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GEOPOLÍTICA

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<strong>GEOPOLÍTICA</strong><br />

1


<strong>GEOPOLÍTICA</strong><br />

3


Coordenação editorial: Estúdio Conejo, Zênite<br />

Preparação de texto: Zênite, Antonio Neto<br />

Coordenação de design e projetos visuais: Pedro Yañez<br />

Edição de arte: Pedro Yañez<br />

Revisão: Geisa Teixeira<br />

Pré-Impressão: Gráfica Brasil<br />

Organizador: Estúdio Conejo<br />

Obra coletiva concebida, desenvolvida<br />

e produzida pelo estúdio Conejo.<br />

Editor Executivo:<br />

Pedro Yañez<br />

Livro dos professores:<br />

ANTONIO NETO<br />

4


O presente material visa fornecer aos estudantes pré-universitários que<br />

frequentam cursos pré-vestibulares e alunos do terceiro ano do ensino<br />

médio, ou ainda àqueles que desejam se informar sobre temas relevantes<br />

que são cobrados em vestibulares ou ENEM, uma visão panorâmica<br />

do mundo contemporâneo. Assim, este material pode ser nomeado<br />

de Atualidades, Tópicos de Mundo Contemporâneo, História Atual ou<br />

ainda de Geopolítica do Mundo Contemporâneo.<br />

Na verdade, tomaremos emprestado da História e da Geografia uma<br />

série de conhecimentos para possibilitar ao leitor uma visão contextualizada<br />

dos diversos acontecimentos do Século XX e da primeira década<br />

do Século XXI, com o intuito de prepará-lo para possíveis questões que<br />

serão cobradas nos Vestibulares tradicionais ou no Exame Nacional do<br />

Ensino Médio (ENEM).<br />

A ordem cronológica dos fatos será interrompida toda vez que um acontecimento<br />

histórico produzir desdobramentos até os dias atuais. Como<br />

exemplo podemos citar o caso da Palestina, presente nos noticiários todas<br />

as vezes que que o Estado de Israel e grupos palestinos voltam a se<br />

enfrentar em Gaza ou na Cisjordânia. Mesmo assim, Iniciaremos com<br />

os fatos marcantes do Século XX como as duas Guerras Mundiais e os<br />

desdobramentos da Guerra Fria que dominaram a geopolítica mundial<br />

em quase toda a segunda metade do século XX.<br />

A Nova Ordem Mundial, desenhada a partir de 1991 com a dissolução<br />

do mundo socialista, tem destaque em parte desse material, trazendo<br />

assuntos como: as novas fronteiras europeias, conflitos não-resolvidos<br />

da África, Ásia ou América Latina.Nesse contexto são discutidas as bases<br />

da Globalização, o comércio mundial, os arranjosregionais provocados<br />

pela emergência dos Blocos econômicos, além de temas ligados<br />

ao meio-ambiente, tecnologia e sociedade.<br />

Bom estudo!<br />

;)<br />

5


CRONOLOGIA DE EVENTOS GEOPOLÍTICOS IMPORTANTES<br />

Essa cronologia de acontecimentos entre os séculos XIX e XXI possibilita uma visão geral dos acontecimentos geopolíticos<br />

mais importantes e a conexão de fatos para o entendimento dos conflitos e problemas da atualidade. Observe:<br />

• 1781- Guerra Franco-Prussiana e unificação da Alemanha;<br />

• 1885- Conferência de Berlim ou Partilha da África pelas potências europeias;<br />

• 1898- Revolta do Boxers na China;<br />

• 1899- Guerra dos Bôeres travada na África do Sul entre o Império Britânico e os holandeses;<br />

• 1904- Independência do Panamá sob influência da política estadunidense do Big Stick;<br />

• 1905- Crise do Marrocos entre a França e a Alemanha;<br />

• 1907- Formação das alianças europeias : Tríplice Aliança e Tríplice Entente;<br />

• 1910- Revolução Mexicana liderada por Emiliano Zapata e Pancho Villa;<br />

• 1913- Início da produção do “Ford T”, início da produção de automóveis em série – fordismo ;<br />

• 1914- Início da Primeira Guerra Mundial com o assassinato do príncipe austríaco;<br />

• 1917- Revolução Russa e a consequente saída da Rússia da guerra;<br />

• 1918- Fim da Primeira Guerra Mundial com a vitória da Tríplice Entente;<br />

• 1919- Assinatura do Tratado de Versalhes e criação da Liga das Nações;<br />

• 1925- Início da ditadura fascista de Mussolini na Itália;<br />

• 1929- Quebra da Bolsa de Nova Iorque;<br />

• 1931- Japão invade a Manchúria (Região Nordeste da China);<br />

• 1932- Franklin Delano Roosevelt ganha as eleições nos Estados Unidos e inicia o New Deal;<br />

• 1933- Início da ditadura salazarista em Portugal;<br />

• 1934- Hitler inicia o Terceiro Reich na Alemanha;<br />

• 1936- Exécito alemão ocupa a Renânia, desobedecendo o Tratado de Versalhes;<br />

• 1939- Francisco Franco assume o poder na Espanha, instaurando a ditadura franquista;<br />

A Alemanha e União Soviética assinam o pacto de não-agressão – pacto germano-soviético;<br />

A Alemanha invade a Polônia e inicia a Segunda Guerra Mundial<br />

• 1941- A Alemanha invade a União Soviética, rompendo o pacto assinado três anos antes<br />

O Japão bombardeia Pearl Harbour e os Estados Unidos declaram guerra ao Eixo;<br />

• 1944- Conferência de Yalta, assinada pelos Estados Unidos, URSS e Reino Unido;<br />

A Conferência de Bretton Woods nos Estados Unidos cria o Banco Mundial e o FMI;<br />

• 1945- Fim à Segunda Guerra Mundial;<br />

A Alemanha nazista é derrotada e dividida entre os Aliados;<br />

Bombas atômicas são lancadas em Hiroshima e Nagasaki (capitulação japonesa);<br />

Criação da Organização das Nações Unidas (ONU);<br />

-Assinatura da Conferência de Potsdan nos arredores de Berlim, é o início da Guerra Fria;<br />

• 1946- A Doutrina Truman entra em vigor, combatendo a expansão do Socialismo;<br />

• 1947- Criação do Plano Marshall para recuperação econômica da Europa Ocidental;<br />

Independência do Sub-Continente Indiano, formando a Índia, o Paquistão e Bangladesh;<br />

• 1949- Os comunistas, liderados por Mao Tsé-tung chegam ao poder na China(Revolução<br />

Chinesa);<br />

É criada a Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN (aliança militar ocidental);<br />

São criadas oficialmente a Alemanha Ocidental (RFA) e Alemanha Oriental (RDA);<br />

• 1948- Criação do Estado de Israel após a Partilha da Palestina feita pela ONU em 1947;<br />

• 1950- Soldados norte-coreanos invadem a Coreia do Sul dando início à Guerra da Coreia<br />

(1950/53);<br />

• 1955- o Pacto de Varsóvia é criado em oposição à militarização da Europa Ocidental;<br />

• 1955- Conferência de Bandung, formada por países não-alinhados ou Terceiro Mundo;<br />

• 1956- Insureição Húngara , reprimida violentamente por forças do Pacto de Varsóvia;<br />

7


8<br />

• 1957- Lançamento do primeiro satélite artificial pelos soviéticos – o Sputinik;<br />

• 1959- Revolução Cubana – Fidel Castro chega ao poder na ilha caribenha;<br />

• 1961- Construção do Muro de Berlim – um marco importante da Guerra Fria;<br />

• 1962- Cuba - Crise dos Mísseis envolvendo os EUA e a URSS num risco de guerra nuclear;<br />

• 1964- Estados Unidos declaram guerra ao Vietnã do Norte, iniciando a Guerra do Vietnã<br />

(1964/75);<br />

• 1967- Guerra dos Seis Dias – Israel ocupa os territórios palestinos, as Colinas de Golan e o<br />

Sinai;<br />

• 1968- Primavera de Praga, tentativa da Tchecoslováquia de aplicação de um socialismo light;<br />

• 1969 – Estadunidenses concluem viagem à Lua durante a corrida espacial com a URSS;<br />

• 1973- Guerra do Yom Kippur entre Israel e os países árabes- a OPEP reduz a produção de<br />

petróle e produz o primeiro choque do petróleo;<br />

• 1974- A Revolução dos Cravos em Portugal põe fim à ditadura salazarista;<br />

• 1975 – Independência das colônias portuguesas da África – Angola, Moçambique, Guiné<br />

Bissau...<br />

• 1979- A Revolução Iraniana derruba o governo do Xá e possibilita o segundo choque do<br />

petróleo;<br />

Invasão do Afeganistão por tropas da União Soviética;<br />

• 1980- O Sindicato Solidariedade organiza greves na Polônia e é reprimido por forças policiais;<br />

• 1985- Mikhail Gorbatchev inicia na URSS as reformas conhecidas como perestroika e glasnost;<br />

• 1989- Queda do Muro de Berlim – é o início da desintegração do bloco socialista;<br />

• 1990- Os parlamentos das Alemanhas Ocidental e Oriental assinam a Reunificação das<br />

Alemanhas;<br />

• 1990- O Iraque invade o Kuwait deflagrando a Primeira Guerra do Golfo;<br />

• 1991- A extinção da URSS,é o fim da Guerra Fria e uma Nova Ordem Mundial é estabelecida;<br />

• 1992- É assinado o Tratado de Maastricht que cria a União Europeia;<br />

• 2001- Ataques às Torres Gêmeas por terroristas da Al Qaeda, iniciam uma Guerra ao<br />

Terrorismo;<br />

Invasão do Afeganistão por topas da OTAN autorizadas pelo Conselho de Segurança da<br />

ONU;<br />

• 2003- Invasão do Iraque por tropas de uma coalizão formada pelos EUA e seus aliados;<br />

• 2008- Crise imobiliária nos EUA provoca uma crise financeira global;<br />

• 2009- Crise financeira na Europa produz os PIIGS , países em dificuldades financeiras;<br />

• 2010- Levantes populares na Tunísia que desencadearia a Primavera Árabe em outros países;<br />

• 2011- Guerras civis na Líbia e na Síria e instabilidade política no Egito, Jordânia, Iêmen e<br />

Bahein;<br />

• 2013- Início dos protestos na Ucrânia e deposição do presidente Victor Yanukovich;<br />

• 2014- A Crimeia península ucraniana é anexada pela Rússia e o Leste da Ucrânia em guerra<br />

civil;<br />

Rebeldes do Estado Islâmico controlam parte da Síria e do Iraque, espalhando o terror;<br />

Os BRICS criam o Banco de Desenvolvimento ou Banco dos BRICS;


1- <strong>GEOPOLÍTICA</strong> DO SÉCULO XX<br />

O pensamento geopolítico ou a Geopolítica do século XX nasce dos conflitos de interesse entre as grandes potências a<br />

partir da segunda metade do século XIX, intensificada pelo Imperialismo e a unificação tardia de alguns estados europeus<br />

como o alemão eo italiano, que interferem no tabuleiro político mundial. No contexto do século XX, o cenário geopolítico<br />

sofreu inúmeras alterações, fruto de duas guerras mundiais e um período de quase meio século de disputas ideológicas entre<br />

duas superpotências nucleares. Vejamos a seguir um breve relato do século XX:<br />

PERÍODO (1901-1914)<br />

No início do século XX o panorama geopolítico internacional era o seguinte:<br />

<br />

<br />

<br />

POTÊNCIAS ESTABELECIDAS: Grã-Bretanha e França;<br />

POTÊNCIAS EMERGENTES: Alemanha, Estados Unidos e Japão;<br />

POTÊNCIAS DECADENTES: Império Turco-Otomano, Império Russo e Império Austro-húngaro.<br />

Nesse contexto as tensões se mostravam cada vez mais evidentes. As potências emergentes necessitavam de mais área de<br />

influência (espaço vital), as disputas comerciais se tornavam cada vez mais intensas e as políticas de aliança (Entente e<br />

Tríplice Aliança) ameaçavam romper o frágil equilíbrio já na primeira década do século XX. Soma-se a isso a insatisfação<br />

pela partilha da África (Berlim – 1885) e a crescente corrida armamentista tornava evidente que uma guerra de proporções<br />

catastrófica estava a caminho, faltava apertar o gatilho. Assim o assassinato do Príncipe herdeiro da Áustria-Hungria por<br />

um extremista sérvio ativou a política de aliança e, em poucos meses, a Europa estava afundada numa guerra sem<br />

precedentes.<br />

PERÍODO (1914-1918)<br />

A Primeira Guerra Mundial, como ficou conhecido o conflito de 1914 a 1918, foi um evento extremamente marcante para o<br />

século XX. De um lado a Tríplice Aliança composta inicialmente por Alemanha, Império Austro-húngaro e Itália ( com<br />

apoio posterior do Império Turco-Otomano e da Bulgária) enfrentou a Tríplice Entente composta por Grã-Bretanha, França<br />

e o Império Russo. As armas modernas e as trincheiras consumiram milhões de vidas nos seis anos de conflito. Ainda no<br />

início do conflito a Itália declarou neutralidade, porém, mais tarde aderiu à Entente, em 1917, enquanto o conflito esse<br />

desenrolava, a Revolução Russa força a saída do Império Russo da guerra, favorecendo a Aliança que marchava<br />

perigosamente rumo à Itália e à França, o que levou à entrada dos Estados Unidos no conflito, alterando, consideravelmente<br />

a relação de forças militares. Em 1918 o conflito chegava ao fim, porém, as tensões que favorecera a sua ocorrência,<br />

voltariam à tona poucos anos após o fim desse evento.<br />

Como principais consequências da Primeira Guerra Mundial figuram:<br />

1- Um novo mapa europeu com desmembramento da Áustria Hungria, a fundação da Iugoslávia e a<br />

independência dos Países Bálticos: Lituânia, Letônia e Estônia (1);<br />

2- A ascensão dos Estados Unidos com potência mundial;<br />

3- A punição da Alemanha pelo Tratado de Versalhes;<br />

4- A criação da Liga das Nações ou Sociedade das Nações.<br />

9


(1) Com o fim da guerra um novo mapa europeu é construído.<br />

Europa em 1914 e em 1919<br />

FAZENDO QUESTÃO:<br />

1-Observe a ilustração:<br />

Nessa ilustração, o autor se refere a:<br />

a) Socialismo utópico<br />

b) Colonialismo<br />

c) Imperialismo<br />

d) Liberalismo econômico<br />

e) Escravismo<br />

http://historiapublica.blogspot.com.br/<br />

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2-Este livro não pretende ser um libelo nem uma confissão, e menos ainda uma aventura, pois a morte não é uma<br />

aventura para aqueles que se deparam face a face com ela. Apenas procura mostrar o que foi uma geração de<br />

homens que, mesmo tendo escapado às granadas, foram destruídos pela guerra. Erich Maria Remarque, Nada de<br />

novo no front. São Paulo: Abril, 1974 [1929], p.9.<br />

Publicado originalmente em 1929, logo transformado em best seller mundial, o livro de Remarque é, em boa parte,<br />

autobiográfico, já que seu autor foi combatente do exército alemão na Primeira Guerra Mundial, ocorrida entre<br />

1914 e 1918. Sobre o evento relatado acima é correto afirmar:<br />

a) um conflito indireto entre países comunistas contra países de economia capitalista após a vitória do<br />

partido comunista na Alemanha.<br />

b) uma guerra entre as tropas alemãs e os socialistas da União Soviética.<br />

c) um combate bélico direto entre os países do Eixo e os países da Tríplice Aliança.<br />

d) uma guerra entre países do Ocidente contra países aliados da Europa Oriental.<br />

e) um confronto direto entre os principais países europeus, desencadeado por causa de interesses<br />

imperialistas conflitantes .<br />

PERÍODO (1919 – 1939)<br />

Esse momento histórico ficou conhecido com “entre guerras”, nos Estados Unidos o fordismo estava em pleno vapor e na<br />

Europa a reconstrução do cenário geopolítico contava com um novo elemento: A União Soviética (o primeiro estado<br />

socialista a ser implantado) surgia após a vitória dos bolcheviques no antigo Império Russo, implantando uma sociedade<br />

cujos valores contrariavam os princípios capitalistas vigentes à época. As penalidades sofridas pelos alemães através do<br />

Tratado de Versalhes e as crises econômicas constantes, aumentavam o desemprego e a pobreza, facilitando a penetração<br />

de ideias socialistas entre os trabalhadores da Alemanha. A situação econômica da Europa agravou após a Crise de 1929<br />

desestabilizando o cenário político interno dos países o que facilitou a ascensão dos regimes totalitários. Na Itália<br />

Mussolini chegava ao poder, na Alemanha, em 1933, Hitler assumia plenos poderes e Francisco Franco na Espanha e<br />

Salazar em Portugal assumiam governos de características fascistas.<br />

Ao assumir o poder na Alemanha, Hitler descumpria as cláusulas de Versalhes e a Europa assistia o rearmamento alemão e<br />

as investidas militares sem esboçar qualquer resistência efetiva, praticava-se assim a política do apaziguamento. Enquanto<br />

isso, na Alemanha nazista, uma política racista, nacionalista, revanchista e beligerante era implantada e, através de acordos<br />

com a Itália e posteriormente com o Japão e a União Soviética, Hitler preparava o terreno geopolítico para suas ambições.<br />

O expansionismo alemão ampliava o território nazista a cada dia: primeiro a anexação da Áustria e da região de Sudetos<br />

(parte da Tchecoslováquia habitada por alemães étnicos) em 1938 e a posterior invasão da Tchecoslováquia em 1939<br />

sinalizava que as ambições alemãs iriam bem mais longe. O acordo secreto assinado com a União Soviética ( pacto<br />

Germano-soviético) propiciava à Alemanha o conforto geopolítico necessário para iniciar uma onda expansionista ainda<br />

maior para a Europa Ocidental. O próximo passo foi a invasão da Polônia em setembro de 1939 iniciando assim, a Segunda<br />

Guerra Mundial.<br />

(EXTRA) AMPLIANDO O CONHECIMENTO: DOUTRINAS ECONÔMICAS<br />

Vamos estudar um pouco de economia? Todos sabem que o capitalismo como modo de produção se iniciou a partir do<br />

início da Idade Moderna, teve um avanço com as Grandes Navegações e tornou-se hegemônico com a Revolução<br />

Industrial. Ao longo da trajetória o capitalismo foi organizado segundo alguns princípios chamados de doutrinas capitalistas<br />

e são os seguintes:<br />

a) MERCANTILISMO<br />

- Implantado na primeira fase do capitalismo e durante o período do Colonialismo era fundamentado no metalismo, na<br />

balança comercial favorável e no exclusivo comercial, tendo o Estado um importante papel na economia (Estado<br />

interventor).<br />

b) LIBERALISMO ECONÔMICO<br />

- No final do século XVIII, as ideias de Adam Smith e David Ricardo conduzem o pensamento capitalista no imediato pós-<br />

Revolução industrial e se assentava sobre os seguintes pilares: a livre iniciativa, a propriedade privada e a concorrência,<br />

afastando o estado da condução da economia, era a época do laissez-faire e do Estado pouco interventor ou mínimo.<br />

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c) KEYNESIANISMO<br />

- A crise de 1929 e a falência do modelo liberal e a grande depressão dos anos de 1930 fortalecem as ideias do economista<br />

britânico John Maynard Keynes que apregoava uma maior participação do estado na economia. Segundo Keynes, o Estado<br />

deveria interferir para conter a crise do capitalismo em vários pontos: (a) no câmbio; (b) tarifas alfandegárias ou<br />

protecionistas; (c) estatização dos setores estratégicos como energia, transporte e mineração; (d) obras públicas que<br />

gerariam emprego e renda; (e) oferta pública de educação, saúde e moradia. Essas ideias foram aplicadas nos Estados<br />

