Recursos Humanos na Atenção Básica, Estratégias de Qualificação ...

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18.11.2012 Views

CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4 dos Pólos de Saúde da Família sem conseguir implantar a proposta dos Pólos de Educação Permanente. Na compreensão da entrevistada, os Pólos-PSF poderiam ter avançado; entretanto, o desenvolvimento poderia ter sido maior caso os PEPS tivessem incorporado como prioridade a Saúde da Família, o que tornaria positiva a transição do modelo anterior para o atual. 4.3) Visão da Secretaria de Estado da Saúde De acordo com a Portaria GM 198/04, “nos estados com vários Pólos de Educação Permanente em Saúde, cabe à Secretaria Estadual de Saúde a iniciativa de reuni-los periodicamente para estimular a cooperação e conjugação de esforços, a não fragmentação das propostas e a compatibilização das iniciativas com a política estadual e nacional de saúde” (BRASIL, 2004). A partir da compreensão de que nível estadual consiste em um ator fundamental para a implantação da Política de Educação Permanente, foram realizadas entrevistas com gestores da Secretaria de Estado da Saúde (SES/ SP) ligados ao desenvolvimento de recursos humanos, para apreender suas opiniões em relação ao processo de implementação dos Pólos de Educação Permanente em Saúde para o SUS. Abaixo, segue o ponto de vista do gestor estadual quanto ao processo de transição de modelos (Pólo-PSF / PEPS), ao papel secretaria estadual, à participação de outros atores, à lógica de operação e ao financiamento da política de educação permanente. Gênese dos Pólos e transição para o modelo atual Do ponto de vista dos entrevistados, a transformação dos Pólos de Saúde da Família para os PEPS foi apoiada pela equipe que na época estava no Pólo de Saúde da Família na Grande São Paulo. Anteriormente, um desses entrevistados tinha ido a Brasília para discutir com os gestores federais a proposta de expansão do objeto dos Pólos de Saúde da Família para educação do sistema, uma vez que, na sua compreensão, a agregação de instituições em São Paulo possibilitava um avanço. Entretanto, naquela época a opção escolhida foi manter os Pólos voltados exclusivamente ao Programa Saúde da Família, visando o fortalecimento dos mesmos. De acordo com o entrevistado, antes mesmo da mudança já havia sido detectado espaço e potencial para a ampliação dos Pólos. Com a nova proposta, os envolvidos tiveram apenas que apoiá-la. 148 Co n s ó r C i o mediCinA UsP

AvAliAção do ProgrAmA de exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o Segundo os entrevistados, no Estado de São Paulo, houve a intenção de aproveitar as relações já instituídas pelos Pólos-PSF. Na ocasião, o Estado tinha cinco Pólos e entendeu-se que não seria necessário refazer o que já estava pronto. Optaram então por aproveitar o conhecimento acumulado da experiência anterior. Foi citado como exemplo o caso de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, cujo conflito entre duas universidades culminou com a criação de dois Pólos. No caso da Grande São Paulo, como já havia uma articulação de diversos atores sociais, optou-se pela continuidade dessas relações, após discussões com os municípios e instituições envolvidas que concordaram em manter a agregação existente e suas vantagens. Papel da Secretaria Estadual de Saúde Do ponto de vista dos entrevistados, a secretaria estadual de Saúde atua como agente congregador e/ou convocador do processo de criação dos Pólos. Trata-se de um papel definido constitucionalmente, e não seria adequado que fosse desempenhado pela universidade, nem pelo Município, pois haveria diferentes interesses envolvidos. Inicialmente, não estava claro se o processo de implementação dos Pólos estaria subordinado à esfera municipal ou regional. A SES defendeu a organização por regiões, com a compreensão de que a região define o conjunto de instituições. Coube, assim, à SES garantir que mesmo os municípios que não são sedes dos Pólos fossem atendidos. Os entrevistados apontam que sem a intervenção de nível estadual as relações instituídas seriam entre as universidades e os municípios grandes. Assim o gestor estadual seria um importante agente convocador. Os Pólos apresentam um alto grau de autonomia e o gestor estadual não deve intervir em todas as relações dentro dos Pólos. Conjunturalmente, São Paulo tem universidades distribuídas por todo o Estado e, do ponto de vista dos entrevistados, as relações já estabelecidas são legitimadas. Os entrevistados entendem que em São Paulo a coordenação estadual dos Pólos não é tão formal como deveria ser; não traduzindo uma estrutura que reúna os oito Pólos, que aponte diretrizes e realize avaliações periódicas. Entende-se que a SES é capaz de intervir e direcionar determinados aspectos da política, porém, teria dificuldade de interferir em aspectos aos quais não está diretamente ligada. No Estado de São Paulo, a Secretaria desempenha o papel de mediadora de relações, o que se faz necessário especialmente em função do peso e da tradição das diversas instituições que compõem o Pólo da Grande São Paulo. 149

