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Recursos Humanos na Atenção Básica, Estratégias de Qualificação ...

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<strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>,<br />

<strong>Estratégias</strong> <strong>de</strong> <strong>Qualificação</strong> e<br />

Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente no<br />

Estado <strong>de</strong> São Paulo


Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong><br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

Estudos Avaliativos - 4<br />

<strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>,<br />

<strong>Estratégias</strong> <strong>de</strong> <strong>Qualificação</strong> e<br />

Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente no<br />

Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

São Paulo, junho <strong>de</strong> 2008<br />

Avaliação do Programa <strong>de</strong> Expansão<br />

e Consolidação da Saú<strong>de</strong> da Família<br />

PROESF


Instituições e Equipe técnica<br />

Instituições<br />

Fundação Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> – FMUSP (lí<strong>de</strong>r do consórcio)<br />

Centro <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Cultura Contemporânea – CEDEC<br />

Fundação Carlos Alberto Vanzolini<br />

Centro <strong>de</strong> Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão – CEALAG<br />

Fundação <strong>de</strong> Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência do<br />

Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> <strong>de</strong> Ribeirão Preto, da<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

Fundação Universitária José Bonifácio<br />

Equipe técnica responsável<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção-Geral<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Técnico-Científica<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Capacitação<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ções Regio<strong>na</strong>is:<br />

Interior<br />

Gran<strong>de</strong> São Paulo, Baixada Santista<br />

e Vale do Paraíba<br />

Capital<br />

A<strong>na</strong> Luiza d’Ávila Via<strong>na</strong><br />

Hillegonda Maria Dutilh Novaes<br />

Joa<strong>na</strong> Azevedo da Silva<br />

Juan Stuardo Yazlle Rocha<br />

Nelson Ibañez<br />

Paulo Eduardo Mangeon Elias<br />

Projeto gráfico, capa e diagramação<br />

Traço Publicações e Design Fabia<strong>na</strong> Grassano<br />

Flávia Fábio<br />

Preparação <strong>de</strong> origi<strong>na</strong>is e revisão<br />

Patrícia Campos <strong>de</strong> Sousa<br />

Fer<strong>na</strong>ndo Fulanetti<br />

Dulce Rocha<br />

Dados Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Catalogação <strong>na</strong> Publicação (CIP)<br />

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)<br />

<strong>Recursos</strong> humanos <strong>na</strong> atenção básica, estratégias <strong>de</strong> qualificação e pólos <strong>de</strong> educação permanente no Estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

– São Paulo: Centro <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Cultura Contemporânea : Consórcio Medici<strong>na</strong> USP, 2008. – (Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong>: estudos avaliativos ; 4)<br />

Vários autores.<br />

Vários coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores.<br />

“Avaliação do Programa <strong>de</strong> Expansão e Consolidação da Saú<strong>de</strong> da Família – PROESF”<br />

Bibliografia.<br />

208p.<br />

ISBN: 978-85-99013-05-2<br />

1. <strong>Atenção</strong> básica à saú<strong>de</strong> 2. Educação permanente – São Paulo (Estado) 3. Municípios – Governo e administração –<br />

São Paulo (Estado) 4. Política médica – São Paulo (Estado) 5. Programa <strong>de</strong> Expansão e Consolidação da Saú<strong>de</strong> da Família<br />

– PROESF – Avaliação 6. Qaulificação profissio<strong>na</strong>l 7. <strong>Recursos</strong> humanos I. Série.<br />

07-9273 CDD–353.6098161<br />

Índices para catálogo sistemático:<br />

1. Municípios paulistas : Programa Saú<strong>de</strong> da Família : <strong>Atenção</strong> básica : Administração pública 353.6098161<br />

2. São Paulo : Estado : <strong>Atenção</strong> básica à saú<strong>de</strong> : Programa Saú<strong>de</strong> da Família: Municípios paulistas : Administração<br />

pública 353.6098161


Sumário<br />

APRESEntAçãO .................................................................................................11<br />

PARtE 1 – <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e <strong>Estratégias</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Qualificação</strong> ........................................................................................................17<br />

IntRODuçãO<br />

A <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> e o Programa Saú<strong>de</strong> da Família: A Capacitação <strong>de</strong><br />

<strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> e a Avaliação .....................................................................19<br />

1. <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> e Programa Saú<strong>de</strong> da Família .......................................19<br />

2 . Capacitação <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> para a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF ....................................29<br />

3. Avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/Programa Saú<strong>de</strong> da Família (PSF) .............................35<br />

CAPÍtuLO I<br />

O trabalho <strong>de</strong> Capacitação <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> para Avaliação da <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong>/PSF no Estudo <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base do Consórcio Medici<strong>na</strong> uSP ............................41<br />

1. A Concepção do Plano <strong>de</strong> Trabalho ..................................................................41<br />

2. O Plano <strong>de</strong> Trabalho ......................................................................................45<br />

3. O Desenvolvimento do Trabalho .....................................................................46<br />

4. Os Resultados do Trabalho .............................................................................54<br />

CAPÍtuLO II<br />

A Capacitação <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> para <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> <strong>na</strong>s Secretarias<br />

Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ................................................................................................57<br />

1. Os Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/Diretores <strong>de</strong> AB/PSF e a Capacitação <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> .......58<br />

2. Os Diretores/Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> e do PSF dos<br />

Municípios com Mais <strong>de</strong> 100 Mil Habitantes do Estado <strong>de</strong> São Paulo ......................60<br />

3. Os Gerentes das Unida<strong>de</strong>s <strong>Básica</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> .................................................66<br />

4. A Contratação <strong>de</strong> Profissio<strong>na</strong>is para a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> .................................69<br />

5. A Capacitação dos Profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> .......................................70<br />

COnSIDERAçÕES FInAIS<br />

Alguns Desafios, Algumas Questões ...............................................................................85<br />

REFERÊnCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................91


PARtE 2 – Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente no Estado <strong>de</strong> São Paulo ................97<br />

IntRODuçãO ......................................................................................................99<br />

CAPÍtuLO I<br />

Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente do Estado <strong>de</strong> São Paulo: da estruturação à avaliação<br />

dos gestores envolvidos .......................................................................................105<br />

1. Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente do Estado <strong>de</strong> São Paulo:<br />

Constituição, Estrutura e “Modus Operandi” ....................................................105<br />

2. Relação IES x Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>: Papéis e Impactos .......................................120<br />

3. Educação Permanente: Compreensão <strong>de</strong> Conceitos e a<br />

Transição entre os Mo<strong>de</strong>los ....................................................................................126<br />

4. Percepção e Visão dos Gestores: Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

COSEMS e Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> ..........................................................130<br />

Bibliografia ............................................................................................153<br />

CAPÍtuLO II<br />

O Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> da Gran<strong>de</strong> São Paulo:<br />

do Pioneirismo a uma Experiência <strong>de</strong> Sucesso ......................................................155<br />

1. Introdução .................................................................................................155<br />

2. Caracterização do Pólo da GSP .....................................................................157<br />

3. Impactos da Política <strong>de</strong> Educação Permanente ................................................170<br />

AnExOS ..............................................................................................................175<br />

A. Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores dos Pólos .............................................................................175<br />

B. Relação <strong>de</strong> Entrevistados .............................................................................176<br />

C. Documentos Consultados .............................................................................176<br />

D. Relação dos Projetos Encaminhados pelos Pólos ao Ministério da Saú<strong>de</strong> .............177<br />

E. Ativida<strong>de</strong>s Encaminhadas e Executadas pelo Pólo da GSP – 2004 a 2006 ............182<br />

EquIPE téCnICA - Pesquisa Avaliação do Programa <strong>de</strong> Expansão e<br />

Consolidação da Saú<strong>de</strong> da Família - PROESF............................................195<br />

EquIPE téCnICA - Pesquisa Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento<br />

da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> ...........................................203


Lista <strong>de</strong> tabelas<br />

Tabela 1 ...........................................................................................................50<br />

Tabela 2 – Pólos do Estado <strong>de</strong> SP – Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, total <strong>de</strong><br />

municípios e população ................................................................................107<br />

Tabela 3 – Pólos do Estado <strong>de</strong> SP – Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e população total .................113<br />

Tabela 4 – Instâncias <strong>de</strong> Organização nos Pólos <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente em Saú<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> São Paulo ...............................................118<br />

Tabela 5 – Pólos do Estado <strong>de</strong> SP – projetos encaminhados ao MS e<br />

trabalhadores beneficiados ...........................................................................118<br />

Tabela 6 – Pólos do Estado <strong>de</strong> SP – recursos alocados pelo MS .....................................119<br />

Tabela 7 – Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo – coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção, participação <strong>de</strong> instituições privadas<br />

e da esfera central do nível estadual e impacto <strong>na</strong>s instituições <strong>de</strong> ensino ...............121<br />

Tabela 8 – Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo – aplicabilida<strong>de</strong> das abordagens <strong>de</strong><br />

educação continuada e educação permanente .................................................129<br />

Tabela 9 – Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo – Aspectos<br />

positivos e fragilida<strong>de</strong>s dos Pólos-PSF ............................................................129<br />

Tabela 10 – Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo – Aspectos positivos e<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operacio<strong>na</strong>lização da Portaria 198/04 .......................................130<br />

Tabela 11 – Secretários Municipais com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – aspectos<br />

<strong>de</strong>mográficos e profissio<strong>na</strong>is dos Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ......................131<br />

Tabela 12 – Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – aspectos <strong>de</strong>mográficos e profissio<strong>na</strong>is<br />

dos Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> por Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente ...............132<br />

Tabela 13 – Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – metas <strong>de</strong><br />

capacitação <strong>de</strong> RH <strong>na</strong> área <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e PSF ........................................133<br />

Tabela 14 – Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Existência <strong>de</strong><br />

metas <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> RH para a área <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e PSF<br />

no Plano Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> atual e mudanças no novo plano ...........................135<br />

Tabela 15 – Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finidas para a<br />

política <strong>de</strong> capacitação por parte da atual gestão, segundo o Pólo (em %) ..........136<br />

Tabela 16 – Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Priorida<strong>de</strong>s especificadas <strong>de</strong><br />

capacitação pela atual gestão municipal por priorida<strong>de</strong>, segundo os Pólos ...........137<br />

Tabela 17 – Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Formas com que os<br />

profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e do PSF têm sido capacitados ..........................138<br />

Tabela 18 – Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – On<strong>de</strong> são<br />

realizadas as capacitações dos profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e do PSF .............139<br />

Tabela 19 – Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Avaliação da suficiência e<br />

a<strong>de</strong>quação das políticas <strong>de</strong> capacitação para os profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> nos<br />

últimos anos, segundo o profissio<strong>na</strong>l .............................................................142<br />

Tabela 20 – Municípios com mais <strong>de</strong> 100 habitantes – Avaliação da suficiência e<br />

a<strong>de</strong>quação das políticas <strong>de</strong> capacitação para os profissio<strong>na</strong>is do PSF nos últimos<br />

anos, segundo o profissio<strong>na</strong>l .........................................................................142


Tabela 21 – Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Avaliação da suficiência e<br />

integralida<strong>de</strong> das ações <strong>de</strong> capacitação vindas do Governo Fe<strong>de</strong>ral (N=8) ...........143<br />

Tabela 22 – Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo – Direções Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, total <strong>de</strong><br />

municípios, população total e RH em Saú<strong>de</strong> ....................................................155<br />

Tabela 23 – Distribuição <strong>de</strong> DIRs e Municípios componentes GSP 2006 ....................162<br />

Tabela 24 – Distribuição <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s encaminhadas por situação no MS –<br />

GSP 2004 a 2006 ........................................................................................166<br />

Tabela 25 – Distribuição <strong>de</strong> cursos por região contemplada por tipo <strong>de</strong> Instituições<br />

Parceiras – GSP 2004 a 2006 ........................................................................166<br />

Tabela 26 – Projetos realizados por Instituição parceira GSP, 2004 a 2006 ...............167<br />

Tabela 27 – Distribuição <strong>de</strong> cursos por ativida<strong>de</strong>s agrupadas – GSP 2004 a 2006 .......168<br />

Tabela 28 – Ativida<strong>de</strong>s por categorização <strong>de</strong> público-alvo GSP – 2004 a 2006 ..............169<br />

Tabela 29 – Distribuição <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s por montante <strong>de</strong> recurso e tipo <strong>de</strong> instituição<br />

responsável – GSP – 2004 a 2006 .................................................................169<br />

Tabela 30 – Ativida<strong>de</strong>s Encaminhadas e Executadas Pólo da GSP – 2004 a 2006 ..........170<br />

Lista <strong>de</strong> Gráficos<br />

Gráfico 1 – Pólos do Estado <strong>de</strong> SP - Total <strong>de</strong> Municípios e <strong>de</strong> RH em São Paulo ..........108<br />

Gráfico 2 – Opinião dos Entrevistados dos PEPs <strong>de</strong> SP sobre a transição dos Pólos PSF<br />

para o mo<strong>de</strong>lo atual (N=8) ..........................................................................112<br />

Gráfico 3 – Instâncias nos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> no Estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo ..............................................................................................113<br />

Gráfico 4 – Segmentos Representados no Colegiado <strong>de</strong> Gestão dos 8 PEPs<br />

<strong>de</strong> SP (N=8) ...............................................................................................114<br />

Gráfico 5 – Pólos do Estado <strong>de</strong> SP – distribuição dos recursos alocados pelo MS ........120<br />

Gráfico 6 – Instituições Responsáveis pelas Ativida<strong>de</strong>s Educacio<strong>na</strong>is <strong>na</strong> Opinião dos<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores dos PEPs <strong>de</strong> SP (N=8) ............................................................124<br />

Gráfico 7 – Pólos do Estado <strong>de</strong> SP – Apoios mais importantes recebidos do MS,<br />

da SES e das SMS .......................................................................................125<br />

Gráfico 8 – Pólos do Estado <strong>de</strong> SP – RH pouco qualificados/insuficientes constituem<br />

uma das principais dificulda<strong>de</strong>s para as ações <strong>de</strong> AB ........................................134<br />

Gráfico 9 – UBS/USF constituem espaço <strong>de</strong> aprendizado e formação profissio<strong>na</strong>l? .........139<br />

Gráfico 10 – Avaliação dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente no município (N=8) ...........143<br />

Lista <strong>de</strong> quadros<br />

Quatro 1 – Gra<strong>de</strong> Submetida aos Entrevistados .....................................................128<br />

Quadro 2 – Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Entraves para capacitar os<br />

profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e do PSF ........................................................140<br />

Quadro 3 – Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Capacitações oferecidas<br />

através dos PEPS ........................................................................................141


Lista <strong>de</strong> Siglas<br />

A relação a seguir traz as instituições e órgãos mencio<strong>na</strong>dos nos dois capítulos que<br />

compõem esta Parte II:<br />

- Associação Cultural e Educacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Franca (ACEFRAN)<br />

- Associação <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> Ribeirão Preto (Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ribeirão Preto - UNAERP)<br />

- Centro <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> para o SUS (CEFOR)<br />

- Centro <strong>de</strong> Formação e Aperfeiçoamento em Ciências da Saú<strong>de</strong> da Fundação Zerbini<br />

(CEFACS)<br />

- Comissão Intergestores Bipartite (CIB)<br />

- Comissões Intergestoras Regio<strong>na</strong>is (CIRs)<br />

- Conselho Estadual dos Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (COSEMS)<br />

- Departamento <strong>de</strong> Educação e Gestão em Saú<strong>de</strong> (DEGES)<br />

- Departamento Regio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Gran<strong>de</strong> São Paulo (DRS I)<br />

- Direções Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (DIRs)<br />

- Escola Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública (ENSP)<br />

- Escola <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong> Ribeirão Preto (EERP)<br />

- Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> <strong>de</strong> Marília (FAMEMA)<br />

- Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> <strong>de</strong> São José do Rio Preto (FAMERP)<br />

- Fundação <strong>de</strong> Amparo a Pesquisa e Estudos (FAEPE)<br />

- Fundação <strong>de</strong> Apoio Institucio<strong>na</strong>l ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI)<br />

- Fundação <strong>de</strong> Apoio Institucio<strong>na</strong>l ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico –<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Carlos (UFSCar)<br />

- Fundação <strong>de</strong> Desenvolvimento da Unicamp (FUNCAMP)<br />

- Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> do ABC (FUANBC)<br />

- Fundação Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> (FFM)<br />

- Fundação Hemocentro <strong>de</strong> Ribeirão Preto (FUNDHERP)<br />

- Fundação Instituto <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong> Ribeirão Preto (FIERP)<br />

- Fundação para o Desenvolvimento <strong>de</strong> Ciências Farmacêuticas (FUNDECIF)<br />

- Fundação São Paulo - PUC/SP<br />

- Institução <strong>de</strong> Ensino Superior (IES)<br />

- Instituto Adventista <strong>de</strong> Ensino – UNASP<br />

- Ministério da Saú<strong>de</strong> (MS)<br />

- Núcleo <strong>de</strong> Educação em Saú<strong>de</strong> Coletiva (NESCON)<br />

- Núcleo <strong>de</strong> Educação Permanente (NEP)<br />

- Núcleo <strong>de</strong> Educação Permanente da Região Oeste e Sudoeste da Gran<strong>de</strong> São Paulo<br />

(NEPOS)


- Organização Pa<strong>na</strong>merica<strong>na</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OPAS)<br />

- Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)<br />

- Pólos <strong>de</strong> Capacitação, Formação e Educação Permanente <strong>de</strong> Pessoal para a Saú<strong>de</strong> da<br />

Família (Pólos-PSF)<br />

- Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> para o SUS (PEPS)<br />

- Programa Saú<strong>de</strong> da Família (PSF)<br />

- Programa <strong>de</strong> Expansão e Consolidação do Saú<strong>de</strong> da Família (PROESF)<br />

- Projeto <strong>de</strong> Profissio<strong>na</strong>lização dos Trabalhadores da Área <strong>de</strong> Enfermagem (PROFAE)<br />

- Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Campi<strong>na</strong>s (PUC-Campi<strong>na</strong>s)<br />

- Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (SES/SP)<br />

- Secretaria <strong>de</strong> Gestão do Trabalho e Educação <strong>na</strong> Saú<strong>de</strong> (SGTES)<br />

- Secretária Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SMS)<br />

- Serviço <strong>de</strong> Atendimento Móvel <strong>de</strong> Urgência (SAMU)<br />

- Serviço Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Aprendizagem Comercial (SENAC)<br />

- Sistema <strong>de</strong> Informação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> (SIAB)<br />

- Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS)<br />

- Socieda<strong>de</strong> Educacio<strong>na</strong>l Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo Ltda (SECID)<br />

- Unida<strong>de</strong>s <strong>Básica</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (UBS)<br />

- Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (USF)<br />

- Universida<strong>de</strong> Adventista <strong>de</strong> São Paulo (UNASP)<br />

- Universida<strong>de</strong> Cruzeiro do Sul (UNICSUL)<br />

- Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (USP)<br />

- Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campi<strong>na</strong>s (UNICAMP)<br />

- Universida<strong>de</strong> Estadual Paulista (UNESP)<br />

- Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo (UNIFESP)


Apresentação


Os Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> são uma publicação voltada à difusão<br />

dos resultados da Pesquisa <strong>de</strong> Avaliação do Programa <strong>de</strong> Expansão e<br />

Consolidação da Saú<strong>de</strong> da Família – ProesF – Estudos <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base,<br />

realizada no Estado <strong>de</strong> São Paulo ao longo <strong>de</strong> 2005 e 2006.<br />

A pesquisa <strong>de</strong>senvolveu diferentes estudos avaliativos – linhas <strong>de</strong><br />

base da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> – nos municípios com 100 mil habitantes e mais<br />

do Estado <strong>de</strong> São Paulo – lotes 3 e 41 e a capital. Estes estudos foram<br />

<strong>de</strong>senvolvidos por um consórcio – Consórcio Medici<strong>na</strong> USP – que agregou<br />

diferentes instituições <strong>de</strong> ensino e pesquisa dos estados <strong>de</strong> São Paulo e Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, com larga experiência <strong>na</strong> área da saú<strong>de</strong> coletiva e <strong>na</strong> formação e<br />

capacitação <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is e técnicos para o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS).<br />

São integrantes do consórcio a Fundação Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> da USP<br />

(FMUSP); o Centro <strong>de</strong> Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (CEALAG),<br />

do Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Social da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Médicas da<br />

Santa Casa <strong>de</strong> São Paulo; o Centro <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Cultura Contemporânea<br />

(CEDEC); a Fundação <strong>de</strong> Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência do Hospital<br />

das Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> <strong>de</strong> Ribeirão Preto, da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo (FAEPA); a Fundação Carlos Alberto Vanzolini (FCA), da Escola<br />

Politécnica da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, e a Fundação Universitária José<br />

Bonifácio (FUJB) da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Quanto ao PROESF, trata-se <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> iniciativa do Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong>, apoiado pelo Banco Mundial (BIRD), voltado para a organização<br />

e o fortalecimento da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> no país. Tem como base<br />

o diagnóstico <strong>de</strong> que o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio colocado para a reorganização da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, segundo os princípios do Programa Saú<strong>de</strong> da Família, é sua<br />

implantação e consolidação nos gran<strong>de</strong>s centros urbanos. Isso porque essas<br />

são áreas <strong>de</strong> maior concentração populacio<strong>na</strong>l, on<strong>de</strong> as heterogeneida<strong>de</strong>s<br />

das condições econômico-sociais <strong>de</strong>sdobram-se no acesso e <strong>na</strong> utilização<br />

<strong>de</strong>sigual dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

1 O lote 3 é composto <strong>de</strong> 32 municípios e o lote 4, <strong>de</strong> 29 municípios, totalizando 61 municípios. A<br />

capital, município <strong>de</strong> São Paulo, constitui um outro lote. Juntos, totalizam 62 municípios do Estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo com 100 mil habitantes e mais, que são o objeto <strong>de</strong> estudo da pesquisa.<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

13


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Em relação aos estudos <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base <strong>de</strong>senvolvidos pelo Consórcio<br />

Medici<strong>na</strong> USP, propõe-se diferentes tipos <strong>de</strong> pesquisas, voltados para a<br />

i<strong>de</strong>ntificação dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família<br />

em 62 municípios2 do Estado <strong>de</strong> São Paulo e sua evolução no período 2001-<br />

2003, com vistas à institucio<strong>na</strong>lização do monitoramento e avaliação das<br />

transformações <strong>de</strong>correntes da introdução <strong>de</strong>ssa nova estratégia.<br />

A partir dos resultados e produtos obtidos nesta pesquisa, os<br />

municípios po<strong>de</strong>rão realizar análises que dimensionem o funcio<strong>na</strong>mento e o<br />

impacto dos serviços <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e construir, juntamente com outras<br />

instituições, um programa permanente <strong>de</strong> monitoramento e avaliação da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>.<br />

A investigação compreen<strong>de</strong>u dois tipos <strong>de</strong> estudo:<br />

1. Estudo das condições político-institucio<strong>na</strong>is, da organização da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, do cuidado integral e do <strong>de</strong>sempenho apresentados<br />

pelos municípios integrantes da pesquisa (no universo dos gran<strong>de</strong>s<br />

municípios do Estado <strong>de</strong> São Paulo). (Estudo I).<br />

2. Estudo amostral (Estudo II) para:<br />

• estabelecer a linha <strong>de</strong> base do cuidado integral <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

focada <strong>na</strong> premissa da integralida<strong>de</strong> da atenção;<br />

• a<strong>na</strong>lisar o trabalho <strong>de</strong>senvolvido pelas equipes <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is<br />

que trabalham <strong>na</strong>s Unida<strong>de</strong>s <strong>Básica</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (UBS) ligadas ao<br />

Programa Saú<strong>de</strong> da Família (PSF).<br />

O primeiro tipo <strong>de</strong> estudo preten<strong>de</strong> investigar a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

enquanto política pública e fator <strong>de</strong> organização dos sistemas municipais <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>; o segundo tipo, por sua vez, exami<strong>na</strong> a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> como mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> e fator <strong>de</strong> organização dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Os objetivos gerais da investigação, pertinentes a ambos os tipos <strong>de</strong><br />

estudo propostos no projeto, são:<br />

2 America<strong>na</strong> (RP), Araçatuba (RP), Araraquara (RP), Araras (RP), Atibaia (RP), Barretos (RP),<br />

Barueri (SC), Bauru (RP), Botucatu (RP), Bragança Paulista (RP), Campi<strong>na</strong>s (RP), Carapicuíba (SC),<br />

Catanduva (RP), Cotia (SC), Cubatão (SC), Dia<strong>de</strong>ma (SC), Embu (SC), Ferraz <strong>de</strong> Vasconcelos (SC),<br />

Franca (RP), Francisco Morato (SC), Franco da Rocha (SC), Guaratinguetá (SC), Guarujá (SC),<br />

Guarulhos (SC), Hortolândia (RP), Indaiatuba (RP), Itapecerica da Serra (SC), Itapetininga (RP),<br />

Itapevi (SC), Itaquaquecetuba (SC), Itu (RP), Jacareí (SC), Jaú (RP), Jundiaí (SC), Limeira (RP),<br />

Marília (RP), Mauá (SC), Mogi das Cruzes (SC), Mogi Guaçu (RP), Osasco (SC), Pindamonhangaba<br />

(SC), Piracicaba (RP), Praia Gran<strong>de</strong> (SC), Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte (RP), Ribeirão Pires (SC), Ribeirão<br />

Preto (RP), Rio Claro (RP), Santa Bárbara d’Oeste (RP), Santo André (SC), Santos (SC), São<br />

Ber<strong>na</strong>rdo do Campo (SC), São Caetano do Sul (SC), São Carlos (RP), São José do Rio Preto (RP),<br />

São José dos Campos (SC), São Paulo (CEDEC), São Vicente (SC), Sorocaba (RP), Sumaré (RP),<br />

Suzano (SC), Taboão da Serra (SC) e Taubaté (SC).<br />

Obs.: RP – Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção da FMRP; SC – Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Santa Casa.<br />

14 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

AP r e s e n tA ç ã o<br />

1. Criar metodologia aplicável para a avaliação <strong>de</strong> processo, <strong>de</strong>sempenho<br />

e impactos dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> nos gran<strong>de</strong>s<br />

municípios do Estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

2. Aplicar a metodologia proposta e extrair lições <strong>de</strong> aprendizado, <strong>de</strong><br />

forma a propor um Manual <strong>de</strong> monitoramento e avaliação da <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong>.<br />

3. Produzir recomendações <strong>de</strong> teor político, para orientar e estimular<br />

correções <strong>de</strong> rotas e procedimentos.<br />

4. Desenvolver a formação <strong>de</strong> um núcleo estratégico <strong>de</strong> operacio<strong>na</strong>lização<br />

sistemática da proposta, com participação das instituições<br />

<strong>de</strong> serviço (Secretarias Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SMS e Secretaria<br />

do Estado <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SES), <strong>de</strong> ensino e pesquisa (universida<strong>de</strong>s,<br />

institutos, <strong>de</strong>partamentos e núcleos) e dos pólos <strong>de</strong> educação<br />

permanente, articulado com a Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> do<br />

Estado <strong>de</strong> São Paulo, cuja equipe operacio<strong>na</strong>l seja capacitada por<br />

este projeto <strong>de</strong> investigação.<br />

Os principais resultados esperados da investigação são:<br />

• maior conhecimento sobre os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvidos nos gran<strong>de</strong>s centros;<br />

• aprofundamento do conhecimento científico sobre os impactos da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> em diferentes contextos institucio<strong>na</strong>is;<br />

• maior conhecimento sobre os condicio<strong>na</strong>ntes da implantação do PSF<br />

em gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s;<br />

• maior conhecimento sobre a <strong>de</strong>manda por <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e o perfil<br />

do usuário (PSF/não-PSF) <strong>de</strong> serviços públicos municipais;<br />

• formação <strong>de</strong> técnicos capacitados para operar e aperfeiçoar<br />

metodologias <strong>de</strong> avaliação;<br />

• maior aproximação entre instituições <strong>de</strong> ensino e serviços e maior<br />

integração entre pesquisadores e <strong>de</strong>cisores no âmbito político.<br />

Os volumes dos Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> apresentarão diferentes<br />

aspectos a<strong>na</strong>lisados pela pesquisa, bem como diferentes relatos das distintas<br />

estratégias metodológicas utilizadas e as lições e recomendações ema<strong>na</strong>das<br />

do estudo, <strong>de</strong> forma a que o maior número possível <strong>de</strong> gestores, estudiosos<br />

do tema e pessoas envolvidas, <strong>de</strong> alguma forma, com a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

possa compartir com a equipe técnica responsável os resultados e lições<br />

alcançados.<br />

A Equipe<br />

15


Parte 1<br />

<strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>,<br />

estratégias <strong>de</strong> qualificação<br />

Joa<strong>na</strong> Azevedo da Silva (organizadora)<br />

Regi<strong>na</strong> Maria Giaffoni Marsíglia<br />

Maria do Carmo Caccia Bava<br />

Hele<strong>na</strong> Lúcia Alves <strong>de</strong> Lima Furtado<br />

Joa<strong>na</strong> Azevedo da Silva<br />

Selma Patti Spinelli<br />

Juan Stuardo Yazlle Rocha<br />

Paulo Henrique D’Ângelo Seixas<br />

Jucélia Cristi<strong>na</strong> Barbosa<br />

Eliane Bezerra da Silva Cruz


IntRODuçãO<br />

A <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> e o Programa Saú<strong>de</strong> da Família:<br />

A Capacitação <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> e a Avaliação<br />

1. <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> e Programa Saú<strong>de</strong> da Família<br />

Em 1977, os governos participantes da 30ª Reunião Anual da<br />

Assembléia Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>finiram como meta social a obtenção, por<br />

parte <strong>de</strong> todos os cidadãos do mundo, já no ano 2000, <strong>de</strong> “um nível <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> que lhes permitirá levar vida social e economicamente produtiva”<br />

(OMS/Unicef, 1979). Essa <strong>de</strong>claração, conhecida como “Saú<strong>de</strong> para Todos<br />

no Ano 2000”, provocou um gran<strong>de</strong> impacto sobre a <strong>Atenção</strong> Primária à<br />

Saú<strong>de</strong>, cujos princípios foram enunciados no ano seguinte, <strong>na</strong> Conferência<br />

<strong>de</strong> Alma Ata:<br />

<strong>Atenção</strong> essencial à saú<strong>de</strong>, baseada em tecnologia e métodos práticos,<br />

cientificamente comprovados e socialmente aceitáveis, tor<strong>na</strong>dos universalmente<br />

acessíveis a indivíduos e famílias <strong>na</strong> comunida<strong>de</strong>, por meios aceitáveis para<br />

eles e a um custo que tanto a comunida<strong>de</strong> quanto o país possam arcar<br />

em cada estágio <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento. Um espírito <strong>de</strong> autoconfiança e<br />

auto<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção. É parte integral do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do país, do qual<br />

é função central. Enfoque principal do <strong>de</strong>senvolvimento social e econômico<br />

global da comunida<strong>de</strong>. É o primeiro nível <strong>de</strong> contato dos indivíduos, da família<br />

e da comunida<strong>de</strong> com o Sistema Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, levando a atenção à<br />

saú<strong>de</strong> o mais próximo possível dos locais on<strong>de</strong> as pessoas vivem e trabalham,<br />

constituindo o primeiro elemento <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> atenção continuada à<br />

saú<strong>de</strong>. (OMS/Unicef, 1979)<br />

O consenso sobre a <strong>Atenção</strong> Primária à Saú<strong>de</strong> (APS) firmado em<br />

Alma Ata foi confirmado pela Assembléia Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> em 1979. Os<br />

componentes fundamentais da APS foram assim especificados (Starfield,<br />

2002):<br />

• educação em saú<strong>de</strong>;<br />

• saneamento ambiental, especialmente <strong>de</strong> águas e alimentos;<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

19


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

• programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> materno-infantil, inclusive imunizações e<br />

planejamento familiar;<br />

• prevenção <strong>de</strong> doenças endêmicas;<br />

• tratamento a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> doenças e lesões comuns;<br />

• fornecimento <strong>de</strong> medicamentos essenciais;<br />

• promoção <strong>de</strong> boa nutrição;<br />

• medici<strong>na</strong> tradicio<strong>na</strong>l.<br />

Durante a década <strong>de</strong> 1980, a Conferência <strong>de</strong> Alma Ata e suas metas<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para Todos no Ano 2000 – SPT-2000 (WHO, 1978; OMS/Unicef,<br />

1979; OPS, 1980) <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser discutidas no Brasil, por estar o governo<br />

empenhado em integrar os Ministérios da Saú<strong>de</strong> e da Previdência Social em<br />

torno do programa Prev-Saú<strong>de</strong>. Segundo Paim (1999b), o “amplo <strong>de</strong>bate<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l em torno <strong>de</strong>sse programa, vinculando-o à proposta <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong><br />

Primária <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (APS), amarrou, <strong>de</strong> certo modo, as metas da SPT-2000 a<br />

tal iniciativa gover<strong>na</strong>mental”. A oposição ao Prev-Saú<strong>de</strong> e a crise fi<strong>na</strong>nceira da<br />

Previdência Social pressio<strong>na</strong>ram o governo a “arquivá-lo”, e as metas da SPT-<br />

2000 também foram esquecidas, embora seu corpo doutrinário continuasse<br />

inspirando as políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> das instituições gover<strong>na</strong>mentais.<br />

Em 1986, a 8ª Conferência Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> apontou para uma ampla<br />

Reforma Sanitária Brasileira e sistematizou seus princípios e diretrizes, <strong>de</strong>ntre<br />

eles, “o conceito ampliado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, o reconhecimento da saú<strong>de</strong> como<br />

um direito <strong>de</strong> todos e <strong>de</strong>ver do Estado, o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS),<br />

a participação popular e a constituição e ampliação do orçamento social”<br />

(Paim, 1999a). Essa conferência incorporou o i<strong>de</strong>ário da SPT-2000 sobre<br />

integralida<strong>de</strong>, eqüida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>scentralização, intersetorialida<strong>de</strong>, participação<br />

da comunida<strong>de</strong>, regio<strong>na</strong>lização e hierarquização <strong>de</strong> serviços (Paim, 1987).<br />

A partir <strong>de</strong> um esforço inovador, foi construída norma constitucio<strong>na</strong>l voltada<br />

para um processo mais equânime <strong>de</strong> cuidado à saú<strong>de</strong>, responsabilizando o<br />

Estado <strong>na</strong> proporção exata <strong>de</strong> sua competência.<br />

No fi<strong>na</strong>l da década <strong>de</strong> 1980, três principais caminhos foram utilizados<br />

para viabilizar as intervenções propostas pela Reforma Sanitária Brasileira:<br />

“o legislativo-parlamentar, visando à criação <strong>de</strong> bases jurídicas para sua<br />

implantação, o sócio-político, procurando mobilizar a opinião pública e setores<br />

organizados da socieda<strong>de</strong> civil, e o técnico-institucio<strong>na</strong>l, privilegiando a<br />

produção <strong>de</strong> propostas e a organização, implantação e <strong>de</strong>senvolvimento dos<br />

Sistemas Unificados e Descentralizados <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUDS), ou estratégiaponte”<br />

(Paim, 1999a).<br />

O fruto <strong>de</strong>sse esforço foi a aprovação, em 1988, da Constituição Fe<strong>de</strong>ral,<br />

que institui o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, regulamentado pela Lei Orgânica da<br />

20 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

A At e n ç ã o Bá s i C A à sA ú d e e o Pr o g r A m A sA ú d e d A FAmíliA<br />

Saú<strong>de</strong> (Leis 8.080 e 8.142/90). No processo <strong>de</strong> reorganização do sistema <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> do país, as diretrizes almejadas são: o acesso universal da população<br />

aos serviços e a eqüida<strong>de</strong> em um sistema integral e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

Na década <strong>de</strong> 1990, apesar dos obstáculos aos seus projetos, a Reforma<br />

Sanitária obteve resultados, alguns <strong>de</strong>les referentes ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção à<br />

saú<strong>de</strong>. Conteúdos legislativos, como a Constituição Fe<strong>de</strong>ral, as Constituições<br />

Estaduais e Leis Orgânicas Municipais e a legislação ordinária do SUS,<br />

reforçaram o princípio da integralida<strong>de</strong>, priorizando ações preventivas e<br />

promocio<strong>na</strong>is. A universalização da assistência, buscada inclusive por meio<br />

da implantação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los, como o Programa <strong>de</strong> Agentes Comunitários <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> e o Programa Saú<strong>de</strong> da Família, criou espaços potenciais <strong>de</strong> mudança<br />

<strong>na</strong>s práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Esses resultados relacio<strong>na</strong>m-se, essencialmente, aos<br />

âmbitos político-jurídico e técnico-institucio<strong>na</strong>l, permanecendo em discussão<br />

“a carência <strong>de</strong> evidências acerca do impacto da Reforma Sanitária sobre as<br />

condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população” (Paim, 1999a).<br />

A edição <strong>de</strong> instrumentos normativos, como a Norma Operacio<strong>na</strong>l<br />

<strong>Básica</strong> – NOB-SUS 01/96 (Brasil, Ministério da Saú<strong>de</strong>, 1997), inci<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

forma significativa sobre a <strong>de</strong>scentralização das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, levando<br />

à mudança nos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> atenção. Há, nessa norma, indicativos para<br />

que o SUS venha “a ser transformado em um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção centrado<br />

<strong>na</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das pessoas e do seu meio ambiente, bem como<br />

<strong>na</strong> relação da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> com a comunida<strong>de</strong>, especialmente com<br />

seus núcleos sociais primários – as famílias” (Brasil, Ministério da Saú<strong>de</strong>,<br />

1999). Favorecendo ações intersetoriais, a NOB-SUS 01/96 possibilitou a<br />

implantação, em 1998, do Piso Assistencial Básico (PAB), “valor per capita<br />

que, somado às transferências públicas estaduais e aos recursos próprios dos<br />

municípios, <strong>de</strong>verá fi<strong>na</strong>nciar a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>” (i<strong>de</strong>m), acrescido dos<br />

incentivos às intervenções: Ações <strong>Básica</strong>s <strong>de</strong> Vigilância Sanitária, Programa<br />

<strong>de</strong> Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Programa Saú<strong>de</strong> da Família e Programa<br />

<strong>de</strong> Combate às Carências Nutricio<strong>na</strong>is.<br />

Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong><br />

“Os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser compreendidos como<br />

combi<strong>na</strong>ções tecnológicas estruturadas em função <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

(danos e riscos) que compõem o perfil epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong> uma dada população<br />

e das necessida<strong>de</strong>s sociais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> historicamente <strong>de</strong>finidas”. Nesse ponto<br />

<strong>de</strong> vista revela-se o caráter histórico-social do processo saú<strong>de</strong>/doença,<br />

“incluindo ações sobre o ambiente, grupos populacio<strong>na</strong>is, equipamentos<br />

comunitários e usuários <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>” (Paim, 1999a).<br />

21


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

No Brasil, dois mo<strong>de</strong>los têm convivido e, contraditoriamente,<br />

se complementado: o médico-assistencial privativista e o assistencial<br />

sanitarista. Tais mo<strong>de</strong>los não contemplam a situação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população,<br />

concentrados que estão no controle <strong>de</strong> certos agravos e <strong>na</strong> atenção a grupos<br />

supostamente em risco <strong>de</strong> adoecer ou morrer, sem preocupação com os<br />

problemas do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, ou com os <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ntes gerais da situação<br />

sanitária (Paim, 1999a).<br />

O mo<strong>de</strong>lo médico-assistencial privativista, forma <strong>de</strong> organização mais<br />

difundida, procura aten<strong>de</strong>r à “<strong>de</strong>manda espontânea” tanto em serviços <strong>de</strong><br />

emergência, quanto em consultórios particulares. Nas instituições públicas,<br />

diante da baixa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo para alterar os níveis <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

da população, adota-se, complementar e subordi<strong>na</strong>damente, o mo<strong>de</strong>lo<br />

“sanitarista”, que se volta, predomi<strong>na</strong>ntemente, para certas necessida<strong>de</strong>s,<br />

mediante campanhas e programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública.<br />

A partir da implantação do SUS, outros mo<strong>de</strong>los têm sido propostos<br />

visando à integralida<strong>de</strong> da atenção e ao enfrentamento dos problemas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> da população. Esses novos mo<strong>de</strong>los têm requerido mudanças <strong>na</strong><br />

organização e no funcio<strong>na</strong>mento das instituições, o que inclui as Secretarias<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, as quais <strong>de</strong>ixariam <strong>de</strong> se preocupar “exclusivamente com a oferta<br />

<strong>de</strong> serviços para os usuários que constituem a ‘<strong>de</strong>manda espontânea’ [...],<br />

mas atentariam fundamentalmente para as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da<br />

população num dado território, e para o impacto sobre as mesmas” (Paim,<br />

1999a). A reformulação do sistema exige organizar a oferta e reorientar a<br />

<strong>de</strong>manda por serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Se, por um lado, buscam-se mo<strong>de</strong>los que revertam a lógica centrada<br />

<strong>na</strong> doença e no hospital, por outro, a insatisfação dos usuários, o <strong>de</strong>sgaste<br />

dos trabalhadores da saú<strong>de</strong>, a baixa qualida<strong>de</strong> do atendimento e a falência<br />

<strong>de</strong> estratégias para o controle <strong>de</strong> doenças evitáveis e erradicáveis foram,<br />

e continuam sendo, elementos significativos <strong>na</strong>s discussões sobre a<br />

reorganização do sistema. Novos mo<strong>de</strong>los que atendam a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

regiões e municípios do país, e que ofereçam alter<strong>na</strong>tivas operacio<strong>na</strong>is e<br />

organizacio<strong>na</strong>is aos serviços locais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, têm sido discutidos, divulgados<br />

e implementados, o que tem contribuído <strong>na</strong> orientação e no planejamento<br />

em saú<strong>de</strong>, com um reajuste constante dos mo<strong>de</strong>los assistenciais.<br />

Apesar dos indiscutíveis avanços alcançados, avalia-se que ainda há<br />

muito a ser transformado no sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> brasileiro. A universalização do<br />

acesso, entre outros fatores, intensificou a <strong>de</strong>manda por serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />

que historicamente estavam centrados no mo<strong>de</strong>lo doença-hospital. Parte<br />

do <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> reorganização do sistema, sob essa nova lógica, encontra-se<br />

<strong>na</strong> reorganização da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>.<br />

22 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

A At e n ç ã o Bá s i C A à sA ú d e e o Pr o g r A m A sA ú d e d A FAmíliA<br />

As práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no Brasil, e talvez <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>, vêm sendo<br />

fundamentadas por três concepções <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> Primária à Saú<strong>de</strong> (APS):<br />

“enquanto nível <strong>de</strong> atenção (primeiro nível; OPS, 1990), enquanto programa<br />

<strong>de</strong> medici<strong>na</strong> simplificada ou ‘atenção primitiva <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>’ (Testa, 1992), e<br />

como estratégia da política <strong>de</strong> ‘Saú<strong>de</strong> para Todos no Ano 2000’” (Men<strong>de</strong>s,<br />

1990).<br />

Os cuidados primários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, por terem assumido um caráter<br />

<strong>de</strong> medici<strong>na</strong> simplificada, em vez <strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong> reorientação da<br />

atenção à saú<strong>de</strong> no país, <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser privilegiados <strong>na</strong> 8ª Conferência <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1986, embora se tenha incorporado o i<strong>de</strong>ário da SPT-2000 sobre<br />

integralida<strong>de</strong>, eqüida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>scentralização, intersetorialida<strong>de</strong>, participação<br />

da comunida<strong>de</strong>, regio<strong>na</strong>lização e hierarquização <strong>de</strong> serviços.<br />

Inúmeras experiências priorizando ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prevenção, promoção<br />

e atenção precoce aos problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> começaram a surgir localmente,<br />

em um cenário favorável <strong>de</strong> contraposição ao mo<strong>de</strong>lo hospitalcêntrico e<br />

biomédico. O “saber fazer” da comunida<strong>de</strong>, assim como sua cultura quanto<br />

aos cuidados com a saú<strong>de</strong>, foram incorporados com o objetivo <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r à<br />

crescente <strong>de</strong>manda aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Tais experiências influenciaram o<br />

marco teórico-metodológico do Programa <strong>de</strong> Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

(PACS), instituído como política em alguns Estados do Nor<strong>de</strong>ste a partir <strong>de</strong><br />

1987, inicialmente no Ceará, e como política <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l em 1991. Tanto <strong>na</strong><br />

visão oficial, quanto <strong>na</strong> <strong>de</strong> estudiosos <strong>de</strong> cenários e novas estratégias <strong>de</strong><br />

atenção à saú<strong>de</strong>, o PACS foi o embrião que evoluiu para o Programa Saú<strong>de</strong><br />

da Família.<br />

O Programa <strong>de</strong> Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

O Programa <strong>de</strong> Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (PACS) fundamentase<br />

<strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> Primária à Saú<strong>de</strong> (APS). “O PACS po<strong>de</strong>ria ser consi<strong>de</strong>rado<br />

uma proposta limitada [...], todavia, a contextualização <strong>de</strong> sua emergência<br />

e, especialmente, o seu <strong>de</strong>senvolvimento conceitual e prático, verificado<br />

após 1995, permitem i<strong>de</strong>ntificar certas potencialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse programa”.<br />

Os fundamentos para a formulação <strong>de</strong>sse programa foram oferecidos por<br />

experiências anteriores <strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> cobertura <strong>de</strong>senvolvidas com agentes<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em vários Estados e municípios brasileiros.<br />

O objetivo geral do programa era “melhorar, através dos agentes<br />

comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a capacida<strong>de</strong> da população <strong>de</strong> cuidar da sua<br />

saú<strong>de</strong>, transmitindo-lhe informações e conhecimentos, e contribuir para a<br />

construção e consolidação dos sistemas locais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>” (Brasil, Fundação<br />

23


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, 1993). Em 1993, o PACS ampliou os seus propósitos<br />

e tornou o agente comunitário um articulador dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>na</strong><br />

comunida<strong>de</strong>. Os agentes, “profissio<strong>na</strong>lizados em auxiliares <strong>de</strong> enfermagem”,<br />

seriam incorporados ao SUS para “<strong>de</strong>senvolver ações básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

i<strong>de</strong>ntificar os fatores <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ntes do processo saú<strong>de</strong>/doença; funcio<strong>na</strong>r<br />

como elo <strong>de</strong> ligação entre a população e os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, contribuindo,<br />

assim, com a comunida<strong>de</strong> no processo <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e ensi<strong>na</strong>r a cuidar <strong>de</strong><br />

sua própria saú<strong>de</strong>” (Brasil, Fundação Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, 1994b).<br />

Em suas “Diretrizes para elaboração <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> qualificação e<br />

requalificação <strong>de</strong> agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>”, o Ministério da Saú<strong>de</strong><br />

reconhece que “o PACS foi <strong>de</strong>senhado <strong>de</strong> modo a compor uma estratégia<br />

<strong>de</strong> transição para uma outra mais abrangente, o Programa Saú<strong>de</strong> da<br />

Família, cuja implantação teve início em 1994” (Brasil, Ministério da Saú<strong>de</strong>,<br />

1999).<br />

O Programa Saú<strong>de</strong> da Família<br />

No Brasil, a busca por um novo mo<strong>de</strong>lo assistencial, que tivesse como<br />

paradigma os princípios e diretrizes assegurados <strong>na</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

1988 para o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, ganha sentido prático no esforço <strong>de</strong><br />

dar respostas a necessida<strong>de</strong>s bastante concretas.<br />

Um exemplo <strong>de</strong>ssa busca é o Programa Saú<strong>de</strong> da Família (PSF), que<br />

vem sendo implantado em todo o país como estratégia <strong>de</strong> reorientação<br />

da assistência à saú<strong>de</strong>. Sua fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> é viabilizar mudanças no mo<strong>de</strong>lo<br />

assistencial prevalente mediante a reorganização da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> – e,<br />

por conseqüência, dos <strong>de</strong>mais níveis <strong>de</strong> atenção.<br />

O PSF foi apresentado em 1994 como uma estratégia para dar atenção<br />

à população resi<strong>de</strong>nte em áreas <strong>de</strong> risco, ou seja, aquela incluída no “Mapa<br />

da Fome” do Instituto <strong>de</strong> Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) – 32 milhões<br />

<strong>de</strong> brasileiros. Seu objetivo era “melhorar o estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população,<br />

mediante a construção <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo assistencial baseado <strong>na</strong> promoção,<br />

proteção, diagnóstico precoce, tratamento e recuperação da saú<strong>de</strong>, em<br />

conformida<strong>de</strong> com os princípios e diretrizes do SUS e dirigido a indivíduos,<br />

à família e à comunida<strong>de</strong>” (Brasil, Fundação Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, 1994c).<br />

O programa foi caracterizado, inicialmente, por <strong>de</strong>z pontos basais:<br />

1. mo<strong>de</strong>lo voltado para a promoção e proteção;<br />

2. área <strong>de</strong> abrangência com adstrição <strong>de</strong> clientela;<br />

3. equipe profissio<strong>na</strong>l com composição mínima;<br />

4. residência da equipe <strong>na</strong> área <strong>de</strong> atuação;<br />

24 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

A At e n ç ã o Bá s i C A à sA ú d e e o Pr o g r A m A sA ú d e d A FAmíliA<br />

5. participação da comunida<strong>de</strong> em ações <strong>de</strong> educação e promoção da<br />

saú<strong>de</strong>;<br />

6. atenção integral e contínua;<br />

7. integração ao sistema local <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

8. impacto sobre a formação <strong>de</strong> recursos humanos;<br />

9. salário diferenciado;<br />

10. estímulo ao controle social.<br />

Quando se consi<strong>de</strong>ra a justificativa do PSF, observa-se que os<br />

argumentos, em geral, centram-se em três eixos <strong>de</strong> sustentação, que são<br />

perseguidos em paralelo:<br />

• racio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> técnica e econômica no sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> – ao<br />

perseguir o aumento da resolubilida<strong>de</strong> da atenção em nível básico<br />

e propiciar uma utilização mais a<strong>de</strong>quada dos níveis secundários e<br />

terciários, a estratégia encaminha a racio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> das ativida<strong>de</strong>s<br />

para o sistema e para a população, o que possibilita a otimização <strong>de</strong><br />

recursos e a ampliação do acesso às ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> a um número<br />

maior <strong>de</strong> pessoas;<br />

• humanização do atendimento, em várias expressões e significados,<br />

entre os quais a recuperação (construção) do vínculo <strong>na</strong> relação<br />

profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>/indivíduo, família, comunida<strong>de</strong>;<br />

• integralida<strong>de</strong> do atendimento, <strong>na</strong>s perspectivas <strong>de</strong> abordagem do<br />

indivíduo em sua dimensão bio-psico-social – em sua relação <strong>na</strong><br />

família e com a comunida<strong>de</strong> – e <strong>na</strong> inter-relação com outros setores,<br />

visando à promoção, proteção, tratamento e recuperação da saú<strong>de</strong><br />

e à reabilitação.<br />

A realização <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo e, por conseqüência, dos seus resultados<br />

baseia-se <strong>na</strong> constituição/atuação <strong>de</strong> equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, integradas<br />

por um médico, um enfermeiro, um ou dois auxiliares <strong>de</strong> enfermagem e <strong>de</strong><br />

quatro a seis agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, aten<strong>de</strong>ndo o indivíduo, a família<br />

e a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma área geográfica <strong>de</strong>finida, em espaços variados como<br />

a unida<strong>de</strong>, o domicílio e a própria comunida<strong>de</strong> (Silva, 2002).<br />

Embora algumas interpretações iniciais do mo<strong>de</strong>lo criticassem sua<br />

implantação vertical, o vissem como medici<strong>na</strong> <strong>de</strong> pobres para miseráveis,<br />

ou mesmo como uma proposta que já <strong>na</strong>scera superada, o cenário atual<br />

e os resultados obtidos em muitos municípios são a contrapartida a tais<br />

interpretações (Souza e Sampaio, 2002). Em 2002, cerca <strong>de</strong> 89,92% dos<br />

municípios brasileiros possuíam equipes PSF e/ou PACS, representando<br />

cobertura <strong>de</strong> 30% da população do país, mais <strong>de</strong> 80 milhões <strong>de</strong> pessoas<br />

(Souza e Sampaio, 2002).<br />

25


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

A reflexão sobre os argumentos e princípios expostos acima evi<strong>de</strong>ncia,<br />

logo <strong>de</strong> início, muitas questões e <strong>de</strong>safios com que a viabilização da estratégia<br />

se <strong>de</strong>fronta.<br />

Embora o referencial que orienta o PSF não seja novo, a perspectiva<br />

<strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> que tenha por referência o conceito<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> como qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, que integre cuidados <strong>de</strong> assistência<br />

médica individual e ações voltadas para o cuidado da saú<strong>de</strong> coletiva<br />

numa abordagem bio-psico-social, familiar e comunitária, vem colocar<br />

problemas e questões cuja possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreensão e <strong>de</strong> resolução<br />

ultrapassa o âmbito das fórmulas e instrumentos <strong>de</strong> trabalho já conhecidos<br />

<strong>de</strong> cada um dos cuidados específicos mencio<strong>na</strong>dos e operados no interior<br />

<strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les, isoladamente. Além disso, uma tal integração traz<br />

em si a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> ambos os tipos <strong>de</strong> cuidados para a<br />

população, o que implica, portanto, não ape<strong>na</strong>s questões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

dos serviços prestados, mas também questões <strong>de</strong> ampliação quantitativa<br />

<strong>de</strong>sses mesmos serviços.<br />

Trata-se, então, da proposição e realização <strong>de</strong> novas estruturas<br />

e mo<strong>de</strong>los funcio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, com importantes reflexos<br />

e <strong>de</strong>mandas para as atuais estruturas, os mo<strong>de</strong>los, as práticas e,<br />

principalmente, para a atuação – competências, perfis – dos profissio<strong>na</strong>is<br />

e da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

A organização da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

Após a implantação do Piso <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> (PAB), o Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong> (MS) estabeleceu as orientações para a organização da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

pela Portaria nº 3.925/GM, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1998 (Brasil, Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong>, 1999). Nessa normativa, o Ministério conceitua a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

e explicita o que seja responsabilida<strong>de</strong>, ações, ativida<strong>de</strong>s, resultados e<br />

impactos esperados. Por este documento, procura contribuir <strong>na</strong> reorientação<br />

do mo<strong>de</strong>lo e <strong>na</strong> busca da integralida<strong>de</strong> das ações, reafirmando princípios e<br />

diretrizes do SUS como: saú<strong>de</strong> como direito, integralida<strong>de</strong> da assistência,<br />

universalida<strong>de</strong>, eqüida<strong>de</strong>, resolutivida<strong>de</strong>, intersetorialida<strong>de</strong>, humanização<br />

do atendimento e participação. Nesse sentido, <strong>de</strong>fine <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> como<br />

“um conjunto <strong>de</strong> ações, <strong>de</strong> caráter individual ou coletivo, situado no primeiro<br />

nível <strong>de</strong> atenção dos sistemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e voltado para a promoção da saú<strong>de</strong>,<br />

a prevenção <strong>de</strong> agravos, o tratamento e a reabilitação”, consi<strong>de</strong>rando que<br />

“a ampliação <strong>de</strong>sse conceito se tor<strong>na</strong> necessária para avançar <strong>na</strong> criação <strong>de</strong><br />

um sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> centrado <strong>na</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das pessoas e no seu<br />

meio ambiente” (Brasil, Ministério da Saú<strong>de</strong>, 1999).<br />

26 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

A At e n ç ã o Bá s i C A à sA ú d e e o Pr o g r A m A sA ú d e d A FAmíliA<br />

A instituição do Piso <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> (PAB), a implantação da Norma<br />

Operacio<strong>na</strong>l <strong>Básica</strong> 01/96, a eleição da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> como priorida<strong>de</strong><br />

<strong>na</strong> agenda política <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e a concepção do PSF como estratégia para a<br />

consolidação do SUS possibilitaram o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sse programa. A<br />

missão do PSF seria contribuir para a reorganização dos serviços municipais<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, visando à integração das ações entre os diversos profissio<strong>na</strong>is<br />

e sua articulação com as reais <strong>de</strong>mandas e necessida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong>.<br />

Nele, a atenção centra-se <strong>na</strong> família, entendida, percebida e situada a partir<br />

<strong>de</strong> seu ambiente físico e social, com suas crenças e valores i<strong>de</strong>ntificados,<br />

favorecendo a compreensão ampliada do processo saú<strong>de</strong>/doença, no<br />

contexto <strong>de</strong> um território <strong>de</strong>finido geográfica e administrativamente (Souza<br />

e Sampaio, 2002).<br />

Os pressupostos <strong>de</strong> atuação das equipes do Programa Saú<strong>de</strong> da<br />

Família encerram um universo <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s que, certamente, são<br />

compreendidas e executadas <strong>de</strong> modo distinto pelas muitas equipes que o<br />

compõem. As diferenças <strong>de</strong> atuação advêm das particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada<br />

equipe em diferentes realida<strong>de</strong>s do país, e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão,<br />

consi<strong>de</strong>rando <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais, traços culturais, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacio<strong>na</strong>l,<br />

características <strong>de</strong> saneamento, produção <strong>de</strong> bens e serviços, <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong><br />

áreas <strong>de</strong> risco, política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> instituída, proporção da população atendida<br />

pelo programa, estruturação da atenção secundária, referência e contrareferência<br />

e perfil dos recursos humanos.<br />

Assim, a implantação do Programa Saú<strong>de</strong> da Família nos municípios<br />

exige, para seu êxito, um conjunto <strong>de</strong> variáveis favoráveis, além do esforço<br />

<strong>de</strong> todos os atores e setores envolvidos. Segundo Paim (1999b):<br />

O PACS e o PSF, enquanto programas especiais do Ministério da Saú<strong>de</strong>, já se<br />

afiguram, presentemente, como mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> atenção hegemônicos voltados<br />

para necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e não ape<strong>na</strong>s para a <strong>de</strong>manda espontânea ou para<br />

a oferta. No entanto, tais programas po<strong>de</strong>rão constituir uma das “estratégias”<br />

<strong>de</strong> reorientação do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> [...] <strong>na</strong> medida em que venham a se<br />

aproximar dos processos <strong>de</strong> distritalização e do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> intervenção da<br />

“vigilância da saú<strong>de</strong>”.<br />

A análise da expansão do PSF <strong>de</strong>monstra uma tendência inicial <strong>de</strong><br />

cobertura <strong>de</strong> áreas menos assistidas, representadas por pequenos municípios,<br />

distantes dos aglomerados urbanos, e por cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> médio porte. Essa<br />

tendência não ocorreu somente pela lógica <strong>na</strong>tural <strong>de</strong> ampliar a cobertura<br />

em áreas sem assistência. Houve, por parte do governo fe<strong>de</strong>ral, uma indução<br />

para priorização <strong>de</strong> municípios com indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em situação crítica,<br />

em sinergia com outros programas <strong>de</strong> governo, como o Comunida<strong>de</strong> Solidária<br />

(<strong>de</strong>pois Comunida<strong>de</strong> Ativa), Redução da Mortalida<strong>de</strong> <strong>na</strong> Infância, Intensificação<br />

27


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

das Ações para Redução da Mortalida<strong>de</strong> Mater<strong>na</strong> e Plano <strong>de</strong> Apoio aos Estados<br />

<strong>de</strong> Menor Desenvolvimento Humano – Projeto Alvorada.<br />

Já a implantação e expansão do PSF em gran<strong>de</strong>s municípios têm sido<br />

realizadas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um quadro muito complexo, em face da magnitu<strong>de</strong> e da<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> situações <strong>de</strong> pobreza e <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social a que está exposta<br />

gran<strong>de</strong> parte da população <strong>de</strong>ssas regiões metropolita<strong>na</strong>s, cotidia<strong>na</strong>mente<br />

excluídas do acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, disponibilizados por uma re<strong>de</strong><br />

assistencial que, <strong>na</strong> maioria das vezes, encontra-se <strong>de</strong>sarticulada, mal<br />

distribuída, mal equipada, entre outros aspectos. Essas características<br />

<strong>de</strong>safiam a expansão do PSF no país, <strong>na</strong> medida em que esses municípios<br />

são os mais populosos.<br />

No caso do Estado <strong>de</strong> São Paulo, as coberturas do PSF nos gran<strong>de</strong>s<br />

municípios (com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes) são inexpressivas, com raras<br />

exceções. A implantação do programa nesse universo particular é muito recente<br />

– a partir <strong>de</strong> 2000, <strong>na</strong> maior parte dos municípios. A capital iniciou o programa<br />

como Projeto Qualida<strong>de</strong> Integral em Saú<strong>de</strong> – Projeto Qualis, em 1996.<br />

As regras <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nciamento do programa não têm sido suficientes, no<br />

entanto, para favorecer a ampliação do PSF <strong>na</strong>s gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> os<br />

esforços para ampliar a cobertura e, conseqüentemente, atingir faixas <strong>de</strong><br />

maiores valores <strong>de</strong> incentivos são muito gran<strong>de</strong>s.<br />

Outro aspecto fundamental para ser a<strong>na</strong>lisado diz respeito à capacida<strong>de</strong><br />

resolutiva das equipes diante dos agravos e problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mais comuns<br />

da população sob sua responsabilida<strong>de</strong>. Esse tema está relacio<strong>na</strong>do às<br />

condições <strong>de</strong> infra-estrutura e a<strong>de</strong>quação tecnológica das Unida<strong>de</strong>s <strong>Básica</strong>s<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e dos serviços <strong>de</strong> referência para apoio diagnóstico e <strong>de</strong> assistência<br />

<strong>de</strong> maior complexida<strong>de</strong>; à a<strong>de</strong>quada inserção das ações programáticas no<br />

campo da atenção, com inclusão transversal do enfoque <strong>de</strong> promoção da<br />

saú<strong>de</strong>; à disponibilização <strong>de</strong> recursos humanos com perfil a<strong>de</strong>quado para o<br />

exercício <strong>de</strong>sse novo mo<strong>de</strong>lo (Via<strong>na</strong>, 2006a).<br />

Muitas iniciativas têm sido tomadas, mas os resultados, embora<br />

já visíveis, fazem evi<strong>de</strong>nciar os <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>safios. Há si<strong>na</strong>is evi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s e iniciativas <strong>de</strong> sucesso.<br />

E os problemas não <strong>de</strong>correm ape<strong>na</strong>s das duas vertentes que,<br />

historicamente, são consi<strong>de</strong>radas as regentes das políticas <strong>de</strong> capacitação<br />

<strong>de</strong> recursos humanos para o SUS: as instituições formadoras e as<br />

prestadoras <strong>de</strong> serviços. Dentro das próprias estruturas <strong>de</strong> gestão da<br />

assistência, os movimentos para a organização dos serviços nem sempre<br />

são acompanhados ou partilhados com as estruturas <strong>de</strong> preparação <strong>de</strong><br />

pessoal. Entretanto, também aí já se observam avanços, embora ainda<br />

28 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

A At e n ç ã o Bá s i C A à sA ú d e e o Pr o g r A m A sA ú d e d A FAmíliA<br />

tímidos, em sucessivos movimentos <strong>de</strong> aproximação das políticas <strong>de</strong><br />

reorientação do mo<strong>de</strong>lo e das práticas <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong>, com vistas à<br />

reorganização do sistema.<br />

Atualmente, po<strong>de</strong>-se dizer que, entre os pilares que sustentam a<br />

organização da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> da população, segundo os princípios<br />

do SUS, assumem importância fundamental a capacitação <strong>de</strong> recursos<br />

humanos e a avaliação.<br />

2. Capacitação <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> para a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF<br />

Quando se consi<strong>de</strong>ram os paradigmas contemporâneos da gestão<br />

organizacio<strong>na</strong>l, que apontam para a primazia das pessoas <strong>na</strong> busca<br />

da excelência para a produção <strong>de</strong> bens e serviços e para viabilizar a<br />

própria transformação institucio<strong>na</strong>l, as políticas <strong>de</strong> recursos humanos<br />

(RH), <strong>de</strong>stacadas pelos formuladores e gestores como prioritárias para<br />

a consecução <strong>de</strong> um Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrático, eqüitativo e<br />

eficiente, ganham mais visibilida<strong>de</strong> e importância.<br />

No entanto, essas políticas, mais do que mecanismos <strong>de</strong> vinculação e<br />

distribuição <strong>de</strong> RH, <strong>de</strong>vem ser formas <strong>de</strong>mocráticas <strong>de</strong> responsabilização e<br />

mobilização que propiciem maior a<strong>de</strong>são às novas missões <strong>de</strong>sempenhadas<br />

pelo SUS.<br />

O <strong>de</strong>scompasso entre a formação <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e as<br />

necessida<strong>de</strong>s dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não é uma questão nova para o setor<br />

público brasileiro no momento da tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, <strong>na</strong> implantação <strong>de</strong><br />

políticas públicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Quando essa questão se refere à <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>,<br />

os problemas parecem avolumar-se e ampliar-se em dimensão.<br />

Há um consenso <strong>de</strong> que os recursos humanos constituem-se em<br />

questão crucial para o êxito da política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e, agora, para o Sistema<br />

Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, seus pressupostos e compromissos com a população usuária.<br />

Em outros termos, o processo <strong>de</strong> consolidação do SUS passa necessariamente<br />

pela questão dos recursos humanos.<br />

Essa condição, reconhecida há muito tempo, tornou-se alvo <strong>de</strong> maiores<br />

preocupações a partir dos primeiros movimentos que culmi<strong>na</strong>ram com a<br />

proposta da Reforma Sanitária Brasileira, <strong>na</strong> 8ª Conferência Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>. Tais questões, que já eram evi<strong>de</strong>nciadas há muitos anos, passaram<br />

por um momento <strong>de</strong> inflexão nessa conferência, que recomendou uma<br />

conferência específica para discutir as questões e apontar propostas. Por outro<br />

lado, a Comissão Nacio<strong>na</strong>l da Reforma Sanitária teve um grupo específico<br />

para cuidar do assunto, e, a partir daí, vários estudos e providências,<br />

29


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

estratégias e programas oficiais foram <strong>de</strong>lineados para equacio<strong>na</strong>r esses<br />

problemas, no sentido da eqüida<strong>de</strong> e da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />

Anteriormente, movimentos importantes como o Programa <strong>de</strong><br />

Preparação Estratégica <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (PPREPS) e o Larga Escala<br />

foram concebidos para preparar pessoal, em especial <strong>de</strong> nível médio, para a<br />

Política <strong>de</strong> Extensão <strong>de</strong> Cobertura por Serviços Básicos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> promovida<br />

no fi<strong>na</strong>l da década <strong>de</strong> 1970 (Silva, 2002).<br />

Quando se consi<strong>de</strong>ra a problemática <strong>na</strong> perspectiva da viabilização/<br />

expansão da estratégia PSF, essas questões <strong>de</strong> RH ganham mais<br />

significado.<br />

A implementação do PSF, entendido como uma estratégia para<br />

reorganização do mo<strong>de</strong>lo assistencial, a partir da reor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção do<br />

sistema <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, tem como pilar a atuação <strong>de</strong> uma equipe <strong>de</strong><br />

trabalhadores, <strong>de</strong> cuja composição participam tanto profissio<strong>na</strong>is com grau<br />