Unidos por Roosevelt na década de 1930 e ficaram conhecidas como new deal e na Europa como welfare state ou Estado<br />

do Bem-estar Social (Estado Interventor).<br />

d) NEOLIBERALISMO<br />

-As ideias neoliberais se assentam em três pilares básicos a saber: (a) a abertura econômica a partir da redução das tarifas<br />

alfandegárias; (b) a privatização das empresas estatais; (c) e a desregulamentação trabalhista e financeira. As crises do<br />

petróleo dos anos 1973 e 1979, aliadas à<br />

crise fiscal vivida pelos Estados Unidos possibilitaram meios para a implantação das políticas neoliberais. São considerados<br />

precursores dessa política a primeiro ministro britânica Margareth Thatcher e o presidente estadunidense Ronald Reagan<br />

que implantaram as medidas neoliberais no início da década de 1980. Em 1989, pelo Consenso de Washington, as políticas<br />

neoliberais se espalharam pela América Latina, prometendo modernização e avanço econômico, porém, alguns anos depois,<br />

as medidas difundidas por Washington angariavam forte oposição nas sociedades empobrecidas e desassistidas da América<br />

Latina. Sem a proteção dos sindicatos e sem o amparo do Estado, as demandas sociais aumentaram e os políticos que<br />

tinham como bandeira a crítica ao neoliberalismo, ganharam as eleições presidenciais em vários países latino-americanos a<br />

partir do início do século XXI. A crise do setor imobiliário nos Estados Unidos em 2008 pôs em cheque as ideias<br />

neoliberais, apontando para um futuro de maior intervenção estatal na economia (seria a hora do neokeynesianismo?).<br />

Observe as charges (http://www.andrenogaroto.com.br - capturado em 20/10/2012)<br />

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Voltando ao cenário mundial de 1939...<br />

PERÍODO (1939 – 1945)<br />

A Segunda Guerra Mundial eclode em setembro de 1939 com a invasão da Polônia pelas tropas nazistas e com a declaração<br />

franco-britânica de guerra contra a Alemanha. Os primeiro dois anos da guerra foi marcado pelo forte avanço nazista,<br />

praticamente a totalidade dos países da Europa estava dominada pela máquina de guerra de Hitler ou estava aliados.<br />

Os rumos da Segunda Guerra Mundial começam a mudar quando, em julho de 1941 tropas nazistas invadem a União<br />

Soviética, arrastando a nação socialista para o conflito. Antes do término de 1941, em dezembro, o Japão ataca Pearl<br />

Harbour (Base naval dos Estados Unidos no Havaí) forçando os Estados Unidos, que até então estavam neutros no conflito,<br />

a mudar de posição e declarar guerra ao império nipônico. Como Alemanha, Itália e Japão pertenciam ao EIXO, logo os<br />

alemães declararam guerra aos Estados Unidos e um novo cenário se desenrolou com a associação dos EUA, Grã-Bretanha<br />

e URSS formando uma coalizão de forças que seria denominada genericamente de ALIADOS.<br />

A partir de 1942 reuniões dos aliados traçavam estratégias para vencer a guerra, o primeiro grande encontro dos aliados<br />

ocorreu em Teerã e contou com a presença de Roosevelt (EUA) Winston Churchil (Grã-Bretanha) e Joseph Stalin (URSS),<br />

ficando conhecida como Conferência de Teerã.<br />

O início de 1943 consolida as primeiras derrotas alemãs na Europa, os soviéticos pelo leste e as tropas angloestadunidenses<br />

pela Península Itálica avançam sobre os territórios antes controlados por forças nazifascistas. As derrotas<br />

alemãs se sucedem e bombardeios quase que diários sobre as cidades industriais alemãs enfraquece a reposição de peças e<br />

alimentos nos fronts, indicando que a sorte tinha mudado de lado, agora são os Aliados que conquistam cada vez mais<br />

posições. No Pacífico, os Estados Unidos começava a reconquistas arquipélagos controlados por forças japonesas até então.<br />

Em meados de 1944 os soviéticos chegavam à Polônia e as tropas anglo-estadunidenses desembarcavam na Normandia<br />

consolidando a terceira frente contra os alemães. No final do ano a França estava livre, incorporando mais contingentes aos<br />

aliados. Em dezembro do mesmo ano é realizada a Conferência de Yalta que definiria as áreas de influência do pós-guerra,<br />

nessa conferencia ficou definido que o Leste europeu ficaria sob influência soviética e a Europa Ocidental, sob influência<br />

estadunidense.<br />

Em abril de 1945 os soviéticos chegam a Berlim e a guerra na Europa tem seu fim, porém, um novo problema se<br />

apresentava: o que fazer com a Alemanha? A Conferência de Potsdan definiu a divisão da Alemanha em quatro zonas de<br />

ocupação, sendo que a porção Oriental ficaria sob controle soviético. Numa ação enérgica, o presidente dos Estados<br />

Unidos, Harry Truman consegue dividir Berlim (que estava na área de influência soviética) em quatro zonas de ocupação,<br />

nos mesmos moldes da divisão alemã,.<br />

Em agosto de 1945 o Japão sofre um bombardeio nuclear, onde duas cidades, Hiroshima e Nagasaki são praticamente<br />

riscadas do mapa. Sem saída, o Japão capitula em setembro assinando a rendição incondicional. Estava terminada a<br />

Segunda Guerra Mundial.<br />

FAZENDO QUESTÃO:<br />

Obserrve a ilustração para responder às questões 1 e 2:<br />

13


1-(Consultec-2014) A análise da charge e os conhecimentos sobre a história da diplomacia internacional permitem<br />

afirmar que esta se refere<br />

a) à fundação do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, que buscou limitar a propriedade privada e<br />

reverter os lucros capitalistas em benefício da coletividade.<br />

b) ao Pacto de Não Agressão Nazi-Soviético, que tinha, em uma das suas cláusulas secretas, a divisão da Polônia<br />

entre a União Soviética e a Alemanha nazista.<br />

c) à aliança entre a Alemanha e a Rússia pelo controle dos estreitos de Bósforo e de Dardanelos, buscando impedir o<br />

acesso da Inglaterra às riquezas do Oriente Médio.<br />

d) à política russa, ao se associar ao nazismo na implantação dos pogroms, permitindo o extermínio de milhares de<br />

judeus, consolidando os objetivos da política hitlerista de solução final para o problema judaico.<br />

e) à aproximação estratégica entre a União Soviética e a Alemanha para a contenção do expansionismo<br />

estadunidense sobre o território europeu, ao final da Primeira Guerra Mundial.<br />

2-(Consultec-2014) Um dos desdobramentos, a médio prazo, da situação representada na charge, no contexto<br />

mundial, está vinculado à<br />

a) convocação da Conferência de Berlim, que colocou em lado opostos os interesses russo-germânicos e os francoingleses<br />

na exploração da África.<br />

b) conjugação dos interesses alemães e soviéticos na descolonização afro-asiática, que determinou a ajuda soviética<br />

no plano de recuperação da economia alemã, pós-Segunda Guerra Mundial.<br />

c) imposição à Alemanha do Tratado de Versalhes, determinando a divisão daquele país em uma área sob a<br />

influência dos Estados Unidos e a outra da União Soviética.<br />

d) implantação do Plano Marshall de militarização dos países aliados aos Estados Unidos, buscando impedir a<br />

aproximação entre a Alemanha e a União Soviética, após a assinatura do Pacto de Varsóvia.<br />

e) criação do Conselho de Segurança da ONU, que se tornou um instrumento de disputa dos interesses dos Estados<br />

Unidos e da União Soviética, no âmbito da Guerra Fria.<br />

3-(Consultec 2013) Um dia após o ataque japonês à Pearl Harbor, o presidente Franklin Delano Roosevelt entregou<br />

ao Congresso dos Estados Unidos uma mensagem anunciando seu desejo de declarar guerra ao Japão, que foi<br />

prontamente aceita. (BRAICK; MOTA, 2010, p.84).<br />

O ataque japonês à base militar norte-americana de Pearl Harbour, no Havaí, em dezembro de 1941, em plena<br />

Segunda Guerra Mundial, teve como principal fator motivante<br />

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a) o choque de interesses estratégicos e militares entre o Japão e os Estados Unidos, em torno da expansão japonesa<br />

em direção do sul da China e das Filipinas.<br />

b) a aliança entre a China e o Japão para a organização de um império marítimo oriental, para a qual contavam com o<br />

apoio da Austrália.<br />

c) o projeto norte-americano de conquistar todas as ilhas do Pacifico, impedindo a livre navegação comercial dos<br />

países asiáticos.<br />

d) a crescente derrota nazi-fascista em território asiático e a ascensão da Indochina como nação emergente na Ásia.<br />

e) a corrida armamentista entre Japão e Estados Unidos, em torno do controle da produção e uso da energia atômica.<br />

GUERRA FRIA (1945 – 1991)<br />

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o cenário geopolítico começou a mudar, ao invés das antigas potências europeias,<br />

Estados Unidos e União Soviética emergiram como superpotências planetárias, cada uma com a sua área de influência<br />

definida, mas, não ficariam em paz por muito tempo. A Questão Alemã, as desconfianças mútuas durante a Conferência de<br />

Potsdan, assinalavam que os antigos aliados logo iniciariam uma disputa pela hegemonia mundial que ficaria conhecida<br />

como Guerra Fria.<br />

A política externa estadunidense das décadas seguintes seria influenciada pela Doutrina Truman que tinha como principal<br />

objetivo a contenção do avanço socialista no mundo, para isso, os Estados Unidos utilizariam todo empenho possível para<br />

dificultar o crescimento do socialismo. O Plano Marshal (1947), ajuda econômica dada aos países europeus arrasados pela<br />

guerra, tinha o objetivo de reconstrução europeia e, na esfera política, impedir o avanço do socialismo em direção à Europa<br />

Ocidental. A criação em 1949 da Organização do tratado do Atlântico Norte – OTAN , uma aliança militar que envolvia<br />

vários países da Europa Ocidental além dos Estados Unidos e Canadá, remilitarizou a Europa preparando-a para um<br />

possível, mas improvável conflito armado com a União Soviética. Nas palavras do pensador francês Raymond Aaron: “a<br />

paz é impossível, mas a guerra é improvável”, sinalizava os anos de tensão que a humanidade viveria até o início dos anos<br />

de 1990. Por outro lado a União Soviética construía suas instituições com o objetivo de enfrentamento contra o “inimigo<br />

capitalista”, a criação do Kominform, do COMECOM e do acordo militar com os países comunistas conhecido por Pacto<br />

de Varsóvia, deixava claro a intenção soviética de garantir sua área de influência conquistada com tanto esforço e vidas<br />

humanas durante a Segunda Guerra.<br />

A Guerra fria foi marcada pela corrida armamentista, nuclear e espacial, onde, cada uma das superpotências, visava superar<br />

a outra em número de armas convencionas, de ogivas nucleares e tecnologia, numa disputa que beirava a insanidade. Não<br />

tardou e os conflitos começaram a eclodir pelo mundo a Ásia, a América Latina e a África seriam palco de disputas que<br />

envolviam diretamente ou indiretamente as superpotências nucleares.<br />

Como vimos anteriormente, a Guerra-Fria consiste num período histórico compreendido entre 1945 a 1991, onde as duas<br />

superpotências mundiais disputaram a hegemonia mundial. Os EUA “defendiam” os interesses capitalistas e o mundo<br />

Ocidental, enquanto a URSS “defendia” o socialismo e o grupo de países que aderiram à sua orla de influência. Embora<br />

grandes protagonistas do período, os Estados Unidos e a União Soviética nunca se enfrentaram diretamente, onde um deles<br />

estava envolvido diretamente, o outro usava “aliados”, tudo isso para evitar um confronto que “provavelmente”<br />

desencadearia uma guerra de proporções assustadoras, e, até mesmo apocalíptica.<br />

IMEDIATO PÓS-GUERRA<br />

A vitória contra as potências do Eixo, comemorada em todo mundo, não tardou a dar lugar a uma apreensão: Como<br />

ficariam as relações entre as duas superpotências? A Conferência de Potsdam (junho de 1945) já era um prenúncio de que<br />

as coisas não estavam tão bem entre os “antigos aliados”. Os Estados Unidos exigiram a partilha do território alemão e que,<br />

a capital Berlim (localizada na área de controle soviético), também fosse dividida entre franceses, britânicos e<br />

estadunidenses. A rivalidade entre Estados Unidos e União Soviética só estava começando.<br />

De posse da exclusividade de armamentos nucleares (agosto 1945), os Estados Unidos se apressaram em produzir uma<br />

linha demarcatória na Europa Ocidental, onde toda e qualquer influência soviética deveria ser afastada. Constrói-se assim a<br />

Cortina de Ferro, uma fronteira entre “dois mundos” que dividiu a Europa em duas grandes áreas de influência: O Leste<br />

Europeu capitaneado pela União Soviética e seus interesses, e a Europa Ocidental sob a esfera de influência direta dos<br />

Estados Unidos.<br />

15


Assim, a política externa estadunidense das décadas seguintes seria influenciada pela Doutrina Truman que tinha como<br />

principal objetivo a contenção do avanço socialista no mundo, para isso, os Estados Unidos utilizariam todo empenho<br />

possível para dificultar o crescimento do socialismo.<br />

O Plano Marshal (1947), ajuda econômica dada aos<br />

países europeus arrasados pela guerra, tinha o<br />

objetivo de reconstrução europeia e, na esfera<br />

política, impedir o avanço do socialismo em direção<br />

à Europa Ocidental. A criação em 1949 da<br />

Organização do tratado do Atlântico Norte – OTAN<br />

, uma aliança militar que envolvia vários países da<br />

Europa Ocidental além dos Estados Unidos e<br />

Canadá, remilitarizou a Europa preparando-a para<br />

um possível, mas improvável conflito armado com a<br />

União Soviética. Nas palavras do pensador francês<br />

Raymond Aaron: “a paz é impossível, mas a guerra<br />

é improvável”, sinalizava os anos de tensão que a<br />

humanidade viveria até o início dos anos de 1990.<br />

Por outro lado a União Soviética construía suas<br />

instituições com o objetivo de enfrentamento contra<br />

o “inimigo capitalista”, a criação do Kominform, do<br />

COMECOM e do acordo militar com os países<br />

comunistas conhecido por Pacto de Varsóvia, deixava claro a intenção soviética de garantir sua área de influência<br />

conquistada com tanto esforço e vidas humanas durante a Segunda Guerra.<br />

A seguir um quadro comparativo dos organismos, pactos e ações que marcaram a Guerra Fria:<br />

FAZENDO QUESTÃO...<br />

(ENEM-2010) Do ponto de vista geopolítico, a Guerra Fria dividiu a Europa em dois blocos. Essa divisão propiciou a<br />

formação de alianças antagônicas de caráter militar, como a OTAN, que aglutinava os países do bloco ocidental, e o Pacto<br />

de Varsóvia, que concentrava os do bloco oriental. É importante destacar que, na formação da OTAN, estão presentes, além<br />

dos países do oeste europeu, os EUA e o Canadá. Essa divisão histórica atingiu igualmente os âmbitos político e econômico<br />

que se refletia pela opção entre os modelos capitalista e socialista.<br />

Essa divisão europeia ficou conhecida como<br />

a) Cortina de Ferro.<br />

b) Muro de Berlim.<br />

c) União europeia.<br />

d) Convenção de Ramsar.<br />

e) Conferência de Estocolmo.<br />

16


A FORMAÇÃO DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS<br />

Antes mesmo de terminar a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos sediaram duas conferências que possibilitaram a<br />

criação de entidades multinacionais que coordenariam o mundo do pós-guerra: a Conferência de Bretton Woods (julho de<br />

1944) e a Conferência de São Francisco (junho de 1945).<br />

A Conferência de Bretton Woods foi responsável pela criação de duas grandes entidades financeiras do mundo atual: o<br />

Banco Mundial (BIRD) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Enquanto o Banco Mundial foi criado com o objetivo<br />

de facilitar a reconstrução do mundo destruído pela Grande Guerra, funcionando com agência de fomento de<br />

desenvolvimento de obras infraestruturais (estradas, saneamento básico, moradia, energia), o Fundo Monetário<br />

Internacional (FMI) seria um garantidor de solvência mundial, através de um fundo que possibilitaria empréstimo para<br />

países endividados quitarem suas dívidas e manter a economia mundial livre de sobressaltos como o ocorrido em 1929.<br />

Apesar de ser considerado de grande importância para a estabilização da economia, o FMI é duramente criticado pela<br />

imposição aos países devedores de medidas de austeridade, que, quase sempre, redundam em desemprego, redução de<br />

salários, aumento de impostos, redução dos gastos públicos e outras medidas impopulares.<br />

O dólar passou a ser a referência do câmbio mundial, expressando a superioridade econômica dos Estados Unidos em<br />

relação ao restante do mundo. O padrão dólar-ouro estabelecido em Bretton Woods vigorou até o início os anos de 1970,<br />

quando, em meio a uma crise fiscal, os Estados Unidos abandonaram a paridade existente até então entre o dólar e o ouro.<br />

Também foi criada a Organização Internacional do Comércio (OIC), cujo objetivo inicial era criar regras para o<br />

comércio mundial, porém, em virtude das dificuldades de implementação, a OIC foi dissolvida sem produzir efeitos<br />

práticos. No seu lugar foi criado o GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio) que vigorou até o fim dos anos 1980,<br />

sendo substituído pela Organização Mundial do Comércio ( OMC) a partir da Rodada do Uruguai em 1986. A OMC,<br />

cuja sede se localiza em Genebra na Suíça, enfrenta grandes desafios na atualidade, porque, desde o início da Rodada de<br />

Doha em 2001, tenta implementar uma política de redução do protecionismo e da política de subsídios praticadas por<br />

países mais ricos do planeta, mas as negociações avançam muito lentamente, causando pessimismo sobre os resultados que<br />

serão alcançados.<br />

Em 1945 representantes de 50 países participaram da Conferência de São Francisco onde foi criada a Organização das<br />

Nações Unidas – ONU, essa instituição tinha o objetivo de substituir a fracassada liga das Nações que foi criada em 1919.<br />

A ONU é constituída por cinco organismos internos principais que são: Assembleia Geral, Conselho de Segurança,<br />

Conselho Econômico e Social, Corte Internacional de Justiça e a Secretaria Geral, além de agências e programas<br />

específicos.<br />

A Assembleia Geral é realizada uma vez por ano com todos os representantes filiados à ONU, e tem o intuito de difundir<br />

valores relativos à paz e o desenvolvimento mundiais. Um dos programas recentes veiculados pela ONU foram as metas<br />

do milênio que tem como objetivo vencer desafios relativos à educação, saúde, moradia entre outros.<br />

O Conselho de Segurança é considerado o órgão mais importante da ONU e tem a função de avaliar possíveis<br />

intervenções militares e embargos econômicos e o envio de tropas de paz e de estabilização que podem atingir qualquer<br />

país membro. O CS é formado por cinco membros permanentes que possuem poder de veto e dez membros eleitos por<br />

biênio que possuem apenas direito de voto. Os membros efetivos são: Estados Unidos, Federação Russa (que sucedeu a<br />

antiga URSS), Reino Unido, França e China. O Brasil defende uma reestruturação desse conselho com a ampliação do<br />

número de membros permanentes, objetivando adequá-lo à realidade do século XXI, uma vez que os membros permanentes<br />

foram escolhidos em 1945 e desde então não houve nenhuma mudança.<br />

A Secretaria Geral acompanha o trânsito de documentos e solicitações feitas à instituição, além de o Secretário Geral ser<br />

considerado uma espécie de mediador entre os postulantes. Cabe à secretaria a implementação das políticas definidas pelas<br />

diversas instâncias da ONU. São agências da ONU: FAO (Alimentação e Agricultura), OMS (Saúde), OIT (Trabalho) e<br />

outros.<br />

17


FAZENDO QUESTÃO...<br />

1-(Consultec-2013) Com base nos conhecimentos sobre a geopolítica e a economia mundial, no período pós-Segunda<br />

