia<br />
( ) Tempo<br />
( ) Lugar<br />
( ) matéria<br />
( ) Meio<br />
( ) Modo<br />
( ) Finalidade<br />
( ) Assunto<br />
2- Assinale a opção em que a preposição POR exprime a<br />
mesma ideia que possui em – “Resolveu a questão POR<br />
esta regra”.<br />
a) Faça por mim.<br />
b) Esforcemo-nos por esta Pátria.<br />
c) Este erro valeu por dez.<br />
d) Nós o temos por gênio.<br />
e) Deu-me a resposta por este bilhete.<br />
3- Assinale a opção em que a preposição COM exprime a<br />
mesma ideia que possui em – “Reuniu-se COM os sócios<br />
para decidir o futuro da empresa”.<br />
a) Caminhava com o neto todas as tardes.<br />
b) Escreveu tudo com caneta hidrocor.<br />
c) Confundiu-se com a minha decisão.<br />
d) Empobreceu com a inflação.<br />
e) Retirou-se com um repentino mal-estar.<br />
4- Assinale a opção em que a preposição DE exprime a<br />
mesma ideia que possui em – “Ele cantava de alegria”.<br />
a) Foi de automóvel até o clube.<br />
b) Só ia ao cinema de tarde.<br />
c) A casa tinha um portão de ferro.<br />
d) Todos os candidatos pulavam de satisfação.<br />
e) De longe eu não distingo nada.<br />
5- Assinale a opção em que a preposição A exprime a<br />
mesma ideia que possui em – “A redação deve ser feita<br />
a lápis”.<br />
a) Iremos a Paris no próximo ano.<br />
b) Corria a toda velocidade.<br />
c) Fugiu a cavalo pela estrada velha.<br />
d) Estará em casa daqui a dias.<br />
e) Ele saiu a seus pais.<br />
6- Classifique a conjunção COORDENATIVA segundo<br />
o esquema a seguir:<br />
01. Aditiva<br />
02. Adversativa<br />
03. Alternativa<br />
04. Conclusiva<br />
05. Explicativa<br />
01. ( ) Ele correu bastante e não se cansou.<br />
02. ( ) Ele não só estuda muito mas também é muito<br />
inteligente.<br />
03. ( ) Não se canse muito que o jogo só está no início.<br />
04. ( ) O jogo só começou, por conseguinte não convém<br />
maior esforço.<br />
05. ( ) Fale agora ou se cale para sempre.<br />
06. ( ) Ele ora se calava ora reclamava em altos berros.<br />
07. ( ) Não compareceu tampouco se preocupou em<br />
justificar sua ausência.<br />
08. ( ) Comprava todas as apostilas, no entanto não as<br />
abria sequer.<br />
09. ( ) Eu acho que ele não virá mais uma vez que a<br />
chuva engrossou muito.<br />
10. ( ) O time treinou bastante, tenhamos, pois,<br />
confiança nos atletas.<br />
7- Classifique a conjunção subordinada adverbial dos<br />
períodos abaixo conforme o esquema a seguir:<br />
01. Causal<br />
02. Comparativa<br />
03. Concessiva<br />
04. Condicional<br />
05. Conformativa<br />
06. Consecutiva<br />
80
07. Final<br />
08. Proporcional<br />
09. Temporal<br />
10. Integrante<br />
Anotações:<br />
01. ( ) Mesmo que se esforce muito, dificilmente<br />
vencerá.<br />
02. ( ) Não a convencerá sem que mude seu<br />
comportamento.<br />
03. ( ) Fez a experiência segundo o livro orientara.<br />
04. ( ) Eles ficaram nervosos visto que o jogo se<br />
aproximava do final.<br />
05. ( ) Eles ficavam nervosos ao passo que o jogo se<br />
aproximava do final.<br />
06. ( ) Mal ele recebeu o cheque, foi assaltado.<br />
07. ( ) O atacante contundiu-se assim que disputou a<br />
primeira jogada.<br />
08. ( ) Ele se estudou para que passasse de ano.<br />
09. ( ) Ele se esforçou tanto como nós.<br />
10. ( ) Ela se esforçou tanto que nós a aceitamos no<br />
grupo.<br />
81
PRONOME I<br />
Pronome é a palavra variável que identifica, na língua, os<br />
participantes da interlocução (1ª e 2ª pessoas discursivas)<br />
e os seres, eventos ou situações aos quais o discurso faz<br />
referência (3ª pessoa discursiva).<br />
Em termos da sua ocorrência, o pronome pode ocupar o<br />
lugar dos substantivos. Pode, também, acompanhá-los,<br />
antecedendo-os ou seguindo-os, de forma a explicitar a<br />
relação dos seres referidos pelos substantivos com as<br />
pessoas do discurso.<br />
Os pronomes podem desempenhar, portanto, funções<br />
equivalentes às exercidas pelos substantivos e adjetivos.<br />
Observe:<br />
Muitos políticos, com uma postura agressiva, fazem<br />
oposição ferrenha ao presidente. Outros, porém,<br />
preferem criticar o governo de forma mais moderada.<br />
O pronome muitos, no primeiro caso, acompanha o<br />
substantivo políticos, desempenhando, portanto, uma<br />
função adjetiva. Quando isso ocorre, ele é considerado um<br />
pronome adjetivo.<br />
No segundo caso, o pronome outros está no lugar do<br />
substantivo políticos e é classificado como um pronome<br />
substantivo.<br />
Pronomes pessoais<br />
Os pronomes pessoais fazem referência explícita e direta<br />
às pessoas do discurso, ou seja, as pessoas que participam<br />
da interlocução. Sua classificação é feita de acordo com a<br />
posição que a pessoa por eles identificada ocupa na<br />
interlocução.<br />
1ª pessoa - eu (singular); nós (plural<br />
2ª pessoa - tu (singular); vós (plural)<br />
- pronomes de tratamento que, embora<br />
empregados com a forma verbal de 3ª<br />
pessoa, referem-se à 2ª pessoa do<br />
discurso:<br />
- você (singular); vocês (plural)<br />
- o senhor, a senhora (singular);<br />
os senhores, as senhoras (plural)<br />
- vossa excelência (singular);<br />
vossas excelências (plural)<br />
3ª pessoa - ele, ela (singular); eles, elas (plural)<br />
Em uma interlocução, a 1ª pessoa é quem “fala”, o<br />
enunciador do discurso. A 2ª pessoa identifica sempre o<br />
interlocutor, a pessoa a quem o enunciador se dirige. A<br />
3ª pessoa refere-se ao assunto (pode ser um ser humano<br />
ou não) dessa conversa, aquilo sobre o que falam os dois<br />
interlocutores.<br />
Pronomes pessoais do caso reto<br />
Quando desempenham a função de sujeito ou predicativo<br />
do sujeito da oração, os pronomes pessoais assumem suas<br />
formas chamadas retas, ou do caso reto.<br />
Pronomes pessoais do caso oblíquo<br />
Quando desempenham a função de objeto direto, objeto<br />
indireto, complemento nominal, adjunto adverbial ou<br />
agente da passiva, os pronomes pessoais assumem suas<br />
formas chamadas oblíquas, ou do caso oblíquo.<br />
Pessoas<br />
do<br />
discurso<br />
Singular:<br />
1ª pessoa<br />
2ª pessoa<br />
3ª pessoa<br />
Plural: 1ª<br />
pessoa<br />
2ª pessoa<br />
3ª pessoa<br />
Pronomes<br />
pessoais<br />
retos<br />
Eu<br />
Tu<br />
Ele, ela<br />
Nós<br />
Vós<br />
Eles, elas<br />
Pronomes pessoais<br />
oblíquos<br />
Átonos<br />
Me<br />
Te<br />
O, a,<br />
lhe<br />
se<br />
Nos<br />
Vos<br />
Os, as,<br />
lhes<br />
se<br />
tônicos<br />
Mim, comigo<br />
Ti, contigo<br />
Si, consigo<br />
conosco<br />
convosco<br />
Si, consigo<br />
82
Os pronomes oblíquos e a ação reflexiva<br />
Os pronomes se, si, consigo são formas especiais de 3ª<br />
pessoa para indicar ação reflexiva, isto é, são usados para<br />
indicar que o objeto direto ou indireto do verbo, ou seu<br />
adjunto adverbial de companhia, tem por referente o<br />
mesmo ser referido pelo sujeito da oração.<br />
Observe os exemplos:<br />
O trabalhador feriu-se com o canivete.<br />
Os vaidosos estão sempre a falar de si.<br />
Os pais trouxeram consigo os filhos.<br />
Com relação à 1ª e à 2ª pessoa do discurso, a ação<br />
reflexiva vem expressa pelas mesmas formas oblíquas<br />
átonas me, te, nos, vos. Observe.<br />
Eu me cortei com a faca de cozinha.<br />
Tu te penteias sempre depois que acordas?<br />
Nós nos vestimos às pressas porque estávamos<br />
atrasadíssimos.<br />
Ação reflexiva<br />
1ª pessoa: me, nos<br />
2ª pessoa: te, vos<br />
3ª pessoa: se, si consigo<br />
Os pronomes oblíquos e a ação recíproca<br />
As formas reflexivas do plural podem ser utilizadas<br />
também para indicar ação recíproca, ou seja, para indicar<br />
que a ação afeta simultaneamente dois ou mais indivíduos.<br />
Veja.<br />
Paulo e o pai abraçaram-se emocionadamente, depois do<br />
longo período de separação.<br />
Pedro e José se machucaram com o canivete.<br />
No último exemplo, o pronome tanto pode indicar ação<br />
reflexiva (Pedro e José machucaram-se, cada um com um<br />
instrumento cortante diferente) como ação recíproca (em<br />
uma briga, Pedro machucou José e José machucou Pedro).<br />
No primeiro caso, diz-se que o pronome é reflexivo; no<br />
segundo, diz-se que é recíproco.<br />
Emprego dos pronomes pessoais<br />
Nunca devem ser usadas as formas eu e tu depois de<br />
preposições, a menos que essas formas pronominais<br />
desempenhem a função de sujeitos de verbos no infinitivo:<br />
Por favor, leia esse trecho do jornal para mim.<br />
Por favor, passe o jornal para eu ler.<br />
Este segredo deve ficar entre mim e você.<br />
As formas conosco e convosco devem ser substituídas por<br />
com nós e com vós toda vez que vierem acompanhadas de<br />
alguma palavra que reforça seu sentido, como próprios,<br />
mesmos, outros, todos e ambos, ou por algum numeral.<br />
Veja:<br />
Eles vão ter de habituar-se a conviver conosco nesta casa.<br />
Eles vão ter de habituar-se a conviver com nós todos nesta<br />
casa.<br />
Pronomes de tratamento<br />
Os pronomes de tratamento são palavras e locuções<br />
utilizadas para designar o interlocutor. Por isso funcionam<br />
como pronomes pessoais.<br />
Abreviatura Tratamento Usado para<br />
V. A. Vossa alteza Príncipes,<br />
duques,<br />
arquiduques<br />
V. Em.ª Vossa eminência Cardeais<br />
V. Ex.ª Vossa excelência Altas<br />
autoridades do<br />
governo e<br />
oficiais das<br />
forças armadas<br />
V. Mag.ª Vossa<br />
Reitores das<br />
magnificência universidades<br />
V. M. Vossa majestade Reis,<br />
imperadores<br />
V. Ex.ª Rev.ª Vossa excelência Bispos e<br />
reverendíssima arcebispos<br />
V. P. Vossa paternidade Abades,<br />
superiores dos<br />
conventos<br />
V. Rev.ª Vossa reverência Sacerdotes em<br />
ou vossa geral<br />
reverendíssima<br />
V. S. Vossa santidade Papa<br />
V. S.ª Vossa senhoria Funcionários<br />
públicos<br />
graduados,<br />
oficiais até<br />
coronel; na<br />
linguagem<br />
escrita, pessoas<br />
de cerimônia<br />
83
EXERCÍCIOS<br />
01.<br />
a) Ele fez isso por (EU ou MIM).<br />
b) Ele saiu antes de (EU ou MIM) conversar com ele.<br />
c) O livro é para (TI ou TU) estudares para a prova.<br />
d) A discussão ocorreu entre (EU ou MIM) e os diretores.<br />
e) Estas palavras são para (EU ou MIM) discursar no<br />
palanque.<br />
f) Para (EU ou MIM) sair da empresa, só se aparecer uma<br />
proposta melhor.<br />
g) Para (EU ou MIM), deixar a empresa não seria algo<br />
vantajoso hoje.<br />
h) Não há nada entre ela e (EU ou MIM).<br />
Emprego dos pronomes de tratamento<br />
São usadas sempre com a forma verbal de 3ª pessoa,<br />
embora estejamos nos dirigindo diretamente à(s)<br />
pessoa(s) que requere(m) esse tratamento respeitoso:<br />
“Vossa Excelência consideraria a hipótese de votar a<br />
favor da emenda proposta pelo nosso partido?”<br />
São usadas com os possessivos sua, suas, em vez de<br />
vossa, vossas, quando, em conversa com o interlocutor,<br />
fazemos referência a essa(s) pessoa(s) (ou seja, quando<br />
elas ocupam o lugar de 3ª pessoa do discurso): “Imagine<br />
que Sua Excelência demonstrou enorme dificuldade em<br />
entender a argumentação do líder da oposição”.<br />
São usadas com outros pronomes, quando for o caso,<br />
também na 3ª pessoa gramatical: “Vossa Excelência<br />
poderia explicar melhor esse seu projeto de lei?”<br />
Também são considerados pronomes de tratamento o<br />
senhor, a senhora, você e vocês, empregados<br />
frequentemente na linguagem cotidiana.<br />
As formas você e vocês (usadas em muitas variedades do<br />
português do Brasil, em substituição a tu e a vós, para<br />
assinalar a 2ª pessoa do discurso) originam-se das formas<br />
arcaicas de tratamento respeitoso Vossa(s) Mercê(s), das<br />
quais resultaram a partir de uma série de reduções<br />
fonológicas.<br />
02.<br />
a) A diretora se explicou (CONOSCO ou COM NÓS) .<br />
b) A diretora averiguou o fato (CONOSCO ou COM<br />
NÓS) dois.<br />
c) Ele se explicou (CONOSCO ou COM NÓS) que fomos<br />
à reunião.<br />
d) (CONOSCO ou COM NÓS) ambos, falará a<br />
coordenadora.<br />
e) (CONOSCO ou COM NÓS), ele conversou ontem à<br />
noite.<br />
03.<br />
a) O excelentíssimo ministro gostaria de conversar<br />
(CONTIGO, CONSIGO ou COM VOCÊ), para<br />
perguntar-lhe sobre as propostas de emprego.<br />
b) O assessor do ministro disse que gostaria de falar<br />
(CONTIGO, CONSIGO ou COM VOCÊ), já que não te<br />
passou os detalhes da reunião.<br />
c) O assessor carregava todo o dinheiro (CONTIGO,<br />
CONSIGO ou COM VOCÊ), durante aquela solitária<br />
viagem.<br />
04.<br />
a) Eu não (O ou LHE) encontrei durante o Congresso.<br />
b) Já (OS ou LHES) apresentei o novo diretor.<br />
c) Ele não (OS ou LHES) incumbiu de resolver o<br />
problema.<br />
d) Vimos cientificar (LOS ou LHES) as nossas decisões.<br />
e) Proibiram (NO ou LHE) de comparecer à reunião.<br />
f) Gostaria de informar (LO ou LHE) as nossas datas.<br />
05.<br />
a) Nós trabalhamos aqui, (NESTA ou NESSA) empresa.<br />
b) Estou trabalhando (NESTE ou NESSE) projeto há<br />
vários dias.<br />
84
c) É necessário que vocês leiam (ESTES ou ESSES)<br />
relatórios que receberam.<br />
d) Não me façam mais (ISTO ou ISSO)!<br />
e) Quem fez (ISTO ou ISSO) aí?<br />
f) Tudo deve ser resolvido durante (ESTA ou ESSA)<br />
semana.<br />
g) Tudo será resolvido (NESTA ou NESSA) semana do<br />
próximo mês.<br />
h) O homem necessita de ciência e fé: (ESTA ou<br />
AQUELA) para atingir a Deus pela sensibilidade e (ESTA<br />
ou AQUELA) para atingi-lo pela razão.<br />
i) “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Jesus disse<br />
(ISTO ou ISSO)<br />
j) Jesus disse (ISTO ou ISSO): “Eu sou o caminho, a<br />
verdade e a vida”.<br />
k) O Brasil teve um grande desafio ao sediar a Copa 2014,<br />
em meio a tantas prioridades básicas que até hoje não<br />
foram resolvidas. Estima-se que (ESTA ou ESSA) tenha<br />
deixado um bom legado no que diz respeito a obras de<br />
infraestrutura no país.<br />
Pronomes possessivos<br />
Pronomes possessivos são aqueles que fazem referência<br />
às pessoas do discurso indicando uma relação de posse.<br />
Formas dos pronomes possessivos<br />
Um possuidor<br />
Um objeto Vários<br />
objetos<br />
1ª pessoa: Meus<br />
meu Minhas<br />
Minha<br />
2ª pessoa:<br />
teu<br />
Tua<br />
3ª pessoa:<br />
seu<br />
sua<br />
Teus<br />
Tuas<br />
Seus<br />
suas<br />
Vários possuidores<br />
Um objeto Vários<br />
objetos<br />
Nosso Nossos<br />
Nossa Nossas<br />
Vosso<br />
Vossa<br />
Seu<br />
sua<br />
Emprego dos pronomes possessivos<br />
Vossos<br />
Vossas<br />
Seus<br />
suas<br />
Os pronomes possessivos ocorrem, na maioria das vezes,<br />
antes do substantivo que determinam. Existem casos,<br />
porém, em que a posposição produz efeitos de sentido<br />
interessantes. Observe:<br />
Meu filho não anda de moto.<br />
Filho meu não anda de moto.<br />
Os pronomes oblíquos me, lhe e te podem ser usados com<br />
valor de possessivo em construções como:<br />
Ele beijou-me as mãos muito respeitosamente. (Ele beijou<br />
as minhas mãos.).<br />
Comprei-te o carro porque estavas muito precisado de<br />
dinheiro. (Comprei o teu carro.).<br />
Amarrei-lhe as tranças com uma fita vermelha. (Amarrei<br />
as tranças dela...).<br />
EXERCÍCIO EXPLICATIVO<br />
1- Relacione:<br />
(1) palavra que representa um nome no discurso<br />
(2) palavra que situa seres ou coisas no tempo e no espaço<br />
(3) palavra indicadora de posse<br />
(4) artigo definido<br />
a) Sua excelência tem pedido vossa compreensão ( ).<br />
b) Vossa excelência ( ) não pode ser leviano de fazer<br />
afirmações sem provas.<br />
c) Seu amigo se saiu bem no teste e por isso vou<br />
contratá-lo ( ) para o cargo.<br />
d) O estagiário estava desviando recursos da empresa e<br />
por isso os patrões demitiram-no ( ).<br />
e) O ( ) bom se esforça, enquanto que o ( ) mau<br />
reclama.<br />
f) Todos esqueceram o ( ) que realmente deveriam ter<br />
feito no momento oportuno.<br />
g) Neste ( ) ano acontecerá a Copa das Confederações.<br />
Tal ( ) evento antecederá a Copa de 2014.<br />
h) Sua rotina é a ( ) que qualquer um pediu a Deus:<br />
trabalho e praia. Por isso a ( ) considero uma sortuda, a<br />
( ) esperta que se deu bem na vida.<br />
i) Disseram-te ( ) a verdade no trabalho. Porém, logo<br />
depois, reduziram-te ( )o salário.<br />
j) Os meninos se perderam na mata depois da<br />
tempestade, porém encontram-nos ( ), nesta manhã,<br />
nos ( ) arredores da montanha, sãos e salvos, o ( )<br />
que deixou todos admirados.<br />
k) Drummond e Rosa foram grandes escritores. Este ( )<br />
na prosa, aquele ( ), na poesia.<br />
l) O próprio ( ) advogado da família armou tudo contra<br />
a vítima. Isso ( ) deixou todos na cidade perplexos.<br />
85
m) Um gari, depois de encontrar uma quantia alta em<br />
dinheiro, devolveu-a ( ) ao dono. Semelhante ( ) caso<br />
de honestidade nunca houve neste país.<br />
n) Tu ( ) passaste no vestibular para Medicina. Por isso os<br />
colegas rasparam-te ( ) a cabeça.<br />
o) Por ter batido o carro, o pai de José lhe cortou ( ) a<br />
mesada.<br />
p) Bateram-me ( ) a carteira!<br />
q) Todos estão muito quietos na reunião. Tal ( ) fato me<br />
preocupa.<br />
r) Onde está sua ( ) colega? A ( ) que fez cirurgia<br />
plástica...<br />
s) Não me saí bem na ( ) terceira questão. Não a ( )<br />
fiz corretamente porque não estudei.<br />
Pronome II<br />
Pronomes demonstrativos são aqueles que fazem<br />
referência às pessoas do discurso, estabelecendo, entre<br />
elas e os seres por eles designados, uma relação de<br />
proximidade ou distanciamento, no tempo e no espaço.<br />
Esse tipo de pronome também mantém um vínculo<br />
estreito com os pronomes pessoais, pois indica, com<br />
relação às pessoas do discurso, o que delas está próximo<br />
ou distante, no espaço e no tempo. Assim:<br />
Eu comprei este livro (este: pronome demonstrativo que<br />
indica aproximação no espaço entre o objeto por ele<br />
designado [livro] e a 1ª pessoa do discurso).<br />
Tu compraste esse livro (esse: pronome demonstrativo<br />
que indica aproximação no espaço entre o objeto por ele<br />
designado [livro] e a 2ª pessoa do discurso).<br />
Ele comprou aquele livro (aquele: pronome<br />
demonstrativo que indica aproximação no espaço entre o<br />
objeto por ele designado [livro] e a 3ª pessoa do discurso).<br />
Formas dos pronomes demonstrativos<br />
VARIÁVEIS<br />
Masculino Feminino INVARIÁVEIS<br />
Este estes Esta estas Isto<br />
Esse esses Essa essas Isso<br />
Aquele aqueles Aquela<br />
aquelas<br />
aquilo<br />
Também são pronomes demonstrativos o, a, os, as quando<br />
seu sentido for equivalente a isto, isso, aquilo, aquele,<br />
aquela, aqueles, aquelas.<br />
O (aquele) que chegar primeiro ganhará um prêmio.<br />
Não podemos ignorar tudo o (aquilo) que os nossos<br />
antecessores fizeram.<br />
São loucos os (aqueles) que agem desta forma.<br />
São pronomes demonstrativos as palavras mesmo(a)(s),<br />
próprio(a)(s), semelhante(s) e tal, tais quando<br />
determinam substantivos. Observe:<br />
Encontrei-me, depois de tantos anos, com a mesma<br />
senhora que vendia balas de coco!<br />
Este é o próprio autor do livro?<br />
Ele já sabia que tais boatos iriam circular, após a sua<br />
demissão.<br />
Os demonstrativos podem ocorrer combinados com as<br />
preposições de e em. Nesse caso, as formas resultantes<br />
serão: deste(e flexões), neste(e flexões), nesse(e flexões),<br />
disto, disso, nisto, nisso; daquele(e flexões), naquele(e<br />
flexões), daquilo, naquilo.<br />
Emprego dos pronomes demonstrativos<br />
Este (e suas flexões), esse (e suas flexões), isto, isso<br />
Este (e suas flexões de gênero e número) e isto indicam<br />
proximidade espacial com relação à 1ª pessoa do discurso.<br />
Este indica tempo presente, também com relação à 1ª<br />
pessoa. Veja:<br />
Isto está com cheiro de mofo.<br />
Nesta tarde, às cinco horas, haverá um show beneficente.<br />
Esse (e suas flexões) e isso indicam proximidade espacial<br />
com relação à 2ª pessoa do discurso.<br />
Garoto, pegue esse embrulho à sua direita.<br />
Esse indica ainda tempo passado ou tempo futuro pouco<br />
distante com relação à época em que se dá a interlocução.<br />
Veja.<br />
O resultado sairá nessa segunda.<br />
Aquele (e suas flexões) e aquilo indicam distanciamento<br />
espacial com relação à 1ª e à 2ª pessoas do discurso.<br />
Aquele indica passado vago ou muito remoto.<br />
Aquelas árvores no alto daquela colina são pinheiros.<br />
Você sabe o que é aquilo brilhando lá no céu?<br />
Naquele tempo, acreditava-se mais na palavra das<br />
pessoas.<br />
86
Pronomes indefinidos<br />
Os pronomes indefinidos, como o próprio nome indica,<br />
fazem referência à 3ª pessoa do discurso de uma maneira<br />
mais indefinida, vaga, imprecisa, ou genérica.<br />
Existem vários pronomes indefinidos na língua<br />
portuguesa, alguns dos quais são variáveis, porque podem<br />
receber flexão de número e/ou de gênero.<br />
Pronomes indefinidos variáveis<br />
Os seguintes pronomes indefinidos podem variar quanto<br />
ao gênero e ao número: algum, (alguma, alguns,<br />
algumas); nenhum; um; muito; todo; pouco; outro; vário;<br />
certo; tanto; quanto.<br />
Variam apenas quanto ao número: qualquer, quaisquer;<br />
qual, quais; bastante, bastantes.<br />
Pronomes indefinidos invariáveis<br />
São invariáveis para gênero e número os pronomes:<br />
alguém, ninguém, quem, que, outrem, algo, tudo, nada,<br />
cada, mais, menos, demais.<br />
Pronomes interrogativos<br />
Os pronomes interrogativos, como seu próprio nome<br />
indica, são usados nas perguntas diretas ou indiretas. São<br />
eles: que, quem, qual, quanto. Veja.<br />
Que são metáforas? (pergunta direta)<br />
O professor perguntou aos alunos que são metáforas.<br />
(pergunta indireta)<br />
Qual é o local escolhido para o acampamento? (pergunta<br />
direta)<br />
Os soldados querem saber qual é o local escolhido para<br />
o acampamento. (pergunta indireta)<br />
Emprego dos pronomes interrogativos<br />
O pronome quem faz referência a seres humanos, o<br />
pronome que se refere a não humanos.<br />
Pronomes relativos<br />
Os pronomes relativos são definidos a partir de um<br />
critério formal: são chamados de relativos os pronomes<br />
que fazem referência a algum elemento anteriormente<br />
mencionado no texto, considerando seu antecedente.<br />
Observe:<br />
O carro que comprei é excelente!<br />
O pronome que retoma o antecedente carro, estabelecendo<br />
com ele uma relação de natureza anafórica.<br />
Anáfora (do grego ana-, ‘para trás’ + phorá, ‘ação de<br />
levar, transportar’) processo linguístico por meio do qual<br />
um termo recupera outro termo que o antecedeu em um<br />
texto.<br />
Os pronomes relativos sempre introduzem orações<br />
subordinadas adjetivas, tomando como antecedente<br />
algum elemento anterior e qualificando-o. Por essa razão,<br />
desempenham um importante papel sintático na<br />
estruturação dessa classe específica de orações<br />
subordinadas.<br />
1. Comprei aquele livro de Machado de Assis.<br />
2. Aquele livro de Machado de Assis tem alguns contos<br />
muito interessantes.<br />
3. Comprei um livro de Machado de Assis que tem alguns<br />
contos muito interessantes. (Período composto criado<br />
pela subordinação das orações 1 e 2.)<br />
Formas dos pronomes relativos<br />
São pronomes relativos variáveis: o qual, a qual, os<br />
quais, as quais; cujo, cuja, cujos, cujas; quanto, quanta,<br />
quantos, quantas.<br />
São pronomes relativos invariáveis: que, quem, onde,<br />
quando, como.<br />
Emprego dos pronomes relativos<br />
Que – de todos os pronomes relativos, que é o mais<br />
frequentemente usado, sobretudo na linguagem coloquial.<br />
Pode tomar como antecedentes tanto seres humanos como<br />
quaisquer outros seres ou objetos, no singular ou no plural.<br />
Veja.<br />
Esta é a menina que chegou do Rio de Janeiro.<br />
Estes são os livros de que lhe falei.<br />
Por vezes, o uso do pronome relativo que pode resultar em<br />
ambiguidade com relação ao seu referente. Isso acontece<br />
porque esse pronome é invariável, não admitindo flexão<br />
de gênero e número. Observe.<br />
Esta é Josefina, uma das namoradas de Ricardão, que<br />
também tem um caso com Pedro.<br />
87
O enunciado é ambíguo, porque o antecedente do relativo<br />
que tanto pode ser Josefina (é ela que tem um caso com<br />
Pedro) como Ricardão (é ele que tem um caso com<br />
Pedro). Em casos como esse, deve-se optar pelo uso de o<br />
qual e suas flexões, para evitar a ambiguidade.<br />
Esta é Josefina, uma das namoradas de Ricardão, a<br />
qual...<br />
Esta é Josefina, uma das namoradas de Ricardão, o<br />
qual...<br />
Quem – o pronome quem faz referência a seres humanos.<br />
Este é o meu pai, a quem devo as orientações que me<br />
ajudaram a definir o rumo da minha vida.<br />
Cujo (e suas flexões) – cujo e suas flexões são pronomes<br />
relativos que assinalam uma relação de posse entre o<br />
antecedente e o termo que especificam. Seu sentido<br />
equivale ao de de quem, do qual, de que. Observe.<br />
Evite remédios cujos efeitos colaterais incluam “morte”.<br />
Na tira, o pronome cujos equivale a “efeitos colaterais dos<br />
remédios”.<br />
Onde – onde é pronome relativo quando, indicando lugar,<br />
pode ser substituído por em que.<br />
Quero comprar uma casa com um quintal onde (em que)<br />
eu possa construir uma piscina.<br />
Os pronomes quem e onde podem ocorrer sem que seu<br />
antecedente esteja explícito, como em:<br />
Quem procura, acha! (Aquele que procura, acha!)<br />
Em sua expedição por terra, a equipe de resgate chegou<br />
onde o avião havia caído. (... a equipe de resgate chegou<br />
ao lugar em que o avião havia caído.)<br />
Quando e como – as palavras quando e como são<br />
pronomes relativos quando, depois de um substantivo,<br />
introduzem uma oração subordinada adjetiva que<br />
especifique tempo (quando) e modo (como). Observe.<br />
Esta é a estação do ano quando (durante a qual) florescem<br />
os ipês.<br />
Não consigo entender o modo como (através do qual) as<br />
peças deste aparelho devem ser montadas.<br />
Quanto, quantos, quantas – quanto, quantos e quantas<br />
são pronomes relativos quando introduzem orações<br />
subordinadas adjetivas após os pronomes indefinidos<br />
tudo, todos, todas.<br />
Façam de conta que tudo quanto (aquilo que) eu disse é<br />
bobagem.<br />
EXERCÍCIO EXPLICATIVO<br />
1- Continue enumerando corretamente de acordo com o<br />
código a seguir: (1) expressa indefinição ou<br />
indeterminação, (2) modifica verbo ou adjetivo, (3)<br />
palavra interpeladora:<br />
a) O estado depositou bastante ( ) dinheiro na conta<br />
do parlamentar.<br />
b) O vestibulando estudava bastante ( ) para o<br />
ENEM.<br />
c) Pouco ( ) candidato se preocupa muito ( ) com<br />
os discursos nos palanques.<br />
d) A Europa está todo ( ) preocupada com os vários ( )<br />
rumores de mais crise na sua economia.<br />
e) Quantos ( ) quilômetros separam Conquista de<br />
Salvador?<br />
f) Não sabia quanta ( ) mentira havia contado.<br />
g) Alguns ( ) brasileiros se importam com a política,<br />
embora ninguém ( ) se mobilize partidariamente.<br />
h) Nenhum ( ) dos diretores se manifestou sobre o<br />
caso e tudo ( ) permaneceu como antes.<br />
i) Não sabia nada sobre o time de coração, quais ( )<br />
atacantes comporiam o elenco.<br />
j) Qual ( ) atacante é o novo contratado pelo time?<br />
k) Ele não tinha ideia de quão ( ) competente era o<br />
colega.<br />
l) O pai se perguntava por que seu filho estudava tanto ( ).<br />
m) Tanta ( ) corrupção não surpreende mais o<br />
brasileiro.<br />
n) Quem ( ) quisesse podia entrar na festa.<br />
o) Quem ( ) te disse tamanha asneira?<br />
2- Siga o modelo:<br />
O homem trabalha. / O homem vence.<br />
O homem que trabalha vence.<br />
a) O aluno estuda. / O aluno passa.<br />
b) O diretor acreditou na notícia. / A notícia era<br />
verdadeira.<br />
c) Assisti ao filme. / Um aluno me indicara o filme.<br />
d) Moro em um bairro. / No bairro, há violência.<br />
e) Todos gostaram da forma diferente de explicação do<br />
professor. / O professor explicou de uma forma diferente<br />
o assunto.<br />
f) O ministro deixou o governo num momento. / A<br />
imprensa o denunciou de corrupção num momento.<br />
88
g) A diretoria não conhecia o motivo / O atleta se<br />
ausentava tanto dos treinos por um motivo.<br />
h) Moro em um bairro. / A infraestrutura do bairro é<br />
precária.<br />
i) Conheci Pedro. / O pai de Pedro é professor da<br />
faculdade.<br />
3- Siga o modelo:<br />
‣ Este é o filme que o aluno viu.<br />
‣ Este é o filme a que o aluno assistiu.<br />
a) Acreditar:<br />
______________________________________<br />
b) Gostar:<br />
_____________________________________<br />
c) Opor-se:<br />
______________________________________<br />
d) Simpatizar:<br />
______________________________________<br />
4- Siga o modelo:<br />
‣ Este é o autor cuja obra conheço.<br />
a) Gostar:<br />
______________________________________<br />
b) Referir-se:<br />
______________________________________<br />
c) Acreditar:<br />
______________________________________<br />
d) Simpatizar:<br />
______________________________________<br />
e) Duvidar:<br />
______________________________________<br />
Pronome – Colocação Pronominal<br />
5- Assinale as frases com erro de colocação do pronome átono:<br />
01. ( ) Não quero te ouvir.<br />
02. ( ) Ele, envolvendo-se com os fatos, prejudica-se<br />
politicamente.<br />
03. ( ) Em fazendo-se dia, partirei.<br />
04. ( ) Quero que nunca nos esconda a verdade.<br />
05. ( ) Não deves oferecer-lhe tantas vantagens.<br />
06. ( ) Eles o estão construindo há cinco anos.<br />
07. ( ) Tenho obedecido-lhe todas as ordens.<br />
08. ( ) Deveria-se atender melhor a todos.<br />
09. ( ) Eu recebê-lo? Impossível!<br />
10. ( ) Se disser-lhe a verdade, ela morrerá.<br />
11. ( ) Ninguém pode-me ver aqui de cima.<br />
12. ( ) Quem veio trazer-lhe as mercadorias?<br />
13. ( ) Eu estava-as vendendo muito barato.<br />
14. ( ) Eles devem nos encontrar no cinema.<br />
15. ( ) Não foram à festa por pouparem-lhe situações<br />
incômodas<br />
16. ( ) Ideias deixaram-no louco.<br />
17. ( )Nós encontramo-la logo.<br />
EXERCÍCIOS ADICIONAIS - PRONOME<br />
1- Assinale a opção em que houve erro no emprego do<br />
pronome pessoal em relação ao uso culto da língua.<br />
a) Ele entregou um texto para mim corrigir.<br />
b) Para mim, a leitura está fácil<br />
c) Isto é para eu fazer agora?<br />
d) Não saia sem mim.<br />
e) Entre mim e ele há uma grande diferença.<br />
2- O uso do pronome está correto, exceto em:<br />
a) Meus pais querem conversar com nós todos.<br />
b) Ele jamais viverá sem mim.<br />
c) Meu professor fez tudo para eu acertar as questões.<br />
d) Entre eu e meu noivo há muito respeito.<br />
e) Entregue os documentos para mim.<br />
3- Indique o pronome demonstrativo inadequado:<br />
a) Não se esqueça disto: sempre a amarei.<br />
b) Esta blusa que estou usando não é de linho.<br />
c) Ana e Paula são muito elegantes. Essas mulheres me<br />
deixam louco.<br />
d) Isto que está na sua cabeça é uma barata?<br />
e) 1989 muito importante para a história do Brasil.<br />
Naquele ano foi proclamada a República.<br />
4- Aponte a incorreta:<br />
a) Vamos prender ele = Vamos prendê-lo.<br />
b) Mantenham ela aqui = Mantenham-la aqui.<br />
c) Diga a eles que preciso dormir cedo = Diga-lhes que<br />
preciso dormir cedo.<br />
d) Põe ela dentro do carro = Põe-na dentro do carro.<br />
e) Fiz o exercício = Fi-lo.<br />
89
5- Numa das frases, está empregado indevidamente o<br />
pronome de tratamento:<br />
a) Os reitores das universidades recebem o título de Vossa<br />
Magnificência.<br />
b) Sua excelência, o senhor Ministro, não compareceu à<br />
reunião.<br />
c) Senhor deputado, peço a Vossa Excelência que conclua<br />
a sua oração.<br />
d) Sua eminência, o Papa Paulo VI, assistiu à solenidade.<br />
e) Procurei o chefe da repartição, mas Sua Senhoria se<br />
recusou a ouvir as minhas explicações.<br />
6- Nos trechos:<br />
“... aquelas cores todas não existem na pena do pavão...”<br />
“... este é o luxo do grande artista...”<br />
“Ele me cobre d glórias...”<br />
Sob o ponto de vista morfológico, as palavras em destaque<br />
são respectivamente:<br />
a) pronome demonstrativo, pronome demonstrativo,<br />
pronome pessoal<br />
b) pronome indefinido, pronome indefinido, pronome<br />
pessoal<br />
c) pronome demonstrativo, pronome demonstrativo,<br />
pronome relativo<br />
d) pronome indefinido, pronome demonstrativo, pronome<br />
relativo<br />
e) pronome relativo, pronome demonstrativo, pronome<br />
possessivo<br />
7- Ninguém atinge a perfeição alicerçado na busca de<br />
valores materiais, nem mesmo os que consideram tal<br />
atitude um privilégio dado pela existência.<br />
Os pronomes destacados no período acima classificam-se,<br />
respectivamente, como:<br />
a) indefinido, demonstrativo, relativo, demonstrativo<br />
b) indefinido, pessoal oblíquo, relativo, indefinido<br />
c) de tratamento, demonstrativo, indefinido,<br />
demonstrativo<br />
d) de tratamento, pessoal oblíquo, indefinido,<br />
demonstrativo<br />
e) demonstrativo, demonstrativo, relativo, demonstrativo<br />
8- Em “O casal de índios levou-os à sua aldeia, que estava<br />
deserta, onde ofereceu frutas aos convidados”, temos:<br />
a) dois pronomes possessivos e dois pronomes pessoais<br />
b) um pronome pessoal, um pronome possessivo e dois<br />
pronomes relativos<br />
c) dois pronomes pessoais e dois pronomes relativos<br />
d) um pronome pessoal, um pronome possessivo, um<br />
pronome relativo e um pronome interrogativo<br />
e) dois pronomes possessivos e dois relativos<br />
9- Assinale a alternativa em que há erro quanto ao<br />
emprego dos pronomes se, si e consigo:<br />
a) Feriu-se quando brincava com o revólver e o virou para<br />
si.<br />
b) Os homens carregam consigo as suas pernas.<br />
c) Ele só cuida de si.<br />
d) Espere um pouco, pois tenho de falar consigo.<br />
e) Ele lembrar-se-á do ocorrido assim que acordar do<br />
acidente.<br />
10- Assinale a alternativa em que o pronome foi<br />
empregado adequadamente:<br />
a) O diretor jantará com nós nesta noite.<br />
b) Iremos consigo ao teatro.<br />
c) Trouxe os documentos para eu assinar.<br />
d) Dei-o três dias de prazo.<br />
e) Convidei-lhe para o aniversário.<br />
11- Estamos certos de que Vossa Excelência ______<br />
merecedor da consideração que ______ dispensam<br />
_______ funcionários.<br />
a) é, lhe, vossos<br />
b) é, lhe, seus<br />
c) é, vós, vossos<br />
d) sois, lhe, seus<br />
e) sois, vos, vossos<br />
12- Marque a opção em que há erro no emprego do<br />
pronome pessoal:<br />
a) A seca sempre traz consigo muito sofrimento.<br />
b) Quanto aos riachos, represem-os de cem em cem<br />
metros.<br />
c) Padre Cícero reservou a si a tarefa de orientar o povo.<br />
d) Foi importante, para eu sentir o drama da seca, ter lido<br />
Graciliano Ramos.<br />
e) Para mim, conhecer regiões assoladas pela seca foi<br />
inesquecível experiência.<br />
13- Identifique o pronome demonstrativo inadequado:<br />
a) A placa cotinha estes dizeres: “Não ultrapasse”.<br />
b) O jardim está abandonado. Isso não pode acontecer.<br />
c) Lembre-se disto: “Quem estuda com afinco passa no<br />
concurso”.<br />
d) Essa meia não quer sair do meu pé.<br />
e) Aquele casaco do João está fora de moda.<br />
90
14- Nem tudo que reluz é ouro. A palavra sublinhada é:<br />
a) pronome adjetivo demonstrativo<br />
b) pronome substantivo demonstrativo<br />
c) pronome adjetivo indefinido<br />
d) pronome substantivo indefinido<br />
e) pronome e advérbio de intensidade<br />
Anotações:<br />
15- Segundo a norma culta, é apropriada somente uma<br />
construção com referência ao emprego do pronome.<br />
Indique-a.<br />
a) Entre João e eu, há grande distância.<br />
b) Entre eu e João, há grande distância<br />
c) Entre João e tu, há grande distância.<br />
d) Entre João e mim, há grande distância.<br />
e) Entre tu e eu, há grande distância.<br />
16- Indique a frase em que o pronome relativo foi<br />
empregado de forma incorreta.<br />
a) Naquela rua estreita, há uma casa onde nasci.<br />
b) Tenho uma caneta cuja a pena é de ouro.<br />
c) Quero viver numa fazenda em que possa trabalhar.<br />
d) Aqui está o técnico em eletricidade de cuja opinião não<br />
podes prescindir.<br />
e) Conheci o professor cuja sabedoria é grande.<br />
17- Assinale a frase em que há incorreção quanto ao uso<br />
do pronome:<br />
a) Egoísta é aquele que só pensa em si.<br />
b) Foi bom encontrá-la. Precisava mesmo falar consigo.<br />
c) Os alunos trouxeram os trabalhos para eu avaliar.<br />
d) Para mim, todos os homens são iguais.<br />
e) Não irás àquela festa.<br />
18- Os pronomes de tratamento Vossa Alteza, Vossa<br />
Excelência, Vossa Magnificência, Vossa Majestade e<br />
Vossa Reverendíssima, respectivamente, são usados para:<br />
a) príncipes, altas autoridades, reitores de universidades,<br />
reis e sacerdotes<br />
b) duques, papas, príncipes, reis e imperadores<br />
c) príncipes, altas autoridades, sacerdotes, reis e papas<br />
d) imperadores, reis, altas autoridades, papas e cardeais<br />
e) reis, altas autoridades, reitores de universidades,<br />
príncipes, papa.<br />
91
VERBO<br />
É a palavra variável que exprime um acontecimento<br />
representado no tempo, seja ação, estado ou fenômeno da<br />
natureza.<br />
Os verbos apresentam três conjugações. Em função da<br />
vogal temática, podem-se criar três paradigmas verbais.<br />
De acordo com a relação dos verbos com esses<br />
paradigmas, obtém-se a seguinte classificação:<br />
regulares: seguem o paradigma verbal de sua<br />
conjugação;<br />
irregulares: não seguem o paradigma verbal da<br />
conjugação a que pertencem. As irregularidades podem<br />
aparecer no radical ou nas desinências (ouvir - ouço/ouve,<br />
estar - estou/estão);<br />
Entre os verbos irregulares, destacam-se os anômalos que<br />
apresentam profundas irregularidades. São classificados<br />
como anômalos em todas as gramáticas os verbos ser e ir.<br />
defectivos: não são conjugados em determinadas<br />
pessoas, tempo ou modo (falir - no presente do indicativo<br />
só apresenta a 1ª e a 2ª pessoa do plural). Os defectivos<br />
distribuem-se em três grupos: impessoais, unipessoais<br />
(vozes ou ruídos de animais, só conjugados nas 3ª<br />
pessoas) por eufonia ou possibilidade de confusão com<br />
outros verbos;<br />
abundantes - apresentam mais de uma forma para uma<br />
mesma flexão. Mais frequente no particípio, devendo-se<br />
usar o particípio regular com ter e haver; já o irregular com<br />
ser e estar (aceito/aceitado, acendido/aceso - tenho/hei<br />
aceitado ≠ é/está aceito);<br />
auxiliares: juntam-se ao verbo principal ampliando sua<br />
significação. Presentes nos tempos compostos e locuções<br />
verbais;<br />
certos verbos possuem pronomes pessoais átonos que se<br />
tornam partes integrantes deles. Nesses casos, o pronome<br />
não tem função sintática (suicidar-se, apiedar-se, queixarse<br />
etc.);<br />
formas rizotônicas (tonicidade no radical - eu canto) e<br />
formas arrizotônicas (tonicidade fora do radical - nós<br />
cantaríamos).<br />
• Quanto à flexão verbal, temos:<br />
número: singular ou plural;<br />
pessoa gramatical: 1ª, 2ª ou 3ª;<br />
tempo: referência ao momento em que se fala (pretérito,<br />
presente ou futuro). O modo imperativo só tem um tempo,<br />
o presente;<br />
voz: ativa, passiva e reflexiva;<br />
modo: indicativo (certeza de um fato ou estado),<br />
subjuntivo (possibilidade ou desejo de realização de um<br />
fato ou incerteza do estado) e imperativo (expressa ordem,<br />
advertência ou pedido).<br />
As três formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio e<br />
particípio) não possuem função exclusivamente verbal.<br />
Infinitivo é antes substantivo, o particípio tem valor e<br />
forma de adjetivo, enquanto o gerúndio equipara-se ao<br />
adjetivo ou advérbio pelas circunstâncias que exprime.<br />
Quanto ao tempo verbal, eles apresentam os seguintes<br />
valores:<br />
presente do indicativo: indica um fato real situado no<br />
momento ou época em que se fala;<br />
presente do subjuntivo: indica um fato provável,<br />
duvidoso ou hipotético situado no momento ou época em<br />
que se fala;<br />
pretérito perfeito do indicativo: indica um fato real<br />
cuja ação foi iniciada e concluída no passado;<br />
pretérito imperfeito do indicativo: indica um fato real<br />
cuja ação foi iniciada no passado, mas não foi concluída<br />
ou era uma ação costumeira no passado;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: indica um fato<br />
provável, duvidoso ou hipotético cuja ação foi iniciada<br />
mas não concluída no passado;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: indica um<br />
fato real cuja ação é anterior a outra ação já passada;<br />
futuro do presente do indicativo: indica um fato real<br />
situado em momento ou época vindoura;<br />
futuro do pretérito do indicativo: indica um fato<br />
possível, hipotético, situado num momento futuro, mas<br />
ligado a um momento passado;<br />
futuro do subjuntivo: indica um fato provável,<br />
duvidoso, hipotético, situado num momento ou época<br />
futura;<br />
92
Quanto à formação dos tempos, os chamados tempos<br />
simples podem ser primitivos (presente e pretérito perfeito<br />
do indicativo e o infinitivo impessoal) e derivados:<br />
São derivados do presente do indicativo:<br />
pretérito imperfeito do indicativo: TEMA do presente<br />
+ VA (1ª conj.) ou IA (2ª e 3ª conj.) + Desinência número<br />
pessoal (DNP);<br />
presente do subjuntivo: RAD da 1ª pessoa singular do<br />
presente + E (1ª conj.) ou A (2ª e 3ª conj.) + DNP;<br />
Os verbos em -ear têm duplo "e" em vez de "ei" na 1ª<br />
pessoa do plural (passeio, mas passeemos).<br />
imperativo negativo (todo derivado do presente do<br />
subjuntivo) e imperativo afirmativo (as 2ª pessoas vêm do<br />
presente do indicativo sem S, as demais também vêm do<br />
presente do subjuntivo).<br />
São derivados do pretérito perfeito do indicativo:<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: TEMA do<br />
perfeito + RA + DNP;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: TEMA do perfeito +<br />
SSE + DNP;<br />
futuro do subjuntivo: TEMA do perfeito + R + DNP.<br />
São derivados do infinitivo impessoal:<br />
futuro do presente do indicativo: TEMA do infinitivo<br />
+ RA + DNP;<br />
futuro do pretérito: TEMA do infinitivo + RIA + DNP;<br />
infinitivo pessoal: infinitivo impessoal + DNP (-ES - 2ª<br />
pessoa, -MOS, -DES, -EM)<br />
gerúndio: TEMA do infinitivo + -NDO;<br />
particípio regular: infinitivo impessoal sem vogal<br />
temática (VT) e R + ADO (1ª conjugação) ou IDO (2ª e 3ª<br />
conjugação).<br />
Quanto à formação, os tempos compostos da voz ativa<br />
constituem-se dos verbos auxiliares TER ou HAVER +<br />
particípio do verbo que se quer conjugar, dito principal.<br />
No modo Indicativo, os tempos compostos são<br />
formados da seguinte maneira:<br />
pretérito perfeito: presente do indicativo do auxiliar +<br />
particípio do verbo principal (VP) [Tenho falado];<br />
pretérito mais-que-perfeito: pretérito imperfeito do<br />
indicativo do auxiliar + particípio do VP (Tinha falado);<br />
futuro do presente: futuro do presente do indicativo do<br />
auxiliar + particípio do VP (Terei falado);<br />
futuro do pretérito: futuro do pretérito indicativo do<br />
auxiliar + particípio do VP (Teria falado).<br />
No modo Subjuntivo a formação se dá da seguinte<br />
maneira:<br />
pretérito perfeito: presente do subjuntivo do auxiliar +<br />
particípio do VP (Tenha falado);<br />
pretérito mais-que-perfeito: imperfeito do subjuntivo<br />
do auxiliar + particípio do VP (Tivesse falado);<br />
futuro composto: futuro do subjuntivo do auxiliar +<br />
particípio do VP (Tiver falado).<br />
Quanto às formas nominais, elas são formadas da<br />
seguinte maneira:<br />
infinitivo composto: infinitivo pessoal ou impessoal do<br />
auxiliar + particípio do VP (Ter falado / Teres falado);<br />
gerúndio composto: gerúndio do auxiliar + particípio<br />
do VP (Tendo falado).<br />
O modo subjuntivo apresenta três pretéritos, sendo o<br />
imperfeito na forma simples e o perfeito e o mais-queperfeito<br />
nas formas compostas. Não há presente composto<br />
nem pretérito imperfeito composto<br />
Quanto às vozes, os verbos apresentam a voz:<br />
ativa: sujeito é agente da ação verbal;<br />
passiva: sujeito é paciente da ação verbal;<br />
A voz passiva pode ser analítica ou sintética:<br />
analítica: - verbo auxiliar + particípio do verbo<br />
principal;<br />
sintética: na 3ª pessoa do singular ou plural + SE<br />
(partícula apassivadora);<br />
93
eflexiva: sujeito é agente e paciente da ação verbal.<br />
Também pode ser recíproca ao mesmo tempo (acréscimo<br />
de SE = pronome reflexivo, variável em função da pessoa<br />
do verbo);<br />
Na transformação da voz ativa na passiva, a variação<br />
temporal é indicada pelo auxiliar (ser na maioria das<br />
vezes), como notamos nos exemplos a seguir: Ele fez o<br />
trabalho - O trabalho foi feito por ele (mantido o pretérito<br />
perfeito do indicativo) / O vento ia levando as folhas - As<br />
folhas iam sendo levadas pelas folhas (mantido o gerúndio<br />
do verbo principal).<br />
Alguns verbos da língua portuguesa apresentam<br />
problemas de conjugação. A seguir temos uma lista,<br />
seguida de comentários sobre essas dificuldades de<br />
conjugação.<br />
Abolir (defectivo) - não possui a 1ª pessoa do singular<br />
do presente do indicativo, por isso não possui presente do<br />
subjuntivo e o imperativo negativo. (= banir, carpir,<br />
colorir, delinquir, demolir, descomedir-se, emergir,<br />
exaurir, fremir, fulgir, haurir, retorquir, urgir).<br />
Acudir (alternância vocálica o/u) - presente do<br />
indicativo - acudo, acodes... e pretérito perfeito do<br />
indicativo - com u (= bulir, consumir, cuspir, engolir,<br />
fugir) / Adequar (defectivo) - só possui a 1ª e a 2ª pessoa<br />
do plural no presente do indicativo.<br />
Aderir (alternância vocálica e/i) - presente do indicativo<br />
- adiro, adere... (= advertir, cerzir, despir, diferir, digerir,<br />
divergir, ferir, sugerir).<br />
Agir (acomodação gráfica g/j) - presente do indicativo -<br />
ajo, ages... (= afligir, coagir, erigir, espargir, refulgir,<br />
restringir, transigir, urgir).<br />
Agredir (alternância vocálica e/i) - presente do<br />
indicativo - agrido, agrides, agride, agredimos, agredis,<br />
agridem (= prevenir, progredir, regredir, transgredir) /<br />
Aguar (regular) - presente do indicativo - águo, águas..., -<br />
pretérito perfeito do indicativo - aguei, aguaste, aguou,<br />
aguamos, aguastes, aguaram (= desaguar, enxaguar,<br />
minguar).<br />
Aprazer (irregular) - presente do indicativo - aprazo,<br />
aprazes, apraz... / pretérito perfeito do indicativo -<br />
aprouve, aprouveste, aprouve, aprouvemos, aprouvestes,<br />
aprouveram.<br />
Arguir (irregular com alternância vocálica o/u) -<br />
presente do indicativo - arguo (ú), argúis, argúi, arguimos,<br />
arguis, argúem - pretérito perfeito - argui, arguiste... (com<br />
trema).<br />
Atrair (irregular) - presente do indicativo - atraio,<br />
atrais... / pretérito perfeito - atraí, atraíste... (= abstrair,<br />
cair, distrair, sair, subtrair).<br />
Atribuir (irregular) - presente do indicativo - atribuo,<br />
atribuis, atribui, atribuímos, atribuís, atribuem - pretérito<br />
perfeito - atribuí, atribuíste, atribuiu... (= afluir, concluir,<br />
destituir, excluir, instruir, possuir, usufruir).<br />
Averiguar (alternância vocálica o/u) - presente do<br />
indicativo - averiguo (ú), averiguas (ú), averigua (ú),<br />
averiguamos, averiguais, averiguam (ú) - pretérito<br />
perfeito - averiguei, averiguaste... - presente do subjuntivo<br />
- averigúe, averigúes, averigúe... (= apaziguar).<br />
Cear (irregular) - presente do indicativo - ceio, ceias,<br />
ceia, ceamos, ceais, ceiam - pretérito perfeito indicativo -<br />
ceei, ceaste, ceou, ceamos, ceastes, cearam (= verbos<br />
terminados em -ear: falsear, passear... - alguns apresentam<br />
pronúncia aberta: estréio, estréia...).<br />
Coar (irregular) - presente do indicativo - côo, côas,<br />
côa, coamos, coais, coam - pretérito perfeito - coei, coaste,<br />
coou... (= abençoar, magoar, perdoar) / Comerciar<br />
(regular) - presente do indicativo - comercio, comercias...<br />
- pretérito perfeito - comerciei... (= verbos em -iar , exceto<br />
os seguintes verbos: mediar, ansiar, remediar, incendiar,<br />
odiar).<br />
Compelir (alternância vocálica e/i) - presente do<br />
indicativo - compilo, compeles... - pretérito perfeito<br />
indicativo - compeli, compeliste...<br />
Compilar (regular) - presente do indicativo - compilo,<br />
compilas, compila... - pretérito perfeito indicativo -<br />
compilei, compilaste...<br />
Construir (irregular e abundante) - presente do<br />
indicativo - construo, constróis (ou construis), constrói (ou<br />
construi), construímos, construís, constroem (ou<br />
construem) - pretérito perfeito indicativo - construí,<br />
construíste...<br />
Crer (irregular) - presente do indicativo - creio, crês,<br />
crê, cremos, credes, crêem - pretérito perfeito indicativo -<br />
cri, creste, creu, cremos, crestes, creram - imperfeito<br />
indicativo - cria, crias, cria, críamos, críeis, criam.<br />
94
Falir (defectivo) - presente do indicativo - falimos, falis<br />
- pretérito perfeito indicativo - fali, faliste... (= aguerrir,<br />
combalir, foragir-se, remir, renhir).<br />
Frigir (acomodação gráfica g/j e alternância vocálica<br />
e/i) - presente do indicativo - frijo, freges, frege, frigimos,<br />
frigis, fregem - pretérito perfeito indicativo - frigi,<br />
frigiste...<br />
Ir (irregular) - presente do indicativo - vou, vais, vai,<br />
vamos, ides, vão - pretérito perfeito indicativo - fui,<br />
foste... - presente subjuntivo - vá, vás, vá, vamos, vades,<br />
vão.<br />
Jazer (irregular) - presente do indicativo - jazo, jazes...<br />
- pretérito perfeito indicativo - jazi, jazeste, jazeu...<br />
Mobiliar (irregular) - presente do indicativo - mobílio,<br />
mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobíliam -<br />
pretérito perfeito indicativo - mobiliei, mobiliaste... /<br />
Obstar (regular) - presente do indicativo - obsto, obstas...<br />
- pretérito perfeito indicativo - obstei, obstaste...<br />
Pedir (irregular) - presente do indicativo - peço, pedes,<br />
pede, pedimos, pedis, pedem - pretérito perfeito indicativo<br />
- pedi, pediste... (= despedir, expedir, medir) / Polir<br />
(alternância vocálica e/i) - presente do indicativo - pulo,<br />
pules, pule, polimos, polis, pulem - pretérito perfeito<br />
indicativo - poli, poliste...<br />
Precaver-se (defectivo e pronominal) - presente do<br />
indicativo - precavemo-nos, precaveis-vos - pretérito<br />
perfeito indicativo - precavi-me, precaveste-te... / Prover<br />
(irregular) - presente do indicativo - provejo, provês,<br />
provê, provemos, provedes, provêem - pretérito perfeito<br />
indicativo - provi, proveste, proveu... / Reaver (defectivo)<br />
- presente do indicativo - reavemos, reaveis - pretérito<br />
perfeito indicativo - reouve, reouveste, reouve... (verbo<br />
derivado do haver, mas só é conjugado nas formas verbais<br />
com a letra v).<br />
Remir (defectivo) - presente do indicativo - remimos,<br />
remis - pretérito perfeito indicativo - remi, remiste...<br />
Requerer (irregular) - presente do indicativo - requeiro,<br />
requeres... - pretérito perfeito indicativo - requeri,<br />
requereste, requereu... (derivado do querer, diferindo dele<br />
na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e no<br />
pretérito perfeito do indicativo e derivados, sendo<br />
regular).<br />
Rir (irregular) - presente do indicativo - rio, rir, ri,<br />
rimos, rides, riem - pretérito perfeito indicativo - ri, riste...<br />
(= sorrir).<br />
Saudar (alternância vocálica) - presente do indicativo -<br />
saúdo, saúdas... - pretérito perfeito indicativo - saudei,<br />
saudaste...<br />
Suar (regular) - presente do indicativo - suo, suas, sua...<br />
- pretérito perfeito indicativo - suei, suaste, sou... (= atuar,<br />
continuar, habituar, individuar, recuar, situar).<br />
Valer (irregular) - presente do indicativo - valho, vales,<br />
vale... - pretérito perfeito indicativo - vali, valeste, valeu...<br />
Também merecem atenção os seguintes verbos<br />
irregulares:<br />
Pronominais: Apiedar-se, dignar-se, persignar-se,<br />
precaver-se.<br />
Caber<br />
presente do indicativo: caibo, cabes, cabe, cabemos,<br />
cabeis, cabem;<br />
presente do subjuntivo: caiba, caibas, caiba, caibamos,<br />
caibais, caibam;<br />
pretérito perfeito do indicativo: coube, coubeste,<br />
coube, coubemos, coubestes, couberam;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: coubera,<br />
couberas, coubera, coubéramos, coubéreis, couberam;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: coubesse,<br />
coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis,<br />
coubessem;<br />
futuro do subjuntivo: couber, couberes, couber,<br />
coubermos, couberdes, couberem.<br />
Dar<br />
presente do indicativo: dou, dás, dá, damos, dais, dão;<br />
presente do subjuntivo: dê, dês, dê, demos, deis, dêem;<br />
pretérito perfeito do indicativo: dei, deste, deu,<br />
demos, destes, deram;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: dera, deras,<br />
dera, déramos, déreis, deram;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: desse, desses,<br />
desse, déssemos, désseis, dessem;<br />
futuro do subjuntivo: der, deres, der, dermos, derdes,<br />
derem.<br />
95
Dizer<br />
presente do indicativo: digo, dizes, diz, dizemos,<br />
dizeis, dizem;<br />
presente do subjuntivo: diga, digas, diga, digamos,<br />
digais, digam;<br />
pretérito perfeito do indicativo: disse, disseste, disse,<br />
dissemos, dissestes, disseram;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: dissera,<br />
disseras, dissera, disséramos, disséreis, disseram;<br />
futuro do presente: direi, dirás, dirá, etc.;<br />
futuro do pretérito: diria, dirias, diria, etc.;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: dissesse,<br />
dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, dissessem;<br />
futuro do subjuntivo: disser, disseres, disser,<br />
dissermos, disserdes, disserem;<br />
Seguem esse modelo os derivados bendizer, condizer,<br />
contradizer, desdizer, maldizer, predizer.<br />
Os particípios desse verbo e seus derivados são<br />
irregulares: dito, bendito, contradito, etc.<br />
Estar<br />
presente do indicativo: estou, estás, está, estamos,<br />
estais, estão;<br />
presente do subjuntivo: esteja, estejas, esteja,<br />
estejamos, estejais, estejam;<br />
pretérito perfeito do indicativo: estive, estiveste,<br />
esteve, estivemos, estivestes, estiveram;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: estivera,<br />
estiveras, estivera, estivéramos, estivéreis, estiveram;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: estivesse,<br />
estivesses, estivesse, estivéssemos, estivésseis,<br />
estivessem;<br />
futuro do subjuntivo: estiver, estiveres, estiver,<br />
estivermos, estiverdes, estiverem;<br />
Fazer<br />
presente do indicativo: faço, fazes, faz, fazemos,<br />
fazeis, fazem;<br />
presente do subjuntivo: faça, faças, faça, façamos,<br />
façais, façam;<br />
pretérito perfeito do indicativo: fiz, fizeste, fez,<br />
fizemos, fizestes, fizeram;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fizera,<br />
fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: fizesse, fizesses,<br />
fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem;<br />
futuro do subjuntivo: fizer, fizeres, fizer, fizermos,<br />
fizerdes, fizerem.<br />
Seguem esse modelo desfazer, liquefazer e satisfazer.<br />
Os particípios desse verbo e seus derivados são<br />
irregulares: feito, desfeito, liquefeito, satisfeito, etc.<br />
Haver<br />
presente do indicativo: hei, hás, há, havemos, haveis,<br />
hão;<br />
presente do subjuntivo: haja, hajas, haja, hajamos,<br />
hajais, hajam;<br />
pretérito perfeito do indicativo: houve, houveste,<br />
houve, houvemos, houvestes, houveram;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: houvera,<br />
houveras, houvera, houvéramos, houvéreis, houveram;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: houvesse,<br />
houvesses, houvesse, houvéssemos, houvésseis,<br />
houvessem;<br />
futuro do subjuntivo: houver, houveres, houver,<br />
houvermos, houverdes, houverem.<br />
Ir<br />
presente do indicativo: vou, vais, vai, vamos, ides, vão;<br />
presente do subjuntivo: vá, vás, vá, vamos, vades, vão;<br />
pretérito imperfeito do indicativo: ia, ias, ia, íamos,<br />
íeis, iam;<br />
pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos,<br />
fostes, foram;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora, foras,<br />
fora, fôramos, fôreis, foram;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses,<br />
fosse, fôssemos, fôsseis, fossem;<br />
futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes,<br />
forem.<br />
Poder<br />
presente do indicativo: posso, podes, pode, podemos,<br />
podeis, podem;<br />
presente do subjuntivo: possa, possas, possa,<br />
possamos, possais, possam;<br />
pretérito perfeito do indicativo: pude, pudeste, pôde,<br />
pudemos, pudestes, puderam;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: pudera,<br />
puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: pudesse,<br />
pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, pudessem;<br />
futuro do subjuntivo: puder, puderes, puder,<br />
pudermos, puderdes, puderem.<br />
96
Pôr<br />
presente do indicativo: ponho, pões, põe, pomos,<br />
pondes, põem;<br />
presente do subjuntivo: ponha, ponhas, ponha,<br />
ponhamos, ponhais, ponham;<br />
pretérito imperfeito do indicativo: punha, punhas,<br />
punha, púnhamos, púnheis, punham;<br />
pretérito perfeito do indicativo: pus, puseste, pôs,<br />
pusemos, pusestes, puseram;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: pusera,<br />
puseras, pusera, puséramos, puséreis, puseram;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: pusesse, pusesses,<br />
pusesse, puséssemos, pusésseis, pusessem;<br />
futuro do subjuntivo: puser, puseres, puser, pusermos,<br />
puserdes, puserem.<br />
Todos os derivados do verbo pôr seguem exatamente esse<br />
modelo: antepor, compor, contrapor, decompor, depor,<br />
descompor, dispor, expor, impor, indispor, interpor, opor,<br />
pospor, predispor, pressupor, propor, recompor, repor,<br />
sobrepor, supor, transpor são alguns deles.<br />
Querer<br />
presente do indicativo: quero, queres, quer, queremos,<br />
quereis, querem;<br />
presente do subjuntivo: queira, queiras, queira,<br />
queiramos, queirais, queiram;<br />
pretérito perfeito do indicativo: quis, quiseste, quis,<br />
quisemos, quisestes, quiseram;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: quisera,<br />
quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: quisesse,<br />
quisesses, quisesse, quiséssemos, quisésseis, quisessem;<br />
futuro do subjuntivo: quiser, quiseres, quiser,<br />
quisermos, quiserdes, quiserem;<br />
Saber<br />
presente do indicativo: sei, sabes, sabe, sabemos,<br />
sabeis, sabem;<br />
presente do subjuntivo: saiba, saibas, saiba, saibamos,<br />
saibais, saibam;<br />
pretérito perfeito do indicativo: soube, soubeste,<br />
soube, soubemos, soubestes, souberam;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: soubera,<br />
souberas, soubera, soubéramos, soubéreis, souberam;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: soubesse,<br />
soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis,<br />
soubessem;<br />
futuro do subjuntivo: souber, souberes, souber,<br />
soubermos, souberdes, souberem.<br />
Ser<br />
presente do indicativo: sou, és, é, somos, sois, são;<br />
presente do subjuntivo: seja, sejas, seja, sejamos,<br />
sejais, sejam;<br />
pretérito imperfeito do indicativo: era, eras, era,<br />
éramos, éreis, eram;<br />
pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos,<br />
fostes, foram;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: fora, foras,<br />
fora, fôramos, fôreis, foram;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses,<br />
fosse, fôssemos, fôsseis, fossem;<br />
futuro do subjuntivo: for, fores, for, formos, fordes,<br />
forem.<br />
As segundas pessoas do imperativo afirmativo são: sê (tu)<br />
e sede (vós).<br />
Ter<br />
presente do indicativo: tenho, tens, tem, temos, tendes,<br />
têm;<br />
presente do subjuntivo: tenha, tenhas, tenha,<br />
tenhamos, tenhais, tenham;<br />
pretérito imperfeito do indicativo: tinha, tinhas, tinha,<br />
tínhamos, tínheis, tinham;<br />
pretérito perfeito do indicativo: tive, tiveste, teve,<br />
tivemos, tivestes, tiveram;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: tivera,<br />
tiveras, tivera, tivéramos, tivéreis, tiveram;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: tivesse, tivesses,<br />
tivesse, tivéssemos, tivésseis, tivessem;<br />
futuro do subjuntivo: tiver, tiveres, tiver, tivermos,<br />
tiverdes, tiverem.<br />
Seguem esse modelo os verbos ater, conter, deter, entreter,<br />
manter, reter.<br />
Trazer<br />
presente do indicativo: trago, trazes, traz, trazemos,<br />
trazeis, trazem;<br />
presente do subjuntivo: traga, tragas, traga, tragamos,<br />
tragais, tragam;<br />
pretérito perfeito do indicativo: trouxe, trouxeste,<br />
trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: trouxera,<br />
trouxeras, trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram;<br />
futuro do presente: trarei, trarás, trará, etc.;<br />
futuro do pretérito: traria, trarias, traria, etc.;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: trouxesse,<br />
trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis,<br />
trouxessem;<br />
97
futuro do subjuntivo: trouxer, trouxeres, trouxer,<br />
trouxermos, trouxerdes, trouxerem.<br />
Ver<br />
presente do indicativo: vejo, vês, vê, vemos, vedes,<br />
veem;<br />
presente do subjuntivo: veja, vejas, veja, vejamos,<br />
vejais, vejam;<br />
pretérito perfeito do indicativo: vi, viste, viu, vimos,<br />
vistes, viram;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: vira, viras,<br />
vira, víramos, víreis, viram;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: visse, visses,<br />
visse, víssemos, vísseis, vissem;<br />
futuro do subjuntivo: vir, vires, vir, virmos, virdes,<br />
virem.<br />
Seguem esse modelo os derivados antever, entrever,<br />
prever, rever. Prover segue o modelo acima apenas no<br />
presente do indicativo e seus tempos derivados; nos<br />
demais tempos, comporta-se como um verbo regular da<br />
segunda conjugação.<br />
Vir<br />
presente do indicativo: venho, vens, vem, vimos,<br />
vindes, vêm;<br />
presente do subjuntivo: venha, venhas, venha,<br />
venhamos, venhais, venham;<br />
pretérito imperfeito do indicativo: vinha, vinhas,<br />
vinha, vínhamos, vínheis, vinham;<br />
pretérito perfeito do indicativo: vim, vieste, veio,<br />
viemos, viestes, vieram;<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo: viera,<br />
vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram;<br />
pretérito imperfeito do subjuntivo: viesse, viesses,<br />
viesse, viéssemos, viésseis, viessem;<br />
futuro do subjuntivo: vier, vieres, vier, viermos,<br />
vierdes, vierem;<br />
particípio e gerúndio: vindo.<br />
Seguem esse modelo os verbos advir, convir, desavir-se,<br />
intervir, provir, sobrevir.<br />
O emprego do infinitivo não obedece a regras bem<br />
definidas.<br />
O impessoal é usado em sentido genérico ou indefinido,<br />
não relacionado a nenhuma pessoa, o pessoal refere-se às<br />
pessoas do discurso, dependendo do contexto.<br />
Recomenda-se sempre o uso da forma pessoal se for<br />
necessário dar à frase maior clareza e ênfase.<br />
Usa-se o impessoal:<br />
sem referência a nenhum sujeito: É proibido fumar na<br />
sala;<br />
nas locuções verbais: Devemos avaliar a sua situação;<br />
quando o infinitivo exerce função de complemento de<br />
adjetivos: É um problema fácil de solucionar;<br />
quando o infinitivo possui valor de imperativo - Ele<br />
respondeu: "Marchar!"<br />
Usa-se o pessoal:<br />
quando o sujeito do infinitivo é diferente do sujeito da<br />
oração principal: Eu não te culpo por saíres daqui;<br />
quando, por meio de flexão, se quer realçar ou<br />
identificar a pessoa do sujeito: Foi um erro responderes<br />
dessa maneira;<br />
quando queremos determinar o sujeito (usa-se a 3ª<br />
pessoa do plural): - Escutei baterem à porta.<br />
Fonte: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/verbo<br />
EXERCÍCIOS<br />
1- Relacione corretamente os parênteses de acordo com<br />
ideia que se passa nos verbos destacados das frases<br />
abaixo:<br />
(1) fato habitual no presente<br />
(2) fato que se processa no exato momento da fala<br />
(3) fato concluído no passado<br />
(4) fato interrompido no passado<br />
(5) fato habitual no passado<br />
(6) ação que ocorre anteriormente a outra no passado<br />
(7) indica um passado remoto<br />
a) Ontem, eu estudei ( ) para a prova do professor Jorge.<br />
b) Terminei ( ) os trabalhos de casa pela manhã.<br />
c) Neste exato momento, estou ( ) no colégio, tendo aula<br />
de português.<br />
d) Todos os dias leio ( ) a bíblia.<br />
e) Faço ( ) minhas caminhadas todas as manhãs.<br />
f) Eu tomava ( ) meu café, quando você me ligou.<br />
g) Eu estudava ( ) para a prova quando meu colega<br />
chegou.<br />
h) Antigamente eu soltava ( ) pipa e jogava ( ) bola<br />
descalço na rua.<br />
i) Quando garoto, tu sempre acordavas ( ) cedo para ir<br />
à escola.<br />
j) O Brasil fora ( ) descoberto em 1500.<br />
k) O Brasil conquistara ( ) sua independência em 1822.<br />
l) Hoje de manhã, nós fomos ao Hiper, mas, antes,<br />
passáramos ( ) no escritório do doutor Gouveia.<br />
m) Antes que eu percebesse, tu mudaras ( ) as peças do<br />
xadrez.<br />
98
2- Continue fazendo a correspondência adequada entre os<br />
verbos e as ideias contidas nos parênteses:<br />
(1) ação correta no futuro<br />
(2) fato futuro provável que gerará uma outra ação futura<br />
(3) fato futuro em relação a um passado hipotético<br />
(4) fato presente expresso com polidez<br />
(5) passado hipotético que geraria uma ação posterior.<br />
(6) fato provável ou hipotético no presente<br />
a) Todos querem que eu estude ( ) e passe ( ) em<br />
Medicina.<br />
b) Passarás ( ) no vestibular, com fé em Deus!.<br />
c) Faremos ( ) a prova de <strong>Português</strong> semana que vem.<br />
d) Ontem sonhei com os números da mega sena; se eu<br />
apostasse ( ), ganharia ( ) sozinho a bolada.<br />
e) Quando vós estudardes ( ) passareis ( ) no<br />
vestibular.<br />
f) João quer que toquemos ( ) no festival de Música.<br />
g) Eu gostaria ( ) de falar com Marisa, se possível.<br />
h) Você me emprestaria ( ) sua caneta?<br />
i) Quando tu depositares ( ) o dinheiro na conta,<br />
pagarás ( ) os juros.<br />
j) Vós estudareis ( ) para o vestibular ano que vem.<br />
l) Acertaríamos ( ) a questão se escutássemos ( ) a<br />
dica do professor.<br />
3- Faça a conjugação verbal adequada dos seguintes<br />
verbos entre parênteses:<br />
1) O técnico __________ muito bem o jogo da<br />
arquibancada. (ver – presente do Ind.)<br />
2) Os torcedores ________ muito bem o jogo da<br />
arquibancada. (ver – presente do Ind.)<br />
3) Eles _______ para o almoço hoje. (vir – presente do<br />
Ind.)<br />
4) ________, por meio deste, reivindicar nossos direitos.<br />
(vir – presente do Ind.)<br />
5) Nós não _________ o professor na sala. (ver – pretérito<br />
perfeito do Ind.)<br />
6) Ninguém _______ culpa disso. (ter – presente do Ind.)<br />
7) Os estudantes ________ muita força de vontade. (ter –<br />
presente do Ind.)<br />
8) Ninguém _______ na melhora dessa situação. (crer –<br />
presente do Ind.)<br />
9) Mariazinha _______ muito bem. (ler – presente do<br />
Ind.)<br />
10) José e João _______ muito mal. (ler – presente do<br />
Ind.)<br />
11) Todos _______ que a crise financeira acabará. (crer –<br />
presente do Ind.)<br />
12) Ele _______ os documentos na gaveta. (pôr – pretérito<br />
perfeito do Ind.)<br />
13) Quando ele ________ o dinheiro na conta, avise-me.<br />
(pôr – futuro do Subj.)<br />
14) Os candidatos ___________ as provas ontem. (fazer<br />
– pretérito do Ind.)<br />
15) Tu __________ um bom trabalho. (fazer – pretérito<br />
perfeito do Ind.)<br />
16) Quero que vocês _________ o máximo de si no<br />
vestibular. (dar – presente do Subj.)<br />
17) Eu ___________ falar com o prefeito, se possível.<br />
(querer – futuro do pretérito do Ind.)<br />
18) Os economistas ____________ a crise econômica.<br />
(antever – pretérito perfeito do Ind.)<br />
19) Ninguém ___________ que isso aconteceria. (prever<br />
– pretérito perfeito do Ind.)<br />
20) Ninguém ___________ na situação. (intervir –<br />
pretérito perfeito do Ind.)<br />
21) Os policiais ___________ no tumulto generalizado.<br />
(intervir – pretérito perfeito do Ind.)<br />
22) Ele __________ a prova várias vezes. (reler –<br />
pretérito perfeito do Ind.)<br />
23) Até o presente momento, o réu ___________ a calma<br />
em juízo. (manter – presente do Ind.)<br />
24) As testemunhas ____________ a calma até o presente<br />
momento no tribunal. (manter – presente do Ind.)<br />
25) O fiscal _____________ as mercadorias dos feirantes.<br />
(reter - pretérito perfeito do Ind.)<br />
26) Os trabalhadores _____________ os dias de greve<br />
neste mês. (repor – pretérito perfeito do Ind.)<br />
4- Idem:<br />
1) Eu não ___________ nessa roupa. (caber – presente do<br />
Ind.)<br />
2) Você não _________ nada, mas eu __________. (valer<br />
– presente do Ind.)<br />
3) Quero que você, meu filho, __________ alguma coisa<br />
nessa vida. (valer – presente do Subj.)<br />
4) Os investidores não se ________________ com o<br />
investimento do governo na economia. (satisfazer –<br />
pretérito perfeito do Ind.)<br />
5) Quando você o ________, ligue-me imediatamente.<br />
(ver – futuro do Subj.)<br />
6) Quando você ________, traga-me seu caderno. (vir –<br />
futuro do Subj.)<br />
7) Assim que nós _____________ esse filme,<br />
devolveremos o DVD. (rever – futuro do Subj.)<br />
99
8) O preso foi posto em liberdade antes que o advogado<br />
_____________ recurso junto ao Tribunal (interpor –<br />
pretérito imperfeito do Subj.)<br />
9) No comício ontem realizado em São Paulo, a polícia<br />
_____________ para restabelecer a ordem. (intervir –<br />
pretérito perfeito)<br />
10) Quando ele ______________ a canção, todos ficarão<br />
boquiabertos. (compor – futuro do subjuntivo)<br />
11) Quer o médico que você ____________ de carne.<br />
(abster-se – presente do Subj.)<br />
12) Varela sempre ____________ os debates da tevê<br />
Itapoan. (mediar – presente do Ind.)<br />
13) Pode deixar, que eu _____________ nessa situação<br />
por você. (intermediar – presente do Ind.)<br />
14) Tu _____________ agora um completo imbecil para<br />
o cargo. (nomear – presente do Ind.)<br />
15) Nós ______________ com nossos filhos no parque.<br />
(passear – presente do Ind.)<br />
16) A Lua e as estrelas ________________ a noite.<br />
(clarear – presente do Ind.)<br />
17) O padeiro quer que o forno ______________<br />
rapidamente. (incendiar – presente do Subj.)<br />
18) As respostas ______________ conforme as<br />
perguntas. (variar – presente do Ind.)<br />
19) É preciso que ele _________________ agora.<br />
(remediar – presente do Subj.)<br />
20) Foram convidados para que _________________ os<br />
vencedores. (premiar – presente do Subj.)<br />
21) É bom que tu ______________ tudo até o fim.<br />
(saborear – presente do Subj.)<br />
22) ___________ (pegar – Imperativo Afirmativo) tuas<br />
coisas e não ____________ (voltar – Imperativo<br />
Negativo) mais aqui.<br />
23) ____________ para Caixa você também. (vir –<br />
Imperativo Afirmativo)<br />
24) Não ___________ com a boca cheia, meu filho! (falar<br />
– Imperativo Negativo)<br />
25) ___________ o que eu te digo sem reclamares. (fazer<br />
– Imperativo Afirmativo)<br />
26) ___________ o que queres agora! (dizer – Imperativo<br />
Afirmativo)<br />
1- Observe:<br />
EXERCÍCIOS COMPLENTARES<br />
I. Eu venho pensando em exercer atividades no campo da<br />
fiscalização.<br />
II. Vi quando você apreendeu a mercadoria.<br />
III. Não vá dizer que não foi orientado no tocante às<br />
formas tributárias.<br />
Os verbos em negrito têm, no plural, as seguintes formas:<br />
a) Vimos, vimos, ide<br />
b) Viemos, vimos, vades<br />
c) Viemos, vimos ides<br />
d) Vimos, vimos, vão<br />
e) Vimos, viemos, vão<br />
2- Assinale a frase em que aparece o pretérito perfeito do<br />
verbo ser:<br />
a) Carla e eu fomos ao baile de vestido vermelho.<br />
b) Fui muito feliz.<br />
c) Seria interessante se ficasses calado.<br />
d) Fui ao hospital visitar o meu amigo.<br />
3- Se você _______, e o seu amigo ________, talvez você<br />
______ esses bens.<br />
a) Requisesse, intervisse, reavesse<br />
b) Requeresse, intervisse, reavesse<br />
c) Requeresse, interviesse, reouvesse<br />
d) Requeresse, interviesse, reavesse<br />
e) Requisesse, interviesse, reouvesse<br />
4- Aponte a opção que preenche corretamente os espaços:<br />
Ela _______ tal acidente.<br />
Ele _______ na discussão.<br />
Nós _______ de carro. (presente)<br />
Se você _______ distância daquele sujeito, todos o<br />
aplaudirão.<br />
a) Preveu, interviu, viemos, manter<br />
b) Preveu, interveio, vimos, manter<br />
c) Previu, interviu, viemos, mantiver<br />
d) Previu, interveio, vimos, mantiver<br />
5- Sem que ninguém ________, o próprio menino se<br />
_______ contra as más companhias.<br />
a) Intevisse – precaviu<br />
b) Intervisse – precaveu<br />
c) Interviesse – precaveu<br />
d) Interviesse – precaviu<br />
e) Intervisse – precouve<br />
6- Assinale a alternativa em que há erro na forma verbal:<br />
a) Se a testemunha depor favoravelmente, o réu será<br />
absolvido.<br />
b) Eu esperava que ele reouvesse os bens.<br />
c) Se você se mantiver calmo, poderemos conversar.<br />
100
d) Praz-me muito a sua presença.<br />
e) Quando virem isso, descobrirão tudo.<br />
7- Indique a série que contém as formas do futuro do<br />
subjuntivo, na mesma pessoa gramatical, relativas às<br />
formas assinaladas no segmento: “Venho de longe e vou<br />
para longe: e não vi nada, porque as ervas cresceram e as<br />
serpentes andaram”.<br />
a) Vier – for – vir<br />
b) Vir – ir – ver<br />
c) Vir – vier – vir<br />
d) Vier – ir – vir<br />
e) Vir – for – ver<br />
8- Dos verbos seguintes, assinale o único que não<br />
apresenta duplo particípio:<br />
a) Abrir<br />
b) Imprimir<br />
c) Eleger<br />
d) Morrer<br />
e) Enxugar<br />
9- Assinale a alternativa que preenche corretamente as<br />
lacunas:<br />
10-<br />
I. O intruso já tinha sido __________.<br />
II. Não sabia se já haviam sido __________.<br />
III. Mais de uma vez lhe haviam __________ a vida.<br />
IV. A capela ainda não tinha sido __________.<br />
a) Expulsado, coberto, salvo, benzida<br />
b) Expulso, cobrido, salvo, benzida<br />
c) Expulsado, cobrido, salvado, benta<br />
d) Expulso, coberto, salvado, benta<br />
e) Expulsado, cobrido, salvo, benzida<br />
11- Assinale a alternativa em que o verbo está na voz<br />
passiva:<br />
a) Roberto foi ferido por Joaquim.<br />
b) Não vejo nuvens no céu.<br />
c) Roberto feriu-se.<br />
d) Dei-me pressa em voltar.<br />
12- Transpondo para a voz passiva a frase: “A assembleia<br />
aplaudiu com vigor as palavras do candidato”, obtém-se a<br />
forma verbal:<br />
a) Foi aplaudido<br />
b) Aplaudiu-se<br />
c) Foram aplaudidas<br />
d) Estavam aplaudindo<br />
e) Tinha aplaudido<br />
13- Numere a segunda coluna de acordo com a primeira:<br />
(1) Voz passiva sintética<br />
(2) Voz passiva analítica<br />
(3) Voz ativa<br />
(4) Voz reflexiva<br />
( ) Ele está cercado de anjos.<br />
( ) Ele se puniu pelos seus pecados.<br />
( ) Apresentei-o a todos.<br />
( ) Pregam-se botões.<br />
14- Transpondo para a voz passiva a oração: “Esse<br />
engenheiro construirá novas salas”, obtém-se a forma<br />
verbal:<br />
a) São construídas<br />
b) Seriam construídas<br />
c) Fossem construídas<br />
d) Será construída<br />
e) Serão construídas<br />
15- Ele ( ) que lhe ( ) muitas dificuldades, mas, enfim,<br />
( ) a verba para a pesquisa.<br />
a) Receara, opusessem, obtera<br />
b) Receara, opusessem, obtivera<br />
c) Receiara, opusessem, obtivera<br />
d) Receiara, opossem, obtera<br />
e) Receara, opossem, obtera<br />
16- Não te ( ) com essas mentiras que ( ) da ignorância.<br />
a) Aborreça, provém<br />
b) Aborreças, provêm<br />
c) Aborreça, provêem<br />
d) Aborreças, provém<br />
17- “Não fales! Não bebas! Não fujas!” Passando para a<br />
forma afirmativa, teremos:<br />
a) Fala! Bebe! Foge!<br />
b) Fala! Bebe! Fuja!<br />
c) Fala! Beba! Fuja!<br />
d) Fale! Beba! Fuja!<br />
18- Observe a frase: “Se tu _____ que os eleitores chegam<br />
para votar, _____ a porta e _____ - os entrar”.<br />
a) Veres, abre, deixa<br />
b) Veres, abra, deixe<br />
c) Vires, abra, deixa<br />
d) Vires, abre, deixa<br />
e) Virdes, abri, deixai<br />
101
19- Leia a seguinte passagem na voz passiva: “Esses<br />
jogadores foram descobertos pelos técnicos”. Se<br />
passarmos para voz ativa, teremos:<br />
a) Os técnicos descobriam esses jogadores.<br />
b) Os técnicos descobrirão esses jogadores.<br />
c) Os técnicos descobriram esses jogadores.<br />
d) Os técnicos descobririam esses jogadores.<br />
20- “Comprando uma casa maior, você poderá hospedar<br />
os parentes vindos do interior”. As formas verbais<br />
grifadas, no período acima, poderão ser substituídas,<br />
conservando-se o mesmo sentido, por:<br />
a) “Se comprasse” e “que viessem”<br />
b) “Se comprar” e “que vierem”<br />
c) “Embora comprasse” e “que vieram”<br />
d) “Mesmo comprando” e “quando vieram”<br />
21- Assinale a alternativa que preenche corretamente a<br />
lacuna da frase: “O responsável pelo trabalho _____ eu”.<br />
a) É<br />
b) Sou<br />
c) Foi<br />
d) Será<br />
22- Assinale a alternativa que preenche corretamente a<br />
lacuna da frase: “Quer o médico que você se _______ de<br />
carne”.<br />
a) Abstenha<br />
b) Abstêm<br />
c) Abstenhas<br />
d) Absténs<br />
23- Assinale a alternativa que preenche corretamente a<br />
lacuna da frase: “Foste enérgico e _______ tua opinião”.<br />
a) Imposte<br />
b) Impuseste<br />
c) Impusestes<br />
d) Impostes<br />
24- Indique, nas alternativas abaixo, o verbo defectivo:<br />
a) Ser<br />
b) Passear<br />
c) Fazer<br />
d) Abolir<br />
e) Pôr<br />
25- Não _______ (você) as esperanças.<br />
a) Perde<br />
b) Perdes<br />
c) Perca<br />
d) Percas<br />
e) Perda<br />
26- A primeira pessoa do singular do presente do<br />
subjuntivo do verbo trazer é:<br />
a) Trague<br />
b) Trago<br />
c) Não pode ser conjugado<br />
d) Trouxesse<br />
e) Traga<br />
27- É importante que você _________ preparado.<br />
a) Esteja<br />
b) Esteje<br />
c) Estejes<br />
d) Estejas<br />
e) Estege<br />
28- Assinale a alternativa que preenche corretamente as<br />
lacunas da frase: “Quando você o ________, __________<br />
que já concluímos o trabalho.<br />
a) Ver, diga-lhe<br />
b) Ver, diz-lhe<br />
c) Vir, dize-lhe<br />
d) Vir, diga-lhe<br />
29- Transpondo para a voz passiva a oração: “O menino<br />
ia assinalando as respostas”, obtém-se a forma verbal:<br />
a) Foram assinaladas<br />
b) Tinham sido assinaladas<br />
c) Iam sendo assinaladas<br />
d) Eram assinaladas<br />
e) Estavam assinaladas<br />
30- Assinale a opção em que a forma verbal não tem valor<br />
imperativo.<br />
a) “Lança teu grito ao vento da procela”.<br />
b) “Bandeira – talvez rasgue-te a metralha”.<br />
c) “Ergue-te, ó luz! – estrela para o povo”.<br />
d) “Traze a bênção de Deus ao cativeiro”.<br />
e) “Levanta a Deus do cativeiro o grito”.<br />
31- Assinale a alternativa incorreta quanto à<br />
correspondência entre a voz passiva analítica e a voz<br />
passiva sintética.<br />
a) Seriam uniformizados os padrões de gosto. /<br />
Uniformizar-se-iam os padrões de gosto.<br />
b) Fora conhecida a formação dos habitantes de todas as<br />
regiões do país. / Conhecera-se a formação dos habitantes<br />
de todas as regiões do país.<br />
102
c) O domínio televisivo era provocado pela sobreposição<br />
de imagens visuais. / Provocar-se-á o domínio televisivo<br />
pela sobreposição de imagens visuais.<br />
d) Infelizmente, não serão aceitas as manifestações<br />
culturais. / Infelizmente, não se aceitarão as manifestações<br />
culturais.<br />
31- Dê os tempos, respectivamente, em que se encontram<br />
as seguintes formas verbais compostas:<br />
I- houvéssemos feito<br />
II- tenhamos explicado<br />
III- tens lembrado<br />
IV- haviam trazido<br />
a) Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo – pretérito<br />
perfeito do subjuntivo – pretérito perfeito do indicativo –<br />
pretérito mais-que-perfeito do indicativo<br />
b) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo – pretérito<br />
perfeito do indicativo – pretérito perfeito do subjuntivo –<br />
pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo<br />
c) Pretérito imperfeito do subjuntivo – presente do<br />
subjuntivo – presente do indicativo – pretérito imperfeito<br />
do indicativo<br />
d) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo – presente do<br />
indicativo – presente do subjuntivo – pretérito mais-queperfeito<br />
do subjuntivo<br />
e) Pretérito perfeito do indicativo – pretérito mais-queperfeito<br />
do indicativo – pretérito mais-que-perfeito do<br />
subjuntivo – pretérito perfeito do subjuntivo<br />
32- Em “Basta que ele tenha existido”, a forma verbal está<br />
no:<br />
a) Pretérito perfeito composto do indicativo<br />
b) Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo<br />
c) Presente composto do subjuntivo<br />
d) Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo<br />
e) Pretérito perfeito composto do subjuntivo<br />
33- “Já nessa altura eu tinha pegado a segunda de uma<br />
figueira...” A forma verbal sublinhada pode ser<br />
substituída, sem alteração de sentido, por:<br />
a) Pegaria<br />
b) Pegara<br />
c) Pegava<br />
d) Havia de pegar<br />
e) Tive que pegar<br />
b) Ter sabido<br />
c) Tiver sabido<br />
d) Tenha sabido<br />
e) Souber<br />
35- Marque a opção em que a forma verbal do tempo<br />
composto corresponde à forma verbal do tempo simples,<br />
modificando o modo, na frase a seguir: “Quando eu<br />
cheguei, ela já saíra”.<br />
a) Tinha saído<br />
b) Tenha saído<br />
c) Tem saído<br />
d) Tivesse saído<br />
e) Teria saído<br />
36- “Os infantes não chegariam lá, ou, se chegassem,<br />
seria a duras penas...” As formas verbais compostas<br />
correspondentes às formas simples destacadas são,<br />
respectivamente:<br />
a) Tinha chegado – tivessem chegado<br />
b) Não há – tinha chegado<br />
c) Teriam chegado – têm chegado<br />
d) Terão chegado – tivessem chegado<br />
e) Teriam chegado – não há<br />
37- (UFRJ) A forma verbal “expôs” corresponde à terceira<br />
pessoa do singular do pretérito perfeito simples do<br />
indicativo. Como seria a forma dessa mesma pessoa no<br />
pretérito perfeito composto do indicativo?<br />
a) Havia exposto<br />
b) Tinha exposto<br />
c) Tem exposto<br />
d) Teve exposto<br />
e) Foi exposto<br />
38- (NCE) “... que roubou, ameaçando cortar a garganta<br />
do garoto”. O bom uso do gerúndio requer que sua ação<br />
seja simultânea à do verbo principal, como ocorre nesse<br />
segmento do texto. Assim, é exemplo de mau uso do<br />
gerúndio a frase:<br />
a) O assaltante gritou, abrindo a porta.<br />
b) O motorista acovardou-se, abaixando o vidro.<br />
c) O assaltante entrou, sentando-se no banco traseiro.<br />
d) O marginal ameaçou-o, mostrando a arma.<br />
e) O motorista obedeceu, acelerando o carro.<br />
34- (Fuvest) Passando-se o verbo do trecho: “aquilo que o<br />
auditório já sabe” para o futuro composto do subjuntivo,<br />
obtém-se a forma verbal:<br />
a) Terá sabido<br />
103
104<br />
ADVÉRBIO – EXERCÍCIO<br />
1- Localize e classifique os advérbios e locuções<br />
adverbiais das frases abaixo:<br />
a) Sino que assim badalas, não falas à toa!<br />
b) É o que se murmura por aí, à boca pequena.<br />
c) O Brasil então medrava a olhos vistos.<br />
d) Realmente, há pessoas que são como vitrais de igrejas:<br />
feias por fora, bonitas por dentro.<br />
e) De vez em quando, falavam baixo, trocando segredos à<br />
socapa.<br />
f) Fugiram em carreira pelo vale afora.<br />
g) Onde se demorava mais era na agência do correio, com<br />
certeza, para vigiar a abertura das malas.<br />
h) A linha reta nem sempre é o caminho mais curto entre<br />
dois pontos.<br />
i) Num átimo, cessou de todo o ruído das vozes e ele<br />
entrou a falar à vontade, calma e decididamente.<br />
j) À noite, as águas arrombam a represa: a jusante, o povo<br />
foge em massa, mal agasalhado.<br />
2- Substitua as locuções destacadas pelos advérbios<br />
correspondentes:<br />
a) A máquina trabalha sem interrupção.<br />
b) A patroa repreendeu com aspereza a empregada.<br />
c) Agistes sem flexão e com precipitação.<br />
d) O crime foi praticado com frieza e premeditação.<br />
e) Depois que liquidou as dívidas, foi consolidando<br />
pouco a pouco sua situação econômica.<br />
f) O artista toca e dança ao mesmo tempo.<br />
g) Percebia-se, no olhar vago e distante do proscrito, que<br />
sua alma estava em outro lugar.<br />
h) Não sei onde, mas já sucedeu em algum lugar um<br />
caso assim.<br />
i) É preciso que o homem e a natureza convivam em paz.<br />
j) Joel abriu com displicência o livro e leu um trecho.<br />
EXERCÍCIOS ADICIONAIS MORFOLOGIA<br />
RAÍZES<br />
Diante da minha janela havia uma pedra. Não, não<br />
vou fazer imitação de poesia. Nada tem de poética a<br />
história que vou contar. A pedra de que falo é na verdade<br />
uma imensa pedreira, de topo liso, coberto em alguns<br />
pontos pela vegetação rasteira, uma espécie de enclave<br />
rural em pleno Leblon, onde às vezes cabras pastavam e<br />
onde um galo alucinado insistia em cantar na hora errada,<br />
no início da madrugada. Era o lugar ideal para, nas tardes<br />
de domingo, uma menina se deitar, sentindo nas costas o<br />
calor do sol retido pela pedra, enquanto olhava as pipas<br />
agitando-se no ar. Eu ia com meus irmãos e seus amigos,<br />
quando eles subiam lá para soltar pipa. São só lembranças.<br />
Essa pedra não existe mais. Ou pelo menos não existe<br />
assim, como a descrevo agora, a pedra da minha infância.<br />
Hoje, é uma pedra nua - morta.<br />
Sua base ainda está lá e servirá, pelo que sei, de<br />
fundação para um shopping. Mas a superfície foi toda<br />
raspada, a vegetação desapareceu, a pedreira foi<br />
rebaixada em quatro ou cinco metros, retalhada durante<br />
dois anos por uma orquestra de britadeiras, e nela foram<br />
erguidos os primeiros andares do que seria um<br />
estacionamento.<br />
Assim que começaram a destruir a pedreira, pensei<br />
com alarme numa pequena árvore, uma muda de<br />
amendoeira cujo crescimento árduo eu vinha<br />
acompanhando havia anos. A árvore crescera numa das<br />
laterais da pedra e seu tronco se encorpava, equilibrandose<br />
de forma improvável no paredão íngreme. Eu<br />
admirava sua bravura, tirando seiva de um lugar onde não<br />
havia terra, fazendo um esforço enorme para crescer na<br />
ranhura mínima que encontrara. E caminhei um dia até o<br />
local onde ela crescia, para ver se, com as obras que<br />
tinham começado, a pequena árvore sobreviveria. Mas<br />
cheguei tarde demais. Só encontrei o tronco, decepado.<br />
Em torno, as raízes, que por anos se haviam agarrado à<br />
pedra com tanto esforço, agora condenadas a secar,<br />
inúteis.<br />
O tempo passou. E eu não pensei mais no assunto.<br />
Até que, outro dia, assistindo a um documentário sobre os<br />
talibãs, vi uma inglesa de origem afegã mostrando a foto<br />
de um jardim onde brincava na infância e que fora<br />
destruído pela guerra civil. O documentário, feito antes da<br />
guerra com os Estados Unidos, fora gravado em solo<br />
afegão, e a moça conseguira chegar ao local do tal jardim.<br />
Mas não encontrou nada. A comparação com a foto que<br />
trazia nas mãos era chocante. Todo o verde havia<br />
desaparecido. No meio de um descampado<br />
monocromático, restara apenas o círculo de pedra de uma<br />
velha fonte, seca. E a única coisa que não mudara na<br />
paisagem eram as montanhas, ao fundo, testemunhas da<br />
devastação que - hoje sabemos - estava apenas no<br />
princípio.<br />
Aquela mulher e seu jardim desaparecido me<br />
fizeram pensar na pequena amendoeira que crescera na<br />
pedra e que também fora decepada. E, com isso em mente,<br />
voltei ao ponto do paredão onde ela um dia se agarrara.<br />
Com surpresa, descobri que das raízes deixadas na pedra<br />
surgiam brotos, com folhas de um verde limpo.<br />
A amendoeira teimava em renascer - como talvez<br />
fizesse o jardim afegão -, apesar da fúria dos homens.<br />
(Heloísa Seixas, Domingo, n° 1336)
1- Entre o episódio do jardim da mulher e o da amendoeira<br />
da autora há um(a):<br />
a) Oposição ideológica<br />
b) Contiguidade temporal<br />
c) Paralelismo espacial<br />
d) Semelhança afetiva<br />
e) Diferença de opiniões<br />
2- O título dado ao texto, raízes, se refere:<br />
a) exclusivamente às raízes da amendoeira, que voltaram<br />
a brotar.<br />
b) metaforicamente, a tudo o que nos prende ao passado.<br />
c) às nossas origens raciais e espaciais.<br />
d) às recordações da infância que desaparecem na idade<br />
adulta.<br />
e) a tudo o que amamos e que o tempo levou.<br />
3- “Nada tem de poética a história que vou contar.”; esse<br />
segmento do texto traz implícita a ideia de que só é<br />
poético (a):<br />
a) o tema ligado à vida real<br />
b) a realidade pertencente à vida passada<br />
c) a temática das coisas, seres e fatos harmoniosos<br />
d) a discussão política de fatos atuais<br />
e) a análise dos pensamentos do homem universal<br />
4- “Nada tem de poética a história que vou contar.” A<br />
história contada pela autora tem como ponto de partida<br />
cronológico:<br />
a) a existência de uma pedra diante da janela da autora.<br />
b) a foto de um jardim onde uma afegã brincara na<br />
infância<br />
c) o crescimento de uma pequena amendoeira na pedra<br />
d) a fato de a amendoeira ter sido decepada<br />
e) as lembranças da infância da autora.<br />
5- Sobre o texto é correto afirmar que:<br />
a) A autora, ao se referir ao acontecimento afegão,<br />
retifica fatos da sua história.<br />
b) A infância da autora é recobrada por um fato atual,<br />
referenciado pela existência de um poema.<br />
c) As recordações da infância se materializam de modo<br />
igual no presente, enfatizando somente momentos<br />
positivos.<br />
d) A realidade a que autora se refere mostra-se como<br />
algo deturpado e não condizente com a<br />
contemporaneidade dos fatos.<br />
e) A conclusão a que se chega, após a leitura, é que os<br />
fatos são movidos por ações inevitáveis que tendem a<br />
prejudicar a natureza humana.<br />
6- Sobre os elementos de coesão do texto, é incorreto o<br />
que se diz em:<br />
a) Possuem diferente funcionalidade os vocábulos onde<br />
(1º parágrafo) e onde (4º parágrafo)<br />
b) O título do texto “Raízes” associa-se diretamente à<br />
destruição do jardim afegão e do tronco da amendoeira.<br />
c) Essa (final do 1º parágrafo) e sua (início do 2º) são<br />
elementos modificadores de uma mesma referência<br />
nominal.<br />
d) O pronome cujo (3º parágrafo) pode ser substituído<br />
por da qual com os devidos ajustes no texto.<br />
e) “... e a única coisa que não mudara na paisagem eram<br />
as montanhas” (4º parágrafo) o vocábulo “que”, embora<br />
tenha função substantiva, inicia uma oração adjetiva.<br />
7- “O desenvolvimento das telecomunicações entra em<br />
nova fase, que alguns técnicos denominam como a da<br />
regulação”. Observe a informação divulgada por um dos<br />
editoriais da Folha de São Paulo de 9 de julho de 2000.<br />
O termo “a”, que aparece destacado, possui o mesmo valor<br />
morfológico do fragmento:<br />
a) Os gastos públicos com tecnologias relacionadas à<br />
internet chegam anualmente a nada menos que US$ 500<br />
milhões.<br />
b) Um dos instrumentos é a criação de fundos, a partir de<br />
contribuições das operadoras de telecomunicações.<br />
c) É pouco perto do desafio monumental que se abre com<br />
a atual revolução da informação digitalizada.<br />
d) No Brasil, já há uma proposta de legislação prevendo a<br />
criação de um fundo dessa natureza.<br />
e) A questão mais premente é a de evitar que aumente a<br />
exclusão social.<br />
8- (UFMG) As expressões destacadas correspondem a um<br />
adjetivo, exceto em:<br />
a) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.<br />
b) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.<br />
c) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.<br />
d) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da<br />
caatinga sem fim.<br />
e) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.<br />
9- (UFOP) Em que trecho a seguir a palavra ou segmento<br />
destacados não corresponde a um adjetivo, mas a um<br />
advérbio?<br />
a) ... você vai receber o produto que comprou.<br />
b) ... e sua festa seja completa.<br />
c) Você acertou no produto que escolheu...<br />
d) Quanto mais rápido você enviar...<br />
e) ... construiu a sua história de tradição<br />
105
10- Assinale o item em que a classe da palavra destacada<br />
está correta:<br />
a) Contratei pessoas bastantes para o cargo de que<br />
precisava. – adjetivo<br />
b) Tais palavras não me ofendem. – numeral<br />
c) Iracema tinha os cabelos mais negros que a asa da<br />
graúna. – advérbio de intensidade<br />
d) Moro num bairro onde não passa ônibus. – advérbio de<br />
lugar<br />
e) Só vocês fizeram as provas. – advérbio de modo<br />
estancada. Essa alteração expressa uma nova noção a<br />
partir do seguinte recurso gramatical:<br />
a) Flexão de gênero<br />
b) Emprego de estrutura passiva<br />
c) Complemento do nome “palavra”<br />
d) Correção da concordância nominal<br />
e) Indicação de uma circunstância de modo<br />
13- Leia:<br />
Texto para a questão 11<br />
106<br />
11- Sobre a tirinha acima, leia as afirmações a seguir:<br />
I- O verbo “vir”, no 1º quadrinho, indica uma hipótese<br />
futura.<br />
II- O verbo “baterei” é uma ação futura que toma o<br />
passado como referência de realização.<br />
III- Todos os verbos do 2º quadrinho se encontram no<br />
modo Subjuntivo.<br />
IV- A conjugação de “não deixa”, no 2º quadrinho,<br />
apresenta-se como inadequada, inexistindo tal<br />
forma no Imperativo negativo.<br />
De acordo com a Gramática, estão corretas as afirmações<br />
contidas em<br />
a) I e II<br />
b) II e III<br />
c) III e IV<br />
d) I e IV<br />
e) I, III e IV<br />
12- Leia:<br />
Rios sem discurso<br />
Em situação de poço, a água equivale<br />
A uma palavra em situação dicionária:<br />
Isolada, estanque no poço dela mesma,<br />
E porque assim estanque, estancada;<br />
(João Cabral de Melo Neto. Antologia Poética)<br />
Na qualificação progressiva da palavra água, feita pela<br />
primeira estrofe, dá-se a alteração de estanque para<br />
Não se infere da leitura do texto que este<br />
a) Relaciona conteúdo escolar ao contexto educacional<br />
desfavorável.<br />
b) Demonstra caráter crítico social, não isentando de<br />
responsabilidade a figura do estudante.<br />
c) Apesar de não referenciar no discurso a quem se refere<br />
a ideia do “eles”, fica evidente a quem se destina a crítica.<br />
d) Os tempos verbais evidenciados no texto expõem desde<br />
a origem às previsões futuras desfavoráveis em relação a<br />
todas as pessoas do discurso citadas.<br />
e) Apesar da crítica próxima de fatos do cotidiano, o texto<br />
apresenta marcas linguísticas próprias da formalidade, o<br />
que se nota na exatidão das conjugações verbais como<br />
esperado.<br />
TEXTO II (para as questões 14 a 21)<br />
O MEDO SOCIAL<br />
No Rio de Janeiro, uma senhora dirigia seu<br />
automóvel com o filho ao lado. De repente foi assaltada<br />
por um adolescente, que a roubou, ameaçando cortar a<br />
garganta do garoto. Dias depois, a mesma senhora<br />
reconhece o assaltante na rua. Acelera o carro, atropela-o<br />
e mata-o, com a aprovação dos que presenciaram a cena.