<strong>de</strong> educação superior ou médio, quanto agentes comunitários selecio<strong>na</strong>dos,<br />

principalmente, pela sua inserção <strong>na</strong> comunida<strong>de</strong>. No caso do auxiliar <strong>de</strong><br />

enfermagem, por exemplo, é recente a sua inserção em programas <strong>de</strong><br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> com atuação no domicílio e <strong>na</strong> comunida<strong>de</strong>. Assim, critérios<br />

<strong>de</strong> diversas or<strong>de</strong>ns orientam a escolha e, por conseqüência, a inserção e a<br />

expectativa em relação aos componentes do programa.<br />

A equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família é referida, assim, como organização<br />

nuclear do trabalho para a realização do Programa Saú<strong>de</strong> da Família –<br />

estratégia <strong>de</strong> política pública que preten<strong>de</strong> reorientar o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> assistência<br />

à saú<strong>de</strong> no país por meio do fortalecimento da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>.<br />

Ao lado do trabalho em equipe e da valorização do vínculo e do<br />

compromisso entre equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, indivíduos e comunida<strong>de</strong>, essa<br />

estratégia, expressão <strong>de</strong> uma política pública <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, traz alguns outros<br />

novos componentes, entre os quais:<br />

• o trabalho em tempo integral;<br />

• a incorporação <strong>de</strong> um novo ator <strong>na</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, cuja inserção<br />

apresenta especificida<strong>de</strong>s: o agente comunitário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

• a responsabilida<strong>de</strong> da equipe por uma <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da população,<br />

resi<strong>de</strong>nte em um território <strong>de</strong>finido;<br />

• a incorporação do planejamento <strong>na</strong> prática diária.<br />

A inserção dos agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, moradores <strong>na</strong> área há<br />

mais <strong>de</strong> dois anos, <strong>na</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> preten<strong>de</strong> comprometer a equipe e a<br />

unida<strong>de</strong> com aquela comunida<strong>de</strong>. O cadastramento e a adscrição <strong>de</strong> clientela<br />

são encarados como mecanismos importantes <strong>de</strong> superação da dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> integração dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no cotidiano das pessoas, para que<br />

30 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

A At e n ç ã o Bá s i C A à sA ú d e e o Pr o g r A m A sA ú d e d A FAmíliA<br />

possam ser construídas a necessária proximida<strong>de</strong> e a continuida<strong>de</strong> entre<br />

condições <strong>de</strong> vida e ações possíveis para sua melhoria.<br />

A <strong>de</strong>limitação da área <strong>de</strong> abrangência da equipe, associada à<br />

obrigatorieda<strong>de</strong> do cadastramento das famílias, permite um efetivo<br />

diagnóstico <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> daquela comunida<strong>de</strong> e, portanto, possibilita uma<br />

atenção integral à saú<strong>de</strong> daquela população, não ape<strong>na</strong>s sob os aspectos<br />

individuais, mas <strong>na</strong> perspectiva do coletivo.<br />

Tais mecanismos buscam obter o vínculo e a responsabilização<br />

dos profissio<strong>na</strong>is com a clientela, recuperando, assim, a possibilida<strong>de</strong> da<br />

continuida<strong>de</strong> do acompanhamento e, mesmo, o controle das orientações e<br />

prescrições.<br />

Esse vínculo <strong>de</strong> vai e volta, entretanto, constrói-se sob uma nova<br />

condição e sob uma nova perspectiva <strong>de</strong> trabalho, não mais ditado, ape<strong>na</strong>s,<br />

pela <strong>de</strong>cisão e conhecimentos particulares, mas intermediado pela presença<br />

e pelo conhecimento <strong>de</strong> outros agentes, em particular do agente comunitário<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, e pela força condicio<strong>na</strong>nte da realida<strong>de</strong> social e familiar on<strong>de</strong> o<br />

indivíduo se insere, <strong>na</strong> medida em que, no PSF, os profissio<strong>na</strong>is não dispõem<br />

das proteções habituais ditadas pela organização tradicio<strong>na</strong>l dos serviços<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Conseqüentemente, nesse mo<strong>de</strong>lo ampliam-se também as<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atuação sobre os <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ntes do processo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>doença.<br />

Os profissio<strong>na</strong>is são chamados a atuar não ape<strong>na</strong>s sobre o indivíduo,<br />

mas também sobre a família e a comunida<strong>de</strong>. Essa nova realida<strong>de</strong> é mais<br />

nova ainda, e maior o <strong>de</strong>safio, sobretudo para o profissio<strong>na</strong>l médico. Definemse,<br />

assim, novos objetos <strong>de</strong> trabalho para a prática em saú<strong>de</strong>.<br />

A esse respeito, Peduzzi (1999) ressalta que, embora o Programa Saú<strong>de</strong><br />

da Família se fundamente em um arcabouço conceitual e operacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

organização da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, cada equipe, seguindo suas especificida<strong>de</strong>s,<br />

ao buscar a integração por meio da articulação das ações e da interação dos<br />

diferentes agentes, constituirá um processo no qual vai elaborar um projeto<br />

comum <strong>de</strong> trabalho – um projeto que, partindo do reconhecimento das<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> das famílias, vai <strong>de</strong>finir aon<strong>de</strong> chegar (as priorida<strong>de</strong>s<br />

da atenção e os resultados esperados) e a maneira mais a<strong>de</strong>quada e possível<br />

<strong>de</strong> alcançar esses objetivos, isto é, o conjunto <strong>de</strong> ações necessárias e os<br />

respectivos agentes responsáveis.<br />

Nessa perspectiva, re<strong>de</strong>finem-se, permanentemente, <strong>na</strong> prática<br />

cotidia<strong>na</strong>, o objeto e os instrumentos <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>ssa nova equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

– ainda em processo <strong>de</strong> conformação, em termos do perfil <strong>de</strong> competências<br />

e habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seus integrantes. Uma equipe cuja composição básica<br />

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CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

está estabelecida, mas que se po<strong>de</strong> alterar no futuro, conforme ditames<br />

da realida<strong>de</strong> nos diferentes contextos sociais, econômicos e culturais do<br />

Brasil.<br />

Como outras equipes que atuam em outros segmentos do sistema <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, o funcio<strong>na</strong>mento da equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família enfrenta dificulda<strong>de</strong>s<br />

pelo fato <strong>de</strong> envolver diversos sujeitos, com formações e expectativas<br />

diferentes, que <strong>de</strong>vem trabalhar em prol <strong>de</strong> objetivos comuns.<br />

Ao se propor o rompimento com a fragmentação da atenção pelos<br />

diferentes agentes do trabalho, por exemplo, criam-se áreas <strong>de</strong> atuação<br />

comum – “áreas cinzentas” – que são caracterizadas pela complementarida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> competências e compartilhamento <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s pelos profissio<strong>na</strong>is.<br />

Assim, amplia-se o escopo <strong>de</strong> atuação, o que, necessariamente, cria a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> re<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> competências. A<strong>de</strong>mais, essas áreas cinzentas<br />

também estão relacio<strong>na</strong>das com as diferentes realida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> o programa<br />

se implanta, e têm <strong>de</strong> ser, <strong>de</strong>sse modo, produtos <strong>de</strong> negociações locais, <strong>de</strong><br />

pactos, em conjunturas diferenciadas, pactos esses que nem sempre têm<br />

por referência as necessida<strong>de</strong>s da população usuária dos serviços.<br />

Como seria <strong>de</strong> se esperar, esse processo <strong>de</strong> construção não se<br />

<strong>de</strong>senvolve tranqüilamente. Ele é permeado por conflitos e contradições.<br />

Peduzzi (1999) aponta quatro principais tipos <strong>de</strong> contradições e conflitos que<br />

permeiam freqüentemente o trabalho em equipe: a autonomia profissio<strong>na</strong>l,<br />

enquanto espaço <strong>de</strong> julgamento da situação <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão; a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> flexibilização da divisão do trabalho; as diferenças<br />

técnicas das várias áreas profissio<strong>na</strong>is em saú<strong>de</strong> e a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>na</strong><br />

valorização e legitimação social dos distintos trabalhos especializados e<br />

seus respectivos agentes.<br />

Embora a equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família seja a unida<strong>de</strong> produtora dos<br />

serviços, cada profissio<strong>na</strong>l mantém-se executando um dado conjunto <strong>de</strong> ações,<br />

em separado, porém buscando constantemente articulá-las às ações realizadas<br />

pelos <strong>de</strong>mais agentes. Cabe, assim, a cada profissio<strong>na</strong>l da equipe, um certo<br />

âmbito individual <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> e, ao mesmo tempo, um âmbito <strong>de</strong><br />

co-responsabilida<strong>de</strong> pelo conjunto <strong>de</strong> intervenções realizadas pela equipe.<br />

Uma importante oportunida<strong>de</strong> nesse sentido tem sido o trei<strong>na</strong>mento<br />

introdutório, ocasião em que toda a equipe, em conjunto, discute os princípios<br />

e diretrizes gerais da estratégia. Esse trei<strong>na</strong>mento, necessário para a<br />

introdução dos profissio<strong>na</strong>is, possibilita importante contato. Contudo, mesmo<br />

quando ele é muito bem planejado e realizado, permanece a dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> trabalhar um objeto <strong>de</strong>sconhecido para profissio<strong>na</strong>is que ainda não<br />

vivenciaram a nova prática e, portanto, ainda não têm dúvidas e indagações<br />

32 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

A At e n ç ã o Bá s i C A à sA ú d e e o Pr o g r A m A sA ú d e d A FAmíliA<br />

que orientem uma reflexão, etapa fundamental da aprendizagem e do<br />

<strong>de</strong>sempenho. As dúvidas, a construção da prática, acontecem no dia-a-dia,<br />

<strong>na</strong> vivência, o que <strong>de</strong>manda um outro processo <strong>de</strong> aproximação.<br />

As reuniões diárias da equipe, pensadas também como uma<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educação continuada, até funcio<strong>na</strong>m nesse sentido.<br />

Entretanto, além <strong>de</strong> serem, pela própria exigência do atendimento, <strong>de</strong> curta<br />

duração, são mais direcio<strong>na</strong>das para questões <strong>de</strong> encaminhamento prático e<br />

para esclarecimentos e <strong>de</strong>cisões imediatas do planejamento diário e sema<strong>na</strong>l<br />

do trabalho, ficando a construção <strong>de</strong> uma prática nova – no caso, em equipe<br />

– sempre postergada para uma próxima ocasião.<br />

Assim, apesar dos investimentos <strong>na</strong> preparação dos profissio<strong>na</strong>is,<br />

constata-se uma importante lacu<strong>na</strong> <strong>na</strong> preparação <strong>de</strong>sse componente<br />

organizativo nuclear do trabalho e da viabilização da estratégia – a equipe<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família –, fundamental para que se possa caminhar e construir,<br />

em conjunto, essa competência. Competência que, pelas suas características<br />

e especificida<strong>de</strong>s, só po<strong>de</strong>rá ser construída por meio <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong><br />

aprendizagem vivenciado pelos próprios profissio<strong>na</strong>is envolvidos.<br />

Nesse sentido situa-se a proposição <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> capacitação que,<br />

a partir <strong>de</strong> uma reflexão planejada e sistematizada, avance <strong>na</strong> construção<br />

<strong>de</strong> competências pela e para a equipe, competências essas que propiciem<br />

e orientem sua atuação sobre os problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população <strong>de</strong> sua<br />

área, mediante o a<strong>de</strong>quado manejo dos recursos disponíveis.<br />

Talvez o caráter distintivo <strong>de</strong>ssa nova equipe em relação às <strong>de</strong>mais<br />

seja o grau <strong>de</strong> cooperação e <strong>de</strong> complementarida<strong>de</strong>, o requerimento <strong>de</strong><br />

discussão <strong>na</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões que <strong>de</strong>vam ser pactuadas e o planejamento<br />

mais amiú<strong>de</strong>, o que implica responsabilida<strong>de</strong>s mais compartilhadas entre<br />

os atores envolvidos.<br />

Inúmeras são as propostas em <strong>de</strong>senvolvimento para capacitação/<br />

preparação das equipes ou dos profissio<strong>na</strong>is que a integram, todas buscando<br />

diminuir a distância entre o perfil do recurso humano disponível no mercado<br />

e que se apresenta para o trabalho e o <strong>de</strong>sejável para a realização <strong>de</strong>sse<br />

trabalho em seus princípios e diretrizes conformadores.<br />

Um das questões i<strong>de</strong>ntificadas no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>sse esforço é que, embora<br />

a prática profissio<strong>na</strong>l específica para o PSF – do médico, do enfermeiro,<br />

do auxiliar <strong>de</strong> enfermagem, do agente comunitário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> – <strong>de</strong>man<strong>de</strong><br />

um importante investimento em capacitação, o principal problema não se<br />

relacio<strong>na</strong> com essa linha <strong>de</strong> capacitação, até porque essa prática, embora<br />

redirecio<strong>na</strong>da e, por conseguinte, nova, tem muito a ver com um saber e<br />

uma habilida<strong>de</strong> já conhecidos e praticados.<br />

33


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências para a atuação em equipe, para<br />

o planejamento, o enfoque familiar e comunitário, a promoção da saú<strong>de</strong>,<br />

esse, sim, tem-se apresentado como o maior <strong>de</strong>safio. Até porque esse saber,<br />

essa habilida<strong>de</strong>, essa postura são também <strong>de</strong>sconhecidos para as instituições<br />

formadoras e para os educadores da saú<strong>de</strong>.<br />

Havia, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo da implantação do programa, um reconhecimento<br />

<strong>de</strong> que o avanço <strong>na</strong> consolidação da estratégia da saú<strong>de</strong> da família e <strong>de</strong> sua<br />

contribuição para a organização da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> estaria condicio<strong>na</strong>do,<br />

entre outras questões, à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se conseguir profissio<strong>na</strong>is com<br />

competência, ou seja, com conhecimentos, habilida<strong>de</strong>s e atitu<strong>de</strong>s a<strong>de</strong>quados<br />

ao <strong>de</strong>senvolvimento da proposta.<br />

O estabelecimento dos Pólos <strong>de</strong> Capacitação, Formação e Educação<br />

Permanente <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> para a Saú<strong>de</strong> da Família, iniciados em<br />

1997, propunha-se a dar conta <strong>de</strong> algumas das questões indicadas (Souza<br />

e Sampaio, 2002). Outras iniciativas, como o incentivo gover<strong>na</strong>mental aos<br />

Cursos <strong>de</strong> Especialização para Profissio<strong>na</strong>is em Saú<strong>de</strong> da Família e aos Cursos<br />

<strong>de</strong> Residência em Saú<strong>de</strong> da Família, a articulação do PSF com o Programa<br />

<strong>de</strong> Interiorização do Trabalho em Saú<strong>de</strong> (PITS, também um programa do<br />

Ministério da Saú<strong>de</strong> para fixar profissio<strong>na</strong>is em áreas distantes e inóspitas)<br />

e, posteriormente, os Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente para a Saú<strong>de</strong>, os<br />

Cursos <strong>de</strong> Introdução e Capacitação <strong>na</strong>s Áreas <strong>Básica</strong>s para os Profissio<strong>na</strong>is<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família e, mais recentemente, a proposta <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>lização<br />

dos agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, buscam encaminhar esse importante<br />

<strong>de</strong>safio colocado para a efetivação <strong>de</strong>ssa estratégia, dos seus princípios,<br />

diretrizes e objetivos.<br />

Entretanto, apesar <strong>de</strong>sses esforços, a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse processo, os<br />

diferentes cenários, fazem com que os resultados, até o momento, fiquem<br />

aquém dos esperados.<br />

Existe uma preocupação especial e constante em relação ao profissio<strong>na</strong>l<br />

médico, seja em relação à oferta, seja em relação à sua disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

fixação em locais mais distantes, seja em relação à sua excessiva e constante<br />

especialização.<br />

Esse novo profissio<strong>na</strong>l exige mudanças no campo da formação e da<br />

educação continuada ou capacitação. Há um consenso <strong>de</strong> que um dos maiores<br />

<strong>de</strong>safios pren<strong>de</strong>-se à fixação do profissio<strong>na</strong>l médico no PSF, por uma série<br />

<strong>de</strong> fatores. Um ponto importante seria o reconhecimento, <strong>de</strong>ntro da própria<br />

categoria médica, do status <strong>de</strong>sse profissio<strong>na</strong>l, <strong>de</strong> fundamental importância<br />

para a sustentabilida<strong>de</strong> do PSF, bem como a ampliação do seu espaço <strong>de</strong><br />

legitimação e <strong>de</strong> sua prática fora dos muros dos hospitais.<br />

34 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

A At e n ç ã o Bá s i C A à sA ú d e e o Pr o g r A m A sA ú d e d A FAmíliA<br />

É possível perceber que a proposta do PSF apresenta uma série <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>safios para a área <strong>de</strong> recursos humanos, exigindo mudanças em pelo<br />

menos três níveis. Em nível epistemológico, preten<strong>de</strong> que se rompa com a<br />

tradição do conhecimento discipli<strong>na</strong>r, segmentado e especializado, e que se<br />

busque um conhecimento abrangente, que faça a síntese entre conhecimentos<br />

advindos <strong>de</strong> várias discipli<strong>na</strong>s, não só da área biológica mas também da área<br />

das ciências sociais e psicológicas, tendo em vista “reformar” a formação<br />

dos profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>na</strong> perspectiva <strong>de</strong> se obter um profissio<strong>na</strong>l com<br />

formação geral e <strong>de</strong> caráter interdiscipli<strong>na</strong>r. Além <strong>de</strong>ssa rediscussão sobre<br />

conhecimento científico <strong>de</strong> caráter interdiscipli<strong>na</strong>r, espera-se que haja um<br />

conhecimento geral compartilhado por toda a equipe e que o conhecimento<br />

consi<strong>de</strong>rado não-científico, porque originário da experiência, do senso comum<br />

ou popular, seja trazido para o interior da equipe por intermédio da figura<br />

do agente comunitário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

O PSF exige, ainda, mudanças no processo <strong>de</strong> trabalho hegemônico<br />

<strong>na</strong> área, que superem a organização inspirada <strong>na</strong>s concepções <strong>de</strong> tipo<br />

taylorista/fordista, rompendo com a divisão sociotécnica do trabalho<br />

domi<strong>na</strong>nte, com a dicotomia entre a <strong>de</strong>cisão e a execução, que tem sido<br />

muitas vezes responsável por um certo grau <strong>de</strong> alie<strong>na</strong>ção no trabalho dos<br />

profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Exige que o diagnóstico da realida<strong>de</strong>, o planejamento,<br />

o monitoramento, a avaliação e o replanejamento sejam funções assumidas<br />

conjuntamente por toda a equipe, que todos saibam lidar com as informações<br />

obtidas, no sentido <strong>de</strong> retroalimentar o sistema e embasar o processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão coletiva.<br />

3. Avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/Programa Saú<strong>de</strong> da Família (PSF)<br />

Nos contextos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, vem sendo <strong>de</strong>batida a<br />

importância da institucio<strong>na</strong>lização da avaliação das políticas públicas, dos<br />

programas e das prestações <strong>de</strong> serviços, especialmente <strong>na</strong> área social.<br />

Defen<strong>de</strong>-se o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma cultura avaliativa para a tomada<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e a <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong>ssa cultura por meio da socialização das<br />

preocupações e da difusão, em todos os níveis da administração pública,<br />

<strong>de</strong>ssa cultura, <strong>na</strong> dinâmica do cotidiano da implantação e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das políticas e das práticas dos serviços.<br />

No que diz respeito à política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no Brasil, embora a avaliação<br />

tenha sido pouco incorporada e, quando existente, tenha se <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong><br />

modo pouco sistemático, pontual e burocrático, passada a primeira fase <strong>de</strong><br />

implantação do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, ao fi<strong>na</strong>l dos anos 1990 e início dos<br />

anos 2000, a preocupação com os processos avaliativos tem se acentuado,<br />

35


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

especialmente no nível fe<strong>de</strong>ral, entre algumas secretarias estaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

e em alguns municípios. Especialmente no que diz respeito à avaliação da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, e após uma década <strong>de</strong> implantação do Programa Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Família, o Ministério <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, por meio da Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Acompanhamento<br />

e Avaliação do Departamento <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, <strong>de</strong>finiu, em 2003, a Política<br />

Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> (Brasil, Ministério da Saú<strong>de</strong>, 2005) e<br />

tem incentivado os níveis estaduais e municipais à implantação <strong>de</strong> sistemas<br />

permanentes <strong>de</strong> avaliação.<br />

Segundo Felisberto (2006), as diretrizes <strong>de</strong>ssa política <strong>de</strong> avaliação da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> ressaltam: as parcerias com instituições <strong>de</strong> ensino e pesquisa,<br />

a mobilização <strong>de</strong> atores institucio<strong>na</strong>is em todos os níveis da administração<br />

em saú<strong>de</strong>, a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nciamento para os projetos e a<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> estratégias para qualificação dos profissio<strong>na</strong>is do setor para a<br />

avaliação.<br />

Teixeira (2006) reforça a posição <strong>de</strong> vários autores ao ressaltar<br />

que a avaliação da gestão dos sistemas e serviços po<strong>de</strong> contribuir para o<br />

aperfeiçoamento da tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, bem como para o planejamento,<br />

programação e organização dos serviços, já que po<strong>de</strong> apontar as fragilida<strong>de</strong>s<br />

(políticas e organizacio<strong>na</strong>is) e as lacu<strong>na</strong>s no conhecimento a respeito dos<br />

problemas que se enfrentam <strong>na</strong> consolidação do SUS. Mas, ao mesmo<br />

tempo, reconhece a escassez <strong>de</strong> quadros qualificados para a gestão e para<br />

a avaliação em saú<strong>de</strong>.<br />

Anteriormente, entretanto, essa preocupação já se expressava em<br />

importantes projetos. Vale lembrar que esse tema é expressamente arrolado<br />

como um dos três principais componentes do Programa <strong>de</strong> Expansão e<br />

Consolidação da Saú<strong>de</strong> da Família (PROESF), assi<strong>na</strong>do em 2002 entre o<br />

governo brasileiro e o BIRD (Brasil, Ministério da Saú<strong>de</strong>, 2001).<br />

Assim, o PROESF é uma iniciativa do Ministério da Saú<strong>de</strong>, apoiada<br />

fi<strong>na</strong>nceiramente pelo BIRD, voltada para a organização e o fortalecimento<br />

da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> do país. Visa contribuir para a implantação e<br />

consolidação da estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família em municípios com população<br />

acima <strong>de</strong> 100 mil habitantes e para a elevação da qualificação do processo<br />

<strong>de</strong> trabalho e do <strong>de</strong>sempenho dos serviços.<br />

O PROESF viabiliza recursos para: estruturar equipes/unida<strong>de</strong>s;<br />

aperfeiçoar tecnologias <strong>de</strong> gestão; ampliar e reestruturar iniciativas voltadas<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> recursos humanos; apoiar respostas mais ágeis <strong>na</strong><br />

educação continuada e iniciativas <strong>de</strong> mudança <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is,<br />

bem como <strong>na</strong> sua fixação.<br />

Nesse sentido, o PROESF está estruturado em três componentes<br />

técnicos, cada um <strong>de</strong>les agrupando um conjunto <strong>de</strong> subcomponentes e linhas<br />

36 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

A At e n ç ã o Bá s i C A à sA ú d e e o Pr o g r A m A sA ú d e d A FAmíliA<br />

<strong>de</strong> investimento, que representam os investimentos fi<strong>na</strong>nciados com recursos<br />

do programa.<br />

Componente 1 – Apoio à Conversão do Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong><br />

Estimula a conversão do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> nos gran<strong>de</strong>s centros<br />

urbanos por meio da implementação da estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família.<br />

As linhas <strong>de</strong> investimento previstas são:<br />

• mo<strong>de</strong>rnização institucio<strong>na</strong>l (inovações gerenciais; preparação e<br />

implementação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> referência e contra-referência no<br />

SUS/local; implementação e aplicação <strong>de</strong> novas práticas e protocolos<br />

<strong>de</strong> atenção; estudos especiais em apoio à implementação do PSF);<br />

• a<strong>de</strong>quação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços (reparos e a<strong>de</strong>quações físicas;<br />

aquisição <strong>de</strong> equipamentos, veículos e mobiliário);<br />

• fortalecimento dos sistemas <strong>de</strong> avaliação e informação (<strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> informação para monitoramento, avaliação,<br />

planejamento e gestão, incluindo organização <strong>de</strong> centrais <strong>de</strong><br />

regulação);<br />

• <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> recursos humanos (capacitação <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is<br />

e formação <strong>de</strong> grupos interdiscipli<strong>na</strong>res <strong>de</strong> supervisão).<br />

Os municípios habilitados recebem trimestralmente recursos mediante<br />

aprovação do Cronograma <strong>de</strong> Desembolso, pela modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transferências<br />

“Fundo a Fundo”.<br />

Componente 2 – Desenvolvimento <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong><br />

Busca reforçar a política <strong>de</strong> recursos humanos para a implementação<br />

e o fortalecimento do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família.<br />

As linhas <strong>de</strong> investimentos previstas são:<br />

• capacitação e educação permanente <strong>de</strong> recursos humanos<br />

(trei<strong>na</strong>mento; áreas temáticas; educação a distância; saú<strong>de</strong><br />

ambiental);<br />

• formação <strong>de</strong> recursos humanos em Saú<strong>de</strong> da Família (capacitação<br />

<strong>de</strong> gestores; especialização e residência em Saú<strong>de</strong> da Família;<br />

qualificação <strong>de</strong> ACS, THD e auxiliar <strong>de</strong> enfermagem; incentivo a<br />

inovações curriculares em escolas <strong>de</strong> medici<strong>na</strong> e enfermagem);<br />

• apoio e monitoramento das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

recursos humanos (formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> pólos; avaliação e<br />

monitoramento da implantação e funcio<strong>na</strong>mento dos pólos e <strong>de</strong><br />

projetos <strong>de</strong> inovações curriculares).<br />

Este componente conta com a cooperação técnica <strong>de</strong> instituições <strong>de</strong><br />

ensino e pesquisa.<br />

37


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Componente 3 – Monitoramento e Avaliação<br />

Apoio à estruturação e implementação <strong>de</strong> metodologias e instrumentos<br />

<strong>de</strong> monitoramento e avaliação <strong>de</strong> processo e <strong>de</strong>sempenho. Três iniciativas<br />

apontam para o avanço da avaliação no Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>: o Pacto<br />

dos Indicadores da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, o Sistema <strong>de</strong> Informação da <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong> e o Monitoramento da Implantação e Funcio<strong>na</strong>mento das Equipes <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> da Família no País.<br />

As linhas <strong>de</strong> investimento para este componente são:<br />

• a<strong>de</strong>quação dos sistemas <strong>de</strong> monitoramento da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

(fortalecimento do sistema <strong>de</strong> monitoramento do Pacto dos<br />

Indicadores e criação dos Centros Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Colaboração para<br />

monitoramento da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>);<br />

• avaliação da implementação das Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família;<br />

• qualificação das Unida<strong>de</strong>s <strong>Básica</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da<br />

Família;<br />

• fundo <strong>de</strong> investigação e avaliação (estudos e pesquisas <strong>de</strong><br />

pós-graduação e estudos <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base <strong>de</strong> municípios<br />

classificados).<br />

Esse componente conta com a cooperação técnica <strong>de</strong> instituições <strong>de</strong><br />

ensino e pesquisa para realização <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> avaliação das equipes e do<br />

<strong>de</strong>sempenho dos serviços.<br />

O Estudo <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base, que originou os dados e as informações aqui<br />

discutidos sobre <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF nos municípios paulistas com população<br />

acima <strong>de</strong> 100 mil habitantes, é parte integrante e cumpre um dos objetivos<br />

do Componente 3 do PROESF. Esse estudo foi <strong>de</strong>senvolvido por um consórcio<br />

<strong>de</strong> instituições acadêmicas e <strong>de</strong> pesquisa em saú<strong>de</strong>, li<strong>de</strong>rado pela Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. A pesquisa foi realizada no Estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo, nos 62 municípios que têm mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes e que,<br />

juntos, concentram 70% da população <strong>de</strong> todo o Estado.<br />

Os resultados <strong>de</strong> estudos como esse revestem-se da maior importância,<br />

já que, conforme se afirmou anteriormente, o PSF tem encontrado maiores<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> implantação e expansão <strong>na</strong>s gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s, especialmente<br />

<strong>na</strong>s regiões metropolita<strong>na</strong>s.<br />

Via<strong>na</strong>, Rocha e colaboradores (2006) apontam os perfis <strong>de</strong>sses<br />

municípios nos quais se <strong>de</strong>senvolveu o estudo:<br />

a) são municípios acima <strong>de</strong> 100 mil habitantes, mas que po<strong>de</strong>m ser<br />

classificados em diferentes portes populacio<strong>na</strong>is. Quase a meta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>les (48,4%) tem uma população entre mais <strong>de</strong> 100 mil e 200 mil<br />

habitantes; 37,1% têm mais <strong>de</strong> 200 mil habitantes, até 500 mil;<br />

38 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

A At e n ç ã o Bá s i C A à sA ú d e e o Pr o g r A m A sA ú d e d A FAmíliA<br />

9,7%, entre mais <strong>de</strong> 500 mil a 1 milhão <strong>de</strong> habitantes, além da<br />

capital, on<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>m mais <strong>de</strong> 12 milhões <strong>de</strong> pessoas;<br />

b) apresentam características sociais importantes: gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong><br />

da renda mensal do responsável pelo domicílio; razão <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência<br />

(proporção da população até 14 anos e <strong>de</strong> 65 anos ou mais em<br />

relação à população potencialmente ativa, entre 15 e 64 anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>) inferior à média do Estado; taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego em torno<br />

<strong>de</strong> 17,1%, especialmente nos municípios da região metropolita<strong>na</strong>;<br />

porcentagem variável <strong>de</strong> domicílios improvisados em cada município;<br />

coeficiente <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> por causas exter<strong>na</strong>s maior do que a média<br />

do Estado, especialmente alguns municípios da Região Metropolita<strong>na</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo e Baixada Santista;<br />

c) a situação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nesses municípios é bastante<br />

peculiar, sendo o número <strong>de</strong> habitantes por Unida<strong>de</strong> <strong>Básica</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

maior que a média do Estado e do país; ao mesmo tempo, esses<br />

municípios atuam como referência regio<strong>na</strong>l para procedimentos<br />

mais complexos (Ibañez e Spinelli, 2002). Há predomínio <strong>de</strong><br />

unida<strong>de</strong>s ambulatoriais públicas e leitos privados; em 2004, o PSF<br />

estava implantado em 54 <strong>de</strong>sses municípios e 33 possuíam PACS,<br />

mas só aproximadamente 15% da população era coberta por<br />

esses programas, sendo a cobertura inferior à média <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l; a<br />

implantação do PSF <strong>na</strong> maioria <strong>de</strong>les é recente (entre um a quatro<br />

anos);<br />

d) por outro lado, o IPRS (Índice Paulista <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> Social),<br />

que indica o grau <strong>de</strong> riqueza do município, era proporcio<strong>na</strong>lmente<br />

maior que a média do Estado;<br />

e) são municípios que apresentam condições mais favoráveis para<br />

implementar políticas públicas, maior capacida<strong>de</strong> para formular e<br />

executar vários tipos <strong>de</strong> intervenção;<br />

f) esses municípios po<strong>de</strong>m ser divididos em quatro grupos, <strong>de</strong> acordo<br />

com o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> utilizado: 13 <strong>de</strong>les estão centrados<br />

<strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> em unida<strong>de</strong>s públicas; 19 <strong>de</strong>les, além da <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong>, <strong>de</strong>senvolvem procedimentos especializados; 7 dão ênfase ao<br />

PSF e 22 <strong>de</strong>senvolvem procedimentos <strong>de</strong> média e alta complexida<strong>de</strong>,<br />

com forte presença da re<strong>de</strong> privada, e constituem pólos regio<strong>na</strong>is<br />

<strong>de</strong> atendimento;<br />

g) quanto à efetivida<strong>de</strong> do sistema <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, 17 <strong>de</strong>sses<br />

municípios que apresentam indicadores sociais menos favoráveis<br />

não possuem um sistema que garanta a integralida<strong>de</strong> e o acesso<br />

universal; outros 26, heterogêneos do ponto <strong>de</strong> vista dos indicadores<br />

sociais, apresentam integralida<strong>de</strong> ou acesso universal; 12<br />

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CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

municípios, além da integralida<strong>de</strong>, proporcio<strong>na</strong>m acesso universal<br />

à sua população;<br />

h) em termos <strong>de</strong> eficácia do sistema <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, a maioria<br />

<strong>de</strong>sses municípios faz o planejamento das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> com<br />

outras secretarias; ape<strong>na</strong>s 16 são informatizados e disponibilizam<br />

as informações para a gestão; a maioria possui algum sistema <strong>de</strong><br />

monitoramento e avaliação;<br />

i) do ponto <strong>de</strong> vista da efetivida<strong>de</strong>, os municípios com baixa capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> organização e <strong>de</strong> avaliação também não apresentam bons<br />

resultados em termos <strong>de</strong> efetivida<strong>de</strong>, nem integralida<strong>de</strong> da atenção<br />

e acesso universal à população;<br />

j) os municípios com um sistema <strong>de</strong> baixa ou média complexida<strong>de</strong><br />

apresentam também menor autonomia, menos estabilida<strong>de</strong> e menor<br />

qualificação. Nesses casos, verifica-se a presença <strong>de</strong> mais conflitos<br />

que dificultam a gover<strong>na</strong>bilida<strong>de</strong>. Já os que apresentaram sistemas<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mais complexos exibem também indicadores sociais mais<br />

favoráveis e <strong>de</strong>claram enfrentar menos conflitos.<br />

Concluem os autores que é possível apontar dois tipos <strong>de</strong> obstáculos<br />

para a reorganização da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> nesses municípios: os <strong>de</strong> <strong>na</strong>tureza<br />

estrutural (perfil <strong>de</strong> urbanização, padrão <strong>de</strong> crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento)<br />

e os <strong>de</strong> <strong>na</strong>tureza setorial (formas como se distribuem os serviços e tecnologias<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e padrões <strong>de</strong> organização dos serviços e das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>).<br />

40 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


CAPÍtuLO I<br />

O trabalho <strong>de</strong> Capacitação <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> para Avaliação<br />

da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF no Estudo <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base do Consórcio<br />

Medici<strong>na</strong> uSP *<br />

1. A Concepção do Plano <strong>de</strong> trabalho<br />

A importância da capacitação para avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF<br />

orientou a <strong>de</strong>cisão da Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral da pesquisa <strong>de</strong> formar um grupo<br />

específico para tratar do tema, constituído por representantes das instituições<br />

integrantes do Consórcio Medici<strong>na</strong> USP.<br />

Além disso, o Estudo <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base previa, como um <strong>de</strong> seus<br />

principais compromissos, <strong>de</strong>senvolver a capacida<strong>de</strong> local no uso das<br />

ferramentas para o monitoramento e a avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>,<br />

ou seja, promover a apropriação <strong>de</strong> tecnologia pelos gestores municipais do<br />

Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> dos municípios do Estado <strong>de</strong> São Paulo incluídos<br />

<strong>na</strong> pesquisa.<br />

A composição do grupo, diferenciada quanto à formação básica, pósgraduação<br />

e experiência profissio<strong>na</strong>l, mostrou-se perfeitamente a<strong>de</strong>quada,<br />

<strong>na</strong> medida em que possibilitou, por um lado, um olhar abrangente e<br />

diferenciado, a apreensão <strong>de</strong> diferentes fatores interligados e uma atuação<br />

inovadora e compreensiva em relação ao objeto <strong>de</strong> estudo e <strong>de</strong> intervenção:<br />

a capacitação <strong>de</strong> recursos humanos para avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong><br />

nos municípios do Estado <strong>de</strong> São Paulo com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes. Por<br />

outro lado, essa constituição do grupo possibilitou a troca <strong>de</strong> experiências e<br />

ações entre a Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral, as Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ções Regio<strong>na</strong>is e o Grupo <strong>de</strong><br />

* O Grupo <strong>de</strong> Capacitação é constituído por Eliane Bezerra S. Cruz, Joa<strong>na</strong> Azevedo da Silva<br />

(coor<strong>de</strong>ndora), Juan Stuardo Yazlle Rocha, Kari<strong>na</strong> Calife, Maria do Carmo Caccia Bava, Paulo<br />

Henrique D’Angelo Seixas, Regi<strong>na</strong> Marsiglia e Selma Patti Spinelli. O grupo ainda contou com<br />

a importante colaboração, no <strong>de</strong>senvolvimento dos trabalhos, <strong>de</strong> Hele<strong>na</strong> Lúcia Alves <strong>de</strong> Lima<br />

Furtado, Jucélia Cristi<strong>na</strong> Barbosa e Otília Simões.<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

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CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Capacitação <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong>, o acompanhamento e a participação em<br />

todas as fases e etapas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do estudo. Assim, viabilizou a<br />

concepção e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um Plano <strong>de</strong> Trabalho coerente e alinhado<br />

com os objetivos, princípios e diretrizes da pesquisa, em seu conjunto.<br />

O planejamento e o <strong>de</strong>senvolvimento do processo <strong>de</strong> capacitação para<br />

a institucio<strong>na</strong>lização da prática avaliativa da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> nos<br />

municípios do Estado <strong>de</strong> São Paulo foram orientados por diretriz ema<strong>na</strong>da da<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral do Consórcio: o estudo <strong>de</strong>veria <strong>de</strong>senvolver-se, em todos<br />

os seus componentes, numa perspectiva <strong>de</strong> avaliação integrativa, envolvendo<br />

os gestores e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores municipais da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF.<br />

A transferência <strong>de</strong> tecnologia avaliativa para os municípios envolvidos<br />

exigia conceber e pactuar um Plano <strong>de</strong> Trabalho para a preparação <strong>de</strong> quadros<br />

técnicos municipais que pu<strong>de</strong>ssem apreendê-la.<br />

Por seu lado, também a elaboração e, principalmente, a viabilização<br />

<strong>de</strong>sse Plano <strong>de</strong> Trabalho passaria por várias etapas e articulações.<br />

Des<strong>de</strong> o começo dos trabalhos, já estava claro para a equipe que a<br />

proposta metodológica do estudo, conforme <strong>de</strong>senhada e em <strong>de</strong>senvolvimento<br />

pelos pesquisadores do Consórcio Medici<strong>na</strong> USP, dificilmente po<strong>de</strong>ria ser<br />

incorporada à prática diária <strong>de</strong> avaliação dos serviços municipais, em<br />

seus diferentes aspectos e dimensões. Consi<strong>de</strong>rava-se, entretanto, que, a<br />

partir dos aspectos levantados pela pesquisa, tor<strong>na</strong>r-se-ia possível – o que<br />

efetivamente foi comprovado – a <strong>de</strong>finição e a pactuação da melhor forma<br />

<strong>de</strong> monitoramento e avaliação sistemáticos da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>, nos<br />

diferentes municípios, com as suas respectivas especificida<strong>de</strong>s.<br />

Nessa perspectiva, foi <strong>de</strong>senhado e <strong>de</strong>senvolvido um Plano Prelimi<strong>na</strong>r<br />

<strong>de</strong> Trabalho para o componente capacitação <strong>de</strong> recursos humanos, o qual<br />

tinha como principais objetivos:<br />

• apoiar os municípios <strong>na</strong> apropriação da cultura avaliativa e da<br />

tecnologia <strong>de</strong>senvolvida no Estudo <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base do PROESF/<br />

FFM/USP;<br />

• apoiar a criação, nos municípios incluídos <strong>na</strong> área <strong>de</strong> atuação da<br />

pesquisa, <strong>de</strong> Núcleos Estratégicos <strong>de</strong> Operacio<strong>na</strong>lização da Avaliação<br />

da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>;<br />

• apoiar a preparação <strong>de</strong> quadros técnicos para a reflexão e a prática<br />

<strong>de</strong> monitoramento da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> nos municípios envolvidos.<br />

O conhecimento orientando o Plano <strong>de</strong> Trabalho<br />

Inicialmente, o Grupo <strong>de</strong> Capacitação trabalhou, em apoio à<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral da pesquisa, <strong>na</strong> organização metodológica do “Seminário<br />

42 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


o tr ABAlh o d e CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A AvAliAção d A At e n ç ã o BásiCA/PsF...<br />

Macrorregio<strong>na</strong>l, da Região Su<strong>de</strong>ste, para Apresentação da Metodologia dos<br />

Estudos <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base, no Âmbito do PROESF”, promovido pelo Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong> – Secretaria <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> à Saú<strong>de</strong>/Departamento <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>,<br />

em cooperação com os consórcios vencedores dos processos licitatórios<br />

realizados <strong>na</strong> região Su<strong>de</strong>ste, para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> linha <strong>de</strong><br />

base nos municípios selecio<strong>na</strong>dos para o Componente 1 do PROESF.<br />

O evento aconteceu nos dias 21 e 22 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2005, em São<br />

Paulo, e teve como objetivos apresentar:<br />

• o Estudo <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base do PROESF;<br />

• as equipes técnicas das instituições;<br />

• os enfoques metodológicos propostos;<br />

• os produtos esperados: benefícios para as equipes, gestão municipal<br />

e pactuação do acesso ao processo e às informações obtidas.<br />

Em relação, especificamente, à área <strong>de</strong> abrangência do consórcio<br />

li<strong>de</strong>rado pela Fundação Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />

foram convidados gestores e técnicos dos 62 municípios, cujos estudos <strong>de</strong><br />

linhas <strong>de</strong> base seriam <strong>de</strong>senvolvidos sob a responsabilida<strong>de</strong> das instituições<br />

integrantes. Foi preparado, também, um instrumento para a coleta <strong>de</strong> dados<br />

importantes para a concepção do Plano <strong>de</strong> Trabalho.<br />

Assim, em primeiro lugar, tratou-se <strong>de</strong> conhecer a clientela, os gestores<br />

municipais do SUS, os gerentes/coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF <strong>de</strong><br />

cada um dos municípios, as suas concepções e necessida<strong>de</strong>s, o estágio atual<br />

do conhecimento e da prática avaliativa da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>.<br />

Dos 62 municípios incluídos no estudo sob a responsabilida<strong>de</strong> do<br />

Consórcio, 53 respon<strong>de</strong>ram o questionário, o que correspon<strong>de</strong> a 85,5%.<br />

Quando se consi<strong>de</strong>ra essa participação por cada uma das três regiões,<br />

observa-se a seguinte distribuição:<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Santa Casa: 33 municípios – 28 respon<strong>de</strong>ram<br />

(84,84%)<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Ribeirão Preto: 28 municípios – 24 respon<strong>de</strong>ram<br />

(85,71%)<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Município <strong>de</strong> São Paulo – Ce<strong>de</strong>c – 1 município<br />

respon<strong>de</strong>u (100%).<br />

Além dos secretários, participaram do seminário ocupantes <strong>de</strong> cargos/<br />

funções <strong>de</strong> alto comando <strong>na</strong> Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, a maioria com<br />

ativida<strong>de</strong>s relacio<strong>na</strong>das com o Programa Saú<strong>de</strong> da Família, com as áreas<br />

<strong>de</strong> informação, planejamento e avaliação. Essa observação é importante<br />

<strong>na</strong> medida em que se tinha como objetivo uma participação efetiva dos<br />

municípios no <strong>de</strong>senvolvimento do projeto <strong>de</strong> pesquisa e, mais ainda, o<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

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CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

reconhecimento da necessida<strong>de</strong> e a incorporação da prática e da metodologia<br />

<strong>de</strong> avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e do PSF/PROESF.<br />

A gran<strong>de</strong> maioria dos profissio<strong>na</strong>is que participaram do seminário,<br />

com algum po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sobre a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, o PSF e o PROESF,<br />

é categorizada como profissio<strong>na</strong>l da área da saú<strong>de</strong>, segundo resolução do<br />

Conselho Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Se, por um lado, essa situação era favorável em relação a importantes<br />

objetos <strong>de</strong> reflexão e prática – a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> para a população, a<br />

estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família –, por outro, a reflexão sobre essa prática,<br />

o monitoramento e a avaliação – atitu<strong>de</strong>s ainda não incorporadas no diaa-dia<br />

dos profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> – <strong>de</strong>mandariam perfis profissio<strong>na</strong>is mais<br />

diferenciados e familiarizados com esse novo objeto. Essa observação,<br />

se confirmada, implicaria conseqüências para o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

projeto, tanto para a efetivação dos estudos quanto para o componente <strong>de</strong><br />

capacitação.<br />

As informações fornecidas pelos gestores e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong>/PSF nessa primeira medida <strong>de</strong> pulso permitiram esperar um cenário<br />

positivo para o alcance da proposta; mas também sugeriram um intenso<br />

trabalho pela frente: mais <strong>de</strong> um terço dos consultados estavam no cargo/<br />

função há mais <strong>de</strong> 2 anos, o que po<strong>de</strong>ria indicar fossem servidores <strong>de</strong><br />

carreira; porém, o fato <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um terço estarem há menos <strong>de</strong> seis<br />

meses no cargo/função estaria a indicar necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capacitação. Por<br />

outro lado, a ausência <strong>de</strong> respostas a algumas questões centrais sobre<br />

o objeto po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>monstrar a pouca familiarida<strong>de</strong> com os termos do<br />

monitoramento e avaliação; possivelmente, atitu<strong>de</strong>s não incorporadas <strong>na</strong><br />

prática dos profissio<strong>na</strong>is. Desconhecimento? Desvalor? Todavia, surgiam,<br />

aqui e ali, <strong>na</strong>s respostas, um interesse patente pelo tema e sugestões<br />

preciosas, a solicitação <strong>de</strong> suporte técnico e <strong>de</strong> melhor utilização da re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> informação existente.<br />

As respostas obtidas possibilitaram a visualização do cenário da<br />

prática <strong>de</strong> avaliação: 54% afirmaram avaliar AB/PSF, porém se observou a<br />

convivência do monitoramento, alegando-se o uso do Sistema <strong>de</strong> Informação<br />

<strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> (SIAB) e dos indicadores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>.<br />

Dos que respon<strong>de</strong>ram que havia avaliação, cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> não<br />

soube informar sobre a metodologia, os resultados e a utilização. Embora<br />

90% afirmassem ter interesse máximo em participar da capacitação, cinco<br />

questionários <strong>na</strong>da informaram a esse respeito.<br />

Esse material subsidiou e possibilitou o realinhamento dos objetivos<br />

do Plano Prelimi<strong>na</strong>r <strong>de</strong> Trabalho para a Capacitação.<br />

44 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


o tr ABAlh o d e CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A AvAliAção d A At e n ç ã o BásiCA/PsF...<br />

Como seria <strong>de</strong> se esperar, evi<strong>de</strong>nciou-se um total interesse, por parte<br />

dos municípios, em participar da avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF/PROESF.<br />

Ape<strong>na</strong>s cinco municípios não se pronunciaram. O interesse em participar<br />

<strong>de</strong> capacitação para realizar a avaliação seguiu a mesma proporção, ou<br />

seja, aqueles representantes municipais que não manifestaram interesse<br />

pela avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF tiveram o mesmo posicio<strong>na</strong>mento em<br />

relação a participar <strong>de</strong> capacitação para avaliação.<br />

Alguns gestores e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF municipais<br />

expressaram, no questionário, suas sugestões com relação ao processo.<br />

Como exemplos, <strong>de</strong>stacam-se:<br />

Criar instrumento para avaliação qualitativa, utilizando a satisfação do usuário,<br />

sem que isso signifique <strong>de</strong>trimento das avaliações já existentes; suporte técnico<br />

para avaliações permanentes por técnicos do MS e da SES; previsão <strong>de</strong> recursos<br />

fi<strong>na</strong>nceiros para estas ativida<strong>de</strong>s; implementação, para melhor utilização, da<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação por técnicos do município.<br />

Acabar com a dicotomia <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF, consi<strong>de</strong>rando que PSF também<br />

é <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>.<br />

Que ao menos uma das pessoas envolvidas no processo <strong>de</strong> avaliação e <strong>de</strong><br />

capacitação seja funcionário <strong>de</strong> carreira (concursado), para que, caso haja<br />

<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> governo, não se perca a fonte principal <strong>de</strong> informação.<br />

2. O Plano <strong>de</strong> trabalho<br />

Os subsídios acima, entre outros, foram muito importantes para a<br />

elaboração do Plano <strong>de</strong> Trabalho <strong>de</strong> Capacitação <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong>, agora<br />

já em uma versão mais a<strong>de</strong>quada, a qual foi discutida em reunião com a<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral, com os subcoor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores e com as <strong>de</strong>mais instituições<br />

integrantes do Consórcio Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> USP. Na ocasião, foram<br />

apresentadas várias sugestões, o que possibilitou alterações em algumas<br />

ativida<strong>de</strong>s e o aprimoramento do trabalho a ser <strong>de</strong>senvolvido.<br />

Entre os principais objetivos <strong>de</strong>sse Plano <strong>de</strong> Trabalho estão:<br />

• intensificar, nos municípios, a apropriação da cultura avaliativa e da<br />

tecnologia <strong>de</strong>senvolvida no Estudo <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base do PROESF/<br />

FFM/USP;<br />

• apoiar a criação, nos municípios incluídos <strong>na</strong> área <strong>de</strong> abrangência da<br />

pesquisa, <strong>de</strong> Núcleos Estratégicos <strong>de</strong> Operacio<strong>na</strong>lização <strong>de</strong> Avaliação<br />

da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>;<br />

• incentivar a formação <strong>de</strong> quadros técnicos nos municípios para a<br />

avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>;<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

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CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

• apoiar a preparação <strong>de</strong> quadros técnicos para a reflexão e a prática<br />

<strong>de</strong> monitoramento/avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> nos municípios<br />

envolvidos.<br />

O Plano tem por princípios/diretrizes:<br />

• articulação: <strong>de</strong>senvolver esforços no sentido <strong>de</strong> apoiar a capacitação<br />

dos gestores e dos quadros técnicos <strong>de</strong>sses municípios, que articule<br />

e complemente os esforços já em andamento;<br />

• <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas tecnologias: conceber e colocar à<br />

disposição novos instrumentos e ferramentas para capacitação <strong>de</strong><br />

técnicos em avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF;<br />

• garantia <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> capacitação;<br />

• <strong>de</strong>scentralização, apropriação <strong>de</strong> tecnologia: possibilitar que, a<br />

partir daí, os gestores possam caminhar sozinhos, saibam “procurar,<br />

encontrar e utilizar a informação necessária para o monitoramento<br />

e a avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> prestada à população do<br />

seu município”.<br />

3. O Desenvolvimento do trabalho<br />

Definidos esses balizamentos, os trabalhos no sentido da cooperação<br />

técnica para a institucio<strong>na</strong>lização da avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> foram<br />

or<strong>de</strong><strong>na</strong>dos em três eixos: (1) alimentação das fontes <strong>de</strong> informação sobre<br />

o conteúdo e processo da pesquisa; (2) indução e apoio às instâncias<br />

<strong>de</strong> consolidação do processo/objeto da pesquisa e (3) conhecimento e a<br />

organização da informação em capacitação para avaliação.<br />

Embora representassem tarefas distintas, muitas vezes pertinentes a<br />

certas características <strong>de</strong> cada um em seu grupo, elas foram galvanizadas<br />

para que todos os envolvidos participassem ou tomassem ciência dos passos<br />

concretizados.<br />

Alimentação das fontes <strong>de</strong> informação sobre o conteúdo e processo da<br />

pesquisa<br />

Com esse objetivo, criou-se um espaço no Portal TELEDUC, para a<br />

comunicação dos passos do trabalho. Essa ferramenta podia ser acessada<br />

por todos os envolvidos e disponibilizava também a bibliografia pertinente,<br />

flashs <strong>de</strong> divulgação, agenda <strong>de</strong> tarefas, encontros programados etc. Os<br />

integrantes do Grupo <strong>de</strong> Capacitação participaram <strong>de</strong> seminários, reuniões<br />

e encontros, socializando os conhecimentos e informando os passos do<br />

processo. Buscou-se, por meio da Internet, divulgar o conteúdo e os ca<strong>na</strong>is<br />

46 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


o tr ABAlh o d e CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A AvAliAção d A At e n ç ã o BásiCA/PsF...<br />

<strong>de</strong> informação. Esse trabalho mostrou-se fundamental para dissemi<strong>na</strong>r uma<br />

cultura <strong>de</strong> avaliação.<br />

Indução e apoio às instâncias <strong>de</strong> consolidação do processo da pesquisa<br />

I<strong>de</strong>ntificadas as instâncias <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, foram realizadas reuniões<br />

e gestões junto aos órgãos e instituições-chave no acio<strong>na</strong>mento dos<br />

mecanismos da avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>. Foram contatados<br />

os Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> São Paulo, o<br />

Conselho <strong>de</strong> Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (COSEMS-SP),<br />

a Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e suas Direções Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, o<br />

Ministério da Saú<strong>de</strong>, as instituições <strong>de</strong> ensino, a Bireme, enfim, todos os<br />

possíveis formadores no tema proposto.<br />

A articulação com os Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong><br />

I<strong>de</strong>ntificada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação com os oito Pólos <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente do Estado <strong>de</strong> São Paulo (instâncias <strong>de</strong> articulação, pactuação e<br />

acompanhamento das propostas <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> recursos humanos para o<br />

Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> no Estado, propostas essas advindas dos diferentes<br />

segmentos da socieda<strong>de</strong> envolvidos: gestores municipais e estadual do<br />

SUS, respectivos parceiros e instituições <strong>de</strong> ensino, entre outras), foram<br />

<strong>de</strong>senvolvidos contatos com a Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>, em especial<br />

com a Comissão Bipartite <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento dos Pólos <strong>de</strong><br />

Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> São Paulo, com vistas a um<br />

trabalho articulado. A partir <strong>de</strong>sses entendimentos foi promovida, no dia 29<br />

<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2005, conjuntamente pela Comissão e a Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral do<br />

Consórcio, uma Ofici<strong>na</strong> <strong>de</strong> Trabalho envolvendo a equipe <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção<br />

dos oito pólos. Antes da Ofici<strong>na</strong>, foram sistematizadas as propostas e o<br />

trabalho dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente da Região Metropolita<strong>na</strong> da<br />

Gran<strong>de</strong> São Paulo.<br />

Entre os principais objetivos da Ofici<strong>na</strong> <strong>de</strong>stacavam-se:<br />

• apresentação do Estudo <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base: equipe, metodologia,<br />

objetivos, processos, resultados previstos e cronograma <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s;<br />

• apresentação do componente capacitação <strong>de</strong> recursos humanos, seus<br />

objetivos, princípios, estratégias e ativida<strong>de</strong>s, e do compromisso <strong>de</strong><br />

cooperação técnica entre o Consórcio Medici<strong>na</strong> USP e os municípios<br />

incluídos <strong>na</strong> área <strong>de</strong> abrangência do Estudo <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base.<br />

• conhecimento das ativida<strong>de</strong>s que vêm sendo <strong>de</strong>senvolvidas,<br />

das estratégias e das ativida<strong>de</strong>s previstas para 2005 relativas à<br />

capacitação <strong>de</strong> técnicos municipais nos temas <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

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CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Saú<strong>de</strong>, Programa Saú<strong>de</strong> da Família e Avaliação <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

em especial, <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>;<br />

• apresentação das necessida<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntificadas pelo projeto e<br />

explicitadas pelos gestores municipais e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong>/PSF, com vistas à capacitação dos técnicos nos temas<br />

indicados;<br />

• articulação <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> atendimento a essas necessida<strong>de</strong>s,<br />

inclusive mediante cooperação técnica e apoio a iniciativas, segundo<br />

possibilida<strong>de</strong>s e responsabilida<strong>de</strong>s das partes, tendo em vista os<br />

objetivos respectivos dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente e da<br />

Pesquisa – Estudo <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base do PROESF<br />

Nessa oportunida<strong>de</strong>, foi também aplicado um questionário que revelou<br />

as <strong>de</strong>mandas do andamento do processo pelos presentes. O espaço dos<br />

pólos era consi<strong>de</strong>rado um locus privilegiado para a capacitação <strong>de</strong> recursos<br />

humanos para o SUS no Estado, o que <strong>de</strong>veria contemplar a componente<br />

avaliação. Essa <strong>de</strong>manda, entretanto, não aparecia como objeto <strong>na</strong>s<br />

respostas obtidas.<br />

Cabe mencio<strong>na</strong>r os posicio<strong>na</strong>mentos dos representantes dos oito Pólos<br />

<strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> São Paulo durante reunião<br />

realizada com a Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção da Pesquisa e o Grupo <strong>de</strong> Capacitação <strong>de</strong><br />

<strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong>, em agosto <strong>de</strong> 2005. Quando solicitados a opi<strong>na</strong>r sobre<br />

os principais problemas e/ou dificulda<strong>de</strong>s <strong>na</strong> implementação da avaliação<br />

da AB/PSF, os representantes dos pólos apontaram:<br />

• necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> valorização da avaliação pelo gestor;<br />

• ausência <strong>de</strong> cultura institucio<strong>na</strong>l voltada para a avaliação, por parte<br />

dos gestores e dos profissio<strong>na</strong>is das áreas técnicas;<br />

• <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> da gestão da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>;<br />

• insuficiente valorização da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, mesmo por parte dos<br />

gestores;<br />

• afastamento das instâncias organizacio<strong>na</strong>is das questões/temas que<br />

envolvem ou se relacio<strong>na</strong>m com a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

• falta <strong>de</strong> entendimento do papel das Direções Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>ixando-se <strong>de</strong> apoiar os municípios e passando-se a fiscalizálos.<br />

• escassa socialização institucio<strong>na</strong>l dos indicadores construídos a partir<br />

das informações geradas <strong>na</strong> realida<strong>de</strong> local/regio<strong>na</strong>l, acarretando a<br />

não valorização até mesmo <strong>de</strong>sses dados;<br />

• insuficiente implementação <strong>de</strong> propostas e ações <strong>de</strong>rivadas dos<br />

resultados das avaliações já realizadas;<br />

48 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


o tr ABAlh o d e CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A AvAliAção d A At e n ç ã o BásiCA/PsF...<br />

• entendimento/percepção <strong>de</strong> que o impacto só acontece a longo ou<br />

médio prazo, não havendo motivação para investimento ao longo<br />

do processo;<br />

• dificulda<strong>de</strong> <strong>na</strong> sistematização dos dados para gerar informações que<br />

informem a avaliação;<br />

• ausência <strong>de</strong> conhecimento/instrumentalização e pouca cultura<br />

acumulada em relação à avaliação, em especial da <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong>;<br />

• falta <strong>de</strong> preparo dos trabalhadores, <strong>de</strong> todos os parceiros e dos<br />

pólos para avaliação; é necessário capacitar para avaliar;<br />

• RH sem motivação e qualificação para isso;<br />

• dificulda<strong>de</strong> para análise dos dados coletados para avaliação;<br />

• pouco conhecimento, pelos gestores e trabalhadores, dos<br />

instrumentos <strong>de</strong> avaliação;<br />

• falta <strong>de</strong> instrumentais e critérios a<strong>de</strong>quados;<br />

• falta <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> processos mais condizentes<br />

com as práticas diárias;<br />

• inexistência <strong>de</strong> instrumentos que possibilitem a avaliação, a não<br />

ser os indicadores da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> – muitas vezes esses são<br />

pactuados, mas não entendidos quanto ao seu impacto e ao que é<br />

possível e viável o município realizar.<br />

Como fatores que têm a ver com o cenário acima indicado, foram<br />

mencio<strong>na</strong>dos:<br />

• falta <strong>de</strong> Conselho Gestor <strong>na</strong>s Unida<strong>de</strong>s <strong>Básica</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>;<br />

• falta <strong>de</strong> recursos fi<strong>na</strong>nceiros;<br />

• dificulda<strong>de</strong> em manter o profissio<strong>na</strong>l <strong>na</strong> região após qualificá-lo para<br />

avaliação;<br />

• não valorização da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> pelo usuário, que muitas vezes<br />

busca maior tecnologia;<br />

• incipiente organização da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> em alguns municípios.<br />

Apresentam-se, abaixo, as <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> capacitação (consi<strong>de</strong>randose<br />

cursos, estudos e pesquisas, ofici<strong>na</strong>s, eventos, elaboração <strong>de</strong> material<br />

didático) indicadas por seis pólos em 2005, para apoio técnico/fi<strong>na</strong>nceiro,<br />

e o apoio realmente efetivado. Os representantes <strong>de</strong> dois pólos colocaram<br />

dificulda<strong>de</strong>s para indicar os processos <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong>mandados e o<br />

respectivo apoio oferecido. I<strong>de</strong>ntificam-se seis temas mais apresentados,<br />

seja pelos representantes dos gestores, seja pelas instituições formadoras,<br />

seja por outros integrantes do pólo:<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

49


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

tABELA 1<br />

Demandados: Contemplados:<br />

Tema: Integralida<strong>de</strong><br />

- 15 cursos 9 cursos<br />

- 2 pesquisas 1 pesquisa<br />

- 2 ofici<strong>na</strong>s 1 fórum<br />

Tema: Trabalho em equipe<br />

- 14 cursos 8 cursos<br />

- 2 pesquisas 1 pesquisa<br />

- 1 tema transversal 1 tema transversal<br />

- 1 ofici<strong>na</strong> 1 ofici<strong>na</strong><br />

Tema: Ações intersetoriais<br />

- 15 cursos 9 cursos<br />

- 2 pesquisas 1 pesquisa<br />

- 1 tema transversal 1 grupo <strong>de</strong> discussão<br />

- 1 ofici<strong>na</strong><br />

Tema: Referência e contra-referência<br />

- 11 cursos 3 cursos<br />

- 3 pesquisas<br />

- 1 tema transversal<br />

Tema: Avaliação<br />

- 8 cursos 1 curso<br />

- 5 pesquisas<br />

- 1 produção material<br />

Tema: Sistema <strong>de</strong> informação<br />

- 16 cursos 8 cursos<br />

- 2 pesquisas 2 pesquisas<br />

Outros temas citados incluíram gestão do cuidado, saú<strong>de</strong> mental e<br />

controle <strong>de</strong> vetores, com um número menor <strong>de</strong> solicitações.<br />

Cabe ressaltar que a maioria das <strong>de</strong>mandas e apoios efetivados referese<br />

ao Pólo da Região Metropolita<strong>na</strong> da Gran<strong>de</strong> São Paulo.<br />

O conhecimento e a organização da informação em capacitação para<br />

avaliação<br />

A dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se lastrear um caminho para a apreensão do valor da<br />

avaliação, bem como os instrumentais para <strong>de</strong>senvolvê-la, permeou todo o<br />

trabalho, como atestam as observações colhidas nos questionários referidos e<br />

nos registros da equipe. Pon<strong>de</strong>rou-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar esse olhar, à<br />

medida que a pesquisa ia se <strong>de</strong>senrolando nos mol<strong>de</strong>s propostos. Envolvida,<br />

a equipe se <strong>de</strong>bruçou sobre as entrevistas realizadas com os secretários<br />

municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e com os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/diretores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/<br />

PSF dos municípios.<br />

O estudo realizado pelo Grupo <strong>de</strong> Capacitação, a partir dos questionários<br />

do Estudo 1, aplicados aos 62 secretários municipais e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF, visava i<strong>de</strong>ntificar:<br />

50 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


o tr ABAlh o d e CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A AvAliAção d A At e n ç ã o BásiCA/PsF...<br />

• as motivações para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão em relação à avaliação da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>;<br />

• as motivações para a instituição <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> capacitação para<br />

os profissio<strong>na</strong>is;<br />

• as concepções e as práticas <strong>de</strong> capacitação dos profissio<strong>na</strong>is nos<br />

diferentes municípios:<br />

• as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação, os profissio<strong>na</strong>is envolvidos, os<br />

mecanismos, as metodologias, os parceiros;<br />

• as facilida<strong>de</strong>s e apoios referidos;<br />

• os <strong>de</strong>safios e as dificulda<strong>de</strong>s;<br />

• as sugestões dos gestores e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores sobre o tema.<br />

A partir <strong>de</strong>ssas motivações, o Grupo <strong>de</strong> Capacitação selecionou as<br />

questões que seriam consultadas. As respostas dos 124 entrevistados foram,<br />

então, registradas em planilha-matriz, concebida especialmente com essa<br />

fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>, e organizadas agrupando os municípios <strong>de</strong> uma mesma Direção<br />

Regio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, das 24 do Estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

A seguir, os integrantes do grupo se <strong>de</strong>bruçaram sobre as matrizes<br />

preenchidas para sistematizar as informações, por Direção Regio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> e por Subcoor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção do estudo.<br />

A etapa seguinte foi o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma síntese das informações<br />

prestadas, a qual, em termos gerais, para a maioria dos itens, contemplava<br />

a opinião da gran<strong>de</strong> maioria dos entrevistados. O posicio<strong>na</strong>mento dos<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/diretores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> dos 61 municípios sobre<br />

a capacitação <strong>de</strong> recursos humanos é o objeto do Capítulo II <strong>de</strong>sta<br />

publicação.<br />

As informações oriundas <strong>de</strong>sse estudo das entrevistas foram matériaprima<br />

importante para a Ofici<strong>na</strong> <strong>de</strong> Trabalho <strong>de</strong> Capacitação, realizada em 7<br />

e 8 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2005, <strong>na</strong> qual os participantes evi<strong>de</strong>nciaram um salto<br />

<strong>de</strong> objetivida<strong>de</strong> e uma maior afinida<strong>de</strong> com a questão proposta.<br />

Da efetiva articulação da Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral da pesquisa com os<br />

gestores do SUS em São Paulo resultou, ao fi<strong>na</strong>l, um trabalho conjunto do<br />

Consórcio Medici<strong>na</strong> USP, Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo – e<br />

várias <strong>de</strong> suas unida<strong>de</strong>s organizacio<strong>na</strong>is –, COSEMS-SP e Secretaria Municipal<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo para o planejamento e viabilização da Ofici<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />

Trabalho <strong>de</strong> Capacitação, que reuniu cerca <strong>de</strong> 300 profissio<strong>na</strong>is/sujeitos<br />

envolvidos com a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> e sua avaliação.<br />

A Ofici<strong>na</strong> tinha como principais objetivos:<br />

• promover oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> discussão, <strong>de</strong> intercâmbio <strong>de</strong><br />

experiências e <strong>de</strong> articulação interinstitucio<strong>na</strong>l entre os gestores do<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

51


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

SUS do Estado e municípios e as universida<strong>de</strong>s sobre a avaliação<br />

da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>;<br />

• apresentar e discutir com os gestores municipais e/ou coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF os dados e informações obtidos até o<br />

momento com o <strong>de</strong>senvolvimento do Estudo <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base;<br />

• pactuar a disponibilização dos dados e informações;<br />

• i<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong>mandas municipais que pu<strong>de</strong>ssem ser atendidas com<br />

o processo <strong>de</strong> capacitação;<br />

• pactuar a instituição <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> comunicação/informação/<br />

apoio à capacitação das equipes municipais para a avaliação da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>;<br />

