Recursos Humanos na Atenção Básica, Estratégias de Qualificação ...

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CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4 especialmente no nível federal, entre algumas secretarias estaduais de Saúde e em alguns municípios. Especialmente no que diz respeito à avaliação da Atenção Básica, e após uma década de implantação do Programa Saúde de Família, o Ministério de Saúde, por meio da Coordenação de Acompanhamento e Avaliação do Departamento de Atenção Básica, definiu, em 2003, a Política Nacional de Avaliação da Atenção Básica (Brasil, Ministério da Saúde, 2005) e tem incentivado os níveis estaduais e municipais à implantação de sistemas permanentes de avaliação. Segundo Felisberto (2006), as diretrizes dessa política de avaliação da Atenção Básica ressaltam: as parcerias com instituições de ensino e pesquisa, a mobilização de atores institucionais em todos os níveis da administração em saúde, a identificação de fontes de financiamento para os projetos e a definição de estratégias para qualificação dos profissionais do setor para a avaliação. Teixeira (2006) reforça a posição de vários autores ao ressaltar que a avaliação da gestão dos sistemas e serviços pode contribuir para o aperfeiçoamento da tomada de decisões, bem como para o planejamento, programação e organização dos serviços, já que pode apontar as fragilidades (políticas e organizacionais) e as lacunas no conhecimento a respeito dos problemas que se enfrentam na consolidação do SUS. Mas, ao mesmo tempo, reconhece a escassez de quadros qualificados para a gestão e para a avaliação em saúde. Anteriormente, entretanto, essa preocupação já se expressava em importantes projetos. Vale lembrar que esse tema é expressamente arrolado como um dos três principais componentes do Programa de Expansão e Consolidação da Saúde da Família (PROESF), assinado em 2002 entre o governo brasileiro e o BIRD (Brasil, Ministério da Saúde, 2001). Assim, o PROESF é uma iniciativa do Ministério da Saúde, apoiada financeiramente pelo BIRD, voltada para a organização e o fortalecimento da Atenção Básica à Saúde do país. Visa contribuir para a implantação e consolidação da estratégia de Saúde da Família em municípios com população acima de 100 mil habitantes e para a elevação da qualificação do processo de trabalho e do desempenho dos serviços. O PROESF viabiliza recursos para: estruturar equipes/unidades; aperfeiçoar tecnologias de gestão; ampliar e reestruturar iniciativas voltadas para o desenvolvimento de recursos humanos; apoiar respostas mais ágeis na educação continuada e iniciativas de mudança na formação de profissionais, bem como na sua fixação. Nesse sentido, o PROESF está estruturado em três componentes técnicos, cada um deles agrupando um conjunto de subcomponentes e linhas 36 Co n s ó r C i o mediCinA UsP

AvAliAção do ProgrAmA de exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF A At e n ç ã o Bá s i C A à sA ú d e e o Pr o g r A m A sA ú d e d A FAmíliA de investimento, que representam os investimentos financiados com recursos do programa. Componente 1 – Apoio à Conversão do Modelo de Atenção Básica à Saúde Estimula a conversão do modelo de Atenção Básica nos grandes centros urbanos por meio da implementação da estratégia de Saúde da Família. As linhas de investimento previstas são: • modernização institucional (inovações gerenciais; preparação e implementação de sistemas de referência e contra-referência no SUS/local; implementação e aplicação de novas práticas e protocolos de atenção; estudos especiais em apoio à implementação do PSF); • adequação da rede de serviços (reparos e adequações físicas; aquisição de equipamentos, veículos e mobiliário); • fortalecimento dos sistemas de avaliação e informação (desenvolvimento de sistemas de informação para monitoramento, avaliação, planejamento e gestão, incluindo organização de centrais de regulação); • desenvolvimento de recursos humanos (capacitação de profissionais e formação de grupos interdisciplinares de supervisão). Os municípios habilitados recebem trimestralmente recursos mediante aprovação do Cronograma de Desembolso, pela modalidade de transferências “Fundo a Fundo”. Componente 2 – Desenvolvimento de Recursos Humanos Busca reforçar a política de recursos humanos para a implementação e o fortalecimento do modelo de Saúde da Família. As linhas de investimentos previstas são: • capacitação e educação permanente de recursos humanos (treinamento; áreas temáticas; educação a distância; saúde ambiental); • formação de recursos humanos em Saúde da Família (capacitação de gestores; especialização e residência em Saúde da Família; qualificação de ACS, THD e auxiliar de enfermagem; incentivo a inovações curriculares em escolas de medicina e enfermagem); • apoio e monitoramento das atividades de desenvolvimento de recursos humanos (formação de rede de pólos; avaliação e monitoramento da implantação e funcionamento dos pólos e de projetos de inovações curriculares). Este componente conta com a cooperação técnica de instituições de ensino e pesquisa. 37