Verídica ou não, a história é exemplar. Ilustra o que é a<br />
cultura da violência, a sua nova feição no Brasil.<br />
Ela segue regras próprias. Ao expor as pessoas a<br />
constantes ataques à sua integridade física e moral, a<br />
violência começa a gerar expectativas, a fornecer padrões<br />
de respostas. Episódios truculentos e situações-limite<br />
passam a ser imaginados e repetidos com o fim de<br />
caucionar a ideia de que só a força resolve conflitos. A<br />
violência torna-se um item obrigatório na visão de mundo<br />
que nos é transmitida. Cria a convicção tácita de que o<br />
crime e a brutalidade são inevitáveis. O problema, então,<br />
é entender como chegamos a esse ponto. Como e por que<br />
estamos nos familiarizando com a violência, tornando-a<br />
nosso cotidiano.<br />
Em primeiro lugar, é preciso que a violência se<br />
torne corriqueira para que a lei deixe de ser concebida<br />
como o instrumento de escolha na aplicação da justiça.<br />
Sua proliferação indiscriminada mostra que as leis<br />
perderam o poder normativo e os meios legais de coerção,<br />
a força que deveriam ter. Nesse vácuo, indivíduos e<br />
grupos passam a arbitrar o que é justo ou injusto, segundo<br />
decisões privadas, dissociadas de princípios éticos válidos<br />
para todos. O crime é, assim, relativizado em seu valor de<br />
infração. Os criminosos agem com consciências felizes.<br />
Não se julgam fora da lei ou da moral, pois conduzemse<br />
de acordo com o que estipulam ser o preceito<br />
correto. A imoralidade da cultura da violência consiste<br />
justamente na disseminação de sistemas morais<br />
particularizados e irredutíveis a ideais comuns, condição<br />
prévia para que qualquer atitude criminosa possa ser<br />
justificada e legítima.<br />
(Jurandir Freire Costa)<br />
Vocabulário:<br />
caucionar: dar em garantia, assegurar-se com caução<br />
(cautela, garantia)<br />
tácita: silencioso, o que não se expressa por palavras,<br />
subentendido<br />
coerção: ato de coagir, repressão<br />
vácuo: vazio, que não contém nada<br />
14- É correto o que se afirme sobre o texto em:<br />
a) Os indivíduos da sociedade agem de forma violenta<br />
quando não conhecem as leis que servem de coerção para<br />
suas ações.<br />
b) As pessoas têm posto em prática, no seu cotidiano,<br />
ações de brutalidade com o intuito de saciar um senso de<br />
justiça que julgam pertinente.<br />
c) A sociedade tem ficado à mercê de ações violentas que<br />
são reflexo da desigualdade social no país.<br />
d) Desenvolvem tendências a atos violentos indivíduos<br />
que são perturbados por traumas de infância.<br />
e) O exemplo citado no primeiro parágrafo é uma exceção<br />
apresentada pelo autor para o problema de que trata.<br />
15- “No Rio de Janeiro, uma senhora dirigia seu<br />
automóvel com o filho ao lado. De repente foi assaltada<br />
por um adolescente,...” a passagem do pretérito<br />
imperfeito para o pretérito perfeito marca a mudança de:<br />
a) Um texto descritivo para um texto narrativo<br />
b) A fala do narrador para a fala do personagem<br />
c) Um tempo passado para um tempo presente<br />
d) Um tempo presente para um tempo passado<br />
e) A mudança de narrador<br />
16- A narrativa contida no primeiro parágrafo tem a<br />
função textual de:<br />
a) Exemplificar algo que vai ser explicado depois.<br />
b) Justificar a reação social contra na violência.<br />
c) Despertar a atenção do leitor para o problema da<br />
violência.<br />
d) Mostrar a violência nas grandes cidades.<br />
e) Relatar algo que vai justificar uma reação social.<br />
17- Uma ideia não contida no texto é:<br />
a) A violência cria regras próprias.<br />
b) Os criminosos agem segundo regras particulares.<br />
c) A violência aparece socialmente justificada.<br />
d) A violência aparece como algo inevitável.<br />
e) A violência requer uma ação governamental eficiente.<br />
18- Segundo o texto, para que a lei deixe de ser o remédio<br />
contra a violência, é necessário:<br />
a) Que as leis se tornem obsoletas. (não utilizáveis)<br />
b) Que os governos cuidem dos problemas.<br />
c) Que a violência se banalize.<br />
d) Que os marginais se tornem audaciosos.<br />
e) Que a violência crie regras próprias.<br />
19- “Nesse vácuo, indivíduos e grupos passam a arbitrar o<br />
que é justo ou injusto...”; o comentário correto sobre esse<br />
segmento do texto é:<br />
a) O vácuo referido é o espaço vago deixado pela ação<br />
governamental.<br />
b) Indivíduos e grupos passam a tomar a lei em suas mãos.<br />
c) A justiça acaba sendo determinada pelos marginais.<br />
d) A injustiça acaba por elaborar as leis.<br />
e) Passa a vigorar a lei do mais esperto.<br />
107
20- “Episódios truculentos e situações-limite passam a ser<br />
imaginados e repetidos com o fim de...”; a reescrita do<br />
trecho anterior, mantendo seu sentido inicial e de voz<br />
passiva é:<br />
a) Passam a se imaginar e a se repetir episódios<br />
truculentos e situações-limite...<br />
b) Imagina-se e repete-se episódios truculentos e<br />
situações-limite...<br />
c) Imaginam episódios truculentos e situações-limite...<br />
d) Imaginaram episódios truculentos e situações-limite...<br />
e) Deve-se imaginar episódios truculentos e situaçõeslimite...<br />
21- “Não se julgam fora da lei ou da moral, pois<br />
conduzem-se de acordo com o que estipulam ser o<br />
preceito correto.” Sobre o trecho em destaque, é correto<br />
o que se diz em: (o trecho se encontra destacado no texto)<br />
a) As ações verbais presentes no fragmento acima “se<br />
julgam” e “conduzem-se” se referem no texto a um sujeito<br />
mencionado no período anterior.<br />
b) Os verbos no fragmento transmitem a ideia de voz<br />
passiva na frase.<br />
c) O fragmento se encontra na voz ativa, sendo o sujeito<br />
indeterminado.<br />
d) O trecho acima equivale a “julgaram os criminosos e<br />
os conduziram como foras da lei”.<br />
e) O fragmento se apresenta de forma errada, pois os<br />
verbos deveriam estar no singular para concordar com o<br />
sujeito “O medo social”.<br />
Texto III (para análise da questão 22)<br />
O GLOBO (13/07/01)<br />
A imprensa brasileira vem noticiando uma<br />
proposta milionária do Lázio da Itália, que pretende<br />
adquirir o passe do zagueiro Juan por 10 milhões de<br />
dólares. Este é o time cuja torcida já agrediu o jogador<br />
brasileiro Antônio Carlos, do Roma, e perdeu o mando de<br />
campo por incitamento racista em pleno estádio.<br />
Aqui fica uma sugestão a este jovem negro, atleta<br />
brasileiro de 22 anos, com um brilhante futuro<br />
profissional: recuse o convite e não troque o Brasil pela<br />
Itália, pois moedas não resgatam a dignidade. Diga não<br />
aos xenófobos e racistas.<br />
22- “A imprensa brasileira vem noticiando...”. Com a<br />
utilização do tempo verbal destacado, o autor do texto<br />
quer referir-se a uma ação que:<br />
a) acaba de terminar<br />
b) acaba de começar<br />
c) se iniciou antes de outra ação passada<br />
d) se iniciou há pouco tempo e permanece no presente<br />
e) se repete no passado e no presente<br />
23- (UFMG) As expressões destacadas correspondem a<br />
um adjetivo, exceto em:<br />
a) Encontrei o comboio de operários que fizeram greve<br />
ontem.<br />
b) Respondia as questões com consciência, à medida<br />
que o tempo passava.<br />
c) O morador da cidade conserva hábitos diferentes do<br />
campesino.<br />
d) Deparei-me com questões que não podiam ser lidas<br />
na prova.<br />
e) Os moradores de Conquista temem a falta de água.<br />
24- Marque a alternativa cujo elemento destacado seja<br />
um determinante do nome.<br />
a) Estudamos muito para a prova de <strong>Português</strong>.<br />
b) Muitos candidatos estão pouco preparados para o<br />
cargo.<br />
c) Não sabia quão inteligente era seu irmão.<br />
d) Com a Lei da Ficha Limpa, vários parlamentares estão<br />
menos seguros da cassação.<br />
e) No comício havia bastantes pessoas.<br />
25- Assinale a alternativa cujo pronome apresente caráter<br />
possessivo.<br />
a) Ao passear pelas Pedrinhas, roubaram-me a carteira.<br />
b) O trabalho, deram-mo para que o fizesse.<br />
c) O casaco, pu-lo no cabide.<br />
d) Houve grande polêmica naquele caso, por isso deramno<br />
por encerrado.<br />
e) Conheci sua prima, a que fez Medicina na USP.<br />
26- Assinale a alternativa que apresenta incorreção<br />
gramatical:<br />
a) Entrego a ti todos os comprovantes de inscrição.<br />
b) Vi-o assim que apareceu no portão.<br />
c) Para eu passar no Vestibular, precisarei “devorar<br />
livros”.<br />
d) Entre eu e tu, há muitos ressentimentos.<br />
e) Esforçar-me-ei para passar em Medicina.<br />
27- Leia:<br />
I- Conheci a cidade cuja cachoeira é famosa.<br />
II- Visitei a cidade onde há muitas cachoeiras.<br />
III- Os que estiverem sem ingresso não poderão entrar.<br />
Sobre as frases anteriores, é incorreto o que se afirma<br />
em:<br />
108
a) Na frase I, a palavra “cuja” pode ser substituída por<br />
“da qual” com os devidos ajustes na frase.<br />
b) A palavra “cuja”, na frase I, estabelece ideia de posse.<br />
c) Na frase II, a palavra “onde” possui natureza<br />
adverbial.<br />
d) Na frase II, “onde” é um pronome relativo para indicar<br />
ideia de lugar ao antecedente.<br />
e) Na frase III, a expressão “Os que” é formada por um<br />
pronome demonstrativo e outro relativo.<br />
Anotações:<br />
28- Marque a alternativa que apresenta erro no uso do<br />
pronome demonstrativo.<br />
a) Neste ano, acontecerão as Olimpíadas de Londres.<br />
b) Nessa semana anterior ao evento realizado, foi que<br />
entregaram a encomenda esperada.<br />
c) Isso aí é trabalho bem feito?<br />
d) Em 1929, aconteceu a Semana de Arte Moderna.<br />
Naquele ano, a história da arte brasileira mudaria<br />
para sempre.<br />
e) Isso que está na minha rua é um trio elétrico.<br />
29- Sobre o uso dos pronomes pessoais oblíquos, é<br />
incorreta a frase:<br />
a) Convidei-lhe para o aniversário e depois o enviei o<br />
convite.<br />
b) Encontrei-o na rua com os colegas.<br />
c) Não lhe havíamos confiado o pagamento das<br />
duplicatas.<br />
d) Desculpamo-nos pelos equívocos do nosso grupo.<br />
e) Vamos massacrá-los na final do campeonato do<br />
colégio.<br />
30- Assinale a alternativa que represente um termo de<br />
Função Adjetiva:<br />
a) Ele partiu assim que amanhecera.<br />
b) Saíra atrasado do trabalho.<br />
c) Respondeu a questão com calma.<br />
d) Em junho, os pobres morrem de frio.<br />
e) ... que corou em manhã de chuva.<br />
109
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SINTAXE<br />
Enunciado é tudo aquilo que é dito ou escrito. É uma<br />
sequência de palavras de uma língua que costuma ser<br />
delimitada por marcas formais: na fala, pela entonação; na<br />
escrita, pela pontuação. O enunciado está sempre<br />
associado ao contexto em que é produzido.<br />
Sintaxe é o conjunto das regras que determinam as<br />
diferentes possibilidades de associação das palavras da<br />
língua para a formação de enunciados. É função da sintaxe<br />
organizar a estrutura das unidades linguísticas<br />
(sintagmas) que se combinarão em sentenças.<br />
Relações e funções sintáticas<br />
Os enunciados da língua constituem unidades linguísticas<br />
que possuem uma estrutura sintática, ou seja, que<br />
refletem uma organização específica prevista pela língua.<br />
Não são, portanto, o resultado de combinações aleatórias<br />
de palavras. As associações de palavras são sempre<br />
reguladas pela sintaxe, que define as sequências possíveis<br />
no interior dessas estruturas. Para que fique claro o que é<br />
estrutura sintática, é importante compreender as noções de<br />
relação sintática e de função sintática. Observe:<br />
Relações sintáticas<br />
Cláudia comprou um cd dos Titãs.<br />
- Cláudia: agente da ação expressa pelo verbo comprar.<br />
- um cd dos titãs: completa o sentido de comprar.<br />
- dos Titãs: especifica o cd comprado.<br />
São as relações sintáticas estabelecidas entre as palavras<br />
que definem as estruturas possíveis na sintaxe das línguas.<br />
As noções de estrutura e de relação estão, portanto,<br />
intimamente relacionadas.<br />
Só é possível dizer que entre os elementos dos enunciados<br />
já comentados acima se estabelece alguma relação<br />
sintática porque esses elementos desempenham uma<br />
função sintática específica nas estruturas das quais fazem<br />
parte, e no interior das quais entram em relação. Veja:<br />
Funções sintáticas<br />
Cláudia comprou um cd dos Titãs.<br />
- Cláudia: sujeito do verbo comprar.<br />
- comprou um cd dos Titãs: predicado verbal do sujeito<br />
Cláudia.<br />
- um cd dos Titãs: objeto direto de comprar.<br />
- um e dos Titãs: adjuntos adnominais do objeto direto.<br />
No estudo dos enunciados da língua, identificam-se três<br />
unidades que apresentam características estruturais<br />
próprias: a frase, a oração e o período.<br />
Frase é um enunciado linguístico que, independentemente<br />
de sua estrutura ou extensão, traduz um sentido completo<br />
em uma situação de comunicação. O início e o fim da frase<br />
são marcados, na fala, por uma entonação característica e,<br />
na escrita, por uma pontuação específica.<br />
Tipos de frase:<br />
Alguns gramáticos optam por criar uma tipologia de frases<br />
associada à entonação com que elas são enunciadas.<br />
Falam, portanto, em:<br />
- Frases interrogativas: Quando eles vêm nos visitar?<br />
- Frases exclamativas: Que horror!<br />
- Frases declarativas: Hoje está um dia quente.<br />
- Frases imperativas: Façam silêncio!<br />
Oração é um enunciado linguístico que apresenta uma<br />
estrutura caracterizada sintaticamente pela presença<br />
obrigatória de um predicado. O predicado é introduzido,<br />
na língua, por um verbo. Por esse motivo se diz que toda<br />
oração precisa ter um verbo. A oração apresenta, na<br />
maioria dos casos, um sujeito e vários outros termos<br />
(essenciais, integrantes ou acessórios).<br />
Observe:<br />
- Nós compramos livros muito interessantes na Bienal.<br />
- Esses exercícios parecem muito difíceis.<br />
- Chove muito em Manaus.<br />
Período é um enunciado de sentido completo constituído<br />
por uma ou mais orações. O início e o fim do período são<br />
marcados, na fala, pelo uso de uma entonação<br />
característica e, na escrita, pelo uso de uma pontuação<br />
específica, que delimitam sua extensão. O período pode<br />
ser simples (oração absoluta) ou composto (mais de uma<br />
oração).<br />
Observe:<br />
- Os dias de inverno são muito curtos.<br />
- Paulo disse que não viria, mas mudou de idéia, porque<br />
precisa pegar os documentos de sua irmã.<br />
110
Sintaxe do período simples<br />
Período simples:<br />
- Termos essenciais: sujeito e predicado.<br />
- Termos integrantes: objeto direto, objeto indireto,<br />
complemento nominal, agente da passiva.<br />
- Termos acessórios: adjunto adnominal, adjunto<br />
adverbial, aposto.<br />
Os termos essenciais são o sujeito e o predicado,<br />
responsáveis pela estrutura básica da oração. A maioria<br />
das orações apresenta um sujeito e um predicado. Podem<br />
ocorrer orações sem sujeito, mas não sem predicado.<br />
Os termos integrantes têm a função de complementar o<br />
sentido de determinados verbos e nomes. São eles: o<br />
objeto direto e o objeto indireto (complementos<br />
verbais), o complemento nominal e o agente da passiva.<br />
Os termos acessórios modificam ou especificam outros<br />
termos, não sendo fundamentais para a estrutura sintática<br />
das orações. São eles: o adjunto adnominal, o adjunto<br />
adverbial e o aposto. Sua ocorrência nas orações se<br />
justifica por razões de ordem semântica e discursiva.<br />
EXERCÍCIO INICIAL DE SINTAXE<br />
1- Diga em que voz verbal se encontra cada oração a<br />
seguir, apontando, quando possível, o sujeito da frase:<br />
a) Os alunos produziram o trabalho na escola.<br />
b) O trabalho foi produzido pelos alunos na escola.<br />
c) Identificou-se uma falha na segurança do prédio.<br />
d) Alugam-se apartamentos em Copacabana.<br />
e) Precisa-se de engenheiros com experiência.<br />
f) Vive-se bem nesta cidade.<br />
g) O soldado feriu-se com a granada.<br />
h) João e Maria se abraçaram no reencontro.<br />
Sujeito é o termo com o qual o verbo da oração concorda<br />
em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª e 3ª).<br />
TIPOS DE SUJEITO<br />
Os sujeitos das orações podem ser simples ou compostos,<br />
determinados ou indeterminados. Existem também<br />
orações sem sujeito.<br />
Uma noção importante para a análise dos diferentes tipos<br />
de sujeito é a de núcleo de um sintagma.<br />
Núcleo é o termo central de um sintagma (nominal ou<br />
verbal). Outros termos podem ser a eles anexados e<br />
subordinados.<br />
Exemplo:<br />
Os grandes tuiuiús brancos do Pantanal são aves que<br />
devem ser protegidas.<br />
- Os grandes tuiuiús brancos do Pantanal: sujeito da<br />
oração.<br />
- tuiuiús: núcleo do sintagma nominal sujeito.<br />
- Os, grandes, brancos, do Pantanal: termos que<br />
modificam o núcleo do sintagma sujeito, especificando<br />
seu sentido.<br />
Sujeito simples ou composto<br />
Com base na identificação da quantidade de núcleos<br />
apresentados por um sujeito, estabelece-se a diferença<br />
entre o sujeito simples e o sujeito composto. Observe:<br />
- Antônio foi ao cinema.<br />
- Os alunos do segundo ano foram ao cinema.<br />
- Eduardo e Mônica foram ao cinema.<br />
O sujeito simples apresenta um único núcleo, enquanto o<br />
sujeito composto apresenta mais de um núcleo. Com base<br />
na definição, dizemos, portanto, que as duas primeiras<br />
orações apresentam sujeito simples e a terceira, sujeito<br />
composto.<br />
Sujeito oculto ou elíptico<br />
O sujeito, seja ele simples ou composto, pode ser omitido<br />
das orações, quando sua identificação é possível a partir<br />
do contexto ou da flexão de número-pessoa do verbo.<br />
Observe o fragmento:<br />
Através das janelas<br />
Janelas são molduras dos acontecimentos. Testemunham<br />
o tempo e a vida que corre por fora e por dentro. Mostram<br />
e escondem. Quando abertas, fazem a conexão da casa<br />
com a vida lá fora. Fechadas, preservam o lar do frio e<br />
dos olhares externos. (...)<br />
No texto, o sujeito dos verbos destacados é janelas. Esse<br />
termo é explicitado apenas na primeira oração. Nas<br />
orações seguintes, o contexto e a flexão do verbo na 3ª<br />
pessoa do plural permitem identificar o termo janelas (ou<br />
o pronome pessoal equivalente, elas) como o sujeito com<br />
111
112<br />
o qual esses verbos concordam. Nesse caso, diz-se que<br />
ocorreu o sujeito oculto ou elíptico.<br />
Sujeito determinado ou indeterminado<br />
“Disseram que alguns cheques meus voltaram”.<br />
Nas orações acima, só conseguimos identificar o sujeito<br />
(alguns cheques meus) que determina a flexão do<br />
segundo verbo, voltaram. No primeiro caso, observamos<br />
que o verbo disseram está flexionado na 3ª pessoa do<br />
plural, mas não podemos atribuir tal flexão a nenhum<br />
termo presente nas orações.<br />
Esse exemplo ilustra a diferença entre o sujeito<br />
determinado e o sujeito indeterminado.<br />
Sujeito determinado é aquele que vem expresso na<br />
oração ou pode ser identificado pela flexão de númeropessoa<br />
do verbo ou ainda pelo contexto do enunciado<br />
(sujeito presente em outra oração do mesmo período ou do<br />
período antecedente).<br />
Sujeito indeterminado ocorre quando não é possível<br />
identificar um referente explícito na oração (ou no<br />
contexto do enunciado) para a flexão verbal.<br />
Sujeitos constituídos por pronomes indefinidos<br />
apresentam uma indefinição semântica (não se consegue<br />
identificar o referente específico do pronome), mas<br />
sintaticamente estão explícitos na oração e devem ser<br />
considerados determinados. Veja os exemplos:<br />
- Alguém quebrou o vidro da escola.<br />
- Ninguém sabe quando os resultados serão divulgados.<br />
Somente os casos de indeterminação sintática<br />
(impossibilidade de identificar o termo a que se refere o<br />
verbo) é que definem sujeitos indeterminados.<br />
A estrutura sintática dos sujeitos indeterminados<br />
Os sujeitos indeterminados podem ser caracterizados, no<br />
português, por duas estruturas sintáticas.<br />
Verbo transitivo direto flexionado na 3ª pessoa do<br />
plural.<br />
- Incendiaram vários ônibus.<br />
Verbo transitivo indireto, verbo intransitivo ou<br />
verbo de ligação flexionado na 3ª pessoa do singular +<br />
pronome se (índice de indeterminação do sujeito).<br />
- Precisa-se de vendedores.<br />
(verbo transitivo indireto)<br />
- Come-se bem na Itália.<br />
(verbo intransitivo)<br />
- Aqui se está feliz.<br />
(verbo de ligação)<br />
As orações sem sujeito<br />
Há orações que apresentam verbos impessoais, ou seja,<br />
que não se referem a uma pessoa do discurso e que,<br />
portanto, não admitem sujeito.<br />
Oração sem sujeito é aquela que apresenta um verbo<br />
impessoal. Também se diz, nesses casos, que o sujeito é<br />
inexistente.<br />
Tipos de oração sem sujeito<br />
Alguns contextos semânticos específicos criam condições<br />
para que determinados verbos sejam utilizados de modo<br />
impessoal. Observe:<br />
Não há um chamado dos céus. Não há trombetas.<br />
Nem sombra de um anjo anunciador<br />
aparecendo diante de um cenário azul-turquesa. [...]<br />
(SARMATZ, Leandro, Você é artista)<br />
No trecho, os verbos destacados são impessoais, porque<br />
não têm sua flexão de número-pessoa determinada por um<br />
termo específico da oração. A forma gramatical utilizada<br />
para marcar a impessoalidade verbal é a 3ª pessoa do<br />
singular.<br />
Os principais contextos para a inexistência de sujeito em<br />
orações são os seguintes:<br />
Verbos que indicam fenômenos da natureza. Exemplos:<br />
chover, nevar, trovejar, anoitecer, amanhecer, etc.<br />
- Chove muito na região Amazônica.<br />
- No inverno, anoitece mais cedo.<br />
Verbos ser, estar, fazer, haver relacionados a<br />
fenômenos da natureza ou a expressões temporais.<br />
- É ainda muito cedo.<br />
- Está muito tarde.<br />
- Faz dois anos que não vejo meus pais.<br />
- Há séculos que esperamos uma solução para o problema<br />
da fome.
Um caso particular de concordância verbal ocorre com o<br />
uso do verbo ser na indicação de uma hora precisa.<br />
Mesmo impessoal, ele deve concordar em número com a<br />
expressão temporal que o acompanha. Observe:<br />
- É uma hora da tarde.<br />
- São duas horas da madrugada.<br />
Essas orações não têm sujeito, mas a concordância verbal<br />
precisa ser realizada.<br />
Verbo haver no sentido de “existir”.<br />
- Há muitos políticos que só pensam em enriquecer.<br />
- Houve sérios casos de dengue hemorrágica em alguns<br />
estados, recentemente.<br />
- Havia momentos em que o professor não sabia o que<br />
fazer para manter a atenção dos alunos.<br />
É importante lembrar que o verbo existir é pessoal.<br />
Quando ele for utilizado, portanto, deve ser feita a<br />
concordância com o sujeito a que se refere. Observe a<br />
diferença entre o uso do verbo haver (impessoal) e o do<br />
verbo existir (pessoal) em um mesmo contexto sintático.<br />
- Há muitos alunos nessa escola.<br />
- Existem muitos alunos nessa escola.<br />
EXERCÍCIO EXPLICATIVO – SUJEITO<br />
1- Correlacione:<br />
(1) sujeito simples<br />
(2) sujeito composto<br />
(3) sujeito desinencial ou oculto<br />
(4) sujeito indeterminado<br />
(5) sujeito inexistente<br />
a) ( ) Falhamos ao negligenciarmos atendimento aos<br />
mais pobres.<br />
b) ( ) Admitiu-se o erro.<br />
c) ( ) Chegou-se a uma triste conclusão<br />
d) ( ) Faz três meses da volta de Manoel.<br />
e) ( ) Choveram pedras nesta briga terrível.<br />
f) ( ) Ventava todos os dias em Granada.<br />
g) ( ) Desmantelaram mais uma quadrilha na favela do<br />
Vidigal.<br />
h) ( ) O cantor e sua banda não compareceram a outro<br />
espetáculo.<br />
i) ( ) Não se pedem favores nesta firma.<br />
j) ( ) Não se acreditou em nenhuma de suas palavras.<br />
k) ( ) Não voltarão mais para o Brasil meu irmão e sua<br />
esposa.<br />
l) ( ) Juca e Escopeta fugiram da cadeia. Logo depois,<br />
assaltaram ( ) uma lotérica.<br />
2- Nas seguintes orações:<br />
“Pede-se silêncio”; “A caverna anoitecia aos poucos”;<br />
“Fazia um calor tremendo naquela tarde”; o sujeito se<br />
classifica, respectivamente, como:<br />
a) Indeterminado, inexistente, simples;<br />
b) Oculto, simples, inexistente;<br />
c) Inexistente, inexistente, inexistente;<br />
d) Oculto, inexistente, simples;<br />
e) Simples, simples, inexistente.<br />
3- Considerando os verbos HAVER e FAZER assinale a<br />
frase correta:<br />
a) Sempre haverão vozes discordantes.<br />
b) Vão fazer três anos, a contar do momento em que<br />
comecei o projeto.<br />
c) Houveram muitas falhas na operação.<br />
d) Fazem dois anos que não o vejo.<br />
e) Hão de trazer o que me prometeram! Ora, se hão!<br />
4- Entre as frases abaixo, somente uma apresenta sujeito<br />
indeterminado. Assinale-a:<br />
a) Há a marca da vida nas pessoas.<br />
b) Não se necessita de lavadeira.<br />
c) Vai um sujeito pela rua.<br />
d) Não se engomou seu paletó.<br />
e) Pede-se um pouco de paciência.<br />
5- Considerando:<br />
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas<br />
De um povo heroico o brado retumbante...<br />
O sujeito da afirmação com que se inicia o Hino Nacional<br />
é:<br />
a) indeterminado<br />
b) um povo heroico<br />
c) as margens plácidas do Ipiranga<br />
d) do Ipiranga<br />
e) o brado retumbante<br />
113
6- Na oração: “Sabe-se que isso é uma calúnia”; o sujeito<br />
é:<br />
a) Agente<br />
b) Indeterminado<br />
c) Paciente<br />
d) Inexistente<br />
e) Oculto<br />
7- Há crianças sem carinho / Disseram-me a verdade /<br />
Construíram-se represas. Os sujeitos das orações acima<br />
são respectivamente:<br />
a) Inexistente, indeterminado, simples<br />
b) Indeterminado, implícito, indeterminado<br />
c) Simples, indeterminado, indeterminado<br />
d) Inexistente, inexistente, simples<br />
e) Indeterminado, simples, inexistente<br />
11- O segmento do texto que apresenta um sujeito<br />
posposto ao verbo é:<br />
a) Anestesiada e derrotada, a sociedade nem está<br />
percebendo a enorme inversão de valores em curso.<br />
b) Parece aceitar como normal que um grupo de<br />
criminosos estenda faixas pela cidade e nelas fale de paz.<br />
c) Há um coro, embora surdo, que tenta retratar<br />
criminosos como coitadinhos.<br />
d) Coitadinhos e vítimas de um sistema ineficiente, aqui,<br />
são os parentes dos abatidos pela violência.<br />
e) Mas não merecem um micrograma que seja de<br />
privilégios.<br />
Anotações:<br />
8- Qual a alternativa em que há sujeito indeterminado?<br />
a) Comecei a estudar muito tarde para o exame.<br />
b) Em rico estojo de veludo, jazia uma flauta de prata.<br />
c) Soube-se que o proprietário estava doente.<br />
d) Houve muitos feridos no desastre.<br />
e) Julgaram-no incapaz de exercer o cargo.<br />
9- O sujeito é simples e determinado em:<br />
a) Há somente um candidato ao novo cargo, doutor?<br />
b) Vive-se bem ao ar livre.<br />
c) Na reunião de alunos, só havia pais.<br />
d) Que calor, filho!<br />
e) Viam-se eleitores indecisos durante a pesquisa.<br />
10- “O Brasil não conseguirá resolver os problemas da<br />
miséria e da infância abandonada em 1994...”<br />
Se transformarmos esta oração do texto numa oração de<br />
sujeito indeterminado, qual seria uma de suas possíveis<br />
formas?<br />
a) Não conseguiremos resolver os problemas da miséria e<br />
da infância abandonada em 1994.<br />
b) Não se conseguirá resolver os problemas da miséria e<br />
da infância abandonada em 1994.<br />
c) Não se conseguirão resolver os problemas da miséria e<br />
da infância abandonada em 1994.<br />
d) Os problemas da miséria e da infância abandonada não<br />
conseguirão ser resolvidos em 1994.<br />
e) Não conseguirão resolver os problemas da miséria e da<br />
infância em 1994.<br />
114
PREDICADO<br />
É tudo que se declara do sujeito.<br />
Ex: O leão é um animal feroz.<br />
O predicado se classifica em:<br />
1) Nominal: formado por um verbo de ligação e um<br />
predicativo do sujeito, que é seu núcleo. Ex:<br />
Isabel está nervosa.<br />
Está: verbo de ligação<br />
Nervosa: predicativo do sujeito<br />
2) Verbal: formado por um verbo transitivo ou<br />
intransitivo. O verbo é o núcleo do predicado. Ex:<br />
Joana fez os doces.<br />
Fez: verbo transitivo direto.<br />
3) Verbo-nominal: formado por um verbo transitivo ou<br />
intransitivo e um predicativo (do sujeito ou do objeto). Ex:<br />
Joana fez os doces nervosas.<br />
Fez: verbo transitivo direto<br />
Nervosa: predicativo do sujeito.<br />
Observe bem: Joana fez os doces e estava nervosa.<br />
PREDICATIVO<br />
É o termo que atribui ao sujeito uma qualidade, estado,<br />
característica etc. Pode ser:<br />
1) Do sujeito.<br />
Ex: Rodrigo é estudioso. Ela voltou cansada.<br />
2) Do objeto.<br />
Ex: Eu o considero inteligente. (predicativo de o, que é<br />
objeto)<br />
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO<br />
Objeto Direto é o complemento verbal não introduzido<br />
por preposição necessária. Ex:<br />
Comprei um novo aparelho.<br />
Coloquei-o ali.<br />
Ela pegou da agulha. (objeto direto preposicionado)<br />
Observe que, no último exemplo, o verbo não exige a<br />
preposição de por necessidade semântica, sendo, então,<br />
transitivo direto.<br />
O objeto direto pode ainda ser:<br />
1) Pleonástico: repetição do objeto direto.<br />
Ex: Sua irmã, ninguém a viu.<br />
2) Interno ou Cognato: do mesmo campo semântico<br />
linguístico do verbo que, em condições normais, é<br />
intransitivo.<br />
Ex: Tu vives uma vida tranquila.<br />
Objeto Indireto é o complemento verbal iniciado por<br />
uma preposição necessária por uma necessidade<br />
semântica. Ex:<br />
Todos precisam de afeto.<br />
Refiro-me a ela.<br />
O objeto indireto também pode ser pleonástico.<br />
Ex: Ao colega, não lhe diga isso.<br />
Complemento Nominal é o termo preposicionado que<br />
completa o sentido de um substantivo, adjetivo ou<br />
advérbio. Ex:<br />
Tenho medo dos exames. (medo é substantivo)<br />
Estava certo da vitória. (certo é adjetivo)<br />
Agiu contrariamente a meus interesses. (contrariamente é<br />
advérbio)<br />
Obs: Não se confunda o complemento nominal com o<br />
objeto indireto, que também tem preposição. O objeto<br />
completa o sentido de um verbo; o complemento nominal,<br />
de um nome. Ex:<br />
Necessitamos de leis. (objeto indireto)<br />
Temos necessidade de leis. (complemento nominal)<br />
Agente da passiva é o termo que pratica a ação na voz<br />
passiva.<br />
Corresponde ao sujeito da voz ativa. Vem introduzido<br />
pelas preposições por (pelo[s], pela[s]) ou de. Ex:<br />
A história foi contada por vovó. (o sujeito é passivo: a<br />
história)<br />
Mudando a voz do verbo, temos: Vovó contou a história.<br />
O agente da passiva (por vovó) transformou-se no sujeito<br />
da voz ativa (Vovó).<br />
EXERCÍCIO EXPLICATIVO<br />
1- Coloque (1) para quando o verbo indicar ação e (2) para<br />
quando o verbo indicar estado:<br />
a) ( ) Os alunos são estudiosos.<br />
b) ( ) A criança encontra-se triste.<br />
c) ( ) Ele veio para a reunião dos pais.<br />
d) ( ) Os ladrões obedecem às leis.<br />
e) ( ) As pessoas do bairro parecem doentes.<br />
115
f) ( ) O trem chegou atrasado.<br />
g) ( ) As pessoas saíram apressadas do metrô.<br />
h) ( ) Aqui, as coisas continuam horríveis.<br />
i) ( ) O técnico do time anda angustiado com a equipe.<br />
j) ( ) O técnico do time andou pelo gramado do<br />
estádio hoje.<br />
k) ( ) A secretária ficou confusa com os telefonemas.<br />
l) ( ) A secretária ficou no ponto esperando pelo<br />
ônibus.<br />
m) ( ) O aluno está doente.<br />
n) ( ) O aluno está em casa.<br />
Anotações:<br />
2- Dê a classificação dos predicados das orações acima no<br />
caderno:<br />
116
VERBOS SIGNIFICATIVOS E VERBOS DE<br />
LIGAÇÃO<br />
1. Significativos:<br />
1.1 Intransitivo – quando a oração não necessita de um<br />
complemento verbal para que tenha um sentido frasal<br />
pleno.<br />
1.2 Transitivo – quando a oração precisa de um<br />
complemento verbal para completar-lhe o sentido. Os<br />
verbos transitivos podem ser:<br />
a) direto: sem o auxílio de preposição; seu complemento<br />
verbal tem o nome de objeto direto.<br />
b) indireto: com o auxílio da preposição; seu<br />
complemento verbal tem o nome de objeto indireto.<br />
c) direto e indireto: quando se exigem os dois<br />
complementos: um objeto direto e um objeto indireto.<br />
2. De ligação: são aqueles que ligam o sujeito ao seu<br />
predicativo, expressando uma ideia de estado ou<br />
qualidade. A depender do contexto, são verbos de ligação:<br />
ser, estar, parecer, continuar, ficar, andar, permanecer...<br />
Obs: Os verbos que indicam ação (significativos) podem<br />
ser “transitivos ou intransitivos” na oração. Porém, os<br />
verbos que indicam estado serão sempre “verbos de<br />
ligação”.<br />
EXERCÍCIO ADICIONAL DE PREDICADO<br />
1- Coloque (1) para predicativo do sujeito e (2) para<br />
predicativo do objeto:<br />
a) ( ) Nós somos jovens.<br />
b) ( ) Os contribuintes estão desesperados.<br />
c) ( ) Os países ricos consideraram caótica a situação<br />
dos haitianos.<br />
d) ( ) O prefeito anda atordoado com a política.<br />
e) ( ) Os funcionários ficaram presos no elevador.<br />
f) ( ) O cliente qualificou como salgada a comida do<br />
restaurante.<br />
g) ( ) Eles nomearam meu primo diretor.<br />
h) ( ) O povo elegeu-o deputado.<br />
i) ( ) Ronaldinho fez uma partida excepcional.<br />
j) ( ) Teu pai virou juiz de direito.<br />
2- Assinale a passagem onde se indica erroneamente a<br />
predicação do verbo em destaque:<br />
a) Também não cantarei o mundo futuro. (transitivo<br />
direto)<br />
b) Estou preso à vida. (de ligação)<br />
c) Vamos de mãos dadas. (transitivo indireto)<br />
d) Não direi os suspiros ao anoitecer. (transitivo direto)<br />
e) Não fugirei para as ilhas. (intransitivo)<br />
3- Numa oração do tipo: “As meninas assistiram alegres<br />
ao espetáculo”, temos:<br />
a) Predicado verbal<br />
b) Predicado verbo-nominal<br />
c) Predicado nominal<br />
4- Em relação à predicação verbal, marque a opção em que<br />
a classificação apresentada corresponde ao verbo do<br />
respectivo exemplo:<br />
a) Verbo transitivo direto – “...entrava a polícia”.<br />
b) Verbo transitivo direto – “Quer entregar-ma?”<br />
c) Verbo de ligação – “Onde está ela?”<br />
d) Verbo intransitivo – “Ia atrás, pálido, com as mãos<br />
cruzadas nas costas”.<br />
e) Verbo transitivo direto e indireto – “...parava à porta<br />
da rua uma carruagem”.<br />
5- Correlacione corretamente a 1ª coluna de acordo com a<br />
2ª e assinale a opção que corresponde à sequência correta:<br />
( ) Ela anda com muita desenvoltura.<br />
( ) Ele andou ontem pela cidade inteira.<br />
( ) Ele anda extremamente desgastado porque está<br />
trabalhando muito.<br />
( ) O prefeito andou ontem pela cidade muito<br />
preocupado com os engarrafamentos.<br />
1. Predicado nominal<br />
2. Predicado verbal<br />
3. Predicado verbo-nominal<br />
a) 2 – 2 – 1 – 3<br />
b) 1 – 2 – 1 – 3<br />
c) 1 – 2 – 3 – 2<br />
d) 2 – 2 – 3 – 2<br />
e) 3 – 2 – 1 – 2<br />
6- “Mas hoje ele fez um negócio que me deixou<br />
preocupado”... No trecho, a oração sublinhada contém um<br />
predicado:<br />
a) Verbal com Adjunto adverbial de modo.<br />
b) Nominal com predicativo do sujeito.<br />
c) Verbo-nominal com predicativo do objeto indireto.<br />
d) Verbal com adjunto adnominal do objeto direto.<br />
e) Verbo-nominal com predicativo do objeto direto.<br />
117
7- Na oração: “A inspiração é fugaz, violenta”, podemos<br />
afirmar que o predicado é:<br />
a) Verbo-nominal, porque o verbo é de ligação e vem<br />
seguido de dois predicativos.<br />
b) Nominal, porque o verbo é de ligação.<br />
c) Verbal, porque o verbo é de ligação e são atribuídas<br />
duas caracterizações ao sujeito.<br />
d) Verbo-nominal, porque o verbo é de ligação e vem<br />
seguido de dois advérbios de modo.<br />
e) Nominal, porque o verbo tem sua significação<br />
completada por dois nomes que funcionam como adjuntos<br />
adnominais.<br />
8- Observe as duas orações abaixo:<br />
I- Os fiscais ficaram preocupados com o alto índice de<br />
sonegação fiscal.<br />
II- Houve uma sensível queda na arrecadação do ICM em<br />
alguns Estados.<br />
Quanto ao predicado, elas classificam-se,<br />
respectivamente, como:<br />
a) Nominal e verbal<br />
b) Verbo-nominal e verbal<br />
c) Nominal e verbal<br />
d) Verbal e verbo-nominal<br />
e) Verbal e nominal<br />
9- Leia:<br />
I- Pedro está adoentado.<br />
II- Pedro está no hospital.<br />
a) O predicado é verbal em I e II.<br />
b) O predicado é nominal em I e II.<br />
c) O predicado é verbo nominal em I e II.<br />
d) O predicado é verbal em I e nominal em II.<br />
e) O predicado é nominal em I e verbal em II.<br />
EXERCÍCIOS – PREDICATIVO DO SUJEITO E<br />
DO OBJETO<br />
1- Correlacione:<br />
1. Predicativo do sujeito<br />
2. Predicativo do objeto<br />
3. Predicativo preposicionado do sujeito<br />
4. Predicativo preposicionado do objeto<br />
5. Adjunto adnominal<br />
a) ( ) Li um livro bastante interessante.<br />
b) ( ) As crianças especiais da APAE fizeram um lindo<br />
trabalho de arte.<br />
c) ( ) Ele sempre foi muito mal-humorado.<br />
d) ( ) Chamei-os de diferentes.<br />
e) ( ) Eles eram chamados de diferentes por todos.<br />
f) ( ) Encontrei-os mortos.<br />
g) ( ) Bebi uma cerveja geladíssima.<br />
2- Em qual das frases abaixo há um predicativo do objeto?<br />
a) “A viagem era curta”.<br />
b) “... tanto bastou para que ele interrompesse a leitura”.<br />
c) “... e acabou acunhando-me Dom Casmurro”.<br />
d) “... que não gostam dos meus hábitos reclusos e<br />
calados”.<br />
e) “... não cuide que o dispenso do teatro amanhã”.<br />
3- Aponte a opção em que o termo destacado tem a mesma<br />
função sintática que “A lua era magnífica”.<br />
a) “Vede o que não seria com este exército amigo.”<br />
b) “Mas os seus olhos, não; estão aqui, ao pé de mim<br />
(...)”<br />
c) “Rubião parecia totalmente outro”.<br />
d) “..., tendia antes a cercá-las, que a inspirar-lhe novas”.<br />
e) “..., e tudo isso, sem que ele se zangasse, sem que se<br />
fosse embora”.<br />
4- Indique a opção em que o termo destacado não é<br />
predicativo.<br />
a) “As palavras, porém, são mais difíceis”.<br />
b) “... e vêm carregadas de uma vida”.<br />
c) “... vi-me cercada de pessoas”.<br />
d) “... selecionando animadamente e com grande<br />
competência”.<br />
e) “Pareciam pequenas abelhas alegres”.<br />
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO<br />
1- Enumere corretamente de acordo com o código entre<br />
parênteses:<br />
(1) complemento do verbo<br />
(2) complemento do verbo preposicionado<br />
(3) qualidade predicativa do sujeito<br />
(4) circunstância adverbial<br />
a) Os pobres precisam de ajuda ( ).<br />
b) O patrão não confia em pessoas desonestas ( ).<br />
c) O assaltante ficou nervoso na fuga. ( ).<br />
d) O diretor comprou um carro novo ( ).<br />
e) A secretária pegou a bolsa ( ).<br />
f) O jogador pagou a pensão ( ) à ex-mulher ( ).<br />
118
g) Maria ainda está no prédio ( ).<br />
h) Eduardo viajou ontem pela manhã ( ).<br />
i) Você é de vidro ( ) ?<br />
j) Ele arrematou, de imediato ( ), uma arma ( ) para<br />
executar o assalto.<br />
k) Joaquim vendeu o carro ( ).<br />
l) As coisas ficaram confusas ( ).<br />
m) Entregaram os papéis ( ) à Secretaria de Educação<br />
( ).<br />
n) Ninguém assistiu ao jogo ( ).<br />
o) Convidei-o ( ) para a festa.<br />
p) José surpreendeu Joana. Segurou-a ( ) pelo braço e<br />
beijou-a ( ) demoradamente.<br />
q) Ninguém lhe ( ) pedia sequer um favor ( ).<br />
r) A louça era de porcelana ( ).<br />
s) Marcela ficou no ponto de ônibus ( ).<br />
2- Dê a função sintática dos termos em destaque e, logo a<br />
seguir, justifique-a:<br />
a) Preciso usar da linguagem dos homens.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
b) Amo a meus familiares acima de tudo.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
c) Os convidados comeram do bolo. / Desta água não<br />
beberei.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
d) Venceram aos troianos os gregos.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
e) O dinheiro, entregue–o amanhã ao João.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
f) Sua primas, convidei-as para minha festa.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
g) Ao amigo, dar-lhe-ei a camisa.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
COMPLEMENTO NOMINAL<br />
1- Acrescente a cada oração abaixo um complemento<br />
nominal:<br />
a) Devemos obediência<br />
b) É preciso que sejas útil<br />
c) Você seria capaz ?<br />
d) Sou favorável<br />
e) Todos estavam concordantes<br />
f) Os favelados sentem necessidade<br />
2- Os termos destacados exercem a função de<br />
complemento nominal. Ligue-os com uma flecha à<br />
palavra a que se referem. A seguir, assinale a classe<br />
gramatical dessa palavra, baseando-se no código:<br />
(1) substantivo<br />
(2) adjetivo<br />
(3) advérbio<br />
a. ( ) A sala estava cheia de convidados.<br />
b. ( ) Temos confiança no futuro.<br />
c. ( ) Morava perto do estádio.<br />
d. ( ) A torcida ficou satisfeita com o resultado.<br />
e. ( ) O rico deve ser igual ao pobre perante a lei.<br />
f. ( ) A rodovia foi construída paralelamente à ferrovia.<br />
g. ( ) Não podemos adiar a publicação do nosso<br />
jornalzinho.<br />
3- Coloque (1) para objeto indireto e (2) para<br />
complemento nominal:<br />
a) ( ) Os moradores do bairro têm dúvidas do ocorrido.<br />
b) ( ) Os moradores duvidaram do ocorrido.<br />
c) ( ) Os desabrigados necessitam de ajuda.<br />
d) ( ) Os desabrigados possuem necessidade de ajuda.<br />
e) ( ) Os escravos tinham anseio de liberdade.<br />
f) ( ) Os escravos ansiavam pela liberdade.<br />
ADJUNTO ADNOMINAL X COMPLEMENTO<br />
NOMINAL<br />
1- Coloque (1) para Adjunto Adnominal e (2) para<br />
Complemento Nominal:<br />
a) Nada faremos relativamente ( ) a este caso.<br />
b) Ninguém tinha dúvida ( ) da fraude da prova.<br />
c) Ela estava consciente ( ) de tudo.<br />
119
d) Ele parece ter medo ( ) de altura.<br />
e) A porta ( ) da sala estava com problemas.<br />
f) Os moradores ( ) de Conquista esperam as obras da<br />
prefeitura.<br />
g) A criação ( ) do projeto depende da aprovação ( )<br />
do diretor.<br />
h) A explicação ( ) do professor facilitou o<br />
entendimento ( ) do assunto.<br />
i) O crescimento ( ) do jornalismo aumentou a procura<br />
( ) de bons profissionais.<br />
j) A apresentação ( ) de suas ideias exige uma aceitação<br />
( ) do público.<br />
k) A divisão e a organização ( ) das tarefas deixam o<br />
trabalho dos operadores ( ) mais dinâmico.<br />
l) O orgulho ( ) dos brasileiros está em alta com as<br />
Olimpíadas do Rio.<br />
m) Não há fórmulas capazes ( ) de preencher as<br />
necessidades ( ) das pessoas.<br />
n) Indiferente ( ) à discussão, buscava o aprendizado ( ) da<br />
língua.<br />
o) Os meios ( ) de comunicação formam a opinião ( ) do<br />
público.<br />
Anotações:<br />
5- Observe o período abaixo e indique as duas<br />
possibilidades de interpretação possíveis, apontando a<br />
mudança da função sintática do termo que causaria tal<br />
transtorno:<br />
A matança dos marginais deixou a população revoltada.<br />
6- “Foi a descoberta de novas terras...” O item abaixo que<br />
repete a mesma função sublinhada neste segmento é:<br />
a) “As lendas da Grécia...”<br />
b) “Estudos do fundo do oceano...”<br />
c) “... numa de suas extremidades...”<br />
d) “... tendo submergido de um dia para o outro.”<br />
e) “... a oeste do estreito de Gibraltar...”<br />
7- O caso em que o segmento em destaque tem valor<br />
agente e não de paciente do termo anterior é:<br />
a) Cometeu-se um erro fatal.<br />
b) O técnico indicou o caminho da vitória.<br />
c) Deixe-me ver este material.<br />
d) A venda do prédio foi vantajosa para o corretor.<br />
e) Parabenizei-o pelo bom trabalho.<br />
120
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO<br />
Adjunto Adnominal é o termo que determina, modifica<br />
um substantivo. Ex:<br />
O rapaz trouxe para a escola uma bela composição.<br />
Note bem: O rapaz (sujeito), rapaz (núcleo), o (adjunto<br />
adnominal). E assim por diante.<br />
O adjunto adnominal pode ser representado:<br />
1) Por um artigo.<br />
Ex: O cão latiu.<br />
2) Por um pronome adjetivo.<br />
Ex: Minha tia é francesa.<br />
3) Por um numeral adjetivo.<br />
Ex: Tenho três canetas.<br />
4) Por uma adjetivo.<br />
Ex: Ele sempre tira boas notas.<br />
5) Por uma locução adjetiva.<br />
Ex: Achei um anel de ouro.<br />
Cuidado para não confundir este último caso com o<br />
complemento nominal. Vejamos algumas diferenças:<br />
a) O adjunto adnominal dá uma qualidade, indica posse<br />
ou restrição.<br />
Ex: Comprei copos de vidro. (qualidade ou matéria)<br />
Não encontrei o brinquedo do garoto. (posse)<br />
Observe também que copos e brinquedos são substantivos<br />
concretos. Assim, não poderiam ter complementos<br />
nominais.<br />
b) O complemento nominal completa o sentido da palavra.<br />
Sem ele, seria possível uma pergunta do tipo: de quê?<br />
Ex: Tenho certeza da vitória. (certeza de quê?)<br />
c) Se a palavra precedida de preposição se liga a adjetivo<br />
ou advérbio, só pode ser complemento nominal.<br />
Ex: Estava pronto para tudo. (pronto é um adjetivo)<br />
Atuou favoravelmente a nós. (favoravelmente é um<br />
advérbio)<br />
d) Se a palavra que está sendo modificada é proveniente<br />
de um verbo, o termo preposicionado será complemento<br />
nominal se se tratar de termo passivo, correspondendo a<br />
um objeto ou a um adjunto adverbial; sendo ativo, trata-se<br />
de um adjunto adnominal.<br />
Ex: A invenção do telégrafo beneficiou a humanidade.<br />
Pode-se dizer: Inventaram o telégrafo. Logo, o telégrafo<br />
é um termo que sofre a ação. Do telégrafo é complemento<br />
nominal.<br />
A invenção do sábio beneficiou a humanidade.<br />
Não se pode transformar invenção no verbo inventar,<br />
porque o sábio praticou a ação de inventar. Logo, do<br />
sábio é adjunto adnominal.<br />
O adjunto adnominal representado por adjetivo pode<br />
confundir-se com o predicativo. Vejamos as diferenças:<br />
a) Junto a verbo, será predicativo.<br />
Ex: Maria é inteligente. Mauro voltou animado.<br />
b) Unindo-se diretamente ao núcleo de uma função<br />
(sujeito, objeto direto etc), é adjunto adnominal.<br />
Ex: A bela criança sorriu. (está dentro do sujeito)<br />
c) Vindo depois de um substantivo, pode haver confusão.<br />
Nesse caso, inverta-se a frase, pondo o adjetivo antes do<br />
substantivo. Se continuar ligado a ele, será adjunto<br />
adnominal; ficando afastado, será predicativo.<br />
Ex: Comprei uma casa bonita. (Comprei uma bonita casa)<br />
Adj. Adnominal<br />
Considero o aluno inteligente. (Considero inteligente o<br />
aluno)<br />
Predicativo<br />
Neste último caso, em que temos um predicativo, a<br />
palavra o ficou entre o substantivo e o adjetivo.<br />
Adjunto adverbial é o termo que modifica um verbo,<br />
adjetivo ou advérbio, indicando a circunstância em que se<br />
desenvolve o processo verbal. É representado geralmente<br />
por advérbio ou expressão adverbial.<br />
Ex: Ontem fomos à praia.<br />
tempo lugar<br />
Principais adjuntos adverbiais:<br />
1) Afirmação: Certamente ele voltará.<br />
2) Negação: Não o quero aqui.<br />
3) Dúvida: Irei provavelmente à tarde.<br />
4) Lugar: Deixamos o carro naquela esquina.<br />
5) Tempo: Nós discutimos uma vez ou outra.<br />
6) Modo: Márcia saiu apressadamente.<br />
7) Intensidade: Estava muito nervosa.<br />
8) Causa: Ele tremia de frio.<br />
121
9) Instrumento: Cortou-se com a lâmina.<br />
10) Meio: Só viajavam de trem. (meio de transporte)<br />
11) Companhia: Passeava com o pai.<br />
12) Finalidade ou fim: Vivia para o estudo.<br />
13) Concessão; Foi à praia apesar da chuva.<br />
14) Assunto: Falavam de política.<br />
15) Conformidade: Agimos conforme as ordens.<br />
16) Condição: Sem estudo, não passarás.<br />
Aposto é o termo que se une a um substantivo ou pronome<br />
substantivo, esclarecendo-lhe o sentido. Geralmente, é<br />
separado por vírgula ou dois pontos.<br />
Ex: O cão, melhor amigo do homem, é sempre fiel.<br />
(explicativo)<br />
Só queria uma coisa: compreensão (explicativo)<br />
Glória, poder, dinheiro, tudo passa. (resumitivo ou<br />
recapitulativo)<br />
O rio Amazonas é muito extenso. (apelativo ou<br />
especificativo)<br />
Obs: O aposto apelativo ou especificativo é o nome de<br />
alguém ou alguma coisa.<br />
Estudou o dia todo, o que deixou a mãe feliz. (aposto<br />
referente a toda uma oração). Nesse caso, o aposto é<br />
representado por palavras como: o, fato, coisa etc.<br />
Agora atente bem para a seguinte comparação:<br />
Gosto de Petrópolis. (objeto indireto: complemento do<br />
verbo)<br />
Vim de Petrópolis. (ad. adv. De lugar: vim é intransitivo)<br />
Tive medo de Petrópolis. (complemento nominal: medo<br />
de quê?)<br />
O clima de Petrópolis é bom. (adj. adn.: vale por<br />
petropolitano)<br />
A cidade de Petrópolis é linda. (aposto: é o nome da<br />
cidade)<br />
Vocativo: termo com valor exclamativo que serve para<br />
interpelar alguém ou algo.<br />
Não pertence nem ao sujeito, nem ao predicado. Sempre<br />
com vírgula.<br />
Ex: Luís, empreste-me o martelo. (Ó Luís!)<br />
Veja, meu filho, que linda lagoa! (ó meu filho!)<br />
Não faça isso, garoto! (ó garoto!)<br />
EXERCÍCIO EXPLICATIVO – TERMOS<br />
ACESSÓRIOS<br />
1- Continue enumerando corretamente de acordo com o<br />
código a seguir:<br />
(1) vocativo<br />
(2) aposto<br />
(3) adjunto adnominal<br />
(4) agente da passiva<br />
(5) adjunto adverbial<br />
a) ( ) Pedro II, imperador do Brasil, morreu no exílio.<br />
b) ( ) Pelé, o rei do futebol, esteve na Vila Belmiro.<br />
c) ( ) Meninos, entrem agora.<br />
d) ( ) O feirante gritava: João, tem freguês!!!<br />
e) ( ) A pergunta fora feita pelo aluno.<br />
f) ( ) Maria é conhecida de todos.<br />
g) ( ) Os torcedores pulavam de alegria.<br />
h) ( ) Aloísio Mercadante, ministro da educação, fez um<br />
balanço sobre o último ENEM.<br />
i) ( ) Aquela aluna simpática da Bahia venceu a<br />
Olimpíada de Matemática.<br />
j) ( ) Jornal, televisão, rádio, cinema, tudo influencia o<br />
comportamento.<br />
k) ( ) Drummond e Rosa são grandes escritores, aquele<br />
na poesia; este na prosa.<br />
l) ( ) A presidente Dilma viajou para a Argentina nesta<br />
manhã.<br />
m) ( ) O rio Tietê está cada vez mais poluído.<br />
n) ( ) O time do São Paulo<br />
o) ( ) A camisa do São Paulo está em promoção.<br />
p) ( ) O presidente veio de São Paulo.<br />
q) ( ) O clima de Petrópolis é ameno.<br />
r) ( ) A cidade de Petrópolis é tranquila.<br />
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES<br />
CONTEXTUALIZADOS<br />
1- “O desinteresse histórico da elite brasileira em formar<br />
um mercado consumidor amplo e a preferência pela<br />
imigração da mão-de-obra europeia no período final da<br />
escravidão ainda se refletem, atualmente, na atitude de<br />
empresários, publicitários e produtores de TV, na escolha<br />
dos modelos publicitários, na estética da propaganda e nas<br />
dificuldades de apoio financeiro e de incentivo cultural<br />
aos programas de TV voltados para a população afrobrasileira”.<br />
Marque a alternativa que apresenta análise<br />
incorreta para o termo destacado no fragmento acima:<br />
122
a) da elite brasileira é complemento nominal de<br />
desinteresse histórico.<br />
b) um mercado consumidor é objeto direto do vocábulo<br />
formar.<br />
c) pela imigração da mão-de-obra europeia é um termo<br />
integrante da oração.<br />
d) no período final da escravidão exerce ideia de tempo<br />
sobre o que se afirma.<br />
e) A expressão “se refletem” atribui valor paciente aos<br />
sujeitos a que se referem.<br />
2- Assinale a alternativa correspondente ao período onde<br />
há agente da passiva.<br />
a) O rapaz foi preso por um investigador, compadre do<br />
Bertolão.<br />
b) O coração não resistiu à prova.<br />
c) Não o sabíamos doente.<br />
d) Tão grande e forte, não era resistente à bebida.<br />
e) Seu apartamento fora interditado poucas horas depois<br />
do crime.<br />
3- Leia os períodos abaixo:<br />
I- A filha deixou a mãe magoada.<br />
II- Magoada, a filha se queixava da ausência da mãe.<br />
Em cada um dos períodos acima, aparece o adjetivo<br />
magoada, responsável por atribuir um caráter<br />
qualificativo a outro vocábulo. A partir da leitura feita,<br />
pode-se afirmar que tal palavra se refere ao mesmo termo?<br />
Justifique sua resposta, apresentando – se igual ou<br />
diferente – a função sintática desta palavra em cada uma<br />
das sentenças acima:<br />
4- Durante um treino no Centro de Treinamento do Santos<br />
Futebol Clube, um grupo de torcedores resolveu fazer um<br />
protesto contra o desempenho ruim do time e de alguns<br />
jogadores no campeonato de 99 e levou uma faixa com o<br />
seguinte dizer:<br />
*VIOLA JOGA BOLA!<br />
*Atacante do Santos na época do protesto<br />
A partir da leitura da frase e das discussões em sala, aponte<br />
a incoerência de sentido que se tem entre a<br />
intencionalidade de protesto dos torcedores e o real<br />
sentido que a frase expressa da maneira como foi escrita.<br />
A seguir, indique a correção da faixa, enfatizando a função<br />
sintática de uma determinada palavra na frase:<br />
5- Leia:<br />
I- A corrupção derrotará o Brasil.<br />
II- O Brasil será derrotado pela corrupção<br />
A partir da leitura das frases, é correto afirmar que:<br />
a) No exemplo 1, o Brasil é objeto direto de uma frase na<br />
voz ativa, repetindo-se essa mesma relação no exemplo 2.<br />
b) Em ambas as frases corrupção é agente da ação verbal,<br />
estando as frases na voz ativa.<br />
c) O exemplo 1 apresenta Brasil como termo agente da<br />
oração.<br />
d) Há diferença de voz verbal entre os exemplos, sendo<br />
que a corrupção na frase 1 é sujeito da frase na voz ativa;<br />
e pela corrupção, na frase 2, é agente da passiva.<br />
e) Nos dois exemplos não há sujeito, uma vez que os<br />
verbos são impessoais.<br />
6- Qual frase não apresenta complemento nominal?<br />
a) Estava pronto para o passeio.<br />
b) Anseio por tua presença.<br />
c) A gaveta está cheia de formigas.<br />
d) Terminou a construção da casa.<br />
e) O amor à pátria era sua maior característica.<br />
7- O seu filho, encontrei-o na Olívia em má companhia.<br />
O termo destacado é um:<br />
a) Objeto direto preposicionado<br />
b) Predicativo do sujeito<br />
c) Objeto direto pleonástico<br />
d) Adjunto adnominal<br />
e) Predicativo do objeto<br />
8- Marque a alternativa que apresenta função sintática<br />
correta para a palavra destacada na oração.<br />
a) Todos sentiam a falta de uma educação de qualidade.<br />
– Adjunto Adnominal<br />
b) A opinião do público consagrou o espetáculo. –<br />
Complemento Nominal<br />
c) Precisava de dinheiro. – Adjunto Adverbial<br />
d) Maria, venha cá! – Sujeito<br />
e) A presidente Dilma fez um pronunciamento de apoio<br />
ao ministro. – Aposto<br />
Texto II (UNEB 2008)<br />
Vive o Centro Histórico de Salvador, representado<br />
pelo Pelourinho e áreas adjacentes, um processo de<br />
degradação que, a prosseguir, lhe comprometerá a<br />
123
124<br />
grandeza de mais belo e uniforme conjunto de arquitetura<br />
colonial da América Latina, considerado pela UNESCO<br />
patrimônio da humanidade.<br />
A decadência não é apenas física. Manifesta-se<br />
também na inadimplência de comerciantes e moradores<br />
com que o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural<br />
(IPAC), órgão do Estado, firmou contratos de concessão<br />
de uso, comodato e aluguel. Chega-se a uma situação em<br />
que o Pelourinho, à falta de resultados comerciais<br />
favoráveis, tende ao abandono e à negligência ruinosos.<br />
[...]<br />
O Pelourinho abriga prédios e casarões do século<br />
18 e início do século 19. A restauração devolveu-lhes o<br />
esplendor original. Mas o modelo de manutenção revelouse<br />
desastroso no decorrer dos anos. Faltou lógica<br />
econômica ao processo de atividades traçado para soprar<br />
no Centro Histórico um permanente hálito vital.<br />
O paternalismo influenciou certos contratos.<br />
Atividades comerciais e artísticas se mostram incapazes<br />
de gerar retorno: praças de diversão fechadas, como se<br />
viu esta semana, falta de eventos culturais diversos.<br />
Resultado: desânimo e decadência. Até as Terças da<br />
Bênção, do Grupo Olodum, que atraíam multidões, são<br />
hoje pálida imagem de ontem.<br />
SEM VIDA. A TARDE, Salvador, 16 set. 2007. Opinião, p. 3. Editorial<br />
9- Com relação aos fatos focalizados no texto, é correto o<br />
que se afirma em:<br />
a) A deterioração do complexo arquitetônico e cultural do<br />
Pelourinho e adjacências é resultante do mau<br />
gerenciamento público e privado.<br />
b) A degradação do espaço histórico de Salvador vem<br />
acentuando a expansão da ocupação informal na<br />
cidade.<br />
c) O projeto de revitalização urbana do Pelourinho como<br />
novo espaço de consumo descaracterizou e desgastou<br />
o seu valor histórico.<br />
d) O quadro atual da ilegalidade da ocupação da área do<br />
Pelourinho é ignorado pelo poder.<br />
e) A transformação do Centro Histórico de Salvador em<br />
área de turismo, comércio e serviços tem incitado uma<br />
depredação do patrimônio colonial da cidade.<br />
10- “A decadência não é apenas física. Manifesta-se<br />
também na inadimplência de comerciantes e moradores<br />
com que o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural<br />
(IPAC), órgão do Estado, firmou contratos de concessão<br />
de uso, comodato e aluguel. Chega-se a uma situação em<br />
que o Pelourinho, à falta de resultados comerciais<br />
favoráveis, tende ao abandono e à negligência ruinosos”.<br />
Os termos em destaque no fragmento acima possuem<br />
respectivamente a função sintática de:<br />
a) Adjunto adnominal, complemento nominal, objeto<br />
indireto, objeto indireto<br />
b) Complemento nominal, sujeito paciente, objeto direto,<br />
objeto direto<br />
c) Adjunto adnominal, objeto indireto, complemento<br />
nominal, objeto indireto<br />
d) Complemento nominal, adjunto adnominal, objeto<br />
direto, objeto indireto<br />
e) Sujeito, predicativo, complemento nominal, objeto<br />
indireto<br />
11- Considerando os dois últimos parágrafos do texto, é<br />
correto afirmar:<br />
a) O enunciado final do texto explicita que o Grupo<br />
Olodum é irrelevante, hoje, para o Pelourinho.<br />
b) A declaração “Atividades comerciais e artísticas se<br />
mostram incapazes de gerar retorno” constitui um<br />
pressuposto no contexto.<br />
c) A expressão “certos contratos” vai ser explicitada e<br />
justificada na sequência textual.<br />
d) O último período do penúltimo parágrafo exemplifica<br />
tão somente o uso da linguagem referencial no<br />
contexto do editorial.<br />
e) O termo lhes é um elemento de coesão textual,<br />
retomando termos anteriormente expressos.<br />
QUESTÕES 12 e 13<br />
Quem tem amor em seu coração por seu<br />
semelhante tem ética. Não adianta buscar um conceito<br />
cerebral para a Ética, pois ela só é possível quando não<br />
pensamos apenas em nós mesmos. A senda da Ética é<br />
repleta de desafios. Não basta ter boas intenções, é preciso<br />
boa vontade e obstinação para segui-la. Faz-se mister<br />
estar imbuído do sentimento certo ou todo esforço será<br />
vão. Pode-se falar muito sobre Ética. Mas uma Ética só<br />
de palavras nada significa.<br />
A ética é uma afirmação das ações e não das<br />
palavras. Ela é uma possibilidade humana: a de<br />
reconhecer o outro como alguém importante e de, ao<br />
mesmo tempo, reconhecer-se nele. Reconhecer o outro<br />
como importante quer dizer imputar-lhe valor. Isso se dá<br />
quando percebemos que as outras pessoas, assim como<br />
nós mesmos, temos medos, angústias, necessidades,<br />
aspirações e esperanças; quando identificamos, em outras<br />
palavras, sentimentos semelhantes aos nossos no outro.<br />
Nesse instante, descobrimos o outro como semelhante.<br />
Tomamos consciência de que ele está próximo de nós,
pois tem limitações e potencialidades parecidas com as<br />
nossas. Quando vemos isso com clareza, passamos a nos<br />
reconhecer no outro.<br />
Contudo, ter Ética é muito mais do que se dizer<br />
ético. Para sintetizar o que significa possuir um<br />
comportamento rigorosamente ético, é preciso recorrer a<br />
uma pequena frase: ter Ética é amar. Ninguém se tornará<br />
ético por seguir um código, um manual ou uma receita.<br />
Pois esses até podem ser reflexos da Ética, mas nunca a<br />
causa, pois a causa é o amor. O amor desinteressado, puro,<br />
penitente, generoso, leal, bondoso. Simplesmente o amor.<br />
AGUIAR, Emerson BARROS DE. Ter Ética é amar. Filosofia. Ciência & Vida,<br />
São Paulo: Escala, ano II, n. 14, p. 70. 2007.<br />
12- De acordo com o texto, o ser ético<br />
a) Nega o vínculo que o liga à sua comunidade e<br />
preocupa-se com seu vínculo político partidário.<br />
b) Cultiva um discurso de conteúdo político hostil à<br />
liberdade pessoal, mas favorável ao amor livre.<br />
c) Constitui um indivíduo singular, com desejos e<br />
necessidades pessoais, sem, contudo, abandonar o seu<br />
envolvimento com a comunidade.<br />
d) Renuncia às suas características, como forma de<br />
autopreservação e de afirmação pessoal no grupo social.<br />
e) Insere-se na diversidade concreta da condição humana,<br />
buscando destaque para a sua ação individual.<br />
13- Constitui uma afirmação correta sobre o texto a<br />
indicada em: (os trechos desta questão estão destacados<br />
no texto).<br />
a) O fragmento “quando não pensamos apenas em nós<br />
mesmos” é um argumento que revela egoísmo do<br />
enunciador do discurso.<br />
b) As frases “Pode-se falar muito sobre Ética. Mas uma<br />
Ética só de palavras nada significa” estabelecem entre si<br />
uma relação sintático-semântica de acréscimo.<br />
c) Na declaração “Faz-se mister estar imbuído do<br />
sentimento certo...”, a palavra certo, se viesse antes do<br />
nome ao qual se refere, mudaria seu aspecto semântico.<br />
d) As expressões “quando identificamos” e “Nesse<br />
instante” referem-se a diferentes circunstâncias temporais.<br />
e) Os termos “por” e “ou”, em “Ninguém se tornará ético<br />
por seguir um código, um manual ou uma receita”,<br />
denotam, respectivamente, direção e oposição.<br />
14- “A construção do prédio depende da aprovação dos<br />
engenheiros”. Pode-se dizer que os termos em destaque<br />
possuem a mesma classificação sintática? Justifique,<br />
expondo o sentido que tais termos exercem no contexto<br />
sobre as palavras que modificam.<br />
Leia a capa da veja abaixo para responder as questões<br />
15 e 16:<br />
15- Diga se a frase central da capa da Veja está escrita<br />
corretamente. Para isso, justifique sua resposta<br />
enfatizando a função sintática de um determinado termo e<br />
o que a gramática normativa diz sobre isso, no contexto<br />
em que fora empregado:<br />
16- No trecho “O fenômeno planetário que engolfou o<br />
locutor da Globo na Copa mostra... A FÚRIA DO<br />
TWITER”, é correto afirmar sintaticamente que:<br />
a) As reticências depois da palavra “mostra” indica a<br />
expectativa de que se anuncie um complemento do verbo<br />
necessário ao entendimento oracional.<br />
b) A declaração feita sobre engolfou diz respeito ao termo<br />
“A FÚRIA DO TWITER”.<br />
c) Em “locutor da globo”, há a presença de um aposto<br />
denominativo.<br />
d) Em “O fenômeno planetário”, pode-se dizer que os<br />
vocábulos “o” e “planetário” são modificados por<br />
fenômeno.<br />
17- Dê a função sintática dos termos destacados a seguir:<br />
a) João Romão, pessoa distinta do cortiço, queria se livrar<br />
de Bertoleza.<br />
_____________________________________________<br />
b) Viola, joga bola! ____________________________<br />
125
126<br />
c) Tonho era apelidado de todos na escola.<br />
____________________________________________<br />
d) A revista Veja é líder de tiragens na América Latina.<br />
____________________________________________<br />
e) Todos os alunos queriam ouvir a explicação do<br />
professor.<br />
___________________________________________<br />
18- Marque a alternativa em que se apresenta um Aposto<br />
destacado:<br />
a) Joaquim é querido de todos.<br />
b) Na manhã deste domingo, fomos às ruas da cidade.<br />
c) Todos os alunos tiveram de ler o romance Iracema.<br />
d) Todos os alunos tiveram de ler o romance de José de<br />
Alencar.<br />
e) Corrigiu-se o exercício em sala.<br />
19- Marque a alternativa que apresenta um Complemento<br />
Nominal destacado:<br />
a) Não sabíamos se o diagnóstico do médico era<br />
positivo, ou não.<br />
b) Todos queriam fazer a análise da questão.<br />
c) Ninguém se importa com a opinião do povo.<br />
d) Sabe-se que a obra da ponte foi superfaturada.<br />
e) Os moradores das Pedrinhas sentem medo da<br />
violência.<br />
A TEORIA NA PRÁTICA – SINTAXE<br />
1. “Fiquei em casa”. “Necessita-se de ajuda.”<br />
Respectivamente, temos sujeito:<br />
a. Indeterminado, indeterminado<br />
b. Desinencial, simples<br />
c. Desinencial, indeterminado<br />
d. Simples, inexistente<br />
e. Indeterminado, inexistente<br />
2. Aponte a oração de sujeito simples.<br />
a. Você e ele também são importantes.<br />
b. Fala-se muito.<br />
c. Há muitas vagas.<br />
d. Chegou ele e o irmão.<br />
e. Apareceu no bairro um novo circo.<br />
3. Assinale a oração sem sujeito:<br />
a. Iremos à feira.<br />
b. Chove muito nesta cidade<br />
c. Regressaram os trabalhadores.<br />
d. Perdeu-se uma boa oportunidade.<br />
e. Estou aqui<br />
4. Em “Construiu-se a ponte”, o sujeito é:<br />
a. Indeterminado<br />
b. Simples: se<br />
c. Inexistente<br />
d. Composto<br />
e. Simples: a ponte<br />
5. Assinale a única oração que não possui sujeito:<br />
a. Choveu tomate sobre ele<br />
b. Queixou-se da prova<br />
c. Havia saído o aluno<br />
d. Não existe essa possibilidade<br />
e. Neva muito na Europa<br />
6. Assinale a oração em que o sujeito não está<br />
indeterminado.<br />
a. Pede-se silêncio<br />
b. Estuda-se muito<br />
c. Fica-se nervoso lá<br />
d. Cumpriu-se com o dever<br />
e. Naquela casa se lê o dia todo<br />
7. Aponte a oração de predicado verbo-nominal:<br />
a. O menino é pacato<br />
b. Poucos leram o relatório<br />
c. Marcos trabalha zangado<br />
d. Os pombos voaram para longe<br />
e. Cheguei alegremente<br />
8. Aponte a frase de sujeito simples e predicado verbonominal.<br />
a. A jovem passeava tranquilamente<br />
b. Mariana fez o concurso esperançosa<br />
c. Existem grandes possibilidades<br />
d. Paulo e Marcelo estudam animados<br />
e. Os cientistas retornaram da gruta às pressas<br />
9. O garoto derrubou a mesa.<br />
a. Complemento nominal<br />
b. Objeto direto<br />
c. Agente da passiva<br />
d. Sujeito<br />
e. Predicativo
10. O leite será bebido pelo neném.<br />
a. Sujeito<br />
b. Objeto indireto<br />
c. Complemento nominal<br />
d. Agente da passiva<br />
e. Adjunto adverbial<br />
11. Qual a função sintática do termo em negrito em<br />
“Tinha confiança no amigo?”<br />
a. Objeto indireto<br />
b. Predicativo<br />
c. Agente da passiva<br />
d. Adjunto adverbial<br />
e. Complemento nominal<br />
12. Aponte a frase em que se destacou um predicativo<br />
do sujeito.<br />
a. O trem partiu carregado<br />
b. Isto não depende de mim<br />
c. O urso afugentou os visitantes<br />
d. A vida é um dom divino<br />
e. Carlos deixou-a magoada<br />
13. Jamais concordei com aquele projeto.<br />
a. Objeto direto preposicionado<br />
b. Complemento nominal<br />
c. Objeto indireto<br />
d. Agente da passiva<br />
e. Adjunto adverbial<br />
14. Qual frase não apresenta complemento nominal?<br />
f) Estava pronto para o passeio.<br />
g) Anseio por tua presença.<br />
h) A gaveta está cheia de formigas.<br />
i) Terminou a construção da casa.<br />
j) O amor à pátria era sua maior característica.<br />
15. Aponte a frase com agente da passiva.<br />
a. O motorista está cansado.<br />
b. Lutemos por dias melhores.<br />
c. Eles vieram de Belo Horizonte.<br />
d. Tudo foi feito por Manuel.<br />
e. Tenho dor de cabeça.<br />
16. Foi-lhe oferecida uma participação nos lucros.<br />
a. Predicativo<br />
b. Complemento nominal<br />
c. Objeto indireto<br />
d. Objeto direto<br />
e. Adjunto adverbial<br />
17. Aponte a frase em que se destacou um objeto direto<br />
preposicionado.<br />
a. Muitos carecem de vergonha.<br />
b. Ela pegou da agulha.<br />
c. Obedeça a seus pais.<br />
d. Ele jamais se furtou à responsabilidade.<br />
e. Ele não desistirá daquilo.<br />
18. Assinale a oração com predicativo do objeto.<br />
a. Elegeram-no presidente.<br />
b. Marília é esforçada.<br />
c. Nós o admiramos muito<br />
d. Trabalharemos com entusiasmo.<br />
e. Ninguém saiu satisfeito.<br />
19. Ela voltou com os primos.<br />
a. Adjunto adverbial<br />
b. Objeto indireto<br />
c. Predicativo<br />
d. Agente da passiva<br />
e. Aposto<br />
20. O lar, instituição sublime, deve ser preservado.<br />
a. Vocativo<br />
b. Predicativo<br />
c. Aposto<br />
d. Adjunto adnominal<br />
e. Sujeito<br />
21. Aponte o adjunto adverbial de causa.<br />
a. Carlos chorou de raiva.<br />
b. Recebemos cadeiras de aço.<br />
c. Não tenho queixas de ninguém.<br />
d. Precisava de incentivos.<br />
e. Viajou de trem.<br />
22. Assinale a frase em que se destacou um vocativo.<br />
a. Fala alto aquele homem.<br />
b. O diamante, pedra muito dura, corta vidro.<br />
c. Não quero, José, que você se desespere.<br />
d. Voltará, depois de ano, a clinicar aqui.<br />
e. O livro de Mauro sumiu.<br />
23. O que fiz estava certo.<br />
a. Objeto direto<br />
b. Adjunto adnominal<br />
c. Objeto indireto<br />
d. Aposto<br />
e. Sujeito<br />
127
24. Ele trouxe aquela pasta.<br />
a. Objeto direto<br />
b. Complemento nominal<br />
c. Adjunto adnominal<br />
d. Núcleo do objeto direto<br />
e. Sujeito<br />
25. Isto lhe será útil.<br />
a. Complemento nominal<br />
b. Objeto indireto<br />
c. Adjunto adnominal<br />
d. Sujeito<br />
e. Predicativo<br />
26. Deixei-o sair.<br />
a. Objeto direto<br />
b. Adjunto adnominal<br />
c. Aposto<br />
d. Objeto indireto<br />
e. Sujeito<br />
27. Apesar do frio, não pôs o agasalho. Adjunto<br />
adverbial de:<br />
a. Causa<br />
b. Condição<br />
c. Instrumento<br />
d. Concessão<br />
e. Fim<br />
28. Classifique os adjuntos adverbiais destacados em<br />
“Atrás da árvore, encontrava-se uma pessoa lendo<br />
calmamente o jornal.”<br />
a. Tempo, modo<br />
b. Lugar, tempo<br />
c. Lugar, concessão<br />
d. Lugar, modo<br />
e. Lugar, lugar<br />
29. Aponte o aposto, entre os termos destacados<br />
abaixo.<br />
a. Mostrem-me, amigos, uma boa razão.<br />
b. O livro Iracema foi escrito por Alencar.<br />
c. A mesa do professor caiu.<br />
d. O lápis quebrou.<br />
e. Aqui, ontem, faltou luz.<br />
30. Ele tem um coração de pedra.<br />
a. Complemento nominal<br />
b. Agente da passiva<br />
c. Adjunto adverbial<br />
d. Predicativo do objeto<br />
e. Adjunto adnominal<br />
31. Em qual frase se destacou um adjunto adnominal?<br />
a. Esse resultado me interessa.<br />
b. Alguém apareceu ali.<br />
c. Mônica ficou preocupada.<br />
d. Minha história é triste.<br />
e. Falei a verdade.<br />
32. Só não foi colocado em negrito um adjunto<br />
adnominal em:<br />
a. Nada foi resolvido<br />
b. Aceitamos a oferta<br />
c. Dez pessoas se intoxicaram.<br />
d. Ele era ótimo colega.<br />
e. Cada um fez sua parte.<br />
33. Só não foi colocado em negrito um adjunto<br />
adverbial em:<br />
a. Talvez você consiga.<br />
b. Ela fala demais.<br />
c. Estarei no aeroporto ainda hoje.<br />
d. Combinei com ele essa estratégia.<br />
e. Irei mesmo.<br />
34. Só não há complemento nominal em:<br />
a. Estava apto para o trabalho.<br />
b. O candidato está ciente de tudo.<br />
c. É preciso abster-se de vícios.<br />
d. A realização da prova foi normal.<br />
e. Não duvido de você, pois seu gosto pelo estudo é<br />
enorme.<br />
35. Em qual frase o termo em negrito é adjunto<br />
adnominal, e não complemento nominal?<br />
a. Foi importante a invenção da imprensa.<br />
b. Foi necessária a destruição da ponte.<br />
c. Demorou muito a colocação do cartaz.<br />
d. A admiração pela professora tornou-se um grande<br />
amor.<br />
e. A explicação do garoto não agradou à mãe.<br />
36. Trabalhava muito, o que deixava o pai<br />
preocupado.<br />
a. Aposto<br />
b. Adjunto adnominal<br />
c. Objeto direto<br />
d. Sujeito<br />
e. Adjunto adverbial<br />
128
37. (CÂM. DEP.) “... entender como sendo uma tomada<br />
de posição pessoal o que não passa de uma adaptação<br />
passiva...”.<br />
O “o” exerce função sintática de:<br />
a. Sujeito<br />
b. Objeto direto<br />
c. Complemento nominal<br />
d. Adjunto adnominal<br />
e. Predicativo do objeto<br />
38. (T.JUST. - RJ) “Em silêncio, o povo do Rio de<br />
janeiro demonstra o seu inconformismo diante da<br />
violência.” (1.1,3)<br />
Que termo destacado a seguir apresenta classificação<br />
inadequada?<br />
a. O povo do Rio de Janeiro – sujeito<br />
b. O seu inconformismo – objeto direto<br />
c. Do Rio de janeiro – adj. Adv. De lugar<br />
d. Em silêncio – adj. Adv. De modo<br />
e. Seu- adjunto adnominal<br />
39. (TALCRIM) ... certo de que a língua portuguesa é<br />
emprestada ao Brasil:...<br />
a. Complemento nominal<br />
b. Adjunto adnominal<br />
c. Aposto<br />
d. Adjunto adverbial<br />
e. Objeto indireto<br />
40. (CÂM. DEP.) “Ele foi CRIANÇA e voltou<br />
ADULTO”. Os termos destacados, na ordem apresentada,<br />
são:<br />
a. Adjunto adverbial e adjunto adverbial<br />
b. Adjunto adverbial e adjunto adnominal<br />
c. Complemento nominal e complemento restritivo<br />
d. Predicativo do sujeito e predicativo do objeto<br />
e. Predicativo do sujeito e predicativo do sujeito<br />
41. (UM. METODISTA-PIRACICABA) “Três seres<br />
esquivos que compões em torno à mesa a instituição<br />
tradicional da família, célula da sociedade.”<br />
O TRECHO DESTACADO É:<br />
a. Complemento nominal<br />
b. Vocativo<br />
c. Agente da passiva<br />
d. Objeto direto<br />
e. Aposto<br />
42. (FUVEST-SP) Assinale a alternativa que tem oração<br />
sem sujeito.<br />
a. Existe um povo que a bandeira empresta.<br />
b. Embora com atraso, haviam chegado.<br />
c. Existem flores que devoram insetos.<br />
d. Alguns de nós ainda tinham esperança de encontrá-lo.<br />
e. Há de haver recurso desta sentença.<br />
43. (UFGO) Em uma das alternativas abaixo, o<br />
predicativo inicia o período. Assinale-a.<br />
a. A dificílima viagem será realizada pelo homem.<br />
b. Em suas próprias inexploradas entranhas descobrirá a<br />
alegria de conviver.<br />
c. Humanizado tornou-se o sol com a presença humana.<br />
d. Depois Da dificílima viagem, o homem ficará<br />
satisfeito?<br />
e. O homem procura a si mesmo nas viagens a outros<br />
mundos.<br />
44. (FUVEST-SP) Assinalar a oração que começa com<br />
um adjunto adverbial de tempo.<br />
a. Com certeza havia um erro no papel do branco.<br />
b. No dia seguinte Fabiano voltou à cidade.<br />
c. Na porta, (...) enganchou as rosetas das esporas.<br />
d. Não deviam tratá-lo assim.<br />
e. O que havia era safadeza.<br />
45. (UFV-MG) Assinale a alternativa que, em sequência,<br />
numera CORRETAMENTE as frases abaixo, indicando,<br />
assim, a função sintática do QUE.<br />
1. Sujeito<br />
2. Objeto direto<br />
3. Objeto indireto<br />
4. Predicativo<br />
5. Complemento nominal<br />
( ) Perdeu o único aliado a que se unira.<br />
( ) O artilheiro que o julgaram ser não se revelou na nossa<br />
equipe.<br />
( ) À janela, que dava para o mar, assomavam todos.<br />
( ) A prova de que tenho mais receio é a de Matemática.<br />
( ) Os exames que terá pela frente não o assustam.<br />
a. 3, 2, 1, 4,1<br />
b. 5, 4, 4, 3,2<br />
c. 3, 1, 2, 5,4<br />
d. 5, 2, 2, 3,1<br />
e. 3, 4, 1, 5,2<br />
129
46. (FMU-SP) Observe a estrofe:<br />
“ Lembra-me que, em certo dia,<br />
Na rua, ao sol de verão,<br />
Envenenado morria<br />
Um pobre cão.”<br />
Aparece aí a inversão do:<br />
a. Objeto direto: um pobre cão<br />
b. Sujeito: um pobre cão<br />
c. Sujeito: certo dia<br />
d. Predicado: lembra-me<br />
e. Predicativo do sujeito: me<br />
c. Agente da passiva<br />
d. Complemento nominal<br />
e. Objeto indireto<br />
GABARITO<br />
1C 2E 3B 4E 5E 6ª 7C 8B 9B 10D 11E 12A<br />
13C 14B 15B 16B 17B 18A 19A 20C 21A 22C<br />
23E 24C 25A 26E 27D 28D 29B 30E 31A 32<br />
A 33D 34C 35E 36A 37B 38C 39A 40E 41E<br />
42E 43C 44B 45E 46B 47C 48D<br />
47. (FMU-SP) “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas<br />
De um povo heróico o brado retumbante...”<br />
O sujeito da afirmação com que se inicia o Hino<br />
Nacional é:<br />
a. Indeterminado<br />
b. Um povo heróico<br />
c. As margens plácidas do Ipiranga<br />
d. Do Ipiranga<br />
e. O brado retumbante<br />
48. (COR. GERAL – RJ) Em “... convivência com<br />
desenhos populares...” o termo destacado exerce a função<br />
sintática de:<br />
a. Adjunto adnominal<br />
b. Adjunto adverbial<br />
130
ANÁLISE SINTÁTICA DO PERÍODO<br />
COMPOSTO<br />
A análise sintática do período procura estabelecer as<br />
relações sintáticas entre as orações que o formam. Existem<br />
dois tipos de período:<br />
1) PERÍODO SIMPLES: Formado por apenas uma<br />
oração, chamada de absoluta.<br />
Ex: Os trabalhadores fizeram a reunião no galpão da<br />
esco0la.<br />
(oração absoluta / período simples)<br />
Obs: período = frase<br />
Nasceu o filho de Luzia.<br />
Os policiais perseguiram os ladrões.<br />
(período simples / oração absoluta)<br />
(período simples / oração absoluta)<br />
2) PERÍODO COMPOSTO: Formado por duas ou mais<br />
orações.<br />
Ex: André almoçou, vestiu o casaco e saiu apressado.<br />
1ª oração + 2ª oração + 3ª oração<br />
No período composto, aparecem três tipos de orações:<br />
• Oração principal<br />
• Oração coordenada<br />
• Oração subordinada<br />
a) Oração principal: é a oração que detém a idéia<br />
principal do período, não desempenhando nenhuma<br />
função sintática em relação às outras orações.<br />
b) Oração coordenada: coloca-se ao lado da oração<br />
principal, mas não desempenha nenhuma função sintática<br />
em relação a ela.<br />
c) Oração subordinada: tem função sintática (de sujeito,<br />
objeto direto, objeto indireto, complemento nominal,<br />
predicativo, aposto, adjunto adnominal, adjunto<br />
adverbial) em relação à oração principal.<br />
Assim, de acordo com a natureza das orações que o<br />
compõem, o período pode ser:<br />
Composto por coordenação;<br />
Composto por subordinação.<br />
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO<br />
O período composto por coordenação é formado por<br />
orações independentes umas das outras que simplesmente<br />
se justapõem, ou que se ligam umas às outras (através de<br />
uma conjunção coordenativa), sem função sintática. (São<br />
orações autônomas, cada uma com seu sentido próprio).<br />
Ex: Maria assistiu ao filme, sofreu e chorou.<br />
1ª oração + 2ª oração + 3ª oração<br />
O período acima possui três orações coordenadas.<br />
As orações coordenadas podem ser:<br />
1) Orações coordenadas assindéticas: orações que não<br />
são introduzidas por uma conjunção coordenativa (são<br />
justapostas). No lugar do conectivo oracional pode<br />
aparecer vírgula, ponto-e-vírgula ou dois pontos.<br />
Ex: O tempo passa, a vida continua a mesma.<br />
Oração coordenada assindética + oração coordenada<br />
assindética<br />
Obs: Nesse caso, não há oração principal.<br />
Sérgio gritou, chorou, sofreu à toa.<br />
Obs: No período acima, há três orações coordenadas<br />
assindéticas.<br />
2) Orações coordenadas sindéticas: orações<br />
introduzidas por conjunção coordenativa (conectivos<br />
oracionais).<br />
Ex: O tempo passa, mas a vida continua a mesma.<br />
Or. Coord. Assindética Or. Coord. Sindética<br />
adversativa<br />
Sérgio gritou e chorou, mas sofreu à toa.<br />
O. C. Assindética O. C. Sind. Aditiva O. C. Sind.<br />
Adversativa<br />
De acordo com a conjunção que a inicia, a oração<br />
coordenada sindética pode ser:<br />
a) Aditiva: expressa a ideia de soma, adição.<br />
Edgar tomou o remédio e depois se deitou.<br />
Tomás não fez a tarefa e nem procurou fazê-la.<br />
Principais conjunções e locuções conjuntivas:<br />
E<br />
131
Nem (= e não)<br />
Também<br />
Não só... mas também<br />
Tanto... quanto<br />
Assim... como<br />
b) Adversativa: expressa a ideia de contrariedade,<br />
adversidade.<br />
João esforçou-se muito, mas não foi compreendido.<br />
Fugi, ainda assim não me libertei.<br />
Principais conjunções e locuções conjuntivas:<br />
Mas<br />
Porém<br />
Todavia<br />
Entretanto<br />
Contudo<br />
No entanto<br />
Senão<br />
Ainda assim<br />
c) Alternativa: expressa ideias alternadas.<br />
Eles irão viajar, quer queira, quer não queira<br />
Umas vezes sente-se feliz, outras vezes sente-se triste.<br />
Principais conjunções e locuções conjuntivas:<br />
Umas... outras<br />
Já... já<br />
Quando... quando<br />
Ou... (ou)<br />
Quer... quer<br />
d) Conclusiva: a segunda oração coordenada expressa<br />
uma conclusão (lógica) da primeira.<br />
Eles estão famintos, então devem alimentar-se.<br />
O mico-leão está em extinção; devemos, pois, protegê-lo.<br />
Principais conjunções e locuções conjuntivas:<br />
Portanto<br />
Por isso<br />
Pois (após o verbo)<br />
Logo<br />
De acordo com a função sintática desempenhada, a oração<br />
subordinada pode ser:<br />
• Substantiva;<br />
• Adjetiva<br />
• Adverbial<br />
Consequentemente<br />
De modo que<br />
Em vista disso<br />
Por conseguinte<br />
e) Explicativa: a segunda oração coordenada exprime<br />
uma explicação sobre a primeira.<br />
Choveu, pois as ruas estão molhadas.<br />
Eles ainda não almoçaram porque a comida não está<br />
pronta.<br />
Principais conjunções e locuções conjuntivas:<br />
Pois (antes do verbo)<br />
Porque<br />
Que<br />
Isto é<br />
Porquanto<br />
Demais<br />
Ademais<br />
Pois bem<br />
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO<br />
O período composto por subordinação é formado por uma<br />
oração principal (que contém a principal informação e não<br />
possui função sintática) e uma oração a ela ligada e que<br />
completa seu sentido (oração subordinada).<br />
Obs: Num período composto formado por mais de duas<br />
orações, estabelecem-se relações sintáticas entre as<br />
próprias orações subordinadas (uma desempenha<br />
determinada função sintática em relação à outra).<br />
Ex:<br />
Mariana nos disse que se emocionou quando<br />
visitou o avô.<br />
op Or. Sub. Subst. Objetiva direta Or.<br />
Sub. Adv. temporal<br />
No exemplo acima:<br />
‣ A 2ª oração é subordinada em relação à 1ª;<br />
‣ A 3ª oração é subordinada em relação à 2ª.<br />
As orações subordinadas podem exercer (em relação a<br />
uma outra oração) a função sintática de substantivo,<br />
adjetivo ou advérbio.<br />
Obs: OP = Oração principal<br />
1) Orações Subordinadas Substantivas<br />
Exercem a função de um substantivo, que pode ser:<br />
sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento<br />
nominal, predicativo, aposto ou agente da passiva.<br />
132
que precisa comprar um Renault Fluence. (= Oração<br />
Sub. Substantiva Objetiva Direta, pois completa o sentido<br />
do verbo da O. Principal).<br />
Tipos de orações substantivas:<br />
a) Subjetiva: possui a função sintática de sujeito da<br />
oração principal.<br />
No anúncio acima, o primeiro período é claramente<br />
composto por subordinação. Tem-se, assim, a seguinte<br />
análise:<br />
Você já sabe (= Oração Principal)<br />
c) direto do verbo da OP.<br />
Ex: Todos os seus amigos desejam que você os admire.<br />
= Parece certo o namoro deles.<br />
OP<br />
Or. Sub. Subst. Objetiva<br />
direta<br />
Objeto direto<br />
d) Objetiva indireta: possui a função sintática de objeto<br />
indireto do verbo da OP.<br />
Ex: O pai não se opunha a que eles saíssem. = O<br />
pai não se opunha à saída deles.<br />
OP Or. Sub. Subst. Objetiva indireta<br />
Objeto indireto<br />
e) Completiva nominal: possui a função sintática de<br />
complemento nominal de um dos termos da OP.<br />
Ex: Muitas pessoas tinham medo de que o avião caísse.<br />
= Muitas pessoas tinham medo da queda do avião.<br />
OP<br />
Or. Sub. Subst. Completiva<br />
nominal<br />
Complemento Nominal<br />
f) Predicativa: possui a função sintática de predicativo do<br />
sujeito da OP.<br />
Ex: Meu desejo era que ela fosse feliz. = Meu desejo<br />
era a sua felicidade.<br />
OP<br />
Or. Sub. Subst. Predicativa<br />
Predicativo<br />
g) Apositiva: possui a função sintática de aposto de um<br />
dos termos da Oração Principal.<br />
Ex: Parece certo que eles namorem. = Parece<br />
certo o namoro deles.<br />
OP<br />
or. Sub. Substantiva subjetiva<br />
Sujeito<br />
b) Objetiva direta: possui a função sintática de objeto<br />
Ex: Joaquim tinha uma grande vontade: que os pais se<br />
reconciliassem. = a reconciliação dos pais.<br />
OP<br />
Or. Sub.<br />
Subst. Apositiva<br />
aposto<br />
h) Agente da passiva: possui a função sintática de agente<br />
da passiva da OP.<br />
Ex: Ele é admirado de quantos o cercam.<br />
OP Or. Sub. Subst. Agente da passiva<br />
OBSERVAÇÃO:<br />
As orações subordinadas podem se encontrar na forma<br />
reduzida: orações que se apresentam com o verbo no<br />
infinitivo (terminação -ar, -er, -ir) particípio (terminação<br />
-do) ou gerúndio (terminação -ndo). Não se iniciam nem<br />
por conjunções subordinativas nem por pronomes<br />
relativos.<br />
‣ Quando reduzidas, as orações subordinadas<br />
substantivas só podem se encontrar no infinitivo.<br />
Foi necessário<br />
OP<br />
infinitivo<br />
arrecadar mais dinheiro.<br />
Or. Sob. Subst. Subjetiva reduzida de<br />
Quero descobrir os caminhos da felicidade.<br />
OP Or. Sub. Subst. Objetiva direta reduzida de<br />
infinitivo<br />
Meu desejo era ser feliz.<br />
133
134<br />
OP<br />
infinitivo<br />
Or. Sub. Subst. Predicativa reduzida de<br />
Tinha receio de pedir aumento ao chefe.<br />
OP Or. Sub. Subst. Completiva nominal<br />
reduzida de infinitivo<br />
2) Orações subordinadas adjetivas<br />
Funcionam como um adjetivo de um termo antecedente<br />
que aparece na oração principal à qual se liga.<br />
Sintaticamente tem a função de adjunto adnominal. Pode<br />
ser restritiva ou explicativa. Quando desenvolvidas, vêm<br />
sempre introduzidas por pronome relativo (que, o qual, a<br />
qual, cujo, cuja, onde, quanto, como, quem).<br />
Tipos de Orações adjetivas:<br />
A) RESTRITIVAS – quando restringem ou especificam<br />
o sentido antecedente, ao qual se ligam sem marcação de<br />
pausa. Ex.:<br />
Este é o autor que foi premiado.<br />
Corria um vento que lhe esfriava os pés.<br />
B) EXPLICATIVAS – quando apenas acrescentam uma<br />
qualidade ao antecedente, esclarecendo um pouco mais<br />
seu significado, mas sem restringi-lo, determiná-lo.<br />
Separam-se do antecedente por uma pausa, representada<br />
pela vírgula. Ex.:<br />
Causais<br />
Comparativas<br />
Concessivas<br />
Condicionais<br />
Conformativas<br />
A) causais: indicam a causa da ação expressa na oração<br />
principal.<br />
As conjunções causais são: porque, visto que, como, uma<br />
vez que, posto que...<br />
Ex: A cidade foi alagada porque o rio transbordou.<br />
B) consecutivas: indicam uma consequência do fato<br />
referido na oração principal. As conjunções consecutivas<br />
são: que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho), de sorte<br />
que, de modo que...<br />
Ex: A casa custava tão cara que ela desistiu da compra.<br />
C) condicionais: expressam uma circunstância de<br />
condição com relação ao predicado da oração principal.<br />
As conjunções condicionais são: se, caso, desde que,<br />
contanto que, sem que...<br />
Seus pais, que são italianos, ficaram entusiasmados<br />
com tudo.<br />
O homem, que ama, é feliz.<br />
Observação:<br />
(sem a vírgula) Os homens que são honestos merecem<br />
atenção. (restritiva) (=apenas os homens honestos)<br />
(com a vírgula) Os homens, que são mortais, temem a<br />
doença. (explicativa) (=todos os homens)<br />
(FONTE:)<br />
‣ As orações subordinadas adjetivas podem ser<br />
reduzidas de infinitivo ou gerúndio.<br />
Ex: Vi policiais a cavalgar pela avenida.<br />
= Vi policiais que cavalgavam pela avenida<br />
Ex: Contemplei flores brotando no jardim.<br />
= Contemplei flores que brotavam no jardim.<br />
3) Orações subordinadas adverbiais<br />
Uma oração é considerada subordinada adverbial quando<br />
exerce sobre a oração principal a função sintática de<br />
Adjunto Adverbial. São introduzidas pelas conjunções<br />
subordinativas e classificadas de acordo com as<br />
circunstâncias que exprimem. Podem ser:<br />
Consecutivas<br />
Finais<br />
Proporcionais<br />
Temporais<br />
Ex: Deixe um recado se você não me encontrar em casa.<br />
D) concessivas: indicam um fato contrário ao referido na<br />
oração principal. As conjunções concessivas são: embora,<br />
a menos que, se bem que, ainda que, conquanto que...<br />
Ex: Embora tudo tenha sido cuidadosamente planejado,<br />
ocorreram vários imprevistos.<br />
E) conformativas: indicam conformidade em relação à<br />
ação expressa pelo verbo da oração principal. As<br />
conjunções conformativas são: conforme, consoante,<br />
como, segundo...<br />
Ex: Tudo ocorreu como estava previsto.<br />
F) comparativas: são aquelas que expressam uma<br />
comparação com um dos termos da oração principal. As<br />
conjunções comparativas são: como, que, do que...
