Recursos Humanos na Atenção Básica, Estratégias de Qualificação ...

CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4
Quanto à inserção institucional, nos municípios menores, de portes
1 e 2, há um número maior de postos ocupados por cargos em comissão
do que nos municípios maiores, nos quais parece haver um predomínio de
servidores do próprio quadro.
Também na descrição por clusters evidencia-se que a grande maioria
dos coordenadores (65,1%) é funcionário municipal, seja estatutário, seja
celetista. Os cargos em comissão aparecem em menor proporção. A exceção
fica com os coordenadores de municípios classificados no Cluster 1, situação
em que 10 entre os 25 coordenadores entrevistados não pertencem ao
quadro de funcionários.
Chama a atenção, nos municípios de Porte 4 (população acima de
1 milhão de habitantes), o fato de os diretores/coordenadores, em sua
totalidade, exercerem essa atividade em dedicação exclusiva, ao passo que
nos municípios de Porte 1 (entre 100 e 200 mil habitantes) essa situação
ocorre em torno de 50% dos casos.
A situação acima descrita pouco se altera quando se consideram
os municípios classificados por clusters. Nesse enfoque, a maioria dos
coordenadores, à exceção dos municípios classificados nos clusters 1, 4 e
5, exerce a atividade de coordenação em dedicação exclusiva.
As atividades desenvolvidas paralelamente à gestão da AB/PSF, para
aqueles que a têm, acontecem, segundo os coordenadores, em consultórios
privados (30%), nas universidades (25%) e em instituições hospitalares
(20%).
Essa descrição pode indicar que o fato de os coordenadores exercerem
a atividade em dedicação exclusiva independe do porte populacional e da
complexidade do município em termos de oferta de atenção à saúde e dos
indicadores sociais.
Experiência anterior em atividade de gestão
Considerando os 86 coordenadores entrevistados, dos 61 municípios
de diferentes portes ou clusters, apenas 18,6% referiram não ter experiência
anterior de gestão, situação que não apresenta diferenças em relação à
tipologia considerada para o município. Apenas para 3 dos 70 coordenadores
que referiram experiência anterior de gestão essa ocorreu em área alheia ao
setor saúde. A experiência anterior de gestão na saúde dos coordenadores
que a informaram (65 entrevistados) pode ser aqui exemplificada: 44
coordenadores tinham experiência anterior em gestão municipal de serviços
de saúde/assessoria de gestão (desses, 6 em gestão de sistema, como
secretário municipal de Saúde); 8 coordenadores, em gestão estadual de
64 Co n s ó r C i o mediCinA UsP