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Baixe o livro em pdf (1.926 KB) - Marxists Internet Archive

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Nacional priorizou o projeto de lei que cria a Comissão da Verdade. A<br />

ideia da Comissão é examinar e esclarecer as graves violações de direitos<br />

humanos praticadas no período da repressão, para efetivar o direito à<br />

m<strong>em</strong>ória, à verdade histórica e promover a reconciliação nacional.<br />

T<strong>em</strong> várias coisas que a Comissão da Verdade pode fazer, mas há<br />

limites também, como l<strong>em</strong>bra a Suzana Lisbôa. O importante na Comissão<br />

da Verdade também é sua composição, para que seja mesmo de verdade.<br />

Eu considero importante falar sobre a “justiça de transição”, nesse<br />

sentido, após experiências autoritárias. Queria ler para vocês um trecho<br />

de um <strong>livro</strong> do professor Paulo Klautau Filho, Procurador <strong>em</strong> Belém do<br />

Pará. E esse ex<strong>em</strong>plo, esse trecho que eu vou ler t<strong>em</strong> tudo a ver com o que<br />

a Suzana Lisbôa falou da ação declaratória contra o Ustra. “Imagine, <strong>em</strong><br />

2007, um antigo opositor político do governo no poder no Brasil entre<br />

1964 e 1985 alega ter sido torturado por agentes do governo federal no<br />

ano de 1968. Ele procura um advogado reconhecido por patrocinar causas<br />

<strong>em</strong> defesa dos direitos humanos. Ele t<strong>em</strong> prova de que a perpetração<br />

da tortura ocorreu e de que realmente foi praticada por servidores da<br />

União. Admitamos que o fato seja incontestável. Mas o advogado, cioso<br />

da formalística processual, esclarece ao cliente que não há como propor<br />

uma ação de indenização por danos materiais e morais contra a União<br />

<strong>em</strong> virtude da prescrição do direito de ação. O cliente, entretanto, para<br />

surpresa do advogado, afirma que não quer receber qualquer indenização<br />

pecuniária. Ele quer apenas que o fato de que ele foi torturado por<br />

agentes do governo militar seja reconhecido <strong>em</strong> juízo mediante uma ação<br />

meramente declaratória. Para ele é importante que esse fato da sua vida<br />

seja reconhecido como verdadeiro pelo Poder Judiciário brasileiro. Ele<br />

quer ter o seu direito à verdade reconhecido e exercido”.<br />

É por isso que as Comissões da Verdade surgiram <strong>em</strong> outros<br />

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