Ex: Ele tem estudado como um obstinado (estuda).<br />
G) finais: exprimem a intenção, o objetivo do que se<br />
declara na oração principal. As conjunções finais são:<br />
para que, a fim de que, que, porque...<br />
Ex: Sentei-me na primeira fila, a fim de que pudesse ouvir<br />
melhor.<br />
H) temporais: demarca em que tempo ocorreu o processo<br />
expresso pelo verbo da oração principal. As<br />
conjunções temporais são: quando, enquanto, logo que,<br />
assim que, depois que, antes que, desde que, ...<br />
Ex: Eu me sinto segura assim que fecho a porta da minha<br />
casa.<br />
I) proporcionais: expressam uma idéia de<br />
proporcionalidade relativamente ao fato referido na<br />
oração principal. As conjunções proporcionais são: à<br />
medida que, à proporção que, quanto mais...tanto mais,<br />
quanto mais...tanto menos...<br />
Ex: Quanto menos trabalho, menos vontade tenho de<br />
trabalhar.<br />
EXERCÍCIOS<br />
1- Coloque:<br />
(1) Oração coordenada sindética aditiva<br />
(2) Oração coordenada sindética adversativa<br />
(3) Oração coordenada sindética alternativa<br />
(4) Oração coordenada sindética conclusiva<br />
(5) Oração coordenada sindética explicativa<br />
a) ( ) Ele já chegou ao trabalho e ainda não registrou o<br />
ponto.<br />
b) ( ) Ele não só estuda muito mas também é muito<br />
inteligente.<br />
c) ( ) Não se canse muito que o jogo só está no início.<br />
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO<br />
1- Só queria que ele estudasse mais. Oração subordinada<br />
substantiva:<br />
d) ( ) O jogo só está no início, por conseguinte não<br />
convém maior esforço.<br />
e) ( ) Fale agora ou se cale para sempre.<br />
f) ( ) Ele ora se calava ora reclamava em altos berros.<br />
g) ( ) Não compareceu tampouco se preocupou em<br />
justificar sua ausência.<br />
h) ( ) Comprava todas as apostilas, no entanto não as<br />
abria sequer.<br />
i) ( ) Eu acho que ele não mais virá uma vez que a chuva<br />
engrossou muito.<br />
j) ( ) O time treinou bastante, tenhamos, pois, confiança<br />
nos atletas.<br />
2- Coloque:<br />
(1) Oração subordinada substantiva subjetiva<br />
(2) Oração subordinada substantiva objetiva direta<br />
(3) Oração subordinada substantiva objetiva indireta<br />
(4) Oração subordinada substantiva completiva nominal<br />
(5) Oração subordinada substantiva predicativa<br />
(6) Oração subordinada substantiva apositiva<br />
a) ( ) Nós queremos que vocês se casem.<br />
b) ( ) Não sei se viajarei amanhã.<br />
c) ( ) Não sabia quanto gastara na viagem.<br />
d) ( ) A comissão precisa de que todos contribuam<br />
financeiramente.<br />
e) ( ) É provável que ele chegue hoje.<br />
f) ( ) Convém que você diga a verdade.<br />
g) ( ) Falou-se que haveria reunião esta tarde.<br />
h) ( ) Parece que ninguém estudou para a prova.<br />
i) ( ) Meu desejo era que todos fossem felizes.<br />
j) ( ) A esperança é que o acordo seja cumprido.<br />
k) ( ) Sou favorável a que o condenem.<br />
l) ( ) Esperamos isto: que todo mundo tenha uma vida<br />
digna.<br />
m) ( ) É preciso contratar mais pessoal para os cargos.<br />
n) ( ) Desejo ficar nesta cidade por mais um ano.<br />
o) ( ) Dedicar-se mais aos estudos, é esse o objetivo<br />
para o ano.<br />
a) Subjetiva<br />
b) Objetiva direta<br />
c) Predicativa<br />
d) Completiva nominal<br />
e) Apositiva<br />
135
2- É importante que meditemos. Oração subordinada<br />
substantiva:<br />
a) Objetiva direta<br />
b) Predicativa<br />
c) Completiva nominal<br />
d) Subjetiva<br />
e) Apositiva<br />
3- Tinha esperança de que chegaria a tempo. Oração<br />
subordinada substantiva:<br />
a) Completiva nominal<br />
b) Objetiva indireta<br />
c) Predicativa<br />
d) Subjetiva<br />
e) Apositiva<br />
4- Assinale o exemplo de oração substantiva objetiva<br />
indireta:<br />
a) Esperamos que a prova seja anulada.<br />
b) Estava convencido de que era importante.<br />
c) Hélio se queixava de que não tinha amigo.<br />
d) O certo é que muitos o apoiariam.<br />
e) Tenho receio de que não haja vagas.<br />
5- Só não há oração objetiva direta em:<br />
a) Suponho que Maria está doente.<br />
b) Veja para onde ele vai.<br />
c) Sinto que vou desmaiar.<br />
d) Helena prefere que não a procurem em casa.<br />
e) Sua resposta foi que se esforçasse mais.<br />
6- Só não há oração subjetiva em:<br />
a) Percebemos de imediato que alguma coisa não ia bem.<br />
b) É necessário que continuemos.<br />
c) Basta que me sigam.<br />
d) Urge que nos apressemos.<br />
e) Quem estuda passa no vestibular.<br />
7- Não há dúvida de que estarei lá. A oração substantiva é:<br />
a) Subjetiva<br />
b) Completiva nominal<br />
c) Objetiva indireta<br />
d) Predicativa<br />
e) Apositiva<br />
8- Só me faltava isto: que ele perdesse as cópias. Oração<br />
substantiva:<br />
b) Predicativa<br />
c) Completiva nominal<br />
d) Subjetiva<br />
e) Apositiva<br />
9- Certifiquei-me de que não haveria reunião. Oração<br />
substantiva:<br />
a) Predicativa<br />
b) Subjetiva<br />
c) Apositiva<br />
d) Completiva nominal<br />
e) Objetiva indireta<br />
10- Ignoro a quem ele mandou o livro. Oração substantiva:<br />
a) Objetiva indireta<br />
b) Completiva nominal<br />
c) Objetiva direta<br />
d) Apositiva<br />
e) Predicativa<br />
11- Todas orações subordinadas substantivas que aparecem a<br />
seguir são subjetivas, exceto em:<br />
a) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço.<br />
b) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita sobre sua<br />
vida.<br />
c) Ignoras quanto custou meu relógio?<br />
d) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos.<br />
e) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião.<br />
PERÍODO COMPOSTO – ORAÇÕES ADJETIVAS<br />
1- Leia:<br />
I- Os professores que se especializam lecionam com<br />
mais desenvoltura.<br />
II- Os professores, que se especializam, lecionam com<br />
mais desenvoltura.<br />
A partir das explicações dadas em sala, dê a classificação<br />
das orações adjetivas em destaque, explicando a<br />
diferença semântica entre elas.<br />
3- Desenvolva e classifique as orações reduzidas dos<br />
períodos abaixo:<br />
a) Vi flores brotando no jardim.<br />
b) Testemunhei guardas batendo em presos.<br />
c) Havia soldados a cavalgar pela avenida.<br />
d) Está marcada a festa a realizar-se na próxima semana.<br />
a) Objetiva direta<br />
136
Período Composto Orações Adverbiais<br />
1-Classifique as orações em destaque abaixo em:<br />
(1) Oração subordinada adverbial causal<br />
(2) Oração subordinada adverbial condicional<br />
(3) Oração subordinada adverbial consecutiva<br />
(4) Oração subordinada adverbial concessiva<br />
(5) Oração subordinada adverbial comparativa<br />
(6) Oração subordinada adverbial conformativa<br />
(7) Oração subordinada adverbial final<br />
(8) Oração subordinada adverbial proporcional<br />
(9) Oração subordinada adverbial temporal<br />
a) ( ) Joaquim chegou atrasado porque pegou um<br />
engarrafamento.<br />
b) ( ) Já que está chovendo, não vou trabalhar.<br />
c) ( ) Susan cantou tão bem que logo se tornou um<br />
fenômeno.<br />
d) ( ) Ele estudou tanto que foi aprovado no vestibular.<br />
e) ( ) Eu teria uma mágoa profunda se você faltasse à<br />
minha festa.<br />
f) ( ) Caso você melhore, volte logo para casa.<br />
g) ( ) Embora estivesse cansado, corria o campo todo.<br />
h) ( ) Mesmo que ele venha, não resolverá o problema.<br />
i) ( ) Os meninos venderam rifas para ajudar na<br />
campanha.<br />
j) ( ) Ele chegou, assim que você saiu.<br />
k) ( ) Apenas ele limpou a casa, as moscas sumiram.<br />
l) ( ) À medida que o salário mínimo cresce, aumenta<br />
o poder de compra do brasileiro.<br />
m) ( ) Agi como me fora orientado.<br />
n) ( ) Estudei para prova ,segundo o professor me<br />
orientara.<br />
o) ( ) Os políticos roubam como raposas.<br />
2- Desenvolva e classifique as orações adverbiais abaixo:<br />
a) Chegando o inverno, comprarei um casaco.<br />
b) Não sendo professor, deu aulas maravilhosas.<br />
c) Fazendo os exercícios, poderão sair.<br />
d) Desaparecida a causa, cessará o efeito.<br />
e) Feitos os trabalhos, puderam sair.<br />
f) Ela veio aqui para me ver.<br />
h) Por estudar bastante, passou no vestibular.<br />
3- (FUVEST) “Sei que esperavas desde o início que eu te<br />
dissesse hoje o meu canto solene. Sei que a única alma<br />
que possuo é mais numerosa que os cardumes do mar”.<br />
(Jorge de Lima)<br />
As orações grifadas são orações subordinadas,<br />
respectivamente:<br />
a) substantiva subjetiva – adjetiva – adverbial consecutiva<br />
b) adjetiva – substantiva objetiva direta – adverbial<br />
consecutiva<br />
c) substantiva objetiva direta – adjetiva – adverbial<br />
comparativa<br />
d) adjetiva – substantiva subjetiva – adverbial<br />
comparativa<br />
e) substantiva predicativa – adjetiva – adverbial<br />
consecutiva<br />
4- Na frase “Como anoitecesse, recolhi-me pouco depois<br />
e deitei-me... (Monteiro Lobato), a oração destacada é:<br />
a) coordenada sindética explicativa<br />
b) subordinada adverbial causal<br />
c) subordinada adverbial conformativa<br />
d) subordinada adjetiva explicativa<br />
e) subordinada adverbial final<br />
Os brasileiros são mais ricos que os americanos<br />
Um amigo acaba de me mandar o resultado de uma<br />
comparação entre nós e os americanos. Uma discussão em<br />
que um ianque prova, pela ciência exata da Matemática,<br />
que os brasileiros são mais ricos que os americanos.<br />
Ele começa argumentando que pagamos o dobro que<br />
os americanos pela água consumida. Embora tenhamos<br />
mais água doce.<br />
Depois, demonstra que nós pagamos 60% a mais nas<br />
tarifas de telefone e eletricidade. Além disso, os<br />
brasileiros pagam o dobro pela porcaria de gasolina<br />
consumida por seus carros. Por falar em carro, argumenta<br />
o americano, nós pagamos US$ 40 mil por um carro que<br />
nos Estados Unidos custa 20 mil, porque damos de<br />
presente US$ 20 mil para o nosso governo gastar não se<br />
sabe onde, já que os serviços públicos no Brasil são um<br />
lixo perto dos serviços prestados pelo setor público nos<br />
Estados Unidos.<br />
O americano diz não entender como somos tão ricos a<br />
ponto de não nos importarmos em pagar, além disso, PIS,<br />
Cofins, CPMF, ISS, INSS, IPTU, IPVA, IR, e dezenas de<br />
impostos, taxas e contribuições, em geral com efeito<br />
cascata, de imposto sobre imposto, e ainda fazemos festa<br />
nos estádios e nas grandes passarelas de carnaval. Sinal de<br />
que nem nos incomodamos com esse confisco de mais de<br />
três em cada dez dias de nosso trabalho.<br />
137
O americano lembra que em relação ao Brasil eles são<br />
pobres, tanto que são isentos do imposto de renda se<br />
ganham menos de US$ 3 mil por mês (equivalente a R$<br />
7.500,00 mensais).<br />
Voltando aos serviços públicos, os brasileiros são tão<br />
ricos que pagam sua própria segurança; nos Estados<br />
Unidos, os pobres cidadãos dependem da segurança<br />
pública. No Brasil, os pais pagam a escola e os livros dos<br />
seus filhos, porque, afinal, devem nadar em dinheiro. Nos<br />
Estados Unidos, os pais americanos não têm toda essa<br />
fortuna e mandam seus filhos para as escolas públicas,<br />
onde os livros são emprestados aos alunos.<br />
Os ricaços brasileiros, quando tomam no banco um<br />
empréstimo pessoal, pagam por mês o que os pobres<br />
americanos pagam de juro por ano. Eu contei ao<br />
americano que acabei de pagar R$ 2.500,00 pelo seguro<br />
de meu carro e ele confirmou sua tese: Vocês são ricos.<br />
Nós não podemos pagar tudo isso. Por meu carro grande,<br />
eu pago US$ 345 por ano. E acrescentou: e US$ 15 de<br />
licenciamento anual. Meu IPVA é de R$ 1.700,00.<br />
O ianque pergunta: Afinal quem é rico e quem é<br />
pobre?<br />
Aí no Brasil, 20% da população economicamente ativa<br />
não trabalha. Aqui, não podemos nos dar ao luxo de<br />
sustentar além dos 4% que estão desempregados. Não é<br />
mais rico quem sustenta mais gente que não trabalha?<br />
Cada vez mais, vamos nos convencendo de que não é<br />
preciso ser, basta parecer. E, afinal, gastando muito, a<br />
gente aparenta ser rico. E somos infelizes sem saber.<br />
Lembre-se disso na hora de votar!!!<br />
(Crônica de Alexandre Garcia)<br />
Interpretação<br />
1- O texto aborda principalmente:<br />
a) A falta de planejamento tarifário do Estado, que cobra<br />
altos impostos dos brasileiros.<br />
b) O fato de que os brasileiros pagam muitos impostos e<br />
não são ressarcidos socialmente como deveriam.<br />
c) O problema do péssimo atendimento prestado pelo<br />
Estado aos brasileiros.<br />
d) O fato de os americanos pagarem menos impostos que<br />
os brasileiros.<br />
e) O problema instaurado na saúde, que, segundo o texto,<br />
é oferecida aos brasileiros como um serviço<br />
ineficiente.<br />
2- Marque a alternativa que representa o que é mais<br />
criticado pelo autor:<br />
a) Os impostos, parcialmente, utilizados no serviço<br />
público.<br />
b) Os brasileiros, que não cobram do Estado as<br />
benfeitorias necessárias.<br />
c) Os americanos, que não conhecem a real condição<br />
social dos brasileiros.<br />
d) O Estado, que arrecada muito e gasta mal.<br />
e) Os serviços públicos de péssima qualidade.<br />
3- Marque a alternativa cujo fragmento do texto não<br />
expressa ironia:<br />
a) “Sinal de que nem nos incomodamos com esse<br />
confisco...”. (l. 27)<br />
b) “os brasileiros são tão ricos que pagam sua própria<br />
segurança.” (l. 37)<br />
c) “damos de presente R$ 20 mil para o nosso<br />
governo.”(l.15)<br />
d) “os pobres americanos...” (l. 48)<br />
e) “pagamos o dobro que os americanos...” (l. 6)<br />
4- Sobre o texto é incorreto dizer:<br />
a) O autor, para corroborar sua tese, prescinde de<br />
estatísticas e dados relacionados à economia dos dois<br />
países comparados.<br />
b) A base argumentativa de produção do texto é a forma<br />
irônica com que o autor camufla sua crítica em relação ao<br />
Poder Executivo.<br />
c) Dentre as várias considerações, o autor não se exime de<br />
condenar a indiferença do povo brasileiro em relação ao<br />
problema apontado.<br />
d) Em “além disso, PIS, Cofins, CPMF, ISS, INSS, IPTU,<br />
IPVA, IR, e dezenas de impostos, taxas e contribuições...”<br />
o autor utiliza siglas que representam o alvo de sua crítica<br />
no referido trecho.<br />
e) Pode-se dizer que o entendimento contrário das<br />
afirmações norteia o real significado do estado de espírito<br />
do autor frente ao tema abordado.<br />
5- Marque a alternativa incorreta sobre o texto:<br />
a) O texto aborda um fato real dos brasileiros sob uma<br />
perspectiva inversa em comparação com os<br />
americanos.<br />
b) Transmite, ironicamente, sua indignação com os abusos<br />
na cobrança de impostos no Brasil.<br />
c) Transmite em suas considerações angústia moderada<br />
frente à realidade com que se deparam os brasileiros.<br />
d) Critica o Estado que gerencia mal os serviços públicos<br />
do país.<br />
138
e) Aborda, com sarcasmo, um problema enfrentado pelos<br />
brasileiros.<br />
6- Comparando os impostos e os serviços públicos entre o<br />
Brasil e os Estados Unidos mencionados no texto, é<br />
correto afirmar que:<br />
a) Os americanos pagam menos e recebem menos do seu<br />
Estado.<br />
b) Brasileiros e americanos desfrutam do mesmo tipo de<br />
serviço oferecido pelos seus respectivos Estados.<br />
c) Não há compensação entre os tributos pagos e os<br />
serviços prestados pelo governo brasileiro.<br />
d) Há equivalência de tributação entre os dois países que<br />
os faz pertencerem ao padrão de desenvolvidos.<br />
e) Brasileiros e americanos se igualam em graus de<br />
riqueza e pobreza.<br />
7- Analise o fragmento em destaque: “Ele começa<br />
argumentando que pagamos o dobro que os americanos<br />
pela água consumida. Embora tenhamos mais água (II)<br />
doce”. Sobre o fragmento em destaque, é errôneo o que se<br />
diz em:<br />
a) O pronome pessoal Ele funciona como um termo<br />
localizador de um outro vocábulo já mencionado no<br />
texto.<br />
b) O sujeito da oração expressa pelo verbo pagamos é<br />
perfeitamente passível de identificação pelo contexto.<br />
c) No trecho (...) pagamos o dobro que os americanos<br />
pela água consumida... existe a elipse de um verbo<br />
perceptível pelo contexto.<br />
d) O substantivo água (II) exerce função subjetiva na<br />
oração à qual pertence.<br />
e) Possuem a mesma classificação os sujeitos das orações<br />
dos verbos pagamos e tenhamos.<br />
8-Leia: “E, afinal, gastando muito, a gente aparenta ser<br />
rico. E somos infelizes sem saber. Lembre-se disso na<br />
hora de votar!!!” Percebe-se nesse fragmento o nível de<br />
linguagem:<br />
a) Metalinguístico<br />
b) Fático<br />
c) Conativo<br />
d) Poético<br />
e) Emotivo<br />
9- Dos fragmentos abaixo, marque o único que apresenta<br />
aspecto substantivo com relação à palavra em destaque:<br />
a) Damos de presente US$ 20 mil para o nosso governo...<br />
b) (...) já que os serviços públicos no Brasil são um lixo...<br />
c) No Brasil, os pais pagam a escola e os livros dos seus<br />
filhos .<br />
d) (...) e ainda fazemos festa nos estádios e nas grandes<br />
passarelas de carnaval.<br />
e) Um amigo acaba de me mandar o resultado de uma<br />
comparação entre nós e os americanos.<br />
10- Sobre as afirmações abaixo, marque a alternativa<br />
correta:<br />
a) Ele começa argumentando que pagamos o dobro que<br />
os americanos pela água consumida. / os termos em<br />
destaque exercem a mesma função sintática e semântica.<br />
b) ... nós pagamos US$ 40 mil por um carro que nos<br />
Estados Unidos custa 20 mil,(...) / o conectivo em<br />
destaque é uma conjunção integrante.<br />
c) O americano lembra que em relação ao Brasil eles são<br />
pobres, tanto que são isentos do imposto de renda se<br />
ganham menos de US$ 3 mil por mês (...) / o enunciado<br />
possui uma ideia de causa e efeito.<br />
d) Voltando aos serviços públicos, os brasileiros são tão<br />
ricos que pagam sua própria segurança; / o período<br />
anterior é composto, sendo destituído de forma reduzida<br />
em qualquer oração.<br />
e) Nos Estados Unidos, os pais americanos (...) mandam<br />
seus filhos para as escolas públicas, onde os livros são<br />
emprestados aos alunos. / O conectivo em destaque no<br />
período anterior inicia uma oração de valor adverbial.<br />
11- (UFV) No seguinte período: “Choveu durante a noite,<br />
porque as ruas estão molhadas”; a oração destacada é:<br />
a) subordinada adverbial consecutiva<br />
b) coordenada sindética explicativa<br />
c) subordinada adverbial causal<br />
d) coordenada sindética conclusiva<br />
e) subordinada adverbial concessiva<br />
12- Nos períodos abaixo, que oração destacada tem sua<br />
classificação indicada corretamente?<br />
a) “Era a grande tosse dos pobres, sintoma e denúncia da<br />
silicose que os roia.” – Oração subordinada adverbial<br />
modal.<br />
b) “Contou-me um amigo uma história exemplar, que<br />
teria ocorrido na cidade mineira de Nova Lima, por volta<br />
dos anos 30” – Oração subordinada adjetiva explicativa.<br />
139
c) “É claro que a criminalidade, enquanto sintoma, tem<br />
de ser adequadamente combatida por medidas policiais<br />
enérgicas.” – oração subordinada substantiva objetiva<br />
direta.<br />
d) “Os ingleses, dessa forma, uniram o útil ao<br />
agradável.” – oração coordenada assindética<br />
e) “A criminalidade está para a patologia social assim<br />
como a tosse convulsiva para a silicose”. – oração<br />
subordinada adverbial proporcional.<br />
e) Quanto mais fala, mais fica rouco. (subordinada<br />
adverbial proporcional)<br />
18- Só não há oração objetiva direta em:<br />
a) Suponho que Maria está doente.<br />
b) Veja para onde ele vai.<br />
c) Sinto que vou desmaiar.<br />
d) Helena prefere que não a procurem em casa.<br />
e) Sua resposta foi que se esforçasse mais.<br />
13- Desça daí para que possamos conversar. A oração<br />
adverbial é:<br />
a) temporal<br />
b) conformativa<br />
c) consecutiva<br />
d) final<br />
e) causal<br />
14- Assinale a oração sindética explicativa:<br />
a) Depois que saíram, tudo serenou.<br />
b) Gritou, mas ninguém ouviu.<br />
c) A máquina parou porque faltou luz.<br />
d) Trabalhou demais, estava, pois, esgotado.<br />
e) João já deve ter chegado porque o casaco dele está<br />
sobre o sofá.<br />
19- Só não há oração subjetiva em:<br />
a) Percebemos de imediato que alguma coisa não ia bem.<br />
b) É necessário que continuemos.<br />
c) Basta que me sigam.<br />
d) Urge que nos apressemos.<br />
e) Parecia que tudo estava bem.<br />
20- Assinale o exemplo de oração substantiva objetiva<br />
indireta:<br />
a) Esperamos que a prova seja anulada.<br />
b) Estava convencido de que era importante.<br />
c) Hélio se queixava de que não tinha amigo.<br />
d) O certo é que muitos o apoiariam.<br />
e) Tenho receio de que não haja vagas.<br />
140<br />
15- Aponte a oração adverbial consecutiva:<br />
a) Era tranquilo como o pai.<br />
b) Falou alto para que todos escutassem.<br />
c) Era tal sua preocupação, que ficou em casa.<br />
d) Já que pediram, lerei novamente.<br />
e) Agiu como lhe fora ordenado.<br />
16- Assinale o erro na análise da oração destacada:<br />
a) Vi um garoto chorando. (adverbial condicional)<br />
b) É importante estudar. (substantiva subjetiva)<br />
c) Trouxe o anel, entregando-o à mãe. (coordenada<br />
aditiva)<br />
d) Estava ansioso por voltar. (substantiva completiva<br />
nominal)<br />
e) Meu desejo é encontrá-la. (substantiva predicativa)<br />
17- Assinale o erro na análise da oração destacada:<br />
a) Há sentimentos que aproximam o homem de Deus.<br />
(subordinada adjetiva restritiva)<br />
b) Vim, vi, venci. (coordenada assindética)<br />
c) Ficou doente, por não se alimentar direito.<br />
(subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo)<br />
d) Fiquem calmos, porque tudo se resolverá. (coordenada<br />
sindética explicativa)<br />
21- Só não há oração objetiva direta em:<br />
a) Convém que todos estudem para as provas finais.<br />
b) A diretoria confirmou que as notas fiscais serão<br />
entregues hoje.<br />
c) A polícia constatou que o réu era culpado.<br />
d) Imaginamos que haverá adiamento da prova do<br />
concurso.<br />
e) Desejamos que todos passem nas provas.<br />
22- Só não há oração subjetiva em:<br />
a) Confirmou-se que houve fraude na prova.<br />
b) É importante que todos se preparem para o vestibular.<br />
c) Afirmo que houve fraude nas provas do ENEM.<br />
d) Urge que nos apressemos.<br />
e) Parecia que tudo estava bem.<br />
23- Aponte a alternativa que faz uma análise correta do<br />
SE nas frases abaixo:<br />
a) Necessita-se de vendedores com experiência. –<br />
pronome reflexivo com função de objeto indireto<br />
b) Ele se vai rapidamente ao destino esperado. – índice de<br />
indeterminação do sujeito
c) Nega-se tudo diante do tribunal. – partícula<br />
apassivadora<br />
d) O técnico irritou-se com a apatia do time. – pronome<br />
reflexivo com função de sujeito.<br />
e) Deixou-se ficar na rede durante o feriado. – parte<br />
integrante do verbo<br />
TEXTO II (para análise da questão 24 a 27)<br />
DROGAS: A MÍDIA ESTÁ DENTRO<br />
Há poucos dias, assistindo a um desses debates<br />
universitários que a gente pensa que não vão dar em nada,<br />
ouvi um raciocínio que não me saiu mais da cabeça. Ouvio<br />
de um professor – um brilhante professor, é bom que se<br />
diga. Ele se saía muito bem, tecendo considerações<br />
críticas sobre o provão. Aliás, o debate era sobre o provão,<br />
mas isso não vem ao caso. O que me interessou foi um<br />
comentário marginal que ele fez – e o exemplo que<br />
escolheu para ilustrar seu comentário. Primeiro, ele disse<br />
que a publicidade não pode tudo, ou melhor, que nem<br />
todas as atitudes humanas são ditadas pela propaganda.<br />
Sim, a tese é óbvia, ninguém discorda disso, mas o mais<br />
interessante veio depois. Para corroborar sua constatação,<br />
o professor lembrou que muita gente cheira cocaína e, no<br />
entanto, não há propaganda de cocaína na TV. Qual a<br />
conclusão lógica? Isso mesmo: nem todo hábito de<br />
consumo é ditado pela publicidade.<br />
A favor da mesma tese, poderíamos dizer que, muitas<br />
vezes, a publicidade tenta e não consegue mudar os<br />
hábitos do público. Inúmeros esforços publicitários não<br />
resultam em nada. Continuemos no campo das substâncias<br />
ilícitas. Existem insistentes campanhas antidrogas nos<br />
meios de comunicação, algumas um tanto soporíferas,<br />
outras mais terroristas, e todas fracassam. Moral da<br />
história? Nem que seja para consumir produtos químicos<br />
ilegais, ainda somos minimamente livres diante do poder<br />
da mídia. Temos alguma autonomia para formar nossas<br />
decisões.<br />
Tudo certo? Creio que não. Concordo que a mídia não<br />
pode tudo, concordo que as pessoas conseguem guardar<br />
alguma independência em sua relação com a publicidade,<br />
mas acho que o professor cometeu duas impropriedades:<br />
anunciou uma tese fácil demais e, para demonstrá-la,<br />
escolheu um exemplo ingênuo demais. Embora não<br />
vejamos um comercial promovendo explicitamente o<br />
consumo de cocaína, ou de maconha, ou de heroína, ou de<br />
crack, a verdade é que os meios de comunicação nos<br />
bombardeiam, durante 24 horas por dia, com a<br />
propaganda não de drogas, mas do efeito das drogas. A<br />
publicidade, nesse sentido, não refreia, mas reforça o<br />
desejo pelo efeito das drogas. Por favor, não se pode<br />
culpar os publicitários por isso – eles, assim como todo<br />
mundo, não sabem o que fazem.<br />
(Eugênio Bucci)<br />
24- Sobre alguns elementos de coesão do texto, é errôneo<br />
o que se diz em (estes se encontram destacados nos<br />
referidos parágrafos):<br />
a) “Aliás” e “ou melhor” (ambos no 1º parágrafo)<br />
expressam ideia de retificação no discurso.<br />
b) O vocábulo “corroborar” (1º parágrafo) pode ser<br />
substituído, no contexto por “ratificar”.<br />
c) A conjunção “e” (2º parágrafo) expressa ideia de<br />
adição.<br />
d) “Nem que” (2º parágrafo) expressa contextualmente<br />
valor concessivo.<br />
e) “impropriedades” (3º parágrafo) denota “equívocos”.<br />
25- “Ele se saía muito bem, tecendo considerações críticas<br />
sobre o provão,...”; o gerúndio tecendo mostra uma ação:<br />
a) Que antecede a do verbo da oração anterior.<br />
b) Posterior à do verbo da oração anterior.<br />
c) Que é a consequência da ação da oração anterior.<br />
d) Simultânea à do verbo da oração anterior.<br />
e) Que mostra oposição à ação da oração anterior.<br />
26- A expressão destacada que tem seu significado<br />
corretamente expresso é:<br />
a) “... que a gente pensa que não vão dar em nada”. – que<br />
não vão chegar a ser publicados.<br />
b) “... ouvi um raciocínio que não me saiu mais da<br />
cabeça”. – que me deixou com dor de cabeça.<br />
c) “... o debate era sobre o provão; mas isso não vem ao<br />
caso”. – é ridículo dar importância a isso.<br />
d) “Ele se saía muito bem...” – ele desviava do assunto<br />
principal.<br />
e) “... um professor brilhante, é bom que se diga”. – é<br />
importante destacar isso.<br />
27- “Sim, a tese é óbvia... Para corroborar sua<br />
constatação, o professor lembrou que muita gente cheira<br />
cocaína e, no entanto, não há propaganda de cocaína na<br />
TV.”; em termos argumentativos, podemos dizer, com<br />
base nestes dois segmentos, que:<br />
a) A tese é acompanhada de argumento que a defende.<br />
141
) A tese leva a uma conclusão explícita.<br />
c) A tese parte de uma premissa falsa.<br />
d) A tese não é acompanhada de dados que a comprovem.<br />
e) A tese é falaciosa e não pode ser provada.<br />
28- Assinale a opção em que a conjunção E está<br />
empregada com valor adversativo:<br />
a) Deixou viúva e órfãos.<br />
b) Para diminuir a mortalidade infantil e aumentar a<br />
produção, proibi a aguardente.<br />
c) Tenho visto criaturas que trabalham demais e não<br />
progridem.<br />
d) Iniciei a avicultura e a apicultura.<br />
e) Perdi dois caboclos e levei um tiro de emboscada.<br />
29- “Na verdade, a palavra escrita não apenas<br />
permanece...” O segmento sublinhado indica que, na<br />
progressão do texto, vai aparecer um segmento com valor<br />
de:<br />
a) Comparação<br />
b) Retificação<br />
c) Condição<br />
d) Adição<br />
e) Alternância<br />
30- “É preciso ter sonho sempre”. Assinale a<br />
classificação correta da oração subordinada reduzida<br />
destacada nesse período:<br />
a) Adverbial consecutiva<br />
b) Adverbial final<br />
c) Substantiva predicativa<br />
d) Substantiva subjetiva<br />
e) Substantiva apositiva<br />
31- Assinale a alternativa que não apresenta a oração<br />
subordinada com função de sujeito:<br />
a) Tínhamos esperança de que houvesse aula.<br />
b) É importante que estudemos para as provas da unidade.<br />
c) Ficou provado que o réu era culpado.<br />
d) Diz-se que haveria obras de saneamento básico no<br />
bairro.<br />
e) Era necessário dedicar-se mais aos estudos.<br />
32- “Espia se ele está na esquina”. Qual das orações<br />
abaixo não analisa corretamente esse período?<br />
a) Período composto por subordinação.<br />
b) Conjunção integrante indicando a 2ª oração.<br />
c) Verbo da 1ª oração: transitivo direto<br />
d) A oração subordinada é adverbial reduzida.<br />
e) Frase em discurso direto.<br />
33- Se suprimirmos o pronome indefinido “Ninguém” e<br />
acrescentarmos “se” à forma verbal “informou”, na frase<br />
“Ninguém informou que haverá aula”, o sujeito da oração<br />
principal é:<br />
a) que haverá aula<br />
b) aula<br />
c) indeterminado<br />
d) ninguém<br />
e) inexistente<br />
Leia os períodos a seguir para responder as questões<br />
34 e 35:<br />
I- Esperamos que os juros no país baixem.<br />
II- A taxa de juros, que é muito elevada no país, deve ser<br />
revista pelo governo.<br />
III- Estudou tanto que foi aprovado em Medicina.<br />
34- A classificação dada ao conectivo QUE em cada uma<br />
das orações acima é respectivamente:<br />
a) Pronome relativo, conjunção adverbial, conjunção<br />
integrante.<br />
b) Pronome relativo, conjunção integrante, conjunção<br />
adverbial.<br />
c) Conjunção adverbial, pronome relativo, conjunção<br />
integrante.<br />
d) Conjunção integrante, conjunção adverbial, pronome<br />
relativo.<br />
e) Conjunção integrante, pronome relativo, conjunção<br />
adverbial.<br />
35- Assinale a alternativa que faz uma análise errônea<br />
sobre um dos períodos acima:<br />
a) No primeiro período, há uma oração subordinada que<br />
pode ser representada pelo pronome “isso”<br />
b) No segundo período, a oração subordinada expressa<br />
um valor explicativo.<br />
c) Preserva-se o fator semântico e gramatical a retirada<br />
das vírgulas no segundo período.<br />
d) O terceiro período é formado por uma relação de causa<br />
e efeito.<br />
e) A oração subordinada do terceiro período é adverbial<br />
consecutiva.<br />
36- Leia:<br />
Quando o enterro passou<br />
Os homens que se achavam no café<br />
Tiraram o chapéu maquinalmente.<br />
(Manuel Bandeira)<br />
Sobre os versos do poeta Bandeira acima, é correto o que<br />
se diz em:<br />
142
a) A conjunção quando inicia uma oração principal.<br />
b) A oração “que se achavam no café” restringe a ideia<br />
que é dita em relação ao termo “Os homens”.<br />
c) O verbo da 1ª oração pede um complemento verbal.<br />
d) Em “Tiraram o chapéu maquinalmente”, tem-se uma<br />
oração reduzida de gerúndio.<br />
e) Poder-se-ia colocar uma vírgula antes do pronome<br />
“que” na segunda linha, preservando a ideia inicial.<br />
37- Na frase “Como anoitecesse, recolhi-me pouco<br />
depois e deitei-me” (Monteiro Lobato), a oração<br />
destacada expressa ideia de:<br />
a) comparação<br />
b) conformidade<br />
c) causa<br />
d) consequência<br />
e) modo<br />
38- Leia:<br />
I- Mário estudou muito e foi reprovado.<br />
II- Mário estudou muito e foi aprovado.<br />
Em I e II, a conjunção E tem, respectivamente, valor:<br />
a) Aditivo e conclusivo<br />
b) Adversativo e aditivo<br />
c) Aditivo e aditivo<br />
d) Adversativo e conclusivo<br />
e) Concessivo e causal<br />
39- “Apesar de não ser formado, era um exímio técnico<br />
de informática”. A oração subordinada no período<br />
anterior poder-se-ia apresentar da seguinte forma:<br />
a) Embora não fosse formado...<br />
b) Para que esteja formado...<br />
c) Porque era formado...<br />
d) À medida que se formava...<br />
e) Caso se formasse...<br />
40- Leia:<br />
I- Estudaram a fim de passarem na prova.<br />
II- O poder de compra do brasileiro aumenta à medida<br />
que o salário mínimo cresce.<br />
III- Todos os funcionários atuavam no balcão segundo o<br />
patrão os orientara.<br />
Pela ordem, pode-se dizer que as orações destacadas<br />
acima classificam-se como subordinada adverbial:<br />
a) Consecutiva, causal, temporal<br />
b) Concessiva, condicional, consecutiva<br />
c) Final, temporal, consecutiva<br />
d) Final, proporcional, conformativa<br />
e) Consecutiva, proporcional, conformativa<br />
41- Leia:<br />
I- Abandonou o posto desde que anoitecera.<br />
II- Desde que cumpra o combinado, receberá a<br />
recompensa.<br />
III- Saíram segundo lhes ordenei.<br />
IV- Perseguiram o sonho com o intuito de serem felizes.<br />
As ideias transmitidas em cada oração subordinada<br />
destacada são respectivamente de:<br />
a) Causa, condição, proporcionalidade, tempo<br />
b) Consequência, causa, finalidade, concessão<br />
c) Tempo, condição, conformidade, finalidade<br />
d) Tempo, consequência, causa, finalidade<br />
e) Finalidade, tempo, condição, causa<br />
PONTUAÇÃO<br />
1- Justifique o uso da pontuação nos períodos abaixo:<br />
a) Manoel, venha cá!<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
b) Vendi a televisão, o fogão, a geladeira e a máquina de<br />
lavar.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
____________________________________________<br />
c) O diretor e os professores se reuniram ontem à tarde.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
____________________________________________<br />
d) Márcia lava, e Joana Passa.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
143
e) Maria lava e passa.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
f) Minha mãe chora, e ri, e canta, e dança.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
g) Ele sempre se dedicou à empresa, porém nunca foi<br />
promovido.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
h) Ele sempre se dedicou à empresa, será, portanto,<br />
promovido.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
____________________________________________<br />
i) O brasileiro, que paga seus impostos, não obtém<br />
retorno do Estado.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
j) A verdade, meu povo, deve sempre ser dita.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
k) Eu vendo jornais; minha noiva, revistas.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
l) Assim que entrei, todos me fitaram.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
m) Todos me fitaram assim que entrei.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
n) Que João não virá, nós já sabemos.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
o) Com você, eu caso. / De chocolate, eu gosto.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
p) Desanimada, Ana entrou na sala de aula.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
q) Guido Mantega, ministro da Fazenda, implantou<br />
medidas de combate à inflação.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
r) A diretoria, convém lembrar, não se reúne há cinco<br />
meses.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
s) A vida é triste, ou melhor, muito triste. / Tu não<br />
trabalhas mais aqui, ou seja, estás demitido.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
____________________________________________<br />
t) A introdução dos computadores pode acarretar duas<br />
consequências: uma, de natureza econômica, é a redução<br />
de custos; a outra, de implicações sociais, é a demissão de<br />
funcionários.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
_____________________________________________<br />
u) O Brasil produz café, milho, arroz; ouro, níquel, ferro.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
_____________________________________________<br />
v) É como o jornalista disse: “eles criam a dificuldade<br />
para vender a facilidade”.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
144
w) Num estado de fúria, bradou fortemente:<br />
- Ouçam, miseráveis, vocês hão de me pagar<br />
amargamente!<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
x) “A empresa – afirmou o presidente – deve investir<br />
em seus funcionários”.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
y) O fato – convém lembrar – é inaceitável numa<br />
empresa como esta.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
____________________________________________<br />
z) Acredito que, devendo desta maneira exagerada, “sua<br />
empresa logo alcançará um desenvolvimento invejável”.<br />
______________________________________________<br />
______________________________________________<br />
_____________________________________________<br />
EXERCÍCIOS ADICIONAIS<br />
2- Os períodos seguintes apresentam diferença do<br />
emprego da pontuação. Assinale a letra que corresponde<br />
ao período de pontuação correta.<br />
a) O sinal, estava fechado; os carros, porém, não paravam.<br />
b) O sinal, estava fechado: os carros porém, não paravam.<br />
c) O sinal estava fechado; os carros porém, não paravam.<br />
d) O sinal estava fechado: os carros porém, não paravam.<br />
e) O sinal estava fechado; os carros, porém, não paravam.<br />
3- Assinale a alternativa em que a pontuação não pode<br />
ser aceita.<br />
a) Os homens fazem as leis; as mulheres, os costumes.<br />
b) Cada livro dele, de parte o estilo, traz uma novidade.<br />
c) Às vezes, lá em casa, um simples telefonema podia<br />
suscitar a ocorrência de um cataclismo.<br />
d) Cipião general africano dizia: “Ingrata Pátria não terás<br />
meus ossos”.<br />
e) Comigo, meu bem, é que você não pode, por enquanto,<br />
contar.<br />
4- Assinale a alternativa em que a pontuação do período<br />
é incorreta.<br />
a) Só te peço isto: que não demores.<br />
b) A raposa, que é matreira, enganou o corvo.<br />
c) Mal ele entrou, todos se retiraram.<br />
d) A cartomante fez uma só previsão; que ele ainda seria<br />
feliz.<br />
e) Pensei que não mais virias.<br />
5- Qual o período com pontuação correta?<br />
a) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a<br />
reunião ficou mais animada.<br />
b) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a<br />
reunião ficou mais animada.<br />
c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a<br />
reunião ficou mais animada.<br />
d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a<br />
reunião, ficou mais animada.<br />
e) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a<br />
reunião ficou, mais animada.<br />
6- Assinale a alternativa em que o período está<br />
corretamente pontuado:<br />
a) Repetindo a recomendação o diretor deu um voto, de<br />
confiança aos funcionários, mas poucos se sensibilizaram,<br />
com isso.<br />
b) Repetindo a recomendação, o diretor deu um voto de<br />
confiança aos funcionários mas, poucos se sensibilizaram<br />
com isso.<br />
c) Repetindo, a recomendação o diretor deu um voto de<br />
confiança aos funcionários, mas poucos, se sensibilizaram<br />
com isso.<br />
d) Repetindo a recomendação, o diretor deu um voto de<br />
confiança aos funcionários, mas poucos se sensibilizaram<br />
com isso.<br />
e) Repetindo a recomendação o diretor, deu um voto de<br />
confiança, aos funcionários mas poucos se sensibilizaram,<br />
com isso.<br />
7- Assinale a letra que corresponde ao período de<br />
pontuação correta.<br />
a) Tu meu amigo, se não me engano, estás atrasado.<br />
b) Tu meu amigo se não me engano, estás atrasado.<br />
c) Tu, meu amigo, se não me engano estás atrasado.<br />
d) Tu, meu amigo se não me engano estás atrasado.<br />
e) Tu, meu amigo, se não me engano, estás atrasado.<br />
145
8- Assinale a letra que corresponde ao período de<br />
pontuação correta.<br />
a) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio<br />
gordo, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias,<br />
trazem impresso constante sorriso.<br />
b) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio<br />
gordo, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias<br />
trazem, impresso constante sorriso.<br />
c) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio<br />
gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias,<br />
trazem impresso, constante sorriso.<br />
d) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio<br />
gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias<br />
trazem impresso constante sorriso.<br />
e) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio<br />
gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias,<br />
trazem impresso constante sorriso.<br />
9- Assinale a opção em que está corretamente indicada a<br />
ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as<br />
lacunas da frase: “Quando se trata de trabalho científico _<br />
duas coisas devem ser consideradas __ uma é a<br />
contribuição que o trabalho oferece __ a outra é o valor<br />
prático que possa ter.”<br />
a) dois pontos, ponto-e-vírgula, ponto-e-vírgula<br />
b) vírgula, vírgula, ponto-e-vírgula<br />
c) vírgula, dois pontos, ponto-e-vírgula<br />
d) ponto-e-vírgula, dois pontos, ponto-e-vírgula<br />
e) ponto-e-vírgula, vírgula, vírgula<br />
10- Assinale a alternativa que contém os sinais de<br />
pontuação adequados para a seguinte frase: “Carlos __<br />
todo domingo __ segue a mesma rotina __ praia __ futebol<br />
__ jantar em restaurante __”<br />
a) Vírgula, vírgula, ponto-e-vírgula, vírgula, vírgula,<br />
ponto<br />
b) Vírgula, vírgula, dois pontos, vírgula, vírgula, ponto<br />
c) Vírgula, ponto-e-vírgula, vírgula, ponto-e-vírgula,<br />
ponto-e-vírgula, ponto<br />
d) Vírgula, vírgula, vírgula, vírgula, vírgula, ponto<br />
11- Assinale a alternativa que apresenta correto emprego<br />
das vírgulas:<br />
a) Mário, de acordo com as ordens recebidas, partiu.<br />
b) Mário de acordo, com as ordens, recebidas partiu.<br />
c) Mário, de acordo com as ordens, recebidas, partiu.<br />
d) Mário de acordo com, as ordens, recebidas, partiu.<br />
b) Comenta-se que a Universidade brasileira tem um<br />
ótimo nível.<br />
c) Deseja-se que a seleção dos melhores candidatos à<br />
Universidade seja bem organizada.<br />
d) Afirma-se que a boa formação universitária propicia<br />
melhores oportunidades aos jovens.<br />
e) Acredita-se que apesar dos inúmeros obstáculos a<br />
vencer a reforma será feita em breve.<br />
13- Assinale a alternativa corretamente pontuada:<br />
a) No inverno através dos vidros ele vê a trama dos finos<br />
galhos negros.<br />
b) No inverno através dos vidros, ele vê, a trama dos finos<br />
galhos negros.<br />
c) No inverno através dos vidros ele vê: a trama dos finos<br />
galhos negros.<br />
d) No inverno, através dos vidros, ele vê, a trama, dos<br />
finos galhos negros.<br />
e) No inverno, através dos vidros, ele vê a trama dos finos<br />
galhos negros.<br />
14- Assinale a alternativa em que o texto esteja<br />
corretamente pontuado:<br />
a) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão,<br />
entrou na loja um sujeito baixo sem chapéu trazendo pela<br />
mão, uma menina de quatro anos.<br />
b) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão,<br />
entrou na loja, um sujeito, baixo, sem chapéu, trazendo<br />
pela mão, uma menina de quatro anos.<br />
c) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão,<br />
entrou na loja um sujeito baixo, sem chapéu, trazendo pela<br />
mão uma menina de quatro anos.<br />
d) Enquanto eu, fazia comigo mesmo, aquela reflexão,<br />
entrou na loja um sujeito baixo sem chapéu, trazendo pela<br />
mão uma menina de quatro anos.<br />
e) Enquanto eu fazia comigo mesmo, aquela reflexão,<br />
entrou na loja, um sujeito baixo, sem chapéu trazendo,<br />
pela mão, uma menina, de quatro anos.<br />
Anotações:<br />
12- A frase em que devem ser utilizadas duas vírgulas é:<br />
a) Espera-se que a reforma da casa seja realizada com<br />
êxito.<br />
146
REGÊNCIA VERBAL<br />
Dá-se quando o termo regente é um verbo e este se liga a<br />
seu complemento por uma preposição ou não. Aqui é<br />
fundamental o conhecimento da transitividade verbal.<br />
A preposição, quando exigida, nem sempre aparece depois<br />
do verbo. Às vezes, ela pode ser empregada antes do<br />
verbo, bastando para isso inverter a ordem dos elementos<br />
da frase (Na rua dos Bobos, residia um grande poeta).<br />
Outras vezes, ela deve ser empregada antes do verbo, o<br />
que acontece nas orações iniciadas pelos pronomes<br />
relativos (O ideal a que aspira é nobre).<br />
Alguns verbos e seu comportamento:<br />
ACONSELHAR (TD e I)<br />
Aconselho-o a tomar o ônibus cedo.<br />
Aconselho-lhe tomar o ônibus cedo.<br />
AGRADAR<br />
* no sentido de acariciar ou contentar (pede objeto<br />
direto - não tem preposição).<br />
Agrado minhas filhas o dia inteiro.<br />
Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia.<br />
* no sentido de ser agradável, satisfazer (pede objeto<br />
indireto - tem preposição "a").<br />
As medidas econômicas do Presidente nunca agradam ao<br />
povo.<br />
AGRADECER<br />
* TD e I, com a preposição A. O objeto direto sempre<br />
será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.<br />
Agradecer-lhe-ei os presentes.<br />
Agradeceu o presente ao seu namorado.<br />
AGUARDAR (TD ou TI)<br />
Eles aguardavam o espetáculo.<br />
Eles aguardavam pelo espetáculo.<br />
ASPIRAR<br />
* No sentido sorver, absorver (pede objeto direto - não<br />
tem preposição).<br />
Aspiro o ar fresco de Rio de Contas.<br />
* No sentido de almejar, objetivar (pede objeto<br />
indireto - tem preposição "a").<br />
Ele aspira à carreira de jogador de futebol.<br />
Não admite a utilização do complemento lhe. No lugar,<br />
coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se<br />
a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido<br />
de substantivo feminino (que exija o artigo)<br />
ASSISTIR<br />
* No sentido de ver ou ter direito (TI - preposição A).<br />
Assistimos a um bom filme.<br />
Assiste ao trabalhador o descanso semanal remunerado.<br />
* No sentido de prestar auxílio, ajudar (TD ou TI - com<br />
a preposição A)<br />
Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos.<br />
Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhinhos.<br />
* No sentido de morar é intransitivo, mas exige<br />
preposição EM.<br />
Aspirando a um cargo público, ele vai assistir em Brasília.<br />
Não admite a utilização do complemento lhe, quando<br />
significa ver. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a<br />
elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de<br />
crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que<br />
exija o artigo)<br />
ATENDER<br />
* Atender pode ser TD ou TI, com a preposição a.<br />
Atenderam o meu pedido prontamente.<br />
Atenderam ao meu pedido prontamente.<br />
* No sentido de deferir ou receber (em algum lugar)<br />
pede objeto direto<br />
* No sentido de tomar em consideração, prestar<br />
atenção pede objeto indireto com a preposição a.<br />
Se o complemento for um pronomes pessoal referente a<br />
pessoa, só se emprega a forma objetiva direta (O diretor<br />
atendeu os interessados ou aos interessados / O diretor<br />
atendeu-os)<br />
CERTIFICAR (TD e I)<br />
Admite duas construções: Quem certifica, certifica<br />
algo a alguém ou Quem certifica, certifica alguém de<br />
algo.<br />
Certifico-o de sua posse.<br />
Certifico-lhe que seria empossado.<br />
Certificamo-nos de seu êxito no concurso.<br />
Certificou o escrivão do desaparecimento dos autos.<br />
CHAMAR<br />
* TD, quando significar convocar.<br />
Chamei todos os sócios, para participarem da reunião.<br />
* TI, com a preposição POR, quando significar<br />
invocar.<br />
Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu.<br />
147
* TD e I, com a preposição A, quando significar<br />
repreender.<br />
Chamei o menino à atenção, pois estava conversando<br />
durante a aula.<br />
Chamei-o à atenção.<br />
A expressão "chamar a atenção de alguém" não<br />
significa repreender, e sim fazer se notado (O cartaz<br />
chamava a atenção de todos que por ali passavam)<br />
* Pode ser TD ou TI, com a preposição A, quando<br />
significar dar qualidade. A qualidade (predicativo do<br />
objeto) pode vir precedida da preposição DE, ou não.<br />
Chamaram-no irresponsável.<br />
Chamaram-no de irresponsável.<br />
Chamaram-lhe irresponsável.<br />
Chamaram-lhe de irresponsável.<br />
CHEGAR, IR (Intransitivo)<br />
Aparentemente eles têm complemento, pois quem vai, vai<br />
a algum lugar e quem chega, chega de. Porém a indicação<br />
de lugar é circunstância (adjunto adverbial de lugar), e não<br />
complementação.<br />
Esses verbos exigem a preposição A, na indicação de<br />
destino, e DE, na indicação de procedência.<br />
Quando houver a necessidade da preposição A, seguida de<br />
um substantivo feminino (que exija o artigo a), ocorrerá<br />
crase (Vou à Bahia)<br />
* no emprego mais frequente, usa-se a preposição A, e<br />
não EM.<br />
Cheguei tarde à escola.<br />
Foi ao escritório de mau humor.<br />
* se houver idéia de permanência, o verbo ir segue-se<br />
da preposição PARA.<br />
Se for eleito, ele irá para Brasília.<br />
* quando indicam meio de transporte no qual se chega<br />
ou se vai, então exigem EM.<br />
Cheguei no ônibus da empresa.<br />
A delegação irá no vôo 300.<br />
COGITAR<br />
* Pode ser TD ou TI, com a preposição EM, ou com a<br />
preposição DE.<br />
Começou a cogitar uma viagem pelo litoral.<br />
Hei de cogitar no caso.<br />
O diretor cogitou de demitir-se.<br />
COMPARECER (Intransitivo)<br />
Compareceram na sessão de cinema.<br />
Compareceram à sessão de cinema.<br />
COMUNICAR (TD e I)<br />
* Admite duas construções alternando algo e alguém<br />
entre OD e OI.<br />
Comunico-lhe meu sucesso.<br />
Comunico meu sucesso a todos.<br />
CUSTAR<br />
* No sentido de ser difícil será TI, com a preposição A.<br />
Nesse caso, terá como sujeito aquilo que é difícil, nunca<br />
a pessoa, que será objeto indireto.<br />
Custou-me acreditar em Hipocárpio.<br />
Custa a algumas pessoas permanecer em silêncio.<br />
* no sentido de causar transtorno, dar trabalho, será<br />
TD e I, com a preposição A.<br />
Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família.<br />
* no sentido de ter preç,o será intransitivo.<br />
Estes sapatos custaram R$ 50,00.<br />
DESFRUTAR E USUFRUIR (TD)<br />
Desfrutei os bens de meu pai.<br />
Pagam o preço do progresso aqueles que menos o<br />
desfrutam.<br />
ENSINAR - TD e I<br />
Ensinei-o a falar português.<br />
Ensinei-lhe o idioma inglês.<br />
ESQUECER, LEMBRAR<br />
* quando acompanhados de pronomes, são TI e<br />
constroem-se com DE.<br />
Ela se lembrou do namorado distante. Você se esqueceu<br />
da caneta no bolso do paletó.<br />
* constroem-se sem preposição (TD), se<br />
desacompanhados de pronome.<br />
Você esqueceu a caneta no bolso do paletó. Ela lembrou o<br />
namorado distante.<br />
FALTAR, RESTAR E BASTAR<br />
* Podem ser intransitivos ou TI, com a preposição A.<br />
Muitos alunos faltaram hoje.<br />
Três homens faltaram ao trabalho hoje.<br />
Resta aos vestibulandos estudar bastante.<br />
IMPLICAR<br />
* TD e I com a preposição EM, quando significar<br />
envolver alguém.<br />
Implicaram o advogado em negócios ilícitos.<br />
* TD, quando significar fazer supor, dar a entender;<br />
produzir como consequência, acarretar.<br />
Os precedentes daquele juiz implicam grande<br />
honestidade.<br />
Suas palavras implicam denúncia contra o deputado.<br />
148
* TI com a preposição COM, quando significar<br />
antipatizar.<br />
Não sei por que o professor implica comigo.<br />
Emprega-se preferentemente sem a preposição EM<br />
(Magistério implica sacrifícios)<br />
INFORMAR (TD e I)<br />
Admite duas construções: Quem informa, informa<br />
algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de<br />
algo.<br />
Informei-o de que suas férias terminou.<br />
Informei-lhe que suas férias terminou.<br />
MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE (Intransitivo)<br />
* Seguidos da preposição EM e não com a preposição<br />
A, como muitas vezes acontece.<br />
Moro em Londrina.<br />
Resido no Jardim Petrópolis.<br />
Minha casa situa-se na rua Cassiano.<br />
NAMORAR (TD)<br />
Ela namorava o filho do delegado.<br />
O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa.<br />
OBEDECER, DESOBEDECER (TI)<br />
Devemos obedecer às normas. / Por que não obedeces aos<br />
teus pais?<br />
Verbos TI que admitem formação de voz passiva:<br />
PAGAR, PERDOAR<br />
São TD e I, com a preposição A. O objeto direto<br />
sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.<br />
Paguei a conta ao Banco.<br />
Perdôo os erros ao amigo.<br />
As construções de voz passiva com esses verbos são<br />
comuns na fala, mas agramaticais<br />
PEDIR (TD e I)<br />
* Quem pede, pede algo a alguém. Portanto é errado<br />
dizer Pedir para que alguém faça algo.<br />
Pediram-lhe perdão.<br />
Pediu perdão a Deus.<br />
PRECISAR<br />
* No sentido de tornar preciso (pede objeto direto).<br />
O mecânico precisou o motor do carro.<br />
* No sentido de ter necessidade (pede a preposição de).<br />
Preciso de bom digitador.<br />
PREFERIR (TD e I)<br />
* Não se deve usar mais, muito mais, antes, mil vezes,<br />
nem que ou do que.<br />
Preferia um bom vinho a uma cerveja.<br />
PROCEDER<br />
* TI, com a preposição A, quando significar dar início<br />
ou realizar.<br />
Os fiscais procederam à prova com atraso.<br />
Procedemos à feitura das provas.<br />
* TI, com a preposição DE, quando significar derivarse,<br />
originar-se ou provir.<br />
O mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu.<br />
Esta madeira procede do Paraná.<br />
* Intransitivo, quando significar conduzir-se ou ter<br />
fundamento.<br />
Suas palavras não procedem!<br />
Aquele funcionário procedeu honestamente.<br />
QUERER<br />
* No sentido de desejar, ter a intenção ou vontade de,<br />
tencionar (TD).<br />
Quero meu livro de volta.<br />
Sempre quis seu bem.<br />
* No sentido de querer bem, estimar (TI - preposição<br />
A).<br />
Maria quer demais a seu namorado.<br />
Queria-lhe mais do que à própria vida.<br />
RENUNCIAR<br />
* Pode ser TD ou TI, com a preposição A.<br />
Ele renunciou o encargo.<br />
Ele renunciou ao encargo.<br />
RESPONDER<br />
* TI, com a preposição A, quando possuir apenas um<br />
complemento.<br />
Respondi ao bilhete imediatamente.<br />
Respondeu ao professor com desdém.<br />
Nesse caso, não aceita construção de voz passiva.<br />
* TD com OD para expressar a resposta (respondeu o<br />
quê?)<br />
Ele apenas respondeu isso e saiu.<br />
REVIDAR (TI)<br />
Ele revidou ao ataque instintivamente.<br />
149
SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR (TI) *<br />
Com a preposição COM. Não são pronominais,<br />
portanto não existe simpatizar-se, nem antipatizar-se.<br />
Sempre simpatizei com Eleonora, mas antipatizo com o<br />
irmão dela.<br />
SOBRESSAIR (TI)<br />
* Com a preposição EM. Não é pronominal, portanto<br />
não existe sobressair-se.<br />
Quando estava no colegial, sobressaía em todas as<br />
matérias.<br />
VISAR<br />
* no sentido de ter em vista, objetivar (TI - preposição<br />
A)<br />
Não visamos a qualquer lucro.<br />
A educação visa ao progresso do povo.<br />
* No sentido de apontar arma ou dar visto (TD)<br />
Ele visava a cabeça da cobra com cuidado.<br />
Ele visava os contratos um a um.<br />
Se TI não admite a utilização do complemento lhe. No<br />
lugar, coloca-se a ele (a/s)<br />
São estes os principais verbos que, quando TI, não aceitam<br />
LHE/LHES como complemento, estando em seu lugar a<br />
ele (a/s) - aspirar, visar, assistir (ver), aludir, referir-se,<br />
anuir.<br />
Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar,<br />
informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir são TD e I,<br />
admitindo duas construções: Quem informa, informa algo<br />
a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.<br />
Os verbos transitivos indiretos na 3ª pessoa do singular,<br />
acompanhados do pronome se, não admitem plural. É que,<br />
neste caso, o se indica sujeito indeterminado, obrigando o<br />
verbo a ficar na terceira pessoa do singular. (Precisa-se de<br />
novas esperanças / Aqui, obedece-se às leis de ecologia)<br />
* Verbos que podem ser usados como TD ou TI, sem<br />
alteração de sentido: abdicar (de), acreditar (em), almejar<br />
(por), ansiar (por), anteceder (a), atender (a), atentar (em,<br />
para), cogitar (de, em), consentir (em), deparar (com),<br />
desdenhar (de), gozar (de), necessitar (de), preceder (a),<br />
precisar (de), presidir (a), renunciar (a), satisfazer (a),<br />
versar (sobre) - lista de Pasquale e Ulisses.<br />
As variáveis na conjugação de alguns verbos:<br />
Existem algumas variáveis na conjugação de alguns<br />
verbos. Os linguistas chamam os desvios de variáveis,<br />
enquanto os gramáticos tratam-nos como erros.<br />
verbo ver e derivados.<br />
Forma popular: se eu ver, se eu rever, se eu revesse.<br />
Forma padrão: se eu vir, se eu revir, se eu revisse.<br />
verbo vir e derivados.<br />
Forma popular: se eu vir, seu eu intervir, eu intervi, ele<br />
interviu, eles proviram.<br />
Forma padrão: seu eu vier, se eu intervier, eu intervim,<br />
ele interveio, eles provieram.<br />
ter e seus derivados.<br />
Forma popular: quando eu obter, se eu mantesse, ele<br />
deteu.<br />
Forma padrão: quando eu obtiver, se eu mantivesse, ele<br />
deteve.<br />
pôr e seus derivados.<br />
Forma popular: quando eu compor, se eu disposse, eles<br />
disporam.<br />
Forma padrão: quando eu compuser, se eu dispusesse,<br />
eles dispuseram.<br />
reaver.<br />
Forma popular: eu reavi, eles reaveram, ela reavê.<br />
Forma padrão: eu reouve, eles reouveram, ela reouve.<br />
(Fonte: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/regencia-verbal)<br />
REGÊNCIA NOMINAL<br />
Substantivos, adjetivos e advérbios podem, por regência<br />
nominal, exigir complementação para seu sentido<br />
precedida de preposição.<br />
Segue uma lista de palavras e as preposições exigidas.<br />
Merecem atenção especial as palavras que exigirem<br />
preposição A, por serem passíveis de emprego de crase.<br />
acostumado a, com;<br />
afável com, para;<br />
afeiçoado a, por;<br />
aflito com, por;<br />
alheio a, de;<br />
ambicioso de;<br />
amizade a, por, com;<br />
amor a, por;<br />
ansioso de, para, por;<br />
apaixonado de, por;<br />
apto a, para;<br />
atencioso com, para;<br />
aversão a, por;<br />
ávido de, por;<br />
conforme a;<br />
constante de, em;<br />
constituído com, de, por;<br />
contemporâneo a, de;<br />
contente com, de, em, por;<br />
150
cruel com, para;<br />
curioso de;<br />
desgostoso com, de;<br />
desprezo a, de, por;<br />
devoção a, por, para, com;<br />
devoto a, de;<br />
dúvida em, sobre, acerca de;<br />
empenho de, em, por;<br />
falta a, com, para;<br />
imbuído de, em;<br />
imune a, de;<br />
inclinação a, para, por;<br />
incompatível com;<br />
junto a, de;<br />
preferível a;<br />
propenso a, para;<br />
próximo a, de;<br />
respeito a, com, de, por, para;<br />
situado a, em, entre;<br />
último a, de, em;<br />
único a, em, entre, sobre.<br />
(http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/regencia-nominal)<br />
EXERCÍCIO EXPLICATIVO<br />
1- Corrija as frases incorretas quanto à regência:<br />
a) Os alunos chegaram cedo no colégio.<br />
b) Os amigos foram no cinema.<br />
c) A conversa constante implicou na perda do ano. Ele<br />
situa-se à rua S. Campos.<br />
d) Aristides namora com Marta.<br />
e) Prefiro mais cinema que teatro.<br />
f) Prefiro antes estudar do que trabalhar.<br />
g) Lá em casa, somos em quatro.<br />
h) Fazemos entrega à domicílio.<br />
i) Quem assistiu o filme da Globo?<br />
2- Acrescente preposições às lacunas somente quando a<br />
correção da frase o exija:<br />
a) São ações incompatíveis _____ suas ideias.<br />
b) Ele não fez alusões ______ estes projetos.<br />
c) Ele não tem confiança _______ seus técnicos.<br />
d) Ele tem desconfiança _____ seus técnicos.<br />
e) São ávidos ______ promoção.<br />
f) Prefiro que você não faça o trabalho _____ que o faça<br />
de má vontade.<br />
g) Nós devemos aspirar _____ melhores resultados.<br />
h) Eu quero bem ____ meus subordinados.<br />
i) Eu quero ____ meus subordinados aqui.<br />
j) Os convidados assistiram _____ um grande espetáculo.<br />
k) Os mestres assistiam _____ seus alunos em suas<br />
dificuldades.<br />
l) Sua resposta não agradou _____ o presidente.<br />
m) Ele agradou _____ o chefe com este presente.<br />
n) Ele não precisava _____ a quantia que lhe foi<br />
emprestada.<br />
o) Ele não precisava _____ a quantia necessária.<br />
p) O diretor chamou _____ este engenheiro de gênio.<br />
q) O diretor chamou _____ este engenheiro à sua sala.<br />
r) Nós não lembramos _____ o fato.<br />
s) Nós não nos lembramos _____ o fato.<br />
t) Nós lembramos _____ o fato _____ os presentes à<br />
reunião.<br />
u) Ele perdoou _____ todos os nossos erros.<br />
v) O chefe perdoou ______ seus funcionários.<br />
w) O diretor encarregou ______ engenheiro ______ esta<br />
tarefa.<br />
3- Coloque o acento da crase onde for necessário:<br />
a) Ele fez referência a tarefa feita por nós.<br />
b) Traçou uma reta oblíqua a do centro.<br />
c) Não conheço as que saíram.<br />
d) Ela se referia as que saíram.<br />
e) Apresentou-lhe a esposa.<br />
f) Apresentou-o a esposa.<br />
g) Era uma camisa semelhante a que o diretor usava.<br />
h) Ele não obedecia aquele regulamento.<br />
i) Ele desconhecia aquele regulamento.<br />
j) Não me refiro aquilo.<br />
k) Não vi aquilo.<br />
l) Esta é a lei a qual fiz alusão.<br />
m) Esta é lei a qual desconhecia.<br />
n) Esta é a mulher a quem fiz referência.<br />
o) Esta é a mulher a qual fiz referência.<br />
p) Ele se dedica a empresa e obedece as leis.<br />
q) Não compareceu as reuniões que eram úteis as<br />
pesquisas.<br />
r) O juiz, indiferente as súplicas, condenou o réu a forca.<br />
s) Nas próximas férias, iremos a Bélgica, a Suécia e a<br />
Portugal.<br />
t) Viajaremos a Londres e a Roma do Coliseu.<br />
u) Já fomos a Paraíba, a Pernambuco e a Goiás.<br />
151
v) Também fomos a Santa Catarina e a progressista<br />
Florianópolis.<br />
w) As vezes, o pessoal saía as escondidas.<br />
x) A reunião vai das cinco as seis horas.<br />
y) A reunião vai durar de cinco a seis horas.<br />
z) Devemos obediência a pessoas mais velhas.<br />
4- Em cada questão, assinale a única frase onde se<br />
emprega o acento da crase.<br />
1)<br />
a) Refiro-me a alunas estudiosas.<br />
b) Refiro-me a esta aluna aqui.<br />
c) Refiro-me a todas as alunas.<br />
d) Refiro-me a uma aluna em especial.<br />
e) Refiro-me aquela aluna.<br />
2)<br />
a) Dirigi a palavra a você.<br />
b) Dirigi a palavra a Vossa Majestade.<br />
c) Dirigi a palavra a senhora.<br />
d) Dirigi a palavra a minhas tias.<br />
e) Dirigi a palavra a quem reclamava.<br />
3)<br />
a) Faço alusão a meu pai.<br />
b) Faço alusão a várias cidades.<br />
c) Faço alusão a primeira aluna da turma.<br />
d) Faço alusão a alguma aluna.<br />
e) Faço alusão a essa cidade aí.<br />
4)<br />
a) No verão, vamos a casa de meus tios.<br />
b) No verão, vamos a Minas Gerais ou a Goiás.<br />
c) No verão, vamos a Fortaleza e a Manaus.<br />
d) No verão, vamos a terra.<br />
e) No verão, vamos para a Bolívia e para a Venezuela.<br />
5)<br />
a) Saiu a andar a pé.<br />
b) Levam as moças a uma fuga.<br />
c) Ficou a discorrer a respeito dos estudos.<br />
d) A professora não chegou a tempo.<br />
e) Só as primeiras horas da noite pôde assistir a cerimônia.<br />
6)<br />
a) Ele doou a sua coleção a mim.<br />
b) Perdoamos a quem falou.<br />
c) Ele escreveu uma carta a V. Sª.<br />
d) Leve-o aquele salão e não a este.<br />
e) Ela aspirava a uma carreira rendosa.<br />
7)<br />
a) Entreguei os convites a essa senhora.<br />
b) Não me refiro a tua casa, mas a de tua irmã.<br />
c) Estavam ali, frente a frente.<br />
d) Os marinheiros desceram a terra.<br />
e) Os filhos retornaram a casa.<br />
5- Em cada questão, assinale a única frase onde não se<br />
emprega o acento da crase:<br />
1)<br />
a) Uns vendem a prazo, outros a vista.<br />
b) Ele sempre viveu a custa do pai.<br />
c) Ele está aqui desde as sete horas.<br />
d) Ela só sairá as nove horas.<br />
e) As vezes, ele sai a uma hora da tarde.<br />
2)<br />
a) Ele está sujeito a ela, aquela moça ali.<br />
b) Não saia a estas horas. Saia a tardinha.<br />
c) Renunciou a vida pública e a seus direitos.<br />
d) Refiro-me a que saiu, porque desobedeceu a ordem<br />
recebida.<br />
e) Enfrentou o ladrão cara a cara.<br />
3)<br />
a) Dedicava-se as suas músicas e visava a glória artística.<br />
b) Ele tinha um estilo a José de Alencar.<br />
c) Ele chegou a Roma hoje, e amanhã vai a Londres.<br />
d) Ele chegou a Roma dos Césares.<br />
e) Ele irá a Londres do Big Ben.<br />
4)<br />
a) Ela fugia as escondidas com o pai sentado a porta.<br />
b) Voava a mercê dos ventos.<br />
c) Fugia as pressas, a medida que eu me aproximava dela.<br />
d) Sua maneira de escrever é igual a de meu irmão.<br />
e) Comuniquei a elas a informação recebida.<br />
5)<br />
a) Respondi as que me perguntaram.<br />
b) Respondi a quem me perguntou.<br />
c) Traçou duas linhas paralelas a do centro.<br />
d) Ele escrevia poesias a 1922.<br />
e) Antes de entrar, bata a porta.<br />
6)<br />
a) Ao sair, bata a porta!<br />
b) Ele prefere Roma a Atenas dos filósofos gregos.<br />
c) Ele não foi a Curitiba, mas retornou a progressista<br />
Florianópolis.<br />
d) Aqui está a atriz a qual fizeste referência.<br />
e) Ele só chegará a uma hora.<br />
152
7)<br />
a) Estará em casa daqui a cinco horas.<br />
b) Ele talvez volte as nove horas.<br />
c) A certa hora, eles ficaram lado a lado e falaram as<br />
claras.<br />
d) Chegou a casa a hora certa.<br />
e) Retornaremos a terra natal.<br />
6- Assinale, em cada questão, a única frase que apresenta<br />
erro quanto ao emprego da crase.<br />
1) Dirijo-me...<br />
a) àquela casa da esquina.<br />
b) aquele lugar escuro.<br />
c) àquele teatro moderno.<br />
d) a este cinema aqui.<br />
e) a toda turma.<br />
2) Chegamos...<br />
a) a terra.<br />
b) à Terra.<br />
c) a casa.<br />
d) à casa da paria.<br />
e) a casa Sloper.<br />
3) Faria referência...<br />
a) aquilo.<br />
b) a quem ficasse.<br />
c) às que saíssem.<br />
d) àqueles que fugissem.<br />
e) a esta que aqui está.<br />
4) Este ano, iremos...<br />
a) à fazenda de meus avós.<br />
b) a cidades estrangeiras.<br />
c) as cidades históricas.<br />
d) à Minas de Tiradentes.<br />
e) a Belo Horizonte.<br />
5) O professor respondeu...<br />
a) a suas alunas.<br />
b) às críticas dos alunos<br />
c) à minha irmã.<br />
d) à primeira da turma.<br />
e) as suas alunas.<br />
6) Ele saiu...<br />
a) à toa e às pressas.<br />
b) à uma hora ou às duas horas.<br />
c) dali a uma ou duas horas.<br />
d) a noitinha hoje.<br />
e) às vezes, à hora combinada.<br />
7) Ela sempre escreveu...<br />
a) a nós.<br />
b) a V. Exa.<br />
c) a todos.<br />
d) à certa mulher.<br />
e) à Maria Clara.<br />
8) O diretor fazia alusão...<br />
a) à aluna.<br />
b) às alunas.<br />
c) a alunas.<br />
d) a alunos.<br />
e) à algumas alunas.<br />
9) Paguei...<br />
a) a conta.<br />
b) aquela dívida.<br />
c) a você.<br />
d) àquela senhora.<br />
e) à esta mulher.<br />
10) Perdoamos...<br />
a) as faltas.<br />
b) às faltosas.<br />
c) as que falharam.<br />
d) àquela que falhou.<br />
e) a uma aluna.<br />
11) Todos desobedeceram...<br />
a) às leis.<br />
b) a estas leis.<br />
c) as professoras.<br />
d) a Vossa Majestade.<br />
e) a minha mãe.<br />
12) Nós assistimos...<br />
a) à aula.<br />
b) às festas.<br />
c) àquela peça.<br />
d) ao jogo à noite.<br />
e) à coisas estranhas.<br />
153
154<br />
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO<br />
1- Marque onde há erro na regência do verbo:<br />
a) Ele chegou na cidade ontem à noite.<br />
b) Eu o vi ontem no cinema.<br />
c) Obedeça às minhas ordens.<br />
d) Informei os amigos sobre a carta.<br />
e) Paga o que deves aos teus funcionários.<br />
2- Assinale a alternativa que preenche corretamente as<br />
lacunas do período:<br />
“Não nos interessa _____ eles vêm, _____ moram, nem<br />
_____ pretendem ir”.<br />
a) Donde – onde – aonde<br />
b) Aonde – onde – aonde<br />
c) Donde – aonde – aonde<br />
d) De onde – aonde – onde<br />
e) Donde – aonde – onde<br />
3- Às vezes, ele faz coisas __ gosta pensando em agradar<br />
as pessoas __ convive.<br />
a) Que – das quais<br />
b) Que – pelas quais<br />
c) Que – cujas quais<br />
d) De que – com as quais<br />
e) De que – cujas as quais<br />
4- Assinale a frase em que a regência do verbo assistir está<br />
errada.<br />
a) Assistimos um belo espetáculo de dança semana<br />
passada.<br />
b) Não assisti à missa.<br />
c) Os médicos assistiram os doentes durante a epidemia.<br />
d) O técnico assiste aos jogos.<br />
e) Este comportamento não assiste aos nossos alunos.<br />
5- Assinale a alternativa gramaticalmente correta:<br />
a) Obedeço aos superiores.<br />
b) Vimos por esta informar-lhe de que já enviamos as<br />
mercadorias solicitadas.<br />
c) Prefiro mais estudar do que seguir as más companhias.<br />
d) Que cidades vocês chegaram, quando foram na Bahia,<br />
naquela excursão?<br />
e) Eu lembrei da prova!<br />
6- Assinale a alternativa que completa corretamente as<br />
lacunas abaixo:<br />
I.Certifiquei _____ de que o prazo esgotara.<br />
II.Recebi ___ em meu escritório.<br />
III. Informo ___ que as notas fiscais estão rasuradas.<br />
IV. Avise ____ de que tudo fora resolvido.<br />
a) o – o lhe – o<br />
b) o – o – o – o<br />
c) lhe – lhe – lhe – o<br />
d) o – lhe –lhe – o<br />
e) lhe – lhe – o – o<br />
7- “Visando __ o objetivo, visou __ o cheque e retirouse”.<br />
De acordo com a regência do verbo visar, o<br />
preenchimento adequado das lacunas seria:<br />
a) o – ao<br />
b) a – ao<br />
c) ao – o<br />
d) ao – ao<br />
e) o – o<br />
8- Que frase apresenta erro na regência nominal?<br />
a) Ninguém está imune a influências.<br />
b) Ela já está apta para dirigir.<br />
c) Tinha muita consideração por seus pais.<br />
d) Ele revela muita inclinação com as artes.<br />
e) Era suspeito de ter assaltado a loja.<br />
9- Aponte a alternativa incorreta quanto à regência<br />
nominal:<br />
a) Este caso é análogo ao que foi discutido ontem.<br />
b) É preferível remodelar o antigo projeto a contratar um<br />
novo.<br />
c) Foi reintegrado no ministério que ocupava.<br />
d) Pretendemos estar presentes na reunião.<br />
e) Sua intenção profissional é caracterizada pelo interesse<br />
de projetar-se a qualquer custo.<br />
10- “Um dos candidatos ___ prefeito daquela cidade<br />
informou ____ assessores ___ não receberá os<br />
estudantes”.<br />
a) à – os – de que<br />
b) a – aos – que<br />
c) a – aos – de que<br />
d) à – os – que<br />
e) à – aos – que<br />
11- Assinale a alternativa que preenche corretamente os<br />
espaços na frase. “Eu não ___ vi na festa do clube ontem.<br />
Os diretores não ___ convidaram? Não ___ disseram que<br />
era ontem? Eu ___ avisei de que não podia confiar neles.”<br />
a) o, o, o, o<br />
b) o, lhe, lhe, o<br />
c) o, o, lhe, o<br />
d) lhe, lhe, o, o<br />
e) lhe, lhe, o, lhe
12- Assinale a alternativa em que a regência verbal está<br />
correta.<br />
a) Simpatizei com ela.<br />
b) Assisti o jogo.<br />
c) Fazem três anos que trabalho aqui.<br />
d) Haviam muitas pessoas na sala.<br />
e) Prefiro sorvete do que limonada.<br />
13- Assinale a questão em que a palavra “onde” ou<br />
“aonde” foi utilizada de forma correta.<br />
a) Onde você vai Clementina?<br />
b) Aonde colocaste meu livro?<br />
c) Aonde está meu vestido?<br />
d) Onde eles querem chegar?<br />
e) Aonde irão esses malucos?<br />
14- “Ele ____ encontrou, depois ___ convidou para uma<br />
entrevista, mas não ___ viu mais”.<br />
a) o – o – o<br />
b) lhe – o – lhe<br />
c) lhe – lhe – lhe<br />
d) o – o – lhe<br />
e) o – lhe – o<br />
15- Assinale a alternativa gramaticalmente correta quanto<br />
à regência verbal.<br />
a) Este é o livro que eu gosto e o qual me referi.<br />
b) Este é o livro o qual eu gosto e que me referi.<br />
c) Este é o livro do qual eu gosto e do qual me referi.<br />
d) Este é o livro de que eu gosto e ao qual me referi.<br />
e) Este é o livro cujo o qual eu gosto e me referi.<br />
16- Que frase não apresenta erro de regência verbal.<br />
a) Avisei-lhe da hora da reunião.<br />
b) Quando iremos na empresa.<br />
c) Reclamava muito, mas ninguém o ajudava.<br />
d) Proíbo-lhe de sair sem autorização.<br />
e) Lembrei de suas palavras.<br />
17- Assinale a alternativa que reescreve a frase de acordo<br />
com a norma culta.<br />
a) Os graduados apenas ocasionalmente exercem a<br />
profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente se<br />
dedicam a profissão.<br />
b) Os advogados devem demonstrar nessa prova um<br />
mínimo de conhecimento. / Os advogados devem primar<br />
nessa prova por um mínimo de conhecimento.<br />
c) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não procedeu o<br />
exame da OAB.<br />
d) As corporações deviam promover o interesse da<br />
sociedade. / As corporações deviam almejar do interesse<br />
da sociedade.<br />
e) Essa é uma forma de limitar a concorrência. / Essa é<br />
uma forma de restringir à concorrência.<br />
CONCORDÂNCIA NOMINAL<br />
Na concordância nominal, os determinantes do<br />
substantivo (adjetivos, numerais, pronomes adjetivos e<br />
artigos) alteram sua terminação (gênero e número) para se<br />
adequarem a ele, ou ao pronome substantivo ou numeral<br />
substantivo a que se referem na frase.<br />
O problema da concordância nominal ocorre quando o<br />
adjetivo se relaciona a mais de um substantivo, e surgem<br />
palavras ou expressões que deixam em dúvida.<br />
Observe estas frases:<br />
Aquele beijo foi dado num inoportuno lugar e hora.<br />
Aquele beijo foi dado num lugar e hora inoportuna.<br />
Aquele beijo foi dado num lugar e hora inoportunos. (aqui<br />
fica mais claro que o adjetivo refere-se aos dois<br />
substantivos)<br />
regra geral - a partir desses exemplos, pode-se formular<br />
o princípio de que o adjetivo anteposto concorda com o<br />
substantivo mais próximo. Mas, se o adjetivo estiver<br />
depois do substantivo, além da possibilidade de concordar<br />
com o mais próximo, ele pode concordar com os dois<br />
termos, ficando no plural, indo para o masculino se um<br />
dos substantivos for masculino.<br />
Um adjetivo anteposto em referência a nomes de<br />
pessoas deve estar sempre no plural:<br />
As simpáticas Joana e Marta agradaram a todos.<br />
Quando o adjetivo tiver função de predicativo,<br />
concorda com todos os núcleos a que se relaciona.<br />
São calamitosos a pobreza e o desamparo<br />
Julguei insensatas sua atitude e suas palavras.<br />
Quando um substantivo determinado por artigo é<br />
modificado por dois ou mais adjetivos, podem ser<br />
usadas as seguintes construções:<br />
a) Estudo a cultura brasileira e a portuguesa;<br />
b) Estudo as culturas brasileira e portuguesa;<br />
c) Os dedos indicador e médio estavam feridos;<br />
d) O dedo indicador e o médio estavam feridos.<br />
155
156<br />
A construção: Estudo a cultura brasileira e portuguesa,<br />
embora provoque incerteza, é aceita por alguns<br />
gramáticos.<br />
No caso de numerais ordinais que se referem a um<br />
único substantivo composto, podem ser usadas as<br />
seguintes construções:<br />
a) Falei com os moradores do primeiro e segundo andar./<br />
(...) do primeiro e segundo andares.<br />
Adjetivos regidos pela preposição de, que se referem<br />
a pronomes indefinidos, ficam normalmente no<br />
masculino singular, podendo surgir concordância<br />
atrativa.<br />
a) Sua vida não tem nada de sedutor;<br />
b) Os edifícios da cidade nada têm de elegantes.<br />
Anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio - são<br />
adjetivos ou pronomes adjetivos, devendo concordar<br />
com o substantivo a que se referem.<br />
a) O livro segue anexo;<br />
b) A fotografia vai inclusa;<br />
c) As duplicatas seguem anexas;<br />
d) Elas mesmas resolveram a questão.<br />
Mesmo = até, inclusive é invariável (mesmo eles ficaram<br />
chateados) / expressão "em anexo" é invariável.<br />
Meio, bastante, menos - meio e bastante, quando se<br />
referem a um substantivo, devem concordar com esse<br />
substantivo. Quando funcionarem como advérbios,<br />
permanecerão invariáveis. "Menos" é sempre<br />
invariável.<br />
a) Tomou meia garrafa de vinho;<br />
b) Ela estava meio aborrecida;<br />
c) Bastantes alunos foram à reunião;<br />
d) Eles falaram bastante;<br />
e) Eram alunas bastante simpáticas;<br />
f) Havia menos pessoas vindo de casa.<br />
Muito, pouco, longe, caro, barato - podem ser<br />
palavras adjetivas ou advérbios, mantendo<br />
concordância se fizerem referência a substantivos.<br />
a) Compraram livros caros;<br />
b) Os livros custaram caro;<br />
c) Poucas pessoas tinham muitos livros;<br />
d) Leram pouco as moças muito vivas;<br />
e) Andavam por longes terras;<br />
f) Eles moram longe da cidade;<br />
g) Eram mercadorias baratas;<br />
h) Pagaram barato aqueles livros.<br />
É bom, é proibido, é necessário - expressões<br />
formadas do verbo ser + adjetivo NÃO variam se o<br />
sujeito não vier determinado. Caso contrário, a<br />
concordância será obrigatória.<br />
a) Água é bom;<br />
b) A água é boa;<br />
c) Bebida é proibido para menores;<br />
d) As bebidas são proibidas para menores;<br />
e) Chuva é necessário;<br />
f) Aquela chuva foi necessária.<br />
Só = sozinho (adjetivo. - variável) / só = somente,<br />
apenas (não flexiona).<br />
a) Só elas não vieram;<br />
b) Vieram só os rapazes.<br />
Só forma a expressão "a sós" (sozinhos).<br />
A locução adverbial "a olhos vistos" (= visivelmente)<br />
- invariável (ela crescia a olhos vistos).<br />
Conforme = conformado (adjetivo - var.) / conforme<br />
= como (não flexiona).<br />
a) Eles ficaram conformes com a decisão;<br />
b) Dançam conforme a música.<br />
O (a) mais possível (invariável) / as, os mais possíveis<br />
(é uma moça a mais bela possível / são moças as mais<br />
belas possíveis).<br />
Os particípios concordam como adjetivos.<br />
a) A refém foi resgatada do bote;<br />
b) Os materiais foram comprados a prazo;<br />
Haja vista - não se flexiona, exceto por concordância<br />
atrativa antes de substantivo no plural sem preposição.<br />
a) Haja vista (hajam vistas) os comentários feitos;<br />
b) Haja vista dos recados do chefe.<br />
Pseudo, salvo (= exceto) e alerta não se flexionam<br />
a) Eles eram uns pseudo-sábios;<br />
b) Salvo nós dois, todos fugiram;<br />
c) Eles ficaram alerta.