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especialmente no nível fe<strong>de</strong>ral, entre algumas secretarias estaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

e em alguns municípios. Especialmente no que diz respeito à avaliação da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, e após uma década <strong>de</strong> implantação do Programa Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Família, o Ministério <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, por meio da Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Acompanhamento<br />

e Avaliação do Departamento <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, <strong>de</strong>finiu, em 2003, a Política<br />

Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> (Brasil, Ministério da Saú<strong>de</strong>, 2005) e<br />

tem incentivado os níveis estaduais e municipais à implantação <strong>de</strong> sistemas<br />

permanentes <strong>de</strong> avaliação.<br />

Segundo Felisberto (2006), as diretrizes <strong>de</strong>ssa política <strong>de</strong> avaliação da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> ressaltam: as parcerias com instituições <strong>de</strong> ensino e pesquisa,<br />

a mobilização <strong>de</strong> atores institucio<strong>na</strong>is em todos os níveis da administração<br />

em saú<strong>de</strong>, a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nciamento para os projetos e a<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> estratégias para qualificação dos profissio<strong>na</strong>is do setor para a<br />

avaliação.<br />

Teixeira (2006) reforça a posição <strong>de</strong> vários autores ao ressaltar<br />

que a avaliação da gestão dos sistemas e serviços po<strong>de</strong> contribuir para o<br />

aperfeiçoamento da tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, bem como para o planejamento,<br />

programação e organização dos serviços, já que po<strong>de</strong> apontar as fragilida<strong>de</strong>s<br />

(políticas e organizacio<strong>na</strong>is) e as lacu<strong>na</strong>s no conhecimento a respeito dos<br />

problemas que se enfrentam <strong>na</strong> consolidação do SUS. Mas, ao mesmo<br />

tempo, reconhece a escassez <strong>de</strong> quadros qualificados para a gestão e para<br />

a avaliação em saú<strong>de</strong>.<br />

Anteriormente, entretanto, essa preocupação já se expressava em<br />

importantes projetos. Vale lembrar que esse tema é expressamente arrolado<br />

como um dos três principais componentes do Programa <strong>de</strong> Expansão e<br />

Consolidação da Saú<strong>de</strong> da Família (PROESF), assi<strong>na</strong>do em 2002 entre o<br />

governo brasileiro e o BIRD (Brasil, Ministério da Saú<strong>de</strong>, 2001).<br />

Assim, o PROESF é uma iniciativa do Ministério da Saú<strong>de</strong>, apoiada<br />

fi<strong>na</strong>nceiramente pelo BIRD, voltada para a organização e o fortalecimento<br />

da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> do país. Visa contribuir para a implantação e<br />

consolidação da estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família em municípios com população<br />

acima <strong>de</strong> 100 mil habitantes e para a elevação da qualificação do processo<br />

<strong>de</strong> trabalho e do <strong>de</strong>sempenho dos serviços.<br />

O PROESF viabiliza recursos para: estruturar equipes/unida<strong>de</strong>s;<br />

aperfeiçoar tecnologias <strong>de</strong> gestão; ampliar e reestruturar iniciativas voltadas<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> recursos humanos; apoiar respostas mais ágeis <strong>na</strong><br />

educação continuada e iniciativas <strong>de</strong> mudança <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is,<br />

bem como <strong>na</strong> sua fixação.<br />

Nesse sentido, o PROESF está estruturado em três componentes<br />

técnicos, cada um <strong>de</strong>les agrupando um conjunto <strong>de</strong> subcomponentes e linhas<br />

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