Guerra Mundial, pode-se afirmar:<br />

a) A Guerra Fria se consolidou a partir do lançamento das bases da Doutrina Truman.<br />

b) O objetivo geopolítico da Doutrina Truman era a consolidação do capitalismo na Europa Oriental.<br />

c) A substituição do ouro pelo dólar, como novo padrão monetário, em 1960, tornou a economia norte-americana<br />

inquestionavelmente hegemônica até os dias atuais.<br />

d) A ONU (Organização das Nações Unidas) foi responsável pela inserção de todos os países subdesenvolvidos no<br />

comércio internacional, desde o pós-guerra.<br />

e) A criação do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional), ambos com sede na Inglaterra,<br />

possibilitou a recuperação econômica da Europa Ocidental e a industrialização dos países periféricos da América<br />

Latina e da Oceania.<br />

2-(Consultec-2013)A atual polêmica internacional envolvendo a guerra civil na Síria, o Conselho de Segurança da<br />

ONU (Organização das Nações Unidas), a Rússia e a China revela.<br />

a) o poder político dos países-membros do Conselho de Segurança da ONU que, apoiados pelos demais países<br />

socialistas asiáticos, se reúnem em torno da Síria, dando apoio militar e estratégico ao país em crise.<br />

b) a dificuldade de os membros da ONU assumirem uma posição clara contra o governo sírio, em razão da<br />

dependência que os ligam à produção petrolífera do país.<br />

c) a força da influência da Liga Árabe no Conselho de Segurança da ONU, o que explica o retardo na tomada de<br />

posição do organismo internacional em relação aos crimes praticados durante a guerra civil na Síria.<br />

d) o caráter meramente proponente da Assembleia Geral da ONU e o poder efetivo de decisão dos membros<br />

permanentes do Conselho de Segurança, dando oportunidade para a defesa de interesses particulares dos referidos<br />

membros.<br />

e) a influência do Estado de Israel na atual crise que atinge a Síria, visto que a queda do governo atual desse país não<br />

interessa à política externa israelense.<br />

3-(Consultec) A Rodada Doha, promovida pela Organização Mundial de Comércio, não chegou a acordos<br />

importantes, devido<br />

a) às exigências trabalhistas de operários de fábricas localizadas em países emergentes, como México e Coréia do<br />

Sul.<br />

b) ao protecionismo agrícola dos países centrais, que afeta as exportações dos países emergentes e de produtores de<br />

produtos primários.<br />

c) às restrições ambientais do Protocolo de Kyoto, apoiadas pela União Europeia, mas com resistência dos EUA.<br />

d) às novas barreiras sanitárias à exportação de produtos agrícolas de países centrais aos países periféricos.<br />

e) ao aumento nas exportações dos EUA para a China, apesar da crise financeira do país, gerada no setor imobiliário.<br />

4-(Consultec-2013)Na área econômica, conflitos de interesses entre os países centrais e os periféricos têm sido<br />

mediados pela OMC (Organização Mundial do Comércio).<br />

Esses conflitos são decorrentes, sobretudo,<br />

a) das elevadas tarifas alfandegárias impostas pelos países periféricos, objetivando deter a entrada de capitais<br />

produtivos.<br />

b) dos subsídios concedidos aos agricultores dos países centrais, implantando uma concorrência predatória.<br />

c) da insatisfação dos países centrais em relação aos produtos oriundos dos periféricos, devido à sua baixa qualidade.<br />

d) do uso da mão de obra infantil por parte dos países periféricos, principalmente nos cultivos destinados à<br />

exportação.<br />

e) do uso de tecnologia obsoleta pelos países periféricos, principalmente na produção de produtos primários.<br />

18


OS PRIMEIROS EMBATES (EUA X URSS)<br />

A Alemanha principal potência do Eixo, após a derrota em abril de 1945 ficou dividida em duas áreas de ocupação, uma ao<br />

Leste sob a influência soviética e outra ao Oeste na esfera de influência estadunidense, britânica e francesa. Por outro lado,<br />

Berlim também foi dividida em zonas de ocupação, mesmo estando do lado pertencente ao “mundo socialista”, assim, uma<br />

cidade dividida entre dois mundos antagônicos seria uma pedra na relação entre as duas superpotências mundiais.<br />

Em 1948, Stalin decretou um bloqueio à Berlim Ocidental, fechando todas as rotas terrestres de acesso à cidade, o que<br />

forçaria a retirada do apoio estadunidense aos berlinenses ocidentais. Porém, o que aconteceu ao longo dos quase dez meses<br />

de bloqueio foi a maior operação aérea em “tempos de paz” que abasteceu Berlim Ocidental com combustível, alimentos,<br />

medicamentos, transporte de doentes e todas as demais necessidades. Em 1949 o bloqueio soviético foi suspenso e o<br />

abastecimento de carga foi retomado, por outro lado os Estados Unidos transformaram a porção ocidental do país na<br />

Republica Federal Alemã (RFA), cuja capital era Bonn. Em contrapartida a União Soviética anunciou a criação da<br />

Republica Democrática Alemã (RDA), posteriormente conhecida como Alemanha Oriental.<br />

A cidade Berlim Ocidental funcionava como uma ilha capitalista dentro do mundo socialista. O grande aporte de recursos<br />

destinado à parte controlada pelos Estados Unidos contrastava com a austeridade dos governos socialistas da parte oriental,<br />

criando duas realidades bem distintas. Até 1961 não havia maiores restrições de fluxo de pessoas entre as duas partes de<br />

Berlim, porém a migração intensa dos berlinenses orientais para a Alemanha Ocidental levou o governo a construir um<br />

muro para impedir o livre fluxo de pessoas, esse muro, com mais de 160 quilômetros ficou conhecido como o Muro de<br />

Berlim, a maior expressão da divisão do mundo durante a Guerra-Fria.<br />

O Muro de Berlim (1962-<br />

1989) foi o maior símbolo de<br />

um mundo dividido, uma<br />

mesma cidade em dois<br />

sistemas antagônicos.<br />

Tentando romper esta<br />

barreira, milhares tentaram e<br />

muitos acabaram presos ou<br />

mortos pelas autoridades do<br />

lado Oriental. Num discurso<br />

proferido no início da década<br />

de 1960, o presidente<br />

estadunidense o denominou<br />

de “muro da vergonha”. No<br />

fim da década de 1980, com sérios problemas internos a União Soviética ficou<br />

impossibilitada de manter sua hegemonia na região e, com a ascensão de Gorbachev e suas medidas de abertura política e<br />

econômica, os berlinenses se juntaram e, em 09 de novembro de 1989 o muro foi derrubado por uma população sedenta de<br />

liberdade, estava dado o primeiro passo para a reunificação alemã que aconteceria no ano seguinte.<br />

A DESCOLONIZAÇÃO AFROASIÁTICA E A FORMAÇÃO DO TERCEIRO MUNDO<br />

A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) esgotou financeiramente e militarmente as potências imperialistas europeias,<br />

criando condições para que suas colônias existentes na Ásia e na África mobilizassem forças para se desvencilharem do<br />

domínio europeu. Assim, uma a uma, as possessões europeias na Ásia foram se tornando independentes, num processo<br />

chamado de descolonização. Esses novos países independentes, na maioria das vezes, surgiram de um “acordo” entre as<br />

elites locais e os interesses das potências europeias, produzindo uma espécie de colonialismo econômico e cultural<br />

(neocolonialismo), impedindo o desenvolvimento econômico e autônomo desses novos países. Assim, ao persistirem<br />

elementos de pobreza e atraso, criaram uma espécie de mundo subdesenvolvido, que, a partir da Conferência de Bandung<br />

(abril de 1955) ficaram conhecidos como Terceiro Mundo (observe o mapa). Posteriormente, em virtude das condições<br />

socioeconômicas, alguns países da América Latina e do Caribe também foram incluídos nesse grupo. Desta forma, a<br />

bipolaridade da Guerra-Fria se expressava em três mundos, a saber: Primeiro Mundo (países capitalistas desenvolvidos),<br />

Segundo Mundo (países socialistas de economia planificada) e Terceiro Mundo já explicado anteriormente. O processo<br />

de descolonização da África será abordado posteriormente, junto com as consequências desastrosas do mesmo.<br />

19


AS GUERRAS DA GUERRA-FRIA<br />

GUERRA DA COREIA (1950-53) Com o fim da segunda Guerra, em 1945, a Coreia, até então ocupada pelos japoneses,<br />

foi libertada pelos Aliados e dividida em duas zonas de ocupação: o Norte, sob controle dos soviéticos; o Sul sob domínio<br />

estadunidense. A linha divisória entre as duas zonas era o Paralelo 38°, conforme ficara estabelecido na Conferência de<br />

Potsdam. Em 1949, formou-se no Norte a República Popular Democrática da Coreia (socialista) e no Sul a República da<br />

Coreia (capitalista). Após a saída das tropas soviéticas e estadunidenses, havia a promessa de reunificação, porém, o que<br />

aconteceu depois foi uma intensa batalha propagandística entre o Norte e o Sul, acirrando as diferenças entre as duas<br />

Coreias. A vitória dos comunistas de Mão Tse-tung na China no final de 1949, serviu de motivação aos coreanos do norte<br />

para invadir o sul, em 1950, e conseguir sua capitulação, buscando a unificação territorial da Coreia.<br />

Na ONU, os Estados Unidos e seus aliados consideraram a Coreia do Norte agressora e intervieram, sob o comando do<br />

general MacArthur, para conter seu avanço. China e União Soviética deram apoio aos norte-coreanos, deixando, assim,<br />

evidente a bipolarização na região. Diante do risco de uma guerra totalmente indesejada, as potências envolvidas forçaram<br />

iniciativas para obtenção de um acordo de paz. Com a morte de Stalin em 1953, criou-se condição efetiva para um acordo<br />

de paz assinado em 27 de julho de 1953 em Pan Munjon, ratificando a fronteira anterior com limite no Paralelo 38° Norte.<br />

Após o conflito (1950-53), Coreia do Norte e Coreia do Sul tomaram direções opostas. Enquanto a Coreia do Sul<br />

desenvolveu uma economia industrial e pujante, chegando a ingressar na OCDE, a Coreia do Norte trilhou o caminho do<br />

isolamento, produzindo uma sociedade mais semelhante aos países do bloco socialista. Com o fim da Guerra-Fria e o<br />

desmantelamento do bloco socialista, a esperança de unificação entre as duas Coreias parecia se aproximar, porém, o<br />

regime de PyongYang (Coreia do Norte) não “colaborou”, adotando uma política de hostilidade que beira à guerra.<br />

Hoje, sessenta anos depois do término do conflito, a região ainda inspira cuidados, visto que, o regime político norte<br />

coreano ameaça, através de uso de possíveis armas nucleares, irromper um grande conflito que poderá ter desdobramentos<br />

catastróficos.<br />

Veja a notícia publicada no sítio eletrônico da bbcbrasil.com em 15 de março de 2013:<br />

A Coreia do Norte acusou os Estados Unidos de realizar ataques cibernéticos contra sites estatais do país. A agência<br />

de notícias do governo afirmou que os Estados Unidos e seus aliados lançaram ataques intensivos e persistentes contra os<br />

servidores do país para coincidir com os exercícios militares conjuntos realizados pelos americanos e pelas forças da<br />

Coreia do Sul. Um correspondente da BBC afirma que acusações de ataques cibernéticos não são raras na península, mas<br />

normalmente são feitas pela Coreia do Sul. As tensões se intensificaram na península coreana com exercícios militares de<br />

ambos os lados e a ameaça do norte de retaliar as sanções da ONU por causa de seu programa nuclear.<br />

(http://www.bbc.co.uk)<br />

20


GUERRA DO VIETNÃ (1945-1973) No século XIX a França ocupou a Península da Indochina que hoje abriga o Vietnã,<br />

o Laos e o Camboja. No processo de partilha da África e Ásia, os interesses franceses produziram uma espoliação muito<br />

intensa nos recursos naturais dessa região. Durante a segunda Guerra (1939-1945), a região ficou desprotegida e acabou<br />

ocupada por tropas japonesas a partir de 1940. Sem possibilidade de apoio estrangeiro, os vietnamitas organizaram uma<br />

resistência contra a invasão japonesa através de uma guerrilha conduzida por Ho Chi Min.<br />

Com o término da Segunda Guerra Mundial e a expulsão dos japoneses, a porção norte do território vietnamita se tornou<br />

independente da França, tendo o comunista Ho Chi Min como líder político desse novo país. A França, não aceitando a<br />

independência de parte do Vietnã, lançou uma ofensiva militar em 1946 visando a reconquista do território perdido,<br />

produzindo o que ficou conhecido como Guerra da Indochina (1946-54). Mesmo com o apoio econômico e material<br />

estadunidense, os franceses foram derrotados em 1954 na famosa batalha de Dien Bien Phu, sendo forçados a assinar o<br />

Tratado de Genebra que reconhecia a divisão do território vietnamita em Vietnã do Norte (de orientação socialista) e Vietnã<br />

do Sul (de orientação capitalista), típico do mundo bipolar.<br />

Os Estados Unidos sucederam a França na região apoiando o governo do Vietnã do Sul, enquanto a União Soviética<br />

apoiava o regime do Vietnã do Norte. O Vietnã do Sul passou então a ser governado pelo ditador anticomunista e pró<br />

ocidente chamado Ngo Dinh Diem. A miséria geral e o autoritarismo do governo do Sul possibilitou a formação de um<br />

grupo de resistência sul-vietnamita denominado Frente Nacional de Libertação, de orientação socialista, cujos integrantes<br />

ficaram conhecidos com vietcongues.<br />

Em 1957 começou uma guerra entre os dois países, que tinha como pano de fundo a rivalidade entre as duas superpotências<br />

mundiais, aparentemente o Vietnã do Sul parecia possuir maior apoio militar e econômico estadunidense o que colaboraria<br />

para a vitória conta os comunistas do Vietnã do Norte e sufocariam facilmente os vietcongues do sul. Porém, nos primeiros<br />

anos dessa guerra, os soldados do Norte avançaram perigosamente pondo em risco os aliados estadunidenses do sul. Assim,<br />

em 1964 os Estados Unidos entraram diretamente no conflito, enviando soldados para a península, iniciando a segunda<br />

Guerra do Vietnã (1964-75). Apesar da superioridade bélica e tecnológica os soldados estadunidenses não conseguiram<br />

evitar a derrota do Vietnã do Sul. Em meio ao conflito armas químicas como o agente laranja, bombas de fragmentação e o<br />

napalm foram utilizadas pelas tropas estadunidenses, enquanto os tropas vietnamitas do norte e os vietcongues conseguiam<br />

neutralizar a superioridade do exército do sul, utilizando técnica de guerrilha e o grande conhecimento do território (que<br />

faltava aos estadunidenses).<br />

Em 1973 as tropas estadunidenses deixaram o conflito e “permitiram” que as tropas do Vietnã do Norte e os vietcongues<br />

vencessem a guerra e unificassem o país sob a bandeira do socialismo. Embora muitos não considerem esse evento uma<br />

derrota estadunidense, é certo que, se a guerra foi motivada por interesses geopolíticos, o vencedor foi aquele que teve seus<br />

interesses conquistados, neste caso os socialistas.A partir do fim da Guerra-Fria em 1991, o Vietnã iniciou um processo de<br />

abertura política e econômica sendo considerando um dos Tigres Asiáticos da terceira geração.<br />

Esta talvez seja uma das imagens mais associadas aos horrores da Guerra do Vietnã.<br />

FAZENDO QUESTÕES...<br />

1-Sobre a Guerra da Coreia (1950-1953), é correto afirmar, exceto:<br />

21


a) O teatro de operações estendeu-se pelo território chinês, ficando a população submetida a um clima de “fogo<br />

cruzado” entre os estadunidenses e russos.<br />

b) O início do conflito está relacionado com a invasão da Coreia do Sul por tropas da Coreia do Norte sob a<br />

influência dos russos e chineses.<br />

c) O sul da Coreia, área de influência estadunidense, tendia para o regime democrático e a Coreia do Norte, para o<br />

regime socialista, sendo que as duas partes não conseguiram chegar a um acordo político.<br />

d) A Coreia era uma antiga possessão japonesa que fora ocupada durante a Segunda Guerra Mundial e, após o<br />

conflito, com a vitória dos Aliados, transformou-se em cenário da Guerra Fria.<br />

e) As tropas da ONU, comandadas pelo general Mac Arthur, conseguiram rechaçar os norte-coreanos, sendo,<br />

posteriormente, fixadas as fronteiras entre os dois países na altura do paralelo 38°N.<br />

Utilize o mapa para responder as questões a<br />

seguir:<br />

2-(CONSULTEC) Em 1, ocorreu, na década<br />

de 90 do século XX, grande conflito político,<br />

ideológico e étnico, do qual resultou o<br />

desmembramento da antiga Iugoslávia e a<br />

redistribuição das fronteiras dos países do<br />

leste europeu. As raízes desse conflito estão<br />

relacionadas aos tratados de paz impostos<br />

pelos vencedores da Primeira Grande Guerra<br />

(1914 – 1918), quando.<br />

a) a política de unificação na Itália e na<br />

Alemanha dividiu a região entre<br />

italianos e alemães, aumentando seus<br />

territórios e lhes conferindo maior<br />

poder militar.<br />

b) o Império Turco-Otomano (Turquia)<br />

recuperou a dominação sobre a região, fato que se iniciara desde a expansão árabe muçulmana no século XVII.<br />

c) a União Soviética, governada por Josef Stalin, estendeu seu domínio sobre a região, submetendo a Iugoslávia ao<br />

Pacto de Varsóvia.<br />

d) povos de culturas e condições econômicas diferentes foram reunidos num novo país — a Iugoslávia — que<br />

congregava sob as mesmas fronteiras as antigas Bósnia-Herzegovina, Croácia, Sérvia, Eslovênia, Montenegro e<br />

Macedônia.<br />

e) foi iniciada, por alemães e russos, a perseguição que levaria, na década de 30 do século passado, ao extermínio dos<br />

judeus.<br />

3- (CONSULTEC) Em 2, o fim da Segunda Guerra Mundial e o enfraquecimento dos impérios coloniais levaram à<br />

ocorrência de<br />

a) campanhas mal sucedidas pela libertação da região norte do continente, onde, ainda hoje, persistem governos<br />

coloniais submissos aos países europeus.<br />

b) movimentos pela independência das antigas colônias, seguindo, algumas delas, o modelo do acordo e da<br />

negociação com as antigas metrópoles, o que levaria posteriormente ao neocolonialismo.<br />

c) alianças favoráveis à instalação do nazi-fascismo como forma de facilitar a captação de investimentos financeiros<br />

da Itália e da Alemanha.<br />

d) projetos norte-americanos para a ocupação efetiva das antigas colônias, sobretudo as do sul da África,<br />

consideradas mais desenvolvidas.<br />

e) gestões dos governos brasileiros para promover o controle sobre as ex-colônias portuguesas, considerando a<br />

aproximação histórica e cultural que existe entre Brasil e Portugal.<br />

22


4-(CONSULTEC) Em 3, ocorreu a separação entre as Coreias do Norte e do Sul, mantida até os dias atuais, e que se<br />

originou<br />

a) da concentração de populações de diferentes etnias, tanto no norte quanto no sul, dificultando os programas de<br />

unificação do território.<br />

b) do apoio prestado pelas duas Coreias ao Japão, durante a Segunda Guerra Mundial, o que atraiu a fúria dos<br />

Estados Unidos contra aqueles países.<br />

c) da configuração geográfica da região, extremamente montanhosa, o que impede a execução de práticas efetivas de<br />

unificação.<br />

d) das tensões da Guerra Fria, que opôs, na década de 50 do século XX, o modelo socialista ditatorial da Coreia do<br />

