Recursos Humanos na Atenção Básica, Estratégias de Qualificação ...

Recursos Humanos na Atenção Básica, Estratégias de Qualificação ... Recursos Humanos na Atenção Básica, Estratégias de Qualificação ...

18.11.2012 Views

CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4 acrescenta ainda que o conteúdo pode ter sido bom, mas a inserção desses facilitadores no processo é muito criticada, ficando muitas pessoas ligadas à idéia, mas não à gestão. Na maioria dos municípios, o conteúdo dos cursos nem sempre é utilizado pelos profissionais da Saúde no cotidiano do trabalho, segundo salientou um dos diretores de DIR entrevistado. Ele cita especialmente a categoria médica, tanto como refratária à participação nos cursos de capacitação quanto ao cumprimento do papel de multiplicador. Por outro lado, a categoria dos agentes comunitários de saúde aparece citada como uma exceção, demonstrando maior receptividade às atividades, promovendo a multiplicação e a utilização dos conteúdos dos cursos no cotidiano de trabalho. Outros entrevistados também citaram a dificuldade para a multiplicação dos conteúdos pelas pessoas capacitadas como sendo um elemento limitador para que haja um impacto mais contundente das atividades de educação permanente. Não ficam claros quais encaminhamentos estariam sendo adotados para estimular a capacidade de multiplicação dos conteúdos dos cursos pelos profissionais egressos. Apesar de todos os pontos negativos citados, há o reconhecimento, feito por meio de um monitoramento informal de uma das DIRs, de que as atividades educacionais têm servido para reorientar o trabalho das equipes em serviços, principalmente as que atuam em municípios onde não havia nada direcionado à Saúde e o SUS, e isso tem evoluído bastante. Em outros casos destacou-se que o PEPS tem impacto positivo nas capacitações em serviço. E apesar de não saberem avaliar o impacto dos Pólos de Capacitação, pesquisa feita por um dos municípios, mostrou que, eventualmente, pode ter ajudado a melhorar alguns aspectos da gestão local. Porém, não há instrumentos para mensurar o impacto causado a partir do conjunto de ações desenvolvidas. Para outro entrevistado de uma DIR, mesmo sem dispor de um instrumento formal de avaliação, houve um monitoramento que serviu para reorientar o Pólo, os núcleos e as instituições que desenvolveram as capacitações nos municípios visitados. No entanto, observou-se que é difícil perceber se o conteúdo dos cursos foi aplicado ao trabalho de maneira organizada e sistematizada pelos profissionais capacitados. Na percepção de alguns entrevistados, o conteúdo dos cursos tem sido aplicado ao trabalho pelos profissionais capacitados, apesar de não haver nenhuma avaliação formal após a realização dos mesmos, o que ajudaria a aferir se o investimento gerou mudanças. Mesmo assim, eles dizem que 172 Co n s ó r C i o mediCinA UsP

AvAliAção do ProgrAmA de exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF o Pó l o d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e e m sA ú d e d A gr A n d e sã o PA U l o houve mudança de qualidade no atendimento dos serviços e, em alguns municípios, há pessoas melhor preparadas. Também foi registrado impacto nas DIRs e na organização dos serviços. A descontinuidade causada pelas mudanças de governo municipal foi ressaltada por um dos entrevistados. Para ele, não houve uma avaliação do reflexo do PEPS porque houve uma troca da gestão municipal depois do primeiro conjunto de projetos executados, além de a formação de facilitadores neste município ter atingido apenas poucos profissionais. Ainda segundo este entrevistado, em determinada DIR da região, apenas cinco pessoas concluíram o curso de facilitadores, não havendo, portanto, nenhum impacto. Neste caso também não houve a liberação de recursos em 2005 e, sem recursos nenhuma política pode ser bem-sucedida, comentou o entrevistado. 173

CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

acrescenta ainda que o conteúdo po<strong>de</strong> ter sido bom, mas a inserção <strong>de</strong>sses<br />

facilitadores no processo é muito criticada, ficando muitas pessoas ligadas<br />

à idéia, mas não à gestão.<br />

Na maioria dos municípios, o conteúdo dos cursos nem sempre é<br />

utilizado pelos profissio<strong>na</strong>is da Saú<strong>de</strong> no cotidiano do trabalho, segundo<br />

salientou um dos diretores <strong>de</strong> DIR entrevistado. Ele cita especialmente<br />

a categoria médica, tanto como refratária à participação nos cursos <strong>de</strong><br />

capacitação quanto ao cumprimento do papel <strong>de</strong> multiplicador. Por outro<br />

lado, a categoria dos agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> aparece citada como<br />

uma exceção, <strong>de</strong>monstrando maior receptivida<strong>de</strong> às ativida<strong>de</strong>s, promovendo<br />

a multiplicação e a utilização dos conteúdos dos cursos no cotidiano <strong>de</strong><br />

trabalho.<br />

Outros entrevistados também citaram a dificulda<strong>de</strong> para a multiplicação<br />

dos conteúdos pelas pessoas capacitadas como sendo um elemento limitador<br />

para que haja um impacto mais contun<strong>de</strong>nte das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação<br />

permanente. Não ficam claros quais encaminhamentos estariam sendo<br />

adotados para estimular a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> multiplicação dos conteúdos dos<br />

cursos pelos profissio<strong>na</strong>is egressos.<br />

Apesar <strong>de</strong> todos os pontos negativos citados, há o reconhecimento,<br />

feito por meio <strong>de</strong> um monitoramento informal <strong>de</strong> uma das DIRs, <strong>de</strong> que as<br />

ativida<strong>de</strong>s educacio<strong>na</strong>is têm servido para reorientar o trabalho das equipes<br />

em serviços, principalmente as que atuam em municípios on<strong>de</strong> não havia<br />

<strong>na</strong>da direcio<strong>na</strong>do à Saú<strong>de</strong> e o SUS, e isso tem evoluído bastante.<br />

Em outros casos <strong>de</strong>stacou-se que o PEPS tem impacto positivo <strong>na</strong>s<br />

capacitações em serviço. E apesar <strong>de</strong> não saberem avaliar o impacto dos<br />

Pólos <strong>de</strong> Capacitação, pesquisa feita por um dos municípios, mostrou que,<br />

eventualmente, po<strong>de</strong> ter ajudado a melhorar alguns aspectos da gestão local.<br />

Porém, não há instrumentos para mensurar o impacto causado a partir do<br />

conjunto <strong>de</strong> ações <strong>de</strong>senvolvidas.<br />

Para outro entrevistado <strong>de</strong> uma DIR, mesmo sem dispor <strong>de</strong> um<br />

instrumento formal <strong>de</strong> avaliação, houve um monitoramento que serviu<br />

para reorientar o Pólo, os núcleos e as instituições que <strong>de</strong>senvolveram as<br />

capacitações nos municípios visitados. No entanto, observou-se que é difícil<br />

perceber se o conteúdo dos cursos foi aplicado ao trabalho <strong>de</strong> maneira<br />

organizada e sistematizada pelos profissio<strong>na</strong>is capacitados.<br />

Na percepção <strong>de</strong> alguns entrevistados, o conteúdo dos cursos tem sido<br />

aplicado ao trabalho pelos profissio<strong>na</strong>is capacitados, apesar <strong>de</strong> não haver<br />

nenhuma avaliação formal após a realização dos mesmos, o que ajudaria<br />

a aferir se o investimento gerou mudanças. Mesmo assim, eles dizem que<br />

172 Co n s ó r C i o mediCinA UsP

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!