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

Segundo os entrevistados, no Estado <strong>de</strong> São Paulo, houve a intenção<br />

<strong>de</strong> aproveitar as relações já instituídas pelos Pólos-PSF. Na ocasião, o Estado<br />

tinha cinco Pólos e enten<strong>de</strong>u-se que não seria necessário refazer o que já<br />

estava pronto. Optaram então por aproveitar o conhecimento acumulado<br />

da experiência anterior.<br />

Foi citado como exemplo o caso <strong>de</strong> Ribeirão Preto e São José do Rio<br />

Preto, cujo conflito entre duas universida<strong>de</strong>s culminou com a criação <strong>de</strong><br />

dois Pólos. No caso da Gran<strong>de</strong> São Paulo, como já havia uma articulação <strong>de</strong><br />

diversos atores sociais, optou-se pela continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas relações, após<br />

discussões com os municípios e instituições envolvidas que concordaram<br />

em manter a agregação existente e suas vantagens.<br />

Papel da Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Do ponto <strong>de</strong> vista dos entrevistados, a secretaria estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

atua como agente congregador e/ou convocador do processo <strong>de</strong> criação<br />

dos Pólos. Trata-se <strong>de</strong> um papel <strong>de</strong>finido constitucio<strong>na</strong>lmente, e não seria<br />

a<strong>de</strong>quado que fosse <strong>de</strong>sempenhado pela universida<strong>de</strong>, nem pelo Município,<br />

pois haveria diferentes interesses envolvidos.<br />

Inicialmente, não estava claro se o processo <strong>de</strong> implementação dos<br />

Pólos estaria subordi<strong>na</strong>do à esfera municipal ou regio<strong>na</strong>l. A SES <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u<br />

a organização por regiões, com a compreensão <strong>de</strong> que a região <strong>de</strong>fine<br />

o conjunto <strong>de</strong> instituições. Coube, assim, à SES garantir que mesmo os<br />

municípios que não são se<strong>de</strong>s dos Pólos fossem atendidos. Os entrevistados<br />

apontam que sem a intervenção <strong>de</strong> nível estadual as relações instituídas<br />

seriam entre as universida<strong>de</strong>s e os municípios gran<strong>de</strong>s. Assim o gestor<br />

estadual seria um importante agente convocador.<br />

Os Pólos apresentam um alto grau <strong>de</strong> autonomia e o gestor estadual<br />

não <strong>de</strong>ve intervir em todas as relações <strong>de</strong>ntro dos Pólos. Conjunturalmente,<br />

São Paulo tem universida<strong>de</strong>s distribuídas por todo o Estado e, do ponto <strong>de</strong><br />

vista dos entrevistados, as relações já estabelecidas são legitimadas.<br />

Os entrevistados enten<strong>de</strong>m que em São Paulo a coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção estadual<br />

dos Pólos não é tão formal como <strong>de</strong>veria ser; não traduzindo uma estrutura<br />

que reú<strong>na</strong> os oito Pólos, que aponte diretrizes e realize avaliações periódicas.<br />

Enten<strong>de</strong>-se que a SES é capaz <strong>de</strong> intervir e direcio<strong>na</strong>r <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos aspectos<br />

da política, porém, teria dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> interferir em aspectos aos quais não<br />

está diretamente ligada.<br />

No Estado <strong>de</strong> São Paulo, a Secretaria <strong>de</strong>sempenha o papel <strong>de</strong> mediadora<br />

<strong>de</strong> relações, o que se faz necessário especialmente em função do peso e da<br />

tradição das diversas instituições que compõem o Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo.<br />

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