03.07.2015 Views

Baixe o livro em pdf (1.926 KB) - Marxists Internet Archive

Baixe o livro em pdf (1.926 KB) - Marxists Internet Archive

Baixe o livro em pdf (1.926 KB) - Marxists Internet Archive

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O processo, a decisão da Corte da OEA é algo impressionante.<br />

É um processo que as famílias dos guerrilheiros desaparecidos no<br />

Araguaia abriram <strong>em</strong> 1982. Começou aí. Esse processo se arrastou por<br />

décadas e antes da sentença final - que saiu, se não me engano, <strong>em</strong> 2006<br />

ou 2007, na Justiça Federal brasileira-, nos anos 1990, os familiares<br />

decidiram recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos,<br />

justamente porque, no âmbito nacional, nada era feito. Acredito que<br />

isso acabou pressionando também para que a Justiça, <strong>em</strong> 2006-2007,<br />

tomasse uma decisão final sobre o caso. Mas foi <strong>em</strong> meados dos anos<br />

1990 que nós entramos com o pedido, e ele só foi r<strong>em</strong>etido para a Corte<br />

<strong>em</strong> 2005-2006, próximo do momento da decisão final aqui no Brasil. E<br />

isso porque o Estado brasileiro, durante os anos 1990 e 2000, fez todo<br />

o lobby possível para que o Estado não se transformasse <strong>em</strong> réu. Estou<br />

falando aqui dos governos Fernando Henrique e Lula. Eles <strong>em</strong>penharam<br />

toda a diplomacia do Itamaraty, ministério disso e daquilo, para que<br />

não houvesse esse processo. Aceito na Corte Internacional, ocorreu<br />

no Brasil um fato curioso. A audiência final - na qual foram ouvidos<br />

os familiares e os representantes do Estado brasileiro, test<strong>em</strong>unhas<br />

dos dois lados - foi <strong>em</strong> maio de 2010 na Costa Rica. Um mês antes<br />

ou n<strong>em</strong> isso, o STF se reuniu para decidir sobre o pedido da OAB<br />

de reinterpretação da Lei da Anistia, que já estava lá havia um bom<br />

t<strong>em</strong>po, mas se reuniu justamente alguns dias antes de a Corte promover<br />

a audiência. E decidiu que a Lei da Anistia era válida também para os<br />

torturadores. Naquele momento, eu não entendi b<strong>em</strong> por que o STF<br />

estava se precipitando à decisão de uma Corte Internacional, mas, lá<br />

<strong>em</strong> San Jose, ficou clara essa tática do STF. O Estado brasileiro usou<br />

como moeda de pressão o fato de que a soberania nacional do país ia<br />

ser desrespeitada, porque a nossa Supr<strong>em</strong>a Corte já tinha decidido<br />

80

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!