Os adjetivos adverbializados são invariáveis (vamos<br />
falar sério / ele e a esposa raro vão ao cinema)<br />
Silepse com expressões de tratamento - usa-se<br />
adjetivo masculino em concordância ideológica com<br />
um homem ao qual se relaciona a forma de tratamento<br />
que é feminina.<br />
a) Vossa Majestade, o rei, mostrou-se generoso;<br />
b) Vossa Excelência é injusto.<br />
EXERCÍCIOS<br />
1- Assinale a alternativa que completa corretamente as<br />
lacunas:<br />
Por ser ______ a entrada fora do horário, Maria ficou ____<br />
irritada e passou a dizer _____ desaforos.<br />
a) Proibida – meio – bastante<br />
b) Proibida – meia – bastantes<br />
c) Proibido – meio – bastantes<br />
d) Proibida – meio – bastantes<br />
e) Proibido – meia – bastante<br />
2- Assinale a frase de concordância incorreta:<br />
a) Anexo, seguem as procurações que me pediste.<br />
b) Pagaram o aluguel e ficaram quites com a imobiliária.<br />
c) Não me diga que eles mesmos gritaram por socorro!<br />
d) Todas elas estavam meio distraídas.<br />
e) A ministra estava todo irritada com a situação.<br />
3- Dadas as afirmativas:<br />
I. Era meio-dia e meia quando ela chegou meio agitada.<br />
Haja vista o alvoroço que causou.<br />
II. Lêem bastante os bibliotecários, pois têm bastantes<br />
livros à mão.<br />
III. Ele está quite com suas obrigações, nós, porém, não<br />
estamos quites com as nossas.<br />
IV. Os agentes de plantão permanecem alerta toda a noite.<br />
V. Ele está de mau humor ou é mal-educado?<br />
Pode-se afirmar que:<br />
a) Somente duas estão corretas.<br />
b) Somente três estão corretas.<br />
c) Somente quatro estão corretas.<br />
d) Todas estão corretas.<br />
e) Todas estão incorretas.<br />
4- Analise:<br />
I. Vão ____ à carta várias fotografias.<br />
II. Paisagens as mais belas _____ .<br />
III. Ela estava _____ narcotizada.<br />
a) Anexas – possíveis – meio<br />
b) Anexas – possível – meio<br />
c) Anexo – possíveis – meia<br />
d) Anexo – possível – meio<br />
e) Anexo – possível – meia<br />
5- Aponte a alternativa em que a concordância nominal<br />
não é adequada:<br />
a) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução<br />
forçada.<br />
b) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução<br />
forçados.<br />
c) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução<br />
forçadas.<br />
d) Obrigava sua corpulência a forçado exercício e<br />
evolução.<br />
e) Obrigava sua corpulência a forçada evolução e<br />
exercício.<br />
6- “Ainda ____ furiosa, mas com ____ violência, proferia<br />
injúrias ____ para escandalizar os mais arrojados”.<br />
a) Meia – menas – bastantes<br />
b) Meia – menos – bastante<br />
c) Meio – menos – bastante<br />
d) Meio – menas – bastantes<br />
e) Meio – menos – bastantes<br />
7- Tendo em vista as normas de concordância, assinale a<br />
opção em que a lacuna só pode ser preenchida por um dos<br />
termos colocados entre parênteses:<br />
a) Cabelo e pupila _____ (negros / negra)<br />
b) Cabelo e corpo ______ (monstruoso / monstruosos)<br />
c) Calma e serenidade _____ (invejável / invejáveis)<br />
d) Dentes e garras _____ (afiados / afiadas)<br />
e) Tronco e galhos ______ (seco / secos)<br />
8- Assinale a alternativa que completa corretamente a<br />
seguinte frase, segundo os padrões da norma culta: “A<br />
apostila e o texto ______ sofreram ____ modificações.<br />
Isso foi feito porque é _____ a adaptação do material às<br />
atuais características do curso”.<br />
a) Antiga – bastantes – necessária<br />
b) Antigas – bastante – necessária<br />
c) Antigos – bastantes – necessária<br />
157
d) Antigos – bastantes – necessário<br />
e) Antigo – bastantes – necessário<br />
9- “Não foi ____ a suspensão que lhe deram, porque você<br />
foi o que ____ falhas cometeu; poderiam ter pensado em<br />
outras penalidades mais _____”.<br />
a) Justo – menas – adequada<br />
b) Justa – menos – adequadas<br />
c) Justa – menos – adequada<br />
d) Justo – menas – adequadas<br />
e) Justo – menos – adequada<br />
10- Aponte a frase correta:<br />
a) Fui à padaria e comprei duzentas gramas de mortadela.<br />
b) Fui à padaria e comprei duzentas gramas de<br />
mortandela.<br />
c) Fui à padaria e comprei duzentos gramas de<br />
mortandela.<br />
d) Fui à padaria e comprei duzentos gramas de mortadela.<br />
11- Levando em consideração as regras de concordância,<br />
escreva (1) para as frases corretas e (2) para as frases<br />
incorretas.<br />
( ) Quando a senhora terminou de abrir as malas, já era<br />
meio-dia e meia.<br />
( ) A própria sogra presenciou a abertura das malas;<br />
sim, ela mesmo.<br />
( ) Anexo àquela carta destinada ao pai da moça, foram<br />
remetidas as joias.<br />
( ) Ao final da tarde, a senhora mostrava-se meio<br />
apreensiva.<br />
( ) Naquelas bagagens, havia joias muito preciosas.<br />
A sequência correta é:<br />
a) 1,1,2,2,1<br />
b) 2,1,1,2,2<br />
c) 1,2,1,2,1<br />
d) 1,2,2,1,1<br />
CONCORDÂNCIA VERBAL<br />
REGRA BÁSICA: O núcleo do sujeito de uma oração<br />
concorda em número com o verbo do predicado.<br />
Casos gerais:<br />
* sujeito simples - verbo concorda com o sujeito simples<br />
em pessoa e número.<br />
a) Uma boa Constituição é desejada por todos os<br />
brasileiros;<br />
b) De paz necessitam as pessoas.<br />
* sujeito coletivo (singular na forma com ideia de plural)<br />
- verbo fica no singular, concordando com a palavra<br />
escrita, e não com a ideia.<br />
a) O pessoal já saiu.<br />
b) A gente ficou preocupado.<br />
Quando o verbo se distanciar do sujeito coletivo, o verbo<br />
poderá ir para o plural concordando com a ideia de<br />
quantidade (silepse de número).<br />
a) A turma concordava nos pontos essenciais,<br />
discordavam apenas nos pormenores.<br />
* o sujeito é um pronome de tratamento - verbo fica na<br />
3ª pessoa.<br />
a) Vossa Senhoria não é justo;<br />
b) Vossas Senhorias estão de acordo comigo.<br />
* expressão mais de + numeral - verbo concorda com o<br />
numeral.<br />
a) Mais de um candidato prometeu melhorar o país;<br />
b) Mais de duas pessoas vieram à festa.<br />
* mais de um + se (ideia de reciprocidade) - verbo no<br />
plural.<br />
a) Mais de um sócio se insultaram.<br />
* mais de um + mais de um - verbo no plural.<br />
b) Mais de um candidato, mais de um representante<br />
faltaram à reunião.<br />
* expressões perto de, cerca de, mais de, menos de +<br />
sujeito no plural - verbo no plural.<br />
a) Perto de quinhentos presos fugiram.<br />
b) Cerca de trezentas pessoas ganharam o prêmio.<br />
c) Mais de mil vozes pediam justiça.<br />
d) Menos de duas pessoas fizeram isto.<br />
* nomes só usados no plural - a concordância depende<br />
da presença ou não de artigo.<br />
sem artigo - verbo no singular .<br />
a) Minas Gerais produz muito leite.<br />
b) Férias faz bem.<br />
precedidos de artigo plural - verbo no plural.<br />
a) "Os Lusíadas" exaltam a grandeza do povo português.<br />
b) As Minas Gerais produzem muito leite.<br />
158
‣ Para nomes de obras literárias, admite-se também<br />
a concordância ideológica (silepse) com a palavra<br />
“obra” implícita na frase ("Os Lusíadas" exalta a<br />
grandeza do povo português).<br />
* expressões a maior parte, grande parte, a maioria de<br />
(= sujeito coletivo partitivo) + adjunto adnominal no<br />
plural - verbo concorda com o núcleo do sujeito ou com<br />
o especificador (AA).<br />
a) A maior parte dos constituintes se retirou (retiraram).<br />
b) Grande parte dos torcedores aplaudiu (aplaudiram) a<br />
jogada.<br />
c) A maioria dos constituintes votou (votaram).<br />
Quando a ação só pode ser atribuída à totalidade, e não<br />
separadamente aos indivíduos, usa-se o singular.<br />
d) Um bando de soldados enchia o pavimento inferior.<br />
* quem (pronome relativo sujeito) - verbo na 3ª pessoa<br />
do singular concordando com o pronome quem ou<br />
concordando com o antecedente.<br />
a) Fui eu quem falou (falei).<br />
b) Fomos nós quem falou (falamos).<br />
* que ( pronome relativo sujeito) - verbo concorda<br />
sempre com o antecedente.<br />
a) Fomos nós que falamos.<br />
* sujeito é pronome interrogativo ou indefinido<br />
(núcleo) + de nós ou de vós - depende do pronome<br />
núcleo.<br />
pronome-núcleo no singular - verbo no singular.<br />
a) Qual de nós votou conscientemente?<br />
b) Nenhum de vós irá ao cinema.<br />
pronome-núcleo no plural - verbo na 3ª pessoa do plural<br />
ou concordando com o pronome pessoal.<br />
a) Quais de nós votaram (votamos) conscientemente?<br />
b) Muitos de vós foram (fostes) insultados.<br />
* sujeito composto anteposto ao verbo - verbo no plural.<br />
a) O anel e os brincos sumiram da gaveta.<br />
com núcleos sinônimos - verbos no singular ou plural.<br />
a) O rancor e o ódio cegou o amante.<br />
b) O desalento e a tristeza abalaram-me.<br />
com núcleos em gradação - verbo singular ou plural.<br />
a) Um minuto, uma hora, um dia passa/passam rápido.<br />
dois infinitivos como núcleos - verbo no singular.<br />
a) Estudar e trabalhar é importante.<br />
dois infinitivos exprimindo idéias opostas - verbo no<br />
plural.<br />
a) Rir e chorar se alternam.<br />
* sujeito composto posposto - concordância normal ou<br />
atrativa (com o núcleo mais próximo).<br />
a) Discutiram / Discutiu muito o chefe e o funcionário.<br />
Se houver ideia de reciprocidade, verbo vai para o<br />
plural.<br />
a) Estimam-se o chefe e o funcionário.<br />
Quando o verbo ser está acompanhado de substantivo<br />
plural, o verbo também se pluraliza.<br />
a) Foram vencedores Pedro e Paulo.<br />
* sujeito composto de diferentes pessoas gramaticais -<br />
depende da pessoa prevalente.<br />
eu + outros pronomes - verbo na 1ª pessoa plural.<br />
a) Eu, tu e ele (= nós) sairemos.<br />
tu + eles - verbo na 2ª pessoa do plural (preferência) ou<br />
3ª pessoa do plural.<br />
a) Tu e teu colega estudastes/estudaram?<br />
Se o sujeito estiver posposto, também vale a<br />
concordância atrativa.<br />
a) Saímos/saí eu e tu.<br />
* sujeito composto resumido por um pronome-síntese<br />
(aposto) - concordância com o pronome.<br />
a) Risos, gracejos, piadas, nada a alegrava.<br />
* expressão um e outro - verbo no singular ou no plural.<br />
a) Um e outro falava/ falavam a verdade.<br />
Com ideia de reciprocidade - verbo no plural.<br />
a) Um e outro se agrediram.<br />
159
* expressão um ou outro - verbo no singular.<br />
a) Um ou outro rapaz virava a cabeça para nos olhar.<br />
* sujeito composto ligado por nem - verbo no plural.<br />
a) Nem o conforto, nem a glória lhe trouxeram a<br />
felicidade.<br />
Aparecendo pronomes pessoais misturados, leva-se em<br />
conta a prioridade gramatical.<br />
a) Nem eu, nem ela fomos ao cinema.<br />
* expressão nem um nem outro - verbo no singular.<br />
a) Nem um nem outro comentou o fato.<br />
* sujeito composto ligado por ou - faz-se em função da<br />
ideia transmitida pelo ou.<br />
ideia de exclusão - verbo no singular.<br />
a) José ou Pedro será eleito para o cargo.<br />
b) Um ou outro conhece seus direitos.<br />
ideia de inclusão ou antinomia - verbo no plural.<br />
a) Matemática ou física exigem raciocínio lógico.<br />
b) Riso ou lágrimas fazem parte da vida.<br />
ideia explicativa ou alternativa - concordância com<br />
sujeito mais próximo.<br />
a) Ou eu ou ele irá.<br />
b) Ou ele ou eu irei.<br />
* expressão um dos que - verbo no singular (um) ou<br />
plural (dos que).<br />
a) Ele foi um dos que mais falou/falaram.<br />
Se a expressão significar apenas um, verbo no singular.<br />
a) É uma das peças de Nelson Rodrigues que será<br />
apresentada.<br />
* sujeito é número percentual - observar a posição do<br />
número percentual em relação ao verbo.<br />
verbo concorda com termo posposto ao número.<br />
a) 80% da população tinha mais de 18 anos.<br />
b) Dez por cento dos sócios saíram da empresa.<br />
o verbo concorda com o número quando estiver<br />
anteposto a ele.<br />
verbo no plural, se o número vier determinado por artigo<br />
ou pronome no plural.<br />
a) Os 87% da produção perderam-se.<br />
b) Aqueles 30% do lucro obtido desapareceram.<br />
* sujeito é número fracionário - verbo concorda com o<br />
numerador.<br />
a) 1/4 da turma faltou ontem.<br />
b) 3/5 dos candidatos foram reprovados.<br />
* sujeito composto antecedido de cada ou nenhum -<br />
verbo na 3ª pessoa do singular.<br />
a) Cada criança, cada adolescente, cada adulto ajudava<br />
como podia.<br />
b) Nenhum político, nenhuma cidade, nenhum ser<br />
humano faria isso.<br />
* sujeito composto ligado por como, assim como, bem<br />
como (formas correlativas) - deve-se preferir o plural,<br />
sendo mais raro o singular.<br />
a) Rio de Janeiro como Florianópolis são belas cidades.<br />
b) Tanto uma, como a outra, suplicava-lhe o perdão.<br />
* sujeito composto ligado por com - observar presença<br />
ou não de vírgulas.<br />
verbo no plural sem vírgulas.<br />
a) Eu com outros amigos limpamos o quintal.<br />
verbo no singular com vírgulas, ideia de companhia.<br />
a) O presidente, com os ministros, desembarcou em<br />
Brasília.)<br />
* sujeito indeterminado + SE - verbo no singular.<br />
a) Assistiu-se à apresentação da peça.<br />
* sujeito paciente ao lado de um verbo na voz passiva<br />
sintética - verbo concorda com o sujeito.<br />
a) Discutiu-se o plano.<br />
b) Discutiram-se os planos.<br />
* locução verbal constituída de: parecer + infinitivo -<br />
verbo parecer varia ou o infinitivo.<br />
a) As pessoas pareciam acreditar em tudo.<br />
b) As pessoas parecia acreditarem em tudo.<br />
a) Perderam-se 40% da lavoura.<br />
160
Com o infinitivo pronominal, flexiona-se apenas o<br />
infinitivo.<br />
a) Elas parece zangarem-se com a moça.<br />
* verbos dar, bater e soar + horas - verbos têm como<br />
sujeito o número que indica as horas.<br />
a) Deram dez horas naquele momento.<br />
b) Meio-dia soou no velho relógio da igreja.<br />
* verbos indicadores de fenômenos da natureza - verbo<br />
na 3ª pessoa singular por serem impessoais, extensivo aos<br />
auxiliares se estiverem em locuções verbais.<br />
a) Geia muito no Sul.<br />
b) Choveu por muitas noites no verão.<br />
Em sentido figurado deixam de ser impessoais.<br />
a) Choveram vaias para o candidato.<br />
* haver = existir ou acontecer, fazer (tempo decorrido)<br />
é impessoal.<br />
a) Havia vários alunos na sala (= existiam).<br />
b) Houve bastantes acidentes naquele mês<br />
(= aconteceram).<br />
c) Não a vejo há uns meses (= faz).<br />
d) Deve haver muitas pessoas na fila (devem existir).<br />
Considera-se errado o emprego do verbo ter por<br />
haver, quando tiver sentido de existir ou acontecer.<br />
a) Há um lugar ali. / Tem um lugar ali.<br />
Os verbos existir e acontecer são pessoais e concordam<br />
com seu sujeito (Existiam sérios compromissos.<br />
a) Aconteceram bastantes problemas naquele dia.<br />
* verbo fazer indicando tempo decorrido ou fenômeno<br />
da natureza (impessoal).<br />
a) Fazia anos que não vínhamos ao Rio.<br />
b) Faz verões maravilhosos nos trópicos.<br />
* verbo ser - impessoal quando indica data, hora e<br />
distância, concordando com a expressão numérica ou a<br />
palavra a que se refere.<br />
a) Eram seis horas.<br />
b) Hoje é dia doze.<br />
c) Hoje é ou são doze.<br />
d) Daqui ao centro são treze quilômetros.<br />
* se estiver entre dois núcleos das classes a seguir, em<br />
ordem, concordará, preferencialmente, com a classe<br />
que tiver prioridade, independente de função sintática.<br />
* pronome pessoal → pessoa → substantivo concreto<br />
→ substantivo abstrato → pronome indefinido,<br />
demonstrativo ou interrogativo.<br />
a) Tu és Maria.<br />
b) Maria és tu.<br />
c) Tu és minhas alegrias.<br />
d) Minhas alegrias és tu.<br />
e) Maria é minhas alegrias.<br />
f) Minhas alegrias é Maria.<br />
g) As terras são a riqueza.<br />
h) A riqueza são as terras.<br />
i) Tudo são flores.<br />
j) Emoções são tudo.<br />
* se o sujeito é palavra coletiva, o verbo concorda com<br />
o predicativo.<br />
a) A maioria eram adolescentes.<br />
b) A maior parte eram problemas.<br />
* sujeito indica peso, medida, quantidade + é pouco, é<br />
muito, é bastante, é suficiente, é tanto, verbo ser no<br />
singular.<br />
a) Três mil reais é pouco pelo serviço.<br />
b) Dez quilômetros já é bastante para um dia.<br />
* silepse de pessoa - verbo concorda com um elemento<br />
implícito.<br />
a) A formosura de Páris e Helena foram a causa da<br />
destruição de Tróia.<br />
b) Os brasileiros somos improvisadores (ideia de inclusão<br />
de quem fala entre os brasileiros).<br />
EXERCÍCIO EXPLICATIVO<br />
1- Complete as lacunas a seguir de acordo com a flexão<br />
solicitada dos verbos entre parênteses.<br />
1. Uma boa Constituição ____ desejada por todos os<br />
brasileiros. (ser – Pres. do Ind.)<br />
2. De paz ___________ as pessoas.<br />
(necessitar – Pres. do Ind.)<br />
161
3. O pessoal já ________. (sair – Pret. Perf.)<br />
4. A gente _________ preocupado.<br />
(ficar – Pret. Perf.)<br />
5. A turma concordava nos pontos essenciais,<br />
____________ apenas nos pormenores. (discordar – Pret.<br />
Perf.)<br />
6. Perto de quinhentos presos _________.<br />
(fugir – Pret. Perf.)<br />
7. Cerca de trezentas pessoas __________ o prêmio.<br />
(ganhar – Pret. Perf.)<br />
8. Mais de mil vozes ___________ justiça. (pedir - Pret.<br />
Imp.)<br />
9. Menos de duas pessoas __________ isto. (fazer - Pret.<br />
Perf.)<br />
10. Minas Gerais __________ muito leite. (produzir –<br />
Pres. Do Ind.)<br />
11. Férias __________ bem.<br />
(fazer – Pres. Do Ind.)<br />
12. "Os Lusíadas" ____________ a grandeza do povo<br />
português. (exaltar – Pres. Do Ind.)<br />
13. As Minas Gerais _____________ muito leite.<br />
(produzir – Pres. Do Ind.)<br />
14. A maior parte dos constituintes _____________<br />
(retirar-se – Pret. Perf.).<br />
15. Grande parte dos torcedores _____________<br />
(aplaudir – Pret. Perf.) a jogada.<br />
16. A maioria dos constituintes ___________ (votar –<br />
Pret. Perf.).<br />
17. Fui eu quem __________<br />
(falar – Pret. Perf.).<br />
18. Fomos nós quem ___________<br />
(falar – Pret. Perf.).<br />
19. Fomos nós que ___________.<br />
(falar – Pret. Perf.)<br />
20. O anel e os brincos __________ da gaveta. (sumir –<br />
Pret. Perf.)<br />
21. O rancor e o ódio __________ o amante. (cegar –<br />
Pret. Perf.)<br />
22. O desalento e a tristeza _____________ o<br />
relacionamento. (abalar – Pret. Perf.)<br />
23. _____________ muito o chefe e o funcionário.<br />
(discutir - Pret. Perf.)<br />
24. _____________-se o chefe e o funcionário. (estimar<br />
– Pres. Do Ind.)<br />
25. Eu, tu e ele ____________.<br />
(sair - Fut. do Pres.)<br />
26. Tu e teu colega ______________?<br />
(estudar – Pret. Perf.)<br />
27. ___________ eu e tu. (sair – Pret. Perf.)<br />
28. Um ou outro rapaz __________ a cabeça para nos<br />
olhar. (virar - Pret. Imp.)<br />
29. Nem um nem outro ____________ o fato (comentar<br />
– Pret. Perf.)<br />
30. Nem o conforto, nem a glória lhe ___________ a<br />
felicidade. (trazer – Pret. Perf.)<br />
31. José ou Pedro __________ eleito para o cargo. (ser –<br />
Fut. Do Pres.)<br />
32. Um ou outro ____________ seus direitos. (conhecer<br />
- Pres. Do Ind.)<br />
33. Matemática ou física __________ raciocínio lógico.<br />
(exigir – Pres. Do Ind.)<br />
34. Riso ou lágrimas ___________ parte da vida. (fazer<br />
– Pres. Do Ind.)<br />
35. Rio de Janeiro como Florianópolis ________ belas<br />
cidades. (ser – Pres. Do Ind.)<br />
36. Tanto uma, como a outra, ___________-lhe o<br />
perdão. (suplicar – Pret. Imp.)<br />
37. Eu com outros amigos ___________ o quintal.<br />
(limpar – Pret. Perf.)<br />
38. O presidente, com os ministros, ____________ em<br />
Brasília.<br />
(desembarcar – Pret. Perf.)<br />
39. _____________-se à apresentação da peça. (assistir –<br />
Pret. Perf.)<br />
40. _____________-se o plano.<br />
(discutir – Pret. Perf.)<br />
41. ______________-se os planos.<br />
(discutir – Pret. Perf.)<br />
42. ____________ por muitas noites no verão. (chover –<br />
Pret. Perf.)<br />
43. _____________ vaias para o candidato. (chover –<br />
Pret. Perf.)<br />
44. _____________ vários alunos na sala<br />
(haver – Pret. Imp.)<br />
45. ______________ bastantes acidentes naquele mês.<br />
(haver – Pret. Perf.)<br />
46. Não a vejo ________ uns meses.<br />
(haver – Pres. Do Ind.)<br />
47. _________ haver muitas pessoas na fila (dever –<br />
Pres. Do Ind.)<br />
48. ________ seis horas. (ser – Pres. Do Ind.)<br />
49. Hoje _____ dia doze. (ser – Pres. Do Ind.)<br />
50. Hoje _____ doze. (ser – Pres. Do Ind.)<br />
51. Tu _______ Maria. (ser – Pres. Do Ind.)<br />
52. Maria _______ tu. (ser – Pres. Do Ind.)<br />
53. Tu ________ minhas alegrias.<br />
(ser – Pres. Do Ind.)<br />
54. Minhas alegrias ________ tu.<br />
(ser – Pres. Do Ind.)<br />
55. Maria ________ minhas alegrias.<br />
(ser – Pres. Do Ind.)<br />
162
56. Minhas alegrias ________ Maria.<br />
(ser – Pres. Do Ind.)<br />
57. As terras ________ a riqueza.<br />
(ser – Pres. Do Ind.)<br />
58. A riqueza _______ as terras.<br />
(ser – Pres. Do Ind.)<br />
59. Tudo _______ flores. (ser – Pres. Do Ind.)<br />
60. Emoções _______ tudo.<br />
(ser – Pres. Do Ind.)<br />
EXERCÍCIOS ADICIONAIS<br />
1- Dadas as sentenças:<br />
I. Eram duas horas da tarde.<br />
II. Fui eu que resolvi o problema.<br />
III. Hoje são sete de março.<br />
Deduzimos que:<br />
a) Apenas a sentença número 1 está correta.<br />
b) Apenas a sentença número 2 está correta.<br />
c) Apenas a sentença número 3 está correta.<br />
d) Todas estão corretas.<br />
e) N.d.a.<br />
2- Assinale a alternativa correta quanto à concordância<br />
verbal:<br />
a) Houveram muitos distúrbios na cidade ontem.<br />
b) Os Estados Unidos da América é dos países que mais<br />
luta pela liberdade.<br />
c) Deve fazer três semanas que não vejo meu amigo João.<br />
d) Fazem quinze anos que saí da escola.<br />
e) Haviam muitas pessoas na prefeitura.<br />
3- Observe a frase: “Para armazenar água da chuva ____<br />
muitas cisternas”. Quanto à concordância, a forma verbal<br />
que preenche corretamente a lacuna acima é:<br />
a) Construiu-se<br />
b) Existia<br />
c) Havia<br />
d) Devia existir<br />
e) Deviam haver<br />
4- Concordância verbal incorreta:<br />
a) Vossa Excelência é generoso.<br />
b) Mais de um jornal comentou o jogo.<br />
c) Elaborou-se ótimos planos.<br />
d) Minha família e eu fomos ao mercado.<br />
e) Os Estados Unidos situam-se na América do Norte.<br />
5- Não chove ___ meses; mas a esperança e o vigor que<br />
sempre ____ no sertanejo não o _____.<br />
a) Faz – existiu – abandonou<br />
b) Faz – existiram – abandonaram<br />
c) Fazem – existiu – abandonou<br />
d) Fazem – existiram – abandonaram<br />
e) Fazem – existiu – abandonaram<br />
6- Selecione, entre as alternativas abaixo, a que completa<br />
corretamente o seguinte período: “___ nove horas que<br />
começara o engarrafamento, e não ____ caminhões livres<br />
para se chegar à cidade, pois já ___ muitos pontos de<br />
retenção”.<br />
a) Faziam – haviam – existia<br />
b) Faziam – havia – existia<br />
c) Faziam – havia – existiam<br />
d) Fazia – haviam – existiam<br />
e) Fazia – havia – existiam<br />
7- “Já ____ uns doze anos que ele não voltava à terra natal,<br />
por isso não sabia que lá ____ ocorrido mudanças”.<br />
a) deviam fazerem – havia<br />
b) devia fazer – haviam<br />
c) devia fazer – havia<br />
d) deviam fazer – haviam<br />
e) deviam fazer – havia<br />
8- O verbo deve ir para o plural:<br />
a) Organizou-se em grupos de quatro.<br />
b) Atendeu-se a todos os clientes.<br />
c) Faltava um banco e uma cadeira.<br />
d) Pintou-se as paredes de verde.<br />
e) Já faz mais de dez anos que o vi.<br />
9- Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores. Hoje, só<br />
__ ervas daninhas.<br />
a) fazem – haviam – existe<br />
b) fazem – havia – existe<br />
c) fazem – haviam – existem<br />
d) faz – havia – existem<br />
e) faz – havia – existe<br />
10- ____ fazer cinco meses que não a vemos; ____ existir<br />
motivos imperiosos para a sua ausência, pois, se não ___,<br />
ela já nos teria procurado.<br />
a) Vai – deve – houvessem<br />
163
) Vai – devem – houvesse<br />
c) Vão – deve – houvesse<br />
d) Vão – devem – houvesse<br />
e) Vão – devem – houvessem<br />
11- Talvez ___ dúvidas quanto ao funcionamento do<br />
veículo, mas não ____ existir defeitos mecânicos, pois o<br />
caminhão está rodando sem problemas ____ cinco dias.<br />
a) Haja – devem – faz<br />
b) Hajam – deve – fazem<br />
c) Haja – deve – fazem<br />
d) Haja – deve – faz<br />
e) Hajam – devem – faz<br />
12- A mãe, a doce mulher, a criatura amorosa _____ a<br />
casa; não ____ jamais; ____ sempre por perto.<br />
a) guardam – se descuidam – está<br />
b) guardam – se descuida – estão<br />
c) guarda – se descuida – está<br />
d) guarda – se descuidam – está<br />
e) guarda – se descuidam – estão<br />
13- Assinale a alternativa que preenche corretamente os<br />
espaços na frase. “Hoje, quem ___, porque, ontem _____<br />
tu que ______”.<br />
a) paga sou eu – fostes – pagastes<br />
b) paga sou eu – foi – pagou<br />
c) paga sou eu – foste – pagaste<br />
d) paga é eu – foi – pagaste<br />
14- Assinale a alternativa que preenche corretamente os<br />
espaços na frase. “Não ___ razões para acreditarmos nele,<br />
pois ___ provas suficientes e ____ anotações memoráveis<br />
a seu favor.”<br />
a) faltava – haviam – existiam<br />
b) faltavam – haviam – existiam<br />
c) faltava – havia – existia<br />
d) faltavam – havia – existiam<br />
e) faltavam – haviam – existia<br />
15- Assinale a oração em que o verbo fazer foi utilizado<br />
corretamente.<br />
a) Iam fazer dois meses que ele estava aqui.<br />
b) Vão fazer dois séculos de independência daquele país.<br />
c) Faz dez anos que ele se foi.<br />
d) Irão fazer três anos que não o vejo.<br />
e) Fazem cinco anos que ele morreu.<br />
16. Assinale a alternativa que completa, correta e<br />
respectivamente, de acordo com a norma culta, as frases:<br />
I.O monopólio só é bom para aqueles que ____.<br />
II. Nos dias de hoje, nem 20% advogam, e apenas 1%<br />
____.<br />
III. Em sua maioria, os advogados sempre ______.<br />
a) o retêem – obtem sucesso – se apropriaram os postos<br />
de destaque na política e no mundo dos negócios.<br />
b) o retém – obtém sucesso – se apropriaram aos postos<br />
de destaque na política e no mundo dos negócios.<br />
c) o retém – obtêem sucesso – se apropriaram os postos de<br />
destaque na polícia e no mundo dos negócios.<br />
d) o retêm – obtém sucesso – se apropriaram de postos de<br />
destaque na política e no mundo dos negócios.<br />
e) o retem – obtêem sucesso – se apropriaram de postos<br />
de destaque na polícia e no mundo dos negócios.<br />
17- Assinale a alternativa em que se admite a<br />
concordância verbal tanto no singular como no plural<br />
como em: “A maioria dos advogados ocupam postos de<br />
destaque na política e no mundo dos negócios”.<br />
a) Como o direito, a medicina é uma carreira estritamente<br />
profissional.<br />
b) Os Estados Unidos e a Alemanha não oferecem cursos<br />
de administração em nível de bacharelado.<br />
c) Metade dos cursos superiores carecem de boa<br />
qualificação.<br />
d) As melhores universidades do país abastecem o<br />
mercado de trabalho com bons profissionais.<br />
e) A abertura de novos cursos tem de ser controlada por<br />
órgãos oficiais.<br />
18- Concordância verbal incorreta.<br />
a) Poderá haver problemas.<br />
b) V. Senhoria já se decidiu?<br />
c) Eu e tu iremos hoje.<br />
d) Você e ele ficarão de guarda.<br />
e) Quando chegares, telefone-me.<br />
19- Assinale a alternativa que preenche corretamente as<br />
lacunas dos períodos abaixo.<br />
Pedrinho _________ as esperanças dos pais.<br />
________ fazer horas que eles saíram.<br />
Dez quilos _________ suficiente para a viagem.<br />
Joaquim ou Manoel ________ com Maria.<br />
a) são – Devem – são – casarão<br />
b) são – Devem – é – casarão<br />
c) é – Deve – são – casarão<br />
d) são – Deve – são – casará<br />
e) é – Deve – é – casará<br />
20- A única concordância verbal correta está na<br />
afirmativa:<br />
a) O que fizeram Capitu e eu?<br />
164
) No relógio deu duas horas.<br />
c) Fazem, hoje, dois meses de sua morte.<br />
d) Houveram muitas discussões naquela reunião.<br />
e) Os Estados Unidos são o país mais poderoso do mundo.<br />
21- Há erro de concordância em relação ao verbo<br />
sublinhado em:<br />
a) Grande parte dos jovens desaprovou o orador.<br />
b) Fui eu que joguei o jornal para que ele o pegasse.<br />
c) Choviam reclamações de todos os lados do salão.<br />
d) Ficaremos os alunos e eu à espera do sinal combinado.<br />
e) Embora ninguém notasse, haviam vários erros na<br />
tradução.<br />
22- Assinale a opção em que a concordância do verbo<br />
destacado está incorreta.<br />
a) Informa o funcionário que hoje é dia 24 de novembro.<br />
b) Só à tarde é que se definiram os objetivos da reunião.<br />
c) Devem fazer poucos dias que ele abandonou o curso.<br />
d) Luta-se bravamente contra os desmandos dos<br />
ditadores.<br />
e) Haviam discutido os pontos mais importantes do<br />
programa.<br />
23- Assinale o período que apresenta erro de concordância<br />
verbal.<br />
a) As relações dos ecologistas com uma grande empresa<br />
que desrespeitava as normas de prevenção ambiental,<br />
começa a melhorar, para o benefício da humanidade.<br />
b) Até 1995, 50% de recursos energéticos e de matériaprima<br />
serão economizados por uma empresa que pretende<br />
investir 160 milhões de dólares no projeto.<br />
c) Hoje não só o grupo dos ecologistas carrega a bandeira<br />
ambientalista, mas também aqueles empresários que<br />
centram seus objetivos no uso racional dos recursos<br />
naturais.<br />
d) Os Estados Unidos são o país mais rico e poluidor do<br />
mundo, entretanto não defendem a tese do<br />
“desenvolvimento sustentável”, a exemplo de muitas<br />
nações ricas.<br />
e) É preciso ver que águas contaminadas, ar carregado de<br />
poluentes e florestas devastadas exigem o manejo correto<br />
da natureza, num país povoado de miseráveis.<br />
24- Marque o trecho que contém erro quanto à sintaxe de<br />
concordância.<br />
a) O projeto de integração que vêm realizando as frágeis<br />
democracias uruguaia, argentina e brasileira é um esforço<br />
inegavelmente significativo para o cone sul.<br />
b) Há registros de um sistema de exames competitivos<br />
elaborado por chineses, há mais de 2000 anos antes de<br />
Cristo, para selecionar crianças superdotadas.<br />
c) Grande número de programas têm sido direcionados,<br />
nos EUA, para áreas consideradas prioritárias pelo Estado,<br />
como Matemática e Ciências.<br />
d) Ignorância, preconceito e tradição mantêm vivas uma<br />
série de ideias que dificultam a implementação de<br />
programas direcionados às crianças superdotadas.<br />
e) São extremamente importantes, para se criar um<br />
ambiente favorável ao desenvolvimento dos<br />
superdotados, a criação de uma variedade de experiências<br />
de aprendizagem enriquecedoras e estimulantes.<br />
25- As normas de concordância verbal estão inteiramente<br />
respeitadas somente na frase:<br />
a) Quando se fatigam os corpos, as almas restam mais<br />
sossegadas e limpas.<br />
b) O que aflige o autor é os compromissos e os ofícios<br />
vãos, com os quais se envolvem permanentemente.<br />
c) Não dura senão um rápido instante os vislumbres de<br />
uma vida mais simples.<br />
d) Todas as coisas que se sonha nascem de carências reais.<br />
e) Se houvessem mais coisas simples em nossa vida, não<br />
sonharíamos tanto com elas.<br />
26- Para preencher de modo correto a lacuna da frase, o<br />
verbo indicado entre parênteses deverá adotar uma forma<br />
do plural em:<br />
a) As normas que num código legal se ________<br />
(estipular) devem acompanhar a prática das ações sociais.<br />
b) As recentes alterações que ________ (haver) no código<br />
civil brasileiro são elogiáveis em muitos aspectos.<br />
c) Não nos ________ (dizer) respeito definir o que é ou<br />
não é legítimo, se não distinguimos entre o que é e o que<br />
não é um fato social.<br />
d) Se dos postulados dos códigos ________ (nascer) todo<br />
direito, a justiça humana seria uma simples convenção.<br />
e) Ao longo das lutas feministas tanta coisa se ________<br />
(conquistar) que muitos dispositivos legais se tornaram<br />
imediatamente obsoletos.<br />
165
27- Para preencher corretamente a lacuna, o verbo<br />
indicado entre parênteses deverá ser flexionado numa<br />
forma do plural na seguinte frase:<br />
a) A menos que se _________ (perder) no tempo, essas<br />
imagens “higienizadas” testemunharão para sempre a<br />
insensibilidade de nossa época.<br />
b) Uma das marcas dessas transmissões jornalísticas<br />
________ (estar) nas semelhanças que guardam com as<br />
imagens de um jogo eletrônico.<br />
c) Mesmo que não ________ (criar) outros efeitos, esse<br />
tipo de transmissão já seria nocivo por implicar a<br />
banalização da violência.<br />
d) Se tudo o que as câmeras captassem _________<br />
(chegar) até nós, sem uma edição maliciosa, nossas<br />
reações seriam bem outras.<br />
e) As pessoas a quem se __________ (dirigir) esse tipo<br />
de jornalismo são vistas mais como consumidores de<br />
entretenimento do que como cidadãos.<br />
28- Na reconstrução de uma frase do texto, desrespeitouse<br />
a concordância verbal em:<br />
a) Às economias nacionais não se permite,<br />
modernamente, que se desenvolvam de modo autônomo e<br />
competente.<br />
b) Ainda não se encontraram, para essas duas tendências<br />
contraditórias, quaisquer possibilidades de harmonização.<br />
c) Quando não se está ligado ao processo da vida<br />
moderna, como ocorre com boa parte dos brasileiros,<br />
paga-se com as consequências do atraso.<br />
d) Devem-se às oscilações dos líderes da economia<br />
mundial boa parcela do desequilíbrio da nossa própria<br />
economia.<br />
e) Devido à dificuldade de se ajustarem ao ritmo variável<br />
da economia mundial, há medidas que, mesmo<br />
necessárias, deixamos de tomar.<br />
29- Para se atender às normas de concordância, é preciso<br />
corrigir a forma verbal sublinhada na frase:<br />
a) Não nos parece que sejam irrelevantes quaisquer<br />
medidas que visem à preservação de línguas utilizadas<br />
pelas minorias.<br />
b) Que não se meça esforços para se preservar ou resgatar<br />
um fato cultural que ajude a compreender o nosso passado<br />
histórico.<br />
c) Tem havido muitas pressões para garantir os direitos<br />
das minorias, tais como a utilização e a veiculação de<br />
línguas que resistem ao desaparecimento.<br />
d) As populações a quem interessa preservar seus direitos<br />
devem unir-se e mobilizar-se contra medidas autoritárias.<br />
e) Caso politicamente não convenha às autoridades do<br />
Ministério das Comunicações proibir o programa<br />
“Nheengatu”, este será mantido em sua forma original.<br />
30- As normas de concordância verbal estão inteiramente<br />
respeitadas na frase:<br />
a) O pessoal que não quiserem malhar tem agora mais<br />
razões para ficar acomodado num sofá.<br />
b) Comprovaram-se que os efeitos dos exercícios físicos<br />
e das drogas têm algo em comum.<br />
c) A privação de endorfina e dopamina podem levar a<br />
estados depressivos.<br />
d) Existem, além das complicações físicas, a<br />
possibilidade de alterações no plano social.<br />
e) Sempre haverá atletas compulsivos, pois sempre<br />
existirão pessoas ansiosas.<br />
31- O verbo indicado entre parênteses adotará<br />
obrigatoriamente uma forma do plural para preencher de<br />
modo correto a lacuna da frase:<br />
a) Foi nos anos 80 que _______ (ocorrer) a pesquisa dos<br />
estudiosos americanos.<br />
b) ________ (resultar) do excesso de exercícios algumas<br />
complicações para a nossa vida.<br />
c) Mesmo quando _________ (prejudicar-se) com os<br />
excessos, o atleta compulsivo os comete.<br />
d) __________ (acarretar) uma série de malefícios essa<br />
ginástica feita de modo compulsivo.<br />
e) Quando _______ (praticar) tantos exercícios, o atleta<br />
compulsivo não avalia os efeitos.<br />
32-A concordância está feita corretamente em:<br />
a) Os poucos anos de escolaridade do trabalhador são<br />
insuficientes para um bom uso das inovações<br />
tecnológicas.<br />
b) O número de postos de trabalho geralmente aumentam<br />
quando as empresas elevam a produtividade.<br />
c) Os trabalhadores que perdem o emprego pode ser<br />
admitido em novos postos, dependendo do nível de<br />
escolaridade.<br />
d) Existe vários efeitos que é resultante da aplicação da<br />
tecnologia, capazes de gerar novos empregos.<br />
e) A recuperação de novos postos de trabalho nas<br />
empresas são possíveis para candidatos com formação<br />
adequada a eles.<br />
166
33- As formas verbais sublinhadas respeitam as normas de<br />
concordância na frase:<br />
a) Não caberiam aos caboclos ter consciência de todas as<br />
coisas que o progresso lhes trariam.<br />
b) Entre os diversos fatores que determinam o estresse,<br />
um dos mais importantes está nos hábitos alimentares.<br />
c) Toda a comunidade de Aracampinas acabaram por se<br />
envolver em tanta melhoria que passaram a ficar ao seu<br />
alcance.<br />
d) Tão logo surgiu, as primeiras manifestações de<br />
estresse deixou bem claro que se deviam às novidades do<br />
cotidiano.<br />
e) Fogão a gás, televisão, luz elétrica, tudo fascinavam os<br />
caboclos, a quem ninguém advertiram da outra face da<br />
moeda.<br />
34- O verbo indicado entre parênteses deverá se flexionar<br />
numa forma do plural para completar corretamente a<br />
lacuna da frase.<br />
a) Por mais que se __________ (haver) beneficiado com<br />
o progresso, os caboclos não deixaram de sofrer algumas<br />
de suas vantagens.<br />
b) Em todas as vezes que se _________ (falar) dos<br />
benefícios do progresso, costuma-se omitir o quanto ele<br />
pode ser prejudicial.<br />
c) Até mesmo às fraldas descartáveis _________ (ter)<br />
acesso, agora, a mulher que vive em Aracampinas.<br />
d) Entre as novidades com que se ________ (entusiasmar)<br />
o morador de Aracampinas estão a televisão e o telefone.<br />
e) Pouca gente ________ (poder) censurar a atração que<br />
têm os moradores pelas novidades que chegariam a<br />
Aracampinas.<br />
35- As normas de concordância estão inteiramente<br />
respeitadas na frase:<br />
a) Muitos julgam imprescindíveis que se consulte os<br />
especialistas para que se avalie com precisão os livros de<br />
uma velha biblioteca.<br />
b) Qualquer um dos que entram desprevenidos numa<br />
velha biblioteca podem se defrontar com surpresas de que<br />
jamais se esquecerá.<br />
c) Mesmo que hajam passado cem anos, as fotos revelam<br />
instantâneos de um presente perdido, no qual se contava<br />
com os efeitos do tempo.<br />
d) Nada do que se lê nos grandes livros, mesmo quando<br />
extinta a época em que foram escritos, parecem<br />
envelhecidos para quem os compreende.<br />
e) Lá estão, como se fosse hoje, a imagem dos jovens e<br />
sorridentes senhorinhas daqueles tempos, inteiramente<br />
alheias ao passar do tempo.<br />
36- O verbo indicado entre parênteses adotará,<br />
obrigatoriamente, uma forma no plural, ao se flexionar na<br />
seguinte frase:<br />
a) À grande maioria dos livros de uma biblioteca _______<br />
(caber) um destino dos mais melancólicos.<br />
b) É comum que livros antigos, na perspectiva de um<br />
herdeiro pouco afeito às letras _________, (representar)<br />
mais de um incômodo do que uma dádiva.<br />
c) _________ (costumar) haver muitas surpresas para<br />
quem se propõe a vasculhar uma antiga biblioteca.<br />
d) Pouca gente, tendo o compromisso de avaliar uma<br />
biblioteca, __________ (saber) separar com rigor os livros<br />
valiosos dos que não o são.<br />
e) __________ (ocorrer) a muitos imaginar que uma velha<br />
biblioteca valerá mais pela quantidade do que pela<br />
qualidade dos livros.<br />
37- O verbo indicado entre parênteses deverá ser<br />
flexionado numa forma do singular para preencher<br />
corretamente a lacuna da seguinte frase:<br />
I- Ninguém, entre nós, ________ (habilitar-se) a tempo de<br />
inscrever no próximo concurso.<br />
II- A quitação de todas as prestações restantes só se<br />
_______ (dar) se ganharmos a causa.<br />
III- Por mais que nos _________ (ameaçar) de recorrer à<br />
justiça, nossos fiadores sabem que não nos é possível<br />
quitar essa dívida.<br />
Atende ao enunciado da questão somente o que está em:<br />
a) I e II<br />
b) I e III<br />
c) II e III<br />
d) II<br />
e) III<br />
167
FUNÇÃO MORFOSSINTÁTICA DO “QUE” E DO<br />
“SE”<br />
1- Dê a classificação morfológica do “que” nas frases<br />
abaixo;<br />
a) O pássaro que pousou naquele galho está ferido.<br />
b) Que desejas aqui?<br />
c) Que fruta você trouxe?<br />
d) Que nota baixa!<br />
e) Que bela estava a lua!<br />
f) Estava tão triste que chorou.<br />
g) Espero que ela volte.<br />
h) Não vou à praia que o tempo está feio.<br />
i) Ela é mais alta que o irmão.<br />
j) Errados que estejam, devem ser compreendidos.<br />
k) Faço votos que alcancem seus objetivos.<br />
l) Não saia agora, que vai chover.<br />
m) Ela chorou, que eu vi.<br />
n) Diga isso a ele, que não a mim.<br />
o) Quê! Você não viu aquilo?!<br />
p) Há dois dias que não saio.<br />
q) Nós é que não iremos.<br />
r) Ela tem um quê especial.<br />
s) O quê é a 16ª letra do nosso alfabeto.<br />
2- Dê a função sintática do que nas orações abaixo:<br />
a) Vi uma gaivota que sumiu no horizonte.<br />
b) As maçãs que colhi estavam maduras.<br />
c) Aquele que pareces ser não és.<br />
d) O cargo a que aspiras está vago.<br />
e) Observava-se atentamente a obra que se construía.<br />
f) Não encontrei o poema a que fizeste referência.<br />
g) Admirávamos a clareza com que expunha suas ideias.<br />
h) Era imensa a euforia do que estávamos possuídos.<br />
i) A carta por que estava ansioso acaba de chegar.<br />
j) Devemos agradecer a atenção com que ele se<br />
manifestou.<br />
k) Perdeu o único aliado a que se unira.<br />
l) Estavam assustados com a enxurrada que inundara a<br />
cidade.<br />
m) Tratamos do assunto de que falamos.<br />
3- Faça a análise morfossintática do “se” nas frases a<br />
seguir:<br />
a) Se gritares, mordo-te!<br />
b) Se você permitir, eu me escreverei.<br />
c) Veja se ele chegou.<br />
d) Cortam-se as árvores.<br />
e) Evitem-se as más companhias.<br />
f) Assista-se às boas aulas.<br />
g) Falava-se em guerras.<br />
h) Ele se ocultou entre as folhagens.<br />
i) Ele sempre se pergunta isso.<br />
j) Ele se comoveu com o acidente.<br />
k) À saída da capela, ajoelhou-se mais uma vez.<br />
l) Ela não se lembrava do ocorrido.<br />
m) Meus sonhos adolescentes foram-se embora.<br />
n) Enquanto se é jovem, as responsabilidades são poucas.<br />
o) Ele sempre se pergunta isso.<br />
p) No Zênite se aprende <strong>Português</strong>.<br />
q) Vocês se lavaram antes do jantar?<br />
r) Ama-se a paz.<br />
s) Ama-se à paz.<br />
t) Foi-se a última esperança.<br />
u) Foi-se a uma festa.<br />
ANÁLISE DO QUE<br />
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO<br />
1- Em “Os poucos que chegaram foram premiados”; a<br />
palavra que é:<br />
a) Conjunção integrante<br />
b) Substantivo<br />
c) Pronome relativo – sujeito<br />
d) Pronome relativo – objeto direto<br />
e) Pronome indefinido<br />
2- Em “Pediram-me que lesse a ata anterior”, a palavra<br />
que é:<br />
a) Pronome interrogativo<br />
b) Pronome relativo<br />
c) Conjunção integrante<br />
d) Advérbio de intensidade<br />
e) Conjunção causal<br />
3- Em “Chorou tanto que os olhos incharam”, a palavra<br />
que é:<br />
a) Pronome relativo – objeto direto<br />
b) Conjunção causal<br />
c) Conjunção integrante<br />
d) Conjunção consecutiva<br />
e) Pronome relativo – sujeito<br />
4- Só não há pronome relativo na opção:<br />
a) Era tal seu medo que desmaiou.<br />
b) Tudo que fiz foi por você.<br />
c) A história que me contou é dolorosa.<br />
d) Todos que aqui estão são bem-vindos.<br />
e) Ali está a fotografia a que me referi.<br />
168
5- Aponte a frase em que a palavra que é conjunção<br />
coordenativa explicativa.<br />
a) Peço que me compreendam.<br />
b) Que nota baixa!<br />
c) Pegue as tintas que estão no armário.<br />
d) Eu é que não irei.<br />
e) Procurem abrigo, que vem aí uma tempestade.<br />
6- Em “Não me disseram que desejavam ali”, a palavra<br />
que é:<br />
a) Conjunção integrante<br />
b) Pronome interrogativo<br />
c) Pronome relativo<br />
d) Conjunção explicativa<br />
e) Preposição acidental<br />
7- Assinale o erro na análise da palavra que:<br />
a) Que lindos são aqueles olhos! – advérbio de<br />
intensidade<br />
b) Não me agradou o que vi. – pronome relativo<br />
c) Há dias que não o vejo. – partícula expletiva<br />
d) Estávamos certos de que seríamos chamados. –<br />
conjunção integrante<br />
e) Ele fala que deixa a gente com sono. – conjunção<br />
causal.<br />
8- Temos que fazer algo que resolva o problema.<br />
Respectivamente, temos:<br />
a) Conjunção integrante – pronome relativo<br />
b) Preposição acidental – pronome relativo<br />
c) Preposição acidental – conjunção integrante<br />
d) Preposição acidental – conjunção consecutiva<br />
e) Conjunção integrante – conjunção consecutiva<br />
9- Assinale a opção em que a palavra que é conjunção<br />
coordenativa:<br />
a) Ninguém me avisou que era tarde.<br />
b) Diga isso a outro, que não a ele.<br />
c) Ela percebeu que fora inoportuna.<br />
d) Olhem que cristalinas são as águas da lagoa.<br />
e) Pedi apenas o que achei necessário.<br />
10- Em “Que coisa feia, menino!” a palavra que é:<br />
a) Advérbio de intensidade<br />
b) Pronome indefinido<br />
c) Interjeição<br />
d) Preposição acidental<br />
e) Partícula expletiva<br />
11- Em “Não trabalhamos ontem, que estávamos muito<br />
cansados”, a palavra que é:<br />
a) Conjunção coordenativa explicativa<br />
b) Conjunção subordinativa integrante<br />
c) Pronome relativo<br />
d) Conjunção subordinativa causal<br />
e) Partícula de realce<br />
12- Em “Triste que ficasse, não deixaria de colaborar”, a<br />
palavra que é:<br />
a) Pronome relativo<br />
b) Preposição acidental<br />
c) Conjunção concessiva<br />
d) Conjunção integrante<br />
e) Advérbio de intensidade<br />
13- Assinale a oração em que a palavra que é conjunção<br />
final.<br />
a) Faço sinceros votos que sejam muito felizes.<br />
b) É normal que ajam assim.<br />
c) Disseram coisas que me aborreceram.<br />
d) Estude, garoto, que a prova é amanhã.<br />
e) Eis aí uma coisa em que não acredito.<br />
14- Ela tem um quê de diferente.<br />
a) Conjunção integrante<br />
b) Pronome relativo – sujeito<br />
c) Substantivo – sujeito<br />
d) Pronome relativo – adjunto adnominal<br />
e) Substantivo – núcleo do objeto direto<br />
15- Assinale a frase em que a palavra que é pronome<br />
relativo na função de complemento nominal.<br />
a) É novo o apartamento em que moramos.<br />
b) A prova de que se queixou foi difícil.<br />
c) O idealista que fui não morreu.<br />
d) Escreve poemas que a todos agradam.<br />
e) Tiram-nos aquilo de que mais tínhamos necessidade.<br />
16- Só não há conjunção integrante em:<br />
a) É certo que desejo seu bem.<br />
b) Solicitaram que viessem todos.<br />
c) O garoto respondeu que estava bem.<br />
d) Seria conveniente que o jogo fosse adiado.<br />
e) Realmente não sabemos que trabalho ela quer fazer.<br />
169
17- (UFSC) No período “Avistou o pai, que caminhava<br />
para a lavoura”, a palavra que classifica-se<br />
morfologicamente como:<br />
a) Conjunção subordinativa integrante<br />
b) Pronome relativo<br />
c) Conjunção subordinativa final<br />
d) Partícula expletiva<br />
e) Conjunção subordinativa causal<br />
18- Na oração “João retirou-se, tinha que sair à rua”, a<br />
palavra grifada tem o valor de:<br />
a) Um pronome relativo<br />
b) Uma preposição<br />
c) Uma conjunção integrante<br />
d) Uma conjunção explicativa<br />
e) Uma partícula explicativa<br />
19- O que é pronome interrogativo na frase:<br />
a) Os que chegaram atrasados farão a prova?<br />
b) Se não precisas de nós, que vieste fazer aqui?<br />
c) Quem pode afiançar que seja ele o criminoso?<br />
d) Teria sido o livro que me prometeste?<br />
e) Conseguirás tudo que desejas?<br />
20- “Que pena!” Classifica-se a palavra sublinhada<br />
como:<br />
a) Conjunção subordinativa integrante<br />
b) Interjeição<br />
c) Preposição<br />
d) Adjetivo<br />
e) Pronome adjetivo indefinido<br />
ANÁLISE DO SE<br />
21- Assinale a alternativa em que o se é partícula<br />
apassivadora.<br />
a) Eles se abraçaram.<br />
b) Fala-se muito.<br />
c) Via-se bem dali.<br />
d) Percebe-se tudo.<br />
e) Veja se a luz voltou.<br />
22- Em “Já não se lê mais como antigamente”, a palavra<br />
se é:<br />
a) Pronome apassivador<br />
b) Partícula de realce<br />
c) Pronome reflexivo<br />
d) Símbolo de indeterminação do sujeito<br />
e) Parte integrante do verbo<br />
23- Só não há símbolo de indeterminação do sujeito em:<br />
a) Caminhou-se até aqui.<br />
b) Anseia-se por notícias.<br />
c) Discutir-se-ia a noite toda.<br />
d) Anda-se agitado.<br />
e) Quer-se compreensão.<br />
24- Se Deus quiser, eu irei.<br />
a) Conjunção integrante<br />
b) Pronome reflexivo<br />
c) Conjunção condicional<br />
d) Partícula apassivadora<br />
e) Símbolo de indeterminação do sujeito<br />
25- Assinale a frase em que o se é pronome reflexivo<br />
funcionando como objeto indireto.<br />
a) Ela se cortou com o vidro.<br />
b) Deixou-se levar pela mão.<br />
c) Queixou-se dos serviços.<br />
d) Ninguém se dá muita importância.<br />
e) Ficou-se só.<br />
26- “Se fui aprovado ninguém sabe”.<br />
a) Conjunção condicional<br />
b) Pronome reflexivo<br />
c) Partícula de realce<br />
d) Parte integrante do verbo<br />
e) Conjunção integrante<br />
27- “Vai-se embora sempre que chegamos”.<br />
a) Pronome reflexivo<br />
b) Partícula de realce<br />
c) Conjunção integrante<br />
d) Índice de indeterminação do sujeito<br />
e) Pronome apassivador<br />
28- Só não há partícula apassivadora em:<br />
a) Solicita-se calma.<br />
b) Aqui se observam com nitidez as montanhas.<br />
c) Não se obedeceu ao regulamento.<br />
d) Podem-se ver algumas manchas.<br />
e) Não se comentou a sua saída.<br />
29- (UN. URBELÂNDIA) Classifique o “se” na frase<br />
“Ele queixou-se dos maus tratos recebidos”.<br />
a) Partícula integrante do verbo<br />
b) Conjunção condicional<br />
c) Pronome apassivador<br />
d) Conjunção integrante<br />
e) Símbolo de indeterminação do sujeito<br />
170
30- O se é símbolo de indeterminação do sujeito na frase:<br />
a) Não se ouvia o sino.<br />
b) Assiste-se a espetáculos degradantes.<br />
c) Alguém se arrogava o direito de gritar.<br />
d) Perdeu-se um cão de estimação.<br />
e) Não mais se falsificará tua assinatura.<br />
31- O se é pronome apassivador em:<br />
a) Precisa-se de uma secretária.<br />
b) Proibiram-se as saídas.<br />
c) Assim se vai ao fim do mundo.<br />
d) Nada conseguiria, se não fosse esforçado.<br />
e) Eles se propuseram um acordo.<br />
32- (PUC – SP) Nos trechos:<br />
I- Se eu convencesse Madalena... Se lhe explicasse...<br />
II- Ouviam-se as pancadas do pêndulo, ouviam-se<br />
muito bem.<br />
A partícula se é, respectivamente:<br />
a) Conjunção, pronome apassivador<br />
b) Pronome recíproco, conjunção<br />
c) Conjunção, índice de indeterminação do sujeito<br />
d) Pronome reflexivo, conjunção<br />
e) Conjunção, pronome reflexivo<br />
33- Na frase “O médico vê-se estendido no chão; a<br />
paciente aproximou-se da mesa”, o se é<br />
respectivamente:<br />
a) Pronome apassivador e pronome reflexivo<br />
b) Expletivo e expletivo<br />
c) Pronome apassivador e pronome apassivador<br />
d) Pronome reflexivo e pronome apassivador<br />
e) Pronome reflexivo e pronome reflexivo<br />
ANEXO DE PROVAS<br />
171
172
173
174
INSTITUIÇÃO: EBMSP – CURSO DE MEDICINA<br />
DATA: 25/11/2011/ - BAHIANA<br />
Questões de 01 a 04.<br />
Qualidade de vida na vida real.<br />
É bom ter em mente, antes de tentarmos definir o que<br />
é qualidade de vida, que não apenas as escolhas sobre com<br />
quem faremos o que decidimos fazer, na escola, no<br />
trabalho, e no lazer influenciam quem somos e definem<br />
nossa saúde, nossa qualidade de vida e o nosso bem-estar.<br />
Existe, no momento, mais de uma centena de<br />
diferentes definições para qualidade de vida, nenhuma<br />
delas completamente satisfatória. A principal dificuldade<br />
que os cientistas encontram para definir o conceito é a<br />
natureza multifacetada e instável do fenômeno, cuja<br />
compreensão vem sendo, pouco, aumentada pelo uso de<br />
métodos e pesquisa qualitativa, aplicados em cenários de<br />
vida específicos.<br />
Assim a qualidade de vida das pessoas depende dos<br />
“cenários de vida” em que vivem, quero dizer, depende<br />
daqueles lugares onde nos encontramos com outras<br />
pessoas, geralmente com um propósito definido como, por<br />
exemplo, ganhar a vida trabalhando.<br />
O “cenário” assume grande importância porque é<br />
dentro de suas fronteiras que vamos analisar o que<br />
acontece com as pessoas. Por exemplo, um dos cenários<br />
de vida que mais influência exerce sobre nossa saúde e<br />
nossa qualidade de vida é o emprego, o cenário de<br />
trabalho. O termo cenário não indica somente o local<br />
físico de trabalho. Os locais onde a fábrica, o escritório, a<br />
loja, a escola estão são os “palcos” nos quais se<br />
desenrolam as tramas de vida, os jogos de poder, as<br />
seduções, as agressões e violências que interferem<br />
profundamente em nossa saúde, qualidade de vida e<br />
percepção de bem-estar.<br />
NICOLETTI, Sérgio J. Qualidade de vida na vida real.<br />
Questão 01.<br />
Com relação às ideias focalizadas no texto, é correto<br />
afirmar:<br />
a) A coexistência da saúde física com a mental, por si só,<br />
é suficiente para que alguém possa dizer que tem uma boa<br />
qualidade de vida.<br />
b) Os indicadores de qualidade de vida de um indivíduo<br />
estão invariavelmente relacionados com os seus valores<br />
pessoais, independendo, portanto, dos socioculturais.<br />
c) A importância dada ao ambiente de trabalho deve-se ao<br />
fato de ser ele que rege grande parte da vida do indivíduo,<br />
sendo dele que depende a sua posição social, o que acaba<br />
se constituindo o fator determinante da sua qualidade de<br />
vida.<br />
d) A concepção de qualidade de vida está ligada<br />
diretamente à de bem-estar e a algumas de suas dimensões<br />
- a psíquica, a material, a da saúde, a da segurança, a da<br />
privacidade, dentre outras – atreladas à realidade<br />
circundante de cada pessoa.<br />
e) Os métodos usados por cientistas para obter uma<br />
melhor definição de qualidade de vida estão associados às<br />
relações interpessoais, porque elas sinalizam o padrão de<br />
vida das pessoas e, consequentemente, se elas possuem ou<br />
não qualidade de vida.<br />
Questão 02.<br />
Da leitura do texto, pode-se inferir:<br />
a) A aceitação dos limites da vida sem questionamentos e<br />
sem maiores desgastes resulta, incondicionalmente, em<br />
paz interior, saúde e sensação de bem-estar.<br />
b) Os eventos que impactam a vida de uma pessoa podem<br />
ser evitados, se a pessoa souber gerenciar sua vida, sem se<br />
deixar levar por situações passageiras.<br />
c) As sensações de ansiedade fazem parte normalmente da<br />
experiência humana e, por isso mesmo, as pessoas têm<br />
certa facilidade para afastar de si esses e outros<br />
sentimentos que afetam seu bem-estar.<br />
d) O ser humano, mesmo sendo o maior responsável por<br />
tudo de bom ou ruim que ocorre em sua vida, se for capaz<br />
de equacionar e superar as conhecidas e esperadas<br />
dificuldades do dia a dia, será possível manter a qualidade<br />
de vida.<br />
e) Uma pessoa, ao transformar, por exemplo, seu tempo<br />
em uma mercadoria no ambiente de trabalho, está, de<br />
alguma forma, buscando sua satisfação pessoal e seu bemestar,<br />
e, portanto, lutando por uma melhor qualidade de<br />
vida.<br />
Questão 03.<br />
A organização estrutural do texto permite considerar<br />
como verdadeira a afirmativa explicitada na alternativa:<br />
a) A ideia básica do texto é introduzida e definida no<br />
primeiro parágrafo, sendo resignificativa no segundo.<br />
b) As dificuldades dos cientistas sobre a conceituação de<br />
qualidade de vida, citadas no segundo parágrafo, são<br />
relativizadas, a seguir pela voz enunciadora do discurso.<br />
c) Os ‘cenários de vida” e seu papel como sinalizador dos<br />
indicadores da qualidade de vida de um indivíduo,<br />
referência feita no segundo parágrafo, constituem o eixo<br />
sobre o qual gira o desenvolvimento temático.<br />
d) O propósito de “ganhar a vida trabalhando” alusão feita<br />
no terceiro parágrafo, leva ao pressuposto de que o mundo<br />
175
do trabalho é, contraditoriamente, o céu e o inferno de<br />
qualquer trabalhador da atualidade.<br />
e) O último parágrafo retoma as ideias do primeiro para<br />
que o enunciado questione os efeitos dos dramas vividos<br />
por uma pessoa nas diferentes comunidades de que faz<br />
parte, comente-os e tire conclusões.<br />
Questão 04.<br />
De acordo com a forma de trabalhar a linguagem e suas<br />
funções sócio-comunicativas, o discurso pode ser<br />
caracterizado como informativo ou persuasivo.<br />
Por suas características, pode-se classificar o texto em<br />
análise como predominantemente:<br />
a) informativo instrucional por definir, em primeiro lugar,<br />
o que se deseja alcançar para, em seguida, dizer como se<br />
deve proceder a fim de atingir os objetivos pleiteados.<br />
b) informativo-jornalismo, por tratar de fatos que<br />
interessam sobretudo ao público adulto, esclarecendo-o<br />
sobre como ele deve proceder para a obtenção de uma<br />
melhor qualidade de vida.<br />
c) persuasivo de fundo lúdico, pela quase inexistência de<br />
outras possibilidades de leituras pelo receptor da<br />
mensagem em face de a maior preocupação do emissor ser<br />
com as verdades humanas.<br />
d) persuasivo de cunho polêmico, pela impossibilidade –<br />
diante da força dos argumentos usados – de o leitor<br />
discordar das informações transmitidas pelo emissor sobre<br />
qualidade de vida e sua multidimensionalidade.<br />
e) informativo de caráter técnico-científico, por sua<br />
temática estar voltada para um assunto relacionado com<br />
os indicadores em que se baseia a medição das condições<br />
de vida do ser humano, divulgando, desse modo,<br />
conhecimentos acerca do saber científico.<br />
Medicina paliativa e qualidade de vida<br />
O grande desenvolvimento da Medicina nas últimas<br />
décadas do século XX, junto com as melhoras das<br />
condições de vida, tem feito com que a expectativa de<br />
sobrevivência do ser humano venha aumentando<br />
continuadamente.<br />
Desafortunadamente, todos os esforços da ciência<br />
para aumentar a qualidade da vida humana podem ser<br />
inutilizados, em boa parte, se a Medicina não minimizar<br />
o significativo prejuízo que as doenças crônicas e<br />
degenerativas podem produzir na qualidade da vida.<br />
Evitando pessoas de adoecerem, a Medicina já<br />
estaria cumprindo seu papel na melhoria da qualidade e da<br />
quantidade de vida. Porém a pergunta intrigante é: o que<br />
a Medicina tem feito para aqueles que adoeceram e,<br />
principalmente, para aqueles que não têm cura? É nesse<br />
ponto que aparece a Medicina Paliativa. Ao médico<br />
cumpre curar sempre, em não curando, aliviar sempre e,<br />
em não aliviando, consolar. Por incrível que possa<br />
parecer, tornou-se mais comum curar que aliviar.<br />
Consolar, então, nem se fala, embora não faltem recursos<br />
para ambos.<br />
Existem infelizmente, muitas doenças e situações<br />
médicas cuja cura ainda não foi possível, mas nem por<br />
isso, a Medicina deve se acomodar e negligenciar o muito<br />
que tem para ser feito. O paciente tem direito de pleitear<br />
sempre um alívio da dor, uma melhor qualidade de vida e<br />
não obstante, uma melhor qualidade de morte.<br />
Segundo a Organização Mundial de Saúde,<br />
Cuidados Paliativos são aqueles que consistem na<br />
assistência ativa e integral a pacientes cuja doença não<br />
responde mais ao tratamento curativo, sendo o principal<br />
objetivo a garantia da melhor qualidade de vida, tanto para<br />
o paciente como para seus respectivos familiares.<br />
A Medicina Paliativa nasceu da necessidade de<br />
melhorar a qualidade de vida dos pacientes para os quais<br />
a cura não é mais possível e a qualidade de vida está ou<br />
estará em breve deteriorada. O objetivo concreto dessa<br />
área da saúde é aliviar os sintomas decorrentes de<br />
doenças degenerativas, crônicas e refratárias, favorecer o<br />
lhor possível as atividades do paciente, oferecer adequada<br />
atenção emocional e social, tanto ao paciente quanto à<br />
própria família.<br />
MEDICINA paliativa e qualidade de vida.<br />
Questão 05.<br />
É impossível comprovar no texto o que sobre ele se afirma<br />
em:<br />
a) A manutenção da saúde da pessoa, uma das mais<br />
importantes dimensões da qualidade de vida, sempre foi o<br />
foco principal da atividade médica, o que não isenta o<br />
profissional de Medicina de adequar-se ao próprio ser<br />
humano, mostrando-se sensível às angústias, a seu<br />
sofrimento.<br />
b) A busca do melhor para o paciente que não responde<br />
mais ao tratamento curativo deve ser constante e efetiva,<br />
176
a fim de que sua qualidade de vida seja mantida no nível<br />
mais alto possível e seus familiares se sintam confortados,<br />
recebendo também especial atenção do médico.<br />
c) O médico, com o avanço da Medicina, chega ao<br />
diagnóstico da doença do seu paciente, pressupõe-se por<br />
meio do suporte técnico e do científico, mas nem sempre<br />
atenta para a individualidade do doente, o que também é<br />
significativo para sua cura.<br />
d) A função do médico em relação ao paciente com<br />
doenças que limitam sua qualidade de vida não deve<br />
restringir-se simplesmente ao aspecto farmacológico, mas<br />
abranger inclusive, o psicológico, o social, o ético, o<br />
religioso, o familiar, dentre outros.<br />
e) A fase paliativa de um doente terminal, por ser aquela<br />
em que o pessimismo assume o lugar da esperança, é a que<br />
prescinde de maior atenção à qualidade de vida do<br />
paciente, por ele já se encontrar em estado precário e<br />
irreversível.<br />
Questão 06.<br />
Identifique com V as alternativas verdadeiras sobre o<br />
texto e com F as falsas. (as expressões em análise das<br />
afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />
parágrafos indicados)<br />
( ) O termo “ do ser humano” (1º par.) complementa o<br />
sentido de “sobrevivência”<br />
(1º par.) que sugere a ideia de luta.<br />
( ) A expressão “em boa parte” (2º par.) relativiza o<br />
sentido do que foi anunciado anteriormente, na frase.<br />
( ) O conector “se” (2º par.) prediz a condição para que<br />
os fatos possam ocorrer, conforme o presumido.<br />
( ) A oração “Evitando pessoas de adoecerem” (3º par.)<br />
admite sem prejuízo do sentido original a releitura Desde<br />
que fosse evitado o adoecimento de pessoas.<br />
( ) A substituição de “Existem” (4º par.)por Há nada<br />
altera a estrutura frasal, sendo conservada também as<br />
funções antes exercidas por todos os elementos<br />
oracionais.<br />
A alternativa que contém a sequência correta de cima para<br />
baixo é a:<br />
a) V, F, F, F, V<br />
b) F, V, V, V, F<br />
c) F, F, V, V, V<br />
d) V, V, F, F, F<br />
e) V, V, V, V, V<br />
Questão 07.<br />
Sobre os recursos linguísticos usados no texto, está sem<br />
respaldo gramatical o que se afirma em: (as expressões em<br />
análise das afirmativas encontram-se destacadas nos<br />
referentes parágrafos indicados)<br />
a) “Desafortunadamente” (2º par) e “infelizmente” (4º<br />
par.) traduzem opiniões do emissor evidenciando sua<br />
interferência na transmissão das informações.<br />
b) “Porém” (3º par.) é um elemento coesivo que<br />
estabelece uma ideia de ressalva entre o que foi afirmado<br />
antes e o questionamento prestes a ser feito.<br />
c) ”cuja” (4º par.), se substituído por que a, mantém a<br />
correção gramatical e a mesma relação significativa entre<br />
“muitas doenças e situações médicas” (4º par.) e “cura”<br />
(4º par.).<br />
d) “não obstante” (4º par.) expressa uma concessão diante<br />
do que foi declarado e o que vai ser anunciado.<br />
e) “dessa área da saúde” (6º par.) retoma, num processo<br />
de coesão textual, o termo “Medicina Paliativa” para<br />
estabelecer suas reais funções no cenário hospitalar e até<br />
fora dele.<br />
Questão 08.<br />
Quanto às situações retratadas nas duas charges.<br />
Identifique com V as afirmativas verdadeiras e com F, as<br />
falsas.<br />
( ) Tanto uma quanto a outra trabalham com a mesma<br />
temática, embora enfoquem diferentes vieses.<br />
( ) Ambas mostram que nem sempre é possível obter a<br />
qualidade de vida que se defende junto à clientela.<br />
( ) A I revela uma dicotomia entre a preocupação do<br />
paciente, não revelada, e a do médico, explicitada na sua<br />
fala.<br />
( ) A II dialoga com as ideias de Sérgio J, Nicoletti,<br />
veiculadas em seu texto “ Qualidade de vida na vida real”,<br />
no que se refere à influência que o cenário de trabalho<br />
exerce na qualidade de vida das pessoas.<br />
( ) A II assume um caráter humorístico ao tentar mostrar<br />
a exaustão de um profissional da Medicina quando tem de<br />
suprir a ausência de outros.<br />
177
A alternativa que contém a sequência correta de cima para<br />
baixo, é a:<br />
a) V,V,V,V,V<br />
b) V,F,F,F,V<br />
c) F,F,V,V,V<br />
d) V,V,F,F,F<br />
e) F,V,V,V,F<br />
INSTITUIÇÃO: EBMSP – CURSO DE MEDICINA<br />
DATA: 09/06/2011/ - BAHIANA<br />
TEXTO I<br />
Relação médico-paciente<br />
A comunicação entre médico e paciente é um fator<br />
importante para estabelecer uma boa ou má relação entre<br />
ambos.<br />
Os comportamentos positivos (éticos) dos médicos<br />
fortalecem a relação médico-paciente e diminuem a<br />
possibilidade de insatisfação por parte das pessoas que os<br />
procuram. Um sentimento de conforto e de confiança<br />
mútua entre médico e paciente é um componente bem<br />
aceito e desejável em qualquer consulta médica.<br />
A partir de informações de que os pacientes desejam<br />
conhecer mais detalhes de suas doenças e principalmente,<br />
porque eles querem ser ouvidos, a comunicação entre<br />
médicos e pacientes deve esmerar-se cada vez mais.<br />
Os médicos devem adaptar seus estilos de<br />
comunicação às variações intelectuais individuais e às<br />
necessidades emocionais de seus pacientes. Quando os<br />
médicos providenciam cuidado tecnicamente adequado,<br />
os pacientes esperam respostas aos seus questionamentos<br />
e querem participar das decisões. O mais salutar nessa<br />
relação é providenciar um cuidado médico que seja<br />
padrão de boa qualidade.<br />
A comunicação entre os médicos, paciente e seus<br />
familiares é identificada na literatura médica, como a<br />
causa mais importante de insatisfação dos pacientes<br />
contra médicos.<br />
(RODRIGUES,2011).<br />
Questão 01.<br />
A leitura do texto permite que se chegue a algumas<br />
conclusões, dentre as quais, fica sem suporte textual a<br />
indicada em:<br />
As palavras, como um instrumento de trabalho podem<br />
promover tanto o bem quanto o mal para quem as escuta.<br />
a) As variantes intelectuais devem ser previstas pelos<br />
médicos, aos quais cabe o ajuste de seu discurso na busca<br />
de uma melhor relação com os seus pacientes.<br />
b) O paciente, fragilizado pelo mal que o acomete,<br />
necessita ser ouvido, ter respostas inteligentes para seus<br />
questionamentos, enfim, participar das decisões relativas<br />
aos cuidados médicos de que precisa.<br />
c) A prioridade médica deve ser a promoção da saúde do<br />
paciente, antes de qualquer outra coisa, razão por que suas<br />
insatisfações com o local de trabalho ou com qualquer<br />
outro evento devem ser sumariamente postas de lado.<br />
d) O distanciamento do médico, em uma consulta, é<br />
causadora da insatisfação do paciente, que passa a não<br />
credibilizar os serviços por ele prestados como de<br />
qualidade desejável para a cura de enfermidade de que é<br />
portador.<br />
Questão 02.<br />
Quanto aos elementos da língua que compõem o texto,<br />
está correto afirmar em: (as expressões em análise das<br />
afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />
parágrafos indicados)<br />
a) As palavras “boa” (1º par.) e “má” (1º par.) são<br />
antônimas e, por isso, estão exercendo diferentes funções<br />
sintáticas no período de que fazem parte.<br />
b) As locuções “dos médicos” (2º par.) e “dos pacientes”<br />
(5º par.) se opõem do ponto de vista semântico, mas<br />
quanto à sintaxe, possuem o mesmo valor, ou seja,<br />
restringem o sentido do nome que modificam.<br />
c) O termo “cada vez mais” (3º par.) expressa, no contexto<br />
em que se insere, a necessidade de intensificar a<br />
frequência de uma ação.<br />
d) Os pronomes “seus” (4º par.) e “seus” (4º par.) indicam<br />
posse de sujeitos distintos no contexto frasal.<br />
e) Os verbos “participar” (4º par.) e “providenciar” (4º<br />
par.) exigem, já que possuem sentido incompleto, o<br />
mesmo tipo de complemento.<br />
178
TEXTO II<br />
A reconstrução do relacionamento médico-paciente: a<br />
importância da comunicação<br />
Atualmente, a relação médico-paciente tem<br />
despertado grande interesse em pesquisadores de<br />
várias áreas do conhecimento, seja na produção<br />
científica, na formação ou na prática médica. A interface<br />
entre comunicação e saúde é um exemplo desse interesse<br />
e destaca a preocupação interdisciplinar, propagando em<br />
várias vertentes, inclusive, a que nos dedicamos: as<br />
técnicas comunicacionais utilizadas ou aplicadas para<br />
proporcionar a melhoria da relação e,<br />
consequentemente, do serviço.<br />
Ao saírem dos bancos escolares e atuar<br />
profissionalmente, os médicos têm a base de suas<br />
atividades constituída pelos relacionamentos, visto não<br />
terem tido nenhum preparo acadêmico nesse sentido,<br />
quando a comunicação pode oferecer amplas<br />
possibilidades de melhora do relacionamento interpessoal,<br />
conforme assinala Epstein (s. d 1): “A boa comunicação<br />
pode aumentar a eficácia dos serviços de saúde. Em nível<br />
de comunicação interpessoal, isso começa a ser<br />
reconhecido oficialmente. Os problemas da adequação da<br />
comunicação médico-paciente que sempre existiram<br />
como questões periféricas começam a ser reconhecidos<br />
oficialmente, inclusive como temas dos círculos de nossas<br />
escolas de medicina”.<br />
Oliveira (2002: 64) reconhece que uma das principais<br />
atribuições do médico é “traduzir o discurso, os sinais e os<br />
sintomas do paciente para chegar ao diagnóstico da<br />
doença”. Quando uma pessoa procura um serviço de<br />
saúde, então, estabelece-se uma relação que “pressupõe<br />
uma comunicação com duas vias de fluxo, permitindo,<br />
no momento em que o indivíduo busca atendimento de<br />
saúde, o encontro de duas visões de mundo diferentes<br />
[...]”. É justamente aí que a formação dada ao médico<br />
tem falhado, quando não o prepara para se comunicar<br />
com o doente, mas para olhar a doença, na medida em<br />
que enfatiza o distanciamento, a utilização dos recursos<br />
tecnológicos, em substituição à escuta, ao diálogo, à<br />
própria relação, que não chega a se instaurar, pois somente<br />
o médico tem voz.<br />
Cabe, então, considerar a necessidade de ampliar a<br />
formação do médico para além do reducionismo<br />
técnico a que está sujeito, tendo em conta que a educação<br />
médica integradora deve abordar a ideia do homem para<br />
além do corpo ou do psíquico, tampouco deve ser<br />
considerada como a soma dessas duas dimensões. É<br />
necessário considerá-la em sua complexidade, que implica<br />
a utilização de linguagens comuns a outras áreas do<br />
conhecimento.<br />
(NASSAR, 2011)<br />
Questão 03.<br />
O texto objetiva destacar:<br />
a) O médico como o eixo centralizador das decisões a<br />
serem tomadas em função do resgate da saúde de quem o<br />
procurou para curar-se e sua preocupação centrada no<br />
olhar a doença.<br />
b) As repercussões negativas que os atendimentos<br />
médicos têm causado no âmbito social, em virtude do uso<br />
dos recursos, por exemplo, em lugar do diálogo.<br />
c) Os serviços médicos como de capital importância para<br />
as sociedades, razão da necessidade cada vez maior de que<br />
os médicos estejam atualizados em face dos avanços<br />
acelerados da tecnologia e da ciência.<br />
d) A base da estrutura fundamental da prática médica, ou<br />
seja os conhecimentos e as habilidades que ele possui para<br />
pesquisar sobre as queixas do paciente e fazer o<br />
diagnóstico preciso da enfermidade que o acometeu.<br />
e) A preocupação atual com a melhoria da relação<br />
médico-paciente, através de uma comunicação capaz de<br />
aproximar dois seres com visões de mundo diferentes, o<br />
que contribuirá até para a otimização dos serviços de<br />
saúde.<br />
Questão 04.<br />
Uma leitura mais atenta do texto leva ao pressuposto de<br />
que:<br />
a) A capacidade de escuta por parte do médico, dadas as<br />
circunstâncias atuais de atendimento nas instituições de<br />
saúde, passou a ser irrelevante para a relação terapêutica<br />
médico-paciente.<br />
b) As situações clínicas atuais dispensam certas atitudes<br />
de cortesia e desvelo do médico, porque há meios para o<br />
paciente e seus familiares se manterem informados sobre<br />
a enfermidade que precisa ser trabalhada.<br />
c) A consulta médica embora de relevância<br />
inquestionável, deixou de ser vista como condição básica<br />
para o tratamento de uma enfermidade, diante do conceito<br />
democrático que rege a maioria das sociedades atuais.<br />
d) A tradução do discurso dos pacientes, por ser uma<br />
tarefa nem sempre fácil, dificulta a investigação médica<br />
sobre a doença daqueles que o procuram, o que gera<br />
inquietação e desconfiança dessas pessoas quanto à<br />
exatidão do diagnóstico de sua enfermidade.<br />
e) O médico do novo milênio deve estar preparado para<br />
trabalhar com uma visão holística do paciente, voltando-<br />
179
se desse modo, para o entendimento dos mais diversos<br />
valores inseridos em complexos contextos históricos,<br />
culturais e sociais, sendo em outras palavras, mais<br />
humano.<br />
Questão 05.<br />
Sobre os aspectos linguísticos do texto e seus efeitos de<br />
sentido, é correto afirmar: (as expressões em análise das<br />
afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />
parágrafos indicados).<br />
( ) A declaração “ Atualmente a relação médico-paciente<br />
tem despertado grande interesse em pesquisadores de<br />
várias áreas do conhecimento” (1º par.) evidencia a<br />
importância dos serviços médicos para as diversas<br />
camadas sociais.<br />
( ) Os dois pontos presentes em “a que nos dedicamos: as<br />
técnicas comunicacionais utilizadas ou aplicadas para<br />
proporcionar a melhoria da relação e, consequentemente,<br />
do serviço” (1º par.) esclarecerem a afirmativa anterior,<br />
ressaltando o valor da comunicação nas relações<br />
interpessoais.<br />
( ) A oração “que pressupõe uma comunicação com duas<br />
vias de fluxo” (3º par.) modifica o termo “relação” (3º<br />
par.), restringindo-lhe o sentido.<br />
( ) O fragmento “É justamente aí que a formação dada ao<br />
médico tem falhado” (3º par.) procura justificar, de forma<br />
indireta, os deslizes na comunicação médico-paciente, o<br />
que tem comprometido, em parte, a qualidade dos serviços<br />
de saúde.<br />
( ) A locução “na medida em que” (3º par.) introduz, no<br />
período, uma ideia de proporcionalidade, podendo ser<br />
permutada por à medida que.<br />
A alternativa que contém a sequência correta, de cima<br />
para baixo é a:<br />
a) F V V V F<br />
b) F V F F V<br />
c) V V F F F<br />
d) V F V F V<br />
e) V V V V V<br />
Questão 06.<br />
O termo em negrito, nos fragmentos “Quando uma pessoa<br />
procura um serviço de saúde, então estabelece uma<br />
relação” (3º par.) e “Cabe, então, considerar a necessidade<br />
de ampliar a formação do médico para além do<br />
reducionismo técnico a que está sujeito” (4º par.)<br />
a) possui o mesmo valor semântico.<br />
b) pertence à mesma classe de palavras.<br />
c) pode ser substituído, respectivamente, por porque e tão<br />
logo.<br />
d) denota consequência na primeira ocorrência e<br />
conclusão, na segunda.<br />
e) pode ser retirado do contexto em que está inserido, pelo<br />
seu caráter, sem prejudicá-los<br />
Questão 07.<br />
Confrontando os dois textos – o primeiro da autoria de<br />
Silvio Rodrigues e o segundo, de Maria Rosana Ferrari<br />
Nassar – marque com V ou com F, conforme sejam<br />
verdadeiras ou falsas as afirmativas.<br />
( ) Em ambos, nota-se a impessoalidade do discurso,<br />
marcado pela ausência de opiniões do locutor.<br />
( ) Tanto no primeiro quanto no segundo, existe a<br />
sinalização de que a relação médico-paciente precisa ser<br />
melhorada.<br />
( ) Nos dois, por seu caráter argumentativo, há diálogos<br />
com outros enunciadores para reforçar o ponto de vista<br />
defendido.<br />
( ) No primeiro, o enunciador faz constatações, mostrando<br />
a necessidade de atitudes mais humanas por parte do<br />
médico, enquanto, no segundo, além disso, há indicação<br />
da causa maior para a concorrência de certos fatos.<br />
( ) No segundo ao contrário do primeiro fica claro que a<br />
reconstrução da relação médico-paciente é algo previsto<br />
para as novas gerações ou para os que voltarem à escola,<br />
objetivando mestrado, doutorado, dentre outros cursos.<br />
A alternativa que contém a sequência correta de cima para<br />
baixo, é a:<br />
a) F V F V V<br />
b) F V F V F<br />
c) V F V F V<br />
d) V V F F F<br />
e) V V V V V<br />
180
I<br />
e) Na I, a pressa que se tornou marca registrada dos novos<br />
tempos, também se faz presente no cotidiano da prática<br />
médica, num flagrante desrespeito aos direitos do<br />
paciente, enquanto na II a problemática das carências dos<br />
hospitais públicos serve de contraponto para o desabafo<br />
do médico, o que não deixa de se configurar falta ética na<br />
conduta do profissional de saúde.<br />
II<br />
Questão 08<br />
Sobre as charges, que retratam situações envolvendo a<br />
relação médico-paciente é correto afirmar:<br />
a) Em ambas, a perspectiva democrática é negada, mas,<br />
na II, a qualidade do relacionamento entre o médico e o<br />
paciente não chega a se constituir um fator de descrédito<br />
da prática médica, nem de distanciamento do paciente,<br />
como é o caso da I.<br />
b) Na I e na II, o olhar do médico está tão somente voltado<br />
para o doente embora a segunda mostre uma prática<br />
médica mais humanizada, pois o profissional de saúde<br />
quer ter as condições indispensáveis para realizar um<br />
atendimento de qualidade, uma vez que compreende o<br />
paciente como sujeito cultural e integral.<br />
c) Na I, a insatisfação do paciente se faz sentir logo no<br />
questionamento feito de início, enquanto, na II a queixa<br />
do paciente é levada a sério, pois o médico alega a<br />
situação hospitalar como uma espécie de justificativa por<br />
não poder atende-lo melhor.<br />
d) Na I, fica subentendido que a pressa do médico é uma<br />
forma encontrada para atender a todos que por ele esperam<br />
e dele precisam, enquanto na II, o médico tenta explicar<br />
ao paciente como é difícil trabalhar sem o mínimo de que<br />
precisa para atender bem à clientela.<br />
Questão 09.<br />
Os conhecimentos sobre as questões sociais no Brasil<br />
permitem afirmar que as charges fazem uma crítica:<br />
a) às deficiências dos serviços públicos, consequência<br />
direta do predomínio da população oriunda do campo nos<br />
centros urbanos.<br />
b) ao processo de metropolização, que é sem sombra de<br />
dúvida, o principal fator responsável pela falta de médicos<br />
e de medicamentos básicos para o atendimento da<br />
população.<br />
c) à precariedade da infraestrutura, que dificulta a relação<br />
médico x paciente, que é agravada pelo descaso das<br />
autoridades constituídas.<br />
d) à escassez de médicos no país, decorrente do número<br />
insuficiente de cursos de medicina, fato que reflete na<br />
dispensa de um bom atendimento de saúde para a<br />
população.<br />
e) ao péssimo atendimento dos serviços de saúde pública,<br />
que tem como solução de medidas como a mecanização<br />
do campo e o estímulo ao êxodo rural, para que toda a<br />
população tenha acesso a um bom atendimento de saúde<br />
nas áreas urbanas.<br />
INSTITUIÇÃO: EBMSP – CURSO DE MEDICINA<br />
DATA:: 01/12/2010/ BAHIANA<br />
Questões de 01 a 03.<br />
“O mundo [...] não é uma hospedagem, mas um<br />
hospital”, disse sir Thomas Browne mais de três séculos<br />
e meio atrás, em 1643. Essa é uma interpretação do mundo<br />
nada encorajadora, senão completamente surpreendente,<br />
por parte do prestigioso autor de Religio Medici e<br />
Pseudoxia Epidemica. Mas Brownw podia não estar<br />
totalmente enganado: mesmo hoje (e não apenas na<br />
Inglaterra do século XVII), a doença, de uma forma ou de<br />
outra, tem sido uma presença importante na vida de um<br />
número grande de pessoas. Na verdade, Browne pode ter<br />
sido um tanto otimista por evocar um hospital: grande<br />
parte das pessoas que estão mais doentes no mundo de<br />
181
hoje não têm tratamento para seus males, nem acesso a<br />
meios eficazes de prevenção.<br />
Em qualquer discussão de equidade * e justiça social,<br />
doença e saúde devem figurar como uma preocupação da<br />
maior importância. Coloco meu ponto de partida – a<br />
ubiquidade ** da saúde como uma consideração social – e<br />
começo ressaltando que a equidade na saúde não pode ser<br />
outra coisa senão um aspecto central da justiça dos<br />
mecanismos sociais em geral. O alcance da equidade na<br />
saúde é imenso. Mas há um aspecto recíproco dessa<br />
conexão ao qual também devemos prestar atenção.<br />
Equidade na saúde não pode se preocupar somente com a<br />
saúde, isoladamente. Em vez disso, ela tem de estar em<br />
sintonia com a questão mais ampla da justiça social,<br />
incluindo a distribuição econômica, dando a devida<br />
atenção ao papel da saúde na vida e na liberdade humana.<br />
Equidade na saúde com certeza não se refere apenas ao<br />