Norte, apoiado pela URSS e pela China, ao modelo capitalista da Coreia do Sul, apoiado pelos Estados Unidos.<br />

e) da política executada pela ONU, após a Segunda Guerra Mundial, destinada a dividir os governos locais para<br />

melhor submetê-los ao domínio dos países ocidentais.<br />

5-(CONSULTEC) Em 4, a polarização da Guerra Fria aprofundou a divisão do Vietnã em dois blocos oponentes,<br />

contexto em que se destacou a ação dos vietcongs,<br />

a) ativistas políticos e guerrilheiros do sul, que lutavam pela unificação do país e contra a intervenção armada norteamericana.<br />

b) sociedade secreta favorável ao Ocidente, responsável por grande parte do genocídio que atingiu o sudeste asiático.<br />

c) sistema filosófico de origem japonesa, de cunho fortemente pacifista e nacionalista.<br />

d) terroristas asiáticos, que atacavam os países do continente, levados por interesses puramente econômicos, não<br />

defendendo qualquer programa de ação política.<br />

e) designação dada na região aos camponeses plantadores de arroz, responsáveis pelo abastecimento do mercado<br />

local.<br />

AS REVOLUÇÕES SOCIALISTAS<br />

As ideias marxistas produziram ao longo do século XX algumas revoluções nos vários continentes, a primeira experiência<br />

foi a União Soviética que, a partir da Revolução Russa de 1917 instaurou um governo com características socialistas. Com<br />

o fim da segunda Guerra o número de países que adotaram o socialismo aumentou no Leste Europeu em função da<br />

presença de tropas soviéticas que facilitaram a criação de regimes comunistas locais. Na China em 1949, Cuba em 1959 e<br />

na África portuguesa nos anos 1970 foram os principais eventos socialistas, não esquecendo as curtas experiências na<br />

Nicarágua e El Salvador, amos na América Central.<br />

REVOLUÇÃO CHINESA – O partido Comunista Chinês foi criado no início da década de 1920, porém, só na década<br />

seguinte empenhou-se numa luta contra o regime nacionalista do Kuomitang. Após a invasão japonesa de 1937, houve uma<br />

relativa trégua entre os comunistas, então liderados por Mao Tsé-tung e os nacionalistas liderados por Chiang Kai-chek.<br />

Com a derrota japonesa em 1945, a rivalidade reacendeu e uma guerra civil se estendeu de 1945 até 1949, quando os<br />

comunistas venceram os nacionalistas e instauraram a República Popular da China sob o comando de Mao Tsé-tung. Os<br />

nacionalistas fugiram para a ilha de Taiwan e, apoiados pelos Estados Unidos criaram a República Nacionalista da China.<br />

Mais adiante explicaremos com mais detalhes a trajetória chinesa até os dias de hoje.<br />

REVOLUÇÃO CUBANA – Cuba é uma ilha caribenha próxima ao Golfo do México e tem uma população atual de cerca<br />

de 11 milhões de habitantes, de clima tropical, Cuba foi descoberta por navegantes à serviço da Coroa Espanhola logo no<br />

início das grandes navegações (1494). Sua população primitiva composta de povos genericamente chamados de caraíbas foi<br />

quase que totalmente dizimada nas primeiras décadas de colonização, sendo necessária a imigração de escravos africanos<br />

para alimentar a agricultura de plantation local.<br />

Somente em 1898, depois de fracassadas tentativas, Cuba se tornou independente da Espanha, porém, vale ressaltar que<br />

isso ocorreu em meio a uma guerra entre os Estados Unidos e a Espanha, o que acabou com o sonho de uma verdadeira<br />

independência. Em 1902, a primeira constituição cubana recebeu a Emenda Platt que permitia a interferência estrangeira<br />

(leia-se estadunidense) em caso de rompimento da ordem vigente. Os governos que se seguiram estavam alinhados com os<br />

interesses das elites locais e com os Estados Unidos, assim, no início dos anos de 1940 Fulgêncio Baptista chegou ao poder,<br />

mantendo-se até 1959.<br />

23


Em 1953, uma fracassada tentativa de golpe conduzida por um jovem advogado chamado Fidel Castro, acabou com a<br />

prisão do mesmo e posterior exílio no México. No exílio, Fidel Castro associou-se a Ernesto “Che” Guevara, Raul Castro<br />

e a quase uma centena de homens e retornou à ilha, iniciando uma guerrilha com o intuito de derrubar o governo de<br />

Baptista e instaurar um governo de cunho nacionalista, esse movimento ficou conhecido como Guerrilha de Sierra<br />

Maestra. Após uma série de conquistas menores, o grupo comandado por Fidel derrotou as tropas de Baptista e assumiu o<br />

governo da ilha em 1959. A situação em Cuba era a seguinte: a maior parte da riqueza estava concentrada não mãos de<br />

poucos, as principais empresas pertenciam a cidadãos estadunidenses que gozavam de muitos privilégios enquanto a<br />

população cubana alimentava-se muito precariamente, morava em barracos e vivia de empregos sub-remunerados.<br />

Ao chegar ao poder Fidel Castro adotou as seguintes medidas: a) reforma agrária; b) redução de 50% no valor dos alugueis,<br />

25% no valor dos livros didáticos e 30% de redução na tarifa de eletricidade; c) nacionalização de indústrias, refinarias e<br />

usinas de açúcar. Essas medidas foram recebidas como uma ofensa pelos estadunidenses que, apoiados por dissidentes<br />

cubanos, tentaram retomar o controle da ilha na fracassada operação da Baía dos Porcos em 1961. A expulsão de Cuba da<br />

Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Crise dos Mísseis em 1962 aproximou o governo de Fidel com a União<br />

Soviética, tornando-se membro da Comecom e um potencial inimigo dos Estados Unidos na América Latina, assim, desde<br />

o início dos anos de 1960 o governo cubano está sob embargo comercial estadunidense.<br />

Aliada da União Soviética, Cuba recebeu subsídios e empréstimos que foram usados para implementar uma série de<br />

programas sociais de habitação, saúde e educação, tornando-se referência para outros países latino-americanos. Em<br />

contrapartida, Cuba treinava guerrilheiros para enviá-los para os seus países de origem na América Latina e na África, além<br />

de ter enviado tropas para apoiar regimes pró-URSS na África.<br />

Com o fim da Guerra-Fria e o esfacelamento da União Soviética, Cuba vem sofrendo uma crise econômica que tem<br />

produzido uma queda contínua na qualidade de vida de sua população, para completar o embargo comercial estadunidense<br />

continua, asfixiando a economia da ilha e pondo à prova o longevo governo castrista. Em 2007 o líder cubano Fidel Castro<br />

se afastou do poder e, desde então, o seu irmão Raul Castro governa com um programa de abertura política e econômica<br />

muito contida. Como não existe oposição organizada em Cuba e os protestos são reprimidos, não se sabe ao certo as<br />

condições gerais da ilha, e para os próximos cinco anos (2013-2018), é provável que as mudanças continuem ocorrendo a<br />

conta-gotas.<br />

FAZENDO QUESTÃO:<br />

1-(Consultec)O ditador cubano, Fidel Castro, 81 anos, anunciou sua renúncia, após 49 anos à frente do poder em<br />

Cuba. Fidel, que não aparece em público desde que foi submetido a uma cirurgia intestinal, há cerca de um ano e<br />

meio, disse que não aceitará cumprir um novo mandato na Presidência após a reunião do Parlamento cubano. ( O<br />

DITADOR...,2008).<br />

Em relação à história cubana, é correto afirmar que a<br />

f) crise dos mísseis cubanos demonstrou a fraqueza econômica e militar da União Soviética, que, sem condições de<br />

competir com os Estados Unidos, provocou o desaparecimento do socialismo real e a consequente retirada dos<br />

mísseis soviético de Cuba.<br />

g) tomada do poder por Fidel Castro, em 1959, foi provocada pela situação de miséria da população, aliada ao apoio<br />

dos Estados Unidos aos guerrilheiros na derrubada do governo corrupto de Fulgência Batista, que ameaçava a<br />

democracia no continente americano.<br />

h) derrocada do socialismo real provocou a abertura de Cuba ao capital estrangeiro através da instalação de<br />

multinacionais no país e a instalação pacífica do capitalismo na ilha, a partir da privatização das empresas estatais<br />

e de reformas políticas democráticas.<br />

i) fracassada invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, por tropas contrarrevolucionárias, apoiadas e treinadas pelos<br />

Estados Unidos, contribuiu para a decisão sobre a adoção do socialismo na Ilha e sua aproximação da URSS.<br />

j) renúncia de Fidel foi provocada pela forte pressão da população, através de grandes manifestações de massa,<br />

contra o governo impopular de Fidel Castro, que se mostrou incompetente para solucionar problemas básicos,<br />

como educação e saúde.<br />

24


OS LEVANTES NO MUNDO SOCIALISTA<br />

Ao contrário do que muitos pensam, o bloco socialista também sofreu levantes internos, sendo que os mais importantes<br />

formam o Levante Húngaro de 1956, a Primavera de Praga (1968) e o Movimento Solidariedade na Polônia (1980).<br />

Em 1956 os húngaros se insurgiram contra o modelo de socialismo imposto pelos soviéticos, iniciando um movimento que<br />

ficou conhecido como Levante ou Revolução Húngara. Contrários à presença e ingerência soviética no país, os protestos<br />

se intensificaram até derrubar o governo, receosos de que, a partir da Hungria, novos focos de rebeldia se iniciassem, os<br />

soviéticos enviaram uma força militar que massacrou os insurgentes e empossou um governo afinado com Moscou.<br />

Em 1968 aconteceu um movimento político na Tchecoslováquia que denominado como Primavera de Praga. Com o fim<br />

da segunda Guerra Mundial o país tinha se tornado parte do bloco socialista. Durante as duas primeiras décadas o governo<br />

tornou-se excessivamente autoritário e burocrático à semelhança do governo soviético. Nesse ano (1968) Alexander<br />

Dubcek assumiu o cargo de secretário geral do Partido Comunista da Tchecoslováquia, iniciando um delicado processo de<br />

reformas afim de encontrar um modelo “mais humano” de socialismo. O objetivo de Dubcek não era acabar com o<br />

comunismo na Tchecoslováquia, mas reformá-lo, distanciando o país da influência soviética. Insatisfeita com os rumos do<br />

novo governo tcheco a União Soviética coordenou um ataque militar utilizando armas e soldados do Pacto de Varsóvia,<br />

debelando o motim e elegeu Gustav Hosak um representante linha dura do Partido Comunista alinhado com o pensamento<br />

da União Soviética.<br />

Em 1980 a Polônia vivia um momento muito particular, o Cardeal Karol Wojtyla foi eleito papa (João Paulo II) em 1979 e<br />

tinha um discurso sabidamente contra o socialismo polonês. Alem disso, um sindicato livre de influência direta do Partido<br />

Comunista foi criado sob a liderança de Lech Walessa, o “Solidarnosc” ou Solidariedade. Esse movimento era visto com<br />

maus olhos por Moscou e por alas conservadoras do Partido Comunista Polonês e, após a greve dos trabalhadores dos<br />

estaleiros de Gdansk em dezembro de 1981 o General Wojciech Jaruzelski impôs lei marcial e veículos blindados foram<br />

usados para impedir os protestos. Mais de 10.000 ativistas foram presos (inclusive Lech Walesa), e dezenas foram mortos<br />

em confronto com as forças policiais. A Polônia voltava à “normalidade” de pertencer ao bloco socialista afinado com<br />

Moscou.<br />

“CHINA: A TRAJETÓRIA DE UM DRAGÃO”<br />

A China tem um território de aproximadamente 9,5 milhões de km², uma população perto de 1,4 bilhão de habitantes, um<br />

PIB de quase 8,0 trilhões de dólares (2012) e um crescimento anual superior à média mundial nos últimos 25 anos, mas,<br />

nem sempre foi assim, vejamos um pouco da história chinesa.<br />

Até o século XV a civilização chinesa rivalizava com as principais civilizações da época, porém, com as Grandes<br />

Navegações, a civilização europeia começou a se destacar das demais. Nas primeiras décadas do século XVI os europeus já<br />

praticavam intenso comércio nos portos chineses, enquanto isso, o Império Chinês mostrava sinais de decadência. No<br />

século XIX houve dois levantes chineses contra as potências europeias: a Guerra do Ópio e a Revolta dos Boxers. Ambos<br />

foram debelados por forças europeias e a China se curvou ante os interesses imperialistas.<br />

No início do século XX, liderados por Sun Yat-sem criou o Partido Kuomitang e, em 1911, a República foi instituída<br />

pondo fim ao império de milhares de anos. A partir de 1923 a China foi governada por Chiang Kai-chek que comandou o<br />

país até 1949, quando uma revolução socialista comandada por Mao Tsé-tung chegou ao poder. Como foi explicado<br />

anteriormente, passaram a existir duas Chinas: A República Popular da China (comunista) liderada por Mao Tsé-tung e a<br />

República Nacionalista da China (Taiwan), capitalista, liderada por Chiang Kai-chek e apoiada pelos Estados Unidos.<br />

Durante o governo de Mao Tsé-tung a China passou por profundas transformações. Logo nos primeiros anos de governo,<br />

Mao coletivizou a agricultura, aboliu a propriedade privada e iniciou um agressivo programa de industrialização, esse<br />

conjunto de programas ficou conhecido como “Salto para Frente”. Os efeitos colaterais das políticas maoístas produziram<br />

uma queda na produção agrícola gerando fome e protestos contra o governo. Para contornar a situação Mao iniciou, no<br />

início da década de 1960 uma “revolução dentro da revolução”, a Revolução Cultural (1966-1976). Ao longo dos dez anos<br />

da revolução cultural os opositores de Mao foram presos ou mortos, qualquer manifestação contra o governo era<br />

considerada traição e os cidadãos poderiam ser punidos até com pena de morte, milhões de pessoas foram enviadas para os<br />

campos para passar por um processo de “reeducação”. Tudo isso foi executado pela “Guarda Vermelha” seguindo<br />

orientação do “Livro Vermelho” de Mao. O livro, em formato de bolso, foi um instrumento eficaz no desenvolvimento do<br />

culto à personalidade de Mao. Utilizado para a doutrinação ideológica das massas, reafirmava a ideia de que o maoísmo era<br />

a culminação do pensamento marxista-leninista. Durante esse período, citações do livro eram exigidas inclusive em<br />

trabalhos científicos e sua leitura realizada, diariamente, nas escolas e nos locais de trabalho. Veja uma citação do Livro<br />

Vermelho de Mao:<br />

25


“Em nenhum momento e em nenhuma circunstância um comunista deve colocar seus interesses pessoais em primeiro<br />

plano; pelo contrário, ele deve subordiná-los sempre aos interesses da nação e das massas populares. É por isso que o<br />

egoísmo, o relaxamento no trabalho, a corrupção, o exibicionismo, etc. merecem o maior dos desprezos; enquanto a<br />

entrega desinteressada, o ardor no trabalho, a devoção à causa pública, o esforço intenso e tenaz merecem todo o<br />

respeito.” CAPÍTULO XXVIII – p. 189<br />

Mao adotou uma política isolacionista se afastando da União Soviética, realizou em 1964 seu primeiro teste nuclear com<br />

sucesso e, em 1972 foi aceita na ONU, ocupando a cadeira permanente que pertencia até então a Taiwan. Em 1976 Mao<br />

morreu aos 82 anos, e foi sucedido por Deng Xiaoping.<br />

Deng Xiaoping não acreditava na democracia, segundo ele a China só se desenvolveria se conduzida pela única força<br />

centralizada do país, o Partido Comunista. O seu governo de 1978 até 1993, foi marcado por grandes transformações<br />

econômicas e permitiu à China o ingresso no mundo industrializado e comercial. A partir das Quatro Modernizações<br />

(Agricultura, Indústria, Defesa e Ciência e Tecnologia) a China foi se preparando gradativamente para a abertura de<br />

mercado. Foram criadas as Zonas Econômicas Especiais (ZEE’s) que eram verdadeiras ilhas capitalistas dentro da China<br />

comunista, nestas zonas vários expedientes capitalistas como o lucro e a propriedade privada eram permitidos. Questionado<br />

pelo processo de ingresso de capital estrangeiro na terra de Mao, Deng Xiaoping respondeu: “não importa a cor do gato,<br />

importa que coma ratos”. Apesar de toda abertura econômica Deng não conduziu uma abertura política, mantendo o Partido<br />

Comunista Chinês com a mesma estrutura centralizada e autoritária do seu antecessor, o Massacre da Praça da Paz<br />

Celestial em 1989 foi a indicação que a democracia ainda tardaria a chegar à China. Em 1993 Deng Xiaoping deixa o<br />

comando da China e foi sucedido por Jiang Zemin.<br />

Jiang Zemin foi responsável pela introdução da China na economia globalizada, no seu governo (1993 -2003), as<br />

indústrias chinesas, valendo de um imenso contingente de trabalhadores, custo baixo de mão-de-obra e de incentivos<br />

estatais, tornaram-se extremamente competitivas no mercado internacional, conquistando considerável fatia de mercado<br />

internacional de brinquedos, eletroeletrônicos, eletrodomésticos e vestuário.<br />

Em 2001 a China foi aceita na Organização Mundial do Comércio (OMC), contudo o Partido Comunista continuou com<br />

uma política de controle da informação e restrição das liberdades individuais, afirmando o modelo autoritário dos governos<br />

anteriores. Em 2003 Jiang Zemin deixa o comando da China, sendo sucedido por Hu Jintao. O<br />

Hu Jintao (2003-2013): esse governo foi marcado pela ascensão da economia chinesa, cujo crescimento esteve sempre<br />

acima dos 6% aa e a apliação dos interesses chineses para além do continente asiático, tornando-se grande investidor nas<br />

economia dos países da África e América Latina, sendo que a partir de 2008, com a crise mundial do capitalismo, se<br />

consolidou como potência econômica de grandeza comparável aos Estados Unidos e da União Europeia.<br />

No campo político, as cúpulas anuais dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África dos Sul) promoveu a China como<br />

principal economia emergente da atualidade, mas também, como um ator geopolítico capaz de ocupar espaços cada vez<br />

mais importantes na condução da economia mundial, embora sua política externa seja muito conservadora em relação a<br />

atuação em conflitos fora de seu território.<br />

Em 2013, o comando da China passou às mãos de Xi Jinping, que no discurso de posse afirmou que seguiria as orientações<br />

do governo anterior, mas fazendo questão de relembrar que seu país ocupa uma posição de relevância no mundo atual.<br />

Apesar de a China ocupar a segunda posição entre as maiores economias mundiais, com um PIB de U$ 9,1 trilhões de<br />

dólares, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, possui alguns problemas preocupam os estudiosos da economia:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

o (des)respeito aos direitos humanos;<br />

o custo ambiental do modelo econômico;<br />

a voracidade por matéria-prima;<br />

o envelhecimento populacional;<br />

o câmbio artificialmente desvalorizado;<br />

os protestos das minorias étnicas (tibetanos e uigures)<br />

a questão de Taiwan e as ilhas disputadas com o Japão.<br />

26


FAZENDO QUESTÃO:<br />

(Consultec 2014) Leia os textos e responda as questões a seguir:<br />

a) Antes que o país se abrisse, no fim dos anos 70 [século XX], o sistema de ciência e tecnologia da China<br />

empregava um modelo soviético: instituições especializadas conduziam a pesquisa e as universidades, com<br />

foco mais restrito, se encarregavam da educação e do treinamento. Esse modelo fracassou porque a pesquisa<br />

era separada do ensino, o trabalho interdisciplinar era impossível, os recursos eram escassos e os rígidos<br />

controles políticos e a ideologia dominavam. A revolução cultural de 1966 a 1976 fechou todo o ensino<br />

superior por uma década e destruiu muito do que havia sido construído anteriormente. Nos anos 90, a China<br />

expandiu e reestruturou o ensino superior de forma a atender suas ambições econômicas. (ALTBACH;<br />

WANG. 2012. p. 44-45).<br />

b) Quem acha que o Brasil de hoje é um país pobre — e é mesmo — pode ter uma certeza com teor de verdade<br />