• pactuar a instituição <strong>de</strong> Núcleos Estratégicos <strong>de</strong> Avaliação da <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong>/PSF ou outros mecanismos/instâncias <strong>de</strong> institucio<strong>na</strong>lização<br />

da avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> nos municípios do<br />

Estado;<br />

• <strong>de</strong>finir conteúdos, formas, oportunida<strong>de</strong>s e responsabilida<strong>de</strong>s entre<br />

os parceiros presentes <strong>de</strong> capacitação dos integrantes dos núcleos<br />

para a busca e a utilização da informação como apoio à tomada <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão <strong>na</strong> gestão da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>/PSF nos respectivos<br />

municípios.<br />

Cabe salientar a presença, <strong>na</strong> Ofici<strong>na</strong>, do Ministério da Saú<strong>de</strong>, por meio<br />

da Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Avaliação do Departamento <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong><br />

e do Departamento <strong>de</strong> Educação para a Saú<strong>de</strong>; da Secretaria Estadual <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>; da Secretaria Adjunta do Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>; da Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>de</strong><br />

<strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong>; da Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção das 24 Direções Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

do Estado <strong>de</strong> São Paulo; das instituições integrantes do Consórcio e da<br />

quase totalida<strong>de</strong> dos 62 municípios da pesquisa; do Conselho <strong>de</strong> Secretários<br />

Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo e <strong>de</strong> outros municípios cuja presença foi<br />

solicitada pelo COSEMS.<br />

Além do intercâmbio <strong>de</strong> experiências e do aprofundamento das<br />

discussões, interessava pactuar uma articulação interinstitucio<strong>na</strong>l entre os<br />

gestores dos SUS do Estado e dos municípios que fortalecesse a dimensão<br />

da avaliação.<br />

Dentre as expectativas em relação àquela ofici<strong>na</strong>, o grupo concentrouse<br />

em conhecer a metodologia da pesquisa, a capacitação dos recursos<br />

humanos proposta, os resultados já obtidos ou em andamento. Acentue-se<br />

que as Direções Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (DIRs) e os Pólos foram indicados como<br />

parceiros preferenciais <strong>na</strong> indução do processo <strong>de</strong> capacitação.<br />

Já <strong>na</strong> mesa <strong>de</strong> abertura, presentes os representantes do Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong>, da Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo e do COSEMS-SP,<br />

52 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


o tr ABAlh o d e CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A AvAliAção d A At e n ç ã o BásiCA/PsF...<br />

foram consolidados o compromisso e a disposição necessários à <strong>de</strong>flagração<br />

do processo da avaliação.<br />

Na primeira mesa-redonda foram enfatizadas questões <strong>de</strong> fundo,<br />

ao mesmo tempo em que se apontaram dificulda<strong>de</strong>s e se discutiram, em<br />

interação com os presentes, caminhos <strong>de</strong> superação.<br />

Essas conferências e posteriores discussões recolocaram os eixos<br />

problemáticos a enfrentar, quais sejam: os caminhos da institucio<strong>na</strong>lização<br />

da avaliação, as estratégias <strong>de</strong> superação dos elementos inibidores da<br />

apropriação <strong>de</strong> mecanismos e meios <strong>de</strong> avaliação e, também, as dificulda<strong>de</strong>s<br />

para dissemi<strong>na</strong>r a cultura avaliativa, <strong>de</strong>ntre as quais, a própria formação<br />

segmentada das equipes, refletida no seu processo <strong>de</strong> trabalho.<br />

Na segunda mesa-redonda, a Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral da pesquisa expôs<br />

os resultados alcançados e os óbices metodológicos enfrentados. Com os<br />

subsídios das mesas-redondas e das discussões da plenária, os participantes<br />

organizaram-se em grupos para trocar experiências. Foi fornecido um<br />

roteiro <strong>de</strong> trabalho que buscava i<strong>de</strong>ntificar as dimensões da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

que os municípios ali representados <strong>de</strong>sejariam priorizar. As sugestões<br />

se concentraram <strong>na</strong> gestão, no mo<strong>de</strong>lo e no cuidado, tendo cada grupo<br />

especificado os passos <strong>de</strong> cada dimensão. Entre outros aportes, ficou<br />

estabelecida a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> Núcleos Estratégicos <strong>de</strong> Avaliação<br />

da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>.<br />

A partir do trabalho dos grupos obteve-se o <strong>de</strong>talhamento dos<br />

conteúdos e metodologias, bem como o perfil dos profissio<strong>na</strong>is necessários.<br />

As sugestões foram, em gran<strong>de</strong> parte, inspiradas <strong>na</strong>s experiências correntes<br />

<strong>de</strong> capacitação.<br />

Cabe notar que, enquanto os grupos se formavam agregando vários<br />

municípios, segundo a área e a DIR, um dos grupos foi específico do Município<br />

<strong>de</strong> São Paulo. De acordo com essa especificida<strong>de</strong>, o grupo <strong>de</strong> São Paulo<br />

privilegiou as dimensões Acesso, Porta <strong>de</strong> Entrada, Vínculo, Integralida<strong>de</strong>,<br />

Serviços, Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção, Enfoque Familiar e Participação Comunitária,<br />

enfatizando a comparação entre as unida<strong>de</strong>s básicas que têm PSF e aquelas<br />

unida<strong>de</strong>s que trabalham com o mo<strong>de</strong>lo clássico <strong>de</strong> AB.<br />

No seminário fi<strong>na</strong>l, os trabalhos <strong>de</strong>senvolvidos e apresentados pelos<br />

grupos expressaram a assimilação dos conceitos difundidos, conforme se<br />

po<strong>de</strong> ver <strong>na</strong> íntegra do relatório. Em 149 fichas <strong>de</strong> inscrição preenchidas<br />

e <strong>de</strong>volvidas verificou-se a presença maciça das Secretarias Municipais <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> das cida<strong>de</strong>s do projeto, com 84 representantes, e a presença também<br />

significativa <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> órgãos afins da Secretaria <strong>de</strong> Estado da<br />

Saú<strong>de</strong>, com 43 representantes, das Diretorias Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e dos<br />

Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente do Estado.<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

53


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

4. Os Resultados do trabalho<br />

À perfeita articulação entre a Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral da pesquisa e os<br />

gestores do SUS credita-se o sucesso da Ofici<strong>na</strong>, os seus resultados, e as<br />

perspectivas para a avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> no Estado. Cabe<br />

salientar a satisfação unânime dos participantes, expressa durante todo o<br />

<strong>de</strong>senvolver da Ofici<strong>na</strong>.<br />

Em termos <strong>de</strong> resultados, temos, por um lado, que os gestores<br />

assumiram publicamente a instituição da avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> nos<br />

seus municípios e, por outro, que o COSEMS solicitou cooperação técnica<br />

para que a institucio<strong>na</strong>lização da avaliação se dê em todos os municípios do<br />

Estado, e não ape<strong>na</strong>s nos 62 com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes. Por sua vez,<br />

o gestor estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> apresentou uma proposta concreta <strong>de</strong> fomento,<br />

organização e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção da avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> no Estado, através<br />

do Instituto Saú<strong>de</strong> e da Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>doria <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong>, e <strong>na</strong>s regiões,<br />

através das equipes das DIRs e <strong>de</strong> articulações com outras instituições, para<br />

assegurar a institucio<strong>na</strong>lização da cultura <strong>de</strong> avaliação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

e a capacitação <strong>de</strong> recursos humanos para essa ativida<strong>de</strong> estratégica, que<br />

garantirá a qualida<strong>de</strong> da assistência prestada ao usuário.<br />

Dentre os momentos mais importantes, <strong>de</strong>stacam-se a solicitação<br />

dos participantes municipais, nos trabalhos <strong>de</strong> grupo, para que a Secretaria<br />

Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SES) assumisse o papel <strong>de</strong> articuladora, <strong>de</strong> viabilizadora<br />

da avaliação da AB, e o compromisso formal da SES em fazê-lo.<br />

Consi<strong>de</strong>ra-se, assim, que os resultados esperados com o processo<br />

<strong>de</strong> capacitação para a avaliação foram perfeitamente atingidos, <strong>na</strong> medida<br />

em que se problematizou a questão, se fomentou a discussão conjunta e,<br />

ao fi<strong>na</strong>l, os sujeitos pactuaram e assumiram as suas responsabilida<strong>de</strong>s em<br />

relação a esse importante tema, essencial para o fortalecimento do SUS<br />

em São Paulo.<br />

Muito mais efetivo que ministrar cursos <strong>de</strong> avaliação da <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong>, consi<strong>de</strong>ra-se que o método recomendado pela Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral da<br />

pesquisa e <strong>de</strong>senvolvido pelo Grupo <strong>de</strong> Capacitação com certeza mostrará,<br />

no médio prazo, resultados importantes em termos <strong>de</strong> processos regio<strong>na</strong>is<br />

e locais <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Entre outros resultados, o trabalho <strong>de</strong>senvolvido durante todo o<br />

período, principalmente a sua avaliação fi<strong>na</strong>l, durante a Ofici<strong>na</strong> <strong>de</strong> Trabalho<br />

realizada em novembro <strong>de</strong> 2005, <strong>de</strong>monstrou o acerto da diretriz explicitada<br />

pela Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral da pesquisa: é perfeitamente possível <strong>de</strong>senvolver<br />

uma proposta metodológica abrangente, no sentido da apreensão dos fatores<br />

54 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


o tr ABAlh o d e CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A AvAliAção d A At e n ç ã o BásiCA/PsF...<br />

interligados com o objeto <strong>de</strong> estudo – sua estrutura, processos e resultados<br />

–, e, concomitantemente, garantir que os sujeitos – os gestores do SUS e os<br />

gerentes municipais – tenham consciência e participem do que está sendo<br />

feito. Em todos os sentidos, consi<strong>de</strong>ra-se que essa participação será uma<br />

das garantias da efetiva utilização dos resultados do trabalho.<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

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CAPÍtuLO II<br />

A Capacitação <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> para <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> <strong>na</strong>s<br />

Secretarias Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Conforme já se viu, o Programa Saú<strong>de</strong> da Família (PSF) foi implantado<br />

pelo Ministério da Saú<strong>de</strong> em 1994, com o objetivo <strong>de</strong> superar as práticas<br />

predomi<strong>na</strong>ntemente curativas e individuais e implementar uma assistência<br />

organizada a partir da consi<strong>de</strong>ração das necessida<strong>de</strong>s específicas e das<br />

referências socioculturais dos distintos grupos sociais.<br />

Construir esse novo projeto vem requerendo não só a disposição para<br />

aquisição <strong>de</strong> novos conhecimentos e habilida<strong>de</strong>s técnicas, como também a<br />

valorização <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s humanizadoras, éticas e integradoras, para operar<br />

o cuidado <strong>de</strong> forma integral. As ações curativas, preventivas, reabilitadoras<br />

e <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senvolvidas <strong>de</strong> forma estanque<br />

e passam a se articular e a se potencializar mutuamente, requerendo<br />

uma maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integração entre os membros da equipe multi e<br />

interdiscipli<strong>na</strong>r em torno <strong>de</strong> um projeto comum.<br />

Coexistindo com essas novas <strong>de</strong>mandas no perfil das equipes <strong>de</strong><br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> (AB) e Programa Saú<strong>de</strong> da Família, persiste a atenção<br />

curativa tradicio<strong>na</strong>l, que se mantém incorporada ao cotidiano das práticas<br />

assistenciais e formadoras <strong>de</strong> forma bastante arraigada. Hoje, enfrentam-se<br />

dificulda<strong>de</strong>s conceituais, com seus aspectos i<strong>de</strong>ológicos, políticos, técnicos<br />

e operacio<strong>na</strong>is, para se alcançar novo instrumental cognitivo e tecnológico<br />

que permita a mudança pretendida. A capacitação dos recursos humanos<br />

nessa perspectiva assume, assim, relevância especial para a viabilização do<br />

projeto tecnopolítico da AB/PSF.<br />

O Estudo <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base do PROESF se propõe a contribuir nesse<br />

sentido, ao apresentar a opinião/visão dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/<br />

PSF <strong>de</strong> 61 municípios do Estado <strong>de</strong> São Paulo sobre os aspectos consi<strong>de</strong>rados<br />

mais relevantes quanto às condições <strong>de</strong> capacitação dos profissio<strong>na</strong>is que<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

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CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

compõem as equipes <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF <strong>de</strong> municípios do interior do<br />

Estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

A partir da análise das entrevistas semi-estruturadas e padronizadas<br />

aplicadas, entre março e julho <strong>de</strong> 2005, junto aos diretores e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

<strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF dos 61 municípios do referido Estudo PROESF,<br />

<strong>de</strong>screvem-se, a seguir, algumas características encontradas, segundo o<br />

porte dos municípios e segundo o cluster em que foram classificados.<br />

1. Os Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/Diretores <strong>de</strong> AB/PSF e a Capacitação <strong>de</strong><br />

<strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong><br />

O presente trabalho integra uma série <strong>de</strong> publicações advindas do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do Estudo <strong>de</strong> Linha <strong>de</strong> Base: Avaliação do Programa <strong>de</strong><br />

Expansão e Consolidação do Programa Saú<strong>de</strong> da Família – PROESF, do<br />

Ministério da Saú<strong>de</strong>, realizado por meio <strong>de</strong> consórcio li<strong>de</strong>rado pela Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. É voltado para a capacitação<br />

dos profissio<strong>na</strong>is que integram as equipes <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/Estratégia <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> da Família em 61 municípios do Estado <strong>de</strong> São Paulo com população<br />

acima <strong>de</strong> 100 mil habitantes, aqui excetuando o município da capital, São<br />

Paulo, que, pela sua complexida<strong>de</strong> e suas características, será objeto <strong>de</strong><br />

tratamento específico, em publicação também específica.<br />

A título <strong>de</strong> contextualização, cabe lembrar que, para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do estudo, esses municípios foram agrupados segundo duas abordagens:<br />

• por porte, <strong>de</strong> acordo com o número <strong>de</strong> habitantes: Porte 1, Porte<br />

2, Porte 3 e Porte 4.<br />

• por clusters, resultantes esses <strong>de</strong> condições várias, entre as quais<br />

a complexida<strong>de</strong> da atenção à saú<strong>de</strong> disponível para os munícipes e<br />

indicadores sociais <strong>de</strong> diferentes or<strong>de</strong>ns.<br />

Assim, correspon<strong>de</strong>ndo ao Porte 1 encontram-se os 30 municípios que<br />

agregam <strong>de</strong> 100 a 200 mil habitantes: America<strong>na</strong>, Araçatuba, Araraquara,<br />

Araras, Atibaia, Barretos, Botucatu, Bragança Paulista, Catanduva, Cotia,<br />

Cubatão, Ferraz <strong>de</strong> Vasconcelos, Francisco Morato, Franco da Rocha,<br />

Guaratinguetá, Hortolândia, Indaiatuba, Itapecerica da Serra, Itapetininga,<br />

Itapevi, Itu, Jacareí, Jaú, Mogi-Guaçu, Pindamonhangaba, Presi<strong>de</strong>nte<br />

Pru<strong>de</strong>nte, Ribeirão Pires, Rio Claro, Santa Bárbara d’Oeste e São Caetano<br />

do Sul.<br />

No Porte 2 agrupam-se os 23 municípios que agregam <strong>de</strong> 200 a<br />

500 mil habitantes: Barueri, Bauru, Carapicuíba, Dia<strong>de</strong>ma, Embu, Franca,<br />

Guarujá, Itaquaquecetuba, Jundiaí, Limeira, Marília, Mauá, Mogi das Cruzes,<br />

58 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


A CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A At e n ç ã o BásiCA n A s se C r e tA r i As mUniCiPAis d e sA ú d e<br />

Piracicaba, Praia Gran<strong>de</strong>, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São<br />

Vicente, Sumaré, Suzano, Taboão da Serra e Taubaté.<br />

No Porte 3 reúnem-se os 6 municípios que agregam <strong>de</strong> 500 a 1 milhão<br />

<strong>de</strong> habitantes: Osasco, Ribeirão Preto, Santo André, São Ber<strong>na</strong>rdo do Campo,<br />

São José dos Campos e Sorocaba.<br />

No Porte 4, por fim, constam os 3 municípios que agregam mais <strong>de</strong> 1<br />

milhão <strong>de</strong> habitantes: Campi<strong>na</strong>s, Guarulhos e São Paulo.<br />

Mapa 1<br />

Já a classificação por clusters envolve os seguintes tipos:<br />

• Cluster 1: baixa complexida<strong>de</strong> da atenção à saú<strong>de</strong> e indicadores<br />

sociais menos favoráveis: Carapicuíba, Cotia, Embu, Francisco Morato,<br />

Guaratinguetá, Guarujá, Itapetininga, Itapevi, Itaquaquecetuba,<br />

Mauá, Praia Gran<strong>de</strong>, Santa Bárbara d’Oeste, São Vicente, Sumaré<br />

e Suzano.<br />

• Cluster 2: média complexida<strong>de</strong> da atenção à saú<strong>de</strong> e indicadores<br />

sociais menos favoráveis: Cubatão, Ferraz <strong>de</strong> Vasconcelos,<br />

Franca, Hortolândia, Itapecerica da Serra, Itu, Jacareí, Osasco,<br />

Pindamonhangaba, Piracicaba, Santo André e Taboão da Serra.<br />

• Cluster 3: alta complexida<strong>de</strong> da atenção à saú<strong>de</strong> e indicadores sociais<br />

menos favoráveis: Atibaia, Barretos, Bragança Paulista, Dia<strong>de</strong>ma,<br />

Franco da Rocha, Guarulhos, Mogi das Cruzes e Santos.<br />

• Cluster 4: baixa complexida<strong>de</strong> da atenção à saú<strong>de</strong> e indicadores<br />

sociais mais favoráveis: America<strong>na</strong>, Araçatuba, São Ber<strong>na</strong>rdo, São<br />

Caetano do Sul e São Carlos.<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

59


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

• Cluster 5: média complexida<strong>de</strong> da atenção à saú<strong>de</strong> e indicadores<br />

sociais mais favoráveis: Araraquara, Araras, Barueri, Mogi-Guaçu,<br />

Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte, Ribeirão Pires, Ribeirão Preto, Rio Claro e<br />

Taubaté.<br />

• Cluster 6: alta complexida<strong>de</strong> da atenção à saú<strong>de</strong> e indicadores<br />

sociais mais favoráveis: Bauru, Botucatu, Campi<strong>na</strong>s, Catanduva,<br />

Indaiatuba, Jaú, Jundiaí, Limeira, Marília, São José do Rio Preto,<br />

São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba.<br />

Mapa 2<br />

2. Os Diretores/Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> e do<br />

PSF dos Municípios com Mais <strong>de</strong> 100 Mil Habitantes do Estado <strong>de</strong><br />

São Paulo<br />

Os dados e as informações aqui apresentados referem-se aos 86<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e do Programa Saú<strong>de</strong> da Família que<br />

respon<strong>de</strong>ram o questionário e, em muitos casos, que respon<strong>de</strong>ram também<br />

a questão específica correspon<strong>de</strong>nte.<br />

Algumas variáveis são aqui <strong>de</strong>scritas pelo porte e pelo cluster em que<br />

estão caracterizados os municípios. Outras são consi<strong>de</strong>radas em relação<br />

ape<strong>na</strong>s a um grupamento, <strong>na</strong> <strong>de</strong>pendência da freqüência ou da especificida<strong>de</strong><br />

da situação <strong>de</strong>scrita.<br />

O maior número <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores – 86 – em relação ao número <strong>de</strong><br />

municípios incluídos <strong>na</strong> pesquisa – 61 – <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> que, em alguns<br />

60 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


A CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A At e n ç ã o BásiCA n A s se C r e tA r i As mUniCiPAis d e sA ú d e<br />

municípios, havia o coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e o coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor do PSF,<br />

circunstância em que os dois coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores foram entrevistados.<br />

Respon<strong>de</strong>ram ao questionário 41 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios <strong>de</strong><br />

Porte 1 (47,7% do total <strong>de</strong> informantes), 33 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios<br />

<strong>de</strong> Porte 2 (38,3%), 9 <strong>de</strong> municípios <strong>de</strong> Porte 3 (10,5%) e 3 daqueles <strong>de</strong><br />

Porte 4 (3,5% do universo <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores participantes).<br />

Quando se consi<strong>de</strong>ra essa participação em relação ao cluster em que foi<br />

agrupado o município, foram 25 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios classificados<br />

como <strong>de</strong> Cluster 1 (29,1% do total <strong>de</strong> entrevistados); 19 <strong>de</strong> municípios<br />

classificados como <strong>de</strong> Cluster 2 (22,1%); 12 daqueles incluídos no Cluster<br />

3 (13,9%); 7 dos classificados como Cluster 4 (8,1%); 10, como Cluster<br />

5 (11,6%) e 13 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios consi<strong>de</strong>rados, pelos critérios<br />

especificados, como <strong>de</strong> Cluster 6 (15,1%).<br />

A distribuição do número <strong>de</strong> entrevistados em relação a cada um dos<br />

portes e dos clusters, ou seja, a diferente representação <strong>de</strong> cada um dos<br />

portes ou dos clusters <strong>na</strong> pesquisa, faz com que as <strong>de</strong>scrições e análises<br />

das variáveis por porte ou cluster tenham <strong>de</strong> ser sempre contextualizadas<br />

e remetidas ao conjunto dos municípios da categoria participante da<br />

pesquisa.<br />

Quanto aos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/diretores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF dos<br />

municípios que atuam com o Saú<strong>de</strong> da Família, respon<strong>de</strong>ram o questionário<br />

53 informantes, número esse que foi tomado como <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>dor quando<br />

as questões diziam respeito ape<strong>na</strong>s a essa estratégia <strong>de</strong> organização da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>.<br />

O cargo<br />

Quanto à <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>ção do cargo, 48,8% (42 entrevistados)<br />

i<strong>de</strong>ntificaram-se como diretor/coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, situação<br />

referida por 19 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios <strong>de</strong> Porte 1, por 24<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios <strong>de</strong> Porte 2, por 5 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios<br />

<strong>de</strong> Porte 3 e por 1 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor <strong>de</strong> município <strong>de</strong> Porte 4. Já 40,7% (35<br />

entrevistados) assumiram a <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor do PSF, sendo 17<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios <strong>de</strong> Porte 1, 14 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios<br />

<strong>de</strong> Porte 2, 3 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios <strong>de</strong> Porte 3 e 1 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor <strong>de</strong><br />

municípios <strong>de</strong> Porte 4. Conforme já se referiu, 2 entrevistados <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>ramse<br />

diretores da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e, ao mesmo tempo, coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores do PSF,<br />

bastante coerente com a condição do PSF <strong>de</strong> estratégia <strong>de</strong> organização da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>. Em sete municípios, a coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF<br />

é <strong>de</strong>senvolvida por profissio<strong>na</strong>is que já <strong>de</strong>têm outro cargo, como os <strong>de</strong><br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

61


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

secretário adjunto, diretor <strong>de</strong> Assistência à Saú<strong>de</strong>, diretor municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>, entre outras <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>ções e encargos. Em um município, a informação<br />

é <strong>de</strong> não existência <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e/ou <strong>de</strong> PSF.<br />

O sexo<br />

Os diretores da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores do PSF são, em<br />

gran<strong>de</strong> maioria, do sexo feminino (68,6% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores informantes),<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do porte dos municípios, variando <strong>de</strong> 63%, nos<br />

municípios com população <strong>de</strong> 100 a 200 mil habitantes (Porte 1), a 78%<br />

nos municípios <strong>de</strong> Porte 3 (500 mil a 1 milhão <strong>de</strong> habitantes). Os municípios<br />

<strong>de</strong> Porte 2 (200 a 500 mil habitantes) apresentaram 73% <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

mulheres e os <strong>de</strong> Porte 4 (mais <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> habitantes), 67%.<br />

Já quando se <strong>de</strong>screve essa variável em relação à tipologia clusters,<br />

o perfil dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores ten<strong>de</strong> a apresentar as mesmas características,<br />

ou seja, predomi<strong>na</strong>m os <strong>de</strong> sexo feminino, sem muita distinção conforme<br />

o cluster que se consi<strong>de</strong>re (72%, 63,15%, 83,3%, 71,4%, 60% e 61,5%<br />

<strong>de</strong> feminização, respectivamente, para os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF dos<br />

municípios dos clusters 1, 2, 3, 4, 5 e 6).<br />

A ida<strong>de</strong><br />

Quanto à faixa etária, dos 86 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores entrevistados, 31,4%<br />

situam-se <strong>na</strong> faixa etária <strong>de</strong> 31 a 40 anos, 40,7% entre 41 e 50 anos e<br />

25,6% entre 51 a 60 anos. Essa situação, <strong>de</strong> predomínio <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

<strong>na</strong> faixa etária <strong>de</strong> 41 a 50 anos, verifica-se em todos os municípios,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do porte populacio<strong>na</strong>l ou do cluster consi<strong>de</strong>rado. Ape<strong>na</strong>s<br />

um coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF referiu ter 30 anos ou menos, o<br />

que parece indicar uma importante experiência profissio<strong>na</strong>l anterior dos<br />

entrevistados, conforme se verá, <strong>na</strong> seqüência.<br />

Formação e inserção institucio<strong>na</strong>l<br />

Das categorias profissio<strong>na</strong>is envolvidas <strong>na</strong>s ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> direção da<br />

AB e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção do PSF, evi<strong>de</strong>ncia-se, pelo perfil dos entrevistados, um<br />

predomínio do profissio<strong>na</strong>l médico, seguido do enfermeiro, em todos os<br />

portes <strong>de</strong> municípios, à exceção dos três municípios <strong>de</strong> Porte 4, com mais<br />

<strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> habitantes, em que 2 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores são assistentes sociais<br />

e 1 é médico.<br />

Em números, dos 86 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/diretores entrevistados, 33 são<br />

médicos, 20 são enfermeiros, 9 são cirurgiões <strong>de</strong>ntistas, 6 são assistentes<br />

62 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


A CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A At e n ç ã o BásiCA n A s se C r e tA r i As mUniCiPAis d e sA ú d e<br />

sociais, 6 são psicólogos, 2 são administradores e 9 são profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> nível<br />

superior <strong>de</strong> áreas não citadas. Um coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor refere não ser portador <strong>de</strong><br />

diploma <strong>de</strong> curso superior.<br />

Desse modo, chama também a atenção, nos municípios <strong>de</strong> menor<br />

porte (1 e 2), uma diversificação maior das profissões envolvidas com essa<br />

função <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção da AB/PSF, em relação aos municípios maiores:<br />

<strong>na</strong>queles <strong>de</strong> Porte 1 encontram-se 9 diferentes categorias profissio<strong>na</strong>is; nos<br />

municípios <strong>de</strong> Porte 2 há 8; nos <strong>de</strong> Porte 3 há 4 e, nos <strong>de</strong> Porte 4, aqueles<br />

com população acima <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> habitantes, são apontadas, conforme<br />

se viu, 2 profissões.<br />

A <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>ssa variável por cluster informa que, dos 25<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios incluídos no Cluster 1, 7 são médicos, 6 são<br />

enfermeiros, 4 são <strong>de</strong>ntistas, 2 são administradores, 3 são psicólogos e 3<br />

têm diploma <strong>de</strong> nível superior em outra área do conhecimento. Já dos 13<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores entrevistados <strong>de</strong> municípios do Cluster 6, 6 são médicos, 5<br />

são enfermeiros, 1 é psicólogo e 1 é <strong>de</strong> outra área.<br />

Essa situação coinci<strong>de</strong> com a <strong>de</strong>scrita acima, relativa ao porte<br />

dos municípios. Na ocasião, chamava-se a atenção para uma possível<br />

diversificação maior, nos municípios menores, das profissões envolvidas<br />

com a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção da AB/PSF, como reflexo, entre outras<br />

condições, da dificulda<strong>de</strong>, apontada em vários estudos e experiências, <strong>de</strong><br />

fixar <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos profissio<strong>na</strong>is, como os médicos, em municípios <strong>de</strong> menor<br />

porte populacio<strong>na</strong>l.<br />

Os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF também respon<strong>de</strong>ram sobre a sua<br />

formação em nível <strong>de</strong> pós-graduação. É muito importante observar que<br />

78% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores entrevistados referiram ter concluído cursos <strong>de</strong> pósgraduação<br />

(lato sensu ou stricto sensu), o que po<strong>de</strong> estar relacio<strong>na</strong>do com<br />

a política <strong>de</strong> incentivo do gestor fe<strong>de</strong>ral do SUS à pós-graduação em Saú<strong>de</strong><br />

da Família, com ênfase <strong>na</strong> especialização, fi<strong>na</strong>nciando essa ativida<strong>de</strong> em<br />

universida<strong>de</strong>s brasileiras, por meio dos antigos Pólos <strong>de</strong> Formação para Saú<strong>de</strong><br />

da Família, hoje Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente. Essa suposição tor<strong>na</strong>-se<br />

mais forte quando se observa que, dos 67 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores que referiram ter<br />

realizado cursos <strong>de</strong> pós-graduação, 57 informaram ter feito especialização,<br />

8 disseram ter mestrado e 1 <strong>de</strong>les indicou ter concluído o doutorado. Ape<strong>na</strong>s<br />

19 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores não referiram formação pós-graduada.<br />

Cabe ressalva ao fato <strong>de</strong> que não há concentração <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong><br />

AB/PSF com curso <strong>de</strong> especialização em nenhum grupamento <strong>de</strong> municípios.<br />

Os especialistas distribuem-se por todos os municípios, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

do porte e do cluster consi<strong>de</strong>rado.<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

63


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Quanto à inserção institucio<strong>na</strong>l, nos municípios menores, <strong>de</strong> portes<br />

1 e 2, há um número maior <strong>de</strong> postos ocupados por cargos em comissão<br />

do que nos municípios maiores, nos quais parece haver um predomínio <strong>de</strong><br />

servidores do próprio quadro.<br />

Também <strong>na</strong> <strong>de</strong>scrição por clusters evi<strong>de</strong>ncia-se que a gran<strong>de</strong> maioria<br />

dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores (65,1%) é funcionário municipal, seja estatutário, seja<br />

celetista. Os cargos em comissão aparecem em menor proporção. A exceção<br />

fica com os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios classificados no Cluster 1, situação<br />

em que 10 entre os 25 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores entrevistados não pertencem ao<br />

quadro <strong>de</strong> funcionários.<br />

Chama a atenção, nos municípios <strong>de</strong> Porte 4 (população acima <strong>de</strong><br />

1 milhão <strong>de</strong> habitantes), o fato <strong>de</strong> os diretores/coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, em sua<br />

totalida<strong>de</strong>, exercerem essa ativida<strong>de</strong> em <strong>de</strong>dicação exclusiva, ao passo que<br />

nos municípios <strong>de</strong> Porte 1 (entre 100 e 200 mil habitantes) essa situação<br />

ocorre em torno <strong>de</strong> 50% dos casos.<br />

A situação acima <strong>de</strong>scrita pouco se altera quando se consi<strong>de</strong>ram<br />

os municípios classificados por clusters. Nesse enfoque, a maioria dos<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, à exceção dos municípios classificados nos clusters 1, 4 e<br />

5, exerce a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção em <strong>de</strong>dicação exclusiva.<br />

As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas paralelamente à gestão da AB/PSF, para<br />

aqueles que a têm, acontecem, segundo os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, em consultórios<br />

privados (30%), <strong>na</strong>s universida<strong>de</strong>s (25%) e em instituições hospitalares<br />

(20%).<br />

Essa <strong>de</strong>scrição po<strong>de</strong> indicar que o fato <strong>de</strong> os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores exercerem<br />

a ativida<strong>de</strong> em <strong>de</strong>dicação exclusiva in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do porte populacio<strong>na</strong>l e da<br />

complexida<strong>de</strong> do município em termos <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> e dos<br />

indicadores sociais.<br />

Experiência anterior em ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão<br />

Consi<strong>de</strong>rando os 86 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores entrevistados, dos 61 municípios<br />

<strong>de</strong> diferentes portes ou clusters, ape<strong>na</strong>s 18,6% referiram não ter experiência<br />

anterior <strong>de</strong> gestão, situação que não apresenta diferenças em relação à<br />

tipologia consi<strong>de</strong>rada para o município. Ape<strong>na</strong>s para 3 dos 70 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

que referiram experiência anterior <strong>de</strong> gestão essa ocorreu em área alheia ao<br />

setor saú<strong>de</strong>. A experiência anterior <strong>de</strong> gestão <strong>na</strong> saú<strong>de</strong> dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

que a informaram (65 entrevistados) po<strong>de</strong> ser aqui exemplificada: 44<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores tinham experiência anterior em gestão municipal <strong>de</strong> serviços<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>/assessoria <strong>de</strong> gestão (<strong>de</strong>sses, 6 em gestão <strong>de</strong> sistema, como<br />

secretário municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>); 8 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, em gestão estadual <strong>de</strong><br />

64 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


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serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>/assessoria <strong>de</strong> gestão, e 5 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, em gestão no<br />

setor privado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Tempo no cargo<br />

A esse propósito, as respostas à questão 12 do questionário são<br />

bastante ilustrativas: 53,5% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores informantes têm menos <strong>de</strong><br />

seis meses no cargo/função; ape<strong>na</strong>s 38 (44,1%) estão no cargo há mais<br />

<strong>de</strong> seis meses.<br />

O tempo <strong>de</strong> permanência <strong>na</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção/direção da AB/PSF não<br />

parece, pelos dados disponíveis, ter relação com o cluster em que se situa<br />

o município. Desses 38 que estão há mais <strong>de</strong> seis meses no cargo, 9 atuam<br />

em municípios classificados como <strong>de</strong> Cluster 1; 5, <strong>na</strong>queles consi<strong>de</strong>rados<br />

<strong>de</strong> Cluster 2; 6, nos municípios <strong>de</strong> Cluster 3; 3, nos <strong>de</strong> Cluster 4; 6, nos <strong>de</strong><br />

Cluster 5 e 9, nos <strong>de</strong> Cluster 6.<br />

Já dos 41 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/diretores que estão no cargo/função há entre<br />

um e seis meses, 14 são <strong>de</strong> municípios <strong>de</strong> Cluster 1 e 11 são <strong>de</strong> municípios<br />

<strong>de</strong> Cluster 2. Essa situação evi<strong>de</strong>ncia a substituição <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

quando da mudança do secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, o que indica se tratar <strong>de</strong> um<br />

cargo <strong>de</strong> confiança.<br />

Em termos do porte dos municípios, dos 38 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores que estão<br />

há mais <strong>de</strong> seis meses no cargo, 42,1% coor<strong>de</strong><strong>na</strong>m AB/PSF em municípios<br />

com população entre 100 e 200 mil habitantes (Porte 1); 34,2% atuam<br />

em municípios consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> Porte 2; 18,4%, em municípios <strong>de</strong> Porte 3<br />

e 5,2%, em municípios com população maior que 1 milhão <strong>de</strong> habitantes<br />

(Porte 4).<br />

Também em relação ao porte, dos 41 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores que estão no<br />

cargo/função há entre um e seis meses, 53,6% atuam em municípios do<br />

Porte 1; 39%, em municípios do Porte 2; 4,9%, em municípios do Porte 3<br />

e 2,4%, em municípios classificados como do Porte 4.<br />

Autonomia para a <strong>de</strong>finição orçamentária e execução fi<strong>na</strong>nceira<br />

A autonomia dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/diretores da AB para a <strong>de</strong>finição<br />

orçamentária da área ten<strong>de</strong> a ser maior conforme cresce o porte, ou seja,<br />

a população dos municípios. A dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> informar variou <strong>de</strong> 90%, nos<br />

municípios <strong>de</strong> Porte 1, para 87%, 77% e 66%, nos <strong>de</strong> portes 2, 3 e 4,<br />

respectivamente. Com relação ao item manejo dos recursos fi<strong>na</strong>nceiros,<br />

verifica-se uma diminuição da dificulda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> 75% nos municípios <strong>de</strong> Porte<br />

1, para 69%, 66% e 33%, respectivamente, nos municípios dos portes 2,<br />

3 e 4.<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

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CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

3. Os Gerentes das unida<strong>de</strong>s <strong>Básica</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Categoria profissio<strong>na</strong>l<br />

Se, entre os entrevistados, a profissão <strong>de</strong> preferência para a direção/<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> foi a dos médicos, a categoria profissio<strong>na</strong>l<br />

que <strong>de</strong>spontou <strong>de</strong> forma mais freqüente como gerente <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>Básica</strong>s<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (UBSs) foi a dos enfermeiros, em especial nos municípios dos<br />

portes 1, 2 e 3, com 46%, 51% e 44% das manifestações, respectivamente.<br />

Nos municípios <strong>de</strong> Porte 4, ou seja, <strong>de</strong> população acima <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong><br />

habitantes, os enfermeiros e os médicos se equipararam, com 33%, como<br />

profissio<strong>na</strong>is que dirigem as Unida<strong>de</strong>s <strong>Básica</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

A mesma situação ocorre, embora com alguma especificida<strong>de</strong>, quando<br />

se observam os mesmos dados pela ótica dos clusters em que foram<br />

caracterizados os municípios.<br />

Ainda que quase um terço dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores (25, ou seja, 29,1%)<br />

não tenha conseguido <strong>de</strong>finir o perfil, em termos <strong>de</strong> profissão, da maioria<br />

dos diretores das UBS, 12,8% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores afirmaram que outras<br />

categorias profissio<strong>na</strong>is, que não médicos e enfermeiros, dirigem a maioria<br />

das UBS do município. Nesse último grupamento, ressalta a informação <strong>de</strong> 4<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> que as UBS, em sua maioria, são dirigidas por profissio<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong> nível médio.<br />

Ainda nessa perspectiva, cabe ressaltar que, dos 86 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

informantes, ape<strong>na</strong>s 4 informaram que o cargo <strong>de</strong> gerência das UBS é<br />

privativo <strong>de</strong> um profissio<strong>na</strong>l; 3 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores informaram serem esses<br />

cargos privativos <strong>de</strong> enfermeiros e 1 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor informou ser o cargo<br />

privativo do profissio<strong>na</strong>l médico.<br />

Percebe-se, assim, que <strong>na</strong> gran<strong>de</strong> maioria dos municípios paulistas<br />

com população acima <strong>de</strong> 100 mil habitantes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do porte<br />

populacio<strong>na</strong>l ou da complexida<strong>de</strong> da assistência oferecida e do perfil dos<br />

indicadores sociais, embora predomine o profissio<strong>na</strong>l enfermeiro <strong>na</strong> gerência,<br />

não existe vinculação entre <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da categoria profissio<strong>na</strong>l e o cargo <strong>de</strong><br />

chefia da Unida<strong>de</strong> <strong>Básica</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Quanto à gerência das UBS que trabalham com a estratégia <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> da Família, a presença do enfermeiro também é maioria. Dos 53<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores que respon<strong>de</strong>ram ou para os quais se aplicava a questão<br />

(municípios que têm o PSF implantado), 35 (66%) informaram que a maioria<br />

dos diretores <strong>de</strong> UBS/SF é constituída <strong>de</strong> enfermeiros; 5 (9,4%) informaram<br />

que são médicos os gerentes e 13 (24,5%) <strong>de</strong>clararam que a gerência, <strong>na</strong><br />

66 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


A CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A At e n ç ã o BásiCA n A s se C r e tA r i As mUniCiPAis d e sA ú d e<br />

maioria dos casos, é ocupada por outros profissio<strong>na</strong>is que não médicos ou<br />

enfermeiros.<br />

Essa situação, pela informação disponível, não parece sofrer influência<br />

nem do porte do município, nem do cluster consi<strong>de</strong>rado.<br />

Tempo <strong>de</strong> permanência no cargo/função<br />

Perguntados sobre o número <strong>de</strong> gerentes que estão há mais <strong>de</strong> dois<br />

anos no cargo, 32,5% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores não respon<strong>de</strong>ram, o que po<strong>de</strong><br />

indicar <strong>de</strong>sconhecimento e/ou pouco tempo no cargo.<br />

Dos 58 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores que forneceram a informação, quase um terço<br />

(25) referiu que mais <strong>de</strong> 70% dos gerentes das UBS estão no cargo há mais<br />

<strong>de</strong> dois anos; 18,6% indicaram que até 20% permanecem durante esse<br />

tempo; 10,5% informaram que esse é o tempo no cargo <strong>de</strong> entre 21% a<br />

50% dos gerentes e 9,3% revelaram que essa situação ocorre com <strong>de</strong> 51%<br />

a 70% dos gerentes.<br />

O índice <strong>de</strong> não-resposta é predomi<strong>na</strong>nte nos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF<br />

<strong>de</strong> municípios <strong>de</strong> clusters 1 (10 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores), 2 (8 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores) e 3 (6<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores). Já nos municípios classificados como <strong>de</strong> clusters 4, 5 e 6,<br />

o número <strong>de</strong> não-resposta foi, respectivamente, 2 , 1 e 1.<br />

Observa-se, ainda, que a permanência no cargo por mais <strong>de</strong> dois anos<br />

ocorre em todas as tipologias, havendo, entretanto, uma maior concentração<br />

<strong>de</strong> gerentes <strong>de</strong> UBS que estão no cargo há mais <strong>de</strong> dois anos nos municípios<br />

<strong>de</strong> clusters 5 e 6 (média complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> e indicadores<br />

sociais mais favoráveis e alta complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> e indicadores<br />

sociais mais favoráveis, respectivamente).<br />

Quando a variável é <strong>de</strong>scrita em relação ao porte do município, pelas<br />

informações fornecidas pelos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, não parece haver relação entre<br />

a freqüência da variável e o porte.<br />

Já em relação às UBS que trabalham com a estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da<br />

Família, dos 46 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores que informaram ou para os quais se aplicava<br />

a questão, 34,8% afirmam que <strong>de</strong> 76% a 100% dos gerentes <strong>de</strong>ssas<br />

unida<strong>de</strong>s estão no cargo há mais <strong>de</strong> dois anos. Para 13% dos informantes,<br />

essa situação ocorre com <strong>de</strong> 51% a 75% dos gerentes; para 23,9%, os<br />

gerentes que estão há mais <strong>de</strong> dois anos no cargo representam <strong>de</strong> 26% a<br />

50%; já para 28,2% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, até 25% dos gerentes têm esse<br />

tempo no cargo <strong>de</strong> diretor da UBS/PSF.<br />

A análise da freqüência <strong>de</strong>ssa variável consi<strong>de</strong>rando o porte do<br />

município evi<strong>de</strong>ncia que:<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

67


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Municípios <strong>de</strong> Porte 1 (100 a 200 mil habitantes): 34,7% dos<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores informam que <strong>de</strong> 76% a 100% dos gerentes <strong>de</strong> UBS/PSF<br />

estão no cargo há mais <strong>de</strong> dois anos; 17,4% <strong>de</strong>les afirmam que <strong>de</strong> 51% a<br />

75% dos gerentes estão no cargo há mais <strong>de</strong> dois anos; também para 17,4%,<br />

essa situação ocorre com <strong>de</strong> 26% a 50% dos gerentes; já para 30,4% <strong>de</strong>les,<br />

25% dos chefes das UBS/PSF estão há mais <strong>de</strong> dois anos no cargo.<br />

Municípios <strong>de</strong> Porte 2 (200 a 500 mil habitantes): 23,5% dos<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores informam que estão há mais <strong>de</strong> dois anos no cargo <strong>de</strong> 76%<br />

a 100% dos gerentes; para 11,7% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, <strong>de</strong> 51% a 75% dos<br />

chefes das UBS/PSF estão nessa condição; 29,4% i<strong>de</strong>ntificam <strong>de</strong> 26% a 50%<br />

dos gerentes com mais <strong>de</strong> dois anos no cargo; já 35,3% dos informantes<br />

consi<strong>de</strong>ram que até 25% ou menos dos gerentes têm esse tempo <strong>de</strong> chefia<br />

das unida<strong>de</strong>s.<br />

Municípios <strong>de</strong> Porte 3 (500 mil a 1 milhão <strong>de</strong> habitantes): a gran<strong>de</strong><br />

maioria (75%) dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores que informaram consi<strong>de</strong>ra que <strong>de</strong> 76% a<br />

100% dos gerentes <strong>de</strong> UBS/PSF estão no cargo há mais <strong>de</strong> dois anos.<br />

Municípios <strong>de</strong> Porte 4 (mais <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> habitantes): para os 2<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong>sse porte <strong>de</strong> municípios que se manifestaram, 1 informou<br />

que estão há mais <strong>de</strong> dois anos no cargo <strong>de</strong> 76% a 100% dos gerentes e<br />

1 i<strong>de</strong>ntificou como estando há mais <strong>de</strong> dois anos como chefes <strong>de</strong> UBS/PSF<br />

<strong>de</strong> 26% a 50% dos gerentes.<br />

Entretanto, quando se consi<strong>de</strong>ram os clusters em que foram agrupados<br />

os municípios, não há uma situação específica que se possa caracterizar<br />

como mais freqüente em um <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do grupamento.<br />

A i<strong>de</strong>ntificação do tempo em que as equipes do PSF se mantiveram<br />

com a mesma composição nos municípios, excetuando-se os agentes<br />

comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, apontou para uma alta rotativida<strong>de</strong> dos profissio<strong>na</strong>is<br />

que a integram. Esse fato po<strong>de</strong> ser observado <strong>na</strong> tabela abaixo, que indica<br />

as respostas, por porte e por cluster <strong>de</strong> grupamento dos municípios, dos<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores que respon<strong>de</strong>ram a questão ou para os quais ela se aplicava<br />

(coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores dos municípios on<strong>de</strong> o PSF está implantado).<br />

Segundo 69,7% <strong>de</strong>sses dirigentes, as equipes mantêm-se com a<br />

mesma composição nos seus respectivos municípios por menos <strong>de</strong> dois<br />

anos; 28,3% referem que essa situação ocorre por menos <strong>de</strong> um ano,<br />

o que implica um gran<strong>de</strong> e repetido esforço por parte dos gestores para<br />

seleção e capacitação dos profissio<strong>na</strong>is, entre outros aspectos que influem<br />

<strong>na</strong> assistência prestada e <strong>na</strong> viabilização das diretrizes da estratégia, com<br />

<strong>de</strong>staque para o vínculo entre a equipe/UBS e a população da área.<br />

68 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


A CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A At e n ç ã o BásiCA n A s se C r e tA r i As mUniCiPAis d e sA ú d e<br />

tABELA 1<br />

tempo <strong>de</strong> Permanência, com a Mesma Composição, das Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Família.<br />

Municípios do Estado <strong>de</strong> São Paulo, 2005<br />

tempo com<br />

a mesma<br />

composição<br />

Porte<br />

1<br />

Porte<br />

2<br />

Porte<br />

3<br />

Porte<br />

4<br />

Cluster<br />

1<br />

Grupamento<br />

Cluster<br />

2<br />

Cluster<br />

3<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Cluster<br />

4<br />

Cluster<br />

5<br />

Cluster<br />

6<br />

tOtAL<br />

Até 6 meses 1 1 0 0 1 0 0 0 0 1 2<br />

3,7%<br />

6 meses a<br />

1 ano<br />

1 ano a<br />

1 ano ½<br />

1 ano ½ a<br />

2 anos<br />

2 anos a<br />

2 anos ½<br />

2anos ½ a<br />

3 anos<br />

8 6 0 1 4 2 4 0 2 3 15<br />

28,3%<br />

4 2 1 1 1 1 2 1 0 3 8<br />

15,1%<br />

5 7 0 0 4 3 1 1 1 2 12<br />

22,6%<br />

3 0 1 0 0 1 0 0 2 1 4<br />

7,5%<br />

0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1<br />

1,9%<br />

3 a 4 anos 2 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2<br />

3,7%<br />

Mais <strong>de</strong> 4 anos 3 3 2 0 1 1 1 2 2 1 8<br />

15,1%<br />

Não sabe 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1<br />

1,9%<br />

tOtAL 26 20 4 2 12 10 8 5 7 11 53<br />

100%<br />

Fonte: Questionários respondidos pelos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF dos municípios.<br />

4. A Contratação <strong>de</strong> Profissio<strong>na</strong>is para a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong><br />

Consi<strong>de</strong>rando todas as categorias, po<strong>de</strong>-se afirmar que os profissio<strong>na</strong>is<br />

<strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>, segundo informação dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, são<br />

contratados mediante concurso público.<br />

As priorida<strong>de</strong>s e sua <strong>de</strong>finição<br />

Dos 86 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/diretores <strong>de</strong> AB/PSF entrevistados, 34 (39,5%)<br />

confirmaram que os gestores municipais estabeleceram priorida<strong>de</strong>s para a<br />

contratação <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos profissio<strong>na</strong>is, tendo em vista o fortalecimento<br />

da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>. Vinte e cinco diretores não se manifestaram e<br />

21 revelaram não haver priorida<strong>de</strong> em relação a nenhuma das categorias<br />

profissio<strong>na</strong>is consi<strong>de</strong>radas. Padrões semelhantes <strong>de</strong> manifestação aparecem<br />

para os municípios consi<strong>de</strong>rados, sem distinção importante por qualquer<br />

critério <strong>de</strong> classificação que se consi<strong>de</strong>re.<br />

Entre as categorias profissio<strong>na</strong>is citadas como tendo priorida<strong>de</strong> para<br />

contratação, foram lembrados, em primeiro lugar, o médico, seguido do<br />

enfermeiro, profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> nível médio e odontólogo, entre outros menos<br />

citados, o que <strong>de</strong>monstra uma preocupação dos gestores municipais em<br />

admitir pessoal para a prestação direta <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong>, ou seja, uma<br />

69


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

preocupação em relação à ampliação do acesso da população aos serviços<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Já os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores que informaram não ter havido priorida<strong>de</strong> para<br />

nenhuma categoria profissio<strong>na</strong>l específica justificam essa posição pela<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contratação da equipe como um todo e, ainda, porque<br />

as contratações efetivam-se em função das <strong>de</strong>mandas colocadas pelo<br />

atendimento à saú<strong>de</strong> da população.<br />

Quando a questão versou sobre a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> para<br />

contratação <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is para a estratégia <strong>de</strong> organização da <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong>/PSF, dos 53 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores que se pronunciaram (aos quais caberia a<br />

questão), 34 afirmaram que não houve priorida<strong>de</strong> para nenhuma categoria<br />

profissio<strong>na</strong>l e 19 referiram priorida<strong>de</strong> no preenchimento <strong>de</strong> vagas para o<br />

PSF, em especial, para o profissio<strong>na</strong>l médico.<br />

Ressalta-se, aqui, a evidência <strong>de</strong> que os médicos aparecem como o<br />

profissio<strong>na</strong>l mais requerido para contratação, o que coinci<strong>de</strong> com informação<br />

já disponível e com conclusões <strong>de</strong> vários estudos <strong>de</strong> que um dos problemas<br />

enfrentados pelos gestores municipais para a viabilização da estratégia <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> da Família, tanto em peque<strong>na</strong>s como em gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s, resi<strong>de</strong> <strong>na</strong><br />

disponibilida<strong>de</strong> do profissio<strong>na</strong>l médico para integrar as equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

da Família, <strong>de</strong>ntro das normas estabelecidas, inclusive <strong>na</strong> obrigatorieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> trabalho em carga horária <strong>de</strong> 40 horas sema<strong>na</strong>is.<br />

Na seqüência às priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finidas <strong>na</strong> gestão municipal que se<br />

iniciou em 2005, a política <strong>de</strong> contratação <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is para a <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>, segundo informação dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/diretores da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF, <strong>de</strong>verá consi<strong>de</strong>rar, nessa or<strong>de</strong>m: a <strong>de</strong>manda dos<br />

usuários pelos serviços; o perfil epi<strong>de</strong>miológico da população do município; a<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção dos gestores do SUS; as solicitações dos Conselhos (Conselhos<br />

Gestores, Conselhos Municipais); a ampliação/melhoria da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>;<br />

a implantação <strong>de</strong> novos programas, além das necessida<strong>de</strong>s locais. Quando o<br />

objetivo é a implantação/fortalecimento da estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família,<br />

a política <strong>de</strong> contratação, segundo os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> PSF entrevistados,<br />

<strong>de</strong>verá consi<strong>de</strong>rar os mesmos condicio<strong>na</strong>ntes acima citados. Nessa dimensão,<br />

não parece existir importante diferença <strong>na</strong> <strong>de</strong>pendência do cluster ou do<br />

porte do município.<br />

5. A Capacitação dos Profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong><br />

Os profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> dos municípios com mais<br />

<strong>de</strong> 100 mil habitantes do Estado <strong>de</strong> São Paulo são capacitados/atualizados<br />

70 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


A CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A At e n ç ã o BásiCA n A s se C r e tA r i As mUniCiPAis d e sA ú d e<br />

por meio <strong>de</strong> vários mecanismos, os quais, por sua vez, têm vários objetivos<br />

ou abrangem vários conteúdos, segundo os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/diretores da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF <strong>de</strong>sses municípios.<br />

São <strong>de</strong>talhados, a seguir, a clientela das diferentes modalida<strong>de</strong>s,<br />

os objetivos, bem como as instituições que, predomi<strong>na</strong>ntemente, vêm<br />

assumindo os processos <strong>de</strong> capacitação para os profissio<strong>na</strong>is da AB/PSF dos<br />

municípios com população acima <strong>de</strong> 100 mil habitantes.<br />

As modalida<strong>de</strong>s – as fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s<br />

Entre os principais mecanismos ou modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação<br />

assi<strong>na</strong>lados <strong>na</strong>s entrevistas, <strong>de</strong>stacam-se, pela or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> referência com<br />

que foram citados pelos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/diretores <strong>de</strong> AB/PSF:<br />

• o trei<strong>na</strong>mento em serviço, referido por 60,5% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores;<br />

• cursos <strong>de</strong> atualização e/ou <strong>de</strong> aperfeiçoamento, informados por<br />

51,2% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores;<br />

• cursos <strong>de</strong> especialização, referidos por 37,2% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores;<br />

• cursos específicos, como Tecnologia da Informação e Informática,<br />

citados por 23,2% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores;<br />

• cursos <strong>de</strong> pós-graduação (Mestrado e Doutorado, além <strong>de</strong> Residência<br />

Médica), referidos por ape<strong>na</strong>s três coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores;<br />

Dos 86 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF que respon<strong>de</strong>ram o questionário, 25<br />

(29%) não informaram essa questão dos mecanismos <strong>de</strong> capacitação.<br />

Os processos <strong>de</strong> capacitação são <strong>de</strong>senvolvidos com várias fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s,<br />

<strong>de</strong>ntre as quais se <strong>de</strong>stacam a implantação/consolidação <strong>de</strong> programas<br />

(tuberculose, AIDS, <strong>de</strong>ngue, hemodiálise) e o trei<strong>na</strong>mento por áreas<br />

temáticas, abrangendo os Ciclos <strong>de</strong> Vida, a <strong>Atenção</strong> Integrada às Doenças<br />

Prevalentes <strong>na</strong> Infância – AIDPI. Já os cursos <strong>de</strong> atualização têm por<br />

objetivo atualizar ou recuperar práticas profissio<strong>na</strong>is e envolvem vários<br />

conteúdos, entre os quais: acolhimento/humanização; atenção básica;<br />

áreas temáticas/programáticas, como saú<strong>de</strong> mental; doenças prevalentes,<br />

como tuberculose, hanseníase, <strong>de</strong>ngue, DST/AIDS e hepatite; imunização;<br />

planejamento familiar; curativos; feridas, entre outros temas necessários<br />

ao bom <strong>de</strong>sempenho dos profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>.<br />

Cabe ressaltar, ainda, os cursos <strong>de</strong> especialização referidos. Em<br />

primeiro lugar, conforme seria <strong>de</strong> se esperar, pelo apoio fe<strong>de</strong>ral recebido<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da estratégia, a Especialização em Saú<strong>de</strong> da Família, citada<br />

por 16 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores. A seguir, foram citados por 4 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores a<br />

Especialização em Gestão <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Gestão <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da<br />

Família. Também foram citados, por um pequeno número <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores,<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

71


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

o curso <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>lização ou <strong>de</strong> formação técnica para os agentes<br />

comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e processos <strong>de</strong> educação continuada <strong>de</strong>senvolvidos<br />

para os profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>.<br />

Segundo os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, o trei<strong>na</strong>mento em serviço é a modalida<strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong>senvolvida, referida por 60,5% e por 64,5% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

informantes, sem que se verificassem diferenças expressivas entre as respostas<br />

dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores dos municípios pertencentes aos diferentes clusters.<br />

Quando se consi<strong>de</strong>ra essa variável por porte populacio<strong>na</strong>l do município,<br />

i<strong>de</strong>ntifica-se que os profissio<strong>na</strong>is <strong>na</strong> área <strong>de</strong> AB, em sua maioria, foram<br />

capacitados por meio <strong>de</strong> trei<strong>na</strong>mentos em serviço nos municípios <strong>de</strong> portes<br />

1 a 3. Os conteúdos mais abordados, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do porte dos<br />

municípios, disseram respeito aos programas específicos, como os <strong>de</strong><br />

AIDS, tuberculose, <strong>de</strong>ngue etc. Os trei<strong>na</strong>mentos por áreas temáticas, que<br />

acompanham os gran<strong>de</strong>s ciclos <strong>de</strong> vida, vieram em seguida. Em todos os<br />

municípios, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do porte, po<strong>de</strong>-se observar peque<strong>na</strong> participação<br />

<strong>de</strong> conteúdos relacio<strong>na</strong>dos à Tecnologia da Informação e Informática.<br />

Os cursos <strong>de</strong> atualização oferecidos <strong>de</strong>spontam com 53%, 51% e<br />

55% nos municípios <strong>de</strong> portes 1, 2 e 3, respectivamente, ao passo que<br />

nos municípios com mais <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> habitantes (Porte 4) não foi<br />

registrada sua realização. Nos municípios maiores, os cursos <strong>de</strong> atualização<br />

apresentaram perfis mais voltados para conteúdos <strong>de</strong> procedimentos<br />

técnicos, como curativos, feridas, imunização, programas específicos.<br />

Nos municípios menores, a atualização e o aperfeiçoamento incorporaram<br />

conteúdos relacio<strong>na</strong>dos à humanização, ao acolhimento, à capacitação para<br />

a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> em geral.<br />

Consi<strong>de</strong>rando todas as categorias e modalida<strong>de</strong>s/metodologias,<br />

prevaleceu, nos municípios, a afirmação <strong>de</strong> que entre 76% a 100% dos<br />

profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> encontram-se capacitados. No que diz<br />

respeito aos cursos relacio<strong>na</strong>dos às Tecnologias <strong>de</strong> Informação, entretanto,<br />

os percentuais <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is capacitados caíram, em sua gran<strong>de</strong> maioria,<br />

para o intervalo <strong>de</strong> até 25% para as diversas categorias profissio<strong>na</strong>is.<br />

Para a capacitação/atualização dos profissio<strong>na</strong>is do PSF, ainda segundo<br />

esses coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, os gestores municipais utilizam-se <strong>de</strong>:<br />

• cursos, trei<strong>na</strong>mentos ou módulos introdutórios, referidos por 92,7%<br />

dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores informantes;<br />

• trei<strong>na</strong>mentos em serviço, referidos por 90,9%;<br />

• cursos <strong>de</strong> especialização, referidos por 56,3%;<br />

• cursos <strong>de</strong> aperfeiçoamento/atualização, assi<strong>na</strong>lados por 52,7%;<br />

• cursos sobre Ciclos <strong>de</strong> Vida, citados por 41,8%<br />

72 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


A CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A At e n ç ã o BásiCA n A s se C r e tA r i As mUniCiPAis d e sA ú d e<br />

• cursos <strong>de</strong> Tecnologia da Informação e Informática, citados por 16,3%<br />

dos entrevistados.<br />

A residência médica ainda é muito pouco utilizada pelos profissio<strong>na</strong>is,<br />

tendo sido citada ape<strong>na</strong>s por dois coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores.<br />

Como conteúdos dos cursos, além do Introdutório, da Especialização e<br />

do Curso <strong>de</strong> Tecnologia da Informação, cujos objetivos já são <strong>de</strong>vidamente<br />

conhecidos, percebe-se que os <strong>de</strong>mais processos <strong>de</strong> capacitação, utilizandose<br />

<strong>de</strong> várias metodologias, objetivam o aperfeiçoamento/atualização dos<br />

profissio<strong>na</strong>is em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos temas, processos, doenças prevalentes, em<br />

problemas característicos dos diferentes ciclos <strong>de</strong> vida, implantação/revisão<br />

<strong>de</strong> programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, entre outros.<br />

Consi<strong>de</strong>rando-se a importância do Trei<strong>na</strong>mento Introdutório e do Curso<br />

<strong>de</strong> Especialização para a viabilização da estratégia <strong>de</strong> organização da <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong> e da orientação dos gestores do SUS para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sse<br />

processo, dar-se-á uma ênfase <strong>na</strong> <strong>de</strong>scrição, referida pelos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores da<br />

AB/PSF, sobre a cobertura dos profissio<strong>na</strong>is da equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família<br />

pelo Trei<strong>na</strong>mento Introdutório.<br />

Também se fará uma <strong>de</strong>scrição do Curso <strong>de</strong> Especialização em Saú<strong>de</strong><br />

da Família, tendo em vista a orientação e o incentivo do gestor fe<strong>de</strong>ral a essa<br />

especialização, consi<strong>de</strong>rada estratégica para a implantação/consolidação da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> em todo o território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Curso/trei<strong>na</strong>mento/módulo introdutório<br />

A gran<strong>de</strong> maioria dos diretores/coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF dos<br />

municípios dos 4 portes e dos 6 clusters informou a realização <strong>de</strong>ssa<br />

modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capacitação para os profissio<strong>na</strong>is integrantes das equipes<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família.<br />

Quando se consi<strong>de</strong>ram os diferentes profissio<strong>na</strong>is e os percentuais <strong>de</strong><br />

cobertura com esse Módulo Introdutório, <strong>de</strong> acordo com a informação dos<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, nota-se em ele variam pouco segundo a categoria profissio<strong>na</strong>l<br />

e segundo o porte e o cluster do município, conforme se segue:<br />

• Segundo 6% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, o Módulo Introdutório capacita 25%<br />

dos médicos; para 18% <strong>de</strong>les, atinge <strong>de</strong> 26% a 50% dos médicos;<br />

conforme 8% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, <strong>de</strong> 51% a 75% dos médicos<br />

foram capacitados com o Trei<strong>na</strong>mento Introdutório e, segundo 62%<br />

dos informantes, essa modalida<strong>de</strong> atinge <strong>de</strong> 76% a 100% <strong>de</strong>ssa<br />

categoria profissio<strong>na</strong>l;<br />

• Segundo 4% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/diretores, o Módulo Introdutório<br />

capacita até 25% dos enfermeiros; para 12% <strong>de</strong>les, a cobertura<br />

é <strong>de</strong> 26% a 50%; para 14%, <strong>de</strong> 51% a 75% dos enfermeiros<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

73


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

tiveram esse tipo <strong>de</strong> capacitação e, segundo a informação <strong>de</strong> 64%<br />

dos diretores/coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF, <strong>de</strong> 76% a 100% dos<br />

enfermeiros receberam essa capacitação;<br />

• Já em relação aos auxiliares <strong>de</strong> enfermagem, a capacitação nessa<br />

modalida<strong>de</strong> aumenta proporcio<strong>na</strong>lmente ao crescimento dos portes<br />

dos municípios. Para 10% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, até 25% dos auxiliares<br />

das equipes são capacitados com o Introdutório; outros 10% referem<br />

que entre 26% e 50% dos auxiliares freqüentaram esse trei<strong>na</strong>mento;<br />

12% informam que entre 51% e 75% <strong>de</strong>sses profissio<strong>na</strong>is cursaram<br />

o Introdutório e, para 56% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores entrevistados, <strong>de</strong><br />

76% a 100% dos auxiliares <strong>de</strong> enfermagem foram incluídos no<br />

Introdutório;<br />

• Quanto aos agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, ape<strong>na</strong>s 1 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor<br />

revela que ape<strong>na</strong>s 25% dos agentes do município fizeram o<br />

Introdutório; 8% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores afirmam que entre 26% e 50%<br />

dos agentes das equipes dos respectivos municípios participaram do<br />

Introdutório; outros 8% informam que <strong>de</strong> 51% a 75% dos agentes<br />

comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> freqüentaram o Trei<strong>na</strong>mento Introdutório, ao<br />

passo que a gran<strong>de</strong> maioria dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF (74%)<br />

assume que <strong>de</strong> 76% a 100% dos agentes dos seus respectivos<br />

municípios foram capacitados, no início da atuação no PSF, com<br />

essa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trei<strong>na</strong>mento;<br />

• Para os <strong>de</strong>ntistas e auxiliares <strong>de</strong> consultório <strong>de</strong>ntário, o número<br />

<strong>de</strong> referências foi bem menor: 56% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/<br />

PSF referiram a cobertura do Introdutório para essas categorias<br />

profissio<strong>na</strong>is. Uma justificativa para esse fato po<strong>de</strong> ser a inexistência<br />

<strong>de</strong> equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal em todas as equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família.<br />

Assim, 6% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores informam que até 25% <strong>de</strong>sses<br />

profissio<strong>na</strong>is freqüentaram o Introdutório; 12% consi<strong>de</strong>ram que <strong>de</strong><br />

26% a 50% <strong>de</strong>sses profissio<strong>na</strong>is estão capacitados nessa introdução<br />

ao PSF; 6% afirmam que o percentual <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> odontologia<br />

com o Introdutório está entre 51% e 75%; e 20% consi<strong>de</strong>ram que<br />

<strong>de</strong> 76% a 100% dos profissio<strong>na</strong>is da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal do PSF<br />

foram capacitados por esse trei<strong>na</strong>mento.<br />

O Curso <strong>de</strong> Especialização em Saú<strong>de</strong> da Família<br />

Conforme se referiu acima, 31 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/diretores <strong>de</strong> AB/PSF<br />

(56,3% dos informantes para os quais a questão se aplicava) indicaram que<br />

os profissio<strong>na</strong>is das equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família têm sido capacitados através<br />

<strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> especialização. Isso significa um sucesso da política oficial <strong>de</strong><br />

apoio à pós-graduação lato sensu dos profissio<strong>na</strong>is da estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da<br />

74 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


A CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A At e n ç ã o BásiCA n A s se C r e tA r i As mUniCiPAis d e sA ú d e<br />

Família. As maiores referências a essa situação vêm dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores dos<br />

municípios incluídos nos clusters 5 e 6, ou seja, nos municípios com mais <strong>de</strong><br />

100 mil habitantes que dispõem <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> média complexida<strong>de</strong><br />

e indicadores sociais mais favoráveis e <strong>na</strong>queles que têm alta complexida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> e indicadores sociais mais favoráveis.<br />