acesso à saúde, muito menos ao enfoque ainda mais<br />
restrito do acesso aos serviços de saúde. Na verdade,<br />
equidade na saúde como conceito tem um alcance e uma<br />
relevância extremamente amplos.<br />
SEM, Amartya; KLIKSBERG, Bernardo. Por que equidade na saúde? As pessoas<br />
em primeiro lugar, a ética do desenvolvimento e os problemas do mundo<br />
globalizado. Tradução Bernardo Azemberg e Carlos Eduardo Luis da Silva. São<br />
Paulo: Companhia das letras, 2004p. 73-74<br />
*Equidade: reconhecimento de que os direitos são iguais<br />
para todos.<br />
**Ubiquidade: onipresença.<br />
Questão 01.<br />
O autor do texto:<br />
a) relativiza a colocação de Thomas Browne a respeito do<br />
mundo.<br />
b) desvincula, até certo ponto, a saúde do papel que a<br />
sociedade exerce na vida de cada um.<br />
c) conceitua doença e saúde, do ponto de vista da<br />
equidade e da justiça social, do mesmo modo.<br />
d) vê a equidade na saúde como uma oportunidade de o<br />
indivíduo ganhar melhor e ser mais livre.<br />
e) afirma a existência de justiça social em boa parte do<br />
mundo, por ser ela a promotora da saúde humana.<br />
Questão 02.<br />
Está correta a afirmação que se faz sobre o termo<br />
transcrito em: (as expressões em análise das afirmativas<br />
encontram-se destacadas nos referentes parágrafos<br />
indicados)<br />
a) “mais” (1º par.) indica como “mais’ (1º par.),<br />
quantidade.<br />
b) “senão” (1º par.) exprime uma ideia diferente da<br />
expressa por “senão” (2º par.).<br />
c) “mesmo” (1º par.) apresenta-se com valor concessivo.<br />
d) “grande” (1º par.), se transposto para antes de<br />
“número” (1º par.) sofre alteração de sentido.<br />
e) “que” (1º par.) e “seus” (1º par.) retomam referentes<br />
que se opõem no mesmo contexto frasal.<br />
Questão 03.<br />
A frase “O mundo [...] não é uma hospedagem, mas um<br />
hospital”.<br />
a) forma um período simples, já que só contém um verbo.<br />
b) usa “hospital” e “hospedagem” com a mesma acepção.<br />
c) foi estruturada, predominantemente, em sentido literal.<br />
d) apresenta termos pertencentes à oralidade da língua.<br />
e) constitui um exemplo de linguagem metafórica.<br />
TEXTO I:<br />
O mundo acompanhou recentemente a batalha<br />
travada pelo governo norte-americano para promover<br />
uma profunda reforma de seu sistema de saúde, que irá<br />
atender mais de 46 milhões de americanos, atualmente<br />
sem cobertura médica garantida. A ideia é estender o<br />
direito de assistência médica a esses cidadãos, como<br />
aquele garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a<br />
todos os brasileiros.<br />
No Brasil, a assistência médica é um direito universal<br />
há mais de duas décadas. De um sistema centralizado na<br />
atenção hospitalar e restrito aos que contribuem com a<br />
previdência social, o país passou a partir da Constituição<br />
Federal de 1988, a ter um modelo de saúde<br />
descentralizado, com forte participação social, foco na<br />
atenção primária, promoção da saúde e acesso universal e<br />
gratuito a todos os brasileiros. Uma revolução social<br />
apaixonante.<br />
Os resultados alcançados pelo trabalho solidário<br />
realizado por União, estados e municípios em prol da<br />
universalidade e da integralidade no atendimento em<br />
saúde são de domínio público.<br />
Passadas duas décadas, está mais do que na hora de<br />
promover novo salto, qualitativo e quantitativo, na<br />
assistência em saúde oferecida pelo SUS aos<br />
182
asileiros. E, para isso, algumas medidas são<br />
imperativas e urgentes.<br />
Faz dez anos que a Emenda Constitucional 29, que<br />
determina o quanto cada governo deve destinar de seu<br />
orçamento para saúde, vigora sem ser regulamentada,<br />
o que seria essencial para estabelecer o que pode ser ou<br />
não considerado gasto com saúde, assegurando que os<br />
recursos sejam, de fato aplicados na área. Do mesmo<br />
modo, faz-se necessário o reajuste substancial dos valores<br />
pagos pelo SUS aos hospitais públicos e privados que<br />
prestam serviços ao sistema, dentre outras.<br />
BARATA. Luiz Alberto Barradas. Paixão pelo SUS Folha de S.Paulo.<br />
São Paulo, 2 fev 2010. Opinião P.4. Tendências/Debates. Adaptado.<br />
TEXTO II.<br />
Nada impede a regulamentação da já aprovada<br />
Emenda Constitucional 29 – que disciplinará os gastos a<br />
serem computados como investimentos em saúde. O<br />
aporte de recursos é fundamental diante de uma rede à<br />
beira do caos.<br />
Sem a regulamentação, muitos bilhões de reais<br />
deixaram de ser investidos na rede de saúde pública nos<br />
últimos anos, pela União, estados e municípios desde a<br />
aprovação da Emenda 29.<br />
O SUS completou 21 anos em 2009. A saúde é uma<br />
área extremamente dinâmica, envolvendo inovações<br />
tecnológicas, evolução do conhecimento, avanços da<br />
indústria de medicamentos, modificações constantes no<br />
perfil das patologias mais prevalentes, etc. O sistema<br />
público necessita, portanto, acompanhar tais<br />
transformações. Paralelamente, as atuais distorções<br />
existentes precisam ser corrigidas, algumas com a máxima<br />
urgência.<br />
Esse é o caso específico do financiamento do SUS, do<br />
qual dependem exclusivamente cerca de 80% dos<br />
cidadãos brasileiros. E para que o sistema receba um<br />
volume de recursos condizente com as suas necessidades<br />
de ampliação e modernização dos serviços, é fundamental<br />
regulamentar a Emenda 29.<br />
ABRAHÃO, Marco Antônio. Saúde pública a muleta uma eterna desculpa.<br />
NewsLab: a revista do laboratório moderno, São Paulo: Estado, ano XVII,n 100<br />
p.96. jun/jul 2010. Opinião Adaptado.<br />
Questão 04.<br />
Os dois textos, embora escritos por diferentes pessoas,<br />
apresentam em comum.<br />
a) um enfoque crítico da situação vivenciada pelo SUS,<br />
após seus vinte e um anos de funcionamento.<br />
b) o reconhecimento dos serviços que o SUS, não obstante<br />
os entraves enfrentados em seu dia a dia, vem prestando à<br />
população do Brasil.<br />
c) a lentidão com que se processam os atendimentos pelo<br />
Sistema Único de Saúde em virtude parcos valores pagos<br />
a seus prestadores de serviço.<br />
d) a defesa do Sistema Único de Saúde em face do que<br />
outros países, como os Estados Unidos, vêm sofrendo por<br />
não dispor de uma cobertura médica garantida para toda a<br />
sua população.<br />
e) a sinalização de falta de vontade política em investir na<br />
saúde da população brasileira, o que inviabiliza a correção<br />
de distorções existentes no sistema e, consequentemente,<br />
a melhoria do atendimento ao público.<br />
Questão 05.<br />
O que se afirma sobre o fragmento transcrito do Texto I<br />
está correto em: (as expressões em análise das afirmativas<br />
encontram-se destacadas nos referentes parágrafos<br />
indicados)<br />
a) “O mundo acompanhou recentemente a batalha travada<br />
pelo governo norte-americano para promover uma<br />
profunda reforma de seu sistema de saúde” (1º par.) revela<br />
em outras palavras que parte da população norteamericana<br />
era contra a referida reforma.<br />
b) “como aquele garantido pelo Sistema Único de Saúde<br />
(SUS) a todos os brasileiros ” (1º par.) aponta o caso do<br />
SUS como o parâmetro tomado pelos Estados Unidos para<br />
fazer a reforma de seu sistema de saúde.<br />
c) “Uma revolução social apaixonante” (2º par.) faz<br />
referência à conquista expressiva da população brasileira<br />
no que se refere à garantia de assistência médica extensiva<br />
a todos, via Constituição Federal de 1988.<br />
d) “Passadas duas décadas está mais do que na hora de<br />
promover novo salto qualitativo e quantitativo, na<br />
assistência em saúde oferecida pelo SUS aos brasileiros”.<br />
(4º par.) relativiza de alguma forma, os resultados<br />
alcançados anteriormente.<br />
e) “Faz dez anos que a Emenda Constitucional 29, que<br />
determina o quanto cada governo deve destinar de seu<br />
orçamento para saúde, vigora sem ser regulamentada” (5º<br />
par.) se refere ao descumprimento da lei por parte das<br />
autoridades estaduais e municipais.<br />
183
Questão 06.<br />
Em “A saúde é uma área extremamente dinâmica”(texto<br />
II / 3º par.), o termo “extremamente”<br />
a) é um qualificador de “dinâmica”.<br />
b) trata-se de uma palavra variável.<br />
c) possui valor semântico superlativo.<br />
d) está modificando a forma verbal “é”.<br />
e) é formada por derivação prefixal e sufixal.<br />
c) A substituição da forma verbal “deixaram” (2º par.) por<br />
deixam altera o sentido do contexto frasal,<br />
comprometendo, pois a coerência da argumentação.<br />
d) O conector “portanto” (3º par.) expressa, nesse caso<br />
uma ressalva e aparece entre vírgulas que são<br />
perfeitamente dispensáveis.<br />
e) A oração “regulamentar a Emenda 29” (4º par.)<br />
constitui uma reduzida de infinitivo com valor subjetivo.<br />
Questão 07.<br />
“Faz dez anos que a Emenda Constitucional 29, que<br />
determina o quanto cada governo deve destinar de seu<br />
orçamento para saúde, vigora sem ser regulamentada, o<br />
que seria essencial para estabelecer o que pode ser ou não<br />
considerado gasto com saúde, assegurando que os<br />
recursos sejam de fato aplicados na área.” (texto I / 5º<br />
par.)<br />
Quanto ao fragmento em destaque, é correto afirmar:<br />
a) “Faz” está usado no singular, porque o sujeito da<br />
oração está posposto.<br />
b) “o” na primeira ocorrência, é uma partícula expletiva,<br />
embora, nas outras duas exerça uma função no contexto.<br />
c) “deve destinar” não forma uma locução verbal, já que<br />
o infinitivo “destinar” pode ser desdobrado em oração<br />
com a presença de um conectivo.<br />
d) “para” em “para saúde”, e “para” em “ para<br />
estabelecer” pertencem à mesma classe de palavras.<br />
e) “com saúde” complementa o sentido de “gasto” e “de<br />
fato” modifica “recursos”.<br />
Questão 08.<br />
Sobre os elementos linguísticos que compõem o Texto II,<br />
a única informação sem respaldo nas normas gramaticais<br />
é a referente à alternativa.<br />
a) A coerência da argumentação e a correção gramatical<br />
do texto ficam preservadas ao se substituir “a serem<br />
computados” (1º par.) por que serão computados.<br />
b) O emprego do sinal indicativo de crase em “ à beira do<br />
caos” (1º par.), deve-se ao fato de ser uma locução<br />
prepositiva, cujo núcleo é um termo feminino.<br />
INSTITUIÇÃO: ESCOLA BAHIANA DE<br />
MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA<br />
CURSO DE MEDICINA DATA: 10/06/2010/ -<br />
BAHIANA<br />
Questões de 01 a 04<br />
O envelhecimento da população mundial e suas<br />
implicações.<br />
Apesar de os índices de esperança de vida dos países<br />
subdesenvolvidos serem mais baixos do que os dos<br />
desenvolvidos, eles estão aumentando expressivamente<br />
nesses países mais pobres. Isso vem acontecendo pela<br />
melhoria generalizada da qualidade de vida de suas<br />
populações, como resultado especialmente do<br />
crescimento urbano-industrial que ocorreu nas últimas<br />
décadas nesses países.<br />
Assim, o ser humano está vivendo cada vez mais,<br />
tanto nos países desenvolvidos como nos<br />
subdesenvolvidos. Por outro lado, a natalidade nos dois<br />
grupos de países caiu bastante nos últimos anos, o que<br />
significa dizer que a população mundial está<br />
envelhecendo consideravelmente.<br />
Para se ter uma ideia do que vem ocorrendo, em 1960<br />
o percentual de idosos na população mundial (população<br />
situada na faixa etária acima dos 65 anos) era da ordem<br />
de 4,5%, enquanto as previsões da Organização das<br />
Nações Unidas (ONU) para os primeiros anos do século<br />
XXI estão indicando que ele será de 6,5%.<br />
A presença de um elevado número de idosos nos<br />
países desenvolvidos, tanto em termos absolutos como<br />
relativos, não implica que vivam mal, pois o sistema<br />
previdenciário desses países funciona muito bem e<br />
remunera satisfatoriamente seus aposentados.<br />
184
O mesmo não acontece nos países<br />
subdesenvolvidos, onde, apesar da pequena ocorrência de<br />
idosos, os sistemas previdenciários são muito falhos. No<br />
Brasil, por exemplo, com exceção de uma parcela de<br />
privilegiados, a aposentadoria que recebem não lhes<br />
permite viver com dignidade, o que acaba colocando-os<br />
depois de trabalharem cerca de 35 anos, na vexatória<br />
situação de dependência crônica de seus familiares.<br />
(MÊDICI; ALMEIDA, 2000, P. 38-41).<br />
Questão 01.<br />
A leitura do texto possibilita algumas inferências, dentre<br />
as quais se excetua a que afirma que o envelhecimento da<br />
população mundial<br />
a) está vinculado a aspectos socioeconômicos, culturais e<br />
de saúde.<br />
b) pressupõe algumas mudanças na oferta de serviços e de<br />
produtos.<br />
c) reflete a saúde da população de um país, mantendo<br />
relação, inclusive, com a significativa queda na taxa de<br />
natalidade que ele registra.<br />
d) sugere a mesma idade média máxima de vida para<br />
todas as nações, tendo em vista a equalização dos padrões<br />
tradicionais de envelhecimento.<br />
e) oportuniza ao idoso com boa remuneração desfrutar<br />
mais e melhor da sua velhice, já que, a essa altura da vida<br />
não tem mais obrigações financeiras com filhos, enfim,<br />
com a família constituída.<br />
Questão 02.<br />
As informações contidas no texto permitem que se chegue<br />
à seguinte conclusão:<br />
a) Uma nação com alto índice de idosos pode refletir<br />
unicamente uma tendência genética para a longevidade da<br />
população local.<br />
b) A correlação entre longevidade populacional e<br />
qualidade de vida do idoso é diretamente proporcional ao<br />
desenvolvimento do país.<br />
c) A melhoria do poder aquisitivo e cultural de uma<br />
sociedade não significa, necessariamente, mais chances de<br />
envelhecimento de sua população.<br />
d) As implicações que o envelhecimento da população<br />
mundial acarreta são, de um modo geral, irrelevantes e<br />
perfeitamente contornáveis do ponto de vista familiar e<br />
socioeconômico.<br />
e) A queda da natalidade, em todos os países está<br />
associada à longevidade, porque cada Estado continua<br />
crescendo e disponibilizando mais recursos para manter a<br />
saúde de sua população idosa.<br />
Questão 03.<br />
Considerando-se o contexto em que se insere, descarta-se<br />
como outra possibilidade de leitura para o termo transcrito<br />
a referente a: (as expressões em análise das afirmativas<br />
encontram-se destacadas nos referentes parágrafos<br />
indicados)<br />
a) “Apesar de” (1º par.) – A despeito de.<br />
b) “Por outro lado” (2º par.) – Por sua vez.<br />
c) “acima dos” (3º par.) – além dos.<br />
d) “da ordem de” (3º par.) – por determinação de.<br />
e) “com exceção de” (5º par.) – com ressalva a.<br />
Questão 04.<br />
Quanto aos recursos linguísticos no texto, é verdadeiro o<br />
que se afirma em: (as expressões em análise das<br />
afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />
parágrafos indicados)<br />
a) A forma verbal “estão aumentando” (1º par.) indica<br />
uma ação que se repete, estando muito próxima do<br />
presente.<br />
b) O conector “enquanto” (3º par.) expressa<br />
simultaneidade entre duas ações com o mesmo agente.<br />
c) A palavra “mesmo” (5º par.), devidamente<br />
contextualizada, dá ideia de reforço.<br />
d) A expressão ‘por exemplo” (5º par.) denota retificação.<br />
e) Os referentes “lhes” (5º par.) e “os” (5º par.) resgatam<br />
diferentes termos.<br />
Você está no comando<br />
Se você chegou aos 50 anos com uma rotina pouco<br />
saudável, mas livre de doenças graves, saiba que tem 80%<br />
de chance de chegar à velhice, e em boa forma (os 20%<br />
continuam a caber à genética). Ou seja, quanto e como<br />
viver daqui para a frente está em suas mãos. Basta achar<br />
que não é tarde para mudar. “Modificar os maus hábitos<br />
aos 50 é quase tão bom quanto nunca tê-los tido”, diz o<br />
médico Wilson Jacob Filho, diretor do Serviço de<br />
Geriatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. E a chave<br />
para o envelhecimento proveitoso é não fumar, praticar<br />
185
exercícios físicos, dormir bem, alimentar-se de forma<br />
adequada, evitar o stress e blá-blá-blá... A ladainha dos<br />
hábitos saudáveis sempre foi muito marcante,<br />
convenhamos.<br />
O poder de cada um sobre o destino de sua própria<br />
saúde paradoxalmente, aumenta com o passar do tempo.<br />
Doutor Michael Roizem, médico da Cleveland Clinic,<br />
criador, na década de 90 do século passado, do conceito<br />
da idade real, sustenta que as pessoas não têm<br />
necessariamente a idade indicada em seus documentos.<br />
Do ponto de vista biológico, podem ser mais jovens ou<br />
mais velhas, dependendo do modo como cuidam de si<br />
mesmas ao longo da existência. Conforme os anos<br />
avançam, enquanto os genes vão perdendo a capacidade<br />
de causar maiores danos por si só, o estilo de vida ganha<br />
mais relevância. Em geral, as doenças genéticas se<br />
manifestam nos primeiros vinte anos de vida. Depois<br />
dessa fase, são os hábitos que ativam ou não os genes<br />
associados à maioria das doenças crônico-degenerativas.<br />
Para se ter uma ideia de tal equação, basta lembrar que<br />
a genética controla cerca de 75% do desenvolvimento de<br />
um feto. Se o embrião carrega mutações genéticas graves,<br />
ainda que a mãe siga todos os preceitos da boa gestante,<br />
ele não vinga. É um dos mecanismos biológicos mais<br />
importantes para a proteção e a perpetuação da espécie.<br />
Se o feto, no entanto, possuir uma genética favorável,<br />
mesmo que ele seja exposto a comportamentos<br />
inadequados da mãe, como fumar ou beber, ainda são boas<br />
as chances de ele nascer com saúde.<br />
(LOPES:MAGALHÃES, 2009, p. 130-131)<br />
Questão 05.<br />
Em sua composição, o texto apresenta:<br />
a) citação de exemplos comprobatórios das afirmações<br />
feitas.<br />
b) parágrafos longos, construídos com o predomínio da<br />
linguagem coloquial.<br />
c) presença de recursos metafóricos e pleonásticos no<br />
desenvolvimento temático.<br />
d) ausência de posicionamento das enunciadoras do<br />
discurso sobre o assunto enfocado.<br />
e) longevidade com saúde como uma conquista muito<br />
mais pessoal que propriamente genética.<br />
Questão 06.<br />
Pode ser considerada uma negação da ideia básica do texto<br />
a expressa pelo provérbio.<br />
a) “Velhice é segunda meninice”<br />
b) “A boi velho não busques abrigo”.<br />
c) “Papagaio velho não aprende a falar”.<br />
d) “Macaco velho não mete a mão em cumbuca”.<br />
e) “Se queres ser velho moço, faze-te velho cedo”.<br />
Questão 07.<br />
A única afirmativa sem suporte de natureza gramatical é a<br />
referente ao termo transcrito na alternativa: (as expressões<br />
em análise das afirmativas encontram-se destacadas nos<br />
referentes parágrafos indicados)<br />
a) “mas” (1º par.) introduz uma ressalva ao que foi<br />
declarado anteriormente na frase.<br />
b) “daqui para a frente” (1º par.) pode ser reescrito, sem<br />
prejuízo semântico por a partir daí.<br />
c) “chave” (1º par.) está empregada como “ladainha” (1º<br />
par.), em sentido figurado.<br />
d) “Para” (2º par.), do ponto de vista morfológico, recebe<br />
a mesma classificação de “para” (2º par.).<br />
e) “da espécie” (2º par.) funciona como paciente da ação<br />
nominal presente no contexto em que está inserido.<br />
Os sem-idade<br />
Nas últimas três décadas, a expectativa de vida<br />
aumentou mais do que em qualquer outro momento na<br />
história, na maioria dos países. No Brasil, ela pulou de 62<br />
anos, em 1980, para 73, hoje. Essa evolução fez com<br />
que o próprio conceito de velhice fosse reformulado. Já<br />
não se espera dos sessentões que se aposentem e passem<br />
os dias de pijama numa cadeira de balanço. Cada vez mais<br />
aposentados voltam ao mercado de trabalho por<br />
motivos diversos, como manter-se atualizado ou<br />
complementar o orçamento. O aumento da longevidade<br />
propiciou o surgimento de outro fenômeno, desta vez<br />
no terreno do comportamento – o de pessoas maduras que<br />
cruzam as fronteiras entre as gerações e não apenas<br />
agem, mas também se sentem como se fossem mais<br />
jovens.<br />
São homens e mulheres que já passaram dos<br />
quarenta ou cinquenta anos, gozam de boa saúde,<br />
disposição e acreditam que hábitos de vida e a forma de se<br />
expressar não devem se atrelar à idade, mas à<br />
186
personalidade de cada um. Os americanos, sempre rápidos<br />
em dar nome aos fenômenos culturais, os chamam de<br />
ageless (sem idade, em português) “No mundo de hoje,<br />
em que vivemos mais e melhor, a idade cronológica<br />
deixou de ser relevante para determinar o modo de vida de<br />
uma pessoa. O que mais importa é a sua capacidade no<br />
terreno funcional, social e emocional”, diz o<br />
gerontologista carioca Alexandre Kalache, conselheiro da<br />
Academia de Medicina e ex-diretor do Programa de<br />
Envelhecimento da organização Mundial de Saúde.<br />
Com essa espécie de democratização da juventude,<br />
produtos e serviços antes direcionados exclusivamente ao<br />
público adolescente ou jovem começam a ganhar adeptos<br />
entre os mais velhos. “Os ageless rompem com o padrão<br />
convencional em que o comportamento é ditado pela<br />
faixa etária”, disse a inglesa Ruth Marshall. A ascensão<br />
dos sem-idade, desse modo, pode ser notada na<br />
publicidade.<br />
Independentemente do comportamento que se adote,<br />
todo mundo quer passar os anos a mais ganhos no<br />
calendário com boa qualidade de vida, livres de doenças<br />
associadas à velhice.<br />
(ROMANMI, 2009, p. 63-64).<br />
Questão 08.<br />
d) “propiciou o surgimento de outro fenômeno” (1º par.).<br />
e) “cruzam as fronteiras entre as gerações”<br />
(1º par.).<br />
Questão 10.<br />
Uma análise do primeiro parágrafo do texto permite<br />
afirmar:<br />
a) O vocábulo “Essa”, em “Essa evolução fez com que o<br />
próprio conceito de velhice fosse reformulado” anuncia<br />
algo a ser declarado.<br />
b) A oração “Já não se espera dos sessentões” pode ser<br />
reescrita, sem nenhum problema de ordem semântica ou<br />
gramatical, como Não se espera mais dos sessentões.<br />
c) O conector “como” em “como manter-se atualizado ou<br />
complementar o orçamento” estabelece com o que se<br />
afirma antes no período em que se insere, uma relação de<br />
conformidade.<br />
d) O termo “o” em “o de pessoas maduras que cruzam as<br />
fronteiras entre as gerações” resgata a palavra<br />
“comportamento”.<br />
e) A palavra “mais”, em “mais jovens” modifica “jovens”,<br />
exprimindo a ideia de quantidade.<br />
O texto evidencia:<br />
a) a padronização da conduta dos mais velhos na<br />
modernidade.<br />
b) um balanço do processo de envelhecimento nas últimas<br />
três décadas.<br />
c) uma transformação na estrutura social proveniente de<br />
surgimento dos sem-idade.<br />
d) uma reviravolta no mercado publicitário devido ao<br />
crescimento do público com mais de 50 anos.<br />
e) uma mudança comportamental dos idosos como reflexo<br />
de uma nova concepção de envelhecimento.<br />
Questão 09.<br />
Está desvinculada da ideia em “rompem com o padrão<br />
convencional” (3º par.) a expressa no fragmento. (as<br />
expressões em análise das afirmativas encontram-se<br />
destacadas nos referentes parágrafos indicados)<br />
a) “pulou de 62anos em 1980, para 73 hoje” (1º par.).<br />
b) “fez com que o próprio conceito de velhice fosse<br />
reformulado” (1º par.).<br />
c) “voltam ao mercado de trabalho por motivos diversos”<br />
(1º par.).<br />
INSTITUIÇÃO: FBMSP – CURSO DE MEDICINA.<br />
Data: 28/06/2009/ BAHIANA<br />
Questões de 01 a 03.<br />
Além de pavimentar o caminho para uma revolução<br />
na medicina, o sequenciamento do genoma humano<br />
permitiu que cientistas identificassem uma série de genes<br />
relacionados ao comportamento. Não se passa um mês<br />
sem que um novo estudo associe determinado gene à<br />
tendência a adquirir certo traço de personalidade, ou a<br />
desenvolver um hábito ou vício – desde que o gene seja<br />
“ligado” pelo ambiente em que a pessoa vive. A mais<br />
recente dessas pesquisas, conduzida pela Universidade da<br />
Essex, na Inglaterra, debruça-se sobre o gene responsável<br />
pelo transporte da serotonina, neurotransmissor associado<br />
a sensações, como o bem-estar e a felicidade. Uma<br />
variação nesse gene estaria associada à maneira como<br />
cada um processa as informações positivas ou negativas –<br />
ou seja à tendência a ser otimista ou pessimista. O gene<br />
187
do otimismo como foi batizado pela comunidade<br />
cientifica, já havia sido rastreado pela equipe da<br />
geneticista Mayana Zatz, da Universidade de São Paulo<br />
em parceria com o geneticista João Ricardo de Oliveira,<br />
da Universidade Federal de Pernambuco, durante uma<br />
pesquisa, para tentar descobrir a influência genética das<br />
doenças psíquicas. [...].<br />
Tanto a pesquisa da Universidade Essex quanto a da<br />
universidade de São Paulo realizaram testes com grupos<br />
de voluntários para aferir quantos deles tinham o gene do<br />
otimismo. No caso dos ingleses, 16% o possuíram. Entre<br />
os brasileiros, a marca bateu em 40%. Antes que se<br />
conclua que o Carnaval tem origem genética, é bom<br />
esclarecer que esses estudos precisam ser confirmados<br />
em outras populações. De qualquer maneira, parece<br />
claro que o brasileiro é mais propenso a olhar o mundo<br />
com otimismo. O pensador de genética evolutiva Ricardo<br />
Kanitz da Pontifícia Universidade Católica do Rio grande<br />
do Sul, diz que o índice favorável aos brasileiros pode ter<br />
origem na mistura de etnias e nacionalidades promovida<br />
pela colonização e pelas ondas migratórias do inicio do<br />
século XX.<br />
(BEGUOOL, 2009,p. 132-134).<br />
Questão 01.<br />
Identifique com V as afirmativas verdadeiras e com F, as<br />
falsas. O texto.<br />
( ) deixa subentendido que pesquisas envolvendo o<br />
genoma humano constituem uma verdadeira revolução na<br />
medicina.<br />
( ) confirma a propalada inclinação do povo brasileiro a<br />
enxergar o lado positivo das diferentes situações<br />
vivenciadas pelo ser humano.<br />
( ) mostra o resultado do primeiro estudo associado ao<br />
gene do otimismo, realizado recentemente pala<br />
Universidade Essex, na Inglaterra.<br />
( ) anuncia descobertas da associação existente entre os<br />
genes e a inclinação das pessoas para determinados<br />
hábitos e estilos de vida.<br />
( ) evidencia mais um avanço no ramo da genética que<br />
busca explicações para traços da personalidade na<br />
interação entre o ambiente e o genoma.<br />
b) F V F V V<br />
c) V F V F V<br />
d) F V V F F<br />
e) V V V V V<br />
Questão 02.<br />
Uma análise do primeiro parágrafo do texto permite<br />
afirmar que inexiste correlação entre o termo transcrito e<br />
o que dele se afirma em: (as expressões em análise das<br />
afirmativas encontram-se destacadas no referente<br />
parágrafo indicado)<br />
a) “Além de” introduz no contexto a ideia de acréscimo.<br />
b) “desde que” estabelece uma condição para que o<br />
enunciado antes se concretize.<br />
c) “em que” pode ser substituído por onde, sem prejuízo<br />
semântico.<br />
d) “como” expressa a mesma ideia de “como”.<br />
e) “ou seja” denota explicação.<br />
Questão 03.<br />
Sobre o segundo parágrafo, é correto afirmar.<br />
a) A primeira frase apresenta um pensamento que se apoia<br />
numa correlação de ideias, estabelecendo entre elas uma<br />
proporcionalidade.<br />
b) A declaração “Entre os brasileiros, a marca bateu em<br />
40%” está estruturada em uma linguagem<br />
predominantemente referencial.<br />
c) A construção do período “Antes que se conclua que o<br />
Carnaval tem origem genética, é bom esclarecer que esses<br />
estudos precisam ser confirmados em outras populações”<br />
atende a um processo de subordinação de ideias.<br />
d) O uso da expressão “De qualquer maneira” caracteriza<br />
um registro de oralidade da língua.<br />
e) O pronunciamento do pensador de genética evolutiva<br />
da Universidade Católica do Rio Grande do Sul acerca do<br />
otimismo brasileiro está embasado na apresentação de<br />
dados concretos.<br />
A alternativa que contém a sequência correta de cima para<br />
baixo, é a:<br />
a) V V F V F<br />
188
UNIMONTES 2014.1 – GRUPO 1<br />
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder as<br />
questões de 01 a 12, que a ele se referem ou que o<br />
tomam como ponto de partida.<br />
Não éramos cordiais?<br />
Clovis Rossi<br />
O nível impressionante de violência no cotidiano está<br />
cada vez mais próximo de uma barbárie intolerável<br />
A morte do cinegrafista Santiago Andrade não<br />
configura um atentado à liberdade de imprensa, ao<br />
contrário do que tantos apregoam. É muito pior que isso:<br />
é um atentado ao convívio civilizado entre brasileiros, um<br />
degrau a mais na escalada impressionante de violência<br />
que está empurrando o país para um teor ainda mais<br />
exacerbado de barbárie. O incidente com o cinegrafista é<br />
parte de uma coreografia de violência crescente que se<br />
dá por onde quer que se olhe.<br />
Nunca se matou com tanta facilidade em assaltos.<br />
Nunca se apertou o gatilho com tanta facilidade. É até<br />
curioso que as estatísticas policiais no Estado de São<br />
Paulo apontem uma redução no número de homicídios<br />
dolosos, como se fosse um avanço, quando aumenta o<br />
número de vítimas de latrocínio, que não passa de<br />
homicídio precedido de roubo.<br />
De fato, em 2013, o número de latrocínios (379) foi<br />
o mais alto em nove anos, com aumento de 10% em<br />
relação aos 344 casos do ano anterior. Mas a violência não<br />
é um fenômeno restrito à criminalidade. A polícia age<br />
muitas vezes com uma violência desproporcional. A<br />
vida nas cidades e, cada vez mais, no interior é de uma<br />
violência inacreditável. O trânsito é uma violência<br />
contra a mente humana. O transporte público violenta<br />
dia após dia. Não é um atentado aos direitos humanos<br />
perder às vezes três horas entre ir e voltar do trabalho?<br />
A saúde é uma violência contra o usuário. A<br />
educação violenta, pela sua baixa qualidade, o natural<br />
anseio de ascensão social. A existência de moradias em<br />
zonas de risco é outra violência. A contaminação do ar<br />
mata ou fere de maneira invisível os habitantes das<br />
cidades em que o nível de poluição supera o mínimo<br />
tolerável.<br />
Não adianta, agora, culpar o governo do PT ou a<br />
suposta herança maldita legada pelo PSDB, ou os crimes<br />
praticados pela ditadura militar ou a turbulência que<br />
precedeu o golpe de 1964. O país foi sendo construído<br />
de maneira torta, irresponsável, sem o mais leve sinal de<br />
planejamento, de preparação para o futuro.<br />
Acumularam-se violências em todas as áreas de vida.<br />
A explosão no consumo de drogas exacerbou, por sua<br />
vez, a violência da criminalidade comum. Não há<br />
“coitadinhos” nessa história. Há delinquentes e vítimas e<br />
há a incompetência do poder público.<br />
É como escreveu, para Carta Capital, esse impecável<br />
humanista chamado Luiz Gonzaga Belluzzo: “O<br />
descumprimento do dever de punir pelo ente público<br />
termina por solapar a solidariedade que cimenta a vida<br />
civilizada, lançando a sociedade no desamparo e na<br />
violência sem quartel.”<br />
Antes que o desamparo e a violência sem quartel se<br />
tornem completamente descontrolados, seria desejável o<br />
surgimento de lideranças capazes de pensar na coisa<br />
pública em vez de se dedicarem a seus interesses pessoais,<br />
mesmo os legítimos. Alguém precisa aparecer com um<br />
projeto de país, em vez de projetos de poder. Não é por<br />
acaso que 60% dos brasileiros querem mudanças, ainda<br />
que não as definam claramente. A encruzilhada agora é<br />
entre ideias e rojões.<br />
(Folha de S. Paulo, A18 mundo, quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014.)<br />
QUESTÃO 01<br />
O primeiro enunciado do texto expressa uma negativa de<br />
tom polêmico porque<br />
A) trata de um tema que causou grande impacto na<br />
sociedade.<br />
B) manifesta uma opinião contrária à daqueles que<br />
querem a liberdade de imprensa.<br />
C) endossa uma ideia de senso comum, no Brasil.<br />
D) se opõe, conflituosamente, a uma voz anterior a do<br />
locutor do texto.<br />
QUESTÃO 02<br />
Constituem argumentos a apoiar teses expressas no texto,<br />
EXCETO (as expressões em análise das afirmativas<br />
encontram-se destacadas nos referentes parágrafos<br />
indicados)<br />
A) “[...] aumenta o número de vítimas de latrocínio.” (2º<br />
par.)<br />
B) “Nunca se matou com tanta facilidade em assaltos.” (2º<br />
par.)<br />
C) “A polícia age muitas vezes com uma violência<br />
desproporcional.” (3º par.)<br />
D) “O trânsito é uma violência contra a mente humana.”<br />
(3º par.)<br />
189
QUESTÃO 03<br />
O conceito de violência que o locutor nos fornece<br />
A) abrange, de forma mais ampla, as condições gerais de<br />
vida dos cidadãos.<br />
B) é manipulado para que entendamos que as situações de<br />
barbárie que vivemos são de responsabilidade da polícia.<br />
C) é redutor, pois só contempla os modos de vida nas<br />
grandes cidades.<br />
D) é baseado em estudos e pesquisas acadêmicas<br />
realizados por ele.<br />
QUESTÃO 04<br />
Qual das alternativas a seguir NÃO pode ser comprovada<br />
pelas ideias veiculadas no texto?<br />
A) Seu título evoca um traço tido como do povo brasileiro,<br />
que é vindo de uma crença do senso comum.<br />
B) A morte de um trabalhador da imprensa constitui-se<br />
num fato desencadeador da argumentação utilizada no<br />
texto.<br />
C) As formas de violência praticadas no Brasil são<br />
múltiplas e várias delas não costumam ser tratadas como<br />
violência.<br />
D) A explosão no consumo de drogas é responsável por<br />
toda sorte de violências que temos vivido.<br />
QUESTÃO 05<br />
Entre outros aspectos, o uso do vocabulário do texto<br />
contribui para gerar efeitos de persuasão no leitor. O uso<br />
figurado das palavras ocorre nos seguintes enunciados,<br />
EXCETO (as expressões em análise das afirmativas<br />
encontram-se destacadas nos referentes parágrafos<br />
indicados)<br />
A) “[...] escalada [...] de violência que está empurrando o<br />
país [...].” (1º par.)<br />
B) “O país foi sendo construído de maneira torta [...].” (5º<br />
par.)<br />
C) “[...] redução no número de homicídios dolosos [...].”<br />
(2º par.)<br />
D) “[...] é parte de uma coreografia de violência crescente<br />
[...].” (1º par.)<br />
QUESTÃO 06<br />
Primordialmente, a força de persuasão desse texto<br />
A) está fundada em argumentos cuja verdade é<br />
comprovável pelo leitor comum.<br />
B) ocorre devido ao fato de que todas as mazelas<br />
apresentadas pelo locutor não superam em crueldade a<br />
morte do cinegrafista.<br />
C) reside na defesa do ponto de vista de que, apesar de<br />
toda a violência, os brasileiros ainda praticam a<br />
cordialidade.<br />
D) encontra-se na esperança expressa pelo locutor de que,<br />
cedo ou tarde, surjam lideranças capazes de reverter o<br />
quadro de violência instalado no País.<br />
QUESTÃO 07<br />
Os trechos “A explosão no consumo de drogas” (6º par.)<br />
e “a violência da criminalidade comum” (6º par.) estão<br />
organizados numa relação de<br />
A) contraste ou oposição.<br />
B) finalidade.<br />
C) causa e efeito.<br />
D) conclusibilidade.<br />
QUESTÃO 08<br />
No 7º par., acerca da substituição de “esse” (em “esse<br />
impecável humanista”) por “este”, é CORRETO afirmar<br />
que<br />
A) não causaria prejuízo à coerência textual.<br />
B) causaria prejuízo à coerência textual.<br />
C) propiciaria a não relação de “este” com “Luiz Gonzaga<br />
Belluzzo”.<br />
D) impediria que se estabelecesse uma relação entre<br />
“impecável humanista” e “Luiz Gonzaga Belluzzo”.<br />
QUESTÃO 09<br />
Em se tratando da eliminação da vírgula após “o número<br />
de vítimas de latrocínio” (2º par.), é CORRETO afirmar:<br />
A) Não prejudicaria a correção gramatical do período, mas<br />
criaria alteração de sentido.<br />
B) Não provocaria alteração semântica nem prejudicaria a<br />
correção gramatical.<br />
C) Anularia o risco de haver um problema sintático.<br />
D) Prejudicaria a correção gramatical e criaria alteração<br />
do sentido.<br />
190
QUESTÃO 10<br />
Em “O nível impressionante de violência no cotidiano está<br />
cada vez mais próximo de uma barbárie intolerável” (no<br />
subtítulo), sob o ponto de vista da modalidade padrão da<br />
língua portuguesa, é CORRETO afirmar:<br />
A) “Próximo” faz concordância com o vocábulo<br />
“cotidiano”.<br />
B) “Próximo” faz concordância com o núcleo do sujeito,<br />
“nível”.<br />
C) A concordância poderia ser feita, também, entre<br />
“violência” e “próxima”, substituindo-se exclusivamente<br />
essa última palavra.<br />
D) A concordância poderia ser feita, também, entre<br />
“próxima” e “uma barbárie intolerável”, substituindo-se<br />
exclusivamente “próxima”.<br />
Anotações:<br />
QUESTÃO 11<br />
No 2º parágrafo, pode-se identificar, primordialmente, a<br />
presença da seguinte função de linguagem:<br />
A) Metalinguística – o autor do texto informa o leitor<br />
sobre o significado de uma palavra.<br />
B) Conativa – o autor do texto tenta persuadir o leitor<br />
acerca dos argumentos que defende, em tom imperativo.<br />
C) Fática – o autor do texto dialoga com o leitor,<br />
intercalando frases específicas para manter esse contato<br />
por meio do parágrafo, intentando mais manter a conversa<br />
do que informar.<br />
D) Expressiva – o autor expressa, no texto, a subjetividade<br />
com que se posiciona sobre os fatos tratados, com um teor<br />
intimista em que não pode ser constatada a objetividade<br />
na argumentação.<br />
QUESTÃO 12<br />
O uso da locução adverbial “De fato”, no inicio do 3º<br />
parágrafo, deixa entrever, nesse contexto, que<br />
A) essa locução introduz um aspecto novo, não<br />
mencionado no texto até aquele momento.<br />
B) o autor passou a refutar a ideia anteriormente<br />
defendida.<br />
C) o autor reforça os aspectos imediatamente anteriores<br />
ao comentário introduzido por essa locução.<br />
D) essa locução introduz um aspecto a ser explorado<br />
apenas nos parágrafos ulteriores.<br />
191
UNIMONTES 2014.1 – GRUPO 2<br />
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder as<br />
questões de 01 a 12, que a ele se referem ou que o<br />
tomam como ponto de partida.<br />
O significado de Mandela para o futuro ameaçado da<br />
humanidade<br />
Leonardo Boff<br />
Nelson Mandela, com sua morte, mergulhou no<br />
inconsciente coletivo da humanidade para nunca mais sair<br />
de lá porque se transformou num arquétipo universal do<br />
injustiçado que não guardou rancor, que soube perdoar,<br />
reconciliar polos antagônicos e nos transmitir uma<br />
inarredável esperança de que o ser humano ainda pode ter<br />
jeito. Depois de passar 27 anos de reclusão e eleito<br />
presidente da África do Sul em 1994, se propôs e realizou<br />
o grande desafio de transformar uma sociedade<br />
estruturada na suprema injustiça do apartheid, que<br />
desumanizava as grandes maiorias negras do país,<br />
condenando-as a não pessoas, numa sociedade única,<br />
unida, sem discriminações, democrática e livre.<br />
E o conseguiu ao escolher o caminho da virtude, do<br />
perdão e da reconciliação. Perdoar não é esquecer. As<br />
chagas estão aí, muitas delas ainda abertas. Perdoar é<br />
não permitir que a amargura e o espírito de vingança<br />
tenham a última palavra e determinem o rumo da vida.<br />
Perdoar é libertar as pessoas das amarras do passado, é<br />
virar a página e começar a escrever outra a quatro mãos,<br />
de negros e de brancos. A reconciliação só é possível e<br />
real quando há a admissão completa dos crimes por parte<br />
de seus autores e o pleno conhecimento dos atos por parte<br />
das vítimas. A pena dos criminosos é a condenação moral<br />
diante de toda a sociedade. Uma solução dessas,<br />
seguramente originalíssima, pressupõe um conceito<br />
alheio à nossa cultura individualista: o ubuntu, que quer<br />
dizer: “eu só posso ser eu através de você e com você”.<br />
Portanto, sem um laço permanente que liga todos com<br />
todos, a sociedade estará, como na nossa, sob risco de<br />
dilaceração e de conflitos sem fim.<br />
Deverá figurar nos manuais escolares de todo o<br />
mundo esta afirmação humaníssima de Mandela: “Eu lutei<br />
contra a dominação dos brancos e lutei contra a<br />
dominação dos negros. Eu cultivei a esperança do ideal de<br />
uma sociedade democrática e livre, na qual todas as<br />
pessoas vivem juntas e em harmonia e têm oportunidades<br />
iguais. É um ideal pelo qual eu espero viver e alcançar.<br />
Mas, se preciso for, é um ideal pelo qual estou disposto a<br />
morrer”.<br />
Por que a vida e a saga de Mandela fundam uma<br />
esperança no futuro da humanidade e de nossa<br />
civilização? Porque chegamos ao núcleo central de uma<br />
conjunção de crises que pode ameaçar o nosso futuro<br />
como espécie humana. [...] Isso quer dizer que a crença<br />
persistente no mundo inteiro, também no Brasil, de que o<br />
crescimento econômico material nos deveria trazer<br />
desenvolvimento social, cultural e espiritual é uma<br />
ilusão. Estamos vivendo tempos de barbárie e sem<br />
esperança. [...]<br />
Acrescento a opinião do conhecido filósofo e<br />
cientista político, Norberto Bobbio, que, como<br />
Mandela, acreditava nos direitos humanos e na<br />
democracia como valores para equacionar o problema da<br />
violência entre os estados e para uma convivência<br />
pacífica. Em sua última entrevista declarou: “Não saberia<br />
dizer como será o Terceiro Milênio. Minhas certezas<br />
caem, e somente um enorme ponto de interrogação agita a<br />
minha cabeça: será o milênio da guerra de extermínio ou<br />
o da concórdia entre os seres humanos? Não tenho<br />
condições de responder a esta indagação”.<br />
Em face destes cenários sombrios, Mandela<br />
responderia seguramente, fundado em sua experiência<br />
política: Sim, é possível que o ser humano se reconcilie<br />
consigo mesmo, que sobreponha sua dimensão de<br />
sapiens àquela de demens e inaugure uma nova forma<br />
de estar juntos, na mesma casa.<br />
Talvez valham as palavras de seu grande amigo,<br />
o arcebispo Desmond Tutu, que coordenou o processo<br />
de Verdade e Reconciliação: “Tendo encarado a besta do<br />
passado olho no olho, tendo pedido e recebido perdão e<br />
tendo feito correções, viremos agora a página — não<br />
para esquecer esse passado, mas para não deixar que nos<br />
aprisione para sempre. Avancemos em direção a um<br />
futuro glorioso de uma nova sociedade em que as pessoas<br />
valham não em razão de irrelevâncias biológicas ou de<br />
outros estranhos atributos, mas porque são pessoas de<br />
valor infinito [...]”.<br />
Essa lição de esperança nos deixa Mandela: nós<br />
ainda viveremos se, sem discriminações, pusermos em<br />
prática de fato o ubuntu.<br />
(Disponivel em: ,<br />
acesso em: 10 mar. 2014.<br />
Adaptado.)<br />
192
QUESTÃO 01<br />
O locutor do texto diz que Mandela se transformou num<br />
“arquétipo universal”. Isso quer dizer que ele<br />
A) foi o tipo de cidadão que todos aspiram a ser, no que<br />
se refere ao perdão.<br />
B) se tornou um mártir por causa das injustiças sofridas<br />
em seu país.<br />
C) se transformou num modelo, num padrão desejável de<br />
cidadão, de homem que soube perdoar.<br />
D) conseguiu, com a prisão, o distanciamento necessário<br />
da sua comunidade, a qual lhe fazia mal.<br />
QUESTÃO 02<br />
Tendo como base o tema do texto de que trata o locutor,<br />
assinale a alternativa CORRETA.<br />
A) Nelson Mandela tinha como princípio que, apesar de<br />
sabermos que o caos é inevitável, sempre há como tentar<br />
instaurar a paz.<br />
B) O conceito de perdão defendido pressupõe um<br />
conjunto de ações de ambas as partes, criminosos e<br />
vítimas, voltadas para o futuro.<br />
C) O preconceito, a discriminação são desencadeadores<br />
de um choque de civilizações.<br />
D) Nelson Mandela, assim como o locutor do texto, não<br />
acredita que apenas uma condenação moral seja suficiente<br />
para crimes como o racismo.<br />
QUESTÃO 03<br />
Quanto à sua estruturação, são características desse texto,<br />
EXCETO<br />
A) Uso abundante da adjetivação, traço revelador de<br />
subjetividade.<br />
B) Utilização de vozes e opiniões alheias para sustentar<br />
suas teses.<br />
C) Presença de um tom intimista em suas reflexões.<br />
D) Utilização reiterada de linguagem figurada.<br />
QUESTÃO 04<br />
No trecho “Sim, é possível que o ser humano se reconcilie<br />
consigo mesmo, que sobreponha sua dimensão de sapiens<br />
àquela de demens e inaugure uma nova forma de estar<br />
juntos, na mesma casa.” (6º par.),<br />
A) a fala é do locutor do texto.<br />
B) a fala é de Mandela.<br />
C) não podemos distinguir com clareza se a fala é de<br />
Mandela ou do locutor do texto.<br />
D) a fala pertence tanto a Mandela quanto ao locutor do<br />
texto.<br />
QUESTÃO 05<br />
O trecho “[...] sem um laço permanente que liga todos com<br />
todos, a sociedade estará, como na nossa, sob risco de<br />
dilaceração e de conflitos sem fim.” (2º par.) pressupõe<br />
A) a virtude social.<br />
B) o desprendimento por parte dos brancos.<br />
C) a fraternidade social.<br />
D) o perdão por parte dos negros.<br />
QUESTÃO 06<br />
Entre os enunciados retirados do texto, assinale aquele que<br />
apresenta o recurso da metalinguagem. (as expressões em<br />
análise das afirmativas encontram-se destacadas nos<br />
referentes parágrafos indicados)<br />
A) “[...] sem um laço permanente que liga todos com<br />
todos, a sociedade estará [...] sob risco [...]”. (2º par.)<br />
B) “Perdoar é não permitir que a amargura e o espírito de<br />
vingança tenham a última palavra [...]”. (2º par.)<br />
C) “Uma solução dessas [...] pressupõe um conceito<br />
alheio à nossa cultura [...]”. (2º par.)<br />
D) “[...] Norbeto Bobbio, que, como Mandela, acreditava<br />
nos direitos humanos [...]”. (5º par.)<br />
QUESTÃO 07<br />
Em qual das alternativas que se seguem a palavra ou<br />
expressão em destaque NÃO remete a um trecho<br />
anteriormente expresso no texto?<br />
A) “Não tenho condições de responder a esta indagação.”<br />
(5º par.)<br />
B) “Uma solução dessas, seguramente originalíssima,<br />
pressupõe um conceito alheio à nossa cultura<br />
individualista: o ubuntu [...]”. (2º par.)<br />
C) “[...] o ser humano [...] sobreponha sua dimensão de<br />
sapiens àquela de demens e inaugure uma nova forma de<br />
estar juntos, na mesma casa.” (6º par.)<br />
D) “[...] uma sociedade estruturada na suprema injustiça<br />
do apartheid, que desumanizava as grandes maiorias<br />
negras do país, condenando-as a não pessoas [...]”. (1º<br />
par.)<br />
QUESTÃO 08<br />
“[...] não para esquecer esse passado, mas para não deixar<br />
que nos aprisione para sempre.” (7º par.)<br />
Acerca desse enunciado, é INCORRETO afirmar que<br />
A) o verbo em destaque concorda com “esse passado”.<br />
193
B) há a elipse do pronome “ele”, que poderia localizar-se<br />
depois do “que”, em “que nos aprisione”.<br />
C) é uma estrutura legítima na língua portuguesa, sem<br />
prejuízo ao entendimento e passível de explicação<br />
gramatical.<br />
D) o verbo em destaque poderia ser substituído por seu<br />
plural: aprisionem.<br />
QUESTÃO 09<br />
Mantém o mesmo sentido deste trecho: “[...] Norberto<br />
Bobbio [...], como Mandela, acreditava nos direitos<br />
humanos e na democracia como valores para equacionar<br />
o problema da violência [...]” (5º par.) o que se apresenta<br />
na alternativa<br />
A) Os direitos humanos e a democracia eram tidos como<br />
valores para equacionar o problema da violência.<br />
B) Os direitos humanos e a democracia deixaram de ser<br />
vistos como valores para equacionar o problema da<br />
violência.<br />
C) Os direitos humanos e a democracia equacionam o<br />
problema da violência.<br />
D) Os direitos humanos e a democracia continuam se<br />
sustentando como valores para equacionar o problema da<br />
violência.<br />
QUESTÃO 10<br />
“Avancemos em direção a um futuro glorioso de uma<br />
nova sociedade [...]”. (7º par.)<br />
A alternativa que apresenta forma verbal com o mesmo<br />
conceito semântico do termo destacado acima, de acordo<br />
com o seu contexto, é... (as expressões em análise das<br />
afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />
parágrafos indicados)<br />
A) “[...] a crença [...] de que o crescimento econômico<br />
material nos deveria trazer desenvolvimento social,<br />
cultural e espiritual é uma ilusão.” (4º par.)<br />
B) “[...] viremos agora a página [...]”. (7º par.)<br />
C) “[...] nós ainda viveremos se, sem discriminações,<br />
pusermos em prática de fato o ubuntu.”(8º par.)<br />
D) “Talvez valham as palavras de seu grande amigo, o<br />
arcebispo Desmond Tutu [...]”. (7º par.)<br />
QUESTÃO 11<br />
“Uma solução dessas, seguramente originalíssima,<br />
pressupõe um conceito alheio à nossa cultura<br />
individualista [...]”. (2º par.)<br />
No trecho acima, a modalidade padrão da língua<br />
portuguesa possibilita que o uso do acento grave seja<br />
facultativo.<br />
Nas alternativas que se seguem, será obrigatório o uso do<br />
acento grave, indicativo de crase, se se substituir a<br />
expressão em destaque acima por<br />
A) a uma cultura individualista.<br />
B) a toda cultura individualista.<br />
C) a cultura individualista.<br />
D) a qualquer cultura individualista.<br />
QUESTÃO 12<br />
NÃO pode assumir sentido conotativo, figurado,<br />
considerando o contexto em que se insere, o vocábulo que<br />
se encontra na alternativa... (as expressões em análise das<br />
afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />
parágrafos indicados)<br />
A) “manuais” (3º par.).<br />
B) “chagas” (2º par.).<br />
C) “mergulhou” (1º par.).<br />
D) “laço” (2º par.).<br />
UNIMONTES 2013.2 – GRUPO 1<br />
INSTRUÇÃO: As questões de 01 a 12 referem-se ao texto<br />
a seguir ou tomam-no como ponto de partida.<br />
Leia-o.<br />
Esculhambação<br />
Ferreira Gullar<br />
1- A tragédia de Santa Maria impactou o país pela<br />
quantidade de mortes que ocasionou, mas também pelo<br />
que significa no quadro da realidade brasileira: a denúncia<br />
da irresponsabilidade que tomou conta do país.<br />
2- Que, no Brasil de hoje, as leis, as normas sociais<br />
estão aí apenas para constar, a gente já sabia. Mas foi<br />
preciso, desgraçadamente, que o incêndio da boate<br />
Kiss resultasse na morte de quase 240 pessoas – na sua<br />
maioria jovens universitários – para que as<br />
194
autoridades se mancassem e se sentissem obrigadas a<br />
fazer o que mais as desagrada: cumprir as leis e, pior<br />
ainda, punir quem as desrespeita. Na verdade, querem<br />
ser todos bonzinhos, especialmente consigo mesmos.<br />
3- A tragédia de Santa Maria tornou de repente<br />
inviável essa cômoda atitude. A postura usual dos<br />
governantes e das autoridades é a de não admitir os<br />
seus próprios erros, atribuindo-os a injúrias ou<br />
mentiras inventadas pela imprensa.<br />
4- Mas, desta vez, diante de centenas de cadáveres<br />
amontoados na rua e dos parentes soluçando em<br />
desespero, o que fazer? Dizer que se tratava de uma<br />
invenção da mídia não podiam. Tiveram, eles próprios,<br />
que mentir.<br />
5- O prefeito de Santa Maria não sabia nada do que se<br />
passava naquela boate.<br />
6- Já o comandante do Corpo de Bombeiros da cidade<br />
afirmou, com firmeza, que, legalmente, bastava uma<br />
única porta numa casa de shows onde se divertiam<br />
mais de mil pessoas, embora a lotação legal fosse de<br />
apenas 650 frequentadores. Os extintores de incêndio<br />
não funcionavam, como ficou provado pela perícia,<br />
mas ele alegou que estavam em perfeito estado e, se não<br />
funcionaram, teria sido pela imperícia de quem tentou<br />
manejá-los.<br />
7- Noutras palavras, embora o Corpo de Bombeiros<br />
tenha permitido que a boate funcionasse sem obedecer<br />
a quaisquer exigências legais, nenhuma culpa tem pelo<br />
que ali ocorreu.<br />
8- Indignei-me ao ouvi-lo, mas tampouco esperava que<br />
ele dissesse outra coisa, uma vez que, se tanta gente<br />
morreu naquele incêndio, a razão disso não é outra<br />
senão a desobediência a toda e qualquer norma de<br />
segurança. E por que isso ocorre? Por negligência? Por<br />
receberem propina? Por obedecerem a recomendações<br />
superiores? Ninguém sabe ao certo. O que se sabe é que<br />
este nosso Brasil é hoje uma pura e simples<br />
esculhambação.<br />
9- Veja se exagero. Como a boate pegou fogo mesmo e<br />
239 pessoas morreram mesmo; como a boate só tinha uma<br />
porta e os extintores de incêndio não funcionavam,<br />
ninguém pode, desta vez, alegar que se trata de uma<br />
calúnia. É inegável que o desastre ocorreu porque as<br />
autoridades responsáveis foram omissas. Mas, em<br />
seguida, diante da tragédia e da omissão comprovada,<br />
todas elas, imediatamente, passaram a agir com a presteza<br />
e o rigor que nunca tiveram antes.<br />
10- O resultado não poderia ser outro: em todos os Estados<br />
e cidades, onde a fiscalização foi acionada, centenas de<br />
casas noturnas ou não apresentavam as condições de<br />
segurança exigidas ou estavam com a licença de<br />
funcionamento vencida. Isso significa que os proprietários<br />
e responsáveis por esses espaços vêm durante anos pondo<br />
em risco a vida dos frequentadores, como se isso se<br />
tratasse da coisa mais normal do mundo. Até uma<br />
borracharia funcionava como boate.<br />
11- É que, do governador ao comandante do Corpo de<br />
Bombeiros, do chefe da fiscalização ao fiscal menos<br />
categorizado, todos usam o poder que detêm para tirar<br />
vantagens, sejam elas políticas, sejam pessoais. O<br />
interesse público é sua moeda de troca.<br />
12- Pois bem, a pergunta a fazer é por que isso acontece e<br />
de maneira tão generalizada? Não tenho a resposta<br />
pronta. Mas não há dúvida de que a máquina do Estado<br />
foi apropriada por partidos e líderes políticos, que a usam<br />
em benefício próprio, seja pessoal, seja partidário. As leis,<br />
portanto, não têm valia ou só valem quando servem a<br />
esses interesses.<br />
13- É que, para eles, a opinião pública não merece<br />
nenhum respeito. Que outro sentido tem a recente<br />
eleição de Renan Calheiros para presidir o Senado<br />
Federal, embora denunciado pelo procurador-geral da<br />
República por peculato, uso de documentos falsos e<br />
corrupção? Há cinco anos, ele renunciou a essa mesma<br />
presidência e ao seu mandato parlamentar para<br />
escapar de ser cassado. E volta, agora, sob os aplausos<br />
efusivos de seus companheiros de farsa. É ou não é uma<br />
esculhambação?<br />
(Folha de S. Paulo, E10 ilustrada, domingo, 17 de fevereiro de 2013.)<br />
QUESTÃO 1<br />
Leia o trecho: “Mas foi preciso [...] que o incêndio<br />
resultasse na morte de quase 240 pessoas [...] para que as<br />
autoridades se mancassem e se sentissem obrigadas a<br />
fazer o que mais as desagrada: cumprir as leis e, pior<br />
ainda, punir quem as desrespeita.”(2º par.)<br />
No trecho acima há ironia, pois<br />
A) o locutor do texto se utiliza do termo giriático “se<br />
mancassem”, quando não deveria tê-lo utilizado.<br />
B) seria contraditório dizer, seriamente, que as<br />
autoridades se sentem obrigadas a cumprir leis e punir<br />
quem não as cumpre, já que esse é o papel delas.<br />
C) constitui um juízo apressado dizer que as autoridades<br />
são obrigadas a cumprir as leis.<br />
D) não desagrada às autoridades punir quem desrespeita<br />
as leis.<br />
195
QUESTÃO 2<br />
Para argumentar contra a postura e atitudes das<br />
autoridades e dos governantes, o locutor do texto utilizase<br />
de<br />
A) declarações feitas pelas vítimas.<br />
B) demonstração de incredulidade diante das declarações<br />
feitas pelas autoridades.<br />
C) conivência em relação ao que afirmavam as<br />
autoridades.<br />
D) fatos ou eventos ocorridos.<br />
QUESTÃO 3<br />
Leia os trechos a seguir:<br />
“Relatório sobre a tragédia de Santa Maria mostra que<br />
luzes de emergência não funcionaram...” (revista Veja,<br />
13-2-2013)<br />
“Somos todos culpados porque o ‘jeitinho’, infelizmente,<br />
já faz parte de nossa cultura e o aceitamos quando nos<br />
convém.” (revista Veja,13-2-2013)<br />
Os trechos acima, pela ordem dos enunciados, apresentam<br />
A) fato e opinião.<br />
B) dois fatos.<br />
C) opinião e fato.<br />
D) duas opiniões.<br />
QUESTÃO 4<br />
Na seguinte passagem expressa: “... o comandante do<br />
Corpo de Bombeiros da cidade afirmou [...] que [...]<br />
bastava uma única porta ...” (linha 26), há<br />
A) uma única fala, a do locutor responsável pelo texto.<br />
B) três falas, uma manifestada em discurso indireto livre.<br />
C) duas falas, sendo uma delas citada em discurso<br />
indireto.<br />
D) uma fala preponderante, a da justiça, responsável por<br />
permitir a permanência de mais de mil pessoas na boate.<br />
QUESTÃO 5<br />
O locutor do texto cita o episódio ocorrido com o senador<br />
Renan Calheiros porque, segundo ele, os episódios do<br />
incêndio e da eleição do senador assemelham-se no<br />
seguinte aspecto:<br />
A) No Brasil, as autoridades e políticos beneficiam-se do<br />
poder para tirar vantagens partidárias ou pessoais.<br />
B) Todos os dois episódios foram descobertos pela<br />
imprensa e tais autoridades alegaram tratar-se de calúnias.<br />
C) Nos dois casos, seria possível evitar que as duas<br />
situações tivessem o desfecho que tiveram se a população<br />
tivesse descoberto a tempo e se revoltado contra esses<br />
episódios.<br />
D) Em ambos os episódios, as autoridades responsáveis<br />
por fazer cumprir as leis não tiveram conhecimento das<br />
consequências negativas que o incêndio e a eleição<br />
proporcionariam.<br />
QUESTÃO 6<br />
O locutor finaliza seu texto com um enunciado<br />
interrogativo. O objetivo desse recurso é<br />
A) deixar o leitor responder a uma questão para a qual não<br />
sabe a resposta.<br />
B) demonstrar a sua postura de resignação diante da<br />
tragédia ocorrida na boate.<br />
C) explicar como, no Brasil, a classe política se utiliza do<br />
poder para se beneficiar.<br />
D) fazer o leitor refletir e tirar conclusões com base na<br />
argumentação desenvolvida no texto.<br />
QUESTÃO 7<br />
Considerando tanto as relações de significado que um<br />
termo possa assumir num dado contexto (que se relaciona<br />
à Semântica) quanto os recursos expressivos da língua em<br />
um segmento de texto (que se relaciona à Estilística),<br />
analise as alternativas a seguir e assinale, nesses termos, a<br />
alternativa INCORRETA. (as expressões em análise das<br />
afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />
parágrafos indicados)<br />
A) Em “O interesse público é sua moeda de troca.” (par.<br />
11), temos uma expressão metafórica.<br />
B) Em “parentes soluçando” (par. 4), tem-se a ideia de um<br />
choro perpassado pela dor e incredulidade.<br />
C) Em “Que, no Brasil de hoje, as leis, as normas sociais<br />
estão aí apenas para constar, a gente já sabia.” (par. 2), a<br />
expressão “a gente” engloba as autoridades e o cidadão<br />
comum e delata que este tem sua parcela de<br />
responsabilidade equivalente à dos demais segmentos<br />
sociais.<br />
D) Em “Ninguém sabe ao certo.” (par. 8) e “Não tenho a<br />
resposta pronta.” (paragrafo 12), embora com diferentes<br />
interlocutores, têm-se sentidos afins entre esses dois<br />
enunciados.<br />
196
QUESTÃO 8<br />
“[...] foi preciso, desgraçadamente, que o incêndio da<br />
boate Kiss resultasse na morte de quase 240 pessoas [...]<br />
para que as autoridades se mancassem e se sentissem<br />
obrigadas a fazer [...] cumprir as leis [...]” (par. 2)<br />
Acerca da subordinação presente nesse período, assinale a<br />
alternativa em que a análise feita NÃO é procedente.<br />
A) Esse trecho encerra uma ideia de finalidade.<br />
B) Há, no trecho do enunciado, uma oração na forma<br />
desenvolvida, amparada pela conjunção “para que”, com<br />
verbos no subjuntivo.<br />
C) Entre esse trecho expresso no enunciado e o seguinte<br />
trecho: “[...] ele renunciou a essa mesma presidência [...]<br />
para escapar de ser cassado.” (par. 13), há o<br />
estabelecimento de mesma ideia, explicitada por<br />
conjunção com mesmo valor ou função, com esta oração<br />
na forma reduzida.<br />
D) Está expressa, no trecho, uma ideia de condição.<br />
QUESTÃO 9<br />
Nas alternativas a seguir, escolha aquela em que a<br />
explicação para as regras gramaticais de concordância<br />
verbal está EM DESACORDO com a forma e o contexto<br />
priorizados no período correspondente. (as expressões em<br />
análise das afirmativas encontram-se destacadas nos<br />
referentes parágrafos indicados)<br />
A) “[...] embora o Corpo de Bombeiros tenha permitido<br />
que a boate funcionasse sem obedecer a quaisquer<br />
exigências legais, nenhuma culpa tem pelo que ali<br />
ocorreu.” (par. 7) → O verbo “ter”, em “nenhuma culpa<br />
tem”, é neutro, impessoal, ou seja, não tem sujeito com<br />
que concordar, por isso permanece no singular.<br />
B) “A postura usual dos governantes e das autoridades é a<br />
de não admitir os seus próprios erros, atribuindo-os a<br />
injúrias ou mentiras inventadas pela imprensa.” (par. 3) →<br />
Quando o núcleo do sujeito está no singular e seus<br />
especificadores estão no plural, a concordância do verbo<br />
é feita com o núcleo desse sujeito, nesse caso, no singular.<br />
C) “É inegável que o desastre ocorreu porque as<br />
autoridades responsáveis foram omissas. Mas, em<br />
seguida, diante da tragédia e da omissão comprovada,<br />
todas elas, imediatamente, passaram a agir com a presteza<br />
e o rigor que nunca tiveram antes.” (par. 9) → “tiveram”<br />
é pluralizado por concordar com o sujeito “as autoridades<br />
responsáveis”, retomado, nesse período, por “todas elas”.<br />
D) “Dizer que se tratava de uma invenção da mídia não<br />
podiam.” (par. 4) → O verbo “poder” encontrasse na<br />
forma pluralizada por haver uma elipse do sujeito, o qual<br />
está explícito em predicação anterior, e não pelo fato de<br />
ele denotar indeterminação do sujeito.<br />
QUESTÃO 10<br />
“Há cinco anos, ele renunciou a essa mesma presidência<br />
...” (final do texto)<br />
Sobre esse trecho, pode-se fazer a seguinte afirmação,<br />
considerando a língua portuguesa padrão:<br />
A) O verbo “haver” poderia ser substituído pelo verbo<br />
“existir”, desde que este fosse pluralizado.<br />
B) O verbo “haver” poderia ser substituído pelo verbo<br />
“fazer”, desde que este fosse pluralizado.<br />
C) O verbo “haver” poderia ser substituído pelo verbo<br />
“fazer”, com este permanecendo no singular.<br />
D) Nesse enunciado não seria deturpado o sentido se, em<br />
vez do verbo “haver” no singular, fosse usada a forma<br />
plural desse verbo.<br />
QUESTÃO 11<br />
De acordo com a NGB – Nomenclatura Gramatical<br />
Brasileira –, há palavras que não se enquadram entre as<br />
classes de palavras (substantivo, artigo, adjetivo, numeral,<br />
pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e<br />
interjeição) por não expressarem uma função<br />
verdadeiramente sintática na oração.<br />
(CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 46.<br />
ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005, p. 263).<br />
Nesse sentido, em qual das alternativas a palavra em<br />
destaque NÃO pertence a nenhuma dessas classes,<br />
segundo o contexto em que se apresenta? (as expressões<br />
em análise das afirmativas encontram-se destacadas nos<br />
referentes parágrafos indicados)<br />
A) “Que, no Brasil de hoje, as leis, as normas sociais estão<br />
aí apenas para constar [...]” (par. 2)<br />
B) “Até uma borracharia funcionava como boate.” (par.<br />
10)<br />
C) “[...] bastava uma única porta numa casa de shows<br />
onde se divertiam mais de mil pessoas [...]” (par. 6)<br />
D) “A tragédia de Santa Maria tornou de repente inviável<br />
essa cômoda atitude.” (par. 3)<br />
QUESTÃO 12<br />
De acordo com Cegalla (p. 429): “Não há uniformidade<br />
entre os escritores quanto ao emprego dos sinais de<br />
pontuação.” Por essa razão, o autor reconhece não ser<br />
“possível traçar normas rigorosas sobre a matéria”,<br />
197
endossando “apenas as que o uso geral vem sancionando,<br />
na atual língua escrita”.<br />
(CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da lín.gua portuguesa. 46.<br />
ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005, p. 429)<br />
Dessa forma, pode-se verificar que o emprego da vírgula,<br />
considerando essa relação norma-uso, acataria como<br />
facultativo, não ocasionando prejuízo ao sentido, o uso de<br />
vírgula(s) no seguinte trecho:<br />
A) “E volta, agora, sob os aplausos efusivos de seus<br />
companheiros de farsa.” (par. 13)<br />
B) “Indignei-me ao ouvi-lo, mas tampouco esperava que<br />
ele dissesse outra coisa, uma vez que, se tanta gente<br />
morreu naquele incêndio, a razão disso não é outra senão<br />
a desobediência a toda e qualquer norma de segurança.”<br />
(par. 8)<br />
C) “Os extintores de incêndio não funcionavam, como<br />
ficou provado pela perícia, mas ele alegou que estavam<br />
em perfeito estado [...]” (par. 6)<br />
D) “Que outro sentido tem a recente eleição de Renan<br />
Calheiros para presidir o Senado Federal, embora<br />
denunciado pelo procurador-geral da República por<br />
peculato, uso de documentos falsos e corrupção?” (par.<br />
13)<br />
UNIMONTES 2013.2 – GRUPO 2<br />
VIRAMOS ESCRAVOS DA TECNOLOGIA?<br />
(Por Caroline Mariano e Nina Neres/São Paulo; Lucas<br />
Rossi/Estados Unidos)<br />
Nas mudanças comportamentais e sociais que<br />
smartphones, softwares, tablets, aplicativos e redes sociais<br />
estão provocando, o trabalho tem um papel central. Talvez<br />
o escritório seja o lugar em que as marcas da tecnologia<br />
sejam as mais profundas – tanto as boas quanto as ruins.<br />
Uma pesquisa feita em 2012 pelas consultorias McKinsey<br />
e IDC aponta que, nos últimos quatro anos, ferramentas<br />
colaborativas aprimoraram a eficiência de processos<br />
corporativos. Das mais de 2000 companhias consultadas<br />
pela pesquisa, 74% afirmam que o acesso ao<br />
conhecimento aumentou, 58% declaram ter reduzido<br />
custos de comunicação, 40% conseguiram um aumento na<br />
satisfação dos funcionários.<br />
Mas a tecnologia criou novos problemas<br />
profissionais. Um deles, aparentemente simples de<br />
resolver, é a distração. Estamos disponíveis para receber<br />
mensagens e estímulos eletrônicos o tempo inteiro. Um<br />
estudo da Universidade da Califórnia, campus de Irvine,<br />
mostra que profissionais que trabalham em frente de um<br />
computador são interrompidos (ou interrompem-se<br />
espontaneamente) a cada três minutos. Toda vez que isso<br />
ocorre, leva-se até 23 minutos para retomar a tarefa. “Em<br />
uma semana, um profissional distraído perdeu muitas<br />
horas de trabalho”, diz o psiquiatra Frederico Porto,<br />
consultor da LHH/DBM, empresa de recolocação de<br />
executivos, de Belo Horizonte. “Além disso, o desgaste<br />
mental de mudar de uma atividade para outra faz a pessoa<br />
ficar muito mais cansada”, diz Frederico.<br />
A tecnologia também tem efeitos sérios sobre a<br />
ansiedade. De acordo com Kelly McGonigal, PhD em<br />
psicologia e professora da escola de negócios da<br />
Universidade Stanford, em São Francisco, o sistema de<br />
recompensa do cérebro, o mesmo que nos faz ingerir<br />
alimentos para não morrer de fome, se adaptou à era<br />
digital e hoje é carente também da informação. A<br />
consequência é sentir necessidade de consumir notícias<br />
como se sente vontade de jantar. Essa avidez por<br />
atualização se reflete no trabalho de algumas maneiras.<br />
Em primeiro lugar, ela causa um aumento da insegurança:<br />
os profissionais sentem-se na obrigação de estar<br />
disponíveis 24 horas por dia, já que o trabalho não fica<br />
mais restrito ao escritório. Além disso, as pessoas passam<br />
mais tempo observando os outros nas redes sociais e<br />
fazendo comparações. Com isso, elas deixam de se medir<br />
com o colega para se comparar, no limite, com todos os<br />
usuários do LinkedIn, o que pode ser terrível para a<br />
autoestima. O mesmo hábito faz a pessoa conviver com a<br />
sensação de ter ficado para trás. A ansiedade digital levou<br />
a Associação de Psiquiatria Americana a incluir a partir<br />
deste ano a desordem de uso da internet no Manual de<br />
Transtornos Mentais, espécie de lista das doenças<br />
psiquiátricas existentes. “Trata-se de um vício, na linha<br />
das dependências comportamentais, como comprar ou<br />
jogar”, diz Cristiano Nabuco, coordenador do programa<br />
de dependência de internet do Instituto de Psiquiatria do<br />
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da<br />
Universidade de São Paulo.<br />
Uma pesquisa da consultoria de gestão do tempo<br />
Triad PS, de São Paulo, com 4100 profissionais, mostra<br />
que 62% das pessoas que admitem adiar atividades o<br />
fazem porque se perdem navegando na internet. O estudo<br />
constatou que 25% dos entrevistados gastam até uma hora<br />
no trabalho com assuntos pessoais na web. “Essas pessoas<br />
198
vão ter de cumprir o serviço alguma hora, o problema é<br />
que elas estão sacrificando também os momentos de<br />
praticar atividade física, ler e cuidar da saúde”, diz<br />
Christian Barbosa, diretor da Triad PS e especialista em<br />
gestão do tempo, de São Paulo.<br />
Obviamente, um telefone celular ou um software não<br />
podem levar a culpa por esse tipo de comportamento. O<br />
centro do problema está no uso que se faz de aparelhos e<br />
aplicativos. “As pessoas estão se afastando umas das<br />
outras, mas isso não é culpa da tecnologia”, diz Rich<br />
Fernandez, diretor de RH do Google para os Estados<br />
Unidos, que compara a tecnologia a um bisturi: pode<br />
salvar vidas ou machucar, depende da capacidade do<br />
usuário. “Seríamos ingênuos se achássemos que a<br />
tecnologia não tem nenhuma consequência, mas um<br />
aparelho não é viciante. A maneira como você o utiliza é<br />
que o torna viciante”, diz Rich.<br />
Entre os benefícios da tecnologia, há os que se dizem<br />
satisfeitos de poder fazer tudo ao mesmo tempo (a dita<br />
multitarefa). No entanto, do ponto de vista cerebral, isso<br />
pode ser estressante e comprometer a qualidade do<br />
trabalho. Estudos da Universidade Stanford mostram que,<br />
quanto mais a pessoa se julga eficiente fazendo várias<br />
coisas ao mesmo tempo, pior ela as executa. E, quando for<br />
necessário se concentrar numa única atividade por longo<br />
tempo, a pessoa terá de fazer um esforço maior. “Para<br />
nosso cérebro, não há multitarefas”, afirma o psiquiatra<br />
Cristiano Nabuco, da Universidade de São Paulo. De<br />
acordo com ele, quando tentamos fazer mais de uma coisa<br />
ao mesmo tempo, nosso cérebro acaba destinando pouca<br />
energia e atenção a cada tarefa. “Ser multitarefa é um<br />
desejo, mas não é possível. Fazemos muito bem somente<br />
uma coisa por vez. Quando somos multitarefas nos<br />
tornamos ineficientes”, diz Rich Fernandez, diretor de RH<br />
do Google nos Estados Unidos.<br />
O trabalho moderno é conectado. Não dá para escapar.<br />
Melhor é ver o lado positivo e cortar o negativo. No ano passado,<br />
o Facebook contratou Dacher Keltner, psicólogo da<br />
Universidade da Califórnia no campus de Berkeley e estudioso<br />
de relações humanas, para entender como poderia tornar menos<br />
frias as interações entre os usuários da rede social. A intenção da<br />
empresa é incluir, por exemplo, sons nos posts e comentários.<br />
“A tecnologia pode fazer as relações ficarem mais próximas e os<br />
laços mais fortes”, afirma Dacher. “Mas sabemos que não há<br />
substituto para abraços ou para o olho no olho”.<br />
(Adaptado da revista Você S/A. Março de 2013, p. 29-37.)<br />
QUESTÃO 01<br />
Como seres humanos, devemos equilibrar o uso da<br />
tecnologia. Constitui um exemplo desse equilíbrio, de<br />
acordo com o texto,<br />
A) a distração no trabalho.<br />
B) a obrigação de estar sempre disponível.<br />
C) a ansiedade.<br />
D) o aumento do acesso ao conhecimento.<br />
QUESTÃO 02<br />
No 3º parágrafo do texto, há uma informação relativa ao<br />
sistema de recompensa do cérebro. Está INCORRETA a<br />
seguinte afirmação sobre o parágrafo:<br />
A) O sistema de recompensa estimula o consumo de<br />
notícias para encontrar satisfação.<br />
B) A avidez pelo consumo de notícias é um gatilho que<br />
dispara a ansiedade.<br />
C) O trabalho não se restringe mais ao escritório, por isso<br />
nos tornamos mais produtivos.<br />
D) A sensação de “ficar para trás” gera a diminuição da<br />
autoestima.<br />
QUESTÃO 03<br />
Do ponto de vista cerebral, é INCORRETO dizer que ser<br />
multitarefa<br />
A) gera uma baixa capacidade de concentração.<br />
B) é um benefício da tecnologia.<br />
C) pode comprometer a qualidade do trabalho.<br />
D) é ilusório, porque julgamos estar sendo eficientes,<br />
quando na verdade não estamos.<br />
QUESTÃO 04<br />
Assinale a única alternativa que apresenta uma ideia que<br />
NÃO pode ser comprovada pelo texto.<br />
A) Aumentar o cuidado nas interações pessoais é a forma<br />
mais fácil para que as relações via internet se tornem mais<br />
próximas.<br />
B) Há ganhos significativos no uso da tecnologia.<br />
C) Entre os caminhos que a tecnologia proporcionou para<br />
a vida das pessoas, um deles se tornou um problema de<br />
saúde pública.<br />
D) Assumir o controle da nossa vida digital permite que<br />
não sejamos dominados pelos aparelhos tecnológicos,<br />
mas que os dominemos.<br />
QUESTÃO 05<br />
Observe o enunciado que fecha o texto: “Mas sabemos<br />
que não há substituto para abraços ou para o olho no<br />
olho”.<br />
Nesse enunciado, a palavra e a expressão destacadas<br />
sugerem de forma implícita, respectivamente,<br />
A) manifestação de indiferença e insinceridade nas<br />
relações entre as pessoas.<br />
B) manifestação de hipocrisia e espírito vingativo nas<br />
relações entre as pessoas.<br />
199
C) manifestação de calor humano e sinceridade nas<br />
relações entre as pessoas.<br />
D) manifestação de desconfiança e estreitamento de laços<br />
nas relações entre as pessoas.<br />
QUESTÃO 06<br />
Tendo como base a temática do texto, todas as ações a<br />
seguir constituem maneiras que podem ajudar a organizar<br />
o uso da tecnologia, EXCETO<br />
A) controle do tempo de permanência em uso de aparelhos<br />
tecnológicos.<br />
B) execução de atividades além das que exijam que<br />
estejamos em frente à tela de aparelhos tecnológicos.<br />
C) iniciativa de fechar o computador quando conversamos<br />
pessoalmente com os outros.<br />
D) aproveitamento do tempo no trabalho para discutir<br />
questões pessoais via internet.<br />
QUESTÃO 07<br />
Leia os dois trechos a seguir e observe o uso dos termos<br />
neles em destaque, considerando o contexto ao qual cada<br />
um deles se integra:<br />
Trecho 1 → “[...] o problema é que elas estão sacrificando<br />
também os momentos de praticar atividade física, ler e<br />
cuidar da saúde...” (4º par.)<br />
Trecho 2 → “A maneira como você o utiliza é que o torna<br />
viciante [...]” (5º par.)<br />
Ao se observar o uso de “é que”, percebe-se que ele<br />
assume diferentes interpretações de um trecho para outro.<br />
Sobre essas construções em que se dá a ocorrência das<br />
formas “é que”, em qual das alternativas está apresentada<br />
uma explicação que NÃO condiz com a realidade que essa<br />
forma assume em um desses contextos?<br />
A) No trecho 2, “é que” pode ser suprimido do texto sem<br />
qualquer prejuízo ao sentido, ao contexto.<br />
B) No trecho 1, tanto o “é” como o “que” poderiam ser<br />
suprimidos, pois essa expressão forma uma locução que<br />
tem função exclusiva de dar ênfase nesse contexto.<br />
C) No trecho 1, “é que” deve ser mantido na oração, pelo<br />
fato de essas duas palavras serem fundamentais para a<br />
construção do sentido que se pretende dar ao texto.<br />
D) No trecho 2, “é que” tem um valor tão somente<br />
expressivo, não interferindo ou modificando o sentido<br />
final que se pretenda obter com essa construção.<br />
QUESTÃO 08<br />
Nas orações abaixo, de acordo com as características<br />
individualizantes, de explicação, de esclarecimento,<br />
resumitivas, especificadoras, de referência a um sentido<br />
global anterior, etc., alusivas ao aposto, pode-se afirmar<br />
que NÃO se constitui como aposto o termo sublinhado na<br />
alternativa<br />
A) “Com isso, elas deixam de se medir com o colega para<br />
se comparar, no limite, com todos os usuários do<br />
LinkedIn, o que pode ser terrível para a autoestima”. (3º<br />
par.)<br />
B) “Trata-se de um vício, na linha das dependências<br />
comportamentais, como comprar ou jogar [...]” (3º par.)<br />
C) “[...] diz o psiquiatra Frederico Porto, consultor da<br />
LHH/DBM, empresa de recolocação de executivos, de<br />
Belo Horizonte”. (2º par.)<br />
D) “Uma pesquisa feita em 2012 pelas consultorias<br />
McKinsey e IDC aponta que [...] ferramentas<br />
colaborativas aprimoraram a eficiência de processos<br />
corporativos”. (1º par.)<br />
QUESTÃO 09<br />
“Toda vez que isso ocorre, leva-se até 23 minutos para<br />
retomar a tarefa.” (2º par.)<br />
A palavra sublinhada nesse trecho, considerando sua<br />
inserção no parágrafo, refere-se ao que está apresentado<br />
na alternativa:<br />
A) Interrupção do trabalho, voluntariamente ou não.<br />
B) Os estudos recentes da Universidade da Califórnia.<br />
C) O fato de profissionais trabalharem em frente ao<br />
computador.<br />
D) A perda de muitas horas de trabalho.<br />
QUESTÃO 10<br />
Observe a construção dos períodos a seguir:<br />
“No ano passado, o Facebook contratou Dacher Keltner,<br />
psicólogo da Universidade da Califórnia no campus de<br />
Berkeley e estudioso de relações humanas, para entender<br />
como poderia tornar menos frias as interações entre os<br />
usuários da rede social. A intenção da empresa é incluir,<br />
por exemplo, sons nos posts e comentários”. (7º par.)<br />
Acerca da estrutura dessa construção, aliada a seu<br />
contexto, NÃO se pode afirmar:<br />
A) “Entender” é um verbo que deve retomar “Dacher<br />
Keltner”, a quem é necessária a compreensão das relações<br />
humanas virtuais.<br />
200
B) “Poderia tornar” está integrado a “Facebook”, empresa<br />
que tem a preocupação de estreitar as relações entre seus<br />
usuários.<br />
C) Em “para entender”, o termo “para” pode ser<br />
substituído por “a fim de”, por explicitar a ideia do<br />
objetivo do Facebook.<br />
D) A flexão do tempo do verbo poder (“poderia”) indica<br />
que as soluções acerca dos mecanismos de maior<br />
interação nas redes sociais são dependentes de certa<br />
condição: o conhecimento desses mecanismos para que<br />
eles sejam inclusos.<br />
QUESTÃO 11<br />
Em qual das alternativas a seguir o(s) termo(s)<br />
sublinhado(s) NÃO poderia(m) ser substituído(s), em<br />
termos de função sintática, pelo pronome apresentado à<br />
direita?<br />
A) “Estamos disponíveis para receber mensagens e<br />
estímulos eletrônicos o tempo inteiro”. (2º par.) →<br />
Estamos disponíveis para recebê-los o tempo inteiro.<br />
B) “O centro do problema está no uso que se faz de<br />
aparelhos e aplicativos”. (5º par.) → O centro do<br />
problema está no uso que se faz deles.<br />
C) “[...] o desgaste mental de mudar de uma atividade para<br />
outra faz a pessoa ficar muito mais cansada [...]” (2º par.)<br />
→ o desgaste mental de mudar de uma atividade para<br />
outra faz-lhe ficar muito mais cansada.<br />
D) “[...] nos últimos quatro anos, ferramentas<br />
colaborativas aprimoraram a eficiência [...]” (1º par.) →<br />
nos últimos quatro anos, ferramentas colaborativas<br />
aprimoraram-na.<br />
QUESTÃO 12<br />
Considere o trecho a seguir:<br />
“Talvez o escritório seja o lugar em que as marcas da<br />
tecnologia sejam as mais profundas – tanto as boas quanto<br />
as ruins”. (1º par.)<br />
O uso de modos verbais distintos em um texto representa<br />
uma ação do autor no sentido de revelar o processo verbal,<br />
o qual pode ser visto como algo real, eventual ou<br />
necessário na construção das ideias que alinhavam um<br />
contexto, de acordo com a significação contida no verbo.<br />
No trecho acima apresentado, o verbo “ser” configura-se<br />
como:<br />
A) um desejo, diante da fragilidade do termo “talvez”, o<br />
qual aponta a perspectiva de a tecnologia ser boa ou ruim.<br />
B) uma opinião que, apoiada no termo “talvez”, faz com<br />
que o autor não refute nem endosse o fato de haver<br />
tecnologia boa ou ruim.<br />
C) uma condição, a qual expressa que, se o escritório<br />
utiliza a tecnologia, ela pode ser boa ou ruim.<br />
D) uma hipótese, que se relaciona ao termo “talvez”, de<br />
que o escritório detenha o lugar de primazia em se tratando<br />
do uso da tecnologia.<br />
UNIMONTES 2013.1 – GRUPO 1<br />
O instinto animal<br />
Alguns traduzem por "instinto animal" o que o<br />
economista inglês John Maynard Keynes na década de 30<br />
descreveu como "animal spirit", isto é, espírito animal. A<br />
tradução do termo original não importa muito,<br />
importa o que significa, e significa várias coisas: o<br />
gosto ou a capacidade pelo risco ao investir, por<br />
exemplo, quando se fala em empresários e economia.<br />
Neste artigo tomo a expressão como nossa capacidade<br />
geral de sentir, pressentir algo, e agir conforme. Isso se<br />
refere não só a indivíduos, mas a grupos, instituições,<br />
estados, governos. Sendo intuição e audácia, ele melhora<br />
se misturado com alguma prudência e sabedoria, para que<br />
o bolo não desande.<br />
Não me parece muito apurado o espírito animal que,<br />
nas palavras de uma autoridade, declara que empregar<br />
7% do PIB em educação (e 10% em mais alguns anos)<br />
vai "quebrar o país". Educação não quebra nada: só<br />
constrói. Sendo bom esse instinto ou espírito, o fator<br />
educação terá de ser visto como o mais importante de<br />
todos. Aquele, sólido e ótimo, sem o qual não há<br />
crescimento, não há economia saudável, não há felicidade.<br />