100%: o Brasil de quarenta anos atrás era várias vezes pior. Por pior que fosse, porém, era melhor que a China<br />

no quesito pobreza. (SILÊNCIO..., 2013. p. 148).<br />

1- Sobre as semelhanças e diferenças entre o Brasil e a China, ontem e hoje, é correto afirmar que<br />

a) ambos tiveram uma colonização de povoamento, o que explica seu subdesenvolvimento.<br />

b) são países populosos, povoados, com a mesma estrutura etária e o mesmo crescimento demográfico.<br />

c) se verifica a ausência de áreas anecúmenas, nos dois países.<br />

d) a China, em relação ao espaço rural, na última década, implantou a maior distribuição de renda da Ásia, enquanto,<br />

no Brasil, houve uma concentração do agronegócio.<br />

e) a China, na esfera política, possui um partido único enquanto o Brasil adota o pluripartidarismo.<br />

2-O modelo soviético, adotado pela China, foi uma decorrência da adoção das ideias socialistas que<br />

a) surgiram a partir do movimento iluminista, através de Jean-Jacques Rousseau, defensor da concepção de que o<br />

homem nasce bom e que é o capitalismo e a existência da propriedade privada que o corrompem.<br />

b) se consolidaram na fase jacobina da Revolução Francesa, quando o líder político Robespierre aboliu a propriedade<br />

privada e estabeleceu a igualdade salarial e a ditadura do proletariado.<br />

c) levaram o partido bolchevique a derrubar o governo menchevique, na URSS, e a impor a ditadura do Partido<br />

Comunista, que, através da expulsão de Leon Trotsky, consolidou o poder nas mãos de Josef Stálin.<br />

d) foram adotadas no Leste Europeu, após a Primeira Guerra Mundial, como consequência do Pacto Nazi-Soviético<br />

de Não Agressão, através do qual a URSS se expandiu na Europa Oriental, em troca da sua não interferência no<br />

processo de expansão territorial da Alemanha nazista.<br />

e) foram substituídas pelo regime democrático, após a “Primavera de Pequim” quando, em decorrência da expansão<br />

da política neoliberal, a China se abriu para o capital estrangeiro e privatizou os meios de produção.<br />

3-As mudanças ocorridas na China se inserem em um contexto mais amplo de transformações ocorridas nas<br />

relações geopolíticas internacionais, a partir da segunda metade do século XX, a exemplo<br />

a) do processo de descolonização afro-asiática, apoiado militarmente pelos Estados Unidos, que resultou o<br />

rompimento estadunidense com a Europa e a formação do bloco dos não alinhados, liderados pela França e pela<br />

Inglaterra.<br />

b) da política de neutralidade chinesa, no processo da Segunda Guerra Mundial, visto que esse conflito ficou<br />

confinado à disputa entre os regimes capitalistas ocidentais e o modelo autoritário socialista soviético.<br />

c) da deflagração da Revolução Cultural Chinesa, que democratizou o Partido Comunista chinês, abrindo caminho<br />

para a abertura econômica e a atração do capital estrangeiro, proporcionando o rápido crescimento econômico.<br />

d) da Coexistência Pacífica, implantada pela Guerra Fria, que provocou o rompimento da China com a União<br />

Soviética e no apoio da China aos guerrilheiros talibãs contrários à invasão militar soviética no Afeganistão.<br />

e) da crise do socialismo real, na União Soviética, para qual contribuíram a Perestroika — reestruturação econômica<br />

—, e a Glasnost — transparência política.<br />

27


O FIM DO MUNDO SOCIALISTA<br />

O mundo socialista passou a existir após a Segunda Guerra Mundial com a vitória dos Aliados e a ascensão da União<br />

Soviética como defensora dos princípios marxistas implantados nos países do Leste Europeu. A partir de então, os<br />

soviéticos conduziram a mão de ferro a política de vários países socialistas, como já estudamos anteriormente. Porém, a<br />

economia planificada era engessada e permitia pouca adaptação às transformações do mundo tecnológico da segunda<br />

metade do século XX. Além disso, a industrialização da União Soviética priorizou as indústrias de bens de produção,<br />

defendendo um modelo que não deveria premiar o consumismo, que, segundo os economistas soviéticos, era um mal<br />

capitalista e deveria ser extirpado. Dessa forma, as indústrias de bens de consumo foram deixadas em segundo plano,<br />

enquanto a indústria bélica ganhava cada vez mais recursos e inovação devido à corrida armamentista da Guerra-Fria.<br />

A centralização da economia soviética associada aos elevados gastos militares da Guerra-Fria produziu uma situação<br />

bastante curiosa: uma indústria militar extremamente desenvolvida e tecnológica, e uma indústria civil que mal dava conta<br />

de atender as demandas internas, cada vez mais crescentes. Em meados dos anos 1980 enormes filas eram vistas nas<br />

principais cidades apenas para comprar gêneros de primeira necessidade. Reinvindicações de ordem políticas e econômicas<br />

tornaram-se frequentes, mesmo dando ênfase na produção de bens de consumo, o Plano Quinquenal não conseguiu sanar a<br />

situação de desabastecimento e de racionamento de alimentos.<br />

Em 1985 Mikhail Gorbachev se tornou secretário geral do Partido Comunista e consequentemente foi eleito presidente da<br />

União Soviética. Ciente da situação, Gorbachev propôs a perestroika, que no idioma local significa reestruturação<br />

econômica. Posteriormente aconteceu a glasnost, um conjunto de reformas políticas que possibilitariam uma maior<br />

transparência política e liberdade de expressão.<br />

A situação étnica não era muito diferente, os diversos grupos étnicos internos buscavam seu espaço nas Repúblicas que<br />

compunham a União Soviética, a insatisfação desse grupos seria um dos motivos para a futura desagregação do modelo<br />

criado desde 1917 e que se mantinha coeso graças ao poder centralizado nas mãos dos dirigentes do Partido Comunista.<br />

As reformas implantadas por Gorbachev estimularam uma série de movimentos separatistas dentro e fora da União<br />

Soviética. Na Hungria, a cortina de ferro já apresentava sinais de deterioração, permitindo pequenas trocas comerciais<br />

entre os “dois mundos”, sem repressão do Pacto de Varsóvia. Em novembro de 1989 o Muro de Berlim caiu, fundindo os<br />

dois modelos sem repressão das forças policiais da Alemanha Oriental. Em 1990 aconteceu a unificação da Alemanha,<br />

prenunciando o fim do mundo socialista. Os dois principais símbolos do mundo bipolar já não mais existiam: o Muro de<br />

Berlim e a Cortina de Ferro, além disso, a União Soviética anunciou a desarticulação do Pacto de Varsóvia no final de<br />

1990.<br />

Um fracassado golpe militar coordenado pelos linhas-duras do Partido Comunista em agosto de 1991 tentou retomar o<br />

controle do país, mas foram vencidos pela mobilização popular orquestrada por políticos desejosos de mais abertura, entre<br />

eles estava Boris Yeltsin. No final de 1991, a renúncia de Gorbachev põe fim à União das Repúblicas Socialistas<br />

Soviéticas (URSS), dando lugar a uma associação conhecida como Comunidade dos Estados Independentes (CEI),<br />

comandada pela Federação Russa que era governada por Boris Yeltsin.<br />

O fim da União soviética significou um novo arranjo territorial na Europa.<br />

A Tchecoslováquia deu origem a dois novos países, a República Checa e a Eslováquia, numa revolução sem<br />

derramamento de sangue, através de um acordo entre os parlamentos locais. A Lituânia, Letônia e Estônia, denominados de<br />

países bálticos se separaram da União Soviética e tornaram-se independentes, alinhando posteriormente com a Europa<br />

Ocidental. A região dos Bálcãs teve um desfecho mais trágico, a Iugoslávia que era composta por seis repúblicas se<br />

esfacelou numa sangrenta guerra motivada por questões étnicas.<br />

ATUALIDADES:<br />

Uma crise na Ucrânia em 2013 produziu uma alteração substancial nas relações russo-ucranianas, culminando na anexação<br />

da Crimeia à Russia em 2014 e numa guerra civil no leste da Ucrânia que, até a confecção desse material não tinha sido<br />

solucionada. O pivô da crise foi a recusa do então presidente ucraniano Viktor Yanukovich, de assinar um acordo comercial<br />

com a União Europeia. Após a negativa, os protestos se espalharam pela Ucrânia e mais intensamente em Kiev , criando<br />

uma instabilidade política que gerou a queda de Viktor Yanukovich. Com isso, as populações das regiões com grande<br />

percentual de russos étnicos iniciaram um movimento separatista que se inclinava politicamente para os interesses da<br />

Rússia. Impossibilitada de uilizar o Conselho de Segurança da ONU para se defender e de não ter capacidade bélica para<br />

enfrentar os rebeldes pró-russia e derrotá-los, a Ucrania encontra-se numa encruzilhada geopolítica: ou a guerra total,<br />

correndo o risco de ser derrotada pela Rússia que apoia os rebeldes ou a aceitação da perda do controle territorial de<br />

maioria de russos étnicos. O mapa a seguir ajuda a enternder a distribuição de forças na região.<br />

28


http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2014/07/17/entenda-o-conflito-envolvendo-ucrania-e-russia.htm (adaptado)<br />

FAZENDO QUESTÃO:<br />

Para fazer as questões 1, 2 e 3, observe a letra da canção:<br />

O fim da história<br />

Não creio que o tempo<br />

Venha comprovar<br />

Nem negar que a História<br />

Possa se acabar<br />

Basta ver que um povo<br />

Derruba um czar<br />

Derruba de novo<br />

Quem pôs no lugar<br />

[...]<br />

Quantos muros ergam<br />

Como o de Berlim<br />

Por mais que perdurem<br />

Sempre terão fim (GIL. 2013).<br />

29


1-(Consultec - 2014) Os versos “Basta ver que um povo / Derruba um czar”, da composição musical, podem ser<br />

associados à<br />

a) morte, na guilhotina, dos líderes dos sans-cullotes, por determinação do Terceiro Estado, no processo da<br />

Revolução Francesa.<br />

b) luta de independência da América espanhola, nas primeiras décadas do século XIX, que implantou a democracia e<br />

o trabalho assalariado.<br />

c) derrubada do monarca russo e a implantação do sistema socialista, pelo partido bolchevique, em outubro de 1917.<br />

d) queda do império alemão, liderado por Otto Von Bismarck, e a ascensão ao poder, por um golpe militar, de Adolfo<br />

Hitler.<br />

e) consolidação do regime democrático no Oriente Médio e norte da África, fruto do movimento denominado<br />

“Primavera Árabe”.<br />

2-(Consultec-2014) A crise do socialismo real, que provocou a derrocada da União Soviética, foi o resultado de um<br />

longo processo, que apresentou,<br />

entre suas características,<br />

a) a crise econômica pós-guerra, que se abateu sobre a União Soviética, e, através do Plano Marshall, permitiu a<br />

penetração dos capitais estadunidenses no país.<br />

b) a abertura política e democrática, estabelecida por Nicolai Kruschev, no âmbito da Coexistência Pacífica, que<br />

quebrou o monopólio do Partido Comunista, liberando as forças de oposição ao regime.<br />

c) o fracasso da política da Perestroika, cuja tentativa de dinamizar a economia através do estabelecimento da<br />

concorrência, aumentou a insatisfação popular.<br />

d) a fragmentação territorial do país, fruto das longas guerras de independência das províncias bálticas e da<br />

Chechênia, que provocaram o colapso da economia soviética.<br />

e) o estabelecimento da Glasnost, que obrigou a convocação de eleições diretas para presidente, como contrapartida<br />

da ajuda econômica dos Estados Unidos à União Soviética.<br />

3-(Consultec-2014) Os versos “Quantos muros ergam / Como o de Berlim / Por mais que perdurem / Sempre terão<br />

fim” podem ser relacionados à<br />

a) condenação de Mahatma Gandhi pelo governo fundamentalista islâmico indu, por apoiar a derrubada do muro<br />

entre a Caxemira e o território paquistanês na busca da convivência pacífica entre os dois povos.<br />

b) construção, pelo ditador Francisco Franco, do muro que separava a Espanha das regiões bascas, para evitar as<br />

ações terroristas do ETA.<br />

c) queda do muro que dividia o Vietnã do Norte e o Vietnã do Sul, após a guerra civil, que abalou essa região e<br />

unificou os dois países.<br />

d) derrubada do muro que separava os Estados Unidos do México, após o estabelecimento do NAFTA (Tratado<br />

Norte-Americano de Livre Comércio).<br />

e) crítica internacional em relação à construção do Muro da Cisjordânia, separando o Estado de Israel de territórios<br />

palestinos, passando tanto por dentro quanto em torno dos territórios palestinos ocupados (Cisjordânia e Jerusalém<br />

Oriental).<br />

A DESAGREGAÇÃO DOS BÁLCÃS<br />

30<br />

A Iugoslávia surgiu no fim da Primeira Guerra Mundial, quando foi formado o Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos,<br />

conhecido posteriormente por Iugoslávia. Como a região historicamente foi ocupada por vários impérios, a população local<br />

se divide em diversos grupos étnicos que professam três religiões diferentes, os católicos são maioria na Eslovênia e parte<br />

da Croácia, os ortodoxos são maioria na Sérvia e os muçulmanos são a maioria dos bósnios e albaneses de Kosovo.<br />

De 1919 até 1939 a Iugoslávia viveu uma relativa calmaria, quando, no início de 1940 foi invadida e ocupada por tropas da<br />

Alemanha nazista, que só foram expulsas no final da Segunda Guerra. A expulsão dos nazistas foi feita, em grande parte<br />

por guerrilheiros comunistas, conhecidos como partisans, comandados pelo Marechal Joseph Broz Tito.<br />

Em 1945 foi criada uma federação que reunia as seis repúblicas da Bósnia-herzegovina, Croácia, Macedônia, Montenegro,<br />

Sérvia e Eslovênia sob o comando do Marechal Tito, que adotou o socialismo como modelo político e econômico. Embora<br />

tenha adotado o regime socialista, a Iugoslávia não se associou à União Soviética, adotando uma conduta de não


alinhamento com nenhuma das superpotências. Após a morte de Tito, seu sucessor foi um sérvio chamado Slobodan<br />

Milosevic, que adotou uma política mais autoritária em relação às outras repúblicas que compunham a Federação<br />

Iugoslava.<br />

Com o fim da Guerra-Fria a Iugoslávia começou a se desfragmentar. Primeiro a Eslovênia se declarou independente, depois<br />

a Croácia seguiu o mesmo caminho, porém, como as fronteiras não eram muito nítidas o que gerou desavenças e uma<br />

guerra se iniciou entre a Sérvia e a Croácia, logo chegando a um acordo de paz.<br />

A GUERRA DA BÓSNIA (1992-1995)-Logo depois os muçulmanos da Bósnia-Herzegovina se declararam<br />

independentes, causando uma reação violentas dos sérvios que habitavam a região, liderados por Milosevic os sérvios<br />

entraram em guerra com seus vizinhos, temendo serem desalojados por eles das regiões que ocupavam, algumas delas<br />

desde o século XVII, arrastando toda a região para um guerra intermitente. A Guerra da Bósnia trouxe lembranças dos<br />

massacres da Segunda Guerra Mundial, revivendo os campos de concentração, limpeza étnica, sítios às cidades,<br />

bombardeios de artilharia, franco atiradores assassinando a população civil. Com interferência da ONU e o envio de tropas<br />

da OTAN, a região chegou a um acordo de paz em 1996. Hoje a Bósnia tem regiões sérvias, croatas e muçulmanas.<br />

GUERRA DE KOSOVO (1999) - Kosovo era uma província ao sul da Sérvia e que possui uma população<br />

majoritariamente albanesa-muçulmana que desde meados da década de 1990 tentava se libertar do domínio sérvio, porém,<br />

uma ofensiva do Exército da Sérvia em 1999, forçou quase um milhão de kosovares a refugiar-se nos países vizinhos. A<br />

OTAN iniciou então um bombardeio de Belgrado (capital da Sérvia) para obrigar Slobodan Milosevic recuar. Sem apoio<br />

político, Milosevic renunciou e a guerra acabou, porém, tropas da OTAN continuam em Kosovo para garantir a paz na<br />

região. Em fevereiro de 2008 o Parlamento de Kosovo declarou a independência do país, porém encontra muita resistência<br />

para efetivar esse processo.<br />

31


A NOVA (DES)ORDEM MUNDIAL<br />

Logo após a queda do Muro de Berlim a Europa Oriental sofreu profundas transformações. A União das Repúblicas<br />

Socialistas Soviéticas (URSS) havia se desagregado e, junto com ela, deixaram de existir o Pacto de Varsóvia e a<br />

Comecom, que eram os instrumentos de controle e de incentivo sobre os países satélites. O mundo socialista deixava de<br />

existir e um mundo de incertezas e esperanças se descortinava, consolidava uma nova ordem mundial. O mundo bipolar<br />

dava lugar a multipolaridade, o capitalismo havia vencido a luta contra o modelo comunista, um rearranjo de forças<br />

mundiais através dos polos econômicos desenhava uma nova lógica centrada nos blocos regionais. Japão na Ásia,<br />

Alemanha na Europa e os Estados Unidos na América passaram a compor um novo sistema que se apoiava em relações<br />

econômicas e culturais, não existia mais o antagonismo de modelos da Guerra-Fria, a rivalidade Leste-Oeste era<br />

substituída pelo contraste Norte-Sul.<br />

Nesta nova ordem mundial os Estados Unidos figuram como a única superpotência sobrevivente, com poder bélico<br />

inquestionavelmente superior aos demais atores políticos. A União Europeia figura como rival econômico dos Estados<br />

Unidos, mas com pequeno poder bélico, o Japão com números econômicos significativos, mas com poder geopolítico<br />

reduzido e a China se destaca como potência emergente da Ásia.<br />

Os blocos econômicos figuram como condutores dos interesses mundiais a partir do fim da Guerra-Fria, a União Europeia,<br />

o NAFTA, a CEI e o MERCOSUL são os principais blocos da atualidade, sendo que, os países que compõe essas<br />

organizações são responsáveis por grande parte do PIB mundial. China e Japão não são membros efetivos de nenhum bloco<br />

existente, porém, mantém acordos bilaterais com os blocos constituídos.<br />

Em 2001, com os ataques terroristas ocorridos nos<br />

Estados Unidos, o mundo se viu envolvido em um<br />

novo conflito. De um lado os extremistas islâmicos<br />

da Al-Qaeda e de outro os Estados Unidos com sua<br />

doutrina de “guerra ao terror” ou guerra<br />

preventiva contra os possíveis inimigos da<br />

“América”. O primeiro passo foi a invasão do<br />

Afeganistão, acusado de dar guarita ao terrorista<br />

Osama Bin Laden e, em seguida a invasão do<br />

Iraque (2003) com a desculpa oficial de que<br />

Saddan Hussein possuía arsenal de armas de<br />

destruição em massa, depois da derrota, a ocupação<br />

do Iraque mostrou-se um grande equívoco, um<br />

clima de instabilidade se instaurou até os dias atuais.<br />

É bom lembrar que o Conselho de Segurança da<br />

ONU autorizou a invasão do Afeganistão em 2001,<br />

porém, a invasão do Iraque em 2003, não foi autorizada, neste caso, os Estados Unidos e seus aliados agiram sem a<br />

anuência da ONU.<br />

A antiga ordem leste-oeste foi substituída pela ordem norte-sul e, atualmente, na novíssima ordem mundial, um outro polo<br />

de poder se formou a partir da emergência de um grupo de países denominado BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África<br />

do Sul). Após a crise econômica do capitalismo de 2008/2009, as economias dos países do Norte foram mais afetadas que<br />

as economias dos países emergentes, aumentando a influência desses últimos, principalmente da China, que se tornou o<br />

principal responsável pela compra de commodities agrícolas e minerais, mantendo a economia mundial aquecida<br />

parcialmente.<br />

Em Julho de 2014, no Encontro de Fortaleza, os países dos BRICS oficializaram a criação do Banco dos BRICS, instituição<br />

financeira que poderá concorrer com o Banco Mundial e o FMI, oferecendo empréstimos e financiamento para os membros<br />

do grupo e para diversas regiões do planeta. Com isso, os BRICS inauguram um novo polo de poder, paralelo ao Acordo de<br />