Assim é que, dos 31 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores que referiram curso <strong>de</strong><br />

especialização para os profissio<strong>na</strong>is das equipes do PSF, essa manifestação<br />

surgiu <strong>de</strong> 28% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios do Cluster 1; 31,5% dos<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios <strong>de</strong> Cluster 2; 33,3% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong><br />

municípios <strong>de</strong> Cluster 3; 42,8 %, <strong>de</strong> Cluster 4; 40%, <strong>de</strong> Cluster 5 e 61,5%,<br />

<strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF <strong>de</strong> municípios incluídos <strong>na</strong> classificação <strong>de</strong><br />

Cluster 6.<br />

Quando se relacio<strong>na</strong>m os diferentes profissio<strong>na</strong>is e o acesso a cursos <strong>de</strong><br />

especialização, segundo informação dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB <strong>de</strong> municípios<br />

com PSF, a situação é a que se segue:<br />

• Para 39,6% <strong>de</strong>sses informantes (21 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores), até 50% dos<br />

médicos das equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família dos seus municípios<br />

tiveram oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> curso <strong>de</strong> especialização;<br />

já 9,4% informaram que entre 76% e 100% <strong>de</strong>sses profissio<strong>na</strong>is<br />

possuem o título <strong>de</strong> especialista.<br />

• Em relação ao enfermeiro, 33,9% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios<br />

com PSF informam que até 50% <strong>de</strong>sses profissio<strong>na</strong>is cursaram a<br />

especialização; para 15,1%, <strong>de</strong> 51% a 75% dos enfermeiros são<br />

especialistas; já 7,6% dos informantes revelam que, em seus<br />

municípios, <strong>de</strong> 76% a 100% dos enfermeiros freqüentaram o curso<br />

<strong>de</strong> especialização.<br />

• O contingente <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong>ntistas que têm curso <strong>de</strong><br />

especialização é bem menor, segundo os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores. Assim,<br />

18,8% dos informantes afirmam que até 50% dos odontólogos<br />

têm curso <strong>de</strong> especialização; ape<strong>na</strong>s 2 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores (3,7% dos<br />

informantes) revelam que <strong>de</strong> 51% a 100% dos <strong>de</strong>ntistas dos seus<br />

respectivos municípios cursaram essa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pós-graduação<br />

lato sensu.<br />

Essa situação dos <strong>de</strong>ntistas po<strong>de</strong> estar relacio<strong>na</strong>da com o fato <strong>de</strong><br />

esses profissio<strong>na</strong>is terem sido incluídos recentemente nos cursos <strong>de</strong><br />

especialização, os quais, inicialmente, ape<strong>na</strong>s previam a participação <strong>de</strong><br />

médicos e enfermeiros.<br />

Cabe ressaltar a conclusão <strong>de</strong> que os processos <strong>de</strong> capacitação<br />

nos municípios estudados têm como clientela, predomi<strong>na</strong>ntemente, os<br />

profissio<strong>na</strong>is do núcleo consi<strong>de</strong>rado classicamente central da assistência<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

75


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

à saú<strong>de</strong>. Os <strong>de</strong>mais profissio<strong>na</strong>is que atuam <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, que<br />

possibilitariam, inclusive, uma abordagem interdiscipli<strong>na</strong>r <strong>na</strong> saú<strong>de</strong>, não<br />

são contemplados nos processos <strong>de</strong> capacitação.<br />

As instituições que capacitam<br />

As instituições que garantem a capacitação dos profissio<strong>na</strong>is da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF foram referidas pelos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores nessa or<strong>de</strong>m: a<br />

Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, a Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>, o Pólo<br />

<strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>, as universida<strong>de</strong>s públicas e privadas,<br />

Escolas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, Núcleos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva, ONG/OSCIP, entre<br />

outras instituições.<br />

As instituições responsáveis por trei<strong>na</strong>mento em serviço voltado aos<br />

profissio<strong>na</strong>is envolvidos com a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> apontadas pelos municípios<br />

<strong>de</strong> portes 1, 2 e 3 foram as Secretarias Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (63%, 54% e<br />

66%, respectivamente). A Secretaria Estadual, citada em segundo lugar,<br />

foi mais prevalente nos municípios menores – 24%, 15%, 11% e 0%, nos<br />

portes 1, 2, 3 e 4, respectivamente.<br />

O mesmo padrão se repetiu em relação às universida<strong>de</strong>s (22%,<br />

9%, 1% e 0%). A capacitação por meio da abordagem dos conteúdos dos<br />

programas específicos foi bastante utilizada (66%, 57%, 66% e 66%),<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do porte dos municípios, tanto pelas Secretarias<br />

Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (49%, 48%, 55% e 66%), quanto pelas Secretarias<br />

Estaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, esta mencio<strong>na</strong>da ape<strong>na</strong>s pelos municípios dos três<br />

primeiros portes (44%, 36%, 55%). Os pólos (com 14%, 18% e 33%)<br />

foram menos apontados.<br />

Já em relação ao Programa Saú<strong>de</strong> da Família, a modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

capacitação trei<strong>na</strong>mento em serviço foi referida por 50 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, ou<br />

seja, por quase todos os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios que atuam com a<br />

estratégia.<br />

Pela modalida<strong>de</strong> trei<strong>na</strong>mento em serviço, também a gran<strong>de</strong> responsável<br />

é a própria Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, que assume, <strong>na</strong> maioria das vezes,<br />

os processos – 50% das referências (43 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores) – e, também, a<br />

gran<strong>de</strong> maioria das modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>das à implantação/<br />

atualização <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Em seguida, são referidos a Secretaria<br />

Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (40,7% das citações – 35 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores) e o Pólo <strong>de</strong><br />

Educação Permanente (17,4% – 15 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores).<br />

As universida<strong>de</strong>s, as Escolas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, os Núcleos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Coletiva, as ONG/OSCIP e outras instituições não parecem ter, pela<br />

manifestação dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, expressão importante <strong>na</strong>s modalida<strong>de</strong>s<br />

76 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


A CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A At e n ç ã o BásiCA n A s se C r e tA r i As mUniCiPAis d e sA ú d e<br />

<strong>de</strong> capacitação dos profissio<strong>na</strong>is para implantação/atualização <strong>de</strong> programas<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Para os profissio<strong>na</strong>is das equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, as manifestações<br />

dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores são as que se seguem:<br />

• No trei<strong>na</strong>mento introdutório para o trabalho <strong>na</strong> estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da<br />

Família, a instituição mais atuante a própria Secretaria Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>, fato relatado pela gran<strong>de</strong> maioria dos entrevistados (73,1%).<br />

A Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> aparece mencio<strong>na</strong>da em segundo<br />

lugar, citada por 50% dos entrevistados. Os Pólos <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente aparecem em terceiro lugar, citados por 26,9% dos<br />

entrevistados, e as universida<strong>de</strong>s são citadas por 15,3%.<br />

• Já a modalida<strong>de</strong> trei<strong>na</strong>mento em serviço é prioritariamente<br />

executada pelas próprias Secretarias Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, pelos<br />

gestores municipais do SUS – citados por 95,8% dos informantes.<br />

• A Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> é citada como responsável<br />

pela modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trei<strong>na</strong>mento em serviço por 18,75% dos<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores entrevistados para os quais se aplicava a questão.<br />

• Para os 28 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores que indicaram cursos <strong>de</strong> aperfeiçoamento,<br />

57,14% referem ser essa iniciativa da própria SMS; 35,7% indicaram<br />

a SES; 35,7%, os pólos e 25%, as universida<strong>de</strong>s.<br />

• Quanto às instituições responsáveis pelos cursos <strong>de</strong> especialização,<br />

como seria <strong>de</strong> se esperar, são os pólos e as universida<strong>de</strong>s os mais<br />

citados pelos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores: 50% e 61,7%, respectivamente.<br />

Quando essa variável é <strong>de</strong>scrita levando em consi<strong>de</strong>ração o porte do<br />

município, a situação é a seguinte:<br />

• Os trei<strong>na</strong>mentos introdutórios contam com gran<strong>de</strong> participação das<br />

Secretarias Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SMS) <strong>na</strong> sua realização, chegando<br />

a 100% <strong>de</strong> manifestações por parte dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores do PSF dos<br />

municípios <strong>de</strong> portes 3 e 4. Os municípios menores, <strong>de</strong> portes 1 e 2,<br />

registraram uma participação <strong>de</strong> 77% e 58%, respectivamente.<br />

o As Secretarias Estaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> estão mais presentes<br />

nos municípios menores: 58%, 47%, 40% e sem qualquer<br />

participação, nos portes 1, 2, 3 e 4, respectivamente.<br />

o Os Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> tiveram reconhecimentos<br />

diversificados: 25% <strong>de</strong> participação <strong>na</strong> capacitação nos municípios<br />

<strong>de</strong> Porte 1; 31% nos <strong>de</strong> Porte 2; 40% nos municípios <strong>de</strong> Porte 3<br />

e nenhuma participação nos <strong>de</strong> Porte 4.<br />

• Para os trei<strong>na</strong>mentos em serviço, igualmente os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

<strong>de</strong> PSF apontaram uma participação <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque para as SMS,<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

77


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

chegando a 100% das manifestações nos municípios <strong>de</strong> portes 2, 3<br />

e 4, e a 31% nos <strong>de</strong> Porte 1. Nessa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capacitação, as<br />

SES também se fizeram mais presentes nos municípios menores,<br />

com 24% e 19% das manifestações <strong>na</strong>queles <strong>de</strong> portes 1 e 2 e<br />

nenhuma manifestação nos municípios dos <strong>de</strong>mais portes.<br />

On<strong>de</strong> são realizadas as capacitações<br />

Os municípios sediam a maior parte das capacitações <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>das aos<br />

profissio<strong>na</strong>is da AB/PSF, sendo essas realizadas, majoritariamente, fora<br />

das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> – em 56%, 54%, 55% e 66% das vezes, para os<br />

municípios <strong>de</strong> portes 1, 2, 3 e 4, respectivamente.<br />

As Direções Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência dos municípios<br />

entrevistados têm um papel maior <strong>na</strong> capacitação das cida<strong>de</strong>s menores,<br />

papel esse que vai <strong>de</strong>crescendo conforme aumenta o porte populacio<strong>na</strong>l<br />

do município. Os municípios apresentaram 43%, 27%, 11% e 0% <strong>de</strong><br />

manifestações nesse sentido nos portes 1, 2, 3 e 4, respectivamente.<br />

A realização <strong>de</strong> cursos em outra regio<strong>na</strong>l do Estado foi citada por<br />

14,5% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores informantes. Já a capital do Estado foi referida<br />

por 32,7% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores que respon<strong>de</strong>ram.<br />

Não se observou diferença entre os municípios quando classificados<br />

por cluster.<br />

A suficiência e a a<strong>de</strong>quação dos processos <strong>de</strong> capacitação<br />

Os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/diretores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF dos municípios<br />

investigados, qualquer que seja o porte ou a classificação que se consi<strong>de</strong>re,<br />

são quase unânimes <strong>na</strong> afirmação <strong>de</strong> que os processos <strong>de</strong> capacitação, em<br />

sua maioria e para a maioria dos profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, quando<br />

ocorrem, são a<strong>de</strong>quados.<br />

Entretanto, existe quase u<strong>na</strong>nimida<strong>de</strong>, também, <strong>na</strong> afirmação<br />

<strong>de</strong> que são insuficientes para cobrir as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> organização e<br />

garantia da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à população. Também para a gran<strong>de</strong> maioria<br />

dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e PSF <strong>de</strong> municípios que trabalham<br />

com a estratégia, os processos, em sua maioria, são a<strong>de</strong>quados, porém<br />

insuficientes.<br />

Para os <strong>de</strong>mais profissio<strong>na</strong>is, ou seja, aqueles que não os que integram<br />

a equipe básica do PSF (assistente social, psicólogo, fonoaudiólogo, entre<br />

outros), a situação é mais crítica em termos <strong>de</strong> suficiência e <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação.<br />

Conforme já se referiu, praticamente inexistem processos <strong>de</strong> capacitação<br />

ou <strong>de</strong> educação continuada para esses profissio<strong>na</strong>is.<br />

78 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


A CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A At e n ç ã o BásiCA n A s se C r e tA r i As mUniCiPAis d e sA ú d e<br />

Os entraves à capacitação dos profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF<br />

Os entraves à capacitação dos profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF<br />

indicados pelos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores entrevistados serão aqui <strong>de</strong>talhados por<br />

porte e por cluster do respectivo município <strong>de</strong> atuação, por ser esta uma<br />

informação muito importante para os gestores da estratégia e do SUS, tendo<br />

em vista a política <strong>de</strong> capacitação para reorganização da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>.<br />

Esses entraves serão aqui apresentados iniciando-se pelo mais citado até<br />

o <strong>de</strong> menor citação, observando-se que um mesmo coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor po<strong>de</strong> ter<br />

assi<strong>na</strong>lado mais <strong>de</strong> uma dificulda<strong>de</strong>.<br />

Porte 1<br />

• 34% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores indicaram oferta insuficiente <strong>de</strong> cursos<br />

(comum aos portes 1, 2 e 3);<br />

• 31% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores indicaram falta <strong>de</strong> planejamento integrado<br />

da capacitação com o funcio<strong>na</strong>mento das equipes (comum aos portes<br />

1, 2, 3 e 4);<br />

• 26% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores indicaram falta <strong>de</strong> vagas nos cursos (comum<br />

aos portes 1, 2, 3 e 4);<br />

• 12% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores indicaram conteúdo i<strong>na</strong><strong>de</strong>quado às<br />

necessida<strong>de</strong>s das equipes (comum aos portes 1, 2 e 3).<br />

Porte 2<br />

• 33% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores indicaram falta <strong>de</strong> vagas nos cursos;<br />

• 27% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores indicaram oferta insuficiente <strong>de</strong> cursos;<br />

• 24% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores indicaram falta <strong>de</strong> planejamento integrado<br />

da capacitação com o funcio<strong>na</strong>mento das equipes;<br />

• 21% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores indicaram conteúdo i<strong>na</strong><strong>de</strong>quado às<br />

necessida<strong>de</strong>s das equipes.<br />

Porte 3<br />

• 22% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores indicaram falta <strong>de</strong> vagas nos cursos;<br />

• 22% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores indicaram oferta insuficiente <strong>de</strong> cursos;<br />

• 22% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores indicaram falta <strong>de</strong> planejamento integrado<br />

da capacitação com o funcio<strong>na</strong>mento das equipes;<br />

• 22% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores indicaram conteúdo i<strong>na</strong><strong>de</strong>quado às<br />

necessida<strong>de</strong>s das equipes.<br />

Porte 4<br />

• 33% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores indicaram falta <strong>de</strong> vagas nos cursos;<br />

• 33% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores indicaram falta <strong>de</strong> planejamento integrado<br />

da capacitação com o funcio<strong>na</strong>mento das equipes.<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

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CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Adicio<strong>na</strong>lmente, foram citados outros entraves, como “alta rotativida<strong>de</strong><br />

dos profissio<strong>na</strong>is das equipes <strong>de</strong> PSF”, “<strong>de</strong>ficiências <strong>na</strong>s estratégias <strong>de</strong><br />

divulgação dos cursos”, “dificulda<strong>de</strong> em retirar os profissio<strong>na</strong>is do atendimento<br />

para capacitá-los no horário <strong>de</strong> trabalho”, “falta <strong>de</strong> recursos fi<strong>na</strong>nceiros”,<br />

“falta <strong>de</strong> recursos humanos”, “falta <strong>de</strong> vagas nos cursos disponíveis/não<br />

houve cursos disponíveis”, “dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos locais on<strong>de</strong> os cursos<br />

eram ministrados”.<br />

Para os que se manifestaram, consi<strong>de</strong>rou-se o posicio<strong>na</strong>mento<br />

segundo clusters. Quando se consi<strong>de</strong>ra cada um dos 6 clusters em que se<br />

caracterizaram os municípios, temos:<br />

Cluster 1:<br />

1. oferta insuficiente <strong>de</strong> cursos: 58,3%<br />

2. falta <strong>de</strong> planejamento entre a capacitação e o funcio<strong>na</strong>mento das<br />

equipes: 58,3%<br />

3. falta <strong>de</strong> vagas nos cursos: 50%<br />

4. conteúdo i<strong>na</strong><strong>de</strong>quado às necessida<strong>de</strong>s: 41,6%<br />

5. outros entraves: 33,3%<br />

Para os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF <strong>de</strong>sse grupo <strong>de</strong> municípios, os outros<br />

entraves referem-se, em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> citações, a:<br />

• alta rotativida<strong>de</strong> dos profissio<strong>na</strong>is das equipes do PSF;<br />

• dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos locais on<strong>de</strong> os cursos eram ministrados;<br />

• dificulda<strong>de</strong> em retirar os profissio<strong>na</strong>is para capacitação em horário<br />

<strong>de</strong> atendimento;<br />

• falta <strong>de</strong> recursos humanos.<br />

Cluster 2:<br />

1. oferta insuficiente <strong>de</strong> cursos: 70%<br />

2. falta <strong>de</strong> vagas nos cursos: 60%<br />

3. falta <strong>de</strong> planejamento entre a capacitação e o funcio<strong>na</strong>mento das<br />

equipes: 40%<br />

4. conteúdo i<strong>na</strong><strong>de</strong>quado às necessida<strong>de</strong>s: 20%<br />

5. outros entraves: 40%<br />

Para os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF <strong>de</strong>sse grupo <strong>de</strong> municípios, os outros<br />

entraves referem-se, em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> citações, a:<br />

• dificulda<strong>de</strong> em retirar os profissio<strong>na</strong>is para capacitação em horário<br />

<strong>de</strong> atendimento;<br />

• <strong>de</strong>ficiências <strong>na</strong>s estratégias <strong>de</strong> divulgação dos cursos.<br />

80 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


A CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A At e n ç ã o BásiCA n A s se C r e tA r i As mUniCiPAis d e sA ú d e<br />

Cluster 3:<br />

1. falta <strong>de</strong> vagas nos cursos: 100%<br />

2. oferta insuficiente ou inexistência <strong>de</strong> cursos: 62,5%<br />

3. conteúdo i<strong>na</strong><strong>de</strong>quado às necessida<strong>de</strong>s: 25%<br />

4. falta <strong>de</strong> planejamento entre a capacitação e o funcio<strong>na</strong>mento das<br />

equipes: 25%<br />

5. outros entraves: 50%<br />

Para os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF <strong>de</strong>sse grupo <strong>de</strong> municípios, os outros<br />

entraves referem-se, em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> citações, a:<br />

• dificulda<strong>de</strong> em retirar os profissio<strong>na</strong>is para capacitação em horário<br />

<strong>de</strong> atendimento;<br />

• falta <strong>de</strong> recursos fi<strong>na</strong>nceiros.<br />

Cluster 4:<br />

1. falta <strong>de</strong> planejamento entre a capacitação e o funcio<strong>na</strong>mento das<br />

equipes: 40%<br />

2. oferta insuficiente <strong>de</strong> cursos: 40%<br />

3. outros entraves: 80%<br />

Para os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF <strong>de</strong>sse grupo <strong>de</strong> municípios, os outros<br />

entraves referem-se à dificulda<strong>de</strong> em retirar os profissio<strong>na</strong>is para capacitação<br />

em horário <strong>de</strong> atendimento.<br />

Cluster 5:<br />

1. falta <strong>de</strong> planejamento entre a capacitação e o funcio<strong>na</strong>mento das<br />

equipes: 50%<br />

2. conteúdo i<strong>na</strong><strong>de</strong>quado às necessida<strong>de</strong>s: 50%<br />

3. oferta insuficiente <strong>de</strong> cursos: 37,5 %<br />

4. falta <strong>de</strong> vagas nos cursos: 37,5%<br />

5. outros entraves: 37,5%<br />

Para os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF <strong>de</strong>sse grupo <strong>de</strong> municípios, os outros<br />

entraves referem-se à falta <strong>de</strong> recursos fi<strong>na</strong>nceiros.<br />

Cluster 6:<br />

1. falta <strong>de</strong> planejamento entre a capacitação e o funcio<strong>na</strong>mento das<br />

equipes: 41,7%<br />

2. oferta insuficiente <strong>de</strong> cursos: 16,7%<br />

3. falta <strong>de</strong> vagas nos cursos: 16,7 %<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

81


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

4. conteúdo i<strong>na</strong><strong>de</strong>quado às necessida<strong>de</strong>s: 8,3%<br />

5. outros entraves: 41,7%<br />

Para os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF <strong>de</strong>sse grupo <strong>de</strong> municípios, os outros<br />

entraves referem-se, em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> citações, a:<br />

• alta rotativida<strong>de</strong> dos profissio<strong>na</strong>is das equipes do PSF;<br />

• <strong>de</strong>ficiência <strong>na</strong>s estratégias <strong>de</strong> divulgação dos cursos;<br />

• dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos locais on<strong>de</strong> acontecem os cursos;<br />

• dificulda<strong>de</strong> em retirar os profissio<strong>na</strong>is para capacitação em horário<br />

<strong>de</strong> atendimento.<br />

Em síntese, os entraves apontados pelos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF que<br />

respon<strong>de</strong>ram, ou para os quais se aplicava a questão, sem distinção <strong>de</strong> porte<br />

ou <strong>de</strong> cluster em que seja caracterizado o município, dizem respeito a:<br />

1. oferta insuficiente ou inexistência <strong>de</strong> cursos: 47,3%<br />

2. falta <strong>de</strong> vagas nos cursos: 45,4%<br />

3. falta <strong>de</strong> planejamento entre a capacitação e o funcio<strong>na</strong>mento das<br />

equipes: 43,6%<br />

4. conteúdo i<strong>na</strong><strong>de</strong>quado às necessida<strong>de</strong>s: 25,4%<br />

5. outros entraves: 45,4%<br />

Para o total dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> AB/PSF que respon<strong>de</strong>ram ou para<br />

os quais se aplicava a questão, os outros entraves referem-se, em or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> citações, a:<br />

• dificulda<strong>de</strong> em retirar os profissio<strong>na</strong>is para capacitação em horário<br />

<strong>de</strong> atendimento: 29,2%<br />

• alta rotativida<strong>de</strong> dos profissio<strong>na</strong>is das equipes do PSF: 12,5%<br />

• falta <strong>de</strong> recursos fi<strong>na</strong>nceiros: 12,5%<br />

• <strong>de</strong>ficiência <strong>na</strong>s estratégias <strong>de</strong> divulgação dos cursos: 8,3%<br />

• dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos locais on<strong>de</strong> os cursos eram ministrados:<br />

8,3%<br />

• falta <strong>de</strong> recursos humanos: 4,2%<br />

Ainda nesse último grupo, <strong>de</strong> outros entraves, 2 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

informaram que não houve entraves e 3 <strong>de</strong>les disseram que não houve<br />

capacitação.<br />

Principais problemas ocorridos <strong>na</strong> capacitação dos profissio<strong>na</strong>is da AB/PSF<br />

nos últimos anos<br />

Os posicio<strong>na</strong>mentos em relação a essas questões confirmam as<br />

informações já apresentadas sobre os entraves à capacitação.<br />

82 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


A CAPAC itAção d e re C U r s o s hU m A n o s PA r A At e n ç ã o BásiCA n A s se C r e tA r i As mUniCiPAis d e sA ú d e<br />

Dos 55 coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores que se manifestaram sobre a questão, 31%<br />

referem, como principal problema ocorrido <strong>na</strong> capacitação, dificulda<strong>de</strong>s em<br />

afastar os profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> sua jor<strong>na</strong>da diária <strong>na</strong>s unida<strong>de</strong>s, principalmente<br />

os profissio<strong>na</strong>is médicos. Essa dificulda<strong>de</strong> é mais citada pelos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

<strong>de</strong> municípios maiores.<br />

Em segundo lugar aparecem as dificulda<strong>de</strong>s expressas por 18% dos<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores: operacio<strong>na</strong>lizar o conteúdo das capacitações <strong>na</strong> roti<strong>na</strong><br />

diária das unida<strong>de</strong>s, ou seja, a existência <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompasso entre a teoria<br />

apresentada nos cursos e a prática profissio<strong>na</strong>l do dia-a-dia, além do número<br />

insuficiente <strong>de</strong> cursos oferecidos.<br />

Também foram referidas a perda <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is que já haviam sido<br />

capacitados e a alta rotativida<strong>de</strong> dos profissio<strong>na</strong>is das equipes.<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

83


COnSIDERAçÕES FInAIS<br />

Alguns Desafios, Algumas Questões<br />

Sem a pretensão <strong>de</strong> esgotar o assunto, i<strong>de</strong>ntificamos, a partir das<br />

informações fornecidas pelos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores/diretores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/<br />

PSF, algumas questões e <strong>de</strong>safios relacio<strong>na</strong>dos com a capacitação <strong>de</strong> recursos<br />

humanos tendo em vista o fortalecimento da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong>.<br />

As características abaixo relacio<strong>na</strong>das apontam que, paralelamente<br />

aos resultados sistemáticos e, até certo ponto, homogêneos encontrados, a<br />

heterogeneida<strong>de</strong> dos municípios em relação ao porte, organização por cluster ou<br />

características econômico-sociais revela ou orienta a singularida<strong>de</strong> das condições<br />

<strong>de</strong> capacitação dos seus quadros, em cada um dos 61 municípios estudados,<br />

os quais, juntos, concentram 70% da população <strong>de</strong> todo o Estado.<br />

Assim, em primeiro lugar, a evidência <strong>de</strong> que nos municípios <strong>de</strong><br />

menor porte (1 e 2) apresenta-se uma diversificação maior das profissões<br />

envolvidas com a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF do que<br />

nos municípios maiores: enquanto nos <strong>de</strong> Porte 1 há 9 diferentes categorias<br />

profissio<strong>na</strong>is, nos municípios <strong>de</strong> Porte 2 há 8, nos <strong>de</strong> Porte 3 há 4 e, nos <strong>de</strong><br />

Porte 4, ape<strong>na</strong>s 2 profissões são apontadas.<br />

Os conteúdos mais abordados nos processos <strong>de</strong> capacitação,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do porte dos municípios, disseram respeito aos<br />

programas específicos, como os <strong>de</strong> AIDS, tuberculose, <strong>de</strong>ngue etc. Os<br />

trei<strong>na</strong>mentos por áreas temáticas que acompanham os gran<strong>de</strong>s ciclos vitais<br />

vieram em seguida. Nos municípios <strong>de</strong> todos os portes po<strong>de</strong>-se observar<br />

peque<strong>na</strong> participação <strong>de</strong> conteúdos relacio<strong>na</strong>dos a Tecnologias da Informação<br />

e Informática.<br />

A se<strong>de</strong> do município é o local on<strong>de</strong> mais ocorrem os processos <strong>de</strong><br />

capacitação. A própria UBS é pouco utilizada com esse objetivo específico.<br />

A i<strong>na</strong><strong>de</strong>quação dos conteúdos dos cursos às necessida<strong>de</strong>s da prática das<br />

equipes foi citada como entrave mais nos municípios <strong>de</strong> portes 3 e 4 (com<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

85


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

44% e 33%), do que nos <strong>de</strong> portes 1 e 2 (10% e 15%, respectivamente).<br />

A dificulda<strong>de</strong> mais expressiva, entretanto, para todos os portes, localiza-se<br />

<strong>na</strong> falta <strong>de</strong> planejamento integrado da capacitação com o funcio<strong>na</strong>mento das<br />

equipes, citada por 41% dos municípios <strong>de</strong> Porte 1, 36% dos <strong>de</strong> Porte 2, 55%<br />

dos municípios <strong>de</strong> Porte 3 e 66% dos <strong>de</strong> Porte 4. Confirma essa afirmativa o<br />

fato <strong>de</strong> 67% dos municípios <strong>de</strong> Porte 3, 53% dos <strong>de</strong> Porte 2, 46% dos <strong>de</strong> Porte<br />

4 e 35% dos <strong>de</strong> Porte 1 apontarem que retirar os profissio<strong>na</strong>is do atendimento<br />

para capacitá-los no horário <strong>de</strong> trabalho é um fator que interfere negativamente<br />

<strong>na</strong> <strong>de</strong>cisão para a capacitação dos profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>.<br />

Os cursos <strong>de</strong> atualização, nos municípios maiores, apresentaram perfis<br />

mais voltados para conteúdos <strong>de</strong> procedimentos técnicos, como curativos, feridas,<br />

imunização, programas específicos. Nos municípios menores, a atualização e<br />

o aperfeiçoamento incorporaram conteúdos relacio<strong>na</strong>dos à humanização, ao<br />

acolhimento e à capacitação para a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> em geral.<br />

Essas afirmações apontam para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver e<br />

incorporar tecnologias que tomem o ambiente <strong>de</strong> trabalho como espaço<br />

privilegiado do processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem, <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver e incorporar<br />

metodologias <strong>de</strong> ação-reflexão-ação para todos os processos <strong>de</strong> capacitação,<br />

para todas as modalida<strong>de</strong>s. Assim, além das outras vantagens, essa metodologia,<br />

<strong>na</strong> medida das necessida<strong>de</strong>s colocadas pelo processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem,<br />

conduz à organização dos serviços, paralelamente ao processo pedagógico.<br />

A composição das equipes envolvidas <strong>na</strong> AB/PSF e o perfil dos cursos<br />

oferecidos parecem apontar para dois aspectos principais. Primeiro, que os<br />

cursos padronizados por ciclos vitais e por programas temáticos ten<strong>de</strong>m a<br />

respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma limitada à especificida<strong>de</strong> dos conteúdos técnicos das equipes,<br />

configuradas <strong>de</strong> formas tão heterogêneas. Entretanto, a capacitação voltada<br />

<strong>de</strong> forma específica para as diferentes categorias profissio<strong>na</strong>is e centrada em<br />

conteúdos técnicos não garante, por si, a compreensão das situações do cotidiano<br />

do processo <strong>de</strong> trabalho das equipes, o trabalho interdiscipli<strong>na</strong>r <strong>na</strong> AB/PSF, que<br />

requerem a superação da antiga proposição <strong>de</strong> prática profissio<strong>na</strong>l individual e<br />

centrada exclusivamente <strong>na</strong> doença.<br />

Nesse sentido, chama a atenção a escassa referência a processos <strong>de</strong><br />

capacitação para o conjunto dos profissio<strong>na</strong>is que atuam <strong>na</strong>s UBS clássicas<br />

e <strong>na</strong>quelas chamadas <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, o que realmente se<br />

constitui em problema quando se almeja a reversão do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção<br />

e a reorganização da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>.<br />

Consi<strong>de</strong>rando-se que a qualificação da prestação da AB/PSF <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> não<br />

ape<strong>na</strong>s do processo <strong>de</strong> trabalho que se dá no interior das equipes <strong>de</strong> referência,<br />

mas também das especialida<strong>de</strong>s, das estruturas <strong>de</strong> gestão nos municípios e<br />

86 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Co n s i d e r A ç õ e s FinAis – Al g U n s <strong>de</strong> s A F i o s, Al g U m A s QUestões<br />

Estados, da supervisão das equipes, do uso das informações para a tomada<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, da continuida<strong>de</strong> da atenção nos <strong>de</strong>mais níveis <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>,<br />

incluindo-se o apoio das equipes matriciais, po<strong>de</strong>-se indicar como um entrave<br />

o fato, revelado pelos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores da AB/PSF, <strong>de</strong> que, <strong>de</strong> maneira geral, a<br />

capacitação pouco atingiu as categorias <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntistas e auxiliares <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntista,<br />

assistente social, psicólogo, fonoaudiólogo e outros, provavelmente por não<br />

pertencerem à equipe mínima.<br />

Espera-se que uma abordagem diferenciada, voltada para a construção <strong>de</strong><br />

soluções próprias no cotidiano do trabalho, tendo como protagonistas a equipe<br />

<strong>de</strong> trabalho, o conjunto dos trabalhadores e a comunida<strong>de</strong> ativa, possa, <strong>de</strong> forma<br />

complementar, potencializar tais mudanças. A humanização das relações entre<br />

as equipes <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is e entre essas e os usuários contribui para a criação<br />

<strong>de</strong> condições mais favoráveis ao afloramento das necessida<strong>de</strong>s e capacida<strong>de</strong>s<br />

das partes, <strong>de</strong>sarmando-se idéias preconcebidas, rótulos e estigmas sobre os<br />

trabalhadores e sobre os usuários.<br />

Essa afirmação sustenta-se <strong>na</strong>s informações prestadas por 41%,<br />

45%, 55% e 33% dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> municípios <strong>de</strong> portes 1, 2, 3 e 4,<br />

respectivamente, <strong>de</strong> que as principais reclamações formuladas pelos usuários<br />

referem-se ao atendimento i<strong>na</strong><strong>de</strong>quado <strong>de</strong> funcionários. Os funcionários da<br />

recepção são citados pela maioria <strong>de</strong>les.<br />

Outro aspecto que mereceria atenção diz respeito à responsabilida<strong>de</strong><br />

assimétrica, porém compartilhada, entre as diferentes esferas <strong>de</strong> governo quanto<br />

à capacitação dos recursos humanos para a AB/PSF.<br />

Nesse particular, segundo a visão dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores da AB/PSF, a Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>staca-se como a gran<strong>de</strong> promotora e viabilizadora dos<br />

processos <strong>de</strong> capacitação dos seus servidores. A Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

também tem cumprido um importante papel, especialmente nos municípios<br />

menores – 24%, 15%, 11% e 0%, nos portes 1, 2, 3 e 4, respectivamente.<br />

Os posicio<strong>na</strong>mentos dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores sugerem, ainda, que os Pólos <strong>de</strong><br />

Educação Permanente, <strong>de</strong> criação recente, ainda não se consolidaram como<br />

instâncias <strong>de</strong> maior relevância <strong>na</strong> discussão e <strong>na</strong> articulação da capacitação <strong>de</strong><br />

recursos humanos para a AB/PSF.<br />

Quanto à perda <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is já capacitados e à alta rotativida<strong>de</strong> dos<br />

profissio<strong>na</strong>is, entraves referidos pelos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, consi<strong>de</strong>ra-se que essas<br />

importantes questões não dizem respeito ape<strong>na</strong>s ao processo <strong>de</strong> capacitação, e<br />

não requerem providências ape<strong>na</strong>s <strong>de</strong>ssa vertente, mas <strong>de</strong> toda uma Política <strong>de</strong><br />

<strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong>, que envolva os três níveis <strong>de</strong> gestão do SUS e aponte para<br />

uma gestão do processo <strong>de</strong> trabalho em saú<strong>de</strong> comprometida com a inclusão<br />

e com a eqüida<strong>de</strong>.<br />

87


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Tais modificações e propostas incidiram fortemente sobre a área <strong>de</strong><br />

recursos humanos, aprofundando e trazendo novas, importantes e urgentes<br />

questões. Dentre as importantes transformações sofridas <strong>de</strong>stacam-se:<br />

novas formas <strong>de</strong> contratação, novas funções e áreas <strong>de</strong> competência,<br />

mudanças <strong>na</strong> organização do trabalho e <strong>na</strong> conformação das equipes <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, mudanças nos sistemas <strong>de</strong> incentivo e ênfase no <strong>de</strong>sempenho e<br />

avaliação. Ao mesmo tempo, há uma importante competição institucio<strong>na</strong>l,<br />

objetivando maior resolutivida<strong>de</strong>, produtivida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> do serviço.<br />

Algumas das questões e <strong>de</strong>safios relacio<strong>na</strong>dos com a capacitação <strong>de</strong><br />

recursos humanos para a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> aqui indicados pelos diretores/<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores já foram i<strong>de</strong>ntificados em outras pesquisas e estudos. Em São<br />

Paulo, duas pesquisas <strong>de</strong>senvolvidas pelo Núcleo <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Políticas<br />

Públicas (NEPP) da Unicamp apontam essas questões/<strong>de</strong>safios (Giovani e<br />

Faria, 2002).<br />

A primeira <strong>de</strong>las, <strong>de</strong>senvolvida no ano <strong>de</strong> 2000, é um estudo <strong>de</strong> caso<br />

realizado em um conjunto selecio<strong>na</strong>do <strong>de</strong> municípios brasileiros com o<br />

objetivo <strong>de</strong> avaliar o impacto da <strong>de</strong>scentralização dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no<br />

aprimoramento gerencial da administração local, nos graus <strong>de</strong> autonomia<br />

alcançados pelos municípios e, fi<strong>na</strong>lmente, <strong>na</strong> capacida<strong>de</strong> dos municípios <strong>de</strong><br />

introduzir inovações e realizar investimentos no setor saú<strong>de</strong>. Os resultados<br />

<strong>de</strong>ssa investigação e o posterior aprofundamento das questões relacio<strong>na</strong>das<br />

com recursos humanos evi<strong>de</strong>nciaram que a insuficiência <strong>de</strong> pessoal<br />

capacitado – referida em 65% dos casos – é um dos principais problemas<br />

assi<strong>na</strong>lados pelos entrevistados.<br />

Uma segunda pesquisa, realizada em 2001, também pelo NEPP/<br />

Unicamp, focalizou as ativida<strong>de</strong>s educacio<strong>na</strong>is e as características<br />

institucio<strong>na</strong>is dos Pólos <strong>de</strong> Formação para Saú<strong>de</strong> da Família, bem como sua<br />

relação com o trabalho das equipes do PSF <strong>na</strong> instância local, objetivando<br />

promover o “encontro” entre a capacitação ofertada e as necessida<strong>de</strong>s<br />

reais das equipes operacio<strong>na</strong>is. Os resultados apontaram para um aparelho<br />

institucio<strong>na</strong>l com baixa capacida<strong>de</strong> para formar profissio<strong>na</strong>is para um<br />

atendimento básico resolutivo, sem a necessária capilarida<strong>de</strong> para alcançar<br />

as equipes nos locais <strong>de</strong> trabalho, e para a inexistência <strong>de</strong> metodologias e<br />

instrumentos didático-pedagógicos que possibilitem a articulação ensinoserviço<br />

e a capacitação <strong>de</strong> equipes integradas, apesar da diversida<strong>de</strong> dos<br />

objetos e conhecimentos dos seus componentes.<br />

As autoras <strong>de</strong>ssas pesquisas i<strong>de</strong>ntificam, seja do ponto <strong>de</strong> vista do<br />

conteúdo das ativida<strong>de</strong>s propostas e do projeto educacio<strong>na</strong>l, seja do ponto<br />

<strong>de</strong> vista da engenharia institucio<strong>na</strong>l estruturada para sua implementação, a<br />

88 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Co n s i d e r A ç õ e s FinAis – Al g U n s <strong>de</strong> s A F i o s, Al g U m A s QUestões<br />

conformação <strong>de</strong> alguns “dilemas”, que elas sintetizam em algumas vertentes<br />

principais:<br />

a) dificulda<strong>de</strong> para formar profissio<strong>na</strong>is atualizados com os requisitos<br />

<strong>de</strong> um atendimento básico resolutivo, principalmente nos cursos <strong>de</strong><br />

graduação;<br />

b) dificulda<strong>de</strong> para ampliar a legitimida<strong>de</strong> institucio<strong>na</strong>l do Pólo,<br />

por intermédio do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança intelectual que<br />

impulsione a criação <strong>de</strong> uma inteligência e massa crítica <strong>na</strong> área<br />

<strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>;<br />

c) diversida<strong>de</strong> do complexo institucio<strong>na</strong>l encarregado da formação e<br />

capacitação <strong>de</strong> recursos humanos, que reproduz a setorialização<br />

entre educação e saú<strong>de</strong>, não somente acentuando eventuais<br />

conflitos entre ensino e serviço, como também duplicando esforços<br />

e dificultando o acompanhamento e a avaliação das iniciativas<br />

empreendidas;<br />

d) dificulda<strong>de</strong> para executar novos formatos didático-pedagógicos que<br />

permitam a capacitação das equipes integradas, ao invés <strong>de</strong> capacitar<br />

seus segmentos profissio<strong>na</strong>is específicos separadamente;<br />

e) dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar projetos <strong>de</strong> ensino capazes <strong>de</strong> contemplar<br />

a necessida<strong>de</strong> real e a heterogeneida<strong>de</strong> das equipes beneficiárias,<br />

principalmente em virtu<strong>de</strong> da inexistência <strong>de</strong> recursos gerenciais<br />

consistentes voltados para a flexibilização <strong>de</strong> diretrizes e o<br />

monitoramento e avaliação dos projetos operacio<strong>na</strong>lizados, além<br />

das dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se incrementar práticas mais <strong>de</strong>scentralizadas<br />

<strong>de</strong> capacitação;<br />

f) dificulda<strong>de</strong>s para fortalecer a constituição <strong>de</strong> equipes integradas,<br />

pois a oferta <strong>de</strong> capacitação ainda está restrita a poucos temas<br />

(<strong>de</strong> interesse maior <strong>de</strong> algumas profissões), havendo maior<br />

participação <strong>de</strong> alguns profissio<strong>na</strong>is <strong>na</strong>s ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação<br />

– sempre aqueles segmentos mais prestigiados, como médicos e<br />

enfermeiros;<br />

g) necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novos formatos didático-pedagógicos que permitam<br />

a capacitação das equipes integradas, utilizando metodologias<br />

inovadoras que se ajustem às práticas <strong>na</strong>s unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e ao<br />

tipo <strong>de</strong> família atendida;<br />

h) necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhor aproveitamento do espaço e dos recursos<br />

locais, como escolas, rádios, TV etc.<br />

A observação das informações prestadas pelos representantes dos oito<br />

pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo, em Ofici<strong>na</strong> <strong>de</strong> Trabalho organizada pelo Grupo<br />

<strong>de</strong> Capacitação da Pesquisa, referida no Capítulo I <strong>de</strong>sta publicação, confirma<br />

89


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

os <strong>de</strong>poimentos dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>/PSF dos municípios <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes do Estado sobre a insuficiência dos processos <strong>de</strong><br />

capacitação, tanto <strong>na</strong> quantida<strong>de</strong> como nos temas <strong>de</strong>mandados. Isso sem<br />

consi<strong>de</strong>rar a metodologia utilizada, uma vez que, <strong>de</strong> acordo com o discurso<br />

dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores, a UBS não é o espaço privilegiado <strong>de</strong> realização dos<br />

processos. Por outro lado, i<strong>de</strong>ntifica-se, também, que a avaliação da <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong> à Saú<strong>de</strong> ainda não parece ser uma preocupação dos integrantes dos<br />

Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

90 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


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95


Parte 2<br />

Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente no<br />

Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

A<strong>na</strong> Luiza d’Ávila Via<strong>na</strong> (organizadora)<br />

Regi<strong>na</strong> Marta Barbosa Faria<br />

Hudson Pacífico da Silva<br />

Tereza Mizue Nakagawa<br />

Julia<strong>na</strong> Arantes Figueiredo<br />

Marcelo Cardoso Pinheiro


Introdução<br />

O “Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente em Saú<strong>de</strong> para o SUS” foi <strong>de</strong>senvolvido pelo Departamento <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong> Preventiva da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />

sob coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção da Profa. Dra. A<strong>na</strong> Luiza d’Ávila Via<strong>na</strong>, em <strong>de</strong>corrência<br />

do convênio assi<strong>na</strong>do entre a Fundação Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> (FFM) e o<br />

Ministério da Saú<strong>de</strong> (MS), por meio da Secretaria <strong>de</strong> Gestão do Trabalho<br />

e Educação em Saú<strong>de</strong> (SGETS) e do Departamento <strong>de</strong> Educação e Gestão<br />

em Saú<strong>de</strong> (DEGES).<br />

O objeto <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong>ste Programa, executado sob os mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um<br />

projeto <strong>de</strong> pesquisa, é a política <strong>de</strong> capacitação permanente <strong>de</strong> pessoal para<br />

a Saú<strong>de</strong>, que compreen<strong>de</strong> dois momentos distintos. O primeiro envolveu<br />

uma programação específica para as equipes do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da<br />

Família (PSF). Em 1996 foi publicado o primeiro edital <strong>de</strong> convocação dos<br />

Estados para a apresentação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> recursos<br />

humanos, caracterizando um conjunto <strong>de</strong> iniciativas voltadas para o<br />

fortalecimento da estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família e da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> no<br />

âmbito do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS). Inicialmente, foram criados 11<br />

Pólos <strong>de</strong> Capacitação, Formação e Educação Permanente <strong>de</strong> Pessoal para a<br />

Saú<strong>de</strong> da Família (Pólos-PSF). No fi<strong>na</strong>l do ano 2000, havia um total <strong>de</strong> 20<br />

Pólos-PSF em funcio<strong>na</strong>mento no Brasil.<br />

O segundo momento da política <strong>de</strong> capacitação permanente <strong>de</strong><br />

pessoal para a Saú<strong>de</strong> iniciou-se em 2004, por meio da Portaria GM 198/04,<br />

que instituiu a Política Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> como<br />

estratégia do SUS para a formação e o <strong>de</strong>senvolvimento dos trabalhadores<br />

para o setor.<br />

A partir <strong>de</strong>sta portaria foram configurados os Pólos <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente em Saú<strong>de</strong> para o SUS (PEPS), concebidos como instâncias<br />

interinstitucio<strong>na</strong>is e locorregio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> articulação. Ocorre, neste período, a<br />

ampliação do público-alvo das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação dos Pólos, não mais<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

99


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

voltados exclusivamente para os profissio<strong>na</strong>is da Estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da<br />

Família, mas passando a abranger todos os <strong>de</strong>mais integrantes do sistema<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Em 2006 foi iniciado o Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da<br />

Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>, composto por quatro módulos<br />

não seqüenciais, cujos objetivos englobavam:<br />

• I<strong>de</strong>ntificar o estágio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da Política <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente em Saú<strong>de</strong> no que se refere à implementação das<br />

instâncias <strong>de</strong> articulação interinstitucio<strong>na</strong>l e locorregio<strong>na</strong>l (Pólos<br />

<strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> para o SUS);<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Atualizar o conhecimento relativo à composição dos Pólos e<br />

sua forma <strong>de</strong> organização e propor mecanismos que permitam<br />

incrementar a eficácia da capacitação por meio <strong>de</strong> uma organização<br />

com maior capilarida<strong>de</strong>;<br />

Sugerir estratégias e ações <strong>de</strong> curto e médio prazo voltadas<br />

para o fortalecimento da integração entre formação, educação<br />

permanente e capacitação e dos elos entre serviços e instituições<br />

<strong>de</strong> ensino;<br />

Propor indicadores <strong>de</strong> acompanhamento e avaliação para a política<br />

<strong>de</strong> educação permanente em saú<strong>de</strong>.<br />

Visando obter informações executivas sobre o universo <strong>de</strong> Pólos <strong>de</strong><br />

Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> existente no Brasil, um dos módulos<br />

compreen<strong>de</strong>u a realização <strong>de</strong> uma enquête telefônica, cuja coleta <strong>de</strong> dados<br />

ocorreu no período <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2005 a março <strong>de</strong> 2006. Foram obtidas<br />

informações <strong>de</strong> 58 dos 99 Pólos existentes, que cobriram as seguintes<br />

dimensões: localização, taxa <strong>de</strong> retorno e ano <strong>de</strong> criação dos Pólos <strong>de</strong><br />

Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>; perfil dos entrevistados; estrutura física<br />

e organizacio<strong>na</strong>l dos PEPS; ativida<strong>de</strong>s e beneficiários; monitoramento e<br />

avaliação; fi<strong>na</strong>nciamento e gasto; apoios recebidos <strong>de</strong> outras instituições;<br />

impactos e cumprimento dos objetivos; comparação mo<strong>de</strong>lo anterior versus<br />

mo<strong>de</strong>lo atual.<br />

Outro dos módulos contemplou o retorno a nove Pólos avaliados em<br />

estudo anterior1 e que se configuraram como PEPS a partir <strong>de</strong> 2003. Teve<br />

por objetivo i<strong>de</strong>ntificar o impacto das modificações introduzidas e o ganho<br />

<strong>de</strong> eficácia resultante da nova estruturação dos Pólos, a partir da Portaria GM<br />

198/04. Procurou-se conhecer a opinião dos profissio<strong>na</strong>is entrevistados com<br />

1 Em 2000, por solicitação do Ministério da Saú<strong>de</strong>, realizou-se um estudo com o propósito <strong>de</strong><br />

avaliar os 12 primeiros “Pólos <strong>de</strong> Capacitação, Formação e Educação Permanente <strong>de</strong> Pessoal para<br />

a Saú<strong>de</strong> da Família” (Pólos-PSF), implantados em 1997.<br />

100 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

in t r o d U ç ã o<br />

relação ao novo mo<strong>de</strong>lo, buscando investigar em que direção as mudanças<br />

previstas <strong>na</strong> Portaria ocorreram.<br />

A coleta <strong>de</strong> dados foi realizada por meio <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> um roteiro<br />

semi-estruturado <strong>de</strong> entrevistas, no período <strong>de</strong> fevereiro a maio <strong>de</strong> 2006.<br />

Fizeram parte do grupo <strong>de</strong> entrevistados os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores dos PEPS, além<br />

<strong>de</strong> pessoas i<strong>de</strong>ntificadas por antigos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores ou mediante a utilização<br />

<strong>de</strong> uma relação <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is dos Pólos, fornecida pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>.<br />

Foram avaliados três Pólos <strong>na</strong> região Nor<strong>de</strong>ste, dois no Centro-oeste, dois<br />

Su<strong>de</strong>ste e dois no Sul.<br />

Foram realizados ainda dois módulos: um que teve por objetivo<br />

avaliar os oito Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente do Estado <strong>de</strong> São Paulo, não<br />

contemplados no estudo anterior, e outro que contemplou um estudo <strong>de</strong><br />

caso do Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> da Gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />

com o intuito <strong>de</strong> aprofundar a caracterização <strong>de</strong> um Pólo consi<strong>de</strong>rado<br />

emblemático. A <strong>de</strong>scrição do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e os resultados obtidos<br />

com a execução <strong>de</strong>stes dois últimos módulos compõem a segunda parte da<br />

presente publicação.<br />

A avaliação dos oito PEPS do Estado <strong>de</strong> São Paulo compreen<strong>de</strong>u a<br />

coleta <strong>de</strong> dados por meio da aplicação <strong>de</strong> um roteiro semi-estruturado <strong>de</strong><br />

entrevistas, no período <strong>de</strong> janeiro a abril <strong>de</strong> 2006, junto aos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

e/ou informantes-chave <strong>de</strong>stes Pólos. Também foram a<strong>na</strong>lisados os dados<br />

primários obtidos no âmbito da pesquisa <strong>de</strong> avaliação do PROESF, realizada<br />

em 62 municípios paulistas com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes. Encontra-se em<br />

anexo a lista dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores dos Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo (anexo A),<br />

a relação <strong>de</strong> entrevistados (anexo B) e <strong>de</strong> documentos consultados (anexo<br />

C) para a elaboração do relatório referente a este módulo do Programa<br />

<strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em<br />

Saú<strong>de</strong>.<br />

A execução <strong>de</strong>ste módulo incorporou as seguintes dimensões <strong>de</strong><br />

análise: gênese dos Pólos e transição para o mo<strong>de</strong>lo atual; composição e<br />

estrutura organizacio<strong>na</strong>l; lógica <strong>de</strong> operação e processo <strong>de</strong>cisório; ativida<strong>de</strong>s<br />

e beneficiários; monitoramento e avaliação; fi<strong>na</strong>nciamento e critérios;<br />

papéis e relação ensino versus serviço; impactos; Educação Permanente:<br />

compreensão e exercício; mo<strong>de</strong>lo anterior e mo<strong>de</strong>lo atual; percepção do<br />

gestor municipal, visão do Conselho Estadual dos Secretários Municipais <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>; e visão do gestor estadual.<br />

No módulo sobre o Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> da Gran<strong>de</strong><br />

São Paulo foram a<strong>na</strong>lisados os seguintes aspectos: relacio<strong>na</strong>mento entre<br />

os municípios e o Pólo; o papel da SES e das DIRs no PEPS-GPS; aspectos<br />

101


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

operacio<strong>na</strong>is; e impactos. A coleta <strong>de</strong> dados ocorreu no período <strong>de</strong> outubro<br />

<strong>de</strong> 2006 a maio <strong>de</strong> 2007. Parte-se da hipótese <strong>de</strong> que há uma relação<br />

diretamente proporcio<strong>na</strong>l entre a representativa atuação do Pólo e o impacto<br />

positivo que as ações empreendidas conferem aos municípios beneficiados.<br />

Enten<strong>de</strong>-se que um Pólo emblemático <strong>de</strong>ve ser capaz <strong>de</strong>:<br />

• Compreen<strong>de</strong>r a missão, as metas e os objetivos da educação<br />

permanente, com conseqüente execução e concretização <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s que respondam a estes atributos.<br />

•<br />

•<br />

Obter, registrar e divulgar resultados eficazes das ativida<strong>de</strong>s<br />

oferecidas, em termos <strong>de</strong> aprimoramento da qualida<strong>de</strong> do serviço<br />

e da participação dos profissio<strong>na</strong>is e das instituições parceiras<br />

no projeto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da locorregião, dissemi<strong>na</strong>ndo projetos e<br />

experiências bem-sucedidas, <strong>de</strong> modo a permitir sua replicação.<br />

Desenvolver e consolidar inter-relações capazes <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r com<br />

eficácia aos supostos conceituais e metodológicos da construção<br />

ascen<strong>de</strong>nte e participativa das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong><br />

pessoal para a Saú<strong>de</strong>, ampliando e mantendo níveis <strong>de</strong> participação<br />

eficiente dos atores integrantes do Colegiado, Conselho e Secretaria<br />

Executiva dos PEPS.<br />

Para o estudo dos aspectos acima, o Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente<br />

em Saú<strong>de</strong> da Gran<strong>de</strong> São Paulo foi selecio<strong>na</strong>do como emblemático pelos<br />

seguintes fatores:<br />

• Elevado número <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas;<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Fortalecimento institucio<strong>na</strong>l resultante do fato <strong>de</strong> os cursos<br />

fi<strong>na</strong>nciados por intermédio <strong>de</strong> outros recursos terem passado por<br />

discussões <strong>na</strong>s instâncias <strong>de</strong>cisórias do Pólo;<br />

Ter instalado comissões e grupos <strong>de</strong> discussão temáticos como:<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e Controle Social;<br />

Participar das discussões <strong>na</strong> Bipartite e <strong>na</strong>s Comissões Intergestoras<br />

Regio<strong>na</strong>is (CIRs)<br />

Visando aprofundar a caracterização do Pólo, foram selecio<strong>na</strong>dos<br />

intencio<strong>na</strong>lmente três municípios – São Lourenço da Serra, Santa Isabel e<br />

Embu-Guaçu – cujos gestores entrevistados respon<strong>de</strong>ram a um instrumento<br />

<strong>de</strong> pesquisa semi-estruturado. A seleção obe<strong>de</strong>ceu aos seguintes<br />

critérios:<br />

• Porte do município / população resi<strong>de</strong>nte (menos <strong>de</strong> 20 mil<br />

habitantes, entre 20 – 50 mil habitantes e entre 50 – 100 mil<br />

habitantes).<br />

102 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

in t r o d U ç ã o<br />

• Proporção da população atendida pelo PSF em cada faixa populacio<strong>na</strong>l<br />

(mais <strong>de</strong> 100% 2 ; 50-100%; menos <strong>de</strong> 20%).<br />

Os dados selecio<strong>na</strong>dos para elaboração do relatório foram obtidos<br />

por meio <strong>de</strong> entrevistas semi-estruturadas com os seguintes informantes:<br />

secretários municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dos municípios <strong>de</strong> Santa Isabel, São Lourenço<br />

da Serra e Embu-Guaçu; gestores estaduais, presi<strong>de</strong>nte do Conselho Estadual<br />

dos Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (COSEMS-SP), coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor do PEPS da<br />

Região Metropolita<strong>na</strong> <strong>de</strong> São Paulo, além <strong>de</strong> diretores e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores dos<br />

Núcleos <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> das Direções Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

(DIRs) III (Mogi das Cruzes) e V (Osasco). Foram utilizados, ainda, dados<br />

da Pesquisa PROESF, bem como documentos do Ministério da Saú<strong>de</strong>.<br />

2 Uma equipe <strong>de</strong> PSF é responsável por uma área <strong>de</strong> abrangência <strong>de</strong> 1.000 famílias, o que<br />

correspon<strong>de</strong> a aproximadamente 3450 pessoas; quando a proporção equipe/população for superior<br />

a 3450, consi<strong>de</strong>ra-se que a cobertura é maior que 100%.<br />

103


CAPÍtuLO I<br />

Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente do Estado <strong>de</strong> São Paulo: da<br />

estruturação à avaliação dos gestores envolvidos<br />

1. Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente do Estado <strong>de</strong> São Paulo:<br />

Constituição, Estrutura e “Modus Operandi”<br />

O Estado <strong>de</strong> São Paulo é composto por 645 municípios e tem uma<br />

população <strong>de</strong> 40,4 milhões <strong>de</strong> habitantes3 , segundo estimativas do IBGE<br />

(2005). Do ponto <strong>de</strong> vista da regio<strong>na</strong>lização da Saú<strong>de</strong>, o Estado divi<strong>de</strong>se<br />

em 24 Direções Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (DIRs) vinculadas à Secretaria <strong>de</strong><br />

Estado da Saú<strong>de</strong> (SES/SP), que abrangem número variado <strong>de</strong> municípios,<br />

população e profissio<strong>na</strong>is (tabela 2).<br />

Em 04 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003, a Comissão Intergestores Bipartite<br />

(CIB) do Estado <strong>de</strong> São Paulo aprovou, por meio da Deliberação CIB<br />

88/2003, os oito Pólos apresentados pela Comissão Bipartite <strong>de</strong> Avaliação<br />

e Acompanhamento da Implantação dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente em<br />

Saú<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> São Paulo. Esses Pólos estão organizados a partir da<br />

seguinte nomenclatura:<br />

• Oeste Paulista (regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Marília, Assis e Presi<strong>de</strong>nte<br />

Pru<strong>de</strong>nte);<br />

• noroeste Paulista (regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> São José do Rio Preto, Araçatuba<br />

e Barretos);<br />

• Sudoeste Paulista (regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Bauru, Botucatu, Registro e<br />

Sorocaba);<br />

3 Segundo o IBGE, a população recenseada e estimada no Estado <strong>de</strong> São Paulo, em 2007, foi<br />

39.827.690.<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

105


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

• nor<strong>de</strong>ste Paulista (regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Ribeirão Preto, Araraquara e<br />

Franca);<br />

• Leste Paulista (regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Campi<strong>na</strong>s, Piracicaba e São João da<br />

Boa Vista);<br />

• Baixada Santista (regio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Santos);<br />

• Vale do Paraíba (regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> São José dos Campos e Taubaté)<br />

• Gran<strong>de</strong> São Paulo (regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> São Paulo, Santo André, Mogi<br />

das Cruzes, Franco da Rocha e Osasco).<br />

tABELA 2<br />

Pólos do Estado <strong>de</strong> SP – Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, total <strong>de</strong> municípios e população 4<br />

DIR Município Se<strong>de</strong> Municípios População* RH Saú<strong>de</strong>**<br />

DIR I São Paulo 1 10.927.985 184.854<br />

DIR II Santo André 7 2.546.468 27.861<br />

DIR III Mogi das Cruzes 11 2.699.145 23.640<br />

DIR IV Franco da Rocha 5 512.790 4.507<br />

DIR V Osasco 15 2.717.098 8.378<br />

DIR VI Araçatuba 40 693.491 10.323<br />

DIR VII Araraquara 25 928.687 5.509<br />

DIR VIII Assis 25 457.316 5.395<br />

DIR Ix Barretos 19 411.091 20.519<br />

DIR x Bauru 38 1.055.089 15.520<br />

DIR xI Botucatu 30 544.147 7.418<br />

DIR xII Campi<strong>na</strong>s 42 3.810.007 45.366<br />

DIR xIII Franca 22 646.978 6.915<br />

DIR xIV Marília 37 612.852 10.148<br />

DIR xV Piracicaba 26 1.382.073 9.349<br />

DIR xVI Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte 45 717.133 2.051<br />

DIR xVII Registro 15 294.918 19.649<br />

DIR xVIII Ribeirão Preto 25 1.214.712 21.641<br />

DIR xIx Santos 9 1.637.565 16.276<br />

DIR xx São João da Boa Vista 20 787.162 10.331<br />

DIR xxI São José dos Campos 12 1.214.608 12.885<br />

DIR xxII São José do Rio Preto 101 1.437.671 21.500<br />

DIR xxIII Sorocaba 48 2.203.012 22.662<br />

DIR xxIV Taubaté 27 990.822 9.389<br />

tOtAL 645 40.442.820 522.086<br />

Fonte: IBGE; DATASUS (2005).<br />

(*) Projeções intercensitárias do IBGE para o ano <strong>de</strong> 2005.<br />

(**) Pesquisa <strong>de</strong> Assistência Médica Sanitária do IBGE, versão 2002.<br />

4 O Decreto n 51.433, <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006, modificou a regio<strong>na</strong>lização da saú<strong>de</strong> no Estado <strong>de</strong><br />

São Paulo. Houve alteração <strong>na</strong> <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>ção e reorganização das Direções Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

renomeadas, a partir <strong>de</strong> então, Departamentos Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Com a nova regio<strong>na</strong>lização,<br />

foram criados 17 Departamentos Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> no Estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

106 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


Pólo<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

tABELA 3<br />

Pólos do Estado <strong>de</strong> SP – Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e população total<br />

Município Se<strong>de</strong><br />

do Pólo<br />

Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

População<br />

total*<br />

Baixada Santista Santos Santos (XIX) 1.637.565<br />

Gran<strong>de</strong> São Paulo<br />

(RMSP)<br />

São Paulo<br />

Leste Paulista Campi<strong>na</strong>s<br />

nor<strong>de</strong>ste Paulista Ribeirão Preto<br />

noroeste Paulista<br />

Oeste Paulista Marília<br />

São José do Rio<br />

Preto<br />

Sudoeste Paulista Botucatu<br />

Vale do Paraíba<br />

São José dos<br />

Campos<br />

São Paulo (I)<br />

Santo André (II)<br />

Mogi das Cruzes (III)<br />

Franco da Rocha (IV)<br />

Osasco (V)<br />

Campi<strong>na</strong>s (XII)<br />

Piracicaba (XV)<br />

São João da Boa Vista (XX)<br />

Araraquara (VII)<br />

Franca (XIII)<br />

Ribeirão Preto (XVIII)<br />

Araçatuba (VI)<br />

Barretos (IX)<br />

São José do Rio Preto (XXII)<br />

Assis (VIII)<br />

Marília (XIV)<br />

Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte (XVI)<br />

Bauru (X)<br />

Botucatu (XI)<br />

Registro (XVII)<br />

Sorocaba (XXIII)<br />

São José dos Campos (XXI)<br />

Taubaté (XXIV)<br />

19.403.486<br />

1.979.242<br />

2.790.377<br />

2.542.253<br />

1.787.301<br />

4.097.166<br />

2.205.430<br />

tOtAL 40.442.820<br />

Fonte: IBGE; DATASUS. (2005)<br />

(*) Projeções intercensitárias do IBGE para o ano <strong>de</strong> 2005.<br />

Como po<strong>de</strong> ser visto no gráfico 1 há gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> no número<br />

<strong>de</strong> municípios sob responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada Pólo, variando entre nove (no<br />

Pólo da Baixada Santista) e 160 (no Pólo Noroeste Paulista). Da mesma<br />

forma, observa-se que o número <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, público-alvo das<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação, varia entre os oito Pólos existentes, chegando a<br />

atingir cerca <strong>de</strong> 250 mil no Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo (RMSP).<br />

De acordo com as entrevistas realizadas com os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente do Estado <strong>de</strong> São Paulo, po<strong>de</strong>m ser<br />

verificadas diferenças entre eles tanto <strong>na</strong> gênese como <strong>na</strong> transição para<br />

o mo<strong>de</strong>lo atual.<br />

Segundo um dos entrevistados, as articulações com o COSEMS<br />

configuram o fato gerador dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente no Estado <strong>de</strong><br />

São Paulo. Essas articulações pretendiam conhecer o trabalho <strong>de</strong>senvolvido<br />

em todo o Estado, on<strong>de</strong> anteriormente existiam cinco Pólos <strong>de</strong> Capacitação,<br />

Formação e Educação Permanente <strong>de</strong> Pessoal para a Saú<strong>de</strong> da Família<br />

107


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

(Pólos-PSF): Gran<strong>de</strong> São Paulo, Santos, Ribeirão Preto, Marília, Botucatu<br />

e Campi<strong>na</strong>s.<br />

GRÁFICO 1<br />

Pólos do Estado <strong>de</strong> SP – total <strong>de</strong> municípios e <strong>de</strong> RH em Saú<strong>de</strong><br />

Fonte: IBGE; DATASUS - Pesquisa <strong>de</strong> Assistência Médica Sanitária do IBGE, versão 2002.<br />

Na fase <strong>de</strong> transição para o mo<strong>de</strong>lo atual (Pólos <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente em Saú<strong>de</strong> para o SUS – PEPS) foi formada uma Comissão <strong>de</strong><br />

Acompanhamento e Avaliação dos PEPS no Estado <strong>de</strong> São Paulo, que se<br />

reúne mensalmente e tem como fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> apoiar os oito PEPS do Estado.<br />

Inicialmente, os membros <strong>de</strong>ssa Comissão visitaram os Pólos do Estado,<br />

para articular ensino e serviço e consolidar os novos Pólos. A organização<br />

regio<strong>na</strong>l dos Pólos procurou minimizar a idéia <strong>de</strong> uma hierarquia com<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção centralizada.<br />

O Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo já tinha o formato <strong>de</strong> Pólo-PSF e, segundo<br />

a atual coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dora, trabalhava em roda5 , envolvendo as secretarias<br />

municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, as Direções Regio<strong>na</strong>is do Estado e as instituições <strong>de</strong><br />

ensino. No processo <strong>de</strong> transição para o mo<strong>de</strong>lo dos PEPS, foram incluídos<br />

outros atores, como estudantes e representantes <strong>de</strong> movimentos sociais.<br />

O Pólo da GSP reúne 39 municípios, os mesmos que constituem a Região<br />

5 Nota: Diversos entrevistados fizeram menção ao conceito <strong>de</strong> “roda”, sem explicitarem o sentido<br />

atribuído ao mesmo, o que não indica conformida<strong>de</strong> com o conceito <strong>de</strong> roda, abordado <strong>na</strong> Portaria<br />

198/04 (anexo II), e tratado por GASTÃO, W. <strong>de</strong> S. C. em “Um método para análise e co-gestão<br />

<strong>de</strong> coletivos”. São Paulo: Hucitec, 2000.<br />

108 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

Metropolita<strong>na</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Em função disso, também é conhecido por Pólo<br />

da Região Metropolita<strong>na</strong> <strong>de</strong> SP.<br />

Em relação ao Pólo do Vale do Paraíba, a proposta <strong>de</strong> criação do<br />

Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> partiu das Direções Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>, DIR XXI (São José dos Campos) e XXIV (Taubaté), após tomarem<br />

conhecimento da nova Política <strong>de</strong> Educação Permanente do Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong> (Portaria GM 198/04). Foram chamados os diversos segmentos<br />

sociais envolvidos: conselhos municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, secretarias municipais<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, associações <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is, entre outros - para uma reunião<br />

aberta <strong>na</strong> Câmara Municipal, <strong>na</strong> qual a coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dora do Pólo da Gran<strong>de</strong> SP<br />

fez uma exposição sobre os PEPS. Observa-se que a iniciativa política <strong>de</strong><br />

criação do Pólo é atribuída às duas regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

No processo <strong>de</strong> constituição do referido Pólo, os aspectos operacio<strong>na</strong>is<br />

ficaram sob responsabilida<strong>de</strong> da DIR XXI, em função da maior facilida<strong>de</strong><br />

em termos <strong>de</strong> infra-estrutura. Atualmente, o Pólo do Vale do Paraíba está<br />

sediado <strong>na</strong> DIR XXI. A princípio, o Pólo foi visto como um órgão fi<strong>na</strong>nciador<br />

<strong>de</strong> projetos. E, em seu primeiro ano, muitos projetos foram elaborados<br />

e encaminhados para fi<strong>na</strong>nciamento, mas sem uma discussão clara a<br />

respeito da mudança <strong>de</strong> postura profissio<strong>na</strong>l que o Pólo procura trazer para<br />

discussão.<br />

A partir do segundo ano, iniciou-se um <strong>de</strong>bate acerca da viabilida<strong>de</strong><br />

dos projetos, com a compreensão <strong>de</strong> que o Pólo não é somente um<br />

órgão fi<strong>na</strong>nciador. Ele é um espaço <strong>de</strong> articulação, seja ela política ou <strong>de</strong><br />

fi<strong>na</strong>nciamento, e tem como proposta a melhoria do atendimento nos serviços<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e o aprimoramento da relação entre profissio<strong>na</strong>is e usuários.<br />

No Pólo do Sudoeste Paulista foi formada uma comissão provisória<br />

para a passagem do Pólo-PSF para o PEPS, com a participação <strong>de</strong> membros<br />

do antigo Pólo. A comissão <strong>de</strong>finiu que a nova formação seria feita a partir<br />

da configuração anterior, que cobria quatro Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>: Bauru,<br />

Registro, Sorocaba e Botucatu. Em janeiro <strong>de</strong> 2004, a comissão se uniu a<br />

outros atores sociais da região para elaborar o regimento do Conselho Gestor<br />

e o cronograma <strong>de</strong> reuniões.<br />

Consi<strong>de</strong>ra-se que o Pólo-PSF foi realmente o embrião <strong>de</strong>ste PEPS,<br />

formado antes da Portaria GM 198/04. O mais antigo já trabalhava<br />

em diversos projetos do Ministério da Saú<strong>de</strong>, entre eles, o Projeto <strong>de</strong><br />

Profissio<strong>na</strong>lização dos Trabalhadores da Àrea <strong>de</strong> Enfermagem (PROFAE),<br />

especializações, residência médica em Saú<strong>de</strong> da Família. Os dois (Pólo-PSF<br />

e PEPS) sediaram-se <strong>na</strong> Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Enfermagem da Universida<strong>de</strong> Estadual<br />

Paulista (UNESP).<br />

109


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

O fato gerador <strong>de</strong> constituição do Pólo Leste Paulista refere-se à<br />

articulação entre Unicamp e PUC <strong>de</strong> Campi<strong>na</strong>s com a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> local,<br />

uma das mais antigas do Brasil. Trata-se <strong>de</strong> uma articulação que existe há<br />

muito tempo, pois <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criação do Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva<br />

da Unicamp, há cerca <strong>de</strong> 40 anos, ocorre interação com a re<strong>de</strong>, o que facilitou<br />

a criação do Pólo. Segundo um entrevistado, essa experiência foi um embrião<br />

do <strong>de</strong>senvolvimento da concepção do que seria um Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Essa re<strong>de</strong>, com muita tradição, e a articulação com as universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>u<br />

consistência ao Pólo do Leste Paulista.<br />

Em 2003, o então Secretário Geral do Ministério da Saú<strong>de</strong> reuniu-se<br />

com a reitoria da Unicamp para propor a implantação do Pólo, que seria<br />

sediado <strong>na</strong> própria universida<strong>de</strong>, em função da tradição da instituição<br />

com a re<strong>de</strong>. Na mesma época, a proposta também havia sido feita para a<br />

Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campi<strong>na</strong>s. Isso gerou uma tensão inicial,<br />

pois ambas foram contatadas ao mesmo tempo. A tensão entre as instituições<br />

formadoras, as secretarias municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e os diversos segmentos<br />

sociais foi logo explicitada e trabalhada, o que possibilitou avanços. Hoje se<br />

percebe que esta tensão é bem diferente da fase inicial, ela tornou-se uma<br />

tensão produtiva, que potencializou o Pólo.<br />

Houve também uma tensão inicial entre as DIRs e o Município <strong>de</strong><br />

Campi<strong>na</strong>s. As DIRs apontavam que o Pólo <strong>de</strong>veria ser sediado em uma<br />

instituição que fosse representativa da região e não em um Município<br />

específico. Elas entendiam que a UNICAMP <strong>de</strong>veria sediar o pólo, por<br />

consi<strong>de</strong>rarem esta uma universida<strong>de</strong> regio<strong>na</strong>l, sendo <strong>na</strong>tural o convívio <strong>de</strong><br />

toda a região no espaço da instituição. Há a compreensão <strong>de</strong> que a tensão<br />

inicial entre DIRs e o Município <strong>de</strong> Campi<strong>na</strong>s está completamente superada<br />

hoje.<br />

A origem do Pólo Nor<strong>de</strong>ste Paulista está ligada à publicação da Portaria<br />

GM 198/04, por meio da qual o Ministério da Saú<strong>de</strong> estabeleceu os requisitos<br />

para a constituição dos Pólos. O processo envolveu uma série <strong>de</strong> reuniões<br />

entre secretários municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, universida<strong>de</strong>s e outros atores sociais<br />

envolvidos para a constituição do Pólo e a elaboração <strong>de</strong> projetos. Foram<br />

constituídos grupos <strong>de</strong> trabalho para discutir os diversos aspectos da <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong>, urgência e emergência, gestão e gerência.<br />

Os projetos foram encaminhados pelas universida<strong>de</strong>s, embora a<br />

discussão tenha sido conjunta. Após a elaboração do regimento interno do<br />

Pólo, ficou <strong>de</strong>finido que ele seria sediado <strong>na</strong> Direção Regio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e<br />

que o coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor do Pólo <strong>de</strong>veria ser diretor da DIR, facilitando, com isso,<br />

a articulação com outras regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. As <strong>de</strong>mais DIRs não aceitaram<br />

110 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

a coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção do Pólo, que foi então sediado <strong>na</strong> DIR XVIII (Ribeirão Preto)<br />

e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>do pelo diretor da mesma.<br />

Des<strong>de</strong> 1996 a região do Pólo Noroeste Paulista reúne municípios com<br />

estratégia <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família, embora não houvesse instituições oferecendo<br />

capacitação às equipes. Com a proposta <strong>de</strong> criação dos Pólos <strong>de</strong> Educação<br />

direcio<strong>na</strong>do ao PSF, iniciou-se uma parceria entre a DIR XXII (São José do<br />

Rio Preto) e a Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> <strong>de</strong> São José do Rio Preto (FAMERP)<br />

para implantação <strong>de</strong> um Pólo <strong>na</strong> região. Entretanto, foi <strong>de</strong>cidido à época, pela<br />

SES/SP, que haveria ape<strong>na</strong>s um Pólo no Estado <strong>de</strong> São Paulo, composto por<br />

vários núcleos regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> capacitação. Dessa forma, a primeira capacitação<br />

oferecida <strong>na</strong> região ocorreu em 1997 enquanto núcleo do Pólo <strong>de</strong> SP.<br />

No biênio 1999-2000, os projetos foram refeitos e São José do Rio<br />

Preto passou a ser uma das duas coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dorias do Pólo <strong>de</strong> Ribeirão Preto,<br />

sendo que os recursos eram recebidos e repassados pelo Pólo. A execução<br />

dos cursos e a prestação <strong>de</strong> contas eram realizadas separadamente.<br />

Em São José do Rio Preto a maior parceria envolvia a FAMERP. Foram<br />

oferecidos os trei<strong>na</strong>mentos introdutórios e as capacitações seqüenciais para<br />

acompanhamento <strong>de</strong> alguns profissio<strong>na</strong>is; médicos principalmente.<br />

Em 2002 praticamente não foram realizadas capacitações neste Pólo,<br />

em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> problemas ocorridos no Pólo. No ao seguinte, teve início um<br />

movimento para que São José do Rio Preto se organizasse enquanto Pólo,<br />

por abranger uma extensa região, tor<strong>na</strong>ndo-se in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Ribeirão<br />

Preto. Ainda se achava nessa época que os Pólos iriam continuar a funcio<strong>na</strong>r<br />

<strong>na</strong> lógica anterior, mas o Ministério da Saú<strong>de</strong> iniciou, em 2003, uma nova<br />

Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>, que culminou com a Portaria<br />

GM 198/04. Dessa forma, foram feitas rea<strong>de</strong>quações no projeto <strong>de</strong> criação<br />

do Pólo. Vale <strong>de</strong>stacar que a Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>doria <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> da SES/<br />

SP incentivou e ofereceu apoio para elaboração da proposta. O novo Pólo<br />

passou a reunir três DIRs: XXII (São José do Rio Preto), VI (Araçatuba) e<br />

IX (Barretos) – que hoje aten<strong>de</strong>m 160 municípios.<br />

A constituição do Pólo Oeste Paulista remete à Portaria GM 198/04. A<br />

atuação do Pólo-PSF recebia críticas, pois pertencia à Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong><br />

<strong>de</strong> Marília (FAMEMA), cujo diretor coor<strong>de</strong><strong>na</strong>va o Pólo-PSF. Até a formação<br />

do Pólo ocorreu uma série <strong>de</strong> reuniões. Primeiramente nos núcleos das<br />

três DIRs vinculadas ao Pólo-PSF da região – VIII (Assis), XIV (Marília)<br />

e XVI (Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte) – e, em seguida, contou com a participação<br />

<strong>de</strong> representantes <strong>de</strong>stas regio<strong>na</strong>is e dos diversos segmentos sociais. O<br />

processo inicial foi difícil , segundo um dos entrevistados, em função da<br />

li<strong>de</strong>rança mantida pela DIR <strong>de</strong> Marília, que tinha experiência em projetos <strong>de</strong><br />

111


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

educação continuada. Gradativamente, foi possível estabelecer uma relação<br />

<strong>de</strong> confiança entre as regio<strong>na</strong>is.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista fi<strong>na</strong>nceiro, o processo <strong>de</strong> transição do mo<strong>de</strong>lo antigo<br />

para o mo<strong>de</strong>lo atual no Pólo Oeste Paulista foi complicado, pois as sobras<br />

<strong>de</strong> recursos do Pólo-PSF não pu<strong>de</strong>ram ser repassadas para o PEPS. Neste<br />

caso, os recursos foram <strong>de</strong>volvidos ao Ministério da Saú<strong>de</strong>, embora houvesse<br />

inteção <strong>de</strong> utilizá-los <strong>na</strong> implementação do novo Pólo.<br />

Um dos últimos Pólos a ser constituído no Estado <strong>de</strong> São Paulo foi o PEPS<br />

da Baixada Santista. Como seu atual coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor não participou do processo<br />

<strong>de</strong> negociação e <strong>de</strong> articulação para a implantação do PEPS, ele não soube<br />

informar como foi o processo <strong>de</strong> transição do antigo para o novo mo<strong>de</strong>lo.<br />

O gráfico 2 (abaixo) sintetiza a transição do Pólo <strong>de</strong> Capacitação para o<br />

PSF (mo<strong>de</strong>lo anterior) para o Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> para<br />

o SUS (atual mo<strong>de</strong>lo). Como po<strong>de</strong> se verificar , meta<strong>de</strong> dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

dos Pólos conhece a experiência anterior e reconhece sua relevância para o<br />

mo<strong>de</strong>lo atual, ao passo que dois coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores enten<strong>de</strong>m que o novo mo<strong>de</strong>lo<br />

não representa continuida<strong>de</strong> da antiga formação. Ainda há dois casos <strong>de</strong><br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores que <strong>de</strong>sconhecem o passado dos Pólos que coor<strong>de</strong><strong>na</strong>m.<br />

GRÁFICO 2<br />

Opinião dos entrevistados dos PEPs <strong>de</strong> SP sobre a transição dos Pólos PSF para o<br />

mo<strong>de</strong>lo atual (n=8)<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>. Departamento <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

Quanto à composição e estrutura organizacio<strong>na</strong>l dos Pólos <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente, a Portaria Ministerial GM 198/04, que instituiu a Política<br />

Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>, prevê a criação <strong>de</strong> diferentes<br />

instâncias <strong>de</strong> organização nos PEPS: Colegiado <strong>de</strong> Gestão, Conselho Gestor,<br />

Secretaria Executiva e Comitês Temáticos. O gráfico 3 e a tabela 4 (abaixo)<br />

i<strong>de</strong>ntificam a presença <strong>de</strong>stas estruturas organizacio<strong>na</strong>is nos Pólos <strong>de</strong><br />

Educação Permanente do Estado <strong>de</strong> São Paulo. Observa-se que sete Pólos<br />

possuem Colegiado <strong>de</strong> Gestão, seis possuem Conselho Gestor, sete contam<br />

112 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

com Secretaria Executiva e quatro têm Comitês Temáticos. Ape<strong>na</strong>s a meta<strong>de</strong><br />

dos oito Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo possui a estrutura completa prevista<br />

<strong>na</strong> Portaria GM 198/04.<br />

GRÁFICO 3<br />

Instâncias Existentes nos PEPs <strong>de</strong> SP (n=8)<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>. Departamento <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

tABELA 4<br />

Instâncias <strong>de</strong> Organização nos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> do Estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo<br />

Baixada<br />

Santista<br />

Gran<strong>de</strong><br />

São<br />

Paulo<br />

Leste<br />

Paulista<br />

nor<strong>de</strong>ste<br />

Paulista<br />

noroeste<br />

Paulista<br />

Oeste<br />

Paulista<br />

Sudoeste<br />

Paulista<br />

Vale do<br />

Paraíba<br />

Colegiado<br />

<strong>de</strong> Gestão<br />

x x x x x x x<br />

Conselho<br />

Gestor<br />

x x x x x x<br />

Secretaria<br />

Executiva<br />

x x x x x x x<br />

Comitês<br />

temáticos<br />

x x x x<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva FMUSP (2006).<br />

Entre os segmentos representados no Colegiado <strong>de</strong> Gestão, <strong>de</strong>staca-se<br />

maior participação <strong>de</strong> representantes da SES/SP, das secretarias municipais<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, das instituições <strong>de</strong> ensino (públicas e privadas), das Escolas<br />

Técnicas do SUS, dos hospitais universitários e <strong>de</strong> ensino, dos conselhos<br />

municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e dos estudantes. Por outro lado, alguns segmentos<br />

são pouco representados nos Pólos, principalmente gestores da área <strong>de</strong><br />

educação e conselheiros estaduais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

113


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

GRÁFICO 4<br />

Segmentos no colegiado <strong>de</strong> Gestão dos 8 PEPs <strong>de</strong> SP (n=8)<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>. Departamento <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

Também difere consi<strong>de</strong>ravelmente a lógica <strong>de</strong> operação e <strong>de</strong> processo<br />

<strong>de</strong>cisório entre os oito Pólos pesquisados. Desse total, sete possuem<br />

Colegiado <strong>de</strong> Gestão, sendo que a freqüência das reuniões <strong>de</strong>sta instância<br />

<strong>de</strong> organização é mensal em quatro Pólos e trimestral em dois. Em um <strong>de</strong>les,<br />

as reuniões do Colegiado acontecem <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>scentralizada, em núcleos<br />

regio<strong>na</strong>is, e a frenqüência das mesmas não é pré-<strong>de</strong>finida. O Colegiado<br />

<strong>de</strong> Gestão dos Pólos pesquisados consiste em um espaço <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberação,<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> diretrizes e discussão <strong>de</strong> temas prioritários para elaboração<br />

dos projetos.<br />

O Conselho Gestor dos Pólos, existente em seis dos oito PEPS do<br />

Estado, reúne-se mensal ou bimestralmente. Deve-se apontar que, segundo<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> três Pólos, Conselho e Colegiado <strong>de</strong> Gestão se confun<strong>de</strong>m<br />

<strong>na</strong> prática. Não há, nesses casos, diferenciação entre as atribuições <strong>de</strong><br />

ambas as instâncias.<br />

As Secretarias Executivas, presentes em sete Pólos do Estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo têm caráter operacio<strong>na</strong>l e a freqüência das reuniões varia, sendo<br />

quinze<strong>na</strong>l em um dos Pólos e mensal em três PEPS. Em um dos Pólos<br />

avaliados, a Secretaria Executiva não se reúne e em outros dois PEPS não<br />

foi informada a freqüência das reuniões <strong>de</strong>sta instância <strong>de</strong> organização.<br />

Há Comitês Temáticos em quatro Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo. Em dois<br />

casos, eles estão organizados por eixos temático. O primeiro trabalha com<br />

114 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

os eixos formação, gestão, atenção em saú<strong>de</strong> e controle social. No segundo<br />

Pólo, os eixos temáticos são metodologia <strong>de</strong> gestão, mudança curricular<br />

e planejamento.. Há o caso <strong>de</strong> um dos Pólos cujos comitês (ou núcleos<br />

temáticos) são mais dinâmicos e estão organizados a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas<br />

trazidas pelos municípios. Em um dos Pólos existem mais <strong>de</strong> 20 comitês<br />

temáticos, que se reúnem mensalmente para discussão <strong>de</strong> projetos<br />

Não é possível reconhecer um padrão quanto à lógica <strong>de</strong> operação e<br />

o processo <strong>de</strong>cisório nos Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo. Em um dos Pólos, o<br />

processo <strong>de</strong> apresentação e encaminhamento dos projetos contempla dois<br />

mo<strong>de</strong>los diferentes.<br />

No primeiro mo<strong>de</strong>lo, o município ou segmento apresenta um projeto<br />

para solucio<strong>na</strong>r um problema i<strong>de</strong>ntificado. Na chegada ao Pólo, o projeto<br />

é avaliado, segundo priorida<strong>de</strong>s estabelecidas, e encaminhado para o<br />

Conselho Gestor. Se o projeto for apresentado pelo Município ou por<br />

qualquer segmento <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le, é preciso que haja antes uma aprovação<br />

do Conselho Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Há a compreensão <strong>de</strong> que este seja um<br />

órgão extremamente <strong>de</strong>mocrático, que conta com a participação do gestor,<br />

prestadores <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (filantrópicos ou não), profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, instituições formadoras, conselhos gestores <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />

usuários, entre outros representantes.<br />

Em se tratando <strong>de</strong> um projeto regio<strong>na</strong>l, que envolve mais <strong>de</strong> um<br />

Município, o mesmo <strong>de</strong>ve ser aprovado <strong>na</strong> reunião dos secretários municipais<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da região. Deste modo, neste primeiro mo<strong>de</strong>lo, os projetos são<br />

apresentados no Pólo e, após avaliação <strong>de</strong> acordo com priorida<strong>de</strong>s, são<br />

encaminhados ao Conselho Gestor.<br />

O segundo mo<strong>de</strong>lo, mais recente, é feito a partir <strong>de</strong> um problema trazido<br />

ao Pólo, caso, por exemplo, da capacitação <strong>de</strong> conselheiros municipais. Após<br />

apresentar ao Conselho Gestor, com todos os seus segmentos reunidos,<br />

<strong>de</strong>fine-se um grupo <strong>de</strong> representantes (comissão paritária) para <strong>de</strong>talhar a<br />

dificulda<strong>de</strong> e propor uma intervenção, a partir do <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> um projeto.<br />

Embora o Pólo esteja priorizando este último mo<strong>de</strong>lo, ainda po<strong>de</strong>m ser<br />

apresentados projetos no primeiro mo<strong>de</strong>lo.<br />

Em outro Pólo avaliado neste estudo, até 2004 os projetos eram<br />

elaborados, com base <strong>na</strong>s opções <strong>de</strong> cursos oferecidos pelas instituições<br />

formadoras. A partir do momento <strong>de</strong> formação do Colegiado <strong>de</strong> Gestão (que<br />

<strong>na</strong> prática se confun<strong>de</strong> com o Conselho Gestor), ficou <strong>de</strong>cidido que este<br />

passaria a <strong>de</strong>finir as diretrizes <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>mento do Pólo. Os projetos <strong>de</strong><br />

2005 e 2006 foram <strong>de</strong>finidos pelo Conselho, após dois dias <strong>de</strong> reunião que<br />

estabeleceu quatro eixos norteadores para elaboração dos projetos:<br />

115


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Incentivo à formação <strong>de</strong> pessoal e reformas curriculares <strong>na</strong>s<br />

instituições formadoras <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

Trabalhar a lógica da educação permanente,os projetos<br />

<strong>de</strong>mandados pelos municípios – houve uma reorientação dos<br />

projetos que tinham forte teor <strong>de</strong> educação continuada para serem<br />

transformados em projetos <strong>de</strong> educação permanente;<br />

Participação Cidadã – ampliar a participação dos movimentos<br />

populares com ações concretas como a formação <strong>de</strong> conselheiros<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; e<br />

Comunicação – para aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação do<br />

Pólo foi incentivada a participação <strong>de</strong> todos os seus segmentos<br />

<strong>na</strong> divulgação dos projetos e das ativida<strong>de</strong>s realizadas. Com a<br />

presença dos facilitadores da educação permanente, em 2006,<br />

este último eixo ganhou uma novadinâmica.<br />

Os gestores fazem propostas <strong>de</strong> projetos que são discutidos <strong>na</strong><br />

Secretaria Executiva. As instituições formadoras também fazem propostas<br />

<strong>de</strong> cursos, que são a<strong>na</strong>lisadas em profundida<strong>de</strong> pelos gestores e outros<br />

participantes, com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> modificação completa do formato<br />

proposto.<br />

Em outro Pólo, o Colegiado <strong>de</strong> Gestão é consi<strong>de</strong>rado uma roda gran<strong>de</strong>,<br />

aberta à participação. Entretanto, as reuniões do Conselho Gestor também<br />

são abertas, o que, <strong>na</strong> prática, faz com que os integrantes do Colegiado<br />

<strong>de</strong> Gestão também participem do Conselho Gestor. Deste modo, há uma<br />

convergência <strong>de</strong> atuação entre essas duas instâncias, que se confun<strong>de</strong>m<br />

<strong>na</strong> prática. A dinâmica das reuniões é, portanto, a mesma em ambas as<br />

instâncias.<br />

Uma vez <strong>de</strong>finida a pauta das reuniões, a coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção a repassa<br />

aos três núcleos regio<strong>na</strong>is que integram o Pólo. Esses, por sua vez, são<br />

responsáveis por divulgar as informações aos representantes da região que<br />

abrangem. Para que as reuniões ocorreram, é necessário que haja quórum<br />

mínimo, ou seja, a presença <strong>de</strong> pelo menos 1/3 dos membros titulares do<br />

Conselho Gestor. Os trabalhos começam pela leitura e aprovação da pauta,<br />

momento em que assuntos adicio<strong>na</strong>is po<strong>de</strong>rão ser incorporados.<br />

Após aprovação da pauta, apresentam-se os novos membros Conselho<br />

Gestor e são lidas as justificativas daqueles que não pu<strong>de</strong>ram comparecer, <strong>de</strong><br />

acordo com estipulação do Regimento Interno, segundo o qual os membros<br />

do Conselho Gestor <strong>de</strong>vem justificativa sua ausência por escrito. Em seguida,<br />

inicia-se a leitura e aprovação da ata da reunião anterior, realizando as<br />

116 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

correções necessárias. Depois, são discutidas e aprovadas as propostas<br />

levadas <strong>na</strong> reunião.<br />

Inicialmente, as <strong>de</strong>cisões eram feitas por votação, pois havia dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>na</strong> obtenção <strong>de</strong> consensos, em função <strong>de</strong> competição existente entre<br />

os diferentes participantes. Foi preciso <strong>de</strong>finir regras para aprovação <strong>de</strong><br />

projetos e alocação <strong>de</strong> recursos a partir da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada região. Os<br />

participantes começaram a atuar <strong>de</strong> forma mais madura ao perceberem que<br />

havia espaço para todos os atores envolvidos. Isso gerou também uma maior<br />

conscientização à respeito da lógica da educação permanente.<br />

Em um dos Pólos avaliados, o encaminhamento dos projetos ocorre<br />

da seguinte forma: após a aprovação, ele é encaminhado para a SES/SP<br />

que, por sua vez, envia ao Ministério da Saú<strong>de</strong>. Como este último <strong>de</strong>volve<br />

diretamente para o órgão solicitante, o Pólo não consegue acompanhar os<br />

<strong>de</strong>sdobramentos do mesmo, não tendo sequer conhecimento dos relatórios<br />

e da prestação <strong>de</strong> contas. O Pólo só será acio<strong>na</strong>do em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> algum<br />

problema, como por exemplo, com relação à prestação <strong>de</strong> contas do órgão<br />

solicitante. O envolvimento maior do Pólo nesse processo acabaria com a<br />

visão <strong>de</strong> que ele é ape<strong>na</strong>s um órgão fi<strong>na</strong>nciador. Existe, portanto, uma falha<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senho institucio<strong>na</strong>l no papel dos Pólos após o encaminhamento dos<br />

projetos e liberação dos recursos.<br />

“Hoje o Pólo está mais <strong>na</strong> questão da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> diretrizes, até porque o Pólo<br />

não tem acesso a esses outros instrumentais, não faz parte <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s.<br />

Quando ocorre é porque a coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção do Pólo corre atrás. Por exemplo, o Pólo<br />

não havia sido informado sobre quantos e quais projetos foram fi<strong>na</strong>nciados,<br />

quanto do valor disponibilizado para o Pólo foi efetivamente utilizado, etc.<br />

Além disso, não recebe informações do órgão executor sobre o andamento dos<br />

cursos. Então tudo isso tem que ser solicitado pelo Pólo, que está totalmente<br />

alijado <strong>de</strong>sse processo.” (Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor <strong>de</strong> PEPS)<br />

Há um outro Pólo on<strong>de</strong> o Conselho Gestor é uma gran<strong>de</strong> roda<br />

consi<strong>de</strong>rada um espaço <strong>de</strong> elaboração da política <strong>de</strong> educação permanente<br />

da região e <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> diretrizes. Enten<strong>de</strong>-se que se trata <strong>de</strong> um espaço<br />

<strong>de</strong> gestão, <strong>na</strong> medida em que enfrenta os problemas das re<strong>de</strong>s locais. Os<br />

gestores trazem os problemas das diferentes regiões e o Conselho propõe<br />

soluções a partir das diretrizes formuladas. Desta forma, este espaço <strong>de</strong><br />

gestão é consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> certo po<strong>de</strong>r, pois é ele quem <strong>de</strong>fine<br />

diretrizes e mobiliza os recursos <strong>de</strong>finidos pelo Ministério da Saú<strong>de</strong> que<br />

po<strong>de</strong>m ser acessados pelos próprios Pólos.<br />

Deste modo, há nos Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo diferentes processos<br />

<strong>de</strong>cisórios, mas não é possível i<strong>de</strong>ntificar um padrão <strong>de</strong> encaminhamento,<br />

aprovação e implementação dos projetos.<br />

117


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Em termos das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas pelos Pólos e seus beneficiários,<br />

o Relatório Gerencial Fi<strong>na</strong>nceiro dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente, fornecido<br />

pela Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral <strong>de</strong> Planejamento e Orçamento da Secretaria <strong>de</strong><br />

Gestão do Trabalho e da Educação <strong>na</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>monstra que os oito Pólos<br />

do Estado <strong>de</strong> São Paulo haviam encaminhado, até novembro <strong>de</strong> 2005,<br />

120 projetos para aprovação no Ministério da Saú<strong>de</strong>. Com a execução<br />

<strong>de</strong>sses projetos, estimava-se que cerca <strong>de</strong> 9.600 trabalhadores seriam<br />

beneficiados.<br />

Entretanto, como mostram os dados da tabela 4, a seguir, a distribuição<br />

por Pólo revela gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> projetos e trabalhadores beneficiados<br />

no Pólo da Gran<strong>de</strong> SP, que sozinho respon<strong>de</strong> por 52,5% dos projetos e conta<br />

com 71,4% dos trabalhadores.<br />

Também merece registro o percentual <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> formação<br />

<strong>de</strong>senvolvidos nos pólos Nor<strong>de</strong>ste Paulista (20%), Sudoeste Paulista (12,5%)<br />

e Leste Paulista (10%), que em conjunto totalizaram 42,5% e beneficiaram<br />

2.548 profissio<strong>na</strong>is, correspon<strong>de</strong>nte a 25% <strong>de</strong> trabalhadores atendidos no<br />

Estado.<br />

Por outro lado, os Pólos da Baixada Santista, do Noroeste Paulista, do<br />

Oeste Paulista e do Vale do Paraíba apresentaram um número reduzido <strong>de</strong><br />

projetos, cujas ativida<strong>de</strong>s beneficiaram poucos profissio<strong>na</strong>is. A lista completa<br />

dos projetos apresentados encontra-se em anexos (anexo D).<br />

tABELA 5<br />

Pólos do Estado <strong>de</strong> SP – projetos encaminhados ao MS e trabalhadores beneficiados<br />

Pólo<br />

Projetos encaminhados Trabalhadores beneficiados<br />

nº % nº %<br />

Baixada Santista 1 0,8 0 0,0<br />

Gran<strong>de</strong> São Paulo 63 52,5 6.893 71,4<br />

Leste Paulista 12 10,0 694 7,2<br />

nor<strong>de</strong>ste Paulista 24 20,0 1.230 12,7<br />

noroeste Paulista 1 0,8 40 0,4<br />

Oeste Paulista 1 0,8 61 0,6<br />

Sudoeste Paulista 15 12,5 624 6,5<br />

Vale do Paraíba 3 2,5 110 1,1<br />

tOtAL 120 100,0 9.652 100,0<br />

Fonte: MS, Relatório Gerencial Fi<strong>na</strong>nceiro dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente (2005).<br />

Outro aspecto em comum é que nenhum dos Pólos do Estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo dispõe <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> monitoramento e avaliação das ativida<strong>de</strong>s<br />

realizadas. Em alguns casos, porém, existem propostas para inserção <strong>de</strong><br />

mecanismos <strong>de</strong> avaliação da capacitação oferecida. É o caso do Pólo do<br />

118 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

Vale do Paraíba, que propôs a realização <strong>de</strong> visitas técnicas aos projetos em<br />

execução, com o intuito <strong>de</strong> verificar o cumprimento das metas, i<strong>de</strong>ntificar as<br />

dificulda<strong>de</strong>s e verificar o que ele po<strong>de</strong>rá fazer para superar as dificulda<strong>de</strong>s<br />

i<strong>de</strong>ntificadas. Da mesma forma, o Pólo Noroeste Paulista preten<strong>de</strong> realizar<br />

pesquisas com egressos das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação para medir o impacto<br />

das ações empreendidas.<br />

Com relação ao fi<strong>na</strong>nciamento das ativida<strong>de</strong>s, os Pólos <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente do Estado <strong>de</strong> São Paulo contam com recursos provenientes do<br />

Ministério da Saú<strong>de</strong> e, no ano <strong>de</strong> 2004, também receberam apoio fi<strong>na</strong>nceiro<br />

da Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>. Com relação aos recursos fe<strong>de</strong>rais, o MS<br />

realizou duas alocações: uma primeira <strong>de</strong> R$ 3.908.499,00 para que os Pólos<br />

pu<strong>de</strong>ssem organizar suas ativida<strong>de</strong>s iniciais e outra <strong>de</strong> R$ 10.652.232,00,<br />

para a execução dos projetos <strong>de</strong> capacitação encaminhados pelos Pólos. No<br />

total, foram alocados R$ 14.560.731,00.<br />

tABELA 6<br />

Pólos do Estado <strong>de</strong> SP – recursos alocados pelo MS<br />

Pólo 1ª. Alocação 2ª. Alocação total<br />

Baixada Santista ----- 402.326,61 402.326,61<br />

Leste Paulista 898.193,14 1.738.772,03 2.636.965,17<br />

nor<strong>de</strong>ste Paulista 371.488,24 723.532,38 1.095.020,62<br />

noroeste Paulista 339.738,76 912.814,35 1.252.553,11<br />

Oeste Paulista 312.359,06 803.014,42 1.115.373,48<br />

Gran<strong>de</strong> São Paulo 1.559.791,72 4.303.501,73 5.863.293,45<br />

Sudoeste Paulista 426.928,34 1.135.691,82 1.562.620,16<br />

Vale do Paraíba ----- 632.578,70 632.578,70<br />

tOtAL 3.908.499,00 10.652.232,00 14.560.731,00<br />

Fonte: Deliberação CIB 128/2004; Apresentação “Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> para<br />

os Profissio<strong>na</strong>is do SUS da Região Metropolita<strong>na</strong> da Gran<strong>de</strong> SP” (2004).<br />

A <strong>de</strong>finição da parcela <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>da a cada um dos oito Pólos seguiu<br />

os mesmos critérios adotados pelo MS para distribuição dos recursos<br />

entre os estados, a saber: população dos municípios em gestão ple<strong>na</strong> no<br />

Estado, número <strong>de</strong> equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família, número <strong>de</strong> conselheiros <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, a capacida<strong>de</strong> docente universitária e técnica instalada, número <strong>de</strong><br />

unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, população total do Estado e número <strong>de</strong> cursos<br />

universitários <strong>na</strong> área da saú<strong>de</strong>. Como mostram os dados do gráfico 5, a<br />

seguir, coube ao Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo o percentual mais elevado dos<br />

recursos (39%), seguido pelo Pólo Leste Paulista (18%).<br />

119


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

GRÁFICO 5<br />

Pólos do Estado <strong>de</strong> SP – Distribuição dos recursos alocados pelo MS<br />

Fonte: Deliberação CIB 128/2004.<br />

Além dos recursos fe<strong>de</strong>rais, a SES/SP <strong>de</strong>stinou R$ 300.000,00 para<br />

cada um dos oito Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente em 2004. Entretanto,<br />

alguns parecem não ter conseguido utilizar todo esse recurso, pois ainda<br />

não estavam organizados <strong>na</strong> lógica da educação permanente, como foi o<br />

caso do Pólo Noroeste Paulista.<br />

2. Relação IES x Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>: Papéis e Impactos<br />

Embora neste módulo do Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento<br />

da Política <strong>de</strong> Educação Permanente todos os Pólos pertençam ao mesmo<br />

Estado (São Paulo), as entrevistas mostraram que o papel da esfera estadual<br />

difere bastante <strong>de</strong> um Pólo para outro, assim como as relações ensino-serviço<br />

e a visão sobre as instituições <strong>de</strong> ensino privadas. Chamam a atenção, <strong>de</strong><br />

um lado, a elevada participação dos serviços no papel <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção dos<br />

Pólos, com <strong>de</strong>staque para a atuação das regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, e, <strong>de</strong> outro, a<br />

expressiva participação das instituições <strong>de</strong> ensino privadas, como po<strong>de</strong> ser<br />

i<strong>de</strong>ntificado <strong>na</strong> tabela 7.<br />

No Pólo da Baixada Santista, foi <strong>de</strong>stacado que algumas universida<strong>de</strong>s<br />

privadas parecem não ter muito interesse em participar das ativida<strong>de</strong>s do<br />

órgão. O intercâmbio com as universida<strong>de</strong>s privadas não ocorre <strong>de</strong> forma<br />

espontânea, uma vez que estas instituições precisam ser estimuladas.<br />

Anteriormente, as universida<strong>de</strong>s privadas apresentavam pacotes <strong>de</strong> cursos<br />

que normalmente já <strong>de</strong>senvolviam. Enten<strong>de</strong>-se que o papel da DIR no<br />

mo<strong>de</strong>lo atual está fortalecido, o papel do Estado é ser o agente agregador.<br />

É indicada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maior articulação com a área <strong>de</strong> educação e<br />

120 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

isso <strong>de</strong>ve ser função <strong>de</strong> instâncias superiores (MS/MEC/SES), a partir <strong>de</strong><br />

uma política <strong>de</strong> governo, o que não é uma função do Pólo.<br />

tABELA 7<br />

Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo – coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção, participação <strong>de</strong> instituições privadas e<br />

da esfera central do nível estadual e impacto <strong>na</strong>s instituições <strong>de</strong> ensino<br />

Pólo Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção<br />

Participação<br />

Instituições<br />

<strong>de</strong> Ensino<br />

Privadas<br />

Comentário sobre<br />

distanciamento<br />

do nível central<br />

da SES<br />

O Pólo gerou<br />

impacto <strong>na</strong>s<br />

Instituições<br />

<strong>de</strong> Ensino?<br />

Baixada Santista DIR Sim Sim Não<br />

Gran<strong>de</strong> São Paulo<br />

Leste Paulista<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>doria <strong>de</strong> RH<br />

– SES/SP<br />

Instituição <strong>de</strong> Ensino<br />

(UNICAMP)<br />

Sim Não<br />

Sem<br />

comentário<br />

Sim Não Sim<br />

nor<strong>de</strong>ste Paulista DIR Sim Sim<br />

noroeste Paulista DIR Sim Não<br />

Oeste Paulista DIR Sim Não<br />

Sudoeste Paulista<br />

Instituição <strong>de</strong> Ensino<br />

(UNESP)<br />

Sim Não<br />

Vale do Paraíba DIR Sim Não<br />

Sem<br />

comentário<br />

Sem<br />

comentário<br />

Sem<br />

comentário<br />

Sem<br />

comentário<br />

Sem<br />

comentário<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>. Departamento <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

Foi sugerido que os Ministérios da Saú<strong>de</strong> e da Educação <strong>de</strong>veriam<br />

se articular para que as Instituições <strong>de</strong> Ensino Superior (IES) formem<br />

pessoas para o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Enten<strong>de</strong>-se que hoje a formação<br />

dos profissio<strong>na</strong>is não é voltada para o SUS, além <strong>de</strong> não haver formação<br />

para a estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família. O Pólo/ensino não teria essa força,<br />

visto que as diretrizes substantivas são concebidas em escalões superiores<br />

do Ministério da Saú<strong>de</strong> e do MEC, existindo dificulda<strong>de</strong> em promover<br />

intervenções <strong>na</strong> universida<strong>de</strong>.<br />

O Pólo, segundo um dos entrevistados, não po<strong>de</strong> interferir <strong>na</strong>s gra<strong>de</strong>s<br />

universitárias e <strong>na</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s no ensino formal <strong>de</strong> graduação.<br />

A relação entre ensino e serviço <strong>de</strong>ve ser uma relação produtiva, harmônica<br />

e com atribuições claras. O ensino a cargo do serviço implica em formar<br />

equipes e dar condições, inclusive <strong>de</strong> infra-estrutura, o que seria, <strong>na</strong> visão<br />

do entrevistado, complicado, pois não há estruturação que permita esta<br />

responsabilização. Ele acrescenta que se as secretarias estaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

assumissem esta missão, a educação permanente seria uma coisa <strong>na</strong>tural,<br />

sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pólo. Basta aproveitar o marco institucio<strong>na</strong>l existente e<br />

direcio<strong>na</strong>r as ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada. As DIRs po<strong>de</strong>riam<br />

assumir com proveito o papel.<br />

No Pólo Sudoeste Paulista as instituições <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong>sempenham<br />

o papel <strong>de</strong> articular e planejar as propostas que são encaminhadas. Os<br />

121


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

serviços, por sua vez, contribuem com a liberação <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is para as<br />

ativida<strong>de</strong>s do Pólo, o que é consi<strong>de</strong>rado um avanço, segundo o coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor<br />

do órgão. Os segmentos mais participativos são as universida<strong>de</strong>s, os gestores<br />

municipais e estadual.<br />

No Pólo Leste Paulista, as instituições <strong>de</strong> ensino que o integram<br />

são abertas às ativida<strong>de</strong>s conjuntas com os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Há<br />

nestas instituições um caráter colaborativo e solidário, o que provoca<br />

um clima favorável <strong>na</strong> relação ensino-serviço. Observa-se, entretanto,<br />

que a representação das universida<strong>de</strong>s é pouco institucio<strong>na</strong>lizada, sendo<br />

reconhecida como algo mais pessoal. Verifica-se também que existem setores<br />

mais fechados, possivelmente por <strong>de</strong>sconhecerem a atuação do Pólo.<br />

As instituições formadoras participam das discussões e da elaboração<br />

<strong>de</strong> projetos. Em um primeiro momento, houve certa inibição <strong>na</strong> participação<br />

<strong>de</strong> outras instituições <strong>de</strong> ensino, em função da força e da tradição que a<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campi<strong>na</strong>s (UNICAMP) assumiu <strong>na</strong> região. Há a<br />

intenção <strong>de</strong> fixar novas parceiras regio<strong>na</strong>is, para dar conta da complexida<strong>de</strong><br />

do Pólo. Embora ele esteja sediado <strong>na</strong>s <strong>de</strong>pendências da UNICAMP, as<br />

reuniões do Colegiado raramente acontecem nela Preten<strong>de</strong>-se, com isso,<br />

incentivar a participação <strong>de</strong> outras instituições <strong>de</strong> ensino. No inicío havia uma<br />

relação conflituosa entre as instituições <strong>de</strong> ensino e os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />

o que foi transformado em uma relação colaborativa.<br />

A participação e a contribuição das instituições <strong>de</strong> ensino são muito<br />

relevantes no Pólo Nor<strong>de</strong>ste Paulista. Um dos <strong>de</strong>staques é a participação da<br />

Escola <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong> Ribeirão Preto, que já tinha uma visão <strong>de</strong> educação<br />

permanente e colaborou ativiamente para o crescimento do Pólo. Quanto<br />

aos serviços, sobressai a atuação do Hospital das Clínicas, que contribuiu<br />

com a elaboração e a execução dos projetos. A DIR teve papel central <strong>na</strong><br />

aproximação <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s – públicas e privadas – que mantinham uma<br />

relação distante com este Pólo. Houve a partir daí uma conquista no sentido<br />

do estabelecimento <strong>de</strong> diálogo e discussão para elaboração dos projetos<br />

do Pólo.<br />

Para o entrevistado que falou sobre o Pólo do Nor<strong>de</strong>ste Paulista é possível<br />

reconhecer que houve aproximação entre ensino-serviço. Inicialmente, as<br />

universida<strong>de</strong>s ofereciam cursos relacio<strong>na</strong>dos aos seus próprios interesses.<br />

Isso foi se transformando <strong>de</strong> tal forma que hoje elas já estão mais disponíveis<br />

para aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s do serviço, o que facilita a integração ensinoserviço.<br />

No mo<strong>de</strong>lo antigo (Pólo-PSF) havia centralização da Universida<strong>de</strong>,<br />

além <strong>de</strong> disputas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r entre as faculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> e Enfermagem<br />

USP e a <strong>de</strong> São José do Rio Preto.<br />

122 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

No mo<strong>de</strong>lo atual, enten<strong>de</strong>-se que a discussão é horizontal, não havendo<br />

um po<strong>de</strong>r centralizador. Há a compreensão <strong>de</strong> que a integração com as<br />

universida<strong>de</strong>s públicas e privadas foi proveitosa para os Pólos e para as<br />

próprias instituições. Ainda, enten<strong>de</strong>-se que a Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>ria participar mais ativamente nos Pólos, contribuindo com <strong>de</strong>finições<br />

<strong>de</strong> diretrizes e com liberação <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> forma menos burocrática.<br />

De acordo com o coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor do Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo, a articulação<br />

ensino-serviço é positiva no Pólo que ele administra, <strong>de</strong>vido ao histórico<br />

<strong>de</strong> atuação do Pólo-PSF, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997. Embora seja possível reconhecer a<br />

existência <strong>de</strong> conflitos <strong>na</strong> relação ensino-serviço, ele enten<strong>de</strong> que estes não<br />

se configuram como problemas, mas sim representam diferentes saberes<br />

advindos <strong>de</strong> instituições distintas, que possuem competências diferenciadas.<br />

Consi<strong>de</strong>ra-se que a articulação ensino-serviço tem sido bem-feita no Pólo,<br />

por meio <strong>de</strong> diálogos constantes. Trata-se <strong>de</strong> um espaço <strong>de</strong> articulação <strong>de</strong><br />

necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> reflexão sobre o processo pedagógico.<br />

Uma <strong>de</strong>sarticulação <strong>na</strong> relação ensino-serviço foi i<strong>de</strong>ntificada no Pólo<br />

Noroeste Paulista. Sob o ponto <strong>de</strong> vista da universida<strong>de</strong>, o profissio<strong>na</strong>l não<br />

recebe boa formação em função das falhas existentes nos estágios que<br />

são realizados pelos alunos. Em contrapartida, sob a ótica dos serviços, o<br />

profissio<strong>na</strong>l não é formado a<strong>de</strong>quadamente pelas universida<strong>de</strong>s.<br />

Na visão do Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor <strong>de</strong>ste Pólo, é preciso compreen<strong>de</strong>r que<br />

a formação <strong>na</strong>s universida<strong>de</strong>s e nos serviços precisa caminhar <strong>de</strong> forma<br />

conjunta. Outro ponto crítico existente refere-se ao <strong>de</strong>spreparo do docente<br />

para aten<strong>de</strong>r aos problemas e <strong>de</strong>mandas do SUS, <strong>na</strong> medida em que muitos<br />

<strong>de</strong>les trabalham com metodologias tradicio<strong>na</strong>is, que não valorizam tanto a<br />

questão da didática, enfatizando ape<strong>na</strong>s o conteúdo.<br />

No Pólo Oeste Paulista, é possível reconhecer conflitos <strong>na</strong> relação ensinoserviço<br />

que não ocorrem <strong>de</strong> forma articulada. Há a compreensão <strong>de</strong> que os<br />

projetos das universida<strong>de</strong>s estavam voltados aos seus próprios interesses.<br />

De maneira geral, i<strong>de</strong>nfica-se que a representação das universida<strong>de</strong>s não<br />

se dava <strong>de</strong> forma institucio<strong>na</strong>l, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do entusiasmo e envolvimento<br />

pessoal dos representantes.<br />

Observa-se fragmentação <strong>na</strong> relação ensino-serviço, com a<br />

compreensão <strong>de</strong> que as universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>têm o conhecimento e aos serviços<br />

cabe ape<strong>na</strong>s a execução, embora o entrevistado avalie que nesse momento<br />

os serviços estão “mais científicos”. Na DIR, a interação com os serviços<br />

é mais intensa do que com as insituições <strong>de</strong> ensino. Para ele, não houve<br />

aproximação ensino-serviço com a mudança do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Pólos-PSF para<br />

o <strong>de</strong> PEPS.<br />

123


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

No Pólo do Vale do Paraíba, a principal contribuição das instituições<br />

<strong>de</strong> ensino refere-se à execução dos projetos do Pólo. Antes havia muita<br />

dificulda<strong>de</strong> para o Pólo manter um dialógo com as universida<strong>de</strong>s, o vem<br />

sendo modificado, pois as universida<strong>de</strong>s têm se mostrado mais abertas.<br />

Enten<strong>de</strong>-se que a mudança <strong>na</strong> prática do trabalho (missão do Pólo) não<br />

será alcançada sem a participação das universida<strong>de</strong>s.<br />

É possível reconhecer também que serviço e ensino participam<br />

ativamente no Pólo, embora a interação ainda aconteça <strong>de</strong> forma conflituosa.<br />

A relação do Pólo com a universida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> se restringir a uma relação<br />

<strong>de</strong> pagamento e prestação <strong>de</strong> serviço. Sob o ponto <strong>de</strong> vista das instituições<br />

<strong>de</strong> ensino, os serviços não abrem as portas para estágio e, quando o fazem,<br />

usam os estagiários como mão-<strong>de</strong>-obra barata. Os serviços, por sua vez,<br />

consi<strong>de</strong>ram que os estagiários não estão preparados, em função <strong>de</strong> falhas <strong>na</strong><br />

formação e, por isso, não po<strong>de</strong>m entrar diretamente <strong>na</strong> área técnica, tendo<br />

que passar por outro processo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>ntro do próprio serviço.<br />

O gráfico 6 (abaixo) permite verificar que, <strong>na</strong> opinião dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

dos Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo, as instituições <strong>de</strong> ensino são as principais<br />

responsáveis pelas ativida<strong>de</strong>s educacio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> educação técnica para a área<br />

fim; graduação em áreas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, inclusive Medici<strong>na</strong> e Enfermagem; e pósgraduação,<br />

seja especialização, mestrado ou doutorado. Os serviços também<br />

<strong>de</strong>sempenham papel importante, principalmente <strong>na</strong> educação técnica, e os<br />

hospitais <strong>de</strong> ensino possuem relevância <strong>na</strong> graduação e pós-graduação.<br />

GRÁFICO 6<br />

Instituições Responsáveis pelas Ativida<strong>de</strong>s Educacio<strong>na</strong>is <strong>na</strong> Opinião dos<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores dos PEPs <strong>de</strong> SP (n=8)<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>. Departamento <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

124 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

Com relação aos apoios recebidos do Ministério da Saú<strong>de</strong>, da SES/SP<br />

e das secretarias municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, os Pólos <strong>de</strong>stacaram os seguintes<br />

itens:<br />

• Ministério da Saú<strong>de</strong>: contribui principalmente por meio <strong>de</strong> apoio<br />

fi<strong>na</strong>nceiro, diretrizes conceituais e material didático;<br />

• Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>: principais apoios são fi<strong>na</strong>nceiro,<br />

material permanente e interlocução;<br />

• Secretarias municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>: apóiam os Pólos por meio <strong>de</strong><br />

interlocução e o estabelecimento <strong>de</strong> parcerias para realização das<br />

ativida<strong>de</strong>s.<br />

GRÁFICO 7<br />

Pólos do Estado <strong>de</strong> SP – Apoios mais importantes recebidos do MS, da SES e das SMS<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>. Departamento <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

Com relação aos impactos da atuação do PEPS e da nova Política <strong>de</strong><br />

Educação Permanente, foram poucos os relatados pelos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

dos Pólos pesquisados. Vale ressaltar novamente que nenhum dos Pólos do<br />

Estado <strong>de</strong> São Paulo possui um sistema <strong>de</strong> avaliação e monitoramento <strong>de</strong><br />

suas ações, o que contribui para dificulda<strong>de</strong> em apontar, <strong>de</strong> forma clara, quais<br />

teriam sido os impactos. Entretanto, <strong>na</strong> visão dos entrevistados, algumas<br />

mudanças po<strong>de</strong>m ser atribuídas ao funcio<strong>na</strong>mento dos Pólos:<br />

• Abertura das universida<strong>de</strong>s para discussão com o Pólo sobre<br />

mudança curricular;<br />

• Gestores mais organizados e abertos para participar das ativida<strong>de</strong>s<br />

propostas pelo Pólo;<br />

•<br />

Maior reflexão sobre o processo <strong>de</strong> trabalho.<br />

125


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Na opinião <strong>de</strong> um dos entrevistados: foi muito positivo, tanto para<br />

a instituição como para o serviço conseguir promover um processo <strong>de</strong><br />

integração: saber o que o outro faz, qual é a participação individual e coletiva<br />

<strong>de</strong>le, bem como suas perspectivas <strong>na</strong>s discussões conjuntas.<br />

Na percepção <strong>de</strong> outro entrevistado, a formação do Pólo conferiu<br />

uma nova dinâmica às regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que se sentiram perdidas com a<br />

municipalização da Saú<strong>de</strong>. Elas passaram a atuar como órgãos fiscalizadores<br />

ou <strong>de</strong> suporte, adquirindo uma nova perspectiva <strong>de</strong> atuação. As DIRs,<br />

sengundo ele, po<strong>de</strong>riam dar conta do papel hoje <strong>de</strong>sempenhado pelo Pólo,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que isso fizesse parte <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> Estado.<br />

Para outro entrevistado, o Pólo ajudou a DIR a alterar sua forma <strong>de</strong><br />

trabalhar, passando a atuar <strong>de</strong> forma mais <strong>de</strong>mocrática, em função da<br />

preocupação com a inclusão <strong>de</strong> novos atores no processo <strong>de</strong> educação<br />

permanente.<br />

3. Educação Permanente: Compreensão <strong>de</strong> Conceitos e a<br />

transição entre os Mo<strong>de</strong>los<br />

O conceito <strong>de</strong> educação permanente utilizado <strong>na</strong> formulação da política<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is para o SUS contém os seguintes<br />

pressupostos fundamentais:<br />

• A prática profissio<strong>na</strong>l do aluno <strong>de</strong>ve ser incorporada ao processo<br />

<strong>de</strong> ensino-aprendizagem, como condição para uma aquisição ativa,<br />

reflexiva e, em conseqüência, crítica <strong>de</strong> novos conhecimentos;<br />

•<br />

•<br />

Os conhecimentos adquiridos no processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem<br />

<strong>de</strong>vem ser utilizados <strong>na</strong> prática profissio<strong>na</strong>l do egresso, como<br />

condição para sua compreensão, aplicação e avaliação;<br />

A aplicação dos conhecimentos adquiridos <strong>na</strong> prática profissio<strong>na</strong>l<br />

e a incorporação <strong>de</strong>ssa prática no processo pedagógico dão<br />

significado à aprendizagem e sentido ao seu uso.<br />

A tarefa <strong>de</strong> avaliar o impacto <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da estratégia educacio<strong>na</strong>l<br />

exige a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> atributos característicos <strong>de</strong> situações antece<strong>de</strong>ntes<br />

(estrutura familiar, estilo <strong>de</strong> vida, sexo, ida<strong>de</strong>) e situações processuais<br />

(método <strong>de</strong> ensino, programas, materiais, clima <strong>de</strong> classe, interações) o<br />

que, por si, já <strong>de</strong>nota a complexida<strong>de</strong> da tarefa do avaliador.<br />

Sendo a educação permanente para o SUS compreendida como<br />

aprendizagem no trabalho “on<strong>de</strong> o apren<strong>de</strong>r e ensi<strong>na</strong>r se incorporam ao<br />

cotidiano das organizações e ao exercício profissio<strong>na</strong>l” (SOUZA, 1991),<br />

enten<strong>de</strong>-se que a concretização da proposta se dá no contínuo educação-<br />

126 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

trabalho-educação, <strong>de</strong>mandando espaço para reflexão e <strong>de</strong>bate, abertura<br />

para incorporação dos problemas reais ao sistema <strong>de</strong> formação, materiais<br />

didáticos apropriados, competência didático-pedagógica específica, clima<br />

<strong>de</strong> ensino-aprendizagem <strong>de</strong>mocrático, oportunida<strong>de</strong> para discussão leitura<br />

e <strong>de</strong>bates, entre outros fatores.<br />

Assim, foram apresentadas aos entrevistados uma série <strong>de</strong> questões<br />

sobre as características da educação permanente e da educação continuada<br />

(terminologia e conceituação próprias do MS) e foi pedido que i<strong>de</strong>ntificassem<br />

sua aplicabilida<strong>de</strong> à atuação dos PEPS.<br />

O significado e conteúdo dos conceitos utilizados, segundo interpretação<br />

dos autores do presente estudo6 , po<strong>de</strong>m ser assim esclarecidos:<br />

• Pressuposto pedagógico – “o processo <strong>de</strong> aprendizagem é um<br />

processo permanente <strong>de</strong> retro-alimentação entre aquisição <strong>de</strong><br />

conhecimento e prática profissio<strong>na</strong>l ou é um processo no qual a<br />

prática prece<strong>de</strong> o conhecimento”.<br />

• Objetivo principal – “o objetivo da educação permanente é<br />

transformar as práticas, enquanto que o objetivo da educação<br />

continuada é atualizar conhecimentos”.<br />

• Público-alvo – “os beneficiários da atuação dos PEPS são as<br />

equipes (<strong>de</strong> atenção e gestão) em qualquer área do sistema,<br />

enquanto que os beneficiários dos Pólos-PSF são as equipes <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> da família”.<br />

• Lógica <strong>de</strong> operação – segundo a documentação do MS existe<br />

uma diferença conceitual entre ser contínuo e ser permanente:<br />

a educação continuada é <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, ou seja, “a partir <strong>de</strong> uma<br />

leitura geral dos problemas, i<strong>de</strong>ntificam-se temas e conteúdos a<br />

serem trabalhados com os profissio<strong>na</strong>is, geralmente sob o formato<br />

<strong>de</strong> cursos”. A “educação permanente tem uma lógica <strong>de</strong> operação<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte <strong>na</strong> qual, a partir da análise coletiva dos processos <strong>de</strong><br />

trabalho, i<strong>de</strong>ntificam-se os nós críticos enfrentados <strong>na</strong> atenção e<br />

gestão, possibilitando a construção <strong>de</strong> estratégias contextualizadas<br />

que promovem o diálogo entre as políticas gerais e a singularida<strong>de</strong><br />

dos lugares e pessoas”.<br />

• Ativida<strong>de</strong>s educativas – os cursos po<strong>de</strong>m ser padronizados com<br />

carga horária, dinâmica e conteúdos <strong>de</strong>finidos centralmente ou<br />

baseados em solução <strong>de</strong> problemas equacio<strong>na</strong>dos <strong>de</strong> acordo com<br />

cada situação específica.<br />

6 Fonte das <strong>de</strong>finições: interpretação dos conceitos apresentados nos documentos oficiais e <strong>na</strong><br />

bibliografia disponibilizada pelo Ministério da Saú<strong>de</strong> feita pela equipe <strong>de</strong> pesquisa do Programa<br />

<strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>. Departamento<br />

<strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva. FMUSP (2006).<br />

127


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Assim, verificou-se principalmente os níveis <strong>de</strong> compreensão que os<br />

entrevistados têm da proposta em seu conteúdo essencial. Esta verificação<br />

foi feita contrastando os pressupostos da educação permanente (abordagem<br />

2) com os pressupostos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los educacio<strong>na</strong>is expositivos e <strong>de</strong>scritivos<br />

(abordagem 1), como está explicitado no instrumento <strong>de</strong> pesquisa<br />

apresentado abaixo. O conjunto <strong>de</strong> questões formuladas po<strong>de</strong> ser resumido<br />

pelo quadro 1 (a seguir), que foi submetido à opinião dos entrevistados,<br />

solicitando que <strong>de</strong>finissem a aplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma e outra estratégia ao seu<br />

trabalho cotidiano no PEPS.<br />

quADRO 1<br />

Gra<strong>de</strong> Submetida aos Entrevistados<br />

Enunciado do instrumento <strong>de</strong> pesquisa: “Gostaríamos <strong>de</strong> verificar sua opinião sobre a <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> algumas dimensões referentes a duas abordagens pedagógico-educacio<strong>na</strong>is. As <strong>de</strong>finições<br />

constam <strong>de</strong> documento oficial do MS e nosso objetivo é i<strong>de</strong>ntificar sua aplicabilida<strong>de</strong> exclusiva<br />

ou inclusiva (exclu<strong>de</strong>nte ou convergente) <strong>na</strong>s ativida<strong>de</strong>s educacio<strong>na</strong>is dos Pólos”.<br />

Item Abordagem 1 Abordagem 2 Sua Opinião<br />

Pressuposto<br />

pedagógico<br />

Objetivo<br />

principal<br />

Público<br />

Lógica <strong>de</strong><br />

Operação<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

educativas<br />

O “conhecimento” presi<strong>de</strong>/<br />

<strong>de</strong>fine as práticas. Em<br />

outras palavras, o trabalho<br />

é o momento ou a situação<br />

nos quais os conhecimentos<br />

adquiridos são aplicados e<br />

utilizados.<br />

Atualização <strong>de</strong> conhecimentos<br />

específicos<br />

Profissio<strong>na</strong>is específicos, <strong>de</strong><br />

acordo com o conhecimento a<br />

trabalhar<br />

Descen<strong>de</strong>nte. A partir <strong>de</strong> uma<br />

leitura geral dos problemas,<br />

i<strong>de</strong>ntificam-se temas e<br />

conteúdos a serem trabalhados<br />

com os profissio<strong>na</strong>is,<br />

geralmente sob o formato <strong>de</strong><br />

cursos<br />

Cursos padronizados – carga<br />

horária, conteúdo e dinâmica<br />

<strong>de</strong>finidos centralmente<br />

Fonte: Brasil. Ministério da Saú<strong>de</strong> (2004a).<br />

As práticas são <strong>de</strong>finidas por<br />

múltiplos fatores (conhecimento,<br />

valores, relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r,<br />

organização do trabalho, etc.) e a<br />

aprendizagem dos adultos requer<br />

que se trabalhe com elementos<br />

que façam sentido para os<br />

sujeitos envolvidos (aprendizagem<br />

significativa)<br />

Transformação das práticas<br />

Equipes (<strong>de</strong> atenção e gestão) em<br />

qualquer área do sistema<br />

Ascen<strong>de</strong>nte. A partir da análise<br />

coletiva dos processos <strong>de</strong> trabalho,<br />

i<strong>de</strong>ntificam-se os nós críticos<br />

enfrentados <strong>na</strong> atenção e gestão,<br />

possibilitando a construção <strong>de</strong><br />

estratégias contextualizadas que<br />

promovem o diálogo entre as<br />

políticas gerais e a singularida<strong>de</strong> dos<br />

lugares e pessoas<br />

Problemas são resolvidos /<br />

equacio<strong>na</strong>dos <strong>de</strong> acordo com cada<br />

situação.<br />

1. Ape<strong>na</strong>s a 1 é aplicável<br />

2. Ape<strong>na</strong>s a 2 é aplicável<br />

3. Ambas são aplicáveis<br />

4. Nenhuma é aplicável<br />

1. Ape<strong>na</strong>s a 1 é aplicável<br />

2. Ape<strong>na</strong>s a 2 é aplicável<br />

3. Ambas são aplicáveis<br />

4. Nenhuma é aplicável<br />

1. Ape<strong>na</strong>s a 1 é aplicável<br />

2. Ape<strong>na</strong>s a 2 é aplicável<br />

3. Ambas são aplicáveis<br />

4. Nenhuma é aplicável<br />

1. Ape<strong>na</strong>s a 1 é aplicável<br />

2. Ape<strong>na</strong>s a 2 é aplicável<br />

3. Ambas são aplicáveis<br />

4. Nenhuma é aplicável<br />

1. Ape<strong>na</strong>s a 1 é aplicável<br />

2. Ape<strong>na</strong>s a 2 é aplicável<br />

3. Ambas são aplicáveis<br />

4. Nenhuma é aplicável<br />

A tabela 8 (abaixo) indica a compreensão dos entrevistados, segundo<br />

a aplicabilida<strong>de</strong> dos conceitos relativos aos itens: Pressuposto Pedagógico,<br />

Objetivo Principal, Público-alvo das Ativida<strong>de</strong>s, Lógica <strong>de</strong> Operação e Ativida<strong>de</strong>s<br />

128 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

Educacio<strong>na</strong>is. Observa-se predominância <strong>de</strong> aplicabilida<strong>de</strong> da educação<br />

permanente ou <strong>de</strong> ambas as abordagens com relação aos itens investigados.<br />

tABELA 8<br />

Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo – aplicabilida<strong>de</strong> das abordagens <strong>de</strong> educação<br />

continuada e educação permanente<br />

Item<br />

Educação<br />

Continuada<br />

Abordagem Pedagógica Aplicável<br />

Educação<br />

Permanente<br />

Ambas Nenhuma<br />

Pressuposto<br />

pedagógico<br />

4 4<br />

Objetivo principal 5 3<br />

Público-alvo das<br />

ativida<strong>de</strong>s<br />

2 6<br />

Lógica <strong>de</strong><br />

operação<br />

2 5 1<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

educacio<strong>na</strong>is<br />

1 5 2<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>. Departamento <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

Com relação à transição do mo<strong>de</strong>lo anterior (Pólo-PSF) para o mo<strong>de</strong>lo<br />

atual (PEPS), as entrevistas realizadas permitiram i<strong>de</strong>ntificar como aspectos<br />

positivos o fortalecimento da estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família e a compreensão<br />

<strong>de</strong> que os antigos Pólos foram embriões dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente<br />

em Saú<strong>de</strong>. Em contrapartida, foram indicadas fragilida<strong>de</strong>s com relação ao<br />

antigo mo<strong>de</strong>lo, que estão i<strong>de</strong>ntificadas <strong>na</strong> tabela 9 (abaixo).<br />

tABELA 9<br />

Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo – Aspectos positivos e fragilida<strong>de</strong>s dos Pólos-PSF<br />

PÓLOS DO PSF<br />

ItEM ASPECtOS POSItIVOS FRAGILIDADES<br />

Participação --------------- ----------------<br />

• Instituições formadoras ofereciam um<br />

“cardápio <strong>de</strong> cursos” existentes<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

educacio<strong>na</strong>is<br />

---------------<br />

Lógica <strong>de</strong> Operação ---------------<br />

Aspectos Gerais<br />

• Pólos-PSF são um embrião dos<br />

Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente<br />

• Fortaleceu o PSF <strong>de</strong>ntro da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

• Projetos eram feitos pelos docentes das<br />

IES ou em conjunto com os técnicos das<br />

Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

• Cursos pontuais, nos mol<strong>de</strong>s da Educação<br />

Continuada<br />

• Pólo tinha “dono”, domínio das IES<br />

• Cursos eram <strong>de</strong>finidos pelas IES<br />

• Centralização excessiva<br />

• Disputa <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ntro da IES que<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>va o Pólo<br />

• Capacitação restrita a ape<strong>na</strong>s algumas<br />

categorias profissio<strong>na</strong>is<br />

• Limitava-se a oferecer “cursinhos e<br />

projetinhos”<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>. Departamento <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

129


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Quanto aos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>, foram i<strong>de</strong>ntificados<br />

aspectos positivos das diretrizes, bem como dificulda<strong>de</strong>s <strong>na</strong> operacio<strong>na</strong>lização da<br />

Portaria GM 198/04. De maneira geral, é possível indicar que os entrevistados<br />

reconhecem a proposta <strong>de</strong> Educação Permanente como um avanço, com a<br />

participação <strong>de</strong> novos atores sociais e ampliação do foco <strong>de</strong> atuação. Em<br />

contrapartida, i<strong>de</strong>ntificam-se dificulda<strong>de</strong>s com relação à operacio<strong>na</strong>lização da<br />

Política <strong>de</strong> Educação Permanente, que estão indicadas <strong>na</strong> tabela 10 (abaixo).<br />

tABELA 10<br />

Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo – Aspectos positivos e dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

operacio<strong>na</strong>lização da Portaria GM 198/04<br />

ItEM<br />

Participação<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Educacio<strong>na</strong>is<br />

