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Baixe o livro em pdf (1.926 KB) - Marxists Internet Archive

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iniciar os processos judiciais contra os terroristas de Estado na Argentina.<br />

Dizia-lhes que houve uma participação muito ativa dos grupos<br />

econômicos e dos setores das classes dominantes <strong>em</strong> nossos países. Um<br />

ex<strong>em</strong>plo para saber qu<strong>em</strong> é qu<strong>em</strong> nas nossas sociedades é o 27 de junho<br />

de 1973. Depois de um longo período de autoritarismo e repressão,<br />

de prisão e torturas, se produziu, nessa data, o golpe de Estado, o<br />

fechamento do Parlamento, e, então, os comportamentos da sociedade<br />

foram muito diferentes. As grandes juntas <strong>em</strong>presariais, que – muitas<br />

vezes, até os dias atuais – pretend<strong>em</strong> dar cátedra de d<strong>em</strong>ocracia, foram<br />

rápidas <strong>em</strong> se unir<strong>em</strong> aos militares golpistas, saudá-los e felicitá-los<br />

pelo golpe de Estado. Porém, o movimento sindical uruguaio declarou<br />

a greve geral – histórica no mundo – de 15 dias, enfrentando a ditadura<br />

e ocupando as fábricas, cercados da solidariedade das pessoas.<br />

Isso marcou a ditadura. Com isso, iniciou-se um período de<br />

resistência que foi fundamental, porque a ditadura almejava ter base<br />

social, porém não podia negar e desmentir que, <strong>em</strong> realidade, a sua<br />

função era reprimir e gerar o terror.<br />

Passamos por diferentes etapas, nas quais os governos que<br />

sucederam as ditaduras elaboraram uma estratégia de impunidade,<br />

estratégia esta elaborada pelos quadros políticos das classes dominantes <strong>em</strong><br />

nossos países, que nos diziam: “Em realidade, a paz deve ser assegurada e,<br />

portanto, no Uruguai não vai haver justiça”. Disseram isto durante muito<br />

t<strong>em</strong>po, até que as pessoas mobilizadas nas ruas começaram a estabelecer<br />

que a justiça era fundamental para construir um futuro d<strong>em</strong>ocrático.<br />

Várias vezes nos disseram que, realmente, a justiça deveria ser<br />

sacrificada, e quando a mobilização popular avançou nos disseram: “Bom,<br />

a justiça deve ser sacrificada para conseguir a verdade”. Isto também teve<br />

que ser enfrentado, porque avançar na verdade está indissoluvelmente<br />

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