Recursos Humanos na Atenção Básica, Estratégias de Qualificação ...
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CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4 de assumir essa responsabilidade. Por isso, as parcerias com os Pólos têm tudo para dar certo, mas ainda precisam ser construídas. O empoderamento dos secretários municipais poderia se dar pela experiência no Pólo, uma vez que o gestor em seu município não irá aprender a fazer tudo isso sozinho. Cabe ressalta que o Brasil é um país com inúmeras diversidades e que os gestores municipais têm habilidades diferenciadas. Há localidades onde os gestores têm maior capacidade para fazer a negociação, em outras esse papel é exercido pelas universidades, ou pelos técnicos da DIR ou mesmo pelos representantes do movimento social. A proposta da Política de Educação Permanente permite que haja uma variação segundo cada situação. Espera-se também que a liderança exercida nos Pólos seja o resultado das interações pré-existentes. Embora exista uma compreensão do conjunto de secretários de que a educação, a capacitação ou a formação dos trabalhadores de saúde é estratégica para o avanço do SUS, muitas vezes o gestor deixa de avançar não pelo fato de não priorizar algumas atividades, mas por ter de enfrentar algumas dificuldades como, por exemplo, a inexistência de recursos humanos para fazer essa capacitação. Ao citar um exemplo hipotético, a representante do COSEMS, questiona o que pode fazer um município com 5 mil habitantes, com um médico que enfrenta dificuldades para exercer bem suas atividades. Ela indaga se a solução seria, por exemplo, contratar um professor. Dados da Pesquisa PROESF (2005) mostram que a dificuldade mais citada pelos secretários municipais de Saúde para as ações do programa de Atenção Básica refere-se aos recursos humanos pouco qualificados/ insuficiente (78,69% do total da amostra apontaram esse item). Na Região Metropolitana de São Paulo a capacitação dos recursos humanos foi citada, por 47,06% dos respondentes, como uma das principais mudanças nos novos planos municipais de Saúde para a Atenção Básica. No caso do Pólo da Grande São Paulo, foram encontradas diversas evidências de que a utilização da estrutura de regionalização da SES, por meio das DIRs, funcionava como um canal de aproximação entre os gestores municipais e o Pólo de Educação Permanente. Dados da Pesquisa PROESF mostram que a maioria dos secretários municipais de Saúde (52,38%) qualifica o relacionamento entre as secretarias que eles coordenam e a Secretaria do Estado da Saúde como sendo cooperativo. Os três secretários municipais de Saúde entrevistados dizem reconhecer o trabalho dos coordenadores de núcleos regionais no sentido de atraí-los para a discussão e a proposição de ações voltadas à educação em Saúde. 158 Co n s ó r C i o mediCinA UsP
AvAliAção do ProgrAmA de exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF o Pó l o d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e e m sA ú d e d A gr A n d e sã o PA U l o Para um dos diretores de DIR entrevistado, os embates que ocorrem são inerentes ao modelo federativo brasileiro, mas a defesa dos interesses diferentes de cada ente federativo não significa necessariamente conflitos. As reuniões dos núcleos permanentes, que aconteciam em média uma vez por mês, contavam com a participação de praticamente todos os municípios e os representantes eram indicados diretamente pelos secretários municipais de Saúde. Embora as reuniões do Pólo da Grande São Paulo fossem abertas para a participação dos representantes de todos os municípios, os entrevistados dizem que não participavam delas; mas apenas dos encontros regionais. Elas afirmaram que se sentem bem-representados pelos articuladores no Pólo da Grande São Paulo. Da mesma forma, não foi registrado nos depoimentos dos entrevistados que a relação ocorrida com os núcleos regionais (e não diretamente com o Pólo) soasse como um distanciamento ou prejuízo nos encaminhamentos e proposições. De fato, não se encontrou relatos dos secretários municipais de Saúde que indicassem alguma dificuldade para ter espaço de participação no Pólo. Segundo entrevistados, o Núcleo de Educação Permanente da Região Oeste e Sudoeste da Grande São Paulo (NEPOS) se constitui como um espaço interinstitucional para discussão da política de educação permanente. Destaca-se que este Núcleo já existia antes da Portaria Ministerial GM 198/04 e que seu regimento interno foi reformulado em maio de 2006, por meio de um processo envolvendo todas as instituições e atores participantes. A criação do NEPOS se deu pela incorporação da proposta de educação permanente, contado com a adesão da quase totalidade dos municípios abrangidos pelas DIRs. Apenas um dos 15 municípios