Lógica <strong>de</strong> Operação<br />

Aspectos Gerais<br />

Fonte: Os autores (2005).<br />

PÓLOS DE EDuCAçãO PERMAnEntE<br />

ASPECtOS POSItIVOS DAS<br />

DIREtRIZES<br />

• Diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atores<br />

• Maior participação <strong>de</strong> gestores<br />

municipais<br />

• Ampliação do número <strong>de</strong><br />

participantes, tanto <strong>de</strong> instituições,<br />

quanto <strong>de</strong> uma mesma instituição<br />

• Ativida<strong>de</strong>s organizadas a partir<br />

da <strong>de</strong>manda das instituições,<br />

principalmente <strong>de</strong> gestores dos<br />

municípios<br />

• Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a oferta<br />

(e não o contrário)<br />

• Execução <strong>de</strong>scentralizada dos cursos<br />

• Gestão Colegiada<br />

• Processo é mais <strong>de</strong>mocrático<br />

• Discussão <strong>de</strong> problemas<br />

locorregio<strong>na</strong>is<br />

• Ampliação do foco <strong>de</strong> atuação do<br />

Pólo, que hoje é para todos os<br />

profissio<strong>na</strong>is do SUS<br />

• Pólo constituiu um espaço <strong>de</strong><br />

discussão e articulação<br />

• Fortalecimento dos municípios<br />

DIFICuLDADES DE<br />

OPERACIOnALIZAçãO<br />

• Baixa participação das IES em virtu<strong>de</strong> da<br />

inversão do mo<strong>de</strong>lo<br />

• Baixa participação dos usuários,<br />

trabalhadores da Saú<strong>de</strong> e estudantes<br />

---------------<br />

• Horizontalida<strong>de</strong> é mais difícil <strong>de</strong><br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>r, pela própria história <strong>de</strong><br />

verticalização do mo<strong>de</strong>lo anterior<br />

• Falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> linha <strong>de</strong><br />

fi<strong>na</strong>nciamento<br />

• Apoio fi<strong>na</strong>nceiro do Estado foi pontual<br />

• Falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição da própria estrutura<br />

do Pólo<br />

• Pólos estão <strong>de</strong>sarticulados<br />

4. Percepção e Visão dos Gestores: Secretários Municipais <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>, COSEMS e Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong><br />

4.1 Percepção dos Gestores Municipais<br />

Este item traz os resultados <strong>de</strong>scritivos relativos ao perfil dos secretários<br />

municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e à capacitação <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is da área <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong> e do PSF dos municípios paulistas com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes,<br />

130 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

objeto <strong>de</strong> estudo da Pesquisa <strong>de</strong> Avaliação e do Programa <strong>de</strong> Expansão e<br />

Consolidação do Saú<strong>de</strong> da Família (PROESF), <strong>de</strong>senvolvida pelo Consórcio<br />

Medici<strong>na</strong> USP durante o ano <strong>de</strong> 2005.<br />

Quanto ao perfil, os secretários municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> dos 61 municípios<br />

estudados pela Pesquisa PROESF7 são, em sua maioria, homens (73,8%),<br />

têm mais <strong>de</strong> 40 anos (78,6%), são médicos (62,3%) e possuem curso <strong>de</strong><br />

pós-graduação (75,5%), como mostram os dados da tabela 11, a seguir.<br />

tABELA 11<br />

Secretários Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – aspectos <strong>de</strong>mográficos e<br />

profissio<strong>na</strong>is dos Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Aspectos Demográficos e Profissio<strong>na</strong>is número absoluto %<br />

Sexo 61 100,0<br />

Feminino 16 26,2<br />

Masculino 45 73,8<br />

Faixa Etária 61 100,0<br />

Até 40 anos 13 21,3<br />

De 41 a 50 anos 23 37,7<br />

De 51 a 60 anos 19 31,1<br />

Mais <strong>de</strong> 60 anos 6 9,8<br />

Profissão 61 100,0<br />

Médico 38 62,3<br />

Enfermeiro 3 4,9<br />

Cirurgião Dentista 5 8,2<br />

Farmacêutico 3 4,9<br />

Administrador 2 3,3<br />

Outras profissões 9 14,8<br />

Não-informado 1 1,6<br />

Escolarida<strong>de</strong> 61 100,0<br />

Superior incompleto 1 1,6<br />

Somente graduação 13 21,3<br />

Pós-graduação – especialização 33 54,1<br />

Pós-graduação – mestrado 9 14,8<br />

Pós-graduação – doutorado 4 6,6<br />

Não-informado 1 1,6<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

A análise dos aspectos <strong>de</strong>mográficos e profissio<strong>na</strong>is dos Secretários<br />

Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> por Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente revela a seguinte<br />

situação:<br />

7 Embora a pesquisa PROESF tenha sido realizada em 62 municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes<br />

no Estado <strong>de</strong> São Paulo, a capital constituiu um lote separado, sendo que <strong>na</strong>s tabelas que se<br />

seguem os dados referentes ao Município <strong>de</strong> São Paulo não foram consi<strong>de</strong>rados.<br />

131


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

• Sexo:<br />

gestores homens representam a maioria em seis dos<br />

oito Pólos existentes; há equilíbrio entre homens e mulheres no<br />

Pólo Oeste Paulista; e mulheres são maioria no Pólo do Vale do<br />

Paraíba;<br />

• Faixa etária: maioria dos gestores possui mais <strong>de</strong> 40 anos em<br />

cinco dos oito Pólos existentes; meta<strong>de</strong> dos gestores tem menos<br />

<strong>de</strong> 40 anos no Pólo Noroeste Paulista; maioria tem mais <strong>de</strong> 50<br />

anos nos Pólos Noroeste Paulista e Sudoeste Paulista;<br />

• Profissão: com exceção do Pólo do Vale do Paraíba, cujos<br />

gestores apresentam maior diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> profissões, a maioria<br />

dos gestores dos oito Pólos existentes é formada por médicos;<br />

• Escolarida<strong>de</strong>: a maioria dos gestores possui curso <strong>de</strong> pósgraduação<br />

(especialização, mestrado ou doutorado) em seis<br />

dos oito Pólos, enquanto meta<strong>de</strong> dos gestores possui somente<br />

graduação nos Pólos Oeste Paulista e Sudoeste Paulista.<br />

A tabela 12 (abaixo) <strong>de</strong>talha, <strong>de</strong> forma quantitativa, a situação<br />

predomi<strong>na</strong>nte em cada um dos Pólos, <strong>de</strong> acordo com os aspectos<br />

consi<strong>de</strong>rados.<br />

tABELA 12<br />

Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – aspectos <strong>de</strong>mográficos e profissio<strong>na</strong>is<br />

dos Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> por Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente<br />

Pólo Municípios<br />

Baixada Santista<br />

(Santos)<br />

Gran<strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

(RMSP)<br />

Leste Paulista<br />

(Campi<strong>na</strong>s)<br />

nor<strong>de</strong>ste<br />

Paulista<br />

(Ribeirão Preto)<br />

noroeste<br />

Paulista<br />

(SJ Rio Preto)<br />

Oeste Paulista<br />

(Marília)<br />

Sudoeste<br />

Paulista<br />

(Botucatu)<br />

Vale do Paraíba<br />

(SJ Campos)<br />

5 Homens (4)<br />

21 Homens (14)<br />

14 Homens (12)<br />

4 Homens (3)<br />

4 Homens (4)<br />

2<br />

Aspectos Demográficos e Profissio<strong>na</strong>is<br />

Sexo Faixa etária Profissão Escolarida<strong>de</strong><br />

Equilíbrio entre<br />

homens e<br />

mulheres<br />

6 Homens (5)<br />

5 Mulheres (3)<br />

Mais <strong>de</strong> 40 anos<br />

(4)<br />

Mais <strong>de</strong> 40 anos<br />

(15)<br />

Mais <strong>de</strong> 40 anos<br />

(12)<br />

Meta<strong>de</strong> tem<br />

menos <strong>de</strong> 40<br />

anos (2)<br />

Mais <strong>de</strong> 50 anos<br />

(3)<br />

Meta<strong>de</strong> tem<br />

menos <strong>de</strong> 40<br />

anos (1)<br />

Mais <strong>de</strong> 50 anos<br />

(5)<br />

Mais <strong>de</strong> 40 anos<br />

(4)<br />

Médicos (3)<br />

Médicos (11)<br />

Médicos (9)<br />

Médicos (3)<br />

Médicos (4)<br />

Médicos (2)<br />

Médicos (4)<br />

Outras<br />

profissões (3)<br />

Pós-graduação<br />

(5)<br />

Pós-graduação<br />

(14)<br />

Pós-graduação<br />

(12)<br />

Pós-graduação<br />

(4)<br />

Pós-graduação<br />

(3)<br />

Equilíbrio entre<br />

graduação e pósgraduação<br />

Equilíbrio entre<br />

graduação e pósgraduação<br />

Pós-graduação<br />

(3)<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

132 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

Planos Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação<br />

A gran<strong>de</strong> maioria dos gestores (78,7%) reconhece que recursos humanos<br />

pouco qualificados/insuficientes representam uma das principais dificulda<strong>de</strong>s<br />

para as ações <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> no Município. Entretanto, somente 54%<br />

<strong>de</strong>clararam que os Planos Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> possuem metas específicas<br />

relacio<strong>na</strong>das com a capacitação <strong>de</strong> RH <strong>na</strong> área <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>. Quando<br />

se consi<strong>de</strong>ra a capacitação <strong>de</strong> recursos humanos para o PSF, o percentual <strong>de</strong><br />

municípios que contempla essa questão é ainda mais baixo – 47,5%.<br />

À época da pesquisa, 73,8% dos gestores informaram que um novo<br />

Plano Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> estava sendo elaborado. Nessa nova versão,<br />

observa-se maior preocupação com a questão da capacitação <strong>de</strong> recursos<br />

humanos <strong>na</strong> área <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, já que 68,9% dos novos planos propõem<br />

mudanças relacio<strong>na</strong>das com essa questão. A capacitação <strong>de</strong> RH para o PSF<br />

apresenta menor variação: 48,9% dos novos planos contemplam mudanças<br />

<strong>na</strong>s metas para essa fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>.<br />

tABELA 13<br />

Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – metas <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> RH <strong>na</strong> área <strong>de</strong><br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e PSF<br />

Item Resposta Absoluto %<br />

<strong>Recursos</strong> humanos pouco qualificados/insuficientes são uma das Sim 48 78,7<br />

principais dificulda<strong>de</strong>s para as ações <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> (AB)<br />

Não 13 21,3<br />

Plano Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> contempla metas específicas <strong>de</strong><br />

Sim 33 54,1<br />

capacitação <strong>de</strong> RH <strong>na</strong> área <strong>de</strong> (AB)<br />

Não 26 42,6<br />

Plano Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> contempla metas específicas <strong>de</strong><br />

Sim 29 47,5<br />

capacitação <strong>de</strong> RH para o PSF<br />

Não 31 50,8<br />

Município está elaborando um novo Plano Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Sim<br />

Não<br />

45<br />

16<br />

73,8<br />

26,2<br />

O novo Plano Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> propõe mudanças <strong>na</strong>s metas <strong>de</strong> Sim 31 68,9<br />

capacitação <strong>de</strong> RH <strong>na</strong> área <strong>de</strong> AB (N=45)<br />

Não 14 31,1<br />

O novo Plano Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> propõe mudanças <strong>na</strong>s metas <strong>de</strong> Sim 22 51,1<br />

capacitação <strong>de</strong> RH para o PSF (N=45)<br />

Não 23 48,9<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

A tabulação <strong>de</strong>sses dados por Pólo mostra que a existência <strong>de</strong> recursos<br />

humanos pouco qualificados/insuficientes constitui uma das principais<br />

dificulda<strong>de</strong>s para as ações <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> em todos os oito Pólos do<br />

Estado. Em dois Pólos (Baixada Santista e Nor<strong>de</strong>ste Paulista), 100% dos<br />

gestores municipais concordam com essa afirmativa. E nos <strong>de</strong>mais Pólos o<br />

percentual também é bastante elevado. Opiniões diferentes são manifestadas<br />

pelos gestores do Pólo Oeste Paulista, visto que 50% não consi<strong>de</strong>ram que<br />

RH pouco qualificado ou insuficiente representam um obstáculo para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> AB.<br />

133


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

GRÁFICO 8<br />

Pólos do Estado <strong>de</strong> SP – RH pouco qualificados/insuficientes constituem uma das<br />

principais dificulda<strong>de</strong>s para as ações <strong>de</strong> AB<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

A existência <strong>de</strong> metas <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> RH para a área <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong> e para o PSF nos Planos Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> apresenta variações<br />

entre os municípios <strong>de</strong> cada um dos oito Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Po<strong>de</strong>m-se distinguir três situações:<br />

• Mais da meta<strong>de</strong> ou a totalida<strong>de</strong> dos municípios do Pólo possui<br />

Planos Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> com metas <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> RH para<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e/ou PSF: Nor<strong>de</strong>ste Paulista, Noroeste Paulista,<br />

Leste Paulista e Sudoeste Paulista;<br />

•<br />

•<br />

Meta<strong>de</strong> dos municípios do Pólo possui Planos Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

com metas <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> RH para <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e/ou PSF:<br />

Oeste Paulista;<br />

Menos da meta<strong>de</strong> dos municípios do Pólo possui Planos Municipais<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> com metas <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> RH para <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e/<br />

ou PSF: Baixada Santista, Gran<strong>de</strong> São Paulo e Vale do Paraíba.<br />

Por outro lado, verifica-se, com exceção do Pólo Noroeste Paulista, que<br />

há um número variável <strong>de</strong> municípios realizando mudanças em seus Planos<br />

Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, com reflexo <strong>na</strong>s metas <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> RH para<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e PSF. Novamente, é possível i<strong>de</strong>ntificar três situações:<br />

• A totalida<strong>de</strong> ou maioria dos municípios do Pólo está introduzindo<br />

mudanças <strong>na</strong>s metas <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> RH para <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e/<br />

ou PSF: Pólo Oeste Paulista, Pólo da Baixada Santista, Pólo Leste<br />

Paulista e Pólo do Vale do Paraíba;<br />

134 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


•<br />

•<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

Meta<strong>de</strong> dos municípios do Pólo está introduzindo mudanças <strong>na</strong>s<br />

metas <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> RH para <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e/ou PSF: Pólo<br />

Nor<strong>de</strong>ste Paulista;<br />

Menos da meta<strong>de</strong> ou nenhum Município do Pólo está introduzindo<br />

mudanças <strong>na</strong>s metas <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> RH para <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

e/ou PSF: Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo, Pólo Sudoeste Paulista e Pólo<br />

Noroeste Paulista.<br />

tABELA 14<br />

Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Existência <strong>de</strong> metas <strong>de</strong> capacitação<br />

<strong>de</strong> RH para a área <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e PSF no Plano Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> atual e<br />

mudanças no novo plano<br />

Pólo Municípios<br />

Plano Atual (n=61) novo Plano (n=45)<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

PSF<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

Baixada Santista 5 2 2 3 3<br />

Gran<strong>de</strong> São Paulo 21 7 4 8 7<br />

Leste Paulista 14 9 10 9 5<br />

nor<strong>de</strong>ste Paulista 4 4 4 2 1<br />

noroeste Paulista 4 4 4 0 0<br />

Oeste Paulista 2 1 1 2 1<br />

Sudoeste Paulista 6 4 2 3 2<br />

Vale do Paraíba 5 2 2 4 3<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

Em síntese, a análise dos Planos Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> das localida<strong>de</strong>s<br />

estudadas revela a seguinte situação quanto à capacitação <strong>de</strong> pessoal:<br />

• 54% dos Planos Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> contemplam metas específicas<br />

<strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> RH <strong>na</strong> área <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>;<br />

• Metas específicas <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> RH para o PSF não estão<br />

contempladas em 51% dos Planos Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>;<br />

•<br />

•<br />

•<br />

74% dos municípios estão elaborando um novo Plano Municipal<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>;<br />

Desse total, 69% propõem mudanças <strong>na</strong>s metas <strong>de</strong> capacitação<br />

<strong>de</strong> RH <strong>na</strong> área <strong>de</strong> AB no novo Plano Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>;<br />

Meta<strong>de</strong> dos novos Planos Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> não contempla<br />

mudanças <strong>na</strong>s metas <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> RH para o PSF.<br />

Outro aspecto importante diz respeito à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s para<br />

a política <strong>de</strong> capacitação. Pouco mais da meta<strong>de</strong> dos municípios estudados<br />

indicou a existência <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finidas para a política <strong>de</strong> capacitação<br />

por parte da atual gestão. Esta <strong>de</strong>finição é maior entre os municípios do Pólo<br />

Nor<strong>de</strong>ste Paulista e do Pólo Noroeste Paulista e menor entre os municípios do<br />

Pólo Sudoeste Paulista, como mostram os dados da tabela 15, a seguir.<br />

PSF<br />

135


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

tABELA 15<br />

Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finidas para a política <strong>de</strong><br />

capacitação por parte da atual gestão, segundo o Pólo (em %)<br />

Pólo Sim não<br />

não-<br />

informado<br />

136 Co n s ó r C i o mediCinA UsP<br />

total<br />

Baixada Santista (Santos) 50,0 --- 50,0 100,0<br />

Gran<strong>de</strong> São Paulo (RMSP) 40,5 16,2 43,2 100,0<br />

Leste Paulista (Campi<strong>na</strong>s) 57,1 35,7 7,1 100,0<br />

nor<strong>de</strong>ste Paulista (Ribeirão Preto) 100,0 --- --- 100,0<br />

noroeste Paulista (São José do Rio Preto) 100,0 --- --- 100,0<br />

Oeste Paulista (Marília) 50,0 50,0 --- 100,0<br />

Sudoeste Paulista (Botucatu) 33,3 66,7 --- 100,0<br />

Vale do Paraíba (São José dos Campos) 55,6 ---- 44,4 100,0<br />

total 51,2 18,6 30,2 100,0<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

A criação <strong>de</strong> núcleos <strong>de</strong> capacitação, <strong>de</strong> um lado, e a capacitação <strong>de</strong><br />

profissio<strong>na</strong>is e gestores, <strong>de</strong> outro, constituem as duas principais priorida<strong>de</strong>s<br />

citadas pelos municípios vinculados aos oito Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente<br />

em Saú<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> São Paulo. Em seguida, foram i<strong>de</strong>ntificadas<br />

priorida<strong>de</strong>s no sentido <strong>de</strong> capacitar os trabalhadores nos seguintes itens:<br />

humanização/acolhimento; ações programáticas/áreas temáticas; e Serviço<br />

<strong>de</strong> Atendimento Móvel <strong>de</strong> Urgência (SAMU).<br />

tABELA 16<br />

Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Priorida<strong>de</strong>s especificadas <strong>de</strong><br />

capacitação pela atual gestão municipal, por priorida<strong>de</strong>, segundo os Pólos<br />

PÓLO<br />

Baixada Santista<br />

(Santos)<br />

Gran<strong>de</strong> SP<br />

(São Paulo)<br />

Leste Paulista<br />

(Campi<strong>na</strong>s)<br />

nor<strong>de</strong>ste Paulista<br />

(Ribeirão Preto)<br />

noroeste Paulista<br />

(São José do Rio Preto)<br />

Oeste Paulista<br />

(Marília)<br />

Sudoeste Paulista<br />

(Botucatu)<br />

Vale do Paraíba<br />

(São José dos Campos)<br />

PRIORIDADES ESPECIFICADAS nA POLÍtICA DE CAPACItAçãO<br />

Criação <strong>de</strong><br />

núcleo <strong>de</strong><br />

Capacitação<br />

Capacitação <strong>de</strong><br />

profissio<strong>na</strong>is e<br />

gestores<br />

Humanização<br />

/ acolhimento<br />

Ações<br />

programáticas /<br />

áreas temáticas<br />

SAMu<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

Na análise por Pólo, observa-se que somente dois Pólos listaram todas<br />

essas questões como priorida<strong>de</strong>s <strong>na</strong> política <strong>de</strong> capacitação: Pólo da Gran<strong>de</strong><br />

São Paulo e Pólo Leste Paulista. No outro extremo, dois Pólos assi<strong>na</strong>laram<br />

ape<strong>na</strong>s uma priorida<strong>de</strong>: Pólo Oeste Paulista e Pólo Sudoeste Paulista.<br />

Capacitação dos profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e do PSF<br />

A pesquisa procurou saber que formas são utilizadas para capacitar os<br />

profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e do PSF dos municípios pesquisados, on<strong>de</strong><br />

são realizadas as capacitações, quais são os entraves mais freqüentes para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s e quais <strong>de</strong>las contam com a participação<br />

dos PEPS.<br />

Os dados mostram que as capacitações <strong>de</strong>sses profissio<strong>na</strong>is são<br />

realizadas, <strong>de</strong> forma predomi<strong>na</strong>nte, por meio <strong>de</strong> programas (AIDS,<br />

tuberculose, hemodiálise, <strong>de</strong>ngue etc.), capacitações em áreas temáticas<br />

(AIDPI, ciclo <strong>de</strong> vida etc.) e trei<strong>na</strong>mento em serviço, sendo que os<br />

profissio<strong>na</strong>is do PSF também são geralmente capacitados por meio do<br />

curso introdutório. Embora menos freqüente, cursos <strong>de</strong> atualização e <strong>de</strong><br />

especialização também são utilizados para capacitar os profissio<strong>na</strong>is que<br />

atuam <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e no PSF. Já a capacitação <strong>de</strong>sses profissio<strong>na</strong>is<br />

por meio <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> graduação, residência e mestrado/doutorado é pouco<br />

utilizada nos municípios pesquisados.<br />

As capacitações dos profissio<strong>na</strong>is que atuam <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e<br />

no PSF são realizadas, principalmente, no próprio Município (<strong>de</strong>ntro ou<br />

fora da unida<strong>de</strong>) e <strong>na</strong> regio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> à qual ele se encontra vinculado.<br />

Capacitações realizadas em outra regio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, em outro Estado ou<br />

em Brasília são pouco freqüentes.<br />

137


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

tABELA 17<br />

Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Formas com que os profissio<strong>na</strong>is da AB e do PSF têm sido capacitados<br />

AtEnçãO BÁSICA PSF<br />

PÓLO<br />

MAIS MEnOS MAIS MEnOS<br />

Curso <strong>de</strong> informática; residência<br />

Introdutório; trei<strong>na</strong>mento em<br />

serviço<br />

Graduação; especialização; pósgraduação;<br />

residência<br />

Áreas temáticas<br />

Baixada Santista<br />

(Santos)<br />

Residência<br />

Trei<strong>na</strong>mento em serviço;<br />

Introdutório<br />

Programas Residência<br />

Gran<strong>de</strong> São Paulo<br />

(São Paulo)<br />

Residência<br />

Introdutório; trei<strong>na</strong>mento em<br />

serviço<br />

Trei<strong>na</strong>mento em serviço Residência<br />

Leste Paulista<br />

(Campi<strong>na</strong>s)<br />

Residência<br />

Introdutório; trei<strong>na</strong>mento em<br />

serviço; especialização<br />

Graduação; residência<br />

Trei<strong>na</strong>mento em serviço;<br />

programas; atualização;<br />

especialização<br />

nor<strong>de</strong>ste Paulista<br />

(Ribeirão Preto)<br />

138 Co n s ó r C i o mediCinA UsP<br />

Ciclo <strong>de</strong> vida; áreas temáticas;<br />

informática; residência<br />

Introdutório; trei<strong>na</strong>mento em<br />

serviço; aperfeiçoamento<br />

Aperfeiçoamento; graduação; pósgraduação;<br />

residência<br />

Programas<br />

noroeste Paulista<br />

(São José do Rio Preto)<br />

Especialização; informática;<br />

residência<br />

Introdutório; trei<strong>na</strong>mento<br />

em serviço; ciclo <strong>de</strong> vida;<br />

aperfeiçoamento;<br />

Residência<br />

Trei<strong>na</strong>mento em serviço;<br />

programas; áreas temáticas;<br />

atualização<br />

Oeste Paulista<br />

(Marília)<br />

Curso <strong>de</strong> informática; residência<br />

Introdutório; trei<strong>na</strong>mento em<br />

serviço<br />

Pós-graduação (mestrado/<br />

doutorado)<br />

Trei<strong>na</strong>mento em serviço;<br />

programas; áreas temáticas;<br />

atualização<br />

Sudoeste Paulista<br />

(Botucatu)<br />

Residência Introdutório Residência<br />

Trei<strong>na</strong>mento em serviço;<br />

programas<br />

Vale do Paraíba<br />

(São José dos Campos)<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>. Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

tABELA 18<br />

Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – On<strong>de</strong> são realizadas as capacitações<br />

dos profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e do PSF<br />

• No Município, fora da unida<strong>de</strong><br />

OnDE SãO REALIZADAS AS CAPACItAçÕES<br />

Mais freqüentes Menos freqüentes<br />

• Na Regio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> em que o Município está<br />

inserido<br />

• Na própria unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

• Em outra Regio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

• Em Brasília<br />

• Em outro Estado<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

De modo geral, po<strong>de</strong>-se afirmar que as Unida<strong>de</strong>s <strong>Básica</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

(UBS) ou as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (USF) constituem espaços <strong>de</strong><br />

aprendizado e formação profissio<strong>na</strong>l nos municípios pesquisados. Em dois<br />

Pólos, todos os municípios <strong>de</strong>clararam que esta assertiva é uma realida<strong>de</strong>:<br />

Oeste Paulista e Leste Paulista. Cerca <strong>de</strong> 80% dos municípios vinculados<br />

ao Pólo Nor<strong>de</strong>ste Paulista também indicaram que as UBS/USF representam<br />

espaços <strong>de</strong> aprendizado e formação profissio<strong>na</strong>l.<br />

Já nos <strong>de</strong>mais Pólos, o percentual <strong>de</strong> municípios que utilizam esses<br />

espaços para promover ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizado e capacitação é mais<br />

baixo, ao redor <strong>de</strong> 40%-50%. Por outro lado, chama a atenção o fato <strong>de</strong><br />

que aproximadamente 30% dos municípios dos Pólos da Gran<strong>de</strong> São Paulo,<br />

Vale do Paraíba e Sudoeste Paulista não reconhecem as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

como espaço privilegiado para aprendizado e formação profissio<strong>na</strong>l.<br />

GRÁFICO 9<br />

UBS/USF constituem espaço <strong>de</strong> aprendizado e formação profissio<strong>na</strong>l?<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

139


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Foram i<strong>de</strong>ntificados diversos entraves para capacitar os profissio<strong>na</strong>is<br />

que atuam <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e no PSF. A falta <strong>de</strong> planejamento integrado<br />

das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação com o funcio<strong>na</strong>mento das equipes constitui<br />

um dos principais obstáculos para essa fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>. Isso significa que os<br />

municípios encontram gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> para retirar os profissio<strong>na</strong>is do<br />

atendimento para capacitá-lo durante seu horário <strong>de</strong> trabalho. Os médicos<br />

foram citados como profissio<strong>na</strong>is que ten<strong>de</strong>m a apresentar gran<strong>de</strong> resistência,<br />

materializada <strong>na</strong> falta <strong>de</strong> interesse pelas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação.<br />

Merece <strong>de</strong>staque também vários outros problemas, tais como: cursos<br />

com conteúdo e metodologia i<strong>na</strong><strong>de</strong>quados às necessida<strong>de</strong>s dos municípios;<br />

oferta insuficiente <strong>de</strong> cursos; número limitado <strong>de</strong> vagas; falta <strong>de</strong> professores<br />

e monitores capacitados; falta <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> política; e alta rotativida<strong>de</strong> dos<br />

profissio<strong>na</strong>is que atuam no PSF.<br />

quADRO 2<br />

Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Entraves para capacitar os profissio<strong>na</strong>is<br />

<strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e do PSF<br />

EntRAVES PARA CAPACItAR OS PROFISSIOnAIS (AB e PSF)<br />

• Falta <strong>de</strong> planejamento integrado <strong>de</strong> capacitação com o funcio<strong>na</strong>mento das equipes<br />

• Oferta insuficiente <strong>de</strong> cursos<br />

• Falta <strong>de</strong> vagas nos cursos<br />

• Dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> retirar os profissio<strong>na</strong>is do atendimento para capacitá-los no horário <strong>de</strong> trabalho<br />

• Cursos com conteúdo e metodologia i<strong>na</strong><strong>de</strong>quados às necessida<strong>de</strong>s<br />

• Deficiência <strong>na</strong> estratégia <strong>de</strong> divulgação dos cursos<br />

• Falta <strong>de</strong> interesse do profissio<strong>na</strong>l<br />

• Falta <strong>de</strong> professores/monitores capacitados<br />

• Falta <strong>de</strong> recursos fi<strong>na</strong>nceiros<br />

• Falta <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> política<br />

PROBLEMAS OCORRIDOS nA CAPACItAçãO DOS PROFISSIOnAIS<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> PSF<br />

• Dificulda<strong>de</strong> em retirar os profissio<strong>na</strong>is do<br />

atendimento para capacitá-lo no horário <strong>de</strong><br />

trabalho<br />

• Metodologia i<strong>na</strong><strong>de</strong>quada dos cursos<br />

• Falta <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> política: capacitação não é / não<br />

tem sido priorida<strong>de</strong><br />

• Falta <strong>de</strong> interesse dos profissio<strong>na</strong>is-alvo<br />

• Falta <strong>de</strong> planejamento<br />

• Dificulda<strong>de</strong> em afastar os profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> sua<br />

jor<strong>na</strong>da diária <strong>na</strong>s unida<strong>de</strong>s, principalmente os<br />

médicos<br />

• Número insuficiente <strong>de</strong> cursos<br />

• Dificulda<strong>de</strong>s em operacio<strong>na</strong>lizar o conteúdo das<br />

capacitações <strong>na</strong> roti<strong>na</strong> diária das unida<strong>de</strong>s /<br />

<strong>de</strong>scompasso entre teoria e prática<br />

• Alta rotativida<strong>de</strong> dos profissio<strong>na</strong>is<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

140 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

A atuação dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente <strong>na</strong>s ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

capacitação dos municípios estudados é muito limitada. De fato, um<br />

percentual bastante reduzido <strong>de</strong> municípios <strong>de</strong>clarou que seus profissio<strong>na</strong>is<br />

foram capacitados via Pólo. Além disso, as ativida<strong>de</strong>s oferecidas pelos Pólos<br />

concentram-se em poucas formas <strong>de</strong> capacitação, com <strong>de</strong>staque para<br />

trei<strong>na</strong>mento em serviço, cursos <strong>de</strong> especialização e áreas temáticas, no caso<br />

<strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is que atuam <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>. Já as capacitações oferecidas<br />

pelos Pólos aos profissio<strong>na</strong>is do PSF incluem cursos <strong>de</strong> aperfeiçoamento,<br />

especialização e módulo introdutório.<br />

quADRO 3<br />

Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Capacitações oferecidas através dos PEPS<br />

CAPACItAçÕES OFERECIDAS AtRAVéS DOS PÓLOS<br />

Área <strong>de</strong> atuação Mais freqüentes Menos freqüentes<br />

AtEnçãO BÁSICA<br />

PSF<br />

Trei<strong>na</strong>mento em serviço<br />

Especialização<br />

Áreas temáticas<br />

Aperfeiçoamento<br />

Especialização<br />

Introdutório<br />

Graduação<br />

Mestrado/doutorado<br />

Residência<br />

Trei<strong>na</strong>mento em serviço<br />

Curso <strong>de</strong> informática<br />

Residência<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

Nota: Programas (Hemodiálise, AIDS, tuberculose, <strong>de</strong>ngue etc.).<br />

Áreas temáticas (AIDPI, ciclo <strong>de</strong> vida etc.).<br />

Avaliação das Políticas <strong>de</strong> Capacitação<br />

A pesquisa procurou i<strong>de</strong>ntificar a opinião dos gestores municipais<br />

com relação às políticas <strong>de</strong> capacitação para os profissio<strong>na</strong>is que atuam <strong>na</strong><br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e no PSF, às ações <strong>de</strong> capacitação do Governo Fe<strong>de</strong>ral e à<br />

atuação dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> para o SUS.<br />

De modo geral, verifica-se que os gestores municipais consi<strong>de</strong>ram as<br />

políticas <strong>de</strong> capacitação para os profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e do PSF<br />

insuficientes, porém a<strong>de</strong>quadas. Os gestores enten<strong>de</strong>m que as políticas<br />

existentes aten<strong>de</strong>m às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong>sses profissio<strong>na</strong>is,<br />

mas a oferta <strong>de</strong> cursos é insuficiente para suprir a <strong>de</strong>manda. No âmbito do<br />

PSF, a oferta é particularmente insuficiente para os médicos, <strong>de</strong>ntistas e<br />

auxiliares <strong>de</strong> enfermagem; e menos crítica para os agentes comunitários<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

141


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

tABELA 19<br />

Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Avaliação da suficiência e a<strong>de</strong>quação<br />

das políticas <strong>de</strong> capacitação para os profissio<strong>na</strong>is da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> nos últimos<br />

anos, segundo o profissio<strong>na</strong>l<br />

Profissio<strong>na</strong>l<br />

Suficiência A<strong>de</strong>quação<br />

Suficiente Insuficiente A<strong>de</strong>quado I<strong>na</strong><strong>de</strong>quado<br />

Médico 24,5 75,5 65,4 34,6<br />

Enfermeiro 31,5 68,5 68,5 31,5<br />

Auxiliar <strong>de</strong><br />

Enfermagem<br />

32,0 68,0 68,0 32,0<br />

Assistente Social 26,5 73,5 50,0 50,0<br />

Psicólogo 36,6 63,4 56,1 43,9<br />

Fonoaudiólogo 28,6 71,4 50,0 50,0<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

tABELA 20<br />

Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Avaliação da suficiência e a<strong>de</strong>quação<br />

das políticas <strong>de</strong> capacitação para os profissio<strong>na</strong>is do PSF nos últimos anos, segundo<br />

o profissio<strong>na</strong>l<br />

Profissio<strong>na</strong>l<br />

Suficiência A<strong>de</strong>quação<br />

Suficiente Insuficiente A<strong>de</strong>quado I<strong>na</strong><strong>de</strong>quado<br />

Médico 25,0 75,0 64,6 35,4<br />

Enfermeiro 31,3 68,8 70,8 29,2<br />

Auxiliar <strong>de</strong><br />

Enfermagem<br />

18,6 81,4 72,1 27,9<br />

Dentista 23,3 76,7 66,7 33,3<br />

Auxiliar De <strong>de</strong>ntista 15,4 84,6 65,4 34,6<br />

ACS 39,1 60,9 76,1 23,9<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

De modo coerente com a avaliação anterior, as ações <strong>de</strong> capacitação<br />

promovidas pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral são consi<strong>de</strong>radas insuficientes pelos<br />

gestores dos municípios pesquisados. Ao mesmo tempo, essas ações<br />

encontram-se <strong>de</strong>sarticuladas ou superpostas com as dos municípios, <strong>na</strong><br />

avaliação <strong>de</strong> um percentual elevado <strong>de</strong> gestores, como mostram os dados<br />

a seguir. Esta situação si<strong>na</strong>liza para o fato <strong>de</strong> que existe um <strong>de</strong>scompasso<br />

entre as diretrizes da Política Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong><br />

e a realização das ações <strong>de</strong> capacitação no nível local.<br />

142 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

tABELA 21<br />

Municípios com mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes – Avaliação da suficiência e integralida<strong>de</strong><br />

das ações <strong>de</strong> capacitação vindas do Governo Fe<strong>de</strong>ral (n = 61)<br />

Procedência Item Resposta Absoluto %<br />

Governo Fe<strong>de</strong>ral<br />

Suficiência<br />

Integralida<strong>de</strong><br />

Suficiente 11 18,0<br />

Insuficiente 50 82,0<br />

Integrada 22 36,1<br />

Desarticulada 26 42,6<br />

Superpostas com as do município 06 9,8<br />

Não informado 07 11,5<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006)<br />

Esse <strong>de</strong>scompasso tor<strong>na</strong>-se mais visível quando se observa a avaliação<br />

dos gestores municipais sobre a atuação das instâncias criadas para dar<br />

concretu<strong>de</strong> à Política Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>: mais <strong>de</strong><br />

50% dos gestores pesquisados consi<strong>de</strong>ram que os Pólos apresentam atuação<br />

inexpressiva, incipiente ou que precisa melhorar. Além disso, cerca <strong>de</strong> 10%<br />

dos gestores <strong>de</strong>clararam que não têm condições <strong>de</strong> avaliar os Pólos, o que<br />

si<strong>na</strong>liza a distância <strong>de</strong>sses gestores em relação às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas<br />

pelos Pólos.<br />

GRÁFICO 10<br />

Avaliação dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente no município (n=86)<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

4.2 Visão do Conselho Estadual dos Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

(COSEMS)<br />

A presi<strong>de</strong>nte do Conselho Estadual dos Secretários Municipais <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> (COSEMS), Aparecida Linhares Pimenta, foi entrevistada, buscando-<br />

143


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

se conhecer a perspectiva do conjunto dos gestores municipais com relação<br />

à Política <strong>de</strong> Educação Permanente.<br />

Na visão da entrevistada, a constituição e o funcio<strong>na</strong>mento dos Pólos<br />

<strong>de</strong> Educação Permanente representam a principal estratégia para Educação<br />

Permanente em <strong>de</strong>senvolvimento no País. Os Pólos tiveram um início bastante<br />

promissor, mas com a mudança no Ministério da Saú<strong>de</strong>, com a dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> liberação <strong>de</strong> recursos para fazer realização <strong>de</strong> ofici<strong>na</strong>s e capacitações, o<br />

processo sofreu uma interrupção bastante significativa.<br />

Participação e percepção dos gestores municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

Há uma heterogeneida<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong> entre os oito Pólos do Estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo. Alguns <strong>de</strong>les conseguiram, segundo a presi<strong>de</strong>nte do COSEMS,<br />

pactuar e <strong>de</strong>senvolver ações interessantes como compreen<strong>de</strong>r a proposta<br />

inovadora da educação permanente. Outros tiveram dificulda<strong>de</strong>s para<br />

operacio<strong>na</strong>lizar a proposta e chegar a um resultado prático.<br />

Em algumas regiões o gestor municipal tomou para si a responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ajudar a construir o Pólo, participando ativamente das discussões, dos<br />

conteúdos, das capacitações. Ele opinou e interferiu, como um dos atores<br />

participantes e responsáveis nesse processo. Em outras, esse papel ficou<br />

a cargo das universida<strong>de</strong>s e os gestores municipais ficaram sem ter uma<br />

participação muito ativa no processo. No Pólo Leste Paulista, por exemplo,<br />

os municípios tiveram uma participação bastante ativa em todo o processo.<br />

Relatos <strong>de</strong> outros secretários municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> indicaram que houve<br />

regiões em que eles tiveram muita dificulda<strong>de</strong> para participar.<br />

Aparecida lembra que atualmente há uma discussão sobre o papel dos<br />

agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que virou uma profissão e agora é preciso<br />

formá-los em serviço. Nestes casos, o Pólo po<strong>de</strong>ria ser um excelente espaço<br />

<strong>de</strong> discussão sobre o tema, mas isso acabou sob a responsabilida<strong>de</strong> do<br />

Centro <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> para o SUS (CEFOR) no Estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo, o que representa maior restrição com relação à proposta da<br />

roda, com várias entida<strong>de</strong>s formadoras.<br />

A partir <strong>de</strong> 2005, quando os projetos <strong>de</strong> cursos, <strong>de</strong> ofici<strong>na</strong>s e <strong>de</strong><br />

educação permanente começaram a parar em Brasília, sem a liberação <strong>de</strong><br />

recursos, a proposta do Pólo ficou extremamente <strong>de</strong>sacreditada no conjunto<br />

dos secretários municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, segundo comenta Aparecida. Houve<br />

um envolvimento inicial muito gran<strong>de</strong>, mas a morosida<strong>de</strong> <strong>na</strong> liberação dos<br />

recursos e <strong>na</strong> realização das ativida<strong>de</strong>s provocou um <strong>de</strong>sânimo.<br />

144 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

Na compreensão da entrevistada, existe uma dívida do Estado com os<br />

trabalhadores do SUS e ainda não se sabe qual a estratégia para solucio<strong>na</strong>r<br />

o problema.<br />

Como vamos dar conta <strong>de</strong> fazer a educação permanente <strong>de</strong>sses milhares <strong>de</strong><br />

trabalhadores do SUS? Com que a gente resolve isso? Que outra estratégia<br />

vai ter que ser pensada para essa dívida? Só <strong>de</strong> trabalhadores da Saú<strong>de</strong> da<br />

Família, o país tem 400.000, pois são cerca <strong>de</strong> 25.000 equipes, cada equipe tem<br />

4 profissio<strong>na</strong>is, dá 100.000 trabalhadores, <strong>de</strong>pois são mais 215.000 agentes<br />

comunitários da saú<strong>de</strong> e parece que tem umas 10.000 equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal.<br />

O que nós vamos fazer com esses profissio<strong>na</strong>is?<br />

Participação <strong>de</strong> diversos atores<br />

Em relação às fases <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento dos Pólos <strong>de</strong> São Paulo,<br />

ocorreu um processo em que a SES teve um papel importante, por meio<br />

da área <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong>, realizando uma sensibilização em todo o<br />

Estado em parceria com o Ministério da Saú<strong>de</strong> e a participação importante do<br />

COSEMS, que atuou <strong>na</strong> avaliação dos projetos e da Comissão Intergestores<br />

Bipartite, que a<strong>na</strong>lisou esse processo. A educação permanente foi discutida<br />

pelo COSEMS durante mais <strong>de</strong> um ano em reuniões com a Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>doria <strong>de</strong><br />

RH do Estado. Todos os projetos eram avaliados em conjunto, assim como<br />

as ofici<strong>na</strong>s, e isso ocupou <strong>de</strong> forma significativa a pauta das reuniões.<br />

O papel do Ministério da Saú<strong>de</strong> não se restringe ao fi<strong>na</strong>nciamento<br />

<strong>de</strong> projetos, mas se isso não acontece, a presi<strong>de</strong>nte do COSEMS diz que<br />

haverá <strong>de</strong>sestruturação da proposta. Segunda ela, a partir do momento em<br />

que o MS passou a segurar os projetos e a não liberar recursos, os atores<br />

que participaram <strong>na</strong> ponta do processo, não vendo retorno, acabaram se<br />

<strong>de</strong>smobilizando.<br />

Para a entrevistada, hoje, há uma compreensão pelo conjunto <strong>de</strong><br />

secretários <strong>de</strong> que a educação, a capacitação ou a formação dos trabalhadores<br />

da Saú<strong>de</strong> é estratégica para o avanço do SUS. Muitas vezes isso não é feito<br />

por dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> outra or<strong>de</strong>m, como, por exemplo, recursos humanos para<br />

realização das capacitações. Ela apresenta uma hipótese para exemplificar<br />

a situação <strong>de</strong> um Município com cerca <strong>de</strong> 5 mil habitantes e um médico que<br />

tenha dificulda<strong>de</strong> para <strong>de</strong>sempenhar a<strong>de</strong>quadamente sua ativida<strong>de</strong>, o que<br />

po<strong>de</strong>rá ser feito? “Esse Município vai contratar um professor?” questio<strong>na</strong> a<br />

entrevistada.<br />

A universida<strong>de</strong> não dá conta <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>mandas do Município,<br />

nem os municípios têm competência para sozinhos cuidarem da <strong>de</strong>manda<br />

local. Assim, o Pólo constitui-se em uma parceria com tudo para dar certo.<br />

Essa parceria só precisava ser construída. O empo<strong>de</strong>ramento do secretário<br />

145


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

municipal po<strong>de</strong>ria se dar pela experiência no Pólo, mas se ele atuar <strong>de</strong> forma<br />

isolada não será possível resolver o que precisa ser feito.<br />

Como o Brasil tem uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>, assim como o universo<br />

dos gestores municipais, há locais on<strong>de</strong> um gestor tem mais capacida<strong>de</strong><br />

para fazer essa negociação; em outros, é a universida<strong>de</strong> que está mais a<br />

frente; em outros são os técnicos da DIR e em outros o próprio movimento<br />

social. A li<strong>de</strong>rança do processo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada situação, <strong>na</strong> opinião da<br />

entrevistada.<br />

Antes da constituição dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente, o Estado<br />

fi<strong>na</strong>nciava alguns cursos e ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação. Com o processo <strong>de</strong><br />

constituição dos PEPS, foi <strong>de</strong>cidido suspen<strong>de</strong>r esses processos e concentrar<br />

todas as ativida<strong>de</strong>s nos Pólos. Deste modo, o Estado <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> repassar<br />

recursos para cursos específicos e colocou à disposição do Pólo um montante<br />

<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>do às capacitações.<br />

Segundo a entrevistada, a maior parte <strong>de</strong>stes recursos não chegou<br />

a ser utilizada. Primeiramente, por ser um recurso cuja utilização tem<br />

uma série <strong>de</strong> amarrações burocráticas. Por outro lado, os recursos seriam<br />

insuficientes para a realização <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> maior porte. Assim, embora<br />

aparentemente contraditório, havia dinheiro, o dinheiro era pouco e acabava<br />

não sendo usado.<br />

O papel absolutamente prioritário do Estado <strong>na</strong> gestão estadual do<br />

SUS, ainda segundo opinião da presi<strong>de</strong>nte do COSEMS, consiste em <strong>de</strong>tectar<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação permanente, feitas a partir <strong>de</strong> parcerias com<br />

os municípios, e promover a formação <strong>de</strong> pessoal. Esta seria a atuação<br />

fundamental do Estado e que, <strong>na</strong> compreensão da entrevistada, não tem<br />

acontecido.<br />

Relação Ensino – Serviço<br />

Existe um problema <strong>de</strong> base que é o distanciamento significativo entre<br />

as instituições formadoras e quem está em serviço. Este é um enfrentamento<br />

que está acontecendo nos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente, numa tentativa<br />

<strong>de</strong> romper uma visão extremamente fragmentada.<br />

Anteriormente, os cursos eram estruturados a partir do saber<br />

acadêmico e, <strong>na</strong> maioria das vezes, com distanciamento consi<strong>de</strong>rável da<br />

realida<strong>de</strong> e da necessida<strong>de</strong> do município. O Pólo é uma tentativa <strong>de</strong> agregar<br />

estes vários atores em um mesmo espaço e trabalhar as concepções <strong>de</strong><br />

educação permanente, ou seja, o processo <strong>de</strong> trabalho como local <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> conhecimento tendo, ao mesmo tempo, a universida<strong>de</strong> para<br />

ensi<strong>na</strong>r e apren<strong>de</strong>r com o serviço.<br />

146 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

O SUS acabou promovendo o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> experiências e<br />

criativida<strong>de</strong> dos gestores que tiveram que driblar as dificulda<strong>de</strong>s impostas<br />

pela escassez <strong>de</strong> recursos fi<strong>na</strong>nceiros e pela própria burocracia. Entretanto,<br />

isso não tem visibilida<strong>de</strong>, não po<strong>de</strong> ser sistematizado e, portanto, não vira<br />

conhecimento. O Pólo po<strong>de</strong>ria ser útil neste sentido, com as universida<strong>de</strong>s,<br />

as instituições formadoras ouvindo os serviços e vice-versa.<br />

Em relação às instituições <strong>de</strong> ensino privadas, no caso do Pólo Leste<br />

Paulista houve uma experiência bem-sucedida com a PUC <strong>de</strong> Campi<strong>na</strong>s, que<br />

participou ativamente. Depen<strong>de</strong> muito da universida<strong>de</strong>. Há as particulares<br />

que têm uma compreensão, um corpo docente e um projeto que po<strong>de</strong> ser<br />

um bom para o Município. Assim como tem universida<strong>de</strong> pública que não se<br />

importa com o trabalho do SUS. Nem sempre o fato <strong>de</strong> ser público significa<br />

que é parceiro.<br />

Em relação ao dato <strong>de</strong> a formulação do conteúdo da capacitação ser<br />

realizada <strong>de</strong> modo ascen<strong>de</strong>nte, a entrevistada enten<strong>de</strong> que nesta questão<br />

<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> conhecimento, os gestores se sentem muito inibidos diante<br />

do po<strong>de</strong>r da universida<strong>de</strong>. Estas instituições têm uma gran<strong>de</strong> contribuição<br />

a dar no processo <strong>de</strong> educação permanente; entretanto, se o gestor não<br />

tiver um discurso elaborado para trazer suas necessida<strong>de</strong>s, as universida<strong>de</strong>s<br />

continuarão trazendo os “cursos prontos”, pois isso está historicamente<br />

estabelecido. Se a universida<strong>de</strong> tem que estar mais próxima do Serviço,<br />

isso <strong>de</strong>ve ser apontado pelo gestor, sem <strong>de</strong>smerecer o papel da universida<strong>de</strong><br />

como produtora <strong>de</strong> conhecimento e a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistematização.<br />

Mo<strong>de</strong>lo anterior X mo<strong>de</strong>lo atual<br />

Na opinião da presi<strong>de</strong>nte do COSEMS não houve tempo para se<br />

implementar o mo<strong>de</strong>lo atual (PEPS). E partindo-se do pressuposto <strong>de</strong> que<br />

a estratégia para reorganizar a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> no Brasil é o PSF, seria<br />

necessário priorizar a capacitação dos trabalhadores da Saú<strong>de</strong> para dar<br />

conta <strong>de</strong>ssa estratégia. Como as universida<strong>de</strong>s não formam pessoas que<br />

possam dar conta <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>manda, a formação <strong>de</strong>ve ser feita no âmbito do<br />

próprio Serviço.<br />

Seria a<strong>de</strong>quado priorizar a Saú<strong>de</strong> da Família, embora se entenda que<br />

o SUS vai além do PSF, segundo comentou a entrevista. O <strong>de</strong>safio da Saú<strong>de</strong><br />

Mental, da Reforma Psiquiátrica, da Saú<strong>de</strong> do Trabalhador, da Vigilância<br />

Sanitária e da própria gestão são outros exemplos. O atual mo<strong>de</strong>lo po<strong>de</strong>ria<br />

ter sido construído com um passo à frente ao mo<strong>de</strong>lo anterior, em função da<br />

ampliação da participação e do foco <strong>de</strong> atuação. Entretanto, essa mudança<br />

não se concretizou, per<strong>de</strong>ndo-se a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consolidar a experiência<br />

147


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

dos Pólos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família sem conseguir implantar a proposta dos Pólos<br />

<strong>de</strong> Educação Permanente.<br />

Na compreensão da entrevistada, os Pólos-PSF po<strong>de</strong>riam ter avançado;<br />

entretanto, o <strong>de</strong>senvolvimento po<strong>de</strong>ria ter sido maior caso os PEPS tivessem<br />

incorporado como priorida<strong>de</strong> a Saú<strong>de</strong> da Família, o que tor<strong>na</strong>ria positiva a<br />

transição do mo<strong>de</strong>lo anterior para o atual.<br />

4.3) Visão da Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong><br />

De acordo com a Portaria GM 198/04, “nos estados com vários<br />

Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>, cabe à Secretaria Estadual<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> a iniciativa <strong>de</strong> reuni-los periodicamente para estimular a<br />

cooperação e conjugação <strong>de</strong> esforços, a não fragmentação das propostas<br />

e a compatibilização das iniciativas com a política estadual e <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>” (BRASIL, 2004).<br />

A partir da compreensão <strong>de</strong> que nível estadual consiste em um ator<br />

fundamental para a implantação da Política <strong>de</strong> Educação Permanente, foram<br />

realizadas entrevistas com gestores da Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> (SES/<br />

SP) ligados ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> recursos humanos, para apreen<strong>de</strong>r suas<br />

opiniões em relação ao processo <strong>de</strong> implementação dos Pólos <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente em Saú<strong>de</strong> para o SUS.<br />

Abaixo, segue o ponto <strong>de</strong> vista do gestor estadual quanto ao processo<br />

<strong>de</strong> transição <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los (Pólo-PSF / PEPS), ao papel secretaria estadual, à<br />

participação <strong>de</strong> outros atores, à lógica <strong>de</strong> operação e ao fi<strong>na</strong>nciamento da<br />

política <strong>de</strong> educação permanente.<br />

Gênese dos Pólos e transição para o mo<strong>de</strong>lo atual<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista dos entrevistados, a transformação dos Pólos <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> da Família para os PEPS foi apoiada pela equipe que <strong>na</strong> época estava<br />

no Pólo <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família <strong>na</strong> Gran<strong>de</strong> São Paulo. Anteriormente, um <strong>de</strong>sses<br />

entrevistados tinha ido a Brasília para discutir com os gestores fe<strong>de</strong>rais a<br />

proposta <strong>de</strong> expansão do objeto dos Pólos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família para educação<br />

do sistema, uma vez que, <strong>na</strong> sua compreensão, a agregação <strong>de</strong> instituições<br />

em São Paulo possibilitava um avanço.<br />

Entretanto, <strong>na</strong>quela época a opção escolhida foi manter os Pólos voltados<br />

exclusivamente ao Programa Saú<strong>de</strong> da Família, visando o fortalecimento<br />

dos mesmos. De acordo com o entrevistado, antes mesmo da mudança já<br />

havia sido <strong>de</strong>tectado espaço e potencial para a ampliação dos Pólos. Com a<br />

nova proposta, os envolvidos tiveram ape<strong>na</strong>s que apoiá-la.<br />

148 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

Segundo os entrevistados, no Estado <strong>de</strong> São Paulo, houve a intenção<br />

<strong>de</strong> aproveitar as relações já instituídas pelos Pólos-PSF. Na ocasião, o Estado<br />

tinha cinco Pólos e enten<strong>de</strong>u-se que não seria necessário refazer o que já<br />

estava pronto. Optaram então por aproveitar o conhecimento acumulado<br />

da experiência anterior.<br />

Foi citado como exemplo o caso <strong>de</strong> Ribeirão Preto e São José do Rio<br />

Preto, cujo conflito entre duas universida<strong>de</strong>s culminou com a criação <strong>de</strong><br />

dois Pólos. No caso da Gran<strong>de</strong> São Paulo, como já havia uma articulação <strong>de</strong><br />

diversos atores sociais, optou-se pela continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas relações, após<br />

discussões com os municípios e instituições envolvidas que concordaram<br />

em manter a agregação existente e suas vantagens.<br />

Papel da Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Do ponto <strong>de</strong> vista dos entrevistados, a secretaria estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

atua como agente congregador e/ou convocador do processo <strong>de</strong> criação<br />

dos Pólos. Trata-se <strong>de</strong> um papel <strong>de</strong>finido constitucio<strong>na</strong>lmente, e não seria<br />

a<strong>de</strong>quado que fosse <strong>de</strong>sempenhado pela universida<strong>de</strong>, nem pelo Município,<br />

pois haveria diferentes interesses envolvidos.<br />

Inicialmente, não estava claro se o processo <strong>de</strong> implementação dos<br />

Pólos estaria subordi<strong>na</strong>do à esfera municipal ou regio<strong>na</strong>l. A SES <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u<br />

a organização por regiões, com a compreensão <strong>de</strong> que a região <strong>de</strong>fine<br />

o conjunto <strong>de</strong> instituições. Coube, assim, à SES garantir que mesmo os<br />

municípios que não são se<strong>de</strong>s dos Pólos fossem atendidos. Os entrevistados<br />

apontam que sem a intervenção <strong>de</strong> nível estadual as relações instituídas<br />

seriam entre as universida<strong>de</strong>s e os municípios gran<strong>de</strong>s. Assim o gestor<br />

estadual seria um importante agente convocador.<br />

Os Pólos apresentam um alto grau <strong>de</strong> autonomia e o gestor estadual<br />

não <strong>de</strong>ve intervir em todas as relações <strong>de</strong>ntro dos Pólos. Conjunturalmente,<br />

São Paulo tem universida<strong>de</strong>s distribuídas por todo o Estado e, do ponto <strong>de</strong><br />

vista dos entrevistados, as relações já estabelecidas são legitimadas.<br />

Os entrevistados enten<strong>de</strong>m que em São Paulo a coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção estadual<br />

dos Pólos não é tão formal como <strong>de</strong>veria ser; não traduzindo uma estrutura<br />

que reú<strong>na</strong> os oito Pólos, que aponte diretrizes e realize avaliações periódicas.<br />

Enten<strong>de</strong>-se que a SES é capaz <strong>de</strong> intervir e direcio<strong>na</strong>r <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos aspectos<br />

da política, porém, teria dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> interferir em aspectos aos quais não<br />

está diretamente ligada.<br />

No Estado <strong>de</strong> São Paulo, a Secretaria <strong>de</strong>sempenha o papel <strong>de</strong> mediadora<br />

<strong>de</strong> relações, o que se faz necessário especialmente em função do peso e da<br />

tradição das diversas instituições que compõem o Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo.<br />

149


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista dos entrevistados, a SES <strong>de</strong>senvolveu a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

intermediar <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada e <strong>de</strong> respeitar as características próprias<br />

<strong>de</strong> cada instituição.<br />

Lógica <strong>de</strong> operação e participação <strong>de</strong> outros atores<br />

O <strong>de</strong>senho institucio<strong>na</strong>l pensado para os Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente<br />

pressupõe autonomia para o <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s. Os profissio<strong>na</strong>is<br />

entrevistados compreen<strong>de</strong>m que alguns núcleos regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> educação<br />

permanente são mais competentes que outros e que a regio<strong>na</strong>lização<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>stas características.<br />

Procurou-se agregar aproximadamente três regio<strong>na</strong>is por Pólo, levandose<br />

em consi<strong>de</strong>ração a área <strong>de</strong> influência das universida<strong>de</strong>s e a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> elas respon<strong>de</strong>rem pelo conjunto da região em que se encontram. Esse<br />

processo motivou diversos questio<strong>na</strong>mentos como, por exemplo, em relação<br />

ao Vale do Paraíba, região que conta com muitas instituições, mas apresenta<br />

dificulda<strong>de</strong>s em agregar pessoas. Outro exemplo citado pelo representante<br />

da SES foi Marília, ressaltando que apesar da competência local o Pólo ficou<br />

muito tempo para <strong>de</strong>cidir a nova estrutura.<br />

A parceria com o COSEMS foi citada como fator importante <strong>na</strong><br />

superação <strong>de</strong> diversos obstáculos ocorridos <strong>na</strong> fase <strong>de</strong> implementação dos<br />

Pólos. No primeiro ano (2003), quando ainda não estavam <strong>de</strong>finidos os<br />

critérios e diretrizes da política houve inúmeros atritos. A relação com o<br />

COSEMS foi estabelecida com as diretrizes e critérios para funcio<strong>na</strong>mento<br />

dos Pólos.<br />

Foi criada uma Comissão Bipartite <strong>de</strong> acompanhamento e avaliação dos<br />

Pólos, com o intuito <strong>de</strong> regrar e acompanhar a implantação dos mesmos.<br />

Não havia, portanto, a pretensão <strong>de</strong> avaliar o impacto das ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>senvolvidas. As reuniões da Comissão acontecem <strong>na</strong> última quarta-feira<br />

do mês, quando os processos dos oito Pólos que vão para o Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong> são avaliados, respondidos e assi<strong>na</strong>dos. A proposta consiste em<br />

acompanhar e apoiar enquanto Comissão Bipartite e SES, sendo possível<br />

observar, portanto, diferenças <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção entre os Pólos no Estado <strong>de</strong><br />

São Paulo.<br />

Em relação ao Conselho <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> um dos entrevistados enten<strong>de</strong> que<br />

seu papel ainda não está <strong>de</strong>finido. Ele avalia que isso ocorra porque ainda<br />

não se sabe qual <strong>de</strong>ve ser o papel <strong>de</strong>ste Conselho e que seria <strong>de</strong>snecessário<br />

que fosse criado para avaliar se o curso X ou Y <strong>de</strong>ve ser aprovado ou não.<br />

Ele enten<strong>de</strong> que isso difere da atribuição <strong>de</strong> orientar como as ativida<strong>de</strong>s<br />

150 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

<strong>de</strong>vem ser realizadas, quais priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser estabelecidas, entre<br />

outras questões,<br />

Visando a criação <strong>de</strong> mecanismos para dar maior direcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> ao<br />

processo, a alter<strong>na</strong>tiva apresentada pelos entrevistados consiste em agregar<br />

o Conselho <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Comissão Bipartite, representação do Estado e do<br />

COSEMS em uma comissão <strong>de</strong> integração Ensino-Serviço, com a função <strong>de</strong><br />

fazer a análise dos projetos. Os Conselheiros obtiveram qualificação nesta<br />

discussão e o conjunto dos projetos <strong>de</strong> cada Pólo passa por esta instância,<br />

on<strong>de</strong> são avaliadas as diretrizes.<br />

Uma reunião com os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> Pólos está prevista nesta<br />

Comissão para avaliar o panorama atual dos Pólos. Em função da entrada<br />

constante <strong>de</strong> novos integrantes, toda discussão sobre projetos é sempre<br />

retomada. Entretanto, representantes da Comissão Bipartite e do COSEMS<br />

fazem uma avaliação mais técnica que será discutida com o Conselho. Os<br />

projetos enviados ao Ministério da Saú<strong>de</strong> são assi<strong>na</strong>dos em conjunto, visando<br />

institucio<strong>na</strong>lizar e garantir estes espaços.<br />

Para os entrevistados, o Pólo é estratégia central e fundamental <strong>de</strong><br />

articulação dos diversos segmentos. Entretanto, eles apontam que há ações<br />

que <strong>de</strong>vem ser conduzidas <strong>de</strong> forma centralizada. Se o Ministério consi<strong>de</strong>rar<br />

alguma ação prioritária, enten<strong>de</strong>m que isso é legítimo e que não precisará<br />

ser também aprovada pelos Pólos.<br />

Os entrevistados avaliam ainda que a capacida<strong>de</strong> indutora, tanto do<br />

Estado como do Ministério da Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve ser mantida. Como exemplo<br />

<strong>de</strong> ação que po<strong>de</strong>ria ser centralizada, eles indicam que no processo <strong>de</strong><br />

regio<strong>na</strong>lização é difícil ter <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> qualificação gerencial, sendo as<br />

ativida<strong>de</strong>s mais ligadas à qualificação do trabalho dos profissio<strong>na</strong>is que<br />

estão no contato direto com os usuários. Eles dizem ainda que há muita<br />

ação voltada à humanização e à <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>, mas a capacitação gerencial<br />

quase não aparece.<br />

Deveria haver linha específica <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nciamento para tor<strong>na</strong>r este tipo <strong>de</strong><br />

capacitação mais centralizada, pois há uma série <strong>de</strong> ações do MS ocorrendo<br />

a revelia dos Pólos, segundo informação <strong>de</strong> um dos entrevistados. Ainda<br />

segundo ele, às vezes a conta é repassada aos Pólos.<br />

Outro aspecto enfatizado é a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se criar sinergia entre<br />

os facilitadores capacitados e a administração. Alguns facilitadores foram<br />

<strong>de</strong>slocados para a Secretaria, com um interessante conteúdo do ponto <strong>de</strong><br />

vista formativo, mas que só tem sentido se for sustentado pelo gestor. Esta é<br />

uma crítica ao exército <strong>de</strong> facilitadores que foi formado, sem amarração com<br />

a legitimida<strong>de</strong> que esse sujeito tinha <strong>de</strong>ntro da gestão. O facilitador precisa<br />

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CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

estar em sintonia com a gestão para melhor <strong>de</strong>finir o que precisa ser feito.<br />

Caso contrário, ele não po<strong>de</strong>rá contribuir <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada para o Pólo.<br />

No Estado <strong>de</strong> São Paulo, a comissão Bipartite <strong>de</strong>finiu a distribuição<br />

dos facilitadores por região e apontou para um processo <strong>de</strong> indicação<br />

regio<strong>na</strong>lizado; entretanto a seleção <strong>na</strong> ENSP (Escola Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Pública) seguiu outros critérios, o que acabou consumindo recursos. Do<br />

ponto <strong>de</strong> vista dos entrevistados, a inserção dos facilitadores no processo<br />

<strong>de</strong> educação permanente é criticável pois, embora o conteúdo do curso seja<br />

bom, não há vinculação com a gestão, <strong>de</strong> forma que os facilitadores ficam<br />

somente “ligados à idéia”.<br />

Na opinião dos entrevistados, ocorreram diversos problemas <strong>na</strong><br />

implantação dos PEPS; entretanto, avaliam que eles possibilitaram agregar<br />

outros atores <strong>de</strong> forma significativa.<br />

Fi<strong>na</strong>nciamento<br />

A <strong>de</strong>manda por apoio fi<strong>na</strong>nceiro da SES aos Pólos é percebida. Foi<br />

apontado que o acompanhamento do Estado é por vezes criticado, pois<br />

existe a compreensão <strong>de</strong> que a SES <strong>de</strong>veria aumentar o apoio fi<strong>na</strong>nceiro aos<br />

Pólos. O Estado sustentou integralmente, por um ano, os Pólos da Baixada<br />

Santista e Vale do Paraíba, e ainda envia complementações. Segundo os<br />

entrevistados, evitou-se competir com recursos do Ministério da Saú<strong>de</strong> e<br />

criar uma disputa para ver quem disponibilizava mais recursos.<br />

Os entrevistados i<strong>de</strong>ntificam problemas sérios <strong>na</strong> gestão <strong>de</strong> recursos.<br />

Havia um controle maior quando os recursos eram centralizados <strong>na</strong> Secretaria.<br />

No mo<strong>de</strong>lo atual, se houver mudança em um projeto, a Organização das<br />

Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e a Organização<br />

Pan-america<strong>na</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OPAS), que são os gran<strong>de</strong>s contratadores,<br />

tratariam diretamente com as instituições, o que seria ruim para o Pólo.<br />

Recentemente o Estado não tem recebido recursos do Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong>. Os entrevistados indicam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> repensar os critérios,<br />

visando à discussão do Pacto pela Saú<strong>de</strong>8 . O recurso potencial que o Estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo teria em relação ao teto, <strong>de</strong>finido em 2005, correspon<strong>de</strong> a R$<br />

4 milhões; no ano seguinte seriam R$ 10 milhões. Esse montante, em valor<br />

per capta ou por Município, representa cerca <strong>de</strong> R$ 15 mil por Município;<br />

entretanto, se distribuído frente a um projeto que apresente priorida<strong>de</strong>s, é<br />

um recurso significativo.<br />

8 “O Pacto <strong>de</strong> Gestão estabelece diretrizes para gestão do sistema nos aspectos da <strong>de</strong>scentralização;<br />

Regio<strong>na</strong>lização; Fi<strong>na</strong>nciamento; Planejamento; Programação Pactuada e Integrada – PPI;<br />

Regulação; Participação e Controle Social; Gestão do Trabalho e Educação <strong>na</strong> Saú<strong>de</strong>.” Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong>. Departamento <strong>de</strong> Apoio à Descentralização. Série Pacto Pela Saú<strong>de</strong>, vol. 1. Brasília,<br />

2006.<br />

152 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Pó l o s d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e d o es tA d o d e sã o PA U l o<br />