Uso sem medo o termo "felicidade", pois não me refiro<br />
a uma cômoda alienação e ignorância dos problemas,<br />
mas ao mínimo de harmonia interna pessoal, e com o<br />
mundo que nos rodeia. Não precisar ter angústias<br />
extremas com relação ao essencial para a nossa<br />
dignidade: moradia, alimentação, saúde, trabalho. Como<br />
base para tudo isso, educação. Educação que pode<br />
consumir bem mais do que 7% do PIB sem quebrar coisa<br />
alguma, exceto a nossa miséria nascida da ignorância;<br />
nossas escolhas erradas nascidas da desinformação; nossa<br />
má qualidade de vida; e a falta de visão quanto àquilo que<br />
temos direito de receber ou de conquistar, com a plena<br />
consciência que nasce da educação.<br />
A verdadeira democracia só floresce no terreno da<br />
boa educação e ótima informação de seu povo. Pois não<br />
será governo de todos o comando dos poucos que<br />
estudaram bem, os informados, levando pela argola do<br />
nariz de bicho domesticado milhões e milhões de seres<br />
humanos cegos, aflitos ou alienados, que não sabem; e<br />
que, se quiserem boa educação desde as bases na infância,<br />
correm o risco de ser acusados de querer quebrar o país.<br />
201
Precisamos medir nossas palavras: cuidar do que<br />
dizemos, do que escrevemos, e também do que<br />
pensamos e não dizemos. Podem acusar quanto<br />
quiserem os empresários, os louros de olhos azuis, as<br />
elites, os ricos, os intelectuais, não importa: mas não<br />
acusem de querer o mal da nação aqueles que batalham<br />
pela mera sobrevivência ou por uma vida melhor, num<br />
orçamento que tenha a educação como prioridade. Pois<br />
não é certo que da treva sempre nasce a luz: dela brotam<br />
como flores fatídicas o sofrimento, a miséria, a<br />
subserviência. Na treva da ignorância nasce o atraso, de<br />
suas raízes se alimenta a pobreza em todos os sentidos,<br />
financeira, moral, intelectual. Uma educação bem cuidada<br />
e fomentada, com professores bem pagos, boas escolas<br />
desde a creche até a universidade, com orientação sadia e<br />
não ideológica, mas realmente cultural, aberta ao mundo<br />
e não isolacionista, grande e não rasa, promove<br />
crescimento, nos insere no chamado concerto das nações,<br />
e nos torna respeitados — nos faz incluídos, consultados,<br />
procurados. Dirão que continuo repetitiva com esse tema:<br />
sou, e serei, porque acredito nisso. Precisamos ter<br />
cuidados pelos que nos governam: se nas relações<br />
pessoais amar é cuidar, na vida do país cuidar é nutrir<br />
não só o corpo e fortalecer condições materiais de vida,<br />
mas iluminar a mente. Para que a gente possa ter<br />
esperanças fundamentadas, emprego digno, salário<br />
compensador, morando e trabalhando num ambiente<br />
saudável, aprendendo a administrar nossos ganhos,<br />
poucos ou abundantes. Para não estarmos entre os<br />
últimos nas listas de povos mais ou menos educados e<br />
saudáveis, mas plenamente inseridos no mundo<br />
civilizado.<br />
Parece utopia, aceito isso. Mas batalharei, com<br />
muitos outros, para que ela se transforme na nossa mais<br />
fundamental realidade: simples assim.<br />
(LUFT, Lya. O instinto animal. Revista Veja, São Paulo, p. 2, julho de 2012.)<br />
QUESTÃO 01<br />
A autora relaciona o significado de “espírito animal” com,<br />
EXCETO<br />
A) intuição.<br />
B) audácia.<br />
C) medo.<br />
D) ação.<br />
QUESTÃO 02<br />
No segundo parágrafo do texto, a autora contra-argumenta<br />
em relação à seguinte ideia (as expressões em análise das<br />
afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />
parágrafos indicados):<br />
A) “Sendo bom esse instinto ou espírito, o fator educação<br />
terá de ser visto como o mais importante de todos.”<br />
B) “... empregar 7% do PIB em educação (e 10% em mais<br />
alguns anos) vai ‘quebrar o país’.”<br />
C) “Não precisar ter angústias extremas com relação ao<br />
essencial para a nossa dignidade...”<br />
D) “... não me refiro a uma cômoda alienação e ignorância<br />
dos problemas, mas ao mínimo de harmonia interna<br />
pessoal...”<br />
QUESTÃO 03<br />
Observe o trecho: “A verdadeira democracia só floresce<br />
no terreno da boa educação...” (3º par.)<br />
Em que alternativa a autora apresenta a definição da<br />
palavra em destaque? (as expressões em análise das<br />
afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />
parágrafos indicados)<br />
A) “Precisamos medir nossas palavras: cuidar do que<br />
dizemos, do que escrevemos, e também do que pensamos<br />
e não dizemos.” (4º par.)<br />
B) “Precisamos ter cuidados pelos que nos governam: se<br />
nas relações pessoais amar é cuidar, na vida do país cuidar<br />
é nutrir não só o corpo e fortalecer condições materiais de<br />
vida, mas iluminar a mente.” (4º par.)<br />
C) “... não será governo de todos o comando dos poucos<br />
que estudaram bem, os informados, levando pela argola<br />
do nariz de bicho domesticado milhões e milhões de seres<br />
humanos cegos, aflitos ou alienados...” (3º par.)<br />
D) “Podem acusar quanto quiserem os empresários, os<br />
louros de olhos azuis, as elites, os ricos, os intelectuais,<br />
não importa: mas não acusem de querer o mal da nação<br />
aqueles que batalham pela mera sobrevivência ou por uma<br />
vida melhor, num orçamento que tenha a educação como<br />
prioridade.” (4º par.)<br />
QUESTÃO 04<br />
Segundo a autora, a falta de uma educação de qualidade<br />
gera, EXCETO<br />
A) má qualidade de vida.<br />
B) alienação.<br />
C) subserviência.<br />
D) inclusão social.<br />
202
QUESTÃO 05<br />
Considere a afirmativa: “Parece utopia, aceito isso. Mas<br />
batalharei, com muitos outros, para que ela se transforme<br />
na nossa mais fundamental realidade: simples assim.” (5º<br />
par.)<br />
Todos os aspectos relacionados abaixo são aceitos pela<br />
autora como, ainda, utópicos, EXCETO<br />
A) “... angústias extremas com relação ao essencial para a<br />
nossa dignidade: moradia, alimentação, saúde, trabalho.”<br />
(2º par.)<br />
B) “... educação bem cuidada e fomentada, com<br />
professores bem pagos, boas escolas desde a creche até a<br />
universidade...” (4º par.)<br />
C) “... orientação sadia e não ideológica, mas realmente<br />
cultural, aberta ao mundo e não isolacionista...” (4º par.)<br />
D) “... esperanças fundamentadas, emprego digno, salário<br />
compensador, morando e trabalhando num ambiente<br />
saudável, aprendendo a administrar nossos ganhos,<br />
poucos ou abundantes.” (4º par.)<br />
QUESTÃO 06<br />
Considere o trecho: “Uma educação bem cuidada e<br />
fomentada, com professores bem pagos, boas escolas<br />
desde a creche até a universidade, com orientação sadia<br />
e não ideológica, mas realmente cultural, aberta ao<br />
mundo e não isolacionista, grande e não rasa, promove<br />
crescimento, nos insere no chamado concerto das<br />
nações...” (4º par.)<br />
Em relação à palavra destacada, é CORRETO afirmar<br />
que, nesse contexto, foi usada com valor semântico de:<br />
A) correção, reparo.<br />
B) sessão, apresentação musical.<br />
C) harmonia, conformidade.<br />
D) emenda, acomodação.<br />
QUESTÃO 07<br />
Assinale o contexto em que a autora faz uso da linguagem<br />
figurada, metafórica, como recurso de expressão. (as<br />
expressões em análise das afirmativas encontram-se<br />
destacadas nos referentes parágrafos indicados)<br />
A) “Pois não será governo de todos o comando dos poucos<br />
que estudaram bem, os informados, levando pela argola<br />
do nariz de bicho domesticado milhões e milhões de seres<br />
humanos cegos, aflitos ou alienados...” (3º par.)<br />
B) “A tradução do termo original não importa muito,<br />
importa o que significa, e significa varias coisas: o gosto<br />
ou a capacidade pelo risco ao investir, por exemplo,<br />
quando se fala em empresários e economia.” (1º par.)<br />
C) “Para não estarmos entre os últimos nas listas de povos<br />
mais ou menos educados e saudáveis, mas plenamente<br />
inseridos no mundo civilizado.” (4º par.)<br />
D) “Uso sem medo o termo ‘felicidade’, pois não me<br />
refiro a uma cômoda alienação e ignorância dos<br />
problemas, mas ao mínimo de harmonia interna pessoal, e<br />
com o mundo que nos rodeia.” (2º par.)<br />
QUESTÃO 08<br />
Considere o contexto: “Podem acusar quanto quiserem os<br />
empresários, os louros de olhos azuis, as elites, os ricos,<br />
os intelectuais, não importa: mas não acusem de querer o<br />
mal da nação aqueles que batalham pela mera<br />
sobrevivência ou por uma vida melhor, num orçamento<br />
que tenha a educação como prioridade. Pois não é certo<br />
que da treva sempre nasce a luz: dela brotam como flores<br />
fatídicas o sofrimento, a miséria, a subserviência.” (4º<br />
par.)<br />
A palavra em destaque foi usada como elemento coesivo<br />
e anafórico, uma vez que retoma o termo:<br />
A) luz.<br />
B) educação.<br />
C) vida.<br />
D) treva.<br />
QUESTÃO 09<br />
Considere o trecho: “Uma educação bem cuidada e<br />
fomentada, com professores bem pagos, boas escolas<br />
desde a creche até a universidade, com orientação sadia e<br />
não ideológica, mas realmente cultural, aberta ao mundo<br />
e não isolacionista, grande e não rasa, promove<br />
crescimento, nos insere no chamado concerto das nações,<br />
e nos torna respeitados — nos faz incluídos, consultados,<br />
procurados.” (4º par.)<br />
Em relação aos verbos em destaque, é CORRETO<br />
afirmar:<br />
A) Encontram-se na terceira pessoa do singular, uma vez<br />
que o sujeito das orações das quais fazem parte são<br />
indeterminados.<br />
B) Tem como sujeito “Uma educação bem cuidada e<br />
fomentada”, por isso encontram-se na terceira pessoa do<br />
singular, seguindo a regra geral de concordância verbal.<br />
C) Todos são classificados como verbos transitivos<br />
diretos e tem como complemento o pronome pessoal<br />
oblíquo átono “nos”.<br />
D) Foram conjugados no tempo presente do modo<br />
subjuntivo, uma vez que estão expressando fatos<br />
hipotéticos, condicionados.<br />
203
QUESTÃO 10<br />
Em todos os contextos, há verbos que foram flexionados<br />
na terceira pessoa do plural para indeterminar o sujeito,<br />
EXCETO<br />
A) “Podem acusar quanto quiserem os empresários, os<br />
louros de olhos azuis, as elites, os ricos, os intelectuais,<br />
não importa...” (4º par.)<br />
B) “Alguns traduzem por ‘instinto animal’ o que o<br />
economista inglês John Maynard Keynes na década de 30<br />
descreveu como ‘animal spirit’...” (1º par.)<br />
C) “Dirão que continuo repetitiva com esse tema: sou, e<br />
serei, porque acredito nisso.” (4º par.)<br />
D) “... não acusem de querer o mal da nação aqueles que<br />
batalham pela mera sobrevivência ou por uma vida<br />
melhor...” (4º par.)<br />
QUESTÃO 11<br />
Assinale o contexto em que a palavra ‘se’ foi usada com<br />
valor semântico de condição, introduzindo, pois, uma<br />
oração subordinada adverbial condicional.<br />
A) “Sendo intuição e audácia, ele melhora se misturado<br />
com alguma prudência e sabedoria, para que o bolo não<br />
desande.” (1º par.)<br />
B) “Na treva da ignorância nasce o atraso, de suas raízes<br />
se alimenta a pobreza em todos os sentidos...” (4º par.)<br />
C) “Precisamos ter cuidados pelos que nos governam: se<br />
nas relações pessoais amar é cuidar, na vida do país cuidar<br />
é nutrir não só o corpo e fortalecer condições materiais de<br />
vida, mas iluminar a mente.” (4º par.)<br />
D) “Parece utopia, aceito isso. Mas batalharei, com muitos<br />
outros, para que ela se transforme na nossa mais<br />
fundamental realidade: simples assim.” (5º par.)<br />
QUESTÃO 12<br />
Considere o trecho: “Educação que pode consumir bem<br />
mais do que 7% do PIB sem quebrar coisa alguma, exceto<br />
a nossa miséria nascida da ignorância; nossas escolhas<br />
erradas nascidas da desinformação; nossa má qualidade<br />
de vida; e a falta de visão quanto àquilo que temos direito<br />
de receber ou de conquistar, com a plena consciência que<br />
nasce da educação.” (2º par.)<br />
Em relação à ocorrência do sinal indicativo de crase no<br />
termo em destaque, pode-se afirmar:<br />
A) O termo antecedente é regido pela preposição ‘a’, e<br />
houve contração dessa preposição com o artigo feminino<br />
‘a’.<br />
B) Ocorre crase nas locuções conjuntivas formadas por<br />
substantivo feminino expresso ou elíptico.<br />
C) Ocorre crase nas locuções prepositivas formadas por<br />
substantivo feminino expresso ou elíptico.<br />
D) O termo antecedente é regido pela preposição ‘a’, e<br />
houve a contração dessa preposição com a vogal ‘a’ do<br />
pronome demonstrativo ‘aquilo’.<br />
UNIMONTES 2013.1 – GRUPO 2<br />
O caminho da sustentabilidade<br />
Nenhum cidadão responsável pode deixar de estar<br />
preocupado com os estragos que sofre o meio ambiente.<br />
Por isso, seja no governo, seja fora dele, muitos tomam<br />
iniciativas para mitigar os desastres. Os governantes<br />
passam leis com fé ingênua nos seus efeitos. Almas<br />
generosas e bem-intencionadas pregam a defesa do<br />
meio ambiente. Economistas só pensam em prêmios e<br />
punições financeiras. Olhando os resultados, é um no<br />
cravo e outro na ferradura. O pobre caboclo, perdido na<br />
Floresta Amazônica, está longe da lei que impediria suas<br />
aventuras com a motosserra. E, se estivesse ao alcance de<br />
pregações, não veria razões para segui-las. O maleducado<br />
que joga lixo na rua sabe que não será punido,<br />
pois, se alguém viu, não vai denunciar. Não há altruísmo<br />
que convença os prefeitos a não jogar esgotos in natura<br />
nos rios, pois o tratamento é caro, não dá votos e os<br />
malefícios só prejudicam o município rio abaixo. Não<br />
funcionam as leis que carecem de poder para obrigar<br />
o seu cumprimento. Quem confia na impunidade não<br />
presta atenção. Em muitos casos, a lei proíbe fazer, mas é<br />
frágil para obrigar a fazer. Pouco serve para mandar<br />
fazer o bem ou ajudar o próximo. Pregar a conservação<br />
do meio ambiente, quando pesa no bolso fazê-lo? Ou dá<br />
trabalho? Sermões entram por um ouvido e saem pelo<br />
outro.<br />
Temos três ferramentas: a lei, os incentivos<br />
econômicos e os valores. Individualmente, funcionam em<br />
alguns casos e falham em outros. No fundo, a boa receita<br />
requer invenção e inteligência, para combinar o seu uso.<br />
Em conjunto, seu poder de fogo é amplamente maior. E a<br />
tal da sinergia. Proibir bolsinhas plásticas em Belo<br />
Horizonte teria sido mais uma lei que não cola. Mas colou,<br />
porque foi precedida de um movimento popular que<br />
mostrou os seus inconvenientes ecológicos. Para o<br />
204
prefeito, é mais conveniente empurrar com a barriga a<br />
construção da planta de tratamento de esgotos. Mas, se a<br />
sociedade começasse a entender os danos à saúde e se<br />
houvesse uma lei (estadual ou federal) cobrando pelo<br />
volume de efluentes prejudiciais lançados nos rios,<br />
rapidinho, a construção seria feita. Vem dando certo a<br />
prática de oferecer ao caboclo uma mesada para manter as<br />
árvores em pé. O manejo também pode proteger as<br />
florestas, ao gerar madeiras certificadas, que são mais<br />
caras. Se aparece um extrativismo lucrativo e que não<br />
prejudica o meio ambiente, criam-se boas razões para<br />
deixar guardada a motosserra. É ingênuo querer que as<br />
pessoas comprem um carro elétrico, mais caro e menos<br />
prático. É esperar demais do fervor ecológico. Mas, se<br />
há menos impostos para ligar o carro na tomada e não na<br />
bomba de gasolina, aí é diferente. De fato, foi o que<br />
aconteceu com o etanol.<br />
Do dia para a noite, a geração fotovoltaica em<br />
residências e pequenas empresas tornou-se viável. Bastou<br />
uma lei que obrigasse as companhias elétricas a comprar<br />
o excesso de produção. De dia, vende-se para a rede. De<br />
noite, compra-se dela. Como os impostos sobre<br />
eletricidade são muito altos, igualam-se os preços da rede<br />
aos da geração local com células fotovoltaicas, ainda<br />
caras. Apelos para que se use menos água tem pouco<br />
impacto, seja em nossas chuveiradas, seja na agricultura<br />
irrigada. Mas, se combinados com leis que estabeleçam<br />
preços para a água, bem como cotas de uso, podem ter<br />
um impacto fulminante. Não encontramos receitas para<br />
coibir as queimadas. Mas é porque temos memória curta.<br />
No século XVII, as Ordenações Filipinas prescreviam<br />
que onde a mata foi queimada não se podia caçar,<br />
retirar carvão nem manter gado. Vejam a genialidade:<br />
não é possível impedir os incêndios, pois basta um fósforo<br />
quando ninguém olha. Mas os benefícios desfrutáveis da<br />
mata queimada podem ser fiscalizados. Ou seja, como não<br />
se pode impedir o ato, retiram-se as motivações. A receita<br />
inteligente está no tripé virtuoso: o convencimento, as<br />
ações que mexem no bolso e as boas leis. Em muitos<br />
casos, as que criam incentivos tendem a ser mais eficazes<br />
do que as proibições, mais difíceis de fiscalizar. O que<br />
cada um desses instrumentos isolados não pode fazer<br />
torna-se possível com uma combinação imaginativa e<br />
robusta dos três.<br />
CASTRO, Claudio de Moura. O Caminho da Sustentabilidade. Revista Veja,<br />
p.24. 19 de setembro de 2012.<br />
QUESTÃO 01<br />
Segundo o autor do texto, iniciativas empreendidas em<br />
prol de um meio ambiente saudável contêm um grave erro.<br />
Indique-o.<br />
A) Não partem da ação educativa por meio dos<br />
discursos.<br />
B) Recebem pouco ou nenhum apoio governamental.<br />
C) Carecem, fundamentalmente, do engajamento e de<br />
ações concretas dos responsáveis pela energia elétrica no<br />
Brasil.<br />
D) Funcionam mal, por meio de ações isoladas.<br />
QUESTÃO 02<br />
É correto afirmar que são indicadores de responsabilidade<br />
das autoridades, em relação ao meio ambiente, EXCETO<br />
A) acreditar que a mudança de mentalidade é capaz de<br />
solucionar o problema dos incêndios.<br />
B) fazer campanhas educativas em prol da sua defesa.<br />
C) criar leis que o protejam.<br />
D) punir aqueles que infrinjam as leis ambientais.<br />
QUESTÃO 03<br />
Em todos os enunciados a seguir, os trechos destacados<br />
são responsáveis por veicular uma postura crítica do autor<br />
em face do que enuncia, EXCETO (as expressões em<br />
análise das afirmativas encontram-se destacadas nos<br />
referentes parágrafos indicados)<br />
A) “Os governantes passam leis com fé ingênua nos seus<br />
efeitos.” (1º par.)<br />
B) “Almas generosas e bem-intencionadas pregam a<br />
defesa do meio ambiente.”(1º par.)<br />
C) “... seja no governo, seja fora dele, muitos tomam<br />
iniciativas para mitigar os desastres. (1º par.)<br />
D) “Economistas só pensam em prêmios e punições<br />
financeiras.” (1º par.)<br />
QUESTÃO 04<br />
Qual dos enunciados a seguir indica que há conivência,<br />
por parte dos cidadãos, com aqueles que agridem o meio<br />
ambiente? (as expressões em análise das afirmativas<br />
encontram-se destacadas nos referentes parágrafos<br />
indicados)<br />
A) “Não funcionam as leis que carecem de poder para<br />
obrigar o seu cumprimento.” (1º par.)<br />
B) “O mal educado que joga lixo na rua sabe que não será<br />
punido, pois, se alguém viu, não vai denunciar.” (1º par.)<br />
C) “Pouco serve [a lei] para mandar fazer o bem ou ajudar<br />
o próximo.” (1º par.)<br />
D) “Sermões entram por um ouvido e saem pelo outro.”<br />
(1º par.)<br />
205
QUESTÃO 05<br />
Levando em conta dados do texto, assinale a alternativa<br />
CORRETA, no que se refere à falta de ações efetivas dos<br />
prefeitos em relação ao meio ambiente.<br />
A) Certos cuidados com o meio ambiente não<br />
caracterizam ações eleitoreiras, que resultam em votos.<br />
B) Certos prefeitos, confiantes na impunidade, não<br />
cumprem as leis.<br />
C) Sem incentivos econômicos, os prefeitos não<br />
acreditam nos malefícios de se jogar esgotos in natura nos<br />
rios.<br />
D) Ingenuamente, os prefeitos tomam medidas erradas<br />
porque desconhecem as leis ambientais.<br />
QUESTÃO 06<br />
Antes de apresentar, no 2º parágrafo, os procedimentos<br />
que, no seu entender, convergiriam em resultados<br />
positivos para o meio ambiente, o autor apresenta, no fim<br />
do parágrafo anterior, ações que, a seu ver:<br />
A) são boas opções que só não funcionam por causa da<br />
falta de cidadania dos indivíduos.<br />
B) são efetivamente estéreis no Brasil.<br />
C) são fruto do excesso de idealismo de alguns indivíduos.<br />
D) pecam pela falta de competência de quem as pratica.<br />
QUESTÃO 07<br />
Segundo o texto, constituem exemplos da “receita<br />
inteligente”, EXCETO (as expressões em análise das<br />
afirmativas encontram-se destacadas nos referentes<br />
parágrafos indicados)<br />
A) “É ingênuo querer que as pessoas comprem um carro<br />
elétrico, mais caro e menos prático. É esperar demais do<br />
fervor ecológico.” → Convencimento (2º par.)<br />
B) “Proibir bolsinhas plásticas (...) colou porque foi<br />
precedida de um movimento popular que mostrou os seus<br />
inconvenientes...” → Convencimento (2º par.)<br />
C) “Apelos para que se use menos água têm pouco<br />
impacto. (...) se combinados com leis que estabeleçam<br />
preços para a água (...) podem ter um impacto<br />
fulminante.” → Ações que mexem no bolso (3º par.)<br />
D) “No século XVII, as Ordenações Filipinas prescreviam<br />
que onde a mata foi queimada não se podia caçar, retirar<br />
carvão nem manter gado.” Boas leis → (3º par.)<br />
QUESTÃO 08<br />
No texto, a utilização de expressões coloquiais, como “lei<br />
que não cola” (linha 17), “empurrar com a barriga” (2º<br />
par.)<br />
A) não prejudicaram a argumentação utilizada no texto,<br />
pois tinham um propósito bem definido.<br />
B) prejudicaram a argumentação utilizada no texto, que<br />
deveria ter primado apenas pelo uso do português culto.<br />
C) trouxeram obscuridade as ideias explicitadas no trecho<br />
em que foram usadas.<br />
D) seu uso não surtiu o efeito esperado, apesar de tentar<br />
chamar a atenção do leitor com dois enunciados de<br />
impacto.<br />
QUESTÃO 09<br />
Assinale a única alternativa em que o elemento assinalado<br />
NÃO opera uma coesão por retomada de termo anterior.<br />
A) “O pobre caboclo, perdido na Floresta Amazônica, está<br />
longe da lei que impediria suas aventuras com a<br />
motosserra.” (1º par.)<br />
B) “Bastou uma lei que obrigasse as companhias elétricas<br />
a comprar o excesso de produção.” (3º par.)<br />
C) “Pregar a conservação do meio ambiente, quando pesa<br />
no bolso fazê-lo” (1º par.)<br />
D) “A receita inteligente está no tripé virtuoso: o<br />
convencimento, as ações que mexem no bolso e as boas<br />
leis (...) O que cada um desses instrumentos não pode<br />
fazer torna-se possível com uma combinação imaginativa<br />
e robusta dos três.” (3º par.)<br />
QUESTÃO 10<br />
Quanto à semântica de alguns verbos utilizados no texto,<br />
eles se apresentam em sentido figurado em todas as<br />
passagens do texto, EXCETO<br />
A) “Para o prefeito, é mais conveniente empurrar com a<br />
barriga.” (2º par.)<br />
B) “Proibir bolsinhas plásticas (...) teria sido mais uma lei<br />
que não cola.” (2º par.)<br />
C) “Almas generosas e bem-intencionadas pregam a<br />
defesa do meio ambiente”. (1º par.)<br />
D) “... as ações que mexem no bolso...” (3º par.)<br />
QUESTÃO 11<br />
Assinale a única alternativa em que o pronome relativo<br />
NÃO se refere ao nome destacado.<br />
A) “Nenhum cidadão responsável pode deixar de estar<br />
preocupado com os estragos que sofre o meio ambiente”.<br />
(1º par.)<br />
B) “O pobre caboclo (...) está longe da lei que impediria<br />
suas aventuras com a motosserra.” (1º par.)<br />
C) “Se aparece um extrativismo lucrativo e que não<br />
prejudica o meio ambiente...” (2º par.)<br />
206
D) “Não há altruísmo que convença os prefeitos a não<br />
jogar esgotos in natura nos rios...” (1º par.)<br />
QUESTÃO 12<br />
Assinale a alternativa em que o valor semântico da<br />
conjunção foi identificado incorretamente.<br />
A) “Apelos para que se use menos água têm pouco<br />
impacto...” (3º par.). Finalidade.<br />
B) “Mas colou, porque foi precedida de um movimento<br />
popular...” (2º par.). Explicação.<br />
C) “E, se estivesse ao alcance de pregações, não veria<br />
razões para segui-las.” (1º par.). Condicionalidade.<br />
D) ”... como não se pode impedir o ato, retiram-se as<br />
motivações.” (3º par.). Comparação.<br />
FUVEST 2013<br />
1. São Paulo gigante, torrão adorado<br />
Estou abraçado com meu violão<br />
Feito de pinheiro da mata selvagem<br />
Que enfeita a paisagem lá do meu sertão<br />
Tonico e Tinoco, São Paulo Gigante.<br />
Nos versos da canção dos paulistas Tonico e Tinoco, o<br />
termo “sertão” deve ser compreendido como<br />
a) descritivo da paisagem e da vegetação típicas do sertão<br />
existente na região Nordeste do país.<br />
b) contraposição ao litoral, na concepção dada pelos<br />
caiçaras, que identificam o sertão com a presença dos<br />
pinheiros.<br />
c) analogia à paisagem predominante no Centro-Oeste<br />
brasileiro, tal como foi encontrada pelos bandeirantes no<br />
século XVII.<br />
d) metáfora da cidade-metrópole, referindo-se à aridez do<br />
concreto e das construções.<br />
e) generalização do ambiente rural, independentemente<br />
das características de sua vegetação.<br />
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:<br />
Vivendo e...<br />
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se<br />
hoje pegasse uma bola de gude conseguisse equilibrá-la<br />
na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar,<br />
quanto mais jogá-la com a 1 precisão que tinha quando era<br />
garoto. (...)<br />
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com<br />
os polegares para dentro, e assoprando pelo buraquinho,<br />
tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom<br />
conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei mais<br />
que jeito é esse. Eu sabia a 2 fórmula de fazer cola caseira.<br />
Algo envolvendo farinha e água e 3 muita confusão na<br />
cozinha, de onde éramos expulsos sob ameaças. Hoje não<br />
sei mais. A gente começava a contar depois de ver um<br />
relâmpago e 11 o número a que chegasse quando ouvia a<br />
trovoada, multiplicado por outro número, dava a<br />
4 distância exata do relâmpago. Não me lembro mais dos<br />
números. (...)<br />
12<br />
Lembro o orgulho com que consegui, pela primeira vez,<br />
cuspir corretamente pelo espaço adequado entre os dentes<br />
de cima e a ponta da língua de modo que o cuspe ganhasse<br />
distância e pudesse ser mirado. Com prática, conseguia-se<br />
controlar a 5 trajetória elíptica da cusparada com uma<br />
6 mínima margem de erro. Era 7 puro instinto. Hoje o<br />
mesmo feito requereria 8 complicados cálculos de<br />
balística, e eu provavelmente só acertaria a frente da<br />
minha camisa. Outra 9 habilidade perdida.<br />
Na verdade, deve-se revisar aquela antiga frase. É vivendo<br />
e .................... . Não falo daquelas 13 coisas que deixamos<br />
de fazer porque não temos mais as condições físicas e a<br />
coragem de antigamente, como subir em bonde andando –<br />
mesmo porque 14 não há mais bondes andando. Falo da<br />
sabedoria desperdiçada, das 10 artes que nos abandonaram.<br />
Algumas até úteis. Quem nunca desejou ainda ter o cuspe<br />
certeiro de garoto para acertar em algum alvo<br />
contemporâneo, bem no olho, e depois sair correndo? Eu<br />
já.<br />
Luís F. Veríssimo, Comédias para se ler na escola.<br />
2. A palavra que o cronista omite no título, substituindo-a<br />
por reticências, ele a emprega no último parágrafo, na<br />
posição marcada com pontilhado. Tendo em vista o<br />
contexto, conclui-se que se trata da palavra<br />
a) desanimando.<br />
b) crescendo.<br />
c) inventando.<br />
d) brincando.<br />
e) desaprendendo.<br />
3. Considere as seguintes substituições propostas para<br />
diferentes trechos do texto:<br />
I. “o número a que chegasse” (ref. 11) = o número a que<br />
alcançasse.<br />
207
II. “Lembro o orgulho” (ref. 12) = Recordo-me do<br />
orgulho.<br />
III. “coisas que deixamos de fazer” (ref. 13) = coisas que<br />
nos descartamos.<br />
IV. “não há mais bondes” (ref. 14) = não existe mais<br />
bondes.<br />
A correção gramatical está preservada apenas no que foi<br />
proposto em<br />
a) I.<br />
b) II.<br />
c) III.<br />
d) II e IV.<br />
e) I, III e IV.<br />
4. Um dos contrastes entre passado e presente que<br />
caracterizam o desenvolvimento do texto manifesta-se na<br />
oposição entre as seguintes expressões:<br />
a) “precisão” (ref. 1) / “fórmula” (ref. 2).<br />
b) “muita confusão” (ref. 3) / “distância exata” (ref. 4).<br />
c) “trajetória elíptica” (ref. 5) / “mínima margem de erro”<br />
(ref. 6).<br />
d) “puro instinto” (ref. 7) / “complicados cálculos” (ref.<br />
8).<br />
e) “habilidade perdida” (ref. 9) / “artes que nos<br />
abandonaram” (ref. 10).<br />
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:<br />
A essência da teoria democrática é a supressão de<br />
qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou na<br />
crença de que os conflitos e problemas humanos —<br />
econômicos, políticos, ou sociais — são solucionáveis<br />
pela educação, isto é, pela cooperação voluntária,<br />
mobilizada pela opinião pública esclarecida. Está claro<br />
que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos<br />
melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa<br />
científica nos campos das ciências naturais e das<br />
chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a<br />
mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses<br />
conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em<br />
termos que os tornem acessíveis a todos.<br />
Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.<br />
5. De acordo com o texto, a sociedade será democrática<br />
quando<br />
a) sua base for a educação sólida do povo, realizada por<br />
meio da ampla difusão do conhecimento.<br />
b) a parcela do público que detém acesso ao conhecimento<br />
científico e político passar a controlar a opinião pública.<br />
c) a opinião pública se formar com base tanto no respeito<br />
às crenças religiosas de todos quanto no conhecimento<br />
científico.<br />
d) a desigualdade econômica for eliminada, criando-se,<br />
assim, a condição necessária para que o povo seja<br />
livremente educado.<br />
e) a propriedade dos meios de comunicação e difusão do<br />
conhecimento se tornar pública.<br />
6. Dos seguintes comentários linguísticos sobre diferentes<br />
trechos do texto, o único correto é:<br />
a) Os prefixos das palavras “imposição” e “imparcial” têm<br />
o mesmo sentido.<br />
b) As palavras “postulado” e “crença” foram usadas no<br />
texto como sinônimas.<br />
c) A norma-padrão condena o uso de “essa”, no trecho<br />
“essa opinião”, pois, nesse caso, o correto seria usar<br />
“esta”.<br />
d) A vírgula empregada no trecho “e a difusão desses<br />
conhecimentos, a mais completa” indica que, aí, ocorre a<br />
elipse de um verbo.<br />
e) O pronome sublinhado em “que os tornem” tem como<br />
referente o substantivo “termos”.<br />
7. No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do<br />
termo “chamadas” indica que o autor<br />
a) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma<br />
análise crítica da sociedade.<br />
b) considera utópicos os objetivos dessas ciências.<br />
c) prefere a denominação “teoria social” à denominação<br />
“ciências sociais”.<br />
d) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências.<br />
e) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.<br />
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:<br />
V – O samba<br />
À direita do terreiro, adumbra-se* na escuridão um<br />
maciço de construções, ao qual às vezes recortam no azul<br />
do céu os trêmulos vislumbres das labaredas fustigadas<br />
pelo vento.<br />
(...)<br />
É aí o quartel ou quadrado da fazenda, nome que tem um<br />
grande pátio cercado de senzalas, às vezes com alpendrada<br />
corrida em volta, e um ou dois portões que o fecham como<br />
praça d’armas.<br />
208
Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão, que ela<br />
cobriu de brasido e cinzas, dançam os pretos o samba com<br />
um frenesi que toca o delírio. Não se descreve, nem se<br />
imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo<br />
estremece, pula, sacode, gira, bamboleia, como se<br />
quisesse desgrudar-se.<br />
Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam no cangote<br />
das mães, ou se enrolam nas saias das raparigas. Os mais<br />
taludos viram cambalhotas e pincham à guisa de sapos em<br />
roda do terreiro. Um desses corta jaca no espinhaço do pai,<br />
negro fornido, que não sabendo mais como desconjuntarse,<br />
atirou consigo ao chão e começou de rabanar como um<br />
peixe em seco. (...)<br />
José de Alencar, Til.<br />
(*) “adumbra-se” = delineia-se, esboça-se.<br />
8. Na composição do texto, foram usados, reiteradamente,<br />
I. sujeitos pospostos;<br />
II. termos que intensificam a ideia de movimento;<br />
III. verbos no presente histórico.<br />
Está correto o que se indica em<br />
a) I, apenas.<br />
b) II, apenas.<br />
c) III, apenas.<br />
d) I e II, apenas.<br />
e) I, II e III.<br />
9. Para adequar a linguagem ao assunto, o autor lança mão<br />
também de um léxico popular, como atestam todas as<br />
palavras listadas na alternativa<br />
a) saracoteio, brasido, rabanar, senzalas.<br />
b) esperneiam, senzalas, pincham, delírio.<br />
c) saracoteio, rabanar, cangote, pincham.<br />
d) fazenda, rabanar, cinzas, esperneiam.<br />
e) delírio, cambalhotas, cangote, fazenda.<br />
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:<br />
Ata<br />
Acredito que o mau tempo haja concorrido para que os<br />
sabadoyleanos* hoje não estivessem na casa de José<br />
Mindlin, em São Paulo, gozando das delícias do cuscuz<br />
paulista aqui amavelmente prometido. Depois do almoço,<br />
visita aos livros dialogantes, na expressão de Drummond,<br />
não sabemos se no rigoroso sistema de vigilância de Plínio<br />
Doyle, mas de qualquer forma com as gentilezas das<br />
reuniões cariocas. Para o amigo de São Paulo as saudações<br />
afetuosas dos ausentespresentes, que neste instante todos<br />
nos voltamos para o seu palácio, aquele que se iria<br />
desvestir dos ares aristocráticos para receber<br />
camaradescamente os descamisados da Rua Barão de<br />
Jaguaribe.<br />
Guarde, amigo Mindlin, para breve o cuscuz da tradição<br />
bandeirante, que hoje nos conformamos com os biscoitos<br />
à la Plínio Doyle.<br />
Rio, 20-11-1976.<br />
Signatários: Carlos Drummond de Andrade, Gilberto de<br />
Mendonça Teles, Plínio Doyle e outros.<br />
Cartas da biblioteca Guita e José Mindlin. Adaptado.<br />
* “sabadoyleanos”: frequentadores do sabadoyle, nome<br />
dado ao encontro de intelectuais, especialmente<br />
escritores, realizado habitualmente aos sábados, na casa<br />
do bibliófilo Plínio Doyle, situada no Rio de Janeiro.<br />
10. As expressões “ares aristocráticos” e “descamisados”<br />
relacionam-se, respectivamente,<br />
a) aos “sabadoyleanos” e a Plínio Doyle.<br />
b) a José Mindlin e a seus amigos cariocas.<br />
c) a “gentilezas” e a “camaradescamente”.<br />
d) aos signatários do documento e aos amigos de São<br />
Paulo.<br />
e) a “reuniões cariocas” e a “tradição bandeirante”.<br />
11. Da leitura do texto, depreende-se que<br />
a) o anfitrião carioca, embora gentil, é cioso de sua<br />
biblioteca.<br />
b) o anfitrião paulista recebeu com honrarias os amigos<br />
cariocas, que visitaram a sua biblioteca.<br />
c) os cariocas não se sentiram à vontade na casa do<br />
paulista, a qual, na verdade, era uma mansão.<br />
d) os cariocas preferiram ficar no Rio de Janeiro, embora<br />
a recepção em São Paulo fosse convidativa.<br />
e) o fracasso da visita dos cariocas a São Paulo abalou a<br />
amizade dos bibliófilos.<br />
FUVEST 2014<br />
1. Leia o seguinte texto, que faz parte de um anúncio de<br />
um produto alimentício:<br />
EM RESPEITO A SUA NATUREZA, SÓ<br />
TRABALHAMOS COM O MELHOR DA<br />
NATUREZA<br />
Selecionamos só o que a natureza tem de melhor para<br />
levar até a sua casa. Porque faz parte da natureza dos<br />
209
nossos consumidores querer produtos saborosos,<br />
nutritivos e, acima de tudo, confiáveis.<br />
www.destakjornal.com.br, 13/05/2013. Adaptado.<br />
Procurando dar maior expressividade ao texto, seu autor<br />
a) serve-se do procedimento textual da sinonímia.<br />
b) recorre à reiteração de vocábulos homônimos.<br />
c) explora o caráter polissêmico das palavras.<br />
d) mescla as linguagens científica e jornalística.<br />
e) emprega vocábulos iguais na forma, mas de sentidos<br />
contrários.<br />
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:<br />
Leia o texto:<br />
A civilização 2 “pós-moderna” culminou em um progresso<br />
inegável, que não foi percebido antecipadamente, em sua<br />
inteireza. Ao mesmo tempo, sob o 3 “mau uso” da ciência,<br />
da tecnologia e da capacidade de invenção nos precipitou<br />
na miséria moral 1 inexorável. Os que condenam a ciência,<br />
a tecnologia e a invenção criativa por essa miséria<br />
ignoram os desafios que explodiram com o capitalismo<br />
monopolista de sua terceira fase.<br />
Em páginas secas premonitórias, E. Mandel*<br />
apontara tais riscos. O 4 “livre jogo do mercado” (que não<br />
é e nunca foi 5 “livre”) rasgou o ventre das vítimas: milhões<br />
de seres humanos nos países ricos e uma carrada maior de<br />
milhões nos países pobres. O centro acabou fabricando a<br />
sua periferia intrínseca e apossou-se, como não sucedeu<br />
nem sob o regime colonial direto, das outras periferias<br />
externas, que abrangem quase todo o 6 “resto do mundo”.<br />
Florestan Fernandes, Folha de S. Paulo, 27/12/1993.<br />
(*) Ernest Ezra Mandel (1923-1995): economista e<br />
militante político belga.<br />
2. O emprego de aspas em uma dada expressão pode<br />
servir, inclusive, para indicar que ela<br />
I. foi utilizada pelo autor com algum tipo de restrição;<br />
II. pertence ao jargão de uma determinada área do<br />
conhecimento;<br />
III. contém sentido pejorativo, não assumido pelo autor.<br />
Considere as seguintes ocorrências de emprego de aspas<br />
presentes no texto:<br />
A. “pós-moderna” (ref. 2);<br />
B. “mau uso” (ref. 3);<br />
C. “livre jogo do mercado” (ref. 4);<br />
D. “livre” (ref. 5);<br />
E. “resto do mundo” (ref. 6).<br />
As modalidades I, II e III de uso de aspas, elencadas<br />
acima, verificam-se, respectivamente, em<br />
a) A, C e E.<br />
b) B, C e D.<br />
c) C, D e E.<br />
d) A, B e E.<br />
e) B, D e A.<br />
3. No trecho “nos precipitou na miséria moral inexorável”<br />
(ref. 1), a palavra sublinhada pode ser substituída, sem<br />
prejuízo para o sentido do texto, por<br />
a) inelutável.<br />
b) inexequível.<br />
c) inolvidável.<br />
d) inominável.<br />
e) impensável.<br />
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:<br />
Leia o texto:<br />
Ora nesse tempo Jacinto concebera uma ideia...<br />
Este Príncipe concebera a ideia de que o “homem só é<br />
superiormente feliz quando é superiormente civilizado”. E<br />
por homem civilizado o meu camarada entendia aquele<br />
que, robustecendo a sua força pensante com todas as<br />
noções adquiridas desde Aristóteles, e multiplicando a<br />
potência corporal dos seus órgãos com todos os<br />
mecanismos inventados desde Teramenes, criador da<br />
roda, se torna um magnífico Adão, quase onipotente,<br />
quase onisciente, e apto portanto a recolher [...] todos os<br />
gozos e todos os proveitos que resultam de Saber e<br />
Poder... [...]<br />
Este conceito de Jacinto impressionara os nossos<br />
camaradas de cenáculo, que [...] estavam largamente<br />
preparados a acreditar que a felicidade dos indivíduos,<br />
como a das nações, se realiza pelo ilimitado<br />
desenvolvimento da Mecânica e da erudição. Um desses<br />
moços [...] reduzira a teoria de Jacinto [...] a uma forma<br />
algébrica:<br />
Suma ciência <br />
<br />
Suma felicidade<br />
Suma potência<br />
<br />
E durante dias, do Odeon à Sorbona, foi louvada<br />
pela mocidade positiva a Equação Metafísica de Jacinto.<br />
Eça de Queirós, A cidade e as serras.<br />
210
4. O texto refere-se ao período em que, morando em Paris,<br />
Jacinto entusiasmava-se com o progresso técnico e a<br />
acumulação de conhecimentos. Considerada do ponto de<br />
vista dos valores que se consolidam na parte final do<br />
romance, a “forma algébrica” mencionada no texto<br />
passaria a ter, como termo conclusivo, não mais “Suma<br />
felicidade”, mas, sim, Suma<br />
a) simplicidade.<br />
b) abnegação.<br />
c) virtude.<br />
d) despreocupação.<br />
e) servidão.<br />
5. Sobre o elemento estrutural “oni”, que forma as<br />
palavras do texto “onipotente” e “onisciente”, só NÃO é<br />
correto afirmar:<br />
a) Equivale, quanto ao sentido, ao pronome “todos(as)”,<br />
usado de forma reiterada no texto.<br />
b) Possui sentido contraditório em relação ao advérbio<br />
“quase”, antecedente.<br />
c) Trata-se do prefixo “oni”, que tem o mesmo sentido em<br />
ambas as palavras.<br />
d) Entra na formação de outras palavras da língua<br />
portuguesa, como “onipresente” e “onívoro”.<br />
e) Deve ser entendido em sentido próprio, em<br />
“onipotente”, e, em sentido figurado, em “onisciente”.<br />
6. No contexto, a locução “Heis de cair”, na última linha<br />
do texto, exprime:<br />
a) resignação ante um fato presente.<br />
b) suposição de que um fato pode vir a ocorrer.<br />
c) certeza de que uma dada ação irá se realizar.<br />
d) ação intermitente e duradoura.<br />
e) desejo de que algo venha a acontecer.<br />
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:<br />
Leia o texto<br />
Revelação do subúrbio<br />
Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a<br />
[vidraça do carro*,<br />
vendo o subúrbio passar.<br />
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,<br />
com medo de não repararmos suficientemente<br />
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.<br />
A noite come o subúrbio e logo o devolve,<br />
ele reage, luta, se esforça,<br />
até que vem o campo onde pela manhã repontam laranjais<br />
e à noite só existe a tristeza do Brasil.<br />
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:<br />
Leia o texto:<br />
CAPÍTULO LXXI<br />
O senão do livro<br />
Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele<br />
me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir<br />
alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa<br />
que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é<br />
enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração<br />
cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior<br />
defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de<br />
envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração<br />
direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o<br />
meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à<br />
esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham,<br />
ameaçam o céu, escorregam e caem...<br />
E caem! — Folhas misérrimas do meu cipreste,<br />
heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se<br />
eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta<br />
é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para<br />
rir, também não deixa olhos para chorar... Heis de cair.<br />
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.<br />
Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.<br />
(*) carro: vagão ferroviário para passageiros.<br />
7. Para a caracterização do subúrbio, o poeta lança mão,<br />
principalmente, da(o)<br />
a) personificação.<br />
b) paradoxo.<br />
c) eufemismo.<br />
d) sinestesia.<br />
e) silepse.<br />
8. Em consonância com uma das linhas temáticas<br />
principais de Sentimento do mundo, o vivo interesse que,<br />
no poema, o eu lírico manifesta pela paisagem<br />
contemplada prende-se, sobretudo, ao fato de o subúrbio<br />
ser<br />
a) bucólico.<br />
b) popular.<br />
c) interiorano.<br />
d) saudosista.<br />
e) familiar.<br />
211
9. Considerados no contexto, dentre os mais de dez verbos<br />
no presente, empregados no poema, exprimem ideia,<br />
respectivamente, de habitualidade e continuidade<br />
a) “gosto” e “repontam”.<br />
b) “condensa” e “esforça”.<br />
c) “vou” e “existe”.<br />
d) “têm” e “devolve”.<br />
QUESTÃO 01<br />
Entre 1808, com a abertura dos portos, e 1850, no auge<br />
da centralização imperial, modificara-se a pacata,<br />
fechada e obsoleta sociedade. O país europeizava-se,<br />
para escândalo de muitos, iniciando um período de<br />
progresso rápido, progresso conscientemente provocado,<br />
sob moldes ingleses. O vestuário, a alimentação, a<br />
mobília mostram, no ingênuo deslumbramento, a<br />
subversão dos hábitos lusos, vagarosamente rompidos<br />
com os valores culturais que a presença europeia<br />
infiltrava, justamente com as mercadorias importadas. O<br />
contato litorâneo das duas culturas, uma dominante já no<br />
período final da segregação colonial, articula-se no<br />
ajustamento das economias. Ao Estado, a realidade mais<br />
ativa da estrutura social, coube o papel de intermediar o<br />
impacto estrangeiro, reduzindo-o à temperatura e à<br />
velocidade nativas.<br />
Raymundo Faoro, Os donos do poder.<br />
e) para designar a convergência de hábitos e costumes<br />
locais em relação à cultura portuguesa.<br />
f) A expressão “para escândalo de muitos” foi utilizada<br />
contextualmente para designar uma ideia que demonstra<br />
um consenso social já aguardado entre os indivíduos,<br />
graças ao progresso rápido do país.<br />
e) “reage” e “luta”.<br />
Simulado de outubr<br />
SIMULADOS DE 2014<br />
A partir das ideias expostas no texto para o leitor, percebese<br />
um raciocínio que, levando-se em consideração a<br />
macroestrutura, desenvolve-se semanticamente por expor<br />
a) Uma contradição quanto ao uso das expressões<br />
“europeizava-se” e “presença europeia” pois a sociedade<br />
brasileira já havia recebido anteriormente a influência da<br />
cultura do colonizador português, obviamente, também<br />
europeu.<br />
b) As palavras “litorâneo” e “temperatura” foram usadas<br />
exclusivamente no sentido denotativo, haja vista o caráter<br />
de investigação social e geográfica que o texto emprega<br />
para explicar fatos da origem econômica brasileira.<br />
c) A enumeração dos vocábulos “pacata”, “fechada” e<br />
“obsoleta” – modificadores do substantivo “sociedade” –<br />
são empregados com o intuito de associar seus sentidos ao<br />
raciocínio de progresso rápido na sequência do texto.<br />
d) As palavras “vestuário”, “alimentação” e “mobília”<br />
foram empregadas contextualmente<br />
nem se arrebenta mais, de tão forte.<br />
Um elástico assim como é a vida<br />
que nunca volta ao ponto de partida.<br />
GILBERTO MENDONÇA TELES<br />
Hora aberta: poemas reunidos. Rio de Janeiro: José Olympio; Brasília: INL,<br />
1986.<br />
QUESTÃO 02<br />
Língua<br />
Ao expor uma mensagem concernente à evolução<br />
linguística, é válido afirmar que.<br />
Esta língua é como um elástico<br />
que espicharam pelo mundo.<br />
No início era tensa,<br />
de tão clássica.<br />
Com o tempo, se foi amaciando,<br />
foi-se tornando romântica,<br />
incorporando os termos nativos<br />
e amolecendo nas folhas de bananeira<br />
as expressões mais sisudas.<br />
Um elástico que já não se pode<br />
mais trocar, de tão usado;<br />
a) Assim como o uso de certos objetos tende a causar<br />
desgaste, a língua também se encontra no mesmo nível.<br />
b) O uso da língua confirma a ideia do senso comum de<br />
substituição de tudo aquilo que se torna obsoleto e<br />
desgastado.<br />
c) O idioma aludido passou por transformações que o<br />
distanciam do seu estágio inicial, comparado ao que<br />
ocorre com a vida.<br />
d) Uma língua que se desgasta com o decorrer do tempo<br />
tende a desaparecer por não se adequar a dinâmica<br />
expressiva de seus falantes.<br />
e) Assim como os objetos tendem a evoluir sua<br />
funcionalidade ao longo do tempo a língua alcança<br />
também um estágio pleno de evolução.<br />
212
QUESTÃO 03<br />
Os infográficos apresentam informações de forma<br />
sintética, utilizando imagens, cores, organização gráfica,<br />
etc. A partir da leitura dos elementos verbais e não verbais<br />
presentes no texto em destaque, é válido afirmar que<br />
ocorre uma inferência legítima de que:<br />
a) Muitas nações não têm cumprido as metas necessárias<br />
de consumo adequado de água.<br />
b) O consumo de água no mundo, além de desigual, pode<br />
superar muito a média apontada como ideal.<br />
c) Países muito desenvolvidos não têm colaborado<br />
economicamente com os que não têm acesso à água.<br />
d) Há uma ameaça iminente de que água no mundo possa<br />
acabar, prejudicando, principalmente, as nações mais<br />
pobres do globo.<br />
e) Os países do globo têm se conscientizado cada vez mais<br />
quanto ao acesso igualitário que todos devem em relação<br />
à água.<br />
QUESTÃO 04<br />
“Dos púlpitos dessa igreja, o padre Antônio Vieira<br />
pronunciara com sua voz de fogo os sermões mais<br />
célebres de sua carreira”, escreveu Jorge Amado,<br />
protestando [contra o projeto de demolição da igreja da<br />
Sé]. Conta Jorge que correu na época [decênio de 1930] a<br />
notícia de que o arcebispo embolsou gorjeta grande para<br />
permitir que a Companhia Linha Circular de Carris da<br />
Bahia abatesse o templo. Não há provas do suborno, é<br />
certo, mas o fato é que o arcebispo, em documento<br />
assinado por ele mesmo, deu a sua “inteira aquiescência”<br />
à obra destrutiva. A irritação anticlerical de Jorge Amado<br />
subiu então ao ponto de ele fazer o elogio dos “índios<br />
patriotas” que, nos primeiros dias coloniais, haviam<br />
realizado uma “experiência culinária” com o bispo<br />
Sardinha. Acrescentando ainda que, naquela década de<br />
1930, baiano já não gostava de bispo nem como alimento.<br />
Antonio Risério, Uma história da cidade da Bahia. Adaptado.<br />
O relato em evidência no texto expõe uma situação<br />
intrigante envolvendo Jorge Amado e uma autoridade<br />
clerical de nome não mencionado. Quanto à questão<br />
exposta no texto, percebe-se como válida a ideia de que o<br />
autor.<br />
a) Utiliza os vocábulos “aquiescência” e “anticlerical”<br />
como forma de demonstrar um uso linguístico condizente<br />
com o registro informal.<br />
b) Valeu-se de um fato histórico ao mencionar o caso do<br />
“bispo Sardinha” como forma de corroborar sua ira quanto<br />
ao arcebispo.<br />
c) Busca expor a reverência legítima de Jorge Amado e de<br />
todos os baianos quanto às autoridades clericais ao longo<br />
da história.<br />
d) Expõe Jorge Amado como defensor dos valores<br />
culturais e do patrimônio histórico do povo baiano assim<br />
como a imagem do arcebispo.<br />
e) Expõe a opinião de Jorge Amado no último período do<br />
texto como forma de relativizar a opinião de todo povo<br />
baiano quanto a bispos.<br />
213
QUESTÃO 05<br />
De acordo com a intencionalidade autoral de marcar um<br />
efeito de humor, foram usados propositadamente os<br />
advérbios de tempo fora do contexto lógico que a situação<br />
de diálogo exigiria. Percebe-se, quanto a isso, que as<br />
respostas dos dois interlocutores foram elaboradas com o<br />
intuito de.<br />
a) Satirizar o personagem que faz o pedido por este ser<br />
inconveniente.<br />
b) Ignorar o pedido feito com o intuito de retardar o<br />
diálogo.<br />
c) Ironizar a figura do personagem que faz as perguntas,<br />
já que não há disponibilidade de tempo evidente para que<br />
o diálogo ocorra.<br />
d) Ridicularizar a situação de diálogo pretendida, uma vez<br />
que inexiste motivo para que este ocorra.<br />
e) Não garantir a interação comunicativa imediata<br />
pretendida por um dos interlocutores.<br />
QUESTÃO 06<br />
TEXTO 1<br />
“O navio<br />
negreiro”<br />
Negras mulheres,<br />
suspendendo às<br />
tetas<br />
Magras crianças,<br />
cujas bocas pretas<br />
Rega o sangue das<br />
mães:<br />
Outras, moças...<br />
mas nuas,<br />
espantadas,<br />
No turbilhão de<br />
espectros<br />
arrastadas,<br />
Em ânsia e mágoa<br />
vãs.<br />
(Castro Alves)<br />
TEXTO 2<br />
“7”<br />
Eu não sou eu<br />
nem sou o outro,<br />
Sou qualquer<br />
coisa de<br />
intermédio:<br />
Pilar da ponte de<br />
tédio<br />
Que vai de mim<br />
para o Outro.<br />
(Mário de Sá-<br />
Carneiro)<br />
TEXTO 3<br />
“Os arredores<br />
florem”<br />
Os arredores<br />
florem:<br />
figos, nervos,<br />
libélulas<br />
a criarem nas<br />
águas<br />
os brevíssimos<br />
movimentos.<br />
(Paulo Roberto Sodré)<br />
É muito comum, na dinâmica de expressividade dos<br />
textos literários – principalmente os poéticos – o uso<br />
recorrente linguagem metafórica que auxilie na<br />
construção de imagens e conceitos esperados. Nesse<br />
sentido, faz-se como legítimo apontar como válido o que<br />
se refere sobre um dos fragmentos acima em.<br />
a) No texto I, “O navio negreiro”, impacta pela narração<br />
imparcial da cena, em que se mostram crianças magras<br />
que mamam sangue das suas mães e também pelo quadro<br />
seguinte no qual outras mulheres se arrastam,<br />
melancólicas, em meio a “fantasmas”.<br />
b) Em II, sobressai a metáfora acerca da constituição da<br />
subjetividade, que envolve o “eu” e o “outro” (o “Outro),<br />
mostrando-se o eu-lírico um intermédio em relação a este,<br />
daí a figura da “ponte”.<br />
c) No fragmento III, Em “Os arredores florem”, destacase<br />
uma imagem paradoxal em relação aos elementos da<br />
natureza apresentados a seguir, servindo estes para<br />
atenuarem a intencionalidade pretendida.<br />
d) No fragmento I, a evocação feita aos “espectros” revela<br />
a visão objetiva da cena construída pelo eu-lírico, a fim de<br />
descrever o contexto acentuado de terror em que se<br />
encontram as mulheres retratadas.<br />
e) No texto II, O sujeito determina uma conceituação<br />
exata para todos os pronomes utilizados, embora ele se<br />
refira distintamente aos pronomes indefinidos “outro” e<br />
“Outros” indicando, portanto, sentidos diferentes.<br />
QUESTÃO 07<br />
Gênesis<br />
Quando ele nasceu foi no sufoco<br />
Tinha uma vaca, um burro e um louco<br />
Que recebeu Seu Sete<br />
Quando ele nasceu foi de teimoso<br />
Com a manha e a baba do tinhoso<br />
Chovia canivete<br />
214
Quando ele nasceu nasceu de birra<br />
Barro ao invés de incenso e mirra<br />
Cordão cortado com gilete<br />
Quando ele nasceu sacaram o berro*<br />
Meteram faca, ergueram ferro<br />
Exu falou: ninguém se mete!<br />
Quando ele nasceu tomaram cana<br />
Um partideiro puxou samba<br />
Oxum falou: esse promete!<br />
ALDIR BLANC<br />
In: FERRAZ, Eucanaã (org.). Veneno antimonotonia.<br />
Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.<br />
* berro – revólver<br />
Uma característica marcante do poema “Gênesis” é a<br />
simetria, que consiste na harmonia de certas combinações<br />
e proporções. Sobre um dos recursos postos em prática<br />
para o fim mencionado, é correto apontar:<br />
a) Recurso rítmico e sonoro próprio do estilo Clássico.<br />
b) O uso de versos livres, dando caráter de modernidade à<br />
elaboração.<br />
c) O uso de metáforas obscuras para retratar as figuras<br />
mencionadas.<br />
d) Repetição de mesma estrutura sintática no início de<br />
cada estrofe.<br />
e) Oposição semântica entre o título e as ideias expostas<br />
ao longo do poema.<br />
QUESTÃO 08<br />
Na elaboração do tipo de texto em evidência, é comum a presença do caráter crítico, fazendo com que os leitores (re)pensem<br />
atitudes, hábitos, pensamentos e convicções. Pode-se dizer que a mensagem do texto acima objetiva expor uma situação em<br />
que.<br />
a) Os homens vão perdendo paulatinamente seu lado<br />
humano.<br />
b) As pessoas demonstram resistência intelectual contra<br />
hábitos de consumo alienantes.<br />
c) Os indivíduos têm se colocado na condição de<br />
produto, num contexto em que deixam de ser apenas<br />
agentes do processo.<br />
d) Conduta e valores humanos são corrompidos por um<br />
sistema capitalista que relega muitos à miséria.<br />
e) Aparece em forma de contraste a riqueza do sistema<br />
capitalista e a pobreza de espírito das pessoas que são<br />
condicionadas pelas normas de consumo.<br />
215
QUESTÃO 09<br />
O parágrafo reproduzido abaixo introduz a crônica intitulada Tragédia concretista, de Luís Martins.<br />
poeta concretista acordou inspirado. Sonhara a noite toda com a namorada. E pensou: lábio, lábia. O lábio em que pensou era<br />
o da namorada, a lábia era a própria. Em todo o caso, na pior das hipóteses, já tinha um bom começo de poema. Todavia,<br />
cada vez mais obcecado pela lembrança daqueles lábios, achou que podia aproveitar a sua lábia e, provisoriamente<br />
desinteressado da poesia pura, resolveu telefonar à criatura amada, na esperança de maiores intimidades e vantagens. Até os<br />
poetas concretistas podem ser homens práticos.<br />
(Luís Martins, Tragédia concretista, em As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007, p. 132.)<br />
O poeta concretista acordou inspirado. Sonhara a noite toda com a namorada. E pensou: lábio, lábia. O lábio em que pensou<br />
era o da namorada, a lábia era a própria. Em todo o caso, na pior das hipóteses, já tinha um bom começo de poema. Todavia,<br />
cada vez mais obcecado pela lembrança daqueles lábios, achou que podia aproveitar a sua lábia e, provisoriamente<br />
desinteressado da poesia pura, resolveu telefonar à criatura amada, na esperança de maiores intimidades e vantagens.<br />
Até os poetas concretistas podem ser homens práticos.<br />
(Luís Martins, Tragédia concretista, em As cem melhores crônicas brasileiras. Rio<br />
de Janeiro: Objetiva, 2007, p. 132.)<br />
A partir da leitura do texto, tendo o uso vocabular como<br />
referência, é correto afirmar que<br />
a) Expressões do tipo “lábia” e “lábio” designam a<br />
modalidade formal do idioma, já que são empregados com<br />
a intenção de legitimar o discurso literário.<br />
b) A expressão “na pior das hipóteses” designa um<br />
contexto de consequência favorável ao eu-lírico em<br />
relação ao fato de a “namorada” certamente satisfazer o<br />
seu desejo amoroso.<br />
c) A expressão “cada vez mais” denota um sentido<br />
temporal específico, na medida em que estipula um limite<br />
da dinamicidade das ações que lhe dizem respeito.<br />
d) O uso do vocábulo “todavia” visa a justificar a ideia de<br />
resignação quanto ao fato de o poeta concretista possuir,<br />
pelo menos, um bom início de poema.<br />
e) O termo “lábio” designa cada parte externa do contorno<br />
da boca, e o seu feminino, “lábia”, está associado, na<br />
linguagem informal, à arte de iludir alguém com<br />
palavreado astucioso.<br />
QUESTÃO 10<br />
A propaganda a seguir explora a expressão idiomática<br />
‘não leve gato por lebre’ para construir a imagem de seu<br />
produto:<br />
NÃO LEVE GATO POR LEBRE<br />
SÓ BOM BRIL É BOM BRIL<br />
Percebe-se que o mercado publicitário se vale de várias<br />
estratégias apara promover o que anuncia. Tendo como<br />
referência, no cotidiano, o reconhecimento de alguns<br />
utensílios domésticos e sua funcionalidade, percebe-se no<br />
texto acima:<br />
a) Substituição entre nomes a fim de facilitar a<br />
assimilação direta sobre o que se anuncia.<br />
b) Inadequação linguística por omitir fatos na leitura que<br />
ajudem na associação do produto mostrado.<br />
c) A falta de relação, por parte do autor, no anúncio,<br />
envolvendo os vocábulos “Bom Bril” e “lebre”.<br />
d) A valorização da imagem do vocábulo “gato” em<br />
detrimento da imagem a que se associa a palavra “lebre”.<br />
e) Antítese envolvendo “Bom Bril e “lebre” e “Bom Bril”<br />
e “gato”, o que valida a estratégia do anúncio.<br />
216
QUESTÃO 11<br />
No gênero textual da tirinha, percebe-se o uso de recursos<br />
linguísticos verbais que, combinados à dinâmica das ações<br />
retratadas pelas imagens, leva o leitor a um entendimento<br />
pretendido pelo produtor. Quanto a isso, é válido dizer<br />
que, na tirinha em destaque, nota-se.<br />
a) Sentido objetivo na expressão “esse tal”.<br />
b) Uso de ironia no uso do vocábulo “belo”.<br />
c) Presença de sujeito elíptico na forma verbal “Dizem”.<br />
d) Uso da variedade padrão em “ter batido as botas”.<br />
e) Conjugação de um verbo regular em “tá”.<br />
QUESTÃO 12<br />
Um músico ambulante toca sua sanfoninha no viaduto<br />
do Chá, em São Paulo.<br />
Chega o “rapa”* e o interrompe:<br />
— Você tem licença?<br />
— Não, senhor.<br />
— Então me acompanhe.<br />
— Sim, senhor. E que música o senhor vai cantar?<br />
*rapa: carro de prefeitura municipal que conduz fiscais e<br />
policiais para apreender mercadorias de vendedores<br />
ambulantes não licenciados. Por extensão, o fiscal ou o<br />
policial do rapa.<br />
Sobre os elementos constitutivos do texto de ordem<br />
sintática e semântica, que fazem com que o texto<br />
produza um efeito de sentido, é pertinente afirmar que:<br />
a) A polissemia do verbo “acompanhar” instaura o<br />
humor da anedota.<br />
b) Há, no texto, a predominância do discurso indireto.<br />
c) O vocábulo “então” poderia ser substituído<br />
devidamente pela conjunção “todavia”.<br />
d) A fala do oficial do rapa é permeada de ironia.<br />
e) Percebe-se, claramente, a presença da metonímia na<br />
parte final do texto.<br />
QUESTÃO 13<br />
217
A tira trata de modo bem-humorado aspectos relativos à<br />
adolescência. Observando a parte verbal e a não verbal no<br />
texto acima, percebe-se, contextualmente, a intenção de se<br />
transmitir uma mensagem que legitime a criação do que<br />
se chama “kit básico de frases para sobreviver”...<br />
a) Por causa das dificuldades que o adolescente tem com<br />
imprevistos e frustrações como em situações que exijam<br />
que ele assuma seus erros, administre as perdas e as<br />
emoções.<br />
b) Para garantir que o jovem possa usufruir de sua fase<br />
com traquinagem, porém com respeito aos valores<br />
estabelecidos que assegurarão que este se torne uma<br />
QUESTÃO 14<br />
“Os turistas que visitam as favelas do Rio se dizem<br />
transformados, capazes de dar valor ao que realmente<br />
importa”, observa a socióloga Bianca Freire-Medeiros,<br />
autora da pesquisa “Para ver os pobres: a construção da<br />
favela carioca como destino turístico”. “Ao mesmo tempo,<br />
as vantagens, os confortos e os benefícios do lar são<br />
reforçados por meio da exposição à diferença e à escassez.<br />
Em um interessante paradoxo, o contato em primeira mão<br />
com aqueles a quem vários bens de consumo ainda são<br />
inacessíveis garante aos turistas seu aperfeiçoamento<br />
como consumidores.”<br />
No geral, o turista é visto como rude, grosseiro, invasivo,<br />
pouco interessado na vida da comunidade, preferindo<br />
visitar o espaço como se visita um zoológico e decidido a<br />
gastar o mínimo e levar o máximo. Conforme relata um<br />
guia, “O turismo na favela é um pouco invasivo, sabe?<br />
Porque você anda naquelas ruelas apertadas e as pessoas<br />
deixam as janelas abertas. E tem turista que não tem<br />
‘desconfiômetro’: mete o carão dentro da casa das<br />
pessoas! Isso é realmente desagradável. Já aconteceu<br />
com outro guia. A moradora estava cozinhando e o fogão<br />
dela era do lado da janelinha; o turista passou, meteu a<br />
mão pela janela e abriu a tampa da panela. Ela ficou uma<br />
fera. Aí bateu na mão dele.”<br />
pessoa de bem.<br />
c) No momento em que as ações dos adolescentes deixam<br />
de possuir a inocência da infância e começam a ser<br />
permeadas de malícia, podendo levá-los a atitudes<br />
desvirtuadas.<br />
d) Com o objetivo de “blindar” todas as atitudes<br />
antissociais dos adolescentes, o que fará com que estes<br />
possam não sofrer punição alguma em situações em que<br />
deveriam ser advertidos.<br />
e) A fim de que as atitudes dos adolescentes possam ter<br />
amparo sócio-educativo, o que fará com que este cresça<br />
orientado pelas regras que o direcionam para o pleno<br />
desenvolvimento cognitivo.<br />
(Adaptado de Carlos Haag, Laje cheia de turista. Como funcionam os tours pelas<br />
favelas cariocas. Pesquisa FAPESP no. 165, 2009, p.90-93.)<br />
Percebe-se, de acordo com o texto, a tentativa de<br />
exposição de um perfil do turista que visita a favela. Sobre<br />
os hábitos e costumes deste turista, a partir do relato e do<br />
testemunho de alguns moradores, é correto dizer que:<br />
a) O que faz com que o turista vá até a favela visitá-la é<br />
uma curiosidade em conhecer o exótico e desfazer todos<br />
os estereótipos que possui sobre o lugar e seus moradores.<br />
b) Ao afirmar que “os turistas se dizem transformados” a<br />
matéria deixa a entender quão negativa é a experiência de<br />
se visitar um lugar que não oferece o conforto esperado.<br />
c) Apesar do contato com indivíduos de classe social<br />
inferior, a experiência não faz com que o turista repense<br />
seus hábitos de consumo, o que é visto como paradoxo.<br />
d) A atitude do turista chamada de “invasiva” demonstra<br />
o respeito mútuo que há entre os visitantes e os moradores<br />
da favela, o que ajuda a entender a transformação positiva<br />
daquele ao ter o contato com a comunidade.<br />
e) O fragmento que diz “preferindo visitar o espaço como<br />
se visita um zoológico” demonstra uma tentativa do turista<br />
em desconstruir um estereótipo que carrega consigo<br />
quanto aos moradores da favela.<br />
QUESTÃO 15<br />
218
Em toda mensagem há a predominância de algum tipo de<br />
finalidade comunicativa. No texto acima, tal fato é posto<br />
em prática com o intuito de promover um(a):<br />
a) Denúncia quanto aos maus tratos que pessoas com<br />
síndrome de Down estejam sofrendo na sociedade.<br />
b) Crítica legítima contra o preconceito e seus efeitos<br />
maléficos na sociedade.<br />
c) Pedido para que as pessoas possam tratar melhor os<br />
indivíduos que se enquadrem no perfil de minorias<br />
d) Trabalho científico que aponte as causa do preconceito<br />
contra portadores da síndrome de Down.<br />
e) Aceitação da diversidade com o pedido de que o<br />
receptor da mensagem possa aderir à campanha.<br />
QUESTÃO 16<br />
A correção da língua é um artificialismo, continuei<br />
episcopalmente. O natural é a incorreção.<br />
Note que a gramática só se atreve a meter o bico quando<br />
escrevemos. Quando falamos, afasta-se para longe, de<br />
orelhas murchas.<br />
Monteiro Lobato, Prefácios e entrevistas.<br />
No texto em destaque, Monteiro Lobato parte da hipótese<br />
de que, se a linguagem coloquial é desprovida de regras e<br />
a linguagem escrita é subordinada às regras da gramática<br />
normativa, “a correção da língua é um artificialismo”.<br />
Este raciocínio demonstra um embate de ordem linguística<br />
na medida em que expõe que...<br />
a) As variedades linguísticas deveriam coexistir.<br />
b) A norma culta possui uma importância superior em<br />
relação às outras normas.<br />
c) A expressividade dos falantes deve ser orientada<br />
unicamente pela fala.<br />
d) Há uma fronteira que separa a funcionalidade da língua<br />
formal e o registro oral.<br />
e) Afirmar que “a correção da língua é um artificialismo”<br />
significa, no contexto, atribuir-lhe valor.<br />
QUESTÃO 17<br />
Nessa propaganda do dicionário Aurélio, a expressão<br />
“bom pra burro” é polissêmica, e remete a uma<br />
representação de dicionário, popularmente conhecido<br />
como “pai dos burros”. Essa representação, fugindo do<br />
contexto em que se encontra, é inadequada, pois as<br />
pessoas que buscam o dicionário para obter conhecimento<br />
sobre as palavras não são falhas de inteligência, ao<br />
contrário, revelam o bom senso e a inteligência de quem<br />
quer analisar as diversas interpretações a que a língua está<br />
sujeita.<br />
Porém, como se trata de uma construção de efeito,<br />
percebe-se que o seu autor buscou elaborar esta produção<br />
com o objetivo de mostrar que<br />
a) Por se valer de uma expressão esdrúxula, o texto em<br />
análise perde legitimidade social, passível de ser<br />
recriminado pelo equívoco.<br />
b) Existe ambiguidade na expressão “pra burro”, pois<br />
pode ser lida com o sentido de intensidade ou para<br />
estabelecer o complemento nominal de “bom”.<br />
c) A parte verbal poderia ser preterida no anúncio, haja<br />
vista a importância maior em se expor o produto a ser<br />
anunciado.<br />
d) Destaca-se na elaboração do anúncio o caráter<br />
referencial e informativo texto, acompanhado do uso da<br />
norma padrão na parte verbal.<br />
e) Percebe-se evidentemente uma tentativa de se legitimar<br />
a metalinguagem na produção do anúncio, em decorrência<br />
do objeto apresentado.<br />
QUESTÃO 18<br />
Leia estas duas estrofes da conhecida canção “Asa-<br />
Branca”, de Luís Gonzaga e Humberto Teixeira.<br />
Quando olhei a terra ardendo<br />
Qual fogueira de São João,<br />
Eu perguntei a Deus do céu, ai<br />
Por que tamanha judiação.<br />
Quando o verde dos teus olhos<br />
se espalhar na plantação,<br />
eu te asseguro, não chores não, viu,<br />
eu voltarei, viu, meu coração.<br />
Observando-se o papel que alguns elementos possuem no<br />
contexto de produção da letra da música em destaque, é<br />
correto afirmar que.<br />
a) A palavra “qual” é um pronome substantivo com o<br />
papel de interrogar algo no contexto em que se insere.<br />
b) Percebe-se, na elaboração da letra, o uso de versos<br />
livres, recurso comum às obras modernistas do período.<br />
c) Por transmitir sentimentos de forma original e concisa,<br />
a letra da música em destaque se aproxima da modalidade<br />
padrão do idioma.<br />
d) O termo “viu” é utilizado com a finalidade de chamar<br />
a atenção do receptor para se certificar que existe contato<br />
entre ambos.<br />
e) A representatividade cultural nordestina presente na<br />
letra da música faz com que haja nesta somente a metáfora<br />
enquanto figura de linguagem.<br />
219
QUESTÃO 19<br />
ser que, alguma vez, as paixões políticas dominassem nele<br />
a ponto de poupar nos uma ou outra correção. (...)<br />
Estendi-lhe a mão direita, depois a esquerda, e<br />
fui recebendo os bolos uns por cima dos outros, até<br />
completar doze, que me deixaram as palmas vermelhas e<br />
inchadas. Acabou, pregou-nos outro sermão. Chamou-nos<br />
sem vergonhas, desaforados, e jurou que, se repetíssemos<br />
o negócio, apanharíamos tal castigo que nos havíamos de<br />
lembrar para todo o sempre.<br />
Machado de Assis. Contos de escola. São Paulo: Cosac & Naify, 2002, p. 13 e<br />
24.<br />
Considerando o texto, extraído de Contos de Escola, e os<br />
diversos temas por ele suscitados, julgue os itens a seguir.<br />
A partir da composição do anúncio, assinale a alternativa<br />
que faz a devida relação de sentido existente entre a<br />
imagem e o trecho “quem é e o que pensa”, que faz parte<br />
da mensagem verbal.<br />
a) Importância cultural do estado de São Paulo para a<br />
construção da identidade do povo brasileiro.<br />
b) Influência da cultura paulista no contexto cosmopolita<br />
em que se encontram seus moradores<br />
c) Singularidade de pensamento e personalidade de cada<br />
morador de São Paulo o qual, provavelmente, expressará<br />
as características positivas da cidade ao ser inquirido<br />
sobre o assunto.<br />
d) Deturpação dos valores locais, que faz com que<br />
apresentem os moradores de São Paulo como seres<br />
estereotipados.<br />
e) Reconhecimento dos hábitos urbanos que distingam o<br />
paulistano dos demais indivíduos do país.<br />
QUESTÃO 20<br />
Na verdade, o mestre fitava-nos. Como era mais<br />
severo para o filho, buscava-o muitas vezes com os olhos,<br />
para trazê-lo mais aperreado. Mas nós também éramos<br />
finos, metemos o nariz no livro, e continuamos a ler.<br />
Afinal, cansou e tomou as folhas do dia, três ou quatro,<br />
que ele lia devagar, mastigando as ideias e as paixões. Não<br />
esqueçam que estávamos então no fim da Regência, e que<br />
era grande a agitação pública. Policarpo tinha, decerto,<br />
algum partido, mas nunca pude averiguar esse ponto. O<br />
pior que ele podia ter, para nós, era a palmatória. E essa lá<br />
estava, pendurada no portal da janela, à direita, com os<br />
seus cinco olhos do diabo.<br />
Era só levantar a mão, despendurá-la e brandi-la,<br />
com a força do costume, que não era pouca. E daí, pode<br />
a) No trecho “Não esqueçam que estávamos então no fim<br />
da Regência”, o narrador dirige-se aos leitores, utilizando<br />
a linguagem em sua função fática, como evidencia o<br />
emprego do modo imperativo no início do período.<br />
b) O narrador menciona a imparcialidade política do<br />
mestre Policarpo ao se manter distante de qualquer<br />
partido.<br />
c) A relação entre a política e o castigo empregado pelo<br />
“mestre” é sublinhada com fina ironia pelo narrador, como<br />
se pode perceber no final do primeiro parágrafo.<br />
d) A palmatória é mostrada como instrumento necessário<br />
para a manutenção da ordem a ser estabelecida no<br />
ambiente de sala.<br />
e) Os contos machadianos são conhecidos pela fuga ao<br />
contexto histórico, como se a ação dos narradores fosse o<br />
único elemento da narrativa deveras significante.<br />
GABARITO<br />
1- A<br />
2- C<br />
3- B<br />
4- B<br />
5- E<br />
6- B<br />
7- D<br />
8- C<br />
9- E<br />
10- A<br />
11- B<br />
12- A<br />
13- A<br />
14- C<br />
15- E<br />
16- D<br />
17- B<br />
18- D<br />
19- C<br />
20- C<br />
220
SIMULADO DE SETEMBRO<br />
Questão 01<br />
Não passa de asneira a recorrente ideia de que a corrupção<br />
é monopólio do governo, e a sociedade, sua vítima. A<br />
corrupção é, em larga medida, resultado de uma sociedade<br />
que não fiscaliza e, pior, em que alguns setores de elite são<br />
coniventes com as mais diferentes modalidades de<br />
mazelas, que vão de sonegar impostos até subornar o<br />
guarda. Estamos inventando até mesmo a fraude com<br />
doutorado.<br />
A Folha divulgou detalhes do mercado da venda de<br />
dissertações de mestrado e de doutorado, por valores altos.<br />
Podem-se encontrar os vendedores abertamente na<br />
internet, todos eles, claro, titulados. Mas a verdade é que,<br />
junto com seus clientes, eles participam de uma fraude.<br />
(Gilberto Dimenstein. Folha Online, 08/11/2005. Adaptado).<br />
A partir da leitura do texto, percebe-se que o autor introduz<br />
sua abordagem crítica expondo uma ideia consensual na<br />
sociedade brasileira que:<br />
a) A ideia de que a responsabilidade pela corrupção deve<br />
ser imputada apenas aos governantes.<br />
b) A responsabilidade pela corrupção é exclusiva dos<br />
órgãos governamentais e todo cidadão comum é apenas<br />
uma vítima passiva.<br />
c) A sociedade como um todo é a principal culpada pela<br />
degeneração de ordem ética que aflige suas ações.<br />
d) Todas as instituições de ensino superior colaboram com<br />
a corrupção ao tolerarem o comércio ilegal de trabalhos<br />
acadêmicos.<br />
e) A falta de fiscalização popular e midiática causam os<br />
transtornos de ordem ética que o país enfrenta.<br />
Questão 02<br />
novo texto de Jaguar AVANTE SELEÇÃO, é válido<br />
afirmar:<br />
a) Há uma tentativa de legitimar a propaganda<br />
governamental quanto à necessidade de alinhar o sucesso<br />
do futebol com o da economia local.<br />
b) Ocorre uma abordagem de ordem literária, para<br />
relacionar arte e conjuntura política.<br />
c) As imagens divergem por completo da mensagem<br />
poética de Drummond, já que se apresenta uma dicotomia<br />
envolvendo alegria e frustração.<br />
d) O texto discute a contradição entre a euforia pela vitória<br />
da seleção de futebol e a realidade política do país em 1970.<br />
e) As feições de pobreza dos personagens, a posição da<br />
bandeira brasileira e as condições sociais dos retratados<br />
buscam questionar o tom otimista dos versos do poeta.<br />
QUESTÃO 03<br />
A resposta de qualquer pai ou mãe, questionado sobre o<br />
que deseja para os filhos, está sempre na ponta da língua:<br />
“Só quero que sejam felizes”. A frase não deixa dúvidas de<br />
que, numa sociedade moderna, livre de muitas das<br />
restrições morais e culturais do passado, a felicidade é vista<br />
como a maior realização de um indivíduo. Até governos<br />
nacionais se viram na obrigação de fazer algo a respeito.<br />
Neste ano, a China e o Reino Unido anunciaram a intenção<br />
de medir o grau de felicidade de seus habitantes. Os<br />
governantes, espera-se, querem o melhor para seu país,<br />
assim como os pais querem o melhor para seus filhos. Mas<br />
a ambição de sempre colocar um sorriso no rosto pode ter<br />
um efeito contrário. A pressão por ser feliz, condição nada<br />
fácil de ser definida, pode acabar reduzindo as chances de<br />
as pessoas viverem bem.<br />
“Quero que meus filhos sejam felizes, mas também<br />
que encontrem um propósito e conquistem seus objetivos”,<br />
diz o americano Martin Seligman, considerado o mestre da<br />
psicologia positiva. Depois de estudar a busca da felicidade<br />
por mais de 20 anos, ele afirma ser tolice elegê-la como a<br />
única ambição na vida. Ex-presidente da Associação<br />
Americana de Psicologia, professor da Universidade da<br />
Pensilvânia, pai de sete filhos e avô pela quarta vez,<br />
Seligman reviu suas teorias e concluiu que é preciso<br />
relativizar a importância das emoções positivas. “Perseguir<br />
apenas a felicidade é enganoso”, diz Seligman a ÉPOCA.<br />
Segundo ele, a felicidade pode tornar a vida um pouco mais<br />
agradável. E só. Em seu lugar, o ser humano deveria buscar<br />
um objetivo mais simples e fácil de ser contemplado: o<br />
bem-estar.<br />
(Letícia Sorg e Juliana Elias, revistaepoca.globo.com, 27.05.2011).<br />
O texto expõe para o leitor, de maneira informativa,<br />
considerações a respeito do grau de felicidade que se<br />
espera das pessoas. Sobre isso, constata-se como legítimo<br />
no texto a ideia de que:<br />
Estabelecendo uma relação entre a linguagem não-verbal e<br />
o fragmento do poema "E agora, José?" de Carlos<br />
Drummond de Andrade, na construção de sentido desse<br />
a) Por poder se concretizar de diferentes maneiras, a busca<br />
pela felicidade pode ser algo ilusório, comprometendo a<br />
qualidade de vida das pessoas.<br />
221
) A preocupação anunciada inicialmente no texto mostrase<br />
legítima, ao longo da leitura, à medida que são<br />
apresentadas as teses dos especialistas citados.<br />
c) É mais fácil de se alcançar a felicidade numa sociedade<br />
moderna, por esta não possuir restrições morais que se<br />
refiram ao seu passado cultural.<br />
d) As bases ideológicas para se alcançar a felicidade se<br />
encontram mais evidentes na sociedade ocidental, haja<br />
vista maior preocupação desta em possuí-la.<br />
e) Encontrar um propósito de vida e alcançar objetivos –<br />
como defende um especialista citado – só se mostram como<br />
verdade válida, se o indivíduo perseguir arduamente a<br />
felicidade.<br />
Questão 04<br />
Cada um dos grupos de manchetes acima reproduzidos, por<br />
ter sido escrito em épocas diferentes, caracteriza-se pelo<br />
uso reiterado de determinados recursos linguísticos.<br />
A partir da análise dos fragmentos em evidência, pode-se<br />
considerar válido afirmar, estilisticamente, que:<br />
a) As manchetes jornalísticas do grupo I costumavam<br />
suprimir vírgulas, enquanto que, na segunda, prioriza-se a<br />
estrutura de voz passiva.<br />
b) Há, em ambos os grupos, uma tentativa de expor<br />
expressões explicativas internas, a fim de referenciarem<br />
contextualmente vocábulos já citados.<br />
c) Enquanto que as mensagens do Grupo I apresentam<br />
inversão de oração, dando destaque à ação, as do Grupo II,<br />
apresentando-se na ordem direta, enfatizam o agente e não<br />
a ação em si.<br />
d) Na última frase de cada grupo, acontece um respeito<br />
gramatical, principalmente, no que tange à regra que se<br />
ocupa do Adjunto Adverbial deslocado.<br />
e) Percebe-se evidentemente que os títulos das matérias de<br />
ambos os grupos se destacam pelo caráter precário de suas<br />
verdades.<br />
QUESTÃO 05<br />
A Linguística moderna tem buscado explicar e<br />
compreender os vários fatos da língua, a fim de demonstrar<br />
a existência de diferentes tipos de variações existentes no<br />
idioma.<br />
Tendo como referências a língua formal e a língua<br />
coloquial, é possível notar:<br />
a) Emprego linguístico convergente com a língua formal.<br />
b) Utilização escorreita dos recursos linguísticos.<br />
c) Falta de adequação à modalidade formal do idioma.<br />
d) Diferentes formas de elaboração linguística.<br />
e) Demonstração de uso de variedades urbanas.<br />
QUESTÃO 06<br />
A crise da Europa é hoje o maior risco para a economia<br />
mundial, disse o secretário do Tesouro dos Estados Unidos<br />
da América, referindo-se à tensão entre os bancos e os<br />
governos endividados. Disse, ainda, que a China e outros<br />
1países emergentes com superávit nas contas têm espaço<br />
5bastante para 2estimular o consumo interno, 3aumentar as<br />
importações e 4compensar a fraca demanda nas economias<br />
desenvolvidas. Para isso, os governos desses países<br />
deveriam deixar suas moedas valorizar-se. Em outras<br />
palavras, o câmbio subvalorizado da China resulta em<br />
valorização real das moedas de outros países emergentes,<br />
torna seus produtos mais caros e diminui seu poder de<br />
competição no comércio internacional.<br />
(Rolf Kuntz. O Estado de São Paulo, 25/9/2011).<br />
Com referência às ideias do texto acima, aos temas a ele<br />
associados e às estruturas nele empregadas, é correto julgar<br />
como verdadeira a seguinte assertiva.<br />
a) Há, no texto, a defesa da ideia de que, somente com o<br />
apoio global, é possível superar momentos adversos na<br />
Economia de um país.<br />
b) No seguinte fragmento “Disse, ainda, que...”, há uma<br />
exemplificação de estrutura coordenada entre as orações.<br />
c) Qualquer esforço governamental na economia é capaz<br />
de alavancar os resultados esperados pelo setor industrial.<br />
d) Os verbos do último período: “resulta”, “torna” e<br />
“diminui” foram gramaticalmente mal empregados, pois<br />
não se respeitou a regra de concordância e regência verbal.<br />
e) No segundo período do texto, as estruturas oracionais<br />
com as formas infinitivas “estimular” (ref. 2), “aumentar”<br />