Bretton Woods (1944) que vigora soberano até os dias atuais.<br />

32


FAZENDO QUESTÕES...<br />

1-(CONSULTEC) O fundamentalismo corresponde aos movimentos de caráter religioso, étnico, econômico e<br />

político, cujos adeptos mantêm estreita aderência aos princípios fundamentais. Esse termo foi criado dentro do<br />

protestantismo do sul dos Estados Unidos, no século XIX, e, a princípio, veio inserido em um contexto religioso.<br />

Sobre os fundamentalismos no mundo atual, marque V nas afirmativas verdadeiras e F, nas falsas.<br />

( ) No fundamentalismo econômico, se considera muito a religiosidade, pois esta sempre fortalece e aprova os<br />

preceitos econômicos e do apego às posses materiais.<br />

( ) O fundamentalismo islâmico tornou-se desinteressante para o capitalismo, por romper com os marcos da<br />

globalização moderna, e vem sendo combatido com violência onde se manifesta.<br />

( ) O perfil público e a coesão interna do fundamentalismo cristão têm sido reforçados por transmissões religiosas,<br />

em televisão e rádio, e por escolas cristãs, que ajudam a criar uma estrutura razoável capaz de tudo abranger.<br />

A alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a<br />

a) F F V<br />

b) F V F<br />

c) V V F<br />

d) V F F<br />

e) F V V<br />

2-(CONSULTEC) A partir de 2002, a Segunda Guerra do Golfo, liderada pelos Estados Unidos contra o Iraque,<br />

designada como guerra preventiva contra o terrorismo pelo então presidente norte-americano George W. Bush.<br />

Essa atitude foi considerada pelos seus críticos como reveladora de<br />

a) uma política unilateral de derrubada do Islã como religião dominante na região e sua substituição por religiões<br />

cristãs.<br />

b) um sistema de alianças com os países produtores de petróleo da região, para sabotar a produção iraquiana.<br />

c) projetos de apoderamento da tecnologia iraquiana de produção de armas químicas de destruição em massa, para<br />

uso das forças militares norte-americanas.<br />

d) uma estratégia expansionista, destinada a beneficiar os projetos territoriais do Estado de Israel.<br />

e) seus reais interesses no petróleo da região e na intenção de impor sua liderança na política mundial.<br />

3-(CONSULTEC) Em relação ao panorama mundial atual, é correto afirmar:<br />

a) Os países da América Latina, em sua totalidade, continuam a preservar o desenvolvimento sustentável e a<br />

democracia, adquiridos desde a Guerra Fria.<br />

b) O Brasil, ao lado da França e da Rússia, é o país que se destaca pelos conflitos étnicos e religiosos, herdados da<br />

sua administração político-administrativa, que teve origem com a independência.<br />

c) As economias periféricas fragilizadas, a exemplo do Brasil, após o período de recessão em 2008 e 2009, foram<br />

excluídas de participar dos organismos internacionais (blocos econômicos regionais).<br />

d) A China, no contexto do mundo globalizado, adotou um modelo de economia mista, fortemente planejado, que<br />

permite manter acordos e compromissos com as economias ocidentais.<br />

e) Os Estados Unidos, a Europa e o Japão tiveram como saldo da Segunda Guerra Mundial a estabilidade política e<br />

econômica, que os tornou imunes às crises que se abateram pelo mundo, no século passado e na primeira década<br />

do século XXI.<br />

33


4-(CONSULTEC) A partir dos conhecimentos sobre a geografia como ciência econômica da organização do espaço<br />

pelo homem, pode-se afirmar:<br />

( ) As guerras são decisivas na configuração espacial do mundo e na distribuição das esferas de influência.<br />

( ) O fim da bipolaridade redesenhou o mapa político do mundo, pois extinguiu a luta pela soberania dos territórios<br />

não independentes.<br />

( ) As relações sociais, econômicas e culturais explicam a dinâmica do espaço geográfico.<br />

( ) A multipolaridade econômica pôs fim aos conflitos armados e à formação de fronteiras nacionais no mundo atual.<br />

( ) O término da Segunda Guerra Mundial aumentou o número de Estados-nações independentes, sobretudo na<br />

África.<br />

A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é:<br />

a) V F V F V<br />

b) F V V F F<br />

c) V V F F V<br />

d) F V F V F<br />

e) V V V F F<br />

A <strong>GEOPOLÍTICA</strong> DO ORIENTE MÉDIO<br />

34<br />

Entende-se por Oriente Médio um conjunto de países<br />

situados entre a África, Europa e Ásia. Esta região é de<br />

importância vital para o mundo atual por concentrar quase<br />

dois terços das reservas de petróleo existentes no planeta.<br />

Além disso, a região é berço das três principais religiões<br />

monoteístas que são o Judaísmo, o Cristianismo e o<br />

Islamismo. Como encruzilhada mundial, o Oriente Médio<br />

sofreu influência de várias civilizações desde a antiguidade,<br />

porém, a partir do século VII, influenciados por Maomé, a<br />

religião islâmica e a cultura árabe passaram a ser<br />

difundidas na maior parte do subcontinente. O islamismo<br />

se dividiu em duas correntes principais que são os xiitas e<br />

os sunitas. A maior parte dos países da região é composta<br />

significativa maioria de sunitas, as exceções são o Irã e o<br />

Iraque que têm população predominantemente xiita. Embora os países árabes sejam em grande número, vale ressaltar que<br />

Turquia e Irã não são árabes e o Estado de Israel é um enclave judaico na região. É muito comum nos referirmos ao Oriente<br />

médio como o mundo islâmico ou mundo árabe, porém, ambas as afirmativas são equivocadas, o mundo islâmico é um<br />

conjunto muito maior de países que têm no islamismo a sua religião principal. Já o mundo árabe ultrapassa o conjunto de<br />

países do Oriente Médio, pois, o Norte da África é formado por países árabes.<br />

Os climas existentes na região são em geral de baixa pluviosidade, transitando entre o árido e semiárido e, em algumas<br />

regiões litorâneas aparece o clima mediterrâneo. O relevo é predominantemente planáltico, apresentando algumas cadeias<br />

montanhosas que ultrapassam os quatro mil metros de altitude, além de ter uma estreita planície costeira e margeando os<br />

rios Tigre e Eufrates que são os principais rios perenes da região. A escassez de rios perenes torna os cursos d’água<br />

extremamente importantes e disputados. A vegetação existente é arbustiva, xerófita e aberta, típicas de ambientes com<br />

restrição hídrica. O Golfo Pérsico é considerado estratégico e se comunica com o Oceano Índico pelo Estreito de Ormuz,<br />

por essa região transita quase quarenta por cento do petróleo mundial.<br />

Algumas populações locais lutam pela constituição de um Estado, entre estes se destacam os curdos e os palestinos.<br />

Estudaremos um pouco da população curda:<br />

O povo curdo é um grupo étnico que habita há milhares de anos a região do Oriente Médio chamada de Curdistão de<br />

aproximadamente 500.000 km², que abrange parte dos territórios do Irã, Iraque, Síria e Turquia. Esse grupo étnico é<br />

formado por cerca de 27 milhões de pessoas e possui uma organização social alicerçada no sistema de clãs. Para atingir o<br />

objetivo de constituir um Estado, esse povo luta desde o início do século XX, quando os britânicos prometeram a<br />

construção de um Curdistão independente, porém, como o território pretendido pelos curdos espalha-se por cinco países, a


possibilidade de criação de um estado independente parece bastante remota. Algumas organizações locais praticam atos de<br />

guerrilha como é o caso do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma corrente radical que atua<br />

principalmente na Turquia, onde quase 15 milhões de curdos vivem e têm limitações de expressão política. No norte do<br />

Iraque, desde a invasão proporcionada pelos Estados Unidos em 2003, os curdos gozam de autonomia administrativa, tendo<br />

status de região autônoma dentro do Iraque. Basta lembrar que os curdos sofreram massacres e ataques aéreos com armas<br />

químicas durante a ditadura de Saddan Hussein. Observe no mapa a área ocupada pelos curdos:<br />

http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2014/06/insurgentes-criam-um-bcalifado-islamicob-em-pleno-seculo-xxi.html (adaptado)<br />

ATUALIDADES<br />

ESTADO ISLÂMICO: Com a guerra civil que se instalou na Síria após os movimentos de protestos contra os governos<br />

autoritários no mundo árabe conhecida por “Primavera Árabe”, parte do território sírio ficou sob controle dos “rebeldes<br />

sunitas” que lutaram incessantemente contra o regime do presidente Bashar Al-Assad. No Iraque, a saída das tropas<br />

estadunidenses em 2012 e a transferência do controle do território para tropas iraquianas, favoreceram a ascensão de<br />

rebeldes sunitas que tomaram várias cidades iraquianas no início de 2014, pondo em risco a estabilidade do fraco governo<br />

de coalizão e mergulhando o Iraque numa guerra civil que envolvia sunitas, curdos, sunitas e várias minorias que habitam a<br />

porção centro-norte do Iraque. Também foram alvos dos rebeldes jornalistas estrangeiros que foram sequestrados e, em<br />

alguns casos, executados barbaramente, tendo os vídeos das execuções veiculados pela rede mundial de computadores.<br />

É nesse processo que surge o ISIS ou Estado Islâmico, que não é um estado reconhecido, mas um território controlado por<br />

milícias islâmicas, que abrange parte dos territórios de dois estados soberanos, Síria e Iraque. O Estado Islâmico, que se<br />

apossou de armas dos exércitos sírios e iraquianos, arrebanhou milhares de seguidores e passou a perseguir, expulsar ou<br />

exterminar minorias não sunitas que habitavam seus domínios. Quando esse material foi concluído, em meados de 2014,<br />

uma coalizão formada pelos Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e alguns países árabes, tentavam reconquistar os<br />

territórios sob domínio do Estado Islâmico, bombardeando alvos importantes e ajudando o exército curdo do Norte do<br />

Iraque com munição e armamentos no intuito de evitar o avanço dos milicianos sunitas.<br />

35


FAZENDO QUESTÃO:<br />

1-(Consultec 2013) Antes do levante armado contra Assad, que começou com protestos violentamente reprimidos<br />

em março do ano passado, a Síria e a Turquia viviam um período de relações amigáveis iniciado apenas vinte anos<br />

antes. Até o início da década de 90 [século XX], os dois países estavam em espectros opostos do alinhamento<br />

geopolítico da Guerra Fria. (TEIXEIRA, 2012, p. 102-104).<br />

As tensões políticas, militares e diplomáticas que confrontam, na atualidade, a Turquia e a Síria resultam, dentre<br />

outros,<br />

a. do claro apoio prestado pela Síria ao programa nuclear do Irã, fator de inquietação dos países ocidentais, aos quais a<br />

Turquia é aliada.<br />

b. da posição que os dois países assumem face à questão palestina, na qual a Turquia se opõe frontalmente à autonomia<br />

daquele povo.<br />

c. das boas relações mantidas entre a Síria e o Estado de Israel, dado que a coloca em oposição à Turquia e aos demais<br />

países árabes.<br />

d. do rigor religioso mantido pela Turquia, que critica a política religiosa liberal e permissiva da Síria.<br />

e. da abertura dos portos sírios à navegação militar egípcia, o que fere os interesses turcos.<br />

2-(Consultec-2014) Desde o início de 2011, revoluções jovens, modernas e seculares depuseram os ditadores da<br />

Tunísia e do Egito, causando uma onda de revoltas que avançou além de suas fronteiras.<br />

Esses movimentos de protesto ganharam o nome de Primavera Árabe. [...] No entanto, a Primavera Árabe, que,<br />

num primeiro momento, encheu de esperança a população árabe, tomou rumos complexos, com os choques de<br />

interesses entre grupos políticos e forças econômicas e militares. A repressão aos protestos provocou levantes<br />

armados de grupos com apoio estrangeiro, intervenções militares externas e multiplicou áreas de conflitos. (A<br />

PRIMAVERA..., 2013. p. 72).<br />

Sobre a Síria, marque V nas afirmativas verdadeiras e F, nas falsas.<br />

( ) O clima do litoral sírio é do tipo subtropical, o que explica as elevadas densidades demográficas da porção<br />

ocidental do país.<br />

( ) A Síria faz fronteira com a Turquia e o Iraque, na sua porção meridional.<br />

( ) O apoio que o governo sírio presta ao grupo islâmico Hezbollah é um dos motivos da ocupação das Colinas de<br />

Golã, antigo território sírio, pelos israelenses.<br />

( ) A economia síria é baseada nas atividades secundárias, com destaque para a indústria bélica e de precisão.<br />

( ) A atual guerra civil na Síria abalou décadas de convivência pacífica entre os diversos grupos étnicos que habitam<br />

o país.<br />

A alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a<br />

a) F V F F V<br />

b) F V F V V<br />

c) V F V V F<br />

d) F F V F V<br />

e) V F V F F<br />

3- (CONSULTEC) Depósito das maiores jazidas de petróleo do mundo, o Oriente Médio sofre com a disputa pelo<br />

controle da matéria-prima e com as sangrentas rivalidades étnicas e religiosas.<br />

Com base nessa informação, aliada aos conhecimentos sobre o Oriente Médio, é correto afirmar:<br />

a) As tentativas de estabilização do Iraque envolvem um intrincado mosaico étnico e religioso, além de clãs e<br />

confederações tribais, que disputam o poder político.<br />

b) Os curdos formam, atualmente, uma nação com território definido e direitos políticos reconhecidos, em terras que<br />

pertenceram ao Iraque, Síria, Líbano, Turquia e Grécia.<br />

c) O combate permanente de organizações terroristas palestinas contra o Estado de Israel constitui-se uma ação<br />

isolada na região, sem apoio de países vizinhos, como o Líbano, a Jordânia e a Síria.<br />

36


d) O Irã possui grandes reservas de petróleo, é autossuficiente na produção dos seus derivados e, por ser o maior<br />

produtor de urânio enriquecido, é acusado pelos Estados Unidos de desenvolver armas de destruição em massa.<br />

e) O Oriente Médio, berço de três grandes religiões monoteístas (cristianismo, islamismo e hinduísmo), com sua<br />

abundância de terras férteis e água, vive em permanente tensão provocada pela guerra do Iraque.<br />

4-(CONSULTEC) Sobre o Oriente Médio, pode-se afirmar:<br />

a) É uma região de instabilidade tectônica, banhada pelo mar Mediterrâneo e pelo oceano Pacífico.<br />

b) Ocorrem, no seu território, disputas territoriais e étnicas, porém os recursos hídricos são socializados, já que se<br />

trata de uma região desértica.<br />

c) Apresenta uma economia diversificada, com predomínio das atividades secundárias e com uma justa distribuição<br />

de renda.<br />

d) Possui países com vários estágios de desenvolvimento, mas com grupos étnicos coesos.<br />

e) É uma região dominada por conflitos bélicos ao longo de sua história, devido à sua posição estratégica, ao<br />

Crescente Fértil e à abundância de combustível fóssil.<br />

5- (Consultec-2013) As revoltas que têm ocorrido no mundo árabe refletem, entre outros fatores, a insatisfação com<br />

o sucateamento dos serviços públicos, combinado com a corrupção. Porém foi preciso esperar a geração “baby<br />

boom” árabe, que passou a ter idade para trabalhar nos anos 2000, para que, na Tunísia, no Egito e na Síria, a base<br />

da pirâmide sobrepujasse o topo. Em relação aos fatores responsáveis pelas revoltas nos países árabes, pode-se<br />

afirmar:<br />

a) As disputas étnicas e religiosas estão na origem de todos os conflitos.<br />

b) As privatizações ocorridas nos países onde ocorreram revoltas geraram as maiores insatisfações.<br />

c) A explosão demográfica verificada nessas regiões inviabilizou o desenvolvimento econômico.<br />

d) A geração “baby boom” não aceita a inserção desses países no processo de globalização e o rompimento dos<br />

paradigmas de comportamento implantados pelos governos autoritários.<br />

e) A rejeição de políticas econômicas adotadas pelos governos desses países, a baixa oferta de emprego e o aumento<br />

da economia subterrânea se apresentam como aspectos causadores das rebeliões.<br />

A QUESTÃO ISRAELO-PALESTINA<br />

A Palestina é uma região do Oriente Médio que se localiza entre o sul do Líbano e a Península do Sinai e entre o Mar<br />

Mediterrâneo e a Jordânia. Os primeiros registros de hebreus (ou judeus) na região aparecem por volta do ano de 1200 aC<br />

e, entre exílios e regressos, conviveram com diversos povos locais. No início da era cristã a região encontrava sob domínio<br />

romano, quando por volta do ano de 140, os hebreus foram expulsos da Palestina, esse episódio ficou conhecido por<br />

“diáspora judaica” , a partir de então os hebreus se espalharam pela Ásia, África e Europa. A região congregava diversos<br />

povos nômades e seminômades como os filisteus que, na ausência dos hebreus ocuparam a região juntamente com outros<br />

povos, todos sob o domínio romano.<br />

Em 638 os árabes conquistaram a região e difundiram a religião islâmica e os valores árabes, arabizando e islamizando a<br />

população palestina. Entre os séculos XI e XII as investidas militares dos europeus com as Cruzadas tentaram reconquistar<br />

a “Terra Santa”, porém a distância e a tenacidade dos governantes locais expulsaram os cristãos e transformaram<br />

Jerusalém em área de peregrinação muçulmana.<br />

Entre 1517 e 1917 a Palestina foi incorporada ao poderoso Império Otomano, período de relativa tranquilidade, visto que a<br />

população local foi submetida a um povo também islâmico. Enquanto isso, os judeus, espalhados pelo mundo, sonhavam<br />

com o retorno à “terra prometida”.<br />

Perseguidos na Península Ibérica no século XVI e na Rússia czarista do final do século XIX, os judeus alimentaram o<br />

sonho de construir um lar nacional, e isso teve início com o Movimento Sionista que ganhou força entre os judeus da<br />

Europa, onde eles diziam ser “um povo sem terra que deveria voltar para uma terra sem povo”. No início do século XX, um<br />

fundo adquiria terras na palestina e distribuía entre as famílias que desejassem retornar à Palestina. Aos poucos milhares de<br />

judeus retornavam à terra que eles julgavam ser deles por “herança divina”.<br />

Em 1917 a Palestina passou para o domínio britânico e houve uma promessa de criar um estado judeu através da<br />

Declaração Balfour, que previa a divisão das terras entre um estado judeu e outro palestino. Motivados pela Revolução<br />

Russa de 1917 e pela promessa de criação de uma pátria judaica, milhares de judeus migraram para palestina e criaram<br />

comunidades agrárias chamadas kibutz. Nesse meio tempo, os palestinos começaram a desconfiar da presença crescente de<br />

37


A morte de Yasser Arafat em 2004 foi um duro golpe na esperança dos palestinos de terem seu Estado, Arafat foi<br />

substituído por Mahmoud Abbas que, notadamente não tem o carisma do antigo líder. Além do mais, em 2005 o Hamas<br />

ganha as eleições na Faixa de Gaza e inicia uma disputa militar com o Fatah, partido de Abbas, chegando ao princípio de<br />

uma guerra civil entre os palestinos. Nos anos seguintes as tentativas de acordo entre israelenses e palestinos tem sido<br />

infrutíferas.<br />

A Faixa de Gaza, desde 2005, funciona como uma prisão a céu aberto, isto porque Israel controla todas as fronteiras, a<br />

exceção da fronteira com o Egito. E permite que só os bens de primeira necessidade cheguem ate a população local. Assim,<br />

em meio a tantas privações, não fica difícil ao Hamas arrebanhar seguidores fanáticos que se dispõe a atacar Israel com<br />

mísseis, quase sempre detectados pelas baterias de defesa israelenses, e o revide de Israel é sempre certeiro provocando<br />

muitas mortes em Gaza, aumentando ainda mais a tensão.<br />

Desde dezembro de 2012, a ONU reconhece o Estado Palestino como estado observador não membro, esse status não<br />

garante aos palestinos a criação de um estado formal, mas sinaliza que o sonho pode está próximo. Na contra mão estão as<br />

exigências dos dois lados, vejamos os principais empecilhos à criação do futuro Estado Palestino:<br />