Um dos entrevistados <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que a regra <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nciamento precisa<br />

ser rediscutida e que o processo seja regulamentado, pois segundo ele, o<br />

custeio das ações do Pólo po<strong>de</strong> envolver, em alguns casos, a aprovação <strong>de</strong><br />

recursos em outros países, o que, <strong>na</strong> opinião do entrevistado, é algo “um<br />

pouco exótico”.<br />

A liberação dos recursos diretamente para as instituições executoras<br />

recebeu críticas com o argumento <strong>de</strong> que a lógica da educação permanente é<br />

quebrada; tem-se um processo <strong>de</strong> discussão e aprovação dos projetos <strong>de</strong>ntro<br />

do Pólo, e contraditoriamente o recurso é enviado direto para instituição<br />

executora. Um dos entrevistados levantou a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os recursos<br />

serem repassados fundo a fundo. Isso ajudaria, inclusive, a solucio<strong>na</strong>r os<br />

problemas <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> contas, nesse tipo <strong>de</strong> convênio.<br />

Foi reconhecida a importância crescente da educação para o SUS,<br />

entretanto, <strong>de</strong>stacou-se que a priorida<strong>de</strong> do processo formativo ainda não é<br />

tão gran<strong>de</strong>. Os entrevistados apontaram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>finir <strong>de</strong>ntro<br />

do Pacto um percentual para educação, pois o processo formativo acaba não<br />

sendo priorizado diante <strong>de</strong> outras questões; caso, por exemplo, da compra<br />

<strong>de</strong> medicamentos.<br />

Para os entrevistados é muito importante que haja regulamentação<br />

dos procedimentos, pois, quando sai recurso para um Pólo e não para outro,<br />

gera-se confusão e mal-estar. Em função disso, enten<strong>de</strong>-se que as regras<br />

e critérios <strong>de</strong>vem estar claros para todos.<br />

Os recursos utilizados pela SES no Estado <strong>de</strong> São Paulo têm crescido;<br />

porém há outro problema sério que precisa ser solucio<strong>na</strong>do, segundo a<br />

opinião dos entrevistados. Eles mencio<strong>na</strong>m o fato <strong>de</strong> as residências e o<br />

aprimoramento profissio<strong>na</strong>l consumirem R$ 76 milhões por ano. Outros<br />

recursos como hora/aula foram agregados e também foi ressaltado que a<br />

capacitação específica <strong>de</strong> pessoal do Estado não tem sido realizada pelo<br />

Pólo, pois a negociação se tor<strong>na</strong>ria mais complicada. O ônus da capacitação<br />

do próprio pessoal fica por conta do Estado e não dá, por exemplo, para<br />

abrir para outros.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

BRASIL. Ministério da Saú<strong>de</strong>. Gabinete do Ministro. MS-GM – Portaria<br />

198/04.<br />

SOUZA, Ali<strong>na</strong> Maria <strong>de</strong> Almeida et al. Processo educativo nos serviços<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Série Desenvolvimento <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> número 1. OPS.<br />

Brasília, 1991.<br />

153


CAPÍtuLO II<br />

O Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> da Gran<strong>de</strong> São Paulo:<br />

do Pioneirismo a uma Experiência <strong>de</strong> Sucesso<br />

1. Introdução<br />

O Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente da Gran<strong>de</strong> São Paulo é um case<br />

bastante representativo, pois compreen<strong>de</strong> cinco Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, com<br />

um total <strong>de</strong> 39 municípios e uma população estimada em 19.403.486<br />

pessoas, conforme tabela 22 (abaixo). Os municípios abrangidos neste Pólo<br />

são aqueles que constituem a Região Metropolita<strong>na</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Por isso,<br />

muitas vezes, o Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo é também chamado <strong>de</strong> Pólo da<br />

Região Metropolita<strong>na</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

tABELA 22<br />

Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo – Direções Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, total <strong>de</strong> municípios,<br />

população total e RH em Saú<strong>de</strong> 9<br />

DIR Município Se<strong>de</strong> Municípios População* RH Saú<strong>de</strong>**<br />

DIR I São Paulo 1 10.927.985 184.854<br />

DIR II Santo André 7 2.546.468 27.861<br />

DIR III Mogi das Cruzes 11 2.699.145 23.640<br />

DIR IV Franco da Rocha 5 512.790 4.507<br />

DIR V Osasco 15 2.717.098 8.378<br />

Fonte: IBGE; DATASUS (2005)<br />

(*) Projeções intercensitárias do IBGE para o ano <strong>de</strong> 2005.<br />

(**) Pesquisa <strong>de</strong> Assistência Médica Sanitária do IBGE, versão 2002.<br />

9 Em 28 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006 estas cinco Direções Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (DIRs) da região<br />

metropolita<strong>na</strong> <strong>de</strong> São Paulo passaram a compor o Departamento Regio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Gran<strong>de</strong><br />

São Paulo (DRS I), <strong>de</strong> acordo com o Decreto nº 51.433.<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

155


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

O Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo já era constituído como Pólo-PSF e,<br />

segundo sua atual coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dora ele tinha característica <strong>de</strong> trabalhar em roda,<br />

envolvendo as secretarias municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, as Direções Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> e as instituições <strong>de</strong> ensino. Com a mudança para o PEPS, foi necessário<br />

convidar outros segmentos, como movimentos sociais e o movimento<br />

estudantil, que se articularam e <strong>de</strong>cidiram suas representações.<br />

As reuniões do Pólo da Região Metropolita<strong>na</strong> <strong>de</strong> São Paulo são mensais e<br />

as <strong>de</strong>cisões são feitas por meio <strong>de</strong> consenso e <strong>de</strong> discussão. O Pólo está sediado<br />

<strong>na</strong> Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (SES/SP), é coor<strong>de</strong><strong>na</strong>do pela<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>doria <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> – SES/SP e possui Conselho Gestor,<br />

Colegiado <strong>de</strong> Gestão, Secretaria Executiva e Comitês Temáticos. O Colegiado<br />

<strong>de</strong> Gestão conta com a participação <strong>de</strong> diversos segmentos: Secretaria <strong>de</strong><br />

Estado da Saú<strong>de</strong>, secretarias municipais da Saú<strong>de</strong>, estudantes, associações<br />

<strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is, conselhos estadual e municipal da Saú<strong>de</strong>, representantes<br />

<strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s e hospitais universitários.<br />

Trata-se <strong>de</strong> um Pólo que conta com recursos provenientes do Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong> e, no ano <strong>de</strong> 2004, agregou também os recursos alocados pela<br />

secretaria estadual da Saú<strong>de</strong>. Com relação aos recursos fe<strong>de</strong>rais, o MS realizou<br />

duas alocações: a primeira (<strong>de</strong> R$ 1.559.791,72) foi usada para que o Pólo<br />

pu<strong>de</strong>sse organizar suas ativida<strong>de</strong>s iniciais; a segunda (<strong>de</strong> R$ 4.303.501,73),<br />

dirigida para a execução dos projetos <strong>de</strong> capacitação encaminhados pelo Pólo.<br />

Assim, a soma total recebida pelo Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo do gestor fe<strong>de</strong>ral<br />

foi <strong>de</strong> R$ 5.863.293,45. Este valor correspon<strong>de</strong> a 39% dos recursos alocados<br />

pelo Ministério da Saú<strong>de</strong> nos Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

A distribuição seguiu os critérios adotados pelo MS para alocação dos<br />

recursos entre os Estados, a saber: população dos municípios em gestão ple<strong>na</strong><br />

no Estado; número <strong>de</strong> equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família; número <strong>de</strong> conselheiros<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>; o inverso da capacida<strong>de</strong> docente universitária e técnica instalada;<br />

número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; população total do Estado e número<br />

<strong>de</strong> cursos universitários <strong>na</strong> área da Saú<strong>de</strong>. Além dos recursos fe<strong>de</strong>rais, a SES/<br />

SP <strong>de</strong>stinou R$ 300 mil para cada um dos oito Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente<br />

em 2004.<br />

De acordo com um dos entrevistados ouvidos neste estudo, a articulação<br />

Ensino versus Serviço é positiva no caso do Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo, <strong>de</strong>vido<br />

ao histórico <strong>de</strong> atuação do mesmo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997. Apesar <strong>de</strong> haver alguns<br />

conflitos entre ensino/serviço, isso não chega a ser um problema, pois há<br />

diálogo entre as diferentes instituições e compreensão sobre a existência<br />

<strong>de</strong> diferentes saberes. São conhecimentos que dizem respeito tanto às<br />

especificida<strong>de</strong> do serviço como da universida<strong>de</strong>. Segundo o entrevistado, a<br />

156 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

o Pó l o d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e e m sA ú d e d A gr A n d e sã o PA U l o<br />

articulação Ensino versus Serviço tem sido bem-feita neste Pólo. Ele consi<strong>de</strong>ra<br />

ser importante a existência <strong>de</strong> um espaço <strong>de</strong> articulação <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s e<br />

reflexão sobre o processo pedagógico.<br />

2. Caracterização do Pólo da GSP<br />

De acordo com diversos entrevistados, a atuação do nível municipal <strong>na</strong><br />

Política <strong>de</strong> Educação Permanente ocorre <strong>de</strong> maneira bastante diferenciada,<br />

mesmo nos municípios pertencentes a uma mesma região.<br />

Para a representante do COSEMS, a postura dos gestores municipais<br />

nos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> constitui-se num fator<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>nte. Em algumas localida<strong>de</strong>s o gestor municipal tomou para si<br />

a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ajudar a construir o Pólo e atuou ativamente <strong>na</strong>s<br />

discussões, <strong>na</strong> formulação dos conteúdos e das capacitações. O gestor opinou<br />

e interferiu como um dos atores participantes e responsáveis nesse processo.<br />

Porém, em outros municípios esse papel ficou a cargo das universida<strong>de</strong>s e os<br />

gestores municipais não tiveram participação muito ativa nesse processo.<br />

Ainda segundo a entrevistada, no que diz respeito à produção <strong>de</strong><br />

conhecimento, os gestores se sentem muito inibidos diante do po<strong>de</strong>r da<br />

universida<strong>de</strong> e por isso a postura <strong>de</strong>les assume papel fundamental. Se o<br />

gestor não tiver um discurso elaborado para expor a sua necessida<strong>de</strong>, as<br />

mudanças não irão ocorrer e as instituições <strong>de</strong> ensino continuarão trazendo<br />

os cursos prontos porque há uma tradição nesse sentido. Se o gestor<br />

consi<strong>de</strong>ra que a universida<strong>de</strong> tem que estar mais próxima do serviço, isso<br />

<strong>de</strong>ve ser explicitado por ele.<br />

Entretanto, para este mesmo entrevistado, o porte do município é<br />

outro fator que não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rado e, <strong>de</strong> certa forma, a pretensão<br />

dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente era dar conta <strong>de</strong>sta diversida<strong>de</strong>. Devese<br />

consi<strong>de</strong>rar ainda a complexida<strong>de</strong> que isso acarreta, em um país com<br />

mais <strong>de</strong> 5 mil municípios e populações que variam entre 5 mil e mais <strong>de</strong><br />

10 milhões <strong>de</strong> habitantes. Mesmo que o gestor tenha uma postura próativa<br />

e <strong>de</strong>senvolva um programa <strong>de</strong> educação permanente a partir dos<br />

problemas <strong>de</strong>tectados pelo conjunto <strong>de</strong> trabalhadores do município, com<br />

ofici<strong>na</strong>s e formação <strong>de</strong> facilitadores, o pequeno porte populacio<strong>na</strong>l e a<br />

falta <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s configuram-se como <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ntes que não po<strong>de</strong>m<br />

ser ignoradas. Assim, tem-se um quadro complexo em que, <strong>na</strong> maioria<br />

das vezes, o município sozinho não consegue suprir suas necessida<strong>de</strong>s. A<br />

universida<strong>de</strong> está distante das necessida<strong>de</strong>s nos municípios e os Estados<br />

hoje não dispõem <strong>de</strong> uma massa crítica (nem mesmo o <strong>de</strong> São Paulo) capaz<br />

157


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

<strong>de</strong> assumir essa responsabilida<strong>de</strong>. Por isso, as parcerias com os Pólos têm<br />

tudo para dar certo, mas ainda precisam ser construídas.<br />

O empo<strong>de</strong>ramento dos secretários municipais po<strong>de</strong>ria se dar pela<br />

experiência no Pólo, uma vez que o gestor em seu município não irá apren<strong>de</strong>r<br />

a fazer tudo isso sozinho. Cabe ressalta que o Brasil é um país com inúmeras<br />

diversida<strong>de</strong>s e que os gestores municipais têm habilida<strong>de</strong>s diferenciadas. Há<br />

localida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> os gestores têm maior capacida<strong>de</strong> para fazer a negociação,<br />

em outras esse papel é exercido pelas universida<strong>de</strong>s, ou pelos técnicos da<br />

DIR ou mesmo pelos representantes do movimento social. A proposta da<br />

Política <strong>de</strong> Educação Permanente permite que haja uma variação segundo<br />

cada situação. Espera-se também que a li<strong>de</strong>rança exercida nos Pólos seja<br />

o resultado das interações pré-existentes.<br />

Embora exista uma compreensão do conjunto <strong>de</strong> secretários <strong>de</strong> que<br />

a educação, a capacitação ou a formação dos trabalhadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é<br />

estratégica para o avanço do SUS, muitas vezes o gestor <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> avançar<br />

não pelo fato <strong>de</strong> não priorizar algumas ativida<strong>de</strong>s, mas por ter <strong>de</strong> enfrentar<br />

algumas dificulda<strong>de</strong>s como, por exemplo, a inexistência <strong>de</strong> recursos humanos<br />

para fazer essa capacitação. Ao citar um exemplo hipotético, a representante<br />

do COSEMS, questio<strong>na</strong> o que po<strong>de</strong> fazer um município com 5 mil habitantes,<br />

com um médico que enfrenta dificulda<strong>de</strong>s para exercer bem suas ativida<strong>de</strong>s.<br />

Ela indaga se a solução seria, por exemplo, contratar um professor.<br />

Dados da Pesquisa PROESF (2005) mostram que a dificulda<strong>de</strong> mais<br />

citada pelos secretários municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para as ações do programa<br />

<strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> refere-se aos recursos humanos pouco qualificados/<br />

insuficiente (78,69% do total da amostra apontaram esse item). Na Região<br />

Metropolita<strong>na</strong> <strong>de</strong> São Paulo a capacitação dos recursos humanos foi citada,<br />

por 47,06% dos respon<strong>de</strong>ntes, como uma das principais mudanças nos<br />

novos planos municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>.<br />

No caso do Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo, foram encontradas diversas<br />

evidências <strong>de</strong> que a utilização da estrutura <strong>de</strong> regio<strong>na</strong>lização da SES, por<br />

meio das DIRs, funcio<strong>na</strong>va como um ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong> aproximação entre os gestores<br />

municipais e o Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente. Dados da Pesquisa PROESF<br />

mostram que a maioria dos secretários municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (52,38%)<br />

qualifica o relacio<strong>na</strong>mento entre as secretarias que eles coor<strong>de</strong><strong>na</strong>m e a<br />

Secretaria do Estado da Saú<strong>de</strong> como sendo cooperativo.<br />

Os três secretários municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> entrevistados dizem reconhecer<br />

o trabalho dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> núcleos regio<strong>na</strong>is no sentido <strong>de</strong> atraí-los<br />

para a discussão e a proposição <strong>de</strong> ações voltadas à educação em Saú<strong>de</strong>.<br />

158 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

o Pó l o d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e e m sA ú d e d A gr A n d e sã o PA U l o<br />

Para um dos diretores <strong>de</strong> DIR entrevistado, os embates que ocorrem<br />

são inerentes ao mo<strong>de</strong>lo fe<strong>de</strong>rativo brasileiro, mas a <strong>de</strong>fesa dos interesses<br />

diferentes <strong>de</strong> cada ente fe<strong>de</strong>rativo não significa necessariamente conflitos.<br />

As reuniões dos núcleos permanentes, que aconteciam em média uma vez<br />

por mês, contavam com a participação <strong>de</strong> praticamente todos os municípios<br />

e os representantes eram indicados diretamente pelos secretários municipais<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Embora as reuniões do Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo fossem abertas para<br />

a participação dos representantes <strong>de</strong> todos os municípios, os entrevistados<br />

dizem que não participavam <strong>de</strong>las; mas ape<strong>na</strong>s dos encontros regio<strong>na</strong>is. Elas<br />

afirmaram que se sentem bem-representados pelos articuladores no Pólo<br />

da Gran<strong>de</strong> São Paulo. Da mesma forma, não foi registrado nos <strong>de</strong>poimentos<br />

dos entrevistados que a relação ocorrida com os núcleos regio<strong>na</strong>is (e não<br />

diretamente com o Pólo) soasse como um distanciamento ou prejuízo nos<br />

encaminhamentos e proposições.<br />

De fato, não se encontrou relatos dos secretários municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

que indicassem alguma dificulda<strong>de</strong> para ter espaço <strong>de</strong> participação no Pólo.<br />

Segundo entrevistados, o Núcleo <strong>de</strong> Educação Permanente da Região Oeste<br />

e Sudoeste da Gran<strong>de</strong> São Paulo (NEPOS) se constitui como um espaço<br />

interinstitucio<strong>na</strong>l para discussão da política <strong>de</strong> educação permanente.<br />

Destaca-se que este Núcleo já existia antes da Portaria Ministerial GM 198/04<br />

e que seu regimento interno foi reformulado em maio <strong>de</strong> 2006, por meio<br />

<strong>de</strong> um processo envolvendo todas as instituições e atores participantes.<br />

A criação do NEPOS se <strong>de</strong>u pela incorporação da proposta <strong>de</strong> educação<br />

permanente, contado com a a<strong>de</strong>são da quase totalida<strong>de</strong> dos municípios<br />

abrangidos pelas DIRs. Ape<strong>na</strong>s um dos 15 municípios da DIR V (Osasco) não<br />

tem participado das ativida<strong>de</strong>s do Núcleo <strong>de</strong> Educação Permanente (NEP).<br />

Com relação a não participação dos municípios <strong>na</strong>s ativida<strong>de</strong>s do NEP,<br />

uma das hipóteses levantadas por um dos entrevistados diz respeito ao<br />

envolvimento do gestor municipal, que talvez não tenha percebido ainda a<br />

importância do processo <strong>de</strong> educação permanente.<br />

Para o representante <strong>de</strong> uma DIR, está se conseguindo, gradativamente,<br />

que o gestor assuma um papel no qual haja uma maior i<strong>de</strong>ntificação com a<br />

proposta <strong>de</strong> educação permanente; o que <strong>de</strong>ve ocorrer tanto no sentido <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pessoal como uma atribuição que faça parte da política<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do município que ele representa. É comum encontrar aquele<br />

gestor que está mais preocupado com a assistência, com o funcio<strong>na</strong>mento<br />

do pronto-socorro, com a aquisição <strong>de</strong> medicamentos, ou seja, com toda a<br />

159


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

parte operacio<strong>na</strong>l, em virtu<strong>de</strong> da pressão que ele enfrenta. Com isso, o gestor<br />

acaba encontrando dificulda<strong>de</strong>s para priorizar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação.<br />

Um dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> núcleos regio<strong>na</strong>is lembrou a experiência<br />

<strong>de</strong>le como Secretário Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para exemplificar as possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> atuação do gestor municipal. Durante a gestão <strong>de</strong>le, havia espaço para<br />

discussão, e reflexão sobre capacitação e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> recursos<br />

humanos Ocorriam, inclusive, capacitações específicas, reflexão sobre<br />

mudança do mo<strong>de</strong>lo e relação com a população, enfim, uma preocupação<br />

constante em manter as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> forma permanente. Havia também<br />

uma política indicando como inserir o ingressante no serviço: primeiro ele<br />

conhecia o Município inteiro, recebia informações sobre a Prefeitura, o que<br />

era público e privado. Ele também conhecia todas as unida<strong>de</strong>s do hospital e<br />

quais eram a política <strong>de</strong> trabalho e os compromissos que <strong>de</strong>veria assumir.<br />

Ainda segundo o coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor, nenhum profissio<strong>na</strong>l, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a faxineira<br />

até o médico, entrava no serviço enquanto não passasse por essa inserção<br />

com duração <strong>de</strong> dois dias. Um dia para discussão sobre a questão pública,<br />

sobre o SUS, o Município. O outro em visitas, para conhecer quem e <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> vinham as pessoas que seriam atendidas por ele. Ele é instruído, por<br />

exemplo, como proce<strong>de</strong>r em situações em que seja preciso encaminhar o<br />

paciente para receber outro tipo <strong>de</strong> atendimento, on<strong>de</strong> seria o hospital ou<br />

ambulatório, quem seria o diretor responsável.<br />

Havia casos que <strong>de</strong>mandavam capacitação específica, por exemplo, a<br />

admissão <strong>de</strong> uma enfermeira. Nestas situações era preciso saber se a pessoa<br />

já havia trabalhado em posto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, o que ela sabia fazer. Quando não<br />

soubesse fazer algo inerente a sua ativida<strong>de</strong> era preciso habilitá-la para<br />

tal. Havia no próprio município, exemplificado pelo ex-secretário, espaços<br />

<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>dos à capacitação <strong>de</strong> pessoas ou serviços <strong>de</strong> referência, <strong>de</strong> forma que<br />

o processo não era centralizado. Segundo ele, se uma <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da unida<strong>de</strong><br />

tivesse profissio<strong>na</strong>is melhor capacitados em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das técnicas ou<br />

serviços havia um intercâmbio para capacitar o pessoal <strong>de</strong> outras unida<strong>de</strong>s.<br />

Des<strong>de</strong> 1993, essa era a forma <strong>de</strong> se preocupar com o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

seu pessoal no Município, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nciamentos externos.<br />

Nos municípios visitados, apesar da compreensão <strong>de</strong> que a educação<br />

em Saú<strong>de</strong> é muito importante, os secretários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> reconhecem que<br />

os gastos em educação são ainda bastante reduzidos e nem ao menos se<br />

tem claro o volume <strong>de</strong> recursos utilizados. Nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas<br />

pelo Pólo a contrapartida dos municípios é o pagamento <strong>de</strong> transporte e da<br />

alimentação.<br />

160 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

o Pó l o d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e e m sA ú d e d A gr A n d e sã o PA U l o<br />

Entre os papéis dos gestores municipais, sempre ressaltados pelos os<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores dos núcleos regio<strong>na</strong>is ouvidos neste estudo, <strong>de</strong>staque para o<br />

levantamento das necessida<strong>de</strong>s do sistema local <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e para o incentivo<br />

à viabilização <strong>de</strong> recursos e pessoal pelo município. Em uma das entrevistas<br />

com os gestores municipais, a multiplicação aparece como uma função<br />

exercida e custeada pelo Município, mas este aspecto foi pon<strong>de</strong>rado como<br />

sendo um elemento impeditivo <strong>na</strong> implementação da Política <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente.<br />

Para um dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> núcleo essa dificulda<strong>de</strong> se dá pelo fato <strong>de</strong><br />

eles ainda não terem aprendido como participar <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> capacitação<br />

e formação e, portanto, não saberem como multiplicar esse aprendizado no<br />

Município que atuam. Embora enumere vários aspectos – tais como falta<br />

<strong>de</strong> tempo, tarefas do cotidiano, excesso <strong>de</strong> atribuições e até mesmo falta<br />

<strong>de</strong> pessoal – ele não soube apontar o que mais influencia essa situação. E<br />

resume: “quando a capacitação ocorre, o profissio<strong>na</strong>l acaba guardando para<br />

si o que apren<strong>de</strong>u; não multiplica”.<br />

Ape<strong>na</strong>s, excepcio<strong>na</strong>lmente, os participantes da pesquisa citaram<br />

ocasiões em que algum Município usou ca<strong>na</strong>is diretos com o Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong>, pulando as instâncias organizacio<strong>na</strong>is dos núcleos ou do Pólo da Gran<strong>de</strong><br />

São Paulo. Segundo um dos entrevistados que cita este fato, a relação direta<br />

do Ministério com o Município não seria <strong>na</strong>tural. Ele afirma que o papel <strong>de</strong><br />

articulação entre o Ministério e municípios <strong>de</strong>ve passar pelos Estados.<br />

Papel da SES e das DIRs no Pólo da GSP<br />

No estudo sobre o Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo se confirmou a diretriz<br />

explicitada pelo diretor <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong> da SES <strong>de</strong> que o Estado exerce<br />

o papel <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> agente congregador/convocador. Na percepção <strong>de</strong>ste<br />

entrevistado não cabe à universida<strong>de</strong>, nem aos municípios, realizar o que<br />

é <strong>de</strong>finido constitucio<strong>na</strong>lmente como competência do Estado. Uma vez que<br />

este papel não precisa ser <strong>de</strong> comando, a secretaria executiva do Pólo não<br />

necessariamente tem que estar <strong>na</strong> mão das DIRs (o quê <strong>na</strong> prática já ocorre),<br />

mas seria função da SES a busca <strong>de</strong> equida<strong>de</strong>. Para esse entrevistado, houve<br />

em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do momento a idéia <strong>de</strong> que os municípios fariam por conta<br />

própria a i<strong>de</strong>ntificação e priorização <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s comuns, mas eles não<br />

têm condições <strong>de</strong> exercer esse papel, uma vez que os interesses nem sempre<br />

são comuns, cabendo então ao Estado essa intermediação.<br />

Na avaliação <strong>de</strong> outro gestor estadual entrevistado, houve talvez um<br />

preconceito sobre a atuação da SES, mas São Paulo fez tudo com muito cuidado,<br />

contando com uma parceria importante com o COSEMS. A coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção dos<br />

161


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Pólos pela SES seria uma ativida<strong>de</strong> menos institucio<strong>na</strong>lizada, on<strong>de</strong> não há<br />

uma estrutura para juntar os oito Pólos e <strong>de</strong>finir o que será feito.<br />

Foi criada a Comissão Bipartite <strong>de</strong> acompanhamento e avaliação<br />

dos Pólos, com intuito principal <strong>de</strong> acompanhar a implantação da política<br />

<strong>de</strong> educação permanente. O Estado, em seu papel <strong>de</strong> agente agregador/<br />

convocador não precisa necessariamente coor<strong>de</strong><strong>na</strong>r todos os Pólos ao<br />

mesmo tempo, tampouco ter uma instância a mais que burocratize e regule<br />

esse conjunto. Com o objetivo <strong>de</strong> dar um alto grau <strong>de</strong> autonomia aos Pólos<br />

foi feito um novo <strong>de</strong>senho dos mesmos, sem a preocupação <strong>de</strong> resolver as<br />

relações inter<strong>na</strong>s.<br />

A representante do COSEMS ressalta o importante papel exercido<br />

pela SES, por meio da área <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong>, ao realizar um trabalho<br />

<strong>de</strong> sensibilização em todo o Estado. A ação contou com a parceria do MS<br />

e a participação do próprio COSEMS. Segundo a entrevistada, o papel<br />

absolutamente prioritário do nível estadual <strong>na</strong> gestão do SUS era <strong>de</strong>tectar<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação permanente em parceria com os municípios e<br />

fazer a formação <strong>de</strong> pessoal. Esta é uma função nobre para a qual o Estado<br />

<strong>de</strong>veria buscar recursos e exercer <strong>de</strong> forma prioritária.<br />

No Estado <strong>de</strong> São Paulo houve a intencio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se aproveitar<br />

as relações já instituídas pelos Pólos-PSF. Especificamente em relação ao<br />

Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo havia uma agregação e, segundo entrevistados,<br />

<strong>na</strong>da justificaria o rompimento <strong>de</strong>sta articulação. Nele, a coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção é<br />

responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um servidor da SES, que acumula esta função com a<br />

<strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>de</strong> uma comissão <strong>de</strong> acompanhamento e avaliação dos oito<br />

Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente do Estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

A tabela 23 (abaixo) mostra as regio<strong>na</strong>is e os municípios que estavam<br />

sob a abrangência do Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo (até 29/12/2006).<br />

Diretoria Regio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong><br />

tABELA 23<br />

Distribuição <strong>de</strong> DIRs e Municípios componentes GSP 2006<br />

Municípios<br />

número <strong>de</strong><br />

municípios<br />

I – São Paulo São Paulo 1<br />

II – Santo André Dia<strong>de</strong>ma, Mauá, Ribeirão Pires, Santo André, São Caetano do Sul,<br />

São Ber<strong>na</strong>rdo do Campo, Rio Gran<strong>de</strong> da Serra.<br />

7<br />

III – Mogi das Cruzes Arujá, Santa Isabel, Guararema, Poá, Biritiba-Mirim, Salesópolis,<br />

Ferraz <strong>de</strong> Vasconcelos, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das<br />

Cruzes, Suzano.<br />

11<br />

IV – Franco da Rocha Francisco Morato, Franco da Rocha, Caieiras, Cajamar, Mairiporã. 5<br />

V – Osasco Barueri, Carapicuíba, Cotia, Embu, Itapecerica da Serra, Itapevi,<br />

Osasco, Taboão da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra,<br />

Embu-Guaçu, Jandira, Vargem Gran<strong>de</strong> Paulista, Pirapora, Santa<strong>na</strong><br />

<strong>de</strong> Par<strong>na</strong>íba.<br />

15<br />

total 39<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2007).<br />

162 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

o Pó l o d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e e m sA ú d e d A gr A n d e sã o PA U l o<br />

Po<strong>de</strong>-se i<strong>de</strong>ntificar a existência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s diferenças entre os municípios<br />

que pertencem ao Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo, seja por meio <strong>de</strong> indicadores<br />

<strong>de</strong>mográficos ou indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Esta diversida<strong>de</strong> é percebida <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma mesma regio<strong>na</strong>l e, <strong>de</strong> acordo<br />

com o gestor <strong>de</strong> uma das DIRs participantes do Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo, há<br />

um conjunto bastante diversificado <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> gestão, estruturas locais e<br />

compreensão do SUS nos municípios coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dos por uma mesma DIR.<br />

Segundo o gestor da SES entrevistado, esta diversida<strong>de</strong> é um imperativo<br />

para que se pense <strong>na</strong> implantação <strong>de</strong> políticas por região, porque isso irá ajudar<br />

a <strong>de</strong>finir o conjunto e quem está <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le. Desta maneira, a Secretaria <strong>de</strong><br />

Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá trabalhar para garantir que aquele Município que não<br />

é se<strong>de</strong>, que não tem faculda<strong>de</strong> instalada, também seja atendido. Se mantiver<br />

a dinâmica existente, as relações que vão acontecer são as já estabelecidas,<br />

ou seja, as <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> Município com sua universida<strong>de</strong>. Casos como o<br />

<strong>de</strong> Campi<strong>na</strong>s com a UNICAMP, Marília com a FAMENA, são alguns exemplos.<br />

Por isso a idéia <strong>de</strong> organização as políticas por região e o papel das DIRs<br />

<strong>de</strong> atuarem como agentes convocadores é muito importante. Caso não haja<br />

uma política <strong>de</strong> regulamentação e diretrizes específicas para cada região, as<br />

relações pré-existentes serão mantidas.<br />

Segundo representantes da gestão estadual, no Pólo da Gran<strong>de</strong> São<br />

Paulo (GSP) houve discussão e movimentos dos próprios municípios e <strong>de</strong><br />

instituições para manter esta agregação, em função <strong>de</strong> suas vantagens.<br />

Ao unir profissio<strong>na</strong>is com níveis <strong>de</strong> importância e oriundos <strong>de</strong> estruturas<br />

diferentes também <strong>de</strong>ve haver um agente mediador importante para regular<br />

essas relações, que no caso do Pólo da GSP é a SES. Como <strong>na</strong> relação da<br />

GSP há várias instituições importantes é preciso um agente mediador forte<br />

para regular isso, senão a quem caberia regular uma relação entre UNIFESP,<br />

Santa Casa, USP? A SES <strong>de</strong>senvolveu a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intermediar <strong>de</strong> forma<br />

a<strong>de</strong>quada, respeitando características próprias <strong>de</strong> cada um dos participantes<br />

do Pólo.<br />

Em cada uma das DIRs do interior existe um núcleo <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente e <strong>na</strong> capital há cinco núcleos sediados <strong>na</strong>s Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dorias<br />

Regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Segundo entrevistados, esta estratégia possibilita o<br />

aprofundamento da discussão para a <strong>de</strong>finição das <strong>de</strong>mandas dos municípios<br />

para a Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção do Pólo, pois todos os municípios têm representantes<br />

que participam dos núcleos regio<strong>na</strong>is, o que não seria possível diretamente<br />

no Pólo.<br />

De maneira geral, estes núcleos reproduzem a proposta da Portaria<br />

GM 198/04 em relação à organização dos Pólos. A seleção <strong>de</strong> funcionários<br />

163


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

das DIRs para assumir cargos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção dos núcleos contou com apoio<br />

das instituições <strong>de</strong> ensino, da gestão municipal e <strong>de</strong> outros segmentos.<br />

A escolha das DIRs para sediarem os núcleos <strong>de</strong> educação permanente,<br />

segundo um dos entrevistados, é explicada pela disputa entre os municípios.<br />

Embora tenha sido argumentado que os núcleos, assim como os Pólos,<br />

po<strong>de</strong>riam estar localizados em qualquer lugar, o consenso foi, <strong>na</strong> maioria<br />

dos casos, que o espaço mais a<strong>de</strong>quado e justo seria a própria DIR.<br />

Um fator que facilita a escolha das DIRs para sediarem os núcleos ou a<br />

maioria das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas – seminários, reuniões, capacitações –<br />

é que as distâncias entre os municípios em todas as regio<strong>na</strong>is que participam<br />

do Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo são relativamente peque<strong>na</strong>s e o <strong>de</strong>slocamento<br />

dos participantes do município para as DIRs não seria difícil.<br />

Segundo explicita um dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> núcleos <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente entrevistado, embora a Portaria 198 não <strong>de</strong>fi<strong>na</strong> que os Pólos<br />

<strong>de</strong>vam estar sediados <strong>na</strong>s secretarias <strong>de</strong> Estado, por serem <strong>de</strong>tentores do<br />

conhecimento <strong>de</strong> todos os municípios da região, os hospitais, as instituições<br />

<strong>de</strong> ensino e a SES teriam maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer a articulação entre eles<br />

caso isso ocorra. Para um dos diretores <strong>de</strong> DIRs entrevistado, em alguns<br />

municípios da região <strong>de</strong>le os sistemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ainda estão se estruturando<br />

o que os tor<strong>na</strong>m mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da atuação <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção ou supervisão<br />

do Estado, tendo este até mesmo que exercer o papel <strong>de</strong> cobrador e<br />

propositor <strong>de</strong> tarefas.<br />

No Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo po<strong>de</strong>-se afirmar que as DIRs têm<br />

<strong>de</strong>stacada articulação com as Comissões Intergestoras Regio<strong>na</strong>is <strong>na</strong> execução<br />

das políticas tanto do Estado quanto do Ministério da Saú<strong>de</strong> e esta tradição<br />

teve peso <strong>na</strong> criação da política <strong>de</strong> educação permanente.<br />

As equipes das DIRs que trabalham para os núcleos acumulam outras<br />

atribuições e, <strong>na</strong> maioria das vezes, estão vinculadas a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> e<br />

a <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> educação e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> recursos humanos.<br />

Entretanto, foi <strong>de</strong>stacado que enquanto coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores dos Núcleos <strong>de</strong><br />

Educação Permanente eles não enten<strong>de</strong>m que esses núcleos não são parte<br />

das DIRs, mas sim um espaço interinstitucio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> articulação. Porém, como<br />

ressaltou um dos entrevistados, nem sempre esta autonomia é percebida.<br />

Há uma confusão avaliar os núcleos como se fossem pertencentes ao Estado.<br />

Outra coisa ruim é ver o Estado como responsável pelos hospitais.<br />

Esta influência não se dá ape<strong>na</strong>s pela interpretação <strong>de</strong> que os Núcleos<br />

<strong>de</strong> Educação Permanente fazem parte da estrutura estadual <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Um<br />

entrevistado i<strong>de</strong>ntifica que existe forte “contágio”, entre os municípios que<br />

fazem parte do Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo, da política do Município <strong>de</strong> São<br />

164 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

o Pó l o d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e e m sA ú d e d A gr A n d e sã o PA U l o<br />

Paulo e do Estado <strong>de</strong> São Paulo, interferindo em como se organizam as<br />

gestões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> municipais.<br />

A influência regio<strong>na</strong>l também po<strong>de</strong> ser evi<strong>de</strong>nciada pelos dados da<br />

Pesquisa PROESF realizada em municípios <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte que mostrou que<br />

gran<strong>de</strong> parte dos secretários municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da região Metropolita<strong>na</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo (47,62%) acredita que as necessida<strong>de</strong>s dos outros municípios<br />

da região influem <strong>na</strong> gestão do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

De acordo com um dos entrevistados, nem sempre a educação<br />

permanente é entendida como uma política ampla. Por isso, ocorrem<br />

resistências dos municípios que pensam estar no meio <strong>de</strong> uma briga entre a<br />

SES e o Ministério da Saú<strong>de</strong> em relação a esta política: Educação Permanente<br />

não é uma política <strong>de</strong> Estado. É uma política do Ministério. Os municípios<br />

não sabem com o que ficar e po<strong>de</strong>m acabar escolhendo o aquele que possa<br />

garantir mais recursos.<br />

Para este mesmo entrevistado, o Estado nem sempre assume seu papel<br />

regulador, pois a política da Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> em relação à<br />

gestão <strong>de</strong> serviços e <strong>de</strong> pessoal não é clara. Ele questio<strong>na</strong> se seria o papel<br />

do Estado regular, qual o parâmetro <strong>de</strong> regulação e qual a política a ser<br />

adotada.<br />

Aspectos Operacio<strong>na</strong>is do Pólo da GSP<br />

Ao contrário <strong>de</strong> outros Pólos que pertencem ao Programa <strong>de</strong> Avaliação<br />

e Acompanhamento da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>, o Pólo<br />

da GSP tem informações precisas sobre as ativida<strong>de</strong>s e os beneficiários.<br />

É possível conhecer com exatidão quem e quantos profissio<strong>na</strong>is foram<br />

beneficiados com as ativida<strong>de</strong>s do Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong><br />

(PEPS) da Gran<strong>de</strong> São Paulo. Consegue-se apontar com clareza quais as<br />

ativida<strong>de</strong>s implementadas e alguns impactos das mesmas, embora não haja<br />

um sistema <strong>de</strong> avaliação e monitoramento sistematizado.<br />

E, além disso, quase todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>mandadas tiveram os<br />

recursos liberados e foram implementadas por meio <strong>de</strong> diversas instituições<br />

<strong>de</strong> ensino, públicas e privadas, e pelo Centro <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong><br />

<strong>Humanos</strong> para o SUS (CEFOR), órgão vinculado à Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>doria <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong><br />

<strong>Humanos</strong> da Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

De acordo com a listagem do Pólo da GSP, foram encaminhados ao<br />

Ministério da Saú<strong>de</strong> 88 projetos no período <strong>de</strong> 2004 a 2006, aprovados pelo<br />

PEPS-GSP. Destes, até a conclusão <strong>de</strong>sta pesquisa, 69 foram executados,<br />

sendo que três <strong>de</strong>les implicou em recursos extrateto do Departamento <strong>de</strong><br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> do MS. Um dos projetos refere-se à operacio<strong>na</strong>lização da<br />

165


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

secretaria executiva do PEPS da GSP e não será contado como ativida<strong>de</strong><br />

educacio<strong>na</strong>l <strong>na</strong>s tabelas constantes da análise.<br />

tABELA 24<br />

Distribuição <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s encaminhadas por situação no MS - GSP 2004 a 2006<br />

Situação nº %<br />

Executados 69 78,4<br />

não-executados 19 21,6<br />

total 88 100,0<br />

Fonte: Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (2007); Ministério da Saú<strong>de</strong> – Secretaria <strong>de</strong><br />

Gestão do Trabalho e da Educação <strong>na</strong> Saú<strong>de</strong>, Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral <strong>de</strong> Orçamento e Planejamento<br />

(2005).<br />

Dos projetos realizados, 63,2 % foram executados por instituições<br />

parceiras privadas e 36,8%, por instituições públicas. Na DIR V (Osasco)<br />

observa-se que a gran<strong>de</strong> maioria (71,4%) das ativida<strong>de</strong>s contou com a<br />

participação <strong>de</strong> instituições públicas ao contrário do Município <strong>de</strong> São Paulo,<br />

on<strong>de</strong> a maior parte das ativida<strong>de</strong>s foi realizada por instituições privadas<br />

(58,7%). A instituição pública que executou a maioria das ativida<strong>de</strong>s da<br />

SMS-SP foi a Escola Técnica do SUS (ver tabela 25 e Anexo E).<br />

De acordo com um dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores do PEPS-GSP entrevistado,<br />

embora as instituições parceiras sejam facilmente categorizadas quanto à<br />

<strong>na</strong>tureza pública ou privada, a atuação das mesmas não segue uma lógica<br />

linear, ocorrendo variação <strong>de</strong> acordo com as pessoas que as representam.<br />

tABELA 25<br />

Distribuição <strong>de</strong> cursos por região contemplada por tipo <strong>de</strong> Instituições Parceiras –<br />

GSP 2004 a 2006<br />

Regiões<br />

tipo <strong>de</strong> Parceiros<br />

Público Privado<br />

166 Co n s ó r C i o mediCinA UsP<br />

total<br />

nº % nº % nº %<br />

DIR I – São Paulo 19 41,3 27 58,7 46 100,0<br />

DIR II – Santo André 0 0,0 4 0,0 4 100,0<br />

DIR III – Mogi das Cruzes 0 0,0 9 0,0 9 100,0<br />

DIR IV – Franco da Rocha 0 0,0 0 0,0 0 100,0<br />

DIR V – Osasco 5 71,4 2 28,6 7 100,0<br />

GSP 2 100,0 1 0,0 3 100,0<br />

total 26 36,8 43 63,2 69 100,0<br />

Fonte: Ministério da Saú<strong>de</strong> - Secretaria <strong>de</strong> Gestão do Trabalho e da Educação <strong>na</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral <strong>de</strong> Orçamento e Planejamento (2005) e Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo (2007).<br />

O único Município que encaminhou projetos por intermédio <strong>de</strong> sua<br />

Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (onze, no total; executados pela Escola<br />

Técnica do SUS) foi o <strong>de</strong> São Paulo. Os <strong>de</strong>mais projetos encaminhados pelo<br />

Pólo da GSP são provenientes <strong>de</strong> Instituições <strong>de</strong> Ensino e Pesquisa privadas<br />

(43 projetos) e públicas (26 projetos). As outras secretarias municipais <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> do Pólo da GSP não encaminharam projetos.


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

o Pó l o d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e e m sA ú d e d A gr A n d e sã o PA U l o<br />

Em todas as DIRs, as instituições executoras são <strong>na</strong> maioria dos casos,<br />

privadas (63,2%), com exceção da DIR V (Osasco) on<strong>de</strong> boa parte dos<br />

cursos foi realizado por instituições públicas (71,4%). Já a DIR IV (Franco<br />

da Rocha) que não teve nenhum curso executado <strong>na</strong> região.<br />

Conforme indicado <strong>na</strong> tabela 26 (abaixo), sete instituições apresentaram<br />

isoladamente entre quatro e 11 projetos (no total 45 projetos); seis<br />

instituições, entre dois e três projetos (no total <strong>de</strong> 17) e sete <strong>de</strong>las realizaram<br />

ape<strong>na</strong>s um projeto, cada uma. Existe no Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo uma<br />

pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instituições proponentes, totalizando 20 projetos.<br />

A diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instituições parceiras e o envolvimento no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento dos projetos <strong>de</strong>monstram uma capacida<strong>de</strong> institucio<strong>na</strong>l<br />

da região da Gran<strong>de</strong> São Paulo que po<strong>de</strong> explicar a atuação diferenciada do<br />

Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo.<br />

tABELA 26<br />

Projetos realizados por Instituição parceira<br />

GSP, 2004 a 2006<br />

número <strong>de</strong> projetos Instituições parceiras<br />

Entre 4 e 11 projetos<br />

Entre 2 e 3 projetos<br />

Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo / Associação<br />

Santa Marceli<strong>na</strong> / PUC / FAEPE / Fundação Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong> da USP / SECID / UNIFESP<br />

UNICSUL / Fundação Zerbini / SENAC/ Santa Casa /<br />

Universida<strong>de</strong> Metodista <strong>de</strong> São Paulo / UNASP<br />

Projetos<br />

encaminhados<br />

número %<br />

45 65,2<br />

17 24,6<br />

Ape<strong>na</strong>s 1 projeto<br />

Hospital Albert Einstein / Instituto <strong>de</strong> Psicologia Social do<br />

Trabalho da USP / Santamarense / São Camilo / UNINOVE<br />

/ Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública – USP / Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong> do ABC-FUNABC<br />

7 10,2<br />

total 69 100,0<br />

Fonte: Ministério da Saú<strong>de</strong> - Secretaria <strong>de</strong> Gestão do Trabalho e da Educação <strong>na</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral <strong>de</strong> Orçamento e Planejamento (2005).<br />

Entretanto, esta pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instituições tem maior expressivida<strong>de</strong><br />

no Município <strong>de</strong> São Paulo: Universida<strong>de</strong> Adventista <strong>de</strong> São Paulo, Serviço<br />

Nacio<strong>na</strong>l do Comércio, Universida<strong>de</strong> Santo Amaro, Hospital Albert Einstein,<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo, Santa Casa, Pontifícia Universida<strong>de</strong><br />

Católica <strong>de</strong> São Paulo, Fundação Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> da USP, Universida<strong>de</strong><br />

Nove <strong>de</strong> Julho, Centro Universitário São Camilo, Universida<strong>de</strong> Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo, Universida<strong>de</strong> Cruzeiro do Sul, Associação Santa Marceli<strong>na</strong>, Instituto<br />

<strong>de</strong> Psicologia Social do Trabalho da USP, Escola Técnica do SUS.<br />

Na DIR I (São Paulo), a maior parte das ativida<strong>de</strong>s foi encaminhada<br />

pela Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (16,2% do total <strong>de</strong> projetos<br />

executados). Em segundo lugar figura a Associação Santa Marceli<strong>na</strong> (com<br />

13,2% do total <strong>de</strong> projetos), seguida pela Fundação São Paulo – PUC e<br />

167


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Fundação Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> da USP, com 8,8 % cada uma. Este volume<br />

<strong>de</strong> projetos beneficiou 6.828 profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> a um custo <strong>de</strong> R$<br />

10.093.535,56, <strong>de</strong> acordo com informações do PEPS da GSP (Anexo E).<br />

Na DIR II (Santo André), participaram duas instituições: Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Odontologia da Universida<strong>de</strong> Metodista <strong>de</strong> São Paulo e Faculda<strong>de</strong> do<br />

ABC. Na DIR III (Mogi das Cruzes) foram três instituições: Associação<br />

Santa Marceli<strong>na</strong>, Santa Casa, Fundação <strong>de</strong> Amparo a Pesquisa e Estudos<br />

(FAEPE). Na DIR IV (Franco da Rocha) não se verificou nenhuma parceira e<br />

<strong>na</strong> DIR V (Osasco) houve a participação <strong>de</strong> três instituições: Universida<strong>de</strong><br />

Adventista <strong>de</strong> São Paulo (UNASP), Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo<br />

(UNIFESP) e Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da USP. Participou ainda como<br />

executor <strong>de</strong>ssa última DIR o Centro <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong> <strong>Humanos</strong><br />

para o SUS (CEFOR).<br />

A atuação mais tímida da DIR IV (Franco da Rocha) em comparação<br />

com outras DIRs, segundo um dos coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores do Pólo da Gran<strong>de</strong> São<br />

Paulo, po<strong>de</strong> ser justificado pela ausência <strong>de</strong> uma instituição parceira <strong>na</strong><br />

região on<strong>de</strong> ela está situada.<br />

Foram enviados ao Ministério da Saú<strong>de</strong> pelo Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo<br />

88 projetos, incluindo os extratetos. Neste Pólo, diferentemente do que<br />

ocorre nos <strong>de</strong>mais, os projetos extratetos também passam pelo PEPS da GSP,<br />

para análise e aprovação, antes <strong>de</strong> serem encaminhados ao Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong>. Do universo total <strong>de</strong> projetos levados para o Ministério da Saú<strong>de</strong>, 69<br />

geraram ativida<strong>de</strong>s, sendo que uma <strong>de</strong>las compreendia a operacio<strong>na</strong>lização<br />

da Secretaria Executiva do Pólo da GSP.<br />

A maior parte dos projetos realizados refere-se às ativida<strong>de</strong>s ligadas<br />

à <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> (72,5%), seguida daquelas relacio<strong>na</strong>das à Urgência/<br />

Emergência (10,1%); e em terceiro lugar, às ativida<strong>de</strong>s relacio<strong>na</strong>das à<br />

Gestão (5,8%) e Educação Permanente e Controle Social (4,3% cada uma).<br />

Como se po<strong>de</strong> observar pela tabela 27, a seguir.<br />

tABELA 27<br />

Distribuição <strong>de</strong> cursos por ativida<strong>de</strong>s agrupadas - GSP – 2004 a 2006<br />

Ativida<strong>de</strong>s nº %<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> 50 72,5<br />

Educação Permanente 3 4,3<br />

Gestão 4 5,8<br />

Controle Social 3 4,3<br />

urgência/Emergência 7 10,1<br />

Outras 2 2,9<br />

total 69 100,0<br />

Fonte: Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (2007) e Ministério da Saú<strong>de</strong> - Secretaria <strong>de</strong><br />

Gestão do Trabalho e da Educação <strong>na</strong> Saú<strong>de</strong>, Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral <strong>de</strong> Orçamento e Planejamento<br />

(2005).<br />

168 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

o Pó l o d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e e m sA ú d e d A gr A n d e sã o PA U l o<br />

Os projetos enviados e executados pelo Pólo da GSP beneficiaram<br />

6.828 profissio<strong>na</strong>is da Saú<strong>de</strong>. Das 69 ativida<strong>de</strong>s, 26 foram direcio<strong>na</strong>das<br />

para grupos específicos: médicos, enfermeiros, auxiliares <strong>de</strong> enfermagem,<br />

<strong>de</strong>ntista, auxiliar <strong>de</strong> cirurgião <strong>de</strong>ntista e técnico <strong>de</strong> higiene <strong>de</strong>ntal. Do total<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s realizadas, quatro dirigiram-se a grupos que ocupam função<br />

gerencial e ape<strong>na</strong>s um curso foi <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>do a profissio<strong>na</strong>is que atuam em<br />

controle social. O maior número <strong>de</strong> cursos e trabalhadores beneficiados<br />

referem-se a equipes multiprofissio<strong>na</strong>is: 11 cursos e 925 trabalhadores<br />

beneficiados (ver tabela 28 abaixo e Anexo E).<br />

tABELA 28<br />

Ativida<strong>de</strong>s por categorização <strong>de</strong> público-alvo<br />

GSP- 2004 a 2006<br />

Categoria nº %<br />

Profissio<strong>na</strong>is especificados 26 37,7<br />

Por função 9 13,0<br />

Mistas 32 46,4<br />

Sem informação 2 2,9<br />

total 69 100,0<br />

Fonte: Ministério da Saú<strong>de</strong>, Secretaria <strong>de</strong> Gestão do Trabalho e da Educação <strong>na</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral <strong>de</strong> Orçamento e Planejamento (2005) e Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo (2004-2006).<br />

O montante <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>dos às instituições parceiras privadas<br />

foi <strong>de</strong> 82,8% do total alocado pelo Pólo da GSP. Ape<strong>na</strong>s 17,2% tiveram como<br />

<strong>de</strong>stino as instituições parceiras <strong>de</strong> caráter público. É importante salientar<br />

que ape<strong>na</strong>s um dos cursos, a residência multiprofissio<strong>na</strong>l em saú<strong>de</strong> da<br />

família executada pela Faculda<strong>de</strong> Santa Marceli<strong>na</strong>, <strong>de</strong>mandou um custo <strong>de</strong><br />

R$ 7.744.737,32. Esse valor correspon<strong>de</strong> a 73,4% do total <strong>de</strong> investimentos<br />

no Pólo da GSP.<br />

tABELA 29<br />

Distribuição <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s por montante <strong>de</strong> recursos e tipo <strong>de</strong> instituição responsável<br />

- GSP - 2004 a 2006<br />

Instituição responsável<br />

<strong>Recursos</strong><br />

nº <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s R$ %<br />

Pública 26 1.698.985,00 16,8<br />

Privada 43 8.394.550,56 83,2<br />

total 69 10.093.535,56 100,0<br />

Fonte: Ministério da Saú<strong>de</strong>, Secretaria <strong>de</strong> Gestão do Trabalho e da Educação <strong>na</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral <strong>de</strong> Orçamento e Planejamento (2005) e Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo (2004-2006).<br />

Quando se trata do setor Saú<strong>de</strong>, a variação <strong>de</strong> capacitação fica<br />

evi<strong>de</strong>nte, seja por categorias profissio<strong>na</strong>is ou conteúdos dos cursos. Esta<br />

diversida<strong>de</strong> se expressa também nos custos envolvidos: entre R$ 0,39 a<br />

169


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

R$ 86,50 a hora aula/beneficiário. E a duração dos cursos variou entre seis<br />

horas e 5.760 horas, conforme tabela 30 (abaixo) e Anexo E.<br />

tABELA 30<br />

Ativida<strong>de</strong>s Encaminhadas e Executadas<br />

Pólo da GSP - 2004 a 2006<br />

Faixas <strong>de</strong> carga horária nº %<br />

Até 80 horas 44 63,77<br />

80 a 200 horas 11 15,94<br />

Mais <strong>de</strong> 200 horas 8 11,59<br />

Sem informação 6 8,70<br />

total 69 100,00<br />

Fonte: Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> da Gran<strong>de</strong> São Paulo (2007).<br />

3. Impactos da Política <strong>de</strong> Educação Permanente<br />

Diversos entrevistados acreditam que a Política <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente preencheu uma lacu<strong>na</strong> <strong>na</strong> capacitação dos recursos humanos<br />

para o SUS. E o Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente seria a principal estratégia <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento dos profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> no Brasil, agluti<strong>na</strong>ndo o conjunto<br />

dos municípios, das instituições formadoras e das secretarias estaduais <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>. Trata-se da primeira vez, em 16 anos <strong>de</strong> SUS, segundo informou<br />

um dos entrevistados, que gestores das três esferas <strong>de</strong> governo implantam<br />

uma política <strong>de</strong> educação permanente para o conjunto dos trabalhadores<br />

da Saú<strong>de</strong>.<br />

Na opinião da representante do COSEMS, ainda não houve tempo<br />

suficiente para a estratégia dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente se consolidar,<br />

tampouco os processos avaliativos. Apesar <strong>de</strong> um início bastante promissor,<br />

o processo <strong>de</strong> Educação Permanente sofreu uma interrupção bastante<br />

significativa a partir da mudança no Ministério da Saú<strong>de</strong> e das dificulda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> liberação <strong>de</strong> recursos para organizar as ofici<strong>na</strong>s e as capacitações,<br />

Assim como nos <strong>de</strong>mais Pólos pesquisados, não foram efetuadas<br />

avaliações <strong>de</strong> impacto das ativida<strong>de</strong>s executadas no Pólo da Gran<strong>de</strong> São<br />

Paulo. Também em nenhum Município visitado se encontrou um sistema <strong>de</strong><br />

monitoramento e avaliação das ações <strong>de</strong> capacitação executadas ou mesmo<br />

dos egressos <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s.<br />

Mas o PEP da GSP realizou, em março <strong>de</strong> 2006, a ofici<strong>na</strong> <strong>de</strong> trabalho<br />

“Apreciação do Trabalho do Pólo: processando <strong>de</strong>safios e i<strong>de</strong>ntificando<br />

perspectivas”. Este evento objetivou apresentar o conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>senvolvidas pelo Pólo; caracterizar propostas pactuadas; apreciar o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e o fortalecimento dos grupos <strong>de</strong> trabalho; propor e<br />

operacio<strong>na</strong>lizar a eleição <strong>de</strong> novo mandato da Secretaria Executiva do Pólo;<br />

170 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

o Pó l o d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e e m sA ú d e d A gr A n d e sã o PA U l o<br />

<strong>de</strong>bater e estabelecer metas e priorida<strong>de</strong>s para o ano <strong>de</strong> 2006. A seguir<br />

alguns dados retirados do memorial <strong>de</strong>scritivo <strong>de</strong>sta ofici<strong>na</strong>:<br />

• Em uma avaliação sobre a participação/envolvimento <strong>na</strong>s ativida<strong>de</strong>s/<br />

trabalho do Pólo no ano <strong>de</strong> 2005: 26% dos respon<strong>de</strong>ntes (nove<br />

pessoas) avaliaram que atingiram totalmente a meta pessoal <strong>de</strong><br />

expectativa, 65% (22) disseram ter alcançado parcialmente a meta<br />

e 9% (três) consi<strong>de</strong>raram que não atingiram as expectativas;<br />

• As cinco priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho para o Pólo no ano <strong>de</strong> 2006 mais<br />

citadas foram: ampliar participação no Pólo; aspectos relacio<strong>na</strong>dos<br />

a recursos do MS; apoio aos Núcleos <strong>de</strong> Educação Permanente;<br />

fortalecimento dos grupos <strong>de</strong> trabalho; tutores/facilitadores <strong>de</strong><br />

educação permanente;<br />

• Em relação à questão sobre como os diferentes atores do Pólo<br />

po<strong>de</strong>riam se organizar para viabilizar as priorida<strong>de</strong>s, 50% (17<br />

pessoas) escolheram a opção “implementar grupos <strong>de</strong> trabalho”.<br />

A percepção do grupo <strong>de</strong> entrevistados <strong>de</strong>ste estudo, formado por<br />

diretores <strong>de</strong> DIRs, coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong> Núcleos <strong>de</strong> Educação Permanente,<br />

secretários, alguns técnicos, diretores <strong>de</strong> divisão, variou <strong>de</strong> maneira<br />

significativa. Houve inclusive um gestor municipal que <strong>de</strong>clarou que a política<br />

<strong>de</strong> educação permanente não teve nenhuma repercussão, seja pelo baixo<br />

número <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s ou pela ausência <strong>de</strong> impacto das mesmas.<br />

Embora a percepção dos impactos não seja homogênea, uma variável<br />

apontada como importante para o maior ou menor impacto foi o envolvimento<br />

dos gestores municipais <strong>na</strong> capacitação dos recursos humanos em saú<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> seus municípios. Os impactos citados <strong>na</strong>s entrevistas <strong>de</strong> maneira geral<br />

foram:<br />

• Mudança no comportamento dos funcionários dos serviços <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguns municípios;<br />

• Mudança <strong>na</strong> atitu<strong>de</strong> dos próprios funcionários das DIRs;<br />

• Empenho dos facilitadores;<br />

• Empenho dos parceiros das instituições <strong>de</strong> ensino.<br />

Em um dos municípios visitados, cuja diretora <strong>de</strong> divisão técnica<br />

da Prefeitura é tutora e também professora da universida<strong>de</strong> privada que<br />

participa das ativida<strong>de</strong>s do PEPS como parceira, nota-se que os princípios<br />

da educação permanente estavam mais articulados com todas as ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> capacitação do Município. Fato que corrobora com a visão do responsável<br />

pelo RH da Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a questão dos facilitadores,<br />

do ponto <strong>de</strong> vista formativo, foi interessante. Porém, segundo a diretora,<br />

o apoio do facilitador só tem sentido se ele for sustentado pelo gestor. Ela<br />

171


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

acrescenta ainda que o conteúdo po<strong>de</strong> ter sido bom, mas a inserção <strong>de</strong>sses<br />

facilitadores no processo é muito criticada, ficando muitas pessoas ligadas<br />

à idéia, mas não à gestão.<br />

Na maioria dos municípios, o conteúdo dos cursos nem sempre é<br />

utilizado pelos profissio<strong>na</strong>is da Saú<strong>de</strong> no cotidiano do trabalho, segundo<br />

salientou um dos diretores <strong>de</strong> DIR entrevistado. Ele cita especialmente<br />

a categoria médica, tanto como refratária à participação nos cursos <strong>de</strong><br />

capacitação quanto ao cumprimento do papel <strong>de</strong> multiplicador. Por outro<br />

lado, a categoria dos agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> aparece citada como<br />

uma exceção, <strong>de</strong>monstrando maior receptivida<strong>de</strong> às ativida<strong>de</strong>s, promovendo<br />

a multiplicação e a utilização dos conteúdos dos cursos no cotidiano <strong>de</strong><br />

trabalho.<br />

Outros entrevistados também citaram a dificulda<strong>de</strong> para a multiplicação<br />

dos conteúdos pelas pessoas capacitadas como sendo um elemento limitador<br />

para que haja um impacto mais contun<strong>de</strong>nte das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação<br />

permanente. Não ficam claros quais encaminhamentos estariam sendo<br />

adotados para estimular a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> multiplicação dos conteúdos dos<br />

cursos pelos profissio<strong>na</strong>is egressos.<br />

Apesar <strong>de</strong> todos os pontos negativos citados, há o reconhecimento,<br />

feito por meio <strong>de</strong> um monitoramento informal <strong>de</strong> uma das DIRs, <strong>de</strong> que as<br />

ativida<strong>de</strong>s educacio<strong>na</strong>is têm servido para reorientar o trabalho das equipes<br />

em serviços, principalmente as que atuam em municípios on<strong>de</strong> não havia<br />

<strong>na</strong>da direcio<strong>na</strong>do à Saú<strong>de</strong> e o SUS, e isso tem evoluído bastante.<br />

Em outros casos <strong>de</strong>stacou-se que o PEPS tem impacto positivo <strong>na</strong>s<br />

capacitações em serviço. E apesar <strong>de</strong> não saberem avaliar o impacto dos<br />

Pólos <strong>de</strong> Capacitação, pesquisa feita por um dos municípios, mostrou que,<br />

eventualmente, po<strong>de</strong> ter ajudado a melhorar alguns aspectos da gestão local.<br />

Porém, não há instrumentos para mensurar o impacto causado a partir do<br />

conjunto <strong>de</strong> ações <strong>de</strong>senvolvidas.<br />

Para outro entrevistado <strong>de</strong> uma DIR, mesmo sem dispor <strong>de</strong> um<br />

instrumento formal <strong>de</strong> avaliação, houve um monitoramento que serviu<br />

para reorientar o Pólo, os núcleos e as instituições que <strong>de</strong>senvolveram as<br />

capacitações nos municípios visitados. No entanto, observou-se que é difícil<br />

perceber se o conteúdo dos cursos foi aplicado ao trabalho <strong>de</strong> maneira<br />

organizada e sistematizada pelos profissio<strong>na</strong>is capacitados.<br />

Na percepção <strong>de</strong> alguns entrevistados, o conteúdo dos cursos tem sido<br />

aplicado ao trabalho pelos profissio<strong>na</strong>is capacitados, apesar <strong>de</strong> não haver<br />

nenhuma avaliação formal após a realização dos mesmos, o que ajudaria<br />

a aferir se o investimento gerou mudanças. Mesmo assim, eles dizem que<br />

172 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

o Pó l o d e ed U C A ç ã o Pe r m A n e n t e e m sA ú d e d A gr A n d e sã o PA U l o<br />

houve mudança <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> no atendimento dos serviços e, em alguns<br />

municípios, há pessoas melhor preparadas. Também foi registrado impacto<br />

<strong>na</strong>s DIRs e <strong>na</strong> organização dos serviços.<br />

A <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> causada pelas mudanças <strong>de</strong> governo municipal foi<br />

ressaltada por um dos entrevistados. Para ele, não houve uma avaliação<br />

do reflexo do PEPS porque houve uma troca da gestão municipal <strong>de</strong>pois<br />

do primeiro conjunto <strong>de</strong> projetos executados, além <strong>de</strong> a formação <strong>de</strong><br />

facilitadores neste município ter atingido ape<strong>na</strong>s poucos profissio<strong>na</strong>is.<br />

Ainda segundo este entrevistado, em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da DIR da região, ape<strong>na</strong>s<br />

cinco pessoas concluíram o curso <strong>de</strong> facilitadores, não havendo, portanto,<br />

nenhum impacto. Neste caso também não houve a liberação <strong>de</strong> recursos em<br />

2005 e, sem recursos nenhuma política po<strong>de</strong> ser bem-sucedida, comentou<br />

o entrevistado.<br />

173


Anexos<br />

A. Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores dos Pólos<br />

A tabela abaixo traz informações sobre todos os coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores dos<br />

Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente do Estado <strong>de</strong> São Paulo – nome, tempo em<br />

que exerce a coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção, formação/profissão e instituição com a qual<br />

mantém vínculo permanente <strong>de</strong> trabalho.<br />

Pólos do Estado <strong>de</strong> São Paulo – I<strong>de</strong>ntificação dos Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores<br />

Pólo nome<br />

tempo como<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Formação/<br />

Profissão<br />

Vínculo<br />

Institucio<strong>na</strong>l<br />

Permanente<br />

Baixada Santista Elia<strong>na</strong> Zuliane Lopes Des<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2005 Médica Prefeitura <strong>de</strong> Praia<br />

Gran<strong>de</strong><br />

Leste Paulista Silvia Maria Santiago Des<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2004 Médica Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Ciências Médicas da<br />

UNICAMP<br />

nor<strong>de</strong>ste Paulista Sônia Maria Pirani Des<strong>de</strong> 2003 Administradora SES/SP (DIR XVIII)<br />

noroeste Paulista Sônia Maria Olhas<br />

Gouveia<br />

Des<strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2004 Pedagoga SES/SP (DIR XXII)<br />

Oeste Paulista Roberto Mauro<br />

Borges (Tareco)<br />

Des<strong>de</strong> 2003 Médico SES/SP (DIR XIV)<br />

Gran<strong>de</strong> São Paulo Kari<strong>na</strong> Barros Calife Des<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> Médica Prefeitura Municipal<br />

Batista<br />

2003<br />

<strong>de</strong> São Paulo e<br />

SES/SP<br />

Sudoeste Paulista Vera Lúcia Pamplo<strong>na</strong> Des<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004 Enfermeira Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Tonete<br />

Medici<strong>na</strong> da UNESP<br />

Vale do Paraíba Meire Cristi<strong>na</strong> Des<strong>de</strong> 2005 Administradora Hospital Pró-Visão<br />

Nunes Vieira Rosa<br />

Guillarducci<br />

Hospitalar (filantrópico)<br />

Fonte: Programa <strong>de</strong> Avaliação da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>. Departamento <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong> Preventiva da FMUSP (2006).<br />

175


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

B. Relação <strong>de</strong> Entrevistados<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Aparecida Linhares Pimenta – Presi<strong>de</strong>nte do COSEMS / Secretária<br />

Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Amparo<br />

Ed<strong>na</strong>mar Costa <strong>de</strong> Camargo – Diretora da Divisão <strong>de</strong> Planejamento<br />

da DIR XVIII -0 Ribeirão Preto (ex-coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dora do PEP Nor<strong>de</strong>ste<br />

Paulista)<br />

Elia<strong>na</strong> Zuliane Lopes – Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dora do PEP Baixada Santista<br />

Kari<strong>na</strong> Barros Calife Batista – Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dora do PEP RMSP<br />

Maria Cecília Puntel <strong>de</strong> Almeira – Professora Titular da Escola <strong>de</strong><br />

Enfermagem da USP – Ribeirão Preto<br />

Meire Cristi<strong>na</strong> Nunes Vieira Rosa Guillarducci – Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dora do<br />