(ref. 3) e “compensar” (ref. 4) são demonstrações de<br />
emprego de paralelismo sintático.<br />
222
QUESTÃO 07<br />
Observe o texto:<br />
O texto em destaque faz uso de marcas verbais que<br />
legitimam a função conativa ou apelativa da linguagem – a<br />
que busca convencer o receptor a agir de determinada<br />
forma. Levando-se em consideração a intencionalidade<br />
autoral bem como a função social empregada pelo veículo<br />
de comunicação em que foi exposta a matéria, é válido<br />
afirmar, sobre sua elaboração, que:<br />
a) As afirmações existentes apontam uma preocupação<br />
essencial do produtor em noticiar fatos, o que faz com que<br />
prevaleça o caráter informativo.<br />
b) Os subtítulos que introduzem os tópicos tematizados<br />
utilizam o modo imperativo, concedendo ao texto o sentido<br />
de sugestão, conselho e ordem.<br />
c) Ocorre o caráter subjetivo de elaboração, que parte do<br />
princípio de que uma mensagem é, fundamentalmente, o<br />
resultado de seu produtor.<br />
d) As ideias apresentadas obedecem a um princípio de<br />
elaboração centrada na preocupação exclusiva com o<br />
entendimento de sua mensagem por parte do receptor.<br />
e) As informações passadas se baseiam em aspectos<br />
meramente objetivos de elaboração, com o intuito de<br />
demonstrar isenção de juízo de valor, demostrando, assim,<br />
imparcialidade.<br />
QUESTÃO 08<br />
Ceará tenta tirar de Pernambuco o título de “pai” do<br />
forró<br />
Pernambuco e Ceará sempre dividiram o título de<br />
precursor do ritmo que ficou conhecido popularmente<br />
como forró. O pernambucano de Exu, Luiz Gonzaga, e o<br />
cearense de Iguatu, Humberto Teixeira, foram autores de<br />
músicas que descreviam tanto a seca e a fome da região<br />
quanto as belezas do sertão nordestino. O clássico “Asa<br />
branca”, de autoria dos dois, representa bem isso. Agora,<br />
músicos cearenses atribuem esse pioneirismo a outro<br />
artista.<br />
O primeiro registro fonográfico de um forró teria sido<br />
feito por um violeiro. Em outubro de 1937, Xerêm gravou<br />
“Forró na roça”. Apesar de ser cearense, essa foi a única<br />
canção do estilo gravada pelo cantor. Xerêm partiu<br />
adolescente para Minas Gerais, formou dupla caipira e<br />
virou cantor de moda de viola.<br />
O diretor do Memorial Luiz Gonzaga de Recife,<br />
Mauro Alencar, ouviu pela primeira vez a música “Forró<br />
na roça” a pedido da reportagem do iG. Para ele, a canção<br />
só tem “forró” no título. “Isso não é forró nem baião. É<br />
música mineira, lembra o calango, ritmo mineiro dos<br />
‘bão’”, ironiza.<br />
O estilo musical que se convencionou chamar forró<br />
sequer é considerado um gênero por muitos músicos.<br />
Segundo Mauro Alencar, a palavra seria uma corruptela de<br />
uma expressão lusitana: ‘forrobodó’, que quer dizer ‘baile<br />
popular’. O pesquisador explica que o ritmo a que atribuem<br />
o nome de forró é o baião, criado por Luiz Gonzaga e<br />
Humberto Teixeira.<br />
(Daniel Aderaldo, www.ig.com.br. Adaptado).<br />
Os diferentes estilos musicais que existem na MPB<br />
apontam uma diversidade de criação e expressão próprias<br />
do país. Assim a investigação a que se propõe o texto em<br />
destaque abrange a origem de um dos ritmos mais<br />
conhecidos dos brasileiros: o Forró. A partir disso,<br />
percebe-se que, na tentativa de levantar uma polêmica a<br />
respeito da origem de tal estilo, o texto...<br />
a) tece considerações de ordem histórico-cultural<br />
b) expressa a insolubilidade em para a questão apresentada<br />
c) expõe a preocupação dos indivíduos em solucionar a<br />
polêmica levantada<br />
d) cria um contexto de embate social envolvendo dois<br />
estados da federação<br />
e) afasta-se da preocupação elementar de questionar a<br />
qualidade da produção musical<br />
QUESTÃO 09<br />
A charge em evidência – como modalidade textual que<br />
mescla o fator humorístico com a reflexão crítica – é capaz<br />
de demonstrar uma mensagem bem ampla quanto a uma<br />
questão de ordem discriminatória e de denúncia sobre o<br />
papel executado por uma instituição. De acordo com essa<br />
223
ótica e analisando o discurso dos personagens amparado<br />
pela imagem, é válido o que se diz em:<br />
a) Há um exagero nas falas dos personagens, o que as<br />
caracteriza como sensacionalistas.<br />
b) O policial acaba se tornando uma vítima do contexto,<br />
tanto quanto os personagens por ele reprimidos.<br />
c) O contexto das ações demonstra que a justiça é<br />
executada de forma equânime entre as diferentes classes.<br />
d) Os personagens são vítimas de preconceitos de ordem<br />
racial e social e os expressam em suas falas.<br />
e) A ação policial é condicionada por fatores externos que<br />
a direciona para uma exclusão social em que ele se torna o<br />
principal opressor.<br />
QUESTÃO 10<br />
Preste atenção por favor<br />
na história que vou contar<br />
ela explica o que é cordel<br />
grande manifestação popular.<br />
(Paulo Araújo. Internet:
conflito entre dois mundos: o do torturador e o de sua<br />
vítima.<br />
O poder absoluto que o torturador tem de infligir<br />
sofrimento à sua vítima transforma-se em elemento de<br />
controle sobre o seu corpo. No meio da selva amazônica,<br />
espancando um caboclo analfabeto que pedia ajuda divina<br />
para sustar os padecimentos, um torturador resumiria sua<br />
onipotência embutida: “Que Deus que nada, porque Deus<br />
aqui é nós mesmo”. A mente insubmissa torna-se vítima de<br />
sua carcaça, que é, a um só tempo, repasto do sofrimento e<br />
presa do inimigo. A dor destrói o mundo do torturado, ao<br />
mesmo tempo que lhe mostra outro, o do torturador, no<br />
qual não há sofrimento, mas o poder de criá-lo. Quando a<br />
vítima se submete, conclui-se um processo em que a<br />
confissão é um aspecto irrelevante. O preso, na sala de<br />
suplícios, troca seu mundo pelo do torturador.<br />
(Elio Gaspari. A ditadura escancarada. SP: Companhia das Letras, 02)<br />
A abordagem temática do texto contempla uma análise<br />
social e psicológica do ato de tortura. Sobre as<br />
considerações expostas no texto, bem como o<br />
entendimento das ideias apontadas, é válido inferir que:<br />
a) No período “O preso não quer falar, apanha e fala”, não<br />
se estabelece relação de causa e efeito no nível sintático,<br />
nem se depreende tal relação no nível semântico.<br />
b) O texto utiliza exclusivamente expressões linguísticas<br />
que mantêm relação estreita com a modalidade formal do<br />
idioma, já que, por apresentar uma abordagem científica,<br />
vale-se também do registro técnico para isso.<br />
c) No contexto em destaque, envolvendo a imagem do<br />
torturador e do torturado, percebe-se papel equivalente de<br />
ambas as partes, no que se refere ao ato de colher a<br />
confissão espontânea do último.<br />
d) O mundo do torturado pode se encontrar num âmbito<br />
superior ao do torturador, na medida em que obscurece<br />
informações desejáveis que este busca colher diante da dor<br />
infligida àquele.<br />
e) O termo “tortura” designa qualquer ato pelo qual dores<br />
ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais são infligidos<br />
intencionalmente a uma pessoa a fim de que ela ou uma<br />
terceira pessoa forneça informações ou faça confissões.<br />
QUESTÃO 13<br />
O orgulho é a consciência (certa ou errada) do nosso<br />
próprio mérito; a vaidade, a consciência (certa ou errada)<br />
da evidência do nosso próprio mérito para os outros. Um<br />
homem pode ser orgulhoso sem ser vaidoso, pode ser<br />
ambas as coisas, vaidoso e orgulhoso, pode ser — pois tal<br />
é a natureza humana — vaidoso sem ser orgulhoso. É<br />
difícil à primeira vista compreender como podemos ter<br />
consciência da evidência do nosso mérito para os outros,<br />
sem a consciência do nosso próprio mérito. Se a natureza<br />
humana fosse racional, não haveria explicação alguma.<br />
Contudo, o homem vive a princípio uma vida exterior, e<br />
mais tarde uma interior; a noção de efeito precede, na<br />
evolução da mente, a noção de causa interior desse mesmo<br />
efeito. O homem prefere ser exaltado por aquilo que não é,<br />
a ser tido em menor conta por aquilo que é. É a vaidade em<br />
ação.<br />
(Fernando Pessoa, Da literatura europeia)<br />
Sobre as considerações feitas por Fernando Pessoa,<br />
percebe-se, em sua abordagem que:<br />
a) Faz parte da natureza humana esperar um lisonjeio que<br />
agrade mais o aspecto externo, em detrimento da<br />
consciência maior do estado interno.<br />
b) Orgulho e vaidade se encontram no mesmo patamar no<br />
que tange à análise do espírito humano.<br />
c) A consciência como ser falível e imperfeito causa no<br />
espírito humano a caraterística necessária para que este se<br />
afaste dos vícios da vaidade.<br />
d) Essência e aparência encontram-se tematizados no texto<br />
a fim de se expor a impossibilidade de diferenciá-las, já que<br />
o espírito humano mostra-se demasiadamente complexo.<br />
e) A vida interior sobressai a exterior, pois a noção de causa<br />
precede a de efeito, num contexto em que se busca<br />
valorizar mais a essência do que a aparência.<br />
QUESTÃO 14<br />
O "POBREMA" É NOSSO<br />
Segundo Eliana Marquez Fonseca Fernandes,<br />
professora de Língua Portuguesa da Faculdade de Letras da<br />
Universidade Federal de Goiás, em se tratando de<br />
linguagem, não se pode falar em erro ou acerto, mas<br />
desvios à norma padrão. "O importante é estabelecer a<br />
comunicação. Para isso, usamos a língua em vários níveis,<br />
desde o supercuidado ou formal até o não-cuidado ou nãoformal."<br />
"A gramática tradicional diz que, quando se fala<br />
'nóis vai, nóis foi', isso não é português. Mas é sim. Em<br />
outro nível. Estudos mais recentes na área dizem que tais<br />
formas de expressão são corretas. Censurar ou debochar de<br />
quem faz uso delas é discriminação linguística."<br />
Para a professora, o domínio da norma culta não<br />
deve ser<br />
exigido da população de modo geral, principalmente de<br />
pessoas que têm baixo grau de escolaridade. "Quem tem<br />
obrigação de saber o português formal, falar e escrever de<br />
acordo com as regras são os professores, os jornalistas, os<br />
acadêmicos", diz.<br />
(Diário da Manhã, Goiânia, 05.05.04. Adaptado.)<br />
O texto em destaque faz referência, em termos de<br />
abordagem, a uma questão pertencente ao ramo da<br />
sociolinguística – Ciência que estuda a relação entre a<br />
língua e a sociedade. É o estudo descritivo do efeito de<br />
qualquer e todos os aspectos da sociedade, incluindo as<br />
normas culturais, expectativas e contexto, na maneira<br />
como a linguagem é usada, e os efeitos do uso da<br />
linguagem na sociedade.<br />
Sobre a polêmica levantada quanto a esta temática,<br />
percebe-se por parte do autor:<br />
225
a) Indiferença quanto à obrigatoriedade de se pôr em<br />
prática, no âmbito social, o uso da modalidade formal do<br />
idioma.<br />
b) Defesa das variedades ditas informais expressas por<br />
falantes que são alvo de preconceito linguístico.<br />
c) Entendimento que a modalidade formal do idioma deve<br />
estar sempre num patamar acima das demais a fim de se<br />
promover uma revolução educacional.<br />
d) Crítica social quanto à falta de atitude em se promover<br />
como legítima e necessária a modalidade informal do<br />
idioma.<br />
e) Indignação extrema quanto ao fato de não se incentivar<br />
o uso legítimo de variedades incultas no âmbito social.<br />
QUESTÃO 15<br />
Toda charge possui um aspecto de questionamento social,<br />
a fim, de maneira humorística, impactar o leitor,<br />
apresentando-lhe um caráter crítico, capaz de desequilibrálo<br />
intelectualmente a respeito de diferentes tipos de temas.<br />
A partir da visualização da charge acima, constata-se como<br />
mensagem crítica o que se diz em:<br />
a) O texto, ao opor dois modelos de favelas, marca, de<br />
maneira idêntica, a dinâmica de vida dos moradores de um<br />
e outro.<br />
b) As unidades de polícia pacificadora, graças à imposição<br />
do estado pela força, mostra-se como modelo mais<br />
eficiente de segurança.<br />
c) A unidade de pacificação definitiva mostra-se, para o<br />
autor, como modelo utópico de desenvolvimento e paz<br />
social.<br />
d) Só haverá pacificação em favelas e áreas de risco, se as<br />
polícias civil e militar permanecerem nas comunidades.<br />
e) O trabalho policial não é única forma de se combater<br />
efetivamente as causas dos atos de violência na sociedade.<br />
SIMULADO DE AGOSTO<br />
TEXTO I<br />
Um escritor que é lido nunca morre<br />
Estou aqui escrevinhando, e acabo de receber a<br />
tristíssima notícia de que o grande Ariano Suassuna<br />
faleceu no Recife.<br />
Na última sexta-feira, acordei com a notícia da morte<br />
de João Ubaldo Ribeiro. Ele foi um dos autores que me<br />
ensinou a sonhar, e o tanto que ri e me emocionei nos seus<br />
livros… Bem, fica difícil descrever. Aquele tijolo<br />
amarelo, Viva o povo brasileiro, me acompanha para onde<br />
vou, caso eu tenha de ficar mais do que uns meses num<br />
lugar. E, quando uma das minhas grandes amigas foi viver<br />
nos EUA, o que eu dei pra ela levar, como amuleto e<br />
lembrança, foi esse romance do Ubaldo. Gosto de folheálo<br />
a esmo, e sempre saio desses passeios com uma alegria<br />
na alma…. Ainda lembro de ver o Ubaldo, certa manhã,<br />
no seu boteco preferido, jogando conversa fora, de<br />
bermuda e chinelos, e que vontade tive eu de ir lá e darlhe<br />
um abraço ─ mas a timidez me fez atravessar a rua ─<br />
e me mandar logo dali, afastando a mundana tentação de<br />
ficar mirando de longe um dos meus escritores preferidos<br />
tomar uma cerveja com seus amigos.<br />
No sábado, foi a vez de Rubem Alves. Que<br />
delicadeza tão azul eu levava de cada um dos seus poemas<br />
e textos ─ Rubem Alves fará muita falta neste mundo de<br />
agudezas e virulências. Foi duro de aguentar aquela<br />
notícia, ainda mais uma em cima da outra. Então eis que<br />
Ariano Suassuna não deixou por menos e teve um<br />
AVC. Assim não vale, Ariano! Ainda me lembro de<br />
antigas tardes sob o sol invernal, lendo as fabulosas<br />
histórias do Suassuna, sentada no terraço da velha casa<br />
dos meus pais, e pensando na magia que ele tinha no dom<br />
de criar ─ era um lorde, um gênio das palavras, o grande<br />
contador do Brasil.<br />
E tudo isso ─ todas essas tristezas em série ─ me<br />
lembram uma história: muito anos atrás, comprei numa<br />
lojinha no Rio três miniaturas de escritores que eu<br />
admirava: Vinicius de Moraes, Jorge Amado e João<br />
Ubaldo. A miniatura do Vinicius foi a primeira a sumir,<br />
inexplicavelmente. A do Jorge Amado, numa tarde, anos<br />
depois, espatifou-se em mil pedaços no chão por causa de<br />
226
um vento encanado. No dia seguinte a esse acidente veio<br />
a notícia de que Amado tinha morrido. Nunca me esqueci<br />
da estranha coincidência e guardei o boneco do João<br />
Ubaldo com redobrado zelo, bem longe dos meus meninos<br />
sapecas e dos ventos inesperados que costumam varrer<br />
este meu apartamento ─ e o boneco ainda está ali no seu<br />
honroso lugar. Mas João Ubaldo já se foi (e muito bem<br />
acompanhado). Ficarão todos para sempre, eternizados<br />
naquilo que tinham de mais grandioso ─ a palavra.<br />
LETICIA WIERZCHOWSKI é autora de Sal, primeiro<br />
romance nacional publicado pela Intrínseca, e assina uma<br />
coluna aqui no Blog.<br />
Fonte: http://www.intrinseca.com.br/blog/2014/07/um-escritor-que-elido-nunca-morre/<br />
1- Sobre o texto é correto afirmar que:<br />
a) Há uma sensação de pesar perpétuo da articulista, haja<br />
vista a qualidade insubstituível da obra dos autores que<br />
se foram.<br />
b) A perda de alguns dos cânones da literatura brasileira<br />
empobrece o espírito criativo dos demais autores na<br />
medida em que desaparece a referência de produção.<br />
c) A Literatura Brasileira fica mais triste com a perda de<br />
seus grandes autores, pois sua qualidade tende sempre ao<br />
empobrecimento de criação.<br />
d) A infeliz coincidência da perda de grandes nomes da<br />
literatura sobreleva o sentimento da articulista permeado<br />
de saudosismo.<br />
e) Obras de grande valor literário tendem a cair no<br />
ostracismo do gosto popular com a morte de seus autores<br />
ao longo dos anos.<br />
2- Sobre o título e os parágrafos do texto, é correto o que<br />
se diz em:<br />
a) O título do texto demonstra o perecimento absoluto de<br />
grandes autores no que se refere ao imaginário popular.<br />
b) O primeiro parágrafo expressa de maneira clara que,<br />
embora tenha morrido fisicamente, Ariano Suassuna<br />
perpetuar-se-á no gosto literário local por muitos anos.<br />
c) No segundo parágrafo, a menção feita a João Ubaldo<br />
atenua o aspecto argumentativo de pesar sobre a morte<br />
de autores da literatura local.<br />
d) No terceiro parágrafo, a expressão “Assim não vale,<br />
Ariano!” apresenta, indiretamente, maior pesar pela<br />
perda deste do que a de Rubem Alves.<br />
e) No quarto parágrafo, ocorre uma metáfora que se<br />
revela frustrante na tentativa de conservar a existência<br />
dos autores de maneira indeterminada.<br />
3- Um fragmento do texto que é capaz de justificar a<br />
ideia da articulista expressa no título é:<br />
a) “E, quando uma das minhas grandes amigas foi viver<br />
nos EUA, o que eu dei pra ela levar, como amuleto e<br />
lembrança, foi esse romance do Ubaldo.” – 2º parágrafo<br />
b) “Que delicadeza tão azul eu levava de cada um dos<br />
seus poemas e textos...” – 3º parágrafo<br />
c) “Ainda me lembro de antigas tardes sob o sol invernal,<br />
lendo as fabulosas histórias do Suassuna...” – 3º<br />
parágrafo<br />
d) “... muito anos atrás, comprei numa lojinha no Rio<br />
três miniaturas de escritores que eu admirava: Vinicius<br />
de Moraes, Jorge Amado e João Ubaldo.” – 4º parágrafo<br />
e) “Ficarão todos para sempre, eternizados naquilo que<br />
tinham de mais grandioso ─ a palavra.” – 4º parágrafo<br />
4- Marque a alternativa que não apresenta em destaque<br />
no texto um termo de valor apositivo (as alternativas em<br />
análise a seguir encontram-se devidamente destacadas no<br />
texto I).<br />
a) Aquele tijolo amarelo, Viva o povo brasileiro, me<br />
acompanha para onde vou... – 2º parágrafo<br />
b) Então eis que Ariano Suassuna não deixou por menos<br />
e teve um AVC. Assim não vale, Ariano! – 3º parágrafo<br />
c) ...me lembram uma história: muito anos atrás,<br />
comprei numa lojinha no Rio três miniaturas de<br />
escritores que eu admirava – 4º parágrafo<br />
d) muito anos atrás, comprei numa lojinha no Rio três<br />
miniaturas de escritores que eu admirava: Vinicius de<br />
Moraes, Jorge Amado e João Ubaldo. – 4º parágrafo<br />
e) Ficarão todos para sempre, eternizados naquilo que<br />
tinham de mais grandioso ─ a palavra.<br />
TEXTO II<br />
O texto de Carlos Drummond de Andrade a seguir (escrito<br />
no caderno de Esportes do "Jornal do Brasil" em 7 de<br />
julho de 1982) foi providencialmente adaptado (em itálico<br />
e negrito) pela blogueira Kika Castro na sua página da<br />
internet: www.otempo.com.br em 13/07/2014 às 11:30<br />
"Perder, Ganhar, Viver<br />
Vi gente chorando na rua, quando o juiz apitou o<br />
final do jogo perdido; vi homens e mulheres pisando com<br />
ódio os plásticos verde-amarelos que até minutos antes<br />
227
eram sagrados; vi bêbados inconsoláveis que já não<br />
sabiam por que não achavam consolo na bebida; vi<br />
rapazes e moças festejando a derrota para não deixarem de<br />
festejar qualquer coisa, pois seus corações estavam<br />
programados para a alegria; vi o técnico incansável e<br />
teimoso da Seleção xingado de bandido e queimado vivo<br />
sob a aparência de um boneco, enquanto o jogador que<br />
errara muitas vezes ao chutar em gol era declarado o<br />
último dos traidores da pátria; vi a notícia da suicida<br />
do Nepal e dos mortos do coração por motivo do fracasso<br />
esportivo; vi a dor dissolvida em uísque escocês da classe<br />
média alta e o surdo clamor de desespero dos pequeninos,<br />
pela mesma causa; vi o garotão mudar o gênero das<br />
palavras, acusando a mina de pé-fria; vi a decepção<br />
controlada da presidente, que se preparava, como<br />
torcedora número um do país, para viver o seu grande<br />
momento de euforia pessoal e nacional, depois de curtir<br />
tantas desilusões de governo; vi os candidatos do partido<br />
da situação aturdidos por um malogro que lhes roubava<br />
um trunfo poderoso para a campanha eleitoral; vi as<br />
oposições divididas, unificadas na mesma perplexidade<br />
diante da catástrofe que levará talvez o povo a se<br />
desencantar de tudo, inclusive das eleições; vi a aflição<br />
dos produtores e vendedores de bandeirinhas, flâmulas e<br />
símbolos diversos do esperado e exigido título de<br />
campeões do mundo pela sexta vez, e já agora destinados<br />
à ironia do lixo; vi a tristeza dos varredores da limpeza<br />
pública e dos faxineiros de edifícios, removendo os<br />
destroços da esperança; vi tanta coisa, senti tanta coisa nas<br />
almas…<br />
Chego à conclusão de que a derrota, para a qual<br />
nunca estamos preparados, de tanto não a desejarmos nem<br />
a admitirmos previamente, é afinal instrumento de<br />
renovação da vida. Tanto quanto a vitória estabelece o<br />
jogo dialético que constitui o próprio modo de estar no<br />
mundo. Se uma sucessão de derrotas é arrasadora, também<br />
a sucessão constante de vitórias traz consigo o germe de<br />
apodrecimento das vontades, a languidez dos estados pósvoluptuosos,<br />
que inutiliza o indivíduo e a comunidade<br />
atuantes. Perder implica remoção de detritos: começar de<br />
novo.<br />
Certamente, fizemos tudo para ganhar esta<br />
caprichosa Copa do Mundo. Mas será suficiente fazer<br />
tudo, e exigir da sorte um resultado infalível? Não é mais<br />
sensato atribuir ao acaso, ao imponderável, até mesmo ao<br />
absurdo, um poder de transformação das coisas, capaz de<br />
anular os cálculos mais científicos? Se a Seleção jogasse<br />
dentro do Brasil, apenas para pegar o caneco, como<br />
propriedade exclusiva e inalienável do país, que mérito<br />
haveria nisso? Na realidade, nós jogamos aqui pelo gosto<br />
do incerto, do difícil, da fantasia e do risco, e não para<br />
recolher um objeto roubado. A verdade é que<br />
não estamos de mãos vazias porque não ganhamos a<br />
taça. Ganhamos alguma coisa boa e palpável,<br />
conquista da necessidade de renovação. Suplantamos<br />
quatro seleções igualmente ambiciosas e perdemos para a<br />
quinta. A Alemanha não tinha obrigação de perder para o<br />
nosso time, nas condições em que ele está. [Frase<br />
cortada] Paciência, não vamos transformar em desastre<br />
nacional o que foi apenas uma experiência, como tantas<br />
outras, da volubilidade das coisas.<br />
Perdendo, após o emocionalismo das lágrimas,<br />
readquirimos ou adquirimos, na maioria das cabeças, o<br />
senso da moderação, do real contraditório, mas rico de<br />
possibilidades, a verdadeira dimensão da vida. Não somos<br />
invencíveis. Também não somos uns pobres diabos que<br />
jamais atingirão a grandeza, este valor tão relativo, com<br />
tendência a evaporar-se. Eu gostaria de passar a mão na<br />
cabeça de Felipão e de seus jogadores, reservas e reservas<br />
de reservas, como São Victor, o craque não utilizado, e<br />
dizer-lhes, com esse gesto, o que em palavras seria<br />
enfático e meio bobo. Mas o gesto vale por tudo, e bem o<br />
compreendemos em sua doçura solidária. Ora, o Felipão!<br />
Ora, os atletas! Ora, a sorte! A Copa do Mundo<br />
de 2014 acabou para nós, mas o mundo não acabou. Nem<br />
o Brasil, com suas dores e bens. E há um lindo sol lá fora,<br />
o sol de nós todos.<br />
E agora, amigos torcedores, que tal a gente começar<br />
a trabalhar, que o ano já está na segunda metade?"<br />
Fonte: http://kikacastro.com.br/2014/07/13/o-fim-da-copa-do-mundo-a-vida-emcirculos-e-a-cronica-de-drummond/<br />
5- A informação fornecida antes da leitura do texto II faz<br />
com que, em relação às ideias apresentadas, o texto de<br />
Drummond tenha sofrido um aspecto de:<br />
a) Plágio literário, com apropriação distorcida das ideias<br />
de Drummond.<br />
b) Quebra da crítica autoral, com alterações profundas no<br />
aspecto formal.<br />
c) Tom paródico com adaptação contextual e preservação<br />
do caráter crítico.<br />
d) Paráfrase das ideias do autor com mudança<br />
significativa na sua elaboração.<br />
e) Abrandamento do caráter crítico do original em relação<br />
ao texto alterado.<br />
6- Sobre as ideias apresentadas no texto, apesar das<br />
mudanças feitas pela blogueira Kika Castro, percebe-se<br />
como correto o que se afirma em:<br />
a) O texto aponta para o leitor que as desilusões<br />
futebolísticas não merecem ser dimensionadas a ponto de<br />
prejudicar-lhe a vivência cotidiana.<br />
b) Ocorre uma alteração radical das ideias de Drummond<br />
a ponto de sua análise inicial sobre a realidade se tornar<br />
irreconhecível.<br />
c) A reescrita em evidência buscou a preservação da<br />
estrutura textual, porém com uma ruptura das ideias<br />
defendidas por Drummond quando tematiza a respeito do<br />
futebol.<br />
228
d) Tematicamente, há um grande distanciamento entre as<br />
derrotas relacionadas na reescrita do texto, já que cada<br />
uma delas se insere num recorte espaço-temporal<br />
diferente.<br />
e) Há no texto a defesa do ponto de vista que o imaginário<br />
popular pode ser profundamente abalado pelas derrotas<br />
que acontecem durante a copa do mundo.<br />
TEXTO III<br />
Tirei a carteira, escolhi uma nota de cinco mil-réis, – a<br />
menos limpa, – e dei-lha [a Quincas Borba]. Ele recebeuma<br />
com os olhos cintilantes de cobiça. Levantou a nota ao<br />
ar, e agitou-a entusiasmado.<br />
— In hoc signo vinces!* bradou.<br />
E depois beijou-a, com muitos ademanes de ternura, e tão<br />
ruidosa expansão, que me produziu um sentimento misto<br />
de nojo e lástima. Ele, que era arguto, entendeu-me; ficou<br />
sério, grotescamente sério, e pediu-me desculpa da<br />
alegria, dizendo que era alegria de pobre que não via,<br />
desde muitos anos, uma nota de cinco mil-réis.<br />
— Pois está em suas mãos ver outras muitas, disse eu.<br />
— Sim? acudiu ele, dando um bote para mim.<br />
— Trabalhando, concluí eu.<br />
* “In hoc signo vinces!”: citação em latim que significa<br />
“Com este sinal vencerás” (frase que teria aparecido no<br />
céu, junto de uma cruz, ao imperador Constantino, antes<br />
de uma batalha).<br />
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.<br />
7- Tendo em vista a autobiografia de Brás Cubas e as<br />
considerações que, ao longo de suas Memórias<br />
póstumas, ele tece a respeito do tema do trabalho, é<br />
pertinente afirmar que:<br />
a) O conselho de Brás Cubas demonstra preocupação<br />
verídica quanto à situação do seu interlocutor, já que se<br />
constitui como personagem idealizado na trama.<br />
b) A ação demonstra a coerência das ações do<br />
personagem que é destituído de qualquer interesse social.<br />
c) Faz-se uma análise idealizada do trabalho como forma<br />
honrosa de se livrar da degradação moral que o estado de<br />
pobreza transmite no ser humano.<br />
d) A atitude executada por Brás Cubas demonstra o típico<br />
herói da literatura, por demonstrar benevolência e<br />
compaixão quanto à situação de terceiros.<br />
e) Utiliza o conselho dado a Quincas Borba como<br />
conveniência para se livrar deste na situação, já que o<br />
próprio protagonista nunca recorreu a tal prática de<br />
sobrevivência.<br />
Leia estes trechos, a fim de responder à questão 8 que<br />
segue:<br />
TRECHO 1<br />
Ouvimos o ferrolho da porta que dava para o corredor<br />
interno; era a mãe que abria Eu, uma vez que digo tudo,<br />
digo aqui que não tive tempo de soltar as mãos da minha<br />
amiga...<br />
MACHADO DE ASSIS, J. M. Dom Casmurro. São<br />
Paulo: Globo. 1997. p. 67.<br />
TRECHO 2<br />
Fomos jantar com a minha velha. Já lhe podia chamar<br />
assim, posto que os seus cabelos brancos não o fossem<br />
todos nem totalmente; e o rosto estivesse<br />
comparativamente fresco...<br />
MACHADO DE ASSIS. J. M. Dom Casmurro, São Paulo: Globo, 1997. p.165.<br />
8- Pode-se dizer que os elementos de coesão em destaque<br />
nos dois fragmentos expressam respectivamente ideias<br />
de:<br />
a) Explicação e Causa<br />
b) Causa e Concessão<br />
c) Causa e Explicação<br />
d) Conformidade e Condição<br />
e) Explicação e Proporção<br />
Leia o trecho a seguir, a fim de responder à questão 9<br />
que segue:<br />
O emplasto<br />
Um dia de manhã, estando a passear na chácara,<br />
3 pendurou-se-me uma ideia no trapézio que eu tinha no<br />
cérebro.<br />
Uma vez pendurada, entrou a bracejar, a pernear, a<br />
fazer as mais 1 arrojadas cambalhotas. Eu deixei-me estar<br />
a contemplá-la. Súbito, deu um grande salto, estendeu os<br />
braços e as pernas, 4 até tomar a forma de um X: deciframe<br />
ou devoro-te.<br />
Essa ideia era nada menos que a invenção de um<br />
medicamento sublime, um emplasto anti-hipocondríaco,<br />
destinado a aliviar a nossa melancólica humanidade.<br />
6 Na petição de privilégio que então redigi, chamei a<br />
atenção do governo para esse resultado, verdadeiramente<br />
cristão. Todavia, não neguei aos amigos as vantagens<br />
pecuniárias que deviam resultar da distribuição de um<br />
produto de tamanhos e tão profundos efeitos. Agora,<br />
porém, que estou cá do outro lado da vida, posso<br />
confessar 7 tudo: o que me influiu principalmente foi o<br />
gosto de 9<br />
ver impressas nos jornais, mostradores,<br />
folhetos, esquinas e, enfim, nas caixinhas do remédio,<br />
8<br />
estas três palavras: Emplasto Brás Cubas. Para que<br />
negá-lo? Eu tinha a paixão do arruído, do cartaz, do<br />
foguete de lágrimas. Talvez os 11 modestos me arguam esse<br />
defeito; fio, porém, que esse talento me 10 hão de<br />
reconhecer os 12 hábeis. Assim, 5 a minha ideia trazia duas<br />
faces, como as medalhas, uma virada para o público,<br />
outra para mim. De um lado, filantropia e lucro; de outro,<br />
2 sede de nomeada. Digamos: — amor da glória.<br />
Um tio meu, cônego de prebenda inteira, costumava<br />
dizer que o amor da glória temporal era a perdição das<br />
almas, que só devem cobiçar a glória eterna. 13 Ao que<br />
229
etorquia outro tio, oficial de um dos antigos terços de<br />
infantaria, que o amor da glória era a coisa mais<br />
verdadeiramente humana que há no homem e,<br />
consequentemente, a sua mais genuína feição.<br />
Decida o leitor entre o militar e o cônego; eu volto<br />
ao emplasto.<br />
Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Obra completa, v. I. Rio<br />
de Janeiro: Nova Aguilar, 1992, p. 514-5 (com adaptações).<br />
9- Com relação ao texto acima, à obra Memórias<br />
Póstumas de Brás Cubas e a aspectos por eles suscitados,<br />
julgue os itens subsequentes.<br />
a) O compromisso do narrador com a verdade dos fatos,<br />
honestidade decorrente da vida além-túmulo, e o seu<br />
interesse pela ciência e pela filosofia aproximam a<br />
narrativa de Memórias Póstumas de Brás Cubas da forma<br />
de narrar do Naturalismo, ou seja, da descrição objetiva da<br />
realidade.<br />
b) O termo “tudo” (ref. 7) especifica e resume as ideias<br />
evocadas na estrutura após o sinal de dois-pontos.<br />
c) O termo “estas três palavras” (ref. 8) é complemento<br />
direto de “ver” (ref. 9) e sintetiza o termo coordenado que<br />
antecede essa expressão.<br />
d) As “arrojadas cambalhotas” (ref. 1) da ideia inventiva<br />
de Brás Cubas relacionam-se à forma como Machado de<br />
Assis compôs esse romance, no qual o narrador intercala<br />
a narrativa de suas memórias com divagações acerca de<br />
temas diversos, o que produz constante vaivém na<br />
condução do enredo.<br />
e) Em “hão de reconhecer” (ref. 10), o verbo auxiliar<br />
denota tempo futuro e de obrigatoriedade de ação, o que<br />
ratifica, no nível estrutural, a oposição postulada pelo<br />
autor entre “modestos” (ref. 11) e “hábeis” (ref. 12).<br />
a) O texto em destaque é desprovido de qualquer caráter<br />
crítico em relação à realidade a que se refere.<br />
b) A tirinha em destaque se preocupa fundamentalmente<br />
com o caráter ideológico e social do papel da mídia<br />
televisiva.<br />
c) Causa o humor no texto a troca de sentido feita pela<br />
personagem Mafalda quanto à polissemia concernente ao<br />
vocábulo “veículo”.<br />
d) O uso do vocábulo “cultura” é convergente com a ideia<br />
transmitida pelas onomatopeias “BANG” e “AUGH” do<br />
segundo quadrinho.<br />
e) O texto em evidência é uma clara demonstração de<br />
defesa dos valores televisivos no que se refere a seu papel<br />
como instituição social.<br />
GABARITO<br />
1- D<br />
2- E<br />
3- E<br />
4- B<br />
5- C<br />
6- A<br />
7- E<br />
8- B<br />
9- D<br />
10- C<br />
10- Examine a tirinha a seguir e assinale a alternativa<br />
pertinente quanto à sua interpretação.<br />
230
QUESTÃO 1<br />
Nelson Rodrigues<br />
SIMIULADO DE JULHO<br />
Complexo de vira-latas<br />
Eis a verdade, amigos: — desde 50 que o nosso futebol<br />
tem pudor de acreditar em si mesmo. A derrota frente aos<br />
uruguaios, na última batalha, ainda faz sofrer, na cara e<br />
na alma, qualquer brasileiro. Foi uma humilhação<br />
nacional que nada, absolutamente nada, pode curar.<br />
Dizem que tudo passa, mas eu vos digo: menos a dor-decotovelo<br />
que nos ficou dos 2 x 1. E custa crer que um<br />
escore tão pequeno possa causar uma dor tão grande. O<br />
tempo passou em vão sobre a derrota. Dir-se-ia que foi<br />
ontem, e não há oito anos, que, aos berros, Obdulio<br />
arrancou, de nós, o título. Eu disse “arrancou” como<br />
poderia dizer: “extraiu” de nós o título como se fosse um<br />
dente.<br />
(...)<br />
A pura, a santa verdade é a seguinte: — qualquer jogador<br />
brasileiro, quando se desamarra de suas inibições e se<br />
põe em estado de graça, é algo de único em matéria de<br />
fantasia, de improvisação, de invenção. Em suma:<br />
— temos dons em excesso. E só uma coisa nos atrapalha<br />
e, por vezes, invalida as nossas qualidades. Quero aludir<br />
ao que eu poderia chamar de “com plexo de vira-latas”.<br />
Estou a imaginar o espanto do leitor: — “O que vem a<br />
ser isso?” Eu explico.<br />
Por “complexo de vira-latas” entendo eu a inferioridade<br />
em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face<br />
do resto do mundo. Isto em todos os setores e, sobretudo,<br />
no futebol. Dizer que nós nos julgamos “os maiores” é<br />
uma cínica inverdade. Em Wembley, por que perdemos?<br />
Por que, diante do quadro inglês, louro e sardento, a<br />
equipe brasileira ganiu de humildade. Jamais foi tão<br />
evidente e, eu diria mesmo, espetacular o nosso viralatismo.<br />
Na já citada vergonha de 50, éramos superiores<br />
aos adversários. Além disso, levávamos a vantagem do<br />
empate. Pois bem: — e perdemos da maneira mais<br />
abjeta. Por um motivo muito simples: — porque Obdulio<br />
nos tratou a pontapés, como se vira-latas fôssemos.<br />
Eu vos digo: — o problema do escrete não é mais de<br />
futebol, nem de técnica, nem de tática. Absolutamente. É<br />
um problema de fé em si mesmo.<br />
O brasileiro precisa se convencer de que não é um viralatas<br />
e que tem futebol para dar e vender, lá na Suécia.<br />
(Texto editado na revista Manchete esportiva, a 31 de<br />
maio de 1958, e republicado em À sombra das chuteiras<br />
imortais - crônicas de futebol – organização de Ruy<br />
Castro para a Cia. das Letras, São Paulo, 1993 – . Tratase<br />
da última crônica antes da estreia do Brasil na Copa de<br />
1958, que, como se sabe, foi a primeira vencida pela<br />
Seleção brasileira.)<br />
Nelson Falcão Rodrigues foi um jornalista e escritor<br />
brasileiro, tido como o mais influente dramaturgo do<br />
Brasil. Nascido no Recife, Pernambuco, mudou-se em<br />
1916 para a cidade do Rio de Janeiro. Em 1962, começou<br />
a escrever crônicas esportivas, deixando transparecer toda<br />
a sua paixão por futebol.<br />
Sobre o trecho da crônica em destaque acima, é correto<br />
dizer.<br />
a) Demonstra principalmente seu ufanismo ao abordar as<br />
qualidades dos brasileiros.<br />
b) Aponta a derrota na copa de 1950 como fator<br />
psicológico insuperável, o que prejudica as ações do povo<br />
brasileiro em todos os setores.<br />
c) Considera as derrotas no futebol como causas de todos<br />
os fracassos brasileiros nas demais áreas, especialmente<br />
na política.<br />
d) Toma uma desilusão no futebol como referência<br />
argumentativa para se queixar do pessimismo que afeta a<br />
autoestima do brasileiro, sobretudo no futebol.<br />
e) Vê os estrangeiros como grandes culpados por<br />
estigmatizarem o povo brasileiro como “vira-lata”, em<br />
contraposição às incontestáveis vitórias do Brasil no<br />
futebol.<br />
QUESTÃO 2<br />
PRA FRENTE BRASIL<br />
Miguel Gustavo<br />
Noventa milhões em ação<br />
Pra frente Brasil, no meu coração<br />
Todos juntos, vamos pra frente Brasil<br />
Salve a seleção!!!<br />
De repente é aquela corrente pra frente, parece que todo<br />
o Brasil deu a mão!<br />
Todos ligados na mesma emoção, tudo é um só coração!<br />
Todos juntos vamos pra frente Brasil!<br />
Salve a seleção!<br />
Todos juntos vamos pra frente Brasil!<br />
Salve a seleção!<br />
Somos milhões em ação<br />
Pra frente Brasil, no meu coração<br />
Todos juntos, vamos pra frente Brasil<br />
Salve a seleção!!!<br />
De repente é aquela corrente pra frente, parece que todo<br />
o Brasil deu a mão!<br />
Todos ligados na mesma emoção, tudo é um só coração!<br />
Todos juntos vamos pra frente Brasil, Brasil!<br />
Salve a seleção!<br />
Todos juntos vamos pra frente Brasil, Brasil!<br />
231
Salve a seleção!<br />
Salve a seleção!<br />
Link: http://www.vagalume.com.br/os-incriveis/pra-frentebrasil.html#ixzz33Kv0Foae<br />
“Pra frente Brasil” foi uma canção composta por Miguel<br />
Gustavo para inspirar a seleção brasileira na Copa do<br />
Mundo de 1970. Foi cantada pelo país na<br />
euforia ufanista gerada pela primeira transmissão ao vivo<br />
de uma Copa, e tornou-se hino desta edição para os<br />
brasileiros.<br />
A partir da leitura da letra acima e do reconhecimento<br />
desta como “testemunha” de um fato histórico brasileiro,<br />
é legítimo afirmar sobre sua importância que...<br />
a) Busca fundamentalmente engrandecer a figura da<br />
seleção brasileira, a fim de motivar os atletas e os<br />
torcedores para a copa do mundo.<br />
b) Engrandece a imagem da seleção brasileira como único<br />
elemento capaz de proporcionar alegria e satisfação ao<br />
povo.<br />
c) Serve como elemento de elevação da autoestima do<br />
povo brasileiro, afetado por diversas crises econômicas e<br />
instabilidade política.<br />
d) Representa mais um episódio de frustração quanto ao<br />
desempenho do país, tanto no campo esportivo como<br />
político.<br />
e) Extrapola o aspecto esportivo, servindo também de<br />
motivação política por parte dos setores dirigentes<br />
brasileiros da época, que se apropriaram da imagem<br />
vitoriosa da seleção brasileira.<br />
QUESTÃO 3<br />
Sobre os recursos verbais e não-verbais utilizados na<br />
charge acima para construir seu aspecto crítico, é correto<br />
dizer que há<br />
b) Uso de polissemia quanto à imagem do “dinheiro” e do<br />
vocábulo “laranjas” em relação aos personagens.<br />
c) Uma demonstração didática e positiva quanto à<br />
administração pública.<br />
d) Ausência de “camaradagem” entre os colegas, graças<br />
ao sentido obscuro por parte do uso das palavras.<br />
e) Discurso desprovido de interpretação que indigne o<br />
leitor, graças à certeza de impunidade que motiva os<br />
personagens.<br />
QUESTÃO 4<br />
Alexandre Garcia: 'Brasil vence um triste campeonato: o do<br />
crime'<br />
Edição do dia 26/06/2014<br />
São 150 carros roubados por dia em São Paulo. É um número<br />
assustador, um carro a cada 10 minutos. Não bastasse o<br />
trânsito complicado, o motorista tem que ficar alerta com para<br />
não ser a próxima vítima.<br />
Isso é insegurança, não é sensação. A sensação é o Brasil estar<br />
vencendo um triste campeonato mundial: o do crime. Porque<br />
também temos por dia, em média, mais de 150 homicídios. E,<br />
como vimos, às vezes há roubo de carro com homicídio, e por<br />
motivo fútil, apenas porque voltou e olhou para o bandido. A<br />
vida e a propriedade carecem da proteção, que é um dever<br />
do Estado. A Constituição diz que segurança pública é um<br />
dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. E a gente<br />
sente que esses são direitos humanos absolutos desrespeitados<br />
no Brasil: vida e propriedade.<br />
Nós ouvimos o secretário de Segurança tentar justificar que<br />
não é só São Paulo; que o Brasil é assim. Outras autoridades<br />
vão além: alegam que o mundo é assim. Pois não é. Basta<br />
comparar números da ONU. E o que fazer, já que a<br />
responsabilidade também é de todos?<br />
Como a gente pode se defender se as autoridades nos ensinam<br />
a não nos defendermos? E, com isso, encorajam os bandidos,<br />
que vão confiantes de não enfrentar reação.<br />
Os brasileiros estão indo, cada vez mais, para os Estados<br />
Unidos. E descobrem que por lá a polícia aparece de repente,<br />
parece que estava invisível e se materializa por mágica<br />
quando acontece alguma coisa. É a presença na rua. Aqui, em<br />
acontecimentos internacionais, somos capazes de dar<br />
segurança aos eventos. Por que não segurança todos os dias e<br />
noites a todos os cidadãos que pagam impostos e têm o poder<br />
do voto?<br />
Fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/06/alexandre-garcia-brasil-venceum-triste-campeonato-o-do-crime.html<br />
a) Sentido literal em relação às marcas linguísticas<br />
utilizadas.<br />
232
A partir da leitura feita, assinale a alternativa em que se<br />
apresenta como incorreta a afirmação a respeito de um<br />
dos vocábulos que se encontram em destaque ao longo do<br />
texto.<br />
a) O vocábulo “sensação” apresenta no contexto sentido<br />
equivalente ao do vocábulo “insegurança”.<br />
b) O uso da palavra “campeonato” alude indiretamente à<br />
copa do mundo, representada no final do texto como<br />
“acontecimentos internacionais”, a fim de realçar a crítica<br />
num âmbito em que também o Brasil se destaca.<br />
c) Ao fazer uso da palavra “propriedade”, o autor se<br />
refere aos pertences e bens dos contribuintes sujeitos a<br />
furtos e assaltos.<br />
d) O sentido da palavra “todos” abrange um aspecto geral<br />
de cidadania que inclui, neste contexto, a responsabilidade<br />
do leitor.<br />
e) A utilização da palavra “presença” se refere<br />
contextualmente a um exemplo de bom trabalho da<br />
instituição policial que o autor espera ver no país.<br />
QUESTÃO 5<br />
TENHO PENA DOS ASTRÔNOMOS.<br />
Eles podem ver os objetos de sua afeição –<br />
estrelas, galáxias, quasares – apenas remotamente: na<br />
forma de imagens e telas de computador ou como ondas<br />
luminosas projetadas de espectrógrafos antipáticos.<br />
Mas, muitos de nós, que estudam planetas e<br />
asteroides, podem acariciar blocos de nossos amados<br />
corpos celestes e induzi-los a revelar seus mais íntimos<br />
segredos. Quando eu era aluno de graduação em<br />
astronomia, passei muitas noites geladas observando por<br />
telescópios aglomerados de estrelas e nebulosas e posso<br />
garantir que tocar um fragmento de asteroide é mais<br />
gratificante emocionalmente: eles oferecem uma conexão<br />
tangível com o que, de outra forma, pareceria distante e<br />
abstrato.<br />
Os fragmentos de asteroides que mais me<br />
fascinam são os condritos. Esses meteoritos, que<br />
compõem mais de 80% dos que se precipitam do espaço,<br />
derivam seu nome dos côndrulos que praticamente todos<br />
contêm - minúsculas esferas de material fundido, muitas<br />
vezes menores do que um grão de arroz. (...) Quando<br />
examinamos finas fatias de condritos sob um microscópio,<br />
ficamos sensibilizados da mesma maneira como quando<br />
contemplamos pinturas de Wassily Kandinsky e outros<br />
artistas abstratos.<br />
(Alan E. Rubin*, Segredos dos meteoritos primitivos.<br />
Scientific American Brasil. março 2013, p. 49.)<br />
* Alan E. Rubin é geofísico e leciona na Universidade da<br />
Califórnia.<br />
Esse trecho, que introduz um artigo científico sobre<br />
meteoritos primitivos, apresenta um estilo pouco usual<br />
nessa espécie de texto em algumas partes. Partindo desta<br />
observação, assinale a alternativa que apresente um<br />
fragmento que foge do uso da modalidade formal da<br />
língua.<br />
a) Eles podem ver os objetos de sua afeição – estrelas,<br />
galáxias, quasares – apenas remotamente...<br />
b) ...na forma de imagens e telas de computador ou como<br />
ondas luminosas...<br />
c) Mas, muitos de nós (...) podem acariciar blocos de<br />
nossos amados corpos celestes...<br />
d) ...eles oferecem uma conexão tangível com o que, de<br />
outra forma, pareceria distante e abstrato.<br />
e) Esses meteoritos, que compõem mais de 80% dos que<br />
se precipitam do espaço, derivam seu nome dos<br />
côndrulos...<br />
QUESTÃO 6<br />
Na mídia em geral, nos discursos, em mensagens<br />
publicitárias, na fala de diferentes atores sociais, enfim,<br />
nos diversos contextos em que a comunicação se faz<br />
presente, deparamo-nos repetidas vezes com a palavra<br />
cidadania. Esse largo uso, porém, não torna seu<br />
significado evidente. Ao contrário, o fato de admitir vários<br />
empregos deprecia seu valor conceitual, isto é, sua<br />
capacidade de nos fazer compreender certa ordem de<br />
eventos. Assim, pode-se dizer que, contemporaneamente,<br />
a palavra cidadania atende bastante bem a um dos usos<br />
possíveis da linguagem, a comunicação, mas caminha em<br />
sentido inverso quando se trata da cognição, do uso<br />
cognitivo da linguagem. Por que, então, a palavra<br />
cidadania é constantemente evocada, se o seu significado<br />
é tão pouco esclarecido?<br />
Maria Alice Rezende de Carvalho, Cidadania e direitos.<br />
Uma estratégia argumentativa por parte de alguns<br />
produtores é fazer uso de um tipo de questionamento que<br />
não pode ser respondido ou que o leitor é condicionado a<br />
respondê-lo mecânica e evidentemente. Trata-se,<br />
portanto, da “pergunta retórica”.<br />
Pode-se afirmar que a autora do texto acima fez uso de tal<br />
modalidade de produção presente no último período.<br />
Sobre isso, é correto inferir que a justificativa mais<br />
plausível para o recurso adotado, pelas ideias apresentadas<br />
ao longo do texto, é:<br />
a) A palavra cidadania é constantemente evocada por se<br />
tratar de assunto amplamente discutido, mas, muitas<br />
vezes, de forma banal, sem a preocupação com o seu<br />
verdadeiro significado.<br />
b) A mídia tem se tornado um instrumento de deturpação<br />
da verdade, o que degenera o real significado da palavra.<br />
c) Não há por parte dos debatedores embasamento<br />
intelectual suficiente para se chegar ao sentido fidedigno<br />
da palavra.<br />
d) A ordem dos eventos não pode ser compreendida<br />
graças ao fato de existir um conceito único sobre a<br />
palavra.<br />
e) Pelo fato de que, nos diversos contextos em que a<br />
comunicação se faz presente, deparamo-nos repetidas<br />
vezes com a palavra cidadania.<br />
233
QUESTÃO 7<br />
Define-se geometricamente a razão áurea do seguinte<br />
modo: O ponto C da figura abaixo divide o segmento AB<br />
na razão áurea quando os valores AC/AB e CB/AC são<br />
iguais. Esse valor comum é chamado “razão áurea”.<br />
A razão áurea, também denominada proporção áurea,<br />
número de ouro ou divina proporção, conquistou a<br />
imaginação popular e é tema de vários livros e artigos. Em<br />
geral, suas propriedades matemáticas estão corretamente<br />
enunciadas, mas muitas afirmações feitas sobre ela na<br />
arte, na arquitetura, na literatura e na estética são falsas ou<br />
equivocadas. Infelizmente, essas afirmações sobre a razão<br />
áurea foram amplamente divulgadas e adquiriram status<br />
de senso comum. Mesmo livros de geometria utilizados<br />
no ensino médio trazem conceitos incorretos sobre ela.<br />
Trecho traduzido e adaptado do artigo de G. Markowsky, Misconceptions about<br />
the golden ratio,<br />
The College Mathematics Journal, 23, 1, january, 1992, pp. 2-19.<br />
Sobre o trecho acima, assinale a alternativa que, para um<br />
fragmento do texto, apresenta uma tentativa de reescrita<br />
equivocada por apresentar alteração no seu aspecto<br />
semântico.<br />
a) A razão áurea, também denominada proporção áurea,<br />
número de ouro ou divina proporção, conquistou a<br />
imaginação popular... / A imaginação popular foi<br />
conquistada pela razão áurea, também conhecida como<br />
proporção áurea, número de ouro ou divina proporção.<br />
b) (...) mas muitas afirmações feitas sobre ela na arte na<br />
arquitetura, na literatura e na estética são falsas ou<br />
equivocadas. / (...) embora muitas afirmações feitas sobre<br />
ela na arte, na arquitetura, na literatura e na estética<br />
sejam falsas e equivocadas.<br />
c) Define-se geometricamente a razão áurea do seguinte<br />
modo... / A razão áurea é geometricamente definida do<br />
seguinte modo...<br />
d) Mesmo livros de geometria utilizados no ensino médio<br />
trazem conceitos incorretos sobre ela. / Inclusive livros de<br />
geometria utilizados no ensino médio apresentam<br />
definições incorretas sobre ela.<br />
e) Infelizmente, essas afirmações sobre a razão áurea<br />
foram amplamente divulgadas... / Infelizmente,<br />
divulgaram-se amplamente essas afirmações sobre a<br />
razão áurea...<br />
QUESTÃO 8<br />
Ditadura / Democracia<br />
A diferença entre uma democracia e um país totalitário é<br />
que numa democracia todo mundo reclama, ninguém vive<br />
satisfeito. Mas se você perguntar a qualquer cidadão de<br />
uma ditadura o que acha do seu país, ele responde sem<br />
hesitação: “Não posso me queixar”.<br />
Millôr Fernandes, Millôr definitivo: a bíblia do caos.<br />
A comparação intencionada pelo autor do texto cria um<br />
efeito humorístico e irônico ao se estruturar por meio de<br />
uma estratégia que fora elaborada, tendo como base:<br />
a) Uma crítica que se refere à generalização feita com a<br />
expressão “todo mundo”.<br />
b) A maneira direta e explícita como as falas e opiniões<br />
são colocadas.<br />
c) As diferenças e igualdades que são expostas<br />
envolvendo países totalitários e democráticos.<br />
d) A oposição criada entre os dois lados mencionados,<br />
especialmente pela utilização de expressões indefinidas<br />
como “todo mundo” e “qualquer cidadão”.<br />
e) O uso do último período do texto que transmite, de<br />
forma ambígua, uma mensagem que deixa em aberto a<br />
opinião de um dos ouvidos.<br />
QUESTÃO 9<br />
De um lado, a loucura existe em relação à razão ou, pelo menos,<br />
em relação aos “outros” que, em sua generalidade anônima,<br />
encarregam-se de representá-la e atribuir-lhe valor de exigência;<br />
por outro lado, ela existe para a razão, na medida em que surge<br />
ao olhar de uma consciência ideal que a percebe como diferença<br />
em relação aos outros. A loucura tem uma dupla maneira de<br />
postar-se diante da razão: ela está ao mesmo tempo do outro lado<br />
e sob seu olhar. Do outro lado: a loucura é diferença imediata,<br />
negatividade pura, aquilo que se denuncia como não-ser, numa<br />
evidência irrecusável; é uma ausência total de razão, que logo se<br />
percebe como tal, sobre o fundo das estruturas do razoável. Sob<br />
o olhar da razão: 1 a loucura é individualidade singular cujas<br />
características próprias, a conduta, a linguagem, os gestos,<br />
distinguem-se uma a uma daquilo que se pode encontrar no nãolouco;<br />
em sua particularidade ela se desdobra para uma razão<br />
que não é termo de referência mas princípio de julgamento; a<br />
loucura é então considerada em suas estruturas do racional.<br />
FOUCAULT, Michel. História da Loucura na Idade Clássica. Tradução: José<br />
Teixeira Coelho Netto. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1972. p.203.<br />
O entendimento textual é atingido pela concatenação de<br />
alguns vocábulos em relação a outros, sendo que o sentido<br />
é alcançado pela harmonia que as palavras, assim,<br />
estabelecem num papel de referência ou recorrência,<br />
conhecida como Coesão. Sobre os elementos coesivos em<br />
destaque que ajudam a compor o texto acima, é correto o<br />
que se afirma em:<br />
a) O pronome oblíquo “lhe”, por representar o vocábulo<br />
“loucura”, poderia ser substituído por “la”, mantendo a<br />
correção gramatical.<br />
234
) O pronome “ela”, por recorrência textual, diz respeito<br />
à palavra “exigência”.<br />
c) A palavra “que” é uma conjunção integrante que inicia<br />
uma oração substantiva.<br />
d) O pronome relativo “cujas” está inserido num contexto<br />
com o propósito de substituir os vocábulos “loucura” e<br />
“individualidades”.<br />
e) O referente do pronome “se” é loucura e o do pronome<br />
seu, “razão”.<br />
QUESTÃO 10<br />
A intervenção urbana acima reproduzida foi criada pelo<br />
Coletivo Transverso, um grupo envolvido com arte urbana<br />
e poesia, que afixou cartazes como esses em muros de uma<br />
grande cidade.<br />
Sobre o cartaz em destaque, na imagem, pode-se afirmar<br />
como equivocado o que se diz em:<br />
a) O cartaz produzido pelo “Coletivo Transverso” toma<br />
como referência um conhecido provérbio popular a fim de<br />
se criar o efeito pretendido.<br />
b) Uma conclusão crítica do que se lê é que muita<br />
segurança, muitas vezes, leva a vida a uma rotina que pode<br />
ser tediosa e, consequentemente, pouco criativa.<br />
c) Sabendo da intertextualidade com o conhecido dito<br />
popular, pode-se acrescentar mais agilidade à<br />
compreensão da mensagem.<br />
d) A mensagem do cartaz prescinde de um caráter crítico<br />
em relação ao meio em que se encontra.<br />
e) O cartaz do grupo “Coletivo Transverso” critica a<br />
segurança, comparando-a com o comodismo, com a falta<br />
de imaginação e o tédio.<br />
XVII, passou-se a criticar, condenar e massacrar<br />
qualquer coisa que fosse considerada irracional.” em:<br />
a) O Iluminismo endossou a fé na razão. Durante a<br />
segunda metade do século XVII, criaram-se críticas,<br />
porém não condenaram massacres a qualquer coisa que<br />
fosse considerada irracional.<br />
b) O Iluminismo endossou a fé na razão. Durante a<br />
segunda metade do século XVII, começou-se a criticar<br />
condenações e massacres a qualquer coisa que fosse<br />
considerada irracional.<br />
c) O Iluminismo endossou a fé na razão. Durante a<br />
segunda metade do século XVII, efetuaram-se críticas,<br />
condenações e massacres a qualquer coisa que fosse<br />
considerada irracional.<br />
d) O Iluminismo endossou a fé na razão. Durante a<br />
segunda metade do século XVII, iniciou-se um processo<br />
de críticas, além de condenar e massacrar qualquer coisa<br />
que fosse considerada irracional.<br />
e) O Iluminismo endossou a fé na razão. Durante a<br />
segunda metade do século XVII, existiram críticas que<br />
começaram a condenar massacres a qualquer coisa que<br />
fosse considerada irracional.<br />
QUESTÃO 12<br />
TEXTO I<br />
Entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de pessoas saíram da<br />
condição de pobreza absoluta (rendimento médio<br />
domiciliar per capita até meio salário mínimo mensal),<br />
permitindo que a taxa nacional dessa categoria de pobreza<br />
caísse 33,6%, passando de 43,4% para 28,8%.<br />
No caso da taxa de pobreza extrema (rendimento médio<br />
domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo<br />
mensal), observa-se um contingente de 13,1 milhões de<br />
brasileiros a superar essa condição, o que possibilitou<br />
reduzir em 49,8% a taxa nacional dessa categoria de<br />
pobreza, de 20,9%, em 1995, para 10,5%, em 2008.<br />
(Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil,<br />
Comunicados do IPEA, 13/07/2010, p. 3.)<br />
TEXTO II<br />
QUESTÃO 11<br />
Leia os seguintes conceitos:<br />
1- PARALELISMO: consiste em uma sequência de<br />
expressões com estrutura idêntica.<br />
2- PARALELISMO SINTÁTICO: ocorre paralelismo<br />
sintático quando a estrutura de termos coordenados entre<br />
si é idêntica.<br />
Partindo das duas definições empregadas acima, pode-se<br />
dizer que houve reescrita que tenha respeitado o sentido<br />
original do seguinte fragmento “O Iluminismo endossou<br />
a fé na razão. Durante a segunda metade do século<br />
235
Percebe-se que, entre os dois textos acima, tomando os<br />
termos “miséria” e “pobreza” e a situação social da<br />
camada mais carente da população brasileira como<br />
temática, ocorre uma relação de explicação seguida de<br />
uma exemplificação de caráter crítico. Assim, o ambiente<br />
degradante em que vivem os dois personagens da tirinha<br />
sugere que as diferenças entre o pobre e o miserável...<br />
a) são tão insignificantes que se tornam imperceptíveis no<br />
cotidiano dessas pessoas.<br />
b) são visivelmente ultrapassadas haja vista o ambiente<br />
favorável em que os personagens se encontram<br />
c) podem ser superadas pelo empenho do poder do Estado,<br />
com obras de saneamento aludidas no texto II.<br />
d) seriam combatidas se as pessoas que padecem delas<br />
estivessem mais empenhadas em transformar o meio em<br />
que se encontram.<br />
e) são reflexo de uma economia incapaz de prover as<br />
melhorias sociais para as camadas mais carentes.<br />
QUESTÃO 13<br />
Se alguma dúvida paira ainda, depois dos últimos<br />
acontecimentos, sobre o caráter e a natureza do Mercosul,<br />
a Copa Libertadores da América está aí para ajudar a<br />
dissipá-la. Mercosul e Copa Libertadores são duas<br />
instituições da América Latina. Atuam em ambientes<br />
diversos, cada qual com os próprios personagens e os<br />
próprios instrumentos, mas se unem na essência. Uma<br />
espelha e explica a outra.<br />
Os locutores chamam de "espírito da<br />
Libertadores" o conjunto de eventos que caracterizam o<br />
torneio. Eles dividem os times entre os que têm e os que<br />
não têm "espírito da Libertadores". Classificam as<br />
partidas mais tomadas pelo afã sanguinário dos<br />
contendores como "típicas da Libertadores". E se animam<br />
com isso. Os jogadores se estraçalham em campo, a<br />
plateia ulula, e os locutores entoam: “É o es-pí-ri-to da Liber-tado-<br />
res!!!". O Mercosul é uma instituição de livrecomércio<br />
que permite a seus membros impedir o livre<br />
comércio entre si por meio de medidas protecionistas.<br />
Quando as medidas protecionistas não bastam, inventamse<br />
papéis necessários à circulação das mercadorias e<br />
bloqueia-se a passagem dos caminhões nas fronteiras. "É<br />
o es-pí-ri-to do Mer-co-sul!!!", comemoraria o locutor, se<br />
locutor houvesse como há no futebol.<br />
Roberto P. de Toledo, Veja, 11/07/2012.<br />
No texto anterior, percebe-se que o autor faz uma<br />
comparação entre o espírito que norteia os participantes<br />
da Copa Libertadores e os da instituição de livre-comércio<br />
Mercosul: O primeiro expressa as emoções da competição<br />
“como se tratasse de uma luta entre guerreiros em campo<br />
de batalha” e o segundo, a defesa de interesses de<br />
circulação de mercadorias que beneficiam apenas um dos<br />
parceiros do grupo. Assim, em ambos os casos, pode-se<br />
dizer que o autor buscou criar um contexto de:<br />
a) ratificação do pensamento que defende sobre o modo<br />
como se estabelece a disputa futebolística e os negócios<br />
no mercado financeiro.<br />
b) oposição entre os exemplos como forma de estabelecer<br />
quão distantes se encontram no âmbito de disputa em que<br />
cada um se insere.<br />
c) contradição sobre o espírito da conjunção de interesses<br />
mútuos que deveria ser a base de entendimento dos grupos<br />
ou partes envolvidas.<br />
d) diferenciação entre os exemplos, a fim de demonstrar<br />
que a rivalidade esportiva não compromete os negócios no<br />
campo econômico.<br />
e) exclusão, já que o princípio que norteia o primeiro não<br />
é posto em prática no segundo, pois, caso assim o fosse,<br />
prejudicaria o contexto harmonioso entre os países.<br />
QUESTÃO 14<br />
Tempo: cada vez mais acelerado<br />
Pressa. Ansiedade. E a sensação de que nunca é possível<br />
fazer tudo — além da certeza de que sua vida está<br />
passando rápido demais. Essas são as principais<br />
consequências de vivermos num mundo em que para tudo<br />
vale a regra do “quanto mais rápido, melhor”. “Para nós,<br />
ocidentais, o tempo é linear e nunca volta. Por isso<br />
queremos ter a sensação de que estamos tirando o máximo<br />
dele. E a única solução que encontramos é acelerá-lo”,<br />
afirma Carl Honoré. “É um equívoco. A resposta a esse<br />
dilema é qualidade, não quantidade.”<br />
Para James Gleick, Carl está lutando uma batalha<br />
invencível. “A aceleração é uma escolha que fizemos.<br />
Somos como crianças descendo uma ladeira de skate.<br />
Gostamos da brincadeira, queremos mais velocidade”,<br />
diz. O problema é que nem tudo ao nosso redor consegue<br />
atender à demanda. Os carros podem estar mais rápidos,<br />
mas as viagens demoram cada vez mais por culpa dos<br />
congestionamentos. Semáforos vermelhos continuam<br />
testando nossa paciência, obrigando-nos a frear a cada<br />
quarteirão. Mais sorte têm os pedestres, que podem<br />
apertar o botão que aciona o sinal verde — uma ótima<br />
opção para despejar a ansiedade, mas com efeito muitas<br />
vezes nulo. Em Nova York, esses sistemas estão<br />
desligados desde a década de 1980. Mesmo assim,<br />
milhares de pessoas o utilizam diariamente.<br />
É um exemplo do que especialistas chamam de “botões de<br />
aceleração”. Na teoria, deixam as coisas mais rápidas. Na<br />
prática, servem para ser apertados e só. Confesse: que<br />
raios fazemos com os dois segundos, no máximo, que<br />
economizamos ao acionar aquelas teclas que fecham a<br />
porta do elevador? E quem disse que apertá-las, duas,<br />
quatro, dez vezes, vai melhorar a eficiência?<br />
Elevadores, aliás, são ícones da pressa em tempos velozes.<br />
Os primeiros modelos se moviam a vinte centímetros por<br />
236
segundo. Hoje, o mais veloz sobe doze metros por<br />
segundo. E, mesmo acelerando, estão entre os maiores<br />
focos de impaciência. Engenheiros são obrigados a<br />
desenvolver sistemas para conter nossa irritação, como<br />
luzes ou alarmes cuja única função é aplacar a ansiedade<br />
da espera. Até onde isso vai?<br />
SÉRGIO GWERCMAN<br />
Adaptado de .<br />
O artigo de opinião em destaque transmite uma crítica<br />
quanto a um problema de ordem social, causador de<br />
impaciência, inquietude e irritação. Dentro dessa linha, a<br />
mensagem que o autor quer expressar para o leitor é a de<br />
que...<br />
a) Os avanços tecnológicos, especialmente a sofisticação<br />
dos meios de transporte, têm conseguido conter a<br />
impaciência das pessoas.<br />
b) As pessoas não estão conseguindo conter sua ansiedade<br />
em acelerar o tempo, o que tem gerado efeitos maléficos<br />
em sua rotina.<br />
c) Os únicos indivíduos que conseguem ter qualidade de<br />
vida por estrem imunes à pressa são os pedestres que<br />
“podem apertar o botão que aciona o sinal verde”.<br />
d) Se não fossem pelo que é chamado “botões de<br />
aceleração”, a vida das pessoas seria cada vez mais<br />
corrida, gerando impaciência e irritação.<br />
e) Impaciência e irritação são consequências maléficas<br />
que a sociedade tem encontrado ao não ser capaz de<br />
aprimorar os objetos que podem abreviar seu esforço e<br />
trabalho, como elevadores, carros e semáforos.<br />
QUESTÃO 15<br />
Reproduzimos abaixo a chamada de capa e a notícia<br />
publicadas em um jornal brasileiro que apresenta um<br />
estilo mais informal.<br />
Governo quer fazer a galera pendurar a chuteira mais<br />
tarde<br />
Duro de parar Como a vovozada vive até mais tarde, a<br />
intenção, agora, é criar regra para aumentar a idade<br />
mínima exigida para a aposentadoria; objetivo é impedir<br />
que o INSS quebre de vez Página 12<br />
Descanso mais longe<br />
O brasileiro tá vivendo cada vez mais – o que é<br />
bom. Só que quanto mais ele vive, mais a situação do<br />
INSS se complica, e mais o governo trata de dificultar a<br />
aposentadoria do pessoal pelo teto (o valor integral que a<br />
pessoa teria direito de receber quando pendura as<br />
chuteiras) – o que não é tão bom.<br />
A última novidade que já tá em discussão lá em<br />
Brasília é botar pra funcionar a regra 85/95, que diz que<br />
só se aposenta ganhando o teto quem somar 85 anos entre<br />
idade e tempo de contribuição (se for mulher) e 95 anos<br />
(se for homem).<br />
Ou seja, uma mulher de 60 anos só levaria a<br />
grana toda se tivesse trampado registrada por 25 anos<br />
(60+25=85) e um homem da mesma idade, se tivesse<br />
contribuído por 35 (60+35=95).<br />
Quem quiser se aposentar antes, pode – só que<br />
vai receber menos do que teria direito com a conta<br />
fechada.<br />
(notícia JÁ, Campinas, 30/06/2012, p.1 e 12.)<br />
A linguagem coloquial, informal ou popular é uma<br />
linguagem utilizada no cotidiano em que não se exige a<br />
atenção total da gramática, de modo que haja mais fluidez<br />
na comunicação oral. Usam-se muitas gírias e palavras<br />
que, na linguagem formal, não estão registradas ou têm<br />
outro significado. Apesar disso, alguns tipos de textos<br />
jornalísticos fazem uso desse tipo de modalidade, como<br />
ocorre com o que está acima. Foge ao registro coloquial<br />
no texto o que se diz em:<br />
a) O brasileiro tá vivendo cada vez mais – o que é bom.<br />
b) (...) e mais o governo trata de dificultar a aposentadoria<br />
do pessoal pelo teto...<br />
c) A última novidade que já tá em discussão lá em<br />
Brasília...<br />
d) Ou seja, uma mulher de 60 anos só levaria a grana toda<br />
se tivesse trampado registrada por 25 anos (60+25=85)<br />
e) Quem quiser se aposentar antes, pode – só que vai<br />
receber menos do que teria direito com a conta fechada.<br />
237
QUESTÃO 16<br />
Ao focalizar as lutas dos excluídos ao longo da História,<br />
os quadrinhos contrapõem, com ironia, a realidade dessas<br />
lutas do presente com as bandeiras levantadas em épocas<br />
em:<br />
a) Os slogans de antes exigiam direitos civis e cidadania<br />
para todos, propunham uma organização social mais justa<br />
e igualitária em que os direitos básicos dos cidadãos<br />
fossem respeitados.<br />
passadas. Comparando os slogans antigos e os atuais e<br />
analisando os valores a eles implícitos, considera-se como<br />
equivocada a afirmação feita<br />
b) As exigências das reivindicações pretéritas tinham<br />
caráter social e coletivo e desejavam o bem-estar de todas<br />
as pessoas.<br />
c) Os slogans do século XX são propagados pela mídia e<br />
seus apelos que conclamam as pessoas a se voltarem para<br />
o consumo de bens materiais.<br />
238
d) Embora os avanços históricos estejam sempre em<br />
constante mudança, o caráter das reivindicações é sempre<br />
algo legítimo, independentemente do contexto social.<br />
e) O texto expressa crítica aos valores mercantilistas da<br />
sociedade contemporânea, contraste entre os valores e<br />
ideais do passado e os do presente e predomínio de<br />
interesses individuais em detrimento dos coletivos.<br />
QUESTÃO 17<br />
Este texto foi extraído de um conto de Monteiro Lobato,<br />
cujo personagem principal enlouquece, quando vê seu<br />
cafezal inteiramente destruído pela geada.<br />
E a geada veio! Não geadinha mansa de todos os<br />
anos, mas calamitosa, geada cíclica, trazida em ondas do<br />
Sul.<br />
O sol da tarde, mortiço, dera uma luz sem<br />
luminosidade, e raios sem calor nenhum. Sol boreal,<br />
tiritante. E a noite caíra sem preâmbulos.<br />
Deitei-me cedo, batendo o queixo, e na cama,<br />
apesar de enleado em dois cobertores, permaneci<br />
entanguido uma boa hora antes que ferrasse no sono.<br />
Acordou-me o sino da fazenda, pela madrugada.<br />
Sentindo-me enregelado, com os pés a doerem, ergui-me<br />
para um exercício violento. Fui para o terreiro.<br />
O relento estava de cortar as carnes – mas que<br />
maravilhoso espetáculo! Brancuras por toda a parte. Chão,<br />
d) subjetiva amparada pelo uso de comparações ou<br />
expressões metafóricas como “vestir-se dum<br />
esplendoroso véu de noiva”.<br />
e) De todos os fatores de composição que constroem o<br />
entendimento textual, destaca-se o caráter argumentativo<br />
como o narrador-personagem aborda o problema.<br />
f) O que prevalece no texto como fator de elaboração são<br />
as antíteses criadas pelo autor como em “Não geadinha<br />
mansa de todos os anos, mas calamitosa”.<br />
árvores, gramados e pastos eram, de ponta a ponta, um só<br />
atoalhado branco. As árvores imóveis, inteiriçadas de frio,<br />
pareciam emersas dum banho de cal. Rebrilhos de gelo<br />
pelo chão. Águas envidradas. As roupas dos varais, tesas,<br />
como endurecidas em goma forte. As palhas do terreiro,<br />
os sabugos de ao pé do cocho, a telha dos muros, o topo<br />
dos moirões, a vara das cercas, o rebordo das tábuas – tudo<br />
polvilhado de brancuras, lactescente, como chovido por<br />
um suco de farinha. Maravilhoso quadro! Invariável que é<br />
a nossa paisagem, sempre nos mansos tons do ano inteiro,<br />
encantava sobremodo vê-la súbito mudar, vestir-se dum<br />
esplendoroso véu de noiva – noiva da morte, ai!...<br />
Monteiro Lobato, O drama da geada, in Negrinha. São Paulo: Brasiliense, 1951.<br />
Levando em consideração as diferentes formas de<br />
elaboração textual, percebe-se que o autor do trecho acima<br />
se valeu de um tipo específico de texto, a fim de produzir<br />
um efeito literário que aguçasse a imaginação do leitor e<br />
o transportasse para o cenário da leitura. Sobre isso, é<br />
correto dizer que:<br />
a) É apresentado um trecho predominantemente narrativo,<br />
em que se fazem presentes várias figuras de linguagem<br />
como a metonímia, a sinestesia e a metáfora.<br />
b) Prevalece a estrutura narrativa acompanhada de alguns<br />
fragmentos descritivos que fazem uso predominante da<br />
linguagem figurada.<br />
c) Predomina a descrição<br />
239
QUESTÃO 18<br />
O texto publicitário em evidência transmite sua mensagem<br />
escrita amparada pelo aspecto não-verbal. Ou seja, o<br />
entendimento do que é dito<br />
pelas palavras é ampliado com a análise oferecida pelo<br />
desenho, estratégia comum ao tipo de texto em evidência.<br />
Sobre esse aspecto constitutivo, é correto dizer que:<br />
QUESTÃO 19<br />
TEXTO I<br />
Alguns anos vivi em Itabira.<br />
Principalmente nasci em Itabira.<br />
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.<br />
Noventa por cento de ferro nas calçadas.<br />
Oitenta por cento de ferro nas almas.<br />
E esse alheamento do que na vida é porosidade e<br />
comunicação.<br />
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,<br />
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e<br />
sem horizontes.<br />
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,<br />
é doce herança itabirana.<br />
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:<br />
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;<br />
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;<br />
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;<br />
este orgulho, esta cabeça baixa...<br />
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.<br />
Hoje sou funcionário público<br />
Itabira é apenas uma fotografia na parede.<br />
Mas como dói!<br />
ANDRADE, Carlos Drummond de. Confidência do Itabirano. In: MORICONI,<br />
Italo (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro:<br />
Objetiva, 2001. p. 97-98.<br />
a) A principal relação entre as palavras e a parte nãoverbal<br />
diz respeito ao uso do vocábulo Amazônia e à<br />
imagem de uma folha de árvore.<br />
b) As nervuras da folha assemelham-se a desenhos de<br />
rotas e caminhos traçados em mapas relacionando-se,<br />
desta forma, com a expressão “mapeamento logístico”,<br />
c) O que atrai a atenção do leitor é a aparente oposição<br />
existente entre a imagem e sua negação por meio da<br />
escrita.<br />
d) O objetivo da mensagem é a negação irônica do trecho<br />
verbal, já que esta não pode se conciliar com nenhuma<br />
atitude de preservação.<br />
e) O que fundamenta a elaboração argumentativa do<br />
anúncio publicitário é a temática da preservação ambiental<br />
e sua relação com a tentativa de fomentar o<br />
desenvolvimento na região da Amazônia.<br />
TEXTO II<br />
Meu caminho pelo mundo<br />
Eu mesmo traço<br />
A Bahia já me deu<br />
Régua e compasso<br />
Quem sabe de mim sou eu<br />
Aquele abraço!<br />
Pra você que me esqueceu<br />
Ruuummm!<br />
Aquele abraço!<br />
Alô Rio de Janeiro<br />
Aquele abraço!<br />
Todo o povo brasileiro<br />
Aquele abraço!<br />
GIL, Gilberto. Aquele abraço. Disponível em: . Acesso em: 23 ago. 2011. Fragmento.<br />
Lendo o poema de Carlos Drummond de Andrade e o<br />
fragmento da canção “Aquele abraço”, de Gilberto Gil, é<br />
possível identificar a presença da terra natal na<br />
configuração da vida de cada sujeito lírico. A ideia que,<br />
nesse contexto, aparece como análise comum aos dois<br />
textos é:<br />
a) Ambos os sujeitos líricos demonstram sentimento de<br />
orgulho pela origem, sendo que, no segundo isso ocorre<br />
sem especificações.<br />
b) Ambos os textos demonstram a mesma intensidade de<br />
saudosismo pelos locais de origem.<br />
c) Enquanto que no texto I a saudade por Itabira é<br />
relativizada, no segundo, mostra-se como superada.<br />
240
d) A expressão “Mas como dói!” do texto I possui o<br />
mesmo grau de importância no texto II quando o eu-lírico<br />
afirma “Pra você que me esqueceu”.<br />
e) Os dois textos apontam como superadas todas<br />
reminiscências que os ligam à terra natal.<br />
QUESTÃO 20<br />
Ocorre na tirinha a análise de um personagem construída<br />
por meio de um pressuposto: o de que o acordo ortográfico<br />
promoveria a unidade da língua em todos os países<br />
lusófonos. A partir dos fatos comprovados na história,<br />
percebe-se que tal expectativa, ao final do texto, é<br />
quebrada, pois...<br />
a) ... se mostra que é impossível que tal iniciativa possa<br />
dar certo.<br />
b) ... há diferenças linguísticas que não são aceitas de<br />
forma alguma por ambos os lados.<br />
c) ... existem diferenças profundas na gramática da língua<br />
portuguesa no Brasil em relação à gramática em Portugal.<br />
d) ... se comprova que, embora se possa unificar a<br />
ortografia nos dois países, as variantes sempre existirão.<br />
e) ... os falantes do Brasil, diferentemente dos<br />
portugueses, não estão preparados para lidar com as<br />
diferenças de ordem de vocabulário.<br />
GABARITO<br />
1- D<br />
2- E<br />
3- B<br />
4- A<br />
5- C<br />
6- A<br />
7- B<br />
8- E<br />
9- E<br />
10- D<br />
11- C<br />
12- A<br />
13- C<br />
14- B<br />
15- E<br />
16- D<br />
17- C<br />
18- B<br />
19- A<br />
20- D<br />
241
SIMULADO DE MAIO<br />
QUESTÃO I<br />
Texto I<br />
“No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de<br />
nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite.<br />
Houve um momento em que o silêncio foi tão grande<br />
escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia<br />
tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que<br />
chamaram de Macunaíma. Já na meninice fez coisas de<br />
sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não<br />
falando. Si o incitavam a falar exclamava:<br />
— Ai! Que preguiça!...”<br />
ANDRADE, Mário; Macunaíma.<br />
Fonte: http://www.cpv.com.br/cpv_vestibulandos/livros/litobr4901.pdf<br />
Texto II<br />
“Além, muito além daquela serra, que ainda azula no<br />
horizonte, nasceu Iracema.<br />
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos<br />
mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu<br />
talhe de palmeira.<br />
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a<br />
baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.<br />
Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria<br />
o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira<br />
tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal<br />
roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra<br />
com as primeiras águas”.<br />
ALENCAR, José; Iracema<br />
Fonte: ttp://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/iracema.pdf<br />
Os romances citados acima configuram-se como registros<br />
em prosa a respeito da colaboração indígena no que se<br />
refere à formação do povo brasileiro. Sobre pontos de<br />
vista concordantes ou discordantes em relação à temática<br />
desenvolvida por cada fragmento, ao tentarem descrever a<br />
figura de cada personagem, é correto dizer que ambos os<br />
textos:<br />
a) Idealizam personagens capazes de transmitir as<br />
virtudes da nação brasileira.<br />
b) Apresentam uma abordagem um pouco limitada, na<br />
medida em que se restringem a focar apenas um dos<br />
elementos da cultura local.<br />
c) Expõem uma visão mais realista ao caracterizar o índio<br />
como falso herói.<br />
d) Representam visões e abordagens literárias díspares em<br />
relação a um elemento formador da cultura nacional.<br />
e) Demonstram uma preocupação literária em retratar a<br />
figura indígena e sua importância indiscutível,<br />
independente de qualquer época.<br />
QUESTÃO 2<br />
IMAGEM I<br />
IMAGEM II<br />
As imagens fotográficas são reveladoras de um momento<br />
particular e intrigante quanto à ocorrência de<br />
manifestações e protestos. Sobre o contexto de crítica<br />
apresentado pelos anúncios de posse das pessoas<br />
retratadas, está correto interpretá-los como:<br />
a) Atitude revolucionária ao expor questionamentos de<br />
ordem política.<br />
b) Forma bem humorada de explorar o tema.<br />
c) Um momento de reflexão desvinculado de crítica<br />
social.<br />
d) Uma alusão desprovida de mobilização popular.<br />
e) Um conflito de pensamentos contrastantes de caráter<br />
social.<br />
242
QUESTÃO 3<br />
Textos de campanha publicitária visam, quase sempre, a<br />
interferir na conduta e na forma de pensar de seus leitores.<br />
A partir das marcas verbais e não-verbais presentes no<br />
cartaz acima, é correto pensar que sua intencionalidade<br />
foi:<br />
a) Expor as dificuldades de se ter um trânsito tão<br />
complexo.<br />
b) Culpar unicamente o uso do carro como vilão maior da<br />
problemática abordada.<br />
Seja eu!<br />
Seja eu!<br />
Deixa que eu seja eu<br />
E aceita<br />
O que seja seu<br />
Então deita e aceita eu...<br />
Molha eu!<br />
Seca eu!<br />
Deixa que eu seja o céu<br />
E receba<br />
O que seja seu<br />
Anoiteça e amanheça eu...<br />
Beija Eu<br />
Marisa Monte<br />
(Fonte: http://letras.mus.br/marisa-monte/63)<br />
Muitos artistas se valem de um recurso conhecido como<br />
“Licença Poética” para driblar possíveis desvios de<br />
natureza gramatical na composição de suas canções. Ao<br />
desconsiderarmos tal recurso na música em evidência,<br />
percebemos que o eu-lírico:<br />
a) Utiliza a modalidade formal erudita nos versos de sua<br />
canção.<br />
c) Fazer uso de marcas linguísticas indicadoras de<br />
impessoalidade, já que a mensagem se direciona um tipo<br />
de leitor específico.<br />
d) Apontar a cidade mencionada como vítima de uma<br />
problemática exclusiva.<br />
e) Conscientizar seus pares por meio de questionamentos<br />
de preocupação ambiental e social.<br />
QUESTÃO 4<br />
Beija eu!<br />
Beija eu!<br />
Beija eu, me beija<br />
Deixa<br />
O que seja ser...<br />
Então beba e receba<br />
Meu corpo no seu<br />
Corpo eu, no meu corpo<br />
Deixa!<br />
Eu me deixo<br />
Anoiteça e amanheça...<br />
b) Emprega maior expressividade aos versos, na medida<br />
em que escolhe a ordem indireta para elaborar as frases.<br />
c) Faz uso pronominal inadequado, ao marcar o<br />
complemento de alguns verbos com um pronome próprio<br />
da condição de Sujeito.<br />
d) Utiliza corretamente os verbos no modo imperativo,<br />
priorizando a terceira pessoa do discurso.<br />
e) Como forma de conferir maior expressividade aos<br />
versos, faz uso inadequado de todos os pronomes nas<br />
frases.<br />
243
QUESTÃO 5<br />
Ao longo da história da arte musical brasileira, pode-se<br />
dizer que muitos estilos foram criados, conferindo<br />
diferentes nuances ao que se chama MPB. Isso se deve por<br />
diferentes ritmos, arranjos, temáticas, melodias, letras, de<br />
a) “Por isso chame, chame, chame gente / Que a gente se<br />
completa, enchendo de alegria / A praça e o poeta...”<br />
(Chame Gente - Moraes Moreira)<br />
b) “Era um garoto que como eu / Amava os Beatles e os<br />
Rolling Stones / Girava o mundo sempre a cantar / As<br />
coisa lindas da América...” (Era um garoto... -<br />
Engenheiros do Hawaii)<br />
vários gênios e épocas, que, de forma multifacetada,<br />
buscaram traduzir uma expressividade própria, formando<br />
um verdadeiro caldeirão de cultura e criação.<br />
A partir disso, pode-se dizer que o fragmento de uma<br />
música a seguir que não representa, em sua origem, uma<br />
criação genuinamente brasileira está exposto em:<br />
c) “Olhe que coisa mais linda, mais cheia de graça / É ela<br />
menina que vem e que passa / Num doce balanço a<br />
caminho do mar...” (Garota de Ipanema – Tom Jobim)<br />
d) “Quando olhei a terra ardendo / Qual fogueira de São<br />
João / Eu perguntei a Deus do céu, ai / Por que tamanha<br />
judiação...” (Asa Branca – Luiz Gonzaga)<br />
e) “E o que me resta é só um gemido / Minha vida, meus<br />
mortos, meus caminhos tortos / Meu sangue latino, minha<br />
alma cativa...” (Sangue Latino – Secos e Molhados)<br />
QUESTÃO 6<br />
A charge acima apresenta uma crítica referente a uma das<br />
ações humanas num dado contexto. A partir de sua análise<br />
reflexiva, é possível explorar como raciocínio de<br />
consequência a seguinte ideia:<br />
a) Direcionamento humano relacionado a seu poder de<br />
decisão.<br />
b) Condicionamento do ser humano à felicidade.<br />
c) Controle da ascensão social dos indivíduos.<br />
d) Impossibilidade de expor a opinião contida.<br />
e) Impedimento do livre-arbítrio em direcionar suas<br />
ações.<br />
QUESTÃO 7<br />
Alexandre Garcia sobre caos em trem: 'Um ano de dignidade<br />