• As fronteiras pretendidas pelos palestinos não são aceitas pelos israelenses;<br />

• O muro que está sendo construído viola as resoluções da ONU, mas Israel não aceita mudar o traçado;<br />

• Os palestinos reivindicam Jerusalém como capital do futuro Estado Palestino, Israel rejeita;<br />

• Israel não aceita o retorno dos refugiados palestinos, condição exigida pelos palestinos;<br />

• Israel não aceita a interlocução com o Hamas, a Autoridade Palestina não abre mão da presença do mesmo;<br />

• Israel não aceita que o futuro estado palestino tenha forças armadas.<br />

O mapa a seguir ajuda a compreender as divisões regionais e as fronteiras entre o Estado de Israel e os Territórios<br />

Palestinos.<br />

Bem, o futuro da Palestina está em construção e<br />

qualquer prognóstico é muito arriscado.<br />

ATUALIDADES<br />

Em Junho de 2014, o conflito entre o Estado de Israel e o Hamas que controla a Faixa de Gaza teve mais um capítulo<br />

beligerante. Com a justificativa de desarmar os militantes do Hamas que lançavam foguetes contra o território israelense e<br />

destruir túneis que serviam de escape para os “terroristas palestinos”, o exécito israelense iniciou a operação chamada de<br />

“borda de segurança”. Durante vários dias a artilharia israelense bombardeou a Faixa de Gaza produzindo quase duas mil<br />

mortes, na sua maioria de civis palestinos, e, após uma invasão por terra que reuniu quase 40.000 soldados, a operação foi<br />

concluída “com sucesso” pelas forças israelenses e um cessar-fogo foi assinado, pondo fim a mais um capítulo na<br />

interminável novela da Palestina.<br />

38


FAZENDO QUESTÕES...<br />

(CONSULTEC) Observe a ilustração:<br />

O constante ciclo de ataques e contra-ataques<br />

entre esses dois povos retratados na charge tem<br />

sua origem<br />

a) na construção de um muro pelos<br />

israelenses na Cisjordânia.<br />

b) no lançamento de foguetes pelas milícias<br />

terroristas palestinas.<br />

c) nos contínuos bombardeios por parte de<br />

Israel na Faixa de Gaza.<br />

d) nas diferenças religiosas, étnicas e<br />

econômicas entre judeus e mulçumanos.<br />

e) na disputa pela posse do mesmo território,<br />

a Palestina.<br />

(CONSULTEC) O Egito, que já estava permitindo<br />

envio de ajuda humanitária através da fronteira,<br />

começou a receber feridos pelos ataques israelenses contra a Faixa de Gaza. Pela manhã, caminhões carregando ajuda<br />

humanitária puderam entrar na Faixa de Gaza, após guardas egípcios abrirem o terminal de Rafah.<br />

Enquanto isso crescem os protestos nos países do Oriente Médio e na Europa contra os bombardeios israelenses. Em<br />

Atenas, 300 manifestantes apedrejaram a Embaixada de Israel na Grécia e entraram em choque com a polícia. Os governos<br />

da França e da Turquia voltaram a pedir um cessar-fogo imediato. [...] (O EGITO..., 2008).<br />

Em relação à questão entre os palestinos e os israelense, é correto afirmar:<br />

a) A ascensão do Hamas e do Hezbollah ao poder no Irã, patrocinando atentados terroristas, como o das Torres<br />

Gêmeas, provocou o bombardeio defensivo de Israel na Faixa de Gaza.<br />

b) A política norte-americana de apoio incondicional a Israel, vetando a maioria das resoluções da ONU de retaliação<br />

ao Estado judaico, tem contribuído para a política militarista israelense na região.<br />

c) O apoio dos povos árabes ao holocausto judeu e à “solução final” defendido por Hitler, na Segunda Guerra<br />

Mundial, acirrou a inimizade entre os países árabes e os judeus.<br />

d) O interesse do Egito e da Jordânia na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, respectivamente, contribuem para o<br />

acirramento do conflito no Oriente Médio.<br />

e) Os palestinos e os judeus, historicamente, sempre viveram em conflito, visto que os árabes apoiaram a expulsão<br />

dos judeus da palestina patrocinada pelo Império Romano.<br />

39


MOVIMENTOS SEPARATISTAS NA EUROPA<br />

No ano de 2014, os meios de comunicação noticiaram dois processos que poderiam ter propiciado mais uma alteração das<br />

fronteiras da Europa: O plebiscito na Escócia sobre a separação do Reino Unido e a Catalunha na Espanha que consultou a<br />

população sobre a independência. Porém, outras duas regiões já foram palco de conflitos que vitimaram milhares de<br />

pessoas: O País Basco e a Irlanda do Norte.<br />

QUESTÃO BASCA<br />

O país Basco é uma região situada entre o nordeste da Espanha e o sudeste da França (observe o mapa) , é habitada há<br />

milhares de anos pelo povo basco que possui língua, cultura e valores própios.<br />

Mapa e bandeira do País Basco:<br />

http://mundodapoliticaeeconomia.blogspot.com.br/<br />

O povo basco permaneceu relativamente tranquilo até os anos de 1930, gozando de relativa autonomia e liberdade, porém,<br />

com ascensão do franquismo na Espanha em 1939, foram introduzidas algumas leis que restringiam a liberdade e o direito<br />

dos bascos. No final dos anos de 1950 foi criado o ETA (Euzkadi Ta Askatasuna, na língua basca, cujo significado<br />

é"PÁTRIA BASCA E LIBERDADE"), grupo de resistência que lutaria pela autodeterminação do País Basco. A partir de<br />

então, as ações do ETA eram reprimidas com violência pelas forças policias espanholas, gerando milhares de prisões e<br />

algumas execuções. Essa situação só começou a mudar quando terminou a ditadura franquista em 1975 e isntaurou um<br />

governo democrático que possibilitou mais liberdade e autonomia para a população basca. Com a Entrada da Espanha na<br />

União Europeia em 1986 (na época Mercado Comum Europeu), as relações entre os bascos e o governo espanhol<br />

melhoraram, e as ações radicai praticadas pelo ETA foram diminiundo gradativamente, até que, em 2010, o grupo<br />

renunciou à luta armada, aderindo ao processo conciliatório.<br />

Embora o ETA tenha deposto as armas, o sentimento separatista e de autonomia da população basca continua produzindo<br />

embates políticos, que volta e meia, trazem à tona os fantasmas da luta armada na Espanha. Na França, porém, as relações<br />

entre os bascos e os franceses são mais cordiais e estáveis.<br />

40


QUESTÃO IRLANDESA<br />

O Reino Unido é um ente político formado por quatro componentes: Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte,<br />

esse último faz parte da ilha da Irlanda que possui também, um país independente chamado República da Irlanda, Observe<br />

o mapa:<br />

A Irlanda é uma ilha a oeste da Grã-Bretanha e possui uma população predominantemente católica. No início do século<br />

XV, os britânicos anexaram a ilha da Irlanda aos seus domínios e iniciaram uma migração em direção ao norte da ilha. No<br />

século XVI, a Grã-Bretanha aderiu ao protestantismo, enquanto a população irlandesa permaneceu católica, com isso o<br />

norte da Irlanda conhecido como ULSTER, sob inluência direta dos britânicos se tornou majoritariamente protestante, o<br />

sul, conhecido como EIRE, permaneceu católico e com aspirações separatistas.<br />

Em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, os irlandeses do sul conquistaram sua independência, criando a República da<br />

Irlanda, enquanto o norte da ilha permanecia politica, militar e culturalmente atrelada ao Reino Unido, criando a Irlanda<br />

do Norte. Com o passar dos anos, os católicos dessa região passsaram a reivindicar mais direitos e pleitear a separação do<br />

Reino Unido, causando atrito com as forças policiais britânicas. É nesse contexto que nasce o IRA ( Irish Republican<br />

Army)), grupo católico armado que reinvidicava a independência da Irlanda do Norte. Um dos episódios que mais<br />

marcaram a história do conflito entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte foi o domingo sangrento (bloody<br />

Sunday), relatado a seguir:<br />

Num domingo, 30 de janeiro de 1972, ocorria um protesto pacífico pela igualdade entre católicos e protestantes na cidade<br />

de Londonderry, na fronteira com a Irlanda do Sul e foram reprimidas por forças policiais britâncas causando a morte de<br />

14 católicos. Os britânicos alegaram que foram atacados pelo IRA, enquanto os organizadores do protesto ( Associação de<br />

Direitos Civis da Irlanda do Norte) garantiram que a passeata ocorria de forma pacífica até a ação violenta dos<br />

policiais.Tanto a banda U2 quanto John Lennon produziram faixas musicais com o título Sunday Bloody Sunday, fazendo<br />

menção a esse episódio para que não fosse esquecido. Paul McCartney, que é descendente de irlandeses como John<br />

Lennon, gravou também uma canção intitulada Give Ireland Back the Irish (devolva a Irlanda aos irlandeses).<br />

Após esse episódio, as açãoes armadas do IRA continuaram ocorrendo na Irlanda do Norte e na Grã-Bretanha, enquanto a<br />

repressão ocorria de forma dura pela forças policiais britânicas. Esse conflito, que tem como pano de fundo a religião, era<br />

mais um conflito pela igualdade de direitos, uma vez que os católicos norte-irlandeses, se diziam preteridos pelos<br />

programas sociais de moradia, educação e saúde aplicados pelo governo majoritariamente protestante.<br />

A assinatura do Tratado de Maastricht em 1992 e o grande desenvolvimento econômico e social da Irlanda, reduziu as<br />

diferenças entre católicos e protestantes, possibilitando um relaxamento das tensões e culminou um cessar-fogo em 1994 e<br />

um acordo de paz definitivo assinado em 1998. O IRA foi sucedido pelo Sinn Fein , partido político que atua em defesa<br />

dos interesses católicos no Parlamento Irlandês.<br />

41


FAZENDO QUESTÃO:<br />

1-(Consultec 2013)A Europa é uma ideia. Ou, como precisou, em 2000, o então cardeal alemão Joseph Ratzinger,<br />

atual papa Bento XVI, é um conceito cultural histórico. (SABINO, 2012, p. 126).<br />

A Europa, um conceito cultural histórico, geograficamente, não é um continente, mas, sim,<br />

a) um imenso arquipélago.<br />

b) uma península da Ásia.<br />

c) um gigantesco golfo.<br />

d) uma grande enseada.<br />

e) o maior conglomerado de terras emersas do Hemisfério Norte.<br />

AMÉRICA LATINA E SEUS DILEMAS<br />

A América Latina é um conjunto de países situados entre o Rio Grande na divisa do México com os Estados Unidos até a<br />

Terra do Fogo no extremo austral da América do Sul. Marcados principalmente pela colonização ibérica, essa região é<br />

tamb´pem conhecida pelos problemas sociais e as desigualdades que teimam em persistir até os dias atuais. Para tentarmos<br />

entender o porque da persistência do subdesenvolvimento é necessário fazer um estudo histórico desde o início da<br />

colonização.<br />

Antes da chegada dos colonizadores (ou<br />

invasores) europeus, as Américas eram<br />

habitadas por diversos povos autóctones<br />

(pré-colombianos) que viviam em estágios<br />

de desenvolvimento tecnológico muito<br />

diferentes. Alguns povos como os Incas e<br />

os Astecas dominavam conhecimentos<br />

sobre arquitetura, astronomia, agricultura e<br />

metalurgia que poderiam ser comparados a<br />

alguns povos medievais da Europa, outros,<br />

no entanto, ainda viviam em estado<br />

primitivo como caçadores e coletores. Esses<br />

povos foram submetidos ao domínio<br />

europeu e sofreram um processo de<br />

aculturação (etnocídio) ou foram dizimados<br />

pelas armas e as doenças europeias<br />

(genocídio). Certo é que, após pouco mais<br />

de cinco séculos da presença europeia nas<br />

Américas, as populações autóctones se<br />

resume a alguns poucos milhões de<br />

indivíduos que aindam preservam línguas,<br />

rituais e indumentárias proprias.<br />

A colonização foi marcada pelo processo<br />

de exploração dos recursos naturais, que<br />

transferiu riqueza para as metrópoles europeias, deixando um rastro de abandono e atraso nos futuros países latinoamericanos.<br />

Na Divisão Internacional do Trabalho (D.I.T) o fluxo de riqueza beneficiou as metrópoles e as elites locais se<br />

apropriavam das riquezas produzidads internamente, reproduzindo as mesmas desigualdades que existiam entre as colônias<br />

e as metrópoles. Desta forma podemos afirmar que uma parte das raízes das desigualdades sociais na América Latina está<br />

no processo de colonização ibérica que foi pautado na exploração das riquezas naturais, na escravidão de africanos e<br />

indígenas e no latifúndio.<br />

O processo de independência que se estabeleceu a partir do início do século XIX, não alterou a estrutura social e tampouco<br />

a Divisão Internacional do Trabalho, mantendo as desigualdades internas e externas perpetuando o subdesenvolvimento.<br />

Além disso, a dependência econômica dos empréstimos e financiamentos britânicos e a emergência dos Estados Unidos<br />

42


como potência regional através da Doutrina Monroe de 1823, sinalizavam que a independência política não seria seguida<br />

de um desenvolvimento econômico autônomo e de avanços sociais. Do ponto de vista político a maioria dos países foi<br />

comandada por caudilhos, governos ditatorias à serviço dos interesse da elite local e subordinados aos interesses<br />

estrangeiros, caso que pode ser ilustrado com a Guerra do Paraguai, exêmplo da manipulação política britânica para<br />

defender seus interesses na América Latina.<br />

Após a Segunda Guerra Mundial, alguns países latino-americanos como o Brasil, o México, a Argentina e o Chile sofreram<br />

um processo de industrialização e urbanização, porém, as condições de subdesenvolvimento não se alteraram. A<br />

industrialização tardia e substitutiva de importação foi pautada na atração das empresas multinacionais que transferiram<br />

suas fábricas para as nações latino-americanos objetivando atender o mercado interno que crescia com a urbanização desses<br />

países. Assim, a industrialização dependente de capital e tecnologia estrangeiros, transferia riqueza em forma de juros,<br />

lucros e royalties para as suas matrizes, produzindo uma situação de ambiguidade na América Latina: países<br />

industrializados porém, subdesenvolvidos.<br />

Acompanhando o processo de industrialização veio a urbanização acelerada ocasionada por um intenso êxodo rural que<br />

transferiu milhões de pessoas do campo para a cidade sem um planejamento adequado, produzindo a metropolização<br />

(inchaço das cidades), potencializando os problemas sociais, econômicos e ambientais, transformando as metrópoles latinoamericanas<br />

em grandes áreas de degradação humana. Vários problemas se agravaram e se tornaram crônicos como o déficit<br />

de moradias, a falta de saneamento básico, o transporte coletivo insuficiente e a violência urbana que ganha contornos<br />

de guerra civil, dado ao número elevado de homicídios por cem mil habitantes.<br />

Do ponto de vista político, o imediato pós Segunda Guerra produziu um alinhamento quase automático da maioria dos<br />

países latino-americanos com os Estados Unidos, visto que, em 1948 foi criada a Organização dos Estados Americanos –<br />

OEA, organismo político que passou a ser responsável pelo destino das nações das Américas. A vitória da guerrilha em<br />

Cuba (1959) ecendeu o sinal de alerta para o risco de outras nações latino-americanas sofrerem algum tipo de aproximação<br />

com o bloco socialista comandado pela União Soviética, isso era inaceitável para os Estados Unidos que iniciou uma<br />

política de aproximação com militares e as elites conservadoras de vários países da América Central e do Sul, criando as<br />

condições para os vários golpes militares que ocorreram ao longo das décadas de 1960 e 1970, além de algumas<br />

intervenções militares diretas como na República Dominicana e no Panamá.<br />

Impossibilitadas de atuarem democraticamente, as esquerdas latino-americanas optaram pela a luta armada que em alguns<br />

casos chegaram a ter sucesso momentâneo como o que ocorreu em El Salvador e na Nicarágua no fim da década de 1970,<br />

porém, a interferência estadunidense apoiando os “contras”, produziu um conflito civil que deixou um rastro de mais de<br />

200 mil mortos nesses dois países da América Central. Por outro lado, em outros países as guerrilhas de esquerda também<br />

provocavam muita preocupação nos governos locais alinhados com a política estadunidense. A seguir são listados alguns<br />

dos movimentos guerrilheiros que atuaram na América Latina entre 1960 e 2000 na América Latina, lembrando que as<br />

Forças Armadas Revolucionárias Colombians (FARC) e o Éxécito de Libertação Nacional (ELN) ainda atuam na<br />

Colômbia, controlando uma expressiva área desse país:<br />

A partir de meados da década de 1980 começou o processo de redemocratização dos países da América Latina que<br />

viveram regimes de exeção, um a um, os governos ditatoriais davam lugar aos governos democráticos, porém, a crise<br />

econômica assolava as economias latino-americanas, que transformou esses anos na “década perdida” empurrava um<br />

contigente cada vez maior para a pobreza e para a miséria, agravando o abismo social existente desde os primórdios da<br />

colonização ibérica.<br />

As ideias neoliberais difundidas pelo Consenso de Washington de 1989, defendia o afastamento do Estado da economia<br />

e a transferência das empresas estatais para o controle privado: a privatização. Por outro lado, a redução das tarifas<br />

43


alfandegárias, permitia o avanço da globalização, aumentando a depenência de capitais e de investimentos estangeiros. No<br />

âmbito das relações de trabalho, houve a corrosão de direitos trabalhistas adquiridos com tanta dificuldade ao longo de<br />

décadas, possibilitando a precarização do trabalho através da desregulamentação ou flexibilização das leis<br />

trabalhistas. Ao longo da década de 1990, apesar das medidas neoliberais produzirem crescimento econômico na maioria<br />

dos países latino-americanos, o fosso social entre os ricos e pobres aumentou. A automação de diversos setores fabris<br />

ampliou o desemprego estrutural e a transferência de fábricas para o Leste Asiático reduzia a oferta de emprego na<br />

maiorias dos países.<br />

Em 1998, Hugo Chávez ganhou as eleições na Venezuela através do socialismo bolivariano , uma espécie de híbrido<br />

político que apregoa a união latino-americana com reformas sociais e econômicas objetivando suprir as demandas não<br />

atendidas das populações mais pobres, abrindo um caminho para as esquerdas latino-americanas. Nos anos seguintes o<br />

Chile, Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia, Equador, Peru, Paraguai, El Salvador e Nicarágua seguiram uma linha política<br />

pautada no discursos de distibuição de renda e riqueza, redução das desigualdades e uma certa independência em relação ao<br />

capital externo, por esse motivo, esses governos passaram a ser chamados pela mídia de populistas ou neo-populistas. Nas<br />

relações internacionais, houve um afastamento gradual da política estadunidense através da construção da UNASUL<br />

(União da Nações da América do Sul) e da não aceitação da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), que era<br />

pretendidada pelos Estados Unidos desde o início dos anos de 1990.<br />

Em 2011, Honduras passou por um momento de tensão política, quando o presidente Manuel Zelaya foi deposto num golpe<br />

de estado, instalando um governo provisório e suscitando um medo antigo do retorno das ditaduras e da instabilidade<br />

política. Porém, apezar dos percalços, a rotina democrática foi reestabelecida com uma eleição democrática de um novo<br />

presidente. Situação semelhante passou o Paraguai em 2012, quando o presidente Fernando Lugo foi deposto por um<br />

impeachment relâmpago, criando uma situação que suspendeu os direitos políticos do Paraguai no Mercosul, possibilitando<br />

o ingresso definitivo da Venezuela no bloco, posteriormente, uma eleição normalizou a democracia no Paraguai.<br />