PEP Vale do Paraíba<br />

Paulo Henrique D’Angelo Seixas – Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor <strong>de</strong> <strong>Recursos</strong><br />

<strong>Humanos</strong> da Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> SP<br />

Roberto Mauro Borges (Tareco) – Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor do PEP Oeste<br />

Paulista<br />

Silvia Maria Santiago – Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dora do PEP Leste Paulista<br />

Sônia Maria Olhas Gouveia – Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dora do PEP Noroeste<br />

Paulista<br />

Sônia Maria Pirani – Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dora do PEP Nor<strong>de</strong>ste Paulista<br />

Vera Lúcia Pamplo<strong>na</strong> Tonete – Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dora do PEP Sudoeste<br />

Paulista<br />

C. Documentos Consultados<br />

Para elaboração <strong>de</strong>sse relatório foram consultados os documentos<br />

abaixo i<strong>de</strong>ntificados.<br />

• “Relatório Gerencial Fi<strong>na</strong>nceiro dos Pólos <strong>de</strong> Educação Permanente”<br />

– Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral <strong>de</strong> Planejamento e Orçamento da Secretaria<br />

<strong>de</strong> Gestão do Trabalho e da Educação em Saú<strong>de</strong><br />

• “Deliberação CIB 88/2003, <strong>de</strong> 12/12/2003”.<br />

• “Deliberação CIB 128/2004, <strong>de</strong> 02/12/2004”.<br />

• “Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> para o SUS da Região<br />

Metropolita<strong>na</strong> da Gran<strong>de</strong> São Paulo” – Kari<strong>na</strong> Barros Calife Batista<br />

(apresentação em MS-Power point)<br />

• “Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> para o SUS – Leste<br />

Paulista” (apresentação em MS Power Point)<br />

176 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


D. Relação dos Projetos Encaminhados pelos Pólos ao Ministério da Saú<strong>de</strong><br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Pólo Instituição Executora Ações / Ativida<strong>de</strong>s<br />

Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Franca Capacitação <strong>de</strong> Conselheiros Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Município <strong>de</strong> Franca 20<br />

Fundação Hemocentro <strong>de</strong> Ribeirão Preto – FUNDHERP Capacitação <strong>de</strong> Conselheiros Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para o Município <strong>de</strong> Franca 210<br />

Pólo <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente do<br />

Nor<strong>de</strong>ste Paulista<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo – USP / Escola <strong>de</strong> Enfermagem<br />

Especialização em Saú<strong>de</strong> da Família 40<br />

<strong>de</strong> Ribeirão Preto – EERP/ USP<br />

Associação <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> Ribeirão Preto – AERP Especialização em Saú<strong>de</strong> da Família 40<br />

Especialização em Saú<strong>de</strong> da Família 40<br />

Curso <strong>de</strong> Formação Pedagógica para Profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 30<br />

Curso Re-Construindo a Saú<strong>de</strong> <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> – Saú<strong>de</strong> da Criança e Adolescente 30<br />

Curso <strong>de</strong> Boas Práticas <strong>na</strong> Dispensação <strong>de</strong> Medicamentos 30<br />

Associação Cultural e Educacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Franca – ACEFRAN<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Curso Re-Construindo a Saú<strong>de</strong> <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> – Saú<strong>de</strong> da Mulher 30<br />

Capacitação <strong>de</strong> Monitores para os Módulos Introdutórios para Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família 75<br />

Fundação <strong>de</strong> Apoio Institucio<strong>na</strong>l ao Desenvolvimento<br />

Científico e Tecnológico – FAI<br />

Capacitação <strong>de</strong> Conselheiros Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 60<br />

Controle <strong>de</strong> Avaliação <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> 30<br />

Pólo <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente do<br />

Nor<strong>de</strong>ste Paulista<br />

Capacitação Pedagógica para Multiplicadores nos Cursos <strong>de</strong> <strong>Qualificação</strong> Profissio<strong>na</strong>l <strong>na</strong><br />

35<br />

Área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

Capacitação Pedagógica para Multiplicadores nos Cursos <strong>de</strong> Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 35<br />

Capacitação <strong>de</strong> Conselheiros Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 60<br />

Fundação para o Desenvolvimento <strong>de</strong> Ciências<br />

Farmacêuticas – FUNDECIF<br />

Capacitação <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> Saú<strong>de</strong> da Família 90<br />

Curso <strong>de</strong> Capacitação <strong>de</strong> Multiplicadores <strong>de</strong> Apoio Gerencial 60<br />

Fundação Instituto <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong> Ribeirão Preto –<br />

FIERP<br />

Curso <strong>de</strong> Capacitação para Desenvolvimento Gerencial 40<br />

Organização Educacio<strong>na</strong>l Barão <strong>de</strong> Mauá Curso <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> da Saú<strong>de</strong> e Saú<strong>de</strong> da Família 30<br />

Associação Cultural e Educacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Franca Curso <strong>de</strong> Boas Práticas <strong>na</strong> Dispensa <strong>de</strong> Medicamentos 120<br />

Centro Formador <strong>de</strong> Araraquara <strong>Qualificação</strong> Profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal 30<br />

Associação <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> Ribeirão Preto – UNAERP Capacitação em <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (2 Cursos) 60<br />

Curso <strong>de</strong> Especialização em Enfermagem Obstétrica 20<br />

Curso <strong>de</strong> Especialização em Enfermagem Obstétrica 15<br />

Fundação Instituto <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong> Ribeirão Preto/<br />

SP – FIERP<br />

Fundação <strong>de</strong> Apoio Institucio<strong>na</strong>l ao Desenvolvimento<br />

Científico e Tecnológico – UFSCar<br />

An e x o s<br />

Sub total nº <strong>de</strong> Ações = 24 1.230<br />

(continua)<br />

177


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

(continuação)<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Pólo Instituição Executora Ações / Ativida<strong>de</strong>s<br />

Especialização em Saú<strong>de</strong> da Família 156<br />

Especialização em Saú<strong>de</strong> Pública 40<br />

Pólo <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente do<br />

Leste Paulista<br />

Seminário <strong>de</strong> Metodologia e Avaliação 40<br />

Seminário <strong>de</strong> Tecnologia <strong>de</strong> Educação a Distância 40<br />

Curso <strong>de</strong> Extensão em Atualização Clinica 20<br />

Curso <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Urgência e Emergência 20<br />

Fundação <strong>de</strong> Desenvolvimento da UNICAMP – FUNCAMP<br />

Curso <strong>de</strong> Gerência e Gestão do Trabalho 20<br />

Curso <strong>de</strong> Epi<strong>de</strong>miologia em Serviço e Informação 20<br />

Curso <strong>de</strong> Planejamento e Gestão 20<br />

Curso <strong>de</strong> Gestão Hospitalar 20<br />

Infra-estrutura Física e Administrativa do Pólo ???<br />

Gestão e Educação em Saú<strong>de</strong> em Amparo e Micro Região 220<br />

Hospital Municipal Dr. Mário Gatti Residência Multiprofissio<strong>na</strong>l 78<br />

Sub total nº <strong>de</strong> Ações = 12 694<br />

Pólo <strong>de</strong> Educação<br />

Infra-estrutura <strong>de</strong> Implantação e Desenvolvimento Inicial <strong>de</strong> Ações <strong>de</strong> Educação<br />

-<br />

Permanente do<br />

Permanente do Pólo Sudoeste<br />

Sudoeste Paulista<br />

Jogos Dramáticos: Instrumentalizando Ações <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong> (1 curso<br />

25<br />

e 25 ofici<strong>na</strong>s)<br />

178 Co n s ó r C i o mediCinA UsP<br />

Formação <strong>de</strong> Tutores para a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> (2 cursos) 60<br />

Formação <strong>de</strong> Tutores para Humanização da <strong>Atenção</strong> e Gestão no SUS 60<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Paulista – UNESP<br />

Ofici<strong>na</strong> Temática Fluxos e Pactuações para Transferência Inter-hospitalar <strong>de</strong> Pacientes 20<br />

Curso <strong>de</strong> Capacitação <strong>de</strong> Médicos e Enfermeiros para Atuação em Urgência e Emergência 48<br />

Formação <strong>de</strong> Tutores para Atuação em Urgência e Emergência 32<br />

Formação <strong>de</strong> Monitores para Capacitação Introdutória para Equipes do PSF (2 cursos) 64<br />

Formação <strong>de</strong> Tutores para a <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> 90<br />

Curso Introdutório Capacitação <strong>de</strong> Tutores PSF 30<br />

Fundação São Paulo<br />

Formação <strong>de</strong> Tutores: um SUS com <strong>Atenção</strong> e Gestão Humanizadas e Humanizantes 90<br />

Capacitação <strong>de</strong> Tutores para 1º Atendimento às Urgências e Emergências <strong>na</strong>s Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 27<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Paulista - UNESP Residência Multiprofissio<strong>na</strong>l 42<br />

Fundação Educacio<strong>na</strong>l Dr. Raul Bauab <strong>de</strong> Jahú Curso <strong>de</strong> Especialização em Enfermagem Obstétrica 20<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho – UNESP Curso <strong>de</strong> Especialização em Enfermagem Obstétrica 16<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho – UNESP VI Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong> Motora Adaptada – CBAMA<br />

(continua)


(continuação)<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Pólo Instituição Executora Ações / Ativida<strong>de</strong>s<br />

Sub total nº <strong>de</strong> Ações = 15 624<br />

Curso <strong>de</strong> Especialização em Saú<strong>de</strong> da Família 40<br />

Curso <strong>de</strong> Especialização em Saú<strong>de</strong> Mental 35<br />

Fundação Valeparaiba<strong>na</strong> <strong>de</strong> Ensino.<br />

Pólo <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente do<br />

Vale do Paraíba<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté. Curso <strong>de</strong> Especialização em Saú<strong>de</strong> da Família 35<br />

Sub total nº <strong>de</strong> Ações = 03 110<br />

Pólo <strong>de</strong> Educação CEFACS - Centro <strong>de</strong> Formação e Aperfeiçoamento em Operacio<strong>na</strong>lização da Secretaria Executiva do Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente da Gran<strong>de</strong> São Paulo -<br />

Permanente Ciências da Saú<strong>de</strong> da Fundação Zerbini<br />

Especialização em Saú<strong>de</strong> da Família (6 Cursos) 270<br />

da Região<br />

Metropolita<strong>na</strong> da<br />

Capacitação Profissio<strong>na</strong>l em Reanimação Neo<strong>na</strong>tal 60<br />

Gran<strong>de</strong> São Paulo<br />

Capacitação <strong>de</strong> Profissio<strong>na</strong>is do Programa da Saú<strong>de</strong> da Família 20<br />

Capacitação <strong>de</strong> Médicos e Enfermeiros do Programa para o Atendimento Hospitalar em<br />

10<br />

Urgência e Emergência<br />

Fundação <strong>de</strong> Amparo ao Ensino e Pesquisa – FAEP<br />

Capacitação <strong>de</strong> Profissio<strong>na</strong>is do Programa <strong>de</strong> Atendimento Pré-Hospitalar em Urgência e<br />

40<br />

Emergência<br />

Capacitação dos Profissio<strong>na</strong>is Enfermeiros <strong>na</strong> Sistematização da Assistência <strong>de</strong> Enfermagem<br />

120<br />

<strong>na</strong> Área Materno Infantil<br />

Capacitação dos Conselheiros da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Regiões Sul, Su<strong>de</strong>ste e Leste 500<br />

Curso <strong>de</strong> Habilitação Profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem da Região Leste 25<br />

Curso <strong>de</strong> Habilitação Profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> THD Região Norte 25<br />

Curso <strong>de</strong> Habilitação Profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Técnica em Farmácia Região Leste, Su<strong>de</strong>ste e Norte 175<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

An e x o s<br />

Projeto Acolhimento Região Leste 775<br />

Incorporação das Medici<strong>na</strong>s Tradicio<strong>na</strong>is <strong>na</strong> Re<strong>de</strong> Pública Região Norte 120<br />

Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

Curso <strong>de</strong> Inovação Tecnológica e Novas Eficácias para o SUS – Medici<strong>na</strong> Tradicio<strong>na</strong>l Chinesa<br />

130<br />

Região Leste e Centro Oeste<br />

Curso <strong>de</strong> Terapia Comportamental Sistêmica Integrativa Região Leste 65<br />

Curso <strong>de</strong> Terapia Comunitária Sistêmica Integrativa Módulo I Sensibilização Vivencial e<br />

65<br />

Iniciação Prática Supervisio<strong>na</strong>da Região Su<strong>de</strong>ste<br />

Capacitação Pedagógica e Técnica Pedagógica para Trabalhadores <strong>de</strong> Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 25<br />

Supervisão da Prática <strong>de</strong> Alunos do Curso Terapia Comunitária Sistêmica e Integrativa da<br />

65<br />

Região Centro Oeste do Município <strong>de</strong> SP Módulo II<br />

Centro Universitário Nove <strong>de</strong> Julho Atualização em Emergência Médica 25<br />

Curso Educação Permanente para a Equipe <strong>de</strong> Enfermagem da Re<strong>de</strong> <strong>Básica</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da<br />

32<br />

Serviço Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Aprendizagem Comercial – SENAC Região Sul do Município <strong>de</strong> São Paulo – Acolhimento Resolutivo<br />

Curso Qualida<strong>de</strong> no Atendimento dos Profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 560<br />

(continua)<br />

179


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

(continuação)<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Pólo Instituição Executora Ações / Ativida<strong>de</strong>s<br />

Curso Atualização para Auxiliar <strong>de</strong> Enfermagem em Urgência e Emergência 160<br />

Socieda<strong>de</strong> Beneficente Israelita - Hospital Israelita Albert<br />

Einstein<br />

90<br />

Seminário <strong>de</strong> Alinhamento Conceitual Construindo Projetos <strong>de</strong> Educação Permanente em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo – USP –Instituto <strong>de</strong> Psicologia<br />

Social do Trabalho<br />

Pólo <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente<br />

da Região<br />

Metropolita<strong>na</strong> da<br />

Gran<strong>de</strong> São Paulo<br />

40<br />

Formação <strong>de</strong> Profissio<strong>na</strong>is da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para a Incorporação <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Inovadoras<br />

nos Serviços<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública – USP<br />

Curso Atualização em Políticas Públicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> no Brasil 280<br />

Curso Metodologias <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 60<br />

Curso Integração entre Universida<strong>de</strong> e Serviço para Formação <strong>de</strong> Profissio<strong>na</strong>is para <strong>Atenção</strong><br />

Primária à Saú<strong>de</strong> no Distrito Escola do Butantã, São Paulo / SP<br />

Fundação Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong><br />

30<br />

Projeto Bate-papo Comunicação e Cidadania dos Jovens <strong>na</strong> Área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ???<br />

60<br />

Curso Educação Permanente dos Profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> da<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>doria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Sé<br />

Fundação Ar<strong>na</strong>ldo Vieira <strong>de</strong> Carvalho<br />

Curso Organização do Cuidado <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>: Saú<strong>de</strong> da Mulher e da Criança 30<br />

Organização Santamarense <strong>de</strong> Educação e Cultura Curso Atualização em Gerenciamento <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 40<br />

180 Co n s ó r C i o mediCinA UsP<br />

Curso Promoção <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>na</strong> Re<strong>de</strong> <strong>Básica</strong> 60<br />

Curso O Grupo como Recurso para a Promoção <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 25<br />

Curso Humanização no Atendimento 60<br />

Fundação São Paulo – PUC/SP<br />

Curso Ciclos <strong>de</strong> Vida Promoção e Prevenção 40<br />

Curso <strong>Atenção</strong> Domiciliar com Priorida<strong>de</strong> para Idosos 200<br />

Curso <strong>Atenção</strong> em Biossegurança 60<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> da Fundação do ABC / FUABC Curso <strong>Atenção</strong> à Urgência e Emergência Suporte Básico <strong>de</strong> Vida 160<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> do ABC Residência Multiprofissio<strong>na</strong>l em Saú<strong>de</strong> da Família 25<br />

Curso Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> à Saú<strong>de</strong> Conceitos, Aspectos Operacio<strong>na</strong>is e Inovação no SUS 60<br />

Socieda<strong>de</strong> Educacio<strong>na</strong>l Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo Ltda. – SECID<br />

Curso Atualização em Dependência Química 120<br />

Curso Capacitação para Funcionários <strong>de</strong> Nível Médio para Atendimento do Idoso 40<br />

Regulação Médica, Emergência e <strong>Atenção</strong> Avançada em Emergência para Enfermeiro 90<br />

Socieda<strong>de</strong> Paulista para o Desenvolvimento da Medici<strong>na</strong><br />

– UNIFESP<br />

Curso Hipertensão Arterial e Diabetes para Profissio<strong>na</strong>is da Re<strong>de</strong> <strong>Básica</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> 400<br />

(continua)


(continuação)<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Pólo Instituição Executora Ações / Ativida<strong>de</strong>s<br />

Formação <strong>de</strong> Multiplicadores Módulo Introdutório da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> 40<br />

Formação <strong>de</strong> Multiplicadores <strong>na</strong> Estratégia do Acolhimento Resolutivo 40<br />

Atualização para Auxiliar <strong>de</strong> Enfermagem <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> 224<br />

Curso Saú<strong>de</strong> do Adolescente 80<br />

Curso o Trabalho em Equipe 280<br />

Curso Re<strong>de</strong> Social / Intersetorialida<strong>de</strong> 80<br />

Curso <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> à <strong>Atenção</strong> ao Idoso 80<br />

Curso <strong>na</strong>s Áreas <strong>de</strong> Urgência e Emergência 40<br />

Capacitação para os Profissio<strong>na</strong>is da Saú<strong>de</strong> em Sistema <strong>de</strong> Informação da <strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> – SIAB 128<br />

Capacitação <strong>de</strong> Enfermeiros para Assistência Pré-Natal 40<br />

Capacitação <strong>de</strong> Gerentes em Planejamento Local 40<br />

Sistematização da Assistência <strong>de</strong> Enfermagem 120<br />

Instituto Adventista <strong>de</strong> Ensino<br />

Pólo <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente<br />

da Região<br />

Metropolita<strong>na</strong> da<br />

Gran<strong>de</strong> São Paulo<br />

Associação Santa Marceli<strong>na</strong><br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marceli<strong>na</strong> / Faculda<strong>de</strong> Santa Marceli<strong>na</strong> Residência Multiprofissio<strong>na</strong>l em Saú<strong>de</strong> da Família 90<br />

Capacitação <strong>na</strong> Área <strong>de</strong> Prevenção <strong>de</strong> Doenças Crônicas Degenerativas I 120<br />

Capacitação <strong>na</strong> Área <strong>de</strong> Prevenção <strong>de</strong> Doenças Crônicas Degenerativas II 104<br />

Instituto Educacio<strong>na</strong>l São Miguel Paulista / Universida<strong>de</strong><br />

Cruzeiro do Sul – UNICSUL<br />

Capacitando os que Cuidam da Mulher 80<br />

Centro Universitário São Camilo Curso Formação do Núcleo <strong>de</strong> Educação Permanente da Região Su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> São Paulo 30<br />

Instituto Adventista <strong>de</strong> Ensino – UNASP Curso <strong>de</strong> Especialização em Enfermagem Obstétrica 20<br />

Fundação São Paulo Curso <strong>de</strong> Especialização em Enfermagem Obstétrica 20<br />

Sub total nº <strong>de</strong> Ações = 63 6.893<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Ribeirão Preto – UNAERP –<br />

Projeto do Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente para o SUS da Baixada Santista<br />

SANTOS<br />

Santista<br />

Sub total nº <strong>de</strong> Ações = 01 0<br />

Pólo <strong>de</strong> Educação<br />

Especialização Integrada em Terapia Intensiva 21<br />

Permanente do Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> <strong>de</strong> Marília – FAMEMA<br />

Oeste Paulista<br />

Especialização em Saú<strong>de</strong> da Família 40<br />

Sub total nº <strong>de</strong> Ações = 01 61<br />

Pólo <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente em<br />

Saú<strong>de</strong> da Baixada<br />

Especialização em Saú<strong>de</strong> da Família 40<br />

Fundação <strong>de</strong> Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão <strong>de</strong><br />

Serviços à Comunida<strong>de</strong> da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> <strong>de</strong> São<br />

José do Rio Preto<br />

Pólo <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente<br />

em Saú<strong>de</strong> do<br />

Noroeste Paulista<br />

An e x o s<br />

Sub total nº <strong>de</strong> Ações = 01 40<br />

tOtAL GERAL 121 9.652<br />

181


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

E. Ativida<strong>de</strong>s Encaminhadas e Executadas pelo Pólo da GSP – 2004 a 2006<br />

Custo hora/<br />

aula por<br />

beneficiário<br />

(R$)<br />

Público-alvo Custo da Ação<br />

(R$)<br />

Município/<br />

Região<br />

contemplada<br />

Carga<br />

Horária<br />

Classificação<br />

da ativida<strong>de</strong><br />

Área<br />

temática<br />

tipo <strong>de</strong><br />

Instituições<br />

Parceiras<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Instituição Ações/<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

80 DIR III Enfermeiros 4.259,20 1,33<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

40 Privada Saú<strong>de</strong> da<br />

Criança<br />

Capacitação <strong>de</strong><br />

Enfermeiros para<br />

Assistência Pré-<br />

Natal<br />

Associação Santa<br />

Marceli<strong>na</strong><br />

12.770,60 2,66<br />

Gestão 120 DIR III Gerentes <strong>de</strong><br />

UBS<br />

40 Privada Gestão do<br />

Trabalho em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Capacitação <strong>de</strong><br />

Gerentes em<br />

Planejamento Local<br />

Associação Santa<br />

Marceli<strong>na</strong><br />

13.629,44 3,33<br />

32 DIR III Enfermeiros e<br />

funcionários<br />

administrativos<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

128 Privada Informação,<br />

Informática e<br />

Comunicação<br />

em Saú<strong>de</strong><br />

Capacitação para<br />

os Profissio<strong>na</strong>is da<br />

Saú<strong>de</strong> em Sistema<br />

<strong>de</strong> Informação da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> –<br />

SIAB<br />

Associação Santa<br />

Marceli<strong>na</strong><br />

9.216,00 2,40<br />

48 DIR I Profissio<strong>na</strong>is da<br />

UBS<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

80 Privada Saú<strong>de</strong> do<br />

Idoso<br />

Curso <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong> à <strong>Atenção</strong><br />

ao Idoso<br />

Associação Santa<br />

Marceli<strong>na</strong><br />

182 Co n s ó r C i o mediCinA UsP<br />

6.912,00 2,40<br />

72 DIR I Médicos e<br />

enfermeiros<br />

Urgência e<br />

Emergência<br />

40 Privada Urgência e<br />

Emergência<br />

Curso <strong>na</strong>s Áreas<br />

<strong>de</strong> Urgência e<br />

Emergência<br />

Associação Santa<br />

Marceli<strong>na</strong><br />

5.376,00 2,40<br />

8 DIR I Profissio<strong>na</strong>is da<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

280 Privada Educação em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso o Trabalho<br />

em Equipe<br />

Associação Santa<br />

Marceli<strong>na</strong><br />

7.680,00 2,40<br />

40 DIR I Profissio<strong>na</strong>is da<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

80 Privada Informação,<br />

Informática e<br />

Comunicação<br />

em Saú<strong>de</strong><br />

Curso Re<strong>de</strong> Social /<br />

Intersetorialida<strong>de</strong><br />

Associação Santa<br />

Marceli<strong>na</strong><br />

7.680,00 2,40<br />

40 DIR I Médicos e<br />

enfermeiros<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

80 Privada Saú<strong>de</strong> do<br />

Adolescente<br />

Curso Saú<strong>de</strong> do<br />

Adolescente<br />

Associação Santa<br />

Marceli<strong>na</strong><br />

48 DIR I Enfermeiros 13.824,00 2,40<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

120 Privada Educação em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Sistematização<br />

da Assistência <strong>de</strong><br />

Enfermagem<br />

Associação Santa<br />

Marceli<strong>na</strong><br />

(continua)


(continuação)<br />

Custo hora/<br />

aula por<br />

beneficiário<br />

(R$)<br />

Público-alvo Custo da Ação<br />

(R$)<br />

Município/<br />

Região<br />

contemplada<br />

Carga<br />

Horária<br />

Classificação<br />

da ativida<strong>de</strong><br />

Área<br />

temática<br />

tipo <strong>de</strong><br />

Instituições<br />

Parceiras<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Instituição Ações/<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

5.760 Toda GSP Multiprofissio<strong>na</strong>l 7.744.737,32 14,94<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

90 Privada Saú<strong>de</strong> da<br />

Família<br />

Residência<br />

Multiprofissio<strong>na</strong>l<br />

em Saú<strong>de</strong> da<br />

Família<br />

Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Santa Marceli<strong>na</strong> /<br />

Faculda<strong>de</strong> Santa<br />

Marceli<strong>na</strong><br />

396 Toda GSP Multiprofissio<strong>na</strong>l 885.643,00 8,28<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

270 Pública Saú<strong>de</strong> da<br />

Família<br />

Especialização em<br />

Saú<strong>de</strong> da Família<br />

(06 Cursos)<br />

CEFACS - Centro<br />

<strong>de</strong> Formação e<br />

Aperfeiçoamento<br />

em Ciências<br />

da Saú<strong>de</strong> da<br />

Fundação Zerbini<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

- Toda GSP 67.970,00<br />

Educação<br />

Permanente<br />

- Pública Educação em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Operacio<strong>na</strong>lização<br />

da Secretaria<br />

Executiva do<br />

Pólo <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente da<br />

Gran<strong>de</strong> São Paulo<br />

CEFACS - Centro<br />

<strong>de</strong> Formação e<br />

Aperfeiçoamento<br />

em Ciências<br />

da Saú<strong>de</strong> da<br />

Fundação Zerbini<br />

20 DIR I Médicos 5.760,00 11,52<br />

Urgência e<br />

Emergência<br />

25 Privada Urgência e<br />

Emergência<br />

Atualização em<br />

Emergência Médica<br />

Centro<br />

Universitário<br />

Nove <strong>de</strong> Julho<br />

20.760,00 86,50<br />

8 DIR I Gestores <strong>de</strong><br />

regio<strong>na</strong>is<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e<br />

hospitais e<br />

representantes<br />

das instituições<br />

<strong>de</strong> ensino das<br />

escolas técnicas<br />

do SUS<br />

Educação<br />

Permanente<br />

30 Privada Educação em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso Formação<br />

do Núcleo<br />

<strong>de</strong> Educação<br />

Permanente da<br />

Região Su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong><br />

São Paulo<br />

Centro<br />

Universitário São<br />

Camilo<br />

An e x o s<br />

(continua)<br />

183


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

(continuação)<br />

Custo hora/<br />

aula por<br />

beneficiário<br />

(R$)<br />

Público-alvo Custo da Ação<br />

(R$)<br />

Município/<br />

Região<br />

contemplada<br />

Carga<br />

Horária<br />

Classificação<br />

da ativida<strong>de</strong><br />

Área<br />

temática<br />

tipo <strong>de</strong><br />

Instituições<br />

Parceiras<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Instituição Ações/<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

50 DIRII Sem informação 33.280,00 4,16<br />

Urgência e<br />

Emergência<br />

160 Privada Urgência e<br />

Emergência<br />

Curso <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong><br />

à Urgência e<br />

Emergência –<br />

Suporte Básico <strong>de</strong><br />

Vida<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong> do ABC/<br />

FUABC<br />

32 DIR II ACD e THD 3.328,00 3,47<br />

30 Privada Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

Atualização para<br />

ACD e THD<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Odontologia da<br />

Universida<strong>de</strong><br />

Metodista <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

14.560,00 8,67<br />

56 DIR II Auxiliares <strong>de</strong><br />

enfermagem<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

30 Privada Saú<strong>de</strong> da<br />

Família<br />

Curso <strong>de</strong><br />

Aprimoramento em<br />

PSF para Auxiliares<br />

<strong>de</strong> Enfermagem<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Odontologia da<br />

Universida<strong>de</strong><br />

Metodista <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

Curso <strong>de</strong><br />

Organização das<br />

Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Bucal <strong>na</strong> <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Odontologia da<br />

Universida<strong>de</strong><br />

Metodista <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

184 Co n s ó r C i o mediCinA UsP<br />

5.720,00 3,58<br />

40 DIRII Cirurgiões<br />

<strong>de</strong>ntistas<br />

40 Privada Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

23.672,00 8,22<br />

72 DIR V Funcionários da<br />

UBS e equipe<br />

gerencial<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

40 Pública Práticas<br />

Complementares<br />

em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Formação <strong>de</strong><br />

Profissio<strong>na</strong>is<br />

da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> para a<br />

Incorporação<br />

<strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s<br />

Inovadoras nos<br />

Serviços<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Pública<br />

– USP<br />

(continua)


(continuação)<br />

Custo hora/<br />

aula por<br />

beneficiário<br />

(R$)<br />

Público-alvo Custo da Ação<br />

(R$)<br />

Município/<br />

Região<br />

contemplada<br />

Carga<br />

Horária<br />

Classificação<br />

da ativida<strong>de</strong><br />

Área<br />

temática<br />

tipo <strong>de</strong><br />

Instituições<br />

Parceiras<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Instituição Ações/<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

10.330,00 2,39<br />

72 DIR I Funcionários<br />

das UBS<br />

Educação<br />

Permanente<br />

60 Privada Educação em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso Educação<br />

Permanente dos<br />

Profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong> da<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>doria <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> da Sé<br />

Fundação<br />

Ar<strong>na</strong>ldo Vieira <strong>de</strong><br />

Carvalho - Santa<br />

Casa<br />

8.074,00 4,21<br />

Gestão 64 DIR III Médicos e<br />

enfermeiros<br />

30 Privada Saú<strong>de</strong> da<br />

Mulher e da<br />

Criança<br />

Curso Organização<br />

do Cuidado <strong>na</strong><br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong>:<br />

Saú<strong>de</strong> da Mulher e<br />

da Criança<br />

Fundação<br />

Ar<strong>na</strong>ldo Vieira <strong>de</strong><br />

Carvalho Santa<br />

Casa<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

6.640,00 10,40<br />

160 DIR III Médicos e<br />

enfermeiros<br />

Urgência e<br />

Emergência<br />

10 Privada Urgência e<br />

Emergência<br />

Capacitação<br />

<strong>de</strong> Médicos e<br />

Enfermeiros do<br />

Programa para<br />

o Atendimento<br />

Hospitalar em<br />

Urgência e<br />

Emergência<br />

Fundação<br />

<strong>de</strong> Amparo<br />

ao Ensino e<br />

Pesquisa – FAEPE<br />

41.600,00 11,30<br />

92 DIR III Médicos e<br />

enfermeiros<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

40 Privada Saú<strong>de</strong> da<br />

Família<br />

Capacitação <strong>de</strong><br />

Profissio<strong>na</strong>is do<br />

Programa da<br />

Saú<strong>de</strong> da Família<br />

Fundação<br />

<strong>de</strong> Amparo<br />

ao Ensino e<br />

Pesquisa – FAEPE<br />

10.400,00 6,50<br />

40 DIR III Trabalhadores<br />

da saú<strong>de</strong> das<br />

UBS<br />

Urgência e<br />

Emergência<br />

40 Privada Urgência e<br />

Emergência<br />

Capacitação <strong>de</strong><br />

Profissio<strong>na</strong>is do<br />

Programa <strong>de</strong><br />

Atendimento<br />

Pré-Hospitalar<br />

em Urgência e<br />

Emergência<br />

Fundação<br />

<strong>de</strong> Amparo<br />

ao Ensino e<br />

Pesquisa – FAEPE<br />

An e x o s<br />

(continua)<br />

185


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

(continuação)<br />

Custo hora/<br />

aula por<br />

beneficiário<br />

(R$)<br />

Público-alvo Custo da Ação<br />

(R$)<br />

Município/<br />

Região<br />

contemplada<br />

Carga<br />

Horária<br />

Classificação<br />

da ativida<strong>de</strong><br />

Área<br />

temática<br />

tipo <strong>de</strong><br />

Instituições<br />

Parceiras<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Instituição Ações/<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

2,44<br />

80 DIR III Enfermeiros<br />

23.400,00<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

120 Privada Saú<strong>de</strong> da<br />

Mulher<br />

Capacitação dos<br />

Profissio<strong>na</strong>is<br />

Enfermeiros <strong>na</strong><br />

Sistematização<br />

da Assistência<br />

<strong>de</strong> Enfermagem<br />

<strong>na</strong> Área Mater<strong>na</strong><br />

Infantil<br />

Fundação<br />

<strong>de</strong> Amparo<br />

ao Ensino e<br />

Pesquisa – FAEPE<br />

7.280,00 6,07<br />

20 DIR III Médicos e<br />

enfermeiros<br />

Urgência e<br />

Emergência<br />

60 Privada Saú<strong>de</strong> da<br />

Criança<br />

Capacitação<br />

Profissio<strong>na</strong>l em<br />

Reanimação<br />

Neo<strong>na</strong>tal<br />

Fundação<br />

<strong>de</strong> Amparo<br />

ao Ensino e<br />

Pesquisa –FAEPE<br />

5,95<br />

Outros 6 DIR I Servidores<br />

municipais –<br />

em funções<br />

operacio<strong>na</strong>is<br />

280 Pública Políticas<br />

Públicas em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso Atualização<br />

em Políticas<br />

Públicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

no Brasil I<br />

Fundação<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong><br />

186 Co n s ó r C i o mediCinA UsP<br />

10.000,00<br />

- -<br />

Outros 8 DIR I Servidores<br />

municipais – <strong>de</strong><br />

nível superior<br />

- Pública Políticas<br />

Públicas em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso Atualização<br />

em Políticas<br />

Públicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

no Brasil II<br />

Fundação<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong><br />

- -<br />

Outros 12 DIR I Servidores<br />

municipais –<br />

com função<br />

<strong>de</strong> chefia,<br />

supervisão,<br />

assessoria<br />

técnica e<br />

controle<br />

- Pública Políticas<br />

Públicas em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso Atualização<br />

em Políticas<br />

Públicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

no Brasil III<br />

Fundação<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong><br />

(continua)


(continuação)<br />

Custo hora/<br />

aula por<br />

beneficiário<br />

(R$)<br />

Público-alvo Custo da Ação<br />

(R$)<br />

Município/<br />

Região<br />

contemplada<br />

Carga<br />

Horária<br />

Classificação<br />

da ativida<strong>de</strong><br />

Área<br />

temática<br />

tipo <strong>de</strong><br />

Instituições<br />

Parceiras<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Instituição Ações/<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

20.000,00 4,17<br />

Outros 160 DIR I TO, Equipe <strong>de</strong><br />

enfermagem,<br />

estudantes <strong>de</strong><br />

medici<strong>na</strong><br />

30 Pública Educação em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso Integração<br />

entre Universida<strong>de</strong><br />

e Serviço para<br />

Formação <strong>de</strong><br />

Profissio<strong>na</strong>is para<br />

<strong>Atenção</strong> Primária à<br />

Saú<strong>de</strong> no Distrito<br />

Escola do Butantã,<br />

São Paulo / SP<br />

Fundação<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong><br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

6.500,00 6,77<br />

Gestão 16 DIR I Servidores<br />

municipais -<br />

com função<br />

<strong>de</strong> chefia,<br />

supervisão e<br />

controle<br />

60 Pública Educação em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso Metodologias<br />

<strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong><br />

Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Fundação<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong><br />

27.840,00<br />

Outros - DIR I Profissio<strong>na</strong>is<br />

da saú<strong>de</strong> e<br />

usuários jovens<br />

da UBS do<br />

Butantã<br />

- Pública Participação<br />

e Controle<br />

Social<br />

Projeto Bate-papo<br />

Comunicação e<br />

Cidadania dos<br />

Jovens <strong>na</strong> Área <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong><br />

Fundação<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong><br />

20.480,00 0,39<br />

260 DIR I Equipe<br />

multiprofissio<strong>na</strong>l<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

200 Privada Saú<strong>de</strong> dos<br />

Idosos<br />

Curso <strong>Atenção</strong><br />

Domiciliar com<br />

Priorida<strong>de</strong> para<br />

Idosos<br />

Fundação São<br />

Paulo – PUC/SP<br />

5.400,00 4,50<br />

20 DIR I Equipe<br />

multiprofissio<strong>na</strong>l<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

60 Privada Vigilância em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso <strong>Atenção</strong> em<br />

Biossegurança<br />

Fundação São<br />

Paulo – PUC/SP<br />

28.800,00 7,20<br />

100 DIR I Equipe<br />

multiprofissio<strong>na</strong>l<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

40 Privada <strong>Atenção</strong> à<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso Ciclos <strong>de</strong><br />

Vida Promoção e<br />

Prevenção<br />

Fundação São<br />

Paulo – PUC/SP<br />

An e x o s<br />

(continua)<br />

187


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

(continuação)<br />

Custo hora/<br />

aula por<br />

beneficiário<br />

(R$)<br />

Público-alvo Custo da Ação<br />

(R$)<br />

Município/<br />

Região<br />

contemplada<br />

Carga<br />

Horária<br />

Classificação<br />

da ativida<strong>de</strong><br />

Área<br />

temática<br />

tipo <strong>de</strong><br />

Instituições<br />

Parceiras<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Instituição Ações/<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

15.360,00 6,40<br />

40 DIR I Equipe<br />

multiprofissio<strong>na</strong>l<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

60 Privada <strong>Atenção</strong> à<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso Humanização<br />

no Atendimento<br />

Fundação São<br />

Paulo – PUC/SP<br />

23.480,00 6,02<br />

156 DIR I Equipe<br />

multiprofissio<strong>na</strong>l<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

25 Privada <strong>Atenção</strong> à<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso – O Grupo<br />

como Recurso para<br />

a Promoção <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong><br />

Fundação São<br />

Paulo – PUC/SP<br />

19.200,00 1,33<br />

240 DIR I Equipe<br />

multiprofissio<strong>na</strong>l<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

60 Privada <strong>Atenção</strong> à<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso Promoção<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>na</strong> Re<strong>de</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

Fundação São<br />

Paulo –PUC/SP<br />

50.008,00 4,65<br />

48 DIR I Auxiliar <strong>de</strong><br />

enfermagem<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

224 Privada Educação em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Atualização<br />

para Auxiliar <strong>de</strong><br />

Enfermagem <strong>na</strong><br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

Instituto<br />

Adventista <strong>de</strong><br />

Ensino<br />

Formação <strong>de</strong><br />

Multiplicadores<br />

Módulo<br />

Introdutório da<br />

<strong>Atenção</strong> <strong>Básica</strong><br />

Instituto<br />

Adventista <strong>de</strong><br />

Ensino<br />

188 Co n s ó r C i o mediCinA UsP<br />

80 DIR V Enfermeiros 20.400,00 6,38<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

40 Privada <strong>Atenção</strong> à<br />

Saú<strong>de</strong><br />

68 DIR V Enfermeiros 33.090,00 12,17<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

40 Privada <strong>Atenção</strong> à<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Formação <strong>de</strong><br />

Multiplicadores<br />

<strong>na</strong> Estratégia<br />

do Acolhimento<br />

Resolutivo<br />

Instituto<br />

Adventista <strong>de</strong><br />

Ensino<br />

12.288,00 8,53<br />

DIR I Enfermeiros e<br />

auxiliares <strong>de</strong><br />

enfermagem<br />

12 (I e<br />

II)<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

120 Privada Doenças<br />

Crônicas<br />

Degenerativas<br />

Capacitação<br />

<strong>na</strong> Área <strong>de</strong><br />

Prevenção <strong>de</strong><br />

Doenças Crônicas<br />

Degenerativas I<br />

Instituto<br />

Educacio<strong>na</strong>l São<br />

Miguel Paulista<br />

/ Universida<strong>de</strong><br />

Cruzeiro do Sul –<br />

UNICSUL<br />

(continua)


(continuação)<br />

Custo hora/<br />

aula por<br />

beneficiário<br />

(R$)<br />

Público-alvo Custo da Ação<br />

(R$)<br />

Município/<br />

Região<br />

contemplada<br />

Carga<br />

Horária<br />

Classificação<br />

da ativida<strong>de</strong><br />

Área<br />

temática<br />

tipo <strong>de</strong><br />

Instituições<br />

Parceiras<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Instituição Ações/<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

- -<br />

- DIR I Enfermeiros e<br />

auxiliares <strong>de</strong><br />

enfermagem<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

104 Privada Doenças<br />

Crônicas<br />

Degenerativas<br />

Capacitação<br />

<strong>na</strong> Área <strong>de</strong><br />

Prevenção <strong>de</strong><br />

Doenças Crônicas<br />

Degenerativas II<br />

Instituto<br />

Educacio<strong>na</strong>l São<br />

Miguel Paulista<br />

/ Universida<strong>de</strong><br />

Cruzeiro do Sul –<br />

UNICSUL<br />

3.840,00 1,00<br />

48 DIR I Profissio<strong>na</strong>is da<br />

Re<strong>de</strong> <strong>Básica</strong><br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

80 Privada Saú<strong>de</strong> da<br />

Mulher<br />

Capacitando os<br />

que Cuidam da<br />

Mulher<br />

Instituto<br />

Educacio<strong>na</strong>l São<br />

Miguel Paulista<br />

/ Universida<strong>de</strong><br />

Cruzeiro do Sul –<br />

UNICSUL<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

8,05<br />

15.456,00<br />

Gestão 48 DIR I Gerentes <strong>de</strong><br />

UBS, equipe<br />

técnica <strong>de</strong><br />

Centro <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> e<br />

autarquias<br />

hospitalares<br />

40 Privada Educação em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso Atualização<br />

em Gerenciamento<br />

<strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong><br />

Organização<br />

Santamarense<br />

<strong>de</strong> Educação e<br />

Cultura<br />

4,12<br />

40 DIR I Conselheiros<br />

82.400,00<br />

Controle<br />

Social<br />

500 Pública Gestão do<br />

SUS<br />

Capacitação dos<br />

Conselheiros da<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Regiões Sul,<br />

Su<strong>de</strong>ste e Leste<br />

Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

8.000,00 8,00<br />

40 DIR I Trabalhadores<br />

da saú<strong>de</strong><br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

25 Pública Educação em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Capacitação<br />

Pedagógica e<br />

Técnica Pedagógica<br />

para Trabalhadores<br />

<strong>de</strong> Serviço <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong><br />

Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

An e x o s<br />

(continua)<br />

189


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

(continuação)<br />

Custo hora/<br />

aula por<br />

beneficiário<br />

(R$)<br />

Público-alvo Custo da Ação<br />

(R$)<br />

Município/<br />

Região<br />

contemplada<br />

Carga<br />

Horária<br />

Classificação<br />

da ativida<strong>de</strong><br />

Área<br />

temática<br />

tipo <strong>de</strong><br />

Instituições<br />

Parceiras<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Instituição Ações/<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

2,24<br />

195.640,00<br />

500 DIR I Trabalhadores<br />

da saú<strong>de</strong><br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

175 Pública Assistência<br />

Farmacêutica<br />

Curso <strong>de</strong><br />

Habilitação<br />

Profissio<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong> Técnica em<br />

Farmácia Região<br />

Leste, Su<strong>de</strong>ste e<br />

Norte<br />

Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

2,57<br />

38.500,00<br />

600 DIR I Auxiliar <strong>de</strong><br />

enfermagem<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

25 Pública Educação em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso <strong>de</strong><br />

Habilitação<br />

Profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

Técnicos <strong>de</strong><br />

Enfermagem da<br />

Região Leste<br />

Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

Curso <strong>de</strong><br />

Habilitação<br />

Profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> THD<br />

Região Norte<br />

Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

190 Co n s ó r C i o mediCinA UsP<br />

3,08<br />

38.500,00<br />

500 DIR I Trabalhadores<br />

da saú<strong>de</strong><br />

25 Pública Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

1,23<br />

32.000,00<br />

200 DIR I Funcionários da<br />

SMS<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

130 Pública Práticas<br />

Complementares<br />

em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso <strong>de</strong> Inovação<br />

Tecnológica e<br />

Novas Eficácias<br />

para o SUS<br />

– Medici<strong>na</strong><br />

Tradicio<strong>na</strong>l Chinesa<br />

– Região Leste e<br />

Centro Oeste<br />

Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

4,56<br />

61.030,00<br />

206 DIR I Profissio<strong>na</strong>is da<br />

saú<strong>de</strong><br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

65 Pública Práticas<br />

Complementares<br />

em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso <strong>de</strong> Terapia<br />

Comportamental<br />

Sistêmica<br />

Integrativa Região<br />

Leste<br />

Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

(continua)


(continuação)<br />

Custo hora/<br />

aula por<br />

beneficiário<br />

(R$)<br />

Público-alvo Custo da Ação<br />

(R$)<br />

Município/<br />

Região<br />

contemplada<br />

Carga<br />

Horária<br />

Classificação<br />

da ativida<strong>de</strong><br />

Área<br />

temática<br />

tipo <strong>de</strong><br />

Instituições<br />

Parceiras<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Instituição Ações/<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

15.960,00 2,67<br />

92 DIR I Profissio<strong>na</strong>is da<br />

saú<strong>de</strong><br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

65 Pública Práticas<br />

Complementares<br />

em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso <strong>de</strong> Terapia<br />

Comunitária<br />

Sistêmica<br />

Integrativa Módulo<br />

I Sensibilização<br />

Vivencial e<br />

Iniciação Prática<br />

Supervisio<strong>na</strong>da<br />

Região Su<strong>de</strong>ste<br />

Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

58.000,00 2,69<br />

180 DIR I Funcionários da<br />

SMS<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

120 Pública Práticas<br />

Complementares<br />

em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Incorporação<br />

das Medici<strong>na</strong>s<br />

Tradicio<strong>na</strong>is <strong>na</strong><br />

Re<strong>de</strong> Pública<br />

Região Norte<br />

Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

12 DIR I Equipes da UBS 45.000,00 4,84<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

775 Pública Educação em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Projeto<br />

Acolhimento Região<br />

Leste<br />

Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

10.880,00 2,62<br />

64 DIR I Profissio<strong>na</strong>is da<br />

saú<strong>de</strong><br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

65 Pública Práticas<br />

Complementares<br />

em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Supervisão da<br />

Prática <strong>de</strong> Alunos<br />

do Curso Terapia<br />

Comunitária<br />

Sistêmica e<br />

Integrativa da<br />

Região Centro<br />

Oeste do Município<br />

<strong>de</strong> São Paulo<br />

Módulo II<br />

Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

An e x o s<br />

(continua)<br />

191


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

(continuação)<br />

Custo hora/<br />

aula por<br />

beneficiário<br />

(R$)<br />

Público-alvo Custo da Ação<br />

(R$)<br />

Município/<br />

Região<br />

contemplada<br />

Carga<br />

Horária<br />

Classificação<br />

da ativida<strong>de</strong><br />

Área<br />

temática<br />

tipo <strong>de</strong><br />

Instituições<br />

Parceiras<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Instituição Ações/<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

60 DIR I Enfermeiros 22.800,00 11,88<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

32 Privada Educação em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso Educação<br />

Permanente<br />

para a Equipe <strong>de</strong><br />

Enfermagem da<br />

Re<strong>de</strong> <strong>Básica</strong> <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> da Região<br />

Sul do Município<br />

<strong>de</strong> São Paulo<br />

Acolhimento<br />

Resolutivo<br />

Serviço Nacio<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong> Aprendizagem<br />

Comercial –<br />

SENAC<br />

61.180,00 2,73<br />

40 DIR I Funcionários <strong>de</strong><br />

nível médio e<br />

apoio das UBS<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

560 Privada Educação em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso Qualida<strong>de</strong><br />

no Atendimento<br />

dos Profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong><br />

Serviço Nacio<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong> Aprendizagem<br />

Comercial –<br />

SENAC<br />

Curso Atualização<br />

para Auxiliar <strong>de</strong><br />

Enfermagem<br />

em Urgência e<br />

Emergência<br />

Socieda<strong>de</strong><br />

Beneficente<br />

Israelita –<br />

Hospital Israelita<br />

Albert Einstein<br />

192 Co n s ó r C i o mediCinA UsP<br />

12.512,00 2,17<br />

36 DIR I Auxiliar <strong>de</strong><br />

enfermagem<br />

Urgência e<br />

Emergência<br />

160 Privada Urgência e<br />

Emergência<br />

5.760,00 2,77<br />

52 DIR I Equipe<br />

multiprofissio<strong>na</strong>l<br />

da UBS<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

40 Privada Drogas e<br />

Alcoolismo<br />

Curso Atualização<br />

em Dependência<br />

Química<br />

Socieda<strong>de</strong><br />

Educacio<strong>na</strong>l<br />

Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo Ltda –<br />

SECID<br />

5.760,00 2,77<br />

52 DIR I Equipe<br />

multiprofissio<strong>na</strong>l<br />

da UBS<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

40 Privada Drogas e<br />

Alcoolismo<br />

Curso <strong>de</strong><br />

Tabagismo<br />

Socieda<strong>de</strong><br />

Educacio<strong>na</strong>l<br />

Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo Ltda. –<br />

SECID<br />

(continua)


(continuação)<br />

Custo hora/<br />

aula por<br />

beneficiário<br />

(R$)<br />

Público-alvo Custo da Ação<br />

(R$)<br />

Município/<br />

Região<br />

contemplada<br />

Carga<br />

Horária<br />

Classificação<br />

da ativida<strong>de</strong><br />

Área<br />

temática<br />

tipo <strong>de</strong><br />

Instituições<br />

Parceiras<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Instituição Ações/<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

5.760,00 2,77<br />

52 DIR I Equipe<br />

multiprofissio<strong>na</strong>l<br />

da UBS<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

40 Privada Drogas e<br />

Alcoolismo<br />

Curso <strong>de</strong> Uso <strong>de</strong><br />

Medicamentos<br />

em Transtorno<br />

Psiquiátrico e<br />

Assistência Familiar<br />

Socieda<strong>de</strong><br />

Educacio<strong>na</strong>l<br />

Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo Ltda. –<br />

SECID<br />

5.760,00 1,85<br />

Gestão 52 DIR I Equipe das UBS<br />

- nível médio e<br />

superior<br />

60 Privada Gestão do<br />

Trabalho em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Curso Mo<strong>de</strong>los<br />

<strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> à<br />

Saú<strong>de</strong> Conceitos,<br />

Aspectos<br />

Operacio<strong>na</strong>is e<br />

Inovação no SUS<br />

Socieda<strong>de</strong><br />

Educacio<strong>na</strong>l<br />

Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo Ltda. –<br />

SECID<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

20 DIR V Enfermeiros<br />

Urgência e<br />

Emergência<br />

- Pública Urgência e<br />

Emergência<br />

<strong>Atenção</strong> Avançada<br />

em Emergência<br />

para Enfermeiro<br />

Socieda<strong>de</strong><br />

Paulista para o<br />

Desenvolvimento<br />

da Medici<strong>na</strong> –<br />

UNIFESP<br />

13.450,00 2,10<br />

160 DIR I Funcionários <strong>de</strong><br />

nível médio<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

40 Pública Saú<strong>de</strong> dos<br />

Idosos<br />

Curso Capacitação<br />

para Funcionários<br />

<strong>de</strong> Nível Médio para<br />

Atendimento do<br />

Idoso<br />

Socieda<strong>de</strong><br />

Paulista para o<br />

Desenvolvimento<br />

da Medici<strong>na</strong> –<br />

UNIFESP<br />

16.000,00 5,00<br />

8 DIR V Médicos e<br />

enfermeiros<br />

<strong>Atenção</strong><br />

<strong>Básica</strong><br />

400 Pública Diabetes e<br />

Hipertensão<br />

Curso Hipertensão<br />

Arterial e Diabetes<br />

para Profissio<strong>na</strong>is<br />

da Re<strong>de</strong> <strong>Básica</strong> <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong><br />

Socieda<strong>de</strong><br />

Paulista para o<br />

Desenvolvimento<br />

da Medici<strong>na</strong> –<br />

UNIFESP<br />

10 DIR V Médicos 42.000,00 46,67<br />

Urgência e<br />

Emergência<br />

Regulação Médica 90 Pública Urgência e<br />

Emergência<br />

Socieda<strong>de</strong><br />

Paulista para o<br />

Desenvolvimento<br />

da Medici<strong>na</strong> –<br />

UNIFESP<br />

An e x o s<br />

(continua)<br />

193


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

(continuação)<br />

Custo hora/<br />

aula por<br />

beneficiário<br />

(R$)<br />

Público-alvo Custo da Ação<br />

(R$)<br />

Município/<br />

Região<br />

contemplada<br />

Carga<br />

Horária<br />

Classificação<br />

da ativida<strong>de</strong><br />

Área<br />

temática<br />

tipo <strong>de</strong><br />

Instituições<br />

Parceiras<br />

trabalhadores<br />

Beneficiados<br />

Instituição Ações/<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

20 DIR V Médicos<br />

Urgência e<br />

Emergência<br />

- Pública Urgência e<br />

Emergência<br />

Urgência e<br />

emergência<br />

Socieda<strong>de</strong><br />

Paulista para o<br />

Desenvolvimento<br />

da Medici<strong>na</strong> –<br />

UNIFESP<br />

49.000,00 21,78<br />

25 DIR I Gestores e<br />

técnico da SMS<br />

Educação<br />

Permanente<br />

90 Pública Educação em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Seminário <strong>de</strong><br />

Alinhamento<br />

Conceitual<br />

Construindo<br />

Projetos <strong>de</strong><br />

Educação<br />

Permanente em<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo – USP<br />

– Instituto <strong>de</strong><br />

Psicologia Social<br />

do Trabalho<br />

total nº <strong>de</strong> Ações = 69 6.948 11.781 10.142.535,56 0,12<br />

194 Co n s ó r C i o mediCinA UsP<br />

Fonte: Ministério da Saú<strong>de</strong>, Secretaria <strong>de</strong> Gestão do Trabalho e da Educação <strong>na</strong> Saú<strong>de</strong>, Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral <strong>de</strong> Orçamento e Planejamento e Secretaria<br />

Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (2004-2006).


Equipe técnica<br />

Pesquisa Avaliação do Programa <strong>de</strong><br />

Expansão e Consolidação da Saú<strong>de</strong> da<br />

Família - PROESF


AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

eQ U i P e té C n i C A<br />

Instituições e equipes técnicas do Consórcio Medici<strong>na</strong> uSP<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção-Geral<br />

A<strong>na</strong> Luiza d’Ávila Via<strong>na</strong><br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Técnico-Científica<br />

Hillegonda Maria Dutilh Novaes<br />

Fundação Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> – FMuSP<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Componente Capacitação<br />

Joa<strong>na</strong> Azevedo da Silva<br />

Estatística<br />

Maria Cecília Goe Porto Alves<br />

Maria Paula Ferreira<br />

Nadia Pinheiro Dini<br />

Informática<br />

Domingos Alves<br />

Ivaldo Olimpio da Silva<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção-Geral<br />

Nelson Ibañez<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção – Região <strong>de</strong> Osasco<br />

Ar<strong>na</strong>ldo Sala<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção – Região da Baixada<br />

Santista<br />

Iramaia Aparecida Luvizotto Colaiácovo<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção – Região do ABC<br />

Marta Campagnoni Andra<strong>de</strong><br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção – Região <strong>de</strong> Mogi das<br />

Cruzes e Guarulhos<br />

Ozires Simões<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção do Vale do Paraíba<br />

Ricardi<strong>na</strong> Giovan<strong>na</strong> Pitelli da Guia<br />

Equipe técnica<br />

Hudson Pacífico da Silva<br />

Liliane Reis Teixeira<br />

Marcelo Cardoso Pinheiro<br />

Marcia Waks Rosenfeld Sznelwar<br />

Maria Camila Mourão Mendonça <strong>de</strong> Barros<br />

Maria Claudia <strong>de</strong> Mattos Fabiani<br />

Rosa<strong>na</strong> Tiemi Saito<br />

Sandro Gustavo Gonçalves Cano<br />

Tereza Mizue Nakagawa<br />

Vladimir Silva Goldbaum<br />

Secretaria Executiva<br />

Sergio da Hora Rodrigues<br />

Secretaria Administrativa<br />

Christiane Prescher Martins<br />

Camila Aparecida Regi<strong>na</strong>ldo da Silva<br />

Marcus Welby Pacheco Lima – A<strong>na</strong>lista<br />

<strong>de</strong> Projetos da Gerência Geral <strong>de</strong> Projetos<br />

e Pesquisas da Fundação Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medici<strong>na</strong><br />

Centro <strong>de</strong> Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão – CEALAG<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção técnica<br />

Paulo Carrara <strong>de</strong> Castro<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Componente<br />

Capacitação<br />

Regi<strong>na</strong> Maria Giaffoni Marsiglia<br />

Selma Patti Spinelli<br />

Equipe técnica<br />

Margaret Dominguez<br />

Vera Lucia Rodrigues Lopes<br />

Secretaria Executiva<br />

Denise Andra<strong>de</strong> Silva<br />

Secretaria Administrativa<br />

A<strong>na</strong> Rosa Rodrigues Trench<br />

197


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Centro <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Cultura Contemporânea – CEDEC<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção-Geral<br />

Paulo Eduardo Mangeon Elias<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Adjunta<br />

Amélia Cohn<br />

Aylene Bousquat<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Componente<br />

Capacitação<br />

Kari<strong>na</strong> Barros Calife Batista<br />

Equipe técnica<br />

A<strong>de</strong>mir Manerich<br />

Adria<strong>na</strong> Paula <strong>de</strong> Araújo Gomes<br />

Alexandre Silva Resen<strong>de</strong><br />

Alvaro Escrivão Junior<br />

Clara Sette Withaker Ferreira<br />

Domingos Alves<br />

Edison Cluadino Bicudo Junior<br />

Henrique Fabrício Gagliardi<br />

Kari<strong>na</strong> Barros Calife Batista<br />

Lucia<strong>na</strong> Benzoni Furlan<br />

Marcelo <strong>de</strong> Castro Sá<br />

Marcelo Lopes <strong>de</strong> Moraes<br />

Márcio Cabral Barbio<br />

Otília Simões Janeiro Gonçalves<br />

Rosimeire do Nascimento<br />

Vanessa Sayuri Chaer Kishima<br />

Virgílio Cavicchioli Neto<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medici<strong>na</strong> <strong>de</strong> Ribeirão Preto da universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo –<br />

FAEPA<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção-Geral<br />

Juan S. Yazlle Rocha<br />

Equipe técnica<br />

Aldaisa Cassanho Forster<br />

Amaury Lelis Dal Fabbro<br />

Andréia Liporoni<br />

Bibia<strong>na</strong> C. G. Be<strong>na</strong>tti<br />

Camila A. A. Rezen<strong>de</strong><br />

Cristi<strong>na</strong> C. Almeida<br />

Daniela C. Seabra<br />

Débora C. M. Barbosa<br />

Iva<strong>na</strong> V. B. Soares<br />

José Re<strong>na</strong>to F. Cunha<br />

Leandro R. Moli<strong>na</strong><br />

Lígia B. Donoso<br />

Lucia Hele<strong>na</strong> Vitali<br />

Marcelo M. Dutra<br />

Marcelo M. P. Demarzo<br />

Marcos A. Neli<br />

Maria do Carmo Caccia-Bava<br />

Mile<strong>na</strong> S. Lopes<br />

Patricia L. Balbo<br />

Raphaela Gue<strong>de</strong>s<br />

Raquel C. Pacagnella<br />

Ricardo G. <strong>de</strong> Aguiar<br />

Sidney M. Domingues<br />

Tatia<strong>na</strong> Lemos <strong>de</strong> Almeida<br />

Secretaria Executiva<br />

Hele<strong>na</strong> Lúcia Alves <strong>de</strong> Lima Furtado<br />

198 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção-Geral<br />

Laerte Idas Sznelwar<br />

Fundação Carlos Alberto Vanzolini – FCA<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

eQ U i P e té C n i C A<br />

Equipe técnica<br />

Cássio Silveira<br />

Fabiane <strong>de</strong> Silveira Franco<br />

Fausto Leopoldo Mascia<br />

Flora Maria Gomi<strong>de</strong> Vezzá<br />

Fre<strong>de</strong>rico Quaggio<br />

Giuliano Colameo<br />

Julia issy Abrahão<br />

Márcia M. L. Romero<br />

Marcia Terra da Silva<br />

Marisol Wata<strong>na</strong>be<br />

Mauro Zilbovicius<br />

Roberta Destefano Leite<br />

Roberto Marx<br />

Rosali<strong>na</strong> Alves Simões <strong>de</strong> Mesquita<br />

Seiji Uchida<br />

Selma Lancman<br />

Silva<strong>na</strong> Zuccolotto<br />

Tatia<strong>na</strong> Andra<strong>de</strong> Jardim<br />

Fundação universitária José Bonifácio – FuJB<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção-Geral<br />

Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Tavares Cavalcanti<br />

universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Equipe técnica<br />

A<strong>na</strong> Nery<br />

Caroline Maria da Costa Morgado<br />

Elisabete Pimenta Araújo Paz<br />

Mara Lucia Costa<br />

Maria Hele<strong>na</strong> Nascimento Souza<br />

Pauline Lore<strong>na</strong> Kale<br />

Rosane Harter Griep<br />

Victoria Maria Brant Ribeiro<br />

199


CA d e r n o s d e At e n ç ã o Bá s i C A – es t U d o s AvA l i At i v o s - 4<br />

Capacitação<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção-Geral<br />

Joa<strong>na</strong> Azevedo da Silva<br />

Equipe técnica dos grupos interinstitucio<strong>na</strong>is<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Interinstitucio<strong>na</strong>l<br />

Juan S. Yazlle Rocha (FMRP)<br />

Maria do Carmo Caccia Bava (FMRP)<br />

Regi<strong>na</strong> Maria Giaffoni Marsiglia (CEALAG)<br />

Paulo Henrique D´Ângelo Seixas<br />

Equipe técnica<br />

Eliane Bezerra da Silva Cruz<br />

Selma Patti Spinelli<br />

Informática<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção<br />

Ivaldo Olímpio da Silva<br />

Equipe técnica<br />

Ar<strong>na</strong>ldo Sala<br />

Domingos Alves<br />

Juan S. Yazlle Rocha<br />

Sergio da Hora Rodrigues<br />

Dimensões da pesquisa<br />

Político-institucio<strong>na</strong>l<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção<br />

Juan S. Yazlle Rocha<br />

Equipe técnica<br />

Cássio Silveira<br />

Marcelo Cardoso Pinheiro<br />

Maria Camila Mendonça <strong>de</strong> Barros<br />

Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Tavares Cavalcanti<br />

Rosa<strong>na</strong> Tiemi Saito<br />

Victoria Maria Brant Ribeiro<br />

Organização da <strong>Atenção</strong><br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção<br />

Marta Campagnoni Andra<strong>de</strong><br />

Equipe técnica<br />

Elizabete Pimenta Araújo Paz<br />

Liliane Reis Teixeira<br />

Marcia Terra da Silva<br />

Marcia Waks Rosenfeld Sznelwar<br />

Maria do Carmo Caccia Bava<br />

Tereza Mizue Nakagawa<br />

Integralida<strong>de</strong> do Cuidado e<br />

Inquérito Populacio<strong>na</strong>l<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção<br />

Hillegonda Maria Dutilh Novaes e Aylene<br />

Bousquat<br />

Equipe técnica<br />

Aldaisa Cassanho Forster<br />

Clara Sette Whitaker Ferreira<br />

Maria Hele<strong>na</strong> Souza<br />

Nelson Ibañez<br />

Ozires Simões<br />

Pauline Lore<strong>na</strong> Kale<br />

Ricardi<strong>na</strong> Giovan<strong>na</strong> Pitelli da Guia<br />

Rosane Harter Griep<br />

Desempenho<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção<br />

Paulo Carrara <strong>de</strong> Castro e Vera Lucia<br />

Rodrigues Lopes<br />

Equipe técnica<br />

Hele<strong>na</strong> Lúcia Alves <strong>de</strong> Lima Furtado<br />

Iramaia Aparecida Luvizotto Colaiáco<br />

Laerte Idas Szmelwar<br />

Maria Paula Ferreira<br />

Nadia Pinheiro Dini<br />

Sergio da Hora Rodrigues<br />

200 Co n s ó r C i o mediCinA UsP


Caracterização dos municípios<br />

Tereza Mizue Nakagawa<br />

Revisão<br />

Hudson Pacífico da Silva<br />

Equipe técnica<br />

Marcelo Cardoso Pinheiro<br />

Marcia Waks Rosenfeld Sznelwar<br />

Rosa<strong>na</strong> Tiemi Saito<br />

Sandro Gustavo Gonçalves Cano<br />

Sergio da Hora Rodrigues<br />

Vladimir Silva Goldbaum<br />

Equipe técnica dos grupos <strong>de</strong> trabalho<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

eQ U i P e té C n i C A<br />

Fi<strong>na</strong>nciamento e gasto com saú<strong>de</strong><br />

Sandro Gustavo Gonçalves Cano<br />

Revisão<br />

Hudson Pacífico da Silva<br />

Análise dos planos municipais<br />

Rosa<strong>na</strong> Tiemi Saito<br />

Tereza Mizue Nakagawa<br />

Hudson Pacífico da Silva<br />

Análise dos Projetos PROESF<br />

Rosa<strong>na</strong> Tiemi Saito<br />

Tereza Mizue Nakagawa<br />

Liliane Reis Teixeira<br />

Hudson Pacífico da Silva<br />

201


Equipe técnica<br />

Pesquisa Programa <strong>de</strong> Avaliação<br />

e Acompanhamento da Política <strong>de</strong><br />

Educação Permanente em Saú<strong>de</strong>


Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção-Geral<br />

A<strong>na</strong> Luiza d’Ávila Via<strong>na</strong><br />

Pesquisadores<br />

Regi<strong>na</strong> Marta Barbosa Faria<br />

Hudson Pacífico da Silva<br />

Julia<strong>na</strong> Arantes Figueiredo<br />

Tereza Mizue Nakagawa<br />

Marcelo Cardoso Pinheiro<br />

Maria Cláudia <strong>de</strong> Mattos Fabiani<br />

Pesquisadores nescon<br />

Cristia<strong>na</strong> Leite Carvalho<br />

Jackson Freire Araújo<br />

João Batista Girardi Junior<br />

Magda Beatriz Peixoto Maciel<br />

AvAliAção do ProgrAmA <strong>de</strong> exPAnsão e ConsolidAção dA sA ú d e d A FAmíliA – ProesF<br />

eQ U i P e té C n i C A<br />

Equipe técnica – Pesquisa Programa <strong>de</strong> Avaliação e Acompanhamento<br />

da Política <strong>de</strong> Educação Permanente em Saú<strong>de</strong><br />

Pesquisadores Assistentes<br />

Camila Aparecida Regi<strong>na</strong>ldo da Silva<br />

Christiane Prescher Martins<br />

Consultores<br />

Célia Regi<strong>na</strong> Pierantoni<br />

Silvia Victoria Gerschman <strong>de</strong> Leis<br />

Márcia Schott<br />

A<strong>na</strong> Maria Me<strong>de</strong>iros da Fonseca<br />

205

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