pisoteada'<br />
Edição do dia 27/01/2014<br />
27/01/2014 09h32 - Atualizado em 27/01/2014 09h32<br />
244
Nos noticiários de agora e do fim-de-semana, a gente vê aí:<br />
ônibus queimados – isso acontece quase todos os dias –,<br />
aviões que não conseguem desembarcar os passageiros, metrô<br />
com enguiço, trem que para no meio do trajeto. E mais do que<br />
as calculadas em dinheiro, as perdas mais importantes são em<br />
qualidade de vida e em tempo de vida, o que é impagável.<br />
Quem gasta a média otimista de 1 hora e 22 minutos por dia,<br />
em 20 anos, um ano inteiro terá sido perdido em trânsito, que<br />
é lugar nenhum: não se está nem casa nem no lugar de<br />
trabalho. Um ano de vida com a dignidade “pisoteada”.<br />
Nem todos tem a mesma sorte de só perder 1 hora e 22<br />
minutos. Tem gente que sai de casa às quatro da manhã para<br />
estar no trabalho às 7h30 ou 8h. E volta para casa na mesma<br />
escuridão com que saiu.<br />
Uma marchinha de Carnaval, refletindo um argumento usado<br />
na época na eleição presidencial, tinha a seguinte letra:<br />
"Quatro horas da manhã sai de casa o Zé Marmita, pendurado<br />
na porta do trem, Zé Marmita vai e vem”.<br />
A marchinha é de 1953 – mais de 60 anos atrás – quando o<br />
problema já era grave a ponto de merecer a crítica<br />
carnavalesca. Sessenta carnavais depois, o país e seus<br />
dirigentes não tiveram a capacidade de resolver o problema.<br />
Será que um dia vai ser resolvido?<br />
A partir da crítica feita pelo cronista, constata-se como<br />
correto o que se diz em:<br />
a) As marchinhas de carnaval configuram um importante<br />
e indispensável modo de protesto contra as mazelas<br />
sociais.<br />
b) O tempo gasto no trajeto para o trabalho é compensador<br />
para o usuário quando se estima um futuro próximo.<br />
c) O discurso do cronista é desvinculado de exemplos<br />
reais que possam embasar sua crítica, o que empobrece o<br />
argumento e o torna obsoleto.<br />
d) O péssimo serviço de transporte público que agride a<br />
dignidade dos usuários é um problema ignorado pelos<br />
nossos políticos há muito tempo.<br />
e) O tempo gasto no trajeto e na volta para o trabalho<br />
apontam qualidade de vida, na medida em que<br />
demonstram uma rotina controlada e saudável.<br />
QUESTÃO 9<br />
Deus chamou Lula, Barack Obama e Fidel Castro para<br />
uma<br />
conversa.<br />
- Chamei vocês aqui porque o mundo vai acabar e quero<br />
que digam isso ao seu povo, informou o Todo-Poderoso.<br />
Obama voltou para a casa e fez um pronunciamento em<br />
cadeia<br />
nacional:<br />
- People, tenho duas notícias: uma boa e outra ruim. A boa<br />
é que Deus existe, eu falei com ele pessoalmente. A má<br />
notícia é que o mundo vai acabar.<br />
Enquanto isso, em Cuba, Fidel reunia o povo em praça<br />
pública para as novas.<br />
- Mi pueblo querido, tenho duas más notícias. Uma é que<br />
Deus existe, eu falei com ele pessoalmente. A outra má<br />
notícia é que o mundo vai acabar, e vai junto com ele<br />
QUESTÃO 8<br />
O quadro acima “Os Retirantes” de autoria de Cândido<br />
Portinari foi produzido em 1944 e, enquanto manifestação<br />
artística, aponta uma situação concernente ao cenário<br />
social do nordeste brasileiro, no qual se percebe um<br />
quadro de:<br />
a) Desolação pela miséria enfrentada e busca por<br />
melhores condições de vida.<br />
b) Valorização da cultura do povo nordestino ao preservar<br />
seus costumes rurais.<br />
c) Perseverança quanto às possibilidades de colheita<br />
proporcionadas pela terra local.<br />
d) Orgulho por pertencer a um lugar rico de possibilidades<br />
agrárias.<br />
e) Frustração quanto à falta de oportunidade que os<br />
grandes centros não proporcionam ao povo nordestino.<br />
nuestro sueño socialista!<br />
Aí veio o Lula e reuniu a imprensa para uma coletiva:<br />
- Companheiros, tenho duas ótimas notícias. Uma é que<br />
Deus existe, falei com ele pessoalmente. A outra é que em<br />
breve vai acabar toda a pobreza, a fome, os juros altos e<br />
todos os impostos!<br />
Fonte: Leia mais<br />
em: http://www.clickgratis.com.br/piadas/profissoes/politicos/noticias-doplanalto.html#ixzz315HmRrFF<br />
Percebe-se como conclusão crítica do texto acima que:<br />
a) As ideologias políticas são capazes de promover o<br />
bem-estar social nos mais diferentes lugares.<br />
b) Ocorre uma transparência sadia e necessária<br />
envolvendo poder político e sociedade.<br />
245
c) O discurso político é capaz de manipular ou deturpar os<br />
fatos em favor da legitimação de um ponto de vista<br />
peculiar.<br />
d) O benefício social pode ser promovido a depender da<br />
visão que se tenha da sociedade.<br />
e) A visão do papel político dos governantes é similar no<br />
que tange aos esforços de promover o bem-estar social.<br />
QUESTÃO 10<br />
A essência da teoria democrática é a supressão de<br />
qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou na<br />
crença de que os conflitos e problemas humanos —<br />
econômicos, políticos, ou sociais — são solucionáveis<br />
pela educação, isto é, pela cooperação voluntária,<br />
mobilizada pela opinião pública esclarecida. Está claro<br />
que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos<br />
melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa<br />
científica nos campos das ciências naturais e das<br />
chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a<br />
mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses<br />
conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em<br />
termos que os tornem acessíveis a todos.<br />
Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.<br />
Uma conclusão correta para as ideias apontadas pelo<br />
produtor do texto acima está explicitada em:<br />
a) Um país democrático deve primar pela imposição da<br />
educação a fim de legitimar uma ideologia específica.<br />
b) A educação é vista como ferramenta capaz de<br />
transformar positivamente a sociedade.<br />
c) Existem diferentes tipos de conhecimento e, por isso,<br />
deve-se priorizar mais a área da educação conhecida como<br />
ciências sociais.<br />
d) Um país que se deseja democrático deve primar por<br />
uma qualidade educacional que nem sempre pode ser<br />
acessível a todos.<br />
e) A pesquisa científica é algo que prescinde das ciências<br />
naturais e sociais, pois estas não se fazem completamente<br />
necessárias ao desenvolvimento humano.<br />
QUESTÃO 11<br />
Sobre os fatos que acontecem na história acima e o seu entendimento, pode-se dizer que<br />
a) É um exemplo de que o pensamento lógico ajuda as pessoas a não serem ludibriadas.<br />
b) A racionalidade é sempre algo suscetível a ser frustrada.<br />
c) Não existe pensamento que possa beneficiar o indivíduo pelo raciocínio lógico.<br />
d) A lógica, graças a seu aspecto puramente abstrato, não é capaz de proporcionar resultados positivos ao homem.<br />
e) O raciocínio lógico desenvolvido inicialmente foi quebrado por uma ação instintiva do personagem.<br />
246
QUESTÃO 12<br />
Um anjo dorme aqui; na aurora apenas,<br />
disse adeus ao brilhar das açucenas<br />
sem ter da vida alevantado o véu.<br />
- Rosa tocada do cruel granizo –<br />
Cedo finou-se e no infantil sorriso<br />
passou do berço para brincar no<br />
céu!<br />
(Casemiro de Abreu)<br />
12- Marque a alternativa correta sobre o poema em<br />
análise:<br />
a) Trata de uma expressividade subjetiva que parte da<br />
visão de mundo do seu produtor sobre um fato,<br />
combinando as frases de modo especial.<br />
b) Baseia-se no registro jornalístico para expressar uma<br />
informação de forma objetiva para o leitor.<br />
c) Explica um acontecimento para comover o receptor,<br />
fazendo com que este aja de uma determinada forma.<br />
d) Privilegia o conteúdo em detrimento à forma, causando<br />
o efeito intencionado.<br />
e) Tem por finalidade a preocupação com o fator do canal,<br />
preocupando-se em manter o contato com o receptor.<br />
QUESTÃO 13<br />
Os anúncios de campanha comunitária visam, muitas<br />
vezes, à conscientização dos moradores, chamando-lhes a<br />
atenção para assuntos de importância geral. A partir disso,<br />
num determinado bairro de São Paulo, foi entregue aos<br />
moradores o texto a seguir contendo o seguinte dizer:<br />
II- Houve uma inadequação quanto à regência do verbo<br />
combater.<br />
III- O texto respeita integralmente as regras gramaticais,<br />
pois preza pela clareza.<br />
A partir das afirmações feitas sobre o anúncio acima, é<br />
correto o que se afirma em:<br />
a) I<br />
b) II<br />
c) III<br />
d) I e II<br />
e) II e III<br />
QUESTÃO 14<br />
Assinale a alternativa que faz análise correta do trecho a<br />
seguir que se refere a uma faixa de torcedores de futebol:<br />
NEYMAR VAI PRA CIMA DELES!<br />
a) Dever-se-ia colocar uma vírgula depois da palavra<br />
NEYMAR para se isolar um aposto explicativo.<br />
b) Da forma como foi elaborada, a frase expressa um<br />
pedido que é feito a NEYMAR.<br />
c) A colocação de uma vírgula depois da palavra<br />
NEYMAR alteraria a função sintática desta palavra e o<br />
sentido expresso na frase.<br />
d) A expressão PRA CIMA deveria vir isolada por<br />
vírgulas, por se tratar de um vocativo.<br />
e) O que faz com que a frase tenha um tom de imperativo<br />
é a colocação de uma exclamação ao final desta.<br />
Sobre isso, pode-se dizer que:<br />
I- O anúncio está escrito corretamente, segundo a norma<br />
culta.<br />
a) explicação<br />
b) ressalva<br />
c) conclusão<br />
d) constatação<br />
e) ironia<br />
QUESTÃO 16<br />
Um dia o menino mais velho ouviu de Sinhá Terta,<br />
durante uma reza para curar uma espinhela do pai, a<br />
palavra “inferno”. Daí surgiu na cabeça da curiosa<br />
criança a dúvida: o que é “inferno”.<br />
Perguntou à sua mãe. Distraída, disse que era “um lugar<br />
ruim demais”. O menino insistiu, querendo mais, e foi<br />
desprezado.<br />
QUESTÃO 15<br />
Sem escolaridade básica e sem experiência, afirmo que<br />
este candidato é “a melhor escolha para assumir o posto<br />
de prefeito da nossa cidade”.<br />
A partir da frase em evidência, percebe-se que a colocação<br />
das aspas se justifica por expressar ideia de:<br />
Perguntou ao pai, nem obteve resposta.<br />
Voltou à mãe e ela disse que havia lá espetos quentes e<br />
fogueiras. O garoto, inocente, perguntou se ela já havia<br />
visto. A mãe zangou-se e deu-lhe um cocorote.<br />
Indignado, o garoto saiu e pôs-se a chorar. A cachorra<br />
Baleia apareceu para consolá-lo, pulando e agitando o<br />
rabo. Ele não acreditava que um nome tão bonito como<br />
“inferno” poderia significar algo ruim. Aliás, não existia<br />
para ele lugar ruim, o chiqueiro, o barreiro, o pátio, o<br />
bebedouro, tudo que conhecia era bom. Mas lembrou-se<br />
de quando sua mãe carregava o baú e seu irmão sob o<br />
sol, e quando ele desmaiou de tanto calor, e quando<br />
precisaram parar sob um juazeiro para aguentarem a<br />
viagem. Talvez aquilo fosse “inferno”.<br />
(Vidas Secas, Graciliano Ramos, Capítulo 6)<br />
247
Sobre a passagem da obra de Graciliano Ramos acima,<br />
tendo o personagem “o menino mais velho” como<br />
referência, é correto dizer que:<br />
a) A falta de curiosidade do personagem é capaz de<br />
caracterizá-lo como um ser resignado.<br />
b) O questionamento do menino mais velho foi totalmente<br />
respondido, graças ao pleno conhecimento dos demais<br />
personagens.<br />
c) A presença de baleia no fragmento a caracteriza como<br />
ser inferior que é, pois suas ações não se igualam em<br />
termos de importância se comparadas aos personagens<br />
humanos.<br />
d) O contexto de vida do personagem é o único elemento<br />
capaz de auxiliá-lo a resolver o conflito de ordem<br />
intelectual em que se encontra.<br />
e) Em “tudo que conhecia era bom”, há um exemplo<br />
evidente do pensamento otimista do personagem, mesmo<br />
tendo a consciência dos fatores desfavoráveis que lhe<br />
dizem respeito.<br />
QUESTÃO 17<br />
Entrevistado por Clarice Lispector, para a pergunta<br />
“Como você encara o problema da maturidade?”, Tom<br />
Jobim deu a seguinte resposta: “Tem um verso do<br />
Drummond que diz: ‘A madureza, esta horrível<br />
prenda...’ Não sei, Clarice, a gente fica mais capaz, mas<br />
também mais exigente”.<br />
Nota: O verso citado por Tom Jobim é o início do poema<br />
“A ingaia ciência”, de Carlos Drummond de Andrade, e<br />
sua versão correta é: “A madureza, essa terrível<br />
prenda”.<br />
Sobre a resposta de Tom Jobim na entrevista dada à<br />
Clarice Lispector, é correto dizer:<br />
a) Ampara-se no sentido metafórico e literal ao mesmo<br />
tempo.<br />
b) Faz uso de um recurso linguístico e semântico próprio<br />
dos textos formais em prosa.<br />
c) Estrutura-se com um paradoxo para caracterizar<br />
ironicamente a “maturidade”.<br />
d) Caracteriza-se pela falta de clareza marcada pela<br />
sintaxe mal elaborada propositalmente.<br />
e) Retira do estilo da entrevistadora a inspiração para<br />
caracterizar a maturidade.<br />
QUESTÃO 18<br />
A sobrevivência dos meios de comunicação tradicionais demanda foco absoluto na qualidade de seu conteúdo. A internet é<br />
um fenômeno de desintermediação. E que futuro aguardam os meios de comunicação, assim como os partidos políticos e os<br />
sindicatos, num mundo desintermediado? Só nos resta uma saída: produzir informação de alta qualidade técnica e ética. Ou<br />
fazemos jornalismo de verdade, fiel à verdade dos fatos, verdadeiramente fiscalizador dos poderes públicos e com excelência<br />
na prestação de serviços, ou seremos descartados por um consumidor cada vez mais fascinado pelo aparente autocontrole<br />
da informação na plataforma virtual.<br />
(Carlos Alberto di Franco, Democracia demanda jornalismo independente. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14/10/2013, p. A2.)<br />
“Só nos resta uma saída: produzir informação de alta qualidade técnica e ética”.<br />
Sobre o desabafo do autor, tendo o assunto e seu contexto como referências de análise, é válido afirmar que<br />
a) A fala em destaque anuncia explicitamente o problema para o autor.<br />
b) Indiretamente, constrói-se uma crítica ao jornalismo atual e sua postura.<br />
c) Há uma defesa do modelo tradicional de se fazer jornalismo.<br />
d) O autor aponta que não há como fazer frente ao fenômeno do jornalismo instantâneo da internet.<br />
e) Há uma defesa da ética atual aplicada no jornalismo como forma de legitimar o trabalho mencionado.<br />
248
QUESTÃO 19<br />
Tendo como referência seus elementos verbais e nãoverbais,<br />
é correto afirmar que a mensagem do texto.<br />
a) É marcada pela ideia de oposição, no que diz respeito a<br />
seus elementos constitutivos.<br />
b) Estrutura-se por um discurso utópico.<br />
c) Tem na imagem da “Tartaruga” uma crítica ao modelo<br />
de interpretação da realidade.<br />
d) Apresenta o entendimento do tempo como algo de<br />
pouca relevância para o modelo de vida das pessoas.<br />
e) Faz uma comparação entre o passado e o futuro para<br />
legitimar um modelo de vida ideal.<br />
QUESTÃO 20<br />
Na mensagem do texto acima, pode-se constatar:<br />
a) A presença do aspecto visual como elemento capaz de<br />
anular uma visão crítica sobre o tema.<br />
b) A ambiguidade gerada pela presença da passagem<br />
“lavar as mãos” como forma de expressar um pensamento<br />
crítico e reflexivo.<br />
GABARITO<br />
1- D<br />
2- A<br />
3- E<br />
4- C<br />
5- B<br />
6- E<br />
7- D<br />
8- A<br />
9- C<br />
10- B<br />
c) Ausência de matéria concreta e objetiva para o que se<br />
propõe a debater.<br />
d) A responsabilidade do poder público como alvo da<br />
crítica para o problema mencionado.<br />
e) A importância da água para o uso diário das pessoas,<br />
que não têm o direito de ficarem privadas deste bem.<br />
11- E<br />
12- A<br />
13- B<br />
14- C<br />
15- E<br />
16- D<br />
17- C<br />
18- B<br />
19- A<br />
20- B<br />
249
SIMNULADO DE ABRIL<br />
LÍNGUA PORTUGUESA – SIMULADO<br />
UNIMONTES<br />
A recente crise entre o governo e o PMDB tem a<br />
ver, em última análise, com espaço de poder e cobiça por<br />
empregos públicos. Não desvalorizo a política partidária,<br />
mas creio que a demanda por melhor tratamento na<br />
indicação de ministros reflete o interesse do PMDB por<br />
nomeações para cargos que carreiam votos e<br />
financiamento de campanhas. Na área federal, mais de 20<br />
mil deles são preenchidos por indicação política.<br />
O primeiro serviço público profissional surgiu na<br />
China. A dinastia Qin (221-207 a.C.) selecionava<br />
funcionários à base de rigorosos concursos públicos, que<br />
depois serviam também para promoções. A dinastia Song<br />
(960-1279) proibiu altos funcionários de se relacionarem<br />
com parentes; membros da família real não podiam<br />
assumir cargos públicos. A dinastia Ming (1368-1644)<br />
estabeleceu a rotatividade de cargos a cada três anos. A<br />
ascensão da China muito deveu a esse profissionalismo,<br />
que viria a ser abolido em 1905, na dinastia Qing, em um<br />
dos momentos finais do longo declínio do país.<br />
No Ocidente, as ideias de profissionalização<br />
apareceram na Revolução Francesa (1789), mas o<br />
paradigma do serviço público moderno nasceu na<br />
Inglaterra vitoriana. Escândalos de incompetência,<br />
fisiologismo e corrupção deram origem à comissão<br />
Northcote-Trevelyan (1853), cujo relatório foi a base das<br />
mudanças. Entre as distorções identificadas estava a<br />
presença de analfabetos em empregos públicos. A<br />
comissão recomendou a criação do serviço público<br />
profissional, politicamente neutro e escolhido por mérito.<br />
Outras propostas foram adotadas ao longo do tempo,<br />
incluindo o estabelecimento, em 1855, de um órgão<br />
independente, ainda existente, para supervisionar a<br />
seleção de funcionários. Os servidores ficaram impedidos<br />
de concorrer a cargos eletivos. Dirigentes passaram a ser<br />
nomeados com o auxílio de consultorias independentes<br />
(headhunters). Hoje, pouco mais de 100 cargos<br />
dependem de indicação política, incluídos os ministros.<br />
A recente designação do novo presidente do Banco da<br />
Inglaterra (o banco central) foi precedida da publicação<br />
de edital para atrair candidatos. O escolhido foi um<br />
canadense.<br />
Nossas origens são outras. Herdamos tradições de<br />
Portugal patrimonialista, cujo serviço público era<br />
composto de fidalgos. Como disse Raymundo Faoro<br />
(1925-2003), comerciantes buscavam ser funcionários<br />
para se tornar nobres e obter benefícios pessoais. Aqui não<br />
foi diferente, segundo João Francisco Lisboa (1812-<br />
1863), para quem “indivíduos há que abrem mão de suas<br />
profissões, deixam ao amparo suas fazendas, desleixam o<br />
seu comércio, e se plantam na capital anos inteiros à<br />
espera de um emprego público”. Para Joaquim Nabuco<br />
(1849-1910), “o funcionalismo será a profissão nobre e<br />
a vocação de todos. Tomem-se, ao acaso, vinte ou trinta<br />
brasileiros em qualquer lugar onde se reúna a nossa<br />
sociedade mais culta: todos eles ou foram ou são, ou hão<br />
de ser, empregados públicos; se não eles, seus filhos”.<br />
No livro “Caráter e Liderança” (Mameluco, 2013),<br />
Luiz Felipe D’Ávila informa que dom Pedro II (1825-<br />
1891) defendia “a institucionalização da meritocracia<br />
no serviço público”, mas o primeiro esforço de<br />
modernização esperou até 1938, quando se criou o<br />
Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp)<br />
com a função de melhorar a máquina pública, assessorar<br />
o presidente da República e elaborar a proposta<br />
orçamentária. Muito se evoluiu desde então, mas o vasto<br />
número de cargos preenchidos por indicação política só<br />
aumentou.<br />
Já é hora de profissionalizar o serviço público,<br />
elegendo o mérito como critério único da escolha dos<br />
funcionários. Dirigentes de órgãos e entidades públicos,<br />
inclusive empresas estatais, deveriam ser nomeados com<br />
base em métodos competitivos. A melhoria da eficiência<br />
dos serviços públicos, a redução do potencial de corrupção<br />
e a moralização dos costumes seriam as consequências<br />
mais relevantes dessa verdadeira revolução, que<br />
equivaleria a uma ampla reforma política.<br />
Tudo isso contribuiria para a eficácia das políticas<br />
de governo, e estas reforçariam a estabilidade e a<br />
legitimidade da democracia brasileira. Espera-se surgir<br />
um candidato presidencial que empunhe essa bandeira.<br />
(Fonte: Maílson da Nóbrega, Veja, 2 de abril de 2014.)<br />
1- Sobre o texto, é incorreto dizer que:<br />
a) O profissionalismo no serviço público é considerado<br />
algo vantajoso para o país alcançar melhores resultados<br />
políticos.<br />
b) Critica-se a postura da política brasileira no que se<br />
refere ao modo de escolha dos representantes que devem<br />
gerir a máquina estatal.<br />
c) A nomeação de pessoas para cargos de confiança<br />
unicamente por indicação partidária é vista como algo<br />
propício a maus resultados na administração pública.<br />
d) Profissionalizar o serviço público é algo prescindível<br />
para que o país promova uma administração estatal<br />
eficiente.<br />
e) O interesse do PMDB em barganhar cargos públicos<br />
está inserido na crítica do articulista como fator que se<br />
opõe à meritocracia.<br />
250
2- Todas as afirmações a seguir são válidas de acordo com<br />
o texto, EXCETO:<br />
a) Na China, duas dinastias comprovam que contratar<br />
para o serviço público os que demonstram melhor<br />
competência é uma iniciativa válida quando se buscam<br />
resultados positivos.<br />
b) Na Inglaterra, o profissionalismo no serviço público foi<br />
capaz de combater os escândalos de incompetência,<br />
fisiologismo e corrupção a partir da comissão Northcote-<br />
Trevelyan em 1853.<br />
c) A herança patrimonialista portuguesa fez com que o<br />
serviço público no Brasil pudesse ser otimizado na<br />
atualidade.<br />
d) O pensamento de composição do quadro do<br />
funcionalismo público se baseia numa forma de<br />
pensamento, segundo o articulista, atrasada e nociva à<br />
eficiência dos serviços.<br />
e) A escolha de um canadense para assumir o Banco da<br />
Inglaterra é um exemplo de que, na meritocracia, critérios<br />
pessoais não devem influenciar na contratação do<br />
indivíduo para um cargo público, e sim sua competência.<br />
3- Marque a alternativa que faz uma análise correta sobre<br />
os fragmentos (encontram-se em negrito nos parágrafos<br />
indicados) do texto:<br />
a) “Na área federal, mais de 20 mil deles são preenchidos<br />
por indicação política”. (1º parágrafo) e “Hoje, pouco<br />
mais de 100 cargos dependem de indicação política,<br />
incluídos os ministros” (3º parágrafo) representam uma<br />
ideia de paradoxo entre duas formas de se pensar o serviço<br />
público.<br />
b) “A recente crise entre o governo e o PMDB tem a ver,<br />
em última análise, com espaço de poder e cobiça por<br />
empregos públicos” (1º parágrafo) exemplifica que a<br />
demonstração maior de meritocracia tem promovido o<br />
fato noticiado.<br />
c) “A ascensão da China muito deveu a esse<br />
profissionalismo, que viria a ser abolido em 1905, na<br />
dinastia Qing” (2º parágrafo), a dinastia Qing representou<br />
durante muito tempo um exemplo de profissionalismo e<br />
prosperidade no país mencionado.<br />
d) “Para Joaquim Nabuco (1849-1910), ‘o funcionalismo<br />
será a profissão nobre e a vocação de todos’....” (4º<br />
parágrafo) tal fala representa justamente a visão defendida<br />
pelo articulista, ou seja, as pessoas devem ser movidas<br />
pelo mérito para assumirem um cargo público.<br />
e) “No livro “Caráter e Liderança” (Mameluco, 2013),<br />
Luiz Felipe D’Ávila informa que dom Pedro II (1825-<br />
1891) defendia “a institucionalização da meritocracia no<br />
serviço público...” (5º parágrafo) esta afirmação<br />
comprova que o atraso da mentalidade de se pensar o<br />
quadro de servidores se originara desde o Segundo<br />
Reinado.<br />
4- Sobre o quinto e sexto parágrafos, de acordo com as<br />
ideias defendidas pelo articulista, é correto pensar que<br />
NÃO colabora com um serviço público eficiente o<br />
seguinte fato:<br />
a) melhorar a máquina pública<br />
b) assessorar o presidente da República<br />
c) elaborar a proposta orçamentária<br />
d) o vasto número de cargos preenchidos por indicação<br />
política<br />
e) eleger o mérito como critério único da escolha dos<br />
funcionários<br />
5- A partir das ideias expostas, é correto dizer que o autor<br />
espera que haja:<br />
a) Política partidária<br />
b) Reforma política<br />
c) Tradição patrimonialista<br />
d) Candidato presidencial<br />
e) Mais nomeações de cargos públicos<br />
6- Leia:<br />
“A melhoria da eficiência dos serviços públicos, a redução<br />
do potencial de corrupção e a moralização dos costumes<br />
seriam as consequências mais relevantes dessa verdadeira<br />
revolução, que equivaleria a uma ampla reforma política”.<br />
(6º parágrafo)<br />
A partir da leitura do fragmento acima e sua relação com<br />
as demais ideias expostas no texto, podem-se afirmar as<br />
seguintes ideias, EXCETO:<br />
a) Há uma preocupação com os resultados referentes ao<br />
serviço público.<br />
b) O uso da expressão “verdadeira revolução” leva à<br />
conclusão de que aquilo que o articulista propõe como<br />
saída para combater a ineficiência dos serviços públicos é<br />
algo que exigiria muito embate e discussão, a fim de se<br />
mudar a cultura política do país.<br />
c) “Corrupção” e “moralização” estabelecem um<br />
raciocínio de exclusão uma em relação à outra neste<br />
contexto.<br />
d) A reforma política pretendida pelo autor se torna uma<br />
consequência natural da eficiência dos serviços públicos.<br />
e) Pensar numa reforma política é imaginar algo hostil<br />
para as instituições do país.<br />
7- “Dirigentes de órgãos e entidades públicos, inclusive<br />
empresas estatais, deveriam ser nomeados com base em<br />
métodos competitivos”. (6º parágrafo)<br />
A partir do argumento desenvolvido no texto, é correto<br />
pensar que ratifica a ideia exposta acima o seguinte<br />
fragmento:<br />
a) A recente crise entre o governo e o PMDB tem a ver,<br />
em última análise, com espaço de poder e cobiça por<br />
empregos públicos. (1º parágrafo)<br />
251
) A dinastia Song (960-1279) proibiu altos funcionários<br />
de se relacionarem com parentes; membros da família real<br />
não podiam assumir cargos públicos. (2º parágrafo)<br />
c) Outras propostas foram adotadas ao longo do tempo,<br />
incluindo o estabelecimento, em 1855, de um órgão<br />
independente, ainda existente, para supervisionar a<br />
seleção de funcionários. (3º parágrafo)<br />
d) A recente designação do novo presidente do Banco da<br />
Inglaterra (o banco central) foi precedida da publicação de<br />
edital para atrair candidatos. O escolhido foi um<br />
canadense. (3º parágrafo)<br />
e) ... comerciantes buscavam ser funcionários para se<br />
tornar nobres e obter benefícios pessoais. (4º parágrafo)<br />
8- É INCORRETO o que se afirma sobre algum elemento<br />
do texto em (encontram-se destacados em negrito nos<br />
parágrafos indicados):<br />
a) Os termos “à base” (2º parágrafo) e “a base” (3º<br />
parágrafo) possuem equivalência morfossintática e só se<br />
diferenciam porque o uso da crase na 1ª ocorrência é<br />
facultativo.<br />
b) Os termos “funcionários” (2º parágrafo) e “cargos<br />
públicos” (2º parágrafo) possuem equivalência sintática<br />
ao complementarem o sentido dos respectivos vocábulos<br />
“selecionava” e “assumir”.<br />
c) Após a expressão “Entre as distorções identificadas”<br />
(3º parágrafo), há a necessidade de se colocar um sinal de<br />
vírgula, por se tratar de um termo deslocado.<br />
d) O vocábulo “Dirigentes” (3º parágrafo) exerce função<br />
paciente em relação à frase a que pertence.<br />
e) Os termos “do novo presidente do banco da Inglaterra”<br />
(3º parágrafo) e “de edital” (3º parágrafo) possuem<br />
equivalência sintática e semântica.<br />
9- Assinale a alternativa que faz uma análise legítima<br />
sobre o que expõe.<br />
a) O termo “por melhor tratamento” (1º parágrafo) exerce<br />
dependência gramatical em relação ao termo “política<br />
partidária” (1º parágrafo).<br />
b) O termo “por indicação política” (1º parágrafo)<br />
complementa o sentido da palavra “preenchidos”.<br />
c) O pronome “Outras” (3º parágrafo) em “Outras<br />
propostas” exerce função adjetiva, enquanto que “outras”<br />
(4º parágrafo) em “Nossas origens são outras” exerce<br />
papel substantivo.<br />
d) O termo “do serviço público” (3º parágrafo) exerce<br />
valor agente em relação à palavra “criação” (3º<br />
parágrafo).<br />
e) A oração “que dom Pedro II (1825-1891) defendia ‘a<br />
institucionalização da meritocracia no serviço<br />
público’...” (5º parágrafo) exerce função adjetiva e é<br />
iniciada por um pronome de natureza anafórica.<br />
10- “Outras propostas foram adotadas ao longo do tempo,<br />
incluindo o estabelecimento, em 1855, de um órgão<br />
independente, ainda existente, para supervisionar a<br />
seleção de funcionários”.<br />
Pode-se dizer que estabelece a mesma ideia que a<br />
destacada acima a seguinte oração:<br />
a) Alguns representantes, como dom Pedro II, tanto<br />
insistiram na meritocracia, que foi criado em 1938 o<br />
Departamento Administrativo do Serviço Público<br />
(Dasp).<br />
b) O serviço público não é eficiente no Brasil, pois<br />
heranças culturais históricas fizeram com que<br />
preferíssemos as nomeações por interesse.<br />
c) Métodos competitivos ajudam as instituições a<br />
alcançarem excelência no seu trabalho à medida que<br />
exigem o melhor desempenho funcional de seus<br />
candidatos.<br />
d) O serviço público não se tornou ainda eficiente porque<br />
a forma de se pensar a contratação de servidores não é<br />
vista como fator de meritocracia.<br />
e) É necessário que haja reforma política, a fim de<br />
melhorar o desempenho do serviço público.<br />
GABARITO<br />
1- D<br />
2- C<br />
3- A<br />
4- D<br />
5- B<br />
6- E<br />
7- D<br />
8- A<br />
9- C<br />
10- E<br />
252
QUESTÃO 01<br />
SIMULADO DE MARÇO<br />
d) A deficiência do ser retratado em não possuir mão-deobra<br />
qualificada e ser obrigado a se submeter a trabalho<br />
braçal de baixa remuneração.<br />
e) A valorização da imagem do retratado referente à força<br />
do trabalho nas lavouras e à riqueza proporcionada pela<br />
miscigenação local.<br />
QUESTÃO 02<br />
Briga de galo<br />
Em visita a uma pequena cidade do interior, um<br />
sujeito é convidado para assistir a uma rinha de galos.<br />
Vendo que todos estão apostando, ele também resolve<br />
jogar. Vira-se para um caipira, que fuma um cigarrinho de<br />
palha enquanto observa com muita atenção a luta dos<br />
bichos e pergunta:<br />
- Qual é o galo bom na próxima briga?<br />
- Óia, diz o caipira dando uma cusparada de lado,<br />
tem o galo branco e o galo preto. O bom é o branco.<br />
Confiante, o sujeito aposta toda a grana que tem no<br />
bolso no galo branco. Mas o bicho leva uma tremenda<br />
surra do galo preto.<br />
Indignado, ele pede explicações para o caipira:<br />
- Pô, você não me disse que o galo branco era o<br />
bom?<br />
- Uai, responde o caipira, o branco era o bom<br />
mesmo. Mas o marvado é o preto.<br />
(Fonte: http://taislc.blogspot.com.br/2009/01/cndido-portinari.html)<br />
A obra acima O Mestiço / 1934 de Cândido Portinari<br />
descreve um ser que possui os traços fortes e bem<br />
definidos, de aparência forte e de estatura alta. Sua<br />
expressão demonstra seriedade e dureza e seus braços<br />
cruzados traduzem imponência. A partir do entendimento<br />
do que a obra em destaque oferece quanto ao aspecto de<br />
riqueza cultural e histórica, é possível notar que sua<br />
expressão artística revela:<br />
a) A submissão do negro nas lavouras de café marcada<br />
por um cenário desolador de injustiça.<br />
b) A desigualdade social que relega os indivíduos de cor<br />
a possuírem funções subalternas e pouco valorizadas.<br />
c) A resistência que os escravos da época colocavam em<br />
prática ao comandarem comunidades quilombolas.<br />
(Fonte:http://humortadela.bol.uol.com.br/piadas)<br />
No texto acima, o uso de alguns vocábulos é capaz de<br />
interferir no fator semântico, provocando o humor do<br />
texto. Isso acontece na medida em que as variedades<br />
linguísticas presentes em relação às escolhas dessas<br />
palavras são capazes de:<br />
a) Expor quão confusos podem ser os dialetos existentes<br />
no país, o que acaba provocando o fator cômico do texto.<br />
b) Ridicularizar a figura do caipira que não consegue<br />
estabelecer contato satisfatório com o seu interlocutor.<br />
c) Influenciar na omissão de informações que ajudam a<br />
beneficiar um dos personagens, graças, no contexto, ao<br />
sentido ambíguo dos vocábulos “bom” e “marvado”.<br />
d) Demonstrar a ingenuidade de indivíduos da zona<br />
urbana ao não dominarem o estilo próprio que os<br />
habitantes da zona rural põem em prática com o seu<br />
dialeto específico.<br />
e) Associar o caráter de bondade e maldade à escolha da<br />
cor dos galos, a fim de representar o vencedor e o perdedor<br />
da briga.<br />
253
QUESTÃO 03<br />
Um A Zero<br />
Compositor: Pixinguinha, Benedito Lacerda E Nelson<br />
Ângelo<br />
Vai começar o futebol, pois é,<br />
Com muita garra e emoção<br />
São onze de cá, onze de lá<br />
E o bate-bola do meu coração<br />
É a bola, é a bola, é a bola,<br />
É a bola e o gol!<br />
Numa jogada emocionante<br />
O nosso time venceu por um a zero<br />
E a torcida vibrou<br />
Habilidade, tiro cruzado,<br />
Mete a cabeça, toca de lado,<br />
Não vale é pegar com a mão<br />
Aos quarenta do segundo tempo<br />
O jogo ainda é zero a zero<br />
Todo time quer ser campeão<br />
Tá lá um corpo estendido no chão<br />
São os minutos finais<br />
Vai ter desconto<br />
Mas, numa jogada genial<br />
Aproveitando o lateral<br />
Um cruzamento que veio de trás<br />
Foi quando alguém chegou<br />
Meteu a bola na gaveta<br />
E comemorou<br />
(Fonte: http://letras.mus.br/pixinguinha/697308/ adaptado)<br />
O choro “Um a zero”, de dois dos maiores mestres da<br />
música brasileira - Pixinguinha e Benedito Lacerda - foi<br />
composto em 1919. Muito tempo depois, ganharia letra<br />
feita pelo compositor Nelson Ângelo, um velho<br />
conhecido do Clube da Esquina. Sobre a composição da<br />
letra da música acima e a imagem provocada no<br />
imaginário do leitor-ouvinte, percebe-se que:<br />
a) Os versos dão dinamicidade similar aos movimentos<br />
produzidos numa partida de futebol, com todos os<br />
elementos que o caracterizam.<br />
b) Há a marca do futebol moderno que preza pela<br />
estratégia e competitividade em detrimento do seu caráter<br />
plástico e emocionante.<br />
c) Os elementos focados deturpam a originalidade do<br />
esporte, além de não se prezar pela rima fixa nas estrofes.<br />
Meio-de-campo organizou<br />
E vem a zaga rebater<br />
Bate, rebate, é de primeira<br />
Ninguém quer tomar um gol<br />
É coisa séria, é brincadeira<br />
Bola vai e volta<br />
Vem brilhando no ar<br />
E se o juiz apita errado<br />
É que a coisa fica feia<br />
Coitada da sua mãe<br />
Mesmo sendo uma santa<br />
Cai na boca do povão<br />
Pode ter até bolacha<br />
Pontapé, empurrão<br />
Só depois de uma ducha fria<br />
É que se aperta a mão<br />
Ou não!<br />
d) O entendimento acerca do futebol extrapola seu<br />
contexto de realidade, haja vista a falta de caracterização<br />
emotiva do eu-lírico.<br />
e) A cultura do futebol está acima de qualquer coisa, no<br />
que se refere ao fato de caracterizar o povo brasileiro.<br />
QUESTÃO 04<br />
Brasil teve mais de 7 milhões de matrículas no ano<br />
passado<br />
Censo da Educação Superior - 17 de Setembro de<br />
2013<br />
O total de alunos matriculados na educação superior<br />
brasileira ultrapassou a marca de 7 milhões em 2012. É o<br />
que apontam os dados do Censo da Educação Superior<br />
divulgados pelo Ministério da Educação nesta terça-feira,<br />
17, em Brasília. Esse número representa aumento de 4,4%<br />
no período 2011–2012. Enquanto o número de matrículas<br />
nas instituições públicas cresceu 7%, o aumento na rede<br />
particular, responsável por 73% do total, foi de 3,5%.<br />
"Estamos em um sistema em forte expansão, com mais<br />
ingressantes que concluintes", observou o ministro da<br />
Educação, Aloizio Mercadante, ao apresentar os dados<br />
gerais do Censo da Educação Superior, durante entrevista<br />
coletiva concedida no MEC. "Não é tarefa fácil assegurar<br />
qualidade da expansão de acordo com a demanda por<br />
vagas. Temos um compromisso no MEC de assegurar a<br />
qualidade do ensino superior."<br />
"Temos 7,2 milhões de estudantes do ensino superior e 7,1<br />
milhões de inscritos no Enem [Exame Nacional do Ensino<br />
254
Médio]", lembrou Mercadante. "Temos um volume<br />
equivalente de estudantes no Enem querendo entrar na<br />
universidade."<br />
Os 7.037.688 alunos matriculados em cursos de graduação<br />
no Brasil estão distribuídos em 31.866 cursos, oferecidos<br />
por 2.416 instituições — 304 públicas e 2.112<br />
particulares. O total de estudantes que ingressaram no<br />
ensino superior em 2012 chegou a 2.747.089. O número<br />
de concluintes, a 1.050.413. No período 2011-2012, o<br />
número de ingressantes nas instituições de educação<br />
superior cresceu 17,1%.<br />
Fonte: http://portal.inep.gov.br/visualizar/-/asset_publisher/6AhJ/content /<br />
adaptado<br />
Num texto que se valha de estatísticas, os dados que são<br />
apresentados costumam ter efeito determinante no<br />
entendimento pretendido pelo autor. Percebe-se que a<br />
d) O setor de ensino superior passa por um momento<br />
delicado, já que o número da demanda é<br />
e) Graças ao enorme número de alunos concluindo o<br />
ensino superior, a tendência é que o mercado de trabalho<br />
fique cada vez mais exigente quanto ao currículo dos<br />
notícia acima apresenta números que, no contexto, ajudam<br />
o receptor a formular um entendimento de consequência<br />
sobre o que é apresentado. Essa afirmação se faz presente<br />
em:<br />
a) Apesar de representar o maior número de estudantes no<br />
ensino superior, o setor público obteve menor crescimento<br />
do que o privado entre 2011-2012.<br />
b) Embora tenha elevado o número de alunos que<br />
ingressaram no ensino superior, garantir qualidade a essas<br />
instituições ainda representa um grande desafio para o<br />
país.<br />
c) O ministro da Educação afirmou que não há vagas nas<br />
instituições públicas de ensino superior para todos os<br />
alunos, já que o número de estudantes nessas instituições<br />
e os que fizeram o ENEM se equivale.<br />
desproporcionalmente superior ao que instituições<br />
públicas e privadas podem oferecer.<br />
alunos, o que pode provocar discriminação no mercado de<br />
trabalho.<br />
QUESTÃO 05<br />
Sobre o entendimento da tirinha acima construído pelos elementos linguísticos presentes, é correto afirmar que:<br />
a) O vocábulo “péssimo” no primeiro quadrinho é um elemento que aponta uma circunstância do desempenho do personagem<br />
que fala.<br />
b) A repetição da palavra “péssimo” no primeiro quadrinho atenua o sentimento de indignação expresso pelo personagem<br />
detentor da fala.<br />
c) A expressão “pra” no terceiro quadrinho representa a modalidade formal da língua, para indicar uma ideia de finalidade.<br />
d) O pronome “isto” no último quadrinho é um elemento indicativo de algo próximo do emissor da mensagem.<br />
e) A expressão “se eu viesse” no terceiro quadrinho preza pelo caráter de certeza em relação ao passado atribuído ao contexto<br />
de queixa do personagem.<br />
255
QUESTÃO 06<br />
Governo pode adiar obrigação de airbag e ABS nos automóveis fabricados no Brasil<br />
11/12/2013 - Daniel Lima<br />
Repórter da Agência Brasil<br />
Brasília - A melhoria na segurança dos carros brasileiros deve ficar para depois. O ministro da Fazenda, Guido Mantega,<br />
informou hoje (11) que, na semana que vem, deverá se reunir com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos<br />
Automotores (Anfavea) para discutir a postergação da medida, prevista para entrar em vigor em 2014.<br />
O ministro esteve reunido com o setor, segunda-feira, em São Paulo. “Estamos discutindo as questões de segurança que<br />
seriam acrescentadas a partir de 2014, e estamos preocupados com o impacto sobre o preço do carro, pois elevaria o preço<br />
de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil”, disse.<br />
Mantega também disse que o assunto ainda está em estudo, mas é possível que o governo adie a entrada em vigor das<br />
exigências. “Hoje, 60% dos veículos já têm os equipamentos e passaria para 100%. Então, nós vamos diferir em um a dois<br />
anos. Fecharemos [a decisão] na semana que vem”, disse.<br />
A mudança, imposta pelas resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) 311/2009 e 380/2011prevê,<br />
respectivamente, a instalação de airbag duplo (motorista e passageiro da frente) e freios ABS em 100% dos automóveis<br />
fabricados no país.<br />
Edição: Davi Oliveira<br />
Fonte: http://www.ebc.com.br/noticias/economia/2013/12/governo-pode-adiar-obrigacao-de-airbag-e-abs-nos-automoveis-fabricados-no<br />
Toda notícia visa a uma transmissão de informação referente ao cotidiano. É importante atentar-se a todos os elementos que<br />
a compõem com o objetivo de abstrair a intencionalidade do produtor. A partir da leitura do texto acima e do seu entendimento<br />
macroestrutural, é correto o que se afirma em:<br />
a) Entende-se que o ministro da Fazenda e o governo encontram-se numa situação desconfortável no que se refere ao não<br />
cumprimento das promessas de promover maior segurança aos proprietários de veículos.<br />
b) O ministro teve de impor as mudanças ao setor automotivo, já que este não colaborou com as alterações sugeridas no<br />
que se refere aos itens de segurança.<br />
c) Infere-se que o impacto financeiro sobre o custo de produção pode fazer com que o governo dilate o prazo de exigência<br />
das mudanças necessárias à segurança no que se refere à fabricação de veículos.<br />
d) Compreende-se que o governo está mais preocupado com a segurança dos consumidores do que com os impactos<br />
econômicos que podem ser gerados com o aumento no custo de fabricação de veículos.<br />
e) Aumentar o custo de produção pode fazer com que os veículos fiquem muito mais caros, criando um impacto profundo<br />
na economia do Brasil, já que não há consumidores dispostos a arcar com os custos de tamanha mudança.<br />
256
QUESTÃO 07<br />
O bicho<br />
Vi ontem um bicho<br />
Na imundice do pátio<br />
Catando comida entre os detritos.<br />
Quando achava alguma coisa,<br />
Não examinava nem cheirava:<br />
Engolia com voracidade.<br />
O bicho não era um cão,<br />
Não era um gato,<br />
Não era um rato.<br />
O bicho, meu Deus, era um homem!<br />
(Manuel Bandeira)<br />
Um dos papéis do poeta é expor a realidade de uma<br />
forma reveladora, que procure humanizar o universo<br />
circundante por meio de suas provocações “evidentes”;<br />
fazer a sociedade refletir sobre um óbvio não mais<br />
perceptível sob os olhos dos que só enxergam desejando<br />
não ver. Levando em consideração um contexto de “nãoestranhamento”<br />
por parte dessa sociedade sobre as<br />
discrepâncias sociais que lhe dizem respeito, é correto<br />
pensar que o poema de Bandeira em destaque:<br />
a) Denuncia o estado humano de comodismo frente às<br />
mazelas sociais.<br />
b) Expõe quão degradante é a condição do homem no<br />
que se refere à sua pobreza de espírito.<br />
c) Ao mesmo tempo em que demonstra um sentimento<br />
estarrecedor, desvela quão contraditória é uma condição<br />
humana particular.<br />
d) Questiona o caráter de racionalidade do homem,<br />
incapaz de solucionar seus problemas mais elementares.<br />
e) Indica a “desumanização” do indivíduo no que se<br />
refere à agressividade que este coloca em prática contra<br />
seus pares.<br />
QUESTÃO 08<br />
Texto I<br />
Pela vida – contra o aborto!<br />
Abimael Borges<br />
Não é preciso ser cristão para perceber que o aborto é uma<br />
maldição, mas, como cristão e como ser humano, sou<br />
totalmente contra essa prática. Falar de dignidade humana<br />
não exclui o ser humano integral. Penso que não há o que<br />
se discutir quanto ao início da vida, que preexiste ao<br />
nascimento na forma de mãe e pai. Discutir o momento da<br />
fecundidade como o momento do início de uma vida é<br />
desprezar a vida humana em sua essência. É preciso ter a<br />
sensibilidade que a morte não gera a vida, sendo esta,<br />
portanto, uma continuidade ininterrupta da existência<br />
natural. Somente a vida é capaz de dar origem a outra vida,<br />
sendo esta uma continuidade daquela, um ciclo glorioso<br />
que ninguém tem o direito de quebrar, legalizar ou facultar<br />
sua quebra.<br />
Quando uma mulher decide, por sua livre escolha, estar<br />
com um homem, ela não pode ser inocentada de sua<br />
responsabilidade enquanto genitora, para penalizar um<br />
feto. Podemos até planejar o momento em que queremos<br />
um bebê, mas jamais tirá-lo à força, por nossa liberalidade<br />
e luxúria, o fruto de nossa atitude procriadora.<br />
Eu considero que as pessoas têm o livre-arbítrio para<br />
pensar o sexo como diversão ou procriação, isso é uma<br />
decisão pessoal que não interfere na vida dos outros.<br />
Particularmente, vejo no sexo promíscuo forte degradação<br />
moral, irresponsável e capaz de despojar o ser humano de<br />
sua dignidade e amor próprio. Sexo é para ser feito com<br />
amor e amor é reponsabilidade para consigo e para com o<br />
outro, menos que isso é insanidade.<br />
(Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/redacoes/2527505)<br />
Texto II<br />
A QUESTÃO DO ABORTO<br />
Drauzio Varella<br />
Desde que a pessoa tenha dinheiro para pagar, o aborto é<br />
permitido no Brasil. Se a mulher for pobre, porém, precisa<br />
provar que foi estuprada ou estar à beira da morte para ter<br />
acesso a ele. Como consequência, milhões de adolescentes<br />
e mães de família que engravidaram sem querer recorrem<br />
ao abortamento clandestino, anualmente.<br />
Para se ter ideia, embora os números sejam difíceis de<br />
estimar, se contarmos apenas os casos de adolescentes<br />
atendidas pelo SUS para tratamento das complicações de<br />
abortamentos no período de 1993 a 1998, o número<br />
ultrapassou 50 mil. Entre elas, 3.000 meninas de dez a<br />
quatorze anos. É lógico que o ideal seria instruir as<br />
mulheres para jamais engravidarem sem desejá-lo, mas a<br />
natureza humana é mais complexa: até médicas<br />
ginecologistas ficam grávidas sem querer.<br />
Não há princípios morais ou filosóficos que justifiquem o<br />
sofrimento e morte de tantas meninas e mães de famílias<br />
de baixa renda no Brasil. É fácil proibir o abortamento,<br />
enquanto esperamos o consenso de todos os brasileiros a<br />
respeito do instante em que a alma se instala num<br />
agrupamento de células embrionárias, quando quem está<br />
morrendo são as filhas dos outros. Os legisladores<br />
precisam abandonar a imobilidade e encarar o aborto<br />
como um problema grave de saúde pública, que exige<br />
solução urgente.<br />
(Fonte: http://drauziovarella.com.br/mulher-2/gravidez/a-questao-do-aborto /<br />
adaptado)<br />
257
Um artigo de opinião busca expressar a defesa do ponto<br />
de vista pela ótica do seu produtor, que expõe suas ideias<br />
de forma particular. Sendo assim, o poder de<br />
argumentação neste tipo de texto responde pelo caráter de<br />
subjetividade aliado ao de argumentar. A partir disso,<br />
percebe-se que os dois textos acima apresentam idêntico<br />
papel, porém divergem no que se refere a apontar validade<br />
ou não da matéria. Sobre a concordância ou discordância<br />
do raciocínio quanto ao tema, está correto afirmar que:<br />
a) O primeiro duvida da existência do aborto no que se<br />
refere aos casos de estupro, já o segundo defende que o<br />
Estado promova cirurgias que garantam a segurança das<br />
mulheres.<br />
b) Ambos apelam para o caráter de direito e de defesa à<br />
vida, a fim de legitimarem seus pontos de vista, sendo<br />
que o primeiro pela visão do embrião e o segundo pela<br />
condição materna.<br />
c) O primeiro texto trafega por uma visão religiosa sobre<br />
o tema, sendo que o segundo condena tal tipo de<br />
pensamento para a abertura do debate.<br />
d) O primeiro condena somente as mulheres pelos atos<br />
de promiscuidade, enquanto que o segundo aponta a<br />
autonomia das mais pobres no que se refere à decisão de<br />
abortar ou não.<br />
e) O primeiro aponta o livre-arbítrio como problema da<br />
expansão do aborto, enquanto que o segundo ataca o<br />
pensamento do início da vida no momento da<br />
fecundação.<br />
QUESTÃO 09<br />
Antônio "Tom" Carlos Brasileiro de Almeida Jobim<br />
(Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927 – Nova Iorque, 08<br />
de dezembro de 1994) mais conhecido como Tom Jobim,<br />
foi um compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e<br />
violinista brasileiro. É considerado o maior expoente de<br />
todos os tempos da música brasileira pela revista Rolling<br />
Stone, e um dos criadores e uma das principais forças do<br />
movimento da Bossa Nova. Nascido no bairro da Tijuca,<br />
no Rio de Janeiro (na época Distrito Federal), Tom<br />
mudou-se com a família no ano seguinte para Ipanema,<br />
onde foi criado. A ausência do pai, Jorge de Oliveira<br />
Jobim, durante a infância e adolescência lhe impôs um<br />
contido ressentimento, desenvolvendo no maestro uma<br />
profunda relação com a tristeza e o romantismo melódico,<br />
transferido peculiarmente para as construções harmônicas<br />
e melódicas. Aprendeu a tocar violão e piano em aulas,<br />
entre outros, com o professor alemão Hans-Joachim<br />
Koellreutter, introdutor da técnica dodecafônica no Brasil.<br />
Pensou em trabalhar como arquiteto, chegando a cursar o<br />
primeiro ano da faculdade e até a se empregar em um<br />
escritório, mas logo desistiu e decidiu ser pianista. Tocava<br />
em bares e boates em Copacabana, como no Beco das<br />
Garrafas no início dos anos 1950, até que em 1952 foi<br />
contratado como arranjador pela gravadora Continental,<br />
onde trabalhou com Sávio Silveira. Além dos arranjos,<br />
também tinha a função de transcrever para a pauta<br />
as melodias de compositores que não dominavam a escrita<br />
musical. Datam dessa época as primeiras composições,<br />
sendo a primeira gravada "Incerteza", uma parceria<br />
com Newton Mendonça, na voz de Mauricy Moura.<br />
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Carlos_Jobim<br />
Os diferentes tipos de texto que existem permitem que se<br />
tenha ao alcance uma mensagem adequada para cada<br />
ocasião que se deseja transmitir algo. Sobre a<br />
personalidade acima e a forma como as informações são<br />
passadas, é correto dizer que o presente texto:<br />
a) Aponta informações referentes à existência de um dos<br />
maiores gênios da música brasileira, apresentando fatos<br />
sobre sua trajetória de vida pessoal e profissional.<br />
b) Narra fatos marcantes que dizem respeito à vida<br />
profissional do maior gênio da música brasileira, contada<br />
em capítulos.<br />
c) Descreve o intelecto do maior gênio da música popular,<br />
apontando suas angústias e inspirações a respeito do seu<br />
gênio incompreendido.<br />
d) Comenta aspectos de vida do grande gênio da música<br />
brasileira, apresentando uma análise laudatória sobre sua<br />
forma de criação.<br />
e) Apresenta uma linha informativa a respeito de um<br />
grande músico brasileiro, por meio de injunções que<br />
moldam o ponto de vista e o pensamento do leitor.<br />
258
QUESTÃO 10<br />
(Fonte: http://www.fas.curitiba.pr.gov.br/conteudo.aspx?idf=224)<br />
Falar sobre gêneros textuais se concebe como uma recorrência linguística, haja vista que várias são as circunstâncias sóciocomunicativas<br />
que compartilhamos cotidianamente. Uma delas é a de tentar entender o contexto de persuasão que um texto<br />
pode propor em<br />
relação a seus leitores. Sobre o entendimento do texto acima e seu papel social, é correto dizer que:<br />
a) O objetivo principal é esclarecer a população sobre determinado assunto, valendo-se de um caráter de efeito produzido<br />
pela expressão “Só pode ser brincadeira”.<br />
b) O texto visa a esclarecer a população sobre os malefícios de se tolerar o problema mencionado, fato este provocado<br />
principalmente pela imagem.<br />
c) Há uma crítica quanto ao problema mencionado, já que o texto satiriza o poder público com o uso da palavra “brincadeira”.<br />
d) Ao referir-se a um problema social, o texto em destaque expõe a marca do anunciante, com o objetivo principal de<br />
promovê-lo diante da sociedade.<br />
e) O texto produz a mensagem de forma objetiva, levando em consideração unicamente o caráter semântico primário da parte<br />
verbal.<br />
259
QUESTÃO 11<br />
CÁLICE<br />
(Chico Buarque e Gilberto Gil)<br />
Pai, afasta de mim esse cálice<br />
Pai, afasta de mim esse cálice<br />
Pai, afasta de mim esse cálice<br />
De vinho tinto de sangue<br />
Como beber dessa bebida amarga<br />
Tragar a dor, engolir a labuta<br />
Mesmo calada a boca, resta o peito<br />
Silêncio na cidade não se escuta<br />
Pai, afasta de mim esse cálice<br />
Pai, afasta de mim esse cálice<br />
Pai, afasta de mim esse cálice<br />
De vinho tinto de sangue<br />
Como é difícil acordar calado<br />
Se na calada da noite eu me dano<br />
Quero lançar um grito desumano<br />
Que é uma maneira de ser escutado<br />
Esse silêncio todo me atordoa<br />
Atordoado eu permaneço atento<br />
Na arquibancada pra a qualquer momento<br />
Ver emergir o monstro da lagoa<br />
De muito gorda a porca já não anda<br />
De muito usada a faca já não corta<br />
Como é difícil, pai, abrir a porta<br />
Essa palavra presa na garganta<br />
Esse pileque homérico no mundo<br />
De que adianta ter boa vontade<br />
Mesmo calado o peito, resta a cuca<br />
Dos bêbados do centro da cidade<br />
(Fonte: http://letras.mus.br/chico-buarque/45121/ adaptado)<br />
O texto em destaque acima corresponde a fragmentos de uma canção de autoria de Chico Buarque e Gilberto Gil produzida<br />
no ano de 1973. Esta música teve sua execução proibida durante anos no Brasil. Só foi lançada em disco em novembro de<br />
1978 no álbum Chico Buarque, tendo Milton Nascimento nos versos de Gil, e também em dezembro no<br />
álbum Álibi de Maria Bethânia.<br />
Tendo como base o conhecimento sobre a forma de composição artística de muitos autores no período citado, percebe-se que<br />
a criação da música em destaque:<br />
a) Faz uma exclusivista alusão ao trecho bíblico como forma de reforçar o caráter religioso da cultura local.<br />
b) Teve de ser censurada por evidente desrespeito aos valores pregados pelos militares que dirigiam o país na época.<br />
c) Só foi concluída com a ajuda de outros grandes artistas, por causa do exílio que os dois autores iniciais foram obrigados a<br />
sofrer.<br />
d) Estrutura-se por meio de um elaborado jogo de palavras para despistar a censura da ditadura militar.<br />
e) Possui baixa relevância artística, pois estrutura-se por meio de um caráter de criação simplista, fortemente reprimida pelo<br />
governo da época.<br />
260
QUESTÃO 12<br />
A partir da visualização da parte verbal e não verbal da mensagem acima, é pertinente afirmar que uma conclusão que se tem<br />
do anúncio é que:<br />
a) O cidadão comum depende exclusivamente do transporte público para combater o problema abordado.<br />
b) O uso de veículos particulares não colabora com a solução do problema.<br />
c) O transporte público e os veículos particulares não representam uma mobilidade sustentável.<br />
d) A saída mais viável para o problema de mobilidade é a construção de ciclo-faixas no perímetro urbano.<br />
e) O homem é o grande responsável pelos problemas que dizem respeito à falta de mobilidade urbana e ao desrespeito ao<br />
meio ambiente.<br />
QUESTÃO 13<br />
SÃO JOÃO CHEGOU! AS GRANDES FESTAS DAS CAPITAIS DO FORRÓ.<br />
Na viagem com Camila: 18/06/2012<br />
Estamos em pleno ciclo junino e a economia se movimenta, é feriado, as cidades mudam. Quem não é daqui nem tem noção<br />
da dimensão que o São João tem para nós. Não são só as festas de Caruaru e Campina Grande que concorrem pelo<br />
melhor/maior São João do mundo. Entram em cena também a gastronomia, a moda (sim, essa é uma das épocas que os<br />
nordestinos mais compram roupas e não são necessariamente roupas de matuto), as bandas de forró pé-de-serra e de forró<br />
estilizado. É realmente um período bem marcante para nós, nordestinos.<br />
Caruaru e Campina Grandre<br />
São as festas mais comerciais. Ambas as cidades disputam o título do melhor/maior São João. Apesar de serem festas<br />
grandes, com patrocinadores grandes também, cada uma investe em pontos diferentes. As duas cidades têm festas imensas,<br />
vou tentar aqui mostrar, em linhas gerais, o que cada cidade tem a oferecer.<br />
261
Caruaru tem o Pátio do Forró que é o ponto de encontro das pessoas, com shows todas as noites com artistas famosos. Há<br />
cidade cenográfica dentro do Pátio, mas lá costuma aglomerar muita gente, é festa de rua mesmo. Se você não é tão<br />
jovenzinho assim e prima pelo conforto pode não encontrar um lugar bacana no Pátio em si, mas na área da estação ferroviária,<br />
onde ficam restaurantes com uma infraestrutura maior. Há ainda o Alto do Moura, onde Vitalino vivia e produzia seus<br />
bonecos de barro. É possível visitar a casa de Vitalino que virou uma espécie de museu. Lá a galera jovem costuma ir passar<br />
o dia para, à noite, se encontrar no Pátio. Há festas fechadas também e as famosas Drilhas. Elas são quadrilhas estilizadas e<br />
temáticas e saem com trios elétricos no período da tarde.<br />
Campina Grande tem o Pátio do Povo. A ideia é semelhante à do Pátio do Forró com a diferença que há o que eles chamam<br />
de palhoças que tocam forró pé de serra (também há algo parecido em Caruaru, mas em Campina creio que elas funcionam<br />
melhor). Ainda nesta área ficam os restaurantes, as barraquinhas com brincadeiras, etc…<br />
(Fonte: http://naviagemcomcamila.wordpress.com/2012/06/18/sao-joao-chegou-as-grandes-festas-das-capitais-do-forro/adaptado)<br />
Um texto, para apresentar seu sentido maior (macroestrutura), depende de elementos menores (microestrutura) que ajudem a<br />
montá-lo na base do entendimento de cada frase. Trata-se da relação existente entre Coerência e Coesão a base fundamental<br />
para se estruturar um texto com a clareza necessária, a fim de que o leitor abstraia satisfatoriamente sua mensagem. A partir<br />
disso, pode-se afirmar como correta a firmação que é feita sobre um desses elementos que se encontram destacados no texto<br />
acima:<br />
a) A palavra “nordestinos” é utilizada com o propósito de indicar a circunstância de lugar onde se passam os festejos<br />
mencionados.<br />
b) A expressão “apesar de” marca um tom explicativo no contexto em que foi empregada.<br />
c) A conjunção “mas” foi usada exclusivamente como aditiva no contexto em que se encontra.<br />
d) A palavra “onde” retoma um termo anterior com a finalidade de projetá-lo na oração seguinte, indicando-lhe noção de<br />
lugar.<br />
e) O uso do pronome “eles” possui referência exata no contexto em que foi empregado, retomando um substantivo.<br />
QUESTÃO 14<br />
RESTOS DO CARNAVAL<br />
Não, não deste último carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as quartas-feiras de<br />
cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Como se as ruas e praças do Recife enfim<br />
explicassem para que tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta<br />
em mim. Carnaval era meu, meu. No entanto, na realidade, eu dele pouco participava.<br />
Mas houve um carnaval diferente dos outros. Tão milagroso que eu não conseguia acreditar que tanto me fosse dado, eu, que<br />
já aprendera a pedir pouco! É que a mãe de uma amiga minha resolvera fantasiar a filha e o nome da fantasia era no figurino<br />
Rosa. Para isso comprara folhas e folhas de papel crepom cor-de-rosa, com os quais, suponho, pretendia imitar as pétalas de<br />
uma flor. Boquiaberta, eu assistia pouco a pouco à fantasia tomando forma e se criando. Embora de pétalas o papel crepom<br />
nem de longe lembrasse, eu pensava seriamente que era uma das fantasias mais belas que jamais vira.<br />
Foi quando aconteceu, por simples acaso, o inesperado: sobrou papel crepom, e muito. E a mãe de minha amiga - talvez<br />
atendendo a meu mudo apelo, ao meu mudo desespero de inveja, ou talvez por pura bondade, já que sobrara papel - resolveu<br />
fazer para mim também uma fantasia de rosa com o que restara de material. Naquele carnaval, pois, pela primeira vez na vida<br />
eu teria o que sempre quisera: ia ser outra que não eu mesma.<br />
Muitas coisas que me aconteceram tão piores que estas, eu já perdoei. No entanto essa não posso sequer entender agora: o<br />
jogo de dados de um destino é irracional? É impiedoso. Quando eu estava vestida de papel crepom todo armado, ainda com<br />
os cabelos enrolados e ainda sem batom e ruge - minha mãe de súbito piorou muito de saúde, um alvoroço repentino se criou<br />
em casa e mandaram-me comprar depressa um remédio na farmácia. Fui correndo vestida de rosa - mas o rosto ainda nu não<br />
tinha a máscara de moça que cobriria minha tão exposta vida infantil - fui correndo, correndo, perplexa, atônita, entre<br />
serpentinas, confetes e gritos de carnaval. A alegria dos outros me espantava.<br />
Quando horas depois a atmosfera em casa acalmou-se, minha irmã me penteou e pintou-me. Mas alguma coisa tinha morrido<br />
em mim. E, como nas histórias que eu havia lido, sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu fora desencantada;<br />
não era mais uma rosa, era de novo uma simples menina. Desci até a rua e ali de pé eu não era uma flor, era um palhaço<br />
262
pensativo de lábios encarnados. Na minha fome de sentir êxtase, às vezes começava a ficar alegre, mas com remorso<br />
lembrava-me do estado grave de minha mãe e de novo eu morria.<br />
Só horas depois é que veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar. Um menino de uns<br />
12 anos, o que para mim significava um rapaz, esse menino muito bonito parou diante de mim e, numa mistura de carinho,<br />
grossura, brincadeira e sensualidade, cobriu meus cabelos já lisos de confete: por um instante ficamos nos defrontando,<br />
sorrindo, sem falar. E eu então, mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que enfim alguém me havia reconhecido:<br />
eu era, sim, uma rosa.<br />
Clarice Lispector – Felicidade Clandestina<br />
(Fonte: http://claricelispector.blogspot.com.br/2007/12/restos-do-carnaval.html)<br />
Uma das características das histórias de Clarice Lispector se refere à montagem do fator psicológico que molda a<br />
personalidade e interfere no estado de espírito de muitos de seus personagens. A partir do universo criado em relação à festa<br />
de Carnaval, no enredo, é correto afirmar que:<br />
a) Participar do carnaval todo ano sempre encantou o narrador-personagem, servindo-lhe de fuga do seu universo conflituoso.<br />
b) O momento de carnaval sempre proporcionou ao narrador-personagem euforia e felicidade por poder forjar aquilo que ela<br />
não era.<br />
c) O sentimento de alegria é uma consequência normal e comum no decorrer dos acontecimentos do enredo, não frustrando<br />
o narrador-personagem.<br />
d) Por possuir um pessimismo elevado, frente aos fatos que lhe dizem respeito, o carnaval é capaz de proporcionar algo hostil<br />
ao narrador-personagem, prejudicando-lhe mais ainda o estado de espírito.<br />
e) Ter a possibilidade de brincar o carnaval representaria uma fuga para os conflitos de ordem existencial e psicológica que<br />
dizem respeito à realidade do narrador-personagem.<br />
QUESTÃO 15<br />
Tendo por base o caráter reflexivo que as charges buscam agregar a suas ilustrações, percebe-se que, a partir da visualização<br />
da imagem acima, é correto inferir que o indivíduo de cor escura em relação a seus pares representa:<br />
a) Um ser acomodado que não evolui além do que se espera.<br />
b) Um ser alienado que reproduz o que os outros apontam.<br />
c) Um ser limitado que não consegue acompanhar o raciocínio do demais.<br />
d) Um ser diferenciado que detém mais conteúdo intelectual.<br />
e) Um ser revolucionário que contesta a ordem pré-estabelecida.<br />
263
QUESTÃO 16<br />
Suécia vê conta salgada e desiste de sediar Olimpíadas de 2022<br />
Correio do Brasil 18/01/2014<br />
Redação, com BBC - de Estocolmo<br />
A candidatura de Estocolmo para sediar as Olimpíadas de<br />
Inverno de 2022 foi enterrada praticamente em bloco<br />
pelos partidos políticos suecos, com apoio do próprio<br />
prefeito da capital sueca e também do primeiro-ministro<br />
da Suécia, Fredrik Reinfeldt. Três argumentos centrais<br />
orientaram a decisão, confirmada neste sábado: para os<br />
políticos da Suécia, um dos países mais ricos do mundo, a<br />
cidade tem prioridades mais importantes, a conta dos<br />
gastos para realizar o evento na cidade seria alta demais,<br />
e um eventual prejuízo com a organização dos Jogos teria<br />
que ser coberto com o dinheiro dos contribuintes.<br />
– Não posso recomendar à Assembleia Municipal que dê<br />
prioridade à realização de um evento olímpico.<br />
Precisamos priorizar outras necessidades, como a<br />
construção de mais moradia na cidade – disse o prefeito<br />
de Estocolmo, Sten Nordin, em declarações publicadas<br />
neste sábado pelo jornal Dagens Nyheter.<br />
Nos últimos dias, diversos partidos políticos vieram a<br />
público defender a rejeição à candidatura da cidade. Na<br />
avaliação dos partidos, o plano apresentado pelo Comitê<br />
Olímpico sueco apresentou cálculos pouco realistas e<br />
projeções exageradamente otimistas sobre a receita da<br />
venda de bilhetes para o evento. O orçamento previsto<br />
pelo Comitê para a realização dos Jogos era de<br />
aproximadamente 10 bilhões de coroas suecas, o<br />
equivalente a cerca de R$ 3,6 bilhões.<br />
– Quando se trata de custos deste calibre, os cidadãos que<br />
pagam impostos exigem de seus políticos mais do que<br />
previsões otimistas e boas intuições. Não é possível<br />
conciliar um projeto de sediar os Jogos Olímpicos com as<br />
prioridades de Estocolmo em termos de habitação,<br />
desenvolvimento e providência social – disse o secretário<br />
municipal de Meio Ambiente da capital sueca, Per<br />
Ankersjö, em artigo publicado quinta-feira no jornal<br />
Dagens Nyheter.<br />
A candidatura preliminar da Suécia aos Jogos foi<br />
apresentada pelo Comitê Olímpico sueco ao Comitê<br />
Olímpico Internacional (COI) em novembro passado. O<br />
plano do Comitê sueco foi então submetido à avaliação<br />
dos partidos que compõem o Conselho Municipal da<br />
capital sueca, dando início ao debate. “Apresentar uma<br />
candidatura aos Jogos Olímpicos seria especular demais<br />
com o dinheiro dos contribuintes. Os riscos financeiros<br />
são grandes demais”, disse o Partido Democrata Cristão<br />
(Kristdemokraterna, um dos quatro partidos da aliança<br />
governista) em comunicado à imprensa no sábado<br />
passado.<br />
Em editorial publicado recentemente no jornal Svenska<br />
Dagbladet, um comentarista destacou que a experiência de<br />
cidades que já sediaram eventos olímpicos – como<br />
Londres, Vancouver e Atenas – demonstra que um fato é<br />
recorrente: “Os cálculos iniciais da organização do evento<br />
são sempre mais otimistas do que a conta apresentada no<br />
final dos Jogos”, diz o texto, afirmando que “após os<br />
Jogos os contribuintes são forçados a pagar pelos<br />
prejuízos”.<br />
“E nenhum cientista se atreve a afirmar que a realização<br />
dos Jogos beneficia de fato o mercado de trabalho e a<br />
economia local das cidades-sede”, acrescentou o editorial.<br />
Fonte: http://correiodobrasil.com.br/destaque-do-dia/suecia-ve-conta-salgadadesiste-sediar-olimpiadas-2022/678486/<br />
Para o bom entendimento dos fatos apresentados no texto,<br />
é essencial que se saibam as causas que originam os<br />
acontecimentos. Pode-se entender que um raciocínio<br />
válido sobre o que se noticia no texto está expresso em:<br />
a) A oposição, por meio de uma revolução popular,<br />
conseguiu convencer o governo a não sediar as<br />
olimpíadas.<br />
b) O bom uso do dinheiro dos contribuintes direciona os<br />
investimentos a serem feitos no país citado.<br />
c) Os exemplos de países que não obtiveram retorno<br />
esperado constituíram o fator determinante para a<br />
desistência da Suécia em ser sede das Olimpíadas.<br />
d) Os recentes atentados que ocorreram na Rússia<br />
intimidaram o governo sueco a não realizar as olimpíadas<br />
de 2022.<br />
e) O principal motivo para a Suécia não sediar as<br />
Olimpíadas de 2022 foram os altos gastos com segurança.<br />
264
QUESTÃO 17<br />
Limeira<br />
Eu sou Zé Limeira, caboclo do mato<br />
Capando carneiro no cerco do bode<br />
Não gosto de feme que vai no pagode<br />
O gato fareja no rastro do rato<br />
Carcaça de besta, suvaco de pato<br />
Jumento, raposa, cancão e preá<br />
Sertão, Pernambuco, Sergipe e Pará<br />
Pará, Pernambuco, Sergipe e Sertão<br />
Dom Pedro Segundo de sela e gibão<br />
Cantando galope na beira do mar.<br />
(Fonte: http://mundodasartescsta.blogspot.com.br/2011/07/exemplos-decordeis.html)<br />
Literatura de cordel, também conhecida no Brasil<br />
como folheto, é um gênero literário popular escrito<br />
frequentemente na forma rimada, originado em relatos<br />
orais e depois impresso em folhetos. Remonta ao século<br />
XVI, quando o Renascimento popularizou a impressão de<br />
relatos orais, e mantém-se uma forma literária popular<br />
no Brasil. Sobre as características do cordel acima, é<br />
correto afirmar que se faz presente a seguinte<br />
característica:<br />
a) Uso de linguagem coloquial para estabelecer as rimas.<br />
b) Valorização exacerbada da forma em relação ao<br />
conteúdo.<br />
c) Adaptação ao contexto cultural de um local específico,<br />
legitimando vocabulário e folclore.<br />
d) Exemplificação rural como modelo de vida atrasado.<br />
e) Vocabulário amparado no registro da época do<br />
Segundo Reinado.<br />
QUESTÃO 18<br />
IMPASSE COM A RÚSSIA MOTIVOU REVOLTA<br />
NA UCRÂNIA<br />
As manifestações começaram em novembro, depois que o<br />
então presidente Viktor Yanukovich anunciou sua decisão<br />
de não assinar um acordo de cooperação com a União<br />
Europeia.<br />
Uma ex-república soviética, a Ucrânia está no meio de<br />
uma disputa de forças entre grupos que querem mais<br />
proximidade com a União Europeia e outros que têm mais<br />
afinidade com a Rússia.<br />
Em fevereiro, Yanukovich foi deposto, um governo<br />
interino foi empossado e novas eleições foram<br />
convocadas. As atenções agora se viraram para a Crimeia,<br />
região autônoma da Ucrânia de maioria alinhada à Rússia<br />
e que convocou um referendo sobre sua soberania.<br />
Tropas russas já assumiram controle sobre a região, apesar<br />
dos protestos da comunidade internacional, e há temores<br />
de que possam tentar avançar sobre outras partes da<br />
Ucrânia.<br />
Putin afirmou que o novo governo ucraniano chegou ao<br />
poder "pelas armas", como resultado de um "golpe"<br />
inconstitucional. Segundo o presidente russo, Viktor<br />
Yanukovich, destituído da presidência, "é o legítimo líder<br />
da Ucrânia". "Yanukovich é certamente impotente na<br />
Ucrânia, mas legalmente falando, ele é o presidente<br />
legítimo do país", disse Putin.<br />
Putin falou ainda que a Rússia não reconheceria os<br />
resultados de eleições na Ucrânia que tenham sido<br />
realizadas sob as atuais condições de "terror".<br />
Acrescentou que a Rússia não pretende anexar a Crimeia<br />
ao seu território. No último fim de semana, tropas russas<br />
ocuparam a península da Crimeia, região autônoma no sul<br />
da Ucrânia cuja maioria da população é alinhada à Rússia.<br />
Putin citou ações de ativistas radicais na Ucrânia como<br />
justificativa para que a Rússia "se preocupe com as vidas<br />
e o bem-estar das pessoas no leste e no sul da Ucrânia".<br />
"Incidentes como esses são a razão pela qual a Rússia se<br />
reserva a opção de envio de tropas à região da Crimeia".<br />
"A Rússia não está planejando fazer<br />
guerra contra o povo ucraniano. Mas nossas tropas vão<br />
impedir qualquer tentativa de atingir os civis ucranianos”,<br />
disse.<br />
Fonte: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2014/03/04/usoda-forca-militar-sera-ultima-coisa-que-faremos-diz-putin-sobre-ucrania.htm<br />
A notícia acima expõe um conflito de ordem internacional<br />
que está ancorado em trajetórias históricas. O argumento<br />
de que, segundo a versão oficial dada pelo presidente<br />
Putin, a Rússia se preocupa com a região da Crimeia, a<br />
ponto de que esta possa sofrer algum tipo de intervenção<br />
militar, se respalda na seguinte afirmativa:<br />
a) O fato do então ex-presidente Viktor Yanukovich não<br />
ter assinado um acordo de cooperação com a União<br />
Europeia.<br />
b) Haver protestos da comunidade internacional sobre a<br />
ocupação de tropas russas.<br />
c) O ex-presidente Viktor Yanukovich ter sofrido um<br />
golpe de estado, sendo destituído da presidência.<br />
d) O terrorismo instalado durante as eleições na Ucrânia,<br />
não garantindo a lisura do processo.<br />
e) O não reconhecimento do novo governo e o fato de a<br />
parte da população simpatizante da Rússia na Crimeia<br />
estar sujeita a ataques de ativistas radicais ucranianos.<br />
265
QUESTÃO 19<br />
Samba do Approach<br />
Venha provar meu brunch<br />
Saiba que eu tenho approach<br />
Na hora do lunch<br />
Eu ando de ferryboat...<br />
Eu tenho savoir-faire<br />
Meu temperamento é light<br />
Minha casa é hi-tech<br />
Toda hora rola um insight<br />
Já fui fã do Jethro Tull<br />
Hoje me amarro no Slash<br />
Minha vida agora é cool<br />
Meu passado é que foi trash...<br />
Fica ligado no link<br />
Que eu vou confessar my love<br />
Depois do décimo drink<br />
Só um bom e velho engov<br />
Eu tirei o meu green card<br />
E fui prá Miami Beach<br />
Posso não ser pop-star<br />
Mas já sou um noveau-riche...<br />
Eu tenho sex-appeal<br />
Saca só meu background<br />
Veloz como Damon Hill<br />
Tenaz como Fittipaldi<br />
Não dispenso um happy end<br />
Quero jogar no dream team<br />
De dia um macho man<br />
E de noite, drag queen...<br />
(Fonte: http://letras.mus.br/zeca-baleiro/43674/adaptado)<br />
A partir da leitura da música acima, percebe-se que seu<br />
autor preocupou-se, fundamentalmente, em<br />
a) Ser irreverente no seu modo de criar arte.<br />
b) Apelar para um jeito incomum de criar seus versos.<br />
c) Galgar originalidade por meio de expressões fortes.<br />
d) Apontar uma crítica de ordem linguística.<br />
e) Marcar sua expressividade pela recorrência de<br />
anglicismos.<br />
QUESTÃO 20<br />
O objetivo da charge é ironizar um aspecto da realidade a<br />
fim de expor uma crítica sobre o que é tematizado de<br />
maneira irreverente. Pode-se dizer que um pensamento<br />
válido sobre a charge acima em relação à sociedade<br />
brasileira como um todo é apontar um(a):<br />
a) Círculo vicioso, expondo a responsabilidade do eleitor<br />
como a origem do problema.<br />
b) Crítica em relação aos políticos como os principais<br />
responsáveis pelo problema.<br />
c) Alusão ao crime organizado que se encontra ramificado<br />
em vários setores da sociedade.<br />
d) Facilidade que corruptos encontram em sair impunes<br />
dos crimes cometidos.<br />
e) Improbabilidade de serem resolvidos os problemas de<br />
ordem política e de segurança pública.<br />
GABARITO<br />
1- E<br />
2- C<br />
3- A<br />
4- B<br />
5- D<br />
6- C<br />
7- C<br />
8- B<br />
9- A<br />
10- A<br />
11- D<br />
12- B<br />
13- D<br />
14- E<br />
15- D<br />
16- B<br />
17- C<br />
18- E<br />
19- E<br />
20- A<br />
266
TONS DO ENEM<br />
QUESTÃO 01<br />
Na edição 2177, de 11/08/2010, a revista Veja publicou a reportagem Falar e escrever bem: rumo à vitória, com dicas para<br />
não “tropeçar” no idioma durante uma entrevista de emprego. Linguisticamente, tal iniciativa pode ser interpretada como<br />
forma de expor a vantagem que uma variedade – a normativa – obtém sobre todas as outras que existem e são utilizadas pelos<br />
falantes na sociedade. Sobre esta relação, pode-se afirmar como conclusão das dicas apresentadas na referida matéria que...<br />
a) Ao enumerar os erros apresentados, o veículo de comunicação se exime de preocupação social quanto ao desempenho do<br />
seu leitor.<br />
b) O domínio da língua formal é usado para preterir candidatos que não a utilizam, no contexto de disputa por uma vaga no<br />
mercado de trabalho.<br />
c) Há um evidente exemplo de discriminação na matéria, uma vez que expõe diretamente os usuários de outras variedades<br />
como incultos.<br />
d) Os erros descritos não podem ser determinantes para a obtenção ou não de um emprego, haja vista a falta de investigação<br />
dos fatos linguísticos que os caracterizem como falhos.<br />
e) A expressão linguística é um exemplo de força de discriminação na sociedade, relegando milhões de usuários de<br />
“variedades incultas” ao desemprego e à miséria.<br />
267
QUESTÃO 02<br />
TEXTO I<br />
TEXTO II<br />
Sofisma:<br />
s.m. Raciocínio vicioso, aparentemente correto e concebido com a intenção de induzir em erro; paralogismo.<br />
Lógica. Premissa ou argumentação cujo propósito se estabelece na intenção de produzir uma ilusão da verdade,<br />
apresentando uma estrutura lógica, mas, além disso, relações incorretas e propositalmente falsas.<br />
Fonte: http://www.dicio.com.br/sofisma/<br />
A partir da visualização da charge e do sentido apresentado anteriormente, pode-se afirmar que ambos os textos possuem um<br />
ponto de convergência argumentativa quando:<br />
a) um dos personagens se baseia no registro referencial da linguagem, para, diretamente, fazer uma proposta vantajosa a seu<br />
interlocutor.<br />
b) há na história um exemplo de embate argumentativo entre os falantes, na medida em que o personagem de terno é obrigado<br />
por seu interlocutor a explicar a vantagem apresentada.<br />
c) expressam que o poder de convencimento pela palavra pode ser algo amplamente volúvel ao não evidenciar quem pode<br />
estar com a razão num diálogo.<br />
d) a linguagem é democratizada entre os falantes, de forma que haja igualdade de elaboração dos argumentos entre os<br />
interlocutores, sem a intenção de um ludibriar o outro.<br />
e) o argumento do senhor de terno preto não se sustenta ao explicar a razão pela qual o morador da favela se deve regozijar<br />
com o fato de quererem derrubar seu barraco.<br />
268
QUESTÃO 03<br />
TEXTO I<br />
Galicismo ou francesismo é a palavra, expressão ou construção de origem francesa ou o ato de utilizá-la em nossa língua. O<br />
galicismo é considerado barbarismo em sentido restrito se se trata de uso desnecessário por já haver forma vernácula<br />
equivalente. Se, porém, tal importação vem preencher lacuna da língua, é bem-vinda e é então considerada simples<br />
estrangeirismo.<br />
Diz-se “galicismo” em referência a “Gália”, nome da província romana que corresponde à atual França. Ainda que os<br />
galicismos (e outros barbarismos em sentido restrito) devam ser evitados, não os podemos considerar erro. Quem assim age<br />
demonstra desinformação.<br />
Exemplos de galicismos são as palavras abajur (de “abat-jour”), buquê (de “bouquet”), carnê (de “carnet”), crochê (de<br />
“crochet”),filé (de “filet”); as expressões cair das nuvens, guardar o leito, golpe de Estado, perder a cabeça, ter lugar; o<br />
verbo “acontecer” com o sentido de “ocorrer”: “A comemoração acontecerá em 10 de setembro” (em vez de “ocorrerá”). É<br />
também considerado galicismo o emprego indiscriminado da preposição “a”, especialmente quando pode ser substituída por<br />
“com”, “de” ou “em”, como em “chocolate ao leite” (com leite), “entrega a domicílio” (em domicílio), “equação a duas<br />
incógnitas” (de duas incógnitas), “falar ao telefone” (no telefone) e “situado à avenida 7” (na avenida).<br />
A importação para a nossa língua de palavras e expressões francesas tem origem muito antiga. O recebimento de galicismos<br />
data da Idade Média, dada a influência que a literatura daquela região, notadamente a provençal, exerceu nas letras<br />
portuguesas. Muito tempo depois, no século XIX, tal influência foi proeminente no Brasil. Por essa época, era chique (outro<br />
galicismo) falar francês e usar roupas e consumir produtos vindos de Paris.<br />
Não há, portanto, razão que se sustente para reprovarmos por aqui os galicismos mais do que os demais barbarismos. Além<br />
disso, muitos deles estão de tal forma arraigados em nossos usos linguísticos que nem os percebemos como estrangeiros.<br />
Fonte: http://www.paulohernandes.pro.br/vocesabia/001/vcsabia115.html<br />
TEXTO II<br />
Sobre a temática abordada nos textos acima, percebe-se respectivamente<br />
uma explicação e uma exemplificação de influências de outras línguas<br />
no uso do <strong>Português</strong> falado no Brasil. A partir da defesa das ideias do<br />
texto I e da situação retratada como uso comum dos falantes exposta no<br />
texto II, é válido afirmar que:<br />
a) A contaminação do idioma por parte dos estrangeirismos prejudica a<br />
autoafirmação do idioma pátrio entre os falantes.<br />
b) Com a influência cada vez maior de outras línguas no idioma local, a<br />
tendência é que ocorra uma degeneração semântica dos vocábulos<br />
incorporados e das palavras existentes no <strong>Português</strong>.<br />
c) A influência de estrangeirismos manifesta-se inconscientemente no<br />
cotidiano linguístico dos falantes, oferecendo-lhes maiores<br />
possiblidades de expressão.<br />
d) A Língua Portuguesa torna-se cada vez mais pobre no cotidiano, já<br />
que os falantes no Brasil têm preferido utilizar anglicismos e galicismos<br />
como demonstração de status.<br />
e) A tendência é que o <strong>Português</strong> deixe de ser falado no Brasil, sendo substituído, a longo prazo, por um outro idioma formado<br />
pela influência do inglês e do francês.<br />
GABARITO<br />
01 B<br />
02 E<br />
03 C<br />
269
270
271
272<br />
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