A morte de Hugo Chávez no início de 2013 e a eleição de Nicolás Maduro como seu sucessor, trouxe um período de tensão<br />

na Venezuela. Uma onda de protestos da oposição contra possíveis fraudes na eleição de Maduro e contra as crises de<br />

energia elétrica, ao desabastecimento e a crescente violência, transformou as ruas das principais cidades venezuelanas em<br />

um campo de guerra. Após os confrontos iniciais e a prisão de alguns manifestantes, houve uma relativa melhora nas<br />

tensões entre a oposição e os partidários do chavismo, porém, tensões latentes ainda assombram a realidade democrática da<br />

Venezuela.<br />

A ciação da UNASUL (União das Nações Sul-Americanas) em 2010 configura-se como uma alternativa regional à OEA<br />

(Organização do Estados Americanos) que sofre influência estadunidense, e estabelece um organismo político exclusivo da<br />

América do Sul e que congrega todos os países desse subcontinente.<br />

FAZENDO QUESTÃO:<br />

1-(Consultec-2013) Com a entrada da<br />

Venezuela no Mercosul, os sócios Brasil,<br />

Argentina, Uruguai e Paraguai ganham<br />

um novo mercado consumidor e muita<br />

dor de cabeça. A Venezuela tem 29<br />

milhões de habitantes e US$ 345 bilhões<br />

de Produto Interno Bruto (PIB), graças<br />

ao seu petróleo. Quase não tem indústria<br />

e importa 70% do que consome. Com a<br />

adesão, as indústrias brasileiras e<br />

argentinas poderão vender produtos aos<br />

venezuelanos com baixas tarifas de<br />

importação. Montadoras de automóveis,<br />

por exemplo, venderão carros com<br />

imposto zero. (MERCOSUL..., 2012, p.<br />

18).<br />

A análise do texto e os conhecimentos<br />

sobre o Mercosul permitem afirmar:<br />

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a) O Bloco, com a adesão da Venezuela, deverá se tornar o mais competitivo do continente americano.<br />

b) A formação do Mercosul não impediu que os países-membros apresentem um desenvolvimento desigual,<br />

diferentes indicadores sociais e um desenvolvimento industrial heterogêneo.<br />

c) O único país que não será beneficiado com a nova inclusão da Venezuela é o Paraguai, devido à disputa pela<br />

exploração do petróleo e aos problemas de fronteira, que impedem o comércio entre esses dois países.<br />

d) A expansão do Mercosul evidencia a possibilidade de adoção de uma moeda única, já que as políticas econômicas<br />

adotadas pelos países-membros são iguais e visam aos mesmos objetivos.<br />

e) O Uruguai, entre os países que fazem parte do bloco, é o que apresenta o mais baixo IDH.<br />

2-(Consultec-2013) Em 2006, a Venezuela formalizou o desejo de se integrar ao Mercosul. Detentora de ricas<br />

reservas energéticas (gás e petróleo), ela representa um mercado produtor e consumidor de peso no projeto de<br />

cooperação com os demais países. No final de 2009, o Senado brasileiro aprovou a entrada da Venezuela no bloco,<br />

mas ainda faltava a decisão do Congresso paraguaio para determinar se o país faria ou não parte do Mercosul.<br />

(BRAICH; MOTA, 2010, p. 204).<br />

A controversa entrada da Venezuela no Mercosul, retardada, dentre outras razões, pela resistência do Paraguai,<br />

concretizou-se em julho de 2012, coincidindo com a situação interna vivida por esse país (Paraguai), que<br />

a) foi impedido, por não ter indústria própria, de participar dos processos de livre mercado estabelecidos pelo<br />

Mercosul.<br />

b) é governado por um líder de origem indígena, que se opõe à presença de um país socialista no bloco econômico<br />

sul-continental.<br />

c) mantém, desde muito tempo, um confronto com o Brasil, em razão de questões de fronteiras na região do<br />

Pantanal.<br />

d) foi temporariamente afastado do bloco, como punição pelo impeachment do seu presidente, fato político<br />

condenado por países da América do Sul.<br />

e) dispõe de uma legislação estabelecida, que regulamenta a posse da terra no país, permitindo ampla liberdade de<br />

propriedade territorial por estrangeiros.<br />

UMA VISÃO PANORÂMICA DA ÁFRICA<br />

Os trinta milhões de Km² do continente africano abrigam um grande número de paisagens naturais e de elementos culturais<br />

que fascinam qualquer observador. Berço da humanidade e região em que se desenvolveu a cultura egípcia, uma das mais<br />

brilhantes da antiguidade, a África ainda é pouco conhecida do público brasileiro, aparecendo, muitas vezes, uma visão<br />

estereotipada do continente e seus habitantes, e, em muitos casos os livros de História e Geografia no Brasil trazem uma<br />

visão superficial, porém, a Lei 10.649/2003 obrigou as escolas a incluírem em seus currículos, a história e cultura afrobrasileira.<br />

ASPECTOS FÍSICOS<br />

As paisagens naturais do continente africano são decorrentes de sua localização latitudinal, que é cortada ao centro pela<br />

linha do Equador e nas extremidades pelos trópicos de Câncer e de Capricórnio, essa característica transforma a África no<br />

continente mais tropical do planeta. Ao centro, florestas tropicais semelhantes à floresta amazônica são cercadas por áreas<br />

de savanas. Além das savanas, tanto ao norte quanto ao sul, estepes semiáridas contornam os desertos que aparecem<br />

próximos às linhas dos trópicos de Câncer (Saara) e Capricórnio (Namíbia e Kalahari), e nas extremidades do continente<br />

aparecem as vegetações mediterrâneas.<br />

Do ponto de vista do relevo, a África possui um terreno com altitudes moderadas, predominantemente planálticas, dado à<br />

presença de estruturas pré-cambrianas bastante desgastadas por processo erosivos, porém, na sua porção centro-oriental,<br />

aparece uma formação de Rift Valey e elevações como o Monte Kilimanjaro que possui mais de 4.000 metros. Os<br />

contornos do continente africano são pouco recortados, tendo o Golfo da Guiné na sua porção ocidental e a Península da<br />

Somália no nordeste suas principais alterações.<br />

A hidrografia, embora pobre na porção setentrional, devido à presença de grandes áreas áridas e semiáridas, apresenta<br />

uma rede hidrográfica considerável. Destaque para o Rio Nilo que nasce nas porções equatoriais da África Central e se<br />

desloca em direção ao norte atravessando o Sahel e o Saara até se desembocar no Mar Mediterrâneo. O Rio Níger,<br />

importante curso de água da África Ocidental cortando países como Guiné, Mali, Niger, Benin e Nigéria. Na porção central<br />

da África, em virtude do elevado índice pluviométrico, o Rio Congo e seus meandros deslocam suas águas por terras<br />

45


cobertas por flrestas tropicais semelhantes à Floresta Amazônica. Outros rios importantes aparecem no território africano<br />

como o Zambeze, o Orange, o Limpopo e o Cubango na África Meridional. São notados importantes lagos como o<br />

Tanganica, o Vitória e o Niassa, além do Lago Chade que possui importância vital para um grande contingente<br />

populacional que vive às margens de suas águas.<br />

DIVISÃO REGIONAL<br />

A África pode ser dividida de acordo com a localização de suas regiões em África do Norte ou Setentrional, África do Sul<br />

ou Meridional, África Central, África Oriental e África Ocidental, nesse caso usa-se apenas o critério de localização<br />

geográfica(observe o mapa a seguir), porém, outras regionalizações são possíveis.<br />

Do ponto de vista Histórico-cultural e paisagístico, a África tem outras divisões como: Magreb, Sahel e Subsaariana.<br />

-Mapa da divisão regional da África<br />

-Regiões africanas<br />

Magreb: Região localizada na porção setentrional da África, também conhecida como “África Branca”, tem população<br />

árabe, branca e islâmica, o que a torna uma região distinta das demais, essa área foi arabizada a partir do século VII,<br />

substituindo as culturas existentes anteriormente e, a partir do século XV sofreu sérias investidas militares das potências<br />

europeias, ficando, no século XIX sob influência e domínio franco-britânicos. Após a Segunda Guerra Mundial os países<br />

dessa região conquistaram suas independências, mas, mantendo estreita relação com seus antigos colonizadores.<br />

Sahel: Franja semiárida ao sul do Saara, caracteriza-se pelo domínio de clima com chuvas escassas e irregulares,<br />

apresentando vegetação xerofítica e rios temporários ou intermitentes. Essa região é a fronteira que separa as terras áridas<br />

do norte(Saara) das terras mais úmidas ao sul. Do ponto de vista econômico, a agricultura de subsistência e a pecuária<br />

extensiva são suas principais atividades. O processo de desertificação e as guerras e conflitos ocorridos nessa região<br />

transformou-a numa área de constantes migrações e dilemas humanitários.<br />

África Subsaariana: grande área abaixo do Sahel, possui diversidade paisagística, histórica e cultural muito grandes,<br />

dificultando a leitura dessa região. Do ponto de vista natural, abrange áreas de domínio de climas semiáridos, tropicais,<br />

equatoriais, áridos, de altitude e mediterrâneos, traduzidas em vegetações que vão desde de estepes até florestas latifoliadas<br />

densas. Porém, o traço mais marcante dessa região são os indicadores sócioeconômicos muito baixos e a proliferação de<br />

doenças tropicais, guerras civis e Aids. A maioria dos países de baixo desenvolvimento humano do planeta se encontram na<br />

África Subsaariana, marcados pelo analfabetismo, pela baixa expectativa de vida, pela baixa renda percapita e pela elevada<br />

mortalidade infantil.<br />

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HISTÓRICO<br />

Até o iniício do século XV, a África estava sob influência árabe ao norte e na África Subsaariana alguns reinos se<br />

constituiam com relativa prosperidade, porém a partir das grandes navegações, o território africano passou a integrar o<br />

sistema de comércio mundial, contribuindo com milhões de escravos comercializados com as colônias europeias das<br />

Américas. Durante mais de 300 anos, uma população estimada entre 5 e 20 milhões de pessoas foi transferida para as<br />

atividades mineradoras e agrícolas praticadas nas colonias europeias, contribuindo para a formação de uma população<br />

mestiça em países como o Brasil. A Grã-Bretanha que tanto se beneficiou com o tráfico de escravos iria impor uma lei que<br />

proibiria o tráfico de escravos, essa lei de 1850 ficou conhecida com Bill Aberdeen.<br />

A Revolução Industrial do século XIX, forçou a abolição do trafico de escravos do Atlântico e transformou a África num<br />

objeto de interesses imperialistas franco-britânicos, dividindo o continente em áreas de exploração. A Conferência de<br />

Berlim de 1885, consolidou a Partilha da África e a dividiu entre as principais potências europeias, beneficiando<br />

principalmente a França e a Grã-Bretanha, trazendo uma inquietação política com os países recém-unificados como<br />

Alemanha e Itália. Portugal manteve seus domínios coloniais africanos e a Belgica do rei Leopoldo II ganhou uma imensa<br />

área central conhecida como Congo Belga, para exploração de recursos como a borracha presente na floresta equatorial. A<br />

partir desse momento, estradas de ferro foram construídas para sangrar as riquezas africanas e suas populações. A<br />

agricultura de plantation foi implementada em áreas propícias, contribuindo para a desestruturação das atividades<br />

produtivas milenares que sustentava a população local, produzindo uma concorrência com os produtos de subsistência,<br />

ampliando sobremaneira o flagelo da fome.<br />

Assim, desconsiderando as diferenças étnicas locais, os impérios europeus produziram as fronteiras do que seria mais tarde,<br />

os estados nacionais africanos. Os mapas a seguir mostram a distribuição étnica das populações africanas e as fronteiras<br />

nacionais constituídas a partir das divisões feitas pelos europeusna Conferência de Berlim de 1885.<br />

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) enfraqueceu os impérios coloniais europeus que permaneceram<br />

explorando as colônias africanas até meados do século XX. Ao término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a luta<br />

contra os regimes totalitários do Eixo, possibilitaram a independência das colônias africanas, num processo conhecido<br />

como descolonização. Esse termo é considerado por muitos historiadores como uma tentativa de minimizar as lutas pela<br />

independência em vários países afro-asiáticos. Na imensa maioria dos países africanos, houve uma preferência pela<br />

manuntenção de laços de amizade com os antigos colonizadores. As guerras civis que sucederam os processos de<br />

independência, minaram a poossibilidade de avanços na infraestrutura local e a construção de uma sociedade mais solidária<br />

e justa, arrastando países para guerras fraticidasq que consumiam vidas e recursos importantíssimos para vencer a condição<br />

de subdesenvolvimento.<br />

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POSSÍVEIS CAUSAS DO SUBDESENVOLVIMENTO DOS PAÍSES AFRICANOS<br />

É sabido que os mais de trezentos anos de<br />

escravidão patrocinados pelas potências<br />

europeias, desestruturaram as organizações<br />

sociais e produtivas do continenbte africano,<br />

contribuindo sobremaneira para a situação de<br />

penúria que vive a maior parate do continente<br />

aficano na atualidade.<br />

Como já discutido anteriormente, na segunda<br />

metade do século XIX, extensas áreas de<br />

produção de gêneros alimentícios de primeira<br />

necessidade para a população africana foram<br />

convertidos em plantations para exportação de<br />

produtos tropicais para abastecerem as<br />

populações e as fábricas europeias. Com isso, a<br />

área de produção de alimentos foi reduzida,<br />

contribuindo para a escassez de gêneros<br />

alimentícios, produzindo grandes épocas de<br />

fome, principalmente nas áreas sujeitas a<br />

problemas climáticos.<br />

Outro fator relevante para a situação de atraso e<br />

abandono da maioriaa dos países africanos foi a<br />

partilha dos territórios entre os colonizadores<br />

europeus que juntaram povos que eram rivais, e<br />

separaram etnias historicamente unidas. Assim,<br />

após o processo de descolonização, as<br />

rivalidades latentes se acirraram, provocando sangrentos conflitos civis, que consumiram a frágil infraestrutura existente,<br />

condenando milhões de africanos a perambularem por seus países, sofrendo toda sorte de privações materiais.<br />

Além de todos fatores já mencionados anteriormente, o comércio desigual e o saque das riquezas locais contribuem para<br />

a perpetuação da situação de baixo desenvolvimento humano, condenando a maioria dos países africanos a figurarem<br />

comos os piores Indicadores de Desenvolvimento Humano do planeta, mesmo tendo ricas jazidas minerais em seus<br />

subsolo. Segundo o PNUD- Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a África Subsaariana apresenta os<br />

piores indicadores de desenvolvimento do planeta, cujo IDH médio é de apenas 0,475. Dos 25 piores IDHs mundiais,<br />

apenas dois (Afeganistão e Haiti) não são africanos.<br />

As doenças associadas à pobreza, à fome e à falta de infraestrutura grassam na África. Além da AIDS, malária, dengue e<br />

cólera, uma epidemia do vírus ebola assola a África Ocidental, causando um número expressivo de vítimas fatais. A<br />

Organização Mundial de Saúde – OMS, acredita que a deficiência na estrutura hospitalar e a carência de profissionais de<br />

saúde possa dificultar o combate as epidemias que assolam o continente africano.<br />

Assim, a situação de penúria do continente africano não pode ser revertida, senão por um esforço mundial que produza<br />

resultados nas áreas de comércio, indústria e serviços públicos que contemplem as necessidades de uma população<br />

crescente. Porém, o que se contempla no horizonte é um total descaso pelos problemas africanos, que vez ou outra produz<br />

alguma medida pontual que não consegue minorar os efeitos pervesos da escravidão, imperialismo e da globalização.<br />

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PRINCIPAIS ZONAS DE CONFLITOS NO CONTINENTE AFRICANO<br />

O continente africano é palco de violentos conflitos, étnicos, religiosos e frontiriços que vitimam milhões de pessoas e<br />

forçam outros tantos a se deslocarem de suas regiões, produzindo dramas humanos e massacres terríveis como o acontecido<br />

em Ruanda em 1994, outras áreas sfrem com instabilidade política como revela o mapa a seguir:<br />

Mapa fonte: forum.antinovaordemmundial.com<br />

Líbia: Após a vitória dos rebeldes e a deposição do ditador Muamar Khadafi em 2012, a Líbia não consegui implantar um<br />

regime democrático no país e grupos rivais controlam áreas de produção de petróleo, ocorrendo vários conflitos pela<br />

consolidação do poder.<br />

Egito: A primavera árabe produziu manifestações que culminaram na deposição do ditator Hosni Mubarak em 2011, a<br />

eleição de 2012 paraecia ter transformado o Egito numa democracia, porém, em 2013 um golpe militar destituiu o<br />

presidente Mohamed Mursi, acusando-o de insulflar a guerra civil no país. Desde então os militares estão no poder e a<br />

transferência para um governo civil ainda não foi concluída. A Irmandade Muçulmana voltou à ilegalidade e o expresidente<br />

Mohamed Mursi encontra-se preso aguardando julgamento.<br />

Sudão: Após a criação do Sudão do Sul em 2012, os conflitos froteiriços se acirraram provocando o deslocamento forçado<br />

de milhares de habitantes entre o Sudão e o Sudão do Sul. Outro conflito que já dura décadas nessa região é o de Darfur,<br />

província separatista do oeste sudanês, de maioria animista que luta contra milícias muçulmanas apoiadas por Cartun<br />

(capital do Sudão), onde já morreram mais de 100 mil pessos e forçou o deslocamento de milhões de moradores.<br />

Somália: País situado na região conhecida como Chifre da África, encontra-se sem governo central desde o início dos<br />

anos de 1990. De lá para cá, as milícias muçulmanas controlam o país, promovendo massacres de etnias minoritárias e<br />

implantando a sharia (lei islâmica). São comuns os ataques de piratas somalis a navios que transitam entre o Mar<br />

Vermelho e o Oceano Índico, sequestando as tripulações e exigindo resgate para lberação das embarcações, cargas e<br />

tripulantes. Em 2013, um grupo extremista somali, denominado “al shabab”, praticou um atentado terrorista num shopping<br />

center em Nairóbi, capital do Quênia, em retaliação à retomada de áreas dominadas por esse grupo na Somália por tropas<br />

quenianas.<br />

Mali: Esse país de colonização francesa ocupa terras do Saara, Sahel até as savanas ao sul. Em 2013, rebeldes islâmicos<br />

tomaram o norte do país, ameaçando a parte sul onde se concentra boa parte da população malinesa. Tropas francesas<br />

foram enviadas para protegerem as cidades do sul do país e a força aérea francesa se incubiu de atacar alvos rebeldes ao<br />

norte, frustrando a investida das milícias islâmicas.<br />

Nigéria: Maior economia da África, esse país tem histórico de conflitos étnicos e separatistas como a Guerra de Biafra na<br />

década de 1970. Atualmente, o que chama a atenção são as ações de um grupo extremista islâmico denominado Boko<br />

Haran, que ataca aldeias cristãs e sequestram mulheres como aconteceu recentemente, combatendo a influência da<br />

ocidentalização no país. A Nigéria é o país mais populoso da África, grande exportador de petróleo e membro da OPEP.<br />

Congo: País com grande riqueza mineral, enfrenta desde a independência no início dos anos de 1960, graves conflitos<br />

internos. Atualmente uma missão da ONU, conhecida como MONUSCO, tenta garantir a estabilidade da região, visto que,<br />

os coflitos internos tendem-se a dispersar pelos países vizinhos.<br />

Libéria, República Centro-Africana, Chade, Serra Leoa e muitos outros países sofrem com conflitos internos que agravam<br />

as condições de subdesenvolvimento e ampliam os dilemas humanitários. Novos e persistentes conflitos se desenvolvem<br />

em escalas mais variadas, podendo evoluir para guerras civis ou apenas golpes de estados que depõe os antigos<br />

governantes, sem alterar a realidade sócioeconômica dos habitantes.<br />

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