da DIR V (Osasco) não tem participado das atividades do Núcleo de Educação Permanente (NEP). Com relação a não participação dos municípios nas atividades do NEP, uma das hipóteses levantadas por um dos entrevistados diz respeito ao envolvimento do gestor municipal, que talvez não tenha percebido ainda a importância do processo de educação permanente. Para o representante de uma DIR, está se conseguindo, gradativamente, que o gestor assuma um papel no qual haja uma maior identificação com a proposta de educação permanente; o que deve ocorrer tanto no sentido de desenvolvimento de pessoal como uma atribuição que faça parte da política de saúde do município que ele representa. É comum encontrar aquele gestor que está mais preocupado com a assistência, com o funcionamento do pronto-socorro, com a aquisição de medicamentos, ou seja, com toda a 159
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AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />
o Pó l o d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e e m sA ú d e d A gr A n d e sã o PA U l o<br />
Para um dos diretores <strong>de</strong> DIR entrevistado, os embates que ocorrem<br />
são inerentes ao mo<strong>de</strong>lo fe<strong>de</strong>rativo brasileiro, mas a <strong>de</strong>fesa dos interesses<br />
diferentes <strong>de</strong> cada ente fe<strong>de</strong>rativo não significa necessariamente conflitos.<br />
As reuniões dos núcleos permanentes, que aconteciam em média uma vez<br />
por mês, contavam com a participação <strong>de</strong> praticamente todos os municípios<br />
e os representantes eram indicados diretamente pelos secretários municipais<br />
<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />
Embora as reuniões do Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo fossem abertas para<br />
a participação dos representantes <strong>de</strong> todos os municípios, os entrevistados<br />
dizem que não participavam <strong>de</strong>las; mas ape<strong>na</strong>s dos encontros regio<strong>na</strong>is. Elas<br />
afirmaram que se sentem bem-representados pelos articuladores no Pólo<br />
da Gran<strong>de</strong> São Paulo. Da mesma forma, não foi registrado nos <strong>de</strong>poimentos<br />
dos entrevistados que a relação ocorrida com os núcleos regio<strong>na</strong>is (e não<br />
diretamente com o Pólo) soasse como um distanciamento ou prejuízo nos<br />
encaminhamentos e proposições.<br />
De fato, não se encontrou relatos dos secretários municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />
que indicassem alguma dificulda<strong>de</strong> para ter espaço <strong>de</strong> participação no Pólo.<br />
Segundo entrevistados, o Núcleo <strong>de</strong> Educação Permanente da Região Oeste<br />
e Sudoeste da Gran<strong>de</strong> São Paulo (NEPOS) se constitui como um espaço<br />
interinstitucio<strong>na</strong>l para discussão da política <strong>de</strong> educação permanente.<br />
Destaca-se que este Núcleo já existia antes da Portaria Ministerial GM 198/04<br />
e que seu regimento interno foi reformulado em maio <strong>de</strong> 2006, por meio<br />
<strong>de</strong> um processo envolvendo todas as instituições e atores participantes.<br />
A criação do NEPOS se <strong>de</strong>u pela incorporação da proposta <strong>de</strong> educação<br />
permanente, contado com a a<strong>de</strong>são da quase totalida<strong>de</strong> dos municípios<br />
abrangidos pelas DIRs. Ape<strong>na</strong>s um dos 15 municípios da DIR V (Osasco) não<br />
tem participado das ativida<strong>de</strong>s do Núcleo <strong>de</strong> Educação Permanente (NEP).<br />
Com relação a não participação dos municípios <strong>na</strong>s ativida<strong>de</strong>s do NEP,<br />
uma das hipóteses levantadas por um dos entrevistados diz respeito ao<br />
envolvimento do gestor municipal, que talvez não tenha percebido ainda a<br />
importância do processo <strong>de</strong> educação permanente.<br />
Para o representante <strong>de</strong> uma DIR, está se conseguindo, gradativamente,<br />
que o gestor assuma um papel no qual haja uma maior i<strong>de</strong>ntificação com a<br />
proposta <strong>de</strong> educação permanente; o que <strong>de</strong>ve ocorrer tanto no sentido <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pessoal como uma atribuição que faça parte da política<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do município que ele representa. É comum encontrar aquele<br />
gestor que está mais preocupado com a assistência, com o funcio<strong>na</strong>mento<br />
do pronto-socorro, com a aquisição <strong>de</strong> medicamentos, ou seja, com toda a<br />
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